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CARRETEADA DE GRAVATAÍ DESFILE DE CARRETAS Encontro estadual reuniu mais de 240 carreteiros na localidade de Morro Agudo ENART RANCHO DA SAUDADE CTG de Cachoeirinha levou o tulo no encontro reali- zado em Santa Cruz do Sul DOIS DEDOS DE PROSA MARTINS LIVREIRO Márcia Marns fala da arte de editar livros que tratam da cultura gaúcha www.alemfronteiras.com.br Uma revista gaúcha por tradição Ano I - Número 04 - Dezembro de 2011 | R$ 4,90

Revista Além Fronteiras

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Edição nº 4 da revista voltada para a cultura gaúcha.

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CARRETEADA DE GRAVATAÍ

DESFILE DE CARRETAS Encontro estadual reuniu mais de 240 carreteiros na localidade de Morro Agudo

ENARTRANCHO DA

SAUDADECTG de Cachoeirinha levou

o título no encontro reali-zado em Santa Cruz do Sul

DOIS DEDOS DE PROSAMARTINSLIVREIRO

Márcia Martins fala da arte de editar livros que tratam

da cultura gaúcha

www.alemfronteiras.com.br

Uma revista gaúcha por tradiçãoAno I - Número 04 - Dezembro de 2011 | R$ 4,90

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Falta de espíritocompetitivo

O fato do peão de um CTG de Farroupilha quebrar o troféu de campeão do Enart con-quistado pelo Rancho da Saudade mostra que a falta de espírito esportivo chega em qualquer situação. Não há vergonha na derrota, mas é vergonhoso não saber perder. Este capítulo do Enart será lembrado por muito tempo não so-mente pelo título conquistado por Cachoeirinha, mas porque um competidor de Farroupilha quis estragar a festa. Muito bem fez a entidade em afastar esse seu componente. Não dá para com-pactuar com os maus exemplos. Ao Rancho da Saudade, parabéns pela vitória. Esse é o resulta-do do esforço e dos exaustivos ensaios. Aos que perderam, isso faz parte do jogo. Só um pode vencer de cada vez. Ano que vem a história pode ser diferente. Ainda sobre o Enart, nessa edição fotos do campeão Rancho da Saudade e todos os resultados.

Trocando Santa Cruz do Sul por Gravataí, a 24ª Carreteada foi motivo de orgulho por parte dos organizadores. Clima favorável mais grande número de carretas só pode significar uma grande festa campeira. Para o ano que vem, a meta é “bater o recorde e quem sabe entrar para o Guiness Book”. Alguém duvida que isso é pos-sível?

Final de ciclo, esta é a última edição do ano da nossa revista. Faremos um pausa em janeiro para descanso e formalização de novas parcerias para, em fevereiro, voltarmos com todo gás para continuarmos divulgando as coisas da nossa terra. A todos que colaboraram nesses números nosso muito obrigado. E aos gaúchos e gaúchas de todas as querências, um belo Natal e um óti-mo 2012.

Até a próxima, querendo Deus.

Umberto Petry CalettiJornalista

ALÉM FRONTEIRAS é uma publicação editada pelaENFOQUE COMUNICAÇÃO LTDA

CNPJ: 10.522.298/0001-53Insc. Municipal: 52224724Telefones: (51) 3737.1974 | 9301.9992 | 9119.7590

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Comercial | Thais de Oliveira Caletti([email protected])

Distribuição | Bancas de revistasCameron Livros e RevistasRoma Livros e RevistasLojas de artigos para gaúchosMercado Público de Porto Alegre

Circulação | Primeira quinzena do mês

Periodicidade | Mensal

Fechamento Comercial desta edição| Dia 5 de dezembro

Fechamento comercial da próxima edição |Dia 3 de fevereiro

Fechamento Editorial desta edição| Dia 3 de dezembro

Fechamento editorial da próxima edição |Dia 3 de fevereiro

Envie sugestões, críticas, elogios, material de divul-gação para [email protected]

Os textos aqui publicados foram encaminhados por leitores de todos os recantos. Artigos as-

sinados são de inteira responsabilidade dos seus autores e não representam o pensamento da

empresa.

Foto da capa: Matheus AguilarAgradecemos a todas empresas e pessoas que con-fiaram no nosso projeto e contribuíram de alguma forma para esta edição

nEXPEDIENTCHÊ BUENAS, TCHÊ!n

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NESTA EDIÇÃOn

No tempo das carretasCarreteada de Gravataí resgata um pouco da história dos carreteiros. Mais de 240 carretas participaram do encontro. PÁG 16

Rancho da Saudade vence 26º EnartDepois do vice de 2010, CTG de Cachoeirinha ficou com o título da modalidade Danças Tradicionais - Força A. PÁG 14

PELO RIO GRANDE

As belezas naturais de Torres

CULTURA

DVD marca dez anos de carreira

CULINÁRIA CAMPEIRA

Matambre recheado

Matheus a

guilar-Divulgação/a

léM Fronteiras

Divulgação/a

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Pág. 10 Pág. 20 Pág. 22

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Críticas, sugestões, elogios e comentários podem ser encaminhados para [email protected], TCHÊ

ElogioChe mas que baita trabalho. Se possível gostaria de receber a versão im-pressa.

Luciano de Los Santos Nunes (Santa Maria)

_ A edição do mês passado já foi encaminhada para o seu endereço, assim como esta também está a caminho. Boas Festas.

SugestãoSugiro ao pessoal da revista colo-car um espaço para divulgação dos bailes.

Marcelo Mattos de Andrade(Gravataí)

_ Já estamos formatando projeto neste sentido. A partir do ano que vem com certeza será colocado em prática. Boas Festas.

CríticaGosto muito do conteúdo da re-vista. A leitura é agradável, direta. Mas acho que as páginas dedicadas a cultura são poucas, deveria haver mais espaço.

Ana Beatriz Gonçalves Dias(Porto Alegre)

_ Sugestão anotada. Boas Festas.

Capa - ILinda a foto da capa da edição 03. O fo-tógrafo conseguiu registrar bem que o amor ao nosso tradicionalismo começa desde cedo.

Bárbara Regina Oliveira(Porto Alegre)

Capa - IIVi a capa da edição passada e me lem-brei dos meus tempos de piá. Meu vel-ho pai me ensinou a andar a cavalo.

Faguener Nogueira da Luz(Camaquã)

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nDOIS DEDOS DE PROSA

A editora da cultura gaúcha

Márcia Martins assumiu o comando da Martins Editora após a morte do pai, em 2008. Já são mais de mil título editados

Em 2008 um acidente vascular cere-bral acabou com a trajetória cultura de Manoel dos Santos Martins, ou

Martins Livreiro como era mais conhecido. Foram décadas dedicada ao amor pelos livros, ao encantamento de ver e adquirir coleções que para os donos não significa-vam nada, mas para ele eram de um valor imenso. Coube à filha Márcia manter a caminhada iniciada pelo pai. A exemplo do que seu Manoel fazia, Márcia viaja o país divulgando a nossa cultura através da liter-atura. Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo ou mesmo o interior do Estado: são milhares de quilômetro de chão para mostrar o que

o Rio Grande do Sul produz em termos de cultura local.

O primeiro contato da revista com Már-cia aconteceu ainda no Acampamento Far-roupilha de Porto Alegre. A rápida conversa resultou no convite para esta entrevista que é publicada somente agora em virtude da sua agenda de viagens. São várias feiras, diversos eventos expondo seus livros e di-vulgando novos autores. Nesta rápida con-versa ela fala um pouco da vida de seu pai, do estímulo pela leitura e da dificuldade de vender nossa cultura. “Cada dia mais autores querem ter seus livros Editados e expostos”, disse.

Manoel dos Santos Martins recebeu o título de Cidadão Honorário de Cachoeira do Sul

Fotos: arquivo Pessoal-Divulgação/aléM Fronteiras

Ivo Almansa es-cuta atento ao

cliente, que, olhando as es-

tantes repletas de livro, declara:

- Estou procuran-do um livro que

perdi...E o Ivo, inocente-

mente:- E o Sr. perdeu

aqui na livraria?

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Amigo livreiro da ci-dade, funcionário da empresa hoje extinta (Livraria Americana), recebe de uma balco-nista sua uma queixa.- Seu Vitor, um cliente

ta se passando...Vitor foi em direção ao homem e pergun-tou-lhe o que queria.Com absoluta inocên-cia, o descendente de alemães respondeu, num português en-

rolado, que desejava um manual de bobi-nagem. A balconista entendeu bolinagem. Má pronúncia, maus

ouvidos, maus pensa-mentos...

“A história da Martins Liveiro começou com teu pai, Manoel. Essa paixão dele pelos livros começou quando? Foi influenciado por alguém da família ou ele tinha o hábito da leitura desde pequeno?Sua atração pela leitura, iniciou-se quando ainda garoto. Entregava jornal de uma revistaria perto da sua casa e cedo iniciou-se no ramo livreiro com pequenas lojas de sebo no centro da cidade. Falando em hábito de ler, ele te incentivava a ler? Lembra qual foi o primeiro livro que ganhaste dele?Incentivava de uma maneira prática. As estantes da livraria eram a nossa Biblioteca. A editora surgiu para suprir uma lacuna, que era a falta de livros sobre a cultura gaúcha. Ele era um apaixonado pela história do Rio Grande do Sul? Ele tinha vivência no meio tradicionalista?Justamente a carência de literatura sobre o Rio Grande

do Sul o levaram, como cultor de nossa história que era, a inovar a editorialidade gaúcha com uma empresa com a precípua finalidade de cobrir aquela lacuna. Com o falecimento do seu pai, assumiste o controle da editora. Qual a maior dificuldade em se editar livros que falam de gaúcho para gaúcho?Não há dificuldade em editar livros de gaúcho para gaúcho. Ao contrário, cada dia mais autores querem ter seus livros editados e expostos. A cultura gaúcha é algo difícil de ser vendido?Não, o interesse é generalizado não só no meio tradicionalista.

Nestes 30 anos de história, é possível perceber uma mudança no teu público leitor. Se sim, qual a grande diferença?A cultura gaúcha em geral com reflexo na literatura, vem cada vez mais atingindo o público jovem.

Márcia e o autor Ariovaldo Pereira, na Feira do Livro de Porto Alegre deste ano

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Manoel dos Santos Martins, 81 anos, ou Martins Livreiro, não resistiu às complicações de um acidente vascular cerebral que sofreu na véspera do Natal de 2007, em sua casa no Balneário Pinhal. Apaixonado por leitura, Martins começou a trabalhar ainda jovem, aos 14 anos. Pas-sava nas universidades ofer-ecendo livros jurídicos novos e vendia jornais. Em 1953, tornou-se sócio da Livraria Aurora. Três anos depois, montou sozinho sua própria banca, no centro de Porto Alegre. O primeiro acervo veio da aquisição de uma biblioteca de um professor de direito. No início da década de 1960, pas-sou para a Rua Riachuelo, numa loja com 400 metros quadrados, onde tinham um acervo de 45 mil exemplares. Sempre em busca de desafios, lançou em 1977 a Mar-tins Livreiro Editora LTDA, com a obra “Voluntários do Martírio” de Ângelo Dourado. Em 1993, resolveu passar para o outro lado do balcão quando escreveu o “Memórias novas e usadas”.

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Tens ideia de quantos títulos a editora já lançou? Tem algum assunto que seja mais abordado pelos autores?A Martins Editora já editou cerca de mil titulos, incluindo varios autores de diversas nacionalidades. História e poesia estão entre os assuntos mais abordados. A Martins Livreiro percorre diversas cidades e Estados levando seus títulos a outros públicos. Eles tem boa repercusão entre aqueles que não são gaúchos?Nossa recente experiência na Expo Tchê no Rio de Janeiro e Brasilia , entre outras como Bienal é simplesmente ótima. Os gaúchos que moram fora, costumam comprar os livros para se manter mais

perto de suas origens? Sim

Tu achas que a cultura gaúcha poderia ser melhor estudada nas escolas?É uma lacuna que temos no nosso sistema educacional. Para encerrar, achas que a nossa cultura está se perdendo com o passar do tempo? O que fazer para que ela não enfraqueça?A nossa cultura não está se perdendo graças a idealistas como meu pai Manoel dos Santos Martins, que trouxeram para o publico a história, a cultura e costumes rio-grandenses, bem como da ação de entidades como MTG, IGTF e os CTGS.

Chega um Sr na livraria e pergunta para o Marquinhos:- Onde é o setor de numerologia?- Ora, no de matemática, claro!

“ “

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Torres, a mais bela praia do nosso litoral

nPELO RIO GRANDE

O Município de Torres possui este nome devido à existência de três grandes rochedos de origem

vulcânica, formados por rochas basálti-cas, do período Jurássico/Cretácio (Era dos Dinossauros), com aproximadamen-te 140 milhões de anos, que afloram à beira-mar, um aspecto único do Litoral Brasileiro. São as seguintes as torres: Torre do Norte (Morro do Farol); Torre do Centro (Morro das Furnas) e Torre do Sul (onde está a Praia da Guarita).

Torres é um dos núcleos mais antigos do Estado. Era utilizado pelos índios ca-rijós de Santa Catarina e Arachanes, do Rio Grande do Sul, que em seu comércio de trocas usavam uma picada, costean-do os banhados dos sopés internos das Torres, começando na Praia Grande e indo até a de Itapeva.

Os índios Carijós, de Santa Catarina, e Arachanes do Rio Grande do Sul, que

viviam da caça e da pesca e se dedica-vam a uma agricultura rudimentar. Em seu comércio de trocas usavam uma picada, costeando os banhados dos so-pés internos, começando na Praia Gran-de e indo até a Itapeva. Em 1500, estas trilhas, abertas em meio a matagais começaram a ser usadas também por paulistas, compradores de índios, que os levavam a São Paulo como escravos.

Entre os anos de 1600 a 1640, es-tima-se que viviam, no Sul do Brasil, cerca de quinhentos mil índios, que aos poucos foram desaparecendo por causa da escravidão, lutas tribais e doenças introduzidas pelo contato com o bran-co. Estes caminhos transformaram-se no principal elo de ligação entre o res-to do Brasil e os núcleos avançados do povoamento português, na Colônia do Sacramento (1679) e no Presídio de Rio Grande (1737).

Assim, Torres assumiu a importante função de controlar a estratégica passa-gem, na qual foi instalado um posto fis-cal que logo se transformou em Guarita Militar da Itapeva e Torres (entre 1774 e 1776). Colonos e açorianos, vindos do Desterro (atual Florianópolis) e de Lagu-na, começaram a instalar-se na região.

ALEMÃESOs alemães chegaram em 1826 e

foram separados, pelo comandante da fortaleza, conforme a religião que pro-fessavam: os protestantes formaram a colônia de Três Forquilhas. Os católicos, por sua vez, foram inicialmente para a estrada de Mampituba, depois junto ao Rio Verde e, finalmente, entre as lagoas do Forno e Jacaré, construindo a colônia de São Pedro de Alcântara. Por volta de 1890, famílias de origem italiana, vindas de Caxias do Sul, fixaram moradia no distrito de Morro Azul.

Praia da GuaritaLocalizada no Parque da Guarita, é a

praia mais bela de Torres, rodeada pelas Torres Centro, Sul e Guarita que dá o

nome a este complexo paisagístico.

textos: PreFeitura MuniciPal De torresFotos: PreFeitura MuniciPal De torres-Divulgação/aléM Fronteiras

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Igreja São DomingosData sua inauguração em 24 de outubro de 1824, sua construção é no estilo colonial, barroco simples e possui uma única torre construída em 1898, pelo Padre Lamônacol. Em seu interior existem imagens doadas por Dom Pedro I, de grande valor histórico. Foi tombada pelo projeto Pró Memória.

Morro do FarolTorre Norte: conhecido por Morro do Farol devido a construção do primeiro farol em 1911, que objetivava a sinalização de terra aos navegantes. O segundo farol foi construído em 1927, uma construção de madeira, com uma roda em cima, tendo esta roda janelas coloridas em vermelho, amarelo e branco, que giravam em torno de um lampião a gás. Caiu em uma forte tempestade em 1935. Em 1952 foi construído o terceiro farol. Ao pé do morro, ao lado do mar, existe uma gruta de Nossa Senhora Aparecida. Antigamente se localizava o cemitério da cidade. Local ideal para se avistar as belezas naturais da cidade. Lá, podemos ver todas as praias, as torres, a Lagoa do Violão, as serras, as dunas e a Ilha dos Lobos. Chamada primei-ramente de Torre Norte por ser a primeira torre que se avista no sentido norte-sul, o Morro do Farol, denominado assim devido à construção do primeiro farol em 1911.O objetivo deste farol é sinalizar a existência de terras aos navegantes. O farol atual, foi con-struído em 1970 e possui 18 metros de altura, acendendo de 8 em 8 segundos, sendo visto em noites claras a uma distância de 8 milhas marítimas ou 12 Km. O chapadão mais elevado tem cerca de 600 metros de largura e sua altitude superior de 46 metros e meio.

Dentre as personalidades que deram forte impulso ao desenvolvimento de Tor-res, destaca-se quem lançou a “indústria turística”, que dominou o cenário econômi-co local, da primeira até a segunda gran-de guerra: José Antônio Picoral. Filho da colônia São Pedro de Alcântara, tornou-se próspero comerciante em Porto Alegre/RS, mantendo, porém, vínculo com a terra de origem. Depois de um frustrante veraneio em Tramandaí, Picoral decidiu transformar Torres, em uma moderna Estação Balneá-ria e, em 1915, após entendimentos com João Pacheco de Freitas, Luiz André Maggi, Carlos Voges e outros torrenses, instalou seu Balneário Picoral, marco histórico da introdução do turismo em Torres/RS.

Em 1836, devido a Revolução Farrou-pilha, iniciada em 1835, Torres sentiu as dificuldades da guerra civil, que a deixou no mais completo abandono, prejudicando e recuando o desenvolvimento. No ano se-guinte, através da Lei de 20 de dezembro de 1837, seria criada a Freguesia de São Domingos das Torres, 28ª da Província. O desenvolvimento da Freguesia deu-lhe o privilégio de ser elevada a categoria de Vila e Município, o que ocorreu em 21 de maio de 1878 pela Lei Provincial n.º 1152, dando-se a sua instalação a 22 de feverei-ro de 1879.

A rua Júlio de Castilhos foi a primeira de Torres e suas origens datam de antes da descoberta do Brasil. No começo foi tri-lha dos índios, talhada nos matos que se estendiam no sopé do morro, ao longo do banhado que rodeava a Lagoa do Violão. Aos indígenas tornou-se essencial a aber-tura dessa picada, para possibilitar a co-municação entre as praias que vinham no norte (o litoral dos Carijós) e as praias que levavam ao sul (a região dos Arachanes). A linha hoje ocupada pela rua Júlio de Cas-tilhos representava o traçado mais lógico para unir o Norte ao Sul.

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Torres tem ainda, um pouco da história “viva”. Assim pode-riam ser consideradas as casas antigas da rua Júlio de Castilhos, umas dezenas escassas, representativas da vida inicial da loca-lidade. Formam um conjunto arquitetônico dos mais típicos, em estilo colonial açoriano, que até por motivos estéticos e turísticos, deveria ser preservado. Trata-se de um casario todo construído no século passado, de pedras extraídas do Morro do Farol, rejunta-das com barro e cal de sambaquis e madeiramento de lei, extraído das matas que então existiam na Praia da Cal e ao redor da Lagoa do Violão.

Este estabelecimento militar erguido em março de 1777, ocu-pou a plataforma baixa do Morro do Farol, aproximadamente onde agora está a Escola Cenecista Prof. Durban Ferraz Ferreira ou ligeiramente atrás. Esteve guarnecido poucos meses por tro-pas do Regimento de Santos e foi desocupado ao saber-se do ar-mistício que garantia a retirada dos Castelhanos que haviam in-vadido a Ilha de Santa Catarina, no começo daquele ano. O Forte São Diogo desmanchou-se com o tempo não deixando sinais. A maioria dos torrenses e veranistas nem imaginam que ali existiu um Forte, antes de nascer a cidade.

Lagoa do ViolãoLocalizada no centro da cidade e tem esse nome por seu formato original assemelha-se a um violão. O local é aproveitado para a realização de esportes aquáticos.

Monumento ao SurfistaLocalizado junto à Sociedade Amigos da Praia de Torres, é o único monumento da América Latina que presta este tipo de homenagem. Esse é um trabalho da Artista Plástica Leda Christina Nácul, cujo título é “Tubo”. Con-struído em concreto, representa um surfista pegando onda.

Rio MampitubaRio que faz divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina. O nome Mampituba é de origem tupi e significa “rio de muitas curvas”. Passeios de barco, visualização dos municí-pios de Torres e Passo de Torres, manguezais, vegetação nativa, pássaros, destacando as curvas acentuadas do rio, em seu caminho natural. Sua foz foi fixada pelos molhes, o que facilita a saída dos barcos pesqueiros.

Praia GrandeCom 2.000 metros de extensão, é a preferida para o banho de mar e onde ocorre a maioria dos eventos esportivos do verão como: futebol, vôlei, surf e outros. Na Praia Grande também são organizados inúmeros shows ao ar livre.

Praia do Meio (Prainha)Tem 600 metros e é a praia mais tranqüila de Torres. Possui solo rochoso, não é ap-ropriada para o banho, mas possui grande beleza natural.

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Praia da CalPossui este nome porque até 1940 existiam vários fornos de torrefação de conchas, caramujos e mariscos para a fabricação de cal mineral para produtos químicos. Antigamente era uma praia somente de pescadores, começando a receber turistas e veranistas a partir de 1942. Hoje os seus habitantes são a maioria de Caxias do Sul, uma cidade gaúcha de origem italiana. É um dos locais preferidos para a prática de surf.Em frente a Praia da Cal existe a praça Nossa Senhora dos Navegantes, que possui uma ima-gem da Santa que é a padroeira dos pescadores e navegantes. Em outras religiões é chamada Iemanjá que é a rainha do mar. Sua festa é tradi-cio-

Ilha dos LobosA Ilha dos Lobos tem formação de origem vulcânica, provavelmente a mesma das Tor-res. Localiza-se a cerca de 1.800 metros da preamar e é uma Unidade de Conservação, qualificada como Refúgio da Vida Silvestre e mantida sob a responsabilidade da unidade de Torres do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.Na Ilha é proibida qualquer atividade de pesca, desembarque ou prática esportiva, como o surf. O local é habitado por lobos e leões marinhos que o utilizam como descanso em suas rotas migratórias, bem como aves de várias espécies, inclusive oceânicas, além de corais e mariscos. A Ilha dos Lobos serve também como atrativo turístico dos barcos de turismo que circulam ao seu redor. Em 1963, num fato histórico da marinha mercante do Brasil, o navio “Avai” ali naufragou, partindo-se ao meio, depois de bater nos rochedos. Não houve vítimas fatais, apenas danos materiais no acidente.

Torres do MeioA mais importante das torres por seu tamanho é a do meio, também conhecida por Morro das Furnas. Fica a 600 metros do Farol separadas pela Praia da Cal. É um tabuleiro alongado, com 135.000 m2 de superfície superior. Toda a encosta oriental compõe-se de falésias perpendicu-lares, batidas no sopé pelas ondas do mar: aí estão as furnas, tão famosas e admiradas. O ponto culminante de Torres, a 66 m. de altitude, encontra-se no primeiro dos dois cumes. A pontezinha é a mais conhecida, dali se contempla o curioso arco de pedra chamado Portão. Poucos têm a possibilidade de descer até a enseada atrás do Portão para observar de perto as furnas inaca-badas, escavadas a um milhão de anos por um mar que era 5 a 8 metros mais alto que hoje. Em cima do morro, primeiro você passará pelo alto do Portão, de onde terá uma vista da enseada de cima. Depois passará pelas furnas da Garagem, que é um dos pontos mais fotografados de Torres. Próximo a Lagoinha dos Suspiros, um capitel com uma cruz o convida a oração, já estimulada pela majestade do cenário. O acesso as furnas não constitui qualquer problema. Há escadas de concreto com corrimões. Nem todos sabem que a furna grande é a menor delas (à esquerda de quem desce a primeira escada) a Furninha é a maior (à direita). Os nomes foram consagrados há muito tempo. Na verdade a furna grande nem existe, é apenas um começo de gruta em que cada onda produz um estouro de ar comprimido quando penetra e uma bela cascata quando escoa. Ao descer a outra escada, você chega a uma plataforma quase ao nível do mar: é o diamante. A esquerda está a boca da Furna do Diamante em que a lenda diz estar escondido um diamante precioso.

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nCHASQUES

Rancho da Saudade é campeão do 26º Enart

Grupo do CTG de Cachoeirinha fez uma apresentação impecável e levou o troféu na modalidade Danças Tradicioanais - Força A. Público lotou ginásio para ver a vitória

O 26º Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart) realizado em Santa Cruz do Sul terminou com a vitória do CTG Rancho da Saudade, de Cachoei-

rinha, na modalidade Danças Tradicionais – Força A, e com um grande público. De acordo com estimativas do coordenador de alojamentos do Enart, Claudio Mariani, aproximadamente 70 mil pessoas passaram pelo evento durante os três de competição. Cerca de 15,7 mil ficaram em alojamentos, no acampamento dentro do parque e em hotéis da cidade.

Diariamente formavam-se grandes filas do lado de fora do Ginásio Poliesportivo. No último dia a movimen-tação foi ainda maior, pois o público queria acompanhar de perto a final da modalidade Danças Tradicionais - Força A. Um forte aparado de segurança foi montado a fim de evitar incidentes e controlar a entrada de pessoas, que só era liberada quando alguém saía. E esta multidão pode testemunhar os momentos de concentração, expectativa e de comemoração do Rancho da Saudade.

A vitória do CTG de Cachoeirinha foi resultado de mui-

to ensaio e empenho de seus integrantes. Foram meses de ensaios exaustivos, em busca da perfeição para mos-trar aos concorrentes a presença dos nobres no Rio Gran-de do Sul a partir da figura do Barão. No fim do Império, o baronato era o grau mais baixo da hierarquia aristocrá-tica. Já como tema de saída foram apresentadas as gran-des festas da estância, quando pessoas vinham de longe não só para cumprimentar os homenageados, mas para participar dos fandangos que, às vezes, se prolongavam por dias.

No ano passado o Rancho da Saudade beliscou o tí-tulo, ficando com a segunda colocação. Nesta edição, a motivação era intensa e contagiava o público que lotava o Ginásio Poliesportivo. Tinha gente que veio de longe ape-nas para ver o CTG se apresentar. O instrutor do Rancho comentou a vitória, lembrando que ela foi merecida por conta da dedicação do grupo nos últimos meses. “Os dan-çarinos não tiveram finais de semana há muito tempo. Os ensaios preencheram a agenda de todos os envolvidos. O mais importante é que a cultura gaúcha tenha vencido”.

Muita comemoração no Ginásio Poliesportivo de Santa Cruz do Sul

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Na última noite de apresentações, após o anúncio dos vencedores do 26º Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart), o CTG Rancho da Saudade ainda comemorava o título quando um dançarino da invernada adulta do CTG Ronda Charrua, de Farroupilha, pediu para ver e tirar uma foto com o troféu.

Segundo reportagem do jornal Gazeta do Sul, o grupo de Cachoeirinha cedeu o objeto ao peão que, ao invés de segurar o troféu para o registro, o atirou contra o chão, provocando danoas na base, onde placas de metal identificam todos os

campeões do Enart.Um princípio de briga foi amenizado

pelos representantes do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) que ainda estavam no local. De acordo com o patrão do CTG Ronda Charrua, Remi Chielle, o integrante responsável pelo dano será expulso do grupo. “A decisão foi tomada tão logo o fato ocorreu”.

Ainda conforme Chielle, a invernada vai custear o conserto do troféu e pedir desculpas ao CTG Rancho da Saudade. “Planejamos ir até Cachoeirinha para amenizar o fato”, adiantou o patrão.

Dançarino de Farroupilha quebrou o troféu

Troféu quebrado será consertao pelo CTG Ronda Charrua

OS BASTIDORES DA FESTA

CONCENTRAÇÃOGrupo reunido antes da apresentação final. Era domingo e a expecta-tiva pelo bom desempenho estava refletido no rosto dos dançarinos

EXPECTATIVARancho aguarda a divulgação do resultado. A ansiedade e o medo da espera deram lugar à festa. O título do Enart é de Cachoeirinha

Dançando, espe-rando o troféu ou comemorando. O Rancho da Saudade fez a festa no Enart em Santa Cruz do Sul

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DolciMar luiz Da silva - secoM/PMg/aléM FronteirasnCHASQUES

Carreteada Estadual de Gravataí reuniu mais de 240 carretas em sua 24ª edição. Para o próximo ano, os organizadores querem entrar para o Livro dos Recordes

Mais de 240 carreteiros oriundos de diversos municípios aproveitaram o final de semana ensolarado e partici-param da 26ª Carreteada Estadual de Gravataí. O ponto

de encontro, a exemplo de anos anteriores, foi o Recanto dos Car-reteiros, na localidade de Morro Agudo. As carretas percorreram cerca de quatro quilômetros pelas estradas do distrito da Costa do Ipiranga, saindo do campo do Ibituí e indo até o Recanto dos Carreteiros, onde foi montado o acampamento.

Organizado pela Associação dos Amigos da Carreteada de Gra-vataí com o apoio da Fundação Municipal de Arte e Cultura (Fun-darc), a 24ª Carreteada teve comida típica da culinária gaúcha, onde não pode faltar o tradicional arroz de carreteiro e o charque, atrações do evento. Jogos e apresentações de grupos de dança com a premiação para a carreta mais autêntica também integra-ram a programação.

O prefeito Acimar Silva prestigiou o evento e salientou a sua importância. “Este encontro viabiliza o resgate da cultura e da tradição. As carretas foram fundamentais para a história de Gravataí. Felicito-me em saber que por trás de um evento deste porte estão diversas pessoas que trabalham em prol deste res-

gate histórico ”, declarou o prefeito. Ele ainda contou que há 40 anos veste a pilcha. “Gosto do tradicionalismo, tenho orgulho das minhas raízes”, revelou.

De acordo com a titular da Fundarc, Maria Bernadete Camar-go, cerca de cinco mil pessoas compareceram no encontro. “É maravilhoso podermos contar com a presença da comunidade que valoriza a cultura do município. Este ano batemos o recorde de participações. Já estamos nos preparando para a próxima edição que celebrará os 25 anos da Carreteada de Gravataí”, ressaltou. E complementou: “A Carreteada Estadual é um dos maiores acon-tecimentos cultural do Município, ligado às raízes sociais e à lida dos trabalhadores do campo.

Membro da comissão organizadora há cinco anos, Sandra Pereira avalia que a cada ano o encontro evolui mais. “Eu e minha família somos muito ligados ao tradicionalismo, e trabalhamos voluntariamente, pois acreditamos que a Carreteada atrairá cada vez mais apaixonados pela cultura local”, afirmou. Quem também conferiu o evento foi a estudante Gisele Vaz de Lima. “Estou ado-rando esta edição. Venho aqui desde criança e inclusive já sei con-duzir uma carreta”, falou.

Assim faziam os carreteiros

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Como tudo começouA Carreteada Estadual de Gravataí ini-

ciou há 24 anos, quando o casal Eleonora e Ramon Rodrigues mudou-se para a região da Costa do Ipiranga. Percebendo a diver-sidade de carretas que transitavam pelos arredores do local, eles tiveram a ideia de criar um evento que possibilitasse integrar os carreteiros.

“Na primeira edição foram apenas oito participantes, na segunda nove, e neste ano contamos com a presença de 243 car-reteiros. Estamos realmente muito satis-feitos com o reconhecimento das pessoas que trazem suas famílias e amigos para prestigiar este encontro”, contou Ramon.

Segundo o presidente da Associação

dos Amigos da Carreteada de Gravataí, Nelson Bitelo, as 243 carretas presentes receberam um prêmio de participação. “Também estamos premiando aqueles que se destacaram em algumas categorias, sem gerar uma competição e sim, com o propósito de parabenizar os que abrilhan-taram ainda mais a Carreteada”, comen-tou.

O carreteiro Gilmar Dutra não escondia a alegria de ter sido premiado em diversas categorias. “Me preparei bastante para es-tar aqui. Para garantir destaque é impor-tante estar sempre restaurando e inovan-do as carretas, e, também a nós mesmos, sem deixar a tradição de lado”, disse.

Confira os venCedores do “destaque da Carreteada”

Destaque da Carreteada Gilmar DutraCarreteira MirimGabrieli e IsabeliCarreteiro MirimFelipe AlmeidaCarreteira AutênticaNorci TeresinhaCarreteiro AutênticoGilmar DutraGastronomia (carreteiro)Vilson Dutra e Alípio NerbasCarreta de Duas RodasAdão Silva e as gêmeas Gabrieli e IsabeliCarreta de Quatro RodasGilmar Dutra e Maria LuciaBoi mas Bonito e Característico (proprietários)Mauricio Bitello, Manoel da Silva, Vilson Dutra, Elitor Diul, Nestor da Silva e Lucas Gomes

Fotos: luciana Marques - secoM/PMg/aléM Fronteiras

Eleonora e Ramon Rodrigues, casal que

criou a carreteada em Gravataí

Este ano batemos o recorde de par-

ticipações. Já estamos nos preparando para a próxima edição que celebrará os 25 anos

da Carreteada de Gravataí

Maria Bernadete CamargoPresidente da Fundarc

Este encontro via-biliza o resgate da

cultura e da tradição. As carretas foram

fundamentais para a história de Gravataí. Tenho orgulho das

minhas raízesAcimar da Silva

Prefeito de Gravataí

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Gêmeas Gabrieli e Isabeli com o prefeito Acimar Silva

Mais de 240 carreteirosparticiparam do encontro

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Essa é a nossa contribuição para

manter a tradição que é parte fundamental

na cultura e na colonização do

municípioMaria Tereza Capra

Secretária de Cultura, Lazer e Turismo

O intuito era de resgatar a tradição gaúcha, inovando para um encontro

ainda melhorCleonor José Mahl

Patrão CTG Porteira da Lagoa

““

Segunda Chasqueada da Canção NativaA segunda Chasqueada da Canção

Nativa aconteceu nas dependências da sede campeira do CTG Porteira

Aberta, de São Miguel do Oeste (SC). O evento é promovido pela Secretaria de Cultura, Lazer e Turismo juntamente com o encontro campeiro que é organizado pelo piquete de cavalariano da entidade. De acordo com a secretária de Cultura, Lazer e Turismo, Maria Tereza Capra, o encontro ocorreu pela segunda vez consecutiva e o seu acontecimento visa fortalecer a cultu-ra e a tradição gaúcha. “Pela segunda vez foi um evento de muita importância para a música e para a tradição gaúcha, essa é a nossa contribuição para manter a tradição que é parte fundamental na cultura e na colonização do município de São Miguel do Oeste”, destaca.

Capra menciona que através do encon-tro da chasqueada com o encontro cam-peiro é possível oportunizar os alunos das oficinas de violão e de canto a participa-rem e compreenderem melhor o que a cul-tura gaúcha representa de fato. “Nós tive-mos a oportunidade de unir a experiência dos músicos mais antigos com o frescor da juventude e para os nossos alunos isso é fundamental”, ressalta.

Para o patrão do grupo de cavalari-anos do CTG Porteira Aberta, Cleonor José Mahl, a junção da chasqueada com o 4º Encontro Campeiro é uma oportunidade de fortalecer o vínculo de tradição e opor-

Realizado pela segunda vez consecutiva em São Miguel do Oeste (SC) o evento tem como objetivo fortalecer a cultura e a tradição gaúchas no município

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tunizar crianças e jovens a participarem do evento juntamente com suas famílias. “No ano passado introduzimos a primeira chasqueada da canção nativa com o en-contro campeiro no intuito de resgatar a tradição gaúcha, inovando para um encon-tro ainda melhor, pois a tradição gaúcha preza muito pelo respeito, pela família e pela diversidade de expressão”, explica.

Para o cavalariano Cézar Miguel Wasen, do grupo Marco da Fronteira, do municí-pio de Bandeirante, a inserção de jovens na música gaúcha é de fundamental im-portância para a manutenção da cultura. “A partir do momento que você consegue inserir os jovens num momento como este de valorização da tradição gaúcha opor-tunizando-os também a contribuírem na música gaúcha com certeza não terão vín-culos com drogas, por isso o nosso ponto forte é a união da família nesses eventos”, enfatiza.

Maria Tereza ressalta que na oportu-nidade do evento realizaram-se apresen-tações artísticas de alunos das oficinas de canto e violão, músicos profissionais e mais antigos de São Miguel do Oeste. “Para os nossos alunos participar de um evento dessa natureza é muito importante, por se tratar de um bom exemplo cultural, a chasqueada se constitui numa oportuni-dade para apresentações, mas também num grande exemplo cultural para a juven-tude”, conclui.

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Em visita às dependências da Corag, o Patrão Helio Kruger do CTG Sentinela da Fortaleza, do município de Cerro Grande do Sul, expôs ao diretor-presidente Homero Alves Paim e ao diretor industrial Antônio Alexis Trescas-tro da Silva, as atividades e objetivo daquela entidade. “Nosso espaço visa a realização de invernadas artísticas, promoções de escolas, encontros de grupos de terceira idade, even-tos sócio culturais, além de outros promovi-dos em nosso município”, disse Kruger. Por sua vez, a diretoria ressaltou a importância dos trabalhos desenvolvidos pela entidade, principalmente, no resgate da cultura gaú-cha.

Com participação recorde de 745 laçadores dos estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e também do país vizinho, Paraguai, o 21º Encontro Interestad-ual de Clubes do Laço reuniu milhares de pessoas no Clube do Laço União Amambaiense durante os três dias de festa. Foram cerca de 7000 armadas jogadas pelos laçadores e 700 reses foram usadas na competição. Na arena, o clima era de disputa acirrada entre os Clubes presentes. Na disputa da Taça de Ouro, a equipe campeã foi do Clube do Laço Lino do Ama-ral Cardinal de Ponta Porã, já a Taça de Prata foi para o Portão da Fronteira, de Coronel Sapucaia e a Taça de Bronze foi con-quistada pelo Clube do Laço Az de Ouro, de Paranhos.

Encontro de Invernadas no CTG Sentinela dos CerrosA Invernada Artística Infanto Juvenil do CTG Sentinela dos Cerros organizou um encontro de danças folclóricas e regionais com a participação dos CTGs Clareira da Mata, Pampa e Querência e Família Nativista, além da Invernada do Instituto Estadual de Educação Dinarte Ribeiro.O encontro foi realizado no salão so-cial, onde familiares das crianças que estavam participando acompanharam a apresentação de várias músicas e dan-ças que simbolizam o folclore gaúcho e de Caçapava do Sul. Cerca de 60 crian-ças e adolescentes se apresentaram no encontro.

CTG Sentinela da Fortaleza divulga a cultura

21º Encontro Interestadual de Clubes de Laço termina com recorde de laçadores

tiago Belinski-Divulgação/aléM Fronteiras

Divulgação/aléM Fronteiras

Divulgação/aléM Fronteiras

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Fotos: Divulgação / aléM Fronteiras

nCULTURA

Mais novo DVD da dupla César Oliveira e Rogério Melo celebra os dez anos de carreira da dupla. Trabalho foi gravado em São Gabriel

Dez anos de

dupla

Comemorativo aos dez anos de carreira de César Oliveira & Rogério Melo, gravado na

cidade de São Gabriel, o DVD Rio-granden-ses visa realizar um apanhado da trajetória artística do dueto através de um repertório que inclui sucessos, músicas mais antigas e também temas atuais, registrados re-centemente no CD Cantiga para o meu chão.

O DVD Rio-grandenses tem como conteúdo exclusivo uma apresenta-ção de Luciano Maia & Quarteto Rio-grandense, além da bela coreografia

do grupo de dança Os Chimangos, parceiro de longa data, que partici-pou também dos DVDs Pátria Pampa e O Campo. Integram ainda o DVD o videoclipe da música “Penãrol”, com a ilustre participação de Luiz Carlos Borges, um dos maiores compositores e instrumentistas do Rio Grande do Sul, e o clipe de “Com Almas Iguais”, música que tem Joca Martins como in-térprete convidado. Além disso, muitos outros extras rechearão o produto, acompanhados por mais de duas horas de espetá-culo ao vivo.

Novo trabalho já está à venda nas lojas

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“Natal em Cordas” é o novo trabalho de Marcello Caminha

Luciano Maia vence Musicanto

Chegou o CD “Natal em Cordas”, de Marcello Caminha, que vem com uma temática totalmente regional, através da utilização dos ritmos musicais latino-ame-ricanos em músicas natalinas conhecidas e também em composições próprias de Marcello Caminha.

Natural de Bagé (RS), Marcello Caminha iniciou a atividade musical nos palcos dos Festivais Nativistas em outubro de 1985. Em 1993 começou a atuar em estúdios de gravação e em seguida iniciou a carreira de produtor musical.

Formado em medicina veterinária, lan-çou o primeiro CD Estrada do Sonho em 1997. Um inicio de carreira promissora, pois em 2001 ganhou seu primeiro prêmio, Troféu Açorianos de Música, vale lembrar que este foi o primeiro de muitos durante sua trajetória.

Com toda a sua qualidade musical, Ca-minha percorreu Estados Brasileiros, como Bahia, Pernambuco, Paraná entre outros com o Projeto Circular Brasil, além de to-car em alguns países da Europa, como Ale-manha, Londres e Portugal, e neste último, apresentou o Show Natal Gaúcho, do qual foi um dos idealizadores e também diretor musical. Atua desde 2003 ao lado da du-pla César Oliveira e Rogério Melo, levando músicas que falam sobre a cultura da nos-sa terra, além de ter sua carreira solo em paralelo.

O músico Luciano Maia foi o grande vencedor da linha instumental do 25º Mu-sicanto Sul-Americano de Nativismo, em Santa Rosa, com a música “Que Encrenca”. Também teve outra composição premiada com o 3º lugar no 26º Ponche Verde da Canção de Dom Pedrito, com a música “O D’onde Venho” em parceria com Gujo Tei-xeira.

O filme Os Monarcas - A Lenda será ambientado no ano de 1945. As primeiras

tomadas de cena serão feitas em Soledade (planalto sul-riogran-dense), e a sequência gravadas na cidade de origem d’Os Monarcas, Erechim, onde os irmãos Gildi-nho e Chiquito (Nésio e Francisco Desidério Alves Correa), titulares do grupo, começaram sua carrei-ra musical, animando pequenos bailes na região do Alto Uruguai, apresentando diariamente, na Rá-dio Erechim, o programa “Assim canta o Rio Grande”, e estudando

acordeão na Escola de Belas Ar-tes.

O filme tem direção de Osnei de Lima, produção da Cia. Brasilei-ra de Cinema, e tem previsão de lançamento para Abril de 2012, quando o grupo Os Monarcas completam 4 décadas de sucesso.

Aproximadamente 150 pesso-as participarão do elenco do filme que contará com a participação de dezenas de artistas da música po-pular brasileira e grandes nomes da televisão como Débora Duarte, Giuseppe Oristânio e Camilo Bevi-lacqua.

Sob a direção de Osnei de Lima, o filme deve ser lançado em abril do próximo ano e será ambientado no ano de 1945

Os Monarcas gravam filme de sua carreira

Artistas conhecidos do público fazem parte da história que retrata a origem de Os Monarcas

Fotos: Divulgação / aléM Fronteiras

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nCULINÁRIA CAMPEIRAD

ivulgação / aléM F

ronteiras

Matambre enrolado

Matambre é uma carne tirada entre as costelas e o lombo de um bovino, e é uma manta formada por gordura e tecidos fibrosos. É um tipo de carne muito apreciada pelos brasileiros e também por vários outros povos, pois o Matambre é conhecido por todo o mundo, e sempre está presente nas refeições, sendo um alimento muito saboroso.O Matambre geralmente é preparado com recheio e depois é assado. O recheio pode ser de sua preferência, mas os ingredientes mais utilizados para rechear essa carne são: pimentão colorido, cebola, queijo, cenouras cruas, ervilhas, fatias de bacon, salsinha picada, entre outros ingredientes.O Matambre recheado é extremamente delicioso e prático de se fazer, basta ter capricho e escolher os melhores ingredientes, pois assim, esse prato tem tudo para ser um sucesso. Caso haja dúvidas na preparação dessa carne, busque dicas e informações com pessoas que já tem o hábito de fazer o Matambre, ou também, vale a pena buscar algumas dicas em sites ou revistas de culinária, que sempre oferecem diversas dicas legais.O Matambre é um prato delicioso e que sempre faz sucesso nas refeições, por isso aposte nessa deliciosa opção de carne assada, para servir seus amigos e familiares, pois é um delicioso alimento que pode fazer parte do cardápio de diversas ocasiões.

INGREDIENTES1 maço médio de cheiro verde3 cebolas médias4 dentes de alho1 pimenta dedo-de-moça picada100 g de bacon picado250 g de lingüiça de porco picadaóleo de soja para fritarsal a gosto

MODO DE PREPAROLave a carne, seque-a, retire as aparas e tempere-a com sal dos dois lados. Reserve. Lave o cheiro-verde, separe somente as folhas e pique finamente. Descasque as cebolas e pique-as em pedaços bem pequenos. Descasque o alho e corte em tiras finas. Numa superfície lisa, abra a carne com a parte gordurosa para baixo. Espalhe o cheiro-verde, as cebolas, o alho, a pimenta, o bacon e a lingüiça. Enrole a carne como um rocambole e amarre com um barbante bem grosso. Prenda bem para o recheio não escapar. Coloque 1 litro de óleo na panela de pressão, disponha o matambre, tampe a panela e leve ao fogo por 2 horas. Na metade do tempo de cozimento, retire a panela do fogo e vire o matambre de lado. Disponha a carne numa travessa, retire o barbante e corte em fatias de 2 a 3 cm de largura

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Livro a metroDuas vistosas madames, adornadas por fulgurantes casacos de pele, saíram de um carro do ano, luzindo e entraram em minha livraria donas do mundo. Nem me olharam, naturalmente. Foram direto as estantes onde havia coleções. Uma delas retirou da bolsa uma trena e mediu uma das coleções.Abanou a cabeça, desconsolada. A outra apontou uma coleção próxima. Mediram-na. Ainda não era o que desejavam.Até que um conjunto de livros encadernados pareceu satisfazê-las. Tinha o tema que desejavam? Que tema? Tinham as gravuras que buscavam? Que gravura? Eram de algum autor pesquisado? Que autor?Simplesmente combinavam com o espaço disponível na estante da casa de uma delas.- Bem certinho. Até a cor combina!- Vai ficar uma graça...Quem sentiu graça – ou lamentou – fui eu.

nCAUSOS

A “Eneida”, de Machado de Assis

Jovem e bela univesitária, Tépida, perguntou-me:- Onde estão os autores estrangeiros traduzidos?Pergunta estranha, observo. Mas aponto-lhe a estante onde poderá

encontrar clássicos da literatura universal. Ela posta-se diante dos muitos título e fica um longo tempo a examinar tudo. Olha um, e outro, suspira, bate com o salto do sapato de forma impaciente no assoalho, e resolve pedir auxílio.

- Sou aluna do curso de Letras e o professor me recomendou autor estrangeiro traduzido. São muitos, não sei qual escolher.

Sugiro “As vinhas da ira”, de John Stelnbeck.- É muito grosso!Então mostro-lhe “O velho e o mar”, de Ernest Hemingway. Ela gosta do

que vê: um livro fininho. - Este sim, vou levar. Mas tem um outro... Deixa ver se eu me lembro...

Ah, sei, é “Eneida”, de Machado de Assis.- Não seria “Helena”? – Perguntei com delicadeza.- Não. Tenho certeza que é “Eneida”, de Machado de Assis. Mas vamos

fazer o seguinte: eu levo este que o Sr. me indicou, confirmo com o professor sobre a “Eneida”, e volto outro dia. Ta bem?

- Tá.

Textos extraídos do livro “Memórias Novas e Usa-das”, de Manoel dos Santos Martins. Martins Liveiro

Editor, Porto Alegre - 1996 - 84 páginas

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Carreteiro, és no meu pagoA encarnação da paciência.Crioulo de pura essênciaSempre ao passito cruzando,Atrás de ti, vão ficandoAs ilusões da querência!

Velho paisano extraviadoDe alguma peleia brutaNa vastidão que te escutaO teu canto de índio vagoRecorda os filhos do pagoQue não voltaram da luta!

Quando eu escuto os teus gritosAcordando a soledade,Quanta tristeza me invadePorque vejo, carreteiro,Que o destino caborteiroTe carregou de saudade!

Lá vais cortando as quebradasNa imensidão da planura,E na rudez da ternura

Carreteiro!Jayme Caetano Braun

Em: “Galpão de estância”, 2ª ed., 1978, p. 109-12.

DolciMar luiz Da silva - secoM/PMg - Divulgação / aléM Fronteiras

nNOSSO PAMPA

Que do teu rosto se expandeSe diviza uma alma grandeQue algum recuerdo amargura!

Levas contigo a saudadeE tristeza que te vence,Pois nada mais te pertenceE o teu pesado letargoÉ um sorvo de mate-amargoDa tradição rio-grandense!

E quando junto a carreta,O teu fogão se incendeiaSe levanta e corcoveiaSemelhas dentre o clarãoAlgum cacique pagãoNa evocação da peleia!

E ao te ver assim sozinhoVou dizendo uma oração,Pois sinto no coraçãoQue uma saudade perpassa,Que és um fantasma da raçaCarreteando uma ilusão!!!!!!

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