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revista Área - Arquitetando

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ÁREA – A participação na Casa Cor SC 2010, com uma exposição de alto nível, consolida a imagem da AsBEA-SC como uma entidade representativa no Estado. Qual a sua avaliação sobre essa participação? Giovani – Nossa entidade visa, em todas as circunstâncias, a valorização profissional. Poder estar expondo o que temos de melhor na arquitetura latinoamericana para o gran- de público é uma excelente forma de contribuirmos para isso. ÁREA | 23 Foto Vicente Schmitt/Divulgação

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ÁREA | 23

Revista ÁREA – A AsBEA-SC acaba de presentear os catarinenses com a revitaliza-ção da sala Lindolf Bell, no Centro Integrado de Cultura. Como foi essa parceria? Giovani – Este já era um projeto antigo tanto da AsBEA-SC quanto da Fundação Ca-tarinense de Cultura (FCC), na pessoa da então presidente Anita Pires. Por ocasião da primeira edição da Exposição Destaque das Bienais, em 2008, encontramos a Sala Lin-dolf Bell em estado muito ruim. Como a FCC nos cedeu o espaço para a exibição, dando oportunidade de levar Arquitetura como forma de Cultura, oferecemos, para a segunda edição, a revitalização do espaço pela AsBEA-SC e seus parceiros.

ÁREA – A participação na Casa Cor SC 2010, com uma exposição de alto nível, consolida a imagem da AsBEA-SC como uma entidade representativa no Estado. Qual a sua avaliação sobre essa participação? Giovani – Nossa entidade visa, em todas as circunstâncias, a valorização profissional. Poder estar expondo o que temos de melhor na arquitetura latinoamericana para o gran-de público é uma excelente forma de contribuirmos para isso.

ÁREA – Quais outras ações a entidade vem realizando para a valorização e a divul-gação da arquitetura produzida em Santa Catarina?Giovani – Estamos com alguns importantes projetos. Poderíamos destacar o SISAU - Se-minário Internacional de Arquitetura e Urbanismo Sustentável, que estamos realizando com as regionais da AsBEA do Paraná e a do Rio Grande do Sul, num road show nas três capitais. Outro projeto em andamento é o Prêmio Catarinense de Arquitetura, com diversas categorias, aberto a associados da AsBEA-SC e, também, aos associados do IAB-SC, como forma de divulgar e valorizar a produção de arquitetura do Estado de Santa Catarina. E ainda estamos trabalhando num outro projeto piloto, intitulado Ideias para Florianópolis.

ÁREA – E para a qualificação dos escritórios de arquitetura locais? Giovani – Mensalmente realizamos happy hours, onde convidamos associados e outros palestrantes para apresentar alguns assuntos relacionados aos temas pertinentes a nossa atuação. Estes assuntos podem ser temas resultantes de viagens onde encontra-mos algumas ideias que podem repercutir em nossa cidade, lançamentos de livros de ar-quitetos importantes no cenário atual da arquitetura brasileira, assuntos relacionados a sustentabilidade, entre outros. Também promovemos workshops, como o que ocorreu no semestre passado organizado pelo Grupo de Sustentabilidade da AsBEA-SC, coordenado pelo arquiteto Ronaldo Martins. O ciclo de palestras que proporcionamos com alguns dos expositores da mostra Destaque das Bienais é mais um exemplo.

ÁREA – Importante, também, a participação da entidade em questões fundamen-tais para Florianópolis, como no debate do Plano Diretor e no Fórum de Revitaliza-ção do Centro Histórico. Como foi essa atuação? Giovani – Temos alguns representantes da AsBEA-SC em comissões. O Fórum de Revi-talização do Centro Histórico de Florianópolis é acompanhado pela arquiteta Lilian Men-

donça. No Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, a arquiteta Maria Lúcia Mendes Gobbi nos representa. O arquiteto Henrique Pimont participa do Plano Municipal de Habitação de Interesse Social. Nas reuniões do Plano Diretor, quem acompanhou foi nosso vice-presidente para Assuntos Institucionais, arquiteto André Schmitt.Entre outras tantas demandas que nos são solicitadas.

ÁREA – O projeto do Plano Diretor sofreu muitas críticas e está, agora, sendo refor-mulado. Na sua opinião, quais as prioridades a serem consideradas na proposta? Giovani – A consulta popular é muito importante para que se possa conhecer as vo-cações de cada área da cidade, bem como traçar diretrizes para que sirvam de base à formatação da lei. Mas é importante que, num determinado momento, todo este material seja analisado de forma técnica; e, dentro de uma visão estratégica, se transforme num grande plano, contemplando toda a cidade, costurando com as diretrizes determinadas pelas comunidades e dando uma unidade a todo o elenco de demandas que uma grande cidade possui. A cidade é viva; ela exige mudanças que permitam seu crescimento con-tinuo, e inevitável. Mesmo que não se queira, o crescimento de sua população natural acontece e temos de dar resposta para isso.

ÁREA – O aquecimento da construção civil, principalmente na Grande Florianópo-lis, está se refletindo nos escritórios de arquitetura?Giovani – O mercado está aquecido em todo o Brasil. E, como não poderia deixar de ser, aqui também. Principalmente o mercado de habitação de interesse social, com a criação do programa do Governo Federal Minha Casa, Minha Vida. Há algumas críticas a este programa, pois não se preocupa com a questão de infra-estrutura urbana, com o desenho urbano, o que pode ter sérios reflexos futuramente. No segmento de moradia para a classe média e alto luxo, segue aquecido, mas dentro de uma normalidade. Os empreendimentos empresariais têm chamado a atenção, pois têm representado bas-tante crescimento.

ÁREA – Quais competências e diferenciais devem ter os escritórios de arquitetura atuais, considerando as novas exigências de mercado? Giovani – O mercado, cada vez mais, exige profissionalismo. Gestão de qualidade e qualificação de equipe são fundamentais para que se possa sobreviver às demandas do mercado.

ÁREA – E qual o perfil esperado dos arquitetos do século XXI? Giovani – Acredito que a questão da sustentabilidade deixe de ser um argumento de venda de projeto e seja incorporado como prática normal nos projetos de arquitetura, numa contínua forma de evolução. Isto será inevitável, pois é a única forma de podermos continuar atendendo ao crescimento populacional. Tudo que se constrói de uma forma ou de outra impacta no meio ambiente, seja ele construído ou natural. O que se quer é buscar formas de que este impacto seja cada vez menor.

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ITETA

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Muito mais que arquitetos

A regional catarinense da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA-SC) acumula conquistas importantes apesar dos poucos anos de existência. Em apenas quatro anos a entidade consolidou-se como a mais representativa do setor no Estado, envolvida nas questões de mercado, mas, também, diretamente relacionada aos temas do dia-a-dia de todos os catarinenses. Di-ante de seu potencial e alicerçada pelas quase quatro décadas de atuação da AsBEA Nacional, promete muito mais. Com a palavra, o presidente da AsBEA-SC, arquiteto Giovani Bonetti, do escritório Marchetti + Bonetti Arquitetura.

Foto Vicente Schmitt/Divulgação