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ISSN 1679-2645 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA SISTEMA FIEB Bahia ANO XXII Nº 236 MAR/ABR/2015 BAHIA GANHA FáBRICA MODELO SENAI e McKinsey inauguram primeira unidade do equipamento da América Latina

Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

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Bahia ganha Fábrica Modelo SENAI e McKinsey inauguram primeira unidade do equipamento da América Latina

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Page 1: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

ISSN 1679-2645

Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB

Bahia

aNo XXII Nº 236 mar/aBr/2015

Bahia ganhaFáBrica Modelo

SENAI e McKinsey inauguram primeiraunidade do equipamento da América Latina

Page 2: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015
Page 3: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

ediTorial

Ganho rápido de produtividadeOs problemas da indústria nacional e os gargalos

que afetam seu desempenho são velhos conhecidos.

Alguns são de difícil solução, pois dependem dos

agentes públicos. É o caso dos gargalos logísticos,

nos quais se incluem a precariedade dos modais de

transporte e infraestrutura e a alta carga tributária.

Outros podem ser atacados a partir do aperfeiçoa-

mento dos processos produtivos, com a adoção de

técnicas mais modernas e a capacitação de gestores

e do pessoal de fábrica.

Foi por este caminho que o SENAI optou ao acei-

tar o convite da consultoria internacional McKinsey

& Company para implantar no Brasil a primeira Fá-

brica Modelo da América Latina. A unidade foi inau-

gurada no dia 24 de abril, passando a oferecer às

empresas brasileiras um método reconhecido mun-

dialmente na obtenção de ganhos de produtividade e

competitividade. Trata-se do lean manufacturing, ou

manufatura enxuta, modelo que surgiu no Japão do

pós-guerra, na fábrica da Toyota, se disseminou pelo

mundo, evoluiu e agora está disponível também para

as empresas nacionais.

A McKinsey & Company já implantou a Fábrica

Modelo em vários países, mas a escolha do SENAI Ci-

matec como parceiro desta iniciativa na América La-

tina diz muito sobre o reconhecimento da unidade do

SENAI Bahia no cenário nacional e internacional. A

unidade, que recebeu investimentos de R$ 4 milhões,

permite recriar o ambiente de produção de uma in-

dústria e aprimorar processos e modelos de gestão.

A meta é transformar o processo produtivo de até

75 indústrias por ano, sendo que a McKinsey ficará

responsável pelo atendimento às grandes indústrias,

enquanto o SENAI Cimatec terá como público-alvo

as micro, pequenas e médias empresas industriais

baianas.

Com a Fábrica Modelo, que permite ganhos de pro-

dutividade entre 20% e 80%, a expectativa é trans-

formar a indústria baiana, a partir da adoção de um

programa constante de melhorias e aperfeiçoamen-

to produtivo. Outro resultado é o efeito na cultura

organizacional, gerando importantes transforma-

A Fábrica Modelo permite ganhos de produtividade entre 20% e 80% com a adoção de um programa constante de melhorias e aperfeiçoamento produtivo

Leone Peter, diretor-

geral do SENAI Bahia

discursa na inauguração

da Fábrica Modelo

MArcelo gAndrA/coperphoto/sisteMA Fieb

ções no ambiente produtivo.

Após um breve teste da meto-

dologia, realizado ao longo de um

mês, com duas empresas do inte-

rior do estado dos ramos de vestu-

ário e alimentos, a Fábrica Modelo

está atualmente em fase de mon-

tagem da primeira turma com oito

empresas. A aplicação da metodo-

logia se dará no período padrão

de seis meses. Para viabilizar a

iniciativa, o SENAI Bahia conta

com um importante parceiro, que

garante 80% do financiamento,

deixando para a empresa 20% dos

custos como contrapartida finan-

ceira. Com mais esta iniciativa, o

SENAI dá um importante passo vi-

sando o fortalecimento da indús-

tria baiana e nacional.

Page 4: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

4 Bahia Indústria

SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação e

tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria

do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] /

Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de ÓleoS VegetaiS

e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da cerVeja e de BeBi-

daS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão, PaSta de madeira

Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do trigo, milho,

mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de minera-

ção de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conStrução do eStado da Bahia,

[email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS,

detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS

de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto.

antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da

Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria da cidade do SalVador, [email protected]

/ Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS SintéticaS do eStado da Bahia, [email protected] /

Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Produ-

toS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da

Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS

do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da

Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eS-

tado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia,

[email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS

indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eS-

tado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica

e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de tele-

comunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material

elétrico de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eS-

tado da Bahia, [email protected] / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

daS indúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFa-

toS de PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS, [email protected] / Sindicato Patronal daS indúStriaS

de cerâmicaS VermelhaS e BrancaS Para conStrução e olariaS da região SudoeSte e oeSte da Bahia [email protected] Sindicato

da indúStria de aduBoS e corretiVoS agrícolaS do nordeSte (Siacan) [email protected] / Sindicato nacional da indúStria da

conStrução e reParação naVal e oFFShore (SinaVal) [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de PaniFicação e conFeitaria

do eStado da Bahia, [email protected]

Filiada à

Bahia

fiEBPRESIDENTE Antonio ricardo Alvarez Alban. 1° VICE-

-PRESIDENTE carlos henrique Jorge gantois. VICE-

-PRESIDENTES Josair santos bastos; Mário Augusto

rocha pithon; edison Virginio nogueira correia;

Alexi pelagio gonçalves portela Junior. DIRETORES

TITULARES eduardo catharino gordilho; Alberto

cánovas ruiz; eduardo Meirelles Valente; renata

lomanto carneiro Müller; leovegildo oliveira de

sousa; Fernando luiz Fernandes; Juan Jose rosario

lorenzo; theofilo de Menezes neto; José carlos

telles soares; Angelo calmon de sa Junior; Jeffer-

son noya costa lima; Fernando Alberto Fraga; luiz

Fernando Kunrath; João schaun schnitmam. DIRE-

TORES SUPLENTES Mauricio toledo de Freitas; gui-

lherme Moura costa e costa; gladston José dantas

campêlo Waldomiro Vidal de Araújo Filho; cléber

guimarães bastos; Jorge catharino gordilho; Marce-

lo passos de Araújo; Antonio geraldo Moraes pires;

roberto Mário dantas de Farias

conSElhoSCONSELhO DA MICRO E PEqUENA EMPRESA INDUS-

TRIAL carlos henrique Jorge gantois; CONSELhO DE

ASSUNTOS FISCAIS E TRIBUTáRIOS Mário Augusto

rocha pithon; CONSELhO DE COMéRCIO ExTERIOR

Angelo calmon de sá Junior; CONSELhO DE ECONO-

MIA E DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Antonio ser-

gio Alipio; CONSELhO DE INFRAESTRUTURA Marcos

galindo pereira lopes; CONSELhO DE INOVAçãO

E TECNOLOgIA José luis gonçalves de Almeida;

CONSELhO DE MEIO AMBIENTE Jorge emanuel reis

cajazeira; CONSELhO DE RELAçõES TRABALhISTAS

homero ruben rocha Arandas; CONSELhO DE

RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL Marconi

Andraos oliveira; COMITê DE JOVENS LIDERANçAS

INDUSTRIAIS eduardo Faria daltro; COMITê DE PE-

TRóLEO E gáS humberto campos rangel; COMITê

DE PORTOS sérgio Fraga santos Faria

ciEBPRESIDENTE reginaldo rossi. 1º VICE-PRESIDENTE

Jorge emanuel reis cajazeira. 2º VICE-PRESIDENTE

carlos Antonio borges cohim da silva. 3º VICE-PRE-

SIDENTE roberto Fiamenghi. DIRETORES TITULARES

Arlene Aparecida Vilpert; benedito Almeida carnei-

ro Filho; cleber guimarães bastos; luiz da costa

neto; luis Fernando galvão de Almeida; Marcelo

passos de Araújo; Mauricio lassmann; paula cris-

tina cánovas Amorim; hilton Moraes lima; thomas

campagna Kunrath; Walter José papi; Wesley Kelly

Felix carvalho. DIRETORES SUPLENTES Antonio Fer-

nando suzart Almeida; carlos Antônio Unterberger

cerentini; décio Alves barreto Junior; Jorge robledo

de oliveira chiachio; Fernando elias salamoni cas-

sis; José luiz poças leitão Filho; Mauricio carvalho

campos; sudário Martins da costa; CONSELhO FIS-

CAL - EFETIVOS luiz Augusto gantois de carvalho;

rafael cardoso Valente; roberto ibrahim Uehbe.

CONSELhO FISCAL – SUPLENTES Felipe pôrto dos An-

jos; rodolpho caribé de Araújo pinho neto; thiago

Motta da costa

SESiPRESIDENTE DO CONSELhO E DIRETOR REgIONAL

Antonio ricardo Alvarez Alban.

SUPERINTENDENTE Armando da costa neto

SEnaiPRESIDENTE DO CONSELhO Antonio ricardo A. Alban.

DIRETOR REgIONAL leone peter Andrade

iElPRESIDENTE DO CONSELhO E DIRETOR REgIONAL

Antonio ricardo Alvarez Alban.

SUPERINTENDENTE evandro Mazo

DIRETOR ExECUTIVO DO SISTEMA FIEB

Vladson Menezes

Para informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato

Unidades do Sistema FIEB

SESI – SERVIçO SOCIAL DA INDúSTRIA

Sede: 3343-1301@Educação de Jovens e Adultos – RMS: (71) 3343-1429 @Responsabilidade Social: (71) 3343-1490@Camaçari: (71) 3205 1801 / 3205 1805@Candeias: (71) 3601-2013 / 3601-1513@Itapagipe: (71) 3254-9930@Itaigara: (71) 3444-4250 / 4251 / 4253@Lucaia: (71) 3205-1801@Piatã: (71) 3503 7401@Retiro: (71) 3234 8200 / 3234 8221@Rio Vermelho: (71) 3616 7080 / 3616 7081@Simões Filho: (71) 3296-9300 / 3296-9330@Eunápolis: (73) 8822-1125@Feira de Santana: (75) 3602 9762@Sul: (73) 3639 9331 / 3639 9326@Jequié: (73) 3526-5518@Norte: (74) 2102-7114 / 2102 7133@Valença: (75) 3641 3040@Sudoeste: (77) 3422-2939 @Oeste: (77) 3628-2080

SENAI – SERVIçO NACIONAL DE APRENDIzAgEM INDUSTRIAL

Sede: 71 3534-8090@Cimatec: (71) 3534-8090@Dendezeiros: (71) 3534-8090 @Cetind: (71) 3534-8090@Feira de Santana: (75) 3229-9100 @Ilhéus: (73) 3639-9300 @Luís Eduardo Magalhães: (77) 3628-5609@Barreiras: (77) 3612-2188

IEL – INSTITUTO EUVALDO LODI

Sede: 71 3343-1384/1328/1256@Barreiras: (77) 3611-6136@Camaçari: (71) 3621- 0774@Eunápolis: (73) 3281- 7954@Feira de Santana: (75) 3229- 9150@Ilhéus: (73) 3639-1720@Itabuna: 3613-5805@Jacobina: (74) 3621-3502@Juazeiro: (74) 2102-7114@Teixeira de Freitas: (73) 3291-0621@Vitória da Conquista: (77) 3424-2558

CIEB - CENTRO DAS INDúSTRIAS DO ESTADO DA BAhIA

Sede: (71) 3343-1214

sistema fieb nas mídias sociais

editada pela gerência de comunicação institucional

do sistema Fieb

CONSELhO EDITORIAL Mônica Mello, cleber borges e patrícia Moreira. COORDENAçãO EDITO-

RIAL cleber borges. EDITORA

patrícia Moreira. REPORTAgEM

patrícia Moreira, carolina Men-donça, Marta erhardt, rafael pereira, luciane Vivas e surenã dias (estagiário). PROJETO gRá-

FICO E DIAgRAMAçãO Ana clélia rebouças. FOTOgRAFIA coper-photo. ILUSTRAçãO E INFOgRAFIA bamboo editora. IMPRESSãO

gráfica trio.

FEDERAçãO DAS INDúSTRIAS

DO ESTADO DA BAhIA

rua edístio pondé, 342 – stiep, cep.: 41770-395 / Fone:

71 3343-1280 www.fieb.org.br/bahia_indus-

tria_online

As opiniões contidas em artigos assinados não refletem necessa-riamente o pensamento da Fieb.

Page 5: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

Reformulado,

Prêmio IEL de

Estágio está com

inscrições abertas

até 31 de maio

NOVAS CATEGORIAS

FIEB realiza a

primeira edição

da Expo Indústria,

em outubro, em

Feira de Santana

VITRINE PARA A INDÚSTRIA

SESI Bahia, que gerencia os projetos

Odontomóvel Ford e o Centro de

Educação Ambiental, vai assessorar a

Ford Brasil na gestão dos seus projetos

de Responsabilidade Social

PARCERIA DO SESI BAhIA COM A FORD AMPLIA FRONTEIRAS

Conheça mitos e verdades sobre o

projeto de terceirização, que está em

tramitação no Senado, após ter sido

aprovado na Câmara dos Deputados,

onde recebeu 200 emendas

FIEB DEFENDE PROjETO quE REGuLAMENTA A TERCEIRIzAçãO

SENAI e McKinsey

trazem para a

América Latina

metodologia da

modelagem

enxuta nos

processos

industriais

TECNOLOGIA DE PRODuçãO

suMário mar/abr 2015

22

Fábrica Modelo,

em foto de

Marcelo gandra

14

16

6 28

MArcelo gAndrA/coperphoto/sisteMA Fieb

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Page 6: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

6 Bahia Indústria

POR patrícia moreira e cleber borges

aprovado na Câmara dos Deputados, no dia 22

de abril, após receber mais de 200 emendas,

o Projeto de Lei 4330/04, que regulamenta a

prática da terceirização nas empresas brasi-

leiras, chegou no dia 27 de abril ao Senado Federal

para mais uma etapa de tramitação.

O PL é considerado pela Federação das Indústrias

do Estado da Bahia (FIEB), que integra mobilização

nacional coordenada pela Confederação Nacional

da Indústria (CNI), instrumento fundamental para

a competitividade da economia e para a proteção ao

trabalhador terceirizado, assegurando-lhe acesso à

legislação trabalhista e a seus benefícios.

“Mais de metade da indústria brasileira sairá pre-

judicada caso o Senado não mantenha os avanços

presentes no projeto que regulamenta a terceiriza-

ção, resultando em perda de competitividade ou

mesmo fechamento de linhas de produção”, obser-

va o presidente da FIEB, Antonio Ricardo Alban. O

entendimento da Federação é que regulamentar é

PL da Terceirização chega ao SenadoFieb aposta no pl 4330 por entender que ele garante segurança jurídica para o ambiente de negócios e preserva direitos dos trabalhadores

estimular a atividade produtiva, preservando em-

pregos e reduzindo conflitos na Justiça do Trabalho,

contribuindo para melhorar o ambiente de negócios

brasileiro.

O coordenador do Conselho de Relações Traba-

lhistas (CRT) da FIEB e membro do CRT da CNI, Ho-

mero Arandas, acrescenta que, além de proteger os

trabalhadores e definir as responsabilidades do to-

mador e do prestador de serviços, evitando a preca-

rização das condições de trabalho, o Projeto de Lei

é fundamental para assegurar a competitividade da

indústria. “A terceirização é um fato no mundo atu-

Sessão de

votação do PL

4330/04, na

Câmara dos

Deputados

Page 7: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

Bahia Indústria 7

Wilson diAs/AgênciA brAsil

al, realidade presente em todos

continentes, em todas as cadeias

produtivas e responsável por mi-

lhões de empregos formais”, res-

salta Arandas.

Diante da importância da ma-

téria, a FIEB aderiu à mobilização

nacional convocada pela Confe-

deração Nacional da Indústria

(CNI) e agora trabalha na sensibi-

lização dos senadores baianos em

favor do PL.

INSEGURANÇA JURÍDICASegundo a Retrospectiva PME 2003-2012, realiza-

da pelo IBGE, os serviços terceirizados empregam

22,7% dos trabalhadores formais do Brasil. A taxa

de formalização nos serviços terceirizados é a mais

elevada entre as atividades avaliadas pelo IBGE na

pesquisa, com 72,1% dos trabalhadores tendo cartei-

ra assinada.

No ambiente das indústrias, a Sondagem Especial:

Terceirização, realizada pela CNI, aponta que 70%

das empresas do segmento contratam serviços tercei-

rizados, mas 60% delas apontam a falta de segurança

jurídica como principal dificulda-

de ao recorrerem à terceirização.

A principal incerteza enfrenta-

da por empresas industriais que

terceirizam é de ordem jurídica,

decorrente de possíveis passi-

vos trabalhistas, assinalado por

59,9% das empresas ouvidas. Em

seguida, as dificuldades que mais

preocupam o setor industrial são

arcar com custos maiores que o es-

perado (43,2%) e obter do serviço

Page 8: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

8 Bahia Indústria

contratado qualidade menor que a esperada (42,9%).

Segundo dados do Tribunal Superior do Trabalho

(TST), são mais de 16 mil ações acumuladas naquela

Corte. A aprovação de uma lei específica para regu-

lamentar a terceirização serviria para dar segurança

para as empresas e trabalhadores, propiciando me-

lhores condições para geração de empregos e cresci-

mento da economia brasileira.

ESPECIALIZAÇÃOA divisão de etapas produtivas para prestadores

de serviços terceirizados é vista como instrumento

essencial para acesso a melhores técnicas, tecnolo-

gias e eficiência, com reflexo direto no custo do pro-

duto nacional e essencial para colocar a indústria na-

cional em condições de competir não apenas no mer-

cado interno, mas dentro de cadeias globais de valor.

Outro benefício em relação à terceirização é que

ela promove a integração de empresas no forneci-

mento de bens e serviços, não sendo uma simples

modalidade de contratação de trabalhadores para

burlar a legislação trabalhista ou reduzir custos da

folha de pagamento.

A Sondagem Especial: Terceirização mostra ainda

que 75,2% das indústrias que terceirizam observam,

de forma espontânea, se a contratada cumpre com os

encargos e obrigações trabalhistas (INSS, FGTS e ou-

tros). Não há, atualmente, obrigação legal para que as

contratantes garantam essa “dupla rede de proteção”

ao terceirizado, mas está prevista no PL 4.330/2004,

lembra Arandas. [bi]

Wilson diAs/AgênciA brAsil

Na Câmara

Federal, a

proposta

recebeu 200

emendas dos

deputados

TERCEIRIZAÇÃO – MITOS E VERDADESO PL 4330/04 tem sido objeto de avaliações incorretas passadas aos trabalhadores e à sociedade. Veja alguns desses mitos

O PL 4330/04 retira direitos dos Trabalhadores No texto que será apreciado pelo Senado Federal, não há um único artigo que retira direitos do trabalhador. Pelo contrário, nele estão assegurados aos trabalhadores não só o cumprimento de toda legislação trabalhista como também benefícios e vantagens conquistados pelos sindicatos dos empregados da empresa contratada. Bom lembrar que a legislação trabalhista é igual para todas as empresas. E a empresa contratante terá a obrigação de fiscalizar a contratada, quanto a pagamento de salários, horas extras, 13º salário, FGTS, férias etc, sob pena de ser responsabilizada.

Haverá “pejotização” (empregados transformados em firmas individuais)O Artigo 2º., inciso III, § 2º.III impede a terceirização de pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos 12 meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se aposentados. A terceirização aprovada na Câmara inibe a “pejotização”, pois, para ser contratada, a empresa precisa: a) ser especializada, b) ter qualificação técnica; c) ter objeto social único; d) capital social integralizado compatível com o serviço a ser prestado; e e) prestar garantia de 4% sobre o valor do contrato firmado. Além disso, na relação entre o empregado da contratada e a contratante não poderão existir requisitos que caracterizam vínculo empregatício (subordinação, onerosidade, pessoalidade e habitualidade). Caso aconteça, a terceirização será ilícita e o empregado terá o vínculo de emprego com a contratante reconhecido (V. Art 4º. §1º.).

Vai ocorrer aumento dos acidentes de trabalhoA legislação previdenciária, normas regulamentadoras e instruções normativas do MTE abrangem todas as empresas. Ao prestar serviços no site da empresa contratante, a contratada e seus trabalhadores terão que cumprir as orientações, normas e procedimentos de prevenção ali estabelecidos. Está assegurado, inclusive, atendimento médico/ambulatorial.

Haverá redução do empregoPelo contrário, nos países que adotam a terceirização de forma ampla, como Canadá, Alemanha e Estados Unidos, ocorreu maior geração e formalização de empregos. Não se pode esquecer que 50% da população economicamente ativa no Brasil vivem na informalidade, sem a proteção da legislação trabalhista e previdenciária. Além disso, 12,5 milhões de trabalhadores de empresas terceirizadas não têm a proteção agora definida no PL 4330/04.

Page 9: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

circuito

Bahia Indústria 9

POR CLEBER BORGES

Indústria paga a energia mais caraO Brasil é o país que pratica as

tarifas de energia mais caras para

a indústria, conforme avaliação

da Agência Internacional de

Energia. Esse recorde produz

reflexos negativos para a

competitividade do setor

industrial no mercado

internacional, ressalta Ivo

Augusto de Abreu Pugnaloni,

presidente da Associação

Brasileira de Fomento às

Pequenas Centrais Hidroelétricas.

Isso é maléfico até para o próprio

governo. Segundo avalia, o país

gastou quase 50% do superávit

primário por ano, em 2013 e 2014,

comprando diesel, gás liquefeito e

óleo combustível para não sofrer

um apagão.

Produção e giro inflam custo industrialOs custos com produção e com

capital de giro inflaram em 5% os

gastos da indústria em 2014.

Somente o custo com capital de

giro cresceu 20,8%, enquanto as

despesas com produção (incluem

energia, pessoal e bens

intermediários) subiram 6,3%,

informa estudo da Confederação

Nacional da Indústria. Entre as

despesas de produção, as com

pessoal (alta de 7,9%), e as de

energia (aumento de 12,6%), foram

as mais expressivas. A elevação do

gasto com energia ocorreu,

sobretudo, pela expansão de 11,4%

no valor gasto com energia elétrica

e de 16,5% com óleo combustível

(termelétricas). Bens

intermediários, que também

integram os custos, aumentaram

5,6%. Já os dispêndios com

tributos caíram 0,8%.

Aumentar a competitividade com baixo impacto fiscal

O Conselho Consultivo do Setor Privado, da Câmara de Comércio Exterior,

apresentou propostas que podem alavancar a competitividade da indústria brasileira

e do país com baixo ou nenhum impacto fiscal. A intenção é facilitar caminhos para

novos mercados. Abaixo, três das propostas:

• Estabelecer uma estratégia de negociação comercial para o Brasil que ultrapasse a

questão de tarifas e trate de investimentos, serviços e compras governamentais.

• Ampliar a negociação de novos Acordos de Cooperação e Facilitação de

Investimentos com países da África, América Latina, dos Brics e de países

desenvolvidos. Esses acertos mitigam os riscos políticos nas operações de empresas

brasileiras no exterior.

• Negociar novos Acordos para Evitar a Dupla Tributação (ADTs) com países

prioritários para o investimento brasileiro: Estados Unidos, Alemanha, Colômbia,

Paraguai, Reino Unido, Uruguai, Austrália, Moçambique e Angola.

“AindA temos muito A Aprender sobre A melhor formA de fAzer políticA

monetáriA.” Ben Bernanke, presidente do Banco Central dos EUA, referindo-se à dificuldade comum a toda autoridade monetária em decidir sobre a quantidade de moeda em circulação e a taxa de juros para controle da inflação.

PIB pode cair 1,2% e a indústria 3,4%O quadro econômico em

desaceleração levou a

indústria brasileira a prever

queda no desempenho da

economia em 2015. O relatório

trimestral Informe

Conjuntural, da CNI, prevê

redução de 1,2% do PIB do

país e de 3,4% no PIB da

indústria. A retração setorial

será puxada pelas quedas de

4,4% na indústria de

transformação, 5,5% na

construção civil e 2,8% nos

Serviços Industriais de

Utilidade Pública, que

incluem a produção e

distribuição de energia

elétrica e a captação,

tratamento e distribuição de

água. A queda do PIB

industrial aliada ao recuo de

0,6% previsto no consumo

das famílias trará uma

retração de 0,4% no setor de

serviços, cuja última queda

ocorreu há mais de 20 anos. A

agropecuária será o único

segmento a registrar alta no

ano, de apenas 0,5%.gentil

Page 10: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

10 Bahia Indústria

sindicatos

MArcelo gAndrA/coperphoto/sisteMA Fieb

Praticando a Negociação Coletiva foi o tema da oficina promovida pela FIEB, como parte do

Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), em março, em Salvador. Os participantes

colocaram em prática técnicas de negociação coletiva, com análise de cenário, definição de

estratégias e discussão de pauta de reivindicação. “O conteúdo apresentado foi importante

para orientar tanto os dirigentes que já vivenciam o processo negocial, quanto para os que

não têm essa prática”, destacou o presidente do Sindisabões-BA, Juan Lorenzo. Outra ação

do PDA, a oficina Sistema de Inteligência de Negócios da Indústria – Módulo Sindical,

apresentou a ferramenta de Business Intelligence, desenvolvida pela CNI. O BI Sindical

subsidia o planejamento e a atuação do sindicato, envolvendo arrecadação, representação,

regularidade perante o Ministério do Trabalho e negociação coletiva. O PDA também tem

promovido capacitações voltadas para empresários. As ações ocorrem em parceria com CNI

e Sebrae e, no interior, têm apoio do CIEB.

Oficina Praticando a Negociação Coletiva reuniu presidentes de sindicatos, em março

III Encontro Mundial da ISO Florestal na BahiaMais de 50 representantes de

países ligados à criação da Norma

Florestal ISO 19.228 estiveram

presentes no III Encontro Mundial

da ISO Florestal, realizado entre

os dias 16 e 20 de março, em

Salvador, para discutir os padrões

internacionais e princípios

mundiais da certificação florestal.

Durante o encontro, foram

realizados debates sobre manejo

florestal, legalidade e procedência

da madeira comercializada,

inclusão de pequenos produtores

no contexto da norma,

mecanismos de controle e

gerenciamento de fornecedores.

O presidente do Sindicato das

Indústrias de Papel e Celulose da

Bahia (Sindpacel) e chairman

mundial da ISO 19.228, Jorge

Cajazeira, esclarece que o setor

privado tem um papel

fundamental na conservação das

florestas. “As empresas líderes já

enxergaram essa tendência e se

articularam 20 anos atrás,

quando criaram os primeiros

sistemas de certificação florestal

voluntários. Agora, essa

tendência chega para todas as

empresas e aquelas que ficarem

de fora certamente enfrentarão

dificuldades para comercializar

seus produtos”.

Sindipeças aposta naampliação da baseA nova diretoria do Sindipeças,

eleita em março, pretende ampliar

a base de associados na Bahia,

hoje formada por 40 empresas.

Roberto Rezende, da Flex-N-Gate,

vai presidir a entidade, ao lado do

diretor-geral Alexandre Gandra.

Oficina capacita líderes sindicais

Sindcosmetic discute projeto de certificaçãoA criação de um projeto de certificação para as

empresas de cosméticos foi debatida pelo

Sindcosmetic-BA e pelo Ibametro, em março. A

proposta visa fortalecer a credibilidade dos produtos

baianos no mercado, garantindo que os processos de

gestão e produção atendam a requisitos de

qualidade e sustentabilidade ambiental. “É preciso

criar mecanismos que possibilitem a certificação da

qualidade dos produtos, de modo a aumentar a

competitividade no mercado local”, defendeu Raul

Menezes, presidente do sindicato. Um grupo de

trabalho vai mapear os empecilhos que as empresas

enfrentam para atender as normas.

Sinprocim abre inscrições para certificação SqSEstão abertas as inscrições para o

processo de certificação do Selo

de Qualidade Sinprocim-BA

(SQS), concedido às empresas que

possuem padrões de excelência

em seu processo de fabricação e

gestão. “O selo valoriza as

empresas do setor e promove a

diferenciação entre aquelas que

praticam controle de qualidade e

conformidade nos seus processos

e produtos”, afirmou o presidente,

José Carlos Soares.

Page 11: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

Bahia Indústria 11

O Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Cerâmica para

Construção e Olaria do Estado da Bahia (Sindicer), em parceira com o

Sistema FIEB e Sebrae, realizou, em fevereiro, em Alagoinhas, o

Encontro de Ceramistas da Região Central e Litoral Norte. O evento

reuniu cerca de 20 empresários para discutir os impactos da

fiscalização do trabalho e ambiental na competitividade da indústria

cerâmica. A programação contou com palestra de Geane Almeida, da

Gerência de Meio Ambiente e Responsabilidade Social da FIEB, que

apresentou os impactos da fiscalização ambiental para a indústria de

cerâmica. Outro tema abordado, em palestra do SESI, foi a NR-12, que

trata da Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.

eleições

Sincafé. O Sindicato das Indústrias de Café

do Estado da Bahia (Sincafé) está sob nova

presidência. O empresário e vice-presidente

da entidade, Antônio Roberto Rodrigues de Almeida, assumiu

a liderança do sindicato após

a saída, em dezembro, do

presidente Rutenberg Campos

Ferreira da Silva. O mandato da

atual diretoria segue até 2016.

SICC. Empossada em fevereiro, a diretoria do

Sindicato das Indústrias de Construção Civil

de Itabuna e Ilhéus (SICC) segue à frente da

entidade para mais um mandato, que vai até

2018. Segundo o presidente reeleito, Leovegildo Oliveira de Sousa, as expectativas para o novo

mandato são positivas. “Vamos

dar continuidade ao trabalho

que já vinha sendo realizado

e melhorar a estrutura física

do sindicato, além de atrair

iniciativas e programas da

Federação para a região, o que

já foi iniciado, com a construção

do complexo de serviços do Sistema FIEB,

localizado entre os municípios de Ilhéus e

Itabuna”, afirmou.

Sinpeq. Empossada no dia 10 de março,

a diretoria do Sindicato das Indústrias de

Produtos Químicos e Petroquímicas de

Camaçari, Candeias e Dias D’Ávila (Sinpeq)

foi reeleita para mais um mandato, que vai até

2018. Para o presidente, Roberto Fiamenghi, os desafios são grandes. “A indústria atravessa

um período de queda expressiva da produção.

Esperamos que a negociação

coletiva com o laboral avance de

forma consciente, diante das

dificuldades do atual momento.

Vamos continuar atuando com

a FIEB e a CNI no intuito de

buscar, junto ao governo federal, a

redução da carga tributária, que onera

a indústria, para minimizar os efeitos da crise”,

avaliou.

Missão técnica do Simagran visita feira em VitóriaUma missão composta por nove diretores do Sindicato da Indústria

de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia (Simagran-

BA) participou, em fevereiro, de uma visita técnica à Vitória Stone

Fair - Marmomacc Latin America 2015. Considerada uma das maiores

e mais representativas do setor da América Latina, a feira foi

realizada na capital do Espírito Santo, maior estado brasileiro

produtor de rochas ornamentais. Além do acesso às novas

tecnologias e tendências de mercado, a ação permitiu aos

empresários a realização de novos negócios e contato com

fornecedores. “A variação cambial tem aberto grandes possibilidades

de aumento das exportações de rochas e a participação neste evento

nos permite importantes contatos comerciais”, destacou o presidente

do Simagran, Marcos Regis Andrade. A 39ª edição do evento reuniu

420 expositores de 126 países.

Sindicer reúne empresários

VAlter pontes/cooperphoto/sisteMA Fieb

geane Almeida falou do impacto da fiscalização ambiental

Page 12: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

12 Bahia Indústria

POR patrícia moreira

robótica, cidadania e inovaçãoequipe do sesi bahia vence na categoria solução inovadora do torneio nacional e se classificapara a etapa internacional

a equipe de robótica Di-

nasty, do SESI Piatã, con-

quistou o 1º lugar na cate-

goria Solução Inovadora

do Torneio Nacional de Robótica

First Lego League (FLL), realizado

em Brasília, entre os dias 13 e 15 de

março, e ficou em 10º lugar entre

as 13 classificadas para a etapa in-

ternacional do torneio, que foi dis-

putada por 60 equipes. Entre as 13

selecionadas, oito vão participar

dos torneios internacionais, como

o World Festival, que ocorrerá em

Saint Louis, nos Estados Unidos, o

Aberto da África do Sul e o Aberto

da Austrália. As demais equipes,

entre as quais a Dinasty, ficaram

na suplência e somente irão para

a etapa internacional se houver

desistência.

Esta foi a segunda participação

do SESI Bahia no Torneio de Robó-

tica Nacional e sua melhor clas-

sificação histórica. O SESI Bahia

participou da competição com

duas equipes, a Dinasty e a F5, do

SESI Candeias. A gerente do SESI

Piatã e diretora da Escola Djalma

Pessoa, da qual a Dinasty faz par-

te, Cristina Andrade, parabenizou

os estudantes pela conquista.

“É um recorte do papel desta

escola, e das escolas da Rede Se-

si na Bahia, pesquisar buscando

solucionar problemas reais. Os

Page 13: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

Bahia Indústria 13

alunos, desde a educação infantil, são incentivados

e ajudamos na formação de seres pensantes, críticos,

com foco. Esse prêmio traz o reconhecimento de um

trabalho conjunto da Rede SESI e o mérito não é só

para a Djalma Pessoa”, disse Cristina Andrade.

CIDADANóPOLISO troféu de melhor Solução Inovadora foi con-

quistado graças ao “Cidadanópolis”, um jogo de

tabuleiro que apresenta uma proposta pedagógica

voltada para estudantes do ensino fundamental II

e que auxilia os professores de História e Ética nas

aulas referentes ao funcionamento do Sistema De-

mocrático Brasileiro e, mais especificamente, aos

cargos políticos. O jogo também serve para mostrar

aos estudantes seu papel de cidadão na sociedade,

além do papel das autoridades.

Para Walter Ribeiro da Purificação, integrante

Estudantes

comemoram

e apresentam

o jogo de

tabuleiro

Cidadanópolis

da Dynasty e aluno da 3ª série do Ensino Médio da

Escola Djalma Pessoa, a participação na etapa na-

cional do torneio FLL em Brasília veio coroar todo

um trabalho desenvolvido ao longo do ano de 2014.

“Estávamos orgulhosos com o resultado que obtive-

mos na etapa regional, no qual ficamos em 3º lugar

no ranking geral, e fomos para Brasília buscar a tão

sonhada colocação entre as melhores equipes do

Brasil. Ficamos na 10ª colocação no geral, 1º lugar

no Prêmio Solução Inovadora e 1º lugar no Norte

Nordeste. Esse resultado foi fruto do empenho da

equipe, das oportunidades que a Escola Djalma Pes-

soa nos dá e dos meses de estudo e dedicação, as-

sim como, do apoio dos profissionais envolvidos na

orientação das nossas atividades”.

Na temporada 2014/2015, o torneio teve como tema

World Class e os estudantes foram desafiados a de-

senvolver propostas para a aprendizagem no futuro

e fazer com que a busca pelo conhecimento seja mais

instigante e criativa. Cada equipe escolheu um tema e

apresentou uma solução inovadora para aperfeiçoar

o aprendizado. São ideias que podem sair do papel e

virar realidade dentro da própria escola.

A equipe Dynasty é formada por 12 estudantes do

1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio: Ana Luisa de Sou-

za Dias, Aryon Chislovsky M. da Fonseca, Barbara

Oliveira Ferreira, Camila Medeiro dos Santos, Camila

Medeiro dos Santos, João Victor Dacilio Pereira, Luana

Cordeiro Lopes, Marcos Jesus da Silva Serra, Raissa de

Jesus Pereira, Roberto Felipe Pereira, Yuri de Jesus Ma-

chado e Walter Ribeiro da Purificação. A equipe é in-

tegrada ainda por Janina Kieronski, coordenadora pe-

dagógica, e pelos professores Jackson Amorim Góes,

Marcos Almeida Sousa e Aline Nazaré. [bi]

José

pAUlo

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Page 14: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

14 Bahia Indústria

O estudante de engenharia Marcelo Meirelles

constatou na prática a importância do está-

gio para sua formação profissional. Depois

de dois anos de estágio na Continental do

Brasil, ele foi contratado para o departamento de

Engenharia Industrial da empresa, que atua na me-

lhoria contínua do processo produtivo e projetos de

eficiência e produtividade.

Realizado, ele acredita que o período de apren-

dizado foi importante para que crescesse e amadu-

recesse profissional e pessoalmente. "É quando o

universitário começa a tomar direção daquilo que

realmente quer para sua carreira. É o momento de ab-

sorver tudo o que os profissionais mais experientes

têm para oferecer e de se lançar para o mercado de

trabalho", avalia.

A contratação não foi o único reconhecimento da

experiência de estágio do jovem. Em 2014, o projeto

que ele desenvolvia na empresa, para melhoria no

sistema de transporte de pneus, foi um dos vence-

dores do Prêmio Melhores Práticas de Estágio do IEL.

"O prêmio me deu muita motivação para continuar

trabalhando e desenvolvendo projetos. Me mostrou

que eu estava no caminho certo, além de ter me dado

mais visibilidade dentro da empresa e mais confiança

dos meus gestores", avalia.

A premiação está com inscrições abertas até 31

de maio para a sua 12ª edição. Com o objetivo de re-

Prêmio às melhores práticas na empresaA 12ª edição do prêmio de estágio está com inscrições abertas até 31 de maio e terá este ano novas categorias

POR marta erhardt

conhecer a atuação de todos os

agentes envolvidos no processo

de estágio, neste ano, o prêmio foi

reformulado, com a criação de no-

vas categorias. As mudanças foram

apresentadas no dia 4 de março, na

primeira reunião do ano do Fórum

de Estágio da Bahia, realizada na

sede da Federação das Indústrias

do Estado da Bahia (FIEB).

CATEGORIASEm 2015, além das empresas

com melhores práticas de atração,

desenvolvimento e retenção de

estagiários, também serão pre-

miados os estudantes que se des-

tacam e as instituições de ensino

que apoiam e incentivam a práti-

ca de estágio durante a formação

acadêmica dos alunos.

As representantes do IEL Nacio-

nal, Lúcia Macedo e Lígia Pereira,

participaram da reunião e anun-

ciaram as mudanças efetuadas

no prêmio. “O intuito é fazer com

que o prêmio seja reconhecido

nacionalmente, apoiando a disse-

minação de melhores práticas de

estágio em todo o país”, pontuou

Lígia Pereira.

Na categoria Empresa Destaque

será avaliada a gestão das práticas

do programa de estágio. Podem

participar empresas públicas e

privadas, além de entidades do

terceiro setor de todo o Estado, nas

classificações: micro/ pequeno,

médio ou grande porte.

Na categoria Estagiário Des-

taque, podem se inscrever estu-

dantes de educação profissional

de nível técnico ou superior. Já na

categoria Instituição de Ensino de

Destaque, podem participar insti-

tuições de ensino público ou pri-

vado, atuantes com educação pro-

fissional e/ou educação superior.

A premiação estadual será re-

alizada no dia 18 de agosto, no

auditório da FIEB. Para efetuar a

inscrição, os interessados devem

baixar o regulamento do prêmio

no site do IEL (www.fieb.org.br/

iel), preencher a documentação

referente à categoria escolhida e

Page 15: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

Bahia Indústria 15

Representante

do IEL Nacional

anunciou as

mudanças no

prêmio

Angelo pontes/coperphoto/sisteMA Fieb

enviar via e-mail ou entregar na

unidade do IEL mais próxima. O

IEL garante a confidencialidade

das informações fornecidas. Mais

informações podem ser obtidas

por telefone nos números (71)3343-

1365 e (71)3343-1453 ou pelo e-mail

[email protected].

FóRUM A reunião de março do Fórum

de Estágio da Bahia também teve

como objetivo discutir formas de

atrair novas empresas e institui-

ções de ensino para o Fórum de

Estágio. “Com o Fórum queremos

discutir questões relevantes na

área de estágio que nos ajudem na

construção de um ambiente cola-

borativo”, defendeu o superinten-

dente do IEL, Evandro Mazo.

“Nosso objetivo é fortalecer o

Fórum em prol de um ambiente

de estágio melhor em todo o esta-

do”, complementou a gerente de

Estágio e Formação de Talentos do

IEL, Edneide Lima. Desde que foi

criado, em 1999, o Fórum de Está-

gio da Bahia promoveu diversas

iniciativas em parceria com o IEL.

Dentre as quais estão a criação do

Manual de Boas Práticas de Está-

gio, 15 workshops, 11 edições do

Prêmio de Estágio e 19 feiras do

setor no interior do estado.

“Os resultados mostram um di-

ferencial do IEL Bahia, que atua

muito além da intermediação,

mostrando as diversas possibili-

dades do estágio”, avaliou a repre-

sentante do IEL Nacional, Lúcia

Macedo. [bi]

Page 16: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

16 Bahia Indústria

os anos 1950, no cenário econômico hostil

do pós-Segunda Guerra Mundial, a fábri-

ca da Toyota, no Japão, colocou em práti-

ca uma nova tecnologia de produção, que

conseguiu reposicionar a empresa e aca-

bou tornando-se um modelo global, ado-

tado por empresas de todo o mundo. Es-

tamos falando da lean manufacturing ou

manufatura enxuta, prática que promove

importantes ganhos de produtividade e

competitividade, proporcionando às indústrias um aperfei-

çoamento constante do seu modelo de produção.

Os principais conceitos e técnicas operacionais dessa tec-

nologia são a base da Fábrica Modelo, a primeira implantada

na América Latina, inaugurada no dia 24 de abril, no SENAI

Cimatec. Resultado de uma parceria entre a McKinsey & Com-

pany e o Sistema FIEB, por meio do SENAI, a unidade recebeu

um investimento de R$ 4 milhões e está prospectando empre-

sas para formar a primeira turma de capacitação.

A meta da Fábrica Modelo é transformar o processo pro-

dutivo de até 75 indústrias por ano, proporcionando-lhes ga-

nhos de produtividade entre 20% e 80%. O SENAI Cimatec

vai concentrar o atendimento nas micro, pequenas e médias

empresas (MPME) da Bahia, enquanto a McKinsey ficará res-

ponsável pelo atendimento às grandes empresas nacionais e

multinacionais.

A divisão atende à filosofia da direção da Federação, que

elegeu as micro, pequenas e médias empresas industriais

como foco prioritário de suas ações. Para o presidente da

FIEB, Ricardo Alban a expectativa é que as MPME possam

POR rafael pereira e patrícia moreira

Tecnologia coM

McKinsey e senAi inauguram primeira Fábrica Modelo da América latina, que vai funcionar no cimatec

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padrão japonês

Page 17: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

Bahia Indústria 17

Para implantar a unidade

no SENAI Cimatec foram

investidos R$ 4 milhões

Page 18: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

18 Bahia Indústria

dar um importante salto de pro-

dutividade. “A Fábrica Modelo é o

que se tem de mais avançado no

mundo em termos de tecnologia e

nós estamos satisfeitos de poder

proporcionar às micro e pequenas

empresas baianas a oportunidade

de acesso a um modelo tão avan-

çado e de efetividade comprova-

da”, explicou.

O sócio-diretor da McKinsey

Brasil, Vijay Gousula, destaca o

funcionamento do espaço, que

reproduz um ambiente de fábrica

dentro dos conceitos da manufa-

tura enxuta. “Estamos criando um

ambiente funcional, que reflete a

realidade da fábrica, mas em um

espaço menor, mais controlado e

mais capaz de transmitir os con-

ceitos fundamentais da metodolo-

gia lean, que garantirá a obtenção

de ganhos de produtividade re-

ais”, pontuou.

TESTEAntes de ser inaugurada, a Fá-

brica Modelo passou por um teste

com duas empresas: uma de pe-

queno porte, do segmento de pro-

dutos naturais; e a outra de médio

porte, do segmento de vestuário. A

coordenadora da Fábrica Modelo,

Lara Sorensen, explicou que a ex-

periência foi condensada em um

mês, em vez de seis meses, que é

a periodicidade normal do treina-

mento, envolvendo, em vez de oi-

to, as duas empresas citadas.

Lara explica que o objetivo

era testar a sistemática do treina-

mento pedagógico e do programa

de transformação. Ao final de um

mês, na empresa de produtos na-

turais a metodologia da Fábrica

Modelo permitiu aumentar a ca-

pacidade de produção sem alterar

o quadro de funcionários. Na em-

presa de médio porte a principal

ação adotada foi uma mudança

de leiaute que ajudou a reduzir o

desperdício, facilitou o transporte

de materiais e a rápida identifica-

ção de problemas. “Tivemos um

feedback positivo das empresas

onde foi realizada a experiência e

agora vamos partir para a adoção

do programa na sua integridade”.

As empresas podem contatar a Fá-

brica Modelo pelo email: fabrica-

[email protected] e pelo

telefone: (71) 3462-9515.

A Fábrica Modelo traz um con-

ceito inovador de treinamento,

capacitação e transformação pro-

dutiva para empresas industriais

de todos os portes que buscam me-

lhorar sua produtividade. A ativi-

dade prática abrange todas as di-

ferentes etapas da cadeia de valor

e proporciona às empresas meios

de evitar desperdícios e elevar

sua eficiência, o que reduz custos

e promove maior competitividade.

“O desafio de elevar a produti-

vidade começa nos detalhes, no

chão de fábrica, indo até a gestão

estratégica da operação”, explicou

o diretor do SENAI, Leone Peter

Andrade. Ele acrescentou ain-

da que os conceitos servem para

qualquer segmento industrial.

A unidade instalada no Cima-

tec seguirá conceitos já emprega-

dos com sucesso pela McKinsey

em parcerias semelhantes em paí-

ses como Alemanha e Estados Uni-

dos. O aprendizado experimental

combinado à aplicação real pro-

porcionado pela Fábrica Modelo

é o que assegura maior absorção

de conhecimento, com retenção de

conteúdo entre 80% e 100%, com-

parado a índices de 10% em méto-

dos baseados em leitura e de 32%

naqueles com base em jogos.

Participaram da solenidade de

inauguração o senador Walter Pi-

nheiro, o secretário estadual de Ci-

ência, Tecnologia e Inovação, Ma-

noel Mendonça, representando o

governador Rui Costa, a secretária

municipal de Desenvolvimento,

Trabalho e Emprego, Andréa Men-

donça, representando o prefeito

ACM Neto, o diretor superinten-

dente do SEBRAE, Adhvan Furta-

do, e o primeiro vice-presidente da

FIEB, Carlos Gantois.

Presidente

da FIEB e o

sócio-diretor

da McKinsey

observam

técnico

Fotos MArcelo gAndrA/coperphoto/sisteMA Fieb

Page 19: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

Bahia Indústria 19

Luís Alberto

Breda destaca

o impacto que

o equipamento

terá no

desenvolvimento

das empresas

O que significa oferecer à indústria

um equipamento como a Fábrica

Modelo? E que impacto terá para o

ambiente produtivo das empresas

industriais da Bahia?

A Bahia apresenta dois extremos

no seu perfil de indústria, que in-

clui grandes corporações, como

Petrobras, Braskem, Ford e, no

outro extremo, as micro, peque-

nas e médias empresas (MPME)

industriais, que representam, em

quantidade, mais de 90% do vo-

lume de empresas do estado. Para

as pequenas empresas, o desafio é

a competitividade, um problema

que não é só da Bahia, mas nacio-

nal, porque o concorrente está no

mundo todo. Além disso, o Brasil

enfrenta, há algum tempo, um

processo de desindustrialização e

com isso não consegue competir

em preço com as empresa globais.

Quando se faz desdobramento

para ver as causas do problema

encontramos diversas questões:

qualificação de mão de obra – que

é um dos pilares que podem pro-

mover a retomada da competitivi-

dade; logística, em razão das con-

dições de portos, estradas, modais

“Acredito numaabordagem detreinamento pelo fazer”

Gerente do Núcleo Estratégico do SENAI, Luís

Alberto Breda está convencido de que o saber

pelo fazer é premissa de aprendizagem. Por

isso ele acredita no sucesso da Fábrica Modelo,

projeto da McKinsey & Company, que trouxe para a

América Latina o primeiro centro de treinamento em

tecnologia de manufatura enxuta. Nesta entrevista,

ele aponta as razões que determinaram a escolha do

SENAI Cimatec e revela como vai funcionar o serviço.

Page 20: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

20 Bahia Indústria

que não são eficientes em termos

de custos e velocidade; custo ele-

vado da matéria-prima e da mão

de obra. Vendo tudo isso, o que

dá pra melhorar é a produtivida-

de, que engloba os equipamentos

disponíveis no parque fabril, os

processos que utilizamos, a quali-

ficação da mão de obra e um ele-

mento que interliga isso tudo que

é a filosofia de produção. É aí que

entra a Fábrica Modelo.

Como ela pode ajudar na melhoria

da produtividade?

Ela entra para contribuir, definir

e melhorar os aspectos relativos à

competitividade. A gente oferece

um programa de transformação,

composto de um conjunto de capa-

citações e etapas de aplicação prá-

tica na empresa. Vamos oferecer

uma visão geral do que é manufa-

tura enxuta, que é o modelo Toyota

de produção, implantado após 2ª

Guerra. Trata-se de uma prática in-

tensiva, disseminada na indústria

de manufatura de todo o mundo.

E fazemos isso não de forma tradi-

cional, mas numa abordagem de

treinamento pelo fazer, que é onde

entra a Fábrica Modelo.

E como funciona?

O primeiro aspecto é o modelo

de treinamento diferenciado, que

permite exercitar o conceito na

prática. Com isso, a gente conse-

gue fazer o paralelo com o produto

que a indústria trabalha. Tem todo

um processo de levantamento do

processo produtivo e dos gargalos

de produção em vários momentos

de treinamento, que são intercala-

dos, ao longo de seis meses. Isso

inclui o treinamento com a trans-

formação no ambiente de fábrica.

O SENAI acompanha a empresa

em todas as etapas visando obter,

ao final, ganho de produtividade.

Primeiro, o programa é aplicado

numa célula piloto e depois é dis-

seminado para outras partes da

fábrica e a cada alteração se dá

saltos de transformação. A ideia é

preparar os funcionários para que

eles possam replicar o modelo vá-

rias vezes.

E são necessários muitos recursos

para promover esta transformação?

Não são necessários grandes inves-

timentos. Há ações simples que vão

desde adoção de conceitos, mudan-

ças de leiaute, com baixo custo de

implantação, com grande impacto

no ganho de competitividade. Mas

é bom ressaltar que este é um pro-

cesso contínuo. Toda vez que você

elimina um gargalo surge outro. Eu

diria que o principal resultado que

a fábrica modelo oferece é a melho-

ria da produtividade da empresa,

que impacta na competitividade,

mas sobretudo cria cultura de me-

lhoria contínua que transforma a

empresa inteira. Sua atuação fun-

“a Fábrica modelo poderia ter sido instalada em qualquer local do país que tenha demanda industrial. mas a bahia tem o Cimatec, um centro que tem protagonismo na área de inovação

ciona com base no conceito de três pilares. O primeiro

é o pilar sistema operacional, com todas as ferramen-

tas para serem aplicadas diretamente no processo. O

segundo pilar foca na infraestrutura de gestão, que vai

dar suporte às ferramentas operacionais. Por último,

temos o modelo mental e comportamental, que visa

influenciar toda a equipe para que sejam engajados.

Trata-se de equipamento único na América Latina e o

SENAI foi escolhido para sediar este projeto, qual o

significado disso para a instituição?

Um aspecto relevante é o protagonismo do SENAI

Cimatec no cenário nacional na área de Pesquisa de

Desenvolvimento em Inovação (PDI). Nós rodamos

aqui o Embrapii, os Institutos SENAI de Inovação,

tocamos projetos de inovação com a Embraer, Ford,

Totus e isso fez com que a McKinsey identificasse

no Cimatec o parceiro adequado. Em outros países,

a empresa busca a universidade, aqui buscaram o

Cimatec por ser um braço da indústria nas áreas de

educação, tecnologia ou inovação. A Fábrica Modelo

poderia ter sido instalada em qualquer local do país

que tenha demanda industrial. A Bahia, embora não

tenha volume de indústrias superior ao do Rio Gran-

de do Sul ou de São Paulo, tem o Cimatec, um centro

com contato com a indústria e com protagonismo nes-

ta área no país.

qual é o ganho para as pequenas empresas com esta

iniciativa?

A Fábrica Modelo é um processo estruturante, por-

que você mexe na mentalidade da empresa, o que

dá perenidade à busca de valor. Ao serem inseridas

na Fábrica Modelo as pequenas empresas vão entrar

num ciclo virtuoso de encadeamento de produtivi-

dade, pois o processo não se encerra nele mesmo e é

projetado para rodar em ciclos de melhoria. Quando

encerra um, tem que recomeçar.

Tem alguma alternativa para financiamento desta ini-

ciativa para as micro, pequenas e médias empresas?

Temos uma proposta estruturada para atender as

MPME em parceria com o Sebrae, que garante apoio

de 80% do investimento, sendo os outros 20% uma

contrapartida da empresa. O SENAI ficará então, pe-

lo acordo firmado com a McKinsey, responsável pelo

atendimento às MPME na Fábrica Modelo, enquanto

que o atendimento de base nacional para grandes

empresa ficará com a McKinsey. [bi]

Page 21: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

Bahia Indústria 21

VAlter pontes/coiperphoto/sisteMA Fieb

O Brasil é o primeiro mercado do mundo em

consumo de desodorantes, fragrâncias e pro-

dutos de proteção para o sol e também ocupa

o segundo lugar no mercado global no consumo de

produtos infantis, de cabelo, masculinos, de banho e

depilatórios. O país também detém a terceira posição

em consumo de higiene oral e maquiagem e é o sexto

maior consumidor de produtos para a pele.

Os dados são de pesquisa realizada pela Associa-

ção Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfu-

maria e Cosméticos (Abihpec), em parceria com o Se-

brae Nacional, que foi apresentada aos empresários

industriais baianos em workshop organizado pelo

Sindicato das Indústrias de Cosméticos e Perfumaria

do Estado da Bahia (Sindcosmetic), no dia 10 de abril,

na sede da FIEB. Um dos dados da pesquisa que cha-

maram a atenção foi a perspectiva de um crescimento

de 11% do segmento de higiene pessoal, perfumaria

e cosméticos.

O workshop Hábitos e Atitudes dos Brasileiros para

as Categorias de Produtos para Cabelo e Pele, reuniu,

além de empresários, representantes do Sebrae e de

órgãos governamentais da Bahia. O levantamento

feito pela Abihpec em todo o país já foi apresenta-

do em seis estados. Da Bahia, a equipe seguiu para

Santa Catarina, encerrando o ciclo de apresentação

da pesquisa, que faz parte do Projeto de Desenvolvi-

mento Setorial (PDS) da entidade.

Para o presidente do Sindcosmetic, Raul Menezes,

a iniciativa foi uma oportunidade para as pequenas

e médias indústrias conhecerem melhor o mercado.

“No Brasil, temos mais de 2.600 indústrias de cos-

méticos e apenas 20 destas são de grande porte. As

pequenas empresas não têm como fazer investimen-

tos em pesquisa, que são elevados, e, por esta razão,

esta iniciativa da Abihpec e de seus parceiros é muito

importante”, destaca. Ele ressalta que as indústrias

precisam conhecer o mercado, saber o que produzir,

onde vender e quem é o consumidor. Menezes disse,

ainda, que os pequenos empresários industriais ex-

ploram nichos de mercado e neste caso, ter informa-

ção é imprescindível para chegar ao consumidor.

O analista da

Abihpec, Julio

Castroviejo,

apresentou a

pesquisa

decifrando o mercadosindcosmetic e Abihpec apresentam pesquisa sobre hábitos de consumo de cosméticos, segmento que pode crescer 11% em 2015

Eliene Conceição, gerente de Núcleos Regionais da

Abihpec, explicou que a pesquisa leva informações

às empresas para elaboração de seu planejamento

estratégico. “Queremos dar acesso às pequenas e

médias indústrias a informações de mercado, já que

elas não têm como arcar com os altos custos de uma

pesquisa deste gênero”, observa. Ela também infor-

ma que após encerramento do ciclo de reuniões regio-

nais, os dados do levantamento serão disponibiliza-

dos no site da Abihpec.

Os resultados da pesquisa foram apresentados

pelo analista do Departamento de Inteligência de

Mercado da Abihpec, Julio Castroviejo. Ele observou

que os dados permitem ainda às empresas avaliarem

o seu desempenho, confrontando o quanto cresce-

ram na comparação com o mercado nacional. “É im-

portante o empresário entender onde o consumidor

prefere comprar produtos e o que os leva a comprar

em determinados canais; o que influencia este con-

sumidor na hora da compra e o que eles buscam nos

produtos que consomem”, listou. [bi]

Page 22: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

22 Bahia Indústria

Angelo pontes/coperphoto/sisteMA Fieb

evento tem o objetivo de promover a competitividade no setor industrial. primeira edição será realizada em Feira de santana

Edison Virgínio

Nogueira e

José Ronaldo

discutem

últimos

detalhes

do evento

Promover a competitividade econômica no setor

produtivo baiano e aumentar a visibilidade da

indústria em todo o estado. Este é o objetivo da

Expo Indústria Bahia, evento que terá sua primeira

edição realizada nos dias 23, 24 e 25 de outubro, em

Feira de Santana, com o objetivo de potencializar

vendas, processos de fidelização de clientes e aber-

tura de mercados.

“Este será o maior evento da indústria baiana, no

qual teremos a oportunidade de conhecer melhor ca-

da empresa e articular políticas de apoio ao desen-

volvimento industrial”, garantiu o vice-presidente da

FIEB, Edison Virgínio Nogueira. Líder do Programa

de Interiorização do Sistema FIEB, o vice-presidente

vem articulando ações para potencializar investi-

mentos e promover a competitividade industrial no

estado, e a Expo Indústria é uma destas iniciativas.

Com foco na melhoria produtiva multissetorial,

o evento será estruturado sobre temas transversais,

como sustentabilidade; tecnologia e inovação; nutri-

ção; saúde; segurança; economia criativa; e produto

de origem. Outra característica da Expo Indústria é o

seu caráter itinerante. A proposta é realizá-lo anual-

mente, sempre mudando de cidade, abrangendo to-

das as regiões do estado.

Para o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo,

município que irá sediar a primeira edição do evento,

trata-se de uma grande oportunidade. “É um momen-

to único para os empresários da Bahia e do Brasil.

Para nós é, além de tudo, um reconhecimento, pois

poderemos mostrar o potencial do parque industrial

de Feira, que já conta com uma boa área e um consi-

derável número de empresas grandes. Nossa estrutu-

ra é muito elogiada, por isso recebemos tantos inves-

tidores”, celebrou.

O secretário de Trabalho, Turismo e Desenvolvi-

mento Econômico de Feira de Santana, Antônio Car-

los Borges Junior, torce para que o evento se multi-

plique e os negócios no município também. “Feira de

expo indústria fortalece cenário baiano

Santana tem um raio de atuação muito forte na área

industrial. A Expo Indústria vai servir para agregar

mais informação e prospectar novos investimentos.

Que esse modelo de evento se multiplique, servindo

de estímulo para os empresários, novos empreende-

dores, fornecedores e clientes”, aposta.

INTERIORIZAÇÃOA indústria baiana segue concentrada na Região

Metropolitana de Salvador (RMS), cuja participação

no PIB industrial do estado alcança 46%. Em con-

traste, outras regiões têm pouca representatividade.

O oeste do estado, por exemplo, que abrange 23 mu-

nicípios e ocupa 20% do território baiano, representa

pouco mais de 4% do mesmo indicador.

Este desenvolvimento assimétrico entre a RMS e

o interior é um dos principais desafios para o cres-

cimento econômico da Bahia. Neste contexto, o Sis-

tema FIEB vê na interiorização o caminho para o de-

senvolvimento do estado. A transformação industrial

agrega valor e multiplica os negócios gerados em sua

base territorial. Para uma cidade do interior, esse

efeito multiplicador é ainda maior em comparação

ao mesmo investimento em regiões já amplamente

industrializadas. [bi]

Page 23: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

Bahia Indústria 23

betto Jr./coperphoto/sisteMA Fieb

O ministro da Secretaria da

Micro e Pequena Empresa,

Guilherme Afif Domingos,

participou de almoço-palestra

com cerca de cem empresários

baianos, dia 26 de março, na

FIEB, onde foi recepcionado pelo

presidente Ricardo Alban e repre-

sentantes do Conselho da Micro e

Pequena Empresa (Compem) da

FIEB, que na ocasião, realizava

seu encontro mensal.

Afif lembrou que há no Con-

gresso bons projetos para melho-

rar o ambiente competitivo das

micro, pequenas e médias empre-

sas (MPME), mas é necessário unir

esforços para que saiam do papel.

“Precisamos do apoio do empre-

sariado para garantir a votação

no Congresso do projeto que altera

a legislação do Simples, para re-

duzir a carga de impostos de em-

políticas para as MpMeMinistro Afif domingos apresentou propostas do governo para as pequenas empresas, durante encontro na Fieb

O ministro

apresentou

o programa

Bem Mais

Simples aos

empresários

presas que ultrapassam a barreira

prevista no programa”, afirmou.

Atualmente, o Simples bene-

ficia empreendimentos com fatu-

ramento anual de até R$ 3,6 mi-

lhões, mas quando uma empresa

ultrapassa esse valor passa a pa-

gar 54% a mais de impostos.

Guilherme Afif Domingos apre-

sentou também aos empresários

baianos detalhes do programa

Bem Mais Simples Brasil, que pro-

cura simplificar o dia a dia de em-

presas e cidadãos. Um dos avanços

é o que permite o fechamento de

empresas em apenas cinco dias,

quando até então eram gastos 102

dias de idas e vindas no cipoal

burocrático. Isso, graças, princi-

palmente, à dispensa de baixa do

CNPJ. Também estão dispensadas

certidões para as operações de ex-

tinção, redução de capital, cisão

total ou parcial, incorporação, fu-

são, transferência de controle de

cotas e desmembramento.

O programa possui cinco pon-

tos: eliminar exigências que se

tornaram obsoletas com a tecnolo-

gia; unificar o cadastro e identifi-

cação do cidadão; dar acesso aos

serviços públicos em um só lugar;

guardar informações do cidadão

para consultas; além de resgatar

a fé na palavra do cidadão, subs-

tituindo documentos por declara-

ções pessoais. Hoje, estima-se que

exista 1,2 milhão de empresas ina-

tivas no Brasil. “Temos que tirar as

empresas que não estão vivas das

estatísticas”, disse Afif.

Durante o encontro, o vice-co-

ordenador do Compem, Reginal-

do Rossi, e a conselheira Noêmia

Daltro fizeram questionamentos

acerca de medidas voltadas para o

incremento das MPME. O coorde-

nador do Compem, Carlos Gantois,

parabenizou a FIEB pela iniciativa

de promover o encontro e ressal-

tou a necessidade de se avançar

mais em relação à Lei Geral 123/06

e a Lei 147/14.

Gantois assinalou a necessida-

de da urgente aprovação de pro-

jetos de lei que tramitam no Con-

gresso Nacional, como a questão

da substituição tributária neste

segmento empresarial, a amplia-

ção dos limites de enquadramen-

to ao Simples Nacional, crian-

do-se um regime de transição

progressiva até R$ 7, 2 milhões,

chegando a R$ 14,4 milhões para

o setor industrial. [bi]

Page 24: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

24 Bahia Indústria

conselhos

Alteração do processo administrativo estadual limita a defesa de pequenas empresasO Conselho de Assuntos Fiscais (Caft) da FIEB emitiu alerta sobre

a alteração do Processo Administrativo Fiscal da Bahia, a partir de

fevereiro/2015, conforme o Decreto n° 15.807/2014, a qual majorou

o limite para as Notificações Fiscais para R$ 39.720. O processo

administrativo a que se sujeita a Notificação Fiscal é precário,

pois prevê a possibilidade de uma única defesa, analisada pelo

superior hierárquico do auditor autuante e que, se indeferida,

acarreta na sua inscrição direta em Dívida Ativa.

Esse procedimento passa a ser aplicável a uma infinidade

de cobranças realizadas contra microempresas e empresas de

pequeno porte, limitando completamente o direito de defesa de

contribuintes que deveriam ser tratados de forma diferenciada

pelo Fisco Estadual.

Comex destaca importância do Serviço de Apoio ao Investidor

Comam debate a gestão das emissões atmosféricas

O Conselho de Meio Ambiente (Comam) da FIEB

reuniu acadêmicos e técnicos para discutir a

inclusão do gerenciamento das emissões na

estratégia de negócio das empresas industriais. A

prática está presente em 46% das grandes empresas

e em 43% das pequenas e médias. Os setores de

energia, industrial e de bens de consumo são os que

mais frequentemente consideram

aspectos da mudança do clima em

suas estratégias de negócio. O desafio

é o engajamento dos fornecedores

nestas iniciativas, considerando

que ainda falta a percepção de que

o tema integra o negócio e pode ser

aproveitado na cadeia de valor como

um diferencial competitivo.

O Comam explica que, diante

da crescente pressão por produtos

e processos menos intensivos em

carbono, a competitividade de

uma companhia será determinada

pela sua habilidade de medir,

gerir, reportar e reduzir suas

emissões de carbono, adaptando sua estratégia

de negócio aos riscos das mudanças climáticas.

E isso, independentemente do porte da empresa,

pois é possível incorporar a gestão de emissões

atmosféricas como uma estratégia de negócio.

Programa fortalece polo moveleiro do extremo-sul visando à exportação

O Conselho de Comércio Exterior (Comex) da FIEB

apoia o programa Mais Árvores Bahia, iniciativa

da Associação Baiana das Empresas de Base

Florestal (Abaf), em parceria com o Moveba, FIEB/

SENAI e outras entidades. O objetivo é fortalecer

a participação do setor moveleiro no mercado

internacional. De acordo com os dados divulgados

pelo Relatório de Acompanhamento do Comércio

Exterior da Bahia (divulgado em fevereiro pela

FIEB), o setor de celulose e papel participou com

17,1% das exportações do Estado, superando

setores tradicionalmente líderes, como é o caso das

indústrias químicas que ficaram com 15,9%.

Com o objetivo de suprir os potenciais investidores

na Bahia com orientações, estudos e informações

sobre o processo de implantação de projetos em

setores que trazem maior potencial e oportunidades

no estado, a Federação das Indústrias do Estado da

Bahia (FIEB), por meio do Centro Internacional de

Negócios da Bahia (CIN), oferece aos empresários

baianos o Serviço de Apoio ao Investidor.

Realizado em parceria com a Confederação

Nacional da Indústria (CNI), o serviço disponibiliza

aos empresários, inclusive estrangeiros, apoio nas

diversas fases de execução de projeto, desde estudo

preliminar até o after care.

A iniciativa contempla diversas ferramentas,

tais como: Guia Básico do Estado; banco de

oportunidades, por meio de estudos detalhados

dos setores priorizados; dados de custos do Estado

(energia elétrica, mão de obra, matéria prima,

etc.), procedimentos administrativos para a

implementação do negócio; facilitação de contato

com governos e entidades locais para definição

de apoio e benefícios para o negócio; contato com

profissionais locais para apoio ao investimento.

Page 25: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

Bahia Indústria 25

a estrutura do centro univer-

sitário e de apoio tecnológi-

co do Sistema FIEB, o SENAI

Cimatec, chamou a atenção do

ministro Armando Monteiro, do

Desenvolvimento, Indústria e Co-

mércio Exterior, que veio à Bahia

para visitar a unidade do Serviço

Nacional de Aprendizagem (SE-

NAI), reconhecida nacionalmente

pela excelência dos serviços pres-

tados à indústria.

“O Cimatec vai além das fron-

teiras da Bahia. É um centro

regional e nacional, referência

no Brasil na área de automação

industrial, otimização de proces-

sos, robótica, entre outras”, pon-

tuou o ministro. “Temos aqui um

dos 100 maiores computadores do

mundo. Isso dá a medida do que

é o Cimatec em termos de van-

guarda e estrutura tecnológica”,

acrescentou o ministro, após fa-

zer uma visita guiada a laborató-

rios do Cimatec.

Armando Monteiro conheceu

o Núcleo de Supercomputação e

o de Mecânica de Precisão – que

reúnem alguns dos projetos mais

importantes em desenvolvimento

no SENAI Bahia – acompanhado

de autoridades e empresários, co-

mo o governador do Estado, Rui

Costa, o presidente da FIEB, An-

tonio Ricardo Alban, os senadores

Walter Pinheiro e Lídice da Mata.

O presidente da FIEB, Ricardo

Alban, explicou que a excelência

Ministro da indústriavisita o senai cimatecArmando Monteiro destacou o potencial do centro de inovação, tecnologia e pesquisa que é referência no brasil na área de automação

Presidente

Ricardo Alban

e o Ministro

da Indústria

e Comércio

do trabalho desenvolvido no SE-

NAI resulta da união de esforços

entre a FIEB e seus parceiros. “Te-

mos o apoio da CNI e dos governos

estadual e federal. Estamos mon-

tando agora o Cimatec Industrial,

em Camaçari, com apoio do gover-

no do estado, com o qual daremos

suporte a todo o sistema produti-

vo da cadeia eólica, energia foto-

voltaica e outras competências”,

exemplificou.

Sobre o Cimatec Industrial, o

governador, Rui Costa, fez questão

de acrescentar que o centro chega

em boa hora. “Este espaço terá

foco no parque industrial baiano,

notadamente a indústria eólica,

fonte de importantes investimen-

tos no nosso estado. Temos hoje

contratados R$ 30 bilhões nos

projetos eólicos no estado. Por is-

so, já estamos produzindo vários

elementos desta cadeia produtiva

e entrando cada vez mais fundo

nessa fase de pesquisa”, explicou.

O ministro Armando Monteiro

já presidiu a Confederação Nacio-

nal da Indústria no período 2002-

2010 e é profundo conhecedor dos

problemas do setor industrial,

dentre os quais os entraves logís-

ticos e a carência de mão de obra

qualificada para a indústria. [bi]

coperphoto/sisteMA Fieb

Page 26: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

26 Bahia Indústria

indicadores Números da Indústria

retração atinge a indústria baianacrise nacional e parada técnica em refinaria explicam a queda da produção industrial no estado

a taxa anualizada da produção física da in-

dústria de transformação da Bahia decres-

ceu 5,2%, em fevereiro de 2015, registrando

declínio em relação à registrada em janeiro

de 2015 (-3,4%). A Bahia se posiciona em 8º lugar no

ranking dos 14 estados pesquisados pelo IBGE no le-

vantamento da Produção Física Industrial Mensal,

no qual apenas dois apresentaram desempenho po-

sitivo: Mato Grosso (2,6%) e Goiás (1,1%).

Os outros doze estados registraram resultados ne-

gativos: Pernambuco (-0,3%), Pará (-0,4%), Espírito

Santo (-1,5%), Santa Catarina (-3,6%), Ceará (-4,2%),

Bahia (-5,2%), Minas Gerais (-5,9%), Rio de Janeiro

(-6,6%), Rio Grande do Sul (-6,7%), São Paulo (-6,9%),

Paraná (-8,3%) e Amazonas (-9%).

Na Bahia, de onze segmentos, cinco apresentaram

resultados positivos: Produtos Químicos (6%), Alimen-

tos (1,8%), Celulose e Papel (1,5%), Borracha e Plásti-

co (0,2%) e Couro e Calçados (0,1%). Apresentaram

retração os segmentos: Bebidas (-5%), Minerais não-

-Metálicos (-6,8%), Refino de Petróleo e Biocombustí-

veis (-7,9%), Metalurgia (-13,2%), Veículos Automotores

(-8,9%) e Equipamentos de Informática (-49,9%).

Na comparação com fevereiro de 2014, a produção

física da indústria de transformação baiana apre-

sentou queda de 24,3%, a maior entre os 14 estados.

Quatro dos 11 segmentos industriais da Bahia apre-

sentaram resultados positivos: Veículos Automotores

(10,6%, principal contribuição positiva sobre o total

da indústria, influenciada não só pela maior fabri-

cação de automóveis, mas pela base de comparação

deprimida, uma vez que esse setor recuou 37% em

fevereiro de 2014); Celulose e Papel (1,9%, aumento

na produção dos itens pastas químicas de madeira -

celulose); Couro e Calçados (2,8%) e Alimentos (5,5%,

aumento na produção de tortas, bagaços, farelos e

outros resíduos da extração do óleo de soja, óleo de

soja refinado e em estado bruto).

Apresentaram retração os segmentos: Refino de

Petróleo e Biocombustíveis (-59,9%, principal impac-

to negativo sobre o total, influenciado pela paralisa-

ção na produção da Refinaria Landulpho Alves, com

destaque para a redução na fabricação dos itens óleo

Page 27: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

JAN

JUL

FEV

MA

R

AB

R

MA

I

JUN

AG

O

SET

OU

T

NO

V

DEZ

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)

BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2012 - 2015)

115

110

105

100

95

90

85

80

75

70

2012

20142013

2015

Bahia Indústria 27

diesel, óleos combustíveis, naftas para petroquími-

ca, gasolina automotiva e gás liquefeito de petróleo

- GLP); Equipamentos de Informática (-77,2%, de com-

putadores pessoais de mesa - PC Desktop, gravador

ou reprodutor de sinais de áudio e vídeo - DVD, home

theather e semelhantes – e peças e acessórios para

máquinas de processamentos de dados); Metalur-

gia (-28,8%, pela menor produção de barras, perfis

e vergalhões de cobre e de ligas de cobre, lingotes,

blocos ou placas de aço ao carbono, vergalhões de

aço ao carbono e fios de cobre refinado ou de ligas de

cobre): Bebidas (-16,8%, menor produção de cervejas

e chope): Minerais não Metálicos (-13,3%, com que-

da na produção de elementos pré-fabricados para a

construção civil de cimento ou concreto e massa de

concreto, ladrilhos, placas e azulejos de cerâmica e

cimentos “Portland”); Produtos Químicos (-3,7%,

com redução na produção de acrilonitrila, PEAD,

misturas de alquilbenzenos ou de alquilnaftalenos,

princípios ativos para herbicidas e amoníaco) e Bor-

racha e plástico (-1,9%).

O setor industrial inicia o ano de 2015 bastante

desaquecido, refletindo uma conjuntura doméstica

de retração e um mercado internacional ainda de-

bilitado, refletindo-se nos baixos preços das com-

modities. Do ponto de vista estadual, o desempenho

negativo de fevereiro ainda é reflexo da parada da

RLAM, que responde por quase um terço do VTI da

Indústria de Transformação. Por outro lado, cumpre

registrar o movimento de recuperação do segmento

de Automóveis (+66,7% no acumulado do ano), após

o bem sucedido lançamento de novo modelo de car-

bahia: pim-pf de fevereiro 2015

Indústria de Transformação -24,3 -18,2 -5,2

Refino de petróleo e biocombustíveis -59,9 -54,9 -7,9

Produtos químicos -3,7 -3,0 6,0

Veículos automotores 10,6 66,7 -8,9

Alimentos 5,5 5,1 1,8

Celulose e papel 1,9 9,1 1,5

Borracha e plástico -1,9 -0,3 0,2

Metalurgia -28,8 -23,4 -13,2

Couro e Calçados 2,8 7,2 0,1

Minerais não metálicos -13,3 -13,4 -6,8

Equipamentos de Informática -77,2 -76,6 -49,9

Bebidas -16,8 -16,9 -5,0

Extrativa Mineral -4,0 -6,0 -0,6

VAriAção (%)

SETORES FEV15/FEV14 JAN-FEV15/ MAR14-FEV15/ JAN-FEV14 MAR13-FEV14

Fonte IBGe; elaboração Fieb/SdI

ro (além da operação de fábrica de motores).

Quanto às perspectivas para 2015, não há elemen-

tos para uma recuperação expressiva da indústria

nacional. A estimativa de mercado é de queda da

atividade industrial de 2,64% (relatório do Banco

Central) este ano, com alguma recuperação em 2016

(+1,5%). Alguns indicadores econômicos mostram

um início de ano de dificuldades, a exemplo do salto

da inflação (o IPCA acumula alta de 2,48% no ano e

7,7% em 12 meses) e da elevada taxa básica de juros,

que alcançou 12,75%. A depreciação do Real, por sua

vez, pode dar um alento ao setor exportador, benefi-

ciando a indústria nacional. [bi]

Page 28: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

28 Bahia Indústria

VAlter pontes/coperphoto/sisteMA Fieb

O SESI Bahia acaba de fechar

parceria para assessorar

a Ford Brasil na gestão de

seus projetos de Responsabilidade

Social Empresarial em todo o Bra-

sil. O primeiro projeto a ser geren-

ciado pelo Departamento Regio-

nal do SESI Bahia fora do estado é

o Programa Odontomóvel, na uni-

dade de São Bernardo do Campo,

em São Paulo. Há negociações em

curso para implantar a iniciativa

também no município de Taubaté,

em São Paulo, e em uma subsidiá-

ria da montadora no Ceará.

Para conhecer de perto os pro-

jetos financiados pela Ford Fund

na Bahia, o diretor da instituição,

Mike Schmidt, acompanhado da

coordenadora de Projetos Inter-

nacionais da Ford, Benna Dee-

se, da gerente de Comunicação e

Responsabilidade Social da Ford

Brasil, Adriane Rocha e da Super-

sesi bahia amplia parceria com a Fordgestão dos programas de responsabilidade social no brasil passam a ser geridos pela bahia

Diretor global

da Ford Fund

visitou escola

zumbi dos

Palmares, em

Camaçari

visora de Assuntos Corporativos,

Magnólia Borges, estiveram no dia

24 de março em Camaçari.

Eles conheceram os projetos

executados pelo SESI com o apoio

da Prefeitura de Camaçari, por

meio das secretarias da Saúde e

da Educação – a unidade móvel de

saúde bucal, o Odontomóvel Ford,

e o Projeto de Educação Ambiental

–, e outras iniciativas apoiadas

pelo Ford Fund. Durante a visita

ao Odontomóvel Ford, na Escola

Zumbi dos Palmares, na Casca-

lheira, Schmidt conheceu o traba-

lho de promoção da saúde bucal.

De maio de 2013 a fevereiro

deste ano foram beneficiadas com

ações do Odontomóvel Ford 26

instituições de Camaçari, sendo

12 escolas municipais, uma escola

comunitária, 10 creches e três Uni-

dades de Saúde da Família, totali-

zando 3.670 pessoas atendidas.

O outro projeto da Ford, ge-

renciado pelo SESI Bahia, é o de

Educação Ambiental, também

iniciado em 2013 nas escolas de

Camaçari. A proposta é promover

conscientização e mudança de

comportamento em relação à pre-

servação por meio do Centro Am-

biental da Ford, anexo da fábrica

em Camaçari, que deixa como

legado a implementação de uma

horta vertical nas escolas parti-

cipantes. Até o momento, foram

atendidas 40 escolas do municí-

pio, o que representa um universo

de 1.370 estudantes.

AMPLIAÇÃO DA PARCERIAO gerente de Processo de Merca-

do do SESI Bahia, André Bautista,

comemora o avanço da parceria

com a Ford. “Tivemos um avanço

considerável nas negociações com

a Ford e estamos comemorando o

fato de o SESI Bahia ter sido esco-

lhido para assessorar a Ford Brasil

na gestão de seus projetos sociais

em outros estados onde a monta-

dora atua”. O mais novo projeto de

parceria entre as duas instituições

é o de Gestor Social, que teve iní-

cio em março deste ano.

A visita do diretor da Ford Fund

foi acompanhada, ainda, pelas ge-

rentes de processos de Responsa-

bilidade Social, Adriana Reis, e de

Odontologia, Maristela Araújo. Na

avaliação de Adriana Reis, é uma

grande motivação para a equipe

de Responsabilidade Social do SE-

SI Bahia que atua na Região Metro-

politana de Salvador a confiança

que têm sido depositada pela Ford

Fund. “A ampliação dos projetos

de parceria e a atribuição da ges-

tão dos projetos implantados em

outros estados pelo Departamento

Regional Bahia validam todo o es-

forço das nossas equipes. [bi]

Page 29: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

Bahia Indústria 29

VAlter pontes/coperphoto/sisteMA Fieb

as empresas em operação na área de atuação

da Sudene podem reverter 30% do Imposto

de Renda calculado com base no lucro líquido

para reinvestir em seus projetos de modernização ou

compra de equipamentos. Trata-se do novo produto

operado pelo Banco do Nordeste do Brasil, o Reinves-

timento, que beneficia empresas dos setores indus-

trial, agroindustrial, de infraestrutura e de turismo.

O benefício fiscal, instituído pelo governo federal,

e que estará em operação até 2018, foi apresentado

aos empresários baianos pelo presidente do BNB,

Nelson Antônio de Souza, no dia 16 de março, em

seminário realizado no auditório da FIEB. “Estamos

oferecendo este benefício para as empresas da Bahia,

em parceria com a FIEB”, explicou Souza, destacan-

do que o BNB, juntamente com a Sudene, está levan-

do o programa para todo o NE, obtendo boa adesão

por parte do empresariado.

O presidente Nelson Antônio de Souza também

apresentou um balanço das operações do banco em

2014 e as perspectivas para 2015, além de fazer um

recorte dos recursos destinados à Bahia, que recebe a

bnb apresenta benefício fiscal para investimentoo reinvestimento prevê que as empresas utilizem 30% do imposto de renda em projetos de modernização e compra de equipamentos

maior parte do que é direcionado ao fomento da ativi-

dade produtiva no Nordeste.

O 1º vice-presidente da FIEB, Carlos Henrique Gan-

tois, que representou o presidente Ricardo Alban na

solenidade de abertura do seminário, ao lado do su-

perintendente da Sudene, José Márcio de Medeiros, e

do diretor técnico do Sebrae, Lauro Ramos, ressaltou

o importante papel que o BNB desempenha, especial-

mente no fomento à indústria. “O BNB tem permitido

a modernização das nossas indústrias, o que é fun-

damental para a competitividade e a produtividade

face à agressividade das indústrias estrangeiras no

mercado nacional”, destacou Gantois.

O presidente do BNB ressaltou a importância de ter

parceiros como a FIEB e demais federações para o su-

cesso das operações do banco, que fechou 2014 com

o melhor balanço social e o melhor balanço financei-

ro da história de 62 anos da instituição, registrando

lucro operacional de R$ 1,1 bilhão e lucro líquido de

R$ 747 milhões, 107% maior que o lucro de 2013. Em

2014 o balanço social teve aplicação R$ 13,4 bilhões

no FNE. O BNB também comemora o fato de ter sido

a marca mais valorizada no mercado internacional,

com a conquista do 10º Prêmio Relatório Bancário,

em 2014.

PERSPECTIVAS Nelson Souza também falou sobre as projeções pa-

ra 2015 em um cenário de desaceleração econômica,

observando que o BNB segue um planejamento estra-

tégico que o coloca em uma situação tranquila. Em

termos de investimentos, Souza informa que estão

previstos R$ 27 bilhões para fomentar a economia do

Nordeste. Desses, R$ 15 bilhões são do Fundo Cons-

titucional do Nordeste, com custo financeiro baixo,

taxas de juros baixas e prazos maiores e com direito

a bônus de adimplência. “A maior parte desses R$ 27

bilhões são para a Bahia, que recebe, em média, 10 a

12% do que é aplicado na região”, ressaltou. [bi]

Presidente

do BNB

apresentou o

novo produto

do banco aos

empresários

baianos

Page 30: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

30 Bahia Indústria

painel

Sindpacel comemora conquistas em posse da diretoria reeleitaOs 60 anos de história do Sindicato das Indústrias do Papel,

Celulose, Papelão, Pasta de Madeira de Papel e Artefatos de

Papel e Papelão no Estado da Bahia (Sindpacel) e a conquista

da ISO 9001.2008 foram celebrados durante a posse da

diretoria reeleita da entidade, no dia 16 de abril, na FIEB.

Jorge Cajazeira foi reconduzido à diretoria para os próximos

três anos. A solenidade de posse contou com a presença do

presidente da FIEB, Ricardo Alban, que reiterou a satisfação

da parceria com o Sindpacel. “Queremos que a FIEB continue

sendo uma caixa de ressonância das demandas e

reivindicações das classes sindicais”, pontuou. No evento

aconteceu também a homologação da certificação ISO

9001.2008 para o Sindpacel. “Nosso sindicato tornou-se o

primeiro da Bahia a conquistar um certificado de qualidade

com base na nova lei ISO 9001”, comemorou Cajazeira.

Alban, Cajazeira, gantois e Rossi na posse do Sindpacel

MArcelo gAndrA | coperphoto | sisteMA Fieb

Colação de grau SENAI CimatecSolenidade de colação de grau

foi realizada no dia 20 de

março, no SENAI Cimatec,

reunindo 34 estudantes dos

cursos de logística, inspeção

de equipamentos e de

soldagem, sistemas

automotivos, gestão da

produção industrial,

processos gerenciais,

manutenção industrial e

processos ambientais.

O primeiro vice-presidente da

FIEB, Carlos Henrique

Gantois, abriu a solenidade e

explicou o quanto um evento

desta natureza traduz o

trabalho da Federação. “Para

nós, que temos hoje a meta de

valorizar a micro, pequena e

média indústria, sem perder

de vista, claro, a grande

indústria, a questão da

capacitação profissional,

nesta área tecnológica, é

imprescindível. A

qualificação é a grande força

motriz do incremento da

produtividade e da

competitividade deste

segmento empresarial”,

explicou.

gestão do absenteísmo

Painel de Especialistas

em Gestão do

Absenteísmo e

Reabilitação reuniu

profissionais das áreas

de saúde, recursos

humanos e técnicos de

segurança das indústrias

da região de Feira de

Santana, no dia 30 de

março. Realizado pela

unidade do Serviço

Social da Indústria

(SESI) do município, o

evento teve o propósito

de reunir profissionais

com experiências

diversificadas em gestão

do absenteísmo e

reabilitação que tenham

atuado no

desenvolvimento de

ações e produtos com

foco na redução dos

afastamentos de curto e

longo prazo e na

reabilitação/reinserção

de trabalhadores, bem

como na articulação com

stakeholders.

Ministro da Cultura no SESI Rio VermelhoO Teatro SESI Rio Vermelho recebeu, no dia 13 de abril, o

ministro da Cultura, Juca Ferreira. Ele assistiu ao espetáculo

de dança Entre Linhas, da coreógrafa Jaqueline Elesbão, que

fazia parte da programação da 9ª edição do Vivadança

Festival Internacional. O ministro foi recebido pela gerente

do SESI Rio Vermelho, Angélica Ribeiro, e pela gerente do

teatro, Rosa Villas-Boas. Juca Ferreira veio à Bahia para

uma série de atividades do ministério, incluindo a Caravana

da Cultura, que visa aproximar o Ministério da Cultura

(MinC) dos produtores culturais. A caravana está visitando

várias cidades do país.

MArcelo gAndrA/coperphoto/sisteMA Fieb

Juca Ferreira ao lado do diretor Márcio Meireles

Page 31: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

Bahia Indústria 31

gilberto Carvalho conhece o projeto do SESI Retiro

VAlter pontes/coperphoto/Fieb

Angelo pontes/coperphoto/sisteMA Fieb

SinduScon e AdeMi ApreSentAM enic • A cadeia do setor

da construção estará reunida no 87º Encontro Nacional da

Indústria da Construção, de 23 a 25 de setembro, em

Salvador. Com o tema Brasil mais eficiente, país mais justo,

o ENIC 2015 é uma realização do Sindicato da Indústria da

Construção (Sinduscon-BA), da ADEMI-BA e da CBIC. O

evento foi lançado em um café da manhã, dia 09 de abril, na

sede do sindicato. Na oportunidade, também foram

apresentados o site, a marca e o aplicativo do evento. “O

futuro da construção no Brasil será debatido com o objetivo

de trazer soluções e novos entendimentos para um setor em

constante evolução”, comentou o presidente do Sinduscon-

BA, Carlos Henrique Passos.

Presidente do CONSESI visita SESI BahiaO presidente do Conselho Nacional de Administração do SESI,

Gilberto Carvalho, esteve em Salvador para conhecer os

principais projetos desenvolvidos no Departamento Regional,

bem como a estrutura do SESI Bahia. A visita ocorreu no dia 7

de abril e o roteiro incluiu a unidade SESI Lucaia, a Escola

Djalma Pessoa, em Piatã, e as obras da escola Reitor Miguel

Calmon, no Retiro. Carvalho esteve acompanhado do

superintendente do SESI Bahia, Armando Neto, que

apresentou o projeto de construção de um centro na área de

saúde e segurança no trabalho. O presidente do Conselho

Nacional manifestou empenho em assegurar o apoio do

Departamento Nacional para a necessidade de aportar

recursos para o projeto que ele classificou como estratégico

para o sistema indústria.

Programa do SENAI Lauro de Freitas recebe nova certificaçãoO Programa de Ensaios de Proficiência (PEP) do SENAI Lauro

de Freitas conquistou, em fevereiro deste ano, mais uma

credencial da Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro e

passa a utilizar também a logomarca da CGCRE nos serviços

autorizados, evidenciando que os mesmos passaram por

auditoria do órgão nacional. O PEP foi criado em 2001, com o

objetivo de verificar o desempenho analítico de laboratórios

de ensaios químicos. O trabalho consiste em avaliar, por

meio de cálculos estatísticos, se o laboratório apresenta

desempenho satisfatório nas análises que realiza.

CIEB lança Programa Rede de Parceiros Com o objetivo de oferecer às empresas associadas

produtos e serviços com descontos e condições

especiais, o Centro das Indústrias da Bahia (CIEB)

lança, em maio, o programa de benefícios Rede de

Parceiros, que prevê oferecer às empresas associadas,

produtos e serviços de qualidade, fortalecendo também

os parceiros, que ganham visibilidade e firmam novos

negócios. Já foi firmado acordo com mais de 30 parceiros

em diversas atividades, a exemplo de certificação

digital, farmácias, academias de ginástica, cinemas e

cursos de idiomas. A intenção é atender a demanda das

associadas do CIEB e melhorar a qualidade de vida de

seus funcionários. A rede abrange toda a Bahia e conta

com parcerias no interior. Interessados em associar-se

ao CIEB devem entrar em contato pelo telefone (71)

3343-1216 ou pelo e-mail [email protected].

Page 32: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

32 Bahia Indústria

Direito Penal como meio de controle na modernidade

jurídico

POR marcelo cerqueira

É notório o desejo social de que o

Direito Penal seja cada vez mais

expandido, de modo a incidir nas

mais diversas condutas, geran-

do um controle criminal cada vez

mais abrangente. Vivemos uma

espécie de retorno do movimento

Law and Order da década de 1970,

que tem como fundamento que as

leis penais mais severas sanam o

problema da criminalidade.

A justificativa social para a ex-

pansão desse fenômeno de inten-

sificação punitiva embasa-se na

crescente sensação de inseguran-

ça, em razão do aumento abrupto

dos índices de violência e o conse-

quente anseio de justiça.

A ideia de desamparo cria a

impressão de que a incidência de-

lituosa aumentará cada vez mais,

deixando a população sujeita aos

mais graves crimes, em qualquer

tempo, lugar ou classe social.

Tal pensamento faz, portanto,

com que se iniciem os reflexos na

política criminal, criando a sensa-

ção de necessidade de agravamen-

to do Direito Penal como o único

apto a solucionar tal panorama, o

que, obviamente, não se justifica.

Com a pós-modernidade, aban-

dona-se o ideal correcionalista,

que enxergava o crime como um

problema social e entendia que,

com a solução das desigualdades

e correção do indivíduo via inter-

venção estatal, efetivamente, se

combatia a criminalidade.

O sentimento atual é que a so-

lução para a crescente criminali-

dade é segregá-la, consolidando a

cultura do controle através da pu-

nição. Um verdadeiro retrocesso

principiológico.

Essa nova lógica punitiva do

Estado de Direito faz com que a

igualdade perante a lei seja esque-

cida, criando estereótipos causa-

dores da violência estrutural, que

são agravados por um ambiente de

dramatização midiática dos me-

dos populares.

Ocorre que, enquanto os te-

mores forem utilizados de forma

populista, tendemos a esquecer

que é a própria modernidade que

produz essa sociedade do medo,

onde o criminoso deixa de ser

uma pessoa normal vulnerável ao

desajuste/desvio, e passa a ser tão

somente fonte de perigo, que ne-

cessita ser neutralizado.

Dentro da ótica da indústria,

citamos a Lei Anticorrupção nº

12.846/13, que visa punir por res-

ponsabilidade civil e adminis-

trativa as pessoas jurídicas pela

prática de atos contra a adminis-

tração.

A referida lei parece ter cunho

administrativo, contudo, possui

caráter substancialmente penal

e traz reflexos importantes para

o setor, pois pode prejudicar dire-

tamente a atividade empresarial.

Desta forma, a cultura do medo

e a sensação de insegurança so-

cial impregnadas na visão da so-

ciedade moderna dão ensejo à ma-

ximização do Direito Penal, que

deveria, em verdade, ser somente

utilizado em ultima ratio – última

razão –, quando todos os demais

ramos do direito não forem capa-

zes de repelir tais condutas.

Decreto Federal regulamenta e-SocialResolução do Comitê Gestor

CGES/GM/TEM nº 1,

composto por representantes

dos Ministérios do Trabalho e

Emprego e da Previdência

Social, da Secretaria da

Receita Federal do Brasil, do

Instituto Nacional do Seguro

Social e da Caixa Econômica

Federal, foi publicada no dia

24 de fevereiro de 2015. A

Resolução regulamentou o

Sistema de Escrituração

Digital das Obrigações

Fiscais, Previdenciárias e

Trabalhistas (eSocial) e

aprovou a versão 2.0 do seu

Manual de Orientação (MOS).

Publicado o Novo Código de Processo CivilFoi publicada, no dia 17 de

março de 2015, a Lei Federal

nº 13.105, que instituiu o

novo Código de Processo

Civil Brasileiro. A norma

trouxe diversas inovações

visando a dar maior agilidade

ao andamento das demandas

judiciais, a exemplo da

extinção de diversos

recursos; da nova forma de

contagem do prazo em dias,

estabelecidos por lei ou pelo

juiz, por força da qual serão

computados somente os dias

úteis; do incremento das

multas para aqueles que

interpuserem recursos com o

mero intuito protelatório;

bem como da criação de

centros de solução

consensual de conflitos.

Marcelo Cerqueira é advogado da Gerência Jurídica da FIEB

Page 33: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

Bahia Indústria 33

ideias

POR daniel ribeiro silva

O Código Tributário do Estado

da Bahia (Coteb) dispunha que

a exigência de crédito tributário

deveria ser feita por meio de no-

tificação fiscal, sempre que o lan-

çamento de ofício fosse relativo a

valor inferior a R$10 mil. Quando,

no entanto, o valor fosse igual ou

superior, a exigência se realizaria

por meio de auto de infração. Tal

dispositivo fora modificado pela

Lei n° 13.199/2014, para determi-

nar que os limites em reais para

utilização da notificação fiscal

deveriam ser estabelecidos em

regulamento. O RPAF/BA, com

a redação dada pelo Decreto n°

15.807/2014, a partir de fevereiro

de 2015, fixou como teto o valor de

R$ 39.720 para manejo da notifica-

ção fiscal, sem qualquer justifica-

tiva razoável.

As duas vias eleitas pelo legisla-

dor estadual para efetuar a cobran-

ça, em verdade, trazem consigo

diferentes regimes jurídicos que re-

gem, cada um, ao seu modo, o pro-

cedimento de impugnação do con-

tribuinte e o julgamento do mesmo.

A defesa da notificação fiscal

deve ser feita em um prazo de 30

dias e se resume a apresentar uma

justificação na repartição do do-

micílio fiscal. Dada a sua apresen-

tação, a administração fazendá-

ria emitirá a decisão por meio de

despacho do titular da Gerência

de Arrecadação ou da inspetoria

fazendária emitente da Notifica-

ção Fiscal. Decorrido o prazo esti-

pulado para pagamento do débito,

considera-se constituído o crédito

tributário, devendo ser encami-

nhado para inscrição em Dívida

Limitações ao direito de defesaAtiva. A esta descrição se resume

todo o procedimento de julgamen-

to da defesa de uma notificação

fiscal no Estado da Bahia.

O regime do auto de infração,

porém, é bastante diferenciado,

quando da apresentação da defesa

no prazo de 60 dias, impugnando

o lançamento de crédito tributá-

rio, efetuado mediante auto de in-

fração, instaurando-se o processo

administrativo fiscal.

No processo podem ser reali-

zadas diligências. Há julgamento

em primeira instância por uma

Junta de Julgamento Fiscal e, em

segunda instância, por uma das

Câmaras de Julgamento Fiscal,

sendo que três integrantes são

representantes dos contribuintes,

sendo possível a sustentação oral

pelo contribuinte. Ainda há a pos-

sibilidade de recurso à Câmara Su-

perior do Consef.

É possível concluir que o pro-

cedimento de auto de infração,

diferentemente do procedimento

da notificação fiscal, que é niti-

damente precário, está de acordo

com o que prevê a Constituição Fe-

deral, ao determinar, também pa-

ra os processos administrativos, a

observância da ampla defesa e do

contraditório.

No alargamento da aplicação

do regime de notificação fiscal,

cumpre observar que, fatalmen-

te, seu procedimento passa a ser

aplicável a uma infinidade de

cobranças realizadas contra mi-

croempresas e empresas de pe-

queno porte. Estas, em virtude da

limitação econômica a que estão

submetidas, facilmente teriam as

cobranças contra elas enquadrá-

veis no valor estipulado pelo fisco

Daniel Ribeiro Silva é advogado, conselheiro do Caft/FIEB

“Entendemos ser questionável submeter as micro e pequenas empresas a um regime de cobrança que não observa plenamente as garantias processuais da ampla defesa e do contraditório”

“estadual como próprio para as no-

tificações fiscais. Essa medida po-

de acabar com qualquer possibi-

lidade de defesa em lançamentos

de descumprimento de obrigações

acessórias, em que o RPAF permi-

te aos julgadores do Consef a com-

petência para proceder à redução

das penalidades.

Entendemos ser questionável

submeter as micro e pequenas em-

presas a um regime de cobrança

que não observa plenamente as ga-

rantias processuais da ampla defe-

sa e do contraditório. O tratamento

privilegiado, previsto constitucio-

nalmente, decorre de uma neces-

sidade econômica e social patente:

as micro e pequenas empresas são

responsáveis, no Brasil, pelo aco-

lhimento de uma parcela conside-

rável de trabalhadores.

Com base em todo esse contex-

to, resta evidente a necessidade

de tentar sensibilizar o legislador

estadual para que sejam alterados

os respectivos dispositivos legais,

adequando a legislação estadual e

garantindo a todos os contribuin-

tes o mesmo direito de defesa em

sede de processo administrativo

fiscal. [bi]

Page 34: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

livros

leitura&entretenimento

Sobre a crise de 2007Um relato abrangente a respeito dos

efeitos da crise econômica e financeira de

2007 nos Estados Unidos e seus efeitos

sobre a economia moderna é a proposta de

As transições e os choques, livro de autoria

de um dos maiores colunistas de economia

do mundo, o americano Martin Wolf. Além

de contar a história da crise em si, ele

analisa suas consequências e mostra que

novos abalos estão por vir e que as atuais

mudanças políticas fazem da Europa um

ambiente instável.

Onipresença do EstadoO autor busca entender como se formou

historicamente no Brasil a ideia de que

cabe ao governo resolver todos ou a

maioria dos problemas sociais, políticos e

econômicos. Vasculhando a história

política do país e recorrendo às

explicações de pensadores brasileiros e

portugueses que refletiram sobre a cultura

política do Brasil, Garschagen narra a

história de um país cuja formação cultural

se confunde com a onipresença da

burocracia nacional.

As transições e os choquesmartin WolfCompanhia das Letras480 páginasR$ 64,90

Pare de acreditar no governo: Por que os brasileiros não confiam nos políticos e amam o Estado Bruno Garschagenrecord, 322 páginas R$ 38

34 Bahia Indústria

Jogo de poderInspirado nas relações estabelecidas entre os personagens de

Beckett na peça “Fim de Jogo”, a Companhia Bufa de Teatro

apresenta no Teatro SESI – Rio Vermelho a tragicomédia

“Joguete”. O espetáculo, estrelado por quatro palhaços,

apresenta a dualidade do ser humano a partir das relações

estabelecidas entre os personagens. No palco, por meio da

mímica, são recriadas metáforas de situações vividas no

cotidiano em que o egoísmo, a submissão e o exercício do

poder vão sendo retratados. A interdependência afetiva, de

opressão, de carência material e humana se torna um fato

destrutivo, até que seja quebrado o círculo vicioso.

diVUlgAção

Aquarelas de CarybéOs traços leves, coloridos e minuciosos de Carybé revelam a

visão do artista sobre marcos da história do Brasil e da

Bahia nas exposições “Aquarelas do Descobrimento” e “As

Cores do Sagrado”. Dentre as obras apresentadas, uma

releitura da Carta de Pero Vaz de Caminha, em aquarela,

concebida com base na obra Carta a El Rey Dom Manuel,

idealizada pelo escritor Rubem Braga e publicada em 1981.

Assim, nasceram as 50 obras que integram a exposição

Aquarelas do Descobrimento. Já “As Cores do Sagrado” traz

um registro único dos rituais e cultos aos deuses africanos

no candomblé na Bahia.

Não perca Caixa Cultural, ter a dom, 9 às 18h. Até 17.5. Rua Carlos Gomes, 57, Centro. Gratuito. Informações: (71) 3421-4200

Não perca Teatro SESI, sextas, às 20h. 22 e 29.5. Rua Borges dos Reis, 9, Rio Vermelho. R$ 20 e R$ 10. Informações: (71) 3334-6800

teatro

músicaléo de AzeVedo/diVUlgAção

Page 35: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

Bahia Indústria 35

Page 36: Revista Bahia Indústria Março/Abril de 2015

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