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Be Healthy A obesidade se torna um problema ainda mais sério quando afeta crianças. Saiba como evitar O que é ser saudável? ENTREVISTA Perca o medo de cozinhar com Jamie Oliver SALMÃO Além de gostoso, faz bem abril de 2013 edição 01

Revista Be Healthy

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Trabalho Acadêmico produzido por Letícia Strehl

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Be Healthy

A obesidade se torna um problema ainda mais sério quando afeta crianças.

Saiba como evitar

O que é ser saudável?

ENTREVISTAPerca o medo de cozinhar

com Jamie Oliver

SALMÃOAlém de gostoso,

faz bem

abril de 2013 edição 01

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editorial

Você sabia que a cada 5 crianças obesas 4 se tornam adultos obesos? Assustador, não? Além do desencadeamento de várias doenças sérias, a obesidade infantil está se tornando cada vez mais comum. É necessário, com urgência, me-didas educacionais para que seja possivel com-batê-la.A intenção da revista é valorizar a saúde através do incentivo à alimentação equilibrada e aos hábitos mais saudáveis, não deixando de lado, no entanto, o prazer de comer bem.Entrevistamos o renomado chef britânico Jamie Oliver, famoso por sua habilidade em pratos fá-ceis, rápidos e deliciosos. Junto com ele, vamos tirar qualquer medo de cozinhar que possa ex-istir em você!Você também vai encontrar uma saborosa e facílima receita. Aproveite para conhecer os benefícios que o salmão traz e prepare um al-moço delicioso para a família!

Delicie-se com a leitura das matérias.

Referências

Esta revista foi elaborada para a Disciplina de Tecnologias Digitais, do curso de Design Gráfico, da Universidade Tecnológica Feder-al do Paraná e não será distribuída, tendo fins meramente acadêmicos. Portanto, os direitos autorais dos responsáveis pelas matérias e fo-tografias estão assegurados. Abaixo, os crédi-tos estão devidamente relacionados.

- Imagens

Salmão pulando. Disponível em: esciencecommons.blogspot.com Acesso em: 6 abr. 2013, 14:30:30Perfil Jamie Oliver. Disponível em: http://aiquerico.files.wordpress.com/2012/09/jamie_oliver_1.jpeg Acesso em: 20 mar. 2013, 9:15:00Prato Jamie Oliver. Disponível em: http://www.jamieo-liver.com/recipes/eggs-recipes/charred-eggy-bread-with-strawberries-and-honey Acesso em: 20 mar. 2013, 9:18:00Prato Jamie Oliver. Disponível em: http://www.jamieo-liver.com/recipes/chicken-recipes/tender-and-crisp-chicken-legs-with-sweet-tomatoes Acesso em: 20 mar. 2013, 9:20:00Cachorro quente. Disponível em: http://www.makro.com.br Acesso em: 20 mar. 2013, 9:22:00Salmão com gergelim. Disponível em: http://www.eu-livreleve.com Acesso em 20 mar. 2013, 9:24:00Capa. http://wtf-pictures.feedio.net/

- Textos

LIMA, Roberta de Abreu. Disponível em: http://veja.abril.com.br/020610/cozinha-todos-p-021.shtml Aces-so em 18 mar. 2013, 8:30:00MELLO, Elza D.; LUFT, Vivian; MEYER, Flavia. Di-sponível em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n3/v80n3a04.pdf Acesso em 23 mar. 2013, 17:50:00Receita de Salmão pela Revista Viva Saúde. Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/saude-nutri-cao/73/artigo132173-1.asp/ Acesso em 24 mar. 2013, 19:20:00

Letícia Strehl, a editora

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Salmão: Contra inflamações e reumatismo

sumário

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Além do Peso

Jamie Oliver: A cozinha é para todos

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Estudos revelam que suplementos de ômega-3, uma gordura poli-insatura-da abundante em peixes de águas frias e profundas, como o salmão e a sardinha, podem reduzir a dor decor-rente de inflamações, reumática e cólicas menstruais. Além de saudável, o salmão é delicioso e tem poucas calorias - cerca de 220 kcal em um filé de 100 g. Aproveite todos esses benefícios preparando a receita da chef Maria Emília Atallah, do Buffet Bela Sintra.

SALMÃOContra inflamações e dores reumáticas

Tataki de salmão em crosta de gergelim com redução de maracujá

20 g de açúcar 3 maracujás pimenta dedo-de-moça a gosto gergelim preto e branco300 g de filé de salmão sem pele e sem espinhas azeite extravirgem sal

Para a redução de maracujá, abra as frutas e coloque sua polpa com o açúcar e pimenta bem picadinha em uma panela. Cozinhe até engrossar e obter uma textura quase como ge-leia. Prepare o salmão em um recipi-ente uniforme e alto. Passe o lado que contém a pele em uma camada de gergelim, fixando bem com as mãos. Aqueça uma chapa ou uma frigidei-ra antiaderente. Quando estiver bem quente, regue com um fio de azeite e grelhe o salmão, começando pelo la-

do do gergelim. Esse processo deve ser rápido; o objetivo é obter uma carne completamente crua por den-tro, apenas selada. Vire-o para grel-har o lado sem gergelim. Tempere com sal a gosto e deixe esfriar bem (pode-se até colocar um pouco no freezer). Quanto mais gelado estiver, mais fácil para cortar. Depois, corte fatias de aproximadamente 0,5 cm e sirva sobre um pouco da redução de maracujá.

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ALÉM DO PESOObesidade infantil: como podemos ser eficazes?

É consenso que a obesidade infantil vem aumentando de forma significati-va e que ela determina várias compli-cações na infância e na idade adulta. Na infância, o manejo pode ser ainda mais difícil do que na fase adulta, pois está relacionado a mudanças de hábi-tos e disponibilidade dos pais, além de uma falta de entendimento da criança quanto aos danos da obesidade. O objetivo deste estudo é apresentar características gerais da obesidade e especialmente, salientar aspectos práticos do tratamento da obesidade infantil de ampla aplicação, além da importância da prevenção e formas práticas de realizá-la.

Prevalência da obesidade no Brasil

De acordo com relatos da Organi-zação Mundial da Saúde, a prevalên-cia de obesidade infantil tem crescido

em torno de 10 a 40% na maioria dos países europeus nos últimos 10 anos. A obesidade ocorre mais freqüente-mente no primeiro ano de vida, entre 5 e 6 anos e na adolescência. No Brasil, já foram realizados estudos verificando o aumento da obesidade infantil. A obesidade está presente nas diferentes faixas econômicas no Brasil, principalmente nas faixas de classe mais alta. A classe socioeconômica influencia a obesidade por meio da educação, da renda e da ocupação, resultando em padrões comportamen-tais específicos que afetam ingestão calórica, gasto energético e taxa de metabolismo. Entretanto, à medida que alimentos saudáveis, incluindo peixes, carnes magras, vegetais e frutas fres-cas, estão menos disponíveis para in-divíduos de condições mais restritas, a relação entre obesidade e baixa classe socioeconômica é observadaem países em desenvolvimento. Foi comparada a prevalência de obe-sidade de acordo com a renda fa-

miliar entre vários países nas décadas de 70 e 90. Fazendo um comparati-vo desses aspectos entre o Brasil e os Estados Unidos., no Brasil, assim como nos Estados Unidos e Europa, tem-se observado um aumento da prevalên-cia de obesidade, o qual está estri-tamente relacionado com mudanças no estilo de vida (outros tipos de brincadeiras, mais tempo frente à televisão e jogos de computadores, maior dificuldade de brincar na rua pela falta de segurança) e nos hábi-tos alimentares (maior apelo comercial pelos produtos ricos em carboidratos simples, gorduras e calorias, maior facilidade de fazer preparações ri-cas em gorduras e calorias e menor custo de produtos de padaria). No Brasil, foram realizados dois grandes inquéritos, em 1989 e em 1996, pos-teriormente analisados de forma crítica por Taddei. Foi observado que, nesses 7 anos, houve mudanças relevantes na prevalência de obe-sidade entre crianças menores de 5

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anos de idade. Observou-se aumen-to da prevalência nas regiões menos desenvolvidas e redução em regiões mais desenvolvidas. Tanto os aumentos quanto as reduções ocorreram mais intensamente entre filhos de mães com maior grau de escolaridade e entre crianças menores de 2 anos de idadedas regiões Sul e Nordeste.

Definição e avaliação da obesidade

A definição de obesidade é muito sim-ples quando não se prende a formali-dades científicas ou metodológicas. O visual do corpo é o grande elemento a ser utilizado. O ganho de peso na criança é acompanhado por aumento de estatura e aceleração da idade óssea. No entanto, depois, o ganho de peso continua, e a estatura e a idade óssea se mantêm constantes. A puberdade pode ocorrer mais cedo, o que acarreta altura final diminuída, devido ao fechamento mais precoce das cartilagens de crescimento. Existem vários métodos di-agnósticos para classificar o indivíduo em obeso e so-

brepeso. O índice de massa corporal (IMC, peso/estatura2) e a medida da dobra cutânea do tríceps (DCT) são bastante utilizados em estudos clínicos e epidemiológicos. Os percentis 85 e 95 do IMC e da DCT são comumente utilizados para detectar sobrepeso e obesidade, respectivamente. Out-ro índice bastante útil é o índice de obesidade (IO, peso atual/peso no percentil 50/estatura atual/estatura no percentil 50 x 100), que nos indi-ca quanto do peso do paciente ex-cede seu peso esperado, corrigido para a estatura. De acordo com esse índice, a obesidade é considerada leve quando o IO é de 120 a 130%, moderada quando é de 130 a 150%, e grave quando excede 150%. Um grande problema deste método é pressupor que qualquer aumento de peso acima do peso corpóreo pa-drão represente aumento de gordura. Assim, nem todas as crianças com IO superior a 120% são, de fato, obesas. Mas, de qualquer forma, este método pode ser valioso na triagem de cri-anças obesas. A escolha de um ou vários métodos

deve ser criteriosa, devendo-se considerar sexo, idade e maturi-dade sexual para obter valores de referência e classificações de obesidade. No sexo feminino, as dobras cutâneas podem ser maiores, pela maior quantidade de gordura. Na criança e no adolescente, o IMC está rela-cionado com idade e estágiode maturação sexual. Há dif-erenças na quantidade de gordura e na sua distribuição regional entre as pessoas, e também quanto a idade e sexo diferenças essas que podem ser de origem genética.

Complicações da obesidade in-fantil

A quantidade total de gordura, o excesso de gordura em tronco ou região abdominal e o exces-so de gordura visceral são três aspectos da composição corpo-ral associados à ocorrência de doenças crônico-degenerativas. O aumento do colesterol sérico é um fator de risco para doençacoronariana, e esse risco é ain-da maior quando associado à obesidade. O sobrepeso triplica o risco de desenvolvimento de diabetes melito. Assim como a obesidade, o nível de colesterol aumentado, o hábito de fumar e a presença de hipertensão arte-rial sistêmica, diabetes melito e sedentarismo são fatores de ris-co independentes para doençacoronariana. A obesidade é fator de risco para dislipidemia, promovendo aumento de coles-terol, triglicerídeos e redução da fração HDL colesterol. A perda de peso melhora o perfil lipídi-co e diminui o risco de doenças cardiovasculares. A qualidade da ingestão é um fator de ris-co para doença coronariana e que a ingestão da criança está intimamente relacionada com a dos pais.A aterosclerose tem início na infância, com o depósito de co-lesterol na íntima das artérias musculares, formando a estria

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de gordura. Essas estrias nas artérias coronarianas de crianças podem, em alguns indivíduos, progredir para lesões aterosclerótica avançadas em poucas décadas, sendo este proces-so reversível no início do seu desen-volvimento. É importante ressaltar que o ritmo de progressão é variável. A determinação sistemática do perfil lipídico na infância e adolescência não é recomendável. Entretanto, deve ser realizada entre os 2 e 19 anos de idade em situações de risco. Confir-mada a dislipidemia, o tratamento dietético deverá ser iniciado após os 2 anos de idade, com o cuidado de priorizar as necessidades energéticas e vitamínicas próprias à idade e a flex-ibilidade de permitir, em algumas situ-ações, ingestão de gordura superior a 25%. Deve-se encorajar a ingestão de fibras e desestimular a de alimen-tos ricos em colesterol e gordura sat-urada, bem como o uso excessivo de sal e açúcar refinado. Quando houver necessidade de aumentar a taxa de gordura, isso deve ser feito prefer-encialmente às custas de gordura monoinsaturada.A obesidade na infância aumenta o risco de obesidade na vida adulta e os fatores de risco associados. Con-cluíram que esse risco existe, mas que a magreza na infância não é um fator protetor para a ocorrência de obesi-dade na vida adulta. Assim, firmam que o IMC na infância correlaciona-se positivamente com o IMC do adulto, e que crianças obesas têm maior risco de óbito quando adultos. No entanto, o IMC não reflete a porcentagem de gordura, e somente aos 13 anos crianças obesas têm realmente maior chance de se tornar adultos obesos. A relação entre baixo peso ao na-scer e resistência à insulina é incerta. Um estudo recente mostrou não haver correlação significativa. Entretanto, o peso atual persiste como fator que contribui para esse desfecho. Des-ta forma, é importante o manejo e a prevenção da obesidade infantil, visto que esta é mais facilmente corri-gível e evitável do que o baixo peso gestacional, além de apresentar con-seqüências mais significativas à saúde. A obesidade, já na infância, está rela-cionada a várias complicações, como

também a uma maior taxa de mor-talidade. E, quanto mais tempo o in-divíduo se mantém obeso, maior é a chance das complicações. Em geral, quanto maior o número e a gravidade das complicações, maior a probabili-dade de que esta criança necessite de avaliação e tratamento, talvez me-dicamentoso, em um centro de obesi-dade pediátrico especializado.

Obesidade e atividade física

O exercício é considerado uma cat-egoria de atividade física planejada, estruturada e repetitiva. A aptidão física, por sua vez, é uma característi-ca do indivíduo que engloba potên-cia aeróbica, força e flexibilidade. O estudo desses componentes pode auxiliar na identificação de crianças e adolescentes em risco de obesidade. A criança e o adolescente tendem a ficar obesos quando sedentários, e a própria obesidade poderá fazê-los ainda mais sedentários. A atividade física, mesmo que espontânea, é im-portante na composição corporal, por aumentar a massa óssea e prevenir a

osteoporose e a obesidade.Hábitos sedentários, como assistir tele-visão e jogar vídeo game, contribuem para uma diminuição do gasto calórico diário. Foi observado uma diminuição importante da taxa de metabolismo de repouso enquanto ascrianças assistiam a um determinado programa de televisão, sendo ain-da menor nas obesas. Então, além do gasto metabólico de atividades diárias, o metabolismo de repouso também pode influenciar a ocorrên-cia de obesidade. O aumento da atividade física, portanto, é uma meta a ser seguida, acompanhada da di-minuição da ingestão alimentar. Com a atividade física, o indivíduo tende aescolher alimentos menos calóricos.Há estudos que relacionam o tem-po gasto assistindo televisão e a prevalência de obesidade. A taxa de obesidade em crianças que assistem menos de 1 hora diária é de 10%, en-quanto que o hábito de persistir por 3, 4, 5 ou mais horas por dia vendo tele-visão está associado a uma prevalên-cia de cerca de 25%, 27% e 35%, respectivamente. A televisão ocupa

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horas vagas em que a criança pode-ria estar realizando outras atividades. A criança freqüentemente come na frente da televisão, e grande parte das propagandas oferecem alimen-tos não nutritivos e ricos em calo-rias. Grazini & Amâncio analisaram o teor das propagandas veiculadas em horários de programas para ad-olescentes, verificando que a maioria delas (53%) eram de lanches e refrig-erantes.O tratamento da obesidade é difícil porque há variação do metabolismo basal em diferentes pessoas e na mesma pessoa em circunstâncias dif-erentes. Assim, com a mesma ingestão calórica, uma pessoa pode engordar e outra não. Além disso, a atividade física de obesos é geralmente menor do que a de não-obesos. Difícil é sa-ber se a tendência ao sedentarismo é causa ou conseqüência da obesi-dade.Em relação à atividade física, geral-mente a criança obesa é pouco hábil no esporte, não se destacando. Para a atividade física sistemática, deve-se realizar uma avaliação clínica criteriosa. No entanto, a ginástica formal, feita em academia, a menos que muito apreciada pelo sujeito, di-ficilmente é tolerada por um longo período, porque é um processo re-petitivo, pouco lúdico e artificial no sentido de que os movimentos real-izados não fazem parte do cotidiano da maioria das pessoas. Além disso, existe a dificuldade dos pais e/ou responsáveis de levarem as crianças em atividades sistemáticas, tanto pelo custo como pelo deslocamento. Portanto, deve-se ter idéias criativas

para aumentar a atividade física, como descer escadas do edifício onde mora, jogar balão, pular corda, caminhar na quadra, além de ajudar nas lidas domésticas. O fato de mudar de atividade, mesmo que ela ainda seja sedentária, já ocasiona aumento de gasto energético e, especialmente, mudança de comportamento, de não ficar inerte, por horas, numa só ativ-idade sedentária, como se fosse um vício.Programas com aspectos relaciona-dos com obesidade e atividade física devem estimular a atividade física es-pontânea, além de avaliar se, no final de um programa de prática desport-iva intensa, foi incorporada uma mu-dança no estilo de vida da criança. A criança deve ser motivada a man-ter-se ativa, e essa prática deve ser incorporada preferencialmente por toda a família.

Prevenção da obesidade infantil

Como os programas de intervenção ainda têm pouco consenso, a pre-venção continua sendo o melhor caminho. Os esforços para a pre-venção da obesidade na infância são provavelmente mais eficazes quando endereçados simultanea-mente aos alvos primordial, primário e secundário, com metas apropria-damente diferentes. A prevenção pri-mordial visa prevenir que as crianças se tornem de risco para sobrepeso; a prevenção primária objetiva evitar que as crianças de risco adquiram so-brepeso; e a prevenção secundária visa impedir a gravidade crescente da obesidade e reduzir a comor-bidade entre crianças com sobrepeso e obesidade. Dentro deste cenário, as prioridades básicas de ação po-dem ser identificadas, priorizadas

Deve haver um esforço significativo no sentido de direcioná-las à pre-venção da obesidade já na primeira década de vida. A política da esco-la pode promover ou desencorajar dietas saudáveis e atividade física. É muito importante que seja incorpora-do ao currículo formal das escolas, em diferentes séries, o estudo de nutrição e hábitos de vida saudável, pois neste local e momento é que pode começar o interesse, o entendimento e mesmo a mudança dos hábitos dos adultos, por intermédio das crianças e dos ad-olescentes.A maioria das recomendações deve ser seguida por toda a família, sendo os indivíduos obesos ou não. Em nosso meio, a obesidade infantil é um sério problema de saúde públi-ca, que vem aumentando em todas as camadas sociais da população brasileira. É um sério agravo para a saúde atual e futura dos indivíduos. Prevenir a obesidade infantil signifi-ca diminuir, de uma forma racional e menos onerosa, a incidência de doenças crônico-degenerativas. A es-cola é um local importante onde esse trabalho de prevenção pode ser re-alizado, pois as crianças fazem pelo menos uma refeição nas escolas, pos-sibilitando um trabalho de educação nutricional, além de também propor-cionar aumento da atividade física.

e vinculadas às estratégias de inter-venção potencialmente satisfatórias. As iniciativas de prevenção primor-dial e primária são as mais eficazes, provavelmente se forem iniciadas an-tes da idade escolar e mantidas du-rante a infância e a adolescência.

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A merenda escolar deve atender às necessidades nutricionais das cri-anças em quantidade e qualidade e ser um agente formador de hábitos saudáveis.Para alcançar uma alimentação saudável, além de fornecer infor-mações corretas sobre alimentação e saúde (promoção), é preciso evi-tar que informações incorretas e contraditórias alcancem indivíduos (proteção) e, ao mesmo tempo, propi-ciar a esses indivíduos condições que tornem factíveis a adoção das orien-tações que recebem (apoio). Isso sig-nifica que uma política consistente de prevenção da obesidade deve com-preender não só ações de caráter educativo e informativo (como cam-panhas veiculadas por meios de co-municação de massa), como também medidas legislativas (como controle da propaganda de alimentos não-saudáveis, especialmente os dirigidos ao público infantil),tributárias (isentan-do alimentos saudáveis e onerando os preços dos não-saudáveis), trein-amento e reciclagem de profissionais

de saúde, medidas de apoio à pro-dução e comercialização de alimentos saudáveis e mesmo medidas relacio-nadas ao planejamento urbano (por exemplo, privilegiando o deslocamen-to de pedestres em contraposição ao de automóveis e dotando áreas carentes de recursos mínimos para a prática de atividades físicas de laz-er). Saber o que é necessário para emagrecer não apresenta maiores dificuldades após algum tempo de prática.

Querer, dever e poder emagre-cer são questões imensa-mente mais complexas e ex-igem grande investimento emocional, intelectual e físico.

E aí, quer saber mais sobre o assunto?

Para saber mais sobre o assun-to, não deixe de conferir o documentário Muito Além do Peso. Assista online: http://www.muitoalemdope-so.com.br e confira na íntegra.

Este reportagem foi extraída do artigo “Obesidade Infantil: como podemos ser eficazes?” de Elza D. de Mello, Vivian C. Luft e Flavia Meyer.

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infográfico

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JAMIEOLIVER

O senhor defende em seus livros e na TV a ideia de que qualquer um pode se tornar um bom cozinheiro. Como, ex-atamente?

Há muitos mitos em torno da figura do cozinheiro. É como se fosse alguém de posse de um talento sobrenatural capaz de promover milagres ao fogão. Isso não apenas não corresponde à verdade como espanta muita gente da cozinha por não se achar à al-tura da função. Pois, mais do que um traço de genialidade ou uma habilidade fora do comum, cozinhar bem requer esforço e paciência em graus elevados. O segredo está na repetição. É preciso executar uma mesma receita dezenas de vezes, até ela funcionar, para depois começar a modificá-la aqui e ali. Cozin-har exige também completa ausência de frescura e alta dose de sangue-frio na hora de sujar as mãos e manusear toda sorte de ingrediente – coisa que nem todo mundo está disposto a encarar. São pré-requisitos que, definitivamente, não têm nada a ver com a imagem do glamour tão difundida por aí.

Com treze livros publicados e um programa de TV exibido em mais de quarenta países, nenhum chef de cozinha é tão conhecido no mundo inteiro quanto o inglês Jamie Oliver, 35 anos. Há quase duas décadas no ramo, ele começou a se interessar por culinária quando ajudava os pais no pub da família, em Claver-ing, o vilarejo onde passou a infância. O que o alçou à celebridade não foi exatamente a ex-celência técnica, marca registrada dos chefs estrelados, mas sua capacidade de ensinar a cozinhar de forma simples e realista. Ele diz: “Não é preciso ser um grande gênio para pro-duzir pratos excepcionais”.

Os erros ao fogão são tão comuns quanto frustrantes. A maioria dos novatos que desistem não resistiu às primeiras decepções

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A cozinha é para todos

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Em que sentido?

Os erros na cozinha são tão frequentes quanto frustrantes. Minha experiência mostra que a maioria dos novatos que aca-bam desistindo de cozinhar o faz justamente porque não resistiu às primeiras decepções diante de uma receita que desandou ou de um prato que, depois de horas a fio de trabalho árduo, saiu queimado do forno. A questão central é que qualquer um com um mínimo de determinação e inteligência pode seguir em frente. Não é exagero afirmar que em nenhum outro período da história foi tão fácil tornar-se um bom cozinheiro.

Por que cozinhar bem se tornou mais fácil?

Houve grandes avanços em duas frentes. Primeiro, os utensílios nunca foram tão funcionais. Isso poupa o tempo antes gasto com tarefas enfadonhas, como picar legumes – um trabalho hoje executado por processadores que são verdadeiras Ferraris da cozinha. Melhor ainda: eles proporcionam tais cortes com a mes-ma maestria de um bom cozinheiro. Também pesa em favor dos iniciantes a incrível variedade de ingredientes encontrados nos supermercados e feiras livres. Eles costumavam ser bem raros e caríssimos, restritos às rodas dos chefs profissionais. Na última década, porém, a globalização vem tratando de popularizar os azeites de alto padrão e os temperos exóticos. Eles têm um peso decisivo na excelência de um prato – talvez até maior que o da mão do próprio chef.

O senhor, afinal, não acredita em genialidade na cozinha?

Como em qualquer área, existe na gastronomia um grupo de profissionais capazes de romper com as velhas fórmulas e ino-var de forma surpreendente. Estes criam técnicas e servem de inspiração para os colegas. Mas isso não quer dizer que sejam os melhores do ramo. Uma espuma produzida sob os pilares da tão celebrada cozinha molecular é sempre interessante, e nin-guém discorda disso – mas não será necessariamente saborosa. E pagar caro por ela pode não valer a pena. Muitas vezes, não é num restaurante estrelado sob o comando de um chef de renome que se encontrará a melhor comida, mas sim num bistrô mais simples e despretensioso. E quem costuma sair para comer fora já entendeu isso. Nas grandes cidades do mundo, os habitués de restaurantes compõem um grupo bastante ciente daquilo que quer.

As pessoas se tornaram mais exigentes em relação à comida?

É um fato inquestionável. Há evidências de que o próprio paladar das pessoas está mais apurado do que no passa-do. Elas estão mais críticas. Essa evolução se dá, justamente, à medida que se popularizam os temperos e a culinária de diferentes países. O paladar vai sendo educado. Nas grandes metrópoles do mundo, a oferta de bons restaurantes também cresceu exponencialmente. E, num cenário de nível elevado, espera-se que as pessoas se tornem ainda mais criteriosas e exigentes. O dado bom é que elas podem escolher à vontade.

É mais difícil hoje prosperar no ramo da gastronomia?

Sem dúvida, a sobrevivência ficou mais dura para donos de restaurante como eu. Para se ter uma ideia, os mais chiques precisam concorrer hoje com aqueles bistrôs comandados por chefs estrelados, como os franceses Yves Camdeborde e Christian Constant. São profissionais que desceram um degrau na escala do luxo por uma mudança de comportamento que vem se acentuando nos últimos anos.

Gostou da entrevista?

Para saber mais a respeito do Jamie Oliver, acesse seu site: www.jamieoliver.com e confi-ra receitas e novidades fresquinhas!

Leia esta entrevista na íntegra:http://veja.abril.com.br/020610/cozinha-to-dos-p-021.shtml

Os grandes chefs são obcecados pelas técnicas culinárias, mas o senhor parece não dar muita importância a elas...Qualquer um que se pretenda bom cozinheiro precisa dominar um conjunto básico de técnicas, sim, mas elas não são de alta complexidade. Ao contrário. Para quem não ambiciona se tornar um profissional da área, as técnicas necessárias para produzir pratos excepcionais em casa são tão simples que um autodidata tomado de determinação e com tempo pode assimilá-las sem grandes traumas nem sobressaltos. Quem acha que culinária é só coisa de artista vai discordar de mim, mas impressiona como as mãos se acostumam às tarefas da cozinha, até elas se tornarem puramente mecânicas. A gastronomia pode ser uma atividade altamente penosa.

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A designer, a autora,

a cozinheiraEsta é Letícia Marcovski Strehl, 22 anos, estudante

de Design Gráfico na Universidade Tecnológica

Federal do Paraná. Curitibana desde sempre, fre-

quenta assiduamente a Feirinha e é fissurada por

pinhão na chapa. Curte rock, viaja no blues, faz

tour entre cafeterias e garimpa sebos e brechós.

Tem uma cadela, chamada Nina, que quando a vê

balança o rabinho na velocidade da luz, e um ca-

lopsita, chamado Tico, que assovia e cantarola só

pra ela.

Seu hobbie preferido é cozinhar. Passa horas pesqui-

sando e lendo sobre isso e não se cansa. Adora

cozinhar para os amigos e familiares e também de

presenteá-los com suas comidinhas. Sua motivação

vem do prazer em ver as pessoas comerem bem e

da felicidade que os elogios trazem. E apesar da

experiência mais empírica, esta guria (como gos-

ta de ser chamada) consegue fazer muitas coisas

gostosas.

É uma amante de culturas diferentes e por este mo-

tivo pretende viajar muito pelo mundo. Por enquan-

to fala português, inglês e um pouco de alemão e

espanhol, mas quer ser fluente em pelo menos 5

línguas. Tem bastante interesse pela cultura oriental,

a chinesa, em especial.

Acredita que o Design acompanha o desenvolvi-

mento cultural dos indivíduos e que, através dele, é

possível auxiliar, facilitar e influenciar positivamente

a vida das pessoas.

http://www.behance.net/strehl