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Ano 2 Edição 7 | Junho 2010 mata viva Valorizando vidas, preservando o planeta Brasil Mata Viva inova em apresentação de projetos Carbon Expo

Revista Brasil Mata Viva 07

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Revista Brasil Mata Viva 07

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Ano 2 Edição 7 | Junho 2010

mata viva

Valorizando vidas,preservando o planeta

Brasil Mata Viva inova em apresentação de projetos

Carbon Expo

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Editorial

Mais uma edição e novas histórias de sucesso para contar. A equipe Brasil Mata Viva acaba de chegar da Alemanha onde participou da sétima edição da Carbon Expo. O evento é organizado pelo World Bank, International Emissions Trading As-sociation (IETA) e Koelnmesse e promoveu o encontro dos mercados que demandam e os que oferecem os créditos de carbono.

Durante três dias, o comércio de emis-sões internacional foi o foco da feira, sendo discutidas as tendências e desenvolvimen-tos atuais no mercado de carbono, assim como o próprio comércio de emissões, os projetos de financiamento e os obstáculos a mitigação de carbono. Na oportunidade, o Brasil Mata Viva apresentou um novo pa-drão, voltado ao desmatamento evitado e, ao mesmo tempo, gerando transparência e sustentabilidade nas áreas dos projetos a serem desenvolvidos. Cerca de 3.000 pes-soas visitaram o evento.

No estado do Mato Grosso, o Brasil Mata Viva acompanha de perto o cresci-mento dos núcleos. O antigo cenário de incerteza para os produtores e de desres-

peito às novas normas ambientais deram vez a princípios que determinam a conci-liação do equilíbrio e da preservação am-biental com o desenvolvimento econômico da sociedade.

Em Goiás, acompanhamos o trabalho de soltura de aves silvestres do Cerrado. O trabalho é realizado pelo Ibama GO e faz parte das ações do Projeto Asas – Área de Soltura de Animais Silvestres, que já con-ta com cinco áreas cadastradas pelo órgão para soltura. Nessa leva, 32 aves foram soltas (13 pássaros pretos, oito maritacas, três trinca ferro e oito tucanos).

Ainda em Goiás, uma iniciativa da As-sembleia Legislativa do Estado premiou as pessoas e entidades que mais se des-tacaram na defesa e preservação do meio ambiente. O Prêmio Altamiro de Moura Pacheco foi proposto pela Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

Também nessa edição, e servidores da Bolsa de Transações de Ativos Am-bientais do Brasil (Btaab) explicam tudo sobre tributação, benefício fiscal e sus-tentabilidade. Os trabalhos não param.

O trabalhO cOntinua

Maria Tereza Umbelino de SouzaCoordenação Técnica

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índice

brasil Mata ViVa leVa inOVaçãO à carbOn expO

capa

bMV apresenta na aleManha nOVO padrãO VOltadO aO desMataMentO eVitadO

23

MeiO aMbienteasseMbleia preMia destaques eM preserVaçãO

40

brasil Mata ViVa

expe

die

nte

rua c-135, qd. 560, lt. 09JardiM aMérica - GOiânia - GOiás - brasil

+55 62 3087 5550 www.brasilMataViVa.cOM.br

prOduçãO

ASCOPLAN ASSESSORIA E CONSULTORIA LTDA

cOOrdenaçãO técnica Maria tereza uMbelinO de sOuza

cOOrdenaçãO cOMercial

carlOs ayrtOn alla

cOOrdenaçãO de caMpO

beneditO uMbelinO de s. netO

JOrnalista respOnsáVel

pOlliana ribeirO - 2017/GO

diaGraMaçãO e trataMentO de fOtOs

central de idéias cOMunicaçãO

prOJetO GráficO eudisOn rubstany

pré iMpressãO

diGicOr fOtOlitOs

iMpressãO

GrafOpel Gráfica e editOra

fOne: (62) 3265-6600

tiraGeM

5 Mil exeMplares

periOdicidade

Mensal

as Opiniões eMitidas nas entreVistas e artiGOs sãO de inteira respOnsabilidade de seus autOres

artiGOtributaçãO, benefíciOs fiscais e sustentabilidade16

aVesprOJetO dá liberdade a pássarOs 20

artiGOpreserVaçãO dO aMbiente MarinhO26

cOMpensaçãOdeputadO elOGia MetOdOlOGia brasil Mata ViVa28

artiGOiMpactOs aMbientais da aGrOpecuária44

artiGOestratéGia Verde34

teles piresnúcleO inicia trabalhOs nO Mt27

ibaMa

araGuaia

aVes GanhaM a liberdade

MunicípiOs recebeM recursOs para teMpOrada

10

08

laVOura cOMunitáriaeMpreGO e renda para faMílias carentes

14

GOiásGOVernO inVeste r$ 1 bilhãO eM rOdOVias

30

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8 | recursOs recursOs | 9

Em Goiás, 18 municípios fazem parte do Vale do Araguaia. Um sinal claro da preocupação com o bioma é a participação inédita dos

representantes desses municípios no XII Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, o Fica.

Municípios do

recebem recursos Vale do Araguaia

inco municípios que fazem parte do Vale do Ara-guaia receberão R$ 842 mil do

Governo estadual. A iniciati-va foi tomada pelo governa-dor Alcides Rodrigues para auxiliar as cidades de Ara-garças, Aruanã, Britânia, São Miguel do Araguaia e Nova Crixás.

O dinheiro será investido na melhoria dos serviços e equipamentos turísticos du-rante a Temporada de Praia 2010, mediante a normati-zação e a qualificação pro-fissional do setor turístico e dos gestores públicos mu-nicipais, assim como em obras de infraestrutura e si-nalização

“Os municípios bene-ficiados vão dar o suporte necessário para receber tu-ristas de Goiás e do Brasil”, explicou o governador. Jun-tas, as cinco cidades rece-bem um milhão de turistas durante a temporada do Rio Araguaia. “São municípios que contam com beleza

rara e grandes mananciais, enfim, é uma região exube-rante; e com a liberação de recursos, estaremos ajudan-do ao seu crescimento eco-nômico e social através da atividade turística”, com-plementou.

A Temporada do Rio Araguaia deve ser aberta oficialmente no dia 10 de julho. De acordo com o pre-sidente da GoiásTurismo, Durval Mota, a maior parte dos recursos vai ser aplica-da na realização de eventos. “Mas outra parte será inves-tida em ações de limpeza das praias e preservação da natureza”, explicou.

A região do Araguaia é a única dos nove pólos tu-rísticos goianos a ter todos os seus seis municípios in-dutores do turismo regio-nal cadastrados pela Goiás Turismo como Diamantes, em decorrência de critérios técnicos que têm por finali-dade identificar o nível de desenvolvimento dos desti-nos e direcionar apoio téc-nico e financeiro.

C

Governador Alcides Rodrigues assina ordem de

serviço liberando R$ 842 mil para auxiliar as

cidades de Aragarças, Aruanã, Britânia, São

Miguel do Araguaia e Nova Crixás.

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10 | ibaMa ibaMa | 11

Ibama LibertaAvesApreendidas

Em parceria com o Rio Quente Resorts, o Ibama

Goiás soltou 32 aves silvestres do Cerrado.

A iniciativa faz parte das ações do Projeto

Asas (Área de Soltura de Animais Silvestres), que

já conta com cinco áreas cadastradas pelo órgão

para soltura.

Ibama, em parceria com o Rio Quente Re-sorts, realizou no início de junho a soltura de 32 aves silvestres do

Cerrado. O ato foi promovido duran-te encerramento da 10ª Semana de Meio Ambiente do Rio Quente Re-sorts, dando liberdade a 13 pássa-ros pretos, oito maritacas, três trinca ferro e oito tucanos. Esta foi a se-gunda soltura realizada como resul-

tado da parceria entre o Ibama e o Rio Quente Resorts.

As aves, depois de mantidas e tratadas pelo Ibama, foram enca-minhadas ao complexo de lazer e turismo no Bird Land (Terra dos Pássaros) para manutenção e re-adaptação e, agora ganharam vida nova, a liberdade. A iniciativa faz parte das ações do Projeto Asas (Área de Soltura de Animais Sil-vestres), que já conta com cinco

áreas cadastradas pelo Ibama-GO para soltura.

Segundo o gerente de Gestão do Complexo, Ricardo Casas, a proposta é a de crescer sempre em consonân-cia com o meio ambiente. Ricardo ressaltou, ainda, a importância do trabalho de base que é feito, atra-vés da Educação Ambiental com as crianças do PETI – Programa de Er-radicação do Trabalho Infantil, pre-sentes no evento.

O

Para o Gerente de Áreas Protegidas da Secretaria

Estadual de Meio Ambiente, Cláudio Adriano Costa,

a vantagem de se promover a preservação, é a

possibilidade de rejuvenescimento do ambiente.

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12 | ibaMa ibaMa | 13

Para o Gerente de Áreas Protegi-das da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Cláudio Adriano Costa, a vantagem de se promover a preser-vação, é a possibilidade de rejuve-nescimento do ambiente. O analista ambiental do Ibama, Leo Caetano Fernandes da Silva, destaca a im-portância das parcerias entre o Rio Quente Resorts, SEMARH, Bird Land e Ibama que possibilitam o tra-balho de soltura de animais silves-tres na natureza, cumprindo todos os procedimentos necessários.

Leo cita o acompanhamento pós-soltura que tem contribuído para o sucesso do Projeto Asas. “As aves

Até o presente

momento, cerca

de 12 mil animais

deram entrada no

Cetas/GO, desde

sua instalação em

2007. Metade já

ganhou liberdade.

soltas, estão sendo monitoradas por alunos do curso de biologia da PUC/Goiás, que já avistaram duas delas interagindo com animais nativos, sem agressividade”, revelou.

A parceria do Ibama já enviou para o Bird Land 220 aves de 72 espécies. Algumas já recuperadas e outras ainda em tratamento porque chegaram mutiladas, desnutridas ou enfermas. Algumas provenientes de tráfico, cativeiros clandestinos, ações de caça predatória e redução de seu habitat por focos de queima-da, desmatamento e outros. Depois de tratadas, sempre que possível, são reintegradas ao seu habitat na-tural, respeitando sempre a fauna regional.

Com capacidade para abrigar até 2 mil aves, o Bird Land conta com uma equipe técnica composta por dois biólogos, dois veterinários, um nutricionista, três tratadores, duas re-cepcionistas e dois guardas-noturnos.

Trabalho consTanTe

A reintegração de animais na Na-tureza é uma constante no Ibama-GO. Até o presente momento, cerca

de 12 mil animais deram entrada no Cetas/GO, desde sua instalação em 2007. Metade já ganhou liberdade. A todos é dado tratamento e destino adequados. Antes de serem reinte-grados, passam por um período de quarentena, além de serem medica-dos e desverminados.

Os animais são examinados clinicamente, em parceria com a UFG e o Senai/Anápolis e avalia-dos, comportamentalmente, no Cetas. Apenas os animais sadios e com comportamento asselvajado são encaminhados para soltura. Após soltura, os animais, que es-tão todos marcados, são monitora-dos por pelo menos um ano, visan-do entender melhor e desenvolver metodologias que aumentem o su-cesso da reintegração.

O processo de Soltura é um com-promisso do Ibama, atendendo dire-trizes do Ministério do Meio Ambien-te – MMA, a fim de não permitir que as capturas de animais silvestres não autorizadas levem à sua extin-ção, além de incentivar as pessoas a contemplarem os animais na nature-za, sem gaiolas.

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14 | aGricultura aGricultura | 15

alimento e renda

Lavoura para famílias carentesPrograma Lavoura Comunitária, da Secretaria Estadual de Agricultura, distribuiu este ano 200 toneladas de grãos em 142 municípios. Programa bate recorde de produção ano a ano.

elhorar a alimen-tação das famí-lias pobres que vivem em condi-ções de subem-

prego, residentes nas periferias da capital ou na zona rural. Esta é uma das metas do programa Lavoura Co-munitária, desenvolvido pela Secre-taria Estadual da Agricultura e Abas-tecimento (Seagro).

Desde quando foi criado, em 1999, e até o ano passado, foram atendidas 536 mil famílias direta e indiretamente em todo o Estado. Neste período foram plantados 195 mil hectares e colhidos 6.809.460 sacas de grãos, com um investimen-to total do tesouro estadual e governo federal no valor de R$ 27 milhões.

O Programa Lavoura Comunitária é realizado através da parceria entre Estado, que fornece adubo e semen-tes, das Prefeituras, que fornecem os maquinários, e com os beneficiados, que entram com trabalho e produção.

Anualmente, a Seagro repassa 2% da colheita ao Governo estadual, por meio da Organização das Volun-tárias de Goiás - OVG, responsável por distribuir os alimentos às enti-dades filantrópicas. Para este ano, a estimativa é repassar 500 toneladas, 188 a mais do que a safra anterior. Em 2008, 160 municípios parti-ciparam do programa. Para a safra 2009/10, a meta é alcançar 200 ci-dades e receber 500 projetos.

GuaraíTa

Um bom exemplo é na cidade de Guaraíta, distante 282 quilôme-tros de Goiânia, onde 380 famílias

foram recentemente beneficiadas com mais de 600 toneladas de grãos produzidos por meio do programa. A colheita é fruto de uma parceria entre a Secretaria da Agricultura, Emater, e a prefeitura municipal. Ao todo foram distribuídas 10 mil sacas de grãos, entre arroz e milho. Propor-cionalmente, com 2.370 habitantes e área de 205,306 quilômetros qua-drados, Guaraíta é o município com maior número de associações e fa-mílias atendidas no Estado.

“Oito anos atrás não tínhamos tan-ta fartura assim aqui na região. Era tanta miséria que cansei de ver gente vizinha pedindo comida por aí”, afir-mou, entusiasmado, o presidente de uma das 11 associações de pequenos produtores rurais beneficiadas, José Nário Martins, 62 anos. O apoio re-ferido é relativo às sacas de semen-tes, insumos, maquinário, assistência

técnica e logística dados pela Seagro/Emater em parceria com a prefeitura.

Com o maquinário os produtores receberam ajuda para os serviços de aragem, gradeamento, nivelamento, plantio e silagem (para o milho). “Há pouco tempo o pequeno produtor ti-nha que comprar arroz aos quilinhos. Agora já tem até excedente da produ-ção para trocar por outros produtos”, observa a prefeita do município, Célia de Morais Marques. Ela adianta que um novo trator está sendo adquirido e irá se somar a outros dois tratores da prefeitura e um da Emater.

A compra de novos insumos e sementes já está sendo feita pela Secretaria da Agricultura para a pró-xima safra. A intenção é oferecer agora sementes de última geração, passando da qualidade S-1 para C-1, mais resistente e com maior po-der de geminação.

M

comunitária:Em 2008, 160

municípios

participaram do

programa. Para a

safra 2009/10, a

meta é alcançar 200

cidades e receber 500

projetos.

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16 | artiGO artiGO | 17

Tributação,

Sustentabilidade

O

Em seu artigo 225, a Car-ta Magna brasileira diz: “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder pú-blico e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Diz ainda em no artigo 173 que “ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos impera-tivos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei”.

Em complemento, o Código Tributário Nacional, em seu ar-tigo 3, determina que “tributo é toda prestação pecuniária com-pulsória em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada me-diante atividade administrativa plenamente vinculada”.

Em uma visão clássica a tributação brasileira se justifi-ca, pois é a maneira do nosso Estado promover arrecadação financeira para criar e executar programas que promovam a dig-

nidade de seu povo. Não diferente, a Tributação

ambiental brasileira apresenta-se, de maneira antiquada ás questões planetárias atuais, um modo intervencionista. Ou seja, ela visa a arrecadação financeira para posterior aplicação ou in-vestimento do Estado, em pro-gramas ambientais, que são de interesse da coletividade.

Teria o Estado um corpo hu-mano e tecnológico para a exe-cução de tal tarefa?

O intervencionismo do Esta-do brasileiro no direito ambien-tal é claro quando tratamos do “Princípio do Poluidor Paga-dor”. Na tentativa de fazer valer

de sua premissa de fiscalização, o Estado buscou mecanismos para “punir” o explorador do meio ambiente. Ora, os proble-mas ambientais não se resolvem em pagamentos, induzindo-nos a uma idéia de que “se pago, logo poluo”.

Cabe ao Estado atual mode-rar. A saída para os problemas ambientais do mundo moderno estão na preservação, na recu-peração e na sustentabilidade. Esse papel cabe muito mais à coletividade do que ao próprio Estado.

A solução então seria a cria-ção de leis e incentivos fiscais que incentivem pessoas físicas

O intervencionismo do Estado brasileiro no direito

ambiental é claro quando tratamos do “Princípio do

Poluidor Pagador”. Na tentativa de fazer valer de sua

premissa de fiscalização, o Estado buscou mecanismos para

“punir” o explorador do meio ambiente.

A Tributação ambiental brasileira apresenta-se

de maneira antiquada ás questões planetárias

atuais, um modo intervencionista. Visa a

arrecadação financeira para posterior aplicação

do Estado, em programas ambientais, que são

de interesse da coletividade.

Benefício Fiscal e

Simone Simiema de Freitas Barbosa

Internacionalistas e servidores da Btaab – Bolsa de Transações de Ativos Ambientais do Brasil.

“S e a navegação avi-venta o comércio e a lavoura, não pode haver navega-ção sem rios, não

pode haver rios sem fontes, não há fontes sem chuvas, não há chuva sem umidade, não há umidade sem florestas”, já dizia José Bonifácio, em 1815, então Primeiro Minis-

tro do Brasil Independente.Um dos princípios fundamentais da Cons-

tituição Federal Brasileira é a dignidade da pessoa humana. Essa dignidade pode ser formal – a igualdade das pessoas perante as leis; e material – fornecimento de bens ma-teriais mínimos para a sobrevivência do indi-víduo, como residência, educação, trabalho e um meio ambiente saudável, dentre outros.

Harthuro Carneiro

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18 | artiGO entreVista | 19

e jurídicas a desempenhar tal papel. Falamos então da para-fiscalidade. O objetivo seria a criação de um comportamento ambiental e econômico menos ofensivo, sustentado no aumen-to ou diminuição de alíquotas e base de cálculos dos tributos.

No Brasil praticamente ine-xistem leis de incentivo ambien-tal. A necessidade de uma pro-posta normativa nesse sentido torna-se urgente, uma vez que o mundo busca formas e soluções para os problemas ambientais, vide Rio 92, Protocolo de Quio-to, COP 15 e demais encontros de líderes mundiais.

Dessa maneira o Estado dei-xaria de investir seus recursos em políticas de preservação, pois a própria sociedade estaria desempenhando tal papel. Por outro lado, as isenções conce-didas às pessoas jurídicas que desempenharem sua ativida-de econômica com vistas na diminuição ou eliminação da degradação do meio ambiente, através de investimentos em projetos e programas ambien-tais, garantiriam a qualidade de vida garantida na Constituição Federal e alinharia o Brasil aos princípios de sustentabilidade pregados nos Tratados Interna-cionais.

Programas, como o Brasil Mata Viva, valorizam o homem

do campo, harmoniza suas ati-vidades com a conservação do meio ambiente e sua biodiversi-dade promovendo, ainda, a racio-nalização dos recursos naturais em beneficio do coletivo. Esse novo paradigma – desenvolvi-mento econômico sustentado em Mecanismos de Desenvolvimen-to Limpo (MDL) e renda por ser-viços ambientais prestados são pilares do programa. A metodo-

logia Brasil Mata Viva preocupa também com o desenvolvimento da comunidade local visando a ampliação da qualidade de vida da região por meio da geração de renda para os municípios. Cabe aos legisladores modernizar as políticas de incentivos fiscais ambientais para viabilidade des-ses projetos e inserir o país entre os maiores estados em desenvol-vimento sustentável.

No Brasil praticamente inexistem leis de incentivo ambiental. A

necessidade de uma proposta normativa nesse sentido torna-se

urgente, uma vez que o mundo busca formas e soluções para

os problemas ambientais, vide Rio 92, Protocolo de Quioto,

COP 15 e demais encontros de líderes mundiais.

FonTes:BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Fede-

rativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Contém as emendas constitucionais posteriores. Brasília, DF: Senado, 1988.

BRASIL. Código Tributário Nacional. Lei Nº 5.172, de 25 de Outubro de 1966.

BRASIL. Código Florestal Brasileiro. Lei Nº 4.771, de 15 de Se-tembro de 1965.

FARIAS, Paulo José Leite. Competência Federativa e proteção ambiental. Porto

Alegre: Sérgio Antônio Fabris. 1999.SEGUNDO, Rinaldo. O orçamento público, os tributos e o meio

ambiente . Jus Navigandi, Teresina, ano7, n.62, fev.2003. Disponí-vel em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3774>

PRADO, Esther Regina Corrêa Leite. O meio ambiente e os tribu-tos extrafiscais. Disponível em http://www.lfg.com.br. 13 de agosto de 2009.

Ribeiro, Maria de Fátima. As concessões de incentivos fiscais ambientais e o princípio da igualdade tributária. Disponível em: http://www.conpedi.org/manaus/arquivos/anais/manaus/desenv_eco-nom_maria_de_fatima_ribeiro.pdf

ALMEIDA, Hugo Netto Natrielli de. Créditos de carbono. Natu-reza jurídica e tratamento tributário. Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 809, 20 set. 2005. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7307>. Acesso em: 27 maio 2010.

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20 | aVes aVes | 21

De volta à Natureza

Projeto Soltura das Aves é uma parceria entre a Pousada Araras, a ONG Bichos da Mata, o Ibama do Mato Grosso e o de São Paulo. Antes de voltarem para casa, no novo habitat, todas as aves são identificadas com anilhas e marcadas com uma tinta não tóxica no peito

las foram vítimas de maus-tratos e do trá-fico internacional de animais silvestres. As aves foram apreen-

didas pelo Ibama de São Paulo. Durante vários meses, e até anos, foram tratadas por ve¬terinários, biólogos, e agora, totalmente re-cuperadas, estão prontas para voltarem para casa e serem rein-troduzidas na natureza.

O Projeto Soltura das Aves é uma parceria entre a Pousada Ara-

ras, a ONG Bi-chos da Mata, de São Paulo – um aviário localizado em Itanhaim,o Ibama SP e o Iba-ma MT. As aves são submetidas a vários tipos de exames, e após a comprovação do bom estado de saúde são liberadas. Elas foram transportadas pelas linhas aéreas TAM até Cuiabá.

No Pantanal de Mato Gros-so, uma das subsedes da Pousa-da Araras, denominada Passo da Ema, foi o local escolhido pelos diretores da Bichos da Mata e Car-

*Texto e fotos cedidos pela Revista Camalote (MT)

E

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22 | aVes aVes | 23

los Yamashita, da superintendên-cia do Ibama SP, considerado um dos maiores especialistas em psi-tacídeas do Brasil, como a estação de soltura das aves considerando critérios de área muito bem pre-servada e a alta preocupação dos proprietários com a natureza e sua

recuperação.Para a empresária Akila Thu-

rony, a Pousada Araras assumiu responsabilidade financeira e téc-nica para construir as gaiolas para estas aves se ambientar durante a primeira semana de chegada ao Pantanal, depois da viagem es-

tressante. Ela ressalta ainda que a parceria continua de várias for-mas:

• alimentando as aves todos os dias e cuidando delas até se rein-tegrarem à natureza.

• monitorando as aves todos os dias de manhã e à tarde para pro-

A Pousada Araras assumiu a

responsabilidade financeira e técnica

para construir as gaiolas para as

aves se ambientar durante a primeira

semana de chegada ao Pantanal.

Carlos Yamashita, um dos maiores especialistas

brasileiros em araras e papagaios. Todas as aves são

identificadas com anilhas e marcadas com uma tinta

não tóxica no peito.

Page 13: Revista Brasil Mata Viva 07

24 | aVes aVes | 25

James Gilliard, diretor da ONG World Parrot Trust,

está entusiasmado com o projeto e já o está

apoiando com radiocolares. Objeto é colocado em

algumas aves para melhor monitoramento.

Projeto complementa

trabalho de preservação já

desenvolvido na região e

pode atrair mais turistas

ao Pantanal.

Valdomiro Lysenko,

diretor-presidente da

Associação Bichos

da Mata, um dos

parceiros no projeto

de Soltura de Aves. A

ONG fica responsável

pelo monitoramento

das estatísticas.

videnciar as estatísticas para a ONG Bichos da Mata.

Antes de voltarem para casa, no novo habitat, todas as aves são identificadas com anilhas e marcadas com uma tinta não tóxica no peito (lado esquerdo fêmeas, lado direito machos). Nessa nova etapa de soltura 40 papagaios ga-nharam a liberdade. James Gilliard, diretor da ONG World Parrot Trust, está entusiasma-do com o projeto e já o está apoiando com radiocolares que estão sendo colocados em algumas destas aves para po-der monitorá-las melhor.

Esta ONG está presente nos Estados Unidos com sub-

sedes no Brasil, na Itália, Holan-da, Inglaterra e apoia projetos de preservação dos papagaios em to-dos os cinco continentes do mun-do. Bibi Kristensen, da agência de viagens Jesper, da Dinamarca, também ficou muito impressiona-da com o nível de profissionalismo de execução deste projeto e quer promover as próximas datas de soltura como um pacote especial para os amantes de aves na Dina-marca. Ela considera este projeto um enorme complemento ao tra-balho da preservação que a Pou-sada Araras está fazendo há anos e acredita que vai atrair muitos clientes que já estiveram no Pan-tanal para voltar mais uma vez.

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26 | artiGO núcleO | 27

Serys Slhessarenko Vice-Presidente do Senado

Federal e Senadora da República do PT por Mato Grosso

É preciso atentar para a

Preservação do

preciso, com urgên-cia, desfazer dois mi-tos que se incorpora-ram por muito tempo à noção de mar no

senso comum: o de depositário natural dos dejetos da atividade humana, com ampla capacidade de regeneração; e o do mar como fonte inesgotável de recursos, par-ticularmente os nutritivos.

Na primeira semana de junho participei do Dia Mundial dos Oce-anos, um evento no Parlamento Inglês, que reuniu diversos líderes mundiais, ligados à área legislativa, para debater o problemas enfrenta-dos pelos mares do mundo. O en-contro foi promovido pelo Progra-ma das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e reuniu a GLOBE Internacional so-bre Ecossistemas Marinhos.

Com o recente rompimento de um duto de petróleo que provoca um vazamento de óleo sem precedentes no oceano do golfo do México, o evento concentrou esforços no tema e buscou um consenso referente à Estratégia de Recuperação dos Ecossistemas Marinhos, que visa a direcionar os oceanos do mundo rumo a um futuro sustentável.

Discutimos que cabe aos go-vernos garantir a universalidade da coleta e do tratamento dos esgotos e do lixo. Devemos em-penhar, também, na recuperação das chamadas zonas mortas, além de outros ecossistemas costeiros e

marinhos degradados. Precisamos assegurar, ainda, o cumprimento de regras sustentáveis pelas em-barcações pesqueiras, protegendo as espécies ameaçadas.

Uma estratégia que tem sido adotada crescentemente por di-versos países é a de criação das Áreas Marinhas Protegidas (AMP). Quando bem gerenciadas, e espe-cialmente no caso das unidades mais restritivas, a resposta de re-cuperação dos ecossistemas tem-se mostrado excelente, acarretan-do, inclusive, a reposição parcial dos estoques pesqueiros em áreas mais abrangentes.

Cabe-nos perguntar o que tem feito o Brasil para proteger e re-cuperar os ecossistemas encon-trados nas amplas áreas marinhas sob sua jurisdição. São considerá-veis as dificuldades de ação nesse sentido em um país vasto como o nosso, ainda com uma grande dí-vida social a resgatar e com mar-cada necessidade de crescimento econômico. Além disso, o Brasil é um dos países com uma das maiores e mais importantes áreas de biomas terrestres a preservar, para o que tem despendido consi-deráveis esforços.

Não podemos, entretanto, adiar mais o ato de assumir nossa res-ponsabilidade plena para com o mar, implementando um conjunto articulado de medidas que garan-tam a preservação da biodiversida-de nas áreas marinhas sob jurisdi-ção brasileira.

Éambiente marinho

Iniciativa decomeça a tomar corpo no estadoprodutores rurais

antigo cenário de in-certeza para os produ-tores e de desrespeito às novas normas am-bientais deram vez a

princípios que determinam a conci-liação do equilíbrio e da preservação ambiental com o desenvolvimento econômico da sociedade.

“E a iniciativa foi deles”, co-memorou o deputado Pedro Satéli-te, fazendo referência à classe dos produtores rurais – a partir de um grupo do município de Santa Cruz do Xingu. O que começou com con-versas e troca de ideias virou projeto e se transformou na Lei nº 8.981, de 26 de setembro de 2008.

“Essa lei reconheceu oficialmen-te – como de interesse público e modelo de sustentabilidade socio-ambiental e econômica – o Projeto

Xingu Mata Viva, em execução no município de Santa Cruz do Xingu. E o projeto inicial deu voz a um mo-delo de desenvolvimento sustentá-vel para Mato Grosso e para o país”, lembrou ainda o parlamentar.

Pouco mais de um ano depois, a Lei nº 9.286 (22.12.2009) fez o mesmo que a anterior, a outro proje-to – o São Lourenço Mata Viva, para Campo Verde, Dom Aquino, Jaciara, São Pedro da Cipa, Juscimeira, Po-xoréo, Guiratinga, São José do Povo, Pedra Preta, Rondonópolis, Santo An-tônio de Leverger e Barão de Melgaço.

Paralelamente, tramitam na Assem-bleia Legislativa projetos de leis que dispõem sobre o reconhecimento oficial dos projetos Arinos Mata Viva e Teles Pires Mata Viva, também como de inte-resse público e modelo de sustentabili-dade socioambiental e econômica.

O Arinos Mata Viva contempla os municípios de Juara, Novo Horizon-te, Porto dos Gaúchos, Itanhangá, Tapurah, Nova Maringá, Lucas do Rio Verde, São José do Rio Claro, Nova Mutum e Diamantino.

A metodologia desenvolvida pelo Brasil Mata Viva garante compensa-ção financeira para a preservação do meio ambiente. Ele tem a parceria do Ibama/Ministério do Meio Am-biente (MMA), Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Também, da Uni-versidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), da Funda-ção de Estudos e Pesquisas Agrícola e Florestais (Fepaf), de instituições nacionais e internacionais, e das bancadas parlamentares federais mato-grossenses.

O

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28 | cOMpensaçãO cOMpensaçãO | 29

Deputado

exalta modelo dePedro Satélite

do BrasilMata Viva

sustenta bilidade“Ele concilia sustentabilidade econômica com

desenvolvimento ambiental, até bem pouco tempo de convivência harmônica impossível”

combinação per-feita do equilíbrio e da preservação ambientais com o desenvolv imento

social deve se tornar – urgente-mente – a principal palavra de ordem e o único princípio ativo da fórmula que Mato Grosso e o Brasil precisam para alcançar, em pouco tempo, o modelo ideal de desenvolvimento sustentável.

Esse conceito defendido pelo deputado Pedro Satélite (PPS) está na compensação financeira para a preservação do meio am-biente – por meio do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), conjugado com a sistematização dos setores produtivos existen-tes em uma região, valorizando as iniciativas locais em conjunto com os agricultores.

“Acima de tudo, esse princí-pio revolucionário concilia a sus-tentabilidade econômica com o desenvolvimento ambiental, ele-mentos que – para todos nós – até bem pouco tempo era impos-sível conviverem em harmonia”,

assegurou o parlamentar sobre a essência do Plano de Desenvol-vimento Sustentável do modelo Brasil Mata Viva.

Um grande exemplo, de acor-do com Satélite, foi o vivido até aqui por 13 municípios do norte mato-grossense – agora integra-dos no projeto Teles Pires Mata Viva. Cláudia, Colíder, Guarantã do Norte, Itaúba, Marcelândia, Matupá, Nova Canaã do Norte, Nova Guarita, Nova Santa He-lena, Novo Mundo, Peixoto de Azevedo, Sinop e Terra Nova do Norte são oriundos de coloniza-ções do Incra, de colonizadoras da iniciativa privada e de pe-quena participação do Intermat – o Instituto de Terras de Mato Grosso.

Eles surgiram a partir de mo-bilização pelo desenvolvimento da agricultura familiar em Mato Grosso, nas décadas de 70 e 80. O movimento atendeu à vocação e ao clamor de milhares de fa-mílias oriundas, principalmente, da região sul do país. Essas co-lonizações aconteceram com a

venda ou a ocupação de peque-nas áreas, em sua maioria infe-riores a 200 hectares.

DesmaTamenTo era pré-requisiTo

“Na época, um dos pré-requi-sitos para se conquistar um qui-nhão de terras era comprovar a ocupação pela família. Ou seja, comprovar que a área estava re-almente sendo desmatada e ocu-pada”, lembrou Pedro Satélite.

Pela mudança da legislação ambiental, ocorrida em 1988, os percentuais exploráveis de terra – permitidos em cada proprieda-de – foram reduzidos. Em algu-mas áreas a redução foi de 80% para 50%, outras para 35% e – naquela região – a grande maio-ria teve a permissão de desmate reduzida a apenas 20%. Pior do que isso, além de ficarem im-pedidos de promover qualquer expansão, os agricultores que ultrapassaram esses limites fica-ram devendo reposição florestal em suas respectivas áreas.

A

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30 | Obras Obras | 31

Governo de Goiás investe

R$1 bilhãoem rodovias

O governo conta com 80 frentes de trabalho atuando em obras de infraestrutura rodoviária no Estado. São quase dois mil quilômetros de vias asfaltadas ou recuperadas. Investimentos chegam a R$ 1 bilhão.

Governo de Goiás está investindo R$ 1 bilhão em obras de pavimen-tação, restauração e re-abilitação de rodovias

no Estado, num total de 1.950 qui-lômetros. Para a execução do servi-ço, a Agetop autorizou a operação de 80 frentes de trabalho.

Segundo o diretor-técnico da Agetop, Ricardo Ferreira de Souza, o cronograma prevê a conclusão das

obras de restauração e reabilitação até outubro. Já a conclusão das obras de pavimentação de estradas está prevista para novembro, apro-ximadamente 1,2 mil quilômetros. No total, serão 25 trechos de rodo-vias que vão passar por algum tipo de intervenção.

O Governo do Estado já inves-tiu em reabilitação, sem contar os trabalhos de manutenção, quase R$ 250 milhões. Outros R$ 750

O

milhões estão sendo investidos na abertura de novas rodovias. O di-nheiro aplicado foi suficiente para pavimentar mais 750 quilômetros. A meta do governo é pavimentar outros 750 quilômetros até o final deste ano, ampliando a malha rodo-viária do Estado. Além das obras de pavimentação foram construídas 50 pontes em Goiás. Todos os serviços concluídos já foram pagos.

suDoesTe

A região Sudoeste, referência na-cional na produção de grãos, e uma das que apresentam rodovias em pio-res condições no Estado, está rece-

bendo atenção especial. “Essa é uma região referência no Brasil pela sua prosperidade e produtividade, e me-rece nossa atenção e os nossos es-forços para a sua recuperação. O Su-doeste contribui enormemente não só para a economia de Goiás, como também para todo o País”, avaliou o governador Alcides Rodrigues.

Entre as frentes de trabalho que atuam no Sudoeste goiano mere-cem destaque as construções da GO-325 (Santa Helena/Arantina) e da GO-210, (Venda Seca/Porteirão), e a pavimentação da GO-333, que liga Rio Verde a Paraúna. Também já foram iniciados os trabalhos de

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32 | Obras Obras | 33

restauração da GO-174, entre Rio Verde e Montividiu, uma das princi-pais vias de escoamento da produ-ção local. Outra frente já foi mobili-zada para os trabalhos na GO-219, ligando Bela Vista de Goiás a São Miguel do Passa Quatro.

invesTimenTos

Os recursos financeiros para as obras de infraestrutura rodoviária

são provenientes dos governos esta-dual e federal. A Secretaria do Te-souro Nacional liberou, inicialmen-te, R$ 113 milhões. O dinheiro vem do Programa Emergencial de Fi-nanciamento, do Governo Federal, como alternativa para compensar as perdas do Fundo de Participação dos Estados.

Além do montante já autorizado pelo Programa, o Governo do Estado

O Governo do Estado já

investiu em reabilitação,

sem contar os trabalhos

de manutenção, quase R$

250 milhões. Outros R$

750 milhões estão sendo

investidos na abertura de

novas rodovias.

Goiás terá, até o fim do

ano, outra importante

fonte de recursos para a

execução dessas obras.

São os repasses do

Fundo Constitucional de

Financiamento do Centro-

Oeste – FCO, estimados

em R$ 2 bilhões.

vai receber uma nova parcela de R$ 171 milhões, totalizando R$ 284 milhões. A segunda parcela será li-berada depois da aplicação de 80% do valor inicial. Goiás terá, até o fim do ano, outra importante fonte de recursos para a execução dessas obras. São os repasses do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste – FCO, estimados em R$ 2 bilhões.

plano De ação Da aGeTop

Para atuar na recuperação da malha rodoviária do Estado, a Age-top estruturou o trabalho a partir de três frentes simultâneas. A primeira é responsável pelas obras de manu-tenção. A segunda, que faz parte do Programa de Recuperação de Estra-das Asfaltadas – Preá, do Governo de Goiás, consiste na reabilitação de trechos específicos em linha des-contínua. A terceira frente é a que vai exigir mais investimentos. São obras de construção e pavimentação de rodovias. Entre as prioridades es-tão os trechos já iniciados, como a duplicação da GO-070 (trecho que liga as cidades de Goianira e Inhu-mas) e também a GO-206 (entre Chapadão do Céu e Itumirim).

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34 | artiGO artiGO | 35

Qual é a sua

Estratégia verde?

meio ambiente, seus clientes e até a disposição final dos seus produtos ao término de suas vidas úteis, ou seja, a forma como todo o ciclo de envolvidos na cadeia produtiva da empre-sa interfere, de forma positiva ou negativa, no meio ambiente. Muitas empresas se surpreen-dem quando buscam entender a totalidade de seu ciclo de pro-dução, pois os impactos gerados por esse ciclo, geralmente não está onde eles imaginam.

Dentro do novo modelo de economia verde, o desenvolvi-mento econômico é alinhado ao desenvolvimento social e a pre-servação do meio ambiente, for-mando assim os pilares do de-senvolvimento sustentável. Os desafios ambientais ressaltados na nova economia verde estão sendo convertidos em oportuni-

dades de negócios para muitas empresas.

As empresas inteligentes conquistam vantagem compe-titiva por meio da gestão estra-tégica dos desafios ambientais,

encontrando oportunidades me-nores custos, menores riscos e aumento da receita e do valor intangível.

A globalização e agenda in-ternacional voltada ao meio ambiente e sustentabilidade favorecem ao processo de trans-formação no modelo empresarial brasileiro e mundial, uma vez que a globalização transforma o mundo em uma aldeia, as infor-mações voam e o mundo parece diminuir de tamanho. Portanto, os diretores e executivos não tem alternativa a não ser “andar na linha” no que se diz respei-to a assuntos sócio-ambientais. A preocupação com os proble-mas ambientais de urgência tais como as mudanças climáticas, começa a fazer parte do planeja-mento estratégico da empresas quebrando o velho paradigma de que o meio ambiente é um fator de ameaça para os negócios.

Em um primeiro momento as empresas encaram os proble-mas como não sendo delas, suas

As empresas inteligentes conquistam

vantagem competitiva por meio da gestão

estratégica dos desafios ambientais,

encontrando oportunidades menores

custos, menores riscos e aumento da

receita e do valor intangível.

Fornecedor

Empresas

ProdutosClientes

Fim da vida útil do

produto

Simone Simiema de Freitas Barbosa

Internacionalistas e servidores da Btaab – Bolsa de Transações de Ativos Ambientais do Brasil.

Harthuro Carneiro

mundo dos negócios e o meio ambiente interagem entre si de forma que a natureza fornece o suporte para a sustentação dos negócios. Essa base de ativos,

como podemos ver está minando a cada dia e enfraquecendo alguns dos sistemas vitais de suporte dos negócios.

Poucas companhias entendem perfeita-

mente como sua cadeia produtiva afeta o meio ambiente. Muitas sabem os impactos diretos, mas não a ciclo causado na cadeia gerada por ela. Portanto ao falar em estraté-gia verde, não referimos apenas a imagem da companhia em relação ao meio ambien-te, mas principalmente a essência da em-presa: a forma que atua, o que faz, como vende, como seus fornecedores impactam o

O

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36 | artiGO feira | 37

ações de redução de impac-tos ambientais são restritas às exigências legais. No segundo momento a empresa incorpora na estratégia ações de impacto zero. Por último, passam a ven-der soluções para os problemas ambientais estabelecendo assim uma rede de impacto positivo.

Os benefícios recebidos pela empresa que adere a essa trans-formação são maiores do que o custo do investimento. Os Ban-cos e, principalmente, organiza-ções de desenvolvimento (como o BNDES e o BID) oferecem li-nhas de crédito específicas para projetos ligados ao meio am-biente com melhores condições, tais como maior prazo de carên-cia e menores taxas de juros. Outro beneficio é nova imagem da empresa: de transparência e equidade assegurando seu lugar na economia globalizada.

O novo contexto econômi-co se caracteriza, portanto, por uma rígida postura dos clientes voltada à expectativa

de interagir com organizações que sejam éticas e transparen-tes; com imagem institucional consolidada no mercado e que atuem de forma ecologicamen-te responsável.

As organizações buscam, através da estratégia compe-titiva, as certificações que au-tentiquem suas ações ambien-tais, uma vez que é exigida pelo mercado globalizado. A certificação é o diferencial para a conquista de licitações, por mercados internacionais e para melhorar a imagem institucio-nal da empresa.

A necessidade de adequar questão ambiental às condi-ções do mercado mundial é de extrema importância, sendo cada vez mais necessário o es-tabelecimento de uma política nacional de desenvolvimento voltada para a sustentabilidade e que atenda as reais necessi-dades brasileiras.

Diante desse cenário, por-tanto, o Projeto Brasil Mata

Viva – BMV - apresenta-se como uma oportunidade das empre-sas brasileiras se adequarem às questões ambientais. Ao aderir ao BMV, as empresas podem se beneficiar de incentivos fiscais, linhas de créditos e financiamen-tos além de praticar um desen-volvimento empresarial susten-tado e ecologicamente correto. Ressalta-se ainda o enquadra-mento legal da empresa frente às leis ambientais, uma vez que a legislação nacional está cada vez mais rigorosa em busca do “Impacto Ambiental Zero”.

Bibliografia:C. Esty, Daniel & S.

Winston,Andrew. O verde que vale ouro. Ed.Campus.

Joel, Makower. A Economia Verde Editora: Gente

KOTLER, Philip & ARMS-TRONG, Gary. Princípios de ma-rketing. Rio de Janeiro: PHB, 1993.

Reduzindo Impacto

Impacto Zero

Rede de Impacto Positivo

Não é problema meu

TRANSFORMAÇÃO

TRANSFORMAÇÃO

Filantropia a fim de compensar o impacto. Ir alem das leis e normas exigidas

Incorpora na Estratégia da Empresa

Vendendo soluções para os problemas mundiais

Carbon ExpoBrasil Mata Viva

leva inovação à

Movimento participou da Carbon Expo, na Alemanha, e apresentou novo padrão voltado ao desmatamento evitado e, ao mesmo tempo, gerando transparência e sustentabilidade nas áreas dos projetos a serem desenvolvidos.

A comitiva Brasil Mata Viva participou da sétima edição da Carbon Expo, realiza-da no final de maio

na cidade de Colônia - Alemanha. Organizado pelo World Bank, Inter-national Emissions Trading Associa-tion (IETA) e Koelnmesse, o evento promoveu o encontro dos mercados que demandam e os que oferecem os créditos de carbono.

Durante três dias, o comércio de emissões internacional foi o foco da

feira, sendo discutidos as tendên-cias e desenvolvimentos atuais no mercado de carbono, assim como o próprio comércio de emissões, os projetos de financiamento e os obstáculos a mitigação de carbono. Na oportunidade, o Brasil Mata Viva apresentou um novo padrão, volta-do ao desmatamento evitado e, ao mesmo tempo, gerando transparên-cia e sustentabilidade nas áreas dos projetos a serem desenvolvidos.

A Carbon Expo, no entanto, foi uma plataforma internacional de

A

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38 | feira feira | 39

Durante três

dias, o comércio

de emissões

internacional foi

o foco da feira,

sendo discutidos

as tendências e

desenvolvimentos

atuais no mercado

de carbono.

Comitiva Brasil Mata Viva

(Elmira Brandão, Iraê Guerrini,

Tereza Umbelino, Rodrigo

Martinez, Bruno Ferraz e

Alessandra Simiema) apresentou

um novo padrão, voltado ao

desmatamento evitado.

Um total de 240 expositores

de 68 países apresentaram

produtos e serviços

para o comércio de emissões.

diálogos, voltada ao intercâmbio de conhecimentos para o desenvolvi-mento no mercado de carbono. Um total de 240 expositores de 68 paí-ses apresentaram produtos e serviços para o comércio de emissões. Entre eles estavam 47 países de acolhi-mento que, com o apoio do Banco Mundial, apresentaram seus projetos de redução de emissões atuais e os investimentos relacionados com o desenvolvimento e as necessidades e oportunidades. Cerca de 3.000 pessoas visitaram o evento.

Um dos pontos polêmicos nas discussões e debates foi gerado em referência a contribuição dos proje-tos de Mecanismos de Desenvolvi-mento Limpo (MDL). O MDL é um instrumento originalmente concebi-do cujo propósito é permitir o de-senvolvimento de projetos de ativos de carbono de alta qualidade nos países em desenvolvimento.

Apesar de bem-sucedido, ele tem ficado muito aquém de atingir uma de suas metas secundárias, que é permitir o desenvolvimento local sustentável no mundo em de-

senvolvimento. Muito foi discutido com o propósito de desenvolver uma maneira mais sustentável. No en-tanto, a grande parte concorda que os países desenvolvidos precisam de opções mais baratas a fim de re-duzir às emissões de GEE (gases do efeito estufa), tendo tal Mecanismo de Desenvolvimento Limpo a neces-sidade de ser reformulado para um segundo período de compromissos.

De acordo com Joelle Chassard, gerente da Unidade de Finanças de Carbono do Banco Mundial, existe a necessidade de pensar em mu-danças nas metodologias, testando diferentes abordagens.

Como um ciclo sustentável, o padrão BMV (Brasil Mata Viva) foi bem recebido, sendo considerado como um novo método de desenvol-vimento, do qual não foge do me-canismo de desenvolvimento limpo (MDL), e consequentemente, sendo muito criativo, pois consegue balan-cear por meio do desenvolvimento social e sustentabilidade econômi-ca os projetos voltados a redução de emissão certificada.

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40 | Reconhecimento Reconhecimento | 41

Altamiro de Moura Pacheco

Goianos recebem

PrêmioComissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa de Goiás premia entidades e pessoas que mais se destacaram na conservação e devesa do meio ambiente.

Assembleia Legislati-va de Goiás realizou, no último dia 11 de junho, a solenidade de entrega do Prêmio

Altamiro de Moura Pacheco de Pre-servação Ambiental. A honraria foi proposta pela Comissão de Meio Am-biente e Recursos Hídricos à entida-des e pessoas que se destacaram na conservação e defesa da natureza.

O Troféu Aroeira foi entregue à

entidade ou pessoas que se desta-caram na defesa do meio ambiente no estado. A Comenda dos Ipês é oferecida aos órgãos de comunica-ção, agências de propaganda e pro-fissionais que mais se destacaram na divulgação da causa da preserva-ção. Já a Comenda Araguaia é desti-nada à entidade ou pessoa que, em nível nacional, tenha dado a maior contribuição para o meio ambiente.

Receberam o Troféu Aroeira:

Dra. Lívia Maria Dias – Secre-taria das Cidades, Engenheira Civil especialista em Saúde Pú-blica e Disposição e Tratamento de Resíduos Sólidos e Líquidos, professora da UFG, PUC-Goiás, UEG, participa ainda com Con-selho Estadual de Meio Ambien-te, ZEE, GIRS, AGR e AESBE, Membro em exercício do Consór-cio Público produtor de Água e de vários trabalhos como repre-sentante do Governo de Goiás e Secretaria das Cidades.

Antonio Pasqualetto, Enge-nheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal de San-ta Maria (1991), mestrado e doutorado em Fitotecnia (Pro-dução Vegetal) pela Universi-dade Federal de Viçosa (1994) e (1999). Professor titular da Pontifícia Universidade Católica de Goiás onde é coordenador do curso de Engenharia Ambiental, Coordenador da área de meio ambiente do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Goiás-IFG. Consultor do Ser-viço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI Goiás, onde coordenou o curso de especia-lização em gestão ambiental. Criou e coordenou o curso de es-pecialização em perícia ambien-tal – PUC-Goiás.

Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia - Órgão vinculado à Pró reitoria de Pós-graduação de Pesquisa da PUC-GO, destinado de desenvolver coordenar e orientar e realizar pesquisas por meio de Núcleos de Antropologia, Arqueologia, Meio Ambiente, Documenta-ção Audiovisual Centro Cultural Jesco Putkame.

Receberam a Comenda dos Ipês; Dorisney da Costa, jor-nalista, graduada pela UFG, Pós-graduada em Assessoria de Comunicação, professora do curso de Jornalismo da Facul-dade Sul-Americana (FASAM), Planejamento da Comunicação e Assessoria de Comunicação, Coordenadoria de Comunicação

AO Troféu Aroeira foi entregue à entidade ou

pessoas que se destacaram na defesa do meio

ambiente no estado.

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42 | Reconhecimento Reconhecimento | 43

Social do Crea-GO assessora de imprensa do Crea-GO.

Maura Lazara Leão, atua desde a primeira edição no Simpósio Ambientalista Brasi-leiro no Cerrado - SABC, peda-goga pela Universidade Federal de Goiás, Especialista em Edu-cação Ambiental, pela UFMT e em Planejamento Urbano e Am-biental, pela Unievangélica, co-ordenou o Núcleo de Educação Ambiental do Ibama-GO; foi membro da equipe idealizadora e coordenadora da Sociedade Ambientalista Brasileira no Cer-rado - SABC; Representante do Ibama-GO no COEP - Comitê de Entidades no Combate a Fome - Rede Nacional de Mobilização Social, além de sempre promo-ver oficinas de reciclagem em diversos eventos realizados no estado de Goiás.

Programa Agrinho - FAEG/SENAR- Programa de respon-sabilidade que desenvolve um a proposta educativa, envol-vendo alunos do Ensino Fun-damental, com o objetivo de transformação, de construção de comportamentos mais soli-dários e comprometidos com a sustentabilidade do Planeta, onde todos os povos e gerações possam alimentar-se e usufruir, em harmonia, dos bens ofereci-dos pela natureza.

Foram agraciados com a Comenda Araguaia: Milka – Sorvetes Frutos do Cerrado, harmoniza sustentabilidade e tecnologia, além de mostrar para o agricultor que é lucrativo e sustentável a extração nas reservas ambientais, além de fazer com que as sementes ex-traídas no processo produtivo retornem para Ongs, Viveiros particulares, para a Embrapa, IBAMA e outros contribuindo assim para que gerações futu-ras desfrutem do nosso rico e complexo ecossistema .

Emiliano Lôbo de Godoi é for-mado em engenharia agronômi-ca pela Universidade Federal de

Viçosa - MG, auditor ambiental, com doutorado em recuperação de áreas degradadas pela Uni-versidade Federal de Goiás. Foi diretor de Qualidade Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Goiânia, diretor de Qualidade Ambiental da Agên-cia Ambiental de Goiás, Supe-rintendente de Biodiversidade da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Goiás. Atualmente é consultor sênior de meio am-biente do Sebrae e do Programa das Nações Unidas para o De-senvolvimento, além de atuar como consultor ambiental.

O Prof. Laerte Guimarães Ferreira Junior, Geólogo e mes-tre pela UNB, Especialista em Sensoriamento Remoto pela UNESP – Rio Claro, Phd em Ci-ência do Solo e Sensoriamento Remoto pela Universidade do Arizona (USA).

Edward Madureira Brasil, Engenheiro Agrônomo, Reitor da UFG, Mestrado e Doutorado em genética e melhoramento de plantas na UFG, reeleito por di-versas vezes como reitor ele per-manece até 2013 frente a esta instituição. Ele tem procurado apoiar, incentivar e implementar projetos que contribuam para consolidar a instituição como re-ferência de qualidade no ensino, na pesquisa e extensão, além de ter reconhecimento significativo dentre os três segmentos da co-munidade universitária.

Foram responsáveis pelo jul-gamento dos indicados ao prê-mio; a Presidente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Deputada Vanuza Vala-dares, os Deputados Álvaro Gui-marães e José Nelto, represen-tante da PUC–Goiás Dra. Sandra de Faria, representante da UFG Dr. Tasso Leite, Presidente da UBE, Edival de Oliveira, Marcio Senna, Presidente da AEAGO e o Secretário de Meio Ambiente, Roberto Freire, e os secretários da Cmarh-ALEGO Cleonice Mar-tins Cardoso e Wilson Torrano.

A Comenda dos Ipês é oferecida aos

órgãos de comunicação, que mais se

destacaram na divulgação da causa

da preservação.

Já a Comenda Araguaia é destinada

à entidade ou pessoa que, em

nível nacional, tenha dado a maior

contribuição para o meio ambiente.

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44 | artiGO artiGO | 45

Vinicio Martins do NascimentoEngº. Agrº. pela UNESP- Jaboticabal.

Mestre e Doutor pela ESALQ/USP. Pós Doctor pelo Centro de Ciências

Ambientais de Madrid-Espanha. Livre Docente e Professor Titular pela

UNESP - Ilha Solteira

Impactos Ambientais da

Agropecuáriaser humano primitivo, aquele que habitava o planeta a mais ou menos três milhões de anos, vivia da caça e

pesca e de recolhimento de grãos e frutos em um meio totalmente selva-gem e plenamente integrado a ele.

Na lenta e gradativa evolução da espécie humana, essa se destacou sobre as demais e, em função disso, graças à capacidade de pensar e ra-ciocinar, percebeu que podia buscar melhores condições de sobrevivên-cia. Assim, após explorar uma deter-minada área por algum tempo, ia à busca de novas áreas, mais ricas em recursos naturais e com maior oferta de alimentos.

Na trajetória dessa evolução, o homem identificou as espécies ve-getais mais apropriadas para sua alimentação e as melhores madeiras para seu uso. Da mesma forma, des-cobriu os melhores animais para o seu consumo e procurou domesticá-los para facilitar o abate dos mesmos.

Ao observar que a semente de um fruto, germinava dando origem a uma árvore capaz de produzir um fruto se-melhante, concluiu que podia plantar e conseguir seus alimentos. Dessa forma, surgiu a agricultura no plane-ta e que em função do crescimento

O

populacional, a degradação do ambiente foi inevitável.

Por meio da sua observação, o homem descobriu que podia substituir a vegetação original por plantas alimentícias, ini-ciando-se então, o processo de desmatamento ainda nos pri-mórdios da civilização humana, cuja progressão ocorreu de for-ma ininterrupta até nossos dias. Inicialmente, em uma condição nômade, o homem desmatava uma área, utilizava-a e depois a abandonava, indo à busca de novas áreas. Com isso, raramen-te uma mesma área era utiliza-da mais de uma vez o que pro-piciava a recomposição vegetal, e com tempo, a volta à condição original da floresta.

Em função do crescimento populacional no planeta, e da conseqüente demanda de ali-mentos, muitas áreas passaram a ser utilizadas de forma defi-nitiva e sem interrupção, o que determinou a eliminação efetiva da cobertura florestal original.

O processo de desmatamen-to, ato inevitável para permitir uma agropecuária mecaniza-da, causa inicialmente um im-portante impacto ambiental, uma vez que elimina espécies vegetais e conseqüentemente animais que ficam sem abri-go. Assim, a biodiversidade é diretamente atingida já que, muitas dessas espécies são ex-tintas. Além da eliminação da vegetação, o desmatamento normalmente é completado com a queima da biomassa vegetal com a conseqüente elimina-ção de gases para a atmosfera dentre eles, o gás carbônico é o principal. A queimada além de lançar considerada quantidade de gás para a atmosfera causa

significativos danos à vida mi-crobiana do solo que em grande parte é eliminada com as altas temperaturas ocorridas durante a queima.

No contexto dos impactos ambientais causados pelos ani-mais observa-se que todas as espécies, de alguma forma, são capazes de impactar o ambien-te, mas nenhuma o faz com tanta intensidade como a espé-cie humana, ainda que seja de forma inconsciente. Portanto, a conscientização do homem a respeito do meio ambiente e da sua preservação é um dos prin-cipais pontos para uma mudan-ça de comportamento.

susTenTabiliDaDe

O conceito de sustentabilida-de preconiza o desenvolvimento econômico com preservação dos recursos naturais e, a palavra “sustentável”, passou rapida-mente a fazer parte de todos os eventos onde se discuti ques-tões relativas ao meio ambiente, assim como no setor agropecuá-rio de todo o mundo.

A velocidade com que esse

conceito chamou a atenção da comunidade mundial foi visto como um forte indicativo do de-sejo e disposição para uma mu-dança nos padrões de produção e desenvolvimento. Mesmo sem apresentar muita clareza quanto ao conceito e a operacionalida-de, o desenvolvimento susten-tável passou a fazer parte do cotidiano de muitas pessoas e a alimentar inúmeras discussões ligadas ao tema.

Após o evento do Rio 92, Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, ocorrida em 1992, no Rio de Janeiro, o desenvolvimento sustentável passou a ter uma dimensão ain-da maior, uma vez que a confe-rência reforçou o ideal de sus-tentabilidade.

A crescente preocupação da comunidade internacional com o meio ambiente não é recen-te. Devido ao desenvolvimento tecnológico ligado à agricultura convencional, na Europa, a par-tir de 1920, surgiram grupos discidentes do modelo padrão da época os quais lançaram o conceito de agricultura alterna-

No contexto dos impactos ambientais

causados pelos animais, observa-se que

todas as espécies, de alguma forma,

são capazes de impactar o ambiente,

mas nenhuma o faz com tanta

intensidade como a espécie humana,

ainda que seja de forma inconsciente.

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46 | artiGO artiGO | 47

de, qualquer que seja, considera que um sistema produtivo deve ser vantajoso economicamente, capaz de preservar os recursos naturais e causar o mínimo im-pacto ao meio ambiente.

No Brasil, o conceito de sus-tentabilidade preconizado pela EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) con-siste na: Adoção de sistemas agrícolas que conservam ou me-lhoram a base de recursos natu-rais que não degradam o meio ambiente e que são economi-camente competitivos, social-mente justos e politicamente respaldados.

solo e veGeTação

As grandes extensões de cobertura florestal ainda exis-tentes no planeta terra pratica-mente restringem-se às florestas tropicais. Os demais tipos de vegetação, que já existiram ou ainda existem, são representa-dos por pequenos fragmentos em algumas regiões não tropical da superfície terrestre.

Conforme relatado por diver-sos historiadores, a presença da floresta sempre esteve associa-da à riqueza e teve papel impor-tante no progresso de inúmeras civilizações. Se hoje existem movimentos para protegê-las é porque o processo civilizatório está se aproximando das últimas reservas florestais do planeta.

Desde a Antigüidade, o uso das florestas para os mais diver-sos fins foi sempre uma constan-te em todas as civilizações da história. Os produtos da floresta já serviram para construir casas, barcos e também para fornecer alimento e energia para inú-meras atividades humanas. No Brasil, a existência de grandes

áreas ainda cobertas por flores-tas, é considerada por muitos, não como o resultado da cons-cientização dos homens, mas sim devido a grande extensão das mesmas tal que, não conse-guiram ainda exterminá-las por completo.

soluções ambienTais

Quando da implantação de um empreendimento agropecuá-rio, visando ao desenvolvimento com o mínimo impacto ambien-tal possível, recomenda-se que inicialmente seja realizado um zoneamento ecológico-econômi-co que, segundo o Ministério do Meio Ambiente-MMA, constitui um instrumento para racionali-zação da ocupação dos espaços, redirecionamento de atividades, assim como servir de subsídio a estratégias e ações para ela-boração e execução de planos regionais em busca do desenvol-vimento sustentável.

O zoneamento como tal, tem como objetivos diagnosticar vul-nerabilidades, potencialidades

naturais e sócio-econômicas, assim como o arranjo jurídico-institucional. Além disso, o zo-neamento ecológico-econômico visa prognosticar o uso do terri-tório e tendências futuras, bem como propor diretrizes de prote-ção, de recuperação e de desen-volvimento com conservação.

Por outro lado, um empreen-dimento agropecuário deve con-templar os preceitos estabele-cidos pelo Código Florestal que constitui o instrumento jurídico norteador das intervenções nos recursos florestais do país.

Como medida complementar da fase de implantação, deve-se considerar também que o planejamento do uso da terra é indispensável no processo de estabelecimento de um empre-endimento, onde são estabeleci-das prioridades, planos e metas.

conservação Do solo

O solo é um recurso natu-ral que deve ser utilizado como patrimônio da coletividade, independente do seu uso ou

tiva, consubstanciada em con-ceitos como: biodinâmico, bio-lógico, natural e orgânico.

No final do século XVIII e no século XIX, intensificaram-se na Europa outras formas de praticar agricultura, incluindo a rotação de culturas com plantas forra-geiras e a fusão das atividades agrícolas e pecuárias. A essa época, deu-se o nome de Pri-meira Revolução Agrícola a qual proporcionou melhorias nas con-dições de fertilidade dos solos, produtividade e um significativo crescimento no volume da pro-dução e na oferta de alimentos.

Com a prática da adubação química introduzida na agri-cultura no final do século XIX, houve um grande aumento de produtividade das lavouras e do trabalho no campo, cuja época foi chamada de Segunda Revo-lução Agrícola.

Após a segunda guerra mun-dial, com o emprego de inú-meras inovações tecnológicas, especialmente no campo da ge-nética aplicada à agropecuária, culminou na década de 1970, com a chamada “Revolução Verde”. A partir de então, o su-cesso que já era convencional na Europa, Estados Unidos e

Japão, espalhou-se para os pa-íses subdesenvolvidos levando consigo um pacote tecnológico, que determinou a ocupação de extensas áreas, e a esperança de resolver os problemas da fome.

O resultado da revolução ver-de foi efetivo no sentido de pro-porcionar um vertiginoso cres-cimento da produção agrícola, porém gerando preocupações com problemas socioeconômi-cos e ambientais provocados pelo novo padrão produtivo.

Do ponto de vista ambiental, a substituição dos sistemas de rotação de culturas praticados na Europa a partir do século XVIII, por sistemas simplifica-dos, com intensa mecanização, emprego de adubos químicos e variedades genéticas melhora-das, interferiu de forma signifi-cativa no equilíbrio físico, quí-mico e biológico do solo, além de aumentar a suscetibilidade das lavouras ao ataque de pra-gas e doenças.

Com o desmatamento e a conseqüente exposição do solo às intempéries, os processos erosivos, a contaminação dos recursos naturais e de alimentos passaram a ser conseqüências inerentes à produção agrícola.

No Brasil, a modernização da agricultura, além dos impactos ambientais provocados, foi tam-bém responsável pela ampliação na concentração de terras e ri-quezas e pela intensificação nos processos migratórios para cen-tros urbanos.

No início da década de 1980, a crescente preocupação com o ambiente e com a quali-dade de vida no planeta, levou ao surgimento de um novo para-digma da sociedade moderna, a sustentabilidade.

Em 1987 esse ideal espa-lhou-se por diferentes setores da sociedade, principalmente no chamado primeiro mundo. Em 1988 os Estados Unidos criaram o programa de pesquisa e treinamento denominado LISA ou Low-Imput / Sustainable Agriculture. Em 1989 o NRC (National Research Council) pu-blicou o “Alternative Agricultu-re”. Em seguida, com a ocor-rência de uma série de outros eventos ligados ao assunto, o novo padrão de produção disse-minou rapidamente e se tornou internacionalmente conhecido como Agricultura Sustentável.

Relativo ao setor agropecuá-rio, o conceito de sustentabilida-

Desde a Antigüidade, o uso das

florestas para os mais diversos fins foi

sempre uma constante em todas as

civilizações da história. Os produtos

da floresta já serviram para construir

casas, barcos e também para fornecer

alimento e energia

No Brasil, a modernização da agricultura, além dos

impactos ambientais provocados, foi também responsável

pela ampliação na concentração de terras e riquezas e

pela intensificação nos processos migratórios para centros

urbanos.

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posse. É um recurso natural de grande importância do meio ambiente e constitui o substra-to natural para o desenvolvi-mento das plantas.

A ciência da conservação do solo e da água preconiza um conjunto de medidas, objeti-vando a manutenção ou recu-peração das condições físicas, químicas e biológicas do solo, estabelecendo critérios para o uso e manejo do mesmo, de for-ma a não comprometer sua ca-pacidade produtiva.

Estas medidas visam pro-teger o solo, prevenindo-o dos efeitos danosos da erosão, au-mentando a disponibilidade de água, de nutrientes e da ativi-dade biológica, criando condi-ções adequadas ao desenvolvi-mento vegetal.

A solução dos problemas de-correntes da erosão não depen-de da ação isolada de um pro-dutor. A erosão produz efeitos negativos para o conjunto dos produtores rurais e para as co-munidades urbanas. Um plano de uso, manejo e conservação do solo e da água deve contar com o envolvimento efetivo do produtor, do técnico, dos diri-gentes e da comunidade.

Dentre os princípios funda-mentais do planejamento de uso

da terra, destaca-se um maior aproveitamento das águas das chuvas, evitando-se perdas ex-cessivas por escoamento super-ficial, e criando-se condições para que a água pluvial infiltre no solo. Com isso, além de ga-rantir o suprimento de água para as culturas, criações e co-munidades, previne a erosão, evita inundações e assoreamen-to dos rios, assim como abaste-ce os lençóis freáticos que ali-mentam os cursos de água.

Uma cobertura vegetal ade-quada assume importância fun-damental para a diminuição do impacto das gotas de chu-

va. Há redução da velocidade das águas que escorrem sobre o terreno, possibilitando maior infiltração de água no solo e, diminuição do carreamento das suas partículas.

A escolha dos métodos / prá-ticas de prevenção à erosão é feita em função dos aspectos ambientais e sócio-econômicos de cada propriedade e região. Cada prática, aplicada isolada-mente, previne apenas de ma-neira parcial o problema. Para uma prevenção adequada da erosão, faz-se necessária a ado-ção simultânea de um conjunto de práticas.

A escolha dos métodos / práticas de prevenção à erosão

é feita em função dos aspectos ambientais e sócio-

econômicos de cada propriedade e região. Cada prática,

aplicada isoladamente,previne apenas de maneira parcial

o problema.

reFerências ALMEIDA. S. G. et al. Cri-

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