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Nº 49 Bancos e fornecedores de tecnologia estão prontos para receber milhões de turistas com o que há de mais moderno e eficiente em serviços financeiros. Nesse campo, a Copa já começou PreParados Para os jogos Depois de passarem pelo Espaço Inovação, startups conquistam prêmios e visibilidade no exterior Governo Federal regulamenta e empresas já testam soluções de m-payment no Brasil Pagamentos móveis Sucesso internacional

Revista Ciab 49 dez13

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nº 49

Bancos e fornecedores de tecnologia estão prontos parareceber milhões de turistas com o que há de mais moderno e eficiente

em serviços financeiros. nesse campo, a Copa já começou

PreParados Para os jogos

Depois de passarem pelo Espaço Inovação, startups conquistam prêmios e visibilidade no exterior

Governo Federal regulamenta e empresas já testam soluções de m-payment no Brasil

Pagamentos móveis Sucesso internacional

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Comissão organizadorapresidente: Marco Tavares - HSBC Bank Brasilvice-presidente: Gustavo de Souza Fosse – Banco do Brasil

membrosAdauto Del Fávero – HSBCArmando Corrêa – CitibankEliane Grotti Borges – CaixaJorge Fernando Krug Santos – BanrisulJorge Luiz Viegas Ramalho – Itaú UnibancoJorge Vacarini – Deutsche BankKeiji Sakai – Banco BM&F BovespaPaulo César Duarte Cherberle – BradescoRicardo Shigueaki Nozuma – SantanderRonei Maranssati – Banco do Brasil

diretoria de eventosNair Macedo (diretora)Marcelo Assumpção (gerente de relacionamento)Hilda Nishijima Solera (assessora)

diretoria de ComuniCaçãoWilliam Salasar (diretor)Cleide Sanchez Rodriguez (gerente)Danilo Gregório (assessor)

diretoria téCniCaWilson Antonio Salmeron Gutierrez (diretor)Nilton César Gratão (assessor)Vitor Lee Harris (assessor)

marketingSilvia Fernanda Mazzola (assessora)

Revista Ciab FEBRABAnediçãoDanilo Gregório

Pauta, rePortagens e textoABCE Comunicação e Comunicação FEBRABAN

Projeto gráfiCo e editoraçãoIdeia Visual

jornalista resPonsávelCleide Sanchez Rodriguez (MTb 15.318)

esta é uma PubliCação da federação brasileira de banCos – febrabanAv. Brigadeiro Faria Lima, 148514º andar – Torre Norte 01452-921 – São Paulo – SP

copyright 2013 - dezembro todos os direitos reservados

www.ciab.org.brwww.facebook.com/CiabFEBRABANTwitter: @ciabfebraban

[email protected]: @febraban

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Capa

Orçamento

Pagamento eletrônico

Faltam poucos meses para a abertura da Copa de 2014. A expectativa é receber 3,7 milhões de turistas durante o período da competição. Para isso, bancos e fornecedores de tecnologia escalaram o que têm de melhor em soluções e serviços para atender à demanda.

Alguns dos maiores bancos brasileiros con-firmam a manutenção ou até o aumento dos níveis de investimento em tecnologia. Uma das áreas que mais recebem recursos é a re-visão da arquitetura de sistemas.

Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central (BC) publicaram a primeira parte da regulamentação sobre m-payment. No Brasil, algumas soluções já estão em ope-ração. É o celular no lugar da carteira.

4Editorial

5Biometria e ATMs

8Atendimento na Copa

13Orçamento

17Pagamento eletrônico

21Espaço Inovação /10 anos

25Update

Índice

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Marco Tavares Diretor Setorial de Tecnologia e Automação Bancária da FEBRABAN

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editorial

Prontos para a jogada

Basta andar Pelas ruas de ComérCio PoPular de São Paulo para se dar conta do quanto o consumidor brasileiro é aderente às novas tecnologias, com tablets e celulares preenchendo a vista. Tablets figuraram como objeto de desejo de 8% das crianças pau-listanas para o Natal, segundo pesquisa do Datafolha, à frente de bicicletas (4%). Antes

produtos “caros” e “supérfluos”, smartphones superaram as vendas de celulares mais simples no terceiro trimestre de 2013, com 10,4 milhões de unidades vendidas ante 7,5 milhões do segundo grupo, aponta a IDC Brasil.

Num mundo repleto de lançamentos de produtos conectados à internet, de óculos a refrige-radores, é difícil saber com exatidão qual a próxima onda, o que cairá no gosto popular, mesmo para quem trabalha na indústria de tecnologia. Para os bancos, o desafio é claro: levar serviços e produtos para os diversos meios, até as casas das pessoas, por exemplo. Isso implica evoluir para novas funcionalidades, que permitam ao cliente fazer uma melhor gestão de seus recursos finan-ceiros em ambiente de comodidade, segurança e rapidez.

Essa discussão promete ser o fio condutor do Ciab de 2014, cujo tema central já foi definido: “Estratégia digital no mundo hiperconectado”. A maneira como a nova geração se comunica com o banco, tendências da internet e mobile banking, a evolução do social banking e canais eletrônicos intuitivos estarão na pauta.

Marcado para os dias 4,5 e 6 de junho de 2014, o Ciab precederá a Copa do Mundo, um período excepcionalmente agitado na vida dos brasileiros e que também está afetando as áreas de tecnologia. Os milhões de turistas esperados para as cidades-sedes dos jogos exigem esforços adicionais na prestação dos serviços bancários, conforme mostra a nossa reportagem de capa.

A maior parte dos turistas provavelmente vai realizar suas operações em caixas eletrônicos, muitos dos quais se comunicam em mais de um idioma, permitem saques com cartões interna-cionais e, em alguns casos, fazem até câmbio. Mas também haverá agências com funcionários a postos para auxiliar visitantes estrangeiros em outra língua. É o compromisso de atender bem o cliente que, afinal, norteia os nossos investimentos, seja em capital humano, seja em tecnologia. ■

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Solução de biometria da Fujitsu é destaque nos bancos japoneses Tokyo-Mitsubishi e Ogaki Kyoritsu Bank e no Bradesco

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segurança banCária

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Uma nova geração de Caixas ele-trônicos (ATMs, na sigla em in-glês) interativos chegará ao Banco do Brasil a partir de 2014. Inicial-

mente, o banco pretende colocar até 30 equi-pamentos que “conversam” com o consumidor em agências-conceito. Por meio de sensores, esse modelo de ATM identifica quem se apro-xima, fazendo seu reconhecimento facial e ofe-recendo possibilidades de operação por meio de toque ou voz. O equipamento funciona como um atendente virtual, com biometria tripla – rosto, íris e voz – para reconhecer cada cliente e autenticar as transações.

Mais do que uma ideia futurista, a ini-ciativa do banco é reflexo do grande esforço das instituições financeiras brasileiras em com-bater tentativas de fraudes eletrônicas e levar as transações bancárias a níveis de segurança bem mais altos. A fim de evitar que crimi-nosos usem dados roubados de clientes para fazer movimentação financeira, os bancos têm modernizado seus sistemas e coletado dados biométricos, multiplicando o uso de tecnolo-gias de segurança.

ConfiançaComo se baseia em características pessoais – biológicas ou comportamentais -, a biometria

depende da aceitação dos clientes para crescer em adoção. Mas o público está cada vez mais disposto a entregar seus dados em troca de maior segurança e praticidade. Segundo uma pesquisa internacional da Unisys, que avalia a percepção de segurança dos consumidores em relação a uma série de ameaças, 75% dos mais de mil brasileiros ouvidos afirmaram confiar, de alguma forma, na capacidade das tecnologias biométricas – tais como impressão digital, identificação por íris, retina ou reco-nhecimento facial – para proteger suas transa-ções financeiras.

No último mês de outubro, o Bradesco atingiu a marca de 14,5 milhões de clientes -

Quando o corpo é a senha

Por Leandro Esteves

Avanço da biometria reflete engajamento das instituições financeiras no combate a fraudes eletrônicas

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novos caixas eletrônicos do Banco do Brasil vão conversar com os clientes, além de fazer reconhecimento facial

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chapéusegurança banCária

mais da metade de sua base total de 26 milhões de correntistas – cadastrados em seu sistema de biometria, que utiliza as veias da palma da mão. O próximo passo será prover os clientes pessoas jurídicas de equipamentos de identi-ficação biométrica para operações de internet banking, na sede dessas empresas, a exemplo do uso disseminado de máquinas leitoras de código de barras. Para esses usuários, será o fim das senhas digitadas. Não é difícil imaginar que, logo adiante, os clientes pessoas físicas venham a desfrutar um recurso semelhante, até para as transações mobile, pois já existem modelos de smartphones dotados de sensores biométricos para identificar seus proprietários.

Abertura de contaA Perto, uma das maiores fornecedoras de ATMs no Brasil, informa que seu produto

Perto Palm Bio reali-za o mapeamento das veias da palma da mão do cliente no momen-to da abertura da conta no Bradesco. Nelson Yassuo Osanai, diretor executivo de vendas da Fujitsu, outro grande fornecedor de biome-tria para o Bradesco, conta “que quatro anos após adotar a leitura de veias da palma da mão nos seus ATMs, o Bra-desco realizou mais de 700 milhões de tran-sações sem registro de fraudes”. Osanai enfa-tiza que o PalmSecure oferece autenticação mais segura por elimi-nar o uso de senhas e

cartões. “O Bradesco foi pioneiro e outros tam-bém estão adotando, como a TecBan”, informa.

A exemplo de outros fornecedores, a Fu-jitsu experimenta um crescimento no uso de sua alternativa de biometria em todo o mundo. Entre os clientes internacionais, destacam-se os japoneses Tokyo-Mitsubishi e Ogaki Kyoritsu Bank. No Brasil, segundo a Fujitsu, a aplica-ção de biometria interessa não apenas ao setor financeiro, mas também ao varejo. Uma das propostas é identificar clientes para controle de acesso em edifícios e áreas de alta segurança (como portos e centros de processamento de dados), incluindo áreas de saúde e segurança do trabalho.

Troca de ATMsAs maiores fornecedoras de ATMs no Brasil es-tão prestes a comemorar um bom ano em fun-ção da multiplicação de recursos de segurança, ampliação da base instalada e substituição de equipamentos por máquinas com maior núme-ro de recursos. “Foram expedidos de janeiro a setembro deste ano 4,2 mil equipamentos, nú-mero menor que o registrado em igual período do ano passado, mas dentro de nossas previsões”, detalha Wilton Ruas, vice-presidente de auto-mações da Itautec. Ele salienta que o número sofre oscilações previsíveis em função das estra-tégias dos clientes e destaca que o movimento de ATMs no País se deve mais à substituição do que à expansão: “Temos notado uma ten-dência maior de atualização do parque, com introdução de novas funções, como biometria, por exemplo, do que expansões.”

Carlo Benedetto, vice-presidente de ven-das e marketing da Diebold Brasil, informa que, atualmente, o mercado financeiro brasilei-ro demanda cerca de 25 mil equipamentos ao ano entre troca e expansão. “A Diebold respon-de por quase 50% desse mercado e, segundo estudos da RBR, o crescimento anual até 2017

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Praticamente 100% dos equipamentos que saem da nossa fábrica, em Manaus, vêm com dispositivos biométricos instalados

Benedetto, da Diebold Brasil

será de 5% no canal autoatendimento.”Tudo indica que o Brasil, para aumentar

a eficiência do canal autoatendimento e dimi-nuir as fraudes, sai na frente com esse tipo de tecnologia em relação ao restante do mundo, pondera Benedetto. “Praticamente 100% dos equipamentos que saem da nossa fábrica, em Manaus, vêm com dispositivos biométricos instalados.”

As alternativas mais solicitadas à Diebold são as de palm vein (leitor de veias), finger vein (leitores de veias dos dedos) e a mais conhecida: a finger print (usada para impressões digitais).

“A biometria deve, em médio prazo, substituir definitivamente as senhas”, reconhece Benedetto.

Na mesma direção vai a previsão do vi-ce-presidente da NCR América Latina e Caribe,

Elias Silva. “A biometria é uma das principais tendências do mercado e pode substituir o uso de cartões, já que temos índices importantes de clonagem. No futuro, em vez de carregar todos os cartões de débito, de crédito e de lo-jas, as pessoas poderão utilizar simplesmente a biometria como identificador de operações, o que é bem mais seguro e conveniente”.

Silva informa que a participação de merca-do da NCR mais do que dobrou em três anos e aponta motivos macroeconômicos para esse impulso na economia local. “O poder de consu-mo dos brasileiros aumentou muito nos últimos anos e continua em alta. Além disso, eventos in-ternacionais, como a Copa do Mundo de 2014, e outros tantos que estão sendo realizados no País também contribuem para esse cenário.” ■

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Ásia puxa aumento do parque mundial de ATMs

A base instalada mundial de ATMs deve crescer em até

44% entre 2012 a 2018, atingindo o número de 3,7 milhões de uni-dades. Essa é a principal conclu-são da RBR no seu mais recente estudo global. A RBR é uma con-sultoria global, com sede em Lon-dres e três décadas de experiência no varejo, automação bancária e

sistemas de pagamento. No relatório “Global ATM

Market and Forecasts to 2018”, a RBR destaca que as regiões que mais vão acelerar o uso de caixas eletrôni-cos serão a Ásia (lado do Pacífico), o Oriente Médio e a África, que apre-sentam crescimento de 75%.

O país responsável pelo maior crescimento é a China, onde são

emitidos um milhão de cartões por dia, criando uma demanda sem pre-cedentes para a indústria de ATMs.

A RBR aposta também em aumento expressivo, de até 300% nos próximos anos, na Índia, Ban-gladesh e Nigéria, considerando a utilidade que caixas eletrônicos têm em regiões de população não bancarizada.

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CaPa

A Chegada de milhões de turistas às 12 cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014 mobiliza um exér-cito de pessoas, empresas e agentes

do governo para que a maior festa esportiva do planeta deixe uma ótima impressão aos olhos de uma plateia global. Os departamentos de tecnologia dos bancos e seus fornecedores não estão fora dessa lista, já que se espera uma intensificação do uso de serviços financeiros durante as semanas dos jogos. No período de 12 de junho a 13 de julho de 2014, o governo projeta uma visita de cerca de 3,7 milhões de turistas, entre os quais 600 mil estrangeiros.

Juntos, eles devem gastar um total de R$ 25,2 bilhões, segundo cálculos do Instituto Brasi-leiro de Turismo (Embratur). Atentos a esse movimento atípico, bancos e empresas de tecnologia estão se preparando para dar conta do recado.

A Revista Ciab FEBRABAN ouviu alguns dos principais bancos e fornecedores do merca-do de tecnologia para apresentar as novidades que estarão em campo em 2014. Nesta repor-tagem, buscamos ressaltar serviços, procedi-mentos e canais de atendimento que receberam tratamento especial para a demanda provocada pela Copa.

Por Danilo Gregório e Gutemberg Medeiros

Bancos e empresas de tecnologia se preparam para suprir demanda diferenciada por serviços financeiros durante a Copa do Mundo

Atendimento especial

Teremos oportunidades claras de negócios se levarmos em conta, por exemplo, o volume de tráfego de dados no caso da transmissão de vídeos em tempo real

Carvalho, da Alog

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A BRQ Financial Services, que presta consultoria para o setor financeiro, identificou alguns impactos e oportunidades que a Copa deve trazer para bancos de varejo e atacado. Alexandre Camilo Perez, diretor de marketing da empresa, aponta o aumento da demanda por canais remotos (internet, telefone, dispo-sitivos móveis, ATMs); picos de transações de crédito, débito e saques fora dos padrões ha-bituais; operações de câmbio e tesouraria com maiores volumes; e o lançamento de produtos, serviços de câmbio e meios de pagamento, esti-mulados pela chegada de uma massa de turistas internacionais.

“O ponto mais importante é a mudança que o evento causará no comportamento da demanda por transações de débito, crédito e saque, tanto em termos de dias e horários, como locais de utilização”, diz Perez.

ATMs globaisAs mudanças mais óbvias em sistemas e equi-pamentos aparecem nos caixas eletrônicos (ATMs, na sigla em inglês). O Bradesco está trocando seus ATMs localizados nos prin-cipais shopping centers e aeroportos das 12 cidades em que ocorrem as partidas da Copa. O plano é substituir, até lá, os equipamentos de 80 shoppings e 15 aeroportos por terminais dotados de tecnologia “sem contato” (contac-tless), que permite a identificação do cartão por meio de aproximação física do terminal, sem a necessidade de inserção do código PIN. “Estamos falando de algo em torno de mil máquinas”, diz Mauricio Minas, diretor executivo do Bradesco. Segundo o executivo, essa tecnologia é comum em cartões europeus e já está presente em mais de um terço do parque total de ATMs do Bradesco, estimado em 34 mil.

Durante o período da Copa, o Itaú vai tornar disponível, em algumas agências, o

câmbio de dólares e euros para clientes e não clientes (estrangeiros). Na sua rede de caixas eletrônicos, ao menos nas 12 praças dos jogos, a novidade serão os saques em reais para estrangeiros portadores de cartões das bandeiras Visa Plus, MasterCard Cirrus e China UnionPay (CUP). Esses clientes também poderão consultar saldos na moeda de origem do cartão internacional.

A Caixa Econômica Federal (CEF) estuda adotar medida semelhante. “A Caixa vislumbra alocar terminais de autoatendimento habilitados para essa operação e com possibilidade de comunicação em mais de um idioma”, adianta o superintendente nacional de canais de distribuição da instituição, Ademir Losekann.

Os bancos estrangeiros com atuação no Brasil não fogem à regra. “Ofereceremos a qualquer cliente, não importando a sua origem, a oportunidade de realizar saques em moeda local em nossa rede de autoatendimento, pri-

Belo Horizonte (MG)

Brasília (DF)

Cuiabá (MT)

Fortaleza (CE)Manaus (AM)Natal (RN)

Porto Alegre (RS)

Recife (PE)

Rio de Janeiro (RJ)

Salvador (BA)

São Paulo (SP)Curitiba (PR)

Pontos estratégicosBancos concentram atendimento diferenciado para turistas nas 12 cidades-sedes da Copa do Mundo

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chapéuCaPa

vilegiando as praças esportivas que receberão os jogos em 2014”, diz o diretor executivo de tecnologia do Santander, Fernando Diaz. O modelo em desenvolvimento contará com in-formações em mais de um idioma.

Para executar transações no Brasil para clientes estrangeiros, o HSBC, de origem inglesa, se beneficia de uma plataforma global. O banco afirma que toda a sua rede de ATMs suporta os principais emissores mundiais de cartões (como Visa e MasterCard) para operações de saque em reais e extrato de forma online. “Nossos ATMs já possuem as opções português, inglês e espanhol para as transações com cartões internacionais (Visa Plus e Cirrus)”, ressalta Marco Tavares, Chief Operating Officer (COO) e diretor executivo de operações, tecnologia e serviços do HSBC Bank Brasil.

Câmbio automáticoUma das expectativas fica por conta da adoção de caixas eletrônicos que realizam o câmbio manual de moeda estrangeira para nacional e vice-versa. Esse tipo de operação é bastante recente no Brasil: foi autorizado pela Resolu-ção 4.113, do Conselho Monetário Nacional (CMN), de 2012, limitado ao valor de US$ 3 mil por transação.

A Revista Ciab FEBRABAN ouviu quatro fabricantes desse tipo de produto. O ATM Adattis modelo CX3, da Itautec, é um caixa eletrônico com função de câmbio, capaz de reconhecer moedas estrangeiras em euro ou dólar e trocá-las por reais. O vice-presidente de automações da Itautec, Wilton Ruas, conta que a companhia já domina essa tecnologia há mais de 10 anos, tendo desenvolvido e for-necido ATMs com essa funcionalidade para

Aplicativos trazem orientações

Dos 141 postos de câmbio da Caixa em todo o País, 68 estão

situados em cidades que abrigarão os jogos da Copa. Para ajudar os tu-ristas a localizarem os pontos mais próximos, a Caixa pretende mostrar na internet e em aplicativos de dis-positivos móveis a relação dos pos-tos de câmbio, com comunicação em inglês e espanhol.

A maioria dos aplicativos de ban-cos já embute a tecnologia de locali-zação de agências e ATMs, mas nem todos eles informam postos com serviço de câmbio. Essa informação pode ser obtida no aplicativo Câm-bio Legal, desenvolvido pelo Banco

Central do Brasil (BC) com dados for-necidos pelos bancos. O app foi con-cebido para atender, principalmente, à demanda de turistas da Copa das Confederações e da Jornada Mundial da Juventude. Está disponível para download gratuito nas lojas de apli-cativos da Apple e do Google desde junho de 2013. Indica os locais mais próximos onde é possível comprar e vender moedas estrangeiras ou sacar reais com cartões internacionais. “Es-tão à disposição informações de mais de 13 mil pontos localizados em todo o Brasil de 46 instituições”, relata Geraldo Magela Siqueira, secretário executivo do BC.

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Um dos investimentos dos bancos para o período da Copa é na capa-

citação dos profissionais que vão lidar diretamente com a clientela que não fala português. “Nas principais agências das cidades-sedes, estamos treinando funcionários bilíngues”, diz Mauricio Minas, diretor executivo do Bradesco. O banco prevê prestar um pré-atendimento especial para estrangeiros duran-te 30 minutos antes da abertura ao público da agência.

“O funcionário vai identificar a transação deseja-da e direcioná-la para o canal apropriado. Acreditamos que a maioria das operações poderá ser feita nos caixas eletrônicos. Mas, se o cliente quiser câmbio e a agência não oferecer esse serviço, será informado o local mais próximo para isso”, explica Minas. Os canais eletrônicos, como internet, mobile banking e call center, terão infor-

mações em inglês e espanhol.Para seus clientes da Argentina,

Chile, México, Paraguai e Uruguai, o Itaú também vai oferecer, em suas

agências, contato telefônico para aten-dimento especializado e bilíngue. Com

o objetivo de aperfeiçoar o atendimento a clientes e turistas estrangeiros, especialmente du-

rante os grandes eventos esportivos que o País sediará nos próximos anos, o Banco do Brasil incluiu na sua po-lítica de distribuição de bolsas o curso de inglês de nível básico. Além dessas bolsas, o BB informa que continua oferecendo incentivos para cursos de inglês à distância e para cursos presenciais de inglês e espanhol em vários níveis e modalidades. No HSBC, gerentes de relaciona-mento das agências Premier estão prontos para se co-municar em inglês quando preciso.

clientes no exterior. O equipamento visa a atender o grande

afluxo de pessoas previsto para grandes eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas. Além de realizar consultas e saques, o ATM Adattis modelo CX3 permite pagamento de contas em dinheiro, com possibilidade de troco.

Sem revelar nomes, Ruas adianta que a so-lução da Itautec está em processo de avaliação técnica em dois bancos nacionais. Ele lembra que, nas duas últimas edições do Ciab FE-BRABAN, a Itautec expôs alguns ATMs que oferecem recursos convenientes para grandes eventos esportivos como a Copa. Um exemplo são equipamentos capazes de carregar cartões contactless com créditos ou de controlar a libe-ração de passagem em áreas de acesso restrito.

O executivo ainda cita dispositivos de hardware para imprimir ingressos perso-

nalizados na hora. “Neste momento, vá-rios bancos estão avaliando as soluções e verificando, dentro de suas estratégias, a melhor forma e momento para sua adoção”, sinaliza Ruas.

Para Carlo Benedetto, vice-presidente de vendas e marketing da Diebold, a Copa do Mundo é uma oportunidade de oferecer ao setor bancário mais opções de autoatendimen-to, como máquinas de câmbio ou saques para cartões internacionais. Esses serão os serviços financeiros mais solicitados durante o Mundial, de acordo com bancos e corretoras de câmbio ouvidos pela Diebold. Nessa área, a fabricante oferece o terminal Diebold 4500, munido de validador de cédulas que reconhece dólares, euros e reais. A Diebold afirma que a tecnolo-gia está em processo de homologação em um cliente. “E toda a linha de ATMs da Diebold

Para se dar bem com os gringos

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ChaPéuCaPa

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está preparada para saques por meio de car-tões internacionais, sejam pré ou pós-pagos,” garante Benedetto.

Conhecida pelos seus ATMs, a Perto aposta nos terminais Paystation, equipamentos multifuncionais que podem ser usados como meios de pagamento no varejo, estacionamentos, estações de transporte público e banco. O hardware aceita cédulas, moedas, cartões de crédito e de débito e também pode fazer o pagamento de contas por meio de código de barras, check-in em aeroportos e recarga de crédito de cartões que servem de bilhetes de transporte público. Está presente, inclusive, em estações de metrô.

Já o Paystation Full Câmbio faz a conver-são de cédulas de diferentes origens, conforme a cotação do dia. “Nos Estados Unidos e na Europa, o autoatendimento é uma realidade em vários segmentos do mercado. No Brasil, vem crescendo e é irreversível essa tendência”, constata o gerente de negócios para software e outsourcing da Perto, Fernando Mitidieri.

Outra fornecedora de soluções de autoa-tendimento é a Hess Latam. Dentre seus pro-dutos se destaca um equipamento de câmbio capaz de reconhecer moedas de 15 nacionali-dades. Com um conjunto de hardware e sof-tware adaptados às necessidades do mercado brasileiro, dá a opção de pagamento em até três tipos de moeda. André Salvador, gerente comercial da empresa, revela que a solução está em fase de homologação em diversos clientes e entra em operação em instituições financeiras e corretoras de câmbio do País ainda em 2013.

Oportunidade para a cloudÉ fato que o aumento e o uso diferenciado de serviços financeiros na época da Copa tendem a exigir mais das áreas de armazenamento e processamento de dados. Para evitar eventuais sobrecargas, uma alternativa à pura expansão de infraestrutura é a computação em nuvem.

“A nuvem permite atingir maior agilidade, que evitaria perda de clientes e de renda e até ser-viços negados. A realidade é que um incidente desses causa grandes prejuízos às marcas hoje em dia”, lembra Rodrigo Gazzaneo, gerente de soluções de virtualização da EMC para a América Latina.

A Alog tem a postos para a Copa 2014 serviços previamente pensados na expansão de fluxo de dados. Acreditando nesse poten-cial de negócios, acabou de inaugurar seu segundo data center no Rio de Janeiro, com investimento de R$ 40 milhões. Eduardo Carvalho, presidente da Alog Data Centers do Brasil, detalha que são quatro sites no País – dois no Rio, um em Tamboré (bairro de Barueri, na Grande São Paulo) e outro na capital paulista. “Teremos oportunidades claras de negócios se levarmos em conta, por exemplo, o volume de tráfego de dados no caso da transmissão de vídeos em tempo real”, projeta o presidente. ■

Origem dos visitantes

Grandes números da Copa

Impactos diretosR$ 25,2 bilhões de gastos por

3,7 milhões de turistas

0,6 milhão de turistas internacionais

3,1 milhões de turistas nacionais

Fonte: Embratur e Ministério do Turismo

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orçamento

A teCnologia que amPara as oPe-rações dos bancos no Brasil é fre-quentemente apontada como um dos alicerces da reconhecida soli-

dez do sistema financeiro nacional. Tamanho prestígio não é fortuito, podendo ser explicado pelos investimentos nessa área. Em 2012, se-gundo a Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária, os bancos que atuam no País gasta-ram R$ 20,1 bilhões em tecnologia, incluindo manutenção de equipamentos, expansão de infraestrutura, desenvolvimento de aplicações, entre outros aspectos. Esse volume cresceu a uma média anual de 12,4% entre 2008 e 2012 e não dá sinais de esgotamento.

Os números ainda não foram fechados, mas alguns dos maiores bancos brasileiros já anun-ciaram elevação ou, no mínimo, manutenção do orçamento de 2013 em 2014. É o caso do Bradesco, que gastou cerca de R$ 4,1 bilhões em tecnologia em 2013 - dentro da média estabele-cida nos últimos anos. Para 2014, a previsão é de que esse montante seja corrigido para R$ 4,3 bi-lhões. Quando se considera todo o conglomerado financeiro, que envolve as unidades de seguros,

corretora e cartões (além do banco), o valor pas-sará de R$ 5,5 bilhões para R$ 5,8 bilhões.

Uma das frentes que mais têm consumido recursos e esforços da área é a revisão da arqui-tetura de sistemas - a forma como os sistemas estão organizados e trabalham em conjunto.

“Em termos de desenvolvimento, que é onde gastamos mais, 90% da nova arquitetura já está pronta. O resíduo fica para 2014. A partir daí, vamos nos dedicar à implantação desses siste-mas, de forma cuidadosa e lenta”, diz Mauricio Minas, diretor executivo do Bradesco respon-sável pela área de tecnologia.

A ideia básica é construir uma arquitetura orientada a serviços (SOA, na sigla em inglês), em que dados são processados de forma padro-nizada, nos mais diversos setores, diminuindo o tempo de execução de tarefas e as chances de erro na coleta de informações. “O cliente ganha tempo de resposta nas transações e as interfaces de atendimento, principalmente as digitais, melhoram em aparência e conveniên-cia”, explica o executivo. Sua fala não é simples promessa. Desde que a implantação da nova arquitetura teve início, alguns resultados co-

Retorno certo

Por Danilo Gregório

Bancos garantem investimentos em tecnologia em 2014 para ganhar eficiência e atender ainda melhor os clientes

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Em termos de desenvolvimento, que é onde gastamos mais,90% da nova arquitetura jáestá pronta

Minas, do Bradesco

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orçamento

meçaram a aparecer. Nos caixas eletrônicos (ATMs, na sigla em inglês), o tempo mé-dio das transações de saque foi reduzido em 25% em 2012 - já sob os efeitos do novo modelo -, segundo Minas; nos caixas tradicionais das agências, as transações ficaram 15% mais rápidas. Na hora de conceder um fi-nanciamento de veículo, o funcionário de uma agência levava entre 15 e 16 minutos até acessar toda a base de dados do cliente que queria fechar negócio. “A partir do primeiro semestre de 2013, esse mesmo processo leva apenas 9 segundos.”

Outro ganho menos visível, mas não me-nos relevante, é no desenvolvimento de aplica-ções, destino de 15% dos gastos de tecnologia do Bradesco - fatia que só perde em volume para a manutenção de infraestrutura e para a rede de comunicações. “A arquitetura orienta-da a serviços permite levar produtos e serviços ao mercado de maneira mais ágil”, afirma Mi-nas. Isso porque a SOA reutiliza componentes para a produção de software, evitando retraba-lhos e aumentando a eficiência no processo de desenvolvimento. Com ela, o departamento de tecnologia do Bradesco conseguiu reduzir 40% do tempo de lançamento de produtos. “Seja para a mobilidade, seja para a internet ou para uso interno da gestão, o produto vai para o mercado com mais competitividade, pois ga-nhamos com a economia de custos e quando chegamos antes da concorrência.”

Para um cenário de múltiplas plataformas e predominância dos meios digitais, essa agi-lidade é fundamental. No Bradesco, 87% das

transações já são feitas pelos canais eletrônicos: internet (48%), ATMs (24%), mobile banking (10%) e telefone (5%).

Arquitetura multicanalAs declarações de Luis Antonio Rodrigues,

diretor executivo de tecnologia do Itaú Uni-banco, também revelam a ligação direta entre a atuação em múltiplos canais e a necessidade de revisão da arquitetura de sistemas. “Segui-mos uma estratégia de evolução da arquitetura de sistemas, focada em serviços, com mode-los ainda mais alinhados com as necessidades das áreas de negócios, agilizando o suporte à inovação e o lançamento de produtos”, conta Rodrigues. “Como exemplo, podemos citar o projeto Arquitetura Multicanal, desenvolvido com a visão aberta às novas possibilidades, em que a solução técnica adotada permite dispo-nibilizar produtos e serviços em todos os canais, com maior facilidade na navegação, visão integra-da dos produtos, proporcionando melhor expe-riência para o cliente e maior disponibilidade.”

Outro projeto tecnológico ressaltado por Rodrigues para 2014 é o aperfeiçoamento de canais no celular. “Alinharemos a utilização da nova plataforma de dados à nossa plataforma de mobilidade, gerando ao cliente uma expe-riência melhor e muito mais completa, tanto no celular quanto nos tablets.” Sinais da aposta na plataforma móvel foram dados ao longo de 2013, com o lançamento de aplicativos volta-dos exclusivamente para pagamentos, como o Itaú QR Card (leitor de código de barras),

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Adata ainda não foi divulgada, mas o Santander Brasil caminha para

inaugurar seu novo Centro de Proces-samento de Dados (CPD) no início de 2014. “Nosso data center já está em fase de instalação dos servidores e migração de aplicações”, revela o di-retor executivo de tecnologia do ban-co, Fernando Diaz. O CPD foi constru-ído em Campinas (SP) em uma área de 660 mil metros quadrados.

“Este novo e importante com-ponente do nosso modelo de TI nos permitirá atingir níveis ainda mais altos de disponibilidade de sistemas e serviços, além de permitir aperfei-çoar nossa malha de processamento de forma mais eficiente, utilizando os melhores conceitos da virtualiza-ção de tecnologia em componentes

– como servidores, storage e rede –

chegando ao modelo de virtual data center”, afirma Diaz.

Os investimentos em tecnolo-gia em 2014 não se limitam ao CPD. O banco também planeja elevar seu nível de eficiência, por meio da me-

lhoria de processos e consolidação de canais eletrônicos, por exemplo. Outros projetos esperados são a in-trodução de leitura biométrica e o aperfeiçoamento dos sistemas de apoio a gestão e controle de fraudes.

Santander prepara estreia de data center

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Itaú Mobile Card (equivalente a cartão de cré-dito registrado no smartphone), Itaú tokpag (aplicativo que realiza transferências rápidas entre os usuários) e o piloto de NFC (sigla em inglês para comunicação por proximidade) em parceria com a operadora TIM.

Assegurar que tudo permaneça “no ar”

para não frustrar o consumidor é prioridade da área de tecnologia. O Itaú Unibanco man-tém fóruns específicos para discutir e garantir a disponibilidade em todos os canais: agências, centrais telefônicas, internet e mobile. “Pro-cessos e investimentos em software e hardware são priorizados até mesmo sobre necessidades

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Nosso datacenter já está em fase de instalação dos servidores e migração de aplicações

Alinharemos a utilização danova plataforma de dados à mobilidade, gerando uma experiência melhor e muito mais completapara o clienteRodrigues, do Itaú Unibanco

Diaz, do Santander

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orçamento

do negócio.” A evolução do processo de au-torização das transações de cartão de crédito reflete esse cuidado. “Hoje não existem mais transações negadas por indisponibilidade de nossos serviços. Temos contingenciamentos efetuados por um segundo autorizador e pela bandeira. O projeto para implantação do mes-mo conceito para o cartão de débito está bem avançado”, ressalta Rodrigues.

Mais eficientesA busca por maior eficiência operacio-

nal deu o tom dos gastos com tecnologia nos últimos tempos e deve continuar no radar dos bancos. No Banco do Brasil, os recursos direcionados para área de tecnologia devem totalizar R$ 3,3 bilhões em 2013. Para 2014, prevê-se um incremento de pouco mais de 12%, para R$ 3,7 bilhões. O principal foco dos in-vestimentos está na melhoria de processos. “O programa de transformação tecnológica tem como foco o ganho de agilidade e eficiência, com a revisão de arquitetura e o tratamento de legados”, esclarece Onildo Andrade, gerente executivo de gestão estratégica de TI. Somente nessa iniciativa, o banco estatal investiu R$ 100 milhões em 2013 e pretende injetar mais R$ 70 milhões em 2014.

O HSBC, que planeja manter os mes-mos níveis de investimento de 2012 em 2013, está trabalhando com maior ênfase em eficiên-cia operacional, na adoção de padrões glo-bais de compliance e na proximidade com o cliente, informa o Chief Operating Officer

(COO) e diretor executivo de tecnologia do banco, Marco Tavares. Cabe destacar também a mudança na arquitetura de sistemas. “Aos poucos estamos migrando nosso legado para o novo modelo. É o caso do core banking, so-lução global que está sendo pilotada no Brasil e que abrange a substituição dos sistemas de poupança, contas correntes e CDBs. Estamos também revendo o front end (interface do usuário) de agências, que utilizará arquitetura mais flexível, com grandes ganhos de eficiên-cia”, detalha Tavares.

Depois de reformular sua solução de mo-bile banking, adicionando funcionalidades e tornando-o mais intuitivo, o HSBC também pretende explorar a mobilidade para criar formas de aproximação do gerente de rela-cionamento com o cliente. Outras iniciativas citadas por Tavares são a redução de emissão de papel, ferramentas de análise e concessão de crédito e segurança da informação. O fortale-cimento constante da segurança na realização das transações, aliás, é um dos elementos por trás da expansão dos canais digitais. As ope-rações bancárias nos meios de atendimento mais recentes, internet e mobile banking, já superaram as de canais mais antigos, como agências, ATMs e call centers, com participa-ção de 42% contra 41% em 2012, segundo a Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária. Tudo indica que a tendência é a mesma para os próximos anos. Esse aspecto reforça a percep-ção de que as áreas de tecnologia dos bancos não terão descanso tão cedo. ■

Estamos trabalhando commaior ênfase em eficiência operacional, na adoção de padrões globais de compliance e na proximidade com o cliente

Tavares, do HSBC

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m-Payment

As Portas estão abertas Para o desenvolvimento do mercado de meios de pagamento móvel (m-

-payment) no Brasil. No dia 4 de novembro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central (BC) publicaram a primeira leva da aguardada regulamentação sobre o tema, seguindo a Lei 12.865, de 9 de outubro deste ano, que, por sua vez, nasceu da Medida Provisória 615, também de 2013. As soluções de m-payment, que transformam celulares ou qualquer outro dispositivo móvel em substitutos de dinheiro em papel, fazem parte do rol de instrumentos disciplinados pe-las Resoluções 4.282 e 4.283, do CMN, e as Circulares 3.680, 3.681, 3.682 e 3.683, do BC.

Com a regulamentação, o governo busca supervisionar um mercado que estava fora de seu alcance e, ao mesmo tempo, promover a inclusão financeira, estimulando formas inova-doras e de baixo custo de acesso às vias formais de pagamento. O termo “arranjo de pagamen-to” utilizado na legislação e na regulamenta-

ção se refere às variadas formas de pagamento existentes ou que ainda venham a ser criadas, de cartões de crédito e débito a moedas ele-trônicas. Antes, até os plásticos podiam ficar fora da regulamentação. O Banco Central só tinha alçada para regular cartões emitidos por instituições financeiras já fiscalizadas pela au-toridade monetária. Agora, cartões pré-pagos e seus emissores também passam a seguir as normas editadas pelo BC.

Entre os objetivos expressos da regula-mentação sobre os meios de pagamento, estão a interoperabilidade – isto é, os vários produtos desse mercado precisam ser compatíveis entre si -; a inovação e a diversidade em modelos de negócios; e a promoção de competição entre os participantes. O governo espera que seja possível transferir, por exemplo, saldos de um meio de pagamento para outro, mesmo entre instituições diferentes. O intuito é atrair mais pessoas para o Sistema de Pagamentos Brasilei-ro (SPB), fazendo com suas transações ocorram em meios seguros, transparentes e eficientes.

Inclusão com inovação

Por Tatiany Banagouro e Danilo Gregório

Governo regulamenta e empresas já testam meios de pagamento móvel com foco no público não bancarizado

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Quem se antecipou à regulamentação, lan-çando soluções de pagamento inovadoras, rece-beu um prazo de seis meses para se adequar às novas normas. É o caso de bancos, operadoras de telefonia e bandeiras de cartão de crédito que já estão testando e oferecendo produtos desse tipo – alguns, inclusive, são feitos em parceria. Em comum, essas soluções recém-chegadas apostam na tecnologia para facilitar o acesso da população aos serviços financeiros.

ZuumMesmo incipientes, esses novos produtos já dão uma ideia do que será o segmento de pagamentos móveis. Uma das ferramentas é o Zuum, solução lançada em maio de 2013 pela Mobile Financial Services (MFS), em-presa resultante de uma joint venture entre a MasterCard e a Telefonica International. Em novembro, a MFS informou ter atingido a marca de 170 mil clientes cadastrados e a meta de alcançar 200 mil até o fim de 2013.

A MFS surgiu com a proposta de disse-minar o conceito de pagamentos por meio de

dispositivos móveis e para promover a inclu-são financeira. O Zuum permite ao usuário a realização de depósitos, transferências, recarga de crédito no celular, pagamento de contas de consumo, como água, luz, TV por assina-tura e telefone e ainda permite a realização de compras nos estabelecimentos comerciais credenciados. Além do cartão pré-pago pelo celular, o cliente pode optar pela versão “físi-ca” do cartão tradicional, com a bandeira da MasterCard.

A tecnologia usada no desenvolvimento da solução se chama Unstructured Supple-mentary Service Data (USSD), que permi-te ao usuário acessar sua conta por meio de qualquer modelo de aparelho celular com a mesma simplicidade do envio de um SMS. A ferramenta foi inicialmente lançada em cin-co cidades do Estado de São Paulo: Sorocaba, Mogi das Cruzes, Osasco, Jundiaí e Guarulhos. Em agosto, o serviço começou a ser expandido e passou a ser aceito na região metropolitana de Belo Horizonte (MG); em setembro, na de Porto Alegre (RS). O plano da empresa é continuar o processo de expansão até atingir todo o território nacional no fim de 2014.

Antes de mais nada, o usuário do Zuum precisa ser cliente da operadora Vivo e ligar do celular para a sequência *789#. Em seguida, conforme as orientações da tela, o cliente va-lida seu cadastro e uma senha que serve como uma espécie de “chave de segurança” para rea-lizar as transações financeiras pelo celular.

Depósitos no cartão pré-pago são feitos em estabelecimentos comerciais credenciados. Para saques em dinheiro, o usuário pode pro-curar os caixas eletrônicos da rede Cirrus. O site da ferramenta (zuum.com.br) informa pontos de depósito e de saques. O cliente desembolsa uma tarifa de R$ 6,90 para cada saque pelo cartão de plástico e de R$ 0,99 para cada transferência de dinheiro para o Zuum ou

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m-Payment

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entre contas do mesmo serviço. A emissão do cartão de plástico custa R$ 14,90, e os demais serviços, como depósitos, recargas de crédito e compras, não são tarifados.

Oi CarteiraTambém anunciada em maio deste ano, o Oi Carteira funciona como um cartão pré-pago recarregável no celular e oferece ao cliente a versão tradicional do cartão de plástico para ser utilizado em estabelecimentos comerciais como um cartão de débito, caso o cliente não esteja com o aparelho em mãos. A ferramenta surgiu a partir de uma joint venture entre a

Oi e a Cielo, tendo como parceiro o Banco do Brasil. O projeto, que começou a ser disponibi-lizado por etapas para o consumidor, agora já pode ser utilizado por clientes em todo o Brasil.

Com o cartão, é possível consultar o extrato, fazer compras nos estabelecimentos credenciados à Cielo, recargas de celular e de dinheiro, transferência de dinheiro entre por-tadores do Oi Carteira e saques nos terminais de autoatendimento do Banco do Brasil e cor-respondentes autorizados.

As transações ocorrem via tecnologia S@t Push, na qual todas as mensagens são criptografadas e não ficam armazenadas no

Instituição de pagamento Pessoa jurídica que, aderindo a um ou mais arranjos de pa-gamento, tenha como atividade principal ou acessória: saque e depósito; executar/facilitar instrução de pagamento; gerir conta de pagamento; emitir instrumento; credenciar aceita-ção; executar remessa; emitir, credenciar e gerir moeda ele-trônica entre outras

Arranjo de pagamentoConjunto de regras e procedimentos que disciplinam a oferta de um determinado serviço de pagamento ao públi-co, aceito por mais de um recebedor, mediante acesso di-reto pelos usuários finais, pagadores e recebedores. Exem-plos: cartões de crédito e débito; soluções de m-payment; e moedas eletrônicas

Conta de pagamento Conta de registro em nome do usuário de serviço de paga-mento utilizada para a execução de transações de pagamento

Fonte: Banco Central

Entenda a regulamentação novas figuras entram no alvo da regulação do Banco Central

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m-Payment

celular, podendo ser feitas em qualquer tipo de aparelho celular com chip. As transações só ocorrem mediante a digitação da senha pes-soal do cliente em seu celular, o que oferece mais segurança na operação. Apesar do uso da S@t Push, a Oi vem realizando testes com a tecnologia Near Field Communication, mais conhecida pela sigla NFC, que permite a troca de informações entre dispositivos por meio da aproximação física dos aparelhos, sem a necessidade de cabos ou fios. A ideia da Oi é incorporar essa tecnologia no seu portfólio de smartphones, para funcionar como um com-plemento a outras formas de pagamento com celular, além de viabilizar uma diversidade de outras novas aplicações.

Para aderir ao Oi Carteira também é preciso ser cliente da operadora de celular. A ativação do serviço pode ser solicitada pelo en-dereço oi.com.br/oicarteira ou pelos telefones informados na página do serviço.

Há limites para o depósito de dinheiro no Oi Carteira. O valor mínimo é de R$ 30,00 e o valor máximo, de R$ 2.000,00. A tarifa mensal é de R$ 8,00 e permite realizar cargas de dinheiro, recargas de minutos e transferên-cias ilimitadas, além de um saque por mês. As tarifas serão revertidas automaticamente e inte-gralmente em bônus em minutos para ligações de celulares pré-pagos Oi para outros celulares Oi e para telefones fixos. O valor da tarifa ex-cedente para saques é de R$ 1,00 por transação, debitada do saldo disponível no cartão. Para emitir o cartão tradicional, o cliente paga uma tarifa única de R$ 10,00, que também é rever-tida em bônus em minutos.

Meu Dinheiro ClaroOutro exemplar da categoria, anunciado ofi-cialmente em outubro, é o Meu Dinheiro Claro, também adepto da tecnologia USSD, que permite seu acesso em qualquer modelo

de aparelho celular. A solução foi desenvol-vida pela Mobile Payment Operator (MPO), joint venture entre a Claro e o Banco Brades-co. A ferramenta funciona como um cartão pré-pago e foi especialmente pensada para as classes C e D. Ainda em fase de implantação, em novembro, a ferramenta estava disponível apenas em algumas cidades pilotos: Belford Roxo, São João de Meriti e Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro, e em Goiânia (GO). A empresa ainda não tem estimativa de números de usuários.

Pelo Meu Dinheiro Claro é possível reali-zar consultas de saldo e extratos, transferências entre clientes Meu Dinheiro Claro e Bradesco, compras em estabelecimentos comerciais e pela internet, recarga de celular e saques de dinheiro pela rede Bradesco. A adesão é gratuita, também não há cobrança de mensalidade ou anuidade e o cliente não precisa comprovar renda.

Assim como nas outras soluções capita-neadas por operadoras de telefonia celular, o cliente do produto da MPO precisa ter linha da Claro. A solicitação pode ser feita por uma loja credenciada da Claro. Os usuários da fer-ramenta podem carregar dinheiro nos caixas do Bradesco, por boleto bancário ou pelos canais eletrônicos do banco para quem já é correntista. As compras podem ser feitas em estabelecimentos comerciais que tiverem as máquinas de atendimento da bandeira Cielo.

Para a Claro, a nova regulamentação aju-da a estimular o acesso da população aos ser-viços bancários, especialmente o público não bancarizado. “Um dos benefícios é a simplifi-cação do modelo de cadastramento nas con-tas mobile, por meio de telefone ou via web”, afirmou a companhia em nota. A Oi segue a mesma linha: “(A regulamentação) é um ins-trumento importante para o desenvolvimento dos serviços de pagamentos móveis e para a inclusão financeira da população brasileira.” ■

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esPaço inovação – 10 anos

Para muitas das emPresas brasileiras de tecnologia, fazer parte do Ciab representou uma alçada à fama. Que o digam as par-ticipantes do Espaço Inovação, divisão do Ciab organizada pela FEBRABAN e pelo Instituto de Tecnologia de Software (ITS) e

destinada a empresas inovadoras. A apresentação de produtos e serviços nessa área temática do evento – que, em 2014, será organizada pelo décimo ano consecutivo - tem gerado exposição de marcas, abertura de negócios, desenvolvimento de tecnologias e reconhecimento não só no Brasil, mas também no exterior. Evidência disso são os prêmios conquistados lá fora

Do Ciab para o mundo

Por Cesar Augusto Sampaio

Com o impulso do Espaço Inovação, empresas alcançam reconhecimento e prêmios fora do Brasil

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chapéuesPaço inovação – 10 anos

por startups que, nos últimos anos, rechearam os estandes do Espaço Inovação.

Tecnologia em nuvemUma das empresas reconhecidas internacional-mente é a Cash Monitor, provedora de solu-ções de controle financeiro. Fundada em 2006, participou do Espaço Inovação em 2011 com a solução E-Card, uma plataforma baseada na nuvem que contabiliza e concilia transações de cartão de crédito realizadas por varejistas com as vendas processadas pelas bandeiras dos plásticos, evitando demora no processo e perda financeira. “Conseguimos apresentar para o mercado de soluções financeiras nossa tecnologia de simples implantação na nuvem e constatamos que éramos pioneiros”, conta Márcio Furtado, sócio-diretor da empresa.

Após o empurrão dado pelo Espaço Inova-ção, em 2012, a Cash Monitor foi selecionada para compor a lista de empreendedores de alto impacto da Endeavor, uma organização global de fomento a empresas inovadoras com grande po-tencial de crescimento em mercados emergentes. A escolha foi anunciada em um painel interna-cional, realizado em Cartagena, na Colômbia, e formado por mais de 30 líderes de negócios, das mais diversas nacionalidades. Entre os avaliado-res, estavam ninguém menos que Jorge Paulo Lemann, fundador do Banco Garantia e um dos controladores de uma série de empresas de reno-

me internacional, Fábio Barbosa, CEO do Gru-po Abril, e Laércio Cosentino, fundador da Totvs. Representantes da Endeavor conheceram a Cash Monitor durante o Espaço Inovação. “Agora te-mos credibilidade internacional, pois fazemos parte de um seleto grupo de empreendedores de alto impacto”, exalta Furtado.

MobilidadeEstar entre as ocupantes do Espaço Inovação em duas oportunidades – 2008 e 2009 - tam-bém trouxe resultados vistosos para a Navita, uma desenvolvedora de aplicativos móveis e prestadora de serviços de mobilidade e tele-comunicações. “Tivemos uma boa exposição da marca e fechamos negócios que nasceram no evento”, revela Roberto Dariva, CEO da empresa. Desde 2008, a Navita vem crescendo em ritmo intenso, partindo de uma equipe de 30 funcionários naquele ano para os atuais 150.

Com a boa repercussão de seus aplica-tivos para celulares, o prestígio internacional veio em 2011. Em outubro daquele ano, o Navita Translator, um tradutor gratuito para o BlackBerry, recebeu os prêmios de uso mais inovador do serviço de publicidade e de app mais viciante do BlackBerry Messenger (BBM)

- comunicador instantâneo do smartphone que já foi item obrigatório de executivos.

Um mês depois, a Navita também apare-ceu na Mobilewalla 50, lista de desenvolvedo-

Tivemos uma boa exposição da marca e fechamos negócios que nasceram no Ciab

Dariva, da navita

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res com padrão de excelência na visão do Mo-bilewalla, serviço norte-americano que analisa informações e mede a audiência de apps. “Nem sabíamos que estávamos participando, pois a seleção é independente e as empresas não se inscrevem. Especialistas da área é que esco-lhem as soluções e as classificam. O principal diferencial foi produzir apps que são simples e fáceis de usar”, assegura Dariva. A Navita ainda figurou em listas de melhores aplicativos de diversas publicações dos Estados Unidos.

Desvendando dados Presente em quatro edições do Espaço Inova-ção, inclusive a primeira, a Neurotech, forne-cedora de soluções para crédito, cobrança e prevenção a fraudes, atraiu os holofotes dos estrangeiros em 2007. Além de ter abocanha-do o prêmio de solução mais inovadora dessa divisão do Ciab, a empresa ficou em segundo lugar no concurso da Pacific-Asia Conference on Knowledge Discovery and Data Mining (PAKDD), conferência realizada anualmente, sempre em algum país da Ásia ou Oceania.

“Naquele ano, na China, competimos com mais de 250 equipes, o que incluiu times for-mados em centros de pesquisas das principais universidades e empresas de todo o mundo”, afirma Domingos Monteiro, presidente da Neurotech. O desafio da turma foi propor uma solução de KDD, sigla em inglês para extração

de conhecimento de uma base de dados.O executivo da Neurotech acredita que a

premiação chancelou a competência técnica e a capacidade inovadora da empresa. “Em segui-da, isso se transformou em negócios e na evolu-ção de nossos produtos a partir do aprendizado proporcionado pelas competições e pelas inte-rações com os clientes”, recorda Monteiro. Para ele, o Espaço Inovação é “um ambiente muito propício para o desenvolvimento empresarial” e, nesse sentido, colaborou para o sucesso da empresa. “Investimos na divulgação prévia e nossas apresentações sempre foram muito concorridas. Em poucos dias fizemos contato com diversos clientes potenciais e parceiros de negócios. Com certeza, levaríamos meses para realizar a mesma quantidade de contatos fora daquele ambiente de negócios. Mesmo assim, não teríamos a energia proporcionada pelo am-biente do espaço.” O excelente retorno sobre o investimento fez Monteiro ampliar sua área demarcada no Ciab. “Em 2013, participamos do Ciab com um estande próprio e já reserva-mos nosso espaço para 2014.”

Feira de ciênciasA desenvolvedora de software empresarial RedDrummer acumula três participações no Espaço Inovação: 2010, 2011 e 2012. O ano da estreia também foi marcado pela con-quista do primeiro prêmio internacional, em

Nos dias de Ciab fizemos contato com clientes potenciais e parceiros de negócios. Levaríamos meses para fazer o mesmo fora daquele ambiente

Monteiro, da neurotech

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O Espaço Inovação traz uma ideia de feira de ciências, onde os espectadores entram para visitar as empresas e seus projetos com uma mente aberta e curiosa

Vellozo, da RedDrummer

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chapéu

Para inglês conhecer

Em novembro, o Instituto de Tecnologia de Software (ITS), par-ceiro da FEBRABAN na organização do Espaço Inovação, orga-

nizou uma comitiva para Londres com representantes de várias empresas brasileiras de tecnologia, como Cash Monitor, MG Syste-ms, RedDrummer e Sirsan, que já participaram do Espaço Inovação.

Segundo Descartes Teixeira, presidente do conselho gestor do ITS , os executivos das empresas tiveram 36 reuniões com com-panhias do Reino Unido. “A maioria se interessou bastante pelos serviços que essas empresas prestam aos bancos no Brasil.”

Segundo Teixeira, o objetivo da ida a Londres foi propiciar negócios entre brasileiros e representantes de outros mercados internacionais. “Queremos mostrar a postura inovadora brasi-leira. Temos uma nova geração de empreendedores, que oferece soluções inovadoras para o setor visando o mercado global.” O executivo do ITS contou que, em 2014, o ITS deve organizar o Projeto Comprador, que vai convidar tomadores de decisão de compras da Europa a vir para o Ciab FEBRABAN 2014. “Será uma oportunidade excepcional para o visitante realmente interessado na solução brasileira.”

esPaço inovação – 10 anos

Hong Kong, para a solução Enterprise So-cial Networking (ESN). No ano seguinte, a RedDrummer levou o prêmio de “Best New Technology Award 2011”, no Financial Tec-nhology Insight Summit, em Boston (EUA), para a solução Absolut Insight, uma camada

de algoritmos que roda sobre o ESN e analisa dados de redes. Em 2012, também em Boston, o módulo Absolut Insight saiu com o título de

“Most Innovative Technology”.Além de coroarem a trajetória da empresa,

as vitórias também indicam que o trabalho da banca de examinadores do Espaço Inovação está em sintonia com avaliadores internacio-nais. Para André Vellozo, CEO da empresa, o Espaço Inovação é a porta perfeita para se en-trar no mercado com uma proposta diferencia-da. “É um ambiente aberto e organizado, uma ideia de feira de ciências, onde os espectadores entram para visitar as empresas e seus projetos com uma mente aberta e curiosa. É diferente de uma abordagem puramente comercial.”

Para Vellozo, o Espaço Inovação, permite ganhar experiência e contatos. “O Espaço Ino-vação possui uma rede própria, ativa e vibran-te, que une a academia, governos e empresas.” Coincidentemente ou não, a RedDrummer aumentou de tamanho de maneira surpreen-dente, subindo o número de funcionários de dois para 60, entre 2010 – quando esteve no Espaço Inovação pela primeira vez – e 2013. Nesse meio tempo, a empresa iniciou seu processo de globalização, montando escritó-rio em Nova York e realizando aquisições na Argentina e na Índia. “Em 2014, pretendemos participar do Ciab com um estande próprio”, adianta o presidente. ■

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Update

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Até o fechamento desta edição da Revis-ta Ciab FEBRABAN, o projeto que estabelece o Marco Civil da Internet (PL 2.126/11) trami-tava na Câmara dos Deputados e a expecta-tiva era que o governo federal deixasse para 2014 a votação do texto. Para isso, será ne-cessário tentar um acordo na base aliada para resolver a questão no início do ano que vem.

O projeto de Marco Civil pode ser en-tendido como uma espécie de “constituição” da internet, pois define princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da rede no Brasil. Em suma, são quatro os assuntos mais im-portantes discutidos no projeto: privacidade, neutralidade, garantia de dados no Brasil e responsabilidade dos provedores.

Um dos pontos mais polêmicos é o dedi-cado à privacidade. A inviolabilidade e o sigilo do fluxo de comunicações pela internet, bem como a proteção e a indenização por dano causado por violação são garantias dadas aos usuários. O Marco Civil estipula que as em-presas informem como coletam e usam os dados dos internautas. Hoje, os dados pessoais do usuário podem ser usados, monitorados ou mesmo vendidos a terceiros.

A maior dificuldade do governo é con-vencer parte do Poder Legislativo a aceitar o conceito de “neutralidade” previsto no texto do relator Alessandro Molon (PT-RJ). O artigo reza que “o responsável pela trans-missão, comutação ou roteamento tem o dever de tratar de forma isonômica quais-quer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, origem e destino, serviço, termi-nal ou aplicação”. Assim, garante-se que a conexão não será reduzida por motivos não transparentes ao usuário. Atualmente, há muitas reclamações de problemas na cone-

xão dependendo da atividade que usuários realizam na rede.

Já a necessidade de guarda de dados no Brasil foi resultado do recente escândalo de espionagem internacional. A proposta obriga a guarda de dados de cidadãos brasileiros ou de atividades aqui executadas em data cen-ters (grandes centros de armazenamento di-gital) instalados em solo nacional. Ainda não há um texto final sobre essa medida no pro-jeto e, mesmo que ela seja incluída no Marco Civil, necessitaria ser regulamentada poste-riormente. Isso porque seria preciso definir quais empresas precisam atender à medida, além dos tipos de dados sujeitos à guarda.

O artigo da responsabilidade dos prove-dores tem “o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura”. O prove-dor somente “poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponí-vel o conteúdo apontado como infringente”. O artigo visa combater estes problemas que também são alvo de reclamações de usuários em todo o País.

Segundo Demi Getschko, diretor do Co-mitê Gestor de Internet, a proposta quer a proteção contra riscos que podem se tornar palpáveis daqui a algum tempo, “uma vacina para impedir doenças futuras”. Para o pes-quisador da Universidade de São Paulo, se o Marco Civil for aprovado, deve ser a melhor legislação sobre internet no mundo. Pois não é apenas a regulamentação da rede mundial de computadores, mas a regulamentação dos direitos daqueles que nela navegam. ■

Marco Civil: “vacina” contra problemas

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Update

26 • revista Ciab FEBRABAN • dezembro de 2013

Em cada quatro brasileiros, três possui ao menos um meio eletrônico de pagamen-to. É o que indica a Pesquisa Abecs/Datafolha 2013, divulgada no 8º Congresso de Meios Eletrônicos de Pagamento (CMEP). O evento foi realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) e pela FEBRABAN entre os dias 29 e 30 de outubro de 2013, em São Paulo (SP). O levantamento anual ouviu a população adul-ta (a partir de 18 anos) residente em 11 capi-tais: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Nessas praças, encontrou 20,4 milhões de detentores de algum cartão de crédito ou débito, o equiva-lente a 76,1% da amostra. Em 2008, eram 16 milhões os usuários desses meios eletrônicos, ou 68% da população.

Entre os fatores que explicam esse cres-cimento, estão a substituição do uso de che-

que por cartão, a disseminação dos plásticos entre a população de mais baixa renda e o aumento do universo de produtos e serviços que podem ser pagos com cartão. A aceita-ção de cartões de débito em estabelecimen-tos comerciais passou de 99%, em 2007, para 100%, em 2013 – e os de crédito variaram de 96% para 97% nesse mesmo período.

Esses meios eletrônicos respondem pelo pagamento de 57% dos gastos mensais dos usuários, contra 43% dos meios não eletrô-nicos. Nessa última categoria, a pesquisa in-clui dinheiro, cheque, vale-benefícios, débito automático, fatura/boleto e carnês. Se consi-derarmos os pagamentos da população como um todo, inclusive de quem não tem cartão, a participação dos plásticos é de 50%, ante os 45% verificados em 2012. Os consumidores citaram como pontos fortes dos meios ele-trônicos a segurança, a praticidade e a agili-dade para realizar os pagamentos.

Na preferência dos estabelecimentos comerciais, os cartões só perdem para o di-nheiro em papel. Para 86% dos comerciantes, o dinheiro é o primeiro ou o segundo meio de pagamento preferido – o cartão de débito aparece com 79% de predileção, e o de crédito, com 22%. Apesar da preferência pelo débito, os cartões de crédito têm maior participação no faturamento mensal médio dos estabeleci-mentos comerciais ouvidos na pesquisa, com 31% - só atrás do dinheiro, com 35%. Segundo a Abecs, os volumes transacionados por cré-dito e por débito crescem, em média, 20% e 23% ao ano, respectivamente. No primeiro semestre de 2013, o total de transações de cartões de crédito chegou a R$ 249 bilhões, e de débito, R$ 135 bilhões. ■

Cartões de crédito e débitochegam a 76,1% da população

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