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REVISTA Nº 55 CIAB FEBRABAN CELEBRA 25 ANOS EM JUNHO COM CONTEúDO AMPLIADO, NOVO FORMATO E KEYNOTES CONSAGRADOS MUNDIALMENTE NOVA TECNOLOGIA Terminais de autoatendimento com recicladores de cédulas chegam ao País e facilitam as operações para o cliente bancário COMBATE AO CRIME VIRTUAL Diretor da Microsoft Corporation elogia trabalho dos bancos brasileiros contra crimes cibernéticos e dá dicas de prevenção a incidentes de segurança na internet BODAS DE PRATA COM INOVAÇÃO

Revista Ciab 55 jan15

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REVISTA Nº 55

Ciab FEbRabaN CElEbRa 25 aNos Em juNho Com CoNtEúdo ampliado, Novo FoRmato E kEyNotEs CoNsagRados muNdialmENtE

Nova tecNologia

Terminais de autoatendimento com recicladores de cédulas chegam ao País e facilitam as operações para o cliente bancário

combate ao crime virtual

Diretor da Microsoft Corporation elogia trabalho dos bancos brasileiros contra crimes cibernéticos e dá dicas de prevenção a incidentes de segurança na internet

BODAS DE PRATA COM INOVAÇÃO

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revista Ciab FEbRabaN 3

CoNsElho Ciab 2015Maurício Minas - Bradesco, Gilson Girardi - HSBC, Geraldo Dezena/Gustavo Fosse - Banco do Brasil, Jorge Ramalho - Itaú, José Paiva - Santander, Keiji Sakai - BM&FBoveSPa, Roberto Zambon - Caixa. Comissão oRgaNizadoRa: Gustavo Fosse, Keiji Sakai, Marcelo assumpção, Nair Macedo, Nilton Gratão.

Revista Ciab FEbRabaNeDIÇÃo: Cleide Sanchez Rodriguez, adriana Mompean. CoMeRCIal: Marcelo assumpção. MaRKetING: Silvia Mazzolla. PRoJeto GRáFICo e eDItoRaÇÃo: Ideia visual. JoRNalISta ReSPoNSável: Cleide Sanchez Rodriguez (Mtb 15.318). esta é uma publicação da Federação Brasileira de Bancos – FeBRaBaN, av. Brigadeiro Faria lima, 1485 – 15º andar – torre Norte – 01452-921 – São Paulo – SP

Copyright 2015 - Janeiro. todos os direitos reservados.

www.ciab.org.brwww.facebook.com/CiabFeBRaBaNtwitter: @ciabfebraban

[email protected]: @febraban

4 editorial

5 entrevistaJuan Hardoy, diretor de combates

aos crimes cibernéticos da Microsoft

Corporation, destaca a importância

do consumidor na prevenção contra

ataques virtuais

16 Mercado de tISegmento cresce mais de 10%

anualmente, mas mercado de

trabalho brasileiro registra déficit

de profissionais especializados em

tecnologia da informação

8 CapaCiab FeBRaBaN celebra seus25 anos com novo formato, parcerias estratégicas com entidades financeiras e conteúdo mais diversificado; edição comemorativa do congresso terá Jimmy Wales e Bruce Dickinson entre keynotes speakers

12 plataformas abertasInterface de Programação de aplicações permite que terceiros acessem partes importantes de servidores e bancos de dados para o desenvolvimento de soluções e criação de novos produtos

20 Recicladores de notasNovos terminais de autoatendimento reaproveitam cédulas e já são utilizados em vários pontos do País

sumário

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4 revista Ciab FEbRabaN

um ano cheio de novidades

o começo de um novo ano sempre nos leva a fazer um balanço de nossas realizações e também a traçar metas

e planos para os próximos 365 dias. Para toda a equipe envolvida na organização e execução do Ciab FEBRABAN, considerado o maior evento de tecnologia da informação para o se-tor financeiro da América Latina, 2015 será um ano muito especial, que já começou em clima de comemoração.

Não poderíamos deixar de relembrar que, em 2014, a 24ª edição do congresso cumpriu com a tradição de trazer para o centro de de-bates temas relevantes e atuais sobre TI, aten-dendo a um público altamente qualificado, formado por executivos e profissionais que transitam entre as finanças e a tecnologia. Em 2015, além de mantermos o compromisso com a envergadura do fórum, estaremos em festa para celebrar a 25ª edição do Ciab. Será um evento histórico para todos os agentes envol-vidos com o congresso, que contribuiu nos úl-timos 25 anos de forma expressiva para fazer da tecnologia um alicerce fundamental para a indústria de serviços financeiros.

A 25ª edição do fórum será realizada de 16 a 18 de junho no Transamérica Expo Center, mas, desde o ano passado, já estamos prepa-rando um evento para se tornar memorável, digno da magnitude do Ciab. Como é de pra-

xe, o congresso continuará a expor novidades em tecnologia da informação para o mercado financeiro, entretanto, neste ano incorporará mudanças relevantes, o que consolida sua po-sição precursora na identificação de oportuni-dades de negócios e exposição de soluções de vanguarda para o segmento.

Com o tema “Ciab 25 anos”, o con-gresso em 2015 ampliará sua abrangência e através de parcerias estratégicas com as mais importantes associações do setor financeiro incorporará os temas seguros e meios de pa-gamento, segmentos que tanto trazem con-veniência e facilitam as transações do dia a dia de milhares de consumidores brasileiros. Com o reposicionamento e a presença de novos participantes, o fórum ficará maior e terá mais espaço para debates sobre conteú-dos diversificados.

As mudanças no formato do Ciab e os keynotes que estarão neste congresso histórico são destaques em reportagens desta edição da revista, a primeira de 2015. Também convida-mos o leitor a navegar pelas páginas de nossa publicação para conhecer mais sobre outras temáticas relevantes para o setor de TI das ins-tituições financeiras.

Um excelente início de ano para todos e nos encontramos em breve para celebrar a 25ª edição do Ciab FEBRABAN. n

gustavo FosseDiretor Setorial de tecnologia eautomação Bancária da FeBRaBaN

editorial

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o crime cibernético prejudica o consumidor, as empresas, afeta a produtividade e gera perdas bilio-

nárias para a economia mundial. Relatório do Centro de Estudos Estratégicos e Interna-cionais (CSIS), renomada organização norte--americana bipartidária e sem fins lucrativos, divulgado no último mês de junho, revelou que os ataques virtuais custam anualmente cerca de US$ 445 bilhões à economia global. E quase um terço do prejuízo, aproximada-mente US$ 150 bilhões, está ligado a infor-mações pessoais dos usuários.

Outro levantamento sobre o crime virtual, feito pela Norton, também chega à conclusão semelhante: 41% dos usuários em 24 países foram vítimas de ataques no ano de 2013. No Brasil, este percentual sobe para 45%.

Além dos desembolsos com a aquisição e o desenvolvimento de softwares para aumentar a eficiência e ofertar produtos e serviços de qualidade e conveniência para os clientes, a preocupação com a segurança nas transações cotidianas é constante por parte das instituições financeiras. Anualmente, os gastos e despesas

em tecnologia avançam 9%, em média, desde 2009, alcançando R$ 20,6 bilhões em 2013. Isso representa 18% dos investimentos feitos em tecnologia da informação em todo o País.

Nos últimos anos, o uso de tecnologias biométricas tem se tornado cada vez mais proeminente para evitar fraudes. Também há investimentos significativos para proteger as transações realizadas pelos clientes em canais como internet e mobile banking.

Para debater sobre os desafios do segmen-to financeiro frente ao cenário da internet, no-vas regulamentações e a evolução de soluções tecnológicas, a FEBRABAN promoveu em no-vembro o 3º Seminário de Segurança da Infor-mação, em São Paulo, que reuniu especialistas de diferentes áreas. Um dos destaques do even-to foi a palestra proferida por Juan Hardoy, diretor de combates aos crimes cibernéticos da Microsoft Corporation, do Reino Unido, que falou sobre a prevenção e o combate a inciden-tes de segurança no mundo virtual.

Em entrevista à revista Ciab FEBRABAN, Juan Hardoy afirmou que, ao abordar o tema segurança da informação, é importante levar

entrevista

Quando a uniãofaz a força

Por adriana Mompean

para juan hardoy, diretor de combates aos crimes cibernéticos da microsoft Corporation, as parcerias são fundamentais para estabelecer ações que se antecipem aos criminosos. o usuário tem papel fundamental nesse processo

Rafa

el R

ezen

de

juan hardoy durante seminário promovido pela FEbRabaN

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entrevista

em conta vários fatores, entre eles, parcerias que devem ser fechadas entre a indústria, aca-dêmicos, forças da lei e agências internacionais com o objetivo de estar sempre à frente das ações dos criminosos.

Mas também destacou a importância das ações do usuário no combate a fraudes e problemas de segurança na internet. “Quando falamos sobre segurança da informação, todo

mundo tem um papel importante a desempe-nhar, e os consumidores são essenciais neste processo”, afirmou. “Os usuários precisam de-nunciar ataques de malware (software mal-in-tencionado) e botnets (quando há uma rede de computadores infectados) para que o trabalho contra o crime cibernético seja mais efetivo.”

Leia a seguir, a entrevista concedida por Juan Hardoy para a revista Ciab FEBRABAN:

o brasil é reconhecido internacionalmente pela qualidade e profundidade de sua regu-lação bancária. o setor financeiro do país é um dos que mais gasta com tecnologia da informação no mundo. Em 2013, os inves-timentos em ti somaram R$ 20,6 bilhões. Como você analisa os aportes feitos pelo brasil em relação a outros países?Juan Hardoy – Definitivamente, o Brasil é um dos países líderes em investimentos em segu-rança e tecnologia da informação. Eu sei da importância do trabalho que os bancos brasi-leiros fazem para combater crimes. As institui-ções têm atuado juntas na FEBRABAN para trocar informações de como melhor proteger seus clientes e a infraestrutura do sistema. É um trabalho reconhecido internacionalmente.

Que tipo de novas parcerias as indústrias de software e aplicativo podem realizar com os bancos para criar produtos mais seguros e inovadores para seus clientes? Juan Hardoy – As instituições financeiras e as empresas de aplicativos devem olhar para as soluções baseadas em nuvem, com foco em opções que tenham características fortes des-tinadas a proteger a privacidade e a segurança.

Em sua opinião, o consumidor desempenha um papel importante na prevenção contra fraudes na internet?Jun Hardoy – Sim. O consumidor deve seguir estes passos essenciais para proteger seus dis-positivos, informações e também sua família na internet:

• Instalarantivíruslegítimosesoftwaresantis-pyware

•Nuncafornecerinformaçõesimportantes(como um número de conta ou senha) em resposta a mensagens de e-mail ou ainda em uma rede social

•Criarsenhasquesãoconstituídosporfraseslongas ou frases que misturem letras maiús-culas e minúsculas, números e símbolos. Usar senhas diferentes para sites diferentes, especialmente aqueles que guardam infor-mações financeiras

• Pesquisarnocampoconfiguraçõesouopçõesem redes sociais, como Facebook e Twitter, para gerenciar quem pode ver seu perfil ou fotos. Também é preciso controlar a forma de como as pessoas podem procurar por você e fazer comentários

•Descobriroqueestánainternetsobrevocêe avaliar periodicamente o que encontrar. O usuário também deve cultivar uma reputação positiva.

os criminosos possuem atualmente alvos específicos para os ataques virtuais?Juan Hardoy – Nós da Microsoft procura-mos identificar diferentes tipos de botnets. Fazemos um trabalho intenso para combater ameaças no setor financeiro. Também nos preocupamos muito com ameaças que têm por objetivo roubar identidades e dados pes-soais dos consumidores. Hoje, as indústrias mais sensíveis a ataques de malware e botnets são a financeira, a de saúde e também o setor educacional.

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entrevista

3 Instale programas antivírus e antispyware de uma fonte confiável

3 Não abra mensagens de e-mails de spam nem clique em sites suspeitos

3 Baixe um programa antivírus ou antimalware de boa reputação

3 Instale regularmente as atualizações de segurança de todos os seus programas antivírus e antispyware, de navegadores, sistemas operacionais, processadores de texto, entre outros

3 Desinstale programas que não são mais utilizados

3 Instale o firewall (software aplicativo ou hardware que ajuda a bloquear hackers, vírus e worms que tentam invadir o computador por meio da internet)

3 Desconfie de negócios e anúncios que pareçam bons demais para ser verdade

3 Crie senhas fortes que contenham combinação de letras, números e símbolos

3 Não compartilhe suas senhas e não utilize a mesma senha para todos os sites

3 Crie senhas diferentes para o roteador e a chave wireless de sua conexão sem fio em casa

3 Não conecte pendrives desconhecidos em seu computador

3 tenha cuidado ao abrir anexos em links de e-mails, mensagens instantâneas ou em tópicos de redes sociais como o Facebook

3 Somente baixe programas em sites confiáveis

3 tome cuidado com ofertas gratuitas de músicas, jogos, vídeos e similares

você já declarou que a microsoft se dedica a educar consumidores e empresas em re-lação aos riscos reais que enfrentam contra malwares, vírus e programas espiões, muitas vezes resultantes da utilização de softwares falsificados e piratas. Como é este trabalho?Juan Hardoy – A Microsoft está empenhada em educar os clientes para que não usem softwa-res falsificados. Nós incentivamos que nossos clientes visitem páginas como www.microsoft.com/genuine e www.microsoft.com/resources/howtotell, que fornecem informações detalha-das e exemplos de softwares falsificados, bem como orientações sobre o que os consumidores devem avaliar antes de comprar um software.

Quando falamos sobre segurança da informação, todo mundo tem um papel importante a desempenhar, e os consumidores são essenciais neste processo

hardoy, da microsoft

Rafa

el R

ezen

de

o que é malware?Malware é um nome abreviado para “software malicioso”. trata-se de qualquer tipo de software indesejado, instalado sem o consentimento do usuário. vírus, worms e cavalos de troia são exemplos de software mal-intencionado que são agrupados e chamados de malware.

o que é botnet?o termo bot vem de robot. os criminosos distribuem um malware que pode transformar o computador em um bot, também chamado de zumbi. Quando isso ocorre, o PC pode realizar tarefas de manei-ra automatizada na internet sem o conhecimento do usuário. os criminosos costumam usar bots para infectar grandes quantidades de computadores que formam uma rede. os botnets podem ser utilizados para enviar mensagens de spam, espalhar vírus, atacar computadores e ainda para cometer crimes e fraudes.

Fonte: Microsoft

Saiba maiS

Proteja SeuS dadoS Na iNterNet

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ciab 2015

bodas de pratacom inovação

adriana Mompean e Cleide Sanchez Rodriguez

Edição especial de 25 anos terá novo formato e conteúdo mais diversificado. jimmy Wales, fundador da Wikipédia, e bruce dickinson, vocalista do iron maiden e famoso empreendedor, encabeçam a lista de palestrantes

toda edição do ciab Febraban sempre Foi meticulosamente trabalhada, contando para isso com uma rede de

colaboradores que, ao longo de mais de duas décadas, vem garantindo qualidade ao evento. No ano em que comemora bodas de prata, certamente não seria diferente.

“Ciab 25 anos” é o tema desta edição espe-cial, que acontece entre os dias 16 e 18 de junho no Transamérica Expo Center, em São Paulo, e que terá redobrado o foco nas parcerias. “A dedicação e a atenção que o setor bancário e seus parceiros conferem ao Ciab são fundamentais para assegurar o caráter inovador ao evento”,

trilhaS técNicaS• TI e Telecom• Segurança da Informação• Meios de Pagamentos• Seguros• Bancos de Investimentos e Mercado de Capitais

ciab FebrabaN 2015tema central: Ciab 25 anosdata: de 16 a 18 de junho de 2015local: transamérica Expo Center – são paulo/spÁrea de exposição: 5 mil m²auditórios: 7, com capacidade para realizaraté 90 painéis de discussão

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afirma Gustavo Fosse, diretor setorial de tecno-logia bancária da FEBRABAN. O diretor, aliás, avisa que já estão confirmadas as presenças de dois keynotes de peso, Jimmy Wales, cofunda-dor da Wikipédia, e Bruce Dickinson, vocalista da banda de heavy metal Iron Maiden, conheci-do internacionalmente por seu lado empresarial e empreendedor (ler mais nesta edição).

Todo conteúdo do congresso será dividido por trilhas técnicas – TI & Telecom, segurança da informação, meios de pagamento, seguros, bancos de investimentos e mercado de capi-tais. Os assuntos tratados nessas trilhas serão desenvolvidos pela organização do evento em conjunto com entidades representativas. São elas: Abecs (Associação Brasileira das Empresas

de Cartões de Crédito e Serviços), ABBI (As-sociação Brasileira de Bancos Internacionais), Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), ABBC (Associação Brasileira de Bancos), CNSeg (Con-federação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Su-plementar e Capitalização) e BM&FBOVESPA.

A diversificação de temas requer mudan-ças no formato do congresso, que ganha mais quatro auditórios, totalizando sete, nos quais poderão ser realizados até 90 painéis de dis-cussão com conteúdos relevantes e variados, reforçando o papel pioneiro na identificação

ParceiroS• Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões

de Crédito e serviços)

• ABBI (Associação Brasileira de Bancos Internacionais)

• Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e investimento)

• Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos mercados Financeiro e de Capitais)

• ABBC (Associação Brasileira de Bancos)

• CNSeg (Confederação Nacional das Empresas de seguros gerais, previdência privada e vida, saúde suplementar e Capitalização)

• BM&FBOVESPA

temaS a Serem abordadoS• Novas tecnologias, novos

comportamentos e novas oportunidades de negócios

• Experiência do usuário como diferencial nos negócios

• Computação Cognitiva

• Marketing 3.0: uma nova era de imersão dos clientes

• Tecnologias: Big Data, analytics, mobilidade, internet das coisas e cloud computing

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keynotes de peso

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de oportunidades de negócios e soluções rele-vantes no segmento financeiro, além de fomen-tador de debates sobre tendências e aplicações da tecnologia da informação no mundo atual.

ExposiçãoNos últimos anos, um público de aproximada-mente 15 mil pessoas, em média, tem circulado pelos pavilhões do Transamérica Expo Cen-ter. É justamente para esse público numeroso e selecionado que mais de 150 expositores e patrocinadores mais uma vez irão exibir seus produtos direcionados ao setor financeiro em um novo conceito de layout. O objetivo é fortalecer a presença dos novos segmentos financeiros, bem como proporcionar maior in-teração e relacionamento com os participantes.

A área de exposição, que passou de 4 mil m² para 5 mil m², terá uma nova dispo-

sição de estandes e todos os pavilhões conta-rão com auditórios, o que resultará em uma circulação mais equilibrada e uniforme dos visitantes. Outra novidade é que há várias opções de estandes, de tamanhos variados, o que assegura mais possibilidades de escolhas aos expositores.

Outra medida que compõe o pacote de mudanças é a redução em 20% nos preços cobrados na área de exposição, e em 10% o valor dos patrocínios, o que teve efeito ime-diato provocando um aumento de mais de 50% no número dos patrocinadores para o Ciab 2015.

De uma maneira geral, o reposicionamen-to do evento possibilitará maior networking e oportunidades comerciais. E ao que tudo indi-ca, o Ciab 2015 caminha na direção certa. Até o momento, cerca de 80% da área de exposição

Renomadas personalidades nacionais e in-ternacionais, referências nas mais diversificadas áreas de atuação, estiveram presentes em toda a trajetória do Ciab FEBRABAN para debater as principais tendências do mercado de tecnologia da informação e outros temas determinantes para executivos que atuam no setor financeiro de TI e serviços bancários. Neste ano, para comemorar seus 25 anos, o Ciab já confirmou a participação de dois keynotes speakers que estão entre os pa-lestrantes mais requisitados da atualidade: Jimmy Wales, fundador da Wikipédia, e Bruce Dickin-son, vocalista da banda de heavy metal Iron Mai-den, também famoso internacionalmente por ser um grande expoente do empreendedorismo.

Considerado pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2006 na categoria Cientistas e Pensadores, e inti-tulado como uma “celebridade da web” pela revista Forbes, Jimmy Wales será uma das estrelas do con-

gresso. O empresário norte-americano é conhecido internacionalmente por ser um dos fundadores da Wikipédia, enciclopédia virtual colaborativa cujos textos são produzidos pelos internautas.

O sucesso da Wikipédia, considerado o quinto website mais popular do mundo, aju-dou a popularizar a chamada web 2.0, em que os usuários também são produtores de conteú-do. O objetivo é desenvolver a criatividade e estimular a colaboração e compartilhamento de informações entre internautas. “Imagine um mundo onde para cada pessoa no planeta é dado o livre acesso para todo o conhecimento huma-no. É isso que estamos fazendo”, afirmou Jimmy Wales, em seu website, ao comentar sobre suas motivações com a criação da Wikipédia, cuja origem remonta para março de 2000.

Visionário da tecnologia, Wales também é co-fundador da Wikia, serviço de hospedagem gratuito que permite que os usuários criem um

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site parecido com a Wikipédia. O executivo ainda comanda a Fundação Wikimedia, orga-nização sem fins lucrativos dedicada a encorajar o crescimento, desenvolvimento e distribuição de conteúdo gratuito, multilíngue e universal.

Outra estrela da 25ª edição do Ciab FE-BRABAN será Bruce Dickinson, vocalista da banda de heavy metal Iron Maiden. No congres-so, os visitantes poderão conferir outro lado do famoso rock star: o de empresário. As palestras do artista são concorridas e sempre ganham desta-que em grandes eventos corporativos e feiras pelo mundo devido às suas visões sobre empreende-dorismo e inovação.

O músico é CEO e um dos principais investidores da Cardiff Aviation, companhia especializada em manutenção de aeronaves co-merciais da Airbus e Boeing. O líder do Iron Maiden é um experiente piloto de Boeing 757 e 737, trabalhou para a Astraeus Airlines

e já esteve no comando de voos que levaram mais de 200 turistas a bordo. O músico ainda costuma pilotar as aeronaves que conduzem os integrantes do Iron Maiden em turnês por vários países do mundo.

Além da paixão pela música e aviação, Dickinson e a banda Iron Maiden também são proprietários da marca de cerveja Trooper, bebi-da preparada pela cervejaria Robinsons, vendida desde 2013 e inspirada no grupo de heavy metal.

Em suas palestras, o vocalista do Iron Mai-den aborda sua experiência na criação de empre-sas, dá dicas para que as companhias agreguem valor em suas marcas e aborda temas como criatividade e dedicação. “A razão de eu realizar todas as coisas que eu faço agora é porque eu as amo. A vida é muito curta para realizar coisas que você não gosta de fazer”, afirmou Dickinson em entrevista recente ao jornal britânico The Telegraph. (Adriana Mompean) n

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jimmy Wales, fundador da Wikipédia, considerado o quinto website mais popular do mundo, será um dos keynotes que estarão na 25ª edição do Ciab FEbRabaN, em junho

ciab 2015

do congresso foi vendida e mais de 90 grandes companhias confirmaram participação como patrocinadoras e expositoras.

A magnitude do Ciab FEBRABAN, por sinal, reflete o papel do Brasil como importante investidor de soluções de TI para o segmento financeiro. Vale lembrar que, em 2013, os apor-tes do setor em TI somaram R$ 20,6 bilhões,

investimentos elevados e significativos que se aproximam dos realizados em países desenvol-vidos, como França e Alemanha.

“Construiremos juntos mais uma edição do Ciab FEBRABAN. Sem o envolvimento de tantas empresas e pessoas nesse grande evento, não seria possível escrever essa história de su-cesso”, conclui Gustavo Fosse.

bruce dickinson, vocalista da banda de heavy metal iron maiden, também é famoso mundialmente por ser empresárioe empreendedor

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setecentos mil. este é o número de aplicativos diFerentes que podem ser encontrados na App Store, loja de apli-

cativos da Apple para dispositivos que rodam iOS, como o iPhone e o iPad. Em meio a este gigantesco universo de aplicações estão suces-sos de público como o software de mensagens WhatsApp e o app social para compartilhamen-to de fotos Instagram. Esta miríade de aplicações para um único sistema operacional móvel só é possível porque o iOS é, desde sua origem, um sistema aberto, ou seja, as informações sobre como criar uma aplicação para ele estão dis-poníveis na web para qualquer desenvolvedor.

“Este cenário seria muito diferente se, em 2007, ao invés de apresentar um sistema aberto, a Apple optasse por torná-lo fechado e, portan-to, restringisse a seus engenheiros a possibilidade de criar aplicações para o então recém-lançado iPhone”, afirma Roy Mantelarc, pesquisador da Faculdade de Economia (FEA) da Universidade de São Paulo (USP). Ao abrir sua plataforma, a Apple permitiu que a criatividade e a força inovadora de milhares de programadores pelo mundo criassem um gigantesco ecossistema de aplicações que tornaram seus gadgets móveis um fenômeno de vendas mundial.

Empresas como o Google e o Facebook também se tornaram símbolos da economia das plataformas abertas, chamadas de Open API ou, em português, Interface de Progra-mação de Aplicações, ao permitir que tercei-ros tivessem acesso a partes importantes de sua tecnologia para criar adaptações e novos produtos que, em última análise, aumentam o tráfego e o potencial de receita destes dois gigantes da internet. No caso do Google, por exemplo, qualquer garoto de 17 anos pode criar um site ou software que consulte o sis-tema de mapas Google Maps e o integre a outros dados, como por exemplo, a localiza-ção de pistas de skate na sua cidade. Com o Facebook, é possível usar o sistema de login da rede social para autenticar comentários em um blog ou, ainda, criar games que rodam dentro da rede social, como os blockbusters CandyCrush e FarmVille, fenômenos que concentram milhões de usuários pelo mundo.

De acordo com o CEO da consultoria Sensedia, Kleber Bacili, as aplicações abertas (Open APIs) estão agora avançando sobre uma das últimas fronteiras da indústria de tecnologia que resistem a abrir suas platafor-mas para terceiros: as instituições financeiras.

plataformas abertasPor Felipe Falleti

saiba por que cada vez mais bancos estão permitindo que terceiros tenham acesso à sua base de dados e desenvolvam soluções para seus clientes de forma independente

tendência

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“Quando apresentamos essas possibilidades para os bancos, os times de inovação ficam empolgados com o enorme potencial que oferecem, mas as equipes de segurança ainda têm um pé atrás”, afirma Bacili.

Na Europa, no entanto, já surgem alguns casos de aplicações bancárias criadas por ter-ceiros. Um exemplo é o Credit Agricole, ban-co francês que decidiu abrir sua plataforma bancária para que terceiros desenvolvessem aplicações para seus clientes. De acordo com Bernard Larriviere, diretor do programa de aplicações abertas do banco francês, institui-ções financeiras levam, em média, dois anos para criar um novo app em função da buro-cracia interna necessária para projetar, desen-volver e homologar um novo software. “Este prazo não é compatível com a atual evolução dos apps, por isso, acreditamos que é melhor simplesmente deixar esta tarefa a cargo de jovens startups”, diz Larriviere.

O resultado da ação permitiu a criação da CA Store, loja que já conta com 12 apps criados por terceiros, que incluem aplicações de geolocalização para encontrar caixas au-tomáticos na rua e o MyPiggy, app de in-vestimentos que usa recursos de games para incentivar os usuários a poupar mais.

Uma API é, de fato, uma plataforma que permite a terceiros acessar partes importantes de seus servidores e bancos de dados, o que causa arrepios aos engenheiros de segurança dos times de TI em bancos. Se em outras partes da indús-

tria, como o segmento de mapas e redes sociais, o avanço das APIs abertas foi avassalador, den-tro das instituições financeiras isso deve ocor-rer em ritmo mais parcimonioso. “As primeiras experiências que vemos estão relacionadas, por exemplo, a dados não muito sensíveis ou não transacionais, como consultar investimentos e analisar padrões de gastos. Ainda há muito te-mor em permitir que transações financeiras, de fato, aconteçam fora do ambiente ‘oficial’ dos bancos online”, afirma Bacili.

Para André Charnioviski, analista da con-sultoria IDC, ainda devem se passar “vários anos” até que esta tecnologia fique madura o suficiente para ser adotada amplamente pelos bancos. “O que vemos disponível no mercado ainda é muito experimental e os bancos deve-rão aguardar um pouco mais até entrarem nesta seara”, afirma. Na avaliação do programador Simon Redfern, criador da startup Open Bank Project, em Berlim, na Alemanha, este processo pode ser lento, mas será inevitável. “Não se trata de uma questão sobre se os bancos vão ou não abrir suas APIs, mas a pergunta é: quando farão isso”, diz Redfern, que presta consultoria ao Deutsche Bank, gigante alemão que planeja abrir sua plataforma para terceiros.

Na prática, o sucesso desta tecnologia per-mitirá que bancos ofereçam serviços inovadores e novas comodidades a seus clientes sem preci-sar investir em equipes de desenvolvimento e beneficiando-se da força criativa de terceiros. Além da mudança de paradigma dentro das ins-

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as primeiras experiências que vemos estão relacionadas, por exemplo, a dados não muito sensíveis ou não transacionais, como consultar investimentos e analisar padrões de gastos

bacili, da sensedia

tendência

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Nosso sucesso comprova que é possível oferecer serviços financeiros online, por meio de plataformas abertas, ao mesmo tempo com segurança e comodidade

senra, da moip

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tituições financeiras, no entanto, será preciso convencer o cliente a usar este tipo de aplicação. “Nós sabemos que há resistências culturais por parte dos correntistas em aceitar que seus dados bancários sejam acessados por terceiros que não a instituição em que ele abriu conta”, diz Bacili.

De acordo com o CEO da Sensedia, no entanto, tanto a resistência de bancos quanto de clientes mudará à medida que os benefícios desta tecnologia ficarem mais claros. “Nos anos 90, quando surgiram os primeiros serviços de internet banking, muita gente torcia o nariz. Mas, depois, todo mundo se adaptou e é muito difícil alguém abrir mão da comodidade de consultar seus saldos e pagar contas usando seu computador pessoal”, afirma o consultor.

pagamentos móveis No passado, o conservadorismo das institui-ções financeiras permitiu que florescessem uma série de serviços de pagamentos eletrô-nicos criados por startups que tinham mais liberdade em arriscar e expor-se a riscos. Es-tes foram os casos, por exemplo, dos serviços PayPal e do AliPay, que se transformaram em líderes mundiais de plataformas de pagamento ao desenvolver ferramentas simples e abertas para que qualquer loja online as implantasse como sistemas de pagamento.

Uma pequena floricultura no interior do Brasil ou uma grande rede de varejo em São

Paulo podem implantar, em seu site de com-pras online, plataformas abertas de pagamento e permitir que seus clientes usem boletos ban-cários, cartões de débito ou de crédito para efetuar compras. O sistema de pagamento in-termedia as negociações e cobra uma pequena taxa do lojista pelo serviço. Na prática, é mais simples para o lojista adotar uma plataforma que já exista do que desenvolver sua própria solução e tentar convencer seus consumidores de que aquele modelo proprietário é mais se-guro e conveniente.

No Brasil, um dos líderes neste segmento de pagamentos móveis é a MoIP, startup cria-da em Minas Gerais pelo empreendedor Igor Senra e que já possui mais de 50 mil clientes, entre eles os postos de gasolina Ipiranga e a loja online da Porta dos Fundos, canal de vídeo do YouTube que realiza e-commerce de camisetas e vídeos. “Nosso sucesso comprova que é pos-sível oferecer serviços financeiros online, por meio de plataformas abertas, ao mesmo tempo com segurança e comodidade”, afirma Senra.

Na esteira da MoIP, surgiram outros servi-ços similares como MercadoPago e PagSeguro, todos operados por empresas de internet e não por instituições financeiras. De acordo com o pesquisador da FEA, Roy Mantelarc, o fato de empresas pequenas poderem se expor mais a riscos e terem menor burocracia interna as tornam mais livres e capazes de inovar, o que

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seria uma desvantagem competitiva para os grandes bancos, que estão mais focados em seus negócios tradicionais, como melhorar a rentabilidade de seus investimentos e atrair novos clientes.

O fenômeno das API abertas, no entanto, poderia mudar este jogo e devolver aos bancos o protagonismo da inovação. “É preciso lem-brar que a credibilidade das marcas bancárias e sua grande carteira de clientes são um ati-vo poderoso, que nenhuma startup consegue replicar. Portanto, se os bancos conseguirem atrair parcerias criativas por meio de APIs aber-tas, poderão liderar no futuro o surgimento de novos negócios financeiros, ao invés de apenas serem caudatários cautelosos de tendências di-tadas por terceiros”, afirma Mantelarc.

O fato de estas tecnologias serem muito incipientes torna difícil analisar em que dire-ção novos aplicativos bancários poderiam ser criados, mas uma aposta da indústria é o de-senvolvimento de aplicações contextuais, que sejam capazes de analisar os hábitos de gastos do consumidor e propor novas formas de uso de seu dinheiro. Um app que analise o padrão de gastos de um consumidor, por exemplo, poderia emitir alertas sempre que ele gastar demais, em um mês, com restaurantes, ou ainda demonstrar a quem vai entrar em um financiamento para comprar uma máquina de lavar ou carro novo que, no seu banco, há uma linha de crédito mais vantajosa que a oferecida pela rede varejista.

Em tese, todos estes recursos poderiam ser desenvolvidos “dentro de casa” pela equipe de TI e inovação dos bancos, na prática, porém, a capacidade de criação de terceiros que usem livremente uma API aberta é exponencialmen-te maior, além de poderem fazê-lo com menor custo e prazo. Ao invés de arcar com todo es-forço de investimento, a instituição financeira faria apenas uma homologação do app criado por um terceiro ao definir e testar um guia elementar de boas práticas de segurança. Ao que tudo indica, a inovação bancária ficará, em breve, fora das mãos dos bancos. E isso é uma boa notícia para as instituições financeiras. n

NúmeroS

existem hoje cerca de 700 mil aplicativospara plataforma ios (apple) e outros

700 mil para plataforma android (Google).outros desenvolvedores de sistemas operacionaiscomo Microsoft (Windows Phone) e BlackBerrytambém possuem seus mercados de apps.

No mundo, estima-se que existam 2 milhõesde desenvolvedores independentes e

200 mil startups de tecnologia que dedicam seu poder de criatividade e inovação para criar aplicações baseadas em aPIs de terceiros.

o que São aPis? • Do inglês Application Program Interface, API é uma plataforma que permite a qualquer programador criar um novo software (aplicação) que interaja com uma plataforma ou sistema de terceiro que já exista

• Redes sociais como o Facebook e serviço de mapas como o google maps, por exemplo, oferecem apis abertas que permitem a qualquer programador criar soluções que se integrem às suas plataformas. assim, é possível que um desenvolvedor independente crie um game para rodar dentro do Facebook ou um site de tu-rismo mostre rotas construídas sobre a base do google maps. No caso dos bancos, apis abertas podem permitir que terceiros criem soluções que possam usar dados da plataforma bankline dos bancos

quaNdo Surgiram?• Em tese, podemos considerar que as APIs existem desde a origem dos sistemas operacionais com plata-forma de desenvolvimento, como o Windows. Quando bill gates abriu o Windows para que terceiros criassem softwares para o sistema, já podemos dizer que havia um mercado de apis. No entanto, o boom das apis no formato de aplicativos móveis (que rodam em smart-phones e tablets) iniciou-se em 2007, com a estréia do primeiro iphone e a criação da app store, pela apple

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aescassez de mão de obra em tecno-logia da inFormação é, já há alguns anos, um fator limitante para o setor

- e o déficit só tende a crescer. Segundo a As-sociação para Promoção da Excelência do Sof-tware Brasileiro (Softex), o ano de 2014 fechou com 74 mil vagas não preenchidas no setor, a maioria delas pelo regime de CLT. Para 2015, estimam-se quase 100 mil, e esse número deve passar de 400 mil em 2022.

Diante desse cenário, a solução imediata para as empresas tem sido se reorganizarem para aproveitar o talento de seus profissionais já contratados. “Temos visto que as compa-nhias adaptam seus negócios e reorientam seus projetos de acordo com a mão de obra dispo-nível internamente”, ressalta Virgínia Duarte, gerente do Observatório Softex, unidade de inteligência, estudos e pesquisas da entidade. As empresas resolvem assim um problema ime-diato, mas perdem negócios potenciais que po-deriam desenvolver se existissem profissionais capacitados.

A carência de profissionais pode ser expli-cada por diversos fatores. O primeiro deles é o desenvolvimento contínuo do mercado de TI no País. Só em 2013, a área teve crescimento de 16,9% no mercado brasileiro, colocando o Brasil como o 7º maior mercado de TIC

mais do que conhecimento técnico

Por Renata Costa

o mercado de trabalho em ti continua aquecido e cresce mais de 10% anualmente. No entanto, ainda faltam profissionais para atender a oferta de vagas

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(tecnologia da informação e comunicação) do mundo, segundo dados da Associação Brasilei-ra das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), movimentando R$ 240 bilhões. Se a esse montante for adicio-nado o mercado de Telecom (voz, celular e da-dos), o valor sobe para R$ 441 bilhões e o Brasil passa para o 5º lugar do ranking mundial.

Por oferecer tantas oportunidades, é natural que os cursos relacionados à área de tecnologia atraiam os jovens. No Brasil, 584 instituições de ensino superior públicas e pri-vadas oferecem cursos relacionados à TIC. “No entanto, a taxa de evasão dos alunos dessas graduações é muito alta. Apenas 13% dos ma-triculados permanecem até obter o diploma”, conta Sergio Sgobbi, diretor de RH e compe-titividade da Brasscom. Sgobbi explica que os jovens são atraídos para os cursos no setor de TI pela ampla oferta de trabalho e pela baixa relação aluno/vaga (na média nacional, me-nos de um aluno por vaga). “As dificuldades se apresentam quando esse aluno, com formação deficiente em matemática no ensino médio, se depara com os conceitos básicos dos cursos de tecnologia. Ele não consegue acompanhar e desiste do curso.”

A situação socioeconômica também pode atuar contra os jovens interessados em TI.

“Muitas vezes, o aluno não tem como investir mais em sua formação porque precisa encon-trar qualquer tipo de trabalho que o sustente durante o dia para que ele estude à noite. Isso não contribui para uma formação mais com-pleta e dedicada dos estudantes”, diz Flavio Levi Moreira, diretor financeiro da Telsign Consultoria.

Além das 584 instituições de ensino supe-rior, ainda há pelo país 600 escolas de ensino profissionalizante. Sgobbi diz que o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Téc-nico e Emprego) também tem contribuído para uma melhor distribuição dessas vagas regio-nalmente, atendendo a demanda de empresas em todos os Estados do País. Ainda assim, as empresas não são atendidas plenamente e não estão totalmente satisfeitas, segundo o especia-lista. “Há uma distância muito grande entre o que é ensinado nos cursos, sejam eles quais forem, e o que se faz dentro de uma empresa. Os currículos demoram a serem atualizados”, afirma Sgobbi.

Dessa maneira, algumas companhias acabam investindo internamente nos profis-sionais que ela acredita terem maior potencial para cursos de atualização e aperfeiçoamento. “Ainda são poucas as empresas que fazem isso, apenas as maiores”, afirma Moreira.

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diversidade de dispositivos móveis e de gestão

aplicativos para dispositivos móveis

a internet das coisas

Nuvem híbrida e ti service broker

Nuvem/cliente

a era da nuvem pessoal

tudo que envolva software

ti em escala web

máquinas inteligentes

impressão 3d

crescimento do mercado brasileiro de ti

Fontes: Brasscom/ForresterResearch Inc.

* Embora o crescimentoprevisto seja menordo que nos outros anos, o mercado mundialdeve crescer apenas5%; méxico 10,1% e China 7,7% - o brasil poderá ter o melhor desempenho mundial.

relevância do setor em 2013 Perspectivas 2022

Representa 8,8% do PIB brasileiro 10,7% do PIB

1,5 milhão de empregados 3 milhões de empregados

Setor de tecnologia da informação e comunicação

Fonte: Brasscom, IDC 2013

top 10 de tendências estratégicas em tecnologia para os próximos 3 anos

Fonte: Gartner

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2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015

10,8%15%

16,9%

11,6% *

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o profissional desejadoO cargo com maior número de vagas disponí-veis é o de analista – seja de sistemas, financeiro, de processos e de segurança. “Levantamentos no mercado falam de 27 mil vagas disponíveis para esse cargo”, diz Sgobbi. A média salarial para essa função gira em torno de R$ 10 mil.

Mas para preencher qualquer uma das 74 mil vagas disponíveis no mercado, em todas as mais de 400 posições da área, o profissional precisa mais do que de um diploma e de co-nhecimento técnico. Os especialistas que traba-lham com recrutamento dizem que a exigência das empresas é grande – o que dificulta ainda mais o preenchimento das vagas. “Não basta o conhecimento técnico, o profissional de TI precisa ter visão de negócio”, explica Fabio Cunha, gerente-executivo da divisão de TI da companhia de recrutamento Michael Page.

O profissional de TI procurado não é mais, portanto, o perfil tradicional do “nerd” isolado que fica o dia todo no computador. Hoje, é desejável que ele circule entre as áreas, proponha projetos, pense a empresa como um todo e de que maneira a tecnologia pode con-tribuir para o crescimento dos negócios.

Outra habilidade imprescindível, se-gundo os especialistas, é saber se comunicar e se relacionar com os colegas e clientes. “O profissional precisa falar bem, saber lidar de maneira adequada com o cliente e ter respon-sabilidade para cumprir prazos”, diz Virgínia Duarte, da Softex. Sgobbi ainda acrescenta que o profissional desejado também precisa escrever adequadamente. “Se ele não souber descrever um projeto de maneira que qualquer pessoa da companhia entenda, a ideia não sairá do papel.” Moreira, da Telsign, ainda acrescenta a questão do idioma inglês. “Os profissionais de TI no País, em sua maioria, só dominam o inglês técnico, ou seja, são capazes de pro-

gramar, executar implementações de soluções com certas instruções no idioma estrangeiro, mas incapazes de ler e redigir mensagens um pouco mais complexas. Isso aliena a maioria deles”, afirma.

Áreas promissorasA atuação no setor financeiro continua sendo uma das mais atrativas para os profissionais de TI. “Os cargos com maior número de vagas são em programação e desenvolvimento, com um salário um pouco maior do que nos demais se-tores”, diz Moreira. Naturalmente, a principal área de procura por especialistas nos bancos é em segurança da informação, segundo Duarte, da Michael Page. Esses profissionais garantirão a segurança das transações e das informações armazenadas em nuvem e do uso dos dados bancários em dispositivos móveis.

Além da segurança, outras áreas em que deve haver um grande investimento em TI, segundo Sgobbi, são saúde e educação. “As possibilidades são muitas e estamos apenas engatinhando no uso da tecnologia para esses setores.” n

Programador e desenvolvedorde sistemas júnior – R$ 2 mil

analista – R$ 10 mil

gerente de ti – entre R$ 14 mile R$ 18 mil

Font

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média salarial do profissional de ti

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os depósitos em dinheiro Feitos por envelope no caixa eletrônico co-meçam a ficar ultrapassados diante de

tantos avanços tecnológicos alcançados pelo setor financeiro nos últimos anos. É preciso que um funcionário faça a coleta manual dos recipientes, ao longo do dia, e processe manualmente cada um deles. O crédito só ocorre depois de algumas horas, enquanto que qualquer transação eletrôni-ca leva apenas alguns segundos. Se o cliente fizer a operação no final do dia ou à noite, o dinheiro só vai aparecer na conta corrente no dia seguinte.

Uma nova tecnologia, po-rém, está che-

gando ao mercado brasileiro para substituir esse processo, trazendo benefícios para bancos e consumidores: os terminais de autoatendimento (ATMs) com recicladores de cédulas. São má-quinas que reaproveitam as notas depositadas em outras operações, como saque. Elas já estão sendo usadas em alguns pontos do Brasil, com o objetivo de facilitar as operações e reduzir custos.

Entre os bancos pioneiros na utilização des-ses terminais estão o Banrisul, no Rio Grande do Sul, e o Banpará, no Pará, que usam equipamen-

tos da Rede Saque e Pague, fabricados pela Diebold. O Bradesco iniciou um projeto-piloto com a NCR. E outras ins-tituições financeiras também se prepa-ram para isso, a partir deste ano. A ideia é verificar os resultados das experiências e incorporar essa funcionalidade em parte da rede de caixas eletrônicos.

O conceito dos ATMs recicladores de cédulas é bem simples. Em vez de exi-girem dos clientes o preenchimento de um envelope para aceitar um depósito, os aparelhos pedem para que eles digi-tem os dados diretamente no terminal. Depois disso, as notas são inseridas todas de uma vez, em um maço, na máquina.

dinheiro tambémse recicla

Por Maurício Moraes

Caixas eletrônicos que utilizam nos saques as cédulas depositadas pelos clientes começam a se espalhar pelo país

terminais de autoatendimento

Elias Rogério da silva, vice-

presidente da NCR para a américa

latina e Caribe: é possível incluir leitura digital de

cheques em atm com recicladores

de cédulas

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terminalde autoatendimentoda perto

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terminais de autoatendimento

A quantidade máxima de cédulas que pode ser colocada varia de acordo com o fabricante, mas pode chegar a 200. O ATM então faz a análise do dinheiro, verificando se as notas são verdadeiras, se estão danificadas e se podem ser reaproveita-das. Terminada a verificação, o depósito “cai” no mesmo momento na conta do beneficiado.

As cédulas que passam na avaliação eletrô-nica ficam disponíveis automaticamente para saques. Notas que estiverem muito velhas ou rasgadas vão para um compartimento separado e, posteriormente, são recolhidas pelo banco ou pelo transportador de valores. As cédulas que falharem no teste de autenticidade são devol-vidas para o cliente no ato do depósito e des-contadas do valor final. Se, por exemplo, um maço de R$ 1.000 tiver dez notas de R$ 100 e duas delas não passarem na análise eletrônica, a máquina devolverá as cédulas e informará ao cliente que o depósito será de R$ 800. A verifi-cação inclui vários itens, como peso e formato, e qualquer nota, de R$ 2 a R$ 100, é aceita. Alguns terminais recebem também moedas.

As notas são devolvidas sem que o equi-pamento informe ter encontrado indícios de falsificação. “A máquina tem a inteligência de identificar se uma cédula pode ser falsa e devol-vê-la, mas nós não afirmamos isso para o clien-

te. Hoje, a única entidade no Brasil que pode dizer que uma cédula é falsa é o Banco Central”, explica Givanildo Luz, presidente da Saque e Pague. Segundo ele, o grau de confiabilidade está muito próximo de 100%. O índice de reclamações no call center da empresa é de 0,003% so-bre o volume de transações, somando todos os problemas – não apenas os que envolvem dinheiro. “Hoje, mais de 90% das cédulas são reaproveitadas no saque”, diz Luz.

A Saque e Pague opera atualmente 60 má-quinas e trabalha com a meta de, no curto prazo, chegar a 120 ATMs com a reciclagem de cédulas instaladas. Até o final de 2015, a empresa pretende ultrapassar as 500 unidades instaladas. De acor-do com o Banrisul, são realizados em média 14 mil depósitos em espécie por mês nesses equipa-mentos. As operações podem ser feitas tanto por clientes como por pessoas que não têm conta no banco e desejam depositar quantias para corren-tistas. Os ATMs da Saque e Pague começaram a ser desenvolvidos em 2011 e foram os primeiros a oferecer o serviço no país.

Como funciona a reciclagem de cédulas

1. o cliente digita os dados do depósito no terminal. Não é necessário usar envelopes

2. as cédulas são colocadas todas de uma vez na máquina, em um maço

3. o equipamento verifica a autenticidade das notas e devolve as que considerar falsas

4. as cédulas com rasgos ou muito velhas vão para um compartimento separado

5. depois de contar as notas, o atm exibe na tela o valor que será depositado

6. basta o cliente confirmar para o dinheiro cair imediatamente na conta do beneficiado

7. as cédulas boas ficam disponíveis para serem sacadas pelo próximo cliente

terminal de autoatendimento da NCR na agência bradesco Next, no shopping jk, em são paulo

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givanildo luz, presidente da saque e pague: grau de confiabilidade de terminal de autoatendimento com reciclador de nota está próximo de 100%

Fonte: entrevistados

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terminais de autoatendimento

sucesso na ÁsiaA aceitação desses equipamentos no exterior jus-tifica o entusiasmo de executivos em relação ao mercado brasileiro. Máquinas com essas caracte-rísticas surgiram nos anos 1980 e têm sido muito adotadas em vários países da Ásia. “No merca-do japonês, que tem mais de 200 mil ATMs, 99,99% das máquinas são recicladoras”, afirma João Lo Ré Chagas, gerente-executivo de Produto Automações da OKI Brasil. No mercado chinês, o índice está em torno de 50% e, segundo Cha-gas, atualmente a maior parte dos equipamentos adquiridos por lá oferece o serviço.

No Brasil, tornou-se comum o uso dos ATMs para saques. Recentemente é que a reci-clagem passou a ser mais interessante por reduzir custos. “Quando você tem uma tecnologia e vai melhorando os processos, chega uma hora em que, para conseguir qualquer ganho, tem que fazer um esforço enorme”, diz Chagas. Foi o que ocorreu com as máquinas atuais. “Você tem de mudar o patamar tecnológico para conseguir

romper essa barreira e ter ganhos adicionais”, afirma o executivo da OKI Brasil, que também pre-para novos projetos-piloto para breve. Os ATMs recicladores trazem economia não apenas ao eliminar a conferência manual de envelopes, mas também por reduzirem o número de viagens para o abastecimento do caixa eletrônico.

Para que ocorra uma dimi-nuição da dependência dos carros-fortes ou de intervenções na agên-cia para a colocação de cédulas para saque, no entanto, é preciso garantir um bom balanceamento entre a entrada e a saída de dinhei-ro da máquina. Isso ocorre com a escolha adequada do ponto de instalação. De nada adianta colo-car uma máquina com essa tecno-logia, por exemplo, em um lugar em que quase não há depósitos ou em outro em que são poucos os

saques. “Isso está muito relacionado à estratégia de cada banco”, diz Elias Rogério da Silva, vi-ce-presidente da NCR para a América Latina e Caribe. “Vai depender de uma análise econômico-financeira para justificar o investimento dessa nova tecnologia naquele local.”

A NCR iniciou um projeto-piloto com o Bradesco em junho do ano passado na agência Bradesco Next, um espaço onde o banco experi-menta e demonstra novas tecnologias, localizado no Shopping JK, em São Paulo. Os equipamen-tos aceitam até 50 cédulas por vez. A experiência deu certo e deve evoluir, neste ano, para a subs-tituição de uma parte dos ATMs do banco. O executivo da NCR conta que é possível incluir no sistema a leitura digital de cheques, inseridos no aparelho juntamente com as notas.

Os terminais de autoatendimento com reciclagem são mais caros do que as máquinas usadas atualmente. Por isso, a adoção tem sido feita aos poucos e em lugares estratégicos, que justifiquem o investimento após um determi-nado período. Pontos de grande circulação de pessoas ou varejistas, como supermercados e postos de gasolina, estão entre os escolhidos, uma vez que a entrada de notas no caixa ele-trônico tende a ser grande. Os comerciantes podem fazer a sangria do caixa diretamente nos aparelhos, que são usados em seguida pelos consumidores para a retirada de dinheiro. Para evitar assaltos, os sistemas de segurança ado-tados são os mesmos dos ATMs tradicionais.

Por enquanto, apenas uma parte dos caixas eletrônicos usados no País será substituída pelos modelos com recicladores. “Imagino que ocorra um avanço muito grande dessa tecnologia no Brasil, chegando a 10% do mercado de três a cinco anos”, avalia Marco Aurélio Freitas, diretor de operações da Perto, que também prepara um projeto-piloto para este ano. Segundo o executi-vo, uma versão mais simples dessas máquinas – os tesoureiros eletrônicos ou tellers, usados pelos caixas das agências – também tem se expandido por aqui e já chegaram a cerca de 7 mil unidades instaladas. Sinal de que a experiência tem dado certo e, como mostram outros países, de que tal-vez esse seja um caminho irreversível. n

atm recicladorda oki brasil

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