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MÁQUINAS DE PAGAMENTO ESTÃO PRONTAS PARA RECEBER POR CELULAR ESPECIALISTA DA IBM DEFENDE ESTRATÉGIA PROATIVA NA GUERRA CONTRA CRIMES CIBERNÉTICOS LEVE SEU BANCO NO BOLSO Comodidade e segurança fazem com que participação do mobile banking passe de 11% das operações bancárias, em 2014, para 21% no primeiro semestre deste ano REVISTA Nov/Dez 2015 • Nº 60

Revista ciab 60 dez15

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Revista Ciab FEBRABAN

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MÁQUINAS DE PAGAMENTO ESTÃO PRONTAS PARA RECEBER POR CELULAR

ESPECIALISTA DA IBM DEFENDE ESTRATÉGIA PROATIVA NA GUERRA CONTRA CRIMES CIBERNÉTICOS

LEVE SEU BANCO NO BOLSO

Comodidade e segurança fazem com que participação do mobile banking passe de 11% das operações bancárias, em 2014, para 21% no primeiro semestre deste ano

REVISTA Nov/Dez 2015 • Nº 60

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sumário

www.ciab.org.brwww.facebook.com/CiabFEBRABANTwitter: @ciabfebraban

[email protected]: @febraban

6CapaPesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária revela que participação do mobile banking no total de transações bancárias avançou de 11%, em dezembro de 2014, para 20,87% em junho deste ano

16Cyber SecurityLíder Mundial de Combate à Fraude e à Indústria do Crime da IBM defende melhorias em estratégias de gestão

20Ciab 2016Congresso de Tecnologia da Informação para o setor financeiro discutirá o mercado digital

24BitcoinMoeda digital desafia meios de pagamento tradicionais

31POSMáquinas de pagamento preparam-se para salto tecnológico

CONSELHO CIAB FEBRABAN

Maurício Minas-Bradesco (presidente), GustavoFosse – Banco do Brasil (diretor setorial de Tecnologia e Automação Bancária da FEBRABAN), Geraldo Dezena – Banco do Brasil, GilsonGirardi – HSBC, Gustavo Roxo – BTG Pactual, Jorge Ramalho – Itaú-Unibanco, José Paiva – Santander,Keiji Sakai – BM&FBOVESPA, Roberto Zambon – Caixa

COMISSÃO DE CONTEÚDO:Keiji Sakai – BM&FBOVESPA (coordenador),Nilton Cesar Gratão – FEBRABAN, Adauto DelFavero – HSBC, Antonio Lombardi Neto – Rede,Carlos Augusto de Oliveira – Original, Eliane Grotti Borges – Caixa, Mário Lopes – Societè Generali, Marco Aurélio Crestoni – CITI, Paulo Cherberle – Bradesco, Ricardo Shigueaki Nozuma – Santander, Ronei Maranssati – Banco do Brasil, Jorge Krug – Banrisul, Lusmary Ribeiro – BTG Pactual, Wallace Jagiello – Banco Votorantim

DIRETORIA DE EVENTOS FEBRABAN:Nair Macedo (diretora), Marcelo Assumpção,Élita Cristina Borges Simionato, Érika Kumbrevicius de Oliveira, Fernanda Paradizo Castillo, Hilda Solera, Ludmila Prado, Marília de Meo Borges, RenataMoreira Carvalho, Keti Granzotto Casarri

REVISTA DO CIAB FEBRABAN

DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO:Sergio Leo (diretor), Adriana Mompean, Cleide Sanchez Rodriguez, Anna Carolina Gabiatti

MARKETING:Roseli Rapouso, Silvia Mazzola

PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO:Ideia Visual

Esta é uma publicação da Federação Brasileira de Bancos – FEBRABAN, Av. Brigadeiro Faria Lima, 1485 – 15º andar – Torre Norte – 01452-921 – São Paulo – SP

Copyright 2015 - novembro/dezembro. Todos os direitos reservados.

CORREÇÃODiferentemente do publicado na reportagem “Menos riscos, mais oportunidades”, na edição 59 da revista Ciab FEBRABAN, Maurício Minas é vice-presidente do banco Bradesco.

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OBrasil é reconhecido internacionalmente pela qualidade e profundidade de sua regulação bancária, bem como por ter um dos setores fi-

nanceiros que mais investe em tecnologia da informação no mundo. Em 2014, os gastos em TI somaram R$ 21,5 bilhões, após crescerem, em média, 6% ao ano desde 2010. O setor financeiro é um dos mais importantes do mercado de TI brasileiro, sendo que 18% dos gastos em tecnolo-gia da informação em 2014 foram feitos pelo segmento. O volumoso aporte de recurso despendido pelas instituições brasileiras está em paridade com outros países, como França, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos.

Nos últimos anos, o uso de tecnologias biométricas tornou-se cada vez mais proeminente para evitar e com-bater fraudes. Também há investimentos significativos para proteger as transações realizadas pelos clientes em canais como internet e mobile banking. Fortalecer a se-gurança é prioridade absoluta para os bancos. O desafio das instituições é desenvolver formas de identificação e autenticação que impossibilitem as fraudes sem dificultar o acesso aos serviços.

A estabilidade macroeconômica e monetária e as cons-tantes mudanças ocorridas na sociedade nos últimos anos decorrentes do aumento da hiperconectividade foram res-ponsáveis por mudanças significativas nas relações de consu-mo. Atualmente, mais da metade da população tem acesso à internet. O mercado de smartphones continua apresentando um crescimento importante nos últimos sete anos, e atingiu, em 2014, 41% dos brasileiros.

A sociedade tem cada vez mais um comportamento

digital. Em 2014, internet e mobile banking ganharam mais relevância para as transações bancárias, chegando a 50% do total. Nesta edição da revista Ciab FEBRABAN, nossa matéria de capa traz um estudo exclusivo mostran-do que, já no primeiro semestre deste ano, as transações por internet e mobile banking atingiram 58% do total das operações bancárias, percentual que poderá aumentar substancialmente até o final de 2015. Em relação apenas ao mobile banking, as transações com a plataforma já somam 21% do total, nos primeiros seis meses do ano, ante 11% registrados em 2014.

Entretanto, é imprescindível destacar que, quando abordamos o tema da segurança da informação, todos têm um papel importante a desempenhar, e os consumidores são essenciais neste processo, já que, por muitas vezes, o cliente é induzido através de engenharia social a informar os seus códigos e senhas para estelionatários.

Os bancos procuram conscientizar seus clientes sobre o uso seguro dos canais de autoatendimento, por meio de mensagens educativas e dicas de segurança em seus sites. Nesta edição de final de ano da revista Ciab FEBRABAN, preparamos um guia de segurança para que o consumidor realize suas compras de Natal e pague suas contas de começo de ano com ainda mais tranquilidade.

Teremos também uma entrevista com David Dixon, líder mundial de combate à fraude e a indústria do crime da IBM, e uma reportagem sobre o bitcoin, moeda digital e também sistema de pagamento baseado em protocolos de internet e código aberto.

Uma ótima leitura e boas festas a todos! n

Segurança: prioridade máxima para os bancos

Gustavo FosseDiretor Setorial de Tecnologia eAutomação Bancária da FEBRABAN

editorial

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revolução nos meios de pagamento

Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária revela que operações com smartphones avançaram de 11% de participação, em dezembro de 2014, para 20,87% em junho deste ano

Seja para compras, comparação de preços ou o acesso instantâneo à rede de contatos, os smartphones têm

atributos que humilham qualquer concor-rência: comodidade, flexibilidade, facilidade de uso e rapidez. A utilização desses celulares transforma hábitos e comportamentos dos usu-ários, e isso explica por que o comércio móvel

Transações no mobile banking avançam em 2015

Por Felipe Datt

cresce a uma taxa anual quase quatro vezes su-perior ao e-commerce, o comércio virtual.

Esses aparelhos inteligentes e conectados à internet já absorvem 55% da base instala-da de celulares no Brasil e facilitaram desde a chamada de táxi ao delivery do jantar com pagamentos em poucos cliques, passando pelas compras no varejo diretamente nos aplicativos.

Compras na ponta dos dedos

Gastos via mobile(em R$ bilhões)

Gastos no e-commerce(em R$ bilhões)

2013 2014 2015

R$ 4,88R$ 13,21

R$ 27,40 (+107%)

R$ 57,43

R$ 94,02

R$ 121,28 (+29%)

Fonte: Pesquisa “As Compras Online dos Consumidores Brasileiros em 2015”, da PayPal e da Ipsos

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revolução nos meios de pagamento

A migração dessas tarefas corriqueiras para a ponta dos dedos não está restrita ao universo dos consumidores: o mobile banking, no pri-meiro semestre de 2015, chegou ao segundo lugar entre os canais de atendimento predile-tos dos usuários do sistema bancário brasileiro, graças às mesmas qualidades que fizeram dos smartphones uma ferramenta de consumo.

A mobilidade modifica, também, a ma-neira como os correntistas se relacionam com seus bancos. Além da conferência de saldos e extratos ao pagamento de contas, as insti-tuições bancárias do Brasil já permitem, por celular, contratação de financiamento, trans-ferência de recursos, depósito de cheques e até mesmo o relacionamento entre cliente e banco. E o fenômeno pode estar apenas começando.

As operações bancárias feitas por intermé-dio de aplicativos instalados em smartphones e tablets crescem a uma velocidade avassaladora desde 2010, conforme constataram as Pesquisas de Tecnologia Bancária realizadas anualmente pela FEBRABAN. E 2015 deve terminar como um marco nessa tendência.

As estatísticas de transações bancárias do primeiro semestre do ano, que a revista Ciab FE-

*projeção

BRABAN divulga em primeira mão, mostram crescimento, em números absolutos, das transa-ções realizadas em praticamente todos os canais de atendimento. Mas, a passo firme e acelerado, o mobile banking avançou de uma fatia de parti-cipação de 11% das transações, em dezembro de 2014, para 20,87% em junho deste ano.

As operações registradas com mobile ban-king no primeiro semestre de 2015 totalizaram 4,9 bilhões nas sete principais instituições fi-nanceiras do país: Banco do Brasil, Caixa, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, HSBC e Ban-risul. O montante representa 93% do total de transações por esse canal registradas em todo o ano de 2014, quando foram consultadas 20 instituições financeiras na Pesquisa FEBRA-BAN de Tecnologia Bancária.

“O mobile se consolida a cada dia. Passar de 11% das transações para 21%, em um pe-ríodo de seis meses, é extraordinário”, destaca o diretor setorial de Tecnologia e Automação Bancária da FEBRABAN, Gustavo Fosse. “Ne-nhum canal teve um salto desses até hoje.”

A pesquisa prévia do primeiro semestre deste ano, nestas sete instituições, revela que o internet banking mantém a dianteira de partici-pação nos canais de atendimento, com 37,41%. Transações com internet banking, que crescem em ritmo mais moderado, somaram, no pri-meiro semestre de 2015, 8,7 bilhões. Atingiram metade das operações registradas em todo o ano passado em um universo pesquisado maior - 20 instituições bancárias com 18,6 bilhões de operações.

A comparação com as pesquisas anteriores da FEBRABAN em todos os canais de atendi-mento ajuda a entender a estrondosa populari-zação do mobile banking entre os correntistas: em 2010, o internet banking (via computadores) originava 35% das transações bancárias no Bra-sil, os terminais de autoatendimento (ATMS) abocanhavam 28%, as agências, 13%, e o mobile banking, nesse ano, não passava de um “traço” nas

2016* 2017*

R$ 41,15 (+50%)

R$ 59,53 (+45%)

R$ 150,94 (+24%)

R$ 181,89 (+21%)

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estatísticas; em 2014, computadores e notebooks responderam por 39% das transações no internet banking, os ATMS viram a participação cair para 21% e a operação na “boca do caixa” respondeu por 7%.

O mobile banking, que, em 2012, origi-nava 2% das transações bancárias no Brasil, triplicou sua participação em 2013 (6%) e quase dobrou esse percentual em 2014, quan-do chegou a 11% das transações bancárias. De 2010 a 2014, o número de contas bancárias habilitadas a utilizar o recurso saltou de 780 mil para 25,4 milhões.

As estatísticas permitem concluir que van-tagens como maior comodidade e flexibilidade de realizar uma operação a qualquer hora, em qualquer lugar, levam o correntista a transferir, progressivamente, um maior número de tran-sações no sistema financeiro para movimenta-ções realizadas na palma das mãos.

Isso não significou, entretanto, queda nas transações nos demais canais de atendimento, pelo contrário. Mesmo com a mudança, o nú-mero de transações bancárias expandiu-se nesse intervalo de tempo, passando de 29 bilhões, em 2010, para 47 bilhões, no ano passado. “Com o mobile banking, o correntista aumentou o número de transações; se antes ele verificava o extrato a cada dois dias no ATM ou na in-

ternet, hoje ele faz isso três vezes ao dia no dispositivo móvel”, opina o diretor-executivo do Itaú Unibanco, Ricardo Guerra. “O mobile direciona uma mudança de comportamentos."

Sob a frieza da matemática, a realidade é que, em um intervalo inferior a cinco anos, o mobile consolidou-se como o segundo principal canal de transações bancárias no Brasil. Ultra-passar o internet banking é questão de tempo? Em alguns bancos, esse fenômeno já começou.

A hora e a vez dos aplicativos“2015 foi o ano do mobile”, garante o dire-tor de Negócios Digitais do Banco do Brasil, Marco Mastroeni, ao falar, sem exagero, sobre a importância da mobilidade para os correntis-tas do banco. Há dois anos, o mobile banking ainda buscava um lugar entre as preferências dos clientes e respondia por 6% das transações totais – percentual alinhado com a média do mercado. O internet banking respondia por 31%. Em dezembro do ano passado, enquanto a participação da web manteve-se estagnada, o mobile avançou para 14%, mais do que do-brando o share em um ano.

Em abril de 2015, o jogo avançou: a par-ticipação do mobile no total de transações do Banco do Brasil atingiu 40%. O crescimento coincidiu com o lançamento, no final de 2014, da nova versão do aplicativo do banco. De de-zembro de 2014 a setembro deste ano, a base de correntistas cadastrados e que fizeram o do-wnload do app nas lojas virtuais do Google ou da Apple passou de quatro para sete milhões. Em setembro, 6,2 milhões acessaram a conta via app ao menos uma vez.

“O novo aplicativo melhorou a percepção do cliente sobre a facilidade de utilizar o ban-co”, diz Mastroeni. “Quando o assunto é mo-bilidade, se não pensarmos primeiro no usuário não conseguiremos um nível de engajamento, relacionamento e utilização adequado.”

“NA REALIDADE, TODO MÊS O MOBILE BATE UM RECORDE.”Antranik Haroutiounian, do Bradesco

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O crescimento do mobile

Total de transações por canal (em bilhões)

Transações bancárias por origem (em bilhões)

2012 2013 2014 2015*

Mobile 0,8 2,3 5,3 4,8

Correspondentes 1,4 1,3 1,4 364 (mil)

Contact centers 1,6 1,5 1,3 702 (mil)

Agências 4 3,8 3,5 1,5

POS 5,7 6,4 7,4 3

ATM 9,1 9,4 9,7 4,1

Internet 14 16,6 18,6 8,7

Total de transaçõesem bilhões 37 41 47 23,43

*até junho

Fonte: FEBRABAN

37

2012

41

2013

47

2014

4%

3%

6%

4%

4%

11%

9%

16%

15%

25%

23%

38% 40%

2%

2015*

MOBILE

CORRESPONDENTESCONTACT CENTERSAGÊNCIASPOS

ATM

INTERNET37,41%

17,72%

12,97%6,48%3%1,56%20,87%

3%

11%

3%

7%

16%

21%

39%

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1º semestre/2015

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A tecnologia foi aprovada. Pesquisa realiza-da pelo site especializado Mobile Time em 2015 colocou o Banco do Brasil em décimo lugar en-tre os apps mais presentes na home screen (tela inicial) dos aparelhos inteligentes dos usuários – o único banco a aparecer no Top 10.

No Bradesco, o mobile banking também galga posições a cada mês e já ameaça a lide-rança da internet. No consolidado de 2015 até outubro, smartphones e tablets respondiam por 31% das transações e a web por 41%. No déci-mo mês do ano, apenas, o banco viu o mobile atingir 35% das transações. “Temos uma média diária de 12,2 milhões de transações online e 10,8 milhões móveis; mas tivemos um pico de 17,2 milhões de transações nesse canal no dia 30 de novembro, uma marca histórica”, afir-ma Antranik Haroutiounian, superintendente de Canais Digitais. “Na realidade, todo mês o mobile bate um recorde.”

No Santander, a virada é questão de tem-po. Com o lançamento do novo aplicativo, no final do ano passado, o número de usuários habilitados dobrou, atingindo 30% da base de correntistas, e o total de transações cres-ceu 2,5 vezes. A expectativa é que, em dois anos, absorva 80% dos clientes. “O mobile é 24 horas, sete dias por semana. O acesso sim-

plificado e o fácil manuseio fazem com que o dia a dia migre para o celular”, diz Massimo Campodonico, superintendente-executivo de Canais de Relacionamento. “O cliente deixa de ligar para o call center e se deslocar à agência, e esses canais serão direcionados a transações mais complexas. Isso traz eficiência ao banco.”

Recordes à parte, é consenso que o cres-cimento a índices chineses desse canal na in-dústria bancária brasileira não mostrará sinais de inflexão tão cedo. Conforme dados da FE-BRABAN, um em cada quatro correntistas no Brasil já movimentava sua conta pelo celular em 2014. O dado coloca o País em quinto lu-gar quando comparada a penetração do mobile banking e a população bancarizada, atrás ape-nas da Turquia (43%), EUA (35%), Cingapu-ra (34%) e Reino Unido (25%) e à frente de Alemanha (21%) e França (19%). O espaço para crescimento é enorme, considerando a população não bancarizada e aquela que possui conta bancária, mas não um smartphone.

Também não restam dúvidas que a popu-larização do canal ocorre de forma exponencial-mente mais rápida do que a verificada, há duas décadas, quando o internet banking engatinhava. Uma das razões para isso é a consolidação do smartphone como elemento de inclusão digital para uma boa parcela dos brasileiros. Pesquisa de 2015 do Comitê Gestor da Internet no Brasil mostra que 81,5 milhões de pessoas acessam a internet por esses dispositivos. Isso equivale a 47% da população brasileira com 10 anos ou mais – em 2011, a proporção de usuários de Internet pelo celular era de 15% da população. Para 19% dos usuários, o aparelho é o único meio de acesso à rede.

Outra razão para a forte adesão é que a popularização do internet banking na última década abriu caminho para o usuário estreitar a relação com o banco pelos dispositivos mó-veis. “Ao lançar seu site, em maio de 1996, o

“O MOBILE É 24 HORAS, SETE DIAS POR SEMANA”Massimo Campodonico, do Santander

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Bradesco foi apenas o quinto banco no mundo a oferecer o serviço”, lembra Haroutiounian, do Bradesco, comentando que foi necessário habituar as pessoas a usar o computador no relacionamento com o banco. “Não havia razão para não ocorrer o mesmo no relacionamento com o banco pelo smartphone.”

Mundo móvelPesquisa da consultoria eMarketer projeta que, em 2016, mais de dois bilhões de pessoas ao redor do globo terão um smartphone. O nú-mero de usuários desses dispositivos inteligen-tes chegará a 2,5 bilhões em 2018. No Brasil, a venda de smartphones teve alta de 55% em 2014, na comparação com o ano anterior, al-cançando 54,5 milhões de unidades, mostra pesquisa da consultoria IDC. É o equivalente a 104 aparelhos comercializados por minuto.

Outro estudo de 2015, da Fundação Ge-túlio Vargas (FGV-SP), mostra que o número de smartphones em uso no Brasil passou o de computadores e tablets: 154 milhões, contra 152 milhões.

Mais do que um fenômeno de consumo, o smartphone transformou a vida dos usuários. A facilidade em pesquisar preços e informa-ções em plataformas especializadas, o acesso full time à lista de contatos nas redes sociais, a agilidade no processo de tomada de decisão e

a migração do consumo de produtos e serviços das lojas físicas (ou mesmo no e-commerce) para esses aparelhos mudaram comportamentos e expectativas – e ainda que não estejam dire-tamente relacionadas à interação dos usuários com os bancos, acabaram por exigir respostas rápidas das instituições, como veremos adiante.

M-commerceAssim como o mobile banking, as compras efe-tuadas pelos aparelhos móveis vivenciam um

“O MOBILE DIRECIONA UMA MUDANÇA DE COMPORTAMENTOS”Ricardo Guerra, do Itaú

Participação dos gastos online totais por tipo de dispositivo

Fonte: Pesquisa “As Compras Online dos Consumidores Brasileiros em 2015”, da PayPal e da Ipsos

Desktop, notebooke laptop Smartphone Tablets

76% 13% 7%

74% 14% 8%

1 total gasto online2 compras internacionais

Compras emsites locais 1

Compras emsites do exterior 2

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boom particular. Pesquisa conjunta da PayPal e da Ipsos mostram que o m-commerce (mobile commerce) no Brasil passará de um faturamento de R$ 13,21 bilhões, em 2014, para R$ 27,40 bilhões este ano, um crescimento de 107%. Como base de comparação, o e-commerce tra-dicional deverá faturar R$ 121,28 bilhões este ano (os dados embutem o m-commerce).

Na prática, os índices de crescimento no m-commerce deverão superar os do e-commerce em quase quatro vezes este ano. Para 2017, as projeções são que as compras móveis atinjam R$ 59,53 bilhões.

Outro levantamento conjunto dessas empresas, realizado em fevereiro de 2015, mostrava que o percentual de brasileiros que comprou por meio de smartphones em 2014 (34%) é superior à média dos demais 22 países do estudo (33%). “A migração de parte do vo-lume de compras online para o celular ocorre pela melhoria da experiência oferecida pelos varejistas brasileiros, com a adoção de novas tecnologias de pagamento e aplicativos mais

amigáveis”, explica Renato Pelissaro, diretor de Marketing do PayPal para a América Lati-na. “A simplificação ajuda o usuário a se sentir mais confortável; e há mercados novos que já nascem no celular, como os aplicativos de táxi.”

Essa mudança de comportamento mexe com as instituições financeiras. O mobile per-mite ao banco atender à necessidade do cliente assim que ela aparece. “Por outro lado, smar-tphones, aplicativos e redes sociais mudaram a forma como as pessoas consomem produtos e serviços: as decisões são muito mais rápidas e as expectativas mudaram”, ressalta Ricardo Guerra, do Itaú. “O cliente espera um relacio-namento com o banco nesse mesmo ritmo de qualidade e intensidade; temos que entender essa expectativa e superá-la.”

Com a migração da vida social e do hábito de consumo para o dispositivo móvel, o usuário pede cada vez mais comodidade e, sobretudo, aplicativos cada vez mais fáceis de usar, seguros, intuitivos e funcionais. Especialmente na época de festas de final de ano e de férias, em que o consumo aumenta e as contas se acumulam, a conveniência de conferir extratos, saldos, efe-tuar transferências e pagar boleto de contas ao alcance dos dedos tornam essa necessidade mais evidente. “Há clientes que já acham demorado ligar o computador para pagar uma conta”, diz Gustavo Fosse, da FEBRABAN.

Os bancos se armamAs transações sem movimentação financeira - conferência de extratos e saldos - lideram na preferência dos usuários de mobile. Em 2014, as transações contábeis, com movimentação de dinheiro, totalizaram apenas 4% de tudo o que feito nesses dispositivos pelos correntistas. Mas isso não significa que o usuário tenha receio de pagar contas e efetuar transferên-cias. Na realidade, com o aumento expressivo do número de operações nesses dispositivos,

“2015 FOI O ANO DO MOBILE”Marco Mastroeni, do Banco do Brasil

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as transações com movimentação monetária acabam diluidas nas estatísticas totais. Mas é consenso entre os bancos de que elas não param de crescer.

O pagamento de boletos por meio da cap-tura do código de barras pela câmera fotográfi-ca, por exemplo, é febre entre os usuários dos aplicativos. Atento à necessidade de atender o cliente “no seu tempo”, o Itaú lançou em setembro um aplicativo batizado Pagcontas. Entre as funcionalidades, o usuário que recebe um boleto de compra no formato PDF por e-mail, por exemplo, pode abrir o arquivo por meio do app, pagá-lo na hora, armazená-lo, agendar o pagamento para a data mais conve-niente ou, ainda, programar para ser lembrado da data do vencimento.

Para aumentar a segurança das compras, o banco lançou, também em outubro, uma solução que permite ao correntista, por meio do seu aplicativo, gerar um número temporário de cartão de crédito que pode ser utilizado em apenas uma transação na internet. O pagamento fica vinculado ao cartão original do correntista.

No Banco do Brasil, 7% da contratação de crédito pessoal novo já é feita pelo celular. O aplicativo do BB também permite que o usuário programe o saque de dinheiro antes mesmo de chegar ao terminal de autoatendi-mento. Uma vez no ATM, é necessário ape-nas apontar o dispositivo para a máquina e escanear o QR Code - uma espécie de código de barras bidimensional - sem a necessidade de uso do cartão, tornando o processo mais rápido e seguro.

Outra ação que já ocorre é a possibilidade de contratação de financiamento para a compra de veículos pelo celular. O cliente com limite pré-aprovado consegue comparar a oferta de financiamento da concessionária com a ofe-recida pelo banco. Se optar pela segunda, ele pode capturar a foto da nota fiscal - ou do

documento de transferência, o DUT, em caso de veículos usados -, e o dinheiro é transferido para a concessionária, sem necessidade de visita à agência. “Lançamos a novidade em outubro e, mesmo sem divulgação, foram R$ 8 milhões em financiamento contratado”, diz Mastroeni.

Recentemente, o Bradesco passou a ofere-cer uma nova funcionalidade em seu aplicativo: o depósito de cheques. De maneira simples, é possível capturar offline a imagem do documen-to. Uma vez acessada a conta, o cliente seleciona o arquivo digitalizado e transmite ao banco, sem necessidade de ida à agência ou a um ATM.

Além disso, o banco solucionou uma das questões que, possivelmente, dificultam o crescimento ainda mais vigoroso desse canal: fechou parceria com as quatro principais ope-radoras (Vivo, Claro, Oi e Tim) para garantir o acesso gratuito dos clientes ao seu app. “Quem paga a conta para a operadora é o Bradesco”, informa Haroutiounian. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações, cerca de 75% dos usuários no Brasil possuem planos pré-pa-gos, com pacotes de dados quem nem sempre são suficientes para todo o mês. n

revolução nos meios de pagamento

“A MIGRAÇÃO DE PARTE DO VOLUME DE COMPRAS ONLINE PARA O CELULAR OCORRE PELA MELHORIA DA EXPERIÊNCIA OFERECIDA PELOS VAREJISTAS BRASILEIROS”Renato Pelissaro, do PayPal

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l Ao escolher senhas, evite as que possam ser facilmente des-cobertas por terceiros (datas de nascimento, números de tele-fone, de documento de iden-tidade, da residência, da placa do automóvel, ou sequências de números, letras ou teclas). Evite também o uso de palavras ou nomes de pessoas

l Jamais revele sua senha a ter-ceiros

l Ao digitar sua senha, mantenha o corpo próximo à máquina para evitar que outros possam vê-la ou descobri-la pela movi-mentação dos dedos no teclado

l Se alguém lhe contatar por te-lefone, dizendo-se funcionário de banco e pedir-lhe para dizer ou digitar sua senha, não o faça em hipótese alguma

l Cuidado ao usar telefones de terceiros, principalmente os ce-lulares, para acessar sua conta, pois sua senha poderá ficar re-gistrada na memória do apare-lho. Digite sua senha somente quando a ligação for de sua ini-ciativa e em aparelhos próprios ou de pessoas e empresas de sua absoluta confiança

l Troque suas senhas periodica-mente. O procedimento é fácil. Se tiver dúvida, peça orientação a um funcionário do banco de sua confiança

l Mantenha o antivírus atualizado instalado no computador que uti-lizar para ter acesso aos serviços bancários

l Só use equipamento efetivamente confiável. Não realize operações em equipamentos públicos ou que não tenham programas antivírus atualizados nem em equipamento que não conheça. Existem progra-mas utilizados por fraudadores para capturar as informações do cliente quando digitadas no computador

l Não execute programas nem abra arquivos de origem desconhecida. Eles podem conter vírus e outras aplicações prejudiciais, que ficam ocultas para o usuário e permitem a ação de fraudadores sobre sua con-ta, a partir de informações captura-das após a digitação no teclado

l Use somente provedores confiá-veis

l Cuidado com e-mails não solicita-dos ou de procedência desconhe-cida, especialmente se tiverem ar-quivos anexados. Correspondências eletrônicas também podem trazer programas desconhecidos que ofe-recem diversos tipos de riscos à se-gurança do usuário. É mais seguro deletar os e-mails não solicitados e que você não tenha absoluta certe-za que procedam de fonte confiável

l Evite sites arriscados e só faça downloads (transferência de ar-quivos para o seu computador) de sites que conheça e saiba que são confiáveis

l Utilize sempre as versões de bro-wsers (programas de navegação) mais atualizadas, pois geralmente incorporam melhores mecanismos de segurança

l Quando for efetuar pagamentos ou realizar outras operações fi-nanceiras, você pode certificar-se que está no site desejado, seja do banco ou outro qualquer, clicando sobre o cadeado e/ou a chave de segurança que aparece quando se entra na área de segurança do site. O certificado de habilitação do site, concedido por um certificador in-ternacional, aparecerá na tela, confirmando sua autenticidade, juntamente com informações so-bre o nível de criptografia utilizada naquela área pelo responsável pelo site (SSL)

l Acompanhe os lançamentos em sua conta corrente. Caso constate qualquer crédito ou débito irregu-lar, entre imediatamente em con-tato com o banco

l Se estiver em dúvida sobre a segu-rança de algum procedimento que executou, entre em contato com o banco. Prevenção é a melhor forma de segurança

Realize suas transações bancárias com segurança

Senhas Internet

revolução nos meios de pagamento

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revista Ciab FEBRABAN 15

l Antes de iniciar a transação, verifique na tela se o equipamento está ativo ou inoperante. Caso esteja inoperante, não insira seu cartão

l Se o caixa eletrônico ou equipamento do banco no comércio estiver inope-rante, não aceite oferta de estranhos de passar seu cartão em terminal avulso, mesmo que se apresentem como funcionários do banco. Frauda-

dores têm utilizado esse golpe para clonar (copiar os dados) cartões e ob-ter senhas

l Ao digitar sua senha, mantenha o cor-po próximo à máquina, para evitar que outros possam vê-la ou descobri-la pelo movimento dos dedos no teclado

l Prefira utilizar os caixas automáticos instalados em locais de grande movi-mentação e, se possível, em ambientes internos - shoppings, lojas de conveni-ência, postos de gasolina etc

l Sempre que possível, faça seus saques no horário comercial, quando o movi-mento de pessoas é maior, evitando o período noturno. Quando precisar realmente sacar dinheiro à noite, leve um ou mais acompanhantes adultos para que fiquem fora da cabine, como se estivessem na fila

l Nunca aceite ou solicite ajuda de es-tranhos, mesmo que não lhe pareçam suspeitos

l Esteja atento à presença de pessoas suspeitas ou curiosas no interior da cabine ou nas proximidades. Na dúvi-da, não faça a operação

l Caso não consiga concluir uma ope-ração, aperte a tecla “anula” ou “can-cela”

l Em caso de retenção do cartão no caixa automático, aperte as teclas “anula” ou “cancela” e comunique-se imediatamente com o banco. Tente utilizar o telefone da cabine para co-municar o fato. Se ele não estiver fun-cionando, pode tratar-se de tentativa de golpe. Nesses casos, nunca aceite ajuda de desconhecidos

l Emita sempre cheques nominais e cruzadosl Ao preencher cheques, elimine os espaços

vazios e evite rasuras l Controle seus depósitos e retiradas no ca-

nhotol Evite circular com talões de cheques. Leve

apenas a quantidade de folhas que pretende utilizar no dia. Faça o mesmo com os cartões de crédito

l Quando receber um novo talão, confira os dados referentes ao nome, número da conta corrente e CPF e a quantidade de cheques do talonário

l Tome o máximo de cautela na guarda dos ta-lões. Destaque a folha de requisição e guarde em separado

l Nunca deixe requisições ou cheques assina-dos no talão

l Destrua os talões de contas inativasl Separe os cheques de qualquer documento

pessoal

l Nunca empreste seu cartão para ninguém nem permita que estra-nhos o examinem sob qualquer pretexto

l Não deixe seu cartão sem assina-tura

l Se não conseguir memorizar a senha e precisar anotá-la, guarde a anotação em lugar diferente do cartão, reduzindo seus riscos em caso de roubo ou perda

l Caso seu cartão seja roubado, per-dido ou extraviado, comunique o fato imediatamente à Central de Atendimento do banco, pedindo o cancelamento. Em caso de assalto, também registre a ocorrência na delegacia mais próxima

l Tome especial cuidado com es-barrões ou encontros aciden-tais, que possam levá-lo a perder de vista, temporariamente, o seu cartão magnético. Se isso ocorrer, verifique se o cartão que está em seu poder é realmente o seu. Em caso negativo, comunique o fato imediatamente ao banco

l Ao efetuar pagamentos com seu cartão, não deixe que ele fique longe do seu controle e tome cui-dado para que ninguém observe a digitação de sua senha

l Solicite sempre a via do compro-vante de venda e, antes de assiná--lo, confira o valor declarado da compra

l Ao sair, só leve cartões e talões de cheques se for utilizá-los. Assim, você evita riscos desnecessários

l Se for efetuar compras com seu cartão pela internet, procure an-tes saber se o site é confiável e se tem sistema de segurança para garantia das transações

Cartões Cheques

Caixas automáticos

revolução nos meios de pagamento

Fonte: Guia de Segurança da FEBRABAN

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Líder Mundial de Combate à Fraude e à Indústria do Crime da IBM defende estratégia proativa na guerra contra crimes cibernéticos

segurança

Instituições financeiras devem melhorar estratégias de gestão

Por Adriana Mompean

Organizações criminosas Bem fi-nanciadas empregam pessoas alta-mente qualificadas com doutorados

e MBAs para explorar vulnerabilidades e pro-mover ataques cibernéticos contra instituições e empresas. Este é o cenário atual e extrema-mente preocupante enfrentado pelas empresas que atuam no ambiente virtual, segundo David Dixon, líder Mundial de Combate à Fraude e à Indústria do Crime da IBM, um dos pa-lestrantes do 5º Congresso Internacional de Gestão de Riscos realizado recentemente pela FEBRABAN.

Na guerra contra crimes e ameaças vir-tuais, o especialista defende que as instituições financeiras tenham uma estratégia proativa para combater ataques cibernéticos, fraudes e evitar riscos financeiros, o que exige uma boa governança. “Nós temos que melhorar as es-tratégias de gestão, incluindo perfis de riscos; temos que compartilhar mais inteligência, in-formações; e é necessário ter uma abordagem

David Dixon, líder Mundial de Combate à Fraude e à Indústria do Crime da IBM

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muito mais estratégica para lidar com todas es-sas questões”, disse Dixon durante o congresso.

Dixon também afirmou à revista Ciab FEBRABAN que usuários e empresas devem ser vigilantes e seguir constantemente proto-colos de segurança. O especialista da IBM de-fende, ainda, que as empresas mantenham um plano de ação definido para lidar com fraudes e ataques cibernéticos. “O plano precisa estar pronto para ser ativado 24 horas por dia; velo-cidade e precisão para lidar com o evento são fundamentais para o resultado”, recomenda. “Medidas precisam ser tomadas para limitar os danos, proteger os clientes e notificar as autoridades.”

É possível garantir 100% de segurança em sistemas online?David Dixon - No ambiente dinâmico atual ninguém pode garantir 100% de segurança em sistemas online. O mundo está mudando cons-tantemente com novas tecnologias e serviços são introduzidos frequentemente, e em cada introdu-ção, existem novos pontos de vulnerabilidade. Os criminosos são especialistas em achar e explorar estes pontos de vulnerabilidade.

Em sua palestra, você disse que grupos crimi-nais organizados e globais atacam e explo-ram vulnerabilidades de dados e informações. Qual é a origem dessa vulnerabilidade? São os usuários ou as empresas os responsáveis?David Dixon - Existem muitas organizações cri-minosas operando. As maiores são bem financiadas e empregam pessoas altamente qualificadas, alguns com doutorados e MBAs para descobrir as vul-nerabilidades e modos de explorá-las. A questão sobre quem é responsável pelas vulnerabilidades é difícil de responder. Depois da ocorrência de um ataque e quando aprendemos sobre uma vulnera-bilidade em particular, muitas vezes podemos ras-

trear e determinar como ela foi explorada e quem sofreu o risco. Neste ponto, podemos colocar uma medida de proteção para impedir ações futuras. Mas a realidade é que esta é uma guerra. As ten-tativas continuam ocorrendo e sempre mudando. Assim, todos nós somos responsáveis por ser vi-gilantes, e em seguir constantemente protocolos de segurança.

O Brasil está particularmente exposto a estes grupos?David Dixon - Eu acho que o Brasil tem um risco maior do que a média, porque o Brasil tem riquezas e riqueza é alvo. Quando falo em riqueza, refiro-me à propriedade intelectual, bem como ativos financeiros e físicos.

Como os atacantes cibernéticos podem ex-plorar ferramentas de engenharia social? O que o usuário pode e deve fazer para evitar um ataque virtual?David Dixon - Há uma imensa série de meto-dologias criminosas que usam engenharia social como parte do padrão de ataque. Os usuários precisam estar conscientes do potencial de etapas aparentemente normais que possam ser realmente “manipulação social”. Há muitas maneiras de usar técnicas de engenharia social para extrair dados de vítimas. Estas incluem o uso de redes sociais para que criminosos se tornem amigos do seu alvo, finjam um telefonema do banco, de uma equipe de empresa de segurança e de companhias de seguro para extrair informações e abordar o usuário pessoalmente. Há casos documentados de falsas identidades virtuais utilizadas por cri-minosos que procuram entrar em círculos sociais específicos para realizar seus ataques contra seus integrantes. Então, é preciso estar na ofensiva, ser vigilante e cauteloso em cada sentimento mínimo de desconfiança. Siga padrões de segurança: não abra e-mails inesperados, nunca forneça número

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de contas, acesso ou detalhes de senhas em locais não seguros, e seja cuidadoso com o que posta em mídias sociais. Proteja os seus ativos pessoais e seja ainda mais vigilante em proteger os ativos corporativos, no qual criminosos têm mais a ga-nhar e há mais risco.

O que as instituições financeiras podem fazer, em termos de estratégias de gestão, para im-pedir crimes cibernéticos, riscos financeiros e fraudes?David Dixon - As instituições financeiras pre-cisam ter uma estratégia proativa para lidar com esses riscos crescentes. A boa governança exige que você saiba os riscos que enfrenta, tenha uma compreensão do tamanho do risco, entenda seus controles, que possa medir e monitorar a eficácia de controle e crescimento do risco, e que possa tomar medidas eficazes para promover mudanças nos riscos e/ou na eficácia do controle. Você não pode eliminar todos os riscos, mas pode gerenciar

o ajuste entre o controle dos custos e valor do risco para chegar a um nível de risco aceitável.

Muitos ataques cibernéticos não visam neces-sariamente benefícios financeiros e podem causar danos ou humilhações públicas para companhias e governos. Outros crimes resul-tam em perdas milionárias para empresas e instituições. Qual é o tipo de ataque ciberné-tico mais comum?David Dixon - A maior parte dos ataques ciberné-ticos visa garantir o benefício financeiro. O roubo de ativos, o roubo de informações que possam ser vendidas ou exploradas, o roubo de propriedade intelectual por razões de concorrência, todos têm objetivos comuns. Nós também vemos ataques para fins de destruição de reputações corporati-vas ou destruição de informações para impedir a ação corporativa. Vemos também alguns que fo-ram estratégicos para nações. Os alvos clássicos são instituições financeiras, onde o ganho monetário é imediato. No entanto, hoje quase qualquer empre-sa com presença online é um alvo. Estas incluem varejistas, governo, companhias de saúde, seguros, associações sem fins lucrativos etc. Os tipos de ata-ques vão desde o roubo de credenciais, interrupção de serviços (DDoS, por exemplo, que é um ataque que faz com que ocorra uma sobrecarga em um servidor ou computador para deixar indisponíveis recursos do sistema), forjamento de dados e espio-nagem até ataques muito mais sofisticados contra infraestruturas críticas. Os criminosos ainda querem dinheiro no final das contas, mas a maneira como eles podem ganhar dinheiro pode vir de várias for-mas atualmente, como a venda de dados médicos ou o roubo de credenciais para vários sites.

Os ataques cibernéticos mudaram nos últi-mos anos? Quais são as principais alterações?David Dixon - Ataques cibernéticos mudam constantemente. Há vários fatores que causam

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isto, como a mudança de tecnologias que o con-sumidor usa (por exemplo, smartphones ou dis-positivos conectados), as tecnologias de segurança implantadas que forçam os atacantes a evoluir, e o tipo de dados que se conecta à internet. Ata-ques mais inteligentes, rápidos e mutáveis estão se tornando norma. Os ataques diretos são com-plementados com ações explorando fornecedores, parceiros e conexões de clientes. Este é um jogo de gato e rato entre criminosos e pesquisadores de segurança que não vai parar.

Os gastos dos bancos brasileiros com tecnolo-gia da informação totalizaram R$ 21,5 bilhões em 2014, o que põe o país em paridade com países desenvolvidos como França e Alema-nha. E o setor bancário destina aproximada-mente 10% desse investimento para segu-rança da informação. Como o senhor analisa o sistema de segurança da informação das instituições financeiras brasileiras?David Dixon - Existem metodologias formais que avaliam a situação dos programas de segurança da informação e de prevenção de fraudes em gestão de riscos nas instituições. Não há atalhos. O que está se tornando crítico é a necessidade, das instituições financeiras, de ter uma abordagem mais ampla de risco além de segurança da informação ou gestão de fraude. Estas são questões mais amplas e inte-gradas que precisam ser vistas.

Em sua opinião, o acesso biométrico, como impressão digital, por exemplo, para opera-ções bancárias é a melhor maneira para pre-venir fraudes nas transações?David Dixon - Na minha opinião, a biometria de-veria ser considerada como mais uma ferramenta de acesso de segurança, não a melhor ferramenta. Neste novo mundo, nós precisamos de múltiplas camadas de segurança. Então, eu acredito que uma impressão digital possa ser suficiente para uma

transação de baixo risco, algo que o cliente tenha feito na mesma localidade e por múltiplas vezes. Entretanto, eu não acho que a primeira vez que uma alta transferência bancária para uma localida-de de alto risco deva ser aceita com a validação de impressão digital ou reconhecimento facial. Múlti-plos canais, múltiplas camadas de validação, tudo combinado, é o que precisamos ter.

Que tipos de planos de contingência as em-presas devem ter para minimizar danos após a ocorrência de um crime virtual?David Dixon - As empresas precisam de um plano de ação definido para lidar com fraudes e ataques cibernéticos. O plano precisa estar pronto para ser ativado a qualquer instante, 24 horas por dia. Velocidade e precisão para lidar com o evento são fundamentais para o resultado. Medidas preci-sam ser tomadas para limitar os danos, proteger os clientes e notificar as autoridades.

Quais são as principais ameaças relacionadas com o setor financeiro em relação a ataques cibernéticos em um futuro próximo?David Dixon - A proteção das informações do cliente e da instituição é vital. As instituições de-vem saber com quem estão lidando e serem capazes de validar que o acesso é a partir de uma entidade conhecida. Este é um desafio que requer capaci-dade de segurança da informação e gerenciamento significativo de fraude atuando em conjunto.

Que outras considerações o senhor gostaria de fazer sobre o tema?David Dixon - O desafio parece assustador, mas é factível. Instituições de sucesso vão crescer, pros-perar e manter sua base de clientes leais ao lidar com os adversários emergentes. Mas para isto, será necessário empregar processos e tecnologias para se manter um passo à frente da atividade poten-cialmente fraudulenta. n

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congresso de tecnologia

26ª edição do congresso de tecnologia da informação, que ocorrerá de 21 a 23 de junho no Transamerica Expo Center, em São Paulo, também abordará temas como novos negócios surgidos por meio de dispositivos móveis, mudança de comportamento dos consumidores, computação cognitiva e a chamada internet das coisas

Ciab 2016 discutirá o mercado digital no setor financeiro

Por Adriana Mompean

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Antenados com a nova realidade digital, os organizadores do Ciab 2016, maior congresso de tecnologia da informação para o setor financeiro da América Latina, querem reforçar o papel

pioneiro do evento na identificação de oportunidades de negócios e soluções relevantes no segmento de TI. Entre os temas principais já de-finidos para a edição especial do congresso para visitantes, expositores e patrocinadores, está o mercado digital no setor financeiro. O 26º Ciab FEBRABAN acontecerá de 21 a 23 de junho do próximo ano.

Com o tema central “Cultura Digital Transformando a Sociedade”, o congresso abordará a mudança de comportamento dos clientes pro-vocada pelas novas tendências digitais e as transformações nas empresas provocadas pelas demandas por avanços tecnológicos. A 26ª edição do Ciab será realizada no Transamerica Expo Center, em São Paulo.

congresso de tecnologia

“O CIAB FEBRABAN É UM FÓRUM CRIADO PARA INCENTIVAR O DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA E INOVAÇÃO BANCÁRIA”Gustavo Fosse, diretor setorial de Tecnologia e Automação Bancária da FEBRABAN

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congresso de tecnologia

“No Ciab de 2016, discutiremos as prin-cipais novidades tecnológicas no segmento financeiro. O digital no mercado financeiro, seja em bancos, seguradoras ou em meio de pagamentos, será um dos principais assuntos abordados no congresso”, destaca Keiji Sakai, coordenador da comissão de conteúdo do Ciab FEBRABAN. “Pretendemos também debater assuntos relacionados às criptomoedas (moeda virtual que utiliza criptografia) e adoção do blockchain (base que contém os metadados das transações digitais) no mercado financeiro.”

De acordo com Sakai, o Ciab 2016 tam-bém apresentará cases inovadores de institui-ções financeiras nacionais e globais em assuntos como computação cognitiva (a chamada inte-ligência artificial), internet das coisas, novos negócios surgidos através de dispositivos mó-veis e a mudança de comportamento dos con-sumidores. “Segurança da informação continua sendo um dos assuntos de maior importância no congresso, com uma trilha de painéis espe-cífica sobre o assunto”, acrescentou.

O congresso de tecnologia ainda abordará a temática das fintechs – empresas, geralmente

startups, atuantes no setor financeiro com a prestação de serviços – que aceleram a inovação desse mercado. Haverá painéis específicos sobre as companhias do segmento.

“O Ciab FEBRABAN é um fórum criado para incentivar o desenvolvimento da tecnolo-gia e inovação bancária, e promove discussões relevantes sobre tendências de aplicações em

“NESTE ANO, FIZEMOS MUDANÇAS RELEVANTES PARA CONSOLIDAR AINDA MAIS A POSIÇÃO DO CIAB COMO O MAIOR EVENTO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA O SETOR FINANCEIRO DA AMÉRICA LATINA”Alvir Hoffmann, vice-presidente da FEBRABAN

De 21 a 23 de junho de 2016Transamerica Expo CenterSão Paulo

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TI para um público altamente qualificado, for-mado por executivos e profissionais que tran-sitam entre as finanças e a tecnologia”, afirma Gustavo Fosse, diretor setorial de Tecnologia e Automação Bancária da FEBRABAN.

Expositores e patrocinadoresLançado oficialmente no final de agosto, o Ciab 2016 já registrou mais de 90% da área de exposição do congresso vendida. O Espaço Empreendedor do evento já teve a área total comercializada, e o Espaço Internacional regis-trou 80% de sua área reservada. De acordo com os organizadores, 25 patrocinadores também já garantiram presença no fórum, entre eles, em-presas como Accenture, Atos, CA, Capgemini, Cetip, CIP, Cisco, Dell, Deloitte, Embratel, EMC, HP, IBM, New Space, Oki e Scopus. Em 2016, o Ciab FEBRABAN também conta-rá com novos patrocinadores como EY, Syman-tec, Perto e SAP. Além disso, 88 expositores já estão confirmados para o evento.

No lançamento do congresso, Alvir Hof-fman, vice-presidente da FEBRABAN, des-tacou que o Ciab 2016 repetirá as parcerias firmadas neste ano com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), e com a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Priva-da e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg).

“Neste ano, fizemos mudanças relevantes para consolidar ainda mais a posição do Ciab como o maior evento de tecnologia da infor-mação para o setor financeiro da América Lati-na”, disse. “A incorporação dos temas de meios de pagamento e de seguros ao nosso fórum e o sucesso dos debates realizados nessas duas trilhas temáticas transformaram o evento em um espaço para debates com conteúdos ainda mais diversificados.” n Ciab 2015

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Moeda digital, que desperta debates sobre inovações no setor financeiro, difere dos padrões monetários tradicionais e tem transações validadas por usuários em todo mundo

Bitcoin: como será o futuro da moeda num mundo cada vez mais sem dinheiro

Por Charles Nisz

“Todos precisam de serviços Bancários, ninguém precisa de bancos”, diz Guga Stocco, chefe de Inovação do Ban-co Original. A frase e seu exagero resumem boa parte das

discussões despertadas por inovações tecnológicas que trazem mudan-ças profundas no setor financeiro. Uma dessas inovações é o bitcoin, moeda digital e também sistema de pagamento baseado em protocolos de internet e código aberto, criada em 2009 por Satoshi Nakamoto, um nome cercado de mistérios.

O bitcoin, até recentemente tema exclusivo de especialistas e aficio-nados por tecnologia, apareceu pela primeira vez num estudo publicado em 2008, e, hoje, inspira discussões na cúpula de instituições financeiras no país. Está longe, porém, de ser um tema popular. Ainda.

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moeda eletrônica

Além de ser desconhecida a real identidade do seu criador (leia mais nesta edição), o bitcoin não é um conceito de fácil compreensão: o mecanismo de funcionamento foge ao padrão das moedas tradicionais. Isso porque o bitcoin traz embutido o registro de transações feitas na rede (blockchain) - como se cada cédula tivesse impressa em si o registro de todas as compras e vendas efetuadas com aquela moeda.

Só por isso, o bitcoin já difere dos padrões monetários tradicionais. Adicione a isso o fato de o bitcoin não ter um banco central que o emita, ou outra entidade reguladora para controlar sua cotação, e que as transações são validadas mundo afora pelos milhões de usuários dessa rede peer-to-peer (do inglês entre pares, uma rede administrada por iguais). É a primeira emissão descentralizada de moeda na história econômica contemporânea.

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“Com a crescente digitalização do mun-do, faz todo sentido termos uma moeda ele-trônica”, afirma Stocco. O executivo faz coro com Marc Andreesen, criador do Netscape, o primeiro navegador da internet. Para ele, che-gou a hora de reinventar o setor financeiro, um ramo de atividade com poucas alterações em sua essência desde a sua criação na Idade Média. “Não precisamos de 100 mil pessoas em Wall Street e de datacenters gigantescos para controlar o sistema financeiro” diz Andreessen.

O uso do bitcoin já começa a movimentar bilhões todos os anos, segundo João Paulo Oli-veira, fundador da Pagchain, uma plataforma de pagamentos para comércio eletrônico. A empresa de Oliveira recebe os bitcoins usados pelos consumidores para efetuar uma compra e repassa o valor em dinheiro para a loja onde a aquisição foi feita. “Muitos negócios estão sendo criados a partir do blockchain”, afirma Oliveira. O blockchain é a plataforma que regis-

tra e valida as transações feitas usando o bitcoin. Atualmente, o principal uso é para comércio eletrônico e remessas de dinheiro entre países; ao usar dinheiro digital, a transação evita tri-butos e taxas cambiais.

Peter Smith, fundador da empresa Blo-ckchain, cuja missão é tornar essas transações eletrônicas mais seguras, vê grandes oportuni-dades no setor de micropagamentos, que deve-rá revolucionar segmentos nos quais os clientes fazem compras de valor pequeno, como livros e músicas em formato digital. Segundo Oliveira, da PagCoin, em menos de 10 anos, 10% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial deverão ser transacionados em moedas digitais.

De acordo com o executivo da empresa sediada no Recife, todas essas mudanças deve-rão propiciar mais inclusão financeira. “Muitas pessoas que hoje não têm acesso a serviços de bancarização poderão utilizar esses meios de pagamento via computador ou celular”, diz Oliveira. Essa disrupção não era possível até 2010. “O sistema computacional capaz de pro-piciar essa evolução só surgiu no fim da década passada”, completa.

Os cerca de cinco milhões de usuários do sistema da BlockChain realizam 90 mil transa-ções por dia usando a plataforma de validação de bitcoins da empresa. Essa movimentação faz com que a companhia tenha um valor de mercado estimado em US$ 5 bilhões, segundo levantamento do site norte-americano Crunch-Base. Já existem 165 empresas no mesmo ramo de atividade da BlockChain - trabalhando na inovação de moedas digitais.

Há críticas ao bitcoin: além das flutuações na cotação, seu uso comporta atividades cri-minais, como a compra de drogas e de outros serviços ilícitos na chamada deep web - a ca-mada subterrânea da internet. Atualmente, o valor de um bitcoin está por volta de US$ 354.

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Para Guga Stocco, do Banco Original, os jovens e a massiva utilização da internet são dois fatores capazes de impulsionar o bitcoin

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O curioso caso de Satoshi Nakamoto

Muitos livros que contam a histó-ria do bitcoin trazem capítulos

sobre quem poderia ser (ou quem são) Satoshi Nakamoto. Desde 2011, Naka-moto não aparece online, quando dei-xou um enigmático e-mail com a frase: “Fui fazer outras coisas”. Talvez por achar que o bitcoin já estivesse conso-lidado o suficiente após cinco anos de existência.

Diferentes livros contam histórias distintas sobre Nakamoto. Um deles supõe que o criador do bitcoin seja, na verdade, britânico – em seus e-mails, o misterioso programador usa o termo britânico bloody hard (em português: muito difícil). Outras versões dão con-ta que ele seria um sociólogo finlandês, um estudante irlandês ou, realmente, um matemático nipônico.

Por análise do estilo de escrita, pesquisadores de linguagem supõem que os inventores da moeda digital se-jam os criptógrafos norte-americanos Nick Szabo e Hal Finney. O primeiro nega. O segundo morreu em 2014. Boatos sobre a identidade de Satoshi Nakamoto viraram lenda urbana.

Entretanto, o sumiço de Naka-moto não apenas garantiu publicidade frequente ao bitcoin, como forneceu um mito criador para a moeda. A au-

sência de Nakamoto, porém, causa, por vezes, problemas ao desenvolvi-mento de sua criação. Nos primórdios, era ele quem coordenava as melhorias no software da moeda digital. Sem Nakamoto, todas as decisões da co-munidade de programadores aconte-cem por unanimidade – uma receita para a paralisia. Atualmente, grupos brigam para saber quais serão os ru-mos do bitcoin. Mas se Nakamoto re-aparecer, a moeda perderá um pouco da sua aura descentralizante, já que muito do sucesso da moeda virtual ocorre por conta da não existência de um líder.

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Carteiras e endereços

1Luciana é uma lojista que pretende aceitar bitcoins e Alberto quer comprar um produ-to usando a moeda digital. Irão aproveitar a rede de bitcoins, semelhante a outras redes peer to peer (P2P, “entre pares”, em português) usadas no compartilhamento de arquivos musicais ou filmes.

2Luciana e Alberto adquirem carteiras de bitcoins, arquivos de computador capazes de gerar endereços de bitcoins (uma série de letras e números, em geral em torno de 33 caracteres). As carteiras são criadas após preencher um cadastro, em sites es-pecíficos na internet, por meio de aplicati-vos ou, ainda, programas de computador. Por essas carteiras (wallets), eles geram os endereços com uma chave privada, só acessível pelo dono da carteira, e uma pública, verificável por qualquer pessoa registrada na rede de bitcoins.

3Para obter a moeda virtual, Alberto criou um ou mais endereços. Informando um endereço, ele pediu bitcoins em sites criados para distribuir gratuitamente bitcoins doados por participantes do sistema, ou os comprou em uma corretora que os troca por dinheiro tradicional, ou ainda recebeu bitcoins em pagamento por alguma transação.

4Luciana, por meio do programa em sua car-teira, cria um novo endereço (a sequência de números, como 1DkyBEKt5S2GDtv7aQw6r-QepAvnsRyHoYM ), e o comunica, por e-mail ou por um QRCode, a Alberto, para que ele envie a ela o pagamento.

5Alberto pede ao programa de sua carteira para enviar os bitcoins, o que é feito automaticamente, associan-do os bitcoins ao endereço público e assinando a transação com a chave secreta registrada na carteira.

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moeda eletrônica

6Para concluir a transação, ela precisa ser validada, o que é feita pelos mi-neradores (miners): usuários da rede, com computadores possantes capa-zes de realizar os cálculos matemáti-cos necessários. 7

Hugo, Paulo e Olivia são minerado-res; participantes da rede colabora-tiva e descentralizada do bitcoin, eles buscam na rede as transações efetivadas recentemente e checam para ver se a chave pública perten-ce a um emissor válido.

8Por meio de seus computadores, os minera-dores competem entre si para tentar ser o pri-meiro a encaixar, por meio de criptografia, os dados da transação entre Alberto e Luciana na cadeia de blocos (blockchain) - uma espécie de registro público mantido na rede e infor-mado a todos os participantes.

9Alguns minutos após a transação, o com-putador de Hugo consegue gerar um códi-go criptografado que encaixa a transação em um bloco. A cadeia de blocos incorpora a transação entre Alberto e Luciana ao blo-co, de uma maneira que torna virtualmen-te impossível alterar esse registro.

10Como recompensa pela tarefa, Hugo ganha uma quantia em bitcoins, que poderá usar livre-mente como moeda.

11A transação entre Alberto e Luciana está, agora, visível a todos que, periodicamente têm atualizada em suas carteiras a informação sobre a cadeia de blocos com o registro de todas as transações já realizadas. Os dados públicos trazem informação sobre os momentos em que aqueles bitcoins foram utilizados, desde sua criação, mas não têm informações sobre a identidade real de Alberto ou Luciana, apenas a sequência de números que expressa os endereços gerados para a transação.

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Uma analogia para entender a quebra de paradigma trazida pelo bitcoin é pensar no Napster, o serviço de compartilhamento de música que causou calafrios na indústria fonográfica na virada dos anos 2000. Muitos serviços peer-to-peer foram realmente usados para pirataria, mas nos anos seguintes, essa tecnologia propiciou produtos como o Skype, o Spotify (streaming de música) e o próprio bitcoin.

A base do bitcoin é a criptografia e o sof-tware de código aberto – permitindo que os programadores sejam livres para desenvolver aplicações como as descritas por Stocco e Oli-veira. A criptografia desmembra uma mensa-gem só capaz de ser recomposta por quem tiver a chave criptográfica. Essa ferramenta associada ao segredo está sendo usada para dar mais li-berdade e segurança às transações financeiras.

FuturoDe acordo com Stocco, do Banco Original, o futuro desse tipo de moeda é promissor: a possibilidade de rastrear as transações poderá resolver muitos dos problemas de governos e empresas no controle financeiro dessas movi-mentações. “Até os cartórios estão usando o sistema da blockchain para certificar a emissão de documentos”, exemplifica Stocco. A visão é compartilhada por Oliveira: “Quem sabe, no futuro, a gente não tenha dinheiro programá-vel, gerido por algoritmos computacionais?”, indaga o também professor.

Stocco também prevê uma maior unifor-mização do setor financeiro. “Muitas transações hoje são complicadas e, talvez por isso, burláveis, por haver muita discrepância nos critérios de regulação nas diversas partes do globo” avalia. “O uso do bitcoin aponta para uma maior faci-lidade nas transações.” No entanto, nem Stoc-co nem Oliveira apontam o fim de instituições financeiras. “Bancos proveem liquidez e isso é uma função que apenas os bancos são capazes de providenciar”, afirma Oliveira.

Para o chefe de Inovação do Banco Origi-nal, a dificuldade de adoção do bitcoin decorre da sua proposta ambiciosa em revolucionar as finanças: o bitcoin está para a moeda digital como o DOS estava para os sistemas opera-cionais de computadores. Quando a Microsoft criou o Windows, um sistema operacional com interface visual, o uso de computadores pesso-ais finalmente deslanchou.

A moeda digital tem tudo para ser sucesso também no Brasil, aposta Stocco. A população jovem e a massiva utilização da internet são dois fatores capazes de impulsionar esse suces-so. No entanto, a falta de capacitação técnica pode ser um entrave, lamenta o executivo. “A maioria das startups que lideram a inovação no setor estão nos EUA”, informa. n

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Encostou, pagouPor Maurício Moraes

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A cena tornou-se comum: o atenden-te apresenta a máquina de pagamento – conhecida tecnicamente como ter-

minal POS, do inglês point of sale, ponto de venda –, o consumidor informa se usará cartão de débito ou de crédito, digita a senha e recebe o comprovante. Com essa praticidade, o país superou pela primeira vez, neste ano, o volume de R$ 1 trilhão em transações desse tipo. Em breve, no entanto, tudo isso poderá ser ainda mais simples e rápido.

Bastará encostar o celular no terminal para pagar uma compra em frações de segundo. E todo o processo de baixa no estoque e con-tabilidade também vai ocorrer de modo auto-mático. As famosas maquininhas preparam-se para um novo salto tecnológico.

Hoje existem cerca de 4,4 milhões de POS no Brasil, uma rede considerada com uma das mais avançadas do planeta. “É uma indús-tria que, em 20 anos, se reinventou”, afirma Ricardo de Barros Vieira, diretor-executivo da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).

No terceiro trimestre de 2015 ocorreram 2,9 bilhões de transações com cartão, a maioria delas realizada por esses terminais. A maior parte das máquinas já está preparada para tran-sações sem a leitura física do cartão, por meio da tecnologia de Comunicação por Campo de Proximidade – em inglês, Near Field Commu-nication, ou NFC.

O sistema permite que um pagamento seja feito no momento em que se encosta o celular em uma das máquinas, de maneira semelhante à usada com bilhetes de plástico no transporte público de várias cidades. O de-safio está em popularizar essa alternativa. “É um processo de aculturamento”, diz Vieira. “O

equipamento precisa estar preparado e os car-tões, aptos a isso; depois, tem investimentos em treinamento, em divulgação e capacitação.” O sistema usa cartões virtuais, cujos dados ficam armazenados no telefone.

Boa parte dos celulares vendidos no Brasil atualmente são smartphones com os sistemas operacionais Android e Windows Phone. Mui-tos desses aparelhos já possuem NFC. Logo, o que falta é fazer a ligação entre as duas pon-tas. É um processo que pode ser comparado à transformação ocorrida com o uso dos cartões com chip. “Não foi da noite para o dia, foi aos poucos: foram colocando equipamentos, emitindo cartões, e depois começaram a usar”, afirma o diretor-executivo da Abecs. “Hoje dificilmente alguém usa cartão sem chip nos grandes centros brasileiros; nos Estados Uni-dos, ainda se usa tarja magnética.”

Raul Moreira, vice-presidente de Negócios de Varejo do Banco do Brasil, acredita que as pessoas também aprenderão a usar o NFC à medida que usarem cada vez mais os cartões virtuais

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Transações com a nova tecnologia já co-meçaram a ocorrer, em uma escala pequena. O cartão virtual Ourocard-e, criado pelo Ban-co do Brasil, já foi usado em mais de 700 mil operações este ano. A instituição não divulga o número exato, mas revela que uma pequena parcela desses pagamentos foi feita por meio de NFC. “Se a transação foi abaixo de R$ 50, nem é preciso digitar a senha”, afirma Raul Moreira, vice-presidente de Negócios de Varejo do Banco do Brasil. “A operação é autenticada e segura, por meio da criptografia do celular.” Para o exe-cutivo, a massificação da tecnologia ocorrerá no longo prazo. Ele acredita que as pessoas também aprenderão a usar o NFC à medida que usarem cada vez mais os cartões virtuais.

Essa mudança deverá ser capitaneada pe-los consumidores mais jovens, abertos ao uso de inovações. “As pessoas que se interessam por

Rogério Panca, diretor de Meios de Pagamento do Banco do Brasil, destaca que o uso do Ourocard-e em lojas físicas é simples e rápido: o tempo da transação chega a ser 70% menor se os valores forem inferiores a R$ 50

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essa novidade percebem que a utilização do Ourocard-e em lojas físicas é muito simples”, diz Rogério Panca, diretor de Meios de Paga-mento do Banco do Brasil. Um dos principais atrativos é a rapidez. O tempo da transação chega a ser 70% menor se os valores forem inferiores a R$ 50.

Nem sempre, no entanto, o NFC repre-senta um ganho se comparado aos meios tra-dicionais. Em compras acima de R$ 50, por exemplo, é necessário utilizar senha, o que tor-na a operação parecida com o uso de cartões de plástico. “O grande desafio agora é começar a treinar os atendentes que operam POS que já aceitam NFC, para que eles compreendam esse novo tipo de transação”, diz Moreira.

Na vanguarda das mudançasA adaptação a novos tipos de ferramenta cos-tuma ocorrer com rapidez no país. Por isso, a expectativa é a de que o NFC comece a avançar com maior velocidade em 2016. “O que perce-bemos é que o Brasil lidera esses movimentos; é pioneiro em uma série de iniciativas quando falamos de tecnologia”, afirma Frederico Alves Souza, diretor da Rede. A empresa é a segunda maior no país em transações por cartões de débito e crédito, com R$ 93,9 bilhões captu-rados em 1,9 milhão de máquinas instaladas no terceiro trimestre de 2015.

Na Rede, 100% dos terminais já estão preparados para aceitar pagamentos que usem NFC. “Mas o uso efetivo da tecnologia depen-

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de, entre outros fatores, da emissão dos car-tões e da infraestrutura da internet”, diz Souza. “Quando estamos falando de tecnologia, temos que entender que sempre existe um processo natural evolutivo. Um exemplo clássico foi a mudança da tarja para o chip, por conta da segurança, que obrigou praticamente todos, emissores, bandeiras e adquirentes, a se ajus-tarem ao novo modelo.”

Apesar das dificuldades iniciais, os termi-nais comportaram as duas tecnologias. Com o NFC, o processo é parecido - ou seja, as má-quinas continuam a aceitar cartões tradicionais e trazem mais essa opção.

A adesão aos pagamentos com celular vai ganhar força em múltiplas frentes a partir de 2016. De acordo com Pedro Coutinho, CEO da Getnet, a adoção da tecnologia está prestes a avançar no país, uma vez que a maior parte das máquinas está preparada para isso. “Acre-ditamos que os pagamentos com celular terão maior adesão tanto do consumidor como das partes envolvidas no ecossistema de pagamen-tos: bancos, adquirentes, bandeiras e lojistas”, afirma. “É uma tendência que irá se consolidar mais fortemente nos próximos anos.”

Embora o número de transações com cartões de débito e crédito seja enorme, ain-da há bastante espaço para crescer. Dados da Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Ban-cária 2014 mostram que 60% da população brasileira é bancarizada. “Também há uma grande parcela da população que ainda utiliza dinheiro e cheques para pagamentos, e lojistas e profissionais autônomos que não aceitam cartões”, explica Coutinho.

O crescimento econômico do país nos últimos anos levou o acesso a cartões a um número maior de pessoas nas classes C e D. O gasto mensal das famílias aumentou e, con-sequentemente, impulsionou a quantidade de

operações por POS. A Getnet registrou 1 bilhão de transações em 2014.

O público jovem também trouxe a de-manda pelo uso de smartphones para paga-mentos, a experiência de compra multicanal, a necessidade de comparar preços pela internet e a consulta de reputação da empresa em rankin-gs virtuais. “Com a chegada dos millenials, nascidos a partir dos anos 80, surge um novo comportamento digital, com novas necessida-des de adequação para a indústria de meios de pagamento”, destaca o CEO da Getnet. “Esse novo perfil de consumidor tem levado a indús-tria a inovar e a processar as transações cada vez mais rápido.” Na Getnet, 99% das transações são aprovadas em até 1 segundo.

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Uma transformação rápida

Em menos de três décadas, o POS pas-sou por uma evolução acelerada. No

final dos anos 80, os primeiros modelos usados no Brasil pareciam máquinas de escrever com uma impressora matricial do lado. “Essas máquinas ficavam no Sheraton, no Copacabana Palace, ou seja, em poucos estabelecimentos de grande porte e internacionais”, lembra Gustavo de Almeida Kruger Neto, presidente da Almeida Kruger, que mantém o Museu do Cartão de Crédito.

Na década de 90, o tamanho dos aparelhos diminuiu bastante e a trans-missão de dados passou a ser feita por telefone fixo. Mais tarde vieram as op-ções com envio de informações pela rede celular, por GPRS – uma rede de dados bem mais lenta do que as atuais. Hoje, começam a se popularizar as versões com conexão 3G e com wi-fi. Também é relativamente recente a adoção de POS que aceitam cartões com chip, algo ainda raro nos Estados Unidos.

Outra tendência que começa a apontar é a transformação de smartpho-nes e tablets em POS, por meio da cone-xão de pequenos dispositivos de leitura aos aparelhos. Entre as pioneiras nessa tecnologia está a startup Square, cria-

da por Jack Dorsey, um dos fundadores do Twitter. Têm se popularizado ainda as transações diretas por redes sociais e por meios de pagamento online, como o PayPal. Com a digitalização do dinheiro, a concorrência só vai aumentar.

Gustavo de Almeida Kruger Neto, presidente da Almeida Kruger

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Máquinas mais inteligentesAlém de incorporar o NFC, as máquinas POS vão se tornar muito mais inteligentes em bre-ve. Novos modelos capazes de ampliar a auto-mação comercial estão chegando ao mercado. Quando uma compra é feita nesses aparelhos, por exemplo, a informação é enviada digital-mente e já informa a mudança ao sistema que controla o estoque da loja e também à conta-bilidade. Tudo ocorre de maneira integrada e instantânea, trazendo eficiência para os lojistas. Nos terminais atuais, não há uma comunicação entre os diferentes sistemas.

A Rede fechou uma parceria exclusiva com a Poynt, uma startup americana que criou um novo tipo de POS. “O chamado ‘smart terminal’ promete fazer pelas maquininhas o que o smar-tphone fez pelo celular, permitindo, inclusive, que o lojista instale diferentes aplicativos em sua

máquina para ajudar na gestão de suas vendas ou de programas de fidelidade”, diz Frederico Souza, da Rede. As novas máquinas contam com telas sensíveis ao toque e aceitam múlti-plos meios de pagamento. Elas devem começar a chegar ao mercado brasileiro no início de 2016.

Muito mais mudanças estão por vir. “O POS do futuro terá as funcionalidades de um celular ou tablet junto às de um POS tradi-cional, para que se integre a uma nuvem de dados e seja atualizado a partir dela”, afirma Pedro Coutinho, da Getnet. “Além disso, ha-verá modelos com tela touchscreen, que permi-tem uma melhor interação com o consumidor final e comunicação personalizada. E o que a indústria tem chamado de Smart POS, ou POS Inteligente, que, além das funcionalidades de meio de pagamento, permitirá novas integra-ções por aplicativos.” n

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