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Cívica República 100 anos Humberto Delgado relembrado no centenário da República com a exibição e distribuição do documentário « O Meu Coração Ficará no Porto» Homenagem Medalha de Mérito Distrital para a GNR Comando Territorial distinguido no ano do 100º aniversário Segurança Interna Programa «Comércio Seguro – Baixa do Porto» Um Porto mais seguro Liberdade e Segurança - Porto, um Distrito seguro e acolhedor! NúMERO 2 · JANEIRO’2011 www.govcivilporto.gov.pt Humberto Delgado Porto Um Distrito de Futuro Prevenção Escolas de Referência para a Educação Rodoviária Criada rede distrital para os mais novos

Revista Cívica #2

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Revista do Governo Civil do Porto

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CIVICA | Liberdade e Segurança - Porto, um Distrito seguro e acolhedor!

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CívicaRepública 100 anosHumberto Delgado relembrado no centenário da República com a exibição e distribuição do documentário «O Meu Coração Ficará no Porto»

Homenagem Medalha de Mérito Distrital para a GNRComando Territorial distinguido no ano do 100º aniversário

Segurança InternaPrograma «Comércio Seguro – Baixa do Porto» Um Porto mais seguro

Liberdade e Segurança - Porto, um Distrito seguro e acolhedor !Número 2 · JANEIRO’2011

www.govcivilporto.gov.pt

Humberto Delgado

PortoUm Distrito de Futuro

PrevençãoEscolas de Referência para a Educação RodoviáriaCriada rede distrital para os mais novos

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Janeiro 2011

LocaLização

Governo civil do PortoRua Gonçalo Cristóvão, nº 3734000-270 PortoE. [email protected]. 222 097 500 Loja do cidadãoAv. Fernão Magalhães, 1862, 1º Piso, Torre das Antas4450-158 PortoT. 808 24 11 07

Horários

Governo civilDias úteis, das 9h00 às 16h00 Loja do cidadãoDias úteis, das 8h30 às 19h30Sábados, das 9h30 às 15h00

Cívica #2Janeiro 2011

edição

Governo Civil do Porto

direcção

Isabel Santos

redacção

António Fernando MoreiraNatacha Reis

TiPo de LeTra

‘Republica’ por Hugo d’Alte

desiGN e PaGiNação

antoniocruz.eu

FOTO POR SERGIO ROLANDO

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Entrevista a Jorge CamposGNR – Atribuição da Medalha de Mérito Distrital

+ PRÓXIMO DO CIDADãOPorto um distrito seguro

Contrato Local de Segurança do Cerco

Agente da PSP homenageado pela FAUP

Inaugurada Esquadra da PSP na Afurada

Conferência Inter. «Forças de Segurança: Qualidade e Excelência»

Secretário de Estado da Protecção Civil no Porto

Programa “Viagem Segura”

Governo Civil e voluntários do “Limpar Portugal” promovem acções

Campanhas de sensibilização para a segurança rodoviária

143.º aniversário do Comando Metropolitano da PSP do Porto

Porto um Distrito InclusivoPrémio de Mérito Distrital de Boas Práticas na Área da Inclusão

Crianças e jovens deficientes participam em desfile de moda

Inaugurada Casa dos Vizinhos

Iniciativa “Porto de Abrigo”

Natal Solidário

Porto um Distrito PositivoOriginal da «Ribeira Negra» de Júlio Resende

Instalações da Associação Empresarial de Paredes

Chancelaria do Consulado-Geral da República de Angola no Porto

Distrito do Porto comemora Dia do Armistício

Sistema «ColorADD» para daltónicos

PROGRAMA COMéRCIO SEGURO – BAIXA DO PORTOENTREVISTA – CORONEL JOSé TEIXEIRA LEITE

DIA DA MEMÓRIAROTA DO ROMâNICO DO VALE DO SOUSA

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editorial

Em 2010 lançámos a primeira edição electrónica da “Cívica”. Demos, assim, um passo que entendemos impor-tante face ao objectivo de criarmos canais de comunicação que nos permitam uma mais ampla e aberta comunicação com os cidadãos.

Acabámos de entrar em 2011 e chega agora à sua caixa de correio electrónico o segundo número da “Cívica”. Como não poderia deixar de ser, esta edição é preenchida por aquilo que de mais significativo aconteceu ao longo dos últimos seis meses.

Um período marcado por uma época de incêndios flores-tais particularmente exigente. Mas também por novos projectos, como a criação da Rede Distrital de Escolas de Referência para a Segurança Rodoviária, do programa “Comércio Seguro”, na Baixa do Porto, entre outros.

O Centenário da República marcou 2010 e, no momento em que preparávamos a comemoração do 120.º aniversá-rio do 31 de Janeiro, rememorámos a celebração do 5 de Outubro com a apresentação pública e a distribuição aos cidadãos do distrito, com a edição do “Jornal de Notícias” desse dia, do documentário “O meu coração ficará no Por-to”, produzido por altura da celebração do cinquentenário da chegada de Humberto Delgado à estação de S. Bento. Um dos mais épicos momentos até hoje vividos no Porto.

2011 anuncia-se como um período particularmente exi-gente para o País. Estamos conscientes das dificuldades, mas sabemos que este não é momento para desistências ou desânimos.

Nas circunstâncias mais difíceis, o Porto sempre soube resistir e dar uma resposta à altura dos pergaminhos de um distrito que é coração de uma região que sempre foi motor do desenvolvimento do País.Estamos certos de que assim acontecerá, mais uma vez. Estamos certos de que o espírito empreendedor que sempre nos caracterizou nos conduzirá, mais uma vez, a novas conquistas, afirmando o distrito dentro e fora de fronteiras, num contexto mais centrado no nosso potencial endógeno, nos recursos natu-rais, na história, no património, na inovação e no potencial humano. Tudo isto, sem perder de vista a necessidade de resolução de alguns constrangimentos estrutu-rais, objectivo no qual devemos centrar definitivamente as nossas energias.

Pelo nosso lado, cá continuaremos “contra ventos e marés”, confiantes no cumprimento da missão de fazer do ”Porto, um distrito com o Governo mais próximo dos cidadãos”.

Isabel Santos Governadora Civil

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República 100 AnosComemorações do centenário da República no Porto

O centenário da República foi celebrado, no Porto, ao longo

de todo ano com um programa vasto e recheado de diferentes

iniciativas organizadas pelo Governo Civil do Porto. O ponto

alto das celebrações aconteceu no próprio 5 de Outubro.

A manhã do dia 5 começou com a Banda Militar do Porto a tocar

o Hino nacional na Praça da República. Ao longo de todo o dia

esteve em funcionamento a linha 100 do eléctrico da STCP, que

perfez inúmeras vezes a chamada “Viagem do Centenário da

República”, entre a Igreja de S. Francisco e o Jardim do Passeio

Alegre, com visita ao Museu do Carro Eléctrico. Este mesmo

eléctrico circulava no Porto no dia 5 de Outubro de 1910.

A habitual cerimónia de homenagem aos republicanos do Porto

decorreu ao final da manhã, no Campo 24 de Agosto, com o

içar da bandeira, o Hino nacional, deposição de coroa de flores

e intervenções de várias entidades oficiais.

Isabel Santos, governadora civil do Porto, destacou que vivemos

“100 anos de uma história de luta plena de gestos heróicos,

como o do General Humberto Delgado”, de “momentos que

marcam a nossa identidade e nos lembram a todo o tempo que

a democracia é um processo em permanente construção e que

a liberdade é um valor cuja conquista nos remete para etapas

sempre cada vez mais exigentes num processo de constante

aprofundamento”.

Para a representante do Governo, “o desafio da sociedade pós-

industrial para a qual caminhamos de forma cada vez mais

vertiginosa só será ultrapassado com a permanência destas

apostas: na educação, na modernização tecnológica, no ambiente.

Mas também em novas formas de combate às desigualdades

sociais, mediante o recurso a novos modelos de organização

dos agentes e a uma maior interacção e partilha comunitária”.

Lembrando a conjuntura actual, Isabel Santos salientou

ainda que “a crise mundial que atravessamos conduzir-nos-á,

forçosamente, a novas formas de organização da sociedade, do

mercado e das empresas para as quais temos de nos preparar.

Assim como temos de assumir a defesa de novas formas de

reforço da coesão social, exigindo a implementação de novas

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Apontamento histórico

O documentário “O Meu Coração ficará no

Porto” evoca o 14 de Maio de 1958, dia em que

o candidato às eleições presidenciais, general

Humberto Delgado, foi recebido na cidade

do Porto por cerca de 200 mil portuenses e

realizou o célebre comício na Praça de Carlos

Alberto. Em pleno regime salazarista, este foi

um dos mais épicos momentos da história

da cidade Invicta, com o povo a sair à rua

num verdadeiro grito de liberdade. Humberto

Delgado, o General sem Medo, foi um homem

de coragem, audacioso, que sacudiu a solidez

do Estado Novo, tendo sido vítima de uma

das maiores fraudes eleitorais de sempre. Foi

silenciado pela PIDE a 13 de Fevereiro de 1965,

num assassínio político ainda hoje envolto

em mistério. No âmbito das comemorações

do centenário da República, “O Meu Coração

Ficará no Porto” foi exibido no Teatro Nacional

S. João e distribuído em DVD com a edição do

“Jornal de Notícias” do dia 5 de Outubro.

formas de distribuição da riqueza que todos ajudamos a criar.

Só assim estaremos em condições de honrar os ideais de liberdade,

igualdade e fraternidade e a ambição de desenvolvimento

e modernidade que a República nos legou”, acrescentou.

E porque “o Porto sempre soube tomar a dianteira quando

se tratou de projectar o futuro”, a governadora civil lançou

um “apelo à cidade, às suas instituições e aos parceiros que

connosco, anualmente, promovem esta iniciativa, para que,

conjuntamente, e materializando aquilo que são os ideais da

liberdade e da República, associados à tradição liberal do Porto,

possamos todos construir novas formas de participação cidadã

mais apelativas e mais próximas do tempo presente. Acções

que perpetuem, junto dos cidadãos, os princípios e as ideias

que levaram muitos a não desistirem de lutar pela democracia

e pela liberdade, mesmo durante a longa noite da ditadura do

Estado Novo”.

Ao longo de todo o dia 5 de Outubro foram inaugurados

equipamentos escolares por todo o distrito, concretamente nos

concelhos de Felgueiras, Gondomar, Lousada, Maia, Matosinhos,

Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel, Porto, Valongo e Vila do

Conde. “Mais de três dezenas de equipamentos dignos, funcionais,

modernos e com projectos educativos abertos à comunidade

e aos seus agentes. E que melhor forma de homenagear o

ideal republicano do que esta clara e inequívoca aposta na

escola púbica, na educação e na formação das novas gerações?”,

congratulou-se Isabel Santos.

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De que forma surgiu o convite do Governo Civil do Porto?

O processo veio cair-me nas mãos numa fase bastante adian-

tada. Tanto quanto julgo saber, houve uma negociação prévia

entre o Governo Civil e o Instituto Politécnico do Porto (IPP),

que se associou às comemorações dos 50 anos da vinda do

general Humberto Delgado ao Porto. No âmbito desse acordo

e dessas comemorações, partiu-se para a realização deste

documentário.

Como podem caracterizar-se as experiências que este pro-

jecto proporcionou?

Esta foi uma óptima oportunidade para mobilizar os serviços

de vídeo do IPP, para juntar professores e alunos e levar a

cabo uma experiência cívica e pedagógica, e da qual resultou

um filme que – apesar de ser o autor, e passando a imodéstia

– me parece bastante interessante.

A realização deste documentário teve dois aspectos que

me parecem de relevar. O primeiro foi o envolvimento dos

alunos, que permitiu que tomassem conhecimento do general

Humberto Delgado, uma figura de referência da resistência ao

fascismo. E sucede que, na maioria dos casos, eles estavam,

se não em branco, praticamente em branco sobre o general

sem medo. O facto de terem feito o filme levou-os a interes-

sarem-se não apenas pela figura, mas também pelo que se

tinha passado e por aquilo que tinham sido os 48 anos de

ditadura. Assim, isto acabou por ser um exercício de cidadania

para os estudantes. E foi também um exercício de memória,

o que me parece tão importante quanto é certo que hoje há

uma conspiração latente contra a memória... Não se fala do

passado, não se conhece o passado recente, nomeadamente

as novas gerações, e, obviamente, quando isso sucede não há

possibilidade de ter uma ideia prospectiva, de pensar o futuro.

E, nessa matéria, foi muito importante para os estudantes.

E em termos pedagógicos?

Foi importante, também, porque os alunos desenvolveram

um conjunto de tarefas no plano técnico que lhes permitiu

apurar competências já adquiridas, mas ainda não devida-

mente testadas. Nós tivemos, no dia das comemorações,

muitos estudantes a filmar, a captar som – já não falo dos

estudantes da ESMAE, que estavam nos concertos e executa-

ram aquelas obras todas… E isso fez com que eles tivessem

esse contacto com o trabalho no terreno, o que, do ponto de

vista pedagógico, é muito interessante.

Um filme, dois protagonistas

O General sem Medo e a Cidade Insubmissa

A convite do Governo Civil do Porto, no âmbito das comemorações dos 50 anos do comício do general Humberto Delgado no Porto, a 14 de Maio de 1958, Jorge Campos realizou o documentário “O Meu Coração Ficará no Porto”. O filme contou com a colaboração de professores e alunos do Politécnico do Porto e da sua Escola ESMAE.IPP.

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E houve uma outra dimensão, relacionada ainda com o carác-

ter pedagógico: este documentário foi feito justamente do

modo como não deve fazer-se um documentário. Ou seja, o

documentário exige um olhar singular sobre um determinado

acontecimento, e o simples facto de termos várias equipas de

estudantes com câmaras a filmar, desde logo, deixava supor

que iriam existir diversos olhares sobre aquilo que estava a

acontecer. E todos eles olhavam de um modo muito diferente.

Em termos de trabalho de campo, o que é que

os alunos fizeram?

Os alunos do IPP fizeram captação de imagem e de som e

os alunos da ESMAE executaram as músicas mais variadas.

Depois, colaboraram muito em pesquisa na internet sobre o

general Delgado. Era muito engraçado, porque, volta e meia,

vinham ter comigo e diziam “descobri mais isto”, “encon-

trei estas imagens”, “tenho uma literatura que ainda não

tínhamos”… Portanto, houve um envolvimento que os levou

a interessarem-se pela figura do general. Tiveram ainda a

possibilidade, posteriormente, de discutir o trabalho feito e de

seguir com regularidade o trabalho de edição e de monta-

gem, para perceberem como é que as partes encaixavam de

modo a construir a história. Entre alunos, professores e técni-

cos, no IPP tivemos, seguramente, 30 a 35 pessoas envolvidas

só na parte da imagem e do som. Com os alunos de música

da ESMAE foram muitos mais.

Com tanta gente envolvida, qual foi exactamente

o seu papel?

Para além da coordenação da equipa que fez o documentá-

rio, o meu papel foi um pouco tentar fazer um documentário

a partir de um conjunto de imagens e sons – aos quais eu

chamaria desperdícios, considerando aquilo que são os proce-

dimentos habituais quando se faz um documentário – e, em

função deles, procurar encontrar um dispositivo discursivo que

desse origem a uma narrativa. E foi isso, justamente, que eu

fiz – tentar organizar todo aquele material de forma a que as

coisas funcionassem.

Também beneficiámos de algumas imagens de arquivo cedidas

pela RTP, que foram muito importantes – foram apenas quatro

minutos, mas com a manipulação da imagem estenderam-se

a quase 12. Foi muito importante o arquivo fotográfico distrital

do Porto, porque algumas das fotografias eram, se não total-

mente desconhecidas, muito pouco conhecidas… E, também

aí, houve a possibilidade de fazer um outro exercício, que foi o

exercício da animação, em computador, das fotografias.

E que balanço pode fazer de todo este trabalho?

O resultado acabou por ser muito interessante. Primeiro,

porque toda a música do filme é música executada ao vivo

pelos estudantes da ESMAE. Nós aproveitámos toda a música

que foi tocada pelos alunos ao longo do dia nos diversos con-

certos, na rua e na estação de S. Bento, e a partir daí construí-

mos a banda sonora do filme.

Contámos também com o apoio da CP, que nos possibilitou

que filmássemos os comboios, o que para nós era fundamen-

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tal, pois foi de comboio que o general Humberto Delgado

chegou ao Porto. Por isso, este transporte tem uma carga

simbólica muito presente.

Fizemos, ainda, a recolha de meia dúzia de testemunhos.

Eu não gosto de recolher depoimentos de especialistas, pois

normalmente arruínam os documentários. Nem se fazem

documentários assim, só a televisão é que os faz, e não era o

que queríamos fazer. Nós queríamos fazer um trabalho dife-

rente. Apesar de tudo, ouvimos um especialista que foi muito

útil, que foi o professor Jorge Alves, e alguns protagonistas da

época, nomeadamente o Dr. Coelho dos Santos, que foi um

dos homens da campanha do Delgado aqui no Porto. Por-

tanto, pessoas que tiveram presença nesse acontecimento há

50 anos. São depoimentos muito mais interessantes, pois são

memórias vividas. Embora o depoimento do Jorge Alves fosse

muito interessante, porque ele é um conhecedor do Estado

Novo e estudou muito a questão do Delgado. Por isso, fazia

sentido, tanto mais que nós não quisemos utilizar um texto

off, que também é uma coisa com que não me dou muito

bem… Era preciso que houvesse uma componente informa-

tiva, mas eu não queria dá-la em texto off, e neste sentido

o Jorge Alves foi importante, porque permitiu contextualizar

aquilo que se passou.

E daqui obteve-se um resultado muito positivo…

Eu creio que esta foi uma experiência inédita em Portugal,

ainda não se tinha feito nada parecido. Não deixou de ser

uma experiência arriscada, mas acabou por ser gratificante.

De um modo geral, as pessoas gostaram do filme, ele foi bem

recebido, teve boas críticas. Depois houve a edição do DVD,

que foi muito importante – saíram 60 mil exemplares com o

Jornal de Notícias, que desapareceram logo. é, seguramente,

o DVD de documentário mais distribuído em Portugal.

A cidade do Porto tem uma tradição forte de estar na origem

das revoluções, e o que se passou a 14 de Maio de 1958 foi

um sinal disso...

Sim, aliás o filme é tanto sobre o general Humberto Delgado

como sobre o Porto. Digamos que o filme tem dois protago-

nistas, um é um general, o outro, a cidade insubmissa.

Acha que se perdeu, esse espírito?

Eu creio que nós hoje não temos a exacta consciência daquilo

que está a acontecer. E eu tenho a percepção de que há coisas

muito interessantes a passarem-se sem que delas haja conheci-

mento por parte do público, porque os media tradicionais não

se interessam por acontecimentos culturais. Há imensas coisas

a acontecer, há nichos que funcionam de uma forma muito

activa e interessante. Já no plano das políticas municipais para

a cultura, estamos perante uma posição que é, simplesmente,

fazer tábua rasa dessa matéria. Não há política municipal para

a cultura. Um teatro municipal, que deve ser uma montra

daquilo que é, no plano cultural, uma cidade europeia de

média dimensão, tem obrigação de marcar muitos pontos

nesse domínio, justamente para se diferenciar. é inacreditável

que aquilo seja entregue a um empresário teatral! Quando

assim é, e quando vamos constatando o tipo de iniciativas, do

plano dito cultural, que a câmara leva a cabo, percebemos que

é um deserto, que a cidade do Porto, do ponto de vista das

políticas municipais, não tem qualquer expressão.

A realização deste tipo de trabalhos, envolvendo os alunos, é

uma forma de fomentar o conhecimento da História recente?

Sim, eu acho que isso é fundamental. Aliás, nós, no último

ciclo do IRI (Imagens do Real Imaginado) tivemos um docu-

mentário extraordinário da Susana de Sousa Dias, chamado

“48” (porque foram 48 os anos de fascismo), que é a recu-

peração da memória da prisão de um conjunto de pessoas

que viveram nesse tempo. é um filme extraordinário que joga

apenas com as fotografias feitas pela PIDE aos presos, com

uma excelente montagem de uma banda sonora em que os

testemunhos funcionam de uma forma articulada de maneira

a produzir uma narrativa. é muito interessante verificar que os

estudantes reagiram de uma forma extremamente positiva ao

documentário. Estavam totalmente em branco, não imagi-

navam que nas cadeias da PIDE se passava aquilo que era

relatado. Nem imaginavam, sequer, que Portugal tinha sido

um país onde tudo aquilo existia.

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Guarda Nacional RepublicanaAtribuição da Medalha de Mérito Distrital O Governo Civil do Porto não poderia deixar de assinalar a passagem do centésimo aniversário da Guarda Repu-blicana do Porto, actual comando territorial do Porto. Nesse sentido, a governadora civil decidiu distinguir esta instituição com a Medalha de Mérito Distrital, galardão entregue ao comandante territorial, tenente-coronel Sá Guimarães, no decurso das cerimónias que tiveram lugar na cidade da Trofa. O Comando Territorial do Porto da GNR é descendente directo da guarda real da polícia do Porto, criada no princípio do século XIX pelo príncipe regente D. João, sob proposta do intendente-geral da polícia da corte e do reino, Pina Manique, seguindo o modelo da Gendar-merie francesa, que havia sido criada em 1791.O Convento das Carmelitas Descalças, vulgo Quartel do Carmo, cuja construção teve início a 5 de Maio de 1619, é, desde 1835, a sede desta força de segurança, cujas origens remontam à Guarda Municipal Portuense, que aí se aquartelou nesse ano. Em 12 de Outubro de 1910 foi criada a Guarda Republicana do Porto, substituindo a extinta Guarda Municipal Portuense. Em 2006, a GNR viu reforçadas as suas competências pela criação do

Corpo Nacional da Guarda Florestal. Já a 1 de Janeiro de 2009 foi criado o Comando Territorial do Porto da GNR.Destacando “o trabalho em prol das comunidades locais e os valorosos serviços prestados aos cidadãos do distrito do Porto nas áreas da segurança pública, protecção civil e defesa do ambiente”, Isabel Santos decidiu, assim, atribuir a Medalha de Mérito Distrital a esta centenária instituição.Ainda no âmbito das comemorações, o Governo Civil do Porto e a Faculdade de Direito da Universidade do Porto associaram-se àquela instituição para a realização do seminário “Violência Doméstica em Grupos Espe-cialmente Vulneráveis”, que teve lugar no Salão Nobre da Faculdade de Direito. Mais de duzentos participantes assistiram às intervenções de Celina Manita (Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto), Jorge Garcia Ibáñez (Universidade de Zaragoza), Miriam Pina (Facul-dade de Direito – Escola de Criminologia da Universi-dade do Porto), Manuel Albano (vice-presidente da CIG – Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género), coronel Albano Pereira (director de Investigação Criminal da GNR), entre outros oradores. O seminário contou ainda com a presença do ministro da Administração Interna, Rui Pereira, e da secretária de Estado para a Igualdade, Elza Pais.

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coNTraTo LocaL de seGuraNça do cerco avaNça No TerreNo e eNvoLve PoPuLação O Contrato Local de Segurança (CLS) do Cerco entrou numa

nova fase. Depois da celebração, em 2008, do contrato entre

o Governo Civil do Porto (GCP), a Câmara Municipal do Porto

(CMP) e a Polícia de Segurança Pública (PSP), e elaborado o

diagnóstico local, foram assinados, pela governadora civil do

Porto, Isabel Santos, dez protocolos de parceria entre o GCP e

várias entidades, a saber: Agrupamento Vertical de Escolas do

Cerco do Porto, projecto “Pular a Cerca”, Run Porto – Organi-

zação de Eventos Desportivos, CIG – Comissão Para a Cidada-

nia e Igualdade, CPCJ – Comissão de Protecção de Crianças e

Jovens (Porto Oriental), Q.P.I. – Qualificar para Incluir, IPSS,

Arrimo – Organização Cooperativa para o Desenvolvimento

Social e Comunitário, Mundo a Sorrir, ONG, Fundação Vítor

Baía e Federação das Associações Juvenis do Distrito do Porto.

Privilegiando uma actividade de policiamento de proximi-

dade, este projecto procura igualmente elevar o nível de

confiança da população e, através de acções direccionadas

para as camadas jovens, reduzir comportamentos anti-sociais

e contribuir para o desenvolvimento social da comunidade.

Uma das iniciativas previstas teve lugar no dia 1 de Outubro,

com a colaboração da CMP, da Cruz Vermelha Portuguesa

– Delegação Porto, da PSP (equipa cinotécnica), da Obra Dio-

cesana de Promoção Social e da SONAE. O Largo dos Afectos –

entretanto requalificado no âmbito do CLS –, em pleno Bairro

do Cerco, foi o palco para diversas iniciativas comemorativas

do Dia Mundial do Idoso. O programa contou a actuação de

dois coros e um racho, um lanche, demonstração da equipa

cinotécnica da PSP e outras actividades.

A 13 de Outubro, a Fundação Vítor Baía e a Sociedade de

Transportes Colectivos do Porto proporcionaram a cerca de

duas dezenas de jovens de escolas do Cerco a visita à exposi-

ção “O Corpo Humano” patente no edifício da Alfândega do

Porto. A visita à exposição contou com a presença do próprio

Vítor Baía e da governadora civil do Porto.

No âmbito das iniciativas de Natal, foi inaugurada a ilumina-

ção de um cedro centenário no centro do bairro e realizado

um espectáculo designado “Show de Talentos”, no qual parti-

ciparam algumas dezenas de jovens do Cerco.

aGeNTe da PsP HomeNaGeado PeLa FauPA direcção da Associação de Estudantes da Faculdade de

Arquitectura da Universidade do Porto (AEFAUP) decidiu

atribuir o título de sócio-honorário ao agente Álvaro Pinto, da

12ª Esquadra da PSP/Porto, pelo contributo que tem vindo a

dar à segurança daquele estabelecimento. A governadora civil

do Porto foi convidada pela AEFAUP para fazer o elogio deste

homenageado.

Isabel Santos salientou o papel desempenhado em diferentes

áreas pelo policiamento de proximidade e a forma como

“este programa e os agentes que lhe dão corpo, com o seu

empenho e entrega, conseguiram granjear não só o reco-

nhecimento, mas também a amizade da comunidade que ao

longo dos anos têm servido de forma dedicada”.

Nesta cerimónia foi também conferido o título de sócio-hono-

rário ao professor-arquitecto António Madureira.

+ PRÓXIMO DO CIDADãO

PORTO UM DISTRITO SEGURO

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CIVICA | Liberdade e Segurança - Porto, um Distrito seguro e acolhedor!

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iNauGurada esquadra da PsP Na aFuradaRui Pereira, ministro da Administração Interna, inaugurou a

nova esquadra da PSP na Afurada. As instalações ocupam o

antigo Posto de Pescado, cuja recuperação representou um

investimento de 285 mil euros.

Durante a cerimónia, o presidente da Câmara Municipal de

Vila Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes, considerou “exemplar”

o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela equipa

do Ministério da Administração Interna (MAI), tendo ainda

solicitado financiamento para a construção das esquadras de

Canidelo e Valadares. “Sempre considerámos exemplar esta

equipa ministerial. O MAI, de há anos a esta parte, está em

boas mãos”, afirmou o autarca.

Rui Pereira, por seu turno, destacou o investimento que está

a ser feito na melhoria das condições de trabalho da PSP e

GNR, com a construção de “instalações modernas, funcionais

e dignas”, e a aquisição de novas armas e viaturas. O gover-

nante garantiu, ainda, que o MAI vai dar continuidade à estra-

tégia de reforço dos meios de segurança, apesar das dificul-

dades provocadas pela crise económica. “é indispensável não

haver cessação do nosso esforço na aposta em dispositivos

humanos e materiais das forças de segurança”, afirmou.

A cerimónia de inauguração da Esquadra da Afurada contou

também com a presença do director nacional adjunto da PSP,

Francisco Santos, do comandante distrital do Porto da PSP,

Pinto Vieira, da governadora civil do Porto, Isabel Santos, e

do vice-presidente da Câmara de Gaia, Marco António Costa.

Relembre-se que, durante o ano de 2010, foram ainda inau-

guradas, na Área Metropolitana do Porto, as esquadras da

PSP de V. N. Gaia, Foz do Douro, Bom Pastor e Viso (Porto).

coNFerêNcia iNTerNacioNaL «Forças de seGuraNça: quaLidade e exceLêNcia»O Governo Civil do Porto organizou, pela primeira vez, a

conferência internacional “Forças de Segurança: Qualidade e

Excelência”, com vista ao debate da certificação da qualidade

das forças de segurança do Distrito do Porto. Este seminário

ibérico, realizado no Auditório da Biblioteca Almeida Garrett,

no Porto, resultou de uma colaboração entre o Comando

Distrital do Porto da Polícia de Segurança Pública e o Governo

Civil do Porto.

O objectivo da iniciativa passou por, através da recolha e

partilha de conhecimentos entre responsáveis do Comando

Distrital da PSP e do Comando Territorial da Guarda Nacional

Republicana e elementos das forças de segurança de Espanha

(Guarda Civil de Madrid e Moços de Esquadra de Barcelona),

contribuir para o lançamento do processo de Certificação de

Qualidade da actividade desenvolvida pelas nossas forças de

segurança no distrito.

O seminário contou com a presença do ministro da Admi-

nistração Interna, Rui Pereira, do director nacional da PSP,

super-intendente Oliveira Pinto, e do comandante-geral da

GNR, tenente-general Nelson dos Santos. A governadora civil

do Porto, Isabel Santos, encerrou os trabalhos.

Page 12: Revista Cívica #2

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Janeiro 2011

secreTário de esTado da ProTecção civiL No PorToO secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco,

esteve no Porto e em Baltar, onde promoveu reuniões com

os comandantes operacionais das associações de Bombeiros

Voluntários do distrito, os oficiais de ligação do Comando

Distrital de Operações e Socorro e ainda os militares do Grupo

de Intervenção e Socorro da GNR, localizado no heliporto de

Baltar-Paredes.

As reuniões visaram proceder in loco à avaliação da resposta

e dos resultados atingidos pelo dispositivo operacional distri-

tal de combate a fogos florestais durante a fase Charlie.

De acordo com a governadora civil do Porto, “apesar da

eficácia do dispositivo distrital e da aptidão dos agentes de

protecção civil, o distrito do Porto continua a manter níveis

excessivos de ignições, mesmo tendo em conta que 40% do

território do distrito é ocupado por floresta”, deixando um

apelo ao empenhamento da população “na defesa de um

património que é de todos”.

ProGrama «viaGem seGura»A governadora civil do Porto, Isabel Santos, esteve presente no

lançamento da iniciativa “Viagem Segura”, resultante de uma

parceria com a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto

(STCP) e a Polícia de Segurança Pública (PSP). Esta acção

tem como objectivo a adopção, pelos utentes dos transportes

públicos, de comportamentos preventivos no âmbito da segu-

rança, de forma a tornar as deslocações ainda mais seguras

e tranquilas. Durante a campanha, que se realiza a bordo

dos autocarros e eléctricos da STCP, serão realizadas algumas

recomendações, por parte de agentes da PSP, como: evitar

mostrar elevadas quantias de dinheiro em público; segurar

bem a mala à frente do corpo; levar a carteira em bolsos do

casaco ou das calças e nunca em mochilas; ter cuidado com

abordagens insistentes ou que apelem à comoção, evitar

distracções e ter atenção ao que se passa ao seu redor.

GoverNo civiL e voLuNTários do «LimPar PorTuGaL» Promovem acçõesRespondendo ao apelo do núcleo distrital do Porto do

movimento “Limpar Portugal”, o Governo Civil do Porto,

o Comando Distrital de Operações e Socorro, os serviços

de Protecção Civil e corporações de bombeiros de diversos

municípios deram as mãos numa campanha de limpeza de

caminhos e espaços florestais.

No âmbito desta parceria tiveram já lugar três acções – em

Santo Tirso, Gondomar e Valongo – envolvendo dezenas de

voluntários, que contribuíram com o seu empenho para a

limpeza de caminhos e corta-fogos. Novas acções encontram-

se programadas para os meses de Janeiro a Março, incluindo

iniciativas de reflorestação.

Page 13: Revista Cívica #2

CIVICA | Liberdade e Segurança - Porto, um Distrito seguro e acolhedor!

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camPaNHas de seNsibiLização Para a seGuraNça rodoviáriaO Governo Civil do Porto tem participado e promovido, nos

últimos meses, várias campanhas de sensibilização para a

segurança rodoviária. Em meados de Outubro foi apresentada

uma iniciativa desenvolvida em parceria com a Fundacion

MAPFRE. Carros destruídos em acidentes de viação, cadeiras

de rodas e diverso material hospitalar destinado a vítimas

de acidentes rodoviários integravam uma instalação artística

que pretendia despertar os cidadãos para os resultados da

irresponsabilidade ao volante. De acordo com a governadora

civil, Isabel Santos, esta foi “uma campanha que, provocando

o choque, fez parar para pensar na necessidade de ter cuidado

na estrada”.

No início de Setembro, a Marginal de Matosinhos foi o cená-

rio escolhido para uma outra acção. Um conjunto de simu-

ladores foi instalado na marginal, integrando o road-show

da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP). Com recurso

a tecnologia para a transmissão, de forma interactiva, de

conteúdos teóricos e práticos de forte componente técnica e

pedagógica, foram realizadas várias acções, como a simula-

ção do ambiente rodoviário, de capotamento ou de embate.

“O excesso de velocidade é recorrente em Portugal. O facto de

os condutores não saberem adequar o seu comportamento,

a sua velocidade, às situações de trânsito é uma preocupação

das nossas entidades”, referiu Rosa Pita, vice-presidente da

PRP. Isabel Santos participou, também, num dos simuladores

e salientou que “o combate à sinistralidade é uma tarefa de

todos nós”.

Já em Agosto, mês de viagem para milhares de Portugueses,

o Governo Civil, em colaboração com a PSP e a GNR, desenvol-

veu uma outra campanha, com vista à prevenção de acidentes

rodoviários durante o período de férias.

comemorações do 143.º aNiversário do comaNdo meTroPoLiTaNo da PsP do PorToAs comemorações do 143.º aniversário do Comando Metropo-

litano da PSP do Porto decorreram na freguesia da Afurada,

em Vila Nova de Gaia. A cerimónia, presidida pelo ministro da

Administração Interna, Rui Pereira, contou com a participação

de centenas de populares, que assistiram às demonstrações

policiais e às intervenções das entidades presentes. Estiveram

presentes a governadora civil do Porto, o vice-presidente da

Câmara Municipal de Gaia, o director nacional da PSP, entre

outras entidades civis, militares, judiciais e religiosas.

Page 14: Revista Cívica #2

14

Janeiro 2011

dia iNTerNacioNaL da Pessoa com deFiciêNcia

Tendo em vista assinalar a passagem desta efeméride,

o Governo Civil do Porto promoveu diversas acções.

aPreseNTado o Prémio de mériTo disTriTaL de boas PráTicas Na área da iNcLusão de Pessoas com deFiciêNcia e/ou iNcaPacidadeNum roteiro que pretendeu “chamar a atenção para bons

exemplos de empresas e instituições que integram nos seus

quadros pessoas com deficiência”, o qual incluiu a visita às

empresas Filinto Mota e Nucleocar e às instituições Espaço T

e Fundação Padre Luís, a governadora civil do Porto apresen-

tou o Prémio de Mérito Distrital de Boas Práticas na Área da

Inclusão de Pessoas com Deficiência e/ou Incapacidade. Esta

distinção será atribuída, pela primeira vez, em 2011, sendo

condição básica para participar a integração, no próximo ano,

de um trabalhador com deficiência com contrato sem termo.

“é um prémio simbólico que visa conferir uma marca de dis-

tinção, reconhecendo boas práticas”, salientou Isabel Santos.

criaNças e JoveNs deFicieNTes ParTiciPam em desFiLe de modaO Centro Comercial Dolce Vita Porto foi o espaço escolhido

para uma passagem de modelos de roupa de criança que

contou com a participação de mais de 30 crianças do projecto

Caerus do Marco de Canaveses. Esta iniciativa teve o apoio do

Dolce Vita Porto, da Câmara Municipal do Marco de Canave-

ses, da Best Models, da Central Models, do Estrela e Vigorosa

Sport e do Porto Canal. Os meninos e as meninas partilharam

a passerelle com manequins profissionais e algumas figuras

públicas, como Afonso Vilela (actor), Marisa, Daniel e Susana

Jordão (modelos), tendo sido aplaudidas por Helton e Álvaro

Pereira, jogadores do FC Porto. O desfile foi apresentado por

Pedro Carvalho da Silva (jornalista do Porto Canal) e Sónia

Mendes. O DJ Isidro Lisboa, animador da Rádio Nova, foi o

responsável pela banda sonora de uma tarde de muita alegria

e colorido emprestado pelos jovens participantes e pelos

formandos na área da animação cultural do IEFP.

iNauGurada casa dos viziNHosA governadora Civil do Porto associou-se à inauguração da pri-

meira Casa dos Vizinhos do Porto, um projecto do Movimento

Comunidades de Vizinhança (MCV). Situada na Rua de Costa

Cabral, em instalações cedidas pela Fundação Filos, a Casa dos

PORTO UM DISTRITO INCLUSIVO

Page 15: Revista Cívica #2

CIVICA | Liberdade e Segurança - Porto, um Distrito seguro e acolhedor!

15

Vizinhos pretende ser uma casa-âncora do MCV em cada rua

ou conjunto de ruas próximas umas das outras, servindo de

espaço para convívio, encontro, actividades de lazer, formação

e cultura a todas as pessoas, mas de forma especial a quem

se sentir em situação de abandono, isolamento e solidão e

deseje fazer a “experiência da convivência” como forma de

realização pessoal. Adoptará na sua estruturação a forma de

centro comunitário aberto a uma convivência inter-geracional

que, na medida do possível, recrie o conceito casa. O espaço

será, assim, aberto a todas as pessoas que desejem conviver,

valorizar-se, interessar-se pela sua rua, podendo receber ou dar

o que, em cada momento e em cada situação pessoal, poder

ser partilhado em benefício das pessoas dessa rua.

iNiciaTiva «PorTo de abriGo»Mais de trezentos cidadãos sem-abrigo marcaram presença

no jantar que marcou o final da iniciativa “Porto de Abrigo”,

promovida pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional

(IEFP), pelo Governo Civil do Porto e pela Universidade do

Porto. O jantar decorreu na Faculdade de Engenharia (FEUP),

onde os alunos do IEFP prepararam e serviram a refeição, ani-

mada por algumas actuações, como as do Grupo de Fados da

FEUP, da equipa de humoristas do programa “Bolhão Rouge”

ou do Rancho Folclórico de Esposende. Num momento de con-

vívio e particular alegria para estes cidadãos, marcaram ainda

presença diversos convidados, entre eles o bispo do Porto,

D. Manuel Clemente, o padre José Maia, Sónia Araújo ou

Vítor Baía, bem como representantes das várias instituições

envolvidas. Inserido no âmbito do Ano Europeu do Combate à

Pobreza e à Exclusão Social, o “Porto de Abrigo” incluiu ainda

outras acções durante a tarde, no pavilhão gimnodesportivo

do Instituto Politécnico do Porto, com o objectivo de promo-

ver a inclusão e a reinserção destes cidadãos. Aqui, mais de

120 sem-abrigo começaram por fazer rastreios à diabetes e à

hipertensão, promovidos por duas das empresas que se asso-

ciaram ao evento. Seguiram depois para o cabeleireiro, para

a manicure e para a maquilhagem, trabalhos feitos por for-

mandos do IEFP. Depois, escolheram roupa – calças, camisola

e casaco, pijama e interiores – doada por outras empresas. A

Comissão de Honra da iniciativa contou com nomes como o

bispo do Porto, D. Manuel Clemente, o reitor da Universidade

do Porto, Marques dos Santos, o director regional do IEFP,

Manuel Ramos, Fernanda Menezes, presidente da STCP, Rosa

Carvalho, jornalista da Porto Canal, a comendadora Rosa Tei-

xeira (Rosa do Aleixo), padres José Maia, Lino Maia e Jardim

Moreira, Vítor Baía e os presidentes das Câmaras Municipais

de Amarante, Felgueiras, Gondomar, Lousada, Maia, Marco de

Canaveses, Maatosinhos, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel,

Porto, Póvoa de Varzim, Santo Tirso, Trofa e Valongo

NaTaL soLidárioCumprindo aquela que é já uma tradição anual, a governa-

dora civil do Porto, Isabel Santos, visitou várias instituições

da cidade do Porto que se dedicam diariamente à prestação

de apoio aos mais necessitados. A oportunidade foi marcada

pela entrega à Associação dos Albergues Nocturnos do Porto,

Coração da Cidade e ao Centro Porta Amiga do Porto da Assis-

tência Médica Internacional (AMI) de bolos-rei para as ceias

de Natal de cidadãos carenciados.

Page 16: Revista Cívica #2

16

Janeiro 2011

oriGiNaL da «ribeira NeGra» de JúLio reseNde com iNsTaLação deFiNiTivaO painel “Ribeira Negra”, de Júlio Resende, tem finalmente um

espaço próprio, disponibilizado pelo Museu dos Transportes

e Comunicações, no edifício da Alfândega, no Porto. Isabel

Santos participou na cerimónia de inauguração oficial do

espaço, presidida pela ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas.

Mais de 25 anos após a sua realização, o estudo do painel,

com 40 metros de extensão e 3 de altura, fica agora disponí-

vel para ser apreciado na sua integralidade no “Espaço Ribeira

Negra”, em mais uma iniciativa inserida nas comemorações

dos 150 anos de existência do edifício da Alfândega.

GoverNadora civiL iNauGura iNsTaLações da associação emPresariaL de ParedesAs instalações da Associação Empresarial de Paredes (AEPa-

redes) foram inauguradas pela governadora civil do Porto.

Durante a sua intervenção, Isabel Santos salientou que “a

Associação Empresarial de Paredes tem tido um papel rele-

vante na representação e dinamização do tecido empresarial

deste concelho e, por via disso, do distrito do Porto, contri-

buindo para o desenvolvimento sustentado e para o cresci-

mento da actividade comercial e industrial”.

A AEParedes nasceu há 68 anos e começou por chamar-se

Grémio do Comércio de Paredes. Actualmente tem um uni-

verso de associados de cerca de 1.400 empresas, das quais 45

por cento pertencem ao sector industrial, com forte predomi-

nância na área do mobiliário. A associação já passou por vários

locais, tendo-se fixado nas novas instalações, sitas na Rua

Amália Rodrigues, que representaram um investimento de 200

mil euros, financiados a 50% pela Administração Central.

iNauGurado Novo esPaço da cHaNceLaria do coNsuLado--GeraL da rePúbLica de aNGoLa No PorToA governadora civil do Porto marcou presença na inauguração

das novas instalações da Chancelaria do Consulado Geral de

Angola no Porto. A cerimónia foi presidida pelo vice-ministro

angolano das Relações Exteriores para Administração e Orça-

mento, Carlos Alberto Bragança. O novo espaço, construído

de raiz e situado na Rua Dr. Carlos Cal Brandão, no Porto, vem

assim dar resposta àquilo que tem sido o acréscimo constante

de procura dos serviços consulares de Angola no Porto, não

só por parte de cidadãos angolanos mas também de portu-

gueses, reflectindo a importância das relações bilaterais entre

Portugal e Angola, bem como o incremento das relações

comerciais entre o Norte de Portugal e aquele país.

PORTO UM DISTRITO POSITIVO

Page 17: Revista Cívica #2

CIVICA | Liberdade e Segurança - Porto, um Distrito seguro e acolhedor!

17

disTriTo do PorTo comemora dia do armisTícioO distrito do Porto comemorou, a 11 de Novembro, o 92.º

aniversário do Dia do Armistício, numa cerimónia promovida

pelo Núcleo do Porto da Liga dos Combatentes, junto ao

Monumento aos Mortos da Grande Guerra – Praça Carlos

Alberto, no Porto –, que contou com a presença da governa-

dora civil do Porto. Isabel Santos depositou uma coroa junto

ao monumento, homenageando, assim, os soldados portu-

gueses mortos durante aquele conflito.

O Armistício de Compiègne foi um tratado assinado às 11

horas do dia 11 de Novembro de 1918 – a “undécima hora do

undécimo dia do undécimo mês” – entre os Aliados (Marechal

Ferdinand Foch) e a Alemanha (Matthias Erzberger), e marcou

o fim das hostilidades na Frente Ocidental e o fim simbólico

da Primeira Guerra Mundial.

Dos 21.227 homens que constituíram o Corpo Expedicionário

Português, 2.096 morreram, 5.224 ficaram feridos, 6.678

foram feitos prisioneiros e 7.279 foram afectados por outras

causas.

sisTema «coLoradd» Para daLTóNicos vai avaNçar Nos HosPiTais do serviço NacioNaL de saúdeOs serviços de urgência dos hospitais do SNS vão ver genera-

lizado, “ao longo de 2011”, o uso do sistema de identificação

de cores para daltónicos. O anúncio foi feito pelo secretário de

Estado Adjunto e da Saúde, no âmbito da conferência organi-

zada pelo Governo Civil do Porto sobre o “ColorAdd”. Manuel

Pizarro abriu o evento em que participaram o autor do

projecto, Miguel Neiva, e representantes de várias empresas.

O governante garantiu que “haverá uma atitude do Ministério

da Saúde no sentido de promover a adopção deste processo

em todos os hospitais em que temos triagem de Manches-

ter”, justificando que esta é uma iniciativa que “permite uma

sociedade mais inclusiva”.

A governadora civil do Porto destacou também a importância

de este projecto “ganhar asas e voar”, sendo “o primeiro nicho

os hospitais”, até porque “a saúde é um dos principais direitos

dos cidadãos”. A proliferação do “ColorAdd”, para Isabel

Santos, será “mais um factor de inclusão e permitirá o acesso

mais confortável a desse direito que é a saúde”. O “ColorAdd”

foi desenvolvido com base nas cores primárias e será utilizado

na triagem dos hospitais, que se baseia em códigos de cores

que, no novo sistema, estarão associadas a símbolos.

O Hospital de São João, no Porto, é o primeiro a aplicar este

sistema nas pulseiras de triagem de Manchester e na sinalé-

tica dos serviços de Urgência.

Page 18: Revista Cívica #2

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CIVICA | Liberdade e Segurança - Porto, um Distrito seguro e acolhedor!

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PROGRAMA COMéRCIO SEGuRO BAIXA DO PORTO

O Governo Civil e o Comando Metropolitano do Porto da PSP colocaram na rua o programa “Comércio Seguro”, que pretende trazer mais segurança aos comerciantes e aos consumidores. No âmbito deste projecto, duas pequenas viaturas eléctricas, tripuladas por agentes da PSP, patrulham a zona compreendida entre a Praça da Batalha e a Rua de Cedofeita. O perímetro de actuação dos pequenos veículos e das equipas de patrulhamento já no terreno inclui as ruas de Cedofeita, Carmo, Ceuta, Almada, 31 de Janeiro, Sá da Bandeira, Formosa, Santa Catarina e Passos Manuel e ainda a Avenida dos Aliados e a Praça da Batalha.A dimensão dos veículos e a possibilidade de os comer-ciantes contactarem, directamente, os agentes que os conduzem farão com que seja possível uma resposta mais célere a eventuais ocorrências. Para isso, foram distribuídos aos comerciantes e aos transeuntes desdobráveis explicando o funcionamento deste projecto, onde os primeiros terão ainda acesso ao número directo dos agentes destacados para este patrulhamento. A Associação dos Comerciantes do Porto apoia esta acção divulgando, junto dos comerciantes da Baixa, os seus mecanis-mos e objectivos.Na apresentação deste programa, a governadora civil do Porto, Isabel Santos,

destacou que “a criminalidade tem baixado” no Porto e esta acção permitirá aumentar, ainda mais, “a sentimento de segurança” de quem visita a Baixa ou trabalha nesta zona da cidade. “Entendemos que seria importante desenvolvermos uma parceria capaz de tornar a polícia mais próxima” dos comerciantes e dos transeuntes, explicou, acrescentando que “a segurança tem cada vez mais um valor económico – as pessoas vão aos locais onde se sentem seguras”. Por isso mesmo, este é também um projecto que pretende “estimular a vinda das pessoas à Baixa do Porto e pro-mover o comércio tradicional”, concluiu.Este programa de policiamento veio dar resposta a uma aspiração apresentada pela Associação dos Comer-ciantes do Porto à governadora civil, aquando da sua primeira visita à sede da associação.

NA NORuEGA VIATURAS ELéCTRICAS FORNECIDAS à PSP APRESENTADAS COMO EXEMPLO DE BOAS PRÁTICAS.

Os carros eléctricos que estão ao serviço da PSP do Porto no âmbito da campa-nha “Comércio Seguro”, na Baixa do Porto, são já notícia na Noruega. O site da Associação Norueguesa de Veículos Eléctricos fala na utilização destes veícu-los como um exemplo de boas práticas. Promovido pela PSP e pelo Governo

Civil do Porto, o programa “Comércio Seguro” está nas ruas da Baixa desde o dia 30 de Novembro e pretende trazer mais segurança aos comerciantes e aos consumidores. Este projecto prevê um policiamento mais próximo e, desta forma, uma actuação mais rápida da Polícia de Segurança Pública junto de quem necessitar de auxílio, graças à circulação de duas pequenas viaturas eléctricas, tripuladas por agentes da PSP, na zona compreendida entre a Praça da Batalha e a Rua de Cedofeita.

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Janeiro 2011

O distrito do Porto registou, este ano, uma

pequena diminuição quer do número de

incêndios florestais, quer da área total ardida

neste tipo de ocorrência. Conforme avançou o

comandante distrital de operações e socorro,

coronel Teixeira Leite, o total de área ardida

em 2010 cifrou-se nos 8.500 hectares, menos

15% relativamente a 2009.

Apesar da diminuição destes valores, o

comandante salientou que “foram dois anos

muito maus” no que respeita a incêndios

florestais, com mais de seis mil ocorrências

em cada um deles. Acresce a isto o facto de

grande parte destas se terem verificado num

período curto de tempo, entre 1 de Junho e

30 de Setembro – só nestes quatro meses,

em 2010, registaram-se 5.600 incêndios,

num total de 7.600 hectares ardidos. Esta

circunstância faz com que haja muitos fogos

em simultâneo num dia, o que “dificulta

muito o combate às chamas. Por várias vezes

tivemos mais de 150 incêndios num mesmo

dia, obrigando a uma dispersidade de meios

que complica muito o trabalho”, explica o

responsável.

É importante referir que as condições

meteorológicas que se verificaram neste

Verão foram das piores dos últimos 80 anos

no que respeita ao risco de incêndio, tendo

Agosto sido mesmo o pior – durante este

mês, só por quatro dias o distrito do Porto

não esteve em situação de alerta amarelo ou

superior.

Os números do distrito do Porto vêm

contrariar o que se verificou em grande parte

do território continental, que foi um grande

aumento tanto do número de ocorrências,

tanto da área ardida face a 2009. Para o

comandante distrital de operações e socorro,

no que toca ao Porto, e “considerando o

número de ignições e o factor meteorológico,

os resultados foram bons, ainda que não

estejamos satisfeitos”. “Apesar de tudo,

conseguimos cumprir bem e ainda

apoiámos o combate nos distritos de Viseu,

Viana, Braga e Vila Real”, acrescentou ainda.

Para o coronel Teixeira Leite, há uma

explicação para a diminuição de fogos e

área ardida no Porto neste ano, em oposição

aos outros distritos do País: “Temos uma

capacidade de mobilização que contribui

para que esta eficácia seja muito superior

à de outros distritos. A disciplina dos

bombeiros, o seu espírito de sacrifício e a

organização dos comandantes são factores

que fazem com que os resultados acabem por

ser mais favoráveis”.

Tendo em conta que 98 por cento dos

fogos deflagram por mão humana, seja por

negligência, seja com intenção criminosa,

o comandante destaca que “o problema

dos incêndios passa pelo comportamento

das pessoas, que não é um comportamento

seguro”. Por isso, defende que “tem de se

fazer um grande investimento quer na

prevenção, quer na repressão. Temos de fazer

chegar às pessoas a mensagem de que não

podem, de forma alguma, fazer fogo durante

o Verão. Se o fizerem, tem de haver medidas

repressivas, para que não o repitam”, reforça

ainda.

“Estamos a investir muito na sensibilização

pública, nas acções em escolas – de forma

coordenada, através da criação de clubes de

protecção civil –, identificando os riscos,

para que as pessoas possam tomar medidas

de protecção”, descreve, acrescentando que,

desenvolvendo acções nos estabelecimentos

de ensino, “não só estamos a contribuir para a

boa formação da criança, como ela vai acabar

por ser também um vector de sensibilização

dos pais”.

“Temos de eliminar os incêndios que

começam por negligência humana”, declara

o coronel Teixeira Leite, reiterando que a

prevenção é fundamental, mas reforçando

também que “a repressão tem de funcionar

de facto”.

Entrevista com Coronel José Teixeira Leite Comandante Distrital de Operações e Socorro

8.500 HecTares de área ardida No disTriTo do PorTo, meNos 15% do que em 2009 baLaNço de iNcêNdios FLoresTais em 2010

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CIVICA | Liberdade e Segurança - Porto, um Distrito seguro e acolhedor!

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Distrito do Porto evoca Dia da Memória com projecto inovadorO Governo Civil do Porto, a Direcção Regional de Educação do

Norte, 17 câmaras municipais do distrito, 18 agrupamentos

escolares, a PSP e a GNR (estas através do programa “Escola

Segura”) assinaram um protocolo que visa dotar um estabele-

cimento escolar, em cada um dos 18 concelhos, de uma escola

que integrará a Rede Distrital de Escolas de Referência para a

Educação Rodoviária.

Estas escolas estarão dotadas de um circuito rodoviário e de

uma sala de formação com meios audiovisuais que permi-

tirão promover acções continuadas, teóricas e práticas, de

educação rodoviária junto dos alunos, proporcionando-lhes

os conhecimentos e as competências necessárias a uma

adequada integração na circulação rodoviária. A parte

teórica será leccionada em sala. Já no circuito rodoviário, os

alunos terão a possibilidade de colocar em prática aquilo que

aprenderam. Ao volante de karts a pedal, viverão simulações

de situações de trânsito, obedecendo às regras e à sinalização

vertical disposta no circuito.

A cerimónia, que decorreu na EB 2/3 Passos José, em Guifões,

Matosinhos, contou com a presença do ministro da Admi-

nistração Interna, Rui Pereira, do secretário de Estado da

Protecção Civil, Vasco Franco, e do presidente da Autoridade

Nacional de Segurança Rodoviária, Pedro Marques.

“Quisemos trazer a este dia um sinal de ambição e um sinal

de esperança”, afirmou, na ocasião, a governadora civil.

Isabel Santos considerou que esta medida vem “dar resposta

a uma das muitas lacunas sentidas pelos professores e pelas

instituições envolvidas no programa “Escola Segura”, salien-

tando que, desta forma, “estamos a olhar para os futuros

condutores”. “Apesar da redução das mortes nas nossas

estradas, queremos melhorar mais, queremos estar entre os

países com os melhores resultados no que toca à sinistrali-

dade rodoviária”, apontou, destacando que este “é o início

de uma caminhada que queremos alargar” a uma escola

por agrupamento, mais do que a actual escola por concelho.

Durante o seu discurso, Isabel Santos exortou ainda os autar-

cas a avançarem, em 2011, com a elaboração dos seus planos

municipais de segurança rodoviária.

Esta primeira fase do projecto engloba os seguintes agrupa-

mentos escolares:

Agrup. Amadeu Sousa Cardoso – Amarante

Agrup. do Sudeste do Concelho de Baião

Agrup. Dr. Leonardo Coimbra – Lixa – Felgueiras

Agrup. Santa Bárbara – Fanzeres – Gondomar

Agrup. Lousada Oeste – Lousada

Agrup. Dr. Vieira de Carvalho – Maia

Agrup. Toutosa – Marco de Canaveses

Agrup. Irmãos Passos – Matosinhos

Agrup. Dr. Manuel Pinto de Vasconcelos – Paços de Ferreira

Agrup. Cristelo – Paredes

Agrup. Penafiel Sul – Penafiel

Agrup. Dr. Leonardo Coimbra, Filho – Porto

Agrupamento A-Ver-o-Mar – Póvoa de Varzim

Agrupamento Santo Tirso – Santo Tirso

Agrupamento Coronado e Covelas – Trofa

Agrupamento D. António Ferreira Gomes – Valongo

Agrupamento Maria Pais Ribeiro – Vila do Conde

Agrupamento de Escolas de Santa Marinha

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Janeiro 2011

Rota do Românico do Vale do Sousa

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23

o que é a rota do românico?

A Rota do Românico assume-se, essen-

cialmente, como um projecto de desen-

volvimento regional, assente na defesa e

na valorização do riquíssimo património

histórico-cultural de matriz românica

do Vale do Sousa e, mais recentemente,

de toda a região do Tâmega.

Estruturada para ser um projecto de

cariz supramunicipal, integrando ini-

cialmente seis municípios do Vale do

Sousa e alargada, há cerca de meio ano,

aos restantes seis da Comunidade Inter-

municipal do Tâmega e Sousa, a Rota

do Românico definiu, desde sempre,

como objectivo o desenvolvimento da

região onde está implantada, através

do fomento da competitividade, da

coesão e da identidade territoriais, da

qualificação dos recursos humanos e,

claro, da valorização económica de um

conjunto de recursos endógenos distin-

tivos: o denso e rico património, quer

edificado quer intangível, desta região.

A Rota do Românico está desenhada

ao longo de dois percursos que levam os

visitantes à descoberta de 21 elementos

patrimoniais, como mosteiros, igrejas,

memoriais, pontes e torres, edificados

entre os séculos XI e XIV. Uma visita

ao românico significa não só o con-

tacto com a história e com a arte, mas

também um convite a vivenciar a região

como um todo, usufruindo do contacto

com a natureza e da singularidade das

tradições e das gentes da região.

como surgiu a ideia da sua criação?

A Rota do Românico é um projecto

já com 12 anos, embora formalmente

conhecido desde 2008. A ideia começou

a germinar em 1998, quando a Valsousa

– Associação de Municípios do Vale do

Sousa, a antiga DGEMN – Direcção-

Geral dos Edifícios e Monumentos

Nacionais e o ex-Ippar – Instituto

Português do Património Arquitec-

tónico, entre outras entidades, deram

início a um processo de colaboração

que viria a culminar na sua criação.

Foram seleccionados 21 monumentos

dos seis municípios que compunham

a Valsousa e, em 2003, no âmbito dos

financiamentos proporcionados pela

Acção Integrada de Base Territorial

– Vale Sousa, deu-se início ao desen-

volvimento concreto deste projecto

através das acções de restauro, conser-

vação e valorização dos monumentos

previamente seleccionados.

A apresentação pública da Rota do

Românico aconteceu a 18 de Abril de

2008 e, desde essa data, o projecto

tem vindo a expandir-se em diversas

vertentes.

Nos trilhos da história e da arteA Rota do Românico do Vale do Sousa integra 12 municípios do Vale do Sousa e da Comunidade Intermunicipal

do Tâmega e Sousa e oferece dois percursos que levam os visitantes à descoberta de 21 elementos patrimoniais

edificados entre os séculos XI e XIV.

Rosário Correia Machado, directora do projecto, explica-o em pormenor à “Cívica”.

Page 24: Revista Cívica #2

24

Janeiro 2011

de que forma contribuiu a existência de uma associação de

municípios para a consolidação do projecto?

A Rota do Românico é um projecto nascido no seio da Valsousa,

que tem cumprido a figura de entidade gestora. A esta e, con-

sequentemente, à Rota do Românico, estão umbilicalmente

ligados os seis municípios do Vale do Sousa – Castelo de Paiva,

Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel –, cujos

sucessivos executivos têm manifestado publicamente o grande

orgulho na rota, reconhecendo a importância que a mesma tem

exercido na promoção e no desenvolvimento da região.

É este trabalho em rede que tem pautado o sucesso do projecto.

Referimo-nos não só à Valsousa e aos seis municípios, mas também

ao trabalho articulado de muitas instituições nacionais, regio-

nais e locais, como o Turismo de Portugal, a Direcção Regional

de Cultura do Norte, a CCDRN – Comissão de Coordenação

e Desenvolvimento Regional do Norte, a Diocese do Porto, a

Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, a

Ader-Sousa – Associação de Desenvolvimento Rural das Terras

de Sousa e muitas outras instituições, empresas e agentes de

cariz público, cooperativo e privado. De particular importância

na génese e no desenvolvimento da rota foram as acções e as

responsabilidades assumidas por algumas entidades entretanto

extintas: a DGEMN, o Ippar, a Adeturn – Associação para o

Desenvolvimento do Turismo na Região do Norte e o Gabinete

de Apoio Técnico do Vale do Sousa.

qual o envolvimento financeiro e quais as fontes de

financiamento?

A Rota do Românico é um projecto de cariz essencialmente

público e, nesse sentido, a sua acção tem dependido dos pro-

gramas de financiamento nacionais e europeus, bem como das

verbas dos seis municípios que compõem a Valsousa.

O volume de investimento da Rota do Românico, que compre-

ende as componentes infra-estrutural e imaterial, ultrapassou já

os oito milhões de euros. Grande parte desse valor resultou de

candidaturas aprovadas a fundos europeus, mas há que destacar

também o envolvimento e a importância das comparticipações

de outras entidades como a DGEMN, a CCDRN, o Turismo de

Portugal e, claro, dos municípios do Vale do Sousa.

No entanto, a rota tem procurado atenuar a sua dependência

dos financiamentos públicos, mediante a obtenção de receitas

próprias resultantes da comercialização dos seus materiais

promocionais, e estão também previstas, a breve prazo, outras

receitas decorrentes da prestação de vários serviços, nomeada-

mente ao nível da animação turística e cultural.

que avaliação faz da actual situação do projecto?

O ano de 2010 tem sido memorável para a Rota do Românico. A

rota deu mais um passo importante no seu percurso e podemos

dizer que cresceu, literalmente, com o alargamento aos restantes

seis municípios da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e

Sousa: Amarante, Baião, Celorico de Basto, Cinfães, Marco de

Canaveses e Resende.

Este foi também o ano de reconhecimento da qualidade do

trabalho desenvolvido ao longo destes 12 anos em benefício

do património, da cultura, do turismo e, essencialmente, do

desenvolvimento sustentado do Vale do Sousa. Das distinções

obtidas merecem destaque o Prémio Turismo de Portugal 2009,

na categoria “Requalificação de Projecto Público”, o XXXV Troféu

Internacional de Turismo, Hotelaria e Gastronomia, o Prémio

Novo Norte, na categoria “Norte Civitas” e, mais recentemente,

a Medalha de Mérito Turístico, atribuída pelo Governo.

Recentemente vimos ser aprovada uma candidatura, no âmbito

do Provere – Programa de Valorização Económica dos Recursos

Endógenos, que vai permitir-nos dar continuidade ao trabalho

em prol da conservação e da requalificação do património his-

tórico e cultural, e também cimentar outras componentes do

projecto. Uma das apostas está ligada ao reforço da vertente

Page 25: Revista Cívica #2

CIVICA | Liberdade e Segurança - Porto, um Distrito seguro e acolhedor!

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turística e cultural, com a apresentação de um calendário

anual de eventos e de sugestivos programas de visitas dirigidos

ao mercado nacional e internacional. Aliás, a adesão da rota à

Transromânica, a maior rede de locais e itinerários românicos

da Europa, é demonstrativa da nossa aposta no trabalho em

parceria e na internacionalização do projecto.

O lançamento do Projecto Pedagógico, de um centro de estu-

dos, de um plano de formação, do sistema de monitorização

e certificação dos produtos e serviços associados à Rota do

Românico constituem igualmente importantes acções já

equacionadas. Por outro lado, continuará a merecer especial

cuidado a melhoria das condições de acessibilidade e mobilidade

de todos os cidadãos aos monumentos da Rota do Românico,

dando sequência ao Plano de Promoção da Acessibilidade que

tem vindo a ser desenvolvido.

como avalia a iniciativa no que se refere ao reforço da

identidade cultural das populações envolvidas, e que

impacto pode ter no turismo cultural do distrito?

A Rota do Românico só faz sentido se for fruída pela comuni-

dade local, pelos visitantes e pelos turistas. Nesse sentido, tem

sido feito um enorme trabalho de divulgação e promoção do

projecto, sendo nossa pretensão afirmar a rota como um produto

turístico-cultural capaz de posicionar o Vale do Sousa, e agora

também o Tâmega, como um destino de referência do Românico.

Este objectivo é indissociável de outros que têm pautado a

actuação da Rota do Românico, nomeadamente a melhoria da

qualidade ambiental e da reestruturação física do território,

impulsionando o seu correcto reordenamento; o planeamento

turístico dos recursos, das infra-estruturas de suporte e das

facilidades de apoio turísticas; o desenvolvimento de uma nova

fileira produtiva, associada ao turismo e com forte potencial

de dinamização de actividades associadas, passível de com-

pensar a tradicional dependência industrial desta região; a

dinamização de cursos e acções de formação que contribuam

para a reciclagem, qualificação e formação dos profissionais do

turismo e de actividades associadas que facilitem o aumento

da empregabilidade qualificada e, claro, a melhoria da imagem

interna e externa do Vale do Sousa.

Este projecto não tem a pretensão de resolver todos os proble-

mas estruturais da região, mas pode dar um forte contributo

nesse sentido. A crescente procura turística, bem como o papel

mobilizador e activo que a rota tem vindo a desempenhar na

dinâmica socioeconómica da região, provam que esta poderá

contribuir claramente, a diversos níveis, para o desenvolvimento

da região.

Rota do Românico do Vale do Sousa

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Janeiro 2011

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