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C NT REVISTA COMBUSTÍVEL DO BEM MAIS ECONÔMICO E MENOS POLUENTE, GÁS NATURAL GANHA ESPAÇO NO BRASIL COMBUSTÍVEL DO BEM MAIS ECONÔMICO E MENOS POLUENTE, GÁS NATURAL GANHA ESPAÇO NO BRASIL ÓRGÃO INFORMATIVO CNT - SEST/SENAT | ANO X | NÚMERO 108 | AGOSTO 2004 ÓRGÃO INFORMATIVO CNT - SEST/SENAT | ANO X | NÚMERO 108 | AGOSTO 2004

Revista CNT Transporte Atual - AGO/2004

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A CNT está atenta para evitar que a CIDE tenha um destino semelhante ao da CPMF.

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Page 1: Revista CNT Transporte Atual - AGO/2004

CNTREVIS

TA

COMBUSTÍVELDOBEMMAIS ECONÔMICO E MENOS POLUENTE,GÁS NATURAL GANHA ESPAÇO NO BRASIL

COMBUSTÍVELDOBEMMAIS ECONÔMICO E MENOS POLUENTE,GÁS NATURAL GANHA ESPAÇO NO BRASIL

ÓRGÃO INFORMATIVO CNT - SEST/SENAT | ANO X | NÚMERO 108 | AGOSTO 2004ÓRGÃO INFORMATIVO CNT - SEST/SENAT | ANO X | NÚMERO 108 | AGOSTO 2004

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AGOSTO 2004 CNTREVISTA 3

CNTREVIS

TA

BALANÇO DE ACIDENTES 14

TURISMO FERROVIÁRIO 22

ENTREVISTA 28

PROJETO PPP 32

O AVANÇO DA BRA 49

INCLUSÃO AMAZÔNICA 53

MAIS TRANSPORTE 56

SEST/SENAT NA BR-459 58

IDET 60

REDE TRANSPORTE 63

ARTIGO TÉCNICO 67

OPINIÃO 69

HUMOR 7044

A ntes restrito a pequenas experiên-cias, o gás natural veicular (GNV)popularizou-se entre taxistas e par-

ticulares que usam muito o carro. O pró-ximo passo é chegar aos ônibusUM NOVO TAXISTA

Essencial ao transporteurbano, o táxi começa a seprofissionalizar como nuncaantes visto. Os motoristastêm hoje cursos de con-dução e aulas de línguas

VETO À RETOMADAO setor aquaviário sofreuuma derrota com a eliminação de 14 artigosda MP 177, assinada pelopresidente Lula

ANO X | NÚMERO 108 | AGOSTO 2004

CAPA PAULO FONSECA

38

PESQUISA RODOVIÁRIAA CNT conclui em julho a9ª edição da maior radiografia das rodoviasbrasileiras, avaliando 77 mil km da malhaasfaltada do país

10

REPORTAGEM DE CAPA

O GÁS PROMETE

16

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4 CNTREVISTA JUNHO 2004

PRESIDENTEClésio Andrade

PRESIDENTE DE HONRAThiers Fattori Costa

VICE-PRESIDENTESSEÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesSEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorSEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Benedicto Dario FerrazSEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES EVICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO

SEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Otávio Vieira da Cunha Filhoe Ilso Pedro MentaSEÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio Benatti e Antônio Pereira de SiqueiraSEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca Lopes e Mariano CostaSEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Renato Cézar Ferreira BittencourtCláudio Roberto Fernandes DecourtSEÇÃO DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Bernardo José Figueiredo Gonçalves de Oliveirae Clóvis MunizSEÇÃO DO TRANSPORTE AÉREO

Wolner José Pereira de Aguiar

FALE COM A CNTSetor de Autarquias Sul, quadra 6, bloco J • Brasília (DF) • CEP 70070-916 • Telefone: (61) 315 7000Na Internet: www.cnt.org.br • E-mails: [email protected][email protected]

CONSELHO FISCALWaldemar Araújo, David Lopes de Oliveira, Braz Paulo Salles,Éder Dal’Lago, René Adão Alves Pinto, Getúlio Vargas de MouraBraatz, Robert Cyrill Higgin e Luiz Maldonado Marthos

DIRETORIASEÇÃO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Denisar de Almeida Arneiro, Eduardo Ferreira Rebuzzi, FranciscoPelucio, Irani Bertolini, Jésu Ignácio de Araújo, Jorge Marques Trilha,Oswaldo Dias de Castro, Romeu Natal Pazan, Romeu NerciLuft, Tânia Drumond, Augusto Dalçoquio Neto, Valmor Weiss,Paulo Vicente Caleffi e José Hélio Fernandes

SEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Aylmer Chieppe, Alfredo José Bezerra Leite, Narciso Gonçalves dosSantos, José Augusto Pinheiro, Marcus Vinícius Gravina, OscarConte, Tarcísio Schettino Ribeiro, Marco Antônio Gulin, EudoLaranjeiras Costa, Antônio Carlos Melgaço Knitell, Abrão AbdoIzacc, João de Campos Palma, Francisco Saldanha Bezerra eJerson Antonio Picoli

SEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa, José Alexandrino Ferreira Neto, JoséPercides Rodrigues, Luiz Maldonado Marthos, Sandoval Geraldinodos Santos, José Veronez, Waldemar Stimamilio, André Luiz Costa,Armando Brocco, Heraldo Gomes Andrade, Claudinei NatalPelegrini, Getúlio Vargas de Moura Braatz, Celso Fernandes Netoe Neirman Moreira da Silva

SEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Luiz Rebelo Neto, Moacyr Bonelli, Alcy Hagge Cavalcante,Carlos Affonso Cerveira, Marcelino José Lobato Nascimento,Maurício Möckel Paschoal, Milton Ferreira Tito, Silvio VascoCampos Jorge, Cláudio Martins Marote, Jorge Leônidas Pinho,Ronaldo Mattos de Oliveira Lima, Glen Gordon Findlay e Bruno Bastos

CONSELHO EDITORIAL Bernardino Rios Pim, Etevaldo Dias, Hélcio Zolini, Jorge Canela,Lucimar Coutinho, Maria Tereza Pantoja e Sidney Batalha

REDAÇÃOEDITORES-EXECUTIVOS

Ricardo Ballarine e Antonio Seara (Arte)REPÓRTER

Eulene HemétrioCOLABORADORES DESTA EDIÇÃO

Cláudio Antonio, Rodrigo Rievers, Wagner Seixas (reportagem), João Sampaio (edição), Soraia Piva (arte) e Duke (ilustração)DIAGRAMAÇÃO E PAGINAÇÃO

Antonio Dias e Wanderson Fernando DiasFOTOGRAFIA

Paulo Fonseca e Futura PressINFOGRAFIA

Agência Graffo • www.graffo.inf.brPRODUÇÃO

Rafael Melgaço Alvim • [email protected] CarvalhoENDEREÇO

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de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053,

editada sob responsabilidade da AC&S Comunicação.

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem

necessariamente a opinião da Revista CNT

IMPRESSÃO Esdeva - Juiz de Fora (MG)TIRAGEM DESTA EDIÇÃO 40 mil exemplares

CNT Confederação Nacional do Transporte

Revista CNT

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AGOSTO 2004 CNTREVISTA 5

Todo o go ver no tem a obri ga ção de cum -prir ri go ro sa men te a lei e os con tra tospor ele fir ma dos. Esse é um prin cí piode mo crá ti co e bá si co para que qual -quer go ver no al can ce a cre di bi li da de e

a res pei ta bi li da de de seus ci da dãos, de ou tras na -ções e, prin ci pal men te, de in ves ti do res na cio nais ees tran gei ros. Quan do o in ves ti dor tem dú vi das so -bre o res guar do dos seus di rei tos, ou não in ves te ouco bra caro pelo ris co do in ves ti men to. E, as sim,per dem-se boas opor tu ni da des de cap ta ção de re -cur sos para ge rar o de sen vol vi men to do país.

Di zer que a au to ri da de pú bli ca tem de cum prira lei pa re ce algo ób vio, afi nal, as leis exis tem parase rem cum pri das. Mas nem sem pre é as sim. Namaio ria das ve zes a ini cia ti va pela que bra de con -tra tos nos ser vi ços pú bli cos par te de quem de ve riacum pri-los exem plar men te: o go ver no.

A emen da cons ti tu cio nal que criou a Cide es ta -be le ce que os va lo res re co lhi dos de vem ser in ves ti -dos em in fra-es tru tu ra e meio am bien te. Não dei xamar gem a ou tras in ter pre ta ções. Mas o go ver nousou – e ain da usa – vá rios re cur sos e dri bles na lei,dis tor cen do o seu cum pri men to. A Cide é uma con -tri bui ção pe sa da que o ci da dão paga so bre cada li -tro de ga so li na, con fian do que o go ver no está apli -can do os re cur sos aten den do a lei.

Já fo ram ar re ca da dos cer ca de R$ 18 bi -lhões des de a cria ção da con tri bui ção, em2001. Des se to tal, ape nas 30% fo ram apli ca -dos, e 70% co bri ram des de amor ti za ção da dí -vi da pú bli ca até o pa ga men to de in de ni za çõestra ba lhis tas da Rede Fer ro viá ria Fe de ral.

A CNT teve de re cor rer ao Tri bu nal Su pe rior Fe -de ral para exi gir que o go ver no cum pris se o ób vio,isto é, que os re cur sos ar re ca da dos da Cide fos semapli ca dos em in fra-es tru tu ra e meio am bien te. O

TSF pron ta men te aca tou a nos sa jus ta de man da,in di can do que os re cur sos só de vem ser apli ca dosno seu des ti no cons ti tu cio nal.

Nem as sim a lei está sen do cum pri da à ris ca.O gros so dos re cur sos ar re ca da dos ain da ador -me ce nos co fres pú bli cos para ge rar su pe rá vit fis -cal. As li be ra ções anun cia das com gran de pu bli -ci da de pelo go ver no são ape nas par ce las do to talar re ca da do. Não cor res pon dem nem à me ta dedo to tal que de ve ria es tar sen do apli ca do em in -fra-es tru tu ra há três anos.

A CNT está aten ta para evi tar que a Cide te nhaum des ti no se me lhan te ao da CPMF, cria da a par -tir de uma luta pes soal do en tão mi nis tro da Saú deAdib Ja te ne e des ti na da ape nas à saú de e à se gu -ri da de. Hoje, a CPMF é ape nas mais um tri bu to. Eo sis te ma de saú de con ti nua so fren do com a suacrô ni ca fal ta de re cur sos.

Não va mos dei xar que o mes mo acon te ça coma Cide. Se re mos in can sá veis na luta para a sua jus -ta apli ca ção nos sis te mas viá rio e por tuá rio, dra ma -ti ca men te ca ren tes de in ves ti men tos. Es ta mos emcam pa nha per ma nen te em sua de fe sa: no Ju di ciá -rio, no Con gres so e nas ro do vias. Cen te nas de pai -néis es pa lha dos por ro do vias fe de rais lem bram:“Sem ro do vias o Bra sil não che ga lá”. Tra ta-se deuma cam pa nha que tem re ce bi do am plo apoio daso cie da de. A CNT vem re ce ben do apoio de en ti da -des não-go ver na men tais, de pa ren tes de ví ti masdas más con di ções das ro do vias e dos usuá rios deestradas. O tema pas sou a ser tra ta do pela mí dia,em de ba tes no Le gis la ti vo, nas es fe ras fe de ral, es -ta dual e mu ni ci pal. A acei ta ção des sa ban dei ramos tra que es ta mos cer tos em usar de todo nos sopo der de mo bi li za ção para exi gir a apli ca ção dos re -cur sos da Cide. E essa não é uma luta do trans por -ta dor. É uma luta pelo Bra sil.

“A CNT ESTÁ ATEN TA PARAEVI TAR QUE ACIDE TE NHAUM DES TI NOSE ME LHAN TE AO DA CPMF”

CNT será incansável na lutapela justa aplicação da Cide

EDITORIAL

CLÉSIO ANDRADEPRESIDENTE DA CNT

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CIDE 1Gos ta ria de res sal tar o caos e

o pro ble ma cru cial em que seen con tra a in fra-es tru tu ra, comoro do vias, avia ção, fer ro vias, hi -dro vias e por tos. En fim, é la men -tá vel este dra ma no país. O des -ca so do go ver no e a fal ta de in -ves ti men to nes tes seg men tos éver go nho so, pois sen do de vi talim por tân cia e a lo co mo ti va pro -pul so ra do es coa men to da pro -du ção tan to in ter na e ex ter na -men te de ve ria re ce ber maisaten ção. Li e gos tei da en tre vis tado pre si den te da CNT, Clé sio An -dra de, pu bli ca da na Re vis taCNT, es pe cial abril/maio 2004,vin cu la da aos trans por tes. Suasidéias coin ci dem com as mi -nhas. Eu con si de ro uma ver go -nha na cio nal como vem sen dotra ta do um se tor es tra té gi cocomo este, do trans por te em ge -ral. To dos nós so fre mos com odes ca so das au to ri da des e dogo ver no, que se diz com pe ten tee não se faz e não toma as de vi -das pro vi dên cias, pois to dossaem per den do com isso; é umcaso de ur gên cia, como se fos seum pa cien te em emer gên cia,uma UTI. Sem es for ços de am -bas as par tes, não po de re mosal can çar algo al me ja do. Fe liz -men te o trans por te é o car ro-che fe da pro du ção e sem isso opaís pára. As idéias ex pos taspelo pre si den te des ta en ti da desão cla ras e ob je ti vas. Por tan to,as ro do vias en con tram-se numaope ra ção tapa-bu ra co, en fim,como to dos sa bem, to das es sas

dis pa ri da des afe tam o cres ci -men to eco nô mi co, au men ta ocus to e a com pe ti ti vi da de. In fe -liz men te este é o re tra to e rea li -da de em que se en con tra e quetraz da nos ir re ver sí veis ao país.

Mar ce lo Evan ge lis ta Sou zaE-mail

CIDE 2Len do a re por ta gem “MP en -

tra na Luta pela Cide”, da Re vis -ta CNT nú me ro 107, não pudedei xar de con cor dar com o tra -ba lho que vem sen do fei to pelopro cu ra dor da Re pú bli ca Lau roPin to Car do so Neto, que, se gun -do a pró pria re por ta gem con ta,abriu um in qué ri to ci vil pú bli copara apu rar o que vem sen do fei -to com os re cur sos da Cide (Con -tri bui ção de In ter ven ção no Do -mí nio Eco nô mi co). Como re pre -sen tan te co mer cial, sou for ça doa usar es tra das que cor tam todoo país e, la men ta vel men te, o queve mos é que a gran de maio riade las ne ces si ta com ur gên cia dein ter ven ções para se tor na remtran si tá veis mi ni ma men te. Se osre cur sos da Cide fos sem apli ca -dos como de ter mi na a lei, ouseja, nas es tra das, aju da ria emmui to a re cu pe rar as con di çõesde trá fe go de nos sas ro do vias.

RELEVÂNCIAAgra de ce mos o en vio da Re -

vis ta CNT, nú me ro 106, de ju -nho de 2004, uma im por tan tepu bli ca ção. Pa ra be ni za mos pelaex ce len te qua li da de dos ar ti gos

e re por ta gens ali con ti dos, quesão de ex tre ma va lia para os tra -ba lhos rea li za dos pelo De par ta -men to de Cons tru ção Ci vil eTrans por tes do Cen tro de Tec no -lo gia da Uni ver si da de Fe de ral deAla goas.

Edi nal do Mar quesUfal (Uni ver si da de Fe de ralde Ala goas)

TRANS POR TE CO LE TI VOPa ra béns pela re por ta gem so -

bre o sis te ma de trans por te ur -ba no pu bli ca da na edi ção 107da Re vis ta CNT. Mos tra, comcla re za e ob je ti vi da de, a im por -tân cia que tem para a po pu la çãoo se tor de trans por te ur ba no. Fi -ca mos fe li zes em sa ber que me -lho rias vêm sen do es tu da das eapli ca das em ci da des bra si lei -ras, vi san do o me lhor aten di -men to ao ci da dão que usa otrans por te co le ti vo. Como umde les, tor ço para que to das es -sas me di das ve nham tra du zir-seem mais con for to e res pei to parato dos.

Lu cia no Me dei rosSal va dor (BA)

CAR TAS PARA ESTA SE ÇÃO

Rua Tenente Brito Melo, 1.341 - Conjunto 201Belo Ho ri zon te, Mi nas Ge raisCep: 30.180-070Fax: (31) 3291-1288E-mail: doleitor@re vis tacnt.com.br

As car tas de vem con ter nome com ple to, en de re çoe te le fo ne. Por mo ti vo de es pa ço, as men sa gensse rão se le cio na das e po de rão so frer cor tes

“FI CA MOSFE LI ZES EMSA BER QUEME LHO RIASVÊM SEN DOES TU DA DASE APLI CA DASNO BRASIL,VI SAN DOATENDERME LHOR AOCI DA DÃOQUE USA OTRANS POR TECO LE TI VO”

DO LEITORdoleitor@re vis tacnt.com.br

AGOSTO 2004 CNTREVISTA 7

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AGOSTO 2004 CNTREVISTA 9

O buraco na economia

ALEXANDRE GARCIA

OPINIÃO

Q uan to cus ta para a eco no miabra si lei ra os ca mi nhos mal as -fal ta dos, cha ma dos im pro pria -men te de ro do vias? Quan to cus -

ta de per das em car gas pe re cí veis, de te -rio ra das pelo tem po des per di ça do e pelotrans por te sa co le jan te? Quan to cus ta ades trui ção dos veí cu los? Quan to mon tamos pre juí zos com car gas rou ba das? Pior éum cus to im pos sí vel de cal cu lar: o de vi -das per di das. O pro fes sor Pa nitz, da PUC-RGS, cal cu la em 80 mil por ano, con si de -ran do es tra das mu ni ci pais, es ta duais, fe -de rais e vias ur ba nas, en tre mor tos nahora e até 90 dias dos “aci den tes”. Isso dámé dia de 219 mor tos por dia no as fal tobra si lei ro. A guer ra no Ira que é fi chi nha,per to da ma tan ça ro do viá ria bra si lei ra.Você dirá que es tou me re fe rin do a cus tosna eco no mia, não em vi das. Mas as vi dassão o pri mei ro fa tor da eco no mia.

Quan to cus ta a fal ta de fer ro vias, numpaís com di men sões con ti nen tais? Quan tocus ta ter que trans por tar a con ta-go tas, deca mi nhão, em vez de um trans por te ma ci -ço, por trem? Quan to cus ta a des pe samaior de trans por te; a so bre car ga das ro -do vias; o con ges tio na men to das es tra das;a bai xa pro du ti vi da de do es coa men to; ocus to adi cio nal de nos sas ex por ta ções?Quan to cus ta não apro vei tar nos sas hi dro -vias? Quan to cus ta já não ter mos na ve ga -ção de ca bo ta gem? Quan to pe sam so bre aeco no mia bra si lei ra nos sos por tos maisca ros, mais ler dos?

E há ou tros cus tos. As ba lan ças ine xis -tem. Car gas pe sa das po dem aju dar aafun dar o as fal to frá gil. Mas as pla cas es -tão nas es tra das fe de rais: “Ba lan ça à di -

rei ta. Pe sa gem obri ga tó ria”. Quem acre -di tar, na bo léia de uma car re ta de 40 to -ne la das, freia, en tra à di rei ta e fica es pe -ran do a pe sa gem que não exis te, por quea ba lan ça está aban do na da. E vai serpre ci so gas tar com bus tí vel para ga nharde novo a ve lo ci da de de cru zei ro na es -tra da, além do tem po per di do. Se ria bemfá cil pôr um pano ta pan do a pla ca, aomes mo tem po em que ta pam a ver go nha.Mas não há ver go nha. O des res pei to temtrân si to li vre no as fal to bra si lei ro. Des res -pei to a quem paga im pos tos para cir cu -lar, a quem des via 40% do que pro duz sópara sus ten tar go ver nos, sem ter ser vi çospú bli cos cor res pon den tes ao ta ma nhãoda car ga fis cal.

Cada bu ra co é um ates ta do de des res -pei to no as fal to bra si lei ro. Cada bu ra co es -con de a cara anô ni ma do exér ci to de in ca -pa zes de ad mi nis trar a ma lha ro do viá ria,que se cons ti tui no sis te ma de ar té rias,veias e ca pi la res que faz ba ter o co ra ção daeco no mia bra si lei ra. Não im por ta se é aBR-101, que acom pa nha o nos so li to ral deTou ros, no Rio Gran de do Nor te, a Osó rio,no Rio Gran de do Sul, ou se é a BR-153,que cor ta o in te rior do Bra sil, de Nor te aSul. Se não está pri va ti za da, vira ca mi nhoqua se in tran si tá vel. Até as es tra das de tu -ris mo são as sim. Você vai por uma via pri -va ti za da para a re gião dos La gos, no Rio deJa nei ro, e a es tra da está per fei ta: pis ta, te -le fo nes, so cor ro, si nais. Pega o aces so dees tra da es ta dual de 60 qui lô me tros paraOuro Pre to, Mi nas Ge rais, e é uma su ces -são de bu ra cos a es pan tar o tu ris ta. Não hádi nhei ro? E a Cide? Pois se per de mui to di -nhei ro fin gin do que não tem.

“CADA BURACOESCONDE A CARAANÔNIMA DOEXÉRCITO DEINCAPAZES DEADMINISTRARA MALHARODOVIÁRIA”

Page 10: Revista CNT Transporte Atual - AGO/2004

CNT PREPARA A PESQUISA RODOVIÁRIA 2004,QUE IRÁ MOSTRAR AS CONDIÇÕES DE 77 MIL

QUILÔMETROS DA MALHA BRASILEIRAPOR JOÃO SAMPAIO

AVALIAÇÃO

MODAL RODOVIÁRIO

CNT PREPARA A PESQUISA RODOVIÁRIA 2004,QUE IRÁ MOSTRAR AS CONDIÇÕES DE 77 MIL

QUILÔMETROS DA MALHA BRASILEIRA

RAIO-XCOMPLETORAIO-XCOMPLETO

Page 11: Revista CNT Transporte Atual - AGO/2004

AGOSTO 2004 CNTREVISTA 11

A CNT pre pa ra o maior le van ta men toso bre as con di ções das ro do viasna cio nais já rea li za do no país. A 9ªedi ção da Pes qui sa Ro do viá ria já

está em fase de ta bu la ção dos da dos co le ta -dos en tre os dias 28 de ju nho e 28 de ju lhoe deve ser di vul ga da em ou tu bro . O tra ba lhofoi con du zi do por 14 equi pes, cada uma for -ma da por duas pes soas, que par ti ram de di -ver sas ca pi tais para pesquisar aproximada-mente 77 mil qui lô me tros de es tra das fed-erais e estaduais. Em re la ção à edi ção de2003, fo ram acres cen ta dos 20 mil qui lô me -tros ao to tal pes qui sa do. Res ta es pe rar se ore sul ta do irá apon tar ín di ces tão desfa-voráveis como no ano passado, quando82,7% da extensão avaliado foram classifica-dos como deficiente, ruim ou péssima emrelação ao estado geral de conservação.

A in ten ção da Pes qui sa Ro do viá ria 2004 éapre sen tar uma ra dio gra fia ain da mais com ple tados cor re do res ro do viá rios bra si lei ros, ao avaliartodos os Estados e o Distrito Federal. Foi manti-da no es tu do des te ano a avaliação das ro do viascon ces sio na das, que te rão sua clas si fi ca ção aofi nal do tra ba lho de sis te ma ti za ção dos da dos.

Em re la ção ao mé to do de ava lia ção da Pes -qui sa Ro do viá ria, não hou ve mu dan ça nes teano. Como em 2003, as equi pes saem a cam -po e co le tam in for ma ções de acor do com ame to do lo gia in di ca da para os pes qui sa do res.São ava lia dos itens como pa vi men to, si na li za -ção e geo me tria de toda a ex ten são das viaspes qui sa das. Além dis so, as equi pes ava liam ain fra-es tru tu ra de apoio, o que in clui pos tos depo lí cia, pe dá gios, ba lan ças e con tro la do res deve lo ci da de. Es ses pon tos es pe cí fi cos da pes -qui sa são georre fe ren cia dos, e a co le ta é fei tacom o uso de GPS, um sis te ma ele trô ni co depo si ção glo bal por sa té li te.

A ava lia ção é fei ta em tre chos de 10 km dasrodovias pe las equi pes, for ma das por um mo to -ris ta e um pes qui sa dor. De pois da co le ta de da -dos, é fei ta a aná li se es ta tís ti ca, a aná li se téc ni ca

PAULO

FONSECA

Page 12: Revista CNT Transporte Atual - AGO/2004

12 CNTREVISTA AGOSTO 2004

ITEM OBRIGATÓRIOPARA TODO O SETOR

A Pes qui sa Ro do viá riaCNT já se tor nouitem obri ga tó rio en tre

os em pre sá rios e tra ba lha -do res do se tor de trans por -tes e de ou tros seg men tosda eco no mia. O le van ta men -to é uma for ma de não ape -nas che car com pro vas o es -ta do da ma lha ro do viá ria,mas tam bém de acom pa -nhar e co brar do go ver no so -lu ções para o pro ble ma.

“É um tra ba lho de fun da -men tal im por tân cia e in di ca -dor con fiá vel para que o go -ver no pos sa ba li zar suasações e po lí ti cas de res tau ra -ção”, diz Sér gio Au gus to deAl mei da Bra ga, pre si den te daAbra ti (As so cia ção Bra si lei radas Em pre sas de Trans por tesTer res tres de Pas sa gei ros). Jáo go ver no tam bém apro va apes qui sa, que ser ve de guiapara mui tas de suas obras,se gun do o mi nis tro dos Trans -por tes, Al fre do Nas ci men to.“Sua im por tân cia é com pro -va da quan do com pa ra mosseus re sul ta dos com o Pro gra -ma de Res tau ra ção e Ma nu -ten ção de Ro do vias Fe de rais,que pre vê a res tau ra ção de7.000 km de es tra das.”

No ano em que a CNT lan -çou a cam pa nha pró-Cide,em que de fen de a apli ca çãodos re cur sos do im pos to con -for me de ter mi na a lei, a Pes -qui sa Ro do viá ria se tor na ins -tru men to es sen cial aos se to -res da ca deia pro du ti va. ParaAr man do Mon tei ro Neto, pre -si den te da CNI (Con fe de ra -ção Na cio nal da In dús tria), ole van ta men to as su me tal im -por tân cia ao apre sen tar re -sul ta dos “im par ciais e umaava lia ção acu ra da” da si tua -ção da ma lha viá ria. “A pes -qui sa cons ti tui-se, hoje, emfer ra men ta in dis pen sá velpara ba li zar a dis cus são so -bre po lí ti cas pú bli cas”, afir -ma Mon tei ro Neto.

Dis po ní vel para con sul tapú bli ca no site da CNT, o es -tu do é uma fer ra men ta in dis -pen sá vel para quem uti li za ases tra das na cio nais, seja a tra -ba lho ou a pas seio. “A Pes -qui sa Ro do viá ria é re fe rên ciaquan do o as sun to é con ser va -ção de es tra das. Os usuá riosob têm em nú me ros o quesen tem na prá ti ca, ou seja, asro do vias bra si lei ras es tão malcon ser va das”, diz José daFon se ca Lo pes, pre si den te da

Ab cam (As so cia ção Bra si lei rados Ca mi nho nei ros).

Para José Hé lio Fer nan -des, pre si den te da Fe na tac(Fe de ra ção In te res ta dual dasEm pre sas do Trans por te deCar gas), que reú ne fir mas doCen tro-Oes te, o le van ta men -to é um re tra to fiel das ro do -vias. “É im pres cin dí vel parao nos so se tor por que in di cade for ma pre ci sa os lo cais eos ti pos de pro ble mas exis -ten tes. É um tra ba lho de sen -vol vi do com se rie da de.”Com par ti lhan do a opi nião deFer nan des, o pre si den te daFe tra ba se (Fe de ra ção dasEm pre sas de Trans por te daBa hia e Ser gi pe), An to nioCar los Knit tel, co bra po si çãodo go ver no. “A pes qui sa éum for te in di ca dor para que

nos sas au to ri da des to memcons ciên cia de que a pu jan -ça de nos sos cam pos bemcomo toda a nos sa pro du çãoin dus trial e a cir cu la ção depes soas so fre ram res tri çõespela fa lên cia da ma lha ro do -viá ria em nos so país.”

Ape sar da cri se ro do viá -ria, o se tor apon ta o fu tu rocom cer ta es pe ran ça. “Es -pe ra mos que essa novaamos tra gem pro vo que rea -ções mais prag má ti cas dasau to ri da des no sen ti do dere ver ter esse ce ná rio, prin -ci pal men te, usan do os re -cur sos da Cide”, diz Pau loCa lef fi, pre si den te da Fe -tran sul (Fe de ra ção das Em -pre sas de Trans por tes deCar ga no Es ta do do RioGran de do Sul).

PERIGO Condições das estradas prejudicam o campo

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AGOSTO 2004 CNTREVISTA 13

UM TRIO DE DAR MEDO

O cu par por anos se gui dos o ran -king de pior li ga ção do país pa -re ce ser a sina de pelo me nos

três li ga ções ro do viá rias. É o que acon -te ce com os tre chos Te re si na (PI)-Bar -rei ras (BA), Sal va dor (BA)-Pau lo Afon so(BA) e Po ços de Cal das (MG)-Lo re na(SP), que, al ter na da men te, apa re ce nosúl ti mos lu ga res da Pes qui sa Ro do viá riades de seu iní cio, em 1995.

No le van ta men to do ano pas sa do, otre cho Po ços de Cal das-Lo re na foi o piordo ran king na cio nal e fi cou na úl ti mapo si ção en tre 109 li ga ções ana li sa das.Em se gui da, vie ram Sal va dor-Pau loAfon so (108ª) e Te re si na-Bar rei ras(107º). No ano an te rior, em 2002, eraexa ta men te essa úl ti ma a pior li ga çãoen tre as 75 ana li sa das em todo o país,en quan to na pe núl ti ma po si ção fi gu ra vaSal va dor-Pau lo Afon so e, em an te pe núl -

ti mo, o tre cho Po ços de Cal das-Lo re na.O mo to ris ta Os mar Dias da Ro cha,

da Via ção Re gio nal, que faz o tre choPau lo Afon so-Sal va dor, con ta que a es -tra da tem pio ra do se gui da men te nos úl -ti mos anos e que “dá medo de tra fe garpor ela”. O tre cho está todo to ma do porbu ra cos. “Os mo to ris tas têm medo deusar essa ro do via. Além do aces so ruim,acon te cem as sal tos cons tan te men te.”Ro cha con ta que as sal tan tes têm apro -vei ta do a pre ca rie da de do tre cho, quan -do os mo to ris tas são obri ga dos a tran si -ta rem em bai xa ve lo ci da de, para agi rem.

Ra mi ro Cha vas co Fer rei ra, di re tor daAl ca ce, em pre sa trans por ta do ra da re -gião de Po ços de Cal das, diz que o tre -cho que liga a ci da de mi nei ra à Lo re name re ce a po si ção que vem ocu pan donos úl ti mos anos. “O es ta do des sa ro do -via é ver go nho so”, diz.

das in for ma ções e ge ra do um re la tó rio ge ral,para ser en tão pu bli ca do e di vul ga do.

Para se ter uma idéia da di men são que terá aPes qui sa Ro do viá ria em sua edi ção 2004, queco bri rá toda a ma lha as fal ta da federal pavimen-tada do país pela pri mei ra vez, bas ta vol tar a1995, quan do o es tu do foi iniciado e ava liou 14mil qui lô me tros de li ga ções pa vi men ta das.

Con cluí do o tra ba lho de co le ta dos da dose, de pois, sua sis te ma ti za ção, o pró xi mo pas -so é a am pla di vul ga ção dos re sul ta dos daPes qui sa Ro do viá ria 2004. Além de dis po ni -bi li za da no site da CNT (www.cnt.org.br), ore la tó rio com ple to se gue para a Pre si dên ciada Re pú bli ca, Mi nis té rio dos Trans por tes,ANTT (Agên cia Na cio nal de Trans por te Ter -res tre), Dnit (De par ta men to Na cio nal de In -fra-es tru tu ra de Trans por tes), se cre ta rias es -ta duais de trans por tes de todo o país, nú -cleos de pes qui sa em trans por tes, uni ver si -da des e bi blio te cas, além dos prin ci pais veí -cu los de co mu ni ca ção.

Tra ba lho úni co em todo o país, a Pes qui saRo do viá ria re for ça o com pro mis so da CNTcom o trans por ta dor ao em pre gar es for ço fun -da men tal para ana li sar e bus car so lu ções parao mo dal res pon sá vel por cerca de 62% de todaa car ga trans por ta da no país. l

PELA PESQUISARODOVIÁRIA,SÃO AVALIADOSITENS COMOPAVIMENTO,SINALIZAÇÃO EGEOMETRIA DASRODOVIAS

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14 CNTREVISTA AGOSTO 2004

O ano de 2004 já está nareta fi nal e o que seper ce be é que pou cose fez para me lho rar as

con di ções das es tra das em todo opaís. En quan to o go ver no faz decon ta que não vê o caos que sepas sa na maio ria das ro do vias fe -de rais, o Bra sil vai acu mu lan dopre juí zos, an dan do “com o freiode mão” pu xa do.

Os da dos mais re cen tes daPo lí cia Ro do viá ria Fe de ral sãoape nas do pri mei ro tri mes tredes te ano, mas dá para ter a no -ção cer ta de que nos sas es tra dases tão cada dia pio res. O nú me rode aci den tes por de fei to na vianos três pri mei ros me ses do anocres ceu 11,4%, de acor do com aPRF, em re la ção ao mes mo pe -río do de 2003. No en tan to, quan -do ana li sa dos se pa ra da men te osda dos de Es ta dos que têm nases tra das o prin ci pal ca mi nhopara es coa men to da pro du ção epre ci sam do trans por te ro do viá -rio, o re sul ta do as sus ta.

No Es ta do de São Pau lo, o nú -me ro de aci den tes no pri mei ro tri -mes tre cres ceu 28%. Em Goiás, oau men to foi de 54% e, em MatoGros so,16%. O maior au men tode ocor rên cias por de fei tos nases tra das ocor reu na Ba hia. Nopri mei ro tri mes tre des te ano, fo -ram re gis tra dos 84% mais aci -den tes em ter ri tó rio baia no doque o mes mo pe río do de 2003.

Em Mi nas Ge rais, que tem amaior ma lha ro do viá ria do país, onú me ro de aci den tes se man te vees tá vel, com acréscimo de 1,1ponto percentual, mas con ti nua li -

TRAGÉDIAINCESSANTEFALTA DE INVESTIMENTO PROVOCA ALTA NOSACIDENTES E PREJUÍZOS DE ATÉ R$ 100 MI

POR EULENE HEMÉTRIO E RAFAEL GOMES

SEM PREVISÃO A BR-452 está em condições sofríveis, e o Dnit não planeja obras

INFRA-ESTRUTURA

MODAL RODOVIÁRIO

MANOEL SERAFIM

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de ran do a pes qui sa da PRF emnú me ros ab so lu tos. Fo ram 334aci den tes por de fei to da via nospri mei ros três me ses, qua se o do -bro do se gun do lu gar, São Pau lo,com 171 ocor rên cias.

De acor do com Jesu Ig ná cio deAraú jo, pre si den te da Fet cemg(Fe de ra ção das Em pre sas deTrans por te de Car ga do Es ta do deMi nas Ge rais), com o es ta do pre -cá rio das es tra das, o cus to dotrans por te está cada vez mais alto.“Atual men te, se le var mos em con -si de ra ção o au men to do con su mode com bus tí vel, o des gas te do veí -cu lo e a pro du ti vi da de, o cus to é30% a 35% maior em es tra das deMi nas, Goiás e Mato Gros so”, afir -ma. Se gun do es ti ma ti va da Fet -cemg, os pre juí zos dos trans por ta -do res mi nei ros com os de fei tosdas es tra das gi ram em tor no deR$ 100 mi lhões por mês.

En quan to os em pre sá rios etra ba lha do res au tô no mos fa zemas con tas na má qui na de cal cu lardos pre juí zos, ou tras pes soascho ram a mor te de pa ren tes eami gos cau sa das pelo des ca sodas au to ri da des. É o caso da co -mu ni da de de Mo rei ras, dis tri to deCa ran daí, na Zona da Mata deMi nas Ge rais. No dia 6 de ju lho, oôni bus que trans por ta va tra ba lha -do res e es tu dan tes dia ria men tefoi atin gi do na tra sei ra por umacar re ta. Três pes soas mor re ram.

O mo ti vo do aci den te: fal ta deacos ta men to na BR-040, que ligaBelo Ho ri zon te ao Rio de Ja nei ro.“Para pe gar a es tra da que dáaces so a Mo rei ras e ou tras duasco mu ni da des, os veí cu los têm que

pa rar em uma das fai xas de ro la -men to. Foi o que eu fiz, mas in fe -liz men te o mo to ris ta da car re ta nãome viu”, diz o mo to ris ta do ôni bus,Ita mar Rob son de Araú jo.

O pre fei to de Ca ran daí, Moa cirTos tes, afir ma que já ha via fei to ope di do ao Dnit para a cons tru çãode um tre vo ou, pelo me nos, deum acos ta men to. “Em 2002, ostéc ni cos do Dnit vie ram aqui, masdis se ram que não ti nham re cur sospara fa zer a obra”, re ve la. Nes seano, a Cide ar re ca dou R$ 7,241bi lhões. Des se to tal, fo ram apro vei -ta dos R$ 5,6 bi lhões, dei xan douma per da de 23%, se gun do aRe cei ta Fe de ral, cu jos da dos es tãono link es pe cial so bre a Cide na

pá gi na da CNT na In ter net(www.cnt.org.br).

Tos tes con fir ma que fun cio ná -rios do ór gão fe de ral es ti ve ram nolo cal após o aci den te para ava liaro que se pode fa zer de for ma pa -lia ti va. Araú jo de sa ba fa: “Só nes -te ano fo ram uns dez aci den tesno mes mo lo cal pelo mes mo mo -ti vo. In fe liz men te, só de pois quemor re gen te é que se toma al gu -ma pro vi dên cia”.

Para o Dnit, o aci den te em Ca -ran daí foi cau sa do por im pru dên -cia do mo to ris ta da car re ta. O ór -gão afir ma tam bém que exis te umpro je to para um tre vo de aces so nolo cal, mas não há pre vi são do iní -cio das obras. l

A situação de uma estra-da brasileira é tãoprecária que tornou-se

caso de Justiça. Em junhodeste ano, o Ministério PúblicoFederal de Uberlândia (MG)entrou com uma ação pedin-do a interdição de um trechode 90 km da BR-452, entre osmunicípios de Uberlândia eNova Ponte, no TriânguloMineiro. O motivo era onúmero de buracos e os pre-juízos causados aos veículosque trafegam ao local.

A juíza da 3ª Vara Federalde Uberlândia, Lana LígiaGalati, acatou os argumentosdo MPF e determinou a inter-dição do trecho, até que aestrada fosse consertada. “Ogoverno anuncia a liberaçãode recursos, mencionando,inclusive, os montantes desti-nados às operações emer-

genciais conhecidas por‘tapa-buracos’ e à recon-strução de rodovias. Noentanto, os recursos nãochegam ao seu destino”, afir-ma a juíza na sentença.

O Dnit recorreu da decisãoe conseguiu cassar a liminar,mas, até agora, nada fez paramelhorar a situação da BR-452. Enquanto isso, os prejuí-zos vão sendo contabilizados.De acordo com o Sindicatodas Empresas de Transportede Carga do Triângulo Mineiro(Settrim), o aumento do custodo setor de transporte com asituação da estrada gira entre22% e 27,5%. “Isso é o quese gasta fazendo o desvio indi-cado pela Polícia Rodoviáriacom a interdição. Mesmodepois da pista liberada pelaJustiça, os transportadores emotoristas preferem fazer o

desvio a enfrentar os buracosdaquela estrada”, diz Ari deSouza, presidente do Settrim.“Temos ainda trechos da BR-365 que estão intransitáveis.”

Não só os caminhões e osmotoristas sofrem com a situ-ação precária da BR-452.Postos de gasolina e restau-rantes que dependem doconsumo dos usuários daestrada estão fechando asportas porque não há movi-mento suficiente para cobriros custos. A solução pareceestar distante. O Dnit infor-mou que o caso da BR-452ainda está sendo analisado.Não há ao mesmo um proje-to para recuperação do tre-cho. Sobre a BR-365, oórgão alega está apurando ocaso, pois existe um contratode conservação da rodoviacom empresas privadas.

DESCASO CHEGA À JUSTIÇA

“O DNIT VEIOAQUI, MASDIS SE QUENÃO TI NHARE CUR SOSPARA FA ZERA OBRA”

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AGOSTO 2004 CNTREVISTA 17

D ian te das su ces si vas cri ses in ter na -cio nais que atin gem o mer ca do mun -dial de pe tró leo e fa zem o pre ço dobar ril su bir na mes ma ve lo ci da de do

óleo que jor ra dos po ços tão co bi ça dos doOrien te Mé dio, o Bra sil pas sou a in ves tir na di -ver si fi ca ção de sua ma triz de com bus tí veis.Ape sar de ain da in ci pien te se com pa ra do aopo ten cial e ao ta ma nho do mer ca do na cio nal decom bus tí veis, o uso do Gás Na tu ral Vei cu lar(GNV) tem cres ci do de for ma sig ni fi ca ti va nosúl ti mos oito anos. Da dos da Pe tro bras mos tramque, de 1996, quan do sur gi ram os pri mei roskits de con ver são de veí cu los para gás e os pri -mei ros pos tos de abas te ci men to de GNV, até se -tem bro de 2003, úl ti mo le van ta men to da em -pre sa, a fro ta de veí cu los con ver ti dos pas sou de4.800 para 660 mil em todo o país.

Hoje, 15 Es ta dos, num to tal de 120 mu ni cí -pios, têm pos tos de abas te ci men to de GNV coma ban dei ra da Pe tro bras. Com os pos tos de ou -tras ban dei ras, o país tem mais de 700 uni da desde abas te ci men to. São Pau lo é o Es ta do com omaior nú me ro de ci da des con tem pla das com arede de abas te ci men to de GNV da Pe tro brás –

são 37 ao todo. Em se gui da apa re ce o Rio de Ja -nei ro, com 16 mu ni cí pios. E a pers pec ti va é deex pan são. Tan to que a BR Dis tri bui do ra, sub si -diá ria da Pe tro bras no mer ca do de dis tri bui çãode com bus tí veis, pla ne ja im plan tar mais 50 pos -tos até o pri mei ro qua dri mes tre de 2005.

Ou tro dado que re ve la a fran ca ex pan são doGNV no mer ca do na cio nal está no in ves ti men torea li za do pela BR Dis tri bui do ra em 2003. Fo -ram nada me nos que R$ 40 mi lhões des ti na dosà am plia ção da rede de pos tos, prin ci pal men teno Rio de Ja nei ro. “E as pers pec ti vas para o anode 2005 são ain da mais pro mis so ras. Va mosex pan dir a rede de pos tos e me lho rar, cada vezmais, a pro du ti vi da de dos atuais pos tos”, afir maAn tô nio Ru bens Sil va Sil vi no, ge ren te exe cu ti voe cor po ra ti vo da rede de pos tos da Pe tro brasDis tri bui do ra, sem re ve lar, no en tan to, o va lor doin ves ti men to para o pró xi mo ano.

Hoje, se gun do Sil vi no, a BR Dis tri bui do ra élí der no seg men to de GNV. Pos sui cer ca de30% do mer ca do na cio nal, o que to ta li za ven -das men sais em tor no de 34 mi lhões de me troscú bi cos de GNV em sua rede, que hoje é com -pos ta por 225 pos tos. Além dos Es ta dos li to râ -

ECOLOGIAECONÔMICAUSO DO GÁS NATURAL CRESCE NO PAÍSE JÁ DÁ PASSOS FIRMES PARA CHEGAR AO TRANSPORTE COLETIVO URBANO

POR RODRIGO RIEVERS

INTERVENÇÃO DE SO

RAYA PIVA SO

BRE FO

TOS DE DIVULG

AÇÃO DA PETROBRAS

INOVAÇÃO

REPORTAGEM DE CAPA

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18 CNTREVISTA AGOSTO 2004

sen vol vi do pela Mer ce des-Benz e está sen doope ra do pela em pre sa Ru ba nil, que faz o tra je -to Ira já-Pas seio, um per cur so diá rio de apro xi -ma da men te 300 km, com um con su mo de 200me tros cú bi cos de GNV. Além dis so, em ou tu -bro de 2003, a Pe tro bras tam bém as si nou umter mo de coo pe ra ção téc ni ca com a Pre fei tu rade São Pau lo, a SPTrans (em pre sa que ad mi nis -tra o trans por te na ci da de) e com a Com gás(Com pa nhia de Gás de São Pau lo) para im plan -ta ção do GNV nas fro tas da ci da de. “Os es for -ços para a ex pan são do uso do GNV nos trans -por tes pú bli cos de mons tram a preo cu pa ção emex plo rar o po ten cial má xi mo des se com bus tí vel,di ver si fi can do a ma triz ener gé ti ca bra si lei ra. Ees sas ini cia ti vas tam bém vão ao en con tro dasde man das eco nô mi cas e am bien tais cada vezmais ur gen tes”, as si na la Sil vi no.

Car los Al ber to Gur gel, pro fes sor do de par ta -men to de en ge nha ria me câ ni ca da UnB (Uni -ver si da de de Bra sí lia), diz que o fu tu ro de GNVno Bra sil pas sa pelo uso do com bus tí vel na fro -ta de veí cu los de trans por te ur ba no. Se gun do

neos, o GNV é dis po ni bi li za do tam bém em Mi -nas Ge rais e em Mato Gros so do Sul.

Trans por te co le ti voApe sar do cres ci men to do GNV como al ter -

na ti va para a ga so li na e o ál cool com bus tí vel,sua uti li za ção no país ain da é bas tan te res tri -ta às fro tas de táxi. So men te nos dois úl ti mosanos que o com bus tí vel co me çou a ga nharadep tos en tre os pro prie tá rios de veí cu los par -ti cu la res. E a in tro du ção do GNV nos ôni busque fa zem o trans por te pú bli co de pas sa gei -ros nas gran des ci da des ain da é tí mi da. A Pe -tro bras in ves te em um pro je to de in cen ti vo aouso do GNV no trans por te co le ti vo do Rio deJa nei ro. O Pe tro bras Ônibus a Gás Na tu ral foilan ça do em no vem bro de 2003 com um ôni -bus-pi lo to mo vi do pelo com bus tí vel. O ob je ti -vo do pro je to é ava liar a via bi li da de do uso doGNV no trans por te ur ba no, além de per mi tirque os em pre sá rios do se tor ana li sem as van -ta gens na con ver são da fro ta.

O ôni bus que in te gra o pro je to pi lo to foi de -

EM 7 ANOS, AFROTA DE CARROSCONVERTIDOSPASSOU DE 4.800PARA 660 MIL EMTODO O PAÍS

TECNOLOGIA REDUZ PERDA DE POTÊNCIA

Uma das prin ci pais re cla ma ções dosmo to ris tas que uti li zam veí cu los con -ver ti dos para gás na tu ral vei cu lar é a

per da de po tên cia. Mas com o avan ço da tec -no lo gia nos kits ins ta la dos nos veí cu los, aospou cos, isso vem sen do mi ni mi za do. “A per -da de po tên cia ocor re. Mas, se o equi pa men -to for de pri mei ra li nha e bem adap ta do, elapode ser re du zi da de 6% para 3% da po tên -cia to tal do mo tor”, afir ma Fá bio An tô nio Cor -rea Sil va, pro prie tá rio da Auto 100 – Cen troAu to mo ti vo Ltda., de Belo Ho ri zon te.

A Auto 100 é uma das ofi ci nas au to ri za -das pelo In me tro (Ins ti tu to Na cio nal de Me -tro lo gia, Nor ma li za ção e Qua li da de In dus -

trial) a fa zer a ins ta la ção dos kits para uso doGNV. Con for me a tec no lo gia do equi pa men -to, a ins ta la ção de um kit pode va riar de R$2.500 a R$ 4.500.

Se gun do o pro prie tá rio da Auto 100, acon ver são de veí cu los para o uso de GNV ésim ples. A mon ta gem con sis te na ins ta la -ção do sis te ma de gás na tu ral – que in cluitu bu la ções ex tras, con jun to de vál vu las,com po nen tes ele trô ni cos e ci lin dros de ar -ma ze na gem – sem re mo ver qual quer peçaori gi nal de fá bri ca.

O kit de con ver são é com pos to por re du -tor, vál vu la de abas te ci men to, vál vu la de ci -lin dro, cha ve co mu ta do ra, cano de alta pres -

são, saco de ven to, man guei ra, pa ra fu sos eci lin dros de ar ma ze na men to.

“Hoje, 90% dos meus clien tes não sãomais ta xis tas e, sim, do nos de veí cu lospar ti cu la res”, afir ma Cor rea Sil va, ex pli -can do que, para mu dar de com bus tí vel,bas ta acio nar a cha ve co mu ta do ra no pai -nel do veí cu lo.

A ten dên cia no mé dio pra zo, se gun do in -for ma a An fa vea (As so cia ção Na cio nal dosFa bri can tes de Veí cu los Au to mo to res), é queas mon ta do ras na cio nais fa bri quem veí cu losque saiam de fá bri ca pron tos para ro dar comGNV. As mon ta do ras, no en tan to, ain daman tém os pro je tos em si gi lo ab so lu to

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AGOST0 2004 CNTREVISTA 19

“COM A EXPANSÃODO GNV PARA AFROTA DE ÔNIBUSURBANOS, ADEPENDÊNCIA DEIMPORTAÇÃO DEPETRÓLEO VAIDIMINUIR”

COM RELAÇÃO AOÁLCOOL E ÀGASOLINA, O GNVPODE ALCANÇARUMA ECONOMIAEM TORNO DE 60%

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20 CNTREVISTA AGOSTO 2004

ele, se esse pro je to da Pe tro bras real men te forle va do adian te, terá, in clu si ve, im pli ca ções di re -tas so bre a im por ta ção de pe tró leo rea li za dahoje pelo Bra sil. “O país pra ti ca men te im por tape tró leo por cau sa da pro cu ra pelo óleo die sel,que é ba si ca men te usa do no trans por te ur ba node pas sa gei ros e ro do viá rio de car gas”, diz. “Sehou ver de fato a ex pan são do GNV para a fro tade ôni bus ur ba nos, a de pen dên cia de im por ta -ção de pe tró leo para fa bri ca ção de die sel vai di -mi nuir dras ti ca men te”, afir ma Gur gel.

Mas an tes des sa ini cia ti va no Rio e emSão Pau lo hou ve uma ou tra, que não teveêxi to. En tre 1985 e 1993, al gu mas com pa -nhias de trans por te ur ba no do país ex pe ri -men ta ram o GNV em suas fro tas. O atualpre si den te da Fe tro nor (Fe de ra ção das Em -pre sas de Trans por te de Pas sa gei ros doNor des te), Eudo La ran jei ra, foi um dos queuti li za ram ôni bus mo vi dos a gás. Na épo ca,15% da fro ta de 45 ôni bus de sua em pre -sa, a Tram po lim da Vi tó ria, em Natal (RN),uti li za ram o GNV. “Não te nho ne nhu ma dú -vi da de que o GNV é a uma al ter na ti va desubs ti tui ção ao óleo die sel, mas para queisso dê cer to é pre ci so de fi nir uma po lí ti cade de sen vol vi men to cla ra para as em pre sasde trans por te ur ba no”, diz La ran jei ra.

Se gun do o pre si den te da Fe tro nor, oque le vou a pri mei ra ex pe riên cia ao fra -cas so foi a au sên cia de uma po lí ti ca“trans pa ren te” de pre ços para o GNV,além da con cen tra ção da tec no lo gia emum só fa bri can te de ôni bus, a Mer ce des-Benz. “É pre ci so tam bém de sen vol veruma tec no lo gia na qual os ci lin dros se jammais le ves e que isso seja fei to por maisde uma em pre sa fa bri can te de ôni bus,para as em pre sas não fi ca rem na de pen -dên cia de um só fa bri can te”, diz La ran jei -ra. Ele diz, ain da, que os sete ci lin drosuti li za dos pe los ôni bus a gás eram pe sa -dos, o que di mi nuía dras ti ca men te a au -to no mia dos ôni bus, que gi ra va em tor no

Aapos ta no GNV para di ver si fi car ama triz de com bus tí veis não é apri mei ra que o país faz. Na se gun -

da me ta de de dé ca da de 1970, após acri se do pe tró leo que ele vou o pre ço dobar ril, o go ver no pas sou a in ves tir na pro -du ção de ál cool com bus tí vel fei to a par tirda cana-de-açú car. No iní cio da dé ca dade 1990 veio a cri se de abas te ci men to deál cool pro vo ca da pelo au men to do pre çodo açú car no mer ca do in ter na cio nal.

Des de 2003, a pro du ção de car ros bi-com bus tí vel (ga so li na/ál cool) cres ceu.Mes mo com essa ten dên cia de pro du zircar ros que ro dem, ao mes mo tem po,com ga so li na e ál cool, a ex pan são doGNV pas sou a ser fa tor de preo cu pa çãopara a in dús tria do açú car e ál cool. ParaAl fred Szwarc, con sul tor da Uni ca (Uniãoda Agroin dús tria Ca na viei ra de São Pau -lo), há “um cer to ca ni ba lis mo” da po lí ti cade GNV em re la ção às es tra té gias deapoio ao ál cool.

Para ele, o GNV de ve ria ser res tri to àsfro tas de ôni bus e vans que fa zem trans -

por te ur ba no de pas sa gei ros, en quan to oál cool de ve ria ser di re cio na do para tá xis ecar ros par ti cu la res. “As con di ções para oGNV são mais fa vo rá veis para veí cu lospar ti cu la res e tá xis, por que a tri bu ta ção éme nor que a do ál cool e, além dis so, háli nhas de cré di to ofi ciais para quem adap -tar um veí cu lo para ro dar com GNV”, dizo con sul tor. “O go ver no pre ci sa agir praaca bar com esse ca ni ba lis mo.”

Na ava lia ção de Szwarc, o go ver no fe -de ral pode prio ri zar o ál cool sem te mernova cri se de de sa bas te ci men to. “Aque lemo vi men to de de sa bas te ci men to não vaiocor rer mais por que o Bra sil não temmui to es pa ço para ex pan dir sua par ti ci -pa ção no mer ca do in ter na cio nal. Exis teum pon to de equi lí brio nes sa equa ção, jáque quan to mais açú car o país co lo car nomer ca do ex ter no, me nor será o pre ço damer ca do ria”, ana li sa.

Já o pro fes sor da UnB Car los Al ber toGur gel não vê “ca ni ba lis mo”. “O se tor deál cool tem um pas si vo e o GNV pode serdi re cio na do para tá xis e par ti cu la res.”

ALEGAÇÃO DE “CANIBALISMO”

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AGOSTO 2004 CNTREVISTA 21

de 270 km. “Com isso, re du zia a re la çãocus to be ne fí cio do com bus tí vel.”

Ne go cia çõesPara evi tar os trans tor nos ocor ri dos no pas -

sa do e que in via bi li za ram o au men to do con -su mo de GNV no país, a Pe tro bras já ini cioune go cia ções com o se tor au to mo bi lís ti co.Mon ta do ras como Sca nia, Volks wa gen e Mer -ce des-Benz já têm con di ções tec no ló gi caspara pro du zir ôni bus mo vi dos a GNV. O quese dis cu te com o se tor, se gun do uma fon te dosegmento, é a re du ção de im pos tos para es ti -mu lar o cres ci men to da fro ta. Para isso, pre -fei tu ras e Es ta dos se rão en vol vi das no pro ces -so de de fi ni ção de um pla no na cio nal de es tí -mu lo do uso do GNV no trans por te co le ti vo.

Além da pers pec ti va de re du zir a im por ta çãode pe tró leo para pro du ção de óleo die sel, o GNVtraz ain da ou tras van ta gens eco nô mi cas. Comre la ção ao ál cool e à ga so li na, ele pode al can çaruma eco no mia em tor no de 60%. Tam bém au -men ta a vida útil dos mo to res e re duz cus toscom lu bri fi can tes e ma nu ten ção. Isso por que o

GNV é um com bus tí vel seco e por isso não di luio óleo lu bri fi can te no mo tor do veí cu lo. Suaquei ma não pro duz de pó si tos de car bo no naspar tes in ter nas do mo tor, o que au men ta a vidaútil e o in ter va lo da tro ca de óleo.

E se não bas tas sem as van ta gens pra a eco -no mia do país e para o bol so dos mo to ris tas, aado ção do GNV nas fro tas de ôni bus ur ba no tra -rá van ta gens sig ni fi ca ti vas do pon to de vis ta am -bien tal. Es tu do com pa ra ti vo da emis são de par -ti cu la dos de GNV e die sel fei to pela Ce tesb(Com pa nhia de Tec no lo gia e Sa nea men to Am -bien tal de São Pau lo), mos tra que o GNV emi teme nos po luen tes como óxi dos ni tro ge no sos(NOX) e dió xi do de car bo no. Em com pa ra çãocom o óleo die sel, a quei ma de gás na tu ral vei -cu lar re duz em 18% a emis são de hi dro car bo -ne tos, em 70% a de óxi do de en xo fre, em 60%o ma te rial par ti cu la do que gera a fu ma ça ne gra,e em 5% os ga ses de efei to es tu fa. No Pro to co -lo de Kyo to, as si na do pe los paí ses para re du ziros ní veis de po lui ção na Ter ra, há um tó pi co quees ti mu la a ex pan são do GNV no se tor de trans -por te ur ba no no mun do l

NO PROTOCOLO DEKYOTO, HÁ UMTÓPICO QUEESTIMULA AEXPANSÃO DO GNVNO TRANSPORTEURBANO PELOMUNDO

EXPANSÃO Os postos deabastecimento de GNVestão em 15 Estados

INCENTIVO Ônibus quefaz parte do projetoda Petrobras no Rio

PAULO

FONSECA

PETROBRAS/DIVULGAÇÃO

Page 22: Revista CNT Transporte Atual - AGO/2004

22 CNTREVISTA AGOSTO 2004

HISTÓRIA SPASSEAR DE TREM PERMITE CONHECER

L i nhas até en tão de sa ti va das e má qui nasul tra pas sa das pas sam a pro du zir lu crosines pe ra dos com o cha ma do tu ris mofer ro viá rio e fo men tam uma ati vi da de

que co me ça a apre sen tar re sul ta dos no país. Omote para atrair tan ta gen te é a real pos si bi li da -de de se via jar pelo pas sa do, acli ma tan do o tu -ris ta em lo co mo ti vas e va gões cen te ná rios, comoa en can ta do ra Ma ria Fu ma ça. Nes ses pas seios,a na tu re za e a his tó ria tam bém são pas sa gei ros.Essa mo da li da de de tu ris mo tem re gis tra do cres -ci men to anual de 18%, se gun do a As so cia çãodos Agen tes de Via gem, e pro duz di vi sas para aslo ca li da des se des das fer ro vias, trans for man do aeco no mia da re gião. Cal cu la-se que hoje maisde 1 mi lhão de pes soas por ano se jam trans por -ta das pe los trens tu rís ti cos.

Um exem plo des sa ten dên cia ocor re em Mi -nas Ge rais. Em São João Del-Rey, onde fica oCon jun to His tó ri co Fer ro viá rio do Bra sil, con si de -ra do um dos mais im por tan tes do mun do e queabri ga a úni ca Ma ria Fu ma ça com bi to la 0,76em ati vi da de no mun do, a ci da de ex pe ri men tauma ex plo são tu rís ti ca sem pre ce den tes e puxaa vi zi nha Ti ra den tes, cujo acer to co lo nial, tom ba -do na dé ca da de 1930 é to tal men te pre ser va do.Os 12 km de es tra da de fer ro que li gam as duasci da des his tó ri cas mi nei ras, cor tan do a bu có li care gião do rio das Mor tes, mu da ram o per fil eco -nô mi co dos mu ni cí pios.

Ti ra den tes, por exem plo, foi al ça da ao pa ta -mar de cen tro cul tu ral e cu li ná rio e, se ma nal -men te, aco lhe mi lha res de tu ris tas. Em ape nasdez anos, mul ti pli cou por 20 o nú me ro de pou -sa das e res tau ran tes. As an ti gas lo co mo ti vasBald wins, fa bri ca das no fi nal do sé cu lo 19 nosEUA, são as atra ções des sa via gem ao pas sa do.

Em bo ra te nha como prin ci pal ca rac te rís ti cao trans por te de pas sa gei ros, li gan do Belo Ho ri -zon te a Vi tó ria (ES), o trem Vi tó ria-Mi nas já étra ta do como tu rís ti co e seu per cur so de 664km, per cor ri dos em qua se 13 ho ras, usa toda arota como um “ci ne ma da his tó ria”. Pai sa gense en re dos pas sam pe las ja ne las de cada va gão.

TURISMO

MODAL FERROVIÁRIO

VICEN

TE SILVEIRA/FUTU

RA PRESS

Page 23: Revista CNT Transporte Atual - AGO/2004

SOBRETRILHOS CONSTRUÇÕES DO IMPÉRIO E APRECIAR A NATUREZA POR WAGNER SEIXAS

VINHO E BELEZA A Maria Fumaça daSerra Gaúcha, queoferece degustaçãono passeio

VINHO E BELEZA A Maria Fumaça daSerra Gaúcha, queoferece degustaçãono passeio

Page 24: Revista CNT Transporte Atual - AGO/2004

FELIPE VARANDA/AJB/FUTURA PRESS

Com uma lo co mo ti va pu xan do 19 car ros comca pa ci da de de trans por tar 1.700 pes soas, otrem re faz o ca mi nho dos ban dei ran tes. Qua trocar ros são des ti na dos à clas se exe cu ti va. Elestêm ban cos es to fa dos, ar-con di cio na do e umser vi ço de aten den te. O trem pos sui um car rolan cho ne te-res tau ran te e os de mais va gões sãopara a clas se eco nô mi ca.

É pos sí vel ao pas sa gei ro ver se des de fa zen -das co lo niais e as be le zas da re gião do rio Doce.A má qui na pas sa por re pre sas, tú neis, ser ras,rios e via du tos. Duas pa ra das se tor na ram tra di -cio nais: São Tomé do Rio Doce e Bar ra de Cui -té, onde se pode com prar as de li cio sas man gas-co qui nho, e em Ari can ga, onde a po pu la ção lo -cal pro duz o fa mo so bis coi to pol vi lho gi gan te.

Po pu la ri za çãoTo tal men te res tau ra da, a Ma ria Fu ma ça de

1920, com ca pa ci da de para 280 pes soas, é oatra ti vo do pas seio tu rís ti co en tre as ci da des deSão Lou ren ço e So le da de de Mi nas, am bas emMi nas Ge rais. Mar gean do o rio Ver de, o per cur -so é de 10 km de es tra da de fer ro e ofe re ce ao CARTÃO POSTAL Trem do Corcovado transporta 600 mil turistas por ano

VIAJE DE TREM

ANHUMAS-CAMPINASLocomotiva a vapor (Maria Fumaça), com carros de madeira

Estação inicial Anhumas (Campinas)Estação terminal Jaguary (Jaguariúna)Extensão total 24 kmFreqüência sábados, domingos e feriadosInformações ABPF-AnhumasTelefone (19) 207-3637 e 207-4290

TREM DA MANTIQUEIRA

Locomotiva a vapor (Maria Fumaça), com carros de madeira

Estação inicial Cruzeiro (SP)Estação terminal túnel da Mantiqueira (divisa

SP/MG)Freqüência aos domingos, sempre às 10hInformações ABPF-Regional CruzeiroTelefone (12) 544-3493

TREM DO RIO NEGRINHO

Locomotiva a vapor (Maria Fumaça), com carros de madeira

Estação inicial Rio Negrinho (SC)Estação terminal Corupá (SC)Freqüência último domingo do mês, às 10hInformações ABPF-Regional Rio Negrinho

Rua Jorge Zípperer, 162 - CaixaPostal 3 Rio Negrinho - SC - CEP:04764-0939

TREM DO FORRÓLocomotiva diesel, com carros de aço

Estação inicial Recife (PE)Estação terminal Caruaru (PE)Freqüência viagens periódicas, especialmente

à época dos festejos anuais de São João

Atrações: • Parada em Gravatá, para confraternização• Trio de forrozeiros em cada vagão (ingresso dá direito auma camiseta, seguro e também retorno de Caruaru aRecife, em ônibus fretado)

• Serviço de bar, segurança e serviços médicos Informações Serrambi - Viagens e Turismo

Rua da Amizade, 38 - Graças -Recife - CEP: 52011-260

Telefax (81) 423-5000

TREM SÃO JOÃO DEL-REY-TIRADENTES

Locomotiva a vapor (Maria Fumaça), com carros de madeira

Percurso 12 km

Origem do trecho Estrada de Ferro. Oeste deMinas

Freqüência sextas, sábados, domingos eferiados

Horários Saídas de São João Del-Rey:10h e 14 h

Saídas de Tiradentes 13h e 17 h

Informações • São João Del-Rey - tel. (32)371-8004

• Tiradentes - tel. (32) 355-1269

TREM DA ESTRADA REAL - PARAÍBA DO SUL (RJ)Locomotiva a vapor (Maria Fumaça), com carros de madeira

Percurso 14 kmAtrações especiais: • Construções inglesas e igrejas do século 19• Lojas com produtos artesanais e doces típicos• Orquidário

Freqüência sextas-feiras, às 20h; sába-dos, domingos e feriados, às 9h e 14h

Informações (24) 2263-2368

TREM DE GRUSSAÍLocomotiva a vapor, com carros de madeiraTrajeto Circula dentro da área do Sesc Percurso 7 kmFreqüência aos sábados, a partir das 15hInformações Sesc Mineiro/Grussaí

Rua Antonino Carvalho, s/nº - SãoJoão da Barra (RJ) - CEP: 28200-000

Telefone (24) 741-3211

Page 25: Revista CNT Transporte Atual - AGO/2004

NA EUROPA, CHARME E 200 MIL KM DE TRILHOS

En quan to o Bra sil ain da prin ci pia como tu ris mo fer ro viá rio, a Europa temtra di ção nes se tipo de ne gó cio. O

sím bo lo maior é o len dá rio Orient Ex press.Sua rota, jun to com o char me e luxo dos va -gões, é con si de ra da a via gem dos so nhos dequal quer tu ris ta. O trem foi re tra ta do num li -vro ho mô ni mo de Aga tha Chris tie. Os nú me -ros im pres sio nam. O con ti nen te é cor ta dopor 200 mil qui lô me tros de tri lhos, in ter li gan -do 27 paí ses e 100 mil des ti nos. Fran ça eAle ma nha pos suem o sis te ma mais mo der -no, en quan to Por tu gal e Gré cia ain da cum -prem suas ro tas com má qui nas an ti gas.

O mo de lo eu ro peu fa ci li ta a vida do tu ris -ta, pois na com pra dos bi lhe tes es tão co ber -tas ou com des con tos as pas sa gens de ôni -

bus, me trôs, tra ves sias ma rí ti mas e es ta diasem ho téis. Um exem plo é a com pra de umpa co te do Eu rail pass, na qual se ga nha bô -nus de 60% no ôni bus que faz a rota Ro -mân ti ca, na Ale ma nha; de até 30% nas diá -rias de ho téis; de 30% no pre ço da tra ves siade bar co en tre a Itá lia e a Gré cia e ta ri fas es -pe ciais para alu guel de car ros.

O Orient Ex press ga nhou fama e é hojeo mais con cor ri do trem de tu ris mo do mun -do. De pois de um pe río do de os tra cis mo, oveí cu lo foi to tal men te re for ma do e sua rotaestá am plia da. O OE per cor re Pa ris, Lon -dres, Ve ne za, Pra ga e Is tam bul – hoje, aem pre sa es ten deu os ser vi ços para a Ásia(Cin ga pu ra, Tai lân dia e Ma lá sia) e Aus trá lia(Sydney, Bris ba ne e Cairns).

Mo de los ins pi ra dos no Orient ganhara,espaço, como os afri ca nos Ro vos Rail e BlueTrain, o in dia no Pa lá cio so bre Ro das, o es pa -nhol Al-An da lus Ex pre so, o ca na den seRocky Moun tai neer , os suí ços Gla cier e oGol den Pass, o aus tría co Arl berg Line, os no -rue gue ses Flam e Rau ma e os ita lia nos Ber -ni na Ex press e Cen to val li Rail way.

Na Amé ri ca do Sul, o mais co nhe ci do é oTrem da Mor te, que cor re em ter ri tó rio bo li -via no. A al cu nha, pou co es ti mu lan te, deve-se ao tra je to ín gre me e pe ri go so, mas do ta dode uma be le za na tu ral ex trao di ná ria. O tu ris -ta ain da vê res tos das cul tu ras in cas. O per -cur so Qui jar ro-San ta Cruz de la Sier ra é umdos qua tro tra je tos fei tos em trem no país e omais usa do pe los tu ris tas.

ESTRADA DE FERRO CAMPOS DO JORDÃOLocomotiva elétrica

Trecho 1 Pindamonhangaba-Campos do JordãoPercurso 47 kmFreqüência viagens periódicas, conforme a demandaTrecho 2 Campos do Jordão-Santo Antônio do PinhalPercurso 19 kmFreqüência conforme a demandaTrecho 3 Sibímbios de Campos do JordãoPercurso Estação Emílio Ribas/S. CristóvãoFreqüência diversos horários, diariamenteInformações EFCJ - Estrada de Ferro Campos do JordãoTelefone (12) 263-1531 e 243-2233

ESTRADA DE FERRO CAMINHO DAS ÁGUASLocomotiva a vapor (Maria Fumaça), com carros de madeiraPercurso 2,6 km, pelo parque Ipanema, em Ipatinga (MG)Atrações especiais• Lago com cata-ventos, quadras poliesportivas e campos de futebol• Pistas de cooper e ciclovia• Centro Cultural Sete de Outubro e Museu de Aço (em implantação)• Horto Municipal• Farmácia Verde (Fitoterapia)Freqüência aos domingosHorários 10h, 11h, 12h, 14h, 15h, 16h e 17hInformações (31) 3829-8602

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26 CNTREVISTA AGOSTO 2004

tu ris ta um es pe tá cu lo de his tó ria e na tu re za. Opas seio dura duas ho ras (ida e vol ta) e as saí dasocor rem ape nas nos fi nais de se ma na. O pré dioda Es ta ção Fer ro viá ria é uma atra ção im per dí vele já foi ce ná rio da mi nis sé rie glo bal “Aqua re la doBra sil”. Cons truí do em ar qui te tu ra co lo nial in gle -sa, com azu le jos ori gi nais e ma dei ra de lei im -por ta dos da Chi na, é o úni co es pa ço de São Lou -ren ço que pre ser vou o es ti lo eu ro peu do iní ciodo sé cu lo pas sa do.

O tren zi nho do Cor co va do tal vez seja omais po pu lar trem de tu ris mo do país. Eletrans por ta 600 mil pes soas por ano, numaex ten são per cor ri da em cer ca de 20 mi nu -tos. Até o papa João Pau lo 2º, quan do dasua pri mei ra vi si ta ao Bra sil, em 1980, usouo veí cu lo para al can çar o Cris to Re den tor ede lá ce le brar uma mis sa cam pal. Ou trospas sa gei ros ilus tres, como o fí si co Al bertEins tein, o rei Al ber to da Bél gi ca e a prin ce -sa Dia na se en can ta ram com as pai sa gensvis tas da ja ne la. O mo de lo usa o sis te maRig gen bach de cre ma lhei ras, par tin do daEs ta ção do Cos me Ve lho, inau gu ra da em 8de ou tu bro de 1884 pelo im pe ra dor d. Pe dro2º. O veí cu lo atin ge o alto do Cor co va do, a704 me tros de al ti tu de, num tre cho de3.284 me tros de ex ten são em bi to la mé tri ca.O pas seio atra ves sa a Mata Atlân ti ca, an tesde che gar à es tá tua do Cris to.

Para mui tos es pe cia lis tas em tu ris mo, o ro tei -ro que faz o trem Cu ri ti ba-Pa ra na guá é o maisbelo do país. A má qui na par te de uma es ta çãocom mais de 120 anos, e per cor re 110 km cor -tan do a Ser ra do Mar. Quan do al can ça ao tú nelde Roça Nova, o tu ris ta ini cia uma sé rie de tra -ves sias por ou tros 13 tú neis (12 de les en cra va -dos em ro cha ma ci ça). O tre cho ain da tem 38via du tos. Ven ci da essa eta pa, o trem che ga àCasa Ipi ran ga. O lo cal ser viu de pou so para Pe -dro 2º e ou tras fi gu ras his tó ri cas. Mais adian te,os pas sa gei ros se en can tam com a ca choei raVéu de Noi va, o pico do Dia bo – um dos mais al -tos da ser ra – e a gar gan ta do Dia bo, uma gran -

PASSEIO VIRA TURISMO ENGAJADO

A s fer ro vias são um fi lão do tu ris -mo em de sen vol vi men to no Bra -sil, tan to que o Mi nis té rio do Tu -

ris mo pre vê in ves tir ain da nes te ano R$3,5 mi lhões na re cu pe ra ção de li nhasan ti gas e de es ta ções de ci da des his tó -ri cas. O tu ris mo fer ro viá rio fun cio nacomo um atra ti vo en ga ja do, ou seja, éum meio de mos trar ou tras atra çõesdas lo ca li da des, par te fun da men talnuma ca deia que, se gun do a Em bra tur,en vol ve 52 se to res. “Por meio de umpas seio tu rís ti co de trem é pos sí vel vera Mata Atlân ti ca, ad mi rar o Cor co va do,ver as mon ta nhas de Mi nas, os rios, oco ti dia no de ci da des e, prin ci pal men te,par te da his tó ria do país”, diz o his to ria -dor e di re tor-ad mi nis tra ti vo da ABTF(As so cia ção Bra si lei ra de Pre ser va çãoFer ro viá ria), Hen ri que Anun zia to.

Na ava lia ção de Anun zia to, o Bra silain da tem mui to o que me lho rar nes seseg men to. “O que fal ta aqui é o tri nô -mio Es ta do, edu ca ção e tu ris mo. Nãohá in ves ti men to. Os atra ti vos e a vi sãoem preen de do ra e edu ca ti va do tu ris mosão ain da pou co di vul ga dos. E esse tri -nô mio é fun da men tal no de sen vol vi -men to do tu ris mo fer ro viá rio, pois ele éan tes de tudo uma con tem pla ção deas pec tos ex ter nos”, afir ma o his to ria -dor. Es tu dio so do se tor, Anun zia to cons -ta tou que o tu ris mo se de sen vol via noBra sil, até bem pou co tem po atrás, defor ma se pa ra tis ta. “O tu ris mo eco ló gi coera se pa ra do de tu ris mo his tó ri co que

era se pa ra do de tu ris mo de ne gó cio ecada área por si. Isso não fun cio na, eper ce be mos que to dos os se to res daárea acor da ram para o en ga ja men to. Osu ces so de um pode re pre sen tar tam -bém o de ou tro.”

O di re tor da ABTF de fen de a tesede que a par ce ria com o se tor pri va doé pri mor dial para o de sen vol vi men todo tu ris mo fer ro viá rio. “Sa be mos queos re cur sos go ver na men tais dis po ní -veis para a área são es cas sos, por isso,em pre sá rios de vem abrir os olhos paraesse fi lão e in ves tir”, diz. Um in ves ti -men to que deu cer to é o Trem do Vi -nho, no Rio Gran de do Sul, que cir cu -la por Ben to Gon çal ves e re gião. “Vá -rios pro du to res da re gião per ce be ramque a cul tu ra da uva e a fa bri ca ção devi nho por si só são atra ti vos tu rís ti cos ere sol ve ram mos trar toda a cul tu ra numpas seio de trem. Eles in ves ti ram naidéia que re sul tou em me lho rias para arede ho te lei ra e de ali men ta ção lo cal”,diz Anun zia to.

Sim pli ci da deA união be le za na tu ral e his tó ria é o

mote do pas seio da Ma ria Fu ma ça SãoJoão del-Rey-Ti ra den tes, ad mi nis tra dapela Fer ro via Cen tro Atlân ti ca e inin ter -rup ta des de 1881. O tra je to de 13 kmres pon de hoje por 80% do tu ris mo nare gião. “Ela (a Ma ria Fu ma ça) faz par tedo con jun to de atra ti vos das ci da des”,diz o ad mi nis tra dor da li nha, Be re ní cio

POR SANDRA CARVALHO

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de fen da en tre duas es car pas. No pico do Ma -rurm bi, pon to de 1.539 me tros vi si ta do por al pi -nis tas, o trem faz uma pa ra da. Os pas sa gei rospo dem sair e fo to gra far a re gião.

A Es tra da de Fer ro Cam pos do Jor dão (EFCJ)re nas ceu da su ca ta e hoje ofe re ce ro tei ros di ver -ti dos pela re gião. O mais lon go de les liga Pin da -mo nhan ga ba a San to An tô nio do Pi nhal. O per -cur so de 47 km ren de um pas seio com cin coho ras de du ra ção e uma das atra ções é o par queRei no das Águas Cla ras, com es cul tu ras dosper so na gens de Mon tei ro Lo ba to. Há tam bém aop ção de ir até San to An tô nio do Pi nhal, sain doda es ta ção Emí lio Ri bas, em Vila Ca pi va ri. O pas -seio é fei to por um trem elé tri co, com ca pa ci da -de para até 40 pas sa gei ros. O tra je to tem ape nas19 km. O mais di ver ti do é via jar na “jar di nei ra”,o va gão aber to.

A Ser ra Gaú cha tam bém brin da seus tu ris tascom os bu có li cos pas seios de Ma ria Fu ma ça e,a cada ano, trans por ta 60 mil pes soas. A lo co -mo ti va, re cu pe ra da de um de pó si to de su ca tafer ro viá ria, ven ce a dis tân cia en tre Ben to Gon -çal ves e Car los Bar bo sa, pas san do por Ga ri bal -di. O tra je to é de 23 km a uma ve lo ci da de de até30 km/h. O pas seio é ani ma do por mú si cos e ar -tis tas, tem far ta de gus ta ção de vi nho e cham pa -nhe (na pa ra da em Ga ri bal di), além de mú si cagaú cha e co rais ita lia nos.

O pólo do café e as co los sais fa zen dasdos ca fei cul to res da re gião são o ce ná rio dopas seio de trem en tre as ci da des de Cam pi -nas e Ja gua riú na. O ro tei ro só sur giu gra çasao es for ço da As so cia ção Bra si lei ra de Pre -ser va ção Fer ro viá ria (ABPF), cria da há 26anos, quan do o tre cho fer ro viá rio foi ofi cial -men te de sa ti va do. Hoje, 20 car ros e 14 lo co -mo ti vas tra fe gam so bre os 31 km de tri lhosque as si na lam 130 anos de his tó ria. Du ran -te a via gem, os guias con tam a his tó ria da -que la re gião, en tre elas, a fa bu lo sa fa zen dade um ba rão do café, cuja fa cha da im po -nen te tem cin co pal mei ras im pe riais. As mu -das fo ram doa das por Pe dro 2º. l

Do ni ze te Car va lho. Para ele, os pas seiosfer ro viá rios caí ram no gos to do tu ris ta,prin ci pal men te dos es tran gei ros. “Aemo ção que os lu ga res avis ta dos tra -zem é mui to gran de, di zem os tu ris tas.É uma sim pli ci da de bela e que nos fazpen sar na vida e nos emo cio nar. É essaa sen sa ção que o tu ris ta tem e que émui to di fí cil de ser es que ci da”, diz Car -va lho so bre o trem, que com ple ta em28 de agos to 123 anos de his tó ria.

Para Anun zia to, o in ves ti men to ematra ti vos é tam bém uma for ma de res -ga tar a his tó ria do se tor fer ro viá rio. “Otu ris mo res pon sá vel é pos sí vel e já éde sen vol vi do em vá rias par tes dopaís”, diz o di re tor da ABTF, que ad mi -nis tra qua tro fer ro vias tu rís ti cas comtrens an ti gos, al guns do sé cu lo 19. “Éuma ação sus ten tá vel e que pre ser va ana tu re za e a his tó ria.”

SERVIÇO

BH-VITÓRIA

* Quando: Diariamente, às 7h30 (saídade BH) e às 7h (saída de Vitória)

* Informações: (31) 3273-5976 e (27)3246-1215

CORCOVADO

* Quando: Diariamente, das 8h30 às18h30, com saídas a cada 30min* Informações: (21) 2558-1329 ou

[email protected]

SERRA GAÚCHA

* Quando: Quartas-feiras e sábados,às 9h e 14h (Bento Gonçalves)e 10h45 e 16h (Garibaldi)

* Informações: (54) 455-2788 [email protected]

CURITIBA-PARANAGUÁ

* Quando: Diariamente, às 8h e 9h* Informações: (41) 323-4007 [email protected]

UNÂNIME O passeio em São JoãoDel-Rey é feito por 80% dosturistas que visitam a cidade

AGOSTO 2004 CNTREVISTA 27

RAQUEL PRUDEN

TE/FUTU

RA PRESS

Page 28: Revista CNT Transporte Atual - AGO/2004

28 CNTREVISTA AGOSTO 2004

DESAFIO DAEFICIÊNCIAANTÔNIO NOVAES AVALIA A LOGÍSTICA DIANTE DA INFRA-ESTRUTURA PRECÁRIA

ENTREVISTA

LOGÍSTICA

A mo der na vi são do Supply ChainMa na ge ment (SCM), ou seja,da Ges tão da Ca deia de Su pri -men to, tem cha ma do a aten ção

das gran des em pre sas pela sua com ple -xi da de e abran gên cia. A cada dia, maispes soas bus cam co nhe cer me lhor a di -nâ mi ca des se pro ces so em que toda aca deia tra ba lha in te gra da e em par ce ria,ana li san do as pre fe rên cias do con su mi -dor e atuan do de for ma a aten der in te -gral men te suas pre fe rên cias.

Con si de ran do os atuais pro ble mas dein fra-es tru tu ra vi vi dos no Bra sil e as di fi -cul da des lo gís ti cas en fren ta das pe los for -ne ce do res, rea li zar a dis tri bui ção dos pro -du tos de for ma efi cien te tor nou-se umver da dei ro de sa fio. Au tor da edi ção re vis -ta e atua li za da do li vro “Lo gís ti ca e Ge ren -cia men to da Ca deia de Dis tri bui ção”, oen ge nhei ro An tô nio Gal vão No vaes re ve laos prin ci pais se gre dos para o su ces so nages tão da ca deia de su pri men to e faz umaaná li se da si tua ção bra si lei ra.

Para o pro fes sor da Uni ver si da de Fe de -ral de San ta Ca ta ri na em lo gís ti ca e trans -por te, a in fra-es tru tu ra pre cá ria re duz aefi ciên cia em pre sa rial. “A im pre vi si bi li da -de da en tre ga vai exi gir ní veis de es to quemaio res e me di das emer gen ciais de cus toele va do, fro tas maio res e mais pes soalpara cum prir com pro mis sos que, no ex te -rior, exi gi riam ní veis de ofer ta bem me no -res”, diz o en ge nhei ro na val.

Leia os prin ci pais tre chos da en tre vis -ta con ce di da por No vaes à Re vis ta CNT.

Re vis ta CNT – Como o em pre sá riopode de fi nir a me lhor es tra té gia de dis tri -bui ção vi san do, ao mes mo tem po, re du -ção de cus tos e sa tis fa ção do clien te?An tô nio No vaes – Hoje, a gran de

opor tu ni da de para se con se guir isso étra ba lhar de for ma in te gra da na ca deia

de su pri men to. Isso por que as gran despos si bi li da des de re du ção de cus tos es -tão nas in ter fa ces dos sub sis te mas, ope -ra dos por em pre sas di ver sas. Deve-sepro cu rar ata car os pro ble mas nas in ter fa -ces, como tam bém in ter na men te às em -pre sas da ca deia, vi san do eli mi nar tudoque não agre gue va lor para o con su mi dorfi nal. Par te des se re sul ta do fi nan cei ro éapli ca do nos avan ços tec no ló gi cos – que,por sua vez, le vam a re du ções adi cio naisde cus to – e ou tra par te pos si bi li ta re du -ções no pre ço fi nal ao con su mi dor. Essaé a es tra té gia mo der na.

Re vis ta CNT – De que for ma as mu -dan ças no per fil do con su mi dor in fluen -ciam na ca deia lo gís ti ca da em pre sa? An tô nio No vaes – Den tro da vi são mo -

der na do SCM, o con su mi dor hoje é o rei,com as em pre sas bus can do aten dê-losda me lhor for ma pos sí vel. O per fil da de -man da vai se al te ran do con ti nua men te e,den tro des sa pers pec ti va, três as pec tosbá si cos de vem ser des ta ca dos. Em pri -mei ro lu gar, vão sur gin do no vos ti pos decon su mi do res, com pre fe rên cias di fe ren -tes. Em se gui da, os con su mi do res es tãofi can do cada vez mais exi gen tes no quese re fe re a pra zos de en tre ga dos pro du -tos e à qua li da de dos ser vi ços. Em par te,essa ca rac te rís ti ca se deve ao co mér cioele trô ni co. Por úl ti mo, de ve mos con si de -rar que a com pe ti ção por pre ço e porqua li da de do ser vi ço é cada vez maior, só

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AGOSTO 2004 CNTREVISTA 29

DESAFIO DAEFICIÊNCIAANTÔNIO NOVAES AVALIA A LOGÍSTICA DIANTE DA INFRA-ESTRUTURA PRECÁRIA

POR EULENE HEMÉTRIO

“OS ATRI BU TOS EXI GI DOS PELOCON SU MI DOR SÃOPRA ZO, CUS TODO SER VI ÇO EPÓS-VEN DA –NADA DE JOGO DE EM PUR RA”

dei xan do es pa ço para as em pre sas real -men te com pe ti ti vas.

Re vis ta CNT – En tão é o con su mi dorquem dita as re gras da lo gís ti ca? An tô nio No vaes – Sim. Por exem plo, a

Fri to Lay, gran de fa bri can te de sal ga di -nhos e pro du tos se me lhan tes nos Es ta -dos Uni dos, tem como lema que seuspro du tos es tão sem pre fres cos e cro can -tes. Mas uma pes qui sa mos trou que issonão era ver da de, prin ci pal men te nos pe -que nos va re jos. Acon te cia de o con su mi -dor com prar um pro du to e de pois re cla -mar da qua li da de. Em con se qüên cia,todo o sis te ma lo gís ti co foi al te ra do: osan ti gos ven de do res lo cais pas sa ram aser agen tes, vi si tan do os pon tos de ven -da e tro can do os pa co tes de pro du tosem pre que no ta vam al gu ma de fi ciên cia.O sis te ma de rea bas te ci men to mu dou ra -di cal men te, como tam bém a for ma decom pen sa ção fi nan cei ra para os agen -tes, ava lia ção de re sul ta dos, sis te ma dees to ques etc. Os prin ci pais atri bu tos lo -gís ti cos exi gi dos pelo con su mi dor são:pra zo de en tre ga, cus to do ser vi ço, re la -ção pós-ven da e res pon sa bi li da des –nada de jogo de em pur ra.

Re vis ta CNT – Como iden ti fi car es sasre gras?An tô nio No vaes – Há for mas im plí ci -

tas e ex plí ci tas para iden ti fi car as pre fe -rên cias do con su mi dor. Os es pe cia lis tasde mar ke ting uti li zam for mas como en -tre vis tas e ex pe ri men tos. Uma for mamui to uti li za da no ex te rior e ain da pou couti li za da no Bra sil é a Aná li se Con jun ta(Con joint Analy sis), em que são si mu la -dos ce ná rios con ten do com bi na ções di -fe ren tes de atri bu tos, pe din do ao con su -mi dor que faça es co lha do ce ná rio pre fe -ri do. Por exem plo, na ven da de car ros

TECNOLOGIAComércio eletrônicoaprimorou os sistemasde logística, diz Novaes

RICARDO MEGA/FUTURA PRESS

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30 CNTREVISTA AGOSTO 2004

plo, se uma al ter na ti va de trans por te exi ge15 dias, mas o pra zo é 100% ga ran ti do, eou tra apre sen ta 12 dias em mé dia, maspo den do va riar de 8 a 20 dias, a pri mei raop ção pode ser mais van ta jo sa, pois per -mi te um pla ne ja men to se gu ro, re du zin doem mui to os ní veis de es to que.

Re vis ta CNT – Como a em pre sa deve seor ga ni zar vi san do a efi ciên cia lo gís ti ca? An tô nio No vaes – A em pre sa deve ter

uma in te gra ção es trei ta en tre os par ti ci -pan tes e trans pa rên cia nas in for ma ções.Além dis so, deve ter um tra ta men to in te -gra do dos cus tos atra vés dos con cei tos deca deia de va lor, deve bus car per ma nen te -

no vos pela In ter net, o con su mi dor podeprio ri zar o pra zo de en tre ga, o pre ço eseu even tual des con to, a maior fle xi bi li -da de em se le cio nar aces só rios e equi pa -men tos etc. No que se re fe re a pra zo deen tre ga, pode ava liar su ges tões di ver sas,em con fron to com os de mais atri bu tos:duas se ma nas, um mês, 45 dias. Os re -sul ta dos dão in di ca ções im por tan tes,tan to qua li ta ti vas como quan ti ta ti vas,para se to ma rem de ci sões quan to ao ní -vel de ser vi ço lo gís ti co ideal.

Re vis ta CNT – Em que me di da a in -fra-es tru tu ra de trans por te do país in -ter fe re nos re sul ta dos da em pre sa?An tô nio No vaes – O prin ci pal as pec to

é o de sem pe nho em ter mos de con fia bi -li da de de pra zos e se gu ran ça da car ga.Quan do a car ga é rou ba da, há o pre juí zoime dia to da per da de seu va lor, que atépode ser com pen sa do pelo se gu ro. Masa im pre vi si bi li da de da en tre ga vai exi girní veis de es to que mui to maio res e me di -das emer gen ciais mui tas ve zes de cus toele va do. Em se gun do lu gar, a in fra-es tru -tu ra pre cá ria re duz em mui to a efi ciên ciados trans por tes, exi gin do fro tas maio rese mais pes soal para cum prir com pro mis -sos que, no ex te rior, exi gi riam ní veis deofer ta bem me no res.

Re vis ta CNT – Quais cri té rios de vemser con si de ra dos na hora de es co lher omo dal a ser uti li za do?An tô nio No vaes – Tra di cio nal men te, o

trans por te de mer ca do rias era se le cio na -do ba sea do em dois fa to res: cus to to tal depor ta a por ta e tem po. Hoje, as exi gên ciassão maio res, prin ci pal men te no que dizres pei to aos pra zos. Em fun ção do JIT(Just in Time) e dos se ve ros con tro les dees to que, a va ria bi li da de nos pra zos é umfa tor ex tre ma men te ne ga ti vo. Por exem -

ORGANIZAÇÃOEficiência logísticapede integração entreos participantes

“O CONSUMIDORHOJE É O REI, COMAS EMPRESASBUSCANDOATENDÊ-LOS DAMELHOR FORMAPOSSÍVEL”

DIVULGAÇÃO FERROVIA TEREZA CRITINA

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AGOSTO 2004 CNTREVISTA 31

men te a sa tis fa ção das ne ces si da des epre fe rên cias do con su mi dor, ter for te apoiona Tec no lo gia de In for ma ção e ter uma es -tru tu ra ad mi nis tra ti va mo der na.

Re vis ta CNT – Na sua opi nião, qual aten dên cia da lo gís ti ca den tro do co mér -cio va re jis ta?An tô nio No vaes – Em pri mei ro lu gar, a

re po si ção au to má ti ca de es to ques en trefor ne ce dor e em pre sa clien te, ou en tre ocen tro de dis tri bui ção da em pre sa va re -jis ta e suas lo jas, em que o con tro le dees to que é fei to re mo ta men te pelo for ne -ce dor, dis pa ran do a en tre ga sem pre quene ces sá rio. Em se gun do lu gar, e as so cia -do com o pri mei ro, o uso in ten si vo de“cross-doc king”, em que o Cen tro de Dis -tri bui ção pas sa a não abri gar es to ques,mas sim ples men te ser vir como pon to detria gem das mer ca do rias. Em ter cei ro lu -gar, uso in ten si vo do “out sour cing” (es -tra té gia de ex ter na li za ção). Por exem plo,a em pre sa Exel Lo gis tics, si tua da na re -gião de Cam pi nas (SP), que pos sui umgran de cen tro de dis tri bui ção to tal men teau to ma ti za do, atuan do como um ope ra -dor lo gís ti co para a dis tri bui ção de pro du -tos da Uni le ver. Tam bém a evo lu ção daLo gís ti ca Ur ba na, com uti li za ção de veí -cu los mais apro pria dos, uso in ten si vo date le má ti ca, coor de na ção em bar ca dor-ope ra dor lo gís ti co-em pre sa clien te e mo -ni to ra men to da fro ta à dis tân cia.

Re vis ta CNT – Quais as li mi ta ções bra -si lei ras quan to às pos si bi li da des de evo -lu ção em ter mos lo gís ti cos?An tô nio No vaes – São vá rias as li mi ta -

ções: es tru tu ra ad mi nis tra ti va ina de qua da,por fun ção (ven das, mar ke ting, fi nan çasetc) e não por pro ces so; bus ca de re sul ta -dos ime dia tos em mui tos ca sos, sem in -ves ti men to na tec no lo gia e na for ma ção de

pes soal; bai xa ocor rên cia de ad mi nis tra -ção pro fis sio nal, com pre do mí nio de ad mi -nis tra ções fa mi lia res, mui tas ve zes di ri gi -das por “self-made men”, com pou caatua li za ção téc ni ca e ad mi nis tra ti va; in fra-es tru tu ra de trans por te e de se gu ran ça de -fi cien te; li mi ta ções fi nan cei ras e mui ta vo -la ti li da de da de man da.

Re vis ta CNT – Como é o flu xo ideal demer ca do rias em uma ca deia de su pri -men tos?An tô nio No vaes – O mais en xu to pos sí -

vel, com o mí ni mo de es to ca gem in ter me -diá ria e nas pon tas, má xi ma re du ção do“lead-time” (tem po que vai des de a co lo -ca ção do pe di do até seu re ce bi men to efe -ti vo) e eli mi na ção má xi ma de tudo que nãoagre gue va lor para o con su mi dor fi nal.

Re vis ta CNT – E no Bra sil, como fun -cio na?An tô nio No vaes – Es ta mos evo luin do,

sem dú vi da, mas há ain da mui to a fa zer.Um dos de sa fios é in cul car nas trans por ta -do ras (nos di ver sos mo dais) o ver da dei rocon cei to e a prá ti ca cor re ta da lo gís ti ca edo SCM, ul tra pas san do a fase em que sãome ra men te slo gans acres cen ta dos à pin -tu ra ex ter na do veí cu lo.

Re vis ta CNT – O se nhor acha que épos sí vel im plan tar sis te mas “hub-and-spo ke” no Bra sil (Quan do a car ga étoda des ti na da a um cen tro úni co deope ra ções – “hub” –, no qual são fei tosa tria gem e o re des pa cho da mer ca do -ria para vá rios des ti nos, ao lon go de ro -tas ra diais – “spo kes”)?An tô nio No vaes – Acho di fí cil, pois no iní -

cio são mui to pou co ren tá veis e de alto cus -to. Mas acho que te riam for te im pac to noscus tos de es to ques das em pre sas clien tes,caso che gue a ser im plan ta do. l

“A EMPRESA DEVEBUSCAR A SATIS-FAÇÃO DAS NECES-SIDADES DO CON-SUMIDOR, TERFORTE APOIO NATI E ESTRUTURAADMINISTRATIVAMODERNA”

“LOGÍSTICA EGERENCIAMENTODA CADEIA DEDISTRIBUIÇÃO”

Antônio Galvão Novaes

Ed. Campus, R$ 85, 409 págs

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32 CNTREVISTA AGOSTO 2004

R e ces so no Con gres so,ano elei to ral, di ver -gên cias po lí ti cas...Tudo pa re ce ser mo ti -

vo para adiar ain da mais o pro -je to que pro me te ser um ins tru -men to ca paz de re vo lu cio nar ain fra-es tru tu ra bra si lei ra: asPar ce rias Pú bli co-Pri va das. Ade mo ra na apro va ção de ummar co re gu la tó rio da PPP estáatra san do a aber tu ra de li ci ta -ções em Es ta dos como Mi nasGe rais e São Pau lo – já adian ta -dos nes se pro ces so – e au men -tan do a ex pec ta ti va do se tor pri -va do, que vem gas tan do osneu rô nios para su ge rir apri mo -ra men tos no tex to.

A preo cu pa ção ge ral é ames ma: dar ga ran tias ao se torpri va do, de for ma que ele te nhacon fian ça para in ves tir na PPP.Por um lado, o go ver no sabeque pre ci sa re con quis tar o in -ves ti dor que, por ou tro, está va -ci na do con tra as ar ti ma nhas dale gis la ção, que per mi tem gran -de in ter fe rên cia do Es ta do emem preen di men tos em que ele éo “dono” do pa tri mô nio.

“A PPP é uma so lu ção in te -li gen te, mas é ló gi co que va -mos es bar rar em al gu mas di fi -cul da des. A cul tu ra do go ver -no é, há anos, in ter ven cio nis -ta, e não de par cei ro, de só cio.Isso pode di fi cul tar um pou co.Tem que ha ver uma mu dan çade cul tu ra”, diz o pre si den tedo Sin di ca to da In dús tria daCons tru ção Pe sa da no Es ta dode Mi nas Ge rais (Si ce pot-MG),Luiz Au gus to de Bar ros.

“A gen te tem que lem brar

OLHAR DESCONFIADOEMPRESARIADO DISCUTE GARANTIAS DA PPP EM COMPASSO DE ESPERA

INFRA-ESTRUTURA

LEGISLAÇÃO

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AGOSTO 2004 CNTREVISTA 33

que o nos so se tor (de cons tru -ção pe sa da) res pon de nor mal -men te com mui ta ra pi dez aesse tipo de pro je to, pois é umse tor mui to afei to ao ris co. Opró prio pro ces so de con ces sãono Bra sil mos trou isso, quan doen tra mos de ca be ça no ne gó -cio. A re sis tên cia do em pre sa -ria do na PPP é por cau sa dopas sa do in ter ven cio nis ta do Es -ta do, que ha bi tuou a ser o gran -de con tra tan te das obras, rein -ci din do e re to man do con tra tosà sua von ta de. O que ar ra nhoua Lei de Con ces são foi o pró priogo ver no”, afir ma o sin di ca lis ta.

Bar ros diz que o medo dose tor pri va do é que “o uso doca chim bo te nha dei xa do tor ta aboca do go ver no”, uma vez quea PPP é vis ta como um apri mo -ra men to da Lei de Con ces sões.“O em pre sa ria do de con tra tosde lon go pra zo não pode, de fi -ni ti va men te, con vi ver com essain cer te za. Tudo tem que fi carmui to cla ro na lei.”

O que vem crian do di ver gên -cias tan to na base go ver nis taquan to na ini cia ti va pri va da sãojus ta men te as for mas de ga ran -tia que o po der pú bli co podeofe re cer. Dar pre ce dên cia depa ga men to às obras cons ti tuí -das atra vés de par ce rias, porexem plo, à pri mei ra vis ta pa re -ce ser uma pro pos ta bas tan tein te res san te. Os se to res decons tru ção pe sa da e obras pú -bli cas, po rém, já es tão preo cu -pa dos com o pa ga men to fu tu rodos con tra tos tra di cio nais.

Se gun do o pre si den te da As -

OLHAR DESCONFIADOEMPRESARIADO DISCUTE GARANTIAS DA PPP EM COMPASSO DE ESPERA POR EULENE HEMÉTRIO

MARCELO ALVES/FUTURA PRESS

so cia ção Na cio nal das Em pre -sas de Obras Ro do viá rias (Ane-or), José Al ber to Pe rei ra Ri bei -ro, a ca te go ria não acei ta a pre -ce dên cia de pa ga men to, mes -mo en ten den do que será umaga ran tia para in ves ti men tos.“Não se pode prio ri zar o pa ga -men to des ses con tra tos (re gi -dos pela PPP), dei xan do os ou -tros em se gun do pla no. In de -pen den te da ori gem da obra, seo go ver no con traiu obri ga ções,deve tra tá-las igual men te.”

O pre si den te do Si ce pot-MGcom par ti lha da mes ma opi niãoe ob ser va que a cre di bi li da dedo Es ta do não pode ser co lo ca -da em ru bri ca. “Ora, quan do fa -la mos em PPP es ta mos fo can -do a con fia bi li da de en tre as par -tes. Como o go ver no pode di zerque ‘nes ta ru bri ca eu sou sé rio,nes ta ou tra não’? Para mim,esse é um gran de erro. No fi nal,os gran des em pre sá rios é quese rão be ne fi cia dos, em de tri -men to dos pe que nos, que nãote rão re cur sos para in ves tir naPPP”, en fa ti za Bar ros.

O che fe da as ses so ria eco nô -mi ca do Mi nis té rio do Pla ne ja -men to, De mian Fioc ca, jus ti fi caque, na obra de re gi me de cai -xa, o em preen de dor mo bi li zame nos ca pi tal pró prio sen doque, quan do a obra ter mi na, eletam bém já aca bou de re ce berpor ela. “Na PPP, o em pre sá riore ce be o com ple men to só de -pois que a obra está pron ta esen do uti li za da. Se o sis te mapú bli co in ter rom pe o pa ga men -to, o in ves ti dor não tem como

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34 CNTREVISTA AGOSTO 2004

se gu rar o in ves ti men to”, diz oas ses sor mi nis te rial. Para Fioc -ca, é cer to que o Es ta do pa guepri mei ro suas obri ga ções parade pois in ves tir em ou tras obras.

De acor do com o as ses sor,para ame ni zar os im pac tos daPPP no Or ça men to, a pre ce -dên cia so men te es ta rá va len doso bre in ves ti men to, e não so brecus teio. Ou seja, ela não seráco lo ca da à fren te do pa ga men -to de cam pa nhas de va ci na çãoou me ren da es co lar, por exem -plo. Além dis so, a pre ce dên ciatam bém não terá va li da de parali be ra ção de re cur sos, mas ape -nas so bre pa ga men tos.

Fioc ca diz, ain da, que apreo cu pa ção das cons tru to rasde me nor por te se ria de que aPPP ofe re ces se van ta gem àsgran des em pre sas. Para isso,no en tan to, foi es ta be le ci do umli mi te mí ni mo de R$ 20 mi lhõespara tais obras. “Na obra pú bli -ca, o Es ta do vai con ti nuar de -sem bol san do ver bas na mo da li -da de tra di cio nal para pre ser varos em pre gos, vis to que as pe -que nas e mé dias em pre sas sãoas que mais em pre gam, hoje,no Bra sil”, afir ma.

Ris cosO pre si den te da As so cia ção

Pau lis ta de Em pre sá rios deObras Pú bli cas (Apeop), Ar lin -do Mou ra, apon ta que a de ci -são do Se na do deve dar res pos -ta aos se guin tes ris cos dos em -preen di men tos: cré di to do se torpú bli co, que bra dos con tra tos,os ci la ção do câm bio, ques tio -

PEQUENAS EMÉDIASEMPRESASSÃO AS QUE,HOJE, MAISEMPREGAMNO BRASIL

SP E MINAS SAEM NA FRENTE

Des de o iní cio das dis -cus sões so bre PPP noBra sil, a pro pos ta de

uma le gis la ção fe de ral tem oob je ti vo de di re cio nar e es ta be -le cer prin cí pios e di re tri zes ge -rais para o pro je to. Des sa for -ma, a PPP deve ser fle xí velpara que, de acor do com es pe -ci fi ci da des e ne ces si da desmais ur gen tes, Es ta dos e mu ni -cí pios pos sam ela bo rar seuspró prios pro gra mas.

Mi nas Ge rais e São Pau losão os Es ta dos mais adian ta -dos no pro je to de PPP, in clu si -ve com le gis la ção es ta dual jáela bo ra da. Ain da nes te ano,am bos pre ten dem apro var abase le gal para a im plan ta ção

efe ti va do pro gra ma e lan çar ospri mei ros edi tais de li ci ta ção.

A re cu pe ra ção da ro do viaMG-050, que liga o Su does temi nei ro a São Pau lo, é umadas pri mei ras obras ro do viá -rias a ser rea li za da pelo pro -gra ma. Os es tu dos de en ge -nha ria es tão em fase de con -clu são e se rão ana li sa dos poruma con sul to ria in ter na cio nalcom ex pe riên cia em PPP. Opro je to é es ti ma do em cer cade R$ 1,2 bi lhão e a vi gên ciado con tra to – 25 anos – já estáem an da men to.

De acor do com o as ses sorda Se cre ta ria de Pla ne ja men -to do Es ta do de São Pau lo,De ral do de Sou za Mes qui ta

Jú nior, uma das for mas en -con tra das para dar se gu ran çaao in ves ti dor foi criar umaem pre sa es ta tal não de pen -den te do Te sou ro Na cio nal(Com pa nhia Pau lis ta de Par -ce rias – CPP), que par te deuma for ma ta ção ju rí di ca deSo cie da de Anô ni ma (SA),com am pla mo bi li da de parage rir os ati vos.

“Atra vés des sa em pre sa,de per so na li da de ju rí di ca pró -pria, te re mos um cam po ope -ra cio nal mais ágil, po den docon trair até mes mo em prés ti -mos. Além dis so, o sis te ma deSo cie da de Anô ni ma ga ran teto tal trans pa rên cia ao in ves ti -dor”, diz Mes qui ta Jú nior.

na men tos de sua le ga li da de ein su fi cien te li qui dez nos ati vosque de ve rão ca pi ta li zar os fun -dos de ga ran tia. Além dis so,Mou ra res sal ta a ne ces si da deda con ces são de li cen ças am -bien tais pré vias aos pro je tos dePPP (para evi tar que os con tra -tos se jam can ce la dos) e a ins ti -tui ção de uma se cre ta ria exe cu -ti va na cio nal es pe cí fi ca para ho -mo ge nei zar as ne go cia ções eos con tra tos no pla no fe de ral.

Para Luiz Au gus to de Bar ros,o pro ces so li ci ta tó rio é ou tropro ble ma sé rio. “A PPP é umcom pro mis so de lon go pra zo. Aidéia de se ir para lei lão com -ple ta men te aber to, não in te res -

san do quan tas se jam as pro -pos tas, en tra num ní vel de ris comui to gran de. Não é em umlan ce de lei lão que se pode re -fa zer toda a es tra té gia, toda aequa ção fi nan cei ra ne ces sá ria.Des sa for ma, você pode co lo carem ris co o em preen di men tosim ples men te para ga nhar ocon tra to. Es sas obras são degran de por te e não se pode dardes con tos sem ava liar bem ascon se qüên cias dis so”, diz opre si den te do Si ce pot.

Se gun do Fioc ca, como qual -quer com pe ti ção de pre ços, háo ris co de al gum aven tu rei roen trar na li ci ta ção. Ele res sal ta,en tre tan to, que o pro je to do

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AGOSTO 2004 CNTREVISTA 35

quê se preo cu par. “Os re cur sosda PPP se rão amar ra dos nosfun dos de ga ran tia, res guar dan -do a Lei de Res pon sa bi li da deFis cal. Para isso, o ob je ti vo éque eles se jam com pos tos,prin ci pal men te, por ações oubens que te nham li qui dez.”

Uso da CideA ini cia ti va pri va da, ape sar

de ter es pe ran ças no pro je to,não vê gran de be ne fí cio naPPP. “Não é ela que vai re sol -ver o pro ble ma de em pre gono se tor de cons tru ção pe sa -da. No cur to pra zo, nós tí nha -mos que es tar en xer gan do,real men te, era a apli ca ção daCide por que ela, sim, foi cria -da para isso. Se a Cide es ti -ves se sen do apli ca da comopre vê a Cons ti tui ção, na re cu -pe ra ção da in fra-es tru tu ra dopaís, sem dú vi da ne nhu ma oqua dro que nós ve ría moshoje se ria com ple ta men te di -fe ren te”, diz o pre si den te doSi ce pot-MG.

Se gun do Bar ros, a PPP vaire sol ver ape nas uma pe que napar ce la da ocio si da de do se -tor por que, em pri mei ro lu gar,não são to dos os pro je tos queca bem nes se pro gra ma, sen -do be ne fi cia das so men te asgran des em pre sas. De pois, épre ci so ver como o em pre sa -ria do vai se mo bi li zar. “Mes -mo apro va da, eu acre di to queva mos ter os pri mei ros re sul -ta dos só da qui a três anos.Esse vai ser o pe río do de ma -tu ra ção do pro je to.” l

PPP sal va guar dou esse pon to epre vê que, de pois de ana li sa -das as pro pos tas téc ni cas, se -jam des car ta das as que não fo -rem fac tí veis em lon go pra zo.“Para todo ne gó cio exis te umamar gem de ne go cia ção. Ti ran -do os aven tu rei ros, é na tu ralque vão para lei lão os po ten -ciais em preen de do res, sa ben dosua mar gem má xi ma de ofer ta.O em preen de dor idô neo sabeaté onde pode che gar”, diz oas ses sor.

A ex pec ta ti va é que a PPPseja apro va do no se gun do se -mes tre de 2004 para que aspri mei ras li ci ta ções se jam aber -tas ain da no fi nal des te ano. “APPP é ne ces sá rio para dar sus -ten ta ção e con ti nui da de aocres ci men to do país”, afir ma

Fioc ca.Se de pen der de con sen so na

base go ver nis ta, en tre tan to, épro vá vel que a PPP te nha suavo ta ção con clu si va no Con gres -so so men te em 2005. A ma té riaterá de ser sub me ti da a maisuma au diên cia pú bli ca e de -pen de ain da dos pa re ce res (fa -vo rá veis) das Co mis sões de As -sun tos Eco nô mi cos e de Cons ti -tui ção e Jus ti ça.

Um dos pon tos de maior po -lê mi ca en tre os se na do res é so -bre a Lei de Res pon sa bi li da deFis cal e as pos sí veis bre chaspara o au men to do li mi te de en -di vi da men to dos Es ta dos. Deacor do com o se cre tá rio do Te -sou ro Na cio nal, Joa quim Levy,no en tan to, se hou ver bons fun -dos de ga ran tia, não há com o

“SE A CIDEFOSSEAPLICADACOMO DIZ A LEI, OQUADROQUE NÓSVERÍAMOSHOJE SERIADIFERENTE”

A APEOPRESSALTA AEXIGÊNCIADE LICENÇASAMBIENTAISPRÉVIAS AOSPROJETOSDE PPP

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38 CNTREVISTA AGOSTO 2004

O de sem bar ca no ae ro por to e se di ri geà fila de táxi. No ca mi nho, é abor da -do por um mo to ris ta e acei ta a ofer tade car ro. En tu sias ma do pela apro xi -

ma ção, o via jan te pede ao mo to ris ta para levá-lo a um bom ho tel, quer uma in di ca ção que fi -que per to dos prin ci pais pon tos tu rís ti cos. Se -guem-se, en tão, uma in ter mi ná vel via gem devol tas, cor re do res en gar ra fa dos, ta xí me tro ro -dan do e um des ti no inal can çá vel. O pre juí zo fi -cou não ape nas como tu ris ta, mas com a ci da -de que o re ce beu, pois a pri mei ra in cur são des -se via jan te foi de sas tro sa.

Essa ima gem do ta xis ta que só quer ti rar pro -vei to do tu ris ta está por aca bar. Hoje, as prin ci -pais ca pi tais do país ofer tam um ser vi ço de pra -ça qua li fi ca do, que res pei ta o pas sa gei ro queestá na ci da de a tra ba lho, em via gem de fé riasou que é mo ra dor e uti li za esse tipo de trans por -te. Os res pon sá veis são os cur sos de ca pa ci ta -ção pro fis sio nal, que vi sam agre gar co nhe ci -men to, qua li fi ca ção, boas ma nei ras e res pei toao tra tar o usuá rio.

O tu ris mo é um dos seg men tos que maisgera ren da ao país – se gun do a Em bra tur, so -men te no pri mei ro se mes tre des te ano, mais de

5 mi lhões de tu ris tas es tran gei ros vi si ta ram oBra sil e dei xa ram US$ 1,6 bi lhão. Mas para queessa al ter na ti va de cres ci men to eco nô mi co te -nha um de sen vol vi men to con ti nua do, os 52 se -to res que com põem a área pre ci sam se mo vi -men tar no mes mo rit mo para que o tu ris ta sejacada vez mais bem tra ta do e re tor ne, dei xan donos lu ga res por onde pas sa uma es ca la de ge -ra ção de em pre go e ren da. Al guns ser vi ços têmpa pel es sen cial para que esse ob je ti vo seja atin -gi do. E o car tão de vi si ta de uma ci da de é o táxi.Esse é o ser vi ço que bus ca e que tam bém sedes pe de do tu ris ta, e deve ser fei to da me lhorfor ma pos sí vel, para dei xar a me lhor im pres são.

Dian te des se ce ná rio, mo to ris tas an tes preo cu -pa dos so men te em ro dar o ta xí me tro pas sam porum novo de sa fio: es tu dar. É ne ces sá rio ter no çõesde lín guas, man ter bom re la cio na men to com oclien te e co nhe ci men to so cioe co nô mi co, tu rís ti co,histórico e geo grá fi co da ci da de onde tra ba lha.

Es pe cia lis tas afir mam que a ca pa ci ta çãodos pro fis sio nais no Bra sil é um fe nô me noque ocor re como nun ca an tes re gis tra do nopaís, mas que ain da está lon ge de che gar aoque é exi gi do e ofe re ci do, por exem plo, naIn gla ter ra, onde ta xis tas fa zem cur sos por,

CURSOS DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL MELHORAM OSERVIÇO PRATICADO NO PAÍS E DÃO CONFIANÇA AO TURISTA

POR SANDRA CARVALHO

O TÁXI VAIÀ ESCOLA

QUALIFICAÇÃO

AUTÔNOMOS

OS MOTORISTASAPRENDEMHISTÓRIA E TÊM NOÇÕESDE INGLÊS,ESPANHOL,ECONOMIA EGEOGRAFIA

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AGOSTO 2004 CNTREVISTA 39ROGÈRIO GOIS/FUTURA PRESS

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40 CNTREVISTA AGOSTO 2004

C om cer ca de 20 mil pro fis sio nais na área, Belo Ho -ri zon te vem se tor nan do uma re fe rên cia na cio nal emo de lo na for ma ção de ta xis tas. A ca pa ci ta ção na

ca pi tal mi nei ra é obri ga tó ria des de 1995, ano em que foirea li za da a úl ti ma li ci ta ção para con tra ta ção do ser vi ço pelaBHTrans, em pre sa que ge ren cia o trans por te na ci da de.Hoje, to dos os ta xis tas re gu la ri za dos no mu ni cí pio pas sa -ram por cur so de for ma ção que é ofe re ci do pelo Sest/Se -nat. Gran de par te dos pro fis sio nais já está na fase re ci cla -gem, que deve ser rea li za da de cin co em cin co anos.

Para a téc ni ca de trân si to da BHTrans, Ro sa na Gar zonMo rei ra Cé sar, a qua li fi ca ção obri ga tó ria dos ta xis tastrou xe, en tre ou tros re sul ta dos, o res ga te da con fian ça dapo pu la ção no ser vi ço. “Hoje, vá rios pais con fiam em cha -mar um táxi para trans por tar seus fi lhos, em qual quer ho -rá rio, pois sa bem que o veí cu lo está em bom es ta do eque o mo to ris ta é qua li fi ca do”, diz Ro sa na. Além dis so, oau men to do uso do ser vi ço de táxi teve im pac to di re to notrân si to, pois ti rou um pou co o car ro par ti cu lar das ruas.A fro ta de tá xis re gu la ri za dos na ci da de (6.150 per mis -sões) é for ma da por car ros com cin co anos da data fa bri -ca ção e com qua tro por tas.

O pro ces so de pro fis sio na li za ção na ca pi tal mi nei ra teveiní cio em 1994, quan do um cur so de es pe cia li za ção no se -tor pas sou a ser ofe re ci do pela uni da de Sest/Se nat lo cal. Apar tir de 1995, o cur so se tor nou obri ga tó rio e ne nhummo to ris ta ob tém li cen ça sem an tes pas sar pela for ma ção.“No iní cio, ti ve mos re sis tên cia dos ta xis tas, mas hoje amaio ria tem cons ciên cia da ne ces si da de da ca pa ci ta ção”,diz o di re tor do Sest/Se nat em Belo Ho ri zon te, José Vi cen -te Gon çal ves. O cur so de for ma ção de ta xis tas tem 44 ho -ras/aula e o de re ci cla gem, 16.

Para o mé di co Se ra fim Bar bo sa, que usa táxi em BHdia ria men te, o bom aten di men to cria um re la cio na men tode fre gue sia. “Te nho uma lis ta com os te le fo nes de qua trota xis tas, os quais cha mo com fre quên cia. O ser vi ço ofe re -ci do por eles é óti mo”, diz Bar bo sa.

BELO HORIZONTE É MODELO NA CAPACITAÇÃO

ESTÍMULO O presidente da Fecanvir, Edgar de Souza

PAULO FONSECA

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AGOSTO 2004 CNTREVISTA 41

pelo me nos, dois anos an tes de ini cia rem apres ta ção do ser vi ço. “É im por tan te ob ser varque na In gla ter ra a ren da do ta xis ta é dez ve -zes maior que a do bra si lei ro”, diz o pre si -den te da Fe de ra ção Na cio nal dos Ta xis tas(Fe can vir), Ed gar Fer rei ra de Sou sa.

A preo cu pa ção com a qua li fi ca ção é cres -cen te para esse tipo de trans por ta dor e se es -ten de pe los sin di ca tos e fe de ra ções de todo opaís. Al gu mas ci da des tu rís ti cas bus cam a rá -pi da pro fis sio na li za ção, como o Rio de Ja nei -ro. A ci da de se pre pa ra para re ce ber os Jo gosPan-Ame ri ca nos em 2007, pe río do em queserá uma re fe rên cia mun dial. “A ex pec ta ti vaé que em 2007 mais da me ta de dos ta xis tasca rio cas es te jam qua li fi ca dos”, diz o pre si -den te da Fe can vir.

A qua li fi ca ção para aten der es tran gei ros éum item es sen cial para se des ta car en tre afro ta da ci da de. O ta xis ta ca rio ca Rô mu loCé sar Lima Ho lan da, há 11 anos na pra ça,

NESTE ANO,MAIS DE 500

TAXISTAS FORAMQUALIFICADOSPELO CURSO DOSEST/SENAT NORIO DE JANEIRO

de di ca-se ao es tu do de lín guas e ates ta:essa qua li fi ca ção é si nô ni mo de au men to naren da. Por sa ber se co mu ni car em in glês eem es pa nhol, foi es co lhi do por uma agên ciapara aten der o pi lo to ita lia no Va len ti no Ros -si, que es te ve na ci da de para a dis pu ta doGP de Mo to ve lo ci da de. Em ou tro caso, Ho -lan da trans por ta va um tu ris ta rus so e, apósmui to tem po ten tan do se co mu ni car por mí -mi ca, o idio ma ex tra foi a sal va ção. “Ele nãofa la va in glês. Mas des co bri que ele en ten diaes pa nhol. Ele me con tra tou por três dias.”

O pre si den te da Fe can vir, Ed gar de Sou za, jáse de sen ten deu com um pas sa gei ro por não sa -ber ou tro idio ma. “Um nor te-ame ri ca no que eutrans por ta va que ria sa ber so bre o jogo de fu te -bol que eu ou via no rá dio. Eu não en ten dia oque ele fa la va e isso deu mui ta con fu são.” Nãoqua li fi car-se, hoje, é per der di nhei ro. “Não sa -ber aten der o tu ris ta é abor tar uma lon ga via -gem”, diz Ho lan da.

O prin ci pal meio de for ma ção dos pro fis -sio nais da área é o Sest/Se nat, por meio doscur sos ofe re ci dos em suas uni da des. O Riode Ja nei ro con ta com cerca de 70 mil ta xis -tas e, para me lho rar o ser vi ço, a Se cre ta riaEs pe cial do Tu ris mo (Se tur) e a Em pre saMu ni ci pal de Tu ris mo (Rio tur) cria ram noano pas sa do o pro je to Rio Hos pi ta lei ro, quevisa qua li fi car to dos os pro fis sio nais que têmcon ta to di re to com o tu ris ta no Es ta do. Se -gun do a Se tur, nes te ano, mais de 500 ta xis -tas já fo ram qua li fi ca dos pelo pro je to, na uni -da de Sest/Se nat de Deo do ro.

A pri mei ra tur ma se for mou em fe ve rei ro e ase gun da, em abril – uma ter cei ra se for ma emagos to. De acor do com o di re tor da uni da de deDeo do ro, Edél cio Lu do vi ce, a di dá ti ca do pro -gra ma de ca pa ci ta ção de ta xis tas, com pos ta por88 ho ras/aula, in clui cur sos de his tó ria da ci da -de e seus pon tos tu rís ti cos, trei na men tos, no -ções de in glês e es pa nhol, pa les tras e de ba tes,além de au las de di re ção de fen si va e le gis la ção.“O ta xis ta se pre pa ra não so men te para aten der

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42 CNTREVISTA AGOSTO 2004

o tu ris ta, mas tam bém para aten der bem o pas -sa gei ro ur ba no do dia-a-dia.”

Par ti cu la ri da desO ce ná rio do se tor tem suas par ti cu la ri da des

nas vá rias ci da des do país e a pro fis sio na li za -ção da ca te go ria ocorre para atender a difer-entes demandas. No Rio de Ja nei ro, por exem -plo, se gun do o pre si den te da Fe can vir, os ta xis -tas con vi vem com uma de man da re pri mi da,cau sa da pela fal ta de se gu ran ça da po pu la ção.“As pes soas fi cam ater ro ri za das com a cri mi na -li da de e têm medo até mes mo do ta xis ta. A pro -fis sio na li za ção con tri bui, in clu si ve, para mu daressa vi são. O pro fis sio nal vai res ga tar a sua con -fia bi li da de”, afir ma Sou za.

Na ci da de de São Pau lo, onde há o maiornú me ro de ta xis tas do país (35 mil veí cu los ecer ca de 50 mil ta xis tas), não há lei que obri gueos pro fis sio nais a pas sa rem por cur so de for ma -ção. So men te aque les que aten dem à re gião deae ro por tos é que pas sam por uma rá pi da qua -li fi ca ção que dura cer ca de oito dias, mi nis tra -da ge ral men te por em pre sas par ti cu la res. Opre si den te da Fe de ra ção dos Ta xis tas do Es ta -do de São Pau lo, José Fio ra van ti, diz que a me -lho ria do ser vi ço só ocor re com a qua li fi ca ção.“É ne ces sá rio que se criem leis que obri guemos ta xis tas da ci da de a se ca pa ci ta rem.” Se gun -do ele, a mé dia de es co la ri da de dos pro fis sio -nais da Gran de São Pau lo é o en si no fun da -men tal com ple to. “Acho que plan tar essa cons -ciên cia em ta xis tas mais jo vens é bem mais fá -cil do que nos mais ve lhos. Es ses são mui tomais re sis ten tes.”

Em Por to Ale gre, a pro fis sio na li za ção daca te go ria já é um pro ces so em an da men to.“Acre di to que a ca pa ci ta ção é a for ma maisefi cien te que te mos para com ba ter os cha -ma dos tá xis pi ra tas e ile gais. Sa ber tra tar e

C om o ob je ti vo de ha bi li tar os ta xis tasem Bra sí lia, a Se cre ta ria de Trans por -te da ci da de bai xou uma por ta ria em

maio para que to dos os pro fis sio nais queaten dem à área do ae ro por to Jus ce li no Ku -bits chek se ca pa ci tas sem em um pra zo 90dias. A por ta ria tam bém de ter mi na, en tre ou -tras re gras, que os mo to ris tas tra fe guem emveí cu los com me nos de oito anos de fa bri ca -ção, qua tro por tas, e com ar-con di cio na do.

Para a pre si den te do Sin di ca to dos Ta -xis tas do Dis tri to Fe de ral, Ma ria do Bon fimPe rei ra de San ta na, a exi gên cia irá tra zerme lho rias para o se tor. O pro ble ma, se gun -do a di ri gen te, é a de mo ra dos ta xis tas ematen der à por ta ria. A ci da de tem uma fro tade 3.400 tá xis, dos quais cer ca de 3.000

aten dem à re gião do ae ro por to. E essecon tin gen te ain da não co me çou o pro -ces so de ca pa ci ta ção. “Es ta mos ne go -cian do esse pra zo que está por ex pi rar”,diz Ma ria do Bon fim.

Os ta xis tas par ti ci pa rão de cur so queabor de prin ci pal men te o re la cio na men -to com o clien te, for ma ção que será mi -nis tra da na uni da de do Sest/Se nat.“Acho que a ca pa ci ta ção é fun da men talpara a ca te go ria já que o táxi é um ser -vi ço bas tan te uti li za do em Bra sí lia”, dizMa ria do Bon fim.

O ser vi ço de táxi em Bra sí lia tempar ti cu la ri da des de uma ca pi tal fe de ral,exe cu ti va e le gis la ti va. Há um maiormo vi men to du ran te a se ma na, de um

BRASÍLIA PEDE MAIS TEMPO PARA REGULARIZAR

FORMATURA Alunos da 2ª turma do curso para taxistas do Sest/Senat do Rio

SEST/SENAT/DIVULGAÇÃO

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AGOSTO 2004 CNTREVISTA 43AGOSTO 2003 CNTREVISTA 43

in for mar o pas sa gei ro é o nos so di fe ren cial”,diz o pre si den te da Fe de ra ção dos Ta xis tase Trans por ta do res Au tô no mos de Pas sa gei -ros e Bens do Rio Gran de do Sul (Fe ca -vergs), Ma ria no Cos ta.

Um cur so se me lhan te ao mi nis tra do no Riode Ja nei ro foi cria do na ca pi tal gaú cho. Deacor do com Cos ta, essa é a úni ca arma paracom ba ter in clu si ve os moto-tá xis, ser vi ço que,se gun do ele, vem in va din do o mer ca do detrans por te de pas sa gei ros na ca pi tal gaú cha.“O tra ba lho do ta xis ta fun cio na como uma es -pé cie de re la ções pú bli cas da ci da de.”

Uma das par ti cu la ri da des de Por to Ale gre,se gun do ele, é a li cen ça pro vi só ria para ta xis -tas, me di da im plan ta da nes te ano pela em pre -sa mu ni ci pal que gere o trans por te na ci da de.O ta xis ta fica com essa li cen ça por 90 dias e, seti ver uma boa atua ção, con se gue a de fi ni ti va.

Me lho ria na ren daPara o ex-ta xis ta gaú cho José Ces ta ri, que

hoje dá pa les tras para os co le gas em todo opaís, a qua li fi ca ção está as so cia da tam bém àme lho ria da ren da do pro fis sio nal. Se gun do ele,o ta xis ta tem de co nhe cer to dos os ser vi ços daci da de: ho téis, res tau ran tes e até mes mo comoanda a po lí ti ca no mu ni cí pio. “O bom ta xis ta étão pre pa ra do que tem ma pas, ca tá lo gos te le fô -ni cos e até mes mo má qui na fo to grá fi ca no car -ro, para ca sos de even tua li da des.”

Mas a qua li fi ca ção pro fis sio nal não traz re -sul ta dos po si ti vos so men te para a alta tem po -ra da do tu ris mo. O pas sa gei ro do dia-a-diadas ci da des tam bém gos ta de ser bem tra ta -do e orien ta do, é o que afir ma a ta xis ta ca rio -ca Ro si me re Ro bert son. Ela foi alu na da pri -mei ra tur ma do cur so de for ma ção de ta xis tasno Rio de Ja nei ro do Sest/Se nat Deo do ro e dizque des de a pri mei ra aula pas sou a apli car osno vos con cei tos no seu tra ba lho. “Os re sul ta -dos são os me lho res pos sí veis. O pas sa gei rofica mais sa tis fei to quan do sa be mos tra tá-lo eorien tá-lo”, diz Ro si me re. l

cer to tipo de usuá rio, que nor mal men tebus ca ho téis ou pon tos como o Con gres so.Co nhe cer de ta lha da men te a geo gra fia daci da de é fun da men tal para o ta xis ta, poisna maior par te das ve zes irá li dar com pes -soas que es tão de pas sa gem mo ti va daspelo tra ba lho, ca rac te rís ti ca que re queragi li da de e des ti nos cer tei ros.

Ma ria do Bon fim diz que essa clien te laé exi gen te e que 80% des se con tin gen tede sem bar ca no ae ro por to. A ca rac te rís ti catam bém faz com que os ta xis tas te nhamren da ga ran ti da de se gun da a quin ta-fei -ra, pe río do de maior mo vi men ta ção noCon gres so Na cio nal. “Quan do che ga o fi -nal de se ma na, fi ca mos pra ti ca men te pa -ra dos”, diz a ta xis ta.

BRASÍLIA PEDE MAIS TEMPO PARA REGULARIZAR

“É NECESSÁRIOQUE SE CRIEM

LEIS QUEOBRIGUEM OSTAXISTAS DACIDADE A SE

CAPACITAREM”

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44 CNTREVISTA AGOSTO 2004

VETO DE LULA A 14 ARTIGOS DA MP 177 INIBE RETOMADA DA MARINHA MERCANTE

T oda a es pe ran ça de re vi ta li za ção da in -dús tria na val bra si lei ra caiu por ter raem ju lho, quan do o pre si den te LuizIná cio Lula da Sil va ve tou 14 ar ti gos da

me di da pro vi só ria 177, que es ta be le ciam pro -ce di men tos para o re co lhi men to e a des ti na çãodo Adi cio nal ao Fre te para a Re no va ção da Ma -ri nha Mer can te (AFRMM). De acor do com di ri -gen tes e es pe cia lis tas do se tor na val, a Lei nº10.893, tal como foi pu bli ca da, so freu umamu ti la ção enor me no pro je to apre sen ta do e ex -cluiu, in clu si ve, a cria ção do Fun do de Ga ran -tia à In dús tria Na val (FGIN).

A de ci são pre si den cial vai de en con tro àcam pa nha elei to ral de 2002, na qual o pre si -den te en fo cou a ne ces si da de de in cen ti vo àma ri nha mer can te para a re to ma da do cres ci -men to. Na oca sião, dis cu tia-se até a in coe rên -cia de se cons truir uma pla ta for ma de pe tró leoem solo es tran gei ro, en quan to tan tos em pre gospo de riam es tar sen do ge ra dos no país.

O veto do pre si den te se de veu a uma pres -são da equi pe eco nô mi ca para a uti li za ção dosre cur sos do Fun do de Ma ri nha Mer can te(FMM) para, mais uma vez, ga ran tir su pe rá vitpri má rio. Bas ta pas sar o olho nas jus ti fi ca ti vasdos ve tos para ver a preo cu pa ção do go ver nofe de ral na re du ção do “pa tri mô nio do FMM”,no im pac to so bre o “re sul ta do pri má rio” ou nadi mi nui ção de re cur sos para ou tros fins, “in clu -si ve os de cu nho so cial ou no au men to pro por -cio nal de re cei tas” (veja qua dro).

Além FGIN, fo ram cor ta dos ar ti gos que pre -viam a cor re ção – “des do la ri za ção” – dos con -tra tos de fi nan cia men to fir ma dos e a pror ro ga -ção da isen ção de pa ga men to do AFRMM so -bre mer ca do rias cuja ori gem ou des ti no fi nalseja por to lo ca li za do nas re giões Nor te e Nor -des te. Tam bém foi ve ta do o be ne fí cio, em con -ta vin cu la da, de R$ 0,75 para cada R$ 1 deAFRMM ge ra do por em pre sas bra si lei ras dena ve ga ção que pos suam em bar ca ções pró -prias, ope ran do com tri pu la ção bra si lei ra.

ERA UMA VEZAREVITALIZAÇÃO

LEGISLAÇÃO

MODAL AQUAVIÁRIO

POR EULENE HEMÉTRIO

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AGOSTO 2004 CNTREVISTA 45

VETO DE LULA A 14 ARTIGOS DA MP 177 INIBE RETOMADA DA MARINHA MERCANTE

O FGIN, que se ria cons ti tuí do com re cur sosdos adi cio nais so bre os fre tes, con ta ria com umva lor es ti ma do de R$ 400 mi lhões por ano. Aemen da se ria im por tan te, por exem plo, para ali ci ta ção dos 42 na vios da Trans pe tro, que estásen do aguar da da des de o iní cio do ano e devege rar em tor no de 10 mil em pre gos, além demo vi men tar in ves ti men tos de qua se US$ 2 bi -lhões na in dús tria na val. Sem a cria ção do fun -do, que se ria ge ri do pelo BNDES, os es ta lei rosna cio nais fi cam in ca pa ci ta dos de ofe re cer ga -ran tias para to mar o fi nan cia men to ne ces sá riopara a cons tru ção do na vio.

Não por me nos, o se tor aqua viá rio estáin con for ma do e de si lu di do com a ati tu de dogo ver no fe de ral. De acor do com o pre si den -te da Fe de ra ção Na cio nal das Em pre sas deNa ve ga ção Ma rí ti ma, Flu vial, La cus tre e deTrá fe go Por tuá rio (Fe na ve ga), Luiz Re be loNeto, ha via o com pro mis so de não ve tar aMP 177 por que dis so de pen dia a re vi ta li za -ção do se tor aqua viá rio. “Foi ti ra do um pe -da ço do co ra ção do pro je to. O se tor está to -lhi do e não há como re ver ter o qua dro atualsem os in cen ti vos pre vis tos”, diz Neto.

O di ri gen te da Fe na ve ga afir ma que a frus -tra ção é ge ral. “O pre si den te Lula fez seu pro -gra ma de go ver no vol ta do para o se tor aqua viá -rio. Era um com pro mis so de cam pa nha. Mas,de pois de tudo apro va do e vo ta do na Câ ma ra,a prá ti ca foi ou tra. Tudo em prol da re den ção fi -nan cei ra e do su pe rá vit pri má rio. Des sa for ma,o Bra sil não des lan cha.”

A po si ção de Neto é com par ti lha da pelovice-pre si den te da CNT para o se tor aqua viá -rio, Me ton Soa res Jú nior “Após tan tos anosde ar gu men ta ções e lu tas, vejo que nos so tra -ba lho não só foi im pro fí cuo num pas sa do re -cen te, como tam bém o será de ago ra emdian te. Sem ter a ne ces si da de de uma aná li -se cri te rio sa dos ve tos pre si den ciais, es toucon vic to de que a MP 177 está to tal men temu ti la da. Mais uma vez, tra ba lha do res e em -pre sá rios sen tem-se de si lu di dos no seu ca mi -

ERA UMA VEZAREVITALIZAÇÃO

ALBAR

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46 CNTREVISTA AGOSTO 2004

nho de es pe ran ça para a re vi ta li za ção da ma -ri nha mer can te e in dús tria na val”, diz Soa res.

Como, en tão, re vi ta li zar a ma ri nha mer can tebra si lei ra? Se gun do Meton Soa res, mui tos queti ve ram a opor tu ni da de de acom pa nhar a evo -lu ção do trans por te ma rí ti mo e da in dús tria na -val nas dé ca das de 60 e 70 res pon de riam comuma fra se mui to sim ples: “É ne ces sá rio ter von -ta de po lí ti ca.” O tom de de si lu são do mi na o ce -ná rio aqua viá rio na cio nal. “Nós acre di tá va mosna MP 177 como pri mei ro pas so para uma re -to ma da do seg men to ma rí ti mo. Mes mo as sim,ain da es tá va mos mui to dis tan tes das nos sasreais ne ces si da des para re vi ta li zar, não ape nasa ma ri nha mer can te, mas o trans por te no Bra -sil como um todo. Para dar iní cio com a se rie -da de que o caso re quer, ou seja, re vi ta li zar ostrans por tes, te mos de ter an tes de tudo com pe -tên cia e von ta de po lí ti ca”, diz.

O di ri gen te lem bra que, ao se fa lar em re vi -

ta li za ção do trans por te, é pre ci so en xer gar a ca -deia lo gís ti ca como um todo. “A in ter mo da li da -de é fun da men tal para o su ces so do trans por -te, pois não se pode con cor rer num mun do al -ta men te com pe ti ti vo, pos suin do um sis te ma ro -do viá rio des truí do, com suas es tra das re le ga -das ao aban do no há vá rios anos sem qual querin ves ti men to, obri gan do ao em pre sa ria do e au -tô no mos su por tar pre juí zos in cal cu lá veis.”

Para Meton Soa res, tam bém não adian ta fa -zer vis ta gros sa para um sis te ma fer ro viá rio quecon ti nua so man do os mes mos er ros do pas sa -do. Da mes ma for ma, ele acre di ta que nãoadian ta fa lar de sis te ma hi dro viá rio apon tan docor re ções nes sa ou na que la ba cia hi dro grá fi ca– como o caso do Rio Gran de do Sul, onde setor na ne ces sá rio rea li zar dra ga gens nos ca naisna ve gá veis da La goa dos Pa tos –, sem pas sarpela du pli ca ção de ro do vias im por tan tes paraes coa men to da pro du ção des ti na da ao ex te rior,como as BR-101 e BR-116.

Se gun do o di ri gen te da CNT, anual men tePARADO NO TEMPO Setor apostava na MP 177 para revitalizar portos e indústria

VALTERCI SANTOS/GAZETA DO POVO/FUTURA PRESS

ANTONIO COSTA/GAZETA DO POVO/FUTURA PRESS

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AGOSTO 2004 CNTREVISTA 47

são trans por ta das mais de 15 mi lhões de to -ne la das de car gas so men te na ba cia ama zô -ni ca. “Se fa lar mos da ba cia hi dro grá fi ca dare gião ama zô ni ca, en tre tan to, va mos cons ta -tar que de ze nas de pes soas mor rem anual -men te face os mais di ver sos aci den tes, emde cor rên cia de em bar ca ções pre cá rias.”

Meton Soa res fri sa, ain da, que o lon go cur sojá che gou a ocu par o 11º lu gar no ce ná rio es ta -tís ti co mun dial sob a ban dei ra bra si lei ra, e hojecons ta ta-se a au sên cia do em pre sa ria do bra si lei -ro nes se seg men to. “A ca bo ta gem hoje trans por -ta cer ca de 800 mil TEUS não de vi do aos seusna vios ade qua dos a esse trans por te ou à ple naefi ciên cia dos em pre sá rios. Mui ta car ga foi des -via da para o sis te ma ma rí ti mo de ca bo ta gem,face, re pi to, às pés si mas con di ções das nos sases tra das e à to tal e ab so lu ta fal ta de se gu ran çacom a qual con vi vem os ca mi nho nei ros.”

Se gun do o di ri gen te, o go ver no ins ta la do

no Bra sil em 1990 se en car re gou de ini ciara des trui ção não so men te do trans por tema rí ti mo, mas do trans por te em ge ral. Alia -do a es ses fa to res, o cus to da car ga tri bu -tá ria en gor da do pe los ele va dos pe dá giosvão tor nan do cada vez mais in viá vel otrans por te ro do viá rio. “Re co nhe ce mos oes for ço do se cre tá rio Wag ner Vic ter (daEnergia, da Indústria Naval e do Petróleo,do Rio de Janeiro), mas a in dús tria na valpre ci sa de pla nos de lon go al can ce, pro pi -cian do não so men te o seu cres ci men to,como tam bém da in dús tria pa ra le la. É fun -da men tal uma pla ni fi ca ção pro fun da, téc -ni ca e pro fis sio nal para uma po lí ti ca detrans por tes no Bra sil, e não ar re me dos eme di das pa lia ti vas como as que são apre -sen ta das e que vêm de lon ga data, numaten ta ti va de lu di briar usuá rios, em pre sá riose tra ba lha do res, como se so lu ções de fi ni ti -vas es ti ves sem sen do apre sen ta das.”

O medo do se tor aqua viá rio, que ago ra secon fir ma, é que os re cur sos do FMM se jamcon tin gen cia do, como acon te ce hoje com aCide. De cer ta for ma, res sal ta Soa res, “a di fi cul -da de hoje para se ter aces so a es ses re cur sosjá é tão gran de que pas sa a ser tam bém umama nei ra de se gu rar a ver ba para ge rar mais re -cei tas aos co fres da União”.

Se ex por tar é a mola-mes tra do go ver no fe -de ral, a dú vi da que pai ra so bre o se tor é comoes pe rar um cres ci men to nas ven das ex ter nasse a in fra-es tru tu ra está su ca tea da. Se gun docál cu los de Meton Soa res, o Bra sil já foi ca pazde trans por tar mais de 40% da car ga pro du zi -da, mas esse ín di ce hoje qua se não atin ge 2%.O dé fi cit de fre te pro vo ca do pelo su ca tea men to,ain da se gun do da dos de Soa res, atin ge US$ 7bi lhões por ano. “Quan do é que va mos dar aosnos sos por tos a im por tân cia e o des ta que ne -ces sá rio, pro pi cian do maio res in ves ti men tos,per mi tin do ope ra ção e es coa men to de car gas,com a mes ma efi ciên cia que o mun do por tuá -rio no ex te rior ofe re ce?”, diz. l

DESILUSÃO Para MetonSoares, é preciso vontadepolítica para resolverproblemas do setor

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AGOSTO 2004 CNTREVISTA 49

CADA VEZMAIS ALTOA BRA CONQUISTA ESPAÇO NO MERCADOAO UNIR TURISMO E PREÇOS BAIXOS

NEGÓCIOS

MODAL AEROVIÁRIO

POR CLÁUDIO ANTONIO

FOTOS BRA/DIVULGAÇÃO

D e pois do su ces so co -mer cial da Gol, umaou tra em pre sa aé reaco me ça a ga nhar es -

pa ço no mer ca do da avia ção na -cio nal, com pre ços com pe ti ti vosem re la ção às con cor ren tes. Tra -ta-se da BRA Trans por tes Aé -reos, que tra ba lha com vôos fre -ta dos e em con jun to com ope ra -do ras de tu ris mo e vem au men -tan do gra da ti va men te sua atua -ção no mer ca do. Os di re to res daem pre sa apos tam ago ra em umvôo mais alto.

Com sede em São Pau lo e amaio ria de seus des ti nos noNor des te do país, a BRA co me -çou a voar em 1999 com umBoeing 737-300 ar ren da do. Umano de pois, as si nou um con tra tocom a Ro ta tur, em pre sa do gru -po Va rig es pe cia li za da em vôos“char ters” e pas sou a voar tam -bém com aviões da par cei ra, nope río do no tur no.

No iní cio de 2002, a em pre sacon ta va com três Boeing 737-300 con fi gu ra dos para 148 pas -sa gei ros e ter mi nou o ano comcin co aviões. En quan to em 2001fo ram trans por ta dos 163.416pas sa gei ros em 2.539 ho ras voa -das, em 2002 os pas sa gei rostrans por ta dos fo ram 425.989(261% a mais que em 2001), em11.849 ho ras de vôo, sem precom apro vei ta men to na fai xa dos80% – em feriados e alta tempo-rada, a taxa sobe para 92% ou93%. Em 2003, a evo lu ção seman te ve, com 639.487 pas sa ge -rios (50% a mais que no ano an -te rior), em 15.243 ho ras voa das.

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O cres ci men to nes te ano dev-erá fazer a em pre sa su pe rar amar ca de 1 mi lhão de pas sa gei -ros. “Ul tra pas sa re mos esse nú -me ro com tran qui li da de. Em ju -lho, que con si de ra mos qua seque uma alta tem po ra da, ti ve -mos 130 mil pas sa gei ros. São,em mé dia, 21 mil pas sa gei rospor dia e 700 por avião. É umnú me ro ex pres si vo, já que cadaavião tem em mé dia 150 pas sa -gei ros. Isso re pre sen ta aviões to -dos cheios. Pode não ser umnú me ro ex pres si vo se con si de -ran do em pre sas de gran de por -te. Mas, para nós, no iní cio dasope ra ções isso era uma coi safan tás ti ca e hoje uma rea li da -de”, diz o di re tor-exe cu ti vo dacom pa nhia, Jair Pin to Eva ris to.

Ou tra meta da em pre sa é au -men tar a fro ta de ae ro na ves. “Emja nei ro, vis lum bra mos ter mi nar2004 com sete aviões. Te mosuma ex ce len te mé dia de pas sa -gei ros e en ten de mos o es pa çoque te mos. Es pe ra mos ini ciar apró xi ma alta tem po ra da (a par tirde de zem bro) com uma fro ta denove a dez aviões”, diz Eva ris to.

Ou tro pla no que está emde sen vol vi men to é o iní cio devôos in ter na cio nais, com pa -co tes da Eu ro pa para o Nor -des te bra si lei ro. Segundo o di -re tor da em pre sa, se rão cin cocon tra tos se ma nais para vôossain do de Na tal, For ta le za ePor to Se gu ro para Por tu gal,Ho lan da e Es pa nha. “Nos saope ra ção é de fre ta men tos,por isso nos so ob je ti vo é tra -zer para o Bra sil tu ris tas eu ro -

VÔO “CHARTER” AMPLIA ATUAÇÃO

A comodidade e os preços mais baixosem relação às empresas de vôosregulares atraem um número cres-

cente de usuários dos vôos “charters” noBrasil. Além da BRA, várias outras empre-sas nacionais operam nesse sistema, atémesmo algumas companhias regulares,como a Varig, por exemplo. As empresas defretamento têm um tipo de operação partic-ular. Enquanto a empresa regular tem suaslinhas, locais e horários pré-definidos, as“charters” podem operar em qualquer tre-cho ou horário, mas precisam pedir autor-ização ao DAC (Departamento de AviaçãoCivil).

De acordo com o DAC, além da BRA,outras seis empresas de vôos não-regularesoperam no país: Beta (Brazilian ExpressTransportes Aéreos), TCB (Transporte Char-ter do Brasil) e Viabrasil Transportes Aéreos,

as três com sede em São Paulo, Fly LinhasAéreas e TEAM (Transportes EspeciaisAéreos e Malotes), ambas no Rio deJaneiro, e TAF Linhas Aéreas, com sede emFortaleza e vôos pela região Nordeste. AViabrasil e a Fly estão momentaneamentecom as atividades paralisadas.

A evolução do setor é tão significativaque até as chamadas companhias regu-lares passaram a dar mais atenção aessa faixa do mercado. A Varig, atravésda sua subsidiária Varig Charter, há umano utilizava os vôos não-regulares parareduzir a ociosidade da sua frota. Hoje,reserva três Boeing 767 só para essenegócio, que já representa 2% do fatura-mento da empresa. A TAM, segundo odiretor de vendas Klaus Kuhnast, teveum crescimento de 43% em janeirodeste ano em relação a janeiro de 2003.

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peus”, afir ma Wal ter Fo le gat ti,um dos só cios da em pre sa.

Em 2003, a com pa nhia já ope -rou rota in ter na cio nal, com 12fre ta men tos de Cór do ba, na Ar -gen ti na, para Por to Se gu ro.

Ope ra do ra de tu ris moUma das cha ves do su ces so

da em pre sa é a PNX Tra vel/BRA,ope ra do ra tu rís ti ca do gru po eque com ple tou em maio seu pri -mei ro ano, após o en cer ra men -to das ati vi da des da tam bémope ra do ra tu rís ti ca Pa nex press,em ou tu bro de 2001. “Fe cha -mos a Pa nex press para rees tru -tu rar as ati vi da des da em pre sa,for ta le cen do a BRA. No anopas sa do, re to ma mos o bra çoope ra do ra do gru po, com onome fan ta sia PNX”, diz Folegat-ti. A operadora fechou o primeiroano com 130 mil pacotes.

Jair Pin to Eva ris to res sal ta aim por tân cia da PNX/Tra vel para osu ces so da BRA Li nhas Aé reas.“Di ga mos que a PNX-Tra vel é aem pre sa mãe da BRA, com osmes mos pro prie tá rios. É a ter cei -ra maior ope ra dora do Bra sil. Di -ria que todo gran de ope ra dor detu ris mo fre ta aviões e a PNX temuma em pre sa qua se que ex clu si -va. Ga ran te um bom ní vel de ocu -pa ção e tem ca pa ci da de de dis tri -bui ção do pro du to BRA. Há umaca pi la ri da de nes sa coi sa toda quega ran te esse su ces so de pas sa -gei ros.”

Os nú me ros ani mam a ope ra -do ra, que pos sui fro ta com cer cade 30 ôni bus e seis ho téis pró -prios, além de ou tros cin co ar ren -da dos. Tan to que a ex pec ta ti va éde do brar o nú me ro de pa co tesven di dos até maio de 2005. Jun -ta, a hol ding (operadora mais

BRA) trans por tou 1,1 mi lhão depas sa gei ros no ano pas sa do, nú -me ro que de ve rá che gar a 1,4 mi -lhão nes te ano, se gun do Fo le gat -ti. “Apos ta mos na ver ti ca li za çãodo tu ris mo. So mos uma em pre sapre sen te em to dos os seg men tos.Além dos ôni bus, aviões, ho téis epa co tes, te mos uma rede de 140agên cias no Bra sil”, diz o di re tor,res sal tan do que mais de 60% dasven das da em pre sa são fei tas poragen tes de via gens.

Foco no Nor des teA maio ria das ro tas da BRA é

vol ta da para o Nor des te, re giãoque tem uma enor me li ga çãocom a ca pi tal pau lis ta. “É o nos soprin ci pal foco por que é uma si -tua ção ló gi ca. São Pau lo é amaior ci da de nor des ti na do Bra -sil, e o nor des ti no é fiel às ori gens.Ele vol ta fre qüen te men te para vi -si tar a ter ra dele”, diz Eva ris to.

A BRA segue a mesma linhade serviço que a Gol. As ta ri fasmais baixas implicam diferençasno serviço de bordo. No vôo“charter”, o cliente irá encontrarbebidas e lanches, mas não hárefeição quente. “Elas (asrefeições quentes) acar re ta riamum cus to adi cio nal que as pes -soas não es ta riam dis pos tas a pa -gar mais por isso”, afirma o dire-tor-executivo da empresa.

As pas sa gens da em pre sapara os vôos “charters” po demser com pra das nas lo jas BRA,ae ro por tos e agên cias de via -gens. O site da empresa na In -ter net só dá aces so a in for ma -ções so bre os vôos. l

OPÇÃO Interiorde avião da BRA

A EMPRESAACREDITAQUE IRÁSUPERAR A A MARCA DE1 MILHÃODE USUÁRIOSNESTE ANO

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CAOS NA FLORESTATRANSAMAZÔNICA E RODOVIAS DA REGIÃONORTE SÃO DESAFIO AOS MOTORISTAS

POR CLÁUDIO ANTONIO

AMAZÔNIA

INTEGRAÇÃO

Á rea de in te res se deso be ra nia na cio nal, aAma zô nia é vis ta sem -pre com preo cu pa ção

em re la ção a pis tas de pou soclan des ti nas, para trá fi co dedro gas e ar mas. Por isso, fo ramcria dos o Si vam (Sis te ma de Vi -gi lân cia da Ama zô nia) e a Leido Aba te, que per mi te ata caraviões ci vis que so bre voam are gião sem se identificarem. Seo es pa ço aé reo me re ce aten çãogo ver na men tal, o mes mo nãose pode di zer das es tra das. Asi tua ção con ti nua como o ima -gi ná rio na cio nal sem pre viu, ro -do vias pra ti ca men te in tran si tá -veis, es pe cial men te a BR-230,co nhe ci da como Tran sa ma zô -ni ca, cuja ima gem pre do mi nan -te ain da é de mui ta lama, bu ra -cos, di ver sos veí cu los pa ra dosem mui tos de seus tre chos eboa par te de seu tra ça do ori gi -nal en go li da pela flo res ta.

Sem pa vi men ta ção e semfun ção so cioe co nô mi ca de fi ni -da, a ro do via se trans for mounum pe sa de lo para os mo to ris -tas que se aven tu ram a tra fe gá-la e para as 50 mil fa mí lias le va -das para a re gião no iní cio dosanos 70, quan do foi cons truí da.Pres tes a co me mo rar 32 anos –foi inau gu ra da em 25 de agos tode 1972 –, hoje, a Tran sa ma zô -ni ca vê ape nas me ta de des sasfa mí lias, sem pre es pe ran doque a es tra da ain da ve nha acum prir o seu pa pel de in te gra -ção na cio nal.

Al guns de seus tre chos sósão tra fe gá veis du ran te o pe -

río do que vai de ju nho a de -zem bro. No res tan te do ano,pre do mi na do por chu vas in -ten sas, o trá fe go é mui to di fí cilou im pos sí vel de se rea li zar emmais de 70% da es tra da. Vá -rios tre chos vi ram la ma çal e fi -cam in ter rom pi dos, dei xan doilha dos qua se to dos os nú cleosur ba nos. Quan do ter mi na o pe -río do das chu vas, o lei to da es -tra da vira um rio de poei raaver me lha da, que sobe à pas -sa gem dos car ros e co bre a ve -ge ta ção la te ral. Os mo to ris tassão obri ga dos a man ter qua sesem pre os fa róis ace sos.

Ca mi nhão e ôni bus po demfi car dias e até se ma nas ato -la dos, aguar dan do so cor ro.Aque les que trans por tam car -gas pe re cí veis têm pre juí zocer to. Tra ba lha do res ru rais,em pre sá rios, sin di ca lis tas e

li de ran ças lo cais re sol ve ramse or ga ni zar para cha mar aaten ção do go ver no quan to àsvan ta gens que a Tran sa ma zô -ni ca pode ofe re cer ao país.“Po de mos abas te cer não só oBra sil, mas tam bém o Mer co -sul, com fei jão, ar roz, açú -car, pi men ta-do-rei no, ca -cau, fru tos, ver du ras, le gu -mes e car ne. Além dis so, are gião é rica em ma dei ras emi né rios. Bas ta criar uma in -fra-es tru tu ra e as fal tar a es -tra da para que isso se trans -for me num imen so ce lei ro”,afir ma Ju ra ci Dias da Cos ta,coor de na dor re gio nal da Fe -ta gri (Fe de ra ção dos Tra ba -lha do res na Agri cul tu ra), emMe di ci lân dia, no in te rior doPará, uma das maio res pro -du to ras de ca cau do Es ta do.

No Ama zo nas, a si tua ção da

“O BRASILPRECISAENTENDERQUE ARODOVIANÃO É PARAO POVO DOAMAZONAS, ÉPARA O POVOBRASILEIRO”

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RIBA BOTELH

O/FUTU

RA PRESS

BR-230 é ain da pior e a ro do viapra ti ca men te ine xis te na que leEs ta do. De acor do com o pre si -den te do Si fre tan (Sin di ca to dasEm pre sas de Trans por tes porFre ta men to do Es ta do do Ama -zo nas), Flá vio Wil ler Cân di do, are gião só con ta com duas ro do -vias fe de rais tran si tá veis. “La -men ta vel men te, esse é o nos soqua dro e, tra tan do-se da maiorre gião do Bra sil, ne ces si ta ría -mos de mais ro do vias e de in -fra-es tru tu ra ade qua da”, dizCân di do.

Se gun do o di ri gen te do Si -fre tan, ape nas a BR-174, queliga Ma naus à Boa Vis ta e àVe ne zue la, e a BR-319, quevai para Por to Ve lho e liga oAma zo nas ao res to do Bra sil,es tão ati vas. “A BR-174 estáaté ra zoá vel, mas tem mui tosví cios de cons tru ção que pre -ci sam ser so lu cio na dos. Ela émui to es trei ta, fal tam acos ta -men to, re tor no e um lo cal parafuga, para que se pos sam dei -xar veí cu los que bra dos”, diz osin di ca lis ta. “Já a 319 estámui to pior. Dos 866 km, fal tamre cu pe rar 566 km.”

Cân di do res sal ta a ur gen tene ces si da de de se re sol veres ses pro ble mas. “O Bra silpre ci sa en ten der de vez queessa ro do via (a BR-319) nãoé para o povo do Ama zo nas, épara o povo bra si lei ro. Alémde ala van car nos so tu ris mo,já que te mos o maior po ten -cial na tu ral do mun do, ba ra -tea ria os pro du tos que che -gam à nos sa re gião.” l

PLANO PREVÊ OBRAS ATÉ 2013

Uma co mis são coor de na da pelo de -pu ta do Zé Ge ral do (PT-PA), compar ti ci pa ção agri cul to res e re pre -

sen tan tes de en ti da des da re gião ama zô ni -ca, apre sen tou ao pre si den te Luiz Iná cioLula da Sil va a “Pro pos ta Glo bal de De sen -vol vi men to para a Tran sa ma zô ni ca”, a serco lo ca da em prá ti ca até 2013.

O pla no pre vê o as fal ta men to de 100 kmda ro do via por ano, a par tir de 2005, alémde uma sé rie de me di das des ti na das a le varà po pu la ção sa nea men to, ener gia, edu ca -ção, se gu ran ça pú bli ca e agroin dús trias,en tre ou tros be ne fí cios.

De acor do com Zé Ge ral do, a re to ma da dasobras da ro do via Tran sa ma zô ni ca “de pen de devon ta de po lí ti ca do go ver no e do com pro me ti -men to dos par la men ta res com a cau sa”. “É de -ver dos de pu ta dos e se na do res do Bra sil in tei rolu tar por isso”, diz Zé Ge ral do, des ta can do a ne -ces si da de de uma ar ti cu la ção po lí ti ca para que,pelo me nos o tre cho Ma ra bá-Itai tu ba, de apro -xi ma da men te 1.000 km, seja as fal ta do.

Ou tra li de ran ça re gio nal, a de pu ta da Ann

Pon tes (PMDB-PA) tam bém co bra mais em -pe nho de to dos os se to res para a re vi ta li za çãoda BR-230. “O go ver no, o Con gres so Na cio -nal, os mi nis té rios e de mais ór gãos res pon sá -veis pre ci sam real men te im ple men tar as me -di das des ti na das a rea ti var ur gen te men te aTran sa ma zô ni ca, ob je ti van do es ti mu lar a eco -no mia e pro mo ver a in te gra ção, jus ta men te osfa to res que mo ti va ram a cons tru ção da ro do -via”, diz a par la men tar.

Em men sa gem lida no ple ná rio du ran te ses -são so le ne da ação “Tran sa ma zô ni ca: Novo En -re do para uma Ve lha His tó ria”, no fi nal de ju -nho, o pre si den te da Câ ma ra, João Pau lo Cu -nha (PT-SP), dis se que os re cur sos do Or ça -men to são in su fi cien tes para as obras na Tran -sa ma zô ni ca – este ano, es tão pre vis tos ape nasR$ 12 mi lhões para pa vi men ta ção da ro do via,re cur sos su fi cien tes para as fal tar, no má xi mo,40 km, se gun do Cu nha.

Dian te da es cas sez de ver ba, o pre si den teda Câ ma ra res sal tou a im por tân cia de os par la -men ta res se mo bi li za rem para a ob ten ção de re -cur sos para as obras.

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MAIS TRANSPORTE

BASTIDORES & NEGÓCIOS

FEIRA EM SP

Acontece entre os dias10 e 13 de agosto a feiraMovimat, no Expo CenterNorte, em São Paulo. Oevento irá apresentar asnovas tecnologias e osúltimos lançamentos emequipamentos e informáticapara logística e transportede cargas. Estarão reunidos200 expositores de todosos segmentos. A expectativada organização é atrair 30mil visitantes. Para obtermais informações, acesseo site www.imam.com.br.

FEIRA TRANSNACIONAL

Fornecedores de serviços parao desenvolvimento do comérciointernacional estarão reunidosem São Paulo (SP), na FeiraTransnacional 2004, que acontecede 18 a 20 de agosto no pavilhãodo Transamérica Expo Center. Deacordo com os organizadores, oevento é destinado aosprofissionais de comércio exteriorde grandes, médias e pequenasempresas exportadoras eimportadoras, além de executivosque pretendem inserir suascompanhias no mercadointernacional e, para isso,precisam pesquisar e conhecerpotenciais prestadores de serviços.Informações podem ser obtidasno site www.transnacional.com.br.

MICRO-ÔNIBUS URBANO

A Marcopolo lançou o modelo microônibus Minimax,cuja principal característica é afuncionalidade. O veículo pesa300 kg e foi desenvolvido econstruído para atender àsnecessidades e expectativasdos frotistas por um veículopequeno e mais ágil que oônibus convencional. Para ovice-presidente da Marcopolo,José Antonio Martins, devidoà queda do número depassageiros e aos diversosoutros problemas que afetamo transporte coletivo urbano,como a falta de investimentoem infra-estrutura e a baixavelocidade média nas linhas,os frotistas têm a necessidadede veículos menores.

EXPORTAÇÃO PARA A ÁFRICA

Miniônibus brasileiros circularãona República da Zâmbia, no Sulda África. A informação é dafabricante brasileira Volare, quefechou contrato recentementepara a exportação do modeloW8, versão executivo, para opaís. Os miniônibus serãoutilizados para o transporte deturistas que visitam as cataratasde Victoria, conhecidas pelamaior queda d�água do continenteafricano. Segundo informaçõesda empresa, os ônibus tambémcircularão em safáris. O Volare W8exportado para a Zâmbia temcapacidade para transportar22 passageiros. O modelo versãoexecutivo foi projetado paraoferecer aos passageiros confortoem viagens de curtas distâncias.

SAFÁRIÔnibus da Volareadaptado paraconduzir turistas

VOLARE/DIVULGAÇÃO

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CONCESSÃO DE RODOVIAS

O governo federal deveconcessionar 5.500quilômetros de rodovias. Ainformação é do Ministériodos Transportes, quelançará em outubro próximolicitação para a concessãode dez trechos de rodoviasfederais à iniciativa privada.Serão sete trechos – os

quais tiveram licitações canceladas no anopassado pelo Tribunal deContas da União – e outrostrês trechos novos. A novalicitação foi elaborada pelaAgência Nacional deTransportes Terrestres(ANTT) e inclui as rodoviasBR-101, BR-116 e BR-381.

ECONOMIZAR

Os resultados do programaEconomizar, realizado pela CNT doIdaq em parceria com a Petrobras,foram temas do encontro realizadopelos empresários e federações queaplicam o projeto. O Economizartem o objetivo de proporcionar àempresa de transporte participantea redução das emissões veicularesno meio ambiente e a melhoria dagestão dos combustíveis. Já sesomam 27 entidades envolvidas,que atuam em 22 Estados comtécnicos treinados na Petrobras,utilizando unidades móveis dotadasde minilaboratório e opacímetrodigital para realizar análises decombustível e testes de emissãogratuitamente nas empresas. Desdesua implantação, em 1997, o proje-to registrou a economia de 144milhões de litros/ano de combustível,o que corresponde à 401 miltoneladas de CO2 e cerca de9.000 toneladas de particuladosnão-emitidos para atmosfera.Nesse período, cerca de 233 milveículos foram vistoriados em10.500 visitas a empresas.

ASFALTO BORRACHA

A Concer – concessionáriada BR-040 nos 180 kmque ligam Juiz de Fora (MG)ao Rio de Janeiro – estárealizando testes com atecnologia asfalto-borracha,inédita no Estado do Rio deJaneiro. O asfalto, que leva400 anos para se desfazer eé conhecido com pavimentoecológico, está sendoimplantado em umtrecho-piloto do KM 45 ao

KM 64 no sentido Juiz deFora da rodovia. “É o pneuvelho voltando à estrada.A mistura asfalto eborracha aumenta a vidaútil da rodovia, pois orevestimento se torna maiselástico e resistente aoenvelhecimento. Melhoratambém a aderência e osefeitos anti-derrapagem”,diz Márcia Fragoso,engenheira da Concer.

MELHOR IDADE

Os trabalhadores pré-aposentados eaposentados de empresas detransporte do Ceará que buscammelhorias na qualidade de vidapoderão contar com o programa“Vida Ativa na Melhor Idade”, queestá sendo desenvolvido desdejunho pelo Sest/Senat Fortaleza. Oprograma é direcionado ao públicomaior de 60 anos. O objetivo épreparar o trabalhador

pré-aposentado para umdesligamento profissional tranquilo,sem conflitos, direcionando-opara a elaboração de novos projetosde vida após a aposentadoria.Conforme a unidade, o programa édesenvolvido através de palestrascom temas que elevam aauto-estima dos idosos emostrem a importânciade se envelhecer com saúde

PAULO FONSECA

NA LISTAA BR-381 é umdos trechos dalicitação da ANTT

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58 CNTREVISTA AGOSTO 2004

H á um ano, a BR-459,no tre cho que ligaPo ços de Cal das, noSul de Mi nas, a Lo re -

na, no Vale do Pa raí ba, em SãoPau lo, car re ga o tí tu lo de piorro do via do país, se gun do a Pes -qui sa Ro do viá ria CNT de 2003.Nos seus 239 km, mo to ris tascon vi vem com bu ra cos, fal ta deacos ta men to e cur vas pe ri go -sas, o que re sul ta em um gran -de nú me ro de aci den tes e car -ros que bra dos pela ro do via dia -ria men te. Sem mui ta es pe ran çade ver a si tua ção me lho ra da nole van ta men to de 2004, os mo -to ris tas que por ali tra fe gam su -ge rem cau te la e aten ção paraquem uti li zar a ro do via.

“Te mos de di ri gir bem aten -tos. Exis tem tre chos onde, alémdos bu ra cos, a pis ta é mão úni -ca. Para um car ro pas sar, ou trotem de es pe rar. Aí, o ris co deuma co li são fron tal é enor me”,diz o ca mi nho nei ro Luiz Mar -ques de Al mei da, que tra fe ga nare gião há mais de 20 anos. Eleleva em mé dia oito ho ras para fa -zer o per cur so en tre Mi nas e São

PORTO SEGURONOCAOSPOR SANDRA CARVALHO

UNIDADE QUE FICA NA PIOR RODOVIA DO PAÍS OFERECE AJUDA E ORIENTAÇÃO AOS MOTORISTAS E COMUNIDADE

SEST/SENAT

APOIO RODOVIÁRIO

SEST/SENAT/DIVULGAÇÃO

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AGOSTO 2004 CNTREVISTA 59

Pau lo. “Acho que é mais ne gó ciopara o trans por ta dor op tar emdar a vol ta por ou tras ro do vias,au men tan do o tra je to e en cur -tan do o tem po.”

Se gun do o mo to ris ta de ôni -bus Pau lo Ví tor as Sil va, a ro do -via pre ci sa ter boas con di çõestam bém por um ou tro fa tor: acer ra ção. “É uma re gião fria e ànoi te em de ter mi na dos tre chosqua se não con se gui mos en xer -gar”, diz Sil va, que faz o trans -por te de pas sa gei ros na ro do viahá 23 anos. Tam par bu ra cosnão é o su fi cien te, opi na o mo -to ris ta. “É ne ces sá rio tro car oas fal to e dar con ti nui da de àsobras pa ra li sa das. As úni caspes soas que es tão sa tis fei tascom essa ro do via são os me câ -ni cos, que de vem es tar ga nhan -do mui to di nhei ro.”

O úni co apoio que os mo to ris -tas têm no lo cal, no sen ti do deorien tá-los quan to à di re ção de -fen si va nes se tre cho, é a uni da dedo Sest/Se nat de Pou so Ale gre,que em bre ve ga nha rá re for çosde ou tros dois pos tos na re giãodo Sul de Mi nas: Po ços de Cal -das e Var gi nha.

Para ali viar o es tres se dosmo to ris tas que tra fe gam na ro -

do via, o Sest/Se nat mi nis tra cur -sos que abor dam, prin ci pal men -te, di re ção de fen si va e pri mei rosso cor ros. Tam bém são rea li za -das, com fre qüên cia, blit ze edu -ca ti vas na BR-459. O usuá rioain da pode usu fruir de aten di -men tos mé di co e odon to ló gi co.“A uni da de tam bém par ti ci pa deum fó rum so bre a ro do via,atuan te na re gião, para co brarme lho rias”, diz a di re to ra da uni -da de Pou so Ale gre, Cris ti na Si -quei ra. Além de aten der aos mo -to ris tas que so frem na es tra da, opos to tam bém ser ve à co mu ni -da de, mo ti vo do re gis tro de 750aten di men tos mé di cos por mêse 200 pro ce di men tos odon to ló -gi cos. “A de man da é alta nãoape nas pe las más con di ções daro do via, mas por que aten de mosà re gião”, diz Cris ti na.

De acor do com a Po lí cia Ro -do viá ria Fe de ral (PRF), em2003, so men te no tre cho mi -nei ro da ro do via, que liga osmu ni cí pios de Po ços de Cal dasa Wen ces lau Braz, fo ram re gis -tra dos 293 aci den tes. Se gun doo De par ta men to Na cio nal deIn fra-Es tru tu ra em Trans por te(Dnit), a re cu pe ra ção da ro do -

PORTO SEGURONOCAOSUNIDADE QUE FICA NA PIOR RODOVIA DO PAÍS OFERECE AJUDA E ORIENTAÇÃO AOS MOTORISTAS E COMUNIDADE

via está pre vis ta no Pla no deRes tau ra ção e Ma nu ten ção deRo do vias Fe de rais, anun cia doem mar ço pelo go ver no fe de -ral. Ti ve ram iní cio em ju lhoobras de re cu pe ra ção en trePo ços de Cal das e Ita ju bá, or -ça das em R$ 25 mi lhões, massem pre vi são para con clu são.Ain da de acor do com o Dnit,no tre cho que liga Ita ju bá atéLo re na fo ram ini cia das em ju -lho de 2003 obras de con ser -va ção, que in cluem ope ra -ções tapa-bu ra co, ca pi na elim pe za, que têm pra zo decon clu são em 2005.

Ce ná rio goia noRea li da de pa re ci da é vi vi -

da por mo to ris tas que pas -sam pela BR-040 em Goiás.Du ran te o tra je to, eles bus -cam aju da no Sest/Se nat deLuzia nia, para ali viar o ní velele va do de es tres se e as do -res na co lu na, além de seacal ma rem após ul tra pas sa -rem as de ze nas de bu ra cosao lon go da via. “Aqui, elessão orien ta dos so bre comode vem pro ce der nes se tipode ro do via. A BR-040, nes setre cho de Goiás, que abran -ge cin co ci da des, é du pli ca -da, mas não tem acos ta -men to e está em pés si mascon di ções de trá fe go”, diz odi re tor da uni da de de Luzia -nia, Rui tter Ri car do Pin to.Esse pos to rea li za 530 aten -di men tos, en tre pro ce di -men tos mé di cos e odon to ló -gi cos por mês. l

SERVIÇO

SEST/SENAT DEPOUSO ALEGREAvenida dos Alecrins,1.020, Distrito Industrial

Informações(35) 3422-7313

O QUE É OFERECIDOAtendimento médico

e odontológicoOrientações sobre saúde

Atividades de lazerCursos e palestras em

diversas áreas

Page 60: Revista CNT Transporte Atual - AGO/2004

60 CNTREVISTA AGOSTO 2004

N o pri mei ro se mes tredo ano, fo ram mo vi -men ta das mais de215,7 mi lhões de to -

ne la das pe las em pre sas ro do -viá rias de car gas, se gun do da -dos do Idet, pes qui sa rea li za dapela CNT/Fipe-USP. Essa si tua -ção re pre sen ta uma re du ção de3,4 mi lhões de to ne la das so breo vo lu me do mes mo pe río do de2003. É im por tan te fri sar a exis -tên cia de uma re cu pe ra ção nose tor. Em ju nho, fo ram trans -por ta das 37,9 mi lhões de to ne -la das, um au men to de 2,1%em re la ção à car ga trans por ta -da em maio do mes mo ano.Com base nes sas in for ma ções,é pos sí vel es ti mar uma mo vi -men ta ção su pe rior a 449 mi -lhões de to ne la das para 2004.

En tre abril e maio, a mo vi -men ta ção de car gas no mo dalfer ro viá rio teve cres ci men to de1,75 mi lhões de to ne la das úteis(5,57%). A prin ci pal ori gem dascar gas con ti nua sen do a re giãoSu des te, com 67,16%. O Nor -des te con tri bui com 20,92% doto tal. A mes ma dis tri bui ção seob ser va na des ti na ção, com oSu des te no va men te li de ran do(68,64%), se gui do pelo Nor -des te (17,74%).

A mo vi men ta ção (em bar quemais de sem bar que) de car ganos ae ro por tos em maio foi de54.713 to ne la das. Já no modoaqua viá rio de car gas, ob ser vou-se em ju nho um au men to de5,8% em re la ção a maio. Essava ria ção po si ti va foi mo ti va dapelo cres ci men to da mo vi men -

ta ção em San tos (SP), que ba -teu seu re cor de ao su pe rar as 6mi lhões de to ne la das.

O mo dal ro do viá rio de pas -sa gei ros (seg men to in te res ta -dual) re gis trou no pri mei ro se -mes tre mais de 33,8 mi lhõesde via gens - 15,8% in fe rior aomo vi men to em igual pe río do de2003, ano com 77,3 mi lhõesde pas sa gei ros. Os prin ci paisdes ti nos ori gi na dos no Bra silfo ram os Es ta dos do Su des te.Em ju nho, fo ram re gis tra das5,23 mi lhões de via gens, re du -ção de 2,58% de pas sa gei rosem re la ção a maio.

No seg men to in ter mu ni ci palde pas sa gei ros, ob ser vou-seuma re du ção no nú me ro devia gens em ju nho - 47,6 mi -lhões con tra 46,3 mi lhões de

PESQUISA REVELARECUPERAÇÃO

IDET

ESTATÍSTICA

MODAL RODOVIÁRIO DE CARGA REGISTRA ALTA DE 2% E DEVE FECHARO ANO COM MAIS DE 449 MILHÕES DE TONELADAS TRANSPORTADAS

O PORTO DESANTOSBATEU SEURECORDE AOSUPERAR AS6 MILHÕES DETONELADASDE CARGAS

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AGOSTO 2004 CNTREVISTA 61

maio (que da de 2,66%). A mo -vi men ta ção de pas sa gei rosacu mu la da no pri mei ro se mes -tre des te ano su pe ra os 281,7mi lhões, re du ção de 1,27%em com pa ra ção ao mes mo pe -río do de 2003, ano com 573mi lhões de via gens. Cabe res -sal tar que, his to ri ca men te, ju -nho é mar ca do por uma que dana mo vi men ta ção de pas sa gei -ros nos dois seg men tos de vi doao me nor nú me ro de dias úteisem re la ção a maio.

No trans por te co le ti vo ur -ba no por ôni bus, fo ram re gis -tra dos apro xi ma da men te de874,6 mi lhões de des lo ca -men tos em ju nho (40,3 mi -lhões por dia útil), ul tra pas -san do a casa dos 518,4 mi -lhões de qui lô me tros ro da dospe las con ces sio ná rias nosmu ni cí pios. O Índice de Pas -sa gei ros Qui lô me tro (IPK) mé -dio foi de 1,688, os ci lan doen tre 1,185, na re gião me tro -po li ta na do Rio de Ja nei ro, e2,416, no Rio Gran de do Sul.O IPK es ta be le ce uma re la çãoen tre a de man da por trans -por te co le ti vo, nú me ro depas sa gei ros trans por ta dos e aofer ta, re pre sen ta da pela qui -lo me tra gem per cor ri da oupro du ção qui lo mé tri ca. Essein di ca dor apre sen ta uma ten -dên cia de que da ao lon go dosúl ti mos anos.

Para mais es cla re ci men -tos e/ou para down load dasta be las com ple tas do Idet,aces se www.cnt.org.br ouwww.fipe.com. l

DESTINOUF GO MS MT SP PR RS BRASIL

GO 29.148 2.764 5.554 64.808 741 853 563.999

MS 96 153.156 4.829 37.482 47 – 195.999

MT 42 460 16.524 26.690 1.400 11.471 116.202

SP 117.626 114.308 126.217 12.822.982 1.284.418 1.036.519 18.806.299

PR 1.175 1.144 4.267 800.641 2.486.990 58.857 4.474.119

RS 3.556 12.604 44.036 865.549 86.329 1.249.654 2.785.149

BRASIL 23.348 301.837 249.814 17.655.458 4.149.292 2.630.014 37.984.676

ORIGE

M

FONTE: CNT / FIPE-USP

MODAL FERROVIÁRIO DE CARGASTONELADAS TRANSPORTADAS • MAIO/2004

DESTINOUF NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUDESTE SUL BRASIL

NORTE 1.450.190 5.504.703 – – – 6.954.893

NORDESTE 407.997 385.997 – 2.105 – 796.099

CENTRO-OESTE – – 218.013 567.359 – 785.372

SUDESTE – 5.992 63.741 22.231.893 16.435 22.318.061

SUL – – – 9.271 2.368.578 2.377.849

BRASIL 1.858.187 5.896.692 281.754 22.810.628 2.385.013 33.232.274

ORIGE

M

FONTE: CNT / FIPE-USP

MODAL FERROVIÁRIO DE CARGASTONELADAS TRANSPORTADAS • MAIO/2004

Page 62: Revista CNT Transporte Atual - AGO/2004

62 CNTREVISTA AGOSTO 2004

Page 63: Revista CNT Transporte Atual - AGO/2004

Melhoria na produtividade de veiculosno transporte rodoviárioDia 5, às 8h30 e reprise às 16h30

Entre os tópicos apresentados, mostra exemplos demelhorias de até 20% no consumo de combustível depoisdo treinamento dos motoristas e de técnicas de avaliaçãoe analisa os indicadores que interferem na produtividade.

Manutenção e garagemno transporte urbanoDia 27, às 8h30 e reprise às 16h30

Demonstra a importância da garagem para o desempenhooperacional da empresa de transporte e apresenta osconceitos fundamentais para construção de uma garagem.

PROGRAMAÇÃO • AGOSTO/2004

DESTAQUES DO IDAQ

• Rede Transporte na InternetAlém dos tradicionais pontos de acesso e por TV porassinatura, agora você também pode assistir a nossaprogramação ao vivo pela Internet. É só acessarww.cnt.org.br, ir no tópico Rede Transporte e clicar emAssista ao Vivo. Para assistir, é necessário ter em seucomputador o programa Real Player que pode serinstalado gratuitamente. É só clicar no link Baixe o RealPlayer, que aparece abaixo da tela da Web TV.Qualquer dúvida na instalação, entreem contato conosco: 0800-782891

• Informe CNTAcompanhe notícias do Brasil e do mundo em tempo real.

• Previsão do TempoAcompanhe boletins dos principais aeroportos do Brasil,com informações de hora em hora das condições detempo. E ainda a previsão do tempo para as capitais doBrasil e para as principais rodovias nacionais.

NOVIDADES DESTAQUES DO SEST/SENAT

BorracheiroDias 2 a 9, às 10h30 e reprise às 15h

O objetivo é subsidiar otreinando com todas asinformações necessárias paraque possa exercer a funçãode borracheiro.

EmbaladorDias 12 e 13, às 10h30 e reprise às 15h

Este curso foi concebido com ointuito de fornecer conhecimentosgerais e específicos sobre a profis-são do embalador, para que elepossa aperfeiçoar a sua operação.

Page 64: Revista CNT Transporte Atual - AGO/2004

TELECURSO 2000Ensino FundamentalDas 7h30 às 8h

Reprise: 18h às 18h30

Dia Matemática2 Aulas 37 e 383 e 4 Aulas 39 e 405, 6 e 7 Aulas 41 e 42 9 e 10 Aulas 43 e 44 11 e 12 Aulas 45 e 46 13, 14 e 16 Aulas 47 e 48 17 e 18 Aulas 49 e 50 19, 20 e 21 Aulas 51 e 52 23 e 24 Aulas 53 e 54 25 e 26 Aulas 55 e 56 27, 28 e 30 Aulas 57 e 58 31 Aulas 59 e 60

Ensino MédioDas 8h às 8h30

Reprise: 18h30 às 19h

Dia Biologia2 Aulas 15 e 163 e 4 Aulas 17 e 185, 6 e 7 Aulas 19 e 20 9 e 10 Aulas 21 e 22 11 e 12 Aulas 23 e 24 13, 14 e 16 Aulas 25 e 26 17 e 18 Aulas 27 e 28 19, 20 e 21 Aulas 29 e 30 23 e 24 Aulas 31 e 32 25 e 26 Aulas 33 e 34 27, 28 e 30 Aulas 35 e 36 31 Aulas 37 e 38

IDAQDas 8h30 às 10h

Reprise: 16h30 às 18h

2 Mecanização da carga e descar-ga (7 aulas)

3 Sistema GPS: Qual, Como e Porque (7 aulas)

4 Introdução de Novas Tecnologiasno Transporte Rodoviário (7aulas)

5 Melhoria na Produtividade deVeículos no TransporteRodoviário (7 aulas)

24 Privatização, Regulamentação eLicitação no TransporteRodoviário (6 aulas)O Uso de Contêineres no Trans-porte Rodoviário de Carga (1aula)

25 Análise Econômico-Financeira doDesempenho da Empresa (Aulas1 a 4)Privatização, Regulamentação eLicitação no Transporte Urbano(3 aulas)

26 Análise Econômico-Financeira doDesempenho da Empresa (Aulas5 e 6)Controle da Demanda x Oferta noTransporte Urbano (5 aulas)

27 e 28 Manutenção e Garagem noTransporte Urbano (5 aulas)

Roteirizadores Automáticos eEletrônica Embarcada (2 aulas)

30 Melhoria na Produtividade deVeículos no Transporte Urbano(Aulas 1 a 3)Introdução de Novas Tecnologiasno Transporte Urbano (Aulas 1 a4)

31 Melhoria na Produtividade deVeículos no Transporte Urbano(Aulas 4 a 6)Introdução de NovasTecnologias no TransporteUrbano (Aulas 5 a 8)

AUTO GIROToda terça: 10h às 10h30

Reprise: quinta, das 16h às 16h30

FILHOSDas 10h às 10h30

Reprise (no mesmo dia, a não ser

quando indicado): 16h às 16h30

2 Perigo:Crianças4 Namoro e Sexo (Reprise dia 3)5 Cultura (Reprise dia 4)6 e 7 Depressão Infantil9 Tecnologia11 Universo Adolescente (Reprise

dia 10)

6 e 7 Armazéns: Localização, Dimen-sionamento e Estoques (3 aulas)Código de Barras: EDI e Internetno Transporte Rodoviário de Car-ga (4 aulas)

9 Empresa de Carga Rodoviária:Fazendo Negócios no Mercosul(4 aulas)Gestão de Recursos Humanos eSeguros (3 aulas)

10 Recursos Humanos: Ferramentapara Aumento de Produtividade(4 aulas)Sistema de Informação Gerencialpara Gestão da Qualidade e Pro-dutividade (3 aulas)

11 Gestão da Manutenção (5 aulas)Roteirizadores Automáticos eEletrônica Embarcada (2 aulas)

12 Informática (6 aulas)O Uso de Contêineres no Trans-porte Rodoviário de Carga (1 aula)

13 e 14 Marketing e PlanejamentoEstratégico para Empresas deTransporte Urbano de Pas-sageiros (Aulas 1 a 7)

16 Marketing e PlanejamentoEstratégico para Empresas deTransporte Urbano de Pas-sageiros (Aulas 8 a 14)

17 Gestão de Custos e Preços deFretes (Aulas 1 a 4)Multimodalidade (Aulas 1 a 3)

18 Gestão de Custos e Preços deFretes (Aulas 5 a 8)Multimodalidade (Aulas 4 a 6)

19 Definição e Negociação Tarifáriano Transporte Urbano (Aulas 1 a4)Sistemas de Transporte Urbano(3 aulas)

20 e 21 Definição e Negociação Tarifáriano Transporte Urbano (Aulas 5 a8)Sistemas de TransporteRodoviário (3 aulas)

23 Empresa de Carga Rodoviária:Fazendo Negócios no Mercosul(4 aulas)Definição e Negociação Tarifáriano Transporte Rodoviário (3aulas)

Page 65: Revista CNT Transporte Atual - AGO/2004

MARÇO 2004 CNTREVISTA 65

12 Linhas Pedagógicas (Reprise dia11)

13 e 14 Situação de Risco16 Folclore18 Valores (Reprise dia 17)19 Dilemas de Família (Reprise dia18)20 e 21 Auto-Estima23 Drogas25 Ser Pai (Reprise dia 24)26 Amizade (Reprise dia 25)27 e 28 Estresse30 Propostas Curriculares31 Estilos de vida

PEAD SEST/SENATDas 10h30 às 11h30

Reprise: 15h às 16h

2 Borracheiro (aulas 1 a 5)3 Borracheiro (aulas 6 a 10)4 Borracheiro (aulas 11 a 15)5 Borracheiro (aulas 16 a 20) 6 e 7 Borracheiro (aulas 21 a 25) 9 Borracheiro (aulas 26 a 29)

Direitos e Deveres do Cidadão noTransporte Rodoviário de Pas-sageiros

10 Cobrador de Ônibus Rodoviário(aulas 1 a 5)

11 Cobrador de Ônibus Rodoviário(aulas 6 e 7)Direitos e Deveres do Cidadão noTransporte de CargasDireitos e Deveres do Cidadão noTransp. Coletivo de PassageirosDireitos e Deveres do Cidadão noServiço de Táxi

12 Embalador (aula 1 a 5) 13 e 14 Embalador (aula 6)

Sistema de Informações Gerenci-ais / Sistema de Apoio à Decisão

16 Meio Ambiente e Cidadania noTransporte (aulas 1 a 5)

17 Meio Ambiente e Cidadania noTransporte (aulas 6 a 10)

18 Operação: Planejamento eTráfego nas Empresas de Trans-porte Urbano de Passageiros

19 Motorista de Caminhão Urbano -Autônomo (aulas 1 a 5)

20 e 21 Motorista de Caminhão Urbano -Autônomo (aulas 6 a 10)

23 Motorista de Caminhão Urbano -Autônomo (aulas 10 a 15)

24 Manobrista de Ônibus Urbano25 Orientador de Ensino (aulas 1 a

5)26 Orientador de Ensino (aulas 6 a

7)Motorista de Caminhão Urbano -Empresa (aulas 1 a 3)

27 e 28 Motorista de Caminhão Urbano -Empresa (aulas 4 a 8)

30 Motorista de Caminhão Urbano -Empresa (aulas 9 a 13)

31 Frentista / Abastecedor

EM REDEDas 11h30 às 12h

Reprise: 20h30 às 21h

2 All TV3 Games4 Ibope5 Viva favela6 e 7 Comunidades em rede9 Banda Bojo10 Arquivos via web11 Bastidores do Submarino12 Webquest13 e 14 Cotação via web16 Quadrinhos17 Tecnologia 3D18 Festival de cinema19 Fotografia na web20 e 21 Internet livre23 Portal de conteúdo24 Jogos eletrônicos25 Rede saci26 Comércio de carros27 e 28 E-commerce30 Sociedade da informação31 CD pela internet

CANAL SAÚDE NO ASFALTODas 12h às 13h

Canal Aberto (5’): Dias 5, 12, 19 e 26

Bate-papo (30’): Dias 5, 12, 19 e 26

TV Pinel (18’): Dias 6, 7, 13, 14, 20, 21, 27 e 28

2 Ligado em Saúde (Vitiligo - 6’)

Viva Legal (Obesidade - 13’)Programa de Palavra (Onipotente- 23’)É Com Você Cidadão (PoluiçãoSonora - 5’)

3 Canal Saúde (Rádio e Cidadania- 52’)

4 Ligado em Saúde (Doação deÓrgãos - 6’)Unidiversidade (SUMMIT - 23’)Comunidade em Cena (TerceiraIdade - 11’) É Com Você Cidadão (PoluiçãoSonora - 5’)

5 Acervo (Controle de Teníase e Cisticercose no Paraná - 19’)

6 e 7 Ligado em Saúde (TDAH - 6’)Check Up (Especial Xingu - 23’)

9 Ligado em Saúde - (Fotofobia - 6’)Viva Legal (Saúde do Adoles-cente - 13’)Programa de Palavra (Espinha dePeixe - 23’)É Com Você Cidadão (PoluiçãoSonora - 5’)

10 Canal Saúde (Animais Silvestres -52’)

11 Ligado em Saúde (SUS e o Taba-co - 6’)Unidiversidade (Medicina doFuturo - 23’)Comunidade em cena (Músicosdo Amanhã - 10’)É Com Você Cidadão (PoluiçãoSonora - 5’)

12 Acervo (Dengue Nunca Mais -20’)

13 e 14 Ligado em Saúde (Catarata - 6’)Check Up (Idosos e Qualidadede Vida - 23’)

16 Ligado em Saúde (Má FormaçãoCongênita - 6’)Viva Legal (Qualidade de Vida -13’)Programa de Palavra (Eva Funari- 23’)É Com Você Cidadão (Prostitu-ição Infantil - 5’)

17 Canal Saúde (Municípios - 52’)18 Ligado em Saúde (Alimentação

Saudável - 6’)

Page 66: Revista CNT Transporte Atual - AGO/2004

66 CNTREVISTA MARÇO 2004

Unidiversidade (Alfabetização deAdultos - 23’)Comunidade em cena (Músicosdo Amanhã - 10’)É Com Você Cidadão (Prostitu-ição Infantil - 5’)

19 Acervo (E Agora Aurora ? - 20’)20 e 21 Ligado em Saúde (6’)

Check Up (Hábitos Alimentares -23’)

23 Ligado em Saúde (Aftas - 6’)Viva Legal (Relações Familiares -13’)Programa de Palavra (Espinha dePeixe - 23’)É Com Você Cidadão (Prostitu-ição Infantil - 5’)

24 Canal Saúde (Um Olhar Sobre aCidade - 52’)

25 Ligado em Saúde (Tendinite - 6’)Unidiversidade (Animação - 23’)Comunidade em cena (Comu-nidade Viva - 10’)É Com Você Cidadão (Prostitu-ição Infantil - 5’)

26 Acervo (Julieta e Romeu - 18’)27 e 28 Ligado em Saúde (Câncer de

Mama - 6’)Check Up (Febre - 23’)

30 Ligado em Saúde (6’)Viva Legal (Humanização da Cri-ança Hospitalizada - 13’) Programa de Palavra (Inexorável- 23’)É Com Você Cidadão (Prostitu-ição Infantil - 5’)

31 Canal Saúde (Depressão - 52’)

VIVA LEGAL Das 13h às 13h30

Reprise: 21h às 21h30

2 Saúde e Segurança no Trabalho3 Exposição ao Sol4 Segurança Alimentar5 Hiperhidrose6 e 7 Trombose Venosa Profunda 9 Dengue10 Atividade Física e Saúde11 Higiene12 Distúrbios do sono

BALAIO BRASILDas 14h às 15h

Reprise: 19h30 às 20h30

2 Rio São Francisco3 Grande arraial4 Culinária mineira5 Parafusos6 e 7 Bispo do Rosário 9 Imbuaça10 Sinfonia do Araripe11 Dança do Toré 12 Adão Barbeiro 13 e 14 Festa do ovo16 Mal amadas17 Genésio18 Natividade19 Tambor de Mina e Tambor de

Crioula 20 e 21 Embarcações artesanais23 Espaço referência24 Estrada real25 Festa junina 26 Festa do Divino27 e 28 Afroreggae30 Nós do morro31 Cordel

VIVA VIDADas 19h às 19h30

2 Patins in Line3 Projeto Tesourinha4 Tapioca5 Hockey6 Bate Lata9 Almofadas10 Xadrez11 Pimenta12 Mesa Brasil Sesc13 Gafieira16 Yes, nós temos bananas17 Aeromodelismo18 Nova união da arte19 Jipeiros20 Domingo na represa23 Especiarias24 Pátina25 Fitoterapia26 Geléia27 Goalball30 Queimadura31 Patins in Line

13 e 14 Hipertensão16 Tabagismo17 Alcoolismo18 Acne19 Herpes20 e 21 Crescimento23 Vacinação24 Saúde e Segurança no Trabalho25 Exposição ao Sol26 Segurança Alimentar27 e 28 Hiperhidrose30 Trombose Venosa Profunda31 Dengue

GLOBO CIÊNCIA E GLOBO ECOLOGIADas 13h30 às 14h

Reprise: 21h30 às 22h

2 Globo Ecologia - D. Pedro 2º :Um Imperador ecologista

3 Globo Ciência - Macaco de car-ro 4 Globo Ecologia - Rio Cristalino5 Globo Ciência - Régua6 e 7 Globo Ecologia - Corredor

Ecológico/ Poço das Antas 9 Globo Ciência - Óculos10 Globo Ecologia - Kyoto / Clima11 Globo Ciência - DVD12 Globo Ecologia - Rio Pinheiros /

POMAR13 e 14 Globo Ciência - Dentes16 Globo Ecologia - Travessia

Petrópolis/ Teresópolis 17 Globo Ciência - Lápis18 Globo Ecologia - Prudentópolis19 Globo Ciência - Código20 e 21 Globo Ecologia - Espírito Santo 1

- Melhores Práticas de Ecoturis-mo

23 Globo Ciência - Aquário24 Globo Ecologia - Espírito Santo

2 - Litoral25 Globo Ciência -Sonhos26 Globo Ecologia - Espírito Santo

3 - Serra Capixaba27 e 28 Globo Ciência -Estações do ano30 Globo Ecologia - Biólogos Aven-

tureiros31 Globo Ciência - Macaco de carro

Page 67: Revista CNT Transporte Atual - AGO/2004

AGOSTO 2004 CNTREVISTA 67

Complexidade e caos na gestão

ROBERTA MURIEL CARDOSO ROCHA

ARTIGO TÉCNICO

Existe uma idéia poderosa queinterfere diretamente no planeja-mento, quase uma força oculta,de que as coisas são do jeito quesão. Numa época em que tudo

muda rapidamente, pode-se afirmar que oplanejamento precisa contar com a instabili-dade, com o incerto, com as turbulências ecom o risco. Deve-se contar com as dificul-dades que o planejamento vai encontrar poiseste está programado para minimizar asincertezas, mas sabe-se que a mudança é aúnica regra estável no atual momento.

As Teorias da Complexidade e do Caospodem nos ajudar muito a entender porquealguns processos não funcionam em umplanejamento. Para entendimento da influên-cia da complexidade dos sistemas em algunsfenômenos, verifica-se a observação deBauer (1999) de que, para a compreensãode um fenômeno, primeiramente se isolavamseus componentes, estudava-se cada umdeles e, somente depois, buscava-se enten-der o funcionamento do fenômeno pelasuperposição das partes estudadas. Não seconsideravam as influências que cada umadas partes poderia exercer sobre as demais.Algumas vezes, identificavam-se comporta-mentos simples para as partes, mas que,após reunidos, conduziam a comportamentosextremamente complicados do todo.

Pode-se identificar nas Teorias da Com-plexidade e do Caos a impossibilidade deplanejar sem contar com a imprevisibilidade,como a incerteza, com previsões que podemnão se concretizar e com a complexidadedos sistemas, dos fenômenos, das organiza-ções. A imprevisibilidade não pode ser dirim-ida de determinados processos. A complexi-

dade não traz certezas àquilo que é incerto,mas proporciona, a partir do reconhecimen-to da incerteza, a possibilidade de dialogarcom ela. A noção de mudança torna-sedependente da aceitação do incerto e decontar com o que não pode ser previsto.

Contando-se com o imprevisível e incertoe com as mudanças na ordem do que foiplanejado que poderiam não funcionar, pos-sibilita-se prever ações a partir da identifi-cação do que ocorreu de imprevisível.

Stacey (1993), em um levantamentorealizado em nove empresas de segmen-tos diversos que estavam envolvidas emprojetos de reestruturação, constatouenormes diferenças entre os processos degestão como foram idealizados e osprocessos que foram, de fato, implanta-dos. O objetivo desse estudo era o deidentificar padrões de comportamentoque levassem às formas previstas deorganização. Na maioria das empresasestudadas mudanças substanciais ocor-reram, mas em nenhum caso essasmudanças correspondiam ao que foraidealizado inicialmente. As mudançasocorreram porque as organizaçõesmudaram e estas mudaram porque pud-eram aprender a partir da convivênciacom os conflitos que tentavam remover.

Pode-se afirmar que o caos desempenhaum papel positivo nas organizações e podeser visto com “bons olhos”, desde que pre-visto e aceito, pois a instabilidade énecessária à emergência da mudança.

Roberta Muriel Cardoso Rocha édiretora-executiva da Carta Consulta,especializada em gestão de IES

“DEVE-SE CONTARCOM AS DIFICUL-DADES QUE OPLANEJAMENTOVAI ENCONTRAR,MAS SABE-SE QUEA MUDANÇA É AÚNICA REGRAESTÁVEL NO ATUALMOMENTO”

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O desafio dasferrovias brasileiras

RODRIGO VILAÇA

OPINIÃO

OBra sil já está pro du zin do mais e ex por -tan do mais, no rumo do de sen vol vi -men to eco nô mi co, mas esse cres ci -men to cor re o sé rio ris co de ser es tran -

gu la do, se al guns gar ga los con ti nua rem exis tin do. Ve ja mos o que ocor re com as ex por ta ções:

para que os pro du tos se jam com pe ti ti vos, a efi -ciên cia lo gís ti ca é um fa tor es sen cial. Não hácom pe ti ti vi da de sem trans por te de qua li da de, ra -pi dez e bai xo cus to. Em um país com as di men -sões do Bra sil, isso de pen de ba si ca men te da in -ter mo da li da de: ro do vias, hi dro vias e fer ro vias fun -cio nan do como um sis te ma in te gra do.

Os trans por ta do res fer ro viá rios es tão fa zen dosua par te. A par tir da con ces são dos ser vi ços detrans por te fer ro viá rio à ini cia ti va pri va da, em1996, as em pre sas já in ves ti ram R$ 4 bi lhões nosúl ti mos sete anos e, em 2004, es tão in ves tin domais R$ 2 bi lhões. Nes se pe río do, a pro du ti vi da -de dos va gões au men tou 94%, o nú me ro de aci -den tes di mi nuiu 55% e a par ti ci pa ção das fer ro -vias no trans por te de car gas su biu de 19% para24%, ín di ce que po de rá che gar a 30% em 2008.

Todo esse es for ço, no en tan to, será in -su fi cien te se não hou ver par ti ci pa ção efe ti -va do go ver no fe de ral, res pon sá vel pela in -fra-es tru tu ra. É ne ces sá rio apli car R$ 11,3bi lhões nas fer ro vias en tre 2004 e 2008,sen do que R$ 7,1 bi lhões com pe tem aose tor pri va do e R$ 4,2 bi lhões, à União.Mas, in fe liz men te, em bo ra o in ves ti men toes ti ma do fos se de R$ 1 bi lhão por ano, ogo ver no des ti nou ape nas R$ 45 mi lhõespara o se tor em 2004.

Fal tam po lí ti cas cla ras, com vi são de fu tu ro

e di re tri zes de fi ni das a par tir de um pla ne ja -men to es tra té gi co, fir man do me tas de cur to,mé dio e lon go pra zos, para que seja pos sí velsu pe rar o de sa fio das fer ro vias e de todo o sis -te ma de trans por te.

Es sas me tas po dem ser atin gi das por um con -jun to de ações, como as se guin tes:

• Ade quar os cri té rios de fi nan cia men to doBNDES, atual men te in viá veis em fun ção das ta -xas de ju ros.

• Aper fei çoar o mo de lo de con ces são e osmar cos re gu la tó rios.

• Apli car na me lho ria da ma lha fer ro viá ria osar ren da men tos que as em pre sas do se tor pa gamao go ver no (R$ 320 mi lhões anuais).

• Apli car a Cide (Con tri bui ção de In ter ven çãono Do mí nio Eco nô mi co) con for me pre vis to na le -gis la ção; o óleo die sel con su mi do pe las lo co mo ti -vas ren de uma ar re ca da ção de R$ 458 mi lhõesanuais para o go ver no, que de ve riam ser des ti na -dos à in fra-es tru tu ra fer ro viá ria.

• Con cre ti zar no vas par ce rias en tre os se to respú bli co e pri va do (PPP), via bi li zan do pro je tosprio ri tá rios; o se tor fer ro viá rio já tem R$ 3 bi lhõesem pro je tos à es pe ra de par ce ria e ou tros R$ 3 bi -lhões em pré-pro je tos.

So men te apri mo ran do a in fra-es tru tu ra lo gís ti -ca, com ter mi nais mul ti mo dais efi cien tes, in ves ti -men tos com par ti lha dos e par ce rias efe ti vas en treope ra do res e clien tes, o Bra sil terá con di ções desu pe rar atra sos, con quis tar mer ca dos e fir mar-secomo Na ção de sen vol vi da.

Ro dri go Vi la ça é diretor-executivo da As so cia -ção Na cio nal dos Trans por tadores Fer ro viá rios

“SOMENTE COMINFRA-ESTRUTURAAPRIMORADA OBRASIL TERÁCONDIÇÕES DESUPERAR SEUSATRASOS PARACONQUISTAR MERCADOS E SEFIRMAR COMO PAÍSDESENVOLVIDO”

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HUMORDUKE

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