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C NT REVISTA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE | ANO IX | NÚMERO 102 | DEZEMBRO 2003 FUTURO INCERTO CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE | ANO IX | NÚMERO 102 | DEZEMBRO 2003 BRASIL BUSCA INVESTIMENTOS PARA SE ADEQUAR À ALCA FUTURO INCERTO

Revista CNT Transporte Atual-DEZ/2003

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Empresas e trabalhadores terão que se ajustar a essa triste realidade e tentar de alguma maneira se adequarem e sobreviverem.

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Page 1: Revista CNT Transporte Atual-DEZ/2003

CNTREVIS

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CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE | ANO IX | NÚMERO 102 | DEZEMBRO 2003

FUTURO INCERTO

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE | ANO IX | NÚMERO 102 | DEZEMBRO 2003

BRASIL BUSCA INVESTIMENTOS PARA SE ADEQUAR À ALCAFUTURO INCERTO

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ANÚNC SAÚDE DO S

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CIO DE SEST/SENAT

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PRESIDENTEClésio Andrade

PRESIDENTE DE HONRAThiers Fattori Costa

VICE-PRESIDENTES SEÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues SEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares Júnior SEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Benedicto Dario FerrazSEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOSEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Otávio Vieira da Cunha Filho e Ilso Pedro MentaSEÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio Benatti e Antônio Pereira de SiqueiraSEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca Lopes e Mariano CostaSEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Elmar José Braun eRenato Cézar Ferreira Bittencourt SEÇÃO DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Bernardo José Figueiredo Gonçalves de Oliveira e Nélio Celso Carneiro TavaresSEÇÃO DO TRANSPORTE AÉREO

Constantino Oliveira Júnior eWolner José Pereira de Aguiar

CONSELHO FISCALWaldemar Araújo, David Lopes de Oliveira, ErnestoAntonio Calassi, Éder Dal’Lago, René Adão AlvesPinto, Getúlio Vargas de Moura Braatz, Robert Cyrill Higgin e José Hélio Fernandes

DIRETORIA

SEÇÃO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Denisar de Almeida Arneiro, Eduardo FerreiraRebuzzi, Francisco Pelucio, Irani Bertolini,Jésu Ignácio de Araújo, Jorge Marques Trilha,Oswaldo Dias de Castro, Romeu Natal Pazan,Romeu Nerci Luft, Tânia Drumond,Augusto Dalçoquio Neto, Valmor Weiss,Paulo Vicente Caleffi e José Hélio Fernandes

SEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Aylmer Chieppe, Alfredo José Bezerra Leite,Narciso Gonçalves dos Santos, José AugustoPinheiro, Marcus Vinícius Gravina, Oscar Conte,Tarcísio Schettino Ribeiro, Marco Antônio Gulin,Eudo Laranjeiras Costa, Antônio Carlos MelgaçoKnitell, Abrão Abdo Izacc, João de Campos Palma,Francisco Saldanha Bezerra e Jerson Antonio Picoli

SEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa, José Alexandrino FerreiraNeto, José Percides Rodrigues, Luiz MaldonadoMarthos, Sandoval Geraldino dos Santos,José Veronez, Waldemar Stimamilio, André LuizCosta, Armando Brocco, Heraldo Gomes Andrade,Claudinei Natal Pelegrini, Getúlio Vargas de MouraBraatz, Celso Fernandes Netoe Neirman Moreira da Silva

SEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Cláudio Roberto Fernandes Decourt, Antônio CarlosRodrigues Branco, Luiz Rebelo Neto,Moacyr Bonelli, Alcy Hagge Cavalcante,Carlos Affonso Cerveira, Marcelino José LobatoNascimento, Maurício Möckel Paschoal,Milton Ferreira Tito, Silvio Vasco Campos Jorge,Cláudio Martins Marote, Jorge Leônidas Pinho,Ronaldo Mattos de Oliveira Lima e Bruno Bastos

CONSELHO EDITORIAL Bernardino Rios Pim, Etevaldo Dias, LucimarCoutinho, Maria Tereza Pantoja e Sidney Batalha

REDAÇÃOEDITOR RESPONSÁVEL

Almerindo Camilo • [email protected]

Ricardo Ballarine • [email protected] Seara (Arte) • [email protected]ÓRTERES

Eulene Hemétrio e Rodrigo Rievers COLABORADORES DESTA EDIÇÃO

Aline Reskalla, Evilazio de Oliveira, Janaína CunhaMelo, Patrizia D’Aversa e Rogério MaurícioFOTOGRAFIA

Paulo Fonseca e Futura PressINFOGRAFIA

Agência Graffo • (31) 3378-7145www.graffo.inf.brDIAGRAMAÇÃO E PAGINAÇÃO

Antonio Dias e Wanderson F. Dias

PRODUÇÃORafael Melgaço Alvim • [email protected] Carvalho • [email protected]ÇORua Monteiro Lobato, 123 • sala 101 CEP 31.310-530 • Belo Horizonte MGTELEFONES(31) 3498-2931 e (31) 3498-3694 (Fax) [email protected]@uol.com.brNA INTERNETwww.cnt.org.brASSINATURA0800 78 2891ATUALIZE SEU ENDEREÇ[email protected] Fontana • (0xx11) [email protected]ção mensal da CNT, registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob onúmero 053, editada sob responsabilidade da AC&S Comunicação.

IMPRESSÃO WEB Editora TIRAGEM 40 mil exemplares

CNT Confederação Nacional do Transporte

Revista CNT

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VIAGEM SEGURAConfira reportagemcom dicas de cuidadose orientações da PRFpara encarar asrodovias nas festas definal de ano e férias

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CNTREVIS

TA

EM BUSCA DOINVESTIMENTOÀ espera da Alca, o setortransportador discute comomelhorar a infra-estrutura deobras que visam integrar ocontinente com metas decrescimento econômico

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26VIZINHOS DESEJADOSA Argentina começa a recu-perar terreno após o colapsofinanceiro. E o Chile surgecomo alternativa animadorapara as transportadorasinternacionais

ANO IX | NÚMERO 102 | DEZEMBRO 2003

AVIAÇÃO AGRÍCOLAEmbalado pela alta dassafras, o setor estimafaturamento recorde epede apoio do governopara crescer mais

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CISNE BRANCO 8

MUDANÇAS NOS PORTOS 36

PROJETO ECONOMIZAR 46

CNT EM PAUTA ESPECIAL 58

MAIS TRANSPORTE 61

IDET 62

CARTAS 64

REDE TRANSPORTE 65

HUMOR 66

CAPA ALEXANDRE C. MOTA

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ANÚNCIO

INSTITUCIONAL CNT

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Es ta mos no fi nal de 2003, ano dare no va ção e da es pe ran ça. Opaís, no iní cio, es ta va an sio sopor mu dan ças, ple no de in cer te -zas e de ex pec ta ti vas e, in fe liz -

men te, ao que pa re ce, pas sa rá para ou trope río do com as mes mas es pe ran ças. Não éà toa que so mos con si de ra dos a na ção da es -pe ran ça. Fa ze mos jus ao nos so slo gan.

Será que al gu ma coi sa mu dou parame lhor? Onde?

Acre di ta mos que hou ve trans for ma ção nopaís, é evi den te que nada fica es tan que todoo tem po, po rém, em re la ção ao que se es pe -ra va, mui to pou co acon te ceu. Con vi ve mos com as maio res ta xas de de -

sem pre go de nos sa his tó ria; a ren da “perca pi ta” con ti nua bai xa; a qua li da de de vidapio rou; a vio lên cia ur ba na au men tou mui to;a edu ca ção e a saú de em nada se al te ra -ram; das ati vi da des pro du ti vas, ape nas aagri cul tu ra, mes mo en fren tan do ju ros al tos,apre sen ta pro du ção re cor de; os em pre sá -rios em ge ral con ti nuam con de na dos a pa -gar mais e mais tri bu tos, o que aca ba porde ses ti mu lar a pro du ção e ini bir a ge ra çãode em pre gos e de ren da.Mui to se pro pôs, mui to se de ba teu, mas pou -

cas fo ram as me lho ras para o povo da na ção-es -pe ran ça, que, pa cien te, ain da de mons tra con -fian ça no go ver no e nas mu dan ças pro me ti das.O trans por ta dor, oti mis ta e de ter mi na do por

na tu re za, tam bém aguar da dias me lho res em2004. Man tém-se oti mis ta mes mo com a re -cen te apro va ção, pelo Po der Le gis la ti vo, de

pro je to de lei que pror ro ga a alí quo ta de 27,5%do Im pos to de Ren da de Pes soa Fí si ca, me di -da que con ti nua rá a so bre car re gar a pro du çãoe a ren da dos as sa la ria dos por pelo me nosmais dois anos; man tém a fé no país ape sar doau men to da Co fins, one ran do e punindo maisas em pre sas in ten si vas em mão-de-obra des tepaís de de sem pre ga dos.Num país em que não há pou pan ça in ter na,

nem en tra da de ca pi tais ex ter nos, onde ab sur -da men te se pra ti cam es pe ta cu la res ta xas de ju -ros – ig no ran do a prin ci pal e pre li mi nar re gra daboa eco no mia –, não há con di ções bá si cas parao cres ci men to eco nô mi co.Os as sa la ria dos, a clas se mé dia, a com pe ti ti -

vi da de de nos sos pro du tos de ex por ta ção e oCus to Bra sil so fre rão im pac to ime dia to caso sedei xe a con du ção das re for mas pas sar pelo pro -ces so len to que vem em ba lan do o con ti nuís mo.Em pre sas e tra ba lha do res te rão que se ajus -

tar a essa tris te rea li da de e ten tar de al gu ma ma -nei ra se ade qua rem e so bre vi ve rem.O me lhor e mais sen sa to se ria a dis cus -

são am pla para ime dia ta im ple men ta çãodas me di das ne ces sá rias à via bi li za ção dasre for mas po lí ti ca, ad mi nis tra ti va, tra ba lhis tae tri bu tá ria, sem as quais não será pos sí velsus ten tar por mui to tem po a má xi ma deque ain da so mos a na ção do fu tu ro. Não háfór mu las iné di tas. É pre ci so co ra gem, de -ter mi na ção, per sis tên cia e a de di ca ção pró -pria dos ven ce do res, dos que trans for mamad ver si da des em so lu ções. Só que bran dopa ra dig mas é que po de re mos che gar a sero país do fu tu ro.

EM PRE SAS E TRA BA LHA DO RESTE RÃO QUE SEAJUS TAR A ESSATRIS TE REA LI DA DEE TEN TAR DEAL GU MA MA NEI RASE ADE QUA REME SO BRE VI VE REM

O país do futuro

EDITORIAL

CLÉSIO ANDRADEPRESIDENTE DA CNT

DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 7

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FOTOS GUIDO MORETTO

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 9

Por onde ele pas sa fi las sefor mam para vê-lo e mi lha -res de pes soas já co nhe ce -ram de per to suas linhas eseus ca pri chos. Tra ços do

inu si ta do nas cos tas ma rí ti mas, ins pi -rou-se nos ver sos da “Can ção do Ma ri -nhei ro” para ser ba ti za do: “Qual cis nebran co que em noi te de lua/ vai des li -zan do num lago azul/ O meu na vio tam -bém flu tua /nos ver des ma res de Nor tea Sul”. Único ve lei ro da Marinha do Bra -sil, o Cis ne Bran co é atra ção por ondeatra ca. O ve lei ro foi en co men da do em 1998

ao es-ta lei ro ho lan dês Da men para asco me mo ra-ções dos 500 anos do des co -bri men to do Bra-sil e cus tou US$ 15 mi -lhões aos co fres da Ma ri nha. A cons tru -ção se deu no pra zo re-cor de de 1 ano e

3 me ses. Tudo foi cal cu la do para a em -bar ca ção che gar a tem po para as fes ti vi -da des. Em 4 de fe ve rei ro de 2000, o na -vio foi en tre gue em Ams ter dã e em 9 demar ço in cor po rou-se à Ma ri nha naságuas do rio Tejo, em Por tu gal. A via gemfoi pla ne ja da para o ve lei ro apor tar emCa brá lia, no li to ral baia no, em 22 deabril. No mes mo dia em que Pe droÁlvares Ca bral che gou às ter ras bra si lei -ras, 500 anos de pois, a em bar ca ção foire cep cio na da pela mul ti dão que acom -pa nha va os fes te jos.Hoje, o Cis ne Bran co cum pre o pa pel

de re pre sen tar o Bra sil em gran deseven tos náu ti cos, den tro e fora do país,e con tri bui para o trei na men to e ins tru -ção de no vos ma ri nhei-ros. “O Cis neBran co nos aju da a dis se mi nar o es pí ri -to ma ri nhei ro”, diz o te nen te Eduar do

VELEIROPASSEIE PELO CISNE BRANCO, SÍMBOLO DA CHEGADA DE CABRALAO BRASIL, EMBARCAÇÃO COM DETALHES RICOS E GRANDIOSOS

POR PATRIZIA D’AVERSA

ABENÇOADO

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PERFECCIONISMOVeleiro incorpora detalhesna bússola e na placaque carrega seu nome

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10 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

Toz zi ni, re la ções pú bli cas do ve lei ro.“Quem co nhe ce o ve lei ro leva um pou codes se es pí ri to com ele. Seja pela sua be -le za ou pela cons cien ti za ção da im por -tân cia do mar para o país”, diz Toz zi ni. Por fora, o na vio-ve lei ro lem bra uma

cara-vela com cas co de aço. Seu de se -nho, po rém, foi ins pi ra do nos úl ti mos“clip pers” do fi nal do sé cu lo 19. Do con -vés para bai xo, a histó ria é ou tra. O mo -bi liá rio e os equi pa men tos são mo der nose ga ran tem con for to e au to no mia, li mi ta -da ape nas pela quan ti da de de co-midaque é pos sí vel ar ma ze nar a bor do, su fi -cien te para 25 dias. A água, cris ta li na esem gos to re si dual, é re ti ra da do mar,tra ta da em des sa ni li za dor e de po si ta daem um re ser va-tó rio de 36 mil li tros. Oequi pa men to pro duz de 5.000 a 8.000li tros de água por dia, mais do que o ne -ces sá rio para o con su mo de toda a tri pu -la ção, que pode che gar a 83 pes soas –51 tri pu lan tes fi xos e 32 em trei na men -to. Dois ge ra do res de ener gia tra ba lhampara ilu mi nar o am bien te e dar con ta deduas plan-tas de ar-con di cio na do queabas te cem to dos os cô mo dos do na vio,cada um com con tro le de tem pe ra tu raam bien te in di vi dual. As ve las são a pro pul são prin ci pal –

31 de las dis tri buí das em três mas tros,di vi di dos em três se ções cada –, com -ple men ta das por um mo tor a die sel de1.000 hp. As ve las fa-zem com que asmais de 1.000 to ne la das, peso do ve lei -ro na água, che guem a 33 km/h, en -quan to o mo tor leva o bar co a, no má xi -mo, 20 km/h.Quan do se che ga ao Cis ne Bran co, o

que mais im pres sio na é a quan ti da de decor das pre sas aos mas tros – são 18 kmde ca bos. Nas de pen dên cias in ter nas,há uma ima gem de Nos sa Se nho ra daBoa Es pe ran ça, uma ré pli ca da que Ca -

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 11

bral le va va em sua nau-ca pi tâ nia, en ta -lha da em Bel mon te, Por tu gal, por des -cen den tes dos que es cul pi ram a ima-gem ori gi nal. Abai xo da san ta, um pai nelem vi dro ja tea do re tra ta o Cis ne Bran coten do ao lado o Pão de Açú car, o Cris toRe den tor e a Es co la Na val, sím bo los doRio de Ja nei ro, se-de do na vio.Logo à fren te está a pra ça d'ar mas,

onde os ofi ciais fa zem suas re fei ções eonde são rea li za dos ou tros even tos – épra xe ofe re cer uma re cep ção aos go ver -nan tes e au to ri da des lo cais quan do odes ti no do ve lei ro é uma ca-pi tal ou por -to im por tan te. O sa lão im pres sio na pelade co ra ção, os mó veis em ma dei ra e cou -ro e o car pe te azul-ma ri nho com deta-lhes em ama re lo-ouro.

Mis ti cis mo

A so brie da de dá lu gar ao mis ti cis moquan do des ce mos um pa vi men to até abase do mas tro prin ci pal da em bar ca -ção. Ali está cra va da uma pla ca in di can -do que ao pé dos seus 46,40 me tros deal tu ra, o equi va len te a um pré dio de 15an da res, foi as sen ta da em 4 de agos tode 1999 uma moe da de 100 réis, de1936. A moe da é en ta lha da com a fi gu -ra do mar quês de Ita bo raí, pa tro no daMa ri nha. “Isso ga ran te que, quan do ove lei ro cum prir sua vida útil, sua almase gui rá para um bom ca mi nho. Todo ve -lei ro tem uma alma e a moeda é o seupre ço sim bó li co. É uma tra di ção nomun do todo”, ex pli ca Toz zi ni. O ve lei ro tem ain da pos to mé di co com

ma te rial para aten di men to bá si co e des -fi bri la dor, la van de ria, co zi nha e quar tos,to dos com ba nhei ros. A sala da es cu de -ria é vi gia da por câ me ras, uma vez quelá es tão as ar mas do na vio – pis to las efu zis por tá teis. No pas sa di ço se dá o

“TODO VE LEI ROTEM UMA ALMA EA MOEDA É O SEUPRE ÇO SIM BÓ LI CO.É UMA TRA DI ÇÃONO MUN DO TODO”

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LUXO INTERIORPor dentro do navio,detalhes que realçam ovalor do Cisne Branco

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O CISNE BRANCO

DIMENSÕES

76 m de comprimento

10,6 m de boca

4,80 m de calado

VELOCIDADE MÁXIMA

10,7 nós com motor

17,5 nós com velas

TRIPULAÇÃO

41 marinheiros (10 oficiais)

30 alunos

VELAS

2.195 m2 em

3 mastros com 32 velas

12 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

con tro le da na ve ga ção, das co mu ni ca -ções e dos ra da res.

Um por to dos e to dos por um

O na vio pas sa em mé dia oito me sesem via gem e o res tan te do ano no Rio deJa nei ro. Mes mo quan do atra ca do nasede, o Cis ne Bran co nun ca fica so zi -nho. Num dia de ro ti na na sede, o ex pe -dien te vai das 8h às 16h, quan do há atro ca de tur no. A se guir, sete mi li ta res,sem pre um ofi cial em ser vi ço e seis pra -ças, ocu pam a em bar ca ção.To dos que fa zem par te da tri pu la ção

apren-dem a ma ne jar as cor das. O bar -bei ro do navio, que tam bém é tai fei ro,ter mo usa do para de sig nar gar çom nasfor ças ar ma das, tam bém pas sa pe lostrei na men tos com as ve las e tem queapren der a ma ne já-las com se gu ran ça.“Do co man dan te ao ma ri nhei ro, to dosso bem no mas tro e fa zem ma no bras devela”, ex pli ca o te nen te Toz zi ni.O Cis ne Bran co é um na vio de re pre -

sen ta ção do país, por isso, o tra ba lho demanu ten ção é diá rio, além de es tar di re -ta men te as so cia do à se gu ran ça da tri pu -la ção. Tudo é ve ri fi ca do, des de a pin tu -ra, ten sio na men to dos ca bos de aço, ve -ri fi ca ção das ve las e cor das a che ca gemdos ra da res e co mu ni ca ção ele trô ni ca. As atuais via gens do Cis ne Bran co são

para for ma ção de as pi ran tes da Es co laNaval. O trei na men to tem a du ra ção deuma se ma na e in clui su bi da na mas trea -ção, au las de ve las e nós, na ve ga ção,me teo ro lo gia bá-sica e ma ri nha ria em ge -ral – ma no bras com os ca bos e as ve las. O Cis ne Bran co ain da não tem agen -

da de fi ni da para o pró xi mo ano. Paraquem ain da não o co nhe ce e quer sen tiro que pode ser a alma de um ve lei ro, ojeito é esperar, pois ain da é um na vioaben çoa do. l

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 13

FESTA ATÉ NOS EUA

No dia 4 de ju lho de 2000, o Cis -ne Bran co foi um dos na viospar ti ci pan tes da pa ra da na val

em co me mo ra ção ao 224º ani ver sá rioda In de pen dên cia dos Es ta dos Uni dos,que teve a par ti ci pa ção do pre si den teBill Clin ton e de 70 mil em bar ca ções ci -vis nor te-ame ri ca nas e es tran gei ras. NaAmé ri cas' Sail 2002, o Cis ne Bran co fi -cou em pri mei ro lu gar na re ga ta de Cu -ra çao para a Ja mai ca. “Ape sar de a fi -na li da de do ve lei ro não ser com pe ti ção,o cas co dele é mui to ve loz e nos sa tri pu -la ção mui to bem ades tra da”, diz o te -nen te Toz zi ni.

O re cor de de vi si ta ção ao Cis neBran co se deu em abril des te ano, du -ran te a 9ª Fes ta do Mar, em Rio Gran de(RS). Mais de 14 mil pes soas vi si ta ramo ve lei ro em ape nas um dia, se gun doToz zi ni. “A vi si ta ção era rá pi da, com aen tra da pela proa, pas sa gem pelo con -vés e saí da pela popa. No fi nal do dia,até o piso fi cou des gas ta do.”

Pelo se gun do ano con se cu ti vo, gru -pos de 50 alu nos do en si no mé dio deSan tos e Ilha be la e da Uni ver si da de deSo ro ca ba e da Uni mon te, de San tos,em bar ca ram numa via gem no ve lei ropelo pro je to Uni mar, da Ma ri nha.

O na vio-ve lei ro é tam bém ce ná rio do"Sau dan do a Re ser va", a opor tu ni da dede al mi ran tes, sar gen tos e ca bos que jánão fa zem mais par te da ati va retoma -rem o que eles cha mam de “es pí ri toma ri nhei ro”. “É uma ho me na gem apes soas que já fi ze ram mui to pela Ma-ri nha no Bra sil”, diz Toz zi ni.

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CORPO E ALMANo sentido horário, partedos 18 km de cordas, o local das refeições, o sino representativo e a sala de comando

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14 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 15

INVESTIR VIRAPALAVRA DE

ORDEM DA ALCAÀS VÉSPERAS DE O ACORDO VIGORAR, VERBAPARA INFRA-ESTRUTURA AINDA É ESCASSA

INTEGRAÇÃO

PERSPECTIVAS

L on ge do oti mis mo que co me ça avol tar à in dús tria e ao co mér cio dopaís, o se tor trans por ta dor não vêsi nais de re to ma da na ati vi da de.

Pelo con trá rio, as pers pec ti vas para 2004se mos tram som brias le van do-se em con taque os bai xos in ves ti men tos na área des -pen ca ram ain da mais em 2003, al can çan -do o mais bai xo pa ta mar dos úl ti mos 50anos, e que o or ça men to fe de ral para ati vi -da de no pró xi mo ano não che ga nem per -to dos re cur sos ne ces sá rios para a re cu pe -ra ção da sua caó ti ca in fra-es tru tu ra. Num ce ná rio de cres ci men to do Pro du -

to In ter no Bru to (PIB) en tre 3,5% e 4%,como in di cam as pro je ções, fa tal men te astrans por ta do ras não con se gui rão dar su -por te a uma de man da aque ci da, pre vêem

es pe cia lis tas. E em tem pos de glo ba li za ção, ama nu ten ção do cro no gra ma para a im plan ta -ção da Área de Li vre Co mér cio das Amé ri cas(Alca), de fi ni da na reu nião de Mia mi, em no -vem bro, tor na-se uma preo cu pa ção a maispara as em pre sas, que te mem não es tar emcon di ções de com pe tir em pé de igual da decom os con cor ren tes do con ti nen te quan do oblo co eco nô mi co en trar em vi gor, em 2005.Os nú me ros im pres sio nam: o Mi nis té rio dos

Trans por tes (MT) es pe ra fe char o ano com in -ves ti men tos de R$ 1,1 bi lhão, fal tan do ain da R$100 mi lhões para que al can ce a meta. Mas es -tu do do Sin di ca do Na cio nal da In dús tria daCons tru ção Pe sa da (Si ni con) mos tra que a re -cu pe ra ção da in fra-es tru tu ra de trans por tes exi -ge pelo me nos R$ 7 bi lhões por ano, in cluin doto dos os mo dais – a Pes qui sa Ro do viá ria CNT

POR ALINE RESKALLA

AUREA CUNHA / GAZETA DO POVO./FUTURA PRESS

Page 16: Revista CNT Transporte Atual-DEZ/2003

16 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

DEFESA DE NEGOCIAÇÃOEQUILIBRADA NA ALCA

A pou co mais de um ano da en -tra da em vi gor da Alca, asem pre sas de trans por tes vi -

vem o dra ma de ver sua com pe ti ti vi -da de di mi nuir en quan to cres ce oape ti te dos vi zi nhos do con ti nen tepelo gi gan tes co mer ca do bra si lei ro. Aau sên cia de um mar co re gu la tó rio, abai xa com pe ti ti vi da de e a de te rio ra -ção da in fra-es tru tu ra com a fal ta dein ves ti men tos são as prin ci pais preo -cu pa ções do se tor.

Es pe cia lis tas apon tam ain da as di -fi cul da des de in te gra ção en tre as em -pre sas de trans por te no Mer co sul, jáque os paí ses (Bra sil, Ar gen ti na, Pa ra -guai e Uru guai) têm po lí ti cas di fe ren -tes para a área e ain da não con se gui -ram avan çar em re la ção a uma aber -tu ra efe ti va. Na Ar gen ti na, por exem -plo, uma trans por ta do ra con se gueaba ter dos gas tos com com bus tí vel25% do cus to com IVA, além de ou -tros sub sí dios in di re tos que não exis -tem no Bra sil e que criam di fe ren ciaiscom pe ti ti vos a fa vor das trans por ta do -ras da que le país.

Para os transportadores de carga,as re gras do De cre to 99.704/90 – quedis põe so bre a exe cu ção no Bra sil doAcor do so bre Trans por te In ter na cio nalTer res tre, com a Ar gen ti na, Bo lí via,Chi le, Pa ra guai, Peru e Uru guai – sãomui to ge né ri cas e não le vam es sas di -

fe ren ças em con ta. Por isso, a en ti da -de de fen de que as dis cus sões so bre aAlca se jam fei tas com cui da do, sempres sa e de pois da de fi ni ção de te mascomo agri cul tu ra e pro du tos in dus tria -li za dos, áreas em que o país é maisfor te. E ain da: que se avan ce pri mei ronos tra ta dos já exis ten tes an tes da for -ma li za ção do blo co, crian do uma es -tru tu ra que dê con di ções me lho respara os pró xi mos acor dos.

Para o pre si den te da Fe de ra çãoNa cio nal dos Des pa chan tes Adua nei -ros, Erni Se ve ro Gama, “ain da há mui -to o que se de ba ter so bre a Alca e opra zo de 2005 é in su fi cien te para sede fi nir ques tões im por tan tes” na ade -são ao blo co eco nô mi co. “A in te gra -ção não pode ser fei ta abrup ta men te.É um que bra-ca be ça com pli ca do dese mon tar”, ava lia Gama.

O as sun to foi tema de um con -gres so rea li za do pela en ti da de emno vem bro, em Bra sí lia, que con toucom a par ti ci pa ção de re pre sen tan -tes de 15 paí ses. Se gun do Gama, area li da de co mer cial de vá rios paí ses“será for te men te al te ra da com aAlca”. Além das au to ri da des pú bli -cas, os des pa chan tes adua nei ros sãoos prin ci pais en vol vi dos na adap ta -ção dos mer ca dos lo cais às no vas re -gras con ti nen tais – os agen tes de co -mér cio ex te rior res pon dem por 90%

das ope ra ções de im por ta ção e ex -por ta ção do mun do.

Na aná li se do pre si den te da As so cia -ção Bra si lei ra de Trans por te de Car gas(ABTC), New ton Gib son, a in te gra çãodos mer ca dos é ine vi tá vel e tam bémabre opor tu ni da des, des de que ne go -cia da com equi lí brio. “Com a in fra-es -tru tu ra pre cá ria e sem in ves ti men tos,va mos con cor rer em con di ções de si -guais com os par cei ros co mer ciais. So -mos fa vo rá veis à Alca, mas pre ci sa moster de vol ta os in ves ti men tos e ne go ciarpa râ me tros para que o se tor não sejaain da mais pu ni do.”

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 17

in di ca va lor se me lhan te, R$ 7,5 bi lhões por anopara re for mar o sis te ma de trans por te. Já in su fi -cien te, o or ça men to do mi nis té rio ain da pas soupela gui lho ti na da Fa zen da e viu seus re cur sosmin gua rem de R$ 3,93 bi lhões, como es ta vapre vis to ini cial men te, para R$ 1,69 bi lhão. Da dos do pró prio ór gão mos tram que até

1988 a ver ba gas ta no se tor che ga va a 1,8%do PIB e hoje não al can ça nem 0,1%. O mi -nis tro An der son Adau to diz, em en tre vis tapor e-mail à Re vis ta CNT, que a ex tin ção doFun do Ro do viá rio Na cio nal mar cou o iní cioda tra je tó ria de cli nan te das apli ca ções emtrans por tes. “Hou ve que da nos in ves ti men -tos do se tor, sim, mas essa re du ção está seacu mu lan do há al guns anos. E a in fra-es tru -tu ra de trans por tes apre sen ta pro ble mas que

são fru to dos bai xos re cur sos para o se tor.” Vale lem brar que 82,8% da ma lha ro do viá ria

bra si lei ra en con tra-se em es ta do pés si mo ouruim, se gun do a Pes qui sa Ro do viá ria, o rou bode car ga gera um pre juí zo anual mé dio es ti ma -do em R$ 500 mi lhões às em pre sas e as mor -tes nas ro do vias cres cem as sus ta do ra men te acada ano por cau sa dos bu ra cos, de má si na li -za ção e da fal ta de fis ca li za ção – se gun do oCop pead, 35 mil pes soas per dem a vida nas es -tra das a cada ano. O se tor en fren ta ain da umaocio si da de de 45% – o nor mal se ria 15% – e aob so les cên cia da fro ta, que tem ida de mé dia de18 anos en quan to o ideal se ria 5 anos.

“O trans por te ro do viá rio não tem con di -ções de su por tar um cres ci men to de 3,5% doPIB, como se es pe ra para 2004, com tão bai -

AS EMPRESASTEMEM NÃO ESTAREM CONDIÇÕES DE COMPETIÇÃOQUANDO A ALCAVIGORAR

POPULAÇÃODESCONHECE MERCOSUL

A pes qui sa ISC, di vul ga da no iní cio dede zem bro, apon tou que o Bra sil ain dapre ci sa in for mar me lhor a po pu la ção

so bre seus acor dos co mer ciais. O Mer co sul,tra ta do al fan de gá rio com Ar gen ti na, Pa ra guai eUru guai as si na do em 1991, é des co nhe ci dopor 67,6% dos en tre vis ta dos. A pou co mais deum ano de a Alca se tor nar rea li da de, 69,8%não sa bem ava liar a im por tân cia do Mer co sulpara o Bra sil. Ape nas 11,4% con si de ram oacor do “mui to im por tan te” para o país.

O le van ta men to, rea li za do en tre os dias 2 e 4de de zem bro, fez 2.000 en tre vis tas em 24 Es ta dose tem mar gem de erro de mais ou me nos 3%. OISC de de zem bro mar cou 51,05%, e o ín di ce deava lia ção po si ti va do pre si den te Lula fi cou em41%. Já a ex pec ta ti va de que 2004 será me lhorque este ano foi a res pos ta de 72,7%.

Se Lula tem boa ima gem no ex te rior, in -clu si ve para os bra si lei ros (52,4% di zemque a in fluên cia do atual go ver no é maiordo que na Era FHC), ain da boa par te dapo pu la ção não sabe o que pode acon te cercom a eco no mia bra si lei ra nem se o Mer -co sul pode aju dar ou não. Se gun do a pes -qui sa, 25% acre di tam que o acor do co -mer cial au xi lia ria o cres ci men to da eco no -mia do Bra sil, con tra 69,8% que não sa -bem ava liar.

A ex pec ta ti va eco nô mi ca para 2004 am pa -ra a de sin for ma ção so bre os acor dos co mer -ciais. A ava lia ção só cio-eco nô mi ca do ISC fi -cou em 34,25%, pra ti ca men te o mes mo ín di -ce de ja nei ro de 2003 (34%). Já a ex pec ta ti vasó cio-eco nô mi ca caiu. Pas sou de 63,57% emja nei ro para 54% em de zem bro.

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18 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

xos in ves ti men tos”, diz o pre si den te da As so -cia ção Bra si lei ra dos Trans por ta do res de Car -ga (ABTC), New ton Gib son. O seg men to decar gas, que mo vi men ta R$ 42 bi lhões porano, acu mu la re tra ção de 20% em 2003, con -si de ra do por Gib son um dos pio res anos dahis tó ria para a ati vi da de.

Sa fra a pe ri goO mi nis tro da Agri cul tu ra, Ro ber to Ro dri -

gues, ad mi tiu que o es coa men to da pró xi masa fra, que será re cor de, en fren ta rá pro ble masde vi do à ca rên cia de in ves ti men tos em in fra-es tru tu ra de trans por tes. Em pa les tra paraagri cul to res no Rio de Ja nei ro, Ro dri gues dis -se que os in ves ti men tos no por to de Pa ra na -guá, por exem plo, não se rão su fi cien tes paraaten der ao cres ci men to de 5% da sa fra degrãos. O mi nis tro afir mou ain da que en ca mi -nha ria a An der son Adau to um mapa iden ti fi -can do os prin ci pais gar ga los e obs tá cu los aocres ci men to agrí co la do país.Se gun do Adau to, o vo lu me dos re cur sos

que será des ti na do à área em 2004 ain da não

foi de fi ni do, mas o mi nis tro es pe ra apli car pelome nos R$ 1,05 bi lhão na re cu pe ra ção e con -ser va ção de ro do vias – este ano, fo ram gas tosR$ 600 mi lhões. No pro je to de lei do Or ça -men to do pró xi mo ano, no en tan to, es tão pre -vis tos R$ 2,297 bi lhões para trans por tes, R$1,64 bi lhão a me nos que o vo lu me des ti na doini cial men te para o se tor em 2003 e R$ 41 mi -lhões a me nos que o or ça men to de 2002. Ospro je tos de Par ce ria Pú bli co-Pri va da (PPP),ape sar de re co nhe ci dos pelo mi nis tro comoes tra té gi cos e es sen ciais para a vol ta dos in -ves ti men tos, ain da não es tão for ma ta dos.A per da de ca pa ci da de de in ves ti men to do

se tor pú bli co, no caso dos trans por tes, vemacom pa nha da de um in gre dien te in di ges to: ocré di to in su fi cien te para os in ves ti men tos pri -va dos. Da dos do BNDES, por exem plo, mos -tram que as apro va ções de re cur sos para ose tor tam bém caí ram: en quan to nes te anopas sa ram pelo cri vo do ban co pro je tos no va -lor de R$ 3,413 bi lhões, em 2002 esse to talfoi de R$ 4,174 bi lhões – R$ 731 mi lhões amais que em 2003. A si tua ção é pior no caso

O SEGMENTO DECARGAS ACUMULARETRAÇÃO DE 20%EM 2003, UM DOSPIORES ÍNDICESDA HISTÓRIA

VIA AÉREAAeroportos estão semapoio financeiro

VIRA COPOS/DIVULGAÇÃO

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 19

do trans por te aé reo, que não teve nenhumprojeto apro va do pelo BNDES em 2003. Esseé a po lí ti ca de in ves ti men tos para o se tor detrans por tes, que re pre sen ta cer ca de 5% doPIB e em pre ga 2,5 mi lhões de pes soas ape -nas no seg men to de car gas.A re por ta gem procurou sa ber qual a po lí ti ca

e os pro je tos do ban co para a área, mas nãoconseguiu detalhes através da as ses so ria de im -pren sa, que repassou apenas um lista com osnú me ros de em prés ti mos.

Sem a CideEm tem pos de su pe rá vits re cor des para pa -

ga men tos de ju ros de dí vi da pú bli ca, os re cur -sos da Con tri bui ção so bre In ter ven ção de Do -mí nio Eco nô mi co (Cide) pas sa ram bem lon gedo des ti no de fi ni do por lei. As sun to apa ren te -men te proi bi do no go ver no, a Cide pas sou dees pe ran ça do se tor de trans por tes a um gran -de im bró glio ju rí di co, de pois dos ve tos do ex-pre si den te Fer nan do Hen ri que Car do so a vá -rios dis po si ti vos da Lei 10.636, de de zem brode 2002, que criou o Fun do Na cio nal de In fra-es tru tu ra de Trans por tes. FHC ve tou, porexem plo, o tex to que des ti na va 75% dos re -cur sos da Cide ao FNIT. A me di da foi to ma da pou co de pois do acor -

do de R$ 30 bi lhões com o Fun do Mo ne tá rio In -ter na cio nal (FMI), que fi xou o su pe rá vit pri má rio(eco no mia do go ver no para pa ga men to de ju -ros) em 4,25% do PIB. No en tan to, os pró priosFMI e Ban co Mun dial re co men dam que paí sesem es tá gio se me lhan te ao do Bra sil des ti nempelo me nos 3,5% do seu PIB aos trans por tes.No caso bra si lei ro, isso equi va le a cer ca de R$35 bi lhões por ano.Apa ren te men te li vre da obri ga ção de ter de

gas tar os re cur sos da Cide em trans por tes, o go -ver no pa re ce ter se es que ci do da Emen daCons ti tu cio nal 33, que a trans for ma em tri bu tocom des ti na ção es pe cí fi ca e obri ga tó ria, im pe -din do que os re cur sos dela pro ve nien tes te -nham qual quer ou tra apli ca ção. Ques tio na do

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20 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

so bre como ga ran tir pelo me nos par te da Cidepara a área, o mi nis tro An der son Adau to diz que“essa é uma de ci são que não cabe ape nas aoMi nis té rio dos Trans por tes. É uma de ci são dego ver no”. O pro ble ma é que o go ver no – leia-seTe sou ro e Fa zen da – faz jogo de em pur ra-em -pur ra e nin guém fala so bre o as sun to.A Fa zen da in for ma que a Cide é as sun to do

Te sou ro, que por sua vez diz que to dos os re -cur sos do im pos to são re pas sa dos in te gral -men te para o MT. No en tan to, uma con sul taao Sia fi, o sis te ma de in for ma ções de gas tosdo Te sou ro dis po ní vel na In ter net, mos tra quenão é bem as sim. Dos R$ 6,26 bi lhões ar re ca -da dos com a Cide de ja nei ro a ou tu bro des teano, ape nas R$ 416 mi lhões fo ram des ti na -dos à pas ta. E o pior: des se to tal, só R$ 44,6

DISCUSSÃO POLARIZADA

O s em pre sá rios de trans por tesque te mem uma aber tu ra ge -ne ra li za da dos mer ca dos na

Alca po dem se tran qui li zar por que areu nião de Mia mi, em no vem bro, re fe -ren dou a dis po si ção bra si lei ra e dos co -le gas do Mer co sul de só ne go ciar se to -res con si de ra dos ma du ros e con so li da -dos, tan to em ques tão de com pe ti ti vi -da de quan to de mar co re gu la tó rio, ga -ran tiu o che fe da Di vi são de Co mér ciode Ser vi ços do Mi nis té rio das Re la çõesEx te rio res, Sér gio Bar rei ros.

Se gun do ele, o con sen so a res pei toda cha ma da lis ta po si ti va é uma boano tí cia para as trans por ta do ras bra si lei -ras, que vi vem uma de suas pio res cri -ses e en con tram pro ble mas de com pe -ti ti vi da de. “Con se gui mos criar umamol du ra fle xí vel nas ne go cia ções quega ran tem um tra ta men to di fe ren cia dopara se to res mais sen sí veis da eco no -mia. Não so mos obri ga dos a es ten deras re gras mul ti la te rais a es sas ati vi da -des”, diz Bar rei ros.

O re pre sen tan te mi nis te rial re for ça alem bran ça de que os nor te-ame ri ca nosre lu tam em abrir de ter mi na das áreas,como o trans por te ma rí ti mo, o que con -tri bui para pos ter gar as dis cus sões so -bre o se tor de ser vi ços.

Pre vis to para en trar em vi gor 2005,o blo co reu ni rá os 34 paí ses das Amé -ri cas – com ex ce ção de Cuba. Jun tas,es sas na ções têm po pu la ção de 800mi lhões de ha bi tan tes, PIB de US$ 13tri lhões (38% da taxa mun dial) e mo vi -

men ta ção co mer cial de US$ 3,4 tri -lhões por ano (30% do co mér cio glo -bal). En tre o Bra sil e os ou tros 33 paí sesas tran sa ções che ga ram a US$ 100 bi -lhões en tre ja nei ro e ou tu bro des te ano,dos quais US$ 60 bi lhões re fe rem-se aex por ta ções bra si lei ras. Os prin ci paispar cei ros são os Es ta dos Uni dos, quega ran ti ram ao Bra sil um su pe rá vit deUS$ 5,5 bi lhões no pe río do, e Ar gen ti -na, que ven de mais do que com pra: odé fi cit da ba lan ça co mer cial com os vi -zi nhos pla ti nos foi de US$ 394 mi lhõesde ja nei ro a ou tu bro.

A pro pos ta ini cial do blo co de umaaber tu ra am pla e ir res tri ta – que pre viaa li vre cir cu la ção de bens e ser vi ços en -tre os paí ses – deu lu gar ao rea lis mo de -pois do fias co da reu nião da Or ga ni za -ção Mun dial do Co mér cio (OMC) emCan cún, no Mé xi co. Tra di cio nais de fen -so res de uma in te gra ção sem li mi tes,mas sem pre se ne gan do a dis cu tir te -mas con tro ver sos como os sub sí diosagrí co las, os EUA acu sa ram o Bra sil dein tran si gên cia, mes mo após blo quearas ne go cia ções de aber tu ra to tal.

Mas, sur preen den te men te, emMia mi os EUA fle xi bi li za ram o de ba te.O Bra sil con cor dou em dei xar os sub -sí dios para se rem tra ta dos na OMC.Da reu nião saiu o do cu men to da“Alca Light”. O do cu men to de fen defle xi bi li da de para le var em con ta asne ces si da des de to dos os só cios. Opró xi mo “round” será em 12 de fe ve -rei ro, no Mé xi co.

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 21

mi lhões se trans for ma ram em in ves ti men tosem in fra-es tru tu ra (veja qua dro na pá gi na 19).O MT afir ma que re ce be a des ti na ção de re -cur sos já de fi ni da pelo pró prio Te sou ro, ondemais de uma vez a re por ta gem en con trou a leido si lên cio e não con se guiu ob ter uma ex pli -ca ção so bre o re pas se do di nhei ro ar re ca do.“A Cide se tor nou uma cai xa-pre ta”, afir ma

New ton Gib son, da ABTC. Na opi nião do pre -si den te da As so cia ção Bra si lei ra das Em pre sasde Trans por te de Pas sa gei ros (Abra ti), Sér gioAu gus to de Al mei da Bra ga, “esse im pos to éum pro ble ma de po lí ti ca de go ver no, que pri vi -le gia cla ra men te o su pe rá vit em de tri men todos in ves ti men tos, agra van do a si tua ção crí ti caque o se tor en fren ta”. No caso do trans por tede pas sa gei ros, a re tra ção deve al can çar 3%

em 2003, se gun do Bra ga, que vê como maiorgar ga lo a uma re to ma da do mo vi men to a que -da na ren da da po pu la ção. “O ní vel de em pre -go, es pe cial men te da po pu la ção de bai xa ren -da, pre ci sa me lho rar. E os in ves ti men tos emin fra-es tru tu ra aju da riam por que é uma áreaque em pre ga mui to.”

Ações na Jus ti çaDe pois dos ve tos de FHC, a Cide vi rou as sun -

to de re for ma tri bu tá ria, que o ad vo ga do tri bu ta -ris ta Ser gio Cal dei ra, acre di ta que pode ser so -lu ção. “A des ti na ção de 25% dos re cur sos daCide para os Es ta dos e mu ni cí pios irá des cen -tra li zar par te da apli ca ção da ver ba, o que deveagi li zar a li be ra ção de re cur sos. Quan to maiscen tra li za do, mais bu ro crá ti co é.”O pre si den te do Si ni con, Luiz Fer nan do

San tos Reis, lem bra que o des vio dos re cur sosda Cide já re du ziu a pró pria ar re ca da ção doim pos to por cau sa de ações das dis tri bui do rasde com bus tí veis na Jus ti ça. En quan to de ja nei -ro a ou tu bro des te ano o va lor apu ra do foi deR$ 6,26 bi lhões, no mes mo pe río do de 2002os re cur sos che ga ram a R$ 7,131 bi lhões. Asdis tri bui do ras de com bus tí veis con se guemsus pen der o pa ga men to ao com pro var que aapli ca ção do di nhei ro des res pei ta a Cons ti tui -ção. “O di nhei ro da Cide não pode mais serdes via do para ou tras áreas por que há umaper da to tal da ca pa ci da de de in ves ti men to porpar te do Es ta do”, afir ma Reis. No Bra sil, os aci den tes ro do viá rios su pe ram

em 70 ve zes os ín di ces re la ti vos do Ca na dá eem dez ve zes os da Itá lia. Con si de ran do-se asper das de sa fras, o cus to adi cio nal ge ra do pe lasmás con di ções das ro do vias, os dias adi cio naisde co ber tu ra de es to ques e as per das hu ma nas,o mon tan te dos pre juí zos estimados su pe ra US$60 bi lhões por ano. Isso sem fa lar na bai xa efi -ciên cia ener gé ti ca da fro ta, que leva a um con -su mo de die sel 29% su pe rior ao dos Es ta dosUni dos, e da emis são de po luen tes, 2,6 ve zessu pe rior à mé dia nor te-ame ri ca na. l

INTERESSE MAIORO tema agricultura dividiuBrasil e EUA nos acordos

PARA NEWTONGIBSON, A “CIDESE TORNOU UMACAIXA-PRETA”

EMATER/DIVULGAÇÃO

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22 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

D u ran te 500 anos agar ra -do à cos ta do Atlân ti co,o Bra sil co me ça a acor -dar para os po ten ciais

eco nô mi co, po lí ti co e so cial deuma in te gra ção efe ti va com os paí -ses ba nha dos pelo ocea no Pa cí fi -co. Peru, Bo lí via, Chi le e Equa dor eas re giões Cen tro-Oes te e Nor te dopaís pas sam a ser en ca ra dos comoei xos de uma nova rota de de sen -vol vi men to, que pode en cur tar oca mi nho dos pro du tos na cio naisaté os paí ses do lado oes te daAmé ri ca do Sul, ba ra tean do as ex -por ta ções e in je tan do com pe ti ti vi -da de no co mér cio ex te rior do país.Es tu dos apon tam como ten -

dên cia, por exem plo, o des lo ca -men to de par te da pro du ção e doco mér cio de grãos para a cos taoes te do con ti nen te em fun çãotan to do cres ci men to do in ter câm -bio co mer cial en tre as re giõescomo da ex pan são dos mer ca dosdo les te asiá ti co, hoje com 1,8 bi -lhão de con su mi do res. No mer ca -do an di no, a po pu la ção da Co lôm -bia, Ve ne zue la, Peru, Chi le e Bo lí -via é de apro xi ma da men te 109 mi -lhões de ha bi tan tes. O co mér cioex te rior do Bra sil com a Ásia é deapro xi ma da men te US$ 15 bi lhões,va lor pe que no e que re ve la um altopo ten cial de ex pan são, pois a re -gião é a que mais cres ce no mun -do, a uma mé dia de 5% ao ano –até 2030, deve cres cer em mais500 mi lhões de pes soas. Para via bi li zar essa in te gra ção,

no vas ro tas es tão sen do es tu da daspe los paí ses en vol vi dos, pela Coo -pe ra ção An di na de Fo men to(CAF), pelo Iir sa (Ini cia ti va para In -

DESBRAVAR ÉA ALTERNATIVAPROJETOS PARA CORREDORES FACILITARIAM A SAÍDA AO PACÍFICO E O COMÉRCIO NACIONAL

INTEGRAÇÃO

INFRA-ESTRUTURA

POR ALINE RESKALLA

ANTONIO COSTA/GAZETA DO POVO/FUTURA PRESS

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CIT BUSCAVIABILIZARINTEGRAÇÃO

Ta pon Da rien, que vai do sul do Pa na má aonor te da Co lôm bia, e a Ama zô nia. Lem mi écé ti co em re la ção às ro tas para o Pa cí fi co. Elear gu men ta que se ria mais viá vel no tra je to atéa Ásia, por exem plo, as saí das pelo Atlân ti coque pas sam pelo Sul da África.

Para Álvaro Fa gun des Jú nior, di re tor daEx pres so Ara ça tu ba, os cor re do res ain daes bar ram em al guns gar ga los, como aadua na nas fron tei ras. “No Bra sil, de poisdas 18h não se con se gue pas sar, en quan tonos paí ses vi zi nhos as fron tei ras fun cio nam24 ho ras por dia. Nos sa al fân de ga é maisatra sa da.” Flá vio Sot to ma yor, do Mi nis té riodo Pla ne ja men to, re co nhe ce a exis tên ciades ses pro ble mas e diz que os go ver nos es -tão tra ba lhan do de for ma in te gra da para re -sol vê-los. “Real men te, é in viá vel que se per -ca, por exem plo, dois dias de via gem porcau sa da ine fi ciên cia ope ra cio nal da adua -na, como ocor re em al gu mas fron tei ras.”

A bu ro cra cia na adua nabra si lei ra, as di fe ren -ças de le gis la ção en tre

os paí ses por onde pas sa rãoas mer ca do rias e os in ves ti -men tos em in fra-es tru tu ra ain -da são obs tá cu los que pre ci -sam ser su pe ra dos na aber tu -ra de no vas ro tas para o Pa cí -fi co. Até este ano, lem bra opre si den te da Câ ma ra In te ra -me ri ca na de Trans por te (CIT) ,Pau lo Ca lef fi, o Bra sil só as si nou o pro to -co lo de in ten ção e al guns tra ta dos bi la te -rais, mas é pre ci so avan çar.

A CIT tra ba lha em par ce ria com os go ver -nos do con ti nen te para via bi li zar essa in te gra -ção, de fi nin do pa drões para o trân si to de veí -cu los e co mer cia li za ção de car gas nas ro tas ase rem cria das. “Nós cui da mos de apro xi maras igual da des e o go ver no cui da de acer tar asdi fe ren ças”, diz Ca lef fi, para quem esse tra -ba lho é es sen cial para for ta le cer a Amé ri cado Sul na Alca.

Se gun do o pre si den te da CIT, a “in ter mo -da li da de con tri bui rá bas tan te para via bi li zaras no vas ro tas por que há mui tas bar rei ras fí -si cas a se rem ven ci das”. A maior de las é aCor di lhei ra dos An des, onde o aces so é bas -tan te com pli ca do e os in ves ti men tos pre ci -sam ser maio res. O con sul tor e pes qui sa dordo Iir sa, Fá bio Lem mi, lis ta ou tros dois en tra -ves fí si cos: a re gião pan ta no sa e mon ta nho sa

fra-es tru tu ra Re gio nal da Amé ri cado Sul), e pela Câ ma ra In te ra me ri -ca na de Trans por te (CIT). A Bol sade Mer ca do rias & Fu tu ros (BM&F)es tu dou os im pac tos eco nô mi cos eso ciais do com ple xo de ações ne -ces sá rias à via bi li za ção de uma saí -da para o Pa cí fi co – atra vés docha ma do Cen tro-Oes te am plia do,in cluin do os Es ta dos des sa re gião eain da Acre, Ron dô nia, Pará, Ma ra -nhão e To can tins.O le van ta men to apre sen ta 12

al ter na ti vas con si de ra das viá veisde cor re do res bio ceâ ni cos, que de -man da riam in ves ti men tos de US$10 bi lhões em dez anos. Des se to -tal, US$ 1,8 bi lhão se ria gas to comin fra-es tru tu ra, in su mos, má qui nase equi pa men tos para trans for ma -ção agrí co la. Além de re du zir ematé 4.000 mi lhas náu ti cas (equi va -len te a 6.400 km) a dis tân cia dosprin ci pais cen tros de pro du ção dopaís até os por tos asiá ti cos, asobras con tri bui rão para trans for -mar as re giões em pó los de de sen -vol vi men to. A BM&F es tu da a cria -ção de um fun do de in ves ti men topara o fi nan cia men to de par te dasobras, pois 80% do re cur sos vi riamda ini cia ti va pri va da.Os re sul ta dos com pen sa riam o

in ves ti men to: o em pre go ru ral di re -to na re gião cres ce ria 20%, com acria ção de 746 mil va gas. In di re ta -men te, 2,9 mi lhões de pos tos se -riam cria dos até 2010. O PIB da re -gião se ria in cre men ta do em US$

MAIS OBRASSaída para a Pacífico iráexigir melhorias nas estradas

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24 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

20,2 bi lhões e a par ti ci pa ção doCen tro-Oes te no “bolo” na cio -nal cres ce ria dos atuais 10,4%para 13,5% em sete anos. Napro du ção, os nú me ros tam bémsão con si de rá veis: a sa fra desoja bra si lei ra sal ta ria de 75 mi -lhões de to ne la das para 152,6mi lhões até 2010, o que re pre -sen ta mais US$ 12 bi lhões. Um dos pes qui sa do res do

Iir sa, o con sul tor Fá bio Lem midiz que as obras de in te gra çãode vem in cre men tar o co mér cioex te rior não só com os paí sesdo Pa cí fi co, mas com os vi zi -nhos continentais. Pe las es ti -ma ti vas da en ti da de, a mo vi -men ta ção co mer cial en tre Bra -sil e Chi le, por exem plo, cres ce -ria de US$ 2 bi lhões para R$ 4bi lhões até 2010, en quan tocom a Ar gen ti na po de ria sal tarde US$ 13 bi lhões para US$ 20bi lhões no pe río do. Ape sar decon si de rar que a de man da poruma saí da para o Pa cí fi co ain daé pe que na, Lem mi diz que háuma mu dan ça de pos tu ra dogo ver no bra si lei ro. “O Bra sil é50% do PIB da Amé ri ca do Sule está to man do a fren te do pro -ces so”, diz o con sul tor.

Em pol ga çãoFlá vio Sot to ma yor, um dos

coor de na do res dos es tu dos noMi nis té rio do Pla ne ja men to etam bém do Iir sa, diz que o pre -si den te Luis Iná cio Lula da Sil vaestá em pol ga do com a in te gra -ção, as sun to que tra ta rá comouma das prio ri da des de seu go -ver no. “Há uma dis po si ção real

UMA OBRAPRIO RI TÁ RIAESTÁ PER TODE SERVIA BI LI ZADA:A FERROVIANO VOES TE

do pre si den te em avan çar nes sesen ti do. Ele já se reu niu e dis cu tiuo tema com pra ti ca men te to dos ospre si den tes da Amé ri ca do Suldes de que to mou pos se. Um gru pode tra ba lho en vol ven do cin co mi -nis té rios tra ba lha exaus ti va men teno as sun to.” O Con se lho de De -sen vol vi men to Eco nô mi co e So cial,or ga nis mo cria do pelo go ver no fe -de ral com re pre sen tan tes de toda aso cie da de para dis cu tir te mas dein te res se na cio nal, tam bém ana li sao es tu do da BM&F.Se gun do Sot to ma yor, os paí ses

já de fi ni ram os cri té rios de se le çãode pro je tos: ge ra ção de de sen vol vi -men to eco nô mi co e so cial, sus ten -ta bi li da de am bien tal, via bi li da de defi nan cia men to, au men to de flu xode co mér cio e ge ra ção de ren da,

em pre go e im pos tos. Em 2004,gru pos de tra ba lho ten ta rão con -cre ti zar os es tu dos em pro pos tasreais, que de vem es tar de fi ni dasain da no pri mei ro se mes tre. Uma das obras con si de ra das

prio ri tá rias pelo go ver no e pela ini -cia ti va pri va da está per to de se via -bi li zar: a No voes te, fer ro via de1.300 km que liga o por to de San -tos a Co rum bá, na fron tei ra doMato Gros so do Sul com a Bo lí via.Se gun do a BM&F, o cus to da obrava ria de US$ 450 mi lhões a US$900 mi lhões. A con so li da ção des secor re dor pas sa tam bém pela cons -tru ção de um tre cho de 338 km dero do via en tre as ci da des bo li via nasde San ta Cruz de La Sier ra e Ai qui -le, que abre ca mi nho para o por tode Ari ca, no Chi le.

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 25

O EMPREGORURAL NOCENTRO-OESTE PODECRESCERATÉ 20%

Além da fer ro via, a cons tru çãode um tre cho de 128 km de ro do -via que li ga rá as pe rua nas Yu ri ma -guas e Ta ra po to, ao cus to de US$50 mi lhões, está em aná li se peloBNDES e Ban co do Bra sil. No casodo Mato Gros so, o ca mi nho maiscur to para o Pa cí fi co se ria a es tra -da que liga Cá ce res à Bo lí via – ain -da fal tam 500 km de as fal to nes seper cur so. To das es sas ro tas evi tamque o pro du to a ser ex por ta do te -nha que des cer a San tos an tes deser trans por ta do ao Ca nal do Pa na -má e de lá se guir para o Pa cí fi co.Con si de ra do ou tro cor re dor im -

por tan te, a am plia ção e o as fal ta -men to da BR-163, que liga Itai tu baa San ta rém (PA), está pre vis ta noPla no Plu ria nual 2003-2007, comcusto R$ 760 mi lhões. Em 1999,um gru po de em pre sá rios e po lí ti -cos da re gião per cor reu o tre cho,que in clui ain da três rios, paracom pro var a via bi li da de do in ves ti -men to, trans por tan do mais de cemca mi nhões de soja. Em Itai tu ba,se gun do a BM&F, a soja pas soupor bal sas que ope ram na hi dro viado rio Ma dei ra, de onde se gui ram aSan ta rém. Mes mo com as con di -ções pre cá rias do cor re dor, a eco -no mia es ti ma da foi de US$ 2 porsaca trans por ta da. Com as obras, apre vi são é que se jam ex por ta daspelo tre cho 710 mil to ne la das demi lho, 402 mil to ne la das de ar roz,62 mil to ne la das de al go dão e 3,85mi lhões de to ne la das de soja nopri mei ro ano de ope ra ção.

No vas ro tasA Trans por ta do ra Ex pres so Ara -

ça tu ba des co briu o fi lão há oito

anos, quan do or ga ni zou a pri mei rade uma sé rie de ca ra va nas jun tocom re pre sen tan tes dos go ver nosde Ron dô nia, Peru, Bo lí via e Chi lepara pro var a via bi li da de de umanota rota co mer cial, pre do mi nan te -men te ro do viá ria, in ter li gan do oBra sil ao mer ca do asiá ti co e à cos -ta oes te da Amé ri ca do Nor te. Para o di re tor co mer cial da em -

pre sa, Álvaro Fa gun des Jú nior, arota para o Pa cí fi co já é uma rea li -da de. Sem es pe rar por de fi ni çõespo lí ti cas, a em pre sa saiu na fren tee ob teve au to ri za ção para maisuma rota. “Já ope rá va mos o tre chopara Lima, ago ra con se gui mos a li -cen ça para che gar mos ao Chi leatra vés da Bo lí via. Sain do de SãoPau lo, te re mos uma re du ção de2.500 km no per cur so.”Os re sul ta dos da rota para o

Peru com pro vam a via bi li da de dasno vas saí das para o Pa cí fi co: o fa -tu ra men to da Ara ça tu ba cres ceu70% no tra je to. O di fe ren cial daope ra ção é que o tra je to fei to pelaBo lí via, com 5.300 km de es tra da,re pre sen ta uma eco no mia de qua -se 2.000 km em re la ção ao per cur -so usual men te uti li za do (via Men -do za e Chi le). Na nova rota para o Chi le, as

es ti ma ti vas da em pre sa são deuma mo vi men ta ção en tre 25 a30 car re tas por mês, que trans -por ta riam de 500 a 700 to ne la -das de pro du tos in dus tria li za dos(pe ças de au to mó veis, equi pa -men tos hos pi ta la res, te ci dos, sa -pa tos e ou tros). Com o novo “per -mi so”, as car gas des pa cha das doCen tro-Oes te chegarão qua trodias mais cedo no Chile. l

ALTERNATIVANova rota favorece economia das empresas

FUTURA PRESS

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D e pois de qua tro anos de que da no PIB– só no ano pas sa do, a ati vi da de eco -nô mi ca des pen cou 10% –, a Ar gen ti -na co me ça a dar si nais de re cu pe ra ção

e já acu mu la um cres ci men to de 6,6% no pri mei -ro se mes tre do ano com re fle xos nas tro cas co -mer ciais com o Bra sil. De ca ro na, o re tor no do in -ten so trá fe go de ca mi nhões na es ta ção adua nei -ra de Uru guaia na (634 km a oes te de Por to Ale -gre), um dos pon tos de maior con cen tra ção detra ves sia de car gas.A cri se que atin giu a Ar gen ti na du ran te o go -

ver no de Fer nan do de La Rua teve sé rias con -se qüên cias nas re la ções co mer ciais com o Bra -sil, atin gin do di re ta men te os trans por ta do res in -ter na cio nais – a maio ria com pro ble mas para ore ce bi men to de fre tes. Aos pou cos, con for me

POR EVILAZIO DE OLIVEIRA

ATEMPESTADEPASSOUAPÓS CRISE, COMÉRCIO COM A ARGENTINA VOLTA A CRESCER

de fi nia o se cre tá rio exe cu ti vo da ABTI (As so cia -ção Bra si lei ra dos Trans por ta do res In ter na cio -nais), Sa muel Zu bel dia Ne ben zahl, “o tem po ralacal mou e foi pre ci so co me çar a ar ru mar acasa”. Na oca sião, mui tas em pre sas pas sa rampor di fi cul da des e, em bo ra não exis tam in for -ma ções so bre nú me ros, em pre sas de me norpor te e sem uma boa es tru tu ra aca ba ram que -bran do. Foi mais um exem plo da ve lha his tó riada pu ri fi ca ção do se tor, onde só per ma ne cemos mais ap tos e com pe ten tes.O caos eco nô mi co te ria sido her da do da ad mi -

nis tra ção do an te ces sor, Car los Me nen, e de umapo lí ti ca cam bial de equi va lên cia do peso com odó lar. Com a eco no mia em que da li vre e os sé riospro ble mas so ciais se acu mu lan do, o país teveuma sé rie de pre si den tes tran si tó rios, até a elei -

TRANSPORTE INTERNACIONAL

MODAL RODOVIÁRIO

LAURI KOTZMelhora gradativa nasrelações comerciais

ANDERSON PETROCELI/PORTAL DE URUGUAIANA

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 27

ção de Nes tor Kirch ner, que, ao que pa re ce, estácon se guin do equi li brar as fi nan ças e ga ran tir a re -to ma da do cres ci men to in ter no, in clu si ve com ne -go cia ções mais ade qua das com o FMI (Fun doMo ne tá rio In ter na cio nal).Um dos efei tos da re cu pe ra ção ar gen ti na é o

sal to das ven das gaú chas, que qua se tri pli ca ramde ja nei ro a agos to, numa ele va ção de 196,38%nos pri mei ros oito me ses do ano, com pa ra do comigual pe río do do 2002. O se tor têx til já su pe ra asven das do ano an te rior à fase mais agu da da cri -se, se gun do a Fiergs (Fe de ra ção das In dús triasdo Rio Gran de do Sul). Com essa re to ma da de ne -gó cios, as ex por ta ções para a Ar gen ti na sal ta ramde US$ 113,69 mi lhões para US$ 336,97 mi -lhões en tre ja nei ro e agos to.Em Uru guaia na, a im por tân cia do trans por te

de car gas sem pre foi mui to gran de para a eco no -mia lo cal. Com 140 mil ha bi tan tes e uma for te tra -di ção agro-pas to ril, o mu ni cí pio tam bém está su -jei to às va ria ções das eco no mias bra si lei ras e ar -gen ti na, pois even tuais al te ra ções que com pro -me tam o in ten so trá fe go de ca mi nhões na pon tein ter na cio nal afe tam boa par te da po pu la ção. São

pes soas que tra ba lham como des pa chan tesadua nei ros e vi gias, em pos tos de com bus tí veis,car ga e des car ga, em ofi ci nas de au to pe ças e bor -ra cha rias. É um enor me com ple xo que fun cio naem ra zão do trans por te.Para se ter uma idéia do trá fe go em Uru guaia -

na, em 2000 pas sa ram 149.991 ca mi nhões car -re ga dos pela pon te in ter na cio nal, um in cre men tode 11,5% so bre 1999. Des ses, 96.568 con du -ziam mer ca do rias para ex por ta ção (12,75% so -bre o ano an te rior) e 53.568 trans por ta vam mer -ca do rias im por ta das (alta de 9,34%). No ano se -guin te, com o agra va men to da cri se Ar gen ti na, omo vi men to caiu 5,51%. No ano pas sa do, a cri se se agra vou ao ex tre -

mo, com que da de 18,51% no flu xo de ca mi -nhões. Se gun do a Re cei ta Fe de ral, pas sa ram pelaadua na 115.491 ca mi nhões, dos quais 65.554para ex por ta ção (que da de 30,44%) e 49.937 deim por ta ção (me nos 5,17%). Este ano, os ne gó cios co me ça ram a mos trar

bom de sem pe nho. Em ou tu bro, fo ram 646 des -pa chos a mais em re la ção ao mes mo pe río do de2002. Hou ve cres ci men to de 130,6 mil to ne la dasde itens para 136,3 mil to ne la das. Em di nhei ro, oau men to foi de US$ 16,5 mi lhões, che gan do aUS$ 107,1 mi lhões con tra os US$ 90,6 mi lhõesano ta dos em 2002. O pre si den te do Sin di mer co sul (Sin di ca to dos

Tra ba lha do res em Trans por tes Ro do viá rios deCar gas e de Li nhas In ter na cio nais do Es ta do doRio Gran de do Sul), José Va no li Ma cha do Nu nes,con ta que, em de ter mi na da épo ca, 310 em pre sases ta vam es ta be le ci das em Uru guaia na. “Mui taseram fi liais e man ti nham en tre pos tos de car gas eque aca ba ram fe chan do com o agra va men to dacri se ar gen ti na”, diz o di ri gen te. “Ou tras em pre sasque bra ram ou fo ram in cor po ra das pe las maio res.Hoje, exis tem 100 em pre sas e 40 fi liais de em pre -sas do cen tro do país ou da Ar gen ti na”, ex pli caNu nes. Como re fle xo des se mo vi men to, o de sem -pre go para mi lha res de mo to ris tas. Só na re giãoda fron tei ra oes te, se gun do o Sin di mer co sul, sãomais de 12 mil pro fis sio nais que ago ra se su jei tam

UM DOS EFEITOSDA MELHORIAPORTENHA É OSALTO DAS VENDAS GAÚCHAS,QUE CRESCERAM 3 VEZES DEJANEIRO A AGOSTO

BOM VIZINHOApós a crise, Argentinavolta a atrair negócios

CONSULADO DA ARGENTINA/DIVULGAÇÃO

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28 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

a bi cos e que a cada os ci la ção da eco no mia dospaí ses fi cam de mãos aba nan do.Na opi nião do pre si den te da Coo trans cau

(Coo pe ra ti va dos Trans por ta do res de Car gas deUru guaia na), Cla di mir Rao, “o pior já pas sou eago ra as coi sas es tão vol tan do ao nor mal”. Se -gun do Rao, to das as pen dên cias fi nan cei ras dosar gen ti nos com trans por ta do res bra si lei ros fo ramacer ta das e as dis cus sões, ago ra, se con cen tramnuma even tual re vi são nos va lo res dos fre tes in -ter na cio nais. A Coo pe ra ti va reú ne cer ca de 400au tô no mos as so cia dos, a maio ria atuan do ape nasno trans por te in ter na cio nal.Para Lau ri Kotz, di re tor da Des pa chos

Adua nei ros, em pre sa de Uru guaia na, “a si tua -ção das re la ções co mer ciais com a Ar gen ti naestá me lho ran do gra da ti va men te, em bo ra ain -da não te nha che ga do aos ín di ces de 2000”.Essa me lho ria co me çou em ju nho des te ano,com uma re cu pe ra ção em cer ca de 50%, se -gun do Kotz. “O ní vel de tro cas en tre os doispaí ses ain da vai le var uns 12 me ses para atin -gir ní veis con si de ra dos nor mais. Isso em con -se qüên cia de uma po lí ti ca de cré di tos re cí pro -cos as si na dos en tre os pre si den tes Fer nan do

Hen ri que Car do so e Du hal de (na épo ca, pre -si den tes de Bra sil e Ar gen ti na, res pec ti va men -te)”, diz Kotz.O ce ná rio re tra ta do por Kotz apon ta para uma

si tua ção que che gou a ser de pe nú ria em ra zãodo ex ces so da ofer ta de ca mi nhões e da pou capro cu ra por fre tes. A cri se atin giu a to dos, em pre -sá rios e au tô no mos. De pois, com os bons re sul ta -dos das sa fras agrí co las bra si lei ras, gran de par tedes ses ca mi nhões que se de di ca vam ao trans -por te in ter na cio nal pas sou a ope rar no mer ca doin ter no, atraí dos tam bém pela re mu ne ra ção maiscom pen sa do ra. Com a saí da des ses ca mi nhõesdo mer ca do in ter na cio nal, coin ci den te men te aorea que ci men to da eco no mia ar gen ti na, sur giu opro ble ma ines pe ra do: fal tou ca mi nhão para otrans por te in ter na cio nal. O fato teve re per cus sãono cus to do fre te. Sem pos si bi li da de de en tre gaime dia ta, as mer ca do rias fi ca ram em de pó si tos,en ca re cen do os cus tos fi nais.No ou tro lado da fron tei ra, em Paso de los Li -

bres, o di re tor da Agên cia de Ser vi ços In te gra dosde Trans por te In ter na cio nal, Abel José Ca po vi la,lem bra que o se tor de trans por tes so freu mui todu ran te a cri se. Cer ca de 80% da eco no mia por -te nha é trans por ta da por ro do vias e a maio ria dospe que nos em pre sá rios ou au tô no mos pre ci souven der seus ca mi nhões para po de rem so bre vi ver.“Os que con se gui ram re sis tir ago ra es tão bem”,ava lia Ca po vi la. Dian te des sa pe que na re cu pe ra ção, Ca po vi -

la con si de ra que a fal ta de cré di to para a re no -va ção da fro ta é um dos prin ci pais pro ble maspara os car re tei ros lo cais, que não têm comocom pe tir com os ca mi nhões bra si lei ros notrans por te para ou tros paí ses, como Uru guai eChi le, con si de ra dos bons par cei ros co mer ciais.“A saí da con ti nua sen do o se tor pri má rio, ondegran de par te dos pro du to res man tém seus pró -prios ca mi nhões para o es coa men to das sa frase para o trans por te dos in su mos”, diz Ca po vi la.Se gun do o di re tor da Agên cia, ape nas gran desem pre sas se aven tu ram em via gens lon gas, es -pe cial men te para o Bra sil. l

“O PIOR JÁ PASSOU E AGORAAS COISAS ESTÃO VOLTANDOAO NORMAL”

ABEL CAPOVILA“Motoristas venderamcaminhões para sobreviver”

AGÊNCIA DE SERVIÇOS DE INTEGRAÇÃO NACIONAL/DIVULGAÇÃO

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 29

A ANTT (Agên cia Na cio nal de Trans -por tes Ter res tres) pror ro gou o pra -zo para re ca das tra men to das em -

pre sas de trans por te de car ga para 31 demar ço de 2004. O pro ces so visa atua li zara Li cen ça Ori gi ná ria e Au to ri za ção de Ca -rá ter Oca sio nal (para em pre sas na cio nais)e Li cen ça Com ple men tar e de Trân si to(para em pre sas es tran gei ras, os cha ma -dos “per mi sos”). Na Re so lu ção 363 de27de novembro, pu bli ca da no ‘Diário Ofi-cial da União’ pela ANTT, o pra zo de va li -da de das li cen ças pas sa de três para cin -co anos, a única mudança que irá atingiras empresas já cadastradas.

Até no vem bro, ape nas 450 das 834em pre sas bra si lei ras que atuam no trans -por te ro do viá rio in ter na cio nal de car gas fi -ze ram o re ca das tra men to. Des sas, pelome nos 340 não con se gui ram com ple tar ado cu men ta ção exi gi da. De pois des se pra -zo, as li cen ças ex pe di das an tes de 14 defe ve rei ro de 2002 per dem a va li da de equem não con cluiu o novo do cu men tonão ope ra no trans por te in ter na cio nal.

Na ten ta ti va de au men tar a fis ca li za çãoe au men tar a agi li da de na con ces são deau to ri za ções, a ANTT al te rou a lis ta de do -cu men tos a se rem apre sen ta dos no re ca -das tra men to. A em pre sa deve com pro varsua ha bi li ta ção ju rí di ca e re gu la ri da de fis -cal. Os no vos do cu men tos exi gi dos são: re -que ri men to de re pre sen tan te da em pre sa

ou pro cu ra dor, con tra to ou es ta tu to so cialda em pre sa, com pro van te de ins cri ção noCNPJ, re la ção da fro ta a ser ha bi li ta da, porpaís de des ti no, com os Cer ti fi ca dos de Re -gis tro e li cen cia men to de Veí cu lo (CRLV),cer ti dões de re gu la ri da de fis cal fe de ral, es -ta dual e mu ni ci pal e cer ti dões de re gu la ri -da de com INSS e FGTS.

As em pre sas es tran gei ras de vem apre -sen tar a li cen ça de seu país e um re pre sen -tan te le gal no Bra sil para ob ter a Li cen çaCom ple men tar. O pra zo de va li da de da li -cen ça vale por dois anos, ao fim do qual asem pre sas de ve rão atua li zar seus da dos.

As prin ci pais di fi cul da des são re fe ren tesà si tua ção da fro ta atual em re la ção ao ca -das tro an ti go, ina dim plên cia com a Fa zen dae obri ga ções pre vi den ciá rias e tra ba lhis tas.Es sas pen dên cias es ta riam sen do ne go cia -das pe las em pre sas em ra zão das atuais di -fi cul da des eco nô mi cas do se tor.

A pror ro ga ção do pra zo aten deu a pe di -do dos trans por ta do res na cio nais e in ter na -cio nais de car ga, atra vés de suas en ti da desre pre sen ta ti vas. Em do cu men to, as duas

en ti da des ex pli ca ram que mui tas das em -pre sas com ope ra ção no seg men to in ter na -cio nal es tão em fase de re ne go cia ção de dí -vi das com a União e ain da não con se gui ramcon cluir o pro ces so de vi do à pu bli ca ção dasre gras para ade são ao Re fis.

Com o re ca das tra men to, ha ve rá umade pu ra ção no se tor, se gun do ava lia o pre -si den te do Sin di mer co sul (Sin di ca to dosTra ba lha do res em Trans por te Ro do viá riode Car gas e de Li nhas In ter na cio nais doRio Gran de do Sul), José Va no li Ma cha doNu nes. “Isso por que pelo me nos umas 50em pre sas da re gião da fron tei ra do Bra silcom a Ar gen ti na atuam de for ma ir re gu lar,al gu mas com fro tas de 10 ca mi nhões ecom 300 ‘per mi sos’ em mãos e que aca -bam sen do alu ga dos por va lo res que va riade U$ 100 a US$ 150,00”, diz Nu nes.

A ANTT afir ma que des co nhe ce a ir re gu -la ri da de e diz que irá in ves ti gar a de nún cia.O cer to é que em Uru guaia na é co mum aprá ti ca do alu guel de li cen ças en tre os car -re tei ros au tô no mos, con for me tes te mu nhamos em pre sá rios e mo to ris tas lo cais.

ANTT AMPLIA PRAZO PARARECADASTRAR

PAULO FONSECA

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30 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

EMPRESAS BRASILEIRAS AMPLIAM TRANSAÇÕES

TRANSPORTE DE CARGAS

NEGÓCIOS

COM O PAÍS VIZINHO APÓS CRISE NA ARGENTINA

POR JANAÍNA CUNHA MELO

NOVO CHILETEM MAISDOQUEOVINHO

O fi nal de 2001 anun cia va umnovo ano di fí cil para as em pre -sas es pe cia li za das em trans -por te ter res tre de car ga in ter -

na cio nal. Era o iní cio de uma agu da cri seeco nô mi ca e so cial na Ar gen ti na, prin ci -pal país de re la ções co mer ciais para o se -tor, res pon sá vel por até 90% do fa tu ra -men to de gran des trans por ta do ras bra si -lei ras. Hoje, qua se dois anos de pois, opa no ra ma re ve la que a so lu ção es ta va noex tre mo oci den te do con ti nen te sul-ame -ri ca no. An ti go par cei ro, que vem con se -guin do pre ser var a es ta bi li da de in ter na eos acor dos bi la te rais, o Chi le ga nha no vasdi men sões nas re la ções co mer ciais como Bra sil e se apre sen ta como a prin ci palal ter na ti va para as em pre sas de car gas.

Fer nan do Ala no, 44, di re tor co mer cialde uma das em pre sas mais bem-su ce di -das na es tra té gia de reo rien tar o flu xo co -mer cial no iní cio da cri se no país vi zi nho,é quem faz a aná li se. Hoje, a Trans por ta -do ra DM, há 30 anos no mer ca do, co lheos fru tos de ha ver in ves ti do no par cei ro.“Es tá va mos cer tos de que se ria um 2002te ne bro so e aca bou sen do o me lhor anoda his tó ria da em pre sa. No auge de umacri se, sem pre há mu dan ças de prio ri da -de”, diz o exe cu ti vo.Ala no afir ma que, de ja nei ro a mar ço

de 2002, a DM so freu uma que da de30% no fa tu ra men to, já que ape nas 10%dos clien tes ex por ta do res e im por ta do reses ta vam fora da Ar gen ti na. Em três me -ses, no en tan to, co me çou a sur tir efei to a

DIVULGAÇÃO

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reo rien ta ção das ro tas. “Fo mos bus carno vos clien tes no Chi le e no Uru guai,para nun ca mais fi car mos sub me ti dos auma si tua ção des sas. E ago ra es ta mosna con di ção ideal, sem um es ta do de de -pen dên cia tão de ter mi nan te.” Com onovo im pul so, 25% dos clien tes es tão noChi le e 10%, no Uru guai. Para Cé sar Au gus to Schultz, di re tor-

ge ral da trans por ta do ra Au gus ta In ter na -cio nal, ou tros fa to res tam bém im pul sio -nam o mer ca do. Além da cri se in ter na naAr gen ti na, a des va lo ri za ção do real fren -te ao dó lar fa vo re ceu a ex pan são de ne -gó cios com o Chi le. E o con su mi dor bra -si lei ro foi se acos tu man do a ter mais in ti -mi da de com os pro du tos chi le nos. “OBra sil está des co brin do de uma ma nei ramais efe ti va não ape nas o con su mo dovi nho, mas tam bém as es pe cia rias chi le -nas, como amei xas e azei to nas”, co men -ta o di ri gen te da Au gus ta. Se gun do Schultz, a em pre sa já vi veu

mo men tos em que se ob ser vou que dade até 90% do vo lu me de ne go cia çõescom clien tes ar gen ti nos. “Du ran te a cri -se, mui tos dei xam de pa gar os ser vi ços eaté as car gas im por ta das”, diz. En quan -to isso, o Chi le vem pre ser van do um ní -vel de es ta bi li da de que in te res sa ao mer -ca do. Se gun do Schultz, a mo vi men ta çãode car gas en tre Bra sil e Chi le cres ce emtor no de 10% ao ano para a Au gus ta. “OChi le não tem mui tos al tos e bai xos, ées tá vel.”O di re tor da Agên cia Na cio nal de

Trans por tes Ter res tres (ANTT), No bo ruOfu gi, cha ma a aten ção para o fato deque a rota para o Chi le pas sa ne ces sa ria -men te pela Ar gen ti na. As sim, os por te -nhos per ma ne cem como pon to es tra té gi -co para as re la ções co mer ciais bra si lei ras– quan do não há ne vas ca, a prin ci pal rotade car gas pas sa por Bue nos Ai res e Men -

DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 31

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32 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

do za e che ga ao Chi le pelo Tú nel Li ber ta -dor. “Te mos um in ter câm bio com ro tasde fi ni das e ha bi tuais, so bre tu do para ex -por ta ção de veí cu los e im por ta ção de pro -du tos pes quei ros, fru tas e vi nhos”, dizOfu gi. O flu xo co mer cial apre sen tou au -men to de 20% no úl ti mo ano, se gun doda dos da As so cia ção Bra si lei ras deTrans por ta do res In ter na cio nais (ABTI).

Novos membrosO avan ço das ne go cia ções no Mer co -

sul tam bém in di ca um novo olhar so breos trans por tes na Amé ri ca do Sul. Chi le eBo lí via es tão in cor po ra dos às dis cus sõescomo con vi da dos, e o Peru já foi con vi -da do a se jun tar ao gru po. O tema ain da é con tro ver so en tre as

em pre sas trans por ta do ras, pois a ne go -

cia ção em blo co para en ten di men to dasre la ções co mer ciais ca mi nha a pas soslen tos, se gun do Fer nan do Ala no. Para odi re tor da DM, só será pos sí vel fa lar emblo co eco nô mi co quan do “a Amé ri ca doSul se com por tar como a União Eu ro -péia, prin ci pal men te no tema dos me ca -nis mos de fa ci li ta ção das tro cas co mer -ciais”.Para Va ni ce de Oli vei ra, ge ren te de

ope ra ções da Au gus ta In ter na cio nal, umdos com pli ca do res para o en ten di men tosão as pro pos tas que ain da não pas samde acor dos as si na dos, não-efe ti vos. “Te -mos que pro gre dir na ques tão das fron -tei ras e nos im pos tos, por exem plo”, afir -ma a ge ren te. Mais oti mis ta, o di re torCé sar Schultz acre di ta que as ne go cia -ções em blo co es tão ter mi nan do com as

PARCERIA ESTRATÉGICA E ACORDOS ISOLADOS

O adi do para as sun tos eco nô mi cosdo Chi le no Bra sil, Ri go ber toGar cía, tra ça um pa no ra ma oti -

mis ta das re la ções en tre os dois paí ses esi na li za uma con so li da ção cada vezmaior de par ce rias que fa vo re cem aosdois mer ca dos. Já são cin co os prin ci -pais acor dos bi la te rais em fran co de sen -vol vi men to. “Para o Chi le, o Bra sil é umpar cei ro es tra té gi co”, afir ma Gar cía.

Nos úl ti mos dois anos, a tro ca co -mer cial per ma ne ceu pra ti ca men te es -tá vel, com mo vi men ta ções na casados US$ 2,3 bi lhões. Mas o Gar cía ob -ser va uma mu dan ça no ce ná rio. En -quan to as ven das do Chi le di mi nuí ram

de US$ 1 bi lhão para US$ 700 mi -lhões en tre 1999 e 2002, até o mo -men to as ven das bra si lei ras avan ça -ram de US$ 1,3 bi lhão para US$ 1,6bi lhão. Com base nos ba lan ços anu-ais, Gra cía ob ser va que a alta ocor rede ma nei ra pro gres si va.

O adi do chi le no apon ta a as si na tu rado tra ta do de bi-tri bu ta ção en tre os paí -ses como mais um pas so nes sa di re çãoe de fen de para o Chi le que as ne go cia -ções con ti nuem à mar gem do Mer co sul.O país do pre si den te Ri car do La gos temacor do com a União Eu ro péia e tra ta dosde li vre co mér cio com qua se toda Amé -ri ca La ti na e Ca na dá. Em 2004, co me ça

a vi go rar tam bém o tra ta do com os EUA.Es sas ne go cia ções, em con jun to, de ve -rão pro vo car um efei to de cres ci men toex tra do PIB chi le no de 2%.

Se gun do Ri go ber to Gar cía, as ne go -cia ções fora do Mer co sul de vem ser tra -ta das de ma nei ra di fe ren te pe los paí ses,uma vez que afe tam de for ma es pe cí fi cacada se tor da eco no mia e os ob je ti vos es -tra té gi cos de cada par cei ro. Ain da as sim,para Gar cía, o po si cio na men to do go ver -no bra si lei ro fren te à in te gra ção da Amé -ri ca do Sul é uma po lí ti ca bem-su ce di dae de alto prag ma tis mo. “O go ver no temde mons tra do um alto di na mis mo nas re -la ções in ter na cio nais.”

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 33

bar rei ras co mer ciais. Mas apon ta que“ain da há di fi cul da de com o re la cio na -men to nas fron tei ras, por fal ta de umare gu la men ta ção in ter na cio nal mais am -pla e bem-de fi ni da”.Fer nan do Ala no in di ca os pro ble mas

re la ti vos às fron tei ras como um dos prin -ci pais en tra ves do in ter câm bio co mer -cial. Den tre eles, a fal ta de apli ca ção dere cur sos tec no ló gi cos que da riam maisagi li da de ao pro ces so de trans por fron tei -ras e pos si bi li ta ria um aper fei çoa men toda lo gís ti ca do trans por te. Só em Uru -guaia na (RS), o flu xo é de mais de 11 milca mi nhões por mês, se guin do a rota Bra -sil-Ar gen ti na-Chi le, o que cor res pon de àcer ca de 500 ca mi nhões por dia e apro -xi ma da men te 10.500 to ne la das de car -gas para ave ri gua ção. “Todo esse vo lu mede pro du tos e mer ca do ria pas sa por ave -ri gua ção ma nual, quan do po de ría moscon tar com aná li se atra vés de có di go debar ras. Já foi bem pior, mas hoje exis tetec no lo gia do cu men tal para tor nar o pro -ces so ain da mais ágil.”A in fra-es tru tu ra das es tra das é ou tra

di fi cul da de do se tor, apon ta da pe las em -pre sas. Em to dos os paí ses, afir mam osdi re to res, as equi pes con vi vem com afal ta de acos ta men tos se gu ros, imi nên -cia cons tan te de as sal tos e rou bos decar gas e fal ta de pa vi men ta ção ade qua -da. “Isso in fluen cia no cus to di re to dosser vi ços e, con se qüen te men te, dos pro -du tos”, afir ma Ala no. Os cus tos da ma -nu ten ção de uma fro ta fi cam mais ele va -dos por con se qüên cia da ina de qua çãode vá rios tre chos das ro do vias na cio naise in ter na cio nais. l

VINHO CHILENOBebida é referência nas transações comerciais entre o Brasil e o país vizinho

PAULO FONSECA

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ANÚNCIO BOAS FESTAS CNT

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ANÚNCIO BOAS FESTAS CNT

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36 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

BRASIL CORRE PARA SE ADAPTAR ÀS MEDIDAS ANTI-TERRORIS MO IMPOSTAS PELOS EUA

LEGISLAÇÃO

MODAL AQUAVIÁRIO

OBRAÇOFORTEDO TIO SAM

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 37

O s ex por ta do res bra si lei -ros es tão cor ren do con -tra o tem po para seadap tar aos três con -

jun tos de no vas exi gên cias in ter -na cio nais que têm a in ten ção deau men tar a se gu ran ça no trans -por te mun dial, prin ci pal men tema rí ti mo. O pri mei ro pra zo ven -ceu em 12 de de zem bro, quan doen tra em vi gor a Lei do Bio ter ro ris -mo, ela bo ra da pe los Es ta dos Uni -dos como rea ção aos aten ta doster ro ris tas de 11 de se tem bro de2001. A jus ti fi ca ti va é pro te ger opaís de ata ques quí mi cos e bio ló -gi cos. A lei com ple ta tem mais de500 pá gi nas em ar ti gos e se ções.Para con se guir a li be ra ção da

en tra da de seus pro du tos nos por -tos nor te-ame ri ca nos, os res pon -sá veis por ali men tos des ti na dosao con su mo hu ma no e ani mal eme di ca men tos têm que se ca das -trar na FDA, agên cia do go ver noame ri ca no. Es tão ex cluí dos ape -nas pro du tos sob a ju ris di ção dode par ta men to de agri cul tu ra –car ne, fran go e pro du tos de ovos.Os ex por ta do res de ve rão en -

viar avi sos pré vios à FDA in for -man do so bre os em bar ques. Oob je ti vo é pos si bi li tar que os ór -gãos nor te-ame ri ca nos es te jampre pa ra dos para as ins pe ções deen tre gas con si de ra das sus pei tascom mais efi ciên cia. Es ti ma ti va daFDA apon ta que 16% das em pre -sas que ex por tam ali men tos paraos EUA de vem dei xar de fazê-lopor cau sa das no vas nor mas. Oprin ci pal pro ble ma se ria a no mea -ção do agen te re si den te nos EUA– o cus to es ti ma do é de US$ 700.

BRASIL CORRE PARA SE ADAPTAR ÀS MEDIDAS ANTI-TERRORIS MO IMPOSTAS PELOS EUA POR ROGÉRIO MAURÍCIO

OBRAÇOFORTEDO TIO SAMFUTURA PRESS

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So men te em 2002 o Bra sil ex -por tou US$ 17,5 bi lhões para osEUA, sen do 23% em pro du tos re -la cio na dos ao agro ne gó cio. De ja -nei ro a se tem bro des te ano, as ex -por ta ções para os EUA che ga rama US$ 12,5 bi lhões, US$ 1 bi lhãoem pro du tos ali men tí cios. Os prin -ci pais pro du tos ex por ta dos sãosuco de la ran ja, car ne en la ta da ede ri va dos de soja.

Se gu ran ça de con têi ne resOu tra medida ins ti tuí da pe los

EUA é a Ini cia ti va para Se gu ran çade Con têi ne res (em in glês, CSI -Con tai ner Se cu rity Ini cia ti ve). ACSI, que en tra em vi gor em 1º deja nei ro de 2004, fun cio na rá comouma par ce ria en tre a al fân de ganor te-ame ri ca na e os prin ci paispor tos do mun do, es ta be le cen doum sis te ma que per mi te iden ti fi -car e ins pe cio nar con têi ne res jul -ga dos “de alto ris co” an tes de seuem bar que para os EUA.O sis te ma já está sen do im -

plan ta do há um ano. Na pri mei ra

fase, fo ram con tem pla dos 21 por -tos da Ásia e Eu ro pa, res pon sá veispor 70% do que é ex por ta do paraa Amé ri ca do Nor te. Uma dasprin ci pais me di das exi gi das foi ains ta la ção de scan ners para iden -ti fi ca ção de mer ca do rias. Para ase gun da fase, fo ram in cluí dosmais 18 por tos, in clu si ve San tos.Tam bém está pre vis ta a ins ta la çãode scan ners com raios-X para ins -pe ção das mer ca do rias.Na prá ti ca, os EUA vão trans fe -

rir o exa me de car ga do des ti nopara a ori gem, onde ha ve rá umpen te-fino so bre to dos os con têi -ne res em bar ca dos. Os ame ri ca -nos en via rão ao Bra sil (as simcomo já es tão fa zen do com ou trospaí ses) fun cio ná rios que acom pa -nha rão os da dos das mer ca do riasa se rem ex por ta das. Uma amos -tra gem dos con têi ne res será ve ri fi -ca da pelo scan ner an tes do em -bar que. Ao si nal de qual quer ris code os con têi ne res es ta rem trans -por tan do, por exem plo, ar mas dedes trui ção em mas sa, o fun cio ná -

rio ame ri ca no pode so li ci tar àadua na bra si lei ra a aber tu ra do re -ci pien te para a sua ve ri fi ca ção.O equi pa men to a ser ins ta la do

nos por tos cus ta apro xi ma da men -te R$ 10 mi lhões. Será ne ces sá rioainda mo di fi car a es tru tu ra fí si cado por to para que seja pos sí vel fa -zer o exa me de uma amos tra doscon têi ne res sem atra sar os em -bar ques dos ou tros.Os va lo res gas tos pelo go ver no

na ade qua ção dos por tos de ve rãoser re pas sa dos para ta xas co bra -das dos ex por ta do res. Nos EUA,os por tos co bra rão US$ 15 porcon têi ner para pa gar a fis ca li za -ção. Os por tos ame ri ca nos re ce -bem anual men te cer ca de 35 mi -lhões de con têi ne res – em 2002,do to tal de con têi ne res im por ta -dos, 1,5 mi lhão saiu do Bra sil.

Mais anti-ter ro ris moA ter cei ra nor ma de se gu ran ça

é o Có di go In ter na cio nal de Se gu -ran ça a Na vios e Ins ta la ções Por -tuá rias (em in glês, ISPS Code – In -

DE ABRIL DE2002 A MAIODESTE ANO,EMBARQUESBRASILEIROSAOS EUASOMARAMUS$ 4,5 BI

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 39

TAXA PARA FINANCIAR ADAPTAÇÃO

Apesar da incerteza sobre valores deinvestimentos para adaptação às novasregras, uma coi sa já está pra ti ca men te

cer ta: o go ver no de ve rá criar uma taxa para fi -nan ciar as des pe sas. O pro ble ma é que o Or ça -men to da União de 2003 não tem pre vi são deli be ra ção de va lo res es pe cí fi cos para esse fim.O vice-pre si den te da CNT, Me ton Soa res Jú nior,diz que o sis te ma ain da terá que se adequar.“Não sei se isso vai re dun dar em au men to decus tos. Se hou ver au men to do pre ço do fre te,al guém irá que ab sor ver, e cada em pre sa teráque se es tru tu rar para isso.”

No Bra sil, cer ca de 35 por tos pú bli cos e 90ter mi nais pri va dos te rão que se ade quar às no -vas re gras. Car nei ro es ti ma que as pre vi sões degas tos va riam en tre R$ 150 mi lhões e R$ 800mi lhões para ajus tar os dez prin ci pais. Só oscan ner custa R$ 10 mi lhões.

O Bra sil ten ta adiar as exi gên cias para o ju -lho de 2006. Para o vice-pre si den te exe cu ti vodo Syndar ma, Cláu dio Dé court, a maior preo cu -pa ção é com os por tos. “A Lei do Bio ter ro ris moatin ge prin ci pal men te o em bar ca dor. Não acre -di to que vá cau sar gran des pro ble mas. Nos

EUA, é co mum ter agen te res pon sá vel para de -sem bar car as car gas. Re pre sen ta cus to, masnada que in via bi li ze a ope ra ção.”

Quan to à SCI, a operação é vantajosa, dizDé court . “O con têi ner che ga ria à ori gem comuma es pé cie de selo ver de, já apro va do. Massig ni fi cará um cus to que a au to ri da de por tuá riaterá que ar car.” Dé court afir ma que o se tor estáse pre pa ran do. “A maio ria das exi gên cias nãodiz res pei to às em pre sas, mas aos por tos. Issoé o que preo cu pa. Te nho um pou co de medo.”

O pre si den te da As so cia ção Bra si lei rados Ter mi nais Por tuá rios (ABTP), Wi len Ma -te li, afir ma que a maio ria dos ter mi nais pri -va dos terá con di ção de aten der às exi gên -cias den tro dos pra zos. Ele tam bém mos trapreo cu pa ção com os por tos ad mi nis tra dospelo po der pú bli co. "O go ver no tem pro ble -ma de ver ba e os por tos es tão en di vi da dos,e bu ro cra ti za dos. Tudo isso gera in se gu ran -ça.” Ma te li afir ma que a en ti da de apóia asno vas me di das e está pres sio nan do o go ver -no a aten der às nor mas. Se gun do ele, ain dahá tem po para os por tos se ade qua rem sempre ju di car as ex por ta ções do país.

ter na tio nal Ship and Port Fa ci litySe cu rity). Tam bém pro pos to pe losEUA como par te das ações depre ven ção e com ba te ao ter ro ris -mo, o ISPS foi apro va do em de -zem bro de 2002, pe los 162 paí -ses (in clu si ve o Bra sil) que com -põem a Or ga ni za ção Ma rí ti ma In -ter na cio nal (em in glês, IMO), li ga -da à ONU. O có di go, que en tra emvi gor em 1º de ju lho de 2004, es -ta be le ce que, além dos por tos, to -dos os na vios te rão um cer ti fi ca dode se gu ran ça para po der atra carem cais es tran gei ros.As com pa nhias do cas e os ter -

mi nais exis ten tes na área do por toterão que con tra tar em pre sas es -pe cia li za das para fa zer um diag -nós ti co das con di ções de se gu -ran ça no lo cal, apro var jun to àUnião essa ava lia ção, for mu lar umpla no de se gu ran ça, ter o aval dogo ver no fe de ral so bre o pla ne ja -men to e im plan ta ção e re ce ber afis ca li za ção de téc ni cos fe de raispara o cre den cia men to. Os na vioste rão que ter a bor do um ofi cial dese gu ran ça trei na do e tam bém umsis te ma de alar me in ter li ga do comas au to ri da des com pe ten tes. Para se adap tar ao ISPS Code,

o Syndar ma (Sin di ca to Na cio naldas Em pre sas de Na ve ga ção Ma -rí ti ma) for mou uma tur ma de 30se gu ran ças para tra ba lha r comoofi ciais a bor do. Se gun do Cláu dioDé court, vice-pre si den te exe cu ti voda en ti da de, o ISPS Code não visacui da dos com a car ga em si, mascom o na vio. “A in ten ção é evi tarque um gru po ter ro ris ta in va da ona vio e o use como ins tru men topara o ter ro ris mo. Por isso, tem o

alar me, res ta sa ber quem vai re -ce ber esse alar me, se a Ma ri nhaou a Po lí cia Fe de ral.”No Bra sil, cer ca de 35 por tos

pú bli cos e 150 ter mi nais pri va dosbra si lei ros te rão que se adap tar.A ho mo lo ga ção dos pla nos com -pe te à Co mis são Na cio nal de Se -gu ran ça Pú bli ca nos Por tos, Ter -mi nais e Vias Na ve gá veis (Com -por tos), ór gão da Se cre ta ria Na -cio nal de Se gu ran ça Pú bli ca doMi nis té rio da Jus ti ça. O di re tor dode par ta men to de Pro gra mas deTrans por tes Aqua viá rios do Mi -nis té rio dos Trans por tes, Pau loTar so Car nei ro, afir ma que os re -cur sos para o se tor no Or ça men -to de 2004 es tão sen do dis cu ti -

dos com a área eco nô mi ca do go -ver no e com o mi nis tro da CasaCi vil, José Dir ceu. “Uma das op -ções é bus car mos fi nan cia men toex ter no, no Bird e no BID, porexem plo. Ou tra fon te é o au to fi -nan cia men to por meio de ta ri fases pe ciais”, diz Car nei ro. A Agên cia Na cio nal de Trans -

por tes Aqua viá rios (An taq) pre vêque 60% dos por tos con se gui rãoim plan tar em pra zo há bil as no vasnor mas de se gu ran ça. O vice-pre -si den te da se ção Aqua viá rio, Fer -ro viá rio e Aé reo da CNT, Me tonSoa res Jú nior, é cé ti co quan to aotem po de im plan ta ção. “Não te -mos nada pre pa ra do ain da. O pra -zo é mui to pe que no.” l

A AN TAQPRE VÊ QUE60% DOSPOR TOS IRÃOIM PLAN TARNO PRA ZOAS NO VASREGRAS

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40 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

CARONA NA BOA COLHEITARECORDE DE SAFRA IMPULSIONA A AVIAÇÃO AG RÍCOLA, QUE PEDE MUDANÇA NA LEGISLAÇÃO

I m pul sio na da pela agri -cul tu ra, que deve fe -char o ano com cres ci -men to de 9,22% do

PIB, a avia ção agrí co la ga -nha es pa ço no país. Se gun -do o Sin di ca to Na cio nal deEm pre sas de Avia ção Agrí co -la (Sin dag), o Bra sil já é o se -gun do mer ca do mun dial deae ro na ves pul ve ri za do ras,de pois dos Es ta dos Uni dos.São cer ca de 1.000 aviõesagrí co las e 260 em pre sas re -gis tra das nes sa ati vi da de,ge ran do apro xi ma da men te6.000 em pre gos di re tos. Ose tor deve fe char o ano comfa tu ra men to de R$ 420 mi -lhões, ali men ta do pe los R$79,42 bi lhões ge ra dos pelapro du ção do cam po, deacor do com da dos da Con fe -de ra ção da Agri cul tu ra e Pe -cuá ria do Bra sil (CNA).A maio ria das em pre sas

(mé dia de 30%) está lo ca li za dano Rio Gran de do Sul, onde foirea li za do o pri mei ro vôo agrí co -la do Bra sil, em 1947. Se gun dodi ri gen tes do Sin dag, no Es ta dogaú cho o fi nan cia men to para ose tor é mais aces sí vel que emou tras re giões. Mas o maior nú -me ro de aviões se con cen tra noMato Gros so.Ape sar do fa tu ra men to

pre vis to, o pre si den te do sin -di ca to, co man dan te Car losHei tor de Oli vei ra Bel le za, daAero Agrí co la do Ale gre te,diz que a con cor rên cia acir -ra da no se tor im pe de maio -res lu cros para as em pre sas.

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 41

CARONA NA BOA COLHEITARECORDE DE SAFRA IMPULSIONA A AVIAÇÃO AG RÍCOLA, QUE PEDE MUDANÇA NA LEGISLAÇÃO POR ROGÉRIO MAURÍCIO

MARLÚCIO FERREIRA

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42 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

“Quem quer lu crar mui to não con se guese man ter. Em al gu mas re giões, a si tua -ção está me lhor, mas em ou tros lu ga res aati vi da de está até di mi nuin do, como nacul tu ra do ar roz no Rio Gran de do Sul”,afir ma o co man dan te.De acor do com Bel le za, a aero-agri cul -

tu ra é mais de sen vol vi da atual men te noCen tro-Oes te bra si lei ro e no oes te de Mi -nas Ge rais e da Ba hia, sul do Ma ra nhão,Ro rai ma e Ron dô nia. As prin ci pais cul tu -ras que uti li zam a pul ve ri za ção aé rea sãoa soja, ar roz, al go dão, cana-de-Açú car,tri go, ba na na, mi lho, fei jão e pas ta gens,além de ou tras, em me nor es ca la. Se gun -do o di re tor téc ni co do Sin dag, o en ge -nhei ro agrô no mo Eduar do Cor dei ro deAraú jo, atual men te me nos de 10% daspul ve ri za ções são fei tas por avião. “O se -tor tem mui to para cres cer. Fal ta um pou -qui nho de apoio”, afir ma Araú jo. Ape sar de o IBGE es ti mar cres ci men to

de 19,73% da sa fra 2003, que ba te ria re -cor de his tó ri co com 116,298 mi lhões deto ne la das, a avia ção agrí co la deve cres -cer 8% em ter mos de área tra ta da e omes mo per cen tual com re la ção a fro ta.Araú jo diz que o se tor deve ter mi nar oano com cer ca de 20 mi lhões de hec ta resde área tra ta da. O nú me ro é ex pres si vo,le van do em con ta que as plan ta ções degrãos ocu pam apro xi ma da men te 45 mi -lhões de hec ta res. Mas o pre si den te doSin dag ex pli ca que uma mes ma cul tu ra épul ve ri za da duas ou três ve zes por sa fra –o al go dão, por exem plo, re ce be de cin coa seis apli ca ções. “Des sa for ma, a avia -ção agrí co la deve tra tar efe ti va men te de 6a 8 mi lhões de hec ta res.” O res tan te épul ve ri za do por má qui nas e ou tros equi -pa men tos ter res tres.Bel le za afir ma que o se tor, mui to com -

pe ti ti vo e sem ta be la de pre ço, pre ci sa re -du zir cus tos para se tor nar aces sí vel para

um maior nú me ro de agri cul to res. “Tudoque vier para ba ra tear será re pas sa dopara os pro du to res”, pro me te. Eduar doAraú jo diz que, em va lo res ab so lu tos, opre ço da pul ve ri za ção aé rea é o do bro dova lor da ter res tre. “Mas na pul ve ri za çãopor avião os be ne fí cios são maio res”, afir -ma. A jus ti fi ca ti va é que o agri cul tor levavan ta gem em ter mos téc ni cos e de pro du -ti vi da de já que na pul ve ri za ção me câ ni caas má qui nas po dem cau sar que bras deaté 10% na co lhei ta.

Tra ta men to di fe ren cia doPara efe ti va men te se “po pu la ri zar” e

de co lar em vôos maio res, a avia ção agrí -co la ain da en fren ta de sa fios. Os re pre sen -

DIFERENÇASSetor pede equiparaçãocom combustível aéreo

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 43

tan tes das em pre sas têm vá rias rei vin di -ca ções: o atual per cen tual da Cide so bre ocom bus tí vel usa do na avia ção agrí co la, apa dro ni za ção da alí quo ta do ICMS da ga -so li na, o tra ta men to di fe ren cia do para aapli ca ção ter res tre de de fen si vos, aber tu -ra de li nha de fi nan cia men to es pe cí fi ca ea so bre po si ção de le gis la ções em re la çãoàs suas ati vi da des.Para ne go ciar es sas rei vin di ca ções, o

Sin dag ten tou jun to ao go ver no fe de ral aaber tu ra de uma câ ma ra se to rial per ma -nen te da avia ção agrí co la. Por en quan to,o sin di ca to con se guiu a cria ção de um

gru po de tra ba lho es pe cí fi co para a ati vi -da de den tro do Fó rum de Com pe ti ti vi da deda Avia ção, do Mi nis té rio do De sen vol vi -men to, In dús tria e Co mér cio Ex te rior. Aco mis são está em fase de ins ta la ção e játeve duas reu niões. São re pre sen tan tes devá rios mi nis té rios e sin di ca tos do se tor ae -roes pa cial que es tão dis cu tin do os pro ble -mas e as so lu ções para a avia ção em ge -ral. O se cre tá rio-exe cu ti vo do Mi nis té rioda Agri cul tu ra, Pe cuá ria e Abas te ci men to,Amau ri Di mar zio, ad mi te que o se tor ne -ces si ta de apoio do go ver no. Para ele,uma das ta re fas será re ver a le gis la ção da

O BRASIL TEM1.000 AVIÕES AGRÍCOLAS E 260EMPRESAS NOSETOR QUE GERAM 6.000EMPREGOS

SETOR QUER REDUÇÃO DA CIDE

Amaio ria dos aviões agrí co las bra si lei rosuti li za a ga so li na ae ro náu ti ca (AV GAS),com oc ta na gem e ca rac te rís ti cas fí si -

cas di fe ren tes da ga so li na au to mo ti va. Como éem pre ga da di re ta men te na pro du ção agrí co la,a AV GAS é equi pa ra da a um in su mo agrí co la.En tre tan to, atra vés da Lei 10.336/2001, a AV -GAS foi equi pa ra da às de mais ga so li nas paraefei to de in ci dên cia da Cide (Con tri bui ção deIn ter ven ção no Do mí nio Eco nô mi co), e não aoque ro se ne de avia ção (QAV) como era an tesda pro mul ga ção da lei. O va lor embutido daCide para o que ro se ne de avia ção pas sou a serde R$ 0,0653 por li tro, en quan to o va lor do im -pos to para as ga so li nas (in clu si ve AV GAS) pas -sou a ser de R$ 0,541 por li tro.

O Sin di ca to Na cio nal das Em pre sas deAvia ção Agrí co la (Sin dag) tra ba lha para al te rara lei para que a AV GAS vol te a ser equi pa ra daao que ro se ne. O con su mo anual do com bus tí -vel pela avia ção agrí co la é de 28 mi lhões de li -

tros. Com a re du ção do va lor da Cide, a eco no -mia do se tor se ria da or dem de R$ 13 mi lhões.“Da ria para di mi nuir os cus tos e me lho ra ria asi tua ção fi nan cei ra das em pre sas do se tor. Omais im por tan te se ria a pos si bi li da de de pra ti -car pre ços mais bai xos, o que au men ta ria acom pe ti ti vi da de com os equi pa men tos ter res -tres e au men ta ria tam bém a área tra ta da nasla vou ras”, diz o di re tor téc ni co do Sin dag,Eduar do Cor dei ro Araú jo.

O di ri gen te afir ma que o sin di ca to está tra -ba lhan do em duas fren tes para ten tar re du zira Cide, uma li nha ad mi nis tra ti va, atra vés doCon se lho Na cio nal de Avia ção Ci vil (Co nac) eque reú ne vá rios mi nis té rios, e ou tra po lí ti ca.Está em tra mi ta ção na Câ ma ra dos De pu ta doso pro je to de lei do de pu ta do Ro ber to Ba les tra(PT-GO), que equi pa ra a Cide da AV GAS à doQAV. O pro je to está sen do ana li sa do pela Co -mis são de Fi nan ças e Tri bu ta ção, cujo re la tor éo de pu ta do Mus sa De mis (PFL-PI).

PAULO FONSECA

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44 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

avia ção agrí co la bra si lei ra. Di mar zio dizque a ati vi da de deve ser reor ga ni za dapois é es tra té gi ca para a com pe ti ti vi da dedo agro ne gó cio bra si lei ro. Car los Bel le za afir ma que a le gis la ção

ae ro náu ti ca tem gar ga los que atra pa lhamo de sen vol vi men to do se tor, como o con -fli to de le gis la ções. A avia ção agrí co la ére gu la men ta da por le gis la ção fe de ral e assuas ati vi da des são fis ca li za das pelo Mi -nis té rio da Agri cul tu ra e o De par ta men tode Avia ção Ci vil (DAC), vin cu la do ao Mi -nis té rio da De fe sa. Al guns Es ta dos tam -bém têm leis pró prias para re gu lar o se tor.“Es ta mos em ne go cia ção com o DAC ede mais ór gãos e va mos pe dir mo di fi ca -ções nas leis”, diz Bel le za.Eduar do Araú jo afir ma que a de si gual -

da de de tra ta men to da apli ca ção aé rea

de de fen si vos e as de mais for mas de pul -ve ri za ção é o prin ci pal en tra ve para ummaior cres ci men to da aero-agri cul tu ra.“Os ter res tres não têm tan ta bu ro cra cia een tra ves na fis ca li za ção. So mos mui to fis -ca li za dos. As em pre sas aé reas têm queter res pon sá vel téc ni co du ran te as apli ca -ções, os pi lo tos de vem ter cur sos es pe cí -fi cos, en tre ou tras exi gên cias. Não que re -mos dei xar de ser fis ca li za dos, mas que -re mos igual da de.”Car los Bel le za diz que a Lei dos Agro tó -

xi cos deu com pe tên cia aos Es ta do parafis ca li zar a pul ve ri za ção ter res tre, mas aaé rea con ti nua sob res pon sa bi li da de doMi nis té rio da Agri cul tu ra. “Para se com -prar agro tó xi co, em qual quer lu gar, não seexi ge nada, nem ca pa ci ta ção, nem lo calpara la var o pul ve ri za dor. Em cima de nós

AVIÃO A ÁLCOOL COMEÇA A DECOLAR EM 2004

U ma no vi da de deve mo vi men tara avia ção agrí co la em 2004: oavião a ál cool. A In dús tria Ae ro -

náu ti ca Nei va, que é sub si diá ria da Em -braer, es pe ra ob ter até mar ço pró xi mo acer ti fi ca ção para a ver são da ae ro na veagrí co la EMB 202 Ipa ne ma, equi pa dacom mo tor mo vi do a eta nol (AvAlc – o ál -cool para avia ção).

O pri mei ro vôo do pro tó ti po do Ipa -ne ma acon te ceu em ou tu bro de 2002,em Bo tu ca tu (SP). Para a ob ten ção dacer ti fi ca ção da ae ro na ve e do mo torjun to ao Cen tro Tec no ló gi co Ae roes pa -cial (CTA) e sua ho mo lo ga ção pelo De -par ta men to de Avia ção Ci vil (DAC), a

em pre sa está cum prin do di ver sas eta -pas para com pro var a ae ro na ve ga bi li -da de da nova ver são. Se gun do o ge ren -te co mer cial da Nei va, Luiz Fa bia no Za -ca rel li Cu nha, o in ves ti men to to tal é deUS$ 400 mil.

O avião deve ser ven di do por US$232 mil, pou co mais caro que o con ven -cio nal (US$ 219 mil). A Nei va já está ca -das tran do os in te res sa dos na com pra daae ro na ve e tam bém já tem 56 em pre sase agri cul to res ins cri tos para con ver ter omo tor a ga so li na de seus aviões em ál -cool (cus to es ti ma do de US$ 15 mil a 25mil). Za ca rel li cal cu la que a eco no miaanual com a uti li za ção do ál cool pode

che gar a R$ 67,3 mil por avião, con si de -ran do um to tal de 400 ho ras de vôo.Para essa es ti ma ti va, ele con si de rou opre ço da ga so li na para avia ção a R$3,50 o li tro (R$ 98 mil ao todo) con traR$ 0,90 do li tro do ál cool (R$ 30,7 mil).Uma hora de vôo da ae ro na ve a ga so li -na con so me 70 li tros, en quan to o aviãoa ál cool “bebe” 83 li tros, apro xi ma da -men te 18% a mais. A eco no mia se ria deR$ 170 por hora de vôo.

A Nei va de tém 85% da fro ta na cio -nal do seg men to agrí co la e já pro je taum im pul so nas ven das. Za ca rel li pre -vê que de ve rão ser ven di das 40 ae ro -na ves a ál cool por ano.

“O SETOR TEMMUITO PARACRESCER. FALTAUM POUQUINHODE APOIO”

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tem uma le gis la ção am pla e pio nei ra doMi nis té rio da Agri cul tu ra. Está se ini bin doo de sen vol vi men to agrí co la, es ta mos per -den do es pa ço.”

Fi nan cia men tosA fro ta na cio nal de ae ro na ves agrí co las é

com pos ta por 80% de aviões na cio nais, damar ca Ipa ne ma, que tem cus to uni tá rio deUS$ 219 mil. Para o pre si den te do Sin dag, afro ta de ae ro na ves pul ve ri za do ras no Bra sil de -ve ria ser du pli ca da. “Só a cul tu ra de soja ocu -pa 20 mi lhões de hec ta res. Se ti ver mos umadoen ça na la vou ra de soja, por exem plo, nãote re mos como tra tar (com a fro ta atual). Vai setra tar a epi de mia com o que se ti ver. Uti li zan -do a pul ve ri za ção ter res tre não sei quan to iráse per der da sa fra, mas será bem mais de10% de per da da la vou ra. Se ria um ab sur dopara o país”, afir ma Bel le za.Se gun do o di ri gen te sin di cal, atual men te

os agri cul to res têm mais fa ci li da de para com -prar um avião fi nan cia do do que as em pre -sas aero-agrí co las. Os fa zen dei ros têm li nhasde fi nan cia men to, como o Fun do Na cio naldo Cen tro-Oes te e o Fun do Na cio nal do Nor -des te, com ju ros sub si dia dos. Para as em -pre sas, a li nha de fi nan cia men to maisatraen te é o Fi na me (Fi nan cia men to de Má -qui nas e Equi pa men tos), do BNDES, mas osen car gos são mais al tos. O Sin dag está tra ba -lhan do para in cluir a avia ção agrí co la no Mo -der fro ta (Pro gra ma de Mo der ni za ção da Fro -ta de Tra to res Agrí co las e Im ple men tos), emque o Te sou ro Na cio nal ban ca par te dos ju -ros e as em pre sas têm pra zo de dez anospara pa gar, com taxa de 8,75% ao ano.Tam bém está em tra mi ta ção no Con gres -

so Na cio nal o pro je to de lei do de pu ta do Wil -son San to (PSDB-MT) que in clui a avia çãoagrí co la no Mo der fro ta. Já exis te re so lu çãodo Con se lho Na cio nal de Avia ção Ci vil (Co -nac) para que o fi nan cia men to de ae ro na vesagrí co las en tre no Mo der fro ta. l

DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 45

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46 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

O PROJETOCONTRIBUIPARA CONSERVARO MEIOAMBIENTE

MARANHÃO

PROJETO ECONOMIZAR

EM SÃO LUÍSO AR ESTÁ

PRÊMIO DE MELHORIA DA QUALIDADE DO AREMPRESAS DE ÔNIBUS DA CIDADE RECEBEM

MAIS LIMPOPOR SANDRA CARVALHO

C on tri buir para a qua li -da de do ar eco no mi -zan do com bus tí vel.Esse é um com por ta -

men to pre sen te nas em pre sasde trans por te de pas sa gei rosque se ins cre ve ram no Prê mioMa ra nhen se de Me lho ria daQua li da de do Ar. Mais queuma de fe sa da con ser va ção domeio am bien te, o con cur so ére sul ta do da ava lia ção da apli -ca ção do Pro je to Eco no mi zar,pro gra ma na cio nal que ado tame di das de re du ção do uso decom bus tí vel e de con tro le daemis são de gás car bô ni co e depar tí cu las po luen tes na at mos -fe ra. O pro je to é uma ini cia ti vada Pe tro bras, em par ce ria Ins -ti tu to de De sen vol vi men to As -

sis tên cia Téc ni ca e Qua li da deem Trans por te (Idaq), vin cu la -do à CNT.

A Fe de ra ção das Em pre sasde Trans por tes Ro do viá rios deCea rá, Piauí e Ma ra nhão (Ce pi -mar) foi res pon sá vel pela rea li -za ção do con cur so que ava liouda dos das em pre sas em re la -ção a 2002. As em pre sas detrans por te de pas sa gei ros deSão Luís fo ram o des ta que e le -va ram os três pri mei ros lu ga resno con cur so que ocor reu pelapri mei ra vez nes te ano e cujapre mia ção acon te ceu na uni da -de Sest/Se nat da ca pi tal ma ra -nhen se, em ou tu bro. Das 13em pre sas sin di ca li za das na ci -da de, nove par ti ci pa ram dacom pe ti ção.

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 47

O cri té rio de ava lia ção do con -cur so con sis tiu na me di ção daemis são de po luen tes na at mos -fe ra, da eco no mia e con tro le dequa li da de do com bus tí vel e naaná li se de pro je tos am bien tais eseus re sul ta dos. Os itens de ava -lia ção, se gun do o coor de na dor daCe pi mar, Al tair Be zer rae le, já sãoro ti na das em pre sas, pois elas de -sen vol vem o Eco no mi zar des de1997. A Ta gua tin ga Trans por tes eTu ris mo (Ta gua tur), com sede emSão Luís, fi cou com o pri mei ro lu -gar no con cur so. A em pre sa sedes ta cou por pos suir uma am plaárea de ar ma ze na men to de óleodie sel, onde é rea li za do um tra ta -men to sis te má ti co e cri te rio so docom bus tí vel.

A Ta gua tur tam bém é des -ta que na cio nal. A em pre sa fi -cou com o se gun do lu gar noPrê mio Na cio nal de Con ser -va ção e Uso Ra cio nal deEner gia e ven ceu o Prê mioPiauien se de Me lho ria daQua li da de do Ar. “Tam bémre ce be mos prê mios re gio -nais, en tre eles, um queabor da o trans por te de pes -soas por ta do ras de de fi ciên -cia”, diz a di re to ra ad mi nis -tra ti va da em pre sa, Ana Ca -ro li na Me dei ros. Para o en ge -nhei ro me câ ni co da em pre -sa, Ri car do Bes sa, o pri mei rolu gar no prê mio ma ra nhen se“é jus ti fi ca do pelo ri go ro socon tro le de qua li da de do

SEM POLUIÇÃOÔnibus circulamcom motoresajustados

ECONOMIZARResponsável pelomeio ambiente

PREFEITURA DE SÃO LUIS/DIVULGAÇÃO

CEPIMARDIVULGAÇÃO

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48 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

com bus tí vel na Ta gua tur”.Bes sa diz que o com bus tí vel

re ce bi do pela em pre sa é de po -si ta do em um tan que de re -cep ção, onde é rea li za do umpro ces so de de can ta ção para ase pa ra ção do óleo die sel puro.“Em se gui da, é fei to um pro -ces so de fil tra gem do com bus -tí vel que pas sa rá tam bém porum eli mi na dor de água an tesda es to ca gem”, ex pli ca o en -ge nhei ro. O pro ces so per mi teuma aná li se mi nu cio sa docom bus tí vel ao ve ri fi car vi sual,den si da de, tem pe ra tu ra e ní -veis de con ta mi na ção. Bes sares sal ta que a Ta gua tur temuma das maio res in fra-es tru tu -ras da re gião em tan ques e ba -cia de con ten ção para aná li see ar ma ze na gem do die sel.

A em pre sa rea li za se ma nal -men te, por con ta pró pria, aaná li se da fu ma ça emi ti da pe -

los seus 147 veí cu los, en tre ou -tras me di das tam bém pre vis taspelo Eco no mi zar. “Num pe río dode qua tro me ses, fe cha mos aaná li se de toda a fro ta”, dizBes sa. Além de re du zir a po lui -ção do ar, com es ses pro ce di -men tos a em pre sa tam bém ga -nha em eco no mia de com bus tí -vel. Anual men te, se gun do Bes -sa, são eco no mi za dos apro xi -ma da men te R$ 60 mil.O se gun do lu gar do prê mio

fi cou com a em pre sa Ex pres so1001, que tam bém atua na re -gião me tro po li ta na de São Luís.O des ta que da em pre sa, se gun -do a Ce pi mar, foi a apre sen ta -ção de uma mé dia de 93,18%de apro va ção dos veí cu los dafro ta em re la ção à emis são depo luen tes, o me lhor re sul ta dones se que si to en tre as em pre -sas ava lia das.De acor do com o ge ren te da

em pre sa, Pau lo Hen ri que Lo -pes de Aguiar, além das orien -ta ções do pro je to eco no mi zar,a Ex pres so 1001 apli ca um ou -tro pro ce di men to que faz todaa di fe ren ça no con tro le da po -lui ção. “Cui da mos da ma nu -ten ção pre ven ti va e uti li za mosveí cu los com mo to res ele trô ni -cos, que já são pro gra ma dospara esse fim”, diz o ge ren te.O ter cei ro lu gar do prê mio fi -cou com a Trans por tes Co le ti -vos Ma ra nhen ses (TCM), quese des ta cou pelo de sen vol vi -men to do pro gra ma de Pre -ven ção de Ris cos Am bien tais(PPRA), vol ta do para a saú dedos co la bo ra do res.O se cre tá rio mu ni ci pal de

Trans por te Ur ba no de São Luís,Fran cis co de Ca nin dé Fer rei raBas to, afir ma que, em seteanos, a ca pi tal ma ra nhen se bai -xou para 40% a emis são de ga -ses po luen tes na at mos fe ra porpar te de veí cu los, taxa queaten de à le gis la ção na cio nal. “Aapli ca ção do Eco no mi zar, as so -cia da às me di das de fis ca li za -ção e con tro le do trans por te co -le ti vo ur ba no, foi es sen cial paraa ob ten ção des se per cen tual”,diz o se cre tá rio. “A ci da de devebai xar o ín di ce para 20% em2004, pois uma re so lu ção irá li -mi tar a três anos a ida de da fro -ta de ôni bus da ci da de, fa torque hoje é to le ra do em cin coanos.” São Luís tem hoje 750co le ti vos ca das tra dos, nú me roque pode che gar a 1.200 ôni -bus con si de ran do clan des ti nose não-re gu la men ta dos.

AR PUROSão Luís colheresultados doEconomizar

O TRABALHODO PROJETOFUNCIONACOMO UMAFORMA EFICIENTEDE GESTÃO

PREFEITURA DE SÃO LUIS/DIVULGAÇÃO

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 49

es tru tu ra. São pe que nas em pre -sas, de até seis car ros.”A su pe rin ten den te do SET

ava lia a apli ca ção do Eco no mi zarna ci da de com sal do po si ti vo.“Os em pre sá rios con se gui ramuti li zar as me di das como ins tru -men to de ges tão.” Se gun do Mi -riam Aguiar, o sin di ca to tem bus -ca do es ti mu lar as em pre sas pormeio do con cur so. “Tam bém te -mos um pro je to de con vê nio como Ins ti tu to Mu ni ci pal de Con tro leAm bien tal que pode va li dar ame di ção do Eco no mi zar ofi cial -men te na ci da de. Ele deve ser vo -ta do em as sem bléia do sin di ca tono iní cio de 2004.” l

A Ge rên cia Es ta dual do MeioAm bien te (Gema) res sal ta a par -ti ci pa ção dos se to res en vol vi dosno trans por te ur ba no no Pro je toEco no mi zar no Ma ra nhão. Para oge ren te do ór gão, Othe li no NovaAl ves Neto, o pro gra ma con tri bui,atra vés do es tí mu lo ao com por ta -men to em pre sa rial de con ser va -ção do meio am bien te, com me -di das e pro je tos do go ver no paraesse fim.A su pe rin ten den te do Sin di -

ca to das Em pre sas de Trans por -tes de São Luiz (SET), Mi riamAguiar, diz que, das 20 em pre sasde trans por te de pas sa gei ros deSão Luís, 16 uti li zam as me di dasdo Pro je to Eco no mi zar. “Seteem pre sas já apre sen tam re sul ta -dos para a ci da de e es tão numafase ma du ra de apli ca ção dopro je to. Ou tras não con se guemmais êxi to por não te rem in fra- VENCEDORES Diretores das empresas são homenageados

SEST-SENAT/DIVULGAÇÃO

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50 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

Cha mar so cor ro em caso de aci den -tes nas es tra das, avi sar so bre veí -cu los rou ba dos, que das de bar rei -ras ou até mes mo in fra ções de

trân si to é uma ta re fa um tan to quan to di fí -cil nas ro do vias bra si lei ras atual men te.Cada Es ta do pos sui um nú me ro de te le fo nedi fe ren te para co mu ni car-se com a Po lí ciaRo do viá ria Fe de ral (PRF) e uma pes soamal in for ma da pode per der um pre cio sotem po so men te ten tan do lo ca li zar as au to -ri da des com pe ten tes. En quan to isso, os as -sal tan tes fo gem, os aci den ta dos mor rem eas ne ces si da des da po pu la ção con ti nuamsen do co lo ca das em se gun do pla no.Em fe ve rei ro des te ano, a Agên cia Na cio -

nal de Te le co mu ni ca ções (Ana tel) co lo cou àdis po si ção o nú me ro 191 para aten der àsemer gên cias das es tra das fe de rais. Em abril,o ser vi ço co me ça ria a ser pres ta do em todo oter ri tó rio bra si lei ro. Bas ta ria dis car os três dí -gi tos, em qual quer can to do país, de qual -quer te le fo ne, que a li ga ção se ria en ca mi -nha da para a cen tral da PRF mais pró xi ma.

QUEMPAGA PELOUSODOTELEFONE?IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO 191 ESBARRA NO CUSTO OPERACIONAL

POR EULENE HEMEETRIO

ASSISTÊNCIA

RODOVIAS

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 51

DESCONHECIMENTOIMPEDE EFICIÊNCIA

A fal ta de re gu la men ta ção do ser vi ço191, so ma do ao des co nhe ci men toda po pu la ção so bre sua dis po ni bi li -

da de, está pre ju di can do o tra ba lho da Po lí ciaRo do viá ria Fe de ral (PRF) no aten di men to àsocor rên cias nas lo ca li da des onde o nú me rojá foi im plan ta do. Em Bra sí lia, os en ga nos jávi ra ram ro ti na. Des de que o ser vi ço está fun -cio nan do – há cer ca de três me ses –, amaio ria das li ga ções re ce bi das na cen tral édi re cio na da a ou tros fins.

Se gun do o po li cial An dré Luís No guei ra Ro -mão, que faz o aten di men to aos usuá rios, ape -nas 30% das cha ma das se ma nais, em mé dia,são re la cio na das a emer gên cias nas es tra das.“Re ce be mos mui tas li ga ções do 190, da Po lí -cia Mi li tar, e do 193, do Cor po de Bom bei ros.Mui tas pes soas dis cam er ra do e nem mes moco nhe cem o ser vi ço”, diz Ro mão.

Para mi ni mi zar o pro ble ma, o nú me ro estásen do di vul ga do em ade si vos, no site da PRFe nas via tu ras po li ciais. No en tan to, uma cam -pa nha mas si va de cons cien ti za ção só po de ráser fei ta após a im plan ta ção do ser vi ço emtodo o ter ri tó rio na cio nal.

En quan to o ser vi ço está res tri to, o coor de -na dor ge ral de Ad mi nis tra ção da PRF, Ju lia noRo lim, diz que cada re gio nal deve pos suir umacen tral de aten di men to ao usuá rio. Ro lim des -ta ca que o ob je ti vo é atin gir prin ci pal men te asro do vias não-pri va ti za das, que não pos suemum ser vi ço de emer gên cias es tru tu ra do. Já auni ver sa li za ção do nú me ro e o aces so a te le fo -nes pú bli cos fi ca riam a car go da Ana tel, quepo de rá, fu tu ra men te, dis po ni bi li zar um apa re -lho a cada 500 me tros de es tra da.

Cien te do pro ble ma, a po lí cia po de ria en ca -mi nhar ra pi da men te via tu ras e so cor ro mé di -co para aten der os usuá rios.A pro pos ta, no en tan to, já pas sou por con -

sul ta pú bli ca e está há me ses sen do ava lia dapela agên cia re gu la do ra. Em Goiás, MatoGros so, Mato Gros so do Sul, Pa ra ná, RioGran de do Sul, Ala goas, Rio Gran de do Nor -te, Piauí, Ma ra nhão, Ser gi pe, Acre, To can -tins, Ama pá e Ro rai ma o ser vi ço já está fun -cio nan do em todo o ter ri tó rio es ta dual. EmPer nam bu co, so men te as ci da des li to râ neasjá têm aces so ao nú me ro e, em San ta Ca ta ri -na, o ser vi ço fun cio na par cial men te.

A TELEMAR NEGOCIA COMPRF, QUE DIZ SERUM ‘DESPAUTÉRIO’PAGAR PORSERVIÇO PÚBLICO

SERVIÇO PÚBLICOO 191 gera disputa entrePRF e operadoras

PAULO FONSECA

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52 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

Em Mi nas Ge rais, Es ta do com a maior ma -lha ro do viá ria do país, o 191 só foi im plan ta -do nos mu ni cí pios de Ube ra ba, Uber lân dia eFru tal. No Es pí ri to San to, os usuá rios ape nastêm aces so ao ser vi ço na Gran de Vi tó riacomo tam bém acon te ce na Pa raí ba, onde o191 só fun cio na nos gran des mu ni cí pios.Nos ou tros sete Es ta dos, in cluin do São Pau -lo e Rio de Ja nei ro, a li nha nem se quer foiim plan ta da.As ne go cia ções en tre PRF e al gu mas ope -

ra do ras de te le fo nia es tão tra va das por ques -tões fi nan cei ras. A Te le mar, por exem plo,que aten de 16 Es ta dos bra si lei ros, ale gouque, de acor do com o ar ti go 39 da re so lu ção85 do Re gu la men to do Ser vi ço Te le fô ni coFixo Co mu ta do, de 30 de de zem bro de1998, “as cha ma das des ti na das a ser vi çospú bli cos de emer gên cia, de fi ni dos na re gu la -men ta ção es pe cí fi ca, se rão gra tui tas para ousuá rio”. O que não quer di zer que o ser vi çonão será co bra do de al guém. A ope ra do ra,que ain da está em fase de ne go cia ção, querco brar as ta ri fas da PRF, que, por sua vez,

diz ser um “des pau té rio” pa gar por um ser vi -ço de uti li da de pú bli ca.

A Te le mar in for ma, por meio de suaas ses so ria de im pren sa, que se gue ri go -ro sa men te as re gras da Ana tel e a le gis -la ção do se tor e diz que está ne go cian docom a PRF a me lhor for ma de dis po ni bi -li zar este ser vi ço. “Vale res sal tar que acar ga tri bu tá ria bra si lei ra é uma dasmaio res do mun do e que os ór gãos pú bli -cos do país ar re ca dam im pos tos da po -pu la ção jus ta men te para pres tar ser vi çosà mes ma. Des sa for ma, cabe a es ses ór -gãos ad qui ri rem in su mos para pres tartais ser vi ços”, diz o co mu ni ca do da as -ses so ria. Além dis so, a em pre sa afir maque os ser vi ços de te le co mu ni ca çõestêm cus to de aten di men to e ma nu ten -ção, bem como a pres ta ção de ser vi çosde ener gia elé tri ca e de mais in su mos, e,por tan to, o ser vi ço tem de ser res sar ci do.Para o ins pe tor Ade má rio Viei ra, che fe

do Nú cleo de In for má ti ca e Te le co mu ni ca -ções da 4ª Su pe rin ten dên cia Re gio nal dePRF de Mi nas Ge rais, há uma in coe rên ciano dis cur so das ope ra do ras por que emmui tos Es ta dos o ser vi ço já está fun cio nan -do sem one rar usuá rio nem go ver no. Ele ci -tou como exem plo o caso de Mi nas Ge rais,no qual as ci da des do Triân gu lo Mi nei ro,que são aten di das pela ope ra do ra CTBC, jácon tam com o ser vi ço im plan ta do.“Den tro da pró pria Te le mar, em al guns

Es ta dos que tra ba lham sob con ces são, o191 foi ati va do pela ge rên cia lo cal sem aco bran ça das li ga ções. Es sas di ver gên ciaspre ju di cam a im plan ta ção do ser vi ço. Nãopode exis tir o fa tu ra men to des sas li ga -ções”, res sal ta Viei ra.Se gun do o coor de na dor ge ral de Ad -

mi nis tra ção da PRF, Ju lia no Ro lim, a im -plan ta ção de fi ni ti va do ser vi ço de pen dede uma de fi ni ção da Ana tel so bre es sasques tões. A agên cia, no en tan to, in for ma

BASTA DISCAR 191PARA QUE ALIGAÇÃO SEJAENCAMINHADA ÀCENTRAL DA PRFMAIS PRÓXIMA

OBRIGAÇÃONas concessões, serviçoé obrigatório e bem-feito

FUTURA PRESS

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 53

ape nas que as su ges tões re ce bi das du -ran te a con sul ta pú bli ca “es tão sen doava lia das e qual quer de fi ni ção so men teserá di vul ga da após esse pe río do”. A as -ses so ria de im pren sa da ins ti tui ção dizque não há um pra zo es ti ma do para acon clu são na aná li se.“Al gu mas áreas do Pla no Ge ral de Ou -

tor gas ex tra po lam as cha ma das lo cais egera cus to de in te rur ba no que não te moscon di ções de ar car, pois o vo lu me de li ga -ções será mui to gran de. Es ta mos es pe -ran do uma so lu ção, que as pres ta do rasnão co brem as ta ri fas como in te rur ba no.Mas isso de pen de de um ato da Ana tel.Que ela (Ana tel) nor ma ti ze o ser vi ço ouco mu ni que às pres ta do ras para que o for -ne çam gra tui ta men te”, afir ma Ro lim. l

EMERGÊNCIA Sem o 191, PRF pede para motorista ligar aos números dos postos rodoviários para atendimentos

PAULO FONSECA

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54 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

OLHONASEGURANÇARODOVIAS

SERVIÇO

A pro xi mi da de das fes -tas de fim de ano re -pre sen ta, para mi -lha res de bra si lei ros,

a úni ca opor tu ni da de para via -jar e re car re gar as ba te rias.Tra di cio nal men te, esse pe río -do re gis tra in ten so mo vi men tonas es tra das, sen do que mui -tas de las em con di ções pre cá -rias de con ser va ção. Se nãobas tas se a má con ser va çãocom pro va da pe los nú me ros

da Pes qui sa Ro do viá ria CNT,que re ve lou que 82,8% dasro do vias sob ges tão es ta tal sãoclas si fi ca das es tão em pre cá -rias con di ções, o pe río do dechu vas ten de a tor nar as es -tra das ain da mais pe ri go sas. As es ta tís ti cas da Po lí cia

Ro do viá ria Fe de ral (PRF) re -fe ren tes aos dois úl ti mos fe -ria dos de fim de ano com pro -vam. En tre 20 de de zem brode 2001 e 5 de ja nei ro de

2002, fo ram re gis tra dos5.824 aci den tes, com 3.707fe ri dos e 331 mor tes. A si tua -ção não foi di fe ren te no pe río -do se guin te: 5.671 aci den tes,com 3.645 fe ri dos e 344 mor -tes. Os ca sos des ses 17 diascor res pon dem a qua se 7%das ocor rên cias de um ano.“É pre ci so re do brar a aten çãono fim de ano, por que o mo vi -men to é in ten so e, em mui toslo cais, a chu va atra pa lha os

CONFIRA DICAS PARA EVITAR ACIDENTES NO FINAL DE ANO

CUIDADOS Viagem nas festas de final de ano exige atenção redobrada no momento de encarar as estradas nacionais

POR

RODRIGO RIEVERS

PAULO FONSECA

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 55

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mo to ris tas”, diz o ins pe tor daPRF Aris ti des Ama ral Jú nior.Para os mo to ris tas que vão

se aven tu rar pe las es tra das, aPRF dá al gu mas di cas, tan toquem via ja em car ros de pas -seio como para mo to ris tas deôni bus e ca mi nhões (vejaqua dro ao lado). Pre pa rar avia gem com an te ce dên cia éfun da men tal para evi tar so -bres sal tos. A PRF acon se lhaque o mo to ris ta tra ce um ro -tei ro e bus que in for ma çõesso bre as ro do vias pe las quaisvai pas sar. Esse ser vi ço estádis po ní vel no site do De par ta -men to Na cio nal de In fra-es -tru tu ra de Trans por tes (DNIT)e da PRF – www.dnit.gov.br ewww.dprf.gov.br, res pec ti va -men te. A pá gi na da CNT(www.cnt.org.br) dis po ni bi li zaos dados da Pes qui sa Ro do -viá ria e iden ti fi ca os tre chosmais pre ju di ca dos. Um item im por tan te a ser

no ta do nas via gens é a aten -ção à si na li za ção pró xi ma acru za men tos e tre vos. Éfun da men tal di mi nuir a ve -lo ci da de e re do brar a aten -ção. Fa zer as con ver sõescor re ta men te é uma dasfor mas de evi tar aci den tes.“Mui tas ocor rên cias acon te -cem por fal ta de aten çãones ses tre chos”, as si na la oins pe tor Jú nior. l

ATENÇÃOManobras exigem cuidado extra

PAULO FONSECA

56 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 57

Alca: difícil achar o norte

ALEXANDRE GARCIA

OPINIÃO

Brasília (Alô) - De repente, desco-bre-se que só falta um ano para2005 e a Alca chegarem, e oBrasil ainda não está preparado,embora venha há anos tratando

do assunto. É que misturamos medo comideologia, preocupação com preconceito,subserviência com arrogância. Não saiuresultado algum dessa esquisita mistura.Neste momento, no governo, os ministrosFurlan (Indústria) e Roberto Rodrigues (Agri-cultura) são uma voz sensata em meio a mui-ta cabeça antiquada, terceiro-mundista que agente encontra, por exemplo, no Itamaraty.Enquanto isso, Brasil e Estados Unidos ficamblefando. Os americanos ameaçam deixar-nos de fora, mas sabem que o nosso país é ogrande mercado abaixo do Rio Grande. E nósfingimos que poderemos sobreviver comer-cialmente sem participar da Alca.Temos uma imensa carga fiscal para nos

atrapalhar. As empresas brasileiras temem oCusto Brasil na competição. Por outro lado,existem muitos produtos brasileiros commenor preço que os americanos porque têmmenor custo e mais produtividade. Osagricultores americanos reclamam, porexemplo, que é fácil conseguir soja a umcusto menor porque as terras brasileiras ain-da são muito baratas e a mão-de-obra agrí-cola é de baixo preço. Aliás, está cheio deagricultor americano querendo comprar terrano Brasil para plantar soja. O mercado amer-icano é tentador: é o maior poder aquisitivodo mundo. O que empresas brasileiras con-seguirem vender lá, pela Alca, pode ser aredenção de muito baixo faturamento.Os americanos, com o sinal de teimosia

brasileira, foram tratando de convencer out-ros países, na política de tomar a sopaquente pelas bordas. Foram os do Pacto

Andino, o Chile, o Uruguai, os caribenhos.Sobraram Brasil e Argentina, que estãovivendo o auge de suas relações comerciais,com uma grande dependência argentina.Esses dois vizinhos querem se reforçar noMercosul, para negociarem melhor na Alca.Por isso as empresas nos dois países andampreocupadas. Será que seus governos vãonegociar direito? Ainda mais com a pressa de2005 estar chegando e tanta disparidadedentro de seus próprios governos.Canadá, Estados Unidos e México já gan-

haram experiência no Nafta. O México dis-parou. Suas empresas cresceram, prosper-aram, criaram empregos e riqueza, junto comas empresas americanas que imigraram para osolo mexicano. O exemplo do México, um lati-no como nós, pode nos dar alguma tranqüili-dade. Os mexicanos teriam mais razões quenós para temer o gigante norte-americano, afi-nal, eles perderam a Califórnia e o Texas paraTio Sam. Se o Nafta fez bem para o México, porque a Alca não faria bem para o Brasil? O gov-erno brasileiro, no meio de dúvidas e temores,aposta na diversificação: ComunidadeEuropéia e emergentes da Ásia. A China estávirando uma grande potência econômica e estáinteressada em tudo, ainda livre da maioria doslaços da Organização Mundial do Comércio, deque ela é integrante caçula.É bom que nos previnamos, mas não é bom

que fujamos. Imaginem se o Brasil não tivesseacabado com a inflação e a globalização nospegasse com 40% ou 80% de desvalorizaçãomonetária ao mês? Seria uma tragédia.Ficaríamos à margem de um novo mundo.Agora, já que não poderemos ficar à margemda Alca, o melhor é ajustarmos ainda maisnossas empresas e pressionarmos o governopor acordos justos. Mais do que isso, vai serpreciso baixar a carga fiscal.

BRASIL E EUAFICAM BLEFANDO.NÓS FINGIMOS QUESOBREVIVEMOSSEM A ALCA, ELENOS AMEAÇAMDEIXAR DE FORA

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58 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

Entrou em operação neste mês noRio de Janeiro o ônibus a gás daPetrobras. O veículo, que estásendo operado pela empresaRubanil, foi desenvolvido pela Mer-cedes Benz e possui motor traseiroe suspensão pneumática e com ar-condicionado. O ônibus tem capaci-dade para 40 passageiros sentados.Segundo a empresa de petróleo, oveículo percorre 300 km e consomeaproximadamente 200 metros cúbi-cos de gás natural, armazenado nosoito cilindros montados em seuchassi. Um dos objetivos do projetoé fazer uma avaliação do gás naturalno transporte urbano de pas-sageiros, orientando empresários dosetor quanto ao uso do combustível.Entre as vantagens do uso de gásnatural em ônibus, a empresadestaca a redução das emissões depoluentes na atmosfera. Ainda deacordo com informações da Petro-bras, o uso do combustível emônibus impossibilita sua adulteraçãoe não exige estocagem. Maisinformações podem ser obtidasno site www.conpet.gov.br.

ÔNIBUS A GÁS

CONCESSÃO DE RODOVIAS

A Moviecarga comemora 30 anosde existência com o lançamentodo livro “Moviecarga: 30 anos pordentro da História” (ed. AbrePágina). A empresa começoucomo locadora de empilhadeiras e hoje é líder no setor de movimentação de carga e umadas maiores empresas de transporte e logística do país.

30 ANOS DE TRABALHOPIONEIROPetrobras lança o1º ônibus a gás Mais de 500 pessoas participaram

do Congresso Brasileiro deConcessão de Rodovias e da 3ªExposição Internacional deProdutos para Rodovias (Brasvias2003), realizados entre os dias26 e 28 de novembro no Expo-Gramado (RS). Temas comosegurança nas rodovias,atendimento pré-hospitalar,

recursos humanos e novidades emtecnologias e serviços oferecidosaos usuários de rodovias compedágios foram abordados duranteo encontro que, segundo osorganizadores, teve como resultadouma avaliação positiva deexpositores e participantes emrelação ao Programa Brasileirode Concessão de Rodovias.

MAIS TRANSPORTE

BASTIDORES & NEGÓCIOS

PETROBRAS/DIVULGAÇÃO

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 59

NOVA UNIDADE DO SEST/SENATOs trabalhadores em transporte do municípiode São Caetano, em Pernambuco, já podemcontar com os serviços do Sest/Senat. Aunidade foi inaugurada no último dia 21 denovembro e já oferece serviços como treina-mento e reciclagem profissional e atividadesde lazer e entretenimento. Também serãooferecidas mensalmente 528 consultas médi-cas, 528 consultas odontológicas e 704 pro-cedimentos odontológicos. A inauguração daunidade Sest/Senat deve beneficiar cerca de10 mil pessoas entre trabalhadores e depen-dentes. A unidade está localizada na BR-232, no auto-posto Lira. Mais informaçõespodem ser obtidas no 0800-782891.

LUTA CONTRA A AIDSA unidade Sest/Senat de São Luís realizou noúltimo dia 1º o seminário "Atuação do setorde transportes na luta contra a Aids". O obje-tivo foi discutir o papel do governo no com-bate à doença e as estratégias da unidadepara os novos programas preventivos aserem implantados no próximo ano. Infor-mações sobre as ações da unidade maran-hense no combate à doença podem ser obti-das no telefone (98) 249-0297.

UNIDADE MARÍLIAO município de Marília, no interior de SãoPaulo, contar com os serviços do Sest/Senatem 2004. A unidade que será inauguradaem janeiro e deve atender a uma média de6.500 pessoas , entre trabalhadores emtransporte e seus dependentes. Está previstaa realização de 480 atendimentos médicospor mês, 640 procedimentos e 480 consul-tas odontológicos. O endereço da unidadeSest/Senat de Marília é rodovia Carlos Tosin,km 322,44.

INAUGURADA Sest/Senat abre unidade em São Caetano

INVESTIMENTO

O Porto de Paranaguáreceberá R$ 117 milhõesem investimentos nospróximos oito meses. Oanúncio foi feito recentementepelo superintendente deadministração dos Portosde Paranaguá e Antonina,Eduardo Requião. Eleinformou que os recursosvirão de projetos comempresas de grande portejá instaladas no porto. Osrecursos serão investidos emmelhorias como a ampliaçãoda capacidade de recebimentoe armazenagem de produtos,a implantação de terminaisespecializados na movimentaçãode cargas entre outras.

CABINE DUPLA

A Iveco está lançando para osegmento de veículos comerciaisleves a versão cabine dupla dalinha Daily. Segundo informaçõesda empresa, o veículo temcapacidade de carga a partir de1.500 kg e foi desenvolvido paraatender setores de serviçospúblicos e manutenção comotelefonia, setor elétrico e desaneamento básico, que necessitamde um amplo espaço na cabinepara o transporte de equipes.De acordo com o responsávelpelo setor de marketing de produtoda montadora, Vicente Garcia,o veículo vai atender ummercado que vem sendoabastecido basicamente porveículos criados para o lazer.

CNT EM PAUTA

SEST-SENAT/DIVULGAÇÃO

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60 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

A CNT homenageou personali-dades que contribuíram para amelhoria do transporte. Foientregue o Prêmio Destaque doAno 2003 e a Medalha JK –Ordem do Mérito do Trans-porte. Para o presidente daCNT, Clésio Andrade, “as pessoas homenageadasrefletem o espírito do brasileiro.Um povo que amadurece noconvívio com as adversidades,dono de um otimismo e deuma natureza que lhes dãocaracterísticas especiais comoempreendedores e de confi-ança inabalável no futuro, queo fazem superar obstáculos”.

CNT ESPECIAL

Parabéns! O transportebrasileiro agradece

Celso Luchiari, que recebeu o Prêmio Destaque do Ano, e família

Senador Osmar Dias recebe medalhaGrande Oficial e o ex-presidente daCNT Benedicto Dario, a Grã- Cruz

AgeuMonteirode Almeida

RubensLessaCarvalho

EudoLaranjeiras

Costa

Horst OttoScheley

FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT/DIVULGAÇÃO

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DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 61

Jorge Simão (dir.) represe nta Michel Simão na cerimônia

José AndradeGuilherme(acima),por JoséGuilhermeda Costa

Anália Francisca Martins Marcelino Nascimento José Francisco Caetano

GuilhermePorcaro (dir.),em nomede Benito Porcaro

Rui César Alves

Arsênio Carlos Nóbrega

Antônio J. de Oliveira

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62 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

FERROVIASSÃO UM LIMITADORNO USODO MODAL

Amo vi men ta ção de car -gas pe las em pre sas detrans por te ro do viá rioatin giu em ou tu bro 39,8

mi lhões de to ne la das, au men tode 7,6% so bre a mo vi men ta çãodo mês an te rior. O vo lu me trans -por ta do por dia útil apre sen touum cres ci men to de 2,9%. Os fa to -res que ex pli cam esse com por ta -men to são o maior nú me ro dedias úteis em ou tu bro (23 a 22) ea re com po si ção de es to ques parao fi nal de ano. Ape sar da re cu pe -ra ção, o vo lu me trans por ta do foime nor (2,1%) que em 2002.Após a alta de agos to (45,3%),

quan do su pe rou 32,2 mi lhões deto ne la das, o mo dal fer ro viá rio decar ga apre sen tou uma pe que nare du ção em se tem bro (3,2%),com um vo lu me mo vi men ta dopró xi mo de 31,2 mi lhões de to ne -la das. A bai xa ca pi la ri da de da ma -lha fer ro viá ria tem sido um dosprin ci pais li mi ta do res na uti li za çãodo mo dal. Ain da as sim, o vo lu mede car ga mo vi men ta da su pe rou256,9 mi lhões de to ne la das nostrês pri mei ros tri mes tres de 2003.A mo vi men ta ção (em bar que

mais de sem bar que) de car ga nosae ro por tos e por tos em se tem brofoi, res pec ti va men te, de 40.627

to ne la das (7% maior que no mêsan te rior) e de 34,5 mi lhões de to -ne la das (nú me ro pre li mi nar). Par -te do cres ci men to no mo dal ae ro -viá rio de cor re tam bém do maiornú me ro de dias úteis em ou tu bro.O vo lu me de car ga nos ae ro por tossu pe rou 360,8 mil to ne la das nostrês pri mei ros tri mes tres de 2003.O mo dal ro do viá rio de pas sa -

gei ros, seg men to in te res ta dual,re gis trou em ou tu bro apro xi ma da -

men te 5,8 mi lhões de via gens.Esse nú me ro é, na com pa ra çãopor dia útil, 3,7% me nor que onú me ro de se tem bro e 2,4% me -nor que ou tu bro de 2002. No trans por te co le ti vo ur ba no

(ôni bus), fo ram re gis tra dos apro xi -ma da men te de 945,5 mi lhões dedes lo ca men tos em ou tu bro (41,1mi lhões por dia útil) – mais de534,9 mi lhões de qui lô me trosrodados. O Índice de Pas sa gei rosQui lô me tro (IPK) mé dio para o pe -río do foi de 1,749. Ape sar do au -men to na qui lo me tra gem (5,1%ou 25,9 mi lhões de qui lô me tro),hou ve uma re du ção no nú me rode via gens de 4,9% em com pa ra -ção com igual pe río do de 2002. Para mais es cla re ci men tos

e/ou para down load das ta be lascom ple tas do Idet, aces se o siteda CNT (www.cnt.org.br) ou daFipe/USP (www.fipe.com.br). l

CRESCIMENTOSEM FERIADO

IDET

ESTATÍSTICA

DESTINO

UF NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUDESTE SUL BRASIL

NORTE 167.269 21.709 4.707 262.119 9.216 465.020

NORDESTE 27.518 995.811 26.752 725.601 22.641 1.798.322

CENTRO-OESTE 85.791 14.945 300.697 491.215 17.131 909.778

SUDESTE 375.889 664.175 696.614 21.978.646 3.372.319 27.087.643

SUL 8.653 146.682 53.065 2.559.664 6.792.190 9.560.253

BRASIL 3 665.119 1.843.322 1.081.834 26.017.244 10.213.497 39.821.017

ORIGE

M

FONTE: CNT / FIPE-USP

MODAL RODOVIÁRIO DE CARGATONELADAS TRANSPORTADAS OUTUBRO/2003

Page 63: Revista CNT Transporte Atual-DEZ/2003

MÊSBA CE PE MG RJ SP PR RS BRASIL

JANEIRO 1,8520 1,7799 1,5290 1,9258 1,2364 1,4109 1,7375 1,6004 1,5803

FEVEREIRO 1,8750 1,9036 1,6780 1,8057 1,3880 1,5206 1,9374 2,2449 1,7265

MARÇO 1,8288 1,8897 1,6699 1,7734 1,3330 1,5551 1,9021 2,4027 1,7048

ABRIL 1,8960 1,8411 1,6872 2,0419 1,3523 1,5886 1,9783 2,4500 1,7577

MAIO 1,8949 1,8617 1,7094 2,0299 1,3026 1,5989 1,9352 2,4607 1,7492

JUNHO 1,8571 1,9527 1,6363 1,9870 1,2933 1,5683 1,8978 2,4252 1,7213

JULHO 1,8457 1,8762 1,6193 1,9284 1,3020 1,5662 1,8642 2,3600 1,5880

AGOSTO 1,9248 1,9259 1,6891 2,0112 1,2931 1,6194 1,8879 2,4155 1,7377

SETEMBRO 1,9134 1,9564 1,7093 2,0514 1,2866 1,6310 1,9000 2,4667 1,7495

OUTUBRO 1,9378 2,0074 1,7140 2,0598 1,3239 1,6518 1,9120 2,4570 1,7488

ORIGE

M

FONTE: CNT / FIPE-USP

MODAL DE TRANSPORTE COLETIVO URBANOREGIÕES METROPOLITANAS (RM)

DESTINOUF PA MA MS ES MG SP PR RS SC BRASIL

PA 1.539.746 4.948.714 - - - - - - - 6.488.460

MA 353.077 73.496 - - - - - - - 426.573

MS - - 115.935 - - 44.855 - - - 160.790

MT - - - - - 358.311 - - - 358.311

ES - - - 544.395 791.076 - - - - 1.341.300

MG - - - 7.698.721 5.152.586 - - - - 13.725.811

SP - - 19.082 - - 2.412.189 15.873 - - 2.448.688

PR - - - - - 8.954 1.262.753 - 31.543 1.303.250

RS - - - - - - - 762.108 814 762.922

SC - - - - - - 7.123 2.238 304.162 313.523

BRASIL 1.892.823 5.022.210 135.017 8.243.505 6.016.809 2.837.435 1.285.749 764.346 336.519 31.188.485

ORIGE

M

FONTE: CNT / FIPE-USP

MODAL FERROVIÁRIO DE CARGASTONELADAS TRANSPORTADAS SETEMBRO/2003

Page 64: Revista CNT Transporte Atual-DEZ/2003

64 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

PES QUI SA RODOVIÁRIARe ce bi a Re vis ta CNT, que é

en via da para o em bai xa dor do Ca -na dá, e na edi ção de no vem bro vo -cês fa lam de uma pes qui sa so breas con di ções pre cá rias da ma lharo do viá ria. Vou via jar em de zem bropara San ta Ca ta ri na e gos ta ria sesa ber se vo cês po de riam in for marqual o me lhor ca mi nho a per cor rer.

Es pe ran do po der con tar comesta in for ma ção, an te ci pa da men teagra de ço pela aten ção.

Ângela Fa ria Em bai xa da do Ca na dá

Resposta da RedaçãoAs in for ma ções fo ram en via das

para o en de re ço for ne ci do

MO BI LI DA DE E PO BRE ZARe por to-me à ma té ria “O cír -

cu lo se fe cha” (edi ção 99), de -pois de relê-la e pen sar a res -pei to. Como di re tor de em pre sade trans por te, preo cu pa-me,sim, os atuais va lo res ta ri fá riosdo ser vi ço ur ba no, no ta da men -te em Bra sí lia, onde atuo. To da -via, preo cu pa-me mais ain dacer tas co lo ca ções que fora decon tex to po dem le var a con clu -são que o vi lão maior de tudoisto é o trans por te co le ti vo. Porexem plo: o tex to “De ses pe ro,fal ta de di nhei ro, ta ri fa alta,nada aju da o usuá rio”. A meuver, a ta ri fa é re sul ta do do cus -to de ofer ta ra tea do pela de -man da. Os com po nen tes decus to não são di ta dos pelo em -pre sa ria do e a que da brus ca dede man da de cor re de vá rios fa -

tos que, jun tos, agra vam a si -tua ção: pro li fe ra ção da “pi ra ta -ria”, de sem pre go etc. Afi nal, opra to de fei jão com ar roz, os re -mé dios e ou tros ar ti gos de pri -mei ra ne ces si da de tam bém sãoca ros e é por isso que os maispo bres es tão sem pre ali ja dosde al gu ma coi sa. Há que se re -du zir as ta ri fas, quan to a issonão te nho dú vi das, mas há quese ofe re cer con tra par ti das paraque não se avil te a qua li da dedo ser vi ço. Ou en tão me lhorserá es pe rar acon te cer o “es pe -tá cu lo do cres ci men to”.

Cláu dio Die guesBra sí lia (DF)

PEDÁGIOSLi na edi ção 100 uma re por ta -

gem so bre pe dá gios (“O enig ma deum la bi rin to con tra tual”) que in for -ma que no Pa ra ná o go ver na dorRo ber to Re quião bai xou os pre çosdos pe dá gios em até 50% do va loran te rior. Na cam pa nha elei to ral, eledis se que iria re du zir as ta ri fas oufe cha ria os pe dá gios e en cam pa riaos mes mos. Até ago ra, só pro mes -sa. Está sen do fei ta uma au di to -ria e nada ain da foi de ci di do.Mais uma vez o as sun to seráes que ci do e dei xa do de ladopara im pe rar o di ta do “o povopaga a con ta de novo”. Gos ta riade sa ber quais fo ram os pos tosonde o pe dá gio bai xou, pois per toda mi nha ci da de há dois pe dá giose a ta ri fa só au men tou de pois queo Re quião as su miu. Era R$ 4,40 noco me ço do ano e hoje é R$ 4,80.Gos ta ria de re ce ber in for ma ção dos

pos tos e a ori gem da in for ma ção.

Tar ci sio Mar ce lo Me ne zesCam po Mou rão (PR)

Resposta da R edaçãoO pedágio no Paraná baixou em

50% em 1998, no fim do primeiromandato do governador Jayme Ler-ner. O governador Roberto Requião,que assumiu este ano, realizou umaauditoria nas concessionárias, verifi-cando diversas irregularidades naárea contábil, junto com o DER. Opedágio, no entanto, continua o mes-mo desde a posse de Requião. Até ofechamento desta edição, não haviauma definição sobre o aumento dastarifas. Já a informação da redução depreços, veiculada na edição de outu-bro da Revista CNT, havia sido confir-mada, à época, pelo superintendentede Exploração e Infra-Estrutura daANTT, Carlos Serman

AGRA DE CI MEN TOSA Re vis ta CNT agra de ce as

men sa gens en via das com cum -pri men tos por nos so tra ba lho:

De sem bar ga dor José Eduar doMa cha do de Al mei da (CE), Mi chelTe mer (de pu ta do fe de ral PMDB-SP), José Mil ton (de pu ta do es ta dualde Mi nas Ge rais-PSDB)

CAR TAS PARA ESTA SE ÇÃO

Rua Mon tei ro Lo ba to, 123, Sala 101, Ouro Pre toBelo Ho ri zon te, Mi nas Ge raisCep: 31310-530Fax: (31) 3498-3694E-mail: re vis tacn t@re vis tacnt.com.br

As car tas de vem con ter nome com ple to, en de re çoe te le fo ne. Por mo ti vo de es pa ço, as men sa gensse rão se le cio na das e po de rão so frer cor tes

HÁ QUE SERE DU ZIR ASTA RI FAS EOFE RE CERCON TRA PAR -TI DAS PARANÃOAVIL TAR AQUA LI DA DEDO SER VI ÇO

DO LEITORre vis tacn t@re vis tacnt.com.br

Page 65: Revista CNT Transporte Atual-DEZ/2003

DEZEMBRO 2003 CNTREVISTA 65

SEST/SENAT

DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO • JANEIRO 2004

SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIALPARA GESTÃO DA QUALIDADEE PRODUTIVIDADEDias 2 e 5 • 10h, com reprise às 15h30

Mostra a informação e seupapel na gestão da qualidade eprodutividade e os ambientesbásicos da qualidade em empresasrodoviárias de carga. O programaenfoca assuntos como noção demelhoria da qualidade e produtivi-dade a partir da operação daempresa e da manutenção deprocessos e recursos.

GESTÃO DA MANUTENÇÃODia 9 • 10h, com reprise às 15h30

O programa analisa a importânciada gestão dos custos demanutenção, a estrutura necessáriaa uma boa gestão de custos, aimportância e os principais itens daestrutura dos serviços demanutenção, estrutura básica de umsistema de controle de manutenção,sistema de informação e controle damanutenção. Quanto aos pneus, sãoapresentados a importância dagestão, critérios para a aquisição eescolha de marcas e tipos mais ade-quados às condições específicas erecuperação. Aborda também oscuidados e precauções a seremtomados na terceirização para osdiversos tipos de manutenção.

MANUTENÇÃO E GARAGEM NOTRANSPORTE URBANODia 19 • 10h, com reprise às 15h30

Demonstra a importância dagaragem para o desempenho opera-cional da empresa de transporte eapresenta os conceitos fundamen-tais para construção de umagaragem. A importância do recursoda informática para aumentar oscontroles, agilizar os processos ediminuir custos de manutenção édestaque do programa, assim comoo valor de se estabelecer estruturase políticas de manutenção. Discutetambém os fundamentos da ativi-dade de manutenção e a viabilidadeeconômico-financeira de adotar aterceirização de modo mais amplo.

MARKETING E PLANEJAMENTOESTRATÉGICO PARA EMPRESASDE TRANSPORTE URBANO DEPASSAGEIROSDias 29 e 30 • 10h, com reprise às 15h30

Instiga e instrui os empresários quan-to às necessidades e técnicas deplanejamento estratégico. Alertaquanto às tendências do negóciotransporte urbano de passageiros,abordando-o nos níveis institucional,mercadológico, organizacional esocial. Ilustra a importância do mar-keting e o vincula à melhoria daimagem da empresa e dos resultados.

SEGURANÇA E SAÚDE NASEMPRESAS DE TRANSPORTEDia 2 • 12h, com reprise às 14h30 • PEAD 2

Dia 8 • 9h, com reprise às 13h30 • PEAD 1

O objetivo desse curso é pro-porcionar aos profissionaisdas empresas de transportenoções gerais sobre a segu-rança e a saúde no trabalhopara desempenharem suasfunções de forma mais produ-tiva, prevenindo os acidentesmais comuns e preservandosua saúde. As aulas apresen-tadas nesse vídeo são: Aula 1 • Introdução ao usoseguro e eficiente de materi-ais e equipamentosAula 2 • Segurança nos ambi-entes de refeitório e escritórioAula 3 • Segurança nas áreasde manutenção e garagemAula 4 • Segurança nosarmazénsAula 5 • Prevenção de aci-dentes e qualidade no trabalho

PRIMEIROS SOCORROSDias 22, 23 e 26 • 9h, com reprise às

13h30 • PEAD 1

Este curso tem o objetivo depreparar o treinando pararealizar os primeiros socorrosnas vítimas de acidente detrânsito.

IDAQ

Page 66: Revista CNT Transporte Atual-DEZ/2003

66 CNTREVISTA DEZEMBRO 2003

HUMOR

RICARDO SÁ é cartunista

RICARDO SÁ

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ANUNCIO ECONOMIZAR

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