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C NT REVISTA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE | ANO IX | NÚMERO 103 | JANEIRO 2004 RIO OLHA 2007 PARA O A CIDADE COLOCA EM AÇÃO PLANOS DO TRANSPORTE PARA RECEBER O PAN-AMERICANO RIO OLHA 2007 PARA O Foto vencedora do Prêmio CNT de Jornalismo/2003 mostra o Pão de Açúcar LEIA TAMBÉM NESTA EDIÇÃO ESPECIAL SOBRE OS 450 ANOS DE SP

Revista CNT Transporte Atual - JAN/2004

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Nenhum país pode crescer de forma consistente e sustentável com um comércio exterior pujante e um mercado interno enfraquecido.

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CNTREVIS

TA

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE | ANO IX | NÚMERO 103 | JANEIRO 2004

RIO OLHA2007PARA

OA CIDADECOLOCAEM AÇÃOPLANOS DOTRANSPORTEPARA RECEBER OPAN-AMERICANO

RIO OLHA2007PARA

O

Foto vencedora do PrêmioCNT de Jornalismo/2003mostra o Pão de Açúcar

LEIA TAMBÉM NESTA EDIÇÃO ESPECIAL SOBRE OS 450 ANOS DE SP

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PRESIDENTEClésio Andrade

PRESIDENTE DE HONRAThiers Fattori Costa

VICE-PRESIDENTES SEÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues SEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares Júnior SEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Benedicto Dario FerrazSEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOSEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Otávio Vieira da Cunha Filho e Ilso Pedro MentaSEÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio Benatti e Antônio Pereira de SiqueiraSEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca Lopes e Mariano CostaSEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Elmar José Braun eRenato Cézar Ferreira Bittencourt SEÇÃO DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Bernardo José Figueiredo Gonçalves de Oliveira e Nélio Celso Carneiro TavaresSEÇÃO DO TRANSPORTE AÉREO

Constantino Oliveira Júnior eWolner José Pereira de Aguiar

CONSELHO FISCALWaldemar Araújo, David Lopes de Oliveira, ErnestoAntonio Calassi, Éder Dal’Lago, René Adão AlvesPinto, Getúlio Vargas de Moura Braatz, Robert Cyrill Higgin e José Hélio Fernandes

DIRETORIA

SEÇÃO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Denisar de Almeida Arneiro, Eduardo FerreiraRebuzzi, Francisco Pelucio, Irani Bertolini,Jésu Ignácio de Araújo, Jorge Marques Trilha,Oswaldo Dias de Castro, Romeu Natal Pazan,Romeu Nerci Luft, Tânia Drumond,Augusto Dalçoquio Neto, Valmor Weiss,Paulo Vicente Caleffi e José Hélio Fernandes

SEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Aylmer Chieppe, Alfredo José Bezerra Leite,Narciso Gonçalves dos Santos, José AugustoPinheiro, Marcus Vinícius Gravina, Oscar Conte,Tarcísio Schettino Ribeiro, Marco Antônio Gulin,Eudo Laranjeiras Costa, Antônio Carlos MelgaçoKnitell, Abrão Abdo Izacc, João de Campos Palma,Francisco Saldanha Bezerra e Jerson Antonio Picoli

SEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa, José Alexandrino FerreiraNeto, José Percides Rodrigues, Luiz MaldonadoMarthos, Sandoval Geraldino dos Santos,José Veronez, Waldemar Stimamilio, André LuizCosta, Armando Brocco, Heraldo Gomes Andrade,Claudinei Natal Pelegrini, Getúlio Vargas de MouraBraatz, Celso Fernandes Netoe Neirman Moreira da Silva

SEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Cláudio Roberto Fernandes Decourt, Antônio CarlosRodrigues Branco, Luiz Rebelo Neto,Moacyr Bonelli, Alcy Hagge Cavalcante,Carlos Affonso Cerveira, Marcelino José LobatoNascimento, Maurício Möckel Paschoal,Milton Ferreira Tito, Silvio Vasco Campos Jorge,Cláudio Martins Marote, Jorge Leônidas Pinho,Ronaldo Mattos de Oliveira Lima e Bruno Bastos

CONSELHO EDITORIAL Almerindo Camilo, Bernardino Rios Pim, EtevaldoDias, Lucimar Coutinho, Maria Tereza Pantoja eSidney Batalha

REDAÇÃOEDITOR RESPONSÁVEL

Almerindo Camilo • [email protected]

Ricardo Ballarine • [email protected] Seara (Arte) • [email protected]ÓRTERES

Eulene Hemétrio e Rodrigo Rievers COLABORADORES DESTA EDIÇÃO

Cláudio Antonio, Gonçalo Júnior, Patrizia D’Aversa eRonaldo AlmeidaFOTOGRAFIA

Paulo Fonseca e Futura PressINFOGRAFIA

Agência Graffo • (31) 3378-7145www.graffo.inf.brDIAGRAMAÇÃO E PAGINAÇÃO

Antonio Dias e Wanderson F. Dias

PRODUÇÃO

Rafael Melgaço Alvim • [email protected] Carvalho • [email protected]ÇO

Rua Monteiro Lobato, 123 • sala 101 CEP 31.310-530 • Belo Horizonte MGTELEFONES

(31) 3498-2931 e (31) 3498-3694 (Fax) E-MAILS

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REMAR • Fonefax (11) 3836-1254 Celso Marino • (11) 3955-2075Publicação mensal da CNT, registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob onúmero 053, editada sob responsabilidade da AC&S Comunicação.

IMPRESSÃO Esdeva - Juiz de Fora - MGTIRAGEM 40 mil exemplares

CNT Confederação Nacional do Transporte

Revista CNT

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450 ANOS DE SPA principal cidade dopaís comemora seuaniversário e estudacomo melhorar otransporte público

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CNTREVIS

TA

SERVIÇO SOCIALO Sest/Senat de Montes Clarosfirmou parceria com a Infraero eestá desenvolvendo projeto queirá auxiliar jovens na conquistado primeiro emprego

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16PONTES MAPEADASO IPR finaliza levantamentoem que analisa todas essasconstruções das rodoviasfederais. A pesquisa irá sugerir obras e manutenção

ANO IX | NÚMERO 103 | JANEIRO 2004

RIO SE AQUECESede do Pan de 2007,a cidade toca uma sériede obras para melhoraro sistema de trânsitopara a competição

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ÔNIBUS PARA SURFISTAS 8

TURISMO DE CRUZEIROS 48

PRÊMIO CNT DE JORNALISMO 54

ALEXANDRE GARCIA 59

MAIS TRANSPORTE 60

IDET 62

CARTAS 64

REDE TRANSPORTE 65

HUMOR 66

CAPA MÁRCIA FOLETTO

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Oano de 2003 foi marcado pelasreformas propostas pelo Gover-no Federal, nem todas objeto deconsenso, em especial a Refor-ma Tributária.

Muito embora a justificativa para estasmudanças fosse a correção de distorçõespresentes no Sistema Tributário Nacional,uma distribuição mais justa do peso dos trib-utos e a reversão da atual tendência deaumento da informalidade na atividadeeconômica, a reforma pode acabar produzin-do um efeito totalmente diverso daquele ini-cialmente pretendido.A reforma tributária mais uma vez se

mostra apenas como um remendo, muitolonge do que realmente o País precisapara implantar uma política de justiça fis-cal, pelo contrário, continua ainda sendomotivo de discórdia.A atual carga tributária é incompatível

com o crescimento, o desenvolvimento sus-tentável e a busca da competitividade pelosetor produtivo nacional. O retorno à tra-jetória do crescimento prescinde de umSistema Tributário moderno, que desoneretoda a cadeia produtiva e reduza o "CustoBrasil". Como resultado teremos a ampli-ação da base de arrecadação, o aumentoda competitividade interna e externa dosnossos produtos e a geração de emprego,renda e distribuição da riqueza.É impossível não questionar qual o camin-

ho a seguir. Toda a sociedade brasileira tem

um mesmo questionamento: como retomar ocrescimento? É claro que são necessáriosinvestimentos, sobretudo em infraestrutura, eespera-se que as ações vitoriosas da CNT em2003, em especial com relação à aplicaçãodos recursos da CIDE, carreiem para lá osrecursos que o País reclama. O Brasil precisade um marco legal e regulatório que dê, aosinvestidores e aos empresários, segurançaem investir no nosso país.Entre as mudanças a serem realizadas

na tributação, está a desoneração dasexportações, aumentando a competitivi-dade do produto nacional em um comér-cio internacional cada vez mais vigoroso.Esta preocupação, embora legítima e deextrema importância para o futuro doBrasil, desconsidera, ou parece descon-siderar, um fato básico: nenhum país podecrescer de forma consistente e sustentávelcom um comércio exterior pujante e ummercado interno enfraquecido.Mais do que a esperança, o desejo de

todos nós é que neste ano possamos voltar acrescer de forma consistente e sustentável. Os transportadores são cidadãos compro-

metidos com o desenvolvimento do Brasil, ediante das reformas aprovadas e daquelasque venham a ser apresentadas, esperamosque as mudanças que forem implementadassejam a alavanca impulsionadora do cresci-mento da nossa economia em ritmo contín-uo, colocando o nosso país, definitivamente,nos trilhos do desenvolvimento.

"NENHUM PAÍSPODE CRESCERDE FORMACONSISTENTE ESUSTENTÁVEL COMUM COMÉRCIOEXTERIOR PUJANTEE UM MERCADOINTERNOENFRAQUECIDO"

Por mais avanço

EDITORIAL

CLÉSIO ANDRADEPRESIDENTE DA CNT

JANEIRO 2004 CNTREVISTA 7

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SURF BUS

BOAS IDÉIAS

EMPRESÁRIO CRIA ÔNIBUS PARA SURFISTAS E TURISTAS E LANÇA PROJET

COMOUMAONDAN

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 9

Surf Bus ou “bro ther mo vel”. Nãoim por ta o nome, o cer to é que ossur fis tas que es tão no Rio de Ja -nei ro têm um jei to es pe cial deche gar às on das. Os afic cio na -

dos da pran cha, em bus ca do pon to idealdas praias ca rio cas, dis põem de um ôni buses pe cial, com par ti das diá rias, luxo e con for -to. O Surf Bus tam bém aten de a tu ris tas e ca -rio cas que que rem vi si tar praias dis tan tes oufa zer uma tur nê pela orla.Ao en trar no Surf Bus, dá para en ten der

bem o sig ni fi ca do da ex pres são “o clien te é orei”, prin cí pio de mar ke ting que vi rou fe brenas cor po ra ções no iní cio da dé ca da de 90.A idéia par tiu da ca be ça de um apai xo na dopor es por tes ra di cais, An tô nio Gua na ba ra, 49anos, que se ins pi rou na ne ces si da de detrans por te es pe cí fi co para os sur fis tas e naca rên cia de um ro tei ro de praias con for tá veldes ti na do tan to para tu ris tas como para osca rio cas. O so nho do em pre sá rio, que co me -çou a sur far aos 13 anos, se trans for mounuma ini cia ti va bem su ce di da no se tor detrans por tes na ci da de.O ôni bus per cor re o cir cui to das me lho res

on das ca rio cas, das 7h às 19h, du ran te todaa se ma na, e tem lo ta ção ga ran ti da. “Fica fá -cil para quem não tem como se des lo car atéas praias mais pro pí cias para o sur fe ou querco nhe cer praias mais dis tan tes do Rio”, ex -pli ca Gua na ba ra. O em pre sá rio se de fi ne como “voa dor”,

sur fis ta e jo ga dor de bola. Foi o pri mei roho mem a che gar ao Cris to Re den tor numvôo de asa del ta, ao pou sar em São Con ra -do sem ne nhu ma pa ra da, em 1978. Essees pí ri to de me ni no do Rio o le vou a des co -brir que a seg men ta ção é uma op ção cria -ti va e ren tá vel tam bém no se tor de trans -por tes. Tra ba lhar para su prir as ne ces si da -des de uma fa tia de clien tes pode ser maisefi cien te e lu cra ti vo do que aten der ao pú -bli co mas si fi ca do.

POR PATRIZIA D’AVERSA

O DE VEÍCULO PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

ANOMAR

DUKE

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10 CNTREVISTA SETEMBRO 2003

Com o pa tro cí nio da em pre sa de te le fo -nia mó vel Oi, Gua na ba ra via bi li zou seuSurf Bus. “Sem a par ce ria com a ini cia ti vapri va da, esse pro je to não exis ti ria por queque re mos co brar ba ra to para dar aces so ato dos sem abrir mão do con for to”, diz oem pre sá rio. O veí cu lo roda 450 km to dosos dias e con so me cer ca de R$ 120 mil decom bus tí vel por mês. Os cus tos tam bémin cluem a con tra ta ção de qua tro aten den -tes que fa lam por tu guês, in glês e es pa -nhol, ma nu ten ção, lim pe za, ma te rial de di -vul ga ção e se gu ro do ôni bus.A Oi en con trou na idéia mais um pon to de

ca sa men to com seu pú bli co alvo. “Com oSurf Bus, as so cia mos a ima gem da com pa -nhia a mais um ser vi ço que sim pli fi ca a vidadas pes soas e tam bém nos co mu ni ca mospo si ti va men te com o pú bli co jo vem, o quetem se mos tra do uma ex ce len te fer ra men tade fi de li za ção”, diz Al ber to Blan co, di re tor demar ke ting da em pre sa.O Surf Bus tem ca pa ci da de para 30 pes -

soas sen ta das, 20 pran chas tra di cio nais, 12pran chas de long-board e 10 pran chas debody-board. A bor do, uma TV de 29 po le ga -das, equi pa da com DVD e ví deo, exi be fil mesde sur fe e shows de mú si ca. Dois as sis ten tesdão as coor de na das dos me lho res pi cos de

onda do dia, cli ma e di cas de pro gra ma paraos tu ris tas, que po dem va riar de um sal to deasa del ta da Pe dra da Gá vea ao me lhor res -tau ran te para co mer um pei xe na Prai nha,de pois da Bar ra.O ôni bus tem tam bém fri go bar, apa re lho

de som e uma lo ji nha que ven de equi pa men -tos para a prá ti ca do es por te. Se o sur fis tapre ci sar de pa ra fi na, ras pa dor ou slash(aque la cor di nha que o pren de à pran cha),pode com prar du ran te o ca mi nho. “Pen sa -mos em tudo”, diz Gua na ba ra. Não é raro en con trar du ran te o per cur so

no mes co nhe ci dos do sur fe como Si mão Ro -mão, Biel e Gui lher me Tâ me ga. “Acho o SurfBus es pe ta cu lar por que per mi te aos tu ris tas,crian ças, ado les cen tes e adul tos que sur famco nhe ce rem as be le zas de to das as praias doRio”, afir ma Rico de Sou za, sur fis ta ve te ra noque hoje man tém uma es co li nha para jo vensca ren tes, na Bar ra. A cada 15 dias, os alu nosda es co li nha em bar cam no Surf Bus parapra ti ca rem o esporte em ou tros pi cos deonda. “Com pou co di nhei ro eles têm a chan -ce de aper fei çoa rem seus co nhe ci men tos ema no bras em ou tras ma rés”, diz Gua na ba ra. Ape sar do ape lo e de toda a pa ra fer ná lia

de di ca da ao sur fis ta, cer ca de 50% dos fre -qüen ta do res do Surf Bus são tu ris tas e ca rio -

SHOPPING A parte interna do ônibus tem facilidades como loja e espaços especiais para pranchas

“QUEREMOS UMÔNI BUS DE DI CA DO

A EN SI NAREDU CA ÇÃO

AM BIEN TAL E AIM POR TÂN CIA DOSUR FE COMOPRO FIS SÃO E NE GÓ CIO”

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 11

cas não-sur fis tas. Por isso, a par tir das 10h,o per cur so in clui pa ra das es tra té gi cas emfren te aos prin ci pais ho téis da ci da de.

Di ver são e edu ca çãoO Surf Bus não pára por aí. Gua na ba ra já

deu iní cio a um pro je to para es co las de pri -mei ro e se gun do grau que alia di ver são àedu ca ção am bien tal. A pri mei ra via gemacon te ceu nes te mês com os alu nos daquin ta sé rie do Cen tro Edu ca cio nal da La -goa. No pas seio, os es tu dan tes pu de ramapren der so bre ma rés, ven to, di cas de sur -fe e de con ser va ção das praias. A idéia deGua na ba ra é en vol ver ins ti tui ções como oGreen pea ce, Onda Azul, Mi nis té rio da Cul -tu ra e o Sal va Mar para lan çar uma ver sãopo li ti ca men te cor re ta do Surf Bus. “Es ta -mos es tu dan do no vas par ce rias para, no fu -tu ro, co lo car mos para ro dar um ôni bus de -di ca do a en si nar edu ca ção am bien tal e aim por tân cia do sur fe como pro fis são e ne -gó cio”, diz Gua na ba ra. “Se tudo der cer to,os pri mei ros pas sa gei ros se rão os 3.000alu nos da Vila Olím pi ca da Man guei ra. Játe mos car ta as si na da e tudo.” E não só o su ces so do Surf Bus com -

pro va as te ses de Gua na ba ra. O Rio de Ja -nei ro já tem até uma es pé cie de “uni ver -si da de do sur fe”, que ofe re ce cur sos deex ten são na área. A Es tá cio de Sá, umadas maio res ins ti tui ções de en si no do Es -ta do, abriu ins cri ção nes te ano para oscur sos bá si co de “air brush” em pran chade sur fe, la mi na ção e sha pe (a base quedá o for ma to da pran cha). O iní cio do cur so foi em 18 de de zem -

bro com a pa les tra “O Sur fe do Novo Mi lê -nio”, mi nis tra da por Henry Le lot, sha perca rio ca co nhe ci do por criar um mé to docom pu ta do ri za do para o fei tio de pran -chas. As au las co me ça ram em 5 de ja nei -ro, com as vagas esgotadas. Os cur soscus tam de R$ 150 a R$ 450 e as tur maste rão de cin co a 25 alu nos. l

ALTO ALTRALO Surf Bus (esq.) facilitaa vida dos surfistas quepraticam o esporte noRio, como Dani Monteiro(acima) e Marcelo Cunha (abaixo)

FOTOS FOTOCOM.NET

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12 CNTREVISTA JANEIRO 2004

O Sest/Se nat de Mon tes Cla ros(nor te de Mi nas Ge rais), em par -ce ria com a In frae ro e a Pre fei -tu ra da ci da de, dará iní cio, em

fe ve rei ro, ao pro je to “In de pen dên cia e Ci -da da nia – Pre pa ra ção para o Pri mei ro Em -pre go”. A ação é mais uma a se so mar adois tra ba lhos que vi sam a in ser ção do jo -vem no mer ca do de tra ba lho: o pro gra maPri mei ro Em pre go, do go ver no fe de ral, eIn frae ro So cial, da em pre sa que ad mi nis -tra os ae ro por tos bra si lei ros.O pro je to irá be ne fi ciar, no pri mei ro ano de

exe cu ção, cem ado les cen tes ca ren tes en tre16 e 18 anos, efe ti va men te ma tri cu la dos naEs co la Mu ni ci pal Pro fes so ra Ma ria de Lour -des Pi nhei ro, que fica na re gião da uni da dedo Sest/Se nat e do ae ro por to Má rio Ri bei ro.Para 2005, a ex pec ta ti va é que ou tros 150ado les cen tes in te grem o pro gra ma.A idéia é que o pro je to seja tam bém es ten -

di do a ou tras uni da des do sis te ma. De acor docom a di re to ra da uni da de de Mon tes Cla ros,Elia ne Te re za Sil va de Oli vei ra Araú jo, o pos tode São Pau lo já ma ni fes tou in te res se no pro -gra ma. Ou tras uni da des também pro cu ra rama In frae ro para ne go ciar as par ce rias.“O pro je to “In de pen dên cia e Ci da da nia”

será uma arma es sen cial para a re du ção dode sem pre go en tre os jo vens”, diz Eliane. Deacor do com es tu do fei to pelo IBGE em seisca pi tais (São Pau lo, Rio de Ja nei ro, BeloHo ri zon te, Sal va dor, Por to Ale gre e Re ci fe),26,1% dos jo vens en tre 16 e 24 anos es tãode so cu pa dos. Para che gar aos nú me ros so bre o Pri -

mei ro Em pre go, o IBGE re de fi niu os pa râ -me tros do le van ta men to Pes qui sa Men salde Em pre go. O ins ti tu to tra ba lha em vá riosin ter va los – 10 a 14 anos, 15 a 17, 18 a 24,25 a 49 e mais de 50 anos – e, para aten -der a uma de man da cres cen te, pas sou a

OPORTUNIPARAQUEMCOMEÇA

SEST/SENAT, INFRAERO E MONTES CLAR

PRIMEIRO EMPREGO

RESPOSABILIDADE SOCIAL

POR CLAÚDIO ANTONIO

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 13

DADE REALP MCOMEÇA

OS LANÇAM PROJETO PARA OS JOVENS

GOVERNO ESPERAATINGIR 250 MIL

S an cio na do pelo pre si den te Luiz Iná -cio Lula da Sil va em 22 de ou tu brode 2003, o Pro gra ma Pri mei ro Em -

pre go (PPE) tem como ob je ti vo criar opor -tu ni da des de tra ba lho para os jo vens bra si -lei ros, por meio de ações con jun tas dos go -ver nos, em pre sas e so cie da de. A meta dopri mei ro ano era em pre gar 60 mil jo vens(os da dos não fo ram con cluí dos até o fe -cha men to des ta edi ção) e atin gir 250 milem de zem bro de 2004.

O go ver no irá es ti mu lar as em pre sas nacon tra ta ção de jo vens. Com pa nhias com fa tu -ra men to de até R$ 1,2 mi lhão te rão in cen ti vode R$ 200 por jo vem con tra ta do, cujo va lorserá re pas sa do a cada dois me ses. As em pre -sas com fa tu ra men to su pe rior a R$ 1,2 mi lhãore ce be rão R$ 100.

Para par ti ci par do PPE, os jo vens te rão quecom pro var ida de en tre 16 e 24 anos, en si nofun da men tal ou mé dio in com ple tos e ren da fa -mi liar até meio sa lá rio mí ni mo per ca pi ta.Quem não pos suir o Nú me ro de Iden ti fi ca çãoSo cial (NIS) terá que pro vi den ciá-lo nas De le -ga cias Re gio nais do Tra ba lho (DRTs).

Cer ca de 2.000 em pre sas de todo opaís já se ca das tra ram no pro je to. Os jo -vens as si na rão con tra to de um ano e re -ce be rão um sa lá rio mí ni mo e vale-trans -por te. As jor na das se rão de seis ho rasdiá rias de se gun da a sex ta-fei ra e to dosos apren di zes, que irão tra ba lhar comar qui vos de do cu men tos, mi croin for má -ti ca bá si ca e dis tri bui ção de cor res pon -dên cias, de ve rão es tar fre quen tan do oen si no re gu lar.

fa zer esse es tu do di re cio na do à fai xa de co -ber tu ra do Pri mei ro Em pre go.“O prin ci pal ob je ti vo da par ce ria é a pro -

mo ção do de sen vol vi men to so cial sus ten tá veldas co mu ni da des ca ren tes lo ca li za das no en -tor no do ae ro por to, para pro por cio nar aosado les cen tes se le cio na dos a in ser ção no mer -ca do de tra ba lho, além de tirá-los da ocio si da -de das ruas”, diz a di re to ra de Mon tes Cla ros.O cur so ofe re ce rá aos jo vens acom pa nha -

men to psi co ló gi co com orien ta ções para aéti ca, pos tu ra pro fis sio nal e com por ta men toso cial ade qua do para o in gres so no mer ca dode tra ba lho. Os alu nos con ta rão ain da comas sis tên cia mé di ca e odon to ló gi ca du ran te aexe cu ção do cur so, além das ati vi da des cul -tu rais e es por ti vas, uma mar ca do sis te maSest/Se nat em todo o Bra sil. De acor do coma di re to ra da uni da de de Mon tes Cla ros, quefoi a idea li za do ra do pro je to, a In frae ro irá ar -car com to dos os cus tos. O Sest/Se nat será oór gão rea li za dor e irá ofe re cer es tru tu ra fí si -ca, téc ni ca e pe da gó gi ca, en quan to a pre fei -tu ra res pon de rá como a en ti da de agra cia dacom o pro je to, pois to dos os alu nos es co lhi -dos te rão que es tar ma tri cu la dos na redemu ni ci pal de en si no.Elia ne Araú jo diz que está sen do ela bo ra da

uma re la ção de em pre sas co mer ciais e in dus -

AEROPORTO DE MONTES CLAROS/DIVULGAÇÃO

Page 14: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2004

14 CNTREVISTA JANEIRO 2004

triais de Mon tes Cla ros in te res sa das na ab sor -ção des ses jo vens. Após a con clu são do cur -so, os ado les cen tes fa rão par te de um ban code da dos que es ta rá dis po ní vel às em pre sasin te res sa das. “A re per cus são está sen do mui -to gran de e acre di to que esse pro je to po de rámu dar a vida pro fis sio nal de mui tas pes soas.A pro cu ra pelo pro gra ma tem sido mui togran de”, afir ma a di re to ra.No pri mei ro ano de exe cu ção do pro je to,

os cem jo vens se le cio na dos se rão di vi di dosem cin co tur mas de 20 alu nos, sen do quecada clas se ob te rá a cer ti fi ca ção em ape nasdois me ses. O cur so é di vi di do em cin co mó -du los: re la ções hu ma nas, pos tu ra pro fis sio -nal, ro ti nas ad mi nis tra ti vas, in glês bá si co, in -for má ti ca bá si ca e prá ti cas es por ti vas e cul tu -rais (como tea tro, co ral e dan ça).

META É DE UM PROJETO A CADA AEROPORTO

O In frae ro So cial, pro gra ma dein cen ti vo so cial da Em pre saBra si lei ra de In fra-Es tru tu ra

Ae ro por tuá ria, aten de a mais de 10mil pes soas em 42 pro je tos comações cul tu rais e edu ca ti vas, paracrian ças, jo vens e adul tos em si tua -ção de ris co so cial ou oriun dos defa mí lias de bai xa ren da. An tes cha -ma do de Ae ro por tos So li dá rios, opro gra ma da em pre sa que ad mi nis -tra 65 ae ro por tos bra si lei ros jun ta-se ago ra ao “In de pen dên cia e Ci da -da nia – Pre pa ra ção para o Pri mei roEm pre go”, a par ce ria com oSest/Se nat e Pre fei tu ra de Mon tesCla ros.

As ações são vol ta das para a ca -pa ci ta ção pro fis sio nal e au xí lio noen ca mi nha men to ao pri mei ro em -pre go, as sim como a par ce ria emMon tes Cla ros. Os pro gra mas sãode sen vol vi dos em con jun to compre fei tu ras, go ver nos es ta duais,ONGs e en ti da des fi lan tró pi cas. Aem pre sa co me çou a par ti ci par des -sas ações em 2001, e os in ves ti -men tos já so mam R$ 1,7 mi lhão.

Um des ses pro gra mas, o “Pro je -to Me nor Apren diz”, é exe cu ta dodes de ju nho de 2003, na sede daem pre sa, em Bra sí lia. São au lasteó ri cas apli ca das a 74 jo vens de 14a 16 anos, que de pois exer ci tam na

prá ti ca as fun ções de au xi liar ad mi -nis tra ti vo em ex pe dien te na pró priaIn frae ro.

De acor do com o pre si den te da In -frae ro, Car los Wil son Cam pos, “a di -mi nui ção das dis tân cias en tre a ex ce -lên cia tec no ló gi ca dos ae ro por tosbra si lei ros e a rea li da de das po pu la -ções ca ren tes do en tor no ae ro por tuá -rio é prio ri da de para o go ver no”. Paraisso, em sin to nia com as ações dopre si den te Luiz Iná cio Lula da Sil va,que ins ti tuiu o Pro gra ma Pri mei roEm pre go, “a In frae ro pre ten de im -plan tar, até 2004, pelo me nos umpro je to so cial em cada um dos ae ro -por tos que ad mi nis tra”.

Page 15: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2004

JANEIRO 2004 CNTREVISTA 15

A se le ção dos cem alu nos fi cou a car go daSe cre ta ria Mu ni ci pal de Edu ca ção, atra vés dadi re to ra da es co la in di ca da ao pro gra ma, Ma riaEli za beth. Como as au las se rão so men te no tur -no da tar de, fo ram se le cio na dos alu nos que es -tu dam de ma nhã e à noi te. “Isso para o pro je todo pró xi mo ano. Para 2005, po de re mos mu darou am pliar o pro je to ba sea do nas reu niões quefa re mos se ma nal men te du ran te todo o pe río dodo cur so para a ava lia ção dos re sul ta dos”, dizElia ne Araú jo. Es ses en con tros te rão a pre sen -ça de re pre sen tan tes do Sest/Se nat, da Pre fei -tu ra de Mon tes Cla ros e da In frae ro.O ter mo de coo pe ra ção mú tua do pro je to

“In de pen dên cia e Ci da da nia – Pre pa ra çãopara o Pri mei ro Em pre go” foi as si na do em 13de no vem bro de 2003, no ae ro por to Má rio Ri -bei ro, numa ce ri mô nia que reu niu re pre sen -tan tes dos três par cei ros do pro gra ma. l

PARTIDAA região doaeroporto deMontes Clarosserá beneficiada

“ACREDITOQUE OPROJETOPODERÁMUDAR AVIDA DEMUITASPESSOAS”

AEROPORTO DE MONTES CLAROS/DIVULGAÇÃO

Page 16: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2004

16 CNTREVISTA JANEIRO 2004

S abe-se há tem pos queas pés si mas con di çõesda in fra-es tru tu ra ro -do viá ria do país re sul -

tam do des ca so e da in com pe -tên cia ad mi nis tra ti va na área detrans por te pú bli co nas úl ti masdé ca das. Já se foi o tem po emque os re cur sos do Fun do Na -cio nal dos Trans por tes (FNT),cria do em de zem bro de 1945 eex tin to pela Cons ti tui ção de1988, sem um subs ti tu to à al tu -ra, so ma vam-se às es tra té giastéc ni cas e ge ren ciais ofi ciais dose tor que, jun to com essa fon tede re cur sos vin cu la dos, cria ram,por exem plo, os acam pa men tosdas em prei tei ras para a ma nu -ten ção per ma nen te das ro do -vias, pon tes e via du tos nas prin -ci pais re giões do país.Hoje, num mo men to de

gran de ex pec ta ti va dos go ver -nos es ta duais para o iní cio dore pas se dos 25% do re co lhi -men to to tal da Cide (Con tri bui -ção de In ter ven ção so bre o Do -mí nio Eco nô mi co), per ce be-seque os in ves ti men tos ro do viá -rios ocor ri dos após o fim do FNTex pli cam, em gran de par te, aatual pre ca rie da de da in fra-es -tru tu ra ro do viá ria na cio nal. É dian te des se qua dro que

o Ins ti tu to de Pes qui sas Ro do -viá rias (IPR), su bor di na do aoDNIT (De par ta men to Na cio nalde In fra-es tru tu ra de Trans -por tes), ini ciou em 1994 umle van ta men to das con di çõesde con ser va ção das pon tes edos via du tos das prin ci paises tra das fe de rais do país. O

UMADEVASSA ESTRATÉGICAIPR FINALIZA PESQUISA EM QUE AVALIA

PONTES E VIADUTOS NAS ESTRADAS FEDERAIS

INFRA-ESTRUTURA

MODAL RODOVIÁRIO

POR RONALDO ALMEIDA

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES/DIVULGAÇÃO

Page 17: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2004

“NÃO SE PODE DESVIAR UM RIO” têm de ser tra ta das como es tra té gi cas,na opi nião do coor de na dor do DNIT por -que, em si tua ções de emer gên cia, comonuma que da de pon tes, “não se podedes viar um rio para fluir o trân si to”. “E ascon se qüên cias são mui to gran des paratoda a po pu la ção.”

Um exem plo foi a in ter di ção por doisdias, em ju nho pas sa do, para veí cu loscom car gas aci ma de 100 to ne la das dapon te so bre o Ca nal dos Mos qui tos na BR-135, no Ma ra nhão, úni ca via de li ga ção dailha de São Luís para o con ti nen te. O mes -mo ocor reu em Ita po ran ga da Aju da, a 10km de Ara ca ju, com a pon te so bre o rioVaza Bar ris, o que com pro me teu o trans -por te de pro du tos de in dus trias de ci men -to e fer ti li zan tes da re gião. “Bus ca mosago ra, a par tir do tra ba lho do IPR, im plan -tar uma po lí ti ca para evi tar esse tipo detrans tor no e gas tos ele va dos com re cu pe -ra ção de es tru tu ras”, diz Ca lhei ros.

Aim por tân cia da pes qui sa do IPR épre ve nir pro ble mas es tru tu rais empon tes e via du tos e pro gra mar

obras para evi tar in ter rup ções de trá fe goem ro do vias e gas tos ele va dos com re pa -ros es tru tu rais. A afir ma ção é do coor de -na dor de es tru tu ras do DNIT, Eduar do Ca -lhei ros. “Eu de fen do a pro pos ta de via bi li -zar a exe cu ção de ações pe rió di cas emobras ro do viá rias prio ri tá rias”, diz.

De acor do com Ca lhei ros, che gamper to dos R$ 300 bi lhões os cus tos dogo ver no fe de ral com a cons tru ção depon tes e via du tos em ro do vias sob suaad mi nis tra ção em todo o país, des de adé ca da de 60, iní cio da cons tru ção daatual es tru tu ra ro do viá ria na cio nal. “Oscus tos com es sas obras são de ape nas5% das des pe sas de cons tru ção de es -tra das, mas te mos de pre ser var esseacer vo, que é bas tan te caro.”

Es sas obras de en ge nha ria ro do viá ria

tra ba lho se apóia no Sis te made Ge ren cia men to de Pon tes(SGO) e pre ten de in cluir, emum úni co ban co de da dos, in -for ma ções so bre as con di çõesge rais des se tipo de obra.Num pri mei ro mo men to, e

a par tir da ra dio gra fia dasobras, o IPR re co men da rá aoDNIT in ter ven ções bá si caspara a cor re ção dos pro ble -mas téc ni cos, “cuja não-exe -cu ção po de ria im pli car o com -pro me ti men to da es tru tu ra deen ge nha ria de pon tes e via du -tos, a exem plo da li mi ta çãogra ve da ca pa ci da de de car gae da re du ção da vida útil”, dizo coor de na dor do IPR, en ge -nhei ro Che quer Ja bour Che -quer. Numa se gun da eta pa,irá pro por vis to rias re gu la resnas obras, à se me lhan ça dasações dos an ti gos acam pa -men tos de em prei tei ras, paraevi tar cus tos ele va dos de re -for mas es tru tu rais, cau sa dasjus ta men te pela fal ta de ma -nu ten ção pe rió di ca.De acor do com Che quer, o

SGO bus ca criar um ca das -tro na cio nal abran gen te ede ta lha do de pon tes e via du -tos ro do viá rios fe de rais, ge -rar in for ma ções pe rió di casso bre as con di ções de se gu -ran ça e con ser va ção des sasobras, co nhe cer as ne ces si -da des de re cu pe ra ção e ma -

VILA RICAO viaduto da BR-040 passoupela inspeção da pesquisa

CAMAQUÃ Pesquisa ajudou a resolver problema na estrutura da ponte

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES/DIVULGAÇÃO

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 19

O SGO QUERINCLUIRDADOSSOBRE ASCONDIÇÕESGERAIS DEPONTES EVIADUTOS

nu ten ção, com cus tos es ti -ma dos, e es ta be le cer prio ri -da des de re cu pe ra ção.

Re sul ta dosA pri mei ra fase do SGO foi

im ple men ta da ao lon go de1994 e exe cu ta da até mar ço de1995, com fi nan cia men to deR$ 440 mil do Ban co Mun dial,re cur so usa do para con tra tar,via li ci ta ção in ter na cio nal, osser vi ços do con sór cio de con -sul to ria MM Lo git. “An tes des setra ba lho, o IPR pos suía ape nasum ban co de da dos li mi ta doque ar ma ze na va da dos ca das -trais bá si cos so bre as obras,sem se ca rac te ri zar como umsis te ma ge ren cial mo der no”,diz o ex-coor de na dor dos tra ba -

lhos do con sór cio MM Lo git,Jai ro Ro ber to Cam pos.Na que la fase, a pro pos ta foi

de sen vol ver e tes tar o sis te ma emum con jun to-pi lo to de 200 pon tese via du tos em ro do vias pró xi masao Rio de Ja nei ro e a São Pau lo,res pec ti vas ci da des das se des doIPR e do con sór cio MM Lo git. “Apar tir de in di ca ções de obras pe -los res pon sá veis pe las uni da desre gio nais do ex-DNER, ava liá va -mos o sis te ma jun to a per fis di fe -ren tes de obras, como di men são,tem po de cons tru ção, vo lu me detrá fe go, agres si vi da de do meioam bien te etc”, diz Cam pos.A se gun da eta pa do SGO foi

ini cia da no se gun do se mes tre de1995, a car go do con sór cio Maia-Melo, ven ce dor de ou tra con cor -

rên cia, e tam bém coor de na da porJai ro Cam pos. Nes sa fase, novofi nan cia men to do Ban co Mun dial,ago ra de R$ 692,3 mil, foi di re cio -na do para os tra ba lhos de vis to riade mil pon tes e via du tos em es tra -das fe de rais da maio ria dos Es ta -dos, com a ins pe ção de 627 milme tros qua dra dos de es tru tu rasaté mar ço de 1997.O re sul ta do apon tou 26% de

pon tes es trei tas, com lar gu ra deaté 7,2 me tros e que ne ces si ta -vam de ex pan são, 28% com li mi -ta ção teó ri ca de car ga pelo tem pode cons tru ção su pe rior a 40 anos.Do to tal, 7%, das obras es pe ciaisfo ram con si de ra das “es tru tu ral -men te pro ble má ti cas”.Um exem plo de obra vis to ria -

da na se gun da fase é a pon te so -

VIADUTOSConstrução emconcreto tambémpreocupa IPR

PAULO FONSECA

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20 CNTREVISTA JANEIRO 2004

bre o rio Ca ma quã, no mu ni cí piode mes mo nome, com mais de600 me tros de ex ten são, no KM427 da BR-116, no Rio Gran dedo Sul. Essa obra foi vis to ria daem 1996 e, na oca sião, foi de tec -ta do que um dos cha ma dos ta -bu lei ros es ta va com a es ta bi li da -de com pro me ti da. O pro ble mafoi cor ri gi do pelo en tão DNERime dia ta men te após a vis to ria,pois a su pe res tru tu ra da pon teapre sen ta va ris co de co lap so.Os téc ni cos do con sór cio re -

co men da ram re pa ros, em suamaio ria de pe que na ex ten são,em 580 das 1.200 obras ana li sa -das. As de mais fo ram con si de ra -das em con di ções nor mais deuso. O cus to glo bal para as des -pe sas de res tau ra ção des ses via -du tos e pon tes foi es ti ma do, combase em va lo res de de zem bro de1995, em R$ 25,2 mi lhões.

Pa ra li sa çãoApós a con clu são da se gun da

eta pa, ocor reu uma des con ti nui -da de do pro ces so de vi do à fal tade re cur sos fe de rais, se gun doChe quer. O ser vi ço só foi re to ma -do em no vem bro de 2001, qua secin co anos de pois, com o iní cio dater cei ra fase para ana li sar ou trocon jun to de 1.200 obras e fi nan -cia men to do Bird de R$ 1,26 mi -lhão. Em de zem bro de 2002,nova in ter rup ção, ago ra de vi do àmu dan ça do go ver no fe de ral. So men te em ou tu bro des te

ano os tra ba lhos fo ram re to ma -dos, e a pre vi são do coor de na dordo con sór cio Pon tis-Maia Melo,Jai ro Ro ber to Cam pos, mais uma

O TRABALHOIRÁ GERARUM MANUALA FIM DEFACILITARAÇÕES DEPREVENÇÃOE REPAROS

ESTRATÉGICAPontes sobre riossão as que maispreocupam

PAULO FONSECA

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 21

IPR NASCEUNO CNPq

O IPR foi cria do em 1957,den tro do Con se lho Na cio -nal de Pes qui sas (CNPq)

para aten der às de man das téc ni -cas re la ti vas ao au men to da cons -tru ção ro do viá ria do fi nal dos anos50. A meta era exe cu tar um pro -gra ma de ati vi da des de acor docom os ob je ti vos do CNPq, DNERe dos DERs.

O ins ti tu to di ver si fi cou suasações, ao pas sar a trei nar pes soales pe cia li za do em tec no lo gia ro do -viá ria. De vi do ao seu per fil de pro -du ção de pes qui sa de apli ca çãoime dia ta, que di fe ria da pes qui sapura do CNPq, o IPR foi trans fe ri dopara o âm bi to do DNER em 1972.

Numa fase ini cial, o ór gão as -su miu a fun ção de aten der àsne ces si da des téc ni cas de pes -qui sa dos ór gãos ro do viá rios es -ta duais, uni ver si da des e in dús -trias, en vol vi dos em es tu dos epes qui sas do se tor.

Ins ta la do no Cen tro Ro do viá -rio do ex-DNER, na via Du tra(RJ), o ins ti tu to usu frui dos la bo -ra tó rios de so los, be tu mes e li gan -tes uti li za dos pela an ti ga di vi sãode pes qui sas do de par ta men to,além de uma uni da de de tes tesele tro-me câ ni cos e de uma pis taex pe ri men tal cir cu lar para es tu -dos de pa vi men tos rí gi dos.

Após a cria ção do DNIT, oIPR fi cou vin cu la do à di re to riade pla ne ja men to de pes qui sasdo ór gão fe de ral.

vez à fren te dos tra ba lhos, é que2004 co me ce com a in clu são deda dos e emis são de re la tó rios téc -ni cos e ge ren ciais so bre as 800obras já ins pe cio na das to tal men tecon cluí da. De ja nei ro a mar ço,acon te cem os tra ba lhos dos ou -tros 400 via du tos e pon tes.Fo ram ini cia das pes qui sas no

Ma ra nhão, Piauí, San ta Ca ta ri na,Rio Gran de do Sul, Mato Gros so,Mato Gros so do Sul e To can tins.As obras da re gião Su des te já fo -ram pe ri cia das, en quan to no Nor -te o Pará será o pri mei ro Es ta do are ce ber o SGO.Um dos exem plos de pon tes

ins pe cio na das pelo IPR na ter cei -ra fase é a obra so bre o rio SãoFran cis co, na BR-040, pró xi ma aomu ni cí pio de Três Ma rias (MG),com 360 me tros de ex ten são. Avis to ria iden ti fi cou da nos na pa vi -men ta ção em di ver sos lo cais dapon te, que fa vo re ciam a in fil tra çãode água e a de te rio ra ção do con -

cre to das la jes. Apon tou ain da au -sên cia de dis po si ti vos de ve da çãoe fis su ras nas la jes em ba lan ço.As três fa ses já en vol ve ram

2.600 das 8.000 obras exis ten tesnas ro do vias fe de rais, in clu si ve asmil pon tes de ma dei ra ins ta la dasem es tra das de ter ra da re giãoNor te, alvo de um pro gra ma dogo ver no, já em an da men to, parasubs ti tui ção por uni da des de con -cre to ou aço a par tir da pa vi men -ta ção gra da ti va das ro do vias. “Asde mais obras re ce be rão ser vi çosge rais de ro ti na das Uni da des deIn fra-es tru tu ra de Ser vi ços (Units),es pa lha das pe los Es ta dos”, dizChe quer. Se gun do o coor de na dordo IPR, esse tra ba lho irá ge rar umma nual de pro ce di men to a fim defa ci li tar ações de pre ven ção e re -pa ros em pon tes e via du tos.Os nove anos pas sa dos des de

o co me ço do tra ba lho do SGO sãosig ni fi ca ti vos para pos sí veis de te -rio ra ções nas obras pes qui sa das.Os coor de na do res do IPR e docon sór cio Pon tis-Maia Melo ga -ran tem que o ins ti tu to re co men -dou a atua li za ção dos da dos aosge ren tes pe las Units em todo opaís, jus ta men te para su prir essade fa sa gem. “Orien ta mos paraatua li za rem os es tá gios das obras,tra ba lho que pas sa rá a ser sis te -má ti co”, diz Che quer.Jai ro Cam pos afir ma que os

da dos das duas pri mei ras eta passer vem mais como re fe rên ciahis tó ri ca. “A de gra da ção de es -tru tu ras é mais len ta que as es -tra das, mas pe río dos aci ma decin co anos com pro me tem a qua -li da de das obras.” l

PONTESSOFREMDESGASTEMAISLENTOQUE ASESTRADAS

THEO MARQUES / GAZETA DO POVO/FUTURA PRESS

Page 22: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2004

22 CNTREVISTA JANEIRO 2004

A in ten ção de o go -ver no fe de ral, con -for me pre vis to naRe for ma Tri bu tá ria,

fi xar um teto de 10% dos re -cur sos da Con tri bui ção de In -ter ven ção so bre Do mí nioEco nô mi co (Cide) para abrircré di tos su ple men ta res, caiupor ter ra. A di ver gên cia en treo ar ti go 177, pa rá gra fo 4º, in -ci so II, da Cons ti tui ção Fe de -ral, e as es pe ci fi ca ções daLei Or ça men tá ria nº 10.640de 2003, fez com que o Su -pre mo Tri bu nal Fe de ral (STF)jul gas se pro ce den te a AçãoDi re ta de In cons ti tu cio na li da -de (Adin 2925), ajui za dapela CNT con tra des vios dever ba da Cide. A de ci são con fir ma que a

re cei ta da Cide so men te po -de rá ser uti li za da nas três fi -na li da des pre vis tas na Cons ti -tui ção: fi nan cia men to da in -fra-es tru tu ra de trans por tes,pro je tos am bien tais re la cio -na dos à in dús tria do pe tró leoe do gás e ao sub sí dio decom bus tí veis e gás. O va lorsem des ti na ção es pe cí fi cadis cri mi na da na Lei Or ça -men tá ria nº 10.640, es ti ma do

em 40% da ar re ca da ção ealo ca do na re ser va de con tin -gên cia, não po de rá ser des -via do, seja por de cre to ou lei,para ou tras fi na li da des.De acor do com a in ter pre -

ta ção dada pela maio ria dosin te gran tes do STF , com basena Cons ti tui ção, o Exe cu ti vopode abrir cré di tos su ple men -

ta res com re cur sos da Cidedes de que te nham como des -ti na ção ex clu si va as três pre vi -sões cons ti tu cio nais do ar ti go177. O ris co é de o go ver nocon tin gen ciar tudo o que pu -der, já que não pode maisdes ti nar a ver ba a ou tros fins.Ao vo tar pela pro ce dên cia

da ação, o pre si den te do STF,

VITÓRIANOS TRIBUNAISDECISÃO DO STF EM AÇÃO DA CNT OBRIGA USO DA CIDE NA INF R

POR

EULENE HEMÉTRIO

GARANTIAAgora, Cide sai da bomba com destino certo

PAULO FONSECA

TIBUTOS

CONSTITUIÇÃO

Page 23: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2004

JANEIRO 2004 CNTREVISTA 23

E s ta dos e mu ni cí pios afir mam es tar deacor do com a de ci são do STF de de ter -mi nar que os re cur sos da Cide se jam

apli ca dos de acor do com o que de ter mi na aCons ti tui ção Fe de ral. O se cre tá rio ge ral da As so -cia ção Bra si lei ra de Mu ni cí pios (ABM), José Car -los Ras sier, pre fei to de Aram ba ré (RS), res sal taque a po si ção dos pre fei tos é de cum pri men todas nor mas cons ti tu cio nais como um con jun tode di rei tos e obri ga ções.

"Há um pro ble ma sé rio de es tran gu la men to fi -nan cei ro nos mu ni cí pios, prin ci pal men te com ane ces si da de de su pe rá vits fis cais. A pro pos ta ne -go cia da com o governo federal (de um re pas sedi re to de 25% para os Es ta dos e, des ses, 6,25%para os mu ni cí pios), no en tan to, ain da não cons -ta nos or ça men tos mu ni ci pais e, por isso, o re -cur so vai li be rar re cei tas que eram des ti na das aesse fim, fa vo re cen do os cai xas pú bli cos", dizRas sier.

O se cre tá rio de Trans por tes e Obras Pú bli casde Mi nas Ge rais e pre si den te do Fó rum Na cio nalde Se cre tá rios de Trans por te, Agos ti nho Pa trus,tam bém não vê a me di da como per da de re pas -ses. "A União que ria fa zer su ple men ta ção de10% em cima dos re cur sos da Cide, mas a Cons -ti tui ção é mui to cla ra. Den tro des sa li nha, nós es -ta mos ple na men te de acor do e até cum pri men ta -mos a CNT por ter pro pos to a ação. Não ha viaou tra ex pec ta ti va dos Es ta dos se não essa", afir -ma Pa trus. "Nos sa po si ção é de que os re cur sosse jam des con tin gen cia dos para acu dir à de man -da do se tor, pois a in fra-es tru tu ra de trans por te éuma fer ra men ta fun da men tal para so nhar com ode sen vol vi men to eco nô mi co e so cial", concluiAgostinho Patrus.

APOIO DE ESTADOS EMUNICIPIOS À DECISÃO

mi nis tro Mau rí cio Cor rêa, en -ten deu que a Lei Or ça men tá riadá mar gem a in ter pre ta çõesdi fe ren tes so bre o tex to daCons ti tui ção. "Exa mi nan do oato im pug na do, ve ri fi ca-seuma dis po si ção que a meu juí -zo afron ta ine ga vel men te aCons ti tui ção Fe de ral, até por -que quem se res pon sa bi li zapor fa zer lei or ça men tá ria(Con gres so Na cio nal) de ve riater tido o cui da do de sa ber seessa nor ma es ta ria com pa ti bi -li za da ou não com o que de ter -mi na a re gra cons ti tu cio nal",dis se ao pro nun ciar a de ci são.A re la to ra da ação, mi nis tra

El len Gra cie, des ta cou, en tre -tan to, que "o con tin gen cia -men to rea li za do não tra duzefe ti va men te a ocor rên cia dodes vio de fi na li da de na apli ca -ção dos re cur sos da con tri bui -ção em de ba te. Bus ca a re -que ren te (CNT) um pro vi men -to pre ven ti vo ou cau te lar paraafas tar in cons ti tu cio na li da deou ile ga li da de, hi po te ti ca men -te con si de ra da, que so men tevirá a ocor rer se os re cur sosda Cide fo rem, de fato, uti li za -dos nas mo vi men ta ções in tra-or ça men tá rias".

O pre si den te da CNT, Clé sioAn dra de, con si de ra a de ci sãodo STF uma "ex pres si va vi tó riapara o se tor de trans por te".Para ele, a de ci são abre gran -des pos si bi li da des de ne go cia -ções po lí ti cas e no vas açõesju rí di cas para for çar o go ver noa uti li zar os re cur sos con for mede ter mi na a lei.

Au men toA ar re ca da ção da Cide em

2003 foi de mais de R$ 6,2 bi -lhões, sen do que ape nas R$415,48 mi lhões fo ram des ti -na dos a obras de in fra-es tru -tu ra de trans por tes, en car gosfi nan cei ros, gas tos com pes -soal e des pe sas cor ren tes. OBan co Cen tral es ti ma que opre ço da ga so li na deve su bir9,5% este ano para que o go -ver no fe de ral não so fra com aque da da ar re ca da ção.Pela lei, a Cide pode va riar

de R$ 0,50 (va lor atual) atéR$ 0,86 por li tro de ga so li na.Como a Re for ma Tri bu tá ria es -ti pu la a des ti na ção de 25% daar re ca da ção da Cide a Es ta -dos e mu ni cí pios, seu va lorde ve rá ser maior para com -pen sar a per da de re cei ta. l

IBUNAIS RA-ESTRUTURA DO TRANSPORTE

Page 24: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2004

24 CNTREVISTA JANEIRO 2004

PAN 2007

SAMPA4RODRIGO NASCIMENTO/FUTURA PRESS

Page 25: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2004

JANEIRO 2004 CNTREVISTA 25

MPA450AS METRÓPOLES SE

MEXEM PARA MELHORARO TRANSPORTE

PÚBLICO, MOTIVADASPELO ESPORTE E PELAFESTA DE FUNDAÇÃO

A s duas maio res ci da des do Bra sil co -me çam 2004 com olhos no fu tu ro.Mo vi das pela ne ces si da de, Rio de Ja -nei ro e São Pau lo en ca ram o ano sem

pre gui ça ou medo. Me tró po les de mi lhões depes soas, cen tros cul tu rais do país, violentas,acu sa das de mo no po li za rem todo o tipo de aten -ção, seja eco nô mi ca, po lí ti ca ou es por ti va. Di -zem que algo que não acon te ce no Rio ou emSão Pau lo não vin ga em ne nhum ou tro lu gar. Porisso o ape li do de eixo.Pri mei ro, a ani ver sa rian te. Em 25 de ja nei ro,

São Pau lo faz 450 anos e pen sa como re sol veruma ques tão bá si ca: Como a ci da de irá se mo -ver no futuro. As ce nas clás si cas de en gar ra fa -men tos gi gan tes cos, em con jun to com uma po -lí ti ca de trans por te pú bli ca de fa sa da, fi ze ramcom que a SP pa ras se para pen sar. É pre ci so semo ver, trans por tar, an dar. Re por ta gem es pe cialmos tra o que está sen do pla ne ja do para que opau lis ta no exerça o sa gra do di rei to de ir e vir.Tam bém qua tro cen tão (faz 439 anos em 1º

de mar ço), o Rio de Ja nei ro mira os olhos em2007 e a ca be ça em 2012. Sede do Pan-Ame ri -ca no, a ci da de pre ci sa de uma sé rie de re for maspara re ce ber cen te nas de atle tas e jor na lis tas da -qui a três anos. O so nho, já frus tra do em ou trasduas ten ta ti vas, é a Olim pía da. Um Pan or ga ni -za do e es tru tu ra do, com vias tran si tá veis, sis te -ma de trans por te am plo e efi cien te, fa ci li ta rá oca mi nho. E o Rio cor re para se ade quar. Confirao que está sen do fei to para que a Ci da de Ma ra -vi lho sa almeje o so nho maior. l

CPTM/DIVULGAÇÃO

Page 26: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2004

CIDADE PASSARÁ POR MELHORIAS E TRENS

INFRA-ESTRUTURA

PAN-2007

URBANOS TERÃO OBRAS DE EXPANSÃOPOR PATRIZIA D’AVERSA

ORIOVAIDEMETRÔPARAOS JOGOS

N uma vi tó ria fes te ja da com ce -nas inu si ta das e mui tas go za -ções, a ci da de do Rio de Ja -nei ro con quis tou o di rei to de

or ga ni zar os Jo gos Pan-ame ri ca nos de2007. Se de pen der das pro mes sas, aCidade Maravilhosa irá se tornar um pa -raí so até lá. Pelo me nos é o que a“união” en tre a go ver na do ra Ro si nhaMa theus e o pre fei to Cé sar Maia pro me -teu, am pa ra da pela jus ti fi ca ti va que osgo ver nan tes flu mi nen ses de ram ao ba terSão Pau lo na dis pu ta (“Be le za é fun da -men tal”, dis se Maia logo de pois do anún -cio, parafraseando Vinicius de Moraes). Se rão rea li za das me lho rias na se gu -

ran ça, in fra-es tru tu ra, trans por tes e na

área so cial para re ce ber a com pe ti çãoes por ti va mais im por tan te do continenteamerciano, que de ve rá mo vi men tar cer -ca de US$ 1 bi lhão nas duas semanas dedis pu ta. Atletas, jornalistas e turistas irãomovimentar a cidade, que se arma paraoferecer condições de estadia e trans-porte para a “comunidade” olímpica.O me trô, de acor do com os com pro -

mis sos as su mi dos, terá sta tus de trans -por te ofi cial do Pan. O go ver no do Es ta doe a Pre fei tu ra dis pu tam a au to ria dasobras de cons tru ção da Li nha 6, a me ni -na dos olhos das me lho rias pre vis taspara a ci da de, que vai li gar a Bar ra da Ti -ju ca a Du que de Ca xias, na Bai xa da Flu -mi nen se. A bri ga deve es quen tar com a

26 CNTREVISTA JANEIRO 2004

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 27

pro xi mi da de das elei ções mu ni ci paisdes te ano. O programa deve estar listadocomo item a ser explorado pelo candida-to Maia.O pa co te de obras de trans por te foi

acer ta do por Estado e município, masain da de pen de de li be ra ção de re cur sosfe de rais. A Pre fei tu ra está co man dan doain da cons tru ções e re for mas de es tá -dios, gi ná sios e a edi fi ca ção da Vila Pan-Ame ri ca na. A Bar ra da Ti ju ca (zona oes te) será a

sede do Pan-Ame ri ca no. Cer ca de 70%das com pe ti ções se rão rea li za das nobair ro, den tro de um raio de 10 km, e amaior par te das ins ta la ções, in clu si ve a oalojamento de atletas e o centro deimprensa, se rão cons truí das na regiãomais valorizada da cidade. A evo lu ção das obras é fis ca li za da

pela co mis são Rio Pan-2007, in te gra dapor se cre tá rios mu ni ci pais e mem bros doCo mi tê Or ga ni za dor e do Co mi tê Olím pi -co Bra si lei ro (COB), res pon sá vel por de -sen vol ver os pro gra mas e ações da Pre -fei tu ra re la ti vas aos Jo gos. É o caso dare for ma do Ma ra ca nã zi nho, que já co me -çou, e dos pre pa ra ti vos para os tra ba lhospara er guer o es tá dio Olím pi co João Ha -ve lan ge, obra que vai dar ao Rio e aoatle tis mo do Bra sil equi pa men to de pri -mei ra li nha.

Cres ci men toA Bar ra da Ti ju ca tem es pa ço para

cres cer e isso já faz par te do flu xo da ex -pan são ur ba na da ci da de, que, por suato po gra fia, tem como ca rac te rís ti ca ocres ci men to ra dial. A par tir do Cen tro,fal tam até hoje li ga ções trans ver sais queper mi tam ocu pa ção mais des cen tra li za -da na ci da de. A cons tru ção da Li nhaAma re la foi um gran de es for ço nes sesen ti do.

REYNALDO DIAS/FUTURA PRESS

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28 CNTREVISTA JANEIRO 2004

O PAN DEVERÁMOVIMENTAR CERCA DE US$ 1 BILHÃONO PERÍODODE DISPUTA

UNIÃOTrégua entre Rosinha eCésar Maia

Em agos to pas sa do foi apro va do o pa -co tão de al ter na ti vas so bre tri lhos e ro daspara de sa fo gar o trân si to do Rio du ran teo Pan. Um desses itens autorizados foi aam plia ção dos tú neis Zuzu An gel e a Joa -tin ga, que cus ta rá R$ 400 mi lhões e seráfei ta com es ca va ções nas la te rais dos tú -neis. Já a cria ção da ter cei ra pis ta daave ni da Nie me yer está or ça da em R$ 30mi lhões e de ve rá ser fi na li za da no pri -mei ro se mes tre de 2005. A pis ta fun cio -na rá con for me o vo lu me do trá fe go. O Anel Viá rio, que li ga rá a ave ni da

Bra sil à Bar ra, é prio ri da de para a Pre fei -

tu ra. Pre vis to para es tar pron to no se gun -do se mes tre de 2008, o cir cui to está es -ti ma do em R$ 1,6 bi lhão. Na área do au tó dro mo In ter na cio nal,

es tão previstas as cons tru ções do es tá diode atle tis mo, do gi ná sio mul ties por ti vo,do par que aquá ti co e do ve ló dro mo. Ha -ve rá tam bém a necessidade de cons truirins ta la ções tem po rá rias para o períodode competição, como é o caso da are nado vô lei de praia, em Co pa ca ba na, e dasestruturas da Ci da de do Rock. Ou trasins ta la ções pas sa rão por re for mas eadap ta ções, como o Rio cen tro.

GOVERNO DO RIO DE JANEIRO/DIVULGAÇÃO

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 29

FINALMENTE Depois de oito anos, o metrô chegará a Ipanema

O go ver no do Es ta do de se nhou umpro je to que pre vê a in te gra ção do me trô,trem, ôni bus e bar cas para fa ci li tar a lo -co mo ção de pas sa gei ros e também parare du zir o flu xo de ôni bus no cen tro da ci -da de. Os pro je tos pro pos tos pela Se cre -ta ria de Trans por te do Es ta do são re la ti -vos aos se to res me tro viá rio e ro do viá rio,como a ex pan são da Li nha 1 do me trôaté a pra ça Ge ne ral Osó rio, em Ipa ne ma,a in ter li ga ção da Li nha 2 com a es ta çãoCa rio ca no Cen tro do Rio, a cons tru çãoda Li nha 6, li gan do Du que de Ca xias, naBai xa da Flu mi nen se, à Bar ra da Ti ju ca,pas san do pelo ae ro por to Tom Jo bim, Ma -du rei ra, Ira já e Ja ca re pa guá.A chegada do metrô à zona sul será

um marco para a cidade. Após oito anosde projetos e espera, Copacabana eIpanema estarão servidas pelos trens

REYNALDO DIAS/FUTURA PRESS

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30 CNTREVISTA JANEIRO 2004

NA BAÍA CARIOCA, A VEZ DAS BARCAS

N ão é só de me trô que se faz o pla -ne ja men to de trans por tes para oPan-Ame ri ca no. Como for ma al ter -

na ti va ao trans la do ro do viá rio dos pas sa gei -ros en tre os ae ro por tos San tos Du mont eTom Jo bim, o Es ta do pro põe co lo car emope ra ção es pe cial as bar cas. Isso evi ta ria osen gar ra fa men tos e a fal ta de se gu ran ça nasvias ex pres sas pró xi mas ao Cen tro e ain dada ria aos tu ris tas o pra zer de na ve gar poruma das baías mais lin das do mun do, crian -do as sim uma por ta de en tra da com for teatra ti vo tu rís ti co.

Com a am plia ção do pro je to, a li ga çãopo de rá atin gir o clu be Gua na ba ra, em Bo ta -fo go, onde é pos sí vel im ple men tar uma es -tru tu ra de en tra da e saí da avan ça da, e as

pro xi mi da des de gran de par te da rede ho te -lei ra. Para evi tar o trans tor no de bal dea çõesdes ne ces sá rias, se ria dra ga do um ca nal pa -ra le lo à pis ta de aces so ao ae ro por to TomJo bim de for ma a per mi tir aos pas sa gei rosem bar que e de sem bar que rá pi dos, au xi lia -dos por uma es tei ra ro lan te de aces so aocais do ae ro por to. O tem po de per cur so TomJo bim-San tos Du mont se ria de apro xi ma da -men te 15 mi nu tos.

A idéia do go ver no es ta dual é criar umsis te ma prá ti co de in ter mo da li da de, quefun cio ne não so men te para o Pan-2007,mas que aju de a ci da de a re sol ver o pro ble -ma de trá fe go. “As in ter ven ções ro do viá riaspro por cio na rão a re du ção do flu xo de veí cu -los no Cen tro do Rio e a in te gra ção com ou -

tros meios de trans por tes”, diz o se cre tá rioes ta dual de Trans por tes, Au gus to Aris ton.Me trô e bar cas de ve rão se unir às vias ex -pres sas para fa ci li tar o trân si to e ofe re cer al -ter na ti vas.

O pro je to de ôni bus Ra pi di nhos, que li -ga rá seis ter mi nais ro do viá rios por meio decor re do res ex clu si vos, é ou tra saí da para fa -ci li tar a lo co mo ção no Pan-Ame ri ca no. Se -rão cons truí dos dois no vos ter mi nais de in te -gra ção, or ça dos em R$ 70 mi lhões, sen doum em São Cris tó vão e ou tro no Tre vo dasMar ga ri das, que liga a via Du tra com a ave -ni da Bra sil, em Ira já. Ou tros qua tro ter mi naisde vem ser re for ma dos por cer ca de R$ 30mi lhões. Tam bém está pre vis ta a cons tru çãode cin co cor re do res viá rios.

urbanos, o que deverá agilizar o trans-porte da região e desafogar o trânsito.

FortalecimentoA go ver na do ra Ro si nha Ma theus es pe ra sen -

si bi li zar o go ver no fe de ral para in ves tir na pre pa -ra ção do Rio para os Jo gos e, con se qüen te men -te, para o for ta le ci men to da can di da tu ra à sededa Olim pía da de 2012. A idéia é tratar o eventoesportivo como um tema nacional, não apenasrestrito ao Rio.O se cre tá rio es ta dual de Trans por tes, Au gus -

to Aris ton, é res pon sá vel por essa mis são e plei -teia a efe ti va par ti ci pa ção da União na exe cu çãodos pro je tos e tam bém pro cu ra atrair o in te res -se de in ves ti do res pri va dos. “Como a sede doPan é o Bra sil, con si de ra mos es sen cial a par ti -ci pa ção do go ver no fe de ral”, diz Aris ton. l

AIRJ/DIVULGAÇÃO

INOVAÇÃO plano prevê facilidades noacesso ao aeroporto internacional Tom Jobim

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SETEMBRO 2003 CNTREVISTA 31

AHORA DE ANDARSÃO PAULO SE ARMA PARA SUPERAR OS PROBLEMAS DE TRÁFEGO E NÃO SUCUMBIR

POR GONÇALO JÚNIOR

Legenda

JOÃO ARAÚJO/FUTURA PRESS

AHORA DE ANDARPOR GONÇALO JÚNIOR

SÃO PAULO SE ARMA PARA SUPERAR OS PROBLEMAS DE TRÁFEGO E NÃO SUCUMBIR

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32 CNTREVISTA JANEIRO 2004

Q uando pensar em sair de casapara comemorar os 450 anosde São Paulo no dia 25 dejaneiro, o paulistano poderá ter

o mesmo tormento que o acompanhatodos os dias do ano. Mesmo no feriado,os eventos festivos deverão congestionarparte da cidade. A especulação é válida.Quem vive em São Paulo acorda, trabal-ha, almoça e vai para casa estressadopelo trânsito. Não sabe se num domingoirá encontrar congestionamento ou não.Às 23h de qualquer dia da semana, podepadecer numa via expressa parada,aparentemente sem motivo, a não ser oexcesso de carros. Um drama que seagrava consideravelmente desde os anosde 1950. Segundo a Companhia deEngenharia de Tráfego (CET), a média delentidão medida por dia saltou dos 40 kmpara mais de 120 km em apenas dezanos. Hoje, uma simples chuva chega aelevar o número para 150 km. Sem esquecer o estresse diário, o

impacto do caos no trânsito da capitalpaulista sobre a economia não só impres-siona como assusta. O Banco Interameri-cano de Desenvolvimento (BID) estima queo prejuízo seja de R$ 15 bilhões por ano. Oprofessor e ex-secretário de TransportesAdriano Branco é mais pessimista. Elechegou à cifra de R$ 22 bilhões. Dados ofi-ciais indicam que 55% das viagens dentroda cidade são feitas por carros particularespor causa das deficiências do sistemapúblico de transporte – ônibus velhos esuperlotados e linhas limitadas do metrô. Otrabalhador gasta, em média, cinco horassomente para ir e voltar do trabalho.Nos últimos dez anos, além do aumen-

to da poluição – 98% do monóxido de car-bono jogado no ar de São Paulo vêm doscarros – e da perda de competitividade, ametrópole viu fechar 500 mil postos de

trabalho vitimados pela fuga das indús-trias. “Estamos perdendo renda eemprego em decorrência de planos malestruturados para o setor”, avalia o engen-heiro Ronaldo da Rocha, vice-presidenteda Associação Brasileira da Indústria Fer-roviária (Abifer). São 10 milhões de pes-soas distribuídas em 104 km de diâmetropor onde trafegam 5,3 milhões de carros– proporcionalmente, o dobro da Cidadedo México, que tem 20 milhões de habi-tantes. De 1995 a 2002, por causa da máqualidade, elevação da tarifa e crescimen-

SP VIU FECHAR500 MIL POSTOSDE TRABALHOAPÓS FUGA DASINDÚSTRIAS

PRAÇA DA SÉEm 1930, um esboçodo tumulto atual

SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA/DIVULGAÇÃO

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 33

to do transporte alternativo clandestino, osônibus perderam 46% dos passageiros.Um drama diário difícil de ter uma

solução por causa do volume de recursosnecessários. “Não adianta falar em ar-condicionado nos ônibus, o conforto hojese traduz em tempo de viagem”, avaliaJosé Antonio Fernandes Martins, presi-dente do Sindicato Interestadual daIndústria de Materiais e EquipamentosFerroviários e Rodoviários (Simefre) e daMarcopolo, empresa que fabrica ônibus.Assim, sugere ele, o metrô é a saídaporque o passageiro busca velocidade. “Oproblema é que há muito tempo o trans-porte público virou nome feio, ninguémquer sentar para resolvê-lo.”Inaugurado há 27 anos, o metrô tem

apenas 57,6 km, 10% do sistema de Paris.Um projeto de expansão do governo para ospróximos anos prevê a construção de mais29 km de linhas e 25 novas estações. Osinvestimentos necessários somam um totalde quase US$ 3 bilhões. As novas linhasteriam capacidade para atender cerca de 2milhões de passageiros/dia. Conseguir osrecursos necessários, porém, será umgrande desafio.Quem utiliza diariamente os trens

urbanos sente na pele a necessidade deampliação e melhoria. Entrar num vagão às7h, em qualquer estação da linha Vermel-ha (que atende a zona leste) com direção àpraça da Sé é praticamente impossível. Aspessoas esperam até uma hora para con-seguir espaço ou então viajam à estaçãofinal no sentido contrário ao fluxo para con-seguir embarcar. É dessa forma que SãoPaulo se movimenta hoje. l

INTERLIGADOSolução para organizar e baratearo transporte integrado

CPTM/DIVULGAÇÃO

SPTRANS/DIVULGAÇÃO

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A história de São Paulo é intima-mente ligada ao desenvolvimentodo transporte. Com a maior frotade carros e ônibus e a maior

extensão de metrô no país, a cidade é víti-ma da falta de planejamento e de critériosimediatistas que se transformaram emarmadilhas praticamente intransponíveis.Quando vieram os bondes elétricos, os

donos de veículos com tração animalpropositadamente fingiam que seus carrosquebravam sobre os trilhos para atrasar oserviço. Quem conta essa história é o advo-gado Waldemar Stiel, 82 anos, autor de trêslivros sobre a história dos bondes, trens eônibus em São Paulo. Ele não é otimistaquanto a uma melhoria no transporte dacidade. “Por enquanto, não há soluçõesporque o metrô é muito caro”. Segundo ele,o grande vilão do bonde foi o presidente deorigem paulista Washington Luís, cujo lemaera “governar é construir estradas” e foi ofundador do Automóvel Clube do Brasil.Desde 1906, já se falava na implantação

de metrôs. Ao apresentar um projeto nessesentido à Câmara Municipal, os engen-heiros da Light argumentaram: “Os subter-râneos e as linhas de alta velocidade con-stituem a solução do problema do tráfegoem São Paulo”. Concessionária dosserviços de bonde e de energia elétricadesde 1900, a empresa canadense pre-tendia construir três linhas de metrô emparceria com a prefeitura. Esse modelo detransporte não era novidade no mundo: jáexistia em Londres desde 1863 e emBuenos Aires desde 1913.Nessa época, começou a ganhar força a

escolha pelos veículos com pneus. Osprimeiros ônibus surgiram em 1925, guia-dos por motoristas autônomos, sem ordena-mento – que veio só em 1934. A implan-tação do Plano de Avenidas, em 1930, elab-orado pelo engenheiro Prestes Maia, deuAVENIDA PAULITA Centro de negócios cercado por trânsito constante

FUTURA PRESS

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prioridade aos ônibus, embora previsse aconstrução do metrô. Para aumentar adesvantagem, com a tarifa congelada desde1909 (ficaria até 1947), o bonde viviasuperlotado, sem receber investimentos. Aprimeira linha começara a operar com cav-alos em 1872. Os elétricos surgiram em1900, com uma única linha que ia do largoSão Bento até a Barra Funda.Seis anos depois, em 1906, o engen-

heiro Felipe Antonio Gonçalves sugeriuuma estrada de ferro circular e, pelaprimeira vez, falava na utilização do sub-solo, com um túnel sob a avenida Paulista.Era o embrião do sonho de um metrô. Doisanos depois do fim da 2ª Guerra, em1947, foi fundada a Companhia Municipalde Transportes Coletivos (CMTC) paraassumir os bondes e encampar as empre-sas de ônibus privadas. O aumento imedi-ato da passagem provocou um quebra-quebra que se tornaria a maior revolta dosusuários na história de São Paulo.

Desde a década de 1950, com a implan-tação da indústria automobilística, o fracas-so da CMTC em gerenciar o serviço estimu-lou o uso do carro individual. Os trilhos dosbondes passaram a ser vistos como umempecilho à circulação dos carros, até quepararam em 1968. Já em 1967, as viagensindividuais representavam 32% do total.Para organizar a fluidez do trânsito, o metrôfoi inaugurado em 1976. Os poucos investi-mentos, no entanto, não permitiram que arede fosse além de um terço do necessário.Sem uma única via pública para bici-

cletas e uma guerra não-declarada entremotoristas e motoqueiros – que mata ummotoboy por dia –, o trânsito de SãoPaulo é resultado do triunfo do carrosobre o transporte urbano ferroviário depassageiros. As principais avenidas dacidade assistem hoje a movimentosimpressionantes de motocicletas, tal ofluxo intenso de circulação. Estimativasapontam a presença de 300 mil moto-

10 MILHÕESDE PESSOAS,EM 104 KM DEDIÂMETRO,CONVIVEM COMO TRÁFEGO DE5,3 MILHÕESDE CARROS

SÃO BENTOUm dos eixos do centroda cidade trocou o bonde pelo metrô

SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA/DIVULGAÇÃO

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boys se movendo diariamente na capital. Ao tomar posse há dois anos, a prefeita

Marta Suplicy encontrou o transportepúblico municipal refém de um sistemacorrupto e corruptor. O aparelho vivia con-trolado por um poder paralelo formado pormaus empresários, em conluio com maussindicalistas – que acabaram presos nocomeço do ano passado, acusados deassassinar opositores, armar greves edepredar ônibus. Tudo com o propósito deobter vantagens da prefeitura como subsí-dios, aumento da tarifa e até mesmo boico-tar a implantação do novo sistema detransportes, o Interligado. Somente em2003 o esquema foi desmontado. “É pre-ciso vencer quase uma década de margin-alização e acostumar as pessoas a oferecerum serviço digno”, afirma Marta Suplicy.Mesmo com a administração municipal

quase falida, a prefeitura anunciou querealizaria uma “verdadeira revolução” notransporte público a partir de uma reengen-haria de tráfego e disciplinamento doserviço, com base em uma rede com o mes-mo conceito das que operam no metrô, sóque sobre pneus e na superfície. O Interli-gado implica um novo desenho das linhas,

“TRANSPORTEPÚBLICO VIROUNOME FEIO,NINGUÉM QUERSENTAR PARARESOLVÊ-LO”

HEBRAICA-REBOUÇASIntegração trem-ônibus éalternativa para a cidade

CPTM/DIVULGAÇÃO

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 39

construção de novos eixos com prioridadepara o coletivo, de terminais e na renovaçãoda frota de ônibus e microônibus. O plano foi dividido em linhas estruturais

e locais. Nas primeiras, que ligam o centroaos bairros, circulam apenas ônibuscomuns, articulados e biarticulados. Naslocais, operam microônibus, que alimentamo sistema estrutural e ligam os bairros. “Obilhete único será o nosso próximo passo epermitirá as baldeações necessárias com opagamento de apenas uma passagem”, dizo secretário de Transportes, Jilmar Tatto. Omesmo bilhete poderá ser também usadono metrô e nos trens da EMTU.Os perueiros, hoje regularizados, fazem

parte do sistema e se tornaram “veículos dosistema”. As linhas locais estão sendo per-corridas por antigos operadores do serviçode lotação, que, para participar da licitação,associaram-se em cooperativas e se rela-cionam com a prefeitura como os consór-cios de empresas de ônibus.Num outro nível, o programa pretende

incentivar o uso do transporte coletivo paraque as pessoas deixem o carro em casa. Deacordo com Jilmar Tatto, hoje o empresáriotem de oferecer um transporte com quali-dade, rapidez e segurança para permanecerno sistema. “Caso contrário, cai fora”, afir-ma o secretário de Transportes. Noveempresas já foram descredenciadas na atu-al administração por praticarem serviçosincompatíveis com os exigidos. Com oInterligado, a prefeitura acredita que terá aopção de cobrar tarifas mais baratas paratrajetos locais e o usuário poderá, também,pegar mais de uma condução pagando ape-nas uma tarifa.De origem latina, transportar significa

passar além. É exatamente desse passaralém que São Paulo precisa. Suplantar seusproblemas para poder se mover. Trans-portar-se, enfim. l

A PREFEITURAACREDITA QUETERÁ A OPÇÃO DECOBRAR TARIFAMAIS BARATA COMO INTERLIGADO

PASSADO E PRESENTEDa rua 15 de Novembro detrilhos ao controle do tráfegofeito por computador

FUTURA PRESS

SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA/DIVULGAÇÃO

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40 CNTREVISTA JANEIRO 2004

HORA DE SERMCHINA DESPONTA COMO PÓLO COMERCIAL, E O BR

A tese de que a his tó riaé cí cli ca e ten de a sere pe tir pode até nãoen con trar eco jun to a

uma cor ren te de his to ria do res.Mas ela vem no va men te à tonanes te iní cio de sé cu lo 21. Guar -da das as pro por ções do avan çotec no ló gi co ocor ri do em qua seoito sé cu los, o mo vi men to dospaí ses oci den tais em di re ção àChi na lem bra a epo péia do co -mer cian te ve ne zia no Mar coPolo em di re ção às ter ras en tãogo ver na das pelo im pe ra dormon gol Ku blai Khan, fun da dorda di nas tia Yuan (1294-1368),que do mi nou a Chi na no sé cu lo13, ten do como ca pi tal do im pé -rio a ci da de de Cam bu lac, atualPe quim, ou Bei jin, como pre fe -rem os chi ne ses.Com uma po pu la ção de 1,3

bi lhão de ha bi tan tes, a Chi naserá o mais sig ni fi ca ti vo mer ca -do con su mi dor nos pró xi mos30 anos. Mas ao mes mo tem poem que se re ve la como gran depólo tran sa cio nal, o po de rio ex -por ta dor chi nês tam bém é en -ca ra do com preo cu pa ção pe lasgran des po tên cias eco nô mi cas,pois pode al te rar o equi lí brio defor ças no co mér cio mun dial.Prin ci pal men te ago ra que émais vi sí vel a con so li da ção daaber tu ra eco nô mi ca ex pe ri -men ta da a par tir de 1978,quan do o en tão di ri gen te má xi -mo do Par ti do Co mu nis ta Chi -nês (PCC), Deng Xia poing,subs ti tu to de Mao Tse-tung, au -to ri zou a cria ção de 14 zo nases pe ciais onde o ca pi ta lis mo

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 41

RMARCO POLO ASIL ESTUDA COMO “INVADIR” ESSE MERCADO POR RODRIGO RIEVERS

FOTOS WWW.CHINAONLINE.COM.BR/DIVULGAÇÃO

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42 CNTREVISTA JANEIRO 2004

não se ria ape nas per mi ti do,mas so bre tu do in cen ti va do. Xan gai é a mais bem su ce di -

da des sas zo nas e abri ga, in clu -si ve, es cri tó rios de em pre sasbra si lei ras, en tre elas a Va ri gLog,bra ço lo gís ti co da Va rig. Ou trasem pre sas na cio nais tam bémman têm es cri tó rios ou plan tasin dus triais na Chi na. En tre elas, aEm braer, que se as so ciou a AvicII (Avia tion In dustry Cor po ra tion),a Com pa nhia Vale do Rio Doce(CVRD), a fa bri can te de ôni busMar co po lo, com sede na ci da dede Changz hou, e a Em bra co, se -dia da em Pe quim. O pró prio in cre men to nas re -

la ções co mer ciais en tre o Bra sil

e a po tên cia ver me lha do Orien -te é re sul ta do con cre to do cres -ci men to eco nô mi co chi nês. Tan -to que os chi ne ses sal ta ram dasé ti ma para a se gun da po si çãono ran king de paí ses que maiscom pram pro du tos na cio nais.Da dos do Mi nis té rio do De sen -vol vi men to In dús tria e Co mér cio(MDIC) mos tram que as ven dasbra si lei ras para a Chi na, em2003, apre sen ta ram um cres ci -men to de 80% em re la ção a2002, atin gin do os US$ 5 bi -lhões. Mas, ape sar des sa gui na -da bra si lei ra rumo à Chi na, o se -tor de trans por te de car gas bra -si lei ro ain da não sen tiu de for -ma mais con tun den te os efei tos

do au men to das re la ções bi la te -rais en tre os dois paí ses.

Sem a me di daSeg men tos como o do trans -

por te fer ro viá rio de car gas, quejá vis lum bra o im pac to do cres -ci men to das ven das bra si lei raspara a Chi na, ain da têm di fi cul -da de de men su rar qual o vo lu -me de car gas trans por ta dascom des ti no à Chi na. Mau roDias, exe cu ti vo da Vale do RioDoce e con se lhei ro da As so cia -ção Na cio nal dos Trans por ta do -res Fer ro viá rios (ANTF), dizque o se tor já sen te os im pac -tos, pois res pon de pela to ta li da -de do trans por te de mi né rio-de-fer ro, fer ro gusa e aço – pro du -tos de alta pe ne tra ção no mer -ca do chi nês. Re cen te men te, a Vale anun -

ciou a com pra de 5.000 va gões,1.000 de les im por ta dos da Chi -na. Com isso, a com pa nhia pre -ten de au men tar a ca pa ci da dede trans por te de mi né rios e gra -néis agrí co las. “Cer ta men te, ade man da chi ne sa, seja por mi -né rio, seja por soja, in fluen ciouesse in ves ti men to em no vos va -gões e lo co mo ti vas”, as si na laDias. Ele diz ain da que a Valepre ten de au men tar em 30% otrans por te de soja no pró xi moano, prin ci pal men te em fun çãoda de man da chi ne sa pelo pro -du to plan ta do no Bra sil.Já o se tor de trans por te de

car gas ro do viá rio ain da não vêos efei tos do cres ci men to damo vi men ta ção até por tos e ae -ro por tos – de onde es ses pro du -

AS VENDASBRASILEIRASÀ CHINATIVERAMALTA DE 80%E ATINGIRAMUS$ 5 BI

OSTENTAÇÃOArranha-céu virapaisagem comum

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 43

tos to mam o rumo para a Ásia.“Ain da não é pos sí vel men su rarse o au men to das ex por ta çõesbra si lei ras para a Chi na estáten do in fluên cia no se tor detrans por te ro do viá rio de car -gas”, apon ta New ton Gib son,pre si den te da As so cia ção Bra si -lei ra dos Trans por ta do res deCar gas (ABTC).No trans por te in ter na cio nal

de car gas, há pers pec ti vas di fe -ren tes en tre os mo dais ae ro viá -rio e aqua viá rio. En quan to otrans por te por avião de mons trafu tu ro mais pro mis sor, a na ve -ga ção de lon go cur so está lon gede se apro vei tar das be nes sesdo au men to do co mér cio sino-bra si lei ro. “Sem dú vi da, há maiscar ga sain do do Bra sil em di re -ção à Chi na. Mas como os na - ALTERNATIVA Com tanta gente na cidade, a escolha por um transporte mais fácil

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44 CNTREVISTA JANEIRO 2004

vios de ban dei ra bra si lei ra têmme nos que 2% do mer ca do in -ter na cio nal na na ve ga ção delon go cur so, não há nin guém fa -zen do trans por te de car gas di re -to para a Chi na”, diz o vice-pre -si den te do Sin di ca to Na cio naldos Ar ma do res (Syndar ma),Cláu dio De court. Se gun do ele, a maior par te

das car gas trans por ta das dospor tos bra si lei ros para Chi nase gue em na vios de ban dei rain ter na cio nal, al guns chi ne ses,como os da em pre sa UOCL,de Hong Kong. Na vios nor te-ame ri ca nos e eu ro peus tam -

PAÍS ASSUME POSIÇÃO BRANDA COM OS EUA

Jun to com África do Sul, Rús sia,Índia e Bra sil, a Chi na é uma dasmais im por tan tes na ções a in te -

grar o G-20, blo co eco nô mi co cria dope los paí ses em de sen vol vi men to, prin -ci pal men te ex por ta do res de ma té rias-pri mas, para fa zer fren te aos Es ta dosUni dos e União Eu ro péia nas ne go cia -ções co mer ciais que ocor rem no âm bi -to da Or ga ni za ção Mun dial do Co mér -cio (OMC). Mas, se gun do o pro fes sorde re la ções in ter na cio nais do Nú cleode Es tu dos Asiá ti cos da UnB, LyttonGui ma rães, ao con trá rio do Bra sil, aChi na não tem in te res se em to mar po -si ções con tun den tes no G-20.“A Chi na já tem pen dên cias co mer -

ciais com os Es ta dos Uni dos e não vai

que rer agra var es ses con fli tos to man douma po si ção ain da mais dura”, ava liaGui ma rães. Em de zem bro o pri mei ro-mi nis tro da Chi na, Wen Jia bao, em vi si taaos EUA, dis cu tiu com o pre si den te nor -te-ame ri ca no, Geor ge W. Bush, uma dasques tões que aba lam as re la ções eco nô -mi cas dos dois paí ses: a des va lo ri za çãodo yuan, a moe da chi ne sa. Em ja nei ro, equi pes dos dois paí ses

se reú nem em Pe quim, para ana li saruma pos sí vel va lo ri za ção do yuan. OsEUA acre di tam que as cons tan tes des va -lo ri za ções da moe da têm pre ju di ca do ain dús tria nor te-ame ri ca na, já que os pro -du tos chi ne ses fi cam mais com pe ti ti vosno mer ca do in ter na cio nal.Gui ma rães res sal ta que esse é um in -

di ca ti vo de como as ne go cia ções po demca mi nhar pa ra le la men te ao G-20. Para opro fes sor, o Bra sil cor re o ris co de se iso -lar den tro do blo co, pois as pres sões nor -te-ame ri ca nas co me çam a dar re sul ta do.O efei to ime dia to foi a saí da de Co lôm bia,Peru, Cos ta Rica, Gua te ma la e Tai lân dia,que, ape sar de não ad mi ti rem aber ta -men te, aban do na ram o bar co após re ce -be rem re ca dos dos Es ta dos Uni dos. No caso de Peru e Co lôm bia, a saí -

da se deu logo na pri mei ra reu nião doG-20 com os Es ta dos Uni dos e aUnião Eu ro péia, em Can cún, no Mé xi -co. Essa ins ta bi li da de en tre os in te -gran tes do blo co le vou o mi nis tro dasRe la ções Ex te rio res, Cel so Amo rim, ase re fe rir ao gru po como G-X.

bém rea li zam o trans por te decar gas até a Chi na. De courtad mi te que, por cau sa da dis -tân cia e prin ci pal men te dacon cor rên cia, le var car gas doBra sil via na vio para a Chi naain da é um so nho dis tan te.Mas ele acre di ta que o au men -to do co mér cio en tre os doispaí ses pode tra zer, no mé diopra zo, in fluên cia so bre a na ve -ga ção de lon go cur so na cio nal.“A Chi na tem um mer ca do de1,3 bi lhão de pes soas e, porisso, qual quer 10% de cres ci -men to nes se mer ca do podetra zer mu dan ças fan tás ti cas

O G-XMEMBROS ATÉ DEZ/03

África do Sul, Ar gen ti na,

Bo lí via, Bra sil, Chi le, Chi na,

Cuba, Egi to, Fi li pi nas,

Índia, In do né sia, Mé xi co,

Ni gé ria, Pa quis tão,

Pa ra guai, Tan zâ nia,

Ve ne zue la, Zim bá bue

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 45

no mun do in tei ro e por que nãono Bra sil”, ava lia.

Be ne fí ciosSe o im pac to do au men to do

co mér cio Bra sil e Chi na para ana ve ga ção de lon go cur so ain da énulo, o mes mo não se pode di zerdo trans por te aé reo. Não que océu seja de bri ga dei ro, mas pelome nos já há in dí cios mais con cre -tos de que o se tor pode se be ne -fi ciar do in ter câm bio co mer cialen tre os dois paí ses. Ape sar denão man ter vôos di re tos para aChi na, a Va ri gLog já sen te os im -pac tos das re la ções en tre os doispaí ses. Hoje, a em pre sa trans por -ta pe ças e veí cu los fa bri ca dospela Volk wa gen e Ge ne ral Mo torspara o mer ca do chi nês. Ge ral -men te, es ses pro du tos se guematé Nova York e Los An ge les, nosEs ta dos Uni dos, ou Frank furt, naAle ma nha, e des ses lo cais são le -va dos até a Chi na por ou tras com -pa nhias aé reas. Para o pre si den te da em pre -

sa, João Luís de Sou sa, podeha ver um mo men to em que ovo lu me de ne gó cios jus ti fi que ama nu ten ção de li nhas di re taspara a Chi na. No en tan to, Sou sapre fe re não ar ris car uma data,ape sar de acre di tar que, se oco mér cio en tre os dois paí sescon ti nuar aque ci do, den tro detrês anos pode ha ver trá fe go aé -reo su fi cien te para rea li zar umin ves ti men to des se por te.“Não adian ta ope rar um vôo

por se ma na. Quan do se vai paraum mer ca do como o Chi nês, prin -ci pal men te por cau sa da dis tân -

LEMBRANÇAAvanço daeconomia aindanão chegoua todo país

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46 CNTREVISTA JANEIRO 2004

cia, tem que se ter no mí ni mo de -man da para dois ou três vôos porse ma na”, ava lia. O exe cu ti vo, quevi si ta a Chi na des de 1986, é tes te -mu nha do “pro gres so ex traor di ná -rio que o país vive nos úl ti mosanos”. “A per cep ção é mui to po si -ti va em re la ção à Chi na por que hááreas em que as eco no mias dosdois paí ses se com ple men tam.”E, ape sar de ser o se tor aé reo

quem apa ren te men te está maispró xi mo de che gar à Chi na, nãohá hoje nem uma li nha – seja decar gas ou pas sa gei ros – que façaa li ga ção di re ta en tre paí ses daAmé ri ca do Sul e a Chi na. Masisso pode se re ver ter bre ve men te,se gun do Lytton Gui ma rães, doNú cleo de Es tu dos Asiá ti cos daUni ver si da de de Bra sí lia (UnB).“Bra sil e Chi na são duas na çõesde gran de por te, pos suem vas toter ri tó rio, gran de con tin gen te po -pu la cio nal e têm con di ções deam pliar subs tan cial men te as re la -ções bi la te rais em vá rios se to res”,diz Gui ma rães. Um des ses se to -res, se gun do o pro fes sor, será ain te gra ção via trans por te aé reo.O pro fes sor da UnB des ta ca

ain da que o Bra sil pre ci sa ter mi -nar a mo der ni za ção de seuspor tos, já que o atual mo de lo,ape sar de ter so fri do me lho rias,ain da pre ju di ca a com pe ti ti vi da -de dos pro du tos na cio nais noex te rior. “Isso de pen de de po lí ti -cas pú bli cas para o se tor”, diz.

Me lho riasO se cre tá rio-exe cu ti vo do

Mi nis té rio dos Trans por tes,Kei ji Ka nas hi ro, ad mi te que a

DE STALIN AO CAPITALISMO

M ao Tsé-tung pro cla mou a Re pú bli ca Po pu larda Chi na em 1º de ou tu bro de 1949. Logo, opaís ali nhou-se à an ti ga União So vié ti ca e im -

plan tou o sis te ma de co le ti vi za ção das ter ras e o con tro -le es ta tal da eco no mia. De pois da mor te do di ta dor so vié -ti co Jo sef Sta lin, em 1953, Mao di ver giu dos ca mi nhosto ma dos por Ni ki ta Krchóv e man te ve a “sta li ni za ção”.

Isso pro vo cou atri tos com a re pú bli ca co mu nis ta,que aca bou por can ce lar a aju da eco nô mi ca e mi li tarpres ta da à Chi na. Mao che gou a per der in fluên cia noPar ti do Co mu nis ta para lí de res como Deng Xiao ping,que em 1976 vi ria a ser seu subs ti tu to. In fluên cia quefoi re cu pe ra da com a Re vo lu ção Cul tu ral, na qual aju ven tu de foi es ti mu la da a ba nir as au to ri da des acu -sa das “de prag ma tis mo e bu ro cra ti za ção”.

Na dé ca da de 80, Deng Xiao ping co me çou umaam pla re for ma eco nô mi ca. A aber tu ra chi ne sa ini-ciou efe ti va men te em 1978, com a de sig na ção de 14zo nas es pe ciais para in ves ti men tos es tran gei ros ecria ção de em pre sas com 51% de ca pi tal chi nês e49% pri va do, es tran gei ro ou não. “Deng Xiao pingper ce beu que para man ter o re gi me era ne ces sá rioim ple men tar mu dan ças e não era mais pos sí vel con -ti nuar com um re gi me tão fe cha do”, as si na la LyttonGui ma rães, pro fes sor do Nú cleo de Es tu dos Asiá ti -cos da UnB e que já fez três via gens à Chi na.

O vo lu me de in ves ti men tos es tran gei ros só ex -pe ri men tou cres ci men to sig ni fi ca ti vo após a en -tra da do país na OMC, em 1999, já sob o co man -do de Jiang Ze ming. Mes mo com a aber tu ra, Gui -ma rães ex pli ca que as ini cia ti vas ca pi ta lis tas es -tão atre la das aos di ri gen tes do Par ti do Co mu nis tae à cú pu la das For ças Ar ma das.

Em 2003, Ze ming deu lu gar ao pre si den te HuJin tao, que se guiu com o pro ces so de aber tu ra eco -nô mi ca. “O con tro le do Es ta do vai con ti nuar, mas elejá não é mais mo no lí ti co e ten de a ser cada vez me -nos”, ava lia o pro fes sor da UnB.

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Pas ta tem pa pel fun da men talna me lho ria das re la ções co -mer ciais en tre Bra sil e Chi na,pois as ex por ta ções bra si lei -ras de pen dem das con di çõespara es coa men to da pro du -ção. “A gran de meta des tego ver no é tra ba lhar pe las ex -por ta ções e te mos pro du tosque os chi ne ses não têm. Porisso, é im por tan te me lho rá ra -mos as con di ções de es coa -men to des ses pro du tos até aChi na”, diz. Para Ka nas hi ro, a quan ti da -

de de mis sões chi ne sas quevie ram ao Bra sil este ano tema ver com a pos tu ra do pre si -den te Lula, de criar as con di -ções para que os dois paí sesse jam par cei ros co mer ciais. Por isso, o se cre tá rio re co -

nhe ce a ne ces si da de de me -lho rar por tos bra si lei ros e ad -mi te que a fal ta de uma lo gís -ti ca mais efi cien te pre ju di ca acom pe ti ti vi da de dos pro du tosbra si lei ros no ex te rior. “Pre ci -sa mos de por tos bem or ga ni -za dos, mas her da mos umasé rie de pro ble mas cau sa dospelo mo de lo de des cen tra li -za ção, que por sua vez pro vo -cou a au sên cia de po lí ti caspú bli cas para o se tor detrans por tes como um todo”,ava lia Ka nas hi ro.Com re la ção à na ve ga ção de

lon go cur so, ele diz que é ne ces -sá rio “me lho rar as ques tões bu -ro crá ti cas, o pode ser uma for made am pliar essa par ti ci pa ção, jáque a le gis la ção bra si lei ra ain daé mui to atra sa da”. l

PARA NEGOCIAR, ÉPRECISO CONHECER

O ano de 2003 foi mar ca do pe las vi si tasde mis sões chi ne sas ao Bra sil. No en -tan to, as em pre sas bra si lei ras que de -

se jam en trar no mer ca do chi nês pre ci sam ob -ser var al guns as pec tos da bu ro cra cia lo cal,caso quei ram ob ter êxi to. Para pros pec tar omer ca do chi nês, o Cen tro In ter na cio nal de Ne -gó cios (CIN) da Fe de ra ção das In dús trias deMi nas Ge rais (Fiemg) fir mou par ce ria com achi ne sa Xan gai Si no bras In dus trial, que temes cri tó rios em Xan gai e Belo Ho ri zon te.

“Essa par ce ria vai ser vir para co brir a dis -tân cia, a di fe ren ça de co mer cia li zar na Chi na,já que o pro ces so de ne go cia ção tem um ou -tro an da men to por lá”, as si na la Flá vio Pe rim,coor de na dor do CIN. Se gun do ele, é pre ci soter uma boa rede de re la cio na men tos go ver na -men tais e em pre sa riais para se ter su ces so.

An tô nio Ta fu ri, coor de na dor de pro je tos daSi no bras no Bra sil, re for ça a tese de que é pre -ci so co nhe cer os trâ mi tes bu ro crá ti cos. “Nos -sa van ta gem é que fa ze mos os con ta tos com apre sen ça chi ne sa, pois o só cio ma jo ri tá rio daem pre sa é um bem su ce di do em pre sá rio chi -nês. A abor da gem a re des de va re jo, porexem plo, tem que ser fei ta por chi ne ses.”

Ta fu ri re ve la que, para ob ter in for ma çõesna Chi na, é pre ci so co nhe cer a cul tu ra de ne -go cia ção do país. “As in for ma ções são con -cen tra das pelo Par ti do Co mu nis ta e, por isso,mui tas ve zes elas são as que in te res sam aopar ti do e não aos em pre sá rios.”

A par ce ria en tre CIN e Si no bras tam bémtem como ob je ti vo des cen tra li zar a pau ta deex por ta ções para a Chi na, hoje con cen tra daem mi né rio de fer ro e pro du tos si de rúr gi cos. Ain ten ção é ex por tar pro du tos como car ne bo vi -na in dus tria li za da, su cos, re fri ge ran tes, pro du -tos elé tri cos e de au to ma ção.

MERCADOExportaçõesde carros éatração para oBrasil, defendido porCelso amorim(esq.) nasnegociações

“10% DEALTANESSEMERCADOPODETRAZERGRANDEMUDANÇANO MUNDOE NOBRASIL”

ROSE BRASIL/ABR/DIVULGAÇÃO

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OSHOTÉISQUE VIAJAMPELOMAR

BRASIL ESTÁ NA ÉPOCA DOS CRUZEIROS, TIPODE SERVIÇO QUE ALAVANCA A ECONOMIA

ALTA TEMPORADA

TURISMO

T odos os anos, cerca de 100 milpessoas se dirigem às agênciasde turismo em busca de umcruzeiro pela costa brasileira.

Mais de 1,5 milhão de vôos não-regulares(charters) são fretados anualmente paraatender turistas e empresários que optampor pacotes fechados de viagens. A indús-tria de turismo tem suas alternativas à crise.Quem ainda pensa em viajar, é preciso

decidir logo, pois os navios só ficam noBrasil durante a temporada de verão(dezembro a março). Atualmente, existemseis navios atracados na costa brasileira,fazendo roteiros nacionais: Costa Allegra,Costa Tropicale, Blue Dream, IslandEscape, Funchal e MSC Melody.

O Princess Danae também está comescala programada para fevereiro emarço, em substituição ao Funchal, comrotas para Fernando de Noronha, Fort-aleza, Natal e Recife. Existem ainda outrosnavios que vão passar pelo Brasil, maspara roteiros internacionais, como é ocaso do Carnival e do Queen Mary 2, ogigante dos mares – tem 150 miltoneladas e capacidade para quase 4.000pessoas (entre passageiros e tripulantes).De todas as opções, o Island Escape é

um dos mais baratos, com pacotes a partirde US$ 500 para janeiro, em direção aoNordeste. Isso inclui todas as refeições, quesão as mais variadas, em restaurantes e lan-chonetes que funcionam 24 horas. Fora

POR EULENE HEMÉTRIO

FOTOS COSTA CRUZEIRO/DIVULGAÇÃO

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50 CNTREVISTA JANEIRO 2004

PAULISTA E COM FACULDADE

Luxo, conforto, economia e lazer lev-am o turista a buscar uma viagem denavio. Nos transatlânticos, por exem-

plo, o passageiro tem a bordo oportunidadede assistir a shows variados, freqüentarcassino, danceteria, salão de jogos, piscina,sauna, sala de ginástica, entre outras ativi-dades. Além disso, existe uma equipe derecreação para adultos e crianças e festasde temas como anos 60 e a fantasia.

Pesquisa realizada pela Embratur revel-ou que 94% dos turistas que fizeramcruzeiros marítimos na costa brasileira natemporada 2001/2002 são residentes noBrasil, sendo que a maioria (59%) vem deSão Paulo, 19% do Rio de Janeiro, 5% doParaná e 4% de Minas Gerais.

De acordo com o estudo, cerca de 77%das pessoas que viajam em cruzeiros têm

curso superior e a maioria tem de 28 a 45anos (41,5%), seguido pela faixa dos 46 aos65 anos (36,5%). A renda média individualmensal dos passageiros é de US$ 2.172.

A pesquisa apontou que 44% dos turis-tas acham que a viagem superou as expec-tativas, enquanto 2% ficaram decepciona-dos com o passeio. Cerca de 94% dos queparticiparam de um passeio a bordo de umnavio têm intenção de realizar outra viagemem cruzeiros.

Os portos mais visitados nos últimosanos foram o de Santos e do Rio de Janeiro,com aproximadamente 60 escalas por ano.Na avaliação da organização das excursõesterrestres, 29,46% dos turistas consider-aram o serviço excelente, 53,13% respon-deram bom, 12,05% optaram pelo regular e5,36% acharam ruim.

isso, o turista tem que pagar taxas portuárias(US$ 170), gorjetas (cerca de US$ 48, nototal) e as bebidas que consumir. O preço dacerveja, por exemplo, varia de U$ 2 a U$ 4,dependendo do navio.Em algumas promoções, como no Fun-

chal, é possível fazer o itinerário Recife e Fer-nando de Noronha por apenas US$ 275, portrês noites. O roteiro Recife, Fortaleza e Fer-nando de Noronha também sai em conta,com pacotes a partir de US$ 335. Já o BlueDrem é um dos mais caros dos que estãoatracados no Brasil hoje. A suíte master com

OBRIGATÓRIO Jantares são maior atração

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 51

varanda – a cabine mais luxuosa do navio –está em torno de U$ 2.250 para o Nordeste(em janeiro), para sete dias de viagem.De acordo com a Embratur, o custo médio

individual de um pacote num navio pela cos-ta brasileira é de US$ 717,68, sendo que sãogastos aproximadamente US$ 95,26 duranteas escalas. Considerando que cada naviocomporta, em média, 800 pessoas e que sãofeitas, no mínimo, 120 escalas nos portos dopaís todo ano, o turismo náutico no Brasilmovimenta pelo menos US$ 76,8 milhões aoano. Isso sem contar os empregos gerados eo incentivo à economia das cidades onde onavio atraca.“O navio é um hotel cinco estrelas flutu-

ante, com toda a infra-estrutura e de lazer

necessária e todo o tipo de refeição livre”, dizo gerente da agência Coraltur, João DavidGouvêa. Segundo ele, há dez anos o turistabrasileiro não tinha opção de cruzeiros. “Hoje,somente no porto de Santos, temos quatronavios com saídas marcadas para a tempora-da, sem contar os roteiros internacionais,principalmente para Argentina e Europa.”

Ver estrelasNada de monotonia. Quem viaja em

cruzeiros marítimos tem várias opções de laz-er que, às vezes, não chega a conhecer todasas instalações do navio em uma semana deviagem. “A gente tem tanta coisa para fazerque não sobra tempo nem para dormir. Se euagüentasse, ainda ficava acordado a noite

“O NAVIO É UMHOTEL CINCOESTRELAS FLUTU-ANTE, COM LAZERE TODO O TIPO DEREFEIÇÃO LIVRE”

COMODIDADEAcademia de ginásticacomo opção para viajante

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52 CNTREVISTA JANEIRO 2004

toda só para ver as estrelas”, conta oempresário Januário Fabrim, que já fez qua-tro cruzeiros para o Caribe e um para oMediterrâneo.Acordar cedo – por volta das 6h ou 7h –,

tomar um maravilhoso café da manhã e con-hecer lugares novos. Essa é a rotina de quemopta por uma viagem a bordo de umtransatlântico. À noite, os diversos ambientesdo navio proporcionam atrações para todosos gostos: festas, jantares românticos, jogos,música e muita diversão. “O navio viajadurante a noite e, quando acordamos, ele jáestá atracando em uma nova ilha. Somentequando ele fica um dia inteiro navegando éque nós temos oportunidade de conhecer onavio”, diz Fabrim, que gosta de mergulharcom golfinhos e arraias pela manhã.Por volta das 12h, os passageiros

seguem para o almoço e voltam, a seguir,para conhecer a cultura local. “Geral-mente, vou a algum bar típico ou com car-acterísticas bastante regionais. Só voltopara o barco às 18h, mais ou menos,quando descanso um pouco, tomo umbanho e vou tomar um drink em algum dosbares, junto com a minha mulher. À noite,faço questão de ir ao restaurante principal.Não perco o jantar uma noite sequer. Lá,tenho a oportunidade de conhecer menusdiferentes e degustar bons vinhos.”Nas viagens internacionais, Fabrim frisa

que o último dia é um “pouco cansativopor causa da burocracia dos portos eporque o navio deve estar preparado ante-cipadamente para receber novos pas-sageiros”. Ele destaca, no entanto, que aprincipal vantagem do cruzeiro é a econo-mia. “Como viajo muito a trabalho, junto asmilhas promocionais. Dessa forma, nãopreciso pagar o deslocamento de avião atéo porto e existem opções mais baratas.”Segundo ele, os custos a bordo também

são muito pequenos, já que a alimentação

“A GENTE TEMTANTA COISAPARA FAZERQUE NÃO SOBRATEMPO NEMPARA DORMIR”

LUXOEntre o deck do navio e oquarto, turista encontraconforto e ostentação

FOTOS CVC/DIVULGAÇÃO

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 53

VÔO FRETADO GANHA ESPAÇO COM PROMOÇÕES

O s preços das passagens aéreas e osserviços inclusos nos pacotes deviagem são os atrativos para o con-

sumidor brasileiro, que está sempre“rebolando” para encaixar o lazer no orça-mento familiar. Com esse cenário, os vôosfretados, os chamados “charters”, tornam-se uma alternativa viável para o turista.Segundo o gerente da agência Coraltur, JoãoDavid Gouvêa, um vôo regular para Maceió,saindo de São Paulo, fica em aproximada-mente R$ 1.250. Já nas promoções deviagem, o vôo, com hospedagem por setedias, fica em aproximadamente R$ 1.000.

“O que muda de um vôo regular para umfretado é a incerteza do horário de saída e a

possibilidade de adiar a viagem. No entanto,o vôo charter é muito mais barato e o bene-fício muitas vezes compensa”, avalia Gou-vêa. “Estamos vendendo muitos vôos freta-dos pela comodidade e economia dospacotes. Todo mês, saem, somente de SãoPaulo, cerca de 40 vôos charters com desti-nos nacionais”. Os vôos mais fretados,segundo ele, são para o Nordeste e para asSerras Gaúchas, na alta estação.

De acordo com a Embratur, as restriçõesde entrada de estrangeiros nos EstadosUnidos e a valorização do euro refletiram nocrescimento da demanda de vôos tambémentre Brasil e Europa. A TAM, por exemplo,além dos sete vôos semanais para Paris,

colocou mais quatro vôos extras em setem-bro. A Lutfhtansa ampliou suas sete freqüên-cias semanais com destino ao Brasil paradez, mesmo caminho trilhado pela AirFrance, que aumentou os vôos em 25%.Partindo de Lisboa, a companhia portuguesaAir Luxor também oferecerá quatro vôoscharters a partir de maio de 2004, paraRecife, Fortaleza e Salvador. Já a Lan Chileterá, a partir de janeiro, seis charters ligandoSantiago a Salvador, até 21 de fevereiro.

Dentre as novas rotas anunciadas emnovembro – cerca de 15 vôos charters e trêsregulares –, a região Nordeste é o destinopredominante no Brasil. No total, são 34novos vôos charters desde o início do ano.

está inclusa nos pacotes. “Nos navios, temsempre à disposição máquinas com chá gela-do, leite, café, sucos e até sorvete. Tudo degraça. Eu gasto cerca de US$ 20 por dia combebidas, fora o vinho. Para quem bebe cerve-ja, fica um pouco mais caro”Quanto aos gastos com gorjeta, ele afirma

que dá com prazer. “Se a gente entra na cab-ine dez vezes por dia, dez vezes está tudoimpecavelmente arrumado. A tripulação fazenfeites com as toalhas, deixam bombons etem sempre uma surpresa quando a genteentra no quarto”, destaca o empresário.Para os marinheiros de primeira viagem,

ele alerta: “Prefira as cabines externas e maisafastadas dos elevadores, que geralmenteficam perto da proa ou da popa do navio. Senão estiver disposto a pagar muito caro, optepor uma cabine dos decks intermediários.Tome cuidado também para não pegar umacabine que dê vista para o deck onde há pas-sagem de pessoas.” l

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A FESTA DOTRANSPORTE

PRÊMIO CNT

MÍDIA

A 10ª EDIÇÃO CONSAGRA JORNALISTA DO “ZERO HORA” E RESSALTA A IMPORTÂNCIA DA DISCUSSÃO

DO SETOR NA IMPRENSA NACIONAL

POR RODRIGO RIEVERS

GRANDE PRÊMIO O presidente da CNT, Clésio Andrade, homenageia Carlos Etchichury, do “Zero Hora”

FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT/DIVULGAÇÃO

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 55

A10ª edi ção do Gran -de Prê mio CNT deJor na lis mo pro vou,mais uma vez, queas pec tos so ciais, eco-

nô mi cos e cul tu rais vin cu la dosao trans por te con ti nuam a serfon te ines go tá vel de pau tas pa-ra os jor na lis tas de todo o país.A so le ni da de de en tre ga dosprê mios ocor reu no dia 18 dede zem bro, no ho tel Blue Tree,em Bra sí lia. Co man da da pelojor na lis ta Chi co Pi nhei ro, da TVGlo bo, a ce ri mô nia, mar ca dapor mui ta des con tra ção, reu niujor na lis tas dos prin ci pais veí cu -los de co mu ni ca ção do Bra sil,di re to res da CNT e em pre sá riosdo se tor de trans por te.O Gran de Prê mio de Jor na -

lis mo, no va lor de R$ 15 mil, foien tre gue pelo pre si den te daCNT, Clé sio An dra de, ao re pór -ter Cláu dio Et chi chury, pela sé -rie de re por ta gens "Via gem aosCon fins do Bra sil", pu bli ca da nojor nal "Zero Hora", do Rio Gran -de do Sul. Nas ma té rias, o jor -na lis ta e o fo tó gra fo Emí lio Pe -dro so, tam bém do "Zero Hora",re la tam as aven tu ras, as des -ven tu ras e os dra mas de umavia gem de 32 dias e 12.656 kmna bo léia de dois ca mi nhões doRio Gran de do Sul a Ro rai ma. Na ca te go ria te le jor na lis mo,

o prê mio foi para os jor na lis tasEd mil son Ávila e Ed ney Sil ves -tre, am bos da TV Glo bo, pelasé rie de re por ta gens "Rio En -gar ra fa do". A fo tó gra fa Már ciaFo let to, de "O Glo bo", re ce beu oprê mio na ca te go ria fo to jor na lis -

mo. Na ca te go ria ra dio jor na lis -mo, os ven ce do res fo ram Lean -dro Staudt e Cid Mar tins, am bosda Rá dio Gaú cha, com a sé rie"Car ga Rou ba da: ação de qua -dri lhas ele va cus to do trans por -te no país". E na ca te go ria mí diaim pres sa os jor na lis tas Chi co deGóes e Alen car Izi do ro ven ce -ram com a re por ta gem "Má fiados Trans por tes em São Pau lo",pu bli ca da na "Fo lha de S.Pau -lo". O prê mio em di nhei ro paraes sas ca te go rias foi de R$5.000. A tô ni ca dos tra ba lhos pre -

mia dos nas cin co ca te go rias re -ve la his tó rias sur gi das às mar -gens das es tra das e no trân si todas gran des ci da des do país.Al gu mas co mo ven tes por quere tra tam as pec tos de so li da rie -da de e es pe ran ça na vida. Ou -tras tris tes, pois re ve lam a vio -lên cia do rou bo de car gas, dosaci den tes pro vo ca dos pela mácon ser va ção e a fal ta de pers -pec ti va de quem ha bi ta os ca -fun dós do Bra sil. Nas ci da des,des ta que para a cres cen te in -fluên cia do trân si to no dia-a-diados ci da dãos e para a tec no lo -

“CONTAMOSUM POUCODA HISTÓRIADO BRASIL,TENDOCOMO FIO CONDUTOR DA MATÉRIA A CARGA”

FOTOGRAFIAMárcia Foletto,de “O Globo”

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56 CNTREVISTA JANEIRO 2004

gia que cada vez mais di vi dees pa ço com a na tu re za.Em sua epo péia de 32 dias e

12.656 km per cor ri dos, o jor na -lis ta Cláu dio Et chi chury mos traos per so na gens que co nhe ceude pois que em bar cou na bo léiade um ca mi nhão da em pre sagaú cha Ber to li ni, do seg men tode trans por te de car gas. Se gun -do ele, a pau ta sur giu a par tirde uma ób via cons ta ta ção: oRio Gran de do Sul tem for te tra -di ção no trans por te de car gas,ven de pro du tos agrí co las e ma -nu fa tu ra dos para qua se to dosos ou tros Es ta dos bra si lei ros.

"Con ta mos um pou co da his -tó ria do Bra sil, mas, ao in vés deper so na gens, o fio con du tor dama té ria foi a car ga (lei te em pó,cal ça dos e mó veis de co zi nha).Eu e o (fo tó gra fo) Emí lio Pe dro -so se gui mos a car ga na bo léiade dois ca mi nhões e, a par tirdaí, con ta mos as his tó rias dosca mi nho nei ros e das pes soasque mo ram nos con fins des sepaís", diz Et chi chury, que pas -sou por 11 Es ta dos e 120 mu ni -cí pios bra si lei ros. Há cin co anos no "Zero

Hora", Et chi chury fez ques tãode res sal tar a im por tân cia de o

“A EXPECTA-TIVA É QUE OGRANDE

PRÊMIO CNTINCENTIVEAÇÕES NOSENTIDO DECOLOCAR OSETOR DETRANS-PORTE NODEBATE

NACIONAL”

TELEVISÃOChico Pinheiro (esq.) e o presi-dente de honra da CNT ThiersFattori Costa entregam oprêmio a Edney Silvestre eEdmilson Ávila, da Rede Globo

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 57

jor nal ter in ves ti do re cur so etem po para exe cu ção de umare por ta gem des se por te. "Émui to bom ga nhar um prê miocomo o da CNT por que, alémdo re co nhe ci men to de um tra -ba lho e de R$ 15 mil, é igual -men te im por tan te des ta car ofato de um jor nal apos tar numagran de re por ta gem, que é a es -sên cia do jor na lis mo", afir ma.O pre si den te da CNT, Clé sio

An dra de, res sal ta a im por tân ciado prê mio para a so cie da debra si lei ra e para o se tor detrans por tes. "O tra ba lho que aCNT rea li za por meio do prê mioé mui to im por tan te, prin ci pal -men te por cau sa de sua in de -pen dên cia no mo men to de ava -liar os as sun tos. Nos sa ex pec ta -ti va é que o Gran de Prê mioCNT de Jor na lis mo in cen ti veain da mais ações no sen ti do deco lo car o se tor de trans por te node ba te na cio nal, já que ele éum dos prin ci pais mo to res daeco no mia do país", diz.Em meio ao cli ma de des -

con tra ção, que ter mi nou com amú si ca "Emo ções", de Ro ber toCar los, en toa da por Ed mil sonÁvila e Ed ney Sil ves tre, hou vetem po tam bém para re fle xõesso bre a im por tân cia de se in -ves tir em so lu ções para a me -lho ria do trân si to nas gran desci da des. Se gun do Ávila, nocaso da sé rie de ma té rias "RioEn gar ra fa do" o es sen cial foimos trar que exis tem so lu çõespara mi ni mi zar os pro ble masde trân si to na ca pi tal flu mi nen -se. "Não que ría mos mos trar

ape nas os pro ble mas, masapon tar so lu ções tam bém. Re -ve la mos, in clu si ve, so lu çõesque não fo ram to ma das e que,se ti ves sem sido im plan ta das, játe riam so lu cio na do par te dospro ble mas", diz. Na pre mia ção, Lean dro

Staudt, da Rá dio Gaú cha, lem -brou os pre juí zos que o rou bode car gas traz para toda a so -cie da de bra si lei ra, ten do in -fluên cia, in clu si ve, no pre ço fi -nal dos pro du tos que che gamàs gôn do las dos su per mer ca -dos. "Toda a so cie da de é atin gi -da pelo rou bo de car gas, na

me di da em que o pre ço do fre -te en ca re ce, os se gu ros dos veí -cu los tam bém, e tudo isso temin fluên cia no pre ço fi nal dasmer ca do rias que con su mi mos",as si na la. Már cia Fo let to, fo tó gra fa de

"O Glo bo", mos trou em umaúni ca foto como tec no lo gia ena tu re za di vi dem com cada vezmais in ten si da de os es pa çosdas gran des me tró po les na cio -nais. Sua foto, fei ta no ae ro por -to San to Du mont, no Rio de Ja -nei ro, fla gra o mo men to em queum pás sa ro e um avião em pro -ces so de de co la gem es tão pra -

“NÃOQUERÍAMOSMOSTRARAPENAS OSPROBLEMAS,

MAS APONTARSOLUÇÕESTAMBÉM”

RÁDIO Leandro Staudt, da Rádio Gaúcha, recebe o prêmio também por Cid Martins

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58 CNTREVISTA JANEIRO 2004

ti ca men te ali nha dos. "Quan do via foto, sen ti que ela po de ria darum Prê mio CNT", diz Már cia.Chi co de Góes e Alen car

Izi do ro, ven ce do res na ca te go -ria mí dia im pres sa, lem bramque a pau ta so bre a "Má fiados Trans por tes em São Pau -lo" sur giu após as cons tan tesgre ves de mo to ris tas de ôni -bus que ocor re ram na ca pi talpau lis ta, no iní cio do ano pas -sa do. "Es sas gre ves atra pa lha -ram a vida de mi lha res de pes -soas que de pen dem do trans -por te pú bli co e, por isso, re sol -ve mos in ves ti gar a si tua ção",re cor da De Góes. l

UM ENCONTRO COM A REALIDADE DA ESTRADA

Q uando iniciou o percurso entreBento Gonçalves (RS) e BoaVista (RR), o repórter Carlos

Etchi-chury, do "Zero Hora", sabia queencontraria muitas histórias pelo camin-ho. Mas o que ele não podia prever éque encontraria personagens tão caris-máticos quan-to Neusa Quirino, 38anos, operadora de PX do posto Aracon,em Santo Antônio da Platina (PR). Das15h até a meia-noite, além de prestarserviços pelo PX, Neusa também atuacomo consultora sentimental dos cam-inhoneiros que por ali passam.

Mas, para Etchichury, o que mais oimpressionou em todo o percurso foramos cinco dias que passou dentro de umabalsa que levava cerca de 35 carretas.

Na travessia do estreito de Breves, osribeirinhos, em pequenas canoas, literal-mente laçavam a balsa para pegar ca-rona e buscar um prato de comida. Algu-mas crianças oferecem aos caminho-neiros peixes e frutas. Outras, o própriocorpo em troca de algum dinheiro. "Foionde ficou mais clara a contradição daexuberância amazônica com a misériada população que vive naquela região",afirma o repórter gaúcho.

Na rodovia que os gaúchos chamamde Transbrasiliana, mas que a maioriados brasileiros conhece como Belém-Brasília, crianças ficam sem dormir paratomar conta dos caminhões. Muitasfazem o serviço à base de rebites, ouseja, remédios inibidores de apetite que

as mantêm acesas durante a noite. E foi a partir de Goiás, quando co-

meça a Belém-Brasília, que os jornalistasgaúchos mais sentiram saudades de ca-sa. É que o calor do cerrado, aliado à pre-cária infra-estrutura de apoio nas pa-radas exigiu, "mais do que nunca, amor àprofissão". "Após passar por Goiás viraum inferno, porque a infra-estrutura équase nula e o calor para nós gaúchos éinfernal", recorda Etchichury, que passou32 dias dormindo em um caminhão.

Em meio à descontração que marcoua cerimônia de entrega do Grande Prê-mio CNT de Jornalismo, o repórter gaú-cho lembrou que esse é o tipo de viagemque só se faz "se você for caminhoneiroou jornalista".

MÍDIA IMPRESSA Alencar Izidoro e Chico de Góes, da “Folha de S.Paulo”

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 59

Cliente novo na praça

ALEXANDRE GARCIA

OPINIÃO

Bra sí lia (Alô) – A Chi na, que fin geser co mu nis ta, está se tor nan doum gran de país de eco no miade mer ca do. Já in ves te US$ 36bi lhões no mun do in tei ro, em

7.000 pro gra mas. No Bra sil, a Chi na toca 67pro je tos, num to tal de US$ 120 mi lhões apli -ca dos. E es tu da uma as so cia ção com a Valedo Rio Doce para im plan tar uma si de rur giade US$ 8 bi lhões. O imen so país está ce den -do de aço e de tudo. E um mer ca do imen su -ra vel men te gran de. Vi si tei a Chi na ain da notem po em que to dos ves tiam a mes ma rou paazul, não ha via au to mó veis e to dos an da vamde bi ci cle ta. Os ca mi nhões eram to dosiguais. Da úl ti ma vez que es ti ve lá, pré diosmo der nís si mos, em aço inox e cris tal, em be -le za vam suas ci da des, cheias de car ros co lo -ri dos e lu xuo sos veí cu los ale mães e in gle ses.Os chi ne ses es tão ven den do de tudo e

com pran do tudo. Im pro vi sam ne gó cios nascal ça das dian te de suas ca sas. Quem es ta -be le cer uma tra di ção de ne gó cio com elesestá ven do por um lon go fu tu ro. O co mér cio ex te rior en tre Bra sil e Chi -

na está qua se du pli can do nes ses úl ti mosanos, mas o po ten cial ain da é imen so. Omes mo se pode di zer da Índia e seu qua -se bi lhão de ha bi tan tes. Um país es tra -nho, que fala mais de uma de ze na de lín -guas, to das ofi ciais, e que tam bém cres cee pre ci sa com prar e ven der. Igual opor tu -ni da de ofe re ce o Ca na dá do con ti nen teafri ca no: a África do Sul. Já per de mosmui to tem po com aque le país, com a bo -ba gem de fa zer blo queio co mer cial nostem pos do apar theid. A Ar gen ti na nãoteve pre con cei tos con tra o pre con cei to ees ta be le ceu uma ex ce len te re la ção co -mer cial com os sul-afri ca nos e até hojega nha com isso. O país ofe re ce gran des

opor tu ni da des de ne gó cios, in ter câm bioseco nô mi cos de toda or dem, tan to co mer -ciais quan to in dus triais ou agro pe cuá rios.O go ver no já per ce beu isso, fe liz men te.

Ha pla nos es tra té gi cos para au men tar asre la ções com a Chi na, a Índia e a Áfricado Sul, sem con tar com as in ten ções eco -nô mi cas de Lula e sua re cen te via gem aoOrien te Mé dio e Nor te da África. A basedes sa es tra té gia é não fi car mos li ga dosaos gran des pó los eco nô mi cos: Es ta dosUni dos, União Eu ro péia e Ja pão. Di ver si -fi car sig ni fi ca me nos de pen dên cia des sesgran des pó los, as sim como abrir a pos si -bi li da de de fu gir do dó lar ou mes mo doeuro. Gran des tro cas com Índia, Chi na eÁfrica do Sul po dem ser ape nas tro cas,sem vin cu la ção ao dó lar. O go ver no estacer to e os em pre sá rios pre ci sam aju dar aabrir ca mi nhos. Gran des mer ca dos es tãoà es pe ra de bons ven de do res bra si lei ros.Essa es tra té gia sem pre exis tiu como

idéia, mas en con tra va óbi ce em duasques tões: eram mer ca dos ain da in ci pien -tes, Chi na e Índia, e os ame ri ca nos exer -ciam toda a pres são pos sí vel para que agran de Chi na, por ser co mu nis ta, fi cas selon ge dos ne gó cios com o Bra sil. E foi umpre si den te mi li tar, Gei sel, quem per ce beuque fin gir que a Chi na não exis tia no pla -ne ta se ria como não que rer ver um ele -fan te den tro de nos sa casa. Pois a Chi na está ex plo din do em cres -

ci men to, e fir mar uma tra di ção de par ce -ria com ela é ga ran tia de ne gó cios pormui tos e mui tos anos. O Bra sil tem umaeco no mia frá gil de mais para fi car de pen -den do ape nas de dois ou três mer ca dostra di cio nais. Di ver si fi car é se gu ran ça.Para o Bra sil e seus em pre sá rios com vi -são de fu tu ro.

OS CHINESESESTÃO VENDENDODE TUDO. QUEMES TA BE LE CER UMATRA DI ÇÃO DENE GÓ CIO COM OSCHINESES, ESTÁVEN DO POR UMLON GO FU TU RO

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60 CNTREVISTA JANEIRO 2004

A Marangoni do Brasil aposta nosetor de reformas dos pneus. Apósrealizar o balanço de 2003, aempresa especializada naprodução de bandas de rodagemem forma de anéis alcançou umcrescimento de 20% em sua redede reformadores autorizados.Segundo a assessoria da empresa,a participação da Marangoni emfeiras e eventos nos setores detrânsito e transportes foi fundamen-tal para o crescimento, o que jáabriu caminho para estudos deinvestimentos em expansão.

REFORMAS

A Votorantim Cimentosdesenvolveu tecnologia paraa utilização da borracha dospneus usados, solução cujoobjetivo é reduzir o riscoambiental causado por resíduos.A empresa tem capacidadepara eliminar mais de 20 miltoneladas de borracha porano, ou o equivalente a 100mil metros de pneus, o quecorresponde a um quarteirão

tomado de edifícios com 30andares. Segundo a empresa,a eliminação do material,conhecida como co-processa-mento, não tem impactoambiental, pois a combustão érealizada em altas temperaturasem fornos equipados comfiltros, não deixando resíduos.O processo de eliminação deborracha recebeu um prêmionacional de ecologia.

PNEUS USADOS

JONATHN CAMPOS/GAZETA DO POVO/FUTURA PRESS

ECOLOGIANova tecnologiareduz impactoambiental dospneus usados

MAIS TRANSPORTE

BASTIDORES & NEGÓCIOS

ABTC 2004

Já está marcado para os dias 4, 5 e6 de agosto deste ano a realizaçãodo 5º Congresso NacionalIntermodal dos Transportadores deCargas (ABTC-2004), que ocorreráem Foz do Iguaçu, no Paraná. Entreos temas, estão o fortalecimento doMercosul, a implantação da Alca, aspossibilidades de se estabelecersaídas efetivas para o oceanoPacífico e suas conseqüênciaspara o transporte de cargas.

OBRAS NA BR-232

As obras de manutenção da BR-232e a duplicação do trecho entre Caru-aru e São Caetano começarão simul-taneamente a partir de março desteano. A informação foi confirmadapelo Departamento de Estradas deRodagem de Pernambuco. O editalpara as empresas que ficarãoresponsáveis pela conservação dasestradas já foi lançado.

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 61

A Infraero abriu para visitaçãopública os projetos de reformado aeroporto de Congonhas,através da exposição que estáem exibição no saguão centraldo aeroporto. A mostra devepermanecer até o final dasobras, previsto para o segundosemestre deste ano. De acordocom a Infraero, a reforma eadequação do terminal depassageiros do aeroporto deCongonhas, que teve início emabril de 2003, entrará na fase deconstrução do edifício-garagem.O projeto visa acomodar o fluxode passageiros.

CONGONHAS

INAUGURAÇÃOA cidade de Marília, no interior de São Paulo,poderá contar neste ano com os serviços doSest/Senat. A unidade, que será inauguradaneste mês, terá capacidade para 480 atendi-mentos médicos , 640 procedimentos odon-tológicos e 480 consultas odontológicas men-sais, podendo servir a um total de 6.000 pes-soas por mês, entre usuários e dependenteslegais. O novo Sest/Senat está localizado narodovia Carlos Tosin, no KM 322.

TAXISTASPara atender a uma demanda do município,a unidade Sest/Senat de Porto Alegre (RS)estará realizando em fevereiro o curso decapacitação para condutores de táxi. Segun-do informações da entidade, a cidade é umadas primeiras do país a exigir essa formação.As inscrições já estão abertas. A progra-mação completa do curso, que terá duraçãode 44 horas/aula, será divulgada no finaldeste mês. O curso pode se repetir durante oano. Outras informações podem ser obtidasno telefone (51) 3374-8080.

MOTOBOYSA unidade Sest/Senat de São Paulo realizaem janeiro, com extensão para o mês defevereiro, o curso especial de treinamentopara condutores de moto-frete. O público-alvo do treinamento são os motoboys, que nacapital paulista são cerca de 300 mil. Deacordo com a unidade, em São Paulo a for-mação é exigida por lei municipal. O cursotem 20 horas/aula de duração. Informaçõessobre inscrições e datas do treinamentopodem ser obtidas pelo telefone(11) 3621-4500.

DIREÇÃO PERIGOSA Cena de uma das campanhas dos Ministériosdas Cidades e dos Transportes veiculadas em 2004. As peças visamconscientizar motoristas sobre os perigos de andar em alta velocidade

CNT EM PAUTA

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES/DIVULGAÇÃO

A Ouvidoria da Agência Nacionalde Transportes Terrestres recebeuem 2003 mais de 70 mil consultasdivididas em pedidos deinformações, sugestões, reclamaçõese elogios. A entidade diz que osdados colhidos servem como subsí-dio para que sejam identificados osprincipais problemas relacionados aotransporte rodoviário interestadual einternacional de passageiros, às seisrodovias federais concedidas, às 11concessionárias de ferrovias e aotransporte rodoviário de carga. Parafazer uma consulta, o usuário develigar para o número 0800-610300ou acessar o site www.antt.gov.br.

OUVIDORIA

Page 62: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2004

62 CNTREVISTA JANEIRO 2004

E m novembro, asempresas de trans-porte rodoviário decargas foram

responsáveis pela movimen-tação de 37,8 milhões detoneladas em todo o Brasil,alta de 9,2% sobre outubro.Essa taxa esconde umcenário que pode enganarnuma primeira leitura. O

resultado foi influenciadopelo menor número de diasúteis em novembro (20)frente a outubro (23) e pelareposição de estoques para oNatal. Mas, quando se com-para esses números com omesmo período de 2002,observa-se uma redução de5,4% no total transportado.Prova da crise que toma con-

ta do país é que esse foi omenor volume movimentadono mês de novembro desdeque o indicador sobre trans-porte de carga começou a sercalculado, em 1996. A causafoi a lenta recuperação daeconomia no último trimestre.No modal ferroviário de

carga, a pesquisa registrouem outubro a movimentaçãode aproximadamente 31,4milhões de toneladas úteis.No acumulado de janeiro aoutubro, foram transportadasmais de 298 milhões detoneladas úteis, crescimentode 9,2% sobre o mesmoperíodo de 2002 e umaumento da produtividadepróximo de 10% em 2003. Oresultado foi motivado pelarecuperação da demandaexterna e dos preços dos pro-dutos minerais, pelos investi-mentos nas ferrovias e peloesforço exportador.

PassageirosO modal rodoviário (seg-

mento interestadual) reg-istrou em novembro aproxi-madamente 5,4 milhões deviagens, alta de 7% nonúmero de passageirostransportados e de 7,1% narelação passageiro por kmem relação a outubro. Emrelação a novembro de 2002,observa-se uma retração de10,5% no número de via-gens. No segmento intermu-nicipal, foram realizadosmais de 45,5 milhões de

RODOVIÁRIOPERDE NA CRISE

IDET

ESTATÍSTICA

DESTINOMÊS/ANO NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUDESTE SUL BRASIL

NOV/1996 549.019 1.528.859 933.205 25.404.900 9.547.067 37.963.050

NOV/1997 512.950 1.617.498 1.153.375 26.135.262 9.199.521 38.618.605

NOV/1998 680.628 2.234.868 1.313.012 24.539.660 9.365.112 38.133.280

NOV/1999 660.787 2.021.005 1.298.354 24.366.183 9.601.072 37.947.402

NOV/2000 687.538 2.157.444 1.242.460 24.988.873 8.896.378 37.972.693

NOV/2001 609.250 1.740.945 1.098.173 25.897.096 9.886.254 39.231.718

NOV/2002 767.465 2.130.891 1.110.201 26.601.675 9.354.086 39.964.318

NOV/2003 684.659 1.908.828 1.075.180 24.551.928 9.605.432 37.826.027

ORIGE

M

FONTE: CNT / FIPE-USP

MODAL FERROVIÁRIO DE CARGATONELADAS TRANSPORTADAS

A LENTAMELHORAECONÔMICARESPONDEPELA QUEDA

Page 63: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2004

JANEIRO 2004 CNTREVISTA 63

deslocamentos – 2,3 milhõespor dia útil –, registrandotambém queda na compara-ção com 2002. A causa é amesma: quadro recessivo daeconomia e a incertezaquanto à recuperação noúltimo trimestre explicam oresultado. No transporte coletivo

urbano (ônibus), a marca foide 901,4 milhões de desloca-mentos em novembro (45,07milhões de deslocamentospor dia útil), para 509,1 mil-hões de quilômetros rodadospelas empresas conces-sionárias e Índice de Pas-sageiros Quilômetro (IPK)médio de 1,746. O IPKoscilou entre 1,29, na regiãometropolitana do Rio deJaneiro, e 2,501, no RioGrande do Sul. O IPK estabelece uma

relação entre a demanda portransporte coletivo, númerode passageiros transportadose a oferta, representada pelaquilometragem percorrida ouprodução quilométrica. Amédia histórica do IPK noBrasil é de 2,3. Esse tambémfoi o menor resultado no mêsde novembro desde 1996,consequência do empobreci-mento da população, da ele-vada carga tributária e daconcorrência predatória.Para maiores esclareci-

mentos e/ou para downloaddas tabelas completas doIdet, acesse www.cnt.org.brou (www.fipe.com.br). l

DESTINOUF PA MA ES MG RJ SP BRASIL

PA 1.557.637 5.265.199 – – – – 6.822.836

ES – – 553.982 808.388 5.482 – 1.367.852

MG – – 7.867.199 5.081.614 803.583 – 13.812.518

RJ – – 365 48.018 3.363.900 13.046 3.425.329

SP – – – – 1.535 2.416.029 2.452.818

PR – – – – – 8.848 1.300.807

RS – – – – – – 753.924

SC – – – – – – 318.709

BRASIL 1.894.724 5.309.218 8.421.546 5.961.229 4.174.500 2.740.030 31.437.908

ORIGE

M

FONTE: CNT / FIPE-USP

MODAL FERROVIÁRIO DE CARGATONELADAS TRANSPORTADAS – OUTUBRO/2003

DESTINOMÊS/ANO NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUDESTE SUL BRASIL

NOV/1996 29.778.466 188.481.836 38.175.712 770.071.022 168.070.058 1.194.577.093

NOV/1997 29.234.337 185.219.103 35.875.708 719.316.432 163.990.203 1.133.635.783

NOV/1998 28.690.208 180.612.805 35.974.808 658.016.660 158.549.859 1.061.844.339

NOV/1999 28.146.079 173.878.384 33.166.252 587.551.223 153.340.824 976.082.761

NOV/2000 27.601.951 177.131.847 32.065.799 592.430.633 159.194.793 988.425.022

NOV/2001 27.057.822 170.581.304 30.572.871 552.015.369 156.363.075 936.590.442

NOV/2002 26.635.422 175.484.479 29.746.844 522.172.129 164.310.498 918.349.371

NOV/2003 32.007.205 184.931.985 30.472.627 499.125.203 154.839.192 901.376.212

ORIGE

M

FONTE: CNT / FIPE-USP

MODAL DE TRANSPORTE COLETIVO URBANOPASSAGEIROS TRANSPORTADOS

Page 64: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2004

64 CNTREVISTA JANEIRO 2004

TRANSPORTE URBANOFoi instalada uma grande desor-

dem no transporte coletivo do Rio deJaneiro através de vans que paramem nossos pontos e não transportamas gratuidades. O poder público comosempre é omisso. Empresas tradi-cionais estão indo à falência devido àcrise do setor. Nós rodoviários dotransporte regular somos treinadosconstantemente por nossas empre-sas, pois o nosso objetivo é transportaros clientes com qualidade, segurançae respeito. Nós transportamos a cargamais preciosa que existe, que é a vidahumana. Se nada for feito pelo trans-porte coletivo do Rio, seguiremos otriste exemplo de Lima (Peru), onde otransporte coletivo foi implodido e deulugar aos veículos ilegais

Ulisses MoraisMotorista da Viação Novacap

COFINSNa qualidade de transportador

rodoviário de carga no Paraná e dire-tor do Setcepar, quero manifestar meurepúdio ao aumento da alíquota daCofins, a qual certamente irá inviabi-lizar nosso segmento. Envergonha-meo fato de não termos sido contempla-dos com a manutenção da alíquotaatual, nos moldes do que ocorreu comtantos outros setores, como saúde,educação, informática etc. Issodemonstra nossa falta de representa-tividade junto aos congressistas edenota que aqueles que nos repre-sentam não o fazem com o vigornecessário. O transporte rodoviário decargas, dada a sua importância para oprogresso do país, não pode mais sertratado dessa maneira. Toda vez que

aumentam ou criam novos impostos etaxas, somos diretamente afetados enada fazemos para demonstrar nossaforça e nossa representatividade.

Aldo Fernando Klein NunesDiretor

TECNOLOGIAAcho muito importante a con-

tribuição que a Revista CNT vemdando ao tema de tecnologia. Atécoisas que podem parecer distantes,como foi a matéria do carro solar,ficam mais próximas de quem estálendo. Isso sem contar que essa tec-nologia ainda pode vir a se tornarrealidade num futuro próximo.Gostaria de continuar lendo matériassobre tecnologia na revista.

Marcelo AraújoSão Paulo - SP

Resposta da RedaçãoCaro Marcelo, aguarde as próxi-

mas edições com novidades sobre oassuntos.

INTEGRAÇÃOImportante destacar na matéria

sobre a Alca (edição 102) a impressãode que o governo parece que nãoentendeu o significado de um acordocomercial. Do que adianta falar ape-nas sobre recordes de safra agrícola,exportação em alta, se não há comotransportar tudo isso para o destino?Fala-se em milhões de toneladas desoja, mas como levar os grãos e trazerdólares se as estradas não prestam eas ferrovias estão enferrujadas? Ficafácil falar em enfrentar os EstadosUnidos quando se foge do verdadeiro

problema, que está no umbigo deBrasília: o próprio Brasil.

Carlos André de OliveiraBrasília - DF

SERVIÇOGostaria de agradecer a Revista

CNT pelas informações prestadas emdezembro para os pobres mortais quecomo eu enfrentamos as estradas nofinal de ano. Não vi em nenhum jornalessas informações, que me ajudarame muito na hora de viajar. Às vezes agente despreza certas orientaçõesachando que há exagero. Mas quandoestamos na estrada é que percebe-mos o quanto as dicas ajudam e, emalguns caso, salvam vidas.

Jorge BragançaRecife - PE

FIM DE ANOA Revista CNT agradece e retribui

as mensagens de boas festas.Desembargador Marcos Antônio

Souto Maior (PB), Expresso Araçatu-ba, Orlando Pessuti (vice-governadordo Paraná), IBServi, LSB Contabili-dade, Associação Brasileira de Termi-nais Portuários, Escritório das NaçõesUnidas contra Drogas e Crime, GruposGeradores Heimer

CAR TAS PARA ESTA SE ÇÃO

Rua Mon tei ro Lo ba to, 123, Sala 101, Ouro Pre toBelo Ho ri zon te, Mi nas Ge raisCep: 31310-530Fax: (31) 3498-3694E-mail: re vis tacn t@re vis tacnt.com.br

As car tas de vem con ter nome com ple to, en de re çoe te le fo ne. Por mo ti vo de es pa ço, as men sa gensse rão se le cio na das e po de rão so frer cor tes

“DO QUEADIANTAFALAR DERECORDESDE SAFRAAGRÍCOLA,SE NÃO HÁCOMOTRANS-PORTARTUDO ISSO?”

DO LEITORre vis tacn t@re vis tacnt.com.br

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JANEIRO 2004 CNTREVISTA 65

SEST/SENAT

DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO • FEVEREIRO 2004

LOGÍSTICADias 2 e 3 • 10h, com reprise às 15h30

O programa irá abordar os assuntos:definição de logística empresarial,enfoque sistêmico, sistemas logísticos,nível de serviço ao cliente e custos logís-ticos. A apresentação analisará o sistemade distribuição física de produtos, trans-porte, transferência e distribuição, alémde discutir as tendências da logística.Outro ponto que será abordado trata daimportância do sistema de armazenageme seus principais componentes, comanálise da gestão de suprimentos, cont-role de estoques de mercadorias e for-mas de administração do tráfego entreindústria e transportador. Irá mostrar ostipos de contratos e documentos nosserviços logísticos e a influência da glob-alização, baseado em experiências reais.

FINANCIAMENTO, RENOVAÇÃOE GERENCIAMENTO DA FROTANO TRANSPORTE RODOVIÁRIODia 13 • 10h, com reprise às 15h30

O programa irá apresentar e analisar asopções de financiamento disponíveis nomercado para renovação da frota. Baseadoem critérios de escolha de veículos, níveistarifários e relação tarifa versus nível deinvestimento e fluxo de caixa, entre outros,permitirá avaliar os dados para decidircomo e quando comprar. Os impactosoperacionais, financeiros e estratégicos quedevem ser considerados para minimizar osimpactos negativos da renovação ou expan-são da frota também serão abordados. Oprograma irá instruir quanto ao dimensiona-mento, alocação e gestão da frota visando aeconomia e racionalização dos recursosenvolvidos na sua aquisição.

SISTEMAS DE TRANSPORTE RODOVIÁRIODia 27 • 10h, com reprise às 15h30

O programa expõe os modos como a infra-estrutura viária interfere na operação dosônibus e na vida de uma empresa. A apre-sentação instrui o empresário sobre comoatuar nesse contexto, além de explorar aidéia do terminal rodoviário e dos pontos deparada e apoio como centros de serviços naárea de transporte rodoviário que tem comoobjetivo central o atendimento ao usuário.Outro ponto apresentado discute a inter-ação com as empresas que operam nosterminais e seus interesses.

TRANSPORTANDOCARGAS FRIGORIFICADASDia 17 • 12h, com reprise às 14h30

Dias 19 e 20 • 9h, com reprise às 13h30

Este curso do PEADestreou em outubro de2002 na Rede Trans-porte. Com conteúdovoltado aos motoristasdo transporte de cargasfrigorificadas, ao longode cinco aulas essecurso analisa os princi-pais aspectos relaciona-dos às necessidades dosdois clientes diretos datransportadora: ofornecedor (indústria)em uma ponta e oconsumidor (comércio)na outra ponta. Traz ainda as característicasdo serviço e exigênciasque cabem ao trans-portador, a necessidadee qualidade da frotaexigida, os procedimen-tos e rotinas domotorista, as diversasclassificações decargas frigorificadase as diferentesnecessidades deconservação, entreoutros assuntos.

IDAQ

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HUMOR

DUKE é cartunista do jornal O TEMPO, de Belo Horizonte (MG)

DUKE

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