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C NT REVISTA ÓRGÃO INFORMATIVO CNT - SEST/SENAT | ANO X | NÚMERO 113 | JANEIRO 2005 FUTURO BRASIL É EXEMPLO MUNDIAL COM LEGISLAÇÃO RÍGIDA DE RECICLAGEM DA BORRACHA O PNEU TEM FUTURO

Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

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Neste ano saberemos responder, com criatividade e espírito empreendedor, aos desafios deste país. Mais uma vez vamos fazer o Brasil crescer.

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Page 1: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

CNTREVIS

TA

ÓRGÃO INFORMATIVO CNT - SEST/SENAT | ANO X | NÚMERO 113 | JANEIRO 2005

FUTUROBRASIL É EXEMPLO MUNDIAL COM LEGISLAÇÃO

RÍGIDA DE RECICLAGEM DA BORRACHA

O PNEU TEMFUTURO

Page 2: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005
Page 3: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

JANEIRO 2005 CNTREVISTA 3OUTUBRO 2004 CNTREVISTA 3AGOSTO 2004 CNTREVISTA 3

CNTREVIS

TA

EDITORIAL 5

CARTAS 6

ALEXANDRE GARCIA 8

MAIS TRANSPORTE 10

20 ANOS DE CUMBICA 20

HIDROVIAS NA AMAZÔNIA 30

SETOR ENERGÉTICO 36

TELECOMUNICAÇÃO 44

NEGÓCIOS BRASIL-ARGENTINA 48

SAÚDE NA ESTRADA 53

SEST/SENAT 58

IDET 66

ARTIGO TÉCNICO 68

REDE TRANSPORTE 69

OPINIÃO 73

HUMOR 74

60

Com uma legislação rígida, o Brasil se tornareferência mundial na reciclagem e reaproveita-mento da borracha. Conheça mais sobre essetrabalho e as exigências ambientais

BAIXADA SANTISTAA região do litoral sul deSão Paulo planeja umasérie de obras de infra-estrutura para se tornarum pólo multimodal notransporte de cargas

FESTA DOS MELHORESA CNT realizou o GrandePrêmio de Jornalismo e aentrega da Medalha JKpara homenagear osdestaques de 2004 notransporte

ANO X | NÚMERO 113 | JANEIRO 2005

CAPA COMPOSIÇÃO GRÁFICA SORAIA PIVA

24REPORTAGEM DE CAPA

PNEU VERDE

12

ÔNIBUS VIPSDe olho na alta depassageiros, as empresasrenovam suas frotas eoferecem carros commais conforto e serviçosespeciais ao turista

38

Page 4: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

4 CNTREVISTA JANEIRO 2005

PRESIDENTEClésio Andrade

PRESIDENTE DE HONRAThiers Fattori Costa

VICE-PRESIDENTESSEÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesSEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorSEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Benedicto Dario FerrazSEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES EVICE-PRESIDENTES DE SEÇÃO

SEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Otávio Vieira da Cunha Filhoe Ilso Pedro MentaSEÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio Benatti e Antônio Pereira de SiqueiraSEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca Lopes e Mariano CostaSEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Renato Cézar Ferreira BittencourtCláudio Roberto Fernandes DecourtSEÇÃO DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Bernardo José Figueiredo Gonçalves de Oliveirae Clóvis MunizSEÇÃO DO TRANSPORTE AÉREO

Wolner José Pereira de Aguiar

FALE COM A CNTSetor de Autarquias Sul, quadra 6, bloco J • Brasília (DF) • CEP 70070-916 • Telefone: (61) 315 7000Na Internet: www.cnt.org.br • E-mails: [email protected][email protected]

CONSELHO FISCALWaldemar Araújo, David Lopes de Oliveira, Braz Paulo Salles,Éder Dal’Lago, René Adão Alves Pinto, Getúlio Vargas de MouraBraatz, Robert Cyrill Higgin e Luiz Maldonado Marthos

DIRETORIASEÇÃO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Denisar de Almeida Arneiro, Eduardo Ferreira Rebuzzi, FranciscoPelucio, Irani Bertolini, Jésu Ignácio de Araújo, Jorge Marques Trilha,Oswaldo Dias de Castro, Romeu Natal Pazan, Romeu NerciLuft, Tânia Drumond, Augusto Dalçoquio Neto, Valmor Weiss,Paulo Vicente Caleffi e José Hélio Fernandes

SEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Aylmer Chieppe, Alfredo José Bezerra Leite, Narciso Gonçalves dosSantos, José Augusto Pinheiro, Marcus Vinícius Gravina, OscarConte, Tarcísio Schettino Ribeiro, Marco Antônio Gulin, EudoLaranjeiras Costa, Antônio Carlos Melgaço Knitell, Abrão AbdoIzacc, João de Campos Palma, Francisco Saldanha Bezerra eJerson Antonio Picoli

SEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa, José Alexandrino Ferreira Neto, JoséPercides Rodrigues, Luiz Maldonado Marthos, Sandoval Geraldinodos Santos, José Veronez, Waldemar Stimamilio, André Luiz Costa,Armando Brocco, Heraldo Gomes Andrade, Claudinei NatalPelegrini, Getúlio Vargas de Moura Braatz, Celso Fernandes Netoe Neirman Moreira da Silva

SEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Luiz Rebelo Neto, Moacyr Bonelli, Alcy Hagge Cavalcante,Carlos Affonso Cerveira, Marcelino José Lobato Nascimento,Maurício Möckel Paschoal, Milton Ferreira Tito, Silvio VascoCampos Jorge, Cláudio Martins Marote, Jorge Leônidas Pinho,Ronaldo Mattos de Oliveira Lima, Glen Gordon Findlay e Bruno Bastos

CONSELHO EDITORIAL Almerindo Camilo, Aloísio Carlos Nogueira de Carvalho, Bernardino Rios Pim, Etevaldo Dias, Hélcio Zolini, Jorge SóriaCanela e Maria Tereza Pantoja

REDAÇÃOEDITOR RESPONSÁVEL

Almerindo Camilo • [email protected]

Ricardo Ballarine e Antonio Seara (Arte)REPÓRTER

Eulene HemétrioCOLABORADORES DESTA EDIÇÃO

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Paulo Fonseca e Futura PressINFOGRAFIA

Agência Graffo • www.graffo.inf.brPRODUÇÃO

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necessariamente a opinião da Revista CNT

IMPRESSÃO Esdeva - Juiz de Fora (MG)TIRAGEM DESTA EDIÇÃO 40 mil exemplares

CNT Confederação Nacional do Transporte

Revista CNT

Page 5: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

JANEIRO 2005 CNTREVISTA 5

Ini cia mos 2005 na cris ta de uma sau dá -vel e jus ti fi ca da onda de oti mis mo. Já sepode per ce ber que re sul ta dos ob ti dosna ma cro eco no mia co me çam a che garao bol so do bra si lei ro, na for ma de no -

vos em pre gos e de re cu pe ra ção da ren da. Hára zões de so bra para acre di tar que o Bra sil ini -cia uma nova fase de cres ci men to, des ta vezcom pers pec ti vas du ra dou ras.

Ao lon go des tes anos, pas sa mos porgran des di fi cul da des e mui to sa cri fí cio. Masem 2004, ape sar da aus te ri da de eco nô mi cae da ele va ção da taxa de ju ros, o país vol toua cres cer. De mar ço a agos to, a pro du çãoin dus trial au men tou a cada mês, o de sem -pre go di mi nuiu, o nú me ro de tra ba lha do rescom car tei ra as si na da au men tou em 1,785mi lhão – ex pan são de 8,6% em re la ção aoano an te rior –, a in fla ção foi man ti da sobcon tro le e o go ver no co me mo ra a mar ca deUS$ 94 bi lhões ex por ta dos no ano.

No se tor de trans por tes, ape sar do in ves -ti men to mui to aquém do ne ces sá rio paraevi tar gar ga los de cres ci men to, o mi nis trodos Trans por tes, Al fre do Nas ci men to, as se -gu ra que sua pas ta in ves ti rá R$ 6 bi lhões name lho ria de con di ções de trá fe go nas ro do -vias fe de rais, em por tos, fer ro vias e trans -por te hi dro viá rio. In ves ti men to ne ces sá riopara evi tar que o cres ci men to do país sejabre ca do pela fal ta de con di ções de trans -por te e di fi cul da de de es coa men to.

São fa to res po si ti vos, que en chem de oti mis -mo não só o go ver no como o país. A úl ti ma pes -qui sa CNT/Sen sus de mons tra com cla re za queo Bra sil foi con ta gia do pe los nú me ros po si ti vosda eco no mia: o per cen tual de bra si lei ros que

acre di tam que sua ren da men sal vai au men tarnos pró xi mos seis me ses pas sou de 43,1%, emse tem bro, para 47,7% em de zem bro, ape sarde 59,5% dos en tre vis ta dos te rem man ti do aren da no úl ti mo se mes tre.

As no tí cias da eco no mia são boas, mas nãopo de mos dei xar de ser rea lis tas: ain da há mui -to o que fa zer até que te nha mos um país eco -no mi ca men te for te e so cial men te jus to. Ain dahá mui to o que mu dar. A po lí ti ca mo ne tá ria im -põe ju ros de ma sia da men te al tos que san gramem pre sá rios e tra ba lha do res. A pe sa da car gatri bu tá ria é ini bi do ra de in ves ti men tos. É pre ci -so dar um bas ta nes sa fú ria ar re ca da do ra quehá dé ca das as so la o Bra sil em to dos ní veis dego ver no – fe de ral, es ta dual e mu ni ci pal.

É prio ri tá rio que o go ver no pro mo va re for -mas na ad mi nis tra ção pú bli ca e ado te um novomo de lo de ge ren cia men to que aca be com o ex -ces so de bu ro cra cia, di mi nua gas tos e me lho rea pres ta ção de ser vi ços ao ci da dão. A re for mado ju di ciá rio re cém-apro va da pelo Con gres soain da é tí mi da e pre ci sa ser apro fun da da. É ur -gen te que se pro mo va am pla re for ma tra ba lhis -ta que ga ran ta os di rei tos dos tra ba lha do res,mas que es ti mu le a ge ra ção de em pre gos.

Te mos ain da uma lon ga jor na da de tra ba lhopela fren te. Nós, em pre sá rios e tra ba lha do resdo trans por te, po de mos nos or gu lhar de ter mosdado uma enor me con tri bui ção a re to ma da docres ci men to do país. A pro du ção na cio nal foitrans por ta da mes mo quan do pa re cia im pos sí -vel trans por tá-la. E nes te ano que se ini cia sa -be re mos res pon der, com cria ti vi da de, te na ci -da de e es pí ri to em preen de dor, aos de sa fioscada vez maio res des te país. Mais uma vez va -mos fa zer o Bra sil cres cer.

“NESTE ANO SA BE RE MOSRES PON DER, COMCRIA TI VI DA DE E ES PÍ RI TO EM PREEN DE DOR,AOS DE SA FIOSDES TE PAÍS. MAISUMA VEZ VA MOSFA ZER O BRA SILCRES CER”

Uma longa jornadaEDITORIAL

CLÉSIO ANDRADEPRESIDENTE DA CNT

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6 CNTREVISTA JANEIRO 2005

LULA 1O pre si den te Luiz Iná cio Lula da

Sil va en che-nos, aos trans por ta do -res des te país, de enor mes es pe -ran ças de que 2005 será o ano dain fra-es tru tu ra. Foi o que pudeapreen der do ar ti go pu bli ca do naRe vis ta CNT de de zem bro (edi ção112), do pre si den te Lula, ver san doso bre esta pri mei ra me ta de de seugo ver no e as ex pec ta ti vas para osdois anos que lhe res tam. Sou oti -mis ta quan to ao seu de sem pe nhoe não po de ria dei xar de apos tarque não fal ta ao pre si den te vi sãode que real men te é pre ci so ti rar ain fra-es tru tu ra de trans por tes dobu ra co em que ela se en con tra.

Aloí sio Si queira Bas tos de An dra deBelo Ho ri zon te (MG)

LULA 2Fico sa tis fei to em sa ber que

2005 pro me te mui to para o se torde trans por tes, como mos tra o ar -ti go do pre si den te Luiz Iná cio Lulada Sil va, pu bli ca do na edi ção dede zem bro (nú me ro 112) des taRe vis ta CNT. Es ta mos mes mocan sa dos de es tra das es bu ra ca -das nas quais ar ris ca mos a nos savida para que a eco no mia do paíscres ça, o que esta pu bli ca çãovem há mui tos anos de nun cian -do. Es pe ro real men te e faço vo tospo si ti vos para que ocor ra o que opre si den te dis se, não fi can doape nas em seu ar ti go.

José Ge ral do No guei raCu ri ti ba (PR)

FU TU RO GA RAN TI DOÉ lou vá vel a ini cia ti va do

Sest/Se nat que, em con jun to com oExér ci to Bra si lei ro, ofe re ce a mi lha -res de jo vens a opor tu ni da de de seapri mo rar pro fis sio nal men te e, as -sim, se ha bi li ta rem para o pri mei roem pre go, como de mons tra do nare por ta gem “Fu tu ro Ga ran ti do”, daedi ção de no vem bro da Re vis taCNT (edi ção 111). Sou tio e pa dri -nho de um jo vem que está apro vei -tan do com to das as ener gias estaopor tu ni da de que lhe foi apre sen ta -da e, con for me me ra la tou, mu douem mui to a sua vida, já que hoje éum há bil pro fis sio nal da área de in -for má ti ca, pres tes a ofe re cer aomer ca do suas ex pe riên cias. Pa ra -béns a to dos os en vol vi dos pela ini -cia ti va e tam bém à equi pe da re vis -ta por ter re la ta do de for ma bas tan -te pro fí cua e pro vei to sa a par ce riaes ta be le ci da en tre o Sest/Se nat e oExér ci to. São exem plos como esteque nos faz acre di tar na cons tru çãode uma ver da dei ra ci da da nia.

Di mas Sou za Ru piãoBra sí lia (DF)

PES QUI SA RODOVIÁRIALen do a sé rie de re por ta gens da

Re vis ta CNT, em sua edi ção 111 (no -vem bro), so bre a Pes qui sa Ro do viá ria2004, fi quei pas mo com os re la tos dequem pre ci sa das ro do vias bra si lei raspara seu sus ten to. É algo inad mis sí velque, nos dias de hoje, com o Bra silba ten do re cor des e mais re cor des depro du ção de grãos e ain da mos tran doum es pe ta cu lar cres ci men to de suaeco no mia, a in fra-es tru tu ra ro do viá ria

es te ja tão re le ga da a se gun do pla no.Na ver da de, o que pre ci sa este paíspara aca bar de vez com a fa mi ge ra dapre ca rie da de de nos sas es tra das éum in ves ti men to ma ci ço na cha ma dain ter mo da li da de, como acon te ce empaí ses da Eu ro pa e Ásia. O que nãosig ni fi ca, como mos tra a rea li da de es -tam pa da nas re por ta gens, que vá sedes cui dar ain da mais das nos sas ro -do vias. Esse es for ço é ne ces sá rio eplau sí vel: in ves tir em to dos os mo daiscomo for ma de aca bar com os gar ga -los da in fra-es tru tu ra e do tar o país decon di ções su fi cien te men te ade qua -das para cres cer. Aliás, acom pa nheios ar ti gos tan to do mi nis tro Al fre doNas ci men to quan to do pre si den teLula e fi quei sa tis fei to ao sa ber que2005 pro me te ser me lhor para estese tor do que tem sido até ago ra.

Alí pio DiasVar gi nha (MG)

CAR TAS PARA ESTA SE ÇÃO

Rua Tenente Brito Melo, 1.341 - Conjunto 202Belo Ho ri zon te - Mi nas Ge raisCep: 30.180-070Telefax: (31) 3291-1288E-mail: [email protected]

As car tas de vem con ter nome com ple to, en de re çoe te le fo ne. Por mo ti vo de es pa ço, as men sa gensse rão se le cio na das e po de rão so frer cor tes

"NÃO FALTAAO PRESI-DENTE LULAA VISÃO DEQUE É PRE-CISO TIRAR AINFRA-ESTRUTURADE TRANS-PORTES DOBURACO EMQUE ELA SEENCONTRA."

DO LEITORdoleitor@re vis tacnt.com.br

ERRAMOSDiferentemente do que saiu

publicado na legenda da pág,25 da edição de dezembro(“Projeto em agonia”), o nomedo coordenador do Pare-MG éWaldemar Araújo

Page 7: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005
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8 CNTREVISTA JANEIRO 2005

Um saco de otimismo

ALEXANDRE GARCIA

OPINIÃO

OPa pai Noel che gou com umsaco de oti mis mo, dei xan dona tri lha do tre nó uma poei -ra de es tre las de eu fo ria. Oano se en cer rou, para a fe li -

ci da de ge ral da Na ção e, prin ci pal men te,do go ver no, com "tudo em cima": con taspri va das e pú bli cas com bons re sul ta dos,mais ven das, me lho res nú me ros em re la -ção à pas ma cei ra do ano an te rior, ris co-Bra sil lá em bai xo, dí vi da ex ter na cain do,dó lar idem, con tas do te sou ro su pe ran dome tas do FMI, su pe rá vit na ba lan ça co -mer cial e na de pa ga men tos cada vezmaior, re cor de de ex por ta ções – e por aívão os mi mos que che ga ram jun to com ove lhi nho da La pô nia. Como se não bas -tas se, an tes mes mo de apro var o or ça -men to, Se na do e Câ ma ra en tre ga ram aopaís o ouro, o in cen so e a mir ra da lei dasPar ce rias Pú bli co-Pri va das.

Para bra si lei ros que há 30, 40, 50, 60anos, so nha vam com tren zi nhos, es tra di -nhas e por tos em bai xo da ár vo re de Na -tal, a lei traz em bru lha di nhos so nhos deex-me ni nos, hoje trans por ta do res, ex por -ta do res, pro du to res: du pli ca ção e me lho -ria da BR-116 no Nor des te e em SãoPau lo, um pro je to de R$ 2,5 bi lhões;apoio lo gís ti co ao por to de Se pe ti ba, deR$ 100 mi lhões; am plia ção e re cu pe ra -ção do por to de Ita qui, no Ma ra nhão, deR$ 160 mi lhões; re for ma do com ple xoviá rio do por to de San tos, de R$ 500 mi -lhões; e o Anel Fer ro viá rio de São Pau lo,um pro je to de R$ 200 mi lhões. Isso sópara o pri mei ro Na tal. Tem ex-crian ça so -nhan do com in ves ti men tos de R$ 40 bi -lhões ao ano. Mas o Mi nis té rio do Pla ne -ja men to, dan çan do con for me a mú si cada mão-fe cha da do mi nis tro da Fa zen da,

acha que para o cur to pra zo R$ 5 bi lhõesjá es tão de bom ta ma nho.

É bom não so nhar de mais. Não es -que cer que es ta mos no país dos gran desdis cur sos e das gran des leis – tão gran -des que vão mui to além da rea li da de. Ve -jam a Lei do De sar ma men to, por exem -plo. Os ban di dos es tão cada vez maisbem ar ma dos, e a lei vi sa va res trin gir asar mas dos que es tão nos ma tan do, as -sal tan do e se qües tran do. Que a lei dasPPP não se qües tre o nos so rea lis mo ebom sen so, para que ela não se li mi te abrin des eu fó ri cos de Ano Novo e se dis -si pe como a bor bu lha do es pu man te. Épre ci so não es que cer que o com bus tí velda par ce ria é a exis tên cia de pou pan çapú bli ca e pri va da para o in ves ti men tosus ten tá vel do nos so de sen vol vi men to.Re co nhe ça mos, sim, que a lei é um ins -tru men to ex ce len te para que os ex por ta -do res bra si lei ros não te nham que pas saro ve xa me de ven der e não en tre gar, porfal ta de trans por te – des cul pem lem braruma tra gé dia já tão anun cia da.

Ain da têm os re cur sos or ça men tá riosde 2005 para in fra-es tru tu ra de trans por tee a Cide – que está para o trans por te as -sim como a Lei do De sar ma men to estápara a se gu ran ça pú bli ca: está tudo es cri -ti nho, mas apli ca do do lado er ra do. En fim,o Bra sil cres cen do, ge ram-se re cur sos,exi gem-se in ves ti men tos e, quem sabe, al -guém vai des co brir que a prio ri da de étrans por tar, e que as nos sas ro do vias, fer -ro vias e por tos não es tão à al tu ra da nos sapro du ção, das nos sas ex por ta ções e danos sa von ta de de cres cer. A cul pa não édo Pa pai Noel. Ele está cheio de boas in -ten ções. O que não dá é para acre di tarnele. É pre ci so fa zer acon te cer.

"TEM EX-CRIANÇASONHANDO COMR$ 40 BILHÕESAO ANO. MAS OMINISTÉRIO DOPLANEJAMENTOACHA QUE PARAO CURTO PRAZOR$ 5 BILHÕES JÁESTÃO DE BOMTAMANHO"

Page 9: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005
Page 10: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

O leilão de concessões de rodovias federaisdeverá acontecer em junho próximo, masa cobrança do pedágio começará provavel-mente em janeiro de 2006. Serão 3.000 kmde estradas, divididos em oito trechos:

• BR-153, da divisa de São Paulo comMinas Gerais até a fronteira com o Paraná;

• BR-381 (Fernão Dias), da capital paulistaaté Belo Horizonte (MG);

• BR-116, ligando São Paulo a Curitiba(PR);

• BR-393, no Rio de Janeiro;

• BR-101, também no Rio;

• BR-101, no Espírito Santo;

• BR-116, entre Curitiba e a divisa dosEstados de Santa Catarina e Rio Grandedo Sul;

• BRs 116, 376 e 101, entre Curitiba eFlorianópolis (SC).

MAIS TRANSPORTE

POR JOÃO SAMPAIO ([email protected])

• Tra mi ta no Con gres so pro je to do de pu ta do Pom -peo de Mat tos (PDT-RS) que isen ta do pa ga -men to de IPI os ca mi nho nei ros ví ti mas de fur toou rou bo na com pra de um novo ca mi nhão. Ode pu ta do Car los Na der (PFL-RJ) apen sou àpro pos ta pro je to que isen ta do mes mo im pos toos veí cu los usa dos para trans por te de car ga.

• Pelo me nos 40 diá rios de to das as re giões dopaís no ti cia ram em ma té ria de capa a úl ti ma ro -da da da Pes qui sa CNT/Sen sus, des ta can do, emto dos eles, o au men to da po pu la ri da de do go -ver no Lula. A pes qui sa foi di vul ga da no dia 14de de zem bro e apon ta que a ima gem po si ti vado go ver no Lula su biu de 41,3% em se tem bropara 44,5% em de zem bro.

• Em até seis me ses, a ANTT (Agên cia Na cio nalde Trans por tes Ter res tres) rea li za rá con cur sopara am pliar seu qua dro de ser vi do res con tra -tan do 534 pes soas. O con cur so já tem o aval doMi nis té rio do Pla ne ja men to.

• A RFFSA (Rede Fer ro viá ria Fe de ral) vai trans fe -rir para as pre fei tu ras, me dian te con vê nio, pré -dios de ar ma zéns, ofi ci nas, es cri tó rios, re si dên -cias e es ta ções per ten cen tes às fer ro vias ter cei -ri za das. Os acio nis tas da Rede tam bém apro va -ram a pror ro ga ção do pro ces so de li qui da ção daem pre sa por mais 180 dias. A Rede vai es tu daros pe di dos das pre fei tu ras para trans fe rir a elasos ati vos que não es te jam in cluí dos nos pla nosde re vi ta li za ção fer ro viá ria.

• O li cen cia men to am bien tal do tre cho sul doRo doa nel , em São Paulo, pode atra sar o iní ciode sua cons tru ção em até dois anos, já queestá amea ça da a pre vi são de ini ciar as obrasaté ju nho de 2005. Mo ti vo: uma de ci são ju di -cial que obri ga o Iba ma a par ti ci par do li cen -cia men to do tre cho sul do Ro doa nel. Essa éuma área de ma nan cial, res pon sá vel peloabas te ci men to de par te da ca pi tal pau lis ta.

• A Brid ges to ne Fi res to ne do Bra sil cons trui ráuma nova fá bri ca de pneus no país para aten -der à de man da in ter na e ex por tar para paí ses docon ti nen te la ti no-ame ri ca no. O Pólo In dus trialde Ca ma ça ri (Ba hia) foi o lo cal es co lhi do parare ce ber a nova uni da de.

RÁPIDAS

NOVO MODELO - O jato comercial Embraer 195 fez em 7 de dezembro seu vôo inaugural nasede da empresa, em São José dos Campos (SP), desempenhando com sucesso uma série detestes de validação de sistemas e qualidades em vôo. O Embraer 195, de 108 assentos, é omaior avião já construído pela empresa. O modelo é o quarto e maior integrante desta famíliade jatos comerciais da empresa, sendo projetado para o mercado entre 70 e 110 assentos.

TRECHOS LEILOADOSEMBRAER/DIVULGAÇÃO

10 CNTREVISTA JANEIRO 2005

Page 11: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

O desenvolvimento do país virá na esteira da melhoriada infra-estrutura de transporte. Vamos continuar

aumentando a disponibilidade orçamentária para osetor em 2005. Gastando mais e melhor, daremos

os passos decisivos para uma revolução nainfra-estrutura de transportes nacional.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em artigo publicadona edição de dezembro da Revista CNT

Creio que seria oportuno que as mudanças, já iniciadaspelo atual governo, fossem estendidas aos trâmites

administrativos, com reorganização da estruturagerencial, redução de ministérios, fusão de órgãos,

simplificação de procedimentos e maiorênfase à atividade-fim.

Clésio Andrade, presidente da CNT, em editorial da ediçãode dezembro da Revista CNT

A indústria ferroviária e a naval vão ter que aumentarmuito sua capacidade. Precisamos tirar 40 milhões de

toneladas das rodovias brasileiras, que não foramprojetadas para suportar essa carga.

José Dirceu, ministro-chefe da Casa Civil, anunciando queo governo federal pretende dobrar os investimentos narecuperação de estradas a partir deste ano. No "Jornaldo Brasil" de 14 de dezembro.

Não é exagero afirmar que o biodiesel será tambémum aliado da política de estabilidade dos preços.Na medida em que for ampliada a sua utilização,

estaremos mais protegidos em relaçãoaos eventuais incrementos dos preços

da gasolina e do álcool.

Renan Calheiros (PMDB-AL), em artigo publicadono "Jornal de Brasília" de 12 de dezembro.

FRASES

• De pois de seis me ses de in ves ti ga ção,a Po lí cia Fe de ral pren deu no iní cio dede zem bro 34 in te gran tes de uma qua -dri lha de rou bo de car gas que di vi diasuas ope ra ções en tre quatro Es ta dos,numa es pé cie de “li nha de mon ta -gem”. Em São Pau lo, eram al te ra doschas sis dos ca mi nhões rou ba dos. NoEs pí ri to San to, fi ca vam os prin ci pais re -cep ta do res, que pro vi den cia vam no tasfrias das mer ca do rias. A Ba hia era o lo -cal dos des man ches dos ca mi nhões.Em Mi nas fi ca vam in ter me diá rios quebus ca vam com pra do res para a car garou ba da. A cha ma da Ope ra ção Ca va lode Aço mo bi li zou 480 agen tes.

• A Com pa nhia Vale do Rio Doce temum pla no para até o fim da dé ca dade ad qui rir 13,3 mil no vos va gões e242 lo co mo ti vas. De 2001 até esteano, as três fer ro vias ope ra das pelaVale - Vi tó ria a Mi nas, Fer ro via Cen -tro-Atlân ti ca e Es tra da de Fer ro Ca -ra jás - ad qui ri ram 6.927 va gões e195 lo co mo ti vas.

• Até fe ve rei ro des te ano, se rão li be ra dosR$ 6 mi lhões para a pro mo ção do Bra silem uma sé rie de ati vi da des em mí dia,even tos e ma te riais pro mo cio nais em di -ver sos paí ses. A ação deve rea que cer omo vi men to nas em pre sas aé reas.

NOVO SEST/SENAT

REGISTRO PRORROGADO

BIODIESEL LIBERADO

CARTILHA

São Vicente, no interior paulista, é a maisnova cidade a contar com uma unidadedo Sest/Senat. A inauguração foi em 10de dezembro e contou com a presençado presidente da CNT, Clésio Andrade.Com capacidade para treinar até 22,4 milpessoas por mês, o Sest/Senat SãoVicente poderá atender ainda cerca de960 consultas odontológicas e 1.440consultas médicas por mês. A unidadeservirá às comunidades de São Vicente,Cubatão, Guarujá e Santos, além deoutros municípios da Baixada Santista,como Praia Grande e Mongaguá.

A ANP (Agência Nacional do Petróleo)regulamentou a adição de 2% do biodiselao diesel derivado de petróleo. A misturaserá feita pelas distribuidoras decombustíveis, a exemplo do modeloadotado para a adição de álcool anidroà gasolina comercializada pelos postosrevendedores, mas as refinarias tambémpoderão fazê-la. A adição não exigiráalterações nos motores movidos a diesel.O biodiesel deve chegar aos postosrevendedores em fevereiro.Veja na Rede Transporte a série especialsobre biodiesel de 10 a 14 de janeiro.

A ANTT (Agência Nacional deTransportes Terrestres) prorrogou ocadastramento dos caminhoneiros. Onovo prazo vai até o dia 28 de fevereiro ea fiscalização começa no dia seguinte. Oobjetivo do governo é conhecer melhor asituação dos veículos que transportamcargas. Para quem não fizer a atualização, as punições vão desde multade R$ 300 ao cancelamento do registro.

A Secretaria Nacional de SegurançaPública vai elaborar um manual cujoobjetivo é orientar os policiais de todos osEstados na prevenção e no combate àcriminalidade, inclusive ao roubo decargas. O secretário Luiz Fernando Corrêaaceitou a sugestão do chefe da PolíciaCivil do Rio, delegado Álvaro Lins, e omaterial deverá ser confeccionado apartir de março próximo.

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12 CNTREVISTA JANEIRO 2005

PNEU:BRASIL DÁ EXEMPLO AO MUNDOPAÍS SE TORNA REFERÊNCIA MUNDIAL NO REAPROVEITAMENTO DA BORRACHA COM PROGRAMAS DE INCLUSÃO E LEGISLAÇÃO RÍGIDA

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JANEIRO 2005 CNTREVISTA 13

ECOLOGIA

REPORTAGEM DE CAPA

POR WAGNER SEIXAS

Uma si len cio sa “guer ra de pneus”, au -dí vel ape nas en tre fa bri can tes e re -mol da do res, tem pro du zi do efei tosbe né fi cos para o con su mi dor e o

meio am bien te. En quan to os pre ços do pro du toso frem que das (ou se es ta bi li zam), os ín di ces dere ci cla gem das car ca ças so bem a cada ano. Talfe nô me no se deve à pres são cau sa da pela re so -lu ção 258/99 do Co na ma (Con se lho Na cio nal deMeio Am bien te), que obri ga o re co lhi men to domer ca do do lixo ge ra do pelo pneu ve lho. O Bra -sil se tor nou van guar dis ta na ques tão do des car -te, ao de ter mi nar que fa bri can tes e im por ta do resse jam res pon sá veis pela des ti na ção fi nal do re sí -duo. O pro ces so co me çou em 2002, com umpneu in ser cí vel (peça que pode ser reaproveita-da) para cada qua tro no vos. As me tas fo ramcres cen do ano a ano até che gar a cin co paracada qua tro a par tir de ja nei ro de 2005.

As duas par tes, fabricantes e remoldadores,atuam di fe ren cial men te para ame ni zar o im pac -to am bien tal pro vo ca do pe los pneu má ti cos lan -ça dos na na tu re za e, as sim, cum pri rem uma le -gis la ção iné di ta no mun do. Atuan do em li nhascon trá rias, es ta be le cem um con fli to de in te res sena co le ta dos pneus. Os fa bri can tes fa zem o re -co lhi men to (ou pa gam em pre sas es pe cia li za dasem co le ta de lixo), des ti nan do-os à re ci cla gem.Nes ta eta pa, os pneus são tri tu ra dos para rea -pro vei ta men to da bor ra cha, ou uti li za dos paraman ter for nos de ci men tei ras, ou, ain da, trans -for ma dos em pó para uso no as fal to e na com -po si ção de óleo com bus tí vel. Os re mol da do res,por ou tro lado, usam as car ca ças em bom es ta -do para re cau chu ta gem e os pneus in ser cí veisvão pa rar nos gal pões de em pre sas de re ci cla -

gem. Para a in dús tria, a es tra té gia é de sa pa re cercom os pneus ve lhos e re du zir a par ti ci pa çãodos “re for ma dos” no mer ca do, ti ran do-lhes aprin ci pal ma té ria-pri ma.

As oito in dús trias (as mul ti na cio nais Brid ges -to ne-Fi res to ne, Good year, Pi rel li, Con ti nen tal eMi che lin e as na cio nais Le vo rin, Mag gion e Ri -nal di) de ve rão pro du zir 55 mi lhões de uni da desem 2005, con for me pre vi são da Anip (As so cia -ção Na cio nal da In dús tria de Pneu má ti co) – 30mi lhões irão abas te cer o mer ca do in ter no e ores tan te será ex por ta do para 85 paí ses. Por lei, apar tir de ja nei ro, to dos de ve rão re ti rar do mer ca -do o mes mo nú me ro de pneus co lo ca dos à ven -da, mas já se fala em re ne go ciar o pra zo.

O pre si den te da Anip, Ge rar do Tom ma si ni,con tra ria ex pec ta ti vas pes si mis tas e as se gu raque a meta será al can ça da e cita como exem ploo es for ço dos fa bri can tes e re ven de do res na co -le ta do “lixo pneu” em 2002 e 2003. “Por lei, tí -nha mos de re ci clar 80 mil to ne la das e con se gui -mos su pe rar o ob je ti vo em mais de 20 mil to ne -la das. Bas ta di zer que das 260 mil to ne la das depneus in ser cí veis, 57% fo ram pa rar em for nosde ci men to no país”, diz o di ri gen te da Anip.Tom ma si ni está con ven ci do de que não ha ve rápro ble mas para a re so lu ção do Co na ma sercum pri da in te gral men te nes te ano. “Não te nhadú vi da de que você não vai mais ver pneus poraí.” A Anip mon tou um pro gra ma, jun to com oPo der Le gis la ti vo de Es ta dos e mu ni cí pios bra si -lei ros, para o re co lhi men to do ma te rial.

Os re mol da do res, que em tese po de riam “re -co lher” o cha ma do “lixo da bor ra cha” e usá-lopara re cau chu ta gem, ale gam que a maio ria dascar ca ças na cio nais des car ta das não tem con di -

PNEU:BRASIL DÁ EXEMPLO AO MUNDOPAÍS SE TORNA REFERÊNCIA MUNDIAL NO REAPROVEITAMENTO DA BORRACHA COM PROGRAMAS DE INCLUSÃO E LEGISLAÇÃO RÍGIDA

FOTO

S MÜLLER

TEC

HNIK/DIVULG

AÇÃO

TECNOLOGIAMaquinário utilizadopara picotar pneus eseparar a borracha

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ções de se r re cu pe ra das, de vi do a da nos cau sa -dos pe las pés si mas con di ções das ro do vias.Ape nas um ter ço dos pneus no vos são re for ma -dos, ou seja, 10 mi lhões de uni da des/ano. Talvo lu me é in su fi cien te para aten der os pe di dos domer ca do, sur gin do daí a ne ces si da de de bus cara ma té ria-pri ma fora do país. As em pre sas pre -fe rem im por tar pneus nor te-ame ri ca nos e eu ro -peus, con si de ra dos “ex ce len tes e mais con fiá -veis” para a re mo de la ção. Em bo ra de cla rem terre ti ra do do mer ca do 3,8 mi lhões de car ca ças, oIba ma (ór gão que fis ca li za o cum pri men to da re -so lu ção do Co na ma) não con fir ma es ses nú me -ros. O ma te rial, ga ran tem os re mol da do res, foidi re to para a usi na de pro du ção de óleo e com -bus tí vel da Pe tro bras no Pa ra ná.

Se gun do o eco no mis ta pau lis ta Ney Ba tis ta,es pe cia lis ta em re ci cla gem de ma te riais só li dos,a in dús tria de re mo de la gem con se gue re cu pe raruma mi nús cu la par te dos pneus lan ça dos pe lasfá bri cas. Po rém, ale ga, to das de pen dem domer ca do ex ter no para aten der à enor me de man -da por re cau chu ta dos, es pe cial men te os pe di -dos pro ce den tes dos se to res de trans por te decar ga e de pas sa gei ros. Hoje, 70% da fro ta bra -si lei ra é cal ça da por pneus re for ma dos. “O pre -

C om prar um pneu seja ele novo ou re -mol da do, im pli ca co nhe ci men to ple -no do veí cu lo e sua fi na li da de. Pla ni -

lhas das em pre sas de trans por te de car ga ede pas sa gei ros apon tam que o item é o se -gun do mais caro na com po si ção de cus tos.A es co lha do pro du to deve con si de rar o pesoda car ga, o tipo de ca mi nhão (ou ôni bus), al -tu ra, lar gu ra, diâ me tro e de se nho e as con -di ções da ro do via. O ato da com pra não se li -mi ta ape nas no de sem bol so ini cial. O com -pra dor deve ava liar o pro du to di vi din do aqui lo me tra gem ro da da com o cus to dopneu. Pode ocor rer que um mo de lo re mol -da do, de R$ 900, saia mais caro do que umpneu novo, de R$ 1.200 no mí ni mo.

Para o téc ni co em com pras da Vo to ran tim(SP), Eloy Sou za Ama ral, o pri mei ro pas so na

com pra de um re cau chu ta do é di fe ren ciaruma car ca ça e ava liar sua du ra bi li da de.Sabe-se hoje, atra vés de aná li ses, que umbom pneu de car ga pode ser re for ma do atécin co ve zes. “O cus to da re for ma em re la çãoao de um pneu novo gira em tor no de 35%.O re mol da do pode fa zer igual ou até maisqui lô me tros que o mo de lo novo”, diz Ama ral

Ao op tar pela re cau chu ta gem, o mo to ris -ta deve sa ber que o pro du to tem por baseum pneu usa do. Ele é re for ma do de tala atala. Além da ban da de ro da gem e dos om -bros, toda a su per fí cie dos flan cos é subs ti -tuí da, usan do-se ape nas a car ca ça, cujalona é a es tru tu ra res pon sá vel por man ter ari gi dez, pres são e for ma to, im pe din do opneu de in flar como um ba lão. Ama ral lem -bra que, quan do são com pra dos dois ou

mais re mol da dos, o con su mi dor deve lem -brar que as car ca ças po dem ser de mar case ti pos di fe ren tes. “Cada fa bri can te ado tauma fór mu la para fa zer o seu pneu. Al gunsuti li zam mais po liés ter, ou tros mais nái lon oumais aço. Es sas di fe ren ças po dem pode afe -tar o veí cu lo, es pe cial men te se o re cau chu -ta dor não for cre den cia do.”

A van ta gem do re mol da do fica por con -ta do cus to. Um mo de lo para ca mi nhãocus ta em mé dia 40% do pre ço do novo.Para um au to mó vel, a di fe ren ça é de 60%. Ama ral aler ta para a es co lha de uma boare mol da do ra, pois “a eco no mia não vale oris co da in se gu ran ça. Exis tem boas em pre -sas que pro ces sam a re cu pe ra ção depneus, pro du zin do pe ças qua se tão boasquan to às con ven cio nais”.

REMOLDADOREQUER ATENÇÃONA HORADA COMPRA

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ço é bem in fe rior e a qua li da de do pro du to nãodi fe re do novo. Por tan to, numa vi são eco nô mi ca,o re cau chu ta do in ter fe re até no pre ço de fre tes epas sa gens. O pro du to é o se gun do item quemais en ca re ce o trans por te, per den do ape naspara o com bus tí vel”, diz Ba tis ta.

O eco no mis ta exem pli fi ca sua tese ao lem -brar que um pneu de ca mi nhão ou ôni bus podesu por tar até cin co re for mas, de pen den do dasboas con di ções da car ca ça. O pre ço de um mo -de lo novo que cal ça o ca mi nhão mo de lo MBL1218 ou uma car re ta Vol vo cus ta en tre R$ 1.288a R$ 1.844. O mes mo mo de lo, po rém re cau chu -ta do, é ven di do en tre R$ 700 e R$ 900 – umaeco no mia média de 40%. Ape sar das “len das”so bre ris cos re la ti vos à se gu ran ça, as em pre sas

têm o aval do In me tro (Ins ti tu to Na cio nal de Me -tro lo gia, Nor ma li za ção e Qua li da de In dus trial).Téc ni cos e es pe cia lis tas ga ran tem que os re mol -da dos ofe re cem se gu ran ça, con fia bi li da de e du -ra bi li da de. Com tais ru bri cas e o pre ço re du zi do,eles pre va le cem na hora da re po si ção.

Aten den do con sul tas de re pre sen tan tes doseg men to de pneus re for ma dos, o In me tro tra -ba lhou du ran te dez me ses na aná li se e re gu la -men ta ção téc ni ca dos pro du tos e che gou à con -clu são que a in dús tria de pneu re mol da do ne -ces si ta da im por ta ção de car ca ças de pneususa dos como ma té ria-pri ma para a pro du ção,con si de ran do, ain da, a efi ciên cia dos pro du tos.A di re to ria de Cre den cia men to e Qua li da de doór gão con cluiu que o pneu só pode ter “de no mi -na ção de re for ma do” se pas sar pe los pro ces sosde re ca pa gem, re cau chu ta gem e re mol da gem.

Dian te da via bi li da de dos cha ma dos “pneusre mold”, o In me tro já cer ti fi cou a re for ma depneus de car ros de pas seio e está fi na li zan do opro ces so de cer ti fi ca ção do pro du to des ti na doao trans por te de pas sa gei ros e car ga. A par tir de2005, to dos os re for ma do res apre sen ta rão umselo de ga ran tia do ins ti tu to. A ten dên cia é decres ci men to no se tor, im pon do um rit mo mais

VANTAGENS O remoldado garanteeconomia média de 40%

MARCELLO LOBO

OS EUA, QUEGERAM 275MILHÕES DEPNEUS VELHOSPOR ANO, TÊMEM ESTOQUEDE CERCA DE3 BILHÕESDE CARCAÇAS

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USO ECOLOGICAMENTECORRETO PELO BRASIL

“A re ci cla gem de pneus é a lata davez.” A ana lo gia fei ta pelo eco -lo gis ta mi nei ro Ro dol fo Cam -

braia é uma pre vi são oti mis ta de que o Bra -sil ten de a dar ao “lixo bor ra cha” o mes modes ti no hoje dado às em ba la gens de alu mí -nio. O país li de ra o ran king da re ci cla gemde la tas, pro mo ven do uma eco no mia anualaci ma de US$ 1 bi lhão. “O mes mo deveocor rer com as car ca ças. Exis tem pelo me -nos oito em pre sas bra si lei ras que co me ça -ram a ga nhar di nhei ro com a re ci cla gem dabor ra cha”, diz o am bien ta lis ta.

Para cum prir a re so lu ção do Co na ma, osfa bri can tes de pneus mon ta ram um am bi cio -so pro gra ma de co le ta, en vol ven do to dos osseus re ven de do res, en ti da des am bien ta lis tase o Po der Pú bli co. Em dois anos se gui dos,con for me o pre si den te da Anip, Ge rar doTom ma si ni, fo ram su pe ra das as me tas le -gais. “Cria mos eco pon tos em vá rias ci da desbra si lei ras para o re ce bi men to do pneu in ser -cí vel.” Se gun do o Iba ma, a úni ca fá bri ca deci men to que usa car ca ças em seus for nosestá lo ca li za da em Pe dro Leo pol do (MG).

É no Pa ra ná onde ocor rem os me lho resexem plos para re ci cla gem do “lixo bor ra cha”.O Es ta do tor nou-se uma ma triz das re cau chu -ta do ras e de ou tros pro ces sos para o rea pro -vei ta men to da car ca ça. Cel so Luiz Dal la gra na,di re tor da As so cia ção dos Re cau chu ta do resde Pneus do Pa ra ná, diz que a ati vi da de ain -da não re ce be in cen ti vos do go ver no, sejaatra vés de uma le gis la ção mais abran gen te ouatra vés de li nhas de cré di to es pe cí fi cas. “Ti ra -mos da na tu re za o mal e o re cu pe ra mos parao mer ca do. Po de ría mos es tar no mes mo ní veldos re ci cla do res de pa pel e alu mí nio. Fal taapoio do Po der Pú bli co”, diz Dal la gra na.

O pneu in ser cí vel, até en tão vis to como umdos maio res vi lões do meio am bien te, co me çaa se tor nar um “ma te rial eco nô mi co” gra ças àstec no lo gias de sen vol vi das para re ci clá-lo. Umade las foi de sen vol vi da pelo La bo ra tó rio de Quí -

mi ca da Uni ver si da de Fe de ral de Mi nas Ge -rais. A pes qui sa de sen vol vi da por um gru po decien tis tas, coor de na da pelo pro fes sor Ro chelMon te ro Lago, con se guiu tor nar eco no mi ca -men te atraen te a des vul ca ni za ção das car ca -ças. De pois de dois anos de es tu dos, a equi pedes co briu um pro ces so que trans for ma a atéen tão re sis ten te e in so lú vel bor ra cha em ma té -ria-pri ma para ou tras apli ca ções.

A tec no lo gia apli ca ma te rial ba ra to e me noscom ple xo para al can çar a des vul ca ni za ção,ob ten do um pro du to que pode ser trans for ma -do em com bus tí vel, óleo, gra xa, plás ti cos,pneus no vos, as fal to de maior elas ti ci da de edu ra bi li da de ou adi ti vos de ou tros po lí me ros. Ain ven ção foi pa ten tea da no Ins ti tu to Na cio nalde Pro prie da de In dus trial. Vá rias em pre sas já ECOLOGIA Recapaemento de borracha

PROTEÇÃO Em Belo Horizonte, pneus ficam em encostas perigosas

PAULO FONSECA

EVILÁZIO BEZER

RA/FUTU

RA PRESS

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se in te res sa ram pela tec no lo gia e pre ten demapli cá-la a par tir des te ano, quan do 70 mi lhõesde pneus se rão re co lhi dos no país.

A em pre sa Eci ja, de Cu ri ti ba, co me çaa ob ter di vi den dos com a re ci cla gem,ex por tan do para a Ho lan da ma te rial queé apro vei ta do para a com po si ção de as -fal to, ar te fa tos de bor ra chas e com pos -tos para a pro du ção de no vos pneus. Ja -cin to Pa dil lha, di re tor da em pre sa e re -pre sen tan te bra si lei ro da As so cia çãoAme ri ca na dos Re cau chu ta do res e Re -ci cla do res de Bor ra cha, diz que “a re ci -cla gem tem um enor me po ten cial, es pe -cial men te para a ex por ta ção”.

A Pe tro bras de sen vol ve com mui to su ces soum pro ces so que mis tu ra xis to e pneu in ser cí -vel na com po si ção de óleo com bus tí vel, usa dopara ali men tar usi nas ter me lé tri cas. Dia ria -men te, 12 mil car ca ças são pi co ta das na usi -na de São Ma teus do Sul (PR), que pos sui ca -pa ci da de para pro ces sar toda a su ca ta depneus pro du zi da por ano no país. Se gun doPau lo Rosa de Cam pos, ge ren te-ge ral da uni -da de, a tec no lo gia ain da é one ro sa, mas jus ti -

ti mas fa tais. Em São Pau lo, a ma ni pu la çãodes se ma te rial mo vi men tou ano pas sa do 70mil to ne la das de pneus. Eles fo ram tri tu ra dosna uni da de de Jun diaí ou fo ram apli ca dos nasobras de apro fun da men to do rio Tie tê.

No Rio Gran de do Sul, pes qui sa do resob ti ve ram uma ar ga mas sa a base depneus in ser ci veis e cons truí ram ca sas po -pu la res a um cus to 65% mais bai xo. O ti -jo lo de bor ra cha está em 200 ca sas emPor to Ale gre – uma mo ra dia de 40 me trosqua dra dos con so me 118 pneus.

Re ca pea men toSo men te ago ra o Bra sil está des co brin do

a apli ca ção dos re sí duos da bor ra cha nacom po si ção do as fal to. Nos EUA, 70% dases tra das do Ari zo na fo ram re ca pea das pelamis tu ra as fal to-pneu. Se gun do o es pe cia lis taNey Ba tis ta, “as cha ma das ro do vias em bor -ra cha das ofe re cem como van ta gens a maiordu ra bi li da de, re sis tên cia na for ma ção detrin cas, mais se gu ran ça para o sis te ma defre na gem dos veí cu los de vi do à me lhor ade -rên cia e me nor ruí do cau sa do pelo trá fe go. Étudo o que nos sas es tra das não têm.”

No Bra sil ape nas 2 km des se tipo de pis tafo ram as fal ta dos até hoje. O pro je to-em briãofoi de sen vol vi do pela Uni ver si da de Fe de ral doRio Gran de do Sul. A mas sa foi apli ca da en treos KM 318 e KM 320 da BR-116, em Guaí ba(RS). O ca pea men to re ve lou-se re sis ten te àsva ria ções cli má ti cas e na ab sor ção do pesodos ca mi nhões e mos trou-se mais du rá vel ede me lhor ade rên cia. Para o as fal ta men todes se tre cho, fo ram der re ti dos 1.400 pneus.Ape sar do su ces so do em preen di men to, opro je to ain da é tí mi do, face às ne ces si da desde re com po si ção da ma lha viá ria bra si lei ra.Se gun do a Se cre ta ria de Trans por tes do RioGran de do Sul, há pre vi são de no vos tes tescom o pro du to em ou tras ci da des gaú chas.

Para o en ge nhei ro gaú cho Or lan do Pe rei raFi lho, um es tu dio so des se tipo de ma te rial, atec no lo gia re duz cus tos de ma nu ten ção e au -men ta a vida útil das ro do vias. “Só não en xer -ga isso quem tem má in ten ção. Afi nal, paí sesdo Pri mei ro Mun do já uti li zam essa mas sa noas fal ta men to de suas es tra das.”

fi ca-se pe las van ta gens am bien tais e de saú depú bli ca. “Hoje, em Cu ri ti ba, não exis tempneus aban do na dos. A den gue de sa pa re ceuda ci da de. Por ou tro lado, es ta mos de sen vol -ven do um pro du to que irá con tri buir para aauto-su fi ciên cia de pe tró leo do Bra sil. O pro je -to já se tor na ren tá vel e ‘eco lo gi ca men te’ cor re -to”, diz o ge ren te. A em pre sa paga R$ 50 porto ne la da de car ca ça e, se gun do da dos deCam pos, 500 mil pneus pro ces sa dos pro por -cio nam uma eco no mia de 12 mil li tros de óleo.Os re sí duos le va dos para São Ma teus são mis -tu ra dos na pro por ção de 50 kg de bor ra chapara 950 kg de xis to. A com bi na ção gera gásna tu ral e óleo mi ne ral, o que re sul ta num au -men to de 11,1% na pro du ti vidade da usi na.

A mal di ção do “lixo bor ra cha” ago ra ali viapro ble mas em áreas de en chen tes. Em Ara -çoia ba da Ser ra (SP), a pre fei tu ra lo cal eco no -mi zou R$ 54 mil ao uti li zar pneus ve lhos decar re tas para a cons tru ção de uma ga le ria deágua de chu va numa das ave ni das da ci da de.Em Belo Ho ri zon te, a pre fei tu ra usou car ca çaspara con ter áreas de ris co, onde an tes os des -li za men tos cau sa dos por en chen tes fi ze ram ví -

MARCELLO LOBO

REUSO Em São Paulo, 70 mil toneladas de pneus foram reaproveitadas

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18 CNTREVISTA JANEIRO 2005

for te na im por ta ção de ma té ria-pri ma ou mes mona bus ca por car ca ças des pe ja das na na tu re za.

Anual men te, são im por ta dos 8 mi lhões deuni da des en tre no vos e re mol da dos para au to -mó veis e uti li tá rios. A in dús tria de re cau chu ta -gem tem um per cen tual mui to pe que no na im -por ta ção de pneus para trans por te de car ga e depas sa gei ros, ar gu men tan do que o pro du to na -cio nal é de me lhor qua li da de. Po rém, ava liamtéc ni cos da área, é pos sí vel que em nes te anoocor ra um vo lu me maior de com pras no ex te riorde car ca ças des ti na das a ôni bus e ca mi nhões. Ajus ti fi ca ti va é úni ca: as pés si mas con di ções dases tra das têm da ni fi ca do mui tas car ca ças quepo de riam ser re cu pe ra das.

Que da de bra çoPara o pre si den te da Abip (As so cia ção Bra si -

lei ra de Im por ta do res de Pneus), Fran cis co Si -meão, não se tra ta de ne nhum ab sur do o Bra silter uma po lí ti ca fa vo rá vel aos pneus re mol da dos.Ele lem bra que, no Rei no Uni do, 47% dospneus do se tor de trans por tes são re for ma dos.Nos EUA, a pro por ção che ga a 58%. Os re mol -da do res bra si lei ros co me mo ram o re cen te re co -nhe ci men to pela OMC (Or ga ni za ção Mun dial deCo mér cio) de que o pneu re for ma do, fei to a par -tir da car ca ça de um usa do, tem qua li da de e du -ra bi li da de e, por tan to, deve ter o mes mo tra ta -men to dado ao pneu novo nas re la ções co mer -ciais en tre os paí ses. É uma vi tó ria con si de rá velna que da de bra ço com os fa bri can tes.

Con tra os “re for ma dos” pesa a sus pei ta dopos sí vel uso de car ca ças com pro me ti das, con si -de ran do a ruí na das ro do vias do país. Mas, deacor do com os re mol da do res, o uso de ma te rialim pró prio é im pos sí vel tec ni ca men te de ocor rer,pois cada peça é mi li me tri ca men te tes ta da, comtec no lo gia, má qui nas e equi pa men tos de úl ti mage ra ção. “Até a ONU apro vou esse me ca nis mo,por meio do Re gu la men to 108/98 da Co mu ni da -de Eu ro péia, que exi ge rí gi dos pa drões de se gu -ran ça e de sem pe nho dos pneus, sub me ti dos ates tes de uso em se ve ras con di ções”, diz Si -

meão. Pro prie tá rio da maior re mol da do ra dopaís, a BS Col way, que em pre ga 700 fun cio ná -rios, Si meão enu me ra as van ta gens do pro du to:“Ele é eco ló gi co, aten de ao mer ca do con su mi -dor sem agre dir o meio am bien te, pou pan do re -cur sos na tu rais não-re no vá veis. Na pro du ção decada pneu re mol da do de au to mó vel, em subs ti -tui ção a um novo, ocor re a eco no mia de 20 a 40li tros de pe tró leo.”

Nes ta con cor rên cia be li ge ran te, quem ga nhaé o con su mi dor. A in dús tria con tra-ata ca, ao re -du zir seus pre ços, apri mo rar sua pro du ção, lan -çar no vos mo de los, alar gar pra zos de ga ran tia e,ago ra, fa ci li tar a com pra, par ce lan do o dé bi tosem co bran ça de ju ros e co lo can do seu pro du toem lo jas es pe cia li za das e até su per mer ca dos,

NO RIO DE JANEIRO,OS PNEUS EARTEFATOS DEBORRACHACORRESPONDEM A0,5% DO LIXOURBANO; EM SÃOPAULO, A TAXA É DE3%, E NOS EUA, DE1% DOS RESÍDUOS

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numa ex ten sa rede de co mer cia li za ção, cal cu la -da em 4.500 pon tos. Por ou tro lado, al gu mas fá -bri cas, como a Good year e a Mi che lin, re sol ve -ram agir em duas fren tes e ade ri ram ao sis te made re cau chu ta gem. A mul ti na cio nal nor te-ame ri -ca na pres ta ser vi ços di re ta men te a em pre sas detrans por te e ofe re ce um pro du to que leva suachan ce la de 100 anos. A in dús tria fran ce saapre goa seu re vo lu cio ná rio mo de lo Re ca mic, do -ta do de cer ti fi ca do ISO 9001. Am bas en tram nacon cor rên cia com os re mol da dos, tra zen do nacar ca ça dos pro du tos um selo de ga ran tia.

Ape sar das van ta gens des cri tas por Si meão,o as sun to ain da ali men ta uma ou tra po lê mi ca ju -rí di ca. A Ad vo ca cia Ge ral da União (AGU) en troucom pro ces so na Jus ti ça do Rio de Ja nei ro, pe -din do a sus pen são da co mer cia li za ção de“pneus re mold” im por ta dos, sob o ar gu men tode que sua en tra da no país oca sio na pre juí zo àsaú de pú bli ca, ao di rei to do con su mi dor e aomeio am bien te, já que “são con si de ra dos lixo in -de se já vel em paí ses do Pri mei ro Mun do”. O ar -gu men to se ba seia numa por ta ria da Se cex (Se -cre ta ria de Co mér cio Ex te rior), que im pe de a im -por ta ção de pneus re cau chu ta dos, em vir tu dedo ris co que ofe re cem ao meio am bien te. Duasem pre sas im por ta do ras re cor re ram e a ques tãofoi pa rar no TRF da 2ª Re gião. As im por ta çõesocor rem por meio de li mi na res.

Sal va dor da pá triaEm meio a esse em ba te, sur gem tec no lo gias

e me ca nis mos para eli mi nar o pas si vo am bien talcau sa do pela aco mo da ção de pneus em de pó si -tos, li xões, quin tais, bei ras de rio e es tra das. Asme to do lo gias de re ci cla gem e rea pro vei ta men to,en tre elas, a re cau chu ta gem, apa re cem comoele men to sal va dor de pá tria e com um ní ti do viéseco ló gi co. Ga nha-se di nhei ro com o des car te depneus usa dos ao mes mo tem po em que tira dana tu re za um dos mais pe ri go sos “ve ne nos am -bien tais”. O Bra sil ocu pa hoje o se gun do lu garno ran king mun dial de re cau chu ta gem (per depara os EUA), al çan do o país a uma po si ção van -

600 ANOS É OTEMPO QUEDEMORA UMPNEU PARASE DECOMPOR

CONSCIÊNCIAO pneu descartado vira problema futuro

guar dis ta na pre ser va ção do meio am bien te. Osre mol da do res ga nham a sim pa tia até dos eco lo -gis tas, pois, ao adi cio na rem no vas ca ma das debor ra cha re ci cla da nos pneus ve lhos, au men tama vida útil do pro du to em 100%, eco no mi zam80% de ener gia e ma té ria-pri ma e re du zem ocus to em até 50% em re la ção aos pneus no vos.

No en tan to, há um pon to de atri to com as en -ti da des am bien tais: a im por ta ção de pneus meia-vida pro ce den te da Eu ro pa e dos EUA. Ale gam oseco lo gis tas que o Bra sil pode se trans for mar na“li xei ra do mun do”, o mes mo ar gu men to que ba -li zou a ação da AGU. A Abip se de fen de e apon tafa to res so ciais, eco nô mi cos e até am bien tais. Se -gun do Fran cis co Si meão, as re mol da do ras de vi -da men te cre den cia das abrem mi lha res de em -pre gos, ge ram re cei tas e im pos tos, lim pam o meioam bien te, con tri buem com a saú de pú bli ca e,prin ci pal men te, aten dem à enor me de man da na -cio nal, ba ra tean do cus to de em pre sas trans por ta -do ras e do con su mi dor co mum. A BS Col way in -tro du ziu um pro gra ma de re ci cla gem de pneusve lhos que con tri bui para aca bar com a den gueno Pa ra ná, além de criar ocu pa ção re mu ne ra dapara 6.000 ca ta do res de pneus e ou tros ma te riaisre ci clá veis, sem fa lar nos em pre ga dos for mais nafá bri ca de pi co ta men to dos pneus.

A ques tão vem sen do dis cu ti da até no Se na -do. A Lei 216/03, que tra mi ta no Con gres so,pede a re gu la men ta ção na im por ta ção de pneuspara pos te rior re mo de la gem. O pro je to tem pa re -cer fa vo rá vel do re la tor, se na dor An tô nio Car losVa la da res (PSB-SE). l

MARCELLO

LOBO

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HISTÓRIASDE20ANOS DE CUMBICAO ANIVERSÁRIO DO AEROPORTO PELAS PALAVRAS DE TRÊS MULHERES QUE REALIZAREM SEUS SONHOS EM GUARULHOS

POR RICARDO BALLARINE

N o co me ço, ti nha tudo para dar er ra -do. Vi via fe cha do de vi do às cons -tan tes né voas. So freu crí ti cas, di -ziam que nun ca po de ria ser cons -

truí do na que le lu gar – Cum bi ca, em tupi, sig -ni fi ca “nu vem bai xa”. Mas vin gou, e se tor noua prin ci pal por ta do país. Hoje, é cha ma do deAe ro por to In ter na cio nal de São Pau lo/Gua ru -lhos-Go ver na dor An dré Fran co Mon to ro.

A 25 km do cen tro da ca pi tal pau lis ta,ele fica es con di do – como se fos se pos sí vel– na ci da de vi zi nha de Gua ru lhos. Da saí dada ro do via Ayr ton Sen na, já é pos sí vel mirá-lo no ho ri zon te, im po nen te com seus maisde 139 mil pou sos e de co la gens e seus 12mi lhões de pas sa gei ros anuais.

O ae ro por to in ter na cio nal de Cum bi ca éum por ten to que fun cio na 24 ho ras há exa -

tos 20 anos. É o maior ter mi nal de pas sa gei -ros da Amé ri ca La ti na, mas, se o seu mo vi -men to pode pa re cer imen so quan do com pa -ra do com seus ir mãos bra si lei ros, fica ín fi mona hora de ta bu lar seus nú me ros com seuspa res es tran gei ros – no aeroporto de LosAngeles (EUA) passam 68 milhões de pes-soas anualmente, e o lon dri no Heath rowcoor de na 467 mil mo vi men tos de aviões porano, por exem plo. Num ran king in for mal depas sa gei ros nos ae ro por tos mun diais, Cum -bi ca está em 67º lu gar (da dos de 2002).

Quan do o Boeing 747-200 da Va rig pou souno dia 25 de ja nei ro de 1985, no vôo RG-861,vin do de Nova York, o Bra sil ini cia va uma novaEra e abria as por tas para o ex te rior – ofi cial -men te, o ae ro por to foi inau gu ra do no dia 20,com uma ope ra ção vin da de Con go nhas. Ain -

20 CNTREVISTA JANEIRO 2005

O AEROPORTO

ABRIGA 130 LOJAS, POSSUI 260

BALCÕES DE CHECK-IN

E GERA 22 MIL

EMPREGOS DIRETOS E

60 MIL INDIRETOS

QUANDO ESTIVER

COMPLETO,

CUMBICA

ATENDERÁ

41 MILHÕES DE

PASSAGEIROS/ANO

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JANEIRO 2005 CNTREVISTA 21

HISTÓRIASDE20ANOS DE CUMBICAO ANIVERSÁRIO DO AEROPORTO PELAS PALAVRAS DE TRÊS MULHERES QUE REALIZAREM SEUS SONHOS EM GUARULHOS

foi a pio nei ra do trio. In gres sou no ae ro por -to em 1988, quan do a in for má ti ca ain da es -ta va lon ge de apor tar no Bra sil e fa ci li tar otra ba lho e a vida de qual quer ci da dão. “Noco me ço, Cum bi ca fun cio na va tudo no ma -nual. Eu re ce bia men sa gens via te lex, tra ba -lha va no es cu ro, prin ci pal men te com o ex -ces so de co ne xões”, diz Re na ta, que abriuseu pé ri plo no ae ro por to pela Va rig, comoagen te de trá fe go, aos 18 anos.

O aca so che gou quan do es pe ra va um ôni -bus para bus car seu car ro numa ofi ci na e en -con trou com uma ami ga que a avi sou do tes -te de se le ção da com pa nhia aé rea. Seu paiha via mor ri do fa zia al guns me ses e o tra ba lhoem uma es co li nha não lhe dava con di ções deaju dar a man ter a casa. Re sol veu ar ris car. Dezdias de pois, es ta va tra ba lhan do. Era 1988.

da es pe ra va-se por um go ver no Tan cre do Ne -ves, o pri mei ro ci vil a pre si dir o país após 20anos de di ta du ra mi li tar – o mi nei ro vi ria amor rer em 21 de abril, e dei xou a vaga paraJosé Sar ney. E Cum bi ca as su miu um pos to re -pre sen ta ti vo des sa fase Nova Re pú bli ca.

A Re vis ta CNT con ta a his tó ria des sas duasdé ca das pe las pa la vras de três per so na gensque vi ve ram em Cum bi ca e rea li za ram seusso nhos tra ba lhan do no ae ro por to. São trêsmu lhe res, três de se jos di fe ren tes: co nhe cer omun do, for mar uma fa mí lia e ter su ces so pro -fis sio nal. Duas ir mãs e uma ami ga que jun tasca mi nha ram pe las por tas do país e vi ram nasfres tas uma chan ce.

“Eu co me cei a tra ba lhar no ae ro por to pormero aca so. E aca bei co nhe cen do o mun do.”

Re na ta Cris ti na Fer nan des Ham di Pa cha

HOJE, CIRCULAM

EM MÉDIA

34 MIL

PASSAGEIROS

POR DIA

EM GUARULHOS

OS TERMINAIS 3E 4 ESTÃO NO

PLANO DIRETOR E

TERÃO CAPACIDADE

PARA 12 MILHÕES

DE PASSAGEIROS/ANO

CADA UM

FOTO

S MARCELLO

LOBO

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22 CNTREVISTA JANEIRO 2005

A pri mei ra fase du rou até 1992, quan dodei xou o Bra sil para mo rar em Lon dres. “De -pois do Pla no Col lor, per di as es pe ran ças”, dizRe na ta, ain da hoje in con for ma da com o blo -queio nas con tas cor ren tes que o pre si den teFer nan do Col lor de Mel lo pro mo veu logo queas su miu a Pre si dên cia, em 1989. Fi cou umano na Eu ro pa, e quan do vol tou as su miu umpos to na es pa nho la Ibe ria. É nes se mo men toque sua via gem pelo mun do co me çou.

“Tra ba lha va mui to na épo ca, até 14 ho raspor dia, quan do eu es ta va re gis tra da como‘part-time’ (meio pe río do, ou qua tro ho ras).Pe ga va o va lor das ho ras ex tras em pas sa genspara o ex te rior”, diz Re na ta, que co nhe ceupra ti ca men te toda a Eu ro pa e Amé ri ca. Tan toque hoje está no seu quar to pas sa por te.

É des sa épo ca suas maio res crí ti cas ao ae -ro por to: “Nin guém se en ten dia, não ha via es -tru tu ra nem pes soal qua li fi ca do. O ae ro por to

MOVIMENTAÇÃOAvião chegando em Cumbica

EM 20 ANOS,

PASSARAM PELO

TERMINAL

178 MILHÕES

DE PASSAGEIROS

era des pre pa ra do para re ce ber o tu ris ta es -tran gei ro.” Fo ram mais três anos de Cum bi ca,três anos de via gens e des co ber tas. Suas pre -fe rên cias re caem so bre Lon dres e Ma dri, e aca pi tal bri tâ ni ca é no va men te o des ti no de Re -na ta quan do ela dei xa de fi ni ti va men te Cum bi -ca, em 1996. No Rei no Uni do, co nhe ce seuma ri do, o ar ge li no Laz har, exi la do po lí ti co. Ca -sam-se, e hoje es tão de ma las pron tas paramo rar em Nova York, com seus três fi lhos, Ka -mi lah, 2, Nayh la, 5, e Kha led, 6.

“Cum bi ca me pro por cio nou mui tas coi -sas. Co nhe ci mui ta gen te. Eu ali men ta va ode se jo de co nhe cer o mun do, e sa bia quenão iria pa rar no Bra sil.”

Se Re na ta so nha va com ou tras pai sa gens,Fer nan da Braz al me ja va sal tos mais pró xi mos.Que ria uma car rei ra pro fis sio nal, ou “tra ba lharem uma mul ti na cio nal”, como um ve lho guar -da na po re gis tra o de se jo numa lis ta pre pa ra daàs vés pe ras de um Ano Novo. Ami ga de Re na -ta, foi por essa in fluên cia que Fer nan da se viuàs 5h da ma nhã de um dia de ja nei ro de 1990preen chen do uma fi cha na Va rig. Dois diasde pois, era agen te de trá fe go da com pa nhia.

Ti nha 18 anos. “A Re na ta me ven dia aidéia de tra ba lhar no ae ro por to como algomui to le gal.” Sua his tó ria con tém as mes -mas idas-e-vin das da ami ga, mas sem vôosmui to lon gos. Em 1993, pe diu de mis sãoapós um dia na praia, num raro mo men tode fol ga. “Pen sei no que es ta va fa zen docom a mi nha vida”, diz Fer nan da, que en -fren ta va uma ro ti na de tra ba lhos ex ten sos esem mo bi li da de de fol gas e fé rias.

Pa rou por seis me ses, pe río do em quecon ti nuou sua fa cul da de de ho te la ria. Masin quie ta e su per ati va, não agüen tou e vol -tou a Cum bi ca. No va men te mo ti va da pelave lha ami ga, ten tou e con se guiu uma vagana Ibe ria. Só que, cons cien te de sua hi pe -ra ti vi da de, acu mu lou em pre gos – tra ba lhouna Ame ri can Air li nes e na Ame ri can Ex -press, sem pre em Cum bi ca.

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JANEIRO 2005 CNTREVISTA 23

gar mais cedo e to mar um café, ir à ban ca dere vis tas, fico an dan do pe los ter mi nais.”

A mar ca de Re na ta não pára por aqui.Ain da está pre sen te até hoje em Cum bi ca.Sua irmã, Da nie la Fer nan des Jus to, é a peçade re sis tên cia do trio. Tam bém in fluen cia da,foi ca rim bar sua car tei ra de tra ba lho em1994 na Sata, em pre sa que pres ta ser vi çosno em bar que e de sem bar que de pas sa gei -ros. Aos 19 anos, co me çou de “brin ca dei ra”.“An tes, eu ia ao ae ro por to para ca çar au tó -gra fos, ver o mo vi men to”, diz Da nie la, queno dia da en tre vis ta co me mo ra va o se gun doani ver sá rio de seu fi lho, Gui lher me. Se a irmãpro cu ra va o mun do, Da nie la olha va para oum bi go e que ria um ape go, uma fa mí lia.Con se guiu em Gua ru lhos – co nhe ceu seuma ri do, e tam bém seu che fe, Cláu dio, no ae -ro por to. “Mi nha vida está em Cum bi ca. Meuma ri do, os ami gos, to dos es tão no ae ro por -to.” Para com ple tar, dois cu nha dos e doispri mos tam bém tra ba lham no ter mi nal.

A ro ti na di fe ren te, sem ho rá rio fixo, não ain co mo da. “Ar re pio só de ver o bi cho pou san -do. É um lu gar onde co nhe ço ou tras cul tu ras,ou tros ti pos”, mas para co me mo rar o ani ver -sá rio do fi lho teve que ti rar fé rias para con ci -liar com uma fol ga do ma ri do e pre pa rar a fes -ta. Ain da as sim, Da nie la é ta xa ti va. “Não mevejo em ou tro lu gar.” Tan to que não via ja.“Sou ape ga da à fa mí lia, a idéia de via jar nãome atrai”, diz, pro vo ca da pela irmã, que in sis -te que ela de ve ria ar ru mar as ma las.

Hoje, 20 anos de pois, Cum bi ca se pre pa -ra para cres cer. Já es tão em li ci ta ção asobras para o ter mi nal 3. Par te da vida des -sas três mu lhe res, o ae ro por to tam bémquer mos trar o que pode. Já Re na ta, 18anos de pois de ter pi sa do pela pri mei ra vezem Cum bi ca, pre pa ra seu adeus ao Bra sil.Fer nan da, com uma car rei ra es tá vel, en saiaa pu bli ca ção de um li vro de fic ção. E Da nie -la pre ci sa cor rer para con tro lar a ga ro ta dana fes ta de ani ver sá rio de seu fi lho. l

AS 3 MULHERES Daniela, Fernanda e Renata relembram os tempos de aeroporto

HOJE, CUMBICA

PODE ATENDER ATÉ

17 MILHÕES DE

PASSAGEIROS/ANO

Após uma pas sa gem pelo hos pi tal, pro vo -ca da por uma es ta fa de úl ti mo grau, “op tou”por ape nas um em pre go, acon se lha da pormé di cos e por seu pai. Em 1995, Fer nan daco me çou seu vôo mais alto. De di cou-se aonovo tra ba lho, es tu dou no ex te rior. “Me as sus -ta ver onde che guei, e me sin to su per rea li za -da.” Aos 32 anos, hoje ela é exe cu ti va de umamul ti na cio nal do sis te ma fi nan cei ro. O ve lhoso nho do guar da na po se tor nou rea li da de.

“O ae ro por to me aju dou, pois é um lu garonde se agu ça a sen si bi li da de. Te nho um vín -cu lo emo cio nal com este lu gar.” Via jar só foium ver bo a sur gir de pois de 1997, quan dodei xou de vez Cum bi ca para co me çar umacar rei ra de su ces so na área de mar ke ting.“Pa ris não tem igual”, mas aque le lu gar cha -ma do de “nu vem bai xa” ain da a emo cio na.“Ado ro es tar aqui. Quan do via jo, gos to de che -

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24 CNTREVISTA JANEIRO 2005

UMA BAIXADA MOVIMENTADAPROJETOS DE AEROPORTOS PARA A REGIÃO DO LITORAL SUL DE SÃO PAULO ABREM PERSPECTIVA DE CRESCIMENTO

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JANEIRO 2005 CNTREVISTA 25

lo cal e o trans por te fer ro viá rio decar gas e de pas sa gei ros.

Com os vá rios re cur sos detrans por te dis po ní veis e com ospro je tos que es tão em an da men -to, a bai xa da san tis ta está à fren -te de um avan ço sig ni fi ca ti vo emsuas ope ra ções lo gís ti cas, fa ci li -tan do a cir cu la ção das ri que zasden tro dos seus li mi tes ter ri to -riais. Com isso, a re gião pre ten deapri mo rar sua vo ca ção tu rís ti ca ega ran tir sub sis tên cia fora dasépo cas de tem po ra da.

Preo cu pa da com o de sen vol vi -men to, in de pen den te da che ga dade ve ra nis tas - a po pu la ção de200 mil pes soas pas sa para 1 mi -lhão na alta tem po ra da -, a Pre fei -tu ra de Praia Gran de, por meio daSe cre ta ria de De sen vol vi men toEco nô mi co e Me tro po li za ção, estálu tan do para atrair cer ca de 100em pre sas para com por o com ple -xo in dus trial da ci da de. De acor docom res pon sá vel téc ni co pelo pro -je to, Ada mas tor Au gus to dos San -tos, o ob je ti vo é le var para o lo calcer ca de 20 in dús trias das áreasde tec no lo gia, bio quí mi ca, com -po nen tes para a avia ção e para ain dus tria au to mo bi lís ti ca, além de

Um dos prin ci pais de sa -fios bra si lei ros apon ta -dos para 2005 é equi -li brar a ma triz de trans -

por te na cio nal, o que pro por cio na -ria um maior de sen vol vi men toeco nô mi co e so cial dos mu ni cí -pios. In se ri da nes se con tex to, a re -gião me tro po li ta na da Bai xa daSan tis ta (RMBS) - for ma da pe lasci da des de Ber tio ga, Gua ru já,San tos, Cu ba tão, São Vi cen te,Praia Gran de, Mon ga guá, Ita -nhaém e Pe ruí be - tem se des -pon ta do como um gran de pólomul ti mo dal, ca paz de ge rar cres -ci men to e auto-sus ten ta bi li da depara a re gião.

Um dos gran des sal tos pre vis -tos é a cons tru ção de um com -ple xo in dus trial em Praia Gran -de, com a im plan ta ção de umae ro por to com 3.000 me tros depis ta du pla, des ti na do à im por ta -ção e ex por ta ção de mer ca do riascomo tam bém ao trans por te in -ter no de car gas. Há ain da a ex -pec ta ti va de con clu são dos ae ro -por tos de pas sa gei ros de Ita -nhaém e Gua ru já, além das op -ções já exis ten tes, como o por tode San tos, o sis te ma ro do viá rio

UMA BAIXADA MOVIMENTADAPROJETOS DE AEROPORTOS PARA A REGIÃO DO LITORAL SUL DE SÃO PAULO ABREM PERSPECTIVA DE CRESCIMENTO

POR EULENE HEMÉTRIO

INVESTIMENTO

MULTIMODALIDADE

MARCELLO

LOBO

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26 CNTREVISTA JANEIRO 2005

ou tras 80 que com po riam a ca -deia de su pri men tos ne ces sá ria.

O pro je to, se gun do ele, é viá -vel atra vés da PPP (Par ce ria Pú -bli co-Pri va da), sen do que a pre -fei tu ra doa rá o lo cal - às mar -gens da ro do via Pa dre Ma noelda Nó bre ga -, que fica a 12 kmdo cen tro de Praia Gran de. Exis -tem duas op ções, mas a pre fei -tu ra pre ci sa de au to ri za ção doMi nis té rio do Meio Am bien tepara ini ciar as ope ra ções dedes ma ta men to e cons tru ção.

A ini cia ti va pri va da deve in -ves tir cer ca de R$ 70 mi lhões, eas em pre sas que in te gra remesse “clus ter” tam bém te rãobe ne fí cios fis cais, uma vez queo ae ro por to-in dús tria se en cai xano per fil das Zo nas de Pro ces -sa men to de Ex por ta ções(ZPEs), pre vis tas em lei fe de ral.Des sa for ma, elas não te rão depa gar im pos tos como a Co fins(Con tri bui ção para o Fi nan cia -men to da Se gu ri da de So cial), oPIS (Pro gra ma de In te gra ção

So cial) e o IPI (Im pos to so brePro du tos In dus tria li za dos).

O pre fei to da ci da de, Al ber toMou rão, diz que a re pre sen ta ti vi -da de do mu ni cí pio irá tra zer inú -me ras van ta gens para a re gião:“Praia Gran de terá uma fa ci li da -de mui to maior em re ce ber re -cur sos ex tra-or ça men tá rios, in -de pen den te do qua dro po lí ti comu ni ci pal, por que irá par ti ci parati va men te dos ne gó cios, es tan -do atua li za da e ali nha da com osob je ti vos na cio nais”.

Au gus to dos San tos fri sa queo ae ro por to in dus trial será o úni -co do Bra sil a ser cria do es pe -cial men te com o fim de trans por -tar os pro du tos fa bri ca dos den trodo pró prio com ple xo ao qual per -ten ce. “Por esse mo ti vo, o ae ro -por to-in dús tria de Praia Gran denão vai com pe tir com ou tros ter -mi nais do Es ta do.”

Após ob ter o li cen cia men toam bien tal, a pre fei tu ra bus ca ráau to ri za ções do Mi nis té rio da In -dús tria e Co mér cio para im plan ta -

ção de uma zona de ex por ta çãono lo cal, da Se cre ta ria de Es ta dode Meio Am bien te e das au to ri da -des ae ro náu ti cas, como o DAC(De par ta men to de Avia ção Ci vil), aIn frae ro (In fra-Es tru tu ra Ae ro náu -ti ca) e o Daesp (De par ta men to deAvia ção do Es ta do de São Pau lo).

O res pon sá vel pelo pro je toacres cen ta que o alvo do em -preen di men to é a em pre sa quefa bri ca pro du tos de alto va loragre ga do, nor mal men te trans por -ta dos por via aé rea. As pis tas de 3km de ex ten são por 45 me tros delar gu ra per mi ti rão o pou so de ae -ro na ves de gran de por te, como oBoeing 747, ga ran tin do agi li da deàs in dús trias lo cais. Com isso, opor to de San tos tam bém não serápre ju di ca do, já que a maio ria dospro du tos trans por ta dos pela com -pa nhia são gra néis.

Opor tu ni da desO ad mi nis tra dor re gio nal do

Daesp, José An tô nio da Fon se ca,res pon sá vel pelo ae ro por to de Ita -nhaém, acre di ta que um pro je tonão se so bre põe ao ou tro e, pelocon trá rio, vem dar al ter na ti vaspara o de sen vol vi men to re gio nal.“Um ae ro por to deve aten der, nor -mal men te, a um raio de 50 km. Anos sa re gião é mui to rica e dis põede mui tas opor tu ni da des”, dizFon se ca.

Até o fe cha men to des ta edi -ção, o ae ro por to de Ita nhaém es -ta va aguar dan do um pa re cer dogo ver no do Es ta do para pro ce derà inau gu ra ção. De acor do comFon se ca, fal ta va ape nas con cluira si na li za ção de al guns tre chos e

A REGIÃOPRETENDEAPRIMORARSUA VOCAÇÃOTURÍSTICA EGARANTIRSUBSISTÊNCIAFORA DASÉPOCAS DETEMPORADA

ALTERNATIVAAeroporto deItanhaém ajuda nodesenvolvimento

AER

OPORTO

DE ITANHAÉM

/DIVULG

AÇÃO

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acer tar pe que nos de ta lhes paraque o ae ro por to já fos se co lo ca -do em ope ra ção.

Di fe ren te do pro je to de PraiaGran de, Ita nhaém é um in ves ti -men to pú bli co e foi cria do paratrans por tar, prio ri ta ria men te, pas -sa gei ros. Sua ca pa ci da de li mi ta-se a ae ro na ves de até 100 pas sa -gei ros, por ter uma pis ta de1.350 me tros. “Es ta mos ago racon tan to com os em pre sá rios detu ris mo para ge rar mo vi men ta -ção no ter mi nal. Te mos uma vo -ca ção mui to gran de para essaárea e tam bém po de mos re ce berexe cu ti vos com des ti no aos cen -tros de con ven ções de San tos”,diz Fon se ca. Se gun do o ad mi nis -tra dor, há uma de man da re pri mi -da na re gião, que so men te vai sersen ti da quan do o ae ro por to es ti -ver ope ran do efe ti va men te.

Da mes ma for ma, o ae ro por tode Gua ru já es pe ra con quis tar o

pú bli co dos vôos char ters, comdes ti no à Bai xa da San tis ta ou depar ti da para o Nor des te. “Es ta moshá oito anos que bran do pe dras noca mi nho por que o ae ro por to écom par ti lha do (ae ro náu ti ca e mu -ni cí pio) e pas sou pelo cri vo deuma sé rie de ór gãos”, diz o pre fei -to de Gua ru já, Mau ri ci Ma ria no.“Não va mos com pe tir com Ita -nhaém, que vai ab sor ver ou trotipo de pas sa gei ro, e ain da va mosali viar os ae ro por tos de Con go -nhas e Cum bi ca.”

O pro je to tam bém já está con -cluí do, fal tan do ape nas o Re la tó -rio de Im pac to ao Meio Am bien te(Rima). Ma ria no apos ta no pro je -to como um ve tor de cres ci men to,com ge ra ção de em pre go e ren daem toda a re gião. “Es ta mos pre -pa ran do uma nova era de de sen -vol vi men to. Den tro do pro gra maexis te, por exem plo, o pro je to deum tú nel li gan do di re ta men te

Gua ru já ao por to de San tos, fa ci li -tan do a in te gra ção en tre os mu ni -cí pios”, diz Ma ria no.

A ci da de de São Vi cen te tam -bém já vem se pre pa ran do paraab sor ver a de man da tu rís ti ca dare gião. Além das praias e par queste má ti cos, o mu ni cí pio tem umagran de im por tân cia cul tu ral e his -tó ri ca para o país. Sem pre no mêsde ja nei ro, a ci da de pro mo ve omaior es pe tá cu lo tea tral em areiade praia no mun do, com 800 ato -res da co mu ni da de, que é a en ce -na ção da fun da ção da Vila de SãoVi cen te, con tan do a his tó ria dapri mei ra ci da de do Bra sil.

Para aten der as pessoas quedia ria men te che gam e saem deSão Vi cen te, foi cons truí da umanova e am pla es ta ção ro do viá ria,pró xi mo à ro do via dos Imi gran tes.O se cre tá rio de Trans por tes, Al feuRo dri gues, lem bra que a ci da decon ta ain da com um es tuá rio na -

REGIÃO COM RENDA ALTA E PROBLEMAS COMUNS

A Bai xa da San tis ta é a ter cei ramaior re gião do Es ta do de SãoPau lo em ter mos po pu la cio nais,

com mais de 1,4 mi lhão de mo ra do resfi xos, se gun do da dos do Cen so de2000. Nos pe río dos de fé rias, aco lheigual nú me ro de pes soas. Ela abran geuma área de 2.372 qui lô me tros qua dra -dos (cor res pon de a me nos de 1% dasu per fí cie do Es ta do) e ca rac te ri za-sepela gran de di ver si da de de atividadeseconômicas pre sen tes nos mu ni cí piosque a com põem, como o porto de San-tos e o aeroporto de Guarujá.

Res pon sá vel por mais de um ter ço detodo o co mér cio ex te rior do Bra sil e aten -den do a cer ca de 17% do ter ri tó rio bra si -lei ro, o por to de San tos é o maior e maisim por tan te com ple xo por tuá rio da Amé ri -

ca do Sul. Com apro xi ma da men te 13 kmde cais, mo vi men ta 40 mi lhões de to ne la -das de car ga ge ral por ano e 43% do mo -vi men to na cio nal de con têi ne res, ou seja,de cada cin co con têi ne res em bar ca dosou de sem bar ca dos na cos ta bra si lei ra,dois pas sam pelo pºor to de San tos.

As ati vi da des in dus triais, lo ca li za daspre do mi nan te men te em Cu ba tão, im -por tan te pólo si de rúr gi co em es ca la re -gio nal, as sim como as por tuá rias emSan tos e as li ga das ao co mér cio, ser vi -ços e ati vi da des de tu ris mo e ve ra neio,têm re fle xos di re tos na eco no mia da re -gião e res pon dem pela ge ra ção de umPIB de US$ 7,4 bi lhões, ou, ain da, poruma ren da per ca pi ta de US$ 5.023.

Ape sar do im por tan te pa pel que exer -ce no Es ta do, a re gião me tro po li ta na da

Bai xa da San tis ta apre sen ta pro ble mas co -muns aos gran des aglo me ra dos ur ba nos,como, por exem plo, os re la cio na dos àques tão am bien tal, à ca rên cia de in fra-es -tru tu ra, ao sa nea men to am bien tal, aotrans por te e à ha bi ta ção.

O cres ci men to exa cer ba do em San tos,Cu ba tão e Gua ru já, alia do a ou tras ati vi -da des ge ra do ras de em pre go nos se to resde co mér cio e ser vi ços, pro vo cou um mo -vi men to al ta men te pen du lar em di re ção aou tras ci da des, com me lho res con di çõesde ha bi ta ção e es pa ço dis po ní vel. Osmu ni cí pios de São Vi cen te e Praia Gran -de e o dis tri to de Vi cen te de Car va lho, noGua ru já, aca ba ram ad qui rin do ca rac te -rís ti cas de ci da des-dor mi tó rio, o que temle va do as pre fei tu ras a bus car so lu çõespara se auto-sus ten ta rem.

Complexo Industrialde Praia Grande

O que o aeroportoirá proporcionar:

• Atração de 20 indústriaspara a área interna

• Envolvimento de 80empresas da cadeiade suprimentos• Investimento deR$ 100 milhões

• Geração de 20 milempregos diretos

e indiretos

Outros pólos multimodais• Porto de Santos

• Aeroporto de Itanhaém(passageiros)

• Ferrovia Santos-Jundiaí• Sistema Anchieta-

Imigrantes (Serra do Mar)• Aeroporto de Guarujá

(passageiros)• Terminal rodoviário

de São Vicente

BAIXADA SANTISTAINTEGRADA

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28 CNTREVISTA JANEIRO 2005

OPÇÃO Um dos terrenos da Prefeitura de Praia Grande em estudo para o aeroporto

MAIS EMPREGO, MAIS RECEITA

OCom ple xo In dus trial de Praia Gran de éum pro je to ou sa do que sig ni fi ca maisque uma op ção de trans por te para a

Bai xa da San tis ta. A idéia de atrair gran des em -pre sas para a re gião vem acom pa nha da de umagran de ex pec ta ti va de ge ra ção de em pre go,qua li fi ca ção pro fis sio nal da co mu ni da de e tam -bém de cres ci men to do co mér cio lo cal.

O nú me ro de em pre gos for mais no mu ni cí pioatin ge hoje ape nas 10% da po pu la ção. A bai xaofer ta de em pre go está for te men te vin cu la da àati vi da de tu rís ti ca, que con ta com a in for ma li da -de em épo cas de tem po ra da. Por cau sa des sepro ble ma, o Po der Pú bli co tam bém é pre ju di ca -do pelo au men to inex pres si vo de ri que zas.

“A im plan ta ção do Com ple xo In dus trial vaige rar cer ca de 20 mil em pre gos di re tos e in di re -tos, além de au men tar a re cei ta do mu ni cí pioatra vés de uma nova es tru tu ra tri bu tá ria”, diz o

pre fei to. Mou rão des ta ca que a pre fei tu ra po de -rá apli car os re cur sos ex ce den tes em no vos pro -je tos para o de sen vol vi men to da ci da de, “ge ran -do uma se qüên cia na tu ral de cres ci men to”.

Se gun do ele, o de sen vol vi men to cau sa dopelo ae ro por to-in dús tria irá atin gir até mes mo oní vel edu ca cio nal de Praia Gran de, já que a co -mu ni da de de ve rá bus car es pe cia li za ção paracon cor rer às va gas de em pre go. Além dis so, oco mér cio lo cal se tor na rá mais com pe ti ti vo, e omu ni cí pio terá de se ade quar à nova rea li da decom mais ofer tas de ho téis, cen tros de con ven -ções, op ções de la zer e ali men ta ção.

O pre fei to diz que a ex pec ta ti va é que a po -pu la ção da ci da de do bre com a im plan ta ção dopro je to, che gan do a qua se 400 mil ha bi tan tes.“O de sen vol vi men to do mu ni cí pio vai ge rar auto-sus ten ta bi li da de e seus mo ra do res po de rãousu fruir dos be ne fí cios que sur gi rão.”

ve gá vel e que a cons tru ção dosae ro por tos irá in cre men tar osaces sos à ci da de, aque cen do aeco no mia de toda a re gião.

“Todo in ves ti men to in du tordo de sen vol vi men to é bem-vin -do na re gião da cos ta da MataAtlân ti ca, na qual se in clui SãoVi cen te. Nos sa ci da de cons truiuo Com ple xo de Even tos e Con -ven ções, um an fi tea tro e criou,nos úl ti mos oito anos, inú me rasatra ções tu rís ti cas. Es ses pro je -tos só vi rão a atrair mais vi si tan -tes e in ves ti do res à re gião.”

Para com ple tar a rede mul ti -mo dal da Bai xa da San tis ta, a an ti -ga fer ro via San tos-Jun diaí, ope ra -da atual men te pela MRS Lo gís ti -ca, é ou tro pon to de im por tân ciapara a re gião. Com co ne xão di re taao por to de San tos, a li nha mo vi -men ta hoje mais de R$ 2 mi lhõespor mês so men te com o trans por -te de con têi ne res, fer ti li zan tes, tri -go e sal vin dos do por to.

Se gun do o res pon sá vel pelode par ta men to de com mo di tiesagrí co las da MRS, Mar ce lo Sa -rai va, ain da pas sam pela es tra -da de fer ro di ver sos pro du tos desi de rur gia e car ga ge ral. “A van -ta gem da fer ro via é a se gu ran çae o cus to bai xo. A car ga quevem do por to de San tos se guedi re to para o clien te fi nal semin ter rup ções”, diz. Para Sa rai -va, ape sar de ser di fí cil uma in -te gra ção efe ti va en tre fer ro viase ae ro por tos, o de sen vol vi men -to da re gião aca ba in cre men -tan do os ne gó cios e re fle tin do,in di re ta men te, no cres ci men todo mer ca do. l

MARCELO LOBO

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HIDROVIAS

MODAL AQUAVIÁRIO

D iz a len da que a Tran sa ma zô ni ca foicon su mi da pe los deu ses da sel vatro pi cal com o cla ro in tui to de mos -trar que a prin ci pal al ter na ti va de

trans por te de car gas e de pas sa gei ros naAma zô nia se ria por via flu vial. Se os mi tos ca -bo clos as sim qui se ram, pre ser van do a flo res -ta e im pe din do o so nho ufa nis ta do go ver nomi li tar, o mo dal hi dro viá rio na re gião re ve laum po ten cial ex traor di ná rio para es coar umaas cen den te pro du ção de grãos, ma dei ra, mi -ne rais e pro du tos ma nu fa tu ra dos. Sem exa -ge ros, es pe cia lis tas de no mi nam os rios de“BRs da Ama zô nia”, e são es sas vias quetransportam a ri que za re gio nal. “O Es ta do doAma zo nas, por exem plo, pa ra ria no tem po senão fos se a sua ma lha hi dro viá ria”, diz o pro -fes sor Or lan do Fei to sa Álvares, da Uni ver si da -de Fe de ral do Ama zo nas. Para ele, “as em -pre sas de trans por te des co bri ram ago ra o queos ín dios já fa ziam há sé cu los”.

São mais de 20 mil qui lô me tros de águasna ve gá veis, sen do 16 mil qui lô me tros uti li za -dos o ano in tei ro, in de pen den te do pe río do dechu vas e es tia gem - o com ple xo flu vial ama -zô ni ca é for ma do pe los rios Ama zo nas, Gua -po ré, Ju ruá, Ma dei ra, Ne gro, Pu rus, So li mõese seus afluen tes. Elas cum prem o pa pel de in -te gra ção e ajudam a consolidar a ci da da nia,in ter li gan do cen te nas de mu ni cí pios e oito Es -ta dos da re gião (Amazonas, Pará, Amapá,

REDENÇÃODAÁGUAREGIÃO AMAZÔNICA SE MOVIMENTA PARA ESTRUTURAR O TRANSPORTE FLUVIAL

POR WAGNER SEIXAS

30 CNTREVISTA JANEIRO 2005

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JANEIRO 2005 CNTREVISTA 31

Acre, Roraima, Rondônia, Tocantins e Maran-hão). É atra vés do mo de lo flu vial que po vosins ta la dos em pon tos ina tin gí veis por vai ter -res tre re ce bem saú de, edu ca ção e cul tu ra. AHi léa, de no mi na ção dada pelo sá bio Hum -boldt para de sig nar a flo res ta equa to rial quevai das en cos tas orien tais dos An des, pas san -do por todo o vale do Ama zo nas, até che garàs Guia nas, é uni da por água e por meio delaé que o ho mem so bre vi ve e se co mu ni ca.

“Al can çar as co mu ni da des alo ja das àsmar gens dos rios é ta re fa de to dos, seja do Po -der Pú bli co ou do se tor pri va do, vi san do ofe re -cer o mí ni mo de dig ni da de aos ci da dãos ri bei -ri nhos”, diz o an tro pó lo go Di mi tri Sá vio, daFun da ção Ama zo nas Le gal. Ele cita como ati -vi da de exem plar o tri bu nal iti ne ran te do Ama -pá. Des de o fi nal de 2002, na ve ga pe los riosda re gião um bar co-cor te, com ca pa ci da depara 65 pes soas. Nele, juí zes e pro mo to respas sam até sete dias re sol ven do pen dên ciasju di ciais em cer ca de 200 mu ni cí pios do Ama -pá. Em bo ra seja vol ta do para ques tões fa mi lia -res, os ma gis tra dos so lu cio nam tam bém pro -ble mas de pe que nos em pre sá rios. Do ta da decom pu ta do res, ge ra dor de ener gia e de umasala de au diên cia com ca pa ci da de para dezpes soas, a em bar ca ção per ten ce ao Tri bu nalde Jus ti ça do Ama pá e faz par te do pro je toJus ti ça Iti ne ran te, fru to de uma par ce ria en treo TJ es ta dual e a Fun da ção Ban co do Bra sil.

“Sem os rios, os po vos da flo res ta fi ca riamcom ple ta men te iso la dos, sem qual quer tipode co mu ni ca ção com a ci vi li za ção”, diz a eco -no mis ta Ana Cris ti na Bar ros, au to ra de umapes qui sa so bre a in dús tria ma dei rei ra no Paráe a im por tân cia das hi dro vias para es coa men -to da pro du ção. Ela e o co le ga Chris to pherUhi fi ze ram uma ex ten sa aná li se so bre o rioAma zo nas, con cluin do que o trans por te flu -vial tem in fluên cia de ci si va na eco no mia lo cal,es pe cial men te na ex tra ção e co mer cia li za çãode ma dei ras. “Há mais de mil pe que nas ser -ra rias fa mi lia res no es tuá rio, ao lado de mé -

dias e gran des em pre sas. To dos de pen dem o riopara trans por tar a pro du ção”, diz o es tu do.

A ba cia Ama zô ni ca com preen de mais de50% do po ten cial de hi dro vias bra si lei ras. Bas -ta di zer que a in ter li ga ção da ex ten sa rede hi dro -grá fi ca do país se ria ca paz de for mar um cor re -dor per mi tin do que uma sim ples faca de co zi -nha, pro du zi da em Be lém, che gas se às mãos deum chur ras quei ro em Bue nos Ai res. “Essa viaque não po lui é de bai xo cus to ope ra cio nal. Po -rém, ain da não é ex plo ra da com efi ciên cia”, dizo pro fes sor Fei to sa Álvares.

A re la ção cus to/be ne fí cio tem es ti mu la do aen tra da de em pre sas no ne gó cio hi dro viá rio. Cál -cu lo da or ga ni za ção nor te-ame ri ca na En vi ron -men tal Ad van ta ges of In land Bar ge Trans por ta -tion mos tra que o trans por te de car gas por viaflu vial é ex tre ma men te mais eco nô mi co, ba ra -tean do o cus to de fre tes. As com pa ra ções comou tros mo dais ser vem de ilus tra ção: se um ca mi -nhão per cor re 25 km com 1 li tro de com bus tí vele car ga de 1 to ne la da, en quan to um trem per -cor re 86 km e uma em bar ca ção, 219 km. Umcom boio, diz o es tu do, trans por tan do 10 mil to -ne la das equi va le ao uso de 278 ca mi nhões com36 to ne la das. Es ses ca mi nhões se riam obri ga -dos a uti li zar mão de obra de 556 ho mens (mo -to ris tas e aju dan tes), en quan to o com boio temuma tri pu la ção de ape nas 12 pes soas.

O rio Ma dei ra, por exem plo, tem 1.056 km devia e é ca paz de le var pro du tos de Por to Ve lho(RO) para o por to de Ma naus. São cin co dias detra ves sia numa das re giões mais be las do mun -do. O Mi nis té rio dos Trans por tes tem exe cu ta doobras na hi dro via, ob je ti van do a re du ção doscus tos de fre te. Da dos da An taq (Agên cia Na cio -nal de Trans por tes Aqua viá rios) com pro vam queos pon tos for tes de uma hi dro via con cen tram-seno cus to bai xo de sua im plan ta ção, no bai xo im -pac to am bien tal e no me nor gas to por qui lô me -tro/car ga. “O cus to de cons tru ção por qui lô me trode uma hi dro via sai por US$ 34 mil, en quan to aobra do mes mo qui lô me tro de uma ro do via nãosai por me nos de US$ 440 mil, ou de uma fer ro -

REDENÇÃODAÁGUAREGIÃO AMAZÔNICA SE MOVIMENTA PARA ESTRUTURAR O TRANSPORTE FLUVIAL

JÚLIO FERNANDES/MINITÉRIO DOS TRANSPORTES/DIVULGAÇÃO

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32 CNTREVISTA JANEIRO 2005

em pur ra do res e bal sas para mo vi men tar, por rio,a soja pro du zi da em Mato Gros so. Os com boiosde Ber to li ni, des de 2003, trans por tam soja paraa Car gill pe los rios Ma dei ra e Ta pa jós, de Por toVe lho a San ta rém (PA), onde os grãos se rão em -bar ca dos em na vios, rumo ao mer ca do ex ter no.

Ber to li ni che gou a Ma naus na dé ca da de1970, com uma car ga de mó veis num ca mi nhãoMer ce des 1111. De lá para cá, mon tou na re giãoum gru po de trans por te, ar ma ze na gem e cons -tru ção de bal sas e car re tas que já fa tu ra R$ 130mi lhões por ano.

So men te nos úl ti mos dez anos, os go ver noscon se gui ram en xer gar a im por tân cia de in ves tirnes se mo dal, em bo ra ain da de for ma tí mi da esem a efi ciên cia que a re gião de man da. Es ti ma-se que na ba cia Ama zô ni ca cir cu lem mais de 10mil ti pos va ria dos de em bar ca ções, ser vin dopara o trans por te de car gas ou de pas sa gei ros.“É o úni co veí cu lo do ca bo clo ama zô ni co”, dizFei to sa Álvares. Se gun do o pro fes sor da Fe de raldo Ama zo nas, o mo dal hi dro viá rio “é su ba pro -vei ta do”. “Nos EUA, país lí der na ex por ta ção depro du tos agrí co las, o trans por te hi dro viá rio res -pon de por 61% do trans por te de grãos, en quan -to as fer ro vias trans por tam 23% e as ro do vias,16%.” No Bra sil, dono da maior ma lha aqua viá -ria do pla ne ta, a par ti ci pa ção des se mo dal cor -res pon de a 14%.

Com re cur sos pú bli cos e pri va dos, a ba ciaAma zô ni ca vai se or ga ni zan do, len ta men te, compor tos bem equi pa dos e ter mi nais pri va ti vos. Opro je to da hi dro via To can tins-Ara guaia vai ga ran -tir con di ções de na ve ga ção nas me lho res con di -ções de se gu ran ça, con tan do para isso, além deuma via de sim pe di da, com si na li za ção ade qua -da, que orien te e per mi ta ao usuá rio na ve garcom tran qüi li da de. Essa na ve ga ção já ocor re,atual men te, po rém, de for ma ir re gu lar, pois osrios a tor nam pos sí vel so men te no pe río do daságuas al tas, en tre no vem bro e maio.

A ba cia hi dro grá fi ca dos rios Ara guaia e To -can tins tem sob a sua área de in fluên cia cin coEs ta dos: Mato Gros so, Goiás, To can tins, Pará e

via, cujo cus to che ga a US$ 1,4 mi lhão”, diz es -tu do da agên cia.

De acor do com Jef fer son Soa res, téc ni co daAhi mor (Ad mi nis tra ção da Hi dro via do Ama zô niaOrien tal), “o trans por te hi dro viá rio é pou co po -luen te, se gu ro, pos sui maior ca pa ci da de de car -ga, ma nu ten ção mais ba ra ta e maior vida útil”.

O de pu ta do fe de ral Lu pér cio Ra mos (PL-AM), am pa ra do por nú me ros, plei teia jun to aogo ver no fe de ral uma po lí ti ca de in cen ti vo para ouso ge ral das hi dro vias, es pe cial men te no trans -por te flu vial de pas sa gei ros. “Cada tra gé dia cau -sa da por nau frá gio mos tra a fal ta de es tru tu ra deal guns bar cos-pi ra tas, que não pos suem po rõesde es tan que em caso de rup tu ra do cas co, prin -ci pal men te em épo ca de va zan tes, quan do osrios es tão bai xos e cheios de tron cos de ár vo res,pe dras e ban cos de areia.” Para Ra mos, os ar -ma do res e em pre sá rios do se tor re cla mam dafal ta de uma li nha de fi nan cia men to para a cons -tru ção de em bar ca ções mais se gu ras para otrans por te de car gas e de pas sa gei ros.

As rei vin di ca ções vão sen do aten di das emcon ta-go tas, em rit mo ain da in com pa tí vel com ade man da, diz o par la men tar. Re cen te men te, oBNDES li be rou um fi nan cia men to de R$ 2,1 mi -lhões, via Fun do da Ma ri nha Mer can te, para aem pre sa Wal de mar Na ve ga ção Ltda., se dia daem Be lém. Com o re cur so, a em pre sa irá cons -truir duas em bar ca ções do tipo “ferry-boat” paratrans por te de car ga com ca pa ci da de de 300 to -ne la das cada uma. Cons truí das em aço na val,do ta das de tec no lo gia mo der na de acor do comas nor mas in ter na cio nais de se gu ran ça e con tro -le de po lui ção, as em bar ca ções re du zi rão emcer ca de qua tro ho ras o tem po de via gem na rotaBe lém-Ma ca pá-Afuá-Be lém.

Mui tos em pre sá rios já apos tam no mo dal flu -vial, im pul si na dos pe los ex pres si vos nú me ros daeco no mia da re gião. Exem plo dado pelo ex-ca -mi nho nei ro gaú cho Ira ni Ber to li ni: ele in ves te umto tal de R$ 20 mi lhões com re cur sos pró prios eda li nha Fi na me (Financiamento de Máquinas eEquipamentos, do BNDES) na cons tru ção de

“SEM OS RIOS, OSPOVOS DA FLORESTAFICARIAMCOMPLETAMENTEISOLADOS, SEMCONTATO COM ACIVILIZAÇÃO”

“O AMAZONASPARARIA NO TEMPOSE NÃO FOSSE ASUA MALHAHIDROVIÁRIA”

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su pe rior a 6 mi lhões de to ne la das/ano, iden ti fi -ca da em es tu do rea li za do pelo IPT (Ins ti tu to dePes qui sas Tec no ló gi cas) para a Ahi mor.

Ou tra hi dro via re le van te para o de sen vol vi -men to ama zô ni co está nas áreas dos rios Atua eAna já. Obras es tão sen do exe cu ta das na que laba cia e mo vi men ta ram mais de 9 mi lhões deme tros cú bi cos de ter ra para a dra ga gem, per -mi tin do a na ve ga ção e a pas sa gem de com boioscom até 2.800 to ne la das de ca pa ci da de de car -ga em qua tro cha tas, de Be lém a Ma ca pá. Vá -rias al ter na ti vas fo ram es tu da das para cons tru -ção do ca nal in ter me diá rio até fi car de fi ni da a deum ca nal com 32 km de ex ten são como a maisviá vel, dian te da eco no mia sig ni fi ca ti va, fa ci li da -de de exe cu ção e me nor im pac to am bien tal. Ahi dro via cria rá um eixo cen tral de trans por te,pro por cio na rá a re vi ta li za ção do trans por te decar ga já exis ten te na rota Be lém-Ma ca pá.

A fu tu ra hi dro via To can tins-Ara guaia é vis tacom ca ta li sa do ra de efei tos po si ti vos em as pec -tos só cio-eco nô mi cos e de tu ris mo, por meio deuma efe ti va in te gra ção na cio nal do Ma ra jó e doAma pá. A hi dro via atra ves sa rá a ilha, le van dono vas opor tu ni da des de em pre go e de ge ra çãode ren da para a po pu la ção lo cal, além de fa ci li -tar e agi li zar o es coa men to da pro du ção.

A vo ca ção ama zô ni ca para o uso de hi dro -vias foi re for ça da du ran te Con gres so Re gio nalpara Trans por te, rea li za do no fi nal do ano pas -sa do em Ma naus. Os par ti ci pan tes des ta ca -ram a di ver si da de eco nô mi ca da re gião, fo ca -da em ati vi da des mi ne rais, agrí co las, de pis -ci cul tu ra, ener gé ti ca e de tu ris mo. A re gião éa maior pro vín cia mi ne ral do pla ne ta, comseis gran des cen tros po li mi ne rais. Os con -gres sis tas es ta be le ce ram uma vi são po lí ti co-es tra té gi ca da lo gís ti ca do trans por te na Ama -zô nia, apon tan do que a ma lha viá ria nas ceudis tor ci da, se com pa ra da com ou tros paí sescomo Rús sia, Es ta dos Uni dos e Chi na. Apon -tam como al ter na ti va o uso do trans por te flu -vial. “A re den ção está nas águas”, diz o re la -tó rio fi nal do con gres so. l

Ma ra nhão. É for ma da, en tre ou tros, por três im -por tan tes ma nan ciais: os rios To can tins, Ara -guaia e das Mor tes. Se trans for ma dos em hi dro -vias de gran de por te, po de rão ser fa to res de ter -mi nan tes da ex plo ra ção em lar ga es ca la de re -cur sos mi ne rais e agrí co las, pela pos si bi li da dede di re cio nar a pro du ção re gio nal do Bra sil Cen -tral, des de Bar ra das Gar ças (MT) até o por to flú -vio-ma rí ti mo de Vila do Con de, pró xi mo a Be lém,pri vi le gia da men te lo ca li za do em re la ção aosmer ca dos nor te-ame ri ca no, eu ro peu e do Orien -te Mé dio. O es coa men to da soja mato-gros sen sede pen de e mui to des sa via flu vial para al can çaro mer ca do ex ter no com pre ço com pe ti ti vo.

No vas ro tasAs hi dro vias na Ama zô nia pas sa ram a ter ta -

ma nha im por tân cia eco nô mi ca que gru pos or -ga ni za dos da re gião, li de ra dos por em pre sá rios,in sis tem em in ves ti men tos para no vas rotas. Ci -tam como exem plo po si ti vo a área da ba cia doTa pa jós, uti li za da para trans por te de grãos.

As eclu sas de Tu cu ruí, dis tan tes 250 km deBe lém, quan do to tal men te con cluí das, per mi ti -rão a na ve ga ção em tre cho su pe rior a 600 km.Em pre sas de trans por te já vis lum bram o po ten -cial para atra ção de clien tes, con si de ran do osex pres si vos nú me ros do agro ne gó cio, das ex tra -ções flo res tais e mi ne rais. Por via flu vial, será for -ma do um cor re dor de ex por ta ção da pro du çãore gio nal, al can çan do o por to de Vila do Con de,em Bar ca re na (PA). Há uma de man da re gio nal

DEPENDÊNCIAPopulação ribeirinha usaos rios como meio desobrevivência

HÁ UMA DEMANDAREGIONALSUPERIOR A6 MILHÕES DETONELADAS/ANODE CARGAS

ALB

ERTO

CESAR ARAUJO/FUTU

RA PRESS

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JANEIRO 2005 CNTREVISTA 35

O trans por te cum pre umpa pel fun da men tal emqual quer na ção, e ocres ci men to eco nô mi -

co, que se acen tuou ao lon go de2004, exi ge um sis te ma de trans -por te efi cien te ca paz de aten deràs de man das do mer ca do.

Dian te da im por tân cia dos pe -que nos e mi cro em pre sá rios, oIdaq (Ins ti tu to de De sen vol vi men -to As sis tên cia Téc ni ca e Qua li da -de em Trans por te) as so ciou-se aoSe brae (Ser vi ço Bra si lei ro deApoio às Mi cro e Pe que nas) paracriar o pro je to Cres ci men to Sus -ten tá vel das Mi cro Em pre sas eEm pre sas de Pe que no Por te doTrans por te Ro do viá rio.

O pro je to tem por ob je ti vo ofe -re cer cur sos de ca pa ci ta ção paraas em pre sas de trans por te e écom pos to por mó du los de en si nocom au las pre sen ciais acom pa -nha das por ins tru to res se le cio na -dos e trei na dos. O pro je to con ta rácom ma te rial di dá ti co iné di to, de -sen vol vi do pelo Idaq - os te masse rão apre sen ta dos em ca der nosdo em pre sá rio, ma nuais do ins -tru tor e ví deo-au las.

O mó du lo ex ce lên cia em pre sa -rial dará ori gem a três cur sos: Emem preen de do ris mo, se rão apre -sen ta das eta pas ne ces sá rias paraa cria ção e a am plia ção de umem preen di men to, en quan to nase ção de ges tão de pes soas se rãodis cu ti das in for ma ções es sen ciaispara o ge ren cia men to efi cien tedos fun cio ná rios. Já no cur so dere la ções tra ba lhis tas se rão exa mi -na dos os prin ci pais as pec tos dare la ção en tre pa trão e em pre ga do

e as ações que de vem ser exe cu -ta das para aten der às exi gên ciasda le gis la ção.

O mó du lo ges tão da qua li da dedará ori gem a um cur so so bre asações in dis pen sá veis à im plan ta -ção de um Sis te ma de Ges tão daQua li da de (SGQ), as fer ra men tasge ren ciais ne ces sá rias para via bi li -zar sua im ple men ta ção e as maisim por tan tes nor mas e os re qui si -tos exi gi dos para a cer ti fi ca ção doSGQ de uma em pre sa, es pe cial -men te na ISO 9001:2000.

A ges tão ad mi nis tra ti va e fi nan -cei ra será de ba ti da no ter cei ro mó -du lo, as sim como os prin ci pais as -pec tos que de vem ser con si de ra -dos no mo men to de se es ta be le -cer o pre ço a ser co bra do por umser vi ço. No mes mo mó du lo, se rãotra ta das e dis cu ti das as ati vi da desne ces sá rias para uma ges tão dama nu ten ção efi cien te.

Já no mó du lo pla ne ja men toope ra cio nal, se rão apre sen ta dosos prin ci pais as pec tos a se remcon si de ra dos pelo trans por ta dorde pas sa gei ros no pla ne ja men to,

ope ra ção e acom pa nha men to desuas ati vi da des co ti dia nas, de for -ma a ofe re cer um ser vi ço efi cien tee de qua li da de a seus clien tes. Omó du lo lo gís ti ca dis cu ti rá os as -pec tos mais re le van tes do tema eas mais im por tan tes ações en vol vi -das em sua ges tão.

O mó du lo des ti na do ao mar ke -ting mos tra rá as prin ci pais ati vi da -des a se rem de sen vol vi das pe lasem pre sas para aten der seus clien -tes e con quis tar no vas par ce las domer ca do. Tó pi cos como Aná li se eAbor da gem do Mer ca do e Co mu -ni ca ção Em pre sa rial, por exem plo,apre sen tam as ações a se rem to -ma das para co nhe cer as reais ne -ces si da des dos usuá rios dos ser vi -ços de uma trans por ta do ra e aten -dê-las a con ten to.

O ma te rial di dá ti co en con tra-seem fase fi nal de pro du ção, com iní -cio pre vis to dos pri mei ros cur sosem mar ço. A im ple men ta ção dopro je to em todo o país será via bi li za -da pelo es for ço con jun to da CNT,do Idaq e das fe de ra ções, as so cia -ções e sin di ca tos as so cia dos. l

PARCERIA DEQUALIDADEIDAQ E SEBRAE JUNTAM FORÇAS PARA CRIARUM PROJETO DE CAPACITAÇÃO EMPRESARIAL

PEQUENA E MICRO

GESTÃO

Pequena e micro empresa

• Representam 85,4%das organizaçõesque atuam no

transporte de carga

• Atuação marcanteno transporte turístico

e em táxis

RETRATO EMPRESARIAL

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36 CNTREVISTA JANEIRO 2005

A Pe tro bras não fazse gre do, mas ca be -rá ao pre si den teLuiz Iná cio Lula da

Sil va anun ciar a auto-su fi -ciên cia em pe tró leo, pre vis tapara 2006. O anún cio dacha ma da “in de pen dên ciaener gé ti ca” será fei to com es -tar da lha ço po lí ti co, mas terátam bém con tor nos de “eu fo -ria e ufa nis mo”. Afi nal, opaís deve eco no mi zar maisde US$ 4 bi lhões anuais coma im por ta ção do óleo e o al -can ce da au to no mia (2,3 mi -lhões de bar ris/dia) per mi ti ráa ex por ta ção do ex ce den te.Hoje, o país aten de 83% dade man da na cio nal.

Tal con quis ta co lo ca uma páde cal de fi ni ti va no fa mo so re la tó -rio pro du zi do pelo geó lo go Wal terK. Link, da ta do dos anos 50, a pe -di do do De par ta men to de Ex plo ra -ção da Pe tro bras. Na oca sião, onor te-ame ri ca no di zia que o Bra silnão ti nha pe tró leo. Es ta va cer to oes cri tor Mon tei ro Lo ba to, que,mu ni do ape nas da fan ta sia e semequi pa men tos cien tí fi cos, vis lum -bra va no Bra sil um po ten cial lo calpara ex plo ra ção do ouro ne gro.Em car ta di ri gi da ao en tão pre si -

dio de 5,9% na pro du ção. “Nes -se rit mo, po de mos al can çar aauto-su fi ciên cia em 2006.”

A ba cia de Cam pos pas sa a serum fa tor de ci si vo para sal tar dosatuais 1,6 mi lhão de bar ris/diapara 2,3 mi lhões. Pas sa rão a ope -rar, a par tir de 2005, mais seisuni da des na re gião, o que am pa -ra a pro fe cia de Du tra.”Va mos li -de rar o mer ca do de pe tró leo, gásna tu ral e de ri va dos na Amé ri caLa ti na”, diz. A em pre sa an te vê,para 2010, a ex por ta ção diá ria de500 mil bar ris. Para o eco no mis taLaér cio Vil le la, “a in de pen dên ciaterá efei tos na nos sa eco no mia.

den te Ge tú lio Var gas, Lo ba to te -mia que as “ter ras po ten cial men -te pe tro lí fe ras caís sem em mãoses tran gei ras”. Na oca sião da mis -si va, o Bra sil não pro du zia umagota se quer de petróleo.

Nú me ros atua li za dos in di camque a Pe tro bras pro mo veu in ves -ti men tos na des co ber ta e ex plo -ra ção de 384 sí tios. Em seisanos – 2004 a 2010 –, se rão in -ves ti dos US$ 53,6 bi lhões, dosquais US$ 46,1 bi lhões ape nasno Bra sil. Com esse vo lu me dedi nhei ro dis po ní vel, o pre si den teda em pre sa, José Eduar do Du -tra, pre vê cres ci men to anual mé -

FUTUROPROMISSORPOR

WAGNER SEIXAS

PETROBRAS ESPERA ATINGIR AUTO-SUFICIÊNCIA EM PETRÓLEO JÁ EM 2006

ECONOMIA

ENERGIA

INVESTIMENTOSRecorde deextração em 2005

FOTOS PETROBRAS/DIVULGAÇÃO

Page 37: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

Es ta re mos me nos vul ne rá veiscom os pro ble mas ex ter nos, en treeles, as va ria ções do dó lar, con fli -tos em áreas pro du ti vas ou ou trosefei tos eco nô mi cos”.

Os si nais evi den tes da so nha -da au to no mia sur girão em 2005.Com a en tra da em fun cio na -men to da pla ta for ma P-43, apar tir de 18 de ja nei ro, quan do ocam po da Bar ra cu da pas sa rá apro du zir 150 mil bar ris diá rios, opaís es ta be le ce rá novo re cor depro du ti vo, de 1,7 mi lhão de bar -ris/dia. “Esse é a se nha para ocres ci men to”, diz Du tra.

Na ope ra ção pela auto-su fi -ciên cia até o Iba ma tor na-separ cei ro. O pre si den te do ór -gão, Mar cus Bar ros, au to ri zou ofun cio na men to da Bar ra cu da,ale gan do es tar con tri buin dopara a “in de pen dên cia” bra si -lei ra. Ou tro poço que de ve ráen trar em ope ra ção em 2005 éo de Gol fi nho, no nor te do Es pí -ri to San to. Se gun do o ge ren teIb sen Flo res, o sis te ma pi lo toirá pro du zir 20 mil bar ris diá -rios. A re ser va lo cal é de 450mi lhões de bar ris de óleo leve.

A per se gui da auto-su fi ciên cianão se res trin ge ape nas à des co -ber ta e ex plo ra ção de po ços. A in -

FUTUROPROMISSORPETROBRAS ESPERA ATINGIR AUTO-SUFICIÊNCIA EM PETRÓLEO JÁ EM 2006

EDUARDO DUTRALiderança naAmérica Latina

“ES TA RE MOSME NOSVUL NE RÁ VEISCOM PRO BLE -MAS EX TER -NOS, EN TREELES, ASVA RIA ÇÕESDO DÓ LAR”

os hu mo res do co mér cio ex te rior,foi obri ga do a criar uma en ge nha -ria es pe cí fi ca para ar ran car pe tró -leo em al tas pro fun di da des. Es pe -cia lis tas em todo o mun do se en -can tam com a pla ta for ma P-52,que quan do en trar em ope ra ção,no fi nal de 2006, terá pa pel cru cialpara que a Pe tro bras al can ce ameta de pro du zir em cam pos na -cio nais 2,3 mi lhões de bar ris diá -rios: só ela pro du zi rá 180 mil bar -ris por dia.

Em agos to de 2005, a en ge -nha ria bra si lei ra dará ou tra “li -ção” na ca pa ci da de de atuar emáguas pro fun das. A P-48 nadamais é do que a con ver são do na -vio Ste na Con cór dia em platafor-ma, a maior do gê ne ro já exe cu -ta da no Bra sil. A pla ta for ma serále va da para o cam po de Ca ra tin -ga, em Cam pos, onde terá pa peles tra té gi co na pros pec ção, ava liao di re tor da es ta tal, Gui lher me Es -trel la. Até 2010 o país verá au -men tar em qua se 1 mi lhão debar ris/dia a sua pro du ção. “Nãoes ta mos con si de ran do no vasdes co ber tas de re ser vas que de -vem acon te cer nes se pe río do”,diz Es trel la. O to tal de re ser vaspro va das da Pe tro bras é de 14,6bi lhões de boe (bar ris de óleoequi va len te). So men te em2003, a es ta tal in cor po rou aoseu pa tri mô nio 2,21 bi lhões deboe, o maior nú me ro de sua his -tó ria, com sal to de 14%. A metaago ra é al can çar 17,3 bi lhões deboe, em 2010, dan do prio ri da deà ten dên cia das no vas des co -ber tas de pro vín cias pe tro lí fe rascom óleo mais leve. l

ser ção de no vos pro du tos e tec no -lo gias de pon ta na ma triz ener gé -ti ca irá con tri buir para a re du çãoace le ra da da de pen dên cia. Aener gia re no vá vel, cujo êxi to como ál cool é ani ma dor, con ta rá comum or ça men to de US$ 6,1 bi -lhões por par te da Pe tro bras.

O gás sur ge como ou tra op çãoes tra té gi ca. No Rio de Ja nei ro háuma po lí ti ca de in cen ti vo às em -pre sas de trans por te de pas sa gei -ros para o uso do com bus tí vel. Se -gun do a Se cre ta ria Es ta dual deEner gia, pelo me nos 250 mil veí -cu los (car ros, ôni bus e mi croô ni -bus) são mo vi dos pelo com bus tí -vel. O uso de gás deve se ex pan dirnos pró xi mos 15 anos, pre vê o se -cre tá rio fluminense Wag ner Vic ter.

O país tem sido “aben çoa do”por su ces si vas des co ber tas degás na tu ral, es pe cial men te no li -to ral da re gião Su des te. Comisso, o Bra sil já con ta com re ser -vas que ul tra pas sam os 420 bi -lhões de me tros cú bi cos. Pro je ta-se que o vo lu me de gás a ser dis -po ni bi li za do ao mer ca do na cio -nal pas se dos atuais 27 mi lhõesde me tros cú bi cos diá rios para60 mi lhões em 2010.

Com o Bra sil ocu pan do a 16ªpo si ção na pro du ção de pe tró leo,a prin ci pal iden ti da de tec no ló gi cado país nesse setor é a sua enor -me ca pa ci da de para atuar emáreas offs ho re – fun do do mar –,de sen vol ven do tec no lo gia pró priae apre sen tan do so lu ções que na -ções de tra di ção ex plo ra tó ria nãopos suem. O su ces so da ba cia deCam pos ex pli ca como o país,pres sio na do pelo pre ço do óleo e

JANEIRO 2005 CNTREVISTA 37

Page 38: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

VIAGEM DE PRIMEIROMUNDOTRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS AMPLIA O CONFORTO E APRESENTA NOVIDADES TECNOLÓGICAS NA FROTA

AUTO

VIAÇÃO 1001/DIVULG

AÇÃO

PAULO

FONSE

CA

Page 39: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

VIAGEM DE PRIMEIROMUNDOTRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS AMPLIA O CONFORTO E APRESENTA NOVIDADES TECNOLÓGICAS NA FROTA POR ANA CRISTINA D’ANGELO

LUIZ CARLO

S DIZERO/DIVULG

AÇÃO

VIAÇÃO COMETA/DIVULG

AÇÃO

Page 40: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

V ia jar de ôni bus pe lasprin ci pais ro tas do paísestá bem lon ge de re pre -sen tar um su plí cio. Nos

úl ti mos cin co anos, tan to fa bri can -tes como trans por ta do ras têm in -ves ti do em con for to e se gu ran çapara pas sa gei ros e mo to ris tas, apar tir da evo lu ção do mer ca do,que in tro du ziu e de sen vol veu no -vas tec no lo gias. Se o cha ma doPri mei ro Mun do ain da de tém oque há de me lhor na área me câ -ni ca, o Bra sil dá um ba nho emcon for to e de sign, de acor do como di re tor exe cu ti vo da As so cia çãoNa cio nal dos Fa bri can tes deÔnibus (Fa bus), Ro ber to Fer rei ra.

DVD, In ter net, pol tro nas dequa se 2m de com pri men to e lan -che de bor do são al gu mas das no -vi da des para quem via ja de ôni -bus. Os dois pri mei ros itens ain dasão pri vi lé gio de ôni bus fre ta dos,aque les usa dos pe las em pre sasde tu ris mo, mas os ou tros dois emais itens, como len çol e tra ves -sei ro, água e ca fe zi nho em ôni busde dois an da res (dou ble deck) ees pe ra em sa las Vips nas ro do viá -rias se tor na ram ro ti na de li nhasre gu la res pelo Bra sil. “O trans por -te de pas sa gei ros no Bra sil se de -sen vol veu nas ro do vias, des sa for -ma nós es ta mos na fren te e me re -ce mos aten ção de todo o mun dopara no vi da des de úl ti ma ge ra -ção”, diz o pre si den te do gru poJCA, Jel son An tu nes – o con glo -me ra do de tém as em pre sas Co -me ta, Via ção 1001 e Ca ta ri nen se.

Em bre ve, diz An tu nes, a Co -me ta co lo ca em tes te um ôni buscom câm bio au to má ti co, que ele

con si de ra “tec ni ca men te per fei -to” para se gu ran ça de quem di ri -ge e para a tri pu la ção, per mi tin douma di re ção sua ve e sem ris cos.E para em be le zar os veí cu los, aem pre sa con tra tou um es cri tó riode de sign para de sen vol ver umacar ro ce ria mo der na e atraen te aopas sa gei ro. A idéia é re mo de lartoda a fro ta em três anos, porden tro e por fora.

Do top de li nha, cha ma do Dou -ble Class, são 80 car ros que fa zemos tra je tos en tre Belo Ho ri zon te,Cu ri ti ba, Rio de Ja nei ro e São Pau -

lo e tam bém li nhas no in te rior pau -lis ta. To dos com dois an da res, pol -tro nas que in cli nam qua se 180graus, apoia do res para os pés epara co pos, ar-con di cio na do e, de -pen den do da li nha, café, água elan che. Pas sa gei ros da Co me tapara es sas li nhas po dem con tartam bém com sala VIP no ter mi nalro do viá rio Tie tê, em São Pau lo.

Ques tão de tem poAu men tar as re ga lias e es -

ten der os con for tos exis ten tespara to das as li nhas fei tas pe -

SERVIÇOTV e cobertorpara o passageiro

FOTO

S PA

ULO

FONSECA40 CNTREVISTA JANEIRO 2005

Page 41: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

las em pre sas é uma ques tãode tem po, exi gên cia dosusuá rios e con di ção das es -tra das. “Ava lia mos o po deraqui si ti vo das ci da des e oque o pas sa gei ro quer quan -do de ci de via jar de ôni bus”,afir ma An tu nes.

A Gon ti jo já ofe re ce umafro ta nova para atrair o pas sa -gei ro. São 1.200 veí cu los Sca -nia mo de lo K 124, nú me roque a tor na a maior fro tis taSca nia do mun do. O que o via -jan te ga nha? Tec no lo gia avan -

JANEIRO 2005 CNTREVISTA 41

Page 42: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

42 CNTREVISTA JANEIRO 2005

ça da e con for to in ter no, se -gun do o as ses sor da em pre sa,Ju vercy Al ves de Oli vei ra. “Háum ge ren cia dor de ve lo ci da deque per mi te ao mo to ris ta pro -gra mar a ve lo ci da de para todaa via gem, sem mu dan çasbrus cas e uma con di ção de re -du ção sua ve por con ta do sis -te ma de freios”, diz.

Em con for to, a Gon ti jo, quetam bém é dona da Via ção SãoGe ral do, di vi diu a frota em qua troca te go rias de ser vi ço: ôni buscon ven cio nal, exe cu ti vo, Mil le -nium e lei to. To dos per ten cem àfro ta de úl ti ma ge ra ção, com di fe -ren ças como ar-con di cio na do,água mi ne ral e lan che nas li nhasin te res ta duais da mo da li da deexe cu ti vo. O Mil le nium só aten deàs li nhas in te res ta duais da Via -ção São Ge ral do e, além das re -ga lias do exe cu ti vo, ofe re ce aopas sa gei ro man ta, len çol, tra ves -sei ro e pro gra ma ção de te le vi são.O tipo lei to não tem TV, mas umapol tro na que vira qua se umacama e com um es pa ço en treelas maior que nos ou tros ser vi -ços. Oli vei ra pre vê que mui to embre ve a In ter net “vai ser ar roz-com-fei jão” em li nhas con ven cio -nais, bas ta que a pri mei ra em -pre sa re sol va im plan tá-la.

Tam bém na Gon ti jo uma pes -qui sa de opi nião e do po der aqui -si ti vo da po pu la ção aten di da pe -las li nhas orien ta a em pre sa qualmo da li da de vai ofe re cer em de -ter mi na da re gião. No Trian gu loMi nei ro, por exem plo, es tão dis -po ní veis os ti pos con ven cio nal,exe cu ti vo e lei to, como no tre choBelo Ho ri zon te a São Pau lo. No

VIAÇÃO COMETA/DIVULG

AÇÃO

VIAÇÃO CATARINENSE/DIVULGAÇÃO

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JANEIRO 2005 CNTREVISTA 43

sa gei ros e do mo to ris ta, asem pre sas são exigentes naescolha de pessoal. Na Gon -ti jo, por exem plo, a equi pe étoda pró pria, for ma da por umgru po de 3.000 pro fis sio nais,se le cio na dos por ou tros 173mo to ris tas cha ma dos orien ta -do res, os mais ex pe rien tes.

A pro va de fogo é per cor -rer a es tra da que liga BeloHo ri zon te a João Mon le va de,tre cho da BR-262 com 413cur vas em ape nas 100 km,sem acos ta men to ou si na li -za ção - na Pes qui sa Ro do -viá ria CNT 2004, essa li ga -ção teve clas si fi ca ção “de fi -cien te”. An tes e de pois deche gar de cada via gem, omo to ris ta pas sa pelo ba fô -me tro e fis cais da em pre sa eaté mes mo “agen tes se cre -tos” fi cam nos pon tos de pa -ra da ob ser van do a mo vi men -ta ção dos ôni bus. Tam bém acada via gem, os veí cu los sãovis to ria dos pe los téc ni cos,mes mo que não te nha ha vi -do fa lhas.

A Ita pe mi rim tam bém in -ves te na se gu ran ça dos pas sa -gei ros, ao pro mo ver cur sos dedi re ção de fen si va para seusmo to ris tas. A ini cia ti va sur giuem vir tu de do péssimo ce ná rioda ma lha ro do viá ria, que re -quer aten ção e cui da dos ex -tras para ga ran tir uma boa via -gem. No caso bra si lei ro, ape -nas a tec no lo gia não é cer ti fi -ca do de segurança e prazer,pois os bu ra cos atin gem aoôni bus ve lho e novo. l

CONFORTOPoltronas estãomaiores e comapoio para os pés(ao lado); abaixo,nova frota da Catarinense

Nor des te, a úni ca li nha com car -ros do tipo exe cu ti vo é a que faz oper cur so Belo Ho ri zon te a Sal va -dor. O tipo Mil le nium roda en treBelo Ho ri zon te e An chie ta, Gua -ra pa ri e Por to Se gu ro.

Al faia ta riaPara via jar com mais con -

for to, o pas sa gei ro de sem bol -sa, pelo me nos, 15% a maisem re la ção ao pre ço mais ba -ra to do tí que te em ôni buscon ven cio nais, como de ter -mi na a le gis la ção. O ôni buslei to, por exem plo, cus ta odo bro em re la ção ao con ven -cio nal. Em ge ral, as em pre sastra ba lham com uma fa mí liade qua tro ta ri fas para a mes -ma li nha, a cri té rio do clien te.

A ten dên cia é que au men -te o prazer na via gem commais con for to, na opi nião dosu per vi sor de En ge nha ria de

In for ma ções da Co mil, Al ber -to Zakr zevs ki, uma das prin -ci pais fa bri can tes na cio naisde car ro ce rias de ôni bus. “Écomo al faia ta ria, o clien tepede, a trans por ta do ra ava liae nós in cre men ta mos o pro -du to”, afir ma. O seg men toso fis ti ca do, há cin co anos,não ti nha tan ta de man dacomo ago ra, se gun do o su -per vi sor. “O fu tu ro apon tapara me lho rias em con for totér mi co e acús ti co, im plan ta -ção de mo ni to res para DVD,som, ga bi ne tes sa ni tá riosmais mo der nos, bar, ge la dei -ra, tudo para aten der o usuá -rio”, diz Zakr zevs ki. Em2004, a Co mil fe chou comre cor de pro du ti vo de 2.300car ro ce rias de ôni bus, sen doa maior par te de veí cu los so -fis ti ca dos.

Para se gu ran ça dos pas -

"O FU TU ROAPON TA PARAME LHO RIASEM CON FOR -TO TÉR MI COE ACÚS TI CO”

AUTO

VIAÇÃO 1001/DIVULG

AÇÃO

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44 CNTREVISTA JANEIRO 2005

Ane ces si da de de in for ma ções den tro e foradas em pre sas ace le ra o de sen vol vi men tode no vas tec no lo gias, que, por sua vez,

au men ta a de man da por in for ma ções mais pre -ci sas. E nes se cír cu lo, cada vez mais cla ro, nas -cem apa re lhos mo der nos e pla nos sem pre maisade qua dos às ne ces si da des do clien te.

Quan to mais op ções apa re cem no mer ca do,me no res são os cus tos de im plan ta ção e ma nu -ten ção dos ser vi ços, e maio res são as fa ci li da desde in te gra ção da equi pe de tra ba lho. Num mer -ca do onde a mo bi li da de é pa la vra de or dem,ope ra do ras de te le fo nia ce lu lar se es for çam para

ofe re cer um maior nú me ro de van ta gens, quepos sa atrair gran des em pre sas trans por ta do ras.

Ce lu lar, In ter net, rá dios, ras trea do res, vi deo -con fe rên cias, as op ções são vá rias, com pa co tesdi fe ren cia dos para cada per fil de clien te. E omer ca do, hoje, pra ti ca men te im põe ser vi çosdes se tipo na em pre sa, o que tor na qua se umaexi gên cia para o se tor de trans por tes. Quem nãodis põe des ses re cur sos aca ba fi can do à mar gemdos gran des con tra tos.

O en ge nhei ro me câ ni co Pau lo Re na to Bio ve -zam, pro fes sor da Fa bet (Fun da ção Adol pho Bó -sio de Edu ca ção no Trans por te), ex pli ca que

CONVERSASMAIS FÁCEISE BARATAS

COMUNICAÇÃO

NEGÓCIOS

CONTATO INTERNO ESTÁ MAIS ACESSÍVEL ÀSEMPRESAS, QUE DISPÕEM DE TECNOLOGIASQUE ATENDEM ÀS EXIGÊNCIAS DO MERCADO

POR EULENE HEMÉTRIO

Page 45: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

JANEIRO 2005 CNTREVISTA 45

tudo isso é cul pa do “just-in-time”. Se gun do ele,ad qui rir pro du tos de te le co mu ni ca ção é o mes -mo que ga ran tir ao clien te mais pro du ti vi da de ese gu ran ça. “Com es ses re cur sos, você pode mo -ni to rar todo o pro ces so lo gís ti co de per to, alémde po der in for mar di re ta men te ao clien te os de -ta lhes so bre a en tre ga.”

A Nex tel é uma das for ne ce do ras des setipo de tec no lo gia. To dos os ser vi ços da em -pre sa são ba sea dos na tec no lo gia iDEN (in te -gra ted Dis patch Enhan ced Net work), de sen -vol vi da pela Mo to ro la. O iDEN é um sis te made trun king di gi tal de alta ca pa ci da de, queper mi te aliar os re cur sos de rá dio di gi tal, te -le fo nia mó vel di gi tal e trans mis são de da dosnuma mes ma rede. As sim, dis po ni bi li za nummes mo apa re lho di ver sos re cur sos fo ca dosna pro du ti vi da de do usuá rio.

No Co ne xão Di re ta Nex tel, os clien tes po demfa lar ao sim ples to que de um bo tão com qual -quer ou tro usuá rio do ser vi ço, seja ele da equi pede tra ba lho, clien tes ou for ne ce do res, por tem poili mi ta do e sem cus to de in te rur ba no. O te le fo netem roa ming in ter na cio nal e pos sui vá rios re cur -sos além dos oferecidos em apa re lhos co muns.

Atra vés do Nex tel Mail, por exem plo, o usuá -rio pode aces sar qual quer e-mail, cor po ra ti vo oupes soal, além de con fe rir a agen da de com pro -mis sos e ta re fas e os con ta tos do seu soft wa rege ren cia dor de e-mails sem uti li zar a li nha do te -le fo ne. A sin cro ni za ção das agen das é fei ta porar, sem a ne ces si da de de um cabo para li gar oapa re lho ao com pu ta dor.

O Nex tel On li ne, por sua vez, reú ne as de -mais so lu ções de trans mis são de da dos. Es tãodis po ní veis ser vi ços como Wap Ili mi ta do, Men -sa gem de Mão Du pla – que per mi te en viar men -sa gens de tex to com até 500 ca rac te res com op -ção de res pos tas pré-pro gra ma das – e so lu çõescus to mi za das, de sen vol vi das sob me di da paraas em pre sas. Es sas so lu ções po dem va riar defer ra men tas para ge ren cia men to de cam po até ate le fo nes mó veis com lei tor de có di go de bar ras.

A TIM ofe re ce dois pla nos prin ci pais vol ta dos

PAULO

FONSECA

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46 CNTREVISTA JANEIRO 2005

para em pre sas com con su mo igual ou su pe riora 10 mil mi nu tos men sais em li ga ções lo cais en -tre ce lu la res ou do ce lu lar para um te le fo ne fixo.O pa co te in clui vá rios ser vi ços, en tre eles, BoxVip (cai xa pos tal mul ti mí dia que per mi te o re ce -bi men to es cri to ou “fa la do” de e-mail, fax e do -cu men tos pelo ce lu lar), cha ma da em es pe ra,con fe rên cia para até cin co te le fo nes (fi xos oumó veis), siga-me e o pa co te mul ti mí dia (ví deo-men sa gem, foto-men sa gem).

Al guns mó du los op cio nais como Ta ri fa Zero(rede in ter na com ta ri fa zero en tre os aces sos daem pre sa, como se fos se um “ra mal mó vel”),Cred Corp (a em pre sa paga va lor pré-de fi ni do dacon ta do ce lu lar pes soal do em pre ga do pelo usoa tra ba lho) e Gru po de Ne gó cios (ca das tro de

para o mer ca do cor po ra ti vo: o Nos so Modo Na -cio nal e o Nos so Gru po. O pri mei ro re fe re-se aum con tra to na cio nal úni co, com ape nas umpla no para toda a em pre sa, que ofe re ce o com -par ti lha men to dos mi nu tos ad qui ri dos en tre fi -liais de di fe ren tes Es ta dos. O Nos so Gru po é umpla no es pe cí fi co para pe que nas em pre sas.

A van ta gem da TIM é que ela é a úni ca ope -ra do ra de te le fo nia mó vel pre sen te em to dos osEs ta dos bra si lei ros. Com isso, é pos sí vel ofe re cerao clien te a mes ma ta ri fa, sen do des con ta da dopa co te de mi nu tos con tra ta do. Além dis so, as li -ga ções lo cais ori gi na das e re ce bi das em áreasco ber tas pela Rede TIM GSM já são isen tas dopa ga men to de adi cio nal de des lo ca men to.

O pla no Nos so Modo Na cio nal é ade qua do

P ara man ter atua li za das as fer ra -men tas de co mu ni ca ção dis po -ní veis, vá rias em pre sas têm in -

ves ti do em equi pes es pe cia li za das emTI (Tec no lo gia da In for ma ção). O tra ba -lho con sis te em estar sem pre em sin to -nia com o que há de mais mo der no nomer ca do das te le co mu ni ca ções.

A Pa trus Trans por tes Ur gen tes éuma das em pre sas que apos tou nes seramo e já per ce be os re sul ta dos do tra -ba lho. “A Pa trus in ves te sis te ma ti ca -men te em no vas tec no lo gias e bus cafor mas de le var a in for ma ção a seusclien tes, for ne ce do res e co la bo ra do res,com pes qui sas de mer ca do, ou mes mocons truin do pro je tos que le vem a in for -ma ção onde for pre ci so”, diz o ge ren tede TI, Pau lo Cé sar Reis de Sou za.

Se gun do ele, a Pa trus uti li za vá riosre cur sos de co mu ni ca ção, de pen den doda sua apli ca bi li da de do ne gó cio. “Uti li -za mos rá dio, ce lu lar, In ter net, ca nal devoz e de da dos para co mu ni ca ção in ter -na e ex ter na. Tam bém es ta mos tes tan -do a co mu ni ca ção de Voz so bre IP.”

Como a Pa trus tra ba lha em vá riosEs ta dos, ela ope ra com vá rios for ne ce -

do res de tec no lo gia. “Fica di fí cil con se -guir um úni co for ne ce dor que con si gaaten der a nos sa de man da, até mes mopor que o per fil da car ga em cada Es ta -do é di fe ren te. Sen do as sim, a em pre sase fle xi bi li za para aten der to das as exi -gên cias com vá rias ope ra do ras e tec no -lo gias”, diz Reis de Sou za. “Pos so di zerque o cus to é mui to ele va do, mas os be -ne fí cios são enor mes. A Pa trus dei xaaber tas vá rias for mas de en trar em con -ta to e es ta be le cer uma co mu ni ca ção.”

Sou za fri sa que o in ves ti men to nes -sa área vem sen do sig ni fi ca ti vo, pois hásem pre au men to das de man das de co -mu ni ca ção. “O di fe ren cial de usar es sessis te mas é man ter sem pre nos sos clien -tes, for ne ce do res e co la bo ra do res bemin for ma dos, com a in for ma ção cer taque eles pre ci sam.”

A comunicação traz agilidade aonegócio também. “Com a in te gra ção daequi pe, es ta mos mais pre pa ra dos paraaten der as so li ci ta ções dos clien tes emais ágeis no pro ces so de car ga e des -car ga. A in for ma ção flui na em pre sa efaz com que se ja mos cada vez mais efi -cien tes”, diz Sou za.

“COM ESSESRECURSOS, AEMPRESA CONTROLATODO O PROCESSOLOGÍSTICO DEPERTO E INFORMAO CLIENTE OSDETALHES DAENTREGA”

OPERADORES DIFERENTES

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JANEIRO 2005 CNTREVISTA 47

nú me ros com ta ri fa re du zi da) tam bém são ofe -re ci dos pe las ope ra do ras Oi (Su des te me nos SãoPau lo, Nor des te e Nor te), Vivo (Su des te me nosMi nas Ge rais) e Bra sil Te le com (Cen tro-Oes te).

Além do Nos so Modo Na cio nal e Nos so Gru -po, a TIM traz como no vi da de o Mo to ro laMPx220. O ce lu lar uti li za o sis te ma ope ra cio nalWin dows Mo bi le 2003 para Smart pho ne e es ta -rá dis po ní vel para os usuá rios GSM/GPRS em1.700 ci da des. O apa re lho é uma ver da dei racen tral de co mu ni ca ção (voz e da dos), pro du ti -vi da de e en tre te ni men to, tra zen do, em sua telaprin ci pal, aces so rá pi do aos ser vi ços. Ele com bi -na o po der do sis te ma ope ra cio nal com a mo bi -li da de de um te le fo ne ce lu lar GSM.

O mer ca do cor po ra ti vo tam bém será be ne fi -

cia do por meio da in te gra ção com cor reio ele trô -ni co (Mi cro soft Ex chan ge 2003), su por te à na ve -ga ção se gu ra (SSL), re des pri va das vir tuais(VPN), su por te à In ter net e in te gra ção com ossis te mas uti li za dos pela em pre sa, per mi tin doque seus fun cio ná rios es te jam co nec ta dos en -quan to es tão fora do es cri tó rio. O apa re lho cus tacer ca de R$ 2.600 nos pla nos pós-pa gos.

O ge ren te de Mar ke ting da TIM, Ale xan dreTrin da de, res sal ta que es tes ser vi ços são fru to dein ves ti men tos da or dem de US$ 1 bi lhão em2004. “Nos sa co ber tu ra cres ceu bas tan te nases tra das e te mos so lu ções in te li gen tes mui toatra ti vas para as em pre sas de trans por te”, diz. Ore tor no para o clien te, se gun do Trin da de, é sen -ti do na me lho ria da pro du ti vi da de.

O di re tor de No vos Ne gó cios da Bra sil Te -le com, Pau lo Ma tos, res sal ta que a ope ra do -ra tam bém está in ves tin do nes se se tor, pos -si bi li tan do, in clu si ve, uma si ner gia en tre oste le fo nes fi xos e mó veis. Além do Pula-Pula(pla no no qual se paga a con ta em um mêse não paga no ou tro), as li ga ções a lon ga dis -tân cia po dem ser re ver ti das em cré di tos decha ma das lo cais. “Os pro du tos cor po ra ti vosnão são ser vi ços de pra te lei ra. Te mos umaequi pe es pe cia li za da que ava lia o pla no queme lhor se ade qua às ne ces si da des do clien -te”, diz o di re tor da Bra sil Te le com.

Para re du zir os cus tos de te le fo nia en tre fi -liais e par cei ros, al gu mas em pre sas têm uti li -za do fer ra men tas so fis ti ca das de te le co mu ni -ca ção. Atra vés de um apli ca ti vo bai xa do gra -tui ta men te na In ter net, é pos sí vel li gar paraou tro usuá rio sem pa gar ta ri fa de te le fo ne. OVoz so bre IP (Voi ce Over In ter net Pro to col),que sig ni fi ca trans mi tir voz di gi tal pela In ter -net, é uma tec no lo gia al ter na ti va à tra di cio naltrans mis são de voz pela rede pú bli ca de te le -co mu ni ca ções. O som che ga lim po e numave lo ci da de si mi lar à de uma li ga ção nor mal.Para uti li zar o soft wa re, bas ta ter um com pu -ta dor co nec ta do em ban da lar ga, com pla cade som, cai xas de som e um mi cro fo ne. l

PARA RE DU ZIR OSCUS TOS DE TE LE FO NIA EN TREFI LIAIS, AL GU MASEM PRE SAS TÊMUTI LI ZA DOFER RA MEN TAS SO FIS TI CA DAS DE CO MU NI CA ÇÃO

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INTEGRAÇÃOEMPAZBRASIL E ARGENTINA AVANÇAM NO PROJETO DE CORREDORES BIO CEÂNICOS E PREVÊEM MELHORIAS NA PRODUÇÃO INDUSTRIAL

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JANEIRO 2005 CNTREVISTA 49

A ri va li da de é pon to co mum, sejano cam po de fu te bol ou no sal doda ba lan ça co mer cial. Vi zi nhos edue lis tas na ba ta lha dos dó la res,

Bra sil e Ar gen ti na le van tam a ban dei rabran ca em ter ri tó rio pou co ex plo ra do ain da.Se a reu nião do Mer co sul, rea li za da emOuro Pre to (MG) no fi nal do ano pas sa dode sa gra dou aos in dus triais por te nhos, se oBra sil ain da pro cu ra bre chas para ex por tarmais para seu com pa nhei ro de blo co, na in -fra-es tru tu ra de trans por te o ar mis tí cio ébem-vin do e al vis sa rei ro.

Fer ro vias, mo der ni za ção de por tos, ro do -vias tra fe gá veis, o trans por te en con tra umpon to de in te res se para que os dois paí sessen tem à mesa.

Um pro je to de sen vol vi do des de 1997 pre -vê m cor re dor de trans por te para li gar oocea no Atlân ti co ao Pa ci fi co. Para isso, umafer ro via, uma ro do via e um ga so du to pre vis -tos no pla no te rão que cor tar o Bra sil e a Ar -gen ti na e ter mi nar no Chi le. São mais de US$1,3 bi lhão de in ves ti men tos (veja qua dro).

Para o eco no mis ta da Fun da ção Co mér cioEx te rior (Fun cex), Fer nan do Ri bei ro, a re la -

ção dos dois paí ses irá me lho rar mui to, sempre juí zos para ne nhum lado. “A com pe ti ti vi -da de do Bra sil com a Ar gen ti na é mui to gran -de e a in dús tria ar gen ti na tem uma pos tu rapro te cio nis ta com seus pro du tos. Mas achoque não irá pre ju di car ne nhum dos dois paí -ses, e sim, es ti mu lar o co mér cio e a in te gra -ção”, afir ma Ri bei ro.

O pro je to já foi apre sen ta do e apro va dope los go ver nos dos dois paí ses, e o de sen vol -vi men to de cro no gra ma de obras do eixo deum cor re dor mul ti mo dal de in te gra ção estáem es tá gio avan ça do. No pri mei ro pa rá gra fodo do cu men to, o empresário brasileiro Dar ciZa no tel li e o diretor de gestão estratégica dogoverno de Misiones (ARG), Da niel Lia no,idealizadores do projeto, lem bram a pos si bi li -da de de con fli to en tre os paí ses por onde ocor re dor irá cor tar. “Faz pou cos anos ain daes ta va pre sen te na Ar gen ti na a hi pó te se deum con fli to com o Bra sil. Nes sa épo ca, o go -ver no cen tral não pen sa va na pos si bi li da dede unir, por rios ou vias fér reas, os paí ses noes pa ço que hoje se de no mi na como Mer ca -do Co mum do Sul (Mer co sul)”, diz tre cho dopro je to. Mas hoje a in ten ção é con trá ria, é in -

INTEGRAÇÃOEMPAZBRASIL E ARGENTINA AVANÇAM NO PROJETO DE CORREDORES BIO CEÂNICOS E PREVÊEM MELHORIAS NA PRODUÇÃO INDUSTRIAL

INFRA-ESTRUTURA

NEGÓCIOS

POR PATRÍCIA GIUDICE

DUKE

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50 CNTREVISTA JANEIRO 2005

te grar tan to a eco no mia quan to as co mu ni -da des dos dois paí ses.

A es tru tu ra co me ça em São Pau lo, nopor to de San tos. Se gue pelo Bra sil atra vésdo Pa ra ná e San ta Ca ta ri na, be ne fi cian do otrans bor do de car gas que vêm de to dos osEs ta dos vi zi nhos. O úl ti mo pon to pre vis to noBra sil é em Her val do Oes te e São Mi guel doOes te (SC), quan do en tra na Ar gen ti na pe -las pro vín cias de Mi sio nes, Po sa das e Cor -rien tes. Ter mi na no por to de An to fa gas ta noChi le. Para as três vias, ro do viá ria, fer ro viá -ria e ga so du to, se rão em pre ga das es tra dasque irão cor tar ci da des dis tin tas, mas a rotaa se guir é se me lhan te. A fer ro via bio ceâ ni -ca, por exem plo, fará a li ga ção com os por -tos de San ta Ca ta ri na.

Se gun do um dos idea li za do res do pro je toe pre si den te da Co mis são Bi na cio nal Bra sil-Ar gen ti na, Dar ci Za no tel li, foi fei to um le van -ta men to so bre os in ves ti men tos e tam bém deto dos os be ne fí cios que se riam ge ra dos paraos paí ses en vol vi dos. “Fi ze mos um es tu do davia bi li da de do pro je to. Iden ti fi ca mos o quepo de ria ser trans por ta do, os be ne fí cios in ter -nos e ex ter nos, o que acar re ta ria em cada lo -ca li da de, e até uma in ter li ga ção com o MatoGros so do Sul”, diz Za no tel li.

Os Es ta dos mais en vol vi dos no pro je to sãoo da pro vín cia de Mi sio nes, no lado ar gen ti -no, e de San ta Ca ta ri na. “O go ver no ar gen ti -no até hoje aju dou mais do que o bra si lei ro.Mas isso se deve mais por fal ta de co nhe ci -men to dos be ne fí cios, mes mo as sim es ta mosavan çan do com as obras, com aju da dos go -ver nos es ta duais”, afir ma Za no tel li.

A pro pos ta é ob ter van ta gens eco nô mi cas etéc ni cas da in ter co ne xão en tre os por tos deSan tos e An to fa gas ta-Me jil lo nes, no Chile. Aprin ci pal de las é di mi nuir a dis tân cia per cor ri daen tre os dois ocea nos e ter maior fa ci li da de decons tru ção e re for ma de al guns tre chos. Tam -bém pre vê me nor cál cu lo ope ra cio nal e me lho -res por tos de en tra da e saí da dos pro du tos.

Dois gran des fu nis de con cen tra ção defre te se rão cons ti tuí dos: ao les te, um queabran ja todo o sul do país, in cluin do SãoPau lo, na ci da de de Pou sa das e se di ri ja pa -ra le la men te ao Pa ra ná até Bar ran quei ras, noCha co. No oes te, a co bran ça de fre te fer ro -viá rio irá se con cen trar em So com pa, na pro -vín cia de Sal ta, na Ar gen ti na. Este abran getam bém as ci da des de San ta Fé e Cór do ba etodo o Pa ra guai e a Bo lí via. Em Sal ta, fi ca rãocon cen tra das toda a pro du ção do nor te ar -gen ti no que se gui rá para o Pa ci fi co.

Dis tri bui çãoA via bi li da de do pro je to de in ter co ne xão

tam bém pode ser vis to de vi do ao re fle xo no

A ECONOMIA COMFRETE NO TRECHOENTRE SÃO PAULOE BUENOSAIRES PODERÁALCANÇAR R$ 400MILHÕES POR ANO

UNIÃOKirch ner e Lula seempenham no projeto

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Se su pe ra da essa di fi cul da de, não ha ve -ria pro ble ma em co nec tar as hi dro vias Tie -tê-Pa ra ná e Pa ra ná-Pa ra guai. As mer ca do -rias que se rão mais trans por ta das via flu vialsão a areia, cal cá rio, soja e de ri va dos, gadoe pro du tos in dus triais. O rio Pa ra ná e seusafluen tes, com ex ten são de 3.800 km,aten de rão a uma área em que vi vem cer cade 70 mi lhões de pes soas e onde se con -cen tram 80% da ati vi da de in dus trial e co -mer cial do Mer co sul, se gun do pre vi sões does tu do bi na cio nal. A eco no mia com fre te,de São Pau lo a Bue nos Ai res, po de rá al can -çar ini cial men te cer ca de R$ 400 mi lhõespor ano - hoje, 70% do trans por te é fei toatra vés de ca mi nhões.

Dos mais de 730 km pre vis tos, fal tampara a ro do via, ape nas 68 km para ter mi -nar, 26 km no lado ar gen ti no e 42 km nobra si lei ro - para a fer ro via, res tam 402 km.Se gun do o pre si den te da co mis são bi na -cio nal, a ma nu ten ção das vias será de res -pon sa bi li da de dos dois paí ses. Para ter mi -nar as obras, a Co mis são Bi na cio nal bus -ca par ce rias com em pre sas e es pe ra ini -ciar o tre cho fal tan te da ro do via no pri mei -

au men to das ex por ta ções. San ta Ca ta ri na éum for te dis tri bui dor no ramo da ali men ta -ção, prin ci pal men te nos de ri va dos de car nede aves e por cos, fer ti li zan tes e ali men tos abase de grãos. As em pre sas agroin dus triaissão hoje lí de res em ex por ta ção no Es ta do,vis to que boa par te se gue para o mer ca doar gen ti no. No vas ro tas criam a pos si bi li da -de de maior pro du ção e saí da para ou trosmer ca dos con su mi do res do mun do.

Para cons truir a in fra-es tru tu ra ne ces sá -ria, são ne ces sá rias ou tras for mas de trans -por te para que o pro je to aten da a to das asne ces si da des. Do por to de San tos no Bra silaté An to fa gas ta, no Chi le, a co ne xão mul ti -mo dal pre ci sa unir duas li nhas de vias na -ve gá veis, a do Pa ra ná e do Rio Pa ra guai.

O maior obs tá cu lo de in te gra ção hi dro -viá ria é a re pre sa de Itai pu, onde não é per -mi ti da a na ve ga ção. Ain da será cons truí doum ele va dor de car gas ou por tos de trans -fe rên cia me dian te ca mi nhões. A pri mei raop ção irá per mi tir a des ci da de bar cos atra -vés do Pa ra guai, mas a se gun da é mais ba -ra ta mes mo que, sem em bar go, o fre te en -ca re ça por pre ci sar de maior ma ni pu la ção.

ANA NASCIMENTO/ABR

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ro se mes tre des te ano - a pre vi são decon clu são é de oito me ses.

Ao con trá rio da fer ro via e da ro do via,que já es tão em fase de tér mi no, o ga so -du to teve seu pla no lan ça do em 2002.Ele pre vê a li ga ção de San ta Ca ta ri na aMi sio nes e foi pro je ta do para aten der ade man da de gás do Oes te ao pla nal toSer ra no ca ta ri nen se.

Para co lo car de pé o em preen di men to,foi fei to um le van ta men to com da dos téc ni -cos so bre o con su mo de le nha na ti va e cul -ti va da e car vão ve ge tal na re gião a ser fa vo -re ci da. O resultado mostrou que não have-ria danos à região, tanto ambientais comoeconômicos. Em se tem bro do ano pas sa do,o pro je to foi apre sen ta do ao go ver no deSan ta Ca ta ri na e em de zem bro, o pre si den -te ar gen ti no, Nes tor Kirch ner, pe diu ao go -ver no da pro vín cia de Mi sio nes agi li da de noiní cio das obras.

Se gun do Za no tel li, o ga so du to irá am -pliar as pers pec ti vas para o cres ci men tocon jun to, fa ci li tan do o aces so do gás na tu -ral aos se to res pro du ti vos de San ta Ca ta ri -na. “Este em preen di men to per mi ti rá que asin dús trias se jam mais com pe ti ti vas, o trans -por te au to mo ti vo seja mais eco nô mi co eque a qua li da de de vida dos ha bi tan tes me -lho re”, afir ma.

Em de zem bro de 2004, o pre si den te doBra sil, Luiz Iná cio Lula da Sil va, as si noucom o go ver no do Peru um acor do que ga -ran te a cons tru ção de ou tra ro do via in te ro -ceâ ni ca para li gar a ci da de de Ina pa ri (AC)com os por tos pe rua nos de Ilo e Ma ta ra ni,no Pa ci fi co. A pre vi são é que es te ja pron -ta em dois anos e con su ma in ves ti men tosde US$ 700 mi lhões. Du ran te a as si na tu -ra, Lula dis se que vai fa zer todo o es for çoque es ti ver ao seu “al can ce para que a tãoso nha da in te gra ção do con ti nen te sul-ame ri ca no se con cre ti ze de fi ni ti va men tenos pró xi mos anos”. l

HISTÓRIADE TENSÃO NA FRONTEIRA

H is to ri ca men te, Bra sil e Ar -gen ti na vi ve ram mui tosmo men tos de ten são no

co mér cio, mas sem pre man ti ve ramuma de pen dên cia com re la ção àcom pra e ven da de vá rios pro du tos.Se gun do a pro fes so ra de Re la çõesIn ter na cio nais da Uni ver si da de Es -ta dual do Rio de Ja nei ro, Mi riamSa rai va, eco no mi ca men te, du ran teanos os dois pai ses não ti nhamcom ple men ta rie da de. “Em 1970,com a cri se do pe tró leo, os ru mosfi ca ram di fe ren tes. A Ar gen ti naabriu sua eco no mia, mes mo com opar que in dus trial su ca tea do, e oBra sil se apro fun dou no de sen vol vi -men to”, diz Mi riam.

Na dé ca da de 1980, a Ar gen ti -na es ta va to tal men te de sin dus tria -li za da e o Bra sil avan çou no mer -ca do e pas sou a ser um for ne ce -dor im por tan te para o país vi zi nho.Nes sa épo ca, 70% dos pro du tosma nu fa tu ra dos ar gen ti nos eramex por ta dos para o Bra sil.

“Eles (bra si lei ros e ar gen ti nos)man ti ve ram in te gra ções na áreade trans por te, saú de, ener gia, e setor na ram im por tan tes um para oou tro. Mas o Bra sil é mais im por -tan te para a Ar gen ti na do que ocon trá rio”, diz a pro fes so ra. Oeco no mis ta da Fun da ção Co mér -cio Ex te rior, Fer nan do Ri bei ro,con fir ma com da dos ba sea dos novo lu me de ex por ta ção de um paíspara o ou tro. “O Bra sil tem pe ne -tra ção de um ter ço do que a Ar -gen ti na im por ta, en tre pro du tosma nu fa tu ra dos, au to mó veis e ele -troe le trô ni cos. Em com pen sa ção,me nos de 10% do que o Bra sil im -por ta vem da Ar gen ti na, que sãoem maio ria ma té ria-pri ma, com -mo di ties”, diz Ri bei ro.

Se gun do Mi riam, du ran te al gunsanos, os dois paí ses es ta vam preo -cu pa dos em re sol ver pro ble mas in -ter nos, como a dí vi da ex ter na, e dei -xa ram de in te grar se to res como vi -nham fa zen do. Em 1991, foi fir ma doo Tra ta do de In te gra ção, e, em1992, “quan do (o pre si den te da Ar -gen ti na, Carlos) Me nem e (o pre si -den te do Bra sil, Fer nan do) Col lor es -ta vam no po der, hou ve uma aber tu -ra mais li be ral da eco no mia. MasMe nem con se guiu im plan tar umpro je to de cres ci men to do país, quebus ca va avan ços co mer ciais e pro -du ção em lar ga es ca la. Este in cen ti -vo no de sen vol vi men to não acon te -ceu no go ver no de Col lor.”

Após a as si na tu ra do Tra ta do deOuro Pre to, em 1994, que ins ti tu -cio na li zou o Mer co sul, o mer ca doen tre Bra sil e Ar gen ti na avan çounas áreas que fo ram me nos pro ble -má ti cas, como a co mer cial. “Foimais fá cil, já que os agen tes eco nô -mi cos se mo bi li za ram. Ou tros se to -res de de sen vol vi men to, por in te res -se, en fren ta ram cri ses e fi ca ram pa -ra dos”, diz Mi riam Sa rai va.

A pro fes so ra da UERJ res sal taque os dois paí ses en fren tam cri sescons tan tes e in te res ses de ex por ta -do res, e, por não te rem or ça men -tos fol ga dos, apre sen tam di ver gên -cias. Quan to ao em bar go aos pro -du tos bra si lei ros pro mo vi do re cen -te men te, Mi riam diz que “os go ver -nos lo cais são frá geis e di fi cul tam opro ces so. Se o Mer co sul fos se maisfor te, tal vez isso se ria mais di fí cilde acon te cer”. Para Ri bei ro, o con -fli to co mer cial vem de lon ga data,mas se agra vou em 1999, quan doo real se des va lo ri zou. “É uma re la -ção com pli ca da, mas o co mér cioestá se re cu pe ran do.”

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JANEIRO 2005 CNTREVISTA 53

M u dar há bi tos ali men ta res,pos tu ras ao vo lan te e fa zerexer cí cios de alon ga men toa cada qua tro ho ras, no

má xi mo, cin co ho ras de via gem. Es sassão as úni cas ar mas dis po ní veis aos ca -mi nho nei ros para en fren ta rem as ad ver -si da des das es tra das bra si lei ras, re ple -tas de bu ra cos e sem in fra-es tru tu raade qua da para as sis tên cia, por exem -plo, em ca sos de aci den te, o que podeatra sar uma via gem em até 12 ho ras. Aava lia ção é de es pe cia lis tas em nu tri ção,fi sio te ra pia e gas troen te ro lo gia.

“Os res tau ran tes de bei ra de es tra dafor ne cem re fei ções mui to ca ló ri cas eri cas em gor du ras e pre pa ra ções quecon têm fri tu ras, ba con, tor res mo, pou -cas op ções ve ge tais, car nes mui to gor -das. A tra di cio nal fei joa da de sex ta-fei -ra, por exem plo, é um pe ri go para oco ra ção. A op ção do PF (pra to fei to),des de que de qua li da de, é mui to in te -res san te, por com bi nar uma le gu mi no -sa e um ce real. Com essa du pla o ca -mi nho nei ro tem car boi dra tos, fer ro e fi -bras. No en tan to, o ex ces so de con su -mo de pro teí na ani mal (car nes, ovos e

VIDA SAUDÁVELEXIGE NOVO HÁBITOALIMENTAÇÃO E EXERCÍCIOS NA ROTINA DO CAMINHONEIRO

POR HERIVELTON MOREIRA

BEM-ESTAR

AUTÔNOMO

MARCELLO LOBO

Page 54: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

“AS VEZES VOCÊ COME SENTINDO CHEIRO DE AZEDO”

A r roz, fei jão, sa la da de al fa cecom to ma te e um bife de car -ne de boi ou um filé de fran go

e dois ovos. Esse é o car dá pio tra di -cio nal do fa mo so PF (pra to fei to) bra -si lei ro, en con tra do em qual quer res -tau ran te. Apa ren te men te, uma ali -men ta ção equi li bra da, le van do-seem con si de ra ção a união de um ce -real, dois le gu mes, uma hor ta li ça epro teí na ani mal. A ques tão é que naes tra da nem sem pre a qua li da depode ser che ca da.

Os ca mi nho nei ros afir mam queche gam a ter que in ge rir co mi da aze -da, por fal ta do que ter o que co mer.Na ava lia ção de mui tos, a me lhor co -mi da é ser vi da em San ta Ca ta ri na e noPa ra ná. Pelo ex ces so de gor du ras, fri -tu ras e óleo uti li za do até mes mo nopre pa ro do ar roz, as co mi das mi nei ra,do in te rior de São Pau lo e em todo oNor des te são as mais cri ti ca das.

Mar cio Mar tins Gis lon, há 11 anosna pro fis são, diz que mui tos de seusco le gas “so frem de diar réia e têm pro -ble ma de co lu na”. Para so mar, o es ta -do das ro do vias com pli ca o ato de ali -

men tar-se. “O atra so na en tre ga deuma mer ca do ria gera até 20% de des -con to no pa ga men to do fre te, e comovocê cum pre os pra zos com o ní vel denos sas es tra das? É fá cil você en con -trar um ca mi nho nei ro ner vo so, ten so,com per da de sono em fun ção da ten -são emo cio nal. É por isso que te mostam bém mui tas úl ce ras. Eu mes mo jáme tra tei três ve zes”, diz o mo to ris ta.

Um dos pro ble mas mais fre qüen -tes dos ca mi nho nei ros é a “re ci cla -gem” de co mi das. “A gen te sabe enão pode fa zer nada, mas às ve zesvocê come sen tin do chei ro de aze dono fei jão. Em con ver sas com fun cio -ná rios de res tau ran tes, a gen te ficasa ben do que eles re for çam o fei jãopre pa ra do hoje com o que fi cou doisdias no con ge la dor”, diz Pau lo Cé sarMe gas so, jo vem de 20 anos que estáhá seis me ses na pro fis são. Ele dizpas sar mal pelo me nos uma vez porse ma na em fun ção da ali men ta ção.

A co mi da por qui lo é ou tro pro ble -ma. Lau ren ce Ol ga do, que trans por tacar ga há oito anos no in te rior de SãoPau lo, diz que a maior preo cu pa ção é

com o “sa li tre” uti li za do para “con ser -var” os ali men tos. “É ter rí vel, por que agen te fica em pa cha do e in va ria vel men -te adoe ce pelo ca mi nho.”

Os ca mi nho nei ros ad mi tem quetam bém não pa ram para se exer ci ta -rem. “Nós en ten de mos que hoje a eco -no mia fun cio na como um re ló gio, comos pra zos de en tre ga bem ajus ta dos.Só que es tão di mi nuin do o tem po, e oes ta do das es tra das pio ra a si tua ção.Além dos bu ra cos, te mos as con di çõesde aten di men to. Se uma car re ta tom bana pis ta, ela fica in ter di ta da, no mí ni -mo, sete ho ras. Quan do se gui mos via -gem, como va mos nos lem brar de pa -rar para fa zer mos exer cí cios de alon ga -men to?”, diz Ol ga do.

A ca te go ria se con si de ra re fém deuma con di ção im pos sí vel de ser al te -ra da. “Não te mos fis ca li za ção nosres tau ran tes e lan cho ne tes dos pos -tos de ga so li na. As es tra das es tão queum bu ra co só, au men tan do as di fi cul -da des para cum prir mos nos sos pra -zos. Quer di zer, te mos que to car obar co e pro cu rar for mas de nos cui -dar”, diz Me gas so.

em bu ti dos) so bre car re ga os rins e ele vao áci do úri co, oca sio nan do pe dras euma doen ça co nhe ci da como gota, quepro mo ve a má cir cu la ção do san gue”,diz a nu tri cio nis ta Ana Pau la Cam pos.

Já o gas troen te ro lo gis ta do Hos pi taldas Clí ni cas da UFMG e do Hos pi tal daPo lí cia Ci vil, Cé lio Jé fer son Sal ga do,acres cen ta a essa lis ta as be bi das al coó -li cas, os re fri ge ran tes, o ci gar ro e os pro -du tos que con têm ca feí na, tais como,café, chá mate e chá pre to. Para ele,guar da das as de vi das pro por ções, to dos

RICARDO ALMEIDA Alerta para o sedentarismo

PAULO FONSECA

Page 55: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

JANEIRO 2005 CNTREVISTA 55

“Quan do uma pes soa in ge re gran dequan ti da de de ali men tos de uma só vez,e ain da acom pa nha da de lí qui dos, comoos re fri ge ran tes, que têm ga ses, pre ju di -ca a di ges tão. Fora isso, exis te o pro ble -ma de aca bar de al mo çar e en trar na bo -léia e di ri gir por ho ras se gui das. O re co -men dá vel é que o mo to ris ta faça umape que na ca mi nha da após as re fei çõesprin ci pais e que tam bém não fi que dei -ta do”, diz Jé fer son Sal ga do.

No caso dos lí qui dos, a pre fe rên cia épela água e su cos na tu rais, sem pre ob -ser van do que seu con su mo deve sercons tan te e não ape nas no ho rá rio dasre fei ções. “É uma ques tão de ha bi tuar-se ao uso de lan chei ras tér mi cas, para acon ser va ção das gar ra fas a tem pe ra tu -ras mais frias. Be ber água de va gar, empe que nas quan ti da des e pe río dos re du -zi dos de tem po, evi ta a pa ra da cons tan -te para uri nar. Quan do uma pes soa sen -te sede, ela já esta com 3% de de si dra -ta ção. A hi dra ta ção do cor po man tém re -gu la da a tem pe ra tu ra, a pres são e au xi -lia no fun cio na men to dos rins, que équem fil tra o san gue e este, por sua vez,dis tri bui me lhor as vi ta mi nas e sais mi -nei ras em nos so or ga nis mo. Uma vezque os ca mi nho nei ros têm uma ati vi da -de se den tá ria, é mui to im por tan te man -ter o cor po bem hi dra ta do”, diz a nu tri -cio nis ta Ana Pau la.

Em es tra das com me lho res ser vi ços ede acor do com a épo ca de cada fru ta ele gu me, os ca mi nho nei ros po dem se uti -li zar tam bém de mi lho ver de co zi do,água-de-coco, cas ta nha do Pará, goia ba,ma mão e vi ta mi na com lei te, des de queseja fei ta hora. Ana Pau la re co men daque não se dis pen se as sa la das, com al -fa ce (rico em fi bras, po tás sio e vi ta mi -nas) e to ma te (cam peão em li co pe no,uma subs tân cia que aju da a pre ve nir o

são igual men te pe ri go sos. “É pre ci so terequi lí brio em qua tro ti pos de ali men tos:as gor du ras (car nes), os áci dos (re fri ge -ran tes e con ser vas em ge ral), açú car etem pe ros. O ex ces so de alho e ce bo lapode pre ju di car o or ga nis mo, em es pe -cial o es tô ma go”, diz o mé di co.

Os es pe cia lis tas são unâ ni mes em afir -mar que os mo to ris tas po dem me lho rar aqua li da de de vida apli can do al gu mas re -gras bá si cas. Fa zer pe que nas re fei çõesem in ter va los de três ho ras, pri vi le giar asfru tas e evi tar bis coi tos. De vi do à di fi cul -da de de se en con trar todo tipo de fru tasnas es tra das, a preferência é escolherentre la ran ja, ba na na e maçã. Com in ter -va los re du zi dos na ali men ta ção, é pro vá -vel que o ca mi nho nei ro pas se a co merme nos quan ti da de de ali men tos du ran teas re fei ções prin ci pais, o al mo ço e a jan ta.

É RECOMENDÁVELQUE O MOTORISTAFAÇA UMA PEQUE-NA CAMINHADAAPÓS AS REFEIÇÕESPRINCIPAIS

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cân cer da prós ta ta), ob ser van do as con -di ções de hi gie ne e con ser va ção.

Há bi tosMes mo que em con di ções ad ver sas, o ca mi -

nho nei ro tem que es tar aler ta para es sas pe cu -lia ri da des da sua ali men ta ção. Ao “cair na es tra -da”, deve com preen der que nem sem pre é pos -sí vel man ter há bi tos cul tu rais. O fa mo so chur ras -co, por exem plo, na ex pe riên cia da nu tri cio nis taAna Pau la Cam pos, car re ga tam bém a fu ma ça,que pode pas sar subs tân cias no ci vas para a car -ne. Ela aler ta ain da para a pele de fran go, ricaem co les te rol. Jé fer son Sal ga do lem bra que, es -ta tis ti ca men te, 50% da po pu la ção mun dial temuma bac té ria (H Pi lo ri) alo ja da no es tô ma go,cau sa do ra de gas tri tes e úl ce ras.

“Es ti ma-se que a mé dia bra si lei ra seja de80%. Sen do as sim, nós, em fun ção do tipoali men tar, te mos mais in ci dên cia de doen -ças es to ma cais. Ima gi ne os ca mi nho nei ros,com as con di ções e o tipo de ali men ta çãoque se uti li zam. É pre ci so que eles se jam

orien ta dos a equi li brar a ali men ta ção, o usoade qua do de lí qui dos e in ges tão de ali men -tos na tu rais, como fru tas e le gu mes”, diz ogas troen te ro lo gis ta.

En fur na da na bo léia por ho ras, o mo to ris -ta tem pou cas op ções de evi tar o se den ta ris -mo. Hoje, os es pe cia lis tas na área afir mamque o me lhor exer cí cio para o cor po é a ca -mi nha da, ação lon ge da rea li da de do pro fis -sio nal da es tra da. Para o fi sio te ra peu ta Ri car -do Maz zo ni de Al mei da, da Clí ni ca Fi sio mi -nas, de Belo Ho ri zon te, a má pos tu ra e o afal ta de exer cí cios le vam, ao lon go dos anos,a pro ble mas de des vio na co lu na, en tre ou -tros ma les das ar ti cu la ções, e nos rins.

“Exer ci tar o cor po me lho ra a cir cu la ção dosan gue e man tém os mús cu los re ju ve nes ci -dos”, diz Maz zo ni de Al mei da. A re co men da -ção é pri vi le giar os exer cí cios de alon ga men to.O fi sio te ra peu ta re co men da que, a cada qua -tro ho ras, o mo to ris ta faça uma pa ra da de 15mi nu tos, com o ob je ti vo de “es ti car as per nas”e pro mo ver o alon ga men to dos mús cu los dasper nas (como os exer cí cios fei tos pe los atle tasan tes das cor ri das, pe gan do na pon ta dos pése es ti can do-os para trás), os de dos das mãos(en tre la ce os de dos das mãos, gira-os parafren te e de pois es ti ca os bra ços ele van do-osdo ab dô men até a ca be ça se gui das ve zes) eos pés (com os bra ços es ti ca dos para cima, le -van ta-se o cor po na pon ta dos pés, pelo me -nos umas dez ve zes).

Es ses exer cí cios me lho ram a cir cu la ção dosan gue nas pon tas do cor po (de dos das mãos edos pés), man têm a dis po si ção da pes soa e evi -ta as so no lên cias ao vo lan te. Maz zo ni de Al mei -da diz que o as au to ri da des mé di cas ain da “nãoacor da ram para a ne ces si da de de cam pa nhas eorien ta ção aos mo to ris tas, de for ma que elespas sem a mu dar há bi tos e cos tu mes ina pro pria -dos à pro fis são”. “Isso se ria eco nô mi co para ogo ver no, que de pois tem que pa gar be ne fí cios aes sas pes soas que, em mui tos ca sos, fi cam in -vá li dos para o tra ba lho mui to cedo.” l

EXCESSOS Cuidados coma comida gordurosadevem ser tomados

PAULO

FONSECA

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ESCOLA DO FUTUROSEST/SENAT VAI ADQUIRIR CINCO SIMULADORES DE DIREÇÃO PARA TREINAMENTO DE MOTORISTAS

POR JUNIA LETÍCIAJ á bas tan te di fun di dos nosEs ta dos Uni dos, Es pa -nha, Ale ma nha, Por tu gale Chi na, che ga rão no ano

que vem ao Bra sil, por meio doSest/Se nat, si mu la do res es pe -ciais de con du ção de trans por tede car gas, es pe cial men te as pe -ri go sas, e de pas sa gei ros. Tra ta-se de um dos mais avan ça dosmeios de trei na men to pro fis sio -nal dis po ní veis no mun do, o quejus ti fi ca o in te res se da en ti da deem ad qui rir mais este re cur sopara a ca pa ci ta ção dos mo to ris -tas de ca mi nhões e ôni bus.

De modo ge ral, o uso de si -

mu la ção in ten si fi ca o pro ces sode apren di za gem e pre pa rame lhor os ope ra do res de veí cu -los pe sa dos sem ne ces si da dede uti li zar os meios reais. Asso lu ções téc ni cas ado ta das sãoba sea das no con cei to de mo -du la ri da de, per mi tin do adap taros di mu la do res às ne ces si da -des for ma ti vas de cada clien te,des de a ca pa ci ta ção para acon du ção, até si mu la ção parata re fas es pe cí fi cas.

O si mu la dor de di re ção estáapto a me dir a ca pa ci da de men -tal, os es tí mu los vi suais e so no -ros e o sen so de di re ção, além

de re pro du zir efei tos vi suais, au -di ti vos e vi bra tó rios en con tra dosem qual quer am bien te de trân si -to. O equi pa men to é usa do parao trei na men to de ma no bras di fí -ceis, tais como cur vas es trei tas,re cuo, es ta cio na men to e en tra -das em ter mi nais ro do viá rios.

O novo sis te ma vem re for çar amis são do Sest/Se nat. Des de asua cria ção, em se tem bro de1993, a en ti da de tem se em pe -nha do na ca pa ci ta ção dos mo to -ris tas pro fis sio nais por meio deau las teó ri cas, dis pon do de re -cur sos de ví deo-au las para a de -mons tra ção de téc ni cas de di re -

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JANEIRO 2005 CNTREVISTA 59

O SIMULADORÉ USA DOPARA OTREI NA MEN TODE MA NO BRASDI FÍ CEIS,TAIS COMOCUR VASES TREI TASE RE CUO

ESCOLA DO FUTUROSEST/SENAT VAI ADQUIRIR CINCO SIMULADORES DE DIREÇÃO PARA TREINAMENTO DE MOTORISTAS

ção de fen si va. Mas as li mi ta çõesde re cur sos téc ni cos de si mu la -ção das si tua ções de ris co im -pos si bi li tam uma com ple ta for -ma ção, que pas sa a ser ad qui ri -da pelo mo to ris ta com a sua vi -vên cia nas es tra das, en fren tan -do, dia ria men te, si tua ções de ris -co que mui tas ve zes aca bam re -sul tan do em aci den tes fa tais.

Nos Es ta dos Uni dos, en ti da -des go ver na men tais e pri va dasli ga das ao trân si to es tão ven donos si mu la do res a for ma maisefi caz de au xí lio na ca pa ci ta çãode mo to ris tas. Tais en ti da descons ta ta ram uma es cas sez de

pro fis sio nais bem-trei na dos,sen do in cluí dos aí mo to ris tas deôni bus ur ba nos.

Uma agên cia de trân si to nor -te-ame ri ca na co le tou da dospara com pa rar o nú me ro de aci -den tes 20 me ses an tes e de poisda im plan ta ção do trei na men topor meio do si mu la dor. Apósesse pe río do, o ór gão ve ri fi couuma re du ção de 10% no nú me -ro de co li sões. Em ou tras agên -cias que tam bém rea li zam trei -na men to de pes soal, o uso desi mu la do res di mi nuiu o nú me rode de sis ten tes dos pro gra masde ca pa ci ta ção. Vá rias de las in -for ma ram ain da que o tem po detrei na men to foi re du zi do ao serado ta do o si mu la dor.

O Sest/Se nat, aten den do oseu com pro mis so com a ino va -ção e a ex ce lên cia, tem três oje -ti vos bá si cos ao ad qui rir osequi pa men tos: pre pa rar umnovo mo de lo de ca pa ci ta çãodos con du to res pro fis sio nais,se guin do me to do lo gias ado ta -das e apro va das in ter na cio nal -men te com foco na con du çãose gu ra, con fiá vel e com ple ta;re du zir o nú me ro de aci den tesen vol ven do veí cu los de trans -por te de pas sa gei ros e car gas; etor nar a en ti da de re co nhe ci dacomo cen tro de re fe rên cia nafor ma ção de con du to res pro fis -sio nais, ope ra do res de veí cu lospe sa dos e de alta tec no lo gia.

A meta é que se jam ad qui ri -dos cin co si mu la do res para aten -der, em prin cí pio, os Es ta dos doRio de Ja nei ro, São Pau lo e Mi -nas Ge rais, além de um no Sul e

um no Cen tro-Oes te a se rem de -fi ni dos pos te rior men te. Cin codos equi pa men tos se rão do tipo“low-end”, ou seja, si mu la do rescom pu ta do ri za dos, com uma pe -que na câ ma ra ins ta la da em ummo de lo de ôni bus ou ca mi nhãoque se mo vi men ta fi si ca men te.À me di da em que o alu no rea li zama no bras, a ca bi ne mo vi men ta-se e a câ me ra exi be a cena. Oob je ti vo prin ci pal é trei nar ma no -bras es pe cí fi cas atra vés de umatela de 42 po le ga das.

O ou tro si mu la dor a ser ad -qui ri do é do tipo “mid-ran ge”.Com tec no lo gia mais avan ça daque o “low-end”, esse equi pa -men to é in te ra ti vo e mais com -ple xo, ofe re cen do uma ex pe riên -cia mais rea lis ta na con du ção deveí cu los. O sis te ma de alta fi de -li da de é com pos to por uma ca bi -ne que si mu la um ôni bus ou ca -mi nhão em ce nas de con du çãopro je ta da em uma tela pa no râ -mi ca com 180 graus.

O Sest/Se nat ain da está empro ces so de de fi ni ção dos si mu -la do res a se rem im por ta dos edas uni da des onde eles se rãoins ta la dos. A pro du ção de no voscur sos de for ma ção dos mo to ris -tas e a ca pa ci ta ção de ins tru to -res para uti li za ção da nova tec -no lo gia tam bém já es tão em es -tu do. A ex pec ta ti va é que os si -mu la do res es te jam dis po ní veispara a ca pa ci ta ção dos pro fis sio -nais a par tir do se gun do se mes -tre de 2005. O Sest/Se nat pre vêa qua li fi ca ção de 2.000 mo to ris -tas du ran te o ano de ins ta la çãoda nova tec no lo gia. l

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Ajuventude pre va le ceuna en tre ga do Prê mioCNT de Jor na lis mo2004, ocor ri da no dia

7 de de zem bro, em Bra sí lia.Uma ca rio ca, for ma da há ape -nas dois anos e meio, foi agran de ven ce do ra. Vi via ne Bar -re to, 24 anos, re pór ter do jor nal“O Dia”, ga nhou o Gran de Prê -mio com a ma té ria “Trans por tepre fe ri do: os pés”. Ao fi nal doeven to, que re ve lou a for ça doRio de Ja nei ro e do Rio Gran dedo Sul na pre mia ção, ou troscin co pro fis sio nais co me mo ra -ram jun tos a en tre ga, no va -men te bas tan te pres ti gia da pe -los jor na lis tas que atuam nas

re da ções dos prin ci pais veí cu -los de co mu ni ca ção do país.

Dos seis tra ba lhos, dois fo ramin ves ti ga ti vos, dois re la ta ram as di -fi cul da des para os usuá rios doser vi ço de trans por te ur ba no nare gião me tro po li ta na do Rio de Ja -nei ro, um re ve lou gas tos comtrans por te no Bra sil em com pa ra -ção a na ções mais de sen vol vi dase o úl ti mo mos trou o dra ma deuma pe que na po pu la ção do in te -rior do Rio Gran de do Sul após osefei tos de um tem po ral.

Para o pre si den te da CNT, Clé -sio An dra de, pres ti giar re por ta -gens sig ni fi ca pro mo ver a me lho -ria do se tor trans por ta dor no país.“Nos sa in ten ção não é mos trar a

cri se por que pas sa o sis te ma na -cio nal de trans por tes ape nas pormos trar, mas para bus car me lho -ria. A par tir da rea li da de apre sen -ta da, será pos sí vel co brar do go -ver no e ofe re cer con tri bui ções. Nocaso dos trans por tes ur ba nos, fi -cou cla ro que a ques tão da es tru -tu ra é gra vís si ma.”

O Gran de Prê mioA sé rie de ma té rias que le vou o

Gran de Prê mio foi pu bli ca da en treuma ter ça-fei ra e a se gun da-fei rase guin te. Vi via ne su ge riu a pau tamo vi da pela in tui ção: es ta va se gu -ra de que po de ria con se guir o re -sul ta do de uma pes qui sa fei tapelo go ver no do Es ta do flu mi nen -

O presidente da CNT, Clésio Andrade, e a vencedora do grande Prêmio, jornalista Viviane Barreto, de “O Dia”

“A INTENÇÃONÃO É SÓMOSTRAR ACRISE, MASBUSCARMELHORIA”

UMA RARA CONTRIBUIÇÃOPRÊMIO CNT DE JORNALISMO HOMENAGEIA REPORTAGENS QUE REVELAM A ATUAL SITUAÇÃO DO TRANSPORTE NACIONAL

POR

MARCELO NANTES

FOTO

S AGÊN

CIA FULL TIME/CNT/DIVULG

AÇÃO

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se so bre o Pla no Di re tor de Trans -por tes Ur ba nos an te ci pa da men te.

“Quan do me de fron tei com osda dos, me cha mou a aten çãoque, do to tal de 19,7 mi lhões devia gens (qual quer des lo ca men tosu pe rior a 500 me tros) rea li za dasdia ria men te na re gião me tro po li -ta na do Rio de Ja nei ro, 6,7 mi -lhões eram fei tas a pé. Cada re -por ta gem pu bli ca da dava en fo -que a ou tros da dos que mos tra -vam a pre ca rie da de no trans por -te co le ti vo. Os edi to res re sol ve -ram, en tão, fa zer uma gran dema té ria no do min go tra çan douma ra dio gra fia do trans por te noEs ta do com base no le van ta men -to do PDTU”, diz a jor na lis ta.

Com o do cu men to em mãos,Vi via ne cons ta tou que o ôni bus éo prin ci pal meio de lo co mo ção,que “há mais via gens fei tas de bi -ci cle ta, 600 mil por dia, do quede me trô” e que os mo ra do res deJa pe ri (RJ) che gam a pas sar 33dias no ano den tro de um ôni bus.“En tre vis tei uma se nho ra de 75anos que an da va algo cer ca de90 mi nu tos por dia. A li nha queaten dia à sua re gião foi de sa ti va -da. Após a pu bli ca ção da re por -ta gem, vol tou a ope rar.”

O presidente daNTC, GeraldoViana, entrega oprêmio da categoriaRádio ao jornalistaGiovani Grizotti, daRBS/Rádio Gaúcha

O presidente da ABTC evice-presidente da CNT, NewtonGibson, entrega o prêmio a NauroJúnior, do “Zero Hora”

UMA RARA CONTRIBUIÇÃOPRÊMIO CNT DE JORNALISMO HOMENAGEIA REPORTAGENS QUE REVELAM A ATUAL SITUAÇÃO DO TRANSPORTE NACIONAL

“A LINHAQUE ATEN-DIA À SUAREGIÃO FOIDESATIVADA.APÓS AMATÉRIA,VOLTOU AOPERAR”

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62 CNTREVISTA JANEIRO 2005

Acom pa nhan do um furo, opri mei ro prê mio. Gol de pla capara Vi via ne, que mes mo sen doa per so na gem prin ci pal de umagran de fes ta fez ques tão de di vi -dir os lou ros. Ci tou to dos daequi pe (Él cio Bra ga, Hél vio Les -sa, Mar ce lo Re mi gio e Va nes saAs se noff), que com ela, fo ram“cúm pli ces” na con quis ta.

TV e rá dioMas em se tra tan do do Prê -

mio CNT de Jor na lis mo, a no vi -da de para uns pode ser ro ti napara ou tros. Dois fre qüen ta do resda pre mia ção vol ta ram a mar carpre sen ça nes te ano. Um re pór terde TV e ou tro de rá dio re ce be -ram, cada um, o quar to prê mio.Ed mil son Ávila, da TV Glo bo, eGio va ni Gri zot ti, da Rá dio Gaú -cha de Por to Ale gre, receberamcada um o quarto prêmio.

O pri mei ro tes te mu nhou os“per cal ços” da que les que de pen -

no su búr bio, mas o em pre go quepro cu ra fica lon ge, inva ria vel men -te no cen tro. En tão, es con de o en -de re ço, ga ran te a vaga e se mudapara o mor ro em Ipa ne ma ou emCo pa ca ba na”, diz o re pór ter.

Gio va ni teve ta re fa tão ár duaquan to. Os nove anos de ex pe -riên cia em rá dio o en co ra ja rama se em bre nhar no sub mun dodo cri me in ter na cio nal: rou bode ca mi nhões se gu ra dos parapos te rior men te se rem ne go cia -dos em tro ca de ar mas e dro gasno Pa ra guai e Bo lí via. A de nún -cia par tiu de um dos in te gran -

dem do trans por te co le ti vo, numagran de ci da de tal e qual o Rio deJa nei ro, por meio de uma sé rie decin co ca pí tu los vei cu la da no no ti -ciá rio “RJTV”, in ti tu la da “Pas sa -gei ro ci da dão”. “A in ten ção eracon tar a pe re gri na ção des sas pes -soas, des de quan do acor dam atéa hora de vol tar para casa. Per ce -be mos que o prin ci pal pro ble mapode não ser a len ti dão do ser vi çoou a dis tân cia. Mos tra mos queum trans por te ine fi cien te co la bo rana for ma ção de fa ve las, di fi cul ta abus ca por tra ba lho e traz mui tospre juí zos. O de sem pre ga do está

A 11ª edi ção do Prê mio CNTde Jor na lis mo in cluiu tra -ba lhos ins cri tos, em tex to

e ima gem, vei cu la dos em mí diaim pres sa, rá dio, te le vi são e, pelapri mei ra vez, na In ter net, en tre 14de no vem bro de 2003 e 16 de se -tem bro de 2004. Apro xi ma da -men te, 230 re por ta gens con cor -re ram a seis tro féus e prê mios deR$ 5.000 para cada uma das cin -co ca te go rias e de R$ 15 mil, para

o ven ce dor do Gran de Prê mio. Aes co lha cou be a uma comissãocom pos ta por três jor na lis tas – Es -te vão Da má zio (Rá dio CBN Bra sí -lia), An dré Duda (TV Bra sí lia), He -le na Cha gas (jor nal “O Glo bo”) –,um pro fes sor de co mu ni ca ção –Car los Set te – e uma es pe cia lis tada área de trans por te – Ma ria Ali -ce Pru dên cio. A es ta tue ta foi de -se nha da pelo ar tis ta plás ti coOmar Fran co, de Bra sí lia.

INCENTIVO PROFISSIONAL

O presidente da Abcam, José daFonseca Lopes, entrega prêmioao jornalista Edmilson Ávila,da Rede Globo

O presidente daFetacesp e tambémvice-presidente daCNT, José Fioravante,entrega o prêmio aojornalista LuizErnesto Magalhães,de “O Globo”

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tes da qua dri lha, que, ao se de -sen ten der com os com par sas,de ci diu en tre gá-los.

“Ele (o de nun cian te) en trouem con ta to co mi go e o en ca -mi nhei à for ça-ta re fa de com -ba te ao cri me or ga ni za do doMi nis té rio Pú bli co. Mas a in -ves ti ga ção não an dou. En tão,re sol vi apu rar o as sun to porcon ta pró pria. Apre sen ta dopelo de nun cian te ao ge ren teda or ga ni za ção no Es ta do, mefiz pas sar por um em pre sá riodono de trans por ta do ra, in te -res sa do em ne go ciar com aqua dri lha”, diz o jor na lis ta.

FotoTam bém com ori gem nos

Pam pas, o fo tó gra fo Nau ro Jú -nior con quis tou seu prê mio, euma lep tos pi ro se, ao ilus trar are por ta gem “Iso la men to”, no jor -nal “Zero Hora”, so bre uma en -chen te no in te rior do Es ta do. Nodia 7 de maio des te ano, Pe lo tasen fren tou uma das pio res en -chen tes dos úl ti mos 100 anos. A

for ça do ar roio Fra ga ta rom peu aca be cei ra de uma pon te na BR-116. “A foto pre mia da ex pli ci ta ocaos que se trans for mou umadas re giões mais im por tan tes doRio Gran de do Sul, após a for çadas águas te rem rom pi do a ro do -via e dei xan do iso la dos vá riosmu ni cí pios em um mo men to devul ne ra bi li da de”, diz Júnior.

Jú nior diz que só con se guiu aima gem ideal após con ven cer oedi tor, que no mo men to en con tra -va-se a 300 km da tra gé dia, deque um avião era fun da men talpara a re por ta gem. Esse foi seu12º prê mio e o pri mei ro CNT.

Mí dia im pres saNa ca te go ria Mí dia Im pres -

sa, ven ceu o jor na lis ta Luiz Er -nes to Ma ga lhães, com a re por -ta gem “A má fia do trans por tepi ra ta no RJ”, vei cu la da pelojor nal “O Glo bo”. O “fio damea da” foi o as sas si na to doche fe de ga bi ne te da Su pe rin -ten dên cia Mu ni ci pal de Trans -por tes Ur ba nos (SMTU), Pau lo

Ro ber to da Cos ta Pai va, e omer ca do ile gal por meio deanún cios nos clas si fi ca dos. “Oór gão é res pon sá vel por fis ca li -zar todo o trans por te na ci da -de, mas tem uma es tru tu rapre cá ria. O nú me ro de fis caisnão pas sa de uma dú zia e sãoinú me ras as de nún cias de cor -rup ção. Logo de iní cio, a in ves -ti ga ção apon ta va para a má fiado trans por te pi ra ta. Re sol vien tão co me çar a pu bli car oque já ti nha a par tir da co ber -tu ra do en ter ro do exe cu ti vo daSMTU”, diz Ma ga lhães.

In ter net es tréiaA ca te go ria In ter net es treou

nes te ano e pre miou o trio Giu lia -na Na po li ta no, Geo va na Pa gel eAle xan dre Ro cha, com a re por ta -gem “Bra sil gas ta com trans por teso do bro de paí ses”, para a Agên -cia Bra sil Árabe (Anba) – comsede em São Pau lo, a Anba foi aúni ca com so ta que di fe ren te deca rio cas e gaú chos. “A ma té riasur giu da von ta de de de ta lhar osgar ga los de lo gís ti ca, que afe tam oco mér cio ex te rior. Como um dosob je ti vos da Anba é apon tar opor -tu ni da des de ne gó cios no Bra sil,acha mos que se ria in te res san temos trar um se tor que pre ci sa ur -gen te men te de in ves ti men tos in -ter nos ou ex ter nos”, diz Ro cha,que re pre sen tou o gru po. De acor -do com o tex to, um es tu do doBan co Mun dial, so bre o se tor, de -mons trou que os gas tos com lo gís -ti ca no Bra sil so mam 20% do PIB,o do bro do que é ob ser va do nospaí ses de sen vol vi dos. l

“TRANSPORTEINEFICIENTEDIFICULTA ABUSCA PORTRABALHO”

O presidente dehonra da CNT,Thiers Fattori,entrega o prêmio aosjornalistas AlexandreRocha e GiovanaPagel, da Anba

Page 64: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

64 CNTREVISTA JANEIRO 2005

E m so le ni da de ocor ri da dia7 de de zem bro no Me mo -rial JK, em Bra sí lia, o pre si -

den te da CNT, Clé sio An dra de,con de co rou sete per so na li da desque se des ta ca ram na con tri bui -ção para o de sen vol vi men to dotrans por te bra si lei ro com a Me da -lha JK – Or dem do Mé ri to doTrans por te. Cou be ao vice-pre si -den te da República e mi nis tro daDe fe sa, José Alen car, a mais altadis tin ção, o grau de Grã-Cruz.

Re ce be ram o grau de Gran deOfi cial o su pe rin ten den te da Fe de -ra ção das Em pre sas de Trans por -tes Ro do viá rios do Les te Me ri dio -nal do Bra sil (Fe trans por), LuizCar los de Ur qui za Nó bre ga, e opre si den te da Fe de ra ção das Em -pre sas de Trans por te de Car gas doEs ta do do Pa ra ná (Fe trans par),Luiz An sel mo Trom bi ni. Com ograu de Ofi cial, fo ram ho me na gea -dos o mo to ris ta de táxi em Ca xiasdo Sul (RS) José Ve ro nez, fun da -dor do sin di ca to e da fe de ra ção daca te go ria em seu Es ta do; o pre si -den te da Fe de ra ção Na cio nal dasAgên cias de Na ve ga ção Ma rí ti mae di re tor da CNT Glen Gor don Fin -dlay; e o em pre sá rio e fun da dor daFe de ra ção das Em pre sas deTrans por te de Car ga do Es ta do deSão Pau lo Odayr Bap tis tel la Elias.Re ce beu ain da a co men da nograu de Ofi cial post mor tem Elie zerde Frei tas Gui ma rães, em pre sá riore co nhe ci do por seu em pe nho e

MEDALHA JK

Clésio Andrade e o vice-presidente José Alencar

Luiz Anselmo Trombini

Anna Kubitschek, neta do JK, discusa no eventoLuiz Carlos de Urquisa Nóbrega

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JANEIRO 2005 CNTREVISTA 65

per fil em preen de dor, ten do sidore pre sen ta do por sua fi lha, Ce li naGui ma rães.

Pre sen te na ce ri mô nia de en -tre ga da Me da lha, a neta do pre -si den te Jus ce li no Ku bits chek epre si den te do Me mo rial JK,Anna Chris ti na Ku bits chek Bar -ba rá Pe rei ra, des ta cou que a ho -me na gem vai ao en con tro do es -pí ri to em preen de dor e rea li za dorde JK. “Suas ações como ho -mem pú bli co ti nham como ob je -ti vo prin ci pal o bem es tar daspes soas, que se tra duz atual -men te pela ex pres são ‘de sen vol -vi men to com jus ti ça so cial’”,dis se em seu dis cur so. Se gun doela, es sas fo ram as mar cas deJK na Pre fei tu ra de Belo Ho ri -zon te e na Pre si dên cia da Re pú -bli ca, man ti das vi vas pelo Me -mo rial JK, e que a CNT trans for -mou em prá ti ca de atua ção emfa vor do se tor de trans por te.

Clésio Andrade e o vice-presidente José Alencar

Glen Gordon Flinday

Celina Guimarães, que recebeuem nome de Eliezer de FreitasGuimarães (post mortem) Odayr Baptistella Elias

José Veronez

Page 66: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

66 CNTREVISTA JANEIRO 2005

E m no vem bro asem pre sas de trans -por te ro do viá rio decar gas fo ram res -

pon sá veis pela mo vi men ta -ção de 40,78 mi lhões de to -ne la das em todo Bra sil. Essevo lu me re pre sen tou uma re -la ti va es ta bi li da de (au men tode 0,45%) com o pe río doan te rior. Se com pa ra do àmé dia diá ria do mês de ou -tu bro hou ve um cres ci men tode 3,8%. Esse re sul ta do sedeve ba si ca men te ao me nornú me ro de dias úteis em no -vem bro fren te ou tu bro epela me nor re po si ção de es -to ques para o na tal de vi do àpro xi mi da de do even to emque par te da pro du ção já foien via da para as lo jas. Nacom pa ra ção com igual pe -río do de 2003 ob ser vou-seum au men to de 7,8% no vo -lu me trans por ta do. Cabedes ta car que a tra je tó ria dose gun do se mes tre de 2004

é as cen den te, di fe ren te -men te do que foi ob ser va doem 2003, o que re for ça atese de re cu pe ra ção da eco -no mia e a ex pec ta ti va deme lho ra do con su mo no pe -río do de fes tas res pon dempor este com por ta men to.

No mo dal fer ro viá rio decar ga a pes qui sa IDETCNT/Fipe re gis trou em ou tu -bro a mo vi men ta ção su pe riora 33,9 mi lhões de to ne la da oque re pre sen tou um cres ci -men to de 1,1% em re la çãoao mês de se tem bro. No acu -mu la do de ja nei ro a ou tu brofo ram trans por ta das mais de323 mi lhões de to ne la dasúteis, re pre sen tan do umcres ci men to de 8,4% so breigual pe río do de 2003, commé dia men sal de 32,3 mi -lhões de to ne la das, um novore cor de para o mo dal. A pes -qui sa tam bém apon ta um au -men to da pro du ti vi da de de3,88% no seg men to em

2004. A re cu pe ra ção da de -man da ex ter na e os in ves ti -men tos rea li za dos pe las fer -ro vias so ma dos ao es for ço ex -por ta dor em preen di do noPaís são os prin ci pais res pon -sá veis por este re sul ta do.

O mo dal ro do viá rio de pas -sa gei ros - seg men to in te res ta -dual re gis trou no mês de no -vem bro apro xi ma da men te 5,3mi lhões de via gens. Na com -pa ra ção por dia útil en tre ou -tu bro e no vem bro ve ri fi cou-seuma que da de 1,26% no nú -me ro de pas sa gei ros trans -por ta dos, per cen tual ge ral -men te ob ser va do nes te pe río -do. Quan do com pa ra do comno vem bro de 2003 ob ser va-se re la ti va es ta bi li da de compe que na que da de 0,01% nonú me ro de via gens. No seg -men to in ter mu ni ci pal fo ramrea li za dos mais de 47,5 mi -lhões de des lo ca men tos, ouseja, apro xi ma da men te 2,3mi lhões de pas sa gei ros trans -

MANTIDA TENDÊNCIADE ESTABILIDADE

IDET

ESTATÍSTICA

TRAJETÓRIA DO SEGUNDO SEMESTRE DE 2004 CONTINUOUASCENDENTE, AO CONTRÁRIO DO QUE FOI OBSERVADO EM 2003

MOVIMEN-TAÇÃO DECARGAS E DEPASSAGEIROSSE MANTEVEESTÁVEL EMNOVEMBROEM RELAÇÃOAO MÊSANTERIOR

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JANEIRO 2005 CNTREVISTA 67

MODAL FERROVIÁRIO DE CARGA (TONELADAS TRANSPORTADAS • JANEIRO A OUTUBRO/2004)

0

5.000

10.000

15.000

20.000

30.000

35.000

25.000

40.000

19.56621.527 21.405

2.298

2.398 2.414

5.082 5.339 4.909

1.587 1.827 1.901

21.648

2.557

5.692

1.865

17.515

1.540

4.092

875

290

20.108

2.076

1.493

319 320 335 320

21.960

2.529

5.479

1.933

332

21.307

2.387

5.268

1.893

333

FEV/2004 MAR/2004 ABR/2004 MAI/2004 JUN/2004 JUL/2004 AGO/2004 SET/2004

22.947

2.298

6.484

1.952

313

OUT/2004JAN/2004

5.179

1.270

267

1.209

17.821

337

5.370

por ta dos por dia útil. No in ter -mu ni ci pal ve ri fi cou-se umare cu pe ra ção, com me lho ra noin di ca dor de 4,0% em com -pa ra ção com no vem bro de2003 e de 0,84% em re la çãoo ou tu bro de 2004.

No trans por te co le ti vo ur -ba no (ôni bus) fo ram re gis tra -dos apro xi ma da men te de885,8 mi lhões de des lo ca -men tos em no vem bro, de -mons tran do es ta bi li da de parao seg men to com pe que na re -du ção de 0,82%, em diasúteis, se com pa ra do com omês an te rior (44,29 mi lhõesde des lo ca men tos por diaútil). Fo ram ro da dos pe lasem pre sas con ces sio ná riasnos mu ni cí pios bra si lei ros505,1 mi lhões de qui lô me -tros. O Índice de Pas sa gei rosQui lô me tro (IPK) mé dio parao pe río do foi de 1,744, umau men to de 0,96% em re la -ção a ou tu bro des te ano. OIPK os ci lou en tre 1,199, nare gião me tro po li ta na do Riode Ja nei ro, e 2,449, no RioGran de do Sul. O IPK es ta be -le ce uma re la ção en tre a de -man da por trans por te co le ti -vo, nú me ro de pas sa gei rostrans por ta dos, e a ofer ta, re -pre sen ta da pela qui lo me tra -gem per cor ri da ou pro du çãoqui lo mé tri ca.

Para maio res es cla re ci men -tos e/ou para down load das ta -be las com ple tas do IDET, aces -se o site da CNT: www.cnt.org.brou a pá gi na da Fipe/USP:www.fipe.com.br. l

505,1 MI DEKM FORAMRODADOS,COM UM IPKMÉDIO DE1,744

MODAL RODOVIÁRIO DE CARGA (TONELADAS TRANSPORTADAS • JANEIRO A NOVEMBRO/2004)

JANEIRO

SULSUDESTECENTRO-OESTENORDESTENORTE

652

1.637

992

8.190 8.6048.991

7.951

8.8549.141

9.3079.504 8.836

24.447 22.92723.731

21.957

24.362 24.96025.842 26.282 26.094

27.317

9.218

607

1.685

1.007

803

1.795

1.066

659

1.850

1.083

739

2.043

1.153

716

2.023

1.145

671

1.886

1.138

1.811

1.152

641

2.098

1.162

657

2.212

1.200

27.405

9.343

725

2.090

1.224

FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO

0

5.000

10.000

15.000

20.000

30.000

25.000

35.000

40.000

REGIÃO PASSAGEIROS QUILOMETRAGEM

NORTE 31,156,037 16,426,568

NORDESTE 183,955,397 92,639,826

CENTRO-OESTE 31,881,404 12,702,456

SUDESTE 497,781,059 308,214,372

SUL 141,063,754 75,128,071

FONTES: CNT / FIPE-USP

FONTES: CNT / FIPE-USP

FONTES: CNT / FIPE-USP

MODAL DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO

SUDESTE CENTRO-OESTE NORDESTE NORTESUL

SUDESTE CENTRO-OESTE NORDESTE NORTESUL

Page 68: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

68 CNTREVISTA JANEIRO 2005

Novidades importantes do CódigoCivil para as empresas em geral

OSWALDO JOSÉ BARBOSA DA SILVA

ARTIGO TÉCNICO

ALei nº 10.406, de 10 de ja nei rode 2002, ins ti tuiu o novo Có di goCi vil Bra si lei ro, re vo gan do o an -te rior, que vi go ra va des de 1º deja nei ro de 1917. En trou em vi gor

em 1º de ja nei ro de 2003, de modo que a so -cie da de em ge ral ti ves se tem po há bil para to -mar co nhe ci men to de seu con teú do.

Mui tas fo ram as ino va ções que, di re taou in di re ta men te, afe ta ram as em pre sasem ge ral e mes mo ten tan do re su mi-las demodo a ca ber em tão pou cas li nhas, cer ta -men te pe ca re mos por omis são.

No que tan ge à cons ti tui ção e or ga ni za çãodas em pre sas po de mos apon tar as se guin tesno vi da des: a) a me no ri da de ces sa aos 18anos (art. 5º); b) os côn ju ges so men te po -dem man ter so cie da de em pre sá ria ou sim -ples des de que não ca sa dos no re gi me daco mu nhão uni ver sal de bens ou no da se pa -ra ção obri ga tó ria (art. 977). O pro pó si to des -se pre cei to (que cau sou gran de ce leu ma e éob je to de pro je to de lei para ser re vo ga do) énão per mi tir a con fu são dos bens que já es -tão em co mu nhão no re gi me da co mu nhãouni ver sal; c) o Có di go Ci vil Bra si lei ro ins ti tuino vos con cei tos como a de fi ni ção de em pre -sá rio, so cie da de em pre sá ria e so cie da desim ples (arts. 966 e 982); d) li mi ta o po derdo só cio ma jo ri tá rio para de sig nar ad mi nis -tra dor não só cio; e) ins ti tui fa cul ta ti va men te ocon se lho fis cal (art. 1.066) para as so cie da -des li mi ta das; f) de ter mi na a ins ti tui ção deas sem bléia ge ral para so cie da des li mi ta dascom mais de dez só cios, para de li be rar so brede ter mi na dos as sun tos (art. 1.071); g) des deque pre vis ta a pos si bi li da de no con tra to so -cial per mi te a ex clu são de só cio mi no ri tá riodes de que por atos gra ves que po nham em

ris co a con ti nui da de da em pre sa (art. 1.058);h) ins ti tui o es ta be le ci men to, como com ple xode bens or ga ni za dos para o exer cí cio da em -pre sa (art. 1.142) o que per mi te o seu ar ren -da men to.

No que tan ge à res pon sa bi li da de ci vil e àsre la ções con tra tuais so bres saem-se as se -guin tes no vi da des: a) as em pre sas res pon -dem, in de pen den te men te de cul pa pe los da -nos cau sa dos pe los pro du tos (in clu si ve ser vi -ços) pos tos em cir cu la ção (art. 931); b) nãose pode usar no nome (ou pseu dô ni mo)alheio, em pro pa gan da co mer cial (art. 18); c)em caso de abu so de per so na li da de ju rí di caca rac te ri za do pelo des vio de fi na li da de oupela con fu são pa tri mo nial, pode o juiz de ci -dir que as re la ções obri ga cio nais se jam es -ten di das aos bens par ti cu la res dos ad mi nis -tra do res ou só cios da pes soa ju rí di ca (art.50); d) os ju ros le gais, des de que pac tua dos,po dem ser iguais à Selic (mas nes se caso ex -clue-se a cor re ção mo ne tá ria); e) nos con tra -tos de exe cu ção con ti nua da ocor ren do one -ro si da de ex ces si va por fato im pre vis to, o con -tra to po de rá ser re vis to (arts.478 a 480).

Por fim, e mui tís si mo im por tan te, as so -cie da des em pre sá rias te rão um ano paraadap tar seus con tra tos so ciais ao novo Có -di go (art. 2.031) pra zo este que foi pror ro -ga do até 10 de ja nei ro de 2005, por for çada Lei nº 10.838, de 2004.

Es go ta do o pra zo aci ma re fe ri do tan toas jun tas co mer ciais quan to os car tó riosde pes soas ju rí di ca não efe tua rão quais -quer re gis tros so li ci ta dos pela em pre saaté que ela efe tue, mes mo que tar dia -men te, a adap ta ção.

Oswaldo José Barbosa da Silva é advogado

“MUI TAS FO RAMAS INO VA ÇÕESQUE, DI RE TA OU IN DI RE TA MEN TE,AFE TA RAM AS EM PRE SASEM GE RAL”

Page 69: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

JANEIRO 2005 CNTREVISTA 69

A TV DA CONFEDERAÇÃONACIONAL DO TRANSPORTE

• Uma entrevista com Luiz Antônio Fayet,

consultor da CNA, que fala da importância

do setor agrícola na economia do país

• A atuação da Polícia Rodoviária Federal no

patrulhamento das estradas e na fiscalização

do transporte interestadual é o tema da entrevista

com o inspetor Alvarez

ASSISTA À REDETRANSPORTE NA INTERNETAcesse www.cnt.org.br e clique no banner da Rede Transporte,

onde está escrito “Ao vivo via web”.

É preciso ter o programa Real Player instalado no computador.

Este software está disponível para download abaixo da tela da web tv.

CNT RESPONDE / CNT E O CONGRESSO Terças e Quintas, às 10h30 e 15h30Apresentação: Luiz Fara Monteiro

EM JANEIRO

VOCÊ VAI VER

VOCÊ VAI VER

E NO CNT EO CONGRESSO

Page 70: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

Telecurso 2000 Ensino Fundamental

Segunda a Sexta - 7h30 às 8h - 19h às 19h30

DIAS 3 A 31

Lingua Portuguesa (aulas 59 a 80)

Telecurso 2000Ensino Médio

Segunda a Sexta - 8h às 8h30 - 19h30 às 20h

DIAS 3 A 31

Inglês (aulas 19 a 40)

IdaqSegunda a Sexta - 8h30 às 10h

DIA TEMA

3 Controle da Demanda X Oferta no Trans-porte Rodoviário (06 aulas)Aula 1 a 3Introdução de Novas Tecnologias no Trans-porte Urbano (08 aulas)Aula 1 a 4

4 Controle da Demanda X Oferta no Trans-porte Rodoviário (06 aulas)Aula 4 a 6Introdução de Novas Tecnologias no Trans-porte Urbano (08 aulas)Aula 5 a 8

5 Sistemas de Transporte Rodoviário (03aulas)Recursos Humanos: Ferramenta paraAumento de Produtividade (04 aulas)

6 Planejamento Estratégico (05 aulas)Roteirizadores Automáticos e EletrônicaEmbarcada (02 aulas)

7 Melhoria na Produtividade de Veículos noTransporte Urbano (06 aulas)Aula 1 a 3Gestão de Custos e Preços de Fretes(08 aulas)Aula 1 a 4

10 Melhoria na Produtividade de Veículos noTransporte Urbano (06 aulas)Aula 4 a 6Gestão de Custos e Preços de Fretes(08 aulas)Aula 5 a 8

11 Introdução de Novas Tecnologias no Trans-porte Rodoviário (07 aulas)

12 Sistemas de Transporte Urbano (03 aulas)Empresa de Carga Rodoviária: FazendoNegócios no Mercosul (04 aulas)

13 Análise Econômico-Financeira do Desem-penho da Empresa (06 aulas)O Uso de Contêineres no TransporteRodoviário de Carga (12 min)

14 Mecanização da Carga e Descarga(07 aulas)

17 Melhoria na Produtividade de Veículos noTransporte Rodoviário (07 aulas)

19 Segurança Alimentar20 Hiperidrose21 Papel do Homem24 Câncer de Próstata25 Higiene26 Disfunção Sexual27 Crescimento28 Trombose Venosa31 Dengue

VIVA VIDASegunda, Quarta e Sexta - 10h30 às 11h - 15h30 às 16h

DIAS

03 Projeto Tesourinha04 Arco e Flecha05 Aquarismo06 Judô07 Parto10 Nautimodelismo11 Beisebol12 Kiwi13 Esgrima 14 Criação de Rã17 Bocha18 Velejar19 Dança sobre rodas20 Pólo Aquático21 Escola de Circo24 Manchetaria25 Pesca26 Filatelia27 Boxe Feminino28 Saltos Ornamentais31 Arco e Flecha

PEAD SEST/SENATSegunda a Sexta - 11h às 12h

DIAS

03 a 10 Borracheiro (aulas 1 a 29)10 a 12 Facilitador (aulas 1 a 7)12 e 13 Inspetor (aulas 1 a 7)13 e 14 Orientador de ensino (aulas 1 a 7)17 a 21 Inglês básico (aulas 1 a 25)24 a 26 Motorista de ônibus rodoviário (aulas 1 a 13)26 a 31 Princípios básicos de chefia operacional

(aulas 1 a 17)

Canal Saúde no asfaltoSegunda a Sexta - 12h às 13h - 22h às 22h30

DIAS

3 Ligado em Saúde/Viva Legal/Programa dePalavra/É Com Você Cidadão

4 Canal Saúde na Estrada5 Ligado em Saúde/Unidiversidade

Comunidade em Cena/É Com Você Cidadão6 Canal Aberto/Bate-Papo/Acervo7 Ligado em Saúde/Programa Saúde da

Família/Check Up/TV Pinel10 Ligado em Saúde/Viva Legal

Programa de Palavra/É Com Você Cidadão

18 Financiamento, Renovação e Gerenciamen-to da Frota no Transporte Urbano (05 aulas)Código de Barras, EDI e Internet no Trans-porte Rodoviário de Carga (04 aulas)Aula 1 e 2

19 Manutenção e Garagem no TransporteUrbano (05 aulas)Código de Barras, EDI e Internet no Trans-porte Rodoviário de Carga (04 aulas)Aula 3 e 4

20 Just in Time (05 aulas)Roteirizadores Automáticos e EletrônicaEmbarcada (02 aulas)

21 Gestão de Recursos Humanos e Seguros(03 aulas)Definição e Negociação Tarifária no Trans-porte Urbano (08 aulas)Aula 1 a 4

24 Armazéns: Localização, Dimensionamento eEstoques (03 aulas)Definição e Negociação Tarifária no Trans-porte Urbano (08 aulas)Aula 5 a 8

25 Mecanização da Carga e Descarga(07 aulas)

26 Marketing e Planejamento Estratégico paraEmpresas de Transporte Urbano de Pas-sageiros (14 aulas)Aula 1 a 7

27 Marketing e Planejamento Estratégico paraEmpresas de Transporte Urbano de Pas-sageiros (14 aulas)Aula 8 a 14

28 O Uso de Contêineres no TransporteRodoviário de Carga (12 min)Informática (06 aulas)

31 Sistema GPS: qual, como e por quê? (07aulas)

Auto GiroTerça e Quinta - 10h às 10h30 - 15h às 15h30

CNT RESPONDE / CNT EO CONGRESSOToda Terça e Quinta - 10h30 às 11h e 15h30 às 16h

VIVA LEGALSegunda, Quarta e Sexta - 10 às 10h30 - 15h às 15h30

DIAS

03 Trombose Venosa04 Dengue05 Sono06 Hipertensão07 Higiene10 Atividade Física11 Calvície12 Disfunção Sexual13 TPM14 Câncer de Mam17 Crescimento18 Vacinação

Page 71: Revista CNT Transporte Atual - JAN/2005

DEZEMBRO 2004 CNTREVISTA 71

11 Canal Saúde na Estrada12 Ligado em Saúde/Unidiversidade

Comunidade em Cena/É Com Você Cidadão13 Canal Aberto/Bate-Papo/Acervo14 Ligado em Saúde/Check Up/TV Pinel17 Ligado em Saúde/Viva Legal/Programa de

Palavra/É Com Você Cidadão18 Canal Saúde na Estrada19 Ligado em Saúde/Unidiversidade

Comunidade em Cena/É Com Você Cidadão20 Canal Aberto/Bate-Papo/Acervo21 Ligado em Saúde/Check Up/TV Pinel24 Ligado em Saúde/Viva Legal

Programa de Palavra/É Com Você Cidadão25 Canal Saúde na Estrada26 Ligado em Saúde/Unidiversidade

Comunidade em Cena/É Com Você Cidadão27 Canal Aberto/Bate-Papo/Acervo28 Ligado em Saúde/Check Up/TV Pinel31 Ligado em Saúde/Viva Legal/Programa de

Palavra/É Com Você Cidadão

Balaio BrasilSegunda a Sexta - 13h às 14h - 16h às 17h

DIAS

03 Trem do Samba04 Rock em Goiás 05 Laranjeiras06 Culinária Mineira07 Guerreiros10 Dança do Amarante11 Dança do Toré12 Rio São Francisco13 Grande arraial14 Imbuaça17 Parafusos Mal Amadas 18 É tudo Verdade19 Culinária Baiana20 Frenésio 21 Jequitinhonha24 Adão Barbeiro25 Bispo do Rosário Maturidade 26 Sinfonia do Araripe27 Trem do Samba28 Rock em Goiás31 Rio São Francisco

ESTAÇÃO SAÚDESegunda a Sexta: 14h às 14h30 - 20h às 20h30

DIAS

03 Saúde Ocular04 Alimentação Saudável05 Diabetes Mellitus06 Saúde da Coluna 07 Alcoolismo10 Drogas

11 DST /AIDS12 Tabagismo13 Higiene e Saúde14 Dengue17 Saúde Bucal18 Saúde Ocular19 Alimentação Saudável20 Diabetes Mellitus21 Saúde da Coluna 24 Alcoolismo25 Drogas26 DST /AIDS27 Tabagismo28 Higiene e Saúde31 Dengue

Check upSegunda a Sexta - 14h30 às 15h - 20h30 às 21h

DIAS

03 Hipotermia04 Fitoterapia05 HPV06 Queda de cabelos07 Insônia10 RPG11 Hipocondria12 Brinquedos13 Suplementos Alimentares14 Vírus da Gripe17 Lentes de contato18 Estresse19 Anticoncepcionais20 Saúde Vocal21 Dinheiro e Saúde24 Medicina Estética25 Desperdício da água26 Hipotermia27 Fitoterapia28 HPV31 RPG

FILHOSSegunda, Quarta e Sexta: 17h às 17h30

DIAS

03 Ser pai 05 Drogas07 Mudança de Hábito10 Talento Precoce12 Morte14 Estilos de Vida17 Propostas Curriculares19 Estresse 21 Universo Adolescente24 Tecnologia26 Depressão28 Cultura31 Manoro e Sexo

BRASIL AFORATerça e Quinta : 17h às 17h30

JANELA NATURAL Segunda a Sexta - 17h30 às 17h45

DIAS

03 Bacia de Piracicaba + Travessia Petrópolis 04 Pirenópolis e Brasília + Águas Emendadas 05 Foz do Iguaçu - Tríplice Fronteira + Várzea

Amazônica 06 Lagamar + Baleia Jubarte07 Caatinga + Madeiras10 Ilustrador Botânico + Corredor Ecológico11 Espírito Santo + São Luís12 Salto Morato + Ecoturismo/Itaipava13 Reentrâncias Maranhenses + Energia Solar 14 Agricultura Orgânica + Chapada dos Veadeiros17 Nordeste Jurássico + Brasil das Águas18 Pantanal + Corais19 Peixes Amazônicos + Missões20 Bacia de Piracicaba + Travessia Petrópolis21 Pirenópolis e Brasília + Águas Emendadas24 Foz do Iguaçu - Tríplice Fronteira + Várzea

Amazônica 25 Lagamar + Baleia Jubarte26 Caatinga + Madeiras27 Ilustrador Botânico + Corredor Ecológico28 Espírito Santo + São Luís31 Salto Morato + Ecoturismo/Itaipava

JORNAL DO TRANSPORTESegunda a Sexta: 17h:45 às 18h

TV ESCOLASegunda a Sexta: 18h às 19h - 21h às 22h

DIAS

03 O barato de Pitágoras / Quadrado, Cubo eCia / 3 -4 - 5 e o pentágono / Nas malhas daGeometria

04 A espiral e as Proporções / Sólidos de Platão/ Brasil Democrático

05 Escolhi viver aqui / Colônia06 De onde vem 107 De onde vem 210 Império / Republica Velha11 Era Vargas / Regime Militar12 Rondon e os Índios Brasileiros13 O puxa e Encolhe da Borracha / Canudos e

Contestado / Uma cidade se faz um sonho 14 No Regine dos Militares / Questão Social 17 Escolhi viver aqui / Colônia18 O barato de Pitágoras / Quadrado, Cubo e

Cia / 3 -4 - 5 e o pentágono / Nas malhas daGeometria

19 A espiral e as Proporções / Sólidos de Platão/ Brasil Democrático

20 Escolhi viver aqui / Colônia21 De onde vem 124 De onde vem 225 Rondon e os Índios Brasileiros26 O puxa e Encolhe da Borracha / Canudos e

Contestado / Uma cidade se faz um sonho 27 O barato de Pitágoras / Quadrado, Cubo e

Cia / 3 -4 - 5 e o pentágono / Nas malhas daGeometria

28 No Regine dos Militares / Questão Social31 A espiral e as Proporções / Sólidos de Platão

/ Brasil Democrático

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JANEIRO 2005 CNTREVISTA 73

Integração: palavra de ordem narepressão ao roubo de cargas

GETÚLIO BEZERRA

OPINIÃO

Com ba ter o rou bo de car gas e va -lo res no país não pode ser en ca -ra do, por qual quer ór gão po li cial,como uma ta re fa tri vial ou co -mum. A aná li se dos ca sos exis -

ten tes com pro vou que este tipo de cri me re -ves te-se de ex tre ma com ple xi da de, pois en -vol ve agen tes pú bli cos cor rup tos, qua dri lhascom fun ções de fi ni das, gran de po der de rea -ção (ex plo si vos, gra na das, me tra lha do ras),atua ção in te res ta dual, or ga ni za ção pré via eso fis ti ca da na exe cu ção dos ata ques.

Cria da em se tem bro de 2003 na es tru tu rada Po lí cia Fe de ral, a Di vi são de Cri mes Con trao Pa tri mô nio (Dpat) tem como atri bui ções pro -ce der às in ves ti ga ções das in fra ções pe naisre la cio na das na lei 10.466/2002. A uni da dees pe cia li za da pro cu rou, no ano de 2004, fa -zer um diag nós ti co das ati vi da des dos cri mi -no sos que se de di cam ao rou bo de car gas eva lo res. O ob je ti vo era es ta be le cer ações es -tra té gi cas in te gra das. A meta em 2005 é darên fa se ao es ta be le ci men to de uma in fra-es -tru tu ra ade qua da para as uni da des des cen -tra li za das (De le pats) e im ple men tar um ban code da dos in te gra do, para o re gis tro na cio naldas ocor rên cias de rou bo de car gas e va lo res.

A rea li za ção dos Se mi ná rios Re gio nais deCom ba te ao Rou bo de Car gas e Va lo res com oapoio da CNT é peça fun da men tal para a in te -gra ção en tre as di ver sas agên cias de se gu ran ça,in te li gên cia, fis ca li za ção e con tro le. As po lí ciasci vis, mi li ta res e ro do viá rias fe de rais par ti ci pa -ram dos en con tros rea li za dos nas re giões Su des -te, Cen tro-Oes te, Nor te e Nor des te. Tam bém es -ti ve ram nos even tos re pre sen tan tes da Re cei taFe de ral e Vi gi lân cia Sa ni tá ria, e re pre sen tan tesdo sis te ma ban cá rio, se cu ri tá rio e de trans por te.

Na vi são mais mo der na e acei ta mun dial -

men te, a união des ses ór gãos do go ver nocom o tra ba lho da Po lí cia Fe de ral oti mi za asações de re pres são, uni for mi zan do a ca pa ci -ta ção e os pro ce di men tos po li ciais.

A PF está de "mão es ten di da" para re ce -ber o co nhe ci men to já ge ra do pe las po lí ciasci vis e mi li ta res dos Es ta dos no com ba te aes sas qua dri lhas. Em con tra par ti da, te mos aofe re cer nos sa ca pa ci da de de atua ção in te -res ta dual e po ten cial para in ter cam biar emo bi li zar os di ver sos agen tes re pres si vos.

Tal in te gra ção já ge rou, in clu si ve, re sul ta dosprá ti cos po si ti vos. Des man te la mos uma dasmaio res qua dri lhas do rou bo de car gas do país.A re cen te ope ra ção, de no mi na da Ca va lo deAço, con tou com o apoio das po lí cias Ro do viá riaFe de ral e Mi li tar do Es pí ri to San to, Rio de Ja nei -ro, São Pau lo e Ba hia. Além dis so, ti ve mos oapoio lo gís ti co da For ça Aé rea Bra si lei ra.

O com ba te à re cep ta ção é um ca mi nho pa ra -le lo a ser se gui do. O tra ba lho da Po lí cia Fe de ralno com ba te ao cri me or ga ni za do já de mons trouque to das as fren tes de vem ser fo ca das. Nãoape nas os ban di dos que as sal tam ou fur tam,não só o agen te pú bli co que se cor rom pe, mastam bém os co mer cian tes de so nes tos, que ge -ram mer ca do para car gas rou ba das.

A Po lí cia Fe de ral re ce beu as atri bui ções dalei 10.466/2002, fru to dos tra ba lhos da CPI doRou bo de Car gas, com gran de se rie da de. A mo -ti va ção ge ra da pe los en con tros re gio nais já re -sul tou em em pe nho e re sul ta dos prá ti cos. Acre -di ta mos que o ano de 2004 foi ex tre ma men tepro du ti vo. O ano de 2005 se ini cia, para a Po lí -cia Fe de ral, em um novo pa ta mar no com ba teao rou bo de car gas e va lo res no país.

Ge tú lio Be zer ra San tos é di re tor de Com ba teao Cri me Or ga ni za do da Po lí cia Fe de ral

“A PF ESTÁ DE'MÃO ESTENDIDA'PARA RECEBER OCONHECIMENTOJÁ GERADO PELASPOLÍCIAS CIVIS EMILITARES DOSESTADOS NOCOMBATE ÀSQUADRILHAS”

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HUMORDUKE

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