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Revista Cocapec 68

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EDIT

ORI

AL

João Alves de Toledo FilhoPresidente da Cocapec

Em 2009, ano de baixa do ciclo bianual da safra de café, o volume de grãos produzido no Brasil foi de 39,5 milhões de sacas, sendo 28,3 milhões de arábica e 10,75 de conillon. O ano de 2010 será de safra alta e, segundo a Companhia Nacional de Abas-tecimento (Conab), o Brasil vai colher aproximadamente 48 milhões de sacas de café, volume expressivo quando comparado aos anteriores, principalmente ao considerar que a maior produção do país foi de 48,5 milhões de sacas em 2002/03. Vale lembrar que o volume exportado pelo Brasil vem crescendo a cada ano e, somente em 2009, foram exportadas cerca de 31 milhões de sacas e que o consumo interno está em torno de 19 milhões de sacas. Ao fazermos uma conta básica, percebe-mos que não temos uma oferta superior à demanda, pelo contrário, o produtor poderá enfrentar momentos favoráveis diante dos números apresentados, afinal, precisamos de uma safra que abasteça o consumo deste ano e parte de 2011, que terá uma safra inferior devido à bianualidade da planta. Por isso, é importante que tenhamos cafés em quantida-de suficiente para exportar e também para abastecer o mercado interno. Outra situação favorável é o fato de termos um dos estoques remanescentes mais baixos dos últimos anos, tanto no Brasil como no exterior. Com essa baixa nos estoques e os problemas de produção que alguns países da América Central vêm enfren-tando, principalmente a Colômbia, o café brasileiro conquistou os mercados explorados por outros países, criando um cenário positivo para a cafeicultura brasileira, com boas condições de preços para a atual safra, desde que consigamos efetuar uma boa ordena-ção da oferta de café para o mercado. Para isso, as lideranças da cafeicultura atuam junto ao Governo Federal com objetivo de proporcionar melhores condições ao produtor, para que ele não tenha que dispor precipitadamente de sua safra. Entendemos como lideranças, os representantes de cooperativas, associações e outros tantos do poder público. Diante deste cenário, a Cocapec dispõe de toda a infraestrutura necessária para receber em 2010 cerca de 1,2 milhões de sacas de café de seus cooperados, oferecendo segurança e confiança, e contribuindo para que eles efetuem a venda no momento ade-quado, de acordo com a gestão de sua propriedade e que seja vantajosa sob o ponto de vista de mercado. Estes fatores tornam favoráveis aos produtores o que chamamos de fundamen-tos de mercado. O que não garante que situações controversas aconteçam, principal-mente pela ação dos fundos de investimento. Cabe ao produtor avaliar suas condições, sua situação administrativa e financeira e optar pela melhor estratégia, sem esquecer que a cooperativa servirá sempre de apoio para melhorar as condições do produtor e da cafeicultura da Alta Mogiana.

BOAS CONDIÇÕES EM ANO DE SAFRA ALTA

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ÍNDICE

CAPA

JUBILEU DE PRATA DA COCAPEC

Cooperativa comemora seus primeiros 25 anos

Órgão informativo oficial da Cocapec e Credicocapec, destinado a seus cooperados

Diretoria Executiva CocapecJoão Alves de Toledo Filho – Diretor-presidenteCarlos Yoshiyuki Sato - Dir. Vice-presidenteRicardo Lima de Andrade - Dir. secretário

Conselho de Administração Cocapec Giane BiscoAmílcar Alarcon PereiraJoão José CintraPaulo Eduardo Franchi SilveiraErásio de Grácia JúniorJosé Henrique Mendonça

Conselho Fiscal CocapecCyro Antonio Ramos Jesuel Justino GomesRicardo Nunes Moscardini

Cocapec FrancaAvenida Wilson Sábio de Mello, 3100 - CEP: 14406-052Franca-SP - CEP:14400-970 - CAIXA POSTAL 512Fone (16) 3711-6200 - Fax (16) 3711-6270

FiliaisCapetinga: (35) 3543-1572Claraval: (34) 3353-5257Ibiraci: (35) 3544-5000Pedregulho: (16) 3171-1400Serra Negra: (19) 3892-7099

Diretoria Executiva CredicocapecMauricio Miarelli - Dir. PresidenteJosé Amâncio de Castro - Dir. AdministrativoEdnéia Aparecida Vieira Brentini de Almeida - Dir. Crédito Rural

Conselho de Administração CredicocapecCarlos Yoshiyuki SatoDivino de Carvalho GarciaÉlbio Rodrigues Alves FilhoPaulo Henrique Andrade Correia

Conselho Fiscal CredicocapecDonizeti MoscardiniJoão José CintraRenato Antônio Cintra

CredicocapecFone (16) 3720-0030 - Fax (16) 3720-1567 - Franca-SPPAC - Pedregulho:(16) 3171-2118PAC - Ibiraci (35) [email protected] - www.credicocapec.com.br

CoordenaçãoEliana Mara Martins

Núcleo de CriaçãoComunicação/MKT COCAPEC

DiagramaçãoIdeia Fixa Publicidade e Propaganda

Apoio Gráfico / FotosMarcelo Siqueira

RedaçãoLuciene ReisTássia Inácio

RevisãoNathalia Maria Soares

Jornalista ResponsávelRealindo Jacintho Mendonça Júnior - MTb/ 24781

Tiragem: 2.550 exemplares

Home Pagewww.cocapec.com.br

É autorizada a reprodução de artigos publicados nesta edição, desde que citada a fonte.

A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos em artigos assinados, mesmo sob pseudônimo, que são de inteira

responsabilidade de seus autores.

EX

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NT

ESOCIALEm 2010, a mulher é o tema do Dia Internacional do Cooperativismo

NOVIDADESMinistério da Agricultura regulamenta qualidade do café comercializado no país

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9

A importância do equilíbrio nutricional da planta e do solo

TÉCNICA

TÉCNICACondições climáticas definem práticas agrícolas 32

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45CREDICOCAPECCooperativa no Conselho Administrativo do Sicoob Central Cocecrer

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Pelo terceiro ano consecutivo, o evento desperta as mulheres para ações cooperativas

ENCONTRO DE MULHERES REÚNE 200 PARTICIPANTESBruna MaltaAnalista de Comitê

O Encontro de Mulheres Cooperativistas nasceu em 2008, com a participação de 100 mulheres a princípio. Em 2009, a procura aumentou e ampliamos para 150. Já neste ano, conta-mos com 200 mulheres reunidas para realização de um objetivo comum: conhecer o trabalho realizado pelas cooperativas e con-tribuir com o seu desenvolvimento. O crescimento no número de participantes é um reflexo do trabalho sério e comprometido que a Cocapec e a Credico-capec desenvolvem desde a sua fundação, e não seria diferente com as mulheres. O evento trabalha todos os anos com a valorização da mulher, principalmente no ambiente do agronegócio e da coope-

rativa. Em 2010, o professor João Carlos de Oliveira, tratou o co-operativismo sem sair da realidade do dia a dia das mulheres. O evento trouxe a oportunidade para que as cooperati-vas conhecessem ainda mais o seu público feminino,seus sonhos e seus anseios e permitiu que o tema fosse discutido entre elas, nos 10 grupos formados durante o encontro. Tivemos a escolha de duas líderes por grupo. Estas re-presentantes escreveram uma carta que foi encaminhada às di-retorias das cooperativas, com sugestões de ações que poderão nortear os encontros futuros e possíveis núcleos regionais, onde o intuito seria promover o desenvolvimento regional através da ação pró-ativa das mulheres.

Júlia Oliveira SandovalAuxiliar de Comunicação

SOCIAL

Participantes assistem abertura do evento

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O EVENTO O 3º Encontro de Mulheres Cooperativistas foi realizado no dia 29 de maio, no Hotel Shelton Inn, em Franca. O local foi es-colhido em função do número de inscrições e também por oferecer um ambiente confortável às participantes nesta época fria do ano. Tivemos uma equipe de 15 pessoas totalmente voltadas para tornar o dia das participantes ainda mais especial. A recepção foi montada com pétalas de rosas, adesivos com a música “Garota de Ipanema” de Vinícius de Moraes e Tom Jobim. Um saxofone completou a entrada, entoando esta música, suavemente. Um café da manhã especial foi oferecido às participan-tes, bem como almoço e café da tarde.

MOSTRA DE TALENTOS As talentosas mulheres mostraram seus trabalhos ma-nuais e artesanais na Mostra de Talentos. Cada partici-pante pôde expor seu trabalho, o que gerou muita tro-ca e entrosamento entre as participantes. Produtos maravilhosos foram exibidos, gerando oportunidade de contato e até mesmo de venda dos materiais. Foram expostos trabalhos com pinturas (tela, telha, tecidos, etc), bonecas de pano, lingerie, bordados, bijuterias, crochê, tricô, costura, palha, entre outros.

SOCIAL

“Ao reunir asmulheres cooperadas, esposas e filhasde cooperados, estamos divulgando o cooperativismo de forma extensiva às nossas famílias, pois entendemos que nossas co-operativas sejam a extensão de nossos negócios e também de nossos lares. No Encontro de Mulheres esta oportunidade se torna relevante, pois ocorre interação e troca de experiências aliadasàdivulgaçãodaDoutrinaedaFilosofiaCooperativistainserido no 5º Princípio Cooperativo – “Educação, Formação e Informação” e, concomitantemente, leva às presentes o 7º Prin-cípio – “Interesse pela Comunidade”, divulgando a geração de empregos, produção, serviços e preservação do meio ambien-te, decorrentes de ações das nossas cooperativas.”Ednéia Ap. Vieira Brentini de Almeida – diretora de crédito da Credicocapec

“Troca de experiências, trabalho em equipe, autoesti-ma elevada ao topo. Detalhes pensados pela comissão orga-nizadoraquefizeramtodadiferençaenosfizeramsentirespe-ciais. Um dia diferente, de grandes emoções, sorriso nos lábios e brilho no olhar. Espero que oportunidades não me faltem para participar dos próximos encontros.”Mara Alvarenga – colaboradora Cocapec

“É muito gostoso participar. Encontrar as amigas, conhecer pessoas novas e trocar idéias. Aprendi tanta coisa. Aprendi a importância das mulheres para os maridos e fami-liares, pois a mulher é a base da família. Estou me sentindo mais próxima da cooperativa agora. Seria muito bom fazer um Encontro de Casais e de Cooperados também. Acredito que a participação e a troca de experiências seria ainda mais comple-ta, pois aprenderíamos muito com eles, e eles com a gente.”Marina Celi Coelho – cooperada

“Muita coisa já mudou desde quando comecei a par-ticipar dos encontros. Antes eu era tímida, achava que eu não tinha importância nenhuma para a cooperativa e que era coisa de homem, nem ia lá. Mas agora eu vou com o maior prazer. Acho o entrosamento com as funcionárias muito importante. O palestrante também foi fantástico. Ele soube falar sobre a inser-ção da mulher na cooperativa de uma maneira muito boa, com alegria.”Tânia Maria de Souza – esposa de cooperado

DEPOIMENTOS

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Líderes escreveram cartas com sugestões de ações para as cooperativas Trabalhos feitos pelas mulheres foram expostos na “Mostra de Talentos”

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SOCIAL

Trabalhos feitos pelas mulheres foram expostos na “Mostra de Talentos”

Mulheres se reúnem em grupos de 20 para discutirem o tema proposto pelo Encontro

O palestrante João Carlos de Oliveira garantiu as atividades do dia

Diretores recepcionam as participantes Eliana Martins, coordenadora do Setor de Comunicação, abre o evento

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SOCIAL

Programa é desenvolvido na região pelo terceiro ano consecutivo

COOPERJOVEM 2010 INICIASUAS ATIVIDADES

O Cooperjovem é um programa realizado pelo Servi-ço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado de São Paulo (Sescoop/SP) em parceria com Cocapec, Cre-dicocapec, Coonai, Unimed e Secretaria Municipal de Edu-cação de Franca, que capacita professores, da rede munici-pal, para trabalharem conceitos do cooperativismo em sala de aula. Na região, é realizado desde 2008. A Escola Municipal de Franca, Sueli Contini Mar-ques, iniciou suas ações referentes ao Cooperjovem 2010. A escola participa do programa desde o seu início em 2008 e já teve mais de 30 professores formados. A cerimônia de entre-ga dos livros “Sementes da Cooperação” foi o marco inicial para pais, alunos, escolas e parceiros envolvidos. Agora, a escola caminha para a preparação de um planejamento, o qual integrará todas as ações cooperativistas que serão rea-lizadas neste ano.

O livro, que neste ano será trabalhado com alunos da 3ª série, totalizando 180 crianças do período da tarde e da ma-nhã, faz parte do planejamento da escola e será um suporte para que os professores continuem trabalhando a cooperação em sala de aula. O evento contou com a participação de Lucas Maia da Unimed, Bruna Malta da Cocapec, Ana Cristina Lana Tei-xeira e Marina Capusso do Sescoop/SP, além de pais e alunos da comunidade. Também estiveram presentes os diretores da Cocapec e Credicocapec, Ricardo Lima de Andrade e Ednéia Aparecida Vieira Brentini de Almeida, respectivamente. Para a cerimônia, as crianças prepararam uma apre-sentação da turma da cooperação (usada em todo o material de apoio do Cooperjovem) e, por fim, cantaram a música “Coo-perjovem Hit”, idealizada a partir da implantação do programa e que virou hino da escola.

Bruna MaltaAnalista de Comitê

Tássia InácioAuxiliar de Comunicação

COOPERJOVEM HITLetra: alunos da 5ª D – Profª. Camila Garcia Gonçalves

Música: Profª. de Educação Musical: Ana Paula Garcia da Silveira

Cooperação, cooperaçãoNós vamos cooperar

Cooperação, cooperação

A nossa escola vai ensinarComo vamos cooperar

Com amizade e liberdadeTodos vão comemorar

Agora eu vou falarPreste muita atenção

Todos têm que terPaz e amor no coração

E a Sueli Contini coopera pra valerVamos todos aprenderÉ só esperar pra ver.

Alunos cantam o hino “Cooperjovem Hit”

Equipe gestora e diretores vão à escola para entregarem livros

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SOCIAL

Falar em cooperativismo é falar em diversidade. É ca-racterística intrínseca ao setor cooperativista a multiplicidade, estar presente em inúmeros países e em todo o território bra-sileiro, sendo atuante em 13 ramos de atividades econômicas, reunindo homens e mulheres de idades e culturas diversas, in-dependentemente de credo, nacionalidade ou condição social. Aí está a riqueza desse movimento que envolve hoje cerca de 30 milhões de brasileiros e tem como meta aliar eficiência eco-nômica à eficácia social, contribuindo diretamente para a redu-ção das disparidades socioeconômicas. Reforçando essa pluralidade, está o desafio de se al-cançar a igualdade de gênero e o avanço da participação das mulheres também na sociedade cooperativa. A Aliança Coope-rativa Internacional (ACI) convoca todos os cooperativistas a refletirem sobre essa questão, propondo como tema para o Dia Internacional do Cooperativismo 2010, comemorado no primei-ro sábado de julho, “A mulher e o cooperativismo: conquistas e desafios para o empoderamento feminino”. A escolha vem para celebrar o 15º aniversário da Plataforma de Ação de Beijing, que busca justamente essa igualdade e a presença mais forte das mulheres na sociedade. Quando pensamos em empoderamento, pressupomos a participação igualitária de homens e mulheres nos mais diver-sos espaços, com autonomia, equilíbrio e reconhecimento mú-tuo. No universo cooperativista, a temática certamente reforçará o papel determinante das mulheres para o fortalecimento do se-tor. Estamos falando de uma participação ainda mais efetiva do universo feminino na gestão das cooperativas, nas tomadas de decisões, nos conselhos fiscais e administrativos, nas assem-

bleias gerais, nos comitês educativos e em outras atividades de interação entre cooperados, familiares e empregados. É perceptível o destaque das mulheres nas cooperati-vas brasileiras. Hoje, elas já representam 40% dos funcionários e ocupam 12% dos cargos de direção. O resultado se vê tam-bém no desempenho dessas cooperativas que, com a presença feminina, tem mais efetividade, perenidade, assumem menos riscos e, com isso, proporcionam segurança e uma qualidade de vida ainda melhor a seus cooperados. Elas têm voz ativa no movimento cooperativista e com grande potencial de crescimento. Na Cocapec e Credicocapec, é fato a participação direta do universo feminino. Na primeira delas, as mulheres representam 182 de um total de 1926 co-operados e 41 entre 171 funcionários, e na segunda, 25 de 31 funcionários são mulheres. Adicionalmente, estas duas coope-rativas promovem em conjunto o “Encontro de Mulheres”, rea-lizado uma vez por ano, com objetivo de trabalhar o aumento da consciência cooperativista entre as mulheres. Elas também se reúnem em comitês, participam de atividades diversificadas e também dos processos decisórios, com presença nos Con-selhos de Administração e Fiscais e também no corpo diretor, exemplo que acontece em outras cooperativas do país e deve ser disseminado por todo o Sistema Cooperativista Brasileiro. Assim como proposto pela Aliança Cooperativa Inter-nacional, é momento de criarmos estratégias com o intuito de promover maior integração do público feminino. A diversidade e a gestão democrática do cooperativismo pedem a igualdade de participação de gêneros, fator, com certeza, determinante para a consolidação desse movimento que preza pela pluralidade.

Tássia InácioAuxiliar de Comunicação Márcio Lopes de Freitas

Presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop)

A FORÇA DA MULHER COOPERATIVISTA

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Alunos cantam o hino “Cooperjovem Hit”

Equipe gestora e diretores vão à escola para entregarem livros

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SOCIAL

PROJETO ESCOLA NO CAMPO COMPLETA 10 ANOS

O Projeto “Escola no Campo” tem o objetivo de conscien-tizar estudantes quanto à necessidade de preservação dos recur-sos naturais, promover a segurança no uso de agrotóxicos e esti-mular a produção de alimentos saudáveis. Na região de Franca, a parceria entre Syngenta (responsável pela criação do projeto) e a Cocapec (responsável por desenvolver o projeto), iniciou em 2001. Visando à eliminação da competitividade entre as esco-

las, a Cocapec analisou o projeto e implantou o “Festival Coope-rativo” em 2007, estimulando o cooperativismo. Neste ano de 2010, o projeto Escola no Campo completa 10 anos, alcançando resultados positivos, com cerca de 30 pro-fessores formados para atuar com jogos cooperativos e danças circulares, quase nove mil alunos treinados e participação de cin-co municípios (Jeriquara e Ribeirão Corrente no estado de São Paulo e Capetinga, Ibiraci e Claraval em Minas Gerais). Para integrar esses municípios às práticas cooperativis-tas, foi realizada uma reunião com as equipes gestoras das esco-las, onde foi apresentada a proposta para 2010, que pretende que o projeto esteja ainda mais próximo destas entidades e de suas comunidades. Para isso foram planejadas visitas às escolas pela equipe da Cocapec, bem como visitas dos alunos à Cocapec. Estiveram presentes Carlos Eduardo Pereira Rodrigues, consultor do projeto; Luis Gustavo Monteiro de Andrade, RTV da Syngenta; Eliana Mara Martins, coordenadora do Setor de Co-municação da Cocapec e Bruna Malta, responsável pelo projeto, além de representantes dos municípios participantes.

Reunião com diretores e professores marca início das atividades desta ediçãoBruna MaltaAnalista de Comitê

Tássia InácioAuxiliar de Comunicação

COMEÇA A PREPARAÇÃO PARA O MOSAICO TEATRALPelo quinto ano consecutivo Franca receberá o Mosaico Teatral Bruna Malta

Analista de Comitê

O Mosaico Teatral é um projeto estadual do Sescoop/SP, que atua em 21 cidades com mais de 70 cooperativas. O ob-jetivo é proporcionar cultura e entretenimento aos cooperados e à comunidade, além de promover o nome das cooperativas no mercado local. Em Franca, participam Cocapec, Credicocapec, Co-onai e Unimed em parceria com o Sistema Ocesp. Este ano será a quinta edição do projeto, que será realizado apenas em setembro, porém, os preparativos já começaram. A equipe das quatro cooperativas envolvidas passou por um intenso treina-mento para formação de promotores culturais na cidade. Ao todo, foram treinados cinco agentes de Franca, sendo que cada

um tem o compromisso de realizar o Mosaico representando suas respectivas cooperativas. O evento será realizado no Teatro da Unifran, em função da reforma do Teatro Municipal de Franca. Ao todo serão 430 lugares, especialmente preparados para os cooperados, colabo-radores e pessoas da comunidade. A primeira reunião da equipe local com o Sescoop/SP já permitiu a escolha da peça, que será apresentada para toda a família. Será um lindo musical com um tema bonito e envolvente, que é a cultura brasileira e suas lendas. Por isso, a peça se cha-ma “Panos e Lendas” e é interpretada pela Cia Pik e Nik. Aguardem mais novidades sobre o Mosaico Teatral.

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ECONOMIA

DESVENDANDO OS GARGALOS DA ECONOMIA CAFEEIRA

Maria Sylvia Macchione Saes, pesquisadora, mestre e doutora em Economia pela USP construiu um currículo destacado em sistemas agroindustriais e ações coletivas com o tema café. Professora da USP desde 2002 e presidente da Comissão de Pesquisa da Faculdade de Economia e Administração (FEA/USP), também participa de projetos de pesquisa que envolve o desem-penho de redes organizacionais e práticas industriais. Também é autora da obra “O Agribusiness do Café”. Em entrevista concedida ao Pólo de Excelência do Café, Sylvia Saes falou que são várias as razões para as crises do café estarem se tornando cada vez mais próximas. Um dos motivos é o salário da mão de obra, que cresceu bastante no Brasil. Isso pode ser economicamente ruim para nosso país, que compete com ou-tros onde a mão de obra é bem mais barata. Outro problema está no valor do café brasileiro cotado internacionalmente. A diversida-de de produtores e a falta de cuidado em algumas regiões na pós-colheita fazem com que a qualidade média do nosso café não seja muito boa. Desta forma, de maneira geral, o Brasil produz um café com alto custo de produção, porém, é pouco valorizado perante outros países produtores. Sylvia disse que temos duas alternativas para solucionar esse problema. Uma é investir na melhoria da qualidade e mostrar para o mercado internacional, caso contrá-rio os produtores de arábica de baixa qualidade continuarão sofrendo com a crise ou deixarão a atividade (como no caso de la-vouras de café que foram trocadas por eucalipto). Outra solução pode ser a certificação, que é uma alternativa para a diferencia-ção da qualidade. Com rela-ção aos benefícios da certificação, Syl-

via disse que estudos demonstram que nem sempre há um ganho financeiro com ela, mas, de certa forma, começa a ser um parâ-metro. Hoje o importador prefere comprar um produto certificado pelo mesmo preço, tornando-se um custo a mais que o produtor tem que internalizar. Num primeiro momento, essa certificação se apresenta como diferencial, mas à medida que muitos outros pas-sam a adotá-la, torna-se quase uma exigência do mercado. Mas existe o lado bom, já que ela acaba por orientar o produtor na ges-tão da atividade, uma forma de administrar os custos, aperfeiçoar a produção e adotar práticas mais econômicas. De acordo com a pesquisadora, o pequeno produtor tem maiores condições de sobrevida numa crise, pois deixa de conta-bilizar a mão de obra que, na maioria das vezes, é familiar. Já o médio produtor tem que arcar com a mão de obra e tem menos flexibilidade para redução de custos, sobretudo na colheita. A so-lução para o médio produtor seria evitar o monocultivo. Ele deveria escolher a melhor área para o plantio do café e investir em qua-lidade, enquanto em outras áreas deveria diversificar conforme a aptidão da região. Sylvia Saes acredita que o agronegócio café vai passar

por uma readequação, onde produtores com cus-tos elevados e baixa produção passarão

por uma seleção natural, acom-panhando o desenvolvimento

da economia. O momento é de entender o que

está acontecendo com o mercado

para se adap-tar a ele, e os p r o d u t o r e s que não se adaptarem a este con-texto tec-n o l ó g i c o , em muitos casos, terão que sair da

atividade.

Entrevista realizada pelo Pólo de Excelência do Café (PEC/Café) e adaptada pelo Setor de Comunicação da Cocapec

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12 Revista COCAPEC - Maio / Junho 201012 Revista COCAPEC - Maio / Junho 2010

CAFÉ E ALGO MAIS

O CAFÉ ESTÁ NA MODA

Além de todas as formas de beber café que conhece-mos e de todos os benefícios benefícios que a bebida nos traz, agora se tornou também inspiração de moda para um grande estilista da São Paulo Fashion Week. Reinaldo Lourenço, conhecido no mundo da moda pe-las suas criações sempre inspiradas em algum tema, dessa vez se inspirou no café e apresentou sua coleção verão 2010: “Café Crème de La Crème”.

Tássia InácioAuxiliar de Comunicação

O café é bom para dar disposição, para esquentar, para relaxar, para despertar, para saborear e para vestir. Para vestir?! Sim, por que não?

Para complementar a moda do vestuário, Reinaldo também se inspirou nas cores do café para criar uma coleção de esmaltes,

com os tons arábia, grão de café, expresso, menta e cappuccino.

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CAFÉ E ALGO MAIS

Segundo Perla Nahum, da assessoria de imprensa do estilista, o café é uma paixão nacional, que aproxima, envolve e conecta. Sempre associado a prazer, a boa conversa e a gran-des negócios, foi esse “ouro verde”, que colocou São Paulo no mapa da riqueza e da modernidade. Segundo o material envia-do à Revista Cocapec, “largas avenidas, como a Paulista, eram a imagem de uma prosperidade cosmopolita, do poder dos ba-rões do café e de um novo empreendedorismo. A exuberância das belas colonas italianas empolgava as fazendas, incentivan-

do essa interação cordial de povos, culturas e tradições, que um bom café continua a inspirar, em terras paulistas”. Nesta coleção, Reinaldo transformou o café em ter-ninhos, corsets, camisaria e vestidos, estampados com flores e grãos de café, com decotes e alfaiataria que representavam as colonas italianas que trabalhavam nas lavouras. O estilista também utilizou bem as cores do café, como o preto sobre rosa, verde-menta e vermelho-cereja. Uma roupa para usar e admi-rar, uma verdadeira obra de arte.

A INSPIRAÇÃO QUE VEIO DO CAFÉ. Os ternos de linho branco que falam da vida na casa grande;. Os corsets que viram vestidos e macaquinhos;. A camisaria do fazendeiro e do colono;. As vestes, com frente de terno e derrière Belle Époque;. Os frutos do café estampam os cetins de algodão;. Adamascados e jacquards com motivo flor de café;. Ráfias e tramas que remetem à sacaria ou à indumentária

cotidiana de colonos e fazendeiros;. As pulseiras flor e fruto de café;. As sandálias flor de café, os scarpins e botas em ráfia, as sandálias de camurça com frutos de café, as botas plásticas e os calçados em geral de camurça com verniz.CORESCafé, Preto, Café com Leite, Verde, Vermelho, as variações dos Crus e do Pele Rose (ou nude).

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EVENTOS

DA AGO DA OCESPAssembleia Geral Ordinária da Ocesp teve a participação de 68 cooperativas

A Cocapec, representada pelo diretor-presidente João Alves de Toledo Filho e pelo diretor-secretário Ricardo Lima de Andrade, participou da Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Ocesp (Organização das Cooperativas Brasileiras) realizada no dia 23 de abril. Os 68 delegados de cooperativas presentes elege-ram a chapa “Construindo o Cooperativismo”, que vigorará no período de 2010 a 2014. Formada por membros de diver-sos setores ligados ao cooperativismo, a chapa conta com a experiência do ex-presidente da Cocapec e atual presidente da Credicocapec, Mauricio Miarelli, que foi reeleito vice-pre-sidente e Edivaldo Del Grande, reeleito diretor-presidente da Ocesp. A cerimônia contou com a presença de representan-tes de várias cooperativas ligadas ao sistema Ocesp, além da presença do presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas.

DA AGRISHOW 2010Cooperativa apresentou novo trator 5065.4 Cafeeiro

Aconteceu entre os dias 26 e 30 de abril mais uma edição da Agrishow 2010, em Ribeirão Preto-SP. A feira agrí-cola, que teve 140 mil visitantes e foi uma ótima oportunida-de de negócios, teve a participação da Cocapec em parce-ria com a Agrale, através de seu stand. Vários produtores e também cooperados estiveram presentes neste stand, onde conheceram o novo lançamento da empresa Agrale, o trator 5065.4 Cafeeiro. Com este trator, é possível aliar maior potência (65 cavalos) com baixo consumo de combustível, devido ao motor MWM 229/3, além de ter um menor custo de manutenção e ampliar as opções de tratores oferecidos pela Cocapec. Des-taque também para as linhas de crédito disponíveis, como o programa “Mais Alimentos” com 10 anos de prazo, 2% de juros ao ano e carência de até três anos, facilitando o acesso dos produtores a estes equipamentos.

Denise ResendeSecretária da Diretoria

Rodrigo SegallaVendedor de Máquinas e Implementos

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COCAPEC PARTICIPA

João Toledo e Mauricio Miarelli participam da AGO da Ocesp

Chapa eleita para a gestão de 2010 a 2014

Rodrigo Segalla no stand Cocapec/Agrale

Stand da Agrale apresenta novo trator cafeeiro

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Revista COCAPEC - Maio / Junho 2010 15

COMITÊ EDUCATIVO

DA AGRISHOW 2010

Rodrigo SegallaVendedor de Máquinas e Implementos

Questões importantes são pautas das reuniões e leva conhecimento aos cooperados

COMITÊ É FERRAMENTA ESTRATÉGICA PARA COOPERATIVA

O comitê é um ambiente saudável de discussão das questões relacionadas à cooperativa, à produção de café e às polí-ticas públicas desenvolvidas para a cafeicultura nacional. Este ano tivemos três rodadas de reuniões sempre com pautas importantes para o desenvolvimento da cooperativa e de seus cooperados. As reuniões de maio permitiram a discussão de vários temas importantes, como as medidas adotadas em relação ao Funrural, o plano de safra 2010, como utilizar as sobras em cré-ditos nas lojas e os agradecimentos a todos que participaram da assembleia e confiaram na diretoria eleita. Estiveram presentes as diretorias da Cocapec e Cre-

dicocapec, valorizando os momentos em que os cooperados estão reunidos em regiões e que oferecem informações muito ricas para a gestão transparente das duas cooperativas. Nestes encontros, foram discutidas sugestões de atuação para as coo-perativas, com intuito de se adequarem frente às necessidades de seus cooperados. Nestas oportunidades, todos saem ganhando com o di-álogo aberto e franco de dirigentes e cooperados. A cooperativa sai cada vez mais fortalecida e preparada para enfrentar os de-safios da cafeicultura e o cooperado ganha mais informação e conhecimento.

Cooperado, exerça seus direitos e deveres. Sua participação é fundamental para que este trabalho se fortaleça. Fiquem

atentos às próximas reuniões para o segundo semestre na sua região. Voltaremos em agosto com mais novidades nos Comitês

Educativos. Até lá!

Bruna MaltaAnalista de Comitê

Participação ativa de cooperados fortalece cooperativas Diretores da Cocapec e Credicocapec atentos às sugestões dos produtores

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CAFÉ

Alguns cuidados na colheita podem garantir uma bebida de melhor qualidade

SAFRA E QUALIDADE DO CAFÉ A região da Alta Mogiana é tipicamente conhecida no mercado nacional e internacional como produtora de cafés naturais de alta qualidade. Isso acontece pela conjunção de fatores já conhecidos dos produtores rurais que são clima fa-vorável, altitude ideal, temperaturas adequadas e boas práticas agrícolas. Porém, o mercado tem se tornado cada vez mais exi-gente em relação à qualidade dos grãos, o que faz com que o produtor fique ainda mais atento às suas práticas, principal-mente no período de colheita. Por isso, o cafeicultor deve ficar atento com o excesso de chuva neste período, pois a alta umi-dade pode levar à alteração na qualidade dos frutos, além de alterações fisiológicas da planta, como indução do crescimento de ramos num momento em que a planta deveria estar se pre-parando para geração dos botões florais. Diante de situações adversas do clima, pouco se pode fazer, mas para garantir a qualidade, o cafeicultor pode fazer muito, desde cuidados bási-cos até utilizar técnicas mais sofisticadas como a produção de café cereja descascado. De acordo com o setor de comercialização da Coca-pec, o produtor está, a cada ano, se preocupando mais com a qualidade, pois percebeu que é isso que o mercado está procurando, mas para produzir café de qualidade, ele também precisa da colaboração do clima. Outro fator que deve ser con-siderado é o cuidado com a invasão de pragas e doenças na lavoura que também contribuem para alteração na qualida de do grão e da bebida.

Para entendermos melhor como são classificadas as amostras de café na cooperativa veja a tabela com o padrão in-ternacional de classificação que trata tanto dos defeitos físicos do grão, quanto das variações da bebida. Essa classificação é feita por profissionais treinados, mas cabe ao produtor conhe-cer sempre seu produto, o que oferece para o mercado. Para isso, é promovido anualmente um curso de orientação sobre classificação e degustação de café que contribui para o próprio produtor conhecer seu produto.

Exemplo: Café padrão P-24, a letra discrimina o tipo de colheita. No caso, o P significa que é um café de pano; o primeiro número discrimina a bebida, então o 2 significa que o café tem bebida dura, livre de gostos estranhos; e o segundo número discrimina a porcentagem de defeitos (catação), portanto, 4 significa que o café tem de 16% até 18% de catação.

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Revista COCAPEC - Maio / Junho 2010 17

CAFÉ

SAFRA E QUALIDADE DO CAFÉTássia InácioAux. Adm. de Comunicação

Bruna MaltaAnalista de Comitê

Para determinar a qualidade do café, devem-se levar em conta também os fatores regionais, variedades de cultura, tipo de processamento e comercialização existentes na região de produção, assim como as condições técnicas, econômicas, disponibilidade de mão de obra e equipamentos de cada produ-tor. Deste modo, o café de qualidade é um conjunto de atributos físicos, químicos e sensoriais. Para conseguir produzir esse tipo de café, o produtor deve ter alguns cuidados especiais antes, du-rante e depois da colheita, pois todos os fatores ocorridos nesse período influenciam intensamente na qualidade da bebida. No Brasil, duas espécies de café são predominantes: o arábica (natural, despolpado ou descascado) de melhor bebida, e o robusta, considerado como de bebida neutra e utilizado na produção de café

PREVISÃO DE SAFRA O café é um tipo de grão que possui como caracter-ística a bianualidade (produção alta num ano e mais baixa no outro, alternadamente), ou seja, o ápice da produção, na qual a safra é maior, se dá a cada dois anos. Isso se deve ao fato das árvores produzirem muito em um ano e, devido ao esforço produtivo, no outro ano não dão a mesma colheita. Na próxima temporada, elas estão recuperadas e voltam a produzir bem. E assim sucessivamente. Segundo a Conab, a previsão de produção nacional de

café beneficiado na safra 2009/10 é de 47,04 milhões de sacas de café de 60 quilos. O resultado representa um acréscimo de 19,2%, ou de 7,57 milhões de sacas, quando comparado com a produção de 2009, que foi de 39,47 milhões de sacas. O maior acréscimo se dará na produção de café arábica, estimada em 35,31 milhões de sacas, o que representa um ganho sobre a safra anterior de 22,3%, (6.440,9 mil sacas). Para a produção do robusta (conilon) a previsão aponta produção de 11,73 milhões de sacas, ou seja, crescimento de 10, 7% (1.130 mil sacas). Até o mês de maio de 2010, a Cocapec havia registrado um estoque remanescente de 28.663 sacas de café. A previsão de recebimento para a safra em curso (2010/11) é de 1,2 milhão de sacas, sendo que até o dia 22 de maio já havia recebido 18.467 sacas. Segundo o engenheiro agrônomo da Cocapec, Luciano Castagine Ferreira Coelho, grande parte dos produtores da Alta Mogiana já iniciaram o processo de colheita, sendo que em lugares de menor precipitação e maior temperatura média anual, a colheita se dá mais previamente que as demais. Pa-trocínio Paulista e Ribeirão Corrente podem servir de exemplo. Entretanto, outros fatores também determinam o início da safra, como a precocidade do cultivar plantado e a área a ser colhida, relacionada com a mão de obra e maquinários disponíveis. Além da preocupação em se encerrar a safra o mais cedo pos-sível para planejamento do ano agrícola seguinte.

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CAFÉ

Comitê é ambiente para discussão de recebimento do café da colheita deste anoCOCAPEC LANÇA PLANO DE SAFRA 2010

Bruna MaltaAnalista de Comitê

Na última Assembleia Geral Ordinária (AGO), os coope-rados presentes aprovaram alguns benefícios referentes à safra comercial 2010/2011, como o programa de sacaria de juta e a ma-nutenção da taxa administrativa que estará vigente de 1/5/2010 a 30/4/2011. Este benefício criado em 2009 foi um sucesso, tanto que voltou a ser pauta da Assembleia em 2010, sempre com objetivo de fazer o melhor para os cooperados. E, por decisão do grupo presente, a redução das taxas e o programa de sacarias voltaram em 2010, gerando uma economia de R$ 2,4 milhões aos coopera-dos da Cocapec.

RECEBIMENTO DA SAFRA Em época de safra, a rotina de qualquer propriedade agrí-cola muda. Aumenta a movimentação de pessoas, de máquinas e as preocupações. Isso exige do produtor controle, planejamento e organização. Na cooperativa não é diferente. A rotina se altera, a de-manda é maior, os caminhões chegam a todo o momento e os ar-mazéns ficam repletos de café que precisam ser classificados, se-parados em lotes, etc. Para isso, exige também uma organização para atender da melhor maneira nossos cooperados. Diante desta realidade, é necessário respeitar o horário de descarregamento dos lotes de café. Para eficiência do serviço, serão descarregados no mesmo dia os caminhões que derem entrada na cooperativa até as 16h30 de segunda à sexta-feira e aos sábado até às 11h.

ENTREGA ANTECIPADA Em 2010, a Cocapec receberá em torno de 1,2 milhão de sacas de café. Número superior aos anos anteriores, em virtude da bianualidade da produção, do crescente número de cooperados, da melhoria das condições e tecnologias de produção que contribuem para este aumento. Consequentemente, as relações de venda tam-bém se intensificam como venda futura, troca de café e CPR. Diante disto, a cooperativa está se preparando para re-ceber antecipadamente os cafés com entregas agendadas para setembro. Para isso, o cooperado deverá manifestar sua intenção de entrega antecipada no departamento de comercialização, com a vantagem de evitar roubos nas propriedades, além de obter os benefícios de suspensão do pagamento da taxa de seguro a partir da entrega do café negociado, desconto de 3% pela pontualidade e suspensão do pagamento de juros com a quitação de títulos fi-nanciados. Os lotes entregues não poderão estar vinculados a nenhuma garantia e dentro do padrão exigido pelo mercado.

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CAFÉ

Excessooudéficitdeveserpequeno,dizOIC

SAFRA MUNDIAL 2010/11

A Organização Internacional do Café (OIC) divulgou seu relatório mensal sobre o mercado cafeeiro, referente a maio, no qual revisou para baixo a safra mundial 2009/10, agora apontada em 120,596 milhões de sacas de 60 kg, volume 5,85% inferior às 128,088 milhões de sacas produzidas no ciclo cafeeiro 2008/09. No documento relativo a abril deste ano, a Organização havia pro-jetado uma safra 121,951 milhões de sacas. Esse ajuste, segundo Néstor Osorio, diretor-executivo da entidade, ocorreu após a revisão feita pelos países onde o ano safra cafeeiro ocorre de abril a março. Houve uma ligeira melhora na produção colombiana, mas, com base nos indícios presentes, é provável que uma recuperação expressiva ocorra somente no ciclo 2010/11. “Além da situação na América do Sul, foram registra-das quedas significativas em alguns países africanos, na América Central e na região do México”, expôs Osorio, completando que “a produção no Vietnã também parece ter caído em 2009/10”. No que diz respeito à temporada cafeeira 2010/11, que já começou em vários países — incluindo Brasil, Indonésia, Papua Nova Guiné e Peru —, a estimativa de safra da OIC se situa no intervalo entre 133 milhões e 135 milhões de sacas. “A produção brasileira, neste ano safra, refletirá uma produção elevada da va-riedade arábica, de acordo com o ciclo bienal da cultura, alternan-do altas e baixas colheitas”, explicou. O executivo da OIC disse, ainda, que um aumento pro-dutivo também é aguardado na Colômbia, depois deste país sul-americano ter registrado dois anos consecutivos de queda. “A produção na Ásia também pode registrar um ligeiro aumento, so-bretudo no Vietnã e na Índia”, emendou. Porém, de acordo com Osorio, é importante salientar que, independente da produção total na safra mundial 2010/11, qualquer excesso ou déficit tende a ser pequeno. “Da mesma for-ma, com o crescente consumo mundial (da bebida), a recomposi-ção dos estoques pode ser limitada”, analisou. Finalizando, o diretor-executivo da OIC alertou que, “no mundo, devido aos elevados custos de produção, muitos produto-res de café estão encontrando dificuldades para manter os inves-timentos ou renovar suas propriedades, uma vez que os níveis de preço não são remuneradores”.

As informações partem do site Coffee Break

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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PUBLICA REGULAMENTO DE QUALIDADE DE CAFÉ

NOVIDADES

As marcas de café comercializadas no país terão de passar no teste de qualidade por um provador profissional da bebida. O Ministério da Agricultura publicou no Diário Oficial da União, no dia 25 de maio, um regulamento de qualidade para o café torrado em grão e o torrado e moído. A Instrução Normativa nº. 16 prevê um limite de 1% de impureza no produto disponível ao consumidor, além de regras para rotulagem, percentual de umidade e uma classificação para características sensoriais (sabor, aroma e fragrância), que será feita por provadores designados pelo governo. Os testes serão feitos aleatoriamente com amostras re-tiradas das prateleiras do comércio e servirão para apurar desde aroma e acidez até a degustação, para apontar o gosto predomi-nante na boca. A metodologia é inédita no mundo e se assemelha àquela usada pelos sommeliers na avaliação de vinhos. A pureza do café é medida hoje pela Abic (Associa-ção Brasileira da Indústria de Café), que atesta o cumprimento do índice mínimo com um selo. Segundo a instituição, 1.040 das 2.300 marcas nacionais são certificadas. Nos casos em que a auditoria da Abic encontrou irregularidades, as impure-zas variaram de 5% a 25%. Além de oficializar e expandir a auditoria de pureza, o

governo vai incorporar a metodologia para checagem de quali-dade do café. Cerca de 180 técnicos que fazem a classificação dos grãos serão treinados para monitorar o produto industria-lizado. Os fiscais vão inspecionar as linhas de produção das fábricas e as amostras coletadas no comércio serão enviadas para um laboratório. A gradação do teste varia de 0 a 10 pontos. A escala classifica os produtos como tradicional, superior e gourmet. O go-verno exigirá um mínimo de quatro pontos (tradicional). Os fabri-cantes que não atenderem aos critérios terão os lotes recolhidos e serão autuados. Em caso de reincidência, o ministério poderá fechar a indústria. Esta é a primeira norma publicada para essa finali-dade e inédita no mundo. Os critérios de qualidade do café produzido no país e também dos importados foram anuncia-dos no dia 24 de maio, pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, quando foi comemorado o dia nacional da bebida.

As informações são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento (Mapa), da Folha de São Paulo e foram adaptadas pelo Setor de Comunicação da Cocapec.

Governo vai passar a testar e a avaliar café

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INFORME TÉCNICO

TRATAMENTO ANTIPARASITÁRIO EM BOVINOS Estamos iniciando o período seco e frio, e com isso há um aumento significativo de verminose nos rebanhos bovinos. Dife-rente dos carrapatos, no inverno (período seco e frio) há uma con-centração maior do número de endoparasitos (vermes internos/helmintos) dentro dos animais e o número de larvas na pastagem é menor, então, é nessa época do ano que deve ser concentrado os tratamentos antihemintícos (KOHER, 1988). A presença des-ses parasitos no hospedeiro determina uma menor utilização dos nutrientes encontrados nos alimentos e, neste período, é quando a oferta de alimentos diminui devido à falta de chuva e baixa tem-peratura, decorrendo daí menor ganho de peso, desenvolvimento retardado e menor produtividade. Além disso, alguns parasitos causam danos internos que levam ao aparecimento de infecções bacterianas secundárias, as quais posteriormente desencadeiam doenças como pneumonias, gastrites e enterites (diarréias). Conhecendo o inimigo: o ciclo de vida de um verme compreende num período de vida livre, em que o verme vive no ambiente na forma de ovo, depois transformando em larva e de-pois larvas infectantes; e outro período de vida parasitária, em que a larva infectante alcança o interior do animal e ali perpetua sua espécie. No ambiente, para que o ovo se transforme em lar-

va, os parasitos precisam de um clima quente e úmido (na épo-ca das águas há uma maior concentração de ovos e larvas no ambiente). Dentro dos animais há uma grande concentração de larvas infectantes, vermes adultos e os ovos resultantes da sua reprodução. Os ovos são expulsos para o solo, por meio da defe-cação e se inicia o ciclo novamente (KOHER, 1988). Combatendo o inimigo: um medicamento antihelmin-tíco ideal caracteriza-se por apresentar composição química es-tável; ação sobre os estágios adultos e imaturos em desenvolvi-mento ou inibidos; ação sobre as diversas espécies de helmintos; fácil administração, boa tolerabilidade pelo hospedeiro, alta margem de segurança, ausência de resíduos no leite, favorável relação custo benefício. A dose ótima de um antihelmintíco deter-minada pelo fabricante é suficiente para combater os parasitos, pois já foram testados e analisados (SPINOSA, 2006). As épocas estratégicas de vermifugações variam de uma região para outra, mas em geral o ideal é na entrada da seca (abril/maio), no meio da seca (julho) e entrada das águas (outubro/novembro) e em algumas regiões uma dosagem em dezembro.

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estratégico da sua propriedade.

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NOVIDADES

Nova estrutura terá capacidade para 144 mil sacas de café

PEDREGULHO GANHA UM NOVO ARMAZÉM DE CAFÉOOPERATIVA

Na última AGO (Assembleia Geral Ordinária), que acon-teceu em 25 de março de 2010, foi aprovado pelos cooperados um investimento que visa aumentar a capacidade de armazena-gem de café na filial de Pedregulho. O novo armazém está sendo construído na Avenida Orestes Quércia, n° 611. Desta forma, a capacidade de armazenagem vai passar

de 43 mil sacas de café para 144 mil, numa área de 3,6 mil m². As obras começaram em março e o término está previsto para o final do mês de junho. Também com o objetivo de ampliar a filial da Cocapec na cidade, a unidade mudará de local e será instala-da no mesmo endereço do futuro armazém.

Tássia InácioAuxiliar de Comunicação

Obras começaram em março deste ano Estrutura do novo armazém de café

Terreno onde também será construída a nova unidade Projeto da nova unidade de Pedregulho

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4C

A Associação 4C está passando por várias reestrutu-rações internas, de modo que traga aos cafeicultores os bene-fícios propostos. É importante dizer que a comunidade mundial faz um importante trabalho na busca pela sustentabilidade, que se tornou muito valiosa em países onde a cafeicultura ainda é muito carente de tecnologias e práticas sustentáveis, tanto no âmbito social como no ambiental e econômico. Desta forma, o Brasil, que possui uma cafeicultura mais avançada e tecnificada quando comparado a outros pa-íses, se deparou com dificuldades para alavancar o 4C, pois uma vez que o produtor cumpre as leis nacionais vigentes, já está enquadrado no programa. Por isso, em parceria com outros membros do 4C, a Cocapec realizou várias reuniões e fóruns em 2009 e 2010, para discutir os passos da comunidade no Brasil. Uma das reuniões mais importantes ocorreu no mês de abril, em Poços de Caldas – MG, onde foi realizado o Primei-ro Fórum Internacional do 4C. Nesta oportunidade, estiveram presentes diretores de várias cooperativas e empresas exportadoras e torrefadoras de café (nacionais e internacionais), e todos puderam discutir as próximas decisões do 4C. Na ocasião, a Cocapec, repre-sentada pelo seu diretor-secretário Ricardo Lima e pelo en-genheiro agrônomo Saulo Faleiros, apresentou uma palestra mostrando todos os trabalhos realizados até o momento em parceria com o 4C. Foi apresentado o diagnóstico das propriedades 4C da Cocapec, realizado no ano de 2008 em parceria com o Sebrae-SP, o que despertou, em vários membros do 4C, o interesse em adotar o modelo, o qual analisa as reais neces-

sidades dos cafeicultores e traça os pontos que merecem atenção e necessitam ser melhorados, na busca de uma ca-feicultura mais sustentável. As empresas que representaram a indústria também puderam expor suas dificuldades e anseios em relação à 4C e, deste fórum, nasceu o comprometimento do setor produtivo e da indústria em produzir e comercializar cafés com o reconhe-cimento da Associação 4C. Muito trabalho ainda será feito no Brasil para alavan-car a associação, mas vale salientar que a equipe da Cocapec e de outras cooperativas estão buscando alternativas junto às indústrias de processamento e comercialização de café, que possam resultar em algum benefício ao produtor. A adequação por si só já vale a pena, pois o ganho organizacional da proprie-dade já é importante tarefa, que traz mais clareza e assertivida-de nas tomadas de decisões. Projetos como o Simpósio do Agronegócio Café da Alta Mogiana (Simcafé), parcerias traçadas com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MG) e com a Univer-sidade Illy foram todas ações vinculadas à 4C, despertadas a partir da necessidade de capacitação observadas no diag-nóstico das propriedades. A Cocapec tem investido de forma constante na capacitação e na difusão de informações para seus cooperados, baseada no diagnóstico, e isto tem refletido em mais assertividade e melhorias nos processos de gestão das propriedades. Sem dúvida alguma, este será o caminho a ser seguido junto à 4C, na busca por uma sustentabilidade econômica, com menos riscos e mais condições para tomadas de decisões seguras.

ASSOCIAÇÃO 4C REALIZA PRIMEIROFÓRUM NACIONAL DE SUSTENTABILIDADE NO BRASILSaulo FaleirosEngenheiro Agrônomo

Reunião foi realizada em Poços de Caldas e reuniu representantes de várias cooperativas e empresas

Tássia InácioAuxiliar de Comunicação

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CAPA

Cooperativa comemora seus primeiros 25 anos

A Cocapec nasceu há 25 anos a partir da Cocap (Co-operativa Central do Paraná), que veio em 1983 para as terras paulistas, mais precisamente, para a Alta Mogiana. Chegou e trouxe com ela o espírito cooperativo, ainda não experimentado por essas bandas, trouxe também esperança para um povo que sofria com as variações de clima, temperatura, mercado e, o pior, a inflação. Em 1985, diante das dificuldades financeiras da Cocap, um grupo de cooperados da Alta Mogiana resolveu assumir a cooperativa, criando a Cocapec. No final do mesmo ano, 291 produtores já eram cooperados da Cooperativa de Cafeicultores e Agro-pecuaristas. Estávamos no fim da era militar e os rumos do nosso país ainda estavam indefinidos. Tínha-mos a interferência do IBC (Instituto Brasileiro de Café), que já começava entrar em colapso. Os cafeicultores, portanto, viram-se sem muitas alter-nativas e, felizmente, optaram pela melhor delas. Escolheram o coope-rativismo, seguiram as experiências dos nossos colegas paranaenses e mergulharam de cabeça. O resultado de tanta ou-sadia observa-se nos armazéns de café e insumos, onde encontramos sacas e sacas de café compondo um cenário, no mínimo, rústico, por representar 150 anos de tradição ca-feeira em nossa região e, ao mesmo tempo moderno, com má-quinas sistematizadas controlando o estoque, os embarques, as pesagens. Realmente a cafeicultura é uma bela mistura de contemporâneo e tradicional. Vemos isso claramente nas pro-priedades, na sucessão familiar, no aprimoramento do cafeicul-tor atual, sem deixar de lado as velhas tradições. A cooperativa tem também a função de promover este equilíbrio e facilitar o diálogo entre os atores envolvidos na su-cessão. Pai, mãe, filhos, filhas, todos são protagonistas dessas mudanças que só o tempo é capaz de provocar. Diante disto,

a Cocapec profissionaliza seus cooperados, sustenta as efi-cientes técnicas do passado e preconiza a modernidade cada vez mais próxima. Para isso, não abre mão de seus constantes investimentos em técnicos, pessoal capacitado, equipe bem treinada e satisfeita. Está, a todo o momento, com um olho na realidade e outro no futuro, sem esquecer seu passado de lu-tas contra obstáculos externos, como a política governamental, mudança de moeda, variação cambial, secas, chuvas irregula-res, calor e geadas. Vinte e cinco anos de história não podem passar em

branco. Foram muitas conquistas, superações, confiança, apoio por parte dos cooperados e muitas adesões à ideia de termos uma co-operativa forte e que atendesse as necessidades dos cooperados e promovesse a cafeicultura da Alta Mogiana. Pessoas que acreditaram nos benefícios que uma cooperativa poderia proporcionar, que se uniram em busca de melhorias para o setor e, por confiarem mutuamente uns nos outros, fundaram a Cocapec. O sucesso da Cocapec é dedicado aos mais de 1.900 coope-rados que a cooperativa tem atual-mente, que se mantiveram fortes em momentos difíceis, que acreditaram na cooperativa e a fizeram crescer. É dedicado, também, a todos os dire-

tores, conselheiros administrativos e fiscais que passaram por aqui. Foram eles que, com pulso firme e atitudes exemplares, fizeram com que a cooperativa chegasse ao ponto que chegou hoje. Não obstante, o sucesso da Cocapec também deve ser dedicado aos colaboradores, um a um, que se dedicaram ao trabalho de maneira singular, que abraçaram a cooperativa e fizeram dela parte de suas histórias. E todos esses, responsáveis pelos 25 anos da história da Cocapec, merecem os parabéns. Mais do que isso, mere-cem uma comemoração.

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Revista COCAPEC - Maio / Junho 2010 25

CAPA

Tássia InácioAuxiliar de Comunicação

Bruna MaltaAnalista de Comitê

Primeira sede da Cocap em Franca em 1983 Cocap se torna Cocapec em 1985

ACocapecseexpandiutantofisicamentequantoemnúmerosdecooperados,totalizandomaisde1.900associadosatualmente

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26 Revista COCAPEC - Maio / Junho 2010

TÉCNICA

ÁCARO DA MANCHA ANULAR (LEPROSE)

Por se tratar de uma praga ainda pouco conhecida, o ácaro da leprose Brevipalpus phoenicis, vetor da mancha anu-lar, merece atenção especial devido aos danos que vem cau-sando em lavouras de café da nossa região. Os sintomas aparecem nas folhas e nos frutos do ca-

feeiro internamente e caracterizam-se por manchas cloróticas (amareladas), de contorno quase sempre bem delimitado, com um ponto necrótico ao longo da nervura central. Nas folhas, as manchas tomam constantemente a forma de anel, podendo se juntar, abrangendo grande parte do tecido (folha). Nos frutos,

Luciano Castagine Ferreira CoelhoAnalista Técnico

Cocapec promove treinamento para sua equipe técnica, visando o correto diagnóstico da praga

Um dos sintomas causados pelo ácaro na folha são as manchas cloróticas (amareladas)

No fruto, é possível observar as manchas em forma de anéis

Dr. Sérgio Roberto Benvenga observa a folha para diagnosticar o ácaro da mancha anular (leprose)

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Revista COCAPEC - Maio / Junho 2010 27

TÉCNICA

ÁCARO DA MANCHA ANULAR (LEPROSE)

os sintomas também aparecem em forma de anéis, os quais futuramente servirão de porta de entrada para fungos causa-dores de doenças e pioram a qualidade do café, podendo até causar a queda dos grãos. Duas hipóteses podem ser estabelecidas para explicar o modo de ataque, ou seja, as lesões podem ser causadas por uma toxina injetada pelo ácaro no tecido das plantas quando está contaminado, ou o ácaro é o vetor de um patógeno, prova-velmente um vírus. Entretanto, a presença do ácaro na lavoura não quer dizer que a doença está instalada, pois, se o ácaro não estiver infectado, a disseminação será nula. Entre os danos causados por esta praga estão a que-da de folhas e frutos, taxa de fotossíntese reduzida e redução na qualidade da bebida, o que ocasiona um deságio no preço do café. Quanto ao controle, deve-se levar em conta o alvo a ser atingido, pois o ácaro é encontrado preferencialmente nas partes internas da planta que, sintomaticamente, é conhecida como “planta oca”. Basicamente, dois tipos de controle são usados: o bio-lógico, como por exemplo o manejo do mato, mantendo assim inimigos naturais na área; ou o químico, em pulverizações fo-liares usando alta vazão e pressão com bicos adequados no

pulverizador, com produtos indicados e sempre alternando os modos de ação dos mesmos, pois os inimigos naturais também são ácaros. Por estes motivos, a Cocapec promoveu no dia 14 de maio, em parceria com a Arysta LifeScience e Gravena LTDA, um treinamento para toda a sua equipe técnica, contando com partes teóricas e práticas ministradas pelo Dr. Sérgio Rober-to Benvenga, doutor em Entomologia, pesquisador, instrutor de cursos MEP – café, citros, tomate e outros. O treinamento aconteceu na propriedade Kalisa, situada no município de São José da Bela Vista-SP, do cooperado José Eugênio de Queiroz e Edna Queiroz. No campo, todos os agrônomos foram orientados quanto ao modo correto de diagnosticar a praga, identificar diferentes fases do ciclo reprodutivo da mesma e os seus res-pectivos métodos de controle. O dia contou com divisões em grupos para realização de amostragens no campo e, posterior-mente, para quantificar índices de infestação. Com isso, a Cocapec, preocupada em capacitar sua equipe técnica, melhora ainda mais o serviço prestado a todos os seus cooperados. Para mais informações, procure o técnico de sua região.

As manchas aparecem ao longo da nervura central das folhasO ácaro é encontrado preferencialmente na parte interna da planta, causando o sintoma conhecido como “planta-oca”

Agrônomos foram orientados de modo prático e teórico quanto ao diagnóstico correto da praga

Dr. Sérgio Roberto Benvenga observa a folha para diagnosticar o ácaro da mancha anular (leprose)

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28 Revista COCAPEC - Maio / Junho 2010

EQUILÍBRIO NUTRICIONAL O ano agrícola 2009/2010 está se findando, deixando uma safra importante para a cafeicultura. Do ponto de vista agronômico, este ano foi excelente, pois choveu em quanti-dades satisfatórias e em momentos importantes para o ciclo normal do cafeeiro. Deste modo, encontramos neste momen-to lavouras com boa produção, embora a desuniformidade de maturação, comum na cafeicultura, esteja acentuada. Merecem destaque as lavouras que receberam alguma intervenção de poda no ano passado, que em sua maioria deixaram um pouco a desejar nesta safra, o que se acredita estar ligado à baixa in-tensidade do período de estresse (hídrico e térmico) necessário para o estímulo reprodutivo do cafeeiro, mas este é um assunto que poderemos tecer maiores detalhes em outra oportunidade, pois nosso objetivo neste texto é novamente lembrar os cafei-cultores da importância da nutrição equilibrada do cafeeiro. Estaremos saindo de uma safra considerável nos pró-ximos meses e as lavouras se estressarão, uma vez que a safra pendente exige muito da planta em termos nutricionais e, por isso, cabe a nós buscarmos os melhores tratamentos, para que a recuperação seja rápida e eficiente, pois é no final da colhei-ta que começamos a nos preocupar com a safra futura. Neste momento é recomendada a amostragem do solo, como é co-mum em todos os anos, mas gostaria de reforçar a importância

da qualidade da amostragem, que deve ser representativa do todo, ou seja, é uma pequena porção de solo que irá nos guiar em todas as recomendações e, consequentemente, nas aquisi-ções de fertilizantes e corretivos. Por isso, busque informações no departamento técnico da Cocapec, sobre as formas corretas de se amostrar o solo. De posse dos resultados das análises é hora de tra-çarmos as recomendações e, neste momento, como já citamos em outras oportunidades, o agrônomo é muito importante, mas mais valiosas ainda são as informações que o produtor deve passar sobre o histórico da lavoura em relação às produções anteriores, os tratamentos recebidos e tudo o que for julgado interessante considerar. Isso fará com que a recomendação seja a mais adequada possível, uma vez que as análises sem o histórico se tornam uma ferramenta limitada. A vivência no campo nos faz relembrar aspectos impor-tantes da nutrição de plantas, como a lei do mínimo que, em sín-tese, nos mostra que o fornecimento dos nutrientes deve ser de forma equilibrada, pois a planta necessita de vários elementos e que a falta de um deles irá comprometer a produção, ou seja, não adianta colocar em excesso algum nutriente e deixar outro em falta, pois assim não estamos equilibrando a nutrição. A palavra da vez em termos nutricionais é o equilíbrio, pois várias vezes o

A análise de solo é uma importante ferramenta para ajudar no equilíbrio nutricional da planta

TÉCNICA

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Revista COCAPEC - Maio / Junho 2010 29

EQUILÍBRIO NUTRICIONALSaulo FaleirosEngenheiro Agrônomo

TÉCNICA

que vemos é o fornecimento em exagero de alguns nutrientes e a deficiência crítica de outros que, sem dúvida alguma, compro-metem a produção. A análise de solo, ao contrário do que muitos imagi-nam, não serve somente para recomendar calcário, mas tam-bém para adequar toda a parte nutricional da planta, pois é nela que vemos os teores de matéria orgânica e os teores absolutos de cada nutriente no solo. Além disso, a análise nos mostra o pH do solo, que afeta diretamente a absorção de vários nutrien-tes, e também a presença da acidez, causada pelo alumínio tóxico, muito prejudicial para o desenvolvimento e a produção das plantas. Existe ainda outra ferramenta importantíssima para a adequação dos nutrientes, que é a análise foliar, que realmente irá nos informar a eficiência das adubações recomendadas e se a planta está de fato conseguindo absorver aquilo que lhe é for-necido. Nutrientes como o magnésio, o zinco e o boro, têm sido encontrados constantemente em deficiências críticas nas lavou-ras de nossa região, ao passo que o potássio muitas vezes, se encontra em excesso, e isto tem acarretado vários prejuízos para muitos cafeicultores que não se atentam ao equilíbrio nutricional, resultando em queda na produção, alta incidência de doenças, principalmente cercosporiose (Cercospora coffeicola) e desfolha-

mento da lavoura, pois as folhas necrosadas são eliminadas. Os nutrientes são exigidos pela planta em quantidades e momentos diferentes, ao longo do ciclo, e participam de pro-cessos metabólicos importantes para o desenvolvimento nor-mal da cultura. A deficiência ou o excesso de algum deles afeta diretamente os processos químicos no interior das células da planta e isto, embora muitas vezes não seja visual, resulta em prejuízos consideráveis, fazendo com que a produtividade seja diminuída. Desta forma, embora este assunto nos pareça um pou-co exaurido, o fato é que muitos erros ainda são cometidos, e que estes geram despesas, gastos desnecessários e que-da na produção. Portanto, recomendamos que sejam feitas as análises de solo e folha, que o produtor registre os históricos de produções anteriores e que as recomendações sejam feitas embasadas nestes dados e em projeções futuras, para que o equilíbrio nutricional seja alcançado e isto se resulte em produ-tividade e, consequentemente, mais retorno ao cafeicultor. Utilize o corpo técnico da cooperativa, que está em constante capacitação para que as recomendações possam resultar em benefícios ao cooperado e que as aquisições de fertilizantes e corretivos sejam feitas de forma consciente, sem-pre buscando o equilíbrio nutricional e financeiro.

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Esses fungos são 90% constituídos de água e apresentam elevados teores de proteínas, vitaminas, 21 aminoácidos essenciais(paranutriçãodohomem),proteínas,saismineraisefibras

COGUMELOS FUNCIONAIS E SUAIMPORTÂNCIA NA SAÚDE HUMANA Os cogumelos são um grupo especial de fungos, que apresentam cores vivas (amarela, laranja, vermelha, violeta ou verde), escuras (marrom ou preta) ou sem coloração (branca ou hialina), textura diversificada (carnosa, frágil a coriácea re-sistente) e formas variadas. Na natureza existem cogumelos comestíveis, medicinais, tóxicos, venenosos e alucinógenos. O valor medicinal dos fungos só foi reconhecido em 1927-1929, quando o médico e bacteriologista inglês, Alexan-der Fleming, observou que o fungo do gênero Penicillium se-cretava uma substância, a penicilina, de fácil difusão e capaz de inibir o crescimento da bactéria Streptococcus sp. Alguns cogumelos medicinais, como Ganoderma lu-cidum (Cogumelo Rei, Cogumelo Brilhante ou Cogumelo do Imperador), Agaricus blazei (Cogumelo do Sol, Piedade ou Princesa), Lentinula edodes (Shiitake) e Pleurotus ostreatus (Cogumelo Ostra) têm diversos efeitos farmacológicos ou te-

rapêuticos: analgésico, antialérgico, antiflamatório, antibacte-riano, antioxidante (elimina os radicais livres), antitumoral, anti-viral, bronquite (efeito preventivo), baixa a pressão sanguínea, baixa os teores de colesterol e glicose no sangue, auxilia na depressão (atuando no sistema nervoso central), antifadiga, ar-trite, arteriosclerose, AIDS, atividade anti-úlcera, hepatites A, B e C (restaura as funções do fígado), antitumoral, estimulante do sistema imunológico, ativa as células de defesa do organismo (NK = Natural Killer), antiviral/HIV, antibacteriana, melhora as funções do fígado e ajuda a produzir anticorpos para hepatite B, efeito cardiovascular - reduz teores de colesterol e lipídeos no sangue. No início do tratamento podem ocorrer reações de ca-ráter transitório como: diarréia, prisão de ventre, sonolência, etc. Estas reações estão ligadas à desintoxicação do organis-mo e à recuperação dos órgãos debilitados.

TÉCNICA

PRINCÍPIOS E CULTIVO DE COGUMELOS PELA TÉCNICA “JUN-CAO” A China se tornou o maior produtor de cogumelos em 1990, devido à técnica “Jun-Cao”. Nos séculos passados, os japoneses cultivavam os cogumelos sobre troncos em decom-posição; os chineses em madeira e palhas decompostas; os europeus em bosques, ao ar livre ou em cavernas. Entretanto, eram processos lentos e que exigiam tempo para que se desen-volvessem a parte comestível ou o corpo frutífero. A técnica “Jun-Cao” tem um ciclo reprodutivo mais curto

(2 a 3 meses) do que as demais utilizadas (16 meses) e contri-bui para que o cultivo de cogumelos seja mais econômico, já que pode ser produzido em pequenas áreas e permite o uso de vários tipos de substratos de baixo custo (capim, farelo de arroz, soja, trigo e outros resíduos orgânicos vegetais). O cultivo de cogumelos vem sendo pesquisado na Em-brapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e a técnica “Jun-Cao” está sendo adaptada às condições brasileiras.

Pleurotus ostreatus Var. H-1 Lentinula edodes Flammulina velutipes Pleurotus ostreatoroseus

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COGUMELOS FUNCIONAIS E SUAIMPORTÂNCIA NA SAÚDE HUMANA

TÉCNICA

Arailde Fontes UrbenPesquisadora da Embrapa

Para saber mais a respeito do que as pessoas pen-sam em relação ao cultivo de cogumelos, a equipe da Revista Cocapec conversou com dois participantes das palestras na Parcintec-Franca. O cooperado Valdomiro Antônio produziu co-gumelos por três anos e disse que não vê muitas vantagens na produção hoje em dia. Segundo ele, a produção requer muito tempo e precisa de um cuidado muito especial e minucioso, o que demandava mão de obra e tornou o custo de produção caro. A única coisa que não teve o preço alterado foi o cogume-lo, que está em torno de R$ 100 a R$ 200 o quilo. Em contrapartida, Paulo César Benedito disse que não conhece ninguém que produz cogumelos e que, por isso, o cultivo na nossa região é necessário. Paulo disse que conhe-

ce pouca coisa relacionada ao cultivo de cogumelo e que ficou sabendo da técnica Jun Cao devido à palestra. Na opinião dele, é viável investir nessa cultura, pois tudo que pode ser fei-to para ter um ganho extra é válido. Produzir cogumelo é muito vantajoso, pois faz bem para a saúde, é muito saboroso, pode ser produzido no quintal de casa e tem boa comercialização. É um produto que não perde fácil e pode ser fornecido in natura e a seco. Sobre a palestra, eles acham que seria muito útil e proveitoso ouvir sobre a viabilidade do ramo, como produzir, por quanto vender e qual a margem de lucro. Isso seria bem interessante para quem está pensando em produzir e também para quem já produz.

O Parcintec-Franca, com o apoio da Cocapec, Credicocapec, Coonai, Prefeitura Municipal de Franca, Embrapa e CATI, convidou a renomada pesquisadora da Embrapa, Dra. Arailde Fontes

Urben, Doutora em Biologia, Mestre em Fitopalogia especializada em Micologia e líder das pesquisas de cogumelos comestíveis e medicinais a ministrar palestras sobre cogumelos em Franca-SP. Foram

abordados os temas “Princípios e Cultivo de Cogumelos pela Técnica “JunCao’” e “Cogumelos funcionais e sua importância na Saúde Humana”. O objetivo das palestras foi trazer mais informações

sobre o cultivo e os benefícios do cogumelo, sendo que este cultivo pode ser mais uma fonte de renda na propriedade.

PALESTRAS SOBRE COGUMELOS EM FRANCA - SP

Ganoderma lucidum Pleurotus sapidus Pleurotus ostreatus Agaricus blazei

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VARIABILIDADE CLIMÁTICA E A PRODUÇÃO DE CAFÉ NA ALTA MOGIANA

Marcelo Bento Paes de CamargoPesquisador do Instituto Agronômico de Campinas

O plano de exploração rural depende do conhecimento sobre as condições climáticas para definir as práticas agrícolas adequadas, probabilidades de ocorrência de adversidades mete-orológicas, como secas, temperaturas adversas, geadas, calen-dário agrícola, controle fitossanitário, produtividade e qualidade do produto etc. Para estabelecer estas relações (entre o clima e a ati-vidade agrícola), é fundamental conhecermos os elementos me-teorológicos como a luz, calor, umidade do ar e do solo, vento etc. As interações específicas desses elementos, associados aos fatores geográficos da região, determinam o crescimento, desenvolvimento e produtividade da agricultura. É importante definir a distinção entre elementos e fa-tores climáticos. Os elementos são aquelas grandezas que quantificam os fenômenos atmosféricos, tais como radiação so-lar, temperatura, umidade, chuva, vento, nebulosidade, pressão atmosférica entre outros. Estes elementos climáticos variam no tempo e no espaço e são influenciados por fatores climáticos (la-titude, altitude, continentalidade, condições de relevo, exposição cardinal e configuração dos terrenos, cobertura do terreno etc). O café arábica é originário de região tropical da Etiópia,

Sudão e Quênia, de altitude elevada, entre 1.300 e 2.500 m, ca-racterizado por clima relativamente frio e úmido, com pequena estação seca hibernal. Estas altitudes elevadas condicionam temperaturas médias anuais entre 18 e 23°C. O café arábica ve-geta e frutifica muito bem em planaltos tropicais, como na região Sudeste do Brasil. Ele é normalmente afetado nas suas fases fenológicas (desenvolvimento) pelas condições ambientais, es-pecialmente pelas condições meteorológicas, principalmente, a distribuição pluviométrica e temperatura do ar, que interferem não apenas na fenologia, mas também na produtividade e quali-dade da bebida.

FENOLOGIA DO CAFÉ A fenologia do cafeeiro arábica foi definida e esquema-tizada (Figura 1) para as condições tropicais do Brasil e rela-cionada com condições agrometeorológicas de cada ano. Essa esquematização é útil para facilitar e racionalizar as pesquisas e observações na cafeicultura. Possibilita identificar as fases que exigem água facilmente disponível no solo e aquelas nas quais se torna conveniente ocorrer pequeno estresse hídrico, para con-dicionar uma abundante florada.

Figura 1. Apresentação esquemática dos diferentes estágios fenológicos da cultura do café arábica para o Estado de São Paulo. Adaptado de Camargo e Camargo (2001).

TÉCNICA

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TÉCNICA

Para identificar esses períodos foram esquematizadas seis fases fenológicas distintas, sendo duas delas no primeiro ano fenológico e quatro no segundo. Primeira fase: “vegetação e formação das gemas vege-tativas”, ocorre normalmente de setembro a março. Segunda fase: “indução, diferenciação, crescimento e dormên-cia das gemas florais”. A partir de fevereiro, intensifica-se o crescimento das gemas florais existentes. Essas gemas florais, após completo desenvolvimento, entram em dormência a partir de julho e ficam prontas para a antese, causado por chuvas ou irrigação ou até mesmo queda acentuada de temperatura. Terceira fase: florada, chumbinho e expansão dos frutos, é a primeira do segundo ano fenológico, compreende normalmen-te quatro meses, de setembro a dezembro. Uma florada principal acontece quando se verifica um período de restrição hídrica, se-guido de chuvas ou irrigação. Temperatura elevada associada a um intenso déficit hídrico durante o início da florada provoca a morte dos tubos polínicos pela desidratação, causando o aborta-mento das flores, resultando nas conhecidas “estrelinhas”. Após a fecundação, ocorrem os chumbinhos e a expansão dos frutos. Havendo estiagem nessa fase, o estresse hídrico prejudicará o crescimento dos frutos e resultará ocorrência de peneira baixa (grãos miúdos). Quarta fase: é a de granação dos frutos, quando os lí-quidos internos solidificam-se, dando formação aos grãos. Ocorre em pleno verão, de janeiro a março. Estiagens severas nessa fase poderão resultar em má formação do endosperma (chochamento de grãos). Quinta fase: é a da maturação dos frutos, compreenden-do normalmente os meses de abril a junho. A demanda hídrica decresce substancialmente e as deficiências hídricas moderadas e temperaturas amenas beneficiam a qualidade do produto. Sexta fase: de repouso e senescência dos ramos produ-tivos não primários, ocorre normalmente em julho e agosto.

FATOR HÍDRICO: PRECIPITAÇÃO PLUVIAL (PREC) E DEFICIÊNCIA HÍDRICA (DA) Ao se avaliarem as condições ideais de precipitação para

o cafeeiro, devem-se considerar algumas variáveis importantes, tais como precipitação anual média, distribuição da precipitação durante o ano (número de meses secos), condições do solo (ca-racterísticas físicas) e principalmente o balanço hídrico que indica a época e intensidade das deficiências e excedentes hídricos.

BALANÇO HÍDRICO CLIMATOLÓGICO E ZONEAMENTO AGROCLIMÁTICO O balanço hídrico climatológico é calculado em base mensal utilizando dados termopluviométricos médios ou normais (30 anos) de um posto meteorológico. Desta forma o balanço hí-drico torna-se um indicador climatológico da disponibilidade tér-mica e hídrica de uma região. Estes balanços são fundamentais para os trabalhos de zoneamento agroclimático, determinação de épocas de plantio, necessidade potencial de irrigações suple-mentares etc. Os déficits hídricos podem levar à queda de produtivida-de do cafeeiro, embora seus efeitos dependam da duração, inten-sidade da deficiência hídrica e do estádio fenológico que a planta se encontra. Em termos de aptidão climática relativa ao total de defi-ciência hídrica anual (Da) pode ser classificada em apta, marginal e inapta da seguinte forma: Apta: Da < 100 mm; ou Da < 150 mm com irrigação; Marginal: 150 < Da < 200 mm;Inapta: Da > 200 mm

Como exemplo de aplicação do balanço hídrico clima-tológico, a Tabela 1 apresenta os dados mensais e a Figura 2 apresenta graficamente o extrato do balanço hídrico de Franca, representativo de regiões de altitude (1.000 m) da região da Alta Mogiana, que representa o tipo climático muito favorável à cafei-cultura, com temperaturas médias anuais entre 18 e 20°C. Ex-cedentes hídricos ocorrem normalmente de outubro até março, possibilitando condições adequadas de umidade durante o flo-rescimento e frutificação. O período seco se concentra nos meses de junho a agosto, favorecendo a maturação, colheita e secagem dos frutos.

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Figura 2: Extrato do balanço hídrico normal de Franca-SP segundo o método de Thorthwaite & Mather-1955, considerando armazenamento máximo de 125 mm.

Para a estimativa da disponibilidade hídrica do solo em um determinado ano, utiliza-se o balanço hídrico em forma sequencial, em base descendial (10 dias). Permite assim moni-torar o armazenamento hídrico do solo, indicando os períodos com deficiência ou excedente hídrico. Para a representação gráfica, utiliza-se o extrato do balanço hídrico, que considera apenas os valores de excedentes (valores positivos) e deficiên-cias hídricas (valores negativos), permitindo, assim, uma me-lhor visualização da intensidade e duração dos períodos secos e úmidos ao longo do ano. Como exemplo, as Figuras 3 a 5 apresentam os extra-tos dos balanços hídricos referentes aos anos de 2008 a 2010 para a região de Franca, SP. Os balanços indicam períodos com deficiência hídrica acentuada de setembro a novembro de 2008, em fases fenológicas críticas, como a floração e enchi-mento de grãos. Durante os meses de inverno e primavera de 2009 ocorreram chuvas que reduziram as deficiências hídricas e provocaram múltiplas floradas de baixa intensidade, se es-

tendendo de agosto até novembro. Esse padrão de distribuição das floradas está causando, em 2010, dificuldades na colheita pela heterogeneidade do grau de maturação dos frutos. Con-sequentemente, poderá depreciar a qualidade da bebida pela presença excessiva de grãos verdes em diversos estágios de desenvolvimento.

Figura 3: Extrato do balanço hídrico sequencial a nível descendial do ano de 2008 para a região de Franca-SP.

BALANÇO HÍDRICO SEQUENCIAL E MONITORAMENTO AGROMETEOROLÓGICO

TÉCNICA

Tabela 1: Balanço hídrico normal de Franca-SP segundo o método de Thorthwaite & Mather-1955, considerando armazenamento máximo de 125 mm

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Figura 4: Extrato do balanço hídrico sequencial a nível descendial do ano de 2009 para a região de Franca-SP.

Figura 5: Extrato do balanço hídrico sequencial a nível descendial do ano de 2010 para a região de Franca-SP.

COCAPEC REALIZA CURSO SOBRE EPI E APLICAÇÃO DE PRODUTOS

Bruna DurãesAssociação Flora do Rio Grande

A Cocapec realizou, em abril, um curso técnico sobre o “Uso Correto de EPI e Tecnologia de Aplicação de Produtos Fitossanitários”. A parte teórica da aula foi ministrada na Casa da Cultura de Restinga e a parte prática na Fazenda Nossa Senhora de Fátima, do cooperado Élbio Rodrigues Alves Filho, no mesmo município. O objetivo principal do curso, que teve carga horária de oito horas e 30 participantes, foi proporcionar e enriquecer o conhecimento dos funcionários das fazendas de cooperados da Cocapec. O palestrante e engenheiro agrônomo, Marçal Zuppi da Conceição, discorreu sobre “Uso correto de EPI” e o engenhei-ro agrônomo e pesquisador científico, José Maria Fernandes dos Santos, falou sobre “Tecnologia de Aplicação de Produtos Fitossanitários”. Foram abordados assuntos importantes, como a legislação ambiental e equipamentos de aplicação. Em segui-da, todo conteúdo abordado teoricamente foi demonstrado na

prática, melhorando assim a visualização e o entendimento dos participantes, que puderam esclarecer todas as dúvidas. É importante que os usuários de Equipamentos de Pro-teção Individual (EPI) considerem as variáveis, como o tipo de equipamento utilizado na operação, os reais níveis de exposi-ção e as características ambientais e da cultura onde o produto será aplicado. Estas variáveis acarretam muitas vezes em gastos desnecessários e podem aumentar o risco de contaminação do trabalhador. A cooperativa está preocupada em minimizar esse tipo de problema, por isso promove ações para capacitação dos cooperados e funcionários que trabalham nesta área. Foram parceiros desta iniciativa a Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), jun-tamente com a Andef (Associação Nacional de Defesa Ambien-tal) e a Allplant – Indústria e Comércio de Fertilizantes.

Cursomostraaimportânciadousosegurodeequipamentosdeproteçãoeaplicaçãodeprodutosfitossanitários

TÉCNICA

Modelos agrometeorológicos que relacionam condições ambientes com fenologia, bienalidade, qualidade e produtividade do cafeeiro estão sendo desenvolvidos no Instituto Agronômico de Campinas (IAC) para diferentes regiões cafeeiras do Brasil.

Esses modelos consideram que cada fator climático exer-ce um controle na produtividade da cultura por influenciar em de-terminados períodos fenológicos críticos, como na indução floral, na floração, na formação e na maturação dos frutos dos cafeeiros.

Participantes aprendem de forma teórica e prática a utilizar o EPI e a regularem máquinas

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COCAPEC REALIZA DIA DO TERREIREIROProdutores tiram dúvidas e adquirem conhecimento

A Cocapec, em parceria com a CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), 4C Association e Frexus®, realizou, no dia 13 de maio, o Dia do Terreireiro. O evento acon-teceu na propriedade Santo Antônio Monte Belo, do cooperado Élbio Rodrigues Alves, no município de Restinga, e teve por objetivo orientar produtores de café da região quanto às tecno-logias em secagem de café a céu aberto. O palestrante Gerson Silva Giomo, consultor do IAC (Instituto Agronômico de Campinas) abordou (entre vários te-mas) a importância do local onde se seca o café, pois terrei-ros convencionais podem ser construídos com cimento, tijolos, asfalto, chão batido e lona plástica. Preferencialmente, devem ser construídos em locais mais altos da propriedade, evitando o sombreamento do terreiro. O produto a ser seco deve ser distribuído em camada fina. Segundo o palestrante, o terreiro com piso de terra apre-senta menor rendimento de secagem e pior aspecto visual, além de existir o risco de o café absorver o cheiro de terra e ser con-fundido com café de varrição pelos provadores, o que causa um deságio no preço do mesmo. De preferência, a secagem deve ser feita em terreiros feitos de concretos, que são mais eficientes e apresentam menores riscos de comprometimento da qualidade. Entre outras recomendações está a limpeza do terrei-ro, a fim de eliminar possíveis grãos da safra anterior e a de esparramar o café no mesmo dia da colheita em camadas finas de 3 a 5 cm, lavado ou não. Caso haja grande percentagem de frutos verdes, deve-se usar leiras maiores (cerca de 10 cm de altura), porém, haverá necessidade de revolver o café com maior frequência (no máximo a cada hora). Nunca amontoar o café cereja antes do ponto de meia-seca e nem tampá-lo, ponto em que ele não estará mais co-lando na mão quando apertado. A amontoagem, a partir desta fase, é uma operação muito importante, devido ao fato dos grãos de café em coco trocarem calor entre si, proporcionando maior igualdade na seca. Ressaltando que nesta fase já é per-mitida a cobertura do café amontoado.

TÉCNICA

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Participantes ouvem atentamente o consultor do IAC, Gerson Silva Giomo

OprodutoFrexusCH®foiapresentadonofinaldoevento

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COCAPEC REALIZA DIA DO TERREIREIRO

Luciano C. Ferreira CoelhoAnalista Técnico

Produtores tiram dúvidas e adquirem conhecimento

Esparramar o café por volta das 9 horas da manhã, quan-do a umidade do ar é adequada e movimentá-lo até as 15 horas, quando deve ser novamente amontoado. Revolver o café pelo me-nos oito vezes ao dia, de acordo com a posição do sol. A sombra do trabalhador deve ficar à sua frente ou atrás para que as peque-nas leiras feitas durante o revolvimento não sombreiem o café. Fazer com o café, após meia-seca, pequenas leiras de 15 a 20 cm de altura, no período da tarde e esparramar no dia seguinte após o aquecimento do terreiro, o que acelera a secagem e impede que o sereno umedeça muito o café. Fazer leiras grandes com café, no sentido da maior declividade do terreiro, em caso de chuvas. Estas leiras devem ser trocadas de lugar o maior número de vezes possível, mes-mo em dias chuvosos, a fim de aumentar o contato com o ar na massa de café e evitar que o mesmo embolore. Quando a chuva terminar, deve-se continuar a revolver as leiras até que o terreiro seque. Logo após, esparramar o café. Continuar o processo até a secagem final, recolhendo o café frio para a tulha, com 11,5% de umidade. Vale ressaltar a importância de sempre aferir o medidor de umidade quando se for fazer o uso do mesmo, para que o produtor não corra o risco de talvez guardar o café com alta umidade e vice-versa, o que pode causar queda na qualidade e rendimento do seu produto final. Ao final do evento foi apresentado o produto Frexus CH ®, que tem a função de eliminar fungos e bactérias assim que entram em contato com o grão, podendo ser aplicado tanto no terreiro e lavador ou diretamente na lavoura. Finalmente, no encerramento deste “Dia do Terreirei-ro”, foi servido um bom café, onde os participantes tiveram a oportunidade de esclarecer possíveis dúvidas quanto aos as-suntos mencionados anteriormente. Vale ressaltar o interesse dos participantes que, de modo geral, participaram ativamente do evento, tirando dúvidas e cumprindo o objetivo de difundir o conhecimento adquirido e levar para as suas respectivas propriedades rurais, preservan-do assim a qualidade do café da Alta Mogiana.

TÉCNICA

O palestrante deu várias recomendações sobre a secagem do café

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COLETA DE EMBALAGENS VAZIAS DE AGROTÓXICOSColeta promove o recolhimento de embalagens de agrotóxicos vazias das propriedades rurais

A Cocapec, em parceria com a Fafram (Faculdade Fran-cisco Maeda de Ituverava), realizou em abril, nas cidades de Cla-raval, Capetinga, Ibiraci e Pedregulho mais uma coleta itinerante de embalagens vazias de agrotóxicos. Esse tipo de coleta aten-de às necessidades dos pequenos produtores de regiões distan-tes das centrais de recebimento, promovendo assim a retirada das embalagens de agrotóxicos vazias das propriedades rurais, já que estas, quando mal acondicionadas, podem contaminar os recursos naturais e prejudicar a saúde humana.

A cooperativa realiza este trabalho desde 2006 e os mo-tivos para comemorar são muitos. Cerca de mil agricultores já participaram deste movimento e foram recolhidas mais de 64 mil embalagens. A cada ano, os números superam as expectativas. Para a realização das coletas, a Cocapec conta com o apoio das filiais, dos agrônomos e da Central de Recebimento de Embalagens de Ituverava-SP. Neste ano, participaram cer-ca de 250 agricultores (cooperados) e foram recolhidas 25 mil embalagens.

Todas as embalagens coletadas são enviadas para a ARPAF – Associação das Revendas de Produtos Agrícolas de Franca e Região (Posto de Coleta de Embalagens). Por sua vez, esse posto de coleta repassa as embalagens para a Central de Recebimento, situada em Ituverava-SP. A operacionalização de todo o sistema é simples: ao efetuar a compra, o agricultor recebe instruções. Após usar o produto no campo, é feita a tríplice lavagem e fura-se o fundo da embalagem, que pode ser arma-zenada por um período de até um ano, contado a partir da data da compra. Dentro desse período, o produtor pode levar em um Posto de Coleta, Central de Recebimento, ou aguardar a próxima coleta itinerante promovida pela Cocapec e Fafram. Após a triagem, o material é encaminhado para reciclagem.

1. Barrica plástica para incineração;2. Barrica de papelão;3. Caçamba plástica para carriola;4. Roda plástica para carriola;5. Caixa para massa de cimento, 6. Conduíte corrugado;7. Embalagem para óleo lubrificante;8. Caixa de passagem para fios e cabos elétricos;

9. Tampa agro Recicap;10. Caixa de bateria automotiva;11. Saco plástico para descarte e incineração de lixo hospi - talar;12. Cruzeta de poste de transmissão de energia;13. Tubo para esgoto;14. Duto corrugado.

Alguns dos produtos fabricados a partir da reciclagem de embalagens vazias de defensivos agrícolas:

É simples, é fácil, é lei. Lave e devolva as embalagensvazias de agrotóxicos. A natureza agradece.

TÉCNICA

Equipe responsável faz a coleta em Capetinga Muitos produtores participaram da coleta de embalagens em Claraval

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COLETA DE EMBALAGENS VAZIAS DE AGROTÓXICOSRômulo Alves TomazAssistente Técnico

Com todo o trabalho concluído, a equipe responsável pela coleta alcançou seu objetivo e compromisso com a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável da agricultura brasileira.

Serviços: ArpafRua Wilson Bego, 401 - Bairro: Distrito Industrial CEP: 14.406-091 Franca/SPHorários de devolução: segunda a sexta-feira, das 7h30 às 11h30 e das 12h30 às 16h

TÉCNICA

Em Pedregulho, foram recolhidas 8 mil embalagens Grande participação de produtores na coleta em Ibiraci

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O PARADOXO DO DESENVOLVIMENTO VS. TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA NO CAFÉCarlos Henrique Jorge BrandoDiretor da P&A Consulting, Marketing and Trading

As mudanças climáticas, as pressões ambientais, a escassez da mão de obra e outras limitações estão forçando a tecnologia de produção e processamento de café a evoluir mais rápido que nunca. Todavia, a implementação das novas tecnologias disponíveis é mais lenta que seu próprio desen-volvimento. Isto pode ser considerado um paradoxo, porque, à primeira vista, parece muito mais complexo e caro desenvolver do que implementar a tecnologia do café. Mas a realidade é bem distinta: a adoção de mudanças no mundo produtor de café é um processo difícil, que enfrenta vários tipos de bar-reiras, tanto comportamentais quanto práticas. O processo é ainda mais complicado quando o foco destas mudanças é o

pequeno cafeicultor, que é quem produz a maior parte do café que consumimos. As principais barreiras comportamentais são a tradi-ção, o conservadorismo, o pavor a mudanças, o nível de edu-cação e os mitos. As barreiras mais comuns são a dificuldade de acesso à tecnologia e a falta de treinamento, de financia-mento e de resultados confiáveis em escala comercial, para mencionar algumas. Estas barreiras são tão fortes que, com uma boa dose de exagero, podemos comparar o estado atu-al da nossa tecnologia cafeeira a uma biblioteca vazia: muitos livros/tecnologia disponível nas estantes, mas não tantos leito-res/usuários como se gostaria!

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TÉCNICA

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O PARADOXO DO DESENVOLVIMENTO VS. TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA NO CAFÉ

Talvez o paradoxo da tecnologia explique porque al-guns países produzem tanto por área cultivada e outros produ-zem tão pouco. Não é surpreendente que existam países com grandes áreas cultivadas que produzem uma média alta de 20 sacas/hectare, e países com áreas pequenas com produtivida-de média abaixo de 5 sacas/hectare? Pode-se argumentar que diferentes países têm diferentes condições e utilizam diferentes tecnologias, que causam as disparidades mencionadas acima. O contra argumento é que tais disparidades também existem dentro de um mesmo país produtor. Analisemos o caso do Bra-sil, onde a produtividade média é de 20 sacas/ha para Arábica e de 27 sacas/ha para Conilon. Entretanto, há muitos produtores brasileiros eficientes de Arábica com produtividade média de 40 a 50 sacas/hectare e outros tantos produtores com médias de apenas 10 sacas/hectare ou menos. Números similares para o Conilon são tão altos quanto 100 sacas/ha para produtores al-tamente eficientes e tão baixos como 6 sacas/ha em toda uma região. Embora nosso país tenha desenvolvido um ótimo siste-ma de pesquisa científica de café, ele não é capaz de aplicar as novas tecnologias tão rapidamente quanto elas são criadas. Isto de fato parece paradoxal porque, repetindo, teoricamente deve-ria ser mais complexo e levar muito mais tempo para desenvolver novas tecnologias que para aplicá-las. Assim, precisamos de um serviço de extensão cafeeira melhor se desejarmos implementar a tecnologia tão rapidamente quanto a geramos. Estudos indi-cam que a pesquisa agrícola pode ter retornos superiores a 30% ou 40%, mas isto de nada adianta se os potenciais usuários não têm conhecimento de seus benefícios, não tem acesso às tecno-logias correspondentes e, portanto, não as aplicam. Em tempos como os atuais, em que a competitividade

do café brasileiro está ameaçada, o tema do aperfeiçoamento do sistema de extensão cafeeira no país deveria estar no centro do debate. A Agenda Estratégica para a Cafeicultura Brasileira − elaborada em 2008 por um Grupo de Trabalho formado por lide-ranças de todos os setores da cafeicultura brasileira (produção, comércio, indústria, pesquisa e governo) - já havia identificado esta necessidade. Entre os temas prioritários da Agenda, defini-dos pelo próprio setor, estavam, além da pesquisa e inovação, a capacitação, o treinamento e a difusão de tecnologia. Talvez a solução para este problema resida em repro-duzir na disseminação de tecnologia cafeeira o mesmo sistema organizacional usado na pesquisa, ou seja, criar um consórcio de instituições de difusão de tecnologia e serviços de extensão. O Brasil tem a tecnologia para recuperar sua competitividade, mas o país ainda tem de criar as ferramentas para aplicar tal tecnologia de forma mais ampla, indo, portanto, além das ilhas de excelência conhecidas. A situação em nível mundial é parecida ou pior que a do Brasil, com poucas exceções. É pior na maioria dos países, que sofrem tanto com um serviço de extensão subdesenvolvido como também dependem de tecnologia criada em outros lu-gares, que deve ser adaptada às condições locais. Mesmo as exceções, aqueles países com serviços de extensão eficientes, vêm tendo que restringi-los em função dos cortes de orçamento e da crise de preços do começo da década. Os serviços de extensão cafeeira talvez tenham sido os grandes perdedores da liberalização do negócio café inicia-da nos anos 90, com efeitos negativos recorrentes ao longo do tempo. O setor privado, os governos e a sociedade civil têm de se mobilizar para corrigir esta imperfeição do mercado e, assim, buscar a sustentabilidade da atividade com competitividade.

TÉCNICA

Revista COCAPEC - Maio / Junho 2010 41

Carlos Brando

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42 Revista COCAPEC - Maio / Junho 2010

Veja nos quadros abaixo os índices pluviométricos coletados na matriz em Franca/SP e na filial de Cape-tinga/MG. Os dados apresentam um comparativo dos últimos seis anos.

BOLETIM BOLETIM

Índice pluviométrico* de Franca nos úl mos 5 anosAno jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez2006 283 327 178 19 2 16 6 33 31 355 330 3282007 545 175 113 117 45 4 72 0 3 75 190 2732008 325 230 128 108 38 32

320

2126 39 87 168 410

2009 382 228 282 53 58

Média 399 223 195 63 32 21 25 22 52 195 191 348*Dados em milímetros ob dos na Cocapec Matriz - Franca, SP

7730 137 2622010 461

382158 274 16 17

Índice pluviométrico* nos úl mos 5 anosAno jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez2006 591 251 144 54 5 20 0 28 93 319 285 4432007 745 238 135 66 61 0 0 0 69 58 217 2802008 573 236 116 78 40 5

210

1726 37 113 222 428

2009 354 249 286 165 54

Média 518 213,8 177,4 82,8 34,4 11,5 4,25 19,5 81,75 161,5 229,3 385*Dados em milímetros ob dos na Filial da Cocapec

24 128 156 193 3892010 327 95 206 51 12

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Revista COCAPEC - Maio / Junho 2010 43

Acompanhe nas tabelas que seguem a média mensal do preço de café arábica, milho, boi e soja segundo índice Esalq/BM&F.

BOLETIM

R$ US$

Média mensal do preço* de Soja2009

Janeiro 49,21 21,30Fevereiro 47,56 20,57Março 45,35 19,62Abril 47,95

50,3921,7524,45Maio

JunhoJulhoAgostoSetembroOutubro

*Fonte: Índice Esalq/BM&F

DezembroNovembro

Média Anual 47,00 23,75

49,89 25,4647,83 24,7748,20 26,1046,0744,6744,06

25,3225,7125,50

R$ US$2010

39,80 22,36

36,34 20,23

42,87 24,48

37,7034,14

20,5019,10

34,49 19,6235,59 19,59

R$ US$

Média mensal do preço* de Boi2009

Janeiro 84,01 36,38Fevereiro 81,54 35,25Março 77,54 33,53Abril 87,88

79,4780,85

39,6838,5841,26

81,40 42,1777,92 42,20

MaioJunhoJulhoAgostoSetembroOutubro

*Fonte: Índice Esalq/BM&F

DezembroNovembro

Média Anual 79,50 40,13

77,25 42,4777,18 44,4174,35 43,04

R$ US$2010

75,70 42,47

78,98 43,97

74,64 42,62

77,0379,03

41,8444,22

82,33 46,8380,81 44,49

R$ US$

Média mensal do preço* de Milho2009

Janeiro 23,67 10,25Fevereiro 22,26 9,63Março 20,62 8,92Abril 21,29

22,259,66

10,8022,24 11,3520,58 10,6619,41 10,51

MaioJunhoJulhoAgostoSetembroOutubro

*Fonte: Índice Esalq/BM&F

DezembroNovembro

Média Anual 21,04 10,62

19,1220,6020,41

10,5111,8611,82

R$ US$2010

19,66 11,04

18,66 10,39

20,02 11,43

18,3518,46

9,9610,33

18,16 10,3318,67 10,28

R$ US$

Média mensal do preço de Café Arábica* lndice Esalq/BM&F**

2009

Janeiro 268,10 116,04Fevereiro 269,34 116,44Março 262,46

260,10268,02257,12247,50255,34 138,29

113,54AbrilMaioJunhoJulhoAgostoSetembroOutubro

**Saca de 60 kg líquido, bica corrida, tipo 6, bebida dura para melhor

DezembroNovembro

Média Anual 263,22 133,43 282,15 164,24

117,99130,09131,23128,23

254,29262,20272,55

139,81150,93157,75

281,57 160,79

R$ US$2010

280,75 157,51278,68279,70

151,36156,48

282,18 160,51289,46 195,35

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44 Revista COCAPEC - Maio / Junho 2010

É com grande satisfação que, pela primeira vez, uso esse espaço como presidente da Credicocapec (Cooperativa de Crédito Rural Cocapec). Não é a primeira vez que exerço essa função, pois aqui estive na administração no ano de 2001 até a AGO de 2002, além de ter sido diretor entre os anos de 1998 e 2006. Depois de quatro anos ausente dos quadros da direção, é com prazer que constato a excelente saúde financeira da nossa instituição, fruto do trabalho incansável dos companheiros José Amâncio de Castro e Ednéia Ap. V. Brentini de Almeida, que com-põem comigo o trio que exercerá este mandato, sem esquecer do brilhante colega Carlos Yoshiyuki Sato que, nesse quadriênio, se dedicará exclusivamente à nossa co-irmã Cocapec. Compõem o Conselho Administrativo conosco os se-nhores Carlos Yoshiyuki Sato, Divino de Carvalho Garcia, Élbio Rodrigues Alves Filho e Paulo Henrique Andrade Correia. Para o Conselho Fiscal foram eleitos Donizete Moscardini, João José Cintra e Renato Antônio Cintra. É certo, porém, que a Credicocapec, ao longo dos seus 18 anos de existência só cresceu, e isso se deve ao esforço e confiança dos cooperados, não obstante a dedicação de todos

os diretores e colaboradores da casa, tanto os atuais como os que, por qualquer motivo, já não trabalham mais aqui. Todos, sem dúvida, merecem honras pela solidez que a nossa coope-rativa de crédito atingiu. É para dar continuidade a este trabalho, seguindo as mesmas diretrizes éticas e negociais de sempre, que a atual dire-toria foi eleita e é com esse intuito que desenvolveremos nossas ações, tendo sempre em mente que o crescimento da instituição traz consigo a força para o crescimento dos cooperados. Digo isso porque, ao longo de toda a minha trajetória na cafeicultura, pude perceber o quanto a gestão financeira é importante para o sucesso de nossa atividade e, nesse passo, a instituição continuará sendo o braço forte em auxílio e em defesa do produtor rural. Portanto, é tempo de, mais uma vez, agradecer a con-fiança depositada e em nome de toda a diretoria, reafirmar o compromisso de exercermos uma gestão de qualidade e com os olhos sempre voltados para as necessidades de nossos cooperados. A todos, os nossos agradecimentos.

PREZADOS COOPERADOSMauricio MiarelliDiretor-presidente da Credicocapec

Conselho Fiscal eleito com mandato até 2011 Conselho Administrativo eleito na AGO 2010

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Revista COCAPEC - Maio / Junho 2010 45

CREDICOCAPEC NO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO SICOOB CENTRAL COCECRER

O Sicoob Central Cocecrer (Cooperativa Central de Cré-dito Rural do Estado de São Paulo) realizou, no dia 31 de março de 2010, sua Assembleia Geral Ordinária, em sua sede, localiza-da na cidade de Ribeirão Preto/ SP. Com a presença dos representantes das Cooperativas de Crédito associadas à Sicoob Central Cocecrer, foi apresen-tado o Relatório de Gestão e as Demonstrações Financeiras re-lativas ao exercício, encerrado em 31 de dezembro de 2009, os quais foram aprovados por unanimidade. Nesta oportunidade, foram eleitos os membros do Con-selho de Administração com mandato até 2013 e Conselho Fiscal com mandato até 2011. Com os nomes dos eleitos já homolo-gados pelo Banco Central, os mesmos já podem dar início às

atividades pertinentes a cada cargo. Para o Conselho de Administração do Sicoob Central Cocecrer, foram eleitos Henrique Castilhano Villares como diretor-presidente, Osvaldo Pereira Caproni como diretor-administrativo e Ismael Perina Júnior como diretor-operacional. Já como conse-lheiros administrativos foram eleitos Siguetuci Matusita, Sonivaldo Grunzweig e Ednéia Aparecida Vieira Brentini de Almeida que, du-rante dois anos consecutivos, ocupou o cargo de conselheira fiscal desta central e é a atual diretora de crédito rural da Credicocapec. Com profissionalismo e o compromisso de continuar construindo bases sólidas e sempre defendendo os interesses dos nossos cooperados, a Credicocapec continua tendo partici-pação ativa no Sicoob Central Cocecrer.

Ednéia Aparecida Vieira Brentini de AlmeidaDiretora de Crédito Rural

AGO elegeu a diretora de crédito da Credicocapec para o Conselho Administrativo

Ednéia Ap. V. B. de Almeida é atual diretora de crédito rural da Credicocapec e foi eleita também para o Conselho de Administração do Sicoob Central Cocecrer

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46 Revista COCAPEC - Maio / Junho 2010

SETOR CONTÁBIL O Setor Contábil é responsável por registrar, confe-rir e analisar todos os itens que geram modificações no pa-trimônio da cooperativa, tais como: vendas, compras, custos, despesas, pagamentos, recebimentos, riscos contingenciais e provisões. A equipe também é responsável pelo controle de sal-dos, contas a pagar e a receber, pela elaboração dos Demons-trativos de Resultados das Atividades e o Balanço Patrimonial da empresa (levado à AGO para aprovação dos cooperados), além de apurar os impostos e fazer as declarações e demons-trativos exigidos pela Receita Federal, acompanhando sempre a Legislação e as Normas Brasileiras de Contabilidade. E sem-pre que necessário, o setor orienta e propõe adequações às demais áreas.

Coordenador do Setor ContábilMarcos Antônio Goulart / (16) [email protected]

Analista ContábilDulcinéia Silva de Almeida Bucci / (16) [email protected]

Assistente ContábilKálita de Oliveira / (16) [email protected]

CO

NTA

TOS

DA

EQ

UIP

E

SE

TOR

CO

NT

ÁB

IL

CONHEÇA SUACOOPERATIVA

Marcos Antônio GoulartCoordenador do Setor Contábil

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