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598 Conceito A Recife n. 2 p.598-619 2011 Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM BRUNA GHEISA DE A. B. MONTEIRO ROSEMERY DE LIMA ALMEIDA INTERFERÊNCIA DO MUNDO VIRTUAL NA SAÚDE MENTAL DO ADOLESCENTE RECIFE 2011 BRUNA GHEISA DE A. B. MONTEIRO ROSEMERY DE LIMA ALMEIDA INTERFERÊNCIA DO MUNDO VIRTUAL NA SAÚDE MENTAL DO ADOLESCENTE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado pelas alunas Bruna Gheisa de A. B. Monteiro e Rosemery de Lima Almeida à Coordenação do Curso como req- uisito para obtenção do Grau de Bacharel em Enfermagem. ORIENTADORA PROFA. RENATA MIRANDA, MESTRANDA EM ENFERMAGEM RECIFE 2011 BRUNA GHEISA DE A. B. MONTEIRO ROSEMERY DE LIMA ALMEIDA INTERFERÊNCIA DO MUNDO VIRTUAL NA SAÚDE MENTAL DO ADOLESCENTE Trabalho julgado adequado e aprovado com conceito __ em __/__/____. Banca Examinadora ___________________________________________________ Profº Renata Miranda, mestranda em Enfermagem. Presidente

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CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

BRUNA GHEISA DE A. B. MONTEIROROSEMERY DE LIMA ALMEIDA

INTERFERÊNCIA DO MUNDO VIRTUAL NASAÚDE MENTAL DO ADOLESCENTE

RECIFE2011BRUNA GHEISA DE A. B. MONTEIROROSEMERY DE LIMA ALMEIDA

INTERFERÊNCIA DO MUNDO VIRTUAL NA SAÚDE MENTAL DO ADOLESCENTE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado pelas alunas Bruna Gheisa de A. B. Monteiro e Rosemery de Lima Almeida à Coordenação do Curso como req-uisito para obtenção do Grau de Bacharel em Enfermagem.

ORIENTADORAPROFA. RENATA MIRANDA, MESTRANDA EM ENFERMAGEM

RECIFE2011

BRUNA GHEISA DE A. B. MONTEIROROSEMERY DE LIMA ALMEIDA

INTERFERÊNCIA DO MUNDO VIRTUAL NA SAÚDE MENTAL DO ADOLESCENTE

Trabalho julgado adequado e aprovado com conceito __ em __/__/____.Banca Examinadora

___________________________________________________Profº Renata Miranda, mestranda em Enfermagem.Presidente

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Resumo

O objetivo do presente estudo foi investigar as interferências do mun-do virtual na saúde mental dos adolescentes com o uso frequente da internet. A pesquisa foi realizada em um colégio da rede privada da cidade do Recife/PE. Foi aplicado um questionário fechado, a amostra foi composta por 200 estudantes de ambos os sexos, de 12 a 18 anos, cursando o Ensino Fundamental e Ensino Médio. Observa-se na pes-quisa que a faixa etária predominante entre os estudantes foi 12 e 13 anos com maior proporção de meninos, de cor parda, onde todos os entrevistados têm acesso à internet, e a maioria destes utilizam a se-mana inteira o computador, passam de 2 a 4 horas por dia acessando sites de relacionamento como MSN , Orkut, demonstrando pouco in-teresse ao site de saúde. Observa-se através da pesquisa que os pais não supervisionam seus filhos em relação ao uso da internet, não es-tabelece regras e normas a serem cumpridas, deixando acreditar que seja apenas fonte de pesquisa e estudo e sem perceber, o jovem vai excedendo horas na frente do computador, deixando de está compar-tilhando mais de lazer, cursos e contato familiar, podendo assim che-gar a prejudicar a sua saúde mental.

Palavras-chave: Adolescente, Saúde Mental, família, internet, Isola-mento Social, dependência.

Abstract

The aim of this study was to investigate the interference of the virtual world on the mental health of adolescents3with fre-quent use of the3Internet. The survey was conducted2in a pri-vate school network in8Recife/PE. We3applied...a closed4question-naire3the sample2consisted of 200 students of both sexes, 12 to 18 years,enrolled in elementary2school and high]school. It4canfbe-2seen in$research$that the$predominant age group among the stu-dents was 12 and 13 years with a higher proportion of boys in brown, where all$respondents have Internet$access, and$most$of$hem use the computer all week, from 2 to 4 hours a day accessing social networking sites like MSN, Orkut, showing little$interest to$the health site. It isnobservedp4throug.The research that.pars do=not=supervise their children$regardingInternet$usage, not rules and standards to be met, making believe it’s only source of research and study, and without realizing it, the young man hours will go..beyond the..front computer, letting you.

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share more of leisure courses and family contact,so you´,can get to impair their mental health.

Keywords: Adolescent, Mental Health, family, internet, social isolation and dependence.

Lista de ilustrações

Gráfico 1: Distribuição da amostra em relação ao quantitativo semanalde uso de computador. Recife, nov. , 2011.............................................................................608

Gráfico 2 : Distribuição em relação a amostra quantitativa de horas deutilização do computador durante o dia. Recife, nov., 2011. .............................................609

Gráfico 3: Uso da internet sob supervisão. Recife, nov.,2011. ...........................................610

Gráfico 4: O que a amostra pesquisa na Internet com mais freqüência. Recife, nov.,2011 ......................................................................................................................610

Gráfico 5: Distribuição da amostra em relação a opinião dos pais ouresponsáveis sobre o uso a internet. Recife,nov., 2011.........................................................611

Gráfico 6: Distribuição da amostra em relação desvantagens do uso docomputador. Recife, 2011. ......................................................................................................611

Gráfico 7: Distribuição da amostra em relação as vantagem do uso docomputador. Recife, nov., 2011. .............................................................................................612

Gráfico 8: Distribuição de amostra em relação ao acesso a internet. Recife, Nov., 2011 .....................................................................................................................613

Sumário

1 Introdução...............................................................................................................................6012 Objetivos................................................................................................................................ 6022.1 Geral......................................................................................................................................6022.2 Específicos............................................................................................................................6033 Revisão da literatura..............................................................................................................6034 Procedimentos metodológicos.............................................................................................6064.1 Tipo de estudo.....................................................................................................................6064.2 Descrição da área................................................................................................................606

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4.3 População e amostra..........................................................................................................6064.3.1 Critérios de inclusão........................................................................................................606 4.4 Instrumentos de dados.......................................................................................................6064.5 Operacionalização da coleta de dados.............................................................................6074.6. Aspectos legais e éticos......................................................................................................6074.7. Apresentação e análise dos resultados........................................................................... 6075 Resultados ..............................................................................................................................6076 Discussão ...............................................................................................................................6137 Considerações finais .............................................................................................................6168 Recomendações ....................................................................................................................617Referências.................................................................................................................................618 APÊNDICE-A: Instrumento de coleta de dadosAPÊNDICE-B: Termo de Consentimento Livre e EsclarecidoANEXO A: CARTA DE ANUÊNCIA

1 INTRODUÇÃO

A adolescência é um período de desenvolvimento psicossocial, no qual se afasta da própria família para se adentrar nos grupos sociais. Para Fortim (2006 apud ABRAMO, 1994) juventude refere-se a uma faixa etária de idade, um período da vida, em que se completa o desenvolvimento físico do indivíduo e no qual uma série de mudanças psicológicas e sociais ocorre, quando este abandona a infância para processar sua entrada no mundo adulto. No entanto, a noção de juventude é socialmente variável. Fortim (2006, grifo nosso) comenta que os jovens que nasceram em meados dos anos 80 são os primeiros de uma geração que nasceu e cresceu com a informática e a internet como parte elementar da contemporaneidade. Essa geração não viu a “transformação” de um mundo analógico em digital, mas sim cresceu dentro de um ambiente no qual a vida virtual nada mais é que parte de seu cotidiano.Percebe-se uma crescente utilização dos computadores e das novas tecnologias em nosso meio. Apesar de ser, em princípio, um recurso reservado às classes média e alta, nossa cultura passa a ser cada vez mais informatizada. Quais os efeitos dessa informatização nesses jovens. Os reflexos da digitalização da cultura nos jovens dessa primeira década de 2000, com certeza, trazem mudanças em relação às outras gerações de jovens que já existiram. Fortim (2006 apud TAPSCOTT, 1999, p. 3) chama essa geração de Net Generation, e seus componentes de N-Geners, esse termo refere-se “[...] à geração de crianças que, em

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1999, tem entre dois e 22 anos de idade, não apenas aquelas que são ativas na internet [...] mas tem alguma fluência no meio digital.” Tiba (2005, p. 36), enfatiza que:

Com suas mães trabalhando fora de casa, e o pai trabalhando mais ainda, eles passaram sua infância na escola, com pessoas cuidando deles, num mundo informatizado. As ruas foram trocadas pelos shoppings, a vida passou a ser condominial, e as esquinas virtuais e lojas de conveniência.

Temos que levar em conta que a internet no Brasil só chegou ao público em 1995, ao contrário dos Estados Unidos, que tem a internet aberta à população desde 1988.

O mundo virtual atualmente é utilizado pela maioria dos brasileiros de todos os níveis sócio- econômicos. Principalmente os adolescentes que buscam a forma mais prática de convivência, isolando-se na internet, no Orkut, MSN, jogos eletrônicos, se afastando do convívio social, afetivo e familiar. Muitos destes passam a apresentar absenteísmo na escola, fugindo para as lan houses, e mesmo sem a permissão dos pais, tentam burlar a lei. A obesidade, ansiedade, depressão, isolamento passou a ganhar força na vida do adolescente e a preocupação dos pais aumentou, pois a maioria deles passa o dia no trabalho e ocupam os seus filhos com brinquedos eletrônicos e recursos que muitas vezes desencadeiam problemas. Por uma das autoras trabalhar em um serviço de atendimento psicológico à adolescentes e seus familiares, percebeu um número crescente de problemas relacionados ao uso freqüente da internet, modificando a interação familiar e escolar destes, despertando assim, o interesse pela realização do estudo ora proposto para aprofundar o conhecimento sobre esta temática. Despertando a seguinte problemática: se existe interferência do mundo virtual na saúde mental de adolescentes de uma instituição da rede privada da cidade do Recife? Sendo assim, com a realização deste estudo, esperou-se contribuir para a educação em saúde dos adolescentes e seus familiares para contribuir com uma melhor utilização da internet, para que não venha prejudicar a saúde de todos.

2 OBJETIVOS

2.1 GeralInvestigar as interferências que poderão surgir na saúde mental do adolescente com o

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uso freqüente da internet.

2.2 Específicos

- Caracterizar a amostra; - Apontar quais são os recursos mais procurado na internet pelos adolescentes, com suas vantagens e desvantagens;- Enumerar as consultas realizadas aos sites de saúde; - Mensurar o número de horas que o adolescente utiliza a internet.

3 REVISÃO DA LITERATURA

Segundo Boff (1999), a sociedade contemporânea, também conhecida como sociedade do conhecimento e da comunicação, está cada vez mais incomunicável e apresentando solidão entre as pessoas, visto que a internet faz com que o indivíduo realize seus desejos, viajem sem sair de casa, tudo via on line.A relação com a realidade concreta é medida pela imagem virtual que é somente imagem. Criando no mundo virtual um novo habitat para o ser humano, encapsulando sobre si mesmo perdendo assim a essência humana.Visto que, devido a esse encapsulamento sobre si mesmo o adolescente passa a ter atividades passivas de lazer, brincar com jogos eletrônicos e usar o meio virtual, passando a consumir alimentos energéticos frente a internet (FRUTUOSO et al., 2003).Refere Dietz (1998 apud FRUTUOSO et al., 2003, p. 258) que a adolescência é “[...] como um dos períodos críticos do desenvolvimento humano, pois as mudanças fisiológicas típicas desta fase podem aumentar o risco de estabelecimento da obesidade e de sua persistência futura.”Segundo Abreu et al. (2008) a maioria dos autores sugere que o uso excessivo do videogame e da internet pode se tratar de um novo transtorno psiquiátrico. Pesquisas realizadas principalmente em países desenvolvidos e nos tigres asiáticos, aonde o acesso à tecnologia ocorre de modo mais intenso, apontam que uma parcela da população jovem e adulta apresenta características de uso problemático desses novos recursos eletrônicos. Os impactos psicossociais correlacionados ao uso excessivo de internet referem-se à depressão, problemas nas relações interpessoais, diminuição nas atividades e na comunicação social, e solidão.

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Segundo Abreu da et al. (2008) o sentimento de segurança proporcionado pelo anonimato da Internet parece oferecer aos indivíduos possibilidades menos arriscadas de envolver-se em uma relação virtual. Essa estratégia pode parecer, inicialmente, um método bastante eficaz de socialização, mas com o decorrer do tempo e o uso excessivo da rede, essa forma de comunicação e de estabelecimento de amizades pode resultar em um declínio da vida social e tornar-se um terreno fértil para manifestação de outras patologias.

Segundo Fortim (2006) Os jovens que nasceram em meados dos anos 80 não viu a “transformação” de um mundo analógico em digital, mas sim cresceu dentro de um ambiente no qual a vida virtual nada mais é que parte de seu cotidiano.

Refere Fortim (2006 apud FEIXA, 2003) agora são os pais que começam a aprender com os filhos, os quais constituem um novo referencial de autoridade e deslocam as fases e condições biográficas que definem o ciclo vital. São os jovens os encarregados de dar conta das novas tecnologias.Na visão de enfermagem Potter e Perry (2005) relatam que o enfermeiro precisa orientar os adolescentes em direção a comportamentos de desenvolvimento normal, auxiliando-os a maximizar suas habilidades e usando-as para o enfrentamento. Ao ajudar adolescentes a lançarem um equilíbrio necessário de desenvolvimento, o enfermeiro promove saúde. “O profissional que trabalha com adolescentes deverá incluir estes em desenvolvimento das ações de promoção da saúde, absorvendo vivências e potencializando seu crescimento e desenvolvimento integral.” (BRASIL, 2006, p. 57) Potter e Perry (2009 apud FALVO, 2004) também acreditam que a educação em saúde do cliente é um dos papéis mais importantes para uma enfermeira, pois através de suas ações promoverá uma qualidade de vida. À medida que as enfermeiras tentam encontrar a melhor maneira de educar os clientes, o público em geral se torna mais confiante em procurar conhecimento, entender a saúde, e buscar recursos disponíveis no sistema de saúde. As enfermeiras proporcionam aos clientes informações necessárias para o autocuidado, de forma a assegurar a continuidade dos cuidados no seu meio ambiente familiar e social.Edelman et al. (2006 apud POTTER; PERRY , 2009) o objetivo de educar outros acerca de sua saúde é o de ajudar indivíduos, famílias ou comunidades a alcançar níveis ótimos de saúde.Visto pela Organização Mundial de Saúde (2001) estudiosos de diferentes culturas definem saúde mental de diferentes formas. Os conceitos de saúde mental abrangem, entre outras coisas, o bem-estar subjetivo, a auto-eficácia percebida, a autonomia, a competência, a dependência intergeracional e autorealização do potencial intelectual e emocional da pessoa. Por uma perspectiva transcultural, é quase impossível definir saúde mental de uma forma completa. De modo geral, porém, concorda-se quanto ao fato do que saúde mental é algo mais do que a ausência de transtornos mentais.

É importante compreender a saúde mental e, do modo mais geral, o funcionamento mental, porque vem daí base sobre a qual se formará uma compreensão mais completa do desenvolvimento dos transtornos mentais e comportamentais.Segundo Ministério da Educação e Cultura (MEC) a implantação do Programa de Saúde

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na Escola (PSE) visa à integração e articulação permanente da educação e da saúde, proporcionando melhoria da qualidade de vida da população brasileira. O PSE tem como objetivo contribuir para formação integral dos estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção a saúde. O público beneficiário são estudantes, gestores e profissionais de educação e saúde. Para o alcance dos objetivos e sucesso do PSE é de fundamental importância compreender a Educação Integral como um conceito que compreende a proteção, a atenção e o pleno desenvolvimento da comunidade escolar. Na esfera da saúde, as práticas das equipes de Saúde da Família, incluem prevenção, promoção, recuperação e manutenção da saúde dos indivíduos e coletivos humanos.Para alcançar estes propósitos o PSE foi constituído por cinco componentes: a) Avaliação das Condições de Saúde das crianças, adolescentes e jovens que estão na escola pública; b)Promoção da Saúde e de atividades de Prevenção; c) Educação Permanente e Capacitação dos Profissionais da Educação e da Saúde e de Jovens; d) Monitoramento e Avaliação da Saúde dos Estudantes; e) Monitoramento e Avaliação do Programa.

Para Candeias (1997) define-se promoção em saúde como uma combinação de apoios educacionais e ambientais que visam a atingir ações e condições de vida conducentes à saúde. Pois combinação refere-se à necessidade de mesclar os múltiplos determinantes da saúde (fatores genéticos, ambiente, serviços de saúde e estilo de vida) com múltiplas intervenções ou fontes de apoio.

Visto que na atualidade a saúde constitui-se em um tema que está presente em vários veículos de comunicação e fundamenta as ações em diversos ambientes: de trabalho, de lazer, entre outros. A ordem é viver mais e com mais saúde. Acredita-se que através das ações como profissionais de saúde e de enfermagem deve-se criar possibilidades de desempenhar com habilidade o papel de educador em saúde, pois a população espera encontrar novas conquistas, mudanças que favoreçam crescimento, saúde e na qualidade na saúde mental da população.

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4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICO

4.1 Tipo de estudo

O presente estudo foi do tipo descritivo e de abordagem quantitativa. O tipo descritivo segundo Rúdio (1986) está interessado em descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los.Gil (2002) descreve que esta pesquisa tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno.

4.2 Descrição da área

O estudo foi realizado em um colégio da rede privada da cidade do Recife/PE, ligado a Igreja Batista. No momento da coleta possuía 600 alunos, caracterizando-se como um colégio de grande porte; apresentando uma estrutura física formada por salas de aulas, sala de informática, campo de futebol e quadra poliesportiva.Este colégio possui uma equipe de profissionais qualificados que trabalham em busca da melhor qualidade de ensino.

4.3 População e amostra

A população do estudo foi constituída por estudantes de 12 a 18 anos de um colégio particular do Recife que estiverem de acordo com os critérios de inclusão. A amostra foi do tipo intencional com 200 estudantes de ambos os sexos.

4.3.1 Critérios de inclusão

- Idade de 12 a 18 anos;- Estar matriculado no colégio em que foram aplicado o questionário;- Ter o TCLE assinado pelo responsável (APÊNDICE-A).

4.4 Instrumento para coleta de dados

O instrumento utilizado (APÊNDICE-B) foi um questionário fechado, feito pelas autoras para investigar as interferências que poderá surgir na saúde mental do adolescente com o uso freqüente da internet.

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4.5 Operacionalização da coleta de dados

Os dados foram coletados após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa com a assinatura prévia do termo de consentimento (TCLE) pelos responsáveis dos adolescentes no período de agosto a novembro de 2011, os alunos foram avaliados utilizando como instrumento o questionário individual, dividindo os grupos através das séries escolares.

4.6 Aspectos éticos e legais

De acordo com os aspectos éticos, o projeto foi encaminhado para o Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do Hospital Agamenon Magalhães obtendo aprovação com o número da CAAE 0129.0.236.000-11 e o número de registro no comitê 122/2011, sendo precedido do envio de uma carta à direção do Colégio (APÊNDICE-C) também foi encaminhada ao CEP. 4.7 Apresentação e análise dos resultados

Os resultados foram organizados manualmente e inseridos em gráficos e tabelas pelo programa Excel e Word na versão 2007 do Windows 7 e analisados de acordo com a literatura.

5 RESULTADOS

Os resultados estão apresentados a partir da caracterização dos participantes, onde foram entrevistados 200 estudantes cursando o Ensino Fundamental e Ensino Médio de um Colégio particular da cidade do Recife.

Tabela 1: Caracterização da amostra de acordo com a faixa etária, sexo, cor e escolaridade. Recife, nov., 2011.

Faixa etária N %

12 e 13 anos 103 51,5

14 e 15 anos 54 27

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16 e 17 43 21,5

Sexo

Masculino 101 50,5

Feminino 99 49,5

Raça/Etnia

Preto 18 9

Branco 76 38

Pardo 100 50

Amarelo 06 3

Escolaridade

Ensino Fundamental 138 69

Ensino Médio 62 31

A faixa etária predominante entre os estudantes foi 12 e 13 anos com total de 51,5 %, maior proporção de meninos (50,5%), de cor parda 50% e escolaridade fundamental de 69%. É importante destacar ainda que 100% destes adolescentes têm acesso à internet.

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Gráfico 01: Distribuição da amostra em relação ao quantitativo semanal de uso de computador. Recife, nov. , 2011.

De acordo com o gráfico 01 apresentado é possível observar que 75% dos adolescentes utilizam a semana inteira o computador para acessar a internet e apenas 3% da amostra utilizam o computador uma vez por semana.

Gráfico 02 : Distribuição em relação a amostra quantitativa de horas de utilização do computador durante o dia. Recife, Nov., 2011.

A partir do gráfico 02 é possível observar que 39,5% dos adolescentes passam de 2 a 4 horas por dia no computador e 12, 50% seis a oito horas diárias.

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Gráfico 3: Uso da internet sob supervisão. Recife, nov. ,2011.

Através da observação do gráfico 03 conclui-se que 53% dos adolescentes entrevistados não são supervisionado em relação ao conteúdo acessado pela internet.

Gráfico 4: O que a amostra pesquisa na Internet com mais freqüência. Recife, nov.,2011.

Foi avaliado que os adolescentes pesquisam com mais freqüência o MSN (24,4%), Orkut (20,7%), jogos eletrônicos (15,4%), e-mail (14,2%). Os livros e pesquisas

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escolares aparecem como conteúdos menos acessados pelos adolescentes entrevistados.

Gráfico 5: Distribuição da amostra em relação a opinião dos pais ou responsáveis sobre o uso a internet. Recife,nov., 2011. De acordo com o gráfico acima 69% diz que seus responsáveis acham necessário e apenas 9,69% destes acham fútil.

Gráfico 6: Distribuição da amostra em relação desvantagens do uso do computador. Recife, nov., 2011.

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No gráfico 06 observa-se que em relação às desvantagens apontadas pelos adolescentes, prevaleceram com 36,92% aqueles que afirmam deixar de fazer as obrigações e 34,77% referiram não apresentar desvantagens em relação ao uso da internet.

Gráfico 7: Distribuição da amostra em relação as vantagem do uso do computador. Recife, nov., 2011.

Os resultados apresentados no gráfico 07 indicam que 23,94% apresentam como vantagem adquirir conhecimento, relaxamento, aumento da relação de amigos e lazer.

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Gráfico 8: Distribuição da amostra em relação ao acesso ao site de saúde. Recife, nov., 2011.

É possível observar disparidade em relação ao acesso aos sites de saúde, pois 95,5% dos adolescentes não utilizam este site e apenas 4.5% que fazem uso deste. Ficando claro que a maioria busca sites de relacionamento e não aqueles que veiculam informações referentes aos cuidados com a saúde.

6 DISCUSSÃO:

A partir dos resultados apresentados é possível observar que 100% dos adolescentes entrevistados fazem uso de computador, 51,5% destes jovens são do sexo masculino de cor parda. A maioria (24,4%) acessam com mais frequência o MSN, Orkut (20,7%), e jogos eletrônicos (15,4%). Sabemos que o uso do computador é uma importante ferramenta de contato social. Os benefícios decorrentes do uso dos chats (comunicadores instantâneos do tipo MSN, dentre outros) devem ser ressaltados. Segundo ABREU et al (2008) os chats são utilizados principalmente por indivíduos mais tímidos e introvertidos como importante recurso de ajuda. No entanto, juntamente com o aumento na popularidade do uso da rede mundial e dos jogos eletrônicos, surgiram relatos da imprensa leiga e na literatura científica de indivíduos que estariam “dependentes” da

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realidade virtual da internet dos jogos eletrônicos. De acordo com Keepers (1990 apud ABREU et al. , 2008) esta é uma das queixas freqüentes em consultórios psiquiátricos por parte de pacientes mais velhos ou mesmo de pais preocupados com seus filhos ao referirem aumento do isolamento social e piora nos rendimentos escolares e acadêmicos. Através de estudos epidemiológicos o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística - IBOPE (2007 apud ABREU et al.,2008) diz que a dependência de Internet pode ser encontrada em qualquer faixa etária, nível educacional e sócio-econômico. Inicialmente, acreditava-se que a dependência era privilégio de estudantes universitários buscando executar suas atribuições acadêmicas e acabavam por permanecer mais tempo do que o esperado, ficando enredados na vida virtual. Entretanto, tais pressuposições mostraram ser pura especulação. Sabe-se, hoje, que à medida que as tecnologias invadem progressivamente as rotinas de vida, o contato com o computador cada vez mais deixa de ser um fato ocasional e, portanto, o número de atividades mediadas pela Internet aumenta de maneira significativa, bem como o número de acessos e tempo medido na população brasileira que, atualmente, ocupa o primeiro lugar no mundo em termos de conexão doméstica (à frente dos americanos e japoneses). Foi observado que 95,5% dos adolescentes entrevistados não costumam acessar sites de saúde, demonstrando assim a falta de conscientização destes em relação a outros acessos que poderão beneficiá-los em medidas preventivas e educativas em relação a sua saúde. Percebe-se que a maioria estão presos aos sistemas comuns de utilização da internet a todos os adolescentes.Segundo Aberastury, et al (1977) Os relacionamentos virtuais favorecem na fase da adolescência uma possibilidade de “refúgio estratégico”, diante da demanda afetiva própria da “crise normal da adolescência” . Favorecendo a este um isolamento social.

Percebe-se que os jovens estão cada vez mais distantes do mundo real favorecendo o isolamento social. Através desta pesquisa foi percebida pouca abrangência na área estudada sobre o uso da internet, visto que a internet é classificada como um dos tipos de entretenimento que conduzem ao vício. Isto é o que estudam os psicólogos e psiquiatras do Programa de Orientação e Atendimento de Dependentes (Proad), do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Estima-se que cerca de 2,5 milhões de brasileiros podem ser viciados em internet, abrangendo 10% da população entre homens e mulheres, de qualquer idade ou classe social (Dados do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo - Projeto de Dependentes de internet do Ambulatório Integrado dos Transtornos dos Impulsos);

Foi observado através da pesquisa que os pais não supervisionam seus filhos em relação ao uso da internet, não estabelece regras e normas a serem cumpridas, deixando acreditar que seja apenas fonte de pesquisa e estudo, sendo visto que a maioria destes adolescentes

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fazem uso do MSN e orkut como veículo de comunicação privada, permitindo ao jovem que tenha contato apenas com aqueles que faça parte de sua rede de amizade, ficando assim mais restrito sua relação com a família. Pois nesse caso a família fica cada vez mais distante, e sem perceber, o jovem vai excedendo horas na frente do computador, deixando de está compartilhando mais de lazer, cursos e contato familiar. De acordo com Aranha (2004) a família precisa construir padrões cooperativos e coletivos de enfrentamento dos sentimentos, de análise das necessidades de cada membro e do grupo como um todo, de tomada de decisões, de busca dos recursos e serviços que entende como necessários para seu bem estar e uma vida de boa qualidade. É essencial que se invista na escola com orientação preventiva sob o uso da internet dando apoio à família, para que esta possa melhor cumprir com seu papel educativo junto a seus filhos.Deslandes (2005) comenta que não há uma maneira mágica para educar. Tem que aprender na própria convivência com os filhos. Consegue-se uma boa relação quando tenta-se compreendê-los. Compreendê-los é procurar ver como eles se sentem no dia-a-dia e o que pensam em relação à vida.Visto que as mudanças da família moderna, atualmente os pais passam a maior parte do tempo no mundo do trabalho, dificultando este acompanhamento na educação e saúde. Espera-se que este trabalho possa ajudar a família e escola na formação e educação dos filhos, buscando medidas preventivas de acordo com os resultados avaliados pelas autoras evitando futuros agravos na saúde mental de cada aluno.Sabe-se que a escola é um espaço de crescimento, aprendizado e conquistas, onde os adolescentes passam pelo processo de socialização a cada momento. É nela juntamente com a família que aprende-se a conviver, compartilhar, socializar-se e tornar-se um cidadão capaz de interagir com o mundo.Acredita-se que os resultados desta pesquisa ajudará a escola a incentivar seus alunos a fazer o uso adequado a internet em relação ao site de saúde, visto que é pouco utilizado como fonte de pesquisa, que poderá contribuir em medidas preventivas e educativas. Ao se tratar de educação e saúde também em Enfermagem, de acordo com o relatório da Oficina de Trabalho para “Discussão do Plano Nacional de Inclusão das Ações de Saúde Mental na Atenção Básica”, 2001. A realidade das equipes de atenção básica demonstra que, cotidianamente, elas se deparam com problemas de “saúde mental”: 56% das equipes de saúde da família referiram realizar “alguma ação de saúde mental” Por sua proximidade com famílias e comunidades, as equipes da atenção básica são um recurso estratégico para o enfrentamento de agravos vinculados ao uso abusivo de álcool, drogas

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e diversas formas de sofrimento psíquico que poderá prejudicar o rendimento escolar, afetivo e social do indivíduo.O Programa Saúde na Escola - PSE instituído pelo Decreto Presidencial nº 6.286/2007, surgiu como uma política intersetorial entre os Ministérios da Saúde e da Educação, na perspectiva da atenção integral (prevenção, promoção e atenção) à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino público básico, no âmbito das escolas e unidades básicas de saúde, realizadas pelas Equipes de Saúde e educação de forma integrada. A implementação do Programa Saúde na Escola prevê a realização de diversas ações articuladas pelas equipes de saúde e de educação com o objetivo de garantir atenção à saúde e educação integral para os estudantes da rede básica de ensino.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebe-se que a dependência da internet compromete o funcionamento da vida diária de maneira geral. Os prejuízos físicos se estendem a problemas de visão, privações de sono, fadiga, problemas com alimentação e desconforto músculo esquelético. Levando também o adolescente a quadros como depressão, transtorno de humor, ansiedade, transtorno de personalidade.Através da pesquisa realizada pelas autoras podemos perceber que os adolescentes utilizam a internet mais são supervisionado com pouca freqüência pelos responsáveis, fazendo uso de sites de relacionamento comum a todos os adolescentes entrevistados. A maioria não se dá conta de utilizar-se de outros meios que a internet oferece, como site de saúde, que aborda temas como obesidade, auto-estima, exercício físico, alimentação saudável, doenças comuns na adolescência e outros que tragam benefícios na saúde física e mental. Na verdade não se dão conta, pois são levados pela globalização e tecnologias que o mundo virtual oferece. Acreditamos que de acordo como os resultados apresentados pelas autoras esta pesquisa venha contribuir na prevenção de danos que este mundo virtual venha interferir na escola e na família, pois não podemos perceber se existe ou não adolescentes que estão apresentando dependência que esteja comprometendo sua saúde mental. Sabemos que, caso a família e escola não desenvolva algum trabalho de medidas preventivas que colabore no desenvolvimento da qualidade no uso da internet, estes adolescentes entrevistados

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poderão desenvolver algum tipo de dano que venha acarretar prejuízo na sua vida escolar, familiar, social e afetiva. Vimos que esta pesquisa será de grande valia também para o colégio entrevistado, pois contribuirá na educação e saúde dos adolescentes, buscando novos recursos tecnológicos para melhor atendê-los, beneficiando também um uso adequado do computador, utilizando-se de sites educativos, oficinas de busca da qualidade de uso, palestras com a família, colégio e aluno, conscientizando aos pais a importância da supervisão, da integração destes com a família. Pois desta forma evitaremos o adoecimento, o desconforto, a inquietação futura da família, colégio e aluno em relação aos problemas que poderão surgir. Em relação à educação em saúde na Enfermagem as autoras poderão desenvolver como ferramenta de uso para grupos de adolescentes, família em USF ( Unidade de Sáude da Família), desenvolver palestras, medidas preventivas, esclarecer dúvidas e futuros agravos.Pela escassez do estudo sobre o tema, percebe-se que é de grande relevância a realização deste estudo.

8 RECOMENDAÇÕES:

A partir da realização deste estudo recomenda-se:

• Divulgação deste trabalho tanto para os escolares assim como para os profissionais de saúde que lidam com adolescentes para que através de estratégias de educação em saúde previnam o uso abusivo da internet;• Parceria entre os profissionais de enfermagem e educadores, através de atividades educativas para os escolares a fim de prevenir o uso abusivo da internet.• Incentivar pesquisas em sites que divulguem informações sobre a manutenção da saúde e prevenção de doenças.• Aumento da supervisão da família em relação ao conteúdo acessado pelos adolescentes durante a navegação pela internet. • Palestras com equipes interdisciplinares como médicos, psicólogos, professores de informática, que possam trabalhar sites de saúde e seus benefícios. A importância do uso adequado do computador.• Organizar oficinas com escolares utilizando a internet como ferramenta para

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educação em saúde.

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