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con ceito Um novo contexto em notícias Festas de 15 anos prometem agitar GV já no próximo ano Social Prefeitos do interior estão prestes a deixar a política Adeus Caos das grandes cidades chega ao centro de Valadares Inércia Seria importante ter Aécio candidato a presidente O PAI DO CHOQUE DE GESTÃO ANASTASIA ANTONIO Ano 1 Nº 1 Agosto 2012

Revista Conceito

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1Agosto 2012conceito

conceitoUm novo contexto em notícias

Festas de 15 anos prometem agitar GV já no próximo ano

SocialPrefeitos do interior estão prestes a deixar a política

AdeusCaos das grandes cidades chega ao centro de Valadares

Inércia

Seria importante ter Aécio candidato a presidente

O PAI DO CHOQUE DE GESTÃOANASTASIAANTONIO

Ano 1 Nº 1 Agosto 2012

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3Agosto 2012conceito

Bianco Cunha é formado em Comunicação Social pela UFJF e é pós-graduado em Marketing. Tem experiência de trabalho na Rússia e atualmente tra-balha na Orquestra Sinfônica Brasileira.

Jornalista, professor universitário, âncora da TV Record Minas e Rádio Itatiaia e empresário da comunicação. Já atuou como correspondente internacional na China, EUA, Israel e Argentina.

Artista notável nos mais variados campos de ex-pressão. É pintora,escultora, escri-tora, documen-tarista, cineasta, inventora. Clores é plural.

Psicólogo, pes-quisador e mestre em Psicologia pela UFES e membro do Comitê de Ética em Pesquisa na cidade de Barreiras-BA.

Formado em Filosofia pelo Se-minário São José e em Pedagogia pela UFMG. É diretor da empresa Dialétika e coordenador técnico de cursos de capacitação do Sicoob em 8 estados.

Jornalista, especia-lista em Comunica-ção Empresarial e mestre em Ensino Superior. Consul-tora de etiqueta há uma década, ministra cursos e palestras e é autora do site elegante-sempre.com.br

BIANCO CUNHA CARLOS VIANA CLORES LAGE IGOR MADEIRA INOCÊNCIO MAGELA JANAÍNA DEPINÉ

Conheça nossos

Colaboradores

Mestre em Direito pela UGF/RJ, especialista em Direito Empresarial e em Gestão Estratégica de Cooperativas. Professor Universitário.

Jornalista valadarense, radicada nos EUA há 12 anos. For-mada pela Boston University como tradutora e intér-prete em 2009, é proprietária da empresa Mass Translations.

Graduado em Gas-tronomia pela Está-cio de Sá, Lucas Del Peloso já chefiou grandes empresas como o Grupo Porcão e o La Isla. Atualmente esta à frente das criações do Restaurante Villa Roberti, em BH.

Repórter especial da Rede Record. Foi locutor de rádio nos EUA, editor-chefe do jornal Hoje em Dia e repórter da Rede Globo. Ganhador do Prêmio Ayrton Senna e Imprensa Embratel.

Formada em Comunicação Social pela UFJF. Cursou parte da graduação na Universidade de Salamanca, na Espanha, e é ex-empresária júnior. Hoje é trainee de Marketing na BRMalls.

JOSÉ FRANCISCO JULIANA TEDESCO LUCAS PELOSO LUIZ GUSTAVO (BILÓ) TAINÁ COSTA

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4Agosto 2012conceito

conceitoUm novo contexto em notícias DIRETORIA

Diretor-presidenteGetúlio Miranda

Diretoria ExecutivaDileymárcio de Carvalho – MG 6697JPSonia Augusta Miranda

REDAÇÃO

Jornalista ResponsávelAndré Manteufel – MTb MG-10456

EstagiárioGeorge Gonçalves

FOTOGRAFIAPierry AiresKK Gontijo (colaboração)

EDITORIA DE ARTE

DiagramaçãoAndressa Tameirão – MG-14994JP

Designer GráficoCarlos Faria

Projeto GráficoAndressa Tameirão

Revista Conceito Ltda. CNPJ: 16.671.290/0001-35Endereço: Rua Olegário Maciel, 569 Esplanada - CEP: 35010-200Governador Valadares-MGEmail: [email protected]: (33) 9989-4092 / 9968-7171As opiniões emitidas pelos colaboradores no conteúdo desta revista são de inteira responsabilidade dos autores.

Contato Comercial:(33) 9989.4092

E-mail: [email protected]

EditorialNão foi por acaso que a humanidade teve o sacrilégio de

atribuir ao mês de agosto a fama de ser o mês do azar. Ao consultar um desses calendários de datas comemorativas, dá--se conta, por exemplo, de que o dia 23 da amaldiçoada trin-tena foi o tempo escolhido por sabe-se lá quem para celebrar o Dia da Injustiça.

Quando exatamente se criou essa “celebração” nacional pouco se sabe, mas para ajudar a desmistificar a aura de azar que circunda o Agosto, é oportuno esclarecer que não se trata de festejar a prática, mas apenas induzir os brasileiros a fazer-mos uma justa reflexão sobre o tema.

De toda forma, ainda assim não é argumento nem prova suficiente para convencer o mundo ocidental de que o oitavo mês do calendário gregoriano não é aquilo tudo de ruim que foi pintado por suas sociedades mais antigas.

Culpa, talvez, das mulheres portuguesas. No auge das grandes embarcações de Portugal, por volta do século XVI, elas diziam que casar em agosto era sinal de desgosto. Não era cisma de noiva supersticiosa, mas a infeliz realidade das próprias naus, que nesta época do ano desancoravam para viajar mar afora repletas de homens, deixando as pobres don-zelas recém-casadas sem desfrutar sequer do direito matri-monial da lua-de-mel.

Azar do mês do azar também ter sido motivo de desgosto por fatos mais diversos. Guerras, as bombas atômi-cas de Nagazaki e Hiroshima e acidentes, como o que cul-minou na morte de Lady Di, formam uma extensa lista de coisas que parecem ter elas escolhido data para acontecer.

Diante de tantas coincidências históricas, talvez nada mais apropriado do que ir contra as próprias evi-

dências. E, desta forma, com a pretensão de nascer sob o manto da contradição histórica, nada mais sensato lançar, justo agora, justo em agosto, a REVISTA CONCEITO. Afinal de contas, se para muitos agosto é visto com to-dos os receios e precauções, para muitos outros é também tempo de renovação, de recomeço e de reconstrução. É tempo de refletir sobre o passado, vivenciar o presente e vislumbrar o futuro.

E o futuro deste Leste de Minas, se ainda é obscuro e in-certo política e economicamente, ao menos agora tem neste veículo de comunicação a referência para buscar um norte. E com um adendo: trata-se de um material que responde à magnitude dos nossos leitores, oferecendo uma qualidade editorial e gráfica que impressiona, sem se permitir perder o foco da notícia e do cotidiano da região. Por isso, a RE-VISTA CONCEITO chega de forma ousada, para azar de outros, com a exclusividade de uma entrevista com o gover-nador Antonio Anastasia e com um novo olhar sobre a so-ciedade em geral.

Por tudo isso, estamos convictos em afirmar que não ha-via em Valadares e região um material tão imponente e ao mesmo tempo tão informativo. Pois aproveite este primeiro exemplar, em pleno agosto, e prepare-se. A partir de agora, acostume-se com a ideia de se surpreender! Cada edição virá com a garantia de causar um frio na espinha, um anseio abso-luto de ler cada página, cada texto, cada fotografia.

Surpreender-se e provar algo novo podem ser mesmo sensações típicas do mês de agosto. A propósito, quanto ao Agosto, fizemos nossa parte: acabamos de corrigir uma injustiça.

IMPRESSÃOGráfica Del ReyBelo Horizonte-MG

TIRAGEM2.000 exemplares

Periodicidade mensal

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5Agosto 2012conceito

ÍndiceBRUSCHETTERIAS

COM A PALAVRA

CASAMENTOS

SICOOB ASSINA CONVÊNIO

7

6

38

14

NEM SÓ DE PÃO 12

NISSAN INAUGURA LOJA 16

FACEBOOK E MARCAS 18

NO FIM DA LINHA 19VALE CAP

ACADEMIAS EM ALTA

COTAS CONDOMINIAIS

BIGCARD

22

24

42

64

RIO + 20

ECO DE OUTRAS ERAS

26

66

O SONHO DE MORAR BEM

REFLORESTAR

ETIQUETA NO CELULAR

MISSÃO VIDA

44

68

56

75

COLUNA JOVEM

PENSAMENTO DE STUART HALL

CONDOR BLANCO

AMERICAN CONNECTION

30

46

70

58

30 ANOS DE ANANDA

FENÔMENO DA LIDERANÇA

COMO ESTÁ SEU SORRISO

47

72

60

SEGURANÇA NO TRABALHO

VIDA NO GELO

DIET E LIGHT

EXPECTATIVA x FRUSTRAÇÃO

40

61

50

74

Exclusivo: Confira como foi a festa de 50 anos de Ulisses

Lemgruber

31Descubra por que o MMA

atrai cada vez mais jovens às academias

28CONCEITO busca soluções para o trânsito caótico de

Valadares

52

Governador Antonio Anastasia recorda momentos importantes

até ascensão política

8

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6Agosto 2012conceito

Sobre conceitos eatitudes

Por Wellington Braga

E-mail: [email protected]

Menos cultuado que Jô Soares e Chico Anysio, mas nem por isso menos talentoso, o ator e hu-morista Orival Pessini (mais conhecido por dar

vida ao famigerado Fofão, dos programas infantis dos anos 80) é autor de grandes e inesquecíveis bordões. O primeiro deles foi criado para o Macaco Sócrates, que lá na década de 70 já dizia diante do inexplicável: “não precisa explicar. Eu só queria entender”.

É assim hoje, quando para tentar entender algumas coi-sas, procuramos nos ater a determinados conceitos, que se-gundo nos diz o Aurélio, é o ato de formular uma ideia por meio de palavras, definição ou caracterização. Mas pode ser também uma avaliação, opinião ou julgamento.

Pois bem. Diante disso, questiono: qual o conceito de cidade limpa? A que menos se suja? A que mais investe em coleta de lixo e varrição? Ou a que oferece aos seus cidadãos as melhores condições de ir e vir com tranquilidade e sem riscos até para sua integridade física, especialmente no cen-tro da cidade, onde se concentra o comércio e a circulação de pessoas e automóveis?

Para nos guiar nesse conceito, temos muitos instrumen-tos: o Código de Postura, o Código Sanitário, o Parcela-mento do Solo, a mobilidade urbana. E não por coincidên-cia, todos eles apontam para as mesmas necessidades de adequação e liberação das calçadas para uso dos pedestres e acessibilidade dos deficientes. E aí estamos falando de um conjunto de coisas: nivelamento, placas e letreiros, locais e horários para carga e descarga, ocupação indevida das cal-çadas (leia-se camelôs, mesas de restaurantes e lanchonetes, toldos e marquises, etc.). Tudo o que interfere na mobilida-de de quem trabalha ou faz uso do comércio central.

E já que estamos falando de mobilidade no centro da cidade, que conceito fazer sobre o estacionamento Zona Azul? Sancionada em 1987, pelo então prefeito em exer-cício Gilson Motta, a lei que instituiu o Zona Azul previa a sua operacionalização por uma entidade assistencial sem

fins lucrativos para promoção de trabalho e renda para me-nores. Em 1999, já com o Mourão como prefeito, essa res-ponsabilidade foi transferida para o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente.

No contrato de concessão assinado pelo Fassarella em 2004, ficava estabelecido que o serviço seria prestado por adolescentes carentes recrutados através de projetos sociais, que haveria fornecimento de imagens com data e horá-rio dos veículos autuados no descumprimento da lei e que a maior parte dos recursos alocados com a operação seria destinada a programas voltados para os próprios menores. E em 2009, um aditivo deste contrato com finalização prevista para outubro de 2014, foi assinado pelo então secretário Cé-sar Coelho. Tudo muito legal.

Na prática, as coisas não são bem assim. Já não existe o trabalho dos menores. O uso de fotografias para justificar as constantes multas também não existe. De verdade, o que há é o pagamento dos cidadãos para usar as 1.800 vagas diárias exploradas pelo sistema, gerando uma receita superior a R$ 400 mil por mês, cujo destino deveria merecer um pouco mais da atenção dos nossos nobres vereadores, oficialmente eleitos para fiscalizar os atos do Executivo em nome do povo.

Estes são assuntos que de alguma forma interferem dia-riamente na vida dos cidadãos, dos comerciantes e até dos industriais da nossa cidade, e que, na minha opinião, mere-ciam ser mais discutidos, especialmente pelas entidades de classe como a ACE-GV, CDL e outras instituições repre-sentativas que através de seus dirigentes, e apesar das dife-renças individuais de pensamento, podem e devem trabalhar juntas para unir forças e obter resultados que beneficiem a todos. E porque não? Mas este é só o meu conceito!

Wellington Silveira de Oliveira Braga é formado em Engenharia Civil. Foi superintendente da Construtora Mendes Júnior por 11 anos. Dirigiu o Sindicato das Indústrias de Laticínios de Minas Gerais, e atualmente

preside a Associação Comercial de Governador Valadares.

com a palavra

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7Agosto 2012conceito

Um novo segmento gastronômico vem ga-nhando espaço em BH e nas principais capitais do país. São as bruschetterias,

casas italianas especializadas em servir bruschet-tas. O serviço desses estabelecimentos é rápido e remete a um fastfood “gourmet” com carta de vi-nhos, espaço bem decorado e bom atendimento.

A palavra bruschetta vem de “bruscato”, que em italiano significa tostado. Considerada na antiguidade como um petisco simples de ori-gem camponesa, a receita surgiu nas regiões da Itália Central por volta do século XV, feita com uma fatia de pão rústico de casca crocante gre-lhado, alho esfregado, azeite e sal. Atualmente a receita sofreu grandes adaptações e pode ser adequada ao paladar de todos. Basta ser criati-vo e aproveitar os ingredientes de cada estação para criar as coberturas que podem ser quentes ou frias, servidas como canapés ou até mesmo como prato principal.

Sugerimos duas receitas especiais e fáceis de preparar, que prometem fazer muito sucesso no seu happy hour.

Bruschetta Caprese

Ingredientes:

03 fatias de pão italiano ou pão artesanal cor-tado na diagonal com 1cm de espessura e 8cm de

Por Lucas PelosoE-mail: [email protected]

Moda gastronômica nas principais capitais do Brasil

Bruschetterias:

comprimento03 fatias de mussarela de búfala12 unidades de tomatinho cereja cortados ao

meio e sem semente01 dente de alho descascadoAzeite e manjericão a gostoPreparo: Numa frigideira ou grill, grelhe a

fatia de pão com um fio de azeite até ficar crocan-te. Em seguida, com o pão ainda quente, esfregue delicadamente o alho para aromatizar. Disponha uma fatia de mussarela rasgada sobre a fatia de pão e, por cima, arrume delicadamente os tomatinhos. Leve ao forno pré-aquecido a 200º C por 7 minu-tos. Finalize com folhas de manjericão e azeite.

Bruschetta al prosciutto e brie

Ingredientes:

03 fatias de pão italiano cortados conforme en-sinado na receita anterior

03 fatias de queijo brie03 fatias de presunto Parma ou tipo cru01 dente de alho descascadoAzeite a gostoPreparo: Prepare as fatias de pão e esfregue o alho

como ensinado anteriormente. Em seguida, disponha o queijo brie e leve ao forno pré-aquecido a 200º C por 5 minutos. Retire do forno e disponha a fatia de presunto Parma. Sirva com azeite.

bon vivant

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8Agosto 2012conceito

Por André Manteufel Dileymárcio de Carvalho Sonia Augusta Miranda

AnastasiaFazer política é uma arte que se aprende e se aperfeiçoa no dia-a-dia“

bola da vez

Antonio

Ao longo dos 2.646 dias de mandatos do governador Aécio Neves (PSDB), entre 1º de janeiro de 2003 e 31 de março de 2010, proclamou-se em todo o país que a tradicional política mineira voltava a viver seus tem-pos de ouro. A proposta desenvolvimentista – e, diga--se de passagem, ousada – do tucano para o Governo de Minas, comprovada por obras consideradas faraônicas para um estado que acabara de sair de uma crise ins-titucional provocada pela moratória defendida a ferro e fogo pelo governo Itamar Franco, fez da administra-ção aecista um modelo a ser seguido por outros políticos.

O “Choque de Gestão”, que tinha como linha de frente a redução dos gastos públicos e o fim dos déficits nas con-tas do Estado, foi a principal plataforma de um governo composto por um corpo de secretários altamente técnicos e focados nos resultados. Um deles, responsável por coorde-nar a equipe de transição, assumiu, em 2003, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – justamente a pas-ta responsável por conduzir a bandeira daquele governo.

De secretário, Antonio Augusto Junho Anastasia passou à condição de vice-governador para o mandato 2007-2010, chegando efetivamente à chefia do governo mineiro no último ano de mandato, por conta da desin-compatibilização de Aécio Neves, que tentaria, e con-quistaria, uma vaga no Senado Federal. Anastasia, por sua vez, ganhou as eleições para governador com o apoio de 62,72% dos eleitores. Agora, nesta primeira edição da REVISTA CONCEITO, o sucessor de Aécio Neves fala com exclusividade sobre a carreira política, a ami-zade com o senador e com o ex-prefeito de Governador Valadares José Bonifácio Mourão, de quem foi assessor no período em que foi redigida a Constituinte Mineira.

Foto: Omar Freire

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9Agosto 2012conceito

Revista ConCeito - O senhor é o primeiro go-vernador a, efetivamente, iniciar todo o mandato na Cidade Administrativa. A nova sede do Go-verno de Minas muda o olhar dos outros estados para os mineiros?Antonio Anastasia - Após dois anos em fun-cionamento, podemos dizer que a Cidade Ad-ministrativa Presidente Tancredo Neves está cumprindo o papel para o qual foi concebida. Ao concentrar todos os órgãos do Executivo num mesmo local, buscou-se facilitar a comuni-cação, reduzir gastos e potencializar os recursos públicos. Todos os que visitam a Cidade Admi-nistrativa ficam maravilhados com a imponência dos prédios e a otimização do uso funcional dos espaços. Os servidores, melhor distribuídos, con-tam com mais conforto para desempenhar suas funções. Em termos de redução de gastos, conse-guimos, nestes dois anos, fazer uma economia da ordem de R$ 90 milhões para os cofres estaduais, recursos que estão sendo aplicados nas áreas mais importantes para a população, como, por exem-plo, em saúde, educação e segurança.

RC - O que mais o impressiona na nova sede do Governo? Antonio Anastasia - Além da beleza arquitetô-nica do projeto do genial Oscar Niemeyer, a inte-gração entre os diversos órgãos da administração, facilitando a comunicação entre as secretarias e órgãos públicos, é um dos principais ganhos da Cidade Administrativa.

RC - De toda forma, não foi só a sede do Governo de Minas que mudou nos últimos anos. Foi difícil a transformação do Anastasia com perfil notada-mente “técnico” para o Anastasia “político”? Antonio Anastasia - Não é grande a dicotomia entre o político e o técnico. O homem é um ser político. Alguns fazem a carreira servindo ao pú-blico, sem concorrer a um cargo eletivo. Outros optam pela vida pública concorrendo a cargos eletivos. O servidor público é um ente político, que elege o servir a seu povo como meta de vida. A minha história de vida e profissional está liga-da a este segmento.

RC - Mas qual dos dois perfis, na sua avaliação, mais se mostra necessário na rotina de governar o Estado? Antonio Anastasia - Fazer política é uma arte que se aprende e se aperfeiçoa no dia-a-dia. A administração de um Estado como Minas Ge-rais pressupõe uma série de condicionantes a

quem se candidata a tal missão. As decisões téc-nicas precisam ter o respaldo político para surti-rem os efeitos necessários. As decisões políticas não podem prescindir da argumentação e das bases técnicas para ter sucesso.

RC - E é possível equilibrar essas duas caracte-rísticas? Antonio Anastasia - Para as decisões de governo procuro levar em consideração todas as variáveis técnicas e políticas. A valorização de uma em de-trimento de outra pode levar a distorções, com reflexos nos resultados finais. O governador deve dar o exemplo e saber dosar as ações, observan-do tanto os aspectos técnicos quanto os políticos. Assim agindo, creio, todos ganharão.

RC - Os índices de aprovação dos dois mandatos do governador Aécio Neves são atribuídos à imagem positiva desencadeada pela profissionalização da gestão pública, além do forte investimento em pu-blicidade. Mas existe um consenso popular de que as estratégias econômicas bem-sucedidas no Estado foram encabeçadas não por Aécio, mas pelo senhor. Esta é uma verdade absoluta ou parcial?Antonio Anastasia - Desde que recebi o convi-te do então candidato Aécio Neves para integrar sua equipe de governo, procurei seguir à risca suas orientações. Foi por inspiração dele que constru-ímos a política de soerguimento da economia do Estado, eliminando gargalos na administração e repondo Minas Gerais na posição de destaque no cenário nacional. Por conta do trabalho que come-çamos em 2003, sob a liderança do então gover-nador Aécio Neves, é que acabamos de receber da agência de classificação de riscos norte-americana Standard & Poor’s, - que recentemente passou a avaliar as contas mineiras, o rating (BBB-) indi-cando o Estado ao status de investiment grade. Essa classificação do Estado no grau de investi-mento permite diversos benefícios, como taxas de juros menores e atração de grandes investidores de países desenvolvidos que, por regras dos seus estatutos, só podem investir em ativos considera-dos de baixo risco, caso, agora, de Minas Gerais.

RC - o que coincide com uma pesquisa divulga-da em maio deste ano pela empresa de consultoria Macroplan, que avalia a qualidade da gestão pú-blica no Brasil, indicando Minas Gerais como o es-tado brasileiro campeão neste quesito. Não seria a prova de que o senhor, oficial e extra-oficialmente governando o Estado há quatro anos, é o responsá-vel pelo trabalho iniciado em 2003?

Não é grande a dicotomia entre o político e o técnico. O homem é um ser político. Alguns fazem a carreira servindo ao público, sem concorrer a um cargo eletivo

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10Agosto 2012conceito

As pesquisas são como retratos de um momento. Ninguém melhor do que a sociedade a que servimos para avaliar nosso trabalho

Antonio Anastasia - O Choque de Gestão foi uma política posta em prática sob a batuta do governador Aécio Neves. Todos os seus auxiliares tiveram um papel importante para o sucesso deste novo modelo de gerenciamento da máquina pú-blica. E, certamente, não teríamos tido êxito se não tivéssemos contado com o apoio e o engajamento dos servidores públicos. Hoje, podemos comemorar, pois este modelo é aplaudido não somente no Brasil, mas por organismos internacionais, como o Banco Mundial.

RC - E a que o senhor atribui o resultado dessa pesquisa?Antonio Anastasia - O resultado da pesquisa é o reconheci-mento dos acertos de um projeto de política pública que leva em consideração os resultados que a sociedade espera na aplicação dos recursos públicos. A nossa determinação é gastar menos com o Estado e mais com o cidadão. Isso explica os bons resultados que temos alcançado, nos últimos anos, em educação, em saúde, em segurança e em infraestrutura, só para citar alguns exemplos.

RC - Qual a sua relação hoje com o agora senador Aécio Neves?Antonio Anastasia - O senador Aécio Neves é um dos expo-entes da política brasileira. Somos aliados há muito tempo e como tal mantemos uma relação estreita, com respeito mútuo e fraternidade.

RC - O senhor conversa com ele com que frequência?Antonio Anastasia - O senador tem as atribuições que o povo de Minas lhe outorgou. Essa responsabilidade passa também pelo Estado e ele, como um mineiro cônscio de seu papel na República, participa ativamente das questões de nosso Estado. Estamos em contato frequente.

RC - Isso significa que ele opina sobre as medidas que o senhor toma como governador?Antonio Anastasia - Um chefe de governo não pode ser uma ilha. As sugestões e conselhos do senador Aécio Neves e de outras lideranças políticas são essenciais para o bom desempe-nho do meu governo.

RC - Mas até que ponto vão essas sugestões e conselhos? Já rece-beu dele algum tipo de alerta por algo que o senhor tenha feito na condição de governador, por exemplo? Antonio Anastasia - Quem recebe a incumbência de liderar um povo como o mineiro não pode correr riscos de se isolar. As correções de rumo são uma constante na vida de qual-quer pessoa, independentemente da posição que ocupa. As opiniões são recebidas e analisadas, considerando uma série de fatores. Especificamente com o senador Aécio temos um diálogo constante e aberto.

RC - A presidenta Dilma Rousseff desponta nas pesquisas com um alto índice de aprovação pelos brasileiros, perto dos 80%. Para o senhor, os números condizem com a atuação da petista no Palácio do Planalto em um ano e meio de mandato?

Antonio Anastasia - As pesquisas são como retratos de um momento. Ninguém melhor do que a sociedade a que servi-mos para avaliar nosso trabalho. Temos com a presidente da República, que é mineira, uma excelente relação institucional, torcemos para o êxito do seu governo e para que ela continue ajudando no desenvolvimento do nosso Estado.

RC - A dois anos das eleições nacionais, a popularidade pode ser interpretada como um indício de favoritismo em 2014. Pensan-do nisso, o senhor diria que o caminho do PSDB para retomar o poder fica mais uma vez difícil? Antonio Anastasia - Ainda não chegamos à metade do man-dato. O pleito de 2014 ainda está muito longe. Antes dele, ainda teremos as eleições municipais, que são outro momen-to. Mesmo com a grave crise internacional, o Brasil vive uma quadra positiva, o que tem contribuído para a boa avaliação dos atuais administradores. Mas 2014 está num horizonte distante e outras preocupações, como a consolidação de uma

Foto: Wellington Pedro

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11Agosto 2012conceito

boa administração, ainda o precede.

RC - O Brasil está perto de completar 10 anos de gestão petista frente ao Governo Federal e, pelo menos até as próximas eleições, terão sido 12 anos, sempre com popularidade alta. Que lição o PSDB tira de todo esse período sem governar o país?Antonio Anastasia - O PSDB tem desempenhado, em âmbito nacional, o papel que os eleitores deste país o destinou nos últi-mos anos, que é o de oposição. Não se opor pelo simples prazer de fazê-lo, mas de contribuir para a melhoria das condições de vida dos brasileiros. Mas somos responsáveis por administrar importantes unidades da Federação, como Minas e São Paulo, por exemplo. Com isso, nossa responsabilidade é ainda maior.

RC - e as vitórias sucessivas do PT ensinaram algum caminho ao PSDB?Antonio Anastasia - O caminho do PSDB é fazer, nos esta-dos e prefeituras sob seu comando, uma administração respon-sável e próxima aos interesses da população. Devemos, como temos feito, mostrar resultados e deixar claro qual é a maneira do partido de administrar, com seriedade e competência.

RC - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse após a derrota do partido nas eleições de 2010, e o próprio Aécio Neves concordou, que o PSDB teria de lançar seu nome para concorrer à presidência em 2014 no máximo em dois anos. Este período está em vias de expirar. O senhor diria, então, que o cenário do partido já está definido para essa disputa?Antonio Anastasia - O nome do senador Aécio Neves está posto como uma alternativa dentro do partido. Eu tenho dito que para Minas e para o Brasil seria muito importante termos o senador como candidato à Presidência da República. E ele tem o meu integral apoio. Mas antes das eleições presidenciais, como disse, temos as eleições municipais.

RC - De toda forma, considerando que o nome do partido seja mesmo o de Aécio Neves, o senhor acredita na virada tucana so-bre a forte candidatura da presidenta Dilma?Antonio Anastasia - A vitória ou a derrota é decorrência do processo democrático, onde o povo é soberano. O meu par-tido entrará na disputa para ganhar. Para isso, teremos, pri-meiro, de mostrar ao eleitor que nossa proposta é a melhor. E, depois, que nossos quadros são os melhores para administrar esse imenso Brasil.

RC - E para as eleições de Minas, quem o PSDB prepara de sucessor? O vice, Alberto Pinto Coelho, e o presidente da Assem-bleia Legislativa, Diniz Pinheiro, seriam nomes naturais. Mas já se ventilou até mesmo a irmã de Aécio, Andréa Neves. Estão mesmo entre estes ou já existe uma definição?Antonio Anastasia - Ainda não chegamos à metade do man-dato. Nossa coligação tem vários nomes em condições de dar continuidade ao nosso trabalho, que começou com o então

governador Aécio Neves, e que tem como objetivo central melhorar a vida dos mineiros.

RC - E o senhor, já parou pra pensar no seu futuro político? Vai tomar o mesmo caminho de Aécio e tentar uma vaga no Senado?Antonio Anastasia - O meu objetivo é concluir, com a apro-vação com que conto hoje, o meu mandato, que ainda não chegou à metade. Penso constantemente em como fazer em Minas um governo à altura da votação e da confiança que ob-tive. Ainda é cedo para antecipar, de outra maneira, a sucessão.

RC - Em Valadares e região, há um reconhecimento de que o ex-prefeito e hoje líder de Governo na Assembleia Legislativa José Bonifácio Mourão foi quem o conduziu à política. Como foi essa experiência?Antonio Anastasia - Estreitei as minhas relações com o de-putado Mourão durante o processo de elaboração da Cons-tituição Mineira, da qual ele era o relator e eu integrava a equipe de assessores chefiada pelo saudoso professor Paulo Neves de Carvalho. Para todos os que participaram daque-le momento histórico foi uma experiência muito rica, com amizades sendo construídas ou solidificadas. O deputado Bonifácio Mourão, para a minha alegria, é hoje o líder do governo na Assembleia, função que ele desempenha com grande habilidade e eficiência.

RC - O que a convivência com Mourão o forneceu em termos de conhecimentos políticos?Antonio Anastasia - O contato com o deputado Mourão não se exauriu com o final dos trabalhos constituintes e a en-trega ao povo mineiro de uma Carta Magna moderna e, por isso mesmo, duradoura. Construímos uma amizade perene. Hoje, como governador do Estado, tenho meu amigo como líder de Governo, por sua competência, pela experiência que ele acumulou no Legislativo e pelo grande negociador que é.

RC - E já que falar de Mourão naturalmente remete ao Leste de Minas, que mensagem o senhor deixaria para a população desta localidade, através da REVISTA CONCEITO?Antonio Anastasia - Sem negligenciar o atendimento a esta ou aquela, temos, em meu governo, priorizado as ações na-quelas regiões onde as desigualdades são maiores. Quere-mos construir uma Minas mais igual, com todo o Estado dotado de infraestrutura física, com escolas de qualidade, capaz de formar mão de obra para atendimento às deman-das do mercado de trabalho, com uma saúde à altura dos mineiros. Queremos construir um mapa no qual, guardadas as diversidades regionais, tenhamos a cor única do desen-volvimento. Nessa empreitada, a participação do povo e das lideranças do leste mineiro é fundamental. Nosso grande desafio é transformar Minas Gerais no melhor Estado para se viver. Para tanto, é imprescindível o apoio desta grande e importante região do nosso Estado, que é o Leste de Minas.

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12Agosto 2012conceito

Recentemente estive em Newark, New Jersey (EUA), para rever alguns amigos valadarenses que ainda vivem por lá.

Encontrei uma cidade cada vez mais esvaziada de estrangeiros e de progresso. Nem de longe, o lugar se parece com a comunidade fervilhan-te do Ironbound que conheci em 2004. Eram tempos de fartura. Jornais em português distri-buídos aos milhares gratuitamente para levar notícias aos trabalhadores que decidiram enca-rar o desafio de realizar o sonho da América. Companhias de vários ramos da construção civil garantiam os empregos aos recém-chegados e o envio de milhões de dólares mensalmente para as famílias e cadernetas de poupança no Brasil.

As casas novas eram rapidamente compra-das e os quartos disponíveis alugados, garan-tindo aos proprietários o dinheiro extra para o pagamento das parcelas financiadas. De fato, um tempo de muita prosperidade para os es-trangeiros em uma terra que recebia a todos como filhos.

Mas os ventos mudaram. A economia ame-ricana entrou em recessão e os empregos fica-

ram escassos para todos. Os brasileiros com do-cumentação conseguiram se firmar com muita dificuldade nos negócios. Quanto aos ilegais, o que já era difícil ficou ainda mais complicado.

O jeito foi olhar para trás e encarar o re-torno para um Brasil que também havia muda-do. Mas para melhor. Por aqui, encontraram o dinheiro valorizado, o mercado interno forte e pelo menos trinta milhões de compatriotas que saíram da miséria e puderam realizar os sonhos de consumo. Nada mal! O êxodo de estrangei-ros foi tamanho que não somente os brasileiros, mas também os mexicanos, decidiram arrumar as malas. Pela primeira vez na história ameri-cana, o fluxo migratório foi negativo em 2011. Saiu mais gente do que entrou pela fronteira, de acordo com o Pew Center Research, especialis-ta em pesquisas de comportamento.

Mas qual não foi minha surpresa em Newark ao encontrar vários desses imigrantes retornando para a cidade depois de não terem se adaptado por aqui. O que teria aconteci-do? Afinal, estamos em pleno emprego, com menos de 5% da população economicamente

Por Carlos VianaE-mail: [email protected]

colaborador

Nem sóde Pão

Page 13: Revista Conceito

13Agosto 2012conceito

ativa sem trabalho. Só temos dados posi-tivos sobre a economia. Como ensina a Bíblia, nem só de pão vive o homem.

É preciso também educação como garantia de igualdade,

qualidade de vida no trânsito, segurança

pública confiá-vel e sistemas de saúde que f u n c i o n e m regularmente.

O choque de vi-ver em uma civilização mais adiantada gerou

muitos brasileiros mais exigentes e críticos que

não se adaptaram ao que foram no pas-sado. Eis aqui um

ponto que pode nos ajudar a, quem sabe, entender o desâni-mo de alguns dos nossos com a terra

brasilis. Será que podemos em algum momento comparar

o sistema policial e judiciário americano com o nosso brasileiro? Bem, é melhor pular esta parte porque a vergonha verde amarela seria demasiadamente grande para o nosso brio patriótico.

Junto com os “brazucas” que retornaram temos visto também o exemplo de estrangeiros que escolheram o Brasil como nova morada. Gente que repete as sagas de italianos, japoneses, alemães e árabes que chegaram cheios de espe-rança nos portos brasileiros no final dos séculos dezoito e dezenove. Mas e hoje? Por quanto tempo os novos imigran-tes permanecerão por aqui? Um deles, um bancário italiano de 28 anos, chegou numa sexta feira de julho em São Paulo, onde iria morar, e foi assassinado durante um assalto na

madrugada de sábado para domingo. Nós, brasileiros, ainda temos muito o que fazer e mudar em nosso país. Mesmo com toda a crise na Europa, com todo o desemprego nos Estados Unidos, nações desenvolvidas não oferecem apenas “pão” e moeda forte aos seus trabalhadores. A vida nas ruas e avenidas de uma América ou de um Canadá não é fácil. Quem foi emigrante sabe disso. Sem moleza para quem não trabalha ou comete crimes. Mas quem produz vive e pode ter a certeza de um amanhã mais tranquilo para os filhos.

Mas e nós? Por quanto tempo teremos um Brasil com a economia forte e oferecendo empregos para a maior parte? Eis aqui mais uma resposta difícil de ser formulada. Assim como no orçamento doméstico de nossas casas, qual país consegue se manter em crescimento constante perdendo milhões e milhões de reais em escândalos e desvios de ver-bas públicas?

Somente no caso do Mensalão, que começou a ser julga-do este mês pelo Supremo Tribunal Federal, os promotores estimam em mais de R$100 milhões o dinheiro que saiu dos cofres públicos para o pagamente de deputados federais em apoio ao governo Lula. São 38 os réus, e dificilmente um de-les irá para a cadeia. Como são primários, nunca antes foram condenados, e por isso as penas devem ser brandas. E assim vamos tocando nosso barco e nosso samba.

Como um dos milhões de imigrantes brasileiros que um dia sentiu saudades de casa e aguardou cheio de esperança o dia de ver o Brasil tornar-se um país mais justo, temos de acreditar em nossa capacidade de mudar os rumos do futu-ro. Vamos trabalhar para que os novos imigrantes e os que voltaram para casa nunca se desanimem com as mazelas de uma nação ainda injusta e sem punição. Vamos ficar aten-tos, pois o progresso deles lá fora foi construído à base de muito sacrifício e amor pela terra. O Brasil é o nosso lugar. De trabalho, mas também de compromisso com o futuro dos nossos filhos e netos. Do contrário, veremos mais uma vez milhares e milhares de mães e pais de família deixarem suas casas em busca de vida melhor no além-mar, mais uma vez na condição de estrangeiros. O que aprendemos lá nas terras estranhas não pode ser esquecido. Tem de ser trans-formado em atitudes para construirmos um Brasil melhor.

O choque de viver em uma civilização mais adiantada gerou muitos brasileiros mais exigentes e críticos que não se adaptaram ao que foram no passado. Eis aqui um ponto que pode nos ajudar a, quem sabe, entender o desânimo de alguns dos nosso com a terra brasilis.

Page 14: Revista Conceito

14Agosto 2012conceito

Não é à toa que o mix de produtos e serviços oferecidos pelo Sicoob Crediriodoce aos seus clientes é um dos diferenciais que fa-

zem da instituição uma das fomentadoras do mer-cado local. E o reconhecimento no Vale do Rio Doce veio em forma de parceria histórica em Mi-nas Gerais. A instituição financeira foi a primeira a firmar parceria com a Garantia dos Vales, por sua vez a primeira sociedade de garantia de crédito (SGC) do Estado. Com isso, os cotistas da Garan-tia dos Vales passam a ter acesso a linhas de crédito mais acessíveis junto ao Sicoob Crediriodoce.

O convênio visa beneficiar particularmente as micro, pequenas e médias empresas, e o fun-cionamento é simples. Os empresários se asso-ciam à Garantia dos Vales através da aquisição de uma cota que varia conforme o tamanho da empresa. Agentes de vendas da SGC visitam os cotistas e avaliam qual a linha de crédito mais adequada a cada caso. Se conseguir ter o crédito aprovado, o empresário tem acesso ao financia-mento junto ao Sicoob.

“Nós trabalhamos duro nos últimos meses para concretizar a assinatura de convênio. Isso faria toda a diferença no projeto. O Sicoob Crediriodoce contribuiu, acreditou e deu todo o apoio para que a assinatura acontecesse no dia 20 de julho”, explica o presidente da Garantia dos Vales, Hoberg Dutra Leocádio.

A sociedade de garantia de crédito é a primei-ra de Minas e nada menos do que a 5ª do Brasil. As outras quatro unidades estão espalhadas pelo Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro. So-mente na Itália, para se ter uma ideia, existem pelo menos 700 instituições desta natureza.

No país, a consolidação desse empreendi-mento aconteceu com o apoio do Sebrae. Para dar aporte às empresas conveniadas, a Garantia dos Vales precisou criar um fundo para redu-zir os riscos dos negócios envolvendo empresas e o Sicoob. O Sebrae apostou na iniciativa, e disponibilizou R$ 2 milhões em recursos para este fundo, além de outros R$ 391 mil para a estruturação da sociedade de crédito.

Sicoob Crediriodoceassina convênio com SGC

cifras

Page 15: Revista Conceito

15Agosto 2012conceito

Segundo Leocádio, a meta agora é ampliar o rol de insti-tuições financeiras conveniadas. Mas o Sicoob Crediriodoce já entrou para a história como a primeira a acreditar na socie-dade, assegurando mais um produto aos seus clientes.

O diretor de Relações Institucionais da Sicoob, Silas dias Costa Júnior, comemorou a nova parceria. Segundo ele, os benefícios atingirão tanto a entidade quanto os micro e pe-quenos empresários que têm dificuldades de acesso ao crédi-to. “Essa proposta é alinhada com a própria visão da coopera-tiva, que é promover o desenvolvimento. Ela existe para dar crédito sustentável ao associado. Não existe cooperativa em torno de si mesma, mas para fazer os associados crescerem e melhorarem, e ela crescendo junto”, justifica.

Convênios

Mas paralelamente à Garantia dos Vales, o Sicoob Cre-diriodoce tem buscado outros caminhos com o objetivo de

beneficiar micro e pequenas empresas locais. Um deles é o convênio firmado no ano passado com a Câmara de Di-rigentes Lojistas de Governador Valadares (CDL-GV), cujos associados empresariais passaram a ter acesso a taxas diferenciadas e a atuação conjunta para promover o co-mércio local.

A instituição também ampliou o atendimento aos em-presários do Vale do Rio Doce de outras formas, a começar pela estrutura para receber seus clientes. A partir da livre admissão, em 2005, quando o Sicoob Crediriodoce deixou de atender apenas a produtores rurais e se estendeu a outros públicos, a sede passou a ser ampliada, sendo inaugurada há três anos. Já com uma estrutura física mais adequada aos seus clientes, foi possível criar um setor específico para o atendimento às pessoas Jurídica e Física, oferecendo produ-tos e serviços de qualidade para cada parceiro. Hoje, a insti-tuição já se consolidou como uma das maiores cooperativas de crédito de Minas Gerais.

Evento de celebração do convênio

Assinatura da parceria entre Sicoob Crediriodoce e Garantia dos Vales: união firmada entre as duas instituições inaugura o modelo de sociedades de garantia de crédito em Minas. Em pleno ano do cooperativismo, Sicoob demonstra potencial em apresentar novos produtos a todos os perfis de clientes, assegurando crédito fácil aos micro e pequenos empresários e desenvolvimento da economia em todo o leste do Estado

Page 16: Revista Conceito

16Agosto 2012conceito

“O carro tem tudo que se espera de um veícu-lo. É confortável, moderno e muito bonito”. É a sentença do advogado Marco Pólo Ferrari, que há um mês comprou um Sentra, modelo da Nissan Veículos, inaugurada recentemente em Valada-res. Entre os destaques, estão itens como direção elétrica e freios ABS com controle eletrônico de frenagem. Marco diz que ficou surpreso com a eficiência do atendimento recebido durante a compra. “Me senti um cliente vip”.

O servidor público Victor Souza também comprou um carro da Nissan na nova concessio-nária. A escolha foi pelo March, eleito pela Revista Quatro Rodas, especializada no mercado automo-tivo, como melhor compra da categoria “Compac-to 2012”, formada por carros cujos preços variam entre R$ 26 mil e R$ 30 mil. O carro é o primeiro popular japonês do Brasil e conta com um aca-

bamento superior, airbag duplo e computador de bordo de série. “Estou muito satisfeito com o carro. Se for para recomendar a compra, faço sem pensar duas vezes”, diz, entusiasmado com a escolha certa.

E a satisfação dos consumidores não é pra menos. O carro Nissan é sinônimo de inovação e qualidade. São nove modelos de veículos que caí-ram no gosto até dos consumidores mais exigen-tes. A empresa, fundada no Japão em 1933, hoje é reconhecida mundialmente pela qualidade dos produtos, excelência em engenharia e por desem-penhar um papel importante em diferentes áreas de tecnologia avançada, como o desenvolvimento de sistemas para diminuir o consumo de com-bustível. Em 1999, uma aliança com a Renault colocou a Nissan como a terceira maior monta-dora de veículos do mundo.

A Nissan está presente há doze anos no mer-cado brasileiro, e hoje conta com 109 concessio-nárias, espalhadas pelos 26 Estados brasileiros e no Distrito Federal. Recentemente, traçou um ambicioso plano de crescimento: alcançar 5% de participação de mercado até 2014. A marca aposta no sucesso de lançamentos e na expansão da rede de concessionárias. A ideia é mais que dobrar o número de revendas, aumentando para 200 locais de venda até 2014.

Com informações da Nissan Brasil

automotor

MARCH: MELHOR COMPRA DA CATEGORIA “COMPACTO 2012”

Design moderno e preço acessível são alguns atrativos do modelo da Nissan

cresce no Brasil e inaugura concessionária em Valadares

Page 17: Revista Conceito

17Agosto 2012conceito

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Coeficiente de Arrendamento de 0,00% a.m e 0,00% a.a. Tarifa de Confecção de Cadastro de R$ 920,00, mais Despesas com Registro de Contrato no valor de R$ 55,66 referente ao Estado de SP (despesas com registro de contrato podem variar conforme estado, valor máximo R$ 303,80). Custo Efetivo total 0,25% (a.m) e 3,05% (a.a). Valor total (Entrada + parcelas) de R$ 52.967,40. 4(*)-Condição válida para o veículo Livina X GEAR 1.8 SL AT Flex 2013. Disponível na modalidade de LEASING através da Cia. de Arrendamento Mercantil RCI BRASIL, válida até 31/8/2012, preço à vista R$ 51.990,00, nas seguintes condições: 60% de VRG (valor residual garantido antecipado) de R$ 31.194,00, mais 36 prestações de R$ 604,82 . Coeficiente de Arrendamento de 0,00% a.m e 0,00% a.a. Tarifa de Confecção de Cadastro de R$ 920,00, mais Despesas com Registro de Contrato no valor de R$ 55,66 referente ao Estado de SP (despesas com registro de contrato podem variar conforme estado, valor máximo R$ 303,80). Custo Efetivo total 0,25% (a.m) e 3,05% (a.a). Valor total (Entrada + parcelas) de R$ 52.967,40. 5(*)-Condição válida para o veículo Frontier XE 4x2 MT 2013. Financiamento pelo CDC (Crédito Direto ao Consumidor) através da Cia. de Crédito, Financiamento e Investimento RCI BRASIL, válida até 31/08/2012, preço à vista R$ 86.390,00, nas seguintes condições: 60% de entrada (R$ 51.834,00), mais saldo financiado em 18 meses, com parcelas de R$ 2.002,56. Taxa de juros de 0,00% a.m e Taxa de Juros de 0,00% a.a. Tarifa de Confecção de Cadastro de R$ 920,00, mais Despesas com Registro de Contrato no valor de R$ 55,66 referente ao Estado de SP (despesas com registro de contrato podem variar conforme estado, valor máximo R$ 303,80), mais Impostos (IOF) R$ 500,37. Custo Efetivo Total 0,45% (a.m) e 5,51% (a.a). Valor total (Entrada + parcelas) de R$ 87.880,16. 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Matriz

Filial

Page 18: Revista Conceito

18Agosto 2012conceito

Segundo edição recente da revista Exame, o Facebook estuda a criação de uma nova fun-cionalidade para os usuários da rede social: o

botão “quero”. Mesmo ainda não confirmada, a hi-pótese desta nova opção mostra que cada vez mais a rede social mira seus esforços para aumentar a interatividade entre pessoas e marcas.

O botão seria uma ferramenta para que grandes fabricantes pudessem testar o grau de interesse do público em relação a um determi-nado produto com milhares de espectadores. Isso poderia, em uma última análise, diminuir custos com pesquisas e aumentar a velocidade de entra-da deste produto no mercado.

Esta é uma tendência que está cada vez mais escancarada na maior rede social do mundo: tra-balhar o potencial de venda e de consumo. O fato é que além de aumentar os ganhos com a publi-cidade no site, principal fonte de renda do Face-

book, existe um movimento para monetizar o site de outras formas, oferecendo um mix maior de possibilidades para que as marcas cheguem aos consumidores.

É uma tendência que podemos verificar com os posts pagos (conteúdo que é promovido com verba publicitária) e com a limitação do número de pessoas atingidas em cada postagem. Antes, uma página que tinha cem mil fãs poderia atin-gir cada um deles sem pagar nada por isso. Hoje, para conseguir chegar a todos os seguidores, é preciso pagar.

Vale lembrar ainda que, recentemente, ações do Facebook foram colocadas à venda na Nas-daq, a bolsa de valores voltada para o mercado de tecnologia de ponta. A desvalorização surpreen-deu os investidores, e o proprietário do Facebook, Mark Zuckerberg, perdeu seu lugar na lista das 40 pessoas mais ricas do mundo.

Por Bianco CunhaE-mail: [email protected]

Maior rede social do mundoquer se relacionar ainda mais com as marcas

colaborador

Page 19: Revista Conceito

19Agosto 2012conceito

Por André Manteufel

Um dia, o caminho será praticamen-te o mesmo para todos os prefeitos. Das grandes metrópoles às cidadezi-

nhas que mais se assemelham a vilarejos, os dirigentes municipais em certo momento se encontrarão diante de dois destinos que inevi-tavelmente parecem ser os únicos possíveis: ou perdem a eleição e recomeçam suas vidas, ou são reeleitos e postergam por mais quatro anos o encontro com a reta final que levará ao nada.

Para os derrotados nas urnas, costuma-se haver ainda uma salvação de rotina. As eleições de dois em dois anos permitem dar chance aos políticos de remarcar território candidatando-se a deputado estadual ou federal. Se a vitória mais uma vez não vem, a estratégia representa ao me-nos o primeiro passo rumo à disputa municipal

seguinte, dali a dois anos.Em se tratando das grandes cidades ou

até dos municípios de médio porte, como é o caso de Governador Valadares, não é difícil de compreender por que ex-prefeitos como Bo-nifácio Mourão, João Domingos Fassarella e Ronaldo Perim conseguiram ser eleitos para cargos estaduais e até federais. Além da alta popularidade, puderam desfrutar de um con-tingente de eleitores locais suficiente para co-locá-los na Assembleia Legislativa de Minas e no Congresso Nacional. São exemplos no-tórios de quem superou o fim do mandato de prefeito para manter a vida pública ativa.

Mas como toda regra, essa também conta com uma perversa exceção. Aliás, é a realidade de poucos num país formado em sua imensa

Proximidade com o fim do ano faz prefeitos de pequenas cidades se prepararem para deixar a vida pública; chances de voltarem à ativa em pouco tempo são ínfimas

política

Page 20: Revista Conceito

20Agosto 2012conceito

Os prefeitos vão continuar sendo prefeitos ou se candidatando. Às vezes se elegendo, às vezes não, mas será no município mesmo. Esse é o caminho.

Prefeito Aurélio Cezar não descarta volta: “Gostei de ser prefeito”

maioria por municípios com população abaixo dos 30 mil habitantes. Com um número de eleitores igualmente escas-so, os prefeitos dessas pequenas localidades estão sujeitos a uma carreira política com prazo de validade limitado em, no máximo, oito anos. “A carreira de prefeito do interior, na maioria das vezes, tem é essa regra. Ela se resume a po-lítica de cada município mesmo. Não tem como galgar uma carreira de deputado ou senador”, conforma-se Léo Morei-ra, prefeito da pequena São Geraldo do Baixio.

Representante de 3.487 moradores, segundo o Censo de 2010, dos quais 2.574 são eleitores, o prefeito precisaria reunir um eleitorado 9 vezes maior que toda a população de seu município para manter-se pelo menos em igualdade de disputa com o último eleito deputado estadual há dois anos, com “apenas” 31.182 votos. Fosse a eleição para deputado federal, o esforço precisaria ser ainda maior: o eleitorado menor que o equivalente a 15 cidades e meia do porte de São Geraldo do Baixio juntas, ou então 40.092 votos, não seriam suficientes para levar Léo Moreira a Brasília por quatro anos.

“Os prefeitos vão continuar sendo prefeitos ou se can-didatando. Às vezes se elegendo, às vezes não, mas será no município mesmo. Esse é o caminho”, simplifica. Sem es-peranças de disputa daqui a dois anos, o jeito, segundo ele, é pensar no futuro. Há dois anos e meio, Moreira estuda Direito na Universidade Vale do Rio Doce (Univale). Ad-mite que ainda não sabe se exercerá a profissão depois de se formar. Nos planos pós-mandato, o sonho mais concreto é mesmo o de montar uma empresa.

Antes disso, porém, garante já estar pronto psicologica-mente para entregar o município ao sucessor no dia 31 de dezembro. “Não vou sofrer esse impacto. Estou encarando até com satisfação. É motivo pra descansar um pouco. Vou estar mais em contato com as pessoas informalmente, sem uma carga de pressão nas costas”, prevê.

A pouco mais de quatro meses do fim do mandato, o prefeito de Itabirinha, Aurélio Cezar Donádia, compactua com o sentimento do colega. Embora também garanta es-tar pronto para entregar as chaves do município ao futuro sucessor no fim do ano, admite que sentirá saudades da vida pública. “De maneira nenhuma vou lamentar minha saída. Estes foram os melhores momentos da minha vida”, exalta. O pecuarista vai cuidar dos negócios pessoais a partir do ano que vem, mas deixa incerto o futuro político.

“Jamais vou dizer que nunca mais volto. Pelo contrário. Fico à disposição, porque gostei de ser prefeito. Não digo que dessa água não beberei mais, porque se eu pudesse ficar mais 50 anos, eu ficaria”, revela.

Durante os oito anos em que foi prefeito, Donádia chegou a ganhar reconhecimento regional e até estadual, frequentando setores de peso em Belo Horizonte, como o gabinete do secretário de Governo Danilo de Castro, um dos homens fortes dos governos Aécio Neves e Antonio Anastasia. Gozou de um prestígio que o elevou à condição

de diretor na Associação Mineira dos Municípios (AMM), cargo que ocupará até o fim do ano. Mas nada que fosse suficiente para extirpar o pessimismo em torno das eleições de 2014. Um dos motivos, admite, repousa sobre os pró-prios políticos da região. “É difícil projeção em nível de es-tado. Por mais que eu consiga me relacionar e ser referência para outros colegas, o colégio eleitoral é muito pequeno, e a maioria dos colegas tem compromisso, já têm algum depu-tado com história no município”, lamenta.

Léo Moreira, prefeito de São Geraldo do Baixio

Page 21: Revista Conceito

21Agosto 2012conceito

Jupiaci Ramalho aposta no surgimento de uma nova liderança na região

Mas na contramão do pessimismo externado pelos prefeitos, o secretário-executivo da Asso-ciação dos Municípios da Microrregião do Leste

de Minas (Assoleste), Jupiaci Ramalho, acredita na formação de mais lideranças locais que despon-tem no cenário estadual ou federal. A confiança do dirigente se baseia num passado recente, e

que tem nome: Ermano Batista Filho.Ex-prefeito de Mantena, o político foi depu-

tado estadual por quatro mandatos consecuti-vos, entre 1991 e 2007, chegando a comandar a

Secretaria Extraordinária para o Desenvolvimento dos Vales Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas

(Sedvan) no primeiro governo Aécio Neves. Segundo Ramalho, um dos trunfos de Ermano

Batista era o bom relacionamento com políticos influentes no Estado, como o senador falecido

Eliseu Rezende. Na avaliação do secretário-executivo, esta pode ser a saída para fazer dos prefeitos dos municípios pequenos potenciais

nomes para concorrer a deputado.Por isso, sugere, o primeiro passo é sair

dos limites do leste de Minas e angariar força e votos em outros lugares do Estado. Só assim

será possível garantir-se no legislativo estadual ou na Câmara dos Deputados. “Hoje um candi-

dato, dependendo da legenda, precisa de 60, 70 mil votos. Para elegê-los, é preciso um trabalho

de formiguinha. Já tivemos o Ermano Batista, que abandonou a política sendo secretário de

Estado. Agora temos de colocar outra pessoa, porque senão ficaremos sem essa representa-

ção”, sugere o secretário-executivo, apostando na vitória dos representantes locais. “Isso vai

acabar acontecendo. Não sabemos quando, mas vai acabar acontecendo.”

Jupiaci Ramalho faz mais um alerta: os esfor-ços para eleger uma liderança devem partir do

eleitorado e da união dos próprios políticos, uma vez que o estatuto da Assoleste não permite à

entidade promover uma bandeira política.

Solução caseira depende

de apoio externo

Page 22: Revista Conceito

22Agosto 2012conceito

“É neste domingo, hein?!” A frase parece ter grudado nos ouvidos. Nos canais de televisão, personagens com fantasias sempre muito cria-tivas e personagens vivos na memória dos teles-pectadores apontam para prêmios de encher os olhos. O discurso interiorano, um tanto roceiro, aproxima ainda mais o Vale Cap de seu públi-co-alvo. Os ganhadores geralmente são pessoas humildes, que enxergaram no sorteio a opor-tunidade de dar uma guinada na vida financeira. Muito além de um título de capitalização, o Vale Cap é hoje sinô-nimo de mudança de vida para muita gente. Os prêmios entregues todas as semanas ajudam a transformar realida-des marcadas pela pobreza.

A empresa é de São Paulo. Surgiu há oito anos com o propósito de levar às pessoas com pouca condição financeira a chance de ter uma moto, um carro zero quilômetro ou até mesmo realizar o sonho da casa própria. Afinal, quem nunca teve um sonho de consumo?

O negócio deu certo e hoje, além

do Estado de São Paulo, há participação do Vale Cap também em Brasília, Pernambuco, no Sul e no Leste de Minas. Veio para o leste mineiro no começo de 2012, em busca de um mercado que cresce a cada dia. Segundo o gerente comercial na região, Edson Oliveira, a missão do Vale Cap é bem definida. “Claro que temos um ganho nas vendas, como toda empresa, mas nosso principal objetivo é ajudar as pessoas mais necessitadas”,

Transformaçãode vidas

O título de capitalização Vale Cap vem mudando a vida de várias famílias do leste de Minas que, com muita sorte e persistência, têm realizado sonhos e

conquistado a independência financeira

A cada entrega de prêmio, muita comemoração por parte dos ganhadores

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garante. Na prática, é realmente isso o que acon-tece. Segundo Edson, 99% dos ganhadores são pessoas que realmente precisavam do prêmio. Além disso, a empresa também investe na parte social, através do incentivo ao esporte. Parte dos lucros é destinada à Federação Mineira de Tênis.

Outro ponto que merece destaque é a quan-tidade de empregos gerados direta e indireta-mente com o empreendimento. O Vale Cap é mais fácil de ganhar porque é um título de capitalização emitido pela Sulacap, autorizado pela Susep e vendido apenas no Leste de Minas.

A história da empregada doméstica Rosilene Pereira dos Santos, de 35 anos, é um tanto inu-sitada. Já no primeiro sorteio do Vale Cap na re-gião, em abril deste ano, ela ganhou um carro zero quilômetro. O prêmio foi dividido com mais duas ganhadoras. Mas Rosilene quase ficou de fora dessa bocada. Os R$ 10 usados para pagar a carte-la foram tirados do dinheiro do aluguel. “O dono da casa ficou até bravo comigo, mas quando soube que tinha ganhado, até me parabenizou”, conta.

E quando o prêmio é para uma pessoa só? A aposentada Derli Shuina dos Santos, de 78 anos, ganhou sozinha uma bolada de R$ 60 mil. A moradora de Frei Inocêncio tinha jogado pela primeira vez. Com o dinheiro, tratou logo de comprar uma casa na cidade onde mora. O prê-mio estimulou Derli, que continua comprando o título toda semana. “Quem sabe eu ganho de novo?”, brinca, sorridente.

Desde o sorteio da aposentada, o título virou uma febre em Frei Inocêncio. “Os meus vizi-nhos viram que o Vale Cap é uma empresa séria e que qualquer pessoa pode ganhar. Basta um pouquinho de sorte”, diz a aposentada sortuda.

Os meus vizinhos viram que o Vale Cap é uma empresa séria e que qualquer pessoa pode ganhar, basta um pouquinho de sorte.

Além do prêmio, ganhador ainda tem alguns segundos de fama

Vizinhos assistem sorteado esbanjar felicidade com novo carro

A cada entrega de prêmio, muita comemoração por parte dos ganhadores

A alegria contagiante de dona Derli ao

receber, sozinha, o prêmio de R$ 60 mil.

O sorteio encheu a aposentada de

esperança: “quem sabe eu ganho de

novo?”

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24Agosto 2012conceito

O setor de academias está de vento em popa na região. “Culpa” de um núme-ro cada vez maior de pessoas que bus-

cam por mais qualidade de vida e bem-estar. E que seguem à risca a recomendação dos médicos de comer de forma equilibrada e manter a prá-tica regular de exercícios físicos. De olho neste cenário, muitos empresários vêem uma oportu-nidade promissora de negócio.

Em Valadares, a Academia Território des-ponta como um dos maiores investimentos no setor nos últimos meses. O lugar, de aproxima-damente 200 metros quadrados, é freqüentado

Recém-inaugurada, a Academia Território é um exemplo de negócio que deu certo

fitness

Boa fase das

em Valadaresacademias

por cerca de 200 alunos, de segunda a sexta. Os clientes têm acesso a cinco ambientes organiza-dos de acordo com cada tipo de exercício. A aca-demia conta ainda com aparelhos novinhos em folha e uma localização privilegiada, na Rua Isra-el Pinheiro, quase esquina com a Osvaldo Cruz.

A estudante Lorena Reis, de 23 anos, não perde tempo ao se exercitar. Frequenta o uni-verso das academias há 3 anos, e há seis meses, quando soube da inauguração do lugar, perti-nho de casa, se inscreveu. “Além da ótima loca-lização, tenho o acompanhamento do personal trainner daqui, que me orienta na forma correta

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de fazer os exercícios”.O educador físico e proprietário da academia, Jonathan

Barbosa, atua no setor há seis anos. Ele revela que o sucesso do negócio se deve a um levantamento feito com antecedência sobre as necessidades da região em que foi implantado. “Além da falta de uma academia nessa região, percebemos a necessi-dade de alguns pais que não tinham com quem deixar os filhos enquanto iam malhar. Então decidimos montar a Território Kids, um playground dentro da própria academia, onde as crianças podem brincar enquanto os pais entram em forma”.

Um mercado que se renova

As academias também estão em busca de um público que quer se exercitar, mas que foge da tradicional musculação. No mercado, são disponibilizadas aulas de dança, luta e, claro, o famoso Pilates. A modalidade, usualmente vista como uma prática exclusiva das mulheres, já alcançou o interesse dos homens. “Temos um público bem significativo de homens nas aulas. No começo eles vêm por causa de dores no corpo, mas acabam se interessando e continuam”, conta Veruschka Machado, profissional de educação física e proprietária de uma outra academia na cidade.

O diferencial do Pilates, segundo Veruschka, está no tipo de treino que, além de fortalecer a musculatura, favorece o alongamento. “E não é tão fácil quanto pensam. Exige muito esforço e disciplina”, completa.

O método foi desenvolvido pelo alemão Joseph Pilates, a partir de técnicas de conscientização corporal e teorias de controle motor. O repertório de exercícios ajuda a tonificar a musculatura, ajudando na postura e no relaxamento do corpo.

Outro diferencial: na academia, as turmas são de no má-ximo 10 alunos, intensificando o acompanhamento profis-

sional. Os aparelhos e acessórios são criados especialmente para os exercícios, que têm poucas repetições de movimento. A cada aula, um exercício diferente. Por isso, quem gosta de novidades a cada sessão encontra no Pilates o exercício ideal.

Além de fortalecer os órgãos internos, a modalidade ain-da estimula o sistema circulatório e ajuda na oxigenação do sangue por trabalhar exercícios respiratórios. Segundo espe-cialistas, os resultados são rápidos e duradouros. Quem quer se livrar do stress pode correr para uma academia. Todos es-ses benefícios ajudam na concentração e no alívio de tensões e dores crônicas. E aí, vai ficar parado?

Acompanhamento profissional é um diferencial nas academias

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26Agosto 2012conceito

Por Tainá CostaEmail: [email protected]

no discurso da

O tema do momento é a sustentabilidade. A preocupação com o futuro do planeta tomou conta de meios de comunicação

a conversas informais entre amigos em botequins. O motivo dessa preocupação “repentina” é que o Rio de Janeiro foi sede da Rio +20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sus-tentável, realizada de 13 a 22 de junho.

Apesar de já ter acabado, a temática do evento reflete até hoje nas manchetes de jornais. Todos querem saber o que mudou (ou vai mu-dar) após o evento que praticamente parou a ci-dade. Foram mudanças no trânsito, “fériado” em escolas e universidades, ponto facultativo para funcionários públicos, além de manifestações que reuniram centenas de pessoas e interven-ções urbanas pelas ruas da cidade.

Tudo isso chamou a atenção da população, que pôde participar e ter voz ativa nos fóruns de discussão da Cúpula dos Povos e em even-tos paralelos. Milhares de pessoas enfrentaram mais de duas horas de fila para ver a exposição Humanidades, no Forte de Copacabana, que despertou a curiosidade dos moradores pela sua imponência e estrutura luminosa que podia ser vista de longe.

Além dos moradores, muita gente de fora veio especialmente para o evento, lotando ho-téis e voltando os olhos do mundo para os te-mas que estavam sendo discutidos aqui. Chefes de Estado de várias partes do planeta estiveram presentes para discutir questões importantes e que podem fazer toda a diferença para a econo-mia e, principalmente, para o futuro das gera-

ções que estão por vir.Projetos como “Bairro Sustentável” e até

“Favela Sustentável” tiveram destaque. Inicia-tivas públicas e privadas para um mundo me-lhor vieram à tona. Algumas por oportunismo, outras por realmente acreditar que podem fazer a diferença. Independente do objetivo, um pon-to importante disso tudo foi alertar às pessoas sobre a importância de se pensar no futuro e repensar nas atitudes do presente.

Mais importante que discutir e traçar planos de ação é garantir que tudo isso será colocado em prática. Missão que, sobretudo, é difícil. Reunir chefes de Estado para discutir susten-tabilidade é um passo decisivo. Mas o impacto maior virá quando toda a sociedade civil tiver consciência do seu papel nesse processo. O que vai requerer tempo e esforço, já que, um dia de-pois do fim da conferência, num local próximo de onde milhares de pessoas enfrentaram fila para ver a exposição Humanidades, banhistas deixavam lixo na praia.

A sustentabilidade página verde

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Por André Manteufel

Quando o professor de jiu-jitsu Rorion Gracie resolveu sair da garagem de sua casa, na Califórnia (EUA), onde

dava aulas, para promover, frente a frente, con-frontos entre lutadores das mais diversas artes marciais, mal sabia ele que estava prestes a criar um evento que em pouco mais de uma década se tornaria uma epidemia mundial. No começo talvez nem parecesse que daria certo a parceria entre o filho mais velho do lendário Hélio Gra-cie, fundador do jiu-jitsu brasileiro e patriarca da família paraense radicada no Rio de Janeiro, um de seus alunos, Arthur Davie.

Afinal, a primeira edição do Ultimate Fi-ghting Championship (bem mais conhecido pela sigla UFC), realizada em 1993, começou quase que no anonimato: apenas oito competidores – seis norte-americanos, um holandês e o brasileiro Royce Gracie, irmão mais novo de Rorion – par-ticiparam da disputa. As regras eram escassas:

não havia categorias de acordo com o peso dos atletas, nem limites de tempo nem equipamentos básicos de segurança, como as próprias luvas, por exemplo. Exatamente tudo o que Rorion queria para provar que o jiu-jitsu era capaz de vencer qualquer outra modalidade.

A aposta foi confirmada no octógono, em confrontos curiosos que certamente ficarão en-terrados no passado. O próprio Royce, o esguio lutador ganhador de três dos quatro primeiros eventos do UFC, chegou a lutar com diversos brutamontes para levantar o cinturão, e foi pro-tagonista da luta mais longa da história das artes marciais mistas (MMAs, na sigla em inglês): o desafio no Japão contra Kazushi Sakuraba, em 2000, pelo Pride Grand Prix, teve uma hora e meia de duração, e só acabou no 6º round de 15 minutos porque algum integrante sensato do corner brasileiro se dispôs a jogar a toalha, dan-do fim ao combate.

MMAUm frenesi chamado

esporte

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29Agosto 2012conceito

Hoje mais organizadas, as disputas de MMA ganharam status de megaeventos. O próprio UFC, principal franquia da categoria, fatura em média R$ 70 milhões por edição só com os ingressos, segundo sites especializados. O que leva a compreender por que a revista americana Fortune estimou no início de 2011 o valor da marca em aproximadamente R$ 2 bilhões.

Mas não são apenas os gladiadores de ponta e a empresa de Dana White e dos irmãos Frank e Lorenzo Fertitta que ga-nham nessa história. A popularização da categoria promoveu no Brasil um verdadeiro pandemônio nas academias. Em vez das aulas de karatê e de judô, tão unânimes até a década de 1990, os aficionados por artes marciais agora buscam por tudo que tenha a ver com o MMA: jiu-jitsu, submition, greco-ro-mana e muay thai, para citar só algumas, estão no rol das cate-gorias mais desejadas pela atual geração de praticantes de lutas.

E engana-se quem pensa que essa realidade seja um atrativo encontrado só nas grandes cidades. Engana-se mais ainda quem imagine que se trate de algo recente. Diego Balloutta não se esquece do único aluno a quem dava aulas de MMA há dez anos. O tempo passou e hoje o professor de jiu-jitsu e de MMA sequer se espanta ao ver que nada menos do que 120 alunos dividem espaço nos tatames das nove academias onde dá aula, em Valadares e em outros oito municípios da região. “É igual ao futebol. Começou, agora não acaba. Você pode contar daqui a dois anos pra ver o quanto vai crescer o esporte”, desafia.

Expectativa de jovens promessas

Com um contingente tão grande de alunos, fica difícil de imaginar que não haja futuras promessas do esporte nas mãos do professor. Pois em meio à equipe, Arthur é um dos que já despontam. O jovem de 18 anos descobriu o gosto pelo MMA e pelo jiu-jitsu há apenas três anos, mas já curte o bom desem-penho no esporte. Os títulos impressionam: campeão mundial e da Copa Mercosul de Jiu-Jitsu Esportivo, disputados em Buenos Aires; campeão pan-americano de jiu-jitsu em Brasí-lia; e, por fim, da Copa do Brasil, em Belo Horizonte.

“Eu estava com 15 anos e era muito hiperativo. Meu médico indicou fazer um esporte que consumisse muita energia. Fiz natação, não gostei. Futebol, não. Aí fiz jiu--jitsu e me adaptei ao esporte”, conta. “Realmente o que está mais na visão do pessoal hoje é o MMA e o jiu-jitsu. Eles estão no auge”, admite.

Mitchell Barbosa, de 20 anos, ainda não tem o currículo de Arthur, mas também já se rendeu ao estilo desenvolvido pela família Gracie. A relação com o esporte vem de ber-ço. “Minha família vem de uma descendência de lutadores. A maioria deles praticou artes marciais. E parte da família agora tem entrado nessa área. Está no sangue”, explica. A escolha pelo jiu-jitsu, segundo ele, foi incentivo dos irmãos. “Cada dia eu conheço melhor as pessoas que estão à minha volta. Muito como competidores, mas mais do que isso, como amigos”, conclui.

O professor Diego Balloutta (à direita) reunido com os alunos de jiu-jitsu: modalidades do MMA ganham cada vez mais adeptos no Brasil e lotam as academias

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Sair de casa é uma decisão difícil de ser tomada. Mas não para quem está deter-minado a fazer o que quer! Foi assim com

a jovem Isabela Simões, de 20 anos, que tomou essa decisão há dois anos, ao ser convidada para apresentar um programa em São Paulo sobre dicas de moda num canal fechado. A partir daí fez várias participações como assistente de pal-co dos apresentadores Ana Hickmann, Marcos Mion e Roberto Justus. Onde foi descoberta?

A história é inusitada. Segundo ela, atra-vés de um perfil falso criado por alguém numa

rede social. Bendito fake! Hoje Isabela quer se formar e tentar a carreira artística, seja como atriz ou apresentadora. Seria a realização do segundo sonho. O primeiro, ela admite, foi re-alizado muito rapidamente. A liberdade con-quistada tem preço muito alto: “bate a saudade dos amigos, da minha cama, da minha comida preferida, da proteção da minha família por perto. Essa é a parte ruim desse sonho”, explica a bela valadarense. Mas se depender dela, Go-vernador Valadares logo vai estar representada nas novelas.

Por Sonia Miranda

Isabela SimõesA mais nova jovem valadarense a representar a cidade na mídia

Foto: Carlos Salesjovem

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31Agosto 2012conceito

Sonia Miranda

NiverDani Lages A festa Bal Masqué, tema do aniversário da competente Dani Lages, foi marcada pela beleza, sofisticação e requinte, em clima super descontraído na área de lazer de sua residência. Destaque para seus convidados que prestigiaram atendendo ao convite no traje black total e com máscara.

Fotos: KK Gontijo

Foto: Carlos Sales

1 - Dani Lages, Marral e os filhos Felipe, Davi e Sérgio 2 - Dani, Marral, Claudia Starling e Marcos Sampaio 3 - Fernando Gomes, Amanda e Gus-

tavo da Costa (atrás)

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glamour

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4 - Dani e Marral 5 - Zezé Andrade e Reginaldo Vilela 6 - Daniel e Ariadne 7- Bruiniely e Hélio Gomes 8 - Aline e Douglas Neves 9 - Gustavo

da Costa e Carine Jacarandá 10 - Geovana e Leonardo Ferreira 11 - Karlane e Marcelo Cùrcio 12 - Betinha Barbalho e Virgínia Drumond

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33Agosto 2012conceito

Festa das amigas

Tem coisa melhor que aliar champanhe, aperitivo e amigos? Foi com essa com-binação que comemoramos o Dia do Amigo, reunindo pessoas diferentes para um papo bem descontraído e animado até altas horas. Nosso carinho a amiga

Fátima Homaidan.

1 - Débora Di Spirito, Adriana Gonçalves, Fátima Simões e Mirian Santiago 2 - Salete Neves, Vanessa Gimenz, Sonia Miranda, Sayonara Calhau

e Kátia Paoliello

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34Agosto 2012conceito

3 - Betinha Barbalho, Salete Neves e Tania Peloso 4 - Valquiria Melo, Aline

Neves e Renata Bonesi 5 - Rosalia Coelho

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35Agosto 2012conceito

E com apetitoso coquetel se-guido de jantar, foram come-morados os 50 anos de Ulis-ses Lemgruber no salão de festas de seu residencial. Ao lado da esposa Kátia e dos filhos Vanessa e Henrique, Lemgruber reuniu família e amigos para brindar seu ani-versário. Quem participa do convívio com a família sabe o quanto o aniversariante é temente a Deus, além de ser querido, respeitado e ad-mirado como pai, amigo e promotor de justiça.

Niverde Ulisses Lemgruber

1 - Rosamélia e Dr. Roberto Apolinário 2 - Dr. Leonardo Maia, Dra. Paula, Juliana e Dr. Rosângelo

Legenda das fotos:

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36Agosto 2012conceito

3 - Dr. Ulisses, Padre Paulo e Kátia 4 - Dr. Célio, Mirian e a sobrinha Marcela 5 - Dr. Fábio e Dra. Loudes 6 - Dr. Lupércio e Núbia 7 - Valéria

e Aloísio Proba 8 - Evânia e Dr.Leonardo Cabral 9 - Magali e Dr. Arnóbio 10 - Carolina, Helena, Ulisses, Kátia e Diácono Carmélio

Legenda das fotos:

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37Agosto 2012conceito

A festa de homenagem Aplauso irá acontecer dia 28 de setembro, às 20h30, no salão do Ilusão Esporte Clu-be. Os homenageados receberão o livro Troféu de Bronze – cidadãos que fazem melhor o dia-a-dia da nossa gente. A festa reúne autoridades e gente de expressão de todo o Estado de Minas Gerais. A organizadora do evento, a colunista social Sayonara Calhau, conta este ano com o apoio dos empresários João Emídio, Toni-nho Coelho e João Campos. Parte da renda será destinada a instituições de caridade como Gapon, que cuida de mulheres portadoras de câncer de mama. O evento, realizado há 19 anos, já virou tradição em GV City.

Festa Aplauso

As futuras debutantes já estão em total concentração sobre cada detalhe para que a festa de 15 anos seja uma noite agitada e dançante. Os pais Giselle e Gilberto Hastenreiter reservaram a data de 06 de abril de 2013 para receber os 500 convidados que festejarão o debut da segunda filha do casal, Bárbara Hastenrei-ter, no Ilusão Esporte Clube. Já Nathália, filha única de Débora e Clausio Reis, receberá os cumprimentos no salão de festas do La Maison dia 18 de maio. Larissa Gonçalves festeja os 15 anos dia 25 de maio do ano que vem, ao lado do irmão Tiago e dos pais Adriana e Marcos Wagner, também no La Maison. Tudo preparado com muita antecipação por ser uma idade tão esperada para toda adolescente e por seus pais.

Debut

Retalhos

Bruno Paoliello, de 10 anos, piloto de Kart na cate-goria cadete, percorre 110 km com o pai Célio e a mãe Katia Paoliello todo fim de semana para prati-car seu esporte preferido. Considerado destaque no Kartódromo de Ipatinga, Bruno treina pesado, se espelhando em nosso saudoso Ayrton Senna.

Piloto de Kart

Foi em clima de muita emoção que os pais Rui e Antônia pude-ram presenciar a formatura da Maira Texeira de Farias no curso de Turismo pela UFVJM, em Diamantina. Agora a contagem regressiva é pela conclusão de curso dos gêmeos Caio e Bruno. E a mesma emoção tomou conta de Thiago Gonçalves quando recebeu a notícia que havia passado no vestibular de Medicina numa faculdade particular de Belo Horizonte. Os pais aprovei-taram para reunir amigos e familiares, que não hesitaram em raspar a cabeça do novo calouro.

Aconteceu no último dia 11 de agosto palestra administrada por José da Paz Cury com o tema “Alinha-mento de Conduta dos Delegados Eleitos”, do Sicoob Crediriodoce, no Tatersal do Parque de Exposições.

Formatura

Palestra

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Breno Cabral usou na noiva produtos como pancake maxsacpor, pó da clinique translúcido, batom da lancôme, olhos marcado com cílios da clinique, brush da revlon no tom de pêssego e iluminador, resultando numa maquiagem perfeita e harmoniosa.

Vando assinou um cabelo clássico inspirado no filme Breakfast at Tiffany’s com Audrey Hepburn (bonequinha de luxo), deixando a noiva linda e natural.

Casamento Sinara e Moacyr

casamentos

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Ao som de “Viva La Vida”, sucesso do Coldplay, surgiu Sinara Neves de braços dados com o pai, Geraldo Neves. Seu vestido teve a assinatura de Lurdinha Ferraz, confeccionado todo em renda, com corpo justo e rabo de peixe com calda de 3 metros, esbanjando estilo romântico contemporâneo, com véu de 5 metros duplo em tule francês e nas costas fechada com botões. Ao lado de Moacyr, ela ouviu atenta as palavras do padre Paulo, da Igreja Cristo Redentor, sob os olhares comovidos dos pais dos noivos. Após o ‘sim’, a noiva trocou o vestido por um curto moderno, e abriram a pista de dança com direito a discurso de agradecimento.

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40Agosto 2012conceito

Segurança no Trabalho

As empresas estão cada vez mais atentas às transformações do mercado. Hoje, quem quer se manter em destaque

nessa disputa acirrada precisa investir pesa-do em qualidade, tanto do produto quanto da mão-de-obra. A segurança do trabalho, por exemplo, já há algum tempo deixou de ser apenas uma obrigatoriedade e passou a ser vista pelos empresários como um verdadeiro investimento.

Entre tantos riscos e cuidados, os médicos, engenheiros e técnicos nessa área são uma es-pécie de anjos da guarda do trabalhador. Eles garantem o conforto dos funcionários durante o serviço estudando formas de evitar os aci-dentes de trabalho e as temidas doenças ocu-pacionais, como a lesão por esforço repetitivo, mais conhecida pela sigla “LER”. Além disso, ajudam a cumprir um universo de leis estabe-

lecidas pelo governo para garantir a segurança do funcionário. A legislação é rigorosa e prevê punições pesadas para quem for pego em des-cumprimento.

Entendendo melhor as necessidades dos trabalhadores, é possível otimizar o trabalho e ainda aumentar a produtividade. Por isso, mui-tas empresas contratam esses profissionais para integrar seu quadro de funcionários, enquanto outras apostam na terceirização do serviço.

Com 7 anos de experiência no mercado, a Dinâmica, especializada em Medicina e Segu-rança do Trabalho, atende hoje a cerca de 350 empresas da região e até fora do Estado, como na Bahia. Em meio ao rol de clientes estão grandes nomes como o Grupo Hélio Gomes e a ABC Valadares. “Apostamos na qualidade do nosso serviço e num corpo de funcionários capacitado. Ao todo 18 pessoas, entre técni-

Quando o assunto é

Acompanhamento profissional nas empresas ajuda a evitar acidentes e melhorar as condições de trabalho dos empregados

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cos, médicos e engenheiros, trabalham para estar cada vez mais perto de nossos clientes”, afirma o gerente administra-tivo Allysson Bragatto.

Allysson ainda explica que o trabalho é planejado a partir do grau de risco da empresa. “Empresas do ramo da construção civil ou de indústrias, por exemplo, exigem um cuidado maior. Nestes casos, as visitas dos técnicos são mais constantes”.

O gerente administrativo da ABC Valadares, Dimas Dias de Araújo, assegura a importância de uma empresa como a Dinâmica para prestar consultoria neste setor. “É vantajoso por dois motivos: primeiro porque se trata de uma empresa especializada em segurança do trabalho e pode nos ajudar melhor a cumprir as exigências da lei. Depois, por-que seria muito oneroso contratarmos engenheiros e mé-dicos para cuidar exclusivamente disso em nossa empresa”, admite. Dimas ainda fala da relação entre as duas empresas, formando uma verdadeira parceria. “Em nosso quadro de funcionários temos um técnico que trabalha em parceria com a Dinâmica, o que facilita e otimiza nosso trabalho”.

Publicidade

Empresas do ramo da construção civil ou de indústrias, por exemplo, exigem um cuidado maior. Nestes casos, as visitas dos técnicos são mais constantes

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O cumprimento pelo Governo Federal da função social do Fundo de Garan-tia por Tempo de Serviço (FGTS)

tem financiado moradia para muitos brasilei-ros. Também por uma questão de segurança, pessoas que antes residiam em casas passaram a optar por apartamentos. Com isso, inúmeros edifícios, uns maiores, outros menores, ganha-ram a preferência das construtoras.

Mas essa modalidade de moradia exige um alto grau de civilidade, respeito e cidada-nia – normas da boa vizinhança que devem ser aplicadas por todos, de modo a propiciar uma

convivência harmônica e urbana.Um condomínio (que significa ‘donos em

comum’ ou ‘vários donos’) tem áreas e despesas em comum, e condôminos, mais que vizinhos, são verdadeiros sócios.

No registro de imóveis, o condomínio é di-vidido no que se convencionou chamar de fra-ção ideal. Cada fração ideal corresponde a um apartamento ou a uma sala comercial. Assim, a Prefeitura se utiliza do tamanho da fração ide-al para cobrar o IPTU: quem tem fração ide-al maior, paga mais. O mesmo ocorre com a “taxa” condominial: algumas despesas comuns,

Por José Francisco JúniorE-mail: [email protected]

cotas condominiaisA cobrança das

colaborador

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cujo custeio implique maiores gastos em fun-ção do tamanho da unidade, terão seu rateio proporcional. É o caso de uma reforma no prédio, por exemplo. Uma cobertura vai gastar mais material do que um apartamento-tipo.

Como vimos, o Código Civil dispõe que tudo deve ser dividido na proporção da fração ideal, com o que eu, particularmente, não con-cordo. Também a Lei Federal é clara ao esta-belecer que “cada condômino concorrerá nas despesas do condomínio, recolhendo, nos pra-zos previstos na Convenção, a quota-parte que lhe couber em rateio”. Em seguida, completa: “salvo disposição em contrário na Convenção, a fixação da quota no rateio corresponderá à fração ideal de terreno de cada unidade”.

Ora! As despesas com água, elevadores e energia elétrica do condomínio não serão maiores se a fração ideal for maior. Os salá-rios dos empregados do condomínio não serão maiores se a fração ideal for maior. A contabi-lidade ou a administradora do condomínio não terá mais trabalho se a fração ideal for maior.

Outro ponto crítico em condomínios é a inadimplência. Digamos que um condomínio necessite de, em média, R$10 mil para pa-gamento das despesas mensais em comum. Tendo o prédio 10 unidades autônomas do mesmo tamanho, cada uma terá uma taxa mensal de mil reais. Basta que dois condômi-nos fiquem inadimplentes para que os outros oito tenham que arcar com um aumento de 25% na cota mensal para que se consiga ar-recadar o necessário para o pagamento total das despesas.

Nesses casos, até para não onerar indevida-mente quem paga em dia, cabe ao condomínio ajuizar uma ação de cobrança – que terá um trâmite mais rápido – para receber do inadim-plente morador/proprietário. Havendo uma sentença favorável, corre o condomínio poucos riscos de não receber o valor do ocupante do imóvel, uma vez que a própria unidade autô-noma pode ser penhorada e posteriormente levada a leilão público, cujo produto será em-pregado no pagamento do débito.

No registro de imóveis, o condo-mínio é dividido no que se con-vencionou chamar de fração ideal. Cada fração ideal corres-ponde a um apartamento ou a uma sala comer-cial. Assim, a Prefeitura se utiliza do tamanho da fração ideal para cobrar o IPTU: quem tem fração ideal maior, paga mais.

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Uma vizinhança tranquila, num lugar de beleza exuberante, bem localizado e se-guro. É cada vez mais difícil reunir to-

dos esses atributos num só espaço. Mas em Go-vernador Valadares, um bairro tem chamado a atenção de quem não abre mão deles na hora de escolher onde morar: o Belvedere. Construções com as mais modernas tendências da arquitetu-ra desafiam a criatividade e chamam a atenção de quem se aventura pelas ruas do lugar.

O bairro fica a poucos minutos do centro, próximo ao São Pedro. Os 200 lotes são divi-didos numa área de 300 mil metros quadrados. Basta um passeio pelas ruas, todas asfaltadas, para constatar que as inovações no ramo da construção civil florescem como na primavera pelos campos do Belvedere. “Até o clima aqui é diferente”, afirma uma das primeiras mora-doras do bairro, a empresária Elizabeth Freitas Barbalho. A afirmação de Elizabeth pode ser justificada pela região montanhosa do bairro e pelos ventos que cortam a área, amenizando o calor valadarense.

Elizabeth mora com a família no lugar há quase oito anos. Durante este tempo, viu

o bairro se desenvolver até se tornar referên-cia em moradia de qualidade. “Para mim, em Valadares não tem lugar melhor. Aqui temos liberdade, sossego, uma boa vizinhança e, prin-cipalmente, segurança, com guarita 24 horas por dia, no condomínio em que moro”.

A construtora Neves Engenharia é respon-sável por grande parte desse sucesso. Além de vender os lotes, presta serviços na execução da obra. A maioria dos clientes acerta com a própria empresa os detalhes da casa que sonha construir. “Isso possibilita ao cliente comprar a casa a preço de custo e reduzir os gastos da obra”, afirma o engenheiro civil e proprietário da empresa, Isaques Neves. Outro diferencial apontado por ele é a localização estratégica. “Além de estar praticamente no centro da cida-de, o bairro não é rota de chegada para nenhum outro lugar. Isso garante mais tranquilidade no fluxo de carros”.

E empresas de sucesso, como a Neves En-genharia, escondem verdadeiros tesouros entre seus funcionários. O filho de Isaques, Igor José Neves, de 19 anos, pode ser considerado um garoto prodígio. No segundo período de Ar-

Belvedere é um dos empreendimentos de sucesso da Neves Engenharia

está mais próximo de Valadares

O sonho de morar bem

construção

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Utopia? Morar bem e próximo ao centro da cidade é a realidade de muitas pessoas, como as que escolheram o Belvedere como lar

quitetura e Urbanismo, pela Universidade Vale do Rio Doce (Univale), já elaborou projetos de construção. Alguns deles não ficaram só no papel e ganharam as ruas do bairro. Igor teve a oportunidade de apresentá-los a alguns clientes. Eles gostaram tanto que resolveram fazer a casa tal qual ele pensou.

Com a supervisão do pai, Igor se aventura pelo mundo das construções e busca na graduação uma forma de ajudar ainda mais a empresa. “Dependendo do projeto, em quatro meses a casa fica pronta. Também ajudo meu pai na criação de fachadas para as casas”, completa.

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46Agosto 2012conceito

Por Dileymárcio de Carvalho

Para pensar a contemporaneidade a partir de suas relações sociais, e como essas configu-ram as pessoas num mundo sem “frontei-

ras” mas ao mesmo tempo excludente, é preciso caminhar um pouco nos pensamentos de Stuart Hall. O historiador tornou-se sociólogo por acei-tação de sua obra e referência quando se busca compreender as diversas identidades produzidas numa cultura de ordem planetária e multifacetada.

Iniciar assim pode até nos parecer distan-ciando das aplicações práticas de tais pensa-mentos para um entendimento da cultura. Mas o pensamento de Hall mostra determinações democráticas e provocadoras de uma cultura re-tratada em cenas contemporâneas.

Trata-se de relações de domínio nas diversas estruturas do poder em transformação, mas que provocam, segundo ele, transformações e deslo-camentos, e, assim, a Diáspora com identidades mediadas pela cultura.

Para os iniciantes Hall vai dizer que os in-telectuais tradicionais se colocam ao lado do conhecimento e dos interesses sociais já esta-belecidos. Mas ele acredita que o verdadeiro trabalho intelectual que chama de radial gera mudanças sociais e econômicas.

Stuart Hall rompe com os modelos tradicio-nais de ensinar sobre a sociedade. Ele está no centro dos chamados “Estudos Culturais”, com interesse em compreender as práticas sociais em todas as suas manifestações, entre elas, por exemplo, os próprios movimentos migratórios.

Em Da Diáspora – Identidades e Mediações Culturais, é possível entrar nas próprias experi-ência de Hall. O tema, na verdade, é uma jus-tificativa para a sustentação da Diáspora. E se há um deslocamento das identidades no mundo, ele fala da passagem de uma identidade fixa para uma identidade mais plural, da qual surgem

pelo menos três concepções:1-A identidade do sujeito do Iluminismo ba-

seava-se numa concepção da pessoa humana como um indivíduo totalmente unificado, dotado das ca-pacidades de razão, de consciência e de ação.

2-A identidade de sujeito sociológico refle-tia a crescente complexidade do mundo moder-no e a consciência de que este núcleo interior do sujeito não era autônomo nem auto-suficiente.

3-A identidade do sujeito pós-moderno, não tendo uma identidade fixa, essencial ou permanente.

Assim, em Hall as identidades estão sempre em processo de formação, de modo que não se pode falar em identidades fixas, inalteradas.

E num mundo de individualidades, a ideia de identidade nada tem com identificar uma pessoa por uma determinada referência, pelo nome ou mesmo por sentimentos. Mas Hall é singular ao dizer que a identidade sempre é vis-ta na perspectiva do outro.

É possível, a partir de sua obra ou de cami-nhar por ela, estabelecer uma compreensão de como um jamaicano que se torna referência no mundo para pensamento das culturas constrói do conceito de diáspora uma nova forma de en-tender esse mundo em fluxo.

Conceito

O conceito de diáspora (ou dispersão) vem da história dos judeus que foram levados à es-cravidão no Egito, depois à libertação através de Moisés e seu grande êxodo, e pela significação do holocausto nazista. Jamaicano de origem, Stuart Hall vive na Grã-Bretanha desde 1951. É a di-áspora pós-colonial que vai pautar sua produção numa concepção de uma cultura resultante dos meios de comunicação.

A cultura no pensamento deStuart Hall

pensamento cultural

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47Agosto 2012conceito

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48Agosto 2012conceito

Governador Valadares é conhecida pelo comércio forte e pelo empreendedoris-mo de pessoas corajosas que desafiam

o mercado em busca de novas realizações. Por isso em 2012 a cidade está em festa. A maior e mais antiga empresa no ramo de confecção brin-da 30 anos de muita garra e ousadia. A Ananda, referência no segmento de moda, é também um marco na história da região, seja pelo exemplo de sucesso de seus fundadores, seja pelo suporte ao empresariado local, fortalecendo a imagem em-preendedora no Leste de Minas.

Já no início da década de 80, os visionários Paulo e Ceci Sendas sabiam aonde queriam chegar. Encontraram na experiência da mãe de Ceci, Yacy Avelar, a inspiração para investir no ramo. “Minha mãe tinha uma loja de roupas e eu mal sabia costurar. No começo procurei por pessoas que conheciam melhor o trabalho para o negócio dar certo”, revela Ceci.

O começo, como já era de se imaginar, foi repleto de desafios. Ceci, que até então lecio-nava inglês em uma escola da cidade, teve de abandonar o emprego para cuidar exclusiva-mente da confecção. Anos mais tarde, Paulo, engenheiro da Cenibra, fez o mesmo.

Ananda foi o nome escolhido para batizar o negócio. A palavra, que significa “alegria”, parece realmente ter abençoado a empresa e orientado o trabalho nessas três décadas de existência. A escolha aconteceu depois de uma conversa entre Ceci e uma amiga, quando pensava nas possibili-dades de nome. Mas a confirmação jurídica veio apenas anos mais tarde, quando foi liberado pela empresa que antes tinha registrado o nome junto ao governo, mas que não o usava no mercado.

Os anos foram passando e, aos poucos, a empresa foi se consolidando no mercado de con-fecção regional. As dificuldades, comuns a qual-

quer empreendimento, não acabaram. Os planos econômicos de Fernando Collor, por exemplo, foram verdadeiros vilões dos empresários. “Na-quela época, fizemos um empréstimo para custe-ar alguns gastos da empresa. No dia seguinte, por conta dos juros, já estávamos devendo o dobro do valor”, lembra Paulo Sendas. O casal teve de entrar na justiça para pagar a quantia correta.

O segredo do sucesso

A busca constante pelo aperfeiçoamento do corpo de funcionários, unida a uma vontade de crescer, fizeram parte da receita de sucesso da Ananda. O negócio deu certo por conta da visão ampliada que Ceci e Paulo tiveram após participar de uma série de cursos de capacita-ção e treinamento, inclusive no exterior, para ficarem a par das diferentes possibilidades de investimento. “No mercado da moda, que está em constante modificação, quem não se renova não cresce”, opina Ceci.

A entrada no comércio de roupas da cida-de, acostumado com confecções do Rio de Ja-neiro, foi um tanto peculiar. A empresa vendia confecções para lojas da cidade, mas alguns co-merciantes cortavam a etiqueta com a marca na hora de vender. Daí surgiu a ideia de abrir uma loja com produtos exclusivamente Ananda. A iniciativa deu tão certo que logo abriram fran-quias em Teófilo Otoni, Ipatinga, Timóteo e Linhares, no Espírito Santo.

O negócio cresceu. Chegou a produzir para vários clientes, inclusive no exterior. O esforço foi recompensado, também, com vários prê-mios de reconhecimento. Entre eles, o de Ex-celência Empresarial, em 1995, concedido pelo SEBRAE Minas às micro e pequenas empresas de destaque no Estado.

Ananda comemora30 anos de atuação no mercado

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Há cinco anos, os irmãos Hérika e Christian Sen-das, filhos do casal, assumiram o negócio mais ativa-mente. “Superar gerações é mais complicado do que abrir uma empresa”, afirma Hérika. Ela se refere ao desafio de que muitos filhos preferem trilhar caminhos diferentes dos pais e, por isso, o negócio não segue adiante ou, em alguns casos, a administração vai parar nas mãos de outras pessoas.

Mas os dois, formados em Administração de em-presas, receberam dos pais o desafio de continuar o negócio de sucesso. Hérika, como diretora comercial, e Christian, na administração geral do empreendimen-to. Desde os doze anos, Christian já se mostrava envol-vido com o negócio. Ajudava nos serviços de rotina da empresa. O interesse de Hérika veio um pouco mais tarde, depois da graduação.

De olho no mercado

Hoje a Ananda está entre as maiores empresas de moda da região. Além de vender para diferentes estados brasileiros, possui três lojas Ananda e duas lojas Criska, que fazem parte do mesmo grupo. O posicionamento de marca foi tão bem estruturado que conquistou clien-tes de todas as partes do Brasil e hoje atua em duas frentes de mercado, no atacado e varejo. Diante de resultados tão satisfatórios, Hérika Sendas faz questão de destacar o caráter regional da empresa. “Temos um compromisso com o desenvolvimento econômico da nos-sa região. Seja através da geração de empregos diretos e indiretos, seja no apoio ao comércio local”, conclui.

Negócios de família

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Os rótulos são quase os melhores amigos de quem se preocupa com uma alimen-tação balanceada. Afinal, quem resiste a

um alimento saboroso sem abrir mão do cuidado com a saúde? Assim fica até mais fácil explicar por que os alimentos Diet e Light fazem tanto sucesso na mesa dos consumidores. Nos últimos anos, eles tomaram conta das prateleiras dos su-permercados e viraram moda entre os brasileiros.

Dados da Associação Brasileira de Produtos Dietéticos (Abiad) mostram que 35% das casas no país têm pelo menos um produto da categoria

no armário. E, por incrível que pareça, muita gente ainda faz confusão com o uso desses alimentos. Para você não ajudar a engrossar esses números, CON-CEITO explica agora as principais diferenças.

No caso dos alimentos Diet, não se encontra determinado nutriente, conforme a necessidade do consumidor. No caso dos diabéticos, o açúcar; dos hipertensos, o sal, por exemplo. Eles são in-dicados pelos médicos a essas pessoas porque são especialmente formulados, eliminando ou substi-tuindo um alimento específico. E para os consu-midores mais desconfiados, vale dizer que o rigor

Diet e light: vilões ou mocinhos?

empreendedor

Consumidor deve ficar atento às diferenças destes produtos, que já ganharam ala exclusiva no Coelho Diniz

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parte da própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. Dentre outras especificações, o órgão exige que os produtos tenham em seus rótulos a frase “consumir preferencialmente sob orientação de nutricionista ou médico”.

Já os alimentos Light têm um valor energé-tico ou nutricional reduzido, e por isso são indi-cados para pessoas que querem perder peso. Mas atenção: eles só ajudam se houver uma diminui-ção significativa em algum nutriente energético.

O gerente de loja de um dos supermercados Coelho Diniz, Nilo Cristiano de Carvalho, des-taca o crescimento nas vendas desses alimentos. “Barras de cereal, geléias e gelatinas estão entre os mais vendidos na categoria”, revela. Segundo ele, a indústria de alimentos tem investido pe-sado para conquistar um filão de consumidores exigente e preocupado em se alimentar de forma saudável. “São pessoas em busca de saúde. Por isso, estamos preparados para atender aos mais variados gostos e objetivos”.

O nutricionista Júlio Cesar Moreira explica que qualquer pessoa pode consumir esse tipo de

alimento, desde que um especialista a acompa-nhe. “Quem compra produtos Diet deve ficar atento ao nutriente que é retirado do produto. Pode ser, justamente, o que ele precisa”, alerta. Júlio explica que a indústria compensa a falta com outros nutrientes para dar sabor ao produ-to. “No caso do chocolate Diet, o açúcar é com-pensando com gordura. Ele é até mais calórico do que o tradicional e não é recomendado para quem quer perder peso”, explica Moreira.

A fisioterapeuta Silvia Aguiar é uma consu-midora exigente, e, por isso, sempre dá preferên-cia a esses alimentos. Depois de orientação mé-dica, decidiu consumi-los com mais frequência. “Descobri durante um exame de rotina que a minha taxa de triglicérides estava alta”, conta, re-ferindo-se a um tipo de gordura produzida pelo organismo ou ingerida através de alimentos que, em excesso, podem causar doenças que afetam o coração. “Emagreci 3 quilos só no primeiro mês de dieta”, diz, orgulhosa. Além disso, na rotina diária, Silvia evita ao máximo colocar açúcar no cardápio e sempre dá preferência às frutas.

Quem compra produtos Diet deve ficar atento ao nutriente que é retirado do produto. Pode ser, justamente, o que ele precisa.

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especial

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Rua Israel Pinheiro, 18 horas. Duas fi-las paralelas intermináveis de veículos, inertes ao longo de quarteirões e mais

quarteirões, indicam que o retorno para casa exigirá mais paciência dos motoristas do que poderia ser necessário. Movimentando-se em meio ao alarido de faróis e buzinas estão apenas os motociclistas mais ousados, que costuram as fileiras num espaço minúsculo, assim como os ciclistas e pedestres, fluindo por entre os carros estacionados no meio da rua.

Esta cena não é de um dia qualquer ou um fato isolado. Ocorre, na verdade, durante quase toda a semana, em consonância com o horário comercial. O trânsito quase estático é apenas o primeiro indício de que um dos maiores pro-blemas das grandes metrópoles já se tornou um câncer em Valadares. Outras provas inequívocas da imobilidade urbana são facilmente detectá-veis no próprio mapa da cidade: a esmagado-ra maioria das principais vias do Centro não é duplicada. Ruas importantes, como a Bár-bara Heliodora e a Israel Pinheiro, funcionam em sentido único. A Rua Marechal Floriano é parcialmente duplicada, mas o pequeno trecho dividido pelo canteiro central, próximo ao cru-zamento com a Avenida Minas Gerais, é quase

insuficiente para receber duas fileiras de veícu-los em cada pista. O mesmo problema acontece não muito longe, a menos de um quilômetro dali, na Rua Sete de Setembro.

Já a Avenida Minas Gerais, principal cor-redor da região central, recebe boa parte do fluxo de carros que desembocam das ruas que a cortam. Enquanto isso, diversas ruas adjacen-tes, como São Paulo, Belo Horizonte, Peçanha, Barão do Rio Branco, Dom Pedro II e Arthur Bernardes, acabam sofrendo com o excesso de motoristas que lutam por um espaço contra os carros estacionados e o acúmulo de ônibus que passam por algumas delas.

“São muitos carros para pouco espaço”, sentencia o motorista Adriano Vilela Costa, de 34 anos. Uma rotina da qual reclama, mas à qual já se habituou. Todos os dias, no horário de pico, se desloca do Centro para o Bairro São Pedro, onde mora com a esposa e os dois filhos. O dia-a-dia permitiu que o dentista até apren-desse a lidar com a Rua Israel Pinheiro, trajeto natural entre a casa e o trabalho.

“Na altura do Colégio Ibituruna, por volta de 17h30, os pais dos alunos formam pratica-mente uma fila tripla para esperar as crianças”, reclama. O motorista se refere ao trecho pró-

Por André Mauteufel e George Gonçalves

Trânsito intenso de veículos tende a piorar se não houver medidas imediatas do poder público: 4 mil novos carros chegam todos os anos à cidade

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ximo à esquina com a Rua Olegário Maciel. No fim da tarde, quando o movimento é maior, são comuns os transtornos e aborrecimentos de quem passa pelo local. Pra piorar, não bastas-se o amontoado de carros, os mais impacientes deixam o trânsito ainda mais estressante, e o tu-multo logo acaba por se tornar uma verdadeira guerra entre tantos condutores.

Mal-estar que não é muito diferente do que sofre o taxista Walter Vieira da Costa. A profissão o obriga a conviver todos os dias com o caos urbano de Valadares. A experiência no trânsito permite expor ainda outras dificulda-des recorrentes. “Péssimo! Não temos local para estacionar nem desembarcar passageiros. Falta, no Centro, uma via de trânsito rápida. Quando atendo a clientes que estão passando mal e pre-cisam ir com urgência para o hospital, fico até com medo”, revela.

Mas por trás de tantos problemas, há mais que apenas ruas estreitas e carros enfileirados. A quantidade de novos veículos que chegam todos os anos a Valadares assusta. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010 o município alcançou a frota de 92.918 veículos – um para cada 2,79 pessoas. Em 2009, eram pouco mais de 85 mil. O acrésci-mo de quase oito mil veículos nas ruas da cidade, no entanto, é superior ao levantamento médio anual do Departamento de Trânsito da Prefei-tura, que estima em cerca de 4 mil o número de veículos que desembocam por ano. Mesmo este balanço permite prever o que será do trânsito da cidade dentro de alguns anos: entre 2010 e 2020, serão 40 mil novos veículos circulando por Vala-dares – um total próximo dos 150 mil!

Solução nos bairros

A sina diária dos milhares de motoristas vala-darenses mobilizou a REVISTA CONCEITO a buscar respostas para os problemas. É o Departa-mento de Trânsito, braço da Secretaria de Obras, o órgão responsável por realizar estudos sobre o fluxo de veículos e as intervenções necessárias para acabar ou ao menos reduzir problemas nos principais corredores. O chefe do departamento é Marco Rios, que logo de início confirma: diver-sos problemas formam a causa da falta de mobi-lidade em Governador Valadares. A boa notícia é que ele acredita numa solução, desde que haja investimentos pesados não só do poder público, mas também da iniciativa privada.

“Se o morador tiver o que precisa no bairro,

A caracterís-tica de pólo regional da cidade faz o movimento de carros ser significativo, principal-mente no horário de maior movi-mento, entre 12h e 19h.

como lojas, bancos e supermercados, dificilmen-te terá de ir ao centro com tanta frequência”, de-fende, citando como exemplos bem sucedidos os bairros Santa Rita e Jardim Pérola.

Quanto ao Centro da cidade, ele tem uma explicação curta, porém lógica. “O movimento é maior na região central da cidade, que é rela-tivamente pequena”. Aliado a isso, explica, 40% dos veículos em circulação em Valadares são de outras cidades. “A característica de pólo regional da cidade faz o movimento de carros ser signi-ficativo, principalmente no horário de maior movimento, entre 12h e 19h”, acrescenta. Mas o fluxo poderia ser menor, se o grande número de famílias que possuem mais de um carro aprovei-tasse a carona para chegar ao local de destino.

Excesso de veículos já chegou à Rua Bárbara Heliodora

Único acesso à Ilha dos Araújos, ponte sofre com o tráfego

Na Israel Pinheiro, horários de pico deixam fluxo travado

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Urbanistas apostam emintervenções no centro

Na contramão do chefe do Departamento de Trânsito, os urbanistas entendem que inter-venções no próprio centro poderiam desafogar o fluxo de veículos. O professor de Arquitetura e Urbanismo Geraldo Purri destaca pontos que deveriam merecer a atenção do poder público. “A cidade não comporta mais o fluxo de veículos também em função da permissividade de estacio-namento nos dois lados de vias importantes, do desrespeito às leis de trânsito e da competição do fluxo desordenado das bicicletas com o de carros”. Limitar o estacionamento dos dois lados das vias de maior movimento, ter um controle rígido da circulação de bicicletas na contramão das vias e fazer um reestudo dos semáforos são soluções a curto prazo que amenizariam os pro-blemas, na visão do urbanista.

A arquiteta e urbanista Cynthia de Souza Santos também concentra ideias para a região central. “A malha viária precisa ser reestruturada e há necessidade de investir em obras de infraes-trutura urbana. O sistema de transporte coletivo também precisa ser melhorado”, defende. Cynthia lembra ainda a realidade de algumas calçadas que são muito estreitas e dificultam a acessibilidade das pessoas.

Excesso de veículos já chegou à Rua Bárbara Heliodora

Único acesso à Ilha dos Araújos, ponte sofre com o tráfego

Na Israel Pinheiro, horários de pico deixam fluxo travado

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Por Janaína DepinéE-mail: [email protected]

Etiqueta no uso do celular

colaborador

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O Brasil tem mais de 250 milhões de telefones celu-lares, segundo a Agência Nacional de Telecomuni-cações. O índice é de 128 celulares para cada cem

habitantes. Ou seja, tem mais aparelho do que gente por aí. Se o celular surgiu para facilitar a vida, não há dúvidas

de que está cada vez mais difícil viver em paz com ele. Para ajudar nesta tarefa, preparei 10 dicas valiosas para evitar constrangimentos e fazer sua vida ficar mais elegante com essa excelente ferramenta.

1.Não use ao volante - Estatísticas da Associação Bra-sileira de Medicina de Tráfego (Abramet) mostram que 80% dos motoristas utilizam o celular ou outras tecnolo-gias que tiram o foco da direção veicular. Um perigo, já que uma conversa ao telefone ou o envio de um SMS ao volante pode ser tão fatal quanto a mistura álcool e direção.

Por isso, quando o motorista entra no carro deve desli-gar o celular. Ao chegar ao destino religue, retorne as liga-ções ou envie as mensagens necessárias. Nada é tão impor-tante que não possa esperar alguns minutos.

2. Escolha o toque certo - Os ringtones são uma ma-nia, mas é preciso muito cuidado. Nada mais constrange-dor do que músicas da moda ou hino do time como toque. Já imaginou tocar “Ai, se eu te pego” na hora da assinatura de um contrato? Dê preferência sempre a um toque sóbrio e sem gracinhas.

3. Não fale alto - O fato de o aparelho ser pequeno não quer dizer que ele não transmita sua voz na mesma in-tensidade que um telefone comum. Por isso, não fale alto, muito menos grite. Mantenha um tom de voz ameno para que estranhos não participem da conversa. Se o interlocu-tor não estiver ouvindo, vá para um lugar mais calmo.

4. Seja discreto - Jamais pergunte: “Onde você está?” ao seu interlocutor. Celular é um aparelho móvel e a pes-soa pode estar nos mais variados lugares, o que não lhe diz respeito. A pergunta correta é: “Você pode falar?”.

5. Desligue - Os celulares devem ser desligados em vá-rias situações, como: reuniões, cinema, teatro, aula, acade-mia, hospitais, funerais, igreja, biblioteca, casamentos etc. Se estiver aguardando uma ligação urgente ou importante deixe no vibracall e afaste-se para atender. Nas reuniões de trabalho, avise antes de começar que talvez você preci-se sair para atender e explique superficialmente a situação. Assim, você mostrará respeito aos demais.

Por fim, se não quiser ser encontrado é melhor deixar o telefone desligado. É um direito não querer falar com ninguém, ainda que hoje muitos achem isso um absurdo.

6. Use à vontade - Certas situações são ideais para usar o celular e aplicativos, caso seja um smartphone: numa fila de banco, em salas de espera ou preso num congestiona-mento (use o viva voz ou equipamento hands free).

7. No local certo - Celular na cintura é muito brega. Parece um exibicionismo barato. Prefira o bolso (da calça ou do paletó, no caso dos homens) ou a bolsa (no caso das mulheres).

8. Mensagem curta - A gravação da caixa postal não deve ultrapassar 15 segundos. Diga apenas: “Você ligou no celular do fulano, por favor, deixe seu recado que retorna-rei em breve”. Detalhe: lembre-se de ouvir as mensagens e retornar as ligações sempre (mesmo as sem recado).

9. Dê atenção a quem está com você - Quando estiver conversando com alguém, evite interromper para atender a uma ligação. Se precisar, seja rápido. Nada mais desele-gante do que deixar o outro esperando sua conversa acabar. Além do mais, passa a impressão de que o papo ao telefone é mais importante do que o de quem está ali presente.

10. De olho no horário - Para qualquer telefone, inclu-sive o celular, não se liga antes das 9 horas, nem depois das 21 horas, a menos que já tenha combinado anteriormente ou seja uma emergência séria. Essa é uma regra básica de etiqueta que deve ser sempre respeitada.

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A visão do cidadão que mora no Brasil é muito diferente da vida do cidadão brasileiro que mora em outros países.

Vivendo nos Estados Unidos há 12 anos, oito deles em Boston, Massachussetts, tenho presen-ciado e notado diferentes comportamentos de diversos segmentos, seja de pessoas que vieram trabalhar por algum tempo e voltar para o Brasil, seja dos cidadãos do mundo que decidiram fazer dos EUA sua pátria ou de pessoas que ainda não conseguiram definir bem sua situação.

O que muitos sabem aí é que a vida aqui é de muito trabalho, estressante, mas de muito conforto e luxo. O primeiro conflito é tentar ex-plicar aos outros o que realmente se veio fazer aqui. As respostas se misturam com os senti-mentos. Ora de alegria, ora de nostalgia.

Costumo dizer que ser brasileiro é uma dá-diva. Salve, salve o nosso povo que vive sob um sol de 40 graus, sorri e diz que somos abençoa-dos por isso.

E alguém diz o contrário? Existe um dita-do popular americano que diz: “home is where the heart is!”, ou, traduzindo, “nosso lar é onde nosso coração está”, ou seja, onde nos sentimos

bem. E é a pura verdade. Uma vez experimen-tado o verdadeiro regime capitalista e adotadas algumas diferentes maneiras de se administrar nossa vida financeira e emocional, é impossível não tecer comparações entre os dois mundos. O ponto de vista varia de acordo com o assunto em discussão: se é para falar de financeiro, fale-mos com propriedade daqueles que trabalham durante toda uma semana corrida, mas que ao final dela tem o seu contracheque vigoroso, po-tencializado pelas ótimas lojas que existem aqui dos mais diferentes gostos e artigos. Se é para falar do emocional, podemos ir de A a Z. Mas as saudades dos familiares e entes queridos é o abre-alas desse carnaval de sentimentos.

O espírito aventureiro, que move o ser hu-mano, o cidadão brasileiro tem de sobra. Esse é o combustível mais importante para o sucesso daqueles que deixam para trás a terra natal.

Hoje, quando falamos de brasileiro nos Estados Unidos, estamos falando em sucesso. Muitos conseguiram representar uma boa fatia do Brasil que inventa e locomove o comércio em vários setores. O trabalho árduo, agregado à vontade de vencer aqui fora, tem mostrado a

ConnectionAmerican

Por Juliana TedescoE-mail: [email protected]

colaborador

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59Agosto 2012conceito

Imigrante

que viemos. Temos empresas de setores variados que repre-sentam o nosso país: restaurantes, supermercados, açougues, padarias, agências de automóveis, profissionais da área da saúde e por aí vai. Existe, sim, uma nação brasileira do lado de cá. E com propriedade posso falar que o coração aqui tem um pulsar diferente.

De agora em diante nossos encontros vão ser assíduos. De um jeito gostoso e alegre vamos mostrar daqui como se toca a banda americana em ritmo brasileiro.

Os brasileiros aqui também choram, riem, conversam, trabalham, se divertem, namoram, casam, poetizam. E é com uma linda poesia de autoria de Alberto Cuco Machado que ilustro esse nosso primeiro encontro, com algumas fotos lin-das desse nosso verão bostoniano cheio de saudades do povo brasileiro do lado de cá.

Deixei um pedacinho de mim, lá do outro lado do oceano.coloquei minha coragem numa pequena mala de pano,enxugei as lágrimas daqueles que deixei; com um sorriso vazio.e para um outro horizonte rumei, onde o vento é um pouco mais frio.

Sinto nos dedos das mãos, uma ausência in-terminável,talvez por não mais tocar em tantos que não estão aqui.toda bifurcação, seja curta ou não , tem um dilema insondável.mas é a decisão que irá me fazer sentir , se o certo é estar ou partir...

Em meu porta retrato as lembranças não vão amarelar,por mais que a poeira do tempo possa tentar , vou acordar abrir a janela , e como brasileiro bom que souvou lutar...

enquanto meu sonho não acabar ...a Saudade será meu lar!

Fonte: versopoetico.blogspot.com

Arquivo Pessoal

Arquivo Pessoal

Arquivo Pessoal

Boston é uma das metrópoles preferidas pelos imigrantes brasileiros

Barcos na Marina de Boston: velejar é uma das atividades dos moradores

Arquitetura reúne num só lugar o clássico com o moderno

Belas paisagens fazem da metrópole um lugar atrativo para imigrantes

Arquivo Pessoal

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60Agosto 2012conceito

Dizem que o sorriso é nosso cartão de visitas. Verdade ou não, todo mundo reconhece que uma boa saúde bucal

faz bem pra qualquer pessoa, principalmente se estiver associada a uma estética agradável. Em al-gumas profissões, como a dos vendedores, é quase norma de conduta ser simpático e abrir aquele sorrisão para receber o cliente.

Há 14 anos em Valadares, o dentista Marcelo Moreira tem devolvido o sorriso de pessoas que buscam recuperar a auto-estima. A especializa-ção em implantodontia abriu possibilidades de trabalhar numa área em que se identifica bas-tante. “A gente se torna amigo dos pacientes. A cadeira do consultório é praticamente um divã, onde podemos conversar e trocar experiências de vida”, afirma.

Marcelo atende hoje como clínico geral e im-plantodontista na Estetdor, juntamente com uma equipe formada ainda por dentistas, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocu-pacionais. Antes, atendia num consultório parti-cular no centro da cidade. Ele explica que decidiu mudar para a Estetdor, há cerca de um ano, pela facilidade de estacionamento e pela boa localiza-ção do lugar. Além disso, alguns casos podem ser tratados com a ajuda de outros profissionais na própria clínica, como os de bruxismo – quando a pessoa range os dentes à noite, necessitando ain-da do auxílio de psicólogos.

Uma das técnicas que Marcelo Moreira utili-za se chama visagismo. O paciente tem um trata-mento personalizado nos dentes, por aquilo que deseja transparecer, principalmente na questão profissional. “As pessoas geralmente não perce-bem, mas os dentes falam por elas. No caso de um gerente comercial, por exemplo, é fundamen-tal ter um sorriso que condiz com o cargo que ocupa”.

O dentista acrescenta: “Já atendi pacientes que ocupavam cargos de liderança e tinham sorriso com dentes tortos e até quebrados. Em algumas sessões, resolvemos o problema”, revela.

E que tal fazer todas as mudanças de uma vez só? Marcelo montou um programa persona-lizado de atendimento. O cliente escolhe a data e passa o dia na clínica odontológica, uma espécie de SPA dos dentes. Assim fica até mais fácil pra quem quer cuidar da saúde, mas não dispõe de muitos dias na agenda.

Como está seu sorriso?

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61Agosto 2012conceito

Uma das vantagens de se desfrutar da experiência jornalística é o prazer de o repórter conhecer lugares que certamente ninguém procuraria numa

agência de viagens. Ou alguém se aventuraria a comprar um pacote rumo à pequena Ikaluit, no Canadá, onde as temperaturas, negativas na maior parte do ano, chegam a -50 ºC? Pois foi o percurso feito pelo correspondente da

TV Record Luiz Gustavo (Biló), que foi conhecer de perto a rotina de quem convive com o frio extremo todos os dias. Do seu diário de bordo direto para

a REVISTA CONCEITO, um pouco do que é a vida no gelo.

colaborador

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62Agosto 2012conceito

Neblina e garoa deixaram a manhã ainda mais gelada na bela e próspera Otawa, a capital do Canadá. Apesar da baixa

visibilidade, o voo estava no horário, mas no painel da companhia aérea, a informação da temperatura no nosso destino era de dar frio na barriga...literalmente: -42 graus!

Às 7h02, decolamos rumo a Ikaluit, a capi-tal de Nunavut, extremo norte do Canadá, Pólo Ártico. O café da manhã a bordo permite ao passageiro o privilégio de testemunhar a rápida transformação da paisagem na janela: do verde das florestas ao branco do gelo.

Lá embaixo, a imensidão de um oceano con-gelado, uma visão impactante que me fez refletir sobre a grandeza de Deus e a miudeza do ser hu-mano. Três horas depois, entre infinitos blocos de gelo, uma listra escura. Era a pista do aero-porto, moderna e robusta obra no meio do nada.

O vestuário dos funcionários encarregados do nosso desembarque dava uma ideia do que teríamos pela frente nos próximos dias: apenas os olhos para fora. Todo o restante do corpo precisa

ficar rigorosamente protegido com roupas tér-micas especiais, incluindo grossas luvas, gorros e afins. Naquela terra gelada, a necessidade de so-brevivência impede qualquer tendência de moda.

Quando a porta do avião abriu e o vento cor-tante invadiu a aeronave, o repórter cinematográ-fico Silvio César sentiu a mão congelar. Por mais que estivéssemos preparados, ainda era pouco. A sensação térmica era de -50 graus. Nunca havía-mos enfrentado termômetros tão baixos.

Até o salão climatizado da companhia aérea - o abrigo mais próximo - são poucos metros e segundos, mas que naquelas condições adversas parecem uma eternidade.

Malas no taxi - aquecedor no máximo, cla-ro! - fomos direto para o hotel. E no caminho, a constatação da rotina na terra inóspita: nin-guém nas ruas, apenas flocos de neve levados pelas intermináveis rajadas de vento.

Num lugar assim, tudo é novidade. Por isso, queríamos gravar cada segundo da nossa experi-ência. Mas não imaginávamos que seria tão difícil. Logo nas primeiras horas, criamos uma estratégia:

Por Luiz Augusto (Biló)E-mail: [email protected]

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deixar o carro ligado, contar até três, descer correndo e gravar.Entre uma cena e outra, era preciso voltar para o automóvel por-que as mãos e o rosto começavam a arder e a ficar imóveis, sinais de que estavam congelando. Perdi a conta de quantas vezes não senti minhas bochechas e nariz. “Não há nada a fazer a não ser procurar um abrigo e esperar descongelar”, ensinou a assessora do governo canadense que nos mostrou a estrutura às custas da União para manter a vida humana no gelo.

Os estacionamentos, por exemplo, são repletos de toma-das. O motorista liga um fio no óleo do motor e outro no radiador para evitar que congelem. O governo paga a conta de luz. Os imóveis tem uma luz vermelha do lado de fora. Se estiver acesa, é sinal que aquele morador precisa de água potável ou gás de cozinha. Os caminhões passam todos os dias para fazer a reposição.

Não é hábito do povo ir ao açougue. A carne da sema-na passa no quintal de casa quase que diariamente. A caça apenas para manter a fome humana é liberada no território, assim como a pesca. Quando vão para essas aventuras, os moradores dormem em iglus, desses que a gente só vê em fil-

me. Vimos um iglu ser construído em menos de 40 minutos. Entre os quase 30 mil habitantes de Nunavut, encontra-

mos apenas dois brasileiros. O mais apaixonado pelo lugar se chama Ed Mayurama, paulista, fotógrafo profissional e já devidamente adaptado às condições climáticas.

Havíamos gravado o dia inteiro. Estávamos exaustos quando o telefone do apartamento do hotel tocou às 21h. Do outro lado da linha, o surpreendente e solidário Mayu-rama: “Você já viu a aurora boreal alguma vez?” “Nunca”, respondi. “Então ponha a roupa de frio novamente que em 15 minutos vou passar aí”.

Ficamos afoitos com a histórica possibilidade. Entra-mos no carro e rodamos cerca de meia hora, para uma es-trada já distante do clarão da cidade. Quando apagamos os faróis, a cena que jamais vou esquecer: cortinas verticais e horizontais apara o outro.

Confesso que nunca vi nada tão lindo em 25 anos de pro-fissão correndo o mundo para contar histórias. De tão emocio-nado, chorei. E agradeci a Deus pela oportunidade de ser tes-temunha de mais uma de suas infinitas criações espetaculares.

O cenário branco invade a paisagem canadense. No Pólo Ártico, no extremo norte do país, nem o aeroporto ganha trégua da neve interminável. Os cães puxa-dores de trenós e as motoneves são alguns dos principais veículos de locomoção do povo de Ikaluit

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A praticidade de ir às compras com um car-tão, hoje em dia, é um hábito de quase todos os brasileiros. Além de ser mais seguro, o dinheiro de plástico traz mais comodidade ao consumi-dor que se preocupa com o controle dos gastos no fim do mês.

Há dez anos, surgiu uma empresa que revo-lucionou esse mercado, não só na região, mas em várias partes do Brasil: a BigCard. A neces-sidade de uma administradora de convênios e serviços que fosse dona da sua própria bandeira e de seu processamento de dados era grande.

“Quando o Grupo HG criou o cartão-convênio BigCard, o objetivo era oferecer aos usuários facilidade de crédito, aumentando o seu poder de compras em vários estabelecimentos creden-ciados”, recorda Hélio Gomes, presidente do Grupo HG, do qual a empresa faz parte.

O presidente lembra com orgulho da traje-tória de sucesso do cartão. “Ao longo de uma década, a BigCard cresceu e estamos nos prin-cipais estados do país. Contamos hoje com mais de 400 mil usuários e mais de 14 mil estabe-lecimentos credenciados. Tornamo-nos uma

Cartão está presente em 10 estados brasileiros e tem mais de 400 mil usuários

Dez anos de muitas vitóriasBigCard

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empresa sólida, nascida em Governador Valadares, que con-tribui para o crescimento e desenvolvimento da cidade, com promoção de emprego e renda”.

Uma variedade de cartões atende a diferentes necessi-dades divididas em categorias, como Empresarial, Alimen-tação, Farmácia, Combustível e Saúde. A empresa também oferece serviços de pagamento de contas, recarga de celular,

controle de frota, entre outros. E os benefícios não param por aí. O cartão é aceito em dez estados brasileiros. Quem se aventura, por exemplo, pelas cidades turísticas do país, como Porto Seguro, Cabo Frio, Guriri e Conceição da Barra, pode contar com o serviço, bastando consultar as lojas conveniadas no site da empresa.

“Oferecemos um sistema seguro de gestão de benefícios e convênios para os nossos associados e usuários. Procuramos ofe-recer crédito fácil, comodidade e segurança na hora da realiza-ção da compra, com desconto direto na folha de pagamento dos nossos usuários e acesso a bens e serviços em amplas redes de estabelecimentos”, explica Jullyana Alves, diretora da BigCard.

O desconto direto em folha é apontado pelos clientes como um diferencial sedutor. É o caso da assistente de Re-cursos Humanos na empresa Mart Minas, Patrícia Pereira. “As compras podem ser parceladas em até três vezes sem ju-ros. Não tenho preocupação na hora de pagar, porque ele já vem descontado no nosso pagamento e dá para organizar as contas sem passar aperto”.

Excelência

O desempenho positivo da BigCard não foi alcançado à toa. A empresa prima por acompanhar as novas tendências de mercado, trunfo que garante ao cliente o primeiro lugar em comodidade e segurança.

O sistema totalmente automatizado, aliado à atuação de alta qualidade dos funcionários, permite oferecer aos con-veniados serviços com agilidade, competitividade e eficácia diante do mercado.

Resultado de tanta qualidade reunida numa só marca: a presença nas principais capitais brasileiras, conferindo à Big-Card a condição de uma das maiores bandeiras de cartões de convênio. Verdadeiramente, uma empresa sólida e eficiente.

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Por Clores de Andrade LageE-mail: [email protected]

“Ecos de outras Eras - um dedo de prosa com Carlos Drummond de Andrade, o ar-tista das palavras”. O título da peça do grupo “Faszess 4 de Teatro”, de São Paulo, é convida-tivo, pena que não é em Valadares. Essa viagem no tempo e na minha obra será prestigiada pelo público paulistano no final de agosto.

A peça ficará em cartaz durante três meses. Paralelo às expressões e palavras no centro do palco, outras formas de arte serão apreciadas. Minhas pinturas e esculturas ficarão expostas no hall de entrada do teatro.

Como nasceu a ideia? Inspiração? Também. Transpiração, mais ainda! Foram quatro anos de pesquisa para desbravar pesquisar a minha árvore genealógica. No caminho encontrei não as pedras do primo Carlos Drummond, mas cerca de 100 sobrenomes enraizados nessa árvo-re gigante, de tronco e galhos fortes.

E depois de andar pela Galícia e alguns es-tados brasileiros, eis que nasceu minha quinta obra literária, que vem acompanhada de um DVD (Documentário). Tudo isso objetivando, inicialmente, buscar minha identidade cultural e trazer para os meus netos as origens dos nossos ancestrais. Mas fui além. Senti necessidade de ampliar o projeto, registrando os momentos e os caminhos por onde andei. Recuperei, ainda,

algumas madeiras nobres, moldadas pelo tempo, para dar nova vida, transformando-as em escul-turas. A viagem foi incrível. Trouxe-me inspi-rações e lembranças que vou me lembrar por muito tempo.

Até as pedras que encontrei nessas andanças eu aproveitei. Elas se transformaram em deta-lhes das obras, assim como ferro, aços e vidros. Esse período me trouxe uma fase boa como ar-tista. Um crescimento profissional e ainda mais paixão pela natureza e tudo o que ela nos dá. Reaproveitando, a gente revive histórias. Minha consciência ecológica e emoções foram traduzi-das pelos pincéis, de onde surgiram composi-ções abstratas.

Contar essa história hoje é como pintar uma tela. A emoção é igual. Esse projeto me reali-zou de tal forma que me senti completa como artista. Ver um livro publicado, uma pesquisa nunca feita realizada e ainda poder aliar tudo às minhas obras de arte é um sonho. Ver tudo isso representado numa peça teatral – outra ex-pressão cultural que amo – é uma emoção de carreira muito grande.

Em conversa com os representantes do gru-po teatral “Faszess 4”, descobri que essa minha motivação pela arte em suas várias expressões também os fez interessar pela obra, que foi um

Um projeto multiculturalEco de outras eras

colaborador

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projeto itinerante, com grande apoio da imprensa, passando por algumas cidades brasileiras como Belo Horizonte, Itabi-ra, Valadares e Salvador.

E adivinhem!? Por uma feliz coincidência, um dos in-tegrantes do grupo teatral, Arthur Miranda, é valadarense. E foi dele o primeiro contato recebido para adaptar as artes plásticas e a poesia a uma nova linguagem. O diretor Ademir Emboava, muitas vezes premiado, teve a ideia de levar o li-vro para o palco e recuperar pela dramatização a relação que existiu entre meu primo Carlos Drummond de Andrade e eu, por meio das cartas trocadas por nós nos anos 80.

Surreal

Quem tiver a oportunidade de conferir a peça, vai ter con-Um projeto multicultural

tato com uma obra que mistura o irreal com o real. Se formos pensar que tive como fonte de inspiração muitos dos meus so-nhos, não poderia ser diferente, não é, minha gente? E foi nis-so que o diretor se apoiou, fazendo uma miscelânea de poesias, artes plásticas, cartas, vidas, ligações sanguíneas e as trilhas so-noras que ouço enquanto trabalho (a intenção, também, é de aproximar o universo do teatro ao da música clássica)

Esse projeto me realizou de tal forma que me senti completa como artista. Ver um livro publicado, uma pesquisa nunca feita realizada e ainda poder aliar tudo às minhas obras de arte é um sonho. Ver tudo isso representado numa peça teatral – outra expressão cultural que amo – é uma emoção de carreira muito grande.

Depois de tudo, a melhor palavra para traduzir o que sin-to agora é “ansiedade”. Sim! Não vejo a hora de contemplar esse espetáculo que promete dar nova forma à arte, se trans-formando numa obra completa e mágica. Tenho certeza que é isso que o espectador pode esperar. E a boa notícia é que no ano que vem o grupo de São Paulo pretende trazer o espetá-culo para Valadares. Aguardem!

Esculturas da artista Clores Lage estarão em exposição no teatro

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A vida no campo ficou mais fácil, ou pelo menos mais moderna, depois que o tra-balho na roça ganhou a presença de má-

quinas para ajudar no cultivo da plantação e nas atividades rotineiras da pecuária. As inovações fo-ram logo assimiladas pelos produtores que estão de olho em aumentar os lucros e ganhar competi-tividade no mercado rural. Além disso, inúmeras pesquisas ajudam a engrossar o leque de conheci-mentos que buscam melhorar a produção.

Nesse universo de possibilidades, o reflores-tamento comercial de madeiras nobres é visto

como um segmento promissor. Na região dos va-les, os empresários Edvaldo Soares Filho e Hé-lio Estevão de Almeida Filho descobriram uma grande oportunidade de negócio. Há três anos, fundaram a Reflorestar. Dentre outros serviços, a empresa comercializa reflorestamentos de ma-deiras nobres de seis espécies florestais. Na re-gião, o destaque é o Mogno Africano Khaya Sene-galensis, que se adapta melhor às regiões de clima seco, onde o nível de pluviosidade é baixo.

“Nós vendemos florestas de sucesso”, diz Ed-valdo. E, segundo ele, isso só é possível porque

Empresa Reflorestar é destaque na implantação de reflorestamentos comerciais de madeiras nobres

Em três anos de fundação, Reflorestar especializou-se no cultivo e na recuperação de diversas f lorestas

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a empresa oferece mudas certificadas de qualidade e todo o suporte para que o investimento renda bons lucros ao produtor. É feita uma análise do solo, um estudo de qual planta se adap-tará melhor ao clima do local, o levantamento das áreas com GPS e, ainda, um acompanhamento técnico.

A empresa atua ainda em outras duas importantes frentes de trabalho: a Reflorestar Topografia, responsável pela realiza-ção de georreferenciamento de imóveis rurais, levantamentos planialtimétricos, averbação de reserva legal e todo serviço to-pográfico em geral; e a Reflorestar Ambiental, braço da em-presa responsável pela legalização ambiental de propriedades rurais, areais, pedreiras, loteamentos e todos aqueles que neces-sitam de interrelação com todos os órgãos ambientais.

Desde a fundação, a Reflorestar atua em parceria com a Tropical Flora Reflorestadora, sediada na cidade de Garça, no Estado de São Paulo, que é referência na comercialização de mudas de espécies madeireiras nobres no Brasil. Segundo Edvaldo, a escolha foi mais que acertada. “A Tropical Flora é muito reconhecida por suas pesquisas e seriedade no mer-cado”, justifica.

Workshop sobre reflorestamento

Se as atividades desenvolvidas no campo são bem suce-didas, institucionalmente a Reflorestar também ganha força. Em agosto de 2012, a empresa reuniu em Governador Valada-res cerca de 120 participantes para a 5º edição do Workshop Reflorestamento Comercial de Madeiras Nobres. Produtores rurais, profissionais liberais, empresários e profissionais do setor florestal agrícola debateram durante dois dias sobre a implantação, manejo e perspectivas das florestas plantadas no Brasil. O evento contou ainda com uma visita de campo a áre-as experimentais de madeiras nobres comerciais, como mogno africano, guanandi, jequitibá rosa e cedro indiano.

Funcionário da Reflorestar em plena atividade. “Nós vendemos flores-tas de sucesso”, afirma o sócio-proprietário Edvaldo Filho

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70Agosto 2012conceito

treinamentosPor que participar de

A Revista Época Negócios publicou em ju-lho de 2010 o resultado de 365 entrevistas com executivos de oito países latino-americanos e as competências que eles mais precisam desenvol-ver. O resultado:

1º. Liderança - 67%2º. Trabalho em equipe - 53%3º. Comunicação - 47%4º. Visão - 47%

Estão preparadas para o mercado competi-tivo atual pessoas e organizações que formam líderes conscientes, com motivação e inovação para inspirar positivamente as pessoas à sua vol-ta e líderes integrais que apresentam resultados e relações equilibradas, com congruência entre pensamentos, palavras, emoções e ações!

Para atender a esta demanda, oferecemos o

Método Condor Blanco de formação de líderes e equipes de alto desempenho.

Condor Blanco é uma organização interna-cional com sede no Chile, com representantes em 12 países e 40 cidades, tendo no currículo 30 anos de experiência na formação de líderes com excelentes resultados em mais de 500 mil pessoas.

Oferecemos o que há de melhor em todo o mundo para formar e treinar líderes conscientes e integrais.

Utilizamos um método inovador em Power-ment e expansão pessoal, com o objetivo prin-cipal de conquistar a autoliderança por meio do desenvolvimento de uma estrutura de vida que contemple o amor próprio e o poder pessoal como pilares fundamentais para gerar autono-mia e autoconfiança em suas decisões e ações.

de liderança?

empreendedor

Turma de formandos pelo treinamento de liderança oferecido pela empresa Condor Blanco chegam ao mercado com gabarito de alto desempenho

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“A pessoa mais difícil de liderar é sempre você mesmo” ( John C. Maxwell – O Livro de Ouro da Liderança).

“Antes de liderar os outros, dirigir empresas, governar na-ções, aprenda a ser o líder de si mesmo e da sua própria vida.” (Suryavan Solar – Manual de Autoliderança).

O líder inspira pessoas pelo seu exemplo. Exemplo de autodesenvolvimento de quem segue valores e supera seus limites. As pessoas não escutam o que falamos, “escutam” o que fazemos, nossas atitudes e comportamentos. Por isso a formação de grandes líderes começa pela autoliderança.

Participe do treinamento autoliderança e Consultoria de Projetos de Vida em Governador Valadares, de 21 a 23 de setembro de 2012!

Desperte o líder interno e obtenha êxito pessoal e pro-fissional. Desenvolva seu projeto de vida alinhado com o seu sonho e equilibre todas as áreas de sua vida.

Benefícios do programa

• Identificar crenças limitantes e autossabotadores(tudo aquilo que impede conquistar seus objetivos).

• Escrevercomapoiodeumconsultorexperienteseuprojeto de vida com objetivos a curto, médio e longo prazos e receber uma assessoria semanal para concretizar suas metas.

• Formar-secomoconsultordeprojetosdevida.• Despertar seu maior potencial, recuperar o poder

pessoal, a motivação e o entusiasmo para concretizar suas metas.

• Ateoriaéabordadacomdinâmicas(70%vivencial,prático, desafiante e divertido).

Público- alvo

• Gerentes, gestores, diretores, líderes e liderados

que merecem desenvolver todas as áreas da vida: prospe-ridade material, felicidade emocional, cultura intelectual e liberdade espiritual, alinhada a um respeito super profundo a natureza e aos animais.

• Quemtemdisposiçãoparaenfrentardesafiosede-senvolver autoconhecimento (identificar fortalezas e debili-dades).

• Conhecerummétododetreinamentoqueunetéc-nicas, culturas e conhecimentos de várias partes do mundo.

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72Agosto 2012conceito

O desafio que se me apresenta é tratar de um assunto cuja magnitude coincide com a do ser humano, em tão curto espaço. Mas antes de qual-quer consideração, é bom que se evidencie que frequentemente utilizamos a palavra “liderança”, que é um processo com o mesmo significado da palavra líder, que é o protagonista desse processo. Tenho encontrado diferentes conceitos que nos levam à compreensão desse fenômeno. O que mais me agrada, e por sinal o mais simples, assim se expressa: “liderança é um processo de influ-ência eficaz”. Parece-me que nessa conceituação encontram-se todos os ingredientes, que tenho assistido nesse fenômeno durante a minha vida, e tenho encontrado nas pesquisas que tenho feito.

Em seu livro O Desafio da Liderança, de James M. Kouzes e Barry Z. Posner concei-tuam-na como sendo: “Liderança é a arte de mobilizar as pessoas para que elas queiram lutar por aspirações compartilhadas”. Tenho grande apreço por essa conceituação, pois nela encon-tro conteúdos de autenticidade, nem sempre encontráveis em outros conceitos que primam pela manipulação. Este conceito de liderança fundamenta-se em alguns elementos:

• A liderança encontra-se centrada na

aceitação pelos liderados, e de forma voluntária.• O papel do líder localiza-se em um

processo de mobilização de vontades.• Expressaosdesafiospropostosporas-

pirações a serem compartilhadas.Nestes elementos, contidos em sua con-

ceituação, podem-se inferir algumas crenças que contrariam a prática da liderança por mui-tas pessoas que ocupam o cargo de comando. Como por exemplo, a crença de que há uma enorme diferença entre:

• Arregimentarapoioedarordens.• Conquistar compromisso e impor

obediência.Por mais que tais crenças pareçam óbvias,

na prática, os gestores contemporâneos, com muita frequência, ainda parecem acreditar que só produz efeito a arte de dar ordens e de impor obediência. Eles desconhecem novas tecnolo-gias de liderança. Tais condutas encontram-se ultrapassadas, porém não conseguem sair do co-tidiano, pois vivemos numa geração herdeira de uma educação autoritária e de uma gestão auto-crática. É necessária muita determinação para que haja uma conversão de crenças obsoletas, para outras contemporâneas e eficazes.

Por Inocêncio MagelaE-mail: [email protected]

LiderançaO Fenômeno humano da

colaborador

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73Agosto 2012conceito

O fato é que não se consegue fidelidade, le-aldade e reciprocidade pela imposição de obedi-ência ou pelo comando de ordens. Com muita frequência isso significa exibição de poder, pro-moção do medo e da insegurança. Os resultados a serem obtidos por tais métodos constantemen-te ocorrem apenas na presença da autoridade im-positiva, e cuja ressonância não tem perenidade.

Os demais conceitos que foram surgindo, de alguma forma se repetem. No entanto, alguns se concentram nas características da pessoa que protagoniza a liderança, e outros nas circuns-tâncias e situações em que líderes surgirão, a partir das características das pessoas ou grupos, a serem por ele liderados. Fato é que faço a op-ção por visualizar sistemicamente o fenômeno da liderança, considerando múltiplos fatores. Pretendo não desperdiçar variáveis relevantes em sua compreensão.

Porém, neste momento, exercitando a ten-dência de centrar o processo da liderança nos seguidores ou no grupo de seguidores, por vezes radicalizo-me em minhas reflexões: chego a pen-sar que o líder seja apenas um produto grupal, não raramente um excremento grupal, para ser mais contundente. Ou seja, o grupo ou a socie-dade produz o líder que representa seus anseios, seus sonhos e necessidades, de forma duradoura ou temporariamente. Se examinarmos cuidado-samente personalidades do passado e nos pergun-tarmos: prevaleceram as características do líder ou as imperiosas necessidades e os poderosos desejos do grupo em que se encontravam inseridos? Ape-nas para efeito de ilustração pode-se lembrar de algumas personalidades cuja liderança é incontes-

te. Assim o digo pelas pesquisas que tenho reali-zado, em programas de capacitação em liderança:

• MahatmaGandhi:foramsuascaracte-rísticas pessoais ou as circunstâncias de espaço e tempo que o fizeram surgir, a partir das impe-riosas necessidades de contexto.

• NelsonMandela:foioseuperfilpessoalou a conjuntura racial na África do Sul que se impôs e foi à procura de quem pudesse preencher as necessidades do momento, de mediação.

• JuscelinoKubistchek:foramsuascarac-terísticas pessoais ou o contexto pós-ditadura Var-gas que se abriu à procura de um perfil que melhor se acomodasse numa sucessão democrática.

Outros tantos existiram que preencheram as características da admiração e da aceitação geral: João Paulo II, Ayrton Senna, Madre Tereza de Calcutá e outros incontáveis que a história registra.

Conforme já disse, pretendo fazer uma op-ção sistêmica, considerando o encontro opor-tuno e favorável das duas variáveis: o perfil do líder e a situação que o demandou e acolheu.

Agora só nos resta uma reflexão: que carac-terísticas tenho eu que me possibilitaria contri-buir para a minha organização ou para a minha sociedade? Creio que, para responder a essa questão, devo me sintonizar com uma outra: quais necessidades tem a minha organização ou a minha sociedade que demandam de mim uma missão especial?

Fato é que não nos escapam muitas esco-lhas: ser um líder ou um liderado. Ter uma es-tratégia ou fazer parte da estratégia de outrem. Eis a questão.

Por mais que tais cren-ças pareçam óbvias, na prática, os gestores con-temporâneos, com muita frequência, ainda pare-cem acreditar que só produz efeito a arte de dar ordens e de impor obediência.

Page 74: Revista Conceito

74Agosto 2012conceito

Por Igor MadeiraE-mail: igormadeira.wordpress.com

Diariamente, encontramos pessoas se quei-xando de que o projeto em que elas apostaram “todas as fichas” falhou. O relacionamento não está dando certo, o curso universitário parece declinar, o funcionário que acreditávamos con-tribuir com a empresa não rende mais, os filhos escolheram carreiras opostas aos investimentos educacionais feitos ao longo dos anos. E tantos outros eventos do dia-a-dia nos causam uma sensação de impotência frente à realidade por nós vivenciada.

Por que esses fatos nos abalam tanto e nos cau-sam uma sensação de frustração diante de tudo?

Um dos grandes motivos pelos quais esse fenômeno (frustração) ocorre é em decorrência do excesso de expectativas que depositamos em nossos projetos. Na maioria das vezes, criamos hipóteses sobre aquilo que poderia acontecer e nos esquecemos de que todas as coisas que pla-nejamos têm a probabilidade inicial de 50% de acerto. E daí, quando os acontecimentos reais

não suprem as nossas expectativas (hipóteses), tendemos a nos sentir frustrados e culpados por ter apostado tempo e confiança (e por que não?, dinheiro) em algo que fracassou.

Não podemos generalizar e dizer ao leitor: a partir de agora não crie expectativas sobre os seus projetos. O que queremos dizer é que, ao planejar, tenha a certeza da grande probabilida-de de acertos e erros. Mantenha os “pés no chão” e não falseie a realidade. Uma das formas de não sermos surpreendidos pelo excesso de expecta-tivas é vivermos o presente e não sofrer dema-siadamente com eventos futuros, ou seja, não criar hipóteses que poderão não se concretizar.

O ideal frente a um novo projeto e/ou in-vestimento é dar passos curtos. A cada passo, reavalie os efeitos do que foi feito e dê o pas-so seguinte com base na sua avaliação. Assim, a probabilidade de você ser surpreendido e se sofrer em decorrência de alguma eventualidade será muito menor.

Como o excesso de expecativa

pode gerar frustração

colaborador

Page 75: Revista Conceito

75Agosto 2012conceito

Pedimos uma pequena licença neste espaço tão importante só pra dizer que entendemos bem o

valor da palavra caridade. Não aquela promocional, feita para ser exibida e não para ajudar quem

precisa, mas aquela feita com amor e pureza de espírito. E reconhecemos tanto o trabalho das

entidades assistenciais de Valadares que decidimos doar uma página de cada edição para o

altruísmo. Esta é a primeira delas. A REVISTA CONCEITO promove aqueles que promovem a vida.

A Missão Vida é uma instituição filantró-pica com sede em Anápolis (GO) que, há 28 anos, atua na recuperação e reinte-

gração de mendigos. Nosso objetivo é retirar ho-mens da mendicância, recuperá-los e reintegrá--los socialmente. Além de Anápolis, a instituição também possui núcleo em Cocalzinho (GO), Brasília (DF), Uberlândia e Governador Valada-res (MG), Camaçarí (BA) e Rio de Janeiro (RJ).

Para que o programa de recuperação consiga êxito, um dos pontos principais é fazer com que os internos se sintam confortáveis. Eles preci-sam ter a sensação de estar em casa e serem aco-lhidos, protegidos e amados.

Geralmente, os mendigos retirados das ruas chegam à Missão Vida cheios de feridas, no corpo e na alma. Banho, corte de cabelo, roupa limpa, comida e uma boa noite de sono ajudam esses homens a se fortalecer e começar a trilhar um novo caminho rumo à recupera-ção. A partir daí, aos poucos e de acordo com as condições físicas, começam a participar da vida do centro de recuperação.

Disciplina é algo que os internos preci-

sam reaprender. Por isso, horários são fixa-dos e seguidos rigorosamente, assim como as atividades ocupacionais e espirituais. Acos-tumados a morar nas ruas e a sobreviver de esmolas, os internos precisam reaprender a trabalhar para, num futuro próximo, conse-guir seu próprio sustento com o fruto de seu esforço. Participar e obedecer são requisitos para a permanência.

O programa de recuperação é oferecido gra-tuitamente e tem duração de no mínimo sete meses. Para participar do programa é impres-cindível que o homem seja maior de 18 anos e esteja vivendo nas ruas.

Todos os atendimentos oferecidos pela Missão Vida são gratuitos e a instituição é man-tida através de doações de pessoas sensíveis ao ministério de recuperação e assistência social. Você pode ajudar de muitas maneiras diferen-tes. Demonstre sua solidariedade doando: ali-mentos, produtos de limpeza e higiene pessoal, roupas e calçados, realizando trabalhos volun-tários ou fazendo doações mensais através do boleto bancário ou depósito em conta.

conceito

Banco BradescoAgência 0396 / Conta Corrente: 13.361-2

Contatos: Pr. Antônio – (33) 9129 7985 Joana (33) 9129 9976

Geórgia (33) 9916 1113

Page 76: Revista Conceito

76Agosto 2012conceito

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