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Revista Concreto referente aos meses de julho a setembro de 2012
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Revista da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas - AICCOPN
CONCRETOn.º 233 » julho / agosto / setembro » 5 euros
AICCOPN 120 Anos
a Defender o Setor da Construção
EDITORIAL
3
No passado mês de agosto, a AICCOPN completou 120 anos de existência. Fê-lo num dos mais difíceis momentos
que o nosso setor enfrenta. Vivemos uma conjuntura de extrema gravidade em que as empresas estão confrontadas
com os resultados de uma política que tem sido responsável pela desagregação do nosso tecido empresarial.
Todos os dias perdem-se 436 postos de trabalho e são encerradas 29 empresas. Por isso, reafirmo, vivemos uma
situação de colapso iminente e, há que ter consciência que, se nada for feito, em breve estará em causa toda a
economia nacional. Estou a falar do risco de rutura do sistema financeiro, pois, nos últimos 12 meses, o crédito mal
parado na construção e imobiliário cresceu 2,6 mil milhões, atingindo já os 5,7 mil milhões de euros, do encer-
ramento de 13 mil empresas em 2012 e, em especial, da possibilidade de enfrentarmos uma taxa de desemprego
superior aos 20%.
Na sequência do Encontro Nacional da Construção e do Imobiliário, em que a AICCOPN esteve na linha da frente,
e onde foi possível dar um sinal claro de união e de força, bem como demonstrar que há caminhos alternativos para
garantir a sustentabilidade das empresas e do próprio País, o Orçamento do Estado para 2013 assume um compro-
misso claro de adoção de uma Agenda para a Competitividade da Construção e do Imobiliário.
Na linha do que acontece em toda a Europa, com países como a França e o Reino Unido a desenvolver ambiciosas
apostas nesta atividade, que passam por domínios estratégicos como a reabilitação urbana e a sustentabilidade, e
com a própria Comissão Europeia que, partindo da relevância da construção e do imobiliário, enquanto fator essen-
cial para impulsionar a economia e a criação
do emprego, a apresentar, há menos de dois
meses, uma Estratégia Europeia para o setor,
impõe-se uma resposta concreta, que o nos-
so Governo não pode continuar a ignorar.
Após ter sido prevista a aplicação de uma
taxa liberatória especial para os rendimentos
do arrendamento e a adoção de um regime
de caixa do IVA, medidas que foram defendidas como de aplicação urgente, importa agora desenvolver os outros
domínios que propomos e que passam por questões como o acesso ao financiamento e a regularização dos atrasos
nos pagamentos, o investimento público e o aproveitamento do QREN, a dinamização da reabilitação urbana e
do arrendamento e a redução dos custos de contexto em áreas como a contratação pública, o licenciamento ou a
fiscalidade.
Termino, reafirmando a minha convicção de que, como sempre, os nossos empresários, com a sua perseverança,
irão vencer os atuais obstáculos, mostrando que a construção é fundamental para o desenvolvimento económico.
Há 120 anos, como agora, as posições que defendemos para a nossa atividade não resultam de outra coisa que não
as legítimas aspirações de uma classe empresarial dinâmica, competitiva e geradora de crescimento e emprego. A
AICCOPN continuará a ser uma associação líder e dinâmica, adaptada às novas realidades e exigências das empre-
sas do setor, totalmente empenhada na defesa intransigente dos interesses dos seus associados.
O setor vê reconhecido no
OE 2013 a necessidade de
rumo estratégicoReis Campos,
Presidente da Direção
da AICCOPN
“Na sequência do Encontro Nacional da Construção e do
Imobiliário, em que a AICCOPN esteve na linha da frente,
e onde foi possível dar um sinal claro de união e de força, bem
como demonstrar que há caminhos alternativos para garantir a
sustentabilidade das empresas e do próprio País“
5
NESTA EDIÇÃO...
N.º 233 - julho / agosto / setembro 2012
Publicação da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas - AICCOPN | NIPC: 500 989 567
Sede e Administração: Rua Álvares Cabral, 306 - 4050-040 Porto | Telf.: 223 402 200 | Fax: 223 402 297 | e-mail: [email protected] | www.aiccopn.pt
Registo na D.G.C.S. - 119 471 |Depósito Legal nº 84 432/94 |Tiragem: 9.300 exemplares | Distribuição: Gratuita a associados
Director: Manuel Joaquim Reis Campos |Editor: Luis Saraiva |Execução e Paginação - Rui Silva e Sérgio Botas
Colaboradores Permanentes - Técnicos dos Serviços de Economia, Engenharia, Jurídicos e Laborais, Informática, Núcleo de Apoio à Internacionalização
Proibida a reprodução total ou parcial dos textos sem citar a fonte.
A CONCRETO está aberta à colaboração e opinião procedentes do sector
Atividades da Direção - Pág 6
Tomadas de Posição - Pág 9
Destaque - Pág 13
Formação AICCOPN - Pág 16
Direito - Pág 20
Economia - Pág 32
Engenharia - Pág 42
Segurança - Pág 49
Regalias - Pág 55
Pág. 10
Pág. 16
Pág. 46
Pág. 25
Pág. 42
6 •
ATIVIDADES DA DIREÇÃO
Situação do Setor em Discussão na Assembleia da República AICCOPN sensibiliza Governo para a Urgência de Medidas para Salvar o Setor
No seguimento da realização, no dia
5 de junho, do I Encontro Nacional
da Construção e do Imobiliário, Reis
Campos manteve, a 3 de julho, uma
reunião com o Ministro da Economia,
na qual participaram igualmente os
Secretários de Estado da Economia
e Desenvolvimento Regional e o das
Obras Públicas, onde alertou, mais
uma vez, para os principais proble-
mas que o setor enfrenta e as graves
consequências que o seu processo de
destruição pode ter para o País.
Apresentando a atividade da cons-
trução e do imobiliário como uma
oportunidade para superar a crise e
inverter o atual ciclo recessivo com
que Portugal se debate, o Presidente
da AICCOPN teve oportunidade de
referir-se às conclusões do referido
Encontro Nacional da Construção
e do Imobiliário, identificando as
soluções cuja implementação foi
considerada urgente pelos empresá-
rios e defendendo que Portugal deve
seguir os exemplos de outros países
comunitários, apostando num setor
que pode promover desenvolvimento
e criar emprego.
Após a reunião, ficou a fundada ex-
petativa de que o Executivo possa
mudar a sua estratégia face ao Setor,
demonstrando, por fim, maior rece-
tividade para a adoção de medidas
de apoio à atividade da construção.
Este foi, aliás tema de discussão na
Assembleia da República, onde, pri-
meiro no Plenário, foi discutido um
Programa de Emergência para o Setor
e, depois, na Comissão Parlamentar
de Economia e Obras Públicas, o
Ministro foi questionado quanto às
medidas concretas que o Governo se
propunha apresentar.
Neste âmbito, Reis Campos foi igual-
mente convocado, em 25 de julho,
para uma reunião de emergência, no
final da tarde desse mesmo dia, em
Lisboa, na qual o Secretário de Esta-
do transmitiu a intenção do Governo
em constituir um Grupo de Trabalho
para a definição e implementação de
medidas transversais, especificamen-
te direcionadas para o setor.
Atendendo à situação de emergên-
cia que as empresas enfrentam, Reis
Campos deixou bem claro, também
nessa reunião, que tal trabalho terá
de produzir resultados satisfatórios a
curto prazo, reclamando do Governo
um compromisso efetivo na adoção
das medidas que permitam preservar
o tecido empresarial o salvar o em-
prego do setor da construção.
7
ATIVIDADES DA DIREÇÃO
AICCOPN celebra existência de
A longa existência da
AICCOPN – Associação
dos Industriais da Cons-
trução Civil e Obras Pú-
blicas, que celebrou no
passado dia 13 de agosto
o seu 120º aniversário, é
bem reveladora do em-
penho e capacidade de
trabalho de todos quan-
tos, neste percurso de
mais de um século, con-
tribuíram para a sua im-
plantação, crescimento
e afirmação, tanto junto
do setor que representa
como aos diferentes ní-
veis da sociedade portu-
guesa.
O prestígio alcançado
pela AICCOPN, que faz
dela um parceiro social
fundamental e uma voz
respeitada, resulta não
apenas da sua ação em
defesa dos interesses do
setor da construção e
dos seus associados mas,
também, do seu efetivo
empenhamento no de-
senvolvimento do país,
tanto ao nível económico
como social.
Esta é uma verdadeira
responsabilidade social
que lhe advém daqueles
que representa. São os
construtores, aqueles que
erguem os espaços que
habitamos, que dão for-
ma às cidades e vilas, que abrem as estradas
por onde circulamos, constroem hospitais,
escolas, estádios e aeroportos. Esses mes-
mos que, muitas vezes, pagam pelos erros
alheios quando se confunde construção
com planeamento, projetos mal elaborados
ou níveis de edificação excessivos tornados
possíveis por decisões políticas.
Num momento em que o setor enfrenta
uma situação especialmente grave, em que
todos os dias encerram dezenas de empre-
sas e centenas de traba-
lhadores são “atirados”
para o desemprego, Reis
Campos, Presidente da
AICCOPN salientou estar
convicto de que pese em-
bora as dificuldades com
que estão confrontados,
os empresários serão ca-
pazes de, à semelhança
do que aconteceu no
passado, superar os atuais
obstáculos. “É inevitável
que assim seja, pois, tal
como acontece na genera-
lidade dos países, a cons-
trução é indispensável
para que Portugal possa,
definitivamente, entrar no
caminho do crescimento.
Há, pois, que valorizar
esta atividade e dignificar
os seus empresários”.
Orgulhosa do seu passado
de 120 anos, mas cons-
ciente dos desafios que o
futuro lhe coloca, a AIC-
COPN vai continuar a ser
uma voz ativa em defesa
do sector da construção
e dos construtores que
representa. É dessa forma
que ajudará a construir
um país mais competitivo
mas também mais justo,
capaz de responder aos
anseios de todos os portu-
gueses.
8 •
ATIVIDADES DA DIREÇÃO
A sustentabilidade do Ambiente
Construído enquanto mote para a
Inovação e reforço da Competitivida-
de, foi o tema central do Congresso
de Inovação na Construção Susten-
tável (CINCOS´12), organizado pelo
CentroHabitat, na Universidade de
Aveiro nos dias 20 a 22 de setembro
e que contou com a intervenção de
Reis Campos. Participando numa
meda redonda, cujo tema foi a
“sustentabilidade e os mercados” o
Presidente da AICCOPN realçou a
importância da temática em debate,
pois “mais do que nunca, é funda-
mental perceber que é, sobretudo,
da capacidade de adaptação, de
inovação e do empreendedorismo
que dependem, não só as empresas
da construção e do imobiliário, mas
também Portugal”.
Os empresários do setor têm sabido
cumprir o seu papel, adaptando-se
às exigências e aos novos desafios
impostos pela dinâmica própria dos
tempos atuais, apostando em estra-
tégias dirigidas à sustentabilidade,
reconhecendo a importância do
cumprimento das exigências ambien-
tais, nomeadamente as estabelecidas
no Protocolo de Quioto, que pressu-
põem a diminuição do consumo de
energia e a redução da produção de
resíduos da construção e, em conse-
quência, do impacto ambiental das
obras. Se esta é uma realidade indes-
mentível, salientou Reis Campos, “é
essencial um rumo estratégico para
a construção e para o imobiliário,
capaz de dar confiança aos empre-
sários. É pois, imprescindível que, de
uma vez por todas, os governantes
reconheçam o setor como uma das
chaves para o relançamento da eco-
nomia Portuguesa”.
Congresso de Inovação na Construção Sustentável - Reis Campos debate “Sustentabilidade e os Mercados”
9
TOMADAS DE POSIÇÃO
Colocando o emprego no topo das
prioridades, o Governo anunciou um
conjunto de medidas que, uma vez
mais, passam ao lado do que é fun-
damental. Continuando a ignorar-se
que é essencial um rumo estratégico
para a construção e para o imobiliá-
rio, capaz de garantir perspetivas de
futuro e de dar confiança a uma ati-
vidade que representa um quinto do
PIB e que assegura 650 mil empre-
gos, é manifesto que estas medidas
serão incapazes de resolver os graves
problemas que não só as empresas,
mas também os trabalhadores enfren-
tam.
Para o Presidente da AICCOPN, Reis
Campos, não serão soluções isoladas
como a descida da TSU, que, para
esta atividade representa 260 milhões
de euros, que irão evitar o desapare-
cimento diário de 29 empresas e de
436 postos de trabalho ou compensar
problemas graves como os 1,55 mil
milhões de euros de dívidas do Esta-
do em atraso ou a redução de 3 mil
milhões de euros no crédito, regista-
da em apenas 12 meses.
Exige-se, por isso, que se vá mais
longe, à semelhança, aliás, dos res-
tantes países europeus e das reco-
mendações da Comissão Europeia.
A adoção de um programa de emer-
gência para o setor que, tendo em
conta o contexto económico do País,
encare a reprogramação do QREN,
a reabilitação urbana e a internacio-
nalização, como oportunidades de
crescimento, é inevitável para suster
o presente movimento de destruição
das empresas e do emprego e evitar
a perda de mais 140 mil postos de
trabalho, que irá atirar a taxa de de-
semprego nacional para os 20%.
TSU - Medidas anunciadas não irão evitar perda de 140.000 Empregos na Construção e no Imobiliário
Dado o atual momento de crise que
o segmento habitacional enfrenta, a
AICCOPN, não obstante as anterio-
res diligências já efetuadas junto da
tutela, reiterou, em nova exposição
a necessidade de ser consagrado um
novo regime de extensão de prazos
aplicável às operações urbanísticas.
Dado ter-nos sido transmitido que
este assunto continua a aguardar pa-
recer por parte das diversas entidades
competentes, no passado dia 19 de
julho em nova exposição enviada à
Ministra da Agricultura, do Mar, do
Ambiente e do Ordenamento do Ter-
ritório, foi solicitada a realização de
Novo regime de extensão de prazos aplicável às operações urbanísticas
uma audiência para análise desta questão que consideramos da maior relevân-
cia para os nossos associados.
10 •
TOMADAS DE POSIÇÃO
As principais preocupações dos em-
presários face à situação do setor, as
suas perspetivas para o futuro, a ne-
cessidade de medidas de emergência
para a construção e para o imobiliá-
rio e as oportunidades que se colo-
cam a uma atividade que representa
aproximadamente um quinto do PIB
e emprega 650 mil trabalhadores, fo-
ram o tema central da audiência con-
cedida no passado dia 6 de setembro
pelo Presidente da República, ao
Presidente da AICCOPN e igualmen-
te da CPCI, Reis Campos, solicitada
na sequência do I Encontro Nacional
da Construção e do Imobiliário.
Audiência com o Presidente da República
Situação do setor e medidas para a dinamização da construção e do imobiliário dominaram a reunião
Os atuais constrangimentos sentidos
ao nível do financiamento, as difi-
culdades impostas pelos atrasos nos
pagamentos do Estado, cujas dívidas
já ultrapassam os 1,5 mil milhões de
euros e que, apesar do estabelecido
no Memorando de Entendimento,
continuam a crescer, a necessidade
de regulação e de estabilização do
mercado imobiliário, foram, assim,
alguns dos aspetos evidenciados na
conversa com o Presidente da Repú-
blica, que reconheceu a importância
da internacionalização e da reabilita-
ção urbana como oportunidades para
as empresas do setor, que o País não
pode desperdiçar.
O Presidente da República mostrou-
-se igualmente preocupado com os
números do desemprego no setor,
pelo que Reis Campos teve a oportu-
nidade de o alertar para a gravidade
e consequências, verdadeiramente
insustentáveis para o País, que pode-
rão decorrer da perda dos 140 mil
empregos que permanecem em risco,
caso n ada seja feito para inverter a
atual situação.
12 •
ATIVIDADES DA DIREÇÃO
Assembleia da República deve encontrar consensos para implementar medidas essenciais para evitar o colapso da Construção e do Imobiliário
Após debate na Assembleia da Repú-
blica do “Programa de Emergência
para a Construção Civil e Obras
Públicas”, Reis Campos considera
que deve ser encontrado um con-
senso político alargado em torno de
soluções imediatas para enfrentar o
momento de extrema gravidade e de
colapso iminente de um setor que re-
presenta um quinto do PIB nacional e
720 mil trabalhadores.
A necessidade de intervenção ur-
gente e a adoção de um programa
de emergência para esta atividade,
essencial para o crescimento eco-
nómico e para o emprego, uma das
principais conclusões do Encontro
Nacional promovido recentemente
pela CPCI, que juntou mais de dois
mil empresários de toda a fileira. Os
Grupos Parlamentares não podem
ignorar uma realidade que ameaça
o futuro do país. O risco é evidente,
pois todos os dias desaparecem 430
postos de trabalho e 29 empresas, a
que se juntam os resultados da pró-
pria execução orçamental e o perigo
de ruína de todo o sistema financei-
ro, uma vez que, em apenas um mês
se registou um crescimento de 494
milhões de euros no valor do crédito
mal parado do setor.
Apontando para o exemplo da gene-
ralidade dos países europeus e para o
consenso alargado no seio da União
Europeia em matéria de políticas
de crescimento assentes no poten-
cial da construção e do imobiliário,
considera que é necessário atuar de
imediato, de forma a impedir a total
desagregação do tecido empresarial
e evitar custos futuros infinitamente
maiores.
Recordando que estão em causa
medidas que vêm sistematicamente
a ser reclamadas pelo setor, como o
imediato pagamento das dívidas do
Estado, a dinamização da Reabilita-
ção Urbana e do Arrendamento, a
reprogramação do QREN, a estabili-
zação do mercado imobiliário, a li-
quidez necessária ao funcionamento
das empresas, Reis Campos realçou
a importância de todos os partidos
políticos procurarem plataformas
de entendimento, que permitam dar
resposta à gravidade dos problemas
que as empresas enfrentam.
13
DESTAQUE
No Orçamento do Estado para 2013,
o Governo reconhece que os setores
da construção e do imobiliário são
dos mais fustigados pela crise eco-
nómica, quer pelo recuo da despesa
pública quer do consumo interno”.
Com pouco mais que o regime exce-
cional de libertação de cauções nas
obras públicas, para apresentar como
medidas tomadas ao longo de 2012
para apoiar esta atividade, o Governo
avança agora com o anúncio público
do lançamento de um “compromisso
para a competitividade sustentável
Perspetivas para o Futuro do Setor Implementação de uma Agenda para a Competitividade da Construção e do Imobiliário
dos setores da construção e do imo-
biliário, constituído por um conjunto
de medidas de apoio à sua recon-
versão e relançamento, centrado em
domínios como emprego e qualifi-
cações, acesso ao financiamento,
investimento empresarial, internacio-
nalização e inovação, reabilitação
urbana e arrendamento”.
Tratando-se de uma matéria crucial
para as empresas de uma atividade
que representa quase um quinto do
PIB e cerca de 650 mil postos de tra-
balho, é com alguma expetativa que
se encara a concretização objetiva
desta medida que, tal como está pa-
tente no OE2013, assenta na concre-
tização da Agenda para a Construção
e Imobiliário, tendo em vista a revi-
talização deste setor particularmente
afetado pela crise.
Para além da implementação da
Agenda, e alinhado com esta, está já
prevista, no Orçamento para 2013 a
criação de uma taxa liberatória espe-
cial para os rendimentos do Arren-
damento, medida que há muito era
defendida pelo setor e que permitirá
colocar num patamar de igualdade
fiscal o investimento no mercado
do arrendamento e a aplicação
em instrumentos financeiros como
depósitos a prazo. Esta iniciativa
torna-se ainda mais importante, num
momento em que a taxa máxima do
IRS se situa nos 54%, valor que pra-
ticamente eliminaria a probabilidade
de captação de novos investimentos.
Uma outra medida defendida pelas
empresas do setor e que se encontra
assumida no OE2013 é a criação
de um regime de caixa do IVA, que
permita os pagamentos do IVA ao
Estado apenas após o recebimento do
mesmo.
A AICCOPN, em sede de CPCI - Con-
federação Portuguesa da Construção
e do Imobiliário, e na sequência do
1º Encontro Nacional da Construção
e do Imobiliário, apresentou ao Go-
verno um conjunto de propostas que
considera essenciais para preservar
o tecido empresarial e promover o
crescimento e o emprego que atra-
vessam um conjunto de domínios
estratégicos para a sustentabilidade
das empresas.
14 •
DESTAQUE
Domínios Estratégicos da Agenda
para a Competitividade da Constru-
ção e do Imobiliário
Emprego e Qualificações
Trata-se de promover a criação de
mecanismos que garantam a requali-
ficação da mão-de-obra, reorientar as
empresas para áreas estratégicas para
o setor e o País, onde importa garan-
tir um adequado direcionamento da
oferta formativa e dos mecanismos
de incentivo. Importa ainda atender
a questões cruciais para as empresas,
como os Certificados de Aptidão Pro-
fissional (CAP’s) ou as regras para o
acesso aos subsídios de desemprego,
de forma a facilitar os processos de
reorganização empresarial.
Acesso ao Financiamento e Promo-
ção do Investimento
É essencial atender à difícil situação
financeira em que as empresas se
encontram, confrontadas com um Es-
tado que não paga as suas dívidas e
uma Banca que não as financia e que
tarda em cumprir o importante papel
que lhe cabe na economia. O paga-
mento das dívidas do Estado, a cria-
ção de linhas de crédito para as em-
presas do setor, a promoção da diver-
sificação das fontes de financiamento
das empresas, são alguns exemplos
de soluções que urge implementar.
Uma outra medida, essencial, é a
criação de um regime extraordinário
de incentivo ao investimento privado,
capaz de atrair investidores nacionais
e estrangeiros para o nosso mercado,
tendo em especial atenção domínios
estratégicos como a reabilitação ur-
bana e o arrendamento.
Investimento Público
É necessário estabelecer um ade-
quado planeamento estratégico do
investimento público, que garanta
um correto aproveitamento dos 11
mil milhões de euros do QREN que
se encontram por executar, aos quais
se estima corresponder um investi-
mento direto em construção de cerca
de 3,6 mil milhões de euros. Importa
ainda preparar o posicionamento
para o próximo quadro comunitário
de apoio, para o período 2014-2020
e que já se encontra em plena fase de
discussão ao nível europeu.
Internacionalização e Inovação
A Construção e Imobiliário assume
um papel crescente na internaciona-
lização da economia portuguesa pelo
que importa reconhecer as suas espe-
cificidades e atuar num conjunto vas-
to de matérias, desde a diplomacia
económica, onde se destacam ques-
tões como vistos de trabalho, pro-
cessos de reconhecimento de títulos
académicos e questões alfandegárias,
até a um profundo trabalho no senti-
do de atenuar as barreiras à entrada
nos mercados estratégicos e eliminar
a concorrência desleal de empresas
de países extracomunitários. Importa
ainda atuar sobre o quadro fiscal e
o sistema de incentivos às empresas,
bem como reforçar as iniciativas de
apoio à competitividade e inovação
empresarial.
15
DESTAQUE
Reabilitação Urbana e Arrendamen-
to
A atuação, por parte da AICCOPN,
através da apresentação de um diag-
nóstico exaustivo em matéria de
dinamização da reabilitação urbana
e do arrendamento, e a defesa de
propostas efetivas que coloquem
este mercado no centro de uma
política económica de crescimento
económico sustentado, é amplamen-
te reconhecida pela generalidade
dos intervenientes do setor e dos
decisores políticos, pelo que, neste
domínio, não se trata de encontrar
soluções inovadoras, porque estas
existem e estão identificadas, mas da
sua efetiva concretização, garantindo
o prometido mas adiado arranque
deste vetor essencial para a constru-
ção e imobiliário e para todo o País.
E, se o Orçamento de Estado para
2013 concretiza uma das principais
e mais emblemáticas medidas recla-
madas pela Associação e pelo setor, a
criação de uma taxa liberatória es-
pecial para o arrendamento, sobram
motivos para continuar, de forma
sustentada e incisiva, a defender a
implementação de uma estratégia
global para este mercado, que aborde
os diferentes fatores críticos, como a Lei das Rendas, o financiamento, os in-
centivos, a fiscalidade, a eficiência energética, entre outros.
Redução dos Custos de Contexto
Desde as matérias associadas à Contratação Pública, com assuntos tão pre-
mentes como os preços anormalmente baixos, o regime de erros e omissões, o
acesso às plataformas eletrónicas, etc., até à redução dos custos e burocracia
associados ao licenciamento, passando pela Segurança e Saúde no trabalho,
está em cima da mesa a análise de um conjunto diverso de propostas concre-
tas e respostas efetivas a problemas reais das empresas, cuja resolução não
pode continuar adiada e que não representa, na maioria dos casos, encargos
para o Estado, sendo que existem mesmo medidas que, pelo contrário, se
traduzem numa redução dos mesmos. Cabe ainda, neste domínio, o enqua-
dramento fiscal do setor, onde se destacam propostas como a eliminação da
tributação dos stocks de imóveis por vender, as ajudas de custo e tributações
autónomas, ou a adoção de um regime de caixa do IVA, medida que já consta
no OE, através da proposta de uma autorização legislativa ao Governo, que
deverá apresentar um diploma específico no decurso de 2013.
16 •
FORMAÇÃO AICCOPN
“Reabilitação de Edifícios e Estruturas” - 2ª Edição
No âmbito da promoção pela
AICCOPN da 2ª edição do curso
de especialização em “Reabilitação
de Edifícios e Estruturas”, tiveram
lugar durante o mês de julho os
dois últimos módulos subordinados
aos temas “Reabilitação Acústica
de Edifícios” e “Reabilitação
térmica de edifícios” e que tiveram
a colaboração do Mestre Miguel
Ferreira, docente na Universidade
Fernando Pessoa – UFP.
Nestes módulos foram apresentados
alguns casos práticos de reabilitação
acústica de edifícios, de isolamento
aos sons aéreos e aos sons de
percussão, bem como abordadas
questões relacionadas com o
projeto térmico, a reabilitação da
envolvente térmica e dos sistemas de
climatização/ventilação.
Mestre Miguel Ferreira - Universidade Fernando Pessoa
17
FORMAÇÃO AICCOPN
Realizou-se a 24 de julho, uma ses-
são subordinada ao tema “Revisão
do Código do Trabalho em 2012”,
que registou uma ampla participação
de empresas associadas. Contamos
com a colaboração da Sociedade de
Advogados Garrigues, que abordou
matérias tão relevantes como a redu-
ção do valor das compensações pela
cessação de contratos de trabalho, o
banco de horas grupal e individual,
a abolição do acréscimo de dias de
férias, a eliminação de feriados, as
novas regras em matéria de trabalho
“Revisão do Código de Trabalho”
“Insolvências, Recuperação de Empresas e Programa Revitalizar”
Realizou-se, a 19 de julho de 2012,
na sede da AICCOPN, uma sessão
subordinada ao tema “Insolvências,
Recuperação de Empresas e Progra-
ma Revitalizar”. Esta Sessão teve a
colaboração da PMLJ – Sociedade
de Advogados, RL, com intervenções
do Dr. Tomás Pessanha, Dra. Diana
Miranda, Dra. Maria da Conceição
Cabaças e Dr. Diogo Duarte de Cam-
pos. Nesta Sessão, foram apresenta-
dos os aspetos gerais do Programa
Revitalizar, o Novo Processo Especial
suplementar e descanso compensató-
rio, a agilização de comunicações à
ACT, bem como os reflexos de todas
estas alterações no CCT do Setor da
Construção.
de Revitalização, o SIREVE – Sistema
de Recuperação de Empresas por Via
Extrajudicial e Insolvências e Contra-
tação Pública.
18 •
FORMAÇÃO AICCOPN
Com o objetivo de reforçar os co-
nhecimentos das empresas sobre
as questões relacionadas com a
promoção da segurança e saúde no
setor da construção, a AICCOPN
realizou duas sessões de formação,
subordinadas exclusivamente a esta
temática.
Inseridas num ciclo de 4 sessões que
decorrem de 22 de junho a 26 de
outubro de 2012, contam com a par-
ticipação de técnicos da Autoridade
para as Condições de Trabalho – ACT
(Centro Local do Grande Porto) e da
Direção Geral de Saúde - DGS.
Na primeira sessão, sobre o tema
“A ACT e os Riscos Profissionais na
Construção”, contou com a colabo-
ração de técnicos da ACT, do Centro
Local do Grande Porto, que abor-
daram questões relacionadas com
“a administração do trabalho e da
“Promoção da Segurança e Saúde de Trabalho”
construção”, com “o gesto inspetivo
na prevenção de riscos profissionais,
com “a evolução das práticas de pre-
venção no setor “ e com “os aciden-
tes de trabalho mortais, graves e os
eventos potencialmente perigosos”.
A segunda sessão, realizada no
passado dia 6 de julho, teve
como tema as “boas práticas nos
trabalhos em altura” e contou
com a colaboração técnica
de empresa especialista em
trabalhos em altura, que fez uma
abordagem eminentemente prática
relacionada com os procedimentos
e equipamentos aplicáveis aos
trabalhos em altura, terminando
com uma simulação sobre o uso
e inspeção dos equipamentos
antiqueda.
Estas sessões têm registado uma
elevada participação e os temas
abordados têm sido amplamente
debatidos pelos participantes. As
restantes sessões de formação, irão
realizar-se em setembro e outubro e
abordarão os temas:
- “Noções de Segurança para o
Representante do Empregador”, a
21 de setembro de 2012;
- “Promoção da Saúde e Noções
Básicas de Primeiros Socorros”, a
4 de outubro de 2012.
Considerando o sucesso das duas
primeiras sessões, serão realizadas
segundas edições, designadamente
em:
- 19 de outubro de 2012 - “Boas
Práticas nos Trabalhos em
Altura”;
e
- 26 de outubro de 2012 - “A
ACT e os Riscos Profissionais na
Construção”.
António Bastos, CICCOPN e Renata Rodrigues, AICCOPN
20 •
DIREITO
Regime Excecional e Temporário de Libertação das Cauções
Tendo sido publicado o Decreto-Lei
nº 190/2012, de 22 de agosto, diplo-
ma que estabelece, para o território
do continente, um regime excecio-
nal e temporário de liberação das
cauções prestadas para garantia da
execução de contratos de emprei-
tada de obras públicas e dada a sua
importância para as empresas nossas
associadas, os serviços, com as pre-
sentes notas, pretendem evidenciar
quais os procedimentos que deverão
ser adotados com vista à sua imple-
mentação.
Por outro lado, sendo certo que o
regime aprovado para o território
do continente fica aquém do que,
repetidamente, foi reivindicado pela
nossa associação, designadamente,
as regras já vigentes nas Regiões Au-
tónomas dos Açores e da Madeira,
mais ajustadas à realidade e às efe-
tivas necessidades do setor, torna-se
essencial verificar se a aplicação des-
te “novo regime”, ainda assim, não é
obstaculizada, designadamente, por
parte dos restantes intervenientes, em
especial, donos de obra e entidades
financeiras. Solicitamos, pois que nos
sejam reportadas eventuais dificulda-
des que as empresas associadas en-
frentem a fim de as podermos igual-
mente evidenciar junto das entidades
competentes.
Posto isto, passamos, de seguida a
uma do diploma legal:
1- Âmbito de aplicação
O presente Decreto-Lei aplica-se aos
contratos de empreitada de obras
públicas celebrados ao abrigo do
Decreto-Lei nº 59/99, de 2 de março,
e aos celebrados ou a celebrar ao
abrigo do Código dos Contratos Pú-
blicos (CCP) até 1 de julho de 2016
(cf. artigo 2º).
2- Liberação da Caução
- O Dono de obra pode autorizar a
liberação das cauções decorrido um
ano contado da data da receção pro-
visória da obra;
- A liberação da caução é feita fase-
adamente, durante um período de
cinco anos, contado da data da rece-
ção provisória da obra, nos seguintes
termos:
a) No 1º ano após a receção
provisória da obra, 30% da
caução total;
b) No 2º ano após a receção
provisória da obra, 30% da
caução total;
c) No 3º ano após a receção
provisória da obra, 15% da
caução total;
d) No 4º ano após a receção
provisória da obra, 15% da
caução total;
e) No 5º ano após receção provi-
sória da obra, 10% da caução
total
(cf. artigo 3º).
3- Procedimento de Liberação
da caução
- Decorrido um ano após a receção
provisória, o empreiteiro poderá
requerer a liberação da caução ao
dono de obra, através de carta regis-
tada com aviso de receção, solici-
21
DIREITO
tando, para esse fim, a realização de
uma vistoria a todos os trabalhos da
empreitada;
- Esta vistoria deverá ser realizada
pelo dono de obra nos 30 dias sub-
sequentes à receção do pedido, con-
vocando para tal o empreiteiro, por
meio de carta registada com aviso de
receção, com a antecedência mínima
de cinco dias da data prevista para a
realização da vistoria;
- Se o empreiteiro não comparecer,
a vistoria tem lugar na presença de
duas testemunhas, que assinam o
respetivo auto;
- A decisão de liberação da caução é
comunicada ao empreiteiro, através
de carta registada com aviso de rece-
ção ou correio eletrónico com recibo
de leitura, no prazo de 30 dias conta-
dos da data da realização da referida
vistoria;
- Caso o dono de obra não ordene a
realização da vistoria ou não comu-
nique a sua decisão no prazo de 30
dias, a liberação da caução conside-
ra-se autorizada (autorização tácita);
- Para efeitos de liberação efetiva da
caução é suficiente a exibição pelo
empreiteiro, perante a entidade emis-
sora da mesma:
· da comunicação do dono de
obra da decisão de liberação
da caução, ou
· no caso em que a caução
seja tacitamente autorizada,
de prova do requerimento do
empreiteiro a solicitar a reali-
zação de vistoria, ou
· do auto de vistoria.Sem pre-
juízo do direito de verificação
da respetiva conformidade dos
documentos
(cf. artigo 4º).
De notar que o pedido ou a autoriza-
ção da liberação da caução iniciado
com a interpelação do empreiteiro
ao dono de obra para a realização da
vistoria, reporta-se a um único mo-
mento – a receção provisória;
Assim, apenas se impõe que, por
uma única vez, o empreiteiro solicite
a realização da vistoria, o que deverá
acontecer um ano após a receção
provisória, sendo que a liberação
da caução nas percentagens supra
indicadas, opera automaticamente e
de forma faseada ao longo de cinco
anos, a partir desse momento;
4- Condição de Liberação da Cau-
ção
Continua a ser condição de liberação
da caução a inexistência de defei-
tos da obra da responsabilidade do
empreiteiro, salvo se o dono da obra
considerar que os defeitos denuncia-
dos, ainda não modificados ou cor-
rigidos, são pouco relevantes e não
justificam a não liberação da caução
(nº 5, do artigo 3º).
De salientar que o novo regime se
aplica, quer aos contratos de emprei-
tada de obras públicas celebrados ao
abrigo do Decreto-Lei n.º 59/99, de
2 de março, quer aos celebrados ou
a celebrar ao abrigo do Código dos
Contratos Públicos (CCP), até 1 de
julho de 2016.
Assim, nas situações de empreitadas
celebradas ao abrigo do Decreto-Lei
nº 59/99, para efeitos de liberação
da caução, deverá ser contabilizado
todo o tempo decorrido, permitindo-
-se, assim, a libertação, de uma só
vez, das parcelas respeitantes aos
anos anteriores (isto é, se já tiverem
passado dois anos, serão libertados
60%, se tiverem passado três anos,
75%, e se já tiverem passado quatro
anos, 90%).
De igual modo, e no caso de em-
preitadas celebradas ao abrigo do
CCP, cujo prazo de garantia esteja
em curso e em que já tenha tido lu-
gar a liberação parcial da caução, é
considerado o montante já liberto,
procedendo-se ao acerto necessário
para respeitar as percentagens previs-
tas, relativas aos anos completos já
decorridos.
O citado Decreto-Lei entra em vigor,
no dia 27 de agosto, pelo que as em-
presas poderão, a partir desta data,
iniciar o procedimento de liberação
da caução, de acordo com o referido
no ponto 3, solicitando ao dono de
obra a realização da respetiva visto-
ria (podendo utilizar para o efeito a
minuta de carta a enviar ao dono de
obra elaborada pelos serviços e que
se anexa à presente informação).
23
DIREITO
Quais foram as principais alterações
introduzidas ao Código dos Contra-
tos Públicos, por força da publicação
do Decreto-Lei n.º 149/2012, de 12
de junho?
Foram publicadas alterações ao Códi-
go dos Contratos Públicos. Estas alte-
rações, que entram em vigor no dia
12 de Agosto para os contratos cele-
brados a partir desta data, têm por ob-
jetivo dar resposta às imposições das
instâncias comunitárias constantes do
Memorando de Entendimento. Esta-
mos, pois, perante alterações pontu-
ais da legislação, tendo-se perdido a
oportunidade para corrigir o Código,
adequando-o às necessidades do mer-
cado.
No essencial e como principais altera-
ções destacam-se:
1. São eliminadas as exceções
à aplicação do CCP de que
beneficiavam as instituições
públicas de ensino superior,
constituídas sob a forma de
fundações, os hospitais EPE e
as associações de direito priva-
do que prossigam finalidades
de natureza científica e tec-
nológica : Isto significa que a
partir de agora é-lhes aplicável
o regime da contratação públi-
ca estabelecido no CCP.
2. É alterado o regime do Ajuste
Direto, estabelecendo uma
aplicação uniforme do limiar
previsto no CCP (150.000,00
€), deixando, por isso, de
existir regimes excecionais,
como aqueles que permitiam
o recurso ao Ajuste Direto por
parte das empresas públicas e
do Banco de Portugal em con-
tratos até 1 milhão de euros.
3. É alterado o regime de erros
e omissões, estabelecendo-se
um limite percentual autó-
nomo de 5%, do preço con-
tratual, que pode ser elevado
até 10% em obras de maior
complexidade (túneis, maríti-
mo-portuárias, reabilitação e
restauro de bens imóveis):
a. A apresentação de uma
lista de erros e omissões
por parte do concorrente
(fase de concurso) suspen-
de o prazo para a apre-
sentação das propostas
por um período máximo
de 60 dias (antes 30 dias).
b. Mantém-se inalterado o
atual regime de respon-
sabilidade pelos erros e
omissões do caderno de
encargos
.
4. É altera o regime de trabalhos
a mais, estabelecendo-se um
limite percentual autónomo
de 40% do preço contratual
No sentido de esclarecer as dúvidas
mais frequentes dos nossos Associa-
dos em matéria laboral, na rubrica
“Consultório Jurídico-Laboral”, pro-
curaremos dar resposta às questões
que entendam formular, através do
seguinte endereço de correio electró-
nico: [email protected]
24 •
DIREITO
para a sua realização. De igual
modo, estabelece-se que even-
tuais trabalhos de suprimento
de erros e omissões não serão
contabilizados para o apura-
mento daquele limite percen-
tual.
5. É prevista a revisão obrigatória
do projeto nas obras classifica-
das na categoria III ou superior
(classificação das obras conso-
ante a maior ou menor dificul-
dade da conceção e o grau de
complexidade do projeto, nos
termos definidos no Anexo II à
Portaria nº 701-H/2008, de 29
de julho), bem como naquelas
cujo preço base seja enqua-
drável na classe 3 ou superior
do alvará, isto é, atualmente,
obras de valor superior a €
332.000,00 €.
Esta é uma matéria que carece
de regulamentação específica,
pela que a sua aplicação práti-
ca depende da publicação de
legislação.
6. Torna-se obrigatória a publi-
citação no portal da internet
dedicado aos contratos públi-
cos, dos elementos referentes
à formação e à execução dos
contratos, desde o início do
procedimento até ao termo da
execução.
7. É eliminada a obrigatoriedade
de desenvolvimento de proje-
tos de investigação e desenvol-
vimento (I&D), em contraparti-
da pela celebração de contra-
tos de valor igual ou superior a
25 milhões de euros.
São revistos os casos de impedimen-
tos dos candidatos ou concorrentes,
permitindo-se a admissão aos pro-
cedimentos contratuais públicos de
entidades que tenham prestado, a
qualquer título, direta ou indireta-
mente, assessoria ou apoio técnico
na preparação e elaboração das pe-
ças do procedimento, desde que isso
não lhes confira vantagem que falseie
as condições normais de concorrên-
cia.
25
DIREITO
Tal como já se previa foram publica-
das durante o passado mês de agosto
alterações a três dos mais relevantes
diplomas legais, com impacto no
âmbito da reabilitação urbana. Trata-
-se de um pacote legislativo cuja
análise mais em pormenor efetuamos
de seguida.
Separando cada um dos normativos
aqui em causa, pretendemos, sobre-
tudo, evidenciar, numa perspetiva
técnica e iminentemente prática, as
principais alterações que foram agora
introduzidas.
1 - Reabilitação Urbana
Lei nº 32/2012, de 14 de agosto,
que procede à primeira alteração ao
Decreto-Lei nº 307/2009, de 23 de
outubro, que estabelece o Regime
Jurídico da Reabilitação Urbana, e à
54ª alteração ao Código Civil, apro-
vando medidas destinadas a agilizar
e a dinamizar a reabilitação urbana.
De entre as principais novidades do-
diploma, destacam-se as seguintes:
1-Âmbito de aplicação
Aplica-se às operações urbanísticas
que tenham por objeto edifícios ou
frações (artigo 77º- A):
· Localizados numa área de reabi-
litação urbana; ou
· Cuja construção tenha sido con-
cluída há mais de 30 anos e que,
em virtude da sua insuficiência,
degradação ou obsolescência,
justifiquem uma intervenção de
reabilitação destinada a con-
ferir adequadas características
de desempenho e de segurança
funcional, estrutural e constru-
tiva e, desde que se cumpram
cumulativamente os seguintes
requisitos:
· Preservar as fachadas prin-
cipais do edifício com todos
os seus elementos não dis-
sonantes, com possibilidade
de novas aberturas de vãos
ou modificações de vãos
existentes ao nível do piso
térreo;
· Manter os elementos arqui-
tetónicos e estruturais de
valor patrimonial do edifício,
designadamente abóbadas,
arcarias, estruturas metálicas
ou de madeira;
· Manter o número de pisos
acima do solo e no subsolo,
bem como a configuração
da cobertura, sendo admi-
tido o aproveitamento do
vão da cobertura como área
útil, com possibilidade de
abertura de vãos para comu-
nicação com o exterior, nos
termos previstos nos instru-
mentos de gestão territorial e
nos regulamentos municipais
.
Alterações aos Regimes Jurídicos da Reabilitação Urbana, do Arrendamento e da Realização de Obras em Prédios Arrendados
26 •
DIREITO
· Não reduzir a resistência
estrutural do edifício, desig-
nadamente ao nível sísmico,
e observar as opções de
construção adequadas à se-
gurança estrutural sísmica do
edifício.
Este regime não se aplica às opera-
ções urbanísticas realizadas em bens
imóveis:
· Individualmente classificados
ou em vias de classificação,
aplicando-se, todavia, aos bens
imóveis que se localizem em
zonas de proteção e não sejam
classificados nem em vias de
classificação; ou
· Localizados em áreas urbanas de
génese ilegal, salvo se estiverem
incluídos em áreas de reabilita-
ção urbana.
2- Simplificação dos procedimentos
de execução das operações urbanís-
ticas de reabilitação, prevendo-se um
procedimento simplificado de con-
trolo prévio, que se caracteriza por:
(artigo 77º-B e artigos 53º-A a 53º-B):
· As operações urbanísticas segui-
rem o procedimento de comu-
nicação prévia, exceto quando
estejam isentas de controlo pré-
vio nos termos do Regime Jurídi-
co da Urbanização e Edificação
(RJUE) (cf. artigos 53º-A e 53º-C);
· Centralização da decisão numa
única entidade, eliminando-se,
em regra, a necessidade de reali-
zação de consultas ou pareceres
a entidades externas ao Municí-
pio ou a serviços de organização
autárquica municipal (artigo
53º-D);
· Consagração da regra do defe-
rimento tácito, à semelhança
do que acontece no RJUE, na
medida em que, se a entidade
competente não rejeitar a comu-
nicação prévia no prazo de 15
dias úteis, a contar da entrega
da comunicação e demais ele-
mentos instrutores legalmente
exigíveis, considera-se a mesma
admitida, podendo o interessado
dar início às obras, efetuando
previamente o pagamento das
taxas devidas através de autoli-
quidação (cf. artigo 53º-E);
· Dispensa do cumprimento de
normas posteriores à construção
originária, desde que o técnico
autor do projeto assuma, por
termo de responsabilidade fun-
damentado, que a eventual des-
conformidade do projeto com
as normas em vigor não é agra-
vada pela intervenção ou que
esta até melhora as condições
de segurança e de salubridade
da edificação, e ainda que são
observadas as opções de cons-
trução adequadas à segurança
estrutural e sísmica do edifício,
cujo modelo é aprovado por
portaria dos membros do Gover-
no responsáveis pelas áreas das
autarquias locais, da economia e
do ordenamento do território.
Nestes casos, a apreciação pela
entidade competente da comuni-
cação prévia não incide sobre a
desconformidade com as normas
em vigor objeto dessa declara-
ção. Todavia, a entidade compe-
tente pode rejeitar a comunica-
ção prévia por inobservância de
normas legais e regulamentares
em vigor não identificadas no
termo (artigo 53º-F);
27
DIREITO
· Faculdade de constituição da
propriedade horizontal com base
no termo de responsabilidade do
autor do projeto, atestando que
estão verificados os requisitos
legais para a constituição da
propriedade horizontal, acompa-
nhado do comprovativo da sua
apresentação à entidade compe-
tente, valendo como documento
comprovativo de que as frações
autónomas satisfazem os requisi-
tos legais, designadamente para
efeitos notariais, deixando de
ser necessária a certificação da
Câmara Municipal. O modelo
do termo de responsabilidade é
aprovado por portaria dos mem-
bros do Governo responsáveis
pelas áreas das autarquias locais
(artigo 81º-A);
Possibilidade de obtenção, à
semelhança do que se passa no
RJUE, de autorização de utiliza-
ção, mediante termo de respon-
sabilidade do autor do projeto,
cujo modelo é aprovado por
portaria dos membros do Gover-
no responsáveis pelas áreas das
autarquias locais, da economia
e do ordenamento do território.
Não sendo determinada a rea-
lização de vistoria no prazo de
10 dias úteis a contar da receção
do requerimento de autoriza-
ção de utilização devidamente
instruído, o termo de responsa-
bilidade, acompanhado daquele
requerimento e do comprovativo
da apresentação de ambos à
entidade competente, vale como
autorização de utilização, substi-
tuindo o alvará de utilização (cf.
artigo 53º -G).
4-Alterações ao Código Civil
O Regime da Reabilitação Urbana
introduz também alterações ao Códi-
go Civil, designadamente:
· Simplifica as maiorias necessá-
rias para efetuar determinadas
obras em partes comuns dos
prédios, isto é, havendo mais
de oito condóminos, permite-se
que as obras de colocação de
ascensores e de instalação de
gás canalizado, possam ser apro-
vadas por maioria simples dos
condóminos que representem a
maioria do valor total do prédio,
deixando, pois, de ser exigível
uma maioria qualificada de dois
terços (cf. nº 2 do artigo 1425º
do Código Civil);
· Permite a realização de inova-
ções para a colocação de ram-
pas de acesso e colocação de
plataformas elevatórias por qual-
quer condómino, mediante pré-
via comunicação nesse sentido
ao administrador do condomínio
e observando as normas técnicas
de acessibilidade previstas em
legislação específica, no caso de
um dos membros do respetivo
agregado familiar ser uma pes-
soa com mobilidade condicio-
nada (cf. nº 3 do artigo 1425º do
Código Civil).
O citado Decreto-Lei entra em vigor
30 dias após a sua publicação, isto é,
no dia 13 de setembro de 2012.
2 - Revisão do Regime do Arrenda-
mento Uurbano e Regime de Obras
em Prédio Arrendados
Lei nº 31/2012, de 14 de agosto, que
procede à revisão do regime jurídico
do arrendamento urbano, alterando
o Código Civil, o Código de Processo
Civil e a Lei nº 6/2006, de 27 de Fe-
vereiro.
Salientam-se os seguintes aspetos:
28 •
DIREITO
1- Alteração das regras relativas à
duração dos contratos
As partes passam a poder li-
vremente estipular a duração
dos contratos para habitação,
não estando sujeitas a um
prazo mínimo, sendo que,
se nada estipularem quanto
a este aspeto, os contratos
consideram-se celebrados
pelo prazo de dois anos;
Nos contratos não habitacio-
nais, é mantida a liberdade
das partes para estabelece-
rem a duração dos contratos,
prevendo-se que, em caso de
silêncio das partes, os contra-
tos consideram-se celebrados
por 5 anos;
2- É reforçado o mecanismo de reso-
lução do contrato de arrendamento
quando o arrendatário se encontre
em mora (cf. artigos 1083º e ss do
Código Civil, com as alterações intro-
duzidas pela presente Lei).
Assim, o senhorio pode resolver o
contrato:
a) após 2 meses de não pagamento
da renda ou atraso de pagamento da
renda, ou
b) nos casos de atrasos reiterados su-
periores a 8 dias, quando ocorram 4
vezes, seguidas ou interpoladas, num
período de 12 meses.
A resolução é comunicada ao arren-
datário, o qual pode:
· No mês seguinte, e por uma
única vez em relação a esse
contrato, pagar a renda em
atraso, caso em que a reso-
lução fica sem efeito. (Esta
faculdade só é permitida na
situação da alínea a));
· Se o arrendatário não pagar
terá que desocupar o locado.
3- É criado o procedimento especial
de despejo – para promover a deso-
cupação do imóvel (cf. artigos 15º e
ss), nos seguintes termos:
Quando o arrendatário não desocupe
o local na data fixada na lei ou na
data fixada por convenção das partes,
o senhorio pode:
1) Apresentar junto do Balcão Na-
cional do Arrendamento (BNA),
um requerimento de despejo;
2) O BNA promove a notificação
ao inquilino (imediatamente);
29
DIREITO
a. Se o inquilino não deduzir
oposição (no prazo de 15 dias)
ao pedido de despejo ou se
não pagar ou depositar as ren-
das vencidas na pendência do
processo, o Balcão emite título
de desocupação do locado,
podendo o senhorio promover
a efetivação do mesmo, através
de Agente de Execução, de
Notário ou Oficial de Justiça;
b. Se o arrendatário deduzir opo-
sição ao pedido de despejo
(prazo de 15 dias) por não
verificação do fundamento
invocado pelo senhorio, há
lugar à intervenção do juiz,
num processo judicial especial
e urgente, mas neste caso, tem
de ser prestada caução (no
máximo 6 meses de renda),
paga a taxa de justiça e, no
decurso do mesmo, efetuado o
depósito das rendas vencidas.
O procedimento especial de despejo
para a desocupação efetiva do local
arrendado por incumprimento do
arrendatário, é aplicável, designada-
mente, nos casos de falta de paga-
mento das rendas, de caducidade do
contrato pelo decurso do prazo e de
cessação do contrato por oposição à
renovação ou por denúncia.
4- É modificado o regime de atuali-
zação das rendas nos contratos para
fins habitacionais celebrados antes de
1990, que assenta num mecanismo
de negociação entre as partes inicia-
do pelo senhorio, do seguinte modo
(artigos 27º e ss):
O senhorio apresenta proposta
ao arrendatário, relativa ao valor
de atualização da renda e ao
tipo e à duração do contrato que
pretende, bem como indicando
o valor do locado, avaliado nos
termos dos artigos 38º e ss do
Código do Imposto Municipal
sobre Imóveis (CIMI), constante
da caderneta predial urbana e
juntar cópia da referida caderne-
ta predial.
Resposta do arrendatário no pra-
zo de 30 dias, podendo:
a) Aceitar o valor da renda propos-
to pelo senhorio, sendo que a
renda é atualizada e o contrato
fica submetido ao NRAU, a par-
tir do 1º dia do 2º mês seguinte
ao da receção da proposta.
Quanto ao tipo e duração do
contrato, este considera-se ce-
lebrado pelo período de cinco
anos, no caso de não se verifi-
car acordo entre o senhorio e o
arrendatário ou no silêncio das
partes;
Na sua resposta, o arrendatário
pode, ainda:
o Invocar e comprovar que o
seu agregado familiar tem um
rendimento anual bruto cor-
rigido (RABC) inferior a cinco
retribuições mínimas nacio-
nais anuais, caso em que a
atualização da renda corres-
ponderá, durante um período
transitório de cinco anos, a
um máximo de 25% ou de
10% do RABC do agregado
familiar do arrendatário, con-
soante o rendimento do agre-
gado seja, respetivamente,
igual ou superior ou inferior
a € 500 mensais, sempre com
o limite de 1/15 do valor do
locado, determinado de acor-
do com o valor patrimonial
tributário do imóvel (arts. 38º
e ss do CIMI). Durante este
período, salvo acordo entre
as partes, não pode ocorrer a
cessação do contrato ou alte-
ração do tipo do contrato (cf.
artigo 35º), ou
o Invocar e comprovar ter
idade igual ou superior a 65
anos ou deficiência com grau
de incapacidade superior
a 60%. Neste caso, salvo
acordo entre as partes, não
pode ocorrer a cessação do
contrato ou a alteração do
tipo de contrato, mas poderá
haver atualização de renda
pelo valor negociado ou pelo
valor do locado, determinado
de acordo com o valor patri-
monial tributário do imóvel,
exceto se se verificar simul-
taneamente uma situação
de carência económica (cf.
artigo 36º);
b) Opor-se ao valor da renda pro-
posto pelo senhorio contrapondo
novo valor, tipo e duração do
contrato (cf. artigo 33º). Face a
esta proposta, o senhorio, no
prazo de 30 dias, comunica se a
aceita ou não (a falta de resposta
vale como aceitação da renda,
bem como do tipo e da duração
do contrato):
o Caso o senhorio aceite a pro-
posta, a renda é atualizada
e o contrato fica submetido
ao NRAU de acordo com o
tipo e a duração acordados,
a partir do 1º dia do 2º mês
seguinte ao da receção, pelo
30 •
DIREITO
arrendatário, da comunica-
ção do senhorio ou do termo
do prazo de 30 dias que este
dispõe para responder à con-
traproposta do arrendatário.
No que diz respeito ao tipo
e duração do contrato, verifi-
cando-se o silêncio ou a falta
de acordo entre as partes,
este considera-se celebrado
com prazo certo, pelo perío-
do de 5 anos.
o Caso o senhorio não aceite
a renda contraproposta pelo
arrendatário, pode:
· Denunciar o contrato e pagar
uma indemnização corres-
pondente a cinco anos do
valor médio das rendas pro-
postas por cada um deles, a
qual é agravada se o acordo
se frustrar por pequenas mar-
gens (aumenta para o dobro,
caso a diferença entre as
duas propostas seja inferior a
10% ou em 50%, caso aque-
la diferença se situe entre os
10% e os 20%). O arrendatá-
rio deve desocupar o locado
num prazo de sete meses, o
qual poderá ser elevado para
13 meses caso haja crianças
ou estudantes no agregado
familiar do arrendatário.
· Em alternativa à denúncia,
o senhorio pode optar pela
atualização da renda, de-
terminada de acordo com o
valor patrimonial tributário
do locado, isto é, para 1/15
(6,667%) da avaliação do
imóvel, caso em que o con-
trato se considera celebrado
por prazo certo, por cinco
anos.
c) Denunciar o contrato de arren-
damento, devendo desocupar
o locado em três meses, não
havendo, nessa situação, lugar a
atualização da renda ou ao rece-
bimento de indemnização pela
cessação do contrato (cf. 34º).
Igualmente, nos contratos de arren-
damento para fins não habitacionais
celebrados antes de 1995, foi estabe-
lecido um mecanismo de atualização
da renda com base na negociação
entre as partes (artigos 27º e ss e
artigos 50º e ss), sem prejuízo da
previsão de um período transitório
de cinco anos para os casos de micro
entidades (aquelas em que se veri-
fiquem duas destas três situações:
volume de negócios anual líquido
inferior a € 500 000; número médio
de empregados por ano até 5 traba-
lhadores; total do balanço não supe-
rior a € 500 000).
Assim, durante cinco anos, apenas
pode ser atualizada a renda, por refe-
rência ao valor do locado, para 1/15
(6,667%) da avaliação do imóvel.
Neste período, salvo acordo entre as
partes, não pode ocorrer a cessação
do contrato ou a alteração do tipo de
contrato.
5- Modifica-se o regime da transmis-
são por morte no arrendamento para
habitação (art.57º):
O direito ao arrendamento não
caduca por morte do primitivo
arrendatário, quando lhe sobre-
viva:
o Cônjuge com residência no
locado;
o Pessoa que com ele vivesse –
residência no locado há, pelo
menos 1 ano – em união de
facto há mais de 2 anos;
o Ascendente em 1º grau que
com ele convivesse há mais de
1 ano;
o Filho ou enteado com menos
de 1 ano de idade ou que com
ele convivesse há mais de 1
ano e seja menor de idade ou,
tendo idade inferior a 26 anos,
frequente o 11º ou o 12º ano
de escolaridade ou estabele-
cimento de ensino médio ou
superior;
31
DIREITO
o Filho ou enteado, que com ele
convivesse à mais de 1 ano,
portador de deficiência com
grau comprovado de incapaci-
dade superior a 60%.
O direito à transmissão do ar-
rendamento não se verifica se
estas pessoas tiverem outra casa,
própria ou arrendada, em Lisboa
ou Porto ou seus limítrofes, ou
no respetivo concelho quanto ao
resto do País.
Quando a posição de arrendatá-
rio se transmita para ascendente
com idade < a 65 anos, o con-
trato fica submetido ao NRAU,
aplicando-se, na falta de acordo,
o disposto para os contratos com
prazo certo, pelo período de 2
anos.
Quando a posição de arrendatá-
rio se transmita para filho ou en-
teado, o contrato fica submetido
ao NRAU na data em que aquele
adquirir a maioridade, ou, caso
frequente 11º ou 12º ano de es-
colaridade ou estabelecimento
de ensino médio ou superior, na
data em que perfizer 26 anos,
aplicando-se, na falta de acordo
entre as partes, as regras dos
contratos com prazo certo, pelo
período de 2 anos.
No que diz respeito à transmis-
são por morte no arrendamento
para fins não habitacionais, o ar-
rendamento termina com a morte
do primitivo arrendatário, salvo
existindo sucessor que, há mais
de três anos, explore, em comum
com o arrendatário primitivo,
estabelecimento a funcionar no
local (cf. artigo 58º).
6- Novo regime para a realização de
obras em prédios arrendados – Leis
nºs 31/2012 e 30/2012, de 14 de
agosto
O regime da Lei nº 31/2012, de 14
de agosto, de denúncia para demo-
lição ou obras profundas assenta na
negociação entre as partes, sendo
que, na falta de acordo, há lugar ao
pagamento de uma indemnização
(cf. artigo 1101º e ss do Código Civil,
com as alterações introduzidas pelo
presente diploma);
O regime da denúncia para obras é
completado e desenvolvido pela Lei
nº 30/2012, de 14 de agosto, que
revê o regime jurídico das obras em
prédios arrendados (cf. artigos 4º e ss)
e reforça a ligação deste regime com
o da reabilitação urbana, salientan-
do-se os seguintes aspetos:
Agiliza-se o procedimento de denún-
cia do contrato de arrendamento para
habitação celebrado por duração
indeterminada quando o senhorio
pretenda proceder à demolição ou
realização de obra de remodelação
ou restauro profundos, que obriguem
à desocupação do locado. A denún-
cia do senhorio deverá ser feita me-
diante comunicação ao arrendatário
com uma antecedência não inferior
a seis meses sobre a data pretendida
para a desocupação e da qual conste,
de forma expressa, o fundamento da
denúncia. Esta, para ser eficaz, deve-
rá ser acompanhada dos documentos
referidos no artigo 8º.
A denúncia nesta situação obriga
o senhorio, mediante acordo, e em
alternativa, ao pagamento de uma
indemnização correspondente a um
ano de renda ou a garantir o realoja-
mento do arrendatário em condições
análogas às que já detinha, quer
quanto ao local quer quanto ao valor
da renda por período não inferior a
dois anos (cf. artigo 6º).
Nas situações em que o arrendatário
tenha idade igual ou superior a 65
anos ou deficiência com grau com-
provado de incapacidade superior a
60%, na falta de acordo das partes, o
senhorio é obrigado a garantir o rea-
lojamento do arrendatário nos termos
atrás descritos (cf. artigo 25º).
As citadas Leis entram em vigor 90
dias após a sua publicação, isto é, no
dia 12 de novembro de 2012.
Isabel Rodrigues
32 •
ECONOMIA
Os resultados do inquérito mensal
à atividade realizado pela FEPICOP
revelam quebras acentuadas nos
diversos indicadores associados ao
desempenho das empresas do setor
da construção. O saldo das opiniões
relativas à carteira de encomendas
registou uma variação de
-10% em termos acumulados para
os primeiros seis meses do ano e as
perspetivas de evolução do emprego
assegurado pelas empresas revela-
ram-se muito desfavoráveis (variação
homóloga acumulada até Junho, de
-16%). Em resultado, o indicador de
confiança da construção evoluiu de
forma muito negativa, apresentando
uma variação homóloga acumulada
de -15,4% no mesmo período.
De acordo com os dados do Instituto
do Emprego e Formação Profissional
(IEFP), nunca o número de pessoas
desempregadas oriundas do setor da
construção foi tão elevado como em
2012: ao longo do primeiro semestre
do ano, encontravam-se inscritos
nos centros de emprego, em termos
médios mensais, cerca de 94.600
desempregados oriundos deste se-
Desemprego na Construção em Máximo Histórico
tor, o que traduz um crescimento de
29,5% face ao mesmo período do
ano passado.
Ao longo dos primeiros seis meses de
2012, a tendência de produção da
construção foi claramente negativa,
em todos os segmentos de atividade,
em resultado das fortes quebras regis-
tadas ao nível da procura dirigida ao
sector. A confirmá-lo, as quedas, até
maio, de 31,4% no número de fogos
novos licenciados para habitação e
de 32,6% na área total licenciada
para construção de edifícios não
residenciais e as reduções de 56% e
de 48% nos montantes de concursos
públicos abertos e adjudicados, res-
petivamente, até final de julho.
Em comparação com a média euro-
peia e segundo os dados divulgados
pela Comissão, a carteira de enco-
mendas das empresas de construção
portuguesas acentuou, em junho, a
tendência de redução que vem sendo
observada desde o final do primeiro
trimestre de 2011, no que foi segui-
da, mas de forma muito ténue, pela
média de opiniões dos empresários
europeus da construção, relativamen-
te à mesma questão (variações homó-
logas trimestrais de -45% no caso de
Portugal e de -2% no que concerne à
média europeia).
Indicador de confiança da Constru-
ção mantém quebras acentuadas
As opiniões dos empresários expres-
sas através do inquérito mensal à
atividade realizado pela FEPICOP
apontam para quebras acentuadas
nos diversos indicadores associados
ao desempenho das empresas do
setor da construção.
Assim e no que concerne à evolução
das respectivas carteiras de encomen-
das, a avaliação dos responsáveis das
empresas traduziu-se numa variação
de -10% em termos homólogos para
os primeiros seis meses do ano, re-
velador de uma quebra acentuada
das encomendas detidas pelas em-
presas. Relativamente às perspetivas
de evolução do emprego assegurado
pelas empresas, as opiniões foram,
também, bastante desfavoráveis, com
33
ECONOMIA
uma variação homóloga acumulada até junho, de -16%.
Como consequência, o indicador de confiança da cons-
trução evoluiu de forma muito negativa, apresentando
uma variação homóloga acumulada de -15,4% no mes-
mo período.
Em linha com a deterioração dos restantes indicadores,
também as opiniões relativas à situação financeira das
empresas apresentam, desde o início do ano, uma evo-
lução francamente preocupante, com o respetivo índice
a registar uma variação homóloga acumulada de -16%
para os primeiros seis meses do ano.
As sérias dificuldades que as empresas enfrentam no seu
financiamento, a manutenção dos atrasos nos pagamen-
tos às empresas e as quebras registadas nas vendas de
imobiliário são as principais causas da deterioração da
saúde financeira assinalada pelos empresários da cons-
trução.
Desemprego na Construção não pára de aumentar
Segundo os dados disponibilizados pelo Instituto do
Emprego e Formação Profissional (IEFP), nunca o nú-
mero de pessoas desempregadas oriundas do setor da
construção foi tão elevado como em 2012: ao longo do
primeiro semestre do ano, encontravam-se inscritos nos
centros de emprego, em termos médios mensais, cerca
de 94.600 desempregados oriundos deste setor, o que
traduz um crescimento de 29,5% face ao mesmo perío-
do do ano passado.
Este forte acréscimo no número de desempregados, que
no segundo trimestre atingiu uma variação homóloga
de +33,1%, foi naturalmente acompanhado pela quebra
do emprego no sector. Segundo o Inquérito ao Emprego
do INE, durante os primeiros três meses do ano, o nú-
mero de empregados do sector da construção rondou os
387.700, menos 13,3% do que um ano antes. Com esta
forte redução, o emprego da construção passou a repre-
sentar, apenas, 8,3% do total do emprego da economia,
quando, em 2002, os seus 610,9 mil trabalhadores cor-
respondiam a 12% do total da população empregada.
A onda de insolvências, encerramentos e falências que
varre actualmente o sector da construção é, naturalmen-
te, a principal causa desta evolução do desemprego.
Segundo os dados disponibilizados pelo Instituto Infor-
34 •
ECONOMIA
mador Comercial, foram registadas, até ao dia 25
de Julho passado, 868 insolvências de empresas do
sector da construção, o que traduz um crescimento
de 60% face a igual período de 2011 e representa,
actualmente mais de 22% do total de insolvências
registadas em Portugal.
Valor das novas operações de crédito para aquisição
de habitação cai 71% até Maio
A evolução registada pelos diversos indicadores
associados ao desempenho do sector da construção
revela que a tendência da sua produção é claramen-
te negativa. É o caso do consumo de cimento, que
no primeiro semestre do ano registou uma quebra
homóloga de 23%, totalizando apenas 1.861 mil
toneladas, número que representa um novo mínimo
histórico.
Por seu lado, a procura dirigida ao sector tem vindo
a registar quebras muito acentuadas, quer na com-
ponente privada, quer na componente pública. No
que toca à emissão de licenças de construção e se-
gundo a informação disponibilizada pelo INE, foram
licenciados 5.375 novos fogos ao longo dos primei-
ros cinco meses do ano, o que traduz uma quebra
de 31,4% face a igual período de 2011. Em termos
acumulados para os últimos quatro anos (2008 a
2011) a redução do licenciamento habitacional atin-
giu os 75%, a que se acrescenta agora a quebra de
31% registada até Maio deste ano.
Um dos mais fortes condicionantes da procura re-
sulta da atuação do sistema bancário, o qual tem
vindo a impor sérias restrições à concessão de no-
vos financiamentos para aquisição de habitação.
Segundo os dados do Banco de Portugal, o montan-
te total dos novos créditos concedidos para esse fim,
durante os primeiros cinco meses do ano corrente,
ascendeu a 802 milhões de euros, o que traduz uma
quebra de 71%, em termos homólogos.
Também no que concerne aos edifícios não resi-
denciais, a evolução tem-se revelado extremamente
desfavorável, com uma redução muito significati-
va da área total licenciada até maio (-32,6%, em
termos homólogos). Os tipos de edifício onde as
35
ECONOMIA
quebras, face ao período
homólogo, são mais acen-
tuadas são nos destinados a
transportes, -90%, às ativi-
dades não mercantis, -51%
e ao comércio, -39%.
A avaliar pelo desem-
penho do mercado das
obras públicas, também o
investimento público em
construção tem sofrido um
acentuado decréscimo ao
longo do ano. Em termos
globais e até ao final de
julho, o montante das obras
postas a concurso ascendeu
a 847 milhões de euros,
traduzindo um decréscimo
de cerca de 56% face ao
período homólogo. No que
respeita às obras já adjudi-
cadas, os 801 milhões de
euros já entregues em 2012
representam uma quebra
de 48% relativamente aos
primeiros sete meses de
2011, com a Administração
Central a revelar a maior
redução (-71%).
Também no que concerne
ao lançamento de novas
obras, foi a nível da Admi-
nistração Central que a re-
dução foi mais acentuada,
ao registar-se uma quebra
de 65%, em valor, relativa-
mente a igual período de
2011.
Quebra na carteira de en-
comendas da Construção
acentuou-se em junho
Segundo os dados divulgados pela Comissão Europeia, a carteira de encomen-
das das empresas de construção portuguesas acentuou, em junho, a tendência
de redução que vem sendo observada desde o final do primeiro trimestre de
2011.
Também em termos médios europeus e ao contrário do perfil observado ao
longo dos últimos 2 anos, registou-se uma evolução negativa das opiniões dos
empresários da construção sobre as respetivas carteiras de encomendas. No
mesmo sentido, as perspetivas dos empresários sobre a evolução futura do
emprego do sector mantiveram-se negativas, o que determinou que o indica-
dor de confiança na construção, em termos médios europeus, registasse uma
variação homóloga trimestral de -2,8%, o resultado mais desfavorável dos últi-
mos 31 meses.
36 •
ECONOMIA
Mercado das Obras Públicas - 1º Semestre de 2012
Promoções de Obras
No primeiro semestre de 2012, foram
promovidos 802 concursos de obras
públicas, num total de 742,6 milhões
de euros, a que corresponde uma
redução de 35% no número e de
52% no valor, em termos homólogos.
A manter-se esta evolução até final
do ano, 2012 poderá figurar como
o pior ano desde o início da década
de 80, em termos de contratação de
obras públicas. Atendendo ao natural
desfasamento entre a promoção dos
concursos e a execução das obras, a
manutenção desta situação terá im-
plicações muito severas ao nível da
produção do segmento de obras pú-
blicas, ao longo dos próximos meses.
A agravar esta situação, e como se
pode verificar no quadro seguinte,
o ano passado havia já sido um dos
piores da década, em termos de pro-
moções de obras pública
Promoções de Concursos de Obras Públicas – Evolução Anual
37
ECONOMIA
Numa perspetiva temporal mais alargada, é no-
tório que a trajetória descendente do volume de
concursos públicos se intensificou severamente
nos últimos dois anos. Em termos reais, o total
de contratos promovidos, em 2011 situou-se
38% abaixo da média anual verificada na pri-
meira década do século XXI. A manter-se a atual
queda nas promoções, 2012 ficará 71% abaixo
dessa média. São números que ilustram bem a
realidade de um mercado que atravessa a pior
crise de que há registo.
2. Contratos de Obras Públicas
No primeiro semestre de 2012, o volume total de
contratos celebrados registados no Observatório
das Obras Públicas foi de 552 milhões de euros e
apresenta uma redução de 976 milhões de euros
(64%) face a igual período do ano anterior. Em
número, a quebra homóloga é de 22%, o que sig-
nifica que se assiste a uma redução mais intensa
ao nível das obras públicas de dimensão média
ou elevada.
Por tipos de procedimento, ao nível dos concur-
sos limitados por prévia qualificação regista-se
uma quebra de 99%, totalizando-se pouco mais
de 10 milhões de euros, ou seja, nos primeiros 6
meses do ano, o recurso a este tipo de contratação
é marginal.
Ao nível dos concursos públicos, foram celebra-
dos 338 milhões de euros em contratos de obra
pública, o que representa uma quebra de 22%
em valor e de 23% em número. Por sua vez, o
volume total de Ajustes Diretos ascendeu aos
204 milhões de euros, totalizando uma quebra
de 49%.
Analisando a informação relativa
a concursos adjudicados, que não
é diretamente comparável, uma
vez que não resulta das bases de
dados do Observatório das Obras
Públicas, mas apresenta um hori-
Promoções de Concursos de Obras Públicas – Evolução Anual
Contratos de Obras Públicas Celebrados – Evolução Mensal
Contratos Adjudicados
zonte temporal muito mais alargado,
verifica-se que o atual nível de adju-
dicações, apresenta valores historica-
mente reduzidos. Recorrendo ao mes-
mo raciocínio usado para os contratos
promovidos, podemos dizer que, em
2011, as adjudicações situaram-se
42% abaixo da média anual verifica-
da na primeira década do século XXI.
A manter-se constante a atual queda,
2012 situar-se-á 68% abaixo dessa
média.
38 •
ECONOMIA
Novas Regras de Emissão de Faturas a partir de janeiro de 2013
Foi publicado o Decreto-Lei n.º
197/2012, que introduz alterações
em matéria de localização das pres-
tações de serviços para efeitos de
IVA, bem como em matéria de obri-
gações e formalidades de faturação,
destacando-se, seguidamente, as
principais alterações para o setor, que
entram em vigor no dia 1 de janeiro
de 2013
No setor da Construção, as faturas
emitidas com inversão do sujeito pas-
sivo, ou seja, quando é o adquirente
dos bens ou serviços a liquidar o IVA,
devem conter a expressão -IVA - au-
toliquidação - (até 31/12/2012 devem
conter a expressão “IVA devido pelo
adquirente”).
No regime especial de exigibilidade
do IVA nas empreitadas e subemprei-
tadas de obras públicas - as faturas
relativas a operações abrangidas
devem ser numeradas seguidamente
numa série especial, convenien-
temente referenciada, e conter a
menção -Exigibilidade de caixa - (até
31/12/2012 devem conter a expres-
são “IVA exigível e dedutível no pa-
gamento).
a emissão de fatura é obrigatória para
todas as transmissões de bens e pres-
tações de serviços, a partir de 1 de
janeiro de 2013, independentemente
da qualidade do adquirente dos bens
ou destinatário dos serviços e ainda
que estes não a solicitem.
Na elaboração de faturas por parte
do adquirente dos bens ou dos servi-
ços, as faturas devem conter a men-
ção “autofaturação”.
Nas faturas processadas através de
sistemas informáticos, todas as men-
ções obrigatórias, incluindo o nome,
a firma ou a denominação social e
o número de identificação fiscal do
sujeito passivo adquirente, devem ser
inseridas pelo respetivo programa ou
equipamento informático de fatura-
ção.
A indicação na fatura da identifica-
ção e do domicílio do adquirente (ou
destinatário que não seja sujeito pas-
sivo) é obrigatória nas faturas de valor
igual ou superior a 1.000 euros.
Os sujeitos passivos não podem emi-
tir e entregar documentos de natu-
reza diferente da fatura para titular a
transmissão de bens ou prestação de
serviços aos respetivos adquirentes
ou destinatários. Para tal, foi elimi-
nado em todas as disposições do Có-
digo do IVA da expressão - fatura ou
documento equivalente-, passando a
prever-se apenas a expressão -fatura-.
Em termos de prazo, a fatura deve ser
emitida:
· o mais tardar no 5.º dia útil se-
guinte ao do momento em que
o imposto é devido, ou seja, nas
transmissões de bens, no mo-
mento em que os bens são pos-
tos à disposição do adquirente
e nas prestações de serviços, no
momento da sua realização.
· o mais tardar no 15.º dia do
mês seguinte àquele em que o
imposto é devido no caso das
prestações intracomunitárias de
serviços que sejam tributáveis no
território de outro Estado mem-
bro.
· na data do recebimento, no
caso de pagamentos relativos
a uma transmissão de bens ou
prestação de serviços ainda não
efetuada, bem como no caso em
que o pagamento coincide com
o momento em que o imposto é
devido.
Carlos Correia
39
ECONOMIA
não exceda 10 vezes o valor anual
do IAS.
2 - As isenções a que se refere o
número anterior são reconhecidas
anualmente pelo chefe do serviço
de finanças da área da situação dos
prédios, mediante requerimento de-
vidamente fundamentado, que deve
ser apresentado pelo sujeito passivo
no prazo de 60 dias contados da data
de aquisição dos prédios e nunca de
pois de 31 de Dezembro do ano do
início da isenção solicitada.
A Lei do Orçamento do Estado para
2011 introduziu um regime transi-
tório relativamente ao IAS previsto
no artigo 48.º do EBF. Assim, até
que o valor do IAS atinja o valor da
retribuição mínima mensal garanti-
da em vigor para o ano de 2010, de
475,00€, mantém-se aplicável este
último valor para efeitos de aplicação
da isenção de IMI aos proprietários
de imóveis.
A título demonstrativo, e para o ano
de 2012, são válidos os seguintes
quantitativos no âmbito de aplicação
do n.º 1 do artigo 48 do EBF:
- Rendimento bruto total anual do
agregado familiar = (475,00€*14 me-
No sentido de esclarecer as dúvidas
mais frequentes dos nossos Asso-
ciados em matéria fiscal, na rubrica
“Consultório Fiscal”, procuraremos
dar resposta às questões que enten-
dam formular, através do seguinte
endereço de correio electrónico:
Em que situações são aplicáveis Isen-
ções de IMI para proprietários de
baixos rendimentos?
As isenções do Imposto Municipal
sobre Imóveis (IMI) para os sujeitos
passivos de baixos rendimentos,
estão regulados no artigo n.º 48 do
Estatuto de Benefícios Fiscais (EBF),
cujo teor é o seguinte:
1 - Ficam isentos de IMI os prédios
rústicos e urbanos destinados a habi-
tação própria e permanente do sujei-
to passivo ou do seu agregado fami-
liar, e que sejam efetivamente afetos
a tal fim, desde que o seu rendimento
bruto total do agregado familiar, en-
globado para efeitos de IRS, não seja
superior a 2,2 vezes o valor anula do
Indexante de Apoios Sociais (IAS) e o
valor patrimonial tributário global da
totalidade dos prédios rústicos e ur-
banos pertencentes ao sujeito passivo
ses*2,2) = 14.630,00€;
- VPT global dos prédios per-
tencentes ao sujeito passivo do
IMI = (475,00€*14 meses*10) =
66.500,00€.
Assim, para que qualquer proprie-
tário beneficie da isenção do IMI, o
pedido deve ser apresentado (i) no
prazo de 60 dias, contados da data
da aquisição dos prédios e nunca de-
pois de 31 de Dezembro do ano de
início da isenção solicitada; (ii) até
31 de dezembro do ano para o qual
a isenção é pretendida, nas situações
em que o direito à isenção resulte
dos demais fatos que não sejam aqui-
sição de prédios no ano em que o
pedido é solicitado.
42 •
ENGENHARIA
O regime aplicável a determinados
gases fluorados com efeito estu-
fa, publicado pelo Decreto-Lei n.º
56/2011, de 21 de abril, estabelece,
entre outros pressupostos, a enti-
dade nacional competente para a
sua aplicação – Agência Portuguesa
do Ambiente (APA) -, a autoridade
competente para a acreditação de
organismos – Instituto Português de
Acreditação (IPAC) -, as condições
relativas à rotulagem – obrigatorie-
dade de rotulagem em português -,
o regime relativo à certificação dos
organismos e dos técnicos e regula,
ainda, a recuperação de gases fluora-
dos com efeito de estufa em recipien-
tes, equipamentos e sistemas em fim
de vida.
Considerando os pressupostos acima
enunciados, este regime aplica-se aos
técnicos e empresas com atividades
nas áreas de: Aquecimento, ventila-
ção, ar condicionado e refrigeração;
Proteção contra incêndio; Interven-
ção em comutadores de alta tensão
que contêm gases fluorados com
efeito de estufa e Intervenção em
equipamentos que contêm solventes
à base de gases fluorados com efeito
de estufa e, designadamente no que
respeita à certificação, aos seguintes
equipamentos: Circuitos de arrefeci-
mento de equipamentos de refrigera-
ção, de sistemas de ar condicionado
e de bombas de calor (equipamentos
que contenham solventes à base de
gases fluorados com efeito de estufa);
Extintores e sistemas fixos de prote-
ção contra incêndios; Comutadores
de alta tensão; Equipamentos de ar
condicionado instalados em veículos
Gases Fluorados com Efeito de Estufa - Certificação de Ténicos de Empresas
a motor; Equipamentos de ar condi-
cionado e refrigeração instalados em
material circulante ferroviário, em
aeronaves, em veículos rodoviários
e em embarcações que não da frota
marítima de guerra ou que não mili-
tares.
No que respeita à certificação, que
consideramos a alteração mais signi-
ficante introduzida por este regime,
verifica-se a sua obrigatoriedade
para as empresas e para os técnicos,
que têm intervenção nas atividades
acima relacionadas, designadamente
no que respeita a intervenções rela-
cionadas com gases fluorados com
efeito de estufa, onde poderemos
elencar as instalações e manutenções
de equipamentos, a deteção de fugas
e, consequentemente, a recuperação
dos respetivos gases.
Esta certificação deve ser feita por or-
ganismos certificados pela APA e/ou
acreditados pelo Instituto Português
de Acreditação (IPAC).
Em relação à certificação de técni-
cos, existe, neste momento em Portu-
gal, apenas um organismo, acredita-
do pelo IPAC, o CENTERM - Centro
43
ENGENHARIA
Tecnológico para a Indústria Térmica,
Energia e Ambiente.
Esta certificação passa pelo cumpri-
mento de dois requisitos, a escolari-
dade obrigatória e a realização, com
nota positiva, de exame promovido
pelo referido organismo certificado.
O requisito associado à escolaridade
obrigatória é verificado pela data de
nascimento/data de inscrição escolar.
Assim os nascidos até 31/12/1966
devem ter a 4ª classe, os nascidos a
partir de 1967 devem ter o 6º ano,
os inscritos no 1.º ano do ensino
básico (1ª classe) no ano letivo de
1987/1988 e seguintes, devem ter o
9º ano e, por último, os inscritos no
1.º e 2.º ciclos (do 1º ao 6º ano) ou
7.º ano do ensino básico no ano leti-
vo de 2009/2010 e seguintes, devem
ter o 12.º ano de escolaridade (infor-
mação disponível em www.centerm.
pt).
Esta certificação é disponibilizada
em quatro categorias escalonadas
por operações autorizadas, nomea-
damente: Deteção de fugas; Recu-
peração de Fluído; Instalação; Ma-
nutenção e Assistência Técnica (por
exemplo a Categoria 1 não tem qual-
quer restrição, isto é, o técnico pode
realizar todas as operações, enquanto
que na Categoria 4, só pode realizar
a operação relativa à deteção de fu-
gas) e tem a validade de 7 anos.
Durante o período de validade do
certificado o técnico é acompanha-
do anualmente pelo organismo de
certificação, sendo realizada, no 4º
ano após a obtenção do certificado,
uma verificação intermédia de com-
petências para avaliação de eventuais
atualizações associadas ao desen-
volvimento tecnológico do setor. A
renovação do certificado deve ser
solicitada até três meses antes do fim
de validade do mesmo.
Por sua vez, a certificação das em-
presas passa pela comprovação por
“Organismo Certificado” da disponi-
bilidade de pessoal habilitado e de
ferramentas e procedimentos adequa-
dos e necessários a estas atividades.
No entanto, e apesar deste diploma
legal ter entrado em vigor em 26
de abril de 2011, a certificação de
empresas em Portugal ainda não é
possível, uma vez que não existe
qualquer organismo acreditado para
este efeito.
De acordo com a informação dispo-
nível no site da APA – que como já
referimos é a autoridade responsável
pela aplicação deste regulamento
– esta situação será resolvida bre-
vemente (“encontram-se a decorrer
procedimentos no sentido de, com
a maior brevidade possível, ser(em)
designado(s) o(s) Organismo(s) de
Avaliação e Certificação de empre-
sas”, em www.apambiente.pt – ins-
trumentos – gases fluorados – certifi-
cação e outros instrumentos).
Como nota final, reforçamos a in-
formação associada à comunicação
obrigatória de dados, uma vez que
este diploma impõe uma medida re-
lacionada com os registos das quan-
tidades de gases fluorados com efeito
de estufa instalados e recolhidos para
reutilização, recuperação ou destrui-
ção. Assim, as empresas e técnicos
que exerçam trabalhos nesta área
devem comunicar, anualmente até
31 de março, à APA, através do Siste-
ma Integrado de Registo da Agência
Portuguesa do Ambiente – SIRAPA,
os dados relativos às quantidades de
gases de efeito de estufa que tenham
instalado ou recolhido, no âmbito
das atividades associadas aos equipa-
mentos fixos de refrigeração e bom-
bas de calor, aos extintores e sistemas
fixos de proteção contra incêndios,
aos comutadores de alta tensão que
contêm hexafluoreto de enxofre e aos
equipamentos que contêm solventes
à base de gases fluorados com efeito
de estufa.
Cristina Cardoso
44 •
ENGENHARIA
Classes das Habilitações Valores das Obras
1 até 166 000
2 até 332 000
3 até 664 000
4 até 1 328 000
5 até 2 656 000
6 até 5 312 000
7 até 10 624 000
8 até 16 600 000
9 acima de 16 600 000
Foi publicada, no Diário da Repú-
blica n.º 84, 1.ª Série, de 30 de abril,
a Portaria n.º 119/2012, posterior-
mente retificada pelas Declarações
de Retificação n.º 25/2012, de 23 de
maio e n.º 27/2012, de 30 de maio,
que fixa a correspondência entre as
classes de habilitações (categorias/
subcategorias) contidas nos alvarás
das empresas de construção e os va-
lores máximos de obra que cada uma
delas permite realizar, de acordo com
o quadro seguinte:
Esta portaria entrou em vigor no pas-
sado dia 1 de maio de 2012, revo-
gando a Portaria n.º 57/2011, de 30
de abril.
A revalidação dos alvarás para o ano
2013, estará dependente da recolha
por via eletrónica, por parte do InCI,
da informação referente ao exercício
de 2011, através da informação em-
presarial simplificada (IES) entregue
no prazo fixado para o efeito nos
Classes de Alvarás de Construção 2012
Alerta de Valores mínimos a considerar na IES de 2011 para revalidação de Alvarás
termos do calendário fiscal, que de-
verá permitir a observação dos va-
lores mínimos constantes do quadro
seguidamente apresentado, sob pena
do alvará poder ser cancelado ou re-
classificado para uma classe inferior
à detida, na qual tenham cabimento
os valores apresentados na declara-
ção anual (balanço e demonstração
dos resultados) referente ao exercício
económico de 2011.
No caso de as empresas não pro-
cederem à entrega da IES no prazo
legalmente estabelecido, poderão
ainda fazê-lo, até 31 de Dezembro,
ficando, nesse caso, a revalidação do
alvará sujeita ao pagamento de uma
taxa agravada.
Por fim, se a empresa não pretende
revalidar o alvará para o ano de 2013
ou pretende cessar a sua atividade
deve comunicá-lo ao InCI.
45
ENGENHARIA
Exercício de 2011, valores mínimos exigidos na revalidação do alvará para 2013
Condições Mínimas de Permanência
ClassesValores mínimos
em €
Capital Próprio(10% > classe detida)
Vol. Negócios - Obra(50% cl. ant. > detida)
***
Custos c. Pessoal(7% > cl. ant. >
detida)
Líquidez Geral(% )
Autonomia Financeira
(% )
1 166.000 > 0 > 16.600 > 0 Não aplicável Não aplicável
2 332.000 33.200 83.000 11.620
100 5
3 664.000 66.400 166.000 23.240
4 1.328.000 132.800 332.000 46.480
5 2.656.000 265.600 664.000 92.960
6 5.312.000 531.200 1.328.000 185.920
7 10.624.000 1.062.400 2.656.000 371.840
8 16.600.000 1.660.000 5.312.000 743.680
9 > 16.600.000 3.320.000 8.300.000 1.162.000
(*) – Portaria 119/2012 de 30 de Abril e Declarações de Retificação n.ºs 25 e 27/2012(**) – Portaria 274/2011 de 26 de setembro(***) – Volume de Negócios em obra: no seu apuramento não são consideradas as vendas de mercadorias
46 •
ENGENHARIA
Gestão de Resíduos da Construção e Demolição - Alguns Aspetos Práticos
Grande parte dos resíduos produzi-
dos em Portugal e na generalidade
dos países da União Europeia, prove-
em do setor da construção. Estima-se
que a produção anual global totaliza
os 100 milhões de toneladas de re-
síduos de construção e demolição
(RCD).
Para além das quantidades produ-
zidas muito significativas, os RCD’s
apresentam outras particularidades
que dificultam a sua gestão, nomea-
damente a sua constituição bastante
heterogénea com frações de dimen-
sões variadas e os diferentes níveis
de perigosidade que lhe estão asso-
ciados.
Por sua vez, a atividade da cons-
trução também apresenta, algumas
particularidades, tal como o caráter
geograficamente disperso e temporá-
rio das obras, que dificultam o con-
trolo e a fiscalização do desempenho
ambiental das empresas do setor,
principalmente no que respeita ao
abandono dos resíduos ou ao recurso
a aterros para a sua deposição.
Estes constrangimentos à gestão dos
resíduos provenientes de um setor
com bastantes especificidades, como
é o caso do setor da construção,
consubstanciaram a preparação de
legislação específica para o fluxo dos
RCD, que se traduziu na publicação
do Decreto-Lei n.º 46/2008, de 12 de
março, alterado pelo Decreto-Lei n.º
73/2011, de 17 de junho, que esta-
belece o regime das operações de
gestão de RCD.
O Decreto-Lei n.º 46/2008, de 12
de março, visa sobretudo a criação
de condições legais para a correta
gestão dos RCD que privilegiem a
prevenção da produção de resíduos,
o recurso à triagem na origem, à re-
ciclagem e a outras formas de valo-
rização, diminuindo-se desta forma
a utilização de recursos naturais e o
recurso à deposição em aterro, au-
mentando assim o tempo de vida útil
dos resíduos.
Nesta conformidade, este diploma
promove a reutilização de solos e ro-
chas que não contenham substâncias
perigosas, e que essa reutilização
seja feita, preferencialmente, na obra
de origem. Caso tal não seja possível,
é prevista a reutilização noutras obras
para além da de origem, bem como
na recuperação ambiental e paisa-
gística de pedreiras, na cobertura de
aterros destinados a resíduos ou ain-
da em local licenciado pelas câmaras
municipais, nos termos do Decreto-
-Lei n.º 139/89, de 28 de abril, relati-
vo à proteção ao relevo natural, solo
arável e revestimento vegetal.
Neste diploma está, também, prevista
a utilização de RCD em obra desde
que esta seja feita de acordo com as
normas técnicas nacionais e comuni-
tárias aplicáveis e, na ausência des-
tas, com as especificações técnicas
definidas pelo Laboratório Nacional
de Engenharia Civil (LNEC) e homo-
logadas pelo Governo.
Relativamente aos RCD’s para os
quais não seja possível a sua reutili-
zação, são obrigatoriamente objeto
de triagem em obra para serem en-
caminhados para a reciclagem ou
outras formas de valorização. Nos
casos em que não é possível efetuar a
triagem dos RCD em obra, quer pela
falta de espaço físico do próprio es-
taleiro, quer por outros motivos rela-
cionados com as particularidades da
obra, o respetivo produtor (entidade
executante) deve efetuar o encami-
nhamento do resíduo para um opera-
dor de gestão de resíduos, licenciado
para esse efeito.
47
ENGENHARIA
Operadores de gestão de resíduos
Os operadores de gestão de resíduos
são pessoas singulares ou coletivas
que procedem a título profissional à
gestão de resíduos e que obrigatoria-
mente devem estar licenciadas para o
exercício dessa atividade.
Com vista a permitir e a facilitar às
empresas produtoras de resíduos a
consulta dos operadores existentes e
dos seus dados mais relevantes, para
o correto encaminhamento dos seus
resíduos e à adequada gestão dos
mesmos, a Agência Portuguesa do
Ambiente (APA), tem disponível no
seu sítio na internet, em www.apam-
biente.pt, uma aplicação informática,
para este efeito, denominada Sistema
de Informação do Licenciamento de
Operações de Gestão de Resíduos
(SILOGR).
O SILOGR permite pesquisar e iden-
tificar os operadores existentes no
país, que possuem licença para a ges-
tão de determinado tipo de resíduo.
A pesquisa dos operadores de gestão
de resíduos pode ser efetuada segun-
do dois critérios:
· Por nome do operador;
· Por combinação da natureza
geográfica (distrito e/ou con-
celho) e códigos LER.
Ao optar pela pesquisa por “nome”,
após introduzir o nome (ou parte
dele), a pesquisar, será apresentada
uma tabela com as informações:
nome da instalação; morada da insta-
lação; distrito da instalação; telefone
e número total de códigos LER nessa
licença. A partir dos registos da tabe-
la se selecionar o nome do operador,
será possível consultar detalhada-
mente a informação da respetiva
instalação.
No caso da pesquisa por “localização
geográfica” e “códigos LER”, serão
apresentadas duas listas. A lista do
lado esquerdo apresenta todos os dis-
tritos e concelhos do país, enquanto
que a lista do lado direito permite a
definição de um critério relacionado
com os códigos LER (Lista Europeia
de Resíduos).
A apresentação dos códigos LER na
lista segue as regras especificadas na
Portaria nº 209/2004, de 3 de março.
Assim, em primeiro lugar devem ser
utilizados os capítulos 1 a 12 ou 17 a
20; só se não encontrar o código LER
pretendido é que a pesquisa deve
utilizar os capítulos 13, 14 e 15; e,
finalmente, só se não for encontrado
o pretendido é que se passa para o
capítulo 16. Os Resíduos da Constru-
ção e Demolição encontram-se inse-
ridos no capítulo 17 da Lista.
Depois do utilizador definir qual o
critério de registos a selecionar, quer
em termos de distritos e/ou conce-
lhos, quer de códigos LER, pode
visualizar os valores que irão servir
de condição nas listas que se encon-
tram na zona cujo título é “A minha
seleção”.
Para continuar a pesquisa, ao es-
colher o botão “Pesquisar”, serão,
então, apresentados na lista do re-
sultado da pesquisa, as licenças que
satisfazem o critério introduzido.
A recolha e reciclagem de sacos de
cimento
Os resíduos de embalagens dos pro-
dutos da construção, pelo facto de
serem provenientes de obras ou de
demolições são igualmente classifica-
dos como RCD. Nesta conformidade,
apesar de se tratarem de embalagens
(na maior parte dos casos de papel/
cartão e de plástico), devem, igual-
mente, ser tratados e geridos como
RCD’s, isto é, devem ser encaminha-
dos para um operador de gestão de
resíduos, licenciado para o tratamen-
to deste tipo de resíduo.
Na verdade, e de acordo com infor-
48 •
ENGENHARIA
mação da LIPOR, verifica-se com al-
guma frequência a deposição destes
resíduos, nomeadamente os sacos de
cimento, junto de Ecopontos e Eco-
centros. No entanto, e uma vez que
estes locais apenas poderão receber
resíduos equiparados a Resíduos Ur-
banos (RU) – resíduos resultantes da
atividade doméstica e comercial -, tal
procedimento não está correto.
Mais se informa que para além de se
tratar de uma infração classificada
como contraordenação ambiental
“grave”, imputável ao produtor (os
valores variam entre os 2 000 € e os
48 000 €), uma vez que os Ecopontos
não estão autorizados a receber estes
resíduos, a presença de um saco de
cimento numa carga de recolha sele-
tiva de papel e cartão, compromete
a reciclagem dessa carga. No fundo,
apesar de se tratar de papel/cartão,
devido ao facto de conter vestígios
de cimento, não poderá ser tratado
junto com o lixo “doméstico”.
Como apontamento final, importa
reter que as empresas de constru-
ção, na qualidade de produtores
de resíduos, são responsáveis pela
gestão dos seus RCD’s e que esta
responsabilidade apenas se extingue
pela transmissão dos resíduos a um
operador licenciado de gestão de
resíduos, e quando o mesmo emite
o respetivo certificado de receção.
Assim, a correta gestão dos RCD’s,
para além de uma responsabilida-
de ambiental é essencial a todos os
produtores, até como forma de agi-
lização do procedimento de entrega
do Mapa Integrado de Registo de
Resíduos (MIRR, reforçando-se que
o seu incumprimento constitui uma
contraordenação ambiental “grave”,
cujos valores podem variar entre os
2000€ e os 48 000€.
Renata Rodrigues
A imagem seguinte ilustra o procedimento correto para a deposição dos sacos de cimento
(informação disponibilizada pela Lipor).
49
SEGURANÇA
FICHA DE SAÚDE N.º: 8
HIPERTENSÃO ARTERIAL AICCOPN
FICHA DE SAÚDE Pág.: 1/4
A Hipertensão Arterial é popularmente conhecida como pressão alta, definindo-se como a
quantidade de pressão exercida nas paredes das artérias à medida que o sangue se movimenta.
A hipertensão arterial é muitas vezes assintomática, no entanto e apesar de não originar
problemas imediatos, pode aumentar a probabilidade de ocorrência de AVC`s – acidentes
vasculares cerebrais, rupturas de aneurismas, insuficiências cardíacas, enfartes do miocárdio,
lesões do rim, entre outros.
Causas da Hipertensão Arterial (HTA)
Em geral não se consegue detectar uma causa específica para a tensão alta.
Em estudos realizados nos Centros de Saúde, a HTA secundária, ou seja com causa detectável,
costuma ser inferior a 5%.
Embora a causa da Hipertensão Arterial seja desconhecida, há provas convincentes de que
existem alguns fatores de risco que aumentam a possibilidade de desenvolver esse problema,
nomeadamente a obesidade, a falta de exercício físico, uma dieta com elevado teor de gorduras,
ou elevado teor de sal e fumar.
A tensão arterial também aumenta com a idade, resultando do envelhecimento normal das
artérias.
Pode ainda ser causada por problemas hormonais, problemas de rins, consumo excessivo de
álcool e por determinados medicamentos.
Diagnóstico
A medição da tensão arterial é normalmente feita com um instrumento chamado
esfigmomanómetro.
Se obtiver um valor elevado uma vez, isto não significa que tem tensão arterial alta. A tensão
arterial pode flutuar ao longo do dia, verificando-se valores mais elevados em estados de
ansiedade (por exemplo uma consulta médica pode causar ansiedade e consequentemente o
aumento da tensão arterial).
Assim, o seu médico vai precisar de repetir a medição num determinado período de tempo, para
verificar se a tensão está sempre alta, ou se foi devido a um pico de ansiedade.
50 •
SEGURANÇA
FICHA DE SAÚDE N.º: 8
HIPERTENSÃO ARTERIAL AICCOPN
FICHA DE SAÚDE Pág.: 2/4
Medidas para prevenir a Hipertensão Arterial
Controle do peso:
Manter o peso numa faixa ideal, é essencial. Seguir uma dieta hipocalórica, permite activar o
metabolismo, garantindo uma perda de peso continuada ao diminuir a gordura corporal e não a
água, nem o músculo. Neste tipo de dieta terá de se consumir menos quantidade de alimentos do
que o habitual, no entanto deve-se ter cuidado para que não se exagere na dieta tornando esse
emagrecimento não saudável.
O aumento da actividade física diária deve estar associado à mudança de hábitos alimentares.
A perda de peso é muito importante, pois a diminuição de 5% a 10% do peso corporal inicial já é
suficiente para reduzir a pressão arterial.
Redução da ingestão de sal :
Limitar a ingestão diária de sódio ao máximo de 2,4 g de sódio por dia, este valor corresponde a
uma colher de chá de sal de cozinha (5-6 g). Independente do limite, quanto menor a ingestão de
sal maior o efeito benéfico sobre a pressão.
Como reduzir a ingestão de sal?
o Ingerir mais frutas e vegetais que contêm, naturalmente, pouco sódio;
o Carne e frango frescos (têm muito menos sódio que as carnes e frangos
processados industrialmente);
o Evitar a ingestão de enchidos, bacalhau, produtos defumados, queijos, enlatados e
conservas;
o Sempre que possível, remova o sal das receitas, substituindo-o por ervas e outros
temperos;
o Evitar os molhos prontos, pois contêm muito sódio;
Se consumir comida industrializada (que vêm em latas, embalagens, etc), opte pelas que
assinalam no rótulo que contêm baixo teor de sódio.
51
SEGURANÇA
FICHA DE SAÚDE N.º: 8
HIPERTENSÃO ARTERIAL AICCOPN
FICHA DE SAÚDE Pág.: 3/4
Medidas para prevenir a Hipertensão Arterial
Aumento da ingestão de potássio:
É recomendável que a ingestão de potássio se situe entre 2 e 4 g por dia. A ingestão de potássio
pode ser aumentada pela escolha de alimentos pobres em sódio e ricos em potássio (por
exemplo: ervilhas, feijão, banana, tomate, laranja, frutas secas, melão, vegetais de cor verde
escuro, beterraba, etc.).
Redução ou abandono da ingestão de álcool:
O consumo excessivo de álcool pode desencadear hipertensão arterial em alguns indivíduos e,
pelo contrário, a sua redução pode baixar a pressão arterial, além de ajudar a reduzir o peso.
Beber pouco corresponde a beber 10 a 30 g/dia, no máximo, de etanol. A quantidade de 10 g de
etanol equivale a uma lata de 330 ml de cerveja (4% de etanol), a um copo de 110 ml de vinho
(12% de etanol) ou a uma dose de 30 ml de uma bebida destilada (40% de etanol).
Exercício físico:
O exercício físico, para além de favorecer o funcionamento do coração e a circulação sanguínea,
diminui os níveis de gordura no sangue, melhora a oxigenação, etc.
Para além disso, tem outro efeito muito benéfico, porque trabalha, através de algo semelhante a
um treino, os mecanismos encarregues de regular a pressão arterial e, por isso, é recomendável
tanto para as pessoas que sofrem de hipertensão como para a população em geral. Os melhores
exercícios são os dinâmicos como, por exemplo, andar, correr, nadar, andar de bicicleta e jogar
ténis, por outro lado, os exercícios estáticos, como o levantamento de pesos, não são eficazes
para pessoas com tendência para a hipertensão.
Contudo, apenas se retiram efeitos benéficos do exercício, se forem respeitadas as normas
básicas, ou seja, desde que seja moderado e praticado com regularidade.
Não fumar:
Entre os efeitos da nicotina, destaca-se o aumento da frequência cardíaca e a contracção das
pequenas artérias, factos que provocam o aumento dos valores da pressão arterial. Para além
disso, a associação de hipertensão arterial e tabaco é bastante prejudicial para o estado das
artérias, pois provoca o desenvolvimento da arteriosclerose e das suas possíveis complicações,
entre as quais destacam-se o enfarte do miocárdio e os acidentes vasculares cerebrais.
Todas as pessoas com hipertensão devem deixar de fumar, preferencialmente com a ajuda do
médico.
52 •
SEGURANÇA
FICHA DE SAÚDE N.º: 8
HIPERTENSÃO ARTERIAL AICCOPN
FICHA DE SAÚDE Pág.: 4/4
Medidas para prevenir a Hipertensão Arterial
Evitar o stress:
As situações de stress, ansiedade e eventuais conflitos emocionais podem provocar a subida da
pressão arterial, devendo por isso ser evitadas. Esta recomendação é fácil de anunciar, mas por
vezes muito difícil de cumprir, devido à personalidade de cada um, à sua actividade profissional, à
sua situação familiar, entre outras razões.
No entanto, é muito importante fazer o possível para levar uma vida o mais tranquila possível,
sem sobressaltos e procurar ajuda sempre que esta seja necessária. Existem diversas técnicas
de relaxamento que podem ser de grande utilidade, pois a sua prática favorece um melhor
controlo da pressão arterial (por exemplo: praticar exercício físico, andar a pé, ouvir música, etc).
Alimentação mais saudável:
- É recomendável o aumento do consumo de fibras (grãos, frutas, cereais integrais, hortaliças e
legumes).
- Deve-se retirar a gordura visível das carnes vermelhas, evitar o uso de gorduras saturadas na
preparação dos alimentos, preparar as carnes das aves sem a pele e os peixes sem as escamas.
- Evitar os fritos. Ingerir alimentos cozidos, assados, grelhados ou refogados.
- Temperar os alimentos com ervas, especiarias e limão.
Tratamento Farmacológico
Se algum tempo depois de ter posto em prática estas medidas não tiver registado uma descida
adequada da pressão arterial, torna-se necessário recorrer ao tratamento farmacológico.
Convém sublinhar que os medicamentos não curam a hipertensão arterial, apenas ajudam a
controlar a doença. Por isso, uma vez iniciado o tratamento, ele deverá ser, em princípio, mantido
ao longo de toda a vida e sempre com acompanhamento médico.
Felizmente, já existem muitos medicamentos eficazes na redução da pressão arterial. Compete
ao médico decidir qual o fármaco mais apropriado para iniciar o tratamento. Em alguns casos, não
basta apenas um fármaco, sendo necessária uma medicação combinada. Noutros casos, os
doentes não toleram a medicação indicada, pelo que devem contactar novamente o médico para
que ele a substitua por outra.
55
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FARMÁCIA DA TRINDADEDesconto de 10% sobre a tabela geral
CLIPÓVOA - HOSPITAL PRIVADODesconto de 7% em todos os serviços
HOSPITAL PRIVADO DA TROFADesconto de 15% sobre a tabela geral
FARMÁCIA DE COSTA CABRALDescontos de 10 a 30% em Medicamentos
FARMÁCIA DE LOUSADA CLÍNICA DENTÁRIA - SOS DENTEORMASA, LDA.CDJC - CENTRO DE DIAGNÓSTICO JOÃO CARVALHO
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braram um protocolo, que
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L i s b o a
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Ti a r a Pa r k A t l a n t i c L i s b o a * * * * *Rua Castilho n.º 149 1099-034 LisboaTel. 21 381 87 00Fax. 21 389 05 [email protected]
H o t e l A l i f * * *Campo Pequeno, 511000-304 LisboaTel. 21 782 62 10Fax. 21 795 41 [email protected]
H o t e l B r i t â n i a * * * *Rua Rodrigues Sampaio, 17 1100 LisboaTel. 21 315 50 16Fax. 21 315 50 2120% desconto sobre tarifa de balcão5% de desconto sobre tarifa no site
H F F é n i x G a r d e n * * * *Rua Joaquim António de Aguiar, 3 1050-010 LisboaTel. 21 384 56 50Fax. 21 385 56 [email protected]
57
REGALIAS PARA ASSOCIADOS
H F F é n i x U r b a n * * * *Av. António Augusto de Aguiar, 3 1069 LisboaTel. 21 357 50 00Fax. 21 357 99 [email protected]
H o t e l L i s b o a P l a z a * * * *Travessa Salitre, 7 1296-066 LisboaTel. 21 321 82 18Fax. 21 347 16 3020% desconto sobre tarifa de balcão5% de desconto sobre tarifa no site
A s j a n e l a s Ve r d e sRua das Janelas Verdes, 47 1200-670 LisboaTel. 21 396 81 43Fax. 21 396 81 [email protected]% desconto sobre tarifa de balcão5% de desconto sobre tarifa no site
S o l a r d o C a s t e l oRua das Cozinhas, 2 (ao castelo) 1100-081 LisboaTel. 21 887 09 09Fax. 21 887 09 [email protected]% desconto sobre tarifa de balcão5% de desconto sobre tarifa no site
H o t e l P r í n c i p e R e a l * * * *Rua da Alegria, 53 1250-006 LisboaTel. 21 340 73 50Fax. 21 342 21 [email protected]% de desconto
H o t e l S . M a m e d e E s t o r i l Av. Marginal, 7105 2765-248 EstorilTel. 21 465 91 10Fax. 21 467 14 [email protected]
H e r i t a g e Ave n i d a d a L i b e r d a -d e H o t e l * * * *Av. da Liberdade, 28 1250-145 LisboaTel. 21 340 40 40Fax. 21 340 40 [email protected]% desconto sobre tarifa de balcão5% de desconto sobre tarifa no site
E u r o s t a r s H o t e l d a s L e t r a s * * * * *Rua do Castilho, 6-12 1250-069 LisboaTel. 21 357 30 94Fax. 21 316 12 [email protected]
Po r t o
Ti a r a Pa r k A t l a n t i c Po r t o * * * * *Avenida da Boavista, 1466 4100-114 PortoTel. 22 607 25 00Fax. 22 600 32 [email protected]
S h e ra t o n Po r t o H o t e l & S p a * * * * *Rua Tenete Valadim, 146 4100-476 PortoTel. 22 040 04 41Fax. 22 040 41 [email protected]% de desconto
H o t e l S o l ve r d e S p a & We l n e s s C e n t e r * * * * *Avenida da Liberdade 4405-362 S. Félix da MarinhaTel. 22 733 80 30Fax. 22 731 31 [email protected]
H F F é n i x Po r t o * * * *Rua Gonçalo Sampaio, 282 4450-365 PortoTel. 22 607 18 00Fax. 22 607 18 [email protected]
H o t e l D. H e n r i q u e * * * *Rua Guedes de Azevedo,179 4049-009 PortoTel. 22 340 16 16Fax. 22 340 16 [email protected]
H F I p a n e m a Po r t o * * * *Rua do Campo Alegre, 156 4150-169 PortoTel. 22 607 50 59Fax. 22 606 33 [email protected]
H F I p a n e m a Pa r k * * * * *Rua de Serralves, 124 4150-702 PortoTel. 22 532 21 00Fax. 22 610 28 [email protected]
H F Tu e l a Po r t o * * *Rua Arq. Marques da Silva, 200 4150 [email protected]. 22 600 47 47 Fax. 22 600 37 09
E s t a l a g e m d a Vi a N o r t e * * * *Via Norte - Leça do Balio, 124 4465-764 Leça do BalioTel. 22 944 82 94/5Fax. 22 944 83 22
B e t a Po r t o H o t e l & H e l t h C l u b * * * *Rua do Amial, 601 a 607 4200-062 PortoTel. 22 834 86 60Fax. 22 834 86 [email protected]% de desconto
H o t e l E u r o s t a r s d a s A r t e s * * * *Rua do Rosário, 160 4050-521 PortoTel. 22 207 12 50Fax. 22 207 12 [email protected]
H o t e l E u r o s t a r s O p o r t o * * * *Rua do Mestre Guilherme Camari-nha, n.º 212 4200-537 PortoTel. 22 507 20 90Fax. 22 507 20 [email protected]
H o t e l B e s s a H o t e l * * * *Rua Dr. Marques Carvalho, 1114100-325 PortoTel. 22 60 50 000Fax. 22 60 50 [email protected]
H o t e l To r r e M a r * *Rua Gomes Amorim, 2121A Ver-o-mar4490-091 Póvoa do VarzimTel. 252 298 670Fax. 252 298 [email protected]% de desconto(Exceto de 15 de julho a 31 agosto)
H o t e l C i d n ay * * * *Praça do Municipio 4789-909 Santo TirsoTel. 252 859 300Fax. 252 859 [email protected]% de desconto
Po r t o Pa l á c i o C o n g r e s s H o t e l & S p a * * * * *Avenida da Boavista, 12694100-130 PortoTel. 22 608 66 00Fax. 22 609 14 [email protected]
H o t e l D o u r o Rua da Meditação, n.º 71 4150-487 PortoTel. 22 600 11 22Fax. 22 600 10 [email protected]
58 •
REGALIAS PARA ASSOCIADOS
Vi a n a d o C a s t e l o
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Vi l a R e a l
H o t e l Pe t r u s * * *Rua Família de Camões, 20 Junto às Termas 5400-239 ChavesTel. 276 351 409 / 500Fax. 276 348 [email protected]
H o t e l C a s i n o d e C h ave sLugar do Extremo - Chaves 5400-239 ChavesTel. 276 309 600Fax. 276 348 [email protected]% de desconto(Exceto de 15 de julho a 31 agosto)
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H e a l t h - C l u b s
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59
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c o m u n i c a d a s p e l a s e n t i d a d e s .
60 •
SUPLEMENTO DE LEGISLAÇÃO
Suplemento de Legislação
Decreto-Lei nº 133/2012 (Ministério
da Solidariedade e da Segurança
Social), de 27 de junho de 2012
D.R. n.º 123, I Série, de 27 de junho
de 2012
Altera os regimes jurídicos de pro-
teção social nas eventualidades de
doença, maternidade, paternidade e
adoção e morte previstas no sistema
previdencial, de encargos familiares
do subsistema de proteção familiar
e do rendimento social de inserção,
o regime jurídico que regula a resti-
tuição de prestações indevidamente
pagas e a lei da condição de recur-
sos, no âmbito do sistema de segu-
rança social, e o estatuto das pensões
de sobrevivência e o regime jurídico
de proteção social na eventualidade
de maternidade, paternidade e ado-
ção no âmbito do regime de proteção
social convergente
Entrada em vigor: 1 de julho de 2012
Portaria nº 207/2012 (Ministérios da
Economia e do Emprego e da Solida-
riedade e da Segurança Social), de
6 de julho de 2012 - D.R. nº 130, I
Série, de 6 de julho de 2012
Cria a Medida Incentivo à Aceitação
de Ofertas de Emprego.
Entrada em vigor: 5 de agosto de
2012
Decreto-Lei nº 144/2012 (Ministério
da Economia e do Emprego), de 11
de julho de 2012 - D.R. nº 133, I
Série, de 11 de julho de 2012
Aprova o regime de inspeções téc-
nicas de veículos a motor e seus
reboques, transpondo a Diretiva n.º
2010/48/UE, da Comissão, de 5 de
julho, que adapta ao progresso técni-
co a Diretiva n.º 2009/40/CE, do Par-
lamento Europeu e do Conselho
Entrada em vigor: 10 de agosto de
2012
Declaração de Retificação nº
35/2012 (Presidência do Conselho
de Ministros), de 11 de julho de
2012 - D.R. nº 133, I Série, de 11 de
julho de 2012
Retifica a Portaria n.º 140/2012, de
14 de maio, do Ministério da Econo-
mia e do Emprego, que estabelece
os termos da tarifa de referência do
regime remuneratório aplicável às
instalações de cogeração, publicada
no Diário da República, 1.ª série, n.º
93, de 14 de maio de 2012.
Entrada em vigor: 16 de Julho de
2012
Decreto-Lei nº 149/2012 (Ministério
da Economia e do Emprego), de 12
de julho de 2012 - D.R. nº 134, I
Série, de 12 de julho de 2012
Procede à sétima alteração ao Códi-
go dos Contratos Públicos, aprovado
em anexo ao Decreto-Lei nº 18/2008,
de 29 de janeiro.
Entrada em vigor: Genericamente, o
presente diploma entra em vigor no
dia 1 de agosto de 2012
(Por este diploma, é alterado: o
regime do ajuste direto, estabele-
cendo uma aplicação uniforme do
limiar previsto no CCP (150.000,00
€) deixando assim de haver regimes
excecionais; o regime de erros e
omissões, estabelecendo um limite
percentual autónomo de 5% do pre-
ço contratual, que pode ser elevado
até 10% em obras de maior comple-
xidade; o regime de trabalhos a mais,
fixando-se um limite percentual au-
tónomo de 40% do preço contratual
para a sua realização; este diploma
torna ainda obrigatória a publicitação
no portal da internet dedicado aos
contratos públicos, dos elementos
referentes à formação e execução dos
contratos, desde o início do procedi-
mento até ao termo da execução)
Decreto-Lei nº 158/2012 (Ministério
da Economia e do Emprego), de 23
de julho de 2012 - D.R. nº 141, I
Série, de 23 de julho de 2012
Aprova a orgânica do Instituto da
Construção e do Imobiliário, I.P..
Entrada em vigor: 1 de agosto 2012
Aviso nº 9944/2012 (Ministério das
Finanças), de 24 de julho de 2012
D.R. nº 142, II Série, de 24 de julho
de 2012
Taxa supletiva de juros moratórios
relativamente a créditos de que sejam
titulares empresas comerciais, sin-
gulares ou coletivas, em vigor no 2º
semestre de 2012 (8,00 %).
Entrada em vigor: 29 de julho 2012
61
SUPLEMENTO DE LEGISLAÇÃO
Aviso nº 10322/2012 (Ministério da
Economia e do Emprego), de 1 de
agosto de 2012 - D.R. nº 148, II Sé-
rie, de 1 de agosto de 2012
Fixa os índices ponderados de custos
de mão de obra, materiais e equi-
pamentos de apoio referentes aos
meses de janeiro, fevereiro e março
de 2012, para efeito de aplicação das
fórmulas de revisão de preços
Entrada em vigor: 6 de agosto de
2012
Decreto-Lei nº 178/2012 (Ministério
da Economia e do Emprego), de 3 de
agosto de 2012 - D.R. nº 150, I Série,
de 3 de agosto de 2012
Institui o SIREVE – Sistema de Re-
cuperação de Empresas por Via Ex-
trajudicial. - Entrada em vigor: 1 de
setembro de 2012
Portaria nº 229/2012 (Ministério da
Economia e do Emprego), de 3 de
agosto de 2012 - D.R. nº 150, I Série,
de 3 de agosto de 2012
Cria a medida de Apoio à Contrata-
ção via Reembolso da Taxa Social
Única. - Entrada em vigor: 4 de agos-
to de 2012
Portaria nº 235/2012 (Ministério da
Economia e do Emprego), de 8 de
agosto de 2012 - D.R. nº 153, I Série,
de 8 de agosto de 2012
Altera a Portaria n.º 142/2011, de 6
de abril, que aprova o Regulamento
da Rede Nacional de Transporte de
Gás Natural. - Entrada em vigor: 13
de agosto de 2012, reportando os
seus efeitos a 11 de abril de 2011
Lei nº 29/2012 (Assembleia da Repú-
blica), de 9 de agosto de 2012
D.R. nº 154, I Série, de 9 de agosto
de 2012
Primeira alteração à Lei nº 23/2007,
de 4 de julho, que aprovou o regime
jurídico de entrada, permanência,
saída e afastamento de estrangeiros
do território nacional.
Entrada em vigor: 8 de setembro de
2012
Portaria nº 240/2012 (Ministério das
Finanças), de 10 de agosto de 2012
D.R. nº 155, I Série, de 10 de agosto
de 2012
Aprova o modelo da participação de
rendas e o respetivo anexo 1, bem
como as correspondentes instruções
de preenchimento. - Entrada em vi-
gor: 11 de agosto de 2012
Portaria nº 241/2012 (Ministérios
das Finanças e da Solidariedade e da
Segurança Social), de 10 de agosto
de 2012 - D.R. nº 155, I Série, de 10
de agosto de 2012
Determina os valores dos coeficientes
de revalorização das remunerações
que servem de base de cálculo das
pensões de invalidez e velhice do
regime geral de segurança social, do
regime do seguro social voluntário
e das pensões de aposentação e re-
forma do regime de proteção social
convergente e revoga a Portaria n.º
246/2011, de 22 de junho.
Entrada em vigor: 15 de agosto de
2012, com produção de efeitos desde
1 de janeiro de 2012
Lei nº 30/2012 (Assembleia da Repú-
blica), de 14 de agosto de 2012
D.R. nº 157, I Série, de 14 de agosto
de 2012
Procede à segunda alteração ao
Decreto-Lei nº 157/2006, de 8 de
agosto, que aprova o regime jurídico
das obras em prédios arrendados.
Entrada em vigor: 12 de novembro
de 2012
Lei nº 31/2012 (Assembleia da Repú-
blica), de 14 de agosto de 2012
D.R. nº 157, I Série, de 14 de agosto
de 2012
Procede à revisão do regime jurídico
do arrendamento urbano, alterando
o Código Civil, o Código de Proces-
so Civil e a Lei n.º 6/2006, de 27 de
fevereiro. - Entrada em vigor: 12 de
novembro de 2012
Lei nº 32/2012 (Assembleia da Repú-
blica), de 14 de agosto de 2012
D.R. nº 157, I Série, de 14 de agosto
de 2012
Procede à primeira alteração ao
Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de
outubro, que estabelece o regime
jurídico da reabilitação urbana, e
à 54.ª alteração ao Código Civil,
aprovando medidas destinadas a
agilizar e a dinamizar a reabilitação
urbana.Entrada em vigor: 13 de se-.Entrada em vigor: 13 de se-
tembro de 2012
Decreto Legislativo Regional nº
18/2012/M (Região Autónoma da
Madeira), de 16 de agosto de 2012
D.R. nº 158, I Série, de 16 de agosto
de 2012
Estabelece as disposições relativas ao
projeto, à construção e à exploração
de redes e ramais de distribuição
alimentados com gases combustíveis
da 3.ª família - Entrada em vigor: 15
de setembro de 2012
Decreto Legislativo Regional nº
19/2012/M (Região Autónoma da
Madeira), de 16 de agosto de 2012
D.R. nº 158, I Série, de 16 de agosto
de 2012
Estabelece as normas a que ficam
sujeitos os projetos de instalações de
gás a incluir nos projetos de cons-
trução, ampliação ou reconstrução
de edifícios, bem como o regime
aplicável à execução da inspeção das
instalações.
Entrada em vigor: 15 setembro 2012
62 •
SUPLEMENTO DE LEGISLAÇÃO
Suplemento de Legislação
Decreto-Lei nº 190/2012 (Ministério
da Economia e do Emprego), de 22
de agosto de 2012 - D.R. nº 162, I
Série, de 22 de agosto de 2012
Estabelece um regime excecional e
temporário, que vigorará até 1 de
julho de 2016, da liberação das cau-
ções prestadas para garantia da exe-
cução de contratos de empreitada de
obras públicas e do exato e pontual
cumprimento de todas as obrigações
legais e contratuais que deles decor-
rem para o empreiteiro.
Entrada em vigor: 27 de agosto de
2012 (Mediante este regime, decor-
rido um ano após a receção provi-
sória, o empreiteiro poderá requerer
a liberação da caução ao dono de
obra, através de carta registada com
aviso de receção, solicitando, para
esse fim, a realização de uma vistoria
a todos os trabalhos da empreitada.
A liberação da caução é feita fase-
adamente, durante um período de
5 anos, contado da data da receção
provisória da obra, nos seguintes ter-
mos: no 1º ano após a receção provi-
sória da obra, 30% da caução total;
no 2º ano após a receção provisória
da obra, 30% da caução total; no
3º ano após a receção provisória da
obra, 15% da caução total;
no 4º ano após a receção provisória
da obra, 15% da caução total; no
5º ano após a receção provisória da
obra, 10% da caução total)
Decreto-Lei nº 197/2012 (Ministério
das Finanças), de 24 de agosto de
2012 - D.R. nº 164, I Série, de 24 de
agosto de 2012
Introduz alterações no Código do
IVA, no Regime do IVA nas Tran-
sações Intracomunitárias e alguma
legislação complementar, transpondo
o artigo 4.º da Diretiva n.º 2008/8/
CE, do Conselho, de 12 de fevereiro,
em matéria de localização das pres-
tações de serviços, e a Diretiva n.º
2010/45/UE, do Conselho, de 13 de
julho, em matéria de faturação, dan-
do execução às autorizações legisla-
tivas constantes do artigo 128.º da Lei
n.º 64-A/2011, de 30 de Dezembro.
Entrada em vigor: 1 de janeiro de
2013
Decreto-Lei nº 198/2012 (Ministério
das Finanças), de 24 de agosto de
2012 - D.R. nº 164, I Série, de 24 de
agosto de 2012
Estabelece medidas de controlo da
emissão de faturas e outros docu-
mentos com relevância fiscal, define
a forma da sua comunicação à Auto-
ridade Tributária e Aduaneira e cria
um incentivo de natureza fiscal à
exigência daqueles documentos por
adquirentes pessoas singulares
Entrada em vigor: 1 de janeiro de
2013
Lei nº 42/2012 (Assembleia Repúbli-
ca), de 28 de agosto - D.R. nº 166, I
Série, de 28 de agosto de 2012
Aprova os regimes de acesso e de
exercício das profissões de técnico
superior de segurança no trabalho e
de técnico de segurança no trabalho.
Entrada em vigor: 26 de novembro
de 2012
Lei nº 43/2012 (Assembleia da Repú-
blica), de 28 de agosto de 2012
D.R. nº 166, I Série, de 28 de agosto
de 2012
Cria o Programa de Apoio à Econo-
mia Local, com o objetivo de proce-
der à regularização do pagamento de
dívidas dos municípios a fornecedo-
res vencidas há mais de 90 dias
Entrada em vigor: 29 de agosto de
2012
Lei nº 47/2012 (Assembleia da Repú-
blica), de 29 de agosto de 2012
D.R. nº 167, I Série, de 29 de agosto
de 2012
Procede à quarta alteração ao Código
do Trabalho, aprovado pela Lei n.º
7/2009, de 12 de fevereiro, por forma
a adequá-lo à Lei n.º 85/2009, de 27
de agosto, que estabelece o regime
da escolaridade obrigatória para as
crianças e jovens que se encontram
em idade escolar e consagra a uni-
versalidade da educação pré-escolar
para as crianças a partir dos 5 anos
de idade.
Entrada em vigor: 3 de setembro de
2012
63
SUPLEMENTO DE LEGISLAÇÃO
Lei nº 54/2012 (Assembleia da Repú-
blica), de 6 de setembro de 2012
D.R. nº 173, I Série, de 6 de setembro
de 2012
Define os meios de prevenção e com-
bate ao furto e de recetação de metais
não preciosos com valor comercial
e prevê mecanismos adicionais e de
reforço no âmbito da fiscalização da
atividade de gestão de resíduos.
Entrada em vigor: 1 de outubro de
2012
Portaria nº 284/2012 (Presidência do
Conselho de Ministros e Ministério
da Economia e do Emprego), de 20
de setembro de 2012
D.R. nº 183, I Série, de 20 de setem-
bro de 2012
Primeira alteração à Portaria nº
131/2011, de 4 de abril, que cria um
balcão único electrónico, designado
“Balcão do empreendedor”.
Entrada em vigor: 21 de setembro de
2012
Portaria nº 285/2012 (Ministério da
Justiça), de 20 de setembro de 2012
D.R. nº 183, I Série, de 20 de setem-
bro de 2012
Regula a certidão permanente de re-
gistos e de documentos e a certidão
permanente do pacto social atualiza-
do.
Entrada em vigor: 1 de outubro de
2012
Portaria nº 286/2012 (Ministério da
Justiça), de 20 de setembro de 2012
D.R. nº 183, I Série, de 20 de setem-
bro de 2012
Altera as Portarias n.ºs 1416-A/2006,
de 19 de dezembro, 1594/2007, de
17 de dezembro, 622/2008, de 18 de
julho, 1513/2008, de 23 de dezem-
bro, 1535/2008, de 30 de dezembro,
307/2009, de 25 de março, 696/2009,
de 30 de junho, e 145/2010, de 10 de
março.
(Procede à atualização de valores de
taxas a cobrar pela disponibilização,
através de meios informáticos, de di-
versos serviços e documentos de ín-
dole registral e notarial)
Entrada em vigor: Genericamente, a
presente portaria entra em vigor no
dia 1 de outubro de 2012
Decreto Regulamentar nº 50/2012
(Ministérios das Finanças e da Solida-
riedade e da Segurança Social), de 25
de setembro de 2012
D.R. nº 186, I Série, de 25 de setem-
bro de 2012
Procede à segunda alteração ao De-
creto Regulamentar nº 1-A/2011, de 3
de janeiro, que regulamenta o Código
dos Regimes Contributivos do Sistema
Previdencial de Segurança Social
Entrada em vigor: Genericamente, a
presente portaria entra em vigor no
dia 26 de setembro de 2012
Decreto-Lei nº 213/2012 (Ministérios
da Economia e do Emprego e da Soli-
dariedade e da Segurança Social), de
25 de setembro de 2012
D.R. nº 186, I Série, de 25 de setem-
bro de 2012
Procede à definição do regime de
celebração de acordos de regulari-
zação voluntária de contribuições e
quotizações devidas à segurança so-
cial, autoriza o pagamento diferido de
montante de contribuições a regula-
rizar em situações não resultantes de
incumprimento e prevê uma dispensa
excecional do pagamento de contri-
buições.
Entrada em vigor: 26 de setembro de
2012
Aviso nº 12912/2012 (Instituto Na-
cional de Estatística), de 27 de setem-
bro de 2012 - D.R. nº 188, II Série, de
27 de setembro de 2012
Coeficiente de atualização dos di-
versos tipos de arrendamento urbano
e rural, para vigorar no ano civil de
2013 (1,0336).
Entrada em vigor: 1 de outubro de
2012