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www.condominioetc.com.br JUL AGO SET 2010 46 ANO 12 TODO SÍNDICO LÊ! OBRAS DE MODERNIZAçãO VALORIZAM O PATRIMôNIO PROCURAR AS MELHORES EMPRESAS E O ORçAMENTO MAIS JUSTO PODE SER UMA TAREFA GRATIFICANTE FURTO E ROUBO NAS GARAGENS DOS EDIFíCIOS. DE QUEM é A RESPONSABILIDADE?

Revista Condomínio

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Revistapara condomínios e síndicos do Rio de Janeiro

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Uma nova Lei do inqUiLinato: veja o qUe mUdoU

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Todo síndico lê!

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FUrto e roUbo nas garagens dos ediFícios. de qUem é a responsabiLidade?

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EDITORIAL

NEWTON MENDONÇAPresidente da CIPA

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vice-presidente mÁrio mendonÇa

diretora de condomínio, administração e finanças deboraH o’dena mendonÇa

diretora de locação, seguros e novos negócios

maria teresa mendonÇa dias

Uma publicação:

2010 - 56 anos

Rua México, 41 - 2o andarCEP 20031-905Centro - Rio de JaneiroTel.: [21] 2196-5000Fax: [21] 2533-2449

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CAPA

a crise eurOpeia e O brasil Quem poderia imaginar que a união eu-

ropeia, composta pelos países considerados de primeiro mundo, enfrentaria uma crise econô-mica de altas proporções que pode balançar o mundo, causando, até, o nefasto efeito domi-nó ou pânico no sistema financeiro?

Há quase dez anos, foi criada a união eu-ropeia. Na ocasião, foi estabelecida uma moe-da única para os países que a compusessem, o euro, que se valorizou bastante em relação a outras moedas, inclusive o dólar. existe uma série de obrigações entre os países, especial-

mente em relação ao equilíbrio das contas públicas, o chamado défi-cit fiscal, que não deveria ultrapassar de 3% do Produto interno Bruto (PiB), ou seja, de tudo que um país produz.

Nós, aqui, no Brasil, em função das medidas econômicas adotadas nos últimos 16 anos, em 2009, ficamos com o déficit fiscal no pata-mar de 3,3%. Ficamos em melhor situação que a alemanha, o país mais forte da europa, cujo percentual ficou em torno dos 5%; a gré-cia ultrapassou os 12%, bem como Portugal, espanha e outros países, que se descontrolaram e não fizeram as reformas necessárias para a estabilidade indispensável das contas públicas. esse equilíbrio dá aos países credibilidade, fazendo com que haja investimentos externos e que seja possível construir e planejar. Hoje, no Brasil, podemos obter crédito imobiliário que chega a 30 anos, impensável antes, com a in-flação fora de controle. É por isso que o Brasil e a américa latina têm muito a aprender com esse episódio. ainda temos bastante a fazer para consolidar nossa situação, que hoje é melhor do que em muitos países tradicionais da europa, mais que pode voltar a se descontrolar.

o novo governo que será escolhido este ano tem enorme respon-sabilidade na continuação das políticas que estão dando certo, embo-ra tão importante seja programar as necessárias reformas fiscal, po-lítica, trabalhista e outras, fundamentais mas que não saem do papel.

Necessitamos que o candidato eleito não mude o que já foi feito de bom. a sociedade exige continuidade e estabilidade para trabalhar e produzir.

um exemplo atual da força da população foi o movimento co-nhecido como lei da Ficha limpa (projeto de lei da Câmara que torna inelegíveis os candidatos a cargos públicos que tiverem sido condenados por determinados crimes em decisão colegiada, ou seja, por um grupo de juízes), que, com mais de um milhão de assinatu-ras, mexeu com os políticos.

o Brasil precisa seguir o caminho que está trilhando há quase duas décadas, para aguentar os eventos inesperados que têm ocorrido no pla-neta. Por exemplo, quem imaginaria que um vulcão na islândia pudesse afetar o mundo todo com sua erupção? a erupção anterior foi em 1600 e, pasmem, durou três anos. esperamos que não aconteça a mesma coisa agora. enfim, estamos otimistas com o futuro e creio que o próximo go-verno não estragará o que conquistamos com tanto sacrifício.

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íNIoÁgua Na PRessão CeRta: as BomBas, suas

muitas utilidades e os Cuidados PaRa deixÁ-las semPRe FuNCioNaNdo Bem

Num dia quente de verão nada mais desagradável do que abrir a torneira e – voilà – ela está seca. o que parece improvável pode acontecer. um dos maiores fantasmas de todo condomínio – e dor de cabeça garantida para síndicos – é a falta d’água. Por isso, a manutenção preventiva das bombas que servem os prédios é tão importante para garantir a harmonia entre a administração do prédio e seus moradores. se você ainda está meio por fora deste assunto, leia o texto!

oBRas de modeRNização valoRizam o PatRimôNio

Quem quer ver seu imóvel valorizar não pode se preocupar apenas com o interior de seu apartamento, precisa prestar atenção também no prédio. as obras de manutenção e a reforma caminham junto com a valorização de um imóvel. da fachada às áreas comuns, dos revestimentos aos pequenos detalhes, tudo faz diferença. leia a matéria e saiba mais.

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NTEredação e edição

vivien beZerra de meLLo (mtb: 18731)

revisãoandrea bivar

fotografiaarieL sUbirÁ

marketing e publicidadesamY grUbman ([email protected])

tiragem18 mil exemplares

colaboraram neste númerocarLa rocHaFÁtima cardosoLeo joãoLUiZ Fernando marinmiLton de mendonÇa teiXeirapaULo FerreiraraqUeL pinHeiro LoUreirorenata Fernandessimone gondimsteLLa maris c. mendonÇaWanja antUnes

Conceitos e opiniões em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta publicação é permitida desde que seja ci-tada a fonte e previamente autorizada, por escrito, pela editora. A empresa reserva-se ao direito de não aceitar publicidade sem fundamentar motivação de recusa.

Esta publicação está em conformidade com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, aprovado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995, e em vigor desde 1º de janeiro de 2009.

para anunciar ligue

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esculturas e flores destacam o ambiente verde da entrada de qualquer prédio. mas um bom projeto paisagístico faz toda diferença. leia a matéria e faça seu condomínio ficar mais verde e valorizado.

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síndicos divergem quanto à presença do aparelho, mas especialistas garantem que a tv não é um programa legal para a segurança de condomínios. leia atentamente essa matéria e veja se o seu condomínio está bem na fita.

televisão Na PoRtaRia: moCiNHa ou vilã?

síNdiCo Bom aPaga o iNCêNdio aNtes de ele ComeçaR

depois do fatídico incêndio no prédio da eletrobrás, em 2004, a legislação de prevenção foi profundamente alterada pelo governo do estado. as novas regras estabelecidas pelo Corpo de Bombeiros visam dar mais segurança a todos os prédios da cidade. antes construções erguidas até 1976, como o espigão da eletrobrás - onde também funcionavam dois bancos - estavam livres de cumprir certas exigências. agora é diferente, todos têm que se adequar. saiba como lendo essa matéria.

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Nada melhor do que um bom banho para limpar qualquer sujeira. esse princípio se aplica também a edifícios. No caso de prédios, o banho recomendado vem por meio da técnica de hidrojateamento. se você quer saber como funciona, leia essa matéria e fique por dentro.

FuRto e RouBo Nas gaRageNs dos ediFíCios – ResPoNsaBilidade do CoNdomíNio e do síNdiCo

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esse tema é velho conhecido dos condomínios, mas ainda gera muitas dúvidas. Nosso colunista, o advogado luís Fernando marin, esclarece nossos leitores sobre esse assunto.

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ENTREvIsTAPOR sTELLA MARIs MENDONçA ([email protected])

ele é meu amigo desde a infância (não faz muito tempo assim) e sou testemunha de sua trajetória pessoal e profissional re-cheada de ideias, projetos, sonhos, rasteiras, obstáculos, vitórias e todos os balangandãs que fazem parte de uma vida colorida. da medicina à moda, marco sabino percorreu inúmeros caminhos criativos e, desde 2000, é editor do www.marcosabino.com e www.marcosabino.com/blog, no qual escreve sobre tendências do vestir e do viver.

marco nasceu em 1953, em Belo Ho-rizonte, e veio com a família para o Rio de janeiro quando tinha 3 anos. em 1977, for-mou-se em medicina pela uFRj, tendo tra-balhado como diretor médico e tradutor de textos científicos do laboratório dinamar-quês Novo industri. em 1978, deu a virada definitiva. a grife marco sabino de bijute-

rias e acessórios, que existia informalmente desde os tempos da faculdade, foi legaliza-da em 1982 e esteve sob sua coordenação até 1999. em 1983, inaugurou o showroom marco sabino, em ipanema, e nesse perío-do produziu vários eventos, como o marco sabino - arte assinada. de 1986 a 1999, foi sócio-proprietário da loja marco sabino, na galeria Fórum de ipanema.

detalhista no trabalho e sempre pro-curando oferecer ao público o melhor e o mais criativo, diplomou-se, em 1986, pelo curso de madame Rucki (studio Berçot de Paris) ministrado na Casa Rhodia em são Paulo; em 1999, pelo curso de moda do institut Parisien de la langue et Civilisation Française, em Paris; além de ter integrado, por um ano, o Comitê da indústria têxtil, em são Paulo.

marco sempre foi bom nas letras, como vários médicos de nossa literatura. em 1986, publica seu primeiro artigo, “vale tudo no cardápio da moda”, na revista Claudia Moda da editora abril, e, durante muitos anos, saem artigos seus e coberturas inter-nacionais em Vogue, Desfile Coleções, Elle (torna-se responsável pelas seis páginas da seção “o que vai por aí” da Elle Decoração), Around (de joyce Pascowitch) e The Voice, além dos jornais O Globo e Jornal do Brasil. Foi também responsável pela revisão téc-nica da tradução para o português do livro Deluxe, escrito por dana thomas.

em 1992, a revista Elle lançou, atra-vés do artigo “Pé de chinelo”, o desafio de tornar fashion o uso das Havaianas. vários estilistas participaram da convocatória, mas o modelo de marco sabino foi o melhor -

Moda, medicina e comportamento,suas especialidades

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customizou as sandálias de borracha virando as solas e deixando-as monocro-máticas. “a moda pegou, saiu na mídia e a sandália ficou usável, fashion.” em 1994, sabino ganhou o Prêmio Rio sul de moda, na categoria bijuterias. em 1996, convidado pela grendene, cria e lança o calçado Rider Copacabana e, de 1995 a 1998, participa das semanas de moda cariocas promovidas pelo linifício leslie/Helena Rubinstein e Barrashop-ping, atual Fashion Rio.

em 2006, marco sabino lança, pela editora Campus/elsevier, o Dicionário da Moda, atualmente em sua segunda edição - um total de 6 mil exemplares. No ano seguinte, no Fashion marketing promovido por gloria Kalil, em são Pau-lo, foi moderador da palestra de Colin mcdowell, escritor e colunista do jornal britânico The Sunday Times.

No ano passado, fez a curadoria da exposição o Perfume Francês – a Histó-ria do Perfume através dos séculos no shopping leblon, em comemoração ao ano da França no Brasil. e em abril deste ano, foi curador da exposição 30 anos de moda no shopping Rio sul.

No próximo semestre, será lançado, pelo selo ls2 com patrocínio da editora Campus/elsevier, História da Moda, um trabalho complementar ao Dicioná-rio que se propõe a falar da expressão visual do homem e da mulher desde a pré-história - quando estava na moda usar contas, conchas, colares e supostas agulhas de osso -, passando pelo desco-brimento do Brasil até o presente.

agora vamos escutá-lo.

condomínio etc. - Marco, o que é moda?marco sabino - a moda pode ter um caráter lúdico, mas traduz a insatisfa-ção e a eterna busca pela diferença do ser humano. ela fecha seu ciclo quando atinge o coletivo, pois moda individual não existe. estilo, sim.

cetc. - Vale tudo no cardápio da moda? Isso é uma defesa da liberdade e da criação?ms - os anos 1970 introduziram a li-berdade na moda que, desde os anos 1960, já vinha se liberando da tirania dos ditames da alta-costura e de alguns criadores respeitados. Nos anos 1980, estilistas japoneses, como Rei Kawaku-bo e Yohji Yamamoto, surpreenderam

o universo da moda com uma nova si-lhueta e, no decorrer da década, houve um mergulho nas anteriores. as opções se abriram e a liberdade se fez cada vez mais presente.

cetc. - Moda é arte ou indústria?ms - a moda é a filha mimada da in-dumentária com o capitalismo. Não há moda sem fundamento econômico. moda pode revelar um lado artístico contido na criação e a indústria serve de ferramenta para maior alcance de ideias estilísticas.

cetc. - Por que considera fatídicas as “fashion weeks"?ms - todo excesso leva ao desgaste. de uns tempos para cá, a moda se tornou uma espécie de fenômeno pop. Ficou na moda falar sobre moda. em 2008, eric Wilson, do The New York Times, conta-bilizou 152 fashion weeks no mundo. em 2010, o número já aumentou. a tu-nísia foi um dos últimos países a anun-ciar que fará sua fashion week.

cetc. - Como andam as faculdades de moda? Quais as perspectivas de trabalho para esses profissionais?ms - Não tenho visitado as escolas de moda. minha maior contribuição ao en-sino foi a publicação do livro Dicionário da Moda, lançado em 2006 e que ser-ve de ferramenta de estudo para quem quer saber mais sobre esse universo. Há muitos segmentos a serem explorados, mas acho que no Brasil ainda falta mui-to conhecimento técnico.

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cetc. - Na moda, vender é vencer?ms - vender seu produto significa aceita-ção e também ganho financeiro. Não vejo razão em criar moda para simplesmente alimentar vaidades. o difícil é se manter.

cetc. - Como conheço seu texto há mui-to tempo, não me surpreende a guinada para a escrita sobre moda. Como é ser escritor num país com 16 milhões de analfabetos funcionais, 9% da popula-ção de 170 milhões de pessoas; um terço da população de analfabetos funcionais, ou seja, pessoas que não têm domínio pleno da leitura nem da escrita; e outro terço que mal consegue identificar enun-ciados simples. Paradoxalmente, o Brasil é o oitavo produtor de livros do mundo...

ms - acho que esses dados deveriam pre-ocupar os órgãos governamentais, que de-veriam investir mais em educação. Não há desenvolvimento sem educação. o Brasil já sofreu muito em seu período colonial. o país e os brasileiros merecem mais porque, como todos sabem, a carga tributária não é pequena. o dinheiro recolhido tem de che-gar ao destino certo.

cetc. - Fale sobre o Dicionário da Moda. Como andam as vendas? Vai publicar as cem páginas que “sobraram” do di-cionário?ms - escrever um romance é difícil; um di-cionário com 672 páginas talvez um pouco mais. Precisamos de muita vontade, garra e perseverança para lutar pelo projeto. o

livro está em sua segunda tiragem de 3 mil exemplares. as cem páginas? Quem sabe? Não depende de mim, infelizmente.

cetc. - Exposição Rio Sul - 30 Anos de Moda. O que representa?ms - a exposição foi ótima e é mais uma con-tribuição para que o público interessado saiba um pouco mais sobre história da moda.

cetc. - Fale sobre o História da Moda, seu próximo livro.ms - o livro tem início com a expressão visual do ser humano, vai da pré-história até a década de 2010. acredito que as pes-soas vão gostar do trabalho que, mais uma vez, tenta passar boas informações e pre-servar a memória. Quando os portugueses chegaram aqui, viram que os índios tinham setas e flechas. a primeira comunicação entre os povos se deu através do gestual e da roupagem. o português lhes jogou um sombrero e outra peça da indumen-tária europeia e os índios jogaram duas peças de sua cultura. Hoje o segmento da moda masculina, no mundo inteiro, tem se desenvolvido e deverá provocar grandes mudanças no comportamento do homem contemporâneo.

cetc. - Você, que é médico de formação, pode indicar o que é saudável e o que é doentio no mundo na moda e em tudo o que ela representa na vida das pessoas?ms - o consumo excessivo é doentio, as-sim como a vaidade desmesurada. a última não é uma novidade do ser humano, mas a primeira é altamente preocupante.

Publicamos a seguir extratos de artigo assinado por marco sabino em 2008.

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escrevi meu primeiro artigo so-bre moda e comportamento em 1985 ao ser convidado pela revista Claudia Moda da editora abril. o artigo “vale tudo no cardápio da moda” tinha um tom premonitório do qual eu muito me orgulho. afinal, ao lê-lo hoje, passados 22 anos, vejo que minhas antenas esta-vam bem atentas aos movimentos que viriam acontecer no universo da moda. (...) sempre gostei de moda e, nos anos 70, já lia a italiana L’UOMO Vogue e a Elle francesa. mal poderia adivinhar, entretanto, que em 1999 viria a morar em Paris na casa do próprio jean-luc lagardère (1928-2003), marido de Be-thy lagardère e dono da elle e de tantos outros negócios.

aliás, uma linda casa do século xviii, que foi comprada por Bernard arnault do grupo francês lvmH que inclui dior, louis vuitton e outras marcas interna-cionalmente conhecidas.

mas como um médico formado pela universidade Federal do Rio de janeiro torna-se estilista de bijuterias e aces-sórios, depois articulista, mais tarde editor do pioneiríssimo www.marcosa-bino.com, inaugurado em fevereiro de 2000, e finalmente autor do Dicionário da Moda publicado em 2006? Não sei. Coisas do destino, da vontade e do não conformismo, acredito.

após meus cursos e temporada em Paris, voltei ao Rio de janeiro, mas logo em seguida decidi me isolar. Fui para Petrópolis, onde passei dois anos e lá dediquei-me a meu site*. depois de al-gum tempo, voltei ao design das bijoux e, logo, passei a acumular várias ativi-dades. em 2003, veio o convite da edi-tora Campus/elsevier para escrever um pequeno dicionário de moda. assinei o contrato, mas nada ainda era certo em termos do número de páginas, se have-ria fotos, sobre quem assinaria o projeto gráfico, enfim, nada definitivo. Com o desafio e a firme vontade de contar o que sabia, pois já havia vivido 26 anos no circuito da moda, arregacei as man-gas e dei início ao trabalho. Completa-mente só. inicialmente, fiz um brains-torm, no qual tentei listar todos os

A importância de se escrever um dicionário de moda

verbetes que entrariam no livro. e o li-vro foi crescendo. Queria homenagear todos os profissionais da moda que ha-viam se dedicado ao setor e deixar re-gistrada sua existência e importância no cenário de moda nacional. gastei uma fortuna em livros, revistas antigas e pesquisas. sem a ajuda de ninguém e com muita vontade de acertar. tive de estudar muito. ler em francês, inglês, espanhol e tentar trazer a verdade para as páginas de meu livro, já que há dis-putas e mais disputas sobre a autoria e a invenção das coisas entre estrangei-ros, principalmente franceses e ingleses. mas eu queria ser imparcial e buscava a verdade. sempre. tarefa difícil num uni-verso repleto de egos desmesurados e num país onde o culto à memória não é uma prerrogativa. À medida que os ver-betes iam se delineando, as dúvidas au-mentavam e, a cada dia, eu tinha de me esforçar mais. Comecei a notar que muitas pessoas mentiam e não queriam a verdade dos fatos. Coisas simples como não revelar a própria idade até profissionais que, por desafeto, rompi-mento e desilusão, eliminavam ex-só-cios, parentes e até mesmo esposas e maridos. Comecei a enlouquecer. a mi-nha proposta era com a verdade. já bas-tava ter de ler e ouvir que a cena de moda nacional havia começado com as fatídicas fashion weeks dos anos 1990. e todo o trabalho que foi feito antes? Por que renegá-los? Havia semanas de

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moda sim e, no início dos anos 1980, éra-mos obrigados a apresentar prévias de co-leções de inverno já em novembro. as cole-ções seriam apresentadas em janeiro e entrariam nas lojas em março, mas edições profissionais, como o Jornal da Claudia Moda, que circulavam durante a Fenit em janeiro, precisavam de material para suas páginas e nós, estilistas, enviávamos cro-quis e peças-piloto. tudo para não perder a oportunidade de ter o nome em evidência num período com boa divulgação. em ja-neiro, ainda, apresentávamos nossas cole-ções em nossos showrooms e aguardáva-mos as vendas pra os lojistas de atacado. logo depois, revistas como Moda Brasil, Desfile, Vogue, Claudia Moda e Interview já recolhiam nossas peças para serem foto-grafadas nos editoriais das novas estações. ao ler as declarações dos organizadores das semanas de moda atuais, me pergun-tava: por que Regina guerreiro não diz o que acontecia? Por que Costanza Pascolato não declara como ela era recebida no Rio de janeiro na época desses lançamentos que não tinham o nome de fashion week, mas que eram encarados com a mesma se-riedade profissional? até hoje, tenho essa dúvida. Por que o silêncio? afinal, as edi-toras de moda não apresentavam nas páginas de moda de suas revistas para-fusos ou móveis de madeira. elas co-mentavam e apresentavam fotografias de roupas e de acessórios! bradavam sobre a nova tendência e mostravam que entendiam do riscado. os tempos eram diferentes, o mundo era outro, mas os seres humanos continuam os mesmos. Com seus egos, vontades, força e dinamis-mo. todas aquelas pessoas que participa-vam daquela imensa engrenagem de moda

eram profissionais. a maioria autodidata, mas tentando acertar, ganhar notoriedade, conquistar, seduzir, vender e vencer. igual-zinho aos que estão nesse meio em pleno século xxi. o que mudou foram o tama-nho, a sofisticação tecnológica, o aparato e o aparecimento de escolas, cursos e novas profissões. Produtora de moda não era chamada stylist. encarregado do som não era conhecido por dj. e, para falar a verda-de, havia muito mais revistas dirigidas ao profissional da moda do que hoje em dia. No início da minha trajetória profissional, eu ainda conheci o importante Noticiário da Moda da editora abril, o Moda & Mer-cado, o Moda & Serviço, Etiqueta, Claudia Moda, Desfile Coleções, Edição e tantas outras publicações. No Dicionário da Moda, eu queria homenagear todas as pessoas que haviam trabalhado e participado da construção do cenário de moda do país. só quem viveu os terríveis planos econômicos, uma epidemia de aids e tantas outras ad-versidades dos anos 1980 sabe do que es-tou falando. Considero todos esses que se esforçaram e construíram suas marcas e seus negócios verdadeiros heróis da resis-tência. Porque não foi fácil. (...) Não havia interesse nesse segmento pelas grandes empresas. as pessoas, que queriam se dedi-car à moda, tinham de ser perseverantes e insistentes. (...) Pois bem, ao se escrever um Dicionário da Moda, em que nomes são perfilados, pode-se imaginar exatamente o que acontece. uma jornalista, que contatei no início dos trabalhos, queria saber qual seria o tamanho de seu verbete, pois, afi-nal, ela era uma das mais antigas na moda e já bastava ter tido iniciativas e trabalhos seus atribuídos e publicados na biografia de outra pessoa. Concordei, disse o número

de linhas que haviam recebido duas jorna-listas de igual importância e ela acedeu. disse: “mãos à obra!” após algum tempo, recebo um e-mail noticiando sua morte e convidando para a missa de sétimo dia. Fi-quei estupefato, pois quando ela conver-sou comigo, ela já sabia que não duraria muito tempo mas, mesmo assim, importa-va-se muito com aquele número de linhas. escrever um dicionário não é fácil e qual não foi a minha surpresa ao ler o e-mail de um estilista mimado que não se sentia sa-tisfeito com suas 29 linhas! mas as difi-culdades não me desanimaram e, leoni-no, obsessivo e perfeccionista que sou, não esmoreci. tive depressões, tendini-tes, cansaço extenuante, discussões com os editores, frustrações, mas che-guei lá. as minhas premissas eram a imparcialidade e a narrativa da verdade dos fatos, e acho que isso eu conquis-

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tei. aprendi que é complicado escre-ver sobre os outros, que é difícil res-gatar, com apuro técnico, a descrição de uma roupa ou acessório, compre-ender a indumentária no passado e que é impossível acreditar na pri-meira informação lida ou consegui-da. dos meus mais de 800 volumes so-bre moda colecionados desde os anos 1980, tive de descartar as informações de inúmeros deles. Passei a exigir títulos em relação aos autores e, assim mesmo, olhe lá, pois há sempre divergências e interpretações diferentes. Fontes na internet? extremo cuidado, eu ad-vertiria ao mais incauto ou ao que não seja um mineiro tão desconfiado como eu. é sempre necessário che-car. ou tentar, porque as próprias pes-soas mudam suas histórias, inventam novas trajetórias e, em minha opinião, enganam a si próprias e, o que é pior, a memória do Brasil. mas o trabalho foi irresistível, principalmente quando, no decorrer dos meses, constatamos que o número de páginas foi aumentando, que os arquivos no computador foram ficando repletos e que a possibilidade da escolha de fotos e ilustrações, apesar de instigante, poderia levar à loucura. Conseguir autorizações para fotos, para publicação de capas de revistas e pági-nas de jornal é um trabalho extenuante e que pode ensandecer qualquer um. acha-se o fotógrafo e não se acha a modelo. o modelo quer cobrar cachê para ter sua foto publicada no livro. Por incrível que possa parecer, esse fato aconteceu. todos acham que o autor irá ganhar rios de dinheiro e alguns limita-dos não conseguem enxergar que sua imagem estará eternizada num traba-lho sério e que é uma deferência para a pessoa estar ali. trabalho quase encer-rado, o orçamento da editora vetou a excessiva quantidade de páginas. Com o coração na mão, tive de aceitar a retira-da de quase cem páginas do livro. Pági-nas repletas de palavras escolhidas, pes-quisadas, amadas. e muita gente reclamou de não estar citada no livro. muita gente sem tanta importância na moda, mas que se acha superimportan-te e não admitiu a suposta falha técnica do autor. (...) a maior parte queria ser verbete separado. impossível! o traba-lho de um autor como o do Dicionário

da Moda foi um trabalho de formigui-nha, de arqueólogo, de monge… um trabalho solitário e uma tarefa quixo-tesca que me propus realizar pelo fato de ter atração por esse universo e pelo fato de ter sido testemunha ocular des-sa História, a História da moda no Brasil. um trabalho que pode ter tido algumas falhas, mas que foi exaustivo, dispen-dioso financeiramente para mim, mas um exercício de paciência, fé, busca e compreensão.

*No final dos anos 1990, usava-se muito a palavra homepage. depois as palavras site e portal se tornaram mais usadas. em minha opinião, o marco-sabino.com continua sendo um site, e não um blog, apesar de ter servido, para muitos, de inspiração. talvez tenha a linguagem dos blogs atuais, pois sem-pre foi totalmente autoral, mas não tem a construção e formato de um blog.

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Quem quer ver seu imóvel valorizar não pode se preocupar apenas com o interior de seu apartamento, precisa prestar atenção também no prédio. as obras de manutenção e a reforma caminham junto com a valorização de um imóvel. da fachada às áreas comuns, dos revestimentos aos pequenos detalhes, tudo faz diferença. a síndica Reginalda machado, do condomínio la Reserve Hotel, na Barra da tijuca, tem experiência no assunto. Por lá já foram feitas inúmeras reformas e Reginalda, há seis anos no cargo, acompanhou as mudanças de preço dos apartamentos que eram postos a venda depois de cada uma delas. a síndica garante, de acordo com sua experiência, que o incremento chega a 20%, para venda ou locação. “esse é meu ponto de vista como síndica e proprietária. em minha visão, acho que a reforma traz uma valorização direta. aconteceu aqui no prédio. um apartamento de dois quartos custava R$ 350 mil e hoje é vendido por R$ 550 mil”, revela.

o la Reserve passou, nos últimos anos, por várias obras na fa-chada. o edifício foi pintado e teve o parapeito de todas as varan-das, que estava enferrujando, trocado. Há três anos, o foco foram os elevadores. No prédio, há três sociais e um de serviço. Quando o morador chamava, vinham todos ao mesmo tempo. o condomí-nio investiu em uma reprogramação. Hoje atende ao chamado do morador o elevador que estiver mais perto. a vantagem? econo-

CAPAPOR RENATA FERNANDEs

Obras de modernização valorizam o patrimônioObras de modernização valorizam o patrimônio

O SíndicO dEvE TrAbALhAr pArA vALOrizAr O cOndOmíniO, E prOcUrAr AS mELhOrES EmprESAS E O OrçAmEnTO mAiS JUSTO pOdE SEr UmA TArEfA GrATificAnTE

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mia! “era muito gasto de energia. Com essa reforma, você chama e vem só o que está próximo. isso demanda uma economia imensa de energia”, explica a síndica.

segundo marcello delano, gerente regional Rio de janeiro da empresa atlas schindler, a modernização dos elevadores, tanto da parte tecnológica quanto da esté-tica, traz grandes vantagens para o condo-mínio. “em uma modernização tecnológi-ca, podemos citar a economia do consumo de energia e o fato de que a troca de peças passa a ser menos frequente. o equipa-mento tem sua vida útil estendida, com maior disponibilidade de uso. Com relação a um novo design, há a melhora na apa-rência da cabine, fator importante, já que o elevador é um item de grande atenção para um futuro comprador”, explica.

uma forma mais econômica de realizar qualquer um dos dois tipos de moderni-zação é optar pelo serviço passo a passo. depois de uma avaliação técnica, é de-senvolvido um plano para a melhoria do

equipamento, em etapas, assim o serviço é executado sem influenciar muito a rotina do edifício, além de levar em conta a dis-ponibilidade financeira do condomínio.

Pequenos detalhes podem também deixar um elevador antigo com aparência de novo, sem afetar tanto o bolso dos mo-radores. “Por exemplo, a troca apenas da botoeira traz um design mais atual à ca-bine e a sensação de estar em um equi-pamento mais novo. e a substituição do quadro de comando para um modelo com variação de frequência elimina trancos, reduz degraus entre cabine e pavimentos, economiza até 30% de energia e ainda re-duz o nível de ruído na casa de máquinas”, sugere marcello delano.

de qualquer forma, não há como es-capar da manutenção periódica. É nesse momento que é realizada a verificação dos itens responsáveis pelo bom funcio-namento do equipamento e dos aspectos relacionados à segurança de seus usuá-rios. “Nas grandes metrópoles, como são

NA HOrA DE PENSAr NO NOVO rEVESTIMENTO, SAIBA

qUE A CErâMICA é MAIS DUráVEL DO qUE A PINTUrA

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só de escutar sobre reforma de fa-chada, novo design e programação de elevadores, obras nas partes comuns dos edifícios, há muito condômino que já sai correndo, com medo de cotas extras e altos investimentos. Reginalda machado ensina que o jeito é chegar à assembleia de con-domínio com todo o material já preparado. assim, ao mesmo tempo em que a propos-ta de reforma é apresentada, há a justifi-cativa da obra e o orçamento de várias fir-mas para o projeto. “mostro o orçamento de três, quatro firmas, como vai ficar e a razão de estarmos fazendo aquilo. Provo que é o melhor a ser feito. assim, você não precisa convencer ninguém. tudo deve ser planejado”, explica.

o condomínio agora está passando por mais uma obra. Faz parte da área do edifí-cio uma loja de 500 metros quadrados, que

agora está sendo reformada. o objetivo, principalmente, é atender à necessidade dos moradores. o local vai abrigar uma pa-daria, um restaurante e uma pizzaria. se o investimento vai trazer frutos para os mo-radores? Reginalda não tem a menor dúvi-da. “isso, para locação de apartamento, é maravilhoso. Quando alguém liga interes-sado em alugar, pergunta logo se há algo por perto, que possa ser feito a pé. Como o edifício fica na Barra, onde se usa carro para tudo, esse será um ganho muito gran-de”, aposta.

o síndico andré Castelo Branco, do condomínio acauã, em ipanema, também não tem a menor dúvida quanto aos bene-fícios que uma reforma pode trazer para a valorização de um imóvel. só nos últimos quatro meses, ele fez uma série de repa-ros que trouxe grande melhora no visual

Paulo e Rio de janeiro, a periodicidade da manutenção preventiva é definida por lei municipal, sendo realizada mensalmente”, explica delano.

e como identificar a hora em que um elevador precisa ser trocado? segundo de-lano, o equipamento com mais de 20 anos já começa a apresentar problemas que não podem ser solucionados apenas com a manutenção preventiva ou corretiva. en-tre os principais estão geração de degraus (desnível entre pavimento e cabine), ruídos além do normal, troca excessiva de peças e paralisações frequentes. “Para não deixar que o equipamento entre nessa fase mais crítica, sugerimos que nossos clientes pen-sem em modernizar seus elevadores quan-do eles estão com, aproximadamente, dez anos de funcionamento. vale reforçar que o elevador é um equipamento extrema-mente resistente, desde que submetido à manutenção adequada”, aconselha.

planejamento é sempre o melhor começo

O SíNDICO ANDré CASTELO BrANCO: “NãO é APENAS UMA qUESTãO ESTéTICA, VOCê ESTá MANTENDO UM PATrIMôNIO”

MArCELLO DELANO, DA ATLAS SCHINDLEr: “EM UMA

MODErNIzAçãO TECNO-LóGICA, PODEMOS CITAr A

ECONOMIA DO CONSUMO DE ENErGIA E O fATO DE qUE

A TrOCA DE PEçAS PASSA A SEr MENOS frEqUENTE”

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ação

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do edifício. sem dúvida, uma tarefa gra-tificante. as duas garagens do prédio, por exemplo, receberam nova pintura. “são ga-ragens sem ladrilho, então, temos sempre que nos preocupar com a pintura. melhora muito o visual. o automóvel solta muita fuligem, por isso o reparo constante”, ex-plica. os ambientes ainda foram equipados com carrinhos, para quando os moradores chegam com compras. além disso, o local ganhou mais organização com um novo

bicicletário, que acabou com o amontoa-do de bicicletas espalhadas pela garagem. ganchos foram instalados para pendurar cada uma delas.

e as reformas não pararam por aí. Cas-telo Branco comprou novas lixeiras para cada andar. Pode parecer um simples de-talhe, mas o síndico garante que não. elas deixaram o ambiente com uma aparência mais limpa, o que agrada a moradores, vi-sitantes e futuros compradores. o síndico

pensou também na segurança e reforçou a iluminação. luzes de emergência foram instaladas nas garagens e nas escadas. “Foi uma necessidade que sentimos depois dos apagões que ocorreram na cidade neste ano”, revela.

Para embelezar as áreas comuns, o sín-dico não se esqueceu de incluir muito verde. “Fizemos um paisagismo no prédio e con-tratamos um jardineiro. Parte da piscina ganhou grandes vasos com plantas, assim como o playground e a entrada”, afirma. o síndico seguiu as sugestões do profissional, que mandou o orçamento e a opção de plantas e flores que ficariam bem no espaço disponível. o resultado não deixou ninguém arrependido. “Ficou ótimo e muda a aparên-cia do prédio. Fica muito mais vivo, além do quê, quem mora nos apartamentos de fun-dos tem acesso a toda essa área. mudou a vista da pessoa”, comemora.

a fachada de um edifício e a portaria são o cartão de visitas de um prédio. Por isso, elas não ficaram de fora da reforma que o síndico implantou neste ano. alguns itens importantes da portaria foram troca-dos, uma preparação para a obra, que deve começar ainda no segundo semestre de 2010. os tapetes da entrada e dos eleva-dores foram mudados e o porteiro ganhou uma mesa nova e mais moderna. “Faz muita diferença. É a primeira coisa que a pessoa vê quando entra, e o custo não justifica dei-xar de fazer. vamos agora substituir toda a decoração da portaria: esculturas, tapetes e vasos”, detalha o síndico, defendendo que trocar objetos já dá uma nova aparência ao ambiente, sem muito investimento.

UMA fOrMA MAIS ECONôMICA DE rEALIzAr A MODErNIzAçãO DE ELEVADOrES é OPTAr PELO PASSO A PASSO

antes depois

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a fachada foi transformada também. Com o efeito da maresia e o passar dos anos, algumas peças acabaram não resis-tindo e começaram a cair. Como o revesti-mento é de vidrotil, ele foi todo reformado, e o próximo passo será trocar toda a parte interna: “Não é resistente, por isso, vamos optar pela cerâmica.”

segundo geraldo Campos lopes, dire-tor da sg engenharia, o melhor revesti-mento depende de cada edifício. a sg, por exemplo, acabou de reformar a fachada de um prédio na tijuca em que os moradores preferiram trocar a pastilha pela pintura. “Não existia mais uma pastilha igualzinha para fazer a reposição. Para que a fachada não ficasse manchada, optou-se por pin-tar”, explica. a pintura custa de R$ 30 a R$ 35 o metro quadrado, e o valor vai aumen-tando de acordo com o revestimento. o mármore, por exemplo, custa cerca de R$ 200 o metro quadrado. “É muito mais caro, mas dura uma eternidade”, revela.

Negociar tantas mudanças com os mo-

radores do edifício acauã não foi tarefa fá-cil. afinal, os condôminos precisam pagar cota extra para a troca de revestimento, já que não há fundo de reserva para uma re-forma desse porte. a solução foi calcular o custo total, buscar orçamentos e pedir para as empresas parcelarem o valor ao máximo. “Nunca é uma negociação muito tranquila. mas tem que ser feita. Não é apenas uma questão estética, você está valorizando um patrimônio”, defende.

Paulo Roberto Paiva, diretor da empre-sa lPm engenharia, dá algumas dicas para

que os síndicos façam reformas que tragam efeitos duráveis. segundo o engenheiro, para a fachada, o revestimento cerâmico é o mais indicado, por unir mais durabilidade e efeito estético muito melhor. a pintura acaba precisando ser refeita depois de cin-co ou seis anos, enquanto a cerâmica pode durar de 20 a 30 anos. “Com certeza, é uma opção que valoriza muito o imóvel. a cerâ-mica você só precisa repor se algo cair e, para limpar, é mais fácil”, aconselha.

outra melhoria no visual é a troca das caixas de ar-condicionado. atualmente, há

“HOJE é OBrIGATórIO TEr UM PISO ESPE-CIAL, qUE PODE SEr TATAME OU GrAMA

SINTéTICA. é ADEqUADO PArA árEA ExTEr-NA, NãO DESBOTA NEM ESqUENTA COM O

SOL”, AfIrMA PASSOS, DA VALE HOME

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modelos mais modernos e caixas fechadas, que canalizam a descida de água do apare-lho. assim, os desagradáveis pingos no ar-condicionado do andar de baixo são evitados e o barulho desagradável vira coisa do passa-do. os moradores agradecem o silêncio!

Reformas radicais também podem ser feitas e, quando aprovadas, aumentam muito o valor de um imóvel. É o caso, por exemplo, de edifícios que optam por cons-truir varandas. sim, isso é possível! mas a obra é bastante complicada. Paiva explica que a prefeitura precisa aprovar a área de acréscimo e 100% dos condôminos têm de estar de acordo com a mudança.

segundo o diretor, a maioria dos pré-dios em que há a reforma da fachada aca-ba incluindo no pacote a portaria. “Peque-nos toques já dão grande diferença e outra cara ao imóvel. É a primeira coisa que você

vê ao entrar. Na hora de vender ou alugar, a portaria conta muito”, defende.

Quando o condomínio dispõe de es-paço, outra boa opção é aproveitar para criar uma área de lazer para as crianças. sérgio Passos, gerente geral da empresa vale Home, aconselha o síndico a ir até a loja na hora de escolher os brinquedos e agendar a visita de um representante, que pode verificar como aproveitar melhor o espaço, se é possível reformar brinquedos e qual o melhor revestimento para o chão. “Hoje é obrigatório ter um piso especial, que pode ser tatame ou grama sintética. É adequado para área externa, não desbota nem esquenta com o sol”, afirma Passos, lembrando que os brinquedos de plásti-co são sempre a melhor opção por serem mais seguros e apresentarem durabilidade de até dez anos.

a opinião é unânime de que o inves-timento em reformas sempre vale e, além disso, acaba evitando gastos ainda maio-res no futuro. sem manutenção, pequenas obras acabam virando grandes substituições de revestimento ou equipamento. manter e modernizar um condomínio é o mesmo que cuidar e valorizar o próprio patrimônio.

SEM MANUTENçãO, PEqUENAS OBrAS ACABAM VIrANDO GrANDES SUBSTITUIçõES DE rEVESTIMENTO OU EqUIPAMENTO. MANTEr E MODErNIzAr UM CONDOMíNIO é O MESMO qUE CUIDAr E VALOrIzAr O PróPrIO PATrIMôNIO.

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como perceber que seu elevador precisa de modernização? preste atenção nos sinais!

• Formação de degraus entre a cabine e o pavimento;

• excesso de trancos nas partidas e nas paradas;

• manutenção corretiva frequente e excessiva troca de peças;

• o revestimento e o modelo da cabine estão desatualizados.

se você optar pela troca do equipamento, preste atenção nos itens in-cluídos na hora de assinar o contrato. lembre-se, por exemplo, de que a ventilação, nem sempre incluída, é imprescindível.

atitudes importantes para o sucesso de sua reforma!

• Na hora de optar pelo revestimento da fachada, saiba que a cerâmica, apesar de mais cara, é muito mais durável do que a tinta. enquanto a pintura precisa ser refeita depois de cinco ou seis anos, a cerâmica pode durar de 20 a 30 anos.

• a portaria e a fachada de um edifício são seu cartão de visitas. trocar objetos e móveis já pode dar um novo visual à entrada.

•Não se esqueça das áreas verdes. um bom jardim traz vida ao ambiente. Na falta de espaço, vasos são uma boa opção.

• as reformas podem ser radicais. Nesse caso, aumentam o investimento mas também a valorização. um exemplo é a inclusão de varandas. a obra é complicada e precisa de autorização da prefeitura e 100% dos moradores de acordo.

como convencer os moradores da importância do investimento?

• Reformas não apenas mantêm o patrimô-nio, mas também valorizam o imóvel. esse deve ser o lema!

• Na hora de apresentar a proposta aos mo-radores, vá preparado. Peça o orçamento para cerca de quatro empresas diferentes.

• Negocie com as empresas facilidades no pa-gamento, como maior número de parcelas.

• mostre como vai ficar a obra pronta.

• explique a importância da manutenção ou da reforma.

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Num dia quente de verão nada mais desagradável do que abrir a torneira e – voilà – ela está seca. o que parece improvável pode acontecer. um dos maiores fantasmas de todo condomínio – e dor de cabeça garantida para síndicos – é a falta d’água. Por isso, a manutenção preventiva das bombas que servem os prédios é tão importante para garantir a harmonia entre a administração do prédio e seus moradores. Cada vez mais, as empresas do ramo, além da simples venda dos equipamentos, oferecem outros servi-ços como pacotes de manutenção preventiva que visam garantir o funcionamento ininterrupto de todo o sistema, 24 horas por dia, nos fins de semana e feriados. a precaução, que nem pesa

CONDOMíNIOPOR CARLA ROCHA

ÁgUa na pressão certa: AS bOmbAS, SUAS mUiTAS UTiLidAdES E OS cUidAdOS pArA dEixá-LAS SEmprE fUnciOnAndO bEm

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tanto no bolso, é fundamental, em es-pecial quando a temperatura sobe em-purrando o consumo também lá para o alto. os planos variam de R$ 100 a R$ 250 mensais, o que vai depender do ta-manho do prédio e do número de bom-bas que serão regularmente vistoriadas.

administradora de um conjunto de seis prédios em Copacabana, ana lúcia Pedro da silva não dispensa o serviço, que contratou há mais de dez anos e tem lhe garantido noites tranquilas de sono e o bem-estar de, pelo menos, 5 mil moradores, uma minicidade em ple-na zona sul do Rio.

“Nosso condomínio é gigante. já pensou todos os moradores reclaman-do de falta d´água?!”, brinca lúcia para explicar por que optou pela contrata-ção de uma empresa especializada na comercialização e manutenção desses equipamentos mesmo tendo dois fun-cionários – um bombeiro hidráulico e um eletricista – que são verdadeiros quebra-galhos. “o fato de ter pessoas com alguma qualificação trabalhando para mim”, completa, “não significa que não precise investir em prevenção. o mais inteligente sempre é agir an-tes de o problema aparecer. o técnico faz serviços de rotina, como limpeza e pintura, pelo menos uma vez por ano, e atua alertando, eventualmente, para a necessidade de troca de tubulação ou de reparo em algum item específico.”

a rotina sem sobressaltos não sai cara para o caixa do condomínio: R$ 250 mensais é o preço cobrado pela empresa para fazer a manutenção de 12 bombas centrífugas, duas para cada prédio. sim, porque nove entre dez especialistas no assunto pregam que todo condomínio deve ter, no mínimo, duas bombas desse tipo, verdadeiras estrelas entre os ou-

tros modelos. são elas que asseguram as condições necessárias para a água da Cedae, que muitas vezes não tem a pres-são adequada, chegar a todos os aparta-mentos, seja num prédio de três ou de 20 andares. os síndicos que preferem fazer tudo como manda o figurino sabem que é mais do que recomendável ter uma du-pla de bombas em bom funcionamento. os efeitos vão desde os subjetivos, como a redução do nível de estresse porque as emergências podem ser facilmente con-tornadas, como os práticos. as chances de interrupção do fornecimento caem, e com o uso alternado a vida útil do equi-pamento é prolongada.

outro tipo de bomba indispensável, em especial em prédios com garagens subterrâneas, são as submersas. Na úl-tima enchente ocorrida no Rio, em abril deste ano, a Rialti Bombas e motores, assim como outras empresas da cidade, não abriu as portas porque a maioria dos funcionários não conseguiu che-gar ao trabalho. mesmo fechada, a loja não deixou de atender os clientes por telefone. e bateu recorde de vendas. um resultado surpreendente.

“de portas fechadas, vendemos mais bombas do que num dia normal. a de-manda era, principalmente, de pessoas que tiveram as garagens alagadas. mui-tos até tinham bomba, mas ligavam de-sesperados porque ela não estava dan-do vazão. Ficou a lição. até porque dias assim não são tão incomuns na cidade. sem sistema de drenagem, as garagens subterrâneas exigem bombas submersas que, com a ajuda de mangueiras, vão promover o escoamento até as galerias de águas pluviais. o ideal também é ter, pelo menos, duas, porque a cidade, por suas características climáticas, tem que estar preparada para lidar com esse tipo de situação”, afirma Bruno lopes, do departamento comercial da Rialti. “Com relação a bombas, eu costumo dizer que quem tem uma não tem nenhuma.”

também responsável por um con-domínio grande em Copacabana, de dez andares e 90 unidades, que funciona como apart-hotel, o administrador luiz Fernando Constant marques lida com vá-rios tipos de bomba em seu dia a dia: as

LUIz fErNANDO CONSTANT CrIOU UM ESqUEMA PArA EVITAr PrOBLEMAS DE fALTA DE áGUA: “TEMOS DUAS BOMBAS qUE fUNCIONAM DE fOrMA ALTErNADA PArA EVITAr O DESGASTE”

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que fazem a distribuição da água, as que pro-movem a pressurização da rede de incêndio e as específicas para a filtragem da água das piscinas. mas para ele as bombas centrífugas são as que exigem um cuidado especial. em seu caso, a falta d’água pode ser drástica por-que o prédio funciona como apart-hotel.

“o hóspede, se não tiver água quente, ar-condicionado e luz, vai embora para qualquer outro lugar. o prédio foi ideali-zado para ser uma residência com serviços. Por essas e outras, há muito tempo criei um esquema todo especial para evitar proble-mas. temos duas bombas que funcionam de forma alternada para evitar o desgaste. todo mês, troco a bomba que está sendo usada. até porque deixar uma bomba pa-rada para ser usada apenas em caso de de-feito da principal também não é saudável”, observa luiz Fernando, acrescentando que, mesmo se prevenindo de todas as formas, já teve que sair correndo para comprar uma bomba de última hora porque uma bomba estava enguiçada e a outra – olha a lei de murphy agindo com seu “se algo tem que dar errado... dará” –, ao puxar a

água, acabou sugando ar e pifando tam-bém. “tudo pode acontecer, sempre. o se-gredo são a prevenção e pessoas atentas o tempo todo”, prega luiz Fernando.

o administrador sugere ainda que quem não quiser pagar pela manutenção preventiva pode contratar um funcionário para agir em casos de emergência. ele op-tou por esse modelo por acreditar que fica mais bem atendido. embora as firmas de assistência técnica ofereçam o serviço 24 horas por dia, inclusive nos fins de semana e feriados, luiz Fernando diz que, às vezes, tinha que esperar muitas horas até a che-gada do funcionário, às voltas com cartelas extensas de clientes. apesar de seu prédio não ter garagem subterrânea, ele também usa bombas submersas para transportar água de três cisternas grandes, que estão com trincas, cujo reparo seria caríssimo, até a única que funciona em perfeito esta-do. assim, trocou uma obra pesada por um recurso simples e eficiente.

Bombas de água, modelos voltados para acionar sistemas antichamas ou mes-mo para a filtragem de piscinas são a espe-

cialidade da empresa de gilberto Ribeiro de almeida há mais de meio século. Fundada por sua família em 1948, a setov se man-tém entre as melhores do mercado, com uma apurada abordagem técnica.

“É preciso considerar aspectos variados que não se limitam ao número de morado-res. Como a pressão da água que, se for mal calculada, poderá comprometer o forneci-mento, tornando-o precário, o que é tão ruim quanto ter o serviço interrompido”, ensina do alto de sua experiência. “e nada de improvisos ou de se deixar levar pelo menor preço, o que nem sempre é sinônimo de qualidade. vale lembrar que nem todo mundo que troca lâmpada ou um cano é eletricista ou bombeiro hidráulico.”

os modelos de bombas variam de 1/4 de potência a 100 HP, o que faz com que os preços também oscilem, em média, de R$ 300 a R$ 4 mil. a última dica, quase uma unanimidade entre os que são do ramo, é para que os condomínios busquem referências no mercado sobre as empresas sérias que, de preferência, deem garantia para os serviços.

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No mercado, há bombas para todo tipo de necessidade, cujos preços variam de cerca de R$ 300 a mais de R$ 6 mil, dependendo do tipo e da potência. Confi-ra algumas que podem ser a solução para seus problemas:

bombas centrífugas de recalquesão as mais conhecidas, utilizadas para distribuir a água da cisterna para a caixa-d’água e de lá para todos os apartamentos. a potência varia de 1/4 HP a 30 HP, em média. Podem ser fabricadas, sob enco-menda, com potências maiores. os preços das mais comuns variam de R$ 330 a R$ 6 mil. É bom ter, pelo menos, duas.

bombas autoaspirantes (de sucção) em geral, são usadas para captar água da rua em locais com dificuldade de abaste-cimento pela Cedae e levar até a cisterna. Normalmente as de 1/2 HP ou de 1 HP atende perfeitamente bem. Custam entre R$ 300 e R$ 600.

conheça os tipos de bomba existentes

bombas submersassão utilizadas para escoar água de gara-gens subterrâneas alagadas ou mesmo de poços de elevadores, que também podem passar por problemas semelhantes. a de 1 HP costuma atender bem. É um pouco mais cara que as outras. Custa em torno de R$ 1 mil.

bombas para sistemas anti-incêndiosão semelhantes às centrífugas, mas com adaptação para ser usadas na pressuriza-ção de redes de combate a incêndio. de-vem ter, pelo menos, 5 HP por recomen-dação do Corpo de Bombeiros. o preço é, aproximadamente, de R$ 1,2 mil.

bombas para piscinassão utilizadas em conjunto com um filtro. as mais vendidas são para piscinas de até 13 mil litros e custam perto de R$ 700.

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Barulho em casa é insuportável, ainda mais quando se quer descansar. eventos como o ruído de pessoas caminhando no andar de cima ou o excesso de calor no imóvel podem estar com os dias contados. entrou em vigor, no dia 12 de maio, a Nor-ma Brasileira de desempenho de edifícios (NBR 15.575), da associação Brasileira de Normas técnicas (aBNt), que introduziu o conceito de que uma edificação precisará ter determinados parâmetros de desempe-nho para proporcionar segurança, durabili-

ATUALIDADE

Construtoras terão que reduzir o ruído dentro dos imóveis

dade, qualidade, conforto térmico e acús-tico a seus ocupantes. as novas regras são válidas para futuros prédios residenciais de até cinco andares.

Com base nesses parâmetros, a norma estabeleceu requisitos mínimos para cada um dos componentes da edificação-solo e de es-trutura, piso e cobertura, divisórias internas e fachada, sistemas hidráulicos, instalações sa-nitárias, de impermeabilização e de resistência a incêndios etc., bem como para a integração entre esses componentes e os sistemas.

NOvA REgRA DA ABNT já EsTá vALENDO

POR WANJA ANTUNEs

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novos padrões podem ser usados na defesa do consumidor

de acordo com o superintendente do Comitê de Construção Civil da aBNt, Car-los Borges, novas ferramentas, até então pouco adotadas, poderão ser utilizadas para medir o desempenho acústico e tér-mico dos edifícios. ele ressalta ainda que a NBR não tem força de lei, mas que os pa-drões podem ser usados como parâmetro em ações de defesa do consumidor.

sob corretas condições de uso e ma-nutenção, a estrutura principal deverá ter vida útil de, no mínimo, 40 anos; a cober-tura, 20 anos e assim por diante. também se estabeleceu a diferença entre vida útil de projeto e prazo de garantia de assistên-cia técnica. a norma fixou prazos mínimos recomendados para essas garantias nos di-versos sistemas do edifício.

os manuais do usuário e do condomí-nio deverão ter suas instruções de uso e manutenção corretamente especificadas, para que os sistemas atinjam a vida útil do projeto. este deverá prever inclusive as condições de acesso para que a manuten-ção possa ocorrer de forma viável.

as construtoras terão prazo de seis meses para se adaptarem. a partir de 13 de novembro, os projetos para edificações com até cinco pavimentos já deverão atender à NBR 15.575. até lá, ela ainda

passará por nova revisão na aBNt para aperfeiçoamento.

a norma pode ser utilizada para projetar e construir edifícios de alturas maiores, nos requisitos não diretamente relacionados à quantidade de pavimentos. um edifício de 28 andares pode utilizar as especificações da norma para paredes internas, mas não para itens que dependam da altura, como resistência ao vento e estabilidade global.

a ideia é que, futuramente, os prédios mais altos também sigam a Norma de de-sempenho. ela também será constante-mente atualizada, com a introdução, por exemplo, de um capítulo de desempenho dos sistemas elétricos.

a norma começou a ser redigida há 10 anos por meio de um convênio do insti-tuto de Pesquisas tecnológicas (iPt) com a Financiadora de estudos e Projetos (Finep). depois de produzir os textos técnicos que serviram como base teórica, o iPt transfe-riu, em 2004, a coordenação dos trabalhos para o Comitê de tecnologia e Qualidade do sinduscon-sP, que coordenou um gran-de entendimento na cadeia produtiva.

isso facilitou o processo da redação final da norma no Comitê Brasileiro da Constru-ção Civil da aBNt e sua aprovação, em 12 de maio de 2008, quando foi publicada.

o presidente da Comissão de materiais do sindicato da Construção Civil do Rio (sinduscon-Rio), lydio Bandeira, diz que o mercado está se mobilizando para atender às novas normas. “a aBNt define, por exemplo, que material é mais recomendado para cada tipo de construção. Há indicações também em relação à espessura mínima da parede e ao tipo de revestimento, para tornar o imóvel mais confortável ao morador e reduzir os ris-cos de infiltração ou rachadura.”

outra novidade foi a fixação, pela primei-ra vez em uma norma técnica da construção, da expectativa de vida útil mínima para cada sistema da edificação. os projetistas, por exemplo, precisarão declarar no projeto a vida útil de cada sistema previsto, o que de-verá ser feito em comum acordo com o pro-prietário ou o incorporador do edifício.

“a NBR Não tem FoRça de lei, mas os PadRões Podem seR usados Como PaRâmetRo em ações de deFesa do CoNsumidoR.”

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seguro de conteúdo garante sua tranquilidade

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A cipA TEm AS mELhOrES OpçõES pArA vOcê

incêndios são acidentes, e acidentes nunca são planejados. Na grande maioria, os vilões são os curtos-circuitos. Por isso, a prevenção ainda é o melhor remédio. Nada que um bom seguro não resolva.

de acordo com especialistas, o tempo médio de vida útil do material utilizado nas instalações elétricas dos edifícios é de 30 anos a 50 anos. atualmente, essas instala-ções são executadas com tubulação de PvC e fios revestidos com material de boa dura-bilidade e pouco sensíveis ao ressecamento.

entretanto, a quantidade de equipa-mento eletroeletrônico utilizada em um mesmo local pode tornar a instalação ob-soleta, já que foi projetada para uma carga mais baixa que a utilizada.

o recomendado é que, em prédios re-sidenciais, a cada cinco anos seja feita re-visão da parte elétrica. Caso seja verificado que a instalação é incompatível com a de-manda média de carga, o mais indicado é que se faça a reinstalação da parte elétrica com fios que suportem mais carga.

importante: antes de contratar qualquer serviço de manutenção, verifique se a em-presa realmente existe e está registrada, tem alvará de funcionamento e CNPj. empresas de engenharia necessitam de um engenheiro

responsável em seu quadro de funcionários permanente e devem ser inscritas, necessa-riamente, no Conselho Regional de enge-nharia, arquitetura e agronomia (Crea).

todos devem fazer seu dever de casa: estar com a revisão elétrica em dia e con-tratar um seguro de conteúdo eficiente. dorme-se, sem dúvida, muito melhor. se você ainda não tem um seguro, ligue ago-ra mesmo para a CiPa Corretora e solicite uma proposta: 2196-5115.

contrataÇão do segUro de conteúdo protege os bens dos moradores

muitas pessoas ainda se confundem ao achar que o condomínio, ao pagar o segu-ro obrigatório contra incêndio, está asse-gurando os bens dos moradores.

a questão é que, em caso de incêndio, esse seguro (obrigatório por lei) garante apenas o ressarcimento referente à re-construção e pintura das paredes do apar-tamento e das partes comuns. os perten-ces incendiados são de responsabilidade de cada proprietário.

o seguro de Conteúdo - que dá direi-to à reposição dos bens perdidos* - pode ser providencial.

a CiPa Corretora de seguros oferece esse serviço a R$ 5,89 mensais, com co-bertura de R$ 30 mil para seus clientes. Consulte-nos!

dicas de segUranÇa Não ligue mais de um aparelho elé-

trico na mesma tomada, pois pode ocorrer o superaquecimento dos fios.

Periodicamente, faça revisão nos fios dos aparelhos e na instalação elétrica.

Não apoie velas sobre caixas de fós-foro e material combustível.

as instalações de gás somente podem ser verificadas por pessoas habilitadas.

Para identificar vazamentos, utilize apenas água e sabão.

e ao sentir cheiro de gás, não ligue ou desligue a luz e aparelhos elétri-cos, entre outros.

*exceto reposição de bens de terceiros, dinheiro, pedras e metais preciosos, joias, objetos de arte e outros.

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CONTO

era maio e pela portaria, escadas, play-ground e outras dependências comuns já ecoavam os bochichos sobre a festa junina daquele ano. um boca a boca que aboca-nhava portarias, escadas e playgrounds, in-clusive, dos prédios vizinhos. Claro, porque as festas juninas do Residencial ambrosina thales de amaral tavares, ou “Ratatá” como é conhecido na região, eram insuperáveis. Para o bem e para o mal. Nos dias subse-quentes a cada edição do evento, as histó-rias espocavam como pipoca por toda par-te. o ano de maior rebuliço foi, sem dúvida, o que contou com a presença de Romário. Não exatamente a presença, pois segundo relatos, o ex-jogador permaneceu estacio-nado em frente ao edifício, sem nem sair do carro. esperava Kátia, a loiraça do 302, es-pécie de namorada-relâmpago. tais minu-tos foram o suficiente para esvaziar a festa. o rumor invadiu as barraquinhas e logo, aos berros, uma multidão, que não podia ser mais caipira, se acotovelava ao redor da enorme caminhonete de vidros fumê. No fim das contas, chegou-se à conclusão que ninguém exatamente viu o baixinho. mas com aquele carrão e todo mundo dizendo que era ele, como não iria ser?

Houve a vez da guerra mundial de paçoca, em que pedaços do doce, dizem, atingiram até a varanda do sexto andar. também não se pode deixar de citar a noi-te em que zé Carlos, o morador número um em teor alcoólico, enfiava o pé imun-

POR LEO JOãO

do dentro de todas as panelas e tabulei-ros das barracas, gargalhando e gritando como um louco: “Ó o pé de moleque! Ó o pé de moleque!” só parou no momento do panelão de milho cozido, em que sofreu queimaduras de segundo grau e precisou ser levado correndo para o pronto-socorro. Às vezes em que deu polícia nem é preciso citar, pois ela sempre era chamada. troca de tapas e cadeiras voando eram situações tão corriqueiras que nem valem a menção.

mas nem todos os capítulos foram fei-tos de balbúrdia. vale lembrar, por exem-plo, a vez em que o casamento na roça foi um casamento de verdade, realizado por um juiz de paz e tudo, que topou entrar no clima numa boa, incentivado por algu-mas doses de quentão. os noivos, devida-mente trajados de caipira, eram Frederico

e marilena, vizinhos de porta que mora-vam sozinhos, ambos desquitados, e que redescobriram o amor na meia-idade. só queriam curtir a vida e ser felizes, daí para decidirem casar no são joão foi um pulo. Não faltou alegria a ninguém naquela noi-te, nem mesmo aos policiais, que foram chamados por causa do som alto além do horário, mas acabaram comendo, bebendo e ainda deram um verdadeiro show à parte na hora de dançar a quadrilha.

o evento deste ano prometia. tudo já estava orçado e programado com mais de um mês de antecedência: 37 caixas de fo-gos de artifício, 48 engradados de cerveja, barracas de comidas e brincadeiras já de-finidas entre todos os moradores e até dj reservado. tudo pronto para a festa rolar em meados de julho, como sempre.

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CONDOMíNIOPOR CARLA ROCHA

No dia 26 de fevereiro de 2004, o imponente prédio da eletrobrás, no início da avenida Rio Branco, pegou fogo em pleno carnaval. sem portas corta-fogo e equipamento de incêndio adequado, as chamas, que começaram com um curto-circuito no 17º andar, rapidamente su-biram mais cinco andares, espalhando pânico e deixando um rastro de destruição. Por sorte, não houve vítimas. Foram 14 horas de desespero que produziram um dos maiores incêndios da cidade nos últimos anos. o edifício não virou cinzas, mas muito se perdeu. o trânsito parou por dias seguidos no Centro da cidade e as imagens daquele incêndio entraram para a história do Rio. depois daquele dia, a legislação de prevenção foi profundamente alterada pelo governo do estado. Passa-dos sete anos, o atual administrador do condomínio, Carlos Henrique lopes Raposo, se orgulha de o lugar ter dado a volta por cima, tornan-do-se referência em matéria de prevenção e de ações de planejamento para combate a incêndios.

Consciente de seu papel nas mudanças implantadas, Carlos Henrique rende-se a um velho clichê: “Há males que vêm para o bem.” Hoje o pré-dio tem as tais portas corta-fogo - fundamentais para criar verdadeiras cápsulas de segurança quando o fogo começa a se alastrar -, uma rede de sprinklers - que são acionados automaticamente se é detectado o au-mento da temperatura ambiente -, roupas de combate a incêndio dignas

síndico bom apaga o incêndio antes de eLe comeÇarnãO brinqUE cOm fOGO. SAibA cOmO AGir E qUE EqUipAmEnTOS SãO nEcESSáriOS pArA GArAnTir A SEGUrAnçA dO prédiO E dOS mOrAdOrES

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de filmes de ficção (cada uma delas chega a custar R$ 15 mil) e placas fluorescentes, que indicam as saídas de emergência mes-mo em caso de apagão.

“Contamos com uma brigada de in-cêndio formada por seis profissionais que fazem plantão de 24 horas. Não se trata de luxo. Às vezes, o incêndio evolui com tanta velocidade que uma tragédia pode ocorrer enquanto se espera a chegada dos bombeiros. É preciso ter agilidade e técni-cos qualificados munidos do equipamento necessário para fazer um trabalho eficien-te. Hoje eu tenho aqui no prédio a mesma maca usada pelo Corpo de Bombeiros e o mesmo aparelho de oxigênio. está ‘show de bola’”, diz Carlos Henrique, acrescentando que o susto foi o grande propulsor da revi-ravolta experimentada pelo prédio.

as novas regras estabelecidas pelo Cor-po de Bombeiros, por sua vez, visam dar mais segurança a todos os prédios da cida-de. antes construções erguidas até 1976, como o espigão da eletrobrás - onde tam-bém funcionavam dois bancos - estavam livres de cumprir certas exigências. agora é diferente, todos têm que se adequar. além disso, os itens obrigatórios deixaram de se-guir um cardápio predefinido. agora eles são estabelecidos, caso a caso, de acordo com a realidade de cada lugar, a frequência de pessoas e, principalmente, o material que é armazenado no local. em geral, os projetos são submetidos a um crivo mais rigoroso em prédios comerciais. também costumam ser mais caros. Como abriga cerca de 2.500 pessoas que trabalham em seus escritórios e recebe, pelo menos, 1.200 outras que circulam por ali diariamente, o

prédio da eletrobrás, de 22 andares, exigiu investimentos que passaram de meio mi-lhão para ficar dentro a lei.

em prédios residenciais, esse custo ten-de a cair. o mercado, por sua vez, está cada vez mais competitivo e oferece opções, das mais sofisticadas às mais simples, sem prejuízo da segurança. gerente técnico e comercial da atac Fire, antônio Neumaro explica que todos os prédios, por lei, têm que ter um plano de segurança contra in-cêndio e pânico, obedecendo às normas previstas no Código 897 de 1976. segundo ele, a empresa contratada para desenvolver o projeto deve ser credenciada pelo Corpo de Bombeiros. É ela que vai dimensionar o tipo e o porte do extintor mais adequado a cada local, levando em conta as caracte-rísticas do condomínio. os incêndios obe-decem a classificações: do tipo a) materiais como madeira, papel e tecido; do tipo B)

produtos inflamáveis como gasolina e que-rosene; do tipo C) equipamento elétrico; e do tipo d) metais inflamáveis. Para cada uma dessas classificações, há um extintor específico: de água, de Co2 (gás carbônico) e de pó químico.

“Por exemplo, se o prédio tiver predo-minância de itens inflamáveis, como teci-do, papel e madeira, é melhor usar extintor de água. em caso de incêndio numa biblio-teca, se você usar o extintor de Co2 ele vai momentaneamente apagar as chamas, mas elas voltam. o calor que está embaixo do papel vai fazer o incêndio recomeçar. todo corpo que chegou a mil graus pode reacender”, explica Neumaro.

o especialista alerta, porém, que po-dem ser utilizados vários tipos de extintor em um mesmo prédio. É até muito co-mum e fácil de entender os motivos. em um condomínio há, por exemplo, casa de

CArLOS HENrIqUE: DEPOIS DE UM INCêNDIO EM 2004, qUE PrOVOCOU UMA rEVIrAVOLTA NA LEGISLAçãO SOBrE O ASSUNTO NO rIO, O ADMINISTrADOr DO PréDIO DA ELETrOBráS, NO CENTrO DA CIDADE, SE OrGULHA DE ESTAr à frENTE DE UM DOS CONDOMíNIOS MAIS SEGUrOS DA CIDADE

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força, que concentra grande quantida-de de material elétrico, e administração, que reúne muito papel. sendo assim, os síndicos devem ter modelos variados de extintores, voltados para atribuições es-pecíficas. Não adianta ter equipamento inadequado que, além de não produzir o efeito esperado, que é conter o incêndio, ainda pode aumentar os prejuízos mate-riais. Por isso, nunca se deve dispensar a figura do bom técnico. apesar das mui-tas semelhanças, os extintores de Co2 e de pó químico nem sempre funcionam da mesma forma. É preciso muito cuida-do. em casos de equipamento sensível, como computadores, o melhor é o de Co2 porque o de pó químico pode dani-ficar as placas eletrônicas.

as modernas redes de sprinklers são cada vez mais usadas no combate a incêndios. Cada sprinkler é instala-do num ponto estratégico e, quando a temperatura atinge 68 graus, am-polas de mercúrio estouram fazendo a água jorrar. são fundamentais para garantir o combate às chamas mesmo em condições em que já não é seguro para o ser humano se aproximar. Há ainda os hidrantes e as mangueiras, que também são itens quase obriga-tórios em prédios com mais de três andares. mais uma vez, um projeto, desenvolvido por profissional treina-do, é que vai definir a distância entre eles e a extensão das mangueiras.

os preços dos projetos variam mui-to, segundo o tipo de equipamento e a quantidade que será utilizada. um pré-dio de oito andares poderá desembolsar

entre R$ 50 e R$ 80 mil. se forem in-cluídos os sprinklers - aproximadamen-te quatro pontos por andar -, o custo sofre um acréscimo de R$ 50 mil.

dono da PRl, empresa atacadista que vende equipamento para consultorias especializadas em projetos de combate a incêndios, Paulo Roberto Ribeiro diz que, nos últimos anos, nenhum evento foi tão determinante para o setor quanto o in-cêndio no prédio da eletrobrás.

“os prédios têm um prazo para se adequarem de cerca de dois anos. al-gumas construções antigas, pelas ca-racterísticas arquitetônicas, podem ter alguma dificuldade por falta de espaço, às vezes, para instalar uma rede, por exemplo. Nesse caso, deve-se procu-rar orientação profissional. mas o fato é que o caso chamou a atenção para a questão da segurança. em geral, as pessoas tendem a achar que nunca vai acontecer com elas, o que, infelizmente, não é verdade”, observa.

síndico de um condomínio em Bota-fogo, geraldo josé Ribeiro de Freitas re-solveu que iria fazer a coisa certa. Con-vencido por uma longa vida de trabalho na área de vendas de que conhecimento é fundamental, ele decidiu se inscrever num curso de brigada de incêndio para dar uma forcinha para o porteiro do prédio, estimulando-o a frequentar as aulas e, por tabela, aprender um pouco mais sobre o assunto. Pelo bairro, são comuns histórias de curto-circuito em condomínios que acabam em incêndios bobos, que nunca deveriam ter ocorrido não fosse por puro descuido ou mesmo

O SíNDICO GErALDO JOSé rIBEIrO DE frEITAS E SEU POrTEIrO INSCrEVErAM-SE NUM CUrSO DE BrIGADA DE INCêN-DIO: “APrENDEMOS TUDO qUE SE POSSA IMAGINAr SOBrE AçõES EM SITUAçõES DE PâNICO. àS VEzES, OS BOMBEIrOS LEVAM 10, 15 MINUTOS PArA CHEGAr, O qUE PODE fAzEr TODA A DIfErENçA NO DECOrrEr DE UM INCêNDIO”

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ignorância. geraldo acha que empregou muito bem R$ 300 num curso, promo-vido pelo secovi-Rio, que fez junto com o funcionário do prédio.

“Não é apenas um curso teórico. tem uma parte prática, muito intensa. já sou um senhor e, aos 69 anos, con-fesso que tive dificuldades com alguns exercícios feitos num calor de quase 40 graus. meu objetivo era apoiar o portei-ro para que ele se sentisse mais à von-tade. valeu a pena. aprendemos tudo que se possa imaginar sobre ações em situações de pânico. Às vezes, os bom-beiros levam 10, 15 minutos para che-gar, o que pode fazer toda a diferença no decorrer de um incêndio”, acredita geraldo, afirmando hoje se sentir ple-namente seguro e capaz para agir em

emergências dessa natureza. “além de ter aprendido qual o extintor é mais adequado para cada tipo de fogo, fui treinado para manusear todo equipa-mento usado em caso de incêndio.”

em decorrência do curso, o con-domínio, de pequeno porte, com seis andares e 12 apartamentos, deu um upgrade em seu arsenal de combate a incêndio. Nada demais. Porém, geraldo sabe que são pequenos detalhes que podem fazer toda a diferença. sem gas-tar uma fortuna, muito pelo contrário, ele aumentou as mangueiras usadas no prédio, que tinham 20 metros e passa-ram a ter 40, chegando a toda a área comum, e ainda comprou extintores novos capazes de atender a todas as classificações de incêndio.

sPRiNKleRs, SENSOrES DE fUMAçA, POrTAS COrTA-fOGO E ALArMES DE INCêNDIO SãO EqUIPAMENTOS INDISPENSáVEIS PArA OS CONDOMíNIOS

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Cuidados preventivos; equipamento básico de combate a incêndios em edifi-cações; planos de emergência e de fuga; treinamento e orientação dos moradores e formação de brigada. essas são algumas das orientações feitas pela diretoria geral de serviços técnicos do Corpo de Bombei-ros para os condomínios do Rio. o órgão alerta para o fato de que incêndio em prédios é mais comum do que se imagina. muitos não chegam a ser noticiados por-que são controlados antes de ganharem as páginas dos jornais. Não basta ter toda a infraestrutura. É importante a conscienti-zação dos síndicos para a necessidade de manutenção do equipamento de combate ao fogo, como a verificação dos extintores

e da canalização preventiva, das condições dos registros, das mangueiras e das ele-trobombas de pressurização dos sistemas. outra sugestão é que o condomínio realize palestras para os condôminos, cujo tema seja prevenção de incêndio, e promova treinamentos, inclusive ensinando sobre o uso de extintores, por exemplo. Nada mui-to complicado. os administradores devem, pelo menos anualmente, fazer uma revi-são nos extintores existentes nos imóveis sob sua responsabilidade. Por meio do selo de identificação, podem conferir a data de recarga e, com o manômetro, saber se o equipamento está com sua capacidade de carga dentro dos limites de utilização. também é muito útil fazer um mapeamen-

to desses itens, que, assim, podem ser facil-mente localizados em caso de emergência.

segundo os bombeiros, as causas mais frequentes de incêndio em prédios comer-ciais são pontas de cigarros atiradas nas la-tas de lixo, sobrecarga nas tomadas elétricas (as famosas extensões) e até o esquecimen-to de aparelhos ligados, como cafeteiras, após o término do expediente. já nos pré-dios residenciais, os problemas estão mais relacionados com o esquecimento de pane-las no fogo, prática religiosa com utilização de velas, criança que manuseia fósforo ou isqueiro, instalação incorreta de aparelhos eletrodomésticos e pessoas que acabam pe-gando no sono com o cigarro aceso.

embora cada prédio exija equipamen-to específico, os bombeiros explicam que há itens básicos, como extintores portáteis de incêndio, que devem estar em confor-midade com a classe de incêndio - se para material inflamável, elétrico ou papel, por exemplo - e hidrantes que compõem a ca-nalização preventiva - geralmente insta-lados em local visível, equipados com até duas mangueiras e o respectivo esguicho.

corpo de bombeiros aLerta: síndicos devem FaZer a sUa parte

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ImóveisVendas

ESPECIALISTAS EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS

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as ocupações das favelas do Rio de ja-neiro pela Polícia militar vêm aquecendo o mercado imobiliário. uma coisa é certa: quem antes não adquiria um imóvel próxi-mo a uma comunidade tomada por bandi-dos agora já pode pensar duas vezes. aliás, se pensar duas vezes, é capaz de ficar sem aquele apartamento de seus sonhos, pois alguém pode comprá-lo antes.

segundo a secretaria de segurança, o projeto das unidades de Polícia Pacificado-ra (uPPs) já beneficia 102 mil moradores de nove comunidades do Rio. a previsão é que, até o final deste ano, 200 mil pessoas possam viver livres do domínio do tráfico armado.

o efeito da instalação das uPPs em fave-

las é a valorização quase imediata de imóveis do entorno. uma pesquisa do sindicato da Habitação (secovi Rio) constatou aumento de até 148,89% nos preços de locação e de 59,41% nos de venda de imóveis em bairros beneficiados pelas uPPs na zona sul.

sem dúvida alguma, a segurança é um fator que pode alavancar a economia de um bairro – sejam os comerciantes ou os donos de imóveis, todos anseiam por ela para que seus negócios prossigam de ven-to em popa.

segundo a associação de Comerciantes da tijuca, último bairro a receber uma uPP, a expectativa inicial é de aumento de 10% no faturamento do comércio local. isso so-

mente em razão da tranquilidade das pes-soas nas ruas, especialmente dos idosos.

já em relação aos imóveis, a valorização é iminente, até porque os preços praticados estavam muito abaixo do que deveriam – reflexo da falta de segurança. especialistas acreditam que o preço dos imóveis na tijuca pode ter aumento de até 40%. esse movi-mento, naturalmente, também é reflexo da alta de preços na zona sul.

Com o passar dos anos, grandes inves-tidores fecharam seus empreendimentos na tijuca. um exemplo significativo é o de uma grande rede de supermercados, que encerrou suas atividades em 2005 após sucessivas invasões de traficantes do mor-ro do Borel. mas ao que tudo indica, isso já é passado. a uPP promete valorizar esse bairro, assim como vem fazendo com a zona sul, e as pessoas que têm sua história na tijuca não precisarão mais abandoná-la por falta de segurança.

o poder público está fazendo sua parte, e se você estava esperando um bom mo-mento para fazer negócio com seu imóvel essa é a hora. mas assessoria especializada é fundamental.

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ECODICAsPOR sTELLA MARIs MENDONçA ([email protected])

A vivência holística inclui. Todas as partes integradas fazem um todo rico, multiforme, colorido, amoroso. Discursos ecológicos mui-tas vezes se aproximam do convencional e tão conhecido papo de político. Reflitamos sobre a raiz do problema ambiental. Por que po-luímos? Marque a resposta certa:

(a) Porque não nos amamos.(b) Porque estamos distantes de nós mesmos.(c) Porque estamos vorazes e desajustados.(d) Porque nos afastamos do sagrado no dia a dia.(e) Todas as respostas acima estão corretas.

Que tal? Alguma dúvida sobre a solução da questão anterior? sabemos que quem joga lixo na rua, ou plástico na areia da praia, ou óleo no mar, ou quem derruba matas, ou quem mata bichos, ou quem provoca incêndios, ou quem desrespeita o silêncio ou impede pássaros de cantar ou de ouvi-los cantar faz o mesmo em suas casas, com suas coisas, provocando incêndios com suas emoções barulhen-tas, entupindo-se de alimentos mortos.

Limpando o LiXo interno

fELIPE ESTrELLA: “NãO POLUIr SIGNIfICA CADA UM SEr SEU PróPrIO GArI INTErNO”

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a raiz do desajuste ambiental é in-terna. apenas externamos os conflitos que não conseguimos ou não quere-mos compreender, dar baixa, resolver. encarar. a postura holística para resol-vermos o conflito é integrá-lo, olhá-lo sem repulsa. amar e aceitar todas as nossas partes, inclusive as mais feias e assustadoras, pode ser o primeiro passo para a virada de atitude. assim, não pre-cisamos jogar lixo debaixo do tapete da sala nem no meio da rua, no verde do mar, nos rios nem nas areias brancas de nossas tão belas praias.

olhar internamente, diariamente, todos os nossos sentimentos nos faz mais fortes e donos de nossos destinos. a misericórdia pode ser uma postura de vida com a gente mesmo. a tolerância se inicia com nossas fraquezas que, na verdade, não são nossas, não pertencem a nossas essências divinas, e sim a perso-nalidades construídas nas bases frágeis do medo-insegurança-desamor. Nós as construímos e nós podemos demoli-las.

desse modo, ajudaremos a despoluir a Baía da guanabara. Começando por varrer de nossos grandes armazéns inter-nos mágoas e ressentimentos. Perdoando, perdoando-nos. e decidindo a não mais fazer de nossos corpos lagos de lágrimas.

viver ecologia é limpar a própria casa, começando pelo coração, passando pela cabeça e depois pelo quarto, pelo banheiro, pelo escritório, pela cozinha. É escolher o melhor alimento - seja comi-da, arte, amor, amizade ou lazer. Pode-mos sintonizar o dial de nossos rádios e

de nossas mentes onde quisermos - no amor ou no ódio, na suavidade ou no barulho, na informação edificante ou na vibração de emoções embrutecidas. de-pende da gente. a prática da ecologia in-terior está em nossas mãos. mudando o padrão vibratório de nossas decisões es-taremos contribuindo para a despoluição do planeta e, o que é melhor, garantindo uma vida longa e feliz.

entrevistamos o psicólogo Filipe es-trella, que aprofunda o assunto.

por que poluímos? Filipe estrella: Poluímos pois não con-sideramos o outro parte de nós mes-mos. esse outro pode ser o planeta ou outra pessoa. Poluímos porque temos a tendência de colocar para fora aquilo que nos incomoda, nosso lixo. Poluímos porque acreditamos que sempre existirá alguém para limpar a porcaria. Poluí-mos porque acreditamos num Pai que resolve nossos problemas. Poluímos por acreditarmos que algumas “ave-ma-rias” ou “Pais-Nossos” resolverão nossos problemas. Não poluir significa cada um ser seu próprio gari interno. e da mesma forma que acreditamos que não somos responsáveis pela bandeja da comida deixada no shopping, também acredi-tamos que não somos responsáveis por nossos sentimentos. a origem disso é confiarmos que sempre existirá alguém para limpar nossa sujeira. e isso, além de ser um pensamento infantil, não corresponde à realidade.

como vê os movimentos e partidos ecológicos? Fe – Na grande maioria das vezes, são formas de expiar a culpa pela poluição ou um meio de autopromoção, pois é impossível pensar em ecologia como algo que esteja fora do ser.

o que entende como "ecologia in-terior"?Fe – segundo a enciclopédia on-line Wikipedia, a palavra ecologia tem ori-

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gem no grego oikos, que significa casa, e logos, estudo. Portanto, ecologia interna significaria um estudo profundo da casa onde a consciência reside – o corpo e suas adjacências. da mesma forma que gostamos de ver nossas casas limpas e arrumadas, deveríamos fazer o mesmo com nossos corpos. só que não podemos pagar faxineiros para isso.

quais os caminhos para curar o planeta? Fe – o planeta não precisa ser curado! a terra é constituída de um sistema com alta velocidade de recuperação. logo, para curar o planeta, basta parar de poluir que a na-tureza fará o resto. só é possível pensarmos em um planeta doente fazendo um parale-lo com nosso próprio corpo. Para a ciência, o que deixa um corpo doente são bactérias ou vírus. o que podemos apreender daí é que tanto bactérias quanto vírus são externos ao sistema. seguindo essa linha de raciocínio e considerando que o planeta, como um sistema, está doente, resta-nos concluir que nós, seres humanos, representamos as bactérias e os vírus que estão adoecendo o planeta. do mesmo jeito que o corpo se recupera totalmente na ausência de ataques externos por vírus e bactérias, o planeta também se recupera sozinho na ausência da agressão humana.

e para curar nossas feridas internas? Fe – a essa pergunta eu retrucaria perguntando: como uma ferida no corpo é curada? a resposta é que num corpo saudável basta que se cesse a agressão para que ele se cure naturalmente. então, por que com feridas internas seria diferente? o caminho da cura está na ausência da agressão a si próprio. Fazendo mais um paralelo, quando uma máquina está precisando de limpeza e reparos, ela polui, suja, como nós que, através de pensamentos, sentimentos e ações defeituosas, nos poluímos e poluímos nosso plane-ta. Concluindo: no momento em que deixarmos de ser algo estranho para nós mesmos e para o mundo, as feridas se cicatrizarão com o tempo, como num passe de mágica.

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A rECICLAGEM DO LIxO E DAS áGUAS SErVIDAS é UM BOM COMEçO PArA DESPOLUIr O PLANETA

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No condomínio Bonnard, da síndica ana Beatriz Peres, em ipanema, uma escultura de aço inox decora os jardins desde a inaugu-ração do edifício, há 35 anos. a síndica nem pensa em tirá-la do lugar. virou um clássico, uma marca do prédio, e destaca o ambiente verde da entrada. “uma escultura de quali-dade com certeza valoriza os jardins e se for de um bom artista plástico é atemporal. dá

um diferencial. o ideal é escolher uma que não ‘brigue’ com o visual das plantas, e a de aço inox ainda é de fácil manutenção”, ex-plica. um jardim florido ou com esculturas entre as plantas acaba se diferenciando dos demais e marcando o ambiente.

a síndica maria de lourdes Barros, há oito anos na função, optou pelas flores. À frente de dois prédios em Copacabana, os

condomínios lago azul e Proença Nunes, ambos na Rua tonelero, ela garante que cuida das áreas comuns como se fossem parte da própria casa e, para fazer a manu-tenção dos jardins, contratou uma paisa-gista que, uma vez por mês, troca plantas, faz poda e todo o serviço necessário para que o ambiente esteja sempre lindo. “meus jardins são muito elogiados. tenho o maior carinho. Há muito verde e, às vezes, apare-cem miquinhos para visitá-lo”, conta.

a síndica precisou de um serviço espe-cializado para cuidar dos jardins, porque os dois prédios tinham espaços com pouco sol que precisavam de atenção especial. Nas áreas com mais luminosidade, ela pe-diu flores. Quanto a esculturas, maria de lourdes desistiu da que enfeitava a parte externa de seu edifício, o condomínio Pro-ença Nunes. “eram duas esculturas do tipo coluna romana. mas já tinham 20 anos e ameaçavam cair”, conta a síndica.

segundo Carolina Natasha Paulo, ad-ministradora do horto zângelas, na vila da Penha, há esculturas dos mais diferentes materiais e gostos, mas o cliente precisa prestar atenção, porque nem todas são

PAIsAgIsMOPOR RENATA FERNANDEs

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resistentes e aguentam o sol e a chuva sem prejuízo da aparência. “madeira, por exemplo, não funciona bem. as de gesso ficam bem ao ar livre, assim como escultu-ras feitas de plantas”, revela. No zângelas, essas esculturas de plantas são feitas com estrutura de arame por baixo, que mantém o formato e permite que as plantas fiquem trançadas. se a opção for por esculturas verdes, é preciso levar em conta também a dimensão do jardim para que fiquem pro-porcionais ao espaço. elas precisam tam-bém de manutenção permanente.

Carolina ressalta que aqueles que que-rem ver o jardim do condomínio sempre

florido precisam ter o mesmo cuidado na escolha das plantas. É necessário verificar a quantidade de luz que o ambiente rece-be, se há sol batendo diretamente ou não. detalhes que garantem a boa aparência do espaço. “a exória é uma boa planta, porque serve tanto para ambiente de sol quanto de sombra. agora se o síndico quer deixar a portaria florida, o melhor é a orquídea, porque não gosta de sol”, explica, ressal-tando que a empresa tem paisagista para atender aos clientes e faz manutenção e limpeza de jardins.

a paisagista Nanci santos, da Raphia, enfatiza que, na hora de optar por uma es-

cultura para decorar uma área verde, o me-lhor é recorrer à ajuda profissional, que pode orientar sobre o material mais adequado. “Não somente esculturas podem valorizar um jardim, mas também outros elementos, com formas diferenciadas, podem inspirar belíssimos projetos paisagísticos. mas ao incorporar esculturas, peças ou outros ele-mentos nos jardins do condomínio, baseado apenas no gosto pessoal, o resultado pode ser, no mínimo, desastroso. Buscar orienta-ção profissional é sempre o melhor caminho para não errar”, aconselha.

Quanto às flores, Nanci garante que um jardim florido não é um sonho de consumo impossível. escolher as plantas adequadas e realizar manutenção periódica faz com que o desejo se torne realidade. “implantar um jardim florido não depende somente de vontade. É importante entender que a con-dição de luminosidade é a exigência primor-dial para que o resultado apareça, além de alguns conhecimentos técnicos”, afirma.

Flores e esculturas, além de agradar aos moradores, podem fazer com que seu edifício seja admirado por todos aqueles que passam pela entrada. Com orientação profissional, esculturas duráveis e de bom gosto e flores sempre bonitas podem valo-rizar e enfeitar o patrimônio.

A SíNDICA MArIA DE LOUrDES ESTá à frENTE DE DOIS CONDOMíNIOS, LAGO AzUL E PrOENçA NUNES. PArA fAzEr A MANUTENçãO DOS JArDINS, CONTrATOU UMA PAISAGISTA qUE, UMA VEz POr MêS, TrOCA PLANTAS, fAz PODA E TODO O SErVIçO NECESSárIO PArA qUE O AMBIENTE ESTEJA SEMPrE LINDO

A SíNDICA MArIA DE LOUrDES OPTOU PELO SErVIçO ESPECIALIzADO POrqUE OS JArDINS TINHAM ESPAçOS COM POUCO SOL E OUTrOS COM MAIS LUMINOSIDADE. SOMENTE UM PAISAGISTA SABErIA ESCOLHEr AS ESPéCIES ADEqUADAS PArA ESSAS árEAS

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Nanci dos santos, da Raphia, ensina os cuidados necessários na hora de escolher flores e esculturas para seu jardim

Que tipo de cuidados o síndico deve ter na hora de escolher uma escultura?

Plantas, flores, caminhos... Basicamen-te, é isso que todo jardim tem, no entanto, existem outras linguagens para compor um projeto com tais elementos. e é essa forma de expressão que caracteriza os diferentes estilos paisagísticos. entre os muitos exis-tentes – oriental, francês e inglês –, o pai-sagismo tropical é mais próximo de nossa cultura, que é muito bem traduzido pelo trabalho de Roberto Burle marx, reconhe-cido no mundo por suas criações.

a criação de um estilo paisagístico, além de atraente e contemplativo, pode tornar também o ambiente interativo. e para que isso se torne realidade, não é preciso muito. adaptar uma estátua, um banco ou outras formas diferenciadas por entre as plantas já é o bastante para ga-rantir um recanto prazeroso, no qual se pode apreciar a vista, ler, tomar um café ou simplesmente relaxar.

É preciso realizar algum tipo de manu-tenção periódica na escultura?

depende do material. se a escultura for viva, a manutenção se dá através de podas. agora, se a escultura for de madeira, ter-racota, pedra-sabão, entalhe, gesso, isopor, fibra de vidro, concreto celular ou material reciclado, a manutenção deve ocorrer de acordo com as necessidades e condições climáticas do ambiente onde ela esteja.

ENTREvIsTA

É possível ter um jardim florido o ano todo? Como?

É possível, sim, ter um jardim florido o ano inteiro, independentemente da estação do ano. Na hora de planejar o jardim, é só escolher espécies que floresçam em épocas diferentes e estar atento aos cuidados.

se a intenção for cuidar de flores planta-das em vasos, é interessante que estes sejam colocados em lugares com bastante clarida-de; geralmente violetas, kalanchoes, prímu-las, gloxínias, begônias e lírios não toleram sol direto. Não se devem molhar as flores. É importante molhar a terra dos vasos quando necessário, não deixar água acumulada nos pratinhos para não apodrecer as raízes e eli-minar sempre as flores e as folhas secas.

agora se a intenção for cuidar de flores plantadas em jardins, é interessante saber que, de acordo com a temperatura, elas necessitarão de rega periódica, isto é, no verão, é aconselhável regá-las em abun-dância por sentirem mais “sede”; já no inverno, o procedimento é, justamente, o contrário. também é interessante ressaltar que, independentemente da temperatura e do controle da rega, tanto as plantas que florescem quanto as demais vão, também, necessitar de manutenção periódica. de-tectar e controlar a ação de pragas, revol-ver a terra, adubar, limpar, replantar, enfim, o cuidado não deve limitar-se somente aos momentos de rega.

NANCI DOS SANTOS, DA rAPHIA: “A CrIAçãO DE UM ESTILO PAISAGíSTICO, ALéM DE ATrAENTE E CONTEMPLATIVO, PODE TAMBéM TOrNAr O AMBIENTE INTErATIVO”

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cOmO grandes eventOs na praia de bOtafOgO e nO aterrO dO flamengO afetam a vida de seu cOndOmíniO?

OPINIãOPOR WANJA ANTUNEs

o trânsito geralmente fica parado, mas não vejo isso como um problema. acho muito bom que esses encon-tros ocorram na cidade porque é uma forma de oferecer lazer para a população; as pessoas precisam disso. esses acontecimentos nunca afetaram diretamente o condomínio, pelo menos ninguém reclamou.

o evento evangélico que ocorreu aqui, em Botafogo, causou um grande congestionamento; os ônibus ficaram parados nas ruas, inclusive na minha, mas fatos como esse acontecem um único dia em meses. o que se deu dessa vez foi uma exceção à regra. acho muito bom quando esses festejos são realizados. o air Race deste ano, por exemplo, foi muito divertido. sou totalmente a favor dessas programações, acredito que elas valorizem o bairro.

raimundo alencar, Condomínio icav juno - Botafogo

geralmente, esses eventos realizados na Praia de Botafogo são bem organizados e não afetam muito o dia a dia do bairro. já o culto evangélico que ocorreu em abril atingiu o Rio de janeiro inteiro. eu protejo essas inicia-tivas, mas dessa vez, a prefeitura não forneceu a estrutura nem a atenção necessária. Havia ônibus de todos os lugares do Brasil, e como não havia onde parar, eles estacionaram na Rua voluntários da Pátria, que ficou fechada até as 21 horas. Não houve fiscalização, inclusive li uma reportagem que dizia que o comando da Polícia militar orientou a prefeitura sobre como proceder, mas nada foi providenciado. Para completar, o aterro do Flamengo estava fechado, sobrecarregando o bairro de Botafogo; ninguém entrava nem saía.

jairo de campos mello, Condomínio sidonie - Botafogo

Nosso prédio fica bem na saída do aterro. Quando fecham a Praia de Botafogo, temos alternativas para sair de carro, mas quando fecham o aterro é o caos, vira um enorme congestionamento. sempre que isso acontece temos que nos programar, ir ao mercado ou resolver qualquer pendência antes. gosto desses eventos porque proporcio-nam lazer à população, mas a prefeitura deve tomar precauções. Como a maioria dos eventos ocorre durante o fim de semana, a gente consegue se prevenir. Pior do que o engarrafamento que enfrentamos nessas ocasiões é a falta de segurança. a quantidade de policiais convocados para cobrir as festividades muitas vezes não é suficiente para o número de pessoas que nosso bairro recebe.

gisèle Wolguemuth, Condomínio manhattan - Botafogo

evento como o que ocorreu em Botafogo, um encontro religioso, em que ninguém saía de casa ou entrava nela, foi muito negativo, uma prisão domiciliar. os ônibus pararam no meio das ruas, os carros passavam nos canteiros e, para completar, era feriado. esse tipo de ocorrência deveria ser realizado no maracanã ou em outro espaço próprio para receber aquela quantidade de gente. tirando esse episódio, outros espetáculos, esportivos ou culturais, como a apresentação da orquestra sinfônica Brasileira, o air Race e corridas de bicicleta, são ótimos e beneficiam o condomí-nio porque são realizados perto de onde moramos e podemos aproveitar a programação. Normalmente, a prefeitura se organiza em todos os sentidos, como segurança, limpeza e trânsito.

isabel guimarães, Condomínio Paulo de Frontin - Flamengo

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ARTE

"CaBeça de CRisto", bronze. Coleção instituto mário mendonça. tiradentes, mg.

POR MáRIO MENDONçA

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evandro Carneiro vive no Rio de janei-ro, mas nasceu em visconde do Rio Branco, minas gerais, em 1946. estudou na esco-la Nacional de Belas artes e no museu de arte moderna do Rio de janeiro. desde 1987, vem realizando mostras individuais de sua obra, tendo executado trabalhos públicos em grandes dimensões no Rio de janeiro e em são Paulo. sua obra integra os seguintes acervos: museu Nacional de Belas artes, museu de esculturas do Par-que da Catacumba e Centro empresarial Barrashopping, todos no Rio de janeiro; Parque de esculturas, Recife, Pernambuco, e museu de Belas artes, santiago do Chile, entre outros importantes locais.

evandro deixa sua arte fluir por meio de materiais como o mármore, o granito, o bronze e a madeira. já as formas, criadas por volumes e vazios, luzes e sombras e uma geometria às vezes abstrata, nas superfícies lisas, nas formas compactas, em límpidos espaços criados pelos cortes, pelas elimina-ções e pelas sínteses, acarretam uma tensão entre tradição e modernidade e fazem das esculturas de evandro Carneiro “um instru-mento de busca da beleza”, como disse o crítico marcus lontra Costa, ou nas palavras da escritora lélia Coelho Frota, “um escultor que tem a consciência da mão e a entrega ao inconsciente do instante, ativo em plena pós-modernidade, e que através do motivo aparentemente tão simples e milenar do corpo fala de eros como um ritual de passa-gem que remete às origens da vida”.

eu e evandro Carneiro começamos nossas trajetórias juntos no museu de arte

moderna do Rio de janeiro. anos 1962, 1963, ambos alunos do pintor ivan serpa, um dos mestres mais respeitados do Brasil e conhecido por seu rigor quase agressivo. Conseguir passar por serpa sem desistir da carreira era ter garantido o futuro de artista, e artista de valor. Passamos eu e evandro, ele escultor e eu pintor. mantemos até hoje uma cara amizade. Quando fiz 60 anos, mi-nha mulher comprou, para me presentear, uma linda escultura de evandro, que gentil-mente fez um bom desconto.

em 1988, a carreira do escultor deco-lou com a execução da escultura dédalo, de grandes dimensões, para o Palácio dos leilões, no Rio de janeiro. as exposições se sucederam no Brasil e no exterior, in-dividuais ou coletivas, ao lado dos maio-res nomes da escultura brasileira: Bruno giorgi, Brecheret, vasco Prado, sônia ebling e agostinelli.

trabalhador incansável, organiza, para-lelamente a seu trabalho, leilões da mais alta categoria em todo o Brasil, cujos catá-logos são requintados livros de arte apre-sentados pelo crítico Frederico moraes.

uma imagem vale por mil palavras. já falei demais e é preciso ver o trabalho des-se amigo brilhante, que hoje ocupa o lugar daqueles grandes que nos deixaram e que ele acompanhava timidamente em expo-sições coletivas. atrevo-me a afirmar, sem medo de errar, que evandro tem a mesma categoria, ou mais, dos maiores escultores do Brasil. No momento, evandro Carneiro representa a escultura brasileira como um de seus principais ícones.

"evaNdRo deixa sua aRte FluiR PoR meio de mateRiais Como o mÁRmoRe, o gRaNito, o BRoNze e a madeiRa. jÁ as FoRmas, CRiadas PoR volumes e vazios, luzes e somBRas e uma geometRia Às vezes aBstRata..."

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BEM DITA! - a coluna de boas notíciasPOR sTELLA MARIs MENDONçA ([email protected])

Memória de pai vivosinto o cheiro de meu pai adentrar a casa. não fosse ele vivo, eu diria...olho o telefone, a madrugada: mudo.silêncio de estrelas e infâncias em céus distantes.e esse aroma colônia-barba: imagem molhada de pai idoso me salta aos olhostal qual chuva, que lava os fios noturnos de minha cidade.

o poema foi enviado por graça Carpes, que criou seus três filhos, psicólogos, vendendo poesia. graça participa do Corujão da Poesia, já noticiado nesta coluna, e da oficina de Humor de márcio Paschoal. também circula por espaços culturais vendendo seus poemas. se ela passar por você, pare, leia, escute e... compre.

Seu Madruga – vila e obra, de Pablo Kaschner, alcança primeiro lugar em vendas

Seu Madruga – vila e obra, de Pablo Kaschner (editora mirabolante), foi lançado em maio e, um mês depois, tornou-se o mais vendido na seção literatura e Biografias da livraria da Folha, do jornal folha de S.Paulo. o livro, que está em segunda edição, presta homenagem ao personagem sui generis que já conquistou status de ícone pop, quiçá mito. sem um centavo no bolso, madruga sempre carrega no rosto um sorriso franco e espontâneo. ao longo de 14 capítulos, que vão sendo “quitados” numa ten-tativa de ajudá-lo a pagar os eternos 14 meses de aluguel, o leitor se transformará em um profundo conhecedor dessa figura malandra e impagável que, vai ver por isso, tinha certa dificuldade para pagar as contas.

“seu mau humor e resmungos revelaram um nobre coração, capaz de perdoar facilmente quem o humilhava ou sabotava. É dessa forma que Kaschner retrata o personagem em sua obra. Filosofias como ‘a vingança nunca é plena’; ‘mata a alma e a envenena’ estão registra-das no volume”, diz o site da uol. vale lembrar que Pablo é colaborador desta revista há mais de 14 capítulos, digo, de 14 edições.

As boas notícias pipocam. O leitor que quiser enviar alguma ou obter mais informações a respeito das notas, basta escrever para [email protected]

Casa de Francisco de Assisa Casa de Francisco de assis, na Rua

alice, 308, em laranjeiras, oferece diversos serviços, com hora marcada, para pessoas com renda comprovada de até três salários mínimos, ao custo de R$ 10 a R$ 15. os que não podem pagar esses valores são entre-vistados por uma assistente social para re-ceber consultas gratuitas. são as seguintes as especialidades oferecidas: homeopatia infantil, cromoterapia, pediatria, otorrino-laringologia, psicologia infantil, fonoau-diologia, psiquiatria, nutrição, psicologia, odontologia (para crianças e adultos), car-diologia, ginecologia, fisioterapia, serviço social e assessoria jurídica.

os contatos da Casa de Francisco de assis são: telefones 2265-9499 e 2557-0100, www.casadefranciscodeassis.org.br e e-mail: [email protected]

Marmota – novo número do jornal de humor

o blog é http://www.marmotacultural.blogspot.com/

e lá você pode ler bons textos de humor, escritos pelo pessoal da

oficina de Humor de márcio paschoal.

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Harpista número um da orquestra sinfônica do theatro municipal do Rio de janeiro, a carioca Cristina Braga é conhecida pela elegância e técnica ir-retocáveis e, como cantora, o encanta-mento se dá pela delicadeza da voz, que o amigo e parceiro jorge mautner define como “sensual-carnal-espititual”.

a harpista e cantora ama o samba, o jongo, a bossa-nova e a mPB tanto quanto as cadências e os concertos do mundo clássico. Começou acom-panhando Nara leão e o Quarteto em Cy; tocou com moreira da silva, o rei do samba de breque; aprendeu a pedalar bossa-nova trabalhando com Peri Ribei-ro; estrelou um show de samba tocando Noel Rosa e Cartola na harpa, com tex-to de joão máximo, direção de Haroldo Costa e locução de sargentelli; tocou com ângela maria, ana Carolina, zizi Possi, leila maria e olívia Hime; colocou harpa no rock nacional acompanhan-do os titãs; gravou com marisa monte, Nando Reis, zeca Baleiro, Francis Hime, zeca Pagodinho, zélia duncan, taiguara, Bia Bedran, olívia Hime, isabela taviani e gal Costa e participou dos dvds de lenine, ana Carolina, menescal e andy summers (guitarrista do the Police).

em seu novo álbum, feito um peixe, a artista mostra a força do mítico instru-mento na mPB ao reunir 12 canções, sendo seis de sua autoria em parceria com jorge mautner, moacyr luz, Ricardo medeiros, arthur verocai, maria teresa moreira e Pe-dro Braga. No disco, a harpa se integra ao samba, à bossa e ao choro. imponente no tamanho e de sonoridade etérea, o instru-mento povoa o imaginário coletivo com imagens de anjos e ninfas, mas em feito um peixe, produzido por Ricardo medeiros e com coprodução de Kassin, a harpista explorou novos terrenos, colocando o ins-trumento a serviço do texto.

a vida cotidiana é o tema central do disco, que pinta às vezes delicados, às ve-zes intensos, às vezes cansados rios, ma-res, temporais, tsunamis, retratos de um dia a dia submerso pela falta de tempo, pelas paixões, pela partida do amigo sil-vio Barbato, maestro que regeu a prova que Cristina fez para entrar no theatro municipal e com quem ela trabalhou por

17 anos. desaparecido no desastre aéreo da air France em 2009, Barbato é, ao lado de Bernardo vilhena, autor da "Ária de emília". era desejo do maestro que a amiga gravasse, cantando e tocando, al-gumas de suas composições. a inclusão da música foi uma homenagem da har-pista ao amigo falecido.

destaques no disco são “detrás del muro de los lamentos”, de Fito Paez, que expressa sua paixão pela américa latina e faz uma referência a mercedes sosa, que gravou a canção em 1992 (“somos um continente dividido apenas por duas línguas, com histórias similares e unidos por mais de 50 tipos de harpa. o mapa do continente e o do Brasil têm forma de harpa...”), “insensatez”, de tom jobim, e “Brasileirinho”, de Waldir azevedo, as duas últimas dificílimas de tocar com o sistema de sete pedais da harpa de con-certo. “Quem foi mesmo que disse que harpa só toca guaranias, música de Natal e cadências de balé? será que eu lem-bro?” um time de primeira participa dos arranjos escritos por Ricardo medeiros, como marcos suzano (percussão), jes-sé sadoc (flügel), joão Carlos Coutinho (piano) e joca moraes (bateria de alfaia).

“Este feito um peixe é um peixe que é na verdade uma sereia, sem dúvida a própria Cristina. eu acho que é a voz de um peixe-sereia. um peixe-sereia que às vezes está nadando no mar, outras vezes está nas águas de um rio cauda-loso, outras num rio que é apenas um riacho, outras é um peixe-sereia dando mergulhos nas águas borbulhantes de uma cachoeira e outras vezes (em ou-tras canções) é um peixe-sereia nadan-do por entre gotas de poderosa chuva amazônica.” (jorge mautner)

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o Projeto jardineiros do Bairro, coordenado pela oNg viva Rio, exis-te formalmente há quatro anos e atende 14 jovens de ambos os sexos, entre 15 a 17 anos, moradores de comunidades do entorno da área por-tuária do Rio de janeiro. o objetivo é fazer brotar a solidariedade, unindo o poder público, o empresariado e a população para apoiá-los numa fase da vida em que precisam de suporte para a inserção no mercado de tra-balho. o projeto visa também incentivar a cooperação e o sentimento de corresponsabilidade pela conservação das praças e das ruas da região, sensibilizando-os, ao mesmo tempo, para o cuidado com a saúde, des-

pertando talentos, autoestima, estimulando a observação da natureza e a necessidade de preservá-la, desenvolvendo a prática de uma cidadania participativa, do empreendedorismo, da elaboração de currículos, preparando-os, enfim, para o mercado de trabalho.

a atuação do projeto se dá na Praça da Harmonia, na Praça jornal do Comércio e na Praça dos estivadores em três dias da semana, dois dos quais dedicados ao diálogo e à reflexão sobre temas sociais e trabalhistas; ocorrem também saídas pedagógicas para ro-teiros culturais no Centro da cidade. Para participar do projeto é preciso que o jovem esteja matriculado no sistema de ensino Regular.

o projeto necessita de doação de material. serão bem-vindos enxada, terra adubada, húmus e mudas, além de parcerias com teatros e parques de diversão para garantir entra-das gratuitas ou com desconto, transporte para saídas, voluntários para a realização de pa-lestras nas áreas de interesse para a proteção do meio ambiente e o exercício da cidadania.

os interessados podem mandar e-mail para esta coluna ou comunicar-se com a educa-dora ambiental edna Fernandes pelos telefones 2239-5216 e 8791-4071.

Coletivo de Estudos de Política Educacional lança Direita para o social e esquerda para o capital. Intelectuais da nova pedagogia da hegemonia no Brasil

lançado pela editora xamã, sob a coordenação da professora lúcia Neves, o livro aprofunda as reflexões apresentadas na obra A nova pedagogia da hegemonia: estratégias do capital para educar o consenso, xamã, 2005. o foco de análise de Direita para o social e esquerda para o capital recai sobre os intelectuais da nova pedagogia da hegemonia. o Coletivo atualiza o conceito gramsciano de intelectual para explicar os processos de dominação que levam à reafirmação das relações sociais capitalistas no Brasil do novo imperialismo. o leitor poderá entender como o propalado “novo mundo”, a “sociedade do conhecimento” ou a “sociedade da informação” são construções ideológicas, com nova roupagem, que reafirmam a dominação da classe burguesa no século xxi.

Agricultura familiar orgânica na Rádio Revolução

Para manter o corpo em equilíbrio e a saúde em dia é fundamental uma alimenta-ção saudável. os produtos orgânicos são pro-duzidos com respeito ao meio ambiente e sem o uso de substâncias que possam colocar em risco a saúde dos produtores e consumidores.

a legislação brasileira reconhece a importân-cia dos laços de confiança estabelecidos direta-mente entre produtores e consumidores no sis-tema de venda direta, sem intermediários. Feiras orgânicas estão à disposição do público no Rio - em Copacabana, na gávea, no grajaú, no Fla-mengo, em Botafogo, no Centro - e no interior no estado, em Campos, teresópolis, valença, Friburgo e Pinheiral. informações sobre locais e horários podem ser solicitadas, por e-mail, a esta coluna.

a Rádio Revolução (www.radiorevolucaofm.com.br) apresenta o programa "show das Quar-tas" todas as 4as-feiras, das 10h às 12h, com Car-los Rocha, produção de luiz Fernando martins e a participação especial de Renato martelleto, responsável pela organização de eventos na Feira orgânica da glória. o público pode ligar e fazer perguntas pelos telefones 3111-7390 e 2289-7823. o programa tem entrevistas, músi-cas, reportagens e o quadro "vida saudável - al-ternativas para quem busca qualidade de vida". a Rádio Revolução foi um trabalho pioneiro desenvolvido no Centro Comunitário Pedro ii, unidade do instituto municipal Nise da silveira, complexo hospitalar da secretaria municipal de saúde. a principal finalidade dessa Rádio é atuar a favor da ressocialização de pessoas na área da saúde mental. o slogan da emissora continua sendo "a Radio Que É louca por você”. No es-túdio, uma foto de Che-guevara lembra que a revolução, que dá nome à rádio, se refere aos ideais da dra. Nise da silveira, que perseguia uma revolução na saúde mental.

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Projeto Livro de Rua

"Parabéns! você acaba de achar um exemplar do Projeto livro de Rua. se você não se interessar pelo livro, deixe-o no mesmo local. agora, se gostou, ele é seu, contanto:

1- que, no fim da leitura, passe-o adiante, deixando-o em local público, com grande movimento de pessoas;

2- cadastre-o no site www.livroderua.com.br. É só colocar o número de inscrição, que se encontra na capa, e o local onde o deixou.Para que serve um livro? em nosso

entendimento, serve para que as pessoas possam ler e não ficar pegando poeira em alguma estante ou armário."

Com essas palavras, escritas em folha anexada ao livro, Pedro gerolimich, presi-dente do instituto Ciclos do Brasil, explica seu Projeto livro de Rua. a campanha visa à democratização da leitura.

entre nessa onda você também – edu-cação e leitura, as soluções para um Brasil melhor. se quiser participar como voluntá-rio, envie um e-mail para esta coluna.

Lançado novo portal corporativo

a secretaria de estado de Cultura lançou, em maio passado, o portal colaborativo Cultura.Rj (www.cultura.rj.gov.br)

o site tem como principal objetivo ser uma tábua de resso-nância de toda a produção cultural do estado. trata-se de uma revista on-line aberta à colaboração de todos os envolvidos com as diversas manifestações artísticas do Rio, desde produtores culturais a cidadãos ligados no que acontece em seu município. Na Revista, no Banco de Cultura, nos espaços Culturais e na Pro-gramação Cultural, áreas do novo portal, qualquer usuário pode postar textos, fotos, vídeos e músicas, além de fazer comentá-rios sobre o material publicado. Basta preencher um cadastro simples. a finalidade é fazer com que a vasta produção cultural dos municípios ganhe repercussão e que um maior número de pessoas possa, cada vez mais, obter informações sobre o que acontece no estado, além de mostrar seus trabalhos.

Blog do CraddCaroline Kwee, diretora-geral do Centro de Referência

e apoio às desordens do desenvolvimento (Cradd), infor-ma que agora a instituição tem um blog para a troca de ideias, sugestões e discussões - www.cradd.org.br

o Cradd já foi noticiado nesta coluna. o leitor pode acessar a nota através do site da revista da CiPa.

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ATUALIDADEPOR sTELLA MARIs MENDONçA ([email protected])

Caminhos do outro ouro negro, o café

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da janela do quarto da casa-grande de onde o barão observava o trabalho dos escravos que, no quadrilátero funcional chamado de terreiro, selecionavam, arma-zenavam, secavam, torravam e moíam o café plantado e colhido por eles também, hoje o turista pode apreciar a floresta se-cundária que se recupera em territórios de antigos cafezais. o apogeu da economia cafeeira se deu entre os anos 1835 e 1875. após a derrocada da atividade, que provo-cou a venda barata de muitas fazendas ou a entrega delas às casas de crédito, o pa-trimônio ressurge.

Por volta de 1730, chegaram ao Pará sementes de café trazidas da guiana Fran-

cesa pelo jovem oficial Francisco de melo Palheta. trinta anos depois, foram levadas para a capital da província do Rio de ja-neiro. aqui a plantação inicial do chamado ouro negro ocorreu nos morros da cidade e do mendanha, na Baixada Fluminense, e se estendeu, nos séculos xviii e xix, prin-cipalmente pelo vale do médio Paraíba, compreendendo os municípios de Barra do Piraí, engenheiro Paulo de Frontin, mendes, miguel Pereira, Paraíba do sul, Paty do al-feres, Piraí, Rio Claro, Rio das Flores, valen-ça, vassouras e volta Redonda.

os fazendeiros de café, muitos dos quais eram antigos mineradores, tinham como lema de vida trabalho e economia. Con-

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quistaram títulos, esbanjaram fortuna e exerceram influência política. a aboli-ção da escravatura determinou o declí-nio das fazendas fluminenses em favor de são Paulo, onde a mão de obra dos imigrantes tornou-se uma alternativa si-milar ao trabalho escravo. a recuperação do vale do Paraíba do sul se deu com o desenvolvimento de outras formas de atividade agrícola, a instalação de nume-rosas indústrias e, mais recentemente, a valorização do patrimônio.

Há 16 anos, proprietários de fazen-das, historiadores, arquitetos e aprecia-dores do patrimônio da região funda-ram o instituto Preservale – instituto de Preservação e desenvolvimento do vale do Paraíba (www.preservale.com.br), organização voltada para o turismo cultural, a preservação e o desenvol-vimento sustentável dos patrimônios culturais, históricos e ambientais da re-gião do vale e que oferece a turistas e escolas o contato com a história social do café. em 2005, o instituto Preservale recebeu, do Conselho estadual de Cul-tura, o Prêmio estácio de sá, na catego-ria Preservação do Patrimônio.

em 2003, foi criado o Festival do vale do Café (www.festivaldovaledoca-

fe.com) por Cristina Braga, harpista da orquestra sinfônica do theatro munici-pal do Rio de janeiro, com direção artís-tica de turíbio santos, um dos maiores violonistas da atualidade, entrevistado na edição nº 28 desta revista. o festival, que resgata o patrimônio imaterial do vale do Café e estimula o amor à natu-reza, ocorrerá entre os dias 23 de julho e 1º de agosto e oferecerá ao público concertos em 14 fazendas da região e shows em praças públicas e igrejas, além de cortejos de tradições popula-res. Na edição deste ano, serão distri-buídas 400 bolsas de estudo, sendo 100 integrais, para os cursos de música do festival, que já recebeu mais de 500 mil pessoas desde sua criação.

outros ventos também sopram no vale. em maio deste ano, foi lançado, na associação Comercial do Rio de janeiro, o relatório final do projeto ações estra-tégicas da Revitalização do vale do Café, uma parceria entre o Preservale e o ins-tituto light, concessionária da região do vale do Paraíba. o objetivo principal do trabalho foi mapear as potencialidades do vale para o desenvolvimento de um novo ciclo econômico: o turismo cultu-ral. os investimentos privados já conse-

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guiram mudar o destino dessa região, que nos anos 1970/1980 caminhava para além da decadência, com o declínio da atividade pecuária, a falta de opções para a vida ru-ral e a absoluta falta de visão política que condenava o vale do Paraíba ao ostracismo.

sônia mattos, fundadora e diretora ge-ral do Preservale, declara: “Hoje temos uma alternativa em curso, que foi criada com base na recuperação do patrimônio e de sua

utilização para o turismo cultural, ecológico e pedagógico. agora faltam os investimen-tos públicos – acesso, estrada, sinalização, qualificação profissional, marketing. Faltam também linhas de crédito e financiamento para que o patrimônio possa ser recuperado com finalidade econômica. Nosso objetivo com o Projeto ações estratégicas era cha-mar atenção e indicar essas prioridades, vi-sando a que o vale do Café atinja sua plena

potencialidade como destino de patrimô-nio, trazendo a região novamente para um lugar de relevância no cenário nacional, não mais pela exploração predatória do meio ambiente ou pelo uso abusivo do trabalho escravo, mas pela valorização e interpreta-ção de seu legado cultural, pela preserva-ção de suas matas e da água preciosa, bem como pelo investimento social em qualificar profissionalmente sua gente.”

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Fazendas vivas

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Fernando tasso Fragoso Pires lançou, recentemente, o livro fazendas do Impé-rio, edição requintada que enche os olhos do leitor e convida-o para a viagem. o mesmo autor, prefaciando o livro de Pau-lo lamego, O Brasil é o vale, cita agripino grieco: “mesmo quando reviviam em suas fazendas as pompas da europa, mostravam amar, de amor enternecido, a humilde vida campestre que os rodeava. justas, torneio, cavalhadas à moda medieval, alfaias e bro-cados, damascos e seda, não os levavam a desprezar as ásperas doçuras deste ca-ricioso ambiente selvagem. as casas sola-rengas, as quintas de portões brasonados, as florestas genealógicas que se ramifica-vam por aqui, não impediam que as velhas damas fidalgas tivessem os seus impulsos de ternura confortadora para os humildes servos da gleba. Certo gosto pelos estudos clássicos e pelas artes temperava-os no cuidado pelo viço das lavouras tropicais. todos se nutriam de boa seiva doméstica e raros os que se deixavam enlear pelos ten-táculos da cidade absorvente.”

Hoje quem quiser se livrar dos tentácu-los da vida urbana deve passar um dia ou mais nos magníficos hotéis-fazendas de café e mergulhar nesse ambiente, revivido em saraus e serestas, em jantares e chás co-loniais, em sensações, leituras e conversas. mas há quem leve a paixão pelo vale um pouco mais a sério e assuma um casamento.

o escultor e engenheiro gabriel Fon-seca é um verdadeiro guardião do patri-mônio. em 1975, ele soube que a Fazen-da monte alegre, uma das principais do ciclo do café e que pertencera ao Barão de Paty, estava à venda. a natureza ali é majestosa – Lecythis pisonis (sapucaias), Sterculia chicha (xixás), Schizolobium pa-rahyba (guapuruvus), Tillandsia usneoides (barbas-de-velho) compõem o cenário. Conta gabriel: “Rompi mato adentro, atra-vessei uma pinguela feita de três troncos de coqueiro, subi uma colina e, de repente, abriu-se a visão emocionante de uma fa-chada senhorial de granito, com 31 metros de comprimento, totalmente simétrica, com 11 balcões e 11 portas! a fachada era

a única coisa mais ou menos prestável.” o preço era irrisório, correspondente a um apartamento de quarto e sala em Copaca-bana, e o negócio foi fechado em 24 horas. a casa-grande – construída com capim, adobe, bosta de vaca, taipa, grandes tron-cos de madeira e pedras de 500 quilos – foi restaurada com a reutilização de muito material existente nas ruínas, a introdução de elementos metálicos invisíveis para re-forço e o trabalho de quatro operários e o de gabriel durante seis anos. Hoje a casa está circundada por um jardim de escultu-ras; a capela está aprumada; jardins com lagos e fontes foram construídos; a mata remanescente, cuidada e preservada, e as áreas degradadas, reflorestadas com es-sências nativas da mata atlântica.

o Parque de esculturas lúcia miguel Pereira, em homenagem à mãe de gabriel, tem um belo conjunto de obras em diver-sas mídias e de renomados artistas. Nele, bromélias, orquídeas, helicônias e outras plantas tropicais “conversam” com as es-culturas. “No parque, fica evidenciado o casamento feliz dos elementos terra–ve-getação e aço–cor em movimento, bens que a natureza nos oferece. em contra-partida, no afã de acumular mais do que o necessário, tendemos para a destruição do planeta. a natureza nos dá comida, água, calor, e de nós recebe desaforos. efêmeras e mutantes como a natureza, no parque as obras chegam e vão.” No dia 24 de julho, haverá a inauguração da exposição de es-culturas com os seguintes artistas: aglaia Peltier, eduardo mariz, Frank ostrower, ga-briel Fonseca, leila Bergallo, lygia Bomfim, márcio zardo, míriam Pech, sônia távora e sueli araújo.

vamos ao vale.

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antes que alguém solte os cachorros em mim, é bom deixar claro que adoro ca-chorros. mas num ambiente que considero adequado. explico: nasci e cresci em casa, tinha cachorros e acho que eles são muito mais felizes quando têm espaço para correr, brincar, fazer suas necessidades fisiológicas em paz e liberdade para gastar sua energia.

Quando minhas filhas começaram com essa história de que queriam um cãozinho, tentei explicar que morávamos em aparta-mento, mas nada surtia efeito. Chegavam a chorar. “somos as únicas que não têm cachor-ro! todo mundo tem!” ou então: “Nós vamos cuidar, você não vai precisar fazer nada!” Con-versa fiada. É claro que eu teria que fazer.

esse negócio de ter que levar cachorro para passear na rua é um saco. sem contar que não dá para passar um dia inteiro longe de casa porque tem o cachorro ali, esperando você para que ele dê sua voltinha. e ai de você se não o fizer: vai encontrar um cão estressado e a casa suja de... você pode imaginar o quê.

meu marido, que também adora cachor-ros, entrou na onda e formou um complô. eu dei o ultimato: “ou eu cuido de cachorro ou de criança. os dois, no mesmo ambiente, não dá.” tentei até convencê-los com requintes de crueldade: “já imaginaram o cachorro sujo de cocô subindo em sua caminha lim-pinha e cheirosa? e quando ele for à rua e meter o focinho na sujeira dos outros cães, se lambrecar todo e depois, com aquelas patas sujas, se deitar em seu travesseiro?!”

apelei até para que elas passassem mais tempo na casa da vizinha, minha amiga márcia, que tem uma cadelinha, a Penélope, da raça maltês. “vocês vão lá, brincam, se divertem e depois vêm para casa quando cansar.” Nada surtia efeito. Cada vez que voltavam pediam mais.

mas quando a márcia pediu, com muito jeitinho, que Pepê ficasse em minha casa no fim de semana porque ela precisava viajar e estava com pena de deixá-la no hotel, eu vi ali minha grande chance de mostrar à famí-lia, in loco, que eu tinha razão. minhas filhas imploraram para que eu aceitasse. de cara as condições: eu não limparia cocô nem xixi, e se ela sujasse a casa, elas que limpassem também. trato feito. Como essa cadela faz tudo na varanda, num jornal, não precisa de passeio na rua, menos mal.

Para meu desespero, o fim de semana transcorreu na mais perfeita ordem. Nada de errado aconteceu. logo aparecia a se-gunda chance de Penélope fazer sua parte em nosso acordo imaginário: márcia viajou de novo. Penélope da titia (esta sou eu, ela me adora!) se comportou maravilhosamen-te bem de novo. o feitiço estava virando contra o feiticeiro. eu até penteava Pepê!

terceira chance. Nesse fim de semana, estávamos com muitas programações. saí-mos muito. Penélope estressou. Não gostou mesmo. Chorava, perturbava, tadinha. Cada vez que abríamos a varanda ela fazia um cocô ou um xixi pela casa. Nem meu tapete de onça escapou (antes que os ecologistas de plantão me condenem, ele é fake!).

glenda pisou num pitoco na porta de seu quarto. Ficou com tanta raiva que até chorou. Yasmim ria. acho que era de ner-voso. depois, outro xixi na cozinha. Quem pisou? glenda. estresse total. e eu assistia a tudo de camarote. Não limpei nada! era minha chance! eu dizia: “vocês não que-rem cachorro? É isso aí. Pisa, limpa, esfre-ga. ele chora porque está carente, chora porque está na varanda, perturba na hora do jantar...”

márcia chegou de viagem e eu en-treguei Pepê. disse que a filha dela não havia se comportado muito bem, mas que eu adorei. e as meninas, milagrosamen-te, não falaram mais em ter um cachorro para chamar de seu.

CRôNICAPOR vIvIEN BEzERRA DE MELLO

Cachorro emprestado. O melhor negócio para quem mora em apartamento

Pegue um CaCHoRRo emPRestado PoR alguNs dias e PRove a seus FilHos Que a CoNvivêNCia É iNviÁvel

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sEgURANçAPOR RAQUEL PINHEIRO LOUREIRO

Televisão na portaria: mocinha ou vilã?

Quarta-feira à noite, dia de jogo do Campeonato Brasileiro. sexta e sábado, capítulo importante das novelas das seis, das sete e das oito. domingo, programas de variedades. ao longo da se-mana, o que não falta na televisão é uma farta gama de opções para todos os gostos. mas quando se trata de vigilância nos con-domínios da cidade, a telinha mais importante é a do circuito interno de tv. especialistas na área de segurança garantem que a distração extra atrapalha e muito a concentração de porteiros e zeladores, criando um comportamento que pode oferecer risco aos moradores e aos próprios profissionais. entre os síndicos, no entanto, a questão é polêmica e as opiniões se dividem. Há quem permita o aparelho e quem o proíba e ainda existem aqueles que confiam no bom senso dos porteiros quanto ao uso da televisão.

Comandante do 19º Batalhão de Polícia militar, em Copaca-bana, onde regularmente são realizados cursos de treinamento em segurança predial, o tenente-coronel Rogério seabra explica que o aumento da fragilidade da segurança em condomínios está muito ligado à desatenção dos profissionais de portaria. “sou contra a presença da tv porque a função do porteiro é vigiar constantemente o circuito interno de imagens, acompa-nhar a movimentação na rua, o que acontece a sua volta. a televisão distrai e impede que ele faça seu trabalho correta-

O SíNDICO fErNANDO BArBOSA DOS SANTOS, DO CONDOMíNIO PrIVILEGE, NãO PErMITE TELEVISãO MAS LIBErOU O ráDIO DE PILHA DUrANTE A COPA DO MUNDO COM A rESSALVA DE qUE O SOM DEVErIA SEr O MAIS BAIxO POSSíVEL

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mente”, afirma ele, lembrando ainda que síndicos e moradores também têm que fa-zer sua parte. “Quem coloca a tv na porta-ria tem corresponsabilidade na quebra da proteção do prédio.”

Consultor de segurança predial do sin-dicato de Habitação do Rio (secovi Rio), Raimundo Castro também é veemente ao vetar a presença do aparelho em portarias e guaritas. “a atividade de segurança e vi-gilância exige atenção e percepção e não combina com entretenimento. a tv tira o foco da atividade de observação”, afirma. segundo ele, que dá cursos de qualificação para profissionais da área, inclusive sín-dicos, quem acha que porteiro tem tem-po para ver televisão está enganado. “o

rENATO LArOTONDA, SíNDICO DO CONDOMíNIO MOrrISTOwN, NãO ACrEDITA qUE A TV SEJA UM rISCO EfETIVO à SEGUrANçA E qUE O APArELHO PODE SEr DE GrANDE AJUDA à NOITE. “ASSISTINDO à TELEVISãO, O POrTEIrO NãO DOrME, qUANDO A TENDêNCIA NATUrAL SErIA COCHILAr”, AfIrMA

trabalho do profissional é, antes de tudo, observar. ele não está ali apenas abrindo porta”, ressalta.

os síndicos nem sempre concordam com essa política de tolerância zero com aquela que o escritor stanislaw Ponte Pre-ta chamava de “a máquina de fazer doi-do”. No Condomínio matriz da lagoa, em Botafogo, a única portaria já teve uma tv. mas com a mudança de funcionários e após alguns problemas, a síndica maria da Conceição Knupp achou melhor reservar a televisão para ocasiões especiais, como a Copa do mundo e as olimpíadas. “tenho uma equipe de cinco profissionais, e como nosso edifício é misto, o número de pesso-as que transita é muito grande. além disso,

há uma boate próxima. eles têm de se con-centrar nos monitores das câmeras de se-gurança”, pondera. Para ela, no entanto, a conduta do profissional é o que conta. “se o porteiro for responsável, ciente de suas obrigações, não vejo problemas em ter o aparelho”, diz Conceição, que já é síndica há sete anos.

Postura semelhante tem Renato laro-tonda, síndico do Condomínio morristown, em laranjeiras. lá a portaria não só tem televisão como ela fica ligada o dia inteiro. “Com o treinamento adequado, não acre-dito que a tv seja um risco efetivo à segu-rança. o profissional habilitado terá como foco as imagens do circuito interno”, diz ele. Renato defende ainda que o aparelho pode

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e O radinhO, pOde?

se a televisão está na lista negra, o velho e bom radinho de pilha tem seu lugar ga-rantido nas guaritas e similares e é parceiro fiel de muitos porteiros. isso porque, para os especialistas, ele não oferece o mesmo tipo de distração que a tv. “a imagem prende a atenção de quem vê. olhou, desviou o foco de tudo que está ao redor”, explica Raimun-do Castro. “o rádio, depois de um tempo, acaba funcionando como um som, um ru-ído ao fundo”, acrescenta Paulo Feio.

aline sartório acredita que o radinho não atrapalha tanto o trabalho quanto a televisão, mas ainda sim prefere não arris-car. “minha posição é de não recomendar nenhum tipo de aparelho que possa desviar a concentração de porteiros ou seguranças”,

ser de grande ajuda à noite. “assistindo à televisão, o porteiro não dorme, quando a tendência natural seria cochilar”, afirma. mas para quem é especialista no assunto, não é bem assim. “Cochilar é muito melhor que ver tv, não importa o programa. Quem está dormindo acorda sobressaltado com qualquer barulho e trata de checar o que está acontecendo. mas quando a pessoa não percebe o que se desenrola a sua volta porque está ocupada com a televisão, está dando margem para o chamado crime de oportunidade”, explica Raimundo Castro.

É com essa mentalidade que Fernando Barbosa dos santos administra o condo-mínio Privilege, no méier. o síndico não permite televisão, liberou o rádio de pi-lha durante esta Copa do mundo com a ressalva de que o som deveria ser o mais baixo possível e procura sempre repassar

aos funcionários tudo que aprende sobre segurança predial. “se é para ver tv, me-lhor fechar a portaria. temos três entradas no prédio, e o profissional tem de focar sua capacidade visual e auditiva na atividade para a qual foi contratado. de nada adian-ta se o porteiro ficar ligado na televisão”, argumenta. Fernando conta que graças a essa insistência na prevenção, possíveis situações de risco já foram evitadas. “em certa ocasião, o funcionário conseguiu evi-tar a entrada de elementos suspeitos por-que estava atento ao movimento na rua. os porteiros fazem muito pelo prédio e a responsabilidade deles é grande”, lembra.

diretora comercial da aBC telecom, empresa especializada em segurança ele-trônica, aline sartório também faz parte do time que acredita que a melhor programa-ção é a do circuito fechado de tv. “Com a

televisão, pode haver distração, causando, assim, um déficit na segurança dos mora-dores”, afirma, ressaltando a necessidade de preparar os profissionais de portaria para suas incumbências. “a pessoa res-ponsável deve ser qualificada para operar os sistemas de proteção, recebendo treina-mento constante sobre como evitar cair em armadilhas de ladrões.” mesma posição de Paulo Feio, sócio-diretor da Portalarm. ele lembra que porteiros vigiam não só as en-tradas do edifício, mas, muitas vezes, áreas comuns do prédio, como a garagem e os elevadores. “sei que se trata de um tema polêmico e que há um sentimento de ‘pena’ do funcionário, que fica, em geral, sozinho na portaria, mas ele tem muito o que fazer. ele está ali para vigiar. o equipamento aju-da, mas o fator humano é imprescindível.”

O TENENTE-COrONEL DA POLíCIA MILITAr rOGérIO SEABrA DIz qUE é CONTrA A PrESENçA DE TV NA POrTArIA “POrqUE A fUNçãO DO POrTEIrO é VIGIAr CONSTANTEMENTE O CIrCUITO INTErNO DE IMAGENS, ACOMPANHAr A MOVIMENTAçãO NA rUA, O qUE ACONTECE A SUA VOLTA. A TELEVISãO DISTrAI E IMPEDE qUE ELE fAçA SEU TrABALHO COrrETAMENTE”, AfIrMA ELE

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ção é a mesma: checar com os morado-res ou com o síndico se o profissional foi realmente solicitado e só então permitir seu acesso ao condomínio;

Copa do mundo, carnaval, festas de fim de ano e outros eventos de grande por-te exigem atenção redobrada. “a possi-bilidade de aglomeração de pessoas e o movimento intenso podem distrair o porteiro da rotina à qual ele está acos-tumado, fragilizando a segurança”, aler-ta o comandante seabra, da Pm;

Criar um código que permita aos mo-radores saberem se há algo errado no edifício. Por exemplo, em caso de as-salto em andamento, o porteiro pode mudar um vaso de plantas ou um aba-

jur de lugar, avisando para quem chega que não deve entrar no condomínio;

se por alguma razão ladrões conse-guiram entrar no prédio, não é hora de ninguém bancar o herói. a atitude cor-reta e mais segura para todos é chamar a polícia imediatamente;

Fornecer treinamento e suporte aos funcionários. Quanto mais habilita-dos eles estiverem para suas obriga-ções, melhor será seu desempenho. o secovi Rio (2272-8000) e o 19º BPm (2333-9259) oferecem cursos de se-gurança predial para porteiros e sín-dicos. estes, vale lembrar, podem e devem repassar o que aprendem aos moradores.

O CONSULTOr DE SEGUrANçA PrEDIAL rAIMUNDO CASTrO TAMBéM é VEEMENTE AO VETAr A PrESENçA DA TV EM

POrTArIAS E GUArITAS. “A ATIVIDADE DE SEGUrANçA E VIGILâNCIA ExIGE ATENçãO E PErCEPçãO E NãO COMBINA COM ENTrETENIMENTO. A TV TIrA O fOCO DA ATIVIDADE DE

OBSErVAçãO”, AfIrMA

A SíNDICA MArIA DA CONCEIçãO KNUPP ACHOU MELHOr rESErVAr A TELEVISãO PArA OCASIõES ESPECIAIS, COMO

A COPA DO MUNDO E AS OLIMPíADAS. “SE O POrTEIrO fOr rESPONSáVEL, CIENTE DE SUAS OBrIGAçõES, NãO VEJO

PrOBLEMAS EM TEr O APArELHO”

aconselha ela. Por precaução, o síndico Fer-nando Barbosa também veta o rádio, mas Renato larotonda defende que o aparelho pode ajudar na segurança: “É através dele que o profissional pode ficar sabendo se há eventos ou algum tipo de tumulto nas re-dondezas que exijam vigilância redobrada.”

cOmO aumentar a segurança de seu cOndOmíniO

tirar a televisão de guaritas e portarias já é um grande passo para fortalecer a se-gurança de condomínios dos mais diversos portes, mas outras atitudes simples e efica-zes fazem a diferença na hora de minimizar os riscos a moradores e funcionários. veja:

Checar, com cautela, os antecedentes dos novos empregados;

orientar os porteiros a não discutir a rotina do prédio e dos moradores com funcionários de outros prédios, guar-dadores de rua, entregadores etc.;

Nunca deixar alguém ingressar no con-domínio sem que a entrada tenha sido confirmada por um morador. isso vale tanto para o filho que visita a mãe ido-sa toda semana quanto para o rapaz da pizza e da farmácia;

atenção com pessoas que se dizem re-presentantes da companhia de gás, luz e tv a cabo, entre outras. trata-se de um truque muito usado por ladrões para conseguir entrar no prédio. a orienta-

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HIsTóRIAPOR MILTON TEIXEIRA

seu primeiro nome foi mont Henry, dado pelos franceses de villegaignon, em 1555, para homenagear o rei Henrique ii de França, que havia apoiado a expedição colonizadora da França antártica. o nome durou pouco. um mapa francês de 1560 assinala-o apenas com as iniciais P.m., sen-do impossível saber o que significavam.

em julho de 1565, o capitão estácio de sá inscreveu-o no patrimônio territorial da futurosa cidade que se erguia no continente, pois a vila fundada por este no morro Cara de Cão, em 1º de março, era, no dizer de anchieta, apenas “um pé para se tomar o continente”.

O Morro da Viúva e as viúvas

em 1568, o morro de 79 metros de altu-ra foi aforado ao juiz ordinário Pedro mar-tins Namorado, que passou a residir numa casa de pedra erguida pelos primeiros colo-nos portugueses na praia, ao lado do citado morro, em 1503, casa cujos índios denomi-navam “carioca” - casa de branco -, o que bastou para batizar não só o rio vizinho como também os moradores da nova urbe.

anos depois, a mesma casa e as respec-tivas terras passaram ao sapateiro sebastião gonçalves, que ali residiu até quase a se-gunda década do século xvii, quando uma onda demoliu sua morada e o expulsou.

em 1618, a Câmara municipal aforou o morro aos monges beneditinos, que dele extraíram pedra para construir seu mos-teiro e outras obras. os monges gostaram tanto da pedreira que dela tentaram se apossar, prorrogando o aforamento por mais de um século, quando, afinal, a Câ-mara municipal fez valer seus direitos e revogou o aforamento.

depois dos monges, foi proprietário do morro o ricaço português joaquim josé gomes de Barros, que dele extraía pedras para construção. após sua morte, em 1753, terras e morro passaram à viúva dona jo-

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aquina Figueiredo Pereira de Barros, cuja condição social batizaria em definitivo o morrote até nossos dias.

No século xix, o cômoro pertenceu à família Carneiro leão, tendo sido pro-priedade do marquês do Paraná, Honó-rio Hermeto Carneiro leão, o mesmo que ascendeu à Presidência do Conselho de ministros com apenas 30 anos, em 1831. depois de sua morte, em janeiro de 1856, o morro passou a sua viúva, a marquesa do Paraná, maria Henriqueta Carneiro leão, que foi, assim, a segunda viúva proprie-tária daquela pedreira. devia, portanto, o morro se chamar “das viúvas”, e não “da viúva” como hoje se diz.

em 1863, na face do morro voltada para o mar, o governo ergueu uma forti-ficação, levantada às pressas por ocasião da rumorosa Questão Christie, que quase levou o Brasil a um conflito armado com a inglaterra. segundo o engenheiro militar Fausto de souza, o forte tinha “o fim de de-fender a baía de Botafogo e a enseada do Flamengo até em frente ao Passeio Público, auxiliando a defesa de algumas das faces das fortalezas de são joão, laje e villegaig-non. o espaço acanhado de que dispunha a mesma bateria, a pouca elevação e a fa-cilidade de ser ofendida por fogos curvos não permitiram ligar a essa obra grande importância”. depois de modesta participa-ção, em setembro de 1893, na Revolta da armada, foi definitivamente abandonada e demolida em 1922. sua placa de mármo-re, que ficava sobre o pórtico de entrada, encontra-se em exibição no pátio dos ca-nhões do museu Histórico Nacional.

No topo do morro, em 1877, o governo construiu uma grande caixa-d`água desti-nada a abastecer os bairros do Flamengo, do Catete, de Botafogo e vizinhanças. Pro-jetada pelo engenheiro andré Rebouças, ficou pronta em 1880 e logo se tornou mirante popular, frequentado pela popu-lação dos bairros da orla da zona sul que ali iam em excursão. desativada na década de 1970, ainda existe como monumento da engenharia do passado.

em 1889, a face do morro voltada para a Praia do Flamengo foi adquirida pelo em-preiteiro italiano antônio januzzi. Nascido em 1855, em Cossenza, itália, januzzi che-gou ao Brasil em 1885 e se dedicou com afinco à construção civil, sendo respeitado em sua função. No morro da viúva, janu-zzi montou uma grande serraria e pedrei-ra, donde saiu material de construção para suas obras e de outros até 1922. depois da abolição da escravatura, ele fundou a

PróxIMO à BAíA DE GUANABArA fOI INAUGUrADO, EM 1973, O MONUMENTO AESTáCIO DE Sá, PrOJETO DE LúCIO COSTA EM fOrMA DE PIrâMIDE

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Companhia evonéas Fluminense, dedicada à construção de vilas operárias para os ex-escravos e imigrantes. ergueu-as por toda a cidade, da lagoa à tijuca, passando por Botafogo, Flamengo, Catete, laranjeiras etc. januzzi foi um dos grandes colaboradores do prefeito Pereira Passos, tendo construído mais de 20 palacetes na nova avenida Cen-tral e doado o obelisco de pedra do morro da viúva, no fim da grande artéria que mar-ca o término das obras em 1906.

a amizade entre januzzi e Pereira Pas-sos foi o principal motivo de a avenida Beira mar não contornar o morro da viúva, estorvando o acesso da pedreira de janu-zzi. Por esse motivo, o prefeito abriu uma avenida de ligação que unia Flamengo a Botafogo, rebatizada depois, em 1917, de oswaldo Cruz em homenagem ao médico

sanitarista falecido naquele ano e morador de Botafogo. essa avenida foi logo cercada por belas casas, das quais se ressaltava a mansão do empresário giuseppe martinelli, colega de januzzi. a casa ficou em obras por décadas e tornou-se um conhecido “bolo de noiva” arquitetônico da cidade. Foi demolida em 1970, sendo substituída pelo edifício martinelli. da velha mansão, sobrevivem um túnel cavado no morro, o elevador de acesso ao topo e a capela, em estilo neogótico, projetada pelo arquiteto antônio virzi.

em 1920, o prefeito Carlos sampaio executou extenso plano de obras na cidade para celebrar o Centenário da independên-cia do Brasil. entre as obras realizadas, ha-via uma avenida que contornava o morro da viúva, na qual seria erguido um hotel

para receber os visitantes que chegariam para prestigiar a grande exposição inter-nacional do Centenário da independência, que estava sendo construído onde existira o morro do Castelo, então derrubado para criar espaço no Centro.

demolido o velho e abandonado for-te e retirada da orla a pedreira-serraria de januzzi, foi feito um amplo corte nas abas do morro; e ainda em 1922, foram inaugu-rados, pelo prefeito, a avenida do Contor-no, rebatizada, em 1923, de Rui Barbosa, e o Hotel sete de setembro, transformado, depois das celebrações, na escola de en-fermagem ana Néry e hoje sede da união Nacional dos estudantes (uNe).

Na década de 1930, começaram a subir no entorno do morro, principalmente na avenida Rui Barbosa, os primeiros prédios de apartamentos, alguns de luxo, constru-ídos para abrigar senadores, deputados, ministros e altos funcionários públicos fe-derais, haja vista naquela época o Rio de janeiro ser a capital do país. um dos pri-meiros edifícios da orla do morro da viúva foi o Condomínio são sebastião, o primeiro prédio residencial do Rio a ter elevador pa-norâmico, novidade de efêmera duração. o prédio ainda existe, mas o elevador foi tapado com cimento.

após a segunda guerra mundial, o Rio de janeiro foi tomado por uma febre de construções, principalmente de prédios de apartamentos nos bairros do Flamengo, de Botafogo, de Copacabana, de ipanema e do leblon. em poucos anos, o morro da viúva ficou de tal forma emparedado que muitos cariocas não sabem que tal colina ali exis-te, pois o morro se tornou visível apenas entre os espaços livres dos edifícios.

NA DéCADA DE 1930, COMEçArAM A SUBIr NO ENTOrNO DO MOrrO, PrINCIPALMENTE NAAVENIDA rUI BArBOSA, OS PrIMEIrOS PréDIOS DE APArTAMENTOS, ALGUNS DE LUxO, CONSTrUíDOSPArA ABrIGAr SENADOrES, DEPUTADOS, MINISTrOS E ALTOS fUNCIONárIOS PúBLICOS fEDErAIS,HAJA VISTA NAqUELA éPOCA O rIO DE JANEIrO SEr A CAPITAL DO PAíS

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Nos fins da década de 1940, o Ban-co Hipotecário lar Brasileiro financiou a construção e a venda de três grandes pré-dios levantados nos terrenos ainda livres da avenida Rui Barbosa. o primeiro foi o condomínio do edifício Residência, enor-me empreendimento de luxo dividido em três blocos distintos. seu cour d`honneur é tão imponente que serviu de cenário para o filme lua de Cristal, bem como para uma novela da tevê. o prédio seguinte foi o edifício Flamengo, erguido para a sede do clube de mesmo nome, com interessante volumetria. Foi levantado bem na ponta do morro, voltado para o mar, exatamente onde existiu o forte construído em 1863. o terceiro e último empreendimento do Banco lar Brasileiro foi o condomínio Ba-rão da laguna, enorme prédio residencial com cinco blocos de apartamentos volta-dos para a Praia do Flamengo, no qual, até 1922, existiu a pedreira-serraria do em-preiteiro antônio januzzi.

o Banco Hipotecário lar Brasileiro, de propriedade do empresário antônio san-chez de larragoiti, também dono da segu-radora sul-américa, financiava os aparta-mentos por meio do pagamento de suaves prestações – fixas –, num prazo que podia chegar a 15 anos. desnecessário dizer que com o avanço do processo inflacionário, em fins dos anos 1950, o banco enfrentou enormes prejuízos e quebrou.

a construção do Parque do Flamengo, iniciada em 1954 pela prefeitura do distri-to Federal e concluída apenas em outubro de 1965, quando já estávamos no estado da guanabara, pelo governador Carlos la-cerda, veio acrescentar ao Flamengo uma área aterrada de um 1,2 milhão de metros

quadrados, sendo mais de 900 mil metros de área verde. defronte ao morro da viúva, o governo do estado levantou um prédio destinado a abrigar um jardim de infância mas que sediou, em 1976, o museu Car-mem miranda; também próximo à baía, foi inaugurado, em 1973, o monumento a estácio de sá, projeto de lúcio Costa em forma de pirâmide, e, ao lado, o elegante Restaurante Rio`s. se dependesse do pre-feito luiz Paulo Conde, a ponta do morro ainda ganharia uma marinha de barcos, mas o possível prejuízo ao meio ambiente

causado por tal aterro levou às associações de moradores a impetrar ações para boico-tar a obra, o que conseguiram.

em 1992, por conta de uma obra reali-zada para a efetivação da Conferência in-ternacional do meio ambiente, o Rio Cario-ca teve sua foz deslocada, passando a correr ao lado do morro da viúva para desembocar mais adiante, na Baía de guanabara.

e foi assim, por obra e graça das mãos dos homens, que o rio símbolo de nossa cida-de voltou a correr ao lado do morro da viúva, como rezavam os cronistas quinhentistas.

UM DOS PrIMEIrOS EDIfíCIOS DA OrLA DO MOrrO DA VIúVA fOI O CONDOMíNIO SãO SEBASTIãO, O PrIMEIrO PréDIO rESIDENCIAL DO rIO A

TEr ELEVADOr PANOrâMICO, NOVIDADE DE EfêMErA DUrAçãO.O PréDIO AINDA ExISTE, MAS O ELEVADOr fOI TAPADO COM CIMENTO

DEfrONTE AO MOrrO DA VIúVA, O GOVErNO DO ESTADO LEVANTOU UM PréDIO DESTINADO A ABrIGAr UM JArDIM DE INfâNCIA MAS qUE SEDIOU, EM 1976, O MUSEU CArMEM MIrANDA

O EDIfíCIO fLAMENGO fOI ErGUIDO PArA A SEDE DO CLUBE DE MESMO NOME, COM

INTErESSANTE VOLUMETrIA

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Nada melhor do que um bom banho para limpar qualquer sujeira. esse princí-pio se aplica também a edifícios. No caso de prédios, o banho recomendado vem por meio da técnica de hidrojateamento - pro-cesso de limpeza feito por meio de jatos d´água de altíssima pressão, seja com água pura ou misturada com produtos como cloro e detergente, entre outros -, que serve para deixar praticamente remoçados fachadas, muros e pisos em geral. alguns condomínios da cidade têm optado pelo serviço, e as vantagens são visíveis: super-fícies sem sujeira, parecendo novas, inde-pendentemente da idade do prédio.

“esse tipo de técnica é tão eficiente que tira até pensamento ruim”, brinca eó-lio Campello, diretor da Renove, empresa que faz serviços de hidrojateamento e que também vende as poderosas máquinas. “limpa-se qualquer superfície: mármo-re, granito, pedra portuguesa, pedra são tomé, piscina, telhados... É bom para todo tipo de revestimento. também limpa ma-deira, como troncos de árvore, tira limos e gordura”, enumera.

CONDOMíNIOPOR PAULO FERREIRA

O SíNDICO ALBErTO POrTUGAL APrOVOU A TéCNICA NA LIMPEzA DA fACHADA DE SEU PréDIO

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uma das grandes vantagens da téc-nica, segundo Campello, é a economia. o equipamento não desperdiça água: “ela consome 80% menos água do que o uso de uma mangueira com a torneira aberta”, explica. a razão é que a máquina faz muita pressão e pouca vazão: “É a pressão que limpa a sujeira, e não o volume d´água.” a velocidade dos jatos d´água é poderosa o bastante para remoçar mármores, grani-tos, pastilhas etc. “o sistema de envio de água possui bicos na ponta, com abertu-ras cuja função é acelerar a velocidade do líquido. a máquina de hidrojateamento com pressão de até 2.700 psi (unidade de pressão cuja sigla em inglês é pound force per square inch ou libra força por polegada quadrada) pode ser associada a produtos químicos específicos, a fim de restaurar o aspecto original do revestimento, para re-mover substratos soltos, fungos, poeira e outros”, completa o sócio-diretor da ams manutenção Predial, alexander m. santos.

a pressão do jato d´água é tão forte que todo cuidado é pouco para assegurar a segurança de funcionários e moradores - alguns modelos de máquinas de hidrojate-amento, por exemplo, têm força suficiente para perfurar asfalto. Por isso mesmo, as empresas que oferecem tal serviço são bastante zelosas em sua execução. “Nosso funcionários são altamente capacitados e usam cinto de segurança, trava-queda, ca-pacete e roupa de proteção”, explica sérgio oliveira, diretor da imperserv. “também recomendamos aos síndicos dos condo-mínios que avisem aos moradores dez dias antes para fechar as janelas, em caso de limpeza de fachada, pois protegemos tudo

com compensado, tapumes e plásticos”, alerta oliveira.

santos faz coro e reforça ain-da mais as dicas de segurança: “o acesso de pessoas não autoriza-das ao lugar onde está ocorrendo o hidrojateamento deve ser evita-do. É necessário que essa área seja isolada, e avisos de advertência devem ser dispostos no condomí-nio. É importante que o perímetro seja fora do raio efetivo do jato sempre que possível”, explica. “o encarregado tem que informar a todas as pessoas que moram ou trabalham no condomínio que é preciso que aguardem até que o jateamento pare e que sua pre-sença seja percebida pelo ope-rador. o operador não deve ter a atenção distraída até que o traba-lho acabe. É necessário também o isolamento de certas áreas, como varandas e janelas, na medida do possível”, alerta o especialista da ams. tanta prote-ção também tem o objetivo de preservar a integridade das fachadas, principalmente no caso de hidrojateamento com produtos químicos, que pode afetar, por exemplo, o revestimento de metal das janelas.

as empresas também alertam aos sín-dicos interessados em contratar serviços de hidrojateamento que eles chequem as credenciais do profissional: “É bom lembrar que para executar qualquer tipo de serviço em fachadas, seja limpeza com hidrojato, pintura, revestimento ou simplesmente restauração, é necessário o cadastro da empresa no Conselho Regional de enge-

A EMPrESA AMS MANUTENçãO PrEDIAL USA HIDrOJATEAMENTO PArA LIMPAr UM CONDOMíNIO

EM IPANEMA

nharia, arquitetura e agronomia (Crea), com anotação de Responsabilidade téc-nica (aRt) e engenheiro responsável pela empresa. devemos trabalhar sempre lega-lizados e com segurança para prestarmos um bom serviço e fazer a diferença nesse mercado tão competitivo”, explica santos.

o procedimento de lavagem com hi-drojateamento é recomendado a cada dois ou três anos, em média, salvo quando essas áreas sofram interferência externa, como infiltração, incêndio, danos mecânicos, fe-nômenos naturais ou vandalismo.

e por falar em vandalismo, as temidas pichações são as grandes vilãs do hidroja-teamento. Para casos como esse, o hidroja-

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ATUALIDADEPOR RENATA FERNANDEs

to deve ser aplicado com o auxílio de pro-dutos químicos específicos. ainda assim, o resultado pode não ser 100% garantido: “Fica quase perfeito”, avalia Campello.

um entusiasta desse serviço é o sín-dico alberto Portugal, responsável pelo Condomínio Coelho lima, na tijuca. Recentemente, ele usou os serviços de hidrojateamento para restaurar a facha-da do prédio, que ganhou nova pintura depois da limpeza. “também limpo a caixa-d´água duas vezes por ano usan-do a técnica”, explica Portugal. “indico o hidrojato pela potência e eficiência na limpeza.” outra que tirou vantagem dos serviços de hidrojateamento foi a economista zenaide seabra, síndica do Condomínio edifício lagoa dourada, em ipanema. o trabalho, que está em andamento, até agora tem agradado. “estamos limpando a fachada do prédio para fazer o rejunte de todas as pedras de mármore bege Bahia, que são bas-tante porosas e difíceis de limpar. até agora está tudo branquinho”, elogia.

o serviço de hidrojateamento tem, no entanto, vários outros usos que po-dem ser explorados por condomínios, além da limpeza. entre eles estão de-sentupimento e recuperação estrutural, como a higiene de vigas. “Nesse caso, usamos jatos de água com granalha de aço ou basalto para limpeza dos ferros”, explica oliveira, da imperserv.

o engenheiro Ricardo Nabinger sil-va, presidente da comissão de obras do Condomínio george seurat, em Botafo-go, teve o apoio do serviço de hidroja-teamento para dar um banho de loja no prédio, que foi construído há 30 anos. “Fizemos diversas obras. uma delas foi para conter um vazamento que existia na laje e logo depois fizemos o reforço da infraestrutura do prédio, das caixas-d´água e da parte superior da cobertu-

ra. usamos o hidrojateamento em toda a fachada e na troca de pastilhas para fazer a pintura na parte externa, além de reforço estrutural na marquise”, conta. “Por conta da limpeza com hi-drojato, acabamos notando quando há segmento da pastilha se soltando. Com essa técnica, fizemos uma pré-limpeza e, ao mesmo tempo, notamos os pontos com falha para fazer a restituição e o reforço. valeu a pena.”

Para os síndicos e moradores in-teressados em deixar seu condomínio com cara de novo, independentemente da idade e do estado deles, o serviço de hidrojateamento surge como uma opção eficiente, tanto para remoçar o visual – acabando com aquela aparên-cia de velho e sujo – como para auxiliar em obras mais complexas, que vão além daquela simples maquiagem e deixam o prédio, literalmente, com tudo em cima. Para os moradores, o hidrojato é mais do que banho de loja. É uma for-ma de valorizar o patrimônio.

o Hidrojateamento tem vÁrias UtiLidades qUe podem ajUdar não só a remoÇar o prédio como também a recUperÁ-Lo:

auxilia em obras de construção, reparo e demolição;

Faz a limpeza profunda de caixas-d´água, fachadas, muros e pisos em superfícies variadas como granito, concreto e até madeira;

Retira todo tipo de material incrustado, como poeira, limo, gordura e tinta;

Faz desobstrução e desentupimentos de ralos, colunas, redes de esgoto e de águas pluviais.

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LEgIsLAçãOPOR LUís FERNANDO MARIN

a importância que têm os automóveis na sociedade moderna pode ser verificada pelo valor econômico que é agregado aos imóveis localizados em edifícios que dis-põem de vagas de garagem.

a legislação condominial, para reco-nhecer a importância desses espaços, tra-tou de disciplinar a matéria, ainda que de forma tímida. a lei 4.591/64 e o Código Civil, contudo, se limitam a disciplinar as-pectos referentes à natureza do direito à guarda de veículos nas vagas de garagem (art. 2º da primeira, a lei de Condomínios) e à locação ou eventual alienação (art. 1.338 e parágrafo segundo do artigo sub-sequente do Código) deles, sem, no en-tanto, fornecer qualquer solução para a hipótese de danos ocorridos nas garagens dos prédios, como furto e roubo de auto-móveis ou acessórios automotivos.

a bem da verdade, a legislação condo-

furtO e rOubO nas garagens dOs edifíciOs – respOnsabilidade dO

cOndOmíniO e dO síndicO

minial é absolutamente silente no que tan-ge à hipótese de responsabilidade civil no condomínio edilício, o que impõe algumas considerações prévias acerca da responsa-bilidade civil dos condomínios antes de se adentrar no tema central.

a responsabilidade civil é uma obriga-ção de indenizar prevista no artigo 186 do Código Civil e que surge quando se verifica, em um mesmo evento, conduta culposa de um agente que causa dano a outrem. assim, sempre que se falar na responsabilidade civil dos condomínios estará se tratando daquelas situações em que toda a comunidade condominial será condenada a pagar indenização a terceiro(s). Na definição anterior, estão presentes os chamados pressupostos da responsabilidade civil: um dano, uma conduta culposa e uma relação de causa-lidade (nexo causal) entre ambos.

O AUTOr é ADVOGADO, SóCIO-DIrETOr DA MArIN E ADVOGADOS ASSOCIADOS, COOrDENADOr E PrOfESSOr DE PóS-GrADUAçãO EM DIrEITO IMOBILIárIO DA ASSOCIAçãO BrASILEIrA DAS ADMINISTrADOrAS DE IMóVEIS - ABADI

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em situações excepcionais, obrigatoria-mente previstas em lei, admite-se uma es-pécie de responsabilidade civil, chamada de objetiva, na qual é irrelevante se a conduta de quem causou o dano foi ou não culposa.

uma vez que o condomínio edilício não tem personalidade jurídica (apesar de respeitáveis opiniões contrárias), pare-ce estranho, à primeira vista, que ele seja condenado a pagar indenização.

Na realidade, o que ocorre é que, em função do princípio constitucional do so-lidarismo, do qual decorre a ideia de so-cialização dos riscos, os tribunais foram entendendo que caberia a toda a comuni-dade condominial arcar com prejuízos de terceiros em determinadas hipóteses. essa ideia de socialização, cada vez mais for-te, nasce da dificuldade de ressarcimento em situações em que é difícil identificar o causador do dano, mas não seria justo manter o prejudicado sem ressarcimento. assim, impõe-se a um determinado grupo social que arque com a reparação, pois está indiretamente ligado ao dano sofrido pelo terceiro. tal ideia vai fomentar a responsa-bilização civil do condomínio edilício, no-tadamente nas seguintes situações:

a) quando um preposto do condomí-nio (síndico ou empregado) causa dano a terceiro, atuando como “extensão” do grupo de proprietários que compõe o con-domínio, único caso em que se admite a responsabilidade objetiva do condomínio, por força do que estatuem os artigos 932, iii, e 933 do Código Civil;

b) a fim de ressarcir um dano que, com certeza, é oriundo daquela comunidade de pessoas, não sendo possível identificar exatamente qual condômino é o respon-sável por ele; então seria injusto que se deixasse de ressarcir a vítima, sendo reco-mendável que se dilua a responsabilidade por toda a comunidade, em virtude da já explicada socialização;

c) os coproprietários que compõem o condomínio expressamente assumiram determinada obrigação uns perante os ou-tros e, na dinâmica da vida condominial, tal obrigação restou inadimplida.

respOnsabilidade civil dO cOndOmíniO – rOubO e furtO

entre as situações mais comuns que ensejam responsabilização civil do con-domínio está, certamente, a que é objeto deste breve estudo: a responsabilidade dos condomínios por furto ou roubo ocorrido nas garagens dos edifícios.

em primeiro lugar, precisamos esta-belecer a diferença entre furto e roubo: segundo o Código Penal, no primeiro veri-fica-se a subtração de coisa alheia móvel, mas no roubo há também o emprego de violência ou grave ameaça.

Por isso, o roubo é considerado, pelos estudiosos, caso fortuito ou de força maior, ou seja, um acontecimento que, em virtu-de de sua imprevisibilidade ou de sua ine-vitabilidade, rompe qualquer possibilidade

de que se estabeleça nexo de causalidade entre o dano e qualquer conduta de al-guém ligado ao condomínio. dessa forma, os coproprietários somente responderiam na hipótese de prova de envolvimento de algum empregado do edifício.

já em relação ao furto, os tribunais vêm entendendo, de forma praticamente pacífica, que pela ocorrência desse tipo de evento em unidade autônoma, o condomí-nio não responde, a menos que, mais uma vez, haja culpa de empregado que concor-re para o crime.

todavia, a responsabilidade do condo-mínio pelo furto em áreas comuns (e as ga-ragens são as áreas comuns campeoníssi-mas nesse quesito) já produz debates mais acentuados entre os estudiosos e, princi-palmente, nos tribunais. em regra, o condo-mínio somente responde se tiver assumido o dever de guarda das citadas partes co-muns do prédio, conforme o entendimento que vem sendo mais prestigiado entre os estudiosos e os julgadores. difícil, no en-tanto, é interpretar, dada a complexidade cada vez maior das providências adotadas nos edifícios a respeito da questão da se-gurança, quando é que a comunidade está ou não assumindo o dever de guarda das áreas comuns. ora, se na cobrança da cota condominial, certo quinhão é destinado à mantença, por exemplo, de vigias noturnos nas áreas da garagem, espera-se que o con-dômino obtenha a contraprestação daquele gasto: a oferta de segurança naquelas áreas guardadas. assim, um furto significaria que o condomínio estaria rompendo seu dever

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Cj - 1372/Rj

jurídico de fornecer segurança (a contra-partida da despesa do condômino), surgin-do, dessa forma, sua obrigação de indenizar ou responsabilidade civil.

Pode ser, também, que o condomínio assuma o dever de guarda de forma tácita, e não expressa. isto é, mesmo sem ser apro-vada em assembleia de condôminos, aquela prática de guarda torna-se um costume no edifício e há efetivo dispêndio com ela.

a discussão se torna ainda mais forte nas hipóteses em que o condomínio assume o dever de guarda das áreas destinadas a estacionamento de veículos, mas existe, na

convenção, uma cláusula de não indenizar. trata-se de uma cláusula específica, bas-tante comum, mediante a qual se estipula que, na hipótese de ocorrência de danos a veículos nas garagens ou outros danos per-cebidos em áreas comuns do edifício, o con-domínio não indenizará o condômino ou morador lesado. daí a indagação: prevalece a cláusula de não indenizar ou a assunção do dever de guarda pelo condomínio?

em julgamento que pode ser considera-do um leading case (isto é, um julgamento que norteia todos os demais julgamentos referentes à matéria), o superior tribunal de justiça entendeu, na apreciação, em 25 de agosto de 1998, do Recurso especial 139.860/sP, consagrando o entendimento do falecido ministro Carlos alberto direito, que deveria ser respeitada a cláusula impe-ditiva de indenização, pois ela expressava a vontade real dos condôminos, representan-do, a guarda colocada à disposição dos con-dôminos, um mero plus que não implicaria uma assunção de obrigação de indenizar.

Contudo, registre-se que tal entendi-mento foi abraçado pelo stj por apertada maioria, sendo vencido o então relator, o ministro Waldemar zveiter, para quem a cláusula de não indenizar não poderia se sobrepor ao fato de que os condôminos, quando assumissem o dever de guarda, de-veriam indenizar-se uns aos outros na hipó-tese de ocorrência de danos que revelassem violação do aludido dever de guarda.

a controvérsia verificada no stj se es-palha pelos tribunais e julgamentos das instâncias inferiores, mas o entendimento do ministro direito deu frutos e até hoje é reforçado por outros recentes acórdãos daquele tribunal superior.

No julgamento do Recurso especial 268.669, relatado pelo ilustre ministro al-dir Passarinho júnior e oriundo do tribunal de justiça do estado de são Paulo, ocorrido em 19 de abril de 2001, a Quarta turma do superior tribunal de justiça foi além e afir-mou a irresponsabilidade do condomínio em hipótese em que a convenção não fazia qualquer menção à obrigação de indenizar danos ocorridos em garagem.

em decisão mais detalhada e completa (Recurso especial 618.533/sP, julgado em 3 de maio de 2007), relatada pelo minis-tro Hélio Quaglia Barbosa, a mesma Quarta turma do stj manteve o entendimento se-gundo o qual o condomínio somente res-ponde se houver cláusula expressa na con-venção nesse sentido, ressalvando, porém, que também responderá caso não haja regra convencional mas, ao menos, uma decisão de assembleia de condôminos que permita concluir pela assunção do dever de guarda das áreas comuns.

a referida decisão ainda permite con-cluir, pelo entendimento do egrégio stj, no sentido de que a responsabilidade do sín-dico nesse tipo de situação está limitada aos meios a ele conferidos pelo orçamen-to edilício para que promova a segurança, ainda que a convenção lhe atribua tal obri-gação. Registre-se que, de fato, o Código Civil, quando trata das atribuições do sín-dico em seu art. 1.348, inciso v, primeira parte, diz competir a esse último “diligen-ciar a conservação e a guarda das partes comuns”. o stj aplica, então, interpretação restritiva a tal dispositivo legal a fim de re-lacionar a responsabilidade do síndico aos meios que são colocados à sua disposição pelos demais condôminos.

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um último aspecto da decisão mencio-nada a ser realçado é que a existência, em condomínios, de porteiro noturno ou vigia em guarita não é considerada, pelo stj, evi-dência de assunção do dever de guarda das áreas comuns pela comunidade. Cremos ser possível a extensão desse raciocínio para o uso de circuito interno de câmeras de segu-rança, devendo ser analisado, em cada caso concreto, se a adoção das câmeras objeti-vava prevenir o ilícito ocorrido. se existirem câmeras em número razoável nas garagens do prédio, a assunção de guarda pelo con-domínio dessas partes comuns se presumirá e ele poderá ser responsabilizado.

o tribunal de justiça do estado do Rio de janeiro segue a mesma linha do stj apon-tada, conforme se verifica na decisão a se-guir proferida nos autos da apelação Cível 30.323, de 31 de outubro de 2006, da lavra da desembargadora maria Henriqueta lobo:

ação de indenização ajuizada por con-dômino em face do condomínio. danos materiais. arrombamento e furto de objetos em veículo do condômino-autor que se en-contrava na garagem do condomínio-réu. sentença de improcedência. apelo do autor, beneficiário da gratuidade de justiça. Preparo do recurso efetuado. "a circunstância de ter o requerente da gratuidade recolhido à cus-ta do recurso por ele interposto, demonstra que ele tem condições para fazer frente às despesas judiciais, implicando renúncia tá-cita ao beneficio requerido." Revogação do beneficio. inexistindo cláusula expressa na convenção relativa à guarda e vigilância não responde o condomínio por eventuais furtos ocorridos na garagem do prédio. Não carac-

terizada a culpa do condomínio ou de seus prepostos. "somente é cabível a indenização ao condômino, com relação a furtos em au-tomóveis, quando houver efetiva falha na segurança, adrede prevista e contratada." ausência do dever de indenizar. Recurso a que se nega seguimento, com base no artigo 557 do Código de Processo Civil, revogado o benefício da gratuidade de justiça.

assim sendo, profetizando que a crescen-te preocupação social com segurança imporá aos condomínios maiores investimentos em segurança e, consequentemente, mais hipóte-ses de assunção de dever de guarda, podemos afirmar que os condomínios em edifícios:

a) Não são responsáveis pela ocorrên-cia de roubo em áreas comuns ou unidades autônomas, por ser con-siderado caso fortuito ou de força maior, a não ser que um emprega-do seu esteja envolvido no crime;

b) Não são responsáveis por furto nas unidades autônomas, dado o enten-dimento dos tribunais no sentido de que compete aos titulares delas sua guarda, a não ser que um emprega-do seu esteja envolvido no crime;

c) serão responsáveis por furto nas áreas comuns, entre as quais as garagens, caso exista previsão ex-pressa na convenção ou caso os condôminos tenham adotado al-guma deliberação assemblear que indique a assunção do dever de guarda de tais áreas.

pOrteirO nOturnO Ou vigia

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MANUTENçãO

cupins, inimigos silenciososOS inSETOS pOdEm SEr ATrAídOS pELA UmidAdE E Só cOSTUmAm SEr nOTAdOS qUAndO Já fizErAm Um bOm ESTrAGO

POR sIMONE gONDIM

eles trabalham silenciosamente e cos-tumam ser notados somente quando o estrago já é grande. os cupins, insetos co-nhecidos pelo apetite voraz por todos os derivados de celulose, como papel, madeira e fibra de tapete, entre outros, exigem tra-tamento adequado para ser exterminados de forma eficiente. segundo lucy Ramos Figueiredo, diretora técnica da associação Brasileira de Controle de vetores e Pragas (aBCvP), o primeiro passo é chamar uma empresa especializada para fazer inspeção e avaliar qual método de combate é indicado.

“as técnicas variam de acordo com a espécie de cupim e o local infestado”, explica ela.

entre os tipos de cupim que trazem pre-juízos ao homem, dois são mais comuns: o de madeira seca, cuja colônia fica limitada à peça que os insetos estiverem consumin-do, e o subterrâneo ou estrutural, que é atraído pela umidade e faz ninho fora do local onde o grupo se alimenta. “No pri-meiro caso, o tratamento é mais simples. o veneno é aplicado diretamente na peça contaminada, que deve ser jogada fora se estiver muito comprometida”, diz lucy.

Para a espécie subterrânea, são cinco mé-todos de extermínio: barreira química ao redor do prédio, iscas de veneno, injeção direta, pulverização e polvilhamento. “o polvilhamento, por exemplo, é recomen-dado para a parte elétrica, como caixas de luz”, afirma a diretora técnica da aBCvP.

o biólogo leandro Pelogia, da sapo, empresa de descupinização, desinsetiza-ção e desratização, destaca uma terceira espécie de cupim que representa um pro-blema para as pessoas. Conhecido como cupim arbóreo, ele não é tão voraz quan-

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to o subterrâneo e o de madeira seca, mas também se alimenta de móveis e do madeiramento em geral. “o arbóreo é bem fácil de identificar porque, dife-rentemente dos outros tipos de cupim, anda por cima da área afetada”, conta ele. “uma das formas de evitá-lo é não deixar pedaços de madeira acumulados. eles funcionam como fontes de comida e atraem os insetos”, complementa.

descobrir um foco de cupins é mais simples quando se trata da espécie de madeira seca, que deixa um rastro de excrementos no chão. “os insetos fazem várias câmaras no interior da madeira e separam algumas para depósito de fe-zes. Quando elas ficam cheias, os cupins precisam esvaziá-las. É por isso que a pessoa vê aquele caminho de pequenas bolinhas perto da área afetada”, revela marcos Pires, diretor administrativo da imuniservice. o tipo subterrâneo, por sua vez, não dá sinal de sua presença, que costuma ser detectada no momen-to em que a parte afetada foi consu-mida por inteiro ou quase. “a pessoa percebe que o rodapé está oco, por exemplo”, conta ele.

uma vez constatada a existência de cupins, é preciso dar o alarme, in-

dependentemente de o foco estar em uma área comum do prédio ou dentro de uma unidade condominial. “o mo-rador deve avisar ao síndico sobre a infestação caso ela esteja em seu apar-tamento, assim como o administrador do condomínio tem a obrigação de in-formar aos moradores que encontrou cupins em uma parte do edifício. Por se tratar de um inseto sorrateiro, esconder o problema só aumenta a dificuldade para solucioná-lo e encarece o trata-mento”, garante lucy Ramos Figueire-do. “É melhor trabalhar em conjunto, já que as empresas de descupinização costumam ser chamadas pelo síndico e

NO CONDOMíNIO LUCINHA, Há CASOS DE MOrADOrES qUE TIVErAM PrEJUízOS CONSIDEráVEIS EM SEUS MóVEIS, PErDENDO ArMárIOS INTEIrOS. é O CASO DO MOrADOr LUIz MENDES. SEGUNDO O SíNDICO, fOrAM TOMADAS MEDIDAS PALIATIVAS, MAS AGOrA O CONDOMíNIO fArá O ISOLAMENTO qUíMICO DO PréDIO PArA ExTErMINAr OS CUPINS

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acabam fazendo pacotes mais baratos para os apartamentos que contratarem o serviço”, acrescenta marcos Pires.

de acordo com lucy, a responsabi-lidade de arcar com o custo do comba-te aos cupins é uma questão bastante polêmica. “em princípio, um caso de cupim estrutural seria um problema co-letivo, deixando a solução por conta do condomínio. mas é preciso discutir o as-sunto e chegar a um acordo em assem-bleia”, acredita ela. “o ideal é contratar uma empresa de consultoria para ava-

liar a situação e emitir um laudo técnico para evitar impasses e só então chamar a firma exterminadora”, aconselha.

William manoel souza, síndico do edifício lucinha, situado no bairro ca-rioca do Riachuelo, enfrenta no prédio um caso recorrente de cupim estrutu-ral. “acreditamos que a fonte de nossa infestação esteja em um terreno repleto de árvores que fica ao lado do edifício. os insetos se alastraram e atingiram tanto as áreas comuns quanto alguns apartamentos. Há casos de moradores

wILLIAM MANOEL SOUzA, SíNDICO DO EDIfíCIO LUCINHA, ENfrENTA NO PréDIO UM CASO rECOrrENTE DE CUPIM ESTrUTUrAL. “ACrEDITAMOS qUE A fONTE DE NOSSA INfESTAçãO ESTEJA EM UM TErrENO rEPLETO DE árVOrES qUE fICA AO LADO DO EDIfíCIO. OS INSETOS SE ALASTrArAM E ATINGIrAMTANTO AS árEAS COMUNS qUANTO ALGUNS APArTAMENTOS

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que tiveram prejuízos consideráveis em seus móveis, perdendo armários inteiros”, conta ele. “No passado, foram tomadas medidas paliativas, mas agora faremos o isolamento químico do condomínio para exterminar essa praga persistente”, explica William, que ainda não escolheu a empresa para executar o serviço.

mas será que é possível prevenir uma infestação de cupins? tanto a diretora técnica da aBCvP quanto o diretor admi-nistrativo da imuniservice e o biólogo da sapo apontam medidas simples que po-dem ajudar a evitar o problema. verificar sempre a existência de infiltrações e va-zamentos, consertando-os rapidamente, e não acumular material com celulose, como papel, caixas de papelão e isopor, contri-buem para manter prédios e residências livres desses insetos. “Não fazer armários de cozinha ou de banheiro com fundo de madeira colado na parede também impede que os cupins sejam atraídos para o local por conta do acúmulo de umidade entre o móvel e a alvenaria”, ensina marcos Pires.

além do encanamento e dos pontos onde houver acúmulo de madeira, papel, isopor e papelão, há mais um lugar que inspira cuidados quando o assunto é des-cupinização. “Qualquer parte que tenha gesso, como tetos rebaixados e sancas, é vulnerável aos cupins”, alerta leandro Pe-logia. “o sisal que dá sustentação ao gesso contém celulose. Por isso, os insetos tam-bém são atraídos para esses pontos da re-sidência ou do prédio”, diz ele.

ivan antunes, síndico do edifício duque de treville, em Copacabana, acredita na prevenção. “a cada seis meses, repetimos o tratamento contra cupins. o prédio tem 43 anos e muita madeira, como nas portas dos elevadores, nos portais das áreas co-muns e dentro dos apartamentos”, revela ele. “Há cerca de sete anos, durante uma obra de rotina no telhado, encontramos três ninhos de cupins. Nós os removemos e fizemos a descupinização antes que os insetos se espalhassem”, lembra ivan.

muito cuidado também na época das revoadas, é o que recomenda lucy. “entre

os meses de agosto e novembro, é a épo-ca em que os cupins fazem revoadas para formar novas colônias. os insetos popular-mente conhecidos como bichinhos de luz, na verdade, são cupins. Quando eles aca-salam perdem as asas”, explica lucy. vale fechar as janelas, se possível, instalar telas, apagar as luzes ou providenciar lâmpadas com revestimento especial, que emitem uma quantidade menor de raios ultravio-leta e atraem menos insetos.

o biólogo leandro Pelogia reconhece a importância das medidas preventivas, mas ressalta que a origem dos problemas que envolvem cupins está no próprio homem. “o desmatamento, consequência do cres-cimento desordenado das áreas urbanas, acaba com os troncos e galhos de árvores, que são o alimento natural do cupim. Por isso, a espécie invade a cidade em busca de comida”, explica ele. “além disso, inimigos naturais dos cupins, como algumas espécies de formiga e os tamanduás, também estão desaparecendo, o que favorece o aumento da população de insetos”, acrescenta.

IVAN ANTUNES, SíNDICO DO EDIfíCIO DUqUE DE TrEVILLE, rEVELA qUE Há CErCA DE SETE ANOS, DUrANTE UMA OBrA DE rOTINA NO TELHADO, ENCONTrOU TrêS NINHOS DE CUPINS: “NóS OS rEMOVEMOS E fIzEMOS A DESCUPINIzAçãO ANTES qUE OS INSETOS SE ESPALHASSEM”, LEMBrA IVAN. AGOrA, A CADA SEIS MESES, O CONDOMíNIO rEPETE O TrATAMENTO CONTrA CUPINS

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Fazer um bom planejamento antes de reformar ou mudar de residência é fundamental para reduzir a quase zero as chances de surgirem problemas com cupins. depois da mudança, observar pequenos detalhes evita dores de cabe-ça no futuro. confira algumas dicas de marcos pires, da imuniservice, e Lucy ramos Figueiredo, da abcvp:

antes de se mudar, procure saber se o imóvel tem histórico de cupins. em caso afirmativo, peça o comprovante de descupinização. “a maioria das em-presas dá garantia ao executar o servi-ço, e isso pode ser útil em caso de uma nova infestação”, diz marcos;

Contrate uma empresa especializada para fazer a descupinização preventi-va do imóvel;

deixe sempre um espaço entre a pare-de e os móveis de madeira, mesmo que sejam embutidos;

trate os conduítes para evitar que sejam usados como caminho pelos cupins;

ao instalar móveis embutidos em casa, especialmente na cozinha e no banhei-ro, contrate uma empresa especializa-da para tratar a madeira e o ambiente contra cupins;

Caso queira trocar os tacos de madeira por piso laminado, retire os tacos e faça uma nata de cimento antes de instalar o

piso novo. Colar o laminado por cima do piso antigo facilita o acúmulo de umi-dade. “o melhor mesmo é optar por ce-râmica ou usar madeira mais nobre para revestir o chão”, aconselha marcos;

verifique as instalações hidráulicas do imóvel e cuide de sua manutenção;

tome cuidado redobrado com algumas áreas vulneráveis: apartamentos de cobertura, jardineiras, área da piscina, quartos de depósito e armários de ga-ragem, por exemplo, são alvos fáceis para os cupins e devem ser inspeciona-dos de seis em seis meses, pelo menos;

livros em estantes devem ser retirados das prateleiras de vez em quando, para que sejam examinados e limpos.

ATEnçãO AnTES dE rEALizAr ObrAS OU mUdAnçAS EviTA dOrES dE cAbEçA

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CUPINS DO TIPO ESTrUTUrAL fIzErAM SEU NINHO SOB TELHAS ABANDONADAS. “ESSA ESPéCIE DE INSETO fOrMA SUA COLôNIA LONGE DOS LUGArES ONDE SE ALIMENTA”, ExPLICA MArCOS PIrES, DIrETOr ADMINISTrATIVO DA IMUNISErVICE

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UMA VEz fUrADO O CHãO, O VENENO é INJETADO PArA fAzEr COM qUE OS CUPINS CONTAMINEM A COLôNIA E OS CAMINHOS qUE PErCOrrEM

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JUL_AGO_SET 2010 77

Animais de estimação, crianças, idosos e pessoas alérgicas de-vem esperar entre 24 horas e 48 horas para voltar para casa após a descupinização.

verifique se a empresa escolhida tem registro no Instituto Na-cional de Engenharia Ambiental (Inea) e faz parte de alguma associação de classe.

Peça indicações de ex-clientes da empresa, entre em contato com eles e se informe sobre a qualidade do serviço prestado.

Durante a aplicação do produto e ao término do serviço, mantenha o imóvel bem arejado.

Caso esteja presente durante a aplicação do produto, use equipamento de proteção individual, como máscara.

Não existem remédios caseiros que sejam eficientes contra os cupins. Passar verniz especial na madeira ajuda a prevenir o aparecimento desses insetos, mas o ideal é fazer o tratamento com uma empresa especializada.

brOcAS E cUpinS SãO difErEnTESO inseto conhecido como broca, embora também ataque a madeira, não é uma

espécie de cupim. “A broca faz parte da família do besouro e é menos destrutiva do que o cupim. Ela libera um pó mais fino, semelhante à farinha, perto dos lugares infestados e deixa furos horizontais visíveis”, diz Lucy Ramos Figueiredo.

O tratamento costuma ser com injeção de veneno na área atingida, mas há casos em que é melhor jogar a peça fora. “A broca pode entrar até um centí-metro na madeira, enquanto o inseticida atinge, no máximo, três milímetros. O veneno não elimina as larvas que já estão no local, apenas impede que elas criem novos caminhos para se alimentarem”, conta Marcos Pires.

cUidAdOS A SErEm TOmAdOS nA dEScUpinizAçãO

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UM NINHO DE CUPINS DO TIPO ESTrUTUrAL, qUE PrECISA DE UMIDADE PArA SOBrEVIVEr

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ImóveisESPECIALISTAS EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS

todo mundo já ouviu falar no leão do imposto de Renda, afinal, todo ano é preciso prestar contas a ele. mas em relação ao carnê leão, ainda há muita gente que não sabe do que se trata.

Para dirimir essa dúvida, fomos ouvir o gerente de locação da CiPa, amauri soares. segundo ele, “esse é o imposto devido por pessoas físicas que receberam algum rendimento de outras pessoas físicas. e ele não é retido na fonte”. isso significa que ao receber valo-res dessa procedência, as pessoas devem ter controle para saber se o montante que ganharam ultrapassa a tabela do imposto de Renda (disponível no site da Receita Federal).

soares completa: “No caso de aluguéis de vários imóveis, o proprietário deve so-mar os valores recebidos, descontar a taxa de administração paga à administradora e verificar a tabela. se ultrapassar o limite determinado pela Receita, ele deve fazer o cálculo, preencher o darf e efetuar o pagamento, que é mensal.”

difícil? Complicado? Nem tanto, mas a CiPa está acostumada com esse pro-cedimento em seu dia a dia e pode prestar esse serviço com bastante eficiência e tranquilidade para seus clientes.

Qualquer dúvida, ligue para nosso setor de locação, telefone 2196-5080.

O carnê leãO e vOcê

se vOcê ainda nãO é cliente da cipa, saiba O que está perdendOProprietários e inquilinos encontram na

CiPa total confiança na hora de alugar um imóvel. isso porque a empresa sempre encarou essa tarefa com muita seriedade, observando critérios de qualidade, segurança, pontualida-de e agilidade na prestação dos serviços.

a CiPa, em total sintonia com seus clientes e com o mercado de locação, oferece serviços diferenciados que favorecem a comodidade no processo de locação de um imóvel.

a empresa também utiliza seu site (www.cipa.com.br) para facilitar a locação de imóveis.

e para garantir resultados cada vez melho-res, os funcionários do setor de locação da CiPa estão em constante aprimoramento. Periodica-mente, recebem cursos de atualização específi-cos. dessa forma, a empresa proporciona a eles um amplo conhecimento técnico e de mercado.

se você ainda não é nosso cliente, agora já sabe o que está perdendo!

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estatísticas de imóveis oFertados

por FinaLidade

por bairro imóveL aLUgUeL

por bairro imóveL venda

por tipo imóveL venda

por tipo imóveL aLUgUeL

BARRA DA TIJUCA

TAqUARA

RECREIO

FREGUESIA

VILA VALqUEIRE

OUTROS

801

285

164

146

124

1.101

tOtal 2.628

BARRA DA TIJUCA

CEnTRO

RECREIO

COpACABAnA

TIJUCA

OUTROS

441

128

100

71

61

829

tOtal 1.630

VEnDA

ALUGUEL

TEMpORADA

LAnçAMEnTO

2.791

1.432

21

7

tOtal 4.33166%

34%

CASA

ApART. (2 qUARTOS)

ApART. (3 qUARTOS)

COBERTURA

TERREnO

OUTROS

714

549

401

296

206

620

tOtal 2.786

314

254

179

158

135

392

tOtal 1.432

ApART. (2 qUARTOS)

SALA

CASA

ApART. (3 qUARTOS)

LOJA

OUTROS

22%

18%

13%11%9%

27%

26%

20%14%

11%7%

22% 24%52%

9%5%

5%5%

31%

11%7%

42%

4%4%

fONTE: ABADI

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JUL_AGO_SET 2010 81

a CiPa começa seu trabalho antes mesmo de os moradores chegarem ao condomínio para mo-rar. Quando a construtora termina a obra, a CiPa entra tratando de todos os aspectos para que o condomínio tenha o máximo em recursos otimi-zados, serviços com qualidade e acompanhamen-to personalizado para o síndico eleito.

o instale CiPa foi escolhido pela associação dos dirigentes do mercado imobiliário, a ademi, para receber o Prêmio master imobiliário. segundo ester gonçalves, gerente de Relacionamento e mercado da CiPa, o instale CiPa foi elaborado para ser um diferencial para os lançamentos imobiliários. “Nos-so compromisso é com a continuidade das obras das construtoras. além da atenção especial ao síndico eleito, damos total apoio co-mercial para a divulgação do empreendimento perante a base de clientes CiPa e o mercado, potencializando suas vendas.”

Para a CiPa, a integração e o relacionamen-to com seus clientes são fundamentais. Por isso, a empresa mantém comunicação periódica com síndicos e moradores, para incentivar a conscien-tização coletiva e fornecer dicas, técnicas, leis, in-formações, promoções e vantagens com fornece-dores que vão agregar mais valor ao condomínio.

o instale CiPa oferece às construtoras um pacote completo, composto de serviços de pré--instalação, instalação e pós-instalação do con-domínio. tudo isso para facilitar a gama de ações envolvidas na implantação do condomínio pro-

priamente dito, assegurar a integração dos novos condôminos e promover segurança para todo o processo. esses cuidados visam, principalmente, valorizar a imagem da constru-tora no mercado.

Não é à toa que o instale CiPa é um serviço premiado pela ademi!

Conheça o serviço da CIPA que agrega mais valor aos lançamentos imobiliários

NOTíCIAs DA CIPA

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JURIsPRUDêNCIA

0003726-12.2007.8.19.0202 - apelaçãO - 1ª ementa des. maldOnadO de carvalhO - julgamento: 13/4/2010 - primeira cÂmara cível

apelação. Responsabilidade civil. Condomínio. Furto de acessório de veículo no interior da área de garagem. dever de segurança. inexistência de previsão condo-minial. Contrato que prevê somente a prestação de serviços de portaria. Prova tes-temunhal. Câmera de segurança instalada na entrada do condomínio para controle exclusivo de acesso e saída de veículos. Porteiros que não andam armados. ausência de prova sequer quanto à ocorrência do furto no interior do condomínio. impos-sibilidade de socialização dos prejuízos. o dever de indenizar há que decorrer de inequívoca demonstração de culpa do condomínio, que através de sua Convenção assumia o dever jurídico de prestar segurança interna aos condôminos, seja por si próprio ou através de empresa terceirizada. somente a existência de cláusula expres-sa na convenção condominial, no que se refere à guarda e vigilância de coisas e bens particulares dos condôminos, em espaços comuns, é que autoriza a se imputar ao condomínio a responsabilidade civil. improvimento do recurso.

0013865-75.2006.8.19.0002 - apelaçãO - 1ª ementa des. fernandO fernandY fernandes - julgamento: 1/12/2009 - déci-ma terceira cÂmara cível

apelação cível. alegação de furto ocorrido na garagem de edifício. ausência de pre-visão expressa na convenção acerca da assunção de responsabilidade pelo condomínio. inexistência de prova cabal de que o veículo do autor lá estava estacionado no período indicado na inicial. Precedentes do e tj/Rj. apelação a que se nega seguimento.

0005837-82.2006.8.19.0208 (2007.001.14969) - apelaçãO - 1ª ementa des. rudi lOeWenKrOn - julgamento: 26/4/2007 - décima quarta cÂ-mara cível

Responsabilidade civil. Condomínio. Furto de veículo pertencente a condômino estacionado em vaga da garagem do edifício. Cláusula de não indenizar. sentença de improcedência. Recurso de apelação parcialmente provido.

0390230-32.2008.8.19.0001 - apelaçãO - 1ª ementa des. celsO ferreira filhO - julgamento: 12/1/2010 - décima quinta cÂmara cível

indenizatória. acidente em edifício-garagem. Preliminar de ilegitimidade ativa que se rejeita. Cerceamento de defesa. inocorrência. No mérito restou plenamente comprovada a culpa do preposto do condomínio réu que por imperícia, imprudên-cia ou negligência deixou de acionar os freios de estacionamento do veículo, o que efetivamente permitiu a movimentação espontânea do carro, causa eficiente para a ocorrência do acidente. os danos materiais relativos ao aluguel do carro serão apu-rados em liquidação por arbitramento. dano moral. inocorrência. improvimento de ambos os recursos principal e adesivo.

0003180-83.2006.8.19.0042 (2009.001.48505) - apelaçãO - 1ª ementa des. gilbertO dutra mOreira - julgamento: 16/9/2009 - décima cÂ-mara cível

apelação cível. ação de indenização. utilização de espaço de garagem de condo-mínio para a guarda de motocicleta. Perda total do bem em razão de incêndio doloso causado por terceiros. ata da assembleia condominial que autorizou o uso precário de espaço ocioso no estacionamento para a guarda de motocicletas, restando acor-

Fique por dentro das decisões de nossos tribunais

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dado entre os condôminos a ausência de responsabilidade quanto a eventuais danos em tais veículos. existência de cláusula expressa de exclusão de responsabilidade que, por si só, já deságua na improce-dência do pedido. obrigação de indenizar eventual perda do bem em razão da utilização precária do espaço na garagem que só seria devida se comprovado que o incêndio decorrera de conduta dolosa do con-domínio ou de seu preposto, o que não restou demonstrado nestes autos. Condôminos que aquiesceram com a guarda de motocicletas, desde que o usuário suportasse eventuais danos, furto ou roubo. ob-servância do princípio pacta sunt servanda que se impõe. Provimento do recurso para julgar improcedente o pedido, invertidos os ônus su-cumbenciais, observado o disposto no art. 12 da lei nº 1.060/50.

0030073-35.2009.8.19.0001 - apelaçãO - 1ª ementa des. luísa bOttrel sOuza - julgamento: 7/4/2010 - déci-ma sétima cÂmara cível

direito do consumidor. Responsabilidade civil. Prestação de servi-ço defeituoso. vazamento de esgoto sanitário para a cisterna do con-domínio após a realização de obras pelo apelante. agravo retido: na relação de consumo, quando evidente a vulnerabilidade do consumi-dor e a verossimilhança de suas alegações, de rigor a inversão do ônus da prova, como forma de assegurar o equilíbrio de forças no processo. em razão da inversão do ônus da prova, era do réu o encargo de de-monstrar as más condições da cisterna, o que certamente podia fazer por outros meios, além da prova pericial. valor da indenização arbitra-do de acordo com o princípio da razoabilidade. Recursos desprovidos.

0060486-70.2005.8.19.0001 (2009.001.54537) - apela-çãO - 1ª ementa des. Odete KnaacK de sOuza - julgamento: 10/3/2010 - vigésima cÂmara cível

apelação cível. indenizatória. infiltração em apartamento com ori-gem no terraço do edifício. Responsabilidade do condomínio aferida por perícia realizada com rigor científico. desprovimento do recurso.

0073907-30.2005.8.19.0001 - apelaçãO - 1ª ementa des. cristina tereza gaulia - julgamento: 23/2/2010 - quinta cÂmara cível

apelação cível. Queda de reboco de edifício. vítima que ajuíza ação indenizatória em face do condomínio, que oferece denuncia-

ção da lide à seguradora. Responsabilidade civil objetiva. inteligên-cia dos artigos 927 c/c 937 NCC. autor apelante que se insurge em relação ao valor fixado a título de danos morais e ao termo inicial da incidência dos juros moratórios. majoração da verba indenizató-ria para R$ 10.000,00. Parâmetros jurisprudenciais que já se firma-ram quanto ao valor do dano moral em hipóteses congêneres. da-nos físicos e psicológicos. Precedentes. juros moratórios que devem incidir a partir do evento danoso, a teor da súmula 54 stj, já que a responsabilidade civil, in casu, é extracontratual. Recurso provido.

0002505-19.2001.8.19.0003 (2009.001.64642) - apela-çãO - 1ª ementa des. fernandO fernandY fernandes - julgamento: 22/2/2010 - décima terceira cÂmara cível

apelação cível. ação de responsabilidade civil. Culpa in vigi-lando. Criança mordida no interior do condomínio por cachorro pertencente aos réus apelantes. dano moral in re ipsa. dano es-tético configurado. laudo pericial. Nexo de causalidade presente. indenização devida. sentença que não merece reforma. Recurso a que se nega seguimento.

0044993-82.2007.8.19.0001 - apelaçãO - 1ª ementa des. ana maria Oliveira - julgamento: 9/2/2010 - Oita-va cÂmara cível

Responsabilidade civil. ação de conhecimento objetivando a execução de reformas necessárias na fachada externa de prédio contíguo àquele em que reside a autora e indenização por dano moral que ela teria sofrido em decorrência de queda de parte do reboco da parede do edifício sobre sua residência. Fachada do condomínio réu restaurada no curso da ação. sentença que julga extinto, sem apreciação do mérito, o pedido no que tange à obri-gação de fazer, nos termos do artigo 267, inciso vi do CPC, ante a perda do interesse processual superveniente, e condena o réu ao pagamento de R$ 6.975,00, a título de indenização por dano moral. apelação de ambas as partes. Responsabilidade objetiva do dono do imóvel. Prova documental que demonstrou o risco a que foi submetida a autora, sendo que com ela reside seu filho menor. dano moral configurado. Quantum da indenização que observou os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. desprovi-mento de ambas as apelações.

Fique por dentro das decisões de nossos tribunais

Page 84: Revista Condomínio

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REsPONsABILIDADE sOCIAL

a Campanha de doação de Remédios da CiPa é permanente, você pode dar os remédios que não usa mais a qualquer tempo. É simples e muito prático, uma vez que a linha direta da CiPa recolhe sua doação na portaria.

É bom lembrar que os remédios podem estar usados, mas devem estar dentro da data de validade. Para doar, basta deixar os medicamentos com o porteiro de seu prédio, que os entregará à linha direta CiPa, um serviço gratuito e diário.

Qualquer dúvida, basta ligar para o NaC CiPa (2196-5000).

Lar de idosos aguarda sua ajudaNa edição passada desta revista, divulgamos as necessidades do lar abrigo amor

maior. Pois bem, os idosos que moram lá continuam precisando de seu auxílio. Faça sua parte! doe um pouco do que você tem para ajudá-los!

Nesse local, vivem 98 idosos, que chegam ao abrigo por meio da delegacia do idoso e do recolhimento da própria prefeitura, que não tem como cuidar deles. o lar abrigo amor maior é dirigido por Rosita alves há 35 anos e necessita de muita ajuda. a visitação é aberta a qualquer pessoa.

endereço: Rua Coronel silva Barros, 1.001 - jardim Primavera - duque de Caxias.telefone: 2262-2074.

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Ao encontrar qualquer um desses elementosligue urgente: (021) 2450-1418

Atenção, eles podem invadir seu imóvel!

Don Ratton (o rato) Cucaratcha (a barata) Gulosão (o cupim) Dengosão (o mosquito)

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Aplicação de gel Controle de LarvasFumacê

Solicite um orçamento sem compromisso.

Rua Cândido Benício, 476 - Campinho - Rio de Janeiro RJ

Tel: 21 2450-1418 - [email protected]. INEA: UN001126/55.61.21

DESRATIZAÇÃO

DESINSETIZAÇÃOBaratas, brocas, formigas, moscas,

mosquitos, pulgas e traças.

DESCUPINIZAÇÃO

OUTROS ANIMAIS NOCIVOSAranhas, escorpiões e lacraias. Morcegos e pombos (manejo).

LIMPEZA DE CAIXAS D’ÁGUA

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