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Ano I Edição nº 1 Março/Abril 2010 - R$ 5 ECONOMIA RENOVADA Empresários e especialistas destacam a retomada da produção industrial As perspectivas de crescimento Como a crise afetou o comércio, a construção civil e o setor siderúrgico na região O Vale do Aço inserido na bilionária demanda do Pré-Sal Paintball Cervejas Artesanais Morar sozinho Educação à Distância Como investir em ações

Revista Contexto #1

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Primeira edição da Revista Contexto

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Page 1: Revista Contexto #1

Ano I Edição nº 1 Março/Abril 2010 - R$ 5

ECONOMIA RENOVADAEmpresários e especialistas destacam a retomada da produção industrial

As perspectivas de crescimento

Como a crise afetou o comércio, a construção civil e o setor siderúrgico na região

O Vale do Aço inserido na bilionária demanda do Pré-Sal

Paintball Cervejas Artesanais Morar sozinho Educação à Distância Como investir em ações

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Índice / Revista CONTEXTO – Edição nº 1

EMPREENDIMENTOS

04 - A PCH que irá mudar a economia do município de Antônio Dias

05 - Banca de Design

14 – Campo de Paintball promete disseminar o esporte na região

16 – As iniciativas que contribuem para popularizar as cervejas artesanais no Vale do Aço

ECONOMIA

06 – A contabilidade enquanto parâmetro de gestão administrativa

30- Como se precaver para investir no mercado de ações

COMPORTAMENTO

07 – Como o mercado de serviços vem se adaptando às necessidades de quem mora sozinho

NEGÓCIOS

12 – Empório do Vinho supera dificuldades causadas por incêndio

COMÉRCIO VIRTUAL

13 – Discrição para adquirir produtos eróticos

ESPECIAL ECONOMIA

20 – A economia regional recupera-se das consequên-cias da crise; setor siderúrgico retoma produção e aposta nas demandas nacionais; economistas e empresários acreditam que a indústria será a principal propulsora de um novo período de prosperidade da economia nacional

EDUCAÇÃO

32 - Engenharia Civil posiciona-se entre os cursos mais concorridos da região

36 - Educadores avaliam as particularidades do Ensino à Distância

SAÚDE

35 - Wellness: novo conceito de atividade física

ENTRETENIMENTO

38 - Jazz, MPB e Rock: bares regionais valorizam bandas de diversos gêneros musicais

LAZER

40 - Parque Aquático oferece piscina de ondas

MEIO AMBIENTE

41 - 5º Fórum das Águas discute o Plano de Recursos Hídricos do Rio Doce

TURISMO

42 - Expedição mapeia riquezas históricas e geográficas

Editorial

 Em dicionários, o substantivo masculino contexto é definido, com leves variações, da seguinte maneira: conjunto de cir-cunstâncias que acompanham um acontecimento. No jorna-lismo, dificilmente algo será mais crucial do que encadear as idéias sob perspectiva, seja essa perspectiva social, histórica, econômica ou cultural. De certa maneira, contexto sugere algo com um teor maior de complexidade e um olhar além do que

se vê.

Há algum tempo, percebemos que o Vale do Aço merece uma revista com a proposta de comunicar-se com uma parcela mais abrangente de leitores, que tenha uma abordagem plu-ral e seja condizente com o perfil cada vez mais diversificado dessa região. Sobretudo, que situasse a Região Metropolitana da qual fazemos parte sob um ponto de vista global. Lança-do o desafio, apresentamos-lhes a primeira edição da Revista Contexto, que nasce com a missão de honrar o seu nome e

oferecer informação e reflexão.

Boa leitura e até as próximas

Expediente

Uma publicação da Ideia & Fato ComunicaçãoAv Castelo Branco, 610, sala 307, Horto, Ipatinga – MG

Tel. (31) 3822 4421

EDITOR Roberto Sôlha Caldeira

DIRETOR DE PLANEJAMENTORoberto Bertozi

DIRETOR COMERCIAL E ADMINISTRATIVOMárcio de Paula Silva

REDAÇÃORoberto Bertozi, Márcio de Paula Silva e Roberto Sôlha

COLABOROU NESTA EDIÇÃOEdlayne de Paula

CAPAJorge Inácio

FOTOGRAFIAGrão Fotografia

PROJETO GRÁFICOPedro Bastos

IMPRESSÃOGráfica Damasceno

Comentários, sugestões e críticas:[email protected]

Tiragem: 2.000 exemplares

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A construção de uma Pequena Central Hidrelétrica em Antônio Dias, a 50 qui-lômetros de Ipatinga, denominada PCH Água Limpa, empreendimento na ordem de R$ 500 milhões e com capacidade para abastecer uma cidade de até 40 mil habi-tantes, está com a licença prévia aprovada pela Superintendência Regional do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Leste de Minas Gerais (Supram).

Conforme Graziela Aguilar, coordenado-ra de meio ambiente da empresa Alupar, responsável pela construção da PCH, foi analisado pela Supram Leste o Estudo de Impacto Ambiental – EIA, documento que norteia o processo de análise da viabilida-de ambiental do projeto.

Agora, já com a licença prévia, a Alupar, considerando as recomendações feitas pela Supram para a mitigação de impac-tos ambientais referentes à implantação da PCH, desenvolverá diversos programas ambientais, em parceria com a Prefeitura de Antônio Dias, visando a formalização do pedido de Licença de Instalação (LI). “De posse desse documento a construção da usina está prevista para iniciar-se no segundo semestre de 2010, com a prioriza-ção na contratação de mão-de-obra local e a aquisição de materiais e serviços de construção civil em Antônio Dias e, caso

necessário, na região do Vale do Aço, tra-zendo maior dinamização na economia regional”, explica Graziela.

Quanto à questão da aquisição de terras, a Alupar encontra-se em fase de negocia-ção com os proprietários a serem atingi-dos. Com a obtenção da licença prévia a empresa espera finalizar tais tratativas e obter a totalidade das terras necessárias.

IndenizaçãoCom a construção da pequena usina

hidrelétrica, a administração de Antônio Dias espera atrair empresas para atuarem no município. A Alupar vai investir aproxi-madamente R$ 500 milhões na obra, entre construção, indenização de nove famílias (que cederão parte do terreno sem que haja a necessidade de desapropriação) e pagamento de pessoal. O tempo para construção da pequena usina será de 27 meses.

O que é a PCHA Pequena Central Hidrelétrica (PCH

Água Limpa), que será construída em Antônio Dias, deve mudar a economia no município. Basicamente, porque vai gerar mais de 300 empregos diretos e indiretos, com grande parte das contratações prove-nientes do Vale do Aço. Além disso, como a unidade geradora de energia (Casa de

Força) será construída no território de Antônio Dias, a receita deve aumentar em R$ 1 milhão. A PCH será instalada no rio Piracicaba, nas comunidades do Japão e de Sá Carvalho. O local exato onde será construída a hidrelétrica é logo embaixo da ponte que fica próximo ao rio, a nove quilômetros do trevo que dá acesso a Antônio Dias. A PCH Água Limpa vai ser instalada à direita da ponte, no sentido Antônio Dias/Ipatinga, a aproximadamen-te quatro quilômetros da casa de força da Usina Hidrelétrica Sá Carvalho.

Com uma potência instalada de 18 MW (megawatts), a pequena usina terá capa-cidade para abastecer uma cidade com mais de 40 mil habitantes. O reservatório da PCH irá ocupar uma área de 16 hecta-res, com altura máxima da barragem, con-tados da rocha até a parte mais alta do barramento, de 19,7 metros. De uma mar-gem a outra, a PCH Água Limpa terá 112,5 metros de comprimento.

“Do tamanho total do reservatório, 7,5 hectares serão alagados. Desse total, 2,5 hectares são de pastos e os outros cin-co remanescentes de vegetação. Vamos implementar uma Área de Preservação Ambiental (APP) de 40 hectares, com ganho ambiental de pelo menos 800%”, garante Graziela Aguilar.

O empreendimento será erguido próximo à antiga ponte de Sá Carvalho.

Supram concede licença prévia para construção de PCH em Antônio Dias

Foto: Wôlmer Ezequiel

Texto: Roberto BertoziEmpreendimentos04

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Quando o casal de arquitetos Carla Paoliello e Cássio de Lucena decidiu montar a Banca de Design no bairro Horto, em Ipatinga, queriam mais que um negócio próprio: deseja-vam encontrar pessoas que gostassem de arte assim como eles. Há um ano instalada na avenida Castelo Branco, nº 433, o estabalecimento é freqüentada por uma clientela diver-sificada, formada por universitários, músicos, arquitetos, jornalistas, cinéfilos, fotógrafos e curiosos que passam na Banca para conferir a diversidade de mercadorias à venda.

Propositalmente pequeno, o espaço possui estrutura de container e medidas semelhantes às de uma banda de revis-tas. As prateleiras são caixas de hortifruti empilhadas, onde ficam expostos produtos simples e de utilidades variadas, como xícaras de café e pratos de porcelana, bolsas, caixas de música, sabonetes, camisetas e fotografias emolduradas.

“O objetivo da banca é popularizar os objetos. São utilitá-rios que refletem um pouco da essência de quem os criou”, diz Carla, explicando que no estabelecimento encontram-se produtos de designers de várias regiões do Brasil e de outros países. A arquiteta informa que desde a criação da Banca de Design o local tem recebido diariamente propos-tas de parcerias para as mais variadas intervenções. Até o momento, exposições, oficinas de fotografia e exibições de filmes já foram realizadas na banca. “As pessoas têm se apropriado cada vez mais a da Banca para criar, expor e

se divertir. A intenção é que o espaço torne-se, cada vez mais, uma referência para quem produz e para quem pro-cura objetos expressivos, que contam estórias e que, de certa forma, revelam uma maneira de pensar e de viver. Mais do que promover a venda destes objetos, somos um espaço difusor de cultura, arte e educação. Um lugar de informação, de trocas e de encontros”, diz Carla.

O espaço é único no Vale do Aço e agrega exposição e venda de objetos com design diferenciado. A origina-lidade dos produtos da Banca de Design pode ser uma boa opção de presentes surpreendentes e curiosos. Afi-nal, não é todo dia que ganhamos de lembrança uma caixa de música à manivela, nuvens engarrafadas ou simpáticos bonecos de Andy Warhol, Gandhi ou Pablo Picasso. A produção local também é disponibilizada na Banca, como os bordados confeccionados pela ONG COM-VIVER(associacaocomviver.blogspot.com), que reprodu-zem as paisagens urbanas da região.

A Banca de Design está localizada na avenida Castelo Branco, nº 433, no Horto. De segunda a sexta-feira, seu ho-rário de funcionamento é de 9h30 às 12h30 e de 13h30 às 18h30 . Aos sábados, entre 9h30 e 12h30. Os objetos, ex-posições, oficinas e programação do espaço você confere no blog: bancadedesign.blogspot.com

O encontro da arte com o cotidiano Texto: Edlayne de Paula

Carla Paoliello (e), Bruna Roque e Isabel Campos, a equipe da Banca de Design: espaço difusor de cultura, arte e educação

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Já ficou no passado aquela ideia de que contadores servem apenas para emitir nota fiscal e fazer declaração de Imposto de Renda. Setor fundamental em peque-nas, médias e grandes empresas, a conta-bilidade ganhou nova roupagem e o pro-fissional que atua no ramo passou a ser muito mais dinâmico. Alguns, pelo menos, já que aqueles que insistem no modelo clássico de tocar a profissão acabaram en-golidos pelas grandes empresas do setor.

Nathaniel Vieira Pereira, da NTW Contabilidade, revela que a contabilida-de avançou muito no Brasil, principal-mente após incorporar novos serviços, como gestão financeira e contabilidade empresarial. Ele acredita que os contabi-listas foram obrigados a se reposicionar no mercado, se empenhando em novas

funções e agregando diversas áreas. “A contabilidade atua na transparência das empresas, na responsabilidade social e em diversas dimensões de um contrato. Sabemos que um contador, sozinho, não resolve um problema de uma empresa, mas certamente ele é muito importante para manter a estabilidade empresarial”, diz Nathaniel.

ContasPode-se afirmar que a contabilidade

é a única ciência que mede a evolução dos números. Em cima dessa máxima, medir ganhos e perdas de uma empresa é uma ação rotineira. “Por isso ficar preso ao modelo clássico de contabilidade não ajuda em nada uma empresa. Quando participamos das ações, conhecemos os processos, fazemos as análises de

Economia

Empresário explica porque as empresas que usam esse serviço se mantêm na frente

desempenho, fica mais tangível avaliar os resultados. A contabilidade atua junto ao planejamento empresarial”, reconhece o contabilista.

NTWA empresa NTW Contabilidade e Gestão

Empresarial é a primeira do ramo a conse-guir a certificação Iso 9001, versão 2008, em todo o Brasil. Nathaniel Pereira, espe-cialista em gestão pública, gerenciamento de micro e pequenas empresas, além de MBA em controladoria de finanças, atri-bui a certificação ao reconhecimento ao desempenho de uma empresa que sem-pre buscou um posicionamento diferente das concorrentes, procurando oferecer serviços de credibilidade à população.

Quando acontabilidade é importante

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Segundo o Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE), a quantidade de famílias unipessoais (compostas por uma única pessoa) cresce a cada ano, estimu-lando vários setores da economia a aten-der melhor essa parcela da população. Conforme as previsões do IBGE, até 2016 cerca de 12 milhões de indivíduos irão morar sozinho no Brasil, um contingente três vezes maior que a atual população do Uruguai.

Antes, o perfil desse público era cons-tituído, em sua maioria, por jovens que saíam da casa dos pais para estudar em outras cidades. Hoje os motivos são os mais variados possíveis. Há desde pessoas da terceira idade que perderam o compa-

nheiro, passando por recém-divorciados e até quem simplesmente busca a indivi-dualidade e optou por essa condição. Na avaliação do psicólogo Cássio Eduardo So-ares Miranda, há dois aspectos a se consi-derar em relação ao número crescente de famílias unipessoais. “Primeiramente, há a ascensão econômica dos últimos tempos, e em segundo lugar temos a questão li-gada a um ideal de vida apoiado no des-centramento das relações familiares e até mesmo na formação de novas configura-ções familiares,” diz o psicólogo.

Demanda crescenteO ramo imobiliário corre contra o tempo

para tentar atender a demanda crescente por moradias para famílias unipessoais.

Atuando no ramo imobiliário há 22 anos, o empresário timotense Rogério Costa é um exemplo de como o setor vem perceben-do essa carência. Ano passado, Costa com-prou um hotel e o transformou em um prédio de quitinetes. “Investi nesse tipo de empreendimento pelo fato de uma universidade ter se instalado em Timóteo, além disso, a procura sempre foi grande por esse tipo de imóvel”, explica. Segun-do Costa, a mudança na Lei do Inquilinato foi outro fator que tornou o investimento no setor ainda mais atraente. A referida lei promove a desocupação do imóvel de for-ma rápida se o inquilino quebrar as regras ou ter o contrato vencido.

Mercado tenta se adequar para atender quem mora sozinho

Há algum tempo, o mercado vem se adaptando para atender a necessi-dade de vários nichos, como de quem mora sozinho. Demorou um pouco, mas percebeu não ser possível tratar o consumidor de forma igual, pois as necessidades são diferentes. No inte-rior de Minas Gerais, essa adaptação ainda acontece de forma lenta, mas al-guns avanços já são identificados.

Comportamento

Texto: Márcio de Paula

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Para Renato Tassis, o setor imobiliário pre-cisa se adequar ao perfil econômico das famílias unipessoais: “É justo pagar menos por um espaço menor, mas nem sempre isso acontece”

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Para o publicitário Renato Tassis, que já morou em metrópoles como o Rio de Janeiro, o mercado regional de imóveis ainda precisa de adaptações para atender famílias unipessoais. Na opinião de Tassis, que mora sozinho em um apartamento em Coronel Fabriciano, embora o merca-do venha se preparando para atender essa parcela de consumidores, a oferta é muito escassa na região. “Quem investir nesse segmento terá retorno, porque há uma grande demanda. Basta ir às imobiliárias para constatar essa insuficiência”, argumenta.

Além da pouca oferta de imóveis des-tinada a esse público, Tassis lamenta, so-bretudo, os equívocos do mercado em relação às questões financeiras. “É preciso que o ramo imobiliário reveja os valores cobrados para quem mora sozinho. Seria justo pagar menos por um espaço menor, mas em função do alto custo dos aluguéis, fica mais viável dividir um apartamento com duas, três ou quatro pessoas. Isso compromete quem deseja ter privacidade e individualidade”, observa Tassis.

Preferência de igual para igualSegundo o empresário Rogério Costa,

esse tipo de imóvel deixou de ser procu-rado majoritariamente pelo público mas-culino. Atualmente, a demanda está igual-mente dividida entre homens e mulheres. “Seja pela independência financeira, por um eventual óbito do companheiro ou por afirmação social, a procura por esse tipo de imóvel entre as mulheres aumen-tou significativamente nas últimas déca-das”, informa Costa.

O psicólogo Cássio Eduardo observa que as imposições do mercado têm valor significativo nas decisões das mulheres em morar só. “Há o fator econômico e a relativa autonomia feminina conquista-da a trancos e barrancos. Outro fator é a identificação com um ideal de que mulher que mora sozinha é uma mulher moderna e independente”, diz. Para o psicólogo, no entanto, morar só não é necessariamente sinônimo de independência e liberdade.

Segmentos ainda não despertaram para essa nova realidade

Mesmo que parte do mercado já reconheça esse público como uma alterna-tiva positiva de consumo e renda, muitos segmentos ainda não despertaram para essa nova realidade. Famílias unipessoais têm demandas próprias de consumo de bens e serviços, e precisam ser vistas com suas particularidades. Ao menos, é isso que espera a maioria das pessoas que mo-ram sozinhas.

Alimentação O macarrão instantâneo deixou de ser

a única opção para famílias unipessoais que procuram economia e rapidez ao preparar o alimento. Hoje é comum achar em supermercados produtos com emba-lagens reduzidas como sopas, lasanhas e pizza individual, além de uma infinidade de produtos de tamanho reduzido. Na opinião do publicitário Renato Tassis, até quem não sabe cozinhar consegue se virar sozinho com as opções ofertadas. “As op-ções de produtos industrializados são va-

Comportamento08

O empresário Rogério Costa vis-lumbra oportunidades no mercado de imóveis para famílias unipes-soais: morar só é preferência entre públicos diversificados

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riadas. Em função dos congelados e pré-cozidos, até quem não sabe fritar um ovo consegue se virar na cozinha”.

ServiçosEm relação aos serviços, várias empresas

estão se aperfeiçoando para atender esse nicho. O empresário José Fábio Campos, proprietário de uma lavanderia em Timó-teo, afirma estar preparado para atender essa demanda. “Temos serviços para aten-der tanto quem mora sozinho, como toda família, com preços compatíveis a cada público”, diz.

Conforme Campos, há uma demanda variável em função da dinâmica da cidade. “Às vezes se instalam aqui novas empre-sas para atender a indústria, aí muda um pouco as características desse público. Há também um aumento em função das fa-culdades e universidades, mas de forma geral, esse setor está estabilizado, pelo menos no meu segmento”.

TurismoNo turismo, viajar sozinho ainda é mais

dispendioso do que viajar acompanhado. Em alguns casos, um pacote individual sai mais caro que o destinado a um casal. De acordo com Wander de Paiva Silveira, proprietário de uma agência de viagens em Coronel Fabriciano, um pacote em alta temporada é mais oneroso para quem de-seja viajar só. “O valor do pacote individu-al no carnaval, por exemplo, chega a 80% mais alto que para um casal”, informa.

Segundo o empresário, muitas vendas na sua agência não são efetuadas em função da não adequação dos pacotes para este público específico. “A procura por pacotes individuais é grande, mas o preço acaba desestimulando as pessoas. Muitas vezes o cliente tira férias em datas diferente da companheira ou dos amigos, e quando procura a agência para fazer o pacote, acaba desistindo em função do preço. Para a agência, seria bom se as

operadores se adaptassem à essa deman-da, pois a procura realmente é muito alta”, diz Wander de Paiva.

Prós e contrasAs palavras chaves para esse público são

liberdade, privacidade e individualidade. Para quem mora sozinho, é fundamental aprender a gostar de si e se valorizar, afi-nal boa parte do tempo a pessoa passa em sua própria companhia.

Para Renato Tassis, morar sozinho tem seus prós e contras. Se por um lado ad-quire-se o próprio espaço, por outro pode haver um sentimento de solidão que inco-moda. “A vantagem é você ter sua liberda-de, poder receber pessoas, ter a tranquili-dade de estar tudo no lugar quando você sair e voltar, além de poder ser dono do seu espaço. O ruim é a solidão, pois nem sempre estar sozinho é legal e faz bem, mas se você souber administrar os dois, conseguirá ter qualidade de vida”, finaliza.

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Após incêndio devastador, Empório do Vinho é reconstruído com nova estrutura e espaço ampliado

No último dia 20 de dezembro, um capí-tulo importante da história do Empório do Vinho foi escrito. Após um hiato de cinco meses, a delicatessen localizada no bair-ro Cidade Nobre voltou a funcionar após o incêndio que destruiu boa parte do es-tabelecimento. Em julho de 2009, um in-cidente na cozinha do Empório do Vinho causou danos em praticamente todas as dependências da loja. “As perdas foram muitas e pouco foi aproveitado do que restou ”, conta o proprietário Francisco Paulo Moraes de Jesus. Engenheiro me-talúrgico aposentado, Francisco decidiu apostar no segmento de vinhos e gastro-nomia sofisticada após conhecer vários países e constatar que a região era caren-te em estabelecimentos mais arrojados. Em 2005, Francisco tornou-se empresário após adquirir o Empório do Vinho em Ti-

móteo, que existia desde 1999. “A inten-ção era apostar na cultura do vinho do Vale do Aço. Em Timóteo, a loja passou a ter também um espaço gourmet, que foi precursor na região e acabou inspirando outros ambientes com propostas pareci-das. Este espaço acabou sendo freqüenta-do por clientes de Ipatinga, que cobravam a necessidade de um espaço semelhante na cidade”, recorda o empresário. Após analisar pesquisas de mercado, Francisco inaugurou o Empório do Vinho no bairro Cidade Nobre, em Ipatinga no final de 2007. Rapidamente, o estabelecimento vi-rou uma das referências em boa gastrono-mia na região. “Além de oferecer opções para quem aprecia bons pratos, o Empó-rio também tinha o espaço chamado Bo-tequim, com música ao vivo. O estabele-cimento dispunha de vários ambientes e

ficou conhecido como um local charmoso e acolhedor, que contava com um chef experiente em cozinha internacional”, de-talha. No auge de suas atividades, porém, o Empório do Vinho teve grande parte de suas instalações destruídas pelo incêndio ocorrido em julho de 2009. Até então, a casa que abrigava o estabelecimento era uma construção de madeira. “Após o inci-dente, passamos por um período de reto-mada dos negócios. Além de termos sofri-do perdas materiais, houve o agravante da crise. Então, 2009 foi um ano em que tive-mos que ultrapassar fortes obstáculos. No entanto, com o apoio de amigos, clientes e da família, decidimos reconstruir tudo novamente. Foi uma fase de superação de inúmeros desafios”, recorda Francisco Moraes.

Reforma

Para reconstituir a loja foi elaborado um novo projeto estrutural, oferecendo mais conforto e bem estar aos clientes. Nos próximos meses, o Empório do Vinho irá reabrir seu restaurante e o botequim com espaço expandido e outras novidades. “Nós acreditamos que o sucesso de um empre-endimento no Vale do Aço está ligado à situação da economia regional. Por acre-ditarmos no potencial de Ipatinga e Timó-teo, decidimos dar continuidade às ativi-dades do Empório do Vinho na região. Os nossos clientes podem ter certeza de que irão contar com um espaço remodelado e mais estruturado, com melhores instala-ções”, finaliza Francisco Moraes.

ServiçoO Empório do Vinho está localizado na Avenida Monteiro Lobato, 876, no bair-ro Cidade Nobre. Para mais informações, acesse www.emporiodovinho.com.br

Negócios

Texto: Roberto Sôlha

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Francisco Moraes em frente à nova loja: mais conforto e bem estar aos clientes

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Imagina poder comprar produtos eróticos, dos simples aos mais exóticos, no conforto de casa e sem precisar se expor em frente a vitrines? É o que promete La Mona Isla sexy room. Uma loja virtual que promete entrega em até 20 dias e delivery no Vale do Aço.

O nome da loja é uma mistura de expressões em grego e da cultura Islã que querem dizer: “mulher de muita vontade”. No entanto, o espaço serve para atender mocinhos e mocinhas: os que sentem vermelhidão ao falarem de sexo; os que contam as fantasias em público; heteros e homos; e casais de todas as idades.

A discrição é a grande arma da La Mona Isla desde a compra até a entrega. Os pedidos podem ser feitas on line por meio de um cadastro em que o usuário pode se identificar por um nome fictício. Uma das opções de pagamento é o PagSeguro, um serviço em que o vendedor não tem acesso às informações de quem compra.

Comércio virtual

Delivery de DESEJOSTexto: Edlayne de Paula

Sexy room virtual promete produtos com discrição para quem não quer sair de casa

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A razão social da loja também leva um nome masculino que nada tem a ver com a expressão La Mona Isla.

Além disso, as entregas no Vale do Aço são feitas por uma equipe de motoboys especialmente treinados pela loja. Os produtos chegam numa embalagem discreta e sem nenhuma identificação do sexy room.

La Mona Isla também tem um telefone de vendas: (31)8850-1920. Pelo celular é possível pedir ajuda para preparar um ambiente para uma ‘festinha’ a dois ou ainda chamar uma das revendedoras da loja para despedidas de solteiras ou uma festa do pijama. No caso da confraternização de ‘luluzinhas’, a anfitriã ganha 30% de tudo o que for vendido. A sexy room ainda oferece orientação gratuita de uma sexóloga que responde dúvidas dos internautas online.

www.lamonaisla.com.br

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Ipatinga passa a contar com um espor-te que cresce a cada dia em número de adeptos no Brasil. Há quem fale em 13 milhões, entre praticantes, admiradores e entusiastas. Os mais otimistas apostam em 15 milhões. Estamos falando do paint-ball, uma mistura de jogo estratégico com agilidade na arte de saber atirar, que alia a prática esportiva, a corrida e muita, muita adrenalina.

Depois de chegar ao Vale do Aço trazido por dois amigos aficcionados pela prática do tiro com bolinhas de tinta, André Bran-dão e Eiziel de Paula, o AZ Paintball agora se instala em Ipatinga, onde os proprietá-rios esperam agregar ainda mais adeptos. Anteriormente a área esportiva estava localizada no loteamento Porto Seguro, localizado a caminho da Lagoa Silvana e pertencente ao município de Caratinga.

Em fase final de construção, o novo cam-po será instalado no Rancho do Peão, no bairro Caçula, à rua Levítico, 210. As ativi-dades, que começam neste mês de março, sofrerão algumas alterações em relação às praticadas no antigo campo. O espaço agora é maior, com mil metros quadrados, diferente dos 645 metros da área ante-rior. O campo será coberto por uma tela, evitando que as bolinhas ‘voem’ para fora da área destinada ao esporte. Para ofere-

cer ainda mais realidade ao jogo, as mar-cadoras (evita-se chamar de armas) são réplicas de Uzi, metralhadoras compactas usadas pelo exército israelense.

Estilo de jogoNo paintball, o jogo mais comum é o

mata-mata, em que duas equipes, de até quatro jogadores cada, se enfrentam. No campo da AZ paintball, ao contratar uma partida, a pessoa recebe o Kit segurança, que além do macacão, tem incluído a pes-coceira, o colete, a máscara, a marcadora, um cilindro de gás (CO²) e as munições, bolinhas que contém tinta biodegradável envoltas numa cápsula similar a de um remédio. Nesse pacote, que vem como 50 munições, o interessado paga R$ 30 de quinta a domingo. Às terças e quartas-feiras, cobra-se R$ 25 para 1h30 de jogo.

“Nesse tipo de jogo o objetivo é acertar o adversário, sujando-o de tinta para ca-racterizar o tiro. Feito isso, a pessoa é eli-minada. A equipe que sobrar no campo vence o jogo”, explica Ziel. Apesar dessas regras, cabe aos jogadores decidirem se a pessoa que levar um tiro sai ou não do jogo. “Como grande parte do público vem aqui para brincar e sair um pouco da roti-na, eles jogam até acabar a munição, inde-pendente se alguém levar um ou dez tiros, por exemplo”, frisa.

Texto: Roberto Bertozi

Empreendimentos

Paintballde casa nova

Espaço inimigoVoltado para jogadores com um pouco

mais de experiência, a modalidade Ban-deira é uma outra vertente do paintball. Nesse jogo, há duas equipes e uma ban-deira no meio do campo. O objetivo é pegá-la e atravessar até o lado adversário, como se tivesse conquistando o espaço inimigo. Joga-se com até cinco pessoas dentro do campo. “Na realidade é um ver-dadeiro trabalho de equipe, já que é preci-so defender um companheiro para que ele tenha condição de pegar a bandeira. Vale a pena tentar”, menciona André.

O campoComo André trabalhava como maquinis-

ta em Ipatinga, os dois decidiram procurar uma área adequada por aqui mesmo. No loteamento Porto Seguro, a área era con-siderada um excelente lugar para a prática do esporte, devido à tranquilidade e se-gurança. “A procura pelo esporte cresceu aqui e muita gente questionava o porquê de o campo ser num local considerado distante. Acreditamos que agora, com a área no meio da cidade, vamos ter ainda mais praticantes. A estrutura está boa e es-peramos agradar a todos”, destaca André.

Nova área para a prática do esporte de

tiro de bolinha de tinta promete agitar Ipatinga

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A história do empreendimento come-çou quando os dois amigos, que costuma-vam brincar de paintball em Governador Valadares, resolveram montar o próprio campo. “Morávamos em Frei Inocêncio e tínhamos que percorrer 30 quilômetros de carro para jogar, o que acabava compli-cando o nosso orçamento”, lembra Ziel. Foi então que começaram a pesquisar tudo sobre o esporte, desde o preço dos mate-riais até possíveis áreas para o campo de paintball.

A vontade de montar o próprio campo era tanta que Ziel foi ao SEBRAE para saber quais passos eram necessários para o em-preendimento. “A partir daí estudei todo o material que me foi indicado”, lembra. Sobre o paitnball em si, os sócios passa-ram a conhecer as dinâmicas do campo, a tecnologia de obstáculos e as melhores munições. Após as análises, ainda faltava o principal para qualquer empreendimento: o investimento.

O plano de negócio deles foi avaliado em R$ 30 mil pelo SEBRAE. Até empresta-vam o dinheiro, mas pediram 10% por isso. Acharam muito e então resolveram partir para o plano B. “Tivemos sorte e conse-guimos uma ‘mãe-trocício’”, brinca Ziel, fa-zendo alusão ao fato de mãe de André ter emprestado a verba.

ServiçoAZ PaintballRancho do Peão (bairro Caçula)Contato: (31) 8573 5180

Sonho de ser independente

Com o campo instalado em Ipatinga, Ziel (e) e André apostam na maior difusão do paintball em âmbito regional

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Os produtores da precursora Mob Bier: Henrique Reis, Vittorio Peri e Rafael Patrício.

Empreendimentos16

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Marcas produzidas na regiãoe bares especializados em

cervejasartesanais

difundem a cultura cervejeira no Vale do Aço.

Foi-se o tempo em que a cerveja pilsen reinava absoluta na preferência dos consumidores brasileiros. A cada dia, os bebedores de cerveja descobrem fortes concorrentes para a “loira gelada”, como é popularmente conhecida o tipo mais comum da bebida no Brasil. Apesar do clima tropical ser propício ao consumo da pilsen – de coloração clara e teor alcoólico mais reduzido e leve -, a apreciação de marcas fabricadas artesanalmente ganha mais adeptos e se difunde entre bares, botecos e restaurantes em função de seus dife-renciais.

Texto: Roberto Sôlha

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“A variedade de sabores das cervejas ar-tesanais acaba até mesmo conquistando pessoas que até então não gostavam da bebida. Como no Brasil a cerveja pilsen é a mais consumida, muita gente que experi-menta esse tipo acaba não gostando. Mas a diversidade de misturas das cervejas ar-tesanais pode se adequar a uma infinidade de gostos”, argumenta o músico Henrique Moreira Reis e os historiadores Rafael Patrí-cio Martins e Vittorio Peri.

Há dois anos, os três amigos deixaram de ser meros degustadores de cerveja ar-tesanal e decidiram criar sua própria mar-ca. A idéia deu origem à MobBier, primeira do Vale do Aço a ser fabricada nos moldes caseiros.

“Temos um grupo grande de amigos, uma espécie de confraria de pessoas liga-das à cultura cervejeira. A gente sempre se reunia para experimentar marcas arte-sanais e gostávamos de pesquisar sobre o modo de preparo, técnicas de fabricação e diversas outras informações sobre como fazer cerveja. Isso nos deu segurança para montar nossa própria marca”, conta Rafael Patrício. Além da consulta em sites e livros especializados, os três sócios participaram de cursos de capacitação promovidos pela Associação de Cervejeiros Artesanais de Minas Gerais (Acerva). Aos poucos, Rafa-el, Vittorio e Henrique foram conhecendo outros produtores e passaram a adquirir os primeiros equipamentos de fabricação. Após quatro meses de produção, a Mob-Bier participou do Concurso Mineiro de Cerveja Artesanal. “Ficamos em último lu-gar, mas isso foi um incentivo para aprimo-rarmos a qualidade da MobBier. Em 2008, participamos do 3º Concurso das Associa-

ções de Cervejeiros Artesanais e ficamos em sexto lugar na categoria Weiss (cerveja de trigo, tradicional na Alemanha)”, conta Henrique, explicando que o conhecimen-to técnico mais aprofundado e a aquisição de equipamentos mais adequados permi-tiram que a MobBier obtivesse melhor co-locação.

Após dois anos produzindo a MobBier – fabricada na casa onde mora Henrique, em Coronel Fabriciano -, os três sócios co-mercializam atualmente 120 litros da cer-veja por mês, em garrafas de 600 ml ven-didas a R$ 7, em média. Com a objetivo de continuar produzindo em pequena escala para manter o alto padrão de qualidade, os donos da MobBier pretendem se envol-ver com outros projetos que incentivem a produção de cerveja artesanal no Vale do Aço. “Todos nós nos ocupamos de outras atividades. A produção de cerveja ainda é um hobby, mas sonhamos que um dia possamos viver disso. Acreditamos que é um sonho possível porque há um grande número de apreciadores de cerveja arte-sanal e pessoas interessadas pela cultura cervejeira. A MobBier surgiu há apenas dois anos e desde então surgiram bares especializados em cerveja artesanal e no-vas marcas produzidas na região. São indí-cios de que esse mercado ainda vai cres-cer muito por aqui”, diz Vittorio Peri.

Reconhecimento Além da MobBier, o Vale do Aço já foi

representado em outros concursos pela cerveja Texsan. Produzida em Mesquita pelo ipatinguense Eric Teixeira, a marca surgiu um ano depois da MobBier e ob-teve colocação de destaque logo no pri-meiro concurso que disputou. Em agos-

to de 2008, oito meses após iniciar sua fabricação, o Concurso das Acervas pre-miou a Texsan como a segunda melhor cerveja na categoria Weiss. “Foi um prêmio importante porque disputamos com ou-tras 35 marcas. O primeiro lugar foi ven-cido por uma marca argentina. Podemos considerar então que a Texsan foi a melhor cerveja brasileira da categoria”, conta Eric. Diariamente, ele dirige de Ipatinga, onde trabalha como bancário, até Mesquita. Lá, ele e outro funcionário fabricam a Texsan, cuja produção mensal é de 250 litros, ven-didos em garrafas de 600ml a R$ 9, em média. Em 2010, Eric pretende se dedi-car exclusivamente à Texsan. “O objetivo é atingir produção mensal de no mínimo dois mil litros e no máximo oito mil litros, nos moldes de uma microcervejaria”. Ele também pretende investir na fabricação de chopp artesanal. Sua aposta na pro-dução de cerveja artesanal se deu pelos mesmos motivos dos donos da MobBier. A exemplo dos três sócios da cerveja fabri-cianense, Eric Teixeira sempre apreciou e pesquisou a cultura relacionada ao consu-mo de cerveja.

“Para quem aprecia as cervejas produ-zidas pelas grandes fábricas, é impossível não notar o diferencial das artesanais. Seu líquido é mais encorpado e o sabor é mais apurado por não utilizar aditivos. Aos pou-cos, percebemos que o Vale do Aço está descobrindo a variedade de sabores que esse tipo de cerveja proporciona aos con-sumidores. As pessoas estão descobrindo que a cerveja é tão rica quanto o vinho. Ela envolve uma infinidade de variações e pode ser apreciada com cardápios especí-ficos”, diz.

Empreendimentos17

Além do surgimento quase simultâneo de duas marcas regionais, outros fatores demonstram a aceitação das cervejas ar-tesanais no Vale do Aço. Em Ipatinga, o Petiscos Bar oferece a maior diversidade de marcas da região. Localizado no bairro Bom Retiro, o estabelecimento existe há pouco mais de um ano, mas já se tornou referência para os apreciadores das cer-vejas artesanais. O bar oferece mais de 80 marcas de países europeus e várias regi-ões do Brasil.

Segundo um dos proprietários do esta-belecimento, Álvaro Cristian, a idéia de co-mercializar várias marcas de cerveja surgiu da carência na região. “Nós consumíamos

cerveja artesanal nos bares de Belo Hori-zonte. Em Ipatinga, só achávamos as mar-cas mais comuns. Hoje o Petiscos vende desde cervejas mais conhecidas até mar-cas que não são encontradas em nenhum outro estabelecimento da região”, informa.

Para Álvaro, o advento da MobBier e Texsan – ambas vendidas no bar – foram importantes para fomentar o movimen-to cervejeiro no Vale do Aço. O suces-so do bar e a boa aceitação das marcas regionais irão impulsionar novas empreita-das. “Planejamos abrir uma cervejaria ain-da no primeiro semestre de 2010. Além da fabricação de chope e cerveja artesanal, o local também será utilizado para sediar

eventos de fomento à cultura cervejeira, como palestras, cursos e degustações”, adianta o empresário, que recentemente foi eleito o vice-presidente da Acerva e patrocinou, em outubro de 2009, a primei-ra edição da Oktobervaço, que realizou uma série de workshops sobre produção de cerveja. Para Álvaro, em 2010 o Vale do Aço dará passos importantes para se tornar um pólo cervejeiro em âmbito esta-dual. “Serão três marcas produzidas na re-gião e duas cervejarias. Com a fabricação regional, o produto chegará ao consumi-dor com um valor mais reduzido, facili-tando ainda mais a aceitação das cervejas artesanais”, finaliza.

Novas empreitadas

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cerva

A premiada Texsan, de Eric Teixeira: em 2010, a marca será produzida em maior escala e fabricada também em chopp.

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Ao contrário da Usiminas e Arcelor Mit-tal, a Cenibra foi afetada de diferentes maneiras. Seu quadro de funcionários não sofreu cortes e a empresa continuou operando no limite de sua capacidade. Em entrevista concedida à CONTEXTO por Naohiro Doi, diretor administrativo e financeiro da empresa especializada em celulose, o executivo falou sobre o período pré-crise, os planos de expan-são da Cenibra e quais as expectativas de produção para 2010. Naohiro infor-mou que o volume de vendas da Cenibra permaneceu o mesmo dos níveis alcan-çados antes da crise mundial. “A Cenibra sempre operou com plena capacidade, ou seja, produzindo 1.160.000 toneladas de

celulose anualmente. Este patamar não mudou nada após a crise. O volume de vendas para os mercados interno e exter-no também permaneceu o mesmo. No en-tanto, a crise afetou o preço da celulose no mercado mundial”, explica. Atualmente, o preço da matéria-prima está cotada em US$ 620 a tonelada. O valor ainda é 26% inferior ao verificado no período pré-crise, quando a celulose era comercializada por aproximadamente US$ 840. Em 2009, a to-nelada do produto chegou a ser comercia-lizada a US$ 560.

Segundo Naohiro, atualmente 90% da produção da Cenibra é exportada para pa-íses da Europa, Ásia e América do Norte.

A desvalorização da celulose em grande parte desses países chegou a reduzir o preço do produto para dois terços do valor cotado antes da crise. Em alguns países, a celulose passou a ser exportada pela me-tade do preço pré-crise.

Demissões Ao contrário do setor siderúrgico, a Ce-

nibra manteve seu quadro de funcionários intacto. O diretor administrativo da em-presa explica que não foi preciso demitir trabalhadores porque os ajustes já vinham sendo feitos antes da crise estourar. “Feliz-mente, não demitimos um funcionário se-quer. Há alguns anos, a empresa já havia reduzido seu pessoal para chegar ao míni-

Especial economia

Momentode transição Apesar das turbulências causadas pela crise, a região soube enfrentar a recessão econômica e manteve os índices de consumo em alta, a exemplo do que aconteceu nas principais regiões do Sudeste. Nessa reportagem especial, a Revista Contexto traz opiniões de especialistas e em-

presários sobre as perspectivas econômicas para o Vale do Aço em 2010.

Texto: Roberto Sôlha

Cenibra: produção mantém-se estável

20

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aportes da ordem de R$ 90 milhões, per-mitindo que o volume fabricado neste ano supere a expectativa inicial de pro-dução em 5%. O plano de investimentos para a terceira linha corresponde a US$ 2 bilhões, com previsão de término do projeto até 2013. Além de ser um marco para a história da empresa, garantindo mais competitividade no mercado mun-dial e sustentabilidade aos processos, o projeto promete promover benefícios às comunidades. “A expansão da nossa linha de produção consolidará Belo Oriente como cidade base de uma das maiores e mais modernas produtoras mundiais de celulose de eucalipto, e proporcionará desenvolvimento socioeconômico por meio dos investimentos diretos e indi-retos”, diz o executivo Naohiro Doi. Para a base florestal da empresa, a previsão é que sejam investidos US$ 400 milhões.

“Há países queforam menos emais afetados.

O Brasil foi uma dasnações menos afetadas

pela crise financeira.”Naohiro Doi,

diretor administrativo efinanceiro da Cenibra

mo necessário”, explica Naohiro Doi.

Para o executivo, a crise trouxe consequên-cias para todos os setores da economia, embora seus efeitos tenham sido dife-rentes em diversos níveis. “Há países que foram menos e mais afetados. O Brasil foi uma das nações menos afetadas pela crise financeira. Por sua vez, o Japão talvez foi o mais afetado e sua economia retraiu aos níveis de 2002. Provavelmente serão ne-cessários mais seis anos para o Japão atin-gir os níveis de 2008. No Brasil, as reservas de moeda estrangeira sofreram pouca re-dução e os investimentos retornaram rapi-damente ao país. Isso prova que o país se recuperou mais rápido”, observa.

Em 2008, a empresa faturou cerca de US$ 730 milhões. Em 2009, a Cenibra fe-chou o ano com US$ 450 milhões – re-sultado um pouco “menos pessimista” do que a previsão feita no início de janeiro pelos administradores da empresa. “Mas esperamos que a empresa obtenha um

faturamento 10% a 20% superior em 2010 e atinja nos próximos anos os mesmos pa-tamares de 2008”, diz o executivo. Expansão

Em função das incertezas e oscilações do mercado mundial, a Cenibra decidiu adiar seu projeto de expansão, que iria permitir um acréscimo de 800 mil tone-ladas à produção anual de 1,16 milhões da empresa. Conforme Naohiro Dói, en-quanto não houver aumento de demanda para a exportação de celulose, a empresa irá manter o projeto em longo prazo. “Mas isso não quer dizer que a expansão será cancelada. A construção da terceira linha de produção foi suspensa após a crise mundial. Estamos observando o mercado e aguardando um cenário mais oportuno para o investimento na terceira linha”, diz.

Apesar de adiar o início da expansão, a Cenibra manteve os planos de investi-mentos em equipamentos para aumentar a produtividade. Em 2009, foram feitos

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Na opinião de Amaury Gonçalves, um dos economistas mais atuantes na região, 2010 será um ano de importantes marcos para redefinir o panorama político e eco-nômico do Brasil. Em entrevista à CON-TEXTO, Amaury aborda diversos assuntos referentes ao período da crise e suas con-sequências em âmbito regional, analisa a indefinição do quadro político em Ipatin-ga e defende a construção do novo aero-porto para o desenvolvimento regional. Economista da Câmara de Vereadores de Ipatinga e professor do curso de Adminis-tração do Pitágoras, Amaury Gonçalves também atua como conselheiro fiscal da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas).

Qual a avaliação que o senhor faz da atual situação econômica do país? O Brasil conseguiu superar a crise ou ainda é cedo para comemorar?

O Brasil apresenta hoje indicadores econômicos sólidos e que são percebi-

dos pelo mercado. A folga relativa nas reservas internacionais, que garantem recursos em dólares para a aquisição de produtos do exterior (importações) acaba por impedir que internamente um pro-duto similar possa subir exageradamente de preço, mantendo a inflação em baixos patamares, como foi a taxa anual de 4,3% em 2009. Estas reservas elevadas nos dão credibilidade para fazer uma política eco-nômica consistente. A situação atual é oposta ao que acontecia nos anos 1980, quando nossos saldos em reservas eram diminutos frente às necessidades de im-portações da economia brasileira, o que permitia os preços internos subirem de forma descontrolada. Isso impossibilitava a concorrência com produtos estrangei-ros, principalmente máquinas e equipa-mentos para a modernização industrial, e também produtos de alta tecnologia.

Como o Brasil conseguiu retomar a credibilidade no mercado?

Principalmente mantendo em dia os compromissos internacionais, como o pa-

gamento da dívida externa, que foi rene-gociada em longo prazo. Outra ação que ajudou o Brasil a atravessar a crise de ma-neira menos traumática foi atrair capital estrangeiro para investimento direto em novas fábricas e na expansão das multina-cionais existentes. Há ainda uma perspec-tiva enorme sobre o tamanho e potencial do mercado de consumo interno. Nesse sentido, a redução de IPI ajuda substan-cialmente os setores de bens de consumo duráveis e semiduráveis. Este conjunto de medidas vem permitindo um horizonte de crescimento permanente para a economia brasileira.

No entanto, o crescimento econômico ainda depende de medidas a serem toma-das no âmbito da política interna para ha-ver equilíbrio das contas públicas. A ques-tão do elevado endividamento interno preocupa, uma vez que representa 38% do nosso PIB.

A continuidade do crescimento da China em níveis sustentáveis também é impor-

“O ano de 2010 significará um momento importante para a redefinição política e econômica do país. No entanto, não deixaremos de experimentar novos índices de crescimento econômico, tendo em vista a crescente participação das classes C e D no mercado consumidor”

Amaury Gonçalves

Para economista, 2010 representa a retomada do crescimento e momento de avaliação do cenário global

Especial economia24

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tante para o fomento do setor industrial brasileiro, porque os chineses são grandes importadores de nossas matérias-primas.

De que maneira o Vale do Aço foi mais afetado pela crise?

A Região Metropolitana do Vale do Aço sofreu menos severamente os efeitos da crise. Apesar da construção da nova usina não ter sido concretizada, a Usiminas não sofreu prejuízos uma vez que as obras não tinham sido iniciadas. As exportações da siderúrgica diminuíram, porém o merca-do interno absorveu esta produção que seria destinada ao exterior. Isso pode ser explicado por causa da redução do IPI, que contribuiu para uma demanda maior do aço em âmbito nacional, já que ele é matéria-prima de automóveis, geladeiras e fogões.

A Cenibra já vinha mantendo seus pla-nos de expansão a médio prazo, o que não altera o panorama de investimentos da empresa para a região. No contexto das grandes empresas sediadas no Vale

do Aço, a crise teve maior impacto na Ar-celor Mittal. A redução no seu faturamen-to comprometeu os repasses financeiros para o município de Timóteo. As demais cidades da região, que não possuem in-dústrias e são fortemente dependentes do repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) sofreram com a alta que-da da arrecadação do ICMS no Estado e do IPI e IR na União – impostos que compõem o FPM.

As grandes empresas instaladas na região conseguirão retomar os mesmos níveis de produção do período pré-cri-se? Para 2010, podemos esperar que a Usiminas e Arcelor consigam resolver consequências da crise?

O ano de 2010 representará a retomada do crescimento e um momento de avalia-ção do cenário global. O comportamento da economia mundial é fundamental para a Arcelor Mittal reverter seu quadro de produção. Para diminuir sua dependência do mercado externo, a empresa vem mu-dando o perfil de produção para aços sili-cosos. A Usiminas, que tem grandes clien-tes no mercado interno, fica na espera da dinâmica econômica do governo em ano eleitoral e trabalha para alcançar os pata-mares de exportação do período pré-crise. A sustentação de um ritmo acelerado de crescimento econômico, sem causar ele-vação da inflação, consequentemente irá acelerar a implementação da nova usina.

Apesar do período difícil, houve in-centivo para o consumo de diversos bens. É possível que o governo continue a reduzir o IPI para outros produtos?

O crescente déficit público e a diminui-ção do ritmo de arrecadação compromete a capacidade do governo de manter estes incentivos setoriais. Portanto, a redução do IPI para os setores automobilístico, de materiais de construção civil e da chama-da linha branca não deverá ser estendida.

A construção do novo aeroporto e a expansão da Usiminas ainda são duas incógnitas. Como essa indefinição po-derá afetar o desenvolvimento regio-nal?

A Usiminas necessita da área do atual aeroporto para expansão de suas ativida-des. Por sua vez, a definição de uma nova área para pouso e decolagem torna-se ur-gente e fundamental para o crescimento econômico do Vale do Aço. A viabilidade de pouso de aeronaves de maior capaci-dade na região traria diversos benefícios, entre eles a possibilidade de baratear os custos desse meio de transporte. Com o advento de um aeroporto melhor estrutu-rado, estaríamos na rota das grandes com-panhias aéreas, como a Gol e TAM.

A construção civil é um dos setores mais aquecidos do sistema produtivo brasileiro. No entanto, a nossa região ainda carece de investimentos em mo-radias populares. Ao mesmo tempo, a especulação imobiliária em Ipatinga aumenta gradativamente. No futuro, essa situação pode afetar a região de que maneira?

O crescimento do Vale do Aço e, mais notadamente, de Ipatinga, sofre com a es-cassez de áreas para construção civil, prin-cipalmente dentro de modelos de gran-des condomínios que contemplem mais de um conjunto de moradias. As discus-sões do Plano Diretor deverão contemplar a verticalização da cidade em consonância com bairros que apresentam infra-estrutu-ra pública ociosa. A realidade de Ipatinga comporta o adensamento populacional vertical. Outras áreas vêm surgindo nos arredores da cidade, situação que ocorre nos Estados Unidos há décadas. Embora mais afastados do centro da cidade, esses bairros possibilitam melhor qualidade de vida, porque permitem mais contato com a natureza e são livres da poluição tipica-mente urbana.

Como o senhor avalia a indefinição política em Ipatinga? De que maneira essa situação pode impedir que o mu-nicípio seja contemplado com projetos de infra-estrutura?

A atual conjuntura política afeta o mu-nicípio muito mais pela capacidade de gestão do eventual ocupante do Executi-vo, uma vez que recursos dependentes do governo federal precisam de negociação política junto ao Congresso Nacional para garantir sua efetividade. Embora a verba destinada ao município em 2010 já esteja definida no orçamento federal, é funda-mental que haja esforços para a liberação desse recurso, independentemente de qual seja o agente público em exercício. Ao município, caberá também apresentar contrapartidas e os projetos necessários para que estes recursos se concretizem em obras ou serviços.

Em 2010, podemos esperar uma recu-peração positiva?

Com toda certeza, 2010 promete ser melhor que 2009. Esse ano significará um momento importante para a redefinição política e econômica do país. No entanto, não deixaremos de experimentar novos índices de crescimento econômico, ten-do em vista a crescente participação das classes C e D no mercado consumidor. Estas duas classes sociais irão garantir um patamar mínimo de aquecimento da atividade econômica, principalmente nos segmentos mais populares de menor va-lor agregado e menor desenvolvimento tecnológico.

Texto: Roberto Sôlha

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Para os profissionais ligados ao setor de construção civil da região, 2009 não repre-sentou um ano de prejuízos. Em entrevista à CONTEXTO, o engenheiro civil Heyder José Dias Franco explica que o a constru-ção de prédios no Vale do Aço, principal-mente em Ipatinga, manteve praticamen-te o mesmo ritmo do ano anterior. “Se 2008 foi um ano excelente em termos de demanda, podemos dizer que 2009 tam-bém foi de muito trabalho para a constru-ção civil. O setor predial, que é o que mais cresce atualmente no Vale do Aço, não sofreu baque nenhum em função da crise. Os projetos de prédios executados sofre-ram uma redução de no máximo 10% em relação a 2008. Agora, no total de projetos executados para todos os setores, houve uma redução maior. Em 2008, fomos res-ponsáveis pela execução de 126 projetos, enquanto que em 2009 esse montante foi de 97 projetos, significando uma queda de 30%”, informa o engenheiro, proprietário da Heyder Engenharia, escritório atuante há 22 anos e responsável por grande parte dos prédios de grande porte em Ipatinga.

Segundo o engenheiro, o impacto maior da crise se deu na demanda de projetos para o setor industrial do Vale do Aço, que sofreu redução de 70% em comparação a 2008. “As conseqüências da instabilidade

econômica também causaram uma retra-ída na venda de imóveis. Mas os períodos mais críticos já foram superados. A expec-tativa é de que em 2010 os projetos para as indústrias sejam retomados”, diz Heyder Franco.

A grande aposta dos construtores, con-forme ele, continua sendo para o setor predial. Em Ipatinga, Heyder destaca que o alto valor dos terrenos é um dos prin-cipais fatores que continuarão a dar im-pulso à construção de prédios de aparta-mentos. “Atualmente, um terreno propício à construção de um edifício de 500 a 600 metros quadrados não é vendido a menos de R$ 200 mil em Ipatinga. Essa super-valorização é conseqüência dos poucos terrenos disponíveis. Esses dois fatores irão, cada vez mais, contribuir para in-tensificar a verticalização do município. É inevitável que no futuro a cidade seja um município com muitos prédios, já que os terrenos são caros e escassos”, observa o engenheiro. Além do Horto, Cidade Nobre e Iguaçu, bairros onde a verticalização é sentida com mais intensidade, outras re-giões já começam a crescer em direção ao céu. Heyder acredita que nos próximos anos os bairros Bela Vista, Imbaúbas e Bom Retiro deverão sofrer grandes trans-formações decorrentes da verticalização.

“Em contrapartida, nos bairros onde há restrição para a construção de prédios, como no Bairro das Águas e Cariru, haverá uma valorização ainda maior dos imóveis. Nas próximas décadas, esses bairros serão uma exceção e permanecerão com mais casas do que prédios, contrastando com os demais bairros da cidade. Dessa manei-ra, morar em casas será um privilégio mais restrito para os cidadãos do município”, ar-gumenta Heyder.

Além das modificações no visual e na arquitetura urbanística do município, a proliferação de edifícios causará altera-ções de ordem estrutural. Na avaliação do engenheiro, é fundamental que o mu-nicípio revise seu Código de Obras, da-tado de 1973. “As companhias de água e esgoto também precisam se preparar e adequar a essa nova realidade antes que a população sofra os efeitos negati-vos do crescimento populacional. Há 15 anos, o Horto já sofria com problemas na rede de esgoto. Ao contrário do que se poderia supor, não foi algo causado pelo crescimento habitacional. É fundamen-tal que os órgãos públicos previnam as comunidades contra esses agravantes”, finaliza o engenheiro.

Rua Gameleiras, uma das ruas do Horto onde a verticalização é mais visível: tendência que também será intensificada em outras regiões de Ipatinga

Sem abalos estruturaisConstrução civil permanece forte no setor predial Texto: Roberto Sôlha

26 Especial economia

Page 27: Revista Contexto #1

Em Coronel Fabriciano, projeção de um 2010 especial, após o comércio ter driblado a crise que assolou o mundo no ano passado. Em Ipatinga, expec-tativas ponderadas, já que ainda não é possível saltar para um cenário mais po-sitivo de uma hora para outra. Mesmo assim, os presidentes das associações comerciais nas duas cidades acreditam que a população aprendeu muito a con-trolar a economia, e, confiantes no próprio mercado, dão mostras de que vai deixar o setor aquecido neste ano.

Na avaliação de Ivair Andrade, presiden-te da Associação Comercial de Coronel Fabriciano (Acicel), 2009 apresentou sal-do positivo nas vendas, fato que deixou os empresários locais bastante otimistas. Para o município em que a economia gira prioritariamente em torno do comércio, a expectativa é que 2010 represente um ano ainda melhor. “Aprendemos muito com

Associações comerciais de Ipat-inga e Fabriciano projetam ano especial, mas sem exageros

Otimismoe cuidado em 2010

o ano passado, um período que inspirou cuidados. Depois de um 2009 de redução de custos e, em alguns casos, demissões, vejo um ano bastante promissor”, diz An-drade.

CuidadoJá Gustavo de Souza, presidente da

Associação Comercial de Ipatinga (Acia-pi), tem previsões mais cuidadosas. Para ele, após todas as turbulências passa-das, os comerciantes devem ter boas expectativas, desde que atuem de ma-neira mais gradativa. “A retomada vai acontecer, porém devagar. Em 2010 teremos eleições para presidente e governador, e por isso o futuro econômico do país estará em jogo”, destaca.

Para o presidente da Aciapi, o comércio local irá reagir positivamente conforme o aquecimento da economia global, que in-cide diretamente no ritmo de crescimen-to das empresas regionais. “O primeiro semestre foi de muitos prejuízos e o co-mércio sentiu a crise com o aumento da inadimplência”, atesta Gustavo de Souza.

PerspectivasNa opinião de Ivair Andrade, as es-

timativas para esse ano são boas. “Se crescemos em um ano turbulento como

2009, esperamos um 2010 mais próspero. O ano já começou com um cenário positivo e a tendência é melhorar. Se não tivermos surpresas no cenário econômico, a tendên-cia é fechar esse ano com índices muito melhores”, observou o presidente.

Por sua vez, Gustavo de Souza acredi-ta que a economia do Vale do Aço pode crescer ainda mais que a estimativa nacio-nal em 2010, de 5%. “Como a região é in-fluenciada pelas grandes indústrias, qual-quer expansão delas reflete na economia local”, finaliza.

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Page 28: Revista Contexto #1

O que representou a crise para o co-mércio varejista?

Para o comércio varejista, a crise pra-ticamente não existiu, porque o varejo é essencial para o dia-a-dia do cidadão. Não tem como a população deixar de consumir itens básicos, como remédios, alimentos e vestuário. Por isso podemos

“Em Timóteo, tivemos um caso oposto à crise, porque a planta comercial do município cresceu consideravelmente”

Flávio Leal

dizer que o comercio ficou à margem dessa crise. Em Timóteo, eu diria que ti-vemos um caso oposto à crise, porque a planta comercial do município teve cres-cimento significativo em 2009. Nós en-cerramos o ano com uma seqüência de instalações de lojas novas. Enfim, o comér-cio de Timóteo cresceu, e as vendas de

alguns segmentos foram muito melhores que em 2008. Outros nichos do comér-cio varejista tiveram poucas melhoras, e alguns tiveram queda, mas uma queda normal, natural, que não foi induzida pela crise.

O desempenho melhor em alguns pe-ríodos do ano passado pode ser atribu-ído a quais fatores?

À organização dos empresários, que estão em constante mobilização. Eles se organizaram, reestruturam as lojas e in-vestiram na melhora do atendimento. Em relação à Aciati, procuramos cumprir nos-so papel enquanto entidade e elaborar campanhas para incentivar os consumi-dores a valorizar o comércio de Timóteo.

Se em plena crise o comércio cresceu, a tendência no pós-crise é crescer ainda mais?

Estamos com uma expectativa muito boa para 2010, principalmente porque muitas lojas estão se instalando em Timó-teo, e muitas já existentes estão se mo-dernizando. Quando você passa a ofertar tudo que o consumidor precisa, ele não tem a necessidade de deslocar de Timóteo para comprar em outra cidade, então a nossa tendência é de crescimento.  

 A Aciati também representa a indús-

tria, e para o setor industrial de Timó-teo como foi a crise? Ela passa por um período de transição ou já podemos considerar que a indústria já superou a crise?

No terceiro quadrimestre de 2009, a cri-se nas indústrias dava sinais de estar che-gando ao fim, mas percebemos que o se-tor industrial possui particularidades que o diferenciam bastante do setor comer-cial. As indústrias enfrentaram enormes desafios e dificuldades, principalmente na nossa região. Como cerca de 90% das indústrias de Timóteo operam em âmbito global e exportam para vários países, fo-mos fortemente afetados.

Mas com a retomada econômica, a de-manda consequentemente aumentou para as indústrias da nossa região. A pro-dução cresceu no último quadrimestre de 2009, e o volume de pedidos já é significa-tivo. É lógico que esse volume ainda não corresponde aos patamares do período pré-crise. Embora eu acredite que serão necessários vários meses para o setor se restabelecer, certamente 2010 será marca-do como o ano de retomada da indústria.

28

Para presidente da Aciati, mobilização do setor empresarial foi essencial para manter o comércio em alta

Mesmo com o baque das demissões de funcionários da Arcelor Mittal, o co-mércio de Timóteo ficou à margem da crise, conforme conta o presiden-te da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Prestação de Ser-viços (Aciati). Em 2009, Flávio Leal acompanhou de perto as oscila-ções do setor varejista, do qual é empresário. Durante alguns me-ses do ano passado, Leal acumulou a função de Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, que o per-

mitiu acompanhar também a situação do setor industrial de Timóteo. “As in-dústrias enfrentaram enormes desafios e dificuldades, principalmente na nossa região. Como cerca de 90% das indús-trias de Timóteo operam em âmbito global e exportam para vários países, fo-mos fortemente afetados”, diz Leal, res-saltando que as indústrias do município vêm se recuperando. “Porém, ainda será necessário um bom tempo para que se-jam atingidos os mesmos patamares do período pré-crise”.

Especial economia

Page 29: Revista Contexto #1

Em 2009, a crise atingiu principal-mente o setor siderúrgico regional. Quais outros setores da economia do Vale do Aço sofreram os impactos da crise?

Os diversos setores da economia são todos ligados. Se uma indústria reduz a produção e precisa dispensar colabora-dores, claro que isso irá afetar o comér-cio, a prestação de serviços, enfim. Essa é uma dinâmica normal da economia. Na indústria regional o maior impacto, é inegável, foi nas indústrias siderúrgica, metalmecânica e metalúrgica.

Como houve uma queda no consumo

de aço no mundo – onde os efeitos da crise foram até mais intensos que os veri-ficados no Brasil -, isso atingiu todo o Pólo Metalmecânico (produz estruturas metá-lica, caldeiraria, atua com usinagem) que, tradicionalmente, fornecia, sobretudo, para os setores siderúrgico e de minera-ção. Mas é importante frisar que o setor metalmecânico não viu essa situação e fi-cou parado. Foi um divisor de águas.

O Sindimiva, que é o sindicato do se-

tor associado ao Sistema Fiemg, promo-veu ações de prospecção de mercado, se inserindo na cadeia de petróleo e gás, agora busca vender para a indústria naval e também se mobilizou: criou uma central de negócios que permite às pequenas e médias comprar e vender em grupo, ob-tendo, assim, vantagens competitivas.

O período de crise financeira gerou

mais demandas no trabalho realizado pela Fiemg? Foi necessária uma atua-ção maior da entidade nos meses mais críticos?

O Sistema Fiemg sempre está presente

na vida das indústrias com soluções em diversas áreas: qualificação profissional, estágio, inovação, consultoria ambiental, tributária, responsabilidade social e tantas outras. Durante a crise o que fizemos foi intensificar a divulgação desses serviços, a maioria com preços subsidiados e até gratuitos.

O PEIEX, por exemplo, lançado em junho

do ano passado, oferece consultoria gra-

Em dezembro, a indústria regional já es-tava operando com quase 91% da sua ca-pacidade, quase seis pontos percentuais acima daquilo que foi registrado no mes-mo mês de 2008, conforme os números da nossa pesquisa mensal, a Index Regional. Recentemente também vimos nos jornais os números do Caged mostrando que em Ipatinga a geração de novos empregos em janeiro foi a maior dos últimos 10 anos. Lógico que existem questões sazonais, no-vos projetos, demandas reprimidas, mas a Fiemg acredita sim numa evolução da in-dústria regional.

Os empresários estão aprendendo que

devem se capacitar e diversificar o mix de clientes. Isso por si só já um ponto muito importante. Do outro lado vemos os tradi-cionais setores de mineração e siderurgia se recuperando. Além disso, como disse anteriormente, as empresas regionais estão buscando se inserir na cadeia de petróleo, gás e naval que, sem dúvida, é a grande propulsora do Produto Interno Bruto brasileiro na próxima década.

Bom, mas como a economia regional

vai evoluir? Isso vai depender da conscientização

dos empresários. As condições favoráveis, o apoio, um mundo de oportunidades está se mostrando. Agora, o gestor deve se inovar sempre, se atualizar. Afinal, o que são as empresas senão um grupo de pessoas?

Quais setores da indústria regional

apresentam melhores perspectivas de crescimento?

À primeira vista aqueles ligados à cadeia de petróleo e gás, em virtude da bilionária demanda do Pré-Sal. Mas os empresários precisam se inovar, ver oportunidades de negócios porque a economia é uma complexa rede inter-relacionada. Se au-mentarem as encomendas, o setor de em-balagens é impulsionado, as empresas de distribuição terão sua demanda aumen-tada, os revendedores de combustíveis ganharão e até o setor de publicidade e marketing ganhará mais com uma disputa de mercado pelas empresas. Oportunida-des existem. Temos que saber encontrá-las.

tuita em áreas como marketing, produção, recursos humanos, para até 224 empresas do Vale do Aço. E de graça mesmo, através de uma parceria com o Governo Federal, Estadual e a Apex Brasil. No final, sua em-presa estará num patamar internacional.

Pelo Sesi, implementamos uma ação

de saúde ocupacional que possibilitou a economia de até 87% para as empresas associadas aos sindicatos patronais. No ano passado, a Regional implantou ainda o Posto Avançado do Estágio. Com isso, o IEL faz a gestão de estágios e projetos de inovação. O Sistema Fiemg também incentiva seminários, agendas de negó-cios e missões empresariais. Na área de financiamentos, temos uma consultoria permanente que analisa a demanda do empreendedor e indica a melhor linha de financiamento, já orientando todos os procedimentos necessários, vantagens, pontos negativos, enfim. Hoje, o Sistema Fiemg no Vale do Aço, através de seus braços institucionais e dos Sindicatos As-sociados, oferece uma gama completa de produtos e serviços que auxiliam as indús-trias não apenas no período de crise, mas sempre.

Em 2010, quais os prognósticos para

a indústria? Como a economia regional deverá evoluir daqui para a frente?

“A economia irá evoluirconforme a conscientização

dos empresários”Luciano Araújo

Presidente da FIEMG aponta novas

tendências para a cadeia produtiva

regional

Na avaliação do empresário Luciano Araújo, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) no Vale do Aço, a mobilização de empresários ligados ao setor metalmecânico foi fundamental para superar a crise de maneira menos trau-mática. Para os próximos anos, Araújo acredita que a indústria regional irá se beneficiar com as demandas proporcionadas pela cadeia de petróleo, entre outras tendências que são apontadas como grandes propulsoras da economia brasileira. Em entrevista cedida à Revista Contexto, Luciano Araújo, que também acumula o cargo de vice-presidente da FIEMG em âmbito estadual, explicou como a entidade atuou em prol das empresas durantes os períodos mais críticos da recessão econômica e avalia as perspectivas de crescimento da indústria.

Foto: Wôlmer Ezequiel/Letra de Forma

Page 30: Revista Contexto #1

Há quase dois anos, Ipatinga passou a contar com um serviço diferenciado para quem deseja investir na bolsa de valores. Até então, a região não dispunha de uma corretora de valores. As ações - títulos que representam frações do capital social de uma empresa -,eram vendidas e compra-das somente via agências bancárias. Com o surgimento da Invista Brasil, agência lo-calizada no bairro Horto, a região passou a contar com assessoria personalizada a investidores do Vale do Aço.

O administrador Bernardo Martins, dire-tor da Invista Brasil, explica que a corretora surgiu justamente da carência do serviço na região. Durante a sua graduação, Mar-tins já era investidor do mercado acionista e percebeu que não havia agências es-pecializadas em orientar os interessados na bolsa de valores. “A minha pesquisa de conclusão de curso teve o objetivo de identificar o público interessado em investir na bolsa. Entrevistei cerca de 400 pessoas para detectar o perfil dos possí-veis investidores aqui da região. A pesqui-sa concluiu que havia uma carência em assistência a investidores e que a maioria investia em fundos. O resultado desse es-tudo mostrou a necessidade de uma cor-retora no Vale do Aço”, conta.

À frente da Invista Brasil, Bernardo Mar-tins diz que o número de interessados no mercado de ações aumenta a cada dia. Apostando em palestras, cursos e even-tos que ajudam a “educar” seus clientes, a corretora aos poucos conquistou pes-soas interessadas no funcionamento e dinâmica da bolsa de valores. Com mais informação e entendimento, esse público gradualmente torna-se menos temeroso ao apostar na compra e venda de ações. Para Bernardo, o fato da corretora ter ini-ciado suas atividades meses antes da crise foi em certo ponto benéfico para auxiliar investidores receosos. “Muitas pessoas nos procuraram para buscar orientações sobre o que fazer com o seu investimento. Des-de o início da crise, viemos assessorando

vários investidores e muitos conseguiram um desempenho melhor do que os índi-ces estabelecidos na Bolsa de Valores de São Paulo(Bovespa). De certa forma, a crise acabou favorecendo o nosso negó-cio. Uma crise econômica sempre acaba aumentando a demanda pelos serviços prestados pelas corretoras”, diz.

Diferencial A Invista Brasil possui aproximadamen-

te 100 clientes. Na avaliação de Bernardo Martins, o principal diferencial das cor-retoras é acompanhar, em tempo real, os investimentos do cliente. Ele também informa que os valores cobrados por operação são mais baixos dos praticados pelos bancos. “Cada banco cobra valores diferentes, mas em geral o preço de cada operação é R$ 20, enquanto aqui na agên-cia cobramos R$ 15 por ordem executada. O grande diferencial de uma corretora em relação aos bancos é quanto ao foco de atuação. Somos especializados em bolsa de valores, enquanto os bancos cuidam de crédito, abertura de contas e serviços variados. Ao solicitar os serviços de uma corretora de valores, o cliente será asses-sorado para tomar decisões conforme os objetivos do investimento. Para isso, levamos em consideração uma série de fatores, como riscos, prazos e recursos”, explica.

RiscosPor se tratar de um investimento de

renda variável, as ações oferecem riscos para quem não possui o conhecimen-to necessário de como funciona e opera uma bolsa de valores. Para minimizar os riscos, Bernardo Martins aconselha que os interessados procurem se informar o máximo possível sobre o mercado de ações. “Há quem diga que a bolsa fun-ciona como um cassino ou um centro de apostas, mas não é assim. Ao investir em ações, você estará investindo em empre-sas. É preciso que a pessoa saiba avaliar as perspectivas da empresa em cujas ações ela investiu. Ou seja, não tem nada a ver

com jogos de apostas. O que diferencia os resultados de um investidor para o outro são as decisões tomadas ao longo do pro-cesso”, diz.

Segundo Bernardo, certos cuidados são essenciais para se precaver contra os ris-cos. “O principal é definir o perfil, o prazo e os riscos que o investidor está disposto a correr. Além disso, outros cuidados são importantes, como verificar se a corretora está registrada na CVM (Comissão de Valo-res Mobiliários), órgão que regulamenta o mercado financeiro”, diz.

Retorno Para quem deseja investir no mercado

de ações, Bernardo aconselha reservar R$ 1 mil para cobrir os custos do investi-mento. Porém, não há limites mínimos de valores para investir em ações. O retorno do investimento também varia conforme o perfil de cada investidor. “Para que seja algo rentável, é bom que se encare o mer-cado de ações como um investimento a longo prazo. Afinal, você está comprando uma parte da empresa e é preciso paciên-cia para que ela cresça, se desenvolva e se valorize”, explica.

O administrador da Invista Brasil tam-bém explica que é possível que haja retor-no a curto prazo. Quando se consegue de-tectar um ponto certo de compra, ou seja, a hora certa de comprar ou vender deter-minado ativo, o investidor poderá obter uma valorização excepcional. “Já tivemos ativos que valorizaram mais de 1000% em um dia e clientes que começaram com in-vestimentos iniciais de R$ 2 mil e ao final do mês valorizaram R$ 8 mil. No mercado de ações, as perdas e ganhos variam con-forme o perfil de cada investidor”, finaliza.

Para mais informações sobre os serviços oferecidos pela Invista Brasil, acesse o site da corretora: www.invistabrasil.com.br

Corretora presta assistência exclusiva para os interessados no mercado de ações

Economia

Investindocom mais segurança

Texto: Roberto Sôlha

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Page 31: Revista Contexto #1

O administrador Bernardo Martins, di-retor da Invista Brasil: “as perdas e gan-hos no mercado de ações dependem dos riscos a que estamos dispostos a

correr”

Page 32: Revista Contexto #1

Em todas as regiões centrais dos três municípios do Vale do Aço, é perceptível o grande número de obras da construção civil. Devido à escassez de terrenos e áre-as disponíveis para se construir, o cresci-mento vertical na região é uma realidade, como acontece nas demais regiões po-pulosas do Brasil e do mundo. Ao mesmo tempo em que crescem para cima, as cida-des também carecem, na mesma propor-ção, de obras de infra-estrutura. Para que o desenvolvimento econômico da socieda-de não aconteça de maneira desordenada, é imprescindível que haja a supervisão e acompanhamento de profissionais de di-versas áreas. Entre eles, o engenheiro civil ganha importância especial por estar pre-parado para atuar de maneira abrangente, mas sempre ligado aos projetos de desen-volvimento.

Daqui a dois anos, a região irá receber os primeiros engenheiros civis formados na região. O advento da primeira gera-ção de profissionais da Engenharia Civil

graduados no Vale do Aço promete inter-vir de maneira positiva nos municípios da Região Metropolitana. Para profes-sores e alunos dos cursos, a vontade de trabalhar para melhorar a infra-estrutura das cidades do Vale do Aço é grande. Com a expansão da Usiminas e Cenibra e a previsão de outras obras de grande porte para um futuro próximo, como a duplica-ção da BR-381, espera-se que a demanda por engenheiros civis seja cada vez maior. “Atualmente, a maioria dos engenheiros civis que atua em âmbito regional veio de fora. Como o curso começou na re-gião há apenas três anos, é natural que as construtoras acabem buscando profissio-nais de outras localidades. Naturalmente essa situação irá se reverter nos próximos anos, quando profissionais formados na região irão suprir a demanda de trabalho”, explica Vera Christina Vaz Lanza, coorde-nadora do curso de Engenharia Civil da Unipac, o primeiro a surgir no Vale do Aço. Além da alta demanda por profissionais, a coordenadora explica que as construtoras

regionais enfrentam dificuldade até mes-mo para recrutar estagiários. Uma das ra-zões é explicada pelo fato de grande parte dos alunos serem graduados em outras áreas do conhecimento e já trabalharem. “No curso de Engenharia Civil, temos pou-cos alunos que só ocupam suas atividades com os estudos. Então, as vagas de está-gio acabam sendo superiores ao número de alunos disponíveis para essas oportu-nidades. Por outro lado, os nossos alunos acabam tendo o privilégio de escolher onde querem estagiar, e o melhor: com remuneração que chega até dois salários mínimos”, conta a coordenadora.

Conforme Vera, as disciplinas do curso direcionam e prepararam os alunos para seis eixos de atuação: construção civil; so-los e geotecnia; transportes; hidráulica e recursos hídricos; estruturas e saneamen-to ambiental. “Alguns cursos são mais es-pecíficos, mas optamos por oferecer uma matriz curricular abrangente. Ela permitirá que os alunos atuem nos mais diversos

Educação

Com mercado amplo e promissor,

cursos de engenharia civil posicionam-se entre os mais concorridos do Vale do Aço

Texto: Roberto Sôlha

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Engenheiros em obra no bairro Imbaúbas, em Ipatinga: obras de grande porte irão demandar maior atuação dos profissionais da área

Page 33: Revista Contexto #1

A variedade de especializações foi um dos fatores que atraiu Thaís à engenharia

projetos de desenvolvimento da nossa re-gião”, diz a coordenadora, informando que o curso de Engenharia Civil está entre os mais disputados nos vestibulares da Uni-pac. Além de estudantes do Vale do Aço, a instituição também recebe alunos de todo o Leste Mineiro.

“A partir do momento que a região for absorvendo os engenheiros civis graduados aqui, o Vale do Aço irá sofrer mudanças positivas. A tendência é que a falta de profissionalismo e a clandestini-dade deixem de existir, à medida que os profissionais graduados se inserirem no mercado de trabalho”, avalia.

Mercado Entre os educadores dos cursos de En-

genharia Civil, é consenso que o merca-do de trabalho oferece perspectivas ani-madoras. Sob a ótica regional, estima-se que haverá alta empregabilidade para os profissionais que trabalham com es-truturas para a construção civil e para os engenheiros especializados em geotec-nia. “É um momento interessante e opor-tuno para o estudante. A região vai crescer ainda mais e estão planejadas interven-ções por todo o país em função do Pla-no de Aceleração do Crescimento (PAC). Naturalmente, a procura pelo engenhei-ro civil só irá crescer”, observa Vera Lanza, coordenadora do curso na Unipac.

Nas outras duas principais instituições de ensino superior da região, o curso de Engenharia Civil passou a ser oferecido mais recentemente. No entanto, é visto com a mesma expectativa positiva por alunos, professores e coordenadores. Des-de outubro de 2008, o curso é oferecido no Pitágoras, onde o aluno é direcionado para atuar principalmente no setor de construção civil. Conforme explica Apa-recida Mucci Castanheira, o curso ganhou mais expressividade na região nos últi-mos anos por uma série de fatores e par-

ticularidades. Por ser fundamentalmente sustentado por grandes siderúrgicas – portanto com expressivo vigor econômi-co -, o Vale do Aço sempre necessitou de profissionais de diversas áreas das engenharias para atuar diretamente nas grandes empresas. “Além da demanda das grandes empresas, fatores sócio-econô-micos contribuíram para o curso ocupar patamares mais importantes na região. Ipatinga, por exemplo, vem crescendo muito nos últimos anos. É uma cidade em processo constante de expansão, então acreditamos que é importante enfatizar o aprendizado para essa área. Para se ter uma idéia, estima-se que atualmente 70% das oportunidades de trabalho para en-genheiros da região são provenientes da construção civil”, diz Aparecida.

Dedicação Para quem deseja cursar Engenharia

Civil, as disciplinas de cálculo não são o “bicho de sete cabeças” temido por muita gente. Professores são unânimes ao dizer que, mesmo para os alunos com histórico de notas fracas na matemática do segun-do grau, a dificuldade depende da dedi-cação de cada um. “O receio em relação aos cálculos é compreensível, mas temos monitorias à disposição dos alunos. As de-ficiências que o estudante possui em rela-ção às matérias de cálculo serão sanadas desde que haja dedicação por parte dele”, afirma Aparecida Mucci, coordenadora do curso do Pitágoras.

Para Marcílio dos Reis Cardoso, profes-sor do curso de Engenharia Civil do Uni-leste-MG, mensurar os níveis de dificul-dade ou facilidade é algo subjetivo. “Para superar qualquer dificuldade, é necessário muito estudo, atenção nas aulas e von-tade de aprender. Se o aluno que tirava 10 em matemática chegar na faculdade achando que não terá de se empenhar, ele terá notas baixas. É fundamental que

todos os alunos, independentemente do perfil, sejam de fato dedicados”, explica o professor. No Unileste-MG, a Engenharia Civil integra o rol de cursos oferecidos pela instituição desde janeiro de 2009. Segun-do o professor Marcílio Cardoso, a matriz curricular enfatiza as áreas de estruturas de concreto e estruturas metálicas, trans-portes e construção civil. Para o profes-sor, não é exagero enxergar a profissão como promissora para quem quiser atu-ar na região. Ele cita diversos fatores fa-voráveis ao sucesso dos graduados em Engenharia Civil que se dispuserem a trabalhar no Vale do Aço. “Pelo próprio caráter inédito do curso – que passou a existir há poucos anos na região -, os nos-sos estudantes já saem ganhando. As pri-meiras turmas terão chances de se posi-cionar melhor no mercado, preenchendo as lacunas que existem. Além disso, conta a favor o fato de que a Engenharia Civil co-bre um espectro maior, ou seja, ela prepa-ra o estudante para atuar de maneira mais ampla”, diz.

Para o professor do Unileste-MG, a atual situação sócio-econômi-ca do Brasil também é propícia aos profissionais da área. “Após um perío-do de estagnação, a economia do país ganhou vigor e consequentemente ini-ciou-se um ciclo de desenvolvimento. Com o aumento da demanda por obras de infra-estrutura, percebeu-se que o Bra-sil carecia de engenheiros civis. Nos últi-mos anos, os cursos passaram a ser cada vez mais valorizados e procurados por estudantes das mais diversas áreas, que vislumbram melhores perspectivas profis-sionais na área de Engenharia Civil. Como a previsão é de que o Brasil ocupe posição de destaque entre as principais potências mundiais nos próximos anos, necessaria-mente o país irá usufruir da mão-de-obra desses profissionais”, argumenta o profes-sor.

Foto: Mariana Penna/ACS Unipac

Page 34: Revista Contexto #1

Educação

A coordenadora Aparecida Mucci Castanheira (em pé) e os estu-dantes Aurora Barroso, Edézio de Carvalho Lage e Marcelo Junio Reis: desenvolvimento regional entre as prioridades de atuação profissional

Além do alta demanda de mercado por engenheiros, os cursos de Engenharia Civil estão entre os mais disputados da atualidade por outras razões. A possibi-lidade de atuar em diversas áreas e de se especializar em campos que não são apro-fundados durante o curso é vista como um grande diferencial do curso. “O importante é oferecer subsídios para os alunos opta-rem entre os variados caminhos de atua-ção profissional. A profissão de engenheiro civil é muito abrangente. É essencial que o curso ajude a definir o perfil profissional dos alunos. Alguns irão preferir o trabalho em campo, coordenando obras, e natural-mente outros irão optar pelo trabalho em escritório, elaborando projetos”, observa o professor Marcílio Cardoso.

Para Jonas Luciano da Silva Junior, es-tudante do segundo período de Engenha-ria Civil no Unileste-MG, o curso o atraiu justamente por essa diversidade. “Eu já havia cursado Engenharia de Produção e Direito até perceber que a Engenharia Ci-vil tinha mais a ver comigo. Fiz a escolha certa, porque me identifiquei com o curso e é animador estudar sabendo que o mer-cado de trabalho é promissor. Além disso, podemos afirmar que a Engenharia Civil é a mãe de todas as outras engenharias, em função de sua história e sua importância para a sociedade”, diz.

O curso de Engenharia Civil também não foi a primeira opção escolhida por Thaís Regina Silva Boaventura, estudante do 7º período da Unipac. “Eu gostava de Arqui-tetura, mas acabei fazendo vestibular para Engenharia Civil. Afinal, o engenheiro civil também fica responsável pelo projeto da obra. Posteriormente, eu posso fazer algu-ma pós-graduação para me especializar em alguma área mais ligada à arquitetura”, diz a estudante, que também faz estágio na obra de expansão da própria Unipac.

Nas turmas de Engenharia Civil, é fre-qüente a presença de alunos que vieram de outros cursos ou de formações den-tro da própria engenharia. É o caso de Edézio de Carvalho Lage e Marcelo Junio Reis. Ambos são técnicos em edificação e experientes na construção civil. Por conhecerem de perto a realidade do Vale do Aço, eles acreditam que os engenhei-ros irão suprir a demanda por mão de

Formação generalista e especializações variadas atraem estudantes

“A engenharia civil prepara o aluno para

atuar de maneira mais abrangente”,

Professor Marcílio Cardoso

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obra qualificada e a carência de bons pro-fissionais. “Por outro lado, os engenheiros civis que farão parte do mercado regio-nal nos próximos anos deixarão antigas deficiências em evidência. Em Ipatinga, trabalhamos com pouca mão-dobra quali-ficada – a maioria aprende na marra -, e os cursos de formação são poucos. É preciso investir na qualificação de pedreiros e téc-nicos para evitar que haja pouco pessoal

para dar conta da demanda”, observam Edézio e Marcelo. Ao lado da colega Au-rora Barroso de Souza, técnica em enfer-magem do trabalho, os três sonham em trabalhar em conjunto para diminuir o déficit de moradias populares e organizar projetos que potencializem o desenvolvi-mento regional. “Percebemos que há mui-to a ser feito em toda a região. Quem tiver visão, terá boas chances”, finaliza o grupo.

Page 35: Revista Contexto #1

No final do ano passado, foi inaugurada a Cia da Saúde, academia que aposta em novos conceitos de atividade física para o bem estar. Localizada no bairro Horto, a academia é coordenada pelo casal pro-prietário, os educadores físicos Lorena e Carlos Porcaro. Ambos possuem forma-ções diferentes e decidiram unir a expe-riência em diversas áreas para criar uma academia voltada à melhoria da qualida-de de vida dos seus alunos. Para isso, a Cia de Saúde aposta no wellness, termo em inglês empregado para classificar as aca-deminas que oferecem atividades além da musculação e ginástica. “No universo da atividade física, o wellness surge como um conceito mais amplo. Ao contrário do fitness, conceito mais relacionado a exer-cícios direcionados à estética, o wellness busca oferecer qualidade de vida em sua mais completa forma”, explica Carlos, que possui mestrado em Fisiologia do Exer-cício, foi professor de Educação Física no Unileste e treinador de vôlei da Usipa. Ao lado da esposa Lorena, com 15 anos de experiência de trabalho em academias de ginástica, decidiram priorizar atividades físicas orientadas, de acordo com a neces-sidade do cliente. Para melhor satisfazer o objetivo dos alunos, a Cia de Saúde ofere-

ce, além das aulas de ginástica e muscu-lação, hidrobike, hidroginástica, natação para crianças de até seis anos, massagem, pilates, acupuntura e fisioterapia dermato-funcional. “Temos vários ambientes para atender clientes com os mais variados per-fis. Como a academia está instalada numa residência, há outros elementos que dão leveza à sala de ginástica, que é cercada por um jardim. Também procuramos do-sar os programas conforme a necessidade

dos nossos clientes. A intenção é valorizar o exercício físico como coadjuvante da melhoria de vida. Dessa maneira, a Cia de Saúde procura contribuir para casos es-pecíficos. A nossa equipe de instrutores é preparada para ajudar em diversos ca-sos de recomendação médica, como por exemplo, para a redução de peso ou para ajudar os clientes a se prevenirem contra doenças cardiovasculares”, explica Carlos Porcaro.

A academia Cia da Saúde atende alunos de todas as faixas etárias e está localizada na avenida Castelo Branco, nº 980. O telefone da academia é 3095-3476.

Bem estar em formaTexto: Roberto SôlhaCia da Saúde aposta em atividades que enaltecem a qualidade de vida

Saúde 35

Page 36: Revista Contexto #1

Diariamente, a turismóloga Françoise Gonçalves segue um ritual sagrado no hotel onde trabalha como gerente, em Timóteo. Após almoçar e escovar os dentes, ela se dirige a uma sala reservada aos funcionários, desliga o celular e conecta-se à internet. Livre de distrações, confere on-line o conteúdo do MBA em Recursos Humanos, seu segundo curso à distância. A exemplo de Françoise, a educação à distância (EAD) é a modalidade de ensino encontrada por uma parcela cada vez maior de brasileiros com dificuldades em freqüentar cursos tradicionais, ou seja, que exigem a presença dos alunos. Conforme dados do Ministério da Educação, em 2007 foram registrados 2,5 milhões de matrículas nos cursos de EAD do país.

Como o aluno conclui o curso praticamente sem ter que ir a faculdade – ou indo raras vezes ao longo do mês – a EAD passou a atrair pessoas com rotinas apertadas: aquelas que trabalham de turno, viajam com freqüência ou simplesmente têm dificuldade para seguir a rigidez dos horários estabelecidos nos cursos presenciais. No Vale do Aço, a oferta de cursos à distância deve aumentar nos próximos anos. O Unileste-MG, primeira instituição de ensino superior a oferecer a

Educação

Aprendendo sem sair de casaAos poucos, a educação à distância vence as barreiras do preconceito e mostra que

pode oferecer a mesma qualidade dos cursos presenciaismodalidade na região, atualmente estuda as necessidades locais para ofertar cursos adequados ao perfil dos estudantes de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo. Conforme o professor Joubert Roberto Fidelis, gerente do Núcleo de Educação Virtual (NEV) do Unileste, um grupo de educadores designados pela diretoria da instituição foi incumbido por essa análise. “A expansão da EAD é uma realidade em todo Brasil, e analisar o perfil regional para mensurar o que podemos ofertar em cursos à distância é um dos fatos que comprovam a importância da modalidade para a instituição”, diz Jourbert Fidelis.

Apesar do crescimento do EAD no país, o coordenador do NEV do Unileste acredita que a desconfiança em relação à modalidade ainda existe. Para Fidelis, o apego ao ensino dado em sala de aula precisa acompanhar novas concepções de aprendizagem para que o preconceito contra o EAD diminua em uma escala maior. “Geralmente, as pessoas que suspeitam da qualidade do ensino à distância acham que se trata de um caminho mais fácil para a graduação. Na realidade, qualquer curso exige esforço. Assim como há escolas presenciais de boa e má qualidade, o mesmo acontece

nas instituições que ofertam cursos de EAD”, observa. Para os especialistas em EAD, apesar da modalidade oferecer mais comodidade aos alunos, é necessário que os estudantes saibam bem o seu tempo e serem disciplinados para acompanhar as matérias. “No EAD, o compromisso com os estudos é ainda maior. Como não há a figura do professor cobrando diretamente do aluno, é fundamental que o próprio estudante seja rígido com os horários de estudo. Se a pessoa tiver esse compromisso, poderá escolher algum curso de EAD tranquilamente”, explica o professor Joubert Fidelis, coordenador do NEV do Unileste.

DinâmicaCada instituição impõe sua própria

freqüência de comparecimento aos alunos dos cursos de EAD. No Unileste, onde a modalidade existe desde 2000, a presença dos alunos é exigida três vezes a cada semestre nos cursos de graduação. Em parceria com a Universidade Católica de Brasília, o Unileste oferece atualmente 13 cursos de graduação e 21 pós-graduações, além de especializações e cursos de extensão.

Texto: Roberto Sôlha

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Page 37: Revista Contexto #1

No Unipac, a parceria com a Escola Superior Aberta do Brasil (ESAB) garante a oferta de dezenas de cursos de pós e MBA, englobando as mais diversas áreas do conhecimento. Segundo Luciana Freitas da Silva Magalhães, coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Extensão da Unipac, em 2010 a instituição pretende estender a oferta de cursos para públicos específicos da região. Segundo Luciana, o Núcleo de Educação à Distância da universidade planeja atender demandas de cursos de pós, principalmente relacionados à área de educação corporativa. De início, estão programados 10 novos cursos de extensão com duração de 140 horas (três meses). “O diferencial dos cursos de EAD da Unipac Vale do Aço é focar sua atuação para públicos específicos. Já foram realizados cursos para associações comerciais e empresas da região e esperamos que nos próximos anos possamos atingir parcelas mais amplas da sociedade”, diz a coordenadora. Para Luciana Freitas, a tendência é que o ensino à distância cresça à medida do acesso à tecnologia. “Na região, ainda temos fatores que limitam o acesso à EAD. A conexão à internet de banda larga, por exemplo, é essencial para que o aluno acompanhe o curso com qualidade de transmissão e velocidade. No entanto, não são todos os bairros do Vale do Aço que dispõe de serviço de banda larga. Além disso, o ensino à distância requer um preparo diferenciado dos professores. Como as aulas não são centradas somente na figura do professor e utilizam outros meios para transmitir o conhecimento, é necessário que o educador domine várias linguagens. Ele precisa ter uma formação abrangente e uma visão pedagógica condizente com o mundo contemporâneo. Acredito que o crescimento do EAD terá um impacto na formação dos professores, pois eles terão que se preparar para educar uma nova geração de estudantes. Para isso, será necessário dominar novas ferramentas de ensino”, observa a coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Extensão da Unipac.

Interatividade Sem o convívio entre alunos e

professores, o ensino à distância pode parecer impessoal para as pessoas acostumadas com o ambiente de sala de aula. No entanto, o EAD é defendido por permitir uma intensa interatividade entre os estudantes e professores. Através da troca de emails e mensagens em fóruns virtuais, as turmas de EAD tiram dúvidas diretamente com os professores. Os educadores, por sua vez, também cumprem a função de tutor, conferindo se os alunos acessaram as aulas e fizeram as tarefas e trabalhos. Todo curso precisa de pelo menos um profissional exclusivamente dedicado a orientar os

alunos, além do professor. Para saber se o curso é de qualidade, basta conferir a acessibilidade aos tutores. Conforme o MEC, os cursos que ocupam o topo das avaliações oficiais têm, em média, um tutor por disciplina para cada grupo de cinqüenta estudantes.

“Para os alunos tímidos, o curso é perfeito porque permite que eles perguntem à vontade. As pessoas podem mandar suas dúvidas para os professores sem o receio de serem criticados pelos colegas, como muitas vezes acontece em sala de aula. A maneira de aprender também oferece vantagens. Como a aula é gravada, podemos voltar aquela fala do professor que não foi bem compreendida”, opina a turismóloga Françoise Gonçalves, atualmente aluna de MBA em Recursos Humanos à distância.

Escolas especializadas oferecem cursos exclusivos

Além do Unileste e da Unipac, a EAD também é oferecida por escolas especializadas nesta modalidade de ensino. Entre as mais tradicionais, está a Eschola.com, sediada em Coronel Fabriciano. Em funcionamento há três anos, possui cursos para todas as idades, públicos e objetivos. Conforme o empresário Rafael Emílio Vieira, diretor da unidade de Fabriciano, atualmente são mais de 30 cursos distribuídos entre Supletivo (EJA), Pré-vestibular, Reforço para vestibular, Capacitação profissional, Informática, Preparatório para concursos e Inglês.

“Eu decidi investir no ramo de ensino à distância porque já tinha experiência com aulas de informática e sempre acreditei que os avanços tecnológicos seriam positivos para o processo de

aprendizagem. Através dos cursos oferecidos na nossa unidade, qualquer pessoa pode escolher entre as dezenas de cursos disponíveis. A educação à distância certamente ajuda a democratizar o acesso ao conhecimento”, opina Rafael Vieira. O empresário explica que a Eschola.com oferece cursos que dificilmente seriam encontrados em outra instituição da região. “Um exemplo é o curso de criação de games. Ao concluir o curso, o aluno sai apto a atender uma demanda por mão-de-obra extremamente especializada, que é o mercado para profissionais ligados à criação de games. Não sei de outra escola no Vale do Aço que ofereça esse tipo de formação”, diz.

Nos próximos meses, a Eschola.com irá inaugurar sua nova sede em Fabriciano. A unidade ficará na avenida Magalhães Pinto com estrutura para comportar mais alunos. Como muitos estudantes não possuem computador, as aulas acabam sendo assistidas pelos computadores disponibilizados pela Eschola.com. “Teremos um espaço de estudo maior para atender um número maior de alunos que não dispõem de equipamento adequado para acompanhar as aulas. Este espaço também é direcionado aos alunos que não têm como estudar em casa e obviamente precisam de um ambiente tranqüilo”, explica.

Além da Eschola.com, o Vale do Aço sedia outras unidades presenciais de instituições de EAD. Em Ipatinga e Coronel Fabriciano estão instaladas pólos do Grupo Educacional Uninter. Os alunos da Uninter podem escolher entre cursos superiores de tecnologia, licenciatura em pedagogia e diversas pós-graduações em saúde, direito, educação e nas áreas empresariais.

Segundo Joubert Fidelis, o EAD exige uma dedicação maior com os estudos

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Música de bar em bar

Texto: Edlayne de Paula e Roberto Sôlha

Do rock ao samba, um guia para ambientes onde a diversidade sonora é bem-vinda

Até alguns anos atrás, eram raros os estabelecimentos regionais onde se apresentavam bandas. Na maioria dos bares e casas notur-nas da região, predominava cantores que se apresentavam sozinhos ou acompanhados somente por outro músico. Aos poucos, a era do banquinho e violão parece ficar cada vez mais distante. Com o surgimento de novos espaços com atrações variadas, o Vale do Aço

passou a contar com bandas que atendem um público curioso e ávido a ouvir sons dos mais diversos gêneros.

O fato é que os artistas da região foram sacudidos pela abertura de bares como o Bom Ré Mi Fá, o precursor em Ipatinga na proposta de valorizar os grupos locais e de cidades e regiões próximas. Em seguida, houve o surgimento de bares com propostas semelhantes. Nunca na história de Timóteo, Fabriciano e Ipatinga, existiram tantos espaços culturais voltados à valorização da música feita por

artistas dos municípios que compõem a nossa Região Metropolitana.

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Confira alguns dos espaços que são garantia de diversão e boa música:

TIMÓTEO

Bar do Luiz Um dos estabelecimentos mais antigos

de Timóteo (funciona desde 1961), o Bar do Luiz prepara mais um novo ambiente: o quintal do estabelecimento, localizado numa chácara de cinco mil metros qua-drados. Além da apresentação de bandas de rock, samba e música brasileira durante a tarde e noite, de manhã também é pos-sível ouvir sabiás, sanhaços e bem-te-vis durante o café matinal servido no bar. Onde: Av. Jorge Dias Duarte, 118, bairro Ana Rita. Quando: de segunda a segunda, de 8h às 22h  Cultura e cana

Em janeiro de 2009, o Cultura e Cana foi reinaugurado e de cara nova: com melhor estrutura e mais espaço e conforto para os clientes. No entanto, a tradição de valori-zar a música foi mantida, seja através dos shows de artistas de pop rock ou pelos DJ´s que tocam MPB e bossa nova no local. Onde: Av. Acesita, nº 120 – Bairro Olaria.Quando: de quarta a domingo, a partir das 18h.

CORONEL FABRICIANO

Cocafé Punk, heavy metal, death metal: as ver-

tentes mais pesadas do rock  você en-contra no Cocafé. O bar existe há mais de três anos e é “cria” de André Beraldino, vocalista do Pó Preto – uma das bandas de rock mais antigas do Vale do Aço, há 18 anos na estrada. No Cocafé, já se apresen-taram bandas famosas de várias regiões do Brasil, como o Matanza (RJ) e Chakal (BH). Onde: Av. Magalhães Pinto, 1313 – Giovannini. Quando: De segunda a se-gunda, com música ao vivo aos sábados e domingos.

IPATINGA

Bom Ré Mi FáCom o bar na ativa desde 2005, o em-

presário Antônio Moreira inaugurou uma nova safra de bares roqueiros na região. No entanto, o Bom Ré é democrático: lá já se apresentaram bandas de reggae, jazz, chorinho e MPB. Após várias reformas, o local conta hoje com dois pisos, oferece boa estrutura e dispõe de sistema de ven-tilação. A casa funciona de quarta a sába-do com apresentações de artistas locais e bandas de várias regiões de Minas. Em quatro anos de existência, aproximada-mente 70 bandas do Vale do Aço tocaram no palco do Bom Ré. Alguns grupos, como Cigarro Picado, Inconfidência Mineira e Tatu D’Xutera, se apresentam com mais freqüência no local. Onde: Avenida Pero Vaz de Caminha, 518 – Bom RetiroQuando: a partir das 23hTwitter: twitter.com/moreiracheech O Relicário

Com ambiente rústico e cardápio com pratos e petiscos variados, o Relicário figu-ra entre os lugares mais aconchegantes e agradáveis de Ipatinga. Criado há menos de um ano, o bar também oferece chopp artesanal da Backer e promove apresen-tações de bandas de MPB, samba, jazz e blues. Onde: Av. Castelo Branco, nº 806 - Horto. Quando: terça a sábado, a partir das 18h e domingo às 11h para almoço.www.orelicario.com

Petiscos Snack BierSamba e cerveja são os ingredientes

de sucesso desse estabelecimento, além, obviamente, dos petiscos que dão nome ao bar. Na região, o Petiscos consolidou sua reputação também pela diversidade de cervejas artesanais disponíveis. O bar oferece a maior variedade encontrada no Vale do Aço: são 60 marcas na carta e outras 30 disponíveis de acordo com a época do ano. Às sextas-feiras, uma tra-dição: a banda Casa de Bamba apresenta seu samba de raiz. Recentemente, o bar também passou a oferecer música ao vivo aos domingos. Onde: Rua Rodrigues Ar-zão, 98 - Bom Retiro. Quando: de segunda a sábado, de 11h às 14h para almoço e a partir das 17h  Poita e Puçá

O Poita é “O” bar mais original na região. Com seus cacarecos de pescador pendu-rados no teto e espalhados em cada canto do ambiente, o boteco existe há quase 10 anos e é freqüentado por um público va-riado, desde universitários a empresários e casais. Com tira-gostos originais, como os clássicos porcumã e carne de lata, o Poita também passou a ceder espaço a bandas e artistas locais. Na terça-feira, a clientela costuma ser mais jovem e impera clima de paquera ao som do músico Anderson Nazareth. Às sextas, o bar recebe a MPB de Marcos Vinícius. Ocasionalmente, a banda Bricoleur também se apresenta no local. Onde: Rua Campinas, nº 400, VenezaQuando: de segunda a sábado, de 18h à 1h Garajão Pub

Em funcionamento desde outubro de 2009, o Garajão Pub propõe-se a fomentar o surgimento de bandas alternativas  na região. Supervisionado pelo Chapéu de Palha, grupo de músicos e artistas que trabalham em prol da cena independente regional -, o Garajão já sediou shows de hardcore e festas com diversas bandas do Vale do Aço. Atualmente, o local está sen-do reestruturado para que também possa promover exposições, mostras e projetos culturais diversos. Onde: Av. Zita de Olivei-ra, Novo Centro, Ipatinga (ao lado da anti-ga Multicar)

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Para os mineiros, as praias costumam ser a melhor op-ção de viagem. Se a grande distância do litoral parece au-mentar a paixão pelo mar, viver numa região quente e en-solarada como o Vale do Aço provavelmente aguça ainda mais a vontade de aproveitar as maravilhas que uma praia oferece. Pensando em satisfazer o público ávido pelo lito-ral, um grupo de empresários apostou na construção de um parque aquático com piscina de ondas, diferencian-do dos outros empreendimentos semelhantes na região. Localizado a 18 quilômetros de Ipatinga, o parque come-çou a funcionar em fevereiro. No local, os visitantes terão à disposição um complexo com bar, restaurante, chalés e pesque-e-pague. “O ambiente do parque aquático é tematizado para a pessoa se sentir na praia. É só pedir um peroá, olhar para os coqueiros ao redor da piscina e ouvir o barulho das ondas para imaginar-se próximo ao mar”, brinca Fabiano Pereira de Oliveira Fernandes, um dos em-presários responsáveis pelo empreendimento, que irá se chamar Faisão Resort Acqua Park.

Novo parque aquático oferece ambiente temático e piscinas de ondas

Lazer

O empresário conta que a construção do parque consu-miu cinco anos e serão empregados de 70 a 90 funcioná-rios no local. A previsão é de que daqui a 12 meses tam-bém seja inaugurado um hotel com 250 apartamentos. “Inicialmente irão funcionar as piscinas do Faisão Resort Acqua Park, e nos próximos meses três escorregadores farão parte do parque aquático. No entanto, quem vier conhecer o local irá se divertir do mesmo jeito, afinal a piscina de ondas tem dois mil metros quadrados”, diz Fa-biano, ressaltando que o local foi inspirado na tematiza-ção dos parques aquáticos de Caldas Novas (GO).

Serviço:Faisão Resort Acqua ParkLocalização: Partindo de Ipatinga, é só manter-se na BR-458 e entrar à direita antes do Ponto Caipira,a cerca de 2km de Ipabawww.faisaoresort.com.br

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Entre os dias 7 a 10 de abril, Ipatinga irá sediar novamente o Fórum das Águas no Parque Ipanema. Em sua quinta edição, o evento terá o tema “Água e Educação: Garantias para o Futuro”, voltado à conscientização dos alunos da rede pública de ensino do município. Além de apostar na educação do público jovem – caminho que acreditamos ser o mais viável para a sustentabilidade a médio e longo prazo, o 5º Fórum das Águas também irá debater o funcionamento prático do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Doce, que é coordenado pelos governos de Minas e Espírito Santo. Esse plano precisa ser colocado em prática com urgência, tendo em vista que o Rio Doce não possui um único gestor. O plano pretende delegar responsabilidades a diversas esferas da sociedade, definindo o papel de prefeituras, entidades e governo estadual nas estratégias que visam cuidar das águas do Rio Doce. Como a bacia do Rio Doce envolve mais de 200 municípios, o trabalho de envolver todos os agentes

responsáveis pela preservação de seus recursos hídricos é um dos desafios do 5º Fórum das Águas.

Além das discussões acerca do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Doce, o evento também terá a Feira das Águas, dividida nos ambientes “Cidade Sustentável”, “Indústria Sustentável” e “Espaço Rural Sustentável”. No ambiente da Indústria Sustentável, grandes empresas sediadas na região irão divulgar as ações que estão sendo promovidas em prol da gestão sustentável das águas. A intenção não é apenas montar um stand para que essas empresas distribuam material publicitário. O objetivo é que empresas como a Usiminas montem um mini laboratório de tratamento de água e demonstrem seu processo de eficiência da água. No ambiente da Cidade Sustentável, a proposta é construir uma casa ecológica, ou seja, utilizando apenas materiais sustentáveis. Por fim, teremos o Espaço Rural, onde pretendemos

construir uma fazenda sustentável. Nesse ambiente, haverá um pequeno curral onde será realizada uma mostra agropecuária com bois, vacas e carneiros. Esses animais estão presentes na Bacia do Rio do Doce e são apontados como responsáveis pela erosão em diversas áreas. Nesse pequeno curral, será demonstrado como praticar a agropecuária sustentável, atingindo os mesmos níveis de produção de leite em um espaço reduzido.

O evento também terá o espaço Ciências e Tecnologias, onde serão ministrados cursos, oficinas e palestras. Neste espaço, serão organizados também vários eventos paralelos, como o 4º Fórum de Mudanças Climáticas do Leste Mineiro, o Seminário de Ecoarquitetura e Construção Sustentável e a Conferência Estadual de Segurança Sanitária e Saúde Alimentar.

*Ambientalista e coordenador do 5º Fórum das Águas e diretor do Instituto Ecofuturismo

5º Fórum das Águasdiscute aplicabilidade do Plano de Recursos Hídricos do Rio Doce

Em comparação à edição de 2007, também sediada em Ipatinga, o Fórum das Águas permanece com a proposta de ser uma grande oportunidade para a apresentação de resultados, troca de experiências e informações, discussões propositivas de problemas e po-tencialidades dos diversos aspectos relacionados à gestão das águas. No entanto, a quinta edição do evento se diferencia justamente por dar atenção especial ao Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Doce.

Meio Ambiente 41

Texto: Eddy Willian Melo Soares*

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As centenas de quilômetros que sepa-ram Ipatinga, Santana do Paraíso, Mesqui-ta e Joanésia guardam belezas naturais e riquezas históricas ainda pouco conheci-das pela maioria da população do Vale do Aço. Entre esses municípios, também es-tão localizadas comunidades que habitam a região da Serra do Cocais e da vertente do Rio Santo Antônio desde o final do século 18. Com o objetivo de mapear as principais atrações desse pedaço do terri-tório nacional, uma equipe especializada em viagens turísticas e pesquisas ambien-tais elaborou a Expedição Cultural Borba Gato (ECBG). O intuito é percorrer boa par-te dos municípios de Santana do Paraíso, Coronel Fabriciano, Antônio Dias e Ferros –, e conhecer o dia a dia do povo rural e de comunidades quilombolas, entrando em contato com cultura popular daquelas lo-calidades e com a sua culinária. Idealizado pelo fotógrafo e documentarista Fernando Lara, o projeto foi batizado com o sobre-nome do famoso bandeirante Manuel de Borba Gato para valorizar sua importância histórica como expedicionário pioneiro na região. Borba Gato também é o nome do povoado próximo ao município de Ferros, um dos pontos que fazem parte do trajeto da expedição.

A idéia de organizar o projeto partiu da própria experiência de Fernando Lara, que há muitos anos explora as áreas rurais e

montanhosas do Vale do Aço para a sua empresa, a Fauna & Flora (F&F Documen-tários). Segundo o fotógrafo, nos últimos anos ele percorreu mais de três mil quilô-metros nas zonas rurais da região, acom-panhado pela geógrafa Janice Rodrigues. “Ao longo do percurso, fomos descobrin-do o potencial histórico em várias locali-dades espalhadas entre esses municípios, por haver indícios de atividades de coloni-zadores que exploraram a região séculos atrás. A riqueza geográfica também nos impressionou, pois há vales, lagos e ca-choeiras em todos os locais a serem per-corridos pela ECBG”, explica Lara. 

DocumentaçãoSegundo o fotógrafo, a expedição irá

contribuir para a documentação e divul-gação de uma região de grande riqueza histórica e cultural. “Um das metas é con-solidar um novo roteiro turístico regional nos mesmos moldes do que foi feito na Estrada Real e na Mata Atlântica. Dessa maneira, será mais fácil preservar e tornar conhecida a história, a cultura e as bele-zas naturais da região da Serra dos Cocais e da vertente do Rio Santo Antônio”, diz Fernando Lara. Atualmente, o projeto está em busca de patrocinadores. Após a fase de captação, cerca de 80 pessoas irão par-ticipar da expedição, que terá a duração de três dias. No roteiro, visitas em fazen-das centenárias, trechos da Estrada Real,

muralhas feitas por escravos e programa-ção cultural com violeiros e contadores de causos. Os participantes ficarão hos-pedados na Fazenda Esmeralda, no Cocais das Estrelas. As etapas serão registradas e, posteriormente, editadas e transformadas em blog, vídeo-documentário, exposição itinerante de fotos e revista. Esse produ-tos serão direcionados à comunidade e também para trabalhos didáticos a serem desenvolvidos junto às escolas dos muni-cípios envolvidos com a ECBG.

 

Os interessados em obter mais infor-mações sobre o projeto devem entrar em contato com Fernando Lara através do email [email protected]

Expedição explorariquezas geográficas e marcoshistóricos da região

Texto: Roberto Sôlha Fotos: Fernando Lara

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