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REVISTA CRF 01 · Luciane Cruz Lopes traz o artigo ... mentais, a avaliação e a inter-venção sobre a adesão. Compuseram a equipe de pa-lestrantes con-vidados: Dra. ... Gladys

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apresentação

DIRETORIADIRETORIADIRETORIADIRETORIADIRETORIA

DrDrDrDrDr. Altamiro José dos Santos. Altamiro José dos Santos. Altamiro José dos Santos. Altamiro José dos Santos. Altamiro José dos Santos - Presidente

DrDrDrDrDr. Eustáquio Linhares Borges. Eustáquio Linhares Borges. Eustáquio Linhares Borges. Eustáquio Linhares Borges. Eustáquio Linhares Borges - Vice-presidenteDrDrDrDrDr. Jacob Germano Cabús. Jacob Germano Cabús. Jacob Germano Cabús. Jacob Germano Cabús. Jacob Germano Cabús - Tesoureiro

CONSELHEIROS EFETIVOSCONSELHEIROS EFETIVOSCONSELHEIROS EFETIVOSCONSELHEIROS EFETIVOSCONSELHEIROS EFETIVOS

Dr. Altamiro José dos SantosDra. Ângela Maria de Carvalho PontesDr. Cleuber Franco FontesDr. Clovis de Santana ReisDra. Cristina Maria Ravazzano FontesDra. Eliana Cristina de Santana FiaisDr. Eustáquio Linhares BorgesDra. Fernanda Washington de Mendonça LimaDr. Jacob Germano CabúsDra. Maria Lúcia Fernandes de CastroDra. Sônia Maria CarvalhoDra. Tânia Fraga Barros

CONSELHEIROS SUPLENTESCONSELHEIROS SUPLENTESCONSELHEIROS SUPLENTESCONSELHEIROS SUPLENTESCONSELHEIROS SUPLENTES

Dra. Edenia Socorro Araújo dos SantosDra. Marly Gonçalves AlbuquerqueDra. Mara Zélia de Almeida

CONSELHEIRO FEDERAL EFETIVOCONSELHEIRO FEDERAL EFETIVOCONSELHEIRO FEDERAL EFETIVOCONSELHEIRO FEDERAL EFETIVOCONSELHEIRO FEDERAL EFETIVO

Dr. Jorge Antonio Píton Nascimento

CONSELHEIRO FEDERAL SUPLENTECONSELHEIRO FEDERAL SUPLENTECONSELHEIRO FEDERAL SUPLENTECONSELHEIRO FEDERAL SUPLENTECONSELHEIRO FEDERAL SUPLENTE

Dr. Edmar Caetité Júnior

JORNALISTJORNALISTJORNALISTJORNALISTJORNALISTA RESPONSÁVELA RESPONSÁVELA RESPONSÁVELA RESPONSÁVELA RESPONSÁVELRosemary Silva Freitas - DRT/BA - 1612

EDITORAÇÃO ELETRÔNICAEDITORAÇÃO ELETRÔNICAEDITORAÇÃO ELETRÔNICAEDITORAÇÃO ELETRÔNICAEDITORAÇÃO ELETRÔNICALucca Duarte

IMPRESSÃO GRÁFICAIMPRESSÃO GRÁFICAIMPRESSÃO GRÁFICAIMPRESSÃO GRÁFICAIMPRESSÃO GRÁFICAGráfica Santa Bárbara

TIRTIRTIRTIRTIRAGEM DESTAGEM DESTAGEM DESTAGEM DESTAGEM DESTA EDIÇÃOA EDIÇÃOA EDIÇÃOA EDIÇÃOA EDIÇÃO4.500 mil

Horário de Funcionamento do CRF/BAHorário de Funcionamento do CRF/BAHorário de Funcionamento do CRF/BAHorário de Funcionamento do CRF/BAHorário de Funcionamento do CRF/BADas 9h às 17h

Rua Dom Basílio Mendes Ribeiro, 127 - Ondina - Cep. 40170-120Salvador - BA - Tels.: (71) 3368-8800 / 3368-8849 / Fax: 3368-8811www.crf-ba.org.br / e-mail: [email protected]

Editado pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado da Bahia

ISSN 1981-8378

Com a inauguração da subsede de Juazeiro, o Conselho Regional de Farmácia no Estado da Ba-

hia fechou 2008 com “chave de ouro”! O pre-sidente Dr. Altamiro Santos anuncia que a nova seccio-nal conclui o projeto de interiorização do conselho, quepassa a ter a sua estrutura administrativa ampliada,cobrindo as seis microrregiões do nosso Estado. Alémdisso, muitas foram as vitórias, nos mais diversoscampos de atuação. Nesta edição, a Diretoria traz umbreve balanço das realizações e conquistas para quetodos possam acompanhar e celebrar.

A Revista do CRF/BA também traz a cobertura com-pleta do evento que enfocou as dificuldades enfren-tadas pelos profissionais de saúde para assegurar aadesão dos pacientes ao tratamento. O que inclui, nofoco principal, a adesão ao uso de medicamentos. Odebate, aprofundado e bem repercutido na categoria,envolveu a participação de palestrantes baianos econvidados de outros estados.

No âmbito da produção acadêmica, publicamos doistextos científicos. A Dra. Dennise Dutra Amorim Cer-queira, a Dra. Sibele de Oliveira Tozetto e a Dra. Maria

Lúcia Fernandes de Castro (orientadora) enfocaram otema “O uso do contraceptivo DIU (Dispositivo IntraUterino) e suas indicações uma revisão bibliográfica”,enquanto a Dra. Luciane Cruz Lopes traz o artigo“Medicamentos Antineoplásicos e Ações Judiciais:Contribuição para o Modelo de Assistência Farmacêu-tica no SUS”.

São boas as notícias da Sociedade Brasileira deFarmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (SBRAFH),que lança um manual com orientação para os profis-sionais. E o exemplo do brilhantismo com que farma-cêuticos da área de Oncologia conquistam mais espaço,a cada dia, em hospitais e clínicas especializadas,completam os destaques desta publicação.

Para 2009, as perspectivas são ainda melhores. Pracomeçar, comemoramos o Dia do Farmacêutico, commuito orgulho e disposição para continuar nos empe-nhando na construção de mais conquistas! E seguimosadiante, agradecendo aos profissionais da nossacategoria e demais parceiros compromissados com estameta de êxito. A todos, propomos um brinde especial!

A Diretoria

Um brinde especial!

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sumárioAno II - Nº 7 - Dezembro/2008

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Seminário aprofunda debatesobre adesão ao medicamentoEvento promovido pela Comissão deFarmácia Hospitalar do CRF/BA abordou aadesão ao medicamento sob os maisvariados aspectos, reunindo palestrantesbaianos e de outros estados.

SBRAFH lança manualpara profissionaisA Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar eServiços de Saúde (SBRAFH) realizou lançamentoda edição atualizada do Manual “Padrões Mínimospara Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde”.

Farmácia em OncologiaEspecialistas na área formam câmara técnicano Conselho Regional de Farmácia doEstado da Bahia.

Nova subsede em JuazeiroCom a inauguração da nova subsede em Juazeiro,a Diretoria do CRF/BA completa a estrutura queapoia todas as microrregiões do Estado.

Laboratórios alcançamimportantes conquistasDepois de muita luta, legislação permite que oslaboratórios optem pelo sistema de tributaçãomais leve, que abrange as empresas enquadradasno lucro presumido. Além disso, o reajuste databela do SUS também é uma conquistaimportante.

Programe-seConfira a agenda com os eventoscientífico-culturais mais relevantes!

19Artigos científicos“O uso do contraceptivo DIU (Dispositivo Intra-Uterino) e suas indicações: uma revisãobibliográfica” (Autoras: Dra. Dennise DutraAmorim Cerqueira, Dra. Sibele de OliveiraTozetto, sob orientação da Dra.Maria LúciaFernandes de Castro) e “Medicamentosantineoplásicos e ações judiciais: contribuiçãopara o modelo de assistência farmacêutica noSUS” (Autora: Dra. Luciane Cruz Lopes -UNISO).

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CRF-BA em Revista

Adesão ao medicamento:

A Comissão de Farmácia Hospi- talar do Conselho Regional

de Farmácia do Estado daBahia realizou um debate apro-fundado sobre a adesão ao medi-camento, em um seminário quereuniu um grande público, no dia18 de outubro, em Salvador.

A coordenadora do evento, Dra.Edênia Santos, tomou como pontode partida a posição da Organiza-ção Mundial de Saúde (OMS), queenfoca a adesão como um fenô-meno multi-dimensional, englo-bando fatores sociais e econômicos.Assim, o tema foi abordado emum contexto maior, situando-ocomo resultante da atuação deuma equipe de profissionais desaúde em interação com as condi-ções individuais assumidas porcada paciente.

O seminário cumpriu o objetivode discutir a questão proposta apartir deste ângulo, considerando-a como uma conseqüência da rela-ção estabelecida entre os pacientese a equipe de saúde que os assite.O programa abrangeu, dentre osprincipais sub-temas, os funda-mentos cognitivos e comporta-mentais, a avaliação e a inter-venção sobre aadesão.

Compuserama equipe de pa-lestrantes con-vidados: Dra.Gladys Almeida(psicóloga doGAPA-BA), Dr.Clóvis Reis (far-macêutico doINAF-BA); Dra.

Lia Lusitana (diretora presidenteda Sobravime); Dr. Ernani SantaHelena (médico de Santa Catari-na); Dra. Andréa Ungari (farma-cêutica da Central de Quimiote-rapia do Hospital das Clínicas deRibeirão Preto); Dr.Alikson Moura(farmacêutico da Farmácia DriveThru) e Dr.Adriano Góes da Silva(farmacêutico do CREAIDS).

A falta de adesão dospacientes ao tratamentoprescrito pelos profissionaisde saúde constitui-se emuma das principais causaspara o insucesso dasterapêuticas. Mas será queo problema deve serencarado como umasimples demonstração derebeldia?

Em destaque, membros da Comissão de Farmácia Hospitalar do CRF/BA: Dra. Hesíquia.Albuquerque, Dra. Nívea Maria Silva e Dr. Helder Almirante

Os palestrantes convidados apresentaram uma visão multi-dimensionalda adesão, abrangendo fatores diversos

Um desafio para o farmacêuticoem todas as áreas

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CRF-BA em Revista

A psicóloga Gladys Almeidaapresentou um estudo de casosobre pacientes com HIV/AIDS. Oobjetivo foi identificar, por meio dereferencial teórico, quais são asrepresentações sociais e as per-cepções das pessoas que convivemcom o vírus da AIDS. Ela tambémfalou sobre a importância do en-contro e do processo de discussãoe de diálogo, envolvendo profis-sionais de saúde.

“No nosso estudo, realizado noano de 2006, com apoio daFundação Elton Jonh e de umainstituição inglesa, constatamosque a adesão é uma conquistaalcançada a cada dia” – revelou apsicóloga. “Estamos nos referindoa uma pessoa que convive com oHIV/AIDS, diariamente. Ela trazrepresentações muito próprias epessoais acerca da doença. Aadesão não acontece em umdeterminado momento, trata-sede um processo contínuo”.

A técnica de pesquisa utilizadaé denominada de “grupo focal” eimplicou na seleção de nove paci-entes (quatro homens e cincomulheres), todos atendidos peloSUS, positivos para o HIV efazendo uso da terapia anti-retro-viral. Alguns desenvolveram do-enças oportunistas ou apresentaramum processo de adoecimento queos levaram à hospitalização.

Ao falar sobre o conceito deadesão, a Dra. Gladys Almeidautilizou uma definição do Progra-ma Nacional DST/AIDS/MS. Se-gundo ela, a adesão é um proces-so dinâmico e multifatorial queabrange aspectos físicos, psicoló-gicos, sociais, culturais e compor-tamentais, ao mesmo tempo emque requer decisões comparti-

lhadas e co-responsabilizadas.“Nós elaboramos cinco questões

abordando o que levou o pacientea fazer uso da terapia anti-retro-viral. Obtivemos uma resposta queressalta “o resgate da vida” comoo núcleo central para o nossoestudo, uma vez que perpassatodos os discursos. Podemosconsiderar como a resposta dogrupo o fato do uso da terapiaanti-retroviral significar o uso deuma terapia motivada pelo senti-mento de querer viver”.

usando a medicação, mesmo queeu tenha que morrer”.

Os pacientes colocaram a difi-culdade de engolir o comprimido.Não houve relatos que conside-raram fácil e tranqüilo aderir àterapia anti-retroviral. O início douso desta tratamento, geralmente,implica em dificuldades e emcomplicações, além de manteruma lembrança recorrente dadoença. Assim, o fato do pacienteser obrigado a tomar um compri-mido mantém acesa a sua memó-ria sobre o fato de estar doente.

Os pacientes têm que aceitar otratamento, mesmo que seja difícilmastigar oito comprimidos por dia.Além de amargos, tais medica-mentos tiram o apetite e provo-cam muitos outros efeitos colate-rais. Gladys também percebeu quehá uma série de barganhas queos pacientes colocam, ao usar aterapia anti-retroviral. “Eles sem-pre encontram formas de com-pensar o fato de estarem usandoo medicamento.Para um paciente,por exemplo, a adesão significavafazer um casamento com a SIDA.A sigla invertida da AIDS. Paraeles, como é preciso usar, entãofaz-se a aderência. Esse é o senti-mento do paciente”.

Quando os profissionais envol-vidos nessa problemática falamem parceria para adesão, estão sereferindo à relação formalizadaentre o médico, o paciente e outrosprofissionais de saúde envolvidos.Esta relação é denominada dealiança terapêutica. E funcionacomo uma forma de estabelecerum campo de diálogo entre oprescritor e o paciente, o qualenvolve a escuta, o olhar.

“A conquista é alcançada a cada dia”.

Dra. Gladys Almeida

A psicóloga argumenta que apossibilidade de morte é eminentepara quem convive com o HIV/AIDS. E relata outros depoimen-tos: “Vamos contrapor a busca dodesejo de querer viver com aeminência da morte, a partir dafala de um dos pacientes. Para ele,que enfrentava o medo da doençae de morrer, o medicamento erausado para ter qualidade de vida.um deles, com 54 anos de idade,dizia: “Eu quero me sentir melhor

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CRF-BA em Revista

“Reforçamos a importância do diálogocom o paciente”.

O farmacêutico do INAF, Dr.Clóvis Reis, proferiu explanaçãosobre adesão dentro de umaprática que é Atenção Farma-cêutica. Com a proposta específicade melhorar as experiênciasde medicação do paciente, osprofissionais desta área tra-balham com a perspectiva deinteragir em profundidadecom os mesmos, buscandoentender sua experiência, suahistória de util ização demedicamentos.

“A principal questão quenós reportamos, inicialmente,é a fala de alguns pacientesque lidam com problemas deterapia” – conta Reis. “Elesdizem, frequentemente, quenão sabem porque estãotomando aqueles medica-mentos. Chegam a imaginarque não têm nenhum proble-ma de saúde que justifique autilização do remédio, mas acre-ditam que o médico deve saberporque prescreveu”.

Assim, segundo o farmacêutico,estas são as reclamações maisfreqüentes entre os pacientes quese tratam com terapia medicamen-tosa. A partir destas queixas, opaciente se acomoda aos proble-mas que enfrenta e não adere aotratamento. Os relatos demons-tram que o índice dos pacientesque util izam medicamentos eapresentam alguns problemas,cujas conseqüências vão desdefalhas terapêuticas a intoxicações,está acima de 60%.

“Precisamos questionar qual é oreal problema resultante de umaterapia medicamentosa? É real-

mente a adesão, o problema queaflige o paciente?” – comenta Dr.Clóvis Reis. “Para tentar respondera esta questão vamos buscar umadas definições extraídas do projeto

de adesão à terapia de longaduração proposto pela OMS. Aadesão é definida como o nível demudança do comportamento do

paciente diante da necessidade deutilização de um medicamento, deacompanhamento de uma dieta,enfim, da alteração do estilo devida, feita a partir das recomen-

dações acordadas com umprofissional de saúde. Épreciso que o paciente com-preenda o tratamento” –defende o farmacêutico. “Oque percebemos é que, emgrande parte dos casos deAIDS e de Tuberculose, nosdeparamos com uma terapiainadequada. Muitas vezes,aquele tratamento não é omais adequado para o paci-ente. Precisamos reforçar aimportância da existência deum diálogo entre o pacientee o profissional de saúde. Oprofissional responsável pelaAtenção Farmacêutica temum papel fundamental parasolucionar grande parte dos

problemas que surgem no âmbitodeste diálogo, mas nem sempreestá presente na hora certa e nasituação mais apropriada”.

“É muito comum quando oindividuo já considera que estácurado e abandona o tratamento”– com esta declaração, o Dr.Jacob Cabus, que atuou comomoderador de uma mesa, refe-riu-se a exemplos de tratamento

“O indivíduo já se considera curado”de Tuberculose. Ele tambémapresentou o índice de 30% dototal de casos de não adesãomotivados pelo tratamento ina-dequado e de 20% ocorridosquando o paciente não conse-gue entender o tratamento.

Dr. Clóvis Reis

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CRF-BA em Revista

“A adesão ao tratamento não é sóresponsabilidade do profissional de saúde”

“Cada segmento é determinantepara o resultado”

A Dra. Fátima Gargur partici-pou do seminário passando asua experiência em um serviçovoltado para patologias graves,durante 10 anos. De acordocom a sua análise, todosaderiram ao tratamento. “Nósatuamos com uma equipemultidisciplinar. Já participei devárias palestras sobre adesão e

pude perceber que cada seg-mento de saúde reporta a suaatuação de uma forma diversa,determinando o resultado posi-tivo, ou não”.

Experiências desenvolvidas noâmbito da Farmácia Comunitáriatambém foram apresentadaspelos demais participantes dodebate.

O psicólogo Tiago Jordão foiespecialmente convidado para falarsobre o impacto do relaciona-mento terapêutico na adesão. Deacordo com o seu conceito, ocorreum bom nível de adesão quandoo paciente está em tratamento.“Ele entra no processo e não sai”- reafirma. “Só sai quando eledeixa o tratamento. Precisamosentender que existe um relaciona-mento envolvendo quem estánessa relação. O paciente é umapessoa que está com a saúdeabalada. É alguém que, por contadisso, vai a um posto de saúde.Não sabe exatamente o que vaiacontecer com ele. Até que tenhaa sua saúde restaurada. Por exem-plo, no caso do paciente comAIDS, ele sabe que o tratamentovai ser bom para a diminuição dacarga viral. Mas não tem idéiasobre o tipo de conseqüência queterá de enfrentar. Nem sabe, aomenos, se vai passar muito tempotomando o medicamento”.

O fato do paciente ser depen-dente do conhecimento do profis- Dr. Tiago Jordão

sional de saúde é destacado pelopsicólogo. Ele defende que oconhecimento do paciente valemuito na hora de fazer com que oprofissional de saúde tenha êxito nasua intervenção. “A adesão aotratamento não é só responsa-bilidade do profissional de saúde,mas também do paciente” – lem-bra Dr. Tiago.

Mas como fazer para que orelacionamento entre médico epaciente seja efetivamente tera-

pêutico? O primeiro passo,segundo Dr. Tiago, é a superaçãodo modelo tradicional de relacio-namento dentro do serviçomédico. Ele contesta o atualmodelo adotado, privilegiando aequipe médica e enfocando adoença com destaque. E propõea adoção de um modelo que nãoseja tão limitado. “Temos queconseguir a humanização noatendimento, ampliando o con-ceito de saúde e afastando a idéiade que saúde é apenas física.Vamos por fim à prática doreducionismo. Cada parte está naintegralidade do individuo. Aoanalisar cada uma delas nosintegramos com outras.

Falar de humanização, na opi-nião do psicólogo, é o mesmoque falar de diálogo e de comu-nicação. “O paciente precisaassumir o seu papel ativo dentrodo processo, mas é precisogarantir o seu direito à fala. Como decorrer do tempo, a parte dodiálogo foi ficando para traz. E opaciente não entende o espaçoda consulta médica como omomento de fazer perguntas. Afalta de comunicação tem, tam-bém, afastado os pacientes dotratamento. Precisamos informaro paciente para que ele possaentender e processar a informa-ção. “Se a informação for mera-mente técnica, ele não vai chegara entender. E não vai poder fazeras suas escolhas. Ele tem o direitode decidir sobre o seu destino,sobre a sua vida. Quando a gentefalar de adesão a gente estáfalando de amenizar o sofrimentoe aliviar a tensão, curar doenças.Tratar o ser humano como tal”.

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CRF-BA em Revista

Dra. Lia Lusitana

“Às vezes não é possível mostrar ao pacienteo custo x benefício do tratamento”.

A Dra. Lia Lusitana, diretorapresidente da Sobravime e doutoraem Saúde Pública pela USP, con-sidera importante o envolvimentodos profissionais de saúde naadesão terapêutica. Para ela, aadesão é toda aquela concordânciaque faz com que algumas pessoasse submetam a um processo tera-pêutico. Ela ressalta que o índicede 80% de concordância entre opaciente e o prescritor é uma boamargem de adesão. O não-ade-rente situa-se na faixa da diferençaentre as instruções do profissionalde saúde e do padrão de comprados medicamentos.

“Só podemos avaliar que temosum bom resultado quando testa-mos a terapêutica e obtemos acura”- argumenta a farmacêutica.“Quando o paciente não faz otratamento, é muito difícil lidarmoscom essa problemática, conside-rada como estágio primário.Assim, a intervenção é necessáriapara a melhoria da adesão dopaciente. E isso a partir da idéiade que tanto a orientação farma-cêutica como o aconselhamentocom o psicólogo podem resolver.”

Dentre as principais causas quepodem contribuir para a nãoadesão, Dra Lusitana ressalta aincapacidade financeira em adqui-rir o medicamento e a dificuldadedo paciente se deslocar até oambulatório. “Considero muitoimportante a gestão na saúdepública, para que seja possíveldetectar problemas primários.Depois vem a atuação na AtençãoFarmacêutica. O paciente tem quese sentir como um grande colabo-rador para a sua própria adesãoao seu tratamento”.

A não compreensão da impor-tância do tratamento afeta muitospacientes e, na opinião da Dra Lia,pode ser resolvida pelos profis-sionais de saúde: “Às vezes não épossível mostrar para o pacienteo resultado do balanço do custo Xbeneficio do tratamento a que serásubmetido. E isso se complicaquando os procedimentos sãodesagradáveis”.

Para exemplificar, a palestrantetoma como base o tratamentopara emagrecer, como uma dieta

rigorosa. E ressalta que o pacientetem que ver alguma vantagem notratamento. Nos hipertensos ediabéticos há uma grande resis-tência à utilização de medica-mentos de forma contínua. Opaciente passa a ser um depen-dente químico. E ninguém gostade depender de nada. Assim, aprescrição pode ser estudada paraque o paciente tome conhecimentodo benefício que terá ao seguir aprescrição. Isso não é uma coisaagradável. Quebrar essa resistênciaé a função do profissional desaúde.

Assim, ela questiona: “O que é

um problema de saúde pública?Os males que têm alta prevalência,mas que, mesmo assim, temoscondições de intervir. Os proble-mas com a medicação são muitocomuns nos idosos. Torna-se difícillembrar as doses diárias, porexemplo. Nestes casos, o reforçofamiliar é fundamental. Uma estra-tégia eficiente, portanto, abrangea Atenção Farmacêutica”.

A partir desta realidade, Dra.Lusitana defende que os pacientestêm que estar envolvidos com asdecisões. “Só assim alcançamosum bom desfecho, a partir de umbom diagnóstico. Para ela, me-dicamentos de qualidade sãoindispensáveis. Mas o êxito estácondicionado ao envolvimento dopaciente para que siga o trata-mento. Uma vez que ele não estámais no hospital, sendo obrigadoa se submeter à toda aquela estru-tura e equipe médica.

Como exemplos positivos, sãodestacadas as situações em que opaciente faz o tratamento e segueas instruções em 80%, obtendoum resultado satisfatório no com-bate à doença. Com a pressão ediabetes controladas, está tudocerto. Ele é aderente. Bem infor-mado, bem diagnosticado e bemmedicado. O tratamento para elefoi adequado.

Já o resultado negativo podeacontecer quando o pacientecumpre todas as prescrições masnecessita de uma reavaliação dodiagnóstico e do tratamento. Aí éque entra também o papel dofarmacêutico. Ele pode sugerir oque deve ser mudado, conscientede que a adesão é boa quando aprescrição é boa. A responsa-

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CRF-BA em Revista

O Dr. Ernani Santa Helena, mé-dico da Universidade Regionalde Blumenau (Departamento deMedicina/Grupo Catarinense deEpidemiologia de Medicamentos(GCEM), equipe QUALIAIDSDMP-FMUSP) abriu uma discus-são conceitual e filosófica, aocontextualizar a adesão em umcontexto epidemiológico.

“Todos sabemos que os profis-sionais de saúde querem que ospacientes venham a aderir aotratamento. Mas algum grau denão adesão é uma realidadeuniversal. A OMS chega a falarem uma média de 50% de nãoadesão”.

Convidado para falar sobre otema “Ferramentas de mensu-ração de adesão à Farmaco-terapia: sua utilidade na práticae na pesquisa”, ele explica queo ato de adesão precisa acon-tecer não apenas ao medica-mento, mas também em relaçãoa outras coisas:

“As pessoas estão aderentes,

por um tempo. Elas não sãoaderentes a um tratamento pelavida inteira. É humanamenteimpossível. A adesão é umacoisa que você pode medir atéum mês. Passou de três meses,é persistência ao tratamento”.

O palestrante discorreu sobrequal seria o melhor método paramedir o nível de adesão. Inicial-mente destacou o registrofarmacêutico, muito utilizado naEuropa, através do qual a entre-ga de medicamentos é feitaregularmente, pessoalmente aopaciente, que é, de antemão,considerado como aderente. Naunidade de distribuição, é feitauma contagem de comprimidos.Mas o monitoramento eletrônicoé considerado como “padrãoouro” por ser muito dispen-dioso. De qualquer forma,segundo Dr. Ernani, uma vezmonitorado o nível de adesão,uma análise dos dados propiciaa determinação de um perfilepidemiológico.

bilidade deve ser compartilhada.Não se pode pensar em apenas umator. Todos os atores envolvidosno processo de cura têm que estaradequadamente preparados paraque o resultado seja satisfatório.

No sistema inglês, também res-saltado como exemplo relevante,todos têm muita compreensão.Quando as estatísticas dizem que50% vão aderir, há um sorteioaleatório para se fazer os parâme-tros bioquímicos. Em seguida, opaciente passa por um aconse-lhamento. Fica sob observação. Seele não fizer o tratamento, perdeo direito de receber gratuitamenteos medicamentos do sistema desaúde pública. Funciona como umrelógio. Mas, em contrapartida,existem sanções para os médicosque perdem muitos pacientes epara os pacientes que mudammuito de médicos.

O caso do sistema implantadonos Estados Unidos foi citado naconclusão da palestra. A partir dotrabalho realizado pela AssociaçãoAmericana de Farmácia, o farma-cêutico é considerado o profis-sional que mais pode contribuirpara reforçar as recomendaçõesmédicas, sempre se colocando àdisposição para esclarecer asdúvidas do paciente sobre o seutratamento. O farmacêutico entre-ga um pacote físico ao paciente,contendo remédios e informação.O tratamento é monitorado eletro-nicamente pela associação pelosplanos de saúde, um procedi-mento que envolve médicos epacientes, melhorando a adesão.

Diante do exposto, Dra. Lusitanaconclamou a todos presentes:“Precisamos, aqui no Brasil, envol-ver o serviço de saúde pública.Principalmente neste setor, temoscondições de congregar os médi-cos, os farmacêuticos e os pa-cientes”.

“Para a OMS, a média de nãoadesão é de 50%”

Dr. Ernani Santa Helena

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CRF-BA em Revista

“Um índice de 14 a 25 % das prescriçõesnem chega às farmácias”.

Os principais fatores relacionadosà adesão ao tratamento foramapresentados pela Dra. AndréaUngari, farmacêutica/Central deQuimioterapia do Hospital dasClínicas de Ribeirão Preto. Oconceito de adesão ao tratamentofoi trabalhado na sua tese de Mes-trado, enfocando pacientes hiper-tensos do Programa de Saúde daFamília implantado em São Paulo.

O documento da Organi-zação Mundial da Saúdeque fala sobre a adesão àsterapias de longo prazo,voltada para doenças crô-nicas, foi tomado comobase pela palestrante comoum bom exemplo para adiscussão mais aprofun-dada sobre a adesão, osseus fatores e estratégiasadotadas pelos profissio-nais.

No documento, há capí-tulos específicos sobrevários tipos de doenças,constituindo-se em uma referênciarelevante para quem está traba-lhando com adesão. Para OMS,adesão é um fenômeno multidi-mensional, determinado por umconjunto de cinco fatores. O paci-ente é cercado destes fatores, asaber: os sócio-econômicos, osfatores relacionados à própriaterapia medicamentosa; os fatoresrelacionados ao paciente; os fato-res relacionados à doença e osfatores relacionados à equipe deprofissionais e ao sistema desaúde.

Os fatores de natureza sócio-econômica estão relacionados aobaixo-nível econômico, à pobreza,

ao analfabetismo, à baixa escola-ridade, ao desemprego, às condi-ções estáveis de moradia, à longadistância da unidade de saúde, aocusto do transporte.

Já os fatores relacionados aterapia medicamentosa exigemmais cuidado. Para os pacientes deOncologia, por exemplo, os regi-mes são complexos porque osmedicamentos quimioterápicos

A Dra. Ungari reafirma, mais umavez, que alguns pacientes têm pro-blemas de adesão, como carac-terística de sua natureza pessoal.Nestes casos, eles precisam serouvidos com mais atenção.

Quanto aos fatores relacionadosà equipe e ao sistema de saúde,destaca-se a importância do inves-timento no aperfeiçoamento e notreinamento dos profissionais de

saúde. Até o tempo inade-quado entre as consultaspode interferir na nãoadesão. A falta de incentivoe a necessidade de retornoconstante ao consultório mé-dico também interferem noresultado final do tratamento.

“A simples falta de orien-tação na consulta traz signi-ficativos prejuízos no trata-mento dos pacientes” –acrescenta a farmacêuticapaulista. “A linguagem, otempo de consulta do pres-critor, o motivo para o cum-

primento da terapia, a maneiracom que o profissional fala com opaciente, tudo isso faz muitadiferença. Para se ter uma idéia daimportância da consulta, ressalta-mos que um índice de 14 a 25 %das prescrições nem chega àsfarmácias. Esse estudo é muitointeressante por que demonstra adescrença do paciente em relaçãoao médico. Grande parte das pres-crições não chega às farmácias,não chegam aos postos de saúde,porque o paciente não acreditaque aquilo que foi prescrito vai serbom para ele. O que devemos fazerdiante de tudo isso?”

Dra. Ungari esclarece que, em

têm um grande número de efeitoscolaterais que são minimizadoscom a prescrição de outras drogasque servem como suporte. Assim,o paciente toma um número maiorde comprimidos por dia, prolonga-se a duração do tratamento,aumenta-se o número de medica-mentos prescritos, etc.

Os fatores relacionados aopaciente estão entre as suas cren-ças, percepções, expectativas emrelação à doença e ao tratamento.Neste âmbito, devem ser feitasperguntas do tipo: O que o paci-ente espera do tratamento? Comovê as limitações causadas peladoença? Como espera se curar?

Dra. Andréa Ungari

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Os principais fatores quedificultam uma boa adesão *

• Fatores sócio-econômicos.(Alguns pacientes não têm nemgeladeira, nem dinheiro para iraté a farmácia do hospital ondesão doados os medicamentos. Ofato de existir uma lei que dispo-nibiliza a terapia anti-retroviralnão assegura, necessariamente, oacesso às condições para que aspessoas possam utilizá-la).

• Grande quantidade de compri-midos.

• Os efeitos adversos com a medi-cação.(Muitas vezes tais efeitos sãointoleráveis).

• Restrições alimentares. (Ex:esperar duas ou três horas para sealimentar).

• A imagem corporal internali-zada e a imagem corporal quese apresenta naquele momento.

• Baixa escolaridade.

• Adesão a terapia é determi-nada por uma rede complexade fatores.

• Os cientistas precisam avançarem outros estudos que ve-nham a reduzir os efeitoscolaterais e que possam teruma postura mais humani-zada no atendimento compessoas com HIV/AIDS.

Outras conclusões importantes

• Não basta ter uma política dedistribuição de medicamento,faz-se necessário equacionarquestões de natureza medica-mentosa e social.

• É preciso escutar mais as reivin-dicações daquelas pessoas quefazem uso da terapia anti-retro-viral.

• A negação do uso da tera-p ia anti-re t rov i ra l poderepresentar uma resistênciaà circunstância de viver comAIDS.

• A adesão à terapia se confun-de, muitas vezes, com umaescolha/adesão pela própriavida.

primeiro lugar, é importante queo profissional se informe sobre ograu de conhecimento e as prefe-rências dos pacientes em relaçãoao tratamento. Assim, ele poderá,se necessário, simplificar a farma-coterapia, ajustar melhor as doses,as freqüências, a quantidade, oshorários, enfim, buscando sempreconciliar o tratamento com asatividades diárias. Além disso, osprofissionais têm que usar umalinguagem simples, repetindo asinstruções a cada consulta. Paraela, repetir nunca é demais.

“Devemos transmitir conheci-

mentos adequados. Isso é muitoimportante. Temos que explicar aopaciente porque ele está fazendoaquele tratamento, como é a doen-ça que o aflige, sempre falando deuma maneira clara para que eleentenda e seja entendido. Precisa-mos também perceber o que opaciente quer”.

A educação em relação à doençae ao tratamento, portanto, foi res-saltada pela Dra. Ungari como umprocedimento de fundamentalimportância para uma boa adesão.Segundo ela, existem diversasestratégias, neste processo, a

exemplo da limitação das instru-ções a três ou quatro itens.“Vamos, sempre que possível,envolver a família do paciente.Quanto maior o conhecimentosobre o problema, maior será ograu de comprometimento efetivoe a chance de sucesso na respostaterapêutica”- conclui. “E isso semdeixar de lado a melhoria dacomunicação entre pacientes eprofissionais de saúde. O monito-ramento contínuo, bem como areavaliação do tratamento tem queser feito em meio a uma trocaininterrupta de informação.

* Dados resultantes de pesquisa apresentada pela Dra. Gladys Almeida

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O farmacêutico Adriano Góes Silva Adriano Góes Silva Adriano Góes Silva Adriano Góes Silva Adriano Góes Silva (foto) falou sobre o tema: “Como o farmacêuticotem promovido a adesão no serviço ambulatorial“. E apresentou o atendimentofarmacêutico no Centro de referência de AIDS, destacando a importância das habilidadesde comunicação com o paciente. A importância da adequação da linguagem e dacriação de uma uma empatia e relação de confiança foram ressaltados como fatoresprimordiais.

Relatos de excelênciaApesar da complexidade do tema destacaram-se os excelentes relatos, não só de farmacêuticos, que em

seu cotidiano, tem ajudado pessoas a melhor utilizar seus medicamentos. Também registramos a participaçãode um usuário-paciente crônico e de um enfermeiro.

Gerson Barreto Gerson Barreto Gerson Barreto Gerson Barreto Gerson Barreto (foto), representante da associação dos renais crônicos da Bahia,apresentou o tema informando como o usuário vê o seu tratamento e como aassistência poderia ser melhorada. Ele cobrou dos farmacêuticos maior empenho nadetecção de reações adversas.A visão de um usuário surpreendeu a todos presentesno evento. A facilidade com que o interlocutor aproximou-se da temática da assistênciafarmacêutica tornou mais fácil a compreensão sobre as dificuldades enfrentadaspelos usuários, a exemplo da burocracia e da falta de infra-estrutura para umatendimento adequado.

O enfermeiro José Augusto Silva José Augusto Silva José Augusto Silva José Augusto Silva José Augusto Silva (foto) apresentou o tema: “Quais estratégiasdevem ser utilizadas para melhorar a adesão?A visão da equipe de saúde”. Elediscorreu sobre o funcionamento do PSF e as dificulfdades em garantir adesãopara o tratamento de doenças dos programas de atenção primária, principalmentea estrutura de pessoal.

O farmacêutico Ariel Resende Ariel Resende Ariel Resende Ariel Resende Ariel Resende (foto) apresentou o tema: “Como a adesãoafeta o sistema de saúde? A visão do gestor público”. Ele expôs a visão dogestor que organiza a distribuição de medicamentos, mostrando como a faltade adesão do paciente termina por impactar na gestão dos serviços terciários. Ousuário retorna com problemas de saúde. E há sobrecarga para o sistema porconta da má utilização dos medicamentos.

A farmacêutica Celina Salles de Amorim Celina Salles de Amorim Celina Salles de Amorim Celina Salles de Amorim Celina Salles de Amorim (foto) explanou sobre a questão:“Como o farmacêutico tem promovido a adesão no serviço hospitalar”, relatando aexperiência no âmbito hospitalar da farmácia do professor Jorge Valente acreditadopela ONA. Também narrou eventos ocorridos com pacientes que necessitavam deorientação farmacêutica para melhorar a adesão.

O farmacêutico Alikson Moura Alikson Moura Alikson Moura Alikson Moura Alikson Moura (foto) falou sobre como o farmacêutico tempromovido a adesão na farmácia comunitária, detalhando as possibilidades de atuaçãodo farmacêutico na farmácia privada, do ponto de vista mercadológico. O temaabrangeu conceitos como o de fidelização do cliente, estabelecendo como estescontribuem também para o impacto positivo na farmacoterapia.

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CRF-BA em Revista

Dra. Nadja Rehem(vice-presidente da SBRAFH Nacional), Dra. Kise Guimarães (tesoureira daSBRAFH), Dr. Altamiro Santos, Dra. Lourdes Clélia Valverde(presidente da Regional Bahia da

SBRAFH) e Dra. Márcia de Miguel (secretária da SBRAFH)

Auditório lotado, prestígio para SBRAFH

Os farmacêuticos interessados em atualizar-se sobre os referenciais teóricos que

fundamentam o gerenciamentodos serviços de saúde podemsolicitar da Sociedade Brasileira deFarmácia Hospitalar e Serviços deSaúde (SBRAFH) um exemplar dasegunda versão do manual “Pa-drões Mínimos para FarmáciaHospitalar e Serviços de Saúde”.A publicação, que está sendodistribuída gratuitamente, orientao cumprimento de pré-requisitoslegais e funcionais que propiciemas condições de controle de segu-rança e de qualidade, tão neces-sário para a Assistência Farma-cêutica.

Lançada no dia 13 de outubro,no Hotel Mercure, em Salvador,com sucesso, a nova ediçãosubstitui a primeira, produzida há10 anos e já defasada. O textoatual contempla as mudanças nalegislação de saúde e a moder-nização dos processos nos servi-ços hospitalares.

Segundo a presidente da Regio-nal Bahia da SBRAFH, LourdesClélia Valverde, a proposta dosresponsáveis pela edição foi fazer

com que a adoção de padrõesmínimos na farmácia hospitalarresultem em um bom funciona-mento deste setor do mercado detrabalho. “Vamos, inicialmente,fornecer exemplares para os asso-ciados da SBRAFH” – acrescentaela. “Depois, faremos a distribuiçãoentre os farmacêuticos hospita-lares, além dos membros dosConselhos, das associações daclasse e de instituições de ensino”.

As principais alterações feitas na

Manual orienta profissionais

primeira edição, ainda segundoLourdes Clélia Valverde, referem-se às atribuições e à infra-estruturaorganizacional da farmácia nosserviços de saúde: “Também foramabordadas informações sobremedicamentos e produtos para asaúde, bem como sobre a otimi-zação da terapia medicamentosae atividades desenvolvidas nasáreas de educação e de pesquisa”.A recém-criada Regional Bahia daSBRAF contou com o apoio doCRF/BA, do Sindicado dos Farma-cêuticos do Estado da Bahia e daExpressa Distribuidora de Medica-mentos.

Marcaram presença, no lança-mento que reuniu cerca de 70farmacêuticos e acadêmicos deFarmácia: o presidente do Con-selho Regional de Farmácia doEstado da Bahia, Dr. Altamiro Josédos Santos e a vice-presidente daSBRAFH Nacional, Nadja Rehem.A empresa AstraZeneca também foiparceira da SBRAFH, realizando aeditoração do documento e dandosuporte à divulgação da obra.

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entrevista

CRF/BA – Qual aCRF/BA – Qual aCRF/BA – Qual aCRF/BA – Qual aCRF/BA – Qual aimportância do manual?importância do manual?importância do manual?importância do manual?importância do manual?Como foi produzido?Como foi produzido?Como foi produzido?Como foi produzido?Como foi produzido?

Após 10 anos da publicação daprimeira edição dos PadrõesMínimos para Farmácia Hospita-lar pela SBRAFH, foi realizada arevisão do material durante o VICongresso Brasileiro de FarmáciaHospitalar, em junho de 2007,em Goiânia. A revisão ocorreudurante uma oficina aberta atodos os congressistas, com a

participação de 59 farmacêu-ticos. Após a consolidação dostrabalhos dos grupos, o materialfoi disponibilizado no site daSBRAFH para Consulta Pública,por 30 dias. Contamos com acolaboração do Conselho Federalde Farmácia na atualização dosPadrões Mínimos para FarmáciaHospitalar e Serviços de Saúde. Aatualização se fazia necessária,por conta das mudanças nalegislação de saúde e da moder-nização dos processos.

Farmacêuticos podem ocuparmais espaço nos hospitais

“Cerca de 25% dos hospitais brasileiros com mais de 20leitos ainda funcionam sem farmacêuticos. Osadministradores hospitalares e os empresários do setorainda não descobriram os benefícios dos serviços dosfarmacêuticos hospitalares”– esta é a declaração daDra. Nadja Rehem, vice presidente da SociedadeBrasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde(SBRAF). Também à frente da Presidência da Comissãode Farmácia Hospitalar do Conselho Regional deFarmácia da Bahia, desde 2007, ela concede entrevistaexclusiva e fala sobre o significado da publicação de ummanual especialmente voltado para a atualização dofarmacêutico que atua em hospitais.

As principaisAs principaisAs principaisAs principaisAs principais

alterações realizadasalterações realizadasalterações realizadasalterações realizadasalterações realizadas

na segunda ediçãona segunda ediçãona segunda ediçãona segunda ediçãona segunda edição

dos Pdos Pdos Pdos Pdos Padrões Mínimosadrões Mínimosadrões Mínimosadrões Mínimosadrões Mínimos

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Hospitalar referem-seHospitalar referem-seHospitalar referem-seHospitalar referem-seHospitalar referem-se

às atribuições doàs atribuições doàs atribuições doàs atribuições doàs atribuições do

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CRF/BA – Quais são asCRF/BA – Quais são asCRF/BA – Quais são asCRF/BA – Quais são asCRF/BA – Quais são asprincipais mudanças?principais mudanças?principais mudanças?principais mudanças?principais mudanças?

As principais alterações realizadasna segunda edição dos PadrõesMínimos para Farmácia Hospi-talar referem-se às atribuições doprofissional. O texto traz reco-mendações de infra-estrutura eestrutura organizacional daFarmácia Hospitalar, além deparâmetros mínimos para odesenvolvimento da logística emanipulação. Informações sobremedicamentos e produtos parasaúde e sugestões para a otimi-zação da terapia medicamentosatambém são incluídas. E isso semfalar das atividades relacionadasà educação e à pesquisa. Res-saltamos, ainda, a proposta donúmero adequado de farmacêuti-cos e auxiliares para realizar asatividades, com base na complexi-dade do cuidado, do grau deinformatização e do grau demecanização da unidade. Tudoisso visa a proporcionar o desen-volvimento de processos seguros,sem sobrecarga de trabalho.

CRF/BA – Como está oCRF/BA – Como está oCRF/BA – Como está oCRF/BA – Como está oCRF/BA – Como está omercado de trabalhomercado de trabalhomercado de trabalhomercado de trabalhomercado de trabalhopara os farmacêuticospara os farmacêuticospara os farmacêuticospara os farmacêuticospara os farmacêuticoshospitalares, hoje?hospitalares, hoje?hospitalares, hoje?hospitalares, hoje?hospitalares, hoje?

Cerca de 25% dos hospitaisbrasileiros com mais de 20 leitosainda funcionam sem farma-cêuticos. Os administradoreshospitalares e os empresários dosetor ainda não descobriram osbenefícios dos serviços dosfarmacêuticos hospitalares. Arealidade na Bahia não é diferenteda do restante do país. Existemdiversos serviços sem farmacêu-ticos, ou em número insuficiente

para desenvolver suas atividades.Infelizmente, na maioria doshospitais, o farmacêutico estásubordinado somente à áreaadministrativa, o que pode ocasio-nar um desconhecimento de suasfunções e, consequentemente, acontratação de profissionais emnúmero reduzido ou aquém dodesejado.

CRF/BA – CRF/BA – CRF/BA – CRF/BA – CRF/BA – Como foi criadaComo foi criadaComo foi criadaComo foi criadaComo foi criadaa SBRa SBRa SBRa SBRa SBRAFH?AFH?AFH?AFH?AFH?

A SBRAFH Regional Bahia foicriada, conforme Estatuto an-terior, 60 dias após a realizaçãoda eleição da Diretoria nacional daSBRAFH, que aconteceu duranteo VI Congresso Nacional, reali-zado de 7 a 9 de junho de 2007.O objetivo primordial das Regio-nais é desenvolver eventos cien-tíficos para o aprimoramento ecapacitação dos farmacêuticoshospitalares. Os serviços de saúdeda região devem ser praticadosem consonância com as diretrizesda Diretoria Nacional. A criaçãodas regionais é o resultado da polí-tica de descentralização destaDiretoria, motivada pelo trabalhoparticipativo dos farmacêuticoshospitalares que buscam sempreo desenvolvimento da FarmáciaHospitalar.

CRF/BA – Qual foi aCRF/BA – Qual foi aCRF/BA – Qual foi aCRF/BA – Qual foi aCRF/BA – Qual foi aparticipação do CRF/BAparticipação do CRF/BAparticipação do CRF/BAparticipação do CRF/BAparticipação do CRF/BAneste processo?neste processo?neste processo?neste processo?neste processo?

O Conselho Regional de Farmáciada Bahia, através da Comissão deFarmácia Hospitalar, sempre deuapoio à Diretoria Nacional e semostrou parceiro disponível emcolaborar com a SBRAFH Regio-nal-Ba, disponibilizando suasinstalações para a realização dereuniões, e prestando apoio emtodos os eventos científicos.

CRF/BA – Como está oCRF/BA – Como está oCRF/BA – Como está oCRF/BA – Como está oCRF/BA – Como está oensino voltado para aensino voltado para aensino voltado para aensino voltado para aensino voltado para aformação de profissionaisformação de profissionaisformação de profissionaisformação de profissionaisformação de profissionaisque vão atuar na área daque vão atuar na área daque vão atuar na área daque vão atuar na área daque vão atuar na área daFFFFFarmácia Hospitalar?armácia Hospitalar?armácia Hospitalar?armácia Hospitalar?armácia Hospitalar?

As universidades brasileiras emsua maioria, ainda possuem umamaneira de formação profissional

A criação dasA criação dasA criação dasA criação dasA criação das

regionais é oregionais é oregionais é oregionais é oregionais é o

resultado da políticaresultado da políticaresultado da políticaresultado da políticaresultado da política

de descentralizaçãode descentralizaçãode descentralizaçãode descentralizaçãode descentralização

desta Diretoria,desta Diretoria,desta Diretoria,desta Diretoria,desta Diretoria,

motivada no trabalhomotivada no trabalhomotivada no trabalhomotivada no trabalhomotivada no trabalho

participativo dosparticipativo dosparticipativo dosparticipativo dosparticipativo dos

farmacêuticosfarmacêuticosfarmacêuticosfarmacêuticosfarmacêuticos

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buscam sempre obuscam sempre obuscam sempre obuscam sempre obuscam sempre o

desenvolvimentodesenvolvimentodesenvolvimentodesenvolvimentodesenvolvimento

da Fda Fda Fda Fda Farmáciaarmáciaarmáciaarmáciaarmácia

HospitalarHospitalarHospitalarHospitalarHospitalar.....

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muito voltada às práticas de ensinoque não ajudam a desenvolver aspráticas profissionais. Existe anecessidade de mudar o projetopedagógico para o ensino daFarmácia Hospitalar, junto com adiscussão sobre o perfil ideal doprofissional que se almeja. Com ajunção desses fatores, pode-separtir para uma melhor otimi-zação da Farmácia Hospitalar. Oensino, nesta área, está no iníciodo caminho. Já existem cursos queestão inovando, em termos degraduação e de pós-graduação.

CRF/BA – O profissionalCRF/BA – O profissionalCRF/BA – O profissionalCRF/BA – O profissionalCRF/BA – O profissionalde Fde Fde Fde Fde Farmácia Hospitalararmácia Hospitalararmácia Hospitalararmácia Hospitalararmácia Hospitalartem encontrado muitastem encontrado muitastem encontrado muitastem encontrado muitastem encontrado muitasvagas? Como está o nívelvagas? Como está o nívelvagas? Como está o nívelvagas? Como está o nívelvagas? Como está o nívelde contratação?de contratação?de contratação?de contratação?de contratação?

Devido às condições continentais,o Brasil possui distinções entresuas regiões e, mesmo, entremicrorregiões de um Estado.Portanto, possuímos distintasrealidades. Em regiões altamentedesenvolvidas e com a presençade faculdades de Farmácia, existeuma maior conscientização danecessidade da atuação do farma-cêutico na Farmácia Hospitalar.Esta evolução chega a refletir nonúmero de farmacêuticos contra-tados. Verifica-se que, em muitoshospitais, não existe a contrataçãode um só profissional, mas de umnúmero suficiente para as ativi-dades desenvolvidas, tanto emnível público, como privado.Mas, em outros casos, aindaexiste a não contratação de profis-sionais farmacêuticos, mediantea alegação de que o hospital combaixo número de leitos não possuifarmácia, mas sim um dispen-sário de medicamentos. Tal

definição é totalmente errada, jáque não existe mais dispensárioem hospitais. Além disso, deve-mos levar em consideração o queo profissional farmacêutico podefazer em benefício para a Insti-tuição.

CRF/BA – E o salário? ÉCRF/BA – E o salário? ÉCRF/BA – E o salário? ÉCRF/BA – E o salário? ÉCRF/BA – E o salário? Ésatisfatório?satisfatório?satisfatório?satisfatório?satisfatório?

O salário tem se mostrado pro-missor e atrativo, Porém, osvalores variam entre os estados,convenções trabalhistas e institui-ções públicas e privadas. Não temum salário definido e as variaçõesexistem pelos motivos citados,também depende do desem-penho do profissional e de dife-rença de carga horária.

• Farmacêutica Industrial pelaUniversidade Federal da Bahia(1989);

• Especialista em FarmáciaHospitalar pela UNB (2003);

• Participou do Curso de Farmá-cia Clínica da Universidade daFlórida, USA (2000) e doPrimeiro Seminário de Farmá-cia Hospitalar Brasileiro emParis (1997);

• Atuou como Assessora Téc-nica da Diretoria de Assistên-cia Farmacêutica da Secretariade Saúde da Bahia e comoGerente de Suprimentos doInstituto do Coração da Bahia(INCOBA), 2006-2007;

• Presidente da Comissão deFarmácia Hospitalar do Con-selho Regional de Farmáciada Bahia.(desde 2007);

• Farmacêutica hospitalar por15 anos;

• Atualmente atua como Coor-denadora de Produtos paraSaúde na Coordenação deAssistência a Saúde doServidor Público da Bahia(Planserv) da Secretaria deAdministração;

• Membro da Câmara Setorialde Produtos pra Saúde daANVISA;

• Consultora em Farmácia Hos-pitalar e Serviços de Saúde.

Além de vice-presidente da SBRAFH,Nadja Rehem é...

O ensino daO ensino daO ensino daO ensino daO ensino da

FFFFFarmácia Hospitalararmácia Hospitalararmácia Hospitalararmácia Hospitalararmácia Hospitalar

no Brasil está nono Brasil está nono Brasil está nono Brasil está nono Brasil está no

início do caminho. Jáinício do caminho. Jáinício do caminho. Jáinício do caminho. Jáinício do caminho. Já

existem cursos queexistem cursos queexistem cursos queexistem cursos queexistem cursos que

estão inovando, emestão inovando, emestão inovando, emestão inovando, emestão inovando, em

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A crescente expansão domercado de trabalho paraos farmacêuticos interes-

sados em especializarem-se naárea de Oncologia pode ser per-cebida, hoje, como um movimentoque acontece em todo o país.Tanto o surgimento de novasvagas, quanto a valo-rização do trabalhodaqueles que já de-senvolvem atividadesneste setor, em clínicase hospitais, tem amplia-do as perspectivaspara os horizontes doprofissional de Far-mácia. As promessasde melhorias quepodem ser alcançadasatravés do investi-mento em cursos deespecialização sesomam aos novosdesafios vislumbra-dos, a cada ano que seinicia. E isso faz com que muitosfarmacêuticos se perguntem sobrea possibilidade de inserção nestenovo universo de atuação, dei-xando-se levar por questões di-versas.

“Qual é a responsabilidade dofarmacêutico que atua na área deOncologia?”, “O curso de espe-cialização é indispensável?” –estes são alguns questionamentosrelevantes, entre os mais fre-quentes. Diante de tantas dúvidase da novidade do tema, o Dr.Magno Silveira e o Dr. PablícioNobre, farmacêuticos especialistas,que trabalham com pacientesportadores de câncer, há muitosanos, defendem que estamos emum momento muito especial, comvárias descobertas de fármacos e

um aumento na sobrevida dessesportadores, decorrente desseavanço tecnológico.

“Os farmacêuticos estão viven-ciando um novo segmento noBrasil de atuação desde profis-sional, no qual tem uma impor-tância fundamental para todo o

processo, conforme a RDC n°RDC n°RDC n°RDC n°RDC n°220/04220/04220/04220/04220/04” – analisa Dr. PablícioNobre. “No âmbito da medicinacomo um todo, o conceito deOncologia clínica é muito recenteno Brasil. Trata-se, portanto, deuma especialidade que pode serconsiderada nova. E, diante destehistórico, já conquistamos muito.Nenhum outro segmento da áreade Farmácia conseguiu tantoprogresso em tão pouco tempo”.

A atuação do profissional de Far-mácia, no campo da Oncologia,abrange a área clínica, opera-cional e também a administrativa.Nessa especialidade o farmacêu-tico tem maior inserção na equipemultidisciplinar. Responsável pelacoordenação de um setor espe-cialmente voltado para pacientes

em Oncologia, Dr. Magno Silveiraatesta o quanto o farmacêuticotem sido requisitado:

“Também somos procuradospor profissionais de outras áreas,na medida em que estamosenvolvidos com todo o processodo tratamento do paciente. “Como

integrante de umaequipe multidisciplinarque atende ao pacientede Oncologia, o farma-cêutico é responsávelpor uma série de pro-cedimentos que são defundamental impor-tância para o êxito dotratamento”.

De acordo com aatual legislação, cabemao profissional de Far-mácia as atividades detodas as etapas queenvolvem medica-mentos, conservaçãoe validação de todo

processo, bem como o gerencia-mento e segurança de seu acondi-cionamento e conservação, alémdo controle de estoque e de mani-pulação em geral.

Após o diagnóstico da doença eescolha do esquema medica-mentoso (protocolo de quimio-terapia) pelo Oncologista, todo oprocesso de farmacotécnica, estu-do de interação medicamentosa eincompatibilidade físico-química,farmacovigilância, acompanha-mento farmacoterapêutico, dis-pensação e outros, são atividadesexclusivas do farmacêutico emOncologia. Tomando como baseeste nível de importância do profis-sional especialista, ele levanta umquestionamento relevante, argu-

Farmácia em Oncologia:Crescem as vagas, mas falta qualificação

Dr. Pablício Nobre e Dr. Magno Silveira

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mentando que, no Brasil, aindanão existem cursos de graduaçãonem cadeiras específicas nasfaculdades.

“Os profissionais interessadosem trabalhar nesta área têm queparticipar de simpósios, congres-sos, fóruns e eventos afins” –ressalta. “Os cursos de pós-gra-duação só são oferecidos emoutros estados e em outros países,a exemplo dos EUA e do Canadá.No Brasil, as informações sobre asopções disponíveis para os profis-sionais que desejam se especia-lizar podem ser obtidas junto àSociedade Brasileira de Farma-cêuticos em Oncologia (SOBRAFO),atualmente sediada em São Paulo”.

A carência de cursos de formaçãoespecífica resulta, na opinião de Dr.Magno Silveira, em uma grandefalta de profissionais no mercadode trabalho. “Não temos profis-sionais qualificados em númerosuficiente para preencher as vagasque surgem. Na hora de realizar oprocesso seletivo, tentamos exigiruma qualificação, mas nem sem-pre podemos ser tão rigorosos.Finalmente, aceitamos aqueles quejá têm alguma vivência, experiên-cia prática ou estágio na área”.

Dentro da própria Oncologia,temos várias atribuições como porexemplo:• qualificar os fornecedores,

• manualizar os procedimentostécnicos,

• preparar os medicamentos emtodas as etapas,

• estabelecer planos de garantiae de controle de qualidade,

• gerenciar os resíduos de risco,

• estabelecer regras debiossegurança.

E isso sem contar a identificaçãode prováveis situações de riscosna utilização das substâncias anti-neoplásicas”.

O Conselho Regional de Farmáciada Bahia, seguindo o exemplo doque já ocorre em outros estados,acaba de criar a Câmara Técnicade Farmácia em Oncologia (foto).A novidade é anunciada pelo Dr.Magno Silveira, e pelo Dr. PablícioNobre, empossados nos cargos deCoordenador e Vice-Coordenadorda Câmara Técnica.

Na primeira reunião, realizadaem dezembro, foram iniciados ostrabalhos voltados para a definiçãode padrões de procedimentos parao exercício da Farmácia em Onco-logia, no Estado. Também caberáà equipe identificar temas relevantespara estudos, além de analisar eemitir pareceres técnicos a partir dasolicitação da Diretoria do CRF/BA.

“Dentre as principais incumbên-cias da Câmara, podemos destacara promoção de cursos e de eventosde capacitação de profissionais” –acrescenta Dr. Pablício Nobre. “Osprofissionais que integram o grupovão, ainda, colaborar para a publi-cação de artigos e demais textoscientíficos na área da Farmácia emOncologia”.

A expedição de laudos técnicos e

o assessoramento da Diretoria doCRF/BA em pareceres que visem oaprimoramento do exercício profis-sional na área da Farmácia emOncologia é mais uma incum-bência da comissão. Quem lembraa necessidade de promover talreciclagem e aperfeiçoamento, apartir da união de toda a categoria,é o Dr. Magno Silveira: “Como naBahia não há cursos de especia-lização, quem exerce esta atividadeaprende com uma vivência prática,muitas vezes sob a orientação deoutros profissionais mais experi-entes. Assim, visando o incentivoà troca de experiências, comuni-camos que a comissão está abertaà participação de todos os farma-cêuticos interessados em colaborar.Informações sobre a agenda dereuniões podem ser obtidas na sededo CRF/BA”.

Integram a Câmara: Dr. MagnoTeixeira Silveira, Dr. Pablício NobreGonçalves, Dra. Barbara Freire dosSantos, Dra. Maria de FátimaAlcântara Tavares, Dr. Helder Silvade Almirante, Dra. Gedelias Bezer-ra da Nóbrega e Dra. Mônica JosiSilva.

Câmara Técnica jáiniciou os trabalhos

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CRF-BA em Revista

RESUMO

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução: Os dispositivoscontraceptivos intra-uterinos(DIUs) são muito eficazes quandoposicionados adequadamente nacavidade endometrial, apesar dehaver dúvidas com relação aosseus mecanismos de contracep-ção. Vários mecanismos estãoenvolvidos na utilização dessecontraceptivo, que, de maneirageral, estimulam uma respostainflamatória ao corpo estranhointroduzido no útero, causandoalterações celulares e bioquímicasno endométrio e nos fluidosuterinos.

ObjetivosObjetivosObjetivosObjetivosObjetivos: Analisar na biblio-grafia quantitativo e qualitativa-mente a ocorrência de alteraçõescitopatológicas e microbiológicasdo trato genital de usuárias de DIU,em comparação com as encon-tradas em mulheres que nãoutilizam método contraceptivo ecom usuárias de outros métodos.

MétodosMétodosMétodosMétodosMétodos: A análise dos dados,de corte transversal, será realizada

O uso do contraceptivo DIU(dispositivo intra-uterino) e suas indicaçõesuma revisão bibliográfica

Dennise Dutra Amorim Cerqueira1, Sibele de Oliveira Tozetto2, Maria Lúcia Fernandes de Castro3

1Graduada em Biomedicina e aluna em Pós-graduação no curso de especialização latu sensu em Citologia Clínica

2 Drª. Em Ciências Biológicas e PhD em Biologia do Desenvolvimento, Profª. da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública(FBDC), Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) e Faculdade Delta

3 Graduada em Farmácia Bioquímica e Especialista em Citopatologia, Profª. da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública(FBDC), Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) e orientadora do curso de especialização lato senso em Citologia Clínica

a partir da pesquisa bibliográfica eatravés da intensa fundamentaçãoteórica sobre métodos contracepti-vos reversível, especialmente o DIU.

ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados: As alterações doendométrio no ciclo menstrualnormal podem ser atrasadas ouperturbadas por essa reação infla-matória, tornando o DIU inóspitopara a pré e pós-implantação deum embrião.

ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão: Podem-se observaralgumas alterações reativas asso-ciadas ao uso do DIU como célulasepiteliais isoladas com núcleosaumentados e alta relação núcleo-citoplasma, podendo ser observa-das degeneração, como célulascolunares que se apresentam empequenos grupos e alguma doen-ça inflamatória pélvica (DIP). Oacompanhamento com examescitológicos relacionado aos examesfeitos posteriormente caracteriza-se como marcadores de preven-ção, criando condições importan-tes para o combate de DIPs e

associação de alterações celulares.PPPPPalavras chavealavras chavealavras chavealavras chavealavras chave: DIU, alterações

citopatológicas, DIPs

INTRODUÇÃO

Os dispositivos contraceptivosintra-uterinos (DIUs) são muitoeficazes quando posicionados ade-quadamente na cavidade endome-trial, apesar de haver dúvidas comrelação aos seus mecanismos decontracepção1.

As primeiras citações sobre osDIUs datam de alguns séculosatrás, havendo descrições acercade inserções de pedras no úterode fêmeas de camelos para seevitar a prenhez durante as longasviagens; não existe, contudo, com-provação documentada na litera-tura2.

Há três tipos de DIU: TCu380A(maior durabilidade, liberado parauso durante dez anos), DIU libera-dor de progesterona (65mg/dia ecom durabilidade de apenas um

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ano, sendo o único DIU que reduza perda sangüínea menstrual) e osDIUs de cobre de segunda geração3.

Vários mecanismos de açãoestão envolvidos na utilizaçãodesse contraceptivo que, de ma-neira geral, estimula uma respostainflamatória ao corpo estranhointroduzido no útero, causandoalterações celulares e bioquímicasno endométrio e nos fluidosuterinos2. As alterações do endo-métrio no ciclo menstrual normalpodem ser atrasadas ou pertur-badas por essa reação inflama-tória, tornando-o inóspito para apré e pós-implantação de umembrião4.

As usuárias de DIU podemapresentar alterações citológicasnas glândulas endometriais, comoatrofia e fibrose e também edemae inflamação do estroma uterino5.

Com relação ao colo do útero épossível identificar vários tipos dealterações. A pressão do DIU sobreo epitélio endocervical pode pro-duzir metaplasia escamosa atípicaou uma reação de reparo tecidual.Nesse caso, análises histológicascaracterizam-se pela presença decélulas metaplásicas, com núcleosde vários tamanhos e nucléolosproeminentes e/ou múltiplos.Diagnóstico diferencial engloba aslesões neoplásicas do epitélioendocervical. A ausência de célulascancerosas isoladas e o arranjocelular em camadas únicas, e nãoem lâminas estratificadas, sugereum processo benigno. Eventual-mente é necessário realizar umabiópsia para esclarecer a naturezadessas alterações4.

Nos esfregaços uterinos dasusuárias de DIU verifica-se tam-bém a presença de “detritos”,fragmentos de plástico, desprendi-dos do próprio dispositivo e quesofreram um processo de calcifica-ção, por vezes simulando corpospsamomatoso. Em tais casos, éprudente a indicação de ultra-sonografia para verificação da

presença ou não de um carcinomano ovário5.

As que utilizam o mesmo DIUpor vários anos estão sujeitas aadquirir uma infecção por Actino-myces israeli, a qual pode tergraves conseqüências clínicas5.

Foi analisado na bibliografia ocor-rência de alterações citopatológicase microbiológicas do trato genitalde usuárias de DIU em comparaçãocom as alterações encontradas emmulheres não usuárias deste méto-do contraceptivo.• Analisou-se algumas alterações

reativas associadas ao uso do DIU;• Evidenciou-se a importância do

processo citopatológico eviden-ciando o desenvolvimento de alte-rações no trato genital feminino.

Quanto ao conhecimento sobremétodos anticoncepcionais, segundoa literatura, verificou-se a eficáciae seu mecanismo de contracepçãoque o uso do DIU, como opçãocontraceptiva em qualquer idadee situação clínica, pode ou nãocausar danos para a saúde dapopulação feminina.

1 Contra-indicações1 Contra-indicações1 Contra-indicações1 Contra-indicações1 Contra-indicações

Mulheres que possuem alergiaao cobre, doença de Wilson(doença hereditária rara), malfor-mações uterinas, infecção genitalrecente, problemas no colo doútero (ectrópio, displasia cervical,suspeita de câncer do colo ute-rino), distúrbios da coagulaçãosangüínea, imunossupressão, usocrônico de corticóide, doençacardíaca reumática e/ou valvar emioma uterino não devem utilizarDIU. Alguns autores também res-saltam a contra-indicação paramulheres com muitos parceirossexuais, o que poderia desenca-dear doenças sexuais transmis-síveis e para as que nunca tiveramfilhos6.

2 V2 V2 V2 V2 Vantagensantagensantagensantagensantagens

Esse método é seguro e eficaz,que geralmente não interfere no

funcionamento do corpo e que dásegurança à mulher, principal-mente para as que se esqueceramde tomar a pílula. Em longo prazo,é um método que acaba se tor-nando econômico. Tranqüilidadee eficácia por um período de tem-po longo (de três a cinco anos)5.

3 Desvantagens3 Desvantagens3 Desvantagens3 Desvantagens3 Desvantagens

O custo inicial desse métodocontraceptivo é mais alto do queoutros, principalmente no caso doDIU de progesterona e o aumentodas cólicas e nos sangramentosmenstruais, principalmente no ca-so do DIU de cobre. O maior riscopara infecções uterinas e nas trom-pas caso haja gravidez ectópica7.

4 Mecanismo de ação4 Mecanismo de ação4 Mecanismo de ação4 Mecanismo de ação4 Mecanismo de ação

Em todas as espécies, o meca-nismo básico de ação do DIU é apresença de reação inflamatória decorpo estranho na cavidade ute-rina, caracterizada por abundantepresença de macrófagos, tendoefeito embriotóxico nos primatas8.

Geralmente com o DIU nãomedicado ocorre a presença degrande número de macrófagosimpedindo a ascensão dos esper-matozóides para o interior dacavidade uterina. Alguns autoresconstataram a presença de esper-matozóides em tubas uterinas demulheres portadoras desse DIU,não havendo dados sobre o nú-mero ou capacidade fertilizantedesses gametas4.

O DIU de cobre tem efeito decorpo estranho e mecanismo pró-prio do metal que imobiliza osespermatozóides. Nas usuáriasdesse dispositivo, ocorre difusãodo cobre para a cavidade uterina,canal cervical e tubas uterinas. Aalta concentração de cobre nastubas parece ter efeito tóxico sobreos óvulos, visto que há dificuldadede se recuperar os mesmos nasportadoras desse dispositivo, oque não ocorre nas usuárias de

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dispositivos não medicados e nasque não utilizam este método2.

Até o momento as evidênciastendem a eliminar a suspeita deque o mecanismo de ação dessedispositivo seja microabortivo9.

5 Indicações para5 Indicações para5 Indicações para5 Indicações para5 Indicações pararemoção de DIUremoção de DIUremoção de DIUremoção de DIUremoção de DIU

Algumas indicações médicaspara a remoção desse contracep-tivo são dor pélvica, perda san-güínea ou menstruação excessiva,doença inflamatória pélvica aguda(DIPA), deslocamento do disposi-tivo, gravidez, malignidade uteri-na, após um ano da menopausa,remoção periódica de DIU medi-cado e interrupção da atividadesexual5.

5.1 Sangramento5.1 Sangramento5.1 Sangramento5.1 Sangramento5.1 Sangramento

O motivo principal do abandonodo uso de DIU está relacionado aoaumento do sangramento que,

freqüentemente, vem acompa-nhado de dor no hipogástrio e naregião lombossacra. Essa intercor-rência acarreta índices de 5% a15% de remoção no primeiro anode uso. Os sangramentos podemser de três tipos: menorragia,hipermenorragia e metrorragias6.

Em mulheres sadias, a perdasangüínea menstrual normal é emtorno de 35ml, enquanto que como dispositivo não medicado é entre70 e 80ml, e com DIU de cobreapresenta elevação em torno de50% do sangramento normal.Mesmo com as alterações nos san-gramentos, o risco de aquisição deanemias é baixo9.

5.2 Doenças Inflamatórias5.2 Doenças Inflamatórias5.2 Doenças Inflamatórias5.2 Doenças Inflamatórias5.2 Doenças InflamatóriasPélvica Agudas (Dipa)Pélvica Agudas (Dipa)Pélvica Agudas (Dipa)Pélvica Agudas (Dipa)Pélvica Agudas (Dipa)

É muito difícil relacionar a DIPAcom dispositivo intra-uterino,devido principalmente aos critériosimprecisos do diagnóstico dessa

infecção e pela falta de grupopadrão para comparação com asusuárias de DIU. Estudos reali-zados na Suécia e Estados Unidosmostraram que as usuárias de DIUtêm maior risco relativo de contrairsalpingite aguda, em comparaçãocom mulheres sexualmente ativasnão usuárias de métodos anticon-cepcionais5.

Nos países desenvolvidos, a DlPAocorre com maior freqüência emportadoras de dispositivo intra-uterino com idade inferior a 25anos2. Isso provavelmente se deveao maior número de parceirossexuais e, portanto, maior riscopara aquisição de doenças sexual-mente transmissíveis4. Em relaçãoà paridade, os estudos não sãoconclusivos, pois alguns autoresencontraram taxas mais elevadasda doença nas nulíparas, enquantooutros trabalhos não evidenciamdiferenças significativas com rela-ção a este parâmetro10.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A prevenção dessas doençasinflamatórias deve ser realizadaatravés da util ização de DIUapenas para mulheres com baixorisco para a doença, da esteriliza-ção aprimorada do material usadona inserção do dispositivo e detécnica apropriada de inserção,com assepsia rigorosa do colouterino9.

Usuárias de Dispositivo Intra-uterino (DIU) podem apresentarfreqüência maior de infecções dotrato genital e complicações rela-cionadas, como a doença inflama-tória pélvica (DIP)10.

Em todos os casos exige umacompanhamento com examescitológicos relacionando aos exa-mes feitos posteriormente, carac-terizando como marcadores deprevenção criando condiçõesimportantes para o combate deDPIs e associação de alteraçõescelulares5.

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O aumento das sentenças judiciais determinando o fornecimento de medica-

mentos tem causado distorções noSistema Único de Saúde (SUS),pois esta concessão tem impactosignificativo nas finanças públicas.

Além disso, o fornecimento demedicamentos de forma indiscri-minada acaba privilegiando aque-les doentes que têm mais recursosfinanceiros para pagarem advoga-dos, ou mais acesso à informação,em detrimento daqueles que têmmais necessidade.

O intervencionismo do PoderJudiciário na questão do forneci-mento de medicamentos semobservância às normas consolida-das que disciplinam o acesso àsaúde, coloca abaixo o esforço doPoder Executivo e vulnera o arca-bouço legal relativo às normas doSUS.

Diante desta problemática, este

estes medicamentos. Tais açõesjudiciais estão concentradas nasmãos de poucos prescritores eadvogados em todo o Estado deSão Paulo. Mais de 50% das açõesjudiciais e cerca de 40% dospedidos administrativos foramprovenientes do setor privado.

Vale destacar que há um consi-derável número de estudos clíni-cos, metanálises e revisões siste-máticas, no entanto, as indicaçõesde uso clínicos respaldadas pelograu de recomendação I e IIa sãoem número inferiores à quantida-de de usos referidos nos pedidosadministrativos e ações judiciais.

A SES-SP gastou de formadesnecessária, isto é, em solici-tações sem evidência científicapara o uso indicado R$ R$6.870.926,83 reais.

Embora a Avaliação de Tecno-logias em Saúde tenha assumidopapel de destaque no SUS, subsidi-

trabalho teve por objetivo carac-terizar as ações judiciais recebidaspela SES/SP relativas aos medi-camentos antineoplásicos selecio-nados pela mesma, avaliar aracionalidade destas solicitaçõesconsiderando as evidências cientí-ficas de eficácia e segurança edesta forma aprimorar o modelode Assistência Farmacêutica emoncologia, através de mecanismosde acesso a informação, que favo-reçam o uso racional dos medica-mentos antineoplásicos, sem pre-juízo para o paciente ou para oSistema Único de Saúde.

Segundo a SES-SP, os medica-mentos selecionados conformecritério custo e demanda nos doisúltimos anos são bevacizumabe,capecitabina, cetuximabe, erloti-nibe, rituximabe e temozolomida.

As ações judiciais e os pedidosadministrativos dobraram emnúmero nos anos estudados para

Medicamentos antineoplásicos eações judiciais: contribuição para omodelo de assistência farmacêutica no SUS

Equipe:

Autoria: Profa. Dra. Luciane Cruz Lopes (UNISO)

Colaboração: Prof. Dr. Silvio Barberato Filho (UNISO)

Prof. Ms. Newton Polimeno

Augusto Chad (Bosista – UNISO)

Dra. Maria Cecília Correa (SES-SP)

Dr. Michel Naffah (SES-SP)

Consultoria: Profa. Dra. Claudia Osorio-de-Castro (ENSP)

Instituições envolvidas: Universidade de Sorocaba (UNISO)

Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (SES-SP)

Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP)

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ando as decisões sobre incorpora-ção de tecnologias e procedimentos,o planejamento, a gestão e a avali-ação de serviços e programas, elanão tem sido suficiente para reduziro impacto das ações judiciais.

Finalmente, destaca-se que tais

avaliações devem ser constants eintegradas aos outros setores doSUS, pois o processo é dinâmico,novas tecnologia surgem a cadadia. Os trabalhos levantados, bemcomo as informações obtidas efornecidas pela SES-SP e outros

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CRF-BA em Revista

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Farmacêuticos, pesquisadores,professores e estudantes:colaborem

conosco, enviando artigos ou trabalhosacadêmicos para este espaço. A suacontribuição será muito importante !

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CRF-BA em Revista

Ao concluir a graduação o far-macêutico, não diferente dos demais profissionais, fica com

a impressão de que tomou um cami-nho sem volta, que nunca vai pararde estudar (e não deve), de se atua-lizar, seja qual for a área das ciênciasfarmacêuticas que deseje seguir, prin-cipalmente no que tange a educa-cional.

Continuar se atualizando é algocomum a todas as profissões, prin-cipalmente porque cada vez maisvem surgindo inúmeras novidadestecnológicas no mercado, bem comouma gama de novas informações enormatizações voltadas para a área.Entretanto, parece que para o far-macêutico, a constante atualizaçãode conhecimento a nível pós-gra-duação se torna um pouco mais difícilquando se compara com outrasclasses profissionais, tendo em vistaa escassez de cursos de pós-gradua-ção latu sensu e strictu sensu públicosvoltados para a área.

Será culpa do próprio farmacêu-tico, considerado um profissional quenão costuma se atualizar? Não é oque se vê atualmente, principalmentecom o crescimento de tantas áreasde atuação do farmacêutico, maisrecentemente a Assistência Farma-cêutica na Saúde Pública, voltadapara o Programa de Saúde da Famí-lia (PSF) e Núcleos de Atenção àSaúde da Família (NASF), cada vezmais exigindo uma formação voltadapara políticas públicas e assistênciafarmacêutica no SUS.

É inegável que a maioria dosfarmacêuticos que se formam sejamsugados pelo serviço público, àsvezes até assumindo responsabili-dades pela Assistência Farmacêuticade dois ou três municípios, a fim demanter um padrão de vida razoávele compatível com o que investiu aolongo de sua graduação.

Sem contar que não possuem uma

formação voltada para a saúde públicae por isso são obrigados a pagarpara se atualizar, em cursos deespecialização em faculdades priva-das, que chegam a custar até metadede seu salário. Quando não, concor-rer com enfermeiros, odontólogos eoutros profissionais por mestradosem saúde coletiva/saúde publica quesão uma verdadeira batalha porserem altamente concorridos e querestringem sua inserção a um gruposeleto de profissionais que possuemgeralmente conhecimento com algumdocente que lecione no referido cursoou então tenha estudado na mesmafaculdade que promove o curso.

Dentro deste sistema educacionalmesquinho e cruel, surge uma outraproblemática: como fica a atualiza-ção para aqueles farmacêuticos quese formaram em faculdades priva-das? Alguns diriam que se estestiveram como pagar toda suagraduação tem como pagar por suaeterna atualização. Mas entra numaoutra questão: o mercado de traba-lho (área farmacêutica) é um só paraos ambos os grupos, dos que vieramde faculdades públicas e dos quevieram de faculdades privadas. Ouseja, exigente em termos de especia-lização, escassez de vagas de traba-lho e salários baixos. Nesse caso,vence quem tem maiores oportuni-dades financeiras para continuarinvestindo em especializações.

O fato é que há uma crise de cursosde mestrado/doutorado em áreasnormalmente voltadas para a áreade farmácia. Não há na Bahia mes-trados e em quantidade suficiente nasáreas mais seguidas pelos farmacêu-ticos, como assistência farmacêutica,farmácia hospitalar, farmácia magis-tral e análises clínicas, mas sim algunsmestrados em áreas técnicas comobiotecnologia ou homeopatia.

Sem contar que aqueles profissio-nais que conseguem concluir um

curso de mestrado, que normalmentenão é em química, engenharia quími-ca, biotenologia, saúde coletiva, atémesmo administração, preferemseguir carreira acadêmica, causandoainda mais a redução no quantitativode profissionais com pós-graduaçãono mercado de trabalho. E ficam amercê das faculdades privadas quedemitem sem justa causa quando oprofissonal não consegue dar respostaaos anseios e exigências dos alunos,já que não está preparado para estemercado pois não tiveram umaformação voltada para a licenciatura.Aqueles que já se estabeleceram nocampo do ensino recebem baixossalários e lecionam entre duas aquatro disciplinas entre cursos defarmácia, enfermagem e medicinapor falta de professores em númerosuficiente com mestrado/doutoradopara lecionar disciplinas voltadaspara a área de farmácia.

É urgente repensar a formaçãoacadêmica desses novos profissionaisfarmacêuticos que serão despejadosno mercado. É um novo desafio paragestores públicos aliados ao ConselhoFederal e Conselhos Regionais deFarmácia, oferecer um ensino emfarmácia voltado para as novas exi-gências do mercado, seja estrutu-rando as grades curriculares comdisciplinas voltadas para a área desaúde pública e licenciatura acadê-mica, bem como a oferta de novoscursos de mestrado/doutorado emáreas que seja do interesse doprofissional farmacêutico e salárioscompatíveis com sua importância eresponsabilidade que exerce nosdiversos campos da saúde e dasociedade como um todo, a fim deque possa continuar se atualizandoe mantendo um padrão de excelênciaem tudo o que fizer.

***Luiz Seneterri é Farmacêutico eAuditor em Saúde Pública.

Atualização acadêmica é para poucosLuiz Seneterri***

opinião

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CRF-BA em Revista

Laboratórios conquistam reduçãode impostos e reajuste de serviçosOs proprietários de laboratórios de análises clínicas e patologia clínica iniciam2009 com boas novidades: a inclusão desses estabelecimentos no Sistema deTributação “Simples Nacional”, o reajuste na tabela do Sistema Único deSaúde (SUS) e a inclusão na Lei nº 11.727. Para o presidente da SociedadeBrasileira de Análises Clínicas Regional Bahia (SBAC/BA), Dr. Mário MartinelliJúnior, enquanto a última medida implica em uma significativa reduçãotributária e pode ser considerada uma vitória importante, a alteração naTabela do SUS não foi a esperada pelas entidades representativas das análisesclínicas.

O grande benefício da inclusão dos laboratórios na Lei nº

11.727 só atinge as empre-sas que optaram pelo lucro presu-mido. Segundo o presidente daSBAC/BA, Dr. MárioMartinelli Junior (foto),existem casos em queempresas não optarampelo lucro presumido.Estas não consideramas mudanças como efe-tivamente positivas.“Amparados pela recém-aprovadalei, os laboratórios de análises clíni-cas podem considerar essa medidafiscal como uma importantevitória”– argumenta o presidenteda SBAC/BA. “Trata-se de umaconquista que merece ser res-saltada, pois é fruto da campanha

iniciada em abril de 2007, a partirde uma apresentação feita pelosdirigentes do SINDLAB na Câmarados Deputados”.

Desde então, conforme historiao Presidente da SBAC/BA, a mobilização nacio-nal sensibilizou os de-putados e senadores,que passaram a consi-derar a exclusão dosLaboratórios Clínicos daLei nº 11.727 um

absurdo. ”Perdemos as contas dequantas reuniões foram necessárias,durante a tramitação da Propostade Emenda até a sanção presi-dencial, em 19 de dezembro e aentrega da nova lei ao DOU –Diário Oficial da União para publi-cação, no final de 2008.

“Reajustefoi mínimo”

Quanto ao reajuste da tabela doSUS, o Presidente da SABC/BAchama a atenção para o fato doavanço ter sido mínimo, pois sóatingiu 66 procedimentos , dentreos 5 mil existentes . “Precisamosnos articular, novamente, dandocontinuidade ao movimento nacio-nal em defesa dos laboratóriosclínicos. O SINDLAB e a SBAC cum-priram a sua função, ao acompa-nhar de perto toda a tramitação dalegislação no Congresso Nacional.Mas não fizeram sozinhos. Con-taram com a colaboração e o apoiode entidades parceiras e de parla-mentares. Assim, tenho a certezaque superaremos os desafiosunindo as entidades: SBAC, CFF,SINDLAB, CFM, CRF, CRBM edemais entidades de saúde dopaís.”

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Mesmo sendo considerado insu-ficiente, o reajuste da Tabela doSistema Único de Saúde, após umtotal de 15 anos sem qualqueralteração, merece ser destacado,segundo o Vice-Presidente doCRF/BA, Dr. Eustáquio LinharesBorges (foto). “A despeito das mu-danças tão profundas, ocorridasna realidade econômica do país, atabela permaneceu inalterada pormuitos anos” – protestou.

A Portaria do Ministério daSaúde/GM nº 3192 de 24 dedezembro de 2008, publicada noDiário Oficial da União no dia 31de dezembro de 2008, concedereajuste nos valores de procedi-mentos constantes na tabela deprocedimentos, medicamentos,órteses e materiais especiais doSUS. Entre os procedimentos delaboratórios clínicos, as dosagenshormonais serão beneficiadas comreajuste na tabela do SUS. Outrosprocedimentos diagnósticos queserão reajustados biópsias, colo-noscopia e videolaparacospia.

Os novos valores são frutos deuma incansável luta, coordenadapelas entidades farmacêuticas, apartir de uma bandeira semprelevantada “em prol da ética, dadecência profissional e não pelomercantilismo”, como explicita ummanifesto publicado pelos analis-tas clínicos, em 2007.

Ainda de acordo com a avalia-ção do Dr. Eustáquio LinharesBorges, embora não contemple ocusteio de muitos procedimentos,o reajuste é conseqüência do tra-balho realizado pela SBAC, nota-damente SBAC/BA:

“A remuneração digna dessesprocedimentos é uma exigência da

sociedade brasileira, poisrepresenta a viabilidadedo acesso da populaçãoàs novas tecnologias deauxílio diagnóstico. Nes-tes casos, inclusive, os

Veja texto da Portariado Reajuste

PORTARIA Nº 3.192, DE 24 DEDEZEMBRO DE 2008

Concede reajuste em proce-dimentos da Tabela do SistemaÚnico de Saúde - SUS.

O MINISTRO DE ESTADO DASAÚDE, no uso das atribuições quelhe conferem os incisos I e II doparágrafo único do art. 87, daConstituição, e

Considerando a Portaria nº2.848/GM, de 6 de novembro de2007, que aprova a estrutura e odetalhamento dos procedimentosda Tabela de Procedimentos,Medicamentos, Órteses, Próteses eMateriais Especiais do SUS;

Considerando a necessidade depromover a adequação de valoresreferentes aos procedimentosambulatoriais e hospitalares dastabelas de referência nacional doSistema Único de Saúde.

Considerando as análises eestudos realizados pelas áreastécnicas do Ministério da Saúde,resolve:

Art. 1º Conceder reajuste nosvalores dos procedimentos cons-tantes Tabela de Procedimentos,Medicamentos, Órteses, Próteses eMateriais Especiais do SUS, con-forme especificado no Anexo a estaPortaria.

Art. 2º Esta Portaria entra em

Reajuste na Tabela do SUS

vigor na data da sua publicação,com efeitos financeiros a partir dacompetência dezembro de 2008.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

Texto da Lei Complementaracrescenta os laboratórios

“Art. 3º A partir de 1º de janei-ro de 2009, a Lei Complementarno 123, de 14 de dezembro de2006, passa a vigorar com asseguintes modificações:

§ 5º-D. Sem prejuízo dodisposto no § 1º do art. 17desta Lei Complementar, asatividades de prestação deserviços seguintes serão tribu-tadas na forma do Anexo Vdesta Lei Complementar:

IX – empresas montadorasde estandes para feiras;

X – produção cultural eartística;

XI – produção cinemato-gráfica e de artes cênicas;

XII – laboratórios deXII – laboratórios deXII – laboratórios deXII – laboratórios deXII – laboratórios deanálises cl ínicas ou deanálises cl ínicas ou deanálises cl ínicas ou deanálises cl ínicas ou deanálises cl ínicas ou depatologia c l ín ica; patologia c l ín ica; patologia c l ín ica; patologia c l ín ica; patologia c l ín ica;

XIII – serviços de tomografia,diagnósticos médicos porimagem, registros gráficos emétodos óticos, bem comoressonância magnética;

XIV – serviços de prótese emgeral.”

custos estão atreladosao dólar, o que com-promete os direitos dapopulação e a equi-dade dos serviços desaúde.”

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Curso de MicologiaLaboratorial éconsideradosucesso total

O Curso de Micologia Labora- torial, realizado pela Sociedade

Brasileira de Análises ClínicasRegional Bahia (SBAC), nos dias5 e 6 de dezembro, foi consideradoum sucesso total. Esta foi a opi-nião unânime dos mais de 60participantes que assistiram asaulas ministradas pelo professorPaulo M. Neufeld.

Muito elogiado, o convidadoespecial da Regional da SBAC naBahia cumpriu um programavoltado para os profissionais quebuscam atender às necessidadesimpostas pelo mercado de tra-balho.

SALVADOR

Em novembro de 2008, o CRF/ BA instalou o primeiro curso

de pós-graduação em Farmaco-logia Clínica, na cidade de Ita-buna, em parceria com a UNIME.A turma é composta por 27farmacêuticos da região sul esudeste, dentre outras. A iniciativaé condizente com a proposta doCRF/BA de regionalizar as ativi-

em destaque

Evento reuniu mais de 60 participantes

Dr. Paulo Neufeld

Participaram da aberturaParticiparam da aberturaParticiparam da aberturaParticiparam da aberturaParticiparam da aberturaos professores:os professores:os professores:os professores:os professores:

Dr. Eustáquio Borges(vice-presidente do CRF/BA),Dra. Luciane Lopes(coordenadora do curso),Dra. Nilsen Carvalho F. Oliveira Filho(representante da comissão deensino do CFF),Dr. Fabrício Rios (UESC)

Pós-graduação emFarmacologia Clínica

dades de capacitação, enfocan-do temáticas estratégicas para aformação profissional.

A Diretoria do CRF/BA parabe-niza os profissionais matricula-dos, garantindo a excelência naqualidade do programa. Acoordenação ficou a cargo daDra. Luciane Lopes e suaequipe.

ERRATA - Na matéria “Conselho obtém aprovação”, publicada na edição passada,reproduzindo entrevista com o Dr. Helder Conceição Teixeira, onde se lê: “300farmácias na cidade”, leia-se: “cerca de 300 farmácias em toda a região”.

Primeira turma é composta por 27 pós-graduandos

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Com a inauguração de maisuma seccional, na cidade de

Juazeiro, o Conselho Regional deFarmácia da Bahia completa a suarede de atuação no âmbito dointerior do Estado. Ao liderar acerimônia que reuniu expoentesda comunidade local, o presidentedo CRF/BA Dr. Altamiro Santos,ressaltou, em discurso, a impor-tância da chegada do Conselho noNorte baiano:

“Esta era a única microrregiãoque ainda não dispunha de umaestrutura adequada para a realiza-ção de um trabalho mais especí-fico, especialmente dedicado àprestação de apoio e de serviços,não apenas para os farmacêuticos,mas para toda a população” –comentou o presidente do CRF/BA. “Chegávamos pouco até aslocalidades que abrangem ascidades de Paulo Afonso, deJacobina, do Senhor do Bonfim eda própria Juazeiro, onde fica anossa subsede. Agora, ampliamosa nossa força”.

Part ic iparamdo evento, osdelegados hono-rários do Con-selho de Farmá-cia do Estado dePernambuco, Dr.José Gilvandro, ede Petrolina, Dr.Emanuel Jair. Opresidente da Associação dosFarmacêuticos de Juazeiro

(ASFARJU), Dr.Roberto Soaresda Silva , tambémmarcou presença.

A nova subsedejá tem uma fun-cionária, Sra. Lin-diane Feitosa elocaliza-se na Pra-ça da Bandeira nº16, 1º Andar, Ed.Olegário Soares,Centro. Até o mo-mento, cabia à

Inauguração de seccional em Juazeiroamplia atuação do Conselho

JUAZEIRO

Dr. Emanuel Jair , Dr. Altamiro Santos, Lindiane. Feitosa,Dr. Roberto Soares da Silva e Dr. José Gilvandro

associação de farmacêuticos locala incumbência de promover even-tos e mobilizar os profissionais daárea de farmácia. A partir de feve-reiro, a seccional vai contar comum fiscal fixo, o que irá valorizarainda mais a região.

A proposta, segundo AltamiroSantos, é diversificar o trabalho deregularização do comércio emfarmácias. “Há uma grandedemanda, que precisa ser rapida-mente solucionada. A seccional vaidar um suporte importante enecessário, agindo com celeridadequando for o caso”.

Confraternização no terraço do prédio onde situa-se a subsede

A nova funcionária, Lindiane Feitosa

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A Associação de Farmacêuticos de Irecê está renovando a sua

diretoria. A eleição dos novos diri-gentes aconteceu nos dias 12 e 13de setembro, durante a realizaçãode um simpósio sobre a Assistên-cia Farmacêutica. O evento, quecontou com o apoio do CRF/BA,

A secretária de Saúde do muni- cípio de Cruz das Almas e a

chefe da Vigilância Sanitária par-ticiparam de uma reunião (foto)com o presidente do CRF/BA, Dr.Altamiro Santos, para tratarsobre algumas farmácias queestão vendendo produtos estra-nhos ao comércio farmacêutico.De acordo com um relatórioapresentado durante o evento,existem, na cidade, um total desete farmácias que estão infrin-gindo a legislação sanitária e serãoautuadas, a partir de uma ação

CRUZ DAS ALMAS

Farmácias irregulares serão autuadasconjunta, coordenada pela VISA.

A reunião também contoucom a participação do DelegadoHonorário do CRF, Dr. Washin-gton Murilo Peixoto Segundoele, todos os presentes se com-prometeram em colaborar comuma ação efetiva para fazer comque estas farmácias se enqua-drem na legislação urgente-mente. “Acreditamos que conse-guiremos reverter a situação,sem problemas”- comentou odelegado.

Farmacêuticos reunidos

Com uma participação expres- siva dos farmacêuticos do

município de Santo Antônio deJesus, o presidente do CRF/BA, Dr.Altamiro Santos abriu uma reu-nião, no dia 21 outubro, paratratar sobre a importância daorganização da categoria naquelaregião com a criação da associaçãodos farmacêuticos. De acordo como presidente do Conselho, SantoAntônio de Jesus é um municípioque cresce muito, economica-mente, o que determina o fato detornar-se um alvo de atençãoespecial para o CRF/BA.

“O contingente populacional émuito representativo para todo oestado. Além disso, também con-tamos com a Universidade doRecôncavo, um pólo culturalimportante e destacado. O reitoranunciou, inclusive, a possibili-dade de criação de um hospitaluniversitário, com cerca de 800leitos, para breve. Um curso deFarmácia também está sendocogitado e não podemos ficar defora deste processo.”

IRECÊ

Associação de Farmacêuticos tem nova Diretoria

SANTO ANTONIO DE JESUS

Pólo contribui para aexpansão profissional

Dr. Altamiro Santos e Dr. Alex Xavier

Comissão Pró-Associação

BELMONTE

Assinatura de TAC põe fim a conflito

O Ministério Público foi con- vidado pelo CRF/BA para

tratar sobre as farmácias irregu-lares e sobre os laboratórios deanálises clínicas da cidade de

foi ministrado pelo farmacêuticoAriel Resende e Jader OliveiraDonato, especialista na área deanálises clínicas e de controle dequalidade de laboratórios. A novadiretoria da AFI é encabeçada peloDr. Helder Alan Cavalcante, presi-dente eleito.

Belmonte. Com o apoio do MPfoi possível solucionar o con-flito, a partir do estabelecimentode um Termo de Ajuste de Con-duta (TAC).

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CRF-BA em Revista

programe-seprograme-seprograme-seprograme-seprograme-se

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CRF-BA em Revista

70º Concurso de Título de Especialista emAnalises Clínicas – TEACOnde:Onde:Onde:Onde:Onde: Aracaju/SERealização: Realização: Realização: Realização: Realização: SBAC nacional e parceria da SBACBahia e SergipeQuando:Quando:Quando:Quando:Quando:17 a 19 de abrilInformações: Informações: Informações: Informações: Informações: (21) 2187-0800 / 0805 [email protected] / www.sbac.org.brPrazo de inscrição até o dia 31/03/09

Mestrado em Perícias ForensesMultiprofissionalOnde:Onde:Onde:Onde:Onde: Universidade de PernambucoInformações:Informações:Informações:Informações:Informações: (81) [email protected]/ www.upe.br

Marketing aplicado a Consultórios eClínicas de Nutrição Quando:Quando:Quando:Quando:Quando: 26 a 30 de janeiroOnde:Onde:Onde:Onde:Onde: São PauloInformações:Informações:Informações:Informações:Informações: Racine

VI Pharma RS – Congresso Gaúcho deFarmacêuticosOnde:Onde:Onde:Onde:Onde: Bento Gonçalves - RSQuando:Quando:Quando:Quando:Quando: 2 a 4 de abrilInformações: Informações: Informações: Informações: Informações: (51) 3027-7541www.crfrs.org.br

VII Congresso Brasileiro de FarmáciaHospitalar, IV Encontro de Professores deFarmácia Hospitalar, II Encontro Brasileirode Residências em Farmácia HospitalarOnde:Onde:Onde:Onde:Onde: Minascentro – Belo Horizonte/MGQuando: Quando: Quando: Quando: Quando: 11 a 13 de junhoInformações:Informações:Informações:Informações:Informações: Fone: (31) 2526-10022526-1001 / [email protected]

Campanha NacionalFarmácia é um Estabelecimento de SaúdeQuando:Quando:Quando:Quando:Quando: 7 de fevereiro (sábado), das 9h às 15hOnde:Onde:Onde:Onde:Onde: Largo da Boa ViagemInformações:Informações:Informações:Informações:Informações: (71) 3266.0464 / 3266-6043(SINDIFARMA - Fernando ou Patrícia)

8º Congresso Nacional de Rede UnidaIII Seminário Estadual de HumanizaçãoI Seminário Estadual de Práticas de EnsinoI Seminário Estadual sobre Residência em SaúdeOnde:Onde:Onde:Onde:Onde: Centro de Convenções - Salvador - BahiaQuando: Quando: Quando: Quando: Quando: 6 a 9 de maioInformações:Informações:Informações:Informações:Informações: www.redeunida.org.br

Page 32: REVISTA CRF 01 · Luciane Cruz Lopes traz o artigo ... mentais, a avaliação e a inter-venção sobre a adesão. Compuseram a equipe de pa-lestrantes con-vidados: Dra. ... Gladys

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