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BRASIL o país do pescado PESCANDO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Revista da Pesca - Pescando o Desenvolvimento Sustentável

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Publicação para o Ministério da Pesca produzida pela Azimute Comunicação em parceria com a Supernova Design para a agência de publicidade PropegTextos: Alessandro Mendes e Iara Vidal (Azimute Comunicação)Editoração e montagem: Supernova Design (Ribamar Fonseca)Cliente: Propeg para o Ministério da Pesca

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BRASILo país do pescado

PESCANDO

DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL

Ministério da Pesca e Aquicultura

Esplanada dos Ministérios, Bloco DBrasília (DF) | CEP 70043-900

Telefone: (61) 3218-3812 | Fax: (61) 3218-3816comunicaçã[email protected] | www.presidencia.gov.br/seap

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Lista de superintendências federais

da pesca e aquicultura nos estados

AcreRodovia AC-40, 793 – Segundo DistritoRio Branco – CEP: 69901-365(68) 3212-1307/[email protected] Fernandes Lima, 72 – Bairro FarolMaceió – CEP: 57050-900(82) [email protected] Maceió, 460 – AdrianópolisManaus – CEP: 69057-010(92) 4009-3842/3826/[email protected]áAvenida Ernestino Borges, 209 – CentroMacapá – CEP: 68908-010(96) [email protected] Portugal, 517, salas 1301/11 – ComércioSalvador – CEP: [email protected]áAvenida Expedicionários, 3442 – BenficaFortaleza – CEP: 60410-410(85) 3455-9200/9222/9224/[email protected] FederalSBN Q 01, Bloco D, 5º andar – Edifício Palácio do DesenvolvimentoBrasília – CEP: 70085-900(61) 3329-7121/[email protected] Espírito SantoPraça Costa Pereira, 52, sala 705Vitória – CEP: 29010-080(27) 3233-0123/2817/[email protected] GoiásPraça Cívica, 100, sala 107 – CentroGoiânia – CEP: 74003-010(62) [email protected] MaranhãoPraça da República, 147, Bairro DiamanteSão Luís – CEP: 65020-500(98) 2106-1950/[email protected] GeraisAv. Raja Gabaglia, 245 – Setor L – Cidade JardimBelo Horizonte – CEP: 30380-090 (31) 3291-2922/2923/[email protected] GrossoAlameda Dr. Annibal Molina, S/N – Ponte NovaVárzea Grande – CEP: 78115-901(65) 3685-6595/[email protected] Grosso do SulAv. dos Estados, 35 – CentroCampo Grande – CEP: 79002-523(67) 3321-1190/7339/[email protected]

ParáAvenida Almirante Barroso, 5.384 – Bairro de SouzaBelém – CEP: 66030-000 (91) [email protected]íbaBR 230 Km 14, Trecho João Pessoa – CabedeloJoão Pessoa – CEP: 58310-000 (83) 3216-6302/6305/6312/[email protected] PernambucoAvenida General San Martin, 1000 – BongiRecife – CEP: 50630-060(81) [email protected] PiauíRua Taumaturgo de Azevedo, 2315Teresina – CEP: 64001-340(86) 3301-4534/[email protected]

ParanáRua Francisco Alves Guimarães, 346 – Bairro Cristo ReiCuritiba – CEP: 80050-210(41) 3264-1646/[email protected] de JaneiroAv. Rodrigues Alves, 129, sala 904Rio de Janeiro – CEP: 20081-250(21) 2233-1895/2291-4141 r. 1901/1902 [email protected] Rio Grande do NorteAvenida Hildebrando de Góis, 150 – RibeiraNatal – CEP: 59010-700(84) 4009-7479/[email protected] Grande do SulAv. Loureiro da Silva, 515, sala 709Porto Alegre – CEP: 90010-420(51) 3284-9610/9611/[email protected]

RondôniaBR 364 km 5,5 Sentido CuiabáPorto Velho – CEP: 78900-970(69) 3901-5615/[email protected]

RoraimaAvenida Major Willians, 913 – Bairro São FranciscoBoa Vista – CEP: 69301-110(95) [email protected]

Santa CatarinaRua Felipe Schmidt, 755, 11º andar – CP 1502Florianópolis – CEP: 88010-002(48) [email protected]

SergipeAvenida Carlos Firpo, 428Aracaju – CEP: 49065-000(79) [email protected]ão PauloRua 13 de Maio, 1558, sala 53 – Bela VistaSão Paulo – CEP: 01327-002(11) 3541-1380/[email protected]. NS1, 201 Sul, Conj. 02, Lote 05 – CentroPalmas – CEP: 77015-202(63) [email protected]

“Sou pescador, vivo nesta vida de luta aí no mar. Por amor à pesca e à nossa família a gente faz

tudo. A rotina é muito boa, começa às quatro e meia da manhã, quando pegamos a isca, o sol já vai raiando e nós vamos arriando as linhas para pegar algum peixe grande... e passa o dia ali, naquela batalha. Eu gosto de retornar pra terra, quando eu venho com a produção e com aquela saudade da família, que emociona a gente. A alegria de um barco voltando é maravilhosa. A gente sente que está chegando no lar, e retornar com saúde, com alimento para os filhos, é muito importante, é maravilhoso! A gente chega na boca da barra e já sente que botou o pé no batente de casa. A gente reza muito, pede a Deus pra sempre voltar.”

João Maria da Silva, pescador artesanal, Natal (RN)

Três milhões e meio de brasileiros vivem do pescado, produzindo mais de um milhão de toneladas por ano, que geram um movimento de R$ 5 bilhões. São homens e mulheres que compartilham uma vida de trabalho e dedicação ao pescado, de esforço para que a pesca e a aquicultura sejam fonte de renda, de riqueza e de orgulho para o país.

Uma costa de 8.500 quilômetros e 10 milhões de hectares de lâminas d’água em reservatórios de usinas hidrelétricas e em propriedades privadas dão ao Brasil uma posição privilegiada para o desenvolvimento da pesca e aquicultura.

Com o Ministério da Pesca e Aquicultura, muito está sendo feito para fortalecer a pesca artesanal, industrial e a aquicultura no Brasil e colocar cada vez mais pescado nas mesas brasileiras, um alimento nobre, saudável e que gera trabalho, renda e melhores condições de vida para centenas de milhares de famílias no país.

O PAÍS DO

PESCADO

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Cidadania e inclusão social

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Lei da Pesca e Aquicultura

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Plano de Desenvolvimento Sustentável

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Águas da União

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Infraestrutura e fomento

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Fortalecimento do mercado interno

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Informação, pesquisa e tecnologia

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Organização e participação social

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Política internacional

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Sustentabilidade social, ambiental e econômica

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O ano de 2009 é muito importante para pescadores e aquicultores do Brasil. A criação do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e a entrada em vigor da Lei 11.959/09, que regulamenta a atividade, dão novo fôlego para que o Brasil desenvolva a cadeia produtiva do pescado de forma autossustentável, beneficiando diretamente mais de 3,5 milhões de pessoas em todo o território nacional.

Por muitos anos, o enorme potencial de nosso litoral, rios e lagos foi explorado sem controle e com baixíssima produtividade. Em 2003, a criação da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (Seap), ligada diretamente à Presidência da República, trouxe novas possibilidades para o setor, com ações voltadas ao desenvolvimento sustentável, à inclusão social e ao aumento da produção e consumo do pescado no Brasil.

A transformação da Seap no Ministério da Pesca e Aquicultura consolida o trabalho realizado nos últimos anos e abre espaço para a implantação de uma política de Estado, com garantias de continuidade, e não apenas de

Governo, para o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva da pesca e aquicultura no Brasil.

Com mais autonomia, responsabilidades, estrutura e recursos, o Ministério passa a ter melhores condições para fomentar a atividade pesqueira e aquícola brasileira. Um parceiro importante no trabalho é o Ministério do Meio Ambiente (MMA), corresponsável pelo ordenamento da pesca.

Lei da Pesca e Aquicultura

A Lei da Pesca e Aquicultura substitui o Decreto 221, de 1967, que não atendia mais às necessidades do setor, e traz importantes benefícios para quem ganha a vida nas águas brasileiras. A lei reconhece os pescadores e aquicultores como produtores rurais e beneficiários da política agrícola, o que garante o acesso às linhas de crédito mais vantajosas disponíveis no mercado.

A nova legislação também define as regras para o exercício da pesca e os instrumentos de apoio ao

AS REDES DO

DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL

LEI DA PESCA E AQUICULTURA

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seu desenvolvimento, introduz a preocupação com a sustentabilidade no uso dos recursos pesqueiros e destina um capítulo específico para a aquicultura, reconhecendo-a como atividade produtiva.

Outro avanço da lei é reconhecer como trabalhadoras da pesca as mulheres que desempenham atividades complementares à pesca artesanal, como conserto de redes e beneficiamento e comercialização do pescado e subprodutos.

Essa mudança foi importante para garantir trabalho e renda a milhares de mulheres brasileiras, entre elas as participantes da Associação de Artesanato Artsfish, de Mundo Novo, Mato Grosso do Sul, que produzem peças artesanais com couro de peixe, como bolsas, portas-moedas, bijuterias, chaveiros, cintos e carteiras, entre outros.

Fundada em 2004, a Artsfish reúne esposas de pescadores da região que buscaram aumentar a renda familiar. Por muitos anos, a produção foi pequena, mas um incentivo

de R$ 41 mil obtido em convênio com o Ministério da Pesca e Aquicultura, por meio do projeto Extensão do Núcleo de Produção do Artesanato da Pele de Peixe, deu novas perspectivas à associação. Os recursos serão usados na compra de maquinário e em capacitação profissional.

“Esse apoio do governo trouxe um novo fôlego à associação. Antes, não tínhamos nenhuma perspectiva de crescimento, já que metade do que ganhávamos ia para a terceirização de maquinário”, conta a presidente da Artsfish, Clacir Terezinha Bork, esposa de pescador. “Os recursos darão muito mais competitividade aos nossos produtos, pois reduzirão os custos fixos e possibilitarão melhor aproveitamento da mão de obra. Estamos muito otimistas em relação ao futuro do nosso trabalho”, destaca.

Serviço

Saiba mais sobre a Lei da Pesca e Aquicultura (Lei 11.959/09) no link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11959.htm

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O Plano Mais Pesca e Aquicultura, elaborado pelo Governo Federal em parceria com o setor produtivo e a sociedade civil organizada, é um grande aliado no esforço coletivo para promover o desenvolvimento sustentável dos setores pesqueiro e aquícola no Brasil. O plano prevê investimentos na valorização da pesca artesanal, gerando trabalho e renda para milhares de famílias, na recuperação de estoques pesqueiros em águas brasileiras e continentais, no desenvolvimento da pesca oceânica, na aquicultura familiar em estabelecimentos rurais e no aproveitamento ordenado do enorme potencial das águas de propriedade da União.

Diretrizes importantes estão incluídas no plano, entre elas a consolidação de uma política de Estado, a inclusão social de pescadores, pescadoras e aquicultores familiares, a estruturação da cadeia produtiva, o fortalecimento do mercado

interno, a sustentabilidade ambiental e a organização dos setores pesqueiro e aquícola. O trabalho leva em conta a existência de territórios de identidade, com suas potencialidades, vocações e características socioculturais próprias.

Entre as principais ações promovidas pelo Plano Mais Pesca e Aquicultura estão investimentos em infraestrutura e logística, viabilização de linhas de crédito para o

setor, realização de cursos de alfabetização e qualificação profissional, incentivo ao associativismo e cooperativismo e fortalecimento do mercado interno de pescado.

Do barro ao peixe

O esforço do governo e dos pescadores e aquicultores para fortalecer o setor vem trazendo resultados concretos em todo o Brasil. Um exemplo é o assentamento Gleba Olaria, localizado

em São Félix do Araguaia, Mato Grosso, a 1,2 mil quilômetros de Cuiabá. Durante muitos anos, as famílias que vivem no local ganhavam a vida fabricando tijolos, com uma renda aproximada

de R$ 150 por mês. Hoje, os assentados são piscicultores, produzem 60 toneladas de peixe por ano e recebem até R$ 750 por mês.

“A produção de tijolos estava se tornando inviável comercialmente e a terra ocupada pelo assentamento não servia para a agricultura, porque inundava frequentemente. Mas tínhamos uma riqueza enorme, o lago Patizal, com 45 hectares de lâmina d´água”, afirma o engenheiro agrônomo Avelino Taques Filho, consultor do assentamento. “Com o apoio do governo, iniciamos no local um trabalho de piscicultura que hoje beneficia 26 famílias”, conta.

Cerca de 30% da produção do assentamento é comprada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por meio do Programa de Aquisição de Alimentos, e distribuída gratuitamente para cerca de 120 famílias da cidade, que recebem semanalmente 1,1 kg de peixe. O restante da produção é vendido na região.

Com o apoio do Ministério da Pesca e Aquicultura, foi instalada no assentamento uma fábrica de gelo, com capacidade para produzir 1,3

tonelada por dia. Segundo Taques, a fábrica beneficia não só os assentados, mas também os pescadores da região. Os produtores também receberam do Ministério infraestrutura para a venda de peixe fresco.

Casa própria

Com a renda da piscicultura como garantia, os assentados conseguiram financiamento para a construção de casas para todos os

associados, em terreno doado pela prefeitura de São Félix do Araguaia. “A produção aquícola trouxe uma melhora enorme de qualidade de vida

para os moradores do assentamento”, destaca o presidente da Associação dos Parceleiros da Gleba Olaria, Domingos Ribeiro de Azevedo.

Ele conta com orgulho que, com o aumento da renda obtido com a piscicultura, os assentados passaram a devolver o Bolsa Família, recebido do Governo Federal. “Para nós, não era mais necessário. Podemos viver com o que ganhamos com a piscicultura. Temos que deixar para quem precisa mais”, justifica Azevedo.

Serviço

Saiba mais sobre o Plano Mais Pesca e Aquicultura no link http://tuna.seap.gov.br/seap/html/Plano%20de%20Desenvolvimento/Cartilha_SEAP_final.pdf

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CIDADANIA E INCLUSÃO SOCIAL

VALORIZAÇÃO E

RECONHECIMENTO

NO DIA A DIA

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Garantir cidadania e mais qualidade de vida a pescadores artesanais e aquicultores familiares é foco prioritário do Ministério da Pesca e Aquicultura. O processo passa pela valorização da pesca e da cultura das populações tradicionais, assegurando seus direitos e reconhecendo suas diversidades culturais; pelo apoio à aquicultura familiar como alternativa de geração de renda e inclusão social e pela elevação da escolaridade e capacitação dos profissionais do setor.

O Registro Geral da Pesca, que garante aos pescadores profissionais todos os direitos trabalhistas, é um instrumento importante de cidadania. “Aqui na nossa região [amazônica], a Carteira Profissional do Pescador é a identidade do pescador. Ela dá direito a aposentadoria, licença-maternidade, seguro-defeso... Se você sai para uma atividade da pesca e não tem identificação, principalmente na área de preservação ambiental, vai voltar pra casa e ainda perder todo o seu equipamento. Mesmo quem tem 30 anos de serviço, se não tem a carteira, é um pescador clandestino, não é um pescador legal”, explica o pescador profissional Raimundo de Oliveira Queiroz, da Colônia de Pescadores de Manaus, Amazonas.

O conhecimento também é importante para garantir cidadania. Em todo o país, pescadores têm acesso ao projeto Pescando Letras, em parceria com o Ministério da Educação, que dá acesso à alfabetização, e ao Maré, o Telecentro da Pesca, voltado a quem quer aprender a utilizar computadores e a internet.

Na Bahia, o Pescando Letras atendeu, desde 2003, mais de 4,6 mil alunos, distribuídos em cerca de 400 turmas em 70 municípios dos 11 territórios de pesca do estado. A professora Rosângela Cerqueira, coordenadora estadual do programa, é puro entusiasmo quando fala do trabalho. Para ela, o mais importante é a troca de experiências entre alunos e professores. “Aqui, há a valorização do saber popular, em um projeto que considera a diversidade, pois temos pescadores que são quilombolas, indígenas... Não podemos levar uma coisa pronta, mas devemos ter algo

que construímos juntos. É quando a sala de aula se torna um local de troca dos saberes formal e popular”, afirma.

A pescadora Ana Paula de Oliveira Santos também se orgulha do que faz. Monitora do Telecentro de Barra de Santo Antônio, em Alagoas, local com mais de 600 famílias de pescadores, ela conta que já passaram cerca de 120 alunos pelo Telecentro. “Imagina um pescador de mais de 50 anos que nunca sentou em frente ao computador para digitar e, de repente, está conectado ao mundo? Mesmo os pescadores que não dominam a leitura têm curiosidade de ver na internet notícias relacionadas à pesca e ao meio ambiente”, conta.

Também em convênio com o Ministério da Educação, está sendo realizado um programa de elevação de escolaridade para pescadores e aquicultores, com o objetivo de levá-los até a graduação universitária. A qualificação técnica também é prioridade. Em todo o Brasil, 50 cursos profissionalizantes em áreas ligadas à pesca e à aquicultura são oferecidos por instituições da Rede Federal de Educação Tecnológica.

Serviço

Como solicitar o Registro Geral de Pesca No portal www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/seap, no menu à esquerda, clique no botão Registro.

Como se inscrever no Projeto Pescando Letras No portal www.educacao.gov.br, no menu à esquerda, clique no botão Sistema Brasil Alfabetizado.

Como se inscrever no programa TelecentroClique no link http://200.198.202.145/seap/telecentro/

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PATRIMÔNIO PARA O BRASIL,

OPORTUNIDADE

PARA OS TRABALHADORES

A maior parte das águas existentes no Brasil pertence à União. São mais de 5,5 milhões de hectares localizados em lagos e reservatórios de usinas hidrelétricas, além de 8,5 mil quilômetros de costa. Parte dessa riqueza está sendo usada para a criação de peixes em cativeiro, estimulando economias locais e contribuindo para a inclusão social.

Mais de cinco mil famílias aumentaram sua renda e ganharam mais qualidade de vida com o cultivo de pescado em águas da União. Os lotes são cedidos em regime de concessão, válida por 20 anos. Os produtores com renda familiar de até cinco salários mínimos não pagam nada pelo uso das águas. Todos os participantes recebem capacitação completa, do cultivo à comercialização, de maneira consciente e com foco na sustentabilidade técnica, econômica e socioambiental.

ÁGUAS DA UNIÃO12

Até 2011, a meta é chegar a 40 reservatórios espalhados por todo o país. Com o cultivo em águas da União, espera-se que em 2011 a produção nacional aquícola chegue a 700 mil toneladas e envolva mais de 300 mil pessoas.

Em Jatobá, Pernambuco, um projeto de cultivo de tilápias em águas da União está gerando trabalho e renda a diversos jovens da cidade. “Por falta de oportunidade, muitos jovens estavam se tornando assaltantes ou traficantes de drogas. Vimos no lago Moxotó uma oportunidade de mudar essa realidade”, conta o pároco do município, padre Antonio Miglio. “A cessão de águas da União é uma importante oportunidade de geração de renda, de devolver à comunidade o que foi tirado com a construção da hidrelétrica, já que as melhores terras ficaram inundadas”, avalia.

O trabalho de piscicultura foi iniciado com a criação da Associação Jovens Criadores de Peixe, formada por 12 jovens da cidade. Hoje, são seis associações, que reúnem 72 integrantes e produzem, em média, 100 toneladas de pescado por mês. O rendimento de cada associado é de mais de R$ 800 por mês.

“A criação de peixes mudou bastante a vida de muitos jovens da cidade. Antes, para conseguir trabalho, era preciso ir embora (de Jatobá). Hoje, temos trabalho, renda e uma vida muito melhor”, afirma Moisés Barbosa de Oliveira, 27 anos, no projeto há sete anos e um dos integrantes da associação original.

Desenvolvimento da maricultura

Lotes localizados na costa brasileira também serão cedidos em regime de concessão. Com o apoio do Ministério da Pesca e Aquicultura, 13 estados estão implantando Planos Locais de Desenvolvimento da Maricultura (PLDM), que envolvem estudos para a identificação de áreas propícias à criação de parques marinhos sustentáveis, que gerem benefícios sociais e econômicos às comunidades costeiras. Na área

da piscicultura, diversos projetos-piloto estão sendo desenvolvidos pelo Ministério.

Uma área de 170 hectares para cultivo de beijupirá, localizada a 11 quilômetros da costa pernambucana, é o primeiro projeto legalizado de piscicultura

marinha em águas da União. O projeto prevê gerar, até 2015, 600 empregos diretos e indiretos.

O empreendimento aproveitará a mão de obra de pescadores artesanais que atuam na área de abrangência do projeto. Segundo o empresário Manoel Tavares, diretor da empresa responsável pelo projeto beijupirá, é bastante vantajoso trabalhar com pescadores experientes.

“Melhor do que qualquer profissional, eles trazem a vivência diária como principal bagagem e, assim, têm muito a acrescentar ao

cultivo de peixes em alto-mar. O pescador também ganha, pois pode trabalhar com aquilo que mais gosta: o mar”, destaca.

SERVIÇO

Reservatórios definidosArmando Ribeiro Gonçalves (RN), Balbina (AM),

Boa Esperança (MA/PI), Cana Brava (GO), Castanhão (CE), Coremas (PB), Furnas (MG), Ilha Solteira (SP), Tucuruí (PA), Itá (SC), Itaipu (PR),

Itaparica (BA/PE), Lajeado (TO), Machadinho (SC), Manso (MT), Moxotó (PE/BA/AL), Pedra (BA), Pentecostes (CE), Reservatórios da Calha do

Paranapanema (PR), Serra da Mesa (GO), Três Marias (MG) e Xingó (SE/BA/AL).

Parques marinhosCeará, Espírito Santo, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe.

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PARA O PESCADO

BRASILEIRO

IR DE VENTO EM POPA

Para colocar o Brasil de vez na rota dos países líderes na produção de pescado, o governo preparou um plano de ação com efeitos positivos já percebidos em diversas etapas da cadeia produtiva do setor. Muitos pescadores e aquicultores do país estão sendo beneficiados com investimentos importantes em infraestrutura e na renovação da frota pesqueira nacional.

INFRAESTRUTURA E FOMENTO14

Também estão previstas ações na área de produção, transformação e comercialização, além da implantação de políticas de fomento, como acesso facilitado a linhas de créditos

específicas para pescadores e aquicultores. Outra medida importante é a venda de óleo diesel marinho com até 25% de subvenção do governo, isento

do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), para equiparar aos preços internacionais, o que possibilita ao pescado

brasileiro competir com igualdade no mercado externo.

Todas as medidas se integram para oferecer pescado com maior qualidade e mais regularidade, sem as interrupções

sazonais próprias da atividade, com preços acessíveis e, por consequência, com aumento da renda do

profissional da pesca e da aquicultura. Para isso, o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) estabeleceu

prioridades no plano de metas do setor. Até 2011, a meta é ter 20 Terminais Pesqueiros Públicos novos e/ou reestruturados, além de 120 Centros Integrados da Pesca Artesanal e da Aquicultura (Cipar), distribuídos em uma rede estratégica e regional de infraestrutura, inclusive com oferta de qualificação profissional a pescadores e aquicultores.

Além disso, há a construção de mais trapiches e entrepostos de pescado e a instalação de fábricas de gelo, voltadas principalmente para o pescador artesanal. Outra medida importante é a transferência de tecnologia para a implantação de viveiros em áreas rurais, que, até 2011, deverá atender 27 mil famílias, em 11.250 hectares.

Mudanças de rota

Quem frequenta o Terminal Pesqueiro de Santos percebe logo as mudanças realizadas após o governo

retomar a administração do lugar, em setembro de 2007. Antes, havia problemas de segurança, com

constantes roubos de peixe, e de infraestrutura, o que fazia muitos armadores procurarem outros terminais. Com

a organização do terminal, diversos armadores voltaram a utilizar o local – em 2007, houve uma descarga de 1,2 mil

toneladas de peixe. Em 2008, foram 2,6 mil.

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“Estou há muitos anos aqui no terminal e as mudanças depois que o governo reassumiu a direção são bastante significativas. A segurança é um exemplo. Antigamente, era um transtorno tremendo, mas hoje me sinto tranquilo para trabalhar aqui com a minha equipe”, afirma José Nunes, proprietário de empresa que presta diversos serviços aos armadores, como abastecimento de óleo diesel, descarga de mercadoria, manutenção de embarcações e fornecimento de comida. “Outro ganho importante foi a fábrica de gelo. Agora, está bem mais fácil dar um bom atendimento aos armadores”, destaca Nunes.

O terminal de Santos tem 26 mil m², com um píer que atende barcos de 25 a 30 metros e um salão para a separação do peixe, que é feita pelas mulheres. Após 20 anos sem trabalharem no terminal, elas voltaram em março de 2008, mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. O retorno foi uma reivindicação dos armadores, que as consideram mais cuidadosas na separação do peixe.

A criação de uma frota pesqueira nacional é outra prioridade do Ministério da Pesca e Aquicultura, por meio do Profrota Pesqueira, programa de financiamento para a compra, modernização, conversão e construção de frotas, e do Pronaf Mais Alimentos, voltado para a revitalização da frota artesanal.

O armador Arlindo Isaac da Costa, de Santa Catarina, é um dos beneficiários do Profrota Pesqueira. Com recursos do programa, ele construiu a embarcação Gavião Pescador I, com 35 metros e 26 trabalhadores a bordo, para pesca oceânica do atum nos mares catarinenses.

“O barco me dá uma autonomia, porque é muito moderno, com congelamento a bordo, com capacidade para ficar até 40 dias em alto-mar, sem precisar voltar ao terminal. O financiamento para mim foi muito importante, pois não adiantava nada haver um enorme estoque de atum no oceano e não termos condições tecnológicas para pescar”, avalia Costa.

Fábrica de gelo

No outro extremo do país, no município de Alcântara, no Maranhão, a conservação do peixe também é primordial para 75 famílias pesqueiras da comunidade de Prainha. Por lá, as mulheres comandam a fábrica de gelo instalada para melhorar a vida de quem comprava gelo em São Luís, voltava para a comunidade e, novamente, pegava a balsa rumo à capital para vender o peixe.

16

A fábrica conta com doze sócios, oito mulheres e qua tro homens. Conceição de Maria Pereira Amorim, presidente da Associação do Trapiche e Fábrica de Gelo, conta que a estrutura beneficia também outras comunidades da região e, por tanto, apoia de 250 a 300 pescadores. “É a realização de um sonho. Com a demanda de pescado, o povoado não tinha como conservar o peixe”, conta. “A renda do pescador daqui aumentou, porque não precisa mais passar o peixe para o atravessador, agora ele mesmo conserva o peixe”, destaca.

Crédito

O projeto Polo de Tilápia, no território do Mato Grande, Rio Grande do Norte, também é coordenado por uma mulher. Há três anos, junto com as 130 famílias da comunidade, Livânia Frizon conseguiu financiamento do Banco do Brasil, na linha Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS). Em pouco tempo, agricultores se tornaram também aquicultores. “Na agricultura, o povo só pensa em criar galinha, porco, ovelha, vaca... Mas criar peixe é uma das melhores atividades descobertas. Não precisa botar cerca, porque o peixe não vai comer a roça de ninguém, e a tilápia é rústica, não tem doença e ainda reaproveitamos a água dos viveiros, que já vem adubada, para a agricultura”, conta.

A comunidade vende 13 toneladas de tilápia por mês, a R$ 5,5 mil cada. Na Semana Santa, chega a 19 toneladas. Atualmente, funcionam 57 viveiros. A meta é chegar a 500 toneladas em três anos, absorvendo o trabalho de sete mil famílias.

Serviço

Principais Linhas de Crédito para Pescadores e AquicultoresPronaf; Pronaf Mais Alimentos; Fundo Constitucional de Financiamento do Norte – FNO (exclusivo para a região Norte); Fundo Constitucional do Nordeste – FNE – Aquipesca (exclusivo para a região Nordeste); FCO Rural; Finame Especial; Moderagro II (Aquicultura); Prodecoop; Proger Rural – Programa de Geração de Emprego e Renda Rural; Custeio Pecuário Tradicional (Aquicultura e Atividade Pesqueira de Captura Conservação, Beneficiamento ou Industrialização do Pescado).Meta para 2011: aumento em até 200% de contratos de crédito assinados.

Quem pode solicitar a subvenção do óleo diesel?Todos os proprietários de embarcações motorizadas, cujo combustível seja óleo diesel marítimo, armadores ou arrendatários, pessoas físicas ou jurídicas, de embarcações pesqueiras nacionais, e também as pessoas jurídicas brasileiras arrendatárias de barcos pesqueiros estrangeiros, nos termos da legislação. Além disso, é necessário que a unidade da Federação do interessado tenha aderido ao programa. Mais informações no portal http://tuna.seap.gov.br/seap/html/Oleo_Diesel/index.htmlMeta para 2011: ampliar o benefício aos pescadores artesanais e atender à demanda existente.

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FORTALECIMEN

DO MERCADO I

TO

INTERNO

O brasileiro consome, em média, sete quilos de pescado por ano. O número é muito inferior à média mundial, de 16 quilos. Ou seja, mesmo com todo o nosso potencial para a produção de pescado, o consumo no Brasil ainda é baixo. Nos últimos anos, muito está sendo feito para mudar essa realidade. São ações que buscam aproximar o produtor do consumidor e incentivar o

consumo de pescado em todas as parcelas da população.

O Programa Feira do Peixe é uma dessas ações. Para fortalecer o comércio de pescado em feiras livres e mercados públicos do país, módulos com todo o equipamento neces sário para a venda de peixe fresco ou vivo são cedidos a pescadores artesanais e aquicultores familiares pelo Ministério da Pesca e Aquicultura e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A estrutura permite o manuseio

correto do pescado, garantindo um produto adequado ao consumo, livre de

contaminação e com frescor e qualidades nutricionais preservadas.

Os módulos de comercialização também dão oportunidade para que pescadores e aquicultores

vendam seu pescado diretamente ao consumidor, sem intermediários, possibilitando que o produto seja vendido mais barato e com uma margem de lucro maior.

A Associação de Pescadores Profissionais de Uberaba e Aquicultura e Região (Appua) recebeu dois módulos de comercialização do Programa Feira do Peixe. Em pouco mais de um ano, as novas estruturas, localizadas nas feiras públicas de Uberaba e Sacramento, em Minas Gerais, possibilitaram um forte aumento de vendas e redução no desperdício.

FORTALECIMENTO

DO MERCADO INTERNO

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“Antes, comercializávamos o pescado em barracas mal arrumadas. Pela dificuldade de conservação, a perda era enorme, de seis a oito peixes em cada dez. Hoje, perde-se, quando muito, um ou dois”, conta o presidente da Appua, Augusto Manuel Batista, o Codeco. “Além disso, as vendas estão no mínimo 50% maiores, e isso significa melhoria de qualidade de vida para os pescadores”, destaca.

Semana do Peixe

Outra estratégia para aumentar o consumo de pescado no país é a realização da Semana do Peixe. O evento ocorre anualmente, em todos os estados e no Distrito Federal. As ações se desenvolvem em toda a cadeia produtiva e reforçam a importância do pescado para a saúde. Durante o período, são distribuídos materiais com dicas sobre compra, manuseio, conservação e benefícios do pescado, e os mercados e restaurantes participantes praticam preços mais baixos, para estimular o consumo. O projeto também inclui festivais gastronômicos, palestras, feiras e atividades culturais, entre outros.

Um dos maiores pontos de venda de pescado da América Latina, o Frigorífico São Paulo, da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), é um exemplo de trabalho com foco no crescimento do consumo interno de pescado. O frigorífico conta com cerca de 70 empresas permissionárias, que comercializam, diariamente, no atacado, uma média de 250 toneladas de pescado.

As boas práticas de conser vação e venda do pes cado merecem atenção constante no frigorífico, com vistorias per manentes do Serviço de Inspeção Federal (SIF). A infraestrutura adequada é outra preocupação. “Com o apoio do Ministério da Pesca e Aquicultura e do SIF, construímos uma ampla estrutura com fábrica de gelo, áreas para inspeção primária e filetagem e

contêineres para armazena-mento de resíduos”, conta

Fabiano Carrion Silva, chefe do setor de pescado daCeagesp. “Em uma segunda fase, fecharemos e climatizaremos as pra-ças de comercialização, com o objetivo de melhorar ainda mais a conservação do pescado”, explica.

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Desde 2006, durante a Semana Santa, a Ceagesp promove a Santa Feira do Peixe. No período, o Frigorífico São Paulo deixa de atender exclusivamente aos atacadistas e abre as portas para o consumidor final comprar todo tipo de pescado no varejo. Pescadores artesanais também são autorizados a vender seus produtos no local durante o evento. “Nosso objetivo é contribuir para que o consumidor final crie o hábito de comer pescado no dia a dia”, afirma Carrion.

Pescado na alimentação escolar

O uso de pescado na alimentação escolar também é considerado importante pelo Ministério da Pesca e Aquicultura. As crianças, além de se alimentarem de um produto saudável, já crescem com o hábito de comer pescado. Além disso, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do Governo Federal, o fornecimento de pescado para escolas é uma importante alternativa de renda em assentamentos da reforma agrária e em comunidades no entorno de lagos e usinas hidrelétricas.

Manaus, capital do Amazonas, é um exemplo. Mais de 400 escolas públicas da cidade servem aos alunos, regularmente, picadinho de peixe como parte da alimentação. O prato, feito com seis a oito espécies populares na região, é processado por pequenas indústrias, que compram a matéria-prima de cerca de 10 mil pescadores da capital e de municípios próximos, como Iranduba, Manacapuru e Itacoatiara. Outros produtos, como almôndega, bolinho e empanado, estão em estudo para serem acrescentados ao cardápio.

Em Pernambuco, vem sendo desenvolvido o Projeto de Inserção do Peixe na Alimentação Escolar. Pescadores de vários municípios do estado e professores e merendeiras de escolas públicas foram capacitados em diversos temas relacionados ao pescado, como benefícios na alimentação, processamento, filetagem e receitas. Também foram abordados outros temas, como cidadania, valorização profissional e o PAA.

“O uso do peixe na alimentação escolar é vantajoso em vários aspectos. Um deles é o social, pois tem potencial de gerar renda em comunidades carentes do país”, afirma Sônia Lucena Sousa de Andrade, professora do curso de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e uma das responsáveis pelo projeto no estado. “E tem também a questão da saúde. Hoje, são cada vez mais comuns o sobrepeso, a obesidade, o colesterol alto e a diabetes, e normalmente de maneira precoce. O peixe é uma proteína de boa qualidade, fácil digestão, pouca gordura e que pode ser incluído no cardápio das escolas de várias maneiras, sem ser monótono para os alunos”, destaca Sônia.

Serviço

Como participar do Programa Feira do Peixe

Pescadores e aquicultores: devem estar enquadrados nos grupos A ao D do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e organizados e representados por entidades representativas, como colônias, associações e cooperativas.

Entidades: devem preencher proposta de participação nas superintendências estaduais do Ministério da Pesca e Aquicultura (ver página 31) ou nas superintendências regionais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Abrangência: todos os estados e o Distrito Federal.

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O Brasil vem alcançando, nos últimos anos, um relevante papel nas discussões internacionais sobre pescado. De forma ativa, o país defende, nos principais fóruns mundiais, seus interesses em relação aos mais diversos temas relacionados à pesca e à aquicultura. O objetivo é dar suporte ao desen-volvimento de uma produção sustentável de pescado no país, que possibilite aumento de renda e melhoria de qualidade de vida a quem vive da riqueza das águas brasileiras.

A participação do Brasil tem crescido em importantes instituições internacionais, como a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que tem um departamento específico para pesca e aquicultura. Um dos principais temas defendidos pelo Brasil na organização é o estabelecimento de uma política de pesca sustentável em águas internacionais que garanta o aproveitamento responsável dos recursos pesqueiros. O país participa de acordo internacional que estabelece regras para as embarcações em alto-mar.

O país também ganha importância em uma das principais organizações de ordenamento pesqueiro do mundo, a Comissão Internacional para Conservação do Atum do Atlântico (Iccat), presidida pelo Brasil desde 2008. O ordenamento da captura do atum é uma importante prioridade devido ao enorme potencial do peixe na pesca industrial e na exportação brasileira de pescado.

As discussões na Organização Mundial do Comércio (OMC) são outra prioridade. Está em debate na entidade

proposta brasileira para a aprovação de subsídios pes-queiros para países em desenvolvimento, que devem ter

oportunidade de financiar a constituição de frotas nacionais e o desenvolvimento tecnológico dos processos de captura, a exemplo do que fizeram os países desenvolvidos.

Outros temas defendidos pelo Brasil nos fóruns internacionais são o combate à pesca ilegal, realizada sem licença, com apetrechos proibidos ou no período de defeso, e o desenvolvimento da aquicultura familiar sustentável e da pesca artesanal como forma de conservação ambiental e inclusão social. A aprovação de subsídios pesqueiros para países em desenvolvimento, a certificação de qualidade da cadeia produtiva e a defesa dos

ULTRAPASSANDO

FRONTEIRAS

POLÍTICA INTERNACIONAL22

interesses brasileiros em relação a espécies ameaçadas de extinção também estão entre os temas defendidos em âmbito mundial.

Parcerias internacionais

O estabelecimento de parcerias com países que dominam tecnologias ainda inexistentes no Brasil é outro objetivo do Ministério da Pesca e Aquicultura. Em 2009, um importante acordo foi estabelecido com cinco instituições de pesquisa da Noruega, país que tem o Brasil como principal destino do pescado exportado. Os noruegueses têm larga experiência em diversas áreas da pesca e da aquicultura e repassarão aos brasileiros parte desse conhecimento.

Outra importante parceria foi estabelecida com o governo peruano. O Brasil repassará ao país andino tecnologia para produção de tambaqui e pirarucu e receberá em troca informações sobre o beneficiamento e o enlatamento da anchoita, ou aliche, que mesmo sendo rico na costa brasileira ainda não é pescado em escala comercial.

Instituições internacionais com participação brasileiraComissão Internacional para Conservação do Atum do Atlântico (Iccat) | www.iccat.int

Comissão para Conservação dos Recursos Vivos da Antártida (CCAMLR) | www.ccamlr.org

Infopesca | www.infopesca.org

Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) | www.fao.org.br

Organização Latino-Americana de Desenvolvimento Pesqueiro (Oldepesca) | www.oldepesca.org

Organização Mundial do Comércio (OMC) | www.wto.org

Rede de Aquicultura das Américas

Sociedade Mundial de Aquicultura (WAS) | www.was.org

Países com acordos formais com o BrasilAngola, China, Cuba, Moçambique, Noruega, Peru, Reino Unido e São Tomé e Príncipe

Países com cooperação bilateral com o BrasilCanadá, Chile, Espanha, Guiana e Timor-Leste

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O Brasil nunca investiu tanto em informação, pesquisa e tecnologia voltadas à pesca e à aquicultura. Em 2009, foi criada a Embrapa Aquicultura e Pesca, que coordenará as pesquisas no setor com profissionais especializados. Até 2011, toda a estatística disponível da área será consolidada no Sistema Nacional de Informações da Pesca e Aquicultura. O governo aposta também em novas tecnologias, como no Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélite (Preps), implantado em 2005 para monitoramento, gestão pesqueira e controle das operações de embarcações com escala industrial de produção.

Outro importante trabalho do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) é o primeiro censo aquícola brasileiro, que vai mapear o setor e dimensionar a produção pesqueira e aquícola nacional, gerando informações que orientem as políticas públicas.

Além disso, o Plano Nacional de Assistência Técnica e Extensão Pesqueira e Aquícola prevê assistência a comunidades e produtores, com o intuito de promover e apoiar iniciativas de desenvolvimento local sustentável com vistas à inclusão social e à melhoria da qualidade de vida das comunidades pesqueiras e aquícolas.

Pesquisas

Fundamentais para o desenvolvimento sustentável da pesca e da aquicultura no Brasil, as pesquisas científicas são outro foco do MPA. Parcerias foram firmadas com diversas universidades do país e mais de 250 bolsas para pesquisas em aquicultura e recursos pesqueiros foram concedidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Há pesquisas sendo realizadas em diversas áreas, com destaque para pesca, piscicultura continental, tecnologia do pescado,

malacocultura (moluscos), carcinicultura (camarão), piscicultura marinha, algicultura (algas) e piscicultura ornamental.

Um estudo sobre o camarão vannamei, o camarão branco, está sendo realizado na Universidade Federal do Rio Grande (Furg). O foco é a capacitação de pescadores e pesquisadores no desenvolvimento de técnicas de reprodução, larvicultura e engorda da espécie. “É a variedade sobre a qual se tem

mais informações, com cerca de 30 anos de pesquisa realizada por norte-americanos e franceses. Representa mais da metade

do que é comercializado no mundo e tem um crescimento de 30% a 40% mais rápido que os nossos”, informa o coordenador da

pesquisa, professor Luís Henrique Poersch.

PARA A PESCA E A

AQUICULTURA CRESCEREM

AINDA MAIS FORTE

INFORMAÇÃO, PESQUISA E TECNOLOGIA24

Uma das principais preocupações é reduzir o impacto ambiental na cultura de camarões. “Esta nova tecnologia prevê o cultivo sem a renovação de água, mas com capacidade de até 350 camarões por metro quadrado, em vez dos usuais 20 camarões. Com a nova tecnologia, a gente produz 60 toneladas por ciclo de quatro meses. Antigamente, eram de 2,5 a três toneladas”, conta Poersch. Até 2012, o projeto pretende capacitar 350 famílias de pescadores artesanais e 40 pesquisadores do Brasil e de outros países.

Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), outra importante pesquisa feita em parceria com o Ministério da Pesca e Aquicultura visa reduzir a morte do camarão pelo vírus da mancha branca, que afeta o sistema imunológico do animal. A doença, bastante letal, praticamente dizimou a criação de camarão em cativeiro em Santa Catarina. “Em 1998, havia cerca de 110 fazendas de cultivo de camarão no estado. Atualmente, são apenas 12”, conta o coordenador da pesquisa, professor Edemar Roberto Andreatta.

A pesquisa conduzida por Andreatta já apresenta resultados positivos. “Acredito que ações integradas podem controlar as enfermidades do camarão. São exemplos o policultivo da tilápia e do camarão, que reduz os custos de produção e a incidência do vírus, pois os dois se combinam muito bem no viveiro, a produção de probióticos (bactérias que incorporadas à ração do camarão ajudam no combate à doença) e a produção de larvas isentas do vírus, com análise e descarte das infectadas”, cita.

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A pesca e a aquicultura são uma grande oportunidade para garantir, de forma sustentável, trabalho e renda a milhões de brasileiros. Com enorme território aquático, clima privilegiado e quantidade e variedade de espécies, o país tem potencial para estar entre os maiores produtores de pescado do mundo, habilitando-se a brigar por uma gorda fatia de um enorme mercado em potencial. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em 20 anos, o

FUTURO PARA

EQUILÍBRIO PARA O SETOR,

SUSTENTABILIDADE SOCIAL, AMBIENTAL E ECONÔMICA26

consumo mundial de pescado saltará de 16 para 22 quilos/ano por habitante, gerando uma demanda adicional de mais de 100 milhões de toneladas.

Mas, para explorar todo o seu potencial, o Brasil precisa garantir que a captura do pescado seja feita de maneira sustentável, o que é essencial para preservar as espécies – e a atividade – no futuro. O novo modelo de permissionamento de embarcações é uma ferramenta importante nesse trabalho. Cada embarcação terá em sua documentação o nome da espécie principal e a lista completa da chamada fauna acompanhante (outras espécies que também ficam presas à rede de pesca) que está autorizada a pescar. Com isso, busca-se evitar a captura de espécies ameaçadas. A permissão trará ainda outras informações referentes à espécie escolhida, como tamanho mínimo e locais de pesca e apetrechos permitidos.

As informações obtidas com as permissões também ajudarão no ordenamento da frota brasileira, ao permitir que as embarcações sejam agrupadas por espécie pescada. Com isso, será possível determinar o tamanho da frota de cada pescado, o que é importante no planejamento de ações voltadas ao setor.

Seguro-defeso

O respeito ao defeso, período da reprodução das espécies, fundamental à conservação dos estoques pesqueiros, também é essencial para a sustentabilidade do setor. Milhares de pescadores brasileiros recebem o seguro-defeso, pago com o intuito de garantir o sustento no período em que a pesca é proibida.

“Antes, o pescador pescava espécies em defeso. A gente achava que se estava no terminal, não tinha problema nenhum pescar”, conta o pescador Valdomiro Bastos Hoffman, da região do Capão da Canoa, litoral norte do Rio Grande do Sul. “Hoje, temos consciência de que não compensa pegar uma traíra jovem, com

20 cm, 30 cm, já que ela adulta tem 50 cm. O pescador que precisa do peixe respeita as épocas do defeso e, com isso, as espécies podem procriar”, destaca.

Assim como Valdomiro, o pescador José Valim da Silva também recebe o seguro-defeso. “O recurso que recebemos é importante, porque a gente não vai poder pescar, né? Usamos para a despesa da casa, como água, luz, comida e, se sobrar, compramos uma rede para pescar, para se ajeitar para o inverno de novo. Sem esse dinheiro, a gente fica mal”, comenta.

Em Itajaí, Santa Catarina, um trabalho com foco na sustentabilidade está ajudando a consolidar a sardinha como o peixe mais consumido no Brasil. “Mais do que não trabalhar no período de defeso, respeitamos todas as normas do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)”, conta o pescador Eros Aristeu Martins, que trabalha na modalidade cerco. “Quando pescamos peixes pequenos, os soltamos novamente no mar. Trabalhamos apenas em áreas permitidas. Respeitamos esses locais como se fossem a nossa casa. Para que a espécie seja preservada, é assim que tem de ser. Sou a favor de todas as normas adotadas nesse sentido”, destaca.

O TRABALHADOR

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A história dá conta, desde os tempos em que o homem saía em grupo para caçar e pescar, que pessoas reunidas em torno de objetivos comuns tendem ao sucesso em seu empreendimento. Por isso mesmo, pescadores e aquicultores buscam organizar-se, fazendo reuniões e encontros periódicos para estabelecer soluções para problemas aparentemente individuais, mas que, se colocados em discussão, percebe-se que são enfrentados no dia a dia por muitos profissionais.

O Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca (Conape) é o principal fórum de debate de políticas para o setor, pois reúne representantes

do governo e de todos os segmentos da pesca e

É CONVERSANDO

QUE O SETOR SE ENTENDE

ORGANIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL28

da aquicultura nacional. O Conape está atento aos mais diversos temas, entre eles a inclusão social, de maneira sustentável, de mais de 700 mil pescadores artesanais, que representam a maior parcela da produção de pescado no Brasil. Por meio do estímulo e fortalecimento de organizações, o Conselho é um dos principais braços do Governo Federal na promoção da participação social no setor.

A Conferência Nacional de Aquicultura e Pesca – realizada pela terceira vez em 2009 – também é um fórum privilegiado para avaliar e discutir os temas de interesse do setor. As atividades incluem discussões em âmbitos municipal, estadual e nacional e reúnem pescadores arte-sanais, maricultores, aquicultores, pescadores industriais e armadores.

Cooperativas e associações

Incentivar a criação de cooperativas e associações é uma das metas do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Até 2011, estima-se que 200 organizações serão apoiadas pelo governo, com base em um investimento de mais de R$ 200 milhões para assistência técnica, capacitação, cooperativismo e associativismo.

Ações conjuntas de pescadores e aquicultores impulsionam o desenvolvimento econômico e social da atividade, além de aumentarem a competitividade brasileira no cenário internacional. A organização do setor é importante para estruturar a cadeia produtiva, reduzir os custos da produção, aumentar a qualidade do pescado, agregar valor e melhorar a renda dos associados e cooperados.

A Cooperativa MS Peixes, em Dourados, Mato Grosso do Sul, entendeu, há seis anos, a necessidade de os piscicultores se organizarem. Com o apoio do Ministério,

mais de 40 cooperados recebem assistência técnica

qualificada, informações específicas (como o Manual de Boas Práticas, elaborado pela Cooperativa), suporte logístico, treinamentos e cursos de qualificação.

“Com a ajuda do governo, estamos conseguindo organizar a cadeia produtiva dos piscicultores, desde a comercialização dos produtos até a fábrica de ração. Antes, os pequenos produtores não tinham para quem vender, pois não havia estrutura de produção, como abatedouros. Na verdade, a demanda sempre existiu, só não havia condições de suprir a demanda do mercado”, avalia André Luiz Melhoranza, diretor da cooperativa.

A MS Peixes está construindo um entreposto de pescado, com dependências e instalações adequadas para a conservação do pescado, com estrutura para recebimento, manipulação, congelamento, distribuição e comércio. A construção é feita em um terreno de 42 mil m² doado pela Prefeitura de Dourados. O Governo Federal apoia com recursos para a obra. Planos para o futuro? “Melhorar a estrutura de toda a cadeia produtiva e aumentar o número de piscicultores associados”, destaca Melhoranza.

Conferência Nacional de Aquicultura e Pesca1ª edição | 25 a 17 de novembro de 2003 | Luziânia (GO)2ª edição | 14, 15 e 16 de março de 2006 | Luziânia (GO)3ª edição | 30 de setembro a 02 de outubro de 2009 | Brasília (DF)

Encontro Nacional de Trabalhadoras da Pesca e Aquicultura1ª edição | 07 a 09 de dezembro de 2004 | Brasília (DF)

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Lista de superintendências federais

da pesca e aquicultura nos estados

AcreRodovia AC-40, 793 – Segundo DistritoRio Branco – CEP: 69901-365(68) 3212-1307/[email protected] Fernandes Lima, 72 – Bairro FarolMaceió – CEP: 57050-900(82) [email protected] Maceió, 460 – AdrianópolisManaus – CEP: 69057-010(92) 4009-3842/3826/[email protected]áAvenida Ernestino Borges, 209 – CentroMacapá – CEP: 68908-010(96) [email protected] Portugal, 517, salas 1301/11 – ComércioSalvador – CEP: [email protected]áAvenida Expedicionários, 3442 – BenficaFortaleza – CEP: 60410-410(85) 3455-9200/9222/9224/[email protected] FederalSBN Q 01, Bloco D, 5º andar – Edifício Palácio do DesenvolvimentoBrasília – CEP: 70085-900(61) 3329-7121/[email protected] Espírito SantoPraça Costa Pereira, 52, sala 705Vitória – CEP: 29010-080(27) 3233-0123/2817/[email protected] GoiásPraça Cívica, 100, sala 107 – CentroGoiânia – CEP: 74003-010(62) [email protected] MaranhãoPraça da República, 147, Bairro DiamanteSão Luís – CEP: 65020-500(98) 2106-1950/[email protected] GeraisAv. Raja Gabaglia, 245 – Setor L – Cidade JardimBelo Horizonte – CEP: 30380-090 (31) 3291-2922/2923/[email protected] GrossoAlameda Dr. Annibal Molina, S/N – Ponte NovaVárzea Grande – CEP: 78115-901(65) 3685-6595/[email protected] Grosso do SulAv. dos Estados, 35 – CentroCampo Grande – CEP: 79002-523(67) 3321-1190/7339/[email protected]

ParáAvenida Almirante Barroso, 5.384 – Bairro de SouzaBelém – CEP: 66030-000 (91) [email protected]íbaBR 230 Km 14, Trecho João Pessoa – CabedeloJoão Pessoa – CEP: 58310-000 (83) 3216-6302/6305/6312/[email protected] PernambucoAvenida General San Martin, 1000 – BongiRecife – CEP: 50630-060(81) [email protected] PiauíRua Taumaturgo de Azevedo, 2315Teresina – CEP: 64001-340(86) 3301-4534/[email protected]

ParanáRua Francisco Alves Guimarães, 346 – Bairro Cristo ReiCuritiba – CEP: 80050-210(41) 3264-1646/[email protected] de JaneiroAv. Rodrigues Alves, 129, sala 904Rio de Janeiro – CEP: 20081-250(21) 2233-1895/2291-4141 r. 1901/1902 [email protected] Rio Grande do NorteAvenida Hildebrando de Góis, 150 – RibeiraNatal – CEP: 59010-700(84) 4009-7479/[email protected] Grande do SulAv. Loureiro da Silva, 515, sala 709Porto Alegre – CEP: 90010-420(51) 3284-9610/9611/[email protected]

RondôniaBR 364 km 5,5 Sentido CuiabáPorto Velho – CEP: 78900-970(69) 3901-5615/[email protected]

RoraimaAvenida Major Willians, 913 – Bairro São FranciscoBoa Vista – CEP: 69301-110(95) [email protected]

Santa CatarinaRua Felipe Schmidt, 755, 11º andar – CP 1502Florianópolis – CEP: 88010-002(48) [email protected]

SergipeAvenida Carlos Firpo, 428Aracaju – CEP: 49065-000(79) [email protected]ão PauloRua 13 de Maio, 1558, sala 53 – Bela VistaSão Paulo – CEP: 01327-002(11) 3541-1380/[email protected]. NS1, 201 Sul, Conj. 02, Lote 05 – CentroPalmas – CEP: 77015-202(63) [email protected]

BRASILo país do pescado

PESCANDO

DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL

Ministério da Pesca e Aquicultura

Esplanada dos Ministérios, Bloco DBrasília (DF) | CEP 70043-900

Telefone: (61) 3218-3812 | Fax: (61) 3218-3816comunicaçã[email protected] | www.presidencia.gov.br/seap

Sete

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