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Revista de Domingo 601

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Revista semanal do Jornal Defato

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Jornal de Fato | DOMINGO, 28 de abril de 2013

ao leitor

• Edição – C&S Assessoria de Comunicação• Editor-geral – Wil liam Rob son• Editor – Higo Lima• Dia gra ma ção – Ramon Ribeiro• Projeto Gráfico – Augusto Paiva• Im pres são – Grá fi ca De Fa to• Re vi são – Gilcileno Amorim e Stella Sâmia• Fotos – Carlos Costa, Marcos Garcia, Cezar Alves e Gildo Bento• In fo grá fi cos – Neto Silva

Re da ção, pu bli ci da de e cor res pon dên cia

Av. Rio Bran co, 2203 – Mos so ró (RN)Fo nes: (0xx84) 3323-8900/8909Si te: www.de fa to.com/do min goE-mail: re da cao@de fa to.com

Do MiN go é uma pu bli ca ção se ma nal do Jor nal de Fa to. Não po de ser ven di da se pa ra da men te.

Nesta edição, DOMINGO traz para o(a) leitor(a) exemplos de projetos sociais que têm possibilitado a transformação das co-

munidades onde são realizados. Depois de um período de distanciamento, os Pon-

tos de Cultura, do programa Cultura Viva do Governo Federal, estão conseguindo retomar o diálogo com o Ministério da Cultura. Com isso, os projetos financia-dos pelo programa terão a possibilidade de continuar beneficiando a sociedade. Outro projeto social vem ajudando crianças e adolescentes através do esporte. Idealizado pelo professor de artes marciais Edgley Honorato, o projeto dá aulas gratuitas de jiu-jítsu, capoeira e caratê para cerca de 80 crianças do bairro Santo Antônio (zona norte de Mossoró).

Nesta edição, você também confere tudo sobre a 3.ª Mossoró Mostra de Dança, que marca as comemo-rações do Dia Internacional da Dança.

Já em comemoração ao Dia do Trabalhador, DO-MINGO traz uma entrevista com o presidente da Cen-tral Única de Trabalhadores no Rio Grande do Norte (CUT-RN), José Rodrigues Sobrinho.

Boa leitura, Nara Andrade

editorial

Cultura Viva

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Corpo em movimento

Colunista Davi Moura: Torta rápida de carne

Pontos de Cultura se reaproximam do Ministério da Cultura e buscam ampliação dos projetos.

Rafael Demetrius:Como influenciar pessoas no trabalho

Adoro comer

Cultura Viva

Coluna

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p8

Terceira edição de mostra marca comemoração do Dia Internacional da Dança em Mossoró.

3Jornal de Fato | DOMINGO, 28 de abril de 2013

JOSÉ NICODEMOS*

conto

)( Envie sugestões e críticas para oe-mail: [email protected]

Chamava-se Henrique. Era sol-teirão e morava sozinho num quarto de porta e janela da úl-

tima rua da cidade. Paralítico do lado esquerdo, trombose. Em moço, fora ma-rinheiro da marinha mercante, viajando pro exterior, sendo Londres a linha mais frequente. Navio brasileiro, não me lem-bra a companhia.

Diziam que, rapaz, era muito bonito, mas não o aparentava nos seus sessen-ta e tantos anos, mais de trinta de solidão voluntária. De raro em raro é que saía do seu quarto pra um passeio pela cida-de, arrastando a perna morta. Sempre de paletó, invariavelmente cinza, pu-xando pro azul. Não falava com ninguém, e também diziam que, moço, não era assim. Brincalhão, até.

Desembarcara ainda moço, inválido pela trombose, e desde então veio socar-se ali naquele quarto, no fim da cidade, nada dentro, a não ser uma rede sempre espichada no vão da frente, e um tam-borete com assento de couro, afundado pelo tempo de uso. Somente.

De todo isolado de antigas amizades, da família, até. Uns atribuíam isto ao desgosto pela deficiência física com que o vitimara a trombose, a bordo, em ple-na mocidade; outros formulavam diver-sas razões. A mais aceita pela curiosi-dade alheia – a perda do juízo.

O bolso esquerdo do paletó

No bolso esquerdo do paletó, perce-bia-se um volume constante, bem pro-nunciado. Sempre. Andando pela rua, Henrique, de vez em quando, o apalpava, com mão firme, como que pra certificar-se de que o conteúdo estava bem segu-ro ali no bolso. Dinheiro, dizia-se, porque mal gastava o dinheiro da aposentadoria. As refeições vinham-lhe da casa dum irmão. Não pagava aluguel. Não procura mulher.

– Só podia ter muito dinheiro guar-dado, e não podia ser por outra coisa aquele cuidado nervoso com o bolso es-

querdo do paletó – comentava-se. Quando foi um dia Henrique ama-

nheceu morto, estirado no chão, a mão fechada no bolso esquerdo do paletó. Nada do dinheiro que se imaginava; eram cartas de mulher, datadas de Londres, e entre elas o retrato duma jovem muito bonita, pelos traços e feições inglesa, com ofertório, do lado branco, confes-sando um amor jamais esquecido. Em inglês, naturalmente.

E ficou desvendado o segredo que Henrique trazia guardado, pelos anos afora, no bolso esquerdo do paletó.

De raro em raro é que saía do seu quarto pra um passeio pela cidade, arrastando a perna morta. Sempre de paletó

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Entrevista

JOSÉ RODRIGUES SOBRINHO

Por Nara AndradePara a Revista Domingo

“A CUT não é o Governo

Federal”

Apaixão pelo movimento sindical começou a partir da participação em um encontro da Juventude Agrária Católica, que aconteceu em Natal, no ano de 1959, quando teve o primeiro contato com a história do sindi-calismo político. A partir de então, o jovem de 17 anos, natural do município de Pendências, deu início à luta

no movimento sindical, sendo um dos precursores do sindicalismo rural no Rio Grande do Norte. Devido o envolvi-mento no movimento sindical, foi preso, exilado e anistiado pelo Regime Militar. Hoje, aos 71 anos, José Rodrigues Sobrinho é o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/RN) e diz que os objetivos da classe trabalhadora são os mesmos do início da luta, já que, para ele, o que mudou foram as datas. Ele falou sobre as comemorações do Dia do Trabalhador, os avanços conquistados e os desafios da CUT na luta pela garantia dos direitos do trabalhador.

DOMINGO – No dia 1.º de maio é co-memorado o Dia do Trabalhador. Quais os principais avanços a serem comemorados nessa data neste ano?

JOSÉ RODRIGUES – Na verdade, hou-ve avanços e retrocessos. No campo rural, por exemplo, os trabalhadores não tinham direito à sindicalização, não tinham direito de organizar-se, não tinham direito à apo-sentadoria, não tinham direito a nada. No início foi muito difícil a fundação do sin-dicato dos trabalhadores rurais, porque naquela época, o poder político estava somente na mão dos latifundiários, que eram muito poderosos e tinham muito poder para impedir a organização dos tra-balhadores através de sindicatos. Como a mídia esteve sempre na mão dos aliados, ou dos próprios latifundiários, a divulgação era de que nós que estávamos à frente do

sindicato éramos comunistas, matávamos velhos e comíamos meninos, e isso criava um certo temor nos trabalhadores, de en-trar para o sindicato. Só depois de muito tempo de convivência com os problemas, e as dificuldades que a gente tinha para criar o sindicato, nós fomos descobrindo dentro das conversas com os trabalhadores ru-rais que naquele momento eles estavam querendo terra para trabalhar e não pagar meia a ninguém e ter uma tranquilidade na velhice, que era a aposentadoria. Esses eram os objetivos deles. Quando a gen-te pegou esses dois eixos, o sindicalismo cresceu rápido, apesar de os trabalhadores associados terem como primeiro adversá-rio o proprietário das terras onde mora-vam, correndo o risco de serem mandados embora, por isso escondiam o fato de te-rem se associado ao sindicato. Isso aconte-

ceu até a realização de uma audiência que houve no município de Nova Cruz, com os trabalhadores da Lapa, que na época era a maior fazenda em área contínua do RN, ganhamos a causa e virou jurisprudência, a partir daí o sindicato começou a crescer normalmente, sem o medo de os trabalha-dores rurais serem postos para fora.

TEM alguma programação prevista para o feriado do trabalhador?

NACIONALMENTE temos o grande ato da CUT nacional, que acontecerá em São Paulo. Também teremos programações em todos os Estados. Já aqui no Rio Grande do Norte, devido à preocupação com a seca, foi decidido através de reunião da execu-tiva, e com outros movimentos sociais, pela não realização de uma festa no dia 1.º de maio. Vão acontecer alguns eventos

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Entrevista

nas sedes dos sindicatos de alguns muni-cípios, mas a programação oficial aqui no estado será realizada em Natal, no dia 20, 21 ou 26, a data ainda não está fechada porque depende de uma negociação com o Governo Federal e com o Governo do Estado. A previsão é de que cerca de 10 mil pessoas participem da mobilização. Na programação está a discussão sobre os R$ 9 milhões liberados pelo Governo Federal, distribuídos entre Estados do Nordeste, mas que ninguém sabe para onde foi este dinheiro, ou o que vai ser feito com ele. Os movimentos sociais também preten-dem entregar uma pauta de reivindicações para a presidenta Dilma Rousseff. Estamos esperando uma resposta do Governo Fe-deral sobre a possibilidade da presença da presidenta no movimento, que deixaria de ser apenas do RN, mas voltado para os de-mais Estados do Nordeste, inclusive com o convite para os seus governadores e depu-tados, sem direito a voz.

QUAIS as principais bandeiras de luta da classe trabalhadora?

ESTAMOS aqui para construir a mes-ma luta dos trabalhadores americanos da indústria têxtil, que lutaram pelos seus di-reitos e muitos morreram, iniciaram, em 1.º de maio de 1886. Eles lutaram pelo direito da organização, o direito à dignida-de, pela libertação das garras patronais. O objetivo da nossa luta é o mesmo, não mu-dam as reivindicações, o que mudam são as datas, porque nós estamos querendo liberdade sindical, liberdade do trabalha-dor, liberdade de greve para o funcionalis-mo público, direito de negociação, direitos iguais para homens e mulheres, salários iguais, queremos que se respeite a parida-de social, política e econômica.

EM MARÇO, a CUT entregou uma pau-

ta com 11 itens para a classe trabalhado-ra, mas até agora não obteve resposta do Governo Federal. Quais são esses itens?

O NORDESTE foi descoberto a partir de 2003. Antes disso, onde ficavam os melho-res hospitais? No Sul do País; ia tudo para lá. Onde estavam as melhores escolas? As indústrias? Estavam todas no Sul. A partir de 2003 foi que o Nordeste passou a ser visto, com a gestão de Lula e do Partido dos Trabalhadores (PT). Mas, mesmo assim, temos nossas reivindicações. Muita gente confunde PT e CUT. A CUT não é o gover-no. Nós fomos os que mais fizemos greve em 2012. Entramos no governo com uma greve pesadíssima do funcionalismo públi-co. Estamos cobrando do governo todas as reivindicações entregues na pauta das cen-trais. Só a CUT colocou 50 mil pessoas em greve. Estamos esperando as negociações. Não há acordo nenhum com o governo. Não fazemos acordo; negociamos, mas não fazemos acordo que prejudique ou que tire direitos dos trabalhadores. Entre os itens presentes nessa pauta que está lá estão reivindicações contra o fator previdenciá-rio, que é um problema seríssimo da socie-dade hoje que vai se aposentar. Também

somos contra a Emenda 3, que tira todos os direitos sociais do trabalhador, e esta-mos muito atentos a esse problema, já que essa emenda foi aprovada em uma sessão no Congresso Nacional. Outros itens são a precariedade da terceirização, o problema da desoneração da folha de pagamento.

A REDUÇÃO da jornada de trabalho

continua sendo uma das principais ban-deiras de luta dos trabalhadores. Já exis-te algum projeto de lei sendo analisado?

ESTÁ no Congresso, nós queremos as quarenta horas semanais sem perdas salariais. Quando, em 1988, nós lutamos pela redução da jornada de 48h para 44h, a conversa empresarial era de que todas as empresas iam falir. Se considerarmos não só as horas trabalhadas, mas o tem-po gasto pelo trabalhador para ir e voltar do trabalho, que dependendo da região chega a quase cinco horas, percebemos trabalhadores com jornadas de quase 18 horas diárias. Esse trabalhador não tem ânimo nenhum para ficar com a família, e muito menos para a produção. Tivemos em São Paulo uma palestra com empre-sários que já reduziram a jornada para 40h semanais, e alguns estudam reduzir para 38h, devido os benefícios que es-tão notando na empresa, na produção, na qualificação profissional. Agora nós sabemos que existem no Brasil alguns empresários que não têm coração; têm cofre. Só pensam no lucro, não importa se vão matando o operário. Nós estamos lutando pelas 40h sim, e vamos lutar até a conquista final.

O RIO Grande do Norte vive um mo-

mento de incerteza em relação aos inves-timentos da Petrobras na produção do petróleo no RN. Algumas empresas estão deixando o Estado e já demitiram funcio-nários. A CUT/RN está acompanhando essa situação?

É UM problema preocupante, um pro-cesso que já vem acontecendo há algum tempo. Um deputado do RN, que é de Mossoró, apresentou um projeto de lei na Câmara dos Deputados dizendo que os campos do petróleo que não produzissem dez mil barris por dia eram antieconômi-cos e por isso teriam que fechar. Isso sig-nifica que, como tem a Petrobras e mais dez empresas que exploram o petróleo aqui no Estado, esses campos passariam para essas empresas. Segundo uma in-formação que nos foi repassada, um poço desses desativados, a Petrobras vende por 200 mil dólares. Com isso, dá para ver quanto petróleo ainda tem, porque uma empresa não investiria essa quantia em um poço que não fosse mais viável. Esse projeto foi vetado porque acabaria com toda a Petrobras, que produz 40 mil barris por dia em todo o Rio Grande do Norte.

QUAIS os principais desafios da CUT no País? Os direitos dos trabalhadores ainda são desrespeitados?

TEMOS várias leis que já foram apro-

vadas na Organização Internacional do Trabalho (OIT), mas que ainda não são consideradas aqui no País, que dão direito de sindicalização a várias categorias. Es-tamos muito vigilantes em relação à pre-vidência social rural e dos trabalhadores da construção civil que vivem uma per-seguição constante. A previdência rural é um dos maiores programas sociais que nós temos no Brasil. Então, se não puder melhorar, não mexa; deixe como está. É a aposentadoria rural que está mantendo o homem do campo durante esse período de seca, evitando inclusive os saques. Um dos maiores desafios é a luta para manter os direitos que os trabalhadores já con-quistaram, já que querem retirar.

CASO aprovado, o salário mínimo em 2014 será reajustado para R$ 719,48. Apesar de todos os avanços, o valor do salário mínimo ainda está bem aquém do ideal?

ESTAMOS lutando para que o salário esteja sempre acima da inflação e quando isso não acontece a gente vai para cima do governo. E o órgão de informação que nos baseamos é o Dieese, se eles passam a informação de que o reajuste do salário é compatível com a inflação, então acei-tamos, porque essa é a regra do jogo. Nós queremos e lutamos pelo salário mínimo real.

EM MARÇO, o País acompanhou a re-gulamentação da profissão de empregada doméstica. Qual a importância desse fato e quais categorias aguardam regulamen-tação?

É UM fato histórico, há muito tempo se luta por isso. Nós temos vários sindica-tos, mesmo os que não são reconhecidos, que estão se filiando à CUT. Essa é uma de nossas bandeiras de luta. O grande problema é você ter o reconhecimento do Ministério do Trabalho e a outra coisa é ter o sindicato existindo e forçar o reco-nhecimento da categoria. Tem vigilantes, vigilantes de carro forte, vigilantes não armados que precisam ser reconhecidos, e muitas outras categorias que estão or-ganizadas, trabalhando, mas a lei brasi-leira não reconhece. Dizem até que isso é uma desobediência social e política. Pode até ser, mas o povo tem que estar orga-nizado. Não existe nenhuma conquista se o povo não estiver organizado. E temos como bandeira que o escritório da CUT é a rua, e as cadeiras, o meio-fio.

A CUT representa quantos trabalha-

dores e sindicatos?HOJE, temos 13 centrais de trabalha-

dores, sendo 6 reconhecidas e 7 lutando pelo reconhecimento. Para se ter uma idéia, as outras 12 juntas não somam me-tade da filiação da CUT. Temos cerca de 22 milhões de trabalhadores associados. No RN temos 182 sindicatos ligados à CUT, e uma lista de vários tentando se fi-liar. Representamos cerca de 480 mil tra-balhadores sindicalizados aqui no Estado.

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Reaproximação

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Depois de um período de distan-ciamento, os Pontos de Cultu-ra, do Programa Cultura Viva

do Governo Federal, estão conseguindo retomar o diálogo com o Ministério da Cultura. Com isso, os projetos financia-dos pelo programa terão a possibilidade de continuar beneficiando as comunida-des onde estão inseridos.

O Programa Cultura Viva, com o pro-jeto dos Pontos de Cultura, tem sido co-piado por vários países da América Lati-na, como é o caso do Peru, México, Gua-temala, Argentina e Colômbia.

No entanto, no Brasil o programa so-

freu um recuo, provocado pela dificulda-de de diálogo com o Ministério da Cultu-ra e pela grande burocracia.

Através do Programa Cultura Viva, os Pontos de Cultura receberão três parce-las de R$ 60 mil de incentivo para a rea-lização de projetos sociais beneficiando as comunidades onde estão inseridos.

A primeira parcela de R$ 60 mil foi recebida pelos Pontos de Cultura no ano de 2009. O repasse da segunda parcela só começou a ser feito nos últimos meses, e devido à grande quantidade de entraves burocráticos, muitos projetos ainda não receberam a verba; alguns até suspen-

Pontos de Cultura retomam diálogo com Ministério da Cultura, depois de período de distanciamento

deram algumas atividades desenvolvi-das pelos Pontos de Cultura, por falta de recursos.

Segundo o representante potiguar na Comissão Nacional dos Pontos de Cultu-ra, Teotônio Roque, esse atraso no repas-se e a falta de diálogo retratam uma fase que os pontos sofreram com o distancia-mento com o Ministério da Cultura. Um dos motivos apontados para o recuo do ministério foi a saída da ministra Ana de Hollanda e a chegada de Marta Suplicy ao Ministério. Porém, Teotônio Roque

Cultura

Viva)) O Pessoal do Tarará desenvolve projeto social com comunidade onde está inserido

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Reaproximação

)) Rádio Comunitária é um dos projetos realizados pelo Ponto de Cultura Estação Cultura

)) Teotônio Roque, representante potiguar na Comissão Nacional dos Pontos de Cultura

afirma que essa fase está passando, já que, depois da mobilização dos Pontos de Cultura, o diálogo começou a ser re-tomado.

“Com a reaproximação, o Ministério da Cultura reafirma a importância do Programa Cultura Viva. Um dos pontos discutidos nesse momento de retomada do diálogo é a ampliação da rede, com a abertura de novos editais para a criação de novos Pontos de Cultura”, comenta.

Segundo Teotônio Roque, os 53 Pon-tos de Cultura que funcionam atualmen-te no Rio Grande do Norte estão ampa-rados pelo Estado, apesar de estar aquém de outros Estados brasileiros.

ESTAÇÃO CULTURA O coordenador Ugmar Nogueira, de

um dos Pontos de Cultura em funciona-mento no Rio Grande do Norte, o Estação Cultura, que é ligado à Fundação Potiguar e atua há 14 anos no bairro Dom Jaime Câmara (zona leste de Mossoró), diz que, apesar do atraso do início, agora o pro-grama está em dia.

“A gente recebeu a segunda parcela de R$ 60 mil no último mês de dezembro. A verba proporcionou a ampliação dos projetos desenvolvidos pela Fundação Potiguar e o surgimento de outros pro-jetos”, comenta.

Entre os projetos desenvolvidos pela Fundação Potiguar estão: rádio comuni-tária, inclusão digital, por meio de cursos de informática, oficinas de fotografia, edição de áudio e vídeo. Além do incen-tivo do Programa Cultura Viva, a Funda-ção Potiguar conta com o apoio da Petro-brás.

“Muitos grupos reclamam porque estão cheios de problemas internos e culpam o governo. Mas, se prestarem contas direitinho, não encontrarão en-traves burocráticos; será tudo mais fácil. Porque a questão burocrática é assim mesmo. Quando envolve três institui-

ções, por exemplo, duas podem estar corretas, mas o processo emperra por-que a terceira deixou faltar um documen-to. É preciso organização”, frisa Ugmar Nogueira.

BAIXINHO BERÇO DAS ARTES O Ponto de Cultura Baixinho Berço

das Artes, coordenado pelo grupo de te-atro O Pessoal do Tarará, é mais um dos pontos em funcionamento no Rio Gran-de do Norte. Dionízio do Apodi, diretor do grupo, explica que, devido ao atraso de quase dois anos no repasse da segun-da parcela, as atividades do Ponto de Cultura estão sendo realizadas em uma escala menor.

“Esse programa é uma das maiores ações feitas em relação à cultura popular no País, pois dá a possibilidade de trans-formação da realidade da comunidade onde é desenvolvido. Se não mudar a realidade, pelo menos apresenta outras possibilidades e universos para aquelas comunidades”, comenta.

Entre os projetos desenvolvidos pelo projeto social d’O Pessoal do Tarará estão apresentação e montagem de espetácu-los, conversas com comunidade, oficinas de interpretação.

“Os projetos não acontecem apenas por causa do patrocínio público; eles já existiam. O patrocínio permite a amplia-ção das ações”, frisa.

# Pontos de Cultura de Mossoró

Ponto de Cultura de InclusãoAssociação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE)

Ponto de Cultura Mulheres Jovens Centro Feminista 8 de Março

Ponto de Cultura EscarcéuCia. Escarcéu de Teatro

Ponto de Cultura Estação Cultura Fundação Potiguar

Ponto de Cultura Baixinho Berço das Artesgrupo de Teatro o Pessoal do Tarará

8 Jornal de Fato | DOMINGO, 28 de abril de 2013

Comemoração

Anualmente, o dia 29 de abril é reservado para as comemora-ções do Dia Internacional da

Dança. Em Mossoró, a data será marca-da pela realização da 3.ª Mossoró Mostra de Dança (MMD).

O evento, promovido pela Gesto Cia. de Dança, conta com a participação de vários grupos de Mossoró e de outros municípios do Rio Grande do Norte. A mostra terá como sede o Teatro Munici-pal Dix-huit Rosado.

Segundo o diretor da Gesto Cia. de Dança, Hykaroo Mendonça, esta edição da Mossoró Mostra de Dança, contará com a participação de nove grupos mos-soroenses, além de grupos de Caraúbas, Assú e Natal, reunindo mais de 100 bai-larinos. Durante a mostra, cada grupo

terá cinco minutos para apresentar suas coreografias.

Cada grupo poderia inscrever até du-as coreografias, cada uma com duração de no máximo cinco minutos. A inscrição foi feita até o último dia 19, para que a equipe organizadora tivesse tempo de avaliar o material e ver se estava de acor-do com o que era solicitado no regula-mento.

Na abertura da 3.ª MMD, serão ho-menageadas pessoas que contribuíram e ainda contribuem para o crescimento da dança da cidade, dentre elas Clézia Barreto e Boanerges Perdigão Jr., com a exibição de um vídeo trazendo seus de-poimentos sobre a história da dança em Mossoró e o que a dança significa para a vida delas.

Hykaroo Mendonça afirma que a idéia de realizar a mostra de dança surgiu da necessidade de algo que promovesse um incentivo à prática da arte de dançar e possibilitasse a descoberta e aperfeiço-amento de novos talentos.

“Em congressos de dança dos quais participamos em cidades como Natal, Fortaleza, São Luís, Recife, entre outras, observamos o resultado positivo de eventos desse tipo e vimos que, realizan-do um evento assim em nossa cidade, poderíamos preencher essa lacuna exis-tente. Hoje, em sua terceira edição, te-mos a participação de grupos de várias cidades do Estado e do Brasil, fazendo com que, o que seria uma pequena co-memoração, passasse a ser um evento que caminha para se equiparar a tantos

Terceira edição do Mossoró Mostra de Dança marca comemoração na cidade do Dia Internacional da Dança

CORPOem movimento

9Jornal de Fato | DOMINGO, 28 de abril de 2013

# Grupos participantes na 3.ª MMD• Dançart (Caraúbas)• grupo de Dança da Escola de Artes (Mossoró)• grudun – grupo de Dança da Universidade do Rio grande do Norte (Mossoró)• Apae – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Mossoró)• grupo de Dança do Ponto de Cultura Escarcéu (Mossoró)• grupo Corpo em Cena (Mossoró)• Dançarte (Mossoró)• gesto Cia de Dança (Mossoró)

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

• Áurea Figueiredo (SP)• Nuriel El Nur (RN)

27/04 (SÁBADO)

10h – Apresentação do Clézia Barreto Studio de DançaLocal: Praça Rodolfo Fernandes (Praça do Pax)

10h15 – Flash Mob (Todos os grupos da cidade)Local: Praça Rodolfo Fernandes (Praça do Pax)

14h – Curso de Ballet Clássico (Áurea Figueiredo - SP)Local: Clézia Barreto Studio de Dança

28/04 (DOMINGO)

9h – Curso de Ballet Clássico (Áurea Figueiredo - SP)Local: Clézia Barreto Studio de Dança

14h – Curso de Dança do Ventre (Nuriel El Nur - RN)Local: Clézia Barreto Studio de Dança

17h30 – Aulão de Dança de Rua (Hykaroo Mendonça-RN)Local: Praça do Memorial da Resistência de Mossoró

29/04 (SEGUNDA-FEIRA)

19h – Mostra independente (apresentação dos grupos locais, da região e convidados)Local: Teatro Municipal Dix-huit Rosado

Comemoração

outros existentes e de grande porte no País”, enfatiza.

As senhas para 3.ª MMD estão sendo vendidas no Teatro Dix-huit Rosado e no Clézia Barreto Studio de Dança, ao preço de R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (estu-dante).

AMPLIAÇÃOA edição deste ano da 3.ª Mossoró

Mostra de Dança conta mais dois dias de programação, com a realização de dois cursos ministrados por profissionais de renome nacional e internacional.

“A cada ano o evento tem se ampliado, sem perder sua essência”, frisa o coor-denador da Gesto Cia. de Dança, Hykaroo Mendonça.

Entre os cursos oferecidos está o de

)) Grupos de dança apresentarão coreografias no palco do Teatro

Municipal Dix-huit Rosado

Ballet Clássico, com a bailarina interna-cional e artista global Áurea Figueiredo, natural do Rio de Janeiro, que hoje resi-de em São Paulo (SP) e é professora do Conservatório Villa-Lobos.

O outro curso é o de Dança do Ventre, com Nuriel El Nur, uma bailarina de re-nome internacional natural de Goiânia (GO) e que estudou fora do Brasil, já mi-nistrou cursos no Egito e hoje é proprie-tária da Tuareg – Kasa do Oriente, em Natal.

Os cursos acontecem no Clézia Bar-reto Studio de Dança. O curso de Ballet Clássico teve início na tarde deste sába-do, 27, e termina na manhã deste do-

mingo, 28. Já o curso de Dança do Ventre acontece neste domingo, das 14h às 17h. Cada curso custa R$ 60,00.

Outro momento da programação se-rá um aulão gratuito de Dança de Rua – Free Style, com Hykaroo Mendonça, que, além de diretor da Gesto Cia de Dança, é professor de Educação Física, coreó-grafo e bailarino. O aulão acontece na Praça do Memorial da Resistência de Mossoró, às 17h30, aberto ao público.

“Teremos uma mistura de ritmos, com apresentações de dança popular, balé clássico, street dance, jazz, dança do ventre, entre outros. É dança para todos os gostos”, afirma.

10 Jornal de Fato | DOMINGO, 28 de abril de 2013

Primeiro passo

Transformandorealidades

Funcionando em um espaço nas instalações do campo de fute-bol Peixeirão, cedido pelo pro-

prietário do campo, um projeto social está contribuindo para a mudança da realidade de crianças e adolescentes do bairro Santo Antônio (zona norte de Mos-soró). Idealizado pelo professor Edgley de Oliveira Honorato, o projeto promove aulas de artes marciais gratuitas para cerca de 80 crianças de baixa renda, até os 16 anos.

Professor de jiu-jítsu, Edgley Hono-rato diz que, além de sua modalidade, o projeto ainda oferece aulas de capoeira e caratê.

Como o objetivo do projeto é tentar mostrar outras possibilidades para os alunos da escolinha, um dos pré-requi-sitos para se inscrever é estar matricu-lado e freqüentando regularmente uma escola. Além de aprender as técnicas dos esportes que estão praticando, os alunos recebem orientações para a vida em fa-mília e sociedade.

“Nós tentamos orientar cada um de-les, para afastá-los de coisas que podem prejudicar a vida deles, como a droga e a criminalidade. Com os treinos, estamos tirando essas crianças da rua, já que an-tes não tinha nada para eles fazerem aqui no bairro e ficavam expostos a essas coi-sas”, comenta.

Edgley Honorato, que nasceu e cres-ceu no bairro, explica que decidiu reali-zar o projeto para oferecer uma oportu-nidade de buscar nova realidade, mos-trando o que é correto e valores essen-ciais para conquistarem um futuro me-lhor.

As ações do projeto vão além do ta-tame, o professor tenta manter contato

Idealizado por professor de artes marciais, projeto social dá aulas gratuitas de jiu-jítsu, capoeira e caratê para crianças da periferia

11Jornal de Fato | DOMINGO, 28 de abril de 2013

Primeiro passo

com as famílias de cada criança, para acompanhar o desempenho delas na es-cola. E já avisou, quem for reprovado não poderá realizar a matrícula no próximo ano. Orgulhoso, o professor frisa que o rendimento escolar dos alunos está cada vez melhor.

Outro benefício do projeto é a mu-dança do comportamento dessas crian-ças em suas casas. Edgley afirma que as mães estão muito satisfeitas porque os filhos estão mais disciplinados e obedien-tes.

“Eles me respeitam muito. Então, quando estão dando trabalho em casa,

“EDGLEY HONORATOProfessor de jiu-jítsu

Nós tentamos orientar cada um deles para afastá-los de coisas que podem prejudicar a vida deles, como a droga e a criminalidade.”

as mães dizem que vão me falar, aí eles se comportam”, afirma.

MATIAS CARLOSO adolescente Matias Carlos de Sou-

za, de 14 anos, é um dos 43 alunos da turma de jiu-jítsu. Ele começou a praticar a modalidade no início de janeiro, e diz que está gostando bastante do esporte e da escolinha.

“Aqui é muito legal, não fico mais jo-gando bola no meio da rua. O professor ensina muita coisa e diz para a gente melhorar na escola, e eu acho que eu estou melhor mesmo”, fala.

Além de Matias, outros dois dos seus cinco irmãos também freqüentam a esco-linha e dizem que a mãe, Joana D’arc de Souza, gosta e manda irem aos treinos.

EM BUSCA DE APOIOApesar de estar funcionando há 9

meses e já ter conseguido a doação do espaço para o funcionamento da escoli-nha e dos quimonos para os alunos trei-narem, o projeto ainda funciona em con-dições precárias.

O professor Edgley Honorato, que dá aulas três vezes por semana, durante seus dias de folga, está buscando apoio para colocar pelo menos um bebedouro, por-que os alunos ficam com bastante sede e precisam se deslocar até o outro lado do campo para poderem beber água.

Números

43

15

20

alunos no jiu-jítsu

alunos no caratê

alunos na capoeira

)

Outro desejo do professor é conseguir ajuda para oferecer um lanche para os alunos antes do treino, já que muitos chegam ao local reclamando de fome.

“O ideal seria termos um espaço mais amplo para acomodar melhor todos os alunos que atualmente dividem o peque-no espaço que dispõe com o tatame. Mas, enquanto não conseguimos, continuare-mos nos esforçando para ajudar essas crianças com o pouco que dispomos”, conclui.

)) Turma do professor Edgley Honorato treina em estrutura precária

12 Jornal de Fato | DOMINGO, 28 de abril de 2013

artigo

ENTENDA A MÍDIA – WILLIAM ROBSON *

Perspectivas sistêmicas dos processos midiáticos

Parte 5

O texto do professor Ronaldo Henn, em sua obra “Os Flu-xos da Notícia”, apresenta

aspectos da denominada Teoria Geral dos Sistemas, buscando reflexão acer-ca da inter-relação de elementos que compõem uma unidade e fazer um ten-sionamento com o jornalismo. Henn aponta o caráter importante dessa te-oria por considerar a existência de sis-temas abertos, que possibilitem trocas com o meio ambiente. E, ao abordar o pensamento de Morin acerca dos sis-temas, Henn aponta para a ênfase or-ganizacional formada a partir de inter-relações desses elementos, ou, como ele descreve, o tecido articulador do comportamento dos mais diversos sis-temas. Entende-se, portanto, existir parâmetros sistêmicos para o jornalis-mo, por conter componentes que se interdependem com funções específi-cas como captação, codificação e emis-são de relatos. O que estaria fora desse âmbito é considerado como subsiste-ma.

Mas, o próprio texto de Henn levan-ta um questionamento. O jornalismo pode ser considerado sistema ou um fio articulado que se enquadraria num subsistema da Comunicação ou mesmo da sociedade? Na fronteira tênue dos sistemas, é possível, com base no tex-to, encontrar relações sistêmicas no jornalismo a partir de pontos que os caracterizam como tal, a saber: perma-nência, composição, identidade, com-plexidade, diversidade, autonomia, conectividade, estrutura, integralida-de, organização e funcionalidade. Para fazer entender a relação sistêmica do jornalismo, Henn estabelece aspectos das rotinas produtivas elencando todos esses pontos apresentados.

Um dos detalhes que chamou a atenção e que faz uma relação com a abordagem de Luhmann acerca da “Im-probabilidade da Comunicação” ba-seia-se na relação sistêmica do jorna-lismo como o seu meio ambiente, uma

conectividade (é preciso observar so-bre a angulação de sistemas abertos) constituída a partir da atuação jorna-lista-fonte, que, por via consequente, interliga-se com outros sistemas e sub-sistemas, nesse caso, o público (consi-derando também que este pode servir de fonte adentrando no processo). O movimento sistêmico do jornalismo é vivo e gera vida a outros sistemas so-ciais. Luhmann aponta para a ideia de não ser possível formar sistemas so-ciais sem a comunicação.

Morin classifica a cultura como um sistema que garante o processo comu-nicativo e que essa comunicação é con-figurada apenas por detentores de um código comum (linguagem, signos, símbolos). A cultura, como base nesse sistema, é diferenciada pela experiên-cia existencial - detentora dos códigos - e o “saber constituído”, ligado a pa-drões-modelo (que estetiza a vida). É um sistema “homem-sociedade-mun-do”.

A comunicação, para Luhmann, tor-nou possível a transcendência espaço-temporal dos sujeitos, a ruptura desses estágios antes limitados em sistema “diretamente presente e da comunica-ção cara a cara”. E Luhmann também considera a sociedade como um siste-ma, configurados por subsistemas, também reduzidos em outro subgrupo de subsistemas, oferecendo exemplos como “família, política, economia, di-reito, sistema sanitário e educação”.

Luhmann reconhece uma socieda-de de estrutura ampla e uma comuni-cação que enfrenta problema de “im-probabilidade” (termo que verifica esse aspecto sob o ponto de vista do contexto, dos receptores e dos resulta-dos), que, no entanto, se convergem e estabelecem uma inter-relação.

Embora haja uma certa conexão dos pontos apresentados por Luhmann, a intenção no texto de Henn é verificar a relação do jornalismo na Teoria Geral dos Sistemas, enquadrando-o em pa-

râmetros previamente identificados. E um deles é a “complexidade”, visto que a atividade jornalística comporta-se como um grande investimento empre-sarial que vende um produto simbólico, que, na ideia de explicitar uma missão de “informar com imparcialidade”, o que está latente é a “veiculação de ide-ologias”. E, para sustentar esta estru-tura, o jornalismo é submetido aos interesses econômicos.

Um ponto importante de Henn ba-seia-se na reflexão do professor Ciro Marcondes Filho sobre os investimen-tos empresariais na notícia como mer-cadoria. A informação seria uma com-modity a receber constantes melhorias. No caso, o surgimento das manchetes, dos títulos, do design gráfico, do uso da cor e, por assim dizer, do recurso da infografia seriam elementos dessa atu-ação do capital sobre a notícia. “O jor-nal deve vender-se pela sua aparên-cia”, diz Marcondes Filho.

LUHMANN, Niklas. A impro-babilidade da comunicação> In: ____. A improbabilidade da comunicação. Lisboa: Editora vega, 2006, p.39-63.

MORIN, Edgar. 4. A cultura; 5. A crise da cultura. In: ___. Cultura de massas no século XX - Necrose. Volume 2. 3a. ed. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2001, p. 75-106.

HENN, Ronaldo. Jornalismo e sistemas. In: ___. Os fluxos da notícia. São Leopoldo: Ed. Unisinos, 2002, p. 13-38.

Para saber mais!

* A série ENTENDA A MÍDIA se propõe a oferecer aspectos reflexivos para estudantes e admiradores dos estudos da comunicação, com aplicações acadêmicas e exemplos do cotidiano.

13Jornal de Fato | DOMINGO, 28 de abril de 2013

sua carreira

RAFAEL DEMETRIUS

xAs habilidades técnicas contam, e muito, para fazer amigos e influenciá-los no local de traba-lho. Os resultados entregues também. Porém,

mais do que nunca, as empresas estão valorizando pro-fissionais que, além dos dois itens anteriores, também sejam excelentes na hora de se relacionar com pessoas. E não estamos falando de quem é um exímio organizador de festas e confraternizações. Estamos falando de pesso-as que saibam vender ideias, mediar conflitos e influenciar a equipe, mesmo sem ser o chefe. Essas pessoas, em sua grande maioria, são as mais indicadas para assumir um cargo de chefe na organização. Neste cenário, a ideia de carisma torna-se essencial para a ascensão na carreira. E, ao contrário do que muitos pensam, carisma não é apenas um traço de personalidade ou um dom destinado apenas a algumas figuras ilustres, mas uma habilidade inata que pode ser libertada por qualquer um.

SEJA CARISMÁTICOO carisma é o uso de sua personalidade para causar uma poderosa e marcante impressão nas pessoas. Quanto alia-do com caráter e competência, esta habilidade torna-se uma arma incrível não só para favorecer você na hora do networking ou da entrevista de emprego, mas uma estra-tégia essencial para o bom andamento das empresas.

TENHA OBJETIVOS CLAROSNinguém segue um guia que anda em círculos ou que se perde com facilidade. Da mesma forma, se você realmen-te quer influenciar pessoas, tenha visão e alvos claros. Ser pouco claro a respeito do seu objetivo em uma reunião, por exemplo, pode enviar mensagens contraditórias e gerar confusão. Além de facilitar a tomada de decisões rotineiras, um propósito bem definido facilita a comunicação, ajuda a embasar argumentos e principalmente abre caminho para o engajamento de outros.

COMUNIQUE-SE BEMO sucesso pessoal dentro e fora das empresas exige certo jeito com as palavras. E, para isso, é essencial ser simples na hora de explicar conceitos, falar com convicção, susten-tar suas opiniões com fatos e evidências tangíveis, além de usar metáforas e cuidar do ritmo e tom da sua fala.

Como influenciar pessoas no trabalho

CONFIE EM SI MESMOComo alguém vau confiar em você se nem você mesmo confia? Por isso, a autoconfiança é outro fator vital para profissionais carismáticos. O conceito de “estar à vonta-de da própria pele” é uma consequência direta do nível de maturidade emocional da pessoa. E, por isso, tal ha-bilidade exige tempo. Aja como se as pessoas quisessem ouvir o que você tem a dizer.

ESTEJA NO LUGAR ONDE ESTÁA ideia parece redundante, mas não é.Quem já se irritou com o colega que não tirava os olhos do celular enquanto conversava com você sabe bem o que isso significa. Uma das dicas simples para encantar pessoas é estar no aqui e agora inteira e integralmente. Isso significa ficar atento aos que os outros dizem, fazer contato visual, prestar atenção nos detalhes. Quando a sua presença é integral, você, além de estar alerta para o que acontece à sua volta, dispõe de uma melhor cons-ciência da atmosfera, das tensões escondidas, das expec-tativas e, talvez, do que as pessoas estão pensando.

SEJA AUTÊNTICO Muitos livros podem trazer fórmulas prontas, mas o ca-minho certeiro para ser uma pessoa que influencia os outros é ser quem você é e ponto. Além de transmitir credibilidade, este comportamento faz que as pessoas se identifiquem com você. Fato que facilita na hora de con-quistar o engajamento delas, por exemplo.

CORRA RISCOSO carisma depende também do quanto aberto você está para correr riscos. E eles variam desde levantar a mão em uma reunião para compartilhar uma ideia, passando por questionar as pessoas, até estar aberto para a opinião dos outros também.

TENHA OLHOS QUE BRILHAMTer paixão pelo que se faz é outro item obrigatório para quem quer ter sucesso no trabalho e influenciar os cole-gas. Se as pessoas sentem que você fala com o coração, isso contagia, emociona e faz que todos sigam a sua opi-nião.

FIQUE ATENTO AOS DETALHESSem que você perceba, a sua linguagem corporal diz mui-to sobre o que está para além das palavras que profere. E seus pequenos gestos também. Olhar nos olhos das pessoas, prestar atenção ao que elas dizem, lembrar-se do nome delas e sorrir conta muito na somatória final de uma pessoa carismática.

DAVI MOURA

14 Jornal de Fato | DOMINGO, 28 de abril de 2013

adoro comer

O pessoal do Mr. Empada também estava marcando Presença na festa de Marilene. Haroldo Andrade, que é o responsável pelas lojas de Mossoró, apresentou-nos o novo sabor: empada de chocolate ao leite. Com uma massa leve, um recheio generoso e chocolate consistente e de qualidade, é praticamente impos-sível comer só uma. Além dessa, ainda comi uma de quatro queijos – a minha favorita. Ah, o Mr. Empada, além de estar localizado no Mossoró West Shopping e na Praça da Convivência, também está com um qui-osque na Praça Bento Praxedes, a famosa Praça do Codó. Vale conferir!

Nova loja do Mr. Empada

Bagdad Café

Tenda livre de agrotóxicos

Nutricosméticos

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Aproveite e acesse o http://blogadorocomer.blogspot.com para conferir esta e outras delícias!

Na noite da última quarta-feira, fomos todos convidados ao Requinte Buffet para celebrar a 39.ª edição da revista Presença, da amiga e parceira de programa Marilene Paiva. Sem pes-tanejar, topei o convite, pois Presença é sinôn-imo de diversão, comida boa e gente legal. Edy Lemos animou todos os presentes. O destaque gastronômico ficou por conta dos pavês de mo-rango e maracujá servidos em copinhos longos de vidro. Corri e peguei um de cada. A estru-tura era com a geleia da fruta, chantilly e uma massinha de bolo, típica do pavê, no meio da intercalação. O de morango foi o preferido do pessoal, mas eu preferi bem mais o de maracu-já, já que fazia um mix interessante com o sa-bor azedo e doce ao mesmo tempo. Show!

Lançamento da revista Presença

Nesta semana visitei Suely, Léo e Camila, do Bagdad Café. Em uma conversa bem descontraída, marcamos um dia para fazer algumas fotos legais de alguns pratos e trazer para você, leitor. Quando eu estava indo em-bora, não consegui mais resistir aos convites de Suely para provar as delícias do Bagdad. Por indicação dela, comi uma empada de camarão e bebi um copo de café gelado. A empada tem uma massa leve e macia, que se derrete na boca (por sinal, eles que fazem a massa de todos os salgados), além de o camarão ser bem tem-perado. Já o café gelado não leva o sorvete, é mais um frapê, então dá para tomar sem se sentir muito cheio depois e ainda refresca do sol de Mossoró. Aprovado!

A saúde dos clientes e a preservação do meio ambiente sempre foram preocupações importantes para o Ten-da Gastronomia e Lazer, por isso mesmo o complexo gastronômico adota critérios de produção compatíveis com tais preocupações, dentre eles a utilização de hortaliças orgânicas. A empresa que fornece as hor-taliças para o Tenda Gastronomia e Lazer possui o certificado Orgânico Brasil, que é emitido pela Orga-nização Internacional de Agropecuária, o documento atesta que os produtos usados na preparação dos pra-tos que compõem o cardápio do Tenda são orgânicos, ou seja, livres de qualquer tipo de agrotóxico. Ao adotar um fornecedor de hortaliças orgânicas o Tenda demonstra o seu compromisso com a saúde dos seus clientes e a preservação do meio ambiente. Fica a dica para outros restaurantes também fazerem o mesmo como exemplo!

Dica de Débora Aires, publicitária e blogueira do Amo Maquiagem - Já ouviram falar dos “aliméticos”? Co-mo o próprio nome já sugere, é a junção de alimentos + cosméticos. São produtos que, além de alimenta-rem, possuem ativos com propriedades cosméticas, que trazem benefícios para a pele e saúde de modo geral. Além de nutritivos, eles também têm benefícios estéticos. Os produtos que a publicitária experimen-tou foram os seguintes: Beauty Candy – Balas de limão com colágeno e Beauty Bar – Cubos de cereais. Esses aliméticos vieram do WebDivas.com.br, que apre-senta várias outras opções de produtos com esse mesmo objetivo, de alimentar e cuidar. Boa dica!

15Jornal de Fato | DOMINGO, 28 de abril de 2013

adoro comer adoro comer

Torta rápida de carne INGREDIENTES MODO DE PREPARO

• No liquidificador bata o leite com o óleo, os ovos, o parmesão, o caldo de galinha e o sal até formar uma mistura homogênea;• Acrescente a farinha aos poucos e o fermento, batendo só para incorporar. Reserve;• Para o recheio em fogo médio pique o alho e refogue no óleo. Adicione a carne moída e cozinhe até dourar;• Junte a cebola e refogue por 2 minutos, ou até ficar transparente;• Desligue o fogo e coloque o tomate, as azeitonas, o cheiro verde temperado com sal e pimenta;• Em uma forma larga untada e enfarinhada, despeje metade da massa. Coloque o recheio e distribua o requeijão por cima;• Cubra com a outra metade da massa e leve ao forno médio, pré-aquecido, por 40 minutos ou até dourar;• O queijo para gratinar é opcional.

• 2 xícaras de chá de leite• 1 xícara de chá de óleo• 4 ovos• 1/2 xícara de queijo parmesão ralado• 1 cubo de caldo de galinha• 1 colher de chá de sal• 13 colheres de sopa de farinha de trigo• 1 colher sopa de fermento em pó químico• Margarina e farinha de trigo para untar

Recheio• 1 colher de sopa de alho• 2 colheres de sopa de óleo• 3 xícaras de chá de carne moída• 2 cebolas fatiadas• 2 xícaras de chá de tomates picados• 1 xícara de chá de azeitonas verdes picadas• 1 xícara de chá de cheiro verde picado• Sal e pimenta-do-reino a gosto• 200g de requeijao cremoso• Queijo opcional