16

Revista de Domingo nº 543

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revista semanal do jornal de Fato

Citation preview

Page 1: Revista de Domingo nº 543
Page 2: Revista de Domingo nº 543

Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de dezembro de 2012

ao leitor

• Edição – C&S Assessoria de Comunicação• Editor-geral – Wil liam Rob son• Dia gra ma ção – Rick Waekmann• Projeto Gráfico – Augusto Paiva• Im pres são – Grá fi ca De Fa to• Re vi são – Gilcileno Amorim e Stella Sâmia• Fotos – Carlos Costa, Marcos Garcia, Cezar Alves e Gildo Bento• In fo grá fi cos – Neto Silva

Re da ção, pu bli ci da de e cor res pon dên cia

Av. Rio Bran co, 2203 – Mos so ró (RN)Fo nes: (0xx84) 3323-8900/8909Si te: www.de fa to.com/do min goE-mail: re da cao@de fa to.com

Do MiN go é uma pu bli ca ção se ma nal do Jor nal de Fa to. Não po de ser ven di da se pa ra da men te.

Certo dia, a escritora Cora Coralina proferiu a afir-mativa: “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina". A assertiva se proliferou,

venceu a barreira do tempo e, hoje, é o mote perfeito para ilustrar a história de Claudio Castoriadis – um graduado em filosofia que disputa a paixão de ler e compartilhar Filoso-fia.

Ele é uma daqueles poucas pessoas ávidas por leitura, na mesma proporção que é ávido por filosofia, que ainda ama discutir e compartilhar todo esse conhecimento adqui-rido. Há dois anos, Cláudio elaborou um blog para compilar textos resultados de suas leituras e, da ideia despretensio-sa, hoje ele está no ranking dos três melhores blogs de Arte e Cultura do Top Blog 2012.

Em mais uma edição, uma tradicional companhia de dança da cidade chega ao 18º número de final de ano apre-sentando, em dança, uma lúdica viagem pelos contos e his-tórias infantis no espetáculo “Abracadabra”, que fecha a temporada hoje, no Teatro Municipal.

E o médico urologista Dr. Hallison alerta para o fim do preconceito que limita muitos casais de procurar tratamen-to contra a infertilidade. Poucos sabem, mas a proporção de responsáveis pela infertilidade dentro de um relacionamen-to é, praticamente, equiparada. E mais, o secretário de Agri-cultura de Mossoró fala dos desafios para vencer a seca.

Boa Leitura,Higo Lima

editorial

Filosofando

2

Ron

din

ell

Car

los,

sec

retá

rio

de

Agr

icul

tura

, fal

a da

s dif

icul

dade

s de

um

ano

sem

chu

va

En

tre

vis

ta

Prêmio

Confirma as novidades deliciosas que o Davi Moura traz para você

Abracadabra, espetáculo de dança sobre contos de fadas

Rafael Demetrius: dicas para economizar no presente de natal

Adoro comer

Arte

Coluna

p4

p14

p6

p 12

p8

Cláudio Castoriadis chega a final de um blog sobre filosofia

Page 3: Revista de Domingo nº 543

3Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de dezembro de 2012

)( Envie sugestões e críticas para oe-mail: [email protected]

De repente uns tiros pras ban-das do cabaré. No fim da rua. Naquele tempo, sem luz elé-

trica. Já era de noite. Mau pressenti-mento, Normina correu pra porta da rua, a lanterna de pilhas na mão. Mandou o foco pro fim da rua, lá vem o filho, Ge-raldo, correndo de revólver em punho. Seis tiros contra o assassino do pai.

Não acertou um só. Pedro Paulo, de faca em punho, sereno na sua reconhe-cida, e temida, coragem física, repôs a faca à cinta. Empunhara a faca, como disse ali aos presentes, apenas pra inti-midar o rapaz. Morreria sem disposição nenhuma de matá-lo. Foi só intimidar.

Por uma discussão de nada, fazia pouco mais de vinte anos, Pedro Paulo matara seu companheiro de bebedeira Agostinho e se mandara pelo mundo. Completado o prazo jurídico de prisão e julgamento, Pedro Paulo achou por bem voltar pra sua terra, sem se impor-tar com a possibilidade de vingança.

Com quantos conversava, não fazia por menos: confessava seu grande ar-rependimento de ter matado Agostinho. Nunca dormia em paz; aquilo moendo-lhe a consciência. Diante de uma pos-sível, e esperada, ação de vingança, não seria capaz de matar pra defender-se. Tinha a consciência pesada feito um

Dignidade de um assassino

JOSÉ NICODEMOS*

conto

fardo de peso para além da força de um gigante, dizia.

Algumas vezes, com um começo de lágrimas nos olhos abissalmente tris-tes.

Naquela noite, desde de tarde, bebia no cabaré de Celestina e quando viu en-tra porta a dentro, Geraldo, revólver em punho, e foi logo atirando no assassino do pai, que fora morto quando ele Ge-raldo contava apenas dois anos de vida. Jurara, de si para si, um dia vingar o pai. Agora era a sua possibilidade.

Pondo-se de pé, a faca na mão, Pedro Paulo não disse palavra nem investiu contra Geraldo, o ar de quem acha a morte merecida. No olhar valente, uma

dignidade, uma conformação comoven-te. Não estava ali o assassino sem moti-vo nenhum nem o homem sempre dis-posto a valentias. Nenhum gesto de covardia, porém. Medo nenhum. Altivez moral.

Seis tiros perdidos, quase à queima-roupa. Pedro Paulo, pondo a faca na cin-ta, e sem uma palavra, deixou que Ge-raldo se fosse dali, são e salvo. Não quis matá-lo, como outro o teria feito. O vin-gador agora sem condições de ataque. E também se foi, os olhos no chão, rua afora. Sob os olhares das portas.

Era um homem sob o peso de uma consciência que o tornara, e para sem-pre, um morto em vida.

Completado o prazo jurídico de prisão e julgamento, Pedro Paulo achou por bem voltar pra sua terra, sem se importar com a possibilidade de vingança.

Page 4: Revista de Domingo nº 543

4 Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de dezembro de 2012

entrevista

RONDINELLI CARLOS

Por Higo LimaPara a Revista Domingo

Desafio é garantir a permanência das pessoas no

campo

Mossoró enfrenta a maior seca dos últimos trinta anos. E, consequentemente, o homem do campo é quem mais sofre com a situação que, obviamente, reflete também na cida-de. É da terra molhada que sai o alimento das comunidades rurais e é do trabalho árduo dessas famílias que a cidade consegue manter na mesa o seu alimento. Situação difícil

exige do poder público forte enfrentamento para driblar o empecilho e assegurar a cidadania. Nesta entrevista, o secretário de Agricultura do município, Rondinelli Carlos, explica as estratégias traça-das nesse período e os desafios para os próximos anos.

DOMINGO – Este ano não foi um ano fácil para a agricultura, devido à estiagem. Como a prefeitura condu-ziu as políticas para dar assistência ao

homem do campo?RONDINELLI CARLOS – A valoriza-

ção do homem no campo tem sido um marco fundamental para a permanên-

cia do mesmo na zona rural em boas condições de moradia, saúde, educa-ção e, principalmente, mecanismos para a geração de emprego e renda.

Page 5: Revista de Domingo nº 543

5Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de dezembro de 2012

entrevista

A Prefeitura está presente nas 133 co-munidades e projetos de assentamen-to rurais do nosso município, com uma população estimada em 22 mil pesso-as, onde estes números mostram a grande importância de se manter com dignidade as famílias residentes no meio rural. Neste ano, mais precisa-mente a partir do mês de abril, foi in-tensificada a manutenção preventiva e corretiva dos 50 poços com dessa-linizadores gerenciados pela Gerência Executiva da Agricultura, Abasteci-mento e Recursos Hídricos, sem dei-xar de destacar ainda a manutenção em poços profundos e sistema de adu-toras, perfazendo mais de 50Km de tubos. A prefeita Fafá Rosado inves-tiu ainda na construção e manutenção de estradas vicinais visando facilitar o fluxo de veículos leves e pesados e facilitando também o escoamento de todo tipo de produção advinda da zona rural. O fortalecimento do distri-to agroindustrial na comunidade rural Barrinha, bem como a parceria dos fruticultores através da fruticultura irrigada, gera emprego e renda para o agricultor familiar, que teve sua la-voura prejudicada pelo momento de estiagem. Destaco ainda o Programa Garantia Safra, que ameniza a perda da lavoura através do pagamento de um benefício para os agricultores que perderam a lavoura devido à seca.

HÁ como apontar quais são as

comunidades rurais de Mossoró que mais sofreram com falta de chuva? E como elas ficaram com essa situa-ção?

O MUNICÍPIO de Mossoró atraves-sa a pior seca dos últimos 30 anos, es-tando dentro da relação dos 139 mu-nicípios que decretaram situação de emergência no nosso estado. A zona rural do município, mesmo com toda a dificuldade existente, proveniente da seca, possui todos os poços geren-ciados pela PMM em funcionamento, mesmo tendo sido detectado que a va-zão dos mesmos vem diminuindo ao longo dos dias. Algumas comunida-des em que foi sentida a necessidade de um complemento de água potável teve sua necessidade atendida através de carros-pipa.

COM relação, especificamente, ao

programa Semear, qual é hoje a de-manda atendida e como está o pro-grama em Mossoró?

O PROGRAMA Semear consiste no fornecimento de óleo diesel para o corte de terra nas comunidades e pro-jetos de assentamento onde vivem as

famílias que dependem da agricultura familiar. Neste ano, foram investidos pelo município mais de 270 mil reais na aquisição de 140 mil litros de óleo diesel. O programa possui uma im-portância fundamental na economia rural, sendo beneficiadas mais de 5 mil famílias todos os anos. Os repre-sentantes das associações contribuem de forma positiva para que todas as ações desenvolvidas pela Gerência da Agricultura obtenham êxito, aproxi-mando o homem do campo do poder público.

UMA das lutas do Estado é con-

seguir tornar o Rio Grande do Norte livre da febre aftosa, como está a si-tuação de Mossoró nesse quadro?

A PREFEITURA de Mossoró reali-za, anualmente, a Campanha de Vaci-nação Contra a Febre Aftosa em duas etapas, nos meses de maio e novem-bro, vacinando aproximadamente 10 mil animais por etapa. O investimento anual é superior a 50 mil reais. Este benefício chega ao pequeno criador sem custo algum, visto que a PMM vai até a sua comunidade e mais especifi-camente ao seu curral, levando a va-cina e o técnico especializado para va-cinar o seu animal. É preciso lembrar que a responsabilidade da vacinação é exclusivamente do criador, mas com a Campanha realizada pela PMM e a ajuda de toda a imprensa do municí-pio na divulgação, além da colabora-ção do próprio criador, há mais de dez anos não é detectada a febre aftosa no município de Mossoró. A prefeita Fafá Rosado contribui desta forma para que o estado do RN alcance o status de Área Livre de Aftosa com Vacina-ção.

MESMO em período de inverno

abundante, algumas comunidades so-frem com o abastecimento de água. Qual tem sido a estratégia usada para o abastecimento de água nas comuni-dades rurais de Mossoró?

A PREFEITA Fafá Rosado ampliou o sistema de abastecimento de água na zona rural e mantém em bom fun-cionamento todos os poços, dessali-nizadores, além do sistema de adu-toras, gerenciados pela PMM. O que contribui ainda para manter a zona rural com um nível de abastecimen-to de água próximo do satisfatório, inclusive para o consumo animal, é a construção e manutenção de açudes, cisternas e barreiros. É importante lembrar ainda que nem toda a respon-sabilidade no fornecimento de água para a zona rural é da municipalida-

de. Existem sistemas de abastecimen-to de água na zona rural que são da responsabilidade do INCRA (Governo Federal), assim como também do Go-verno do Estado do RN.

O SENHOR está concluindo os tra-

balhos dentro de uma gestão, mas qual será o maior desafio para a nova gestão com relação à zona rural?

O MUNICÍPIO de Mossoró está em franco desenvolvimento e podemos observar a chegada de novas empre-sas, o fortalecimento do setor imobi-liário, além do desenvolvimento do comércio e o crescimento da econo-mia do município de forma generali-zada. A governadora do Estado, dra. Rosalba Ciarlini, na época Prefeita do município, iniciou o trabalho de re-construção de Mossoró, trabalho este ampliado pela prefeita Fafá Rosado. Na zona rural do nosso município, foram concretizados grandes inves-timentos na perfuração, instalação e manutenção de poços com dessalini-zadores, construção e manutenção de novas estradas vicinais, Unidades Bá-sicas de Saúde – UBS, Centro de Re-ferência e Assistência Social – CRAS, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI, áreas de lazer, qua-dras de esportes, academia da melhor idade, Unidades de Educação Infan-til – UEI’s, escolas, inclusive em an-damento a construção de duas novas escolas nas comunidades de Piquiri e Projeto de Assentamento São Romão, que juntas totalizam um investimento superior a R$ 1,2 milhão. Observando o cenário local, percebemos que esta-mos no caminho certo do desenvolvi-mento dos centros urbano e rural. O desafio da nova gestão será adminis-trar o desenvolvimento econômico e social da zona rural, buscando valori-zar a permanência das famílias no seu habitat de origem, o campo, através da melhoria das políticas públicas vol-tadas para este fim, como a ampliação do sistema de abastecimento de água e o consequente aumento da oferta hí-drica, além da ampliação da estrutura educacional, promovendo uma cons-tante melhoria na qualidade do ensino ofertado para as crianças residentes na zona rural, o que neste ano pode ser observado através do resultado do Ín-dice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, que ficou acima da mé-dia nacional. A Prefeita eleita Cláudia Regina, com a larga experiência que possui no serviço público, saberá con-duzir e dar continuidade ao momento de desenvolvimento por qual passa o nosso município.

Page 6: Revista de Domingo nº 543

6

Arte

)) Dançarinos ensaiam para o tradicional espetáculo

Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de dezembro de 2012

Companhia da cidade apresenta espetáculo de dança baseado no filme Abracadabra, da apresentadora Xuxa, e leva plateia a um fantasioso passeio pelos mais conhecidos contos de fadas

Abracadabra:a fantasia em dança

Page 7: Revista de Domingo nº 543

7Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de dezembro de 2012

Arte

Ofinal de semana é de muito es-petáculo em Mossoró com a apresentação do tradicional

espetáculo do Studio de Dança Clézia Barreto no final de cada ano.

Hoje, no entanto, é a última apresen-tação da temporada que começou na sexta-feira, sempre às 20h30, no Teatro Dix-huit Rosado. Dessa vez, os bailarinos e bailarinas vêm com o espetáculo Abra-cadabra.

Sob a direção-geral da coreógrafa Clézia Barreto, a apresentação contará com um elenco de 200 participantes, re-presentando 19 coreografias que vão desde o balé clássico, passando pela dan-ça do ventre, dança de rua e jazz. Cada uma delas com figurinos especiais que darão um charme maior à noite.

O espetáculo deste ano é baseado no longa-metragem da apresentadora Xu-xa, de 2003, que conta a história da prin-cesa que sai do mundo real para viver suas aventuras no mundo encantado dos contos de fadas.

É uma história cheia de imaginação, contada em forma de dança, que será estrelada por Débora Carioca, bailarina e fisioterapeuta, que dança desde o pri-meiro espetáculo do Studio.

Na roteirização estão Clézia Barreto, Leonardo Wagner e João Marcelino. Já a direção cênica é assinada por Leonardo Wagner. Seis coreógrafos são responsá-veis pelas músicas e coreografias. São eles: Hykaroo Mendonça, Adriana Cas-

tro, Leonardo Saldanha, Rose Fernandes, Tâmisa Vieira e Tereza Christina.

Todo os artistas que assinam a core-ografia contam com larga experiência no cenário cultural de Mossoró, marcando presença nos maiores espetáculos da cidade, como o Chuva de Bala no País de Mossoró, em junho, e no Alto da Liber-dade.

A companhia tem mais de vinte anos

de atuação em Mossoró e as apresenta-ções já se tornaram tradicionais na cida-de, chegando, neste ano, a 18º monta-gem.

Rápidas# Saiba mais )) O verbete “abracadabra” é normal-

mente usado como encantamento por mágicos de palco, principalmente pe-los ilusionistas. É considerado por al-guns a frase mais pronunciada e, uni-versalmente, não encontra tradução em algumas línguas.

O filme de Xuxa, que serviu de inspiração para o espetáculo, é tra-çado por uma especialista em livros infantis que embarca numa viagem fantasiosa com os filhos de um ami-go, atraída pelo tio-avô das crianças. A trama passeia por vários contos de fadas, com personagens como a Branca de Neve, sua madrasta, seu Príncipe Encantado, o Saci, Chapeu-zinho Vermelho, sua avó, o Lobo Mau e Pinóquio.

Sinopse

# ServiçoEspetáculo AbracadabraÚltima apresentação neste domingo, dia 16Às 20h30Teatro Dix-huit RosadoEntradas vendidas na bilheteria do Teatro.

Page 8: Revista de Domingo nº 543

8 Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de dezembro de 2012

Prêmio

Page 9: Revista de Domingo nº 543

9Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de dezembro de 2012

Prêmio

Afilosofia é considerada a “mãe” de todas as ciências e tal rótu-lo parte de um motivo simples:

foi de questionamentos do cotidiano que surgiram as grandes soluções propostas pelo conhecimento humano. Mas, na ver-dade, nem tudo na filosofia é tão simples assim! O nível de abstração e perspicácia que lhe é exigido não é comum a todos. É tão complexo que, na música “Língua”, Caetano Veloso desafia e, avisa: “só é possível filosofar em alemão”.

No entanto, o jovem mossoroense Cláudio Castoriadis vai de encontro à afirmação do tropicalista e nos volta a colocar a filosofia no patamar da simpli-cidade. Formado em Filosofia pela Uni-versidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Cláudio é um ávido leitor

de clássicos e contemporâneos pensado-res na área da Cultura, Política, Litera-tura e, claro, Filosofia.

A maturidade adquirida ao longo de tanta leitura foi o prato cheio para a mo-tivação de sair dos livros – sem deixá-los – e entrar na virtualidade, através da criação de um blog integralmente dedi-cado a compartilhar conhecimento.

A ideia de Cláudio é tão simples quan-to à literatura, na mesma proporção que também atinge a complexidade da filo-sofia. Primeiro, para entender a ideia do jovem: ele posta na sua página na inter-net resenhas, comentários, resumos das obras dos pensadores que ele leu. A ideia surgiu em 2010, quanto ainda estava na universidade.

“Havia vários pensadores contempo-

)) Primeira página do blog de Cláudio

Filosofar é precisoCláudio Castoriadis é mais que um ávido leitor de filosofia, ele gosta mesmo é de difundir conhecimento; para isso, mantém a leitura e um blog sobre filosofia, que o levou a final do maior prêmio nacional para blogueiros

Page 10: Revista de Domingo nº 543

10 Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de dezembro de 2012

Prêmio

râneos que a gente não via na Academia e eu comecei a me interessar por eles. Daí, comecei a procurá-los, lê-los e pen-sei que, assim como eu, outras pessoas também deveriam ter a necessidade de conhecer esses novos nomes”. Foi no pensar que ele resolveu compartilhar os textos.

A intenção ganhou um formato bem definido: ele simplificou o repasse das teorias em textos mais didáticos, con-textualizado com questões políticas e culturais. Os textos de Cláudio começa-ram a despertar a curiosidade de outras pessoas ávidas por conhecimentos e a ideia logo se transformou numa rede de compartilhamento.

“Estudantes, pesquisadores e profes-sores de todo o Brasil acessam o meu site. Geralmente, quando se coloca o nome de algum estudioso, se tiver no meu blog, o site de busca sempre exibe o link”, assegura ele. Hoje, Cláudio man-tém um diálogo constante com diversas pessoas que colaboram com a ideia, tro-cam dicas de leituras e transforma a in-ternet numa grande teia de conhecimen-to.

OsCAR DO BLOGO acervo de leitura de Cláudio come-

çou de forma despretensiosa e em cur-tíssimo tempo ganhou rumos e propor-ções inesperados por ele. Até pouco tempo, o blog era acessado, em média, por cerca de 200 pessoas diariamente – um número considerável, haja vista a especificação do conteúdo.

Esse número, no entanto, hoje mais que dobrou, atingido a casa dos 500 aces-sos diários depois que blog de Cláudio chegou ao ranking dos finalistas da maior premiação nacional para blogueiros, o Top Blog 2012, na categoria “Arte e Cul-tura”.

“Eu nunca imaginei que um dia es-taria na final do que pode ser considera-do o ‘Oscar dos Blogs’ para uma ideia que nasceu naturalmente”, deslumbra o garoto, que já se articula para viajar a São Paulo no início do próximo ano, quan-do participará da solenidade de anúncio do vencedor e premiação dos três pri-meiros colocados.

A premiação elege os melhores atra-vés de uma eleição do público e de uma indicação oriunda de um júri especiali-zado, o que aconteceu no caso de Cláu-dio.

Além dele (o único mossoroense), outros dois potiguares estão na lista dos finalistas em outras categorias. “Esta-mos nos juntando e conversando para podermos participar da premiação no

próximo ano”, repassa.Os outros dois concorrentes de Cláu-

dio na categoria de Arte e Cultura tam-bém são nomes de peso. Os outros dois alimentam um blog voltado para cinema: ‘Cinegnose’ e ‘Pipoca com Manteiga’. “Já estou muito feliz porque não esperava isso”.

Os curiosos que desejem acompa-nhar as postagens de Cláudio podem se preparar para uma infinita e constante viagem por diversos pensamentos. Ah, um conselho, prepare o cerebelo para muita disposição porque o ânimo do ga-roto é voraz. Ele chega a postar até nove textos por semana: “dependendo do meu ânimo, do meu estado de espírito e lei-turas”, diz ele para justificar o ritmo de postagens.

NOvOs RuMOs O trabalho de Cláudio parece estar

só começando. A cabeça do jovem não para de tantas ideias que ele planeja pôr em prática como resultado de suas lei-turas. Além do Blog, ele já trabalha na elaboração de um livro sobre Nietzs-che.

“Será uma junção de textos sobre vários aspectos do pensamento dele”, explica. E tem mais! Ele também já dá os primeiros passos na ideia de um pro-jeto para divulgar obras de escritores uruguaios e argentinos.

NOME Sempre com um pé na filosofia, o

endereço do blog mantém o seu primei-ro nome de registro “Claudio” adicio-nado o sobrenome Castoriadis, do filó-sofo grego Cornelius, conhecido pelos seus apontamentos sobre Política.

Endereço: http://claudiocastoriadis.blogspot.com.br/

)) Cláudio Castoriadis é formado em filosofia pela uern

Page 11: Revista de Domingo nº 543

11Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de dezembro de 2012

especial

Casar e construir uma família são os planos de muitos; quando os filhos não chegam, é hora de driblar o preconceito e procurar tratamento para vencer a infertilidade

Infertilidade

Casar é o sonho de muita gente e construir uma família, cujos filhos estejam inclusos nos pla-

nos, é uma consequência natural.Na verdade, esse não é o caminho

traçado por alguns casais que lutam con-tra a infertilidade, que pode afetar tanto o homem quanto a mulher ou, ainda – em menor fatia –, os dois. Um estudo estima que em torno de três milhões de casais brasileiros sejam afetados pela infertili-dade, um percentual considerável de 15% da população.

O que poucos sabem é que na grande maioria dos casos há solução, no entan-to o primeiro desafio a ser vencido é o do preconceito, que impede muitos de pro-curar um tratamento. E nesse aspecto, infelizmente, os homens são os mais re-correntes na resistência.

Enquanto eles lideram as estatísticas de quem menos procura o especialista médico para solucionar a problemática, esquecem que a fatia com a quantidade da população que sofre de infertilidade é igualitária.

Os especialistas apontam que em cerca de 40% dos casos o homem é a vítima, mas outros 40% são ocupados

por mulheres. Há casos ainda de ambos sofrerem com alguma problemática que cause a infertilidade, no caso dos demais 20% restantes.

O médico urologista Hallison Castro é titular da Sociedade Brasileira de Uro-logia e explica que, no homem, a causa mais comum de infertilidade são varizes no testículo (varicocele), responsável por provocar diminuição no seu tamanho e na sua função, impedindo o homem de gerar filhos. “Outras causas podem estar presentes, como inflamações, traumas, posição anômala e câncer, que afetam o testículo, e outras alterações hormonais e genéticas”, aponta ele.

TRATAMENTOÉ necessário que, durante a investi-

gação de um casal infértil, tanto o homem quanto a mulher sejam investigados. Normalmente, os exames são solicitados após um ano de tentativa sem sucesso em conseguir engravidar.

No homem, a investigação da causa de infertilidade deve ser iniciada através de uma análise do esperma (espermo-grama) e ultrassonografia do testículo, a fim de avaliar o seu tamanho e a presen-

Números

20

8

por cento dos homens ainda não são pais aos 40 anos de idade

mil tratamentos com reprodução assistida (fertilização) são realizados anualmente no Brasil

)

ça de varicocele. Em alguns casos, é ne-cessário solicitar a dosagem de hormô-nios sexuais, como a testosterona e ava-liação genética (cariótipo).

O tratamento vai depender da causa do problema. Se o homem apresentar varizes no testículo, o tratamento con-siste em realizar uma cirurgia para cor-rigi-las. Entretanto, em alguns casos não é possível reverter a fertilidade do ho-mem, devendo-se encaminhar o casal para algum tipo de fertilização (reprodu-ção assistida).

)) Hallison Castro, médico urologista

Page 12: Revista de Domingo nº 543

12 Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de dezembro de 2012

RAFAEL DEMETRIUS

sua carreira

x

Lojas decoradas, Papai Noel no shopping e clima de fes-ta começam a nos avisar que o Natal está chegando. Mesmo estando a alguns dias da data oficial, a recomen-

dação para quem quer economizar é antecipar a compra dos presentes de fim de ano mesmo sem os consumidores terem incorporado o espírito natalino. O motivo é convincente: Comprar agora garantirá economia, pesando bem menos no bolso. Não deixe as compras para a última hora, porque os produtos já vão estar esgotados e a chance de você comprar qualquer coisa por um preço muito grande é enorme, sem contar que você vai estar desesperado para conseguir comprar presente para todo mundo e vai acabar gastando mais sem pesquisar em outros lugares. Para você não jogar dinheiro fora, esteja atento às dicas para economizar no presente de Natal, e virar o ano mais tranquilo.

Você não pode simplesmente sair por ai gastando a torto e a direi-to, achando que seu dinheiro multiplica-se. Estabeleça antes das compras, um teto máximo a ser gasto com todos os presentes, e um valor médio por pessoa, anotado ao lado do nome, para não se deixar levar pelos encantos de algum outro produto. Existem pes-soas que são mais queridas e ganham presentes melhores e outros presentes de um valor mais baixo.

Na hora da compra dos presentes seja totalmente disciplinado. Pro-cure seguir a sua lista, sem exceções. Sair da lista representa maio-res gastos, uma conta a mais que não estava prevista em seu orça-mento. Com a lista em mãos, compre antes o que vai pesar mais no orçamento. Presentes especiais merecem uma boa pesquisa de pre-ço. Agora é o momento de comprar produtos mais caros, que exigem bastante pesquisa. O que sai caro é comprar de última hora.

Para Comprar bem é necessário planejamento e organização. Come-ce listando as pessoas que serão contempladas com seus presentes. Dê preferência às crianças, familiares, amigos e pessoas queridas.

Você pode aproveitar os sites de compras coletivas e lojas virtuais, já que ainda dá tempo de procurar, comprar e trocar, se for preciso. Antes de comprar o produto, porém, cerifique-se de que a loja permi-te troca depois das festas de final de ano, ou pondere se a opção de troca será necessária. Cuidado com os prazos para uso do Ticket da compra para não gerar nenhum constrangimento no presenteado.

Vale ressaltar que você não deve comprar o presente de Natal visan-do apenas o preço, isto é, não basta ser barato, é preciso dispor da conhecida e desejada relação custo benefício. Assim, não saia com-prando logo a primeira opção de presente que encontrar, pois para economizar e agradar ao mesmo tempo é preciso pesquisar e realmen-te ‘bater perna’. Não tenha vergonha ou receio de entrar em determi-nadas lojas e apenas questionar o preço sem levar o produto. Lembre-se o dinheiro que será gasto é seu, então, pesquise o quanto puder.

O pagamento da primeira parcela do 13º salário foi feito em novembro – e é ele que dá a largada para as compras de final de ano. Para tentar conseguir maiores descontos tente fazer as compras à vista ou no cartão de crédito, em parcela única. Comprando ainda no mês de novembro, a conta chegará junto com o 13º, e o consumidor terá comprado produ-tos mais baratos. Com isso, ficará mais fácil planejar os gastos tradicio-nais de início de ano, como matrícula escolar e impostos.

Basta lembrar das lojas lotadas nas vésperas do Natal para listar as vantagens de se adiantar na maratona de compras. Por en-quanto, as lojas não estão lotadas de compradores, há produtos em estoque – o que significa disponibilidade de tamanhos, cores e modelos –, preços em promoção e, bem ou mal, há mais tempo para diluir a conta até o final do ano. O tempo ainda está a favor do consumidor, as lojas ainda não estão lotadas, por isso, vale a pena até pechinchar para garantir um bom desconto.

Pesquise e selecione as lojas que estão anunciando e fazendo pro-moções. Depois pesquise todas para ver qual vai sair mais em conta para você, se for preciso compre cada presente uma loja, tudo é válido na hora de economizar. E comprando com antece-dência, você terá mais facilidade ainda.

Uma boa dica é tentar aproveitar presentes mais baratos. Fica a dica de CD ou DVD da banda ou cantor predileto; Livros; Caixa de bombons ou chocolates finos; Peças de roupas, como camisa, cami-seta; Bonés, colares, pulseiras; Produtos artesanais, como objetos de decoração, brinquedos, bijuterias; Itens de maquiagem como batom, blush, rímel. Outra opção é criar um kit básico com tais produtos, com canecas personalizadas, Panetones ou outros alimen-tos típicos ou não típicos desta época do ano e Porta retrato com a foto da pessoa ou do casal, caso possuem um relacionamento.

É necessária muita criatividade na hora de comprar os presentes natalinos, pois atualmente as pessoas desejam ganhar presentes criativos e que tenham utilidade para elas. Por isso, é indicado prestar muita atenção no gosto da pessoa para poder comprar um bom presente, sendo barato ou não o que realmente importa é a utilidade dele para a pessoa que ganhou.

Não leve a filharada junto, crianças tendem a chorar e pedir pelo mais caro e muitas vezes as mamães e papais não resistem e compram aquele brinquedo que está fora do orçamento só para ver o pequeno feliz. Para evitar problemas, não leve crian-ças na hora de fazer as compras.

Orçamento

Disciplina

Planejamento

Compras Coletivas

Custo Benefício

Aproveite o 13° Salário

Antecedência

Promoções

Presentes Mais Baratos

Criatividade

Crianças

Dicas para economizar no

presente de natal

Page 13: Revista de Domingo nº 543

nizado para produzir no leitor a sensação de uma história só, mas sem que a escritora lhe dê os trajetos devidos; isto é, ela requer a quem ler que erga o edifício narrativo. Assume uma posição muito próxima da do poeta que é tomar as vozes alheias para si, alojá-las numa estrutura um tanto moven-te, mas que são vozes tão suas quanto do outro. Ao falar de vozes vale ainda ressaltar do burburinho externo que tudo perpassa, que produz uma leitura da curiosidade; es-tamos, sem saber, sendo levados por uma bisbilhotice muito interiorana do Brasil, principalmente quando damos com o en-contro entre Júlia, a personagem principal do romance e uma das narradoras, Anita, que se torna sua confidente não sem a sus-peita do leitor de que ela esteja mais para meia irmã não declarada, principalmente pelo zelo exacerbado do pai de Júlia por Anita. Se Aureliano, o pai da Júlia, incorpo-ra da dureza do macho nordestino, seja pe-lo tratamento dado à esposa e presenciado por Júlia, seja pelos rituais de zelo pela tra-dição do homem como o centro da família, seja ainda pelos casos externos ao casamen-to, salta novamente pela via da suspeita, fruto, é bom que se repita, da bisbilhotice do leitor, que Aureliano, e esse parece ser o agravante maior da relação entre Norma, a mãe de Júlia e ele, seja um daqueles gays enrustidos dos muitos que ainda estão es-palhados Nordeste afora: os que têm sua família, mas entre os casos extraconjugais mantém o melhor da relação, um lugar on-de se libertam da interdição.

Por falar em interdição, este parece mesmo ser o tema movente do romance: a alegria da Júlia criança pela chegada do pai e a sisudez à mesa do jantar, o quarto da mãe como o lugar que nunca deve ser fre-quentado pela filha e ela assim mesmo infringe roubando-lhe os batons, a proibi-ção das roupas mais sensuais, das saídas para o cinema ou para a rua até altas horas da noite, tudo será responsável pela con-solidação da psicologia à frente que Júlia irá desenvolver, principalmente depois de

mandada para um internato na cidade grande por causa da descoberta do pai de suas fantasias amorosas para com o va-queiro da fazenda, muito mais velho que ela, Teodoro Jurema, escritas num cader-no-diário, um dos objetos da memória de Júlia.

O retorno de Júlia ao cenário de sua infância e adolescência é também o retorno para resolver esse impasse amoroso. Já mulher feita, amante de Raymundo Diniz, assim com ípsilon, e há justificativa para isso, mas que não vou tocar aqui pela limi-tação de espaço, o reencontro com Teodoro abre na narrativa um grande choque, que poderíamos demarcar como um dos impas-ses constituintes do modernismo no Brasil, o choque entre o tradicional e o moderno. O vaqueiro já de idade avançada não é afei-to ao universo de Júlia, mas ela, na posição de laçadora, conseguirá talvez o seu maior feitio ao longo da narrativa: pela necessi-dade de um tratamento de vista para Teo-doro, levá-lo para junto de si, aos ritmos da cidade grande, uma redescoberta sexual dela e do vaqueiro. A explosão erótica entre os dois é nascida de um jogo da palavra adormecida nos diários de Júlia, passada ao companheirismo que ela desenvolve ao lado de Teodoro e que vai levando o roman-ce ao seu desfecho. Apesar de toda deter-minação de Júlia, o seu enovelamento com o vaqueiro, na atual circunstância, é apenas um reflexo do vivido a largo tempo com Raymundo: aqui, ela sua amante é usada por ele como fantoche sexual, lá, ela é quem assim procede. Não creio haver amor, no sentido do sublime, nesse jogo. Tudo é tão conduzido pelo instinto. Tão controlado pelos impulsos de Júlia. E pode ainda ser que seja tudo um mero lapso de memória, por que não é isso este romance? “Raízes” é resultado de um rumorejo feito idas e vindas, de frangalhos de lembrança, que pede ao leitor um constante retorno ao que vai sendo dito pelos narradores. E é possí-vel que ao retornar não dê mais com nada disso do que falei antes.

13Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de dezembro de 2012

PEDRO FERNANDES DE O. NETO *

Acontecimentos como Vernaide podem inaugurar na vida do lei-tor uma de duas estradas: um

apego à sua matéria literária ou repulsa. Aqui, quero me distanciar das duas posi-ções, mas o leitor fique livre para julgar como bem entender, o que já representa, dentro dessas duas possibilidades, este texto; antes da escolha, que ele entenda apenas uma coisa: é este um texto que par-te de um gesto de admiração pela capaci-dade da escritora de se distanciar da poe-sia para se aventurar pela prosa, muito embora além da poesia (“Litorgia ou: po-emas com rimas vermelhas” e “Tatua-gem”), ela já tenha se aventurado pela seara da palavra corrida (“o infantil “Duas histórias de guia” e o conto-poema “Rota dos inocentes”). Digo isso diante, eviden-temente, deste “As raízes que invadiram a casa” (Editora Patuá), um dos romances que figura já entre uma das melhores sur-presas literárias deste ano levando em conta as poucas leituras que fiz de produ-ções literárias brasileiras. Surpresas me-lhores até que textos de autores bem ido-latrados por aqui como é o caso do Mia Couto, do qual li, antes do livro de Vernai-de, “A confissão da leoa”, último romance do moçambicano. Se Mia peca pela pressa de não conseguir amadurecer o tema até a gestão do texto e se beneficia de deter-minados jogos editoriais para enlarguecer uma história que está mais para o conto, quando muito uma novela, Vernaide não. A leitura do seu “Raízes” me faz crer está diante de um tema amadurecido, limpo, e beneficia-se de uma tentativa de reestru-turação narrativa como se pretendesse por em movediço os próprios limites frontei-riços do romance ou trazendo para terri-tório desse gênero, como se estivesse dian-te de um canteiro de obras, que afinal é nisto que contemporaneamente ele vem se transformando, várias possibilidades textuais.

“As raízes que invadiram a casa” é como um caderno de rabiscos devidamente orga-

“As raízes que invadiram a casa”, de Vernaide Wanderley )(

* Pedro Fernandes de O. Neto Aluno do Doutorado em Literatura Comparada (PPGeL/UFRN); autor de “Retratos para a construção do feminino na prosa de José Saramago” (Editora Appris, 2012).

artigo

Envie artigos para esta seção pelo e-mail: [email protected]

Page 14: Revista de Domingo nº 543

DAVI MOURA

14 Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de dezembro de 2012

adoro comer

Já falei do ponto aconchegante que fica no cruzamento da Ferreira Itajubá com a Pedro Velho, próximo ao Cacim e em frente ao espetinho Papas Espetos. Como é pertinho de casa, impossível não provar sempre as delícias da criativa Susana. Hoje tenho duas indicações para fazer a festa de qualquer fim de dieta. O primeiro quitute é o rocambole de frango com a massa de pão bem fofinha. Gostoso e pode ser co-mido no almoço, no jantar ou até no café da manhã, já que é bem leve. A segunda dica megagostosa é o bolo de choco-late com coco massa molhadinha, muita cobertura de choc-olate, muito recheio de coco. Tudo muito, incluindo as calo-rias. Entre em contato, vale a pena: (84) 8721 9055 – (84) 9964 1865.

O pessoal que é fã de uma boa massa, sabe que, para degustar um prato decente, você não gasta menos que R$ 20,00 em qualquer canto da cidade. Todo domingo no 144 é dia de promoção de massas. Até me surpreendi com a variedade do cardápio – e tudo muito generoso, diga-se de passagem. Os pratos são a partir de R$ 15,90 e incluem as seguintes opções: espaguete com almôndegas, espaguete cidadão do mundo, filé à parmegiana, frango à parmegiana, frango ao molho de queijos, frango com bacon e molho branco, cama-rão ao molho branco especial, linguini delícia e camarão à parmegiana. Provei o espaguete com almôndegas, R$ 15,90, que tem o gostinho da comida da vovó. O segundo foi o camarão à parmegiana, com camarões bem grandes, em-panados e arrumados em uma caminha de molho feito com tomate mesmo e a massa al dente. O Lounge fica na Venc-eslau Bras, 144, Centro. Delícia!

Tem dias que simplesmente a gente não quer nem chegar perto da cozinha. Meu último final de semana foi desses. Queria apenas descansar, e ficar em beira de fogão não es-tava nos planos. Resultado: comida congelada. A gente já tem um certo preconceito com elas, sempre imaginando que o sabor esteja comprometido. Já que a preguiça era maior do que a fome, resolvi levar e escolher dois pratos da linha Meu Menu Perdigão, um penne com peito de peru e molho branco e outro espaguete ao molho bolonhesa. Para minha surpresa, tudo gostoso! Começando do preço, que não che-ga a R$ 9,00 - barato quando comparado aos restaurantes. O preparo é fácil, forno ou micro-ondas e as massas são bem saborosas. Óbvio que é demais pedir um al dente, mas coz-inha bem, o molho é bem temperado e tem gosto de comida de verdade, de restaurante. Aprovado!

Um dos presentes certos para a criançada e para quem não é tão pequeno assim são chocolates. Entre inúmeras marcas, há um especial que faz sucesso, o Twix. É um chocolate prático e gostoso criado pela empresa Mars, Inc. Trata-se de uma barrinha de biscoito crocante, coberto por uma deli-ciosa camada de caramelo e envolvido por chocolate ao leite. Uma iguaria maravilhosa com um preço acessível (que varia muito de local para local, mas no geral é R$ 0,90). Ao redor do mundo inteiro ele reúne seguidores do seu sabor. Por ter uma tradição mundial, o chocolate não tinha como ser ruim. De fato é muito gostoso. A dificuldade é se ficar em um lugar quente, pois logo derrete. O ideal é que se coma novinho, pois ainda se mantém crocante. É prático e vai bem com sorvetes ou montado em sobremesas. O ponto negativo é que não dá para comer vários, pois é bastante doce, o que nos faz enjoar rápido. Aprovado?

O site MdeMulher é um guia feminino que fala sobre tudo que a mulher se interessa, desde dicas de moda, estética, saúde até receitinhas. A nossa dica de hoje, ainda em clima de Natal, é o famoso peru. Para quem não sabe, o hábito de comer peru no Natal é tipicamente americano, devido ao dia de Ação de Graças. É um prato que divide opiniões e sempre muito polêmico: ou você ama ou odeia, quase nunca há meio termo. Para ensinar a fazer esse e outros pratos para a data mais festiva do ano, o MdeMulher ensina esta e outras re-ceitas no especial 1001 receitas de Natal. Confira pelo link: http://mdemulher.abril.com.br/culinaria/especial/ceia-na-tal-ano-novo-receitas/.

As delícias do Fino Sabor

As massas do 144 Lounge Bar

Meu Menu Perdigão

Chocolate Twix

1.001 receitas de Natal

1

2

3

4

5

Aproveite e acesse o http://blogadorocomer.blogspot.com para conferir esta e outras delícias!

Lugarzinho novo há três semanas em Mossoró para mu-dar o conceito de apreciar pizzas. O estabelecimento é coordenado pelas irmãs Herleila e Helaine Lopes. Her-leila é dentista, atua em Mossoró há 10 anos. Helaine, que é advogada e chef do local, veio especialmente para engatar o empreendimento. As duas contaram que as receitas da massa da pizza e do molho são segredinhos de família e que estão guardados a 7 chaves. O local funciona de terça a domingo, às 18h30, na Praça da Con-vivência. O cardápio é trabalhado com um número de pizzas reduzido. Espere mesmo se surpreender com as opções diferentes e chamativas. O tamanho da pizza é interessante, com 40cm e 8 fatias, diferente da média local de 35cm. Atenção à borda: aqui o recheio é tra-balhado até o finalzinho mesmo. A principal inovação foi atender o público que gosta de comer pizza com a mão: um dispenser que abriga luvinhas descartáveis para tor-nar a experiência ainda mais gostosa. Vale a visita!

Manjericão Pizzaria Gourmet

Page 15: Revista de Domingo nº 543

15Jornal de Fato | DOMINGO, 16 de dezembro de 2012

adoro comer adoro comer

INGREDIENTES

• 1 peru de 4kg• 2 xícaras (chá) de vinho branco seco• 1 cebola picada• 2 dentes de alho• 100g e 4 colheres (sopa) de manteiga• Folhas de salsão• 1,5kg de batata-doce sem casca• 1 xícara (chá) de açúcar mascavo• 3 colheres (sopa) de água• 1 colher (chá) de sal• 1 colher (chá) de especiarias (alcaravia, noz-moscada ralada, coentro em grãos, pimenta-calabresa em flocos e canela em pó)• 1 colher (sopa) de gengibre em tiras

MODO DE FAZER

• Descongele o peru e retire os miúdos. Enxugue com papel-toalha;• Bata no liquidificador o vinho, a cebola e o alho;• Passe na carne e reserve por 1 hora. Escorra, mas reserve o tempero e recheie;• Passe 100g de manteiga entre a pele do peito e a carne do peru. Costure aberturas;• Forre a assadeira com papel-alumínio, cubra com folhas de salsão e coloque o peru por cima;• Unte com o restante da manteiga, cubra com papel-alumínio e asse no forno, preaquecido, em temperatura média, por 3 horas, regando com o caldo da forma e o tempero reservado;• Prepare a batata-doce: corte a batata em quatro e cozinhe no vapor;• Leve ao fogo os ingredientes restantes, mexendo até o açúcar dissolver;• Arrume em uma assadeira forrada com papel-alumínio untado e cubra com colheradas do molho de açúcar;• Leve ao forno até dourar e sirva com o peru.

Peru com batata-doce e especiarias

Page 16: Revista de Domingo nº 543