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Revista de Domingo nº 557

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Revista semanal do Jornal de Fato

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Jornal de Fato | DOMINGO, 31 de março de 2013

ao leitor

• Edição – C&S Assessoria de Comunicação• Editor-geral – Wil liam Rob son• Editor – Higo Lima• Dia gra ma ção – Ramon Ribeiro• Projeto Gráfico – Augusto Paiva• Im pres são – Grá fi ca De Fa to• Re vi são – Gilcileno Amorim e Stella Sâmia• Fotos – Carlos Costa, Marcos Garcia, Cezar Alves e Gildo Bento• In fo grá fi cos – Neto Silva

Re da ção, pu bli ci da de e cor res pon dên cia

Av. Rio Bran co, 2203 – Mos so ró (RN)Fo nes: (0xx84) 3323-8900/8909Si te: www.de fa to.com/do min goE-mail: re da cao@de fa to.com

Do MiN go é uma pu bli ca ção se ma nal do Jor nal de Fa to. Não po de ser ven di da se pa ra da men te.

ODomingo de Páscoa fecha para os católicos um dos ciclos mais importantes dentro do calendário religioso da Igreja. Toda a penú-

ria da Quaresma cessa com a imagem da Ressurreição, justo neste domingo de Páscoa. E um dos elementos para a data de hoje é justamente o ovo pascoal. Aqui-lo que começou apenas como artefato simbólico, ho-je faz brilhar os olhos dos chocólatras.

A revista Domingo traz uma reportagem mostran-do aqueles fizeram da época uma boa oportunidade para aquecer a economia de casa com doces. A nossa personagem é um exemplo que, talvez, você precise para dar o pontapé inicial e sair do ócio, encontrar dentro de casa as habilidades que podem ajudar na renda da família.

Já nas próximas páginas, você confere uma entre-vista com o advogado Ossivaldo de Sá Leitão, que comenta sobre os trabalhos da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseccional de Mossoró. Claro que ele também falou sobre a polêmica em torno da indicação do pastor Marco Feliciano para a presidência da Comissão de DH da Câmara dos Deputados.

Ainda nesta edição, o jornalista William Robson publica a primeira parte da coluna Entenda a Mídia. Semanalmente, contribuições de análise sobre os efei-tos e impactos da mídia de uma forma minuciosa sob aspectos que passam despercebidos pelo nosso coti-diano.

editorial

Agarre as oportunidades

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Entenda a Mídia

Colunista Davi Moura: Ovo de Páscoa Trufado

Ovos da páscoa e o lucro extra de quem aproveitou a data

Rafael Demetrius:Os direitos dos consumidores mais desrespeitados

Adoro comer

Economia

Coluna

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p10

Uma série de análise sobre aspectos da mídia

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JOSÉ NICODEMOS*

conto

)( Envie sugestões e críticas para oe-mail: [email protected]

Contava a lenda. Noite de lua, horas altas, um homem apare-cia cantando pela praia, e era

tão triste sua voz que o luar, profunda-mente tocado, como que se desfazia em pranto sobre o mar. Não demorava, e desaparecia como aparecera.

Alto, musculoso, cabelo alourado de sol, tez morena, olhos verdes, era a fi-gura de um pescador. Mas uma figura de todo desconhecida dos moradores, ali da praia da Pedra-Grande. De todas as praias do litoral dali. Os mais afoitos tentavam acompanhar-lhe os passos, praia afora, sem no entanto consegui-rem dele aproximar-se. Se voasse.

Era como se andasse dentro do ven-to. Ou se fosse o próprio em figura de gente.

Ainda contava a lenda que, uma des-sas noites, o pescador de nome Glicério, ao segui-lo pela praia, quando viu esta-va ao lado dele, tanto que o homem mis-terioso tinha uma cicatriz, funda, no lado esquerdo do rosto. Fora a única pes-soa que tivera esse privilégio.

Pela visão bem de perto, e ao clarão do luar, pôde Glicério descrever, com mais detalhes físicos, pros moradores da Pedra-Grande, aquele homem que cantava à beira-mar, nas noites de lua, com uma voz como a expressão mais profunda de todas as tristezas. Dava a impressão de ser uma propriedade dos raios da lua.

Lenda do mar

Numa choupana no alto do morro mais alto da praia, na sucessão do co-queiral a perder de vista, habitava o ve-lho Chico Pedro, com os mais de cem anos da sua idade, ainda pescador pelos noventa e poucos. Era o mais apreciado contador de estórias, dali e redonde-zas.

A pedidos, repetia sempre a de um moço pescador, do seu tempo – não lem-brava o nome dele – que vinha das praias do Ceará pescar ali no mar da Pedra-Grande. Sozinho, numa jangada de seis paus. Pequena. .

Quando foi um dia, já amanhecendo, a jangada do pescador solitário do Ceará deu na praia do Morro-Pintado, vazia. E nunca mais o pescador solitário apare-

ceu, vivo ou morto. Lembrava-se, seu Chico Pedro, de

que ele, o pescador solitário, sempre lhe contava que uma sereia lhe seguia a jan-gada, pelas horas do entardecer, se fazia lua cheia, declarando-lhe um grande amor numa canção de tom verde, que parecia beber o silêncio enorme escon-dido do vento no azul profundo do mar sem fim.

Não se cansava, o moço cearense, de contar essa estória, os olhos como perdi-dos num mundo misterioso no fundo abis-sal talvez de um mar desconhecido.

Era alto, musculoso, cabelo aloirado de sol, olhos esverdeados, no lado esquer-do do rosto moreno uma cicatriz, funda, de uma briga na praia de Caiçara.

Alto, musculoso, cabelo alourado de sol, tez morena, olhos verdes, era a figura de um pescador.

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Entrevista

OSSIVALDO DE SÁ LEITÃO

Por Higo LimaPara a Revista Domingo

“Ele é para sair e pedir desculpa à

sociedade”

O advogado Ossivaldo de Sá Leitão retorna, pela segunda vez, à Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pasta que já ocupou na condição de vice, durante o ano passado. Ele chega à Comissão em um momento em que o assunto ganhou destaque nacional, devido ao fato de o pastor Marco Feliciano ter atraído praticamente todas as atenções para si,

depois que aceitou a indicação do Partido Social Cristão (PSC) para a presidência da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados Federais. Nesta entrevista, o bacharel em Direito fala sobre os trabalhos da Comissão em Mossoró e destaca que a situação dos presídios e a educação são as maiores demandas. Nessa leva de atividades, Ossivaldo também inclui os trabalhos de combate às drogas. Além disso, o advo-gado comentou sobre a polêmica que se espalhou no Brasil depois que Marco Feliciano foi indicado pelo PSC para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Ossivaldo faz críticas con-tundentes, acredita que o pastor não se sustentará e diz mais: “É preciso ter respeito com a dignidade das pessoas. Ele não tem apenas que renunciar; tem que pedir desculpa.”

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Entrevista

DOMINGO – Em qual contexto a Comissão de Direitos Humanos está inserida na OAB?

OSSIVALDO DE SÁ – A Comissão de Direitos Humanos é uma das 20 subcomissões aqui da subseccional da OAB de Mossoró. Ela tem por ob-jetivo defender os direitos de todos os cidadãos. De forma geral, ela garante a cidadania de todos, seja quem for: o cidadão, um apenado, o advogado, en-fim, a toda comunidade, com objetivo de que seja resguardada a dignidade da pessoa humana.

E DE qual forma a Comissão tra-balha?

PARA citar um exemplo, estamos com um projeto na Comissão para vi-sitar todas as escolas de Mossoró. No ano passado, fizemos isso nas unidades da rede municipal de ensino, e volta-remos agora para averiguar as condi-ções físicas e, sobretudo, para vermos a questão do transporte público nas demais unidades. Vamos elaborar um relatório para entregar às autoridades responsáveis com o diagnóstico do que for encontrado.

E COM relação ao crime?COM relação à questão penal, va-

mos voltar à cidade de Macau, para vermos o modelo de um projeto desen-volvido no CAP de lá que funciona com o apoio de voluntários, sem salário. Lá,

você tem apenados de toda natureza: gente que cumpre pena por homicídio, tráfico, roubo. É muito interessante, porque naquele espaço há muita lim-peza e organização. Se eles desmon-tarem todo esse processo, eles sofrem sanção. E ainda sim a sanção é diferen-ciada: passar a tarde em uma igreja, meditar sobre a vida são exemplos.

MUITOS dizem que a Comissão só serve para defender criminoso...

TEMOS que resguardar o direito de todo cidadão, e isso inclui também o apenado. A intenção não é proteger, mas cobrar e fiscalizar que a pena seja cobrada com dignidade. Parte da popu-lação não pensa assim, mas esse esfor-ço é para resguardar a segurança da comunidade. Nossa preocupação é que o preso pague a sua pena e, assim, a sociedade esteja segura. O efeito con-trário disso vemos quando uma cela está superlotada. Sabe o que aconte-ce com uma situação dessa? Uma fuga em massa.

QUAIS sãos as maiores demandas de trabalho da Comissão em Mosso-ró?

AS MAIORES demandas da Comis-são em Mossoró estão justamente nas condições do sistema penal. Veja bem, a LEP (Lei de Execução Penal) é muito clara: tem que ter um canto para o pre-so cumprir sua pena. O que tínhamos

em Mossoró era o contrário; faltava espaço. Também somos bastante pro-curados por mães com denúncias na área da educação. Principalmente por pais que não conseguem vaga na uni-dade de educação perto da sua casa. E temos ainda a questão do viciado, porque existem muitos casos em que somos procurados por pessoas pedindo para receber a assistência do Governo para ver se deixa de usar droga e se livrar do vício.

TANTO no caso das penitenciárias quanto na questão das escolas, vemos aí uma ausência do Estado. Qual a postura da OAB nessas situações?

A MAIOR parte se dá através de relatórios para diagnosticar o caso. No ano passado, fizemos um relatório apontando a agressão em 43 presos aqui. Há argumentos que indicam para uma retaliação porque eles tentaram uma religião. Estivemos reunidos na Assembleia Legislativa. Eu e outro co-lega de trabalho já fomos ouvidos pela delegacia. Ratificamos tudo que estava no primeiro relatório e, agora, espera-mos ser chamados para depoimento em juízo. Vamos começar um novo tra-balho neste ano nos 13 municípios da subseccional de Mossoró, onde vamos visitar todas as cadeias para averiguar como está a estrutura das cadeias.

COM relação ao caso do pastor

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Marco Feliciano, indicado para a pre-sidência da Comissão de Direitos Hu-manos da Câmara, qual tem sido o po-sicionamento da OAB?

A OAB não quer de jeito nenhum. Isso é uma vergonha para os nossos representantes elegerem uma pessoa com claros traços de discriminação, se é justamente tudo o que não que-remos. Eu acredito que ele deveria ter renunciado desde o início... A OAB está acompanhando e vai cobrar posturas. As declarações dele são discriminató-rias contra homossexual, negro, e não se pode admitir.

A COMISSÃO existe para garantir os direitos de todos os seres humanos. Marco Feliciano, nesse caso, teria al-gum direito?

MUITO pelo contrário. Ele não tem direito algum. Sem medir a importân-cia das demais comissões, mas a Co-missão de DH é de extrema importân-cia, é uma das de maior abrangência porque mexe com muitas questões que tem reflexo na vida das pessoas de todo o Brasil.

NESSE caso do pastor, há alguma orientação da Ordem para as subsec-cionais?

Os ÂNIMOS estão muito acirrados. Assim que terminar este período, acre-dito que a OAB vai, sim, se posicionar. Não entendo por que ele insiste tanto nesse cargo de presidente. Ele está se desgastando no cenário nacional, ele não é bem visto pela sociedade.

PELA dimensão da discussão, o se-nhor acredita que ainda é tempo de esperar por uma atitude dele ou já é ora de uma interferência?

JÁ ESTÁ havendo interferência da sociedade. Você vê as pessoas se manifestarem em todos os cantos do Brasil, e isso é louvável. Ele não tem como ficar porque a situação se torna insustentável. É inviável para ele, se ele tiver consciência, permanecer com tantos questionamentos, apenas para provar o poder.

O SENHOR acredita que essa dis-cussão toda, de alguma forma, fortale-cerá o trabalho da Comissão de Direi-tos Humanos ou, pelo contrário, isso tende a enfraquecê-la?

PODE ficar certo que fortalecerá a Comissão, porque ela tanto tem a sua força de trabalho como também preci-samos ter a força do apoio da socieda-de. Imagine se eu fosse um discrimina-

dor, você acreditaria que o presidente me nomearia? A Comissão exige uma história e postura do presidente. Mar-co Feliciano mexeu com a dignidade das pessoas. Veja bem... não é apenas a dignidade da pessoa, mas de todos.

AS COMISSÕES são ocupadas por parlamentares que estão ali enquan-to representantes do povo. De certa forma, a indicação de Marco Feliciano não seria legítima, haja vista que ele está ali representando um povo?

ELE ESTÁ representando o povo que votou nele. Mas eu te digo que hoje, na comissão, ele não representa mais apenas o povo que votou nele, mas sim uma variedade de questões que diz respeito à dignidade da pessoa humana. Você tem direito a suas esco-lhas, mas isso exige respeito pela esco-

lha dos outros. Vou te dar um exemplo de dentro da própria igreja. Um tempo desse, um pastor chutou a imagem de uma santa, ele teve que ir embora do Brasil porque a situação dele também ficou insustentável, tamanha foi a dis-criminação dele. E isso aconteceu por-que aquele ato dele mexeu, sim, com a dignidade das pessoas que acreditam, que têm a sua crença.

ENTÃO, o senhor acredita que o pastor está sendo intransigente?

ESTÁ, sim, e demais. E digo mais: ele está sendo arrogante. Basta ver as atitudes dele. E não apenas para sair da Comissão, mas também pedir descul-pa à sociedade brasileira - seria muito mais bonito para ele, porque mostraria uma humildade, e ele não tem mostra-do isso.

Entrevista

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Economia

oportunidade de rendaDoce

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Economia

Deixando de lado o sentido re-ligioso da Páscoa, a data se transformou numa verdadei-

ra festa da guloseima, sobretudo, com as atenções redobradas para o chocolate.

Com tanta demanda no período, uma parcela de comerciantes aproveita o pe-ríodo para aquecer a renda familiar e se dedica à cozinha, para a fabricação dos tão desejados ovos de páscoa.

Eles estão espalhados pelas docete-rias e supermercados desde o começo do mês, mas pode-se destacar que existe uma parcela significativa dos consumi-dores que pegam fila na espera de enco-mendas em busca de chocolate artesa-nal.

Para atender o mercado, os fabrican-tes caseiros do doce redobraram o ritmo para atender os pedidos.

Outros fatores que fazem aumentar a procura nesta época são o preço e a personalização das guloseimas, que atraem o consumidor, demanda que pro-move doce rentabilidade para quem atua nesse segmento. De acordo com confei-teiras, as vendas sobem em média 50% no período pascoal.

O Instituto de Pesquisa e Desenvol-vimento do Comércio, ligado à Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (FECOMERCIO-RN), realizou um levantamento apontan-do que os ovos e produtos de chocolate serão os itens mais consumidos neste período.

Somente em Natal, foco da pesquisa, 57,8% dos entrevistados pretendem comprar artigos desse gênero, mais que outros produtos tradicionais da Semana Santa, como peixes e crustáceos (31,5%) ou vinhos (6,9%).

Quem pegou carona no bom momen-to foi Delhe Barbosa Pereira de Araújo. Empreendedora individual, ela produz ovos e trufas de chocolates nesta época

em que as encomendas e comercializa-ções aumentam. Os pedidos crescem 50% a mais no comparativo com o res-tante do ano. “Quando a Páscoa se apro-xima, produzo mais ovos porque os pe-didos aumentam. Nos meses seguintes, foco nas trufas, que também têm boa aceitação”, explica.

A expectativa é que ela atinja a casa dos quatro mil ovos de páscoa, o que de-ve proporcionar um faturamento no mês perto de R$ 2,5 mil.

O Sebrae dispõe de atendimento pa-ra esses empreenderes através de pales-tras gerenciais. Foi esse o caminho que Delhe traçou. O tempo ocioso foi substi-tuído por cálculos, busca por clientes e negociações com fornecedores.

“Um dos maiores diferenciais dos meus produtos é a qualidade. Utilizo matéria-prima de primeira linha”, conta. Para atender a demanda, ela acorda cedo, às 6h, quando já começa os preparativos para manuseio do chocolate, porque tu-do precisa ficar pronto para a entrega, às 14h.

RENDA O bom momento de consumo da eco-

nomia brasileira é um motivador de en-corajamento para enfrentar as dúvidas ao abrir um negócio em casa. O econo-mista Mário Calcama explica que o bra-sileiro, sobretudo a classe média, está consumindo num ritmo acelerado.

De acordo com ele, com mais brasi-

Na Páscoa, a celebração da morte e ressurreição de Cristo são momentos especiais para os cristãos.

Em várias antigas culturas do Mediterrâneo, no Leste Europeu e no Oriente, o uso do ovo como pre-sente era algo comum.

Nesse período, muitos desses povos realizavam rituais de adoração para Ostera, a deusa da Prima-vera.

A entrada deste símbolo para as festividades cris-tãs aconteceu com a organização do Concilio de Ni-ceia, em 325 d.C.. Nesse período, os clérigos tinham a expressa preocupação de ampliar o seu número de fiéis por meio da adaptação de algumas antigas tra-dições e símbolos religiosos a outros eventos rela-cionados ao ideário cristão. A partir de então, obser-varíamos a pintura de vários ovos com imagens de Jesus Cristo e sua mãe, Maria.

Os primeiros ovos de presentes na Páscoa eram pintados!

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Economia

leiros gastando, aumenta também a par-cela de consumidores que buscam pro-dutos mais personalizados, e aí, diz ele, “quanto maior a sua rede de contatos, maior também será a sua rede de clien-tes”.

“É preciso se planejar, ser um empre-endedor organizado, e o mais importan-te é buscar ajuda de fomentos para que nada saia errado. A pessoa que desejar abrir um pequeno negócio em casa não pode se aventurar em qualquer segmen-to; deve procurar aquele que atenda as características pessoais e suas habilida-des”, pondera ele.

Se as dicas forem seguidas, as chan-ces de a empreitada dar errada são mí-nimas.

Editoria de Arte: Neto Silva

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artigo

ENTENDA A MÍDIA – WILLIAM ROBSON *

Por que entender a mídia?

Parte 1

Apartir deste domingo, seguindo pelas próximas semanas, esta-rei publicando parte de meus

estudos sistemáticos a respeito da mídia com a finalidade de compartilhar um pouco acerca de várias leituras e posição de autores do campo da comunicação. Trata-se uma série, de caráter acadêmi-co, destinada a estudantes de comuni-cação e curiosos deste tema. Também atende uma necessidade de graduandos, que solicitavam que o jornal oferecesse uma análise sobre o papel da mídia e da sociedade. Portanto, estabeleço aqui al-gumas resenhas, faço comparativos com outras obras, que podem servir para quem busca compreender um pouco so-bre o intuito de investigar a relação da mídia com a sociedade e suas significa-ções.

Para começar, vamos refletir um pou-co sobre a importância de entender a mídia, com base no pesquisador britâni-co Roger Silverstone no livro “Por que Estudar a Mídia”. Silverstone inicia sua obra apresentando um exemplo de um programa de TV sobre a vida e o trabalho de transexuais e travestis. Um programa sensacionalista que busca incendiar a audiência com perguntas do tipo: vocês pretendem ter filhos? E há momentos do programa em que caminham pelo pre-conceito, pela exploração e pelo cons-trangimento. Esta situação da TV é co-locada como um momento explorador, mas também explorável pela audiência, que assiste ao programa, comenta na rua e o alimenta.

Mas, programas como estes não sur-gem do nada. São representações tele-visivas que se identificam com a socie-dade diante de suas reações, que apre-sentam-se como identitárias da socieda-de. Esta sinergia TV-audiência torna-se cada vez mais intensa, a ponto de a au-diência não conseguir mais desvenci-lhar-se dela. “Passamos a depender da mídia, tanto impressa como eletrônica, para fins de entretenimento e informa-

ção, de conforto e segurança, para ver algum sentido nas continuidades da ex-periência”, aponta o autor.

Diante desta relação, Silverstone fez a indagação: “Por que estudar a mídia?”. É mais que observar usuários de internet, pessoas que passam horas diante da TV, lendo jornais ou os números absurdos da venda de softwares. Mas, é entender o que a mídia faz com a sociedade e o que a sociedade faz com ela. Quer dizer, é preciso que você caminhe pela dimensão social e cultural, política e econômica. “Estudá-la como algo que contribui para a nossa variável capacidade de compre-ender o mundo, de produzir e partilhar seus significados”, afirma Silverstone. Esta relação da mídia e sua importância leva a compreender, inicialmente, a ra-

zão de ela ser fundamental para a vida cotidiana.

A ligação da mídia com a vida coti-diana leva este teórico britânico a fazer um paralelo com Isaiah Berlin, um outro autor do qual ele baseou seu estudo. É preciso estudar a mídia sob a visão do que ele denominou de “textura geral da experiência”, ou seja, o aspecto que re-trata as experiências do dia a dia das pessoas. Isto porque a sociedade é ativa, visto que “perseguem fins, moldam sua vida e a dos outros, sentem, refletem, imaginam, criam, em constante intera-ção e intercomunicação com outros seres humanos”, assegura. E a mídia está di-retamente atrelada a este processo so-cial, porque ela faz parte da sociedade.

O exemplo apresentado no início do

* A série ENTENDA A MÍDIA se propõe a oferecer aspectos reflexivos para estudantes e admiradores dos estudos da comunicação, com aplicações acadêmicas e exemplos do cotidiano.

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artigo

texto, envolvendo os transexuais, ofere-ce uma visão superficial do que seja a ação da mídia. É necessário um aprofun-damento e maior investigação sobre as formas como a mídia participa da vida cotidiana e social, observando-a como um processo neste âmbito. Um processo histórico (como os avanços da tecnologia do telefone, cinema, rádio, TV e, recen-temente, a internet) e político (por conta da ação de instituições globais na pro-dução destes significados que invadem os indivíduos).

Silverstone também levanta o deba-te sobre dimensões de produção de con-teúdo e sua distribuição pela mídia con-temporânea e a relação de governos de controlar as informações em seu terri-tório. Este aspecto leva a considerar a importância da mídia e de como ela de-tém poder sobre a sociedade e, por isso, precisa passar por um controle social. Não é à toa que a mídia ganhou o apelido de “quarto poder”, por representar a sua força. Mas, convenhamos que a mídia não é representante da sociedade; faz parte dela. A sociedade e a mídia se re-lacionam como num contrato simbólico, porém não há uma legitimação que per-mita aos meios de comunicação agir sem o devido controle desta sociedade.

Por tal razão, alguns autores avaliam o potencial da mídia e sua influência so-cial e ideológica e abrem questões sobre como quem medeia a mídia e quais as consequências de meios de comunicação voltados a interesses políticos, econômi-cos e ideológicos, para, enfim, chegar na via que busca explicação para o estudo da mídia. Portanto, mais que investigar respostas para o conteúdo simbólico ge-rado pela mídia, é preciso entender a sua presença cotidiana na sociedade. Uma sociedade intrinsecamente ligada aos instrumentos midiáticos, saindo de um dispositivo e entrando em outro. Do rádio para a internet, da internet para a tele-visão, da televisão para o telefone, do telefone para o jornal. Um ciclo cumpri-do individualmente ou em grupo.

A mídia opera neste espaço, através destas conexões, e coloca-se a observar a realidade da vida das pessoas, filtrando, estabelecendo critérios, referências, re-presentações e significações. Ou seja, ela se baseia no cotidiano, numa visão de realidade e no senso comum. Por isso, entende-se por que Silverstone afirmou que “a mídia nos deu palavras para dizer,

as ideias para exprimir, não como força desencarnada operando contra nós, en-quanto nos ocupamos com nossos afa-zeres diários, mas como parte de uma realidade que participamos”. Não é à toa que existem torcedores do Flamengo, Vasco e Corínthians em áreas longínquas do país. O que leva um cidadão de Mos-soró, sem ligações com a região Sudeste, torcer por times cariocas ou paulistas? Esta é a força da mídia, que depende do senso comum para existir, expressar, explorar e distorcer.

Esta capacidade da mídia de distorção de aspectos da vida cotidiana conduziu outros autores a novas reflexões sobre os meios. Patrick Charaudeau, por exem-plo, afirmou que a mídia é como um “es-pelho deformante ou, mais ainda, são vários espelhos deformantes ao mesmo tempo, daqueles que se encontram em parques de diversões e que, mesmo de-formando, mostram, cada um a sua ma-neira, um fragmento amplificado, este-reotipado do mundo”. Ou seja, os meios são o espetáculo da democracia e não a própria democracia.

A mídia é este espetáculo e suas for-mas de narrativa são integrantes da vida social (como as novelas, os programas de rádio, os telejornais), e por isso, as pessoas se identificam com ela. E pode agir de maneira muito mais enraizada sobre este novo contexto em que esta-mos vivendo, que chamam de pós-mo-dernidade, ou seja, em que o tempo não é mais o que era. Quer dizer, veículos antes baseados no tempo (como o rádio) são alterados com o surgimento da in-ternet. Até o videogame altera este mo-delo de entendermos a noção do tempo e do espaço. Sem sair de casa, você vai ao banco, a uma loja de roupas ou a uma aula na universidade, com a ajuda do computador. É esta a sensação que a mí-dia oferece de ubiquidade, de poder estar em vários lugares ao mesmo tempo. É o espaço em múltiplas dimensões.

Nesta primeira parte desta série, pro-curamos explicar um pouco do que com-preende a mídia e entender a sua con-tribuição para a formação da sociedade, baseada nesta mesma sociedade, sobre uma visão de realidade, um recorte da vida cotidiana. Esta perspectiva nos leva a fazer algumas indagações para a sua reflexão: há realidade? Existe realidade na mídia ou no cotidiano?

A mídia não é a medida de todas as

coisas, e não manipula na mesma inten-sidade que imaginamos ou, ao menos, que se imagina. Existe nas pessoas a ca-pacidade de discernimento na ação mi-diática, de fazer distinção entre realida-de e fantasia e de preservação de distân-cia com a mídia, o que implica em pro-cedimento diferente da influência dos meios.

Por não ser a medida de todas as coi-sas, a mídia precisa ser refletida por to-dos em função da experiência, do que nos apresenta, e de como contribui para a nossa formação e vice-versa, como a experiência age na formação da mídia. Isto faz lembrar da corrente que ganhou força nos anos 80 chamada de hipótese dos Usos e Gratificações, que alterou um conceito anterior de pura influência da mídia nas pessoas para um comporta-mento ativo da audiência. Ou seja, uma troca sinérgica que molda a mídia e a experiência das pessoas.

Se a experiência é formada e a mídia exerce um papel em sua formação, Sil-verstone questiona: como isso acontece? A começar, a expressão corporal, que oferece condições para que a mídia seja introduzida em cada pessoa, a capacida-de de nos envolver com ela é precondi-cionada por nosso uso dos dispositivos técnicos. Ou seja, se uma criança liga a TV para assistir ao Discovery Kids, ela foi capaz de estabelecer uma relação com a mídia. Se um jovem conhece as formas de acessar a internet, a mídia adentrou em seu mundo. Isto é, seriam as máqui-nas as extensões do homem, uma inti-midade visceral, que faz confundir o que é humano e o que é técnico.

Outro ponto desta formação baseia-se na psicanálise, dos significados, do inconsciente, dos territórios ocultos da mente. Para Silverstone, “a experiência, tanto a mediada como a da mídia, surge na interface do corpo e da psique”, ou melhor, no social e nos discursos. O co-tidiano da experiência é retratada nas narrativas da mídia, seja no noticiário jornalístico, seja nas produções ficcio-nais como reflexo do dia a dia social. O discurso da mídia, com base nas relações do cotidiano, e o discurso social deste cotidiano são interdependentes, entre-laçam-se e proporcionam forma à expe-riência. Assim, o entrelaçamento envol-ve o público e o privado. E isso gera a confusão que leva a acharmos que a mí-dia é um “poder constituído”.

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RAFAEL DEMETRIUS

sua carreira

x

Amparados por uma das mais modernas legislações de defe-sa do direito dos consumidores do mundo, os brasileiros ainda têm que lutar para que os artigos do Código de Defe-

sa do Consumidor (CDC) sejam cumpridos na íntegra. Sem contar as demais leis que entram em vigor e acabam sendo sumariamente des-respeitadas pelas empresas. Entre elas, a responsabilidade solidária, lei do SAC – Serviço de Atendimento ao Cliente –, atendimento em 15 minutos na fila dos bancos, clareza na publicidade e Lei do Marketing. Ainda há muitas conquistas a serem alcançadas, e o consumidor deve ficar de olho nos principais direitos que são desrespeitados por algu-mas empresas, veja a lista abaixo e saiba o que fazer.

Meia-entrada: Há empresas que vendem ingressos de even-tos com valor fixo para todos os clientes. Porém, estudantes, ido-sos e até doadores de sangue regulares têm direito a pagar meta-de do valor do ingresso. Por lei, estão sujeitos à meia-entrada as casas de diversão ou estabelecimentos que realizarem espetáculos musicais, artísticos, circenses, teatrais, cinematográficos, ativi-dades sociais, recreativas, culturais, praças esportivas e quaisquer outras que proporcionem lazer, cultura e entretenimento como danceterias, bares, shows, estádios esportivos, parques de diver-são, teatros e museus. Cobrança de taxa de serviço (10%): Muitos esta-belecimentos comerciais como bares, restaurantes, hotéis e outros, impõem o pagamento da taxa de serviço sobre o valor total da conta do consumidor. O pagamento da taxa de serviço não é obri-gatório e sim, uma liberalidade do consumidor, quando satisfeito com o serviço prestado. O estabelecimento é obrigado a informar, de forma clara, que o pagamento desta taxa é opcional. Pagamento de multa em razão da perda de comanda: Alguns bares e casas noturnas impõem ao consu-midor o pagamento de uma multa no caso de perda de comanda. Essa cobrança, no entanto é abusiva. Isto porque o estabelecimen-to comercial não pode transferir ao consumidor a responsabilida-de pelo controle de suas vendas. Cabe ao comerciante ter contro-le sobre o que seu público consome, o qual não deve ser respon-sabilizado pela dúvida sobre o quanto consumiu e muito menos ser obrigado a pagar valores abusivos. Cartazes em estacionamentos ‘Não nos res-ponsabilizamos por objetos de valor deixados no interior dos veículos’: Os estacionamentos pagos ou gratuitos são responsáveis pela segurança dos veículos. A informa-ção prévia não exime a empresa da responsabilidade, em caso de acidente, roubo ou furto. A mesma situação ocorre com serviço de manobrista, mesmo que ofertado de forma gratuita. Cartazes em lojas “Não trocamos produtos de promoção”: Se um produto adquirido na promoção apre-sentar defeito - mesmo que a loja tenha comunicado previamente que os produtos adquiridos na promoção não podem ser trocados - a loja deve providenciar o reparo do produto ou a substituição por um novo em perfeitas condições.

Os direitos dos consumidores mais

desrespeitados

Diferenciação de preços para pagamento à vista: Não pode haver preço diferenciado nas compras à vista em dinheiro, cheque e nos cartões de crédito e débito. Essa diferenciação é uma prática infrativa à portaria 118/94, do Ministério da Fazenda e, também, ao Código de Proteção e De-fesa do Consumidor (CDC). Nas compras à vista, os estabeleci-mentos comerciais podem proporcionar ao consumidor um des-conto. No entanto, esse abatimento não é obrigatório, mas se for praticado, o desconto deve valer para todas as formas de pagamento aceitas pela loja. Além disso, o comerciante não pode estabelecer um valor mínimo para a utilização dos cartões de crédito e débito.

Atraso na entrega de imóveis: Algumas constru-toras estipulam um determinado prazo para a entrega do imóvel, mas no meio do contrato acrescentam uma cláusula de adita-mento desse prazo por mais alguns meses em caso de imprevis-tos, como mau tempo. Essa cláusula é abusiva e ilegal, uma vez que, quando a construtora estipula um prazo, ela já deve prever eventuais problemas. Produto entregue com hora marcada: Segun-do legislação estadual, é direito do consumidor obter o produto adquirido entregue em dia e hora preestabelecidos no ato da compra. Essa informação deve estar afixada nas lojas, em local visível ao consumidor.

Produtos fatiados na hora: É direito do consumidor, ter os produtos que deseja, como carnes, queijos, presuntos e outros, fatiados na hora. O consumidor deve dar preferência à moagem da carne no momento da compra e em local visível. Preços diferenciados: Se na compra de produtos for constatado no caixa a diferenciação de preços, o consumidor tem direito a pagar o menor preço pelo produto. Bala como troco: Dar como troco balas, doces ou qual-quer outro produto é uma prática abusiva. Se o estabelecimen-to comercial não tiver troco, deve arredondar para menos o valor da compra, até que possa ser dado o troco correto ao con-sumidor. É uma prática abusiva o estabelecimento se recusar a receber moedas pelo pagamento de compras ou prestação de serviços. Atendimentos limitados pelos planos de saúde: Os planos de saúde não podem limitar o número de procedimentos realizados no mês. Alguns planos determinam uma quantidade máxima de consultas e realização de exames mensais. Essa prática é abusiva e deve ser denunciada. Exigência de materiais de uso coletivo nas listas escolares: As escolas não podem exigir que os pais forneçam materiais de uso coletivo. Estes itens não podem cons-tar nas listas de material escolar, pois os custos já estão cobertos pelas mensalidades. Alguns materiais de uso coletivo: papel higiênico, papel A4, álcool, algodão, apagador, barbante, cane-tas para lousa, cartolina, copos, e outros. Aluno inadimplente: As escolas e faculdades não podem proibir os alunos de assistirem às aulas, realizarem provas, im-pedir o trancamento de matrículas ou reterem documentos co-mo históricos e diplomas em razão das dívidas do aluno peran-te o estabelecimento de ensino. Serviços de Atendimento ao Consumidor (SACs): Os SACs devem garantir ao consumidor o contato direto com o atendente, registro de reclamação e cancelamento de contratos e serviços, logo no primeiro menu eletrônico. Caso o consumidor opte por falar com o atendente, a transferência telefônica tem que ser efetivada em até um minuto.

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13Jornal de Fato | DOMINGO, 31 de março de 2013

OTTO LUIZ D. B. JÚNIOR *

A rua é pública, mas não é espaço de lazar )(

* Otto Luiz D. B. Júnior é bacharelando em Direito pela Universidade de Sorocaba (UNISO).

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Quantos de nós nunca jogamos bola, andamos de bicicleta, pulamos com pula-pula, anda-

mos com perna-de-pau e entre outras brincadeiras que, tempos atrás, não ti-nham perigo de serem praticadas no “meio da rua”. Pois é... Os tempos mu-daram, os anos passaram e estas brin-cadeiras se tornaram perigosas ao serem praticadas no “meio da rua”. Ora, anos atrás não tinha tanto movimento e trá-fego de veículos como hoje, e respeitá-vamos quando um veículo estava pas-sando, retirando, por exemplo, as traves do jogo de futebol e facilitando a passa-gem do veículo que se aproximava. Fato que hoje não se vê.

Em outros tempos, também não havia muitos locais próprios para “prática” de esportes e brincadeiras, mas hoje está tudo diferente, existem campos de fute-bol, centros esportivos nos bairros, pis-tas de caminhada e ciclovia (em Soroca-ba/SP), clubes de esportes e outros locais específicos para prática de esportes e brincadeiras que proporcionam segu-rança e contam com profissionais de educação física para ensinarem as regras e a prática correta dos esportes, seja fu-tebol, basquete, vôlei e outros, bem co-mo, há monitores para assistirem às brincadeiras como outrora eram prati-cadas.

Mas aí vem a pergunta – por que ir jogar bola no “campinho” e não na fren-te de casa ou da casa do Fulano? Ora, a resposta é simples, porque o “campinho” fica meio longe (p. ex. 3 quadras!) e lá tem aquele professor que não deixa jo-garmos do nosso jeito, com nossas “re-gras”, nossas “gritarias”, nossa “falta de educação”, nossa “falta de respeito”, nossas “brigas”, etc.

Então vejamos, se ir ao “campinho” é aprender, concluímos que hoje nin-guém quer aprender, e sim fazer do jei-to que acha estar certo. Mas, pensam errado aqueles que assim entendem, pois é nos “campinhos”, por exemplo,

que vão os “olheiros” de clubes, e não na rua, pois sabem que, aqueles que estão no “campinho”, aceitam a disciplina e respeitam o que lhe é ensinado e, estes sim, podem ser, futuramente, jogadores profissionais que teriam grandes con-quistas.

Todos se lembraram de sua infância e estão vendo como seus filhos e filhas agem, brincando inocentemente no “meio da rua”.

Alguém já parou para pensar se uma criança ou adolescente for atropelado no “meio da rua”, quem será o verdadeiro culpado? Será quem estava jogando bo-la ou o motorista do carro ou o motoquei-ro? Com certeza, será o coitado do con-dutor do veículo!

Vamos analisar um exemplo: um gru-po está jogando bola no “meio da rua”, com uma de suas traves colocada a 10 ou 15 metros da esquina, ocorre que, em determinado momento, um carro faz a curva, em velocidade normal da via (50km/h), e um jovem está correndo na contramão de direção para pegar a bola,

indo de frente ao veículo, ocasionando seu atropelamento e, mais tarde, seu falecimento. Quem é o verdadeiro cul-pado? O jovem que jogava bola no “meio da rua” e corria na contramão de direção ou o motorista que trafegava com seu veículo na rua que, por sinal, é a via pró-pria para veículos – ou alguém já viu um carro trafegar na calçada, que é lugar de pedestre?

Sem sombra de dúvida que o motoris-ta do veículo será responsabilizado e res-ponderá por homicídio culposo, além de, conforme for, ser também responsabili-zado civilmente, tendo que pagar uma indenização à família do jovem morto.

Onde estamos? Brasil! Sim, eu sei e você sabe! Mas será que está correto?

No meu entender não, pois a rua não foi feita para prática de esportes e brin-cadeiras, a qual tem lugar certo, como dito acima. Não obstante, a culpa é do jovem que faleceu e de seus pais que não lhe ensinaram que na rua não se brinca; ou seja, como diz o velho ditado, “quem brinca com fogo acaba se queimando”.

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DAVI MOURA

14 Jornal de Fato | DOMINGO, 31 de março de 2013

adoro comer

Revisitei a gastronomia do Orlando em Tibau, lugarzinho que conheço desde criança. Aproveitei a visita de um amigo gaúcho que estava na cidade e o levei pra conhecer. Fiquei meio na dúvida de como indicar o endereço. Você chega à praia do Ceará e vai direto até encontrar! Tome cuidado com os atoleiros, para não fazer com que seus amigos empurrem o carro pra você. A barraca do Orlando é conhecida pelo seu caldo de peixe e pela variedade de pratos, contando inclusive com galinhada e pratos com carne. Nossa opção foi o bom e velho peixe, acompanhado pelos camarões ao alho e óleo. Simples e gostoso!

Adorei saber que a Cacau Show vai abrir mais uma loja aqui em Mossoró. Ficará no Centro, pertinho da Riachuelo, e já seguirá o novo formato de layout de loja da franquia. No RN, será a segunda loja no novo modelo. Aqui na nossa terra, a primeira já foi inaugurada há algum tempo no Mossoró West Shopping e está sempre lotada. Pra esta Páscoa tem um monte de novidade, com destaque para os ovos recheados com brigadeiro gourmet, além dos próprios ovos trufados. Uma tentação!

Barraca do Orlando

Novidade Cacau Show

Páscoa na Doces e Salgados

Dica da Nutricionista

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Aproveite e acesse o http://blogadorocomer.blogspot.com para conferir esta e outras delícias!

Tenho é que agradecer o carinho, o amor e a recep-tividade de todos nesses dois anos. Conseguimos muitas coisas e tenho certeza que muitas outras melhores ainda virão! Durante a semana contamos com a parceria dos amigos Trattoria, Temakeria San, Frota Pães e Doces e o Canacafé, do Hotel VillaOeste, que fizeram a festa ainda mais gostosa. Ultrapas-samos as 1.500 curtidas na nossa página, mais de 50 mil pessoas visualizaram as promoções, o blog encheu de acessos. Só me traz felicidade! Que ven-ham os próximos anos!

2 anos de Adoro Comer

Com sabor adocicado e textura macia, o pão de coco é um hábito cearense que se reflete num dos principais símbolos da Páscoa. E só na Doces e Salgados você encontra o legítimo pão de coco que é tradição para o período. A massa, que remete à Santa Ceia, misturada a uma generosa camada de coco ralado, pode ser saboreada junto ao vinho. Vale a pena experimentar!

Kaline Melo, nossa nutricionista, já dá a dica na hora de comer chocolates. Independente da sua escolha, não vale exagerar. Eles têm inúmeros benefícios à saúde, mas é sem-pre bom procurar os que tenham uma maior quantidade de cacau. O chocolate branco é o mais calórico e ainda não tem cacau na sua composição, logo, é o menos indicado. Para os esportistas, existe a alfarroba, que pode ser comprada em supermercados, e é uma opção mais saudável. Já nos choc-olates ao leite, é bom tomar cuidado com a quantidade de açúcar; e o meio amargo "corta" a vontade de comer doce e, por ter menos açúcar, é até mais indicado. O melhor horário pra comer é depois do almoço, já que o pico de glicemia é reduzido pelos próprios açúcares presentes na refeição.

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15Jornal de Fato | DOMINGO, 31 de março de 2013

adoro comer adoro comer

Ovo de Páscoa TrufadoINGREDIENTES MODO DE PREPARO

Massa• Derreta o chocolate em banho-maria ou no forno de micro-ondas. Deixe esfriar até atingir a temperatura dos lábios;• Espalhe uma camada fina sobre a forma, leve-a à geladeira e espere secar;• Com uma colher, passe o recheio da trufa sobre o ovo já seco, formando uma camada de aproximadamente 1 cm e leve à geladeira até endurecer;• Cubra a camada de trufa com uma camada de chocolate derretido e leve à geladeira até endurecer;• Depois de pronto, o ovo trufado fica com a casca endurecida por fora e cremosa por dentro. Desenforme depois que o chocolate desprender da forma. Junte as duas metades do ovo passando uma fina camada de chocolate sobre a borda de uma delas. Espere secar.

Recheio• Pique os 2 tipos de chocolate e acrescente o creme de leite quente;• Misture-os até ficar um creme homogêneo e junte o conhaque;• Espere esfriar e leve à geladeira por 12 horas.

Massa• 350 gr de chocolate ao leite em lascas

Recheio• 250 ml de creme de leite fresco• 200 gr de chocolate meio amargo• 500 gr de chocolate ao leite• 4 colher(es) (sopa) de conhaque

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