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Revista de Domingo nº 558

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Revista semanal do Jornal de Fato

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Jornal de Fato | DOMINGO, 7 de abril de 2013

ao leitor

• Edição – C&S Assessoria de Comunicação• Editor-geral – Wil liam Rob son• Editor – Higo Lima• Dia gra ma ção – Ramon Ribeiro• Projeto Gráfico – Augusto Paiva• Im pres são – Grá fi ca De Fa to• Re vi são – Gilcileno Amorim e Stella Sâmia• Fotos – Carlos Costa, Marcos Garcia, Cezar Alves e Gildo Bento• In fo grá fi cos – Neto Silva

Re da ção, pu bli ci da de e cor res pon dên cia

Av. Rio Bran co, 2203 – Mos so ró (RN)Fo nes: (0xx84) 3323-8900/8909Si te: www.de fa to.com/do min goE-mail: re da cao@de fa to.com

Do MiN go é uma pu bli ca ção se ma nal do Jor nal de Fa to. Não po de ser ven di da se pa ra da men te.

Pode não ter sido dessa vez, mas o sonho de um milhão de reais chegou perto de muitos mossoroenses. Na casa vizinha, quem sa-

be… Essa semana, a Revista Domingo chega às ban-cas com uma reportagem mostrando como a vontade de se tornar um milionário mexeu significativamente com a cidade: as casas lotéricas aumentaram o fluxo e a boataria para encontrar o sortudo tomou conta dos burburinhos.

Os caminhos não são fáceis. Na verdade, especia-listas nos mostram que a dificuldade também está no dia seguinte ao montante de dinheiro estar na conta. Portanto, vale anotar as dicas de como aplicar a sua fortuna assim que ela cair na conta bancária. Apenas oito potiguares já tiveram essa sorte.

Ainda nesta edição, os gatos tomaram a cena no teatro mossoroense. Aliás, os gatos tomaram a cidade da Gatolândia na montagem do musical “Cats”, que passa por Mossoró neste fim de semana. Ainda na seara das artes, uma entrevista com o cineasta cea-rense Allan Deberton, que fala sobre o bem premiado curta-metragem “Doce de Coco” e o cenário cinema-tográfico no sertão do Nordeste.

Nesta semana, o jornalista William Robson apre-senta a segunda parte da coluna Entenda a Mídia, com aspectos reflexivos para estudantes e admiradores dos estudos da comunicação, com aplicações acadê-micas e exemplos do cotidiano.

Higo LimaBoa leitura

editorial

Quanto vale um milhão?

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Entenda a Mídia

Colunista Davi Moura: Ovo de Páscoa Trufado

Grupo monta o musical “Cats”

Rafael Demetrius:Os direitos dos consumidores mais desrespeitados

Adoro comer

Teatro

Coluna

p4

p14

p6

p 12

p10

Uma série de análise sobre aspectos da mídia

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JOSÉ NICODEMOS*

conto

)( Envie sugestões e críticas para oe-mail: [email protected]

É verdade que Suzana sempre gostou de teatro. Estudan-te, era sempre escolhida pra

representar nas encenações teatrais do colégio, no papel principal. Levava jeito.

Mas, depois que casamos, Suzana esqueceu a ideia de ser atriz, e raro ia ao teatro. A última vez – ainda éramos noivos – foi pra assistir à peça O Véu de Noiva, do Nelson Rodrigues, que então fazia grande sucesso de público e de bilheteria. De mim, nunca gostei de teatro, confesso esse meu lado cul-turalmente negativo, mas fomos jun-tos.

Quase três anos de casamento, achávamos mais agradável ficar em casa à noite, e só aos domingos era que saímos pra jantar fora. De preferência em Copacabana, e podia ser qualquer restaurante, desde que desse vista pro mar. Depois um passeio ali pelo calça-dão. Vivíamos ainda um clima de lua de mel, apesar de já ter nascido um filho.

Nos últimos meses, dois ou três, por aí, Suzana deu pra sair de casa to-da noite, visitar os pais, que eu ficasse em casa cuidando do filhinho, não ia demorar. Na verdade, a princípio não se demorava muito, no fim chegava em casa já bem tarde, ali pela uma da madrugada, vezes mais tarde. Não lhe faltavam desculpas.

Deu-se o flagrante

Passei a desconfiar-lhe do ar repou-sado, sei lá dizer como, de mulher sexu-almente saciada. Ainda mais, porque não queria nada comigo, na cama, morta de sono. Outras vezes era uma dor de cabe-ça. Ainda, outras, cólica menstrual.

Vai que uma dessas noites em que saiu a levar sua visita aos pais, decidi-me a segui-la, também aproveitando que o bebê só costumava acordar pelas três, quatro, da madrugada.

Tomei um táxi e mandei seguir o táxi, da mesma praça, em que Suzana ia. O motorista olhou-me assim que-rendo sorrir. Aparentemente descon-fiado. Gente experta. .

Questão de 15, 20 minutos, Suzana desceu numa praça pouco guarnecida, uns poucos casais de idosos, dois guar-das a rondar de um lado pro outro. Sentou-se num banco solitário, passou a perna uma sobre a outra, cruzou os braços, ficou-se a girar os olhos em todas as direções.

Escondi-me por trás duma frondo-sa amendoeira, e ali, fora da luz, e só Deus sabe meu estado emocional, aguardava o desfecho daquela cena, reveladora. Eis senão quando, estacio-na um carro preto, desce um sujeito de muito bom parecer, beija-lhe o rosto, toma-lhe a mão – e se foram...

Tomei um táxi e mandei seguir o táxi, da mesma praça, em que Suzana ia. O motorista olhou-me assim querendo sorrir

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Entrevista

ALLAN DEBERTON

Por Higo LimaPara a Revista Domingo

‘É preciso fazer filmes; é preciso

fazê-los ser visto’

A vizinha cidade de Russas, no interior do Ceará, é a estrela de um curta-metragem dirigido por Allan Deberton. “Doce de Coco” traz a leveza das celebres narrativas de amor, em que as amarguras e alegrias de uma família sertaneja, comuns a todo Nordeste, são reveladas diante de relações que buscam a mu-

dança diante de tantos desafios e adversidades. Totalmente rodado na cidade cearense, o filme foi apresenta-do pela primeira vez no V Festival Nacional de Cinema dos Sertões, na cidade de Floriano, Piauí. E Doce de Coco saiu-se vencedor em três prêmios: Melhor Filme Júri Popular, Melhor Diretor e Melhor atriz (Débora Ingrid). Além disso, a película estará no FestAruanda do Audiovisual Brasileiro, evento que ocorre em João Pessoa, capital da Paraíba. “Doce de Coco” participará da mostra não competitiva do festival. Para saber mais sobre o filme e sobre como fazer cinema no interior do Nordeste e ainda reunir no elenco jovens atores sem experiência no cinema ou TV, Domingo bateu um papo com o diretor do curta, Allan Deberton, confira:

DOMINGO – Como surgiu a ideia de fazer um roteiro a partir de sua ci-dade natal?

ALLAN DEBERTON – O início de tudo se deve a uma fotografia do russa-no Mauro Angeli. Certa vez, encontrei, em seu ateliê, uma belíssima imagem emoldurada na parede: uma casa dis-tante, protegida por uma grande cerca e, ao fundo, duas árvores... Lembrei-me de E o Vento Levou, de Victor Fleming (1939), um filme épico, clássico. Eu queria fazer em Russas um curta que tivesse no cinema clássico sua maior

referência, tanto na música, como na imagem; simples, porém denso. Tam-bém queria um filme cujas personagens fossem pessoas comuns, com quem pu-déssemos nos identificar. Além disso, eu pensava em um filme que tivesse sabor, gosto. Adicionei então o doce de coco como símbolo da história, in-corporando o produto quase como um personagem. A tarefa seguinte foi fazer uma pesquisa sobre o local, compor as personagens, conversar com as pessoas para isso... Quando terminei o roteiro, tive certeza de que queria realizá-lo.

E AS gravações em Russas? De que forma seus conterrâneos viram o fato da cidade ser alvo de uma produ-ção de cinema?

UMA nova movimentação na ci-dade aconteceu desde a pré-produção, quando as equipes de produção e arte, principalmente, circulavam pela cida-de para resolver questões do filme. Em cada cena, por exemplo, temos um ob-jeto de arte emprestado por alguém do centro da cidade ou da zona rural, mui-tas vezes distante... Várias famílias nos receberam em suas casas, abriram as

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Entrevistaportas para nossa equipe. Buscávamos detalhes, a maneira como se vestiam, o jeito como se portavam, os objetos que tinham em casa, a refeição que faziam. Para que o filme fosse fiel à realidade, pesquisamos muito para então criarmos a cenografia e desenharmos o projeto. Cada detalhe era importante e precisa-va ser bem cuidado. Fico muito emocio-nado ao saber que temos "várias mãos" no filme, todo mundo disposto a ajudar, dos patrocinadores às pessoas mais simples. Percorremos também muitas escolas, do centro e da Zona Rural, pro-curando jovens para compor o elenco. Devemos ter fotografado mais de 300 candidatos, todos curiosos quanto ao fato de fazer cinema. Toda essa etapa de pré-produção tem um lado muito romântico, o do apoio, da curiosidade, a vontade de "fazer cinema", algo bem distante da realidade interiorana. Es-pero que Doce de Coco seja apenas um dos vários filmes que venham a ser re-alizados em Russas, pois depois desta experiência, percebi que os envolvidos na produção têm o desejo de aprender e de fazer mais cinema.

O FILME tem tido uma excelente

recepção por parte da crítica de onde foi visto. Você esperava essa respos-ta? Aliás, onde “Doce de Coco” já foi apresentado?

O FILME foi apresentado pela pri-meira vez no V Festival Nacional de Ci-nema dos Sertões, na cidade de Floriano, Piauí. E Doce de Coco foi meu primei-ro filme em 35mm a participar de um festival. Os outros filmes selecionados para aquele festival tinham muita quali-dade, contavam histórias interessantes, possuíam ótima técnica cinematográ-fica, todos eram bons! Por isso fiquei surpreso quando soube, na cerimônia final, que ganhamos três prêmios: Me-lhor Filme Júri Popular, Melhor diretor e Melhor atriz (Débora Ingrid). Depois, recebi comentários de algumas pessoas elogiando o filme, comentando sobre a história, sobre a fotografia, a trilha, a in-terpretação dos atores... Fico muito feliz, pois não é só o meu trabalho sendo re-conhecido, mas o de várias pessoas que apostaram no projeto, alguns, profissio-nais renomados, outros, marinheiros de primeira viagem, como eu mesmo. Este é o primeiro filme de muita gente.

NA SUA visão, quais os grandes

desafios do cinema brasileiro, de que forma pretende tornar sua produção contínua e com público fiel, haja vista que ainda vivemos de sucessos de bi-lheteria não contínuos?

ACHO que o maior desafio é o de exibição da produção nacional e o de formação de público para cinema bra-sileiro, principalmente no interior dos estados. Muito já foi feito no Governo

Lula e há ainda muito a fazer nos pró-ximos anos quanto à questão do incen-tivo à cultura e da disponibilidade des-ta cultura brasileira para os brasileiros, sejam eles residentes nas capitais ou no interior. Cinema é para todos, onde existe uma igreja tem que haver um cinema! Quanto à questão de produ-ção, espero que o incentivo dado às grandes produções, através de finan-ciamentos milionários, seja o mesmo para o cinema alternativo, de arte e de formação de profissionais técnicos. É importante formar, lançar pessoas no mercado, dar oportunidades de apren-der. Sem incentivo, como tornar isso possível? Existem correntes que pre-gam um cinema autossustentável, em que o governo não interfere, sendo os filmes apenas financiados via empre-sas privadas. Espero que cheguemos a este estágio e um dia possamos nos tornar uma indústria. Até lá, o cami-nho parece longo: fazer filmes e fazê-los ser visto, efetivamente.

EM SUA película, você conseguiu

reunir um time de bons profissionais para desenvolver os trabalhos. Em sua opinião, o que “Doce de Coco” agre-gou de especial e serviu para atrair estes profissionais ao projeto?

TIVE muita sorte! Não sei ao certo o que atraiu a atenção desses veteranos no meu projeto, posso apenas supor. Talvez tenha sido o fato romântico de fazer o meu primeiro filme na minha cidade natal... Talvez o fato de querer realizá-lo bem, fazendo planejamento, estudando referências, pesquisando an-tes de filmar. Ou talvez tenha sido mo-tivo forte o de ir contra-corrente, pois eu queria filmar em película, da forma como o cinema surgiu e se sustenta, diferente do cinema digital, que está em moda. Eu já havia trabalhado antes com preservação de filmes brasileiros e o fato das imagens estarem impres-sas imóveis no acetato ou poliéster, e ganharem movimento no projetor, para mim, é algo mágico. Mas talvez tenha sido o roteiro do filme o maior atrativo para as pessoas participarem do projeto. Sempre me disseram que teríamos com ele um bom filme. Qualquer que seja o motivo, o que sei é que alguns têm bas-tante experiência, são premiados e não precisavam se envolver em um projeto de curta-metragem de um aspirante à cineasta. Foi um ato de confiança. No set, aprendemos muito com todos.

“DOCE de Coco” utilizou pessoas

comuns em seu elenco. Como é traba-lhar com esse tipo de “ator” que nun-ca fez TV ou mesmo cinema? O que eles têm a oferecer de especial, já que mesmo possuidores de talento, estes precisam ser lapidados?

O ELENCO é formado por seis pes-

soas, três atores com experiência em cinema e outras três de Russas, que fizeram cinema pela primeira vez. De conhecidos, temos Soia Lira (Central do Brasil e Abril Despedaçado), Marcé-lia Cartaxo (O Céu de Suely e Madame Satã) e Sidney Souto (As mães de Chico Xavier). Do elenco jovem, foram sele-cionados Débora Ingrid, para o papel principal, Alan Ribeiro, para o par ro-mântico, e Alisson Rodrigues, como o irmão de Débora. Para o ator, cinema também é técnica, é saber se posicionar perante a câmera e saber até aonde ir, para que não se perca o foco ou o "en-quadramento". Assim, os jovens atores precisaram ser preparados. Para esta tarefa, foi de fundamental importância o trabalho de Marcélia Cartaxo, que, entre outros trabalhos, fez preparação de elenco do longa-metragem Baixio das Bestas, de Claudio Assis. Marcélia conseguiu, em poucos dias, deixar os atores confortáveis para fazer as cenas de modo crível e com muita sensibilida-de. Fico muito feliz com o resultado fi-nal visto na tela. Juntos, todos parecem confortáveis e ótimos em seus papéis.

E O CINEASTA Allan Deberton?

Como nasceu essa paixão? EM CASA, vendo filmes da sessão

da tarde, enquanto deveria estudar para ser médico quando crescesse (ri-sos). Meus filmes preferidos eram ET, o extraterrestre, Ghost e os filmes dos Trapalhões. Sempre quis fazer cinema, mas na época não tinha curso no Ceará. Quando terminei o 2º grau (atual En-sino Médio), lembro de ter enviado e-mail para as Universidades de Fortaleza perguntando quando abririam curso na área, mas sempre me diziam não ter previsão, pois não havia público. Tive que sair de casa para estudar cinema, hoje estou me formando na Universi-dade Federal Fluminense. Fico feliz que durante os últimos anos a situação no Nordeste mudou. Atualmente, há várias escolas de audiovisual e muitos cursos em formação. Está mais fácil...

VOLTARÁ a fazer películas pelo in-

terior do Nordeste? Quais os roteiros e/ou ideias em vista?

TENHO mais dois roteiros que de-sejo filmar, ambos em Russas. O pri-meiro se chama Marta e é um curta-metragem digital, fala a história de uma caixa de correspondente bancário solitária que é apaixonada por roman-ces de banca de revista, tipo Sabrina, Júlia... Um filme sobre o amor e a soli-dão. O segundo é um longa-metragem musical intitulado Pacarrete, uma co-nhecida em Russas como louca, mor-reu como louca, mas em vida foi uma bailarina, professora e grande artista. Pesquisei sua biografia e acho que esta história precisa ser contada.

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Teatro

Uma noite

Aos poucos, os musicais, espetáculos teatrais cujas falas são cantadas, come-

çam a ganhar público no cenário nacional, vide as grandes monta-gens de produções que vêm circu-lando Brasil afora.

Não por acaso, Mossoró entra na rota e traz para o público local o clássico “Cats”. Escrito pelo ator, comediante e autor alagoano Mar-cos de Jesus, o espetáculo “Os Ga-tos: Uma Noite Felina” é uma livre adaptação inspirada no clássico “Cats” (1981), musical de Andrew Lloyd Webber.

A peça é baseada em 14 poemas do livro infantil OldPossum? Book of Practical Cats, publicado pela primeira vez em 1939, pelo poeta americano T.S. Eliot.

No texto dessa versão, numa noite especial do ano, todos os ga-tos de rua se reúnem na Gatolân-dia. Lá, o líder, sábio e benevolen-te Gato Spinasé anunciará qual será a nova rainha da Gatolândia.

Nessa mesma noite, a velha gata Grule retorna à Gatolân-dia após a morte de seus donos, só que alguns gatos não a acei-tam, pois ela abandonou o mundo dos gatos de rua para viver com os humanos, algo imperdoável para eles. Grule fará de tudo para ser aceita, porém alguns gatos apronta-rão muitas surpresas e farão de tudo para impedir esse re-torno.

Uma série de aconteci-mentos, acompanhados de muita luz, dança, música, efeitos visuais e muitos di-álogos, desafiará o público a desvendar o final dessa história, levando os espec-tadores a refletir sobre os valores da amizade, respei-to, amor e família.

A trama, do início ao fim, reserva muita surpresa e emoção. Um espetáculo para toda a família.

Os gatos invadiram Mossoró na livre adaptação do musical Cats, que chega à cidade em uma trama cheia de espertezas para escolher a rainha da Gatolândia

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7Jornal de Fato | DOMINGO, 7 de abril de 2013

Teatro

gata grule: Elisângela Leandro

gata Butonina: Carol Morais

gata Electra: Cibelle Araújo

gata Begin: Carol Eller

gato Phallus: Rodrigo Andrade

gato gino: Raphael Augusto

gato Madrok: Marcos Topette

gata gana: Kíssia Barros

gato Spinassé: Everaldo Cabral

gata Lara: LindianneHeliomarie

gata Mag: Carolina Sophia

gato Cruzier: André Lins

gato Malvit: Ângelo Santoro

gata Mila: gaby Ferreira

gato Mow: Cleyton Alves

CONHEçA Os GAtOs-PERsONAGENs

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8 Jornal de Fato | DOMINGO, 7 de abril de 2013

Loterias

A notícia de que um apostador em Mossoró havia ganhado a gorda fatia de 20 milhões de

reais no concurso do dia 2 de abril, da Loto-Mania, deixou a movimentação das Casas Lotéricas da cidade bem aci-ma do corriqueiro.

Os apostadores mais ávidos dos tra-dicionais jogos lotéricos reforçaram a fé e intensificaram as apostas. Já os mais céticos oxigenaram a possibilidade da sorte e partiram para as filas que, em-bora menores em alguns dias, não ces-savam em busca de registrar um bilhe-te com os números escolhidos.

O professor aposentado Marco Dias Santos não tem precisão de quanto tem-po já faz desde que, ininterruptamente, todas as semanas, ele registra os mes-mos números da aposta da Mega-Sena. A tradição, segundo ele, “é porque so-nhei com minha mãe me dizendo essas dezenas. Daí, como não encontrei um sentido para o que elas realmente quei-

ram me dizer, acredito que sejam os números da Mega”.

Assim como todo mundo – incluin-do aqueles que nunca sequer aposta-ram um único bilhete –, seu Marco também faz planos de como investir o montante, caso um dia a sorte bata à sua porta. Na verdade, no caso do apo-sentado, o verbo mais adequado ao invés de “investir” seria “gastar”. Isso porque “o necessário para a vida eu já construí”, comenta.

“Agora com a aposentadoria me ga-rantindo o descanso, eu só quero mesmo é viajar e curtir com minha esposa aqui-lo que a gente não conseguiu fazer de-vido ao trabalho, à criação dos filhos e, enfim, tudo o que toma nosso tempo”. Não há quem não se planeje com a pos-sibilidade dos milhões movimentando a conta bancária.

Entretanto, o caminho para se tornar o novo milionário por vias das loterias da Caixa Econômica requer muita sorte

e planejamento estratégico, o que nem sempre significa resultados de sucesso. A primeira dica quem dá é Rosimere Dantas, gerente da Loteria A Zebra, on-de o bilhete foi registrado pelo ganhador de Mossoró: “só tem chance de ganhar quem joga. Do contrário, é mais difícil”, brinca ela.

Vencida essa fase da aposta, os pró-ximos caminhos estão no destino da sorte. Para dividir o prêmio de 40 mi-lhões de reais com outro ganhador, o apostador de Mossoró precisou acertar 19 dezenas, das 20 possíveis para o jo-go. Uma probabilidade rara, comum apenas no universo de uma para cada 352.551 pessoas, de acordo com a pro-babilidade apontada pela própria Caixa Econômica.

Essa possibilidade fica ainda mais remota quando cogitada as chances de atrair os milhões ao acertar as 20 deze-nas na Loto Mania. Apenas uma das 11.372.551 pessoas na disputa.

A sorte está lançadaO segredo para vencer nos jogos de azar não é fácil.

No entanto, o sonho de amanhecer com a conta bancária recheada de zeros movimentou as casas lotéricas de Mossoró

nessa semana que um apostador da cidade foi sorteado

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Loterias

)) ))O ganhador que fez a aposta

em Mossoró já compareceu à Cai-xa Econômica Federal para mar-car território na posse da dinhei-rama. De acordo com Aldemir de Sousa, gerente-geral da Agência Terra do Sal, o bilhete com as de-zenas sorteadas foi apresentado em uma Agência da Caixa numa cidade do interior de Minas Ge-rais.

O que só aumentam as chan-ces do apostador, de fato, não ser um mossoroense, mas alguém que passava pela cidade. “Não temos informações pessoais do apostador, mas como Mossoró é uma cidade polo na região e que atrai muita gente de outros luga-res para resolver negócio aqui e, também, a Lotérica de aposta é muito central, aumentam as pos-sibilidades de não ser uma pessoa daqui mesmo”, pondera ele.

A gerente da Loteria A Zebra aponta que a maior procura de aposta é na Mega Sena, vindo em seguida a Loto Fácil, a Quina e a Loto-Mania. No entanto, a última Loto passou a ser bastante pro-curada em virtude da divulgação do ganhador mossoroenses.

O que também aumentou no estabelecimento da lotérica A Zebra foi o fluxo de curiosos que-rendo saber a identidade do sor-tudo. “Estamos esperando uma possível vinda dele porque mui-tos apostadores prometem nos presentear, caso ganhem. Já es-gotamos as possibilidades de adivinhação porque todos aque-les que suspeitávamos já apare-ceram e desmentiram os boatos”, diz Dantas.

Aquecidas com os burburi-nhos nas filas, as casas lotéricas seguem recebendo seus aposta-dores, cada um com uma versão – superstição – antes de preen-cher os números que poderão abrir a porta para mais um milio-nário.

A Caixa Econômica divulgou no final do ano passado as deze-nas que mais saíram entre os sor-teios até então. No topo está o número 5 que apareceu nada mais que 177 vezes. Seguido das dezenas 33, 54, 51, 43, 53, 4, 24, 29 e 17, por ordem decrescente de frequência, sendo que esse último já foi sorteado 157 vezes.

O que fazer com tanto di-nheiro? Se no começo desta reportagem ilustramos que todos, até os que não jogam fazem planos para gastar a dinheirama, a dúvida tam-bém é latente quando se pen-sa em como gastar – ou in-vestir – tanto dinheiro.

Novamente o primeiro passo é o planejamento. O economista Elviro Rebouças explica que é imprescindível que o vencedor tenha domí-nio das suas habilidades e conhecimento do setor que pretende aplicar o dinheiro.

Mas, um alerta: se um dia você for um ganhador das Loterias e tiver no vermelho de tanta conta para pagar, os especialistas aconselham quitar todas as contas antes de tomar qualquer decisão.

Aplicar na Letra de Cré-dito Imobiliário (LCI) pode ser uma boa saída. O credi-ário rende mensalmente 0,60%, um incremento anu-al de aproximadamente 7% ao ano. A Carta de Poupança também continua sendo uma boa opção. Só para se ter uma dimensão, o valor recebido pelo ganhador de Mossoró (R$ 20 milhões) renderá na poupança a fatia de R$ 100 mil.

Às custas dos jogos loté-ricos, 8 potiguares já ficaram milionários – até o último concurso, 1482. O Estado é o quarto na região Nordeste em números de ganhadores, no ranking liderado nacio-nalmente por São Paulo, que, disparadamente, já premiou 139 apostadores.

Nenhum dos potiguares está no seleto grupo dos afortunados entre os 10 maiores prêmios já pagos. No entanto, na vizinha cida-de cearense de Russas, na região do Vale do Jaguaribe, um apostador começou o ano passado de vento em poupa ao dividir com outro 4 ganhadores nada mais que a segunda maior premiação da Mega Sena, um montan-te superior a 177 milhões de reais.

Bilhete premiado atraiu apostadores

E agora? Eu ganhei…

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10 Jornal de Fato | DOMINGO, 7 de abril de 2013

artigo

ENTENDA A MÍDIA – WILLIAM ROBSON *

Os estudos culturais críticos

Parte 2

Fazendo um passeio pela inter-net, deparei com o texto “Uma Abordagem Multiperspectívi-

ca para os Estudos de Recepção: o Caso Lasier Martins versus MST”, de Vilso Junior Chierentin Santi e Fábio Souza da Cruz. Não vou entrar no mérito do tema abordado na pesquisa da dupla, mas num ponto que me chamou a aten-ção a partir de meus estudos acerca dos culturalistas. Um detalhe precisa ser considerado: as relações dos meios de comunicação com as matrizes culturais, em especial a movimentos (como no ca-so específico aqui, o MST). Isso leva a pensar a comunicação além das teorias funcionalistas que concebiam as mídias como “novas ferramentas das democra-cias modernas, como mecanismos de-cisivos de regulação da sociedade”, conforme afirmou o sociólogo Armand Mattelart, princípio esse visto até mes-mo como utopia.

As relações precisam ser observadas sob a ótica dos estudos críticos da co-municação e o caminho estaria nos Es-tudos Culturais, que no Brasil desem-barcaram a partir de três momentos. O primeiro deles foi a tradução para o por-tuguês da obra “Cultura e Sociedade”, de Raymond Willians, em 1970; o se-gundo, o lançamento do livro “Dos Meios às Mediações”, de Jesús Martín-Barbe-ro, e a difusão das ideias de outros au-tores como Néstor García Canclini. Ou-tros nomes emergem na atualidade para os Estudos Culturais Críticos, como o do americano Douglas Kellner. O autor defende que não há como dissociar cul-tura e mídia e que as produções midiá-ticas são sempre englobadas pela cul-tura, e propõe o que ele denomina como “Pedagogia Crítica da Mídia”, consistin-do na “resistência à manipulação e a tonificação do receptor frente a cultura midiática dominante”.

Portanto, percebe-se uma forte ten-dência de observar a recepção nas arti-culações entre meios de comunicação e os movimentos sociais. Barbero desloca

o eixo dos meios para as mediações, avaliando questões temporais e a plu-ralidade de matrizes culturais. Um dos textos do clássico livro de Barbero (A Mistura do Povo e Massa no Urbano) ob-serva tais pluralidades e critica posicio-namentos maniqueístas na concepção entre popular e urbano, como o mito de atrelar o urbano ao antônimo de popular. Tal conceito é considerado por Barbero como um renitente posicionamento da elite aristocrática.

Diante de um universo de percepção que divide o popular do urbano, carac-terizando o primeiro como ingênuo, imaturo e politicamente infantil e o se-gundo como ligado a uma cultura ma-turada, surgem novas reflexões sobre o popular urbano, cujas identificações se-riam modificadas ou “homogeneizadas” pela Indústria Cultural: os impactos pro-vocados pelo advento do rádio e do ci-nema (convertendo o populismo em nacionalismo na América Latina) e, em

* A série ENTENDA A MÍDIA se propõe a oferecer aspectos reflexivos para estudantes e admiradores dos estudos da comunicação, com aplicações acadêmicas e exemplos do cotidiano.

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seguida, pela televisão (com ações mais dinâmicas a partir dos anos 60), com a difusão de bens e produtos, o discurso sobre o que é modernidade e o que é anacrônico, e a linguagem. “O rádio na-cionalizou o idioma, mas preservou al-guns ritmos, sotaques, tons. A televisão unifica para todo o País uma fala na qual, exceto para efeito de folclorização, a tendência é para a erradicação das en-tonações regionais”, aponta Barbero.

Voltando para os estudos culturais, nota-se o deslocamento do eixo dos meios para as mediações, e ao mover aos atores sociais, em suas matrizes culturais, desenvolve-se, então, toda a complexidade dos estudos das media-ções. Como citado no texto de Santi e de Cruz, “estudar a cultura da mídia tam-bém implica em realizar uma investiga-ção que desloque a ênfase dos meios para as mediações, promovendo uma integração entre produção, texto e re-cepção”.

Partindo para os atores sociais, pode-se admitir que, deixa-se os espaços res-tritos da mídia para entrar no campo vasto das mediações e a entender todo o processo de recepção ante a diferentes receptores e que tais receptores com-portam-se de forma diferente ante a informação veiculada, ante o discurso, ante a produção simbólica da mídia. In-clusive, grupos expõem reação de resis-tência a essa produção simbólica, não compactuando com sua essência. Ou-tros aceitam em parte, descartando aquilo que não convém; outros, simples-mente aceitam o discurso em sua tota-lidade, reproduzindo-o em seguida.

Esse processo de recepção se dá em dimensões que merecem ser conside-radas e não apenas quanto ao maneja-mento do receptor com a máquina difu-sora das informações. Ou seja, a influ-ência (ou não) dos meios e das mensa-gens não se estabelece tão somente no momento em que a televisão é ligada e desligada. Ela provoca contornos em diversos agentes e instituições sociais, como apontado pelo teórico Orozco Go-mes. É o que o trabalho nomina como avaliar o abarcamento do nível empírico. O estudo de recepção necessitaria de avaliar o volume e os diversos cenários sociais desse abarcamento.

O PRINCÍPIO DA HEGEMONIAA visão aplicada por Martin-Barbero

em seus estudos na Teoria das Media-ções Culturais também caminha pela interdisciplinaridade e não se distancia,

apesar do posicionamento bem menos elitista da Escola de Frankfurt, sobre a Indústria Cultural. A Indústria Cultural baseia-se na ideia inexorável de domi-nação das massas, cujo discurso é assi-nalado por um receptor passivo, num processo de manipulação das consciên-cias. Barbero apoia-se no conceito de hegemonia de Antonio Gramsci – que compreende a relação comunicacional proposta pelos Estudos Culturais –, me-diante a ideia que tanto é possível ad-mitir a reprodução do sistema de domi-nação quanto é possível haver resistên-cia a esse sistema.

Observando o texto do professor Jo-sé Guibson Delgado Dantas sobre a Te-oria das Mediações, o conceito de hege-monia gramsciano fez que Barbero compreendesse o processo de comuni-cação além dos meios, movendo para as mediações, observando suas variedades sociais. Essas variedades estão relacio-nadas à estrutura (classe social, expe-riências, conhecimentos, família), ins-tituição (escola, igreja, política, espor-te), conjuntura (modo de enxergar a vida, acervo cultural) e tecnologia (te-levisão, rádio, cinema etc.).

Ou seja, Barbero foi observar todo o conjunto de estratégias organizado pe-lo dominador, porém o mais impressio-nante: os elementos que no dominado trabalham a favor do dominador. Ou melhor, reside uma relação inconscien-te de concordância, uma cumplicidade e, como acentuado por Dantas, uma se-dução que os permeia. Dantas cita Lu-ciano Gruppi, estudioso de Gramsci, que esclarece que o conceito de hegemonia não atua sobre uma base econômica ou política, mas sobre outras estruturas como modo de pensar e orientações ide-ológicas.

Dessa forma, a hegemonia não é es-tática ou centralizada, porém dinâmica. E, para que exista a hegemonia, é ne-cessário à classe dominadora represen-tar interesses que a classe dominada também reconhece como seus. Barbero aponta que a hegemonia “é um proces-so vivido, feito não só de força, mas tam-bém de sentido pelo poder, de sedução e pela cumplicidade”. A hegemonia, portanto, não caracteriza-se como um processo em que o dominador intenta esmagar o dominado; apresenta-se co-mo um elemento que se faz necessário modificar-se constantemente sob o pon-to de vista dos dois extremos.

Fica claro, com a fundamentação no pensamento gramsciano sob o papel dos

Estudos Culturais, que os meios de co-municação não atuam no receptor como uma espécie de agulha hipodérmica, em que esse receptor não terá a capacidade de fazer avaliações críticas desse con-teúdo simbólico. Ele não é um mero de-codificador da mensagem dos meios. Por isso, o eixo é deslocado para a cultura, pois o receptor pode muito bem ignorar conteúdo em que julgue não ser de in-teresse próprio, de seu grupo, conforme seus valores sociais.

Na cultura popular, nem todo discur-so hegemônico surtiu efeito em dado povo, diante das resistências e das re-modelações da simbologia popular. Isso mostra que o poder hegemônico não atua de forma direta e acintosa, mas precisa submeter-se a uma negociação constante com a classe dominada, a fim de estabelecer interesses comuns e compactuado.

A hegemonia também se deu no pro-cesso do popular para o massivo no con-texto histórico-social na América Lati-na. A enculturação patrocinada pelo Estado-nação quanto aos usos, línguas, costumes e crenças possibilitou a ho-mogeneização da massa, e isso não foi alcançado por meio da força repressiva no século XVII, mas pela produção sim-bólica. Quer dizer, não há processo he-gemônico sem que o povo tenha acesso às linguagens desse discurso, sem a cir-culação dessa produção simbólica.

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artigo

! Essas variedades estão relacionadas à estrutura (classe social, experiências, conhecimentos, família), instituição (escola, igreja, política, esporte), conjuntura (modo de enxergar a vida, acervo cultural) e tecnologia (televisão, rádio, cinema etc.)

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12 Jornal de Fato | DOMINGO, 7 de abril de 2013

RAFAEL DEMETRIUS

sua carreira

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Quanta gente já não pensou como seria maravilhoso ser dono do próprio nariz, não ter que dar satisfação a ninguém, acordar e dormir na hora em que quiser?

Tudo isso parece um sonho, mas não é. “Essa deve ser a pri-meira decisão que uma pessoa toma na vida profissional: resolver se nasceu para ser dono ou empregado. Ser empre-gado ou ser dono não é uma questão de escolha. “É uma questão de vocação. Ser empregado é bom. Ser dono, também é. O importante é achar o caminho certo. Uma coisa é certa: pendurar o crachá da empresa parece tentador, mas nem todos estão preparados para encarar esse desafio. O que pa-rece um sonho pode se tornar um pesadelo se a pessoa não tiver o perfil de empreendedor. Se você quer saber como responder o título da nossa coluna de hoje, verifique as dicas e tome sua decisão.

EmpreendedoresSão pessoas obstinadas por resultados, que gostam de desafios, têm iniciativa e buscam sempre o sucesso. Geralmente elas usam o fracasso como aprendizado, uma espécie de mola propulsora para se aperfeiçoar. Não existe empreendedor pessimista. Onde os outros veem barreiras, eles veem oportunidades. O empre-endedor não tem dúvidas; tem certezas, e trabalha o quanto for preciso para que tudo dê certo.

Empreendedores por necessidadeNo Brasil, há muitos empreendedores “por necessidade. São profissionais que ficaram sem emprego e resolveram abrir ne-gócio próprio. De cada dez empresas que abrem, cinco são por necessidade, quando o empreendimento bom deveria ser aque-le por oportunidade. Existe ainda a questão cultural da aversão ao risco como um dos principais fatores que desencorajam ini-ciativas empreendedoras. Nossa sociedade não tolera incertezas. Prova disso é que é cada vez maior a procura pelo emprego pú-blico no País.

EstabilidadeOutro indício sobre a vocação está relacionado à segurança no trabalho ou emprego: quem nasceu para empregado aprecia a estabilidade e o salário garantido no fim do mês. Traz a vantagem da previsibilidade da remuneração, com direito a férias, 13.º salário e outros benefícios. Isso conta muito para pessoas que não suportam a ideia de enfrentar a variação dos ganhos de um negócio. Já quem nasceu para dono gosta de correr riscos e ter uma remuneração bem maior em muitos casos.

Ser empregado ou patrão:

eis a questão

Horários de trabalhoQuem nasceu para ser empregado, gosta de horários, gosta de planejar o que vai fazer nas férias ou no fim de semana. Quem nasceu para ser dono, acha que toda hora é hora de trabalhar, incluindo domingos e feriados. E também acha que tirar férias é perda de tempo. Ser empresário tem certo gla-mour, mas nem todos estão dispostos a pagar um preço alto por isso. É preciso deixar bem claro: quem deixa de ser fun-cionário para virar patrão acaba trabalhando algumas horas a mais por dia.

Tomada de decisõesQuem nasceu para ser empregado, gosta de trabalhar em equi-pe e aceita sugestões. Quem nasceu para ser dono, gosta de tomar as próprias decisões e detesta ouvir palpites. O verda-deiro empreendedor já nasce com essa marca e é facilmente reconhecido; está impresso no DNA. A pessoa que não tem essa vocação pode até abrir um negócio e ganhar dinheiro, mas isso não a deixará, necessariamente, mais feliz.

Trabalho em equipeQuem abre um negócio tem que saber lidar com gente. Apenas ter um bom produto não é suficiente. Em muitos os casos, funcionários não sabem trabalhar em grupo, e vivem com conflitos dentro da equipe.

Felicidade no trabalhoO grau de satisfação com a vida aumenta significativamente quando há coerência entre o perfil da pessoa e a atividade que ela desenvolve profissionalmente. Para muitos, a felicidade não vem do dinheiro e do poder, que são supervalorizados em nossa sociedade, mas sim da qualidade de vida. São profissio-nais que querem ter tempo para a família e não gostam de levar trabalho para casa, como muitas vezes fazem as pesso-as que têm um negócio próprio.

DecisãoPor isso, é muito importante que a pessoa pese os prós e os contras das duas opções antes de fazer uma escolha que pode afetar significativamente sua vida. É preciso, antes de qual-quer coisa, refletir sobre os próprios valores e sobre o que cada um quer para a sua vida.

Ainda em dúvida? Você ainda está em dúvida? Então, é bem possível que você tenha nascido para ser empregado. Quem nasceu para dono não tem dúvidas; só tem certezas.

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13Jornal de Fato | DOMINGO, 7 de abril de 2013

FELIPE BOTTINI *

Êxodo climático: será que estamos longe disso? )(

* Felipe Bottini é economista pela USP com especialização em Sustentabilidade por Harvard

artigo

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As alterações climáticas são te-ma frequente de discussão com característica jornalística

sazonal. Ao fim de cada ano ocorrem as COPs - Conferência das Partes que aca-bam por ser ponto de checagem da opi-nião pública dos avanços - ou não - das políticas e práticas internacionais de mitigação e adaptação às alterações glo-bais do clima.

O enfoque recorrente é olhar em termos científicos o aumento do hiato de emissões desejadas e verificadas ao fim de cada período, culpar uma ação ou outra pela inoperância dos tratados vigentes e aguardar a próxima rodada onde novamente serão apresentados o teto de emissões globais, a escala de responsabilidade de cada nação, a con-tribuição que cada país está disposto a fazer e sob quais contrapartidas, o não sucesso das ferramentas de mercado de carbono para mitigação, e por aí vai. Essa é a tônica do debate nos meios es-pecializado e não especializado.

O limite de emissões anuais para o século é da ordem de 18 GT de CO2 e ano a ano... O caminho definido para chegar lá requer, de forma científica razoável, que não passemos de 44 GT até 2020. Mas, a tendência aponta pa-ra 58 GT. Essa análise matemática traz embutida uma evidência de fracasso, mas qual é realmente o problema que vai surgir do aquecimento global, pa-ra além desse hiato aritmético ou do desconforto de ter verões 2 ou 3 graus mais quentes?

Acontece que o aumento de mais de 2 graus de temperatura, além de um superável desconforto humano, vai cau-sar mudanças nos regimes de chuvas, impactando a agricultura e a segurança alimentar no planeta. Mais, o aumento dos níveis dos oceanos vai gerar impac-tos fundiários nas cidades costeiras (se-gundo a ONU, 2/3 da população do mun-do vive a menos que 50km da costa). Aliado a isso, o aumento de intensidade

e frequência de eventos extremos como cheias e secas vai aumentar, sobretudo na África a incidência de doenças como a malária e outras que se proliferam a partir da falta de estrutura de sanea-mento e de meios de adaptação.

À medida que as condições humanas ficam dificultadas espera-se movimen-tos de êxodo para as regiões menos atin-gidas - ou melhor preparadas - para se adaptar às alterações climáticas. Ou se-ja, as regiões que menos sofrerem o impacto direto das alterações climáti-cas, sofrerão com o êxodo, sobrecarre-gando os serviços públicos, a urbaniza-ção descontrolada, com implicação séria nas capacidades de assegurar emprego, moradia, saúde, saneamento, educação e segurança pública nesses centros.

Defere-se dessa discussão que o aumento de temperaturas é o menor problema do aquecimento global. Gos-temos ou não, acreditemos ou não, es-tamos todos no clima, e ele não é favo-rável a ninguém. Como é que vamos resolver isso? Plantando árvores e di-zendo que estamos fazendo nossa par-te? Fazer a nossa parte implica em acolher migrantes do clima, que impli-ca em rediscutir o modelo socioeconô-mico capitalista global. A OIM - Orga-nização Internacional para as Migra-ções - estima que até 2050 haverá 1 bilhão de pessoas forçadas a migrar como resultado de alterações climáti-cas. Isso representa nada menos que 1 a cada 7 habitantes do globo.

Um paralelo é útil para entender a que dimensão de conflito social pode-mos chegar. O conflito israelo-palesti-no é resultado de um processo históri-co em que aproximadamente 80 mil judeus migraram a uma região em que viviam aproximadamente 350 mil ára-bes, tal que no todo não havia mais do que 500 mil pessoas a disputar um es-paço territorial. Hoje, a população des-sa região é superior a 7 milhões de pessoas e não há solução tácita ou ex-

plícita que nos permita acreditar no fim próximo desse conflito.

Multiplique-se as pessoas dispu-tando o território por 2 mil e teremos a dimensão do problema do êxodo cli-mático. Se nada for feito é certo que será o fim da organização político-ter-ritorial que hoje conhecemos. Eviden-te que com maior prejuízo às popula-ções mais pobres, mas nessa matriz não há ganhadores.

Imagine-se o que pode acontecer com 1 bilhão de pessoas procurando se estabelecer em diversos pontos do mun-do ao mesmo tempo! Como alimentar essas pessoas? Como incorporá-las às economias e aos serviços sociais? Serão tratados nos países desenvolvidos como estrangeiros que não tem acesso aos serviços públicos? Serão rejeitados? Evidente que medidas de proteção irão surgir, mas sob um expediente de ilegi-timidade completo já que a origem da migração que se inicia é responsabili-dade de todos.

O aumento de intensidade e frequência de eventos extremos como cheias e secas vai aumentar, sobretudo na África a incidência de doenças como a malária e outras que se proliferam a partir da falta de estrutura de saneamento e de meios de adaptação

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DAVI MOURA

14 Jornal de Fato | DOMINGO, 7 de abril de 2013

adoro comer

O conceituado restaurante “Pinga Fogo” é a mais nova atra-ção da área de lazer do Thermas Hotel e Resort. O pinga fogo realizou uma série de adaptações no setor de alimentos e bebidas do Thermas e começa a funcionar com força total no dia 04 de abril. O restaurante agora é o responsável pelo atendimento na área das piscinas termais e no restaurante principal, que passou por reformas para proporcionar mais conforto aos clientes e viabilizar o trabalho dos profissionais. Com a parceria o Thermas pretende incrementar ainda mais a sua área de lazer e transformar o restaurante do resort em uma atração para os mossoroenses. Adorei!

Durante toda a semana passada tivemos 4 sorteios para comemorar o aniversário de 2 anos de Adoro Comer. Trattoria, Temakeria San, Frota Pães e Doces e Canacafé fizeram nossa festa ainda mais gostosa. Na quinta-feira, já nos preparativos para o feriado, participamos de um café da tarde maravilhoso proporcionado pela Frota Pães e Doces. Ela é uma das panifi-cadoras mais antigas de Mossoró. A variedade é imensa, com várias opções de salgado com recheios diversificados – longe do básico frango com catupiry. Os doces também são variados, com foco nos bolos recheados e com coberturas diferentes, como o crocante ou o de cenoura com chocolate. Ainda há uma pequena praça de alimentação para quem deseja comer lá mesmo, além de um pequeno buffet com opções de jantar, tais quais sopas, arroz de leite e munguzá. Fica a dica pra quem quiser ir visitar: R. Jornalista Jorge Freire – Nova Betânia – próx. ao Amantes do Açaí. Contato: (84) 3316 3883.

Pinga Fogo em Mossoró

Comemoração dos 2 anos de Adoro Comer na Frota Pães e Doces

Empório Brownie

Yogen Fruz

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Aproveite e acesse o http://blogadorocomer.blogspot.com para conferir esta e outras delícias!

Ponto positivo para o novo dia de programação da casa noturna que faz a cabeça do mossoroense. No dia 4 de abril foi inaugurada a Quinta Brasileira, cujo foco é ser um novo point para iniciar o final de semana. Com entrada franca, o foco são os pratos da casa, além de vários ritmos com música ao vivo a partir das 22h. Dia 04 foi a inauguração: muita música boa, petiscos com 40% de desconto e aque-la cervejinha gelada com 50% de desconto. Valeu a pena e já estou pronto pra próxima!

Quinta Brasileira do Sélect Nouveau No meu último passeio à cidade de Fortaleza, o destino para

o almoço foi o Shopping Iguatemi. Na praça de alimentação, depois de me empanturrar de comida chinesa e algumas peças de sushi, visualizei o Empório Brownie. Já tinha ou-vido referências absurdamente positivas do local, então mesmo de bucho cheio, corri pra fila para experimentar. A lojinha, mesmo sendo localizada no Shopping, transmite uma atmosfera de doceria. É tudo muito organizadinho e deli-cado. O atendimento também é rapidinho. Após enfrentar a filinha, você escolhe sua combinação. Além dos brownies e bem-casados do balcão, há a possibilidade de montar o seu bolinho (de vários sabores) com sorvete de creme ou de brownie, incluindo uma calda de chocolate por cima. É um pote generoso e, por mais que pareça, não é enjoado, apesar da quantidade de doce. A textura do brownie também é macia e cai muito bem com o sorvete. O mix do frio com o quente é um plus na combinação toda. Vale a visita!

Ainda em Fortaleza, no mesmo dia que visitei o Empório Brownie, no Iguatemi de Fortaleza, comi também uma delicinha da marca Yogen Fruz. Tratam-se dos já conhecidos frozen yogurts, que de um tempo pra cá, tornaram-se moda em todo Brasil e sinônimo de uma sobremesa saudável e natural. A Yogen Fruz é uma empresa canadense da década de 80. O produto em si é apresentado nas versões com baixos teores, zero gordura ou zero açúcar. Minha experiência começou no momento que vi a loja: branca, com uma aparên-cia leve, destacando-se imediatamente das demais. O layout se apresenta sem cadeiras, somente com enormes balcões com os sabores. Escolhe-se rápido, pede-se rápido, come-se rápido. O frozen pode vir em sua versão natural ou o tal do mix, que é batido com frutas. Já quero em Mossoró!

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15Jornal de Fato | DOMINGO, 7 de abril de 2013

adoro comer adoro comer

Torta de Limão INGREDIENTES MODO DE PREPARO

Massa podre• Coloque a manteiga, 4 colheres de açúcar, a baunilha, a gema, o fermento, a maizena e a farinha de trigo amasse todos os ingredientes na mão até que os mesmos venham desgrudar da mão coloque na assadeira redonda de preferência a que o fundo solte. Molde com a mão na assadeira arrume bem as laterais para ficarem alta, depois leve ao forno para assar por uns vinte minutos até cozinhar.

Recheio• Coloque em um recipiente o creme de leite sem o soro, o leite moça e o caldo dos 3 limões, mexa bem até que os mesmos se unam e despeje em cima da massa podre e reserve.

Cobertura• Bata a clara em neve com as 8 colheres de açúcar “ponto de suspiro” e em seguida coloque por cima do recheio do meio. Leve ao forno para dar uma dourada rápida, por cerca de 10 minutos e em seguida, raspe o limão e coloque por cima das claras em neve ou suspiro, polvilhando-a. Ponha na geladeira até ficar bem firme e está pronta.

• 3 colheres de manteiga• 4 colheres de açúcar• 1 colher (chá) de baunilha• 1 colher de (chá) de fermento em pó• 2 xícaras de farinha de trigo “até o ponto de desgrudar da mão”• 1 xícara de maizena• 1 lata de creme de leite• 1 lata de leite condensado• 3 limões “caldo” e “raspas do limão”• 4 ovos• 8 colheres de açúcar, coloque este açúcar na clara em neve

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