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Revista de Domingo nº 642

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Revista semanal do Jornal de Fato

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Jornal de Fato | DOMINGO, 9 de fevereiro de 2014

ao leitor

• Edição – C&S Assessoria de Comunicação• Editor-geral – Wil liam Rob son• Editora – Nara Andrade• Dia gra ma ção – Rick Waekmann• Projeto Gráfico – Augusto Paiva• Im pres são – Grá fi ca De Fa to• Re vi são – Gilcileno Amorim e Stella Sâmia• Fotos – Carlos Costa, Marcos Garcia, Cezar Alves e Gildo Bento• In fo grá fi cos – Neto Silva

Re da ção, pu bli ci da de e cor res pon dên cia

Av. Rio Bran co, 2203 – Mos so ró (RN)Fo nes: (0xx84) 3323-8900/8909Si te: www.de fa to.com/do min goE-mail: re da cao@de fa to.com

Do MiN go é uma pu bli ca ção se ma nal do Jor nal de Fa to. Não po de ser ven di da se pa ra da men te.

Com a morte trágica do cineasta e documentarista Eduardo Coutinho, no último dia 2, DOMINGO re-lembra um de seus importantes trabalhos, o do-

cumentário “Teodorico, o imperador do sertão”, sobre o político potiguar, Theodorico Bezerra, deputado federal e presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), um dos últimos coronéis vivos do Nordeste.

O documentário que foi ao ar em 1978, em um Globo Repórter, é narrado pelo próprio Major Theodorico, como era conhecido. O professor de História do Rio Grande do Norte da Universidade do Estado do RN (UERN), Lemuel Rodrigues, conversou com DOMINGO sobre quem foi esse personagem da história do nosso estado, seu domínio na região da sua cidade natal, Santa Cruz/RN e o comando do moradores da Fazenda Irapuru, que funcionava como uma espécie de feudo.

Também nesta edição, a vida e a arte dos artistas de rua. Andarilhos por opção, que enfrentam as dificuldades de vi-ver nas ruas na busca da sensação de liberdade.

Outro destaque desta edição é o alerta feito por um otor-rinolaringologista sobre os riscos do uso constante de hastes flexíveis. E para surpresa de muitos, ele afirma: cera de ouvido não é sujeira.

Na sessão de entrevista o novo diretor pedagógico do Colégio Diocesano Santa Luzia (CDSL), Washington Barros, fala do desafio de conciliar tradição e modernidade.

Boa leitura, Nara Andrade

editorial

Imperador do Sertão

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Cidadão do mundo

Colunista Davi Moura: Cestinha de atum

Político potiguar Theodorico Bezerra foi personagem de um documentário do cineasta Eduardo Coutinho

Rafael Demetrius: 10 maneiras de lidar com clientes difíceis

Adoro comer

Imperador do Sertão

Sua carreira

p4

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p 13

p9

Andarilho fala da opção de viver na rua, da sua arte, das dificuldades e do preconceito das pessoas

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JOSÉ NICODEMOS*

conto

)( Envie sugestões e críticas para oe-mail: [email protected]

Ossol descambava para a tarde. Dali a pouco, três horas, a mãe seria levada a enterrar. Dos

filhos, seis, Severiano era o único que não vertia uma lágrima. Entretanto, um ar sombrio, menos de tristeza que de meditação. De vez em quando, passava-lhe a mão pela testa, amarelada, de um amarelo terroso. Rigidez fria. Transcen-dentalmente fria.

Cochichavam que Severiano era um homem sem sentimento, que não bota-va uma lágrima pela mãe morta.

Abandonada pelo marido, com seis filhos pequenos, dona Inácia sofrera muito para criá-los, empregada domés-tica. Nas horas vagas, lavando roupa para fora. Vida apertada. Sem auxílio de ninguém. Só no mundo com os filhos. Ainda bem que o destino lhe concedera ver os filhos adultos, antes que um cân-cer no colo do útero a matasse. Não can-sava de dizer. .

Aos onze anos, Severiano arranjou um emprego de zelador na biblioteca municipal, pela mão de sua professora no grupo escolar, compadecida. Aí lhe nasceu o gosto da leitura. Guardara pa-

A dor aliviada

ra sempre, na memória, isto de Lima Barreto: “A vida deve ser uma vitória. Quando, porém, não se pode conseguir isto, a Morte é que deve vir em nosso socorro”.

E era justamente nisto que refletia, de olhos secos, no entanto tristes, ali pos-tado ao pé do caixão. A repassar, na me-mória, toda a vida de sofrimento da pobre mãe. O marido, que a deixara com seis filhos pequenos, alcoólatra, a espancava, como a um bicho xucro. Na presença dos filhos, aflitos. Agarrados às pernas dele, chorando. O bruto não se comovia.

No fim, aquele câncer sem cuidados médicos, além do diagnóstico de uma

clínica do governo. Nunca conseguira um internamento. Nunca havia leito dispo-nível. Dores horríveis, a ponto de ela, dona Inácia, rogar a Deus que a levasse logo. Não suportava mais.

Três da tarde, perto das quatro, o en-terro. Um mau cheiro saindo do cadáver, homens humildes espontaneamente carregando o caixão. Da subscrição pú-blica. Severiano seguia atrás do caixão, olhos baixos, enxutos. Passos na cadên-cia exata da sua tristeza íntima.

Para uma vida chagada pela desgraça, só a morte podia vir em socorro – pen-sava, de si para consigo, lembrando Lima Barreto. Aliviado.

Guardara para sempre, na memória, isto de Lima Barreto: “A vida deve ser uma vitória. Quando, porém, não se pode conseguir isto, a Morte é que deve vir em nosso socorro”.

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4 Jornal de Fato | DOMINGO, 9 de fevereiro de 2014

entrevista

WASHINGTON BARROS DE SOUZA

Por NARA [email protected]

‘Nossa missão é educarmos através da

evangelização’

Natural de Aracati, Ceará, Washington Barros de Sou-za, de 50 anos, que já atuou no mercado educacional em Mossoró, retorna depois de uma temporada em

Natal/RN, para assumir Direção Pedagógica do Colégio Dio-cesano Santa Luzia (CDSL). Formado em pedagogia pela Uni-versidade Vale do Acaraú, em Sobral-CE, Washington Barros é especialista em Psicopedagogia, pela Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro/RJ, e mestre em Ciências da Educação, pela Universidade San Lorenzo – San Lorenzo-Asunción. Ele conversou com DOMINGO sobre as novidades que está im-

plantando no setor pedagógico do CDSL, como a reformula-ção do sistema de avaliação, os desafios de trabalhar os va-lores tradicionais sem deixar de acompanhar os avanços dos diversos setores da sociedade e ainda como trabalhar os va-lores religiosos, nesse momento em que a sociedade discute posturas que vão de encontro com os preceitos cristãos, como o sexo antes do casamento, uso de preservativo, homosse-xualismo, o PL 122 (Lei da Homofobia), o aborto, principal-mente, com a mídia trabalhando a favor desses comporta-mentos, considerados errados pela Igreja Católica.

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entrevista

DOMINGO – O SENHOR está vol-tando para Mossoró, depois de um tempo atuando no mercado natalense, na vice-direção de um colégio religio-so. O que mudou no profissional que saiu de Mossoró e que hoje retorna?

WASHINGTON DE SOUZA – Uma maior conscientização com relação à formação do aluno como cidadão, o conhecimento científico e as compe-tências como meio para se alcançar a formação integral do discente. Com relação ao professor, a necessidade de uma sistematização na formação con-tinuada, com o intuito de termos um professor reflexivo, estimulador do processo de ensino aprendizagem.

O SENHOR chega para assumir a direção pedagógica de um dos maiores e mais tradicionais colégios de Mosso-ró, o que está trazendo de novo? Qual a sua proposta para a instituição?

COM relação ao estudante, nossa missão é educarmos através da evan-gelização, trabalharmos o trio conhe-cimento/evangelização/competência na formação integral, ou seja, forma-ção do cidadão cristão. A necessidade da valorização dos nossos profissio-nais, investindo em sua capacitação e remuneração.

PARA este ano, o CDSL anunciou a mudança do sistema Positivo, para o modelo Ari de Sá. Além dessa, muitas mudanças estão previstas para o setor pedagógico da instituição?

O INTERESSANTE que o “novo” tem muito de resgate das nossas tradições, de atividades que caracterizavam e di-ferenciavam o colégio dos demais, tais como os momentos cívicos, os cursos de liderança, as orações comunitárias diárias, as atividades do serviço de Pastoral. Mas temos também o novo pedagógico: a parceria com o Sistema Ari de Sá de Fortaleza, aulas de Ro-bótica, novas modalidades esportivas, a resignificação do nosso sistema de avaliação da grade curricular, a siste-matização das reuniões de formação continuada para os professores, acom-panhamento psicopedagógico para os alunos e outras mudanças que ainda estão em fase de implantação.

UMA das suas atribuições será a reformulação do sistema de avalia-ções. Qual será a mudança?

HÁ a necessidade de trabalharmos mais o raciocínio (cognitivo) dos nos-sos estudantes, eles são seres pensan-tes, portanto, são inteligentes, nosso sistema de avaliação disponibilizará

aos nossos discentes as competên-cias necessárias para a resolução de situações-problema, parafraseando Perrenoud, formarmos estudantes in-teligentes-competentes.

QUAIS os principais desafios de trabalhar com jovens cada vez mais antenados, conectados 24h por dia através de seus telefones, tabletes e demais aparelhos tecnológicos?

NÃO há a dificuldade, acredito que o que há seja a oportunidade, temos que deixar muito claro que eles são “jovens” que devem pensar como jo-vens preocupados com seu futuro, suas decisões, seus quereres, ai está a grande confusão. Por estarem no mo-mento mais importante da vida, mui-tos desses jovens pensam como adul-tos, por acreditarem que pensando assim estarão garantindo melhor seus futuros, com isso acabam tomando de-cisões precipitadas e errôneas, uma de

nossas atividades é essa, sermos ele-mentos norteadores das tomadas de decisões desses jovens, protagonistas de suas próprias ações dentro do seu grau de maturidade cognitiva.

A MAIORIA das escolas já tirou o ensino religioso de suas grades, devi-do à grande variedade de religiões se-guidas por seus alunos. Como manter o ensino religioso católico e contem-plar alunos de diferentes credos?

O ENSINO Religioso não deve ser uma atividade doutrinária, dogmática, talvez essa interpretação tenha levado como você se referir à essas tomadas de decisões, o Ensino Religioso deve trabalhar valores, e essa deve ser a

premissa maior, não é a toa que ve-mos constantemente setores diversos da sociedade se manifestarem dizen-do que as pessoas estão vazias. Vazias de que? De valores, óbvio. Portanto, o Ensino Religioso traz essa mensagem de que o ser humano necessita de va-lores, para seu engrandecimento espi-ritual.

NA HORA de escolher as escolas, alguns pais priorizam aquelas que adotem um método de ensino que prepare o aluno para o Enem, outros buscam escolas com ensino mais hu-manizado? Qual será a prioridade do novo sistema pedagógico do CDSL? É possível trabalhar essas duas verten-tes em conjunto?

BASTA olhar nossa missão que muito antes de se pensar em ENEM ou outras avaliações de larga escala, a maestria dos nossos primeiros edu-cadores fundadores já contemplava essa formação. Evangelizar através da educação, fornecendo as compe-tências necessárias para formação do cidadão, competências que quando postas em prática se transformam em habilidades, recursos internos neces-sários a que o estudante solucione as situações-problemas do dia a dia ou de avaliações tipo ENEM.

O CDSL é bastante tradicional, e faz questão de manter algumas ativi-dades que outras instituições de en-sino abriram mão com o passar dos anos. Como mesclar valores tão tra-dicionais com os constantes avanços registrados nos diferentes setores so-ciais?

INOVAMOS dentro das nossas tra-dições. Os princípios e valores perdu-ram (tradição), são o sustentáculo, é nosso conhecimento subsidiário, ino-vamos dentro do conhecimento focal, as transformações de/do mundo.

E OS VALORES religiosos, nesse momento em que a sociedade discute posturas que vão de encontro com os preceitos cristãos, como o sexo antes do casamento, uso de preservativo, homossexualismo, o PL 122 (Lei da Homofobia), o aborto, principalmen-te, com a mídia trabalhando a favor desses comportamentos, considera-dos errados pela Igreja Católica?

COMO disse anteriormente, os princípios e valores são fundamen-tos, as concepções que as sociedades criam devem ser discutidas sim, mas dentro da concepção cristã, fugir des-sa concepção gera alienação.

“O ENSINO Religioso não deve ser uma atividade doutrinária, dogmática, talvez essa interpretação tenha levado como você se referir à essas tomadas de decisões, o Ensino Religioso deve trabalhar valores, e essa deve ser a premissa maior".

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6 Jornal de Fato | DOMINGO, 9 de fevereiro de 2014

Documentário

Político potiguar Theodorico Bezerra foi personagem de um documentário do cineasta Eduardo Coutinho, morto na última semana

SertãoSertãoImperador do Imperador do

Neste domingo, 9 de fevereiro, completa uma semana da morte do cineasta e docu-

mentarista Eduardo Coutinho, 62 anos, morto a facadas, no último domingo, 2. Segundo versão da polícia, o crime teria sido cometido pelo filho do cineasta, Daniel Coutinho, de 41 anos, durante um “surto psicótico”. Ainda de acordo com a polícia, Daniel também esfaqueou a mãe, Maria das Dores Coutinho, de 62 anos, que está hospitalizada, e atingido

a própria barriga com facadas. O filho do cineasta, que já teve a prisão preven-tiva decretada pela Justiça do Rio, ain-da está hospitalizado e foi ouvido pela polícia em depoimento no qual confes-sou ter assassinado o pai.

Nesta edição, DOMINGO relembra um dos importantes trabalhos do cine-asta, “Teodorico, o imperador do ser-tão”, documentário produzido por Edu-ardo Coutinho para o Globo Repórter, no ano de 1978, sobre o político potiguar

)) Cena do documentário “Theodorico, o

imperador do sertão”

Theodorico Bezerra, considerado um dos últimos coronéis do Nordeste.

O Major Theodorico Bezerra, como era conhecido, era natural do município de Santa Cruz, nascido em 23 de julho de em 1903. Theodorico, durante mui-to tempo, foi um dos mais importantes líderes políticos do sertão potiguar, atu-ando como deputado federal e presiden-te do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Ele morreu em 4 de setembro de 1994, aos 93 anos.

O documentário é centralizado no próprio Theodorico, que narra sua vida, conversa com pessoas que vivem na sua propriedade e expõe suas ideias.

DOMINGO conversou com o profes-sor do Departamento de História da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Lemuel Rodrigues, que falou sobre a riqueza do documen-

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Documentário

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)) Theodorico Bezerra foi deputado federal e presidente do PSB

tário e sobre o político Theodorico Be-zerra e a forma como ele controlava tudo e todos que o cercavam.

Primeiro, Lemuel Rodrigues expli-cou que na época o cineasta Eduardo Coutinho produzia documentários para a Rede Globo, foi um documentário de média metragem, produzido por indi-cação do cartunista Henfil, que conhe-ceu Theodorico, através do ex-senador do Rio Grande do Norte, o engenheiro Fernando Bezerra, sobrinho do major. E sugeriu que se fizesse o documentário por ser um dos últimos coronéis do Nor-deste.

MAJOR THEODORICO O professor Lemuel Rodrigues ex-

plica que essas patentes têm origem no aspecto histórico, já que durante a Re-pública Velha esses chefes políticos lo-cais eram chamados de coronel ou de major, mas não tinham nenhum víncu-lo com a vida militar.

“Theodorico era aquele político que não faz falta. Veja bem, eu disse o polí-tico, não o cidadão. Que eu aconselho que nenhum político atual siga nenhum exemplo deixado por ele. Porque ele exercia um domínio muito grande em toda aquela região de Santa Cruz, Tan-gará, São José do Campestre, tendo uma espécie de um feudo. A família Bezerra é muito rica, esta aí todo o espólio hoje nas mãos do seu sobrinho, Fernando Bezerra”, comenta.

Para Lemuel, Theodorico não era mau pessoa, mas do ponto de vista do comportamento político ele era aquele oligarca, que na sua propriedade mora-va só quem ele queria, e uma vez mo-rando na sua propriedade, não era per-mitido sair sem a autorização dele, nem mesmo para visitar um parente em ou-tra cidade, ele tinha um controle total sobre as pessoas que moravam na Fa-zenda Irapuru, em Tangará.

“Teodorico sempre foi um político conservador. O último partido que ele esteve vinculado como parlamentar foi o PSB e era aquele político do ‘toma lá, dá cá’, típico da política até os anos 1980. Hoje ainda existe o ‘toma lá, dá cá’, mas de uma forma mais velada, se-guindo um pouco os trâmites legais”, relata.

Lemuel Rodrigues, que é professor de História do Rio Grande do Norte, na Uern, diz que trabalha o documentário em sua disciplina, sempre que está le-cionando a história política, e coinciden-temente, assistiu ao documentário na semana passada. Ele conta que o que chama sua atenção na figura de Theo-dorico, e que ele expressou muito bem

no documentário, era a facilidade que ele tinha de dizer o que pensava sem nenhum constrangimento.

“No documentário ele diz claramen-te para os seus moradores: ‘quem não estiver satisfeito saia, aqui quem man-da sou eu’. Ele não escondia de nin-guém, e isso é mostrado no documen-tário, em alguns momentos ele forjava documentos para beneficiar a cidade dele, forjando assinaturas”, fala.

O professor afirma que tem algumas características de Theodorico, e que por isso ele não aconselha político tê-lo co-mo exemplo, na questão política dele com os eleitores.

“O título de eleitor dos moradores

de sua comunidade, por exemplo, era tirado na própria comunidade, pelo pró-prio Theodorico. Outra coisa bastante característica era a forma como os mo-radores da fazenda tinham acesso às notícias, ele pegava as notícias veicula-das pelas emissoras, filtrava as que o interessavam, e transmitia da casa de-le essas notícias que ele achava que as pessoas da Fazenda Irapuru deveriam saber. Vê-se claramente aí uma postu-ra de censura. O acesso aos meios de comunicação era impedido por ele”, fri-sa.

Outro trecho do documentário, que o professor destaca, foi o momento em que o repórter pergunta se Theodorico

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)) Eduardo Coutinho, cineasta e documentarista

8 Jornal de Fato | DOMINGO, 9 de fevereiro de 2014

Documentário

# Obra de Eduardo Coutinho

"o ABC do amor" (1967)

"o homem que comprou o mundo" (1968)

"Faustão" (1971)

"Seis dias de ouricuri" (1976)

"Theodorico, o imperador do sertão" (1978)

"Exu, uma tragédia sertaneja" (1979)

"Cabra marcado para morrer" (1985)

"Santa Marta" (1987)

"o fio da memória" (1991)

"Boca de lixo" (1993)

"Santo forte" (1999)

"Babilônia 2000" (1999)

"Porrada" (2000)

"Edifício Master" (2002)

"Peões" (2004)

"o fim e o princípio" (2006)

"Jogo de cena" (2007)

"Moscou" (2009)

"Um dia na vida" (2010)

"As canções" (2011)

ajudava os filhos dos moradores a estu-dar fora e ele disse que sim, que pagava o colégio de vários filhos de moradores em Natal. Mas, o major afirma que havia parado de fazer isso porque alguns dos que saíram da fazenda para estudar, terminavam os estudos e não queriam voltar para a enxada, queriam ter uma vida melhor em Natal. E para Theodo-rico isso era inadmissível. Para ele, filho de agricultor, tinha que viver como agri-cultor. Então ninguém mais saía da sua propriedade dele para estudar em Natal ou em outra cidade, porque depois que aprendia a ler, queria fazer faculdade, queria ser doutor, e não queria mais voltar para propriedade dele.

“Essa era a mentalidade que ele ti-nha de como devia ser o cidadão, extre-mamente ultrapassada. Colocando-me na posição dele, entendo até, olhando para o nordeste, para o sertão, nos anos 1960 e 70, na posição que ele tinha de um político conservador e um grande proprietário de terra. Não era de se es-tranhar que ele tivesse essa posição, que a vida do agricultor estava limitada àquilo e que não poderia sonhar com algo além daquilo. É até aceitável para um homem do campo como ele, mas para um político não deveria ser, porque o político deve olhar, dentre outras coi-sas para o bem-estar da população”, explica.

RIquEzA DO DOCuMENTáRIOO Lemuel Rodrigues frisa que o do-

cumentário possui alguns pontos im-portantes, primeiro para se discutir as relações políticas no Nordeste, não ape-nas para mostrar a figura do coronel.

Para Lemuel, o documentário termi-na fortalecendo a imagem do coronelis-mo, porque no documentário ele diz que na sua fazenda ninguém usa armas, en-quanto a imagem que as pessoas têm do coronel da República Velha, era da-quele que tinha jagunços, e isso ele não mostra no documentário, não que ele tivesse, ele não mostra essa violência, mas por outro lado mostra outro tipo de violência, que é a violência do silêncio. Ou seja, ele não precisava ter armas, a sua palavra já silenciava os morado-res.

“Então, essa discussão é interessan-te para o professor de história, para o professor de política, que devem pegar o documentário e ver como se davam as relações políticas no RN”, comenta.

Um outro aspecto importante do do-cumentário, apontado pelo professor de história do Rio Grande do Norte, era a capacidade que Theodorico tinha de ad-ministrar.

“Ele era uma pessoa de visão. Apesar de ter consigo a pecha de coronel, ele sabia exatamente onde aplicar, onde investir. Então essa ideia do bom admi-nistrador aparece, mesmo sendo um proprietário rural”, conta.

Outro ponto do documentário des-tacado pelo professor, que é possível ser explorado, é a vida do sertanejo, toman-do como referência a região do sertão do RN.

“Era uma vida simples, de confor-mismo com o pouco que tinha. Hoje, a coisa não é bem assim, o sertanejo pas-sou por um amadurecimento percebido quando você compara com o ano do do-cumentário. Existe uma passividade naquele sertanejo de antes, que não percebemos hoje devido todo o amadu-recimento pelo qual a sociedade já pas-sou”, ressalta.

Lemuel diz ainda que o documentá-rio levanta uma polêmica, que é a forma como os coronéis, principalmente, The-odorico, viam a vida.

“Porque a imagem que a gente tem é daquele coronel sentado na varanda, com uma arma na mão. E ele não, ele fala sobre sexo, fala sobre viagens que fez para os Estados Unidos, o Egito e outros cantos, ele fala sobre os amores dele, sobre o lazer. Então o documentá-rio ao invés de fazer para quem assiste uma crítica, tentando denegrir a ima-gem do coronel, ele levanta, porque o coronel mostrado ali é um coronel que em seu discurso ele demonstra huma-nidade. O documentário é rico nisso em mostrar as várias facetas do Theodorico e também colocar para o público, situ-ações do RN que pouca gente conhece”, conclui.

Page 9: Revista de Domingo nº 642

)) Aos 23 anos, Diêgo Dias, faz malabares com facões para sobreviver

Estilo de vida

9Jornal de Fato | DOMINGO, 9 de fevereiro de 2014

Conheça a vida e a arte dos artistas de rua; andarilhos por opção, que enfrentam as dificuldades de viver nas ruas na busca da sensação de liberdade

Cidadãosdo Mundo

Diêgo Dias Vital, um jovem de 23 anos, que concluiu os es-tudos, adora viajar, conhecer

lugares novos, suas culturas e peculia-ridades dos seus povos, é inteligente e demonstra isso ao expressar suas opini-ões sobre a vida, a sociedade e sobre o seu trabalho. O ensino superior, ele não

cursou por opção. A descrição poderia servir para qual-

quer jovem nesta idade. Então, qual se-rá o diferencial que faz com que este jovem em específico chame a atenção das pessoas por onde ele passa? De ca-belos estilosos, com a cabeça raspada e um rabo de cavalo com dreadlocks, bar-

bicha engraçada, tatuagem no braço, piercing na sobrancelha, roupa surrada, tornozeleiras de miçangas nas duas per-nas e pés no chão. Esses já são motivos suficientes para que ele se destaque en-tre os demais. Mas, o que mais chama a atenção é o seu estilo de vida e sua ar-te.

Diêgo Dias é um dos artistas de rua que frequentemente são encontrados nos semáforos de Mossoró. Além de fazer malabarismo com facões, ele diz que tra-balha com artesanato.

Andarilho, desde sempre, como ele mesmo afirma, Diêgo é potiguar, natural de Natal, cidade que ele não conhece. Já morou em Salvador, no litoral de São Paulo e capital. Também morou em Goi-ânia e até no exterior, onde passou uma temporada em Israel, país onde suas du-as irmãs moram. Elas são os únicos mem-bros de sua família com quem ele tem contato, já que os pais são falecidos e os tios e demais familiares não entendem o estilo de vida que ele adotou.

“Sempre fui assim e a família não en-

Page 10: Revista de Domingo nº 642

Estilo de vida

10 Jornal de Fato | DOMINGO, 9 de fevereiro de 2014

)) De pé no chão, cabelo com dreadlocks e roupa surrada, Diêgo atrai olhares curiosos da população

)) Artista de rua diz que salário mínimo é uma forma de escravizar o homem

tende, eles acham que eu tenho que criar uma segurança, um pé de meia para o futuro que não existe. O que existe é o presente e eu vivo o presente”, comen-ta.

O artista de rua conta que já trabalhou como pintor, cozinheiro, mergulhador, mas não gostava desse tipo de trabalho, por que não era valorizado.

“Eu não gosto desse tipo de trabalho, porque não gosto de ser escravizado. Não aceito um salário mínimo, porque minha vida não vale um salário mínimo”, res-salta.

O tempo que ele passa em cada cida-de é indeterminado. Ele diz que em umas pode ficar sete meses, enquanto em ou-tras não passa mais do que meia hora, por exemplo.

Em Mossoró, Diêgo está em um gru-po de quatro pessoas, acompanhados por duas cadelas, a Rubi, de 3 anos, uma ca-dela marrom, de pelo brilhoso, que é uma mistura das raças labrador e weimaraner, e uma da raça pointer, a Marola, que es-tá com 1 ano.

De Mossoró, o grupo segue para Na-tal, quando finalmente Diêgo conhecerá sua terra natal. Lá eles encontrarão com um casal que já estão os esperando. Du-rante a estada em Mossoró, o grupo co-nheceu outros artistas de rua que tam-

bém estão pela cidade, mas esses são de outros países. Segundo Diêgo, tem ar-gentinos, colombianos e de outros luga-res do Brasil também.

Perguntado sobre o porquê de ter es-colhido esse estilo de vida, quando nem sempre eles encontram um lugar para dormir, tomar banho, e mesmo ter o que comer, Diêgo diz que eles estão procu-rando um lugar onde possam se sentir em casa.

“A gente busca um lugar para se sen-tir em casa, mas todo lugar do mundo já foi comprado pelo sistema, então somos cidadãos do mundo”, declara.

Diêgo e o grupo que está com ele pre-tende arrumar uma Combi, para viajar até o Uruguai.

“A gente quer descer para o Uruguai e subir conhecendo diferentes lugares e

países, suas culturas, outras línguas, mas para isso a gente tinha que ganhar a Combi”, comenta.

Para ele, entre as maiores dificulda-des de levar essa vida é a falta de estru-tura nas cidades para as pessoas que vivem na rua, para tomar banho, dormir, como um albergue.

Outra coisa difícil de encarar é o pre-conceito da maioria das pessoas.

“As pessoas tomam muitas conclu-sões sem nos conhecer primeiro. Nos acham sujos, têm medo de nós. Muitos dizem que adoram a Jesus e esquecem que ele era pobre, andarilho e curioso. As pessoas têm a falsa ideia de que o dinheiro compra tudo, mas só vão per-ceber que o dinheiro não vale nada, quan-do acabar todos os animais e as plantas”, conclui.

Page 11: Revista de Domingo nº 642

Especialistas alertam sobre o risco do uso de hastes flexíveis para higiene do canal auditivo e explicam que o cerume protege o ouvido

Se você é mais uma daquelas pessoas que têm o hábito de limpar os ouvidos diariamente

com hastes flexíveis de algodão, mais conhecidos como cotonetes, como parte de seu ritual de higiene pessoal, assim como o banho e a escovação dentária, fique atento às orientações de especia-listas, que advertem: cera no ouvido não é sujeira. Especialistas no cuidado com o aparelho auditivo afirmam que a cera ou cerume é essencial para manter a saúde dos ouvidos.

Proteger, limpar e lubrificar os ouvi-dos são algumas das funções do cerume produzido no revestimento do canal au-ditivo.

Para entender mais sobre o assunto,

DOMINGO conversou com o otorrinola-ringologista do Hapvida, João Paulo Ro-drigues de Souza, especialista em Otor-rinolaringologia pela UFRN/MEC, mem-bro titular da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia (ABORL-CCF), com Residência Médica em Otorrinolaringo-logia (UFRN/MEC).

O especialista explica que a cera de ouvido ou cerume é uma composição de secreções das glândulas ceruminosas e sebáceas, que estão presentes na porção mais externa do conduto auditivo exter-no (canal do ouvido).

O médico ressalta que o cerume evi-ta a entrada de pequenos corpos estra-nhos no meato, como insetos, e também protege o revestimento do meato de pos-

Cera no ouvido não é sujeira

sível maceração pela retenção de água. “Atribui-se à cera importantes pro-

priedades antibacterianas e antifúngi-cas, o que ajuda a preservar a integrida-de do meato acústico externo e reduzir as possibilidades de infecções”, enfati-za.

Apesar de ser caracterizada por mui-tos como uma sujeira incômoda, a cera do ouvido é fundamental para manter a saúde do sistema auditivo em dia.

O otorrino João Paulo alerta que o uso do cotonete deve ser evitado, pois, além de remover o cerume, que protege o con-duto, predispondo a infecções, existe a possibilidade de ocorrerem acidentes, com traumas do canal auditivo e/ou da membrana timpânica.

“Quando uma pessoa limpa os ouvi-dos com hastes flexíveis ou qualquer outro objeto pontiagudo a fim de eliminar o cerume, ela pode causar uma lesão a esse órgão, que é muito sensível. Além de otites externas e sangramentos, tam-bém existem casos de infecções e lesões

11Jornal de Fato | DOMINGO, 9 de fevereiro de 2014

Saúde

Page 12: Revista de Domingo nº 642

12 Jornal de Fato | DOMINGO, 9 de fevereiro de 2014

Saúde

na membrana timpânica, como a perfu-ração do tímpano – e, em casos mais ex-tremos, até surdez”, frisa a otorrinola-ringologista e otoneurologista, Rita de Cássia Cassou Guimarães.

A especialista comenta que o ouvido tem um sistema de limpeza próprio e eficaz, que expele todo o excesso produ-zido, inclusive a cera. “O organismo tem um processo eficiente de autolimpeza, sem precisar de ajuda externa”, explica a média.

A especialista lembra que todo mun-do produz cera, porém, com certa varia-ção, ou seja, alguns mais e outros menos. O problema de quem produz muita cera e não procura um médico é o fato de que, como o indivíduo fica incomodado com isso, ele faz o uso de hastes flexíveis sem-pre, e, sem querer ou perceber, pode até estar piorando a situação, empurrando a cera para o fundo do canal auditivo, próximo de tímpano.

No caso dos indivíduos que produzem cera em excesso ou possuem o canal au-ditivo muito estreito, o cerume pode tampar o canal e causar dificuldades na audição e zumbido. “Nesses casos é pre-ciso retirar a cera, mas o processo deve ser feito por um especialista, que fará uma lavagem ou aspiração com equipa-mentos que não irão agredir os ouvidos” orienta.

E para aqueles que não produzem

cera em excesso, mas que, ainda assim desejam “limpar” os ouvidos, o otorrino-laringologista do Hapivida, João Paulo, afirma que a melhor solução é fazer a higiene do pavilhão auricular, durante o banho, com o cuidado de não deixar que haja a penetração de água no conduto auditivo externo (canal do ouvido), em seguida, enxugar bem com uma toalha.

“Evite o uso de cotonete”, lembra. Sobre a frequência com a qual se de-

ve procurar um otorrinolaringologista, o médico afirma que sempre que houver alguma queixa relacionada com ouvido, nariz ou garganta, bem como queixas de tonturas, roncos, e mesmo que não haja esses sintomas, o indicado é visitar o otorrino pelo menos uma vez por ano.

)) Ilustração do aparelho

auditivo

)) Otorrinolaringologista do Hapvida, João Paulo

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sua carreira

RAFAEL DEMETRIUS

xO cliente pode ter sempre razão, mas isso não signifi-ca que ele seja fácil de lidar. Qualquer pessoa que já trabalhou com SAC – serviço de atendimento ao

cliente –, pode afirmar: os clientes podem ser totalmente in-disciplinados. Mas, se você quiser permanecer no negócio, vai ter que lidar com eles. Encontrar técnicas que ajudam a de-sarmar clientes insatisfeitos e ganhá-los para a sua empresa é a chave para garantir a melhor entrega de seus serviços e satisfazer os clientes – mesmo que você queira vê-los pelas costas. Confira na coluna de hoje dez dicas de como transfor-mar uma situação ruim de serviço ao cliente em uma oportu-nidade para melhorar o seu negócio. Confira, abaixo:

1) Primeiro e mais importante: escutar – Não discuta com o cliente. Deixe-o falar, mesmo que você saiba o que ele vai dizer a seguir, que ele não tenha todas as informações ou que possa estar enganado. Quando você ouve, tem a oportunidade de construir um relacionamento com o cliente.

2) Construa um relacionamento através da empatia – Coloque-se no lugar do cliente. Deixe sua frustração de lado e mostre que você entende a situação. Se você demonstrar que se identifica com o problema do cliente, ele vai se sentir melhor compreendido e vai ajudar a resolver.

3) Abaixe o tom de sua voz – Se o cliente falar mais alto, comece a falar mais lentamente e em um tom mais baixo. O seu comportamento calmo vai refletir sobre ele e vai ajudá-lo a se acalmar. Quando você aborda a situação com uma mente calma e clara, não afetada pelo tom do cliente ou pelo volume, a raiva geralmente se dissipa.

4) Imagine que todos os seus clientes estão assistindo – Finja que você não está falando apenas para o cliente, mas para um público que está assistindo à interação. Essa mudança de perspectiva pode fornecer uma vantagem emocional. Se o cliente está sendo verbalmente abusivo, você poderá pensar mais claramente quando for responder. Uma vez que um cliente incontrolável se torna uma referência negativa, porque vai repetir a conversa para outros potenciais clientes, sua conduta pode ajudar a garantir que você fez o seu melhor para resolver o problema.

5) Saiba quando ceder – Se o fato de não satisfazer a vontade do cliente levar duas horas, mais uma garrafa de aspirina e o risco de referências negativas para sua empresa, é melhor assumir o compromisso de ceder e dedicar seu tempo para cultivar seus relacionamentos com clientes mais produtivos. Tenha em mente que essa situação não é típica da maioria dos clientes, e que você está lidando com uma exceção.

6) Nunca fique com raiva ou chateado – Se o cliente está falando palavrões ou sendo verbalmente abusivo, respire fundo e continue como se não pudesse ouvi-lo. Responder na mesma moeda não vai resolver nada e, provavelmente, vai agravar a situação. Em vez disso, lembre o cliente que você está ali para ajudá-lo e que você é a melhor chance que ele tem para resolver a situação de imediato – muitas vezes, esta simples declaração vai ajudar a resolver a situação.

7) Nunca leve para o lado pessoal – Sempre fale sobre o assunto em questão e não da vida pessoal, mesmo que o cliente faça isso. Lembre-se de que o cliente não sabe quem você é. Para ele você é apenas um representante de sua empresa. Gentilmente, oriente a conversa para o assunto, fale como pretende resolvê-lo, e tente ignorar os comentários pessoais.

8) Lembre-se que você está interagindo com um ser humano – Todo mundo tem dias ruins. Talvez ele tenha tido uma briga com o cônjuge, tenha levado uma multa de trânsito ou mesmo ter tido uma maré de azar. Tente ajudar a tornar o dia dele melhor, sendo uma voz agradável e calma – isso vai fazer você se sentir bem também.

9) Se você prometeu um retorno, ligue de volta – Mesmo que você tenha prometido uma informação que ainda não tem, ligue para o cliente na hora programada mesmo assim. O cliente será tranquilizado por saber que você não estava tentando evitá-lo, e vai apreciar o acompanhamento.

10) Resuma os próximos passos – No final da chamada, deixe claro para o cliente o que ele deve esperar. Não se esqueça de acompanhar o progresso, cumpra suas promessas, e documente sua ligação para garantir que você estará preparado para o próximo contato.

10 maneiras de lidar com clientes difíceis

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DAVI MOURA

14 Jornal de Fato | DOMINGO, 9 de fevereiro de 2014

adoro comer

O almoço do Don Pastel

Linha KitchenAid

Noite árabe no Thermas

Quinta do Wrap na Manjericão Pizza Gourmet

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Aproveite e acesse o http://blogadorocomer.blogspot.com para conferir esta e outras delícias!

O Bistrô Lyon, desde a sua nova administração, está cheio de novidades. Outro dia resolvi experimentar e adorei. Massas de qualidade e um atendimento bem atencioso. Atenção para a caipirinha - a R$ 4,00 - que é realmente deliciosa. Quando vi a promoção da quar-ta-feira, adorei. Tanto ela quanto a caipiroska custam, neste dia, R$ 2,50. É bom pra reunir a sua turma de amigos e aproveitar um ambiente agradável e local-ização privilegiada.

Quarta brasileira do Bistrô Lyon Pra quem estava com saudades do Don Pastel,

hoje temos uma dica especial sobre o almoço de lá. Na semana passada, ele nos chamou para mostrar os pratos da casa, todos servidos no almoço. Essa era uma das coisas que o pessoal de Mossoró já pedia há tempos: um lugarzinho bem localizado e com bons (e baratos) pratos para o almoço. A macarronada ao molho bolonhesa, com bastante queijo, custa R$ 6,50. O prato é bem servido e vem bem molhadinho, como manda o figurino. A panqueca vem em dois sabores: frango, a R$ 7,00, e carne de sol, a R$ 8,00. Servida com molho branco e queijo, acompanha arroz e sala-da crua. A lasanha, que custa R$ 6,50, é a minha fa-vorita! A fatia é bem generosa e o gostinho é bem caseiro – cara de comfort food mesmo. Visite: o Don Pastel fica em frente ao Banco do Nordeste, no centro da cidade. Para contatos: (84) 3317-3106.

O verão chegou com força total, trazendo uma ótima oportunidade para reunir os amigos e a famí-lia para aproveitar com diversão e saborear delícias tropicais. Os produtos KitchenAid, de eletroportáteis a acessórios de cozinha, são indicados para o preparo de receitas e drinques refrescantes. Os liquidifica-dores vêm nas cores vermelho e preto, disponíveis com copos de vidro ou policarbonato, auxiliam de maneira prática no preparo de sucos, drinques, smoothies e shakes. Acessórios como sorveteira e extrator de suco, para ser conectados nas Stand Mix-ers, permitem preparar sorvetes, sucos e outras receitas. O Mixer de mão, disponível nas cores silver e vermelha, é ideal para o preparo de vitaminas, sucos e shakes. Acesse: www.kitchenaid.com.br | www.facebook.com/KitchenAidBrasil

Neste mês de fevereiro, o Thermas Hotel e Resort vai retomar a sua “Noite Cultural”. Trata-se da realização, na área do parque aquático, de uma série de eventos onde serão apresentadas as di-versas manifestações culturais. O reinício da pro-gramação será com “Uma noite Árabe” na sexta-feira dia 21, no evento acontecerão apresentações musicais com danças e dançarinos estilizados além de um festival gastronômico de comida árabe com cardápio preparado pela nova chef ex-ecutiva do Thermas e Pinga Fogo Ieda Sacchelli.

A novidade da quinta-feira da Manjericão são os wraps. Cada um deles custa R$ 10,00 e estão di-sponíveis nos sabores frango catupiry, lombo, marguerita, calabresa e carne de sol. São bem douradinhos e a massa tem a mesma base da pizza gostosa que você já conhece. O queijo é bem suave, de forma que não dá pra enjoar. A cebola, em alguns deles, também se apresenta de forma discreta, mas marcando presença com seu sabor peculiar. O de frango catupiry tem tudo pra ser o favorito da galera. Na pizza ele já é campeão de pedidos, bem a gosto do mossoroense. O de cala-bresa foi o meu favorito. Amei, especialmente pela boa combinação com a cebola! Anote: a Man-jericão Pizza Gourmet fica na Praça da Convivên-cia. O telefone para entregas é o (84) 3316 2637. E lembre-se: os wraps somente serão servidos nas quintas-feiras.

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adoro comer adoro comer adoro comer adoro comer

Cestinha de atum

INGREDIENTES MODO DE FAZER

• Em uma panela, aqueça o azeite e refogue todos os ingredientes. Re-serve;• Coloque os discos em forminhas (tipo para empada), arrumando as bordas para ficarem onduladas;• Leve ao forno pré aquecido a 150ºC, por 30 minutos ou até dourarem;• Deixe esfriar e recheie com o refogado de atum;• Pode ser servido quente ou frio.

• 18 unidades de discos de mini pastel• 100g de atum• 100g de milho verde• 80g de palmito picado• 80g de tomate cereja cortados ao meio• 15g de coentro picado• 15ml de azeite de oliva

Pela chef Angelica Vitali

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