72
1

Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Essa edição da Divercidades traz um especial sobre o aniversário de Macaé, o dia dos pais, dicas para uma boa noite de sono, matéria para os amantes do vinho e um pouco mais de tudo que acontece em Macaé. Boa leitura!

Citation preview

Page 1: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 1

Page 2: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

2 •

Page 3: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 3

Este espaço nasce na revista para criar um canal de comunicação entre a edição e seus leitores. Para inaugurar, apresentamos al-gumas opinões que chegaram até a redação de uma maneira informal, mas que a partir de agora podem ser enviadas para o

email: [email protected]

“Não poderia deixar de parabenizar a equipe DiverCidades pela bela edição especial Dia das Mães e Dia dos Namorados. Vocês

atingiram muito bem o propósito, as reportagens estão muito boas e com enfoque bem objetivo. Fiquei fã! Passei a conhecer através desta edição vários serviços existentes na cidade, assim como profissionais. Desejo que tenham muito sucesso.”

Kathia Tostes - Arquiteta

ESPAÇO ABERTO

Chegamos à metade do ano e também à nossa segunda edição e não posso deixar de falar do sucesso da edi-ção do Dia das Mães e Na-

morados. Foram tantos os comentários que decidimos criar um “Espaço Aber-to” para vocês, leitores, expressarem suas opiniões e enviarem sugestões sobre assuntos sobre os quais, queiram saber um pouco mais.

Para o Aniversário de Macaé e Dia dos Pais, fomos atrás de datas come-morativas de instituições e de grupos de pessoas na cidade para resgatar um pouco da nossa história. Começamos com a Gincana Jovem, que este ano completa 30 anos, desde a sua primei-ra edição. Vamos contar sua história através de alguns jovens que passaram por lá e hoje despontam no cenário empresarial e político da cidade. Tam-bém completando 30 anos de estrada está o Moto Clube de Macaé. Uma pai-

xão por duas rodas que já virou mui-to velocímetro e também arrecadou muitas cestas básicas para instituições carentes do município. Falando em caridade, o Hospital São João Batista completou 140 anos de serviços pres-tados à saúde da população de Macaé. Resgatamos fatos curiosos da sua fun-dação e descobrimos que ele está pre-cisando da colaboração das pessoas e empresas para melhorar suas instala-ções e ampliar atendimento, já que é uma instituição filantrópica.

Na nossa matéria de capa, vamos mostrar “como nascem os pais”, atra-vés de depoimentos de alguns pais ma-caenses sobre as transformações que sofrem a cabeça do homem na forma de pensar e encarar a vida, após o nas-cimento do seus filhos. Este dilema de como educar os filhos é um desafio para todos nós, pais, pois não existe uma receita pronta para seguir. Segun-do especialistas, o ideal é buscar uma forma harmoniosa de se ter autorida-de e conquistar a amizade dos filhos.

Os brasileiros têm aumentado cada vez mais o consumo de vinho e se en-cantado por esta bebida milenar. Em Macaé ainda tem um diferencial: como a gastronomia é uma das principais formas de lazer da cidade, muitas pes-soas estão formando grupos que se encontram regularmente para apreciar a bebida e até viajar ao exterior para degustação e conhecer belos lugares. Existem também, cursos para inician-tes e jantares harmonizados em restau-rantes, estimulando as pessoas nesta arte prazerosa.

Alessandra Aguiar é a nos-sa entrevistada da seção Ar-

quitetura & Design desta edição, com sua história e seus projetos. Na decoração, dicas preciosas da arquiteta Cláudia Au-gusta para montar um home theater ou espaço multimídia para você curtir com os filhos filmes e jogos.

Muita gente não imagina a impor-tância de se ter uma boa qualidade de sono para nossa saúde, principalmente em Macaé, onde muitas pessoas traba-lham em turno, trocando o dia pela noi-te, embarcado ou em terra. Ouvimos especialistas e descobrimos que alguns detalhes como colchões, travesseiros e hábitos antes de dormir podem melho-rar sua noite de sono.

Na seção Pessoas, trazemos até vocês o fantástico trabalho de Aristophanes Franco Gonçalves e outros profissionais de saúde à frente da AMP (Associação Macaense de Parkinson), prestando um serviço importante de apoio aos doentes do Mal de Pankinson na cidade.

Para finalizar, apresentamos duas no-vas seções: a primeira é “Família no divã” que, em parceria com o Núcleo de Psi-canálise de Macaé, vai abordar e discutir temas do cotidiano da família contem-porânea. A outra é “Leitores em Foco”, que apresenta os hábitos de vida e de consumo de algumas pessoas que se des-tacam na cidade por alguma razão.

Parabéns Macaé e feliz Dia dos Pais.

Boa leitura!Gianini Coelho

“Parabenizo a revista DiverCidades pela reportagem so-bre a artista plástica Sra. Maria Klonowska. A beleza

do texto revela uma história de vida muito bonita que en-grandece nosso município. Muito agradável a leitura, texto muito bem escrito, prende do início ao fim. Parabéns!”

Maria Regina Fescina Cordeiro - Médica

PALAVRA DOEDITOR

Page 4: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

4 •

Page 5: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 5

Page 6: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

6 •

Empresas & Negócios .................... 10

Divina Casa ............................................. 16

Casa do Livro ......................................... 18

Macaé Auto Peças, 47 anos .................... 20

Âmbar na Disney ................................... 22

Prevencor ................................................ 24

Especial Aniversário de Macaé

Gincana Jovem ............................................ 26

Paixão em Duas Rodas ................................. 32

140 anos do Hospital ................................... 38

Especial Dia dos Pais

Como nascem os pais ............................ 42

Pais e amigos .......................................... 46

Tendência

Amantes do vinho ................................. 48

Gastronomia

Jantar harmonizado no Lucca ............ 52

Arquitetura & Design

Alessandra Aguiar .............................. 56

A Revista DIVERCIDADES é uma publicação da Formato Publicidade com tiragem de 5.000 exemplares e distribui-ção dirigida aos consultórios médicos, salões de beleza, clínicas de estética e restaurantes de Macaé.

Rua Professora Marcília Picanço, 559 - Mirante da Lagoa - Macaé - CEP: 27.925-200 - Tel/fax: (22) 2762-3201Direção, edição, fotografia e diagramação: Gianini Coelho email: [email protected]

ÍNDICE

Jornalista Responsável: Luciene RangelRegistro profissional nº 20619/97 DRT 16917/97

Colaboradoras: Ana Beatriz Vieira/Juliana CarvalhoFoto capa: Ana Nogueira

Publicidade e anúncios:Gianini Coelho(22) 2762-3201 (22) 9985-5645

EXPEDIENTE:

26Decoração Espaços multimídia ............................... 58SaúdeComo melhorar a qualidade do sono .... 60Pessoas

AMP-Associação Macaense de Parkinson ... 64Família no divã A difícil tarefa de ser pai ............................ 68

Gincana Jovem

48Amantes do vinho

38140 anos do Hospital

46Pais e amigos

32Paixão em duas rodas

Page 7: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 7

Page 8: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

8 •

Page 9: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 9

Av. Nossa Sra. da Glória, 689 - Cavaleiros - Macaé/RJ - Tel.: (22) 2773-4200

Page 10: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

10 •

Menina de Minas: as melhores marcas do cenário fashion mineiro em Macaé

A história da Menina de Minas começa em 2008, com o con-ceito de proporcionar exclusividade, conforto e muitos mimos às clientes de Macaé. Os horários eram agendados

exclusivamente para elas se sentirem mais do que especiais! A loja foi ganhando cada vez mais reconhecimento, e assim, precisando de mais espaço para manter o padrão de atendimento. “Hoje, a Menina de Minas fica no centro da cidade com uma loja de 100m² de muito carinho e bom gosto para a satisfação das clientes, apre-sentando as melhores marcas do cenário fashion mineiro, com ves-tidos de festas e alfaiataria em alta costura de São Paulo e Belo Horizonte”, comenta Raquel Alam, proprietária da loja. No perfil das clientes aliam-se sofisticação e qualidade, em uma mulher que gosta de se vestir bem em todos seus momentos. O perfeccionis-mo do trabalho realizado pela Menina de Minas pode ser visto em suas clientes, cada vez mais sintonizadas em seu próprio estilo e que acreditam em uma moda exclusiva, clássica e atemporal. Raquel Alam, proprietária da Menina de Minas, moda para mulheres que gostam

de se vestir bem em todos os momentos

Fotos e textos: Gianini Coelho

EMPRESAS & NEGÓCIOS

Todeschini lança promoção“Lá Vou Eu” para os arquitetos

Para os arquitetos de Macaé, que valo-rizam seus projetos, lançando mão da qualidade dos planejados Todeschini e que prezam a satisfação final dos seus

clientes, já está valendo a promoção “Lá Vou Eu” da Todeschini. Em 2012, o programa está cheio de novidades e com destinos incríveis: Punta Del Este, África do Sul e Marrocos e ainda tem mais chances de ganhar. “Este ano, o arquiteto poderá fazer tudo pelo novo site: cadastro, controle da pontuação, ver detalhes sobre os novos destinos e conferir quantos pontos faltam para alcançar a premiação”, completa Rodrigo Arenales, proprietário da loja exclusiva Todeschini em Macaé.

Participe! Acesse o site, cadastre-se e confi-ra todas as novidades:

www.todeschinisa.com.br/lavoueuA equipe da Todeschini apresentou o programa no seu show room na Praia Campista

Page 11: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 11

Page 12: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

12 •

EMPRESAS & NEGÓCIOS

Juliano Fonseca e Érica Mendes recebendo o Prêmio de Mylena Ciribelli

Há quem diga que num mundo saturado de imagens, textos e sons, a criatividade vem da desinformação e da deformação. Outros questionam se a originalidade é necessária. Nesse corre-corre é possível informar de forma criativa? Um grupo de

jovens publicitários, designers e fotógrafos – criadores da arte de informar por meio da criatividade – mostra que sim.

Para Rômulo Jacques, Fernando Araújo, Guilherme Veiga, Raphael Araújo e Ian Souto, sócios-proprietários do Bigode Coletivo Criativo, informar com criatividade é tirar de letra os dilemas do bem comunicar. “O Bigode é uma agência de publicidade com visão de produtora de vídeo ou uma produtora de vídeo com o pensamento de agência de publicidade, tanto faz, você decide”, explica Rômulo, criativo nato e um dos criadores

do grupo. Não é à toa que o Bi-gode Coletivo Criativo tem em sua cartela de clientes os mais antenados da região, como o restaurante La Fazendinha e a farmácia de manipulação Verde Fórmula; a escola de dança Âm-bar e a Fazenda Interativa, den-tre outros. Para quem trabalha com o Bigode, fica a certeza de uma agência séria na hora de planejar e irreverente na hora de criar, que bota a imaginação e o talento para aquilo que seus clientes procuram. E essa imagi-nação vai longe.

“Conhecer o Bigode foi uma grata surpresa. Eles conseguem materializar nossas ideias de uma maneira fascinante, elegan-te e divertida”, comenta a clien-te Fernanda Mathias.

“Nosso objetivo é trazer re-sultados reais aos nossos clien-tes, nossa ferramenta é a criativi-dade aliada à seriedade e muito, muito trabalho”, diz Guilherme Veiga um dos sócios do grupo.

Conheça mais sobre o grupo em:www.sitedobigode.com

Bigode Coletivo Criativo, a comunicação da sua empresa, bem debaixo do seu nariz

A equipe do Bigode em ação: Raphael Araújo, Fernando Araújo, Romulo Jaques, Guilherme Veiga, Clarice Curvelo e Ian Souto Maior

Page 13: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 13

Page 14: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

14 •

Romance espírita de autora macaense é sucesso de vendas

O romance mediúnico psicografado por Regina Cé-lia, “Enfim o Caminho” é um caso verídico ocor-rido na Europa com várias situações de valores. A

obra está sendo muito apreciada pelo público jovem que quer saber as respostas: “De onde viemos e para onde iremos”. Na obra, o leitor encontra o drama de Dayana, menina cega abandonada nas ruas de Sevilha, Espanha, mas com o dom divino da mediunidade.

A primeira edição com 5000 exemplares esgotou em apenas três meses. A segunda já está a venda nas livrarias Nobel, Luminar do Grupo Pedro e Idalina Meireles na rua Tenente Rui Lopes Ribeiro, podendo ainda ser comprada pelo site da Editora Chico Xavier, Lojas Americanas, Sarai-va, etc. Todos os direitos autorais da venda do livro estão sendo doados à Casa do Caminho, instituição filantrópica que funciona há 23 anos realizando trabalhos sociais na pe-riferia de Macaé. Acesse o site e conheça as ações da Casa do Caminho: www.casadocaminhomacae.org.br

A escritora macaense Regina Célia Ribeiro e seu livro. Sucesso de público e de doação para a Casa do Caminho em Macaé

EMPRESAS & NEGÓCIOS

SIGMA GI, renovando o mercadoimobiliário

A SIGMA GESTÃO IMOBILIÁRIA é uma empresa que já nasce com a experiência de mais de 30 anos de mer-cado e com uma gestão imobiliária moderna. É uma

empresa de família e respeito que foi criada para atender você com toda atenção e cuidado. Rafael Mattos Bogado, sócio-diretor da SIGMA GI está à frente da empresa. É gente jovem de Macaé assumindo os negócios da família com com-petência e responsabilidade de representar bem o seu nome no mercado. “A nossa marca é o amor que temos pelo nosso trabalho, pelas nossas conquistas, nossos amigos e família. Prezamos pelo respeito e seriedade, trazendo sempre um resultado positivo para nossos parceiros e investidores”, enfa-tiza Rafael. A SIGMA GI trabalha com administração, vendas e construção de imóveis residenciais, comerciais e industriais sob medida em Macaé e também na região.

A SIGMA GI tem os melhores investimentos no setor imo-biliário para a realização de seu sonho da casa própria. Acesse o site www.sigmagi.com.br e conheça os diferenciais.

Rafael Mattos Bogado, à frente da SIGMA GI, gente jovem de Macaé assumindo os negócios da família com competência e seriedade

Page 15: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 15

Page 16: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

16 •

Sofisticação, requinte e elegância, essas palavras tradu-zem a essência do que a Divina Casa tem a oferecer. Quem passa pela rua Marechal Deodoro no centro de Macaé, não consegue imaginar que existe um mundo a

ser explorado, recheado de boas idéias que conseguem deixar os espaços de casa simplesmente deslumbrantes. A empresária Carla Corga explica que todos os pensamentos que renunciam à unidade exaltam a diversidade. “E a diversidade é o local da arte”, citando Albert Campus, filósofo. Essas palavras descre-vem precisamente o quanto fugir do óbvio, pode abrir portas para o prazer e o belo. Na decoração, sair do comum, escapar da neutralidade e dar vazão ao diferente torna a casa, sem dú-vida, mais personalizada. Afinal, nem sempre o menos é mais. Saber distinguir o que é belo e de valor, do que é modismo é muito importante. São estes objetos de estima que trazem requinte à decoração que são o ponto forte da Divina Casa.

E quando o assunto é qualidade, a Divina Casa é expert, oferecendo produtos de marcas renomadas como Ribeiro e Pavani, Rian Tricot, Cristais Alemãs e Cerâmicas Porto Brasil. Além disso, representa artistas plásticos e artesãos de norte a sul do país, que desenvolvem peças exclusivas e sob medida. Um detalhe à parte fica para a maneira como as peças são personalizadas, o produto recebe a marca da loja em forma de medalhinha que é banhada a ouro. Em algumas peças, o emblema recebe ainda originais de cristal Swarovski, um mimo luxuoso com o padrão Divina Casa.

Para quem está prestes a se casar ou mudar de casa, a Divina Casa recebe listas de casamento, chás de cozinha e open house, tendo à disposição um espaço na loja para que o cliente possa organizar esses encontros. Já para quem passou dessa fase e está aumentando a família, as lembrancinhas de maternidade também podem ser encomendadas no próprio estabelecimento. Para a inspiração não há limites, e a Divina Casa oferece em todos os detalhes possibilidades de dar asas à imaginação e deixar sua casa um lugar aconchegante, harmo-nioso e, é claro, realmente divino!

DIVINA CASA: o requinte da decoração agora em Macaé

Carla Corga à frente da recém-inaugurada Divina Casa, que surpreende nos detalhes e sofisticação

Texto: Juliana Carvalho

Rua Marechal Deodoro, 163 - Centro Macaé/RJ - Tel.: (22) 2772-7160email: [email protected]

EMPRESAS & NEGÓCIOS

A fachada chama a atenção de quem passa pela Marechal Deodoro e a loja guarda mimos que encantam

Variedades de estilo com qualidade de apresentação, como nesta cômoda indiana

Louças de marcas renomadas e peças personalizadas encantam e seduzem o público

Page 17: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 17

Page 18: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

18 •

Encontrar livros didáticos, paradidáticos, técnicos (Direito, Medicina, Nu-trição, Engenharia, etc), literatura clássica, infantil e outros em Macaé, fi-cou muito mais fácil. A Casa do Livro que você já conhece está sob nova direção e em novo endereço, ampliando os seus horizontes literários. A

nova loja agrega a nostalgia das livrarias com decoração envolvente e inúmeras possibilidades de uma boa leitura em mais de 13 mil títulos, que conta inclusive com autores macaenses. Salas individuais para cada área, facilitam a busca do leitor e fazem com que as pessoas realmente sintam-se em casa. Para o empre-sário e idealizador do espaço Adriano Corga, a loja traduz a liberdade que a leitura proporciona. “Sempre fui um amante da leitura e a Casa do Livro traz essa proposta de aproximar o livro do seu leitor. Aqui é um lugar em que as pessoas podem andar, tocar nos livros, procurar aquilo que é do seu interesse, enfim, relaxar com toda a liberdade, sem aquela frieza de chegar simplesmente no balcão e pedir por um título”, afirma Adriano.

As crianças têm um espaço exclusivo com inúmeros livros e material educa-tivo que agradam à todas as faixas etárias. Além disso, os pais poderão, já no próximo ano letivo, contar com a comodidade de encontrar na loja os itens da lista de material escolar e com um detalhe, a possibilidade de receber os livros encapados e etiquetados. E se durante um passeio na Casa do Livro você se encantar por algum item da decoração, não se desespere, todos os produtos decorativos estão à venda, assim como outras opções interessantes de presen-te de papelaria fina. Com todos esses atrativos, motivos não faltam para fazer uma visita e se deliciar dando asas á esse poder fantástico e libertador que a leitura tem. Afinal de contas, quem lê, melhor fala, melhor ouve, melhor vê. Boa leitura!

Adriano Corga, paixão pelos livros levou o empresário a renovar a proposta da Casa do Livro para os amantes da boa leitura

Texto: Juliana Carvalho - Fotos: Gianini Coelho

Rua Marechal Deodoro, 295 Centro - Macaé/RJTel.: (22) 2762-9598www.casadolivrocafe.com.br

EMPRESAS & NEGÓCIOS

A divisão dos ambientes por temas facilita a vida do leitor que passeia pelos cômodos da livraria como se estivesse em casa

O espaço infantil é um dos mais movimentados da livraria, conforto para as crianças e comodidade para os pais

Um casarão antigo no Centro da cidade enche de charme a fachada da nova loja

Nova Casa do Livro renova cultura literária na cidade

Texto: Juliana Carvalho

Page 19: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 19

Page 20: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

20 •

Um dos maiores exemplos de como se adequar aos novos tempos, Macaé Auto Peças chega aos dias atuais com uma história de muito sucesso. A casa comer-cial completa 47 anos de atividades de pleno êxito, revelando a visão arrojada de seu fundador, o empresário Rocínio de Oliveira Fragoso.

No meio da tensão política que se instaurava no Brasil, durante a década de 60, despontou um arrojado cidadão macaense, nascido em Carapebus e investindo alto em um novo empreendimento comercial na cidade. Em 25 de julho de 1965 nasce a Macaé Auto Peças, fruto da coragem do empresário Rocínio Fragoso que resolveu arriscar alto, além de um novo empreendimento, uma mudança geográfica. Residente em Campos dos Goytacazes, Rocínio resolveu montar sua empresa em Macaé. Inicialmente esta ficava si-tuada à av. Rui Barbosa, 444, cabendo destacar que, na época, o macaense contou com o incentivo do irmão, Alípio de Oliveira Fragoso, empresário também muito bem-sucedido. Poucos anos depois, Rocínio percebeu que teria que enfrentar o desafio de ampliar as instalações da loja. Assim, em 1973, a Macaé Auto Peças mudou-se e, passando por gran-des transformações, foi transferida para a avenida Rui Barbosa, 1.113, onde encontra-se até hoje. Foi nessa mesma época que o empresário resolveu abrir o leque de produtos comercializados, passando a oferecer também material agrícola e linha de máquinas pe-sadas, acompanhando o ritmo acelerado do crescimento de Macaé, já em 1979, quando a indústria offshore se instalava no município. “Acredito na força do trabalho e não tenho medo de crise”, declarou o empresário Rocínio, esclarecendo que este sempre foi o seu lema de trabalho.

Mas Rocínio não estava sozinho nesta jornada de sucesso. Mulher moderna, dinâmica e mãe à moda antiga, Maria Sônia de Souza Fragoso é uma empresária respeitada, que se divide entre os negócios e a família, ainda arranja tempo para se dedicar às obras sociais. “Tenho muito a agradecer à Deus e pouco a pedir”, concluiu Sônia. Ela destaca ainda que, durante toda sua vida, todas as suas ações e seu espírito empreendedor estiveram pau-tados no que ela chama de tripé, composto por fé, simplicidade e muito trabalho. “Não devemos querer mais do que nos é dado através do trabalho, que é a base principal de uma vida tranquila”, enfatizou a empresária.

Sônia Fragoso atuou na administração da MAP durante todos esses anos, emprestando sua sabedoria, bom senso e sensibilidade extremamente aguçada. Em 1988, os três filhos do empresário passaram a ser também sócios da empresa, Luís Henrique, Rocínio Filho e Marcelo. No entanto, não foi preciso muito tempo para que os irmãos de Luis Henrique deixassem a empresa para se dedicar às suas áreas de interesse. Foi então que o primogêni-to teve a oportunidade de mostrar todo seu potencial empresarial, assumindo de corpo e alma a administração da empresa, e juntamente com a mãe Sônia, são os responsáveis para levar adiante o legado de Rocínio, construído com muito trabalho e dedicação.

Macaé Auto Peças (MAP): 47 anos de história de vida e dedicação à Macaé

O casal Rocínio e Sônia Fragoso, uma vida de dedicação à família e aos negócios

Texto: Ana Beatriz Vieira - Fotos: Gianini Coelho

Av. Rui Barbosa, 1113 - Centro - Macaé/RJTel: (22) 2762-1620/7811-7182 ID 12*89725www.maprj.com.bremail: [email protected]

A fachada da loja na av. Rui Barbosa já virou referência na orientação no trânsito da cidade

EMPRESAS & NEGÓCIOS

Dona Sônia e o primogênito Luis Henrique, dando continuidade ao legado de Rocínio Fragoso

Page 21: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 21

Page 22: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

22 •

Bailarinos da Escola de Dança representam o Brasil num dos palcos mais apreciados do planeta

A experiência de levar bailarinos para uma apresentação no palco do Downtown Disney rendeu à AMBAR elogios da organização da Disney, além da renovação do convite para voltar em 2013. A ÂMBAR embarcou para Orlando com uma comitiva de 84 pesso-

as, entre bailarinos, professores, pais e responsáveis levando na bagagem a expectativa de realizar um sonho: dançar na Disney. A experiência superou, no entanto, a expectativa inicial e os bailarinos retornaram ao Brasil com a certeza de que as horas dedicadas à dança somam muito mais que prazer e boa forma mas, sobretudo, oportunizam relacionamentos.

“Foram 10 dias maravilhosos. O principal objetivo da escola foi alcança-do, pois estreitamos ainda mais o relacionamento entre alunas, pais e pro-fessores do grupo maravilhoso que embarcou nesse sonho. Representamos muito bem o Brasil, naquela que foi uma das melhores apresentações que ali

Comitiva ÂMBAR no Magic Kingdom: “Nosso principal objetivo foi alcançado, pois estreitamos ainda mais o relacionamento entre alunas, pais e professores do grupo maravilhoso que embarcou nesse sonho”, Érica Mendes

A bailarina e professora Kivia Carino, em dois momentos do

espetáculo na Disney. Acima com o bailarino Wanderley e ao lado

com alunas

EMPRESAS & NEGÓCIOS

ÂMBAR NA DISNEY

Texto: Luciene RangelFotos: Âmbar

Page 23: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 23

já aconteceu, segundo o próprio coordenador da Disney, que nos honrou com o troféu Magical Performance”, destacou Érica Mendes, diretora e coreógrafa da Escola ÂMBAR.

Os pais e responsáveis eram puro entusiasmo. “Dançar na Disney foi a re-alização do sonho das minhas filhas, proporcionado por mim e meu marido, idealizado e organizado pela ÂMBAR, brilhantemente”, vibrou Alessandra Lofiego Monteiro, médica ginecologista e obstetra, que acompanhou suas filhas Eduarda e Beatriz, juntamente com o marido Carlos Alexandre. A fa-mília Zarour estava em massa na viagem à Disney: Eduardo, Giovana e Miguel embarcaram no sonho com Maria Eduarda, que apresentou coreografias de jazz e sapateado.

“Ver Maria Eduarda dançar é simplesmente sublime! Sempre deixo claro para ela que na vida devemos buscar fazer coisas que nos realizem, nos deem prazer. Acredito que na dança ela encontra essa realização, esse prazer. Vê-la dançar na Disney foi simplesmente algo inesquecível. Para todos que acompa-nharam de perto todo o processo foi uma experiência memorável. A junção do excelente trabalho da equipe ÂMBAR e a dedicação das bailarinas resul-tou em um dos momentos mais felizes da vida de quem esteve lá presente”, emociona-se Giovana.

A escola fez ainda uma apresentação no Universal Studios, oportunidade engrandecedora para os bailarinos que foram prestigiados pelos visitantes de um dos grandes estúdios de cinema americano. Impecável em sua apresenta-ção, a bailarina e professora Kivia Carino, é enfática ao afirmar que dançar na Disney foi uma experiência única. “Ir à Disney pela primeira vez e ain-da dançar foi a realização de dois sonhos. Como professora foi emocionante ver o trabalho se concretizando com espectadores internacionais aplaudindo e parabenizando. Ver a felicidade nos olhos e sorrisos das meninas foi muito gratificante”, afirma.

E a ÂMBAR não para por aí. Em julho, uma comitiva de bailarinos e pro-fessores embarcará para o 30º Festival de Dança de Joinville, onde apresentará seis coreografias. Novamente, a escola foi selecionada para participar do mais rigoroso e exigente festival de dança do mundo. Como qualidade e competên-cia têm lugar certo no mercado, a ÂMBAR é a mais nova franquia brasileira, participando da Feira Rio Franchising em setembro. “Temos uma história, uma caminhada séria que se revela em oportunidade de negócio. Por isso acredita-mos na ÂMBAR como franquia”, confia Juliano Fonseca.

Érica Mendes recebendo o troféu Magistral Performance do coordenador da Disney

www.escolaambar.com.brTel: (22) 2770-5667 - (22) 2773-3728

Dra. Alessandra e Dr. Carlos com as filhas Bia e Eduarda, alunas da ÂMBAR em várias modalidades de dança

Bailarinos ÂMBAR: reconhecimento, aplausos e convite para que a Escola de Dança macaense volte em 2013

Page 24: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

24 •

Prevencor, tratamentos que remediam situações de risco e garantem uma vida livre de doenças cardiovasculares em um só lugar

Os cuidados com a saúde e com o corpo nunca estiveram tão em alta. São novos métodos, tecnologias, tudo para que se consiga viver com mais qualidade a cada dia. E nesta tenta-tiva, uma medida simples pode ser a chave para tudo isso, a prevenção. É isso mesmo, adotar mecanismos preventivos

pode indicar a necessidade de mudança de hábitos, cuidados e tratamen-tos que garantam uma vida saudável.

As doenças cardiovasculares, por exemplo, são a principal causa de morte em todo o mundo de acordo com a Organização Mundial da Saú-de (OMS). E os dados são alarmantes, estima-se que no Brasil 400 mil pessoas morrem por ano vítimas de alguma doença cardíaca. Mas, a boa notícia é que alguns dos principais fatores de risco da doença podem ser tratados. São eles: excesso de peso, tabagismo, diabetes, hipertensão e colesterol elevado. Em Macaé, a Prevencor atua diretamente no cuidado desses fatores a fim de prevenir as doenças do coração e contribuir para a ampliação da qualidade de vida.

Há dois anos na cidade, a Prevencor já desponta como referência no assunto. São 16 médicos em especialidades como cardiologia, nutrição,

A sede da Prevencor na Alfredo Backer, no centro de Macaé. Vários exames e atendimentos de profissionais de saúde especializados em um só lugar

Por: Juliana Carvalho

A clínica está toda equipada para a realização de todos os exames do coração com o uso da informática

Na quarta, a música instrumental toma conta do ambiente no Quarta Jazz, na sexta e sábado, tem MPB com voz e violão

EMPRESAS & NEGÓCIOS

Texto: Juliana Carvalho - Fotos: Gianini Coelho

Page 25: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 25

endocrinologia, cardiologia pediátrica, ortomolecular entre outras, que realizam um trabalho integrado de prevenção. De acordo com o idealizador da clínica, Dr. Carlos Emir Júnior, o centro de espe-cialidades nasceu com a missão de propiciar que as pessoas encon-trassem no mesmo lugar um atendimento multiprofissional e que tratasse dos fatores que podem contribuir para o aparecimento das doenças do coração.

“A Prevencor tem o propósito de oferecer um olhar realmen-te de prevenção. Conseguimos reunir profissionais gabaritados, que

Rua Alfredo Backer, 252 - Centro - Macaé - Tel: (22) 2762-2222 / 2762-9713 / 2762-4707www.prevencormacae.com.br

Dr. Carlos Emir Mussi Júnior, visão e investimento em uma estrutura que possibilite aos pacientes um “check-up day” para fazer todos os exames necessários em um só dia

Equipamentos de última geração colocam a Prevencor na vanguarda da prevenção de doenças cardiovasculares em Macaé

conseguem realizar uma análise de indicadores já existentes que podem contribuir para que, no futuro, o paciente desenvolva uma doença cardiovascular. Desta forma, conseguimos tratar e evitar o desenvolvimento da doença. O nosso papel é fazer com que as pessoas se sintam bem e vejam que vale a pena estar em uma clínica car-diovascular mesmo que não tenham nada. É uma nova cultura de mudança de paradigmas, eu não preciso estar doente para me cuidar”, ressalta o especialista em cardiologia.

Uma novidade da Prevencor é o exame cha-mado de Ergoespirometria, teste que permite a análise da emissão de gases durante o esforço fí-sico realizado no equipamento. A partir daí, tem--se um norteador dos indicadores de frequência cardíaca mínima e máxima que a pessoa precisa para realizar uma atividade física. O monitora-mento é realizado de forma individualizada, e é um estímulo ainda para quem já teve algum pro-blema cardiovascular e tem receio de fazer ativi-dade, uma vez que o exame avalia o cenário ideal do indivíduo para a prática esportiva.

Mudanças no estilo de vida, conhecer o seu corpo e a partir daí, tratar fatores que podem ser nocivos à sua saúde são, sem dúvida, o iní-cio de uma caminhada saudável rumo ao bem--estar. E isto tudo, é claro, passa por estar com o coração em dia. Cuidar de si mesmo é sinôni-mo de viver mais e melhor!

A equipe é formada por enfermeiros e médicos especialistas para realização de exames de última geração, para avaliação das condições físicas das pessoas comuns e também de atletas

• 25

Page 26: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

26 •

GINCANA sempre JOVEMEla está em sua 27ª edição, somando 30 anos desde a primeira, já incluindo a deste ano.A Gincana Jovem faz parte da história deMacaé, reunindo jovens, agregando valores e envolvendo a sociedade, incentivando asolidariedade e, acima de tudo, mostrandoa força da sua juventude Fotos arquivo: Regina Fonseca/Daniela Sorage

Texto: Luciene Rangel

ESPECIAL MACAÉ

Quem se depara nos semáforos da cidade, nas férias de julho, com jovens usando roupas coloridas e pedindo contribuição para a Gincana Jovem não imagina que neste evento já participaram vários outros jovens, que hoje, se destacam no cenário empre-sarial e político de Macaé.

Ao longo dos anos, gerações passaram pela Gincana Jovem. Relacionamen-tos começaram e terminaram, doações ajudaram a construir e a manter pro-postas sérias de trabalho social. O papel do jovem engajado tem feito toda a diferença. A história deste movimento, iniciado timidamente nas instalações do Asilo da Velhice Desamparada, na pequena capela católica, ganhou força, am-pliou horizontes, envolveu pessoas que viram suas vidas dedicadas ao próximo, construindo laços de amizade e cumplicidade.

1985. A gincana deixa de ser Bíblica para ser jovem, acontecendo no Tênis Clube com a participação da sociedade

Page 27: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 27

D. Regina e Léo Fonseca na capela do Asilo, onde tudo começou

Origem bíblica

A gincana nasceu bíblica, em 1983, como culminância do trabalho religioso realizado por Regina Coeli Tannus Fonseca com jovens. Era o grupo Grito de Fé, inicialmente formado por Léo Fonseca, Antônio Luiz Santos, André Moreira e Alu-ízio Júnior e que aos poucos envolveu outros jovens: Glauco Lopes, Jean Gentil, os irmãos Lauren e Laurence e os primos Liz Maria, Jorge Luiz e Patrícia. O cenário era o Asilo, as equi-pes tinham cinco elementos e as tarefas a religião como tema central. Foi assim por dois anos. O Grito de Fé foi o berço da Gincana Jovem, movimento que ganhou a sociedade macaen-se em 1985 por ter como propósito o jovem.

“O jovem tinha, como ainda tem, um potencial muito grande. A gincana oportunizava e revelava esse potencial. Queríamos mostrar a presença do jovem na igreja... jovens felizes, que evangelizavam pelo testemunho. Era tudo muito novo, mas não tinha medo. Sabia que Deus estava comigo”, compartilha Regina Fonseca, afirmando que faria tudo igual.

Em 85, quando a gincana deixou de ser Bíblica para ser Jovem, teve também como mudança o local de realização, passando a ser no Tênis Clube. O movimento cresceu e, ao contrário dos 25 participantes iniciais, chegou a 200. Cada ano um tema, uma história, que começava com a entrega das tarefas no início de julho, aproveitando as férias esco-

1985. A gincana deixa de ser Bíblica para ser jovem, acontecendo no Tênis Clube com a participação da sociedade

1988... a gincana mais uma vez envolveu a sociedade, engajada na causa dos jovens

Page 28: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

28 •

lares. O mês ficava pequeno para tantos acontecimentos. Festas, chás, desfiles, rifas... a sociedade e o comércio se viam envolvidos pelo movimento que tinha o jovem como personagem central.

Chegava o dia da gincana e a cidade parava. Além dos 200 participantes, familiares, amigos, curiosos... todos queriam ver, estar, participar de alguma forma, o que era possível já que algumas tarefas surpresas envolviam os pre-sentes. Foi assim sob a coordenação de Regina Fonseca até a 6ª Gincana, em 1988, quando o evento teve o Baile de Máscaras como encerramento, isso após em 1987, o tema ter sido Anos Dourados.

“Tenho muito boas lembranças, e olha que não sou sau-dosista. Curto, ainda hoje, cada jovem da gincana. Tenho orgulho de cada um, no que se tornaram. Há uma semente do bem na vida deles”, destaca Regina, lembrando ainda da Petrobras, que por anos patrocinou o evento por reconhe-cer sua importância social.

Parte da história

A juventude de Glauco Lopes passa pelo Grupo Grito de Fé e pela Gincana Jovem. Aliás, é dele a sugestão do nome do grupo. “Tenho enorme orgulho de ter sugerido o nome pelo qual realmente o grupo ficou conhecido. O Gri-to de Fé faz parte da minha história, pois foi nele que me vi envolvido com a religião, quando nossa família se mudou para a rua do Sacramento. Lá conheci Luiz, Júnior, Jean e André, sempre juntos para uma partida de futebol”, re-corda Glauco, que guarda na memória uma das tarefas de agradecimento à Petrobras, patrocinadora do evento por sete anos, quando sua equipe adaptou a música “We are the World”. “Lembro nitidamente desta tarefa. A letra foi uma adaptação feita pelas irmãs Heloísa e Gisele Carneiro e os membros da equipe se caracterizaram como cantores brasileiros. Um barato!”.

E a gincana sempre representou pessoas, momentos... construindo uma história sólida, com reflexos ainda hoje na vida de boa parte daqueles que fizeram parte dela. Para Léo Fonseca, ter vivido Grupo Grito de Fé e gincanas Bíbli-ca e Jovem, significou períodos de crescimento espiritual.

Baile dos Anos Dourados, ocasião memorável para todos que participaram!

Glauco Lopes, responsável pelo nome do Grupo Grito de Fé

Ivan Bastos e sua coleção de camisas da Gincana Jovem... recordações

Maria Fernanda, entre o papai Luís Maurício e a sua mãe Vivian no momento do parto

Baile de encerramento da 10ª gincana, em 1992. Nos grupos deram início grandes amizades13ª Gincana Jovem: baile do terror em 1995. As pessoas se preparavam para a ocasião

28 • 28 •

Page 29: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 29

“Foram momentos muito especiais para todos nós. Um pe-ríodo de crescimento espiritual, fortalecimento de amizades e, principalmente, participação social de grande relevância ao nos dedicarmos ao Asilo da Velhice Desamparada e outras instituições da cidade. Uma integração muito forte entre os participantes do grupo, e essa energia gerou muitos frutos que colhemos até hoje”, enfatiza Léo.

“As festas de encerramento das gincanas sempre foram capítulos à parte, em especial a dos Anos Dourados, quando chegamos ao baile no Tênis Clube de lambretas e brilhantina nos cabelos. Inesquecível!”, revela Léo, afirmando ainda que, além das lembranças maravilhosas, certamente a formação do caráter de cada um dos participantes foi muito influenciada

6ª gincana, 1987: os jovens reviveram os Anos Dourados

pelo movimento. “O que cada um de nós assimilou de posi-tivo para engrandecer nossa personalidade nunca se apaga.”

Novos tempos

Compromissos familiares levaram Regina Fonseca a pas-sar o movimento para alguns dos jovens do Grito de Fé em 1988. “A gincana foi um filho que gerei e entreguei para o mundo. Senti muito”, disse ela. E assim, participantes tor-naram-se organizadores: Antônio Luiz, Luiz Antônio, Eliana Nogueira, Maria Cecília Barcelos, Rodolpho Oliveira, Patrícia Cabral, Cláudio Santos, Luciene Rangel, Ivan Bastos, André Moreira e Cláudia Bastos foram alguns dos que, por sete anos, estiveram à frente da Gincana Jovem, que em 89 e 90 foi intitulada Adolescente.

“Recebemos de D. Regina um presente. Por anos, vive-mos a Gincana Jovem sob a ótica de participante e sempre foi um prazer. A gincana construiu amizades sólidas, possi-bilitou relacionamentos, nos fez amadurecer, foi palco de diversão, criação e vivência. Tudo isso possibilitou que, quan-do à frente do movimento, tivéssemos bagagem e know how para seguirmos. Anualmente, tínhamos o compromisso de oferecer ao jovem algo novo, desafiador, enriquecedor. E a turma chegava junto, com gás e muitas boas ideias”, decla-rou Antônio Luiz Santos, um dos cinco jovens preparados por D. Regina para a Primeira Eucaristia em 1978, antes mes-mo do Grito de Fé existir. Após a realização da 13ª Gincana Jovem, que foi noturna e tinha um “Q” de terror, o even-to deu nova guinada, ficando dois anos sem acontecer. Em 1988, um novo grupo assumiu a organização da gincana, par-

Page 30: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

30 •

As camisas sempre marcaram as edições da gincana. A arte dos Anos

Dourados, criação de Manoel Reis, foi uma das mais marcantes

ticipantes já da segunda temporada, assumindo a coordenação Ivan Bastos, ficando a frente por três anos.

“Ajudei na organização quando D. Regina desligou-se, até então era participante, e prossegui colaborando quando Jussa-ra, Simone, Carla, Waguinho, Antônio Bento, Janaína, Pablo, Newtinho, Rachel, Sávio, Marquinhos, Rosalvo e Carlos André assumiram”, recorda Ivan que até a 20ª teve participação, já com

Daniel Raony, atualmente à frente da Gincana Jovem

GINCANA JOVEM

os novos organizadores, desta vez como consultor e jurado. Segundo Ivan Bastos, a gincana é uma brincadeira séria, que abre portas e tem, ainda hoje, um propósito de doação ao próximo. “A Gincana Jovem tem um lado revelador, quando pessoas de todas as classes sociais interagem sem senões por terem um objetivo maior de doação ao próximo. Esse é o real sentido do movimento”, afirma ele.

Em 2001, não houve Gincana Jovem e da 17ª a 20ª edi-ção estiveram a frente do movimento Luciano Leal e os co-laboradores George, Alice, Gabriele, Luana, Igor, Marcelo e Serginho. “A Gincana Jovem é um evento muito especial que tem a capacidade de unir os jovens e engajá-los em um traba-lho social. Fui integrante de equipe da 11ª a 16ª Gincana. Na 17ª já exerci o papel de organizador e nessa função fiquei até a 20ª “, conta Luciano Leal, acrescentando que o movimento sempre fez parte de sua família.

Passado, presente... futuro

Falar de Gincana Jovem é falar de Regina Fonseca. O movimento nasceu do seu propósito, inicialmente religio-so e naturalmente social e humano, de oportunizar aos jovens vivências engrandecedoras e formadoras de valores.

Em 1988, na comemoração dos 40 anos de Regina Fon-seca, os membros do Grito de Fé se uniram para registrar sob a forma de um livro, os bárbaros momentos vividos pelo grupo até aquele ano. Uma homenagem àquela que acreditou e que fez o movimento acontecer, com dignidade, respeito e fé. Num dos trechos do livro, que traz na capa a imagem de Jesus Cristo e a frase “Eu preciso de você”, Alui-zio Júnior, relatou: “1978/1988. Dez anos se passaram. Os 12, de 10 e 11 anos, hoje têm 20 e 21 anos. Todos com seus destinos traçados com base na união, na amizade, no amor que se formou em torno da nossa primeira comunhão. O Grupo do Asilo, o Grupo Grito de Fé caminha e faz história. História escrita por Dona Regina, Sr. Léo, irmãs Antônia e Nadir, Ailton, padre Antônio, dom Afonso... D. Regina é luz, é caminho, é a alegria de ter sido apresentado à Cristo.”

Gincana Jovem é presente quando percebe-se, apesar de passados 30 anos, a participação do jovem, outras gerações,

Dr. Aluízio Júnior e Antônio Luiz, que vivem religião desde a infância, iniciados por D. Regina no Grupo Grito de Fé

Page 31: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 31

com amigos e filhos daqueles que iniciaram essa história nos idos de 1983. Para Aluizio, dentre os muitos aprendizados registrados, destaca-se o respeito pelo próximo. “Com a gincana, passei a pensar sempre e primeiro na coletividade”, afirma ele, salientando que os jovens de todos os tempos, são cheios de potencial, precisando apenas de oportunidade para acontecer. “Somos responsáveis por nossa história e enquanto seres sociais, natural-mente, somos responsáveis pela sociedade em que vivemos.”

Em agosto deste ano, acontece a 27ª Gincana Jovem, reunindo cerca de 200 jovens, com idade entre 15 e 18 anos. O tema “Qualidade de Vida e Saúde” pretende trabalhar conceitos e práticas para formação cidadã dos participantes e da sociedade, sempre envolvida. Na organização há nove anos, Daniel Raony afirma que a gincana mudou sua vida e ampliou seu círculo de relacionamento.

“Eu era menino quando tive meu primeiro contato com a gincana. Lembro do meu pai ajudando numa tarefa que era para montar uma banana split enorme. Nem imagina-va que esta experiência seria aprofundada anos depois, primeiro eu participando, depois ajudando na organização”, lembrou Daniel que classifica o evento como uma isca para o jovem que, envolvido, vê-se engajado em causas sociais.

E Daniel explica que a gincana, a exemplo de toda sua história, ainda mantém a ta-

A gincana atualmente envolve jovens em atividades solidárias para capacitação de mão de obra

refa de arrecadação que, desde a 18ª edição, em 2003, passou a an-gariar recursos em dinheiro, atra-vés da Organização da Juventude Responsável (Orjure), instituição responsável pela legalidade das doações. Daniel lembra que a gincana de 2002 arrecadou 25 to-neladas de alimentos perecíveis, gerando dificuldade para distri-buição entre as entidades caren-tes, que receberam grande quan-tidade a ser consumida em curto tempo. Desde então, a arreca-dação reverte-se em cursos de qualificação, como os realizados recentemente, oferecendo 70 va-gas para Logística, Operador de Empilhadeira e Pintor Industrial, além de alfabetização de jovens e adultos na Igreja São Paulo Após-tolo. Já foram, segundo Daniel, mais de 300 capacitações e 100 alfabetizações com recursos pro-venientes da gincana.

Na organização, atualmente, além do Daniel, estão Júlia, Ra-fael, Potira, Camila, Manuele, El-der, Daniel, Patrícia e Hugo que, segundo ele, dedicam-se para que o evento seja um sucesso.

Page 32: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

32 •

A paixão por motocicletas foi cantada pelo Pa-ralamas do Sucesso nos anos 80, com “Vital e sua moto” e também tema de centenas de filmes que criaram ícones como Marlon Bran-do, James Dean, culminando com Peter Fonda

em “Easy Rider” no fim da década de 60, que inspiraram e inspiram, ainda hoje, os amantes do espírito de liberdade e a emoção, que só guiando uma moto contra o vento e a velocidade para vivenciar.

Os apaixonados garantem: a velocidade, o contato com os elementos naturais, a mecânica de suas partes, a potência e o desafiar constante da gravidade, são as qualidades que fascinam nas motos. A estética é o outro lado do motoci-clismo que fascina à todos, isso inclui a beleza das motos, o estilo de quem vive por elas e as fantásticas paisagens para onde essas máquinas podem nos levar.

Existem diversos tipos de apaixonados: aqueles que amam a velocidade, os que amam a tradição, os que amam pegar a estrada e os que gostam mesmo é de se sujar na lama. Há também aqueles que desejam andar em grupo e

Um sentimento de amor e liberdade que só os motociclistas entendem

PAIXÃO EM DUAS RODAS

Imagem oficial do I Encontro Nacional de Motociclistas em Macaé, em 2001

Por: Ana Beatriz Vieira - Fotos: arquivo MC

fazer parte de um motoclube. É preciso vocação para andar em grupo, há regras e é preciso saber andar junto. Mas o me-lhor é ter a certeza que, em grupo, o mais importante é pegar a estrada e aproveitar a vista.

Moto Clube de Macaé, 30 anos de estrada e muita solidariedade

A história do Moto Clube de Macaé começou em 1982, mais precisamente no dia 18 de maio, quando um grupo de apaixonados por motocicletas resolveu se reunir com o objeti-vo de curtir a paixão por motocicletas e realizar trabalhos so-ciais na cidade. Em 85, as atividades esportivas e filantrópicas foram encerradas e, em 2000 um novo grupo de motociclistas resolveu reativar as atividades do Moto Clube de Macaé. Des-ta vez, além das atividades filantrópicas, o grupo estava inte-ressado em realizar viagens pelo Brasil e pelo mundo.

ESPECIAL MACAÉ

32 • 32 •

O presidente Ailton Mendes, abaixo à direita, na comemoração dos 30 anos do Moto Clube em junho

Page 33: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 33

Renato Calda Farias, o Renato Cascata. O encontro com o Moto Clube de Macaé transformou sua vida

Durante os eventos, Macaé recebe uma quantidade enorme de motociclistas de todo o país, que confraternizam com os macaenses apaixonados por motocicletas e suas versões como os triciclos

Desde 2001, o grupo realiza encontros anuais na cidade, que reúnem os moto clubes de todo o país. Ao longo dos anos, a festividade tornou-se refe-rência no calendário de eventos da cidade e dos encontros em todo o país. Em 2003, mais de 320 moto clubes vieram participar da festa que, segundo o presidente Ailton de Carvalho Mendes, reuniu mais de 700 motociclistas. “No ano de 2003, nosso maior desafio foi estar entre os três melhores encontros do estado do Rio de Janeiro”, comenta o presidente, acrescentando que ao longo de 11 anos de festividades, foram arrecadados mais de 100 toneladas de alimentos. “Nosso estatuto prevê que devemos realizar trabalhos de assistência social, atendendo às entidades carentes de Macaé e de outras cidades”, afirma.

Ele destaca ainda que todas as festas têm como objetivo principal a ar-recadação de alimentos e suprimentos para a população carente de Macaé. “Todos os anos, as empresas que desejam patrocinar o evento, nos ajudam fazendo doações para a compra de cestas básicas para ajudar as entidades filantrópicas de nossa cidade”, esclarece. Em junho 2012, o grupo fez 30 anos de história, comemorada com grande festividade, shows de bandas de rock e muita diversão.

Ilustre membro

Renato Caldas Farias, conhecido como Renato Cascata, é um dos mais ilustres membros do Moto Clube de Macaé. Ator, cantor e palhaço, esteve presente em muitos programas de TV na década de 80 e 90. Surpreendido pelos acontecimentos da vida, Renato veio para Macaé para encontrar uma novo rumo. Após optar pela família, que ficou por anos negligenciada em detrimento da carreira artística, resolveu procurar consolo em outra paixão:

• 33

os motores. Contratado por uma empresa de transporte rodoviário, Renato não se sen-tia feliz e realizado, então uma depressão o afastou do trabalho. Por meses, uma tristeza profunda tomou conta de sua vida.

Foi somente depois de encontrar o Moto Clube que sua vida voltou a fazer sentido. Ao participar do encontro anual, Renato se sentiu novamente motivado. “Na primeira vez que estive com o presidente Ailton, fui convidado para participar dos encontros se-manais”, esclarece. E foi assim que sua his-tória no Moto Clube começou, onde ainda reencontrou o palco, podendo novamente exibir seus dotes, que por tantos anos fize-ram tanta gente sorrir. “Aqui eu me sinto realizado. Depois de passar tantos anos lon-ge do que me faz feliz, reencontrei aqui a felicidade que me faltava”, afirma.

Foi no Moto Clube que Renato conseguiu dar a volta por cima. “Fico muito feliz de poder levar alegria e risadas aos rostos dos meus companheiros motociclistas”, encerra.

Page 34: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

34 •

Viagem ao Ushuaia, passando por 4 paises, em 28 dias, com 12.982 km percorridos por Vítor, Ailton, Poliana, Édno, Sonia, Geraldo, Fátima, Roselaine e Paulo, muita emoção em duas rodas

PAIXÃO EM DUAS RODAS

Macaense apaixonado por velocidade

Também apaixonado por motociclismo, André di Gallo descobriu sua paixão bem cedo, quando andou de moto com o pai pela primeira vez, aos sete anos. “Depois disso resolvi tentar a bicicleta, mas eu sentia que faltava alguma coisa, o motor, a velocidade. Com 12 anos ganhei a minha primeira moto. Depois dali não parei mais”, conta. Desde então, André tem dedicado sua vida ao motor e à velocidade. “Procuro aprimorar minha paixão sempre; por isso hoje tenho minha loja que é especializada somente em motos, tenho Projeto de Educação no Trânsito, curso de pilotagem defensiva e para completar estou correndo atrás de algumas con-quistas, uma delas é fazer todos os campeonatos que puder no Brasil e lógico realizar um sonho pessoal que é correr na ILHA DE MAN TT”, explica.

André já praticou enduro de velocidade, motocross, supercross e hoje compete como piloto de moto velo-cidade por todo o Brasil onde é conhecido como André Macaé. André destaca a importância do cuidado e da se-gurança para andar de moto: “uso todo o equipamento de proteção necessário, seja em competição ou treinan-do. Não dá pra esquecer dos perigos”.

Na estrada

Os motociclistas nutrem, além da paixão pelo motociclismo, o desejo mútuo de se reunir para realizar passeios e viagens de moto. O grupo se reúne semanalmente para contar histórias, falar de motos e organizar as próximas viagens. Em 2002, um grupo saiu de Macaé em direção à cidade de Daytona, no estado da Flóri-da, nos Estados Unidos para o Bike Week, maior encontro de mo-tos do mundo que atrai milhões de motociclistas para uma semana de festividades. Em maio deste ano, o grupo partiu em direção à Ushuaia, na Argentina, conhecida como Terra do Fogo e fim do mundo. Foram mais de 12 mil quilômetros percorridos em 30 dias de viagem. “O grupo enfrentou todo tipo de adversidade, de temperaturas congelantes a condições baixíssimas de visibilidade na estrada”, afirma o presidente Ailton.

Estão previstas para 2013 e 2014, outras duas grandes viagens: Apalaches e Rota 66, nos Estados Unidos em 2013 e, no ano se-guinte, o maior desafio já enfrentado pelos motociclistas: uma via-gem de mais de 50 mil quilômetros até o Alasca. “Eu já rodei mais de 500 mil quilômetros, só nos últimos 10 anos, conhecendo e participando de encontros de moto clubes pelo Brasil”, afirma o presidente.

Um pouco da história dos moto clubes

Os Moto Clubes e Moto Grupos não se reúnem somente para andar de moto e seus integrantes não usam um brasão nas costas somente por estética. São associações baseadas na Irmandade e Tradição. As informações sobre o surgimento dos Moto Clubes e Moto Grupos associam-se, em parte, ao final da 1ª Guerra Mundial, onde ex-militares e pilotos no pós-guerra teriam feito da moto o veículo de busca de adrenalina, formando diversos grupos como HELLS ANGELS, PISSED DE BASTARDOS, 13 REBELS e os YELLOW JACKETS, todos dos Estados Unidos. Nessa época, já usavam identificação do grupo e, mais tarde, foram desenvolvendo os escudos (brasões) que passaram a defender, adaptando as re-gras da hierarquia militar em uma irmandade formada por cargos eletivos das associações, que eram entidades sociais de pessoas que andavam de motos.

No Brasil, a primeira associação fundada em 1927, o Moto Club do Brasil, que era sediado na rua Ceará, no Estado do Rio de Janei-ro. Alguns anos depois, em 1932, surgiu o Moto Club de Campos. Desde então, os moto clubes começaram a se espalhar pelo Brasil. Do Ceará até os dias atuais, existe um reduto dos motociclistas, especialmente em um bar chamado Heavy Duty.

Ao longo dos anos, a imagem dos motociclistas foi associada à bagunça, à desordem e os motociclistas passaram a ser vistos

negativamente. Principalmente os filmes hollywoodianos da década de 50, que passavam essa mensagem de que estes eram desordeiros. Ainda não havia a ideia de li-berdade que só começou a se difundir na década de 70, quando a imagem do motociclista passou a ser associada às ideias românticas difundidas pelo movimento Hippie.

Até hoje, a imagem dos motociclistas que fazem par-te de moto clubes não é ligada a coisas boas, mas os moto clubes tentam mudar essa imagem. Todos podem participar dos encontros e, assim conhecer mais o uni-verso do motociclismo.

Page 35: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 35

Page 36: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

36 •

Page 37: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 37

Page 38: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

38 •

A Santa Casa de Macaé fez 140 anos eao longo de todo esse tempo, de portassempre abertas, muito pouco se falou dela. Vamos contar um pouco da história desse hospital que é uma referência na região

Sua história remonta o século XIX, quando o lusitano Antônio Joaquim D’Andrade veio parar na então Vila de São João Batista de Macaé, onde viveu até o final de seus dias. Aqui, ao explorar pequeno negócio de cuscuz, recebeu o ape-lido de Casculeiro. No dia 08 de novembro de 1862, permanecendo solteiro, fez lavrar em cartório seu testamento, deixando dois contos de réis para que fossem destinados ao início da construção de uma Casa de Caridade, onde seriam socor-ridos os necessitados. Cinco anos mais tarde, no dia 02 de dezembro de 1867, foi lançada a pedra fundamental desta obra.

O prédio, não totalmente concluído, mas apto a funcionar, gerou uma pequena confusão, já que um pequeno grupo queria entregar a administração à uma das

Louças da época armazenavam os componentes utilizados na manipulação dos medicamentos

Texto: Ana Beatriz Vieira - Fotos: Gianini Coelho

Referência arquitetônica e histórica, a Casa de Caridade foi inaugurada em 1872, sendo eleito o Dr. João Álvares de Siqueira Bueno (Dr. Bueno), o primeiro Provedor da Irmandade

Hospital São João Batista, 140 Anos de solidariedade

ESPECIAL MACAÉ

Page 39: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 39

Irmandades existentes na cidade: Santíssimo Sacramento ou Nossa Senhora do Rosá-rio. Outros julgavam melhor criar-se em Macaé uma irmandade nova, especialmente destinada à administração do hospital. A coisa entrou no terreno do impasse, até que em 22 de abril do ano seguinte, 1872, foi enviada ordem ao Palácio do Governo da Província para resolver o caso. Um mês depois, em 22 de maio, nasceu a Irmandade de São Batista de Macaé, que até hoje dirige o hospital em solenidade presidida pelo Juiz Municipal, quando foi eleito o primeiro provedor da irmandade, Dr. João Álvares de Siqueira Bueno (Dr. Bueno).

A propósito do funcionamento da Casa de Caridade, relatou o escritor macaense Antonio Alvarez Parada: “Se da grandeza do bom lusitano surgiu a Casa de Caridade, nessa mesma bondade ela tem se mantido até hoje, com o auxílio de seus dirigen-tes, de seu dedicado corpo de médicos e da eficiência das freiras que lhes prestam serviços... O Velho Hospital, por todos esses anos, tem prestado serviços que a pena

À partir de 1º de agosto de 1954, a Irmandade passou a contar com o apoio das religiosas, ainda atuantes

Page 40: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

40 •

tanto, conta com a ajuda de doações, não somente para manter-se abaste-cida dos recursos indispensáveis ao seu funcionamento, mas também para manter-se tecnologicamente atualizada. “Temos o desejo de voltar a realizar pronto atendimento e, para isso, con-tamos com empresas e pessoas físicas dispostas a firmar parcerias. Estamos em contato com o poder público para solucionar o problema de dívidas, regu-larizar a documentação e assim poder receber verbas estaduais e federais”, esclarece o vice-provedor, o médico Dr. Augusto César Sorage. Interessados em fazer doações e/ou serviços voluntá-rios, entrar em contato com o hospital pelo site: www.santacasamacae.com.br que, inclusive, precisa da co-laboração de uma empresa da área de informática para atualizar e melhorar a home page do hospital.

Curiosidades• O primeiro paciente a se inter-

nar no hospital, em 1873, foi Antônio Augusto de Oliveira Botelho, que deu entrada no dia 25 de março.

• Outro fato curioso, segundo conta Dr. Luís Porto, cirurgião plástico, é so-bre o nascimento de sua primeira filha: “Trouxe minha mulher do Rio de Janeiro em trabalho de parto, pois queria muito que minha filha nascesse em Macaé, na Casa de Caridade. Sei que cometi um ato irresponsável, mas na época, já era médico e vim parando pelo caminho, me certificando que dava tempo de chegar, conta feliz o médico.

O lusitano Antonio Joaquim, mais conhecido como Casculeiro, deixou em testamento doação para construção do hospital

HOSPITAL SÃO JOÃO BATISTA

Os médicos Cícero Costa, Flávio Antunes, Luis Porto e Augusto César formam o conselho gestor empossado em 2012

humana não poderá descrever.” Com seus 140 anos de existência, o Hospital da Irmandade de São João Batista de Macaé, ocupa um quarteirão da Praça Veríssimo de Melo e tem um passado de profundas raízes na história do município.

Desde 1954, a Casa de Caridade conta com o apoio das religiosas perten-centes à Associação das Filhas de Maria do Horto. Na época, as irmãs mora-vam dentro da Santa Casa e realizavam as mais diversas funções - administran-do as enfermarias, cuidando dos pacientes, realizando trabalhos de laboratório e farmácia, por exemplo. Hoje a associação é representada pelas irmãs Maria Parizzoto, Maria Rech, Milane Chiappin, Biazia Angela Faccio, Idila Vitoria Ranzen e Silvia Grando, todas vindas da região sul do país, que seguem dedicando seu tem-po aos pacientes, lhes dando mais do que tratamentos, “Com alegria e dedicação, procuramos ser para os doentes, suas famílias, um reflexo da bondade de Deus e um sinal de esperança para todos”, afirmou a irmã Maria Parizzoto.

Hoje, com 150 leitos, 422 funcionários e 74 médicos de todas as especiali-dades, o hospital realiza mais de 500 cirurgias mensais e em breve vai tornar--se hospital escola do curso de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em Macaé. “Essa será uma grande conquista para nossa cidade e, principalmente para nosso hospital, que vai ganhar um corpo de professores altamente especializado, realizando atendimentos aos nossos pacientes”, afirma o provedor, Dr. Flávio Antunes que, juntamente com os médicos Cícero Costa, Luiz Porto e Augusto César Drumond, formam o novo conselho gestor da Casa de Caridade de Macaé.

“Quando assumi o cargo de provedor da Casa de Caridade, muitos me alerta-ram dizendo que eu estava entrando em um projeto complicado, difícil. E eu digo o contrário, é um privilégio ser provedor de uma instituição que faz o que a Santa Casa faz, principalmente, para os menos favorecidos”, acrescenta Dr. Flávio Antunes.

Sempre fiel ao seu propósito humanitário, a Santa Casa continua sua trajetória de atender, com carinho e dedicação, os mais carentes de Macaé e região. Para

Page 41: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 41

Page 42: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

42 •

A paixão por um novo ser que vem ao mundo, querer estar o tempo todo junto do filho, trocar fralda, dar banho... não, nós não esta-mos falando de mães, mas sim

de homens que desvendaram as maravilhas e os desafios da paternidade. Marinheiros de primeira viagem, eles descobrem que com a chegada do filho, não é somente o bebê que nasce, mas nasce também uma nova pessoa que agora passa a se chamar pai.

Mas, afinal, como nascem os pais? Essa pergunta intrigante levou o jornalista e escri-tor Renato Kaufmann a relatar de forma des-contraída, em livro que dá título à esta maté-ria, sua própria experiência com a chegada de sua filha Lúcia. Este tema também serviu de inspiração para outros autores, como o caso do humorista Hélio de La Peña, que com seu humor irreverente oferece dicas de como de-sempenhar este novo papel em “O Livro do Papai”. E o interesse nesta temática tem a ver com a participação cada vez maior dos pais na educação dos filhos.

O despertar de homens que se tornam pais e descobrem na paternidade um novo olhar sobre a vida

COMO NASCEM OS PAIS

Por: Juliana Carvalho Fotos: Gianini Coelho e Ana Nogueira

42 •

ESPECIAL DIA DOS PAIS

Desde pequeno, a figura do pai é uma forte referência a ser seguida pelo filho, aumentando a responsabilidade dos atos do pai, como forma de influência para os pequeninos

Page 43: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 43

Colocar para dormir, dar banho, trocar fralda são tarefas que os pais compartilham cada vez mais com as mães, acompanhando a tendência de transformação social das famílias, em que homens e mulheres dividem os mesmos direitos e deveres dentro e fora de casa.

A emoção de ser pai transformou a vida do empresário Rodrigo Mato-so, 35 anos, casado há quatro anos com Estér. Ele revela que a chegada da pequena Maria Eduarda, de 1 ano e 7 meses, trouxe uma nova forma de enxergar o mundo e as pessoas. “Quando eu soube que ia ser pai fiquei meio apreensivo. É um misto de sentimentos que vêm na cabeça. A gente

Rodrigo Matoso e Maria Eduarda: “Todas as tomadas de decisões agora levam em conta como serão suas consequencias com relação ao tempo que dedico à minha filha”, comenta Rodrigo

fica pensando na responsabilidade que é ter um ser que vai depender de você, que vai ter você como exemplo. Mas, quando eu vejo o sorriso da minha filha, vejo que passar por tudo isso vale muito a pena”, afirma. E as mudanças na vida de Rodrigo atingiram até o seu lado profissional. “Eu agora penso muito mais antes de tomar uma decisão. Levo em consideração quais impactos isso vai trazer para a minha filha e no meu tem-po de convívio com ela.”

A pouca experiência não foi desculpa para Ro-drigo não participar da criação da filha. Ele con-ta que desde o início quis acompanhar tudo de perto. Assistiu o parto, segurou a pequena Maria Eduarda nos braços logo no berçário e desde en-tão não desgrudou mais da filhota. “Sempre me preocupei em não ser um pai ausente. Minha fa-mília é o mais importante para mim e gosto de aproveitar cada segundo que tenho, nem que seja para dar banho ou trocar fralda”, salienta Rodri-go, que revela ainda que um dos programas pre-feridos do fim de semana é andar de bicicleta com a filha pela orla dos Cavaleiros.

Quem também descobriu as maravilhas de ser pai foi Eberson Lessa, 34 anos, conhecido como “Bibito”. O pai de Rafael, de 1 ano e três me-ses, conta que cronometra o tempo no trabalho para correr para casa e ver o filho. “Eu sempre quis ser pai. Quando fomos pegar o exame de gravidez e eu vi que tinha dado positivo, dei pulos de alegria e chorei de emoção, era um sonho se

Page 44: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

44 •

COMO NASCEM OS PAIS

tornando realidade para mim”, afirma Eberson, que ficou tão feliz ao saber que o bebê era menino que deu cambalhotas no consultório médico.

Eberson relata que a identificação com o fato de ser pai foi completa e que, para ele, é uma sensação de amor indescritível. “Quando se é pai, há uma transformação de valores dentro da gente. Passei a valorizar mais meus pais, minha esposa. Minha visão de mundo mudou, passei a dar mais valor para as pessoas do que para as coisas”, ressal-ta. Mas não se engane, os pais também passam por alguns apertos. Eberson se

Henrique e os três filhos: os gêmeos Guilherme e Luísa e a pequena Júlia de 8 meses ao meio, dedicação em dose tripla

diverte ao lembrar que na primeira noite de vida do filho, foi pergunta-do pela esposa se o menino havia fei-to cocô, o que ele respondeu: “Não amor, mas tem uma mancha preta aqui tipo petróleo...

E se ser pai de primeira viagem de um filho pode ser difícil, imagina de dois! Pois este foi o presente que Hen-rique Papera, 32 anos, recebeu da vida. Logo no primeiro contato com a pater-nidade, ele teve de lidar com o desafio de dividir com a esposa Marcela os cui-dados de Guilherme e Luísa, hoje com 1 ano e 8 meses. Henrique se alegra

e se emociona ao lembrar como foi a fase inicial da experiência. “No início acho que a ficha ainda não tinha caído, somente quando vi os dois ali na mi-nha frente eu me senti pai de verdade”. Henrique revela que tem na família as referências para a criação dos filhos. “Tenho boas lembranças da minha in-fância, do cuidado dos meus pais, eles são o meu espelho. Se eu conseguir ser metade para os meus filhos, do que meus pais foram para mim e conseguir passar para eles todos esses valores, ca-rinho e amor, estarei feliz”.

A nova rotina da família trouxe inú-meros impactos positivos, um deles foi a decisão de parar de fumar, que Hen-rique tomou após o nascimento dos filhos. “Ser pai é querer ser melhor, querer estar perto, participar, se de-dicar. É sem dúvida uma das melhores emoções da vida”. Mas, se já era um desafio cuidar de dois bebês, três en-tão seria uma missão. E foi exatamente esta surpresa que Henrique recebeu, em pouco mais de três meses de vida dos gêmeos, sua esposa ficou grávida e hoje a família se completa com a alegria da pequena Júlia, de 8 meses.

“Foi algo realmente inimaginável. Fi-quei meio desesperado quando soube, até porque ainda estávamos nos adap-tando a cuidar de dois bebês. Quando a Marcela descobriu já estava com cin-co meses de gestação. Tivemos pouco tempo para administrar a novidade, mas graças a Deus tudo correu bem e hoje nos desdobramos e nos diver-timos muito com os três pequenos em casa”, afirma Henrique.

Ser pai é sem dúvida um ato sublime e grandioso. Nasce um pai, quando nas-ce uma ligação por alguém que pouco se conhece, mas que mesmo sem apresen-tação já arrebata por completo de cari-nho o coração. Nasce um pai, quando nasce a responsabilidade de reconhecer que este novo ser que veio ao mundo é único e dependerá de você a não só para aprender a dar os primeiros pas-sos da vida como também a enxergar através do olhar do pai o que ela tem de melhor. Nasce um pai, quando nas-ce o zelo, o cuidado, a cumplicidade, a proteção e, acima de tudo, nasce um pai quando nasce o maior de todos os sen-timentos, este que às vezes é até difícil traduzir em palavras, mas na tentativa de o fazê-lo a gente chama de amor.

Eberson diz que sempre quis ser pai e já planeja a chegada de um irmãozinho para Rafael, de uma ano e três meses

Page 45: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 45

Page 46: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

46 •

A difícil tarefa deeducar os filhos, imporlimites e ainda manter um relacionamentode amizade erespeito mútuo

Wagner Chave com sua filha Larissa e a esposa Michele

Foi-se o tempo em que a palavra dos pais era única e soberana dentro de casa. A mudança dos modelos tradicionais das famílias - antes a educação dos filhos era atribuição da mãe e o pai figurava com um papel distante como mantenedor do lar - fez com que os pais revissem a forma de lidar com os filhos, na tentativa de estabelecer caminhos

para um relacionamento em que haja educação, limites e autoridade, mas sem autoritarismo. A equação não é fácil, e como os pimpolhos não nascem com manual de instrução, o amor e o diálogo aparecem como peça fundamental para o equilíbrio dessa fórmula que tem como resultado famílias que cons-tróem laços harmoniosos de convivência.

Um estudo norte-americano, realizado por professores da Brigham Young University em Utah, nos Estados Unidos, com 392 estudantes universitários, revelou que pais que conseguem transmitir valores e educação aos filhos de forma não autoritária, tornam-se mais próximos dos filhos mesmo quando eles se tornam adultos. A psicóloga Larissa Rodrigues explica que não há um modelo específico, cada família precisa ir ao encontro do que considera ideal para si mas, segundo ela, alguns princípios são fundamentais para uma rela-ção saudável entre pais e filhos. “Diálogo, limite, confiança, respeito e amor são básicos e essenciais. Na atualidade, onde as pessoas estão cada vez mais sem tempo, é importante que os pais tenham certeza que a qualidade da relação é muito mais importante que a quantidade e que ninguém substitui o exemplo e orientação dado pelo núcleo familiar, mesmo que a escola e os grupos sociais deem contribuições, esta ainda é uma tarefa essencialmente familiar”, ressalta a psicóloga.

Pai de Larissa, 6 anos, Wagner Chave é um dos que acredita que é impor-tante passar para a criança limites préestabelecidos. De acordo com ele, apesar da idade, a menina entende que é preciso ter responsabilidade mesmo nas pequenas escolhas que faz, e que ele e a esposa Michele estão sempre pron-tos para conversar e ouvir a opinião da pequena Larissa. “Ela é uma criança muito esperta e atenta. Nos preocupamos muito com o seu futuro e é por isso que passamos nossas orientações do que é certo e errado. Tudo o que a gente não aprende pelo amor aprende pela dor, por isso, acredito que através do diálogo, do olho no olho e do respeito conseguimos passar ensinamentos importantes para ela e que serão válidos para a vida toda, revela Wagner,

Texto Juliana Carvalho - Fotos: Gianini Coelho

COMPORTAMENTO

O DESAFIO DE SER PAI E AMIGO DOS FILHOS

A pisicóloga Larissa Rodrigues acredita em regras claras e firmes

no relacionamento familiar

Page 47: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 47

limites e hierarquia. Larissa Rodrigues alerta para o fato de ser bom e sau-dável que os filhos tenham liberdade de escolha, de expressão e de vivência, mas é essencial que tenham limites e orientações que os ajudem a nortear esta liberdade. “Os pais não podem perder de foco que os filhos estão em processo de amadurecimento e cresci-mento, e que vivências como a existên-cia de autoridade, frustrações, escolhas e limites serão a base para estes mes-mos processos na vida futura, ou seja, na vida adulta”.

E foi esse o caminho adotado por Paulo Seady, pai de Paula, 21 anos. Há seis anos com a filha morando no Rio de Janeiro por conta dos estudos, Paulo conta que eles tiveram que se adaptar à distância e manter viva a convivência entre pai e filha. “Hoje nós somos mui-to amigos, conversamos bastante, saio com os amigos dela, construímos real-mente uma relação de amizade. Acho que soube ao longo da vida ser um pai liberal, porém indicando limites”, co-menta Paulo, que reconhece a impor-tância da esposa Eloísa nesse processo de bom relacionamento com a filha.

Hoje, a estudante de medicina é or-gulho do pai dentista, que afirma que a filha soube traçar suas escolhas tendo sempre o apoio dos pais. “Paula é mui-to dedicada e determinada. Desde pe-quena sempre quis saber o “porquê” das coisas, por que podia e por que não podia, e nós soubemos esclarecer e fazê-la entender nossas orientações. Para mim, como pai, vê-la adulta é um misto de sentimentos, bom ver que ela cresceu, mas ao mesmo tempo dá um

Paulo Seady e a filha Paula

que afirma ainda, equilibrar o fato de Larissa ser filha única e que isso não atrapalha quando é preciso dizer não.

Quem também é adepto do diálogo na hora de educar é o empresário Van-dré Guimarães, pai de Pedro, 13 anos e Davi, 8 anos. Para ele ,educar é ser amigo e parceiro dos filhos, e nunca gostou do modelo de educação muito rígida e sem liberdade. “Meus filhos têm liberdade para falar de tudo comi-go. Às vezes, sinto que eles me veem como um irmão mais velho”, revela Vandré, que acredita que a chave para a boa relação que tem com os filhos está no respeito. “Acho que discipli-na demais distancia. A gente tem que mostrar os caminhos, mas não obrigar. Nossa curiosidade natural ultrapassa a disciplina, logo, sei que meus filhos vão fazer as próprias escolhas, mas que terão em mente os ensinamentos pas-sados a eles”.

Apesar de a adolescência ser con-siderada por muitos a fase mais difícil do relacionamento entre pais e filhos, Vandré afirma que consegue manter o companheirismo de Pedro, acompa-nhando de perto o filho, mas respei-tando a privacidade dele. “Tudo é uma questão de bom senso. Conversamos sobre tudo, namoro, saídas, afinal de contas não adianta querer controlar, eu já fui adolescente e sei a importância de termos nosso espaço, é claro, com responsabilidade”, ressalta.

Liberdade não é ausência de limitesMas é preciso estar atento para

não confundir liberdade e ambiente aberto ao diálogo com ausência de

certo frio na barriga saber que ela vai viver suas próprias experiências. Mas acredito no trabalho que fizemos até aqui para que ela tenha base para es-crever de forma responsável sua pró-pria história”, garante Paulo.

Encontrar uma saída para essa difícil missão que é educar os filhos, requer uma dedicação contínua dos pais, afinal de contas, este é um processo dinâmico que exige melhorias permanentes. La-rissa ressalta que a liberdade dada nessa relação, assim como em qualquer outra, deve ir até o ponto onde não traga pre-juízos para si mesmo e para os outros. “É importante que os pais expliquem aos filhos suas atitudes e tenham regras claras e firmes, isto passa segurança no aprendizado e contribui positivamente para o desenvolvimento emocional de-les”, destaca.

As relações familiares passaram por inúmeras transformações sociais e eco-nômicas ao longo dos tempos, que im-pactaram na desconstrução de concei-tos e construção de outros novos. Mas uma coisa que permanece inabalável nessa interação é o amor que une pais e filhos, fazendo-os reconhecer erros e acertos ao longo dessa caminhada que tem como objetivo o desejo ímpar dos pais de que seus filhos sejam felizes. Logo, onde há amor, há também sere-nidade para saber que filhos precisam de “sim” e também de “não” e que a conversa ampla, sincera e verdadeira consegue não só educar como trans-formar pais e filhos em amigos, amigos de infância e de uma vida toda.

Vandré Guimarães entre os filhos Pedro e Davi, atividades em conjunto ajudam a aproximar e criar cumplicidade

Page 48: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

48 •

AMANTES DO VINHO

Grupos de amigos que se reúnem em restaurantes de Macaé, e até em viagens no exterior, para degustar bons vinhos e

apreciar a boa gastronomia

O consumo de vinho já caiu nas graças dos brasilei-ros e vem crescendo a cada ano. Dentro deste contexto, Macaé, que tem como maior lazer dos seus habitantes a gastronomia, possui grupos de admiradores e apreciadores do vinho e da boa

mesa que, inclusive, realizam viagens pelo Brasil e até no exte-rior para descobrir e aprimorar os seus conhecimentos sobre esta bebida milenar. Vamos mostrar um pouco desta paixão pelo vinho e dar dicas de como montar seu grupo para degustar a bebida com muito mais sabor.

Historicamente, as confrarias surgiram na Europa durante a Idade Média e tinham como objetivo o culto a santos da igreja católica. Daí o significado de uma “reunião de frades”, de ir-mãos. No dicionário “Michaelis” encontra-se que a palavra vem do francês “confrarie”, sendo definida como “associação com fins religiosos; conjunto de pessoas que exercem a mesma pro-fissão ou têm o mesmo modo de vida; sociedade, irmandade”.

E o que isso tem a ver com vinho? Bom, as confrarias de vinhos, nada mais são que grupos de amigos que se reúnem para degustarem, estudarem, comentarem, enfim, apreciarem um bom vinho.

Por: Ana Beatriz Vieira

TENDÊNCIA

48 •

Page 49: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 49

Orlando Carvalho, à esquerda com os participantes do seu grupo Salvador, Alfredo e Emílio em uma degustação no Lucca

A primeira confraria que se estabeleceu no Brasil com cri-térios bem definidos foi a Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho – SBAV, em 1980, na cidade de São Paulo. Naquele momento, não era fácil reunir vinhos estrangeiros porque as importações eram limitadas. O vinho nacional nem de longe tinha a qualidade de hoje, então o pioneirismo da SBAV é im-portante para a história do vinho no Brasil. Hoje, há centenas, talvez milhares, de confrarias espalhadas pelo país, algumas mais organizadas com estatutos registrados em cartório, re-gistro como pessoa jurídica; mas há inúmeras outras informal-mente criadas e que também são importantes.

E aqui, me foi dada a missão de conhecer de perto e acompanhar como esses grupos de pessoas apaixonadas por vinho se reúnem. “Somos, acima de tudo, apaixonados pelo vinho. Nossa amizade começou, se solidificou e cresce em torno do vinho. O vinho é nossa inspiração”, me conta Or-lando Carvalho, um dos maiores conhecedores e apreciado-res de vinho da cidade. Orlando é um apaixonado por vinho, mas que também já foi produtor de cervejas artesanais e membro de um clube do uísque. Mas acabou se encantando mesmo por vinhos e promove há anos encontros de amigos para apreciar a bebida.

“Comecei me reunindo com o pessoal do trabalho. Nos reuníamos na minha casa ou em restaurantes”, afirma Or-lando, revelando ainda que um dos primeiros restaurantes que ele e seu grupo começaram a frequentar, foi o Manha-tan, que hoje está fechado. “Sinto muita falta de lá, era um espaço perfeito para as reuniões que gostamos de fazer”, enfatiza. Os grandes impulsos que motivaram Orlando foram a curiosidade, o prazer da gastronomia, e algumas provas de vinhos que participou. A partir daí, ele começou a aprender mais lendo livros e comentários que os grandes críticos fa-zem sobre os vinhos. “Eu leio o que as pessoas escrevem, depois bebo o vinho e anoto as minhas próprias impressões. Assim, verifico se estou no caminho certo, se compartilho da mesma opinião”, diz o apreciador. Ele me contou ainda que não tem nenhuma especialização mais avançada em vinhos, “Fiz um curso básico há alguns anos e só. O que me motiva é a paixão que tenho por essa bebida sendo cada degustação um grande aprendizado”, destaca.

De tanto adorar os vinhos, Orlando acabou virando re-ferência, todo mundo que o conhece, o presenteia com li-vros, garrafas, e isso provoca alguns fatos inesperados, “Às vezes, recebo ligações de pessoas que nem conheço, mas que pegaram meu telefone com algum amigo, querendo di-cas e mais informações sobre um determinado vinho”, disse. Além de se reunir em restaurantes, o grupo de apaixonados por vinhos já viajou para diversos países para conhecer mais e degustar diversas variedades de vinho. O grupo já teve a oportunidade de fazer roteiros por regiões vinícolas da Fran-ça, Itália, Espanha, Portugal e, ainda, países da América do Sul, como Argentina e Chile.

O casal Pier Giovanni Cassarà e Silvia Mariano Souto, destaca a viagem a Portugal e Espanha como a mais especial que fizeram. “Tivemos a oportunidade de conhecer vinícolas incríveis que, além de nos apresentar vinhos de excelente qualidade, nos mostrou uma gastronomia espetacular”, des-tacou o casal.

Orlando e seu grupo na viagem à Portugal, no almoço na Quinta da Bacalhoa

O casal Pier Cassará e Silvia Mariano Souto na vinícola Quinta do Crasto, em Portugal

• 49

Page 50: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

50 •

Existem na cidade diversos grupos, uns já com algum tempo e outros que estão começando agora. E pensando em fomentar esse tipo de encontro, a Importadora Grand Cru, resolveu ofe-recer acesso ao mundo do vinho. “Ofe-recemos cursos regulares e de iniciação, favorecendo não só a criação de um pú-blico consumidor na cidade, mas tam-bém motivamos as pessoas a se reuni-rem em casa ou em outros lugares para apreciar um vinho de qualidade”, conta Deodônio Macedo, um dos sócios da importadora.

Para grupos como o do Orlando, que já estão na estrada há algum tempo e têm mais conhecimento, a importa-dora oferece cursos mais avançados e específicos, como também palestras com os produtores, quem vêm apre-sentar um pouco mais sobre suas vi-nícolas. “Receber donos de vinhedos conceituados em Macaé, não só favore-ce a interação entre essas pessoas e os apaixonados por vinhos, como também possibilita aos donos de restaurantes, garçons e sommeliers aprender sobre o vinho que servem em seu restaurante”, conta Deodônio.

O empresário André Lima Ruiz afir-ma que a proposta da Grand Cru, de oferecer cursos e degustações com os donos de vinícolas é excelente. “Nos dá acesso às melhores safras de diferentes uvas, onde às vezes nos surpreendemos com indicações que, até então, nos passavam desapercebidas”, afirma. Ele acrescenta ainda que foi através desses cursos que formou um novo círculo de

Os casais Pier e Silvia, Fernando e Cristiane e por último Marina e Augusto em uma degustação de vinhos no Lucca

amigos e que pretende aprofundar ain-da mais seu conhecimento, “Pretendo estar presente em todas as oportuni-dades oferecidas. A Grand Cru, com seus cursos, nos tem brindado com co-nhecimento e apreciação dos vinhos do mundo em Macaé”, encerra.

Para aquecer as noites de inverno, aproximar amigos, esquentar o clima de um jantar romântico ou, simples-mente, para acompanhar um belo pra-to à mesa, o vinho é sempre a melhor pedida, especialmente nessa época de tempos mais frios. Não é preciso ser um enólogo para conseguir extrair o máximo do vinho. Dicas simples, ofe-recidas por quem conhece o assunto, facilitam a vida do apreciador que não tem muito tempo ou paciência para se dedicar a esta arte. O importante é es-quecer os mitos que cercam a escolha e aproveitar o momento com os amigos.

Harmonizando o paladar As comidas alteram sua percepção

do vinho. Em certas ocasiões, a per-feita harmonização dos pratos com o vinho é uma experiência memorável. Pensando nisso e no número crescente de clientes amantes do vinho e da boa gastronomia em Macaé, o Lucca Risto-rante, resolveu criar o Menu Confiança. Um cardápio surpresa, diferenciado e exclusivo, criado pelo chef Massimo Torresan, harmonizado com vinhos de diferentes países, que vão provocar em seus clientes uma moderna ma-neira de apreciação desses novos sa-

bores e aromas presentes nos vinhos. Também no Lucca, uma vez por mês, o chef Massimo recebe um renomado chef do cenário nacional para fazer um jantar harmonizado para seus clientes. As reservas devem ser feitas com an-tecedência, pois as vagas são limitadas.

O vinho caiu na redeOs amantes do vinho agora podem

participar virtualmente de uma rede social: a winetag.com.br. Especialmen-te voltada para esse público, o site traz informações de especialistas, consumi-dores, distribuidores e produtores de vinho. Para se tornar membro, é muito fácil. Criar um perfil é o passaporte do usuário para acessar todas as páginas do site e interagir com amigos virtuais por meio de fóruns. A empresa acaba de fechar parceria com a ABS-RJ (Associa-ção Brasileira de Sommeliers) e promete lançar, em breve, o primeiro curso de vinhos online: www.winetag.com.br

8 benefícios do vinho à saúdeO consumo de vinho tinto vem sen-

do cada vez mais recomendado pelos médicos. É que pesquisas apontam o resveratrol (substância antioxidante en-contrada na uva) como um aliado con-tra doenças do coração e até câncer. E ainda tem mais, um estudo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) revelou que os tintos nacionais estão entre os vinhos com maior concentração dessa substância, cujo consumo regular também está re-lacionado à longevidade.

TENDÊNCIA

50 •

Page 51: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 51

em média, 0,5 mg de ferro. Com o álcool, o organismo ab-sorve melhor o mineral responsável por combater a anemia.

• Remédio para casos de herpes - Investigação realizada por cientistas americanos sugere que o resvera-trol impede a multiplicação do vírus que provoca a herpes.

• Desobstrução dos vasos sanguíneos - A substância também impede a oxidação do colesterol ruim, que f ica acumulado nas artérias e pode provocar infarto ou derrames.

• Freio de tumores - O resveratrol ainda controla os radicais livres do organismo, inibindo mutações genéti-cas que levam ao aparecimento de tumores.

CONHEÇA OS BENEFÍCIOS DO VINHO• Sistema urinário protegido - O vinho reduz em até

60% o risco de formação de cálculos urinários.

• Visão sã e salva - Sua ação antioxidante diminui a dege-neração ocular, causa comum de cegueira em idosos.

• Fim do Alzheimer - Seus componentes evitam o enve-lhecimento das células cerebrais, reduzindo o risco de doenças como o Alzheimer.

• Fortalecimento de ossos - A bebida melhora a densi-dade óssea, diminuindo o risco de osteoporose.

• Ferro contra anemia - Um copo de vinho tinto contém,

Silvinho, Diego, representante da Vinícola Polenta de Mendonza na Argentina, Glauco e Deodônio em um evento para profissionais da área de gastronomia na Grand Cru

André Ruiz no Bar da Boca Bistrot, já fez vários cursos na Grand Cru e passou a apreciar ainda mais a gastronomia e o estudo sobre vinhos

Page 52: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

52 •

,

Os pratos são preparados e harmonizados com champagnes, espumantes, vinhos bran-cos, roses e tintos. A seleção dos vinhos para harmonização com os pratos escolhidos con-

ta com o talento do consultor de vinhos e professor de enogastronomia, Paulo Nicolay.

Fotos: Lívio Campos

GASTRONOMIA

Todos os meses, acontece no Lucca, um evento enogastronômico, onde o chef de cozinha MassimoTorresan recebe um chef convidado que fica responsável pelo menu de umimperdível jantar harmonizado

Harmonizandono Lucca!

Page 53: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 53

,

“É uma pausa para o conhecimento e o prazer, uma vez que, a cada dia, é maior o interesse de nossos clientes no desenvolvimento da cultura do vinho, além do crescimento de relações amistosas e de longa duração que cultivamos du-rante o evento”, afirma Frances Martins, gestora do Lucca.

A chef Paula Prandini, do Stuzzi Bar, foi a chef convidada de Massimo, no mês de junho e, para receber os clientes do Lucca, antes de ser servido o jantar, preparou deliciosos stuzzichini, servidos com espumante.

Page 54: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

54 •

,GASTRONOMIA

Reservas: 22 2773-3736email: [email protected]

Aos apaixonados por enogas-tronomia f ica a dica dos janta-res harmonizados já agendados no Lucca! No dia 17 de julho, Massimo estará recebendo o aclamado chef boliviano Checho Gonzales; no dia 15 de agosto, o incrível chef espanhol Paquito, do Parador Valência.

Faça já sua reserva, pois as vagas são limitadas e desfrute conosco deste prazer.

Page 55: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 55

Page 56: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

56 •

Esta edição apresenta a arquiteta Alessandra Aguiar. Maca-ense nascida no bairro dos Cajueiros, Alessandra veio de uma família humilde da serra e já na infância, no fundo do seu quintal sem muitos brinquedos, desenhava no chão os cômodos da sua casa para brincar. Assim, ludicamente, fa-

zia seu primeiro projeto. Estudou no Ana Benedita, seguindo para o Colégio Luiz Reid onde cursou da 1ª a 8ª série. Como gostava de de-senhar, acabou indo para a Escola Técnica Federal de Campos cursar Edificações, onde descobriu o que seria de verdade, arquiteta.

Após se formar, retornou a Macaé e percebeu que precisaria se especializar mais para realizar seu sonho, decidindo assim, cur-sar uma faculdade. Estudando desesperadamente, conseguiu passar para Arquitetura e Urbanismo na UFRJ. “Me esforcei muito para isso. Cumpri toda a minha carga horária sem perder uma matéria sequer para terminar logo o curso. Morei no alojamento da univer-sidade, tendo que trabalhar para ajudar a pagar os custos”, conta Alessandra orgulhosa.

Logo no 4º período, conseguiu um estágio na Archi5 Arquitetos Associados, onde participou de projetos como Favela Bairro, Rio Ci-dade, entre outros, com foco em Urbanismo e Arquitetura pública. “Nos projetos urbanos a escala é macro, transforma a vida de mui-tas pessoas, o que é maravilhoso”, comenta. Depois de formada, foi

contratada pela Archi5, mas o coração macaense ba-teu mais alto quando recebeu um convite para voltar e trabalhar no escritório do arquiteto Márcio Lobo, se dedicando a projetos de arquitetura residencial, que mais se fazia na cidade. “Aprendi muito com o Már-cio, um arquiteto brilhante”, elogia Alessandra.

Depois, fez concurso público e passou para a Prefei-tura de Macaé, começando a fazer os projetos urbanos que a conquistaram no início da carreira. Foi quando decidiu abrir seu próprio escritório, se especializando em edifícios residenciais e residências unifamiliares.

Linhas arrojadas e volumes encantam nos projetos de AlessandraTexto: Gianini Coelho - Fotos: Arquivo pessoal

ARQUITETURA& DESIGN

AlessandraAguiar

A nova loja da Pontal na Imboassica

Page 57: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 57

trução, fazendo o projeto da nova loja e depois decorando seu flat.

Para Alessandra, a tendência em Macaé é uma arquitetura que aparenta um colonial americano, mas com alguns clientes já come-çando a optar por uma arquitetura mais contemporânea, com linhas retas e formas fortes. Ela adora a grande variedade de materiais e cores disponíveis no mercado, ampliando assim sua criatividade. “O processo criativo para a construção de um projeto nada mais é do que arte, por isto, às vezes o cliente quer um projeto em uma semana, mas a arte não é assim, com data e hora marcada. Gosto muito de frisar isso aos meus clientes, não é enrolar, é criar, não podemos sair por aí repetindo formas. Assim, os que me entendem saem satisfeitos”, finaliza Alessandra.

Projetos de residências são os mais requisitados a Alessandra, que consegue dar um estilo contemporâneo com formas e linhas sedutoras

Apesar de não ser sua paixão, Alessandra se sai muito bem na decoração de interiores, como neste flat no Blue Tree

“Nestes 12 anos de formada, fui criando uma clientela bem fiel, que com o tempo se tornou até amiga. O tra-balho bem feito na nossa área é a maior propaganda do negócio. Assim, em uma cidade em franca expansão, de “boca em boca” a propaganda vai sendo feita”, comenta.

Hoje, seu tempo se divide entre os Projetos Urba-nos do PAC (Programa de Aceleração ao Crescimento) que coordena na Prefeitura de Macáe e seu escritório, onde atende seus clientes, focando sempre em novos projetos arquitetônicos, deixando de lado reformas, legalizações e interiores, a não ser para clientes fiéis, como Márcio Rodrigues, da Pontal Materiais de Cons-

Page 58: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

58 •

Recanto do “guerreiro”... e de toda a família

Qual o melhor local na casa? Onde devo acomo-dar os equipamentos? Qual a melhor ilumina-ção? Que cuidados devo tomar com tapete, janela, sofá? DiverCidades saiu em campo em busca de boas e práticas dicas para montagem

de um espaço cada dia mais presente nos lares e considerado pelo público masculino como o recanto do guerreiro, sem no entanto, perder o clima família para aqueles momentos gostosos de lazer.

Para quem deseja ter em casa as emoções do som e da ima-gem do cinema, muitas são as possibilidades na hora de montar um home theater. Televisores de alta definição, sistemas de som digital, games de última geração, acesso direto a arquivos salvos em pen-drives, celulares ou MP3 e conexão com notebook com-põem parte da realidade tecnológica do espaço, que precisa de muito mais para estar adequado ao uso a que se propõe.

A arquiteta Claudia Augusta de Melo Santos, macaense e graduada pela UFRJ, esclarece que o espaço pode compor o living, ser um ambiente independente e fechado ou integrar a

HOME THEATER

área social da casa, formada por sala de estar e de jantar e área gourmet. Para cada situação, segundo ela, são ado-tados recursos de decoração e arquitetônicos, sendo uma tendência atual a macro integração de pessoas.

“Tenho observado situações em que o ambiente para o home theater é uma continuação do living e está interligado à varanda com churrasqueira. Isso permite maior convivên-cia e versatilidade dos espaços”, enfatiza Cláudia Augusta que exemplifica a situação com o projeto encomendado por Diogo Pires Vianna da Silva, analista de sistemas, que pediu um home que pudesse ser integrado à sala de estar.

A integração das mídias música, filmes e jogos é uma tendência para os espaços que acabam reunindo toda a família

A arquiteta Cláudia Augusta percebe que este espaço está assumindo novas configurações

Por: Luciene Rangel - Fotos: Gianini Coelho

DECORAÇÃO

Page 59: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 59

visualizar corretamente o conteúdo reproduzido pela tela, além de valorizar a arquitetura do espaço. Para anular a inci-dência de luz natural, o uso de cortinas e persianas blackout nas janelas é indispensável.

AcústicaPara melhorar o isolamento acústico, uma sugestão é incluir

paredes adicionais com tijolos maciços e instalar portas/janelas mais grossas com propriedades acústicas. No piso, convém evi-tar revestimentos frios, como porcelanato, mármore e granito, pois podem deixar o som estridente. Mas se isso for inevitável, lance mão de móveis e objetos de decoração com características

“Pedi à Cláudia que pensasse num espaço integrado àsala de estar, que do sofá eu pudesse ver a TV do home. Queria um lugar de muita diversão e comunhão, onde poderia reunir pessoas para todo tipo de atividade”, revelou Diogo, pai de uma menina de dois anos, que terá no “recanto do guerrei-ro” seu espaço para diversão e vivência em família. E ele acrescentou: “Sou fã de filmes e jogos. Som e TV de alta qualidade fazem muita diferença, então. No home idealizado pela arquiteta pretendo reunir a família e os amigos”, disse Diogo que dedica atenção especial à montagem do espaço, escolhendo cada item e equipamento.

A escolha do ambienteO home theater é a evolução da sala de televisão, muito co-

mum nos anos 80 e 90, ganhando ares de espaço multimídia já que games passaram a ser forte realidade também ali, unindo pais e filhos com interesses comuns de diversão e distração. Definir o local ideal para acomodar o home theater depende muito do espaço disponível na residência e, sobretudo, das ex-pectativas, afirma Cláudia Augusta. O home theater no living pode ser uma saída bem interessante, mas exige vários cuida-dos técnicos. Diferente de uma sala dedicada exclusivamente às sessões de filmes, áreas multiuso costumam ser utilizadas para atividades diferentes. Nesse caso, a harmonização dos ambientes deve ser amplamente considerada para que as áreas funcionem isolada e conjuntamente.

IluminaçãoPlanejamento é palavra de ordem quando o assunto é

iluminação. Quando bem planejada, a iluminação permite DICAS PARA NÃO ERRAR

• Móveis e racks com rodízios se deslocam de forma mais simples, facilitando a limpeza e o acesso aos cabos e conexões;

• Para evitar o superaquecimento e o desgas-te prematuro dos aparelhos, procure acomodar cada item num nicho independente e com medi-das ligeiramente maiores do que as dos equipa-mentos;

• Reserve um espaço para um decoder de TV paga, um player Blu-ray e um moderno receiver;

• Para evitar acidentes, esqueça dos pedes-tais em ambientes com livre acesso de crianças e cachorros de médio porte. Nesses casos, uma opção interessante é embutir as caixas, principal-mente as traseiras, que dificultam mais a circula-ção dos moradores, no forro de gesso. Além do fator segurança, esse cuidado vai deixar o visual da sala mais leve, valorizando o lado estético;

• A iluminação do home theater deve ser sua-ve e indireta, com os pontos de luz sendo proje-tados para o teto ou para as paredes. Nunca em direção à tela. Essa técnica utiliza luminárias de teto ou de canto, tipo spot ou de sobrepor, nor-malmente embutidas em sancas de gesso e com foco independente de luz;

• Quando os fios são um problema, produtos wireless podem ser a solução.

A integração das mídias música, filmes e jogos é uma tendência para os espaços que acabam reunindo toda a família

A disposição dos equipamentos é fundamental para a percepção dos efeitos de áudio e vídeo

absorventes, que ajudam a promover o equilíbrio acústico. Aí entram cortinas grossas, estofados, quadros, tapetes e painéis de madeira.

“O tapete, além da função estética, atua como isolante acústico”, esclarece Cláudia Augusta, salientando que para home theater é melhor contar com uma sala amortecida do que com um ambiente muito vivo e reflexivo, onde os ecos são inevitáveis.

Instalações elétricasPara evitar interferências na qualidade de som e ima-

gem em salas multiuso, convém incluir um circuito elétrico exclusivo para o home theater. A iluminação, as tomadas de energia e o ar condicionado devem ser independentes. Mas a melhor orientação é, sem sombra de dúvida, entre-gar a tarefa a um profissional competente.

Proporção certaO tamanho e a definição (resolução) da TV devem ser

proporcionais ao tamanho do ambiente. Salas com pou-ca profundidade pedem TV’s com maior definição. Assim como a tela, o tamanho das caixas acústicas também deve ser proporcional à metragem do ambiente. O correto po-sicionamento das caixas (veja no esquema) é fundamental para se obter uma boa sensação de envolvimento e extrair o melhor desempenho de seu equipamento.

Page 60: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

60 •

de distúrbios como insônia e sonolência excessiva. Para as mulheres que atuam nesta jornada de trabalho, há ainda in-dicações de aumento no risco de câncer de mama”, ressalta Gleison, esclarecendo ainda a importância da adoção de uma rotina própria na hora de dormir como evitar a ingestão de alimentos pesados, não realizar atividades físicas próximo à hora de dormir e fazer do quarto um ambiente próprio para o descanso, com pouca luminosidade, silencioso e arejado.

Dormir é coisa séria e dormir bem ésinônimo de saúde e qualidade de vida

Se alimentar, estudar, trabalhar, dormir. Estas ativida-des fazem parte da rotina de muitas pessoas, mas você já parou para pensar em como está a qualidade do seu sono? Acordar cansado, com dores, ficar sem energia, com irritação e sonolência durante o dia, podem ser

alguns indícios de que o seu corpo não está tendo o descanso que precisa. A boa notícia é que algumas mudanças simples nos hábitos de dormir, podem contribuir para um sono realmente reparador e como consequência um maior ganho de qualidade de vida quando acordado.

Você pode não levar tão a sério, mas dormir bem é funda-mental para o estabelecimento e manutenção da saúde, além de ser um aliado no desenvolvimento do cérebro, dos pro-cessos de memória e aprendizado. No Brasil, estima-se que metade da população adulta sofra com algum tipo dos cerca de 70 distúrbios do sono já identificados. E como não dormir bem pode trazer consequências nocivas à sua saúde, reconhe-cer o problema e procurar tratamento são indispensáveis para o alcance de uma vida mais saudável. O médico especialista em medicina do sono, Dr. Gleison Guimarães, explica que um sono de boa qualidade proporciona entre outros benefícios a liberação hormonal de substâncias que controlam o metabolis-mo, regulação de peso, de estresse e de sintomas psicossomá-ticos como ansiedade e depressão.

“A privação do sono pode trazer impactos significativos ao metabolismo do corpo. Estudos recentes mostram que até mesmo a inversão de ciclo, como no caso de pessoas que traba-lham no período noturno, pode acarretar problemas de saúde, principalmente ligados à área cardiovascular, psicossocial, além

Por: Juliana CarvalhoFotos: Gianini Coelho

Comomelhorar a

qualidade do seu sono

Dr. Gleison Guimarães explica que um sono de boa qualidade gera benefícios para a saúde

SAÚDE

Page 61: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 61

Posições indicadas ortopedicamente para se dormir sem malefícios para a coluna

Os problemas com o sono podem atingir também as crianças. Os distúrbios relacionados à respiração são facilmente detectados e apresentam indicadores, como crianças que se mexem muito, acordam irrita-das, preguiça excessiva, choro ao acordar, ronco e respiração pela boca. Segundo Dr. Gleison, os tra-tamentos iniciados neste período da vida tornam-se muito mais eficazes e evitam problemas crônicos no futuro. “O ronco e a apneia do sono são doenças da infância que devem ser tratadas nesta fase, daí a im-portância do olhar atento dos pais”, afirma.

O ortopedista Glauco Lacerda destaca a importância da postura na hora de dormir

A postura também é um dos fatores que podem contribuir para uma melhor qualidade do sono. O ortopedista Glauco Lacerda ex-plica que a forma ideal para dormir é de lado, com um travesseiro fino entre as pernas e joelhos levemente flexionados. Esta forma oferece apoio total da coluna e relaxamento maior dos músculos do corpo. Segundo Dr. Glauco, é até aceitável que a pessoa durma de barriga para cima, desde que com um apoio nos pés. Já dormir de bruços é considerado um erro por unanimidade entre os es-pecialistas. Além de dificultar a rotação do pescoço, esta posição também prejudica a região torácica e lombar.

“Dores e tensões musculares podem estar diretamente ligadas à forma como a pessoa dorme. Tudo é uma questão de adequa-ção, de saber o que faz bem e o que faz mal para o seu corpo e assim procurar educar a postura, criando um novo hábito”, informa o ortopedista, acrescentando que é importante que o travesseiro também fique bem posicionado, na altura do ombro, deixando o pescoço na mesma linha da coluna.

A escolha ideal do colchão e travesseiroSaber escolher o colchão também pode ser um aliado nesta luta

contra o sono mal dormido. A indicação médica é para que ele não seja firme ou mole demais, a fim de acomodar bem o repouso da coluna vertebral. O mercado, atualmente, oferece inúmeras opções

Page 62: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

62 •

Os 10 mandamentos do sono:1 - Mantenha regularidade nos horários de dormir;2 - Evite alimentos, medicações e drogas estimulantes próximas da hora de dormir (cafeína, descongestionan-tes, tabagismo;3 - Evite consumo de álcool próximo do horário de dormir;4 - Evite ler, trabalhar ou assistir TV na cama;5 - Não pratique exercícios físicos próximos ao horário de dormir;6 - Evite mudar radicalmente os horários de dormir e acordar no final de semana;7 - Mantenha o ambiente do quarto com temperatura adequada e sem poluição sonora;8 - Invista em um colchão e travesseiros de qualidade, adequados para o seu corpo;9 - Cochilos diurnos devem ter no máximo 40 minutos e não devem ser feitos por pessoas com insônia;10 - Evite assistir programas violentos ou excessivamen-te estimulantes próximo ao horário de dormir.

*Preferencialmente A escolha para casais deve ser feita de acordo com o cônjuge que requeira maior densidade

que devem ser olhadas com cuidado e escolhidas conforme o biótipo de cada um. A orientação é olhar a densidade do col-chão e selecioná-lo de acordo com seu peso. No caso do casal, a função ortopédica será indicada para atender quem tiver o maior peso.

Ludmila Moura, empresária especializada neste ramo, expli-ca que a tecnologia tem favorecido o aparecimento de produtos com cada vez mais qualidade como, por exemplo, o viscoelásti-co que é uma espuma desenvolvida pela NASA, que faz o con-torno do corpo e não pressiona os vasos sanguíneos, fazendo com que a pessoa se movimente menos durante o sono.

“A qualidade do colchão está diretamente relacionada em se ter ou não um sono reparador. Uma estrutura de molas com a resistência ideal para a sustentação do corpo e espumas de qua-lidade que propiciem uma acomodação envolvente, são fatores importantes para que possamos alcançar o sono mais profundo, que é o sono reparador. E o mercado busca no avanço tecnoló-gico a utilização de materiais que vão ao encontro dessa busca por mais qualidade, como o látex que tem uma durabilidade maior e dá uma boa sustentação”, afirma Ludmila.

Segundo Ludmila, os consumidores também devem optar por materiais antibacterianos que previnam a proliferação de ácaros, fungos e bactérias. Tecidos com viscose de bambu é mais fresco, além de ser antialérgico é um antibacteriano natu-ral, indica ela. E foi pensando em melhorar a qualidade do sono que Bráz Henrique resolveu trocar o antigo colchão e já pode sentir a diferença na hora de dormir. “Tive uma inflamação no nervo ciático e o meu fisioterapeuta recomendou trocar o col-chão. Além da melhoria nos resultados do tratamento, percebi que com o novo colchão meu corpo ficava relaxado mais rapi-damente. Eu demoro, agora, menos tempo para pegar no sono e durmo melhor. Difícil agora, é sair da cama”, relata.

Conhecer as limitações do seu corpo e a importância do descanso são fundamentais para a saúde. Dormir não é desper-dício de tempo, é a pausa que o organismo precisa para repor as energias, e uma noite de sono bem dormida pode ser o pri-meiro passo para melhorar a qualidade do seu dia a dia.

SAÚDE

Ludmila Moura, da Eurocolchões: “A qualidade do colchão está relacionada em ter ou não um sono reparador”

Verifique a densidade ideal do seu colchão

Brás e Jussara Henrique trocaram o colchão por indicação médica, após diagnóstico dele de inflamação do nervo ciático

Page 63: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 63 • 63

Page 64: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

64 •

O otimismo e a certeza de que muito ainda pode ser feito pelos parkinsonianos de Macaé, moti-vam um pequeno grupo de pessoas, que vê na Associação Macaense de Parkinson a essência de uma história com algumas páginas escritas

em pouco mais de dois anos de fundação, mas que promete capítulos inteiros dedicados ao bem do próximo.

Fundada em maio de 2010, a AMP vem atuando timidamente aos olhos da sociedade, mas com firmeza de propósito no que se refere ao seu público alvo. Com sede provisória no Programa de Atenção Integral a Saúde do Idoso (Paisi), reu-niões mensais são realizadas sempre na última quarta-feira, às 15 horas.

A AMP é uma “associação de direito privado, sem fins lu-crativos, de caráter organizacional, filantrópica, assistencial, promocional, recreativa e educacional, sem cunho político ou partidário, com a finalidade de atender à todos que a ela se

dirigirem, independente de classe social, nacionalidade, sexo, raça, cor ou crença religiosa”, como bem frisa seu estatuto so-cial. Dentre seus maiores propósitos, estão possibilitar acesso à informações referentes à doença e integrar as pessoas porta-doras da Síndrome de Parkinson, seus familiares e cuidadores.

O coração da AMP

Tem um ditado popular que diz “se a vida lhe der um limão, faça uma limonada”. E foi isso que Aristophanes Franco Gon-çalves, mais conhecido como Tofinho, fez ao descobrir ser portador da Síndrome de Parkinson.

O ano era 1995. O dia, o primeiro como aposentado. O sin-toma, tremor num dos dedos da mão, observado por uma colega de trabalho. A vida começava a ter novos contornos... limites. O otimismo e a alegria, característicos de Tofinho, mais do que nunca seriam cruciais para sua qualidade de vida dali pra frente. E assim tem sido. Mas, ao contrário do que acontece em muitos casos de parkinsonianos, que se isolam

A Associação se propõe a promover melhoria da qualidade de vida do portador da doença que, no país, atinge cerca de 220 mil pacientes

Tofinho, autor do livro que relata sua vivência com o Parkinson, com a equipe de trabalho da AMP: a psicóloga Christina Borges, a fonoaudióloga Renata Porto e a geriátra Analúcia Jardim: o “Quarteto Fantástico”

Associação Macaense de Parkinson (AMP), redefinindo limites

Texto: Luciene Rangel - Fotos: Gianini Coelho

PESSOAS

Page 65: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 65

Aulas de informática fazem parte da rotina, visando a inclusão digital

Marilene, seu neto Filipe e sua nora Isabel, também professora da AMADA

ou entram em depressão, ele redefi-niu limites e fez desse novo momento de vida a oportunidade de levar ao outro, informação e sentimento de que a vida pode estar diferente mas não é preciso deixar de viver, como destaca a psicóloga e tesoureira da AMP, Christina Borges.

Casado com Evalcira, quatro filhos, dois netos, Tofinho é enfático ao falar da importância da família para o parkin-soniano. “Temos ritmo e necessidades diferentes. A família passa a ser nossa retaguarda. Precisamos de um cuida-dor que zele e olhe por nós no nosso dia a dia, remédios, saídas, pois fica-mos muito dependentes”, diz ele, que deixou de dirigir, usa bengala para se deslocar e vê suas atividades serem li-mitadas dia após dia.

Com a fonoaudióloga Renata de Paula Porto, a geriatra Analúcia Rodrigues Jardim e a psicóloga Christina Borges; Tofinho forma o “Quarteto Fantástico” que atua com seriedade e dedicação para que a doença e o doente sejam respeitados e reconhecidos. “A AMP atua na conscientização da doença”, afirma Renata.

“O parkinsoniano tem o desafio de en-contrar outras formas de prazer para não ter a vida restrita. Nesse aspecto,

a família é muito importante para que não ocorram o isolamento, a autoexclu-são e a depressão. Trabalhamos a auto-estima com este propósito”, esclarece a psicóloga Christina.

A partir de sua nova vivência e realida-de, Tofinho reuniu suas melhores ex-periências e conquistas e, além de ter sido o mentor da AMP, ainda escreveu

o livro “Uma nuvem escura que vai e volta... Lembrando a Doença de Parkin-son”. Sua obra tem renda revertida para a associação, mas o maior ganho que o livro tem proporcionado é levar conheci-mento e experiência ao próximo, numa perfeita comunhão com o propósito má-ximo da AMP: promover melhoria da qualidade de vida do portador da doença.

Tofinho e Renata, com parkinsonianos frequentadores do Paisi

Page 66: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

66 •

PESSOAS

Quem contrai a doença?A doença pode afetar qualquer pessoa, independente de

sexo, raça, cor ou classe social. A grande maioria tem os pri-meiros sintomas geralmente a partir dos 50 anos de idade, mas podem acontecer nas idades mais jovens, embora os casos sejam mais raros. Um por cento das pessoas com mais de 65 anos têm a doença de Parkinson.

DiagnósticoO diagnóstico da doença de Parkinson é feito por

exclusão. Às vezes, os médicos recomendam exames como eletroencefalograma, tomografia computado-rizada, ressonância magnética, análise do líquido es-pinhal, para terem a certeza de que o paciente não possui nenhuma outra doença no cérebro. O diagnós-tico faz-se baseado na história clínica do doente e no exame neurológico. Não há nenhum teste específ ico

para fazer o diagnóstico da doença de Parkinson, nem para a sua prevenção.

Expectativa de vidaÉ importante saber que não se morre pela doença de

Parkinson e que, quando bem conduzida, ela não reduz consideravelmente a expectativa de vida do indivíduo. O que vai determinar realmente a qualidade e a expectativa de vida dos indivíduos com Parkinson são os sintomas, que podem ser controlados com tratamentos específicos para cada paciente e por um acompanhamento multiprofissio-nal. Fisioterapia, fonoterapia e terapia ocupacional podem complementar o tratamento formal.Serviço: Associação Macaense de Parkinson (AMP)Sede provisória: Programa de Atenção Integral a Saúde do Idoso (Paisi) - Rua Dr. Bueno, 190 - Imbetiba - Macaé/RJ Telefone: (22) 2759-9504

Page 67: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 67

Page 68: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

68 •

FAMÍLIA NO DIVÃ

A revista Divercidades abre suas páginas para a abordagem de temas do cotidiano de família ma-caense, contando para esta nova missão com os profissionais do Núcleo de Psicanálise de Macaé, de exeperência mais que comprovada

Para inaugurar a seção, conversamos com o Dr. Marco Antônio Coutinho Jor-ge, psicanalista e pesquisador na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, autor de trabalhos que já culminaram na produção de vários livros, coletâneas e textos nacionais e internacionais sobre: “A difícil tarefa de ser pai”.

DiverCidades: De acordo com as suas experiências (de vários anos) na clínica psicana-lítica e do seu trabalho de médico psiquiatra, psicanalista e pesquisador na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o senhor poderia nos falar um pouco da relação conflitante entre pai e filho?Dr. Marco Antonio: A relação conflitante entre pai e filho sempre existirá, porque o pai figura na família como o representante da ordem e da disciplina. Com sua função, ele ajuda a criança a se organizar em relação a si mesma e ao mundo em que vive. O pai é um polo de fortes identificações, mas o conflito entre pais e filhos tem graus diferentes. Há pais que incutem medo nos filhos através de uma presença excessiva-mente silenciosa e pouco afetuosa; outros que, por não terem uma presença firme junto à criança, acabam por não serem considerados por ela dignos de respeito. A medida exata que permite ao pai ter autoridade sem ser autoritário é difícil de ser obtida, é sempre árdua de ser encontrada por cada pai. Freud chegou a dizer que educar é impossível, no sentido de que há algo no processo de educação que é im-ponderável e deve ser avaliado por cada pai junto a cada filho e em cada momento da existência deste. Não é preciso dizer que o amor precisa estar presente neste processo que exigirá muito do pai.

DiverCidades: E os pais, como devem escutar seus filhos?Dr. Marco Antônio: Reconhecendo neles a singularidade que os constitui e a dife-rença que portam em relação a cada outro membro da família. É bastante prejudicial para o desenvolvimento da criança, a tentativa de padronizá-la em moldes préestabe-lecidos, sem reconhecer nela algo que deve ser incentivado e estimulado.

DiverCidades: É errado falar com a criança de modo tatibitate (linguagem infantil)?Dr. Marco Antonio: Não é errado, mas é efeito de que diante da criança pequena o

adulto quer se aproximar o máximo possível do mundo dela e de suas ca-pacidades. Ele estimula a fala a partir do ponto em que a criança pode se expressar. E isso não faz nenhum mal a ela, além de dar aos pais o prazer de se sentirem muito próximos de seu bebê.

DiverCidades: Há muitas diferenças nos relacionamentos entre pais e filhos na América Latina e na Europa? Dr. Marco Antônio: Muitas e signi-ficativas. Todos os estrangeiros que vêm ao país observam isso, e nós igualmente quando viajamos. A disci-plina e o rigor na educação são infi-nitamente menores aqui, e os efeitos disso serão sentidos ao longo de toda a vida do sujeito. Mas tudo tem dois lados: o excesso de disciplina inibe e tolhe a criatividade da criança. Dosar a disciplina é, mais uma vez, o mais importante e o mais difícil.

DiverCidades: O Sr. acha que dar li-berdade, “estilo modernoso” aos filhos, leva a uma permissividade que enfra-quece o uso da autoridade paterna?

O Núcleo de Psicanálise, da esquerda para a direita: Rosoleta Stadtlander, Paulo Vinícius Oliveira, Élen Suisso, Lígia Haeitmann, Vera Maria Fragoso, Fabiana Fernandes Mendes, Márcio Claudio Tavares, Letícia Soares de Oliveira e Denize Perim Campos

Dr. Marco Antônio, psicanalista e pesquisador na UERJ

Vera Fragoso, fundadora do Núcleo de Psicanálise

Page 69: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 69

Dr. Marco Antônio: A educação – e a função do pai talvez exerça aí sua parcela mais significativa – deve dar à criança e ao adolescente, condições para ele conquistar sua própria liber-dade interna, de afeto. A liberdade é necessária, mas ela é antes de mais nada, uma conquista e não algo que se dê para a criança, de pensamento e de criação. Mas condições para isso é uma tarefa dos pais. O exemplo é um ins-trumento valioso para darmos ao filho condições de escolher o que é melhor para ele mesmo.

DiverCidades: O que muda na relação entre pai e filhos na adolescência? Dr. Marco Antônio: Os adolescente entra num conflito entre conseguir in-dependência e permanecer na posição infantil. Por isso mesmo, ele frequente-mente exacerba a postura de autono-mia e desligamento dos pais. Mas esta reflete apenas o quanto ele se sente no fundo uma criança que terá que, custe o que custar, crescer. Frequentemente o adolescente adota a postura do rebel-de em relação ao pai, mas ele é um re-belde que tem uma boa causa – crescer e se unir aos adultos na dura tarefa de enfrentar a vida de modo autônomo. DiverCidades: O que o Sr. orienta aos pais quando seus filhos se fecham, em seu “mundo”, impossibilitando um diálogo?

Dr. Marco Antônio: Procurar a entrada para esta caverna na qual os filhos estão se escondendo. Quando o filho se afasta muito dos pais há algo que ele não está conseguindo compartilhar e os pais po-dem ficar atentos a isso. Contudo, é pre-ciso respeitar igualmente a condição de isolamento que o adolescente cria para si mesmo, que lhe permite enfrentar a pas-sagem para a vida adulta se identificando com as características do grupo com que convive e negando exageradamente os valores da família. O fator quantitativo é ainda o mais relevante aqui: nada é em si mesmo nefasto, é preciso saber dosar cada coisa. Respeitar o isolamento é uma forma de mostrar ao outro que ele não está só, mas acompanhado.

DiverCidades: Os pais ainda devem insistir em educar seus filhos na adoles-cência, talvez até na idade adulta, ou a personalidade está totalmente formada?Dr. Marco Antônio: Mesmo que as identificações primordiais sejam forma-das desde cedo, a educação prossegue, porque a vida implica num constante aprendizado e a palavra dos pais pode não ser ouvida num desterminado mo-mento, mas depois ela pode vir a fazer sentido para o adolescente e para o adulto ao longo da vida.

Para os leitores que queiram sugerir te-mas com relação à família, e que este-

jam dentro da temática das edições da revista, Dia das Crianças e Fim de Ano favor enviar sugestões para o email: macaé@corpofreudiano.com.br

Sobre o Núcleo de PsicanáliseO Núcleo de Psicanálise de Macaé surgiu do desejo de trazer a discus-são da psicanálise por alguns psicana-listas e de outros profissionais da área de ciências humanas, que atuam na cidade, pela teoria e praxes da psica-nálise, nas vertentes de Freud e de Lacan. Em 2007, a psicanalista Vera Maria Martins Barbosa Fragoso criou um grupo de leitura batizado: “De Freud a Lacan”, que reúne semanal-mente seus membros.

Seminários mensais e abertos ao público, ministrados pelo Dr. Marco Antônio e a psicanalista Dr. Nadiá Paulo Ferreira, foram organizados de acordo com os temas da for-mação básica do Corpo Freudiano Escola de Psicanálise, seção Rio de Janeiro. Os eventos acontecem na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Macaé e na Faculdade Estácio de Sá-Campus Macaé. Para conhecer mais sobre o núcleo aces-se o site:www.corpofreudiano.com.br

Page 70: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

70 •

LEITORES EM FOCO

Na foto maior, Bia em ensaio fotográfico. Acima, ela com a família, seu marido Renato e os filhos Christine e Vitor e, ao lado, seu livro de cabeceira

Procuradora do município, vaidosíssima, elegante e com muita coisa boa para contar, Ana Beatriz Cooper Errichelli, mais conhecida como Bia, é definitivamente ligada em 220 volts

Bia Cooper Errichelli

Apaixonada pela família, adora rir e contar um “causo engraçado”, Bia tem emoção à flor da pele, chorando até em comercial de televisão. Iniciou a vida profis-sional vendendo colar, sendo manicure, trabalhando como balconista e depois, aprovada num concurso

da Petrobras aos 19 anos, pensou que sua carreira estava defini-da, mas os filhos mudaram o rumo desta história. O nascimen-to de Christine e Vitor despertou nela uma vontade imensa de dedicar-se integralmente ao papel de mãe e, passados cinco anos da primeira maternidade e três da segunda e última, com o apoio ímpar do maridão Renato, desligou-se da empresa em 1995.

Assim foi, por quase uma década, quando retornou à Petrobras, agora num contrato de terceirizada. Depois, aventurou-se no mundo da educação dando aula para o curso de Tecnólogo de Recursos Humanos na Universidade Estácio de Sá, experiência que considera até hoje das mais enriquecedoras que teve, depois de ser mãe, é claro.

Em 2005, foi convocada para a Prefeitura de Macaé para o car-go de Procuradora Municipal, deixando de lecionar. Atualmente, Bia é responsável pelas questões técnicas da área de Recursos Humanos, trabalhando alinhada à Secretaria Municipal de Ad-ministração, ao Gabinete do Prefeito e à Procuradoria Geral do Município. Considera como defeito o fato de ser imediatista, mas como virtude destaca a franqueza e lealdade. Esta é a sua essência.

Livro - Treinando a emoção para ser feliz, de Augusto CuryFilme - Diário de uma PaixãoNão saio de casa sem... brinco e batomViagem inesquecível - Buenos Aires com o maridãoNão pode faltar na bolsa... Creme, pente e batomMúsica - I say a little prayer, na voz de Aretha FranklinO que dá água na boca – doceMomento marcante - nascimento dos meus filhosDias quentes são ótimos para... PraiaDias frios são ótimos para... Ficar na camaMe sinto poderosa quando... Estou arrumada por dentro e por foraQualidade - AutênticaDefeito - ImpaciênciaMe sinto realizada quando... as coisas saem do jeito planejadoProjeto - Ser feliz sempreDeus - Meu porto seguro. Sem Ele, nada faz sentidoPensamento - “O plantio é opcional. A colheita é obrigatória.” (Provérbio chinês)

Texto: Luciene Rangel - Fotos: arquivo pessoal

Page 71: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

• 71

Page 72: Revista Divercidades Dias dos Pais 2012

72 •