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Revista do AviSite - Ed.47

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Revista Do AviSite, edição 47, março 2011

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Produção Animal | Avicultura 3

Sumário

“Brasil põe a avicultura nacional no seguro”

Ponto final

Professor da UFC fala sobre a importância da ambiência e do bem-estar animal

ZECA DELFINO

78

Eventos

Painel do Leitor

Classificados

060876

Notícias CurtasSimpósio Brasil Sul debate tecnologias para aprimorar produção 10AviGuiaCobb recebe missão da OIE que avalia Projeto de Compartimentação 60AssociaçõesAcav alerta sobre prazo da IN n°59 58

Estatísticas e PreçosProdução e mercado resumoProdução de pintos de corteProdução de carne de frangoExportação de carne de frangoDisponibilidade interna de carne de frangoAlojamento de matrizes de posturaAlojamento de pintainhas comerciais de posturaDesempenho do frango vivo no mês de fevereiroDesempenho do ovo no mês de fevereiroMatérias-primas

65666768

69

70

71

72

7374

30

Caderno dePosturaNotícias CurtasSite britânico oferece acessórios para o preparo de ovos..................................

Ovos diferenciados Nicho de mercado oferece nova opção para pequenos produtores .....................

3642

Portfólio AviGuia 77

Lei 12.350 garante isenção de tributos para toda cadeia avícola

22

Papel da cama na produção e bem-estarde frangos de corte

46

Informes Técnico-Empresariais Alltech: A nova geração de enzimas ......................................................... 52Ceva: Cevac IBDL completa 10 anos de prevenção contra Gumboro ......... 56

Projeto de Compartimentação

PIS/Cofins

Qualidade

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eDITORIAL

Avicultura nacional está no seguro

Agradecimentos

A equipe do AviSite (da Revista e do Portal) trabalhou no mês de fevereiro já na contagem regressiva para o aniversá-rio de quatro anos da Revista e de dez anos do Portal, ambos em maio, para quando preparamos um especial. Tam-bém é motivo de comemoração a circu-lação desta edição em quatro eventos: O Congresso de Ovos, o Seminário de Pro-cessamento, o Simpósio sobre Exigên-cias Nutricionais e o Brasil Sul de Avicul-tura (página 6).

Os motivos para comemorar esta ca-minhada de dez anos são muitos. Por exemplo, o hábito que estamos adqui-rindo de agir preventivamente. É o caso do Projeto de Compartimentação (pági-na 30), que organiza a cadeia produtiva avícola em compartimentos estanques entre si. Recentemente, o Brasil recebeu uma missão da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para avaliar o anda-mento do Projeto no Brasil. E as notícias são as melhores possíveis. Para Ariel Mendes, que ciceroneou os técnicos da OIE, investir pesado na Compartimenta-ção é como colocar o setor avícola no seguro.

A publicação da Lei 12.350, que es-tende a isenção do recolhimento da taxa do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) às empre-sas avícolas e suinícolas, também é de

grande auxílio. Com ela, a cadeia avícola deixará de pagar o PIS e a Cofins, que representam 9,25% do faturamento (pá-gina 22).

Outra boa notícia é a matéria que traz informações sobre uma alternativa para pequenos avicultores: a produção de frango e ovos diferenciados (página 42). A necessidade de se produzir ao menor custo possível força a produção em escala cada vez maior e leva a um desdobramento: a concentração da pro-dução em um número de empresas cada vez menor. Mas será que só existe lugar para os grandes? Segundo o texto da re-portagem, já que existem consumidores dispostos a pagar mais por um frango ou uma dúzia de ovos é preciso, apenas, que tenham requisitos desejáveis e apre-sentem diferenciais em relação ao pro-duto “de massa”. Esse, parece, é um ca-minho para que os avicultores sejam mais bem remunerados.

Nesta mesma edição, pesquisadores da Universidade Federal da Grande Dou-rados (UFGD) apresentam sugestões de materiais alternativos para utilização como cama de aviário, já que os mate-riais mais utilizados para este fim estão sujeitos à disponibilidade e oscilação de preços (página 46). Pesquisas demons-traram que a reutilização da cama tam-bém é uma boa opção.

Boa leitura!

Agradecemos a Ariel Mendes, Paulo Raffi, Alexandre Pecoits, José Roberto Bottura, Sônia Bazan, Giova-na de Paula, Lúcia Endriukaite, Ming Liu, Ibiara de Lima A. Paz e equipe da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Guilherme Moro, João Luiz Leandro Lustoza, Marcelo Pavan, Ariovaldo Zani, Vanderlei Al-ves dos Santos, Bianca Martins e José Antonio Delfino.

4 Avicultura | Produção Animal

Coordenador EditorialJosé Carlos Godoy (MTB 9782)[email protected]

ComercialCarla Fracalossi Christiane GalusniPaulo Godoy [email protected]

Redação Andrea Cristiane Quevedo (MTB 27.007) Érica Barros (MTB 49.030) Mariana Almeida [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e WL [email protected]

InternetDarcy Jú[email protected]

Circulação e assinaturaCristiane dos Santos(19) [email protected]

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

expeDIenTeProdução Animal - AviculturaISSN 1983-0017

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

Técnicos da OIE conferem de perto

como anda o Projeto de

Compartimentação por aqui

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Eventos

6 Produção Animal | Avicultura6 Produção Animal | Avicultura

31 de maio a 2 de junhoConferência Facta 2011Local: Mendes Convention Center, Santos, SPRealização: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA)Contato: (19) 3243-6555 Informações: www.facta.org.br E-mail: [email protected]

Junho9 a 11 de junho I Feira de Avicultura e Suinocultura CapixabaLocal: Marechal Floriano, ESRealização: Associação de Avicultores e Suinocultores do ES (AVES e ASES)Contato: (27) 3288-1182Informações: www.associacoes.org.br

Julho15 a 17 de julho52ª Festa do Ovo de Bastos e XXXVII Encontro de Avicultores e XXXIV Jornada TécnicaLocal: Recinto de Exposições Kisuke Watanabe, Bastos, SPRealização: Sindicato Rural e Prefeitura de BastosContato: (14) 3478-9800

17 a 18 de agostoFórum de Líderes em Avicultura Local: Mabu Thermas e Resort, Foz do Iguaçu, PRRealização: Editora AnimalWorldContato: (19) 3709-1100 Informações: www.aveforum.com.brE-mail: [email protected]

Setembro6 a 9 de setembro XXII Congresso Latino-americano de AviculturaLocal: Buenos Aires, ArgentinaRealização: Associação Latino-americano de Avicultura (ALA)Informações: www.avicultura2011.com

21 a 23 de setembro 9° Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e NutriçãoLocal: Hotel Sibara, Balneário Camboriú, SCRealização: Acav (Associação Catarinense de Avicultura)Contato: (48) 3222.8734Informações: www.acavsc.org.br E-mail: [email protected]

Outubro25 a 27 de outubro 22º Congresso Brasileiro de Avicultura Local: Centro de Eventos Imigrantes, em São Paulo, SPRealização: União Brasileira de Avicultura (UBABEF)Contato: (11) 3815-5964Informações: www.ubabef.com.br

2011Março14 a 18 de março Expodireto CotrijalLocal: Não-Me-Toque, RSRealização: CotrijalInformações: www.expodireto.cotrijal.com.brE-mail: [email protected]

15 a 17 de marçoII Simpósio Internacional sobre Gerenciamento de Resíduos Agropecuários e Agroindustriais (Sigera)Local: Foz do Iguaçu, PRRealização: Sociedade Brasileira dos Especialistas em Resíduos da Produção Agropecuária e Agroindustrial (SBERA)Informações: www.sbera.org.br/sigera2011E-mail: [email protected]

22 a 24 de março IX Congresso de Produção e Comercialização de OvosLocal: Hotel JP, Ribeirão Preto, SPRealização: Associação Paulista de Avicultura (APA)Contato: (11) 3832-1422Informações: www.congressodeovos.com.br

29 a 31 de marçoSeminário Latino Americano de Abate e Processamento de Frangos de CorteLocal: Hotel Deville, Maringá, PR Realização: Facta Informações: www.facta.org.br

29 a 31 de março III Simpósio Internacional sobre Exigências Nutricionais de Aves e Suínos Local: Viçosa, MG Realização: Universidade Federal de ViçosaContato: (31) 3899-7300E-mail: [email protected]

Abril5 a 7 de abrilXII Simpósio Brasil Sul de AviculturaLocal: Centro de Eventos Plínio Arlindo de Nês, Chapecó, SCRealização: Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e ZootecnistasInformações: www.nucleovet.com.br E-mail: [email protected]

Maio26 a 29 de maioFenafrango 2011Local: Parque Municipal de Exposições Wolmar Salton, Passo Fundo, RSRealização: Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agropecuária (Acisa) e Sindicato RuralContato: (54) 3311-1300 Informações: www.fenafrango.com.br E-mail: [email protected]

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8 Produção Animal | Avicultura

Painel do Leitor Escreva para: [email protected]

Depois de terem correspondido a 61% de todo o volume de carne de frango exportada pelo Brasil em 2005, os cortes de frango passaram a apresentar forte redução de volume e, em 2010, representaram pouco mais da metade das exportações anuais.

Adendem como motivo da queda da participação dos cortes na exporta-ção brasileira de carne de frango o fato de que os embarques de partes têm como destinos principais os países desenvolvidos. Foram estes que sofreram, e sofrem, de forma mais severa as conseqüências da crise inter-nacional iniciada em setembro de 2008. São raros os países desenvolvidos que apresentam desde então aumento no consumo de carnes, impactando tanto os volumes de suas produções nacionais quanto suas importações. O vetor principal do crescimento da economia mundial está agora centrado nas economias emergentes e em países em desenvolvimento, onde carnes escuras de menor valor e aves inteiras concentram as preferências. Osler Desouzart, Barueri, SP

A carne avícola na balança comercial dos estados e grandes regiões exportadoras

Publicada na edição de 21 de dezembro de 2010, o texto da Lei nº 12.350/2010 altera dispositivos da Lei nº 12.058, de 13 de outubro de 2009, que trata da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. A principal alteração diz respeito à extensão da isenção dos dois tributos para abatedouros avícolas que atuem ape-nas no mercado interno, o que compreende pequenos e médios frigoríficos (leia mais sobre este assunto na página 22).

A publicação da Lei Ordinária 12.350 representa uma vitória histórica da avi-cultura nacional. Reiteramos que a luta pela desoneração da avicultura brasi-leira foi importante para estimular a produção agrícola e, em especial, às pe-quenas e médias indústrias que abastecem o mercado interno. Esse tributo de 9,25% estava inviabilizando o setor; pequenas e médias empresas apresenta-vam problemas de liquidez. Além disso, para as grandes empresas que são exportadoras há um crédito presumido que é compensado na apuração do pagamento do imposto dentro do país, trazendo um desequilíbrio na competi-tividade do setor. A desoneração tributária não deve ser concedida como benefício, mas como uma contrapartida pela contribuição econômica e social do agronegócio avícola. É merecedor como contrapartida de seu esforço. A atividade presta inegável serviço social, destacando-se nas estatísticas de geração de empregos no país. Enfim, com a desoneração podemos, com mais alívio, colaborar para a sustentabilidade dos produtores e das indústrias viabili-zando a melhoria da economia nacional. Antonio Carlos Vasconcelos Costa, São Sebastião do Oeste, MG

Nova lei dispensa PIS e Cofins de pequenos e médios abatedouros

Page 9: Revista do AviSite - Ed.47

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Produção Animal | Avicultura 9

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As cinco mais lidas no AviSite em fevereiro

A Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) do Mi-nistério da Agricultura deve divulgar em breve

uma nova edição das “Projeções do Agronegócio”, desta vez para o período 2011-2021. E o que se per-gunta desde já é: será que as novas projeções mos-trarão, em relação à produção brasileira de milho, tendências tão preocupantes quanto as reveladas por projeções anteriores? Leia mais na página 14.

Morre Haroldo Vasconcellos, pioneiro da moderna avicultura brasileira

1

Entre as 150 principais empresas exportadoras brasileiras de 2010 relacionadas pela SECEX/

MDIC há pelo menos uma dezena de empresas diretamente relacionadas ao setor avícola, várias delas com exportação exclusiva de carne de fran-go. Mas, sem dúvida, o grande destaque é a Brasil Foods (BRF), resultado da fusão Sadia/Perdigão.

Leia mais na página 20.

BRF foi a terceira maior exportadora do Brasil em 2010

Notícias

4

3

Os últimos dados da FAO relativos à evolução dos preços dos alimentos mostram que o

preço dos cereais vem se distanciando rapidamen-te – e significativamente – do preço das carnes. E, sem dúvida, um dos cereais que vêm puxando essa valorização é o milho.

De 2002-2004 para cá (anos em que o Índice FAO de carnes e cereais foi igualado em 100), em apenas um breve momento o preço das carnes evoluiu acima dos cereais: de meados de 2004 até o terceiro trimestre de 2006.

Preço dos cereais distancia-se cada vez mais do preço das carnes

2

Faleceu em 1º de fevereiro, o médico pediatra e ex-tensionista avícola Haroldo Vieira Vasconcellos. Ao

transmitir a informação, a AVIMIG, à qual Haroldo Vasconcellos esteve indelevelmente ligado, menciona que ele será lembrado principalmente pela disposição permanente de compartilhar conhecimento e distribuir as lições de uma vida recheada de experiências. Leia mais na página 41.

Brasil precisa de uma política para o milho; urgentemente

5

Na segunda metade do mês de fevereiro o frango vivo havia registrado firmeza de mercado raras

vezes vista neste período do ano. Tanto que, em plena safra da carne e sem que o consumo tenha voltado à plenitude (o consumidor ainda tem muitas dívidas à frente), o produto registrou valorização, opostamente ao que se enfrentou em anos anterio-res. Leia mais sobre o mercado do frango vivo em fevereiro na página 72.

Frango vivo: firmeza de mercado atrelada à oferta

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10 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Simpósio Brasil Sul debate tecnologias para aprimorar produçãoFeira de negócios acontece paralelamente

12ª edição

10 Produção Animal | Avicultura

Um dos mais tradicionais eventos técnicos da avicultura brasileira,

o XII SBSA - Simpósio Brasil Sul de Avicultura, chega à décima segunda edição com o desafio de promover um amplo debate sobre como pro-duzir mais e com melhor qualidade. Para discutir as novas tecnologias e descobertas, palestrantes de cinco países e importantes pesquisadores brasileiros vão apresentar avanços e experiências de sucesso na produ-ção de frangos de corte.

Organizado pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas, o encontro será reali-zado no Centro de Eventos Plínio Arlindo De Nes, em Chapecó, SC. Paralelo à programação científica será realizada a III Brasil Sul Poultry Fair, uma feira de negócios que reúne as principais empresas de nutrição, diagnóstico, sanidade e equipamentos do setor.

O Coordenador da Comissão Científica do XII SBSA, médico vete-rinário João Batista Lancini fala sobre o evento: “A programação é feita a partir das sugestões apresen-tadas pelos técnicos das agroindús-trias da Região Sul. Buscamos espe-cialistas que contribuam para a

capacitação técnica dos colegas que atuam na área de produção, através de novidades científicas e tecnológi-cas. Para este ano serão abordados temas como o manejo pré-abate e suas implicações na qualidade das

carcaças e diversos outros assuntos relacionados à sanidade, nutrição e manejo das aves. Estamos alinhados com as propostas da agroindústria brasileira em aprimorar cada vez mais a produção e oferecer alimen-tos cada vez melhores para os con-sumidores, através da capacitação dos profissionais da área”.

Na programação científica temas como a Restrição Alimentar em Frangos de Corte, Análise do Ciclo de Vida na Cadeia Avícola, Custos da Nutrição e Competitividade Brasileira na Exportação de Frangos. Também serão abordados diversos temas na área de manejo e ambiên-cia. Na área de sanidade, serão discutidos temas como Antibioticoterapia em Frangos de Corte, Impacto da Retirada de Antimicrobianos na Indústria Avicola, Vacinas Recombinantes ou Vetorizadas – Novas Tecnologias e Resultados, Eficácia da Vacinação no Controle da Bronquite Infecciosa em Frangos de Corte e um assunto que preocupa os principais países produ-tores que é o papel da bactéria Escherichia coli na produção de frangos de corte e a segurança dos alimentos.

XII SBSA - Simpósio Brasil Sul de AviculturaData: 05 a 07 de Abril Local: Centro de Eventos Plínio Arlindo De Nes, em Chapecó,SCInformações: www.nucleovet.com.br/SBSA, [email protected], (49) 3328-4785

Palestrantes de cinco países e importantes

pesquisadores brasileiros vão

apresentar avanços e experiências de

sucesso na produção de frangos de corte

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Produção Animal | Avicultura 11

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

Trazer informações atualizadas sobre técnicas de abate e proces-

samento de frangos de corte. Esse é o objetivo do Seminário Latino Americano de Abate e Processamento de Frangos de Corte, promovido pela Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA), entre os dias 29 e 31 de março de 2011 no Hotel Deville, Maringá, PR.

O programa do encontro, que deve reunir profissionais que atuam na área de abate e processamento, ge-rência de abatedouros e demais ativi-dade relacionadas com a avicultura, inclui nomes de peso. Entre eles, Charli Ludtke, da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA), que abor-da o manejo pré-abate em relação à qualidade da carcaça e bem-estar, Simone Machado, Consultora, que fala sobre redução de patógenos e

Luciana Miyagusku, abordando a implantação de HACCP em abatedou-ros. A programação intensa, de três dias, inclui ainda temas como certifica-ções internacionais para exportação, corte e desossa, carne mecanicamente separada e técnicas de resfriamento de carcaças. Confira o programa com-pleto abaixo.

Seminário Latino Americano de Abate e Processamento de Frangos de CorteData: 29 a 31 de março de 201Local: Hotel Deville (Avenida Herval, 26), Maringá, PRInformações: www.facta.org.br/abate, [email protected], (19) 3243-6555

Em Maringá, evento tem palestrantes de peso

FACTA reúne profissionais da indústria de processamento

Oportunidade

29 de março de 2011Implantando HACCP em abatedouros de frangoLuciana Miyagusku – ITAL, Brasil

A avicultura na América Latina: Dimensão e nível tecnológico Ariel Antonio Mendes - UBABEF, Brasil

Tratamento de efluentes de abatedouros avícolasEmilio Mouchrek Filho – Avimig, Brazil

Manejo pré-abate em relação à qualidade da carne e carcaça e bem-estar das avesCharli Ludtke - WSPA, Brasil

Segurança e saúde do trabalhador do abatedouro de aves João Carlos Lanziotti – BRF, Brasil

Insensibilização, sangria, escaldamento e depenagemMarcos X. Sanchez-Plata – IICA, USA

Corte e desossa – indústriaValter Bampi – Big Frango, Brasil

EvisceraçãoLamber Rutten – Stork, Brasil

Carne mecanicamente separadaJoão Degenhardt - BRF, Brasil

Principais causas condenação de carcaçasCésar Alves – MAPA, Brasil

31 de março de 2011

Técnicas de resfriamento de carcaçasLamber Rutten – Stork, Brasil

Desenvolvimento de produtos com carne de avesPaulo Guarnieri – BRF, Brasil

30 de março de 2011Marinação de cortes com osso e desossadosMarise Pollonio – FEA-Unicamp - Brasil

Técnicas antimicrobianas durante o resfriamento e pós-resfriamen-to das carcaçasMarcos X. Sanchez-Plata – IICA, USA

Produtos de frango empanadosRafael Gentile – Seara Marfrig, Brasil

Como melhorar a eficiência e a qualidade de pequenos e médios abatedourosEduardo Cervantes – Consultor, Colombia

Certificações internacionais para exportação de carne avícola e produtosJuliani Kitakawa – DNV Certificadora, Brasil

Redução de patógenos em produtos avícolasSimone da C. Alves Machado – Consultora, Brasil

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Notícias

12 Produção Animal | Avicultura

Cerca de 40 executivos da área de marketing de empresas e entida-

des do setor avícola assistiram, em 18 de fevereiro, a uma apresentação so-bre o 22º Congresso Brasileiro de Avicultura, que a União Brasileira de Avicultura (Ubabef) vai realizar entre os dias 25 e 27 de outubro, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo.

A apresentação da Ubabef foi feita pelo Presidente Executivo, Francisco Turra, pelo Diretor de Produção e Técnico-Científico, Ariel Mendes, e pelo Diretor Financeiro e Administrativo, José Perboyre Ferreira Gomes. A entidade prevê que o Congresso terá pelo menos 20 mil visitantes, além de mil congressistas.

“Queremos fazer um evento do tamanho da avicultura brasileira”, destacou Turra na abertura do encontro.

O Congresso será realizado em uma área de 15 mil metros quadrados, sendo 11 mil destinados à feira, onde 30 empresas já confirmaram participação.

“Essas confirmações incluem agroindústrias, fabricantes de equipa-mentos, empresas de genética avícola, de insumos e até certificadoras. Ou seja, uma ampla representação de todos os elos do setor”, frisou Turra.

De acordo com o Presidente Executivo da UBABEF, Francisco Turra, o novo congresso será um marco insti-

tucional da avicultura brasileira. Ele destaca que as empresas do setor avícola vão ter a oportunidade de mostrar seus produtos e suas inova-ções não apenas para clientes brasilei-ros, como também para potenciais compradores de outros países.

Turra também destacou que o congresso terá forte caráter político – já foi formalizado o convite para a presidente da República, Dilma Roussef –, ao mesmo tempo que contemplará iniciativas na área comercial, como a organização da vinda de importadores, de representantes de associações de consumidores de países compradores e de jornalistas estrangeiros. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, já confir-mou participação na abertura do Congresso Brasileiro de Avicultura.

22º Congresso Brasileiro de AviculturaData: 25 a 27 de outubroLocal: Centro de Exposições Imigrantes, São Paulo, SPInformações: www.abef.com.br/con-gresso, [email protected], (11) 3031-4115

Evento terá forte caráter político e contemplará iniciativas na área comercial

Entidade reúne executivos para apresentar o 22º Congresso Brasileiro

Ubabef

A Associação de Ciência Avícola dos Estados Unidos (PSA, na

sigla em inglês) divulgou um parecer técnico, no qual destaca a sua políti-ca em relação aos riscos e aos bene-fícios do uso de antibióticos na ali-mentação animal. O documento foi elaborado pela própria PSA, em con-junto com vários especialistas e ou-tras organizações da Federação das Sociedades de Ciência Animal (The Federation of Animal Science

Societies - FASS) para criar um guia com bases científicas sobre a regula-mentação do uso de antibióticos na produção animal, em meio a proble-mas ligados ao aumento da resistên-cia de alguns patógenos a esses antibióticos.

“O FASS apoia fortemente o uso adequado de antibióticos na alimen-tação animal, como terapêutico e objetivando a saúde e o bem-estar da criação. Também apoia a preser-

vação da eficácia desses antibióticos sobre os humanos e os próprios ani-mais, além do uso eficiente e susten-tável dos recursos naturais para a produção de alimentos”, declara o parecer técnico.

O parecer técnico da FASS, em inglês, sob o título Preserving the Benefits of Antibiotics for People and Animals pode ser acessado através do link www.fass.org/PreservingBenefitsAntibiotics.pdf.

FASS apoia a utilização adequada do produto como terapêutico

Organização americana cria guia técnico sobre uso de antibióticos

Na alimentação animal

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Produção Animal | Avicultura 13

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14 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Brasil precisa de uma política para o milhoSem isso, corre-se o risco de não ver concretizada tendências de crescimento da avicultura

Urgentemente

Como faz há alguns anos, nestes próximos meses a Assessoria de

Gestão Estratégica (AGE) do Ministério da Agricultura deve divul-gar uma nova edição das “Projeções do Agronegócio”, desta vez para o período 2011-2021. E o que se per-gunta desde já é: será que as novas projeções mostrarão, em relação à produção brasileira de milho, tendên-cias tão preocupantes quanto as reveladas por projeções anteriores?

Nas Projeções do ano passado, a AGE do MAPA apontou, por exem-plo, que no final desta década as exportações brasileiras de carne de frango estarão suprindo cerca de 48% do mercado mundial, o que significa crescimento de 4,16% ao ano (base: exportações de 2009). O consumo interno total, por sua vez, deve aumentar cerca de 43%, expan-dindo-se a uma média de 3,23% ao ano. E tudo, em resumo, implica em que a produção cresça pelo menos 3,64% ao ano.

E o que se projetou, então, em relação ao principal insumo do frango, o milho, sem o qual não há produção avícola? A produção – apontou a AGE do MAPA – tende a aumentar 37% - média de 2,67% ao ano; a exporta-ção, 80% - média de 5,12% ao ano; e o consumo, perto de 23% - média de 1,97%.

Ou seja: se somente a produção de carne de frango – principal consu-midora do grão no País – vai se expan-dir à razão de 3,64% ao ano, o consu-mo previsto não pode evoluir a 1,97% ao ano, ainda que o frango não seja o único consumidor do grão. A conclu-são, pois, é a de que pode faltar pro-duto. Ou, então, se tornar escasso. Será possível, dessa forma, abastecer 48% do comércio mundial?

Mas não é só: a exemplo do que já ocorreu com as carnes, o Brasil firma--se cada vez mais como grande expor-tador mundial de grãos. Quer dizer: não só de soja, mas também de milho. Assim, o incremento das vendas exter-

nas desse cereal tende a ir muito além dos 5,12% ao ano, média aproximada se consideradas as exportações de 2000 e 2010. E, neste caso, basta observar que na segunda metade da década passada as vendas externas de milho cresceram a mais de 20% ao ano. Ou seja: mais um fator de escassez.

Para completar (mas sem esgotar o assunto) está cada vez mais claro que as carnes de frango e suína se torna-rão, cada vez mais, o prato de susten-tação do consumidor brasileiro, por-que, ao atingir valores reais, a carne bovina vai se tornando proibitiva para parte dos consumidores. E as duas carnes dependem estritamente de milho, o que significa ainda maior demanda do produto.

Em suma: o Brasil precisa – ur-gen--te-men-te – de uma política efetiva para o milho. Sem isso, corre-se o risco de não ver concretizada a maior parte das tendências apontadas para o final desta década.

Page 15: Revista do AviSite - Ed.47

Produção Animal | Avicultura 15

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A União Brasileira de Avicultura (Ubabef) lançou em janeiro

três cartilhas sobre boas práticas de transporte aéreo e manuseio para importação e exportação de pintos de um dia e ovos férteis.

As cartilhas são destinadas a públicos diferenciados: funcioná-rios da Infraero e de companhias aéreas e técnicos responsáveis pela coleta de amostras. Além de forne-cerem orientação, inclusive com ilustrações e fotos, indicam telefo-nes de urgência de empresas im-portadoras e exportadoras. É uma forma de orientar os profissionais da Infraero e do aeroporto sobre como manusear os produtos da avicultura.

“A importância de boas práticas no transporte aéreo e no manuseio desses produtos pode ser medida pelos números registrados em 2010. As exportações brasileiras de material genético avícola, em que se incluem os pintos de um dia e os ovos férteis, somaram quase US$ 108 milhões ano passado, com um crescimento de 85% em relação a 2009”, frisa Ariel Mendes.

O evento de lançamento, que aconteceu na administração do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, SP, contou com as presenças de Francisco Jardim, secre-tário nacional de Defesa Agropecuária, Sebastião Buff Blumer Bastos, substi-tuto do Superintendente Federal de Agricultura do Estado de São Paulo, Ricardo Luize, Gerente de Logística do Aeroporto Internacional de Viracopos e de Jorge Caetano, titular da Coordenadoria Geral de Apoio Laboratorial (CGAL), do Ministério da Agricultura.

No final do evento, um dos técni-cos responsáveis pelo transporte de material genético em Viracopos suge-riu que as empilhadeiras sejam equi-padas como um tipo específico de rodinhas para suavizar o impacto. É a prova de que cartilhas, eventos e cur-sos que reúnem técnicos que manu-seiam os produtos avícolas e o próprio setor, são produtivos e dão resultados.

Área para transporte de gené-tica avícola

Na mesma ocasião, Maia Burmeister, Analista Técnica da

Ubabef, comentou que a entidade está confiante na implantação de uma área específica para o manuseio de materiais genéticos avícolas que en-tram e saem do Brasil, no aeroporto de Viracopos. A criação deste espaço já é discutida há algum tempo.

De forma didática, material orienta profissionais de aeroportos

UBABEF lança cartilhas de boas práticas de transporte aéreo

Material genético

Page 16: Revista do AviSite - Ed.47

16 Produção Animal | Avicultura

Notícias

O s dados da SECEX/MDIC sobre os maiores importadores da

carne de frango in natura em 2010 apontam que não houve alteração de posição entre os seis principais clien-tes do produto brasileiro: Arábia Saudita, Japão (com diferença mínima em relação ao primeiro colocado), Hong Kong, Emirados Árabes Unidos, Venezuela e Kuwait mantiveram as mesmas posições de 2009.

Já na sétima, oitava e nona posi-ções surgem Rússia, China e Egito, países que no ano retrasado se colo-caram em posições inferiores.

Em conjunto, os 10 principais importadores absorveram pratica-mente 70% da carne de frango in natura exportada pelo Brasil.

Sem alterações entre os primeiros clientes

Principais mercados do Brasil em 2010 pela receita cambial

Carne de frango

CARNE DE FRANGO - 10 principais importadores do Brasil em 2010 segundo a receita cambial* - US$ MILHÕES

IMPORTADOR RECEITA VAR. PARTIC.

1 Arábia Saudita (1) 910,661 23,08% 15,7%

2 Japão (2) 906,487 46,77% 15,7%

3 Hong Kong (3) 497,525 -15,31% 8,6%

4 Emirados Árabes (4) 348,289 10,40% 6,0%

5 Venezuela (5) 282,892 -2,81% 4,9%

6 Kuwait (6) 270,331 0,79% 4,7%

7 Rússia (12) 240,875 124,01% 4,2%

8 China (24) 219,605 484,21% 3,8%

9 Egito (18) 197,026 166,24% 3,4%

10 África do Sul (9) 160,608 26,59% 2,8%

SUB-TOTAL 4.034,299 27,43% 69,7%

DEMAIS PAISES 1.754,974 6,24% 30,3%

TOTAL 5.789,273 20,17% 100,0%

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC - Elaboração e análises: AVISITE* Consideradas apenas as exportações de carne de frango in natura; Os números entre parênteses

indicam a posição do país importador em 2009.

Dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA)

mostram que as exportações norte--americanas de carne de frango fe-charam 2010 com novo revés. Desta vez não foi em decorrência das difi-culdades econômicas mundiais, como ocorreu em 2009, mas por conta do braço de ferro mantido simultanea-mente com a Rússia (questão sanitá-ria) e com a China (questão comer-cial). Em ambas a avicultura saiu perdendo.

O fato é que, após sofrer redução de pouco mais de 2% em 2009, as exportações de carne de frango dos EUA apresentaram nova queda – de 0,7% - no ano passado e, assim, se encontram 2,7% aquém do recorde atingido em 2008.

A despeito do segundo recuo, o volume exportado em 2010 foi 30% maior que o registrado em 2006. Mesmo assim registra um índice de

variação menor que o do Brasil, onde, nesse espaço de tempo, as exportações de carne de frango au-mentaram 41%.

Revés é decorrência do braço de ferro com China e Rússia

EUA fecharam 2010 com nova queda na exportação de carne de frango

Avicultura sai perdendo

Page 17: Revista do AviSite - Ed.47

Produção Animal | Avicultura 17

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Page 18: Revista do AviSite - Ed.47

Notícias

18 Produção Animal | Avicultura

Seria apenas mais um dos efeitos negativos do rigoroso inverno

setentrional? Ou os organismos que causam as doenças respiratórias aviárias estão mais fortes?

Independente de qual seja a resposta, a realidade é que os vírus da Influenza Aviária (tipo H5N1) e até os da Doença de Newcastle vêm se manifestando a um só tempo em várias partes do Hemisfério Norte e ocasionando sérias perdas para a avicultura.

Desta vez, não são os países considerados “de terceiro mundo” os mais afetados. Os casos mais críticos de Influenza Aviária, por exemplo, envolvem no momento o Japão e a Coreia do Sul. No Japão o vírus está presente nas regiões nor-te, central e sul do país e vem levan-do as autoridades sanitárias locais a sacrificar milhões de aves comerciais.

Na Coreia do Sul, o mais recente relatório encaminhado à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) relata a ocorrência de 14 novos surtos de Influenza Aviária H5N1entre 16 e 25 de janeiro envol-vendo quatro diferentes províncias localizadas no sul e no oeste do

país. Entre as aves afetadas, frangos, poedeiras, patos, codornas e faisões. Todos de criações comerciais.

O vírus da Doença de Newcastle, que foi detectado em países como França e Bélgica, agora é objeto de preocupação da saúde animal de Israel. Ali, entre 12 e 25 de janeiro, foi confirmada a ocorrência de sete diferentes casos da Doença em gran-jas comerciais de Haifa, Hameraz, Hazafon, Jehuda e Samaria.

Os surtos registrados em Israel envolvem frangos, matrizes e poe-deiras mas, aparentemente, só ocor-reu mortalidade em frangos. Nas poedeiras, o único sintoma de infec-ção pelo vírus da Newcastle foi a queda na produção de ovos. No último relatório encaminhado à OIE, a autoridade sanitária israelense comenta que alguns desses surtos estão epidemiologicamente correla-cionados através de pessoas e/ou equipamentos que transitaram de uma granja para outra.

Newcastle na SuéciaNo início de fevereiro, as autori-

dades de saúde animal suecas emiti-ram notificação à OIE informando da detecção do vírus na ilha de Gotland

(a maior da Suécia e do mar Báltico), em uma granja de postura comercial.

Segundo o relato sueco, o esta-belecimento possuia um plantel de 20 mil poedeiras, nesse número inclusas cinco mil poedeiras criadas sob o sistema “free-range” (ao ar livre). No entanto, desde novembro, com as primeiras ondas de frio do inverno setentrional, todas as aves foram mantidas em galpões fechados.

E também no PeruO vírus da Doença de Newcastle

também anda perto do Brasil. No final de 2010 foi detectado na América Central (Honduras) e agora sua presença foi confirmada quase simultaneamente na América do Norte (México, dois casos) e na América do Sul (Peru, um caso noti-ficado à OIE em meados de fevereiro).

Nos últimos dois anos (2009 e 2010) o Peru foi o único país sul--americano a registrar casos da Doença de Newcastle. Foram ao todo, no biênio, dez casos, cinco a cada ano. Na maior parte deles, as aves afetadas foram galos de briga.

Desta vez, não são os países “de terceiro mundo” os mais afetados

Influenza Aviária e Newcastle desafiam avicultura no Hemisfério Norte

Inverno

Page 19: Revista do AviSite - Ed.47

Produção Animal | Avicultura 19

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Invariavelmente discreta, a avicultura do México é, agora, notícia em todo

o mundo avícola. Primeiro porque, atendendo a uma reclamação das empresas locais, o governo mexicano abriu investigação “antidumping” contra as importações avícolas do país vizinho, os EUA – um fato, senão inédi-to, raro na história das relações comer-ciais entre os dois países que, junta-mente com o Canadá, têm um Acordo de Livre Comércio, o NAFTA.

A justificativa para a ação antidum-ping é a de que determinados cortes de frango exportados pelos EUA estão sendo colocados no mercado mexicano a preços que, simplesmente, impedem a concorrência das empresas locais. Entre as denunciantes estão a Bachoco, a Buenaventura e a PATSA (Productores Avicolas de Tehuacá). Já no grupo das denunciadas estão a Tyson Foods e a Pilgrim’s Pride.

Mas, segundo autoridades mexica-nas, a solução da questão não virá antes de um ano, quem sabe ano e meio. Assim, é problema menos pre-mente que os dois focos da Doença de Newcastle detectados em duas diferen-tes regiões do país.

No primeiro caso, detectou-se uma forma subclínica da Doença. O proble-ma ocorreu em uma propriedade agrí-cola de Nopala de Villagrán, estado de Hidalgo, região central do México. Cerca de 500 aves estiveram envolvidas no episódio.

Já o segundo caso, considerado mais grave, foi registrado em granja de

frangos com plantel de pouco mais de 20 mil cabeças, a metade das quais morreu em consequência da Doença. As sobreviventes foram submeti-das a sacrifício sanitário imediato.

O caso ocorreu na cidade de Tijuana, Baixa Califórnia, ou seja, em plena fronteira com os EUA (apenas 26 km de San Diego, na Califórnia) e, coinci-dentemente, ponto principal de entrada dos cortes de fran-go norte-americanos ora acu-sados de dumping.

Este último caso também chama a atenção por se tratar da primeira ocorrência clínica da Doença na Baixa Califórnia em quase três décadas. O último relato do gênero na-quele estado foi registrado em 1982 – aponta notificação das autoridades de saúde animal mexicanas à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Governo mexicano abriu investigação “antidumping”

Briga com EUA e problemas sanitários põem avicultura do México em foco

Fato raro

México, EUA e Canadá têm um Acordo de Livre Comércio, o

NAFTA

Page 20: Revista do AviSite - Ed.47

20 Produção Animal | Avicultura

Notícias - Empresas

Brasil Foods foi a terceira maior exportadora do Brasil em 2010Atrás apenas da Vale e da Petrobrás

150 maiores empresas

Entre as 150 principais empresas expor-tadoras brasileiras de 2010 relacionadas

pela SECEX/MDIC há pelo menos uma de-zena de empresas diretamente relacionadas ao setor avícola, várias delas com exporta-ção exclusiva de carne de frango. Mas, sem dúvida, o grande destaque é a Brasil Foods (BRF), resultado da fusão Sadia/Perdigão.

Como a fusão ainda não foi oficializa-da, os dados das duas continuam separa-dos. Assim, a Sadia foi a nona maior ex-portadora de 2010, enquanto a BRF (ex-Perdigão) ficou no posto seguinte, o décimo. Mas, somadas as receitas de am-bas (US$4,4 bilhões), as duas gigantes unificadas ficam atrás apenas da Vale (US$23 bi) e da Petrobrás (US$18,2 bi) e à frente, entre outras, da Bunge (US$4,3 bi), Embraer (US$4,2 bi) e Cargill (US$3 bi).

Na relação das 150 maiores empresas exportadoras aparecem, ainda, Seara (Grupo Marfrig), Doux-Frangosul, Kaefer, Diplomata, Jandelle e as Cooperativas Aurora, C.Vale, Copacol e Lar. Em conjun-to, essas 11 empresas e cooperativas gera-ram 3,6% da receita cambial brasileira de 2010.

A ressalvar que nas exportações de várias das organizações estão inclusos outros produtos além da carne de frango, como carne suína e produtos agrícolas (caso, particular, de várias cooperativas).

Frangos Canção aumenta diversificação Grupo paranaense investe em novas opções para consumidor

Investimento

Com base em seu conhecimento sobre o mercado alimentício

brasileiro, o Grupo Frangos Canção, de Maringá, PR, que atua há 18 anos no setor, iniciou 2011 oferecendo novas opções de pro-dutos para os consumidores brasi-leiros com a sua marca. Em 2010, o grupo investiu na importação de batatas da Bélgica e da Argentina.

Agora, em 2011, Frangos Canção está ampliando sua diversificação de investimentos: além das batatas, o grupo vende também vegetais congelados e bacalhau. De acordo com Merlin Machado, Gerente Nacional de Vendas e Importação da empresa, “todos os produtos que fazem parte desse processo de diversificação são sinérgicos aos

tradicionais produtos comercializa-dos pelo grupo”.

Mas a diversificação de produ-tos prevista não para por aí. De acordo com o gerente, o grupo pretende investir em linhas de em-butidos, pescados, cordeiro, suínos e bovinos. “Alguns desses produtos que estamos trazendo são novida-des no mercado brasileiro”, afirma.

EXPORTAÇÃOAs maiores exportadoras brasileiras

relacionadas ao setor avícola em 2010 segundo a receita cambial

US$ MILHÕES FOB

EMPRESA RECEITA VAR.ANO PART.*

9 - Sadia 2.286,4 22,1% 1,1%

10 - BRF 2.127,1 41,3% 1,1%

29 - Seara 1.062,4 7,7% 0,5%

51 - Doux Frangosul

613,6 -3,4% 0,3%

118 - Coop. Aurora

239,6 32,4% 0,1%

132 - Coop. C.Vale

222,6 4,4% 0,1%

189 - Kaefer 141,7 68,0% 0,1%

192 - Diplomata 141,5 -11,4% 0,1%

218 - Copacol 115,6 14,8% 0,1%

219 - Coop. Lar 114,9 13,0% 0,1%

232 - Jandelle 108,0 -0,1% 0,1%

TOTAL 7.173,5 20,6% 3,6%

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDICElaboração e análises: AVISITE

Os números à esquerda indicam a posição da empresa ou cooperativa entre os 150 maiores exportadores brasileiros

* % sobre a receita cambial total (US$201,9 bilhões)

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Produção Animal | Avicultura 21

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Tributos

22 Produção Animal | Avicultura

Isenção de PIS e Cofins na avicultura

A recente Lei 12.350 garante a isenção desses tributos para toda a cadeia avícola brasileira no mercado

nacional. Mas, na prática, como está sendo aplicada esta regulamentação e quais tipos de benefícios as empresas

estão tendo com ela?

No dia 21 de dezembro de 2010 entrou em vigor a Lei 12.350, que estende a isenção do recolhi-

mento da taxa do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) às empresas avícolas e suinícolas. A mesma isenção já havia sido garantida à cadeia da carne bovina, por meio de lei semelhan-te, em 2009. “Para a avicultura, esta lei representa

um grande avanço na questão da carga tributária para o setor, pois a cadeia avícola deixará de pagar o PIS e a Cofins, que representam 9,25% do fatura-mento. Essa decisão era um anseio de toda a ca-deia”, comemora João Luiz Leandro Lustoza, conta-dor e representante do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavi-par). Há pelo menos duas décadas, a avicultura brasileira vem reivindicando junto ao governo fe-deral uma reforma tributária como forma de deso-nerar toda a cadeia produtiva. Ainda falta muito a ser feito, de acordo com as lideranças da avicultura, mas esta Lei 12.350, certamente, já é um primeiro passo.

Segundo o advogado especializado em assuntos do agronegócio, Guilherme Moro, do escritório Moro Domingos, Suss & Saldanha Advogados, de Curitiba, PR, (veja a entrevista completa na página 27), uma das mudanças importantes com esta Lei foi o estabelecimento de isenção do PIS e da Cofins incidente sobre as vendas no mercado interno, não destinadas ao varejo, de carnes de aves e suínos. “A

Lei 12.350 também beneficiou as vendas de suínos e aves vivas com o objetivo de abate, bem como a venda de insumos destinados à alimentação dos animais, por exemplo: farelo de soja, trigo, arroz, centeio e milho”, enumera. Vale ressaltar que esta Lei não traz mudanças às cooperativas que, por sua formatação, já não recolhem PIS/Cofins. “A regra geral é que as cooperativas não paguem o PIS e a Cofins, mas não são todas que usufruem deste be-nefício”, alerta Moro. “Algumas não pagam, por exemplo, porque usufruem de imunidade em rela-ção a receitas de exportação, tal como previsto no art. 149 da Constituição”.

A criação e publicação da Lei 12.350, estenden-do suas determinações à avicultura e à suinocultu-ra, é resultado do esforço de toda a bancada ruralista na Câmara federal que sempre apoiou estes dois setores e que, há algum tempo, vinha reivindican-

LEI 12.350 Vendas de aves vivas com o objetivo de abate também

foram beneficiadas

A Lei 12.350 estabelece a isenção do PIS e da Cofins incidente sobre as vendas no mercado interno, não destinadas ao varejo, de carnes de aves e suínos

Page 23: Revista do AviSite - Ed.47

Produção Animal | Avicultura 23

do a isenção da PIS e da Cofins para as cadeias de aves e de suínos nos moldes da lei que já beneficiava a cadeia da carne bovina. “Com isto, a avicultura e a suinocultura poderão ter maior competitividade junto à carne bovina”, destacam os empresários e lideranças dos setores avícola e suinícola.

PráticaMas e na prática? O que significa esta isenção

do PIS e da Cofins para as empresas avícolas? Van-derlei Alves dos Santos, da assessoria jurídica da Associação Paulista de Avicultura (APA), explica que o modelo aprovado pela Lei 12.350 pode resul-tar em aproximadamente 3% a 3,5% de redução na carga tributária das empresas, variando, evidente-mente, de cada empresa. “Este percentual médio (de 3% a 3,5%) é o resultado da aplicação dos 9,25% (PIS 1,65% e Cofins 7,60%) sobre as vendas, menos os créditos obtidos nas aquisições de matérias-pri-mas”, calcula. Já Lustoza, do Sindiavipar, aposta em uma redução tributária na casa dos 4% para as empresas avícolas. “Para empresas que não são preponderantemente exportadoras, essa isenção representa 4% do seu faturamento”.

No entanto, o diretor da Céu Azul Alimentos, instalada em Sorocaba, SP, José Marcelo Pavan, afirma que a empresa ainda não está “sentindo” os benefícios desta Lei. Porém, acredita que as suas determinações “ampliam a competitividade das empresas que não praticam informalidade com as empresas que usam desta prática e ajudarão a redu-zir os preços dos produtos nos pontos-de-venda”. Pavan também destacou que, para o setor avícola trabalhar com maior tranquilidade na questão tri-butária, deveria haver um aumento dos créditos para base de cálculo e liberação dos mesmos gera-dos pelas exportações para o pagamento de outros tributos federais como o INSS.

A Céu Azul (única empresa que respondeu à pauta desta reportagem no prazo estabelecido pela Redação) possui hoje dois abatedouros, além de outras uni-dades de processamento e produção de frango. Se-gundo Pavan, em 2010 a empresa faturou cerca de US$ 200 milhões, sendo 43% desse montante refe-rentes às suas exportações.

Mas por que as empresas ainda não estão tendo resultados com a Lei 12.350? O representante jurí-dico do Sindiavipar, João Luiz Leandro Lustoza, explica que a Lei foi publicada com uma dependên-cia de uma Instrução Normativa da Receita Federal. “Com isso, ainda não há um entendimento final sobre a suspensão do pagamento a partir de

21/12/2010 ou a partir de 01/01/2011. Enquanto a IN não for publicada, as questões estão duvidosas. Há quem esteja usando o entendimento do que diz

a Lei, que conta o corte a partir de 21/12, e outros estão fazendo com base no início deste ano. Levan-do em conta que a Receita pode publicar a IN retro-ativa, pode ser que as empresas tenham que se rea-dequar ao que for determinado por essa IN”.

Indústrias de raçãoÉ fato que a Lei 12.350 suspende o PIS e a Cofins

para toda a cadeia avícola: dos fornecedores de grãos aos frigoríficos. Mas outras espécies animais ficaram fora da Lei e isto está gerando dúvidas à indústria de ração. Grande parte dessas empresas fabrica rações para diferentes espécies. Por isso, um tratamento tributário específico para cada animal dificultaria a operacionalidade da lei. O vice-presi-dente executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), Ariovaldo Zani, lembra que a maioria dos insumos usados na fabricação de rações para aves e suínos é a mesma que vai no preparo de alimentos para bois, peixes e

O modelo aprovado pela Lei 12.350 pode resultar em

aproximadamente 3% a 3,5% de redução na carga tributária das

empresas

ARIOVALDO ZANI Indústria de ração reivindica desoneração tributária para todas as cadeias de animais de produção

Page 24: Revista do AviSite - Ed.47

Tributos

24 Produção Animal | Avicultura

até animais domésticos. “A suspensão desses tribu-tos deve trazer alívio ao fluxo de caixa dos elos da cadeia de produção de aves em relação à antecipa-ção do recolhimento desses impostos, além de simplificar a apuração, contabilização e compensa-ção de créditos tributários. Mas temos alguns pro-blemas aí para aplicarmos a Lei junto à indústria de ração”, alerta Zani.

Segundo ele, é importante salientar que o custo envolvido na gestão da nova sistemática ainda não foi estimado, mas deve mobilizar recursos de gran-de monta, uma vez que somente parte dos insumos foi coberta e apenas aqueles usados exclusivamente na alimentação de aves e suínos. “A segregação nos estoques de entrada de matérias-primas e as apro-priações relativas à proporção das destinações das vendas precisam estar alinhadas ao cumprimento das obrigações acessórias eletrônicas encaminha-das ao Fisco”, esclarece. “O setor compreende que a

alternativa viável será compensar ao final de cada mês, baseados nas vendas efetivamente realizadas com a suspensão e se esses produtos serviram aves e suínos, que foram vendidos no mercado domésti-co ou exportados”.

No que diz respeito ao setor de alimentação animal, a publicação da Lei 12.350 é considerada uma conquista parcial. “As indústrias de ração rei-vindicam desoneração tributária para todas as ca-deias de animais de produção, afinal de contas, os produtos derivados (carne de aves, suína, bovina, ovina, caprina, leite, ovos, peixes, etc.) traduzem-se em gêneros de primeira necessidade, que compõem a cesta de alimentos dos consumidores, a exemplo da isenção de PIS/Cofins aplicada aos insumos agrícolas”, relata Zani. “A suspensão tem efeito nos elos e sua compensação normalmente se dá no final da cadeia, sem efeito nos preços ao consumidor. Já as regras impostas pela relação entre oferta e de-manda e a competição travada entre os diferentes fornecedores determina variação nos preços”.

O vice-presidente executivo do Sindirações ain-da lembra que o cipoal tributário brasileiro indire-tamente traduz-se em custo, pois sua gestão pelas empresas mobiliza mão-de-obra adicional e recur-sos tecnológicos avançados e caros. “E isto também consome milhares de horas de trabalho específico para atendimento das milhares de normas federais, estaduais e municipais. Um sistema tributário sim-plificado certamente traduzir-se-ia em alívio nos preços em geral ao consumidor”.

No caso do PIS e da Cofins, Zani argumenta que, para a lei atender realmente toda a cadeia da avicultura, seria necessário estender o benefício para os demais ingredientes que compõem a ração, ou seja, os insumos de origem animal (farinhas e óleos), os insumos de origem mineral (fosfato bicál-cico, etc.), além de equiparar a suspensão também para as importações de preparações destinadas à alimentação animal e classificadas na NCM 2309.90.

A Lei ainda depende da publicação de uma Instrução Normativa da Receita Federal para determinar o período de contagem para o início da desoneração: se a partir de 21/12/2010 ou de 01/01/2011

As indústrias de ração animal foram beneficiadas parcialmente por esta Lei e

pedem a sua extensão para as outras espécies animais

Page 25: Revista do AviSite - Ed.47

Produção Animal | Avicultura 25

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26 Produção Animal | Avicultura

Tributos

A Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) manifestou seu apoio à isenção do PIS e da Cofins para a cadeia das carnes. Segundo o presidente da Abras, Sussumu Honda, o preço da carne, que representa 15% da cesta do consumidor, ainda pode subir. “Estimamos aumento de, no mínimo, 8,97% no preço da carne suína e de aves em 2011, com a isenção dos frigoríficos”, revela. Para Sussumu Honda, o consumidor que, em virtude do aumento de preço da carne bovina, passou a aumentar a participação das carnes de frango e suína em suas compras terá mais uma vez dificuldade em adquirir o produto. “Na nossa cesta dos 35 produtos mais consumidos nos supermercados, as carnes representam quase 15% do valor. Essa participação é muito alta e deverá pressionar os índices de inflação”, comenta.

“O que defendemos é a desoneração de toda a cadeia. Ao isentar apenas uma parte dela, o governo deixa o ônus somente para o varejista”, declara Honda, referindo-se à carne bovina, que foi submetida à mesma regra em dezembro de 2009.

Abras defende desoneração de toda a cadeia

ABRAS Preço da carne avícola deve

subir 8,97% em 2011

O Programa de Integração Social, mais conhecido como PIS/Pasep ou PIS, é uma contribuição social de natureza tributária (1,65%), devida pelas pessoas jurídicas, com objetivo de financiar o pagamento do seguro-desemprego e do abono para os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos. Cofins é a sigla de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. É um tributo cobrado pelo governo federal (7,6%) sobre a receita bruta das empresas para aplicação na Previdência Social. De acordo com os tributaristas consultados pela Revista do AviSite, em princípio, a isenção destes tributos para a cadeia avícola não deve afetar na redução de arrecadação, pois com o diferimento ocorre apenas a postergação do recolhimento do PIS e da Cofins dentro da cadeia econômica interna. Dessa forma, não deve haver impacto significativo no financiamento da Seguridade Social.

O que é

PIS e Cofins?

Page 27: Revista do AviSite - Ed.47

Produção Animal | Avicultura 27

ENTREVISTA

O que é a Lei 12.350

GUILHERME MORO Nas vendas ao varejo foi

mantida a tributação regular de 9,25% de PIS e Cofins

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Em entrevista exclusiva à Revista do AviSite, o advogado especializado em assuntos do

agronegócio, Guilherme Moro, do escritório Moro Domingos, Suss & Saldanha Advogados, de Curitiba, PR, explica detalhadamente o que é a Lei 12.350 e os seus mecanismos para bene-ficiar as empresas avícolas brasileiras. No en-tanto, o advogado ressalta que, inerente às propostas positivas dessa Lei, existem ainda alguns pontos negativos em sua formulação, como a não extensão de sua validade ao varejo e sua redação não muito objetiva sobre os cré-ditos presumidos. Confira a seguir, a íntegra desse bate-papo.

Redação AviSite - Na prática, o que é a Lei

12.350 (publicada em 21/12/2010) e de que forma ela influencia as empresas do agrone-gócio brasileiro?

Guilherme Moro - A Lei é resultado da con-versão da Medida Provisória nº 497, de julho de 2010. Este diploma legal institui um grupo

significativo de medidas tributárias, tais como incentivos à realização da Copa do Mundo FIFA 2014, no Brasil, até a desoneração tributária destinada ao fomento da pesquisa e desenvol-vimento tecnológico em termos gerais.

As medidas que tratam do agronegócio, por sua vez, resultam da articulação dos setores de aves e suínos perante o governo federal, princi-palmente no sentido de desonerar e desburo-cratizar a cadeia econômica do setor do agrone-gócio, desde a sua origem até o destinatário final.

Neste ponto, a questão tributária assume uma importância estratégica para o segmento, especialmente porque a maioria dos países evita onerar os produtos exportados para ga-nhar competitividade internacional e desen-volver a economia interna. Esta desoneração tende a atingir não apenas o produto final, mas a totalidade da cadeia, incluindo-se os insumos que são incorporados durante o processo (como ração, embalagens, medicamentos e todas as outras matérias-primas).

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28 Produção Animal | Avicultura

Tributos

É neste contexto que deve ser analisada a Lei nº 12.350, que tenta amenizar as dificulda-des naturais do setor, como aquelas decorrentes da desvalorização do câmbio brasileiro e as re-percussões da crise econômica mundial, procu-rando ao menos equiparar o regime tributário do segmento avícola e suíno ao setor de carne bovina, além de incentivar as exportações.

Especificamente para a avicultura nacio-

nal, o que esta Lei traz de benefícios para a atividade? Todos os produtores (pequenos, médios e grandes) podem participar da mes-ma forma nas isenções?

As alterações acabam repercutindo em todo o setor avícola nacional, englobando todos os produtores, independentemente do seu porte.

Uma das mudanças importantes foi o esta-belecimento de isenção do PIS e Cofins inci-dente sobre as vendas no mercado interno, não destinadas ao varejo, de carnes de aves e suínos. Na prática, este novo regime amplia o benefício que já existia para as vendas de carne bovina desde 2009.

A Lei 12.350 também beneficiou as vendas de suínos e aves vivas com o objetivo de abate, bem como a venda de insumos destinados à alimentação dos animais, por exemplo: farelo de soja, trigo, arroz, centeio e milho.

Deve-se ressaltar que, nas vendas de carnes ao varejo, foi mantida a tributação regular de 9,25% de PIS e Cofins (regime não cumulativo).

Em relação ao fluxo exportador, tem-se que faturamento decorrente das vendas para o mer-cado externo já são imunes a estas contribui-ções sociais.

Todavia, ao converter a Medida Provisória nº 497/10, a Lei nº 12.350 também contempla esta cadeia, consolidando o regime de “Draw-back Integrado Isenção”, que já foi regulamen-tado pela Portaria Conjunta nº 3/10 (Secreta-rias da Receita Federal do Brasil e de Comércio Exterior).

Nesta modalidade, toda a compra no merca-do interno de mercadoria equivalente à empre-gada/consumida na industrialização de produ-to exportado poderá ser realizada com isenção do Imposto de Importação (II), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), PIS, Cofins, PIS-Importação e Cofins-Importação.

Existem pontos negativos nesta Lei para as atividades agropecuárias? Quais seriam estes pontos?

O principal ponto negativo da Lei nº 12.350/10 é que ela deixa de desonerar as vendas para o va-rejo, que representa o elo final da cadeia econô-mica do agronegócio voltada ao mercado interno. Assim, nas gôndolas dos supermercados, o consu-midor final acaba arcando com o custo do PIS e Cofins, pois os supermercados continuam reco-lhendo os tributos regularmente, a um custo de 9,25% da sua venda. E mais: deixa de ter a possi-bilidade de se creditar em relação às suas compras, tal como ocorria normalmente no regime não cumulativo do PIS e da Cofins. O art. 56 da Lei institui um crédito presumido de 12% que é evi-dentemente insuficiente para fazer frente às perdas.

Tecnicamente, verifica-se que o “benefício” acaba consistindo em mero “diferimento tributá-rio” (postergação da exigência do tributo dentro da cadeia econômica) e não uma verdadeira deso-neração por parte do governo, que poderia repre-sentar um incentivo muito mais consistente para o setor dos agronegócios e para a população em geral.

Outra questão crítica é que a legislação não foi redigida de maneira clara, de maneira a fixar ob-jetivamente a partir de que momento os benefí-cios, como o crédito presumido, podem ser apro-veitados. A Lei 12.350 entrou em vigor em 21/12/2010, mas alguns dispositivos mencionam genericamente que devem ser observadas as regu-lamentações expedidas pela Secretaria da Receita Federal. Mais uma vez, este tipo de previsão causa insegurança jurídica para as empresas, dando margem a divergências quanto ao regime tributá-rio aplicável às suas operações, além de propiciar o surgimento de restrições indevidas através de atos administrativos do Fisco.

A par destas circunstâncias, espera-se que os avanços decorrentes da publicação desta Lei re-presentem uma etapa de um processo mais amplo e efetivo de incentivo ao agronegócio brasileiro, que tem assumido um papel fundamental no de-senvolvimento econômico e social do país nos últimos anos. A desoneração efetiva da totalidade da cadeia agropecuária é uma providência im-prescindível para a defesa dos interesses nacio-nais, implicando em benefícios diretos a toda a sociedade brasileira.

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Biosseguridade

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COMPARTIMENTAÇÃO “Brasil põe a avicultura

nacional no seguro”Para Ariel Mendes, Projeto é grande aposta do País

Blindando a avicultura brasileira

Enquanto os vírus da Influenza Aviária (IA) e da Doença de Newcastle (DN) vêm se manifestan-

do a um só tempo em várias partes do Hemisfério Norte e ocasionando perdas, o Brasil segue apostan-do suas fichas no Projeto da Compartimentação. Para Ariel Mendes, esta é uma forma de colocar o setor avícola brasileiro no seguro. Iniciativa impor-tante para um grande exportador, já que, mesmo com a eventual chegada do vírus da IA ou da New-castle, a empresa compartimentada e assim reco-nhecida não é embargada pelos blocos importado-res, mesmo que esteja na região afetada.

Para ser considerada um compartimento isolado, cada unidade produtora deve seguir normas rígidas de biosseguridade e o Projeto precisa receber o aval da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Em janeiro, Ariel Mendes, Diretor de Produção e Técnico Científico da UBABEF, foi o responsável por ciceronear os técnicos de nova missão especial en-viada pela OIE para conferir de perto como anda o Projeto de Compartimentação por aqui. Desde 2006, várias reuniões foram realizadas para discutir pontos até a conclusão de um modelo final. Nessa última visita, os técnicos Alejandro Thiermann e Calojero Terregino estiveram nas empresas que buscam se certificar como um compartimento: Sa-dia (Lucas do Rio Verde, MT), a Perdigão (de Rio Verde, GO), a Seara (Itapiranga, SC) e a Cobb-Van-tress (Guapiaçu, SP).

Agora falta pouco. O Projeto deve estar concluí-do até o final de 2011. Para atualizar o leitor sobre as últimas novidades, a Redação da Revista do AviSite

conversou com Ariel Mendes, que tem acompanha-do a compartimentação e seus desdobramento de perto desde 2006.

A visitaA avaliação dos técnicos da OIE sobre o Projeto de

Compartimentação do Brasil é muito boa, nas pala-vras de Ariel Mendes. Mas algumas sugestões e reco-mendações foram feitas.

Entre elas está a necessidade de monitorar também o vírus da Influenza Aviária de baixa patogenicidade. Atualmente, testes são feitos quando ocorre uma

Ato de compartimentar, a compartimentação organiza a cadeia produtiva avícola em compartimentos estanques entre si. É um procedimento que pode ser implementado por um país para definir e gerenciar subpopulações com diferentes status sanitários em um mesmo território, de acordo com um sistema rigoroso de normas de biosseguridade, para o propósito de controle de doenças ou comércio internacional. Para que esse sistema seja realmente seguro, os cuidados com a biosseguridade e com a vigilância sanitária devem ser competentes e capazes de atender os requisitos estabelecidos pela OIE.

ALEJANDRO THIERMANN Técnico da OIE já esteve no

Brasil em outras ocasiões

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Blindando a avicultura brasileira

mortalidade maior do que 10% em um lote de aves e se houver sinal de doença respiratória. No entanto, o vírus de baixa patogenicidade pode não resultar em mortalidade e ser confundido com outra doença. Por isso, para a OIE, deve ser feita uma monitoria ativa com a coleta de amostras para identificar também a cepa menos virulenta. Este é um dos ajustes em que os compartimentos devem trabalhar a partir de agora.

Outro ponto importante, segundo Ariel Mendes, é a questão dos registros. Ele aponta: “Assim como o APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Con-trole), em um compartimento tudo deve ser registra-do. Precisamos melhorar isso, só assim é possível comprovar que determinado procedimento foi feito. A empresa precisa provar que controlou e monitorou. Não basta ter feito. É preciso ter, por exemplo, o regis-tro de que o caminhão foi desinfetado”.

Outra observação feita pela OIE se refere aos labo-ratórios de diagnóstico. Para o órgão, as redes pública e privada precisam ser ampliadas. Mendes concorda e diz que o governo tem investido nesta ampliação. “Os Lanagros (Laboratório Nacional Agropecuário) estão sendo preparados, em Porto Alegre, RS, Belém, PA, Recife, PE, e em outras cidades. O isolamento de vírus deve continuar em Campinas, SP. Mas para diagnósti-co não há a necessidade de um laboratório de alta biosseguridade. Precisamos de mais unidades no Centro-Oeste, por exemplo”.

Para aparar estas arestas e cumprir a promessa de concluir o Projeto de Compartimentação até o final de 2011, a UBABEF, o Ministério da Agricultura e algu-mas empresas se reuniram ainda em fevereiro para novas conversas.

As empresas-compartimentosUm compartimento é formado por uma empresa

e todas as suas unidades em determinada região, in-cluindo as integrações. O espaço geográfico do com-partimento tem entre 100 e 120 km2, que é também a distância média do abatedouro e fábrica de ração até as granjas. Tudo isso é um compartimento. Ariel Mendes garante que, com as rígidas normas de bios-segurança sendo seguidas à risca, caso seja registrado

um surto de Influenza Aviária no Mato Grosso, o compartimento da Sadia, localizado no mesmo esta-do, não seria atingido. Ele explica: “A água é um dos fatores de risco que podem atrapalhar o isolamento de um compartimento. E a empresa traz a água de fonte protegida, tratada e sem contato com aves sil-vestres. Dessa forma, o risco é eliminado e o compar-timento é realmente isolado”.

Para exemplificar: Nos dois primeiros meses de 2011, Hong Kong teve mais de três casos confirmados do vírus H5N1 da Influenza Aviária. Mas somente aves silvestres foram afetadas. Primeiro local do mundo a enfrentar casos humanos fatais da Influen-za Aviária (final dos anos 1990), Hong Kong agiu ra-dicalmente e proibiu toda e qualquer criação não--profissional de aves naquele território. E a avicultura legalmente estabelecida está sujeita a rigorosas medi-das de biosseguridade que - como se constata – têm preservado o setor avícola. É uma prova de que a biosseguridade – e os compartimentos – podem dar resultado.

No Brasil, no raio de um compartimento podem existir criações de aves de subsistência, mas este tipo de produção é monitorado periodicamente e pode, inclusive, servir como sentinela.

O andamento do programaApós a primeira visita da OIE ao Brasil, ainda em

2007, o Ministério da Agricultura e a UBABEF come-çaram a definir como seria o programa de comparti-mentação nas empresas. Foram definidos, por exem-plo, os fatores de risco em cada compartimento como

ARIEL MENDES Seguindo rígidas normas de

biossegurança, um compartimento é realmente isolado e fica livre de riscos

Missão esteve no Brasil em janeiro último para avaliar andamento do Projeto de Compartimentação

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Biosseguridade

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o transporte de ração, a cama de frango, os arcos de desinfecção e a circulação de pessoas. Depois dessas reuniões, as empresas iniciaram um processo para se adequar ao que foi definido, o que levou algum tem-po. Agora, o Projeto de Compartimentação está quase concluído e, até o final de 2011, as empresas devem trabalhar nas recomendações mais recentes feitas pela OIE. Logo em seguida, os compartimentos vão ser auditados pelo Ministério, que fica responsável por enviar um relatório ao fim dessas auditorias.

O trabalho de apresentar os compartimentos para países e blocos exportadores vai começar, em 2012, pelo Mercosul e deve acontecer da mesma forma que as missões que avaliam os sistemas de defesa sanitá-ria e habilitam plantas exportadoras. Os inspetores devem vir até o Brasil conhecer o Projeto e visitar as unidades.

Mendes explica que, quando aconteceram as pri-meiras discussões, com a participação de outros paí-ses, a OIE avaliou que somente com o projeto já ins-talado e posto em prática seria possível demonstrar a

sua viabilidade e, inclusive, reverter o descrédito ini-cial. No caso da Febre Aftosa, é a OIE quem reconhece ou não um estado ou região livre da doença com ou sem vacinação. No caso da compartimentação são os próprios países quem devem fazer o reconhecimento. Ariel Mendes está confiante que este reconhecimento não deve demorar. “O recebimento por parte dos importadores vai ser bom. O projeto foi bem feito e a avicultura brasileira é de ponta. Isso já é reconheci-do”, afirma.

Regionalização Ariel Mendes ressalta que o conceito da regionali-

zação, que avalia o status sanitário das Unidades Fe-derativas integrantes do Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e de Controle e Prevenção da Doença de Newcastle, não está sendo abandonado. Foram, inclusive, as avaliações estaduais que deram a expertise para que o Ministério auditasse os comparti-mentos. “A regionalização é muito positiva, porque provocou um investimento maior por parte dos esta-dos em pessoal, equipamentos e na rede veterinária, entre outros”, afirma. Ano passado, os estados que receberam o conceito B (SC, PR e MT) foram audita-dos novamente. Este ano, todos os outros devem ser avaliados e, no final do ano, os novos conceitos de-vem ser divulgados.

Para saber mais acesse www.avisite.com.br/busca e faça uma busca com os termos “Projeto de Compartimentação”.

CONCENTRAÇÃO Em visita à Cobb, em Guapiaçu, SP, técnicos avaliam o compartimento

Para OIE, Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários precisa melhorar e se expandir, principalmente no Centro-Oeste

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Biosseguridade

ENTREVISTA “Já temos um rigoroso plano de biosseguridade”

Revista do AviSite: Porque a Cobb decidiu participar do Projeto de Compartimentação do Brasil?Paulo Raffi: A participação da Cobb está baseada na

necessidade de proteger os plantéis de genética, minimi-zando os riscos para as enfermidades de Influenza Aviária e Doença de Newcastle. E também facilitar a entrada e a expansão da empresa no mercado internacional. Mas o mais importante é garantir o comércio internacional a partir do momento em que o compartimento for reco-nhecido pelo serviço oficial do Brasil e pelos importadores.

Como é a preparação da empresa para se tornar um compartimento?

Devemos entender e adotar os requisitos estabeleci-dos pela OIE. Toda unidade tem riscos e as ações de mi-tigação devem levar em conta:

1- Localização e constituição das estruturas; 2 – Controles de animais susceptíveis dentro e fora

do compartimento; 3 – Controle de pragas;4 – Controle de fluxo de pessoas; 5 – Controle da qualidade d’água; 6 – Controle e fluxo de veículos; 7 – Desinfecção de equipamentos e instalações; 8 – Controle da qualidade da cama dos aviários; 9 – Controle da qualidade da ração e dos insumos; 10 – Controle de vacinas e medicamentos; 11 – Controle e tratamentos de resíduos; 12 – Controle da entrada de material genético. Lembrando que tudo o que se faz deve estar docu-

mentado e registrado para comprovar a efetividade dos treinamentos e das ações.

O sistema de compartimentação é mais fácil de ser aplicado em granjas de material genético?

De acordo com o que ouvimos do pessoal da OIE, as empresas de genética já são um compartimento por si só. Devido à necessidade de proteger seus plantéis da entrada de enfermidades, essas unidades já adotam um plano de biosseguridade mais rigoroso. E que deve ser complementada pela análise de risco, por um sistema de rastreabilidade, por um programa de vigilância para os plantéis internos e de monitoramento externo ao com-partimento. E por último, é preciso criar um plano que estabelece a capacidade de resposta frente a uma emer-gência sanitária. Esta resposta deve rápida e adequada. Devemos ter ações diferentes para momentos diferentes. A frase que melhor define isto é: “Se queres a paz, pre-para-te para a guerra”.

Como caminha a instalação, na prática, do programa de compartimentação na Cobb?

A instalação é baseada num rígido programa de biosseguridade, onde estão descritos todos os procedi-mentos, bem como o treinamento de todos os colabo-radores envolvidos. Para isto devemos determinar atra-vés de uma análise quais são os riscos do compartimento e suas respectivas ações de mitigação para minimizar estes riscos.

Quais são os próximos passos a serem tomados após essa última visita da OIE?

O próximo passo é a elaboração de legislação sobre como o Ministério da Agricultura vai certificar cada compartimento. Esta certificação deve acontecer atra-vés de auditorias oficiais nas unidades e do monitora-mento laboratorial, para os lotes de aves e aves de vida livre ao redor de cada granja. Também precisamos au-mentar o número de laboratórios oficiais e acreditados para testes para a enfermidade de Influenza Aviária e Doença de Newcastle. Vale lembrar que o MAPA já está trabalhando nisso.

Qual é a sua impressão sobre a última visita que a OIE fez ao Brasil? Quais foram os principais questiona-mentos levantados pelos técnicos?

O principal ponto positivo é que a proposta do Brasil demonstra facilidade no que se refere à biosseguridade, devido a localização dos compartimentos e da prepara-ção das equipes envolvidas em termos de treinamentos. Os pontos que devem ser aprimorados estão justamen-te na melhoria da capacidade de diagnóstico e na res-posta de emergência, principalmente na questão de monitoramento para vírus de baixa patogenicidade e no monitoramento de aves de vida livre ao redor das uni-dades do compartimento.

Paulo Raffi, Gerente de Qualidade da Cobb-Vantress, fala sobre a visita da OIE à unidade da empresa, em Guapiaçu, SP, primeiro ponto de parada dos técnicos.

Paulo Raffi e Alejandro

Thiermann

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Caderno Postura

Novo site britânico oferece acessórios para o preparo de ovos

Lançamento

Amor com amor se paga. Constatando que oito em cada dez cidadãos britânicos enfrentam

dificuldades para cozinhar, fritar ou preparar até um simples ovo poché e, mesmo assim, o consumo de ovos continua em ascensão por todo o Reino Unido, a entidade local que congrega a cadeia de postura entrou em ação: por que não ajudá-los a preparar os ovos com a perfeição de um mestre cuca?

Pois foi pensando em retribuir a crescente prefe-rência (mas de olho, claro, na sustentação e na ampliação das vendas) que o Conselho Britânico da Indústria do Ovo (BEIC, na sigla em inglês) lançou, através do Serviço de Informação do Ovo, um novo site dedicado exclusivamente à apresentação e venda de acessórios para o preparo domiciliar do produto.

O portal oferece aos consumidores produtos exclusivos e versáteis para o armazenamento e pre-paro de ovos. Como suportes, picadores, espátulas e frigideiras com formatos inusitados, entre outros. Um local, enfim, “onde você vai encontrar não só tudo que precisa para cozinhar ovos como um pro-fissional, mas também algumas coisas de que real-mente não precisa, mas não pode ficar sem”.

A preocupação do BEIC – mais conhecido no Reino Unido como British Lion Eggs – tem funda-mento. Feita uma pesquisa para avaliar a percepção dos consumidores em relação ao preparo de pratos à base de ovos, observou-se que 60% das pessoas consumidoras do alimento declararam-se incapazes de cozinhar um ovo sem quebrar a casca. Quatro entre dez afirmaram não conseguir atingir o “ponto certo” do prato preparado e 25% relataram dificul-dade para alcançar o ponto ideal de um simples ovo poché. Por fim, 45% consideraram ser inevitável, em uma fritura ou no preparo de uma omelete, o ovo grudar na frigideira.

Nas palavras de Andrew Parker, Presidente do BEIC, “nos últimos anos o Reino Unido voltou a se apaixonar pelo ovo”. Daí considerar que o novo site é o caminho perfeito para que o consumidor usufrua de toda a versatilidade do ovo e tenha seu trabalho na cozinha facilitado.

Conheça as novidades (e/ou excentricidades) britânicas para um mais prático e cômodo preparo de ovos: www.eggcessories.co.uk.

Caderno PosturaAs principais notícias do setor produtor de ovos

Notícias curtas ................................... 36

Produção de ovos diferenciados é opção para pequenos ................................... 42

Objetivo é estimular fácil preparação do alimento

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37 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

No Reino Unido, venda no varejo cresce 5% e reverte declínio

Comércio de ovos em alta

O último trimestre de 2010 foi bom para o mer-cado de ovos no Reino Unido. De acordo com

a imprensa internacional, o setor registrou um aumento de 5% nas vendas do produto no varejo, destacando o período como o maior em crescimen-to para o setor nos últimos anos.

O mercado de ovos na região cresceu 1,6% em volume e 2,6% em faturamento no ano de 2010, marcando um novo período de contínuo crescimen-to do setor no país, após décadas de declínio, ano a ano, de sua comercialização.

Um dos fatores que contribuíram para o aumen-to das vendas do produto, segundo o British Egg Industry Council, é creditado à valorização do ovo como um superalimento, largamente defendido pelos especialistas em alimentos e nutrição e divulga-do pela imprensa britânica. Este movimento de “melhorar a imagem do ovo” rendeu ao varejo local um aumento nas vendas de 70 milhões de unidades de ovos para 4,6 bilhões em 2010. Outro fator im-portante que ajudou a impulsionar as vendas do ovo foi o bom preço do produto durante todo o período.

Campanha de valorização do ovo é responsável

Na Austrália, avanço de quase 60% em uma década

Comércio de ovos em alta II

De acordo com a Australian Egg Corporation (AECL), instituição que congrega cerca de

400 produtores de ovos australianos, as vendas do produto no país atingiram novo e consecuti-vo recorde em 2010, alcançando a marca dos 122,6 milhões de dúzias. É um volume quase 60% maior que o registrado em 2000, ano em que as vendas internas do produto ficaram em torno dos 77,3 milhões de dúzias.

Para James Kellaway, gerente geral da AECL, o novo recorde surpreende, porque ocorreu em um exercício particularmente desafiante para a avicultura de postura australiana:

“Devido à seca prolongada, enfrentamos aumento substancial das rações. E, para atender a novo padrões que visam ao bem-estar animal, tivemos que investir pesado na infraestrutura de produção – uma obrigação que chegou a envol-ver 60% dos ativos das empresas. Só isso já torna impressionantes os resultados obtidos e comprova o profissionalismo existente no setor”.

Além de corresponder a um aumento de 7,8% sobre o ano anterior, as vendas de 2010 apresentaram a segunda maior variação da

década, período em que evoluíram a uma média de 5% ao ano, índice bem superior ao cresci-mento vegetativo da população australia-na, que se expandiu na década à média de 1,7% ao ano.

Kellaway não menciona, mas significativa parte do aumento do consumo de ovos no país é devida ao trabalho conjunto dos produtores através da AECL. Ela tem conseguido sensibilizar o consu-midor australiano quanto às qualida-des do alimento. O resultado é um setor de postura em con-tínua evolução.

Índice é superior ao crescimento vegetativo da população

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38 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

Caem os preços do ovo “free-range”Também no Reino Unido

Com a próxima proibição de uso das gaiolas convencionais (a partir de 1º de janeiro de

2012) e a expansão dos movimentos em defe-sa do bem-estar animal, cresce no Reino Uni-do a produção de ovos sob o sistema “free--range”, no qual as poedeiras permanecem, durante o dia, em áreas abertas para o pasto-reio. E isso, claro, acaba se refletindo no preço pago ao produtor, que vem recuando.

Não que os produtores de ovos que ainda utilizam gaiolas estejam se saindo melhor. Em 2010, por exemplo, o preço do ovo “de gaio-la” ficou, na média, 3,3% abaixo daquele registrado no ano anterior. Mas a queda do ovo “free-range” foi bem maior, de quase 6,5%. E, comparativamente a 2008, ano em que haviam sido registrados os melhores pre-ços da década, o valor recebido pelo ovo “de gaiola” apresentou aumento de 1,4%, en-quanto o “free-range” recuou 6%.

Naturalmente, a diferença de preço entre os dois tipos de ovos tende a diminuir à medi-da que aumente a produção pelo sistema

“free-range”. Mas, embora decrescente, a diferença ainda é grande:

No primeiro trimestre de 2008, o produtor do ovo “free-range” recebeu pelo produto valor 73% superior ao pago pelo ovo “de gaiola”; no final de 2010 essa diferença havia caído para menos de 60%. Ou seja: vai ser preciso grande disposição por parte do consu-midor [em pagar mais] para a manutenção desse tipo de produção.

No gráfico abaixo, a evolução de preços dos dois tipos de ovos nos últimos três anos. Os valores estão em pence, moeda britânica que corresponde a um centavo de libra. Notar que, no trimestre final de 2010, o produtor do ovo “de gaiola” recebeu pela dúzia do produ-to 52,8 pence. Esse valor equivale a, aproxi-madamente, R$1,25/dúzia ou R$37,54/caixa. Ou seja: parece que a desvalorização do ovo não é um problema só brasileiro. Mas, lá, o setor está empenhado na obtenção de uma remuneração melhor por parte das grandes redes de varejo.

Ovo de “gaiola” não se sai melhor

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40 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

Aves de postura são vacinadas contra Laringotraqueíte em Guatapará, SP

Controle

A Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), órgão da Secretaria de Agricultura

e Abastecimento do Estado de São Paulo, reuniu em meados de fevereiro avicultores e toda a cadeia produtiva de ovos de Guatapa-rá, na região de Ribeirão Preto, SP, para apre-sentar as medidas sanitárias adotadas para controlar o vírus da Laringotraqueíte Infeccio-sa das Aves (LTI), doença respiratória diagnos-ticada em granjas comerciais da região em 2010. Após diagnósticos laboratoriais para o isolamento do vírus foi definido que a melhor solução para o controle da doença seria a vacinação com vacinas de cultivo celular im-portadas especialmente para essa finalidade.

A vacina foi liberada para importação pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento e iniciada em 14 de fevereiro. A CDA disponibilizou quatro equipes para acompa-nhar as ações de vacinação no município, mas, para João Carlos Hoppe, diretor de Defesa Sanitária Animal da CDA, a conscientização e o empenho do avicultor nesse momento tam-bém são importantes.

Nas 23 granjas, a vacinação em massa é obrigatória contra a LTI. No Brasil, a vacinação

somente ocorre na região de Bastos, desde fevereiro de 2004.

A previsão era vacinar aproximadamente um milhão de cabeças em 23 granjas comer-ciais em 10 dias.

Além da profilaxia, uma série de trabalhos envolvendo toda a cadeia produtiva foi organi-zada para fornecer informações e incrementar as medidas de biosseguridade, de forma a evitar a disseminação da doença. Medidas de restrição de trânsito de aves e com relação às excretas de aves também foram adotadas.

ProduçãoSegundo dados do Instituto de Economia

Agrícola da Secretaria (IEA), a produção de ovos em São Paulo é de 31 milhões de caixas de 30 dúzias, com valor da produção agrope-cuária de R$ 1,1 bilhão (sexta posição no ranking de produtos do Estado). Na região de Ribeirão Preto, onde se localiza Guatapará, são 873,3 mil caixas, com VPA de R$ 33,3 milhões (quinta posição no VPA de Ribeirão).

As informações foram divulgadas pela assessoria de imprensa da Coordenadoria de Defesa Agropecuária.

Nas 23 granjas, a vacinação em massa é obrigatória

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41 Produção Animal | Avicultura

Morre Haroldo Vasconcellos, pioneiro da moderna avicultura brasileira

Luto

Médico é precursor das campanhas que procuram demonstrar que o ovo não é o vilão do colesterol

Faleceu em 1º de fevereiro, o médico pediatra e extensionista avícola Haroldo Vieira

Vasconcellos. Ao transmitir a informação, a Associação

dos Avicultores de Minas Gerais (AVIMIG), à qual Haroldo Vasconcellos esteve indelevelmente ligado, menciona que ele será lembrado princi-palmente pela disposição permanente de com-partilhar conhecimento e distribuir as lições de uma vida recheada de experiências.

Considerado um dos pioneiros da avicultura brasileira e mineira, ele prosseguiu como parcei-ro da atividade ajudando também em cada passo da profissionalização dos seus segmentos. Proferiu inúmeras palestras em todo o País, participou também de um grande número de eventos técnicos no exterior e deu muitas entre-vistas sobre questões científicas ligadas à avicultura.

Durante várias anos Haroldo Vasconcellos destacou-se, ainda, como o “tradutor oficial” de praticamente todo evento avícola realizado no Brasil que tivesse a participação de algum confe-rencista do exterior sem o domínio do portu-guês. Nessa função, não se limitava à simples tradução: interpretava a fala do palestrante. E, se preciso fosse, não tinha pejo em acrescentar coisas do tipo “isso é bom para o país dele [con-ferencista], mas nas condições brasileiras não funciona”. Tinha conhecimento de causa para poder opinar.

Não só isso: com a mesma desenvoltura com que apresentava trabalhos técnicos-científicos, falava “ao pé do ouvido” do consumidor, inclusi-ve em artigos para publicações de grande circu-lação, sobre a importância da boa alimentação à base de frango e ovo. E muito antes que a Ciên-cia redimisse o ovo das muitas acusações que durante décadas pesaram sobre o alimento, insistia e alardeava que “o ovo não é o vilão do colesterol”.

A propósito, em dezembro de 2001 (ou seja, há quase uma década), falando sobre encontros que a AVIMIG promovia junto às donas-de-casa

mineiras e ao setor de nutrição dos hospitais e nos quais o médi-co Haroldo Vasconcellos tinha participação-chave, o AviSite escrevia:

“Embora profissionalmente identificado como “pediatra”, Haroldo Vasconcellos é, na verda-de, um dos precursores da moder-na avicultura brasileira. E precur-sor, também, de todas as campanhas que procuram de-monstrar que o ovo não é o vilão da (má) história do colesterol. Isso, desde os anos 70”.

Mas a grande questão em relação à opção profissional de Haroldo Vasconcellos é: por que um médico pediatra extremamen-te ativo em sua profissão (inte-grou, no início dos anos 1950, a primeira direto-ria da recém-fundada Associação Médica Brasileira) se voltou para a avicultura, àquela época extremamente incipiente?

A resposta: como pediatra e atuando no Rio de Janeiro, o médico Haroldo Vasconcellos aten-dia crianças doentes das favelas cariocas. E che-gou à conclusão de que não havia medicamento para os males enfrentados, pois o que faltava, na verdade, era comida. Passou a pesquisar, então, a produção de alimentos. E descobriu a avicultura, da qual se tornou extensionista e nunca mais saiu.

A avicultura do continente reconheceu o trabalho do Dr. Haroldo Vasconcellos ao torná-lo integrante do seleto “Hall da Fama”, honraria criada para homenagear os grandes benfeitores do setor na América Latina.

Mas não só por isso será sempre lembrado, porque – como cita a AVIMIG – deixou uma legião de discípulos e amigos. E, como último ato de generosidade, doou seu corpo à Escola de Medicina da UFMG, em Belo Horizonte, onde se diplomou.

Atendendo crianças

doentes das favelas cariocas,

Dr. Haroldo chegou à

conclusão de que não havia medicamento para os males

enfrentados. O que faltava era

comida. Pesquisou a

produção de alimentos e descobriu a

avicultura, da qual se tornou

extensionista

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42 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

Ovos diferenciados

É importante ficar claro que a produção in-dustrial de frangos e de ovos nunca vai

acabar, nem vai retroceder: o Brasil e o mundo precisam de alimentos em grande escala e isso só é alcançado através da produção em massa. No entanto, existe uma legião de consumido-res disposta (e em condições financeiras) a pa-gar mais por um frango ou uma dúzia de ovos. É preciso, apenas, que tenham requisitos dese-jáveis e apresentem diferenciais em relação ao produto “de massa”. Palavras chaves como bem-estar animal e redução do impacto am-biental ganham espaço na cabeça, e na cartei-ra, do consumidor moderno. Esses novos an-seios abrem as portas para um novo nicho de produção e mercado: os frangos e ovos caipi-ras e orgânicos (veja suas características no box da página 44). Abre também alternativas para que o pequeno produtor não seja alijado do mercado pela concentração da produção em um número restrito de empresas.

Alexandre Pirih Pecoits, executivo da Gra-lha Azul Avícola, localizada em Francisco Bel-trão, no PR, destaca a importância da inclusão da produção de ovos diferenciados na vida dos pequenos produtores. “Com a competiti-vidade cada vez mais acirrada, os sistemas de produção convencional precisam se otimizar,

reduzir custos, o que acaba provocando a ex-clusão do mercado de produtores de menor porte”, atesta.

Pensando em melhorar esse quadro, há seis anos, a Gralha Azul, uma empresa com quatro décadas de atuação na avicultura, co-meçou a investir na produção de ovos caipira (ou free-range) formando parcerias com pro-dutores de pequenas propriedades em siste-mas especiais na região do Vale do Itajaí, PR. Depois de dois anos, o conceito orgânico foi integrado e, hoje em dia, a companhia produz os dois tipos de ovos: tanto os free-range quanto os orgânicos.

A proposta da parceria, segundo Pecoits, é ajudar os pequenos a aumentar a fonte de ren-da, já que a postura orgânica pode ser desen-volvida em conjunto com outros tipos de cria-ção, como a leiteira. Hoje, são 12 famílias habitantes do Vale do Itajaí que produzem para a Gralha Azul e complementam a renda com a produção alternativa de ovos.

Mas nem tudo o que reluz é ouro. A avicul-tura alternativa enfrenta problemas estrutu-rais exatamente por se tratar de uma produ-ção de baixa escala. Uma vez que ovo é um alimento de fácil degradação e que precisa ser oferecido ao consumidor ainda fresco, acu-

Nicho de mercado pouco explorado pode ser opção para pequenos

OVOS DE OURO Parcerias criam oportunidade para pequenos aviculto-res. Na foto, Darci Silvério, produtor da Gralha Azul

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mular a produção para baratear o transporte é inviável. Assim, a logística em si é o principal algoz do setor. “Essas dificuldades de trans-porte trazem custos para o produtor que ter-minam refletindo no preço final”, confirma Pecoits. “Toda produção de baixa escala gera duas vezes mais custos para o avicultor”. Ou seja: o valor de venda realmente é maior por agregar os custos excessivos da cadeia. Como opção, os pequenos produtores precisam selar parcerias para que sua produção seja rentável. Pecoits relembra que a própria Gralha Azul, uma empresa experiente, teve que investir na avicultura convencional de postura para arcar com os custos da alternativa.

Baixa escala e certificaçãoA ideia de que um avicultor de caipira ou

orgânico é melhor renumerado por oferecer um produto com propriedades alimentícias diferenciadas também é colocada em xeque por alguns especialistas. Um exemplo é a nu-tricionista e consultora do Instituto Ovos Bra-sil, Lúcia Endriukaite, para quem vale a pena lembrar que não existem diferenças nutricio-nais entre os ovos, exceto nos enriquecidos com Ômega 3. A profissional relembra que a diferença de preço dos ovos especiais para os ovos convencionais (uma dúzia de orgânicos custa em média R$ 3,20 enquanto a industrial custa cerca de R$ 2,50) acarreta na impossibi-lidade de compra por uma parte da popula-ção. “É necessário que fique claro que essas pessoas que não têm acesso a estes alimentos (orgânicos, caipiras e enriquecidos) não estão adquirindo um produto de qualidade infe-rior”, assegura.

Já Ming Liu, Diretor Executivo do Projeto Organics Brasil, ressalta que o grande diferen-cial do orgânico é a produção com volume baixo, além do rigoroso processo de certifica-ção. Para ele, o conceito de valor agregado só

pode ser aplicado na mercadoria que passa por uma transformação industrial, como no caso do ovo em pó.

Hoje em dia existem associações e certifi-cadoras que reúnem e orientam a produção orgânica no Brasil, o que confere mais segu-rança ao consumidor e ao produtor. A lei bra-sileira de orgânicos é recente e está, por ora, em fase de implantação. Em vigor desde ja-neiro deste ano, a regulamentação foi um pro-cesso longo que começou em 2003 com a aprovação no Congresso Nacional e ainda está em evolução. “Toda essa maturação do re-gulamento foi um dos motivos pelos quais a venda de orgânicos explodiu. Quando as re-gras do processo produtivo são claras, o pro-duto ganha atributos como rastreabilidade e credibilidade”, afirma Liu.

Na opinião de Gustavo Sanches, da certifi-cadora alemã BCS Öko-Garantie do Brasil, ainda é cedo para saber se a regulamentação vai gerar algum efeito no mercado. “Contudo, acredito que em médio prazo a expectativa é de que a lei vai dar um bom estímulo e pro-porcionar um ambiente mais seguro para que

A ascensão dos produtos orgânicos. Com a palavra, José Roberto Bottura

“Há quem acredite que aves produtoras de ovos e frangos orgânicos deveriam ser alimentadas unica-mente de ingredientes orgânicos. Mas será que temos suficiente quantidade de rações orgânicas? Será que realmente são orgânicas?

Sabe-se que as matérias-primas vegetais orgânicas não têm a mesma produtividade das convencio-nais. Em um mundo em que a população cresce a taxas cada vez maiores, onde o aumento da produção de alimentos é cada vez mais necessário e a baixa produtividade dos vegetais orgânicos, como fica esta produção para satisfazer à alimentação da grande massa dos menos favorecidos? Logicamente devemos pensar no bem-estar de cada ser vivo e do planeta, sem perder, no entanto, o foco social: a população mundial como um todo, e todas as classes sociais. A produção de ovos e de frangos é efetivamente efi-ciente, de menor custo produtivo, de impacto ambiental muito baixo e fornece produtos alimentícios de alto valor biológico”.

José Roberto Bottura, Diretor Executivo do Instituto Ovos Brasil

CRIAÇÃO de postura alternativa

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Caderno Postura

as empresas maiores fiquem mais protegidas, invistam em projetos e certifiquem seus pro-dutos”, acrescenta Sanches. De acordo com o profissional, o produtor precisa conhecer os pontos de conformidade da lei, fazer adequa-ções nas suas propriedades e chamar uma cer-tificadora para conseguir o selo de produto orgânico.

Com as adequações certas na legislação, o mercado de orgânicos e caipiras tem poten-cial para crescer. De acordo com Pecoits, da Gralha Azul, de 5% a 10% anualmente. Feliz-mente para a avicultura existem nichos que ainda podem ser explorados. É um mercado ascendente, com uma demanda que não pode ser ignorada. Se no momento são ape-nas pequenos nichos, tendem a ampliar sua participação na base de produção, devido às exigências cada vez maiores de bem-estar animal, entre outras. Tome-se como exemplo

a União Européia (UE), onde a criação free--range está crescendo frente às futuras proibi-ções de gaiolas convencionais. A partir de 1° de janeiro de 2012, todo o setor de postura comercial do bloco europeu terá que adotar um dos seguintes sistemas: gaiolas enriqueci-das, criação em galpão, ou criação free-range. Nessa mesma data fica proibida a circulação de ovos que estejam em desacordo com as novas regras (a implementação dessa medida está sendo discutida). O próximo passo será cobrar que ovos e ovos-produtos importados também sejam produzidos dentro das mes-mas exigências.

Se o Brasil quiser abocanhar um pedaço das exportações de ovos para a UE, é conve-niente que o setor de postura se prepare para adaptações nesse sentido. Lembrando que mesmo com o mercado de ovos especiais em ascensão, a produção industrial continua sendo a melhor forma de baratear o alimento e alcançar todos os estratos sociais.

Saiba mais sobre a produção orgânica e suas certificações junto à Organics Brasil – www.organicsbrasil.org.

Quais as diferenças entre os ovos?Convencional

Os ovos industriais são produzidos em sistema intensivo o que proporciona um índice mais alto de ovos limpos e um controle sanitário mais eficaz. A ração pode ser suplementada com ingredientes que melhorem a produtividade e a saúde do plantel. O uso de medicamentos para profilaxia e tratamento de doenças aviárias também é permitido. Por ficarem em gaiolas, o contato das poedeiras com aves portadoras de outras doenças, como a Influenza Aviária, é menor, garantindo a sanidade do lote. Caipira (ou free-range)

Os ovos caipiras provêm de aves criadas até 25 dias em galpões e após essa idade, soltas, a campo, sendo doravante sua criação extensiva. A legislação exige no mínimo 3m² de pasto por ave. A alimentação das poedeiras consiste em ingredientes, inclusive proteínas, exclusivamente de origem vegetal. Nem todos os ovos caipiras são orgânicos, mas todos os ovos orgânicos são caipiras. Orgânicos

Para que os ovos sejam orgânicos, a ave de postura tem que ser criada pelo menos 75 dias em sistema de manejo orgânico, onde são criadas em sistema extensivo. Toda alimentação da ave tem que ser orgânica da própria unidade ou de outra sob manejo orgânico. É permiti-da utilização de alimentos convencionais na proporção da ingestão diária, com base na matéria seca de até 20%. É proibido o uso de medica-mento para trato das aves e apenas as vacinas preconizadas pelo Mapa são administradas. Enriquecidos (Pufa)

Os ovos enriquecidos com Pufa (Ácido graxo poliinsaturado do tipo Ômega 3, na sigla em inglês) são os únicos que apresentam diferen-ças nutricionais em relação aos outros. Segundo Sônia Bazan, da Uniquímica, as aves alimentadas com ração incrementada com Ômega 3 produzem ovos com uma taxa mais alta do nutriente, já existente normalmente na composição do alimento.

Fontes: Helenice Mazzuco, Embrapa Suínos e Aves; Instrução Normativa 64 de 2008 do MAPA; Ofício Circular DOI / Dipoa Nº 007 / 99 em 19/05/99 e Sônia Bazan, Uniquímica.

PUFA Ovos enriquecidos com Omega 3

Mesmo com o mercado de ovos especiais em ascensão, a produção industrial continua sendo a melhor

forma de baratear o alimento e alcançar todos os estratos sociais

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Qualidade

Papel da cama na produção e no bem-estar

de frangos de corte

A cama do aviário tem como objetivos impedir o contato direto dos animais com o piso, promo-

ver a absorção de água e incorporar fezes e penas. O material deve auxiliar na redução das oscilações de temperatura do galpão, contribuindo para o conforto das aves e permitindo que tenham condições de ex-pressar seu potencial genético e seu comportamento natural. Desta forma, o material de cama deve ser escolhido criteriosamente, já que o animal permane-cerá sobre ele durante todo o período de alojamento. A escolha e manejo adequados da cama podem redu-zir a incidência de lesões em regiões como peito, arti-culações e coxim plantar, bem como promover me-lhorias no desempenho das aves.

Para a escolha da cama deve-se levar em conside-ração as características físicas e químicas do material, além da viabilidade da criação de frangos de corte. Deve ser proveniente de material seco e possuir ele-vada capacidade de absorção de umidade, ser livre de fungos, mofo, não ser proveniente de madeira tratada com produtos químicos, ser macio, com tamanho de

partículas médias capazes de absorver o impacto do peso das aves, ser um eficiente isolante térmico, ser apropriado para a utilização posterior como fertili-zante de solo, além de apresentar baixo custo, alta disponibilidade e facilidade de transporte.

No Brasil, o material normalmente utilizado na criação intensiva de frangos de corte tem sido a ma-ravalha de madeira. Entretanto, periodicamente, este material torna-se escasso no mercado, levando à ele-vação de seus preços e reduzindo sua viabilidade de utilização. Sendo assim, é constante a procura e ava-liação de materiais alternativos. Contudo, para que tais produtos possam ser utilizados na criação de frangos é necessário que apresentem características e eficiência semelhantes ou superiores aos materiais tradicionalmente utilizados como a maravalha.

Como materiais alternativos considerados ade-quados para cama de frangos podem ser utilizados casca de arroz, casca de amendoim, fenos de diversos capins, palhadas de várias culturas, polpa de citrus e outros materiais.

Autores: Rodrigo Garófallo Garcia, Ibiara Correia de Lima Almeida Paz, Fabiana Ribeiro Caldara / Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) – Faculdade de Ciências Agrárias

Pesquisadores acreditam que os avicultores devem buscar materiais alternativos para utilização como cama de aviários, já que os materiais mais utilizados para este fim estão sujeitos à disponibilidade e oscilação de preços. Pesquisas demonstram que materiais alternativos e reutilização da cama podem ser utilizados, desde que o manejo seja adequado. Na foto acima, aviário experimental da UFGD

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Com a expansão da produção agrícola no Brasil, como, por exemplo, da cana-de-açúcar, aumentou-se de forma significativa a quantidade de resíduos gera-dos. Grande parte destes resíduos pode apresentar po-tencial de utilização como cama de frango, contribuin-do para maior sustentabilidade da produção agropecuária.

No entanto, independente do material escolhido, as práticas de manejo adotadas devem ser capazes de controlar o nível de umidade, a produção de pó e amônia, exposição a agentes transmissores de doenças, prevenir a proliferação de insetos, reduzir a incidência de problemas locomotores, lesões de carcaça, coxim plantar, promovendo o bem-estar das aves.

Vários fatores podem afetar a qualidade da cama aviária, tais como o tipo ou composição da ração, a natureza e a quantidade do material de cobertura do piso do galpão, o período de permanência das aves so-bre o material, o número de aves por área, as condições e período de estocagem, a temperatura ambiente e uti-lização de equipamentos de resfriamento, como nebu-lizadores e ventiladores, entre outros.

A umidade e a concentração de excretas são os dois principais fatores que podem influenciar significativa-mente a qualidade da cama e prejudicar o rendimento do lote de aves. Como a produção de excretas é um fator que não pode ser controlado, o produtor deve se esfor-çar para controlar o nível de umidade da cama.

Entre os principais fatores que podem contribuir para o aumento da umidade da cama estão a tempera-tura ambiente, a ventilação inadequada e bebedouros e sistemas de resfriamento evaporativo regulados inade-quadamente.

Quando a cama apresenta uma umidade excessiva, a incidência de lesões, condenações e desclassificações de carcaça aumenta consideravelmente. Além disso, a cama úmida também contribui para a redução da qua-lidade ambiental tanto para as aves quanto para o pro-dutor, já que ocorre aumento na produção de amônia a partir do metabolismo microbiano sobre as excretas.

Para o produtor, a exposição contínua ao ambiente com amônia pode contribuir para uma série de riscos à sua saúde como, por exemplo, a perda da sensibilidade olfativa, uma vez que o olfato humano é capaz de de-tectar nível de amônia ao redor de 20 partes por milhão (ppm). Para as aves, o nível de amônia de apenas 25 ppm já consegue reduzir o ganho de peso e com isso piorar a conversão alimentar, além de elevar a incidên-cia de aerossaculite, infecções virais e condenações no abatedouro. A exposição contínua a um ambiente satu-rado com amônia, mesmo em níveis baixos, já causa irritação da mucosa respiratória das aves, aumentando a suscetibilidade a doenças respiratórias.

A adição de condicionadores químicos à cama, como o gesso agrícola e o sulfato de alumínio, ajuda a manter o pH da cama baixo e inibir a volatilização da amônia, auxiliando na melhoria de sua qualidade e favorecendo o desempenho zootécnico e sanitário das aves. Além destes problemas, em cama úmida os qua-dros de coccidiose podem ser agravados, pois os oocis-tos encontram ambiente favorável para a esporulação, aumentando assim o nível de desafio.

Por outro lado, quando se tem uma cama muito seca e com formação de pó, também podem ser obser-vados problemas como a desidratação de pintos, doen-ças respiratórias e maior taxa de condenação. Por isso, o ideal é que a umidade da cama encontre-se entre 20% e 25%.

Para se estimar de forma bastante prática o teor de umidade da cama, basta espremer nas mãos um pouco do material. Caso haja a aderência das partículas e formação de um bolo, conclui-se que a cama está ex-cessivamente úmida. O ideal é que ocorra apenas uma ligeira aderência das partículas, revelando um teor de umidade próximo do ideal. Do contrário, caso não haja nenhuma aderência, o material está seco demais.

Independente do material escolhido, práticas de manejo adotadas devem ser capazes de controlar nível de umidade, produção de pó e amônia, exposição a agentes transmissores de doenças, prevenir proliferação de insetos e garantir o bem-estar das aves

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Qualidade

48 Produção Animal | Avicultura

A densidade populacional é outro aspecto a ser considerado na produção de frangos de corte, pois o excesso de animais por área pode ocasionar deteriora-ção acelerada da cama, devido ao aumento de umida-de, com conseqüentes problemas no bem-estar, sani-dade e desempenho das aves. Como forma de amenizar esse problema, uma recomendação muito observada é o aumento na espessura da cama. De acordo com a recomendação de Macari e Campos (1997), para lotes criados durante o inverno, a cama deve ter 10 ou mais centímetros de espessura, en-quanto no verão a espessura deve ser de pelo menos 15 cm, quando utiliza-se lotações de 14 ou mais aves/m2.

O tamanho das partículas também tem grande importância sobre a absorção de umidade e compac-tação da cama. Devido à umidade, pisoteio das aves, gotejamento ou escorrimento de água por problemas nos bebedouros e desperdício de ração dos comedou-ros, entre outros fatores, ocorre a compactação da cama, levando à formação de blocos que podem pre-judicar o lote, aumentando a incidência de lesões.

Assim como em outras culturas e criações, na avi-cultura também ocorrem ataques de pragas e agentes patogênicos, como fungos, bactérias e vírus. O besou-ro Alphitobius diaperinus Panzer, conhecido como cas-cudinho, é um dos grandes problemas, pois se adaptou às condições dos aviários, onde se alimenta de ração e excretas, sendo transmissores de patógenos causado-res de doenças nas aves. O manejo adequado da cama reduz a incidência destes problemas sanitários.

Para a reutilização da cama, a primeira exigên-cia é a não ocorrência de doenças contagiosas no lote anterior. A segunda exigência é a retirada, lava-gem e desinfecção de todos os equipamentos antes de recolocá-los no galpão, que já deverá estar devi-damente limpo e desinfetado. Para a eliminação dos agentes causadores de doenças contagiosas é necessária a fermentação da cama por no mínimo 14 dias. A fermentação é um processo biológico de decomposição da matéria orgânica em ambiente anaeróbico. O aumento da temperatura e a dimi-nuição do pH da cama, decorrentes da atividade microbiana, inviabilizam a sobrevivência dos prin-cipais micro-organismos patogênicos.

A presença de bactérias na cama de aviário é inerente à produção, não podendo ser evitada, mas sim minimizada pela adoção de métodos eficientes para este fim. Quando se contrasta o perfil bacterio-lógico para enterobactérias entre camas novas e reutilizadas em vários lotes consecutivos, observa--se que a partir do terceiro lote, as camas apresen-tam carga bacteriana igual ou inferior às camas novas, desde que o tratamento dado ao material seja corretamente aplicado. Com isso, pode se con-cluir que a reutilização de cama de aviário, desde que submetida a tratamento eficiente para redução de riscos micróbiógicos, é uma prática segura e re-comendável.

Entretanto, camas reutilizadas geralmente apre-sentam maior teor de amônia e pH mais elevado, devido ao maior teor de ácido úrico, um composto

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tóxico eliminado junto com as fezes em forma de uma pasta esbranquiçada. Normalmente, após o quarto lote criado sobre a mesma cama, pode ocorrer redução no desempenho das aves e aumento da inci-dência de calos nos pés, uma vez que camas reutiliza-das tendem a absorver menos umidade.

Independente do material de cama utilizado na criação, o manejo adequado é fundamental para o sucesso do lote. Em experimentos realizados na Uni-versidade Federal da Grande Dourados com o objeti-vo de avaliar diferentes materiais de cama e o bem-

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Qualidade

-estar de frangos de corte de duas linhagens comerciais, foi possível verificar que o material novo apresentou melhores resultados (Gráficos 1 a 7).

No entanto, os resultados encontrados para o material reutilizado não foram ruins, mantendo-se dentro dos padrões desejados. Tais resultados po-dem estar relacionados ao manejo adequado do material para reutilização, como tratamento, aera-ção e densidade de criação. Além disso, observou-se que os machos da linhagem 2 apresentaram melho-res índices de bem-estar na cama de casca de arroz reutilizada, o que reforça a importância do manejo adequado da cama (Gráfico 4).

Foram consideradas como características da cama a umidade, a compactação, a temperatura e a volatilização de amônia. Para condições ambientais considerou-se a temperatura ambiente, a umidade relativa, a concentração de amônia e a formação de poeira. As características referentes às linhagens foram: desempenho produtivo, lesões de carcaça e patas e problemas locomotores (Gait score, discon-droplasia tibial, degerneração femoral, espondilo-listese, Valgus e Varus).

Considerações finaisOs avicultores e as empresas integradoras de-

vem estar sempre atentos ao mercado consumidor, adequando sua produção às exigências e adaptan-do-se aos métodos de controle nacionais e interna-cionais. As condições de sanidade e bem-estar ani-mal devem ser priorizadas, para que se tenha um produto de excelente qualidade. Dessa forma, qualquer investimento realizado para manter a qualidade ambiental gera ao produtor bons resulta-dos.

Nesse contexto, a cama de frango exerce papel de destaque, pois está diretamente relacionada às condições de conforto e bem-estar das aves e con-sequentemente ao desempenho e qualidade da carcaça. Para que a utilização e a reutilização da cama ocorra de maneira eficaz é necessário que se-jam levados em consideração uma série de fatores, com destaque ao correto manejo.

A reutilização de cama de aviário é uma prática viável, segura e recomendável desde que seja apli-cado um método eficiente para a redução de pató-genos e deve ser avaliada sob o ponto de vista da sustentabilidade da produção, considerando-se os aspectos sanitários, econômicos e ambientais per-tinentes a esta prática.

Embora já existam na literatura alguns traba-lhos sobre a utilização de materiais alternativos para cama de frango, alguns aspectos ainda preci-sam ser melhor esclarecidos, principalmente com relação ao bem-estar animal.

Confira a íntegra deste estudo também em www.avisite.com.br/cet.

Leia mais sobre empresas que comercializam maravalha nas páginas 64 e 69.

BibliografiaALMEIDA PAZ, I.C.L. et al. Selecting Appro-

priate Bedding to Reduce Locomotion Problems in Broilers. Revista Brasileira de Ciência Avícola / Brazilian Journal of Poultry Science, v. 12, p. 189-195, 2010.

GARCIA, R.G. et al. Effect of the Litter Material on Drinking Water Quality in Broiler Production. Revista Brasileira de Ciência Avícola / Brazilian Journal of Poultry Science, v. 12, p. 165-169, 2010.

MACARI, M.; CAMPOS, S.S. Respostas fisiológi-cas de frangos de corte criados em alta densidade. In: Simpósio sobre Ambiência, Sanidade e Qualida-de de Carcaças de Frangos de C orte, 1997; Concór-dia, Santa Catarina, p.1-13.

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Informe Técnico – Empresarial

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Ferramentas na mão: A Nova Geração de Enzimas

N a última década, uma forte mudança ocor-reu dentro das fábricas de ração em todo

o mundo. Os aditivos zootécnicos atualmente representam um papel crucial na produção animal. Uma vez que o conhecimento das ci-ências básicas da nutrição foi dominado pelos especialistas e atingido os seus objetivos máxi-mos no desempenho animal, de forma prática, partiu-se à procura de aditivos que trouxessem

uma precisão maior na nutrição, de modo a acompanhar a evolução genética que a avicul-tura tem conquistado no mesmo período.

Dentre o grupo dos aditivos zootécnicos, as enzimas têm se destacado como uma parte im-portante na busca consistente de melhores re-sultados na produção animal. Nitidamente, as

enzimas são cada vez mais utilizadas em ra-ções, em parte porque os nutricionistas enten-dem melhor o funcionamento delas e também devido à avalanche de evidências na pesquisa, assegurando o fato de que as enzimas realmen-te promovem a maximização de nutrientes que antes eram desconsiderados na matriz nutri-cional dos ingredientes. Além disso, hoje há mais enzimas disponíveis no mercado para uso na produção animal, bem como passam a se tornar ferramentas viáveis dentre as opções de aditivos oferecidas no mercado.

A palheta de enzimasAs enzimas são catalisadores biológicos, ou

seja, aceleram a taxa das reações bioquímicas que ocorreriam naturalmente, como por exem-plo, a quebra da molécula do amido em glico-se, ou ainda catalisam reações que jamais ocor-reriam, como a do ácido fítico (a forma como o fósforo é armazenado nas sementes), que ja-mais seria transformado em fósforo pelo sim-ples fato de que animais monogástricos não apresentam esta enzima em seu trato digestivo.

O conceito de se usar enzimas para produ-zir diferentes produtos – principalmente nos alimentos – não é novo. Há mais de 100 anos

Enzimas se destacam, no grupo dos aditivos

zootécnicos, como uma parte importante na busca consistente de melhores resultados na produção

animal

Autor: Bianca Martins, zootecnista formada pela UNESP, mestre em Nutrição Animal pela USP, Gerente Nacional de Enzimas da Alltech

Início do processo de incubação

Planta da Alltech em Serdán, México

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Produção Animal | Avicultura 53

os cientistas já conhecem a exis-tência das enzimas. O célebre bioquímico Louis Pasteur reco-nheceu que as enzimas catali-sam reações de fermentação. Em 1897, Eduard Buchner conse-guiu isolar com sucesso enzimas da fermentação do álcool a par-tir da levedura. [Na realidade, a palavra “enzima” significa “da le-vedura”]. Hoje, mais de 300 en-zimas já foram cristalizadas e muitas se mostraram úteis em produtos para alimentação hu-mana e animal. A maioria das enzimas exógenas adicionadas à ração são hi-drolases, ou seja, degradam as partículas da ra-ção em seus componentes nutricionais. E mui-tas vezes complementam enzimas digestivas endógenas que já são produzidas pelo trato di-gestivo do animal.

A tecnologia de enzimas para uso em rações está constantemente se expandindo. Há menos de 20 anos, a beta-glucanase e algumas outras enzimas degradadoras de polissacarídeos não--amiláceos eram as únicas enzimas comercial-mente disponíveis aos fabricantes de ração. Hoje, existe uma gama completa de enzimas: fitases para elevar a biodisponibilidade de fós-foro inorgânico, galactosidades e proteases para liberar proteínas aprisionadas na matriz do farelo de soja e de outras oleaginosas, lipa-ses e xilanases para aumentar o teor de energia metabólica da ração.

Processos de produção de enzimasAproximadamente 90% de todas as enzimas

industriais – inclusive as utilizadas na ração – são produzidas por micro-organismos através da fermentação em estado líquido. Nessa me-todologia, os micro-organismos – geralmente fungos ou bactérias que excretam grandes quantidades de uma determinada enzima – são submersos em um meio líquido, rico em nu-trientes, contido em um fermentador em lote. As condições dentro do fermentador – pH, temperatura e oxigênio – são rigorosamente controladas para maximizar o crescimento microbiano.

Quando o processo de fermentação é finali-zado, o meio líquido rico em enzimas é seco, processado e padronizado. A característica

atraente desse sistema é o alto rendimento – principalmente quando organismos genetica-mente modificados são usados, ou seja, um micro-organismo irá produzir um único tipo de enzi-ma. Na constituição de coquetéis ou blend de enzimas, a metodolo-gia é a mesma: os micro-organis-mos são geneticamente modifi-cados para produzir uma única enzima e após o processamento de cada uma delas, são mistura-das como um “premix de enzimas”.

Contudo, algumas pesquisas realizadas em universidades especializadas em todo o mundo mostram que o processo de produção de enzi-mas também pode ser realizado no modo de fermentação em estado sólido (Solid State Fer-mentation - SSF). Esta alternativa à fermenta-ção submersa microbiana para a produção de enzimas não é um conceito novo e suas ori-gens datam da panificação no Egito Antigo.

Exemplos modernos da fermentação em estado sólido são compostagem, ensilagem, matura-ção de queijo e cultivo de cogumelos. O pro-cesso de fermentação SSF vem sendo utilizado na Ásia em larga escala na produção de certos alimentos e bebidas, como saquê e molho de soja.

O estabelecimento de um sistema SSF come-ça com a triagem, seleção, isolamento e propa-gação de uma cultura microbiana que produz grandes quantidades – em alguns casos, mais de 400 vezes a quantidade normal – da enzima

BIANCA MARTINS Pesquisas mostram que o processo de produção

de enzimas também pode ser realizado no modo de fermentação

em estado sólido

Hoje, há uma gama completa de enzimas: fitases para elevar a biodisponibilidade de fósforo

inorgânico e galactosidades e proteases para liberar

proteínas aprisionadas na matriz do farelo de soja e

de outras oleaginosas, entre outros

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Informe Técnico – Empresarial

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desejada (figura 1). Essas culturas são utiliza-das para inocular o sistema SSF. A produção dos micro-organismos usados para inocular o sistema é feita em pequena escala. Bactérias, leveduras e fungos capazes de se desenvolver em substratos sólidos são candidatos viáveis. No entanto, fungos filamentosos, como Asper-gillus niger, possuem as maiores vantagens nos sistemas SSF que produzem enzimas para apli-cações alimentícias.

O próximo passo é o preparo do substrato. Os sistemas SSF podem usar subprodutos mini-mamente processados – como farelo de arroz ou trigo - e, como substrato, outros materiais com porções fibrosas prontamente disponí-veis, como farelo de soja. Geralmente, a rela-ção entre proteínas e carboidratos é um fator determinante na produção destas enzimas.

O substrato precisa ser esterilizado em con-dições de calor e pressão para destruir qual-quer micro-organismo infectante, principal-mente a levedura. O baixo teor de umidade

livre do substrato é uma das características mais importantes da fermentação em estado sólido. A maior parte da água presente liga-se ao substrato, maximizando a exposição dos micro-organismos ao ar, que estimula a ativi-dade microbiana e, acima de tudo, a produção de enzimas.

A cultura microbiana selecionada é semea-da no substrato esterilizado e misturada para criar um material chamado “koji” – uma pala-vra japonesa. O koji é carregado para o interior de um reator para que possa fermentar. O rea-tor em bandeja é o mais usado. Consiste em uma série de bandejas de aço inoxidável esteri-lizadas nas quais se aplica uma camada fina (5-7 cm) de koji. As bandejas são cobertas, co-locadas em um rack de aço inoxidável e acon-dicionadas em uma sala com ambiente contro-lado. Os operadores seguem práticas assépticas rigorosas para evitar contaminação do sistema. Após a fermentação, o material é secado, moí-do, padronizado e embalado.

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Produção Animal | Avicultura 55

Enzimas de qualidade superiorUm número cada vez maior de evidências de-

monstra que enzimas produzidas através da fermenta-ção em estado sólido são qualitativamente diferentes das obtidas com a fermentação submersa microbiana. Sistemas SSF que se utilizam de micro-organismos não

geneticamente modificados costumam produzir altas atividades da enzima desejada, bem como atividades inferiores – porém significativas – de outras enzimas – também conhecidas como “atividades laterais”. Uma glucosidase produzida por SSF foi classificada como mais termo-tolerante quando comparada a ou-tra, produzida com fermentação submersa microbia-na. E uma fitase microbiana para uso em rações pro-duzida com tecnologia SSF apresentou maior estabilidade durante o armazenamento em compara-ção a outra, produzida por fermentação tradicional.

Notadamente, o maior benefício que esta tecnolo-gia traz na produção de enzimas é que um mesmo micro-organismo quando estimulado em condições ótimas de fermentação é capaz de produzir várias en-

zimas, já selecionadas em sua composição pelo pró-prio micro-organismo para terem sua ação de modo sinérgico, ou seja, elas não competem pelo mesmo substrato, mas sim já são balanceadas naturalmente para uma auxiliar a outra a ter sua atividade maximi-zada. Além disso, o micro-organismo faz o papel que era transferido ao nutricionista em produzir o coque-tel de enzimas de maneira mais eficiente, evitando as-sim o canibalismo entre as enzimas.

A produção por SSF traz a nova e atual geração de enzimas: os complexos enzimáticos naturais.

A nova geração de enzimas está em nossas mãos

Sem sombra de dúvidas, a fermentação em estado sólido possibilitará o desenvolvimento de novas enzi-mas capazes de agregar benefícios na nutrição garan-tindo o sucesso da produção avícola, pois afinal de contas, o que realmente importa, é o resultado do frango!

BibliografiaBHARGAV, S.; PANDA, B. P.; ALI, M.; JAVED, S. So-

lid state fermentation: an overview. Chem. Biochem. Eng. Q., vol.22 (1): 49–70, 2008.

FILER, K.; The newest old way to do enzymes. Feed Mix, vol. 9 (2): 27-29, 2001.

PANDEY, A.; RAMACHANDRAN, S. Solid state fer-mentation for the production of industrial enzymes. Process Biochemistry, vol. 27: 109-117, 1992.

PANDEY, A.; SOCCOL, C.R.; MITCHELL, D.A. New developments in solid state fermentation. I:bioprocess and products. Proc. Biochemistry, vol. 35(10): 1153-1169, 2000.

“Fermentação em estado sólido possibilitará o

desenvolvimento de novas enzimas capazes de agregar

benefícios na nutrição”, afirma a pesquisadora

Page 56: Revista do AviSite - Ed.47

Informe Técnico – Empresarial

56 Produção Animal | Avicultura

Vacina que deu início ao controle do vírus hipervirulento da Doença de

Gumboro no Brasil completa 10 anos no mercado

No início do século, os grandes produtores brasileiros de frango enfrentavam um de

seus maiores desafios na história da avicultura nacional: um surto de Gumboro, virose causada por um vírus hipervirulento (G11, Simbios) que afeta aves de várias idades e pode causar diar-reia, depressão, prostração, palidez, atrofia bur-sal, hemorragias musculares, edema, entre tan-tos outros sintomas.

Foi exatamente diante desta grande dificul-dade que a Ceva Saúde Animal, grupo francês e terceira maior empresa do mundo em produção de vacinas para avicultura, trouxe para o Brasil a Cevac IBDL, que neste mês de fevereiro com-pleta 10 anos de atuação no mercado e, segun-do especialistas, foi a responsável pelo controle efetivo da doença de Gumboro no país.

Desde 1998, mais de 40 bilhões de frangos foram vacinados com a Cevac IBDL no mundo. A vacina da Ceva se tornou uma referência no

tratamento de Gumboro, pois, além de sua efi-cácia, o desenvolvedor da Cepa Vacinal W2512, R.W. Winterfield, foi pesquisador da empresa nos Estados Unidos.

“A Cevac IBDL foi um marco para o controle de Gumboro no Brasil”, afirma o consultor da SAS Consultoria, Ricardo Soncini. Segundo o pesquisador, o desafio de vencer Gumboro era muito grande, já que a doença era bastante “vi-rulenta” e não havia muita bagagem na época. “Nossas experiências não correspondiam aos novos desafios. Então optamos por vacinas mais agressivas até que conhecemos a IBDL e aprendemos a utilizá-la. A Cevac IBDL mudou, então, a situação do quadro que enfrentáva-mos”, completou Soncini.

Antes de chegar ao Brasil, a Cevac IBDL ha-via sido usada com sucesso na Ásia e no Oriente Médio, mas foi após a introdução no mercado brasileiro que a vacina se tornou uma referên-cia para o resto do mundo, graças à importân-cia da avicultura no Brasil.

“A Cevac IBDL trouxe tranquilidade aos pro-dutores brasileiros. Além disso, foi ela a respon-sável pelo crescimento e fortalecimento da Ceva no Brasil, que havia chegado ao país pou-co tempo antes”, comenta o primeiro represen-tante da Ceva no país, João Carlos Giovanaz, conhecido como Maringá, da Qualivet. Giova-naz conta que junto com o novo produto a Ceva trouxe uma prática, até então não muito efetiva no mercado, que era o serviço de auxílio aos produtores no campo.

Para o proprietário da Mais Frango Mira-guai, Sadi Marcolin, o grande segredo foi a Ceva ter entrado no mercado com a cepa certa no momento oportuno. O produtor lembra que na época ele já havia tentando todas as soluções disponíveis no mercado. “A Ceva era desconhe-cida, o produto era desconhecido, mas estáva-mos testando tudo que nos apresentavam para tentar salvar a produção. Vimos que funciona-va e então adotamos a Cevac IBDL. Foi a solu-ção”, completa Marcolin.

“Os resultados apareceram graças às orienta-ções do nosso departamento técnico. Foi devi-

Desde 1998 mais de 40 bilhões de frangos foram vacinados com a Cevac IBDL no mundo

Page 57: Revista do AviSite - Ed.47

Produção Animal | Avicultura 57

do à qualidade e eficácia desta vacina que a Ceva ganhou credibilidade junto aos produtores. A Cevac IBDL abriu as portas do Brasil para a Ceva”, explica Helio Zuanazze, da Starvet, que tam-bém, desde o início da instalação da Ceva no Brasil, atuou como represen-tante da empresa.

O trabalho a campo dos profissio-nais da Ceva, em parceria com os clien-tes, ajudou a otimizar a eficiência da vacina e eliminou fatores que pode-riam atrapalhar todo o potencial da CEVAC IBDL. Esse trabalho foi a prepa-ração para o atual sucesso da vacina Transmune IBD e o alicerce para o Chick Program (excelência em serviços de vacinação), criado pela empresa. A vacina Transmune IBD utiliza a mesma cepa da Cevac IBDL, mas é aplicada por meio de outra tecnologia e utiliza outro conceito no combate do Gumbo-ro (complexo-imune Ag –Ac), já que, ao contrário da Cevac IBDL, é aplicada no incubatório.

Mais informações: www.cevabrasil.com.br.

Cevac IBDL foi a responsável pelo crescimento e fortalecimento

da Ceva no Brasil, que havia

chegado ao país pouco tempo

antes

CEVAC IBD L é uma vacina liofilizada que contém a cepa Winterfield 2512-G-61 do vírus da Doença de Gumboro, obtida a partir de ovos embrionados de

galinhas SPF (lotes isentos de patógenos específicos).

Indicada para a imunização de aves sadias contra a cepa de campo da Doença de Gumboro.

Administração via oral na água de bebida

Page 58: Revista do AviSite - Ed.47

58 Produção Animal | Avicultura

Associações

Acav alerta sobre prazo da IN n°59Entidade recomenda adaptação gradativa às normas dentro de dois anos

Santa Catarina

A necessidade de cumprir as exigências da Instrução Nor-

mativa n° 59, editada pelo Mapa, foi ressaltada pela Associação Catarinense de Avicultura (Acav). A norma trata da padronização dos procedimentos para registro, fiscalização e controle de estabele-cimentos avícolas e adiou a obriga-toriedade de adequação das gran-jas para 2012. Além de padronizar

os procedimentos e serviços, a medida tem como objetivo a me-lhoria do controle sanitário nos aviários comerciais e de reprodu-ção, a simplificação do registro e o avanço dos órgãos fiscalizadores.

O Diretor Executivo da Acav, Ricardo Gouvêa, mostra que a Instrução Normativa n° 59 acres-centa e modifica itens da IN n° 56. A reformulação feita no final de dezembro de 2009 também garan-tiu a revisão de alguns pontos que ajudaram a reduzir o custo das novas adequações, que anterior-mente eram altos. A principal pre-ocupação da resolução é evitar a

transmissão de doenças entre os animais nos aviários e evitar o contato das aves de corte com animais domésticos e silvestres. Para isso, a distância entre um estabelecimento avícola de repro-

dução e abatedouros, fábrica de ração e outros estabelecimentos avícolas não precisa mais ser de três quilômetros. A distância será definida pelos órgãos responsáveis de cada estado, baseado na avalia-ção do risco para sanidade avícola.

Outra mudança diz respeito à instalação de telas nos galpões, para minimizar os riscos de invasão e ataques por outras espécies. A malha deve ter medida de até 2,5 cm e deve ser instalada nas saídas ao ambiente externo. Ainda para essa proteção, os galpões e núcle-os devem ter um isolamento de no mínimo um metro para estabeleci-mentos de reprodução e 5 metros para os comerciais.

Para o controle de doenças e questões ligadas à biosseguridade, os aviários devem possuir arcos de desinfecção para veículos, além de banheiros com trocadores e vestiá-rios. Toda a alimentação animal e a água deverão receber tratamento que eliminem a possibilidade de entrada de patógenos, através de mecanismos de esterilização. O diretor da Acav recomenda que os aviários sejam adaptados gradati-vamente às normas dentro do prazo de dois anos, evitando futu-ros transtornos. Acesse o texto da IN n° 59 no AviSite: www.avisite.com.br/legislacao.

TELAS Malhas de

proteção devem ter

até 2,5 cm

Simpósio nacional de avicultura da ACAV acontece em setembro A ACAV anunciou a realização do 9° Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição,

nos dias 21, 22 e 23 de setembro deste ano, em Balneário Camboriú, SC. Foram pré-definidos alguns temas centrais, como reprodutividade, área de concentração, in-

fertilidade em aves e múltiplas abordagens em nutrição, manejo, fisiologia e equipamentos. Outros enfoques selecionados são bronquite em matrizes de corte, termomanipulação do embrião (cuidados com o neonato) e gestão de rotinas de incubatórios de aves. Os palestrantes estão em fase de contra-tação, entre profissionais de elevado reconhecimento nas esferas nacional e internacional.

Page 59: Revista do AviSite - Ed.47

Produção Animal | Avicultura 59

Avimig tem novo conselho técnico de sanidade avícola

Minas Gerais

O Conselho Diretor da Associação dos Avicultores de Minas Gerais

(Avimig), reunido em 17 de janeiro de 2011, atendeu à reivindicação do Fun-do Privado de Emergência Sanitária para a Avicultura do Estado de Minas Gerais (Funamig) e criou o Conselho Técnico de Sanidade Avícola da Avimig (CTSA). Trata-se de um fórum consulti-vo, formado por profissionais de eleva-

do saber nesta área e que farão um trabalho de diagnóstico antecipado a uma ocorrência que poderia evidenciar suspeita de notificação. Integram o CTSA: professores Paulo Lourenço da Silva, Nelson Carneiro Baião, Benedito Lemos de Oliveira e Dr. Márcio Danilo Botrel. Representando a Avimig, a médica veterinária Marília Martha Ferreira.

Órgão é um fórum consultivo formado por profissionais especializados

Dados do Sindiavipar consagram PR como líder das exportações em janeiro

Paraná

A indústria avícola do Paraná começou o ano a todo o vapor. O estado

liderou as exportações de carne de fran-go em janeiro, embarcando 80,45 mil toneladas e atingindo uma receita de US$ 153,72 milhões, segundo dados do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavi-par). Com esse volume, o Paraná foi o

responsável por 27,21% do total de carnes avícolas exportadas pelo país no mês, um aumento de 40% em relação ao mesmo período do ano passado.

“Como os menores volumes embar-cados no ano são normalmente registra-dos em janeiro, estamos bastante otimis-tas para 2011. Os embarques paranaenses de carne de frango devem registrar aumento acima de 5% este ano”, avalia Domingos Martins, presiden-te do Sindiavipar.

De acordo com o dirigente, os produ-tores e abatedouros estão fazendo um trabalho árduo para aprimorar a exporta-ção. “Hoje os números de produção de frango de corte no Paraná superam as nossas expectativas. Nosso objetivo é manter a meta acima de 80 mil toneladas de carne por mês no estado para expor-tação”, comenta.

Entidade ainda aponta crescimento de 5% dos embarques neste ano

Page 60: Revista do AviSite - Ed.47

60 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

Missão especial enviada pela Organização Mundial de

Saúde Animal (OIE) para avaliar o Projeto de Compartimentação Sanitária do Setor Avícola no Brasil visitou, em janeiro, unidade da Cobb-Vantress, em Guapiaçu, SP.

Pela compartimentação, um sistema de produção avícola que comprovar a excelência em biossegu-ridade poderá continuar capacitado a fornecer carne de frango no merca-do internacional, mesmo que eventu-almente o país registre um caso de Influenza Aviária. A Cobb é uma das empresas que participam desse pro-jeto e a única fornecedora de mate-rial genético. Todas buscam se certi-ficar como um compartimento. E como explica Paulo Raffi, da Cobb, essa certificação pode facilitar a

entrada e a expan-são da empresa no mercado interna-cional, já que o projeto está alicer-çado em análises de risco, biossegu-ridade e planos de contingência. “Além disso, com a compartimentação, a genética nacional fica protegida de qualquer risco, principalmente no que se refere à Influenza Aviária e Doença de Newcastle”, afirma Paulo. Ele completa dizendo que a Cobb está comprometida em conhecer toda a estrutura da

compartimentação e se adequar às recomendações da OIE. Leia mais sobre o assunto na página 30.

Saiba mais sobre a Cobb: www.cobb-vantress.com

Cobb recebe missão da OIE que avalia Projeto de Compartimentação

Em Guapiaçu

Única fornecedora de material genético visitada

A GSI Brasil esteve presente na feira Show Rural Coopavel

2011 (07 a 11 de fevereiro em Cascavel, PR) com um estande de grandes proporções para apre-sentar seus lançamentos em equipamentos para ambiência e produção de proteína animal.

Dentre os lançamentos para a feira, a GSI apresentou um produto específico que contribui para o controle dos ambientes de confinamento de animais: o CA-18. O equipamento é um micro-processador de dados, que capta as variações de temperatura, umidade e pressão estática do ambiente interno de uma

instalação. A nova geração de exaustores foi outro destaque na área de ambiência no estande da GSI: o Exaustor Box 50” e Exaustor Box 50” com cone, 100% produzidos em chapa gal-vanizada e pás em aço inoxidável polido. O primeiro possui sistema de abertura tipo aranha. Já, o exaustor com cone conta com sistema de abertura mecânico. Ambos possuem grande capaci-dade, durabilidade e robustez, garantindo eficiência, manuten-ção reduzida e baixo consumo de energia. Saiba mais sobre a em-presa através do www.gsibrasil.ind.br.

GSI participa com lançamentos Show Rural Coopavel 2011

Controlador CA-18 e nova geração de exaustores são destaques na feira

ESTANDE de grandes proporções da GSI Brasil

Comitiva com técnicos da OIE, representantes das empresas que

compõem os compartimentos propostos e executivos da Ubabef

Page 61: Revista do AviSite - Ed.47

Produção Animal | Avicultura 61

Leia as últimas notícias sobre as empresas do setor em www.avisite.com.br

A médica veterinária Priscila Brabec assumiu em fevereiro de 2011 o

cargo de Analista de Marketing da Linha Avicultura do Laboratório Biovet. Além da formação em medici-na veterinária, atualmente Priscila finaliza especialização na área de Engenharia de Marketing na Fundação Instituto de Administração - FIA/USP. No Biovet, Priscila será responsável pelas atividades de plane-jamento, concepção e concretização voltadas ao marketing da Linha Avicultura.

Novo distribuidor Desde fevereiro, a Suiaves é a

nova distribuidora dos produtos

biológicos da Linha Avicultura do Laboratório Biovet no estado de SP. Atendendo principalmente integrações de frango de corte da região sudoeste do Estado (Tietê, por exemplo).

O objetivo é ampliar o atendimento dos clientes da região, com ênfase em novos conceitos de biosseguridade associada à sanidade, tendo em vista a redução dos cus-tos de produção e aumento da eficiência zootécnica.

Outras informações sobre a Biovet em www.biovet.com.br.

Para melhorar ainda mais sua dinâmica de trabalho, a

FormilVet iniciou 2011 com mu-danças internas na sua equipe. O então Gerente Nacional de Vendas, Cácio do Nascimento Moraes, foi promovido à gerên-cia de Contas Corporativas (Key Accounts) e agora é responsável pela gestão das contas da BRF e Grupo Marfrig. Médico veteriná-rio, Moraes cita que as principais metas são atingir os objetivos estabelecidos pela FormilVet e desenvolver pontos importantes em conjunto com toda a equipe que dará suporte às empresas BRF e Marfrig. “Será possível atender, de forma ainda mais eficiente, todas as necessidades técnico-comerciais desses clien-tes”, evidencia.

Novos produtosA FormilVet anuncia o lança-

mento de quatro novos produtos para 2011, mantendo a tradição em apresentar novidades e alter-nativas de valor para o setor, sem-pre visando a melhoria da sanida-de e da produtividade no campo.

Na avesui (em maio, numa feira do setor), a FormilVet, vai apresen-tar um novo antibiótico com molé-cula única no Brasil, para o contro-le de doenças causadas por bactérias gram-negativas. Também será feito o lançamento de uma nova formulação de nucleotídeos superconcentrados para uma me-lhor resposta na performance de aves e suínos nas primeiras fases de vida, onde os nucleotídeos já consolidaram um forte posiciona-mento. No segundo semestre tem

mais novidades da FormilVet, quando ela deve lançar novos produtos no mercado. Mais sobre a empresa: www.formilvet.com.br.

Contratação II

Cácio Moraes agora é responsável pela gestão das contas BRF e Marfrig

FormilVet inicia mudanças internas

Contratação I

Priscila Brabec é especialista no setor e já atuou em outras empresas do agronegócio

Biovet tem nova Analista de Marketing

Priscila Brabec é o novo nome

dentro do Biovet

Cácio Moraes

Novo gerente de Contas

Corporativas da FormilVet

Page 62: Revista do AviSite - Ed.47

62 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

Equipe durante 5° Reunião de Distribuidores

Dentro da estratégia de ampliar sua atuação em vendas com

melhoria no atendimento aos clientes e na cobertura geográfica, a Poli-Nutri conta com um novo grande talento na sua equipe de represen-tantes comerciais.

Rogério Maggioni é médico veterinário formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e possui mestrado em Nutrição Animal pela Universidade Federal de Pelotas

(UFPEL). Em 1999, foi contratado como Chefe de Fábrica e Nutricionista da empresa Macedo. Após ter sido Gerente da fábrica e Diretor de Produção da Macedo, participou da incorporação da Tyson como Gerente de Área de Produção em São José, SC. É com essa preciosa experiência que Maggioni é agora o Representante Comercial no segmen-to avícola no leste do estado de SC. Saiba mais sobre a Poli-Nutri: www.polinutri.com.br.

Contratação III

Companhia reforça quadro de funcionários com novo representante

Poli-Nutri avança no mercado avícola de SC

A YesSinergy teve a sua participação societária alterada com a entrada do médico veterinário

Gabriel Jorge Neto, conceituado empresário do agro-negócio e ex-proprietário da Nutron. Gabriel também é sócio da Biocamp, empresa brasileira fabricante de probióticos, onde continuará como Diretor Técnico Comercial. Ao mesmo tempo a YesSinergy reforça seu time comercial contratando para a função de Gerente Comercial Brasil, o zootecnista Renato Della Líbera, profissional com ampla experiência técnica e comer-cial em conceituadas companhias no setor.

A YesSinergy quer ampliar sua participação no mercado brasileiro e exportar para outra países. A empresa atende as novas tendências de mercado com produtos para a saúde intestinal, como os mananooli-gossacarídeos (MOS), os minerais quelatados de alta absorção e os adsorventes múltiplos de micotoxinas. Como diferencial competitivo, tem sob sua gestão todo o processo produtivo, desde a origem da maté-ria-prima, como proprietária das plantas industriais com BPF e rastreabilidade. Saiba mais sobre a empre-sa através do: www.yessinergy.com.br.

Mudanças

Empresa muda sua participação societária e reforça equipe comercial

YesSinergy faz alterações em sua estrutura organizacional

MAGGIONI agora integra a

equipe da Poli-Nutri

Gabriel Jorge Neto tem participação

societária na YesSinergy

Page 63: Revista do AviSite - Ed.47

Produção Animal | Avicultura 63

Leia as últimas notícias sobre as empresas do setor em www.avisite.com.br

A Kemin Industries lança no mer-cado veterinário uma nova uni-

dade de negócios, a Kemin Vet Innovations. O novo braço vai ofere-cer produtos, soluções e serviços para a comunidade veterinária e pretende atender mundialmente os mercados de bovinocultura, avicultura, equide-ocultura e animais de companhia.

Esta unidade de negócio será liderada por Andrew Yersin, ex-Dire-tor de Pesquisa e Desenvolvimento da Kemin Agrifoods América do Norte. Como presidente da Kemin Vet Innovations, Yersin traz um rico histó-rico de experiência da indústria de saúde animal. A Kemin Vet Innovations terá seu escritório locali-zado na sede corporativa da Kemin, em Des Moines, Iowa, EUA, e terá representação adicional no Oriente Médio, China, México, Índia e Ásia-Pacífico. Mais informações: www.kemin.com.

Expansão

Através de novo braço, multinacional aumenta presença global

Kemin entra no mercado veterinário

A Phibro Animal Health acaba de lançar no mercado Aviax® Plus, um

anticoccidiano integralmente desenvolvi-do e fabricado no Brasil, por meio de pesquisas e experimentos realizados com manejo, nutrição e linhagens de frangos de corte típicos de nosso país. O produto é fornecido em formulação 100% granu-lar, na qual todos os grânulos contêm a quantidade indicada de cada um dos princípios ativos, que são a nicarbazina, o anticoccidiano químico mais utilizado no mundo, e a semduramicina, o ionóforo mais recente e mais seguro para várias espécies animais.

A União Europeia autorizou recente-mente a utilização do anticoccidiano nicarbazina da Phibro com limite máximo de resíduo no fígado 75 vezes maior do que o aprovado anteriormente, passando de 200 ppb (partes por bilhão) para 15.000 ppb, comprovando a segurança deste composto tanto para as aves de corte, como para o meio ambiente e para os consumidores.

Programa de Qualidade Intestinal

O Programa de Qualidade Intestinal

da Phibro Animal Health fecha o ano com saldo positivo e por isso repete a dose em 2011. O curso serviu para capa-citar e oferecer informações que pudes-sem orientar as pessoas a tomar decisões adequadas quando se deparam com problemas de saúde intestinal nas gran-jas. O curso é composto pela parte teóri-ca acompanhada de apostila e aulas práticas para identificação dos graus de lesões em diferentes aves, inoculadas previamente, para posterior necropsia. Além do treinamento, o Programa de Qualidade Intestinal Phibro oferece ou-tros serviços como análises de ração/premix, visitas no campo com entrega de relatórios deta-lhados.

Mais infor-mações: www.phibro.com.br.

Coccidiose aviária

Maior ganho de peso e melhor conversão alimentar

Phibro Animal Health lança produto para controle da doença

Em seu projeto de expansão da produ-ção, a Nutriza Agroindustrial fez duas

opções na área de incubação. A primeira delas foi a migração direta do modelo estágio múltiplo atualmente utilizado para os avançados sistemas estágio único.

A segunda escolha foi tomada de-pois de uma análise das empresas que atuam na área de incubação e a Nutriza escolheu a Pas Reform como fornecedora não só das incubadoras e nascedouros, mas também de todo o sistema de climatização HVAC, um projeto de 4

milhões de ovos/mês. A alta tecnologia que a Pas Reform

emprega nos seus sistemas, a presença forte no mercado brasileiro e a estrutura local de serviços pós-venda foram decisi-vos na escolha da empresa. Saiba mais em: www.pasreform.com.br.

Parceria

Empresas unem forças em um projeto de 4 milhões de ovos por mês

Pas Reform fornece incubadoras e nascedouros para Nutriza

Page 64: Revista do AviSite - Ed.47

64 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

Na Marvalha Indústria e Comércio, em Faxinal dos

Guedes, SC, seguem-se altos padrões de qualidades a fim de fornecer um produto que se en-quadre nas mais rigorosas nor-mas sanitárias exigidas por seus diversos clientes. Para isso, a empresa busca manter a biosse-guridade dos produtos através de rigorosos padrões de produ-ção e excelência no fornecimento de maravalha esterilizada. Trata-se de um produto diferenciado no mercado onde as palavras de ordem são “controle e sanida-de”. A matéria-prima passa por um tratamento térmico por cerca de 30 minutos que diminui a umidade do produto além de

destruir possíveis pató-genos (fungos, bactérias e protozoários) que cau-sam as mais diversas enfermidades que po-dem ocorrer no setor avícola. Todo o processo é automatizado e realiza-do com tecnologia de ponta por profissionais capacitados, fatores que garantem a qualidade do produto. A empresa atua há pouco mais de um ano no mercado, contu-do se destaca como uma das empresas mais pre-paradas do ramo. Mais informações visite o site: www.marvalha.com.br

Cama de aviário

Empresa busca manter rigorosos patamares de produção

Fabricante de maravalha ressalta padrão de biosseguridade

A Casp, com forte presença na América Latina e fabricante

de equipamentos para Incubação,

Avicultura de Corte, Matrizes, Suinocultura e Armazenagem de grãos há mais de 70 anos

conquistou no início de janeiro mais uma certificação. A empresa já era certificada nas áreas de incubação e armazenagem de grãos e agora conquistou a ISO 9001/2008 também para as áreas de avicultura de corte, matrizes e suinocultura.

“Esta certificação vem para coroar todo comprometimento, esforço e investimento em pesqui-sa e desenvolvimento que temos feito nos últimos anos para alcan-çar a excelência dos produtos e serviços que oferecemos. Estamos muito felizes por mais esta con-quista”, comenta Ari Luis Cagiali, Diretor Executivo. Para mais infor-mações: www.casp.com.br.

Conquista

Empresa recebe ISO 9001/2008 para avicultura de corte e matrizes

Casp obtém mais uma certificação

Equipe da CASP comemora conquista

da certificação ISO 9001/2008

Todo processo de produção conta

com profissionais capacitados

Page 65: Revista do AviSite - Ed.47

65 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Produção de pintos de corteNOVEMBRO/2010 511,532 milhões | 10,5%*

Produção de carne de frangoJANEIRO/2011 1.088,307 mil toneladas | 8,76%

Exportação de carne de frango JANEIRO/2011 295.399 toneladas | 26,60%

Oferta interna de carne de frango JANEIRO/2011792.908 toneladas | 3,34%

Alojamento de matrizes de postura JANEIRO/201152,690 mil | -33,68%

Alojamento de pintainhas de postura JANEIRO/20116,613 milhões | 15,54%

Desempenho do frango vivoFEVEREIRO/2011R$2,01kg | 23,34%

Desempenho do ovoFEVEREIRO/2011R$44,29/cxa. | 11,65%

MilhoFEVEREIRO/2011R$32,14/saca | 77,18%

Farelo de SojaFEVEREIRO/2011R$719,00/ton. | 8,61%

Produção e mercadoem resumo

Bom desempenho em 2011 é

neutralizado pela alta do custo de

produção

D ivulgando agora os números do primeiro e do segundo mês de 2011 (com exceção da produ-

ção de pintos de corte, ainda em no-vembro de 2010), a avicultura, no geral, apresenta bom desempenho. O frango vivo, por exemplo, alcançou, neste caso em fevereiro, média de R$2,01/kg, valor 23,34% superior ao registrado em feve-reiro de 2010 e 2,78% maior que o al-cançado no mês anterior, janeiro de

2011. Esse foi, em valores nominais, o segundo melhor desempenho obtido pelo setor, somente superado pelo re-sultado alcançado em dezembro passa-do, quando a média mensal ficou muito próxima de R$2,10/kg. Já o ovo obteve, no segundo mês do ano, a melhor mé-dia de preços dos últimos 13 meses: R$44,29 por caixa, uma valorização de 11,65% sobre fevereiro de 2010 e de 19,45% sobre janeiro de 2011. Apesar disso, os aparentes ganhos podem estar sendo engolidos pelos altos custos.

No que se refere ao milho, a alta continua. A média da saca chegou a R$32,14, astronômica alta de 77,18% sobre fevereiro de 2010.

Ao lado um resumo de cada um dos segmentos da avicultura brasileira.

Aparentes ganhos do setor avícola no

bimestre janeiro-fevereiro podem estar sendo engolidos pelos

altos custos

*Todas as porcentagens são variações anuais

Page 66: Revista do AviSite - Ed.47

66 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Produção de pintos de corteEm novembro, o maior volume real dos onze primeiros

meses de 2010 e um novo recorde na produção diária

Evolução mEnsal MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2008/2009 2009/2010 VAR. %

Dezembro 443,854 493,895 11,27%

Janeiro 417,755 472,898 13,20%

Fevereiro 406,918 448,957 10,33%

Março 425,628 510,371 19,91%

Abril 455,711 497,581 9,19%

Maio 461,811 500,989 8,48%

Junho 482,089 500,788 3,88%

Julho 500,270 512,451 2,44%

Agosto 482,678 514,822 6,66%

Setembro 467,938 496,915 6,19%

Outubro 503,041 513,130 2,01%

Novembro 462,635 511,532 10,57%

EM 11 MESES 5.066,474 5.480,433 8,17%

EM 12 MESES 5.510,328 5.974,328 8,42%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Divulgados somente no final de feverei-ro último, os números relativos à pro-

dução brasileira de pintos de corte de no-vembro de 2010 mostram que no mês foram produzidos 511,5 milhões de cabe-ças, volume 10,5% superior ao alcançado em novembro de 2009, mas cerca de meio por cento inferior ao registrado 30 dias an-tes, em outubro, mês em que normalmen-te é observado o maior volume de cada exercício.

Mas em 2010 foi diferente. Não apenas a produção de outubro foi inferior à regis-trada em agosto, como também em no-vembro registrou-se, em valores reais, não só o maior volume dos 11 primeiros meses do ano que passou, mas também um novo recorde do setor.

Explicando: em valores nominais (“mês cheio”), o recorde do ano, não superado até novembro, pelo menos, permanece com o mês de agosto, ocasião em que a produção de pintos de corte ficou próxima dos 515 milhões de cabeças. Mas em ter-mos reais (considerada a produção diária) o recorde do ano e da história do setor fica com novembro de 2010, mês em que o vo-lume produzido superou em pouco mais de 3% a produção de outubro.

Fechados os números dos 11 primeiros meses de 2010, a produção brasileira de pintos de corte somou 5,480 bilhões de ca-beças, volume 8% maior que o registrado em idêntico período de 2009. Projetado para a totalidade do ano, esse volume su-gere produção anual próxima dos 5,980 milhões de cabeças, 7,5% a mais que o re-gistrado no ano passado. Mas nada impe-de que tenham sido superados os 6 bilhões de cabeças, bastando que a média diária de novembro tenha se mantido também em dezembro.

A ressaltar, a respeito do recorde alcan-çado em novembro, que parte dos pintos produzidos naquele mês só entrou no mer-cado, como frango, em janeiro de 2011. Uma vez que, no primeiro mês de 2011, o mercado se manteve relativamente estável, só se pode concluir que o novo recorde foi naturalmente absorvido pelo mercado.

Nov Dez

462,

6

2009

478,

0

457,

6

481,

0 493,

9

497,

6

484,

8

500,

8

495,

9

498,

2

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov

496,

9

496,

6 511,

5

2010

Produção mensal ajustadapara mês de 30 diasMilhões de cabeças

Page 67: Revista do AviSite - Ed.47

Produção Animal | Avicultura 67

Produção de carne de frangoacumulado nos últimos 12 meses ficou próximo dos 12,4 milhões de toneladas

Evolução mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2009/10 2010/11 VAR. %

Fevereiro 780,499 870,352 11,51%

Março 862,047 966,853 12,16%

Abril 830,420 1.026,166 23,57%

Maio 901,884 1.072,142 18,88%

Junho 892,223 1.041,178 16,69%

Julho 956,585 1.067,354 11,58%

Agosto 1.004,081 1.056,971 5,27%

Setembro 956,166 997,524 4,33%

Outubro 957,625 1.070,510 11,79%

Novembro 979,969 1.030,498 5,16%

Dezembro 1.010,062 1.112,104 10,10%

Janeiro 1.000,611 1.088,307 8,76%

EM 12 MESES 11.132,172 12.399,959 11,39%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Baseada na produção brasileira de pin-tos de corte e no rendimento médio

dos frangos abatidos no decorrer do mês, a APINCO estimou que em janeiro de 2011 foram produzidas no País pouco mais de 1,088 milhão de toneladas de car-ne de frango, volume ligeiramente inferior (-2,14%) ao registrado em dezembro de 2010, mas quase 9% superior ao alcança-do um ano antes, em janeiro de 2010.

Naturalmente, a produção de um único mês, o primeiro do ano, é insufi-ciente para projetar qualquer tendência no decorrer do exercício. De toda for-ma, o volume alcançado em janeiro, analisado sob o ângulo da produção diária (1.088 milhão/t ÷ 31 dias) e proje-tado para os 365 dias do ano assinala volume total da ordem de 12,8 milhões de toneladas, 4% a mais que o produ-zido em 2010. Como, normalmente, a produção inicial do ano está sempre entre as menores do exercício, já se pode esperar uma fácil ultrapassagem desse volume.

Aliás, mantida a evolução média observada nos últimos 13 meses (de ja-neiro de 2010 a janeiro de 2011) pode--se esperar mais, bem mais. O gráfico ao lado aponta nessa direção. Ele mos-tra a produção acumulada em períodos de 12 meses e o que se observa é um crescimento contínuo do total anualiza-do, à média de 0,9% ao mês.

Em janeiro passado, por exemplo, o volume acumulado em 12 meses so-mou, praticamente, 12,4 milhões de to-neladas, ultrapassando em pouco mais de 0,7% o total produzido em 2010 (12,312 milhões de toneladas).

Nesse passo, o volume total de 2011 pode ficar até 1 milhão de tonela-das acima do que foi registrado no ano passado, apresentando aumento da or-dem de 8%. Mas o que não se pode esquecer, aqui, é que os aumentos mais recentes foram acelerados em função do abastecimento (restrito) da carne bovina. Será que idêntico ritmo será mantido no decorrer deste exercício?

11.1

32

11.2

22

11.3

27

11.5

23

2010

11.6

93

11.8

42

11.9

53

12.0

05

12.0

47

12.1

60

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan

12.2

10

12.3

12 12.4

00

2011

Acumulado em 12 mesesMil Toneladas

Page 68: Revista do AviSite - Ed.47

68 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Os dados da SECEX/MDIC apontam que no primeiro mês de 2011 o Brasil

exportou 295.399 toneladas de carne de frango, volume 6,32% menor que o de de-zembro de 2010, mas 26% superior ao re-gistrado em janeiro do ano passado.

Também houve recuo em relação ao mês anterior (de pouco mais de 5%) na re-ceita cambial. Em contrapartida, o valor al-cançado, muito próximo dos US$588,4 mi-lhões, representou aumento de 46,15% sobre janeiro de 2010.

A quantidade exportada em janeiro correspondeu ao menor volume embarca-do nos últimos 11 meses, só ficando acima dos embarques de janeiro e fevereiro de 2010. Mas isso não tem o menor significa-do, pois, normalmente, as exportações do início do ano têm sido as menores de cada exercício.

Mas o que importa mesmo é que, a despeito do limitado volume de janeiro, os embarques brasileiros de carne de frango, quando anualizados, continuam em franca evolução.

Assim, após terem superado – em se-tembro de 2010 – o recorde que permane-cia imbatível desde outubro de 2008 (oca-sião em que o volume exportado em 12 meses somou 3,770 milhões de toneladas), o volume anualizado registrou aumento contínuo e nos 12 meses encerrados em ja-neiro de 2011 atingiu novo recorde, supe-rando a casa dos 3,882 milhões de tonela-das.

Nos seis meses decorridos entre julho de 2010 e janeiro de 2011 o volume anuali-zado se expandiu a uma média muito pró-xima de 1% ao mês. Mantida essa média nos próximos meses, ainda no primeiro se-mestre será superada a marca dos 4 mi-lhões de toneladas em 12 meses.

Exportação de carne de frangomenor volume em 11 meses, embarques de janeiro

foram um quarto superiores aos de um ano atrás

Evolução mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2009/10 2010/11 VAR. %

Fevereiro 263,222 282,471 7,31%

Março 306,539 331,941 8,29%

Abril 329,922 309,942 -6,06%

Maio 303,767 322,151 6,05%

Junho 329,014 325,272 -1,14%

Julho 317,207 360,526 13,66%

Agosto 301,257 347,921 15,49%

Setembro 289,951 337,637 16,45%

Outubro 335,445 333,406 -0,61%

Novembro 268,615 319,802 19,06%

Dezembro 314,785 315,316 0,17%

Janeiro 233,324 295,399 26,60%

EM 12 MESES 3.593,047 3.881,783 8,04%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITEA despeito do limitado volume de janeiro, os embarques, quando

anualizados, continuam em franca evoluçãoAcumulado em 12 meses

Mil Toneladas

3.59

3

3.61

2

3.63

8

3.61

8

2010

3.63

6

3.63

2 3.67

6 3.72

2 3.77

0

3.76

8

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan

3.81

9

3.82

0 3.88

2

2011

Page 69: Revista do AviSite - Ed.47

Produção Animal | Avicultura 69

oferta interna de carne de frangoCom bom desempenho das exportações, volume ofertado aumentou apenas 3,3% no primeiro mês do ano

Evolução mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2009/10 2010/11 Var.

Fevereiro 517,277 587,882 13,65%

Março 555,508 634,912 14,29%

Abril 500,498 716,224 43,10%

Maio 598,117 749,991 25,39%

Junho 563,210 715,906 27,11%

Julho 639,378 706,828 10,55%

Agosto 702,824 709,050 0,89%

Setembro 666,215 659,887 -0,95%

Outubro 622,180 737,104 18,47%

Novembro 711,354 710,696 -0,09%

Dezembro 695,278 796,786 14,60%

Janeiro 767,287 792,908 3,34%

EM 12 MESES 7.539,126 8.518,174 12,99%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Frente às estimativas, feitas pela APIN-CO, de que em janeiro de 2011 o volu-

me de carne de frango produzido no País aumentou quase 9% em relação ao mes-mo mês de 2010, seria de se esperar incre-mento igualmente elevado na disponibili-dade interna do produto.

Mas as exportações de carne de frango – que, segundo a SECEX/MDIC, aumenta-ram mais de 26% no mês – se incumbiram de neutralizar essa possibilidade. Assim, a oferta efetiva de janeiro aumentou não mais que 3,3% em relação ao início do ano passado.

Feitas as contas (produção total menos exportações), conclui-se que a oferta inter-na de carne de frango do primeiro mês de 2011 ficou em, aproximadamente, 793 mil toneladas, o que significou recuo de menos de meio por cento sobre o volume disponi-bilizado no mês anterior, dezembro de 2010.

Considerando-se que esse recuo ocor-reu entre o mês de maior consumo do ano (dezembro) e o mês em que o consumo re-trocede a um dos mais baixos níveis de cada exercício (janeiro), o índice de redução ob-servado foi insignificante e poderia ter cau-sado sérios transtornos ao setor.

Mas não desta vez, quando o abasteci-mento de carne bovina continua restrito, apesar do período de safra. Por isso, os re-cuos de preço enfrentados pelo frango em janeiro de 2011 não foram imputados à oferta (como ocorreu em 2010, quando o volume de janeiro foi 10% e 25% superior aos registrados no mês anterior e um ano antes) e, sim, à desaceleração típica da eco-nomia a cada novo início de ano.

A ressalvar apenas, em relação ao volu-me disponibilizado internamente, que no bimestre dezembro/10-janeiro/11 chegou--se a, praticamente, 1,6 milhão de tonela-das. E esse volume, projetado para a totali-dade do ano e repartido com uma população de cerca de 193 milhões de ha-bitantes (média prevista para 2011), exige consumo próximo dos 50 kg per capita. Ou seja: os quarenta e poucos quilos de 2010 ainda não foram o limite.

742,

5

629,

9

614,

4

716,

2

2010

725,

8

715,

9

684,

0

686,

2

659,

9 713,

3

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan

710,

7

771,

1

767,

3

2011

Oferta mensal ajustada paramês de 30 diasMil Toneladas

Page 70: Revista do AviSite - Ed.47

70 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

alojamento de matrizes de posturaseguimento inicia ano em queda

Evolução mEnsal(OVOS BRANCOS E VERMELHOS)

MILHARES DE CABEÇAS

MATRIZES DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2009/10 2010/11 VAR.% 2009/10 2010/11

Fevereiro 29,311 54,331 85,36% 81,24% 74,16%

Março 17,549 50,609 188,39% 59,22% 79,36%

Abril 83,830 40,810 -51,32% 67,14% 66,35%

Maio 82,784 69,370 -16,20% 75,57% 64,54%

Junho 89,356 80,594 -9,81% 67,60% 72,47%

Julho 84,867 71,065 -16,26% 68,64% 77,82%

Agosto 100,270 79,449 -20,76% 61,16% 54,02%

Setembro 65,483 91,674 40,00% 84,73% 53,16%

Outubro 34,185 70,176 105,28% 49,42% 58,93%

Novembro 37,926 98,255 159,07% 63,33% 65,51%

Dezembro 90,597 81,161 -10,42% 58,71% 78,15%

Janeiro 79,451 52,690 -33,68% 83,97% 72,87%

EM 12 MESES 795,609 840,184 5,60% 69,04% 67,27%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Em janeiro passado, conforme levantamento da UBABEF, fo-

ram alojadas no Brasil 52.690 ma-trizes de postura, 73% delas de li-nhagens produtoras de ovos brancos.

Menor volume dos últimos nove meses, o total alojado corres-pondeu a quedas de 33,7% e 35,1% sobre, respectivamente, ja-neiro e dezembro de 2010. Mais uma vez ficou evidente a instabili-dade registrada no alojamento de matrizes de postura.

Como essa foi a segunda redu-ção sucessiva do setor (em dezem-bro já havia sido registrada queda de 10% no alojamento), afetou o total alojado nos últimos 12 meses (agora 840,184), que sofreu signi-ficativa redução. Em dezembro de 2010 ele apresentava incremento de 18%. Agora, de apenas 5,6%.

2010

795,

609

Jan

820,

629

Fev

853,

689

Mar

810,

669

Abr

797,

255

Mai

788,

493

Jun

774,

691

Jul

753,

870

Ago

780,

061

Set

816,

052

Out Nov

876,

381

Dez

866,

945

2011

Acumulado em 12 MesesMilhares de cabeças

Jan

840,

184

Page 71: Revista do AviSite - Ed.47

Produção Animal | Avicultura 71

Levantamento efetuado pela Uba-bef aponta que em janeiro pas-

sado foram alojadas em todo o País 6,613 milhões de cabeças de pintai-nhas de postura, 75% delas repre-sentadas por linhagens produtoras de ovos brancos. No ano passado, essa porcentagem era de 76,94%, o que representa queda de 1,66 pon-tos percentuais.

O volume alojado correspondeu a aumentos de cerca de 7% sobre o mês anterior, dezembro de 2010 quando os números mostraram 6,131 milhões de cabeças e de 15,5% sobre o mesmo mês do ano passado, janeiro de 2010 quando o número registrado foi 5,723 mi-lhões. Novo recorde do setor, o volu-me acumulado em 12 meses soma agora 79,117 milhões de pintainhas de postura e se encontra 28,75% acima daquele registrado em idênti-co período anterior, quando o plan-tel efetivo alojado entre fevereiro de 2009 e janeiro de 2010 superou a casa dos 61,4 milhões de cabeças. A produção de ovos atual é maior do que a de um ano - quando os níveis de produção se igualaram aos regis-trados no início de 2007. Isso de-monstra que o alojamento voltou a repetir níveis altos de produção e continua crescente, o que requer cautela, já que a expansão observa-da entre 2009 e 2010 trouxe dificul-dades para o setor de postura du-rante todo o ano passado.

alojamento de pintainhas de posturaaumento de 15,5% em janeiro foi o menor dos últimos 11 meses

Evolução mEnsal(OVOS BRANCOS E VERMELHOS)

MILHÕES DE CABEÇAS

PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2009/10 2010/11 VAR.% 2009/10 2010/11

Fevereiro 4,790 5,502 14,87% 75,92% 73,30%

Março 5,161 6,162 19,39% 75,27% 78,60%

Abril 4,951 6,448 30,24% 75,30% 78,69%

Maio 4,797 6,551 36,58% 72,92% 76,99%

Junho 5,209 7,156 37,40% 74,77% 78,25%

Julho 5,173 7,241 39,96% 72,84% 77,20%

Agosto 5,046 7,193 42,54% 71,86% 76,09%

Setembro 5,145 6,818 32,52% 73,80% 77,35%

Outubro 5,025 6,595 31,25% 72,91% 75,47%

Novembro 5,251 6,708 27,73% 71,03% 75,07%

Dezembro 5,181 6,131 18,35% 73,75% 72,19%

Janeiro 5,723 6,613 15,54% 76,94% 75,28%

EM 12 MESES 61,452 79,117 28,75% 73,96% 76,27%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

61,4

52

62,1

64

63,1

64

64,6

61

2010

66,4

16

68,3

64

70,4

31

72,5

78

74,2

51

75,8

21

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan

77,2

77

78,2

28

79,1

17

2011

Acumulado em 12 MesesMilhões de cabeças

Volume alojado correspondeu a

aumentos de cerca de 7% sobre o mês anterior e de 15,5% sobre o mesmo mês

do ano passado

Page 72: Revista do AviSite - Ed.47

72 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Por recuperar todas as perdas en-frentadas em janeiro e encerrar fe-

vereiro cotado a R$2,10/kg, o frango vivo comercializado no interior paulista obteve no segundo mês de 2011 cota-

ção média de R$2,01/kg, valor 23,34% superior ao registrado em fevereiro de 2010 e 2,78% maior que o alcançado no mês anterior, janeiro de 2011.

Esse foi, em valores nominais, o se-

gundo melhor desempenho obtido pelo setor, somente superado pelo re-sultado alcançado em dezembro passa-do, quando a média mensal ficou muito próxima de R$2,10/kg. E isso quer dizer que, a despeito da recuperação mais recente, o produto acabou encerrando o mês com valor inferior ao do encer-ramento de 2010 e, portanto, perde significativamente da inflação acumu-lada no período.

Por outro lado, o preço médio do frango vivo nos primeiros 59 dias do ano (isto é, no bimestre janeiro-feve-reiro de 2011) corresponde, em termos nominais, a um recorde histórico até agora não alcançado - R$1,98/kg, va-lor que se encontra 23,75% e 20,32% acima das médias registradas, respec-tivamente, no primeiro bimestre de 2010 (59 dias) e no ano de 2010 (365 dias). Mas mesmo essas altas variações não propiciaram qualquer ganho ao setor produtivo visto que, contraposto o atual bimestre a idêntico bimestre de 2010, a principal matéria-prima do frango, o milho, aumentou mais de 65%.

Para melhor demonstrar as perdas enfrentadas pelo produtor do frango, examine-se a questão sob o ângulo do poder de compra do grão: um ano atrás, no primeiro bimestre de 2010, uma tonelada de frango vivo (que, en-tão, era comercializado por valor 20% menor que o atual) adquiria 5,1 tonela-das de milho. Já no mesmo bimestre de 2011, idêntico volume de frango vivo, embora com preço superior, adquire um quarto (25%) a menos de milho.

Se é que se pode sintetizar a situa-ção, graças a uma restrita oferta de car-nes (para o que contribui, também, a estabilidade na produção de frangos) os preços do frango vivo tendem a se manter elevados. Mas os aparentes ga-nhos que isso possa representar podem estar sendo engolidos pelos altos cus-tos. Hoje, aliás, não restritos apenas ao milho.

FRANGO VIVOEvolução de preços na granja,

interior paulista – R$/KgMÊS MÉDIA

R$/KGVARIAÇÃO %

ANUAL MENSAL

FEV/10 1,63 -9,37% 3,37%

MAR/10 1,52 -9,28% -6,57%

ABR/10 1,41 -11,85% -7,46%

MAI/10 1,40 -13,29% -1,02%

JUN/10 1,35 -27,98% -3,01%

JUL/10 1,57 -12,96% 15,71%

AGO/10 1,62 8,50% 3,19%

SET/10 1,93 40,52% 19,26%

OUT/10 1,84 22,85% -4,67%

NOV/10 1,85 20,19% 0,54%

DEZ/10 2,08 26,52% 12,29%

JAN/11 1,96 23,80% -5,73%

FEV/11 2,01 23,34% 2,78%

média e variação anual entre 2000 e 2011

ANO R$/KG VAR. %

2000 0,91 14,57%

2001 0,97 6,47%

2002 1,13 16,49%

2003 1,45 28,31%

2004 1,49 2,75%

2005 1,35 -8,72%

2006 1,16 -14,70%

2007 1,55 33,62%

2008 1,63 5,16%

2009 1,63 0,15%

2010 1,65 0,94%

2011* 1,98 20,32%

* Média entre 03/01 e 28/02/11

Desempenho do frango vivo em fevereiro de 2011 no bimestre janeiro-fevereiro, preço

do frango bate recorde histórico

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITEObs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

R$

1,96

R$

2,01

FRANGO VIVO - PREÇOS HISTÓRICOS E PREÇOEFETIVO EM 2011

PREÇO HISTÓRICO (média 1999/2009):preço em dezembro do ano anterior igual a 100PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2011: (R$/KG, granja, interior paulista)

R$ 1,30

R$ 1,20

R$ 1,40

R$ 1,50

R$ 1,60

R$ 1,70

R$ 1,80

R$ 1,90

R$ 2,00

92,8

0%

97,6

6%

88,1

8%

86,1

9%

87,1

2%

96,5

2%

98,8

5%

104,

63%

106,

13%

107,

27%

107,

47%

108,

34%

Page 73: Revista do AviSite - Ed.47

Produção Animal | Avicultura 73

Analisado o comportamento do mercado apenas no curto prazo e

levados em conta somente os valores nominais do produto, o que se pode di-zer é que o ovo vem apresentando um desempenho excelente em 2011.

É verdade que a partir da segunda quinzena de fevereiro sofreu forte des-valorização, perdendo praticamente a metade dos ganhos obtidos na primeira quinzena do mês. Mesmo assim obteve no segundo mês do ano a melhor mé-dia de preços dos últimos 13 meses, com valorização de 11,65% sobre feve-reiro de 2010 e de 19,45% sobre janei-ro de 2011. Além disso, considerada a média dos primeiros 59 dias do ano (bi-mestre janeiro-fevereiro) registra, nomi-nalmente, o maior valor dos últimos 3 anos, com ganho de 7,14% sobre o va-lor médio alcançado nos 365 dias de 2010.

Engana-se, porém, quem concluir – à vista desses índices – que tudo corre às mil maravilhas para o produtor de ovos. Porque, contrapostos a prazos mais longos, os resultados atuais po-dem ser considerados, no mínimo, me-díocres.

Por exemplo: a média alcançada em fevereiro pode ser a melhor dos últimos 13 meses, mas está apenas 1,7% acima da média de fevereiro de 2009 (o que significa que perdeu expressivamente da inflação acumulada nos últimos dois anos).

Mas bem pior é constatar que o preço atualmente recebido pelo produ-tor é cerca de 13% inferior ao valor mé-dio de três anos atrás (fevereiro de 2008), ocasião em que a caixa de ovos foi remunerada por valor médio supe-rior a R$50,00.

Retrocedendo ainda mais, à época em que foi implantado no País o atual padrão monetário (1994), observa-se que o ovo acumula (numa variação ponta a ponta) valorização da ordem de 130%, pois vinha sendo comerciali-zado então por valor próximo de

R$20,00/caixa. Ou seja: permanece a uma distância extremada da inflação acumulada nos cerca de 200 meses de vigência do real e que agora chega aos 350% pelo IGP-DI da Fundação Getúlio

Vargas. Quer dizer: se acompanhasse a inflação, o ovo teria sido comercializa-do em fevereiro por valor não muito distante de R$90,00/caixa. Mas, como se vê, ficou apenas à metade disso.

Desempenho do ovo em fevereiro de 2011 no mês, a melhor média de preços dos últimos 13 meses

OVO BRANCO EXTRAEvolução de preços no atacado paulistano (R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS)

MÊS MÉDIA R$/CX

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

FEV/10 39,67 -8,90% 24,74%

MAR/10 40,96 -12,73% 3,27%

ABR/10 37,75 -16,96% -7,84%

MAI/10 39,12 -6,50% 3,63%

JUN/10 41,16 -4,55% 5,21%

JUL/10 37,89 2,62% -7,95%

AGO/10 37,15 -0,66% -1,94%

SET/10 37,08 9,45% -0,20%

OUT/10 36,74 17,21% -0,75%

NOV/10 36,83 18,82% 0,25%

DEZ/10 38,76 8,01% 5,23%

JAN/11 37,08 16,60% -4,33%

FEV/11 44,29 11,65% 19,45%

média e variação anual entre 2000 e 2011

ANO R$/CX VAR. %

2000 23,12 16,89%

2001 24,07 4,11%

2002 27,88 15,83%

2003 39,67 42,29%

2004 34,47 -13,11%

2005 33,48 -2,87%

2006 27,48 -17,92%

2007 39,42 43,45%

2008 43,62 10,65%

2009 38,63 -11,37%

2010 37,93 -1,82%

2011* 40,61 7,14%

* Média entre 03/01 e 28/02/11

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITEObs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

R$

37,0

8

R$

44,2

9

OVO EXTRA BRANCO - PREÇOS HISTÓRICOSE PREÇO EFETIVO EM 2011

PREÇO HISTÓRICO (média 1999/2009):preço em dezembro do ano anterior igual a 100PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2011: (R$/caixa, no atacado paulista)

R$ 32,00

R$ 30,00

R$ 34,00

R$ 36,00

R$ 38,00

R$ 40,00

R$ 42,00

R$ 44,00

R$ 46,00 88,2

4% 108,

23%

112,

91%

101,

89%

103,

18%

110,

65%

106,

81%

105,

62%

96,0

7%

95,5

3%

99,1

7%

111,

87%

Page 74: Revista do AviSite - Ed.47

Estatísticas e Preços

Matérias-PrimasAumento do milho aproxima cotações de recorde histórico

Farelo de soja retrocedeu em fevereiro

Fonte das informações: www.jox.com.br

O farelo de soja (FOB, interior de SP) foi comercializado em fevereiro de 2011 ao preço médio de R$719,00/to-

nelada, valor 5,77% menor que o de janeiro de 2011 – R$763/t. Porém, na comparação com fevereiro de 2010 – quando o preço médio era de R$658/t – a cotação atual registra aumento de 9,27%.

Apesar do retrocesso pontual nas cotações do farelo em fevereiro, os gráficos abaixo mostram o quanto os insumos tem pressionado a produção avícola nos últimos meses

Valores de troca – Farelo/Frango vivoA queda no preço do farelo de soja e a valorização do

preço do frango vivo no mês de fevereiro acarretaram au-mento no poder de compra do avicultor. Neste mês foram necessários 357,7 kg de frango vivo para adquirir uma tone-lada do insumo, significando melhoria de 8,83% no poder de compra em relação à janeiro de 2011, quando foram ne-cessários 389,3 kg de frango vivo para obter uma tonelada do produto.

Valores de troca – Farelo/OvoDe acordo com os preços médios dos produtos, em feve-

reiro de 2011 foram necessárias aproximadamente 19 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao farelo aumentou na comparação com janeiro de 2010: melhora de 31,14%, uma vez que em janeiro último 25 caixas de ovos adquiriram uma tonelada de farelo. Em relação a fevereiro de 2010, a melhora no poder de compra é de 6,32%, pois naquele período uma tonelada de farelo de soja custava, em média, 20,2 caixas de ovos.

O milho continua sendo a grande preocupação da avi-cultura neste começo de ano. O preço médio do insu-

mo, saca de 60 kg, interior de SP, fechou fevereiro de 2011 a R$32,14 – valor 5,38% maior que a média de R$30,50 obtida pelo produto em janeiro. O valor atual é aproxima-damente 77% maior que o de um ano atrás, já que a média de fevereiro de 2010 foi de R$18,14/saca. O preço atual é o terceiro maior dos últimos cinco anos: apenas em novem-bro e dezembro de 2007 registraram-se valores maiores – R$32,23 e R$32,76, respectivamente.

Valores de troca – Milho/Frango vivoO frango vivo (interior de SP) fechou fevereiro a R$2,01/

kg - média 2,55% maior que a de janeiro de 2011. Porém a valorização não foi suficiente para impedir a queda no po-der de compra do avicultor: foram necessários 266,5 kg de frango vivo para se obter uma tonelada do insumo, consi-derando-se a média mensal de ambos os produtos em feve-reiro. Este valor representa diminuição no poder de compra de 2,68% em relação ao mês anterior, pois em janeiro a tonelada do milho “custou” 259,4 kg de frango vivo.

Valores de troca – Milho/OvoO preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com

30 dúzias), encerrou fevereiro cotado à média de R$37,79, aumento de 23,5% sobre o mês anterior. Essa valorização resultou em aumento no poder de compra: em fevereiro foram necessárias 14,2 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do produto. Em janeiro foram necessárias 16,6 caixas/t, uma melhora de 17,2% na capacidade de compra do produtor.

74 Produção Animal | Avicultura

Page 75: Revista do AviSite - Ed.47

Produção Animal | Avicultura 75

Page 76: Revista do AviSite - Ed.47

76 Produção Animal | Avicultura

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Page 77: Revista do AviSite - Ed.47

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Produção Animal | Avicultura 77

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Page 78: Revista do AviSite - Ed.47

78 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final

78 Produção Animal | Avicultura

O pão nosso de cada dia: Ambiência e bem-estar animal

José Antonio Delfino Barbosa Filho

é professor do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal do Ceará (UFC)

Já não é tão incomum nos depararmos com assuntos relacionados às questões do bem-estar e da ambiência animal, o

que é muito positivo, principalmente para um setor tão tecnificado como o avícola. De maneira mais tímida, começa a se tornar co-nhecido também o que chamamos no meio acadêmico de “Zootecnia de Precisão”, termo mais recente e que diz respeito aos avanços tecnológicos aplicados à ciência animal, vi-sando à otimização e redução das perdas nos processos produtivos. Embora estes temas mencionados, de certa forma, já façam parte do cotidiano dos produtores e processadores da carne de frango, observa-se que ainda existe uma lacuna entre o que é realmente realizado e o que se recomenda ou é pesqui-sado.

Podemos dizer, sem sombra de dúvida, o quanto avançamos nos estudos da ambiência avícola. As pesquisas na área de conforto tér-mico, tanto para corte como para postura ti-veram um crescimento acentuado nos últi-mos anos, e não só nisso, mas também na parte da ambiência que trata das instalações, da qualidade do ar, da poluição sonora nos galpões e ainda a relacionada aos programas de luz. Hoje é real a preocupação existente com as condições ambientais no interior dos galpões de criação de frangos, bem como a consciência, por parte dos produtores, dos prejuízos que o estresse térmico pode trazer. Estes já realizam um monitoramento am-biental interno mínimo, principalmente da temperatura e umidade relativa do ar no in-terior de suas instalações. Isso é um reflexo dos resultados positivos que o setor de pes-quisa voltado para essa importante área vem conseguindo.

Estudos vêm mostrando também que, atualmente, a questão ambiental vai além da simples medição interna da temperatura no galpão. Com vistas às mudanças climáticas e a instabilidade do tempo tem-se uma preocu-pação maior, que é a relacionada ao ambien-te externo da instalação. Assim, além do mo-nitoramento interno será necessário também um acompanhamento e a previsão das con-dições climáticas da região onde está situada a instalação, para antecipar eventos que pos-sam vir a ocorrer e causar prejuízos à produ-ção.

O setor de processamento da carne tam-bém apresentou muitos avanços nos últimos anos. No entanto, ainda existem algumas la-cunas que o setor de pesquisa nessa área ten-

ta preencher. Processos até então difíceis de serem estudados e acompanhados têm avan-çado muito ultimamente, como, por exem-plo, as pesquisas voltadas para o pré-abate de frangos de corte. Sabe-se que nessa etapa existem grandes perdas e que há uma discre-pância entre o que realmente é feito pelas empresas e o que é conhecido. Um grande progresso é que existem equipes bem qualifi-cadas promovendo treinamentos e capacita-ção de profissionais e técnicos neste segui-mento.

Quanto à questão do bem-estar animal, o que mais se vê são os assuntos que dizem res-peito à mudança no sistema de criação de aves poedeiras. Mas em outros aspectos as questões relativas ao bem-estar animal ainda permanecem desconhecidas por grande par-te do produtores e pela maioria dos consumi-dores. Hoje há uma intensificação dos estu-dos voltados para o bem-estar dos animais e uma grande preocupação em fazer com que os resultados obtidos possam atingir produ-tores e consumidores. Estes estudos também visam a atender uma demanda do mercado importador da nossa carne de frango, haja visto que esse assunto figura vez ou outra como potencial barreira técnica às nossas ex-portações.

Partindo para o lado da tecnologia de ponta na pesquisa animal, tem-se a zootec-nia de precisão, onde são aplicados conceitos e técnicas inovadoras, bem como aparelha-gem moderna no intuito de aumentar a qua-lidade da produção e reduzir as perdas nas diversas etapas do processo produtivo. As-sim, há estudos voltados para a vocalização dos animais, utilização de câmeras termo-gráficas para avaliação e diagnóstico de es-tresse térmico, análise de comportamentos por imagens (Big Brother Animal), implanta-ção de sensores nos animais para aciona-mento de equipamentos e etc...

As pesquisas nas áreas de ambiência e bem-estar animal para a avicultura estão a todo vapor e em franca expansão. Acredito que já atingiram o mesmo nível de impor-tância de áreas chaves para o setor, como a genética, a nutrição e a sanidade. Observa-se ainda que a pesquisa nesta área já abrange também a região Nordeste do país, polo fun-damental de expansão do setor avícola. Esse crescimento é muito benéfico e vital para um país como o Brasil, que possui uma grande variabilidade climática e é o maior exporta-dor de carne de frango do mundo.

Page 79: Revista do AviSite - Ed.47

Produção Animal | Avicultura 79

Page 80: Revista do AviSite - Ed.47

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