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Revista do Beco #04

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- Big Bands - Bonde do Role - Mario Wagner - Severo em Marcha - Jens Lekman

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R. Dona Laura, 78 - 90430-090 - Rio Branco - Porto Alegre - RS - BR +55 51 3391-0080

Custom Shop: R. Harmonia, 452 - 05435-000 - Vila Madalena - São Paulo - SP - BR +55 11 3032-1838

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Nesse mês editei a revista direto da Europa. Très chic, não? Isso significa que tem novidades quenti-nhas direto do velho mundo, com direito a cober-tura de shows do palco indie do Festival Optimus Alive em Lisboa e matéria sobre big bands, que inclui a entrevista que fiz com Kassin e Rodrigo Amarante antes do show da Orquestra Imperial na Casa da Música, em Portugal. Michele Fatturi, conta como foi seu dia de “babá”do indie sueco Jens Lekman em sua passa-gem por Porto Alegre, Sara Cadore Luz fala com a galera da Severo em Marcha e o fotógrafo Dudu Carneiro, de novo, dá uma de voyeur com os be-cólatras, dessa vez registrando a festa que rola na passagem entre os Becos – o Cabaret e o Porão. Ah, e também tem novidades incríveis para os Beco lovers: não satisfeito com dois Becos, o Vitor criou um terceiro – o Boteco do Beco. Sim, ele quer dominar o mundo, você não tinha entendido isso ainda? Ótimo!Quem sai ganhando é a gente. Carol Teixeira, editora

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04_editorial06_quem faz?10_mario wagner14_os becólatras22_meu beco24_severo em marcha28_bonde do rolê34_big bands40_jens lekman44_fotos50_la vie bohème52_coluna do fredi54_coluna do machuca56_coluna do schutz58_shots60_agenda62_finalera

Sugestões, Contato, [email protected]

índice quem faz?

Carol Teixeira e

Revista do Beco é um projeto desenvolvido por:

o poderoso chefão__Vitor Lucas

editora__Carol Teixeira

diretor de arte__Rafa Rocha

designer__Douglas Gomes

assistente de criação__Cristiano Teixeira

colunistas__Rafael Schutz_Gabriel Machuca_Fredi “Chernobyl” Endres_Iuri Freiberger

comercial__Silvana [email protected]

colaboradores_Michele Fatturi_Henry Lichtmann_Sara Cadore Luz_Diego Grando_Camila Mazzini_Carol Bittencourt

foto de Capa__Dudu Carneiro

foto de ContraCapa__Felipe Neves

Beco 203_www.beco203.com.brPorão do Beco_ Av. Independência 936Cabaret do Beco_ Av. Independência 590Boteco do Beco_ Rua Dona Laura 78

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_Spirito Santo 24 de Outubro, 513

_Sexton Barão de Sto Ângelo, 152

_Rouparia Fernandes Vieira, 656

_Puc Famecos, Caap

_Pó de Estrela Alberto Torres, 228

_Ossip República, 677

_Hangar Padre Chagas, 276

_Diadora Padre Chagas, 306

_Convexo Shopping Iguatemi

_Colcci Shopping Praia de Belas

_Colcci Shopping Iguatemi

_Azul Cobalto Lima e Silva, 744

_ESPM Bar Prédio 2

pontos de distribuição_

_Stb Quintino Bocaiúva, 267

_Ufrgs Fabico

_Vulgo Padre Chagas, 318

_Beatnik 24 de Outubro, 435/ loja 21

_W House Santo Inácio, 164

_A Looka João Telles, 541

_Bola Tattoo Studio Dr. Flores 227/sala 01

_Cabaret do Beco Av. Independência, 590

_Porão do Beco Av. Independência, 936

_Bar Muffuleta Rua da República, 657

_Boteco do Beco Dona Laura, 78

_King 55 Dona Laura, 78

_Mercatto D’Arte Rua João Alfredo, 399

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er mariowagnera pop art,e a bomba atômica

mario-wagner.org

tate.org.uk/magazine/is-sue4/popdaddy.htm

artcyclopedia.com/artists/rauschenberg_robert.html

kurt-schwitters.org

notwist.com

O que têm em comum a revista Playboy alemã, a IDN Mag de Hong Kong, a Juxtapoz Mag de L.A., a ROJO de Barcelona e a Revista do Beco? Ok, todas são lindos e ricos projetos editoriais, que privilegiam a arte e estão na vanguarda do conteúdo em diferentes cantos do mundo. Outro ponto que os une é a presença do ilustrador Mario Wagner em suas páginas. Um dos artistas mais talen-tosos e criativos de sua geração vem de Cologne, na Alemanha, onde tiveram origem suas imagens que mis-turam a cultura pop com as angústias da vida moderna e incríveis doses de surrealismo.

Wagner se formou como ilustrador em 2002. “No mesmo ano havia descoberto a colagem. Eu sempre amei o expressionismo abstrato de Robert Rauschenberg, a precursora pop art de Richard Hamilton e o contraste das composições de Kurt Schwitterse. Tudo isso me inspirou e senti que era o momento para começar algo novo. Foi uma das escol-has mais acertadas da minha vida”, lembra o artista. Na época, o diretor de arte de uma famosa revista experimental alemã sobre música se encantou com seu trabalho e abriu espaço para uma ilustra de Wagner na capa de sua próxima edição. Foi um grande sucesso. De-pois disso, bandas como a NotWist também caíram de amores pelo trabalho do cara, que adorou a experiência com encartes de discos. Com a exposição, novos clientes

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Texto_ Sara Cadore Luz

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vida real, a partir de fotografias das décadas 50, 60, e 70, gerando uma fácil identificação. “São fotos de quando nossos pais eram jovens ou da nossa própria infância”, explica ele, que é do ano de 1974. Seu obje-tivo é contar uma nova fábula com elementos destas memórias e sentimentos.

As peças extremamente humanas do universo artístico de Wagner parecem confirmar que a ansiedade é uma sensação atemporal e que a inse-gurança provocada pelos improváveis contrastes de seus filmes em pausa reflete uma narrativa muito familiar a todos nós. neubauten.org

foram surgindo: Adidas, Mazda e Sony são algumas das marcas já estampadas pelas colagens do alemão. Seu trabalho não demorou em invadir grandes galerias pelo mundo, como a Cerasoli Gallery em Los Angeles. “As pessoas amaram” comemora Wagner. “Os temas fluem. Começo com uma foto e trabalho paralelamente com outras expressões, que conectadas pelo estilo, formam uma história. Todos os símbolos finalmente fazem sentido juntos. Em geral eles têm um sentimento típico, claustrofóbico, as-

sustador, como se a qualquer momento uma bomba atômica fosse explodir”, en-trega o artista.

Referências industriais, imagens de guerra e até mesmo bolos fofinhos são visitados por cores chocantes, montando as intrig-antes cenas de Wagner. “Se suas figuras fossem uma música, diria que era uma mistura de Kraftwerk com olhos de Bowie”, comentei com o artista. “Kraftwerk e David Bowie? A mistura parece boa, mas eu prefiro a combinação de Einstuerzende Neu-bauten e The Cure”, responde o alemão, defendendo que seu trabalho sempre trará aspectos tristes, solitários e fortes, colori-dos, com muito mistura. Um recorte da

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O fotógrafo Dudu Carneiro registra a festa que rola entre os Becos en

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Nome_ Aline Fenker

O Que Faz_ estudante de moda e estágio em pesquisa de moda

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Nome_ Joe Nicolai de Amorim

O Que Faz? Produção e Fotogra-fia e Geriatra nas horas vagas.

Por Que Só o BECO Salva? Por que só as peruas fazem o baile.

Nome_ Anderson Meinen

O Que Faz_ Estudante de cinema e cosmonauta nas horas vagas

Por Que Só o BECO Salva? Porque o babado é cééérrtoo

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Nome_ Vanessa Samurio

O Que Faz_ Estu-dante de Design

Por Que Só o BECO Salva? Porque é onde o diferente se torna comum.

Nome_ Leonardo Santos da Silva

O Que Faz_ Educa-ção fisica na PUC

Por Que Só o BECO Salva? Por que eu sempre me esqueço o que aconteceu na noite anterior de tanto beber.Nem me lembro de concordar com um ensaio fotografico.

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Nome_ Carolina Carraro

O Que Faz_ Sou odontopediatra

Por Que Só o BECO Salva? Porque só lá a gente pode ficar tooooda trabalhada e não dá nada!

Nome_ Graciele Galera

O Que Faz_ Jornalista

Por Que Só o BECO Salva? o beco salva porque é o santoooo beco que tem be-bida barata e galera descolada.

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Nome_ Waleska Cardoso

O Que Faz_ Desenho roupas

Por Que Só o BECO Salva? Vá ao beco e descubra...Não irá se arrepender.

Fotos_ Dudu CarneiroDir. de Arte_ Rafa Rocha

Produção de Moda_ Mely Paredes

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Foto_ Felipe Neves

Texto_ Carol Teixeira

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No universo infantil e lúdico da Gica, os limites não existem: a loja é a casa, a casa é a loja, e os objetos importantes para ela têm tanto valor quanto pessoas e tatuagens. Rótulos e fronteiras não fazem parte do Mundo Mágico da Gica Beatnik. Estar ali e conversar com ela é como fazer parte uma fábula, como se o mundo real e todas suas chatices, para ela não existisse. Aqui, ela fala um pouco sobre suas paixões.

O Joaquim é a coisa mais importate da minha vida, eu sempre quis ser mãe. Ele é o mais parceiro, vai para todos lugares comigo.

A loja (Beatnik) é minha casa há dez anos, tudo que acontece comigo reflete nela. Tanto que ela sofreu uma transformação depois que eu fui mãe. Nunca fui muito de chocolate, mas quando estava grávida comecei a comer muito chocolate, por isso fiz essa reforma aqui inspirada no filme A Fantástica Fábrica de Chocolate.

Coleciono muito brinquedos antigos, tipo o Genius que foi muito importante na minha vida. Era um brinquedo que eu queria muito na infância e não tinha – e eu comento isso com todo mundo.Comentei com uma amiga, a Maria Júlia, numa noite, e no dia seguinte ela veio aqui e me trouxe o Genius na caixa. Eu fiquei realizada!

As tattoos são itens muito importantes na minha vida. Eu falava sem-pre para o meu pai que eu amava ele, até que um dia ele se acostumou, porque o “te amo” fica muito banal, a gente usa demais essa frase. Daí em um dia dos pais eu eternizei esse “te amo, pai” no peito.

A Melissa do mágico de OZ. Minha última compra, estou alucinada por ela.

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Texto_ Sara Cadore LuzFotos_ Ricardo Lage

Era uma noite fria de segunda-feira quando, em mar-cha, os severos adentraram pela Lancheria do Parque. Rica Sabadini, Gustavo Chaise (vocais & guitarras), Reinaldo Migliavacca (bateria) e Edu Meirelles(baixo) estavam acompanha-dos pela fiel escudeira e produtora Cida Pimentel. Não falta quem bote fé na Severo em Mar-cha: o disco O tempo é quando eu quero ganhou a produção de 10 das melhores cabeças musicais da cena gaúcha – Ray-Z, Leonardo Brunelli e Vini Tonello, Luciano Leães e Luciano Albo, Duca Leindeker, Ale-xandre Birck, Paulo Arcari, Lucio Dorfman e Iuri Freiberger. Overdose de bons padri-nhos. Confira o nosso papo, que rolou sob a benção de muitas cervejas.

Queremos saber sobre o CD O tempo é quando eu quero...Rica: Estamos trabalhando com força na divulgação dele. O disco foi gravado com tecnologia SMD, a parte cromada dele é menor, causa menos impacto ambiental e sai mais barato: R$ 6, mas com qualidade

top. A grande sacada dele é a produção: cada faixa foi entregue para 10 produtores diferentes, que empres-taram seu talento e o deixaram com uma unidade sem precedentes. A masterização foi incrível: foram válvulas e raios até o negócio explodir. A união das faixas nos parece como um livro de contos.Meirelles: Eles só melhoraram, tanto tecnicamente como musicalmente. O Duca Leindecker, por exemplo, colocou mais uma guitarra e não foi nada que a gente não tenha curtido.Rica: Claro que eles não iam decapitar música nenhu-ma. Rolou uma troca muito legal, cheia de diálogo.

Quem compõe e o que inspira vocês?Rica: A maioria é do Edu ou minha. Mas estão todos contribuindo, temos várias músicas na manga pra gra-var um segundo disco. Nossa referência é o cotidiano, as coisas que curtimos. O Gustavo e o Iuri, ex baixista da banda, fizeram uma grande homenagem ao Richard Gere, lembrando do filme Gigolô Americano. Cida Pimentel intervém: Sabia que ele morou aqui nos anos 80 e a cabeça dele é desproporcional? Ele tem um

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em marcha

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cabeção de cearense. Morou na Casa dos Artistas (saudoso reduto roqueiro de Porto Alegre).

Vocês foram elogiados pelo Lúcio Ribeiro. Como receberam essa crítica tão massa?Meirelles: Ficamos surpresos. Nosso ma-terial chegou nele não sei como e foi uma surpresa ouvir que somos bons, dito por quem todos querem escutar.Rica: Tem várias surpresas. Esse é o lance da internet, temos uma comunidade forte que acredita na gente e se empenha. Tipo, 80% das pessoas que acessam nosso Myspace estão em São Paulo, Rio, Goiânia, Cuiabá, Massachussetts... No mundo!

E a cena local? O que aconteceu? Vocês são remanescentes... Há 5 anos se re-velava uma banda por semana...Chaise: A coisa está defasada. Eu vim de Passo Fundo, assim como a maioria de nós (o Meirelles é de Porto Alegre), com a esperança de que aqui o rock acontecia de fato. Agora vemos essa decadência. Te-mos que dar a volta por cima. Têm várias bandas boas e a galera continua querendo escutar rock em Porto Alegre.Rica: Somos insistentes, por isso o nome da banda, Severo em Marcha. Passamos por momentos difíceis... Mas encontramos nosso som. Agora, retroceder jamais! Tudo que aparecer é combustível, até quem vem contra, a gente come, a gente queima e segue em frente.

Dá pra viver da música?Meirelles: A música tem vários mercados:

banda, jingles, estúdio, produção... Vai da capaci-dade de assimilar e querer trabalhar, saber usar as ferramentas disponíveis, ser criativo e ter muita vontade. Rica: Com a Severo, ainda conseguimos o melhor, que é manter o lance autoral. Exploramos muito os

shows e curtimos tocar ao vivo. A grana vem do show, onde acabamos vendendo discos. Com a maioria é assim, até os grandes faturam mais com o show. As gravadoras são foda. As bandas têm que se empresariar. Somos como uma micro empresa. Cida Pimentel coloca a colher: Tem que se vender para se manter. Estamos fazendo um lance muito legal em parceria com o Schutz, DJ do Beco: disponibilizamos uma música pra ele mixar e transformar pras pistas. Queremos que as pes-soas dancem Severo em Marcha! A pista de dança é muito importante: as pessoas têm que dançar, flertar e fazer amor.

Como foi a produção do primeiro clip: Bad Love?Rica: Teve a direção do Juan Zapata. Foi uma viagem, mon-tamos os equipamentos em plena Rua da Praia, desde 8h da manhã, apavorando o Centro. O Juan com duas câmeras fez chover entre a Esquina Democrática e a Uruguai. Sua linguagem é de documentário e ele foi brilhante ao adaptar isso para um clip de rock. Adoramos os resultados. Estamos abrindo caminhos pra rolar na MTV e no Multishow.

Tudo está acontecendo...Rica: A Severo não para, mas não acelera o processo. Es-colhemos um cara que não era do vídeoclip, e fizemos um. Temos um disco com 10 produtores, que é uma ótima pro-dução fonográfica, tem uma puta unidade e não é um Frank Stein. Todo o nosso trabalho vem acompanhado de pessoas antenadas, que olham pra frente e pro mundo. Temos uma relação super boa e cada um consegue deixar transparecer sua personalidade. Funcionamos bem, temos um casamento sem sexo.

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Parte 1 – São Paulo

DENTROBONDE

Um flat em São Paulo. O relógio marca 21:15. “Pirocaaaaaaaa!!!!”é o grito altíssimo que sai do quarto e ecoa pelo prédio. Não, não é o que você está pensando. É apenas Ana Bernardino, uma das vocalistas do Bonde, tentando acertar o tom. Pedro diz para ela: “Mais alto, Bernar-dino, tem que sentir mais.”. E ela repete, “Pirocaaaaaa!!!”. E assim a coisa continua até altas horas da noite com a super compreensão do pessoal do flat.Esqueça as gravações sérias em estúdios mega equipados. Esqueça músicos concentrados e estressados. Esqueça tudo o que você ouviu falar sobre gravações de discos e talvez você esteja preparado para o Metódo de Criação Bonde do Rolê.Essa era a primeira sessão de gravação do novo disco do Bonde. Com sucesso internacional, e dois discos bombados, citações no NY Times e Rolling Stone americana, eles estavam ali,

DOConheça os bastidores da gravação do novo disco do

Bonde do Rolê. Entre panquecas, chocolates, escândalos

em flats e papos sobre videntes, eles mostram que o non-

sense deles faz todo o sentido.

Texto_ Carol TeixeiraFotos_ Divulgação

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“O relógio marca 21:15. “Pirocaaaaaaaa!!!!”é o grito

altíssimo que sai do quarto e ecoa pelo prédio. Não, não é o que você está pensando. É

apenas Ana Bernardino, uma das vocalistas do Bonde,tentando acertar o tom.”

ca “É o Melô do Van Helsen”. Mais risadas.Fredi diz: vamos focar no projeto principal por favor? Eles focam. Mas só por pouco tempo, claro. A gra-vação toda é nesse clima de brincadeira e descontra-ção (e “desconcentração”). De repente Gorky diz: “A Pepa vai aparecer na MTV daqui a pouco”. A Pepa, no caso, é o Péricles, ou melhor, o Bo$$ in Drama, super amigo de todos da banda. Paramos tudo para ver a Pepa no programa da Mari Moon. Eles tentam ligar para MTV para fa-zer uma pergunta sacaneando ele, mas não rola. No dia seguinte, Péricles vai lá e, entre risadas e papos engraçadíssimos (ele e o Gorky juntos são im-possíveis), acaba entrando nas gravações. Botam ele para gravar uma vinheta (que eles ainda não sabem se vai entrar no disco) com vocal estilo Britney em cima de um instrumental do Boys Noize. Aliás, essa base do Boys Noize foi encomendada pela própria Britney Spears, mas o produtor dela rejeitou e aca-bou indo para o Bonde do Rolê.

começando o novo álbum que está sendo aguardado com grandes expectativas, já que é o primeiro sem Marina, o primeiro com as novas vocalistas, Laura e Ana, que foram escolhidas num programa da MTV. A produção das músicas ficaria a cargo do João Brasil, Edu K, do próprio Gorky, DJ da banda, e outras com a produção do parceiro de outros lançamentos,o Fredi Chernobyl Endres, meu marido. Logo, mesmo que eu não quisesse, acabaria presenciando as gravações caseiras da turma. Mas eu queria. Como eu podia deixar de me infiltrar ali e contra tudo aqui para vocês?No dia seguinte, computador montado na mesa da salinha do flat de novo, Ana e Pedro tentam escrever a letra de algo que eles chamam provisoriamente de “Pagofunk”. A discussão dos dois era sobre o início da música que começava com a singela frase “Sim, uma pagodeiro me estuprou, me virou do avesso…”. No fim o “estuprou” acabou sendo substituído por um “arrombou”, que de acordo com todos, era mais light. Enquanto Laura gravava a voz de uma música, Gorky e Ana pediram para ir ao quarto trabalhar um pouco em um novo projeto, um disco infantil (?). Ok. De re-pente começa se ouvir vindo de lá uma canção estra-nha sobre um meninho vindo da Pensilvânia. Diante das risadas incontroláveis de todos, e consequente interrupção da gravação da voz da Laura, Gorky expli-

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Parte 2 – Porto Alegre

“As misturas estão ainda mais ousadas que nos primei-ros discos, a impressão que dá é que eles perderam mais ainda a noção de limite – o que, para o Bonde do Role, é o maior dos elogios, claro.”

Social (restaurante preferido do Gorky). E um cho-colate Lacta Cookies incrível que foi completamente devorado ao longo do dia. Comida, como se pode ver, é parte essencial das gravações do Bonde. Gorky faz as gravações de slide guitar com um isquei-ro vagabundo. Fredi grava uns vocais de dancehall imitando Shabba Ranks.Pedro, melhor da gripe, pinga um Sorinan no nariz e refaz alguns vocais de letras que haviam sido alteradas. Tudo isso, claro, al-ternado com leituras de revistas, entradas no twitter e muita besteira.De noite fomos comer sushi. Gorky começa a falar sobre a vidente do Pedro em Curitiba, que é incrível.Gorky : Sério, ela incrível, tipo vale a pena pagar um voo para Curitiba só para se consultar com ela.Pedro: É absurdo mesmo. Um dia ela disse que ia surgir um bebê na minha família. A minha mãe ficou me enchendo o saco vários meses, achando que eu ia engravidar minha namorada que morava na Sué-cia. Até que minha prima apareceu grávida.Gorky : E ela falou das novas vocalistas também, an-tes do concurso na MTV…Pedro: Ela disse que seriam duas vocalistas, uma bem diferente da outra.Eu: Então vocês escolheram duas vocalistas por cau-sa da vidente?Pedro: Sim, claro.

A noite acabou no Cabaret do Beco, Gorky tocando na festa Maximize. No dia seguinte os arquivos foram zipados e enviados a, nada mais nada menos que a mega gravadora inglesa Domino Records (a mesma de Franz Ferdinand e Arctic Monkeys). E os sérios executivos da major mal imaginam o contexto em que tudo aquilo foi feito…

Aqui em casa. As meninas ficaram em SP, mas Pe-dro e Gorky vem para Porto Alegre para gravar com Fredi o que faltou. Chegam no iníco da tarde com panquecas do Zaffari e sentam para almoçar. Depois Pedro, mega gripado, deita no sofá e dorme. Fredi e Gorky ficam trabalhando nas músicas, gravam o baixo do funk hindu “Aqui se come a kilo”. Na verdade não sei se o nome vai ser esse, nem eles sabem. Como as faixas ainda não tem título definido, para se referir a elas eles inventam codinomes. Uma é a “Cash”, porque é uma louca espécie de spaghetti western com batidão, a outra é “Fredi tropical”, por-que é uma base tropical do Fredi, a outra é “Who na truqueragem”, outra “Hard rock 01”, e assim vai. As misturas estão ainda mais ousadas que nos primei-ros discos, a impressão que dá é que eles perderam mais ainda a noção de limite – o que, para o Bonde do Rolê, é o maior dos elogios, claro. No dia seguinte, Gorky chega com o que sobrou da janta do dia anterior, um filé gigante do Tudo Pelo

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“Na wikipédia: Big Band é uma expressão da língua inglesa que indica um grande grupo instrumental associado ao jazz. Esse tipo de formação foi muito popular dos anos 20 aos anos 50, período conhe-cido como a Era do Swing. Uma Big Band consiste, basicamente, de 12 a 25 músi-cos e contém saxofones, trompetes, trom-bones, guitarra, bateria, baixo, piano, podendo ainda admitir outros instrumen-tos que variam de uma banda a outra.O jazz tocado pelas Big Bands possui, geral-mente, arranjos mais elaborados, muito fre-quentemente sendo previamente prepara-dos e escritos em par-tituras. Ali, os solos e improvisações são ex-ecutados nos momen-tos determinados no arranjo.”

ESQUEÇA essa definição tradicional de big band. As big bands de hoje, além de não terem uma necessária relação com o jazz, tem muito mais a ver com anarquia do que com organização. E rece-bem o título muito mais pelo número de pessoas no palco do que por alguma outra característica em comum. Mas por que fazer uma banda com tantos integrantes? Não seria multiplicar os possíveis proble-mas? Não rola situação e oposição, turma do fundão, autoritarismo criativo? Kassin e Amarante, da big band Orquestra Imperial, dizem que rola o contrário: é tanta gente que nem dá para brigar, a coisa fica dis-persa e mais leve. Mas rolam outras ques-tões que, dependendo da banda, podem ser facilmente contornadas. Por exemplo, antes de eu falar com os dois (antes do show na Casa da Música, em Porto, Portugal), Amarante apareceu em cima da

hora, um pouco preocupado, pois tinha recém chegado de Nova York e não tinha conseguido ensaiar. Rapidamente ele, Kassin e mais uns dois integrantes se juntaram em volta do piano que havia no saguão do lugar e deram uma rápida passada em duas músicas (ler entrevis-ta completa de Amarante e Kassin nas páginas seguintes).Felipe Neves, da novíssima banda gaúcha Hotel Santa Clara, diz que o maior problema é conseguir conciliar os compromissos pessoais de cada um com os shows, turnês, gravações e ensaios. “Por outro lado, essa mesma vida pessoal que nos afasta um pouco da vida como ban-da, se torna uma grande aliada pelo número de conexões que conse-guimos estabelecer com os mais variados tipos de públicos. Cada um de nós possui uma rede de relacionamentos própria e leva a banda consigo para este meio”. Hotel Santa Clara começou com o objetivo de ser uma banda de tweepop, algo que soasse “melancolicamente

Texto_ Carol Teixeira

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alegre”, e a coisa acabou tomando esse rumo em razão de algumas referências que eles tinham, como I’m From Barcelona e Belle & Sebastian. Car-linhos Carneiro, vocal da Bidê ou Balde e idealizador da big band Império da Lã, explica que não segue exatamente o conceito de big band. “A idéia do Império da Lã na verdade não é essencialmente a de ter uma banda com muitos integrantes mas sim a de ser uma banda sem formação nem repertório fixos, onde a formação se adequaria a cada show e repertório específico com músicos que tenham a ver com ele, indo-se atrás de todos instrumentos e músicos necessários, de preferência entre amigos e comparsas de churrasco”.A Orquestra Imperial surgiu por acaso. Kassin conta: “Eu e o Berna tínhamos uma noite de im-provisação de música eletrônica que estava super bombada. Daí nos convidaram para fazer uma festa semanal no Ballroom, que era para quase mil pessoas. Dei a ideia de juntar uns amigos e fazer uma orquestra de gafieira. O cara achou meio estranho,´pô, uma festa de gafieira, nada a ver…´,

e não deu nem sim nem não. A princípio seriam qua-tro segundas-feiras. Daí numa quinta ele me ligou e disse: marquei a parada, começa segunda, qual é o nome da sua orquestra? Ele achou que já estava ro-lando a orquestra e que eu queria encaixar ela numa festa (risos). Daí eu olhei para o Berna e disse: qual vai ser o nome da orquestra? E ele disse: Orquestra Imperial. Desliguei o fone e comecei a ligar para todo mundo. Daí rolou uns dois ensaios. E é tudo uma bagunça até hoje, porque nunca foi planejada como uma orquestra.” Amarante completa: “Eles botaram o nome mais sério possível para contrastar com a piada. Tipo a gente faz coisas loucas como tocar música do Yes versão samba. E na verdade é um nome engraçado, porque não tem nada de imperial e não tem nada de orquestra (risos)”.Esse clima de bagunça parece imperar nas big bands atuais com uma grande exceção: Móveis Coloniais de Acaju, talvez seja a mais séria das big bands. Se auto-intitulam uma banda empresa, que organiza o próprio festival, produz e vende seus produtos (camisetas, etc) e organiza as próprias tur-nês, além de os músicos terem a atividade na banda como função principal – diferente dos integrantes da Orquestra Imperial, Império da Lã e Hotel Santa Cla-ra, por exemplo, que têm todos trabalhos paralelos que geralmente são considerados os principais.“Hotel”, “móveis”, “império”, “colonial”, “imperial”…porque esse tipo de palavra combina com big band? “O principal motivo é que todos estes termos trazem na sua essência a conotação de coletividade”, diz Felipe Neves. “No nosso caso, a ideia era realmente que a banda tivesse o mesmo funcionamento de um Hotel. Queríamos receber novos hóspedes o tempo todo. Acontece que os hóspedes foram ficando, fi-cando e tivemos que suspender as reservas”

“É o nome mais sério possível para contrastar com a piada. Tipo a gente faz coisas loucas

como tocar música do Yes versão samba. E na verdade é um

nome engraçado, porque não tem nada de imperial e não tem

nada de orquestra (risos)”Rodrigo Amarante

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Quais as vantagens e desvantagens de se ter uma big band?Kassin: Mais do que ser big band o que eu mais gosto da Orquestra é ela ser um baile. Aqui hoje (Portugal) não vai rolar essa parada, mas geral-mente rola por umas três horas e isso é o que mais me diverte. É diferente de uma banda, uma banda você sabe o que vai acontecer do início ao fim, mas com a gente não. Geralmente são umas três horas de orquestra. Hoje é festival então restringe um pouco. Outra coisa que é boa é que como estão todos teus amigos, tem muita piada interna, fica uma festa.

Vocês ensaiam muito?Amarante: Olha, não. Eu deveria dizer que sim, mas a verdade é que não. No caso desse show, eu vim de Nova York, não ensaiei nada. Muita gente, todo mundo fazendo outras coisas também, às vezes não rola ensaio, mas como os músicos são excelentes, o pessoal já sabe, entende, improvisa e vai.

Como rola a coesão no processo criativo? Kassin: Aí vira mais democrático, tipo o disco é todo autoral. Nessa hora fica todo mundo con-centrado, vota. Têm vários compositores e alguns cantores, então a galera que compõe mostra suas coisas, os cantores dizem “pô gostei dessa”, e a coisa vai andando.Amarante: Essa banda começou meio na brinca-deira, né? Era para ser uma banda de baile, não era para ter um disco. Mas depois começou a ter um público e como tem um monte de compositor

na banda, a gente resolveu, vamos fazer um disco,

ENTREVISTA

& KASSINAMARANTE

Texto_ Carol TeixeiraFotos_ Carol Bittencourt

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tem vários compositores, cada um faz uma música e a gente tem um disco. Aí sim a

gente se juntou e ensaiou muito para fazer um disco ao vivo, como se fazia nos anos 50. Tudo ao vivo, inclusive voz. Um, dois,

três quarto, vai. Aí sim ensaio para caramba. Porque a gente está junto há oito anos então

já sabe qual é.

Rola muita briga?Amarante: Não, pelo contrário. Tem tanta

gente que nem dá. Todo mundo se gosta muito. E tem tanta gente que a gente viaja e quase nem ganha grana, tipo é comunismo, todo mundo ganha igual, quem produz quem

toca, quem canta…Kassin: É tanta gente que nem começa a bri-gar. Com três dá para brigar, mas com vinte?

Se cada um acha uma parada e resolve dis-cutir, a coisa foge do controle.Mas tem orga-nização de setores, tipo a parte da harmonia,

o pessoal de cordas, piano. Mas tem muita troca de ideia, não tem um maestro.

Tem banco reserva sempre disponível? Kassin: Nunca está todo mundo, mas nunca

tem time reserva. Aí vem os setores. Por exemplo, temos três guitarristas, se dois não vierem tem pelo menos uma guitarra. O cara da flauta toca baixo muito bem, o Pedro Sá,

que é guitarrista, também é um bom baixista, então quando eu não estou, o Pedro toca

baixo, enfim… tem esse jogo para funcionar. Baterista então são vários, chega a rolar até uma piada lá no Rio, que quando a Orquestra

viaja não tem baterista na cidade. (risos)

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http://www.jenslekman.com/http://www.myspace.com/jenslekmanmusic

http://invasaosueca.uol.com.br/

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jenslekman

Ohyou’reso silent

Texto_ Michele FatturiFotos_ Camila Mazzini

‘ok, você quer frango ou peixe?’ Então eu desisti!”Almoço, com ou sem carne, cancelado em troca de duas horas de sono até a passagem de som. Isto pois a noite anterior, segundo os dois, teria sido fortíssima, incluindo uma house party após o show no Stúdio SP em onde Lekman teria tomado sua primeira caipira de caju. “Fiquei impressionado. Nem sabia que caju era uma fruta. Achava que era só a castanha”. Na passagem de som, surpresas desagradáveis. Os dois descobrem que o lugar onde tocariam (Átrio do Santander Cultural) reserva algumas armadilhas téc-nicas. O show como previsto, com Jens na guitarra e Viktor com os samples, fica impossível de ser executado. Decidem que será somente Jens e gui-tarra. Sjöberg recolhe seu equipamento e sai a ca-minhar sozinho pelo centro da cidade, desapontado. Apesar dos contratempos, o show foi algo real-mente lindo. Lekman, que quase não fala, quando canta inunda o ambiente com sua voz potente e aveludada. Em meio as paredes brancas do Átrio e tendo o céu sobre sua cabeça, visto através dos

Mais que nome do disco lançando pelo sueco em 2005, essa frase traduz exatamente minha impres-são após 6 horas com Jens Lekman. Minha missão naquele domingo, 14 de junho: ser babá + intérprete do cantor em sua passagem por Porto Alegre, como parte da tour 2009 do projeto Invasão Sueca. 12h: lá estava eu no aeroporto esperando pelo “15° homem mais sexy da Suécia”, titulo atribuído a ele pela revista Elle três anos antes. Admito que esperava um deus escandinavo que poria em risco meu profissionalismo. Ao invés disso, caminhava em minha direção um louro franzino, com um modelito a la analista de sistemas. Passada a primeira impres-são, a simpatia e educação ímpares tanto de Lekman quanto de Viktor Sjöberg, músico responsável pelos samples que o acompanhava nessa tour, me fizeram abstrair o quesito aparência.Na véspera, a produção havia frisado o fato de ele ser vegetariano. Iniciando uma conversa do tipo boas vindas/quebrando o gelo, descubro que eles NÃO eram vegetarianos e que, aliás, Jens o deixara de ser em sua primeira vinda ao Brasil em 2006. “Quando vim na outra tour, sempre que chegava em um restaurante e dizia que era vegetariano logo ouvia

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Ohyou’reso silent

“Os mais observadores notaram que ele usava uma chave dourada

no pescoço durante show. Essa chave, com o nome Jens Lekman

gravado, seria o oposto ao anel de castidade do Jonas Brothers.

Um souvenir para vender nos shows e que teve sua primeira

edição esgotada mas já teria uma segunda leva em produção.

E aí, precisando de algo para abrir os caminhos?”

vidros do teto, o cantor parecia um anjo, hipnoti-zando a platéia de 250 pessoas que o observavam em completo silêncio em suas cadeiras. Canções de seus três discos, interpretadas com certa teatrali-dade, renderam também bons risos. Post Card to Nina ganhou uma introdução onde o cantor contava a situação constrangedora que deu origem à musica. Inicialmente eu tinha sido convidada a traduzir essa história no palco,como ele vinha fazendo em outros lugares. Idéia que abandonou na passagem de som pois pensou que o show não teria o clima necessário. Certamente o show em Porto Alegre foi completa-mente diferente de todos os outros de sua tour sul americana. Se para ele essa diferença foi boa ou ruim nunca saberemos.O fato é que, ao final do show, Lekman veio ao en-contro dos fãs e por uma hora inteira se colocou à disposição para fotos, autógrafos e pequenas canta-roladas nos ouvidos das meninas. Essa proximidade

na relação com seu público é uma característica sua bem marcante. Ele costuma responder pessoal-mente todos os emails que chegam através de seu site. Tudo está ligado ao caráter pessoal de suas canções que, como ele mesmo disse, são em sua grande maioria autobiográficas. “Isto faz com que as pessoas se sintam próximas de mim, tento não desapontar.”Sem a noite de esbórnia, que nos foi roubada pelos paulistanos, após o jantar, esgotados, decidiram ir para o hotel dormir cedo para, na manha seguinte, voarem para Recife. Àqueles que souberam que na sequência da tour pela Argentina e Chile, o sueco foi pego pela gripe suína e ficou internado em quarentena, fiquem tranqüilos. Ele já está recuperado e voltou a responder os milhões de emails diários que chegam através de seu site. Então se você acha que este texto não te fez saber nada rele-vante sobre Jens Lekman, vai lá, escreve para ele!

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FOTOS _confi ra o que rolou nos meses de maio a julho.

Felipe Neves @ Classic Albums. Bidê ou Balde, Tenente Cascavel, Indierokkers, Fuck Rehab_

Camila Mazzini @ Damn Laser, Só o Beco Salvo o Rock_

Kento @ I Love Diskorock_

Mel Helade @ Rockwork, Pase Rock e Cobrasnake_

Waldomiro Aita @ Rockwork_

Rafael Avancini @ LooksLikePoa_

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Auto da Cidade Baixa

# 23:37 #“E aí, beleza, como tu te chama?”Assim que começou nossa conversa.Tirei o olhar do livro do Lezamaque sempre me distrai numa hora des-sase vi tua camiseta do Obamatua franja retilínea sobre a testa(na mesa ao lado uma menina que amaThe Clash – no seu botton – me dis-persa).Teus olhos parecendo duas chamasno rosto só um sorriso sem alarde:tremi como se fosse alguém de famae disse “Diego” em tom meio covarde.Teu piercing no nariz fareja lama,imaginei. Agora já era tarde.

# 00:08 #Minha última cerveja e vou embora(antes de tu chegar era esse o plano)que foi um dia longo e sem demoraseria outro, outro dia insano.Na fila do banheiro alguém implora:“Me dá licença? É que eu tô me mi-jando”.Eu digo “Vai em frente” que agoraa pressa já perdi. E o meridiano.Teu nome ainda não sei e quem me derase eu fosse mais falante, menos ilha.

Eu volto, uma garrafa nos espera.Será que eu sou a presa da armadilha?Tua voz que me desarma, de sincera:“Tô a fim de uma sinuca, tu te pilha?”

# 00:53 #Do bar até a sinuca dez minutose quatro flanelinhas por segundo.As mesas ocupadas, som fajutogente jovem demais, o chão imundo.“O que tu faz da vida? Espera! Eu chuto:tu é professor.” Eu fiz que não (no fundojá fui e abandonei). “Sou só um matutodo verbo. Sou poeta. Alguém sem mundo.”“Poeta? (no olhar tinha supresa)Por isso esse teu jeito arredio?”“Talvez” eu disse. Não, era tristeza.Bebemos (a consciência por um fio)até que finalmente: a nossa mesa.“Não sei jogar” eu disse. Tu sorriu.

# 01:39 #Perdi duas ou três (sou ruim de mira).Teu celular vibrando o tempo inteirona bolsa tu ficava – bota e tira –até que me avisou: “Vou no banheiro.”Alguém passou bebendo uma caipirasem gelo, eu pensei “Esse é guerreiro”

_Diego Grando é poeta, autor de De-sencantado Carrossel, publicado pela Não Editora

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e ouvi tua voz gritar: “Guri, não pira!”Olhei, tu já voltava com dinheirona mão e disse “Vamos pra minha casa?”Paguei a nossa mesa e a bebida.Tu respirava forte (era de asma?)teus dedos segurando (unhas roídas)a chave do teu carro, feito brasa:um “não” era resposta proibida.

# 02:21 #Depois de uma parada no postinhoda Osvaldo (dois refris e uma sacolade cevas) nós seguimos o caminhoaté tua garagem (a gaiolado guarda ainda acesa). Em desalinhode passos e palavras, tu enrolateu braço esquerdo em mim (como um carinho).Durante o elevador tu cantarolaentre por essa porta agora... A genteadentra a sala escura, tu me encarae morde a própria boca. Eu vou em frente.Tua bolsa vai ao chão, eu sinto a carafervendo. Nossos lábios ficam rentes.Antes de eu hesitar tu diz “Não para.”

# 07:38 #Amanheceu. Eu fui atrás de um poucode água na cozinha com cuidadonos passos e pensei “Sou convidadoou sou ladrão?” Os dois, talvez, ou louco.Na geladeira, fotos e recados– ginástica faxina comprar chocoligar pra mãe cabelo dar o troco –nos ímãs. “Tu tá aqui! (o batom borrado,a camiseta até o meio das coxas)Pensei que tu tivesse ido.” Eu digo“Que nada.” Tu me estende a mão: “Amigos?”“Amigos” eu respondo como um trouxa.Tu abre uma gaveta, eu precavidoengulo em seco. E tu, um comprimido.

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Admirável Mundo Velho

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_Fredi “Chernobyl” Endres é guitarrista, dj e produtor musical. (myspace.com/djchernobyl)

Misturar som eletrônico com orgânico não é nenhuma novidade. Mas inserir os elementos eletrônicos de forma estraté-gica e subliminar nas levadas de bandas de rock não é algo muito fácil de se fa-zer. A presença do tecladista é algo bem comum na cena do rock de hoje em dia, e não é só ele que dispara barulhos sin-cronizados, executa sintetizadores, ou aciona claps para “groovar”mais o ritmo da bateria, o próprio baterista entra nessa, toca de fone para ouvir melhor os outros instrumentos e bate como um cavalo em um ritmo que acaba ficando muito melhor para dançar e pular na platéia. Outra coisa que está ficando cada vez mais comum é inverter os instrumentos. O baixista vai pra guitarra, o guitarrista vai pro teclado, o baterista não toca em determinada música, e assim vai. E, se depois de uma apresen-tação de um grupo de rock, entrar uma dupla com dois laptops, o povo hoje em dia não reclama mais com aquele beiço

de rockeiro que parou no tempo. A mesma galera pula tanto em coisas eletrônicas como em bandas indies barulhentas ou melancólicas.Se você tem preconceito com tecnologia vá fazer uma banda de cover do Creedence Clearwater Revival, bote uma bandana da Harley Davidson na testa e diga que nada foi como o rock dos anos 60. Aos poucos, a tendência é que esse tipo de gente já não vai mais ter com quem dialogar, pois, felizmente, as coisas andam, mudam, e a música nos diverte, mesmo que às vezes bebendo de fontes antigas, mas com uma roupagem nova. Estou escrevendo esta coluna ainda com a emoção de ter recém assistido Prodigy, Klaxons, TV on the Radio, Delphic e Crystal Castles. ;)

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_Machuca é Dj residente e produtor de festas do Beco.

Noah and the whale (and a broken heart)

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Noah and The Whale, que em seu primeiro álbum lançou belas músicas alegres, parece que teve seu coração arrancado, jogado no chão e pisoteado. Claro, não a banda, mas o seu compo-sitor Charlie Fink. O CD inteiro é uma paulada. Em uma música declara todo o amor por essa megera (que você tam-bém aprenderá a odiar ao passar das canções), mas já na outra nos avisa que irá superar. Daí pausa pra uma cortante viagem instrumental. Depois voltam as lamúrias. O álbum é intitulado First Days Of Spring, e já abre com “It’s the first day of spring, and my life is starting over again”. Mas não é bem assim. Na segunda música, “Our Window”, vemos que toda a esperança cai por água abai-xo com, “It’s 4 in the morning, things are getting heavy.”. Ainda há “I have nothing, i have no one”, frase que abre a terceira faixa. Só por estes começos, já dá pra notar que esse é o álbum DEFINITIVO dos corações quebrados. Tão definitivo

que a última faixa chama-se, “My door is always open”. Pois você ouve essas quatro faixas e entende o que o rapaz (ou você, se estiver com esse mesmo problema. Aliás, se tiver, dê uma ligada pra ele e conversem) passa. Quatro lindas faixas. Porém, o melhor fica guardado pra Blue Skies, uma das músicas mais bonitas e esperançosas do ano. This is a song for anyone with a broken heart.

Pois você, coração quebrado, DEVE ouvir esse álbum. Acho que foi o primeiro CD esse ano que comecei a ouvir e só parei quando a última frase foi dita. Viciante. Mas sobretudo, um ótimo CD.

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_Schutz é Dj residente e produtor das noites do Beco (myspace.com/schutzdj)

Considerações sobre a existência noturna

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myspace.com/kapbambino

Sets para download no www.soundcloud.com/schutzdj

Indie danceA história do Beco, desde a antiga casa da João Pessoa, mostra o quanto rock e o electro vem se unindo, apresentando, desde 2005, os novos sons como o hit “Tribulations”, do LCD Soundsystem, e a recém lançada na época “We are your friends”, do Justice (som que por muitos é considerado um dos hinos daquela fase, e quem sabe até hoje). E esse con-vívio democrático com a pista rock só aumentou, aqui e no mundo.Hoje os formadores de opinião do meio indie nacional, como Lúcio Ribeiro do Popload (blog indie mais acessado do país), e as principais festas do gênero como a In New Music We Trust, de Curi-tiba, e Funhell, de São Paulo, também renderam-se aos synths eletrônicos e remixes, e nisso se criou uma cena que ajuda a catapultar novas bandas para as pistas. Na gringa produtores eletrônicos como Chromeo remixam bandas como Vampire Weekend e Feist, Já Yuksek

remixou White Lies, Kaiser Chiefs e Teena-gers. E o que tem isso de errado? Nada! Pelo contrário, em parcerias como estas, bandas enxergam nos DJs e produtores a chance de seu som estar nas pistas de dança, ou seja, um parceiro, não o inimigo que está destruindo o rock. E já se nota que essa movimentação está chegando em Por-to Alegre, é só esperar!

Se liga!Se liguem no som da dupla francesa KAP BAMBINO formada por Caroline Martial e Orion Bouvier, seu disco de estréia foi comparado pela NME como equilavalente eletrônico do clássico “Queen is Dead”, do Smiths, e o segundo disco, “Blacklist”, saiu no final de maio cercado de elogios. Diz a lenda que estão pintando no Brasil até o final do ano. Sacou?

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Crystal Castles (Festival Optimus Alive)_

Crystal Castles é mais que um show, é quase uma performance teatral na qual a presença de palco e as luzes são tão importantes quanto o som e Alice Glass, a alucinada vocalista, é a personagem principal. O show começa todo escuro, com ela andando pelo palco com uma espécie de holofote preso na mão. Logo ela desaparece para logo surgir nadando por cima do público e depois ainda subir na bateria e escalar as estruturas laterais. Ethan Kath é o responsável pelas pesadas e caóticas progra-mações eletrônicas, que, com alguns samples fora do tom, aliado aos ruídos em 8 bits, causam o melhor dos estranhamentos . Junte isso à iluminação e a todo o resto e você tem a banda mais louca do momento. O público rea-gia num clima entre o metal e a rave. Loucura total. myspace.com/crystalcastles

Delphic (Festival Optimus Alive)_

É música eletrônica tocada por uma banda completa. Os ingleses são ótimo ao vivo e arrasaram abrindo o palco Super Bock do Optimus Alive. Em janeiro lançaram o primeiro single e logo depois assinaram com a Polydor para lançar seu disco de estreia. O vocalista (que também toca baixo) canta de uma forma que remete a Robert Smith; o guitarrista alterna entre pads eletrônicos, sintetizadores e sua Rickenbaker; o tecladista comanda as principais programações eletrônicas, além de batucar em pads, o que dá mais corpo ainda a essa espécie de live que, somado à bateria consistente, resulta em um show de música eletrônica tocada por humanos, com a profun-didade e melancolia de um rock inglês.myspace.com/delphic

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especial europa

_por Carol Teixeira

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Jennifer Rostock_

Está bombando na na MTV alemã. Jeniffer Rostock: electro glam punk pop feito por uma banda de visual bizarro que parece composta por personagens do Tarantino. A banda se for-mou em 2007, em Berlim, e foi revelada quan-do competiu no Bundesvision Song Contest, em fevereiro de 2008. Desde lá tem ganhado cada vez mais noriedade e, aos poucos, extrapolan-do os limites da Alemanha. Ouvi as músicas e fiquei louca para ver o show.myspace.com/jenniferrostock

Air Traffic (Festival Optimus Alive)_

Os ingleses…sempre sempre eles. Esses qua-tro super jovens e talentosos músicos foram uma das boas surpresas do festival, num piano-led indie rock mega original e lindo de ver. O vocalista Chris Wall canta muito e toca piano absurdamente bem. Aliás ele é o responsável pelos melhores momentos do show, com a di-nâmica que estabelece alternando entre o pia-no e os vocais em pé. Os caras se jogam nas baladinhas mais lentas, mas sabiamente saem delas na hora certa – qualidade interessante para uma banda desse estilo.myspace.com/airtraffic

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Agendaagosto

Confira os eventos de setembroem www.beco203.

com.br

Fuck Rehab

Liquidificador - Frank Jorge e DLV

Lust For Life

Indierokkers

Fuck Rehab

Império da Lã apresenta Classic Albuns

Beco Queimando o Filme em Gramado

Só o Beco Salva

Fuck Rehab

Show Rock Rocket

Clube da Luta

Hype All Star

Fuck Rehab

Show Wry + Lautmusik + Loomer

Baile de Peruas

Open Beco

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MAXIMIZE!

Anti-Pop

Disco-o-Nexo

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FERVE

Mistura Fina

NEON

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Make Up

London Calling

Rockwork Orange

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Shuffle

Pulp Friction

I Love DiskoRock!

PORÃO DO BECO_ CABARET DO BECO_

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BOTECO DO BECO!

O ambiente é de boteco. Ao mesmo tempo, o clima é do Beco.É o Boteco do Beco, que chega em julho para ser a mais nova “atração” da família Beco.Petiscos deliciosos rodeados de muito chop da Brahma.O espaço pode até lembrar os botecos da Lapa, no Rio, ou os famosos botecos paulis-tas, mas no som, nada de samba, e sim o rock e suas melhores vertentes.Três ambientes cheios de estilo e conforto para o exigente público do Beco.Junto ao Boteco do Beco, a primeira loja King 55 de Porto Alegre. A King 55 é uma grife rocker assinada por Amauri e Carol Caliman. Propõe um lifestyle repleto de referências à música e a arte (king55.com.br).A partir de julho os becólatras terão um lugar muito mais charmoso para fazer seu happy hour e dar um up no visual. O endereço é Rua Dona Laura, 78. Entre a Mariante e a Miguel Tostes.

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ilustra: Henry Lichtmann

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“Entender não é tão importantesentir é que acende pavios”

Rodrigo Bittencourtmyspace.com/rodrigobittencourt

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