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1 REVISTA DO COLÉGIO SANTA MARIA - N 0 42 Em 7 de dezembro, alunos e alunas do 3 o ano do Ensino Fundamental do Santa Maria visitam o Memorial do Imigrante, na Mooca PROCESSO DE APRENDIZAGEM TRANSPÕE OS LIMITES DA SALA DE AULA E SE ENRIQUECE COM EXPERIÊNCIAS PRÁTICAS EDUCAÇÃO ATIVA

REVISTA DO COLÉGIO SANTA MARIA - N0 42 EDUCAÇÃO · serem seguidos, e, sim, celebrações de vivências que ... relações entre os conteúdos trabalhados em sala de aula com a

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REVISTA DO COLÉGIO SANTA MARIA - N0 42

Em 7 de dezembro, alunos e alunas do 3o ano do Ensino

Fundamental do Santa Maria visitam o Memorial do

Imigrante, na Mooca

PROCESSO DE APRENDIZAGEM TRANSPÕE OS LIMITES DA SALA DE AULA E SE

ENRIQUECE COM EXPERIÊNCIAS PRÁTICAS

EDUCAÇÃO

ATIVA

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E stava assistindo pela televisão a uma entrevista com uma autora muito bem-sucedida que es-creveu um livro em que dá conselhos a jovens

que precisam de dicas para conseguir um emprego, a fi m de realizar seus sonhos e desejos de um futu-ro feliz. A autora indicou como deveria ser o modo de andar de uma pessoa determinada, como se vestir para uma entrevista, como identifi car e seguir as pai-xões que a vida oferece.

Realmente o livro parecia mais um manual de receitas para quem desejasse ser um líder admirado por todos.

No mesmo fi m de semana, li os artigos entregues pelos professores para publicação nesta Caleidoscópio. O que me chamou a atenção é que os textos não fa-lam de pessoas famosas. Ao contrário, relatam expe-riências educacionais de ação. Não eram relatos de gente que, em algum livro ou manual, leu e aprendeu como viver, mas de alunos e ex-alunos que põem em prática seus valores, suas habilidades. Colocam-se a

O SENTIDO DA VIDA NAS PEQUENAS COISAS

Equipe de redaçãoIrmã Diane Clay Cundiff; Irmã Anne V. Horner Hoe; Ana Cristina Proietti

Imura; João Luiz Muzinatti; Maria Rita Moraes Stellin; Paula Bacchi; Sonia Regina Yamadera; Tânia Maria Uehara Alves

COLÉGIO SANTA MARIAAv. Sargento Geraldo Santana, 890/901

Jardim Marajoara, São Paulo, SP Telefone (11) 2198-0600www.colsantamaria.com.br

[email protected]ção editorial

Editor: Ricardo Marques da Silva; Editora de arte: Maila Blöss; Fotos: Éric B. e acervo do Santa Maria;

Impressão: CompanyGraf Foto da capa: Éric B.

Revista bimestral do Colégio Santa Maria

No 42 – Nov./dez. de 2007

Irmã Diane Clay CundiffDiretora-geral do Colégio Santa Maria

MENSAGEM

serviço dos outros – nas suas profi ssões, como estu-dantes, como atletas ou comunicadores.

Esta edição da nossa revista não impõe modelos a serem seguidos, e, sim, celebrações de vivências que completam as habilidades de pessoas cada vez mais conscientes do sentido de suas vidas.

Estamos nos aproximando da festa de Natal, em que comemoramos a vinda à Terra de Deus como ser humano. Jesus quis mostrar que a vida verdadei-ra e plena se faz vivendo e descobrindo-se irmão ou irmã de todas as pessoas, sem excluir ninguém por ser mais pobre, idoso, sem estudo ou por apresentar necessidades especiais. Esse testemunho é o presente que Ele nos dá.

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CARTAS

NOTÍCIAS DO JOÃO GABRIEL“Como pais atuantes do Colégio Santa Maria, que sempre procu-ram reforçar os laços de confi ança e parceria nos princípios e nas prá-ticas adotadas por esta escola, não poderíamos deixar de comparti-lhar com vocês mais este momen-to tão especial e importante para o desenvolvimento e crescimento de nosso fi lho, João Gabriel, atu-almente aluno intercambista. An-tes de mais nada, gostaríamos de agradecer a todos os integrantes do Santa Maria – mestres, diretores, assistentes, coordenadores, pessoal administrativo – pela forma valio-sa como contribuíram para a for-mação e o desenvolvimento não só pedagógico, mas também emo-cional, ético e humano de João Gabriel no decorrer desses anos, fatores importantes para sua bem-sucedida adaptação em um país que, apesar de não ser totalmente desconhecido a ele, com certeza é detentor de cultura e costumes bem diferentes do nosso Brasil.

Mas seria injusto não ressaltar o que consideramos ter sido funda-mental para a rápida adaptação do João Gabriel: a fl uência, a compre-ensão e o vocabulário di ver si fi cado no idioma inglês obtidos, com toda certeza, por meio dos mestres dessa matéria no Santa Maria. Po-demos dizer isso com muita tran-qüilidade, pois o João nunca fre-qüentou aulas extracurriculares de Inglês ao longo desses anos todos. Não menos importante tem sido o seu desempenho em matérias como Física, Matemática e Histó-ria Universal, que correspondem

ao Senior Grade e nas quais o João Gabriel tem se saído extremamen-te bem.”

Família Almeida Câmara

COLETA SELETIVA“Prezadas professoras. Em nome do Condomínio Lumina, agrade-cemos as informações e indicações de materiais de pesquisa referentes à implantação da coleta seletiva. A visita dos alunos do Eco-Estu-dantil, em 31 de agosto, foi muito importante, pois, graças ao estudo realizado por eles e projetado no dia do nosso encontro, muitas dúvidas de nossa equipe sobre o assunto puderam ser esclarecidas, e a palestra nos auxiliou a nortear nosso trabalho.

Para complementar a conscien-tização dos moradores, estimulan-do a continuidade da coleta seleti-va, poderia ser enviada ao condo-mínio uma cópia do jornalzinho do Santa Maria, que sempre traz curiosidades e informações atua-lizadas sobre a necessidade de re-ciclagem do lixo em nossa cidade. Parabéns pelo trabalho.”

Cláudia Guimarães, equipe de reciclagem do Condomínio Lumina

CHUVA DE MENSAGENS“Não sei o quanto vocês estão in-formados a respeito dos projetos do aquecedor solar do 6o ano do Santa Maria. Após o programa Ação Global, do Serginho Grois-man, não paramos de receber e-mails de várias partes do Brasil, além de telefonemas diários (veja artigo na página 8). Agora, o gru-po do Eco, coordenado e orien-tado pelas professoras Marlene, Cida Ferrão e Neuza, responderá a todos e preparará material de orientação a quem solicitou.

Decidimos fazer dessa forma para que os alunos reconheçam a importância social e ambiental de sua ação nesse trabalho e, também, para que, sentindo-se valorizados e reconhecidos, continuem seu trabalho como cida dãos que trans-formam a realidade. Nosso traba-lho extrapolou os muros da escola, além do bairro de Americanópo-lis. Padre Moreau deve estar rea-lizado, onde quer que esteja, pois seu sonho se concretiza por meio da obra que iniciou e ultrapassa o tempo imaginado por ele.”

Ivani Anauate Ghattas, orientadora do 6o ano

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Alunos do 6o ano do Santa Maria visitam comunidade para a instalação de mais um aquecedor solar de baixo custo

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A s mudanças de nosso tempo nos desafi am. São mudanças de valores, de paradigmas. Há in-certezas e inseguranças quanto ao futuro, uma

vez que essas mudanças encaminham novas exigên-cias, novas formas de pensar, sentir e agir. Como en-tender e projetar a formação de nossos alunos nesse contexto instável e conturbado? O projeto do 8o ano, “Educação e trabalho a serviço da vida”, centro de nossa responsabilidade e base da interação peda-gógica, insere-se nesse espaço e tempo complexos, tornando-se urgente pensá-lo nesse contexto de mu-danças, novidades e perplexidades. É sob esta ótica – a visão de uma escola adaptada ao momento em que vivemos, o nosso papel de educadores e o papel de nossos alunos – que temos trabalhado.

O mundo em que os nossos jovens deverão evo-luir aqui está, ao alcance da mão, e seu perfi l se con-solida a cada dia. O mundo de amanhã necessita ser povoado de pessoas inteiras. Nossos jovens são pes-soas fecundas. Farão que seu universo não seja um lugar qualquer, saberão criar novas estruturas, novos modos de pensar e agir, encontrarão em si mesmos as energias exigidas para triunfar sobre os desafi os e farão nascer um mundo que será seu e que carregará em si todas as promessas que a juventude traz.

Todo o nosso trabalho está alicerçado nos prin-cípios e valores da Santa Cruz, e consideramos o tratamento didático que damos aos conteúdos es-sencial para uma aprendizagem signifi cativa. Edu-cação e trabalho humanizam as relações, tornan-

EDUCAÇÃO, TRABALHO E VIDA

COMPORTAMENTO

do possível a vida. São a própria dignidade do ser humano; portanto, devem promover valores para transformar a realidade social, política, econômica e cultural. Educação de qualidade é aquela na qual as concepções de todas as pessoas envolvidas no pro-cesso – alunos, educadores e comunidade – estão estreitamente identifi cadas na prática, na ação edu-cativa. Os conteúdos ganham relevância se tomados como meios para que, engajados no processo coletivo, construamos saberes que possibilitem uma inserção dinâmica no processo de ensino-aprendizagem. De-dicamos empenho em trabalhar uma metodologia que valorize o “aprender a aprender”, vinculada às reais necessidades dos alunos, envolvendo-nos na continuidade da execução dos projetos assumidos, no desenvolvimento de competências e habilidades para transformar os conhecimentos em práticas sig-nifi cativas. Redobramos esforços para estabelecer relações entre os conteúdos trabalhados em sala de aula com a sociedade.

Nosso projeto não se restringe à formação aca-dêmica de nossos alunos; visa à educação para a cidadania, para o exercício da liberdade; faz-se na vivência do cotidiano, na escola e na família, em toda e qualquer atividade onde possa e deva haver cooperação, diálogo, ação que seja semente do bem-comum. Não se educa senão quando se ajuda al-guém a realizar sua plena identidade, a escolher os caminhos de seu futuro, a assegurar que se torne o adulto que quer e que pode ser. O papel da escola é de profundo questionamen-to quanto a seus objetivos educacionais e à ética na educação. Penso que, educados dessa maneira, nossos alunos saberão que lhes compete lutar para que nosso país consiga superar seus problemas. Eles desejam relações mais humanas, mais francas, mais justas, mais fraternas. E nós, educadores, caminha-mos com eles nesse projeto de vida. Sonia Regina Yamadera, professora de Língua Portuguesa do 8o ano

Alunos do 8o ano:“Educação de qualidade

é aquela na qual as concepções de todas

as pessoas envolvidas no processo – alunos,

educadores e comunidade – estão estreitamente

identifi cadas na prática, na ação educativa”

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PROJETO DE SÉRIE

F oi com entusiasmo e empenho que os alunos do 4o ano se prepararam para contar histórias aos pequenos ouvintes da Creche Joquinha. O

cuidado com a escolha dos livros trouxe-lhes dúvi-das, e a todo o momento questionavam. “Será que eles vão entender esse conto?”, dizia Sofi a, do 4o H. Mostraram-se preocupados com a seleção dos gêne-ros que poderiam ler para as crianças de 2 a 5 anos: “Acho melhor não levar histórias de terror ou mis-tério, eles podem fi car assustados”, sugeriam Victor Noda e Randal Krebs, do 4o H.

Propiciar às crianças da creche a oportunidade de entrar em contato com o mundo das letras é uma ação que faz a diferença e, assim, os nossos “alunos monitores” mostraram-se capazes e responsáveis pela promoção humana e agiram como agentes de trans-formação social. “Logo que chegamos à creche, es-palhamos os livros numa mesa e deixamos que cada um escolhesse uma história e o contador com quem fi cariam. Eu e a Raff aella Becocci trabalhamos com um menino chamado Renato, uma fofura”, conta Nathalia Salgado, do 4o H.

Compartilhar com as crianças da creche esses momentos de aprendizagem mostrou aos nossos alunos e alunas a importância da presença do ou-tro e a possibilidade de atuar e não se acomodar. São mundos e realidades diferentes que se juntam, aprendem e se humanizam. Ana Clara Castro, do 4o D, expressa seus sentimentos: “Fazer as visitas à Creche Joquinha foram os melhores acontecimentos do ano, porque senti o amor das crianças por mim. Contar histórias e ver o interesse deles foi gratifi -cante”. Luanna Lopes, do 4o D, afi rma: “Foi muito bom contar histórias para as crianças. Eu acho que elas gostaram. Todos estavam se esforçando para en-tendê-las”. Para Nathalia Garcia Martins, do 4o D, a tarefa foi desafi adora: “Eu percebi que não estavam acostumados a folhear e ler livros. Eles pegavam um monte de livros ao mesmo tempo”.

CONTADORES DEAs educadoras da creche, Simone e Luzia, agra-

decem a contribuição de livros para a montagem da biblioteca na creche. As doações de livros feitas pelos alunos do Santa Maria contribuirão para o processo de alfabetização dessas crianças.

Dizia o educador Paulo Freire: “Ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, me-diatizados pelo mundo”. Palavras sábias: para entrar no mundo da leitura é preciso ter contato com o livro e com as pessoas que possibilitam o desenvol-vimento do aprendizado. A experiência e a comu-nhão vividas entre os nossos alunos e os pequenos da creche foram signifi cativas: para eles que entram no mundo do letramento e para nós que assumimos o compromisso de ajudá-los na aquisição de conhe-cimentos por meio da literatura.

Ler é adentrar outros mundos possíveis. É ques-tionar a realidade para compreendê-la melhor. É as-sumir uma postura crítica frente ao que se vive. É interagir com a prática social.

Claudia Sande e Rita Riquelme, professoras do 4o ano

HISTÓRIAS

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TRANSIÇÃO

P assagem. Mudanças. Crescimento, desafi os, dú-vidas, expectativas... Algumas crianças sentem-se seguras no Prédio Menino Jesus (da Edu-

cação Infantil ao 2o ano), pois estudam ali desde a mais tenra idade. Outras, apesar do pouco tempo de convivência, já estabeleceram fortes vínculos. Tudo é familiar: rostos, ambientes, perfumes, sons, cores...

Como tornar mais tranqüila a mudança para o Prédio São José (do 3o ao 5o ano)? Só o desconhe-cido nos angustia e, atentos a isso, nós, educadores, favorecemos momentos para que as dúvidas e me-dos venham à tona, sejam acolhidos e esclarecidos. Os alunos e alunas do 2o ano têm momentos de vi-vência junto aos do 3o ano, conhecem os professores e o novo espaço.

Crescer é também enfrentar situações novas. Muitos fazem isso de maneira tranqüila, mas todos podem contar com olhos e corações atentos e aco-lhedores. Logo, logo, novos sons, cores e perfumes tornar-se-ão familiares, e assim será em cada etapa de mudança, por toda a vida.

Cristina Galante, Lílian Reimberg Roschel e Rosilene Moutinho Arriola, professoras do 2o ano do Ensino Fundamental

EDUCAÇÃO E PROJETO DE VIDA

LIÇÕES MUITO ÚTEIS

“Um dia eu e minha classe fomos visitar o

3o ano e conhecemos os alunos de lá. Eles

contaram muitas coisas que aprenderam no

2o ano e que continuam a usar. Essa visita foi

muito legal, porque eles tiraram nossas dúvidas

e medos. Para o nosso futuro, devemos cuidar

da natureza, não gastar água, não deixar

de aprender a ler e a escrever, não poluir o

mundo e não ser consumistas.”

João Gabriel Bicudo Ting, 2o Cristal

“É importante saber ler e escrever porque, se

a gente não aprende quando é criança, no

futuro isso vai nos prejudicar. Eu aprendi a

tabuada no 2o ano e vou usá-la no 3o ano!

Aprendi no Santa Maria que, quando um

adulto fala, a gente não fala junto, e vou usar

essa lição no futuro.”

Isabella Ruivo Andrade, 2o Dourado

“No Colégio Santa Maria aprendi a fazer

todas as tarefas com limpeza, capricho

e autonomia. Vou utilizar tudo isso nas

atividades que eu fi zer no futuro. Acho muito

importante saber ler e escrever, porque posso

me comunicar com as pessoas distantes, e isso

é necessário em qualquer profi ssão. No 2o ano

eu treinei a letra cursiva e a leitura e vou usar

nas tarefas do próximo ano.”

Raphael Sarno Mattos Faria, 2o Dourado

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EDUCAÇÃO INFANTIL

D entre as diversas linguagens que o homem criou no decorrer de sua existência, uma se fez especial: a arte. A arte é uma linguagem uni-

versal capaz de desvelar sentimentos e emoções. A escritora Ana Maria Machado questiona: “Qual é o milagre que transforma uma obra que retrata apenas o que está dentro de seu autor em uma obra em que a humanidade cabe dentro?”. Ainda não sabemos a resposta, mas para “cabermos dentro de uma obra” precisamos conhecê-la. Com o intuito de colocar as crianças dentro desse rico universo, apresentamos o pintor francês Claude Monet.

Por que Monet? Ele tinha paixão pela natureza. Pintava ao ar livre os jardins que cultivou em sua casa. Por isso achamos ideal aprender sobre esse artista para conhecer e apreciar melhor os nossos jardins. Ao desenvolvermos os conteúdos de artes o fazemos em três momentos: o fazer artístico, a apre-ciação e a contextualização.

. Contextualização: apresentamos ao grupo um pouco da história do pintor: o que fez, como gosta-va de pintar etc.

NOSSOS JARDINS E MONET. Apreciação: observação das obras de Monet.. Fazer artístico: ocasião na qual foram feitas pin-

turas, releituras e registros. Para esse trabalho se tornar mais signifi cativo,

contamos às crianças a história de Linéia no jardim de Monet. Assim como Linéia fez ao visitar a casa de Monet, nós, do Infantil, apreciamos e observamos os jardins do Colégio e descobrimos a diversidade de elementos que os compõem. A partir das obras do artista, trabalhamos conteúdos como cores e tex-turas. Misturamos às cores materiais que pudessem dar a elas diferentes texturas (areia, sagu, gelatina) e fi zemos pinturas ao ar livre, colagens e construções.

Para ter a compreensão da arte, a criança precisa conhecê-la e entrar em contato com o mundo artís-tico. E, como linguagem especial que é, a arte nos humaniza e nos transforma em pessoas melhores.

Só podemos concordar com o escritor André Maurois: “A arte é um esforço para criar, além do mundo real, um mundo mais humano”.

Claudia R. Simões Lacerda e Rosane Callegari, professoras do Infantil A e B

EDUCAÇÃO E PROJETO DE VIDA

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O ano de 2007 foi bastante signifi cativo para o projeto socioambiental aquecedor solar de baixo custo (ASBC). Participou um grande

número de alunos e tivemos a oportunidade de par-tilhar nossa ação de várias formas.

Além do trabalho de conscientização nas comu-nidades sobre a importância da preservação do meio ambiente, houve em 15 de setembro uma mesa-re-donda sobre os problemas socioambientais globais. Estiveram presentes o deputado estadual e professor Carlos Giannazi; Krikor Codijaiãn, assessor do verea-dor Átila Russomano, e o professor Augustin Woelz, coordenador de atividades técnicas do ASBC. Na mesa estavam também os alunos do Eco-Estudan-til Camila Graf (6o C) e Gabriel Locoselli (6o A) e Lidiane Cristina Nascimento, moradora do Cespat,

REPERCUSSÕES DE UM PROJETO

A VISÃO DOS ALUNOS

Caio Basile, 6o B: “Nossa mensagem e ações foram divulgadas no Brasil inteiro. Foi então que me dei conta de como uma pessoa faz a diferença. Um grupo, então, sem comentários”.

Larissa Ferrão, 6o D: “Criamos laços e parcerias com as comunidades a partir de propósitos comuns: melhoria da qualidade de vida, menor desigualdade e preservação do planeta para as gerações futuras”.

Pedro Guimarães Lauria, 6o A: “O projeto ajuda em nossa formação como cidadãos, pois nos faz interagir e respeitar as diferenças sociais, além de nos ensinar o que é certo e errado ecológica e socialmente”.

Gabriel Locoselli, 6o A: “O projeto nos ensinou a ter cuidado com o que fazemos com a natureza. As ações que pratiquei e transmiti no contato com as comunidades serão usadas no meu dia-a-dia, na escola e em casa. Mais tarde vou ensinar a meus fi lhos o que aprendi nesse trabalho”.

Beatriz Gomes Bussotti, 6o E: “O projeto nos ajudou a ver de perto a realidade do nosso país e o que podemos fazer para melhorá-lo e, assim, também o mundo. Agora sei como preservar a natureza praticando a reciclagem”.

Luis Fernando Esper, 6o B: “Vi e aprendi com a dura realidade das comunidades onde trabalhei. A quem ainda participará desse projeto, garanto que irá aprender, compartilhar e usufruir os conhecimentos adquiridos”.

que recebeu o aquecedor e deu um depoimento so-bre os benefícios alcançados com a instalação.

Outro momento importante foi a veiculação do projeto no programa Ação Global, da Rede Globo, apresentado por Sergio Groisman, que mostrou o trabalho realizado pela equipe do Núcleo de Edu-cação Ambiental do Colégio Santa Maria durante a instalação do aquecedor e nas atividades de educa-ção ambiental.

A repercussão foi imediata. O site do Colégio registrou o acesso de pessoas dos mais diferentes es-tados do Brasil, que se interessaram pelo projeto e estimularam a continuidade do nosso trabalho. Isso trouxe um grande incentivo aos nossos alunos.

Cida Ferrão, Marlene de Souza e Neuza Alves, professoras do 6o ano

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INSERÇÃO SOCIAL

D urante o trabalho de inserção social do 9o ano no Vale do Ribeira, no início de julho, o pro-fessor Antonio Vieira Pereira, da Escola Esta-

dual da Barra do Braço, admirando a participação, a dedicação e a integração dos alunos com a popu-lação local, convidou-nos a realizar as mesmas ativi-dades na comunidade quilombola à qual pertencia. A orientadora Ana Cristina e eu fomos conhecer o Quilombo Nhunguara, que surgiu na metade do século XVIII, com os antepassados do professor An-tonio. Hoje a área se divide em duas, Nhunguara I e Nhunguara II, afastadas por uns 4 quilômetros e perfazendo um total de 160 famílias. Logo percebe-mos a riqueza cultural e o enorme campo de ação no qual poderíamos nos inserir.

Assim, ao retornar em outubro para a seqüência do trabalho, um grupo de alunos e professores fo-ram a Nhunguara I, onde moram cerca de 40 famí-lias, para conhecer e começar a se integrar com os moradores do local e auxiliar na organização de uma biblioteca iniciada pelo professor Antonio.

O assombro e a estranheza iniciais de alguns mo-radores, pouco acostumados a esse tipo de trabalho, logo foram suplantados pela participação e pelo aco-lhimento total aos nossos alunos.

UMA NOVA FRONTEIRA DE AÇÃO

O segundo objetivo relaciona-se ao isolamento das famílias. As crianças que estudam em Eldorado, a 45 quilômetros, ou em Iporanga, a 30 quilôme-tros, quando tinham de realizar um trabalho escolar, saíam de casa às 4 da manhã e retornavam às 10 da noite. O professor Antonio começou então a juntar revistas, jornais e livros a serem usados nas pesquisas. O Santa Maria arrecadou uma enorme quantidade de material didático, e quatro alunos passaram o dia limpando e organizando o espaço da biblioteca.

Quando nos demos conta, já estava na hora do re-torno. Os moradores queriam saber se voltaríamos, e quando. De nossa parte, voltaremos, pois muito podemos oferecer e, principalmente, aprender.

Os alunos sabem disso. “Essa viagem foi de grande signifi cado. O sorriso das crianças foi a nossa prin-cipal recompensa”, diz David D’Oliveira Carvalho, do 9o A. “Eu cresci muito nessa viagem. Voltei com outro jeito de olhar a vida; ou seja, voltei uma outra pessoa”, completa Andréa L. Arvani, do 9o A.

José Antonio Pinedo Cervigón, professor de Ensino Religioso

À esquerda, a aluna Fernanda Maranhão, do 9o D, exemplifi ca o relacionamento que se estabeleceu entre os alunos e a comunidade; abaixo, à esquerda,Lucas Gouveia, do 9o B, no trabalho de limpeza e organização do espaço da futura biblioteca

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PRISMA

VENHA FAZER PARTE DESSA TURMA...

Mas que turma é essa? Essa turma participa do projeto “Sempre é tempo de aprender”, para a terceira idade. Com encontros semanais, os grupos aprendem, trocam idéias, dividem emoções e conquistas, comemoram essa nova fase da vida interagindo com novas e grandes amizades. Nesses encontros há tanto envolvimento que choram e riem juntos, partilham novas conquistas e se ajudam a trilhar novos caminhos, antes impensados. Quem chega a esse espaço encontra a energia para o físico, para o intelecto, para a alma e para o espírito, tudo o que fortalece a auto-estima.

Estamos num pedacinho do céu – um paraíso – como dizem todos que aqui chegam. Venha conhecer um pouco desse clima prazeroso, fazendo-nos uma visita. Onde estamos? Lá no alto da colina – onde começou o Santa Maria.Maria Teresa Manzione Zanzotti, coordenadora do Prisma

Que costura para fazer belas peças de patchwork. e grandes amizades.

Que se encontra para contar suas histórias, seus desejos e sonhos e descobre-se escritor(a).

Que junta pedacinhos de pastilhas e as transforma em belos trabalhos de mosaico.

Que comemora a passagem de cada ano em sua vida, dividindo essa bênção com as novas amigas.

Que lixa, pinta, decora peças de madeira, e delas surgem lindos presentes.

Que se desafi a a cada dia diante dos computadores.

Que melhora a sua condição física e espiritual com ioga, tai chi chuan, dança e pilates.

Que festeja suas conquistas.

Que dança, canta e divide suas alegrias e tristezas.

Que faz passeios culturais, pitorescos e de lazer.

Que compromete suas tardes e manhãs para aprender línguas diferentes.

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INFORMÁTICA

C riar um curso que inove e ao mesmo tempo motive os alunos: essa foi a questão abordada numa reunião de planejamento do Núcleo de

Educação e Tecnologia da Informação (Neti). Com base nas discussões sobre a utilização dos jogos ele-trônicos por crianças e jovens e no quanto esse tipo de entretenimento faz parte do cotidiano dessa faixa etária, surgiu a idéia: por que não criar um grupo de estudos em que os alunos possam desenvolver seus próprios jogos?

Daí surgiu o NetiGamers, por extenso, Grupo de Estudos e Desenvolvimento de Jogos Eletrônicos, inicialmente com13 alunos do 7o ao 9o ano.

Engana-se quem pensa que o grupo é apenas um passatempo. As aulas, que ocorrem às quartas-feiras, servem também para, ludicamente, reforçar conteú-dos vistos em aula, como plano cartesiano, luz e sombra, aceleração, gravidade, roteiro e desenho. Antes de desenvolver um jogo, os alunos precisam analisar todos esses conceitos.

Trabalhados os conteúdos, os alunos dividiram-se em grupos para a elaboração de um jogo, mas havia uma exigência: o roteiro do game teria de envolver algo que estivesse sendo estudado em sala de aula. Idéias criativas – como uma nave que explora o cor-po humano no estilo Viagem insólita, um soldado

NETIGAMERS: TECNOLOGIA PLUGADA NA EDUCAÇÃO

que tem a missão de interromper um projeto de construção de armas nucleares no Irã ou um jovem com a difícil tarefa de convencer os líderes mundiais a assinar o protocolo de Kyoto – foram surgindo e levaram os alunos a mergulhar em pesquisas de temas importantes. “A parte mais difícil será con-vencer o presidente Bush a assinar o protocolo de Kyoto”, brincou André Miguel Coelho Leite, do 7o F, a respeito de seu jogo.

Além dos encontros semanais, os alunos se comu-nicam por meio de um grupo de discussão criado na internet. Cada um pode enviar dúvidas e sugestões e obter materiais utilizados na aula. Mas nem tudo vale: mensagens com erros de português, por exem-plo, são bloquea das pelo professor.

Enfi m, com o estímulo à criação de jogos, busca-mos direcionar a utilização das mais modernas tec-nologias de informática, usando a força de atração que elas exercem nos alunos para impulsioná-los no desenvolvimento de habilidades e competências. É a tecnologia plugada na educação.

Muriel Vieira Rubens Alves, professor do Grupo de Estudos em Jogos Eletrônicos

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À esquerda e abaixo, telas de jogos criadas pelos alunos que participam do grupo de estudos

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ARTE, MÚSICA, DANÇA E TECNOLOGIA

MOSTRA

C om o fi nal do ano se aproximando, nós, do Extracurricular, temos atividades programa-das para alguns cursos que encerram um pro-

cesso e mostram o resultado do que os alunos de-senvolveram durante todo o ano. Na semana de 24 de novembro a 1o de dezembro, realizamos a nossa 10a Mostra de Arte, Música, Dança e Tecnologia. As apresentações envolveram 550 alunos e um pú-blico bem signifi cativo. Além dos alunos, mobili-zamos a equipe de manutenção, apoio, limpeza e segurança da escola – todos a postos, prontos para ajudar num trabalho em equipe.

A expectativa e a espera do dia da apresenta-ção foram grandes para os alunos e alunas de te-atro, street dance, circo, violão, inglês, espanhol e balé, que se empenham e ensaiam para mostrar o que aprenderam a fazer de melhor ou o que foi

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ARTE, MÚSICA, DANÇA E TECNOLOGIA

combinado pelo grupo. Nós, como apreciadores das apresentações, percebemos o quanto crescem de um ano para outro os alunos e alunas que dão continuidade aos cursos escolhidos, aprimorando suas habilidades artísticas, intelectuais e físicas, e o quanto se revelam de ano a ano.

Durante a semana foi muito bom perceber que alguns convidados fazem questão de vir à Mostra todos os dias e marcar presença. Alguns alunos ver-balizam o quanto é prazeroso quando as pessoas vêm prestigiá-los, e sabemos que a presença dos amigos e familiares nesses momentos é de grande importância para a auto-estima de todos.

Neste ano os alunos de Mecatrônica tiveram uma participação especial e puderam falar de seus projetos de informática e colocá-los em prática para o público presente.

É prazeroso ver o quanto os alunos e alunas mostram-se satisfeitos com seu desempenho e estão prontos para novos desafi os. Muitos já antecipam: “No ano que vem quero fazer coisas diferentes na minha apresentação”. É esse mesmo o movimento de aprender a se auto-avaliar num processo educa-tivo, pois assim que a semana acaba já pensamos no que foi bom e o que precisa ser melhorado para o próximo ano. Como disse Mauricio Leite, pro-fessor de Inglês, as apresentações dão muito traba-lho, mas o resultado é gratifi cante.

Agradeço a colaboração de todos que contribuí-ram com doação dos alimentos que foram distri-buídos às comunidades carentes da região. Muito obrigada pela sua participação!

Adriana S. G. Tiziani, coordenadora de cursos extracurriculares

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“CABE A NÓS FAZER NOSSA BAGAGEM”

PERFIL DE EX-ALUNA: CYNTHIA ROTHSCHILD

E x-aluna do Santa Maria, turma de 1979, Cynthia Rothschild é médica hematologista formada em

1985 pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com mestrado e cursos de aperfei-çoamento. Trabalha no Fleury Medicina e Saúde, na Faculdade de Medicina de Jundiaí, como professo-ra assistente, e atende em seu consultório particular. Com tudo isso, Cynthia ainda arranja tempo para estudar, visto que iniciará o doutorado em 2008.

Caleidoscópio – Você estudou aqui em que perío-do? Quais matérias você mais apreciava?Cynthia – De 1967 a 1979. Gostava muito de Edu-cação Artística, Educação Física, Biologia e Trabalhos Manuais, um curso em que aprendíamos noções de marcenaria e crochê tunisiano, por exemplo.

Como era a escola na época?Comecei o Jardim na casa onde hoje funciona a Bi-blioteca. Do Pré até a 4a série, as aulas eram na Vila Nazaré. Da 5a até o 3o Colegial, na Vila Betânia. Não havia quadras de esportes cobertas e era freqüente termos de pescar bolas de vôlei no riacho. Sobre o refeitório fi cavam as salas de aula de Culinária, Artes Plásticas, laboratórios e o local onde fazíamos retiros espirituais. Abaixo da Capela havia uma sala de ginás-tica que servia para os ensaios do grupo de música e peças de teatro. Minha turma foi a última exclusiva-mente feminina. Depois as classes eram mistas, e deu até em casório (Sandra e Nelson, por exemplo). O mais importante foi a formação geral que recebemos, o aprendizado crítico, a educação e o respeito e uma visão prática e atual de espiritualidade.

Algum professor marcou de modo especial seu tempo de estudante?

O principal foi o “seu Zé” (José Roberto Borsari), que era extremamente entusiasmado. Era professor de Educação Física e treinador do vôlei. Abarrotava seu Maverick branco para nos levar aos jogos. Dava carona para voltarmos para casa, pois os treinos ter-minavam tarde. Era culto, respeitado por todos e escreveu livros nos quais incluiu fotos nossas. Sabia impor respeito com educação e era muito humano. Também marcaram minha formação dona Linda, dona Emma, dona Sálua, dona Samira, dona Tere-zinha, Mara e Gilberto, Dudu, Pedro, dona Akemi, Sister Marian e Sister Aline. Houve muitos outros e sinto eterna gratidão por todos.

Qual foi a importância do Santa Maria na sua for-mação e na sua carreira profi ssional? Foi fundamental, pois permitiu que eu tivesse uma cabeça mais aberta e crítica e soubesse procurar co-nhecimento, respeitar as pessoas e a ter uma relação com Deus no dia-a-dia, prática e íntima. Além disso, estava muito alinhado com a maneira com que fui educada em casa. Quanto à minha carreira, posso di-zer que a Santa Casa seguiu uma linha de formação parecida, de forma que a faculdade parecia uma etapa mais adiantada do próprio Colégio.

Você tem alguma mensagem para os alunos?A formação que o Colégio nos dá é uma bagagem que se leva para sempre e da qual se tiram elementos que podem nos ajudar no decorrer da vida, no conví-vio com pessoas da comunidade, na constituição de família e na vida profi ssional e pessoal. Cabe a cada um a confecção de tal bagagem. Podemos apenas car-regar uma malinha vazia ou enchê-la com riquezas que nos acompanharão por toda a vida.

Entrevista a Manuela Dias, coordenadora de Comunicação

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M ãe das alunas Raquel, de 16 anos, Renata, 13, e Raís-sa, 12, Rosilene Moutinho Arriola trabalha no Co-

légio há 20 anos, como professora do 2o ano do Ensino Fundamental. É formada em Pedagogia com especializa-ção em Magistério, Orientação e Administração Escolar e fez pós-graduação em Psicopedagogia. Rô casou na Cape-la, com o Rogério, que também “se infi ltrou” na família Santa Maria, via APM.

Caleidoscópio – O que é ser professora do 2º ano?Rosilene – É uma responsabilidade muito grande. As crianças estão entrando no mundo letrado e é preciso de-senvolver o gosto pela leitura que permanecerá para sem-pre. Há hábitos que se formam desde a mais tenra idade e nos acompanham a vida toda. Tento fazer tudo com amor, empenho e dedicação.

Você exerce outras atividades?Além das responsabilidades de mãe, dou aulas particulares e participo de dois trabalhos voluntários, com o Ensino Mé-dio e na Creche Meu Abacateiro, com o 7o ano e a Cris.

Qual é o grande desafi o do educador, hoje?Acredito que seja formar um laço afetivo com a criança para que ela perceba que você quer o melhor para ela e acredita que ela é capaz de fazer mais. É preciso desenvol-ver o amor pelo trabalho, a dedicação e o comportamento adequado, para que sejam verdadeiros cidadãos, compro-metidos com a construção de um mundo mais solidário.

Manuela Dias, coordenadora de Comunicação

LAÇOS AFETIVOS

H á 17 anos no Colégio, como auxiliar de biblioteca, Isaura Paula do Nascimento tem dois fi lhos –

Robson, de 22 anos, e Vítor, 14. Desenvolve seu traba-lho com muita dedicação e, acima de tudo, é atenciosa e recebe com muito carinho todos os que a procuram em busca de conhecimento e do prazer de ler.

Caleidoscópio – Como é sua rotina na Biblioteca do Santa Maria? Do que mais gosta na profi ssão?Isaura – Minha rotina de trabalho é intensa, pois a Biblioteca é muito ativa. É fundamental guardar e or-ganizar os livros e outros materiais bibliográfi cos, de forma que qualquer pessoa consiga encontrá-los facil-mente. Gosto de tudo o que faço, mas minha preferên-cia é o atendimento. O contato com os alunos é rico e dinâmico.

Que momentos julga importantes na sua carreira?Todos os momentos são importantes e sempre apren-demos a cada nova situação, mas uma ocasião especial foi quando nos mudamos, em 1997, para o atual pré-dio da Biblioteca, novinho em folha.

Quais são as principais atividades da Biblioteca?Selecionar e organizar os suportes de informação, dis-ponibilizando os recursos necessários para que os alu-nos e a comunidade Santa Maria realizem estudos e pesquisas, além de programas de incentivo à leitura. Outros projetos importantes, que estimulam o hábito da leitura, são as aulas de Biblioteca, as exposições te-máticas e, anualmente, a Feira do Livro.

Como se incentiva o gosto pela leitura?A biblioteca escolar precisa ter um ambiente acolhe-dor, um acervo direcionado para cada faixa etária, ofe-recer sempre novidades e acompanhar as tendências do mercado literário para crianças e jovens.

A GUARDIÃ DOS LIVROS

A biblioteca escolar precisa ter um ambiente acolhe-dor, um acervo direcionado para cada faixa etária, ofe-recer sempre novidades e acompanhar as tendências

PERFIL DO FUNCIONÁRIO

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SUPLETIVO

D urante este ano letivo, surpreendemo-nos com a participação dos alunos no Grêmio Es-tudantil, capaz não só de somar e unir forças

para a realização de inúmeras atividades já conheci-das, mas também de provar que auto-estima é fun-damental para o desenvolvimento pessoal e intelec-tual de cada um.

As atividades propostas, a responsabilidade nas reuniões e o envolvimento de todos ajudaram a su-perar obstáculos e permitir o que antes os alunos nem ousavam pensar que fossem capazes: organizar-se, discutir, encontrar soluções e colocá-las em prá-tica. Descobriram que, sozinhos, poderia ser muito difícil, mas aprenderam a trabalhar em equipe; e quando não nos sentimos mais sós, quando todos, iluminados pela fé e trabalhando juntos, sentimo-nos verdadeiramente responsáveis uns pelos outros.

Essa é, de maneira simples, uma explicação para o sucesso do Grêmio junto a todos do Supletivo. Assim como uma família precisa de união, de organização e de divisão de tarefas para que a casa esteja em paz e bem estruturada, adotamos o mesmo pensamento.

BASTA UMA OPORTUNIDADEFoi com muita satisfação que compartilhamos os

passeios que tanto trouxeram cultura e lazer aos nos-sos alunos. Não há satisfação maior do que o con-tentamento no olhar de cada um durante e depois de cada passeio. Ao nos encontrarmos pelos corre-dores do Colégio, fi ca no ar um resquício nostálgico dos momentos compartilhados.

E as festas, então?! Com que orgulho nossos alu-nos mostram a seus familiares o espaço onde cons-troem seus conhecimentos e apresentam, com ale-gria, os professores que caminham com eles nessa busca de saberes.

Poderíamos fi car muito tempo narrando episó-dios e depoimentos, mas acreditamos que talvez uma palavra sintetize tudo: oportunidade. Toda essa bênção que ocorre na oportunidade que os alunos agarram para aproveitar tudo o que puderem – do espaço, dos mestres, da convivência com os outros.

E oportunidade nossa, do Grêmio, de aprender tanto com nossos alunos a cada semestre, sempre na tentativa de superar as suas e as nossas expectativas.

Vera Enju, professora do Supletivo

Alunos do Supletivona na exposição em que mostraram a autobiografi a que construíram, relatando suas experiências de vida e dando exemplo de obstinação e vontade de seguir em frente

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O trabalho voluntário ainda é pouco reconhecido pela sociedade. Não se trata de somente doar roupas, di-

nheiro ou alimentos, mas sim de valorizar uma realidade diferente e aprender com ela. Para ser voluntário, não basta ter boas intenções; é preciso força de vontade. O trabalho social acontece para que o ser humano tenha mais contato com o próximo, independentemente das difi culdades que possam aparecer nas relações interpes-soais. O voluntariado tende a ultrapassar tais limites.

Faço trabalho voluntário desde a 5ª série e pretendo continuar. Quando soube que poderia, dessa vez, trans-mitir carinho a crianças hospitalizadas, o que para mim seria novidade, concluí que seria muito proveitoso.

Lá no hospital, diferentemente dos outros lugares, eu nunca quero encontrar as mesmas crianças, pois quan-to mais tempo elas passam no hospital, menos tempo elas têm para brincar ou ir à escola. No hospital, fazer as crianças nos darem um sorriso é difícil, muito mais do que na creche. Por isso, receber um sorriso de uma criança hospitalizada faz com que a gente se sinta capaz de mudar o mundo; mais do que isso, nos faz ter a cons-ciência de já estar mudando o lugar em que vivemos.

Nathália Mattos Prado, aluna do 1º ano do Ensino Médio

UM SORRISO DIFÍCIL DE CONQUISTAR

N os dias 13 e 14 de novembro, durante a Semana na Empresa, fi z um estágio na organização não-

governamental Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), que apóia jovens vítimas de violência, dentre as quais a doméstica, a cobrar seus direitos, por exemplo, por meio da arte. Entre ou-tras atividades, fui às periferias da região do Grajaú e conheci alguns desses jovens que, por sinal, são ótimos grafi teiros. Fizemos esculturas de lixo para conscientizar a comunidade local da importância de preservar o meio ambiente. Aquilo não parecia obrigação. Todos os profi ssionais (essa palavra nun-ca caiu tão bem) estavam ali porque queriam. Não digo que o que fi zemos foi lazer, muito menos brin-cadeira, longe disso.

Sinto que é justamente esse interesse pela profi s-são que talvez ainda falte em alguns de nós e creio que experiências como essa que tive acrescentam nesta busca: encontrar o lugar certo para atuar de acordo com nossas habilidades e, principalmente, de acordo com nossa vontade.

Esse processo é facilitado quando vemos pessoas tão engajadas, já que conseguimos nos ver seguindo o seu exemplo.

Pauline Collaço Mingnoni, aluna do 2o ano C do Ensino Médio

SEMANA NA EMPRESA

ENSINO MÉDIO

Alunos do Colégio fazem trabalho voluntário no Hospital Regional: ações capazes de mudar o mundo

Grupo do 2o ano do Ensino Médio durante estágio na IBM

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O SANTA NO PARLAMENTO JOVEM MUNICIPAL

CIDADANIA

N os dias 25 e 26 de outubro, a aluna Carolina Helena Padilha Palermo, do 8o ano B, atuou como “vereadora jovem” na Câmara Munici-

pal de São Paulo, onde apresentou projeto de lei a respeito do tratamento de resíduos industriais lança-dos nos rios e córregos do município, representando o Colégio Santa Maria.

O projeto foi elaborado por um grupo do qual também participaram Gabriela Pinto Mendes, Giuliana Suetu Pasqualini e Renata Cunarro Piff er, como atividade do projeto da série em que todos os alunos discutiram, desenvolveram e acolheram, em cada turma, uma determinada questão. A coordena-ção e os professores do 8o ano selecionaram um dos projetos a ser enviado à Câmara de Vereadores.

Segundo informações da assessoria da Câmara, cerca de 300 escolas enviaram projetos e 55 foram selecionados para serem jovens vereadores e verea-doras. Por dois dias, os vereadores jovens conhece-

A partir da esquerda, Gabriela Mendes, Renata

Piffer, Carolina Helena Palermo e Giuliana

Pasqualini na tribuna da Câmara Municipal de São

Paul.o

ram as dependências da casa legislativa do municí-pio, aprenderam como se forma a mesa diretora e ocuparam o plenário durante toda a sexta-feira, em sessão simbólica transmitida pela TV Câmara, com cobertura de muitos órgãos de imprensa.

Carolina foi à tribuna para apresentar o projeto do seu grupo, aprovado com as demais propostas do “Partido do Planejamento Urbano”, em votação em plenário, por ampla maioria de votos.

Ao longo do desenvolvimento do projeto, os alu-nos discutiram questões como o processo de elabora-ção de leis e suas formalidades e as competências de cada um dos três níveis de governo no Brasil, sem-pre com o objetivo de formar um novo olhar sobre os problemas da cidade e desenvolver a competência de propor intervenções que busquem a solução para os problemas. Estamos formando cidadãos.

Ulisses Ambrósio do Carmo, professor de Geografi a do 8o ano

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O SANTA NO PARLAMENTO JOVEM MUNICIPAL

EX-ALUNOS

COMO SER FELIZ NO TRABALHO

M ais uma reunião de ex-alunos movimentou o Santa Maria em 10 de novembro. O prédio Santa Teresinha abrigou cerca de 30 colegas

das turmas que se formaram entre 1983 e 1996, que se animaram a sair mais cedo da cama para trocar abraços, confi dências e opiniões sobre um tema que permeia o dia-a-dia de todos os que estiveram presen-tes e daqueles que não compareceram, mas não deixa-ram de ser lembrados: como enfrentar os desafi os do mundo profi ssional na sociedade globalizada?

O encontro começou com um café da manhã de mais de uma hora. Frutas, bolachinhas, pãezinhos e afi ns foram um acompanhamento para a conversa animada que relembrou os dias passados no Santa. Em seguida vieram as refl exões. Para iniciar, sister Diane explicou que o debate proposto pelo Santa a seus ex-alunos estava alinhado com a constante refl exão que o Colégio faz sobre “que pessoas que-remos formar”.

Quando as discussões começaram, com a media-ção da ex-diretora do Ensino Médio Helena Maria Becker Albertani, sister Diane não fi cou sem resposta. Logo se percebeu uma avaliação comum: o Santa Ma-ria foi determinante para que os ex-alunos presentes ao evento tivessem condições de enfrentar as transfor-mações bruscas que ocorreram entre a época de suas formaturas e o momento atual. A avaliação é de que a formação ampla do Santa, em que o conteúdo aca-dêmico não é um fi m em si mesmo, foi de extrema importância para enfrentar e superar esse desafi o.

“O Colégio, mais do que qualifi cação, me deu competências que foram decisivas para as minhas escolhas profi ssionais. Vim aqui para agradecer ao Santa Maria pela minha formação e pelas compe-tências desenvolvidas”, disse Bruno Caetano Rai-mundo, formado em 1996 e atual secretário de Gestão Estratégica e de Comunicações do Governo do Estado de São Paulo. Sua opinião foi comparti-lhada pelo segundo expositor, o jornalista da agência

de comunicação Ex-Libris Luiz Leonardo Pattoli. O advogado Sérgio Varella Bruna, sócio do escritório de advocacia Lobo & de Rizzo, da turma de 1983, ressaltou o crescimento da competitividade no mer-cado de trabalho e a importância que a ética da for-mação humanística tem nessa nova realidade. Resu-mindo tudo isso, a promotora de Justiça da Infância e Juventude, Wanderleya Lenci, da turma de 1983, disse que o grande desafi o da educação é preparar pessoas que consigam ser felizes na complexidade do mundo atual.

Após o debate houve um brunch e muito mais conversas e lembranças dos tempos do Santa. Todos saíram esperando que um próximo evento seja mar-cado para breve.

Ana Cristina da Silva Brandão Canas, ex-aluna, turma de 1983, hoje jornalista e editora-assistente do AENews/Broadcast

À esquerda, Sister Anne entre Sônia e Sueli Santos;abaixo, a partir da esquerda, os integrantes da mesa-redonda que debateu o tema “Desafi os do mundo profi ssional na sociedade globalizada: como enfrentar?”: Sérgio Varella Bruna (turma de 1983, sócio do escritório de advocacia Lobo & de Rizzo), Wanderleya Lenci (turma de 1983, promotora da Infância e Juventude), a mediadora Helena Maria Becker Albertani (consultora educacional e ex-diretora do Ensino Médio do Santa Maria), Luiz Leonardo Pattoli (turma de 1996, jornalista da agência de comunicação Ex-Libris) e Bruno Caetano Raimundo (turma de 1996, secretário de Comunicação do Governo do Estado de São Paulo)

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METRO QUADRADO? O QUE EU FAÇO COM ISSO?

COMPONENTES CURRICULARES

P aredes, quadros, mesas, quadras de esportes. Por toda parte encontramos exemplos de superfícies que podem ser mensuradas. As origens da Geo-

metria (do grego “medir a terra”) coincidem com as necessidades do dia-a-dia. Mas será que conseguimos aplicar os conceitos que aprendemos na escola para resolver problemas do nosso cotidiano? Esse foi o de-safi o apresentado aos alunos e alunas do 5o ano.

Para construir com eles a diferença entre os con-ceitos de área e perímetro, fi zemos uso de uma fi ta métrica, jornal e cola, e os alunos criaram um metro quadrado em papel-jornal. Letícia, do 5o D, explica: “Fazer essa atividade foi muito bom, pois eu não ti-nha noção de área. Não imaginava o que era um me-tro quadrado. Depois que construí o metro quadrado de jornal, fi cou bem mais fácil entender essa noção”.

Eles fi zeram mais: verifi caram quantos colegas ca-bem dentro de um metro quadrado, mediram o chão da sala, a superfície da lousa e outros espaços da es-cola, verifi caram quantos “daquele” metro quadrado construído por eles cabem nessas superfícies.

Solicitamos que estimassem quantos quadrados eles “achavam” que caberiam em determinado espaço. Na discussão dos conceitos, a unidade de medida é fundamental, assim como a distinção entre uma me-dida linear (perímetro) e medida de superfície (área). “Eu achava que área e perímetro eram iguais. Percebi que um é medida de comprimento e o outro é de superfície”, descobriu Rafael Dominguez, do 5o D.

Bruna, do 5o D, e Matheus Neves, do 5o B, com-partilham a opinião: “Entendemos com clareza a dife-rença entre área e perímetro. Agora sabemos que um é medida de superfície e o outro, de comprimento”.

Surgiram outras questões. Estimulamos a classe a criar estratégias para expressar a medida da forma mais próxima do real. Uma das idéias apresentadas pelos alunos foi a de “cortar o metro quadrado”, surgindo registros em forma de número decimal, de fração, de desenhos ou palavras. “Estudar área é muito interes-sante, pois quando compramos uma casa temos de conhecer a área do imóvel para saber se o espaço é sufi ciente. Para comprar móveis para uma casa, temos que medir o perímetro do móvel para saber se caberá na casa”, observa Maeva, do 5o B.

Essas atividades nos permitem explorar conceitos de área e perímetro com caráter investigativo, esti-mulando a habilidade de estimar, criar novos regis-tros, perceber as diferenças entre eles e buscar a sua aplicação no cotidiano. A escolha das atividades é um ponto importante no trabalho em sala de aula, para proporcionar um espaço de aprendizagem e troca efe-tiva entre professor e alunos.

Denise Maria Guain Teixeira e Mirela Mendes Landulfo, professoras do 5o ano

Quantos alunos do 5o ano cabem em um

metro quadrado? A resposta estimula outras indagações

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EXTRACURRICULAR

O Dramatics � eater, grupo de teatro em Inglês do Extracurricular, renovou-se. E não só no nome. Os

trabalhos de improvisação e expressão corporal têm le-vado em conta temas pertinentes à realidade dos alunos e, a partir da compreensão e da discussão de diferentes temas, escolhem-se as cenas e os jogos a serem realiza-dos em aula. O destaque é a valorização do trabalho em equipe, para que os alunos saibam lidar com difi culdades e participem de tudo, apropriando-se de duas linguagens – o teatro e o Inglês. Gisele Shikako, do 2o C do Ensino Médio, explica: “O Dramatics é mais do que diversão. Aprimoramos o Inglês e a convivência com os outros”.

E quem não “sabe” Inglês também pode participar? Pode e deve. Beatriz Cernic e Larissa Lopes, do 8o D, afi rmam: “O teatro ajudou a melhorar as notas e nos fez praticar o Inglês de forma divertida”. A idade também não é problema. Os participantes têm entre 11 e 17 anos e suas diferenças são entendidas e valorizadas. “Além de aprender mais Inglês e técnicas teatrais, fazemos amigos que provavelmente não conheceríamos fora do grupo”, diz Marcello Moretti, do 2o B do Ensino Médio.

Na adaptação do fi lme Confessions of a teenage drama queen, os alunos investigaram seus sentimentos em rela-ção a amigos, família, escola, namoro etc. Nas apresen-tações de Drama queen’s dream, houve a participação de uma banda ao vivo, composta por Fernando Magalhães, Claudio Henrique Santos e Murilo Menezes, do 9º A, e João Pedro Câmara, do 8o B. Até então vista como “a mais tímida” pelos colegas, a aluna Bruna Lacerda decla-ra: “Valeu a pena trabalhar o ano inteiro nessa peça”.

Liliana Junqueira, professora de Teatro em Inglês

INGLÊS NO PALCO

N um mundo em que o Inglês se tornou um veículo de comunicação universal, os alunos

precisam ter fl uência para enfrentar os desafi os da globalização. Na aquisição de conhecimento do idioma, a música e a dramatização são um grande estímulo. No teatro, a inibição que é comum na sala de aula desaparece quando a emoção e o envol-vimento superam os obstáculos interiores.

Com essa visão, a equipe de Inglês do Ensino Fundamental II decidiu que, na comemoração dos 60 anos do Colégio e em homenagem a Pa-dre Moreau, relembraria a trajetória das Irmãs em canções que marcaram esse período. Após semanas de ensaio, fi nalmente chegou a grande noite. Com o auditório lotado e o hino do Colégio tocando, pressentimos que seria um espetáculo emocionan-te. As canções marcavam as transformações ocorri-das no Colégio, no Brasil e no mundo. O hino do Santa Maria relembrou a chegada da Congregação ao Brasil. Todos cantaram com emoção.

A partir daí, todos se contagiaram com a empol-gação e o envolvimento dos alunos, que imagina-vam estar na Broadway. O espetáculo foi montado pelas professoras de Inglês, com a colaboração de todos. A cada ensaio alguém fazia uma sugestão para melhorar ainda mais o musical. Foi uma noite gostosa, memorável, que inspirou novas apresenta-ções para os alunos do Fundamental II. Quem sabe entre esses jovens não exista um futuro artista?

Cida Bizutti, Gilda Parazzoli e Mara Regina Gomes Bussoti (equipe de Inglês do Fundamental II)

COMO NA BROADWAY

COMPONENTES CURRICULARES

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MUITO MAIS DO QUE APENAS COMPETIR

ESPORTES

O s Jogos de Integração do 2º ano do Ensino Fundamental foram realizados no primeiro semestre, com o objetivo de aproximar os

alunos dessa série por meio de jogos adaptados, pré-desportivos, atividades esportivas e brincadei-ras, além do convívio com o meio natural. A inten-ção era estimular os alunos a jogar entre si, tendo claros o respeito ao outro e o espírito de união e, acima de tudo, a perceberem a importância e a ne-cessidade do ato de brincar também presente no ato de competir.

Os alunos participaram de atividades como quei-mada, pinobol, circuito ginástico e rua de lazer (cor-da, chinelão, 5 Marias, bolinha de gude, chute a gol etc.), nas quais se notaram a integração na vontade de brincar, o respeito ao outro e o envolvimento de todos. O evento propiciou o desenvolvimento da competência de jogar, em que as crianças vivencia-ram valores que são inerentes à prática de atividades físicas, como resolução de confl itos e desafi os moto-res nas diferentes dimensões do saber, do fazer, do conviver e do ser. O convívio com a natureza fi cou por conta da rua de lazer, realizada no gramado do Colégio, à sombra das árvores, com demonstrações de cooperação, diversão e respeito ao meio natural.

Acreditamos ter alcançado nosso objetivo e es-peramos que esse momento mágico ultrapasse os muros do Colégio e se propague nas relações do dia-a-dia, pois atividades como os Jogos de Integra-ção favorecem a convivência e o estabelecimento de relações de companheirismo e amizade. Ficou claro que a integração e a competição saudável estão aci-ma da competição pura e simples e sem sentido que muitas vezes predomina em nossa sociedade.

Mário Cesário dos Santos e Cleber Teodoro Peres da Silva, professores de Educação Física

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COMPONENTE CURRICULAR

Explorar, investigar e adquirir conhecimento são caminhos para um desenvolvimento compatí-

vel com as exigências do mundo moderno. Nesse sentido, mais uma vez, os alunos do Colégio Santa Maria demonstraram sua garra e seu interesse, par-ticipando com brilhantismo da décima edição da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, promovida em 4 de maio pela Sociedade Astronô-mica Brasileira e a Agência Espacial Brasileira, no Rio de Janeiro.

Conquistaram medalhas de ouro os alunos Yuri Zveibil Rodrigues, do 9o ano, e Matheus Keveroff Bellini, do 8o ano. Os alunos agraciados com meda-lhas de prata foram Paulo Henrique Pereira Moro e Vitória Sena Albardeiro, do 9o ano, e Victor Moraes de Oliveira, do 7o ano. Com medalhas de bronze, também se destacaram Giovanna Santos Giorgi, Gustavo Ingegneri de Almeida e Lucas Bicudo Ting (5o ano), Camila Schmitsler de Oliveira (6o ano), Carolina Helena Padilha Palermo, Gabriela Ler-bach Quiles, Matheus Simonato dos Santos e Vitor Alexandre Moutinho Engelmann (8o ano), Adriana Silvério Sanches, Beatriz Pelegrini Veronezi e Victor Luís Sigaud Ferraz (9o ano).

EXPERIÊNCIA ENRIQUECEDORA Yuri Zveibil Rodrigues, do 9o A, medalha de ouro, descreve assim a sua experiência no evento: “Eu resol-vi participar da Olimpíada Brasileira de Astronomia não com o intuito de ganhar medalhas ou ter um óti-mo resultado. Minha intenção era, primeiramente, aplicar conhecimentos que adquiri dentro e fora das aulas e simplesmente ver no que daria. Durante a pro-va eu precisei utilizar vários conceitos que havíamos estudado nas aulas de Ciências e Matemática, além de ter que interpretar textos, pois várias respostas das

MEDALHAS NA OLIMPÍADA DE ASTRONOMIA E ASTRONÁUTICA

questões estavam nos enunciados dos exercícios. Foi uma experiência muito enriquecedora”.

Matheus Bellini, do 8o D, que também obteve o primeiro lugar, acrescenta: “Foi fantástico participar da Olimpíada. Eu sempre fui interessado em astro-nomia e astrofísica, por isso achei que seria uma for-ma de testar meus conhecimentos e aprimorá-los. Fui o ganhador do Nível 3 no ano passado. Com certeza foi de muita valia para mim participar este ano. Percebo que o aprendizado é um processo con-tínuo. Sempre há algo novo a descobrir. Espero par-ticipar também no ano que vem e aumentar meus conhecimentos sobre esse ramo da ciência, que mui-to me interessa”.

Alunos do Santa que participaram da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica

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COLÉGIO SANTA MARIAAV. SARGENTO GERALDO SANTANA, 890/901JARDIM MARAJOARA – 04674-225 – SÃO PAULO – SPNOVO TELEFONE (11) 2198-0600 – WWW.COLSANTAMARIA.COM.BR

INSTITUTO DAS IRMÃS DA SANTA CRUZ

COLÉGIO SANTA MARIACOLÉGIO SANTA MARIA

O QUE EU AMO NO SANTA

“Meu lugar preferido é onde está a imagem da Santa, em frente à Capela. Quando estou aqui, uma grande paz me invade e me sinto

muito bem.”Gisele Freire Granato, 9o D

“Amo o parque, porque o escorregador é legal.”

Camila Pereira de Barros, Pré

“O bosque, porque lá tem muito espaço.”

Laís Jannes Cidin, Pré

“Minha professora, porque ela nos ensina muitas coisas e

gosta da gente.”Ana Carolina Souza Friia, Pré“O lugar de que eu mais gosto é o

Tronco da Amizade, pois eu posso me lembrar de minha infância e reviver um período alegre e feliz. Não tínhamos nenhuma

preocupação, só queríamos nos divertir.”

Andréa Arvani, 9o A

“O quiosque, que provoca uma sensação de tranqüilidade e

liberdade. Estar em contato com a natureza nos faz muito bem.

Gosto inclusive de fazer algumas lições aqui.”

Thalita Yuki, 9o A