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Revista do Operador Nacional do Sistema Elétrico.

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EDITORIAL

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O diretor geral do ONS, Hermes Chipp, faz um balanço dos principais desafi os a serem enfrentados nos próximos anos.

Temos de nos preparar para lidar com a crescente complexidade da operação do SIN

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O ONS acaba de finalizar o seu Planejamento Estratégico 2014-2018. Na sua avaliação, quais são os principais pontos de destaque deste período para o ONS? Quais os principais desafios a serem superados?

Hermes Chipp: Nos últimos anos, assistimos a uma mudança sem precedentes no mundo. Ao mesmo tempo, está em curso uma transformação na composição da matriz de oferta de energia elétrica e na forma como essa energia é consumida. Um ambiente novo em relação a tudo que já enfrentamos no passado.

Temos, para o horizonte 2014-2018, trinta e sete ações estratégicas. Como exemplo, posso citar algumas, que serão desenvolvidas nos próximos três anos, melhorando os processos e produtos e preparando o ONS para o futuro que se apresenta.

• Aperfeiçoar os modelos de simulação eletroenergética face ao aumento da complexidade do Sistema Interligado Nacional – SIN (redução de volatilidade e mecanismos de aversão ao risco).

• Desenvolver e aprimorar metodologias, critérios, requisitos, recursos e procedimentos para ampliar a segurança do SIN com o uso de novas tecnologias: Rede de Gerenciamento de Energia (Reger), Organon, PMU.

ENTREVISTA

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• Preparar as equipes do ONS e dos Agentes para operar os novos sistemas de HVDC do Madeira e de Belo Monte, bem como a sua integração com o sistema de AC.

• Em decorrência do grau de penetração de fontes intermitentes, elaborar critérios para quantificação e alocação de reserva de potência regional e nacional, melhorar os requisitos de integração ao sistema e os Procedimentos de Rede.

• Aprimorar a nossa capacidade de previsão meteorológica e climática e aprofundar os estudos chuva/vazão.

• Atuar no processo de integração das usinas e das interligações de grande porte que tenham rebatimento especial na segurança do SIN.

Como as parcerias e acordos de cooperação técnica do ONS com organizações nacionais e internacionais podem contribuir para a superação dos desafios inerentes a uma matriz energética diversificada? Quais os principais projetos em curso?

HC: O intercâmbio com outros países permite avaliar, com antecedência, o impacto da adoção de novas tecnologias; realizar a troca de experiências sobre ferramentas voltadas à segurança elétrica, modelos e procedimentos; identificar causas e soluções adotadas para grandes ocorrências; entender todos os riscos e vantagens da inserção em larga escala das novas fontes renováveis.

O ONS vem acompanhando diversas iniciativas, como: a aplicação de PMU na China e nos EUA; o uso extensivo de HVDC e sua interação com o sistema AC na China, Canadá e Índia; a entrada de eólicas e solares na Europa, entre outras. Temos uma experiência muito positiva com a nossa participação no grupo dos grandes operadores do mundo (GO 15) e também com os acordos bilaterais firmados com outros países. Trocamos experiências com a Red Eléctrica de España, sobre incorporação de geração eólica na matriz elétrica, e com a China Southern Power Grid, sobre PMUs. Nossos engenheiros estão, por sua vez, envolvidos e atuando no âmbito de foros internacionais reconhecidos, como o Cigré, por exemplo.

No Brasil, mantemos parcerias com o Cepel, Inpe/CPTEC e o Simepar, entre outras instituições, com o objetivo de aperfeiçoar os modelos de simulação eletroenergética e o processo de obtenção de dados

sobre as condições atmosféricas para ampliar a segurança do SIN.

Para fazer frente ao crescimento da demanda, foi necessário investir na constituição de um parque gerador térmico. Além disso, a diversificação da matriz elétrica tem sido estimulada, principalmente visando à inserção de fontes alternativas renováveis. Em que medida essa complexidade da matriz impacta a operação do SIN?

HC: Na virada do século, a capacidade instalada no Sistema Interligado Nacional era de pouco mais de 65.000 MW, dos quais 90,6% correspondiam a usinas hidrelétricas e 9,4% a usinas termelétricas, que utilizavam diferentes combustíveis.

No final de 2013, já vivíamos uma situação completamente diferente. Dos cerca de 123.000 MW instalados no sistema, 74,8% correspondiam a usinas hidrelétricas, 23,3% a usinas térmicas e 1,9% a parques geradores eólicos. Essa expansão teve como características principais:

• A concentração dos novos projetos hidrelétricos em usinas a fio d’água, reduzindo significativamente a capacidade de regularização do sistema de reservatórios existente.

• A instalação de mais de 11.000 MW em usinas termelétricas a gás natural.

• A entrada em operação de cerca de 2.400 MW em parques eólicos, principalmente nas regiões Nordeste e Sul.

• A integração ao SIN de novas áreas, como o sistema Acre/Rondônia e, mais recentemente, de Manaus.

• O fortalecimento do sistema de transmissão, com o reforço das interligações inter-regionais e o acréscimo de novas linhas aos sistemas regionais, ampliando as possibilidades de efetuar a otimização do uso dos recursos energéticos das bacias e regiões e melhorando as condições de atendimento aos principais centros de carga.

Naturalmente, esse expressivo crescimento físico do sistema trouxe uma maior complexidade para sua operação. O ONS respondeu a esse desafio desenvolvendo e aprimorando seus produtos, processos e meto-dologias. São exemplos disso:

• A mudança na política de operação hidrotérmica, com o desenvolvimento e

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aplicação, entre 2008 e 2012, dos Procedimentos Operativos de Curto Prazo, que foram substituídos, em setembro de 2013, pela introdução nos modelos de otimização energética do mecanismo denominado CVaR (valor condicionado ao risco). Essas medidas aumentaram o despacho das usinas térmicas, ampliando a segurança do abastecimento, mesmo em condições hidrológicas adversas.

• O desenvolvimento e implantação do projeto Reger, que permitirá a modernização e uniformização dos sistemas de supervisão e controle adotados nos centros regionais e no Centro Nacional de Operação do Sistema do ONS.

• A integração de novos empreendimentos ao SIN, de modo a assegurar sua adequação à rede existente e garantir seu desempenho sistêmico, que se desenvolve em três etapas distintas:

- A realização de estudos pré-operacionais, com a proposição das medidas operativas que garantam a segurança operativa da rede nas diferentes etapas do processo de integração.

- A análise de conformidade dos projetos básicos dos novos empreendimentos de transmissão e/ou geração leiloados ou autorizados pela Aneel com os Anexos Técnicos dos respectivos editais e com os Procedimentos de Rede do ONS.

- A participação do ONS na elaboração dos Anexos Técnicos, que definem as características e requisitos dos novos empreendimentos que serão objeto dos editais das licitações realizadas pela Aneel.

Nos próximos cinco anos, com a expansão já contratada, o sistema deverá chegar a praticamente 160.000 MW instalados. As características que marcaram a evolução entre 2000 e 2013 irão se acentuar ainda mais. A parcela correspondente à capacidade instalada em hidrelétricas em relação à capacidade total cairá para 70,5%. Dos cerca de 20.500 MW relativos aos novos projetos hidrelétricos acrescentados ao SIN, apenas 1% refere-se a usinas hidrelétricas com reservatório, tornando ainda menor a capacidade de regularização do sistema de reservatórios. A capacidade de geração eólica deverá superar 13.600 MW, passando a representar 8,6% do total instalado no País. As outras fontes de geração também terão crescimento expressivo, com a entrada em operação de novas usinas a gás, a biomassa e com a terceira usina nuclear.

Outro ponto a ressaltar é que teremos grandes troncos de transmissão interligando as usinas hidrelétricas implantadas nos afluentes da margem direita do rio Amazonas com os sistemas recebedores do Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste. Serão sistemas de grande extensão – 2.400 km no caso do Complexo do Madeira, 2.500 km no caso de Belo Monte e 1.000 km em Teles Pires – conjugando circuitos em corrente contínua e corrente alternada, e transmitindo potências que variam significativamente entre o período úmido e o seco, em uma relação quase de 10:1. Temos aí mais um fator a aumentar a complexidade operativa do SIN.

Creio que esta questão deva ser atacada em duas frentes. Internamente, temos de nos preparar para lidar com essa crescente complexidade da operação do SIN, preservando e ampliando os conhecimentos estratégicos da organização, para que sejamos capazes de continuar aprimorando nossos produtos e processos. Externamente, ampliando a discussão na sociedade sobre como deve ser o sistema que queremos – qual o nível de segurança de suprimento que ele deve ter, qual a dependência de fontes renováveis não convencionais intermitentes desejada, qual a participação da geração termonuclear admissível, como avaliar os benefícios e os impactos socioambientais da construção de novos reservatórios, como tudo isso irá se refletir nos custos da eletricidade. São todas questões complexas, cujas respostas não temos hoje. Mas,

Nos próximos cinco anos, com a expansão já contratada, o sistema deverá chegar a praticamente 160.000 MW instalados.

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com certeza, apenas com a discussão ampliada por toda a sociedade seremos capazes de obtê-las.

O Brasil vem enfrentando um cenário de escassez de recursos hídricos. Quais os desafios que a presente conjuntura tem imposto ao ONS? Quais as estratégias para enfrentá-los?

HC: A perda de capacidade de regularização do sistema de reservatórios brasileiro, decorrente da concentração da expansão hidrelétrica em projetos a fio d’água em um cenário de demanda crescente, tornou as condições de suprimento ao longo do período seco cada vez mais dependentes do estoque acumulado no final do período úmido precedente.

Como a maior parte da capacidade de armazenamento do sistema encontra-se na região Sudeste/Centro-Oeste, alcançando 70% do total (a região Sul corresponde a 7%, o Nordeste a 18% e o Norte a 5%), o armazenamento alcançado pelo Sudeste/Centro-Oeste ao final de abril é determinante para a garantia do suprimento ao SIN no restante do ano.

Em 2012, houve um acentuado desestoque dos reservatórios ao longo do período seco na região Sudeste/Centro-Oeste, que chegou ao fim do ano com 28,9% da energia armazenada. E, desde outubro de 2012, a geração térmica vem sendo despachada em valores superiores a 10.000 MWmed.

Paralelamente, a situação hidrológica da região Nordeste vem se mostrando bastante adversa nos últimos anos. Após um período úmido abaixo da média em 2012 (afluências de 85% MLT entre janeiro e abril/12), seguiu-se um período seco rigoroso (afluências de 64% MLT entre maio e dezembro/12), que levou o nível de armazenamento da região, no final de 2012, a 32,2% da capacidade máxima. Seguiu-se outro período chuvoso muito fraco (afluências de 50% MLT entre janeiro e abril/13), que não permitiu a recuperação dos estoques hídricos da região, que chegou ao final de abril com 48,8% da energia armazenada. O período de março a novembro de 2013 teve afluências de 56% MLT, levando o nível de armazenamento no final de novembro/13 a apenas 22,2% do máximo. Foi o terceiro pior período seco de todo o histórico disponível da região (1931-2012). Houve uma pequena melhora em dezembro, fechando 2013 com 33,8% da energia armazenada. No período de janeiro a abril

de 2014, as condições hidrológicas recrudesceram, com afluências de apenas 42% MLT no período.

Neste cenário, o ONS vem administrando cuidadosamente a segurança operativa, considerando os custos com o despacho de todo o parque térmico e seus reflexos para os consumidores. O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) tem tido uma importante participação nesse processo, autorizando as mudanças na política de despacho térmico sempre que ocorre uma variação das condições hidroenergéticas.

A atual política de operação eletroenergética do SIN é preservar os estoques armazenados nas cabeceiras dos rios Grande, Paranaíba, Tocantins e São Francisco, utilizando recursos energéticos existentes nas regiões Sul e Norte, visando garantir o atendimento aos requisitos de energia e à demanda máxima do sistema ao longo de 2014.

Para implementar essa política, é necessário flexibilizar os requisitos de uso múltiplo da água e condicionantes ambientais. A tomada de decisão sobre a flexibilização dessas restrições vem sendo realizada de forma compartilhada envolvendo os ministérios de Minas e Energia, de Meio Ambiente e de Integração Nacional, Aneel, ANA, Ibama, ONS, os Agentes proprietários das instalações e, eventualmente, órgãos estaduais.

Considerando os valores esperados das previsões de energias afluentes para o período de junho a novembro de 2014 (71% MLT no SE/CO, 99% MLT no Sul, 73% MLT no NE e 105% MLT no Norte) e, ainda, que todas as medidas de flexibilização sejam efetivadas, será possível alcançar níveis de armazenamento da ordem de 18,5% na região Sudeste/Centro-Oeste e de 14,7% no Nordeste, com uma geração térmica de 16.200 MWmed no sistema.

No médio prazo, essa situação só será realmente aliviada por um período úmido 2014/2015 em que venham chuvas bem acima da média, para permitir a plena recuperação dos estoques de água do sistema. A longo prazo, o remédio efetivo só virá quando pudermos conjugar soluções que aumentem a energia garantida do sistema, seja com a construção de novos reservatórios, seja com a implementação de novos parques termelétricos ou com a exploração de novas fontes renováveis.

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COPA DO MUNDO

Do planejamento das medidas necessárias para a garantia do suprimento às doze capitais-sede, iniciado em 2010, até a fi nal da Copa do Mundo 2014, as equipes do Operador Nacional formaram um time campeão.

“Sobre o aspecto elétrico, tudo o que poderia ter sido feito para garantir o sucesso da Copa do Mundo no Brasil foi realizado. O sistema foi todo mapeado; o planejamento considerou critérios de segurança diferenciados; enfim, nos preparamos para o evento”, comemora a gerente de Planejamento da Operação Elétrica do ONS, Sumara Ticom.

Foi um longo trabalho. De dezembro de 2010 até julho de 2013, o ONS e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) trabalharam no âmbito das oito Forças-Tarefas (FTs) criadas pelo Ministério de Minas e Energia (MME), identificando as medidas necessárias para garantir o suprimento adequado de energia elétrica às 12 capitais-sede do evento. Quatro FTs foram coordenadas pelo ONS e outras quatro, pela EPE, sob orientações definidas no âmbito do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).

As FTs identificaram um conjunto de obras de transmissão visando à garantia da segurança para a realização da Copa, atendendo tanto aos critérios definidos pela Fifa e aos Procedimentos de Rede, como também aos requisitos diferenciados de segurança estabelecidos face à importância da competição.

“Quando tivemos a primeira reunião, senti que era fundamental ter alguém que fizesse o papel de organizar o trabalho e traçar um caminho para que todos estivessem sintonizados, seguindo um mesmo trajeto, as mesmas premissas e prioridades. O meu grande desafio foi fazer com que seguissem uma mesma diretriz. O resultado foi muito positivo”, avalia a gerente de Ampliações e Reforços da Rede Básica do ONS, Lillian Monteath, que assumiu a tarefa de coordenar o trabalho. “Por todo o esforço que essa tarefa demandou, considero como um grande desafio na minha carreira”, complementa.

Ainda nesta etapa, foi proposto um cronograma de obras indicadas como fundamentais, acompanhadas pelo MME.

Na fase seguinte do trabalho, coordenada por Sumara Ticom, foi emitido um relatório operativo, voltado ao planejamento da operação, para cada cidade-sede. “Esse relatório, em 12 volumes, teve um enfoque diferente dos emitidos pelas FTs. Ele continha um prognóstico de como deveria ser o desempenho do sistema no período da Copa: com atualização de carga; com possíveis restrições de intercâmbio; com a indicação dos Sistema Especiais de Proteção (SEPs) que deviam ser implementados

Seleção ONS entra em campo

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e modificados para atender aos critérios N-1 e N-2; com o quanto deveria ser usado de geração térmica; entre outros aspectos”, explica Sumara.

“Traçamos todo o elenco de ações operativas para que tudo corresse bem no âmbito da Copa. Os 12 volumes emitidos em fevereiro passaram ainda por uma revisão, e depois foi emitido o relatório operativo final com o real sistema que foi operado no evento. Esse processo envolveu tanto as equipes de Planejamento como de Operação do ONS”, complementa. “A Copa me obrigou ter um olhar mais detalhado para o sistema fora da rede de operação que não está no âmbito do ONS", finaliza.

Centros de Operação de “olho no lance”

A Copa do Mundo foi uma grande oportunidade para preparar e executar uma série de ações para atendimento às diretrizes de máxima segurança na operação do sistema, englobando geração e transmissão, bem como a rede de distribuição de energia elétrica.

Essas ações, as quais também trataram dos aspectos operacionais para o período de realização da Copa, tiveram caráter preparatório para atuação dos Centros de Operação do ONS em conjunto com os Agentes de Geração, Transmissão e Distribuição e integraram o Plano Diferenciado de Operação das Instalações e dos Centros de Operação do Sistema Interligado Nacional para o Suprimento de Energia Elétrica às Cidades-Sede da Copa do Mundo Fifa 2014. Dentre essas ações, podem ser destacadas:

- Realização, de forma antecipada, dos testes de autorrestabelecimento das usinas responsáveis pelo sucesso da recomposição em caso de perturbações no SIN;

- Implantação de Regime Especial de Operação para as instalações de geração e transmissão integrantes dos troncos de recomposição e com influência direta no atendimento de energia elétrica às cidades-sede, garantindo a operação dessas instalações com assistência local no período das 16 horas do dia anterior a cada jogo até as 8 horas do dia seguinte ao do jogo, em cada uma das cidades-sede;

- Implantação de recursos adicionais de monitoramento das instalações de distribuição integrantes dos caminhos de recomposição da Rede de Operação até os estádios, em caráter excepcional, assim como a implantação do Regime Especial de Operação também para essas instalações;

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- Realização de treinamentos de recomposição em cenários estabelecidos especificamente para a Copa 2014 e para a preparação e o treinamento das equipes de operação dos Centros do ONS e dos Agentes envolvidos no atendimento às cidades-sede dos jogos, utilizando inclusive as novas funcionalidades da Rede de Gerenciamento de Energia (Reger);

- Realização de testes adicionais de desempenho do sistema Reger para contingências de perdas do Sistema de Supervisão e Controle (SSC) dos Centros de Operação do ONS.

Segundo Angelo de Franceschi e Delfim Zaroni, respectivamente, assistente e assessor da Diretoria de Operação, além de toda a preparação dos Centros e de seus profissionais, foi implantado reforço das equipes de Tempo Real, atendendo ao Plano de Contingenciamento dos Centros Nacional e Regionais, sendo complementado pelo esquema diferenciado de trabalho das equipes de apoio à Operação e das equipes de Supervisão e Controle. Essas medidas atenderam, em especial, aos dias de jogos da Seleção Brasileira e aos jogos que aconteceram fora do horário comercial.

Nos bastidores

O sucesso de todo grande evento está diretamente relacionado aos cuidados com a sua produção. Cada pequeno detalhe faz uma grande diferença. Para que tudo funcionasse dentro do programado durante o grande espetáculo que foi a Copa do Mundo, além das equipes diretamente relacionadas ao Planejamento e à Operação em Tempo Real, também foi adotado um regime especial de trabalho para as áreas de infraestrutura de TI e Telecomunicações e de Administração Predial.

O Ministério de Minas e Energia, em conjunto com o ONS e os Agentes, elaborou, ainda, o Plano de Comunicação do Setor de Energia Elétrica para a Copa do Mundo Fifa 2014, voltado à divulgação de informações sobre o atendimento elétrico às cidades-sede e à edição de boletins informativos sobre o desempenho do SIN durante os jogos. Esses boletins foram publicados em área específica no site do ONS, após cada partida. Para a execução e sucesso do Plano de Comunicação, o Operador Nacional contou com uma equipe dedicada ao relacionamento com a imprensa e à interação com autoridades do setor elétrico, Agentes, Governos dos Estados e Prefeituras envolvidos. Essa equipe trabalhou em regime de sobreaviso para pronto atendimento 24 horas e em plantão presencial no Escritório Central do ONS durante as partidas.

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CAPA

De vento em popa

Desde a instituição, em 2002, do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de

Energia Elétrica (Proinfa) observa-se tanto o aumento do interesse por energia eólica

quanto a redução do custo do MWh negociado nos leilões de energia. Em 2005, o Brasil

dispunha de cerca de 30 MW de capacidade instalada. Em 2011, essa capacidade chegou

a 1.500 MW e, em 2012, alcançou 2.500 MW. Estão previstos, ainda, mais de 6.000 MW de

potência a ser instalada até 2017.

O GT Eólicas foi criado em 2012 visando integrar, de forma corporativa, todos os estudos e análises sobre geração eólica em curso no ONS, propiciando integridade, unicidade e robustez nos resultados a serem obtidos. Esse grupo busca estabelecer requisitos, critérios e procedimentos para integração da geração eólica ao Sistema Interligado Nacional (SIN), aplicados aos estudos, análises e atividades realizadas em suas diversas etapas. Além disso, define diretrizes e acompanha as atividades de suas Forças-Tarefas (FTs) sobre assuntos específicos referentes à integração de geração eólica, bem como o trabalho desenvolvido no âmbito do acordo EPE/ONS para troca de experiências e dados estatísticos, incluindo a integração entre as Bases de Dados das duas organizações, e propõe alterações e aperfeiçoamentos nos Procedimentos de Rede pertinentes ao tema.

Todo esse trabalho é coordenado pelos gerentes executivos dos Núcleos Norte/Nordeste (NNNE) e Sul (NSUL) do ONS, em função da preponderância da instalação de geração eólica

nessas regiões. O coordenador é Saulo Cisneiros (NNNE) e o vice-coordenador é Manoel Botelho (NSUL). O GT é composto por diversas FTs, que desenvolvem trabalhos referentes a temas específicos.

“Os Agentes estão sendo envolvidos em todos os processos formais que estão sob a responsabilidade do ONS, sobretudo quanto às propostas de alteração nos Procedimentos de Rede”, comenta Saulo Cisneiros. Além disso, “como se trata do desenvolvimento de atividades pioneiras no Brasil, e até mesmo em nível internacional, as referências do ONS advêm, também, da experiência de outros países e da participação dos seus profissionais em fóruns internacionais. O Operador conta, ainda, com o suporte técnico de consultores internacionais do INESC/Porto e de consultores nacionais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade de Pernambuco (PE)”, complementa Manoel Botelho.

Entre as referências destacam-se, especialmente, o GO-15 (antigo Very Large Power Grid Operators),

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ENTSO-E, Cigré e DEMSEE. No último ano, o ONS estabeleceu um acordo de cooperação com a Red Eléctrica de España (REE), conforme divulgado na sexta edição da Revista do ONS.

O porte do desafio

A crescente participação da geração eólica na matriz de energia elétrica brasileira, traduzida pela grande quantidade de parques eólicos a serem implantados, sobretudo nas regiões Sul e Nordeste, demandam soluções estruturais robustas na rede básica, além do desenvolvimento de projetos que busquem aprimorar o processo de previsão de geração eólica visando aos processos de programação e despacho.

Se, por um lado, a geração eólica representa uma alternativa, por outro, sua intermitência e sazonalidade impactam diretamente na operação do sistema.

“Duas importantes características básicas das fontes intermitentes – incerteza e variabilidade – aumentam significativamente os desafios para o planejamento e a operação do Sistema Interligado de acordo com padrões técnicos e econômicos adequados, fazendo-se necessária a mudança da visão tradicional dos planejadores e operadores”, avalia Saulo Cisneiros.

A geração intermitente apresenta grande incerteza e variabilidade em qualquer escala de tempo, uma vez que a natureza de sua fonte primária, o vento ou a luz do sol, resulta em flutuações que dependem intrinsicamente das condições ambientais. Uma consequência imediata é que a geração intermitente é muito menos

previsível do que as fontes convencionais. Esta incerteza tem um impacto direto no volume adicional da reserva de potência que deve ser provido para fazer face às variações bruscas desta geração, sobretudo nos horários de demanda máxima.

“A melhoria da previsibilidade e da despachabilidade da geração eólica é de fundamental importância para a programação e operação. O desenvolvimento de ferramentas eficientes e adequadas de previsão da geração eólica tem um papel vital”, comenta Manoel Botelho.

Frente a este desafio, torna-se necessário realizar estudos e análises para aprofundamento dessas questões, cujos resultados levarão ao estabelecimento de novos requisitos para os Procedimentos da Rede Básica.

Saiba o que já foi feito e o que está previsto

Além da emissão de duas Notas Técnicas, que subsidiaram propostas de alteração nos Procedimentos de Rede, a serem encaminhadas à Aneel (NT 0205/2012 - Aprimoramento de Requisitos de Conexão de Geradores Eólicos no SIN e NT 0079/2013 - Testes de Comissionamento para Integração da Geração Eólica ao SIN), destacam-se os seguintes resultados:

No que se refere aos Procedimentos de Rede:• Detalhamento sobre os apri-

moramentos nos requisitos de conexão (Submódulo 3.6) e informações solicitadas (Submódulo 3.4).

• Especificação dos requisitos mínimos para a integração de fontes eólicas com atenção

aos critérios de segurança operativa do SIN, aplicáveis aos Procedimentos de Rede.

No que se refere às metodolo-gias e modelos:• Desenvolvimento e calibração

do PrevEOL, por meio do projeto com a UFPE, para os Parques Eólicos das regiões Nordeste e Sul, contemplando definição de metodologia para a previsão de geração eólica por usina, em patamares de meia hora.

• Evolução e aprimoramento do Sistema de Geração Eólica – SGE, plataforma desenvolvida em 2011, que contempla dados observados e previstos de geração de parques eólicos e seus agrupamentos, com o objetivo de subsidiar a programação diária de geração e a consolidação da validação elétrica.

• Estruturação e desenvolvi-mento do Sistema de Dados Eólicos – SDE, com interface para acesso a: grandezas supervisionadas pelos centros de operação; base de dados de outras entidades, tais como EPE e CCEE; e outras bases de dados do ONS. Este sistema possibilita a pré-consistência dos dados supervisionados; acesso às informações para diversos modelos de previsão de geração eólica; armazenamento de previsões de geração eólica dos Agentes; e elaboração de relatórios e análises estatísticas.

• Definição de parâmetros para os patamares de geração eólica por condição de carga, que serão utilizados nos estudos de ampliações e reforços e de planejamento e programação da operação realizados pelo ONS, com a emissão das NTs-0018/2013 e 0035/2013.

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• Estruturação do tratamento, consistência e validação dos dados adquiridos pelo PI, que já estão na Base de Dados Técnicos (BDT) do ONS, utilizando as ferramentas de tratamento estatístico disponíveis no próprio aplicativo PI.

No que se refere às ações em campo:• Realização de ensaios em campo com registro

de manobras na Área Sudoeste do Nordeste – Complexo Eólico Desenvix Bahia (CEDB), na Área Leste do Nordeste – CGEs Alegria I & II, e na Área Norte do Nordeste – CGEs conectadas na ICG Acaraú II.

• Programação de ensaios de campo com registro de manobras nas Áreas Sul e litoral Norte do Estado do Rio Grande do Sul (complexos Eólicos de Cerro Chato e Atlântica).

• Realização de medição de harmônicos em subestações da rede básica no ponto de acoplamento comum para alimentação de parques eólicos.

Além do já realizado, estão previstos:

Sobre modelos:• Definição de equivalentes para parques

eólicos aplicados a estudos de Transitórios Eletromagnéticos, fazendo uso do programa ATP – 06/2015.

• Definição de equivalentes para parques eólicos aplicados a estudos de Estabilidade Dinâmica fazendo uso dos programas Anatem e Organon – 07/2014 (parques existentes).

• Realização de estudo comparativo entre modelos implementados em PSCAD/EMTDC e ATP, contemplando a validação de modelos em ATP, rede reduzida/equivalentes, fazendo uso de modelos “black box” em PSCAD/EMTDC – 06/2015.

Sobre estudos e requisitos para integração: • Definição de processo de integração de usinas

eólicas, contemplando: abrangência dos estudos e análises de Transitórios Eletromagnéticos; responsabilidades na execução e análises e proposta de inclusão nos Procedimentos de Rede e no Prodist – 12/2014.

• Definição da potência mínima de parques eólicos que não são despachados centralizadamente para serem supervisionados pelo ONS e a inclusão dessas usinas na base de dados de geração eólica – 07/2014.

• Aprimoramento dos requisitos técnicos para os estudos de qualidade de energia - 12/2014.

• Estruturação e evolução dos relatórios estatísticos de resultados da geração eólica, incluindo análise dos valores previstos e realizados, bem como curvas (MW x tempo), e evidenciando a produção das eólicas de forma contínua ao longo da jornada diária, para cada ponto de conexão com a rede básica ou ICG – atividade permanente.

Sobre reserva de potência:• Definição de critérios para quantificação

e alocação de reserva de potência regional e nacional em decorrência do grau de penetração de fontes intermitentes e suas incorporações aos Procedimentos de Rede - 12/2014.

Sobre previsão de geração:• Continuidade do desenvolvimento, com a

Universidade de Pernambuco, de um modelo autocalibrável “Neuro_Eólica”, para previsão de geração eólica, também baseado na técnica de redes neurais, que tem como principal característica seu rápido treinamento. O modelo pode ser utilizado facilmente para qualquer parque eólico, sem necessidade de modificação de seus parâmetros. Este modelo encontra-se em fase de testes, apresentando melhor desempenho que o PrevEOL - 07/2014.

• Contratação da Meteologica S/A, que é o maior provedor mundial de previsões de geração eólica, para agregar seus serviços à estratégia delineada pelo ONS - 01/2015.

• Desenvolvimento de um Sistema de Suporte à Decisão, que venha subsidiar a previsão de geração eólica por meio da seleção automática do modelo que apresente o melhor resultado para os parques eólicos em operação - 06/2015.

• Aprimoramento dos modelos de previsão, em todos os horizontes temporais, com a melhor qualidade dos seus resultados, de forma a se obter o suporte necessário às diversas atividades relacionadas com a gestão e programação do despacho de geração de energia do sistema elétrico, visando à segurança energética e elétrica do SIN – atividade permanente.

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GRANDES EVENTOS

Experiência do Reino Unido em grandes eventos

Projeto de cooperação entre ONS e Embaixada Britânica para troca

de informações sobre segurança da operação do sistema elétrico

durante grandes eventos já apresenta resultados.

Nos dias 20 e 21 de março, técnicos do ONS e do setor elétrico, bem como autoridades do Brasil e do Reino Unido, puderam conhecer os resultados do projeto de cooperação firmado entre os dois países referente à troca de informações e experiências para a garantia da segurança da operação do sistema elétrico durante grandes eventos. Além dos resultados da parceria, a National Grid compartilhou sua experiência durante os Jogos Olímpicos de Londres.

No primeiro dia, a reunião ocorreu no auditório do Centro Nacional de Operação do Sistema (CNOS), em Brasília. A mesa de abertura foi composta pelo embaixador do Reino Unido, Alex Ellis; pelo diretor de Operação do ONS, Ronaldo Schuck; e pelo gerente executivo de Pré-Operação e Tempo Real do CNOS/COSR-NCO, Péricles Caria Coutinho. Na plateia, além de técnicos do setor, representantes da Embaixada Britânica, da Casa Civil, do Ministério de Minas e Energia, da Aneel e da Autoridade Pública Olímpica (APO).

Após as boas-vindas e agradecimentos dos componentes da mesa, que ressaltaram a importância da troca de experiências entre os países, a programação seguiu com as palestras do gerente de Operação em Tempo Real do CNOS, Décio Teixeira, e do gerente de Operação da National Grid, o engenheiro Nigel Williams.

No dia seguinte, a programação se repetiu no Escritório Central do ONS, no Rio de Janeiro.

A mesa foi formada pelo diretor geral do ONS, Hermes Chipp; o cônsul do Reino Unido no Rio de Janeiro, Matt Woods; e o diretor de Operação do Operador Nacional, Ronaldo Schuck. Entre os presentes, representantes da Embaixada Britânica, do Ministério dos Esportes, da Rio 2016, da APO e do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

“Esse workshop marca mais uma etapa cumprida. Dentre as diversas medidas e ações adotadas, o ONS vem, desde 2013, desenvolvendo um projeto de Cooperação Técnica com o Reino Unido, financiado pelo programa Prosperity Fund, conforme acordo firmado com a Embaixada Britânica no Brasil”, comenta diretor geral do ONS, Hermes Chipp.

Inicialmente, uma missão do ONS, com participação do MME, foi ao Reino Unido para troca e aquisição de conhecimentos sobre o tema com as instituições inglesas. Esse grupo analisou o processo de planejamento e operação em tempo real do sistema elétrico inglês durante os Jogos Olímpicos de Londres. A partir desta referência e com base na experiência com a Copa das Confederações e os Jogos Pan-americanos, foram avaliados os documentos que integram o Plano de Operação do Sistema Interligado Nacional durante grandes eventos. A experiência com a Copa do Mundo 2014 também trará subsídios significativos para a operação do SIN em eventos de grande porte.

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GESTÃO

A Diretoria de Assuntos Corporativos reúne áreas estratégicas

para a sustentabilidade do Operador. Da gestão fi nanceira

à tecnologia da informação, o Operador Nacional vem se

preparando para enfrentar os desafi os inerentes à evolução do

setor elétrico, no Brasil e no mundo.

De um lado, verifica-se uma inegável mudança referente à produção de energia elétrica, com avanços tecnológicos que otimizam custos e permitem investimentos que modificam o perfil da matriz elétrica, e, de outro, os consumidores assumem um papel mais ativo, cobrando um serviço de melhor qualidade.

Todo esse cenário de transformação impõe uma questão vital aos grandes operadores. Como acompanhar esse processo de mudanças e garantir a sustentabilidade organizacional?

“Não existe uma resposta única a esta pergunta, mas um conjunto de iniciativas que visam superar os desafios impostos pelo panorama atual”, avalia o diretor de Assuntos Corporativos do ONS, István Gárdos.

As características próprias do ONS contribuem para tornar esse cenário ainda mais complexo. “Ao mesmo tempo, temos de cumprir os Procedimentos de Rede para a operação do Sistema Interligado Nacional e acompanhar as inovações metodológicas e tecnológicas para

ONS preparadopara o futuro

aprimorar nossos processos e produtos. Para tanto, necessitamos realizar constantemente prospecções tecnológicas e renovar nossas ferramentas, modelos e sistemas das áreas finalísticas e da área de tecnologia da informação. Além disso, é primordial manter uma equipe altamente especializada, com conhecimentos sistêmicos imprescindíveis para o cumprimento de nossa missão. Temos, ainda, de aprimorar constantemente a nossa gestão financeira e atender à Agência Reguladora e aos nossos Conselhos de Administração e Fiscal, bem como aperfeiçoar nossos processos administrativos. Tudo isso preservando a transparência e o relacionamento equânime com os Agentes”, acrescenta.

Nesta perspectiva, sua Diretoria abre quatro frentes específicas, essenciais para a organização: financeira, tecnologia da informação, administração geral e desenvolvimento de Recursos Humanos.

Para ilustrar o que vem sendo realizado em cada uma delas, vale destacar as iniciativas que

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irão trazer grandes mudanças para o Operador Nacional.

Gestão financeira

Uma das ações relevantes em curso refere-se à implementação da apuração e gestão de custos por Unidade Administrativa (UA). Esse projeto tem por objetivo determinar o custo real de cada UA que compõe a estrutura do ONS, permitindo a gestão eficiente dos recursos.

Outra ação importante diz respeito ao aprimora-mento da metodologia de gerenciamento de projetos, que visa tornar mais eficiente o acompanhamento da execução física e financeira dos projetos que integram o Plano de Ação.

Tecnologia da informação

Diversos projetos estão sendo desenvolvidos com o objetivo de oferecer estruturas de TI mais ágeis e aderentes às necessidades da organização. As ações visam prospectar e avaliar novas soluções em tecnologia da informação que contribuam para a melhoria da capacidade de execução dos processos corporativos e finalísticos, com foco em segurança cibernética, Big Data, soluções de mobilidade e Cloud Computing (computação de alto desempenho na nuvem). Também estão sendo desenvolvidas ações que visam assegurar uma gestão mais eficiente dos recursos, abrangendo a atualização da infraestrutura de telecomunicações, a adoção de uma plataforma de desenvolvimento integrada e a revisão das estratégias de licenciamento de aplicativos e de armazenamento e backup de informações.

Administração corporativa

O principal projeto da área de compras de bens e serviços consiste na implantação de um Portal de Compras. Essa ferramenta visa garantir maior agilidade, redução de custos, maior controle e qualidade nos processos de compras da organização, além de permitir acesso e consulta por qualquer usuário sobre o andamento dos processos em curso.

Outro desafio relevante refere-se à gestão predial das novas instalações, que consiste no provimento de serviços de infraestrutura a todas as equipes do Operador, 24 horas/dia. A execução desses serviços vem sendo contratada de forma centralizada (Facilities), modalidade que

permite que os colaboradores da administração corporativa se desonerem de tarefas operacionais se concentrando principalmente nas ações de planejamento da gestão predial.

Desenvolvimento de Recursos Humanos

A manutenção do elevado nível de qualificação dos profissionais do ONS no médio/longo prazo, a garantia da continuidade do nível de desempenho das equipes e o acompanhamento dos avanços no setor elétrico representam um desafio. Nesse sentido, o ONS está concluindo um projeto de Educação Corporativa, que tem por objetivo desenvolver estratégias de capacitação que foquem e priorizem os conhecimentos relevantes para execução das atribuições da organização. O novo modelo de educação proposto irá integrar as ações de Gestão do Conhecimento, Gestão de Desempenho, Plano de Desenvolvimento Individual e Trajetórias de Carreira, facilitando o entendimento pelos empregados e a adequada utilização pelos gestores.

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INOVAÇÃO

Sistema para cadastramento de perturbações amplia visão de ocorrências

Agentes não precisam mais cadastrar e classifi car estatisticamente

os desligamentos forçados e atuações de proteção. O cadastramento

das perturbações e dos desligamentos forçados passa a ser realizado

diariamente pelas equipes de Tempo Real dos Centros de Operação

do ONS, na nova versão do Sistema Integrado de Cadastramento de

Perturbações (Siper).

O novo Siper, adotado a partir de janeiro deste ano, reúne a apuração e análise estatística de desligamentos forçados e atuações de sistemas de proteção com o processo de análise das perturbações, possibilitando o relacionamento de informações e ampliando a visão sobre as ocorrências no Sistema Interligado Nacional.

Até final de 2013, essas informações eram registradas em sistemas distintos, que não permitiam o cruzamento de dados. Com a evolução do Siper, foi inaugurada uma nova dinâmica de trabalho.

“As análises estatísticas são extremamente importantes para se traçar um diagnóstico sobre o comportamento do sistema. Com esta nova ferramenta, ampliamos nossa visão sobre o seu desempenho e temos mais insumos para detectar os pontos que merecem maior atenção dos Agentes

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e do ONS”, avalia o gerente executivo de Estudos Especiais, Proteção e Controle (GPE), Mauro Muniz. “Temos, agora, informações sobre a operação como um todo e não só sobre o comportamento de componentes de forma isolada. Conseguimos integrar informações que antes estavam em bases distintas: no Siper e no Sistema de Análise e Coleta de Dados do Desempenho da Proteção (Siap)”, complementa o gerente de Proteção e Controle (GPE 1), Alexandre Massaud. O Siap foi descontinuado em 31 de dezembro de 2013, mas o ONS manterá os dados históricos disponíveis para consulta pelos Agentes.

Além de possibilitar o cruzamento de informações, a nova versão do sistema conferirá mais agilidade ao processo de apuração estatística de perturbações. A expectativa é de que os relatórios anuais sejam editados em um prazo mais curto. Além dos dois relatórios que já eram feitos com as análises estatísticas (um sobre os desligamentos forçados de componentes do SIN e outro sobre os desempenhos das proteções de componentes do sistema elétrico), será emitido um terceiro documento sobre as perturbações, com as seguintes informações: evolução do número de componentes da Rede Básica, análise quantitativa das perturbações ocorridas, identificação das causas que originaram as perturbações e cálculo e evolução dos indicadores de confiabilidade da Rede Básica. Neste ano, como os dados são referentes a 2013, os relatórios ainda seguirão o modelo antigo. Os documentos referentes a 2014 já trarão a nova visão sobre o sistema.

Outro ganho relevante é a garantia do controle e da observabilidade do processo pelo ONS, que passa a ter uma base de dados única, atualizada diariamente, disponível para seus estudos e para atender às inúmeras solicitações externas que recebe.

O Siper foi desenvolvido e é mantido pela Gerência Executiva de Informática e Telecomunicações (GIT) em parceria com as equipes da GPE-1, de Pós-Operação dos Centros do ONS e dos Núcleos Sul e Norte/Nordeste.

“Levamos de junho a dezembro de 2013 para desenvolver a nova interface do sistema. Na verdade, podemos até considerar essa versão do Siper como um novo projeto, devido ao porte das alterações e inclusões realizadas. Ele foi desenhado em etapas e exigiu um grande esforço para o seu desenvolvimento. O resultado foi muito bom: um sistema muito estável e robusto, que oferece boa usabilidade”, comenta Eduardo Bruno de Araújo Silveira, analista de TI do ONS.

É fundamental para o ONS investir em inovação,

desenvolvendo novas ferramentas que aprimorem e facilitem tanto os seus processos internos como os compartilhados com os Agentes.

Francisco Arteiro, diretor de Planejamento e Programação da Operação

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Mais facilidade para os Agentes

No processo realizado pelo Siap, a cada trimestre, os Agentes cadastravam os dados no sistema, atribuíam as classificações estatísticas e enviavam ao ONS. Por sua vez, o Operador Nacional analisava as informações, interagia com os Agentes, caso necessário, e elaborava os relatórios anuais.

Com a integração dos processos, o próprio ONS passou a cadastrar e classificar estatisticamente os desligamentos forçados e atuações de proteção. “Ficou muito mais fácil informar a Síntese Gerencial ao ONS. A cobrança de informação e consistência dos dados estão bem estruturadas. É fácil preencher e enviar informações”, avalia Otávio Matimoto Koide, da Divisão de Proteção e Estudos do Sistema, da Eletrobras/Eletrosul.

Fábio Pontes Campanha, da Divisão de Sistemas de Proteção e Regulação, da Eletrobras/Chesf, também aprovou a alteração. “Como em qualquer processo, as mudanças propostas na metodologia do Siper trouxeram inicialmente um certo impacto em nossas atividades, uma pequena alteração em nossos processos, mas com certeza essas mudanças vieram para facilitar, e muito, a vida dos Agentes. Só pelo fato de não termos mais o compromisso de manter o banco de dados do Siap atualizado para o ONS, já facilitou bastante o nosso dia a dia”, comenta.

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O Operador divulga os projetos socioculturais que serão

patrocinados por meio da Lei de Incentivo Fiscal da

Prefeitura do Rio de Janeiro.

Desde 2005, o ONS patrocina ações socioculturais por meio da Lei de Incentivo Fiscal da Prefeitura do Rio de Janeiro (ISS). O mecanismo permite que empresas repassem parte de suas arrecadações de impostos a projetos de cunho artístico, cultural, social e educacional.

Nesses nove anos, 42 projetos tiveram o apoio da organização. O objetivo principal do programa é incentivar a cultura brasileira, promovendo o acesso às produções culturais e a inclusão social. Com isso, o ONS reforça também o orgulho de seus colaboradores, por trabalharem em uma organização que incentiva projetos de valor.

Além disso, fortalecer a marca do ONS junto ao público externo, como uma empresa incentivadora de ações sociais, com foco em educação e cultura, também está entre os intuitos das ações de patrocínio.

Neste ano, foram selecionados quatro projetos; dois são chamados de “projetos de manutenção”, tendo o patrocínio renovado. Os outros dois estão sendo apoiados pela primeira vez.

Escola de Circo Social Crescer e Viver: Com o ONS assinando como patrocinador pelo sétimo ano consecutivo, o projeto adquire um caráter de continuidade e o reconhecimento

público pelo investimento no desenvolvimento social e humano, utilizando as artes circenses como elementos centrais da geração de múltiplas oportunidades de ascensão pessoal e coletiva para crianças, adolescentes e jovens.

Ponto Cine: Pelo quinto ano consecutivo o projeto será patrocinado pelo ONS. “Ponto Cine Manutenção” tem o objetivo de viabilizar a programação anual de filmes brasileiros e facilitar o acesso da população, por meio de ingressos a preços populares, ao Ponto Cine, primeira sala popular de cinema digital do Brasil, além do acesso gratuito a dez mil estudantes da Rede Pública de Educação.

Musical Cássia Eller: O espetáculo tem como objetivo prestar uma homenagem à vida e à obra de uma das mais talentosas cantoras da história brasileira. Recriará os momentos mais marcantes de sua carreira, suas principais canções e seu legado artístico e cultural.

Velho Guerreiro – O Musical: Espetáculo sobre Chacrinha, o Velho Guerreiro, considerado o maior comunicador da TV brasileira. Ele foi líder de audiência por mais de uma década e lançou os maiores cantores da MPB. Com texto de Pedro Bial, um espetáculo repleto de músicas, bastidores e curiosidades da TV e dos artistas nacionais.

RESPONSABILIDADE SOCIAL

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BELO MONTE

No início de fevereiro, as empresas do grupo Eletrobras – Furnas e Eletronorte –, e a chinesa State Grid venceram o leilão de transmissão para o escoamento da energia da hidrelétrica de Belo Monte, localizada no Rio Xingu, na Região Norte do Brasil. Os vencedores formaram um consórcio chamado Interligação Elétrica Belo Monte.

A IE Belo Monte será responsável por construir uma linha de transmissão de 2.092 km e duas estações conversoras em extra-alta tensão. As conversoras escoarão energia do Pará ao centro de carga elétrica no Sudeste do País. A linha se originará na subestação 500 kV Xingu, pertencente à interligação Tucuruí-Manaus, chegando a Minas Gerais, na subestação de Estreito.

“Belo Monte é um empreendimento de grande porte e impacto significativo para a operação do Sistema Interligado Nacional (SIN). O escoamento da energia gerada na hidrelétrica se dará por meio de um sistema de transmissão em corrente contínua +/-800 kV, sendo composto por dois bipolos, adotando solução tecnológica em corrente contínua 800 kV ainda inexistente no Brasil”, comenta o diretor de Administração dos Serviços de Transmissão, Álvaro Fleury.

No âmbito do Operador, esse trabalho foi coordenado pela Assessoria da Diretoria de Administração dos Serviços de Transmissão e pela Gerência de Padrões de Desempenho e Requisitos

Mínimos das Instalações da Rede Básica do ONS (GAT 3), com a participação de profissionais das seguintes gerências: de Ampliações e Reforços da Rede Básica (GAT 2), de Estudos Especiais e Controle (GPE 2), de Metodologia e Modelos Elétricos (GMC 3), de Acesso à Rede Básica (GAT 1) e de Normatização (GOA 1), além de consultores com especialização em HVDC e em qualidade de energia.

O papel do ONS nos projetos dos sistemas de transmissão é de grande relevância, iniciando-se a partir da definição dos requisitos mínimos que constam dos Anexos Técnicos do Edital de Licitação

No início do ano, foi leiloado o primeiro bipolo do sistema de transmissão

da hidrelétrica de Belo Monte. A linha de transmissão terá mais de 2 mil

quilômetros e levará energia do Pará à Região Sudeste do País.

maior intercâmbio entre as regiões Norte e Sudeste

Da esq. para dir.: Álvaro Fleury, Antonio Carlos Carvalho e Helio Pessoa.

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até a aprovação da conformidade do Projeto Básico apresentado pela empresa transmissora.

Esse Anexo Técnico foi elaborado levando-se em conta os relatórios preparados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que estabeleceram a alternativa de referência para o leilão. O ONS participou do desenvolvimento dos estudos, inserindo sua visão como operador do sistema brasileiro. “Esses relatórios tratam não só da escolha da alternativa economicamente mais viável, mas, também, dos aspectos sistêmicos e de engenharia das instalações. Todos eles são relevantes”, comenta Helio Pessoa Junior, engenheiro da GAT 3.

O Anexo Técnico do leilão define os requisitos do sistema, englobando os aspectos referentes à interação do novo sistema em corrente contínua com a rede em corrente alternada existente.

Uma vez assinado o contrato de concessão, é necessário garantir que a implantação do projeto se dê conforme o planejado. “A análise do projeto básico pelo ONS assegura o atendimento ao estabelecido nos Procedimentos de Rede e no Anexo Técnico do leilão, garantindo a integração da nova obra sem impactos negativos à rede existente e à operação do sistema”, observa Antonio Carlos Carvalho, gerente da GAT 3.

Quanto ao segundo bipolo, a EPE, com a participação do ONS, está preparando o Relatório R2, que detalha a alternativa de referência e permite à Aneel a elaboração do Edital de Licitação. A previsão é de que o R2 seja concluído até outubro deste ano.

Energia em mão dupla

O primeiro bipolo terá suas estações terminais nas subestações Xingu (terminal

emissor) e Estreito - Minas Gerais (terminal receptor). O terminal receptor do segundo bipolo estará localizado no Estado do Rio de Janeiro, sendo o emissor também na subestação Xingu.

A hidrelétrica agregará, nos meses úmidos da Região Norte, um total de 11.233 MW adicionais ao SIN. Para efeito de comparação, Itaipu, a maior usina do País, fornece cerca de 14.000 MW. Entretanto, a capacidade de armazenamento de Belo Monte é baixa, o que reduz a geração na época de seca. Por esse motivo, o bipolo 1 foi concebido para transmitir nos dois sentidos, de forma a permitir a transferência de energia do Sudeste para o Norte quando necessário.

De acordo com Helio Pessoa Junior, esse bipolo será capaz de transportar 4.000 MW no sentido

Minas Gerais e 3.270 MW no sentido Xingu. “Uma injeção de potência desta magnitude afeta fortemente a operação. O impacto é tão grande que exige reforços significativos para a rede em corrente alternada. Muitos destes reforços já foram licitados, e seus projetos básicos já estão sendo analisados pelo ONS”, conclui.

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Por Dayse Gomes*

ARTIGO

Educação corporativa

em foco

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Um olhar sobre o ambiente de negócios nos revela que, em razão das transformações e maior complexidade no mundo empresarial, a gestão de pessoas tem sido desafiada. Em contrapartida, as competências humanas se transformaram no principal ativo das organizações, sendo fator de diferenciação e de vantagem competitiva.

Nesta mesma direção, Peter Drucker e Peter Senge, dois importantes gurus da administração de empresas, defendem a ideia de que os objetivos e metas de desenvolvimento de pessoas precisam estar associados às diretrizes estratégicas da organização, e, por isso, consideram o conhecimento e a aprendizagem como condições estruturantes.

Com a correta leitura do contexto em que vivemos e o entendimento da necessidade de se investir em pessoas, surge então a questão: “mas como é possível criar oportunidades permanentes de aprendizado?”. E é exatamente neste ponto que educação corporativa se alicerça.

A educação corporativa surge da necessidade das organizações oferecerem respostas mais adequadas e ágeis às demandas de uma nova sociedade e das relações do mundo do trabalho, o que as levam a criar uma abordagem educacional própria, que garanta a construção e a sistematização de uma cultura de aprendizagem e desenvolvimento continuado, propí cio à criaç ã o de valor e inovação.

São inúmeros os casos que comprovam o seu impacto positivo e a sua capacidade de impulsionar os valores, os objetivos, as metas e os resultados empresariais, bem como a promoção de uma postura pró-ativa dos indivíduos diante do conhecimento, possibilitando a formação de profissionais-cidadãos, preparados não apenas para as empresas, mas para os desafios da vida.

No entanto, para que essa cultura do aprendizado e valor se potencialize e se transforme em um fator de diferenciação, faz-se necessário que as organizações estejam preparadas a abandonar “velhos” conceitos e a adotar novas premissas, saindo da posição de uma empresa que “apenas” treina para o de uma organização que aprende a aprender. E essas mudanças não são superficiais.

O foco da educação corporativa é requalificar o próprio significado do trabalho e romper a barreira da profissionalização, visto que o processo de aprendizagem se estabelece como um instrumento de empregabilidade e sustentabilidade em benefício de muitos.

* Dayse Gomes é consultora e coach de carreira, sócia e direto-ra do Carreira Bistrô; professora dos cursos de educação executi-va e pós-graduação do FGV Management e Ibmec. Doutoranda em Administração pela École Supérieure de Commerce, ESC Rennes, na França; Mestre em Administração e MBA Executivo em Marke-ting pelo Ibmec-RJ; possui especializações em Gestão de Negó-cios pelo MIT Sloan School of Management, IMD e Babson College.Atualmente, Dayse é consultora de um projeto no ONS. Ela apoia a Assessoria de Recursos Humanos na elaboração de proposta para o novo modelo de Educação Corporativa, previsto no Planejamento Estra-tégico do Operador Nacional.

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