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BELO HORIZONTE, SÁBADO, 22 DE SETEMBRO DE 2012 - ANO I - EDIÇÃO 3 REVISTA MAÇÔNICA REVISTA MAÇÔNICA TRIÂNGULO TRIÂNGULO Os 85 anos da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais Página 10 Palácio Maçônico da Grande Loja Maçônica de MG, atualmente

Revista Edicao n3 GLMMG

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BELO HORIZONTE, SÁBADO, 22 DE SETEMBRO DE 2012 - ANO I - EDIÇÃO Nº 3

REVISTA MAÇÔNICAREVISTA MAÇÔNICA

TRIÂNGULOTRIÂNGULO

Os 85 anos da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais

Página 10

Palácio Maçônico da GrandeLoja Maçônica de MG, atualmente

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Sumário

ExpedienteGRANDE LOJA MAÇÔNICA DE MINAS GERAIS

Grão-Mestre Leonel Ricardo de Andrade Grande 1° Vigilante Eustáquio Coelho de Freitas Grande 2° Vigilante Edilson de Oliviera Secretário de Comunicação José Sérgio Ferreira Conselho Editorial José Airton de Carvalho, José Maurício Guimarães, Francisco Feitosa da Fonseca, Leandro Caldeira Temponi, Sérgio Quirino Guimarães, Antenor Rodrigues Barbosa Júnior e João Pedro Martins Supervisão Jornalista Laudívio Carvalho Editor de Fotografia e Diagramação Carlos Eduardo de Andrade, José Sérgio Ferreira Relações Públicas Robson da Silva Lopes - CONRERP 2428 REVISTA MAÇÔNICA TRIÂNGULO é uma publicação da GLMMG - Grande Loja Maçônica de Minas Gerais. Avenida Brasil, 478 - CEP 30140-001 Belo Horizonte/MG Telefone (31) 3218-1400 E-mail [email protected] Impressão GLMMG

Geraldo

GLMMG

Grande Loja Maçônicade Minas Gerais

Fundada em 25 de setembro de 1927

Atualmente com 337 Lojas

Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB)

Confederación Masónica Interamericana (CMI), 5º Zona

Gestão 2012 / 2015

Grão-MestreLeonel Ricardo de Andrade

Grande 1º VigilanteGeraldo Eustáquio Coelho de Freitas

Grande 2º VigilanteEdilson de Oliveira

Av. Brasil, 478 - 30140-001Belo Horizonte - MG

Telefone: (31) 3218-14000800 725 1400

[email protected]

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Trata-se este documento de um Projeto da GLMMG - Grande Loja Maçônica de Minas Gerais

Pag.4

DIA DO MAÇOM E O ANO DA VERDADEIRA LUZ

A Assembléia Legislativa de Minas Gerais presta homenagem à Maçonaria, no Dia do Maçom

Pag .16

HORIZONTES DA LIBERDADEOs 85 anos da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais..................................... 10

MANIFESTO À NAÇÃO BRASILEIRA.......................... 18

Minha Profissão...................... 19

O PODER DO PENSAMENTO ................................................21

OS DETRATORES DA MAÇONARIA .........................22

DISCIPLINA............................27

INFORMABIM.........................28

A ORIGEM DA MAÇONARIA...........................29

Comercial

[email protected](31) 3218-1425

A MAÇONARIA EM DEFESA DO PLANETA TERRA

Page 3: Revista Edicao n3 GLMMG

Palavras do Grão Mestrado

Nesse momento em que a Grande Loja Maçônica de Minas Gerais - GLMMG completa 85 anos de fundação, o Grão Mestrado parabeniza os Irmãos, Cunhadas, Sobrinhos, Sobrinhas e Funcionários, como também os agradece pela contribuição e dedicação, em todas épocas, pois, entende que ao longo de sua história a nossa Instituição fortaleceu e consolidou a sua ação maçônico-social em função do empenho de todos os entes que já participaram e que participam de sua estrutura organizacional. Foi e é o trabalho em conjunto, o grande responsável pela harmonia, equilíbrio e sucesso de nossa Grande Loja, que é hoje uma organização vencedora e de referência não somente no cenário do Estado de Minas Gerais e do Brasil, mas também em nível internacional.

Este Grão Mestrado, consciente de suas responsabilidades na condução desse legado está convicto de que o sucesso do passado, por si só, não garante o sucesso do futuro e, diante dessa máxima, envidará os melhores esforços no sentido de buscar, juntamente com as Lojas Maçônicas jurisdicionadas, traçar as diretrizes que permitam enfrentar e vencer todos os desafios necessários à construção de um futuro esperado e almejado por todos. Mas, para que isso se concretize é fundamental que cada um de nós tenha plena consciência de seu papel nesse conjunto e que, a vontade de fazer, o desprendimento e o envolvimento com o bem comum sejam infinitamente superiores aos interesses e desejos pessoais.

Dito isso, cabe a nós, dirigentes eleitos pelo Povo Maçônico da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, termos a sensibilidade e a determinação para discutir com os dirigentes de nossas Lojas Maçônicas jurisdicionadas que estão distribuídas pelos Rincões Mágicos das Minas Gerais - quanta diversidade, quantos detalhes e, sobretudo, quanta riqueza de princípios e de valores humanos -, acerca de como nos organizarmos para sermos mais eficientes no que estamos fazendo e, em especial, naquilo que propormos e dispusermos a fazer. Tudo que fizermos deve simplificar e facilitar a gestão administrativa da GLMMG e de suas Lojas, priorizando os nossos esforços naquilo que é mais relevante e importante de fato para a vida dos Irmãos, de seus familiares e das coletividades onde estão inseridos, buscando fazer no menor prazo possível, sendo ainda uma referência para a sociedade, sempre com capacidade para motivar as pessoas a agirem em prol do fortalecimento do bem social, ou seja, da Evolução Humana.

Eis que há no seio de nossa Família Maçônica um amplo sentimento histórico de que a Maçonaria tem papel crucial na construção de uma sociedade mais justa e equilibrada e que todos têm buscado, no convívio harmonioso, a valorização dos aspectos que consolidam esse desenvolvimento humano ao qual chamamos de Evolução. Por isso é que temos conclamado aos nossos Veneráveis Mestres muito empenho no sentido da formação de lideranças que possam agir ativamente no seio social. Entendemos que as Lojas Maçônicas, assim como os

DeMolay, as Filhas de Jó e demais Ordens Para-Maçônicas são entidades formadoras de talentos com grande capacidade para atrair, formar e reter futuras lideranças no contexto maçônico e social, plenamente capazes e convictas da necessidade de resgatar os valores e princípios éticos do relacionamento humano, sempre atuando solidariamente e induzindo as demais pessoas pela atitude firme e pelo exemplo de conduta.

Concluindo, agradecemos aos Irmãos que colaboraram e enriqueceram a 3ª Edição desta Revista Maçônica Triângulo, seja com seus artigos, seja nas diversas etapas de organização do trabalho. A todos, o nosso reconhecimento e respeito, solicitando permissão para citar o artigo do Irmão José Maurício Guimarães, pois o mesmo se refere à parte da história dos 85 anos de existência da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais e retrata exatamente as nossas palavras iniciais, reafirmando o quão esta história é exitosa e repleta de momento edificantes.

O Grão Mestrado - Gestão 2012 - 2015 sente-se dignificado e honrado com a confiança dos Irmãos, Cunhadas, Sobrinhos, Sobrinhas e Funcionários e mais, tem a plena certeza de que conseguirá avançar na execução dos objetivos e metas propostas para o triênio da administração que teve início em 01 de julho de 2012, pois conta com a colaboração de valorosos e dignos Irmãos e Amigos das diversas esferas da administração (gostaríamos de nominar todos; entretanto, o espaço físico não nos permite essa justa citação). Além disso, é preciso ressaltar o papel de liderança exercido pelos nossos Grão-Mestres Ad'vitam e Grandes Vigilantes que, cada um à sua época, deram e fizeram o melhor de si para deixar-nos esse legado de sucesso, fundamentado na solidez de execução e consolidação de diversas ações que tão positivamente repercutem nos dias atuais. Da mesma forma reconhecemos a efetiva participação, nessa história, das demais 26 Grandes Lojas dos demais Estados, congregadas na Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, do Grande Oriente do Brasil - Minas Gerais e do Grande Oriente de Minas Gerais.

Finalizando, o nosso singelo e sincero muito obrigado à Fraternidade Feminina da Grande Loja Maçônica de Minas, representando todas as Fraternidades Femininas das Lojas Maçônicas jurisdicionadas, pelo trabalho, dedicação e zelo em prol das causas sociais que tanto defendemos.

Um Tríplice e Fraternal Abraço,

Leonel Ricardo de Andrade - Grão-MestreGeraldo Eustáquio C. de Freitas - Grande 1º Vigilante

Edilson de Oliveira - Grande 2º Vigilante

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A MAÇONARIA EM DEFESA DO PLANETA TERRA

Paulo Duarte Pereira

Trata-se este documento de um Projeto da GLMMG - Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, a todos os maçons do Estado de Minas Gerais, conclamando-os à adoção de firme posicionamento em favor do Ecossistema do planeta Terra, vilipendiado pelas agressões que vem sofrendo por práticas indevidas dos próprios seres humanos.

Contém nele, em apertada síntese, informações a respeito do problema mundial, especificamente sobre os danos causados pelo efeito estufa, aquecendo além do normal o planeta, pela redução da camada de Ozônio e pelo desflorestamento, como um dos vilões responsáveis pela origem do grave incidente.

AQUECIMENTO GLOBAL - GENERALIDADES

1. Redução da camada de Ozônio; 2. Efeito estufa; 3. Desflorestamento.

“O aquecimento global é inevitável e grave”.

(Sérgio Besserman Viana – Conselheiro da ONU)

Se quisermos ter alguma preocupação com os nossos filhos e netos, reveste-se de importância qualquer gesto que fizermos.

Os cientistas não têm mais dúvidas de que o aquecimento do planeta é uma inquietante realidade.As autoridades estão cientes disto.As mudanças climáticas da terra, sentidas e vivenciadas nos últimos tempos, são a comprovação deste fenômeno.

Nos últimos cem anos a temperatura da terra subiu 0,7 graus centígrados e está previsto um

aumento de 2,0 graus centígrados até o fim deste século, se nada for feito. A triste e comprovada afirmativa é a de que as atividades humanas são as responsáveis por este aquecimento.Está a humanidade em frente ao maior desafio da história, com o qual jamais se defrontou. Nada foi feito de forma global e sistemática para vencê-lo. A certeza é inquestionável: - a solução deverá ser construída pelos homens, os únicos atores sociais, econômicos e políticos da terra. É necessário, entretanto, que se unam em busca da solução.

1. REDUÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO

O Ozônio (O3) é um gás que atua como filtro solar na camada superior da atmosfera, como protetor contra a penetração dos raios ultravioletas provenientes do sol, causadores de doenças como câncer de pele e catarata.

O CFC – Cloro Flúor Carbono – projetado na atmosfera destrói esta protetora camada de Ozônio. É o CFC produto químico da refrigeração em geral dos aerossóis.São os responsáveis pela emanação destes produtos químicos, no que concerne à refrigeração em geral, os gases que se desprendem dos refrigerados (geladeiras e aparelhos de ar condicionados, “sprays”, extintores e similares). O CFC – Cloro Flúor Carbono sobe a uma altitude de 27 mil metros, destruindo a camada de Ozônio (O3).

2. EFEITO ESTUFA

O efeito estufa é o aumento da temperatura da terra causado pelo acúmulo de gás carbono (CO2) e de

gás metano (CH4), despejado na atmosfera.

Vimos lançando na atmosfera terrestre muito mais CO2 e CO4 do que ela pode assimilar. Estima-se que sejam despejados na atmosfera 6.5 bilhões de toneladas de CO2 por ano, que aprisionam o calor do sol, impedindo o seu retorno ao espaço, e l e v a n d o g r a d a t i v a m e n t e a temperatura da terra, provocando as mudanças climáticas.

O CO2 – gás carbônico é produzido por processos industriais, pelo consumo de combustíveis fósseis (gasolina, óleo Diesel, querosene), pelo desflorestamento, incêndios, queimadas e pelo excesso de urbanização.

O CH4 – gás metano é processo biológico que ocorre, principalmente, das plantações de arroz, das pastagens para o gado e dos lixões urbanos.

3. DESFLORESTAMENTO

O desflorestamento, ou seja, a derrubada das florestas e as queimadas criminosas, constituem o

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INTRODUÇÃO

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maior problema ambiental que impõe à terra o ser humano.

As florestas abrigam a biodiversidade, armazenam o gás c a r b ô n i c o , m i n i m i z a n d o o aquecimento da terra.

Constitui as florestas o habitat de todos os seres vivos que perambulam sobre o planeta. São as florestas que protegem o solo e contribuem para a regulagem do clima.

Contudo, mais de 50% das florestas em todo o mundo já foram derrubadas; por dia, 38 mil hectares são destruídos.

Em nosso país se encontram as últimas reservas florestais do mundo, no Pantanal e na Amazônia.

É dever das autoridades brasileiras adotar atitudes maiúsculas c o n t r a o d e s m a t a m e n t o , principalmente o que vem ocorrendo no Pantanal e na Amazônia, até por questões de segurança nacional.

A preocupação internacional com estas áreas, como a única reserva de florestas, faz com que não as considerem como pertencentes, apenas ao Brasil, mas a toda a Humanidade.

A Amazônia legal, área correspondente a 61% do território

brasi leiro, corre o r isco de, continuando o descaso com que é tratada pelos governantes, pelas sanhas das grandes madeireiras, pelo desmate que lhe é uma constante, de se ver desmembrada do nosso território, um dos objetivos da segurança nacional – a Soberania Nacional – está em perigo.

C o m b a t e r - s e o desflorestamento, portanto, deve constituir-se em meta prioritária do governo brasileiro e objetivo de todos os cidadãos que amam este grande país.

ESPERA-SE DA MAÇONARIA

Espera-se da Maçonaria o

enfrentamento ostensivo à crise do ecossistema da terra, provocada pela própria humanidade. A Maçonaria é composta de homens, portanto, parte ativa de toda a comunidade global – não deve permitir que fique à margem, ou como caudatária da história. Deve participar e, para tanto, é necessário que se organize.

É necessário entender este p r o j e t o c o m o u m a n o t á v e l oportunidade de se ombrear àqueles que responsavelmente, já se ad ian ta ram como au tên t i cos defensores do planeta.

Propõe-se, didaticamente, embora de forma simplificada, um estudo mais aprofundado sobre as questões ambientais, que ora afligem a humanidade. É preciso crer em sua força de coesão e na liderança de seus Obre i ros jun to à respec t iva comunidade.Basta que os saibamos motivar.

ADOÇÃO DE UM SLOGAN

Deve se r ado tado um “slogan”, como uma afirmação maçônica diante do mundo profano, como um chamamento à luta e a participação de todos os Irmãos das Alterosas e, quem sabe, com ele, contaminar a todos os maçons do Brasil.

“Onde houver um Maçom, haverá um arauto em defesa do Planeta

Terra.”

O maçom, para se firmar como arauto que idealizamos, deve se preparar convenientemente e, cabe a nós, encontrarmos meios adequados à sua instrução básica.

ELABORAÇÃO DE UMA CARTILHA

Estamos elaborando uma Cartilha sobre o tema, que será o instrumento de cada Obreiro que abraçar a causa, preparando-o,

convenientemente, para levar a m e n s a g e m d a M a ç o n a r i a , a mensagem de sua Loja ou a sua própria, como “Arauto da Maçonaria em defesa do Planeta” à sua comunidade.

Deverá estar instruído para realizar palestras junto às Escolas locais , a grupos de pessoas interessadas, às Convenções de Clubes de Serviços ou a outras entidades, tudo fazendo em nome da M a ç o n a r i a , e m p r o l d a sustentabilidade do ambiente e do combate a qualquer atitude que venha, ambientalmente, atingir a Terra.

COMBATE AO DESFLORESTAMENTO

Responsabi l izar-se-á a Maçonaria pelo plantio de um número considerável de mudas de árvores, até o fim deste ano.

O dia 21 de setembro – Dia Mundial da Árvore – deverá ser comemorado pela Maçonaria.

Que cada maçom de Minas se responsabilize, nesta data, pelo plantio de, no mínimo 10 (dez) mudas. Para tanto, poderá envolver sua família, seus vizinhos ou a sua própria comunidade;

Que cada Loja Maçônica coordene este plantio, envidando esforços para conseguir as mudas e incentivando seus Obreiros a esta agradável missão;

Serão incentivadores aos Veneráve is Mes t res de suas respectivas Lojas, os motivando ao maior plantio de mudas em sua comunidade. Que se faça o registro de tudo, para efeitos futuros.

O i n c e n t i v o p o d e r á constituir-se, além do objetivo maior do “dever cumprido”, em prêmios, como medalhas ou diplomas aos que melhor se houver. O slogan “Onde houver um Maçom haverá um arauto em defesa do Planeta Terra” deverá vir estampado nos prêmios criados.

A MAÇONARIA EM DEFESA DO PLANETA TERRA

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CONCLUSÃO

Depende de cada um de nós a solução para os graves problemas ambientais, que se avolumam. Precisamos internalizar que é indispensável adoção de atitudes para que as mudanças ocorram se os Maçons, que combatem os vícios e buscam a virtude, quiserem e fizerem a sua parte, poderão mudar a percepção na relação do ser humano com o Meio Ambiente.

“Se não podemos modificar o nosso comportamento, como esperar que os outros o façam”. (Dalai Lama)

Vamos dar um passo definitivo em busca deste objetivo que firmará, sem dúvida, em um marco histórico para a participação da Maçonaria, na própria História da Humanidade. Os Maçons são abnegados e querem estar presentes.

Paulo Duarte PereiraM.I. da Loja Luz do Universo Nº 139

– GLMMGMembro da Loja Maçônica de

Pesquisas Quatuor Coronati “Pedro Campos de Miranda”

Presidente da Academia Mineira Maçônica de Letras

Presidente da Comissão de Meio Ambiente da GLMMG

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A MAÇONARIA EM DEFESA DO PLANETA TERRA

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CARTA AOS IRMÃOS MAÇONS, EM ESPECIAL AOS NOVOS APRENDIZES

José Gomes Júnior

Tenho uma alvissareira notícia para vocês: graças ao Grande Arquiteto do Universo o recesso do mês de julho está nos seus derradeiros estertores. Nosso retorno ao trabalho se avizinha, e, como é sabido, o Maçom é um homem diferenciado, por isso deve trabalhar para a Ordem e, conseqüen temente , pa ra a sociedade que o cerca, o máximo de tempo possível.

Exagero?Mas, não é esta a reflexão

que os convido a discutir comigo. Estão arquivados, na pasta própria da Loja, vários trabalhos deste vosso Irmão conclamando a todos para uma mudança de enfoque, d i r e t r i z e compor t amen to m a ç ô n i c o , v i s a n d o u m a “sacudida” na atitude, no interesse, no apreço, na dedicação e no envolvimento de cada obreiro, objetivando o seu próprio c r e s c i m e n t o m a ç ô n i c o e intelectual, bem como os Irmãos ao seu redor, a fim de alcançar e influir a sociedade em que vivemos.

Esse chamamento, como aqueles já arquivados, não será jamais sintoma de “fanatismo”, como se apregoa nestas bandas, como, precisamente, um doce convite ao comodismo.

Nestes dourados tempos de idealismo maçônico, ninguém se propõe amarrar uma bomba ou explosivo à cintura.

MOTIVAÇÃO é a palavra adequada, pois ela é uma das

essências da vida.Segundo o Irmão Ivann

Krebs Montenegro, a princípio a palavra Motivação é um léxico constituído de duas palavras:

M O T I V O , q u e corresponde a uma causa, razão, escopo, propósito, aquilo que tem força para mover, que é princípio ou origem de alguma coisa, motor, moto, movimento, giro, móvel, fundamento, ânimo, pretexto, justificação, incentivo, estímulo, impulso, mola, intenção, etc., etc.

A Ç Ã O , c o m a s significações de expressão de uma força, movimento, procedimento, influência, o que resulta da forma de agir, tudo aquilo que se faz, manifestação de uma força agente, a t i v i d a d e , d i n â m i c a , e m p r e e n d i m e n t o , e n e rg i a , execução, exercício, força, fundamento, operação, realização, atuação, feito, façanha, obra, trabalho, demanda, pleito, peleja, comportamento, atitude, efeito, conseqüência, fruto, resultado, jeito, modo, posição, postura, atuação, influxo, ocorrência, acontecimento, etc., etc.

Na esteira do que nos e n s i n a o I r m ã o I v a n n , acrescentamos o substantivo feminino DEDICAÇÃO, que, segundo Aurélio é “a qualidade de quem se dedica; abnegação, consagração, devotamento, afeição profunda; veneração, amor, etc., etc.

Aprendemos, na aurora de nossa Iniciação, que todo maçom, n a ó p t i c a d a O r d e m , é

absolutamente igual. É um fato que logo passamos a comprovar: lá fora, na extensão do mundo profano, é... “Sua Excelência o Doutor Fulano, renomado cientista com larga clientela no país; é o General Beltrano, cinco estrelas, herói nacional”, porém, no interior do Templo Sagrado é o nosso Irmão, muito querido e atencioso que, muitas vezes, estudamos juntos a fascinante ritualística da Instituição. Na Ordem Maçônica somos iguais.

Mas, está escrito, é só a p r o f u n d a r m o s n o s s o s conhecimentos. Há Maçons diferenciados, maçons mais maçons. Sim Senhor! Aqueles que se destacam pelo devotamento, pelo trabalho a serviço da M a ç o n a r i a , p e l a d e f e s a intransigente dos seus postulados, que levam muito a sério seu juramento de obediência, enfim, aqueles que se antecipam para cobrir despesas inadiáveis de sua Loja, sem se preocuparem com reembolso, pois, acima de tudo, está o sentimento de fraternidade, de colaboração. Os Irmãos, cujo escopo deriva dessas qualidades são, facilmente, qualificados, são melhores identificados.

N ã o p o d e m o s , n ã o d e v e m o s n o s s i l e n c i a r , especialmente os Irmãos com maior tempo de casa, e de mais experiência, se não quisermos ver sucumbirem os ideais desta notável “escola de homens de Bem”, nas ondas revoltas do mar da indiferença, se não tomarmos

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medidas de alcance que a atualidade nos impõe.

Loquazmente repetimos, pois s o m o s I n i c i a d o s n a m a i o r Universidade de Conhecimentos que o homem sábio plantou sobre o Orbe Terrestre.

Acalenta-nos o ideal, sempre presente nos momentos de definição de rumos, que o Maçom é também um apóstolo, um pregador e executor inconteste, das boas ações, da ética, dos bons costumes, da prática da fraternidade, quando, bem fluente, é dotado da palavra fácil ou quando, ainda em melhores condições e muito mais importante, é um exemplo de homem, um paradigma de conduta irretorquível, modelo e espelho para a sociedade em que vive.

Por ser a nossa Sublime Ordem uma Universidade de conhecimentos, como nos referimos linhas atrás, e suas Lojas autênticas faculdades, estranhamos que Irmãos, bem posicionados, sejam contrários à abertura de novos Templos, desde que seus fundadores primem pela Constituição e pelos Regulamentos. Em nosso modesto entendimento, “Potência” é, tão somente, um procedimento adminis t ra t ivo, regulatório.

A Maçonaria é única , indivisível. Se a nossa Instituição é uma escola de formação e polimento de homens, na plenitude das palavras, nada mais justo que tantas escolas sejam arquitetadas e inauguradas.

Julgamos, por oportuno, que a Maçonaria Universal, entre nós, além de outras tarefas inadiáveis, deveria promover campanhas objetivando o culto do sentimento pátrio, das tradições da Nação Brasileira, as lembranças festivas das datas magnas, regionais e nacionais. Não reverenciamos com natural sobriedade a memória de brasileiros patriotas, a memória dos que lutaram por um Brasil indivisível. Esses notáveis brasileiros, em períodos críticos para a nacionalidade, foram

rotulados de “tupiniquins”, de “xenófobos” e outros humilhantes adjetivos, a fim de que nossas riquezas fossem exploradas sem contestação. Banalizar o sentimento de uma nação é o caminhos mais curto para a expropriação.

Preocupa-nos os novos Irmãos Aprendizes, iniciados recentemente, que muitas vezes, dentro de sua imaginação, anteviam sessões ritualísticas calcadas em trabalhos de enunciada sutileza e s o t é r i c a , q u e n ã o f o s s e simplesmente, “o toque de malhete”.

Temos que ter em mente que, hodiernamente, aí está a “internet” que escancara ao mundo, a intimidades de nossos discretos atos, razão porque não se inicia mais candidatos com a mínima inocência do que lhe vai acontecer.

Ainda sobre o trabalho do portentoso Irmão Ivann, disse ele: “a maioria dos Irmãos está ansiosa para chegar ao término da reunião e ir participar dos encontros que acontecem sempre após, com a oferta de um bom jantar regado por umas boas cervejinhas”.

Vejam bem meus Irmãos, que o desinteresse em nosso meio é tão injustificável que até mesmo para esse encontro, que reputamos salutar, como elemento aglutinador dos maçons, pois é um complemento daquilo que pode e deve ser revelado, ocorre, semanalmente, com a participação de cinco ou seis Irmãos, apenas. É bom esclarecer aqueles ainda sem o necessário conhecimento histórico que a Maçonaria Universal, embora um ideal milenar, de fato se estruturou no Século XVIII, em torno de uma mesa, na Taverna do Ganso e da Gralha, em plena Londres, na Praça São Paulo, onde o “assado e o bom vinho” corriam soltos.

José Gomes Júnior - ZequinhaM.I. da Loja Acácia Mineira Nº 55,

Oriente de Espinosa/MG – GLMMGMembro da Loja Maçônica de

Pesquisas Quatuor Coronati “Pedro Campos de Miranda – GLMMG

Grande Inspetor Geral, 33º

CARTA AOS IRMÃOS MAÇONS, EM ESPECIAL AOS NOVOS APRENDIZES

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HORIZONTES DA LIBERDADEOs 85 anos da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais

José Maurício Guimarães

Vinte e cinco de setembro de 1927, primavera, tarde de domingo na capital dos mineiros. No Templo da “Loja Bello Horizonte”, Rua Rio de Janeiro, 987, reuniam-se oito Lojas dissidentes do Grande Oriente do Brasil para a criação de uma Grande Loja, promovida e reconhecida pelo Supremo Conselho do Grau 33, Potência máxima para o Rito Escocês Antigo e Aceito no Brasil. As oito Lojas, representadas por membros do Supremo Conselho, eram: “Loja Aspásia Hiram do Paraíba” de Porto Novo do Cunha e “Loja Fraternidade Universal” de São Sebastião do Paraíso, pelo Irmão Pedro Jorge Brandão, Grau 33; “Loja Belo Horizonte” da Capital, pelo Irmão Manoel dos Reis Corrêa, Grau 32; “Loja União Sertaneja” de Sete Lagoas, Irmão Ricarte Normando, Grau 30; “Loja Labor, Força e Virtude” de Muriaé, Irmão José Pinheiro Guedes, Grau 30; “Loja Charitas” de São João Del Rei e “Loja Guilherme Dias” de Machado, pelo Irmão J. de Melo Teixeira, Grau 18 e “Loja Alfenas Livre” de Alfenas, pelo Irmão Laurindo Chaves, Grau 18. Assistiam à reunião outros maçons dos Altos Graus, e assim nascia a Grande Loja Maçônica de Minas

Gerais, sendo escolhido como seu primeiro Grão-Mestre o Venerável Irmão Manoel dos Reis Corrêa.

REFLEXÕES SOBRE A HISTÓRIA

“Quanto menos as pessoas sabem do passado e do presente, tanto mais impreciso será o juízo que farão sobre o futuro” (Sigmund Freud em “O futuro de uma ilusão”). Freud escreveu esse texto no mesmo ano da criação das Grandes Lojas Brasileiras e consequente fundação da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais – 1927. Para entendermos a história da GLMMG, bem como das demais Grandes Lojas formadoras da Confede ração da Maçona r i a Simbólica do Brasil, devemos conhecer os fatos que deram origem à sua existência.

As várias tentativas de se e s c r e v e r H i s t ó r i a M a ç ô n i c a encontram obstáculos irremediáveis como, por exemplo, os narrados por José Braga Gonçalves sobre o incêndio ocorrido em 15 de julho de 1927, em Viena, que destruiu uma coleção de documentos referentes aos primórdios da Maçonaria (novamente o ano de 1927). O sinistro foi atribuído aos participantes da malfadada tentativa de golpe dos nazistas, cognominada “Putsch da Cervejaria de Munique”. Tais coincidências confirmam as palavras do Irmão José Castellani ao qualificar 1927 como “o ano que ainda não acabou”, referindo-se à cisão no âmago do Grande Oriente do Brasil.

Uma visão correta de nosso passado maçônico é obscurecida por tendências comprovadoras do chavão: “o brasileiro não tem memória”. Trazer à tona verdades opostas às narrativas romanceadas contraria certos interesses, especialmente

daqueles que, desprezando a História, insistem - a qualquer custo - em fazer parte dela. Contudo, nos últimos trinta anos, reacendeu-se entre os maçons o desejo de compreenderem melhor os fatos, impulso este que coincide com a promulgação da Lei da anistia (1979) e Constituição de 1988.

Ainda ofuscados pelas últimas labaredas da censura oficial, surgiu na GLMMG, durante a gestão do Grão-Mestre Celso Sérgio Ferreira, um opúsculo de 88 páginas datilografadas, escrito pelo Irmão Randolfo Diniz Coelho, sobre as origens e os dirigentes de nossa Instituição, descrevendo, em ordem cronológica, os fatos incontroversos de 1927 a 1993. O Irmão Randolfo lastima, na página 51 de suas averiguações, não ter encontrado d o c u m e n t o s d o p e r í o d o compreendido entre 28 de abril de 1951 e 24 de junho de 1964, levantando a estranha hipótese de eles estarem encerrados na Urna do Cinquentenário que só poderá ser descerrada em 2027, ano do Centenário. Por este ou algum outro motivo incomum, o Irmão Randolfo submeteu-se à lacuna dos treze anos situados entre o fim do Estado Novo (ditadura Vargas) e as vésperas do Regime de 1964.

O Irmão Castellani aponta as mesmas dificuldades dizendo que: “Não é tarefa fácil escrever a História de uma instituição cujos documentos, em grande parte, se perderam, por negligência, apropriação indevida, e sanha dos 'colecionadores', que os e x i b e m e m s e u s a r q u i v o s particulares.”

Além disso, predomina em nosso meio a “obsessão pelo segredo”, mesmo naquilo que pode ser revelado como fato histórico. Há também o apego a ideias enraizadas -

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Antigo prédio da GLMMG - 1945/1986

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na maioria das vezes desarrazoadas - e a o m i s s ã o , e m r e g i s t r o s e depoimentos, dos reais motivos que i n s t i g a r am d i s s en s õ es en t r e Potências, Lojas e Irmãos. Neste caso, na falta de documentos, prevalecem as narrativas contaminadas pela mágoa. E - como veremos resumidamente neste artigo - foi de uma dissensão ocorrida na mais antiga Potência Maçônica brasileira - o Grande Oriente do Brasil - que nasceram as Grandes Lojas.

ORIGENS

O mais antigo movimento para se criar uma Potência Maçônica no Brasil aconteceu em 1813 por iniciativa de Lojas da Bahia e do Rio de Janeiro; depois outro, em 1816, no Recife. Mas ambos encerraram suas atividades em 1817. Não se pode negar, todavia, a existência de Lojas anteriores à criação de uma Potência brasileira. As associações literárias e academias do século XVIII, às quais s e a s s o c i a r a m m u i t o s d o s Inconfidentes, serviram de suporte para a ação silenciosa da Maçonaria. Joaquim Fe l íc io dos Santos demonstrou que os movimentos de libertação tiveram suas raízes na Bahia, de onde viera o ideal maçônico para Minas; e o Irmão Marcos Paulo de Souza Miranda diz não ter dúvidas de que no século XVIII já existiam maçons na Capitania das Minas Gerais, tendo sido instalada em Vila Rica, em 1821, a primeira Loja de que se tem notícia em nosso Estado - a “Mineiros Reunidos” - cujo primeiro Venerável foi o Irmão Guido Thomaz Marliére.

A fundação definitiva do Grande Oriente do Brasil, formado pelas Lojas “Commercio e Artes”, “União e Tranquilidade” e “Esperança de Niterói”, data de 17 de junho de 1822, a menos de três meses da Proclamação da Independência. Especialmente naquele ano, a História

Os 85 anos da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais

do Grande Oriente confunde-se com a História do Brasil: em 2 de agosto, Dom Pedro I foi iniciado na Loja “Commercio e Artes”; em 4 de outubro, sua posse como Grão Mestre, a proclamação do Império e sua a c l a m a ç ã o c o m o I m p e r a d o r Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. Mas Dom Pedro I não hesitou em suspender os trabalhos do Grande Oriente em 25 de outubro, devido às rivalidades entre o grupo monarquista de José Bonifácio e o republicano de Gonçalves Ledo.

As primeiras tentativas de cisão aconteceram durante o processo de reinstalação dos trabalhos do Grande Oriente do Brasil: o surgimento do Grande Oriente do Passeio em 1831 e o Grande Oriente do Vale dos Beneditinos em 1863.

N o s é c u l o s e g u i n t e , contornadas as tentativas de ruptura, o Grão-Mestre Adjunto do GOB, Irmão Mário Marinho de Carvalho Behring, na interinidade como Grão-Mestre, participou do Congresso Maçônico de Lausanne (Suíça, 1921) e retornou ao Brasil defendendo o regime de independência de jurisdições entre os

Graus Simbólicos, atribuídos à administração do GOB, e os Altos Graus sob jurisdição do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA. Um tratado que confederava o Supremo Conselho ao GOB ficou na iminência de ser desfeito. Uma crise avolumada desde 1921 (extinção de acordos com o Rio Grande do Sul e São Paulo, desacordos sobre eleições, etc.) culminou na cisão de 1927. O Irmão Mário Behring retirou-se do GOB e empenhou-se na fundação das Grandes Lojas. (Entenda-se, portanto, que a Grande Loja Maçônica de Minas Gerais resultou de uma separação da Potência central do Grande Oriente e não especificamente do Grande Oriente do Brasil-Minas Gerais, Obediência filiada ao primeiro e que teve sua fundação em dezembro de 1944.)

As sete primeiras Grandes Lojas foram fundadas em 1927: Grande Loja da Bahia (22 de maio), Grande Loja do Rio de Janeiro (22 de junho), Grande Loja do Amazonas (24 de junho), Grande Loja do Pará (28 de julho), Grande Loja de São Paulo (29 de julho), Grande Loja da Paraíba (24 de agosto). A Grande Loja de Minas Gerais, fundada em 25 de setembro, foi instalada no dia seguinte, sob o título de “Grande Loja Symbolica de Minas Gerais”. No ano seguinte foram criadas a Grande Loja do Rio Grande do Sul e a Grande Loja do Ceará. Todas receberam do Supremo Conselho (hoje Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria para a República Federativa do Brasil) suas Cartas Constitutivas.

A GRANDE LOJA MAÇÔNICA DE MINAS GERAIS

Em dezembro de 1927, a G L M M G r e c e b e u a C a r t a Constitutiva emanada do Supremo Conselho, cujo teor concedeu-lhe a administração e uso dos Rituais dos

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Mário Marinho de Carvalho Behring

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Graus Simbólicos. Nas eleições convocadas para janeiro do ano seguinte, foi confirmado o Irmão Manoel dos Reis Corrêa como Grão-Mestre e sufragados os Irmãos Washington Pires, Grão-Mestre Adjunto; Raul Franco de Almeida, Primeiro Grande Vigilante; Pedro Jorge Brandão, Segundo Grande

Vigilante; Álvaro Cavalcanti de Oliveira, Secretário, Ramiro de Barros, Tesoureiro e demais oficiais do Corpo Ritualístico.

Nos primeiros anos, a GLMMG compunha-se de dezesseis Lojas jurisdicionadas, oito anteriores à cisão (“Belo Horizonte”, “Charitas”, “ L a b o r F o r ç a e Vi r t u d e ” , “Fraternidade Universal”, “Perfeita União”, “Alfenas Livre”, “Guilherme Dias” e “União Sertaneja”) e oito posteriores (“Fidelidade Escocesa”, “Brasil Central”, “Luz e Caridade”, “União Fraternal”, “Fraternidade Poços Caldense”, “Lealdade e Justiça”, “União de Andradas” e “Justiça e Caridade”).

O I rmão Re i s Cor rêa governou a Grande Loja durante três mandatos, até 10 de janeiro de 1935,

quando apresentou sua renúncia, sendo substituído pelo Grão-Mestre Adjunto Hermano Lott Júnior. (Notas: 1 - Na estrutura original da Grande Loja havia, além dos Grandes Vigilantes, o cargo de Grão-Mestre Adjunto, exercido na última vez em 1991 pelo Irmão Eduardo Telino de Meneses; 2 - Em Setembro de 1991, na administração do Irmão Celso Sérgio Ferreira, soergueram-se as colunas da “Loja Belo Horizonte nº1”, da qual foi Venerável Mestre o Irmão Manoel dos Reis Corrêa antes de assumir o cargo de primeiro Grão-Mestre.)

RITOS NA GLMMG

O Supremo Conselho do Grau 33 - causa e origem das Grandes Lojas no Brasil - permanece atuante junto à GLMMG, mas com estrutura e administração independentes. Graças às Inspetorias Litúrgicas deste Estado todos os Corpos estão em plena atividade. Acredita-se que nos primeiros quinze anos os Altos Graus foram ministrados por Iniciações e Comunicações espec ia lmente autorizadas pelo Soberano Grande Comendador Irmão Mário Behring e seu sucessor Irmão Joaquim Moreira Sampaio. Em Belo Horizonte, após a preparação dos dirigentes para os Corpos Subordinados, foi fundado o “Capítulo Rosacruz Reis Corrêa” em 6 de junho de 1942, nas dependências da GLMMG, com o apoio logístico do Grão-Mestre Luiz Sayão de Faria. Em seguida, formou-se a “Loja de Perfeição Visconde de Jequitinhonha” (16 de junho de 1949). O “Conselho de Cavaleiros Kadosch Jacques DeMolay” e o “Consistório de Príncipes do Real Segredo Gonçalves Ledo” foram criados em 14 de fevereiro de 1950. No mesmo período, o Grão-Mestre Álvaro Cavalcante de Oliveira autorizou a prática do Rito de York na Grande Loja.

EVOLUÇÃO DAS LEIS NA GLMMG

Com o advento do Estado Novo (1937-1945) a Maçonaria sofreu uma involução da qual demorou a restabelecer-se. De um lado, os integralistas espalhavam o boato de que a Maçonaria estava proibida; de outro, alguns governos coibiram o funcionamento dos Grandes Orientes e Grandes Lojas nos Estados . Novos per íodos de turbulência, como a Intentona Comunista de 1935 e a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, estagnaram o trabalho das Lojas. A eleição de Juscelino Kubitschek para a Presidência e a inauguração de Brasília prometiam restaurar a esperança de paz e de progresso. Entretanto, a revolução ou golpe de 1964, o fechamento do Congresso, a decretação do AI-5, o lançamento do Plano Cruzado e as reformas econômicas entre 1990 e 1993, voltaram a inquietar a sociedade e, consequen temente , a Ordem Maçônica.

Por isso, a GLMMG teve que adequar com frequência suas leis às alterações políticas, sociais e econômicas do País, passando por doze Constituições nos primeiros sessenta anos de existência. As duas primeiras datam do mesmo ano, 1928: a de 2 de junho e de 30 de julho. Em 31 de março de 1933 entrou em vigor a Constituição Reformada, que vigorou por vinte e dois anos. Em 2 de setembro de 1955, o Grão-Mestre Mauro Gonçalves de Queiroz promulgou a quarta Constituição. Em janeiro de 1967, um plebiscito convocado pelo Grão-Mestre Hygino Marzo Júnior autorizou a modificação da Constituição, aprovada na Assembleia Geral do dia 6 de março e promulgada pelo Grão-Mestre em exercício, Irmão Onéas D'Assunção Corrêa. Durante o Grão-Mestrado de José Lopes Bragança, a GLMMG teve

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Manoel dos Reis Corrêa

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três Constituições: a de 18 de agosto de 1967 que - em pleno regime de exceção e sendo José Lopes Bragança um General - estabeleceu o regime dos três poderes: o Executivo exercido pelo Grão-Mestre, o Legislativo por deputados eleitos nas Lojas e o Judiciário composto por sete Juízes vitalícios. Essa Constituição e forma de governo foram alteradas em 22 de setembro de 1970 e pouco depois veio outra, promulgada em 31 de março de 1974. Na administração seguinte, o Grão-Mestre Raimundo José de Oliveira promulgou duas Constituições: a de 18 de dezembro de 1976, retornando ao sistema dos três poderes, e a de 21 de abril de 1978, revogada na administração do Irmão Arlindo dos Santos pela Carta Magna de 3 de dezembro de 1979.

A Constituição de 1979 foi subitamente interrompida em 17 de junho de 1989. O Grão-Mestre Getúlio Gadêlha Dantas extinguiu a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça e delegou poderes especiais ao Executivo ao instituir a Assembleia Deliberativa sob sua própria presidência. Mediante o Art.3º do Ato nº454, publicado dois dias depois, passou a ser considerado delito grave na GLMMG qualquer debate, pronunciamento ou objeção feita em Loja contra os termos dessas resoluções. Com fulcro nessas decisões, foi aprovada, em 24 de março de 1989, a nova Constituição e revogados vários Decretos anteriores, inclusive o que introduzira na GLMMG a prática dos Ritos de York e Schröeder.

A n o r m a l i d a d e d a s instituições foi restabelecida dois anos depois, com a criação da C o m i s s ã o d e R e f o r m a d a Constituição pelo Irmão Celso Sérgio Ferreira, resultando num sistema mais equilibrado entre o unicameral e o dos três poderes.

PREGRINAÇÃO EM BUSCA DA SEDE

Uma sede própria é tão fundamental para a sobrevivência das instituições, quanto suas leis. Nos sete primeiros anos, a GLMMG usou as dependências da “Loja Belo Horizonte”. A partir de então, percorreu exaustivamente uma série de endereços: do nº550 da Avenida Afonso Pena foi para o nº468 na gestão do Irmão Hermano Lott Júnior. No Grão-Mestrado de Antônio Villela Teixeira de Azevedo, a sede foi transferida para a Avenida Paraná nº245 e daí para Avenida Olegário Maciel nº454 e Rua da Bahia nº992. Na Assembléia de 17 de fevereiro de 1941, sendo Grão-Mestre Luiz Sayão de Faria, os Irmãos assumiram o compromisso de construir o Palácio M a ç ô n i c o . C o n t u d o , f o r a m necessários quarenta e cinco anos para a concretização do ideal. Na administração do Grão-Mestre José Cezário Horta a sede retornou para a Rua da Bahia, desta vez no nº 644.Em 23 de dezembro de 1948, as Câmaras Administrativa e Judiciária autorizaram a aquisição do atual imóvel em condomínio com as Lojas “União Fraternal”, “Paz e Trabalho”, “Inteligência e Segredo”, “Moral e Razão”, “Presidente Roosevelt” e “Moreira Sampaio”. No Grão-Mestrado de Álvaro Cavalcanti de Oliveira foi anunciado o término da construção da sede própria e, no solstício de verão de 1950, a GLMMG reuniu-se, pela primeira vez, no prédio primevo da Avenida Brasil, 478, até o lançamento da Pedra Fundamental do atual Palácio Maçônico (7 de junho de 1986) na administração do Grão-Mestre Ronaldo Braga.

Na gestão do Grão-Mestre Tomaz Luiz Naves, a GLMMG adquiriu um imóvel na Rua Maranhão e salas num prédio da Avenida Brasil destinadas às reuniões das “Damas da

Fraternidade”, e das “Filhas de Jó”. Posteriormente, o Grão-Mestre Dálcio Antônio Cardoso construiu o e levador externo no Palácio Maçônico, ligando o piso aos segundo e terceiro pavimentos. O Irmão Dálcio coordenou também a instalação dos aparelhos de ar condicionados nos Templos, com os custos pagos pelas Lojas. No mandato seguinte, o Grão-Mestre Antônio José dos Santos revitalizou o Palácio Maçônico e ampliou os espaços na região do bairro Santa Efigênia, comprando um andar inteiro na Rua Grão-Pará para dois novos Templos, um salão de festas e sala administrat iva. Promoveu também a comunicação e interação entre os diversos segmentos da educação e da cultura, por meio da informatização das Lojas e do Palácio Maçônico.

CRESCIMENTO DA GLMMG

A maior expansão territorial e jurisdicional da GLMMG aconteceu nos dois mandatos do Irmão Arlindo dos Santos (1979 a 1985) sendo criadas cento e trinta Lojas - do nº 72 (Loja “Templários do Cochá” de Montalvânia) até o nº 201 (Loja “Sete Colinas” de Uberaba). O Irmão Ronaldo Braga foi o segundo maior criador de Lojas – trinta ao todo - do nº 202 (Loja “Estrela da Várzea” de Varzelândia) até o nº 231 (Loja “Cavaleiros das Montanhas” de Belo Horizonte). Coube também ao Irmão Ronaldo Braga a modernização administrativa da GLMMG, com a formação da Consultoria Geral da Ordem, a Procuradoria Geral, as assessorias de Planejamento, de Justiça, da Produção de Eventos, Relações Públicas e outras.

APONTAMENTOS SOBRE EDUCAÇÃO E CULTURA

A educação e a cultura são as colunas do desenvolvimento harmonioso da sociedade e, por conseguinte, das

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Lojas e Potências Maçônicas. Consciente disso, o Grão-Mestre Jonathas Anacleto de Morais concebeu, em julho de 1958, um Círculo de Estudos que, desde seu início, concorreu para a compreensão do Simbolismo e dos Rituais que entraram em vigor em setembro do mesmo ano.

Mais tarde, o Irmão Ronaldo Braga transformou o Círculo de Estudos no Centro de Estudos Maçônicos, cujo primeiro presidente foi o Irmão Getúlio Gadêlha Dantas que, ao exercer o Grão-Mestrado, instituiu a Secretaria de Educação e Cultura, o Centro de Estudos Brasileiros e o Fórum de Debates para Assuntos Maçônicos.

No segundo mandato do Irmão Tomaz Luiz Naves, o Círculo de Estudos foi transformado na “Escola Maçônica Mestre Antônio Augusto Alves D'Almeida” (Decreto Nº 1537, de 25 de agosto de 2003), sendo seu primeiro presidente o Irmão João Firpe Neto. A denominação homenageia o abnegado Irmão Antonio Augusto Alves de Almeida que, durante muitos anos promoveu, na “Loja Moral e Razão”, a chamada “escola de domingo” para o estudo da ritualística. Este pioneiro, nascido em 1911, partiu para o Oriente Eterno em 1998, deixando como legado a certeza de que o pensamento, a educação e a cultura são colunas duradouras na memória das gerações.

Outro aspecto relevante da cultura e comunicação entre os Irmãos da GLMMG foi a entrada em vigor do Boletim Informativo, em 1991, por iniciativa do Irmão Celso Sérgio Ferreira. Ainda em sua gestão, o I r m ã o C e l s o p a r t i c i p o u decididamente da fundação da “Academia Mineira Maçônica de Letras” (Ato n° 543, de 30 de março de 1993), da qual o Irmão Felisbino Cassimiro Ribeiro foi o primeiro

presidente. Na mesma administração foram consolidados os trabalhos do “Bethel Joana d'Arc” da Ordem Internacional das Filhas de Jó.

O “Capítulo Belo Horizonte” da Ordem DeMolay foi criado em 1983, na gestão do Irmão Arlindo dos S a n t o s . O s f r u t o s d e s s e empreendimento, hoje sob a liderança do Irmão Norton Araújo Batista, Grande Mestre Estadual da Ordem DeMolay para o Estado de Minas Gerais, culminaram com o notável VIII Congresso Nacional da Ordem realizado em Belo Horizonte entre os dias 27 e 29 de julho de 2012, onde estiveram presentes o Grande Mestre Internacional e o Grande 1º Conselheiro Internacional da Ordem. O Grande Conselho da Ordem DeMolay para o Estado de Minas Gerais teve à disposição o apoio das gestões anteriores da GLMMG e do atual Grão-Mestre Leonel Ricardo de Andrade e seus Grandes Vigilantes, Irmãos Geraldo Eustáquio Coelho de Freitas e Edilson de Oliveira.

Em 22 de outubro de 2007, vinte e oito Mestres Maçons, em assembléia realizada no Templo Nobre do Palácio Maçônico, criaram a “Loja Maçônica de Pesquisas Quatuor Coronati Pedro Campos de Miranda”, elegendo o autor deste artigo como seu primeiro Venerável. O Decreto nº 1713 de 8 de novembro, fundando a Loja de Pesquisas e a instalação de sua primeira Diretoria, foram levados a efeito pelo Irmão Antônio José dos Santos.

AÇÃO SOCIAL

A atuação da GLMMG junto à sociedade, abraçando causas de relevância social, data dos anos 1930, sendo progressivamente ampliada na década de 1940. Na gestão do Irmão Jonathas Anacleto de Morais foi criada a Caixa de Pecúlio Maçônico de amparo aos maçons e familiares

necessitados. Mas, a instituição do Fundo de Assistência Maçônica na GLMMG, um dos maiores projetos sociais da Maçonaria brasileira nos últimos tempos, deveu-se ao empenho do Grão-Mestre Dálcio Antônio Cardoso. O FAM foi estendido às esposas dos maçons durante a gestão do Irmão Antônio José dos Santos.

Em 03 de julho de 1971 a GLMMG recebeu, como doação do Governo Federal, uma área na cidade de Teófilo Otoni pertencente à extinta Estrada de Ferro Bahia Minas. O I rmão José Lopes Bragança remodelou e ampliou as construções de um hospital ali existente, denominado desde então, “Hospital Balbina Bragança”. Na administração do Irmão Ronaldo Braga as obras do hospital foram retomadas, ampliando cento e oitenta leitos e uma ala para vítimas de queimaduras. Mais tarde, visando melhores condições de administração desse hospital, o Irmão Dálcio Cardoso celebrou um contrato de comodato com a Prefeitura Municipal de Teófilo Otoni, com duração de trinta anos. Ainda em sua atuação junto à sociedade, a GLMMG participa, com as Lojas do Triângulo Mineiro, junto à “Fundação Maçônica Manoel dos Santos” sediada em Uberlândia.

A administração do Grão-Mestre Janir Adir Moreira integrou a GLMMG em campanhas destinadas à preservação do meio ambiente, ao combate às drogas (“Evite Drogas - Prefira a Vida”) e, em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil-MG, o “Observatório da Corrupção” cuja finalidade consiste em ações rápidas e eficazes no tocante às tramitações de processos que apuram esse tipo de ilícito.

RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E INTERNACIONAIS

Na gestão do Irmão Tomaz

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Naves a GLMMG celebrou um pacto de convivência com o GOB-MG e o GOMG-COMAB aproximando os maçons das jurisdições de Minas Gerais e fortalecendo a Maçonaria mineira.A abertura mais ampla da GLMMG para a sociedade e o diálogo com os órgãos do Estado, Prefeituras, Exército e Polícia Militar começaram na gestão do Irmão Antonio José dos Santos, promovendo parcerias de c u n h o s o c i a l a m p l i a d a s n a administração seguinte pelo Irmão Janir Adir Moreira.

Durante mais de 52 anos a GLMMG obteve bom êxito em suas relações diplomáticas. O Irmão Ronaldo Braga conferiu importância às relações internacionais, nomeando Grandes Representantes para as Grandes Lojas de Columbia e Delaware, trabalho continuado na Grande Secretaria de Relações Exteriores pelos Irmãos Jean René Ruopp e Rodrigo Otávio dos Anjos. Foi consolidado o reconhecimento pelas Grandes Lojas do Arizona, da B o l í v i a , B u r l i n g t o n , C h i n a , Louisiana, Manitoba, Mississipi, Naucaplan, Saskatchewan, Uruguai, Washington e outras.

No Grão-Mestrado do Irmão Janir Adir Moreira, realizou-se o “I Congresso Maçônico Internacional da G L M M G ” e , a l é m d o s 1 3 7 reconhecimentos havidos nas administrações anteriores, obteve-se o da Grand Lodge of Illinois (Ancient Free and Accepted Masons) e Grand L o d g e o f N e w H a m p s h i r e , completando assim os laços com todas as Grandes Lojas dos Estados U n i d o s . A s G r a n d e s L o j a s recentemente incluídas nesses acordos foram: Grand Lodge of Alberta, Gran Logia del Estado “Andrés Quintana Roo”, Gran Logia Baja California, Gran Logia Del Estado de Nuevo Leon, Grand Lodge of Albania, Grand Lodge of Armenia,

United Grand Lodge of Bulgaria, Grand Lodge of Cyprus, Grand Lodge of Moldova, United Grand Lodges of Germany, National Grand Lodge of Rumania, Gran Loggia della Repubblica di San Marino, Regular Grand Lodge of Serbia, Grande Loja de Moçambique, National Grand Lodge of Azerbaijan e Grand Lodge of Iran (in Exile).

Considerações finas do autor

Muito mais eu ainda teria para dizer sobre uma plêiade de v a l o r o s o s I r m ã o s , L o j a s e acontecimentos que deixaram suas marcas na arquitetura deste ideal; e daqueles, muitas vezes anônimos, que fazem da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais um caminho para os

horizontes da Liberdade e do progresso social. Mas, isso fica reservado para a próxima etapa desta pesquisa incentivada pelo Grão-Mestre Irmão Leonel Ricardo de Andrade , que cu lmina rá no lançamento de um livro com a História completa de nossa Grande Loja.

José Maurício GuimarãesM.I. da ARLS Inconfidência Nº 47, Past Venerável da Loja Maçônica

de Pesquisas Quatuor Coronati “Pedro Campos de Miranda”,

Grande Inspetor Geral – 33º Membro da Academia Mineira

Maçônica de Letras.

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DIA DO MAÇOM E O ANO DA VERDADEIRA LUZ

José Alberto Pinto de Sá

A Assembléia Legislativa de Minas Gerais presta homenagem à Maçonaria, no Dia do Maçom, instituído por lei sancionada em 1996 e, desta forma, presta culto aos maçons que marcaram a história brasileira por feitos heróicos e memoráveis, esquecidos pelos historiadores e omissos nos livros didáticos que a nossa juventude lê nas escolas públicas e particulares.

Alguns outros Estados, além de Minas Gerais e uns poucos municípios brasileiros também instituíram o Dia do Maçom como sendo a data de 20 de Agosto, seguindo o entendimento da própria Maçonaria que, a pretexto de ter sido, nesta data, declarada independência do Brasil dentro de um Templo Maçônico.

Pelo menos, foi a justificativa da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais para aderir à proposta da Grande Loja Maçônica do Estado de Santa Catarina, aprovada na Assembléia Geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil – CMSB, realizada no período de 17 a 22 de julho de 1957.

No entanto, segundo o Ir. José Maurício Guimarães, membro efetivo da Academia Mineira Maçônica de Letras e pesquisador emérito da história maçônica, “entre os dias 17 de junho e 25 de outubro de 1822 foram realizadas dezenove sessões no Grande Oriente Brazílico, atual Grande Oriente do Brasil. Entre elas, a do vigésimo dia do sexto mês da Verdadeira Luz de 5.822, ou seja, no dia 9 de setembro de 1822. O sexto mês, a contar de Nissan, é Elul, na passagem de agosto para setembro. Já o ano 5822 é a soma de 4000 Anno Lucis ao ano civil 1822. Nessa célebre sessão de 9 de setembro de 1822 os Irmãos, sem terem tomado

conhecimento do que acontecera em São Paulo dois dias antes (7 de setembro), atenderam à moção do Irmão Joaquim Gonçalves Ledo, Grande 1º Vigilante, empunhando o primeiro malhete na ausência do Grão-Mestre José Bonifácio de Andrada e Silva, proclamaram, no Templo da Loja Maçônica Arte e Comércio, no oriente do Rio de Janeiro, a Independência do Brasil, cuja legalização iria submeter e atribuir a D. Pedro.”

Apenas, para ilustrar, mister se faz registrar que nas Lojas do hemisfério norte, comemora-se em 22 de fevereiro o Dia Internacional do Maçom, data de nascimento do Maçom George Wash ing ton , Presidente dos Estados Unidos da América.

Aqui, coloco um ponto final à referência ao Dia do Maçom que a incúria da maçonaria e a legislação civil adotaram a, segundo, ainda, ao acadêmico José Mauricio Guimarães, “a partir de um equívoco de interpretação do maçom José Maria da Silva Paranhos que não considerou a relação entre o calendário oficial e o cômputo dos dias adotado pela Maçonaria desde o século XIX, baseado no calendário hebraico ou judaico.”

E, aí, nos deparamos com outra questão controversa, ou seja, o uso adequado do calendár io maçônico.

Preliminarmente se faz necessário dizer que o calendário maçônico é a forma de organização dos meses e dos anos da maçonaria. Consoante o rito maçônico inclui duas datas festivas: São João Batista (24 de junho) e São João Evangelista (27 de dezembro). Estas datas coincidem, simbolicamente com os solstícios do

Verão e do Inverno, respectivamente.

Assim, partindo da crença de que o mundo fora criado em 4000 a.C., a Maçonaria, em especial o Rito Escocês Antigo e Aceito, adota o calendário hebraico, ou judaico, que começa no dia 21 de março e termina em 20 de março do ano seguinte, assim distribuído: Nissan, Zyv, Sivan, Ta m u z , Av, E l u l , T i s h r e i , Marheshwan, Kislev, Tebeth, Shebat e Adar.

O calendário maçônico, então, começa em 4000 a.C. e não menciona era cristã. Segue o Juliano e a partir de 1582 acompanha o gregoriano, mudando apenas a notação de mês e ano, que no calendário maçônico é sempre em números romanos para os meses. Assim, agosto de 2011 é VIII/6011.

Em todo o mundo o Rito

Escocês Antigo e Aceito, o Rito de York e o Rito Francês adotam o calendário baseado no hebraico com inicio em 21 de março.

Outros ritos, como o Real Arco Capitular, Mestres Reais & Secretos Crípticos, Cavaleiro Templário Cavalheiresco, por exemplo, adotam calendários diferenciados, somando à Era Vulgar mais 3760, 1.000 ou 530 anos, o que

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pode e realmente gera certa confusão, principalmente, quando há o desconhecimento da origem das palavras e dos costumes maçônicos.

Para finalizar as duas teses aqui expostas, importante ressaltar o significado do Dia do Maçom para a divulgação da Ordem Maçônica no seio da sociedade brasileira, não importam os equívocos ou a insensibilidade da Mesa da Câmara F e d e r a l q u e d e t e r m i n o u o arquivamento do Projeto de Lei nº 7.810/2010, de autoria do deputado Mário Negromonte, que cria o Dia Nacional do Maçom.

É, também, importante que os maçons se lembrem do seu juramento iniciativo, guardem e respeitem as tradições maçônicas, principalmente mantendo vivo o espírito da pesquisa em busca da Verdade, deixando o “abismo” de lado para alcançarem o melhor conhecimento da filosofia maçônica.

O sinal indelével que marca o peito do Maçom no dia da sua iniciação deve ser sempre lembrado para que o aperfeiçoamento do Homem e, por via de conseqüência, de toda a Humanidade, seja o principal objetivo a ser alcançado pelo trabalho de cada um dos soldados da Arte Real.

No momento atual, quando se prega tanto a modernidade da M

açonaria, e ela é necessária para acompanhar o desenvolvimento do País, não significa que devemos ultrapassar os limites do respeito à história e à tradição maçônica, especialmente as partes que nos fazem uma instituição diferenciada das demais, com nomenclatura e linguagem próprias, com tratamento distintivo respeitoso e procedimentos ritualísticos que, se não forem

seguidos à risca levarão a Maçonaria à vala comum das entidades profanas.

O calendário maçônico é somente um pequeno exemplo disso e somente nós, Maçons, poderemos restabelecer a grandeza da Ordem Maçônica continuando o trabalho daqueles que ainda guardam os princípios dos Landmarks, que seguem os preceitos da Constituição de Anderson e de Mackey, que se sentem orgulhosos de serem Maçons e se tratarem alegremente de Irmãos. São os pequenos detalhes que nos fazem diferentes. Quando nós não nos tratamos como Irmão, ou não estendemos a nossa mão para o cumprimento e o reconhecimento maçônico, quando nos esquecemos da p o s t u r a d u r a n t e a s s e s s õ e s ritualísticas, ou deixamos de utilizar a linguagem maçônica para gravar os balaústres, certamente que estamos prestando um desserviço à Maçonaria e destruindo o pouco que nos resta de um passado tão glorioso.

José Alberto Pinto de SáM.I. Loja Maçônica Inconfidência e

Liberdade I Nº 106 – GLMMGMembro da Loja Maçônica de

Pesquisas Quatuor Coronati “Pedro Campos de Miranda”

Grande Inspetor Geral – 33ºMembro da Academia Mineira

Maçônica de Letras

DIA DO MAÇOM E O ANO DA VERDADEIRA LUZ

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MANIFESTO À NAÇÃO BRASILEIRA

A ACADEMIA MINEIRA M A Ç Ô N I C A D E L E T R A S , entidade sociocultural movida pelo espírito de brasilidade, inspirada nos princípios da Maçonaria, sua “celula mater”, e seguindo o caminho dos relevantes ideais da Inconfidência Mineira, em particular do seu patrono, Tiradentes, pela vontade unânime de seus membros efe t ivos , não conformados com a série de episódios que vem manchando o foro de civilidade, em função do baixo desempenho que se vê na vida política brasileira, e considerando:

Que, em virtude de uma corrupção desenfreada, exemplo negativo para os vários setores da vida nacional, seja pela deslavada impunidade e atentados à moralidade, pela falta de clareza nos atos, pelo egocentrismo político exagerado, pela inversão de valores que se observa em áreas oficiais e pelo completo d e s c o n h e c i m e n t o d a s r e a i s prioridades do país;

Que, cabe a cada um de nós, cidadãos, zelarmos pela ética no comportamento de suas lideranças políticas, por efeito da natureza, da

amplitude e consequência nos destinos do nosso povo;

Que, é compromisso liminar da figura política a manutenção de uma conduta sóbria, ilibada e transparente;

Que prega a revolução pela palavra, a conscientização do poder exercido pela vontade soberana do povo, através da escolha livre dos seus representantes e dos quais se espera uma responsabilidade ética como fundamentos de um projeto ideal para o Brasil;

Que, recorrendo ao amplo e democrático direito de externar o livre pensamento;

Que, a Academia Mineira Maçônica de Letras não tendo escopo partidário, mas inserindo-se no contexto cívico e político da nação brasileira, por ser uma instituição forjada no ideal de Tiradentes, prega a r e v o l u ç ã o p e l a p a l a v r a , a conscientização do poder exercido pela vontade soberana do povo, através da escolha livre dos seus representantes e dos quais se espera

uma responsabilidade ética como fundamentos de um projeto ideal para o Brasil.

M A N I F E S T A , publicamente, o seu repúdio aos acontecimentos que enxovalham a nossa tradição e a nossa história. Decidiu lutar com todos os meios disponíveis e legais, onde possa atingir com abrangência, com seus propósitos e como seu brado de alerta a reversão desse infeliz quadro que a todos humilha, orientando aos que ignoram a atual realidade brasileira e sofrem pela desinformação de órgãos públicos.

A A c a d e m i a M i n e i r a Maçônica de Letras está convencida de que dos seus esforços advirá um resultado positivo que prevalecerá em nosso cenário político com honra, verdade e justiça.

Belo Horizonte, 03 de julho de 2012.

A C A D E M I A M I N E I R A MAÇÔNICA DE LETRAS

18 | Revista Maçônica Triângulo | Setembro de 2012

Academia Maçônica Mineira de Letras

Rua da Bahia, 570 - 3º andar, Centro - Belo Horizonte - MGwww.sites.google.com/site/academiamml

Academia Mineira Maçônica de Letras

Page 19: Revista Edicao n3 GLMMG

Minha Profissão

Sou um pedreiro livre,

Isto é o que eu faço

Trago sempre comigo

Um esquadro e um compasso

Com esta profissão

Eu tomei um novo rumo

Tenho todas as ferramentas

Tenho malho e tenho prumo

Sou um pedreiro livre

E sou muito querido

Com régua meço a distância

Com o prumo o equilíbrio

Compasso a medida justa

Medida de precisão

Com ele meço minha vida

Por isso o trago na mão

Belo Horizonte 02 de agosto de 1989

Nascimento Sátiro Gomes

ARLS Vigilantes da Justiça 193 - GLMMG

18 | Revista Maçônica Triângulo | Setembro de 2012

Page 20: Revista Edicao n3 GLMMG

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Page 21: Revista Edicao n3 GLMMG

O PODER DO PENSAMENTO

José Airton de Carvalho

Segundo o Dicionário de Filosofia (N. Abbagnano), “ao distinguir algumas concepções do termo Pensamento, afirma que o seu significado mais vasto, o de atividade mental ou espiritual, foi introduzido por Descartes”

De acordo com Descartes, “não se pode conhecer, em princípio, nenhuma verdade. A menos que seja evidente ao nosso conhecimento...

...”Este conhecimento só será obtido por meio da dúvida metódica, única maneira de alcançar a verdade”.

Observando o crepitar do fogo, Descartes, para chegar ao conhecimento por meio da dúvida disse:

“Cogito ergo sum”. (Penso, logo existo)

Ao sentir-se “Eu sou”, apercebeu-se, de pronto, como um ser pensante, conseqüentemente, em dúvida.

O “Cogito” é a evidência primária; o efeito da causa que gerou a manifestação; a busca da Unidade; a Profunda Paz, sentida na reflexão que nos traz a dúvida.

O H o m e m , c o m o s e r pensante, progride na direção do ideal da Vida. Perceberá que nunca teve começo e jamais terá um fim. O Nada não pode dar origem a coisa alguma, assim como o Ser jamais deixará de existir.

No início, era as Trevas, a ignorância. A Sabedoria Humana, entretanto, não nasceu da insciência, devido ao fato de ela ser a ausência total da luz, da percepção da vida.

O pensamento é uma força que, efetivamente, constrói o nosso aperfeiçoamento.

Os acontecimentos em nossas vidas, não são mais que efeitos dos pensamentos que emanamos, podendo ser elevados ou deletérios.

Portanto, o pensamento é o modelador do nosso corpo mental e que pode ser radiante ou obscuro, dependendo do nosso estado de consciência.

“A lei da associação que rege a vida física também se observa na vida dos pensamentos, na esfera dos elementos invisíveis gerados pela nossa mente”.

Homens maus ou virtuosos têm afinidades no conglomerado social e, a t ravés do pensamento emitido, encontram-se com seus correspondentes, desenvolvendo as boas ou más ações.

No campo de nossas idéias, é necessário encaminhar a orientação do pensamento, para a concretização do bem estar da humanidade.

Para o Maçom, o principal elemento de colaboração é o seu próprio pensamento. Se este se divorcia da natureza espiritual, altruísta e benfeitora dos princípios da Maçonaria, na sublimidade de suas bases filosóficas e científicas, torna-se um fator negativo dentro do conjunto a que pertence.

Citamos a Egrégora como resultado das irradiações que descansam sobre o poderoso pedestal do pensamento. Se quisermos viver sob as bênçãos do Grande Arquiteto do Universo, devemos manter nossos pensamentos com imaculada pureza, principal suporte para as nossas obras.

O p e n s a m e n t o p u r o , escoimado das emanações da maldade é o único que restabelece a paz entre os homens. Solidifica os laços de f r a t e rn idade , ab r indo novas perspectivas aos nossos ideais em prol do progresso na ordem da inteligência e do sentimento.

O bom pensamento deve ser a nossa barreira intransponível aos elementos inferiores que orbitam em torno de nós.

Dediquemos, pois, nossos e s f o r ç o s p a r a e v i t a r m o s a s conseqüências da imperfeição humana. A Maçonaria é o caminho que escolhemos para trilhar e, através do esforço, do trabalho, das ações e d o s e l e v a d o s p e n s a m e n t o s , atingiremos o nosso objetivo maior: tornar feliz a humanidade.

José Airton de Carvalho Grande Inspetor Geral – 33º

M.I. da ARLS Inconfidência Nº 47 - GLMMG,

Membro da Academia Mineira Maçônica de Letras,

Vice-Presidente da Escola Maçônica Mestre Antônio Augusto Alves

D'Almeida - GLMMG,V.M. da Loja Maçônica de Pesquisas

Quatuor Coronati “Pedro Campos de Miranda” - GLMMG.

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OS DETRATORES DA MAÇONARIA

Márcio dos Santos Gomes

À época do recebimento do convite de um dileto amigo para avaliar a possibilidade de entrar para a O r d e m M a ç ô n i c a , c r e i o t e r e x p e r i m e n t a d o o m e s m o compor tamento de inúmeros candidatos que se socorrem, num primeiro momento, da fonte secundária de pesquisas representada pela rede eletrônica mundial de informações à procura de subsídios para fundamentar a decisão que se esboçava ainda com certo grau de insegurança.

Quanto à lisura, honestidade e reputação irrepreensível do portador do convite não me restavam dúvidas. Ademais, a sua condição de Maçom já era do meu conhecimento e suas atitudes já me haviam evidenciado a nobreza do caráter constatado em nossas atividades comuns à frente de

um importante Clube de Serviço do qual participamos.

A confirmar as minhas percepções, reforçava ainda este diagnóstico as atitudes de vários outros associados desse mesmo Clube, que também eram Maçons, e vez por outra os surpreendia fazendo um ou outro comentário a respeito de algum assunto “estratégico”, que logo desconversavam ao amparo da metáfora de que havia “goteira” no recinto.

Portanto, a dúvida que me assaltava decorria mais de algum preconceito recôndito, fruto de desinformação ou mesmo de ausência de provocação para instruir-me a respeito do assunto, à míngua de um convite mais retumbante, como o ocorrido em uma segunda e terceira investida desse amigo de sempre.

P r e s s e n t i , n a q u e l a oportunidade, que a situação exigia uma posição mais assertiva de minha parte e acelerei minhas “pesquisas” sobre a temática, recorrendo a algumas obras de referência. De tudo li um pouco. Contra e a favor. Das mais sublimes loas às mais exaltadas detrações.

Refleti sobre as várias correntes e concluí que era uma busca insólita o conhecimento cabal do mister. Não seria possível entender toda a ritualística, simbolismo e riqueza de conteúdo sem mergulhar no clima e na vivência das dinâmicas que evoluem das sutilezas da literatura e dos estudos filosóficos envolvidos.

Por outro lado, não me pairavam incertezas quanto ao mérito e qualidades exponenciais daqueles c o m p a n h e i r o s d e t r a b a l h o voluntários, sempre unidos e

vibrantes, quando enalteciam os valores e propósitos da Ordem, no sentido de tornar melhores as pessoas. Concluí, assim, que era uma honra ser o destinatário de tal convite e, apoiado pela esposa, dei o sinal para que os proclamas corressem.

D e c i s ã o t o m a d a . D o c u m e n t a ç ã o o r g a n i z a d a . Diligência realizada. Data agendada. Preparativos tomados. Iniciação concluída. Missão assumida.

Na senda dos estudos e trabalhos encetados veio aquela conclusão que já é comum a quase todos que se aventuram nessa experiência transformadora: por que não comecei um pouco antes? Mas a sabedoria dos Irmãos sempre serve de consolo: “tudo tem a sua hora, o seu momento. Siga o seu caminho, procure a Verdade”!

A partir de então, passamos a nos ver no plural e os estudos sempre despertam novos temas e pesquisas, a princípio orientados pelos Irmãos mais experientes, mas em dado momento nos coloca na vanguarda dos próprios interesses dado o universo que se abre de novas perspectivas, vez que cada Maçom escolhe e desenvolve o seu caminho evolutivo, de forma individual, sem nenhuma interferência da Ordem, não se evidenciando uma busca dirigida da Verdade, por ferir princípio da liberdade de pensamento e do livre arbítrio. O Maçom, como livre pensador, tem compromisso com a livre investigação da Verdade e, nesse contexto, reflete sobre assuntos de vital importância para a compreensão da história.

Quando se abraça uma causa ou idéia parece-nos que se canalizam e n e rg i a s o u d e s p e r t a m o s a

"Não leia com o intuito de contradizer ou refutar, nem para acreditar ou concordar, tampouco para ter o que conversar, mas para refletir e avaliar"

(Sir Francis Bacon)

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Page 23: Revista Edicao n3 GLMMG

sensibilidade para vislumbrar as minudências de um determinado ângulo de observação sobre um tema ou objeto de reflexão até então desprezado ou mesmo desconhecido, mas não inédito. E provocações, questionamentos e inquietações em todos os sentidos se apresentam.

Frente a essa escolha, deparei-me com algumas posturas mais combativas de pessoas amigas e mesmo familiares que passaram a questionar-me os motivos de minha adesão à Ordem e que tipo de v a n t a g e m t a l s i t u a ç ã o m e proporcionaria, considerando-se que não há unanimidade de opiniões favoráveis e sobram comentários às vezes depreciativos ou mesmo cur ios idades sobre mis tér ios acalentados ou cobertos por compromisso de sigilo. Vicejam, ainda, questionamentos ridículos, eivados de má-fé, muitos ao nível de sabotagem, porém, sempre lastreados na ignorância e na incapacidade de entender com clareza conceitos como liberdade de pensamento, busca de conhecimento e livre-arbítrio.

Nesta toada, vale abrir espaço para reportamo-nos aos recorrentes comentários sobre antigos conflitos com a Igreja, à época impeditiva da aproximação das duas instituições, e que somente os mais desinformados não realizaram que tais questiúnculas já foram superadas. As fronteiras estão bem mais claras e as i n f o r m a ç õ e s b a s t a n t e democratizadas: a Maçonaria trabalha pelo aperfeiçoamento do homem, com foco na moral e na ética social, e a religião prega a salvação do espírito. A Maçonaria está aberta a qualquer religião, mas exige de seus seguidores a crença em Deus e a condição de justos e de bons costumes. Ademais, os tempos são outros, tanto no aspecto social quanto no legal, não havendo guarida para infantilidades e outro disparates.

No mesmo embalo, sobressai a particularidade de a Maçonaria se constituir em um grupo fechado e eminentemente masculino. O argumento não subsiste ao efeito

comparativo de uma empresa, que tem faculdade de selecionar e recrutar seus servidores, e não apenas receber a q u e l e s q u e s e a p r e s e n t a m voluntariamente exigindo uma colocação. Neste caso, é preciso haver um convite e avaliação dos demais membros de uma Loja, que funciona como uma empresa, com todas as obrigações legais decorrentes. No que se refere à característica masculina, trata-se de uma condicionante histórica e se funda nos princípios do Rito Escocês Antigo e Aceito. Existem diversos outros Ritos, que amparam Lojas Femininas e Mistas, mas que não são amplamente divulgadas, pelo número ainda reduzido e também pela forma discreta de abordagem. E os Ritos são apenas caminhos. A derradeira comparação com o futebol é clássica, pois existem times masculinos e femininos, nos quais a atuação daqueles ainda é mais destacada.

Nessa hora, é decisivo ancorarmo-nos no histórico de vida e da coragem moral sustentada pelos valores e exemplos de realizações que nos precedem e que despertam o r e s p e i t o e c o n s i d e r a ç ã o d e interlocutores mais afoitos. Nada como honra ilibada, probidade inconteste e o reconhecimento para fazer valer um bom argumento sobre uma boa causa. Aliás, é bom ressaltar que esses se constituem nos condicionantes para o recebimento do convite supramencionado, pois a força da Maçonaria reside na seleção rigorosa de seus integrantes.

Os ensinamentos maçônicos norteiam os estudos e os argumentos necessários a um sólido processo de convencimento, pois proporciona o aprimoramento da tolerância, a compreensão do verdadeiro amor ao próximo e à Pátria, despertando o interesse e exaltando a necessidade de trabalho pela felicidade do gênero humano e à consagração da solidariedade como a primeira das virtudes. O que para uma pessoa não iniciada na Ordem possa ser uma qualidade rara, no Maçom é o cumprimento elementar de um dever.

Nessa seara não se pode olvidar todo o contraditório que acompanha a saga da Maçonaria desde sua organização como entidade operativa nos primórdios da Idade Média e reformulação como especulativa nos anos vinte do Século XVIII. Também não se pode desmerecer a contribuição de destacados Maçons aos grandes e decisivos movimentos da história, combatendo a ignorância , o despotismo, na luta incessante pela liberdade, igualdade e fraternidade, indispensáveis à felicidade e à emancipação progressiva e pacífica da humanidade.

Eventuais argumentos que possam desviar para a existência de segredos ou teorias conspiratórias se revelam mais de cunho preventivo ou de base para reforço de preconceitos, em face de divagações deletérias não combatidas pelos Maçons menos preparados ou mesmo para servir de vantagem comparativa para obreiros ainda imaturos em relação àqueles não iniciados, que somente contribui para reforço argumentativo dos detratores da Ordem.

E s s e s t ã o p r o p a l a d o s mistérios são fruto de imaginação e se evidenciam com maior ardor por se tratar de dificuldade de se expressar, com palavras, sentimentos inefáveis q u e e m a n a m d a s f a s e s d e aprimoramento do culto à virtude e combate aos vícios inerentes ao ser humano, que é o escopo a ser perseguido diuturnamente.

N e s s e p a r t i c u l a r , s e vislumbra extremamente doloroso falar sobre os próprios defeitos ou fazer o “mea-culpa”, em especial q u a n d o s e é e x i g i d o u m comportamento exemplar e este se constitui no esteio do Movimento. Tal dificuldade é enfrentada por diversas instituições, que muita das vezes procura acobertar as mazelas de seus representantes mais vistosos, por d i f icu ldade de encont ra r os argumentos cabíveis ou mesmo pela proteção decorrente do “espírito de corpo”.

Mas, como se diz no popular

OS DETRATORES DA MAÇONARIA

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Page 24: Revista Edicao n3 GLMMG

“colocar o dedo na ferida” ou apertar “onde dói o calo” é condição sine qua non para reverter esses antagonismos. Reconhecer que aqueles vícios tão combatidos, como a vaidade, o orgulho arrogante, a prepotência, a soberba, a negligência, dentre outros menores, são comuns entre vários apologistas e seguidores da Ordem, é o passo inicial para seguimento dos princípios de uma severa moral. Cavar masmorras bem profundas para enterrá-los definitivamente exige o exercício daquela dose de sacrifício necessária ao cumprimento dos deveres que elevam o homem aos próprios olhos e o torna digno de sua missão sobre a Terra.

E é sempre pelo ideal, e só por ele, que os Maçons se sacrificam sob pena de se tornar traidor dos compromissos assumidos de devotamento e de obediência aos princípios de uma severa moral. Para isso se apóiam no lema: “a sabedoria não está em castigar os erros, mas em procurar-lhes as causas e afastá-las”.

É forçoso reconhecer que em várias situações “o inimigo mora ao lado” e não precisamos procurar ao longe para identificar as causas de muitos dos problemas enfrentados no cotidiano das Lojas. Como ocorre em várias empresas, a falha, na maioria das vezes, se situa no recrutamento e seleção dos candidatos. Daí a importância da observação e cautela nas diligências encetadas para aquilatar o grau de qualificação e valores demonstrados pelos possíveis interessados. Qualquer procedimento mais sumário de escolha, com vistas a manter ou repor os quadros de uma Loja, pode redundar em danos i r revers íveis , decorrentes do comprometimento dos valores tão caros à Ordem, facultando a entrada de pessoas despreparadas ou em busca de vantagens pessoais.

Tal cenário tende a se c o n s u m a r e m f a c e d e comprometimento da continuidade das Lojas, pela falta de reposição p l a n e j a d a d o s o b r e i r o s , d a canibalização entre as Lojas, de ausência de medidas de retenção

daqueles que se iniciam ou no descuido com o clima de permanente busca do crescimento, redundando na perda de interesse ou mesmo de deturpação dos mesmos, ou da famigerada acomodação à ritualística, pela falta de aprofundamento nos estudos assinalados.

O sucesso e o fortalecimento das colunas de sustentação de uma Loja demandam de seus dirigentes ações no sentido de identificar, preparar e manter reserva de obreiros prontos a assumir os cargos em qualquer situação imprevista. Para tal fim, torna-se de bom alvitre aproveitar as eventuais ausências dos oficiais para fazer rodízio de treinamento dentre aqueles são ocupantes de cargos, mesmo que visitantes, uma vez que a condição de Maçom vinculado a uma Loja é apenas para fins de organização burocrática, considerando-se que a condição de pertencer à Ordem é pré-requisito para atuar em qualquer célula, quando regularmente atuante.

Não é de todo descabido afirmar que a falta de quadros para suprir cargos, notadamente em sessões de iniciação, elevação e exaltação pode ser considerado um ponto fraco a ser combatido com urgência, vislumbrando-se horizontes de comprometimento de continuidade dos trabalhos e possibilidade e tombamento das co lunas de sustentação da Loja.

Obreiros motivados, que têm oportunidade de contribuir na ritualística em Loja, que se esmeram em apresentar trabalhos no “Quarto-de-Hora de Es tudos” são o sustentáculo da Ordem, pois são estes que, na maioria das vezes, apresentam candidatos movidos pelos mesmos sentimentos de crescimento e diferenciação na vida pessoal demonstrado pelos Maçons ativos e cidadãos exemplares no seu convívio social e profissional. Importa destacar que, à medida que o obreiro se aperfeiçoa, ganham seus familiares, colegas de trabalho e amigos.

Despiciendo citar-se teóricos da administração moderna para

concluir-se que dos Veneráveis Mestres se demanda a mesma habilidade necessária a um coach (treinador) do mundo esportivo, no sentido de incentivar e ajudar os obreiros a desenvolver atitudes e habilidades de gestão para aumentar a eficiência e efetividade dos trabalhos sob sua tutela.Nessas condições, com a devida vênia, podemos deduzir que os detratores não estão todos lá fora, podendo estar sorrateiramente ancorados entre as colunas de uma Loja, disputando cargos e criando “panelinhas”, conspirando contra aqueles atuantes e bem intencionados. Isso, sem aprofundarmos na desmoralização causada por aqueles que não se portam como exemplos de cidadania, chefes de família, ou mesmo que destacam por um ou outro vício repreensível, que mancha a honra própria e respinga nos outros Irmãos. Nesse ponto a Maçonaria sabe cortar na carne. Mas é tema para outro trabalho.

Finalmente, é pacífico o entendimento de que temos parcela de culpa fundada em posturas de acomodação ou desinteresse de muitos dirigentes que não pensam à longo prazo e se mostram omissos à frente dos ideais e desafios lançados pelos nossos geniais antecessores, que se sacrificaram por visões e forjaram as bases desse magnífico movimento de construção permanente do Templo Moral das Virtudes representado pela Maçonaria Especulativa.

Márcio dos Santos Gomes M M da Loja Águia das Alterosas Nº

197 - GLMMG

OS DETRATORES DA MAÇONARIA

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Page 26: Revista Edicao n3 GLMMG
Page 27: Revista Edicao n3 GLMMG

DISCIPLINA

José Amâncio de Lima

“Não é no medo que assenta a disciplina: é no sentimento do dever.”

Rui Barbosa

Segundo o Dic ionár io KOOGAN LAROUSSE:

D I S C I P L I N A s . f . O c o n j u n t o d o s r e g u l a m e n t o s destinados a manter a boa ordem em qualquer assembléia ou corporação; a boa ordem resultante da observância desses regulamentos: a disciplina militar. / Submissão ou respeito a um regulamento. / Cada uma das matérias ensinadas nas escolas.

No Dicionário AURÉLIO:

DISCIPLINA s.f. 1. Regime de ordem imposta ou mesmo consentida. 2. Ordem que convém ao bom func ionamento de uma organização. 3 . Relações de subordinação do aluno ao mestre. 4. Submissão a um regulamento. 5. Qualquer ramo do conhecimento. 6. Matéria de ensino.

É uma palavra que tem a mesma etimologia da palavra “DISCÍPULO”, que significa aquele que segue;

Em f i losof ia s igni f ica c o n j u n t o d e c o n h e c i m e n t o s metódicos ou regra de conduta (a disciplina dos costumes) e é aplicada às organizações e às pessoas.

Na Maçonaria significa uma rigorosa e irrestrita observância às normas, às Constituições, aos Landmarks, aos regulamentos, às obediências e às autoridades.Sem disciplina, nenhuma organização ou entidade domina seus interesses, porque a indisciplina gera um grave mal, a exemplo da anarquia, a qual combatemos, por produzir o caos. A indisciplina anda em voga no meio político: “quanto pior melhor”.

A disciplina é irmã gêmea da liberdade quando a usamos como

direito, ou seja, o direito agindo para que a manifestação de liberdade seja garantia de todos. Porém essa afirmativa produz efeito quando se consegue respeitar os direitos alheios, que é diferente da liberdade pessoal, conseguida pela consideração espontânea das normas previamente estabelecidas e da obediência às autoridades constituídas.

O cidadão que pretende viver em sociedade leva para seu convívio um dos deveres essenciais: a disciplina, sinalizada por juramentos, estudos, posturas, segurança nas determinações e ações, sob pena de, não o fazendo, gerar no grupo, dissabores, desentendimentos, egoísmo, divisões e não conseguir transmitir a paz nem a harmonia, tornando-se assim, um cidadão que não inspira segurança a seus companheiros.

Tomemos para nossas vidas, um exemplo de autodisciplina, a do artista. Sua arte se expressa pelo rígido método de disciplina, que espontaneamente impõe a si próprio, dentre outros; o de dormir, de meditar, de buscar inspiração e no tratar com a n a t u r e z a , c o m p l e t a d o p e l o s instrumentos que utiliza: o pincel, a caneta, as chuteiras e os dedos.

Pois, sem este cuidado disciplinar ele nunca passará de um artista mediano, de um péssimo sonhador.

Na sociedade em geral, quando aceitamos o convite para ser iniciado na Ordem Maçônica, imaginamos uma gama de normas próprias, a que seremos submetidos a

c u m p r i r e , q u a n d o a c e i t o s , prometemos obedecer, através de juramentos e preceitos outros que formarão o caráter e a moral do cidadão/Irmão.

Portanto, sem a disciplina maçônica, a busca da perfeição correrá por caminhos difíceis de alcançar.

A Maçonaria praticada nos dias atuais não estabelece atração por conhecimento além dos nossos rituais, deixando, então, uma lacuna p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o d a desmotivação, que geram, às vezes, na consciência dos Irmãos, a vontade latente de deixar a Ordem, por não ver mais, sólidos compromissos, morais e éticos (ensinamentos que norteiam a nossa Instituição).

A s s i m , n o r a n g e r d a carruagem, quando se falar em Maçonaria, dir-se-á “FOI UMA SOCIEDADE DISCIPLINADA QUE EXISTIU ATÉ OS IDOS DE...”.

Enfim, o que devemos e podemos fazer para estagnar este quadro?

“O indivíduo competente é aquele capaz de transformar conhecimento

em soluções para problemas concretos da vida”.

Sandra Garcia

José Amâncio de LimaM.I. da ARLS Estrela de Davi II Nº

242 – GLMMGMembro da Loja Maçônica de

Pesquisas Quatuor Coronati “Pedro Campos de Miranda”

Membro da Academia Mineira Maçônica de Letras

Grande Inspetor Geral, 33º

27 | Revista Maçônica Triângulo | Setembro de 2012

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O mui ilustre Irmão Janir Adir Moreira marca a sua administração à frente dos destinos da Grande Loja Maçônica de Minas, no cargo de Grão-Mestre, com o lançamento da revista maçônica TRIÂNGULO. Entende o Sereníssimo Ir. Janir que estamos em tempo de semeaduras. Um entendimento recheado de felicidade e ele mesmo o confirma, lançando essa semente ao solo fértil das Minas Gerais, onde faz uma excelente administração e exerce com fecundo descortino a sua liderança. “A revista TRIÂNGULO vem a lume com a proposta de servir à Ordem e aos maçons, abrindo-lhes oportunidade para o estudo, a leitura e a difusão do conhecimento”. Edição inicial em 44 páginas, todas em policromia, impressão gráfica em material de excelente qualidade. Lay out admirável acomodando atualidades maçônicas da região mineira e artigos de respeitáveis escritores brasileiros. Parabéns à GLMMG pela edição da revista maçônica TRIÂNGULO. Que tenham todos que a ela se dedicam, a bênção do Altíssimo. Av Brasil 478. CEP 30140-001 Belo Horizonte/MG E-Mail [email protected]

O escritor Osvaldo Pereira Rocha, em concorrida noite de autógrafos, fez lançamento de seu livro MAÇONARIA E MAÇONS, marcando com brilhantismo a sessão de abertura do XVII Encontro Nacional da Cultura Maçônica. Esse novo livro do renomado escritor maranhense veio a ser o mais procurado durante todo o Encontro, dado os assuntos nele contido e a forma leve a atraente como foram narrados. O Ir Osvaldo Rocha é Grão-Mestre do GOAM e Imortal da AMCLA.

A r e v i s t a maçônica A T R O LH A chega aseu 41º aniver-sário de fun-dação e de c i rcu lação ininterrupta. Sonhos do j o r n a l i s t a FRANCISCDE ASSIS CARVALHO Xico Trolha que se tor-naram uma realidade de valiosa con

ribuição para a difusão e conhecimento da Ordem em nosso País. A ABIM saúda o grupo empresarial que tem tocado pra frente e com maestria a revista maçônica A TROLHA. Um esforço louvável que o XVII Encontro Nacional da Cultura Maçônica prestigiou, reconheceu e homenageou, em São Luís/MA, durante e ao encerramento dos trabalhos. Presente ao Encontro, e dele apoiador, o jornalista Edenir Gualtieri, em nome de todos que fazem A TROLHA, agradeceu a todos pela homenagem recebida

O XVII EN C M c o n t o u com a pre -sença de dois g randes r e -p ó r t e r e s d e admirável a-tuação na Im p r e n s a m a ç ô n i c a

brasileira. Na foto acima os referidos jornalistas: José Aleixo (E) e Jerônimo Borges que têm ao centro o Ir Antônio do Carmo, Presidente da ABIM. O Ir Jerônimo Borges edita o jornal virtual (registro 007 da ABIM) JB NEWS, postado em Florianópolis/SC diariamente. E o Ir José Aleixo edita a revista UNIVERSO MAÇÔNICO, em São Paulo, que pela excelente qualidade de produção ganhou o prêmio “Troféu Imprensa Maçônica 2012”.

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A ORIGEM DA MAÇONARIA

Eduardo Amorim Versiani

A Maçonaria é uma das Instituições mais antigas em atividade no

mundo. A sua forma atual surgiu em 1717 na Inglaterra, suas origens

institucionais são da Idade Média, entretanto, suas origens filosóficas vão além,

pois a Maçonaria é guardiã dos princípios de ética e moralidade que desde o

nascer da humanidade tem permitido a esta sua constante evolução.

Não se sabe exatamente como nem quando começou. Para muitos

estudiosos ela originou-se das antigas escolas de mistérios, no antigo Egito,

por volta de 3.600 a.C. Para outros, ela surgiu na Idade Média com as

corporações de construtores das catedrais e castelos. Há evidências, segundo

outros autores, de que ela foi influenciada, em seus primórdios, pela Ordem

dos Cavaleiros Templários, formada em 1118 para ajudar e proteger os

peregrinos em suas viagens à Terra Santa. (Grande Loja Maçônica de Minas

Gerais).

Segundo Leadbeater (1976), as origens da atuação da maçonaria se

perdem nas névoas da antiguidade. Diversos historiadores e estudiosos

buscam encontrar indícios de sua origem. Métodos científicos foram

gradualmente aplicados e por isso hoje se conta com um vasto cabedal de

informações das mais interessantes e exatas sobre a história da ordem. Em

consequência disto e de outras linhas da investigação existem quatro escolas

ou correntes principais do pensamento maçônico definidas ou organizadas

como departamentos de conhecimento fora do campo maçônico que auxiliam

nos estudos sobre a nossa ordem.

Escola Autêntica:

Surgi na segunda metade do século XIX as antigas tradições da ordem

são examinadas à luz de registros documentais autênticos ao alcance do

historiador.

Escola Antropológica:

Os antropólogos reuniram uma vasta soma de informações sobre

costumes religiosos e iniciáticos de muitos povos antigos e modernos, e os

estudantes maçônicos tem encontrado neste campo muitos de nossos sinais e

símbolos.

Escola Mística:

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Estuda os mistérios da ordem vendo neles um plano para o despertar

espiritual e o desenvolvimento interior do homem.

Escola oculta: Busca as origens da maçonaria através do estudo do lado

oculto da natureza, por meio de poderes existentes em todos os homens, mas

ainda adormecidos na maioria da humanidade.

Segundo a Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, a

Maçonaria pode ser dividida em três períodos: o Antigo ou Lendário, o

Medieval ou Operativo e o Moderno ou Especulativo.

O período Antigo ou Lendário não se tem conhecimento sobre a sua

origem. A "Pré-Maçonaria", como entende André Chedel, citado por Vanildo

Senna (1981) em "Fundamentos Jurídicos da Maçonaria Especulativa",

abrange todo o conhecimento herdado do passado mais remoto da

humanidade até o advento da Maçonaria Operativa e, por sua vez, é dividida

em nove fases sucessivas, a saber:

1.Mistérios Egípcios;

2.Mistérios Persas e Hindus;

3.Mistérios Gregos dos Cabires;

4.Mistérios Gregos de Ceres ou Demeter;

5.Mistérios Judaicos de Salomão;

6.Mistérios Gregos de Orfeu;

7.Mistérios Gregos de Pitágoras;

8.Mistérios dos Essênios; e

9.Mistérios Romanos.

A Maçonaria Operativa, que se estende por toda a Idade Média e a

Renascença entre os séculos XII e XIV e termina com a fundação da Grande

Loja de Londres, compreende a história dos operários medievais, construtores

de basílicas, catedrais, igrejas, abadias, mosteiros, conventos, palácios,

castelos, torres, casas nobres, mercados e paços municipais. Por vezes

protegidos pelos Papas e deles dependentes, os Maçons operativos eram

essencialmente católicos.

A fundação da Grande Loja de Londres em 1717, determina, portanto, o

fim da Maçonaria Operativa e marca o início do terceiro período da história da

A ORIGEM DA MAÇONARIA

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Maçonaria, a Maçonaria Especulativa ou Maçonaria dos Aceitos ou, ainda,

como disse Nicola Aslan, "da Maçonaria em seu aspecto atual de associação

civil, filosófica e humanitária".

O período Moderno ou Especulativo teria originado, segundo alguns

autores, na Escócia, para onde diversos membros Templários teriam fugidos

da Inquisição que lhes impunham a Igreja Católica. As Lojas de Maçons

Operativos recebiam progressivamente membros que não pertenciam ao ofício

da construção, que era composto por membros da nobreza, burguesia e clero,

os chamados Maçons Aceitos.

Sobre a transformação da Maçonaria Operativa em Maçonaria

Especulativa, diz-nos Senna (1981) "A esta transformação os ingleses dão a

denominação de Revival, que significa renovação, renascimento, datando-a de

1717. O adjetivo "especulativo" só foi aplicado aos Maçons "Aceitos" em

meados do século XVIII. Esta denominação de "especulativo" era dada, no

século XVII, a toda pessoa propensa à contemplação e à meditação. O

"especulativo" era o idealista e não o homem de ação ou profissional. Eram

homens cultos, naturalistas, eruditos e historiadores."

Com a transformação da Maçonaria Operativa em Maçonaria

Especulativa surge, no ano de 1723, a primeira Constituição Maçônica,

elaborada pelo Irmão James Anderson para uso da Grande Loja de Londres. A

partir de então a Maçonaria adotava uma forma de organização política que

deveria conservar daí por diante.

Enfim a Maçonaria surgiu com as civilizações, e esteve presente na

formação de quase todas elas, para instruir os homens nos princípios da

construção social, construindo mentes sábias e personalidades fraternais.

Tais princípios nos foram legados por nossos ilustres antepassados,

homens nobres e dignos, e constituem um grande acervo de sabedoria,

acumulado e guardado ao longo dos séculos pelos iniciados na Arte Real.

A Maçonaria preserva até hoje, o grande saber universal e é sua missão

transmiti-lo a homens dignos. Ela conclama seus adeptos a exercitarem-se na

prática da solidariedade humana e a cumprirem os seus deveres para com

Deus, a Pátria, a Humanidade, a Família, o Próximo e para Consigo.

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