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REVISTA - EDUCAÇÃO DOROTEANA

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REVISTA DA CONGREGAÇÃO DE SANTA DOROTÉIA

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E D U C A Ç Ã O D O R OT E A N A - P R OV Í N C I A N O RT E E M A Ç Ã O Agosto �009

COLÉGIO SANTA DOROTÉIAAv. Joaquim Nabuco, 1.097 - Centro

Fone: (0xx9�) 3633.�8�4 / 3633.8040Fax: (0xx9�) 3�3�.4108

E-mail: [email protected]: www.santadoroteia-am.com.br

Manaus/AM - Brasil

CRECHE CANTINHO DE PAULAAv. Brasil, 395 - Liberdade C. Nova

Telefax: (0xx94) 33�4.�800Marapá/PA - Brasil

COLÉGIO SANTO ANTÔNIOPraça Dom Pedro Macedo Costa, 1�8 - Reduto

Fone: (0xx91) 3366.6�6� / Fax: (0xx91) 3���.873�E-mail: [email protected]

Site:www.csanto.com.brBelém/PA - Brasil

COLÉGIO SANTA TERESARua do Egito, 71 - Centro

Fone: (0xx98) 3�31.5�88 / Fax: (0xx98) 3�3�.3707E-mail: [email protected]: www.colegiosantateresa.com.br

São Luís/MA - Brasil

COLÉGIO DIVINA PROVIDÊNCIARua Oswaldo Cruz, 1451 - Centro

Fone: (0xx98) 3�31.8715 / Fax: (0xx98) 3�3�.1866E-mail: [email protected]

São Luís/MA - Brasil

COORDENAÇÃO GERAL

Colégio Santa TeresaIr. Maria do Carmo Carvalho Mesquita

Colégio Santo AntônioIr. Maria Oliveira Barbosa

Colégio Santa DorotéiaIr. Maria Jovelina de Araújo Barreto

Escola Divina ProvidênciaIr. Maria da Conceição Coimbra

Cantinho de PaulaIr. Marlene Fonseca

CONSELHO EDITORIALDemétrio Luis Mácola NetoMaria José de Assis DiasMaria Nedilza de Souza LimaRenata Karine Motta MouchrekRogener Almeida Santos Costa

EDIÇÃOLiliane Moreira

PROJETO GRÁFICORichardson Rosa

FOTOSArquivos dos Colégios

IMPRESSÃOEditora Escala

E X P E D I E N T E

A Revista Educação Doro-teana: Província Norte em Ação é um veículo comemorativo do Ano Jubilar da Congregação das Irmãs de Santa Dorotéia da Fras-sinetti com o propósito de apre-sentar o perfil pedagógico atuali-zado das Escolas Doroteanas da Província Norte.

Í N D I C E

Educar é cultivar a vida ......................................................... 3Um girassol chamado Paula .................................................. 4Plano Provincial: norte do educador....................................... 7União e atualização dos propósitos doroteanos ..................... 8Evangelizando através da educação ...................................... 9

Carta de Ir. Jaci .................................................................10

ENTREVISTASIr. Ildes Mendes: “O amor é virtude que não passa” ............11Ir. Maria L. Câmara: “A humanidade sente sede de Deus” ....12

ARTIGOSA aula como espaço de saber e sabor .................................13Responsabilidade social no cotidiano escolar .......................14Na escola também se pode ler ............................................15O educador ideal ...............................................................16Ser ou fazer ........................................................................17Um despertar para a avaliação libertadora ..........................18Formação continuada é uma realidade no Dorotéia .............19Criatividade e empreendedorismo .......................................20

COLÉGIO SANTO ANTÔNIO ............................................21COLÉGIO SANTA TERESA ..................................................33COLÉGIO SANTA DOROTÉIA .............................................42COLÉGIO DIVINA PROVIDÊNCIA .......................................51CRECHE CANTINHO DE PAULA .........................................59

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175 anos de vida e missão.175 anos de entrega total a

serviço da educação.E assim embarcamos com

Paula na desafiante e apaixonante história de educar pela “via do co-ração e do amor” garantindo com a nossa fragilidade a força do carisma que nos foi legada por Paula e que atualizamos nos tempos atuais.

Neste Ano Jubilar queremos agradecer e reafirmar o nosso sim à educação: sim a uma educação alicerçada nos valores evangélicos e que geram vida nova; sim a uma educação libertadora que forma ci-dadãos conscientes; sim a uma edu-cação que valoriza o pensar, o falar, o ser.

Queremos agradecer a todas as Irmãs Dorotéias que imprimiram sua marca no seu fazer e ser o jeito de educar segundo Paula. Agradecer aos leigos que comungam conosco a mesma missão de educar e são no mundo de hoje multiplicadores dessa missão. Hoje podemos afirmar que a nossa ação educativa tem a força da união de Irmãs e Leigos.

O tempo passa, os desafios continuam, mas os que tem fé levam uma grande vantagem. Nunca foi tão difícil educar... mas é para isso que existimos e é para isso que somos educadores.

A força que nos move vem de Deus, vem de Paula. Assim, avan-çamos no tempo, acreditando que educar é uma lição diária de amor. Educar é nossa missão.

Ano Jubilar... Tríplices mo-mentos solenizados! Bênçãos em profusão! Celebra-se um chamado de amor: à vida, a uma missão, à santidade! O Reino de Deus neces-sita de pessoas apaixonadas que se entreguem a seu serviço, assumam o projeto criador do Pai e reafirmem a construção desse Reino vivenciando a paz, a justiça e o amor. É urgentíssi-mo, portanto, cultivar a vida!...

Paula sente a ressonância desse apelo em seu coração, e decide dizer SIM. Reconhece Jesus ressuscitado na caminhada e como O ama, sente-se

atraída por Sua mensagem e quer evangelizar; quer anunciar a todos a boa nova. Deseja ardentemente, caminhar com Ele, identificá-Lo sem moldura, no rosto daqueles que dela se aproximam, para compartilhar de seu projeto revolucionário, pois edu-car é renovar, transformar, descobrir. Implica aproximação, caminhar jun-tos, semear e cultivar!

Jesus é o centro de sua fé e faz, então, de sua vida uma Páscoa contínua, uma Páscoa eterna! Nesse contexto, realizou uma obra na qual se traduz toda a beleza desse acon-tecimento ímpar na vida do cristão. É imenso o desafio, mas é no “desenro-lar dos acontecimentos, que conhece-mos a vontade de Deus” e a semente tornou-se árvore frondosa. Deus aco-lhe com alegria este louvor: Amar, Educando; Educar, Evangelizando. Isso é praticar a educação necessária à construção do Reino.

Hoje, o mundo desdobra-se em novas leituras. A vida configura-se ameaçada em todas as suas manifes-tações. O ser humano cada vez mais perscruta o sentido da vida e busca, de forma desordenada, o que lhe pa-rece inatingível, supervalorizando o prazer, como a garantia mais coeren-te, o ponto catalisador para a con-quista da felicidade. Toda a biosfera ressente-se da ação destruidora do homem, evidenciada nas catástrofes naturais que assolam os quatro can-tos do planeta.

A construção urgente de uma consciência planetária encontra, no espaço educacional, o marco zero para direcionar as novas leituras de uma realidade em céleres transfor-mações. Torna-se imperiosa a prática do diálogo, a reafirmação respon-sável dos direitos e deveres, a cons-ciência da co-responsabilidade no contexto universal, o compromisso com a solidariedade, como opções para vivenciar-se o advento da paz. Essa convergência de opções sinteti-za o cultivar a vida, em que se insere a proposta evangélica acolhida por Paula Frassinetti e onde pôde exercitar sua vocação profética em palavras e

obras, hoje reproduzida na educação doroteana.

O Reino foi anunciado e constatou-se que educando e amando poder-se-á minimizar as feridas do mundo.

Paula pensou uma escola ca-paz de responder com criatividade e ousadia a todas as questões ine-rentes ao compromisso de evange-lizar através da educação, por isso e para isso não se cansa de exortar, quase que insistentemente, suas fi-lhas: coragem!…

Criou um projeto educativo para todos os tempos; significativo no ontem, no hoje e no amanhã; um projeto sempre atual, porque está centrado na via do coração e do amor, cujo objetivo prioritário é a valorização da vida e a disseminação da esperança!

Hoje, Paula e seus ideais, sua vocação profética permanecem ple-namente atuantes. Muitos se junta-ram à mesma caminhada, assumindo e revitalizando a missão, para manter sempre vivo o sonho doroteano, te-cido sob os esforços e os olhares de tantos quantos integram esta espeta-cular história de educação, que ex-plora o conhecimento comprometido com a dignidade, com a cidadania, com os ideais cristãos, na esperança de que o amanhã renasça com mais ordem, mais ética, mais amor.

Muitos imprimiram no tempo o desdobramento desses ideais: en-sinando-os, vivenciando-os, assimi-lando-os, eternizando-os. Milhares de pessoas adicionaram e adicionam ao brilho de suas vidas, os raios ful-gurantes dessa claridade. E há mais girassóis ansiando pela luz do sol…

Ir. Maria do Carmo Mesquita Colégio Santa Teresa

Ir. Maria Jovelina BarretoColégio Santa Dorotéia

Ir. Maria Oliveira BarbosaColégio Santo Antônio

Ir. Maria da Conceição CoimbraEscola Divina Providência

Ir. Marlene FonsecaCantinho de Paula

E D I T O R I A L

Educar é cultivar a vida

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Vivemos um ano de ho-menagens na Congre-gação das Irmãs de

Santa Doroteia, celebrando os �00 anos de nascimento e batismo de Santa Paula. Os alunos das esco-las doroteanas estão envolvidos em projetos sobre a vida e a missão da mulher que dedicou sua existência à educação dos mais carentes. As homenagens começaram no dia 3 de março, dia do seu nascimento; vale a pena relembrar a trajetória de Paula Ângela Maria.

Ela nasceu em 1809, em Genova, Itália. Filha única de João e Angela Frassinetti, foi criada em uma família piedosa e quatro de

seus irmãos se tornaram sacerdo-tes. A mãe de Paula morreu quando

ela tinha nove anos e a tia de Paula passou a cuidar da família, mas veio a falecer três anos depois. Paula, já com1� anos, passou a ser a dona da casa. Todas as noites, seus irmãos lhe

ensinavam tudo que haviam aprendido na escola e seu pai es-clarecia algumas dúvi-

das deixadas por eles, e assim Paula acabou ten-do uma razoável educa-ção.

Ela participava da Eucaristia diaria-mente. O percurso para a igreja era uma caminhada orante. Aos �0 anos passou a ter problemas res-piratórios e foi mo-rar com um irmão em Quinto, Itália. Quando se recupe-rou, ela e o irmão abriram uma escola

paroquial para meninas na região. Quinto era uma aldeia pobre e as crianças estavam muito abando-nadas. Esta situação levou Paula a abrir uma escola gratuita para tirar as crianças da rua. Ensinava-lhes o catecismo, a coser, a fazer malha e também a ler. Brincava e rezava com elas.

A vida de Paula começou a entusiasmar as jovens de Quinto. A primeira companheira chama-va-se Mariana. Depois juntaram-se outras. Passeavam em grupo pelo campo e cantavam em coro can-tigas populares. Era um grupo de jovens simples e alegres, que se iam tornando cada vez mais ami-

gas umas das outras.Nas tardes de domingo cos-

tumavam ir a um monte ali perto, o Monte Moro. Lá de cima via-se o porto de Gênova com os seus na-vios, o grande farol e o panorama da cidade rodeada de santuários de Nossa Senhora que Paula visitara muitas vezes levada pela mãe. Até que Paula e as suas companheiras se juntaram para viver mais para Deus e para os outros. Queriam ter uma vida simples e dedicar-se às crianças mais pobres.

No dia 1� de agosto de 1834, Paula e seis companheiras iniciaram a sua vida em comuni-dade. De manhã, muito cedo, fo-ram à missa, celebrada pelo irmão de Paula, padre José, na Igreja de Santa Clara. Alugaram uma casa em Quinto, mas não tinham mobí-lia. A mesa era vaso de barro com o fundo voltado para cima, e so-bre ele a panela da comida. O que desejavam era mais de perto imitar Jesus. Foram chamadas, a princí-pio, “Filhas da Santa Fé”.

Era uma vida simples. En-quanto umas se ocupavam das crianças, que já eram muitas, as outras faziam trabalhos de costura ou no tear, com a venda se susten-tavam e mantinham a escola. De-pois da oração da noite, armavam as camas, que eram bancos de pau sobre os quais colocavam colchões de palha e adormeciam.

A pequenina comunidade começava a atrair algumas alunas e outras jovens de Quinto, das po-voações vizinhas e de Gênova, que vinham bater à porta da casa delas. Paula, com o seu exemplo, ajudava também as companheiras a viverem como Deus lhes ia pedindo. Tinha a arte de educar. Desenvolveu-a desde pequena quando substituiu

Um girassol chamado Paula

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a mãe nos afazeres da casa. Eram suas características o amor e suavi-dade, ligadas a uma maneira de ser muito simples que a todos atraía. Tratava com ternura as crianças, e dava uma especial atenção às mais pobres e desprotegidas.

Por várias cidades de Itá-lia estava espalhada uma obra de apoio à juventude, que se chama-va Pia Obra de Santa Doroteia. Foi então pedido a Paula que se encar-regasse dessa obra. Paula pensou muito, falou com as suas compa-nheiras, rezou com elas e, vendo que Deus queria que tomasse conta desta obra, disse sim. Desde esse dia passaram a chamar-se Irmãs Doroteias.

No verão de 1835, uma epi-demia de cólera espalhou-se por toda a Itália chegando também a Quinto. As Irmãs Doroteias, não fa-zendo caso do perigo que corriam, começaram a assistir os doentes. Fecharam a escola e fizeram-se enfer-meiras de todos os doentes da aldeia. Dia e noite as Irmãs socorriam todos os que eram vítimas desta epidemia.

Os exemplos das Irmãs motiva-vam as mais jovens a trabalharem como as Irmãs Doroteias. E Paula, aceitando o pedido de alguns pá-rocos, foi alargando o trabalho das Irmãs a outras terras. Em maio de 1841, partiu para Roma com outras duas Irmãs. Era uma viagem longa e difícil, que tinha que ser feita de barco. E Roma era, nessa altura, uma cidade estrangeira. Ao chegar a Roma, Paula queria abrir uma es-cola como lhe tinham pedido. Mas a casa que lhe deram para isso era tão pobre que não foi possível. Então começou a descobrir muitas paróquias que precisavam da sua ajuda. Ao fim de cinco meses, Pau-la percorria Roma, a pé, dando ca-tequese em sete paróquias.

Foram tempos cheios de difi-culdades e pobreza. Mas Paula não perdeu a serenidade nem a paciên-

cia em meio a todos os sofrimentos. A sua confiança em Deus era firme e contagiava as outras Irmãs que viviam alegres e serenas apesar das circunstâncias tão difíceis.

Inspirada nas Regras de San-to Inácio, fundador da Companhia de Jesus, Paula Frassinetti elaborou os Estatutos das Irmãs de Santa Do-rotéa, à semelhança das religiosas francesas do Sagrado Coração. Estabelecida em Roma, com seu Instituto de Santa Doroteia, Madre Paula Frassinetti foi recebida pela primeira vez pelo Papa Gregório XVI, por quem foi abençoada, re-cebendo novo estímulo para sua obra. Com esta audiência papal inicia-se uma convivência estreita da Madre Paula Frassinetti com o Santo Padre. Em 1835 a Congre-gação recebeu, finalmente, a apro-vação papal.

Passaram alguns anos, e Paula foi estendendo a sua ação

em Roma. Vários párocos lhe pe-diram para dirigir escolas, não só em Roma mas também em cidades próximas. Em 1849, quando Paula vivia no Colégio de Santo Onofre, Roma estava em guerra. O colégio estava cercado por dois exércitos que se combatiam. Tinham cortado a água na cidade. Um dos soldados soube que havia um poço em casa das Irmãs e foi pedir-lhes água. A notícia espalhou-se rapidamente, e os soldados, que morriam de sede, correram todos para o colégio. O comandante pediu água para to-dos, e Paula, com toda a genero-sidade, respondeu-lhe: “Enquanto houver água para nós, haverá tam-bém para vós”. Estes soldados, que eram inimigos das Irmãs, tornaram-se seus grandes amigos.

Ainda durante esta guerra,

quando Paula vivia em Santo Ono-fre, foi um dia avisada por um co-mandante do Exército, em grande segredo e com perigo para ele, que tinha recebido ordem para incen-diar a casa, à noite. Procurava sa-ber uma contra-ordem, mas se esta não viesse tinha que obedecer. Era já tarde, e Paula não podia avisar os pais das alunas nem sabia para onde poderiam ir. Então rezou. E passou a noite a vigiar, duma va-randa, os sinais que vinham dos campos vizinhos. Pela meia-noite uma voz de comando gritou: “Lan-çai o fogo!” Paula, sempre cora-josa, ali ficou a rezar e a vigiar. A sua coragem e a sua confiança em Deus não foram em vão: a casa não foi atingida.

Paula continuava sempre atenta ao que Deus queria dela. Um dia um bispo brasileiro, co-nhecendo o trabalho que as Irmãs Doroteias faziam em Roma, pediu a

Paula que enviasse algumas Irmãs para o Brasil. Os cristãos brasileiros viviam um momento muito difícil, porque so-friam perseguições. Paula sentiu, mais uma vez, que Deus se queria servir das

Irmãs para ajudar muitas outras pessoas. Em 1866 partiram seis Irmãs para o Brasil. Paula queria ter ido com elas, mas não pôde se afastar de Roma. Disse ela: “Se me pudesse meter nestes sacos e par-tir eu também para o Brasil. Sejam fachos ardentes que, onde toquem, acendam fogo do amor de Deus”.

Nesse mesmo ano, pediram também a Paula para enviar Irmãs para Portugal. No dia 16 de junho de 1866 chegaram a Lisboa as pri-meiras três Doroteias. Fundaram um colégio, mas, sobretudo, davam Catequese não só em Lisboa mas também nos arredores. Os primei-ros tempos em Portugal foram muito difíceis, mas isso não impediu que aparecessem jovens portuguesas a desejarem ser também Irmãs Do-roteias. Passados quatro anos, em

“A instrução moral é necessariíssima, mas deve estar unida à prática,

porque, do contrário, saberão falar da virtude,mas não saberão praticá-la”

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1870, fundou-se um outro colégio, na Covilhã. Também aí as Irmãs se dedicavam intensamen-te à catequese. E em 1873 as Irmãs tomaram conta do Instituto Van-Zeller, no Porto, que se destinava à educação de crianças.

Estas três casas das Irmãs Doroteias, fundadas por Paula em Portugal, foram vi-sitadas por ela própria em 1875. Paula queria encontrar-se com as Irmãs, conversar com elas e ver os lugares onde viviam e trabalhavam. Ao chegar a Roma escreveu a uma Irmã, dizendo: “Deixei em Portugal um pedacinho do coração”.

Em junho de 188�, aos 73 anos de idade, Paula Frassinetti fa-leceu de pneumonia e foi enterra-da em Santo Onofre, à casa geral

das Irmãs de Santa Doroteia. Em 1906 o corpo foi exumado para ser trasladado e foi encontrado incor-rupto. Três anos depois é reaberta sua urna funerária, e o seu corpo continua incorruptível. O Vaticano exige provas materiais desse fato e submete o cadáver a testes e en-saios químicos, inclusive submer-gindo-o em ácido, sem obter, com isso, qualquer modificação em seu aspecto. Em 1906 o corpo intato da Madre fundadora das Irmãs de Santa Doroteia é transferido para a Capela da Casa Geral de San-to Onofre em Roma, onde está ex-posto, desde então, em uma urna de cristal, doada pelas alunas bra-

sileiras, à visitação pública. Em 8 de junho de 1930, Paula Frassinetti é beatificada pelo Papa Pio XI. No dia 11 de março de 1984, é cano-nizada pelo Papa João Paulo II.

Paula teve sempre Maria muito presente ao longo de toda a sua vida, e no momento da morte, pegando numa imagem de Nossa Senhora, pronunciou as suas úl-timas palavras: “Senhora minha,

lembrai-vos que sou Vossa filha”. Depois da sua morte, muitas pesso-as recordavam todo o bem que ela fez. S. João Bosco, outro educador que conhecia muito bem Paula, dis-se a seu respeito: “É um verdadeiro girassol!”, comparando Paula à flor que se volta sempre para a luz do sol. Quando Paula morreu, existiam já �1 comunidades em três países: Itália, Brasil e Portugal.

Em 1934, para celebrar os cem anos da fundação do Institu-to, as Irmãs Doroteias Portuguesas foram a Angola onde começaram o seu trabalho em colégios e na ca-tequese. E, no desejo de continuar

a alargar a sua ação a todos os que precisam, as Irmãs foram também para Moçambique, em 1967.

Hoje, a Congre-gação de Santa Doro-teia continua fiel aos princípios que a cons-tituíram, trabalhando com simplicidade, cora-

gem e perseverança, a serviço do reino de Deus. A obra atingiu, além da Europa e América, a África e a Ásia. As intervenções ampliaram-se. As Irmãs atuam em aliança com os educadores leigos nos vários campos: catequese, educação for-mal, educação popular, ação mis-sionária e de responsabilidade só-cio-ambiental. A semente continua sendo lançada com fé e cultivada com esperança e amor.

“A firmeza seja sempre tem-perada com a suavidade, nos modos e nas palavras”

“Tenhamos coragem, que

Deus fará o que não podemos

fazer”

porque, do contrário,

saberão falar da virtude,mas não saberão prati-

cá-la”

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E ducação como força transformadora do pro-cesso histórico-social,

no qual o homem está inserido, era a perspectiva de Paula Frassinetti que continua bem definida no Plano Provincial de Educação “Cultivando a vida” das escolas doroteanas. O marco doutrinal defende a educa-ção regida pela via do coração e do amor. O educador doroteano luta por uma sociedade estrutural-mente alicerçada nos valores ético-evangélicos que se faça espaço vital para a vivência fraterna, o exercício da cidadania, o diálogo, a busca da verdade, a partilha de bens, a participação nas decisões político-econômico-sociais, comprometida com o bem comum e a construção de uma cultura de paz. Valoriza a pessoa em sua diversidade e sua condição de sujeito, agente da pró-pria história e partícipe da história da humanidade.

A ação educacional tem como características fundamentais, o incentivo ao diálogo e à justiça, fraternidade e solidariedade, bem como incentivar a prática da sim-plicidade, do acolhimento, da fir-

meza e suavidade, da alegria e da ternura, da compreensão e da mi-sericórdia. Está pontuado no mar-co operativo que o educador deve suscitar o equilíbrio, a coragem, a audácia e a retidão. Para tanto, as escolas devem exigir coerência e testemunho de vida de seus educa-dores para que possam atuar junto aos alunos como referenciais. Os projetos devem incentivar a forma-ção para a cidadania, propiciar a inclusão, respeitando as diferenças e estimulando as potencialidades, bem como acompanhar as mudan-ças sócio-culturais, assumindo o uso das novas tecnologias, numa perspectiva humanizadora, como instrumento necessário para a me-lhoria da qualidade do ensino.

Os educadores doroteanos são convidados a fazer a experiên-cia de Deus, fortalecendo sua fé, mantendo a intimidade com o Cris-to, numa Igreja povo que partilha buscas, angústias e lutas diárias. A aprendizagem é concebida como processo de interlocução das pes-soas com o mundo, em que edu-car passa a ser fundamentalmente movimento e relação. Educador e

educando tornam-se cúmplices no processo de aprendizagem. Edu-cando e educador devem se respei-tar no que tem de original e criativo e como sujeitos de potencialidades a serem desenvolvidas. Os educa-dores devem responder aos anseios dos alunos, trabalhando, também, desejos e sonhos. Para isso são uti-lizados procedimentos metodoló-gicos que favorecem essa linha de ação; o sistema de avaliação possi-bilita o crescimento do aluno como sujeito de sua aprendizagem.

Ao assumirem o compro-misso com o Projeto Cultivando a Vida, os educadores passam a viver sua condição de profissionais numa perspectiva profética e missionária; sabem que os valores fundamentais cristãos são o principal fundamen-to para a construção de um mundo onde o ser é mais importante que o ter. Nesse sentido, o cotidiano é o lugar da renovação e da vivência de novas relações, onde o cuidado é a marca de uma ética que res-peita todos os seres viventes e não viventes, possibilitando a continui-dade da vida para esta e para as futuras gerações.

Plano Provincial: norte do educador

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A Província Norte da Congregação de San-ta Doroteia do Brasil

é formada pelas comunidades e pelos Colégios Santo Antônio (Be-lém), Santa Dorotéia (Manaus), Santa Teresa, Escola Divina Provi-dência (São Luís ) e Creche Canti-nho de Paula (Marabá). Através de encontros organizados pelo Setor de Educação da Província (SEP), essas escolas alinham suas dire-trizes para desenvolverem projetos educacionais sintonizados com as instituições pedagógicas de Pau-la Frassinetti. As escolas definem juntas os eixos centrais de seus projetos, bem como o calendário escolar com eventos articulados,

documentos unificados e os principais eventos pro-vinciais.

No período que pode variar entre três e cinco anos, representantes das escolas reúnem-se no seminário nacional, para aprofundar conhecimen-tos sobre as intuições pe-dagógicas de Santa Pau-la. Esses encontros são aguardados com expecta-

tiva, pois durante a sua realização o compromisso com a educação evangélico-libertadora é fortale-cido e novas perspectivas para ações pedagógicas são levanta-das. O produto final do seminário é o Plano Interprovincial , a partir do qual serão elaborados os pla-nos provinciais e a renovação dos planos de cada unidade escolar.

Um importante espaço de discussão e reelaboração da prá-tica pedagógica é o seminário anual, na qual as escolas opor-tunizam a todos os educadores uma profunda reflexão sobre os fundamentos filosóficos e peda-gógicos da ação educativa. Os

princípios éticos, estéticos e po-líticos são retomados à luz dos valores evangélicos. Os últimos temas estudados aprofundaram os sentidos da “Espiritualidade Doroteana” e da “Ação Missioná-ria da Igreja no Brasil”.

Outro fórum de revitaliza-ção da prática é o Edon- Encon-tro dos Educadores Doroteanos do Norte, que conta com a parti-cipação dos delegados das esco-las com periodicidade qüinqüe-nal. Possibilita uma revisão dos compromissos pastorais, peda-gógicos e sócio-políticos . É um encontro para a partilha da prá-tica e para vivência dos valores cristãos através de celebrações, relatos de experiências, oficinas, conferências e cursos.

Ao longo do ano as escolas doroteias oportunizam a todos os membros da comunidade edu-cativa o fortalecimento da espi-ritualidade através das atividades litúrgicas e das ações gerais de formação cuja finalidade maior é fortalecer a missão educativa tornando-a apta a responder os desafios contemporâneos.

União e atualização dos propósitos doroteanos

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Evangelizando através da educação

A s escolas da Congre-gação das Irmãs de Santa Dorotéia têm

como missão evangelizar através da educação, dentro dos princípios éticos e cristãos, em fidelidade à doutrina e orientação da Igreja, se-gundo as intuições pedagógicas de Santa Paula Frassinetti.

O Departamento de Forma-ção, atento às orientações da Igreja do Brasil (CNBB), faz uma releitura permanente da realidade histórica e encara os novos desafios com fé, esperança e caridade. Como missionários do projeto de Jesus Cristo e iluminados pelas intuições pedagógicas de Santa Paula Frassi-netti e seu carisma educacional que imprime princípios e valores com peculiaridades próprias, queremos ser testemunhas da solidariedade, da justiça e da paz, garantindo no nosso fazer pedagógico um diálo-go permanente entre a fé, a razão e a ciência.

O Departamento de Forma-ção é constituído pelos coordena-dores de série, responsáveis diretos pela formação dos alunos. Na rea-

lização de suas propostas con-ta com o apoio de teólogos, psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos, assistente so-cial, psicanalistas, professores de Ensino Religioso, Catequis-tas, sacerdotes e as Irmãs Do-roteias.

As escolas doroteanas entendem ser necessário o diálogo e a reflexão perso-nalizados entre educador e educando, entre colégio e família. Vários projetos são desenvolvidos durante o ano, a exemplo do Encontro de es-piritualidade dos educandos e dos educadores,e Pastoral da Juventude Estudantil, onde os jovens vivenciam valores evangélicos no seu cotidiano de forma a construir relações fraternas, intermediadas pelo exercício da cidadania e da vivência missionária. Esta Pas-toral abraça o sonho de uma sociedade que perceba o jo-vem como sujeito, portador de uma história, de marcas típicas de um tempo e de um espaço. Entende-

se que o jovem precisa ser compreendido, sentido, ouvido como autor e como sujeito que é por-tador de anseios, de an-gústia e de expectativas do seu tempo. Diante dessa realidade, a PJE vivencia uma espiritua-lidade, onde o Espírito de Deus faz-se presente e anima a caminhada dos jovens de forma comprometida social e politicamente.

Tendo em vista o

crescimento espiritual dos jovens, procura-se desenvolver atividades para este fim, a saber, encontros semanais de formação, retiros es-pirituais semestrais, entre outros. Muitas ações são realizadas para que o educando tenha a experiên-cia dos valores cristãos: a reflexão nas aulas de Ensino religioso, a Pastoral Catequética (Sacramento de Iniciação Cristã – 1ª Eucaristia e Crisma), a Pastoral Litúrgica (Ce-lebração Eucarística semanal), a Pastoral da Juventude Estudantil, os Encontros de Espiritualidade com os alunos e educadores, oração no início das atividades de cada dia em sala de aula, caminhada orante e vigília de oração “Jesus, Senhor da vida”.

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A irmã Ildes Maria Lobo Mendes é a atual coordenadora

da Provincial da Província Brasil Norte. É uma pessoa de sor-riso franco que esbanja entu-siasmo e compromisso com os menos favorecidos. Irmã Ildes chegou à Congregação através da irmã de um antigo pároco que a apresentou à saudosa Ir. Conceição Machado, uma Do-rotéia, que foi marco na histó-ria de vida de muitas pessoas. Irmã Machado foi muito convin-cente na transmissão dos ideais de Paula Frassinetti.

Essa maranhense entrou na Congregação com a convicção de que poderia viver seu testemu-nho cristão engajada na luta pela justiça, a serviço dos excluídos. Não mediu esforços para ir aos mais distantes e difíceis lugares. Evangelizando e educando fez-se presente onde o desafio era maior. Ela está na Congregação das Irmãs Doroteias há 33 anos e durante 17 desenvolveu sua missão apostólica em três esco-las da Província: Colégio Santo Antonio, em Belém, Colégio San-ta Teresa, em São Luis e Colégio

Santa Dorotéia, em Manaus. Em 1977 foi para a inserção no inte-rior do Amazonas, no Castanho – uma grande experiência de aprendizado com o povo. De lá foi para Marabá, onde exerceu sua missão junto aos sem terra e na coordenação de pastoral da Diocese. Outra experiência mar-cante foi em Manacapuru (AM), na cidade e junto aos ribeirinhos nas margens do Rio Solimões e do Rio Manacapuru. Hoje está na Casa Provincial, em Belém, como coordenadora da ProvÍncia Brasil Norte.

Acompanharemos na en-trevista um pouco de sua práxis e de seu compromisso com essa Obra, que antes de ser de Paula é de Deus.

Na carta que o Papa João Paulo II entregou à Igreja no en-cerramento do Grande Jubileu do Ano 2000, está escrito que “para compreender a Igreja, é necessário conhecer os santos, que são o seu sinal e o seu fruto mais amadure-cido e eloquente. Para contemplar o rosto de Cristo nas mutáveis e diversas situações do mundo con-temporâneo, é preciso olhar para os santos que representam profun-damente o rosto de Cristo”. Assim devemos olhar para Santa Paula, como uma representante do rosto de Cristo?

Sem dúvida. Paula não se-ria santa se não tivesse um imen-

so, profundo amor a Jesus Cristo. Daí decorre a sua constante bus-ca, adesão e realização da Von-tade de Deus. A fé inabalável, a caridade, sobretudo com os mais pobres, o amor às irmãs, a cora-gem, o abandono nas mãos de Deus, a simplicidade, a firmeza e suavidade são conseqüências desse amor.

Os colégios doroteanos per-

manecem firmes na linha da edu-cação evangélico-libertadora e a cada ano novos pais de alunos sur-gem para matricular seus filhos. É uma mostra de que a proposta de Paula Frassinetti de educar na via do coração e do amor é a via cor-reta?

Sim. E a via do coração e do amor nos leva a uma cons-tante atualização do nosso pensar e fazer educacional. A intuição pedagógica de uma mulher santa é algo que não passa, pois o amor é virtude que não passa. O amor vivido com firmeza e suavidade (gran-de marca de Paula como edu-cadora), dá às crianças e jo-

vens que aprendem no cotidiano com os mais velhos, segurança e equilíbrio. Isso vale para a Escola e também para a Família

A sra. arriscaria afirmar que

daqui a 200 anos os valores da Congregação continuarão firmes?

Valores não passam, são atualizados, pois o tempo exige essa atualização. A Congrega-ção acredita no que o Evangelho diz, no que Santa Paula diz, e no que ela mesma diz. E tenta viver com fidelidade para manter vivo o espírito que nos une “procurar sempre e em tudo, a maior glória de Deus pelo maior serviço aos irmão e irmãs”.

“O amor é virtude que não passa”

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Irmã Ildes, coordenadora da Província Brasil Norte: 33 anos na Congregação

ENTREVISTA: IR. ILDES MARIA

“A Congregação acredita no que o Evangelho diz, no que Santa Paula diz, e no que ela mesma diz. E tenta viver com fi-delidade para manter vivo o espí-rito que nos une”.

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E D U C A Ç Ã O D O R OT E A N A - P R OV Í N C I A N O RT E E M A Ç Ã O Agosto �009E D U C A Ç Ã O D O R OT E A N A - P R OV Í N C I A N O RT E E M A Ç Ã O Agosto �009

“A humanidade sente sede de Deus”

A conselheira Provin-cial e secretária da Província, Irmã Maria

Lúcia Câmara, dona de opi-niões firmes e sorriso ímpar, é uma das referências fortes na história da Congregação. Ela percorreu longo caminho pelos ensinamentos de Santa Paula, iniciando sua trajetória como aluna do Colégio Santo Antô-nio, em Belém (PA). Ali conhe-ceu as Irmãs Doroteias e o traba-lho educacional junto às crianças, adolescentes e jovens. Exerceu por longos anos o magistério, foi diretora de colégios, coordena-dora de comunidades, respon-sável pelo setor de Educação da Província e membro do Governo Provincial. Definindo como “pere-nes” os valores da Congregação Doroteia, ela observa, satisfeita, a busca, cada vez maior, das pesso-as pelo transcendente, por Deus. Sobre este e outros assuntos, ela concedeu a seguinte entrevista para Perfil Doroteano:

O que a sra. destacaria como virtudes em Santa Paula?

Para continuar a missão de Santa Paula temos a preocupa-ção de formar os leigos, nossos colaboradores, na sua escola. A formação do educador deve ser continuada no intuito de possibi-litar a assimilação de atitudes que permeiem a vida. A proposta de Santa Paula vai sendo adquirida assim, com insistência e sempre, através de estudos, de reflexões e debates, feitos em cursos, seminá-rios, mas sobretudo no contato do dia a dia. Na escola dos Exercícios Espirituais vai se moldando o espí-rito e adquirindo valores e postu-ras condizentes com a inspiração que norteia a proposta. A ação de educar, sempre foi um grande desafio em todos os tempos, daí

porque se deve ter muito clara a meta a alcançar e utilizar métodos adequados. Nossa contribuição humana é imprescindível, mas como dizia Santo Inácio:“devemos fazer tudo como se tudo depen-desse de nós, e entregar a Deus, como se tudo dependesse dele.” A obra que realizamos é dEle, a nós cabe ser instrumento apto nas suas mãos, acreditando e agindo nessa ótica.

Uma característica forte de Paula Frassinetti como educadora era ter garra com serenidade. Je-sus Cristo também cita os mansos como bem-aventurados. Como a Congregação consegue passar es-

ses valores aos seus educadores numa época de tamanha velocida-de, impaciência e ansiedade por resultados imediatos?

A harmonia interior produz serenidade, e esta virtude se ex-pressa em atitudes de alegria e de descontração, tão necessárias à convivência humana. Quando se age por amor maduro e cons-ciente surge o equilíbrio, que co-loca limites na expressão de direi-tos e deveres, que vão nortear a vida. Na sua proposta educativa Santa Paula propôs o caminho do coração e do amor, aliando essa proposta a atitudes de firme-za e de suavidade, pois sempre acreditou que a educação exige austeridade, atenção e cuidado.

É preciso semear, cultivar e acreditar que a semente tem a sua força própria, que irrom-pe na hora e no tempo certo.

A solidariedade é mar-cante nas escolas da Congrega-ção e muito deve-se ao Projeto Frassinetti. Na valiação da sra.

o projeto cumpre o objetivo de partilha?

Nossos colégios trabalham na formação integral, portanto a dimensão social é elemento in-dispensável para criar um espírito de fraternidade e de solidarieda-de. O Projeto Frassinetti é o ca-minho experiencial, que coloca alunos e educadores em situação de aprendizes na escola da vida, insistindo na prática da meta pro-posta: “Partilhar o que somos e o que temos”. O Projeto Frassinetti já fez um longo caminho, mos-trando a eficácia desse trabalho. Os depoimentos dos que nele se engajaram testemunham quanto é válido investir nessa ação social.

Irmã Câmara defende que a educação exige austeridade e cuidado

“Quando se age por amor consciente surge o equilíbrio, que coloca limites na expressão de di-reitos e deveres”

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ENTREVISTA: IR. MARIA L. CÂMARA

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Quem se relaciona direta-mente ou indiretamente

com o universo da escola formal, já ouviu comentar sobre as histó-ricas dificuldades dos professores em garantir o interesse dos alunos nas aulas.

A situação, aparentemente, agravou-se por vários motivos, en-tre os quais destacamos o fato das novas tecnologias terem possibili-tado grande diversidade de ferra-mentas de acesso às informações e maior variedade de recursos de entretenimento, onde imagem, som e movimento interagem com as crianças, adolescentes e jovens, de forma lúdica e sedutora, dominan-do-os completamente.

Em contrapartida, nas es-colas de todos os níveis prevalece o modelo de aulas centrado no docente, com baixo nível de inte-ração. Alguns mestres impõem-se pela “força”, usando os instrumen-tos de avaliação (provas escritas, orais etc) como ameaça, enquanto uma grande maioria, docentes do Ensino médio, atrelam a importân-cia do que dizem aos vestibulares seriados (PASES, PSG, PAS e outros) ou ao vestibular tradicional. Existem também aqueles professores que no afã de competir com as ricas es-tratégias tecnológicas, extrapolam sua especificidade didática e trans-formam a sala de aula em qualquer coisa de bizarro: dando aulas show, cujo conteúdo se restringe à deco-reba de algumas definições.

Percebe-se, claramente, nos casos acima mencionados, o equí-voco teórico-metodológico. Ao privilegiar o interesse imediato do aluno ou o conteúdo programá-tico em si, desvinculado de suas características psicossociais, de suas necessidades sócio-históricas e dos objetivos educacionais da disciplina, esvazia-se o significado

político-pedagógico do ensino e da aprendizagem.

Tais constatações sugerem urgente transformação nas aulas para que se transformem num lugar de envolvimento, de compromisso e de satisfação de todos, particular-mente, o educando e o educador. E aqui se diz sala de aula qualquer espaço onde se dá a relação en-sino-aprendizagem, mediada pelo professor. Nesse sentido, repensá-la implica nos perguntarmos sobre os sujeitos da aprendizagem e sobre a própria aprendizagem: O que é? Como acontece? Quem é quem? Somente a partir desses questiona-mentos tem sentido colocar a ques-tão dos meios e sua eficácia.

Para quem compreende o educando como um ser ativo, ágil, afetivo, transcendental e do-tado de múltiplas inteligências, a aprendizagem é concebida como um processo de interação entre o sujeito-aprendiz e o objeto de co-nhecimento, potencializado pela mediação do professor. Torna-se óbvio que o interesse e a disposi-ção para aprender estão direta-mente relacionados às condições que o aluno tem para agir sobre o objeto e o próprio saber a ser cons-truído. Forma e conteúdo assumem do ponto de vista didático unidade indissolúvel.

O que produz maior ou me-nor interesse numa aula não é o uso ou não de um recurso tecnoló-gico atual, mas as possibilidades de interação que o professor favorece a partir do enfoque teórico-meto-dológico adotado, apoiado pelo recurso mais adequado à especifi-cidade da disciplina e do tema.

Daí a importância da valoriza-ção de todos os componentes da aula e, em especial, do educando como sujeito e como autor de sua própria aprendizagem. Concluindo-se, por-

tanto, que o interesse pela aula é uma decorrência do caráter significativo que a abordagem de um determina-do conteúdo assume para o apren-diz, a qual torna-se mais envolvente à medida que faz uso contextualizado das linguagens e tecnologias de seu universo, não importando a idade ou área do conhecimento.

Assim, a “sala de aula como espaço de saber e sabor” exige do professor a construção de práticas criativas, participativas e que respei-tem o papel construtivo do aluno.

Inspirados pelas intuições de Santa Paula Frassinetti somos im-pulsionados a buscar alternativas pedagógicas capazes de, através da via do coração e do amor, fragi-lizar a influência dos contravalores difundidos pela mídia. Nesse sen-tido, propomos alternativas peda-gógicas de sensibilização pessoal e coletiva para a descoberta pelos educandos e educadores de suas próprias potencialidades como indivíduo e como membro de um coletivo. O colégio não pode mais colocar-se como um espaço de mera transmissão de um conteú-do “pronto”, dado como acabado, pois deve ter como função possibi-litar “o aprender” numa perspectiva crítica do conhecer, posicionar-se e reelaborar os conhecimentos for-mais historicamente acumulados, os quais devem contextualizar-se no universo histórico-cultural do educando, focalizados numa ótica interdisciplinar, de modo que seja efetivamente significativo para o aluno aqui e agora e responda as suas necessidades psicossociais.

Rogener AlmeidaCoordenadora pedagógica

do Colégio Santa Teresa

A R T I G O S

A aula como espaço de saber e sabor

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As escolas da Congregação de Santa Dorotéia têm

uma longa trajetória de engajamen-to social, político e cultural. Na ori-gem da própria Congregação está a sensibilidade de Santa Paula em via-bilizar oportunidade de inserção so-cial às pobres meninas dos arredo-res de Gênova. O desenvolvimento do Instituto tomou impulso com a Pia Obra que buscava articular esforços em prol dos mais necessitados, colo-cando como prioridade estar a servi-ço dos mais fracos e desprovidos de recursos materiais.

Fomos chamados, enquan-to educadores doroteanos, a viver como irmãos a serviço de um Reino que é para todos. Agir com e pela justiça, tendo como fundamento o amor é uma premissa de nossa ação educativa. À medida que o tempo passou, trabalho educativo foi ama-durecendo, mais claro ficou a ne-cessidade de se pensar a educação como uma prática que além de téc-nica, tem dimensões política, social, cultural, cujo exercício não se dá de forma neutra. Estamos de qualquer modo comprometidos com a reali-dade, reafirmando seus valores ou questionando-os e propondo novas relações entre os seres da criação.

Essa compreensão nos mobi-liza a trabalhar para que toda co-munidade escolar perceba que sua ação é capaz de produzir impactos positivos a serviço de uma qualida-de de vida para esta e para as fu-turas gerações. Cada vez mais esta-mos desempenhando nossas ações na perspectiva da interdependência e sustentabilidade. Nosso traba-lho busca relacionar-se com outros segmentos e setores que atuam em campos iguais ou mesmo diferentes do nosso em vista de objetivos co-muns. Acreditamos que a sustenta-

bilidade é uma construção coletiva e somente pelas parcerias e alianças podemos fortalecer a educação.

Nos dez últimos anos temos explicitado nosso compromisso com a justiça nos mobilizando para prá-ticas de responsabilidade sócio-am-biental nas várias esferas das nossas instituições. Só é possível falar em responsabilidade socio-ambiental, tendo como eixo a ética, aqui com-preendida como o fundamento de valor que justifica as ações e suas finalidades, por isso assumimos a ética planetária, a qual nos convida a respeitarmos todos os seres vivos e não vivos como parte da grande teia da vida.

Podemos destacar a consoli-dação de uma política de inclusão entre os funcionários que tem pro-piciado não só o cumprimento das normas legais, mas um investimento no crescimento intelectual e sócio-afetivo dos trabalhadores. Nesse sentido o Projeto Vontade de Crescer, está no seu quarto ano, estimulan-do as pessoas a reelaborarem seus conceitos e reinventar suas atitudes quanto ao cultivo de relações intra e interpessoais mais saudáveis.

Por outro lado o processo de inclusão na sala de aula tem sido aprimorado pelo investimento na ca-pacitação dos educadores e na po-lítica de suporte. O aprendizado se dá nos vários espaços de interação e tem despertado o compromisso de toda a comunidade educativa com a qualificação das relações cotidianas. Os educadores têm demonstrado abertura para a compreensão das necessidades dos alunos com defi-ciência e têm experimentado novas metodologias e novas posturas.

As salas de aula tem sido ver-dadeiros celeiros de projetos com-prometidos não só com a assistência

social, mas com a transformação da qualidade de vida. As crianças e adolescentes tem sido estimula-das a gerenciar projetos compatí-veis com suas possibilidades e as-sim tem demonstrado engajamento quanto a realidade ambiental de nossas cidades, apontando erros e propondo soluções. Temos como destaque nos últimos dois anos o Projeto Manguezais de São Luís e o Projeto sobre a Bioinvasão. Ambos buscaram compreender as causas dos problemas ambientais e levan-taram possibilidades de enfrenta-mento dessas questões.

Para nós o patrimônio natural, assim como o patrimônio cultural é de todos os cidadãos e por isso é necessário uma atitude de cuidado. Preservar, manter, promover, valori-zar são conceitos vividos no projeto Redescobrindo o Maranhão que vi-sam a sensibilização da sociedade maranhense para a manutenção de suas tradições culturais e o resgate de suas raízes. As crianças vivem ao longo do ano de forma lúdica, mas com profundo senso ético e estético seu sentimento de pertença a uma cidade que hoje é Patrimônio Cultu-ral da Humanidade.

O nosso trabalho tem produ-zido mudanças reais nos seus pro-tagonistas, assim como na própria realidade que o acolhe. O sentido do nosso fazer é a construção no co-tidiano de um mundo melhor para todos, no qual a qualidade de vida seja um direito e um dever. Entretan-to, existe uma longa caminhada a ser percorrida ... Há muito a fazer e a aprender...

Rogener AlmeidaCoordenadora pedagógica

do Colégio Santa Teresa

Responsabilidadesocial no cotidiano escolar

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Ler é um ato tão ligado ao ser humano que, muito

antes do surgimento da escrita a lei-tura, já existia. Esta afirmação pode soar estranha a quem pensa que ler é apenas decifrar palavras e somen-te isto. Para quem tem consciência de que vivemos em um mundo de símbolos que precisam ser decifra-dos, não soa estranha a afirmação.

Os primitivos humanos se expressavam por símbolos. Liam e interpretavam o mundo em que vi-viam decifrando o que ia para além dos símbolos.

A experiência primitiva é a pri-meira grande lição do ser humano para o ser humano sobre leitura.

Quem se dedica a estudar o ato de ler, chega sempre à mesma conclusão: ler é compreender sím-bolos e discursos, completando-os, traduzindo o que não está dito ex-plicitamente. Quem exercita o ato de ler, nesta segunda perspectiva, pode-se considerar um(a) leitor(a) completo(a).

Mas por que milhares de pes-soas têm preguiça ou raiva de ler? São vários os motivos, desde os mais simples até os mais graves. Fiquemos com os mais simples, que dizem res-peito só aos alfabetizados, omissos e aos que ignoram, conscientemente, o valor da leitura.

O hábito de ler começa na família. Criança que vê, em casa, exemplos de adultos leitores, vai imi-tá-los. Criança habituada a ouvir e contar histórias, tende a ser leitora. Esta prática aguça-lhe a curiosidade, alimenta-lhe a criatividade e estimu-la-lhe a imaginação.

De casa para a escola levam-se bons e maus hábitos, entre eles o de ler ou não ler. À escola cabe in-centivar os bons e substituir os maus por melhores.

Talvez o maior pecado da esco-la contra a formação de leitores seja o fato de se querer impor a estudantes,

especialmente das séries iniciais, lei-turas que se acreditam ser boas para os alunos e julgar que gostarão delas pelo fato de terem agradado a quem as indicou. É a presunção de querer gostar pelos outros.

Bom seria, se antes de se in-dicar leituras paradidáticas, os es-tudantes fossem consultados sobre que tipo de assunto gostariam de ler no ano seguinte. Este procedimento evitaria a sensação da obrigatorie-dade e, quem sabe, pela esponta-neidade, o interesse de estudantes pelos livros aumentasse.

Em muitas escolas, é praxe a proibição do contato direto de estu-dantes com os livros das bibliotecas. Em favor desta atitude, argumenta-se que os livros ficam desarrumados, fora de ordem, misturados entre si, enfim, pegar em livro é um transtorno em certas escolas.

Nada pior que essa atitude para inibir o sadio desenvolvimen-to do hábito de ler. Se as pessoas, principalmente crianças, não pega-rem em livros, não sentirem o chei-ro deles, não olharem letras, ima-gens, páginas etc., vão ter sempre a impressão de que livro é objeto sagrado e, por isso, só alguns privi-legiados podem tocá-los.

Quem sabe uma estante dis-ponível para que estudantes e de-mais interessados possam manusear livros na biblioteca de uma escola, represente um passo firme, a fim de atrair pessoas com idades, níveis de instrução e interesses diferentes para o mundo da leitura.

Outro caminho pode ser a im-plantação do “momento da leitura” na escola, definindo-se um dia da semana em que, em todas as aulas, os educadores abrissem espaço só para o contato com livros, sem pré-determinação de assunto. Esse dia já entraria no planejamento da escola e dos educadores, de modo a não se combater esta ideia em nome de su-

posto prejuízo aos conteúdos. Lendo, ninguém perde nada, ganha-se mui-to. Em contrapartida, os estudantes teriam o compromisso de fazer resu-mo e comentário escrito sobre a obra lida, para socializar idéias, impressões e pontos de vista.

A escola tem que se tornar um espaço social onde a leitura não seja um dever e sim um prazer. Não adianta só criticar quem não lê ou só ficar lamentando um tempo passado, no qual a leitura era mais valorizada.

O prazer de ler começa pela descoberta do tipo de assunto do qual se gosta. Se em casa os familia-res não têm preocupação em dialo-gar sobre os assuntos prediletos das crianças, a escola deve tê-la.

Socializando preferências, nas-cerá interesse em trocar informações acerca dos títulos de obras, depois nomes de autores; finalmente o de-senvolvimento do processo da forma-ção de leitores será concretizado e se estenderá pela vida adulta.

Assim, a escola terá oportu-nizado um dos maiores benefícios que se pode fazer a um ser huma-no: tirá-lo da ignorância, através do ato de ler. A humanidade só tem a ganhar e a agradecer onde hou-ver uma escola assim.

Neste particular, estudantes de colégios doroteanos podem se consi-derar privilegiados. Quem já se dei-tou ao chão de uma sala com almo-fadas e espelhos por todos os lados e muitos livros ao alcance das mãos, jamais dirá que esta experiência não foi válida.

Escola que forma cidadãos capazes de ler textos e o mundo que os rodeia sob multiformes símbolos, para intervir positivamente na trans-formação dessa realidade, cumpriu integralmente sua verdadeira missão.

Demétrio MácolaProfessor de Língua Portuguesa

do Colégio Santo Antônio

Na escola também se pode ler

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A educação brasileira, em toda a sua trajetó-

ria, passou por várias mudanças, no intuito de aprimorar o ensino-aprendizagem, buscando melho-res resultados para os alunos. Neste cenário, surge uma figura muito questionada quando se fala em educação e resultados: o educador.

Com a crise de valores e modelos por que passa a socie-dade, buscam-se novas formas de organização entre os homens e o conhecimento faz-se necessário, logo, a escola e o educador apa-recem como peças fundamentais neste processo. Mas, como seria o perfil do educador ideal para contribuir no resgate de valores já tão esquecidos (ou descarta-dos) pela sociedade?

Vivemos numa sociedade

imediatista e egoísta (individu-alista). Como acompanhar a evolução tecnológica vivencia-da por nossos educandos com tantos afazeres e responsabi-lidades, sem perder de vista valores essenciais à formação humana?

Educadores esmeram-se em suas teorias, visando dar suporte aos professores no que se refere a novas metodologias, garantindo, assim, o interesse e a atenção dos educandos,

desviadas por atrativos, muitas vezes fúteis, dos grandes meios de comunicação.

Competência e habilidade fazem parte do cotidiano do pro-fessor que, entre livros, cursos, formação continuada, dinâmicas etc., esmeram-se para acertar o prumo em busca de atrair o edu-cando e, consequentemente, me-lhores índices de aproveitamento.

Será este o professor ide-al? Arnaldo Niskier, em um arti-go para o jornal “O Globo”, diz que “não se conseguiu chegar até hoje ao mestre perfeito, so-bretudo no período em que há transformações diárias na vida de cada um de nós. Se tivésse-mos o professor ideal seria fácil promover a sua clonagem, com os recursos tecnológicos existen-tes. E então não faltariam bons e

categorizados mestres”.Concordo com o grande

educador. Não é fácil encontrar o professor ideal. Mas, quem passou por uma escola Doroteia tem a nítida imagem do edu-cador ideal: relação mediada pelo diálogo franco, alimentada pela afetividade, fortalecida pelo exercício da autocrítica e nutri-da pelo respeito mútuo, segun-do a via do coração e do amor. Educando e educador são cúm-plices na grande e desafiadora aventura de viver, reinventando a cada dia a alegria e o prazer de aprender/ ensinar, de conhecer/ recriar o mundo e a si , como cristãos construtores do Reino de Deus na Terra.

Para nós, doroteanos, esse é o educador ideal, modelo para a educação libertadora, porque foi alimentado na autêntica fonte de Paula Frassinetti, fundadora da Congregação das Doroteias que, por ter testada e confirma-da por séculos as suas intuições pedagógicas, mantém-se firme pelo mundo a fora, fazendo da educação o acesso para evange-lização das crianças e jovens.

Maria José DiasCoordenadora Pedagógica do Colégio Santo Antônio

O educador ideal

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Nossa época, imer-sa em desafios e problemas econô-

micos de produção e consumo, vai perdendo o sentido da vida e consequentemente o sentido dos valores humanos. Há um cres-cente desprezo pela vida e pelas pessoas. Há uma maneira de in-terpretar o ser humano pelo que ele faz, pelas obras que realiza, pela produção ou consumo, re-duzido sua existência a isso. As-sim se sacrifica muito do que o ser humano é.

Hoje seus problemas são vistos mais sob o ponto de vista de “fazer” do que de “ser”. É comum que ao conhecermos alguém lhe

perguntemos: O que você faz na vida? Ou: “Qual sua profissão”? E na cultura atual é isso que de certo modo de-fine o valor da pessoa. O que ela faz como produção ou o que ela faz como consumo. Aos poucos vai se perdendo o sentido do que é o ser humano, qual sua autên-

tica e original realidade. Valorizar as pessoas por aquilo que fazem leva a não poucos equívocos com graves e muitas vezes impensáveis consequências.

Essa maneira de se entender o ser humano favorece a perda da sensibilidade, a perda da no-ção do absurdo, do desespero, da insatisfação, do vazio. Isso atinge todas as suas áreas de ação como a educação, o trabalho, a convi-vência social, a família, as rela-ções de amizade, a fé, a própria maneira de ser e existir. Por detrás desse comportamento, está tanto o conformismo quanto o totali-tarismo. Ideologias que reduzem

tanto a liberdade quanto à cons-ciência de quem somos e permite que sejamos tratados muito abaixo a aquém de nossa dignidade.

A vida é um bem que não se pode perder, nem desprezar, nem diminuir em nome de nada nem de ninguém. Da vida, nada se joga fora, nada se perde. Tudo contribui para uma personalís-sima missão que cada pessoa é desafiada a realizar.

“Os nossos problemas pessoais ou sociais podem ser fermento ou adubo. O fermento ajuda a massa a crescer, mas não modifica, faz apenas com que ela inche. O adubo, quando coloca-do na terra, a enriquece e a torna mais fértil. Quando permitimos que os desafios e problemas da vida sejam como adubo, eles nos transformam nos fortalecem e nos amadurecem.”

Irmã Conceição CoimbraDiretora da Escola Divina Providência

SER ou FAZER“Mais do que máquinas, precisamos

de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem isso a vida será violência.” (Charles Chaplin)

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A construção de uma avaliação libertadora, que conheça a grandeza da criatura huma-

na, vai além dos manuais e teorias. “EDUCAR PARA AGIR, TRANSFORMAR e EMANCIPAR” tomando ati-tudes pela via do coração e do amor, sendo firme e sendo suave, autentico e audacioso como dizia Santa Paula Frassinetti é a atitude de todos Educadores Do-roteanos no processo educativo.

De acordo com o dicionário pedagógico (�004) Educação é a ação exercida por meio de métodos par-ticulares, com o objetivo de desenvolvimento ou pre-paração social, intelectual, moral, física e afetiva de uma criança ou jovem. Porém, educar vai além desse conceito, na medida em que no caminho da descober-ta diária, estamos construindo saberes e gerando as in-finitas possibilidades de educar, através da criticidade, da reflexão, do transformar-se e do amor.

Diante disso, para a reflexão a respeito da edu-cação ser coerente com os ensinamentos de Santa Paula, é necessário que se compreenda o “EDUCAR COMO UM ATO DE AMOR”! Portanto, é fundamental reconhecer as Escola Doroteanas como um espaço social que deve exercer uma prática educativa voltada para o amor e com o amor, pois essa é a essência da pedagogia evangélico libertadora que se constitui o fundamento da educação doroteana.

Uma visão concreta do papel da avaliação liber-tadora nos moldes doroteanos, leva-nos a crer que se trata de uma avaliação para a liberdade, que proble-

matiza o conhecimento e que desperta a criança e o adolescente para o novo, para a vida em sociedade comprometido com o bem-comum.

Avaliar para agir, transformar e emancipar é tes-tar nossa capacidade do “diferente”, é nos exercitar-mos numa Educação da indignação, da revolta, sem frustração. É sabermos que a avaliação é um processo dialético que coloca o educador e o educando em po-sições de intercâmbios construtivos. Nesse processo o educando transita do seu papel para o papel de edu-cador e vice-versa. Isso significa que a avaliação ocor-re para muito além de manuais. Ela é uma síntese da práxis, porque articula concretamente teoria e prática. Portanto, avaliar não é algo apenas de cunho didático e técnico, por tratar-se de um fenômeno construído político e pedagogicamente.

Nessa perspectiva, as Escolas Doroteanas pro-movem uma educação integral, desenvolvendo sua prática educativa pela via do coração e do amor; pelo acolhimento a cada pessoa, grupo ou comunidade, estimulando sempre relações de fraternidade e o exer-cício da cidadania planetária. A prática pedagógica é construída e alimentada em uma relação professor-aluno mediada pelo diálogo franco, pela afetividade libertadora, fortalecida pelo exercício da autocrítica e nutrida pelo respeito mútuo.

A avaliação que liberta é contextualizada, for-mativa, diagnóstica, problematizadora, processual e emancipadora, pois avalia para o crescimento da pessoa. Essa avaliação propicia parâmetros para as mudanças em todos os envolvidos no processo e não somente no educando. É fator de promoção da quali-dade para todos. As notas e as classificações não são seu objetivo. Nesse sentido constrói práticas pedagó-gicas que combatem o autoritarismo e o medo e pro-movem a construção da alegria, da confiança e do prazer nas relações pedagógicas.

Renata MouchrekCoordenadora da Escola

Divina Providência

Um despertar para a avaliação libertadora

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O Colégio Santa Do-rotéia, em sintonia

com o momento atual que vive o campo educacional, tem privilegiado, ao longo de todo o ano letivo, a formação continuada para os seus edu-cadores. Esse é um processo que propicia a convivência en-tre a equipe pedagógica que se encontra uma vez ao mês, sempre aos sábados, para debater, estudar, participar de momentos formativos, refletin-do a educação à luz da Peda-gogia Doroteana.

Formar para nós é a possibilidade de sempre retor-narmos às fontes, para sermos fiéis ao nosso Carisma, Caris-ma de Paula, educadora que era visionária, quando já bem pontuava em suas intuições pedagógicas, que devemos

viver o Evangelho pela via do coração e do amor. Cultivar a vida através da formação continuada da comunidade educativa, com temas que nos integram aos debates nacio-nais, em relação à Educação, é potencializar o nosso fazer pedagógico, focando a nossa excelência educativa, em tudo que fazemos e vivemos.

Nossos sábados de encontro têm uma dinâmica própria, privilegiando assim a presença de tantos outros edu-cadores conosco, tais como psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos e, no mês de março deste ano, tivemos a alegria de contar com a par-ticipação de uma psicóloga que foi nossa aluna e, atual-mente, vivencia um trabalho que prima pelo auto-conceito,

motivação e aprendi-zagem entre os do-centes e os discentes. É a partilha dos dons que enriquece a vida na Estação do Saber.

Nossas temá-ticas são pensadas desde o primeiro mo-mento que iniciamos o ano letivo, logo no Seminário Pedagó-gico de abertura das atividades do ano.

Os temas sugeridos sempre vêm imbuídos desse cabedal de informações que serão ne-cessárias para o bom entendi-mento e caminhada de busca de êxito para o longo do ano, dentro de um processo contí-nuo e harmonioso.

Portanto, cremos que esses momentos de formação são indispensáveis e fidelizam nossa excelência pedagógica, ecoando uma prática contínua que vive a alegria de cultivar a educação, ressaltando o com-prometimento do Colégio San-ta Dorotéia, em terras ama-zônicas, que contempla seu centenário em �010, tendo a convicção de que precisamos cada vez mais “procurar salvar a juventude de todo o mal”. E para educarmos no caminho da ética, da justiça e da fé, torna-se real a necessidade de vivermos a nossa proposta de Educação Integral, através de um processo contínuo de formação, que potencializa o que temos de melhor, o nosso capital humano, ou seja, nos-sa Comunidade Educativa.

Marília Castro Lopes Coordenadora Pedagógica do

Colégio Santa Dorotéia

Formação continuada é uma realidade no Dorotéia

“Tenha sempre por norma que nunca se pode considerar como verdadeiro bem o que resulta da omissão dos nossos deveres.”

(Santa Paula)

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Desde �00� o Colégio Santa Dorotéia firmou uma parceria de sucesso com a

Júnior Achievement, fundação educativa sem fins lucrativos e hoje considerada a maior e mais antiga organização de educação econômica e de negó-cios em todo o mundo. O objetivo deste trabalho em conjunto é despertar o espírito empreendedor nos jovens ainda na escola, estimular o desenvol-vimento pessoal, proporcionar uma visão clara do mundo de negócios e facilitar o acesso ao mercado de trabalho.

Os alunos participam de vários programas oferecidos pela Junior Achievement, que conta com a colaboração de empresários voluntários que de-dicam parte do seu tempo ensinando e comparti-lhando suas experiências com eles. Dentre os pro-gramas, vale destacar:

Introdução ao Mundo de Negócios (para alu-nos do 6º Ano do Ensino Fundamental)

Nosso Mundo (alunos do 7º Ano do Ensino Fundamental)

Economia (alunos do 8º Ano do Ensino Fun-damental)

Empresa em Ação (alunos do 9º Ano do Ensi-no Fundamental)

Miniempresa (alunos da �ª Série do Ensino Médio)

iderança Comunitária (alunos da 3ª Série do Ensino Médio)

Nexa (Núcleo de ex-alunos)

Empresa Sombra por um Dia (alunos da �ª série do Ensino Médio)

A participação dos alunos neste pro-gramas tem proporcionado a eles, desen-volver uma visão mais clara das diferen-tes carreiras e oportunidades de trabalho; compreender a relação entre educação e sucesso; obter informações para uma me-lhor escolha profissional; manter o contato com valores importantes para sua profis-são; ser estimulado a correr riscos e de-senvolver características necessárias para o sucesso.

Muitos alunos descobriram seus ver-dadeiros talentos profissionais, garantindo uma formação de qualidade, na continua-

ção dos seus estudos, o que nos deixa muito felizes e acreditando no valor desta parceria.

Maria Nedilza de Souza LimaCoordenadora do Colégio Santa Dorotéia

Criatividade e empreendedorismo

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IONo mês de março deu-se início ao Projeto: “Quero Aprender com

Você” desenvolvido pelas crianças de três a seis anos de idade, por-tanto, pelas classes da Educação Infantil ao 1º/9 do Ensino Funda-mental. É na primeira infância que se formam as estruturas lógicas e reflexivas sobre a leitura de mundo e os primeiros posicionamentos (re-ações) sobre este mundo.

De acordo com Parolin(�006), as crianças já foram conceituadas como seres incompletos; somente ao atingir a fase adulta é que se-riam consideradas pessoas. Perce-be-se, com isso, que a compreen-são da criança como sujeito em si mesma não é tão antiga. A infância corresponde à faixa etária na qual o ser humano, dentro de seu processo maturacional, é capaz de compre-ender relações e interagir com o mundo. Nessa perspectiva, crescer é transpor limites.

Diante disso, é fundamental criar estratégias e situações na escola para que a criança aprenda pela socialização de experiências. Segundo Re-din(�003), o acúmulo de conhecimentos deve ser mediado pela arte, pela estética e pelo lúdico. As-

sim, o espaço e o tempo da criança precisam ser pensados em cima de atividades que privilegiem a construção sócio-afetiva dessa infância.

As atividades planejadas nesse projeto fo-ram organizadas da seguinte forma: aula de con-vivência entre as crianças e os jovens do Ensino Médio; visitas periódicas a biblioteca do Colégio

e empréstimo de li-vro infantil através da carteirinha chamada “passaporte para a leitura”; oração junto com as famílias todas as segunda-feira na entrada dos alunos, reforçando a atitude cristã dos pais e/ou responsáveis de aben-çoarem os filhos; ofi-cinas de reciclagem e seleção do lixo com a participação dos pais; exposição e desfile de moda do lixo que virou luxo; parceria com a Secretaria Mu-nicipal de Meio Am-biente para plantar mudas no colégio.

Quero aprender com você

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Arte é cultura. É fruto de sujei-tos que expressam sua visão de mundo, visão esta que está

atrelada a concepções, princípios, espaços, tempos, vivências. O contato com a arte de diversos períodos históricos e de outros lu-gares e regiões amplia a visão de mundo, enriquece o repertório estético, favorece a criação de vínculos com realidades diversas e assim propicia uma cultura de tolerância, de valorização da diversidade, de respeito mútuo, podendo contribuir para uma cultura de paz.

Acreditando nisso surgiu o projeto “Arte de fazer arte” que tem como maior objetivo levar o aluno a expressar suas idéias através de várias linguagens, como:

• a música (norteada pelo trabalho de compositores e poetas brasileiros, entre eles Vinícius de Moraes, Toquinho...

• a dança, onde as danças típicas da terra tornaram-se elementos de pesquisa en-tre os alunos, proporcionando o desenvol-vimento expressivo que é o fundamento da criação estética.

• o teatro – como manifestação da ne-cessidade de expressão e comunicação

• Artes Visuais – onde artistas como Alfredo Volpi, Cândido Portinari, Tarsila do Amaral, etc. abrem caminho para a pesquisa, valorização e apreciação de obras artísticas.

O projeto “Arte de fazer arte, acabou sendo o fio condutor para a criação de ou-tros projetos em sala de aula, partindo do interesse dos próprios alunos. Entre eles:

• Brincando eu também aprendo.• Cadê o bicho que estava aqui?• Alimentação saudável.• Chega de violência!• Educação ambiental.Com o projeto fica a certeza de que

conhecer a arte produzida pelo grupo cul-tural a que pertencemos é fundamental na construção da nossa identidade.

Portanto, a arte é também um meio de comunicação entre as pessoas e os povos, por isso deve ser vista e valorizada cada vez mais nas escolas. Reconstruir o caminho da arte é uma arte.

Arte de fazer arte

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Nasceu da necessidade de melhor orien-tarmos os alunos de 5ª Série ao Ensi-no Médio para viverem a adolescência

como uma etapa normal da vida, apropriando-se das informações necessárias nas áreas biopsico-so-cial-espiritual, para minimizarem os conflitos e assim mais confiantes possam passar por ela, entendendo as mudanças que acontecem em suas vidas e fazen-do-se entender diante das dificuldades apresenta-das, compreendendo-a como algo inerente a todo ser humano e necessário para crescermos felizes e saudáveis. O projeto teve início no dia �3 de abril deste ano com a palestra da psicóloga clínica Glau-

dérita Pinheiro, que abordou, para os adolescentes de 7ª série ao Ensino Médio, o tema, “Sexualidade e namoro” que despertou muita atenção dos mesmos. Outras palestras já estão programadas com vários profissionais das diversas áreas de educação, saúde, etc.

“Adolescer”

O Serviço de Orientação Religiosa do Colégio Santo Antônio, assu-mindo sua vocação de ser presen-

ça profética no meio juvenil, mostrando a necessi-dade do cultivo da vida, através do bem viver e do testemunho cristão, constituído por uma relação de intimidade com a pessoa de Jesus Cristo e seus ideais, desenvolve um trabalho especial com as Pastorais, um grupo singular, formado pelos alu-nos da 1ª Eucaristia e Crisma e pelos Grupos Se-mear (Perseverança) e PJE – Pastoral da Juventude Estudantil, visando a uma nova consciência social crítica constituída de dignidade, de responsabili-dade e de esperança, a fim de construir uma nova sociedade, mais justa e humana para todos.

A partir desta experiência com Jesus e be-bendo no poço das virtudes de Paula e da Con-gregação das Irmãs de Santa Dorotéia da Frassi-netti, os alunos que formam as Pastorais são trabalhados para, a exemplo de Santa Paula, serem como Jesus e agirem como Jesus, no coração das pessoas, atuando como instrumento de evangelização no meio juvenil, constituindo-se em uma força transformadora, geradora do cultivo da justiça e da paz.

Esta percepção de SER e AGIR, como Jesus Cristo, vivenciado por Santa Paula, faz-se presente em todos nós, e se caracterizam pelas vias do coração e do amor nos gestos concretos de compaixão, cari-dade, solidariedade e misericórdia, ministério por excelência do ser cristão. Este é o principio norteador das nossas Pastorais que se envolvem na organização e realizações de diversas atividades de cunho religioso e social do Colégio, como as Celebrações Eucarísticas, os Projetos Sociais e os Encontros de Espiritualidade.

As Pastorais

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O Projeto Frassinetti tem como fonte inspiradora o jeito de Evangelizar de Je-sus Cristo e a intuição missionária e pedagógica de Santa Paula. Por isso é itinerante. Desde sua origem já percorreu vários municípios do Pará. Hoje

desenvolve sua ação sócioeducadora e evangelizadora no bairro de Tenoné, periferia de Belém, com aproximadamente 35 mil habitantes.

O tema “Ser boa notícia” e o lema, “partilhar o que somos e o que temos” nos levam ao compromisso de integrar Fé e Vida, exercício de cidadania e a responsabilidade social diante das situações desafiadoras, de fome, desemprego, exploração, tráfico humano, de-sagregação familiar, doenças etc...

A ação do projeto acontece a partir dos setores de educação, evangelização, saúde, esporte, cultura e lazer e temos como parceiros a comunidade educativa do Colégio Santo Antonio, pais de alunos, ex-alunos, amigos profissionais, e a comunidade local.

Projeto Frassinetti

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Meu nome é Cynthia Charone, tenho 40 anos, sou médica e ex-aluna do

colégio. Eu e meus três irmãos: Ricardo, Sue-ady e Karimy vivemos uma relação de amor e gratidão a todos os que fazem parte deste ma-ravilhoso colégio.

Quando meus pais Ricardo e Aldair de-cidiram nos matricular aqui, eu estava com 10 anos e cursava a quinta série. Eles buscavam um complemento para a minha formação pes-soal e educacional. Tenho certeza que conse-guimos encontrar tudo o que buscávamos. Aqui aprendi a amar e respeitar o próximo, o que me faz ter laços de amizade que perduram há trinta anos; a conhecer e praticar a Palavra de Deus; a ser criança saudável e a ser uma cidadã com princípios que, só quem estuda aqui, sabe do que estou falando.

Hoje recordo com saudade, mas com grande alegria, das nossas aulas de religião com a irmã Moreira; de educação física e dança com a professora Nazaré e o Ivan; dos momentos que íamos para a quadra todos enfileirados e com a mão no coração, cantar o Hino Nacional Brasilei-ro, o que despertou o civismo e o amor à Pátria. Nossas aulas de matemática com a irmã Maria Lúcia e de português com a Magnólia. Lembro ainda de Licurgo, Arquimimo, Alonso, Osmarina, irmã Coimbra, irmã Rose, do jogral no claustro, das apresentações no auditório... meu Deus, que tempo bom, que saudades...

Fiquei no colégio até o segundo ano. No terceiro precisei de uma forma-ção específica para me preparar para o vesti-bular de medicina. Saí do colégio aos prantos. Aos 16 anos, passei de primeira no vestibular de medicina na Universidade do Estado do Pará e a minha vitória foi comemorada aqui no Colégio Santo Antô-nio, porque tinha e tenho a consciência de que meu aprendizado foi aqui. Essa vitória eu devo, além de Deus, ao Colégio Santo Antônio.

Pela convicção que tenho de tudo isso que estou escrevendo, há 7 anos eu e meu ma-rido resolvemos colocar nossos maiores tesou-ros para fazer parte dessa história. Lucas está na terceira e Rafaela na segunda e já perce-bemos que esse amor vai sendo transmitido de geração para geração.

Agradeço a Deus todos os dias pelas pessoas que Ele coloca para dirigir esta insti-tuição e para dar continuidade à obra iniciada por Santa Paula Frassineti.

Esse é o meu querido Colégio Santo An-tônio.

Cynthia Charone – médica/empresária ex-aluna do Colégio Santo Antônio

Boas histórias pra relembrar

Era um bebê, com apenas 1 ano e meio de idade, quando entrei no Colégio Santo An-tônio e posso dizer que passei os melhores anos da minha vida lá dentro. Lembro que ainda ia no colo do meu pai, quando comecei a estudar no “maternalzinho”. Foram 17 anos de experi-ências maravilhosas que vou guardar pra sem-pre, pois foi no CSA que aprendi valores que me acompanham até hoje: fé, amor ao próximo, família, garra, determinação, amizade, perdão, vontade de vencer, alegria e tantos outros que me fizeram ser uma pessoa melhor e a acredi-tar que as outras pessoas também podem ser melhores. Ainda hoje, com �6 anos, mantenho amizades que um dia fiz no colégio e todas as vezes que nos encontramos sempre temos al-

guma boa história pra relembrar. Lembramos o primeiro banho de piscina, aquele professor mais dinâmico, o mais atencioso, o que prendia nossa atenção com alguma boa história, a pro-fessora carinhosa, o professor artista, que nos fazia mostrar nossos talentos, a freirinha que nos dava aula de educação religiosa, o pro-fessor que nos fazia querer um futuro melhor e lutar por ele. Cada um marcou um momento da nossa vida e com certeza deixou uma sauda-de apertada daqueles tempos doroteanos. Mo-mentos que vamos guardar com carinho, com vontade de repassar adiante e quem sabe um dia fazer com que nossos filhos também vivam a mesma emoção que nos foi proporcionada.

Giullianne Dias Jornalista – ex-aluna

Meu querido Colégio Santo Antônio!

DEPOIMENTOS

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DEPOIMENTOS

Entrei no Colégio Santo Antônio aos três anos de idade e lá estudei até o Ensino Médio. Hoje, aos �6 anos, parece que foi ontem que dividia minhas manhãs entre estudos e

brincadeiras naquele lindo prédio histórico, cheio de memórias que fluem como um filme em mi-nha cabeça todas as vezes que paro para recordar. É engraçado pensar que você também é um produto do trabalho de outras pessoas. Não é uma visão mercadológica, do homem transforma-do em objeto, e sim uma reflexão sobre o resultado de uma conjunção de valores que são passa-dos, ensinados para a formação de alguém que possa contribuir com um mundo mais bacana. É assim que me sinto ao pensar nos anos de colégio e de convivência com a educação Doroteia. Aquele tempo de infância e adolescência traz uma saudade boa. Lembranças de pessoas que, de alguma forma, fazem parte de mim e do que me tornei. Ética, família, conhecimento, amor, visão crítica, respeito, cuidado, Deus, amizade, fé, alegria, simplicidade, são atributos que prezo e que se confundem entre a educação que recebi e quem sou. Já preparo uma nova semente para ser semeada no mesmo lugar, meu filho também vai estudar no Santo Antônio.

Ana Paula Dias Andrade - Jornalista – ex-aluna

Ética, família e conhecimento

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Excelência de ensino

Todos os dias quando passo em fren-te ao Colégio Santo Antônio um filme

passa em minha mente. Afinal, foram 15 anos inesquecíveis em minha vida. Lá aprendi a ler e escrever, mas não somente isso, tive o prazer de sentir todas as emoções que esta fase da vida pode nos proporcionar. Momentos alegres, tris-tes, felizes, frustrações, vitórias e derrotas. Mas uma coisa que sempre me foi passado, é que por maior que sejam as dificuldades, Deus sabe que somos capazes de superá-las. E isso o Santo Antonio me ensinou.

Hoje, sou um profissional formado e atu-ando em minha área. Dedico todo meu sucesso primeiramente a Deus, em segundo a minha fa-mília por ter me dado todo o apoio que sempre precisei, mas principalmente a Instituição das Ir-mãs Dorotéias que se não fosse pela excelência de ensino que recebi, tenho certeza que hoje eu seria apenas mais um no meio de tantos. Obri-gado por tudo que vocês sempre fizeram e fa-zem pela educação de nosso país. Parabéns!

Raphael Nogueira Engenheiro de Alimentos – ex-aluno

Amizades eternas

Estudar no Colégio Santo Antônio, foi uma das mais ricas experiências

que já pude ter, acrescentou pro meu ensino, para a minha educação, vivi meus melhores momentos, criei amizades eternas, aprendi com os melhores professores. Hoje em uma faculdade, ponho em prática os ensinamen-tos que pude ter através de cada pessoa que esteve comigo, durante os 17 anos que estive no Colégio Santo Antônio. Como aluna, ad-miro tudo o que puderam me oferecer, para melhorar minha formação, sempre querendo meu melhor e nos tratando com muito afeto.

Com orgulho de ser ex aluna, agrade-ço, ao muito que aprendi e aos momentos Ímpares que pude viver ali e que estarão pra sempre em uma boa lembrança.

Thaissa Dias RoqueEstudante de Arquitetura – ex-aluna

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IO“No mais risonho alvorecer de minha vida...” recorro a estrofe do hino do Colégio para lembrar a época em que fui conduzida pelos meus pais a esta Instituição, a fim de aprender as primeiras lições. Mais do que ler e escrever, que poderia aprender em qualquer outra escola, aprendi a amar a Deus e ter a certeza de ser amada por Ele.

Aqui, no teatro, fui pássaro azul da minha 1ª mestra, Ir. Moreira. Fui estrela, Nossa Senhora e fiz minha 1ª Co-munhão sob as orientações de Ir. Caminha. Depois veio o concurso de miss caipira, festa dos pais, das mães, coroa-ção de Maria, a crisma e todos os momentos vividos com alegria em uma escola só para meninas.

Na �ª série, descobri o valor de uma amizade. Eu, Vera e Arlene brincamos, estudamos e, na adolescência, trocamos confidências sobre os primeiros amores, casamento e, mais tarde, filhos. Nossa amizade continua até hoje, so-mos comadres e frutos desse ambiente de família, que é marca das Doroteias.

Trago à memória Ir. Maria Lúcia, minha professora de matemática, Ir. Guiomar que nos incentivava à prática dos esportes, minha tia, Ir. Câmara, sempre um referencial, Ir. Ju-dith, que media milimetricamente o comprimento de nossas saias e a querida Ir. Coimbra, que era coordenadora geral da Escola.

Finalmente a colação! Quando achava que já era hora de partir, uma grata surpre-sa: fui convidada para trabalhar aqui e aqui estou!

Quando terminei os estudos? Ainda não acabei! Continuo aprendendo, buscando viver os valores que me são transmitidos diariamente pelas Irmãs.

Tudo que aprendi aqui levei para a minha vida, procuro inspiração em Santa Paula para o meu fazer pedagógico e para as relações pessoais. São memórias guardadas com carinho de quem sempre foi feliz nesta casa, de quem desde cedo aprendeu a cantar: “Colégio amado, meu Colégio Santo Antônio...”

Regina Lúcia Souza da CostaEconomista, pedagoga, especialista em psicopedagogia.

Coordenadora e Orientadora Educacional do Ensino Médio do Colégio Santo Antônio.

DEPOIMENTO

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A cada tragédia que vem atrás de chuvas, deslizamentos de terra, enchentes e tantas outras catás-

trofes que têm ocorrido no Planeta, não faltam lágrimas, revoltas, desespero, blasfêmias e até maldições contra Deus porque, via de regra, esses males só atingem as camadas mais po-bres das sociedades humanas. Mas de quem é, realmente, a culpa?

O ser humano vem fazendo grandes transformações no mundo em que vive, alteran-do a natureza, poluindo e causando grandes impactos ambientais, sem grandes remorsos.

Dois grandes fatores são apontados como causa de tudo isso: o desmatamento e a poluição.

O desmatamento que vem sendo prati-cado com bastante freqüência a cada ano, tem como conseqüência as alterações climáticas, o aumento do regime de chuvas e secas. Alguns pesquisadores afirmam que a cada minuto o equivalente a um campo de futebol é desmata-

do no mundo inteiro.

A polui-ção tem cau-sado enchen-tes em vários locais da Terra chegando, até mesmo, a pro-vocar a morte de milhares de seres humanos e animais em geral, causando danos à sociedade e à natureza em particular.

Todos esses problemas poderiam ser evi-tados se o ser humano respeitasse e preservasse a natureza. Deus não é o culpado pelos trans-tornos que as ações humanas têm provocado no mundo. Deus criou o mundo perfeito, mas há pessoas que acreditam que alterando tudo ele ficará melhor.

Os resultados desmentem a crença.

Diana Maria Leão Costa1º Ano “A” do Ensino Médio

A escola é vista, tra-d i c i ona lmen t e , como um local

de aprendizado, avaliando-se o desempenho dos alunos através de notas e atividades acadêmicas. Mas, no Estatuto da criança e do adolescente e na Constituição da República Federativa do Brasil estão pre-vistos os direitos ao respeito e à dignidade, sendo a educa-ção entendida como um meio de prover o pleno desenvolvi-mento da pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania.

Um ambiente escolar facilitador para o crescimento pessoal do aluno no início de sua vida escolar é um dos fato-res determinantes na prevenção dos problemas educacionais,

dificuldades no aprendizado e outras problemáticas que são incluídas no campo da saúde mental. O processo de escola-rização pode contribuir tanto favorecendo o desenvolvimen-to humano como estabelecen-do ou acirrando dificuldades já trazidas pela criança.

Muitos fatores emocionais contribuem para a confiança, a competência e o sucesso aca-dêmico. Crianças perturbadas por conflito familiar, isolamento social ou timidez podem não atingir seu potencial.

A escola é a ocupação mais importante de crianças e adolescentes, representando seu principal instrumento so-cial e educacional. Ajustamento e sucesso no ambiente escolar

dependem do ajustamento físi-co, cognitivo, social e emocio-nal da criança.

Escolas, professores e profissionais da área da saúde podem compartilhar idéias so-bre como promover ambientes produtivos e cooperativos para todos os alunos em sala de aula. O que se espera é que as escolas sejam ambientes sau-dáveis, onde crianças e ado-lescentes possam desenvolver, ao máximo, os seus potenciais intelectuais e sociais.

Janey Melo Vencelau.Médica residente em

psiquiatria do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna-PA.

Ex-aluna

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De quem é a Culpa?

A escola e a saúde emocional

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ESPAÇO LITERÁRIO

Se você for inventor invente.Um pente bem grandão para pentear a juba do leão

Um cordão feito de garrafa para enfeitar o pescoço da girafa

Ou um creme de arrasar para nas pernas da girafa passar

Uma música de requebrar para zebra suas listras balançar

Um perfume de encantar para o gambá poder usar.

Jennifer Roberta - 7 anos - �ºano/9

CadêCadê o Mico-leão que estava aqui? O caçador matou cadê o caçador? voltou para a matacadê a mata? está sendo queimada cadê o fogo? a água tentou apagar cadê a água? o homem poluiu cadê o homem?Foi trabalhar e esqueceu da natureza cuidar Nossa que destruição!

Mirella e Giovanna 7 anos - �º ano/9

Oração à Santa PaulaSanta Paula Frassinetti,Vós que sois dotada de infinito amor,Motivações e luz, ensina-nos a encontrar forças para superarAs fraquezas, buscando, assim, a infinita graça de Deus.Dai-nos, Senhor, um mundo novo,Onde reine o amor, para que possamosCumprir nossa missão cristã.Por isso, eu vos suplico.Senhor, orienta-nos nas dificuldades da vida com entusiasmo eConfiança que só o amor e a fé podem nos dar.Obrigado, Senhor, pelo dom da vida, cari-dade e esperança.Obrigada, Santa Paula.

Samanta Marcelle Flor Nascimento (aluna)Ma. José Nascimento (mãe)

Ma. Auxiliadora Flor (Tia)

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IOESCOLA NA MÍDIA

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Galeria de Alunos

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EQUIPE DE EDUCADORES

EQUIPE DE APOIO EQUIPE DE APOIO

DIRETORA EQUIPE ADMINISTRATIVA

EQUIPE DE APOIO EQUIPE DE COORDENAÇÃO

EQUIPE DE APOIO EQUIPE DE APOIO

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SAPROJETO FRASSINETTI

Voluntários atendem a zona rural de São Luís

O Projeto Frassi-netti, desenvol-vido há mais

de 30 anos pelo Colégio Santa Teresa, mobiliza ao longo do ano alunos, pais de alunos, ex-alunos e a comunidade em ge-ral para um trabalho voluntário em conjunto. A culminância do projeto acontece em setembro, quando os moradores recebem consultas médicas, tratamento odontológico, aprendem a pro-duzir bijouterias, artesanato, e assistem às palestras educativas e evangelizadoras.

Pela concepção do Fras-sinetti, as comunidades sele-cionadas recebem assistência

durante três anos seguidos. Depois disso, os voluntários partem para outros locais. Em �008 foi o segundo ano nas comunidades Conjunto Habitat, Zumbi dos Palmares, Roseana Sarney, Abdala I e II, Vila Cafeteira, Nova Vida e Parque Horizonte, locali-zados no município de Paço de Lumiar, com aproximada-mente �0 mil moradores.

É uma ação missio-nária de responsabilidade social. Santa Paula sempre buscava atender os mais po-bres, os mais necessitados.

Em suas cartas percebe-se uma preocupação especial com as crianças pobres e abandonadas e dizia: ”esperamos abrir uma nova casa para crianças pobres e abandonadas” e nessa mesma carta coloca-nos uma responsa-bilidade da qual só temos uma resposta: o nosso sim... dizendo “já que os outros se empenham tanto em corromper a juventude procuremos nós salvá-la o me-lhor que pudermos”.

Somos convidados a con-tinuar e desempenhar a tarefa Missionária de anunciar Jesus, único Salvador, convidando to-dos a reconciliar-se com Ele.

Hoje, os missionários e evangelizadores vivem em um tempo marcado pela fragmen-tação dos valores, pelo plura-lismo teológico e pelo conse-qüente relativismo do problema da verdade. Mas este também é um tempo que manifesta a ação do Espírito Santo no meio de nós e que se abre às exigên-cias da esperança e da solida-riedade entre todos os homens de Boa Vontade. O missionário é o servo de Deus e enviado à messe pelo Espírito Santo e pela Igreja (At 13. 1-4). É o embai-xador de Cristo (II Co 5. �0; 8. �3; Ef 6. �0).

O conteúdo da nossa missão é “Ser boa notícia”- anunciar Jesus Cristo, ou seja, dar testemunho da voz do bom Deus para o bem de todo ho-mem e do homem todo, par-tilhando sempre o que somos e o que temos. E Santa Paula conclui dizendo numa de suas cartas “Uma obra (missão) as-sim eu sempre sonhei”.

Verificando a situação do Estado do Maranhão vê-se que é um dos mais pobres do Brasil, caracterizado pelos graves pro-blemas de desnutrição, fome, despolitização, proliferação de

epidemias causados pela falta de educação.

Compreendendo que sem justiça social não se constrói a paz, a Comu-nidade Educativa do Colé-gio Santa Teresa assumiu o compromisso de inves-tir socialmente, através de ações multidisciplinares, integradas e coordenadas por membros da coordena-ção geral e professores.

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A elaboração de uma mostra científica, tecnológica e cul-

tural, onde os educandos, edu-cadores e comunidade atuem como parceiros, é a oportunida-de que o Colégio Santa Teresa oferece através da Mostra Cien-tífica. O objetivo é conscienti-zar as pessoas sobre o papel e a função social da ciência e da tecnologia , bem como, incenti-var o desenvolvimento de uma postura científica que seja com-prometida com a construção de uma cultura de paz.

Na mostra Científica de �008, a �8ª, o Maranhão es-teve presente de modo especial, através do projeto sobre a in-dustrialização do coco babaçu e a questão social das quebradei-ras de coco e também sobre a piscicultura maranhense e a me-dicina fitoterápica desenvolvida pela fitoterapeuta, renomada internacionalmente, Terezinha Rêgo. As pesquisas dos alunos do Ensino Fundamental e Médio foram apresentadas por meio de painéis, recursos teatrais e tecnológicos. Segundo a coor-denadora pedagógica do colé-gio, Rogener Almeida, a Mostra “é uma oportunidade para pro-piciar a reflexão sobre a ciência, tecnologia e cultura, questionan-

do sua produ-ção, seus usos e apropriações”.

Segundo a coordenadora, as políticas e es-tratégias peda-gógicas expres-sas no projeto educativo do Colégio Santa Teresa impõem o compromisso de revigorar o

dinamismo da intervenção didá-tico-pedagógica, desenvolven-do práticas educativas contex-tualizadas, problematizadoras, investigativas, interdisciplinares e transdisciplinares.

O colégio cria espaços didático-pedagógicos que favo-recem o exercício pelo educan-do da sua condição de sujeito, em vista de possibilitar-lhes o desenvolvimento das habilida-des e competências necessárias à cidadania plena.

O Santa Teresa acredita que a escola tem a responsabi-lidade, através dos educandos, de propiciar a reflexão sobre a ciência, a tecnologia e a cultu-ra, questionando sua produção, seus usos e apropriações, sem compromisso com as grandes urgências sociais e ambientais. Valorizar a ciência enquanto um conhecimento que valoriza a vida humana em sua relação harmoniosa com o ambiente, o planeta e o cosmo.

Nessa perspectiva, a ci-ência passa a ser compreen-dida como um conhecimento construído e não como verdade pronta e inquestionável. Passa-mos, como comunidade educa-tiva a ser co-responsáveis pela concepção e usos da ciência e

tecnologia em todos os níveis.Os objetivos do Santa

Teresa ao abrir espaço para o protagonismo científico dos alu-nos são desenvolver uma postu-ra científica na elaboração do conhecimento; compreender o papel e a função social da ciên-cia e da tecnologia ao longo da história; questionar a validade social de determinados conhe-cimentos científicos e de certos usos da tecnologia; compartilhar com a comunidade em geral os conhecimentos elaborados e reelaborados pelos alunos; va-lorizar o interesse e a livre ex-pressão dos alunos na escolha de temas que possam ser trata-dos cientificamente; incentivar a manifestação das competências e habilidades dos educandos no planejamento, produção e apresentação dos trabalhos e exercitar a autonomia, a lide-rança e a capacidade de gestão de projeto como estratégia de crescimento individual e social.

Em �009, a Mostra Cien-tífica, que acontece sempre em novembro, seguirá o mesmo fio condutor. Os projetos apresen-tarão as curiosidades e os inte-resses científicos dos educandos e educadores sobre o contexto social, cultural, histórico e políti-co da realidade local e global.

Mostra Científica:um espaço para a valorização da vida

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Nossa missão é formar cidadãos capazes de evo-

luir plenamente pelo desenvolvi-mento integral das dimensões in-telectual, física, afetiva, social e espiritual para que exerçam sua cidadania fundamentados na ética evangélico-cristã, articu-lando valores, talentos pessoais, informação para a construção de uma sociedade igualitária e de paz.

Para isso desenvolvemos nosso projeto político-pedagó-gico de forma participativa, crí-tica e criativa, onde educadores, família e educandos interagem em sua construção diária.

As crianças e os ado-lescentes de nossos dias vivem cercados de provocações e de demandas que os tornam, fre-qüentemente tensos, confusos e inseguros. A realidade pessoal de cada um, na maioria das ve-zes torna-se opressiva pela falta de critérios que os permita fazer escolhas acertadas diante de tantas atrações.

A gama de informações que recebem é grande, diversifi-cada e contraditória. As influen-cias da mídia, dos grupos de amigos, da escola e da família não se afinam, agravando o qua-dro de incertezas e angústia, au-mentando o risco dos adolescen-tes perderem a perspectivas de um projeto de vida, centrado nos verdadeiros valores que levam ao crescimento pessoal pleno, a har-monia interior, às relações sociais responsáveis e ao comprometi-mento com o bem comum.

A ação da escola diante da desafiadora tarefa de educar só poderá tornar-se eficiente e

eficaz se trabalhar em articula-ção com as demais instituições sociais que têm valores e pro-pósitos comuns, destacando-se nesse caso a importância da aliança com a família.

Não obstante, as dificul-dades enfrentadas no processo educacional dos filhos, a família imprime marcas definitivas no desenvolvimento da pessoa por-que é o espaço de “produção do individuo”, onde o sujeito nasce e recebe “os primeiros ali-mentos” que se constituem refe-renciais decisivos na construção do seu SER.

São muitas as novas configurações que definem a constituição da família atual, complexificando ainda mais a educação das crianças e ado-lescentes na escola. Quaisquer que sejam elas, indubitavelmen-te a relação da escola com a criança ou o adolescente pode-rá ser mais ou menos produtiva se família e escola dialogarem na construção de uma aliança possível, cujo objetivo deverá ser sempre o crescimento inte-gral do educando, enquanto pessoa e cidadão.

O diálogo é a base da aliança da escola com a família. Ao procurar, ao escolher esta e não outra escola, a família de algum modo está explicitan-do um nível de identificação e adesão ao projeto político pe-dagógico “Cultivando a Vida” assumido pelo Colégio, porém é necessário uma aliança afeti-va e efetiva onde se desenvolva uma relação mais profunda de compromisso, de convivência e de interlocução sistemática.

Nesse sentido o projeto

aliança escola família consti-tui-se um espaço sócio-intera-cionista no qual a família e os educadores se encontrarão para refletir, debater, levantar perspec-tivas, sistematizar procedimentos que visem uma maior qualidade de vida para as crianças e ado-lescentes e suas famílias.

Integrar escola e família visando a construção de uma aliança que busque valores in-dispensáveis à formação integral do educando, enquanto pessoa e cidadão é o objetivo central do projeto. Entretanto, existem outros compromissos assumi-dos, entre os quais: identificar as questões relevantes ao de-senvolvimento da criança e do adolescente na busca de funda-mentação e orientação comum; atender de forma personalizada aos responsáveis pelos alunos, acolhendo suas demandas e levantando perspectivas de re-solução dos problemas; apoiar famílias que apresentam situa-ções especiais, mediante refle-xões e encaminhamento à ser-viços específicos; fortalecer a dimensão espiritual das famílias e educadores para que possam ser testemunho da ética evangé-lico-cristã e realizar eventos for-mativos para desenvolver conte-údos relacionados à educação familiar e escolar.

Nessa perspectiva o San-ta Teresa realiza um conjunto de ações que oportunizam o diálogo e a reflexão conjunta. As famílias encontram na escola um espaço para o estudo, para a orientação, a troca, a oração, enfim, para o aprendizado e para reelaboração de seus con-ceitos e valores.

PROJETO: ALIANÇA ESCOLA – FAMÍLIA

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SA Homo Naturalis

Ecoaventura e Educação Ambiental

O Homo naturalis, ecoaventura e educação ambiental têm por característica ser um elo

de ligação do jovem com a natureza por meio da aventura (caminhadas em trilhas, ci-cloturismo, rapel, viagens ecoturísticas, etc.) e pela educação ambiental (coleta seletiva de lixo, reciclagem, cultivo de plantas medi-cinais, preservação dos ecossistemas, etc.), com o objetivo de criar uma consciência de preservação e respeito pelo meio ambiente e o hábito de fazer atividades físicas regulares para uma melhor qualidade de vida.

O projeto existe há dez anos. A primei-ra saída do Homo naturalis foi uma caminha-da pelos morros e dunas das praias de São Luis. Depois disso o número de participantes foi crescendo assim como o interesse da co-munidade do Colégio Santa Teresa.

Dentre as muitas atividades propos-tas, vale destacar as viagens para o Parque Nacional da Serra da Capivara, para o Par-que Nacional dos Lençóis Maranhenses, a viagem a Carolina e Riachão, Alcântara, Morros e Axixá. As trilhas e caminhadas pela Área de proteção Ambiental do Maracanã, praia do Caúra a praia de Panaquatira, São José de Ribamar, Ilha do Livramento, Ilha do Medo, caminhando pelo centro histórico de São Luis, visita ao teatro Arthur Azevedo, visita ao Centro de Lançamento de Alcânta-ra, visita ao sítio ecológico praia do Barco, acantonamentos, acampamento e palestras

sobre as descobertas arqueoló-gicas, entre outras.

Foram muitas ecoaventu-ras especiais como a expedição de Catamarã pela costa de São Luis, trilhas de Mountain bike, deslizando com prancha de areia pelas dunas do Carimã, longa caminhada da praia da Raposa até a Praia do Araçagi, corrida rústica, técnicas de travessia hori-zontal com corda e equipamento de segurança e trilha radical até a cachoeira do Arruda.

Em cada atividade aconte-ce troca de idéias sobre questões sócio ambientais. Grupos de es-

tudos e debates faze com que o discurso em defesa do meio ambiente se torne uma prá-tica. A ação concreta da educação ambien-tal começou a ser feita pelos próprios alunos monitorando outros alunos da escola durante vivência em trilhas ecológicas educativas.

Hoje o Homo Naturalis quer ampliar as suas ações sócio-ambientais com a im-plantação do horto medicinal e da oficina de criação, a arte da reciclagem, permitin-do que o aluno encontre alternativas para um mundo onde o ser humano possa estar em harmonia com o meio ambiente. Outras atividades com a finalidade de sensibilizar o aluno para as questões ambientais estão acontecendo como é o caso do concurso de fotografia, que pode despertar mais jovens para se engajarem na luta por um desenvol-vimento sustentável do planeta.

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SAESCOLA NA MÍDIA

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EQUIPE DE EDUCADORES

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SENHOR,FAZ-ME um aprendiz perspicaz,um construtor pacientecom olhos fitos na metaque me propus como educador.

TORNA-ME, SENHOR,cheio de esperançasao depositar o meu pequeno tijolode um jeito novoque dê ao conjunto da obratraços de perfeição!

ENCORAJA-ME,para que eu continue acreditando,ensinando e aprendendo,facilitando o caminhoque leva ao conhecimento.

ILUMINA-ME sempre,para que eu possaoferecer o melhor de mim,somando forças,partilhando idéias,multiplicando sonhos,discernindo no dia-a-dia,a lição necessária

ensinada “pela via do coraçãoe do amor”.

INSPIRA-ME,para que eu possa,no exercício de educar,transmitir os verdadeiros valores,que tornam o aprendizum sujeito conscientedos seus passos,dono de sua historia,protagonista de um novo tempo!

CONFIRMAos meus propósitos,para que eu seja uma bênçãona vida de todas as pessoasque avançam comigonesse lindo processo deCONSTRUÇÃO DO SABER.

Amém!

Irmã Maria do Carmo Mesquita, Diretora-Geral

ESPAÇO LITERÁRIO

A educação construindo um novo tempo

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SA Galeria de Alunos

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A formação re-ligiosa que re-cebi quando estudava no Colégio Santa

Teresa foi muito importante para o

caminho que escolhi. No Santa Teresa, nós temos, diariamen-te, experiências com Deus. Eu me envolvia nos projetos e ti-nha muito incentivo da Irmã Guiomar da Costa. Costumo dizer que quem estuda no Santa Teresa nunca poderá dizer que é ex-aluno, é antigo aluno, pois os ensinamentos recebidos no colégio sempre estarão presentes.Padre Heitor Morais

Aprendi muito com os professores do Santa Teresa. São profissionais que nos fa-zem entender que o exercício do amor ao próximo precisa ser constante. Dei aula por muito tempo em outro Estado, e gran-de parte das experiências que levei para os meus alunos tirei de lições de vida aprendidas no Santa Teresa. Luiz Bezerra Neto, cardiologista

Sem dúvida nenhuma a orientação religiosa que rece-bi no Santa Teresa marcou a formação da minha personali-dade. Aprendi valores que tra-go comigo até hoje, graças a Deus. Na universidade, man-tive a disciplina que aprendi no colégio de estudar diaria-mente, e foi graças a ela que passei no concurso para Ma-gistratura Estadual. Cheguei a estudar onze horas por dia. Mas tudo valeu muito a pena. Adoro o que faço. Além de ter uma carreira estável, o entu-siasmo e o amor ao Direito me conduzem à sensação plena de ter alcançado um ideal: o

da Justiça.Eugênia Neves, juíza de Direito

Sempre tive uma rotina in-tensa de estudos no Colégio Santa Teresa. Gostava de me antecipar com relação a al-gumas aulas. Foi uma exce-lente disciplina de “Filosofia” que despertou meu interesse por pesquisa de temas filosó-ficos. Hoje, como professor de Psicologia, sempre que per-cebo o desejo de um aluno de saber e de formular suas próprias perguntas, me sinto profundamente gratificado, pois foi como aconteceu co-migo. Também tive excelentes professores de Português e de Literatura, incentivadores da prática da leitura. Allyson Pe-rez, psicanalista

Foi no Santa Teresa que eu aprendi a consolidar valo-res e a estabelecer parâmetros sobre o que é certo ou errado. A formação religiosa aliada ao ensinamento das disci-plinas comuns nos apontam uma personalidade. Quem estuda no Santa Teresa por muitos anos seguidos, como eu, segue a vida com grande parte dos valores já formada. Eu sempre estudei muito, mas não tinha a preocupação de tirar as melhores notas. O co-légio me incentivava a estudar para adquirir conhecimento e não para exibir boas notas. Sanadja de Medeiros, arquiteta

PAIS DE ALUNOS

Gosto de acompanhar meu filho nas atividades do colégio, do Dia das Mães aos jogos de Futsal. Ele faz ques-tão que eu esteja junto e eu gosto disso. São oportunida-des que tenho para conhecer

os colegas de classe dele, ou-tras mães e ver a produção dele em projetos importantes como Salão de Leitura e Mos-tra Científica.Aleida Batalha, mãe do aluno João Marcos

O Santa Teresa tem compromisso com seus proje-tos. Quando sou convidado a par-ticipar de algum projeto com minha filha, eu compareço porque sei que o projeto terá hora certa para começar e terminar. Dessa forma, posso organizar minha agenda de trabalho para estar com mi-nha filha. A disciplina que ela está aprendendo no colégio será fundamental para tudo o que for fazer na vida pessoal e profissional.Henrique Mora, pai da aluna Bianca

ALUNA

Estudo no Santa Te-resa desde pequena e aprendi no colé-gio a ter o prazer pelos livros. Aos sete anos de ida-de já participava de projeto sobre lei-tura e hoje leio muito. As pessoas que têm o hábito da leitura sabem posicionar melhor seus pontos de vista e podemos comprovar isso nos projetos do colégio como a Mostra Científica. Os líderes dos grupos sabem se expressar melhor porque lêem, e levarei este ganho por toda a vida.Bianca Ramos, 2ª série do Ensino Médio

DEPOIMENTOS

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O Projeto de extensão “Arte a ser-viço da vida” é um desmem-bramento do Projeto Frassinetti,

coordenado pelo Colégio Santa Dorotéia, que vem sendo desenvolvido na área de ocupação do Parque São Pedro na cidade de Manaus, desde �007.

De dimensão cultural, trata-se de um pro-jeto de artes cênicas trabalhado na linha de atu-ação dos segmentos da dança: ballet,moderno e arte-educação, abrangendo um público-alvo de crianças entre 5 a 1� anos através de ati-vidades práticas, visuais expositivas, de ensino e de produção artística, orientadas e dirigidas pela professora Aldenyra Santos, durante even-tos in loco, externos à comunidade e integrados ao Colégio.

Tem como objetivo desenvolver as poten-cialidades socioculturais das crianças do Parque São Pedro, através do fazer técnico-artístico para fins educativos, culturais e de entretenimento de sua comunidade. Justifica-se o aproveitamento do tempo disponível dos atores sociais da co-munidade; ampliação das dimensões do Projeto Frassinetti; a instrumentalização coletiva através do processo de arte-educação; e a dinamização da integração entre as famílias do Parque São Pedro, à comunidade doroteana e à Igreja local.

Traz em sua equipe atual o apoio da dire-tora, Irmã Jovelina Barreto, coordenadora Irmã Nélia Vieira e assistência social de Socorro Oli-veira, contando em seu grupo de trabalho com o Padre Comunitário, uma secretária, fotógrafa, educadores, familiares, alunos e colaboradores do Colégio Santa Dorotéia, Amigos do Projeto e parceiros afins.

As atividades do projeto vêm sendo re-alizadas às quintas-feiras à tarde e no tercei-ro domingo de cada mês, no turno matutino; suas atividades, com duração de duas horas, são acompanhadas pelo instrumento de um re-latório realizado pela Ministrante do trabalho, seguido de registros audiovisuais e estatísticos para fins comprobatórios de mensuração do projeto. Mais recentemente, devido à deman-da, formaram-se duas turmas: uma iniciante que atende �6 meninas e 01 menino; e a mais avançada composta por �5 alunas.

O planejamento de suas aulas conta com aulas práticas com técnicas de pré-expressivi-dade, dinâmicas lúdicas; técnicas de danças e oficinas de produções artísticas com laboratórios corporais de música e dança; ensaios cênicos, sessão de vídeos de dança; visita técnica a outros espaços artísticos; apresentações cênicas e expo-sição audiovisual das atividades desenvolvidas.

Como estratégias de ações, o Projeto consta de cinco fases interligadas: Inicialização, Planejamento, Execução, Monitoramento e Ava-liação. A primeira fase destina-se a diagnosticar as necessidades, as perspectivas do público; no planejamento traçam-se as estruturas e a ela-boração do próprio projeto; na execução são desenvolvidas as atividades previstas do projeto; no monitoramento são realizados registros au-diovisuais periódicos; e na avaliação são agen-dadas reuniões expositivas por semestre em que será gerado um relatório final das atividades desenvolvidas. Acompanha um cronograma de realização mensal, de março a dezembro, a ser realizado no Centro Social “Bom Pastor”, espa-ço edificado através do investimento do Colégio para fins sócio- educacionais.

Responsabilidade social através da dança-arte

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Na construção do conhecimento, a interdisciplinaridade é uma práti-ca contínua no cotidiano escolar.

Para dinamizar ainda mais esse pressuposto, os professores de Português, Literatura, Artes, His-tória e Inglês do Colégio Santa Dorotéia elabo-raram um Projeto intitulado I–Literarte cujo ob-jetivo é registrar e pesquisar os momentos mais marcantes da trajetória histórico-cultural de nos-so povo, atendendo às exigências que integram o referencial da proposta educativa doroteana.

Em �008, dois eventos sobressaíram-se no contexto nacional, correspondendo, dessa forma, às expectativas do Projeto: O Centenário da Imortalidade de Machado de Assis e os Cin-quenta Anos da Bossa Nova.

Considerando que o Movimento Bossa Nova e o escritor Machado de Assis sejam de pouco conhecimento dos discentes, ou mesmo não despertem neles o devido interesse cultural, mesmo em face da imensurável importância que representam em seus respectivos universos, e, percebendo a urgência de trabalhar essa neces-sidade, os professores elegeram essa temática para compor o Projeto, cuja premissa é cons-cientizar e orientar os alunos de forma relevante, nestas áreas do conhecimento, para culminar com uma amostra cultural.

O objetivo geral do Projeto centrou-se em comemorar os Cinquenta Anos da Bossa Nova e os Cem Anos da Imortalidade de Joaquim Ma-ria Machado de Assis.

Os objetivos específicos asseguraram as seguintes prioridades:

Pesquisar sobre a vida e obra de Ma-chado de Assis e o sobre o Movimen-to da Bossa Nova, visando à cons-cientização dos alunos, a respeito da

importância desse grande escritor e desse estilo musical;Proporcionar integração cultural com outras áreas do conhecimento, atra-vés da interdisciplinaridade;Valorizar histórica, social e artistica-mente, a contribuição de Machado de Assis e da Bossa Nova nas gerações atuais e futuras;Experienciar a Bossa Nova, através do canto suave e leve que caracteriza suas melodiosas canções;Relacionar algumas obras de Macha-do de Assis, contextualizando-as à so-ciedade contemporânea;Evidenciar o alcance da Bossa Nova, em vários países estrangeiros.

Vários conteúdos puderam ser trabalha-dos, ressaltando-se os seguintes: Romantismo e Realismo brasileiros em todas as suas amplitu-des; A música através da História; O momento histórico, político, econômico e social em que se insere a Bossa Nova; A Bossa Nova no mundo, traduções de músicas para outros idiomas.

A visualização do projeto foi orientada por diferentes estratégias de ação, dentre as quais se contou com a participação de alguns grupos da Comunidade São Pedro, onde o co-légio realiza seu trabalho social integrante do Projeto Frassinetti; foram expostos murais e ban-ners sobre a vida e obra de Machado de Assis e o Movimento da Bossa Nova; houve apre-sentações musicais com solistas e coral; apre-sentação de coreografias reproduzindo o estilo bossa nova; caracterização de personagens das obras de Machado de Assis; desfile de alunos com trajes característicos das décadas de 50 e 60; e sorteio de livros de Machado de Assis, nos intervalos das apresentações.

Literarte registra cultura de um povo

Levar os alunos a fazerem uma expe-

riência de convivência fra-terna, oportunizando forma-ção religiosa e entrosamento com os colegas é o objetivo

do Projeto Muuuchilinha do Colégio Santa Dorotéia. Os alunos do 7º ano do Ensino Fundamental fazem atividade extra-classe e no local espe-cífico recebem acolhida ca-

lorosa, momento de oração, dinâmicas de entrosamento, gincana cultural e reflexão interativa. Eles dormem no acampamento e retornam no dia seguinte.

Projeto Muuuchilinha

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Em sintonia com comemorações do Ano Jubilar,

o Santa Dorotéia promove, entre 07 e 17 de outubro de �009, o II Salão Doro-teano de Arte. O primei-ro momento desse projeto aconteceu em �008, sob a coordenação do artista plás-tico Rubens Belém, e foi rea-lizado com muito brilho, arte e emoção, contando com a participação de centenas de pessoas, entre autoridades convidadas, artistas, pais, alunos, ex-alunos e funcio-nários do colégio. Por unani-midade, a iniciativa foi con-siderada digna de aplausos; sua receptividade, superou as expectativas, oportunizan-

do a reunião de belíssimas e importantes obras de ar-tistas plásticos de diferentes tendências, estilos e técni-cas, que ficaram expostas à visitação, nas galerias do pátio São José, área interna do Colégio, após a solene abertura abrilhantada com a apresentação de números musicais solo e coral e mos-tras coreográficas da Escola de Dança.

Devido a tanto suces-so, o projeto passou a inte-grar o calendário de even-tos da escola. Seu objetivo é estimular a produção e a difusão das artes plásticas, democratizando o acesso à cultura e ao conhecimen-to, através de incentivos à

expressão e à ampliação da sensibilidade humana. Divulgar as artes plásticas, descobrir diferentes talentos artísticos, acadêmicos e con-temporâneos, promover o intercâmbio cultural entre ar-tistas, comunidade educativa e sociedade amazonense são algumas de suas metas.

Para a modalidade de pintura, a salão de arte terá tema livre e está aberto a todos os artistas plásticos residentes em Manaus e no interior do Estado e para os integrantes da comunidade educativa. Os artistas profis-sionais concorrem na moda-lidade de pintura; os demais podem optar pela pintura ou desenhos.

O Colégio Santa Dorotéia tem o Projeto Frassinetti como um de seus principais projetos. A

finalidade é inserir a comunidade educativa na realidade dos mais pobres de Manaus. O projeto desperta a escola para o conheci-mento in loco da realidade, para a reflexão sobre as causas e conseqüências da injus-tiça social, busca descobrir alternativas de mudança e de melhorias para a comunida-de assistida, estimula o espírito de fraterni-dade e o compromisso cristão, propõe uma integração escola-comunidade e oferece a oportunidade do exercitar os valores cristãos assimilados ao longo do processo educativo,

interagindo com as experiências dos mora-dores das comunidades assistidas, tornando concreta a participação, a solidariedade e o exercício da cidadania.

O lema do Frassinetti é “Ser boa notí-cia: partilhar o que somos e o que temos”. O projeto integra todos os setores da escola e é realizado em parceria com outras instituições. São oferecidas às comunidades encontros de espiritualidade, capacitação de alfabetiza-dores de adultos, palestras sobre cidadania, mutirões de limpeza, arborização e constru-ções de casas, atividades culturais, cursos de artesanato, e atendimentos médicos.

PaRtilhaR o que somos e o que temos

Projeto Frassinetti

Talentos no II Salão Doroteana de arte

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É necessário que os educandos apri-morem o manejo e a administração do horário do recreio, pois eles ficam

muito dispersos, ingerem os alimentos rapidamente e preferem reservar o tempo para as brincadeiras, que exigem demasiado esforço físico, prejudican-do a digestão e, muitas vezes, causando mal estar e desavenças desagradáveis. Para tanto, são ne-cessárias algumas modificações que dinamizem o intervalo, propiciando a divisão do tempo igualita-riamente, entre a saudável alimentação, o cuidado com a higiene ambiental e corporal e o indispensá-vel momento de descontração.

Visando atender a essas necessidades, ela-borou-se o Projeto “Cultivando a Vida com os Cinco Sensos da Hora do Recreio”, cujo objetivo fundamental é sensibilizar as crianças para o bom aproveitamento da hora do recreio, formalizando

mecanismos básicos, através dos cinco prin-cipais sensos, para manter a boa convivência com os colegas, o respeito à estrutura física escolar, cuidar da alimentação e zelar por sua própria saúde e pela saúde dos outros. Como objetivos específicos, elencamos os seguintes:

• Administrar o tempo limite estabeleci-do para o recreio;

• Estabelecer a importância do consumo de alimentos saudáveis e nutritivos, para manter a saúde do corpo e da mente;

• Estimular os bons hábitos de higiene pessoal e física;

• Conduzir os educandos à prática de atividades lúdicas, evitando assim o desgaste físico e emocional;

• Incentivar a criação de brinquedos e jogos a partir de materiais recicláveis;

• Preservar e conservar o ambiente escolar, como forma de conhecer as dificuldades e impac-tos ambientais que assolam a natureza.

Esse projeto centraliza como conteúdo para pesquisa, os seguintes sensos: Senso de Preserva-ção do Meio Ambiente, Senso de Higiene, Senso de Educação Social, Senso de Nutrição e Senso de Lazer. A execução obedece a um cronograma dis-tribuído entre os meses do ano, culminando com a arrecadação de alimentos e brinquedos que são doados no Natal às famílias e às crianças do Par-que São Pedro. Dentre os critérios e instrumentos de Avaliação das atividades estão o interesse, a elabo-ração, a participação, a produção e apresentação relacionados às etapas do Projeto Cinco Sensos.

Hora do recreio com 5s

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A comunidade edu-cativa do Colégio Santa Dorotéia,

nos setores-estação nos quais seus membros atuam, expressa a mística do educador dorotea-no, o carisma da congregação, os objetivos de nosso projeto educacional. São esses pressu-postos que constituem o nosso sol, iluminam nossos espaços, determinando cada estação, que se caracteriza harmonio-

samente, tecendo sua prática na interrelação educador-edu-cando, mediada pelo diálogo franco, alimentada pela afeti-vidade libertadora, fortalecida pelo exercício da autocrítica e nutrida pelo respeito mútuo, segundo a via do coração e do amor, geradora do espírito de família, em que se prioriza a pessoa integral e, portanto, cultiva-se a vida.

No Santa Dorotéia, Es-

tação é cada um dos setores da comunidade educativa, de-nominada de acordo com sua especificidade, onde um grupo de pessoas convive construindo uma ação, tornando-se um mar-co na execução de determinada atividade. É também época e espaço propícios para cultivar ou para colher, para caminhar, onde pessoas unem-se no mes-mo ideal, para juntas manifesta-rem um brilho mais intenso!

Novo jeito de ser educador

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Escola na Mídia

Do colégio, era o seumirante que tocava o infinito!

Mirante-das-horas-máximas,mirante dos largos horizontes.

Não bastavam pátios floridose a capela das sacras imagens.

Não bastavam ave-marias, autos, ribalta, aplausos, nem o piano da Ivete.

Tínhamos que ganhar as alturas e divisar sonhos e ideais e valores e o eterno que as salas de aula indicavam.

Lá no topo do colégioéramos labaredas alcançando estrelas.

E conjugar juventude-poesia dava aos olhos a luz dos grandes momentos.

Não bastava Madre Oliveira com seu poder de animar barro com um sopro.

Carmen Novoa Silva, membro da Academia Amazonense

de Letras e ex-aluna dorotéia.

ESPAÇO LITERÁRIO

Mirante do Colégio

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Galeria de Alunos

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D E P O I M E N T O S

Falar da experiência de ter sido alu-na do Colégio Santa Dorotéia, me

remete a uma doce e inesquecível fase da minha vida, e um misto de orgulho e sau-dade invade os meus pensamentos e me faz viajar no tempo. São tantas as lembranças que corro o risco de ser traída pela emo-ção, mas enumerá-las me dá a real noção dos valores ético-cristãos que trago comigo até hoje; a convivência com as amigas, o respeito às Irmãs, o coleguismo saudável e a solidariedade tornaram-se elos inque-brantáveis de amizades eternas. O próprio ensino escolar nos preparou para longas e desafiadoras caminhadas, e que sem ele a superação certamente seria jamais atingida. E os meses de maio, dedicados a Nossa Se-nhora? A capela? Ah! Recordá-los é sentir-se embalada em Seu colo; é testificar por meio da gratidão e da fé que a minha vida não teria sentido sem a Sua Santa presença.

O espírito patriótico fundamentado no amor e respeito ao meu país, também foi forjado no Colégio Santa Dorotéia, e se reflete hoje na minha vida profissional como servidora pública. Os Hinos Nacio-nal Brasileiro, do Estado do Amazonas e do Colégio eram matinalmente entoados com amor e galhardia, e todo este valioso le-gado de amor, profundidade religiosa e de retidão de atitudes procurei transferir, com a mesma intensidade, aos meus filhos e à minha casa.

Agradeço aos meus pais todos os dias, pelo encaminhamento dado à minha formação cristã, ética e moral, quando me proporcionaram a honra de ser uma ex-alu-na doroteana.

Flávia Skrobot Grosso – Superinten-dente da SUFRAMA

(Superintendência da Zona Franca de Manaus)

Valioso Legado

Olhem para mim...Não há palavras que possam

descrever a importância que o Colégio Santa Dorotéia tem na minha vida, mas eu vou tentar expressar o mérito que ele teve na minha formação pessoal.

Antes de entrar para o Colégio Santa Dorotéia, eu tinha um sonho: SER MAIS! Eu não sabia muito bem o que isso significava, mas eu tinha certeza que em algum lugar havia algo guardado para mim. E como um perfeito encaixe para a minha alma, a famí-lia doroteana quebrou as minhas fronteiras, limitações e deficiências, fazendo-me buscar forças para tornar-me uma pessoa melhor.

Assim, este Colégio me formou não só intelectualmente, como também me enri-queceu de valores e me mostrou Deus, mu-dando totalmente a minha forma de ver o mundo. Não digo que sou perfeita, mas se não fosse a presença desta Instituição, na minha vida, eu jamais sonharia com isso.

Nunca esquecerei estes incríveis anos de aprendizado e vivência! Agradeço a todos que tiveram participação na minha formação, por terem engrandecido minha mente e minha alma e tocado profunda-mente o meu coração.

Olhem para mim e não verão só mais uma, mas alguém que questiona tudo em sua mente, como todo bom aluno e todo bom professor.

(Isabelle Benlolo�ª Série do Ensino.Médio)

Estudar aqui é ser mais

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Após um período de estudos, cons-tatações, decisões

e confrontos, no ano de �006, a idéia, que o Santa Dorotéia de Manaus vinha aprimoran-do, torna-se realidade. Mais precisamente, em outubro de �006. A Província Brasil Nor-te das Irmãs Dorotéia, tendo como coordenadora Provin-cial, Ir. Maria Lúcia Câmara, representante da Mantenedo-ra, a Diretora do Colégio, Ir. Maria Jovelina de Araújo Bar-reto e como Procuradora da Mantenedora junto ao MEC, a professora Maria Regina de Souza Lima, deu entrada no Ministério da Educação, a um audacioso Projeto: Criar, em Manaus/AM, uma Instituição de Ensino Superior destinada a dar prosseguimento ao caris-ma de Paula Frassinetti, em ter-ras amazônicas. Encaminhado o Projeto, aguardamos que se-guisse os trâmites legais para ser aprovado, se essa fosse a vontade de Deus.

O pedido de autoriza-ção de uma nova Instituição de Ensino passa por uma série

de avaliações, com o objetivo de se verificarem as condições institucionais e a solidez da so-licitação. São inúmeros os do-cumentos exigidos, que devem submeter-se às diversas etapas do processo: Projeto de Desen-volvimento Institucional, Proje-to Pedagógico Institucional, Projeto Pedagógico de cada Curso solicitado, 04 Cursos no total, Regimento Interno, além dos documentos que atestam a legalidade da Instituição. As-sim sendo, cada fase vencida era motivo de grande alegria, encorajando-nos a continuar. Com certeza, Santa Paula ha-via referendado esse desejo.

O tempo foi passan-do e, nesse período, fez-se o acompanhamento da tramita-ção do processo, eletronica-mente. Em �008, obteve-se a confirmação de que todas as exigências foram atendidas e a etapa documental, plena-mente cumprida. O próximo passo seriam as visitas in loco das comissões do MEC. E as-sim aconteceu. Nos meses de julho, agosto e setembro, rece-bemos as visitas das 04 comis-sões de avaliação, composta por 03 avaliadores cada uma. Foram momentos de tensão e de muitas bênçãos, pois havia a certeza de que tudo fora fei-to corretamente. Nas reuniões com as equipes dos prováveis professores e funcionários da nova Instituição, ouvimos su-gestões, orientações, mas o que nos alegrava era a boa impressão que as comissões le-vavam do empenho e compro-misso visíveis da equipe, e da forma participativa como esta

Faculdade fora planejada.Em outubro de �008,

recebemos, eletronicamente, a notificação de que o Proje-to tivera sua aprovação reco-mendada. Agora, em maio de �009, o Diário Oficial da União publicou a aprovação, por unanimidade, da Facul-dade Santa Dorotéia do Ama-zonas, segundo a decisão do MEC. Chegamos à etapa final do processo. A Faculdade sai do papel para surgir como uma excelente opção no ensi-no superior do nosso Estado.

E quando começar? Em �010, o Colégio completará 100 anos de fundação. São cem anos de bons serviços educacionais no Amazonas, seria, portanto, oportuno ini-ciar as atividades da FASDAM, no ano do Centenário.

Neste momento em que se celebra o Ano Jubilar da Congregação, nosso coração enche-se de gratidão pelas bênçãos recebidas ao longo de todo esse período. Santa Paula nos ensinou que pelo anda-mento das coisas, conhecemos a Vontade de Deus, pedimos-lhe, pois, que essa Vontade se cumpra na criação da Fa-culdade, e que ela possa fazer a diferença entre as inúmeras Instituições de Ensino Superior do Brasil, assim como têm feito as outras Faculdades da Con-gregação das Irmãs Dorotéias.

(Pof.ª Msc. Maria Regina de Souza Lima – Procuradora da Mantenedora junto ao MEC, para fins de Autorização da

Faculdade Santa Dorotéia – FASDAM)

Faculdade Santa Dorotéia do Amazonas - FASDAM

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Para que servem bons modos e eti-queta?, questiona o

Colégio Divina Providência na introdução do projeto “Tenha modos! Educação e etiqueta na escola, da professora Ana Vaz. O projeto é voltado para a Edu-cação Infantil e 1º ao 5º ano e justifica sua necessidade por ser a etiqueta cada vez mais consi-derada como fi-rula de grã-fino e devido aos garotos mal-educados (mas divertidos) do desenho ame-ricano South Park terem sido elevados à ca-tegoria de su-per-heróis da criançada. Ou seja, cultivar bons modos virou um pesa-delo para pais, mães e profes-sores. “Não se está falando aqui de coisa mui-to refinada, como usar garfo e faca com eficiência na hora de desossar uma escorregadia gali-nha. Fala-se do ritual simples do “por favor”, “obrigado” e “até logo”, palavrinhas em desuso no vocabulário mirim”, ressalta Ana Vaz.

De acordo com a edu-cadora Tania Zagury, autora de Limites sem Trauma, na lista dos mais vendidos de VEJA, a falta de tempo é um dos possíveis responsáveis pela procura de complementos à educação dos

filhos. “Hoje em dia os pais têm menos contato com as crianças, por causa da correria diária. Antigamente, quando as mães ficavam em casa, elas mesmas ensinavam boas maneiras aos filhos, o que tem ficado difí-cil com a maior parte delas no mercado de trabalho”, avalia.

Desta forma, a Esco-la Divina Providência, sente a

necessidade de trabalhar um efeito de civilidade no seu pró-prio espaço, tendo em vista a crescente falta de respeito dos alunos para com as professo-ras, das crianças para com seus pais,considerando a atual socie-dade em que se vive, pautada em contra-valores. A Divina Pro-vidência busca, assim, estimular a prática do respeito, dos bons modos, valores morais éticos, justiça entre outros .

O projeto inicia com um momento de sensibilização que acontecerá na quadra com a

presença de um palestrante, ressaltando a importância da etiqueta e dos bons modos para a convivência diária entre as crianças. Em seguida, as etapas do projeto serão previamente organizadas, com atividades, aulas práticas, e vivência em sala de aula com as respectivas professoras.

As etapas do projeto são compostas por criação do livri-nho Diário de Bordo, no qual o aluno deve-rá registrar as etapas do pro-jeto, das aulas passeios, entre outros, além da participa-ção em mesas redondas para a apresentação dos conheci-mentos adquiri-dos após cada aula prática com realização

da auto-avaliação dos traba-lhos com entrega da pasta, ao final de cada bimestre.

Para motivar os alunos, uma vez por semana eles devem realizar momentos de gentileza, gerado pelos alunos direciona-dos a qualquer pessoa da esco-la com bilhetinhos carinhosos, além de utilizarem o cantinho de leitura para as aulas diferencia-das sobre o projeto de etiqueta e participarem de brincadeiras que os levem a perceber a im-portância do outro e valoriza-ção do mesmo.

Tenha modos!Educação e etiqueta na escola

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Sente-se, por toda parte, a necessi-dade de algo mais concreto para a educação cristã, formação e engaja-

mento missionário das crianças e adolescentes. Para responder a estes anseios nasceu o projeto “Infância Missionária”.

Por meio de grupos, metodologia de tra-balho e espiritualidade, o projeto visa despertar nas crianças e adolescentes a vocação missio-nária universal, o amor a Jesus, à Igreja e a to-das as crianças.

A pontifícia Obra da infância missioná-

ria foi criada por Dom Carlos Forbin Janson, Bispo de Nancy, França, no ano de 1843. Essa Obra Missionária foi motivada pelas inúmeras cartas e notícias que missionários, principalmen-te da China, escreviam con-tando sobre a realidade triste e dura das crianças naquelas regiões: doenças, mortalidade, analfabetismo, abandono...

As escolas doroteanas vêm sempre inovando em sua prática e buscando novos meios de aproximar nossas crianças, adolescentes e jovens de Deus. Por esse motivo, a Escola Divina Providência fundou um grupo de Infância missionária.

O grupo da Escola Divina Providência foi fundado em outubro de �005 pela coordenado-ra do SOR ir. Rosemarie Lima Pires. Ela contou com a ajuda da assessora Iara Filho, Márcia Re-gina, Sizernilde Catanhede e Cleudimar Alves.

No dia da fundação, fizeram-se presentes a diretora da Escola Divina Providência ir. Maria da Conceição Coimbra, o coordenador da In-fância em São Luis Hélio e a coordenadora do grupo de Infância do Colégio Instituto Farinha ir. Nazaré. O grupo permanece firme e atuante.

Todos ansiam por paz, mas muitas vezes não achamos o caminho que a ela conduz. Por essa razão, aliado

ao projeto da Campanha da Fraternidade �009, a Escola Divina Providência decidiu inovar, criou o projeto: Mensageiro da paz! objetivando fazer com que nossos educandos cresçam tanto no aspecto espiritual como humano, tornando-se verdadeiros cristãos, cidadãos construtores de uma sociedade de paz e fraternidade. Se o anjo da paz nos acompanha e traz contentamento e reconciliação, também devemos nos tornar an-jos da paz para os outros.

Infância missionária

Mensageiro da Paz

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IAESPAÇO LITERÁRIO

MULHERVocê é a rosa mais preciosa. Você é um pingo sorridente. Lindo sorriso Que faz esse paraíso mais lindo.PARABÉNS, MULHER!

Maria Clara A. Aires2º Ano Vespertino do Ensino Fundamental

MARIA (ACRóSTICO)Mãe de JesusAmigaRainha Iluminada

Nicole Shophie Costa Aquino3º Ano Matutino do Ensino Fundamental

A CANETA A caneta escreve no caderno com letras coloridas.Sem tinta a caneta é bonita, mas não escreve palavras divertidas.

Karla Bianca3º Ano Vespertino do Ensino Fundamental

A POESIA

Era uma vez uma meni-na chamada Poesia, ela era muito linda, tinha também uma chamada Poetisa. Todo mundo tinha algo em comum, escreviam poesias.

César Robertoex- aluno!

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Galeria de Alunos

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EQUIPE DE EDUCADORES

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IAEm outubro irá completar �4 anos que

a Escola Divina Providência faz parte da minha vida. Costumo dizer que a Escola Divina Providência é minha segunda família, pois aqui aprendi a construir valores baseados no Evangelho que me deram força e equilíbrio para suportar as tristezas e dificuldades que por vezes passo. As Irmãs sempre foram com-panheiras e amigas.

Tive uma gravidez de alto risco e a irmã Iara me deu a maior força em tudo. Só Deus sabe o que já passei e como esta escola foi importante para a minha reconstrução como pessoa.

Norma Célia Nogueira, professora

Falar da Família Divina Providência, é uma honra.

É, isso mesmo! Na verdade a Escola Di-vina Providência é uma extensão da nossa fa-mília. Como mãe de ex-aluna,digo que aqui, minha filha aprendeu bons valores, fez verda-deiras amizades e recebeu amor e dedicação. Com certeza tudo isso baseado no amor e en-sinamentos de Santa Paula. Ao Divina Provi-dência devo respeito, carinho e admiração por tudo o que fez por minha filha e por todas as crianças que lá buscam o saber.

Érika Castelo Branco, mãe da ex-aluna Mariana.

Segunda família Extensão da família

Para o Papa João Paulo II, “a família é o verda-

deiro Santuário da Vida, é o lu-gar onde a vida humana surge como de uma nascente sagra-da, e é cultivada e formada”, por isso, não é possível educar sem Deus e sem Religião.

Acreditamos no milagre da vida e sabemos que a ver-dadeira educação consiste em por a descoberto o melhor que existe no nosso filho; assim, o exemplo que tentamos passar para ele é baseado na reli-giosidade, valores, caridade, perseverança, amor, diálogo, alegria..., tudo isso tem se con-cretizado dia-a-dia, em sintonia

com a escola, através dos ensi-namentos da Congregação das Irmãs de Santa Dorotéia, onde a religiosidade, a fé, o amor, o diálogo..., fazem parte das atividade diárias dos alunos. O Projeto Educativo de Paula Fras-sinetti tem sido essencial para a formação de nosso filho, uma vez que ele propõe uma for-mação integral, dentro de uma linha evangelizadora, imbuída de uma pedagogia do encora-jamento e pela via do coração e do amor. Como ela mesma dizia: “onde não posso chegar com a pena, procuro chegar com o coração” (Frassinetti, 1987, v. I. Carta �93, Roma, 6

de Junho de 1867, p.493).E assim, o André Felipe

sendo nosso maior tesouro, vive dias de muitas descober-tas e conquistas, temos certe-za que ele tem uma missão de amor e bondade para cumprir na terra, nada é por acaso e por sermos uma família mui-to religiosa, acreditamos que tudo perpassa pela formação do caráter, da alma e da per-sonalidade (da educação).

Eduardo e Simone Pais de André aluno do jardim II

(Ed. Infantil)

Projeto educativo

DEPOIMENTOS

Desde que cheguei aqui sempre gostei dos professores, mas o melhor de tudo é que fiz muitas amizades. Foi nessa escola que realmente aprendi a estudar, pois a dire-

tora, a coordenadora e os professores são maravilhosos. Minha escola também tem algo muito importante é a Infância Missionária onde é

“Criança Evangelizando Criança”. A Divina Providência vai ficar sempre no meu coração. A Escola Divina Providência não é só uma escola, é sim um lugar de boas lembranças, bons professores. É um lugar mágico!

Amanda Nathália 10 anos – 5º Ano Vespertino do Ensino Fundamental.

Minha escola

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Minha escola é o lugar de onde retiro todo o conhecimento que irei levar

por toda a minha vida. Para mim ela representa amor, felicidade e fraternidade. Eu com certeza tenho uma ótima infância estudando na Escola Divina Providência. Que pena que este é meu último ano na escola! Fiz muitos amigos, co-nheci ótimas professoras, tenho imenso respeito por minha escola e uma enorme satisfação de passar por esta maravilhosa escola e da qual sentirei muita saudade.

Vitória Beatriz 9 anos – 5º Ano Vesperti-no do Ensino Fundamental

Minha escola representa: alegria, educação, amizade e um futuro

que está por vir. Eu gosto da minha escola por-que fiz amigos, tenho educação de qualidade, ótimas professoras e funcionários atenciosos.

Minha escola é nota mil em educação, organização, qualidade e qualificação dos funcionários. Eu adoro minha escola.

Rodrigo Nalberth 9 anos - 5º Ano Vespertino do Ensino Fundamental

Minha escola é muito legal! Ela é muito espaçosa. Tem parquinho e

salas de aula arejadas. Tudo é muito legal!

João G. M. Muniz 7 anos �º Ano Vespertino do Ens. Fundamental

Na acolhida as professoras cantam músicas gospel.Acho toltalmente

certo porque a escola ensina os alunos a se-guirem o caminho de Deus.

Na acolhida, as professoras ensinam desde pequeno, as orações algo muito bom para as crianças.

Iasmim Duarte5º ano Matutino do Ens. Fundamental

Sou de Viana e minha mãe quando ficava doente vinha se tratar em São Luís. Ela precisava de uma escola que fosse semi -internato, por isso escolheu a Escola Di-

vina Providência. Quando terminei o antigo primário, passei em primeiro lugar no exame de admissão do Colégio São Luís ganhando uma máquina de costura que era o sonho da minha mãe. Tudo que sou devo a essa escola. Escola que me alimentava, nela aprendi a cozinhar e a ser gente.

Lembro-me de quando dava 13 horas eu tinha que almoçar para em seguida abrir o portão da escola. Era também de minha responsabilidade fechar a capela às 18 horas. Eu morria de medo de aparecer alguma alma. Tenho saudade da comida, de abrir o portão e principalmente das freiras. Até pensei em ser freira por influência da Madre Coutinho. Tenho saudade da professora Luísa Valuar.

Maria Helena Leite, radialista, pedagoga, administradora de empresa e estudante de Direito

TUDO O QUE SOU DEVO A ESSA ESCOLA

DEPOIMENTOS

Minha vida Educação e futuro

Tudo muito legal

Importância da acolhida

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IAA política em nossa escola é a seguin-

te: ao invés de Presidente temos um “anjo” que governa, o dever dele é não deixar os colegas brigarem e também quando ouvir colegas sem se falar o anjo deve aconselhar e conseguir que eles voltem a se falar. Ensi-na também que não devemos brigar com os outros colegas senão estaremos investindo em desavenças na escola. Um dos deveres tam-bém do anjo é monitorar o comportamento dos colegas de sua classe, para poder cumprir o seu dever do qual ele foi selecionado.

Neldy Luíza5º ano do Ensino Fundamental

Nas minhas aulas na escola a profes-sora é muito exigente com os traba-

lhos, ela também explica as aulas muito bem e se alguém não entende, novamente explica. Nas visitações a biblioteca o Tio Reinaldo tra-balha várias coisas com a gente, por exemplo: dinâmicas. As aulas na sala de informática o Tio Fábio ajuda no raciocínio e estratégias e também nas pesquisas no computador.

Nas aulas de Ed. Física a professora ensina o máximo possível para acertarmos os passes, como também nas de dança, dançar-mos para as festividades e não fazermos feio na hora.

Espero assim que essa escola cresça mais e tenho orgulho de estudar aqui. Na Es-cola Divina Providência as aulas são assim.

Bruno - 5º ano Matutino do Ensino Fundamental

DEPOIMENTOS

Anjo na escolaAs aulas da escola

DEDICAÇÃO DOS PROFESSORES

Minha família escolheu a Escola Divina Providência por ser uma escola religiosa e muita boa para o aprendizado, além de muitas

recomendações que minha mãe ouviu. Tive muitas amizades na escola, inclu-sive das professoras.

Ajudou-me a crescer e continuar crescendo, além da influência da Religião Católica e dos ensinamentos. Lembro-me bem do projeto Dorminhoco (Despedida do 5º ano), em que todo mundo chora-va. Para mim, a escola pode ser definida assim: Amor! Carinho! Dedicação exclusiva dos Professores!

Karem dos Santos Bezerra, estudante do 7º ano do Colégio Marista e Atleta campeã

de Hipismo nacionalmente.

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Pela via do coração e do amor e pela ferrovia chegam a

cada bimestre em Marabá(PA), professores do Colégio San-ta Teresa (São Luís/MA) para implementarem um Projeto de Formação Continuada criado no início de �008 para os vo-luntários que atuam na Creche Cantinho de Paula.

Assim, através dessa parce-ria, o Cantinho vai conseguindo cumprir sua missão evangelizado-ra e social, pois capacitando seus voluntários, qualifica o trabalho desenvolvido, qualificando-os e dignificando-os também.

Os instrumentos de ava-liação do governo federal (SAEB, IDEB, PISA) revelam dados alar-mantes sobre o nível de conhe-cimento dos alunos da Educa-ção Básica e sabemos também da fragilidade de muitos Cursos de formação de professores es-palhados pelo Brasil, daí reco-nhecermos a necessidade da qualificação dos professores, assim como dos demais que

exercem a função de cuidadores das crianças da Creche.

Portanto, o referido Proje-to tem como objetivo primordial contribuir para a formação do educador de creche, fornecen-do-lhe fundamentos e idéias para a construção de um traba-lho criativo com as crianças, no qual “cuidados” e “conteúdos” possam ser mesclados, de forma a proporcionar uma escolariza-ção, integrando cuidados com o ato de educar.

Nessa perspectiva já fo-ram trabalhados temas como Educação Emocional - através de dinâmicas de relações inter e intra pessoais; Rotina Produ-tiva – como um elemento orga-nizador do cotidiano; Brinque-do – visto como acessório da aprendizagem na creche, por-que é por ele que os pequenos estabelecem relações com tudo que os cerca; Oficina de Leitura – montagem de peças teatrais a partir dos clássicos da Literatu-ra Infantil, como motivação ao hábito da leitura, e Recreação

– pautada no trabalho com o corpo, visando o desenvolvi-mento motor dos alunos.

É interessante ressaltar que muitos desconheciam tais informações e por conseguinte mostraram-se muito interessa-dos, participando ativamente de todas as atividades propostas.

Decorrido um ano de tra-balho pode-se afirmar que há atualmente uma atuação mais competente, um fazer com maior consciência e também com mais compromisso. Isso é comprova-do pelo testemunho das pessoas envolvidas diretamente no pro-cesso de formação e pelos resul-tados, do desenvolvimento dos alunos. Estes fazem a diferença nas escolas públicas onde dão continuidade aos seus estudos.

Espera-se que uma visão clara, abrangente e profunda do papel que desempenha na socie-dade, permita ao grupo em for-mação, uma atuação cada vez mais competente, que o ajude a caminhar mais seguramente na direção de seus objetivos.

Maior consciência e mais compromisso

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Formação continuada

O Cantinho de Paula conta com a parce-

ria do Colégio Santa Teresa - São Luís/MA para desen-volver seu projeto de forma-ção continuada capacitando assim todas as pessoas en-volvidas com o trabalho na CrecheCoordenado pela pro-fessora Maria Eliane Feitosa Rego, esse Projeto tem como objetivo primordial contribuir para a formação do educa-dor de creche, fornecendo-lhe fundamentos e idéias para a construção de um trabalho criativo com as crianças, no qual “cuidados” e “conteú-

dos” possam ser mesclados, de forma a proporcionar uma escolarização, permeada pelo afeto, pela emoção. É preciso integrar os cuidados com o ato de educar.

Em �008 foram realiza-dos três encontros, nos quais foram trabalhados: Educação Emocional através de dinâ-micas de relações inter e intra pessoais; Rotina produtiva – nessa perspectiva rotina passa a ser um elemento organizador do cotidiano; Brinquedo – visto como acessório da aprendiza-gem na Creche, porque é por ele que os pequenos estabe-lecem relações com tudo que

os cerca e montagem de uma pequena brinquedoteca.

Em �009 já aconteceu um encontro no qual foram desenvolvidas várias ativida-des com o intuito de formar leitores. A professora Remé-dios trabalhou uma Oficina de Leitura, montando diversas peças de teatros, a partir dos clássicos da Literatura Infantil. Foi um sucesso!

A professora Eliane re-tornará à Marabá, desta vez para refletir sobre uma pro-posta pedagógica para a Cre-che, baseada numa visão da criança como ser ativo, cons-trutor do seu próprio conheci-mento.

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ULACOISAS

DO PAPAI DO CÉUNo Cantinho aprendo

a brincar, pintar, rezar, dan-çar. Aprendo as coisas do papai do céu.

Oseana, 4 anos

DEPOIMENTOS

REZAR E BRINCARAprendo a rezar,

cantar. Gosto do Canti-nho porque aprendo a ler e escrever e brincar. Gosto muito, muito da Ir.Marlene, da comida e das tias.

Gustavo, 4 anos

CANTAR E REPRESENTAR

Gosto de rezar e can-

tar; gosto muito de dormir

depois do almoço, gosto de

representar nas festinhas e

gosto da Irmã Marlene.Eduardo, 4 anos

Ao ser convidada pela Irmã Câ-mara, para colaborar com a Irmã Marlene na missão junto à Creche

Cantinho de Paula, nem pensei duas vezes. Foi a maior felicidade da minha vida em saber que não tinha sido esquecida pelas Dorotéias. Abracei a nova missão, onde me encontro até hoje. Cada dia aprendo algo diferente porque as Irmãs, nos ensinam o verdadeiro amor a Je-sus Cristo e a amar cada um do seu jeito.

Quanto ao Cantinho, é um lugar de ale-gria e amor. Lugar em que crianças e voluntá-rios e Irmãs encontram a felicidade, lugar onde se semeia a Palavra de Deus e onde “ se educa pela via do coração e do amor.” .

As voluntárias trabalham com muito amor e carinho. As crianças nos surpreendem a cada momento. Todos os dias no momento da aco-

lhida, aprendem a rezar... aprendem a amar o próximo... aprendem que Deus é o nosso bom Pai... que temos uma Mãe no céu e também uma Protetora, Santa Paula.

Sinto-me uma pessoa privilegiada, aben-çoada porque Ele colocou as Dorotéias em mi-nha vida.

A formação que recebo faz com que eu caminhe na fé e na simplicidade e a desenvol-ver com alegria o meu trabalho dentro e fora do Cantinho.

As crianças do Cantinho são lindas e carentes de tudo! Numa frase de Santa Paula, concluo o meu depoimento. “Tudo vem de Deus e para o nosso bem “. O Cantinho veio para o bem das crianças o nosso e suas famílias.

Vanalda – supervisora

NA fé e simplicidade

Para mim o Cantinho é um lugar de aprendizado. Muito apren-

di nos encontros de formação e junto às crianças. Neste trabalho de voluntária en-tendi que o dinheiro não é tudo, o que vale mesmo é a dedicação e o amor e a do-ação a essas crianças que tanto esperam de nós.

Andréia - Professora

Lugar de aprendizado

O Cantinho de Paula é muito im-portante para mim, porque eu

me sinto muito bem. Gosto de ajudar as Irmãs pois elas são tudo na minha vida. Gosto muito das crianças e me dou bem no meio das voluntárias. Esse Cantinho é um lugar que traz felicidade é um lugar onde reina, bondade e amor.

Consola - serviços gerais

Reino da bondade e do amor

E D U C A Ç Ã O D O R OT E A N A - P R OV Í N C I A N O RT E E M A Ç Ã O Agosto �009

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Page 62: REVISTA - EDUCAÇÃO DOROTEANA

CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS DE SANTA DOROTÉIA DA FRASSINETTI