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Rev. Eletrôn. Atualiza Saúde | Salvador, v. 4, n. 4, jul./dez. 2016 | I Revista Atualiza Saúde revista eletrônica de divulgação científica v. 4, n. 4, julho/dezembro de 2016 | Atualiza Cursos

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  • Rev. Eletrn. Atualiza Sade | Salvador, v. 4, n. 4, jul./dez. 2016 | I

    Revista Atualiza Saderevista eletrnica de divulgao cientfica

    v. 4, n. 4, julho/dezembro de 2016 | Atualiza Cursos

  • Rev. Eletrn. Atualiza Sade | Salvador, v. 4, n. 4, jul./dez. 2016 | 01

    Revista Atualiza Saderevista eletrnica de divulgao cientfica

    Rev. Eletrn. Atualiza Sade, Salvador, v. 4, n. 4, jul./dez. 2016

    ISSN: 2359-4470

  • Rev. Eletrn. Atualiza Sade | Salvador, v. 4, n. 4, jul./dez. 2016 | 02

    Entidade Responsvel: Atualiza Cursos

    Corpo Editorial

    Presidente Leonardo Alves Pereira Gomes

    Diretora Laudete Tanajura Gomes

    Editor-gerente Adriana Sena Gomes

    Membros Prof. PhD Ana Mrcia Chiaradia Mendes Castillo Prof. Dr. Anbal Jnior Prof. Dr. Carlos Eduardo de Queiroz Lima Prof. Msc. Jorgas Rodrigues Prof. Msc. Maria de Lourdes Freitas Gomes Prof. Msc. Max Pimenta Prof. Msc. Thelso Silva

    Projeto Grfico Carla Piaggio | www.carlapiaggio.com.br

    Normalizao Adriana Sena Gomes CRB 5/1568

    Reviso Portugus e Ingls Accia Magalhes

    Av. Juracy Magalhes Jnior, 1388, Rio VermelhoSalvador-BA | CEP: 41940-060Tel:(71)3444-7971 | Fax: (71)[email protected]

    http://www.carlapiaggio.com.brhttp://www.atualizacursos.com.br

  • Rev. Eletrn. Atualiza Sade | Salvador, v. 4, n. 4, jul./dez. 2016 | 03

    R454 Revista Atualiza Sade: revista eletrnica de divulgao cientfica. Vol. 4, n. 4 (jul./dez. 2016). Salvador: Atualiza Cursos, 2016.

    Semestral

    ISSN online 2359-4470

    1. Sade Peridico I. Atualiza Cursos II. Ttulo.

    Ficha catalogrfica

    Ficha catalogrfica elaborada pela Bibliotecria Adriana Sena Gomes CRB 5/1568

    permitida a reproduo de artigos em qualquer meio, desde que citada a fonte. Todos os direitos so reservados Atualiza Cursos. A Revista utiliza a licena Creative Commons No Comercial No Adaptada (CC BY-NC 3.0).

    As novas normas gramaticais da Lngua Portuguesa so aplicadas no texto deste trabalho, conforme o Acordo Ortogrfico assinado em 2008.

  • Rev. Eletrn. Atualiza Sade | Salvador, v. 4, n. 4, jul./dez. 2016 | 04

    APRESENTAO

    A Revista Atualiza Sade uma publicao eletrni-ca de divulgao cientfica da Atualiza Cursos. Com periodicidade semestral, a revista tem como Polti-ca de Divulgao o Acesso Livre, marcando assim o compromisso da Atualiza Cursos com a democrati-zao do conhecimento. O nosso objetivo dissemi-nar e estimular a pesquisa e produo acadmica no mbito de ps-graduao profissional, divulgando artigos, entrevistas, resenhas e pareceres produzidos por nossos docentes, discentes e pesquisadores em geral nas reas temticas de Enfermagem, Farmcia, Fisioterapia, Gesto em Sade, Sade Coletiva e ou-tras reas relacionadas ao campo da sade.

    Nossa Revista est registrada no Instituto Brasi-leiro de Informao em Cincia e Tecnologia IBICT rgo vinculado ao Ministrio da Cin-cia e Tecnologia com o ISSN 2359-4470. O ISSN (International Standard Serial Number), sigla em ingls para Nmero Internacional Normalizado para Publicaes Seriadas, o cdigo aceito in-ternacionalmente para individualizar o ttulo de uma publicao seriada. Esse nmero se torna nico e exclusivo do ttulo da publicao ao qual foi atribudo, e seu uso padronizado pela ISO 3297 (International Standards Organization).

    Todos os manuscritos submetidos Revista Atua-liza sero apreciados pelos membros da Comisso editorial, levando em considerao relevncia e qualidade do contedo, contribuio para inova-o do conhecimento na rea e as normas de pu-blicao adotadas pela Revista.

    Normas para publicaoO artigo deve ser original, no devendo ser publi-cado em nenhum outro veculo. Os autores devem assinar uma carta de submisso para publicao do artigo, assumindo a responsabilidade e origi-nalidade do trabalho, transferindo os direitos au-torais para Revista Atualiza Sade.

    Os trabalhos que envolvem seres humanos e ani-mais, incluindo rgos e/ou tecidos isoladamen-te, bem como pronturios clnicos ou resultados de exames clnicos, devero estar de acordo com as resolues vigentes no pas e serem submeti-dos a um comit de tica em pesquisa devida-mente credenciado.

    O conselho editorial avaliar os artigos, levando em considerao relevncia, qualidade do con-tedo, contribuio para inovao do conheci-mento na rea e as normas de publicao ado-tadas pela Revista. de responsabilidade do(s) autor(res) a formatao do artigo, as correes ortogrfica e gramatical. Aps apreciao do ar-tigo pela comisso editoral, havendo necessidade de correo entraremos em contato com autor, que ter um prazo de 30 dias para entrega do ar-tigo corrigido. O no cumprimento do prazo im-plica cancelamento imediato da publicao.

    O artigo deve estar de acordo com as normas de publicao da ABNT, conforme descrito no Ma-nual Diretrizes para Autores e ser encaminhado para o e-mail [email protected], em formato Word, junto com a carta de submisso do artigo. Os artigos enviados sem a carta de submis-so sero automaticamente devolvidos.

    http://atualizarevista.com.br/wp-content/uploads/2015/03/manual-diretrizes-para-autores-revista-atualiza-saude-ok.pdfhttp://atualizarevista.com.br/wp-content/uploads/2015/03/manual-diretrizes-para-autores-revista-atualiza-saude-ok.pdfmailto:adriana%40atualizacursos.com.br?subject=http://atualizarevista.com.br/wp-content/uploads/2014/09/TERMO-REVISTA-ATUALIZA-SA%C3%9ADE.dochttp://atualizarevista.com.br/wp-content/uploads/2014/09/TERMO-REVISTA-ATUALIZA-SA%C3%9ADE.doc

  • Rev. Eletrn. Atualiza Sade | Salvador, v. 4, n. 4, jul./dez. 2016 | 05

    SUMRIO

    APRESENTAO | 04

    COMPORTAMENTO DAS VARIVEIS RESPIRATRIAS APS TREINAMENTO RESISTIDO EM PACIENTES SUBMETIDOS CIRURGIA CARDACA | 07Lus Cludio Negreiro Oliveira

    SEPSE NEONATAL NO PR-TERMO: DIAGNSTICO E TERAPUTICA | 15Juliana Rocha de Almeida Silva, Suellen Santos de Souza e Xena Ribeiro Lobo

    ATUAO DA ENFERMAGEM EM ATENO BSICA NA PREVENO E PROGRESSO DA INSUFICINCIA RENAL CRNICA | 23Indiara Andrade, Maria Rita Seixas Arajo Almeida e Rubia Viviane Santos

    ESTRATGIAS DE IDENTIFICAO E INTERVENO NA DOR DOS RECM-NASCIDOS | 32Gabriella Carvalho Araujo

    O PAPEL DO ENFERMEIRO DO TRABALHO DIANTE DO RISCO BIOLGICO NO AMBIENTE HOSPITALAR | 40Ana Lopes de Lucena Neta, Jaqueline Carvalho Quintana e Poliana Martins

    DESAFIOS DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE ONCOLGICO EM FASE TERMINAL | 47Carine Alves Sousa, Dbora Rodrigues da Silva e Sandra dos Santos Souza

    ESTUDO COMPARATIVO DAS TCNICAS DE PCR E CAPTURA HBRIDA PARA O DIAGNSTICO DO HPV: REVISO DE LITERATURA | 59Marcelle Fonseca Seixas Miranda dos Santos, Mrjorie Gonalves Fonseca

    CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA PREVENO DE LESES DE PELE NO RECM-NASCIDO PREMATURO | 66

    Ricson Romrio Nascimento, Thallita Micaella Alves Landim

  • Rev. Eletrn. Atualiza Sade | Salvador, v. 4, n. 4, jul./dez. 2016 | 06

    AES DE ENFERMAGEM A PACIENTES MASTECTOMIZADAS ACOMETIDAS POR LINFEDEMA | 74Alessandra de Amorim Ribeiro, Beatriz de Jesus Pimentel e Sandra de Jesus Santos

    AUDITORIA EM SADE: MELHORAS SIGNIFICATIVAS NA ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM | 83Poliana de Santana Aguiar

  • Rev. Eletrn. Atualiza Sade | Salvador, v. 4, n. 4, p. 07-14, jul./dez. 2016 | 07

    1. IntroduoO procedimento cirrgico traz complicaes re-sultantes da interao do estado fsico do pacien-

    te e de aspectos relacionados cirurgia cardaca qual ele submetido, que podem comprometer o estado geral do paciente. As complicaes decor-

    COMPORTAMENTO DAS VARIVEIS RESPIRATRIAS APS TREINAMENTO RESISTIDO EM PACIENTES SUBMETIDOS CIRURGIA CARDACA

    Lus Cludio Negreiro Oliveira*

    Resumo

    Introduo: A cirurgia cardaca, como toda cirurgia de grande porte, determina alteraes me-tablicas e hormonais. Quase todos os pacientes sofrem disfuno alveolar aps cirurgia car-daca, a estimulao respiratria central e a funo muscular respiratria ficam deprimidas no ps-operatrio. O exerccio resistido desempenha papel especfico na preservao e aumento da fora muscular. O objetivo deste estudo foi observar o comportamento das variveis respirat-rias aps treinamento resistido em pacientes submetidos cirurgia cardaca e identificar se h relao com o tipo de cirurgia, sexo e idade. Mtodos: Estudo amostral intervencionista e pros-pectivo. A populao compreendeu indivduos submetidos cirurgia cardaca no Hospital Santa Izabel, Salvador-BA. As variveis respiratrias mensuradas foram: CV, VVM, PImx, PEmx, Peak-Flow e FR antes e aps treinamento resistido. Para anlise pareada, foi utilizado o teste T- de Student. Resultados: Participaram do estudo 12 indivduos, sendo excludos 3. O maior nmero dos participantes era do sexo masculino (7) e a idade variou de 27 a 62 anos. Em todas as variveis, os valores aumentaram aps treino resistido, s no a PImx, cujo valor diminuiu com M/DP 63 42,1, 57 25,3 e a FR, que manteve o valor com M/DP 20 5 e 20 4,7 antes e aps treino respectivamente, no havendo diferena estatisticamente significativa antes e aps a interveno. Concluso: Os benefcios desses exerccios com impacto na funo pulmonar no foram significativos. Sugerem-se estudos posteriores que possam permitir o conhecimento dessas modificaes aps treino resistido.

    Palavras-chave: Cirurgia Cardaca. Treinamento Resistido. Reabilitao Cardaca.

    * Fisioterapeuta. Especialista em Fisioterapia em UTI pela Atualiza Cursos. E-mail: [email protected]

    mailto:luis_negreiro%40hotmail.com?subject=

  • OLIVEIRA, L.C.N. | Comportamento das variveis respiratrias aps treinamento resistido em pacientes submetidos cirurgia...

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    rentes das disfunes ventilatrias so comuns nos pacientes cirrgicos e esto entre as mais letais. A compreenso das alteraes que se produzem so-bre o aparelho respiratrio durante o ato cirrgico e no perodo ps-operatrio de grande impor-tncia para o dimensionamento das relaes custo- benefcio de determinado procedimento (VERRI; BARBOSA; KALIL, 2001).

    Mesmo com os avanos nos procedimentos uti-lizados em cirurgia cardaca, a funo pulmonar ainda prejudicada. Aps o procedimento cirr-gico, os pacientes esto mais propensos a desen-volverem complicaes respiratrias (PASQUINA; TRAMR; WALDER, 2003). Os fatores de risco pr-operatrios, quando associados s agresses cirrgicas, podero alterar a mecnica respirat-ria e o ndice de troca gasosa no ps-operatrio imediato, cujos valores poderiam ser teis para detectar provveis complicaes pulmonares no ps- operatrio (CPPs). As CPPs so responsveis por 40% dos bitos em pacientes com idade supe-rior a 70 anos, atribudas s alteraes na funo respiratria, tais como a perda de complacncia pulmonar, aumento da resistncia e diminuio das trocas gasosas, decorrentes do envelhecimento (AMBROZIN; CATANEO, 2005).

    A cirurgia cardaca, como toda a cirurgia de grande porte, determina alteraes metablicas e hormo-nais (NICOLAU; STEFANINI, 2002). Quase todos os pacientes sofrem disfuno alveolar aps cirur-gia cardaca, a estimulao respiratria central e a funo muscular respiratria ficam deprimidas no ps-operatrio por uma combinao de efeitos farmacolgicos e desarranjos mecnicos na funo torcica (BRAUNWALD; ZIPES; LIBBY, 2003).

    Exerccios resistidos (ER) consistem em qualquer forma de exerccio ativo, no qual uma contrao muscular dinmica ou esttica resistida por uma fora externa, aplicada manualmente ou mecani-camente. O exerccio resistido tambm chamado de treinamento resistido e um elemento essen-cial do programa de reabilitao para pessoas com

    comprometimento da funo e um componente integral dos programas de condicionamento para quem deseja promover ou manter a sade e o bem-estar fsico, favorecer potencialmente o de-sempenho de habilidades motoras e prevenir ou reduzir o risco de leso e doena (KISNER, CA-ROLYN, 2008).

    Sabe-se que a melhora da aptido fsica pode con-tribuir significativamente para a sade, elevando o nvel de qualidade de vida. Dentre as atividades fsicas que podem melhorar a sade, a prtica de exerccios resistidos (ER) vem sendo recomendada pelas principais agncias normativas da atividade fsica, como o American College of Sports Medici-ne (ACSM) e a American Heart Association, devi-do a sua relativa segurana, mesmo em populaes ditas especiais (DELAGARDELLE et al., 2002).A fraqueza muscular perifrica por desuso muito comumente encontrada em pacientes com sndro-mes coronarianas isqumicas, devido ao apareci-mento dos sintomas de dispneia e dor anginosa quando realizam qualquer atividade fsica. Aps IAM e Cirurgia de Revascularizao do Miocr-dio (CRVM), a fraqueza muscular se acentua cer-tamente pelo receio e insegurana do paciente em executar qualquer esforo e pela inatividade fsica em que eles se encontram antes e aps o evento, assim como os grandes perodos de internao aos quais eles frequentemente so submetidos. O exerccio resistido desempenha um papel espec-fico na preservao e aumento da fora muscular, que fundamental para a melhora da capacidade funcional e realizao das atividades de vida diria (AVD). Por esta razo, ele tem sido aplicado junta-mente com o aerbico nos programas de reabilita-o cardaca, proporcionando como resultado uma melhora significativa na qualidade de vida desses pacientes (OKA et al., 2003).

    O objetivo geral deste estudo verificar o compor-tamento das variveis respiratrias aps treina-mento resistido em pacientes submetidos cirur-gia cardaca e se h relao com o tipo de cirurgia, o uso de CEC, o sexo e a idade.

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    2. MetodologiaEste trabalho constitui-se em um estudo amostral, intervencionista e prospectivo.

    A populao de estudo compreendeu indivduos submetidos cirurgia cardaca em um hospital de referncia da cidade de Salvador-BA, sendo a cole-ta de dados realizada no perodo de maio a outu-bro de 2010.

    Foram includos na pesquisa indivduos com a idade 18 anos, eletivos cirurgia cardaca, de ambos os sexos, submetidos anestesia geral, com ou sem uso de CEC. Foram excludos da pesquisa indivduos que no tiveram capacidade de compreender os comandos, que foram submetidos reinterveno cirrgica, hemodinamicamente instveis, que pos-sussem qualquer patologia pulmonar preexistente e/ou apresentassem qualquer alterao nosocomial.

    Este trabalho foi aprovado pelo Comit de tica em Pesquisa do Hospital Santa Izabel em janeiro de 2010, respeitando os aspectos ticos, de confi-dencialidade e afirmando a ausncia de riscos aos participantes, em concordncia com o Conselho Nacional de Sade (Resoluo 466/12).

    Os indivduos assinaram o Termo de Consenti-mento Livre e Esclarecido, aps sua transfern-cia da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para a enfermaria, onde foi iniciada a avaliao da Fre-quncia Respiratria (FR), Capacidade Vital (CV), Ventilao Voluntria Mxima (VVM), Presso Inspiratria Mxima (PImx), Presso Expirat-ria Mxima (PEmx) e Pico de Fluxo Expiratrio (Peak-Flow) antes e aps treinamento resistido.

    A CV e a VVM foram mensuradas atravs da ventilometria, com uso do ventilmetro da mar-ca Wright Mark 8 e a PImx e PEmx, atravs do manovacumetro da marca Indumed. Os pacien-tes foram posicionados devidamente na poltrona, com quadril e joelhos a 90, tendo sua via area ocluda pelo clip nasal. Foram solicitados a realizar um esforo inspiratrio mximo sustentado a par-tir da Capacidade Residual Funcional (CRF) e um esforo expiratrio mximo a partir da Capacidade

    Pulmonar Total (CPT). Todas as manobras foram repetidas trs vezes com intervalo de um minuto, sendo considerado o maior valor obtido.

    O Peak-Flow foi mensurado atravs de um apare-lho da marca Meter Standard. O paciente segurou o aparelho com suas mos, inalou o mximo poss-vel ao nvel da CPT e, em seguida, exalou o ar com fora mxima dentro do bocal do aparelho. A FR foi observada atravs da contagem das incurses e expansibilidade torcica durante 1 minuto.

    O treinamento resistido foi realizado uma vez ao dia, com 50% de uma repetio mxima (1RM), com 2 sries de 12 repeties durante 5 dias. Os grupos musculares trabalhados foram quadrceps, musculatura posterior da coxa e trceps sural. Os dados foram coletados atravs do protocolo de treinamento resistido, que consistia: um dia, trei-navam-se quadrceps e trceps sural; para treinar o quadrceps, o paciente encontrava-se sentado em uma poltrona com quadril e joelhos a 90, sendo colocada uma carga na regio distal da perna; j o trceps sural era treinado com o indivduo em ortostase e, no outro dia, treinava-se a musculatu-ra posterior da coxa e trceps sural; a musculatura posterior da coxa treinava-se com o indivduo em ortostase com carga na parte distal da perna, atra-vs de uma ficha de avaliao elaborada pelos au-tores, onde constavam: a identificao do paciente, anamnese (tipo de cirurgia, uso e tempo de CEC, complicaes ps-operatrias e histria de doen-as pulmonares preexistentes), as anotaes das mensuraes das variveis respiratrias e o proto-colo do treinamento resistido.

    As variveis dependentes desse estudo so: CV, PImx, PEmx, Peak-flow, VVM. A varivel inde-pendente o treinamento resistido, as covariveis so o sexo, idade e tipo de cirurgia.

    Foi utilizada para a anlise estatstica a licena anual do programa SPSS for Windows, verso 14.0; para a anlise das variveis dependentes, foram cal-culados a Medida de Tendncia Central (Mdia) e o Desvio Padro (DP); para a anlise das variveis respiratrias, foi utilizado o teste T- de Student e

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    para o estudo de correlao entre as variveis res-piratrias e a idade dos pacientes, usou-se o teste de Coeficiente de Correlao de Pearson.

    3. Resultados e DiscussoParticiparam do estudo 12 indivduos, dos quais 3 foram excludos da pesquisa (2 por apresenta-rem instabilidade hemodinmica e 1 por ter sido

    submetido reabordagem cirrgica). A idade variou de 27 a 62 anos, com mdia de 50 anos e desvio padro (DP) de 11,5 anos. A maioria dos participantes era do sexo masculino (7). Quan-to ao tipo de cirurgia, houve predominncia da CRVM (6), todos os pacientes foram submetidos CEC, com mdia de 89,4 minutos e DP de 25,7 (Tabela 1).

    Tabela 1. Caractersticas sociodemogrficas e tipo de cirurgia dos pacientes submetidos cirurgia cardaca no Hospital Santa Isabel, em 2010 Salvador/BA.

    Variveis Participantes (n=9)M/DPSexo Masculino 7

    Idade* 50 11,5Tipo de CirurgiaRevascularizao 6

    Troca Valvar 3Tempo de CEC* (min) 89,4 25,7

    * Distribuio em mdia e desvio padro

    Foram verificados os valores iniciais da Frequncia Respiratria (FR), com mdia 20 5; Capacidade Vital (CV), com mdia 2105 552; Ventilao Voluntria Mxima (VVM), com mdia de 26295 1,4807; Pico de Fluxo (Peak-Flow), com mdia de 239 114,17; Presso Inspiratria Mxima (PI-mx), com mdia de 67 38; Presso Expiratria Mxima (PEmx), com mdia de 48 17. Os valo-res finais achados: FR, com mdia de 20 4,7; CV,

    com mdia de 2844 1276; Ventilao Voluntria Mxima (VVM), com mdia de 37938 18,091; Peak-Flow, com mdia de 300 109,5; PImx, com mdia de 57 25,3; PEmx, com mdia de 51 18,8 (Tabela 2). Em todas as variveis, os valores au-mentaram aps o treino resistido, s no a PImx, que teve seu valor diminudo, e a FR, cujo valor se manteve, porm, no houve significncia nos re-sultados obtidos.

    Tabela 2. Variveis respiratrias em pacientes submetidos cirurgia cardaca antes e aps treinamento resistido no Hospital Santa Isabel, em 2010 Salvador/BA.

    Variveis Antes do treinamentoM/DPAps do treinamento

    M/DP p

    FR (ipm) 20 5 20 4,7 0,69CV (mL) 2105 552 2844 1276 0,13

    VVM (mL) 26295 1,4807 37938 18,091 0,11Peak-Flow (L/min) 239 114,17 300 109,5 0,19

    PImx (cmH2O) 63 42,1 57 25,3 0,67PEmx (cmH2O) 48 17 51 18,8 0,72

    Legenda: FR= Frequncia Respiratria, CV= Capacidade Vital, VVM= Ventilao Voluntria Mxima, Peak--Flow = Pico de Fluxo Expiratrio, PImx= Presso Inspiratria Mxima, PEmx= Presso Expiratria Mxima.

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    Entre os tipos de cirurgia, tambm no foi evidenciado ganho de funo pulmonar aps o emprego de atividade resistida (Tabela 3).

    Tabela 3. Relao da diferena das variveis respiratrias finais e iniciais com o tipo de cirurgia cardaca no Hospital Santa Isabel, em 2010 Salvador/BA

    Tipo de Cirurgia

    M/DP M/DP

    Variveis Revascularizao Troca Valvar p

    FR (ipm) 1,0 2,96 0,66 12,34 0,94

    CV (mL) 877,6 1641,5 483,3553,0 0,71

    VVM (mL) 11365,0 20550,4 12200,0 21612,8 0,95

    Peak-Flow (L/min) 32,5 142,4 116,6 81,4 0,38

    PImx (cmH2O) -5,3 29,62 -6,6 65,3 0,96

    PEmx (cmH2O) 4,5 24,1 1,0 38,1 0,86

    Legenda: FR= Delta Frequncia Respiratria, CV= Delta Capacidade Vital, VVM= Delta Ventilao Voluntria Mxima, Peak-Flow = Delta Pico de Fluxo Expiratrio, PImx= Delta Presso Inspiratria Mxima, PEmx= Delta Presso Expiratria Mxima

    Quanto ao sexo, observou-se que no houve predominncia de ambos os sexos para ganho ou alterao de funo pulmonar (Tabela 4).

    Tabela 4. Relao da diferena das variveis respiratrias finais e iniciais com o sexo em pacientes subme-tidos cirurgia cardaca no Hospital Santa Isabel, em 2010 Salvador/BA

    Sexo

    M/DP M/DP

    Variveis Masculino Feminino p

    FR (ipm) 0,7 7,47 1,5 3,53 0,89

    CV (mL) 435,7 842,9 1800 2687 0,22

    VVM (mL) 13498,5 19645,8 5150,0 24960,8 0,67

    Peak-Flow (L/min) 52,86 144,6 87,5 38,8 0,75

    PImx (cmH2O) -10,7 42,71 11,0 35,35 0,54

    PEmx (cmH2O) 3,43 27,71 3,0 35,35 0,98

    Legenda: FR= Delta Frequncia Respiratria, CV= Delta Capacidade Vital, VVM= Delta Ventilao Voluntria Mxima, Peak-Flow = Delta Pico de Fluxo Expiratrio, PImx= Delta Presso Inspiratria Mxima, PEmx= Delta Presso Expiratria Mxima.

    No foi possvel identificar relao significativa en-tre a idade e as variveis respiratrias. Observou-se que, quanto maior a idade, mais h uma diminui-o das variveis respiratrias que dependem de

    fora muscular diretamente ou indiretamente ao serem realizadas; a PImx, PEmx, VVM e Peak--Flow mostram uma relao inversa com a idade dos pacientes (Tabela 5).

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    Tabela 5. Correlao da idade dos pacientes com diferena das variveis respiratrias iniciais e finais no Hospital Santa Isabel, em 2010 Salvador/BA

    Idade

    Variveis Coeficiente de correlao (n) p

    FR (ipm) 0,35 0,34

    CV (mL) 0,20 0,59

    VVM (mL) -0,536 0,137

    Peak-Flow (L/min) -0,14 0,70

    PImx (cmH2O) -0,19 0,96

    PEmx (cmH2O) -0,76 0,84

    Legenda: FR= Delta Frequncia Respiratria, CV= Delta Capacidade Vital, VVM= Delta Ventilao Voluntria Mxima, Peak-Flow = Delta Pico de Fluxo Expiratrio, PImx= Delta Presso Inspiratria Mxima, PEmx= Delta Presso Expiratria Mxima.

    Neste estudo, utilizou-se um modelo experimental, com padronizao no aumento da atividade mus-cular perifrica atravs do ER, para verificar se h impacto na funo pulmonar. Envolveu aplicao de treinamento resistido em pacientes submetidos cirurgia cardaca, tcnica que utilizada como parte da reabilitao de pacientes com comprometimento da funo respiratria e como componente de pro-gramas de promoo e manuteno da sade.

    Na literatura, observam-se recomendaes favo-rveis ao treinamento de fora para indivduos saudveis e portadores de doenas cardiovascu-lares. A literatura no consensual sobre os efei-tos do tamanho do grupo muscular envolvido no exerccio e sua influncia nas respostas cardiovas-culares agudas aos ERs. Os exerccios resistidos so indicados para pacientes com alterao da fora muscular perifrica e, tratando-se da classe de cardacos, os que se encontram na fase crni-ca da doena. Esses pacientes apresentam uma capacidade precria de gerar fora na muscula-tura perifrica, decorrente de alterao intrnse-ca muscular, gerada pela patologia ou por desuso (BRAITH; THOMPSON, 2001).

    O treinamento resistido tem sido proposto como possvel estratgia para preveno e reabilitao cardiovascular, e seu incremento, tanto na fora

    muscular quanto na capacidade para a realizao das AVDs, benefcio bem caracterstico desse tipo de treinamento. Estudos mostram que, atravs da avaliao hemodinmica, observa-se a estabilidade cardiovascular em pacientes com doena corona-riana ou insuficincia cardaca durante a realizao de exerccios resistidos, sem aparentes prejuzos na funo ventricular ou aumento exacerbado da presso arterial ao exerccio, por sua vez, o fluxo sanguneo perifrico apresenta-se aumentado aps o treinamento resistido, ao passo que a funo endotelial parece melhorada, especialmente aps o treinamento combinado (ADAMS et al.; POL-LOCK; FRANKLIN; BALADY, 2006).

    Uma anlise das diretrizes (guidelines) para aplica-o de ER em pacientes, aps evento cardaco agu-do, incluindo infarto agudo do miocrdio (IAM) e CRVM, evidenciou como essas diretrizes existentes so falhas e muito restritivas, limitando os progra-mas de reabilitao cardaca a ajudar esses pacientes a alcanarem os nveis adequados de fora muscular para execuo das AVDs aps evento (ADAMS; CLI-NE; HUBBARD; MCCULLOUGH; HARTMAN; BRUM; FORJAZ; TINUCCI; NEGRO, 2004).

    A comparao das variveis metablicas e hemodi-nmicas entre ERs e aerbios realizados em mem-bros superiores mostrou que exerccios de resistn-

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    cia mxima livre (RML) em membros superiores, aplicados em 10 indivduos do sexo masculino, promovem ajustes fisiolgicos de pico de frequn-cia cardaca (FC), razo de troca gasosa (R), presso arterial sistlica (PAS), presso arterial diastlica (PAD) e percepo subjetiva ao esforo (PSE) mais elevados que o exerccio aerbio de mesma deman-da energtica (CLOUGH; MILLEGASS; 2001).

    4. ConclusoUma limitao deste estudo foi a inexistncia de trabalhos cientficos relacionados ao aumento da atividade muscular de membros inferiores atravs do ER com impacto na funo pulmonar. Apesar de se ter conhecimento de que o uso da muscu-latura perifrica recruta mais unidades motoras e aumenta o fluxo sanguneo para essa rea, ainda no sabido se isso poder alterar ou no a fun-o pulmonar. Sugerimos estudos complementares com a populao maior, para permitir o conheci-mento de modificaes nas variveis respiratrias aps ER, verificando o benefcio do mesmo para os pacientes em ps-operatrio de cirurgia cardaca. O conhecimento dos fatores que influenciam a ca-pacidade de produo de fora em um determina-

    do msculo normal durante uma contrao ativa fundamental para a compreenso de que modo o sistema neuromuscular se adapta como resultado do treinamento resistido. Por sua vez, esse conhe-cimento fornece uma base na qual possvel tomar decises clnicas corretas ao se elaborar um pro-grama de exerccios resistidos, visando melhorar o desempenho muscular em pacientes com fraqueza e limitaes funcionais devido leso ou doena e aumentar o desempenho fsico dos msculos.

    Os principais objetivos do programa de reabilita-o cardaca so: melhora da capacidade funcional; melhora da qualidade de vida; mudana de hbitos aps o evento coronariano; reduo dos ndices de mortalidade e a modificao dos fatores de risco. O acompanhamento do paciente em programas de reabilitao possibilita a deteco precoce de ins-tabilizaes clnicas. O treinamento resistido em membros inferiores proporciona mais autonomia, maior independncia e aumento de fora muscu-lar, tornando o paciente mais seguro com a fora dos membros inferiores. Os dados deste estudo, por sua vez, no demonstraram alteraes das va-riveis respiratrias instituio do ER em pacien-tes submetidos cirurgia cardaca.

    BECHAVIOR OF RESPIRATORY FOLLOWING RESISTANCE TRAINING IN PATIENTS UNDERGOING CARDIAC SURGERY

    Abstract

    Introduction: Cardiac surgery, like any major surgery, determines metabolic and hormonal changes. Almost all patients suffer alveolar dysfunction after cardiac surgery, the central respira-tory stimulation and respiratory muscle function are depressed postoperatively. Resistance exer-cise plays a specific role in preserving and increasing muscle strength. The objective of this study was to observe the behavior of respiratory variables after resistance training in patients undergo-ing cardiac surgery and to identify whether there is a relationship with the type of surgery, gender and age. Methods: A prospective interventional study sample. The population included subjects undergoing cardiac surgery at the Hospital Santa Izabel, Salvador-BA. The respiratory variables measured were: CV, MVV, MIP, MEP, Peak Flow and RF before and after resistance training. For paired analysis was used the test T Student. Results: The study included 12 subjects were excluded 3. The largest number of participants were male (7) and the age ranged from 27 to 62 years. In all variables values increased after resistance training, not only the MIP, its value decreased with M / SD 63 42.1, 25.3 57 and FR that the value remained with M / SD 20 5:20 4.7 before and after training respectively, with no statistically significant difference before and after the in-

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    tervention. Conclusion: The benefits of these exercises have impact on lung function were not significant, it is suggested that further studies would allow the knowledge of these changes after resistance training.

    Keywords

    Cardiac Surgery. Resistance Training. Cardiac rehabilitation.

    RefernciasADAMS, J. et al. A new paradigm for post-cardiac event resistance exercises guidelines. The Americam Journal of Cardiology, v. 97, n. 2, p. 281-286, 2006.

    ADAMS, J.et al. A new paradigm for post-cardiac event resistance exercise guidelines. Am J Cardiol., v.97, p.281-286, 2006.

    AMBROZIN, A. R. P.; CATANEO, A.J.M. Aspectos da funo pulmonar aps revascularizao do miocrdio relacionada com risco pr-operatrio. Braz. J. Cardio-vasc. Surg, v. 20, n. 4, p. 408-415, set. 2005.

    BOTELHO, P.A. et al. Comparao das variveis me-tablicas e hemodinmicas entre exerccios resistidos e aerbio, realizados em membros superiores. Rev. Bras. Atv. Fsica & Sade, v.8, n.2, p.35-40, 2004.

    BRAITH, R. W. Exercise for chronic heart failure and heart transplant patients. In: THOMPSON, P. D. Exer-cise and sports cardiology. McGraw-Hill: U.S.A., 2001, cap. 15, p. 317-332.

    BRAUNWALD, E.; ZIPES, D.P.; LIBBY, P. Tratado de Medicina Cardiovascular. 6. ed. So Paulo: Roca, 2003, p.2134-58

    BRUM, P.C. et al. Adaptaes agudas e crnicas do exer-ccio fsico no sistema cardiovascular. Rev. Paul. Educ. Fs., v.18, p.21-31, 2004.

    CARVALHO, R.T.et al. Exerccio resistido na avaliao da disfuno endotelial na insuficincia cardaca. Arq. Bras. Cardiol., v.86, n.6, 2006.

    CLOUGH, P.; MILLEGASS, E.A. Essentiabs of cardio-pulmonary phisical therapy. 3.ed.

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    1. Introduo A sepse no perodo neonatal ainda uma das principias causas de morbimortalidade em todo o mundo. A incidncia elevada principalmente em recm-nascido pr-termo, pois, nessa faixa etria, as funes imunolgicas celulares e humorais es-

    to diminudas e a barreira de proteo constituda pela pele ainda imatura, facilitando a colonizao de bactrias. (CECCON, 2008).

    De acordo com o Consenso Internacional de Sepse Peditrica criado em 2001, a sepse definida como uma sndrome clnica caracterizada por uma res-

    SEPSE NEONATAL NO PR-TERMO: DIAGNSTICO E TERAPUTICA

    Juliana Rocha de Almeida Silva*

    Suellen Santos de Souza**

    Xena Ribeiro Lobo***

    Resumo

    Foi realizado levantamento bibliogrfico de artigos cientficos sobre sepse neonatal no prematu-ro com enfoque no diagnstico e na teraputica, publicados entre o perodo de 2005 a 2014 na base de dados online BIREME e SciELO. Esse estudo tem por objetivo descrever as formas de diagnstico, bem como as modalidades teraputicas utilizadas na sepse neonatal no pr-termo. Os autores ressaltam que a sepse neonatal no prematuro a principal causa de morbimortalidade neonatal, principalmente em recm-nascido pr-termo (

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    SILVA, J.R.A; SOUZA, S.S.; LOBO, X.R. | Sepse Neonatal no pr-termo: diagnstico e teraputica

    posta inflamatria sistmica na presena, ou como resultado, de uma infeco suspeita ou confirma-da (HANQUE, 2005; GOLDSTEIN et al., 2005 apud HERRMANN et al., 2007).

    A sepse neonatal subdividida em precoce e tar-dia. A sepse precoce est relacionada a fatores maternos e a agentes bacterianos presentes no canal do parto. O recm-nascido apresenta sinais e sintomas da infeco nas primeiras 72 horas de vida. J na sepse tardia, os sintomas aparecem nor-malmente aps 72 horas (quarto dia de vida) e se relacionam com fatores neonatais, acometendo re-cm-nascidos internados em unidades de terapia intensiva neonatal (flora bacteriana de origem hos-pitalar) (CECCON, 2008).

    Os fatores de risco associados sepse, principal-mente a tardia, incluem: prematuridade (imaturida-de do sistema imunolgico); procedimentos invasi-vos realizados na UTIN; uso de ventilao mecnica prolongada; antibioticoterapia; longa permanncia hospitalar e no seguimento das normas de pre-veno de infeco hospitalar (HERNANDEZ et al. 2005; HANQUE, 2005; STOLL et al., 1996; MIURA, 2003 apud HERRMANN et al., 2008).

    Mesmo com o avano da tecnologia voltada para a sade, ainda difcil o diagnstico precoce da sepse neonatal, uma vez que as manifestaes cl-nicas podem ser inespecficas, principalmente em recm-nascido pr-termo (CECCON, 2008). Inde-pendentemente dos dados derivados da anamne-se e da explorao clnica, o diagnstico se baseia em diferentes exames complementares acessveis, como hemograma, hemocultura, coleta de LCR e outros mais sofisticados e no disponveis facil-mente na prtica clnica, como interleucinas 6 e 8, fator de necrose tumoral e CD4 (MESQUITA; AVALOS; GODOY; ALVAREZ, 2011).

    Assim que o diagnstico da sepse estabelecido, devem-se tomar medidas teraputicas imediatas. O principal tratamento da sepse a antibioticote-rapia. A seleo dos antibiticos deve ser baseada no momento do incio (precoce ou tardia), na ori-gem (hospitalar ou domiciliar), local da infeco,

    germe provvel e ainda de acordo com o espectro de germes da UTI e sensibilidade habitual (STOLL et al., 2011; SIRVANANDAN et al., 2011; STOLL et al., 2002; GREENBERG et al., 2012 apud SILVEI-RA; PROCIANOY, 2012).

    Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo analisar as formas de diagnstico, bem como modalidades teraputicas utilizadas na sepse neonatal no pr-termo, na busca do conhecimento sobre as peculiaridades da patologia com o intui-to de detectar precocemente e estabelecer o trata-mento adequado em cada caso.

    2. MetodologiaTrata-se de uma pesquisa bibliogrfica descritiva e qualitativa. Segundo Lakatos (2003), a pesqui-sa bibliogrfica envolve todo o acervo publicado sobre a questo a ser estudada. Tem o intuito de propiciar uma avaliao do assunto estudado sob um novo enfoque e chegando a novas concluses, sem, portanto, meramente repetir o que j foi dito ou escrito. Dessa forma, esse tipo de estudo de-senvolvido com base em material j produzido, proveniente, sobretudo, de revistas, livros, pesqui-sas, monografias e teses (LAKATOS; MARCONI, 2003). J o estudo descritivo espera do pesquisa-dor informaes acerca do objeto de estudo. Esse tipo de pesquisa tem como finalidade descrever fatos e fenmenos de uma realidade especfica (GERHARDT; SILVEIRA, 2009).

    O levantamento de artigos cientficos, dissertaes e outros estudos relacionados ao tema Sepse neo-natal no prematuro, com enfoque no diagnstico e tratamento, foi realizado nas bases de dados online BIREME e SciELO. Foram includos como filtros da pesquisa artigos publicados entre o perodo de 2005 e 2014, com texto completo disponvel, em portugus e espanhol.

    Para a seleo dos textos, foram utilizados os descritores Diagnstico, Infeco, Prematuro, Recm-nascido, Sepse e Teraputica, sendo, por-tanto, encontrados 33 artigos e 01 dissertao de

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    mestrado. Do total encontrado, foram utilizados 20 (Tabela 1), sendo excludos aqueles que no apresentavam em seus contedos as informaes necessrias para o desenvolvimento do estudo e por no responderem aos objetivos propostos.

    Por fim, a aprovao por um Comit de tica em Pesquisa no foi necessria por se tratar de uma pesquisa bibliogrfica.

    Quadro 1. Artigos utilizados (continua)

    TTULO REVISTA ANO DE PUBLICAO

    Anlisis de episodios de sepsis en una uni-dad de cuidados intensivos neonatal. Revista Panamericana de Infectologa 2005

    Estrategias para el diagnstico de sepsis neonatal tarda. Revista Mdica del Uruguay 2005

    Factores de riesgo de la sepsis neonatal. Centro Provincial de Higiene, Epidemiologa y Microbiologa 2006

    Estudo dos fatores de risco maternos associados sepse neonatal

    precoce em hospital tercirio da Amaznia brasileira.

    Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrcia 2007

    Sepsis Neonatal: actualizacin de los criterios diagnsticos. Revista Mdica Electrnica 2008

    Valor predictivo de algunos exmenes de laboratorio clnico em la infeccin neonatal

    bacteriana precoz.Revista Cubana de Pediatra 2009

    Etiologia da sepse em uma unidade neonatal pblica de referncia. Revista Paraense de Medicina 2009

    Sepse e choque sptico no perodo neonatal: atualizao e reviso de conceitos. Revista Brasileira de Terapia Intensiva 2010

    Valor predictivo del hemograma en la sepsis neonatal. Pediatra (Asuncin) 2011

    Avaliao do diagnstico da sepse neonatal: uso de parmetros laboratoriais e clnicos

    como fatores diagnsticos.

    Revista da Escola de Enfermagem da USP 2011

    Tratamento das infeces neonatais bacte-rianas e fngicas: fundamentos tericos para

    uma aplicao prtica.

    Instituto de Cincias Biomdicas Abel Salazar 2011

    Anlisis sobre la variabilidad de la frecuencia cardaca: un nuevo enfoque en la metodologa de la investigacin

    clnica de la sepsis neonatal.

    Archivos Argentinos de Pediatra 2011

    O uso de adjuvante da imunoglobulina en-dovenosa no tratamento da sepse neonatal:

    uma reviso sistemtica com metanlise.Jornal de Pediatria 2012

    Fatores de risco para a mortalidade de recm-nascidos de muito baixo peso em unidade de terapia intensiva neonatal.

    Revista Paulista de Pediatria 2012

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    Quadro 1. Artigos utilizados (concluso)

    TTULO REVISTA ANO DE PUBLICAO

    Sepse neonatal Reviso sistemtica da literatura

    Revista de Trabalhos Acadmicos 2012

    Uma reviso atual sobre sepse neonatal Boletim Cientfico de Pediatria 2012

    Aplicao de protocolo proposto pela Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria para uso de antibiticos em recm-nascidos de muito baixo peso.

    Jornal de Pediatria 2013

    Sepse neonatal precoce e mortalidade em uma unidade de terapia intensiva neonatal.

    Revista da AMRIGS 2013

    Caractersticas dos recm-nascidos pr-termo com peso inferior a 1.500 g e sepse neonatal tardia.

    Repositrio Digital UFRGS 2014

    Unificar los criterios de sepsis neonatal tarda: propuesta de un

    algoritmo de vigilancia diagnstica.

    Revista Peruana de Medicina Experimental y Salud Publica

    2014

    Fonte: Elaborado pelas autoras.

    3. Resultados e Discusso Um dos quadros infecciosos mais frequentes no perodo neonatal denominado de Sepse (FEIJ et al., 2012). Considerada uma importante causa de morbimortalidade nessa fase da vida, a Sepse Neo-natal uma sndrome clnica grave que acomete, principalmente, os recm-nascidos pr-termo com peso de nascimento inferior a 1.500 g. caracteri-zada por sinais de infeco em todo o organismo, juntamente com a presena de bactrias no sangue no primeiro ms de vida (SILVEIRA, 2012).

    A Sepse Neonatal classificada em precoce e tar-dia, de acordo com o momento da sua ocorrncia (FEIJ et al., 2012). Precoce aquela que surge nas primeiras 48 a 72 horas de vida e sepse tardia aquela que ocorre aps as primeiras 48 a 72 ho-ras de vida (SILVEIRA, 2012). Entre 5-50% dos re-cm-nascidos que desenvolvem sepse precoce tm a possibilidade de evoluir para bito, em contra-partida com os que desenvolvem sepse tardia (10-

    20%), evidenciando a importncia do diagnstico e tratamento adequados (PINHEIRO et al., 2007).

    As mais importantes fontes de infeco do recm--nascido so a me e o ambiente do berrio, local onde a equipe que manipula o recm-nascido atua (FEIJ et al., 2012). Durante os primeiros dias de vida, a ocorrncia de infeces est usualmente relacionada a condies pr-natais e do periparto. As consequncias so multissistmicas e a evolu-o clnica, comumente fulminante. Os microrga-nismos so de origem materna, sendo os mais en-contrados: Streptococcus do grupo B e Escherichia coli (SILVEIRA, 2012). Entretanto, as infeces que ocorrem de forma tardia esto relacionadas a condies ps-natais e excesso de manipulao e procedimentos na UTI aos quais os recm-nasci-dos so expostos, como cateteres, equipamentos de ventilao mecnica, punes venosas, nutri-o parenteral, transmisso horizontal atravs das mos no higienizadas dos cuidadores e da equipe

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    assistencial. Os principais agentes so os germes nosocomiais: bactrias Gram-negativas, Staphylo-coccus aureus, Staphylococcus coagulase negativa e os fungos (SILVEIRA, 2012).

    A sepse fngica ocorre com mais frequncia no pr-termo extremo grave, em uso de ventilao mecnica, nutrio parenteral de uso prolongado, hiperglicemia e aps muitos investimentos de es-quemas de antibioticoterapia. bastante associada utilizao de cateteres venosos (SILVEIRA, 2010).

    Os principais fatores perinatais de risco para o de-senvolvimento de sepse precoce so: a colonizao materna por Streptococcus do grupo B (GBS) no momento do parto; a rotura amnitica antes de ini-ciar o trabalho de parto; o parto prematuro; febre materna e hipertonia uterina inexplicada (sinais de corioaminionite); urina colonizada por GBS du-rante a gestao; baixas concentraes maternas de anticorpos especficos contra o GBS; histrico de re-cm-nascido com doena pelo GBS; perdas fetais ou histria anterior de aborto (PINHEIRO et al., 2007).

    Para Pinheiro (2007), o GBS tambm fonte co-mum de infeco materna, como corioaminionite, endometrite e infeco urinria, e, dessa forma, relaciona-se diretamente infeco neonatal por via ascendente, a partir da colonizao vaginal. Nesse caso, o feto, aspirando fluido aminitico, pode ser levado pneumonia e sepse (PINHEI-RO et al., 2007).

    O diagnstico da sepse neonatal deve ser feito pre-cocemente, pois possvel o recm-nascido evoluir, de modo rpido, para choque sptico, coagulao intravascular disseminada e bito (SILVA, 2014). Na prtica clnica, a suspeita de sepse neonatal, a princpio, baseada nos sinais e sintomas manifes-tados pelo neonato. Dentre esses achados clnicos, so evidentes: a instabilidade trmica; dificuldade respiratria; hipotonia e convulses; irritabilidade e letargia; sintomas gastrintestinais; idiopatia; pa-lidez cutnea e sinais de sangramento (SILVEIRA; PROCIANOY, 2012).

    Independentemente dos dados colhidos na anam-nese e do quadro clnico, o diagnstico se baseia em diferentes exames complementares. O hemo-grama segue sendo o marcador laboratorial mais realizado frente suspeita de sepse neonatal (MES-QUITA; GODOY; ALVAREZ, 2011). Com base no hemograma, possvel aplicar o Escore Hematol-gico de Rodwell, que foi desenvolvido no intuito de realizar um diagnstico mais acurado de infeco (CECCON, 2008).

    Os indicadores utilizados na Escala de Rodweel so: nmero de leuccitos (leucocitose ou leuco-penia); nmero de neutrfilos (neutrofilia ou neu-tropenia); aumento de neutrfilos imaturos; ndice neutroflico (>0,2); alteraes degenerativas dos neutrfilos e plaquetopenia (

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    mas no empregada como rotina de investigao da sepse neonatal precoce (WISWELL et al., 1995 apud SILVEIRA; PROCIANOY, 2012) e cultura do aspirado traqueal na obteno da cultura nos recm-nascidos intubados ao nascimento, ou logo aps, com o objetivo de identificar pneumonia congnita (SHERMAN et al., 1980 apud SILVEI-RA; PROCIANOY, 2012).

    A velocidade de hemossedimentao (VHS) tam-bm citada nos estudos como marcador diagns-tico da sepse neonatal. Contudo, de acordo com (GERDES 1991; 2004 apud CECCON, 2008), um teste diagnstico pouco sensvel e especfico. Resultados falso-positivos podem ocorrer com hemlise e falso-negativos, com coagulao intra-vascular disseminada. Os valores normais do VSH so inferiores a 10 mm e esto alterados quando superiores a esse valor, ocorrendo nas primeiras 48 a 72 horas de vida do neonato (GERDES, 1991; 2004 apud CECCON, 2008).

    Nos ltimos anos, vrios autores citaram as in-terleucinas para diagnstico da sepse (tardia ou precoce). Para CECCON (2008), as interleucinas desempenham um papel importante na resposta do hospedeiro frente a processos infecciosos bac-terianos. So dosadas atravs da tcnica ELISA, que de fcil execuo, e o resultado obtido de 2 a 3 horas. Entretanto, h limitao do uso desse mtodo em relao a no disponibilidade para a prtica diria e o elevado valor dos kits disponveis (MESSER et al., 1996 apud SILVEIRA; PROCIA-NOY, 2012; SILVEIRA; PROCIANOY, 1999).

    Ainda para Ceccon (2008), a Procalcitonina um marcador da fase aguda da inflamao e acredi-ta-se que tenha uma ao imunomoduladora na sndrome da resposta inflamatria sistmica. Ela um pr-hormnio da calcitonina produzido na tireoide que se eleva nas infeces. Estudos mos-tram a existncia de nveis aumentados em neo-natos com sepse, contudo, tm valor limitado para pesquisa como biomarcador (ALTUNHAN et al., 2011 apud SILVEIRA; PROCIANOY, 2012).

    Vale ressaltar que, atualmente, o padro ouro para o diagnstico de sepse neonatal a coleta da hemocultura (isolamento do patgeno). Entretan-to, a eficcia desse exame depende do meio de cul-tura a ser utilizado e do microrganismo, podendo ocorrer resultados falso-positivos (por contamina-o do stio de insero). O local de puno mais apropriado a veia perifrica. Apesar de a veia umbilical ser mais prtica, ela no recomendada devido ao alto ndice de contaminao. So retira-dos 0,5 ml a 1,0 ml de sangue para cada amostra de hemocultura. Para evitar resultados divergentes, necessria a coleta em dois stios diferentes ao mesmo tempo, repetindo o teste com 12 a 24 horas (medidas no utilizadas em neonato) (SILVEIRA; PROCIANOY, 2012).

    O incio precoce do tratamento indispensvel, de modo a garantir o melhor prognstico do re-cm-nascido com sepse (ALVES, 2011). Em con-cordncia, o reconhecimento dos patgenos mais provveis elemento fundamental na escolha cor-reta do tratamento emprico precoce da sepse neo-natal, associada ao conhecimento da incidncia e susceptibilidade dos agentes microbianos (MUL-LERR-PEBODY B. et al., 2011 apud ALVES, 2011).

    Na sepse neonatal precoce, o tratamento deve ser constitudo por antimicrobiano ativo contra cocos gram-positivos e bacilos gram-negativos (KAUL-MAN et al., 2004 ; PALAZZI et al., 2006; FANOS et al., 1999; MTITIMILA; COOKE, 2004 apud AL-VES, 2011). O esquema emprico escolhido na te-raputica inicial ampicilina e gentamicina, consi-derando os agentes microbianos mais identificados na sepse precoce e a sensibilidade destes (SILVEI-RA; PROCIANOY, 2012).

    Vale destacar que, na sepse neonatal tardia,no h dados que comprovem estudos referentes ao me-lhor esquema antimicrobiano emprico paratera-puticadesse tipo de sepse, se de amplo espectro ou no.O uso emprico de antibiticos seleciona flora microbiana, j antifngicos em prematuros tm sido recomendados, tanto como formas de es-

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    quemas profilticos ou teraputicos (SILVEIRA; PROCIANOY, 2012).

    de extrema importncia, quando identificado, direcionar a antibioticoterapia especfica para o germe causador. O perodo do tratamento vai variar de acordo com a resposta inicial ao anti-microbiano. Recomendam-se 10 a 14 dias de tra-tamento, com melhora clnica(SILVEIRA; PRO-CIANOY, 2012).

    4. Concluso A sepse ainda responsvel por um alto ndice de morbimortalidade no perodo neonatal. Isso significa que muitas crianas poderiam ser sal-vas se houvesse mais investimento na identifi-

    cao e no tratamento adequado desses quadros infecciosos.

    Existem diversas maneiras de se avaliar e prevenir o quadro sptico neonatal. As manifestaes cl-nicas dos recm-nascidos, isoladamente, no so suficientes para comprovar esse quadro, porm, reconhecer essas manifestaes precocemente, bem como identificar o microrganismo causador da infeco rapidamente so medidas que levam a um tratamento direcionado e criterioso.

    Atitudes simples como a utilizao de tcnicas as-spticas corretas, um olhar integrado da equipe, juntamente com uma tomada de decises correta e antecipada por parte dos profissionais, podem diminuir consideravelmente o ndice de morbi-mortalidade por sepse neonatal.

    NEONATAL SEPSIS IN PRE TERM: DIAGNOSIS AND THERAPY

    Abstract

    A literature review of scientific articles on neonatal sepsis in premature focusing on diagnosis and therapy, published between the period 2005 to 2014 in the online database BIREME and SciELO was carried out. This study aims to describe the ways of diagnostic and therapeutic modalities used in neonatal sepsis in the preterm. The authors note that neonatal sepsis in premature is the leading cause of neonatal morbidity and mortality, especially in newborn preterm (

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    ATUAO DA ENFERMAGEM EM ATENO BSICA NA PREVENO E PROGRESSO DA INSUFICINCIA RENAL CRNICA

    Indiara Andrade*

    Maria Rita Seixas Arajo Almeida**Rubia Viviane Santos***

    Resumo

    Os rins so rgos fundamentais para a manuteno da homeostase do corpo humano. Com a reduo progressiva da taxa de filtrao glomerular observada na insuficincia renal, ocorre perda de funes, como a excretria e endcrina, resultando em comprometimento de todos os outros rgos do corpo humano. A soluo para evitar as complicaes renais reside na ateno bsica e envolve a atuao de enfermagem em trs aes principais: o diagnstico precoce; o en-caminhamento imediato para acompanhamento especializado; e a identificao e a correo das principais complicaes e comorbidades que levam insuficincia renal, bem como o preparo do paciente (e seus familiares) para a terapia renal substitutiva quando houver necessidade. Este estudo objetivou identificar as estratgias para preveno e progresso da doena renal crnica, realizadas pelo enfermeiro em uma unidade de sade da famlia. Trata-se de uma pesquisa bi-bliogrfica com relato de experincia, de abordagem qualitativa, do tipo descritiva. Foram utiliza-dos artigos publicados no perodo de 2005 a 2015, pesquisados atravs dos bancos de dados das cincias da sade em geral como: Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informaes em Cincias em Sade (Lilacs), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLI-NE), Scientific Eletronic Library Online (Scielo.br), publicaes mdicas e Capes. H uma grande necessidade de investimentos na organizao e preparao das equipes de sade para a assistncia aos pacientes de risco ou com insuficincia renal, pois indiscutvel o papel do enfermeiro para traar os cuidados para preveno e progresso da insuficincia renal crnica, contribuindo, as-sim, para melhoria da qualidade de vida desses pacientes.

    Palavras-chave

    Preveno. Progresso. Insuficincia renal. Enfermeiro.

    * Enfermeira. Graduada pela Faculdade Zacaria de Gos. Especialista em Enfermagem em Nefrologia pela Atualiza Cursos. E-mail: [email protected]** Enfermeira. Graduada pela Universidade Catlica do Salvador. Especialista em Enfermagem em Nefro-logia pela Atualiza Cursos. E-mail: [email protected]*** Enfermeira. Especialista em Enfermagem em Nefrologia pela Atualiza Cursos. E-mail: [email protected]

    mailto:indiandrade%40hotmail.com?subject=mailto:mariarita_araujo%40yahoo.com.br?subject=mailto:anne.stos%40hotmail.com?subject=mailto:anne.stos%40hotmail.com?subject=

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    ANDRADE, I.; ALMEIDA, M.R. S. A.; SANTOS, R.V. | Atuao da enfermagem em ateno bsica na preveno e progesso da...

    1. IntroduoSegundo as diretrizes de prtica clnica para a doena renal crnica (2002), a insuficincia renal crnica definida como uma leso do parnquima renal (com funo renal normal) e/ou pela dimi-nuio funcional renal presentes por um perodo igual ou superior a trs meses.

    Alguns pacientes apresentam uma maior proba-bilidade de serem acometidos pela Doena Renal Crnica (DRC) e so considerados grupos de ris-co. Entre esses grupos, esto os hipertensos a hipertenso arterial, que comum na DRC, pode ocorrer em mais de 75% dos pacientes de qualquer idade. A diabetes tambm apresenta risco aumen-tado para DRC e doena cardiovascular e deve ser monitorizada frequentemente para averiguao da ocorrncia da leso renal. Outros fatores de risco diminuio fisiolgica da filtrao glomerular (FG) e as leses renais que ocorrem com a ida-de, secundrias a doenas crnicas comuns em pacientes de idade avanada tornam os idosos susceptveis doena renal crnica. A DRC con-siderada fator de risco para doena cardiovascular (DCV) e estudo recente demonstrou que a DCV se associa, independentemente, diminuio da FG e ocorrncia de DRC. Os familiares de pa-cientes portadores de DRC apresentam prevaln-cia aumentada de hipertenso arterial, diabetes mellitus, proteinria e doena renal (DIRETRIZES DE PRTICA CLNICA PARA DOENA RENAL CRNICA, 2002).

    Bastos et al. (2002) relatam que, para evitar a pro-gresso da doena renal crnica de maneira direta, necessria a otimizao do manuseio clnico da DRC, que compreende o atendimento direto. O diagnstico imediato da doena e complicaes, o encaminhamento precoce para os cuidados com especialistas e a implantao das medidas de retar-do da progresso da doena constituem este tipo de abordagem aos pacientes.

    Para evitar a progresso da doena de maneira indireta, necessrio intervir para diminu-la. O atendimento pode ser associado proposta da Or-

    ganizao Mundial de Sade (OMS), que visa re-duzir as doenas em todo o mundo por meio de medidas preventivas. H inmeras intervenes protetoras vasculares e renais divididas em pre-veno no farmacolgica e farmacolgica. O pri-meiro tipo de preveno diz respeito adoo de hbitos alimentares saudveis e prtica de ativi-dade fsica regular. O segundo engloba o controle da presso arterial com anti-hipertensivos e diur-ticos, manejo das dislipidemias e do diabetes, com controle da glicemia e uso profiltico de alguns fr-macos (BARRETO et al., 2009).

    Segundo Pacheco e Santos (2005), o profissional de enfermagem desempenha uma importante funo como educador. Uma das suas responsabi-lidades incentivar o autocuidado sade, pois o profissional que tem uma atuao mais prxima aos pacientes.

    O enfermeiro de ateno bsica atua na preveno e progresso da doena renal crnica quando ele identifica as necessidades reais da clientela adstri-ta. necessrio localizar e identificar os grupos de risco, bem como os pacientes com a doena insta-lada, nos quais a avaliao da funo renal im-prescindvel. A atuao do enfermeiro na preven-o e progresso da doena renal crnica se traduz na assistncia prestada, de forma assistemtica, aos pacientes na ateno bsica em sade, sem discri-minar aes especficas da preveno e da progres-so, como sendo um processo inseparvel (TRA-VAGIM; KUSUMOTA, 2009).

    A ateno primria, com atuao na preveno da doena renal, tem como princpio a natureza ml-tipla dos fatores de risco que envolve a doena, sen-do necessria uma abordagem integral e interdisci-plinar, competncia atribuvel aos profissionais de ateno primria de sade. No incomum que os indivduos que compem o chamado grupo de risco para a doena (diabticos, hipertensos, ido-sos, familiares de pacientes em terapia renal subs-titutiva, portadores de doena cardiovasculares) sejam inicialmente atendidos pela equipe de ESF e, para que estes pacientes no sejam direcionados

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    ANDRADE, I.; ALMEIDA, M.R. S. A.; SANTOS, R.V. | Atuao da enfermagem em ateno bsica na preveno e progesso da...

    de maneira tardia para a terapia substitutiva renal, de extrema importncia que os profissionais da ateno bsica possuam conhecimento sobre essa patologia, suas principais complicaes e doenas associadas, alm de adotarem as medidas funda-mentais que interrompem ou diminuem a perda da funo renal (BASTOS; BASTOS, 2007).

    A deteco precoce da doena renal e as condutas teraputicas apropriadas para o retardamento de sua progresso podem reduzir o sofrimento dos pa-cientes e os custos financeiros associados doena. As polticas de sade foram criadas para contribuir para a melhoria da sade e qualidade de vida da po-pulao. Surgem, assim, estratgias para as famlias, compreendendo-as como elemento-chave no cui-dado com a sade de seus membros e na melhoria da qualidade de vida (ROMO JUNIOR, 2004).

    Este estudo se justificou devido necessidade de intensificar o rastreamento precoce da doena re-nal crnica na ateno bsica e como obter preco-cemente o diagnstico, para adoo de medidas preventivas. Assim, evitar-se-o o aparecimento e a progresso dessa patologia, preparando os enfer-meiros para o atendimento com qualidade, visto que o presente estudo objetiva identificar as estrat-gias para a preveno e progresso da doena renal crnica que so realizadas pelo enfermeiro em uma unidade de sade da famlia. Alm disso, pretende ainda comparar essas estratgias para preveno e progresso da doena renal crnica na Unidade de Sade da Famlia com a literatura sobre o tema.

    2. Metodologia Quanto ao tipo de estudo, foi realizada pesquisa bibliogrfica com relato de experincia, de aborda-gem qualitativa, do tipo descritiva. A pesquisa des-critiva se caracteriza por conter aspectos amplos e variados no contexto da sociedade, possibilitando, dessa maneira, a anlise de suas diversas formas de fenmenos e de interferncias na populao (OLI-VEIRA, R.A., 2005). Conforme Trivios (2001), a pesquisa qualitativa pretende apenas obter gene-

    ralidades, ideias predominantes, tendncias que aparecem mais definidas entre as pessoas que par-ticiparam do estudo [...]. Assim, a pesquisa qua-litativa configura-se como uma forma de maior aproximao da realidade.

    Utilizaram-se bases de dados das cincias da sade em geral, como a Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informaes em Cincias em Sade (Lilacs), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Scientific Eletronic Library Online (SciELO.br), publicaes mdicas e Capes, tendo como critrio de incluso os ma-teriais, artigos e revistas relacionados ao tema do estudo, publicados num perodo de dez anos, com-preendidos entre 2005 e 2015.

    Para obteno dos dados, recorreu-se tambm a fontes de informaes provenientes da experincia do enfermeiro de uma unidade de sade da fam-lia, no que diz respeito s estratgias para preven-o e progresso da doena renal crnica, com o intuito de comparar com a literatura encontrada sobre o objetivo deste estudo. Foram utilizados os Descritores em Cincias da Sade, sendo aplicadas as palavras-chave: Enfermagem, Ateno bsica, Preveno, Progresso e Insuficincia renal. Com esses termos, foram ofertados inmeros artigos que exigiram seleo minuciosa acerca das limita-es do trabalho, tais como: perodo de publicao, revistas de publicao, populao do estudo e tema abrangente dos artigos.

    Aps encerrar a coleta de dados, foram seleciona-dos 7 artigos que melhor se enquadraram na pro-posta de construo deste trabalho. Para uma boa organizao, os artigos pesquisados foram analisa-dos e armazenados num fichamento obedecendo s exigncias j citadas anteriormente.

    Portanto, para tornar possvel a realizao deste es-tudo, as informaes coletadas nas bases de dados foram submetidas anlise temtica, comparando com a experincia do autor, atravs da organizao dos dados em trs fases: a pr-anlise, explorao do material, tratamento, inferncia e interpretao dos resultados obtidos.

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    ANDRADE, I.; ALMEIDA, M.R. S. A.; SANTOS, R.V. | Atuao da enfermagem em ateno bsica na preveno e progesso da...

    Na fase de pr-anlise, fez-se a seleo do material a ser avaliado. Realizou-se uma leitura superficial, visando facilitar a compreenso das informaes. Na fase de explorao do material, a preparao se deu por meio da anlise, feita no momento de uma leitura mais detalhada dos artigos selecionados. Por fim, dos trechos e informaes que as pesqui-sadoras consideraram relevantes foram retirados, classificados e agregados os dados, atravs da ca-tegorizao. Na fase de tratamento, inferncia e in-terpretao, os resultados obtidos foram tratados de maneira a serem relevantes e vlidos, sofrendo

    as inferncias e as interpretaes a partir dos obje-tivos previstos na pesquisa.

    3. Resultados e DiscussoDurante a pesquisa nas principais bases de dados em sade, obtivemos com os descritores estabeleci-dos 40 artigos, dos quais, depois de triagem prvia mediante a leitura dos ttulos e dos resumos, foram escolhidos 7, que atenderam aos critrios de sele-o, compondo nossa amostra. Esses artigos foram dispostos em uma tabela, a Tabela 1, a seguir, que contm autor, ttulo, peridico, ano e resultado.

    Quadro 1. Distribuio dos estudos de acordo com autor, ttulo, peridico, ano e resultado. Salvador, 2015. (continua)

    AUTOR TTULO PERIDICO ANO RESULTADO

    ORSOLIN et. al

    Cuidando do ser humano hipertenso

    e protegendo sua funo renal

    Revista Brasileira

    Enfermagem2005

    Os integrantes deste estudo, apesar de conhecerem, em parte, a fisiopatologia renal, no a veem como consequncia

    da hipertenso arterial.

    BASTOS;

    BASTOS

    Insero do Programa de Sade

    da Famlia na Preveno da Doena Renal

    Crnica

    Jornal Brasileiro

    Nefrologia2007

    O artigo props uma estratgia de inser-o do PSF na preveno da DRC com base nos pressupostos da integralidade, adscrio da populao, atribuies da equipe e enfoque preventivo que nor-

    teiam o programa. Ressalta a importncia da continuidade dos cuidados e prope

    uma reflexo sobre os benefcios da ateno compartilhada entre o PSF e os

    nefrologistas para que a qualidade da proposta seja alcanada.

    TRAVAGIM; KUSUMOTA

    Atuao do enfer-meiro na preven-o e progresso da doena renal

    crnica

    Revista de Enfermagem da

    UERJ2009

    Graus diversos de conhecimento e atuao das enfermeiras na preveno e

    progresso da DRC, que enfatizam a necessidade de investimentos na

    organizao e preparao das equipes de sade para a assistncia aos

    pacientes de risco ou com DRC.

    TRAVAGIM et al.

    Preveno e pro-gresso da doena

    renal crnica: atua-o do enfermeiro com diabticos e

    hipertensos

    Revista de Enfermagem da

    UERJ2010

    Os enfermeiros tm realizado o ras-treamento da populao de risco para

    diabetes mellitus e hipertenso arterial, contudo, no h seguimento integral das recomendaes do Ministrio da Sade.

    Conclui-se que imperativo adotar estra-tgias de mbito nacional, para preparar

    enfermeiros na assistncia efetiva aos diabticos e hipertensos.

  • Rev. Eletrn. Atualiza Sade | Salvador, v. 4, n. 4, p. 23-31, jul./dez. 2016 | 27

    ANDRADE, I.; ALMEIDA, M.R. S. A.; SANTOS, R.V. | Atuao da enfermagem em ateno bsica na preveno e progesso da...

    Quadro 1. Distribuio dos estudos de acordo com autor, ttulo, peridico, ano e resultado. Salvador, 2015 (concluso)

    AUTOR TTULO PERIDICO ANO RESULTADO

    MENEZES;GOBBI

    Educao em sade e Progra-ma de Sade da Famlia: atuao da enfermagem na preveno de

    complicaes em pacientes hipertensos

    O mundo da sade 2010

    Estratgias ldicas, grupos, palestras educativas, apoio fsico e psicolgico e a atuao de uma equipe multiprofissional so de suma importncia para se alcan-ar resultados significativos tanto para o paciente hipertenso e sua famlia, como

    para a populao.

    SILVA; COLSI-MO; PIERIN

    O efeito de inter-venes educativas

    no conhecimen-to da equipe de

    enfermagem sobre hipertenso arterial

    Rev Esc Enferm USP 2010

    As aes educativas foram efetivas e devem ser implementadas junto equipe de enfermagem, considerando que elas

    podem influenciar no aprimoramento da assistncia s pessoas hipertensas.

    SILVA et al. 2015

    A ao do enfer-meiro na preven-o de doenas renais crnicas:

    uma reviso integrativa

    S A N A R E 2015

    A pesquisa mostrou que o enfermeiro desempenha um importante papel na

    sensibilizao desses pacientes, pois ajuda na promoo da sade e/ou na preveno

    das doenas relacionadas s DRCs.

    Fonte: Elaborado pelas autoras.

    3.1. Estratgias para Preveno e Progresso da Doena Renal Crnica

    A educao permanente de extrema importn-cia, pois possibilita o desenvolvimento de estrat-gias que conduzem a mudanas. A experincia do enfermeiro na ateno bsica identifica a falta de discusso sobre temas relacionados doena renal e importncia da abordagem desses para qualifi-cao do atendimento aos pacientes com doenas relacionadas a complicaes renais.

    Segundo os autores Travagim et al. (2010), o acom-panhamento realizado, mas com deficincia, pois os profissionais de enfermagem se sentem despre-parados e relatam necessidade de capacitao para esses atendimentos. Os enfermeiros foram capazes de identificar apenas alguns fatores de risco rela-cionados DRC. Travagim e Kusumota (2009) confirmam esse achado em seu estudo e citam que

    no h uma uniformizao de conhecimento pe-los enfermeiros acerca dos fatores de risco da DRC e ainda identificam a necessidade de realizar uma consulta de enfermagem direcionada aos fatores de risco, portanto, o profissional de enfermagem pre-cisa identific-los e diferenci-los e, a partir disso, realizar avaliao e preveno direcionadas para grupos especficos.

    Para Silva, Colsimo e Pierin (2010), importante sempre avaliar os enfermeiros sobre quesitos bsi-cos relacionados a temas que tratam da hiperten-so arterial e suas complicaes, a fim de que esses profissionais conheam suas fragilidades tericas e prticas e que, assim, busquem capacitao para o exerccio mais competente de sua profisso. Estes autores enfatizam, ainda, que educao continua-da em hipertenso e diabetes e suas complicaes pode resultar em melhoria na assistncia, propi-ciando condies aos hipertensos para maior ade-

  • Rev. Eletrn. Atualiza Sade | Salvador, v. 4, n. 4, p. 23-31, jul./dez. 2016 | 28

    ANDRADE, I.; ALMEIDA, M.R. S. A.; SANTOS, R.V. | Atuao da enfermagem em ateno bsica na preveno e progesso da...

    so ao tratamento. Para tanto, o envolvimento de todas as categorias da equipe de enfermagem se faz necessrio. Todos devem se tornar educadores.

    A reciclagem de conhecimentos qualifica o profis-sional para um atendimento completo e de quali-dade. Neste contexto, ressalta-se a necessidade da educao permanente do profissional de enferma-gem, a fim de acelerar o processo de identificao precoce da doena renal em hipertensos e diabti-cos acompanhados em unidades bsicas de sade. Considerando-se a centralidade da ao educativa na atuao profissional do enfermeiro, parte-se do pressuposto de que a prtica educativa faz parte do cuidado em enfermagem.

    O profissional de enfermagem sente a necessidade de uniformizao dos cuidados direcionados aos pacientes renais. A construo de um protocolo de enfermagem seria o ideal para essa uniformizao na ateno bsica e incluiria desde a preveno at a progresso de complicaes da doena renal. Os autores estudados relataram como os enfermeiros vm realizando tais cuidados, mas que estes no esto sendo feitos de maneira estruturada, ressal-tando, assim, a importncia da construo do pro-tocolo de enfermagem para pacientes renais.

    Bastos e Bastos (2007) realizaram estudo sobre a insero da ateno primria no acompanhamen-to do paciente no diagnstico e na progresso da doena renal crnica (DRC), citando que o esta-giamento, a partir da filtrao glomerular estima-da (FGe), tem em muito facilitado o diagnstico precoce da doena, na maioria das vezes, quando ainda assintomtica. Dentro dos limites de exa-mes disponibilizados na ateno primria, o ras-treamento nos pacientes dos grupos de risco para DRC efetuado a partir da estimativa da Filtrao Glomerular (FG) ou da proteinria. Tanto o mdi-co quanto a enfermeira podem estimar a FG, bem como determinar o estgio da DRC. Essas deter-minaes, juntamente com a aferio da presso arterial, embora simples, constituem instrumentos poderosos no s para o diagnstico da DRC, mas tambm para o seu prognstico e para o controle dos fatores de risco para doenas cardiovasculares.

    Travagim et al. (2010) tratou, em seu estudo, da solicitao de exames, pelos enfermeiros, relacio-nados ao acompanhamento da perda da funo re-nal, citando alguns exames bsicos da avaliao da funo renal, como urina tipo 1 e creatinina, po-rm, no detalharam a ocorrncia de proteinria, sedimentos e infeco urinria. Os autores citam a necessidade de uma regularidade na solicitao desses exames, de acordo com a necessidade de cada paciente.

    Travagim e Kusumota (2009) encontraram resul-tados equivalentes ao estudo citado anteriormente e complementam citando que os profissionais de enfermagem no realizam o diagnstico e o esta-diamento da Doena Renal Crnica nas Unida-des Bsicas de Sade (UBS) de forma estruturada. A avaliao da Taxa de Filtrao Glomerular e a presena de alteraes de sedimento urinrio no foram citadas como estratgias para o estabeleci-mento de diagnstico. Aps sua realizao, alguns pacientes necessitam de encaminhamento a um es-pecialista, devendo ser referenciados a um servio de sade especializado.

    Relacionando-se os relatos dos autores estudados e a experincia do enfermeiro, percebe-se que este no vem realizando o acompanhamento integral desse processo de preveno e progresso da doen-a renal crnica, deixando de solicitar alguns exa-mes essenciais. Alm de no estabelecer uma fre-quncia, dependendo da necessidade do paciente, nestas solicitaes de exames, no alcana, assim, o domnio do protocolo relacionado ao acompanha-mento estabelecido e padronizado pelo Ministrio da Sade (MS) ao paciente com diabetes mellitus e Hipertenso Arterial (HA) para preveno e pro-gresso da doena renal crnica. Como no existe um protocolo do Ministrio da Sade para o ras-treamento da progresso da DRC, cabe ao enfer-meiro, juntamente com a sua equipe, determinar qual ser a melhor estratgia para o diagnstico precoce da doena.

    Realizando-se uma associao da experincia do enfermeiro com os autores estudados no que diz

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    ANDRADE, I.; ALMEIDA, M.R. S. A.; SANTOS, R.V. | Atuao da enfermagem em ateno bsica na preveno e progesso da...

    respeito educao em sade acerca da hiperten-so, percebe-se a necessidade e importncia para esse grupo, pois pouco conhece sobre a fisiologia renal, expressando, clara e sucintamente, o con-trole hidroeletroltico. Os autores conhecem, em parte, a fisiopatologia renal, em virtude do com-prometimento da sua funo, no entanto, no con-seguem relacionar hipertenso como fator predis-ponente da insuficincia renal crnica.

    Segundo relato de Orsolin et al. (2005), os pacien-tes acometidos com hipertenso no conhecem integralmente as consequncias dessa doena, as complicaes renais foram pouco citadas pelos hipertensos informantes. Silva et al. (2015) con-cordam com os autores citados anteriormente e complementam, com base em uma reviso de li-teratura, que h necessidade de adotar estratgias e tecnologias educativas para conscientizar as pes-soas da responsabilidade por sua sade, pois, quan-do se amplia a compreenso sobre a doena, criam--se subsdios para que polticas e aes em sade invistam, desde os nveis do Ensino Fundamental, na educao preventiva de doenas crnicas.

    Menezes e Gobbi (2010) discutem sobre a funo educadora do enfermeiro para evitar doenas cr-nicas no transmissveis em geral e suas compli-caes, destacando que ele deve integrar as aes educativas tanto para o paciente como para sua famlia, afinal, uma melhora na qualidade de vida importante para toda a populao, e no apenas para os hipertensos.

    Silva, Colsimo e Pierin (2010) perceberam em seu estudo a importncia do bom atendimento e preocupao dos enfermeiros com os pacientes de doenas crnicas no transmissveis e suas com-plicaes, uma vez que, quando os pacientes reco-nhecem o bom atendimento e o cuidado com sua doena, a tendncia haver participao nas ativi-dades educativas que a unidade propuser, podendo acarretar melhor controle de seus nveis tensionais.

    Ao se comparar a experincia do enfermeiro sobre o autocuidado dos pacientes hipertensos, os acha-

    dos so equivalentes ao dos autores estudados: h bastante dificuldade na adeso ao tratamento para hipertenso, seja ele farmacolgico ou apenas ado-o de um estilo de vida saudvel. A preveno da doena renal crnica pouco relatada pelos pa-cientes, os autores citados linhas atrs relatam que os hipertensos demonstram pouca ou nenhuma preocupao com o cuidado sade, incluindo a adoo de um novo estilo de vida que controle os nveis tensionais, e que no conhecem totalmen-te as complicaes da no adeso ao tratamento, principalmente do tratamento farmacolgico, o que torna o principal desafio a ser vencido para di-minuir os riscos da hipertenso no controlada e, consequentemente, as complicaes renais.

    4. ConclusoO profissional de enfermagem essencial para realizar a educao em sade contribuindo, assim, para preveno e progresso da doena renal cr-nica (DRC) ao empregar seus conhecimentos no atendimento aos pacientes. O enfermeiro vem rea-lizando atendimento para populao em risco de desenvolver hipertenso e diabetes mellitus, mas ainda h falhas no cumprimento de protocolos cl-nicos e ausncia de abordagem interdisciplinar nos servios de sade. A atuao da enfermagem com os pacientes hipertensos e diabticos est centra-lizada em intervenes que visam a mudanas de estilo de vida, por meio de estratgias individuais ou grupais, no entanto, h relatos da falta de ade-so aos tratamentos.

    Com este estudo, foi possvel perceber a necessida-de da organizao e preparao das equipes de sa-de para adotarem, na prtica clnica, os protocolos pblicos especficos na assistncia aos pacientes de risco ou com Doena Renal Crnica. E, dessa for-ma, garantir a resolutividade das aes, visto que o enfermeiro um profissional essencial na educa-o em sade e pode contribuir para a preveno da DRC, aplicando seus conhecimentos no atendi-mento aos pacientes diabticos e hipertensos.

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    ANDRADE, I.; ALMEIDA, M.R. S. A.; SANTOS, R.V. | Atuao da enfermagem em ateno bsica na preveno e progesso da...

    NURSING PRACTICE IN PRIMARY CARE IN THE PREVENTION AND PROGRESSION OF CHRONIC RENAL FAILURE

    Abstract

    Kidneys are vital organs for maintaining the homeostasis of the human body. With the progres-sive reduction in glomerular filtration rate observed in renal failure is loss of function as the excretory and endocrine resulting in impairment of all other organs of the human body. The solution to prevent renal complications lies in primary care and involves nursing performance in three main actions: early diagnosis; prompt referral to specialized treatment; and the identifica-tion and correction of major complications and comorbidities leading to renal failure, as well as the preparation of the patient (and their families) for renal replacement therapy when needed. This study aimed to identify strategies for prevention and progression of chronic kidney disease performed by nurses in a family health unit. This is a bibliographic research experience report, a qualitative approach, descriptive type, Articles were used published from 2005 to 2015, searched through the databases of health sciences in general as: Latin American and Caribbean informa-tion of Science in Health (Lilacs), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online ( ME-DLINE), Scientific Electronic Library Online (Scielo.br), medical publications and Capes. There is a great need for investments in the organization and preparation of health teams to assist risk patients or patients with renal failure, because the nurses role is indisputable to draw care for the prevention and progression of chronic kidney failure, thus contributing to improving the quality of life of these patients.

    Keywords

    Prevention. Progression. Renal insufficiency. Nurse.

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  • Rev. Eletrn. Atualiza Sade | Salvador, v. 4, n. 4, p. 32-39, jul./dez. 2016 | 32

    ESTRATGIAS DE IDENTIFICAO E INTERVENO NA DOR DOS RECM-NASCIDOS

    Gabriella Carvalho Araujo*

    Resumo

    A dor um fenmeno subjetivo e complexo, conhecer suas repercusses implica saber iden-tific-la de maneira correta. Associar a presena da dor ao recm-nascido requer dos pro-fissionais de enfermagem conhecimento necessrio das estratgias especficas de avaliao e conscincia do seu papel de cuidador como elemento fundamental para diagnstico prvio e tratamento. Sendo assim, o presente estudo objetivou descrever as estratgias de identificao e interveno utilizadas pela equipe de enfermagem para o cuidado da dor em recm-nascidos nas Unidades de Terapia Intensiva. Trata-se de uma pesquisa de reviso bibliogrfica descriti-va, de natureza qualitativa, na qual foram selecionados artigos cientficos, livros, monografias e teses sobre o referido tema, publicados entre os anos de 2000 a 2011, para serem analisados. Observou-se que a dor subtratada ou no tratada pode gerar repercusses na vida futura do recm-nascido, sendo relevante que a equipe de enfermagem conhea as escalas de dor e seja treinada a utiliz-las, podendo, dessa forma, prestar uma assistncia humanizada e de quali-dade ao recm-nascido.

    Palavras-chave

    Dor. Enfermagem. Recm-nascido.

    * Enfermeira pela Universidade Estadual de Feira Santana (UEFS) e Especialista em Enfermagem em UTI pela Atualiza Cursos. E-mail: [email protected]

    1. IntroduoA dor, por ser um fenmeno subjetivo, pode ser conceituada como uma experincia pessoal, com-plexa, multidimensional, mediada por vrios com-ponentes sensoriais, afetivos, cognitivos, sociais e comportamentais. Relaciona-se tambm a particu-laridades do ambiente onde o fenmeno nocicepti-vo experimentado (CHRISTOFFEL, 2009).

    Atualmente, vive-se uma mudana de paradig ma no cuidado ao recm-nascido (RN), centrado no

    seu de senvolvimento, no qual esto inseridos a fa-mlia e o uso de medidas para prevenir a dor e o estresse, contri buindo para uma melhor qualidade de vida (CHRISTOFFEL et al., 2009).

    Durante dcadas, acreditou-se que o recm-nasci-do era incapaz de sentir dor devido imaturidade do seu sistema nervoso. Alm disso, a necessidade de expresso verbal da dor para sua identificao fazia com que esta passasse despercebida nos neo-natos. Estudos sobre dor em recm-nascidos tm

    mailto:gabriellaraujo%40hotmail.com?subject=

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    ARAUJO, G.C. | Estratgias de identificao e intervenlo na dor dos recm-nascidos

    evoludo desde a metade da dcada de 80 e mos-trado que tanto o RN a termo como o pr-termo apresentam todos os componentes anatmicos, funcionais e neuroqumicos essenciais para a re-cepo, transmisso e integrao do estmulo do-loroso (SCOCHI et al., 2006).

    A dor no recm-nascido tem consequncias em curto e longo prazo, tais como alteraes fisiol-gicas e comportamentais que levam ao aumento da morbidade e mortalidade neonatais e alteraes nociceptivas, cognitivas, comportamentais e psi-quitricas (MARGOTTO; RODRIGUES, 2004).

    Dessa forma, nos ltimos anos, importantes avan-os ocorreram com referncia avaliao da dor atravs da validao de critrios objetivos, que hoje podem ser utilizados em diferentes locais. A padronizao da dor como quinto sinal vital pela Joint Commission on