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CARTÕES MAIS BRANCOS E BRILHANTES ANÁLISE: HISPACK E BRASILPLAST Ano III • Nº 20 • Março 2001 • R$ 5,00 www.embalagemmarca.com.br CAPA IMPRESSA EM PAPEL RECICLATO 180 g/m 2 DA SUZANO PELA LAVEZZO RECICLAGEM PODE SER BOM NEGÓCIO

Revista EmbalagemMarca 020 - Março 2001

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Edição de março de 2001 da revista EmbalagemMarca.Visite o site oficial da revista http://www.embalagemmarca.com.br e o blog http://embalagemmarca.blogspot.comEsta edição está incompleta, sem os anúncios, pois foi recuperada de um arquivo muito antigo. Ainda assim é possível ler as matérias.

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Page 1: Revista EmbalagemMarca 020 - Março 2001

CARTÕES MAIS BRANCOS E BRILHANTES • ANÁLISE: HISPACK E BRASILPLAST

Ano III • Nº 20 • Março 2001 • R$ 5,00

www.embalagemmarca.com.br

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assunto já foi abor-dado, por isso peço

desculpas antecipadas.Mas é preciso explicarsempre porque, na cober-tura dos assuntos jorna-lísticos, ocorre de algu-mas empresas não seremouvidas. Uma razão éque, muitas vezes, sãoprocuradas e não respon-dem. Outras vezes, a re-dação falha. Reitero aosque se queixam por e-ventualmente terem fica-do de fora em reporta-gens sobre seu segmento:não temos interesse al-gum em prejudicar nin-guém.Ao contrário, EMBALA -GEMMARCA empenha-separa o fortalecimento dosetor e quer se firmar,cada vez mais, como u-ma publicação realmenteimportante e útil para osprofissionais e as empre-sas nele atuantes. Reno-vo a sugestão às empre-sas que tiverem informa-ções relevantes para omercado: entrem em con-tato, encaminhem-nas àredação. Elas serão anali-sadas por critérios exclu-sivamente jornalísticos e,dentro deles, possivel-mente veiculadas.Já que esporadicamentetemos sido questionadospor uma ou outra omis-são não intencional, dou-me o direito de discutir acoerência (ou sua falta)da política de comunica-ção de certas empresas.Como o mercado reco-nhece e atesta, EMBALA -GEMMARCA não cede es-

paço editorial em trocade anúncios pagos e nãovende matéria jornalísti-ca. Felizmente, a maioriadas empresas com asquais nos relacionamosmantêm a mesma postu-ra ética. Sabem que ofato de veicularem anún-cios na revista não lhesgarante o “direito” de se-rem objeto de reporta-gens. Da mesma forma, asimples existência deuma empresa, por maiorque seja, não lhe assegu-ra inclusão nas pautasjornalísticas de EMBALA -GEMMARCA.Voltemos à, chamemosassim, política de comu-nicação das indigitadascompanhias. Relatóriosde nosso departamentocomercial indicam que,quando procuradas paraa compra de anúncios,não consideram a revista“prioritária”. Frases queestão nos relatórios:“Não é focada em nossomercado”, “não atingenosso target”, “não te-mos a política de anun-ciar”. No entanto, dessasmesmas empresas a reda-ção ouve insistentementeser “fundamental”, “in-dispensável”, “impres-cindível” ter notícias so-bre seus produtos ou ser-viços veiculados na re-vista. Em poucas pala-vras, preferem obter “pu-blicidade gratuita”.Aos adeptos dessa lógicaoportunista, torna-se ne-cessário lembrar que,para poderem continuardesfrutando da platafor-

ma de divulgação “gra-tuita” que são os veículosde informação, precisamdar seu apoio concretopara que eles se mante-nham e se fortaleçam.Sim, aqui está se falandode anúncios. É com eles,e só com eles, que EMBA-LAGEMMARCA se man-tém e tira os meios paraconsolidar-se cada vezmais como um veículodiferenciado pelo volu-me, pela diversidade epela imparcialidade desuas informações.Neste aspecto, agradeçoàs queixas às vezes enfe-zadas de quem fica defora de reportagens deEMBALAGEMMARCA: elasdemonstram que estarpresente nas páginas darevista é, realmente, fun-damental, indispensável,imprescindível. Muito obrigado. Atéabril.

Em mais uma ação dife-renciada que a caracteri-za como o veículo maisinovador da área de em-balagem no Brasil, EM-BALAGEMMARCA tem acapa e o caderno centraldesta edição, que traz areportagem sobre reci-clagem, impressas no re-cém-lançado papel Reci-clato, da Cia. Suzano,respectivamente nas gra-maturas de 180g/m2 e120g/m2. O serviço deimpressão foi realizadopela Lavezzo Gráfica eEditora.

Fundamental, imprescindível

Carta do editor

Wilson Palhares

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mar 2001 • EMBALAGEMMARCA – 3

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Espaço aberto

Gostaria de parabenizá-los pelaedição de fevereiro da revista.Além de uma capa maravilhosa, asmatérias estão ótimas. Com estetipo de publicação vocês elevam opadrão editorial de um mercadomuito necessitado, aqui no Brasil,colocando-o em um nível interna-cional. Meus sinceros parabéns.

Christiane MandaranoLight Criação e Comunicação

São Paulo, SP

Simplesmente brilhante a formacomo foi abordado o tema “Não écoisa apenas para rico”, na Carta doEditor e na reportagem de capa deEMBALAGEM MARCA de fevereiro.Esta reflexão quanto ao uso de umabela embalagem ou rótulo vale apena ser encarada como investi-mento, pois as embalagens trans-cendem os atributos de um produto.A capa enobreceu o conteúdo.

Roberto InsonGerente de Marketing da

Prakolar Rótulos Auto-AdesivosSão Paulo, SP

Gostaria de parabenizar a revistapela reportagem “O Luxo está tam-bém na simplicidade” (fevereiro2001). Há muito esperava uma re-portagem sobre o tema. Como te-mos um crescimento no ramo da in-

dústria de cosméticos e de perfumes,nada mais justo que uma reportagemsobre frascos e tipos de materiais.

Chico FernandesDesigner da L’Acqua di Fiori

Água Santa, MG

A capa da edição de fevereiro estásimplesmente linda. O que ratifica otítulo da matéria “O luxo está tambémna simplicidade”. Parabéns a todos.

Renata MaffeisHolofote Assessoria

em ComunicaçãoSão Paulo, SP

A edição de fevereiro de EMBA-LAGEMMARCA está belíssima e ilus-tra muito bem o valor de embala-gens diferenciadas e seu poder de“sedução” na gôndola. Na verdadeo “luxo” nada mais é do que o reco-nhecimento do valor de uma emba-lagem bem decorada, pois comoimagem permanente do produto elaespelha a qualidade do conteúdo,daí a importância do design. EMBA-LAGEMMARCA de fevereiro retratafielmente o seu conteúdo. Parabéns

Izildinha ManaGerente de marketing

da NovelprintSão Paulo, SP

Parabéns pela ultima edição da re-vista. Realmente está um luxo. Nãoconheço ninguém que não goste deser bem tratado e de ter sempre osmelhores produtos acondicionadosnas melhores embalagens.

Mirella Lancellotti del Priore Fernandes

Engenheira de vendas da AlcanSão Paulo, SP

Parabéns a toda a equipe deEMBALAGEMMARCA pela edição nú-

mero 19, com a capa “Luxo”. Nãolembro de ter visto uma publicação(nacional ou estrangeira) com tama-nho cuidado e qualidade. Ousadia,inovação e qualidade sempre devemandar juntas.

Giovani AgnolettoConsultor de Marketing

São Paulo, SP

Quero parabenizar a equipe pelaedição de fevereiro de EMBALA -GEMMARCA. A capa está realmenteum luxo, e o conteúdo da revista(para usar uma palavra da moda)então nem se fala.

Patrícia DantasExpressão

São Paulo, SP

Ao ler a reportagem “Rotuladora:como escolher a sua”, fui tomado degrande frustração por não ter sidoprocurado, ouvido e incluído na ma-téria. Não se trata de qualquer pre-tensão pessoal. Esse sentimento sedeve ao fato de nossa empresa – jáhá sete anos no mercado – ser repre-sentante e agente exclusivo da Tro-nics International, um dos mais im-portantes e mais bem conceituadosfabricantes de rotuladoras automáti-cas para rótulos auto-adesivos nomundo. Temos clientes de grandeporte em vários segmentos de mer-cado, no Brasil e no exterior. Comouma empresa com esse perfil declientes e essa penetração globalpode ter sido esquecida? Gostariamuito de ver uma matéria sobrenossos equipamentos em sua revis-ta, até para se fazer justiça, pois umarevista líder em seu segmento preci-sa mencionar o equipamento líderem tecnologia.

Paulo F. AranhaLabel Fix Comércio e Serviços

São Paulo, SP

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6 – EMBALAGEMMARCA • mar 2001

Redação: Rua Arcílio Martins, 53CEP 04718-040 • São Paulo, SP

Tel: (11) 5181-6533Fax: (11) 5182-9463

[email protected]

As mensagens recebidas por carta, e-mail ou fax poderão ter trechos não es-senciais eliminados, em função do es-paço disponível, de modo a dar o maiornúmero possível de oportunidades aosleitores. As mensagens poderão tam-bém ser inseridas no site da revista(www.embalagemmarca.com.br)

MENSAGENS PARA EMBALAGEMMARCA

Para nossa surpresa e decepção, emfevereiro foi publicada extensa maté-ria sobre rotuladoras sem nenhumamenção a nossa empresa. A KHS épioneira no desenvolvimento de rotu-ladoras e outras máquinas com tecno-logia alemã para indústrias de bebi-das. Sentimos profundamente quenossos parceiros/clientes sejam omi-tidos com a real visão dos fatos Nãofomos procurados por EMBALAGEM-MARCA. Esperamos que a revista re-flita sobre a sua forma de trabalho to-mando atitudes positivas, no sentidode evitar futuros constrangimentos.Buscando realmente as fontes cabí-veis para o desenvolvimento de maté-rias de alta qualidade e compatíveiscom a realidade do mercado.

Lilian Oliveira Marketing - KHS Brasil

São Paulo, SP

O objetivo da reportagem foi prestarum serviço a possíveis usuários derotuladoras de todos os portes. Semdúvida, com a ausência da KHS e daTronics, a matéria ficou incompleta.Por isso, decidimos abordar nova-mente o assunto em edição futura.Convidamos essas e outras empresasque se sentiram excluídas a entraremem contato com a redação. Reitera-mos que estamos abertos para divul-gar informações importantes à ca-deia de embalagens, independente dotamanho da empresa que as fornecer.

Gostaria de parabenizá-los pela re-portagem “O luxo também está nasimplicidade”. Apenas gostaria de fa-zer alguns comentários: a linha demaquiagem da Natura citada é produ-zida pelo Grupo Rexam na unidadede Jundiaí (SP), e não na RexamFrança. Temos uma unidade no Bra-sil em operação desde março de1999. Nela também produzimos obatom da linha Faces de Natura, alémde alguns itens da linha de maquia-gem da Avon.

Paula FróesGerente Comercial

Rexam Beauty Packaging do Brasil

Jundiaí, SP

Sou leitora assídua de EMBALA -GEMMARCA e gosto muito das infor-mações por ela veiculadas, pois não éuma revista comercial de embala-gem, e sim técnica e informativa.

Daniela Simeonato VictorHanseatic Comércio e Representações Ltda.

Jundiaí, SP

Na matéria “Guerra por Espaço”,(EMBALAGEMMARCA nº 19), o nomeda nossa empresa foi publicado incor-retamente. Erros como esse prejudi-cam empresas emergentes e restrin-gem suas possibilidades de negócios.

Mario PallaresDiretor de Desenho da

Usina Escritório de DesenhoSão Paulo, SP

O leitor refere-se à mudança do de-sign do rótulo do Gatorade, atribuídapor engano à Usyna Comunicação.

Agradecemos pelo destaque dadoao acordo assinado pela Polo com aExxon Mobil Films para a forneci-mento de filmes de BOPP.

Davide BottonGerente Comercial da

Polo Indústria e ComércioSão Paulo, SP

A Asterisco Artes Gráficas Ltda.,atuando no mercado de etiquetas e ró-tulos auto-adesivos desde 1980, obte-ve a certificação ISO 9002, através doBVQI — Bureau Veritas Quality In-ternational (Selos Inmetro e RVA),em novembro de 1999. Esta informa-ção deve-se a que, na edição de feve-reiro de EMBALAGEMMARCA, foi noti-ciado que uma empresa que atua nomesmo ramo é a primeira no Brasilneste segmento a receber esta certifi-cação. Aproveitamos para parabeni-zar nosso concorrente pela certifica-ção, pois sabemos que somente em-presas que trabalham com seriedade eresponsabilidade conseguem atingiresse objetivo.

Roberto RibeiroDiretor

Asterisco Artes Gráficas LtdaSão Paulo, SP

EMBALAGEM MARCA é leituraobrigatória para mim. Costumo de-dicar uma parcela do pouco tempodisponível para leitura cuidadosados temas de maior interesse. Natu-ralmente aproveito para dar umaolhada nas novidades, curiosidadese apreciar a qualidade gráfica da re-vista. Na edição nº 19 foi apresenta-da uma informação que precisa sercorrigida. Na matéria “Snapple: ORetorno”, foi atribuída ao GrupoImperial, de Goiânia, a representa-ção “do grupo norte-americanoCadbury Schweppes (Coca-Cola)no Brasil”. A The Coca-Cola Com-pany adquiriu os produtos Schwep-pes e, para os países da América La-tina, essa compra incluiu o direitodo uso da marca Schweppes. ACadbury pode ter licenciado o Gru-po Imperial para produção e distri-buição do Snapple, mas isso nãotem relação com a marca Schwep-pes nem com o Sistema Coca-Cola.

Nilton MattosGerente de Embalagens

Coca-Cola Indústrias Ltda.Rio de Janeiro, RJ

Espaço aberto

Snapple: sem ligação com a Schweppesou com o Sistema Coca-Cola

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ENTREVISTA: ANNA WIEDEMANDiretora de marketingda Ipsos-Novactionmostra como a pesquisapode ajudar o design

REESTRUTURAÇÃODiversas empresas do setor de embalagem passam por fusões e mudanças estruturais

RECICLAGEMRecuperar comomatéria-prima as embalagens descartadas é um negócio cada vez melhor até como arma de marketing

PAPEL CARTÃOCresce a tendênciade uso de cartões mais brancos e também sua oferta no mercadobrasileiro de embalagem

HISPACKProdutos, serviços eexemplos apresentadosna feira de Barcelonaque podem vir a serinteressantes no Brasil

BRASILPLASTEvento mostra o estado da arte em tecnologia e promove a integração da indústria do plástico

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Diretor de RedaçãoWilson Palhares

[email protected]

[email protected]

Flávio [email protected]

Guilherme [email protected]

Lara [email protected]

Thays [email protected]

ColaboradoresJosué Machado

Luiz Antonio Maciel

Diretor de ArteCarlos Gustavo Curado

AdministraçãoMarcos Palhares (Diretor de Marketing)

Eunice Fruet (Diretora Financeira)

Departamento [email protected]

Antonio Carlos Perreto e Wagner Ferreira

Circulação e [email protected]

Cesar Torres

Assinatura anual (11 exemplares):R$ 50,00

Público-AlvoEMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais queocupam cargos técnicos, de direção, gerênciae supervisão em empresas fornecedoras, con-vertedoras e usuárias de embalagens para ali-mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,materiais de limpeza e home service, bemcomo prestadores de serviços relacionadoscom a cadeia de embalagem.

Tiragem desta edição7 500 exemplares

Filiada ao

EMBALAGEMMARCA

é uma publicação mensal daBloco de Comunicação Ltda.

Rua Arcílio Martins, 53 – Chácara SantoAntonio - CEP 04718-040 - São Paulo, SPTel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

www.embalagemmarca.com.br

O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA éresguardado por direitos autorais. Não é permi-tida a reprodução de matérias editoriais publi-cadas nesta revista sem autorização da Blocode Comunicação Ltda. Opiniões expressas emmatérias assinadas não refletem necessaria-mente a opinião da revista.

CARTA DO EDITOR ........................ 3

ESPAÇO ABERTO ........................... 6

BEBIDAS PRONTAS.......................20

DISPLAY..........................................46

PANORAMA....................................48

ALMANAQUE..................................50

E MAIS

março 2001

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10– EMBALAGEMMARCA • mar 2001

o campo dos produtosde consumo, a pesquisade mercado pode seruma fonte de vantagenscompetitivas. No en-tanto, embora a maior

parte dos designers reconheça serútil e necessário saber o mais apro-ximadamente possível como osconsumidores vêem e o que espe-ram das embalagens dos produtos,apenas algumas agências especia-lizadas utilizam pesquisas de for-ma sistemática para aquele fim. Otema é abordado nesta entrevistapor Anna Wiedemann, diretora demarketing da Ipsos-Novaction.Entre outros aspectos instigantes,ela aponta alguns caminhos quepodem ser úteis para a reflexão

dos profissionais envolvidos nacadeia de embalagem. Sobretudopara designers, Anna oferece duassugestões: 1) que considerem apesquisa antes como um recursodo que como uma ameaça e 2) queincorporem a pesquisa no planeja-mento do projeto. A diretora demarketing da Ipsos-Novactionlembra também que “a coordena-ção das atividades entre os envol-vidos no projeto e as agências depesquisa desde o início dos traba-lhos, visando alocar tempo para apesquisa nas propostas e nos cro-nogramas do projeto, é fundamen-tal para a utilização eficaz daque-la ferramenta e para a maximiza-ção de sua utilidade”.Aqui, Anna Wiedemann explicaem detalhes porque é recomendá-vel adotar determinados procedi-mentos não muito habituais emnosso país. Alguns exemplos: usara pesquisa de mercado desde oinício, evitar “concursos de bele-za” na avaliação de protótipos, as-segurar-se de que os modelos se-jam suficientemente realistas paraprovocar respostas válidas, utili-zar várias medições e metodolo-gias de pesquisa; e avaliar o de-sign atual do produto e os da con-corrência, junto com as novas pro-postas. A entrevistada aproveita,também, para explicar o funciona-mento da metodologia Eye Trac-king de pesquisa, que acompanha,com uma câmara oculta, a manei-ra como o consumidor observaembalagens, rótulos e outros itensnos pontos-de-venda.

Tradicionalmente, os designersopõem certa resistência a pesqui-sas destinadas a orientar projetosde embalagens. Por que, a seuver, isso acontece? Essa posturaestá mudando?

NANNA WIEDEMANN,diretora demarketing dafirma especializadaIpsos-Novaction,mostra como aspesquisas podemorientar a elaboraçãode bons projetos deembalagem e quaisos equívocos a serevitados no usodessa ferramenta

ENTREVISTA

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Pesquisa, ferramenta de design

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Para muitos designers, o termopesquisa traz à mente imagens deprojetos seus sendo dissecados emgrupos de discussão, ou sendo en-terrados num mar atordoante denúmeros e tabelas. Entretanto,como reconhecem o poder do de-sign, os profissionais de marketingquerem ter certeza de que o designde seus produtos está funcionandoa seu favor. Esse desejo de verifi-cação leva às pesquisas de consu-mo. Por outro lado, muitos desig-ners estão percebendo que a docu-mentação do valor de seu trabalho,através do feedback dos consumi-dores, é essencial para ganhar orespeito, o reconhecimento e a ren-da que merecem.

Qual o principal equívoco que secomete no uso de pesquisas para odesenvolvimento do design de em-balagem?O que eu chamaria de erro número1 é a utilização da pesquisa apenaspara prever grandes problemas.Freqüentemente, a pesquisa demercado é utilizada apenas comoverificador de última hora, paradetectar possíveis problemas antesde investir no novo design, em vezde fonte de conhecimento e orien-tação durante todo o processo dedesenvolvimento. Constatamosque a pesquisa mais útil é a que érealizada antes do trabalho criati-vo. Fornecendo melhor compreen-são das prioridades e dos padrõesde compra dos consumidores – as-sim como das forças e das limita-ções dos sistemas atuais de design– a pesquisa pré-design pode es-clarecer objetivos e aumentar aprobabilidade de um design eficaz.

É possível explicar melhor?A pesquisa de pré-design tambémpode ser útil na identificação dosprincipais elementos visuais (sím-bolos, cores, formas e assim pordiante) estreita e positivamente as-sociados à marca ou à categoria de

produto. Esses elementos de equi-ty freqüentemente podem ser des-cobertos pedindo-se aos compra-dores que desenhem embalagensou logotipos com base em lem-branças. Ultimamente, algumasempresas têm incorporado aindamais o uso de pesquisas de pré-de-sign ao conduzir estudos dessetipo para monitorar anualmente odesempenho do design e paramensurar a sua contribuição às

vendas através de modelos de ava-liação. O designer deve saudar eincentivar essa tendência, pois elaajuda a identificar as oportunida-des e os projetos com maior proba-bilidade de ajudar seus clientes.Mais importante ainda, destaca oelevadíssimo retorno dos investi-mentos em design eficaz.

Não é mais fácil utilizar o tradi-cional sistema de grupos de dis-cussão?Realmente é. Os grupos de discus-são podem ser muito difamados,mas continuam sendo a maneiramais rápida e economicamente efi-ciente de falar com os consumido-res. Estes grupos também apresen-tam várias vantagens sobre as pes-quisas quantitativas, por oferece-

rem uma experiência “prática” aosdesigners (através da sala de espe-lho), além da flexibilidade de dis-cutir muitas alternativas de designe questões relativas à comunicaçãoda marca. Por esses motivos, for-mar grupos de discussão sempreserá uma prática amplamente di-fundida, principalmente quando osprofissionais de marketing tiveremum cronograma ou um orçamentoapertados. Contudo, os grupos dediscussão podem não ser adequa-dos, se forem utilizados para fazeravaliações finais e tomar decisõesdefinitivas sobre “prosseguir oususpender” o desenvolvimento deum novo design.

Por que?Em primeiro lugar, os grupos dediscussão abrangem um número li-mitado de consumidores, demasia-do pequeno para ser realmente re-presentativo. Em segundo, por de-finição, os grupos de discussãopressupõem uma exposição pro-longada e forçada a sistemas dedesign fora do contexto no qual defato poderão ser vistos, como ma-las diretas, lojas à margem da es-trada e assim por diante. Portanto,esses grupos podem dar somenteuma indicação se a embalagem po-derá destacar-se dentre a poluiçãovisual da publicidade e ser vista,no brevíssimo tempo que as pes-soas dedicam às compras.

Aliás, uma das críticas mais co-muns aos grupos de discussão é ade que neles existe a possibilidadede uma pessoa dominar e influen-ciar a opinião dos outros. Comoevitar isso?Ironicamente, é a crítica mais fácilde minimizar. Como? Através deum planejamento e de uma mode-ração eficazes da discussão emgrupo. Por exemplo, quando sepede às pessoas que anotem suasreações iniciais aos sistemas de de-sign, antes de qualquer discussão

Grupos de dis-cussão podem apenasindicar se a embala-

gem poderá destacar-se dentre a poluiçãovisual da publicidadee ser vista, no brevís-simo tempo que aspessoas dedicam

às compras

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avaliação de cada design a seguiruma metodologia padronizada e aconformar-se a um conjunto pre-determinado de medições.

Quais são os pontos-chave a con-siderar?A forma mais rápida de acabarcom um bom projeto é mostrá-loaos consumidores antes de ficarpronto. Devido às restrições detempo e orçamentárias, os desig-ners são forçados a apresentar es-

boços, no lugar de desenhos aca-bados, em estudos quantitativos,levando a resultados previsíveis,isto é, negativos. Este aspecto étambém um grande desafio para aspesquisas relacionadas a desenhosestruturais, já que o custo de fabri-car protótipos funcionais ou de si-mular ambientes de venda a vare-jo é freqüentemente proibitivo.Embora as imagens digitais sejampromissoras neste sentido, os estí-mulos de design baseados em ima-gens por computador nem sempreoferecem uma resolução ou fideli-dade cromática aceitáveis. Apesarde não haver soluções fáceis, éimportante que os designers traba-lhem junto com clientes e pesqui-sadores para garantir que os estí-

em grupo, muito mais provavel-mente expressarão e defenderãosuas próprias opiniões do que sedeixarão levar pela “opinião dogrupo”. Além disso, às vezes asdiscussões em grupo são substituí-das por entrevistas pessoais, indi-viduais, principalmente quando otema é delicado, como os cuidadospessoais, ou quando o desafio parao design focaliza questões relacio-nadas a funcionalidade ou com-preensão, como o design de umsite na Internet.

Então, quando é adequado recor-rer à técnica dos grupos de dis-cussão e quando não é?Os grupos são um excelente fórumpara entender melhor o comporta-mento de compra e o equity damarca, bem como para descartaros desenhos claramente desagra-dáveis ou inadequados. Portanto,são ideais para pesquisa de pré-de-sign e para a identificação das al-ternativas “finalistas” de uma am-pla variedade de novas opções dedesign. Deve-se evitar utilizá-lospara tomar decisões finais. Este éo que podemos chamar de erro nú-mero 2.

Utilizam-se muito, também, pes-quisas quantitativas e qualitati-vas. Estas, por sinal, parecem serusadas em maior número. Qualdelas é mais adequada para finsde design?Para avaliar em profundidade umnovo design antes de sua introdu-ção no mercado, a pesquisa quan-titativa é muito mais apropriada.Dada a necessidade da pesquisaquantitativa, o desafio é garantirque proporcione respostas preci-sas, reveladoras e aproveitáveis.Certamente não há uma fórmulauniversal para fazer isso. Porém,os planos de pesquisa deveriamser adaptados para atingir os obje-tivos específicos de design e co-mercialização, ao invés de forçar a

mulos façam justiça a seus concei-tos. Os achados e conhecimentosmais corretos provêm dos estudosmonádicos.

Explique o que é isso, por favor.São estudos nos quais a cada en-trevistado é apresentada apenasuma opção de design para um pro-duto ou marca – e as respostas daspessoas que viram o Design A pos-teriormente são comparadas comas das pessoas que viram o DesignB ou Design C.

Seria então o contrário dos “con-cursos de beleza”, em que váriasopções de design são mostradas ecomparadas lado a lado?Esses “concursos” geralmenteproporcionam resultados engano-sos, pois inevitavelmente coloca-se demasiada ênfase na estética ese transforma os compradores em“diretores de arte”. Quando umapessoa vê vários desenhos para amesma marca, tende a perder seuolhar de consumidor avaliandomarcas e produtos. Ela simples-mente escolhe o design maisatraente. Infelizmente, o sistemade design mais atraente nem sem-pre é o design mais eficaz, pois elepode não comunicar os benefíciosdo produto ou não remeter à ima-gem de marca desejada. Em quasetodos os casos, os designers preci-sam trabalhar com um espaço li-mitado, além de enfrentarem o de-safio de criar materiais que cha-mem e mantenham a atenção dosconsumidores.

O principal objetivo do design , doponto de vista de negócio, não éfazer o comprador potencial ob-servar o produto?Essa primeira fase – fazer o consu-midor observar o produto – nãodeve ser tomada como certa.Constatamos em pesquisa que aspessoas normalmente dedicammenos de 10 segundos à observa-

Os ‘concursos debeleza’ geralmente

proporcionam resulta-dos enganosos, poisinevitavelmente colo-

ca-se demasiadaênfase na estética,

transformando-se em‘diretores de arte’ os

compradores

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dem, manter a atenção e comuni-car mensagens-chave. Num estu-do típico de embalagens, porexemplo, esse sistema pode serutilizado para mensurar a visibili-dade e o destaque de um design deembalagem numa prateleira. Oscompradores podem ver várias ca-tegorias de produto, da mesmaforma que na loja que costumamfreqüentar, dedicando o tempoque quiserem na observação decada categoria.

Qual é o sistema de funcionamen-to dessa metodologia?Enquanto os consumidores obser-vam, uma câmera oculta registraas coordenadas exatas do ponto defocalização, à velocidade de ses-senta leituras por segundo. As lei-turas revelam exatamente a formacomo eles vêem cada categoria deproduto e indicam quais sistemasde embalagem constantemente sesobressaem e quais somem nasprateleiras. A mesma tecnologia éigualmente utilizada para docu-mentar como os compradores en-xergam e observam os rótulos – epara revelar quais elementos dodesign e mensagens individuais,como nome, marca, sabor e ou-

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ção de uma mercadoria, na maio-ria dos casos – e normalmente nãovêem e, muito menos, observammais de um terço das marcasnuma determinada categoria. Paraser eficaz, um design deve se des-tacar na prateleira abarrotada emanter a atenção do comprador otempo suficiente para fixar umamensagem. Portanto, a pesquisado design precisa incluir uma pes-quisa de comportamento. Forçaras pessoas a observar um design eperguntar sua opinião não é umasituação capaz de reproduzir arealidade de ver o produto numaprateleira comum. Capta só meta-de do processo de comunicação.

Para captar por inteiro, só acom-panhando o consumidor na horada compra, não? Ou existem ins-trumentos que possam suprir essanecessidade. Peço licença para falar de produ-tos da nossa empresa. Na área dedesign e embalagens, a Ipsos-No-vaction oferece o programa VEEP(Visual Equitiy Evaluation Pro-gram) e os estudos Packtest. Oprimeiro, que combina estudosqualitativos pré e pós-design, éum modelo holístico de avaliaçãode equity da embalagem e de dire-cionamento de desenvolvimentode design. O Packtest consiste emestudos quantitativos com uso dametodologia Eye-Tracking paramedir impacto de distintas alter-nativas de embalagem, em con-texto competitivo, combinadocom aspectos atitudinais.

Fale um pouco do Eye-Tracking. É uma ferramenta de pesquisa quedocumenta exatamente o que aspessoas enxergam ao observarembalagens, anúncios, sites na In-ternet e outras instâncias de mar-keting. É capaz de revelar o que aspessoas vêem e o que elas igno-ram. Ela mede a capacidade dodesign de sobressair-se da desor-

tros, são vistos ou ignorados. Essatécnica já revelou que o layout,seja de um rótulo, de uma maladireta, ou de uma página da Inter-net, determina quais mensagenssão vistas ou ignoradas.

Esse sistema chega a que tipo dedetalhes? Permite perceber, por exemplo,que elementos visuais demasiadofortes ou chamativos podem che-gar a impedir a leitura ou a lem-brança da identidade da marca.Num estudo recente para um pe-tisco, a técnica de Eye-Trackingrevelou que quase dois terços doscompradores da categoria nuncatinham lido a mensagem “um ter-ço a menos de gordura” inscritana embalagem, porque o fluxo dodesign gráfico naturalmente afas-tava o olhar dessa parte do rótulo.

O que a senhora recomendariapara estimular a interrelação en-tre pesquisa e design?Talvez o mais importante seja apesquisa contribuir para o êxitodo design, em vez de apenas ava-liá-lo. Assim, é erro reduzir a pes-quisa do design a uma tabela deavaliações numéricas para pa-drões de ação predeterminados ousubstituir um estudo abrangentepor uma “compra simulada”. Em-bora a tentação dos profissionaisde marketing de projetar aumen-tos de vendas seja compreeensí-vel, uma abordagem baseada emresultados financeiros com fre-qüência não é realista, já que osbenefícios e os riscos de atualizarmarcas bem estabelecidas não sãocaptados totalmente por mudan-ças imediatas no nível de vendas.Mais importante ainda, é impro-vável que fórmulas numéricas eprojeções volumétricas propor-cionem os achados mais revelado-res ou os conhecimentos necessá-rios para melhorar o design emquestão.

É tentador, masé erro reduzir a

pesquisa do designa uma tabela de

avaliações numéricaspara padrões

predeterminados ousubstituir um estudoabrangente por umacompra simulada

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REESTRUTURAÇÃO

O SETOR ESTÁ movimeos negócios, como navida, muitas vezes umgesto tem significadoque vai além da ação em

si. É o caso da mudança da sede cor-porativa da Rigesa Westvaco da ci-dade de Valinhos (SP) para a vizi-nha Campinas, em março deste ano.“Para a Rigesa Westvaco essa mu-dança é um símbolo a mais da am-plitude que vem ganhando no mer-cado nacional de embalagens e daintenção de intensificar e fortalecero trabalho de crescente parceria quedesenvolve com os clientes”, dizPaulo Tilkian, vice-presidente daempresa.

Na verdade, caracterizada poruma postura discreta em seus 58anos de existência, a Rigesa acabousendo vista primordialmente comouma empresa fabricante e converte-dora de papelão ondulado. Ela quer

mudar essa imagem. Como lembraTilkian, “muito mais do que umaempresa de produtos básicos a Ri-gesa sempre foi uma fornecedorade produtos diferenciados, empe-nhada em oferecer soluções em em-

balagens para osgrandes fabricantes de produ-

tos alimentícios, de higiene pessoal,limpeza doméstica e de consumoem geral”.

A empresa possui no Brasil sete

Aquisições, fusões e reestruturações de empresas deverão influir na qual id

n

Desde março de 2001, a CSN operacom uma nova estrutura comercial.Subordinadas à Diretoria ExecutivaComercial, comandada por VascoDias Jr., estão as chamadas Unida-des de Mercado (grande rede, cons-trução civil, automotivo, embalageme linha branca e O&M), as gerênciasgerais (de exportação, de vendasespeciais, de planejamento comer-cial e de atendimento técnico) e aInal (braço de distribuição da CSN). Cada unidade de mercado terááreas de marketing, de desenvolvi-mento de produto e de assistênciatécnica, além da própria força devendas. “Essa mudança visa dar

A CSN SE PREPARA PARA AVANÇAR EM NOVAS FRENTESum melhor atendimento aos clientese agilizar o processo decisório, dei-xando a empresa mais ágil”, diz Vas-co Dias Jr.Especificamente para a Unidade deMercado Embalagem – cujo diretorserá anunciado em breve –, a CSNanunciou investimentos de cerca de35 milhões de dólares para 2001 naslinhas de acabamentos finais de fo-lhas metálicas, a fim de garantir amelhoria da qualidade e da perfor-mance dos produtos.“A embalagem de aço tem um mer-cado muito grande na Europa e nosEstados Unidos”, afirma Dias Jr.“Com uma pesquisa mais focada em

cada segmento de mercado, enxer-gamos um grande potencial decrescimento no Brasil.” A CSN pla-neja defender a todo custo os mer-cados atuais da embalagem de aço,e quer avançar em novas frentes. Aempresa pretende recuperar o espa-ço perdido para o PET no mercadode óleos comestíveis, e está dispos-ta a entrar para valer no mercado debebidas. “Nesse segmento, o alumí-nio é um alvo natural”, anuncia o di-retor-executivo comercial da empre-sa. “Mas nossa intenção é entrarpara valer no mercado, e não impor-ta sobre qual material avançare-mos”, completa.

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mentado

unidades fabris, que operam comfoco em embalagens de papelão on-dulado e de papel cartão. Nesse as-pecto, destaca Tilkian, “é a únicaempresa no Brasil em condições deoferecer a seus clientes sistemascompletos de embalagem na área depapel, ou seja, a embalagem primá-ria, de papel cartão, e a de transpor-te, de papelão”.

Composta de três divisões – Flo-restal, Papel e Embalagem – a Rige-sa Westvaco é o segundo maior pro-dutor de embalagens de papelão on-dulado no Brasil, depois da Klabin.Na área de papelão, a empresa é to-talmente integrada, ou seja, dominatodo o ciclo para a produção de pa-pelão: madeira, polpa de celulose,

papel kraft, papelão ondulado e ascaixas já impressas e prontas paraacondicionar produtos.

Sua atuação como convertedorade embalagens de papel cartão é re-lativamente recente: começou em1996, com a compra da unidade Va-linhos da Impressora Paranaense.Mais tarde, com a aquisição de umamáquina flexográfica de última ge-ração, o parque gráfico ganhou umanova alternativa de impressão. Em2000 foi adquirida a Agaprint Em-balagens, com um moderno conjun-to de off-set que inclui uma impres-sora Heidelberg Speedmaster parasete cores mais verniz. “Isso a dife-rencia da maioria das convertedo-ras, que normalmente operam ape-

al idade do suprimento de embalagens

A ALCAN ANUNCIA SEUS NOVOS NOMESNo final do ano passado foi formali-zada a fusão da Alcan AluminiumLtd. e da Alussuisse Group (algroup),concretizada com a troca de açõesentre as empresas. A companhia re-sultante recebeu o nome de AlcanInc., com matriz no Canadá e opera-ções em 37 países. A empresa pas-sou a ser um dos principais fornece-dores mundiais para a indústria deembalagens farmacêuticas, de bebi-das, de alimentos e de cosméticos.No Brasil, o efeito prático da aquisi-ção da algroup é que, além de emba-lagens flexíveis e de chapas para la-tas de bebida, a empresa passa aoferecer embalagens plásticas. Nes-sa movimentação, surgiu a AlcanPackaging, com o objetivo de otimi-zar os processos da empresa no se-tor de embalagens.

A Unidade de Embalagens Flexíveisda Alcan, em Mauá (SP), passou achamar-se Lawson Mardon Brasil. AAlussuisse Lonza do Brasil, em Dia-dema (SP), por sua vez, mudou paraAlcan Packaging Plastics Américas.As duas unidades atuarão de formacoordenada e manterão equipes de-dicadas a cada linha de produtos.Daisy Zakzuk Spaco, diretora de mar-keting e novos negócios da PlasticsAmericas, explica que a empresapretende ampliar sua atuação naárea de cosméticos. “Vamos nos de-dicar a projetos especiais”, ela diz.“Não pretendemos nos voltar paracommodities.” Segundo a diretora,até maio deve ser feito um processode climatização nas fábricas, e have-rá investimentos na aquisição de no-vas ferramentas.

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nas num desses dois sistemas ou emrotogravura” observa Tilkian. Ocerto, ele diz, é que a Rigesa está ca-pacitada a imprimir e dar acaba-mento a embalagens dos mais varia-dos tamanhos e tipos, como cartu-chos, cartelas, bandejas e outrosprodutos de cartão semi-rígido,além de caixas de papelão. Aliás, omodelo híbrido de Valinhos estásendo adotado também na unidadede Manaus, a qual está sendo rees-truturada, podendo em breve produ-zir embalagens de papel cartão e depapelão microondulado.

42 aquisiçõesA aquisição da Agaprint se inclui naintensa movimentação global, entre1999 e 2000, do grupo americanoWestvaco Corporation, ao qual per-tence a Rigesa desde 1953. Em tre-ze meses, o grupo investiu 1,6 bi-lhão de dólares em aquisições nomundo inteiro, o que o levou a umagrande diversificação na oferta deembalagens. Nessa movimentação,assumiu a segunda posição comoprodutor mundial de papel cartão,através da aquisição da Evadale, noTexas, Estados Unidos, situando-seatrás apenas da norte-americana In-ternational Paper.

Em pouco mais de um ano fo-ram adquiridas 42 plantas indus-triais em diferentes países e nasmais variadas especialidades de em-

balagens. Integrada nessa rede, a Ri-gesa Westvaco brasileira (que fatu-rou 167 milhões de dólares em 2000e espera passar de 200 milhões esteano) é definida por seu vice-presi-dente como uma “empresa com ca-pacidade global no mercado local”.Entre outros exemplos em que, aseu ver, isso se reflete, estão as cai-xas de papelão para frutas da marcaPlaform, fabricadas sob licença deuma empresa espanhola, e as emba-lagens de papel cartão ovenable,produzidas com tecnologia da ma-triz americana para alimentos con-gelados que podem ir diretamenteao forno, como a linha Todo Sabor,da Sadia.

Dentro da política de “foco nocliente e solução de seus problemas

de embalagem”, além de investir napermanente atualização de sua in-fra-estrutura e de seus recursos hu-manos, segundo descreve seu vice-presidente, a Rigesa Westvaco ofe-rece alguns serviços e parcerias querepresentam diferenciais. Dentreeles destacam-se três. Um é a insta-lação nas dependências do cliente,em regime de comodato, de arma-doras/seladoras e equipamentos au-xiliares para impressão de caracte-res ou paletização e arqueamento.“O cliente quer a solução, nestecaso a caixa montada, e é isso queoferecemos a ele”, diz Tilkian.Atualmente há mais de quarenta li-nhas como essas funcionando nosmais diversos segmentos de merca-do no Brasil.

Outro serviço oferecido é a dis-ponibilização do Centro Técnicopara o desenvolvimento de especi-ficações de materiais, suporte no di-mensionamento estrutural, empi-lhamento e manuseio das embala-gens para os clientes. Para comple-tar, foi criada em janeiro último, aPaxonix (www.paxonix.com), em-presa virtual destinada a dar supor-te ao cliente para o lançamento deprodutos em âmbito mundial emtempo recorde e mínimas possibili-dades de equívocos. Em resumo, nomodo de ver de seu vice-presidente,“a Rigesa está melhor, porque estámais completa”.

Outro gigante mundial da áreade embalagens que passa porreestruturação é o grupo suíçoSIG. No decorrer do ano 2000 oconglomerado comandado pelaholding SIG Swiss IndustrialCompany se reposicionou, focandoo mercado de embalagens. Negó-cios não considerados estratégi-cos, como automação e armamen-tos, foram desinvestidos.Os recursos liberados nesse pro-cesso estão sendo direcionados

A SIG CENTRA SEU FOCO NA ÁREA DE EMBALAGENS para a aquisição de empresasatuantes nos segmentos-alvo dogrupo. Hoje, a companhia tem trêsgrandes divisões: a SIG Plastics, deembalagens plásticas para bebidasque responde por 21% das vendaslíquidas do grupo, a SIG Combibloc,de embalagens cartonadas e enche-doras para o mercado de bebidas,com 58% das vendas líquidas, e aSIG Pack, de máquinas e sistemasde embalagem, respondendo por20% das vendas líquidas.

Com a criação da SIG Plastics, re-sultado da compra da fabricantede máquinas de enchimento Ham-ba e da divisão de máquinas paraplásticos da ThyssenKrupp, o gru-po entrou para valer no crescentemercado de PET.A empresa está se empenhandopara crescer no mercado de emba-lagens plásticas assépticas, con-solidando um movimento que,mundialmente, vem ganhando vi-gor nos últimos tempos.

Paulo Tilkian: “Mais completa”

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BEBIDAS PRONTAS

postar em novossegmentos vem setornando, cadavez mais, um dosprincipais recur-

sos com que as empresas procu-ram aumentar sua participaçãonos mercados em que atuam. Acompanhia de bebidas GuinessUDV, que tem em seu portfóliomarcas tradicionais e campeãs devendas em suas categorias, comoa vodca Smirnoff, o uísque John-nie Walker e a tequila Jose Cuer-vo, acaba de adotar essa estraté-gia, com um lançamento que seuspróprios executivos definem co-mo “o maior da empresa nas últi-mas décadas”. Com respeitávelapoio publicitário, a GuinessUDV colocou recentemente nomercado brasileiro a Smirnoff Ice,uma bebida de baixo teor alcóoli-co (5,5 graus) elaborada com vod-ca, água gaseificada e concentradode limão.

A palavra de ordem na estraté-gia mundial da Smirnoff é estardisponível em todos os momentospossíveis de consumo. Embaladano vácuo da tradicional marca devodca, que segundo o InstitutoNielsen lidera o mercado nacionalna categoria, com participação de23%, a empresa vê na versão “re-frescante” do produto uma oportu-nidade de adentrar um nicho inex-plorado por ela – o de bebidasprontas para beber, geladas.

Seguindo essas expectativas, aSmirnoff Ice é comercializada emgarrafa de vidro long neck de

Guiness UDV quer estar presente em todas as situações de consumo

275ml, da qual pode ser consumi-da diretamente. Padronizada emtodos os países em que é comer-cializada, a garrafa, fornecida noBrasil pela Cisper, recebeu so-mente pequenas alterações no ró-tulo, como o idioma em que é im-presso e a inclusão de exigênciaslegais. Os rótulos brasileiros sãofornecidos pela Gráfica 43. “Que-remos criar consistência no mun-do inteiro, daí a uniformizaçãodas garrafas”, explica MarceloMarchiori, diretor de marketingda marca Smirnoff.

Público masculinoA empresa lançou a bebida em1999, na Inglaterra, e está trazen-do para o Brasil apostando no pú-blico masculino. Entretanto, Mar-chiori ressalva que essa é apenasuma definição estratégica. “Apropaganda fala com os homens,mas não aliena as mulheres”, elediz. A “exclusão” do público fe-minino seria motivada essencial-mente pela realidade dos núme-ros. “Bebidas destiladas”, segun-do o diretor de marketing deSmirnoff, “são consumidas, emsua maioria, por homens.”

Concorrente da soda alcoólicaFirst One, da IRB, a expectativa daGuiness UDV é repetir no Brasil osucesso das 240 milhões de garra-fas vendidas por ano nos catorzepaíses onde a Smirnoff Ice estápresente. Marchiori diz não ser omomenro para adiantar estimati-vas de vendas, pois a distribuiçãoestá apenas sendo iniciada.

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RECICLAGEM

CADA VEZ MAIS,RECICLAR

PODERÁ SER UMBOM NEGÓCIO

e a sua empresa não trabalha com pro-dutos acondicionados em embalagensrecicláveis, não apóia programas decoleta seletiva e sequer se preocupa

com o chamado “marketing ecológico”, estána hora de começar a pensar nisso – e de agir.Se não o fizer por razões ambientais, em ge-ral não prioritárias nas empresas, deve fazê-lo, no mínimo, por aquilo que é seu objetivomáximo: o lucro.

Figura emblemática da cultura de consu-mo, a embalagem é alvo de idéias e trabalhosque visam à melhora de sua fabricação e deseu desempenho nas linhas de produção, notransporte, nos pontos-de-venda, no momen-to do consumo. O pós-consumo, porém, so-mente em tempos relativamente recentes pas-sou a gozar de tanta atenção. Tradicionalmen-

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Além de crescer comoatividade econômica, areciclagem vem ganhandoimportância em doismomentos críticos: aescolha da embalagempelas empresas e a decisãode compra do consumidorPor Guilherme Kamio

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te, quando não reutilizadas,as embalagens eram em gran-de parte descartadas de qual-quer jeito. Garrafas, potes,sacos e cartuchos iam (e ain-

da vão) ocupar espaço noscada vez mais saturados ater-ros sanitários ou nos lixões.Quando não, terminam emruas, rios, terrenos baldios e

demais locais impróprios.Assim, a embalagem ga-

nhou a pecha de algoz domeio ambiente, apesar de to-dos os seus atributos positi-

Reciclar faz parte do jogo naabrangente área de papéis. Aindústria brasileira do materialiniciou suas atividades, hámais de um século, justamen-te reciclando material importa-do. Hoje, um dado do setorchama a atenção. Dos 184 fa-bricantes de papel registradosem 1999, 124 se enquadraramcomo fabricantes recicladores,conceito estabelecido pelaBracelpa – Associação Brasi-leira de Celulose e Papel paradefinir as empresas que con-somem mais de 50% de pa-péis recicláveis como matéria-prima para sua produção. Omercado de papéis para emba-lagem, subdividido nos seg-mentos de papéis kraft, papelcartão, papéis para ondulado epapéis para embalagem emgeral, apresenta casos notá-veis de reciclagem.O papelão ondulado, porexemplo, apresenta taxa de71% de reciclagem de sua pro-dução. Não bastasse o empre-go de material reciclado ser in-trínseco na produção de no-vas embalagens, no miolo en-tre a capa e a contracapa dascaixas, o papelão se vale da“sorte” da logística de sua co-leta pós-consumo ser menoscomplicada, já que raramenteé misturado ao lixo orgânicono descarte. “Essa separaçãonão é motivada por consciên-cia da população, mas sim-plesmente porque as caixas

do material não cabem nas lixei-ras e nos sacos de lixo”, con-sidera Alberto Fabiano Pires,consultor de Assuntos de Reci-clagem da Bracelpa. A fácilidentificação ajuda os “carri-nheiros” (catadores de papel),responsáveis pela coleta do ma-terial usado.Já o papel cartão, que igual-mente pode levar em sua com-posição material reciclado, tam-bém é foco de esforços em reci-clagem. A meta da Bracelpa éaumentar o aproveitamento deembalagens descartadas após oconsumo, e para isso realizourecentemente campanha paracoletar cartuchos junto à redede varejo Carrefour. Em poucomais de três meses, a ação con-seguiu coletar mais de 136 tone-ladas de embalagens pós-con-sumo. Os 50 000 reais arrecada-dos com a venda dessas emba-lagens descartadas pelo públicoseriam repassados para umaentidade de assistência ao cân-cer infantil. O trabalho para res-

saltar o apelo do papel cartãocomo base da “embalagemamiga da natureza” é forte, atra-vés da Campanha Papelcartão,promovida pela associação –foi até criado um selo paraidentificar o material.Um grande problema que o pa-pel reciclado enfrenta é o dopreconceito. Há a idéia de queo material não tem a mesmaqualidade do papel feito a partirde matéria-prima virgem. Naverdade, diversos fabricantespossuem tecnologia adequadapara produzir papéis recicladoscom as mesmas característicasdos virgens. “Hoje é difícil iden-tificar o papel reciclado em mui-tos casos”, diz Véssia MariaCordaro, da área de marketingda Papirus, uma das maioresfornecedoras de papéis recicla-dos para embalagem no Brasil.Ela ressalta ser comum encon-trar-se embalagens feitas compapel reciclado, sem que senote, como acontece com oscartuchos de cremes dentais.Nessa categoria de produto,95% das embalagens são feitasde material reaproveitado.De olho no potencial do merca-do de reciclados, a Suzano estálançando o Reciclato, primeiropapel offset 100% reciclado na-cional produzido em escala in-dustrial. “As empresas preci-sam estar atentas ao impacto fi-nal de seus produtos”, observaSérgio Alves, diretor superin-tendente da Suzano Papel.

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Uma atividade com mais de um século no Brasil

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mar 2001 • ESPECIAL • EMBALAGEMMARCA – 3

vos. É desnecessário lembraro que isso pode significar emtermos de imagem para asmarcas de produtos ou mes-mo para os materiais que,

transformados em recipien-tes, têm mais visibilidade nosaterros sanitários, nos es-paços vazios das cidades enos cursos de água. Neste úl-

timo caso, é inevitável a lem-brança de garrafas de PETboiando em rios. Não impor-ta se a culpa é do fabricante,do usuário, do consumidor,do poder público ou da lei degravidade.

Importa, sim, atentar parao fato de que prejuízos deimagem em geral se transfor-mam em perdas de vendas.Da mesma forma, convém le-var em conta que a coleta or-ganizada e sistemática, comoocorre em países desenvolvi-dos, traz benefícios ambien-tais e reduz custos na produ-ção, com economia de maté-rias-primas virgens e de ener-gia. Porém, como nada nomundo é gratuito, isso tam-bém tem seu preço, que aca-ba sendo pago pelo consumi-dor final (ver o quadro “Umanação de selecionadores”).Ele parece estar disposto apagar, ou talvez não tenhasaída se não fazê-lo.

EcoeficiênciaSeja como for, cada vez

menos, naqueles países, asempresas se arriscam a ver asmarcas de seus produtosfazendo o papel de vilãs am-bientais. Só por isso, buscarativamente o que se conven-cionou chamar de ecoeficiên-cia passou a ser bom negócio.Entende-se por esse termo aprodução de bens e serviçosque, ao mesmo tempo, pro-porcionem satisfação e quali-dade de vida ao consumidor e

Nem todos sabem, mas as em-balagens de vidro são 100%recicláveis. Um quilo de mate-rial usado, reprocessado a par-tir de cacos, gera novamenteum quilo de produto, sem per-das ao longo do processo.Além disso, o emprego de ca-cos na mistura de matérias-pri-mas, na proporção aproximadade um terço do volume, comohistoricamente se consegueno Brasil, resulta numa econo-mia de energia de cerca de20%, pois o caco necessita demenos calor que os mineraisin natura para fundir. Esses as-pectos serão ressaltados pelaAbividro – Associação Brasilei-ra das Indústrias automáticasde Vidro durante 2001.“Vamos reforçar a comunica-ção destas vantagens ambien-tais”, diz Lucien Belmonte, su-perintendente da associação.Parece haver razão para isso.Para citar um exemplo aoalcance da mão, na recentepesquisa sobre hábitos doconsumidor, feita pela Re-search International junto coma Dil Consultores e publicadaem EMBALAGEMMARCA nº 18, aembalagem de vidro apareceatrás das plásticas, das metáli-cas e das celulósicas na per-cepção do potencial para reci-clagem. Além do reforço na comunica-ção, Belmonte revela que a en-tidade também lançará mão deações para incentivar a reci-clagem do material através deum Plano Diretor. Um dosprincipais objetivos seráapoiar a instalação de mini-usinas recicladoras pelo país,tornando mais atraente e efi-

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Um pacote de atrativos a caminho

ciente o negócio da reciclagemdo vidro sob o ponto de vistada logística. “Cederemos aosempresários interessados umpacote tecnológico, juntamen-te com um kit de comunicaçãopara atingir a região em tornoda usina”, informa o executivo,que espera elevar o atual índi-ce de 40% de reciclagem domaterial. Ele ressalta a evolu-ção das embalagens de vidrona questão de redução no con-sumo de matéria-prima nos úl-timos anos, sua ampla reutili-zação – até mesmo como no-vas embalagens, em produtospopulares – e a possibilidadede serem retornáveis, atributoexclusivo do material.Em campanhas para incentivara reciclagem, Belmonte desta-ca o “Vidro é Comida”, da Cis-per, na qual embalagens sãotrocadas pro alimentos, noMorro da Mangueira (RJ), e o“Pintou Limpeza”, uma iniciati-va em parceria com a Rádio El-dorado, de São Paulo, e pos-tos de abastecimento, ondeestão sendo implantados Pos-tos de Entrega Voluntária(PEVs) para recolher embala-gens (além do setor vidreiro,participam da campanha aAbepet, a Latasa e a TetraPak). O destino é a reciclagemou o descarte responsável.

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reduzam a níveis coerentes ageração de poluentes e o usode recursos, considerandotodo o seu ciclo de vida.

No Brasil ainda não sechegou a esse ponto ideal,mas a realidade está se in-cumbindo de mudar o pano-rama. Com a evidente escas-sez de espaço para o lixo, astrágicas conseqüências do

desleixo com os sistemas decoleta de resíduos nas cida-des, os fenômenos climáticosdevastadores e o presságio doesgotamento dos recursos na-turais, ganha força tambémaqui a consciência de quemelhorar a relação com omeio é pauta que não se podemais empurrar com a barriga.Obviamente, a embalagem é

um dos alvos mais visíveisnesse fogo cruzado.

Multiplicam-se as iniciati-vas indicando que o poder pú-blico em diferentes níveis,empresariado e organizaçõesnão governamentais estãodispostos a discutir caminhosviáveis para o tão desejadodesenvolvimento sustentávele a tal de ecoeficiência. Enti-

Os catadores de latas de alumí-nio já se tornaram onipresentesnas cidades brasileiras. Se hápessoas bebendo, especial-mente em eventos públicos, láestão eles. Aliás, há sempre umexército deles. Esse fenômenosocial ilustra a importância eco-nômica da reciclagem dessasembalagens, um negócio que jámovimenta mais de 110 mi-lhões de dólares por ano nopaís. Para cada quilo de alumí-nio reciclado – pelo qual paga-se, em média, R$ 1,50 – sãoeconomizados 5 quilos de bau-xita, a matéria-prima do alumí-nio, e na formação de uma lataa partir de sucata gastam-seapenas 5% da energia consumi-da no processo normal.Esses números explicam o altoíndice da reciclagem dessasembalagens no Brasil. A ABAL– Associação Brasileira do Alu-mínio, divulgou recentementeque o Brasil reciclou 78% desua produção de latinhas em2000. Dessa forma, o país de-pende apenas do anúncio ofi-cial do até agora campeão Ja-pão, sobre seu índice de 2000,para poder comemorar o postode maior reciclador mundial delatinhas. Reciclar alumínio é tãointeressante que já há empre-sas estrangeiras apostando nopotencial brasileiro. É o casoda norueguesa Tomra, que atra-vés de uma joint-venture com aLatasa, irá explorar por aqui o

Cada tipo de latinha tem um atrativo a explorar

nicho, além de estender o negó-cio à reciclagem de garrafas dePET. “Outras empresas procu-rarão o Brasil para investir nes-se ramo”, prevê José RobertoGiosa, coordenador de Assun-tos de Reciclagem da ABAL. Para incentivar ainda mais a ati-vidade no país, o setor do alu-mínio deverá fazer campanhassobre a importância da coletaseletiva e dos benefícios da re-ciclagem ao meio ambiente.Vale também destacar iniciati-vas como o Projeto Escola, daLatasa, em que instituições tro-cam latinhas por eletrodomésti-cos e têm palestras sobre edu-cação ambiental.

Já as embalagens de aço obti-veram índice de 38% de reci-clagem em 2000. O setor espe-ra chegar aos 40% em 2001, oque equivale à cerca de700 000 toneladas do material.Segundo Roberto Pinto, asses-sor do Prolata – Programa deValorização e Incentivo ao Usoda Embalagem Metálica, o se-tor está buscando formas detornar mais eficiente a logísti-ca da reciclagem de aço, “umavez que o negócio não é tãoatrativo economicamentecomo o do alumínio”.Roberto destaca que o açotambém possui característicasque o favorecem nas questõesambientais. São a possibilida-de de o material ser separadomagneticamente do resto dolixo, com eletroímãs, e o fatode ser rapidamente degradá-vel, voltando a ser minério deferro no contato com a nature-za. Ele afirma que “têm cresci-do os apelos de reutilização domaterial em peças de arte eutensílios domésticos, comovasos, potes e canecas, entreoutros”. O assessor do Prolatatambém adianta que é possívelesperar novidades no trabalhode reciclagem do aço em 2001,pois a CSN, única produtorade chapas metálicas para em-balagem no Brasil, estará in-vestindo em novidades tecno-lógicas e de comunicaçãonesse campo.

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dades ligadas a embalagemtrabalham junto ao ConselhoNacional do Meio Ambiente(Conama), órgão governa-mental que estuda resoluçõessobre o descarte de embala-gens, enquanto o Congressodiscute Projetos de Lei para aquestão. Paralelamente, osmais diversos setores indus-triais, o de embalagem incluí-

do, lançam mão de iniciativasapoiadas no já bem difundidoconceito dos três R – reduzir,reutilizar e reciclar. Dentrodestes parâmetros, a embala-gem mostra dinamismo.

Na diminuição do consu-mo de materiais para produ-zir embalagens, a chamadaredução na fonte, os ganhostêm sido notáveis. Para ficar

em poucos exemplos, bastalembrar do aliviamento signi-ficativo de peso – de até40%, em alguns casos – emrecipientes metálicos, de vi-dro e de PET conseguido nosúltimos anos.

No segundo R, crescem osapelos de reutilização dasembalagens, nas mais diver-sas formas: como utensíliodoméstico, como decoração,como objeto para colecionar.

Fechando o círculo, a re-ciclagem vem se tornandoatividade econômica cadavez mais atraente. O negócio,que já faz girar cerca de 1,2bilhão de reais por ano nopaís, promete ser impulsiona-do com a entrada de novastecnologias, que abrem novosmercados, e a discussão depolíticas fiscais mais coeren-tes e estimulantes. A recicla-gem de plásticos, por exem-plo, pagava IPI 20% maisalto que a produção a partirde matéria-prima virgem atémeados do ano passado.

Não arriscarPara a indústria de embala-gem, reciclar representa, en-tre outros ganhos, economi-zar matérias-primas virgens,poupar energia na produção,perspectiva de abertura denovos negócios e reforço noapelo de seu material. Afinal,os fabricantes de bens deconsumo estão atentos à exi-gência crescente do públicopor produtos ambientalmenteamigáveis, apesar de no Bra-sil ela ainda não ser tão fortequanto na Europa, no Japão enos Estados Unidos. Mas,como bem sabem os profis-sionais de marketing, é me-lhor não arriscar.

Pesquisa da Research In-ternational e da DIL

“Uma nação de selecionadores” “A União Européia tornou-seuma nação de ‘selecionadoresna origem’. Somos exemplo emseleção de resíduos para des-carte em coletores diferencia-dos, contribuindo para reduzirao mínimo o desperdício, de-volver e reciclar o que for pos-sível. São dez os tipos de em-balagem recicladas.”Assim começa o capítulo sobrereciclagem do Livro de Bolsodo Acondicionamento e da Em-balagem, editado pela Assis-graph – Associação Espanholade Artes Gráficas, Embalagem,Acondicionamento e Afins, soblicença da Packsforck, entidadesueca similar. Aqui é reproduzi-da a essência desse capítulo.

Desde 1994, na União Européia,uma lei dispõe sobre a “res-ponsabilidade do produtor” deembalagens, baseada em dire-triz que foi transformada em leiem cada país membro. Pela lei,a responsabilidade de coletar ereciclar é das empresas que fa-bricam, importam ou vendemembalagens (genéricas) ou pro-dutos acondicionados commarca. As empresas devem fa-cilitar a seleção de embalagensusadas e garantir que sejamreutilizadas ou que o materialou a energia nelas contidos se-jam recuperados, por incinera-ção ou biodegradação; ou quesejam tratadas de forma a be-neficiar o meio ambiente.

O conceito de responsabilidadedo produtor se aplica a quemfabrica embalagens de qualquertipo de material. Os produtorestêm a obrigação de providen-ciar sistemas de coleta e elimi-nação, sendo responsabilidadedos consumidores separar asembalagens e depositá-las noscoletores públicos oficiais.Para gerenciar com eficácia osistema, os fabricantes têmcriado empresas com instala-ções especializadas na coleta ena reciclagem de materiais,bem como na sua transforma-ção em energia. Cada empresadedica-se a um tipo de material.Infelizmente, o custo da coletae de tratamento dos materiaispara sua recuperação supera areceita procedente de sua ven-da. Para cobrir o déficit, as em-presas de tratamento têm decobrar uma taxa dos produto-res, conhecida, na Espanha,como “Ponto Verde”, adminis-trada por entidades reconheci-das pelo Estado. No entanto,essa taxa não é onerosa para ousuário, já que representa umapequena porcentagem sobre opreço final do produto. Numfrasco de perfume de luxo comestojo de papel cartão, no valorde 42 Euros, são 0,25 Euro. Jánum saquinho de batatas fritasde 1 Euro no ponto-de-venda, aincidência proporcional seriamaior, possivelmente uns 10centavos de Euro.

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No setor plástico, o estigma deagressor da natureza incomoda.Merheg Cachum, presidente daAbiplast – Associação Brasileirada Indústria de Plásticos, achaque 2001 será importante paradiminuir essa percepção. “Oplástico não pode continuar aser visto como vilão do meioambiente”, diz, lembrando que omaterial, apesar da visibilidade,representa entre 5% e 10% dopeso do lixo no Brasil, conformea região. Na questão da recicla-gem, os plásticos enfrentavam oentrave da alíquota de IPI para onegócio, que era maior do que apara a atividade com matéria-pri-ma virgem – 12% contra 10%.Em meados do ano passado ogoverno reviu a posição e bai-xou o tributo para 5%. Mas aindahá bitributação, ou seja, o estadoentende que a reciclagem é o iní-cio de um novo processo indus-trial, e não a continuação de umciclo anterior. As empresas dosetor, evidentemente, não con-cordam com essa visão.Somando os plásticos rígidos eos filmes, a taxa de reciclagemanual bate na casa dos 15%, oucerca de 200 000 toneladas. Se-gundo estimativa da Abremplast– Associação Brasileira dos Re-cicladores de Materiais Plásti-cos, 60% desse total provêm deresíduos industriais e 40% dolixo urbano. Depois de separa-dos do lixo, os filmes plásticos

Combatendo a imagem de vilãosão reciclados para se tornaremnovos artefatos plásticos, comosacos de lixo ou cobertura de ca-bos elétricos. As embalagens deplástico rígido, recicladas na for-ma de grânulos, também dão ori-gem a novos artefatos, incluindoembalagens, como as de águasanitária. Usando plástico reci-clado, é possível economizar até50% de energia na transforma-ção. Esse é um dos pontos dis-cutidos no recém-lançado livroReciclagem Mecânica do PVC, doInstituto do PVC, que contém su-gestões de como estabelecer umnegócio na área.A importância da separação émaior no caso dos plásticos,pois na maioria das vezes a reci-clagem tem de ser feita a partirde resinas específicas, sem mis-tura. Mas já existem tecnologiasque permitem o processamentode resinas misturadas. “A cha-mada madeira plástica, feita apartir da reciclagem de váriosplásticos e usada para diversosfins, como na construção civil, éuma dessas soluções tecnológi-cas”, ilustra Luiz Briones, coor-denador do Programa Plastivida,da Abiquim. Há ainda a possibili-dade de reciclar o lixo plásticoatravés de aplicações químicas,fazendo-o voltar ao estágio quí-mico inicial, mas tal processonão é comum no Brasil.O Cempre calcula que existamhoje no país cerca de 600 empre-

sas recicladoras de plásticos,que faturam perto de 250 mi-lhões de reais por ano e que ge-ram até 20 000 empregos dire-tos. Com os avanços técnicosda identificação e separaçãodas resinas – cada plástico éidentificado por um número queacompanha o símbolo da reci-clagem –, bem como equipa-mentos e tecnologias mais mo-dernas de reprocessamento, no-vos mercados tendem a se abrirpara os plásticos reciclados.É o que vem acontecendo, porexemplo, com o PET, que, alémde moda no mercado de refrige-rantes, começa a ser usado emroupas. O material reciclado éutilizado na fabricação de fibrasde poliéster, que podem comporcamisas, vestidos, camisetasetc. Novidade nessa área é a fi-bra Alya-Eco, produzida pelaRhodia-ster, obtida a partir dareciclagem feita pela Recipet,empresa que também integra ogrupo Rhodia e diz ser a maiorrecicladora do material na Amé-rica Latina, segundo seu diretor,Auri Marçon. A fibra pôde servista no recente evento SãoPaulo Fashion Week, servindocomo base para camisetas traja-das por modelos nas passare-las. O material conseguiu 34%de aumento em reciclagem noano de 2000, com 24,6% dasembalagens reprocessadas,conforme estimativas da Abepet– Associação Brasileira das In-dústrias do PET. Seu presidente,Alfredo Sette, confirma que reci-clar é uma das prioridades paraos próximos anos.

PLÁ

STIC

OS

Produção a partir de PET recicladoFibra poliéster 41%

Não tecido 16%%

Cordas 15%

Resina insaturada 10%

Embalagens 9%

Cerdas 5%

Fitas de arquear 3%

Outros 1%

FONTE: ABEPET - 2000

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Consultores em Design, di-vulgada por EMBALAGEM -MARCA nº 18, mostram estaraumentando o número deconsumidores que já deixa-ram de comprar produtos por-que a embalagem não era re-ciclável. A previsão dos maisdiversos especialistas é deque o marketing verde cres-cerá no Brasil, como lá fora.

A embalagem é o porta-voz natural das virtudes am-bientais, e tem todos os trun-fos para a exploração dessaonda que atrai cada vez maisadeptos. “Hoje qualquer em-presa precisa preocupar-seem desenvolver produtoscom embalagens ecologica-mente corretas, para sobrevi-ver no mercado e criar ima-gem de marca forte”, sugereJosé Roberto Giosa, coorde-nador da Comissão de Reci-clagem da ABAL – Associa-ção Brasileira do Alumínio.

Alfredo Sette, presidenteda Abepet – Associação Bra-sileira das Indústrias de PET,salienta que “o ecomarketingé uma realidade irreversível”.Mas deve ser feito com res-ponsabilidade. “Para um pro-duto ostentar os símbolos dereciclagem, todo o circuitodeve estar estabelecido”, elediz. “Não basta que o mate-rial seja reciclável, ele preci-sa ser, de fato, reciclado.”

Novas geraçõesAndré Vilhena, do Cempre –Compromisso Empresarialpara a Reciclagem, entidadeque busca estimular a adoçãode soluções ambientais nasempresas, observa que a pre-ferência por produtos comembalagens ambientalmenteamigáveis é ainda mais pre-sente entre os consumidorescom alto poder aquisitivo.

Ele adianta que se trata deum fator de decisão de com-pra que deve aumentar signi-ficativamente, pois as novasgerações estariam muitomais conscientes de sua res-ponsabilidade ambiental.

Do lado do usuário daembalagem, essa preocupa-ção também cresce. “Osclientes querem ficar a par detudo o que há de novidadeem termos de desempenhoambiental de nossas embala-gens”, conta Eduardo Giane-se, diretor de excelência cor-porativa da Tetra Pak.

Além dos esforços da in-dústria, a complexa buscapor embalagens ambiental-mente mais corretas englobatodos os elos da cadeia deprodução. Na indústria, pesaa decisão de escolher emba-lagens adequadas ao tipo deproduto a ser acondicionado.As áreas de pesquisa e desen-volvimento e os designerssão orientados a preocupar-secom o desempenho ambien-tal da embalagem.

EcodesignA ABRE – Associação Brasi-leira de Embalagem vem tra-balhando na promoção doconceito de ecodesign. Se-gundo a diretora executiva da

entidade, Luciana Pellegrino,a embalagem que se enqua-draria nesse conceito é aque-la na qual os materiais utili-zados estão identificados,não contém excessos – ooverpackaging, ou mau di-mensionamento – e é fácil dedesmontar e reciclar. Comoexemplo ela cita a embala-gem do açúcar orgânico Nati-ve, premiada no Prêmio Eco-design da Fiesp, em 2000.

Mas a embalagem talvezesteja sendo crucificada injus-

Composição do lixo urbano no Brasil(peso)

Material orgânico/outros 68,7%

Papel/papelão ondulado 24,5%

Plásticos 2,9%

Metais 2,3%

Vidro 1,6%

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Papel e PET para reciclagem

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tamente pelos ambientalistas.Na verdade, os resíduos orgâ-nicos têm maior participaçãona composição do lixo brasi-leiro – em peso, quase 70%(ver gráfico “ Composição dolixo urbano no Brasil”).

Uma aliadaA rigor, a embalagem podeser vista como uma aliada empotencial para minimizar osproblemas com o lixo. “Osdanos que a embalagem causasão de certa forma indiretos,como é o caso de entupimen-to de bueiros, de assoreamen-to de rios, de acúmulo nos li-xões”, observa Eloísa ElenaGarcia, pesquisadora especia-lizada em meio ambiente do

Cetea – Centro de Tecnologiade Embalagem de Alimentos.Ela salienta que as embala-gens, em sua maioria, sãoinertes, não reagindo com oambiente. “Precisamos até demais embalagens, como for-ma de minimizar os desperdí-cios de alimentos, um dadocrítico se levarmos em conta aquantidade de pessoas quepassam fome”, diz Eloísa. “Oque não se pode é nomear bo-des expiatórios para simplifi-car uma questão que dependede um choque cultural e deresponsabilidade integrada,de todos.”

É um caminho longo. Dosmais de 5 000 municípiosbrasileiros, pouco mais de

135 possuem alguma expe-riência de coleta seletiva ematividade. Sem coleta e semestímulo aos cidadãos fica di-fícil expandir o negócio dareciclagem e garantir que aembalagem não seja malvis-ta. “A reciclagem não é a so-lução para tudo”, destaca Al-berto Fabiano Pires, consul-tor de Assuntos de Recicla-gem da Associação Brasileirade Celulose e Papel – Bracel-pa. “Mas se for atividade ren-tável, pode ajudar bastante”,ele aposta. O certo é que osconsumidores estão entrandocada vez mais na onda doecologicamente correto. Asempresas que não entraremsó terão a perder.

Cada vez mais presentes emdiversos nichos, as embala-gens cartonadas assépticas,ou longa vida, também vãoganhando mais soluções paraseu uso pós-consumo. Pelofato de serem constituídaspor diversas camadas combi-nadas de papel, polietileno ealumínio, a embalagem sem-pre carregou a imagem de serde difícil separação e recicla-gem. Mas tecnologias e pos-sibilidades surgiram paraacabar com esse estigma.Das 6 bilhões de embalagenscartonadas assépticas consu-midas em 2000 no país, 15%foram recicladas. O aproveita-

das cartonadas assépticasem três frentes. Primeiro, notransporte. As embalagensvão em bobinas para o clien-te, otimizando espaço. Docliente para o varejo tambémhá maior aproveitamento,pelo formato de paralelepípe-do das embalagens. “Menosgás carbônico é emitido naatmosfera, ajudando a com-bater o efeito estufa”, argu-menta. Depois, por reteremmenos resíduos, geram me-nos lixo. “Esse foi um dosmotivos que cativaram osclientes do mercado de lei-tes”, conta Gianese.Finalmente, por não necessi-tarem de refrigeração e deembalagens de proteção notransporte, há economia derecursos naturais. A TetraPak, aliás, vem promovendopalestras e programas deeducação ambiental em esco-las, “pois o trabalho a longoprazo garante resultados emostra a preocupação da ca-deia de embalagem com omeio”, pontifica.

Novas tecnologias para eliminar velhos estigmasmento só não foi maior porque“a coleta seletiva ainda é umcaminho crítico”, conta Eduar-do Gianese, diretor de exce-lência corporativa da TetraPak, líder absoluta no forneci-mento dessas embalagens.Mesmo com os gargalos daseparação doméstica do lixo eda coleta seletiva, há diversasempresas trabalhando na re-cuperação de embalagens as-sépticas cartonadas. Há basi-camente três maneiras de sereciclar essas embalagens: arecuperação das fibras, quepossibilita o aproveitamentode 65% do papel utilizado parase fabricar papel toalha, papelkraft e papelão ondulado; a fu-são do alumínio com o polieti-leno, para a produção de arte-fatos como placas de “madei-ra artificial”, canetas, réguas euma série de outras peças in-jetadas; e a incineração para ageração de energia, processocomum na Europa.Além dessas possibilidadesem reciclagem, Gianese res-salta vantagens ambientais

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MATERIAIS

IMPACTO visualstá ocorrendo, se nãouma revolução, umaacentuada evolução naárea de papel cartão,

dentro da tendência de agregar valoraos produtos por meio das embala-gens. No mundo inteiro cresceram ademanda e, em conseqüência, aoferta de cartões mais brancos, queoferecem melhores possibilidadesde criação, melhor imprimibilidade,melhor desempenho na produção emaior impacto visual das embala-gens no ponto-de-venda. Para nãoperder o bonde, o setor brasileiro depapel tratou de investir. Hoje, três fa-bricantes oferecem papel cartão comalto teor de brancura no país: a Suza-no, a Ripasa e a Papirus. A Klabinfornece esse tipo de cartão essencial-mente para embalagens cartonadaspara leite, líquidos e pastosos.

SUZANOA Suzano saiu na frente, com o lan-çamento do Supremo Alta Alvura,composto de quatro camadas de ce-lulose branqueada e revestido comduas camadas de tinta couché. Oproduto inclui-se na categoria mun-dial SBS (Solid Bleached Board), oucartão sólido. “Em 1996, uma refor-ma de máquina ampliou a capacida-de de oferta para o mercado, de150 000 toneladas/ano para180 000”, conta André Luís de Mar-co, supervisor de produto da empre-sa, maior fabricante brasileiro de pa-pel cartão. Foi um aumento de 20%,superior à capacidade de absorçãodo mercado naquele momento.

A Suzano voltou-se então para omercado externo, onde detectou

eCresce a oferta de cartões mais brancos

uma exigência muito maior do queno Brasil de mais alvura (whiteness)e brancura (brightness). Logo, omercado interno, habituado a con-sumir um cartão mais amarelo, tam-bém se interessou pelo novo mate-rial, que tem certificação ISO 9001.“A indústria usuária de cartão pre-mium, formada basicamente pelossegmentos de cosmética, perfuma-ria e editorial (capas), adotou 100%o Alta Alvura”, recorda Paulo Man-rique Garcia, gerente da divisão devendas/embalagem da Suzano.

Por ocasião do lançamento, re-corda Manrique, foram feitas algu-mas ações dirigidas a determinadossegmentos, como o de sabonetes: ocartão Supremo Fungi-Safe, tratadocom fungicidas, foi adotado pelaDavene e pela Nivea, em suas li-nhas premium. “A linha Fungi-Safeotimiza a produção, trazendo vanta-gens para a indústria gráfica, quefica liberada de aplicar fungicida, epara o end user, que dispensa o usode saquinhos, cuja função, mais doque enfeitar, é proteger”, ele diz.Hoje, segundo André Luís de Mar-co, “é comum ver embalagens deluxo, de perfumes franceses, porexemplo, em cartão Alta Alvura daSuzano”. Mais recentemente, a em-presa lançou o Supremo Duo De-sign, que pode ser impresso dos doislados, diferencial significativo so-bretudo nos segmentos de perfu-mes, cosméticos e bebidas finas.

Toda a linha de papel cartão daSuzano é composta de quatro cama-das de fibras celulósicas, o que au-menta a flexibilidade de formulaçãode cada produto, possibilitando o

atendimento de demandas específi-cas de cada segmento, explica o su-pervisor de produto da empresa.Além disso, todos os produtos sãorevestidos com duas camadas de tin-ta couché na superfície.

RIPASACom capacidade produtiva de400 000 toneladas de celulose, papelde imprimir e escrever, especiais ecartolina, a Ripasa, segunda produ-tora nacional de papel cartão, temduas fábricas dessa matéria-primapara embalagens semi-rígidas, emEmbu e Limeira, no Estado de SãoPaulo. A empresa está programandopara o primeiro semestre deste ano olançamento de sua linha de papelcartão PE, já revestido por extrusãocom polietileno no verso ou dos doislados, dispensando plastificação ououtros tratamentos. A principal ca-racterística do produto é a proteçãosuperficial contra umidade.

Segundo o fabricante, a linha PEé adequada para produtos alimentí-cios congelados, refrigerados ou su-pergelados, cujas embalagens preci-sam ter a superfície tratada. O papelcartão Icecard, que já é tratado namassa e possibilita baixíssima ab-sorção lateral de umidade, pode porexemplo ser fornecido com trata-mento PE. Para o convertedor gráfi-co, uma vantagem: não necessitaplastificar a superfície, reduzindo o

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Em resposta à crescente de-manda por papel e papel cartãocom maior teor de brancura, aClariant reforçou no final do anopassado, com a ampliação desua unidade de Resende (RJ), acondição de maior fornecedorade produtos químicos para a in-dústria de papel e celulose daAmérica Latina. A empresa in-vestiu 2 milhões de dólares nainstalação de quatro novos rea-tores (que se somam a 31 jáexistentes) e na modernizaçãodo processo produtivo. Comisso, diz José Chimara Filho,gerente da Unidade de NegóciosPapel para a América Latina, aClariant aumentará em 100%sua capacidade de produção dealvejantes ópticos, carro-chefeda unidade e insumo crucialpara o atendimento da procurade papel e cartão mais brancos.“A tendência de valorizar o pro-duto pela embalagem vem seacentuando, daí o esforço paramelhorar o efeito de branco dopapel”, diz Chimara. Ele lembraque, dentro dessa tendência,vem aumentando a demanda decartão colorido, para cuja pro-dução é fundamental o bran-queamento. O branco, simples-mente, valoriza a cor. No entan-to, para dar cor a papéis e car-tões a indústria cria um proble-ma ambiental: o uso de coran-tes tinge muito os efluentes.Para resolver esse problema –um entrave à exportação parapaíses onde a legislação am-biental é rígida, e mesmo àsvendas no Brasil, onde cresce aconsciência preservacionista –a Clariant lançou a linha Carta-sol, que segundo Chimara “fixabem a tinta, de modo que aágua utilizada sai limpa”. Ade-mais, ele ressalta, os alvejantesproduzidos pela empresa sãoisentos de uréia, um agente po-luidor que as organizações de

defesa do meio ambienteincluem na lista dos “venenosdo planeta”.Além desse alvejante, a Clariantiniciou a produção de outras li-nhas de produtos químicos es-peciais para tratamento superfi-cial de papel e de cartão, direcio-nados a três diferentes áreas.Para rótulos de papel especialque exigem impressão muito ní-tida a empresa oferece a linhaCartabond, um agente para me-lhoria da resistência do substra-to, aprovada pelo FDA (Food andDrug Administration), a agênciareguladora americana, para em-balagens de produtos alimentí-cios e de higiene. “O profissio-nal gráfico vai perceber as van-tagens do Cartabond no rendi-mento das impressoras, na qua-lidade da impressão, e na redu-ção das paradas para limpezadas máquinas”, garante Chimara.“Com esse produto, a impermea-bilização do papel e a resistênciaa úmido aumentam”, ele diz. Fi-nalmente, segundo o fabricante,o Cartabond torna mais fácil areciclagem de papéis laminadoscom polietileno.Já a linha Cartaseal, tambémaprovada pelo FDA, é específicapara embalagens que exigemalta resistência a úmido, comoas assépticas, e caixas para ex-portação de frutas. Impede, porexemplo, a formação de fungos,causa de recusa de recebimentonos portos de países importado-res. Chimara diz que essa linhatem tido grande interesse sobre-tudo no Nordeste.Completando o leque, o produtomais recente é o Cartafluor, umagente resistente a substânciasgraxas e óleo. Trata-se de umproduto aquoso à base de flúor,adequado para uso em embala-gens de alimentos, como caixasde pizza e hambúrguer congela-dos, e rações para animais.

Mais alvejantes para o mercado

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tempo de execução dos tra-balhos – e quando o PE é aplicadona superfície frontal sobre a camadacouché, há “ganho de brilho”.

PAPIRUSAo identificar a tendência de uso depapel cartão com maior alvura, es-pecialmente na área de frigorifica-dos, a Papirus lançou uma variadalinha de produtos com revestimen-tos brancos. Segundo Véssia Corda-ro, assistente de marketing da em-presa, a Papirus está investindo emmelhorias de equipamentos e deprocessos que resultam em ganhosde brilho, de rigidez e de alvura.

Essas melhorias aparecem no re-vestimento do cartão, que ganha embrilho, e na rigidez, com o uso de fi-bras longas. “Isso permitiu reduziras gramaturas sem perda das carac-terísticas do cartão”, diz Véssia. Asreduções obtidas em g/m2 foram asseguintes: de 250 para 230, de 300para 280, de 350 para 330, de 400para 370 e de 450 parta 420. Assim,a relação custo/benefício é otimiza-da, pois obtém-se maior metragemquadrada com menor quantidade emquilos. É ganho de custo, já que aquantidade de material diminuiu. Aredução da gramatura, observa Vés-sia, mascara a realidade de cresci-mento do mercado, pois o peso di-minuiu, mas a metragem não. “Naverdade, o mercado cresceu.”

(Ver tabela na próxima página)

Papel cartão: brancura e brilho

para atrair o consumidor

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Para todas as embalagens semi-rígidasPrincipais tipos de papel cartão nacional disponíveis no mercado

SUZANO

RIPASA

SUPREMO ALTA ALVURA

PRODUTO TIPO CARACTERÍSTICAS GRAMATURAS (g/m2)

Triplex Brancura diferenciada. Alta lisurasuperficial

250, 275, 300, 325, 350

Aplicações: embalagens de cosméticos (principalmente), editorial e promocional

SUPREMO DUO DESIGN Triplex Permite impressões policrômicas comalta qualidade também no verso

250, 300, 350

Aplicações: as mesmas do Supremo Alta Alvura, podendo substituir couchés importados de alta gramatura

TP HI-BULKY Triplex Mais encorpado, mais leve e mais rígido 250, 275, 300, 325, 350, 375

Aplicações: embalagens para chocolates, cosméticos, medicamentos, fast-food, gelatinas e caixas de bombom

ROYAL Integral Revestido, com 100% de fibras virgens 250, 300, 350

Aplicações: embalagens de produtos alimentícios, cosméticos, higiene pessoal e perfumaria. Também para capasde livros, cartões-postais e folhetos

SUPER 6 BULKYEXTRACORPO

Duplex Para embalagens que exigem alto desem-penho em off-set, rotogravura e flexografia

275, 330, 370, 440

Aplicações: embalagens de detergente em pó, medicamentos, gelatinas, cereais em pó ou em flocos, mistura parabolos, caldos, biscoitos, cafés em pó, capas de livros

SUPREMO FUNGI-SAFE Triplex Recebe tratamento adicional paracombate a fungos

300

Aplicações: embalagens de higiene e limpeza

SUPER 6 QUARTZ Duplex Resistência de superfície, lisura, alvurae brancura

250 (demais gramaturasna linha Super 6 Bulky)

Aplicações: idem

ART PREMIUM Triplex Revestido, 65% de fibras virgens 250, 280, 330, 370, 410Aplicações: idem

EXTRAKOT Duplex Revestido, 60% de fibras virgens 300, 350, 400, 450

Aplicações: as mesmas acima, mais embalagens de autopeças, brinquedos e calçados

PRINTKOT Duplex Revestido, 50% de fibras recicladas 250, 280, 330, 370, 410Aplicações: embalagens de produtos alimentícios, brinquedos, calçados, farmacêuticos, higiene e limpeza

ECOPACK Duplex Revestido, 70% de fibras recicladas 230, 280, 330, 370, 410

Aplicações: embalagens de produtos alimentícios, brinquedos, calçados, farmacêuticos, higiene pessoal, têxteis elaminações em microondulados

DUPLEX PACK Duplex Pardo, não revestido 250, 300Aplicações: embalagens de produtos cosméticos, farmacêuticos e laminações em microondulado. Também parapastas e capas de cadernos

ICECARD Duplex Revestido, com tratamento especial con-tra absorção lateral de umidade

300, 325, 350, 450

Aplicações: embalagens de produtos alimentícios congelados e resfriados

PRINTKOT BARR Duplex Revestido, com tratamento especial queretarda a penetração de óleos e gorduras

370

Aplicações: embalagens de produtos alimentícios e pet food

ROYAL BARR Triplex Idem 250

Aplicações: embalagens de pet food

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PAPIRUS

TBC BPRODUTO TIPO CARACTERÍSTICAS GRAMATURAS (g/m2)

Triplex Composto por três camadas de fibras, comforro branco, miolo marrom e suporte branco

230, 280, 330, 370, 420

Aplicações: embalagens de fast food, cosméticos, produtos de higiene pessoal, medicamentos, brinquedos, arti-gos infantis, pilhas, chás, cigarros, chocolate, eletro-eletrônicos. Também cadernos, livros e álbuns fotográficos

DBF R Duplex Composto por três camadas de fibras,com forro branco, miolo e suporte marrom

210, 230, 250, 300, 350

Aplicações: embalagens para bebidas (multipacks), displays promocionais, produtos de higiene e limpeza,autopeças, calçados, sacolas, encartes e etiquetas têxteis

TWR B Triplex Papel cartão com forro branco, miolo mar-rom e suporte banco

330, 370

Aplicações: embalagens para produtos congelados (hambúrguer, pizza, pratos prontos), alimentos delivery e copos

TBB B Triplex Composto por três camadas de fibras, comforro branco, miolo marrom e suporte branco

230, 280, 330, 370, 420

Aplicações: cartelas blister e skin, embalagens de medicamentos, cosméticos, utensílios domésticos, pilhas e arti-gos de cutelaria

DBC BULK Duplex Composto por três camadas de fibras, comforro branco, miolo e suporte marrons

230, 280, 330, 370, 420

Aplicações: embalagens de gêneros alimentícios, farmacêuticos, cosméticos, produtos de higiene e limpeza, brin-quedos, autopeças, calçados, papelaria, displays e peças promocionais

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40– EMBALAGEMMARCA • mar 2001

Feira

EMBALAGEMMARCA mostra aqui algunsprodutos e serviços apresentados na11ª edição do Salão Internacional daEmbalagem e do Acondicionamento– Hispack 2001, realizado de 5 a 9de março em Barcelona, na Espa-nha, e propõe uma discussão sobrefeiras de negócios. Prevalece hojeuma dúvida em relação à participa-ção em tais eventos, sobretudoquando se realizam em outros paí-ses, que se resume mais ou menosassim: “Se a economia está globali-zada, as novidades e os avançoslançados num país chegarão pratica-mente juntos a todos eles”.Não é assim. Por mais que a econo-mia esteja concentrada em poucasempresas em alguns setores, a con-corrência continua a existir. E nin-guém consegue se auto-abastecerem todos os implementos e serviçosnecessários. Tanto é assim que nãose houve falar de feiras que nãocresçam a cada edição. Isso aconte-ce porque a criatividade nos negó-cios é interminável, e dela nascemnovos produtos, serviços, tecnologias– e empresas.Não importa a periodicidade às ve-zes curta, a similaridade temáticacom outras, muitas vezes próximasno tempo e até na geografia, as fei-ras de negócios são observatórios detendências futuras. A Hispack 2001,uma dessas, tornou-se a feira líderdo setor no país por ser uma fontede informação, um termômetro daatividade e um ponto de encontro aque não se pode faltar. “Desde suaprimeira edição, o salão é um ponto

VALE APENA IR

Feira internacional é umobservatório de tendências

Por Wilson Palhares, de Barcelona

Auto-adesivos crescem 20% ao anoUma tecnologia de segurança com

enorme potencial, mostrada na feira,

foi a de aplicação de RFID (iniciais da

expressão em inglês Radio Fre-

quency Identification) em etiquetas

auto-adesivas impressas em bobi-

nas. Segundo Iban Cid Juncosa, dire-

tor geral da Germark, empresa líder

no fornecimento desses rótulos na

Espanha, a procura por eles tem sido

muito grande. Lá como aqui, o pro-

blema é o preço. “Uma etiqueta com

RF (Radio-Freqüência), simplesmente

antifurto, custa 5 pesetas (US$

0,025), enquanto uma com RFID cus-

ta 1 dólar”, ele compara. O diretor ge-

ral da Germark acredita que “não ha-

verá aplicações comerciais para

RFID enquanto os fabricantes de pro-

dutos, as empresas de logística e o

varejo não chegarem a um acordo

quanto à divisão de custos”.

A diferença básica entre os dois sis-

temas é que o RFID aceita dados va-

riáveis e possibilita, por exemplo, fa-

zer o check-out de um carrinho de

compras numa única operação, ou

conferir a carga inteira de um cami-

nhão também de uma só vez.

Independentemente da implantação

dessa tecnologia, que traz embutida

incríveis possibilidades em termos

de logística, segurança e administra-

ção de estoques, o segmento de

A empresa francesa Les BouchagesDelage apresentou dois tipos de tam-pas de cortiça com acabamentos quedispensam o uso de saca-rolhas naabertura de garrafas de vinho. São astampas Cabeça Lisa e Califórnia. Aprimeira, quando aplicada, harmoniza-se com a boca da garrafa standard. Aoutra, também aplicável a garrafas pa-

Para abrir garrafas sem saca-rolhasdronizadas, lembra o acabamento tipoCalifórnia ( ou “flange”) das garrafasde vinho. O acabamento é feito em re-levo, podendo ter ou não aplicação dedetalhes metálicos em hot-stamping. Aempresa fornece em medidas e coresespeciais, sob encomenda.33 (0) 5 45 36 38 40 [email protected]

Rótulo impressopela Germark,com caracteresem Braille

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ÃO

auto-adesivos registra forte cresci-

mento na Espanha: 20% ao ano, em

média, nos últimos cinco anos. Nes-

se crescimento se incluem, embora

com peso menor, rótulos impressos

com caracteres em Braille, como o

PX (Don Pedro Ximenez), lançados

pela Germark.

“Os nichos são um bom campo para

os auto-adesivos”, lembra o diretor

geral da empresa, que acumula tam-

bém os cargos de presidente da An-

fec, a associação nacional espanhola

de convertedores de etiquetas, e de

vice-presidente em exercício da Finat,

a entidade mundial representativa do

setor. Sid assumiu em fevereiro em

conseqüência da renúncia do presi-

dente, o francês Charles Bernard, que

se desligou do segmento.

34 934 75 14 [email protected]

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mar 2001 • EMBALAGEMMARCA – 41

Feira

de referência para o setor”, diz Mi-guel Heredia Lafita, presidente daHispack 2001.Este ano a feira abrigou, em 48 000metros quadrados de área de expo-sição, 785 estandes de 2 188 em-presas espanholas e de outros paí-ses, visitados por 36 783 visitantes,3 301 deles estrangeiros. São visitasefetivas, já que a contagem é feitaapenas pelos formulários preenchi-dos pelos visitantes. O crescimentoda visitação este ano foi de 15,96%em relação à edição anterior, obser-vando-se entre os estrangeiros apresença de 10% procedentes depaíses latino-americanos.A participação brasileira foi ínfima,segundo a Fira de Barcelona, queorganizou o evento, com apoio daGraphispack, a associação espa-nhola de artes gráficas, embalageme promoção em ponto-de-venda. Éoutro aspecto para refletir. Se visitarfeiras é importante para informar-sesobre novidades e para antecipartendências, ir a eventos europeustalvez seja tão fundamental quantoestar presente nos americanos oujaponeses. Afinal, o volume de negó-cios externos realizado pelo Brasilcom países do Velho Continentevem tendo aumentada sua já signifi-cativa expressão.Se necessário resumir em uma frasea opinião sobre o evento, do pontode vista brasileiro, pode-se dizer queali havia oportunidades de negóciospara quem quer exportar, sobretudomáquinas de médio e pequeno por-te, e para quem quer nomear repre-sentantes para a Europa ou tornar-se um, de empresas espanholas,aqui. Não foi possível obter a opiniãode autoridades que representassemos interesses comerciais do Brasilno evento, pois não havia nele regis-tro da presença de uma sequer.Para um país cujo governo diz serprioritário incrementar as exporta-ções, é uma ausência eloqüente.

Ao gosto do clienteClara prova de que a sofisticação nãoestá apenas nas coisas ditas “moder-nas”, como materiais sintéticos de últi-ma geração, são as caixas de madeiratrabalhada da marca L’Estoig, da Sha-lom Taller. Próprias para o acondicio-namento de produtos como perfumes,jóias e canetas, entre outros, as emba-lagens são fabricadas ao gosto docliente, que pode escolher o tipo demadeira, os acessórios e a decoraçãomais adequada.34 97 322-1788 www.paeria.es / [email protected]

Numa só fornadaO mercado de produtos panificadospede cada vez mais agilidade em suaslinhas de embalagem. Entre as empre-sas que viabilizam soluções para essemercado, a produtora de máquinasHartmann mostrou sistemas que inte-gram o acondicionamento dos produ-tos em sacos tipo wicket e fecham asembalagens com clipes plásticos. A em-presa também fornece uma série deequipamentos para fatiamento e unida-des só de fechamento dos saquinhos.www.ghd.net / [email protected]

Solução médicaMais conhecida por seus produtos e

sistemas para o mercado de alimen-

tos, a Convenience Food Systems

focou esforços na divulgação do

sistema Tiromat para embalar pro-

dutos médicos e hospitalares com

segurança. O Tiromat – também

usado para alimentos – consiste

numa solução integrada que utiliza

máquinas form, fill & seal (FFS) para

produzir blisters e outras formas de

embalagens a partir de chapas dos

mais diversos materiais. Periféricos

podem ser acoplados às máquinas,

para imprimir, codificar e inspecio-

nar as embalagens num só ciclo, ga-

rantindo a esterilização dos produ-

tos até a abertura da embalagem.

(19) 3232-3636 – CFS Brasil

Ligada na competitividade crescente

no mercado de alimentos, a Blibox

Pack apresentou uma série de op-

ções para acondicionamento em ban-

dejas e potes termoformados, com

variadas opções de decoração e de

desenhos. Entre o que foi apresenta-

do, destaque para o expositor “sanfo-

nado” para frios e especialidades, que

aumenta a visualização dos produtos

no ponto-de-venda.

[email protected] 93 770-4160

Para serem vistos

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Força da fibraEm logística, chamaram a atenção ospaletes “monopeça” da Inka Palet, fa-bricados a partir de uma combinaçãode fibras de madeira e resinas sintéticasmoldadas a alta temperatura e pressão.Por terem encaixe perfeito e serem em-pilháveis, reduzem espaço no armaze-namento – é possível empilhar até seten-ta unidades ocupando 2 metros de altu-ra. Além disso, são esterilizados contramicroorganismos e permitidos para ex-portações a diversos países. A capaci-dade do palete é de 1 250 quilos.34 97 284-0194 www.inka-palet.es / [email protected]

Feira

42– EMBALAGEMMARCA • mar 2001

BOAS IDÉIASEm outro aspecto, a Hispack 2001pode ser vista como uma fonte deidéias a adaptar em feiras similaresaqui. O salão apresenta três iniciati-vas destinadas a estimular o desen-volvimento, os negócios e a culturada embalagem no país.• Paralelamente ao evento, são rea-

lizadas conferências técnicas, entreelas uma jornada dirigida a univer-sitários de toda a Espanha que este-jam fazendo cursos de alguma formaligados à cadeia de embalagem. Oobjetivo final é integrar os futurosprofissionais com o setor. A participa-ção é gratuita.• Em todas as edições da Hispack

um júri composto por representantesde diferentes segmentos do setor deembalagem concede o prêmio Lider-pack (Concurso Nacional de Líderesda Embalagem e do Acondiciona-mento), com o objetivo de contribuirpara a promoção do setor e da áreade materiais promocionais no ponto-de-venda. Além de diferentes catego-rias nessas duas áreas, o Liderpackcontempla o “Design Jovem” e qua-tro prêmios especiais (meio ambien-te, institucional, meio de comunica-ção e protagonista). No total, são en-tregues menos de trinta troféus, emcerimônia sem delongas. A Hispackpatrocina a inscrição dos ganhadoresno concurso internacional de embala-gem World Stars for Packaging, daWPO – World Packaging Association.• A Hispack 2001 organizou a mos-

tra 6 Coleções, terceira da série“Pack: História, Memória e Cultura daEmbalagem”. Partindo da constata-ção da importância do hábito de cole-cionar embalagens, quase sempreiniciativa de pessoas ou entidadesprivadas, a exposição dividiu-se emseis âmbitos, referentes a seis cole-ções: tabacaria, farmácia, vinhos,anis, laranja e perfumaria e cosméti-cos. A mostra é reproduzida no livroSeis Colecciones, de 84 páginas.

Cinto inviolávelPara otimizar processos de expedição,a Tesa, divisão do grupo Beiersdorf,mostrou tesa 64007, cinta inviolávelpara caixas de transporte. Aplicadacomo as fitas adesivas normais, em pro-cessos automáticos ou manuais, ela dei-xa impressa na embalagem um alertade que foi violada quando é retiradapela primeira vez. O aviso permanecevisível mesmo que se tente colar a mes-ma cinta no local. Tal “cinto de seguran-ça” para embalagens promete incremen-tar vendas e reduzir furtos e custos commanipulação, seguros e reposiçõ[email protected]

Em suspensãoPara potencializar a proteção de pro-dutos no transporte, a Sealed Air crioua Korrvu, marca patenteada para suasembalagens em suspensão. A idéia éassegurar a conservação do estado deprodutos frágeis ou de alto valor man-tendo-os “flutuando” em envoltórioselásticos (filmes plásticos), organiza-dos dentro de caixas de papelão ondu-lado. O segredo da Korrvu é que o fil-me tem resistência e aderência queimpedem danos aos produtos mesmoem situações críticas. Ademais, aKorrvu permite a exposição direta dosobjetos transportados.

34 93 773-8325

Tambores compactadosO representante da empresa belga Blagden Packaging apresentou um interes-sante equipamento de logística: tambores de aço de 200 litros, compactados.Impressos em litografia pelo sistema off-set, em até seis cores, são enfarda-dos de modo a caberem 140 unidades em cada palete. Dessa forma, num ca-minhão cabem 3 080 tambores (22 paletes), em vez de 200, como é habitual.Nas empresas usuárias, equipamentos instalados em comodato montam ostambores no formato final. O sistema é patenteado.34 93 776 69 00 / [email protected]

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42– EMBALAGEMMARCA • mar 2001

Feira

PLÁSTICOEM ALTA

Brasilplast reúnetecnologia e integra o setor

Por Guilherme Kamio

Investir em tecnologias de ponta edinamizar o relacionamento com to-dos os elos da cadeia, para melhorara produtividade e garantir qualidadee capacidade para atender a novosmovimentos de mercado. Estas pa-recem ser as maiores preocupaçõesda indústria de plásticos no Brasil,sensação reforçada pela movimenta-ção que ocorreu durante a 8ª ediçãoda Brasilplast – Feira Internacionalda Indústria do Plástico, que aconte-ceu de 5 a 10 de março no Pavilhãode Exposições do Anhembi, em SãoPaulo, e atraiu cerca de 57 000 visi-tantes.Com as previsões otimistas de prati-camente todos os mercados consu-midores para 2001, baseadas na re-cuperação da renda média do brasi-leiro e num fortalecimento econômi-co em âmbito geral, espera-se que ademanda pelos plásticos só venha aaumentar, nas mais diversas ativida-des industriais. Não só para produ-tos de giro rápido, mas também paraos de alto valor agregado. Aliás, oano passado já deu fortes indíciosdesse esperado aquecimento. O fa-turamento do setor de transformaçãode plásticos cresceu 12,4% sobre1999, chegando a 9,93 bilhões dedólares, de acordo com os levanta-mentos da Abiplast – AssociaçãoBrasileira da Indústria do Plástico.Merheg Cachum, presidente da enti-dade, prevê para este ano um cres-cimento de 10% no volume de pro-dução, que bateu na casa das 3,78milhões de toneladas em 2000.Mais que aguardar as boas perspec-

Resinas produtivasA OPP Petroquímica utilizou a feirapara fazer a première de algumasnovidades em resinas termoplásticas,algumas pertinentes ao mercado deembalagens. Entre elas, o NorvicCS50/15SB, copolímero para calan-dragem de PVC, que pode ser em-pregado com vantagens em lamina-dos rígidos para embalagem, segun-do o gerente de produtos e serviçosda unidade de PVC/Cloro-Soda daOPP, Luciano Nunes. Na área de po-lipropileno, o destaque fica com onovo CP 191, direcionado à fabrica-ção de potes de alimentos e tampaspara embalagens de sorvetes no pro-cesso de injeção de ciclo rápido. Já aresina HB 0454 HR, um polietilenode alta densidade, é dedicada ao so-

pro de frascos para óleos lubrifican-tes, cosméticos e alimentos. As van-tagens desta última, brandidas porLuís Fernando Cassinelli, gerente deprodutos e serviços da OPP, “são aresistência ao stress com alta rigidez,que proporciona melhor armazena-mento dos produtos, e a ausência deodores, não transferindo gosto aosalimentos”.(11) 3443-9621 / www.opp.com.br

Tampografia em até três coresNovas impressoras tampográficas foramo destaque da Oscar Flues. A empresaapresentou vários lançamentos, como aPrintflex 70 JR, que utiliza tinteiro comcopo selado, o que evita a evaporaçãoe o ressecamento da tinta utilizada noprocesso de impressão. “Com isto elase torna econômica e segura, pois nãohá evaporação de solventes no ambien-te de trabalho”, explica Elizangela Mar-tins, assistente da diretoria. Outros lan-çamentos são as impressoras automáti-cas CS 100 JR, que permitem impres-são bicolor, e as da série CS 200, quepodem imprimir em até três cores.(11) [email protected]

Para a fabricação de embalagens flexíveis com solda no dorso, como as de

café ou erva-mate, a Maqplas lançou na Brasilplast a Pouch Light LGH 400.

A máquina propicia solda contínua, o que, segundo a empresa, proporciona

eficiência e qualidade de solda superior à feita de forma intermitente. Já

para atender à crescente demanda por embalagens tipo stand-up pouch, a

empresa lançou o Stand Up Shape, um equipamento com nova estrutura e

totalmente modular que possibilita a fabricação dessas embalagens auto-

estáveis.

(11) 3686-6198 / [email protected]

Solda contínua para flexíveis

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mar 2001 • EMBALAGEMMARCA – 43

Feira

tivas do consumo interno, o setorplástico também sabe que é precisose afinar com a intenção do governode exportar mais. Nesse sentido, acontribuição dos produtos transfor-mados tem sido crescente. A Abi-plast registrou aumento de 18,68%em exportações do setor de 1999para 2000, um pulo de 428 milhõesde dólares para 508 milhões de dó-lares em faturamento.Os números da Brasilplast tambémevidenciam o potencial de evoluçãoda indústria plástica no país. Dos1 057 expositores, 512 eram empre-sas internacionais, de 32 países di-ferentes. A Itália, por exemplo, atra-vés da Assocomaplast, associaçãode classe dos fabricantes de equi-pamentos para plásticos, ocupouuma área de 700 metros quadradosna feira, onde estavam representa-das, direta ou indiretamente, maisde cem empresas. Tal investimentose justifica: o Brasil é o principaldestino das exportações italianas demáquinas para plástico na Américado Sul – as compras brasileiras em2000 renderam mais de 38 milhõesde dólares na balança comercial ita-liana, fazendo do país da bota omaior exportador de máquinas paraa indústria nacional. Estiveram tam-bém presentes na feira, com desta-que, empresas de Portugal e daÁustria, entre outros países.Tanto por parte desses expositoresinternacionais, como dos 545 nacio-nais, a embalagem foi presençamarcante. Não poderia ser dife-rente, pois a transformação de em-balagens é mercado vital para o se-tor plástico. Boa parte dos 75 000metros quadrados do pavilhão des-tacou novidades em resinas, pig-mentos, serviços e equipamentospara extrusão, sopro, injeção e im-pressão de embalagens. “O desen-volvimento de embalagens me-lhores passa obrigatoriamente poreventos como este”, diz Leandro

Nova geração brasileiraA Rhodia-ster lançou na Brasilplast

sua mais nova marca de produtos, ba-

tizada como Tecna. Ela será a chance-

la para resinas PET de uma nova gera-

ção, “que trarão como aspecto primor-

dial significativas inovações tecnológi-

cas”, de acordo com Leandro Fraga

Guimarães, gerente de marketing da

empresa. O primeiro produto dessa

nova família, apresentado oficialmente

durante a feira, é a resina S80SP, de-

senvolvida no Brasil após três anos de

pesquisa e pesados investimentos.

Segundo Guimarães, ela oferece van-

tagens claras no processo de sopro,

como aumento de produtividade de

10% a 20% em relação aos grades con-

vencionais, a redução no consumo de

energia no forno da sopradora em até

25%, facilidade nos ajustes (setup) das

máquinas e baixo volume de refugo

gerado no processo. Ou seja, a cadên-

cia do sopro das embalagens se man-

tém na capacidade máxima, enquanto

a potência do forno diminui. “De um

lado aumenta a produtividade, de ou-

tro reduz os custos”, argumenta Gui-

marães, garantindo que “o ganho total

é de no mínimo 30 dólares por tonela-

da de resina”.

Segundo Guimarães, além da natural

presença no mercado de refrigerantes,

espera-se que a S80SP também cative

os produtores de óleos comestíveis,

águas minerais, condimentos e de hi-

giene e limpeza, por dois fatores. Pelo

baixo teor de acetaldeído – o que não

altera o sabor dos produtos – e pela

flexibilidade no trabalho com frascos e

garrafas com design diferenciado.

(11) [email protected]

Para estruturas compostasDivisão de especialidades do grupo pe-troquímico Totalfina Elf, a Atofina mos-trou na Brasilplast sua nova linha deadesivos para coextrusão, a OrevacPE, encontrada em quatro grades e vol-tada à produção de filmes multicamadae embalagens rígidas para alimentos.“O papel do Orevac nessas estruturascompostas de embalagens é garantircoesão entre a camada de barreira aooxigênio, geralmente uma poliamidaou EVOH, e as camadas de polietileno,que conferem as propriedades de sol-da, rigidez e impermeabilidade”, expli-ca Sophie Guillot, relações-públicas daempresa. A empresa também estevemostrando o Ensolid, desenvolvimentoda empresa finlandesa de papéis Stora

Enso para fechamento de potes de po-liestireno, polietileno, papelcartão oupolipropileno. Trata-se de uma membra-na multicamada, cuja composição nãoleva alumínio, e na qual a Atofina parti-cipa através de seu copolímero Lotryl,que serve como camada de selagemda tampa.(11) [email protected]

Seis novos grades da linha Prolen de polipropilenos foram mostrados pela Poli-brasil. Entre os dedicados a embalagens estão o Prolen PMT 6970, para a fabri-cação de baldes, caixas para hortifrutícolas e contêineres, o Prolen XM 6156 K,que proporciona tampas flip-top com maior maciez na abertura, o Prolen PMT6190, desenvolvido para o segmento de extrusão/compressão de tampas parabebidas carbonatadas, e o Prolen PF 6140, para o mercado de filmes. (11) 4478-2051 / [email protected]

Novos grades de polipropileno

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Page 31: Revista EmbalagemMarca 020 - Março 2001

Feira

44– EMBALAGEMMARCA • mar 2001

Fraga Guimarães, gerente de mar-keting da Rhodia-ster.A anteriormente citada necessidadede trazer à embalagem nacional oque há de mais moderno em termosmundiais pode ser medida pelo ba-lanço feito ao final da feira. Nas má-quinas injetoras, extrusoras e sopra-doras, houve aumento de cerca de60% das vendas em relação à últi-ma edição da feira, em 1999. Sinalde que o parque industrial está sen-do renovado, condição para susten-tar o esperado crescimento econô-mico e a garantia de condições ade-quadas para a exportação de produ-tos com qualidade de ponta.Nas outras áreas, a percepção deevolução da transformação de plás-ticos também foi latente. Os lança-mentos em resinas e sistemas deimpressão tiveram a marca do au-mento de produtividade, sob as pro-messas da diminuição de perdas ede consumo energético nos proces-sos. Já o campo dos aditivos paraplásticos, além desses pontos, bus-cou ressaltar a diferenciação, aspec-to observado principalmente na áreade masterbatches e pigmentos paratransformação. “Nossos clientes es-tão sempre buscando se diferenciarda concorrência”, afirma Walter Es-mereles, gerente comercial da divi-são de masterbatches da Clariant.Segundo a Alcantara Machado, or-ganizadora do evento, a Brasilplastjá é a terceira feira mundial em suacategoria, e a maior do hemisfériosul. “É uma feira onde realmente sefecham negócios”, comemora GuidoPelizzari, diretor geral da Sandretto,comerciante de máquinas injetoras.Mais do que a venda direta, há tam-bém o caráter de evento de oportu-nidades que a feira proporciona.“Além do faturamento durante oevento, as empresas estão aquipara fazer contatos para negóciosfuturos”, salienta o diretor da Brasil-plast, Evaristo Nascimento.

Aditivos cheirososA divisão de masterbatches da Cla-riant mostrou na feira masterbatchescom fragrâncias e aromas, como cou-ro e morango. Segundo o gerente co-mercial da divisão, Walter Esmereles,tais produtos estão sendo desenvolvi-dos localmente e são mais uma armapara “se diferenciar da concorrência”.Outro destaque da Clariant, apresen-tado em primeira mão no Brasil, foi alinha de masterbatches Splash, queconferem à resina efeitos especiais,como rugosidade, aparência de már-more, de madeira e outros. E essesimplementos visuais nas peças injeta-das, para atrair a atenção do consumi-dor, não implicam em investimentos,segundo Esmereles. “Os transforma-dores de plásticos podem continuar autilizar os equipamentos de injeção emoldagem que já possuem.”(11) 3613 [email protected]

Um produto que chamou a atenção

durante demonstrações na feira foi

o filme plástico Claria. Fabricado

com base em PVA pela japonesa

Kuraray, o filme é totalmente solú-

vel em água, se desintegrando pou-

co tempo após o contato. Destina-

do a aplicações em embalagens de

agroquímicos, defensivos agríco-

las, hospitais, lavanderias, deter-

gentes e aberto a novos usos, o

Claria possui propriedades de bar-

reira, é antiestático e tem resistên-

cia mecânica e térmica, segundo

Oliver Venezia, da Intermarketing

Brasil, empresa que está trazendo o

filme para o país.

(11) [email protected]

O plástico sumiu

Recolhimento convenientePara embalagens flexíveis do tipo “wi-cketer”, a Hudson-Sharp está fabrican-do no país a MS 750W, máquina decorte e solda que permite a produçãode saquinhos em diversos tamanhos –até 343 x 711 mm. A principal carac-terística da MS 750W é que assim queas embalagens são processadas (numavelocidade de até 280 embalagens porminuto), elas são recolhidas e empilha-

das pelos pinos wicket, “o que a dife-rencia das demais máquinas de corte esolda”, segundo Simone Mendes, assis-tente executiva da Hudson-Sharp. Omaterial da embalagem pode ser PEBD,PEBDL, PEAD e coextrudados – paratrabalhar com polipropileno são neces-sárias algumas modificações [email protected](11) 5181-7935

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Page 32: Revista EmbalagemMarca 020 - Março 2001

Feira

Corte limpoA Tidland lançou na Brasilplast o

sistema MSP de corte longitudi-

nal. Desenvolvido para cortar la-

minados, plásticos e papéis, o

sistema consiste em um suporte

pneumático adaptável a qualquer

máquina rebobinadeira ou corta-

deira. De acordo com Marcos Mi-

randa, gerente regional da em-

presa, as vantagens apresenta-

das pela máquina são a redução

de tempo no seu manuseio,

maior controle e precisão no cor-

te e maior vida útil da faca.

“Além disso”, diz Miranda, “a

máquina reduz a incidência de pó

em 80% no momento do corte,

garantia que outras máquinas

não dão”.

(11) [email protected]

Moldes com troca rápidaEspecializada na fabricação de moldespara sopro e injeção de plásticos, aMoltec apresentou uma tecnologia detroca rápida para moldes piloto para ex-trusão-sopro. O sistema, composto deum corpo externo padrão que acopla o

corpo interno com a cavidade deseja-da, produz amostras reais. Isso facilitao lançamento de produtos em frascosplásticos, por dinamizar o desenvolvi-mento e a definição da embalagem.(11) 5523-4011 / [email protected]

EM

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Feira

Bandejas para pratos prontos e resina para garrafõesPara o cada vez maior mercado deembalagens retornáveis de vinte litrospara águas minerais, a Eastman apre-sentou a resina PJ002, que apresentavantagens de produtividade nos pro-cessos por sopro. Já na divisão de es-pecialidades, a empresa anunciou o re-forço na comercialização das bande-jas termoformadas em C-PET para ali-mentos VersaTray, que podem ir ao mi-croondas ou ao freezer. SegundoGeorge Huber, gerente de comunica-ções com o mercado para a AméricaLatina da Eastman, “a VersaTray jáestá sendo utilizada em larga escala

Injetoras precisas e modularesBaseada na premissa de que com aglobalização é preciso oferecer qualida-de indiscutível em mercados competi-tivos, a Sandretto, controlada pelo gru-po italiano Cannon, lançou na feira asérie SB Uno de máquinas para inje-ção. Segundo Guido Pelizzari, diretorgeral da empresa, “as novas injetoras

PS e PE novosO Styron A-Tech 1250, poliestireno

de alto impacto para embalagens de

alimentos, foi lançado pela Dow

Química no evento. Produzido nas

fábricas da Dow no Brasil e na Co-

lômbia, o produto é adequado a em-

balagens descartáveis em geral, co-

pos e bandejas termoformadas, as-

sim como para chapas utilizadas no

processo de form, fill & seal (FFS).

“As vantagens do Styron A-Tech

1250 são significativas, uma vez

que a resina permite a fabricação

de embalagens com espessuras e

peso mais baixos sem a perda de

tenacidade”, afirma Fernando Rodri-

guez, gerente de marketing e ven-

das da Dow para a América Latina.

Na área de polietilenos, a Dow lan-

çou oficialmente a Dowlex NG 2085-

B, resina multiuso que atende a re-

quisitos de alto brilho da embala-

gem, além de proporcionar qualida-

de de impressão e outras caracte-

rísticas da família Dowlex, tais

como resistência à perfuração, ve-

locidade de máquina e selagem efi-

ciente. Outra novidade na área de

PE é a resina 35060L, utilizada para

a produção de frascos soprados

com maior resistência ao empilha-

mento.

(11) 5188-9000 / www.dow.com

Sopro flexível também para multicamadasPara o mercado de bebidas, a Kroneslançou a Contiform, sopradora queapresenta um conceito inovador: o car-rossel de aquecimento e de sopro es-tão posicionados um sobre o outro eunidos por uma estrela de transferênciavertical. A máquina pode ser fornecida

no segmento de pratos prontos conge-lados nos Estados Unidos por terem de-sempenho superior às bandejas simila-res com base no polipropileno”.(11) 5506-9989www.eastman.com

são altamente precisas, têm baixo con-sumo energético e grande modularida-de de conjuntos”. Esta última caracte-rística, atenta Pelizzari, traz o diferen-cial da alta flexibilidade, que permitemelhor adequação aos processos comdiferentes materiais plásticos. Outroponto forte da SB Uno, de acordo como diretor da empresa, é a unidade decontrole sef 2000, que alia dois proces-sadores (um da Intel e outro da Motoro-la) a um software de controle desenvol-vido pela própria Sandretto.(11) [email protected]

com 6, 8, 10, 13, 16, 20 ou 24 esta-ções de sopro, o que permite produ-ções entre 7 200 e 28 800 garrafaspor hora. Ela produz tanto garrafasone-way como retornáveis, em diver-sos formatos, podendo inclusive traba-lhar com pré-formas multicamadas.Todos os parâmetros são ajustadosnuma interface touch-screen (tela sen-sível ao toque), e podem ser modifica-dos durante a produção. Uma vez oti-mizados e gravados, os programaspodem ser selecionados a qualquermomento no painel de comando.(11) [email protected]

46– EMBALAGEMMARCA • mar 2001

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Display

CORES E TEMAS NOSOVOS DE PÁSCOA DA VISCONTI

A Visconti está preparando ovosde Páscoa com temas diversifica-dos, a fim de atingir todas as ida-des. Para as crianças, a marcaaposta em ovos de chocolate aoleite de 200g com o tema Sandy& Júnior, que trazem pulseiras epingentes como brinde. O OvoBelle Epoque, de 400g, vem emembalagem alusiva à obra do pin-tor francês Toulouse Lautrec,enquanto o Ovo com Trufas de280g é embalado em filmes trans-parentes e dourados. As embala-gens das linhas tradicionais tam-bém foram alteradas, apresentan-do cores mais alegres. Todas as embalagens são emBOPP, fornecidas pela Conver-plast e com design da Crew Co-municação.

PLÁSTICO PARA QUEM NÃO É MAIS CRIANÇAQuerendo mostrar que a Páscoa não é

somente para as crianças, a Brahma

está lançando uma edição limitada de

500 mil ovos recheados com...

cerveja. O ovo, na verdade um reci-

piente plástico fornecido pela Ingecom,

também serve para gelar o “recheio” –

seis latinhas de 350 ml. Balões da

campanha “Refresca até pensamento”

decoram o papel de presente, da Con-

verplast, que envolve o ovo.

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Além dos tradicionais ovos de choco-late, a Bauducco preparou algumasoutras novidades para essa Páscoa.Uma opção é o kit que traz um GranPáscoa Frutas de 500g e um ovoClássico com 240g em uma embala-gem decorada pela Headeasing eimpressa pela Lanzara. Outra opçãooferecida pela empresa é o GranPáscoa com frutas ou com gotas de

Gran Páscoa em lata e cartuchochocolate. As duas versões podemser encontradas em lata de 500g, daMetalgráfica Itaquá, em cartucho de500g e 750g ou, ainda, em cartu-chos de 90g, ambos impressos pelaBrasilgráfica. O design da lata queacomoda o Gran Páscoa com frutasé da A10 design e o da lata do GranPáscoa com gotas de chocolate daOz Design.

Os confeitos Rocklets, da Arcor, ganha-

ram a versão chocolate branco e novo

design para as embalagens. O visual

foi desenvolvido pelo departamento de

design da Arcor Argentina, que man-

teve a identidade moderna e jovem do

produto.

As flow-packs, em BOPP, são fabri-

cadas na Arcor Flexíveis, unidade de

embalagem da matriz argentina.

Também reformulada, a linha de piruli-

tos Mister Pop’s traz novo pote dois-

em-um, importado da Argentina, que

serve como display no ponto-de-venda.

Para isso, o pote acompanha um aro,

onde são espetados os pirulitos. O

rótulo, fornecido pela Mack Color, foi

desenhado internamente pela Arcor.

Arcor reformula visual de candies

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mar 2001 • EMBALAGEMMARCA – 47

Display

A Adams, divisão da Warner-Lambert, está es-tampando nas embalagens dos chicletes PingPong os personagens Looney Tunes (no Brasil,Turma do Pernalonga). Eles também estão nasfigurinhas que acompanham o produto, e suaescolha se deve ao enorme conhecimento e à

receptividade por parte das crianças ede muitos adultos, como foi comprova-

do em pesquisas realizadas pela Adams epela Warner Bros. As embalagens, fornecidaspela Inapel, têm design da Adag.

Pernalonga e sua turma viram chiclete

A modernidadeé vermelhaO snack Pingo D’ouro, da ElmaChips, mudou de cara após qua-se trinta anos com a mesma em-balagem. O marrom da antigaapresentação foi substituído pelovermelho. A Pantani, agênciaresponsável pelo design, tam-bém modernizou o logo, manten-do a cor marrom em sua elipsepara criar uma ligação com a an-tiga embalagem. Os saquinhossão impressos pela Itap e têmestrutura em BOPP, com acaba-mento metalizado.

O segredo das saladas em sachêsA Knorr está lançando em São Pau-

lo um novo tempero para saladas. É

o Segredo da Salada, um tempero

em pó para ser misturado a uma co-

lher de vinagre e azeite. A novidade

chega às prateleiras em sachês de

8g, fabricados pela Embalagens Fle-

xíveis Diadema, e com visual desen-

volvido pela Mazz Design. Os sabo-

res são alho e salsa, tomate seco,

cebola e salsa e italianos.

Viva! é a nova fragrância dos sabonetesVinólia, da Unilever, desen-volvida especialmente paraas mulheres. Sua embala-gem de papel metalizado, cri-ada pela R234 e fornecidapela Toga, apresenta sofistica-ção e combina flores delicadas acores vibrantes em tons de rosa, amarelo e lilás.

SOFISTICAÇÃO EM PAPEL METALIZADO

Alumínio para a BelcoA Cervejaria Belco lançou sua cervejasem álcool, em latas de alumínio forneci-das pela Latasa, com design da Con-cept Planejamento em Marketing e Co-municação. A Belco amplia, assim, sualinha de produtos, a ser completada embreve com uma água mineral.O lançamento faz parte de uma sériede iniciativas da Belco para fixar suamarca e ganhar mercado. No últimoano, a empresa remodelou a imagemda linha de refrigerantes e investiu naconstrução da Belco NE (em Cabo, PE).Com suas duas unidades em operaçãocompleta (a outra é em São Manuel,SP), a Belco terá capacidade anual deenvase de 7,5 milhões de hectolitros.F

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Page 36: Revista EmbalagemMarca 020 - Março 2001

Panorama

48– EMBALAGEMMARCA • mar 2001

A Willett International

Ltd. está reforçando sua

presença na América do

Sul. Em meados de mar-

ço, Allan Willett, funda-

dor da empresa, visitou

a filial brasileira, onde

reiterou a intenção de

que aqui sejam feitos os

insumos consumíveis

fornecidos pela marca

para toda a região. Se-

gundo ele, num primeiro

momento a empresa pre-

tende concentrar-se no

Mercosul, “um mercado

de grande potencial”,

para depois fortalecer

sua posição no restante

do subcontinente.

A empresa, que afirma

ser líder no mercado

brasileiro de codificação

contínua, com cerca de

40% de participação,

pretende abocanhar fa-

tias da concorrência.

“Achamos que em mer-

COMPRAS MAIS FÁCEISGrande distribuidora de resi-nas termoplásticas e insu-mos, a Activas reformulou to-talmente seu site. Além damudança visual, a empresatambém está fortalecendoseu canal de e-commerce,através da disposição de fi-

chas técnicas de todos osprodutos, respostas às per-guntas mais freqüentes (FAQ)e assistência técnica online.Os convertedores de embala-gens plásticas podem aces-sar a Activas na Internet atra-vés de www.activas.com.br.

Bandeira para atrairComo mais um imple-

mento para diferenciar o

produto no ponto-de-ven-

da, atraindo o olhar do

consumidor, a Novelprint

está colocando no merca-

do a etiqueta Flag, siste-

ma auto-adesivo que ocu-

pa espaço aéreo nas gôn-

dolas, “sem interferir no

design da embalagem”,

ressalva Martin Mato Mar-

ques, gerente de desen-

volvimento da Novelprint.

A Flag (bandeira, em in-

glês) também é dedicada

à divulgação de campa-

nhas promocionais, e

“pode ser multipágina,

permitindo a inserção de

dados sobre o produto

ou qualquer informação

que o fabricante dese-

jar”, diz Marques. Con-

feccionadas em papel ou

filme plástico, com di-

versas cores e formatos,

as etiquetas são forneci-

das em rolo e a Novel-

print desenvolve o siste-

ma de aplicação adequa-

do à linha de produção

do cliente. (11) 3768-4111www.novelprint.com.br

PLASTIVIDA MAIS DINÂMICAA comissão Plastivida, daAbiquim – AssociaçãoBrasileira da IndústriaQuímica, que estimula adiscussão da integraçãodos plásticos com o meioambiente, está com pági-na reformulada na Inter-net, em www.plastivi-

da.org.br. Promovendomaior dinamismo na na-vegação, o novo site trazinformações abrangentessobre plásticos, como le-gislação, dúvidas maisfreqüentes, publicações,etc. Na área de recicla-gem, destaque para a re-lação dos recicladoresnacionais de plásticos,com acesso por tipo deplástico, região e siste-mas para atualizaçãopermanente. A páginaainda trará capítulos dire-cionados a órgãos muni-cipais, professores, estu-dantes e jornalistas.

Regionalização reforçadacados sofisticados como

o Brasil a natureza do

negócio de codificação

está mudando”, diz Wil-

lett. “Como o futuro está

nos serviços oferecidos

– tintas, softwares, tec-

nologia –, pretendemos

investir em inteligência,

que tem maior valor

agregado e pode nos dar

uma vantagem competi-

tiva”, afirma. Ele citou

como exemplo dessa

tendência o software

Connector, lançado em

2000, que foi desenvolvi-

do pela equipe de enge-

nharia da Willett brasilei-

ra e hoje é comercializa-

do no mundo todo. Do

Brasil, o empresário par-

tiu para Montevidéu, no

Uruguai, para inaugurar

um centro de distribui-

ção de produtos Willet.

(11) 4195-3261www.willett.com

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Panorama

mar 2001 • EMBALAGEMMARCA – 49

Design, muito mais que desenhoA Abre – Associação Brasileira de Em-balagem está lançando o primeiro Prê-mio Abre de Design de Embalagem.Aberto a empresas usuárias e fabrican-tes de embalagens, a estúdios de de-sign e a estudantes, o concurso está di-vidido em várias categorias. Na principal, os traba-lhos inscritos concorremnas subcategorias volta-das a cada mercado es-pecífico – alimentos e be-bidas, higiene e limpeza,cosméticos, saúde, brico-lagem e eletrodomésti-cos. Há ainda as catego-rias redesign, ecodesign,tecnologia, design paraexportação, case de em-balagem, embalagempromocional e uma cate-goria especial, que definirá a empresausuária de embalagem do ano e a me-lhor embalagem, escolhida por votopopular. Os trabalhos serão julgados pelos as-pectos de layout, funcionalidade, quali-dade, ergonomia, impressão e diferen-ciais que agreguem valores ao consu-midor final. “A Abre quer valorizar nãoapenas o desenho, mas tudo o queestá envolvido no design”, diz Fábio

Mestriner, coordenador do Comitê deDesign da entidade.O Prêmio Abre de Design de Embala-gem segue uma tendência que se con-solida local e mundialmente, que é avalorização dos produtos através douso de embalagens mais apropriadas.

No Brasil, essa tendênciaé expressa peloPrograma Brasileiro deDesign, do Ministério doDesenvolvimento,Indústria e Comércio,que apóia a iniciativa daAbre.O Prêmio Abre deDesign de Embalagem éuma das atividades daassociação que segue olema “O Brasil Precisade Embalagem”, cam-

panha lançada recentemente pela enti-dade. Segundo Luciana Pellegrino,diretora executiva da Abre, “o objetivodessa campanha é despertar a cons-ciência dos diversos setores industriaispara as necessidades de utilização deembalagens adequadas”.Mais informações sobre o Prêmio e asatividades da Abre podem ser conse-guidas no telefone (11) 3082-9722 ouno site www.abre.org.br.

Objetos criadosA Thermojet Solid Object Printer, da 3DSystems, tem a funcionalidade de umaimpressora comum, mas produz obje-tos “verdadeiros”, em três dimensões.Essa é a novidade que a Robtec estátrazendo ao Brasil para a área de pro-totipagem rápida. O equipamento utili-za a tecnologia MJM (Multi Jet Mode-ling), que vai construindo fisicamentemodelos matemáticos gerados emCAD através da deposição minuciosade termopolímeros. “Tudo com umsimples clique de mouse”, afirma Sér-gio Oberlander, diretor da Robtec.Além de servir para a pré-validação deprodutos, como novas embalagens, aimpressora pode servir como “fax tridi-mensional”, com a transmissão remotado modelo diretamente para a plantado cliente.

(11) 4232-9224 / www.robtec.com.br

Curso práticoPara quem quer se apro-fundar no universo do de-senho de embalagens, aMakron Books está lançan-do Design de Embalagem– Curso Básico, escrito porFabio Mestriner, designer ediretor da agência PackingDesign. “É o primeiro livrono Brasil e no mundo queensina a metodologia com-

pleta nesta técnica”, afirma o au-tor. Voltado principalmente a estu-dantes de artes gráficas, dese-nhistas e profissionais de embala-gem e marketing, o curso trazmais de 250 fotos coloridas e querse firmar como material didáticopara os cursos que estão prolife-rando na área.Makron Books: (11) 3845-6622

Outras iniciativas de destaque nocampo dos prêmios de design, tam-bém apoiadas pelo governo atravésdo Programa Brasileiro de Design,são o Prêmio Abiplast de Design e oConcurso Bahia Design Para Estu-dantes. O primeiro, lançado pela Abi-plast – Associação Brasileira da In-dústria do Plástico, surge para pro-mover a criação de produtos de de-senho industrial com base nos plás-ticos, e irá analisar aspectos de cria-tividade, tecnologia, funcionalidade,forma técnica, ecologia e responsa-bilidade social dos trabalhos de di-versas categorias, entre elas a de

Outras iniciativas no Brasildesign de embalagem. Há mais in-formações nos sites www.abi-plast.org.br ou www.mdic.gov.br.Já o Concurso Bahia Design ParaEstudantes entra neste ano em suasegunda edição. Voltado aos estu-dantes das universidades baianas,o concurso está dividido em setecategorias, sendo que há uma espe-cífica para design de embalagem.As inscrições começam no final demarço e a abertura do salão para arealização da mostra e para a pre-miação dos vencedores será emmaio. Detalhes: (71) 343-1219 ouwww.fieb.org.br/bahiadesign.

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AlmanaqueAlmanaque

50 – EMBALAGEMMARCA • mar 2001

No início da década de 60,uma nova alternativa deembalagem decorativapara garrafas de vinhos ebebidas alcoólicas agitavamercados no mundo intei-

O lírio da guerraNa edição de junho de1966 de Seleções do Rea-der’s Digestum anúnciode página inteira do óleocomestível Lírio, da An-derson Clayton, apresen-tava uma nova embala-gem do produto, revolu-cionária para a épocapor ser transparente. Foium dos marcos iniciais daguerra de materiais quese intensificaria algunsanos mais tarde. A peça

publicitária não informa-va de que material erafeita a garrafa, mas nãoseria necessário: só pode-ria ser de vidro, pois ain-da não existiam materiaisconcorrentes que apresen-tassem boas barreiras ealta transparência, comoos plásticos modernos. Olançamento deve ter cau-sado grande impacto, ajulgar pela expressão damodelo do anúncio.

Vim, vi e venciro: papelão ondulado comparedes superfinas. Assimcomo nos demais países,tornou-se um êxito no Bra-sil, onde é conhecido comopapelão microondulado.

Clássicos da indústria

Embalagens sofisticadas, para produtos

de massa, são produzidas no Brasil há

mais de 100 anos. No início do século

passado, a Companhia Litographica Fer-

reira Pinto, do Rio de Janeiro, conheci-

da pela qualidade e pela pontualidade de

seus serviços, já fazia litografia a co-

res e impressão em alto relevo.

Principais clientes: as indústrias de

cigarros e de perfumes.

Grande novidade no

Brasil, em 1920: em-

balagens de cigarros

com papel aluminiza-

do. A iniciativa foi da

Souza Cruz, com a

marca Odalisca, lança-

da no mercado em

1915 e retirada logo

depois. O retorno foi

um sucesso. Outras

Volta triunfal

marcas da empresa e

de concorrentes ado-

taram o papel alumi-

nizado, até hoje pre-

sente na categoria.

Vale a pena uma visita aosite da ANI – AssociaçãoNacional dos Inventores(www.inventores.com.br).Na seção “Classi-inven-tos” é possível encontrarum sem-número de apetre-chos esperando uma opor-tunidade de entrar no mer-cado – inclusive embala-gens. Entre as idéias, algu-mas engenhosas, outrasnem tanto, está a de umalata metálica com tampade rosca, para dois litrosde bebida. Segundo o au-tor do projeto, Alberto L.Souza, “com esta embala-gem o usuário não precisa

Idéias na prateleiraconsumir tudo de uma sóvez, podendo retampar aembalagem”. Outros obje-tos originais são um“abridor para embalagensTetra Pak”, de AdelícioCardoso, e um saco paraembalar roupas a vácuo,de Mary Yamada. Algumaempresa se interessa?

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