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Revista EmbalagemMarca 030 - Fevereiro 2002

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Edição de fevereiro de 2002 da revista EmbalagemMarca.Visite o site oficial da revista http://www.embalagemmarca.com.br e o blog http://embalagemmarca.blogspot.comSiga-nos também no Twitter: http://twitter.com/EmbalagemMarcaEsta edição está incompleta, sem os anúncios, pois foi recuperada de um arquivo muito antigo. Ainda assim é possível ler as matérias.

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Page 1: Revista EmbalagemMarca 030 - Fevereiro 2002
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omo ocorre namaioria dos em-

preendimentos e mesmona vida particular, o perío-do de passagem de um anopara outro é tempo de ba-lanço e planejamento, eem EMBALAGEMMARCA

não é diferente. Mas nãovamos tomar o tempo dosleitores relatando como foio ano para nós. Basta dizerque a revista se consolidoucomo um veículo útil e dealta credibilidade.Isso nos coloca ante o futu-ro. Em retribuição ao reco-nhecimento dado ao nossotrabalho, vamos nos empe-nhar ainda mais este anopara que a revista se aper-feiçoe como ferramenta de

trabalho indispensável àcadeia de embalagem.O setor tem uma contribui-ção indispensável a darpara o fortalecimento daeconomia e para o cresci-mento tanto do mercadointerno quanto das expor-tações de produtos commaior valor agregado. Anosso ver, para isso acon-tecer é vital aprimorar pro-dutos e embalagens. O re-sultado será o aumento donível de exigência dosconsumidores e, em conse-qüência, para atendê-lo, aelevação da qualidade.É dentro desses propósitosque esta edição destaca asreportagens sobre o merca-do singlee sobre cursos di-

recionados ao aprendizadona área de embalagem. Amatéria sobre este temaprocura, além de fazeruma análise, fornecer osendereços de cursos dispo-níveis no país. Outros quenão tenham sido citadosserão incluídos no site darevista se encaminharem àredação as informaçõesbásicas, como endereço,tipo de curso, duração etc.Estamos também inaugu-rando, na página 32, umanova seção, Painel Gráfi-co, com notícias sobre esseimportante segmento daeconomia. Em breve, maisnovidades. Até março.

Wilson Palhares

Novidades e mais serviços

C

É vital aprimoraros produtos e asembalagens comoforma de melhorageral da qualidade

30editorial 05/02/02 18:11 Page 99

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ENTREVISTA:ODAIR ABATEO economista chefe doLloyd demonstra porqueo Brasil tem um anorazoável pela frente e que o próximo presidente da República, seja quemfor, não fará mudançasradicais na economia

CAPALiteralmente, já não sefazem profissionais deembalagem comoantigamente. Em vez de só aprenderem naprática, hoje eles saem em número cada vez maior dasescolas especializadas

SINGLEO mercado de pessoas que consomemsozinhas, independentede morarem com outras, aumenta semparar, criando atraentesegmento de mercado eoportunidades para osetor de embalagem

MAKING OFDepois de trocar por umpote a embalagem dequeijo que era um saco, a Vigor faz nova reviravolta nas gôndolascom o Danubio

PAINEL GRÁFICOUma nova seçãocom notíciassobre o queacontece naárea, da cria-ção ao acaba-mento de embala-gens e outros impressos

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Diretor de RedaçãoWilson Palhares

[email protected]

[email protected]

Flávio [email protected]

Guilherme [email protected]

Leandro [email protected]

Thays [email protected]

ColaboradoresJosué Machado e Luiz Antonio Maciel

Diretor de ArteCarlos Gustavo Curado

AdministraçãoMarcos Palhares (Diretor de Marketing)

Eunice Fruet (Diretora Financeira)

Departamento [email protected]

Wagner Ferreira

Circulação e AssinaturasClaudia Regina Salomão

[email protected] anual (11 exemplares): R$ 60,00

Público-AlvoEMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais queocupam cargos técnicos, de direção, gerênciae supervisão em empresas fornecedoras, con-vertedoras e usuárias de embalagens para ali-mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,materiais de limpeza e home service, bemcomo prestadores de serviços relacionadoscom a cadeia de embalagem.

Tiragem desta edição7 500 exemplares

Filiada ao

Impressa em papel couché Image Mate 115 g/m2 (miolo) e papelcartão ArtPremium

PEX2 330 g/m2 (capa) da Ripasa S.A. Celulose e Papel

Impressão: Lavezzo Gráfica eEditora (capa) e Grande ABC (miolo)

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 53 – Chácara Santo

Antonio - CEP 04718-040 - São Paulo, SPTel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

www.embalagemmarca.com.brO conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA éresguardado por direitos autorais. Não é permi-tida a reprodução de matérias editoriais publi-cadas nesta revista sem autorização da Blocode Comunicação Ltda. Opiniões expressas emmatérias assinadas não refletem necessaria-mente a opinião da revista.

fevereiro 2002

20 A guerra dos lactobacilos

Embalagem, arma dos leites fer-mentados para ganhar mercado

30 Interpack

Veja oportunidades de negócio nagrande feira mundial de embalagem

3 Editorial

A essência da edição do mês

39 Display

Lançamentos e novidades – eseus sistemas de embalagem

42 Almanaque

Fatos não muito conhecidos douniverso das embalagens

Veja maisToda vez que este ícone aparecer no final de artigos ereportagens, significa que há informações adicionais emwww.embalagemmarca.com.br

35 Panorama

Movimentação na indústria deembalagens e seus lançamentos

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Redação: Rua Arcílio Martins, 53

CEP 04718-040 • São Paulo, SP

Tel (11) 5181-6533

Fax (11) 5182-9463

[email protected]

As mensagens recebidas por carta, e-

mail ou fax poderão ter trechos não es-

senciais eliminados, em função do es-

paço disponível, de modo a dar maior

número possível de oportunidades aos

leitores. As mensagens poderão tam-

bém ser inseridas no site da revista

(www.embalagemmarca.com.br).

MENSAGENS PARA EMBALAGEMMARCA

Como responsável pelo setor deexportação da Brasilcote, tenho vi-sitado todos os países da Américado Sul buscando desenvolver espa-ços já conquistados por nossa em-presa, como também a abertu-ra/criação de novos espaços com oobjetivo de incrementar nossas ex-portações. A Brasilcote participoucom ações na Revista EMBALAGEM-MARCA por duas vezes consecuti-vas, demostrando sua qualidadeatravés das capas das edições núme-ros 18 e 19. Particularmente, tive oprazer não somente de utilizar essestrabalhos como mostruário, mastambém de presentear alguns denossos clientes com eles. Digo “oprazer” devido à maravilhosa reper-cussão causada, primeiramente,pela excelente qualidade da capa edepois pelo conteúdo da revista.Quero parabenizá-los pelo alto níveldesses trabalhos e, sem nenhumamodéstia, pela escolha, particular-mente, daquelas duas capas, que de-mostram um pouco do alto nível denossa qualidade também.

Fátima Cezar Enc. Com. Exterior

Brasilcote Ind. Papéis Ltda.

Acabo de receber a 28ª ediçãode EMBALAGEM MARCA. Como seueditorial ressalta, aplausos ale-gram e aumentam o compromissode sempre fazer melhor. Por isso,enaltecer a criatividade na apre-sentação de novos materiais, la-yout caprichado, conteúdo e ou-tros aspectos da revista seria cairno lugar comum. Somos uma mul-tinacional fabricante de canetas,líder no mercado promocional. Es-

tamos focando para outros seg-mentos e temos grandes dificulda-des para encontrar fornecedores deblisters, take-one e outras embala-gens para auto-serviço. Quem sabeesta sugestão possa ser usadacomo pauta para uma futura repor-tagem, ou para estimular esses for-necedores a anunciar. Ou será queeles estão com a vida ganha?

Rímantas Valavicius Sócio gerente

Lecce Pen EAC CompanyManaus, AM

Podemos responder à primeira par-te da pergunta: está anotada a su-gestão de pauta. Quanto à segundaparte, esperamos que fornecedoresdessas embalagens respondam dire-tamente ao signatário e também queatendam sua sugestão implícita,anunciando em EMBALAGEMMARCA.

Gostaria nesta oportunidade deparabenizar EMBALAGEM MARCA pe-lo excelente trabalho que vem fa-zendo ao longo de sua existência,sempre primando pela inovação,qualidade visual e conteúdo da re-vista. É uma grande satisfação ter-mos uma revista como essa no Bra-sil. Gostaria de propor à revista quefizesse reportagens com as equipesde desenvolvimento de embalagens,pois sabemos que o trabalho de de-senvolvimento, sendo multifuncio-nal, é a maior prova do trabalho emequipe nas corporações e agências.Assim sendo, acho que devemos va-lorizar nossa equipes, mostrando acara de todos, pois muitas vezes te-mos ótimos profissionais que ficamnos bastidores dos projetos.

Paulo E. BerbelSupervisor de Engenharia

de Embalagem3M do Brasil Ltda.

Campinas, SP

Na medida do possível, mostramosos trabalhos de bastidores na seçãoMaking Of (nesta edição na página28). De qualquer forma, a sugestãoé muito boa, e vamos estudar umamaneira de implementá-la.

Foi com muito orgulho e satisfa-ção que lemos, na edição dezembro2001/janeiro 2002, a homenagemaos anunciantes que, como o Insti-tuto do PVC, prestigiaram esse im-portante veículo de comunicação noano passado. Agradecemos a men-ção e esperamos que essa parceriacontinue em 2002.

Francisco de Assis Esmeraldo,Presidente Instituto do PVC

São Paulo, SP

Quero parabenizá-los pelo belotrabalho que a equipe da revistaEMBALAGEM MARCA vem realizan-do, com as diversas e interessantesreportagens do setor de embalagem.Gostaríamos, entretanto, de notifi-car um equívoco constatado na edi-ção dezembro 2001/janeiro 2002.Na reportagem do prêmio Qualida-de Flexo 2001, a Escola SENAIVila Canaã - Goiás se classificouem 1º lugar na categoria “Desempe-nho Especial (Escolas)”, e não em2º, como foi publicado.

Daniel F. KrieckSENAI Vila Canaã, Goiás

A lista de vencedores do prêmio Qua-lidade Flexo 2001 (edição nº 29, pág.36) contém outra informação incor-reta. Na categoria “Etiquetas e Rótu-los em Papel (Policromia)”, a segun-da colocada foi a Soft Color Etique-tas Adesivas, responsável pela amos-tra Baden Baden Gold, e não a GrifEtiquetas Adesivas.

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ara as pessoas que costumam par-ticipar do almoço de final de anoda Abre – Associação Brasileirade Embalagem, a presença deOdair Abate, economista chefe doLloyds Bank, tornou-se, pelo me-

nos no mais recente, no encerramento de2001, se não uma atração, uma boa oportu-nidade de exercício de previsão do que po-derá ocorrer no panorama macroeconômicono ano seguinte. É que, tendo ele sido o pa-lestrante do almoço de 2000, foi convidadoa falar novamente no encontro desta passa-gem de ano, para, como disse o presidenteda entidade, Sérgio Haberfeld, “mostrar sesuas previsões anteriores estavam certas”.Abate saiu-se muito bem. No geral, seusprognósticos se cumpriram, obviamentedesconsiderados imponderáveis como osatentados de setembro nos Estados Unidos eo redemoinho argentino. Considerando quea análise que ele fez desta vez complemen-ta – na verdade, amplia e aprofunda – o con-teúdo da reportagem de capa da edição dedezembro de 2001/janeiro de 2002, comTendências e Perspectivas para o ano que seinicia, a redação de EMBALAGEMMARCA

considerou muito oportuno entrevistá-lo.Para quem desconhece as qualificações deOdair Abate, aqui vão algumas informaçõesbásicas. Ele é formado e pós-graduado emEconomia pela Universidade de São Paulo.Tem pós-graduação em Economia de Em-presas pela FGV/SP e curso e especializa-ção em Mercado de Capitais no St. Catheri-ne College, de Oxford, Inglaterra. É profes-sor universitário de Finanças Públicas eMoeda e Bancos e exerceu o cargo de con-selheiro do Sindicato de Economistas deSão Paulo no início dos anos 90. Atua nomercado financeiro há mais de vinte anos ehoje é responsável pela diretoria de EstudosEconômicos do Lloyds TSB Brasil.

Em sua palestra no almoço de final de anoda Abre o senhor definiu 2001 como “umano atípico com três períodos totalmentedistintos”. Quais seriam esses períodos?O primeiro foi um período no qual, no mer-

P

ODAIR ABATE,

economista chefe do

Lloyds TSB Brasil, analisa

como o Brasil vem

reagindo de forma positiva

contra eventos adversos e

prevê que o próximo

governo do país, seja ele

da situação ou da opo-

sição, não terá condições

para mudar muita coisa na

economia, sob pena

de desestabilizá-la

entrevista

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ULG

ÃO

“Não há lugar para radicalismos”

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cado de maneira geral, prevaleceu a percep-ção otimista de que a economia brasileiracontinuaria crescendo a uma taxa superior a4% ao ano, como havia ocorrido em 2000.Esse período prevaleceu por um trimestre,mas depois tivemos uma série de fatos ne-gativamente surpreendentes que afetaramessa performance mais favorável da econo-mia no início do ano. Houve um recrudesci-mento da crise argentina, tivemos a conti-nuação do desaquecimento econômicomundial, especialmente nos Estados Uni-dos, a crise energética, que afetou expressi-vamente o lado real da economia, alguns se-tores mais especificamente, como o de ele-troeletrônicos. Por fim, em setembrohouve o ataque terrorista contra osEstados Unidos. Isso inverteu muitoa tendência econômica que prevale-cia no país. Em vez dos 4,2% previs-tos, passamos a crescer perto de zerono segundo e no terceiro trimestres.

Apesar disso, a economia reagiu.De fato, contra as previsões maispessimistas, a economia brasileiradeu mostras de que é vigorosa, e noúltimo trimestre do ano muitos seto-res que haviam sido penalizados pas-saram a mostrar números bem me-lhores. É possível estimar que a eco-nomia deve ter crescido algo próxi-mo a 1%, sinalizando um ano de2001 um pouco melhor do que foi2000 na média.

Quanto ao que esperar em 2002, gostaría-mos que fizesse um resumo do que disse na-quela apresentação, incluindo o item valordo real em relação ao dólar. É lícito, porexemplo, imaginar que o Brasil conseguiuse descolar do vizinho?É, porque o Brasil tem apresentado númerosem suas contas externas melhores do que vi-nha apresentando, a balança comercial me-lhorou, temos recebido um bom volume deinvestimentos diretos de fora. O Brasil temtambém apresentado números fiscais muitobons, de acordo com o que foi negociadocom o FMI. Isso leva uma boa diferença emrelação à Argentina, sem falar na base polí-tica, que no Brasil, apesar de não ser total-mente consistente, é muito melhor..

A desvalorização do peso não pode afetar anossa balança comercial para pior?Pode. Pode afetar também nossa conta turis-mo. Mas esse impacto será forte o suficien-te para prejudicar nossas contas externas?Creio que não, porque o preço do petróleocaiu e vai ajudar a melhorar a balança co-mercial brasileira, que está melhor. Temos aexpectativa de que a economia internacio-nal, que é o segundo ponto relevante, vaiapresentar melhora a partir do segundo tri-mestre do ano, favorecendo nossas contasexternas. O impacto negativo que a Argen-tina vai trazer será provavelmente compen-sado por essas outras variáveis. Os indica-

dores mais recentes dos Estados Uni-dos já mostram essa melhora.

A questão da energia não permanececomo uma ameaça?O racionamento ainda é uma variávela ser olhada, sem dúvida alguma. Foium elemento muito importante paramudar o humor dos consumidores, aspessoas passaram a ser muito menosotimistas em relação ao futuro a partirde abril do ano passado. Mas o climavem ajudando, as chuvas têm sido in-tensas, os consumidores deram mos-tras de que realmente foram capazesde seguir o racionamento propostopelo governo, os investidores priva-dos vêm trabalhando de maneira apoupar e até de encontrar fontes alter-nativas de energia. Assim, o raciona-mento, apesar de ser ainda uma variá-

vel que merece muita atenção, tende a terimpacto negativo muito menor do que teveno ano passado.

A questão eleitoral desta vez vai influir me-nos na economia do que costuma?Não há dúvida de que vai ser a variável cha-ve para determinar o humor dos mercadosno Brasil na segunda metade do ano. Sem-pre foi assim em países com o perfil do Bra-sil. As eleições têm um papel muito impor-tante, mas eu não creio que o futuro presi-dente da República possa fazer mudançasradicais em relação ao que vigora no paíshoje. Talvez possa atuar para reduzir maisrapidamente a taxa de juros, talvez olharcom maior atenção ou postergar um pouco

O clima vem ajudando, as chu-

vas têm sido inten-sas. O racionamen-to de energia elétri-

ca, apesar de serainda uma variávelque merece muita

atenção, tende a terimpacto negativomuito menor doque teve no ano

passado.

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Congresso Nacional tem um papel muitoimportante, e dificilmente a composição dopróximo será diferente o suficiente parapermitir medidas muito radicais. É uma va-riável relevante, que deve ser observadacom atenção, mas seus efeitos mais inten-sos ocorrerão antes das eleições.

O câmbio poderá ser afetado?Podemos dizer que o câmbio vai flutuarcom base na evolução daquelas quatro va-riáveis. Eu diria que flutuará mais intensa-mente, para cima ou para baixo, dependen-do do andar da carruagem na Argentina eno calendário eleitoral. Em 2002 o câmbiotem grandes chances de seguir o câmbiomédio verificado em 2001, que foi de R$2,34 por dólar. Corrigido pela inflação, te-remos no final do ano o dólar em R$ 2,50,R$ 2,55. Pode chegar acima disso às véspe-ras da eleição, mas a tendência natural éque volte a um patamar muito próximo.

“Exportar ou morrer.” Como sair vivo?Essa expressão do presidente FernandoHenrique Cardoso sintetiza bem o quanto é

as privatizações, que no governo FernandoHenrique Cardoso foram muito intensas.Mas não será nada que divirja muito do queestá em vigor hoje.

Independente de ser um candidato da si-tuação ou da oposição?Exatamente, até porque não existe muitacoisa a fazer. Colocar em risco todo o pro-cesso de estabilidade que foi obtido nos úl-timos sete anos poderia trazer um preço apagar muito intenso à oposição. Eu nãocreio que haja uma atitude muito radical emrelação ao que vigora hoje, mas não há dú-vida de que todos os candidatos tentarão fa-zer a economia brasileira crescer a umataxa média maior do que cresceu nos últi-mos sete anos. A expectativa geral é de queo próximo presidente da República, qual-quer que seja ele, venha a trabalhar nessesentido, mas antes das eleições especula-ções acontecem, as pessoas ficam muito te-merosas em relação ao futuro. Por issomesmo o ambiente político interno podeafetar um pouco a economia, mas nadamuito grave. Não podemos esquecer que o

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necessário o país ser capaz de gerar dólares,no chamado on going business. A “empre-sa Brasil” tem de ser capaz de gerar dólarespara fazer frente a suas necessidades. Nãopodemos ficar na dependência de investi-mentos externos ou de viabilização mais fa-vorável de uma privatização ou outra. Sãoquestões muito incertas, que não dão o res-paldo da necessidade de dólares que temos.Isso só será obtido se o país for capaz dealavancar significativamente suas vendasexternas. O Brasil é um país ainda relativa-mente fechado. O total das exportações bra-sileiras em relação ao PIB é muito poucorepresentativo, algo próximo a 1% do co-mércio mundial, o que não é compa-tível com a sua pujança, de um PIBque está entre os doze maiores domundo. É fundamental ao Brasil teressa capacidade de gerar dólares. Opasso inicial foi dado, que é uma po-lítica cambial flexível, capaz de per-mitir ao exportador ser mais compe-titivo e, ao produtor interno, defen-der-se melhor em relação aos produ-tores externos. Mas não basta.

Que mais é preciso?A estrutura tributária do Brasil émuito onerosa, não adequada aos ga-nhos de produtividade por parte doprodutor nacional. Há uma série deimpostos em cascata que tiram boaparte da competitividade do produtobrasileiro. Na medida que aumenta-mos os impostos no Brasil nós favorecemoso produtor internacional, que consegue pre-ços mais baixos e competitivos. Cabe aogoverno tentar viabilizar junto ao Congres-so uma reforma tributária que amplie a basede tributação, mas reduza a carga tributária,e acabe com os impostos em cascata. Assimvamos ter uma condição competitiva muitomelhor. Se não ocorrer neste ano, que éeleitoral, o próximo governo deve ter issocomo prioridade.

Percebe-se pouca agressividade do gover-no e das empresas brasileiras no exterior.Como ser competitivo se não se vai à luta?Sem dúvida, cabe também ao governo bra-sileiro em suas andanças pelo mundo apro-veitar para fazer transações comerciais,

para viabilizar o produtor nacional e vendera marca Brasil. O país tem de participarcom maior intensidade das feiras interna-cionais, e o governo pode viabilizar isso. Eo produtor nacional tem de chegar no mer-cado externo, que é altamente interessante epode até minimizar os efeitos de oscilaçãoeconômica interna. Ele tem de prospectarmercados, conhecer o que o comprador in-ternacional precisa, ver o que é possível fa-zer para atendê-lo, seja na América, na Eu-ropa ou na Ásia. É um trabalho conjunto:uma parte cabe ao governo e uma parte sig-nificativa cabe ao produtor nacional.

Qual a contribuição que o setor deembalagem pode dar nesse esforço?Vamos fazer uma analogia com umavenda interna. Muitas vezes somoslevados a consumir o produto A emdetrimento do produto B, porque acara do primeiro, a forma como éofertado, parece mais interessante, dámaior segurança. A imagem do pro-duto é muito relevante. O setor podeajudar na ampliação das vendas ex-ternas oferecendo qualidade compatí-vel com as exigências do compradorinternacional.

Falemos de eleições. Hoje, as pesqui-sas não apontam o candidato do go-verno à presidência como favorito. Aseu ver, esse candidato tem chance deganhar?

O candidato do governo, qualquer que sejaele, tem chances de ganhar a eleição poruma simples constatação: o presidente Fer-nando Henrique Cardoso ainda goza de20% a 22% de aprovação ao seu governo,com índices de bom ou ótimo. Se transferi-do, esse percentual daria ao candidato dogoverno grande chance de chegar ao segun-do turno. Fernando Henrique foi eleito emprimeiro turno, e talvez tenha condição deviabilizar um aumento do poder de fogo doseu candidato. Outro dado que mostraaquela possibilidade é o crescimento rápidoda Roseana Sarney. Ela saiu de um limitede aceitação popular muito baixo para umnível muito elevado, e de acordo com asprévias eleitorais ela teria grandes chancesde bater o Lula no segundo turno.

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O candidato do governo, qualquer

que seja, temchances de ganhar a

eleição. Se Fer-nando Henrique

Cardoso transferir osíndices de aprovaçãode que goza, dará ao

seu candidatogrande possibilidade

de chegar ao se-gundo turno

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ão bastasse a visível melhorado que se vê nos pontos-de-venda, uma evidência de quea embalagem é cada vez mais

levada a sério no Brasil está na maneiracomo mudou a forma de aprendizadonesse campo. Historicamente, a formaçãodos profissionais de embalagem no paísse dava por duas vias, não necessaria-mente dissociadas entre si.

Fazia-se um curso, preferencialmentede graduação, com algum tipo de aborda-gem na imensa cadeia produtiva do pack-

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aging. Os mais cotados eram desenho in-dustrial e engenharia de produtos, além depropaganda e marketing. Trabalhar emagências de design especializadas, ou emdepartamentos de desenvolvimento de em-balagem de grandes empresas, era outraforma de aprender o bê-á-bá das chamadasvendedoras silenciosas, ou de pôr em prá-tica o que se aprendia nas escolas.

Tudo leva a crer, porém, que esse mo-delo enfraquecerá. Obviamente, a práticanão deixará de ser fundamental no apren-dizado. Mas chama a atenção a velocida-

Multiplicam-se os cursos que oferecem especialização em embalagem.Resta saber se haverá mercado para tantos alunos

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fev 2002 • EMBALAGEMMARCA – 15

de com que o ensino de embalagem sedisseminou nas salas de aula do país.

É difícil obter estatísticas precisasquanto ao número de cursos, mas calcu-la-se que nos últimos quatro anos 8 500estudantes se matricularam em escolasque oferecem programas específicos so-bre desenvolvimento de embalagens.Destes, pelo menos 500 eram alunos degraduação. É evidente também que o en-sino de embalagem não se restringiu àsgrandes metrópoles (ver o quadro).

Expandido além do eixo sul-sudeste,o leque hoje abrange desde estreantescursos técnicos profissionalizantes a pro-gramas de pós-graduação consolidados.Tem crescido também a ofertade cursos de graduação, que,para espanto de pais que sóconseguem imaginar seus fi-lhos como médicos ou advo-gados, hoje estão credenciadosa formar bacharéis em designde embalagem.

Ensino dinâmico Além da posição cada vezmais estratégica da embala-gem na economia, e até mes-mo da saturação de profissõestradicionais, o aumento do nú-mero de cursos como o de de-sign de embalagem, de modogeral ainda visto como umaopção profissional pouco orto-doxa, é fruto de recentes mudanças na le-

gislação de ensino brasileira.Em 1996, entrou em vigor no país a

atual Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ção. A idéia do novo texto é tornar a le-gislação de ensino superior sintonizada

com um mercado de trabalhocada vez mais dinâmico e que seexpande em direções às vezesimprevisíveis. “Nos mais dife-rentes setores, a sociedade estáprecisando de profissionais ex-tremamente qualificados, porexigência do próprio mercado”,diz Rui Otávio de Andrade, pre-sidente de uma das comissões doMinistério da Educação, o MEC,encarregadas de avaliar novoscurrículos. Segundo ele, “talqualificação só a formação aca-dêmica pode proporcionar”.

Em sintonia com esse discur-so, grande parte das faculdadesbrasileiras que já abordavam otema embalagem em seus currí-

culos não tardou em lançar cursos especí-

Muito antes de se cogitar o início de cursos de gradua-ção em embalagem no Brasil, a Escola de EngenhariaMauá detectou a existência de uma lacuna no sistemaacadêmico brasileiro, que não oferecia programas deespecialização para profissionais do setor. Para preen-chê-la, a instituição criou uma área de concentração emengenharia de embalagem, dentro do programa de mes-trado em engenharia de processos industriais. A fim de não correr o riso de oferecer um currículo deconteúdo duvidoso, a Mauá, que formou a primeira tur-ma de engenharia de embalagem em 1998, tem buscadoassessoria técnica e didática para seus cursos de pós-graduação na área. No Brasil, procurou o Centro deTecnologia de Embalagem – Cetea do Instituto de Tec-

Mestrado garantidonologia de Alimentos (ITAL), de Campinas (SP). Bus-cou referências também nos Estados Unidos, paísonde o reconhecimento do ensino de embalagem re-monta a pelo menos três décadas passadas. Foi lá quea Mauá fechou uma parceria com a School of Packa-ging, da Universidade de Michigan.Porém, mesmo com tantas referências, os coordenado-res do curso lembram que muitas vezes os alunos, quechegam a acumular décadas de vivência na cadeia deembalagem, têm tantas coisas para ensinar quanto osprofessores, o que torna o aprendizado multilateral, eaté mais enriquecedor. Ainda que lidando com gentecheia de bagagem, a Mauá garante não faltarem interes-sados no seu mestrado de engenharia de embalagem.

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ficos para graduação de profissionais es-pecializados no setor. É um processo emformação, mas que aos poucos começa amostrar a que veio. A pioneira a formarbacharéis de embalagem no país será aFaculdade Belas Artes, de São Paulo. Aprimeira turma ingressou em 1999, na ex-pectativa de concluir o curso em três anose meio – portanto, seus inte-grantes conseguirão o canudono meio deste ano.

Falta de quorumQuestões legais à parte, o fatorque tem realmente motivado olançamento de cursos de gra-duação em embalagem é plau-sível e bastante razoável,como explica Auresnede PiresStephan, coordenador do cursode Design Industrial da BelasArtes. “Lançamos nosso cursode tecnologia de embalagempor perceber que parte signifi-cativa de nossos alunos de de-senho industrial acaba ingres-sando nesse mercado”, eleconta.

Mas a multiplicação dos cursos espe-cíficos no país não traz à tona apenas as-pectos animadores. Um exemplo nãomuito alentador partiu recentemente daFAAP – Fundação Armando Álvares Pen-teado, de São Paulo, tradicional centroformador de designers gráficos. Animadacom as perspectivas do mercado de em-

balagem, a faculdade lançou um curso depós-graduação denominado Gerência Es-tratégica de Embalagem. Devido à baixaprocura, a iniciativa foi provisoriamentecancelada.

“Embora o mercado de embalagemapresente um potencial fantástico, temosde lembrar que, academicamente, esta é

uma área nova”, pondera Ste-phan, da Belas Artes. “Portanto,a consolidação dos cursos deembalagem dependerá, a princí-pio, da demanda por parte dosalunos.”

Mas, a julgar pela experiên-cia de outras universidades comcursos de graduação em embala-gem, a falta de alunos nem delonge será um obstáculo insupe-rável. Na Anhembi Morumbi,também de São Paulo, todas as290 vagas do estreante curso deDesign Digital e de Embalagem,aberto em 2001, foram preen-chidas.

O contraste no nível de pro-cura entre cursos direcionados a

profissionais já atuantes e outros voltadospara jovens que querem ingressar nomercado de embalagens também podesuscitar uma leitura pouco animadora: oBrasil estaria correndo o risco de formaruma reserva de mercado em sua cadeia deembalagem? A discussão sobre uma pos-sível superestimativa da demanda porparte de escolas e faculdades é proceden-te, principalmente num país que convivecom taxas vertiginosas de desemprego ede trabalho informal.

O debate já chegou inclusive no Co-mitê de Design da Abre – AssociaçãoBrasileira de Embalagem. Segundo seucoordenador, Manoel Müller, que tam-bém organizou o por hora inexistente cur-so de pós-graduação da FAAP, à reveliados tradicionais solavancos da economia,a Abre está empenhada em estimular oensino de embalagem no Brasil.

Uma das iniciativas nesse sentido,numa prática comum em outras profis-sões, é reconhecer o estágio como umaetapa da formação do profissional de em-

30cursos 04/02/02 19:11 Page 16

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18– EMBALAGEMMARCA • fev 2002

Algumas das opções de cursos oferecidos no BrasilEscola

Centro de Educação Profissional Ensitec – PR

Escola de Engenharia Mauá – SP

Escola Panamericana de Arte – SP

ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) – SP

FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado) – SP

Faculdade Belas Artes – SP

PUC Rio – RJ

Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial)

Universidade Anhembi-Morumbi – SP

UNB – Universidade de Brasília – DF

Universidade Católica de Goiás – GO

UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) – RJ

UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) – RS

Ulbra – Universidade Luterana do Brasil – RS

Telefone

(41) 345-0030

(11) 4239-3403

(11) 259-8511

(11) 5085-4600

(11) 3662-1662

(11) 5576-7300

(21) 529-9213

0800-551000

(11) 6090-4500

(61) 348-2840

(62) 227-1361

(21) 598-3009

(55) 220-8470

(51) 477-4000

Internet

www.ensitec.com.br

www.maua.br

www.escola-panamericana.com.br

www.espm.br

www.faap.br

www.belasartes.br

www.puc-rio.br

www.senai.br

www.anhembimorumbi.com.br

cid.bce.unb.br

www.ucg.br

www.ufrj.br

www.ufsm.br

www.ulbra.br

balagem. “Não podemos permitir que otemor do desemprego, presente em qual-quer área, interfira em nossacapacidade de geração de no-vos profissionais especializa-dos em design de embala-gem”, diz Müller.

A ação ainda não colheufrutos diretos, até por que o re-conhecimento do estágio nãodepende apenas da Abre, aí denovo entrando em cena oMEC. Mas, no que dependerdas iniciativas das escolas, acapacidade de formação de no-vos profissionais estará cadavez mais consolidada. É o quecomprova, além dos casos járelatados, a ESPM – EscolaSuperior de Propaganda eMarketing, que também pre-tende iniciar um curso de graduação emembalagem. Neste caso, a iniciativa é pe-culiar, à medida que a instituição já temum considerável background na área.

Desde 1997, a ESPM vem oferecendoum curso livre de design de embalagem,que tem duração de um ano. Em 2003,mediante o sinal verde do MEC, a idéia é

iniciar a primeira turma num curso degraduação que formará bacharéis em de-

sign gráfico e design de embala-gem. “Estamos confiantes naaprovação do curso”, diz Fran-cisco Gracioso, diretor-presiden-te da ESPM. “O MEC já perce-beu que eles são imprescindíveispara as exigências de comunica-ção visual das empresas, nasquais a embalagem hoje tem pa-pel importantíssimo.”

Não há motivos para duvidarque essa filosofia esteja se con-solidando entre os potenciaisempregadores de profissionaisde embalagem no país. Concluirum curso na área de design e de-senvolvimento de embalagem,portanto, tenderá a ser cada vezmais um diferencial competitivo.

Por outro lado, ver no mercado de emba-lagem a consolidação da velha máximasobre diplomas – “ruim com eles, piorsem” –, que infelizmente ganhou ares derealidade em outros setores, não deveráser um motivo de celebração. Sobretudopara a nova geração de escolas e estudan-tes que inevitavelmente vem por aí.

30cursos 04/02/02 19:11 Page 18

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história do mercado deleites fermentadosno Brasil se confun-de com a trajetória

da Yakult, marca japonesa queaportou no país em 1966. Àque-la época, dizer ao consumidorcomum que o hábito de tomarqualquer coisa contendo lactoba-cilos vivos faz bem ao organismosoava como piada sarcástica, já quetais microorganismos eram conhecidosapenas pela causa de enfermidades – vide obacilo Koch, causador da tuberculose.

Mas de lá para cá o leite fermen-tado teve seus valores nutricionaisdevidamente reconhecidos, e hojefaz parte da linha de lácteos de ou-tras gigantes do setor alimentício,como Nestlé, Parmalat e Batávia.Não é de estranhar que isso tenhaacontecido.

A própria Yakult, vendendo basica-mente de porta em porta, é hoje uma dasmaiores referências em bebidas prontas nomercado brasileiro, com um faturamento demais de 150 milhões de dólares anuais. Adivisão alimentícia, onde a estrela é o leitefermentado, responde por 80% desse valor.

Neste cenário, a embalagem se fortale-ceu entre as diferentes marcas de leite fer-mentados como um excelente meio de co-municação e, portanto, uma das vias maiseficientes para gerar negócios.

Especialistas atribuem basicamente àsações de ponto-de-venda o crescimento dasconcorrentes da Yakult. De acordo com da-dos Nielsen, no bimestre agosto-setembrode 2001, a marca Chamyto, da Nestlé, foi,pela primeira vez, líder na venda em super-mercados na categoria, com 45,3% de par-ticipação. Sem considerar os negóciosprospectados pelo seu exército de vendedo-

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res ambulantes, a Yakult azedou asegunda posição no levantamento,com 37,4%.

Marketing infantilO acirramento da disputa porconsumidores nos pontos-de-venda de varejo acelerou investi-mentos em diferenciação visual.

No caso do Chamyto, é inegável quea Nestlé, basicamente a partir das embala-gens do produto, vem empreendendo umeficiente marketing infantil.

Sem inovar no sistema de acondi-cionamento, o Chamyto - queusa frascos plásticos (da Logo-plast), fechados com uma lâmi-na circular de alumínio (da Al-can) e agrupados em multipacks

de papel cartão (da Riverwood)–,tem um conjunto visual com preo-

cupações gráficas inovadoras.Tanto os frascos quanto o papel

cartão são decorados com ilustrações deum personagem que tem cativado a garota-da. É o Gênio Chamyto, criado pela própriaNestlé. Sobretudo a embalagem secundáriatem forte apelo entre as crianças, comoaponta Marcio Weiler, gerente de marketingda Nestlé.

Em paralelo à discussão de açõesfocadas em nichos, é preciso ressaltar queos frascos plásticos, que a Yakult ajudou atornar referência de embalagem no mercadode leites fermentados, não são mais as úni-cas opções de acondicionamento nessa cate-goria de produto. Também inovando, a Par-malat é a única no setor a empregar embala-gens cartonadas assépticas.

Relançada no início do segundo semes-tre de 2001, sob o lema o “Melhor de A aZ”, a linha láctea infantil da empresa tevetodas as embalagens reformuladas. No caso

mercado

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Para alcançar a líder Yakult, demais

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fortalecem marketing

de embalagem

Disputafermentada

Chamito e Batavitoabusam das pos-

sibilidades do papelcartão, enquanto aYakult aposta novisual tradicional

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fev 2002 • EMBALAGEMMARCA – 21

do Turma Parmalat, as caixinhas da TetraPak, empregadas para facilitar o consumoem situações como o recreio escolar dascrianças, passaram a contar com ilustraçõesque remetem ao abecedário, numa tentativade tornar o produto uma espécie de item decolecionadores mirins.

Fator preçoAo largo de estratégias segmentadas, outrofator contribuiu para o crescimento dosconcorrentes da Yakult: o preço. Os produ-tos da Nestlé, Parmalat e Batávia chegam acustar 30% menos que os da precursora ja-ponesa.

Se por um lado esta guerra de preços ésinal de uma desalentadora ausência de fi-delidade de marca, de outro ela revela queprojetos de embalagens também podem seruma maneira eficiente de, numa única ação,gerar empatia com os consumidores e cor-tar custos de produção. É mais ou menosisso que vem comprovando o case do Bata-vito, leite fermentado da Batávia.

Desde julho deste ano, a garrafinha depolietileno (PE) do produto, decorada comum astronauta mirim, criado pela KomatsuDesign, passou a ser produzida pela TetraPak, em equipamento insta-lado na planta da Batá-via, em Carambeí (PR).Segundo Achilles Rei-nhardt, diretor geral daBatávia, a redução de

custo está entre os principais benefíciosdesse sistema. “Com essas mudanças, e umintenso trabalho de ampliação da distribui-ção, o Batavito foi o leite fermentado queapresentou melhor desempenho em 2000,com um crescimento de 76% em volume devendas”, disse o executivo.

Sabedora de que a concorrência está emseu encalço, a Yakult não está parada. Aempresa lançou recentemente o Yakult 40,leite fermentado que contém cinco vezesmais lactobacilos vivos que o tradicional.No entanto, os supermercados não fazemparte dos planos para a comercialização danovidade.

A alegação é a de que o prazo de expi-ração do Yakult 40, 14 dias, não permite umplanejamento logístico voltado a pontos-de-venda de varejo. Novamente, a Yakultdeixará tudo nas mãos das formiguinhasque, com seus inseparáveis carrinhos, reve-zam-se entre o bater de palmas e o aciona-mento de campainhas para oferecer seusprodutos às donas de casa.

Mas aí fica a questão: será que, ao invésde desprezar os supermercados, não erahora de a Yakult lançar mão de uma emba-lagem mais moderna, com graus de barrei-ras menos restritivos? É uma hipótese que,como qualquer outra empresa, a ainda líderdo mercado de leites fermentados pareceprecisar considerar.

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PARMALAT BATAVO

*Acumulado de janeiro a setembro

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Turma Parmalat é oúnico leite fermentadovendido em embalagemcartonada na categoria

Yakult 40: maislactobacilos,

mesma estratégiade vendas

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Alcan(11) 5503-0722www.alcan.com.br

Batávia 0800-900874www.batavia .com.br

Logoplast(11) 38465311www.logoplast.ind.br

Nestlé(11) 5508-9300www.nestle.com.br

Parmalat(11) 3848-0975www.parmalat.com.br

Riverwood(11) 4589-4500www.riverwood.com.br

Tetra Pak(11) 5501-3262www.tetrapak.com.br

Yakult0800-131260www.yakult.com.br

30leites_fermentados 04/02/02 17:14 Page 21

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á momentos em que estraté-gias consagradas de marketingprecisam ser questionadas, nomínimo para ver se não com-

portam variações. Não é de hoje, por exem-plo, que as empresas investem em linhas deprodutos com apelo familiar. São aquelasque, aplicando a equação volume acimados padrões a preços mais em conta, procu-ram seduzir as donas de casa que coman-dam a típica grande família.

Entretanto, sinal dos tempos, vem cres-cendo a passos largos o número de mora-dias de uma única pessoa. Mais do que pormotivos circunstanciais, como desquite ouviuvez, morar sozinho hoje é um estilo devida, uma opção. E não é coisa só de soltei-

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rões. Já não são raros os casais em que cadacônjuge tem seu próprio lar. Mais que isso,mesmo nas famílias, seus integrantes, cadavez mais, consomemsozinhos.

O último censo realizado pelo IBGE re-velou um dado surpreendente: os solitáriosjá ocupam 9% das residências brasileiras.Isso significa um contingente de cerca de 4milhões de consumidores. Essa categoriaascendente, que os americanos chamam desingle, traz oportunidades ímpares de negó-cio. As empresas dos Estados Unidos, aliás,sabem tirar bom proveito disso. Lá, os sin-gles formam hoje um universo consumidorque movimenta 80 bilhões de dólares porano, aplicados em vasta gama de produtospensados especialmente para eles. No Bra-

Boa notícia: faltam opções para quem consome sozinho

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fev 2002 • EMBALAGEMMARCA – 23

sil o fenômeno é maisrecente – e isso significaque há ainda muitas opor-tunidades no mercado.

O interessante é notarcomo a embalagem é primor-dial nesse ponto. “Quem morasozinho se aborrece, por exemplo,com a apresentação dos leites, poisnão acha alternativa além de 1 litro de con-teúdo”, observa Antônio Muniz Simas, di-retor da DIL Consultores em Design e Co-municação de Marketing. “Sem itens comcomunicação direcionada a ele, o singlemuitas vezes tem de recorrer a produtos po-sicionados para públicos como oinfantil ou o adolescente.”

Para atestar como a apre-sentação realmente pesa na ta-refa de agarrar esse público, Si-mas lembra dos resultados dapesquisa conduzida por sua agên-cia e pela Research International,em parceria com EMBALAGEMMAR-CA (nº 18) sobre o envolvimento e aavaliação dos consumidores frente a novi-dades em embalagem. O estudo mostraque, confrontados com donas de casa, ossingles são mais suscetíveis a novidades – emais exigentes. Para se ter idéia, 21% delesafirmaram ter deixado de comprar determi-nado produto pelo fato de ele não poder irao forno de microondas. Entre as donas-de-casa, esse número cai para 10%. Em tempo:85% dos singles entrevistados afirmarampossuir forno de microondas.

“Geralmente essas pessoas têm forma-ção superior, são viajadas, conhecem pro-dutos estrangeiros, valorizam o design e as

marcas premium”, analisa Ronald Sasine,gerente de marketing da Rigesa

Westvaco. “Elas for-mam um nicho que dámuita atenção à qualida-de, que não é distraído aoque não atenda às expecta-tivas, e que, portanto, per-mite embalagens mais ca-ras, com maior valor agrega-do”, ressalta. Se há combina-

ção de beleza e praticidade, bingo! Sasinecita o sucesso que sorvetes importados,como o Häagen-Dasz, fazem entre esse pú-blico, combinando na embalagem o esmerovisual com a porção adequada, pequena.Não é à toa que marcas nacionais vêm se-

guindo essa trilha. Entre elas, a Li-nea, com potes cartonados forneci-dos pela Kentinha.

Nos outros segmentos queestão tomando a frente nesserelacionamento, o de pratosprontos congelados já é ínti-mo de quem mora só. Sua

evolução no país – 323% nos úl-timos três anos, segundo dados Nielsen – éem grande parte creditada aos bolsos dossingles. Dinâmicas, as principais empresasda área não param. A Perdigão lançou, re-centemente, suas versões enxutas especial-mente dedicadas aos singles. Os primeirositens, em porções de 350 gramas, são lasa-nhas. Tal prato parece agradar aos solitá-rios, já que é o mesmo disponível em quan-tidade individual na linha Todo Sabor, daconcorrente Sadia. Ambas as fabricantesdeixam claro, no cartucho, tratar-se de umproduto single serve, e com bandeja espe-cial para ir ao forno de microondas.

Apelo práticoFora dos balcões refrigerados, diferentesprodutos com apelo prático vêm lucrandocom o fenômeno single. É o caso dos ma-carrões instantâneos. A Nissin, dona damarca de referência no campo de macarrãoinstantâneo, a Miojo, diz que o segmentocresceu 29% nos últimos três anos. “Segun-do nossa última pesquisa de hábitos de con-sumo, a penetração do produto entre o pú-blico single é de 54%”, afirma Paulo Sola,chefe de marketing da Nissin.

Lasanhas são aarma da Perdigão

em porções individuais

Frios e massas frescas

Singles ajudaramna alta do mercadode massas instan-tâneas, diz a Nissin

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Na esteira dessa ten-dência, outras empresasinvestem em refeiçõesrápidas e práticas. ANestlé, sob a chancelaMaggi, vem apostandoem snacks desidratados,para os quais basta adi-cionar água quente nopreparo, como as recém-lançadas sopasMeu Instante. As sopas também são o trun-fo da Liotécnica, dona da marca Qualimax,para atender a quem mora só. São produtosque, ao lado de risotos, outras massas e de-rivados de feijão, vêm enchendo sachês edemais pouches aluminizados da Alcan, daEmbalagens Diadema, da Empax e de ou-tras convertedoras. A Maggi também colo-cou recentemente no mercado a linha HotPot, de pratos à base de massas, arroz e ba-tata, com grande penetração entre os sin-gles. Eles vêm em um pote térmico, queserve como recipiente de preparo e prato,como o Cup Noodles, da Nissin.

Na área de pães, a Wickbold se anteci-pou e lançou há cerca de dois anos um pãode forma para o consumidor individual, oFatias. Pães dos tipos preto, integral e lightsão acondicionados em flow-packs deBOPP, com quatro fatias. Dois desses con-juntos são reembalados em outro pacote,permitindo o consumo gradual. RonaldoWickbold, diretor da empresa, conta que oproduto foi uma resposta aos apelos de umconsumidor single. “Hoje o Fatias já vendecerca de 520 toneladas por ano”, contabili-za o empresário.

Com grande aprovação do público quemora sozinho, a tática de dividir o produtoem pequenos magazines também é utiliza-da pela Quaker, com o Quaker + Sabor, ce-real matinal cujo cartucho, nobremente im-presso com detalhes em relevo pela Igel,traz cinco porções individuais, acondicio-nadas em flow-packs. E, quem diria, até oarroz foi incluído na moda. A Josapar, forteno mercado de semiprontos, lançou a TioJoão Cozinha Fácil, linha de pratos de arrozcom sabores embalada em saquinhos plás-ticos de fácil preparo: vão direto ao banho-maria. O produto é vendido em um stand-

Porções menoresabrem caminho parasachês e pouchesaluminizados

Nestlé aposta emrefeiçõesdesidratadas,como o Hot Pot

Fatias, da Wickbold, já ésucesso no mercado de pães

up pouch, com zíper, da Shellmar, que trazquatro pequenas porções.

Dentro dessa tendência, a Femepe, in-dústria de pescados com sede em Navegan-tes (SC) e que vende sobretudo na GrandeSão Paulo, lançou latinhas de atum de 85gramas, suficientes para um sanduíche. É ametade da menor embalagem até entãoexistente no mercado, e reflete a tendênciade consumo em pequenas porções. O lança-mento atendeu a reclamações de consumi-dores, no sentido deque, depois de abertasas embalagens, o con-teúdo ficava seco norefrigerador.

O aumento do as-sédio a quem mora so-zinho também podeser constatado, no va-rejo, no crescimentoda oferta de massasfrescas e de frios equeijos em pequenasporções, além do in-cremento das seçõesde rotisseria das pró-

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Tio João: pouch com“saquinhos que cozinham”

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26– EMBALAGEMMARCA • fev 2002

Alcan(11) 5503-0722www.alcan.com.br

Dil Consultores(11) [email protected]

Embalagens Diadema(11) 4066-7833www.embdiadema.com.br

Empax(11) 5693-5400www.empax.com.br

Igel(11) 4071-9999www.igel.com.br

Kentinha(11) 4057-6000www.kentinha.com.br

Research International(11) 3066-6400www.research-int.com.br

Rigesa Westvaco(19) 3707-4000www.rigesa.com.br

Shellmar(11) 4128-5200www.shellmar.com.br

mo social, em família ou entre amigos. Se-gundo Adriana Stecca, gerente de desenvol-vimento de mercado da Alcan, “isso expli-ca o crescimento de vendas das latas no ca-nal auto-serviço, onde a maioria das com-pras é feita para consumo no lar”

A partir desse estudo, a empresa, emparceria com os principais fabricantes derefrigerantes e cervejas, planeja aumentar adistribuição e a variedade das multipackspara facilitar o transporte e reforçar o con-ceito “lata em casa”, conta Adriana. Alémdisso, está reposicionando para segmentosdiferenciados de consumo a lata de 237ml,usada há algum tempo promocionalmentepela cerveja Antarctica Fiesta.

É compreensível que algumas empresasainda achem que posicionar produtos parasingles é restrição de target, preferindo cen-trar fogo nos pacotões econômicos. Assim,atendem a um maior número de consumi-dores. Vale, porém, lembrar que porções in-dividuais e em embalagens práticas vãoalém de suprir apenas os moradores solitá-rios. Nas famílias, resolvem as incompati-bilidades de vontades e de horários, pois ra-reiam aquelas cujos membros podemdividir a mesa.

Como os independentes crescem no rit-mo dos coelhos, uma coisa é certa: quemnão atentar para a sua importância pode fi-car para trás. Talvez sozinho.

prias redes. São fatores que geram mais emais negócios atraentes para a cadeia deembalagem em bandejas, potes, processosde atmosfera modificada e filmes plásticos.

Bebidas, uma luvaNa área de bebidas, a variedade de apresen-tações e o crescimento da preferência pelosrecipientes one-way, como latas, long-necks e garrafas plásticas pequenas, na últi-ma década, caíram como uma luva para ossingles. Bebidas de maior valor agregado,como vinhos, dão mais espaço para a meiagarrafa. Experiências com doses menoresforam feitas recentemente, com espuman-tes, pela Chandon e pela Georges Aubert,

em garrafas de vidro de187ml, da Subrasa.

O alumínio também estáatento ao filão. Pesquisa fei-ta pela Alcan num universode 800 casos para determi-nar hábitos de compra econsumo para refrigeran-tes e cervejas mostrouque os consumidores sãofavoráveis às embala-gens de consumo indivi-dual, principalmenteporque permitem que aopção de cada um portipo de bebida e saborseja respeitada, sem quehaja desperdício, mesmoem momentos de consu-

Com porçõesindividuais ecartucho nobre,Quaker +Saborfaz sucesso

veja

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Bebidas nobres:doses menores,

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A VISÃO DE CADA UM(como os consumidores avaliam as embalagens; em %)

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mbora a boa embalagem sejacada vez mais associada a umaespécie de porto seguro demarcas, além de munição im-

prescindível para aumentar vendas, poucasempresas podem afirmar que anteviramcom nitidez a necessidade de se apresentarde maneira inovadora, funcional eatraente nas gôndolas. Dentre o pe-queno grupo que pode, são escassasas que ajudaram a virar algumas pági-nas da história da embalagem no Brasil.A Danubio, marca surgida em 1986, fru-to de negociações entre a Vigor e a dina-marquesa MD Foods, é uma delas.

Conhecida por sua linha de queijo mi-nas frescal, essa chancela da Vigor deu durogolpe num conceito de acondicionamentoque, para dizer o mínimo, destoa comple-tamente do que se poderia consideraruma boa embalagem. Pouco higiêni-cos, por falta de barreira, e nada práti-cos, os saquinhos plásticos ainda larga-mente usados no mercado de queijosfrescos funcionam como um ralo poronde escoa qualquer valor que a marcaneles expressa ainda pode ter agregado.

Barulho em 86Com o lançamento de seus queijos frescosem potes de polipropileno (PP) transpa-rentes, a Danubio apresentou vanta-gens até então desconhecidas para osconsumidores dessa categoria: invio-labilidade (garantida por um selo de alu-mínio), facilidade de abertura e possibili-dade de retampamento. Hoje pode pare-cer prosaico, mas em 1986, quando sur-giu, a novidade causou barulho. Tanto queoutros produtores de minas frescal, perce-bendo que consumir seus queijos era sinô-nimo, no sentido vulgar, da embalagem en-tão predominante – um saco – vêm crescen-temente se tornando adeptos dos potinhos.

28– EMBALAGEMMARCA • fev 2002

Para não ficar do lado de lá da tênue li-nha que separa empresas inovadoras daque-las que apenas seguem tendências ditadaspelo mercado, a Danubio está saindo nafrente mais uma vez, agora de maneira atémais marcante do que na já remota décadade 80. Para começar, os potes, fornecidos

pela Huhtamaki, passarão a ser expostosnos pontos-de-venda de cabeça – ou,mais exatamente, de boca – para bai-xo, de modo que a tampa, depois que o

produto é retirado da embalagem, sirvacomo uma bem acabada queijeira.

Baixo relevoEm vez do formato circular que acompa-

nhava o da boca do pote, a tampa é arredon-dada nas duas pontas e reta na parte central,a fim de ajustar-se na embalagem secundá-

ria, de papel cartão. Não menos interes-sante foi a idéia de imprimir o logoti-po em baixo relevo. O truque faz com

que a marca Danubio fique moldada di-retamente no queijo, podendo ser vistamesmo com o produto fora da embala-gem, no momento em que é consumido.

“Foram as mudanças mais radicais nasembalagens da linha, desde que lançamos aidéia dos potes”, confirma Adriane Sugawa-ra, do departamento de marketing da Vigor.

Se antes já haviam sido feitas alteraçõesde layout, agora foram agregados novosbenefícios. Basta dizer que uma daspoucas, mas recorrentes, críticas feitas

pelos consumidores foi eliminada: a difi-culdade de retirar as primeiras fatias dequeijo de dentro do pote. “Já que a peçatoda já está fora, o consumidor tem maisuma facilidade”, diz Adriane.

Além de funcional, o produto tem visualsofisticado, requinte que foi alcançado demaneira igualmente criativa. No lugar derótulos, é usada uma complexa e sofisticadaembalagem secundária de papel cartão, cujo

Pioneira com pote, Danubio faz nova reviravolta em queijo frescal

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fev 2002 • EMBALAGEMMARCA – 29

o um sacolayout, desenvolvido pela a10Design, é impresso em alto rele-vo, numa superfície envernizada.

Nessa etapa do projeto, a Da-nubio contou com a parceria da gi-gante Riverwood do Brasil, queatuou como uma verdadeira empresade solução integrada de embalagem:forneceu o papel cartão, trazido da matriznos Estados Unidos, o maquinário, instala-do junto à linha de produção da Vigor, etambém atuou como gráfica e convertedorada luva celulósica. Ademais, desenvolveu oprojeto estrutural da embalagem secun-dária, serviço que ficou a cargo do profis-sional Paulo Vítor de Oliveira.

Um desafio a maisCarlos Zardo, do marketing da Riverwood,conta que o fato de o produto ter sido de-senvolvido para ficar de ponta-cabeça nasgôndolas trouxe um desafio a mais para ostécnicos e projetistas da empresa. Devido àlocalização das dobraduras, que ficam naparte de baixo da embalagem, rente à tam-pa, foi preciso desenvolver um dispositivo,parecido com um braço automático, paraque o pote fosse invertido antes de entrar namáquina que aplica o papel cartão.

Além de pensar em aspectos de produ-ção, a Riverwood preocupou-se em aumen-tar a visibilidade do produto na gôndola.Nesse sentido, somado ao acabamento grá-fico caprichado, a empresa desenvolveuuma aba lateral na estrutura do papel cartão,para cobrir um espaço ocioso entre o fundodo pote e o topo da embalagem secundária.Optou também por arredondar as dobra-duras do sistema.

“Após inúmeros testes commockups, decidimos adotar um sis-tema a vácuo, que disponibiliza asembalagens uma a uma, de modoque outro equipamento dobre as late-rais, e em seguida feche o conjunto”,resume Elias Lourenço, responsável pormáquinas e instalação da Riverwood.

Huhtamaki do Brasil(11) 5505-6677www.huhtamaki.com

Riverwood(11) 4589-4500www.riverwood.com.br

Vigor0800 126433www.vigor.com.br

Por envolveruma história de suces-so, que, com forte contribui-ção da embalagem, dura quasedezesseis anos, o caso da Danubio demons-tra que projetos verdadeiramente integradossão um excelente caminho para construirmarcas fortes. Afinal, no quesito embala-gem, não só a logotipia, território ao qualagências de design têm atuado com maisforça, garante o sucesso de um produto. Hámuita gente experiente dizendo o contrário:pensando em conjunto, pode-se conceberformatos diferenciados e outras “sacadas”estruturais que valem muito mais do que umlogotipo estudado durante meses.

Na posição inovadora, mais

um truque: amarca vai dobaixo relevodo pote para

o produto

As embalagenssecundárias ea faca (acima)

do Danubio

30makingof2 04/02/02 18:02 Page 29

Page 21: Revista EmbalagemMarca 030 - Fevereiro 2002

enchmarking, antenas liga-das, atualização permanente,janelas abertas para o mun-do, “exportar ou morrer”.

Qualquer dessas opções (que em algunscasos querem dizer rigorosamente a mes-ma coisa) é fundamental para empresasque pretendem permanecer e crescer nomercado, sobretudo em tempos de globa-lização. Para isso, desnecessário dizer daimportância de visitar ou expor em even-tos internacionais, onde sempre podemsurgir contatos para futuros negócios.

Agora, no caso específico de um dosmais importantes eventos mundiais daárea de embalagem, a Interpack 2002(Düsseldorf, Alemanha, de 24 a 30 deabril de 2002), não é mais preciso deixaras coisas nas mãos do destino. Durante afeira, a Fiesp realizará a rodada de negó-cios AL-Invest Packaging-Interpack2002, para promover o intercâmbio entrepequenas e médias empresas do Brasil eda Europa ligadas ao setor. As empresasda União Européia e da América Latinainscritas irão ao evento especialmentepara realizar contatos, parcerias e alian-ças estratégicas. Mais de 13.000 empre-sas já participaram da AL-Invest, criadapela Comissão Européia.

Inscrevendo-se no Encontro Empresa-rial AL-Invest Packaging-Interpack 2002as empresas terão, sem custos, assistênciacompleta do Eurocentro São Paulo-FIESP, no que diz respeito às negocia-ções, busca individual dos parceiros, su-porte para elaboração de projetos de coo-peração industrial e de estudos de viabili-dade de investimentos/parcerias, além doapoio de logística e tradutores durantesuas reuniões com as empresas européiasque atendam às suas necessidades.(11) 3549-4606/4607/[email protected]

30– EMBALAGEMMARCA • fev 2002

O pacote de viagemda ABRE com a TristarOutra oportunidade atraente para os inte-ressados em tirar o máximo proveito desua visita à Interpack 2002 está sendo ofe-recida pela ABRE – Associação Brasilei-ra de Embalagem, a começar pelo chama-do “pacote de viagem”. A entidade fechouacordo para o envio de uma comitiva bra-sileira com a Tristar, agência oficial doevento para o Brasil – o que não deixa designificar algumas vantagens, como a ex-periência da presença nos eventos anterio-res e as facilidades de trânsito que issopode trazer.

Ademais, os integrantes da comitivada ABRE a Düsseldorf terão, com exclu-sividade, a oportunidade de visitar a fábri-ca da SIG Combibloc em Linnich, a cercade uma hora de ônibus de distância do lo-cal da Interpack 2002. O transporte serácortesia da SIG Combibloc.(11) 3082-9722www.abre.org.com.br

Na Interpack 2002, boas oportunidades para empresas brasileiras

evento

B

Negócios no exteriorF

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: D

IVU

LGA

ÇÃ

O

Quem não tiver condições de ir a

Düsseldorf poderá ter uma boa visão

do que será apresentado lendo a

edição de cobertura da Interpack

2002 em EMBALAGEMMARCA.

Como sempre faz, a revista procura

apresentar nas reportagens desse

tipo o que há de mais inovador e

proveitoso segundo o interesse que

pode ter para as empresas brasileiras.

EMBALAGEMMARCA seleciona o que é

apresentado nas feiras por critérios

rigorosamente jornalísticos.

Uma visão peloângulo brasileiro

30interpack 04/02/02 18:12 Page 30

Page 22: Revista EmbalagemMarca 030 - Fevereiro 2002

32 – EMBALAGEMMARCA • fev 2002

O setor visto de forma ampla e profundaDa concepção à produção da embalagem e de produtos impressos em geral

o seu empenho de oferecer sem-pre mais informações úteis aos

leitores, EMBALAGEMMARCA abre nestaedição um novo espaço – Painel Gráfi-co – com notícias sobre novidades nosetor, que passa por uma das maisimpressionantes transformações tec-nológicas e de conceitos e atinge dire-tamente o segmento de embalagens.

noticiário do Painel Gráfico,porém, não se destinará

apenas a quem trabalhano mundo do packa-ging. Atendendo aexpressivo núme-ro de sugestões,esta nova se-ção é direcio-nada tam-bém aosprofissionais eàs empresasatuantes no universográfico de modo geral. Assim, conteránotícias que abrangerão desde o de-sign e a pré-impressão até equipa-mentos e insumos necessários à ativi-dade, como substratos, tintas, comple-mentos e acessórios.

ários são os motivos para essasegmentação dentro de EMBALA-

GEMMARCA. Para citar apenas dois: 1)os recipientes celulósicos, no quais épreponderante a presença da ativida-de gráfica, respondem por nada me-nos que 41% do mercado brasileiro deembalagens; 2) as embalagens flexí-veis de todos os tipos, cuja avassala-dora presença não para de crescer,somente chegam ao mercado depoisde passarem por algum sistema decriação gráfica e de impressão.

sso, acreditamos, bastaria para justi-ficar a criação deste espaço. Mas a

intenção de EMBALAGEMMARCA é ir umpouco além. A revista pretende trazerno Painel Gráfico notícias sobre pro-dutos, materiais, tendências e cases

importantes da área.amos assim, acreditamos, umacontribuição, embora modesta,

para valorizar e facilitar o trabalho daspessoas, empresas e entidades quefazem o setor gráfico brasileiro ser in-ternacionalmente reconhecido não só

como um dosque apre-sentam ele-

vada qualida-de técnica, mas

também como umpólo de alta criatividade.

propósito, com apoio da ADG –Associação dos Designers Gráfi-

cos, a seção mostrará também, a cadaedição, um pouco do trabalho da enti-dade e de seus associados.Com isso, acreditamos, contribuiremospara mudar mais rapidamente do quevem ocorrendo o entendimento de quea atividade criativa é “coisa de artista”,forma debochada de dizer “supérfluo”.

ada a necessidade forçada pelaglobalização da economia, que as

colocou na contingência de oferece-rem produtos competitivos ao mercadose nele quiserem permanecer, as em-presas brasileiras começaram a ver asembalagens como algo mais que me-ros complementos de seus produtos.

qual a importância do designernisso? Se for levado em conta

que não há embalagem se não comoresultado do trabalho concebido a par-tir de um conceito gráfico, pode-se afir-mar que é crucial. Na verdade, nãoexiste objeto industrial cuja produçãonão seja antecedida de uma concep-ção enquadrada no que se convencio-nou chamar de design gráfico.

e ajudar a reforçar a compreensãode que para agregar valor aos pro-

dutos brasileiros, tornando-os maiscompetitivos e mais desejados no mer-cado interno e lá fora, estará justificadaa criação deste espaço.

N

O

V

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D

E

SI

Para quem quer crescerNa área de pré-impressão, a Hei-delberg está trazendo para o Brasila família Prosetter de gravadorascomputer-to-plate (CTP) a laser vio-leta, em três modelos (Prosetter 52,74 e 102), projetados para atendera pequenas, médias e grandes em-presas interessadas em expandirseus negócios de pré-impressão.Segundo a empresa, a tecnologiadessa gravadora resulta em maiorprodutividade, por ser mais rápida.

A Prosetter 52 produz vinte chapaspor hora, em tamanhos que variamde 370mm x 323mm a 670mm x525mm, utilizadas na entrada deimpressoras do formato Quickmas-ter 46 até a Speedmaster 52. Up-grade pode ser feito. A Prosetter 74pode imprimir com velocidade de16 a 24 chapas chapas por hora.Já o modelo 102, na descrição daHeidelberg, “é extremamente flexí-vel e é uma excelente entrada parainúmeros modelos de impressoras,desde GTO 52, passando pelosmais diversos formatos, com limitemáximo na Speedmaster 102, emritmo de 12 a 18 chapas por hora”.O público-alvo para os três mode-los são gráficas editoriais, de em-balagens, promocionais e fotolitos.O mercado comprador potencialabrange mais de 2 500 empresasno Brasil.

A

30painelgrafico 05/02/02 17:56 Page 32

Page 23: Revista EmbalagemMarca 030 - Fevereiro 2002

fev 2002 • EMBALAGEMMARCA – 33

Banco de dados gráficosIniciativas cada vez mais freqüentes esérias têm aos poucos apagado o es-tigma de que o Brasil é um paíscarente de levantamentos epesquisas de mercado. Umadelas foi recentemente divul-gada pelo Sindigraf (Sindica-to das Indústrias Gráficas).Em conjunto com o Iemi (Institutode Estudos e Marketing Industrial), oSindigraf começará em breve a enviara todas as empresas gráficas do paísum questionário com perguntas sobre

faturamento, número de funcionários ehistórico de atuação. Como no Censo

promovido pelo IBGE, que faz acontagem geral da popula-ção, a idéia é obter, com omáximo de precisão possí-vel, um panorama do merca-

do gráfico brasileiro. O presi-dente do Sindigraf, Sílvio Ísola,

justifica a ação lembrando que, para odesenvolvimento de todas as políticasde atuação do Sindicato, a atualizaçãodos dados do setor é essencial.

Flor para flexografiaNo esforço de vendas e atendimen-to de equipamentos de impressão,muitas vezes é mais fácil e maisprodutivo induzir o potencial clientea ir até o local onde as máquinassão produzidas e expostas – fre-qüentemente outros países – doque trazê-las até eles. Um exemploé o da Comprint, que representa noBrasil a Gidue, fabricante italiana deimpressoras flexográficas. A empre-sa estará participando da Ipex 2002,em Birmingham, na Inglaterra, de 9a 17 de abril, ocasião em que apre-sentará em seu stand (pavilhão 19,

nº 114) um módulo de impressãoCombat com duas unidades flexo-gráficas Flower. A marca deriva dofato de a máquina ter sido projetadapara abrir como uma flor, garantindouma troca de serviço fácil e rápida.

(011) 3371 [email protected]

Criação sem dúvidasUm guia de fácil consulta, que mostracomo o designer faz design. Esse é oconceito do Guia Prático do DesignGráfico como Ferramenta de Comuni-cação, editado pela ADG. Seu objetivoé tirar dúvidas sobre a atividade eaproximar as empresas em geral des-sa imprescindível ferramenta estratégi-ca da comunicação empresarial con-temporânea. Nele é mos-trado, de forma prática, rá-pida e simples, passo apasso, o que é, para queserve e como obter os me-lhores resultados na utiliza-ção do design gráfico embenefício dos negócios.Traz desde as formas re-

Criar embalagens para produtosrequintados, ou de alto valor agre-gado, não é mais problema mes-mo no Brasil. O Grupo Arjo Wig-gins, um dos maiores fabricantesde papéis especiais do mundo,está trazendo para o país suanova linha de produtos para reves-timento. A empresa adquiriu em1990 a Guarro Casas, companhiaespanhola com três séculos detradição na fabricação de mate-riais para revestimento, e agoracomeça a atuar mais fortementeneste segmento dentro do mercado nacional.São aproximadamente dez linhasdistintas de produtos, de papéis similares a couro, tecido e cortiça,dentre outros, para os mercadosde embalagem, editorial, religioso,decorativo, escolar e de agendas.Segundo Marcelo Artel, gerente dadivisão no Brasil, “são materiaisespecialmente desenvolvidos pararevestimento, cartonagem e enca-dernação, com resistência ao ras-go, perfeita aderência à colagem,e que além de tudo aceitam váriastécnicas de impressão”. Ele dizque “essas características propor-cionam acabamento perfeito aembalagens, caixas, agendas, livros, cadernos e bíblias, aumentando o valor agregado de cada produto e melhorandosua produtividade”.

(11) 3061-2366

Só não se destacaquem não quer

comendadas de se contratar um pro-fissional ou empresa de design, até oresultado final, em uma seqüência ló-gica, passando por todas etapas dotrabalho nas áreas de planejamentoestratégico, identidade visual, embala-gem, sinalização, editorial, mídia ele-trônica e material promocional. Parailustrar, o guia traz exemplos práticos e

experiências bem su-cedidas, com algumas dasprincipais marcas brasilei-ras, bem como a opiniãode profissionais de algumasdas mais importantes em-presas de design do país.À venda na ADG. (11)3081-5513 e 3088-1322.

30painelgrafico 05/02/02 17:56 Page 33

Page 24: Revista EmbalagemMarca 030 - Fevereiro 2002

34 – EMBALAGEMMARCA • fev 2002

Um guia que orientaA distribuidora de papéis especiaisFine Papers, cujo público-alvo écomposto por designers e publicitá-rios, lançou um catálogo com seusquase 100 diferentes tipos de pa-péis. A empresa, que representa edistribui papéis das norte-america-nas Fox River, Gilbert e Crane, jun-tou treze gráficas concorrentes edois fornecedores num único projeto,o Text & Cover. Trata-se de umguia/orientador de papéis, ao mes-mo tempo um manualtécnico e didático queaborda diversas técnicas

de impressão. Idealizado por Rosilene Brino, espe-cificadora da Fine Papers, com aparticipação do designer gráfico Mi-guel de Frias e editoração da SGBotelho Propaganda, o catálogo pro-cura transmitir segurança às gráfi-cas, que muitas vezes mostram cer-to receio ao fazer trabalhos com pa-péis especiais. (11) 3819-2000www.finepapers.com.br

Finalistas da VI Bienal de Design GráficoItem obrigatório da agenda de quematua no setor, a VI Bienal de DesignGráfico, a mais representativa expo-sição de design do Brasil, que serealizará de 20 de março a 7 de abrilde 2002, no Sesc Pompéia, em SãoPaulo, já tem pronta a relação dos57 finalistas entre os 338 trabalhosselecionados para integrar a MostraSeletiva, uma das três exposiçõesque compõem a Bienal. No evento,serão apresentados os mais significativos trabalhos de designgráfico do Brasil produzidos nos últimos dois anos.A Bienal terá também as mostrasInstitucional e Temática, que apre-sentarão, respectivamente, a produ-ção dos associados da ADG – Brasil(Associação dos Designers Gráficosdo Brasil), promotora do evento emparceria com o Sesc São Paulo e oSenac, e uma instalação inédita doartista plástico Guto Lacaz. As três

Especialização para todosApós fechar acordos técnicos

com importantes entidades de

pesquisa e desenvolvimento na

área gráfica, como a alemã

FOGRA (Instituto de Pesquisas

Gráficas), e a americana GATF

(Graphic Arts Technical Foun-

dation), a ABTG (Associação

Brasileira de Tecnologia Gráfi-

ca) volta suas atenções à

oferta de cursos de especiali-

zação para profissionais do

setor no país.

A entidade está divulgando seu

calendário para 2002, com pro-

gramas de ensino abertos a to-

dos os interessados, mas com

distinção de preço para asso-

ciados e não associados. Os

cursos, que serão dados na

sede da ABTG em São Paulo,

se estendem desde aborda-

gens de vendas e marketing

até assuntos essencialmente

técnicos. Informações sobre o

nível de cada módulo, a carga

horária e preços podem ser ob-

tidas no site da ABTG

(www.abtg.org.br), ou pelo te-

lefone (11) 6693-9535.

mostras estarão montadas, simulta-neamente, na Área de Convivênciado Sesc Pompéia.Para indicar os trabalhos da mostraseletiva foram destacados 35 jura-dos, escolhidos segundo critérios rí-gidos estabelecidos pelo curadorChico Homem de Melo. Os avaliado-res deveriam ser designers ou atuarna área de design, além de precisa-rem respeitar diferenças entre ostrabalhos. Uma das exigências éque não fossem nomes envolvidoscom a ADG ou a Bienal.Foram inscritos trabalhos de pratica-mente todo o País, com destaquepara a cidade de São Paulo (1066inscritos), Rio de Janeiro (316), BeloHorizonte (88) e Curitiba (42). O in-terior de São Paulo enviou 41 inscri-ções. Além das exposições, a pro-gramação abrigará várias oficinas di-rigidas aos freqüentadores de todasas faixas etárias do Sesc Pompéia.

30painelgrafico 05/02/02 17:56 Page 34

Page 25: Revista EmbalagemMarca 030 - Fevereiro 2002

Conectividade múltipla. Esta é a prin-

cipal virtude da impressora móvel QL

320, que a Zebra está lançando no

Brasil. Os módulos de rádio intercam-

biáveis QuickLink permitem a “con-

versa” com diversas redes de comu-

nicação, incluindo as baseadas nas

novas tecnologias wireless (sem fio).

Projetada para volumes médios de

impressão em ambientes internos ou

externos, a QL 320 é ideal para utiliza-

ção no comércio varejista e pelos se-

tores de manufatura, saúde, rotinas

de embarque e distribuição, contabili-

dade de rotas, controle de bens, eti-

quetagem e serviços de hospedagem.

(11) 3857 1466www.zebra.com

Com licença...Para cuidar de seus licenciamen-tos no Brasil e oferecer suporte a seus parceiros de varejo, aWarner Bros. criou a WarnerBros. (South), Inc., empresa queserá liderada pelo brasileiro Marcus Macedo.

...para o BrasilNo portfólio da empresa há desde marcas tradicionalíssimas,como Pernalonga e Batman, a febres do momento, como as Garotas Superpoderosas e obruxinho Harry Potter.

Novo comandoJosé Carlos Grubisich assumiu em2 de janeiro a presidência da OPPQuímica. Ele será o futuro presi-dente da Braskem, holding queresultará da integração das em-presas Copene, OPP Petroquímica,Trikem, Polialdem e Nitrocarbono.

Alta esperadaOs fabricantes brasileiros de polietileno apostam em 2002num crescimento de 8% sobre o total negociado no país no ano passado.

Cisão postergada...A divisão dos negócios de químicos especiais e plásticos daEastman em duas empresas, programada para o fim desteano, foi adiada. Motivos alega-dos: condições adversas de mer-cado e dificuldade de formulaçãode previsões de curto prazo.

...por enquantoTodavia, se as perspectivas econômicas globais melhorarem,a divisão poderá acontecer emmeados de 2002. A alta cúpula daempresa continua acreditandoque focos distintos de gestãotrarão benefícios aos acionistas.

A empresa global de especialidadesquímicas Rohm and Haas está lan-çando sua solução de e-commercepara negócios na América Latina.Desenvolvido e hospedado pelo Citi-bank e-Business, o site fará a empre-sa aumentar e tornar mais eficienteas relações com seus clientes, quepoderão efetuar suas ordens de com-pra de produtos, rastrear o status deseus pedidos e consultar faturas econtas a pagar 24 horas por dia, 7dias por semana. “Essa solução irános ajudar a buscar oportunidadessignificativas e adicionais de cresci-mento, além de melhorar nossas ven-das e serviços de distribuição”, afir-ma Guillermo Novo, vice-presidente

Química na era do B2B eletrônico

da Rohm and Haas e diretor regionalpara a América Latina. Inicialmente oprojeto atenderá clientes no Brasil,mas em breve estará disponível aosdemais países latinos.www.latinrohmhaas.com

PORTÁTIL E VERSÁTILEstimulada pelo retorno do mercadonacional de águas minerais, para oqual fornece anualmente cerca de700 milhões de tampas, a Alcoaanunciou que deverá instalar em2002 uma planta no Brasil para aprodução de sistemas de fechamen-to. A unidade deverá fabricar as tam-pas Sports Lok, atualmente importa-das dos Estados Unidos e que tive-ram ótima aceitação no mercadointerno de águas. O segmento é oque mais tem crescido dentro domercado de bebidas envasadas emembalagens PET, para as quais sedestinam as tampas da Alcoa. Con-siderando-se apenas as garrafas so-pradas a partir desse material, a em-presa fornece 65% das tampas con-sumidas no país. Para este ano, aexpectativa de crescimento do seg-mento de tampas no mercado deáguas minerais é de 7%. As atuaisfábricas de tampas da Alcoa estãosituadas em Lages (SC), São Pauloe Itapissuma (PE).

700 milhões em ação

30panorama 04/02/02 17:21 Page 1

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38 – EMBALAGEMMARCA • fev 2002

A Zanotti está lançando uma envasa-dora automática de sachês de quatrosoldas, baseada no conceito form, fill& seal (forma, envasa e sela). Oequipamento pode embalar diversostipos de produtos e em diferentes ve-locidades, pois tem motor de correntealternada, trifásica. Outros trunfossão a pressão da selagem, o baixonível de ruído e o painel elétrico comdisplay luminoso, que exibe as variá-veis do sistema. Há ainda vários op-cionais, como datador de baixo rele-vo, codificador hot stamping ou inkjet, unidade para injeção de gásinerte, picote de fácil abertura e sa-chês duplos para diferentes produtos,entre outros.(16) 3961-3501

PaperFoam é o nome de um

novo material que promete cha-

coalhar o mercado de embala-

gem. Ele é baseado numa liga

de amido de batata e fibras natu-

rais, moldada a partir de um pro-

cesso especial de injeção paten-

teado pela empresa homônima.

Embalar agora é batata!

SACHÊS EM RITMOCONTÍNUO

Foi aprovado recentemente em di-

versos testes climáticos e de resis-

tência mecânica na Europa, onde

já pode ser visto embalando al-

guns produtos. Entre eles, a marca

Ascom de telefones de mesa, na

Alemanha (foto).

www.paperfoam.com

Após alguma espera, o portal Justi2i

iniciou suas operações em dezembro.

O site pretende agilizar as operações

comerciais envolvendo fabricantes,

compradores e usuários de embala-

gens na América Latina. Maurice Max,

Justi2i, finalmente no ardiretor do Justi2i, aposta na movi-

mentação de negócios na casa dos

200 milhões de dólares já no primeiro

ano do serviço. “Somando-se o porte

da indústria nacional de embalagens

aos recursos, inéditos, que iremos

disponibilizar, essa cifra é perfeita-

mente factível”, acredita. Além de

Max, formam a direção do Portal Jus-

ti2i os executivos Graham Wallis, cria-

dor e presidente da Datamark e Car-

los Martin, experiente profissional da

área de embalagens, responsável pela

área comercial.

www.just121.com.br

“Fruta direto na boca” é o nome da campanha da Tetra Pak para fo-

mentar a venda de sucos prontos embalados em suas caixinhas as-

sépticas cartonadas no verão 2002. Estão sendo investidos cerca de

três milhões de reais na campanha, que terá outdoors, jingles em rá-

dios, anúncios em revistas e distribui-

ção de amostras em praias, aero-

portos e bares do território brasilei-

ro. O mercado de sucos está dando

bom retorno à multinacional de ori-

gem sueca: de acordo com Heloísa

Rios, gerente de marketing na cate-

goria sucos e bebidas da Tetra Pak,

houve um aumento de 56% na venda

de sucos embalados pela empresa de

janeiro a novembro de 2001, se compa-

rado ao desempenho de 2000. Como

apoio à campanha, a Tetra Pak lançou

também o site www.bebasuco.com.br, que

traz dicas para uma vida saudável.

VERÃO DA LONGA VIDA

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Studio AG 04/02/02 18:43 Page 1

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fev 2002 • EMBALAGEMMARCA – 39

Para dar um gelo na sedePioneiro no mercado de chás

prontos no mundo, o Lipton Ice

Tea – que no Brasil é produzido e

distribuído pela AmBev, graças a

uma joint-venture com a Unilever,

detentora da marca –, está es-

treando novo visual nos mais de

150 países em que é vendido.

O logotipo passa a figurar sobre

pedras de gelo, onde está decalca-

da a inscrição Ice Tea. O produto

ganhou também uma versão light.

Já a predominância da cor amarela

no fundo das embalagens foi man-

tida. O projeto foi desenvolvido

por profissionais da própria Unile-

ver. Além das latas de alumínio, o

Ice Tea será vendido em embala-

gens cartonadas de um litro, for-

necidas pela Combibloc. A novida-

de, neste caso, são tampas plásti-

cas que, além da facilidade de

abertura, permitem controlar o flu-

xo de saída do chá.

Faber-Castell volta às aulasApostando na volta às aulas 2002a Faber-Castell lançou 28 produtospara uso estudantil. O destaque éo kit escolar, que reúne todos ositens básicos numa única embala-gem, proporcionando economia aoconsumidor. O kit é composto por12 lápis de cor, dois lápis pretos,uma caneta esferográfica, umaborracha e um apontador. As em-balagens são produzidas pela pró-pria Faber-Castell, na fábrica deSão Carlos, e o design foi desen-volvido pela agência Estúdio 11.

Vaquinha da Mococa em destaqueAs novas embalagens do leite

UHT desnatado da Mococa têm

em destaque uma vaca, tradicio-

nal símbolo da marca. O logotipo

da Mococa é a cara de uma va-

quinha. Na embalagem do leite, o

animal aparece de corpo inteiro,

em um cenário que lembra o iní-

cio do século XX (a empresa foi

fundada em 1919, na cidade pau-

lista de mesmo nome). A vaqui-

nha apareceu pela primeira vez

em 1956, quando a empresa

inaugurou a primeira linha de pro-

dução de leite em pó nacional, e

hoje é um dos ícones da propa-

ganda brasileira.

A embalagem do leite UHT des-

natado é da Tetra Pak, e o design

foi criado pela Packing.

30display 04/02/02 17:44 Page 39

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40 – EMBALAGEMMARCA • fev 2002

Moda também na caixinhaNeste verão as novas em-balagens da grife cariocade moda de praia Totem,desenvolvidas pela Por-to+Martinez Design Stu-dio, vão surpreender pelaanalogia com o visual ins-pirado nas embalagens Te-tra Pack de suco de frutas.Os desenhos se basearamem produtos consagrados,

Dove no mercado de hidratantesConhecida por seus sabo-netes hidratantes, a marcaDove, da Unilever, está en-trando no segmento de lo-ções hidratantes. Aprovei-tando a chegada do verão,a Dove lançou duas ver-sões de loções hidratantes:NutriCare, para pele seca,e Hydra Intense, para pelenormal.

O desenho das embala-gens é o mesmo que jáexiste na Alemanha parafrascos maiores (400 ml),que foi adaptado para omercado brasileiro (200ml).O frasco é de PEAD, forne-cido pela Sinimplast do Bra-sil. A tampa de polipropilenomate é fabricada pela Wee-ner da Alemanha.

como o suco de laranjaTropicana, e foram explo-radas cores e formas detrês frutas tropicais: caju,melancia e abacaxi.As embalagens, produzi-das em cartão duplex350g pela Ondupel, possi-bilitam seu aproveitamentona decoração das vitrinese prateleiras das lojas.

A Copa está chegando

O chicle de bola Gang, da

General Brands, já entrou

no ritmo do campeonato

mundial de futebol: lan-

çou o álbum de figuri-

nhas “História das Copas

do Mundo”, contada pela

“Turma do Chicle Gang”,

composta pelos persona-

gens infantis Kadu, Tico,

Bel, Rafa, Rô e Thigão. A

turminha estampa as figu-

rinhas com as bandeiras

dos países que já sedia-

ram copas, as principais

jogadas do futebol e os

mascotes de cada país.

Para receber o álbum, as

crianças devem enviar

quatro embalagens do

chicle Gang à caixa pos-

tal da General Brands.

As figurinhas acompa-

nham os chicles. Aque-

les que enviarem o ál-

bum preenchido à com-

panhia vão receber um

presente surpresa, e o ál-

bum de volta. A caixa

postal da General Brands

é 12 724, CEP 04675-210,

São Paulo, SP.

Del Valle lança novo saborA Sucos Del Valle lançoumais um sabor para a sualinha light. A novidade é onéctar de uva, que a em-presa está colocando nomercado para atender opúblico que procura produ-tos de baixa caloria. A be-bida é encontrada em cai-xinhas de 1 litro e 200ml e

latas de alumínio de335ml. O design das em-balagens é da Packing.

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Tatuagem só no verãoCerca de um milhão de pontos-de-venda do Brasil, exceto as regiõesNorte e Nordeste, começaram a re-ceber no dia primeiro de fevereiro35 milhões de latas de 350ml dacerveja Brahma com uma decora-ção diferente. A novidade é a es-

tampa do casal de tatuagens quefez sucesso no comercial de televi-são. São dois modelos de latinha,desenhados pela F/Nazca S&S, umcom a garota e outro com o rapaz. As latinhas ficarão no mercado atéo início de março.

MAIS COR EM EMBALA-GENS DE SABONETEOs sabonetes Gessy, produzidospela Unilever, estão chegando aomercado de cara nova. As embala-gens ganharam cores mais fortes eestampas com flores diferentespara cada fragrância do sabonete.Também foi alterada a logomarcaGessy, que passou a exibir contor-nos mais largos e está mais desta-cada, tanto na embalagem quantono próprio sabonete. A frase “Com ingredientes natu-rais” ganhou maior destaque, emreferência aos óleos essenciais dasdiferentes fragrâncias.O projeto gráfico foi desenvolvidopela Rex Design. A embalagem,constituída por um filme monoca-mada de BOPP perolizado, tem im-pressão em rotogravura e adesivo“cold seal” (adesivo para selagema frio). O fornecedor é a Empax.

Site da Bassi ganha área infantilO site www.bassi.com.br, que ofe-rece receitas, dicas de churrasco einformações sobre embalagens, en-tre outros itens, agora tem uma áreadestinada às crianças. Nessa áreahá personagens criados especial-mente para o site: são três alieníge-nas que caíram na terra, e com a

ajuda de uma esperta garotinha,descobrem as maravilhas do churrasco. As crianças podem pintaro cenário, imprimir e formar um livrinho de pinturas. Periodicamentea área ganhará novas atrações,como jogos e cenas inéditas. O sitefoi desenvolvido pela Lighthouse.

Como enviar as suas informaçõesQuando a sua empresa tiver algum

lançamento que se encaixe no perfil

desta seção, é importante que no

material enviado para a nossa reda-

ção constem informações referentes

ao material da embalagem (se for

mudança de material, informar qual

era o anterior), quem é o fornecedor

da embalagem e quem é o respon-

sável pelo design. Assim, a sua in-

formação ganha em conteúdo.

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Almanaque

42 – EMBALAGEMMARCA • fev 2002

Pensando bem...

... sem o bulbo de vidro (a “embalagem” da luz artificial), a humanidade não

disporia de luz sem chama depois do por-de-sol. Teria de recorrer a tochas,

velas e lampiões para não ter de ir deitar à mesma hora que as galinhas.

... sorvetes, hoje um alimento (e guloseima) ao alcance de praticamente qualquer

pessoa, graças à refrigeração e às embalagens, no passado – principalmente no verão,

quando mais desejados – eram privilégio de nobres: para produzi-los era preciso

transportar neve retirada de montanhas em geral distantes.

... até hoje não se inventou material que substitua com a mesma

eficácia a cortiça no fechamento de garrafas de vinho:

veda, permite que o produto respire e é reutilizável.

Marketing de guerra é isso aíCom o triunfo militar da maiorpotência bélica do planeta noAfeganistão, não chega a serexagero imaginar que, comomais um dos efeitos inespera-dos dos ataques terroristas aosEstados Unidos, a Coca-Colaacabe sendo produzida naquelepaís, um dos únicos quatro emque não é fabricada. Precedentenão falta: a expansão global da-quela marca de refrigerantedeu-se na esteira do avanço dasforças americanas nos países

em que enfrentaram as forçasdo Eixo durante a II GuerraMundial. O mote do fabricanteera o de que nenhum soldadoamericano ficaria sem ter à mãouma garrafinha de Coca-Cola,então a única embalagem do re-frigerante. Aqui o produto en-trou na esteira da política daboa vizinhança, como mostra-vam anúncios da época. Emtempo: os outros países que nãofabricam Coca-Cola são Cuba,Líbia e Sudão.

Ganha quem tem coragem de apostar Paulo, para montar sua própriaempresa, voltada à venda e aoconserto de máquinas de escrevere de somar e caixas registradoras,um promissor segmento de tecno-logia de ponta na época. Contavacom a experiência de um únicoemprego, como encarregado das

Este ano a Nadir Figueiredocompleta 90 anos e reaviva oconceito de que oportunidadessão de quem as aproveita, não dequem apenas sonha. Em 1912, oBrasil vivia a tensão do limiar deuma guerra mundial. Era um da-queles típicos momentos em que amaioria fica indecisa e os maisarrojados arriscam tudo. O jovemNadir Figueiredo, então com 20anos, estava entre estes. Abandonou um seguro empregode ajudante de guarda-livros napróspera Casa Guinle, em São

seções de eletricidade, de mecâni-ca e de máquinas de escrever, ecom 20 000 réis emprestados pelotio Ezequiel Dias. Foi com essabase que, na manhã de 12 deagosto de 1912, um novo estabe-lecimento abriu suas portas noLargo do Tesouro, no coração dapacata São Paulo de então. Nafachada, uma placa com o nomeque hoje identifica o maior pro-dutor brasileiro de objetos de vi-dro para uso doméstico. O que fi-cou no meio também é história,mas não cabe aqui.

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