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Ano VI • Nº 55 • Março 2004 • R$ 9,00 www.embalagemmarca.com.br INOVAÇÕES EM CARTONADAS ASSÉPTICAS HÁ PERIGO NAS LATAS?

Revista EmbalagemMarca 055 - Março 2004

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Edição de março de 2004 da revista EmbalagemMarca.Visite o site oficial da revista http://www.embalagemmarca.com.br e o blog http://embalagemmarca.blogspot.com

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Ano VI • Nº 55 • Março 2004 • R$ 9,00

www.embalagemmarca.com.br

INOVAÇÕES EM CARTONADAS ASSÉPTICAS • HÁ PERIGO NAS LATAS?

O mérito a quem de direitoo aproximar-se oquinto aniversário

de EMBALAGEMMARCA,sua equipe quer comparti-lhar algumas reflexõescom os amigos leitores eanunciantes que a apóiamem crescente número e en-tusiasmo. Numa das reu-niões de balanço e corre-ção de rotas que fazemosregularmente, foi lembra-do que o sucesso alcança-do pela revista se deve, namaior parte, a críticas e su-gestões desses apoiadores.A imagem de revistaabrangente e isenta de EM-BALAGEMMARCA consoli-dou-se porque a equipeconseguiu, na medida dopossível, transformá-la em

conteúdo jornalístico ino-vador e instigante.Se houve algum méritonisso, ele esteve em termosconseguido retratar umpouco do que o setor brasi-leiro de embalagem ofere-ce em qualidade e inova-ção. Isso pode ser visto deforma relativamente amplana série de reportagens pu-blicadas nas edições maisrecentes, sobre o que há denovo e de melhor nos seg-mentos produtores de em-balagens feitas de diferen-tes materiais.A cobertura só não é maisampla e profunda, basica-mente, por falta de espaço.Mas esse é também umproblema que com o tem-

po certamente iremos cor-rigir. Ele depende de nós,mas depende também defatores alheios ao nosso ar-bítrio, como o andamentoda economia brasileira.Estamos acreditando nasprevisões de que em breveela crescerá. Se isso acon-tecer, já estão prontos osplanos que farão adensar-se ainda mais a imagem deque EMBALAGEMMARCA

desfruta hoje, de revista in-dispensável para a divul-gação do que fazem as em-presas de embalagem noBrasil e para a informaçãode seus profissionais.Até abril.

Wilson Palhares

A

A cobertura dosetor de embalagempela revista dependede sua equipe e deum fator externo, queé o andamento daeconomia do país.Se crescer, já estão prontos os planos paratorná-la ainda melhor

ENTREVISTA: SERGIO CALATRONIDesigner italiano fala desuas premiadas embala-gens de cosméticos ede seus outros projetos

CARTONADASASSÉPTICASCom modernasgarrafas carto-nadas, SIGCombibloc eTetra Pakquerem avançarno nicho deitens premium

REPORTAGEM DECAPA: ATOMATADOSPerspectivas de

crescimento do consumo depolpas, molhos eextratosabrem novas

possibilidades de apresentação

no setorde

ACABAMENTOSRevestimentos da AkzoNobel apelam para umaquase-sinestesia paraseduzir o público

CONSERVASNovas embalagens devidro para conservas, àguisa de barris, são aarma da Hemmer

EMBUTIDOSBrasil atinge estado da arte na fabricação de envoltórios para alimentos embutidos

PESQUISACetea realiza estudopara esclarecer osboatos sobre o perigodas latas para bebidas

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março 2004

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Diretor de RedaçãoWilson Palhares

[email protected]

[email protected]

Flávio [email protected]

Guilherme [email protected]

Leandro Haberli [email protected]

ColaboradoresJosué Machado e Luiz Antonio Maciel

Diretor de ArteCarlos Gustavo Curado

[email protected]

Assistente de ArteJosé Hiroshi Taniguti

AdministraçãoMarcos Palhares (Diretor de Marketing)

Eunice Fruet (Diretora Financeira)

Departamento [email protected]

Karin TrojanWagner Ferreira

Circulação e AssinaturasMarcella de Freitas Monteiro

[email protected] anual: R$ 90,00

Público-AlvoEMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais queocupam cargos técnicos, de direção, gerênciae supervisão em empresas fornecedoras, con-vertedoras e usuárias de embalagens para ali-mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,materiais de limpeza e home service, bemcomo prestadores de serviços relacionadoscom a cadeia de embalagem.

Filiada ao

Impressa em Image Art 145 g/m2 (capa) eCouché Mate 90g/m2 (miolo) da Ripasa

Impressão: Congraf

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo

Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SPTel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

Filiada à

www.embalagemmarca.com.brO conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA éresguardado por direitos autorais. Não é permi-tida a reprodução de matérias editoriais publi-cadas nesta revista sem autorização da Blocode Comunicação Ltda. Opiniões expressas emmatérias assinadas não refletem necessaria-mente a opinião da revista.

3 EditorialAs necessidades constantes de corrigir rotas e crescer

20 AmbienteInvenção brasileira para cães coopera com um dever cívico básico

51 DisplayLançamentos e novidades – eseus sistemas de embalagens

54 PanoramaMovimentação na indústria deembalagens e seus lançamentos

56 Painel GráficoNovidades do setor, da criaçãoao acabamento de embalagens

39 VinhosMarca nacional sofistica-se e adotainédita garrafa de vidro retornável

58 AlmanaqueFatos e curiosidades do mundodas marcas e das embalagens

6 CartasA opinião, as sugestões eas críticas dos leitores

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Verbas de mídia

P arabéns pelo Editorial de feve-reiro. Na agência de comunicaçãoem que trabalho, ao nos contrata-rem, clientes pedem um trabalho decomunicação integrada, mas nemsempre entendem a importância deanunciar em revistas. Não anunciaracaba com o “integral” de qualquerestratégia de comunicação.Em geral, somente depois de umplanejamento de mídia que traz re-sultados esses clientes, geralmente

indústrias, acabam por compreen-der a importância de anunciar. Per-cebem então porque as ações emfeiras são esporádicas, limitadas notempo e voltadas sobretudo para odepartamento de vendas, não para amarca da empresa. Propagandavende conceito, diferencial compe-titivo, auxilia na mudança de per-cepção do produto, cria identidade,dá visibilidade para a empresa.Convém também contabilizar: saimuito mais barato anunciar o anointeiro do que participar de uma se-mana de feira, com custos de fun-cionários que devem ficar à dispo-sição, distribuição de brindes, fo-lhetos etc. Se a empresa tiver umbom plano de mídia, o stand na fei-ra dará sustentação à comunicação,o que representa um bom aproveita-mento da verba.Parabéns mais uma vez por aborda-rem um tema tão polêmico e difícil,tentando fazer a indústria percebera diferença entre essas ações de

marketing, que são complementa-res e tão importantes para se maxi-mizar o investimento na marca daempresa. Cada vez mais tenho pra-zer em ler EMBALAGEMMARCA.

Maria Elisa CappellanoToro Estratégia em Comunicação

São Paulo, SP

Embalagens para calçados

P arabéns pela divulgação da im-portância das embalagens para a in-dústria de calçados (“Com o pé nainovação”, EMBALAGEMMARCA nº51, novembro/2003). Pude cons-tatar que a repercussão foi enorme,uma vez que o assunto embalagemera pouco considerado neste merca-do. Neste contexto, as perspectivassão muito favoráveis, favorecendoo crescimento da indústria de calça-dos e de embalagens.

Assunta Napolitano [email protected]

São Paulo, SP

"ASSINE

Assinatura por 1 ano com 12 exemplares (grátis uma edição de Luxo ou um Almanaque especial)Forma de pagamento: Depósito em conta corrente Boleto bancárioValor: 1 x R$ 90,00 2 x R$ 47,50

Preencha os dados abaixo e envie a ficha por fax (11 5182-9463) e aguarde os dados bancários para depósito ou o boleto bancário.Se preferir, preencha o formulário em nosso site (www.embalagemmarca.com.br).

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8 – EMBALAGEMMARCA • mar 2004

uando se fala em atividades li-gadas à criatividade, poucosindivíduos incorporam tãobem o conceito de multitarefaquanto Sergio Calatroni. Des-de 1975, esse italiano, nascidoem Pavia e baseado em Milão,

tem desenvolvido um sem-número de pro-jetos em vários países, em áreas como ar-quitetura, cenografia, moda, desenho in-dustrial, design de interiores, escultura, de-sign gráfico, direção de criação e jornalis-mo. No entanto, Calatroni ganhou maiorevidência nos últimos anos, com os desen-volvimentos de identidades visuais e deembalagens para renomadas companhiasde cosméticos.Os modernos recipientes que projetou paraa gigante japonesa Shiseido e para a ste-phanemarais_, atual “hype” entre as grifesfrancesas, lhe renderam diversos prêmios,entre eles o 2003 London International Ad-vertising Awards, o Good Design Award eo Category’s Award, estes dois últimosconferidos pelo Ministério do Comérciojaponês. Hoje, além de ser o responsávelpela criação dos produtos e embalagens daShiseido e da stephanemarais_, Calatronitambém coordena os projetos do museuCraft Design, no Japão, e a construção doMuseu Nacional de História Natural, emDamasco, capital da Síria.EMBALAGEMMARCA conversou com Cala-troni sobre as incursões no campo das em-balagens em São Paulo, mais precisamenteno Museu da Casa Brasileira, onde ele da-ria uma concorrida palestra, no dia 19 defevereiro, a convite da direção do Museu.

O senhor tem experiências em diversoscampos das artes, da arquitetura e do de-sign. Como ocorreu o envolvimento com odesign de embalagens?Estive no Japão por dois anos, entre 1996 e1998, como professor visitante do Museude Design da Universidade de Tóquio, e láconheci o pessoal da Shiseido. O trabalhopara a linha de perfumes Untied foi o meuprimeiro na área de embalagem. É bom

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O designer italiano

SERGIO CALATRONI

fala de seus premiados

recipientes para

cosméticos e da chance

de transformar embalagens

em mais que meros

espaços para anunciar

logotipos e preços

entrevista

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Encanto aliado a conteúdo

mar 2004 • EMBALAGEMMARCA – 9

ressaltar que não sou um designer de em-balagens, no sentido usual da coisa, e en-tendo que essa foi a razão de a Shiseido terme pedido para tocar um projeto. Achoque eles estavam um pouco entediadoscom o profissionalismo extremo, no senti-do de processos metódicos, dos criadoresde suas embalagens, e ficaram impressio-nados com alguns de meus trabalhos. Eminha vida tem sido assim. Alguém mepede para fazer algo e eu digo: “Por quenão?”. Não gosto dessa corrida pela espe-cialização. Nem sou graduado em arquite-tura ou em design.

No ano passado, as embalagens que o se-nhor desenvolveu para a stephanemarais_ganharam três importantes prêmios inter-nacionais. Que fatores conceituais de seutrabalho o senhor acredita terem sido de-cisivos para a obtenção desses prêmios?Em primeiro lugar, não faço nada para ga-nhar prêmios, não me importo com isso. Éum glamour que não me impressiona. Gos-to das coisas simples. Acredito que todasas pessoas têm talento, são inteligentes, e oque distingue umas das outras são as opor-tunidades. No caso de stephanemarais_ ,trabalhei influências da cultura mediterrâ-nea, especialmente de observações que fizde vasos gregos. Os gregos têm vasos mui-to bonitos, todos decorados com imagensde deuses, de animais, de sexo. São, nessesentido, embalagens. Eles representam umconceito muito interessante, pois valorizoa embalagem que não seja apenas um reci-piente. Ela é muito mais bela quando con-ta uma história, quando é uma espécie demangá (n. do e.: histórias em quadrinhostípicas do Japão). Não me impressionocom embalagens sem esse tipo de back-ground. A idéia era que as embalagens destephanemarais_ fossem um lugar parahistórias, e que misturassem influências dediversas mídias, uma vez que nós vivemosatualmente numa era de confusão, de con-tradições. Então, trabalhei mesclas de umasérie de imagens, as mais diferentes possí-veis, como fotos de vários lugares do mun-do, ilustrações diversas, fractais, registrosde fotógrafos profissionais, instantâneosde anônimos... Foi a chance de contar al-guma coisa, e sinto que a boa receptivida-

de mostra que as pessoas não querem ape-nas contêineres de produtos, mas embala-gens com conteúdo.

O senhor constantemente realiza projetosinternacionais em diversas áreas. Que ti-pos de fatores – econômicos, culturais, re-ligiosos, tecnológicos – o designer deveconsiderar nos projetos para mercados es-trangeiros?É difícil responder. Mas, de certo modocaindo num lugar-comum, acho que é pre-ciso trabalhar as emoções das pessoas eamar o que se está fazendo. Quando vocêama e se agarra a algo, as mensagens sur-gem. Quando se é frio, não há paixão, ascoisas não fluem, ficam estandardizadas,herméticas.

Notamos que o senhor trabalhou com mo-delos de madeira, como mock-ups, no pro-jeto das embalagens para a Shiseido.Houve dificuldades na transposição des-ses modelos para as embalagens finais,

Projeto para a linhaUntied, da japonesa

Shiseido, passoupor fase de

prototipagem emmadeira até

chegar àsconsagradas embalagens

acabadas

10 – EMBALAGEMMARCA • mar 2004

alguma restrição em razão de limitaçõesde materiais ou do método de impressão?A Shiseido tem um jeito peculiar de desen-volver suas embalagens, trabalhando commodelos gerados digitalmente, para quenão haja problemas com máquinas de suaslinhas de produção e outros detalhes. Euprocurei fugir um pouco disso. Recorri, àépoca, a um amigo italiano, Giovanni Sac-chi, que é um famosíssimo designer e mo-delista de madeira, um artesão com maisde sessenta anos de experiência nessa área.Na verdade, primeiro bolei modelos de pa-pel, à guisa do origami japonês. Estava napiscina, fiz modelos em pequeníssima es-cala e mostrei a um diretor da Shiseido,que ficou impressionado. Pouco depois,desenhei esboços e pedi a Sacchi que fi-zesse os mock-ups em madeira. No fim, osprodutos acabados se basearam numacombinação de vidro e plástico. Tivemosapenas dificuldade na decoração do vidroe no encaixe da tampa, mas esses contra-tempos foram rapidamente solucionadospor técnicos.

As embalagens que o senhor projetou paraShiseido e stephanemarais_ se baseiamem materiais e processos sofisticados. Osenhor considera essencial para os desig-ners estudarem as diferentes matérias-pri-mas, os processos de impressão, enfim, osdetalhes industriais da fabricação de seusobjetos de trabalho?Não quero ser evasivo, mas acredito queisso não seja regra. Sou também professor,e procuro passar a seguinte mensagempara os alunos: esqueçam de tudo,partam do zero, isso tam-bém é válido. Nossacultura é por vezesmuito restritiva, umsonho sobre o que écultura, e não hácomo dizer que partirpara a prática, semmuitas considera-ções, não funcione.Possuir informaçõespode ser um privilé-gio. Por outro lado,pode ser também peri-goso, limitador.

A sua larga experiência como arquiteto oauxilia no desenvolvimento de embala-gens? É possível o senhor traçar paralelosentre essas duas atividades?É claro, essa experiência conta muito.Tudo é importante para o nosso objetivo,que é expressar nossa criatividade. Porisso, a visão de diferentes atividades acabacontribuindo como layers (n. do e.: cama-das, na tradução literal do inglês, mantidono original por ser uma apropriação dalinguagem dos softwares gráficos). Achoque o designer de embalagem, assim comoo arquiteto, deve ser moderno, muitoclean, transparente. Porém esse tipo deinspiração não vem somente da contem-plação de locais modernos, desenvolvidos.Quando venho a São Paulo ou estou na Ín-dia, fico por horas e horas andando sem di-reção, observando coisas, principalmentearquitetônicas. E o que me chama a aten-ção é o que me parece evocar vida, eisso não é diretamente ligado a coi-sas ultramodernas. Só suntuosi-dade não me impressiona.

O senhor disse que gosta devagar pelas cidades que vi-sita. Chegou a visitar al-gum supermercado nacio-nal? O que notou de diferenteem relação às embalagens deprodutos de seu país natal e de ou-tros países?Fui a supermercados, sim, mas não hágrandes diferenças. Claro que produtostradicionais do Brasil têm uma cara pró-pria, mas quando se fala em produtos demassa não há distinção extrema. Isso é de-corrência da globalização do marketing,de uma relevância grande dada a números,o que acaba destituindo as embalagens depoesia. Isso não é marketing, é violência.Veja o caso do Japão do início do séculopassado: as embalagens eram artefatos re-pletos de pureza e poesia. Hoje, as emba-lagens são projetadas somente para apre-sentar o mais imediatamente possível opreço e o logotipo da empresa. Isso é pro-fundamente chato.

De modo similar ao que acontece com ou-tros países em desenvolvimento, o design

brasileiro é muito influenciado pelo queacontece no hemisfério norte, em paísescom culturas mais fortementeapoiadas do ponto de vista eco-nômico e, portanto, com con-dições de exercer essa in-fluência. Na sua opinião, epermanecendo estritamenteno campo do design, o que osagentes de uma cultura comoa brasileira podem fazer paraque seja mantida, se não a in-tegridade, pelo menos as pecu-liaridades que fazem dessa cul-tura uma cultura específica?É claro que é impossível se fechar a essasinfluências, elas fazem parte de uma má-quina que não pode ser parada. Em primei-ro lugar acho fundamental que se ame seupaís. O que é original, o que é único no

Brasil? Creio que não se pode duvidarde que há uma energia especial, ri-

quezas singulares aqui. Vale fazer,nesse sentido, um exercício de me-

ditação, de filtragem. Por ummomento, esqueça a contamina-ção de outros países, e aí volte epense numa história brasileira,

no que se pode contar a partir doque é a realidade do Brasil. Acho

que isso ajuda.

O senhor já recebeu algum convite paradesenhar embalagens para alguma com-panhia brasileira? Levando em conta oque observou aqui, o que exploraria, tan-to para o mercado interno quanto para ex-portação?Ainda não, mas quem sabe receba algumamanhã? (risos) Não haveria problemas,cada trabalho é sempre uma nova aventu-ra. Tentaria imprimir nessas embalagensaspectos curiosos, pois sou um eternocurioso, sobre todos os assuntos. Se-ria bom trabalhar com a cultura bra-sileira, pois ela é tão criativa. OBrasil é como um vulcão de in-fluências: não tem só o futebol ea natureza rica, mas cidadesopulentas, diferenças, e agoraaté as supermodelos... Nossotrabalho é fazer uma ponte entre cul-tura, educação e o povo.

Nesta página e naanterior, alguns

dos projetos desenvolvidos por Calatroni

para a francesa stephanemarais_,atual “hype” entre

as grifes de cosméticos: embalagens

com conteúdo

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imensionamento adequado, er-gonomia avançada, fechamen-tos altamente práticos. Essatríade, que nos projetos de em-

balagens direciona amiúde buscas porapresentações vendedoras às indústrias eao mesmo tempo confortáveis ao consumi-dor, vem sendo notavelmente priorizadanos mais recentes desenvolvimentos dasprincipais fornecedoras de cartonadas as-sépticas – as caixinhas multicamadas po-pularmente conhecidas como longa vida.

Reflexo disso é que os formatos tradi-cionais desses recipientes, como os pirami-

cartonadas assépticas

Novos desenhos

DProvedoras de caixas longa vida inovam com formatos modernosPor Guilherme Kamio

dais ou de paralelepípedo, vêm ganhando acompanhia de desenhos mais sintonizadoscom as novas ondas de marketing e com apreamar que se forma a partir do amontoa-do de exigências dos hábitos modernos deconsumo. No caso dessas soluções-caçulasdas provedoras da praia das embalagenscartonadas assépticas, seus atributos supe-riores revelam uma ferramenta convincen-te principalmente para alavancar vendas deprodutos com atributos superiores, nobres.

Claro apelo premiumEsse direcionamento é explícito pelo nomeda novidade de uma das fornecedoras no-tórias desse tipo de solução, a SIG Combi-bloc: combifit Premium. Trata-se de umaembalagem que, segundo a multinacional,oferece diferenciais em relação aos forma-tos standard. Um deles, imediatamente vi-sível, é o fato de ela possuir um desenho

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Embalagens combifit, da SIGCombibloc (abaixo),e Tetra Top, da Tetra Pak (na página ao lado): maior conveniência aoconsumidor com a melhor vazão da bebida e as possibilidades de consumo diretoe fora do lar

mar 2004 • EMBALAGEMMARCA – 13

singular, com as costas côncavas e a partefrontal convexa, bojuda. Mais que conferirdestaque visual e um manejo mais firme daembalagem, esse design confere vantagensaos processos logísticos. Suas curvas oti-mizam o espaço na disposição de embala-gens umas nas frentes das outras, permitin-do um encaixe entre elas.

Para o consumidor, um ganho de prati-cidade é revelado pela conjugação do topochanfrado do recipiente, que forma um ân-gulo apropriado para servir a bebida acon-dicionada e que garante o esvaziamento to-tal do recipiente, com a presença da tampaplástica de rosca combiTwist, cujo dese-nho, de perfil elevado, garante vazão uni-forme e sem gotejamentos. Esse fechamen-to, aliás, é um trunfo para a aceitação dacombifit, no entender de Petra Klöcker, ge-rente de marketing da SIG Combibloc paraa América do Sul. “Muitas pessoas têm re-ceio de consumir produtos diretamente nascaixinhas, mas a funcionalidade da com-biTwist deve estimular esse hábito”, elaaposta. “Conseqüentemente, pode-se dizerque a combifit Premium é uma embalagemideal para o consumo fora do lar.”

Do lado do usuário, uma grande vanta-gem, assinala a executiva, é o fato de asembalagens combifit poderem ser proces-sadas na mesma máquina que os formatosstandard da empresa, as combibloc, e deforma simultânea. “Isso abre a possibilida-de de o cliente trabalhar produtos com po-

sicionamentos distintos de mercado comum só equipamento; uma linha básicaacondicionada no formato combibloc euma linha premium em embalagens com-bifit”, exemplifica Petra. Ela acrescentaque, inicialmente, a combifit Premium estádisponível nos volumes de 500ml, 750ml e1000ml.

Até pelo fato de ser um lançamento re-cente, a nova embalagem da SIG Combi-bloc ainda não estreou no mercado nacio-nal, mas Petra acredita que o país guardabom potencial para ela. “É uma embala-gem com a cara dos sucos mais trabalhadose de outras bebidas premium, como as ma-

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tinais com múltiplas vitaminas, formadorasde uma categoria em ascensão na Europaque está optando pela combifit em vez deoutros tipos de garrafa.”

Construção híbridaIgualmente posicionada como uma alterna-tiva a garrafas de materiais concorrentes,com evidente apelo premium, está um dosprincipais lançamentos mundiais de outrareferência na área de cartonadas assépticas,a multinacional sueca e líder de mercadoTetra Pak. O sistema, que atende pelonome Tetra Top, compreende embalagensque vêm sendo alcunhadas como “garrafascartonadas” nos mercados estrangeiros. Talapelido é mais que justificado pela constru-ção singular das embalagens: elas possuemcorpo cartonado, mas são fechadas comum topo de plástico injetado.

A própria Tetra Pak faz questão de es-clarecer que a novidade, em sua acepçãoplena, “é um conceito de embalagem quenão é um recipiente cartonado asséptico etampouco uma garrafa plástica”. Isso nãosó pela presença da peça em plástico intei-riço de seu topo. Ocorre que a embalagemtambém não tem a propriedade longa vida,necessitando de cadeia refrigerada em suadistribuição e comercialização. “É, portan-to, uma solução para produtos pasteuriza-dos, mas não para os ultrapasteurizados,que continuam a dispor de outras soluçõesde nosso portfólio”, ilustra Eduardo Eisler,diretor de marketing da Tetra Pak Brasil.

Essa característica, no entanto, nãomarginaliza produtos cativos das cartona-das assépticas tradicionais, como os leites.Tanto é que a estréia da Tetra Top no Bra-sil se deu através do Paulista Top, da CCL,um leite tipo B com posicionamento pre-mium. O produto é comercializado com la-

A crise da matriz italiana da Par-malat refletiu de modo amargo nasubsidiária brasileira, conforme onoticiário recente tem mostrado.No entanto, a Tetra Pak, uma dasgrandes provedoras de embala-gens da empresa, ainda que natu-ralmente não esteja saindo ilesa

do imbróglio da famiglia Tanzi,continua a atendê-la, não só noBrasil mas no resto do mundo.“Estamos seguindo uma orienta-ção mundial da Tetra Pak”, contaCarla Coelho, diretora de comuni-cação da Tetra Pak Brasil. As en-tregas para a Parmalat brasileira

não foram interrompidas em ne-nhum momento. Todavia, elas es-tão sendo feitas mediante precau-ções em termos de pagamentos.“Como todo o mercado, estamosacompanhando o caso para verqual será seu desenrolar”, arrema-ta Carla.

Problema do cliente não pára entregas

cre inviolável e tampa de rosca, que preser-va a sua integridade na geladeira após aabertura – mais precisamente por 72 horas,prazo recomendado para o consumo doconteúdo total da embalagem.

No bojo dos argumentos brandidos porEisler a favor da novidade, a construção hí-brida da embalagem vai ao encontro dasprincipais necessidades de marketing atu-ais para bebidas do grande varejo. “O cor-po cartonado permite aproveitamento totaldo espaço da embalagem para a colocaçãode dizeres e para a exposição da marca,com vantagens visíveis em relação à im-pressão direta das garrafas plásticas e aouso de rótulos”, ressalta o diretor da TetraPak. “Ademais, trata-se de uma embala-gem ótima para o consumo nômade e queproporciona ótimo aproveitamento em pro-cessos logísticos e até no armazenamentona geladeira do consumidor.”

Com relação aos aspectos industriais dautilização do sistema, a máquina integradaao sistema Tetra Top é posicionada para ca-pacidades altas de produção. “É preciso teruma relativa massa crítica de produtos paraocupar essa máquina, mas isso não impedeque ela seja adaptada a necessidades regio-nais”, garante Eisler, utilizando comoexemplo o próprio caso da cliente CCL,atuante somente no Estado de São Paulo.No tocante aos volumes, é possível traba-lhar com recipientes de 200ml, 500ml,750ml e 1000ml.

A despeito da presença ainda incipientepor aqui, Eisler compartilha da opinião daprofissional da SIG Combibloc: as embala-gens cartonadas mais buriladas para bebi-das têm tudo para decolar no país – e semarremeter. “Já constatamos que, de modoperemptório, o consumidor aprova essasmodernidades”, arremata Eisler.

SIG Combibloc(11) 3168-4029www.sigcombibloc.biz

Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br

Paulista Top, daCCL, é o primeiroproduto brasileiroa se valer do novosistema Tetra Top

1930SIG Combibloc é

a primeira fornecedoraeuropéia deembalagens

cartonadas parabebidas (Perga)

1962SIG Combibloc

introduz a primeiraembalagem

cartonada pré-formada

(Blocpak)

1985SIG Combibloc

envasa os primeirosprodutos alimentícios

com pedaços emembalagens

cartonadas assépticas

1993SIG Combibloc

introduz a primeiratampa paraembalagens

cartonadas assépticas(combiTop)

2003SIG Combibloc é a

primeira a darforma exclusiva às

embalagens cartonadas

(combishape)

SIG Combibloc – Eras sideraisna tecnologia de embalagem

1978SIG Combibloc

introduz a primeiramáquina de envase

asséptica, de alta produção, com

capacidade para 10.000 embalagens/hora

SIG Combibloc do Brasil Ltda Rua Iguatemi, 192 - cj. 1401451-010 – São Paulo – SPTel. +55 (11) 31 68 40 29Fax +55 (11) 31 68 40 18www.sigcombibloc.com

Como uma das líderes mundiais na fabricação de embalagens cartonadas assépticas, há décadas estabelecemos, continuamente, padrões através das nossas soluções em embalagem. Uma nova era sideral se inicia com a inovadora embalagem cartonada combishape, que oferece uma diversidade de formas exclusivas e quase ilimitadas. Com ela nasce uma nova estrela no universo das embalagens, criando possibilidades e oportunidades de mercado totalmente novas. Confira você mesmo: www.sigcombibloc.com

SIG Combibloc

16 – EMBALAGEMMARCA • mar 2004

e existisse um ranking destina-do a classificar os diversos seg-mentos do varejo de acordocom as oportunidades de atua-

ção que eles representam para a cadeia deembalagem, o setor de atomatados possi-velmente mereceria ocupar uma de suasmais privilegiadas posições. Essa hipotéticacondição não se justifica apenas pela diver-sidade de apresentações, que inclui emgrandes volumes soluções tão distintascomo latas de aço, cartonadas assépticas,embalagens flexíveis e potes e copos de vi-dro. O mercado de polpas, molhos e extra-to de tomate também se tornou estratégicopara os fornecedores de embalagem pelasanimadoras taxas de crescimento que vemapresentando nos últimos anos.

Segundo estimativas dos próprios fabri-cantes, em 2003 a indústria brasileira de de-rivados de tomate movimentou mais de 950milhões de reais, acumulando crescimentode 15% nos últimos seis anos. O número in-clui também o mercado de ketchup, massão os molhos prontos e refogados que pro-tagonizaram os melhores desempenhos devenda no setor. Menina dos olhos dos fabri-

cantes de atomatados, essas categoriascresceram 3% no ano pas-

sado, alcançando cir-culação superior a 90mil toneladas.

Considerada boaface às fortes varia-

ções do preço do to-mate, que compromete-

ram o consumo do produtoin natura durante diferentes pe-ríodos do ano passado, a per-

reportagem de capa

Os bene diver

S

Receptivo a diferentes embalagens, mercado

formance inevitavelmente abre espaço paraassociações com as mudanças comporta-mentais dos consumidores e as conseqüen-tes exigências por produtos cada vez maispráticos. Nesse sentido, a generalizada faltade tempo que as pessoas enfrentam parapreparar suas refeições, aliada ao crescentenúmero de mulheres que trabalham fora decasa e ao aumento do público single são al-guns dos fatores que, direta ou indiretamen-te, parecem contribuir para o crescimentodas vendas de atomatados no Brasil. “Defato, a correria da vida moderna favorecenosso trabalho”, resume Daniela Paula, ge-rente de produtos da KnorrCica.

Reclamação antigaAfora os motivos, o que se percebe é que osresultados positivos do mercado de atoma-tados têm favorecido a adoção de novosacessórios e soluções de embalagem. Apró-

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pria KnorrCica, que pertence à UnileverBest Foods, recentemente dotou as caixi-nhas longa vida do Pomarola, uma de suasmais tradicionais marcas de atomatados, deuma solução que, apesar de já ser comumno mercado de sucos, até então nunca haviasido usada em molhos de tomate no Brasil.Trata-se do sistema de fechamento Pull-Tab, da Tetra Pak. Formado por uma pelí-cula metalizada colada à saída da caixa, orecurso permite, além de controle da dosa-gem, que o produto seja aberto sem tesou-ras ou facas.

Segundo a executiva da KnorrCica, essefechamento atende a uma antiga reclama-ção dos consumidores de atomatados ven-didos em caixinha. “No nosso caso, o pro-blema não é o retampamento, já que quasesempre os produtos são consumidos de umasó vez, mas a dificuldade de abertura”, ex-plica Paula. Eduardo Eisler, diretor de de-senvolvimento de negócios da Tetra Pak,acrescenta que a diferença de custo em re-lação a uma caixinha desprovida da solução“é muito baixa”. “Por isso esperamos que

esse e outros tipos de fechamento quehoje são pouco utilizados nas

cartonadas de atomata-dos conquistem novosusuários no setor.”

Fora dos domíniosdas embalagens cartona-das, que estão presentesem aproximadamente35% do mercado brasilei-ro de atomatados, compicos de participação deaté 98% no mercado depolpas, outros sistemas

fícios dasidade

de atomatados vive perspectiva de crescimento

de acondicionamento começam a conquis-tar usuários no Brasil. É o caso dos stand-up pouches, embalagem flexível já utiliza-da nos mercados de maionese, pet food, ali-mentos liofilizados e condimentos, entreoutros, cuja base sanfonada permite exposi-ção vertical nas gôndolas.

Estréia dos stand-up pouchesDe forma inédita no setor nacional de ato-matados, o sistema foi adotado no final doano passado pela SoFruta, indústria alimen-tícia com fábrica em José Bonifácio (SP). Oprojeto foi resultado de uma iniciativa con-junta que envolveu a subsidiária brasileirada convertedora chilena Alusa e a fabrican-te de filmes de poliéster Terphane. Na partede equipamentos, entrou em cena a G.D doBrasil, responsável pelo fornecimento deuma máquina de fabricação nacionalizadada marca espanhola Volpak.

Pelo menos a julgar pelo panorama deoutros mercados sul-americanos, o empre-go desse tipo de embalagem tem chancesde crescer entre os fabricantes brasileiros deatomatados. Segundo Márcia Sato, gerentede desenvolvimento de embalagem da Alu-sa, o stand-up pouch acondiciona atualmen-te mais de 45% dos volumes de atomatadosproduzidos no Chile. Ainda de acordo coma executiva, tal desempenho poderá ser umdia alcançado no Brasil, graças aos preçosmais convidativos dos filmes flexíveis emrelação aos materiais concorrentes. “Ospersistentes aumentos das embalagens devidro e das latas de aço aumentaram a com-petitividade dessa alternativa de embala-gem no mercado brasileiro”, acredita Sato.

Apesar dos alegados acréscimos, as em-

Com 53% do mercadode atomatados, carto-nadas assépticas em-placam fechamentosdiferenciados, comoo sistema Pull-Tab, daTetra Pak, visto abai-xo no Pomarola, daKnorrCica

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balagens de aço continuam sendo as maisutilizadas no setor de atomatados, com par-ticipação estimada pela CSN em 52%. Masem mercados como o de molhos prontos erefogados, a presença das latas é aindamaior, chegando a 70%. Contribuem paraesse domínio as variações de tamanho ex-ploradas nas prateleiras de extratos, e osapelos de praticidade oferecidos pelas tam-pas abre-fácil dotadas de selo de vedação.Além de beneficiadas por esse fechamento,que tem nos atomatados, inclusive os ven-didos em potes de vidro, seu maior merca-do consumidor no Brasil, as latas de açocontam a seu favor com a progressiva ofer-ta de embalagens acabadas, alcançada apartir da entrada de novos fornecedores nomercado.

Atendimento personalizadoExemplo recente é o da Metalgráfica Igua-çu, uma das maiores fabricantes de lataspara óleos comestíveis do país, que no anopassado iniciou a oferta de embalagens paraoutros mercados alimentícios, incluindo osatomatados. Um dos diferenciais da empre-sa no setor é a oferta de latas dotadas defundo com diâmetro reduzido. Conhecidacomo neck, a característica facilita o empi-lhamento dos produtos, podendo diminuiros índices de devolução por avarias causa-das durante os processos de transporte e ar-mazenamento. “Queremos nos posicionarno mercado de atomatados como um forne-cedor de médio porte, capaz de oferecer

atendimento maispersonalizado portrabalhar apenas comembalagens alimen-

tícias”, afirma Rodolfo Kesselring, superin-tende comercial da Metalgráfica Iguaçu.

Já no caso das embalagens de vidro, apossibilidade de reutilização continua sen-do um importante fator de emprego do ma-terial entre os fabricantes de atomatados.Isso é ainda mais perceptível nos extratosde tomate, categoria cujos maiores valoresunitários de venda tornam viável o uso decopos mais elaborados. “Aidéia de aprovei-tar não somente o produto, mas também suaembalagem, ainda atrai muitos consumido-res, especialmente nas classes C e D”, ob-serva Daniela Paula, da KnorrCica.

Mas a utilização de embalagens de vi-dro nas gôndolas de atomatados tambémencontra resguardo entre os produtos demaior valor agregado. Isso é perceptívelnos molhos prontos acrescentados de ervase temperos especiais e po-sicionados em faixas maisnobres das gôndolas deatomatados. Embora oconsumo se concentre naschamadas ocasiões espe-ciais, os nichos sofistica-dos têm garantido juntocom os extratos de maiorgiro, participação aparen-temente estável ao vidro.

Um exemplo do espa-ço cativo do material nasgôndolas de derivados detomate transparece na es-tratégia da Predilecta,marca de produtos ali-

Alusa(11) [email protected]

Cisper(11) 6542-8000www.cisper.com.br

CSN(11) 3049-7222www.csn.com.br

G.D do Brasil(11) 6095-2000www.gdbr.com.br

Metalgráfica Iguaçu(11) 3078-8499www.metaliguacu.com.br

Nadir Figueiredo(11) 6967-8831www.nadir.com.br

Terphane(11) 5503-3960www.terphane.com.br

Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br

Wheaton(11) 4355-1800www.wheatonbrasil.com.br

Stand-up pouchesadotados pelaSoFruta: perspectiva decrescimento ancorada empreços competitivos

Variedade de tamanhos e sistemas de fechamento favoreceembalagens de aço no mercado de molhos prontos

mentícios que tem 40%de seu faturamento li-gado ao mercado deatomatados. “Tiramosalgumas extravagân-cias, como canecas dechope, mas mantive-mos seis diferentes mo-delos de copo de vidroem nossa linha de ex-tratos de tomate”, in-forma Antônio CarlosTadiotti, sócio-diretorda empresa, acrescen-tando que essas emba-lagens são fornecidaspor três vidrarias: Cis-

per, Nadir Figueiredo e Wheaton.A heterogeneidade de apresentações

mostra, enfim, que, não obstante as recentesturbulências vividas pelo setor – que podemser resumidas pela indefinição da situaçãoda Parmalat, que trabalha a área de deriva-dos de tomate no Brasil através da marcaEtti, e pelos problemas judiciais enfrenta-dos recentemente por Sergio Cragnotti, ex-dono da Cirio (marca que, junto com a con-trolada Peixe, detém cerca de 5% do merca-do brasileiro de atomatados) – as empresasde embalagem não têm motivos para deixarde depositar suas fichas nas prateleiras depolpas, extratos e molhos de tomate. “Osúltimos anos mostraram que o papel dasembalagens só tende a crescer no setor”,conclui Daniela Paula, gerente de produtoda KnorrCica.

Vidro aposta emimagem premium e,

no mercado deextratos, no apelo

da reutilização

Jofer Embalagens(18) 3643-4000www.jofer.com.br

Katikawww.katika.com.br

Ripasa0800 113 257www.ripasa.com.br

20 – EMBALAGEMMARCA • mar 2004

ada sua nada invejável produ-ção diária de excrementos cani-nos, maciçamente largada emparques, praças e calçadas, São

Paulo é um mercado promissor para umproduto idealizado pelo empresário JoséRoberto Martins como arma de combateàquele flagelo. Trata-se de uma “embala-gem” descartável, de uso prático, custounitário baixo para o usuário (quando não,inexistente, por ser ideal como brinde).Além de tudo, é um produto ambiental-mente correto. Batizado de Katakaka, coma marca Katika, o produto, feito de papelcartão, é tão degradável quanto o conteúdo.

Seu idealizador conta que a idéia surgiude uma visão corriqueira para quem moraem cidades grandes: pessoas improvisandopara recolher os dejetos dos seus cães, em

ambiente

Passeio tranqüilo

D“Embalagem” para coletar dejetos caninos tem tudo para dar certo

geral com a mão embrulhada num saco desupermercado. Martins viu nesse mau fru-to do amor pelos pets uma oportunidade denegócio. Deduziu que, além de deselegan-te e desconfortável, aquele gesto traz em-butido um perigo maior que o acúmulo desujeira nas ruas – o de “milhões de saquin-hos cheios de caca entupindo os bueiros eenfeiando parques e praças das cidades”.

A julgar pelo incessante crescimento domercado de rações animais, a ameaça érealmente grande. Só na região da GrandeSão Paulo há cerca de 4 000 pet shops, dototal estimado de 10 000 lojas no país. Apopulação de bichos de estimação no Bra-sil é calculada em 28 milhões de cães e 14milhões de gatos. Apenas na Grande SãoPaulo, o maior mercado de pet food dopaís, a população canina é projetada em 8milhões (7 milhões na capital). Produzemdejetos em proporções gigantescas. Segun-do pesquisas feitas na França e nos EstadosUnidos, países igualmente dotados de gi-gantescas populações de pets, um cão mé-dio defeca cerca de três vezes por dia.

Os entendidos no assunto calculam queuma – chamemos assim – porção de fezespesa algo entre 100 e 200 gramas, varian-

A montagem do Katakaka é simples, e em sua fase final disponibiliza uma lâmina

do conforme a dieta e o porte do cão. Por-tanto, matematicamente cada animal de ta-manho discreto é capaz de gerar algo entre300 e 600 gramas de dejetos por dia. La-mentavelmente, embora bem alojados,majoritariamente em lares das classes A, Be C, nessa hora crucial os bichinhos são le-vados para a rua. Tomando-se a produçãomédia de um cão paulistano, de 450g, mul-tiplicada por 7 milhões de animais, tem-seque o volume de dejetos despejado sobre acidade é superior a 3 toneladas/dia. É cocôde cachorro para ninguém botar defeito –até pisar no que o pet alheio fez.

“Chique e simples” Ante esse quadro, e vinte meses de pesqui-sas depois, Martins patenteou a Katika, quedefine como “solução econômica, chiquee, principalmente, simples” para o recolhi-mento de dejetos caninos (veja abaixo).Ele concluiu ser essencial que qualquernovo produto destinado àquele fim teria deser feito com matéria-prima celulósica, de-gradável. Após pesquisar materiais de di-versos fabricantes, conheceu o papel cartãoDuplexpack, da Ripasa.

A empresa apoiou a iniciativa, cedendoo material para o desenvolvimento das pri-meiras maquetes em CAD. Depois de umteste prático de mercado junto a cinqüentaproprietários de cães de diversos tamanhosresidentes em São Paulo, o produto foiaperfeiçoado e ajustado, e está sendoimpresso pela Jofer. A Nestlé/Purina, maiormarca mundial de rações animais, adotou aKatika, fazendo inicialmente um teste con-junto de imagem com sua nova linha de petfood da marca Beneful, em ações nas cida-des de São Paulo e Rio de Janeiro, em de-zembro e janeiro últimos. Com o volumeque a cachorrada produz nas duas cidades(e no resto do país), comercialmente a Ka-tika tem um passeio tranqüilo pela frente.

a destacável, para auxiliar na remoção dos dejetos

Akzo Nobel(11) 2107-7000www.akzonobel-ti.com.br

22 – EMBALAGEMMARCA • mar 2004

om a profusão de produtos nasprateleiras, e com o bombar-deio de informações a que oconsumidor é submetido nos

pontos-de-venda, a máxima de que o ape-lo visual das embalagens é fundamentaltorna-se cada vez mais incontestável. Se-duzir o consumidor pelos olhos, porém,pode não ser o suficiente. Outros aspec-tos sensoriais, como a experiência tátil,também são decisivos no ato de compra.

É nesse momento que entram em cenaagentes que, apesar de terem a missão defazer a embalagem “gritar” nas gôndolas,costumam ser pouco comentados. Trata-se dos acabamentos especiais, revesti-mentos capazes de, entre outras aplica-ções, dar às embalagens cores brilhantes,texturas diferenciadas e efeitos visuais dealto apelo.

Destinados a adicionar valor a emba-lagens e produtos em diversos segmen-tos, sobretudo nos mercados dos chama-dos bens de prestígio, nos quais as mar-gens, em geral, são menos comprimidas,tais produtos são naturalmente associa-dos ao pujante mercado de cosméticos.Porém, os acabamentos especiais encon-tram aplicações nos mais diversos setores– mesmo naqueles em que, tradicional-mente, se negligenciam os investimentospara agregar valor, como o de cachaças.Exemplo recente foi dado pelo Grupo Ta-tuzinho, com o lançamento da aguarden-te Velho Barreiro Gold, uma edição espe-cial do produto em que a garrafa de vidroera revestida por uma tinta ouro.

Por acreditar no potencial desse nichode mercado no Brasil, a Akzo Nobel Spe-cialty Plastics, multinacional com sede naHolanda, está apostando suas fichas emtintas plásticas para revestimentos de ma-teriais como o plástico e o vidro. A propó-sito, o revestimento da Velho BarreiroGold foi fornecido por ela.

Segundo seu gerente de negócios, Mar-

acabamentos

Pela visão e pelo tato

CNovas aplicações em embalagens visam seduzir mais o consumidor

cos Antônio Antoniassi, a empresa espera,em 2004, consolidar no Brasil sua posiçãode líder mundial neste segmento, disponi-bilizando um amplo espectro de cores (quevão de metálicas a pastel), texturas (va-riando do toque mais suave ao mais áspe-ro) e efeitos visuais (incluindo cores sensí-veis ao toque ou a temperaturas). Além dasconvencionais aplicações base solvente,estão disponíveis acabamentos base água,formulações high-solids (menos sol-ventes) e UV de cura instantânea.

Marcas globaisTanto cuidado com a aparência do produ-to já se justifica para empresas que atuamem mercados regionais. Quando as mar-cas são globais, contudo, há que se tercuidado redobrado com a fidelidade decores e com a qualidade dos produtos.Isso é especialmente verdadeiro para ascorporações que deslocam a sua produ-ção, ou parte dela, para outros países, afim de reduzir custos, quando garantirunidade visual para a marca pode ser ta-refa árdua.

Para atender esse tipo de cliente, aAkzo Nobel decidiu não se limitar a for-necer os acabamentos especiais, mas umportfólio de serviços. Dessa decisão, sur-giu o que a empresa chama de TRIO –metodologia de desenvolvimento de co-res e de garantia de fidelidade na replica-ção das mesmas em diferentes localida-des. Ainda de acordo com a empresa, osistema também assegura agilidade naprodução de protótipos e no fornecimen-to dos revestimentos para os clientes. Nomodo de ver do gerente de negócios daAkzo Nobel, o TRIO é um conceito detrabalho que efetivamente trará inova-ções importantes no que se refere à adi-ção de valor através dos acabamentos naárea de embalagens plásticas e de vidropara perfumaria, cosmética e bebidas dealto valor agregado. F

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Revestimentosespeciais dãotoque fino ao

acabamento deembalagens

to, à adoção de garrafas retornáveis– “sem descaracterizar um produtoconhecido e bem vendido”.

Além dos aspectos visuais, agarrafa de vidro, decorada com ca-chos de uva em auto-relevo, tempapel de destaque na estratégicamudança, pois coloca o Vinho Na-tal como primeiro e único em suacategoria a adotar a medida de 1 li-tro (para os vinhos tinto e branco,versões seco e suave), em lugardos habituais recipientes de870ml. Desenvolvida pela Saint-Gobain, a garrafa leva rótulo, con-tra-rótulo e gargaleira, fornecidospela Gráfica Bandeirante, e usatampa de rosca da Alcoa, com cáp-sula metalizada. Tem aparência es-guia e paredes mais finas do que aanterior. Por ser mais resistente esuportar a pressão da carbonata-ção, esta foi mantida para os fri-santes branco e tinto.

verdade de que “pobregosta de luxo” (enquan-to intelectual gostariade miséria), exposta há

anos pelo carnavalesco JoãozinhoTrinta, ganha a cada dia novas evi-dências, como a que acaba de dar avinícola Alberto Belesso, de Jun-diaí (SP). Há quase meio séculofabricando e vendendo vinhos po-pulares, a empresa concluiu queatenderia melhor seu público, comboas chances de ampliá-lo, se co-locasse seu principal produto, oVinho Natal, em embalagensatraentes e capazes de remeter àsofisticação inerente à bebida.

Contratou para isso a agênciaHi Design, de São Paulo, que tra-balhou dentro do conceito de que“popular não precisa ser pobre”.Ao descrever o que foi feito, Sarade Paula Souza, designer responsá-vel pelo projeto, conta que a princi-pal preocupação foi promover asmudanças – da tipologia mais mo-derna e do redesenho da marca,com brasão dourado e escudo pre-

vinhos

Popular de luxo

A

Vinho Natal ganha sofisticação e adotainédita garrafa retornável de 1 litro

DIV

ULG

ÃO

Bandeirantes(11) 4582-5151

Alcoa(11) 4195-3727www.alcoa.com.br

Hi-Design(11) 3284-0445

Hi Design(11) [email protected]

Saint-Gobain Embalagens(11) 3874-7211www.saint-gobain.com.br

Amcor White Cap(11) 5585-0723www.whitecapinc.com

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aturalmente associados aoenvelhecimento de bebidasalcoólicas, os barris e tonéisde madeira muitas vezes ain-

da são lembrados também por um de seususos mais comuns no passado, como reci-pientes para estocar e manter alimentos,sobretudo nos tempos em que não haviarefrigerados nem comida enlatada. Provaviva dessa prática são as conservas de ve-getais, que, apesar da evolução dos pro-cessos industriais, em alguns casos aindasão preparadas com salmoura nesse tipode vasilhame.

Para resgatar essa imagem, que naEuropa tem forte apelo de vendas, a ca-tarinense Hemmer, um dos principais fa-bricantes de conservas, molhos e condi-mentos do país, está introduzindo aqui,para seus produtos, potes de vidro comformato abaulado e detalhes em alto-re-levo que evocam os tradicionais barrisde madeira.

Conceito consagradoProduzida pela vidraria Saint-Gobain econtando com tampas metálicas recravá-veis da White Cap, a nova embalagemserá adotada em toda a linha de conservasda empresa, substituindo tanto os tradi-

conservas

Barris de vidro

NPotes com apelo nostálgico estréiam no mercado de conservas

cionais potes de vidro quanto as latas deaço em que hoje são acondicionados le-gumes em conserva e chucrute da marca.“Há muito tempo estudávamos o uso des-se tipo de embalagem no mercado brasi-leiro”, diz Ericsson Lues, responsávelpelo marketing da Hemmer. “É um con-ceito de apresentação consagrado na Eu-ropa que deixará mais visível o posicio-namento premium de nossa marca nomercado brasileiro.”

Com capacidade de 350 gramas, 50 amais do que os potes cilíndricos usadosna linha de beterrabas e pepinos em con-serva, e bocal com diâmetro de 80mm, asminiaturas de barris apresentam outrasvantagens na visão do profissional daHemmer.

Além da exclusividade no uso do mol-de, garantida por acordo feito com aSaint-Gobain, Lues lembra que, por sermais bojuda, a nova embalagem permiteque os produtos acondicionados sejammais bem visualizados pelos consumido-res nas gôndolas.

“Isso também acontece porque a áreade rotulagem é menor em relação aos po-tes comuns”, observa Maria Beatriz Mar-tins, coordenadora de marketing da Saint-Gobain Embalagens.

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Conceito de embalagem, consagrado na Europa, visa conferir apelo de nobreza aos produtos

adequada às mãos femininas. Ademais,como o tamanho do molde é o mesmopara toda a linha de conservas, foi neces-sário um estudo de adaptação aos diferen-tes sistemas de envase. “Essa foi a maiormudança de embalagens nos mais de oi-tenta anos de história da empresa”, defineo profissional da Hemmer. “Por isso nos-sas expectativas são tão positivas.”

Maior fabricante brasileira de pepinosem conserva, a Hemmer espera que a mu-dança de embalagens expanda suas ven-das na categoria em até 20%. Para isso,preocupou-se também com detalhes rela-tivos ao design estrutural do produto, queficou a cargo da agência paulistana HiDesign. A performance ergonômica, porexemplo, foi pensada para garantir pega

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entre as coisas boas que oBrasil tem a oferecer masmuita gente desconhece estáa condição de grande produ-

tor mundial de um tipo de embalagem àqual a maioria dos consumidores, porleigos, não dão maior atenção – a tripapara embutidos, película usada parasustentar e dar forma à massa de carne,que por muito tempo foi obtida exclusi-vamente a partir do trato intestinal desuínos, bovinos e ovinos. Para conquis-tar a posição de uma espécie de “cam-peão da tripa”, o país acumula uma lon-ga história de tradição, aprendizado,pesquisa e avanço tecnológico.

As origens do setor, por exemplo,remontam à chegada de famílias euro-péias ao Brasil no final do século XIX.Assim como vinhos e outros produtostradicionais no Velho Mundo, esses ali-

embutidos

Brasil, o campeão da

DPaís é um dos maiores desenvolvedores do mundo de embalagens de

mentos começaram a ser elaboradospor aqui por imigrantes italianos e ale-mães, que investiram em pequenas fá-bricas e iniciaram o processamento in-dustrial de carnes frescas no Brasil. Aolongo da consolidação dessa indústria,que hoje lida com cerca de 10% de todaa carne consumida no Brasil, o que sepercebe é que aquele tipo muito parti-cular de embalagem teve papel decisivona incorporação dos embutidos ao car-dápio de grande parte dos brasileiros.

O peso das mortadelasA importância desse peculiar sistemade acondicionamento, que hoje tambémé feito de filmes sintéticos, colágeno,ou, no caso das salsichas, de materialcelulósico, transparece na trajetória daPerdigão, uma das líderes do mercadode embutidos no país. “Juntos com nos-

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MortadelaConfiança, marcada Perdigão, embexiga (nas fotos,com a corda) e emtripas plásticas.Versão antiga, à esquerda, eredesenhada,abaixo

sos fornecedores de tripas plásticas,ajudamos a redefinir a maneira deacondicionar embutidos no Brasil”,afirma Geraldo Cofcewicz, gerente daárea de engenharia de embalagem daPerdigão.

No caso das mortadelas, produto quea cada mês movimenta no país mais de22 000 toneladas, das quais 28,6% sãoproduzidas pela Perdigão, segundo da-dos da consultoria ACNielsen, os novosdesenvolvimentos começaram a surgirna década de 80, quando os fabricantesprocuravam alternativas para prolongaro tempo de vida útil dos produtos nasprateleiras dos supermercados. “A idéiatambém era adotar novas texturas e di-ferenciar os padrões de tamanho e for-mato então existentes”, sintetiza Cofce-wicz.

Aliados à busca de maior maquina-bilidade, esses direcionamentos impul-sionaram as primeiras pesquisas compoliamidas, que visavam criar tripas apartir de substratos de nylon. Além deimputrescível, o material ganhou forçapela elasticidade e por apresentar altaresistência a agentes atmosféricos.Com os primeiros lançamentos capita-neados pelas marcas líderes há mais deduas décadas, tais vantagens foram ra-pidamente percebidas pelos demais fa-bricantes.

Supremacia dos plásticosAlém de peças com formatos mais re-gulares, os invólucros plásticos passa-ram a permitir que os produtos fossemmantidos sem refrigeração por dois me-ses. “Depois que lançamos as primeirasmortadelas acondicionadas em sacos denylon, todo o mercado começou a ca-minhar para esse sistema”, relembra ogerente da Perdigão.

Também conhecidas como bexiga,

tripaqualidade para embutidos

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as tripas naturais, que são comestí-veis e se caracterizam pela altapermeabilidade a fumaça, sãousadas industrialmente atéhoje. Mas o incremento de bar-reiras e o desenvolvimento denovos processos produtivosrenderam ao nylon e às tri-pas sintéticas em geral ou-tros benefícios. Com otempo, a validade dos pro-dutos acondicionados nes-se tipo de embalagem foiestendida para noventadias em ambientes sem refri-geração, e novos formatos e ta-manhos começaram a ser explorados.

Segundo Cofcewicz, em 1994 o lan-çamento da linha Bolognella, uma dasprincipais marcas de mortadela da Per-digão hoje, tornou-se um marco no se-tor, ao contribuir para um novo arquéti-po de apresentação. “Até então, o diâ-metro padrão das peças de mortadelaera de 10cm, com peso variando de trêsa seis quilos”, informa o gerente de em-balagem. “Além de fortalecer a presen-ça das tripas plásticas, a marca Bolog-nella inovou com o lançamento de diâ-metros de 15 e 16cm, e de peças compeso de quatro quilos.”

De acordo com o profissional daPerdigão, tal novidade impulsionou ou-tras mudanças que o mercado de morta-delas viveu no Brasil mais recentemen-te. Ela teria aberto caminho, por exem-plo, para o surgimento do nicho demortadelas premium, onde a Perdigãoatua com a marca Ouro. Na parte daembalagem, além dos sacos de nylon,essa categoria se diferencia por redesexternas feitas de fibras de poliéster en-trelaçadas e, no caso da própria marcaOuro, por cintas de papel cartão empre-gadas como rótulos.

Contribuições das sintéticasOs desenvolvimentos de embalagenssintéticas também parecem ter contri-buído para a diversificação de produ-tos, principalmente a partir do lança-mento de mortadelas feitas de aves. Ex-

plorando os apelos da alimentação sau-dável, essa categoria vem ampliandomais e mais sua participação no merca-do brasileiro. Mas a performance dosprodutos com menor teor de gorduranão interferiu no desempenho das ven-das de mortadelas suínas, que ainda do-minam a maior fatia do setor.

Além das necessidades de proteçãoe de extensão de shelf life, o fato é que,apesar de em grande parte serem vendi-das ao consumidor final já fatiadas, asmortadelas dependem, como qualqueroutro produto, de um bom sistema deacondicionamento no ponto-de-venda.Por isso as tripas de nylon ganham ummercado cada vez maior e não param deevoluir tecnologicamente, apresentan-do a desejável uniformidade e maiormaquinabilidade.

“A verdade é que o Brasil se tornouum dos grandes produtores mundiaisdesse tipo de embalagem alimentícia”,acredita Cofcewicz, da Perdigão. “Nin-guém no mundo usa tripas como nós”,ele compara. Ao mercado de embuti-dos, que sempre dependeu de evoluçõesde acondicionamento para se expandir,só resta comemorar os avanços já con-quistados, e torcer por novas e brevesevoluções.

A marcaBolognella (à

esquerda), com tripas plásticas,

mudou o diâmetropadrão dasmortadelas, e abriuespaço para o segmento premium,onde a Perdigão atuacom a marca Ouro,munida de saco de nylon erede de poliéster

CONGRAF

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doras, vending machines, ambulantes equiosques. Os resultados desse estudo estãoagora sendo divulgados (veja detalhes nosquadros abaixo).

O trabalho detectou boas condições dehigiene nas latas. Não foram encontradasbactérias patogênicas nessas embalagens, eo grau de contaminação das latas na etapade distribuição mostrou-se desprezível –nenhuma das amostras analisadas apresen-tou contaminação superior ao índice de 50UFC/cm2 (unidades formadoras de colô-nias), padrão nas avaliações da Organiza-ção Pan-americana de Saúde. Em bares,restaurantes e vending machines, 100% daslatas apresentaram conformidade a esse ín-dice. Nos supermercados pequenos, 11%das latas mostraram taxas superiores ao ín-dice da OPAS, porém sem a presença debactérias patogênicas.

Contudo, níveis elevados de contamina-ção, pela presença de bactérias aeróbiasmesófilas, foram detectados no gelo e nascaixas térmicas usadas por vendedores am-bulantes e em alguns quiosques. Tambémse constatou, em todos os pontos de coletaconsiderados, um nível de contaminação

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usuário habitual dos serviçosde correspondência eletrônicaprovavelmente já deve ter re-cebido mensagens que alertam

sobre o risco de se consumir bebidas em la-tas. Geralmente, tais e-mails contam casosde indivíduos que morreram vítimas de lep-tospirose, doença provocada pela supostacontaminação desses recipientes metálicospor urina de roedores. Segundo a Abal –Associação Brasileira do Alumínio, essesalertas são o que é conhecido entre os inter-nautas como hoaxes, ou seja, lendas urba-nas e histórias apócrifas disseminadas pelarede mundial de computadores para enga-nar os incautos.

Preocupada com uma possível repercus-são negativa da propagação desses e-mailsem seus negócios, a entidade solicitou aoCentro de Tecnologia de Embalagem (Ce-tea) do Instituto de Tecnologia de Alimen-tos (Ital), de Campinas (SP), uma análise donível de higiene em latas de bebidas carbo-natadas, como refrigerantes e cervejas, emembalagens plásticas de água mineral e emcopos de vidro e canudos servidos em ba-res, restaurantes, supermercados, distribui-

pesquisa

O alarme era falso

OEstudo isenta indústria em boato de perigo das latas para bebidas

Abal(11) 5084-1544www.abal.org.br

Cetea(19) 3743-1900www.cetea.ital.org.br

FO

NT

E:

CE

TE

A/IT

AL

* por microorganismosaeróbios mesófilos

A área azul escura

representa níveis de

contaminação

superiores a 50

UFC/cm2, acima dos

padrões recomendados

pela Organização

Pan-americana de

Saúde (OPAS) para

níveis de higienização

de copos e outros

utensílios de cozinha.

maior em garrafas e copos plásticos de águamineral do que em latas de refrigerantes ecervejas. “Os piores resultados foram ob-servados nas garrafas plásticas, talvez por-que elas sejam manuseadas exatamente naregião do gargalo”, registra o estudo.

A conclusão do levantamento é clara.Existe, sim, a possibilidade de contamina-ção no consumo de bebidas em latas, masela está principalmente associada às condi-ções de higiene existentes nos pontos-de-venda e não às embalagens em si. “A indús-tria de latas, assim como os fabricantes debebidas, respeitam padrões internacionais,além de normas próprias de produção, e ga-rantem a qualidade e a integridade de seusprodutos”, assegura a Abal no folheto quedivulga a pesquisa. “Portanto, a questão arespeito da qual se deve alertar a populaçãoé a da higiene no armazenamento e na ma-nipulação dos produtos em geral, e essa éuma preocupação que vale para todo e qual-quer produto e/ou embalagem, e não apenaspara as latas de bebidas.”

De acordo com a Abal, as men-sagens sobre o risco daingestão de bebidas direta-mente em latas surgiram nosEstados Unidos. Essas circu-lares, no entanto, não identifi-cavam personagens. No Brasil,porém, as versões desses aler-tas ganharam a chancela de umparecer médico, do doutorFábio Olivares, do Centro deBiociências e Biotecnologia daUniversidade Estadual do NorteFluminense, e de uma pesquisado Inmetro sobre o assunto,que dá conta de óbitos emdecorrência de leptospirosecontraída em latinhas. A Abalinvestigou o caso e descobriuque o doutor Olivares realmenteexiste, porém nega ser o autordo texto, e que o Inmetro jamaisrealizou análise em latas com

fins de medir níveis de vermesou bactérias. A entidade tam-bém guarda uma correspondên-cia do Centro de VigilânciaEpidemiológica (CVE), daSecretaria de Saúde de SãoPaulo, que afirma não existir,em todos os casos de lep-tospirose registrados noEstado, ao menos um que tenhasido provocado por ingestão debebida em lata. Esse informepode ser conferido em:www.cve.saude.sp.gov.br/htm/lepinforme.htm. Concluindo queas informações divulgadas nes-sas mensagens são falsas, aAbal resolveu pedir a instau-ração de um inquérito policialpara apurar a existência de fal-sidade ideológica e crimes defundo econômico ligados aosboatos.

E-mails viram caso de polícia

O tradicional Açúcar Refinado Uniãoganhou embalagens comemorativas.O tema é alusivo à campanha “Viveré o Máximo”, lançada em 2002. Se-rão oito versões diferentes de embala-gens inspiradas no tema “Viva 2004ao máximo”, com os títulos “Abracemais amigos”, “Beije mais”, “Dancemais”, “Diga menos nãos”, “Tire maisfotos”, “Conte mais piadas”, “Vá amais lugares” e “Coma mais sobreme-sas”. As embalagens, de um quilo,são fabricadas em filme pela Tecno-val, com design da Benchmark.

União: embalagenscomemorativas

Groselha prontapara beber emcaixinhas A linha de xaropes de groselha Mila-

ni, da Wessanen, ganha sua primei-

ra versão pronta para beber, em em-

balagem Tetra Pak de 200ml. A bebi-

da passa a ser enriquecida com cál-

cio, fibras e vitamina C, sem conser-

vantes. Além da renovação da logo-

marca, foram

criados seis per-

sonagens inspi-

rados nas “cari-

nhas” da Milani,

que aparecem

na frente e no

verso das emba-

lagens, prati-

cando esportes

radicais. O obje-

tivo é atrair o pú-

blico infantil.

O novo removedor da Tintas Coral pararemoção de esmaltes e vernizes de su-perfícies chega ao mercado na versãogel. De acordo com o fabricante, a novafórmula e a consistência em gel tornamseu poder de remoção superior ao dosremovedores líquidos convencionais.Além disso não escorre nem respinga.O responsável pelo design é o EstúdioMaretti. As latas de 3,6 litros e 900mlde folha de flandres são produzidaspela Prada.

Coral lança removedor gel

A DuCôco acaba delançar no mercado desobremesas a GelatinaInfantil Frutop. São cin-co sabores: morango,chicletinho biruta (sa-bor chicle), uva maluca(deixa a língua azul),cola e groselha azul.Todas trazem, como

apelo visual, persona-gens com cabelos degelatina em diversas si-tuações e brincadeirasno verso para as crian-ças. O design é daPh2 Design e a impres-são em cartão duplexfoi feita pela Impresso-ra Paranaense.

FRUTOP LANÇA GELATINA INFANTIL

Primeiro conhaque em lataA Companhia Müller de Bebidas, maior produtorde cachaça do Brasil, está lançando mais umainovação no mercado brasileiro de destilados: oprimeiro conhaque em embalagem de lata doPaís, com sobretampa plástica.A marca Domus pode ser encontrada em latasde alumínio com capacidade para 350ml. Oproduto chega inicialmente à região Nordeste.As latas são fornecidas pela Rexam. As tam-pas são fabricada pela Costaplastic, de Piras-sununga, no interior de São Paulo.

Fritex em pacotes metalizadosSeguindo uma tendência inter-nacional, a Fritex está lançandobatatas temperadas com sabo-res da culinária mediterrânea. Alinha Bistrô Fritex vem em emba-lagens com 55g, nos saboresqueijo, tomate, manjericão eazeite; azeitona preta e azeite;queijo, ervas e azeite. A marcainova também no segmento debatatas palha, oferecendo a pri-meira versão temperada do mer-cado. A batata palha na novaversão Cebola & Salsa, vem empacotes de 140g. As embala-gens, fabricadas pela Shellmarem BOPP e BOPP metalizado,têm design do Studio D.

A vodca Smirnoff reno-vou sua identidade vi-sual no mundo inteiro. Anova garrafa é marcadapor ombros amplos e umcorpo afilado. Desenvol-vida pela Landor, empre-sa de design de embala-gem, a mudança acom-panha uma nova logo-marca e o ícone de umaáguia passa a ser o sím-bolo da bebida. Para re-meter à origem russa da

bebida, o nome “VodkaSminorff” está escrito emcirílico (alfabeto russo)em alto-relevo no vidro.A novidade faz parte deum investimento globalde US$ 400 milhões eum novo posicionamentoda marca no mundo. No Brasil, as garrafassão fabricadas pela CIV,com rótulos da Gráfica43 e tampas da GualaBrasil.

Smirnoff renova garrafa

54 – EMBALAGEMMARCA • mar 2004

Movimentação 1Ricardo Vellutini é o novo presiden-te da DuPont do Brasil, acumulandotambém a função de diretor globalde vendas da DuPont Agrícola. Elepassa a se reportar diretamenteao presidente da DuPont para aAmérica Latina, o também brasilei-ro Eduardo Wanick, igualmente re-cém-alçado ao cargo.

Movimentação 2A Politeno tem novo diretor comer-cial: Henrique Lewi, formado emengenharia química e em adminis-tração de empresas, com expe-riência na Shell Brasil e na KratonPolymers do Brasil.

Movimentação 3Cesare Masseroni é o novo geren-te geral do Brasil e coordenadorpara a América Latina dos negóciosda fornecedora de embalagens in-dustriais Greif. Engenheiro commais de 25 anos na indústria quí-mica, Masseroni vem da Rhodia.

RetiroA Eastman Chemical Companyanunciou que Roger K. Mowen, Jr.,seu vice-presidente sênior e res-ponsável pela área de Desenvolvi-mento de Negócios, Estratégia Cor-porativa e Serviços de Informação,está se aposentando. O retiro ofi-cial será no fim do mês de maio.

Controladores on-lineA Tracom, especializada em instru-mentos de medição e controle paraprocessos industriais, inaugurousua loja virtual. O endereço éwww.tracom.com.br/loja.

Aquisição de pesoA inglesa Domino, uma das maioresfabricantes mundiais de codifica-doras, adquiriu a alemã Wieden-bach, atuante da mesma área eforte na Europa. No Brasil, a Domi-no é representada pela Sunnyvale.

Exatidão na confecção de frascosGrande fabricante nacional de em-balagens plásticas sopradas, a Si-nimplast investiu na montagem deum laboratório de testes de moldese cores em sua fábrica de Diadema(SP). A empresa diz se tratar deuma iniciativa pioneira, no país, emseu ramo. Motivo: o aumento dademanda por provas de cores emoldes na fase de pré-produção defrascos e de outras embalagens.Segundo a Sinimplast, entre 70% e

80% de todas as embalagens queentram no mercado passam porprovas de laboratório. Esses testese pesquisas resultam em novas ma-térias-primas, em diferentes usospara materiais já conhecidos e emnovos moldes, métodos de resfria-mento e produção. “As provas realizadas em laborató-rio permitem economia de tempo erecursos e oferecem a certeza deque a embalagem final estará den-tro das especificações necessárias,sem que para isto seja preciso in-terromper a produção, como ocorriaantes”, explica Ricardo David, ge-rente de engenharia da Sinimplast.O laboratório, que até agora consu-miu 600 000 reais em investimen-tos, deverá entrar em operação emdezembro.

(11) 4061-8300www.sinimplast.com.br

Um modelo para cada necessidadeAs codificadoras por micropunciona-mento da francesa SIC Marking es-tão sendo comercializadas no Brasil,com exclusividade, pela Sunnyvale.Elas fazem gravações do tipo indelé-vel (permanente) em materiais quevão de plásticos a metais, e oferecemalta flexibilidade, uma vez que po-dem ser operadas tanto no modomanual como no automático. O soft-ware integrado ao controlador pro-gramável possibilita configurar oequipamento para que sejam feitasgravações automáticas de datas, nú-meros seriais, data matrix (2D), logo-tipos, turnos e outros dados, mesmoem superfícies irregulares. Há três

modelos dessas codificadoras: portá-til, integrada ou de bancada. ASunnyvale garante assistência técnicapara a linha com cobertura em todoo território nacional.(11) 3048-0147www.sunnyvale.com.br

O desempenho do vidro em 2003A Abividro – Associação Técnica Brasi-leira das Indústrias Automáticas de Vidroacaba de lançar seu Anuário 2003, quetraz um balanço do desempenho do se-tor vidreiro no ano passado. Segundo apublicação, houve um crescimento de7,3% no faturamento do setor em relaçãoa 2002, promovido pelo aumento dasexportações. O segmento de embala-gens, por exemplo, registrou um incre-mento de 67% em suas remessas paraoutros países. A maior participação, nes-se campo, foi das garrafas de vinhos,que foram exportadas para países comoArgentina, Chile e África do Sul.(11) 3255-3033 • www.abividro.org.br

GlobalShop ganha versão brasileiraNuma iniciativa conjunta, o POPAI

Brasil e a VNU Business Media do

Brasil irão promover em São Paulo,

de 29 de setembro a 1º de outubro, o

GlobalShop South America. Realiza-

do pela primeira vez na América Lati-

na, o GlobalShop é considerado o

maior evento mundial de store design

e in-store marketing, reunindo equi-

pamentos e materiais para promoção

no ponto-de-venda. O evento terá

como palco o Transamérica Expo

Center, e acontecerá paralelamente a

outros dois eventos: o PDV no Marke-

ting Mix e o EBEMP – Encontro Brasi-

leiro das Empresas de Marketing Pro-

mocional, elaborados respectivamen-

te pela ABA – Associação Brasileira

dos Anunciantes e pela AMPRO – As-

sociação de Marketing Promocional.

Maiores informações podem ser obti-

das com o POPAI.

(11) 3284-6878www.popaibrasil.com.br

Robôs com programação flexívelA austríaca Wittmann, presente noBrasil desde 2000, quer difundir suaslinhas de robôs para a indústria na-cional de transformação plástica.Uma delas é a de Robôs Cartesia-nos, dividida em onze modelos bási-cos, que funcionamno retiro de peçasde injetoras e nacolocação de inser-tos ou rótulos nosmoldes, para pro-cessos de decora-ção in-mold. Se-gundo a Wittmann,seus robôs redu-zem ao mínimo otempo de extração

das peças, aumentando a produtivi-dade, garantem peças sem danos naretirada das estações e têm movi-mentos livremente programáveis pelooperador.

(19) 3234-9464 • www.wittmann.com.br

Dias contadosA Adobe Systems vai parar de desen-volver o programa de editoração ele-trônica PageMaker. A idéia da compa-nhia é promover a migração dos usuá-rios do software para um outro produ-to de seu portfólio, o InDesign. Segun-do executivos, os recursos da descar-tada atualização do PageMaker já es-tão integrados ao recém-lançado Ado-be InDesign CD. Além disso, a Adobeplaneja lançar um pacote de plug-insdo PageMaker para o InDesign, comdiversos recursos do aplicativo apo-sentado adaptados ao seu sucessor.

Última palavra em compressão As técnicas de utilização de arquivosno formato PDF/X-1 foram discutidasno dia 18 de fevereiro último, em even-to promovido pela Comissão de Estu-dos de Pré-Impressão do ONS-27, nasede da ABTG, em São Paulo. Nomesmo evento foi lançada a nova edi-ção da cartilha “Como criar arquivosPDF/X-1a”, que explica as melhoresformas de compressão de imagens noformato.

EstímuloEspecializada em tecnologia de im-pressão, a Sistem está completando20 anos com mudanças no seu canalde distribuição. A empresa lançou acampanha "Impressão que dura", queprevê investimentos em qualificaçãoprofissional, além de classificação deseus revendedores de acordo com osníveis de venda. João Gabassi, diretorcomercial, afirma que o objetivo detais ações é obter, até o final de 2004,crescimento de vendas de 50% em re-lação ao ano passado.

PrêmioA Orsa Celulose, Papel e Embalagensrecebeu da LG Electronics o prêmiode Melhor Fornecedor do Ano – 2003.A escolha se deu em reconhecimentoà qualidade dos produtos da Orsa,aoatendimento ao cliente e aos preçospraticados. Um dos principais forne-cedores de embalagens de papelãoondulado da fábrica de Taubaté (SP)da LG, a Orsa fornece exclusivamen-te para as linhas de CD ROM e moni-tores.

56 – EMBALAGEMMARCA • mar 2004

Página especial para a DrupaA Heidelberg lançou um site dedica-do exclusivamente à sua participaçãona feira alemã Drupa, que aconteceentre os dias 6 e 19 de maio, emDüsseldorf. Além de dicas de acomo-dação e contatos com agências deturismo, a página, que será atualiza-da diariamente até o evento, contacom informações sobre produtos e

tecnologias que a empresa irá expor.“Trata-se de uma ferramenta adicio-nal para oferecer a nossos clientestodo tipo de assistência referente ànossa participação na feira”, diz Die-ter Brandt, presidente da Heidelbergpara a América Latina. www.drupa.heidelberg.com(11) 5525-4500

Estréia em Düsseldorf A Ilha Brasil, espaço organizado pelaAbimaq (Associação Brasileira da In-dústria de Máquinas e Equipamen-tos) para exposição de empresasbrasileiras na Drupa, conseguiu umfeito inédito. Pela primeira vez emseus 60 anos, a A Ulderigo Rossiparticipará da feira alemã, que acon-tece de 6 a 19 de maio, em Düssel-dorf. Com apoio da Apex (Agência dePromoção de Comércio Exterior), aempresa levará ao evento a dobra-deira automática T56, que tem capa-cidade para dobrar 25 000 cadernos

de 32 páginas, formato livro, em ape-nas uma hora. “Acreditamos queesse é um ótimo momento para in-vestir no exterior”, diz Flávio Tosello,diretor da A Ulderigo Rossi. “Com avisibilidade que teremos na Drupa,esperamos levar nossos produtospara mercados ainda mais distantes",completa ele, acrescentando que oevento será usado para contatoscom representantes e distribuidoresda Europa, Ásia e África.

www.aurossi.com.br(11) 3338-1600

VersatilidadedigitalA Ripasa está trazendo ao mercado

sua nova linha de papéis para im-

pressão digital, a Ripax Digital Photo

Paper. Encontrados nas versões

Matte e Glossy, os produtos são ven-

didos no tamanho A4, em três dife-

rentes gramaturas (120g/m2, 170g/m2

e 260g/m2), com revestimento fosco

ou brilhante. Com design da agência

Packing, as embalagens da linha Ri-

pax Digital Photo Paper são produzi-

das pela Antilhas, com impressão

em offset, verniz UV localizado e faca

com desenho exclusivo.

www.ripasa.com.br0800160606

A Gammerler divulgoudurante o Label LatinAmerica, realizado noinício de março em SãoPaulo, sua mais recenterepresentação comer-cial: a marca italianaPrati, de equipamentospara inspeção eletrôni-ca automática e outrosprocessos de acaba-mento de etiquetas embobinas. Assim, a Gam-merler amplia sua pre-

sença no mercado deconversão de rótulosadesivos, onde já repre-senta equipamentos datambém italiana Omet, eda israelense Matan Di-gital Printers. Entre os

produtos que serão ofe-recidos no mercado bra-sileiro, os destaquessão as revisoras nas lar-guras de 280, 330 e400mm (modelos Sa-turn, Jupiter e Venus),além da desmalhadoraNeptune, e da impres-sora jato de tinta Ura-nus. A foto ao lado mos-tra a revisora Jupiter.

[email protected] (11) 3846-6877

A Corel lançou no Brasil o CorelDraw12, nova versão de sua suíte de aplica-tivos gráficos, que deverá ser vendidapor 1499 reais. O pacote inclui os tradi-cionais CorelDraw e Corel Photo-Paint,além do CorelTrace 12 (para vetoriza-ção de imagens Bitmap) e do CorelCapture 12, que facilita capturas de te-las. A suíte conta ainda com 10 000imagens clipart profissionais, 1 000 fon-tes TrueType, 1 000 fontes Type 1(PostScript) e 1 000 fotos e objetos. Se-gundo a empresa, a atualização reduzo número de cliques e de passos ne-cessários à realização dos trabalhos.Quem comprou a versão anterior dasuíte será beneficiado pela campanhade atualização da Corel, que prevê aentrega do novo produto em condiçõesespeciais de pagamento.

www.corel.com.br � 0800141212

Menos cliques

Nova representada pela Gammerler

Almanaque

Antigamente, cheirar pó causava esternutaçãoNo Brasil ainda se aspi-ra pelo nariz certo pó in-dustrializado, vendidoem doses de 5g, comvistas a acelerar um efei-to causador de bem-estarfísico, outrora conhecidopelo horrível nome de“esternutação”. O costu-me de cheirar tabaco empó, ou rapé, para obteraquele resultado foi ad-quirido dos indígenaspelos colonizadores por-tugueses nos primórdiosda brasilidade. Viria aser moda nos salões ele-gantes da Europa, ondenobres, burgueses e co-cotes tomavam suas pri-

ses a fim de alcançar o“efeito esternutatório” –ou, num sinônimo maispalatável, “espirrar”. An-tigamente, acreditava-seque isso ajudaria nocombate à sinusite e aoutras doenças respirató-rias. A ciência rechaçariaessa crença, mas cheirartabac râpé era, no mí-nimo, chic.

Embora não desfrute dapopularidade de outrora,o pozinho ainda possuiadeptos. Os mais puris-tas o acondicionam emcorrimboques, pontasocas de chifres de boifechadas com rolhas es-culpidas e decoradas.Outros, em minúsculoscofres de prata ou mar-

fim ancestrais. Noentanto, as em-balagens co-

mer-

ciais de rapé mais co-muns, atualmente, sãosingelas e democráticaslatas de aço, como asusadas para acondicio-nar pomadas (foto). Aoque se tem notícia, umdos poucos municípiosonde ainda se fabrica oproduto no país é Gua-rani, em Minas Gerais,que oferece pelos menosduas marcas: Moeda,em vários aromas, e Im-burana. Não é um póqualquer: é tudo rapépuro, em inconfundíveiscores escuras, feito ex-clusivamente à base detabaco.

58 – EMBALAGEMMARCA • mar 2004

Maria é que éfiel de verdade Causa certa confusão, na em-

balagem do doce de amendoimDadinho, da Dizioli, a destaca-da inscrição “IVº Centenário”.Esclarecendo, não se trata deum produto com quatro séculosde vida. Ocorre que IVº Cente-nário é o nome original da gu-loseima, lançada justamente há50 anos, quando a cidade deSão Paulo comemorava a data

histórica. No entanto, o apelidoque a população deu ao produ-to, devido ao seu formato, pe-gou – e ele logo foi adotadopela Dizioli. Em tempo: segun-do a fabricante, o Dadinho foium dos primeiros produtos na-cionais a utilizar papel metali-zado como embalagem, umanovidade na época de seu lan-çamento.

O nome agora é Dadinho

Os mais antigos certamente se lembramdo slogan que marcou antigas campa-nhas publicitárias do tradicional óleo

Maria, o popular“Maria, sai da la-ta”. Ao que poderiasoar, num outro sen-tido, como sugestãode mudança de em-balagem, o óleo daVida Alimentos semanteve irredutível ehá mais de sessentaanos continua com alata de aço. Na ver-dade, Maria só ga-nhou novas embala-

gens recentemente, quando foram lança-dos a versão premium dos óleos compos-tos com ervas finas em garrafas de vidroe maioneses, também em pote de vidro.