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Ano VI • Nº 61 • Setembro 2004 • R$ 9,00 CAPA IMPRESSA EM PAPELCARTÃO ART PREMIUM NOVO 250g/m 2 , TERMOLAMINADA PELA LAMIMAX COM FILME PROLAM ® www.embalagemmarca.com.br

Revista EmbalagemMarca 061 - Setembro 2004

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Edição de setembro de 2004 da revista EmbalagemMarca.Visite o site oficial da revista http://www.embalagemmarca.com.br e o blog http://embalagemmarca.blogspot.comSiga-nos também no Twitter: http://twitter.com/EmbalagemMarcaEsta edição está incompleta, sem os anúncios e algumas matérias, pois foi recuperada de um arquivo muito antigo. Ainda assim é possível a maioria das reportagens.

Citation preview

Page 1: Revista EmbalagemMarca 061 - Setembro 2004

Ano VI • Nº 61 • Setembro 2004 • R$ 9,00CA

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www.embalagemmarca.com.br

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Em boca própria é vitupériombora saibamosque não se deve en-xergar o mundo

através de nós mesmos, nãopodemos deixar de registrarque vemos no sólido cresci-mento recente de EMBALA-GEMMARCA um reflexo dobom andamento da econo-mia. Obviamente, permane-cemos despertos para a pos-sibilidade de isso ser um mo-vimento sazonal, ou resulta-do da liberação de verbas pu-blicitárias represadas pelasempresas no primeiro semes-tre do ano.No entanto, por mais que de-vamos ser modestos, acredi-tamos também que o cres-cente apoio de anunciantes e

leitores traduz o reconheci-mento a nosso constante es-forço para dar-lhes informa-ção séria, de boa qualidade ecada vez em maior quantida-de. Como os que nos presti-giam com a leitura da revistacertamente observam, alémde virmos aprofundando acada edição a cobertura dosassuntos de interesse dacadeia de embalagem nopaís, vimos aumentando nos-sa presença em eventos in-ternacionais, dos quais –mais uma vez, perdoem-nosa imodéstia – EMBALAGEM-MARCA faz sempre, reconhe-cidamente, a melhor cober-tura jornalística. Nessa linha,informo que até o final deste

ano a equipe da revista esta-rá presente na Labelexpo,em Chicago; na K, em Dus-seldorf; na Pack Expo, nova-mente em Chicago; e no Em-ballage, em Paris.Retomando: EMBALAGEM-MARCA é hoje a revista deembalagem que mais cresceno Brasil. Chegamos até apensar em cunhar algumafrase vendedora para colocarsob o título, moda entreaqueles que desconhecem,como ensina a sabedoria po-pular, que “elogio em bocaprópria é vitupério”. Por issonão falaremos de nós. Prefe-rimos que o mercado conti-nue a fazê-lo. Obrigado e atéoutubro.

E

Além de virmosaprofundando a cobertura dos assuntos de interesse da cadeia de embalagem noBrasil, estamosmais presentesem eventos internacionais

Wilson Palhares

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Entrevista:Assis KavaguchiVice-presidente da Abflexofala sobre a evolução daflexografia no setor deembalagem

Reportagem de capa:Plásticos de rápidadegradaçãoDesenvolvimento de emba-lagens mais amigas doambiente acelera no Brasil

MateriaisVinícolas cada vez maisaderem ao bag-in-box e às caixinhas longa vida

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nº 61 • setembro 2004

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Diretor de RedaçãoWilson Palhares

[email protected]

ReportagemFlávio Palhares

[email protected] Kamio

[email protected] Haberli Silva

[email protected] Luisa Neves

[email protected]

Diretor de ArteCarlos Gustavo Curado

[email protected]

Assistente de ArteJosé Hiroshi Taniguti

AdministraçãoMarcos Palhares (Diretor de Marketing)

Eunice Fruet (Diretora Financeira)

Departamento [email protected]

Karin TrojanWagner Ferreira

Circulação e AssinaturasMarcella de Freitas Monteiro

[email protected] anual: R$ 90,00

Público-AlvoEMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais queocupam cargos técnicos, de direção, gerênciae supervisão em empresas fornecedoras, con-vertedoras e usuárias de embalagens para ali-mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,materiais de limpeza e home service, bemcomo prestadores de serviços relacionadoscom a cadeia de embalagem.

Filiada ao

Esta revista foi impressa em Papelcartão Art Premium Novo 250g/m2 (capa) e papel Image Mate 90g/m2 (miolo), fabricados pela

Ripasa S/A Celulose e Papel, em harmonia com o meio ambiente.

Impressão: Congraf Tel.: (11) 5563-3466Laminação: Lamimax Tel.: (11) 3644-4128

Filme da laminação: Prolam Tel.: (11) 3611-3400

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo

Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SPTel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

Filiada à

www.embalagemmarca.com.brO conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA éresguardado por direitos autorais. Não é permi-tida a reprodução de matérias editoriais publi-cadas nesta revista sem autorização da Blocode Comunicação Ltda. Opiniões expressas emmatérias assinadas não refletem necessaria-mente a opinião da revista.

3 EditorialA essência da edição do mês, nas palavras do editor

8 Espaço AbertoOpiniões, críticas e sugestões de nossos leitores

68 VeterináriaBayer muda embalagens da Linha Pequenos Animais, mas mantém equities

72 InovaçãoDr. Oetker adota estojos de PVC da Rigesa em linha de chás instantâneos

74 DisplayLançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens

54 PanoramaMovimentação na indústria de embalagens e seus lançamentos

78 Painel GráficoNovidades do setor, da criação ao acabamento de embalagens

82 AlmanaqueFatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens

A capa desta edição foi impressa em Papelcartão Art Premium Novo 250g/m2, da Ripasa, termolaminada com filme Prolam® aplicado pela Lamimax.

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40

44

EstratégiaProdutores de refrigerantes segmentam mercado comnovidades de marcas líderes

MercadoCervejas diferentes criam nichopara apresentações mais nobres

MercadoAmBev quer cerveja sem álcoolem novas situações de consumo

PrêmioAbre divulga os vencedores de seu Prêmio de Design

PrêmioEmpresas brasileiras perderamoportunidade no iF Design Award

FechamentosNovas alternativas às rolhas decortiça no mercado de vinhos

Rotulagem RFIDPressão das redes de varejoimpulsiona avanço de smart label

AmbienteRecipet bate recorde de reci-clagem de embalagens de PET

34

36

62

66

16

50

64 RotulagemProdutos e tecnologias de decoração, identificação e rastreabilidade

60 InternacionalMaior garrafa de vidro para vinho é criada por americanos e tchecos

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Queijo tipo reino

Não poderíamos deixar o belotrabalho de reportagem sobre oqueijo tipo reino, com uma analogiabem humorada, passar em branco.(“Uma nova bola da vez”, ediçãonº 60, agosto de 2004). Estou en-viando esta mensagem para agrade-cer a oportunidade que EMBALA-GEMMARCA nos proporcionou. To-dos estamos eufóricos e nos sentin-do valorizados. Como é bom ser-mos lembrados pelos meios de co-municação! Este trabalho funcio-nou como uma alavanca de motiva-ção para todos que aqui trabalham.A reportagem com a história doEdam foi ótima. Gostaria de sabercomo conseguiram esta informa-ção, pois não a enviei.

Maria Tereza Ladeira AbudDiretora industrial

Metalgráfica Palmira Ltda.Santos Dumont, MG

Sem “encher lingüiça”

Mais uma vez me sinto na obri-gação de tecer elogios ao excelenteconteúdo editorial de EMBALA-GEMMARCA. Além de reportagenssérias, ela é atual, não “enche lin-güiça” com assuntos antigos e irre-levantes e ainda: não perde o fococom reportagens que não fazemparte do interesse dos leitores darevista. Parabéns! A revista mal

chegou e já a li inteira! Adorei a re-portagem sobre marcas (edição nº60, agosto de 2004): atualíssima.

Maria Elisa CappellanoPlanejamentoAgência Toro

São Paulo, SP

Consultas e sugestões

Parabenizamos EMBALAGEM-MARCA pelo quinto aniversário einformamos que mantemos, desdeo primeiro número, todos os exem-plares arquivados para consultas esugestões aos nossos clientes comrelação aos temas relativos a emba-lagem. Mais uma vez, parabéns atoda a equipe e muito sucesso.

Aderbal L. Bonfante Gerente de marketing

EMIL Empresa Mineira Ltda.Além Paraíba, MG

Correções

A seguir, retificações de equívo-cos cometidos em reportagens nasquais foram citados nomes de pes-soas e produtos da Brasilata, pelosquais registramos nossos pedidosde desculpas:

1) na reportagem “Ração sequinhae crocante” (edição nº 59, julho de2004, página 24), o nome corretodo gerente geral da divisão alimen-tícia da empresa é João de MasiTuma, e não João Teixeira Tuma,como foi publicado;

2) na mesma edição, na nota sobrea participação da Brasilata na Fis-pal (página 40), o produto mostra-do na imagem não é a Ploc Off, esim a nova embalagem da mantei-ga Tourinho, da mineira Trilat –

8 >>>>>> EmbalagemMarca >>>>>> sseetteemmbbrroo 22000044

Redação: Rua Arcílio Martins, 53CEP 04718-040 • São Paulo, SP

Tel (11) 5181-6533Fax (11) 5182-9463

[email protected]

As mensagens recebidas porcarta, e-mail ou fax poderão tertrechos não essenciais elimina-

dos, em função do es-paçodisponível, de modo a dar omaior número possível de

oportunidades aos leitores. Asmensagens poderão também

ser inseridas no site da revista(www.embalagemmarca.com.br).

Mensagens para EMBALAGEMMARCA

uma lata com a nova tampa Secu-rity, desenvolvida e patenteadapela Renner e comercializada comexclusividade pela Brasilata; aimagem mais adequada seria a queaparece na foto A;

3) na reportagem de capa daedição nº 60 (agosto de 2004), noquadro intitulado “Outra boa op-ção para mix machines”, o uso defotos de uma máquina de misturade tintas (sistema tintométrico)com a marca da Suvinil estampa-da, ao lado de uma tampa SafeMix, da Prada, pode, na opinião daBrasilata, induzir o leitor a con-cluir que seja este o sistema de fe-chamento utilizado pela fábrica detintas, quando ela usa com exclusi-vidade seu sistema Biplus, “dupla-mente premiado na categoria Bri-colagem, pela WPO (World Packa-ging Organization), pela ABRE(Associação Brasileira de Embala-gem), e ganhador do prêmio BrasilPremium, do Ministério de Desen-volvimento, Indústria e ComércioExterior” (foto B).

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“A flexografia ainda vaiconcorrer com o off-set”

entrevista >>> Assis Kavaguchi

e sinônimo de carimbo a um dos métodos deimpressão de embalagens que mais evoluíramnos últimos anos. Para leigos, essa frase talvezexprima mais sobre a flexografia do que pro-priamente sua definição técnica – sistema de

impressão rotativo que usa clichês flexíveis com gráficos emalto relevo, ajustáveis sobre porta-clichês com longitude derepetição variável, entintados por um cilindro que transportatintas líqüidas ou pastosas sobre qualquer substrato.Tecnicismos à parte, o certo é que a flexografia é um dos sis-temas de impressão que vêm apresentando as maiores taxasde crescimento na área de embalagens flexíveis e semi-rígi-das. Pouches feitos de filmes laminados, rótulos auto-adesi-vos e caixas de papelão ondulado são apenas alguns dos re-cipientes e complementos de embalagem em que essa tecno-logia vem se projetando no Brasil, na grande maioria das ve-zes com equipamentos nacionais.A multiplicação dos fabricantes brasileiros de impressorasflexográficas, que não só dominam o mercado interno, comoexportam cada vez mais, é um dos temas da entrevista a se-guir, com Assis Kavaguchi, vice-presidente executivo e pre-sidente da comissão técnica da Abflexo/FTA-Brasil (Asso-ciação Brasileira Técnica de Flexografia), entidade que estácomemorando quinze anos e acaba de eleger nova diretoria.Formado em química, Kavaguchi começou atuando no mer-cado de tintas para rotogravura, hoje o principal rival da fle-xografia na área de embalagens. Nos últimos 35 anos, porém,ele milita no segmento de tintas flexográficas, onde é geren-te de produtos da Luminar Tintas. Com base nessa experiên-cia, o vice-presidente da Abflexo afirma que, até o final des-ta década, a flexografia deixará de concorrer com a rotogra-vura e passará a brigar com sistemas de impressão hoje con-siderados mais evoluídos, como o off-set.

Como o senhor caracterizaria o parque flexográfico brasilei-ro em termos de atualização tecnológica? Nos últimos anosas gráficas que atuam com esse tipo de sistema de impressãotiveram fôlego para investir em novos equipamentos e pro-cessos produtivos?Da mesma forma que o mercado gráfico em geral, a área deflexografia em particular investiu alto em novos equipamen-tos a partir da estabilização da economia e da implantação doPlano Real. O fim da inflação permitiu às empresas do setoradquirir máquinas modernas, e esse é um dos fatores que ex-plicam o salto qualitativo da impressão flexográfica noBrasil. Entretanto, o investimento foi de certa forma exage-rado. Quando as gráficas começaram a investir pesado emnovas flexográficas, esperavam um crescimento substancialdo mercado. Mas a maioria delas só começou a colher os fru-tos de seus investimentos de dois anos para cá.

Nesse esforço de atualização tecnológica, algumas gráficasfizeram dívidas em dólar, que comprometeram suas opera-ções após a desvalorização do real frente à moeda america-na. Esse problema ocorreu no mercado de flexografia?Não, porque o mercado flexográfico tem uma peculiaridadeno Brasil em relação a outros sistemas de impressão. Hoje emdia, nada menos do que 90% das impressoras flexográficasrodando no país são nacionais. Os fabricantes brasileiros têmconseguido desenvolver produtos com preço e característicastécnicas competitivas. É claro que muitos equipamentos im-portados apresentam recursos de impressão mais sofistica-dos. Mas as flexográficas nacionais satisfazem plenamente asnecessidades do mercado. Seus fabricantes investiram nos úl-timos anos em recursos humanos e em inovações tecnológi-cas, de acordo com o tipo de equipamento com que atuam.Mas não seria correto dizer que esse investimento causou dí-

Assis Kavaguchi, vice-presidente executivo

e presidente da comissão técnica da Abflexo/

FTA-Brasil, comenta os avanços da flexografia

no mercado brasileiro de embalagens

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12 >>>>>> EmbalagemMarca >>>>>> sseetteemmbbrroo 22000044

vidas impossíveis de serem pagas.

Como têm evoluído as exportações das impressoras flexo-gráficas nacionais?Atualmente, em torno de 60% da produção brasileira de equi-pamentos flexográficos estão voltados ao mercado interna-cional. Mas já há fabricantes exportando quase toda a suaprodução. Hoje o maior mercadopara essas máquinas está na Améri-ca do Sul, mas as remessas para aÁfrica e para a Europa são cada vezmaiores. Até em países como Fran-ça, Holanda e Alemanha, berço deexcelência quando se fala em im-pressão, já há fabricantes nacionaiscom escritórios de representação.Enquanto uma máquina alemã podecustar até 11 milhões de dólares,nossas flexográficas não passam de600 mil dólares. Até por uma ques-tão de redundância, as empresas co-meçam a preferir investir em cincomáquinas mais baratas do que emuma que custou milhões e que podeparar toda a produção se apresentarproblemas. Por mais que soe óbvio,a grande diferença dos fabricantesbrasileiros de impressoras flexográ-ficas tem sido saber combinar preçoe qualidade.

Em linhas gerais, o que explica ta-manha diferença de custos entre as máquinas nacionais e asimportadas?Basicamente, a tecnologia de fabricação e os periféricos en-volvidos. Na Europa, hoje, a maioria das flexográficas usauma tecnologia chamada de gearless. Isso significa que essasimpressoras não têm engrenagens. É um conceito mais evo-luído, que permite grande flexibilidade nas tiragens e na ve-locidade de produção das embalagens, além de opções muitomaiores em termos de medidas. São máquinas robustas, comfacilidade de ajustes, ideais para grandes tiragens. Como nomercado nacional as grandes tiragens praticamente deixaramde existir, pela pulverização do varejo e pelas cada vez maisfreqüentes mudanças visuais das embalagens, muitas empre-sas têm optado por máquinas mais simples.

Esse tipo de opção não teria, em contrapartida, reflexos naqualidade de impressão das embalagens?De certa maneira sim. No Brasil ocorre um fenômeno curio-so: em vez de brigar por boa qualidade, muitas empresasoptam por produzir embalagens de qualidade inferior. Issofica muito claro na área de tintas para impressão flexográfi-

ca, onde atuo diretamente. Mas os fabricantes de equipamen-tos também sofrem com essa característica do mercado bra-sileiro. No mercado de máquinas flexográficas de seis e oitocores, que são as mais usadas hoje, as empresas sempre exi-gem o equipamento mais barato. Como não existe milagre,esse tipo de opção nem sempre tem resultados finais de qua-lidade. Esse é, por sinal, um dos motivos que fizeram os fa-

bricantes de impressoras buscaremmercados fora do Brasil. Muitos per-ceberam que, sem exportar, o cresci-mento dos seus negócios seria limi-tado. Já lá fora, a possibilidade deatuar com impressoras mais sofisti-cadas é maior. A questão do custo,enfim, se tornou o fiel da balança nonosso mercado. Eu diria que a flexo-grafia só não cresceu mais no Brasilporque não conseguiu manter umaconstância em termos de qualidade.Se um dia o mercado interno formais receptivo a equipamentos maissofisticados, não há dúvidas de que aflexografia conquistará muito maisparticipação no mercado de embala-gens flexíveis e semi-rígidas.

Muitos dos países para os quais osfabricantes nacionais têm exportadosuas máquinas flexográficas apre-sentam economias semelhantes àbrasileira. Por que, então, essesmercados são mais receptivos a

equipamentos sofisticados?Na verdade não são. Na América do Sul e na África, a con-dição de fato é a mesma da nossa, quando não pior. Por issoas empresas nacionais estão se movimentando mais recente-mente rumo à Europa. Isso é muito importante, pois no Brasile em outros mercados com o mesmo nível de desenvolvi-mento não há demanda para as soluções mais sofisticadas.Um dos principais fabricantes brasileiros de flexográficas, aFeva, por exemplo, já conta com equipamentos gearless.Mas tem encontrado dificuldades em vendê-los no Brasil. Ocaminho é exportar.

Apesar da pressão por custos, o crescimento da flexografiano mercado brasileiro de embalagens tem sido constante...Uma das razões para isso está nas empresas de banda estrei-ta. A cada dia surgem novas gráficas para atuar com esse tipode impressão flexográfica. Ao mesmo tempo, também semultiplicam no Brasil os fabricantes de máquinas de bandaestreita, que até pouco tempo atrás praticamente não exis-tiam. Mas não há dúvidas de que, em breve, esse mercadotambém estará saturado. Por outro lado, é preciso lembrar

“Os fabricantes

nacionais de impressoras

flexográficas se

multiplicaram nos últimos

anos, e hoje dominam 90%

do mercado brasileiro,

além de exportar, em

média, 60% de sua pro-

dução. O segredo dessas

empresas é combinar

preço e qualidade”

entrevista >>> Assis Kavaguchi

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que na última década a flexografia foi certamente a área quemais se desenvolveu no mundo em termos de qualidade deimpressão. Lançando mão de uma alegoria, pode-se dizerque há dez anos estávamos na Idade Média, e hoje vivemosnum mercado complexo e moderno. Além da evolução dosequipamentos em si, outros elos da cadeia flexográfica con-tribuíram para a modernização do setor, com destaque para asáreas de substratos e tintas. Emeventos internacionais, embalagensimpressas em flexografia são colo-cadas ao lado de outras, impressasem rotogravura e off-set, e poucosespecialistas conseguem identificardiferenças. Além da evolução emtermos de qualidade, a flexografia éum sistema que, dependendo das ti-ragens, apresenta o menor custo deimpressão no mercado de emba-lagem hoje. Seu custo operacionaltambém é muito menor que o de ou-tras tecnologias, porque as perdas doprocesso são mínimas.

Quais os segmentos do mercado deembalagens em que o emprego daflexografia tem crescido com maisvelocidade? As áreas de embalagens flexíveis ede rótulos são sem dúvida muito im-portantes para nós, mas eu gostariade destacar o mercado de embala-gens de papelão ondulado. É umsetor em que se notam excelentes oportunidades para a flexo-grafia, porque, entre outros aspectos, o Brasil tem se esforça-do para melhorar a qualidade das embalagens de papelão usa-das no mercado de hortifrutigranjeiros, que historicamenteenfrenta enormes perdas em virtude de acondicionamentosdeficientes. Mas felizmente as empresas dessa área já perce-beram que é importante investir em embalagem, não só paradiminuir o desperdício, como também para aumentar as ex-portações. A caixa de papelão ondulado já não é algo que ser-ve apenas para o transporte de produtos. Hoje as empresasusuárias desse tipo de embalagem querem cromias e sistemasde impressão mais aprimorados, buscando projeção no mer-cado internacional. A flexografia é praticamente o único sis-tema de impressão usado em embalagens de papelão ondula-do hoje. O mesmo não ocorre no setor de rótulos.

Como anda a competição entre a flexografia e a rotogravu-ra no mercado de embalagens? Eu diria que a flexografia está ganhando. Isso se explica pelocusto unitário da impressão. Quando se tem grandes tiragens,a rotogravura é mais barata. Mas em médias e pequenas tira-

gens a flexografia continua sendo mais vantajosa. Diante detiragens decrescentes, como ocorre no Brasil, a tendência é arotogravura cair cada vez mais, em benefício da flexografia.

Além dos custos, uma das supostas vantagens da flexografiaé a rapidez dos set-ups. Em que medida a questão dos ajus-tes de máquina tem contado pontos a favor do sistema?

Ocorre que a flexibilidade dos equi-pamentos influi na produtividadedas empresas. Há impressoras flexo-gráficas em que é possível fazer umatroca em minutos, ao passo que pro-cessos semelhantes na rotogravurapodem demorar até quatro horas.Por outro lado, os clichês de fotopo-límero podem ter preço maior doque a gravação de cilindros da roto-gravura. Enfim, há prós e contras.Mas sem dúvida a flexografia é osistema que tem sido beneficiadopelo maior número de inovaçõestecnológicas. O desenvolvimento daárea de pré-impressão para flexogra-fia tem sido fantástico. Hoje é possí-vel evitar erros de impressão que an-tes eram comuns. As chapas, os ani-lox, quase tudo melhorou.

No ano passado foi anunciado que omercado de rotogravura seriaabrangido pela Abflexo. Essa idéiase consolidou?

Quando a Abflexo foi fundada, a rotogravura fazia parte dasua área de representação. Mas, com o passar dos anos, issofoi deixado de lado. Tentamos no ano passado retomar essaligação. Lamentavelmente, porém, houve um movimentocontrário por parte de alguns associados. É uma lástima, poishoje não há no Brasil associações nem palestras técnicas de-dicadas à rotogravura.

Que tipo de balanço o senhor faz por ocasião dos recém-completados quinze anos da entidade? O mercado de flexografia tem grande carência de profissio-nais especializados. Um dos nossos objetivos é lutar pelacapacitação e aprimoramento de impressores, para melhorarainda mais a qualidade da flexografia. Muitas empresas têmprofissionais que não tiveram nenhum tipo de treinamentoteórico. Precisamos contar com os convertedores para capa-citar essas pessoas. Se isso ocorrer, e os equipamentos e pe-riféricos de flexografia continuarem a evoluir, teremos con-dições de deixar de competir apenas com a rotogravura, parapassar a brigar também com o off-set. Para isso é preciso pro-mover uma convergência maior entre nossos associados.

“A flexo não cresceu

mais no Brasil porque

não conseguiu manter

uma constância de

qualidade. Quando o

mercado for receptivo a

processos mais sofistica-

dos, conquistaremos

muito mais participação

no mercado de

embalagens flexíveis”

entrevista >>> Assis Kavaguchi

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16 >>>>>> EmbalagemMarca >>>>>> sseetteemmbbrroo 22000044

estratégia >>> refrigerantes

parentemente menos preocupadascom as chamadas marcas regionais,as líderes do mercado brasileirode refrigerantes deixaram de pri-

vilegiar medidas recorrentes no auge doprocesso de “tubainização” do setor,como diminuição de margens e distri-buição mais pulverizada, e se voltamcada vez mais para a diversificação deseus portfólios. Essa é uma das possí-veis leituras de dois recentes lançamen-tos feitos pelas gigantes AmBev e Coca-Cola, que respondem por quase 70%dos mais de 11,5 milhões de litros de re-frigerantes produzidos por ano no Brasil(ver quadro).

No primeiro caso, a dona das mar-cas Antarctica e Brahma anunciou umproduto que vem sendo considerado suamaior aposta na categoria de refrigeran-tes desde o lançamento da Pepsi Twist,em 2002. Com o nome de Guaraná An-tarctica Zon, numa alusão à Amazônia,a nova bebida é uma versão energéticado segundo refrigerante mais consumi-do no país depois da Coca-Cola. Em ou-tras palavras, o Guaraná Zon possui concen-trações maiores de guaranina – substância res-ponsável pelas propriedades revigorantes dofruto guaraná – do que o tradicional GuaranáAntarctica.

AmBev e Coca-Cola apostam em diversificação de marcas de bebidas gaseificadasNo que pese essa característica, a nova

marca não está posicionada na categoria deenergéticos. Menos ainda na de isotôni-cos. Trata-se na verdade de uma bebida

gasosa industrializada e com sabor ado-cicado – isto é, um autêntico refrige-rante. Por sinal, uma medida de suaimportância nos planos futuros daAmBev está no fato de que o GuaranáZon é apenas a terceira versão do Gua-raná Antarctica desde seu lançamento,em 1921, e a primeira desde a fusãoentre a Antarctica e a Brahma, em1999. A segunda versão do produto foio Guaraná Antarctica Diet, que chegouao mercado em 1989 e hoje respondepor mais de 30% das vendas da marca.

Fase de avaliaçãoA estratégia de distribuição revela, en-tretanto, que o Guaraná Zon deverá en-frentar razoável período de testes antesde se consolidar no portfólio da Am-Bev. Por enquanto, o lançamento sóestá sendo vendido nos mercados pau-

lista, fluminense e mineiro, e não há pre-visão de lançamento nacional. Na parte dasembalagens, um outro indício de que o produ-to está sendo submetido a uma fase de avalia-ção de mercado: inicialmente, o Guaraná Zonserá distribuído apenas em latas de alumínio de350ml, fornecidas pela Crown Embalagens,com layout da agência Narita Design.

Neste último aspecto, a identidade visualdo novo guaraná se destaca pelo uso de coresvibrantes e grafismos modernos. A idéia, dizMario Narita, diretor da agência responsávelpelo projeto, é atrair jovens e adolescentes, quecompõem o público-alvo do Guaraná Zon.Pensando nesse mesmo perfil de consumidor, aCoca-Cola anunciou, quase que simultanea-mente ao lançamento da rival AmBev, mudan-ças nos sabores da Fanta – quarto refrigerantemais consumido no Brasil, depois de Coca-Cola, Guaraná Antarctica e Pepsi. As versõesCitrus e Maçã, lançadas há dois anos, deixarãode ser produzidas no Brasil, dando lugar à

A

Segmentação à toda* F

ON

TE:

ACN

IELS

EN/

AM

BEV

** F

ON

TE:

AB

IR (

2003)

Participação por marca* – em %

Coca-Cola..............................................................34,4Guaraná Antarctica..................................................8,4Pepsi......................................................................6,1Fanta .....................................................................5,9Guaraná Kuat..........................................................2,9Outros..................................................................42,3

Participação por fabricante** – em %

Coca-Cola..............................................................50,1AmBev..................................................................17,2Outras..................................................................32,7

VIGOR – GuaranáAntarctica Zon tem dosesmaiores de guaranina,

substância energética dofruto guaraná

Mercado brasileiro de refrigerantesFO

TOS:

DIV

ULG

AÇÃO

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participação, segundo dados ACNielsen.Em termos de recipientes, pode-se dizer

que a Fanta Laranja Mix é mais versátil doque o Guaraná Antarctica Zon. Isso porque oproduto não será vendido apenas em latinhasde alumínio, caso do lançamento da AmBev,mas também em garrafas retornáveis de vidrode 290ml, além de garrafas PET de 600ml, 1litro e 1,5 litro.

Em meio a essas estratégias de segmenta-ção, vale lembrar que as marcas “regionais”de refrigerantes, que saltaram de uma parti-cipação de 13% no início da década de 90,para uma média de 30% em 1999, poucoavançaram desde então. Nesse sentido, nãoserá surpresa se AmBev e Coca-Cola acen-tuarem suas apostas em segmentação demarcas e no lançamento de novos produtosde agora em diante. Para as empresas deembalagens que atuam no mercado brasilei-ro de refrigerantes, que é o terceiro maior domundo, atrás apenas de Estados Unidos eMéxico, isso pode ser interpretado como si-nônimo de bons presságios.

nova Fanta Laranja Mix, que mistura os sabo-res laranja e tangerina. Segundo a empresa, asalterações não significam que os lançamentosanteriores foram mal-sucedidos, mas fazemparte “da dinâmica da marca, que tem muitaspossibilidades de extensão”.

Maior mercado do mundoAssim como deverá acontecer com a AmBev eseu Guaraná Antarctica Zon, tudo indica que ogrande desafio da Coca-Cola com a Fanta La-ranja Mix será fidelizar o público jovem, quegosta de experimentar novidades, mas mudade sabores e marcas com facilidade. Talvezseja por isso que a empresa aposta namistura entre a tangerina e o consa-grado sabor laranja, que ajudou a tor-nar a Fanta um fenômeno no país – oBrasil é hoje o maior mercado deFanta Laranja do mundo. No seg-mento, a marca da Coca-Cola con-corre com a Sukita, da AmBev, alémde vários fabricantes menores, emantém a liderança com 37,3% de

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REVEZAMENTOSaem FantaCitrus e Maçã,e entra mix de tangeri-na e laranja

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reportagem de capa >>> plásticos

Soluções mais am Tecnologias para a rápida degradação de plásticos m

cenário atual da indústria de plás-ticos, como ela própria alega, estálonge de ser entusiástico. Em quepesem os recentes sinais de aque-

cimento da atividade econômica, ela enfrentaociosidade média de 25% de sua capacidadeinstalada, e os transformadores se vêemnuma queda-de-braço sobre repasse de

preços com a clientela. Um nicho, porém, temconseguido manter-se em certo nível imuneaos problemas do setor: o das embalagensplásticas de rápida degradação, obtidas a par-tir da mistura de um aditivo aos seus proces-

sos triviais de fabricação.Desde a sua estréia em ações de

vulto no país, no fim de 2003, naforma de sacolas de duas gigantes

nacionais do setor de cosméticos e perfu-maria, a Natura e O Boticário, taisembalagens, capazes de sumir do am-biente em questão de meses em vezdos decênios inerentes às suas versões

comuns, tornaram-se objeto de uma grandecorrida de desenvolvimentos no Brasil – e deuma corrida em que preços maiores, pelo plusdo aditivo, não vem sendo entrave.

Num viés, esse quadro pode levar a umaconstatação negativa: a de que essas embala-

gens diferenciadas estão em alta por-que o país enfrenta sérios problemascom o descarte das versões corriquei-

ras. É verdade. O momento, no entanto, me-rece também ser analisado por outra embo-

cadura – essa, inegavelmente positiva. “Aescalada dessas embalagens, capitaneadaatualmente pelo empresariado, tende a fazercom que, num passo adiante, a consciênciaambiental de fato cresça entre os consumi-dores”, sinaliza Maurício Groke, diretor co-mercial da Antilhas, a provedora das sacolasutilizadas no ano passado pelo O Boticário.“Haverá, então, a esperada maior exigênciada ponta da cadeia por soluções ambiental-mente mais corretas.”

Por Guilherme Kamio

STUDIO AG –

ANDRÉ GODOY

ESTRÉIA – Sacolasde rápida

degradação estãochegando aossupermercadosatravés da rede Pão de Açúcar

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igas em altaovimentam setor de embalagens

De uma ação spot, restrita ao Natal, asembalagens de degradação acelerada agorasão itens de linha nessa fabricante de cosmé-ticos. Groke reporta ainda uma ação mundialde conscientização ecológica da qual a Anti-lhas participará em setembro, a Clean Up TheWorld, fornecendo sacolas de rápida degrada-ção para coleta de dejetos em praias flumi-nenses, e iniciativas ainda mantidas sob sigi-lo em grandes indústrias nacionais (uma depapéis, uma de itens de higiene e limpeza eoutra de perfumaria).

Estréia nos supermercadosPara se ter idéia, os apelos dessas embalagensespeciais vêm chamando até a atenção dosetor de auto-serviço. Tanto é que o Pão deAçúcar, maior grupo supermercadista brasi-leiro, está lançando sacolas desse materialpara o acondicionamento das compras efetua-das em uma loja recém-aberta em São Paulo,no bairro Real Parque. “A novidade fortaleceo nosso compromisso com a preservação danatureza e com o trabalho e o esforço da po-pulação nos demais projetos de reciclagemque têm sido implementados com grande su-cesso em nossas lojas por todo o país”, afirmaEduardo Romero, diretor de marketing corpo-rativo do Grupo Pão de Açúcar. De acordocom ele, a iniciativa é um projeto piloto, quea rede pretende estender gradativamente a ou-tras unidades da rede. “Trata-se do resultadode cerca de um ano de conversas e estudoscom a rede”, relata Rogério Mani, diretor co-mercial da Sol Embalagens, a fornecedoradas sacolas. O contrato estipula o forneci-mento mensal de cerca de 720 000 unidadesdesses envoltórios à nova loja.

A tecnologia empregada pela Antilhas epela Sol para a produção de sacolas de rápidadegradação é a D2W, da companhia inglesaSymphony, cujo mecanismo de ação se baseiano conceito de “oxi-biodegradabilidade” – noqual umidade, raios solares, stress (grande

DIVULGAÇÃO – Ação no fim de 2003 de OBoticário, com sacolas

fabricadas pela Antilhas,deu visibilidade

às embalagens de rápida degradação

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manuseio ou fricção) e altas temperaturasaceleram a decomposição do plástico e o tor-na “apetitoso” aos microorganismos, fazen-do-o desaparecer num tempo passível de serprogramado em sua fase de fabricação (veja oinfográfico).

A Symphony é representada com exclusi-vidade no território nacional pela RES Brasil,situada em Valinhos (SP). No fim do ano pas-sado, a empresa contava com quatro conver-tedoras licenciadas para o trabalho com seuaditivo, chamado EMC. “Atualmente, já tra-balhamos com um universo de quase cin-qüenta transformadoras de plásticos, entre asjá aptas a fornecer e aquelas em fases de tes-tes ou de certificação de seus produtos”, afir-ma Eduardo Van Roost, diretor superinten-dente da RES Brasil. Além dos já citados,outros nomes de peso em fabricação de emba-lagens aderiram a parcerias com a empresanos últimos meses. Exemplos são a Diadema,a Zaraplast, e a Incoplast. Em 2003, a empre-sa comercializou 4 toneladas de aditivos nopaís. Para este ano, a expectativa é de que asvendas atinjam 24 toneladas. Mais à frente,em 2005, a RES crê num salto para 40 tone-ladas.

Esse volume, aliás, está em projetos paraserem fabricados por aqui já no próximoexercício. A RES abrirá uma fábrica na região

de Campinas (SP) para produzir localmenteos aditivos com tecnologia da Symphony. Asobras, diz Van Roost, deverão consumir 3 mi-lhões de reais e começarão em fevereiro. Es-pera-se que a planta comece operando comcapacidade total, produzindo 100 toneladasmensais de aditivos. Além da substituição deimportações, 60 toneladas serão exportadaspara países asiáticos, africanos e vizinhos sul-americanos. “As matérias-primas para a fabri-cação dos aditivos são derivadas do petróleo edisponíveis no mercado nacional”, esclarece odiretor da RES Brasil. “O Brasil é uma praçamuito promissora para as tecnologias que ace-leram a degradação de plásticos”, disse aEMBALAGEMMARCA o inglês Michael Laurier,CEO da Symphony. No fim de agosto, ele es-teve em São Paulo, onde comandou uma pa-lestra sobre seus produtos para empresários eexecutivos na sede da ABIEF (AssociaçãoBrasileira da Indústria de Embalagens Plásti-cas Flexíveis).

Não é feitiçaria, é tecnologia

Os plásticos são forma-dos por cadeias molecula-res compostas por áto-mos de carbono e hidro-gênio fortemente ligadosentre si, difíceis de seremdigeridos por microorga-nismos e que custam adegradar sob condiçõesnormais – isso pode levaraté 100 anos

Misturado aos plásticosem sua fabricação, umaditivo, que não altera aspropriedades finais doproduto, faz com que fa-tores como luz solar, umi-dade, temperaturas aci-ma de 30ºC e stress domaterial (fricção excessi-va) fragilizem as ligaçõesentre os átomos

Com suas ligações atômi-cas fragilizadas, os plásti-cos aos poucos se de-compõem em fragmentosfacilmente digeríveis pormicroorganismos (fungose bactérias). Eles que-bram as ligações entreos átomos de carbono ehidrogênio, liberando-osno ambiente

Os átomos livres de car-bono e hidrogênio entramem contato com o oxigê-nio presente no ambientee formam novas molécu-las de água e dióxido decarbono, ou seja, aquiloque exalamos na respira-ção. Assim, o plástico“some” sem deixar sub-produtos nocivos

Entenda como os plásticos de rápida degradação “somem” do ambiente.

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FRANGALHOS –Diagrama mostra a evolução da

decomposição aceleradada embalagem

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Quem igualmente apresenta evidências doboom das embalagens de degradação rápida éoutra parceira antiga da RES, a Nobelplast.De dez meses para cá, a empresa viu o núme-ro de clientes seus nessa área saltar de trêspara dez, levando a previsões de que as ven-das de embalagens de sua linha Bioplast, quereúne aquelas com degradabilidade acelerada,responderão por 5% de seu faturamento jáneste ano, contra o 1% do exercício anterior.

Carteira engordadaEntre os fregueses conquistados desde o fimde 2003 estão, entre outros, nomes como oslaboratórios Aché, a rede de lojas de brinque-dos Laura e a Petrobrás. Até o Governo doEstado de Pernambuco entrou em sua cartei-ra: ele distribui saquinhos de degradabilidadeacelerada para os visitantes da ilha de Fernan-do de Noronha recolherem seu lixo. Outrocliente vem da agroindústria. É a catarinenseRenar, que está se valendo de embalagens fle-xíveis de rápida degradação para exportarmaçãs para a Europa. “As frutas são direcio-

SORTIMENTO – Em pouco menos de um ano, Nobelplast amealhou clientes para suadivisão Bioplast em diversos segmentos. Um deles foi o Governo de Pernambuco

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Filme celulósico quer aproveitar bom momentoO interesse crescentedas indústrias brasileiraspor embalagens menosagressivas ao ambientenão está passando embrancas nuvens para obraço nacional da produ-tora belga de filmes paraembalagens UCB. Tantoque a empresa está tra-balhando para prospec-tar negócios em sua li-nha de filmes celulósicosNatureFlex no país. “Éum filme projetado paraser facilmente quebradopor microorganismos ecuja degradação é acele-

rada por fatores comoalta temperatura, raiossolares e umidade”, infor-ma Daniel Negrão Vieira,da área de marketing daUCB. “Ele também aten-de a normas de compos-tabilidade, ou seja, podeser usado como adubo”.No momento, a intençãoda empresa é divulgá-loprincipalmente para pro-dutos de apelo natural eos orgânicos. “Ele ofere-ce bom desempenho in-dependente do tipo deaplicação utilizado: flowwrap, form-fill-seal, twist

wrap e sacos”, comentaJosé Antônio Rufato, ge-rente de vendas da UCB.De acordo com ele, umavez descartado, o Natu-reFlex – que também é

antiestático e pode serlevado ao forno de mi-croondas ou ao conven-cional – se biodegradaem aproximadamentetrinta dias.

REMESSAS – Maçãs daRenar estão ganhandomercados internacionaiscom embalagens dedegradação acelerada

çamento da Polo Bio, uma linha de filmes deBOPP de rápida degradação. Sua acolhidajunto às indústrias nacionais pôde ser sentidarapidamente, conforme Eduardo Franco Bata-gini, supervisor de desenvolvimento de mer-cado da Polo, contou à EMBALAGEMMARCA.Quase instantaneamente ao anúncio de seudesenvolvimento, diversas empresas sinaliza-ram receptividade ao produto. Entre eles, fa-bricantes de cigarros, dispostos a implemen-tá-lo nos envoltórios de suas carteiras de ci-garro, aplicação em que o filme de BOPPgoza de mercado cativo. “É uma vontade dosetor de diminuir o impacto ambiental de suasembalagens”, disse Batagini.

Uma provedora a maisRecentemente, um sinal de outra naturezatambém serviu para evidenciar que as emba-lagens mais amigas do ambiente são aplica-ções promissoras no país: abriu-se concorrên-cia à RES Brasil no fornecimento de tecnolo-gias de degradação rápida de polímeros. AGMCJ Soluções, de São Paulo, representanteda companhia americana Willow Ridge Plas-tics, está buscando negócios na área plástica.

Um dos aditivos da empresa, o PDQ-H, jápode ser visto numa aplicação no mercadonacional. Produtora de embalagens para osetor farmacêutico, a Apotek, de Campinas(SP), acaba de lançar uma linha de recipientesde rápida degradação para medicamentos

nadas ao varejo europeu já nessas embala-gens, certificadas para o contato direto comalimentos”, explica Beni Adler, diretor execu-tivo da Nobelplast.

Outro resultado do trabalho de prospecçãoda RES Brasil no mercado nacional se mate-rializou por meio da Polo, grande fabricantede filmes de polipropileno bi-orientado(BOPP). Ela divulgou em junho, durante afeira de negócios Fispal, em São Paulo, o lan-

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com esse aditivo. Ela é composta por frascossoprados em polietileno e tampas injetadasem polipropileno, que compreendem seis vo-lumes, variando de 30ml a 250ml. “Os con-juntos são voltados principalmente ao acondi-cionamento de cápsulas fabricadas por farmá-cias de manipulação e laboratórios homeopá-ticos”, informa Ubiratã Barbosa Lima, diretorda Apotek. Ele adianta que alguns contratosde fornecimento com produtores de fármacosjá foram fechados.

De acordo com Michael Ktisti, sócio-dire-tor da GMCJ Soluções, os frascos da Apoteksão regulados para começarem a se degradarem torno de três anos. Segundo ele, os produ-tos da Willow Ridge possuem qualidade e efi-ciência atestada por laboratórios internacio-nais de renome, inclusive em relação a conta-to com alimentos líquidos e secos. Além doPDQ-H, o portfólio da companhia americanaconta com outras soluções em agentes acele-radores da degradação de peças plásticas. Há,por exemplo, um aditivo de ação única, ex-clusivamente para acelerar a degradação pelaação dos raios solares.

Novidades em embalagens rígidas, aliás,prometem gerar repercussão nos próximosmeses. A catarinense AB Plast, que na ocasiãoda primeira abordagem de EMBALAGEM-MARCA sobre plásticos de degradabilidadeacelerada já anunciava o sucesso da produção

de frascos e tampas de polietileno e polipro-pileno, bancou estudos para o desenvolvi-mento de embalagens sopradas em PET comessa qualidade. Deu certo. “Testes com mol-des de clientes já estão correndo e, certamen-te, prometemos novidades para os próximosmeses”, divulga André Bornschein Silva, di-retor da AB Plast. Outras aplicações pioneirasprometem mexer com o mercado de embala-gens num futuro breve. Mani, da Sol Embala-gens, adianta já estarem em fase adiantada deprojeto filmes shrink, para aplicações emmultipacks, filmes para empacotamento auto-mático e rótulos do tipo roll label, em polipro-pileno, para garrafas de bebidas. Sabe-se quea paulista Packduque também está estudandoo desenvolvimento de filmes de degradabili-dade acelerada para shrink. Conta-se que, nosúltimos meses, uma grande cervejaria vembatendo à porta de convertedores disposta aestabelecer uma parceria para o desenvolvi-mento de shrinks. “A maior utilização da tec-nologia por marcas notórias de segmentos debens de consumo de altíssimo giro é o empur-rão definitivo para esses plásticos no país”,arremata Mani.

AB Plast(47) [email protected]

Antilhas(11) 4152-1111www.antilhas.com.br

Apotek(19) 3278-2990www.apotek.com.br

GMCJ Soluções(11) 3209-6544www.gmcjsolucoes.com.br

Incoplast(44) 232-8000www.incoplast.com.br

Nobelplast(11) 3782-5066www.nobelplast.com.br

Packduque(19) 3881-8600www.packtec.com.br

Polo(11) 3706-8202www.poloind.com.br

RES Brasil(19) 3871 5185www.resbrasil.com.br

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UCB do Brasil(11) 3038-0823www.surfacespecialties.com

Zaraplast(11) 3952-3000www.zaraplast.com.br

AUSPÍCIO – Após desenvolver peças rígidas de rápidadegradação com poli-etileno e polipropileno(ao lado), AB Plast irálançar frascos de PET

PARA FÁRMACOS –Apotek lançou linha defrascos de rápidadegradação para cápsu-las de medicamentoscom aditivo da WillowRidge. Nos destaques,tampas após 12 dias(em cima) e nove semanas (embaixo) de estímulos à degradaçãoFO

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ifícil saber em que medida o fenô-meno pegou carona na onda do“experimenta”, deflagrada pela re-cente campanha publicitária de

uma marca do produto, mas o brasileiro vemabrindo a cabeça e o bolso para consumir ou-tros tipos de cerveja que não o pilsen, respon-sável por quase 99% da produção cervejeira na-cional. Embora faltem índices de mercado parabalizar esse corolário, é lógico crer que os fa-bricantes locais não estejam lançando cada vezmais tipos diferentes de cervejas – com saborese métodos de produção comuns em outros país-es, porém pouco populares por aqui (veja qua-dro abaixo) – a esmo.

Trata-se de um movimento capitaneado pordois extremos. De um lado, pelas grandes cer-vejarias, que encontraram nessas cervejas espe-ciais, vendidas sob apelo premium, formas derecuperar margens fora da guerra de preços daspilsen (como já observado em EMBALAGEM-MARCA nº 53, janeiro de 2004). De outro, pelasmicrocervejarias, um negócio em alta no país.Segundo o presidente da Associação Brasileirade Microcervejarias (ABMIC) e proprietário daCervejaria Colorado, Marcelo Carneiro da Ro-cha, o segmento já fatura 15 milhões de reaispor ano no Brasil. Essa desperta pluralizaçãodo mercado de cervejas, escorada num público-alvo de considerável poder aquisitivo, vem sevalendo de apresentações diferenciadas de pro-duto. E com sucesso.

Já é famoso o caso da Bohemia Weiss,edição limitada de cerveja de trigo da AmBevlançada numa embalagem especial, no fim de2003. A partida de quase 650 000 unidades,prevista para se esgotar em um quadrimestre,

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mercado >>> cervejas

Um viva às diferentesMercado nacional recebe

crescentes lançamentos

de cervejas especiais,

com sabores, métodos

produtivos, preços

e visuais distintos das

hegemônicas pilsen

Por Maria Luisa Neves

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TIPOS DE CERVEJACerveja Origem Coloração Teor alcoólico Fermentação

Pilsen República Checa Clara Médio BaixaDortmunder Alemanha Clara Médio Baixa

Stout Inglaterra Escura Alto Geralmente BaixaPorter Inglaterra Escura Alto Alta e Baixa

Weissbier Alemanha Clara Médio AltaMünchen Alemanha Escura Médio Baixa

Bock Alemanha Escura Alto BaixaMalzbier Alemanha Escura Alto Baixa

Ale Inglaterra Clara e Avermelhada Médio ou Alto Alta

ROYAL ALENova Bohemia“exótica” daAmBev

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durou menos de um mês nas gôndolas. As ven-das de outra extensão da marca Bohemia emcervejas especiais, a Escura, acusaram deman-da reprimida. Frente a tais resultados, a AmBevresolveu fazer da Bohemia Weiss produto de li-nha, e acaba de lançar uma nova especialidade,a Bohemia Royal Ale, cerveja do tipo ale, comtiragem de 700 000 unidades. A embalagem danovidade segue o padrão esmerado das açõesanteriores: uma garrafa de 550ml com formatosimilar às de vinho, da Saint-Gobain, leva amesma tampa basculante com trava (a cliplock, da Tapon France) utilizada na versãoWeiss. O rótulo, auto-adesivo, foi criado pelaDM9DDB. Como chamariz extra, um copo es-pecial para degustação acompanha a garrafa.

A Cervejaria Petrópolis, que nos últimosanos vem se firmando como player de peso nocenário nacional da indústria cervejeira, tam-

SOUVENIR – Um cartucho com alça envolve a garrafada Baden Baden Celebration, de Campos do Jordão

PRETA – Petra, da Petrópolis, ganhou cápsula higiênica

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bém acaba de estrear uma cerve-ja especial, de maior valor perce-bido. É a Petra, uma cerveja es-cura. O nome (um jogo com aspalavras “preta” e “Petrópo-lis”) e a identidade visual dolançamento levam a assina-tura da agência Mediterrâ-nea & Pantani. A Petra éengarrafada numa longneck de shape diferencia-do, “adaptada de um mo-delo europeu”, detalha Sô-nia Graci, gerente de de-senvolvimento da Saint-Gobain, com rótulos depapel da Dixie Toga etampas da Tapon Corona.O topo da garrafa é envol-to por uma cápsula (foil)de alumínio, nos moldesdos selos higiênicos utilizados pela cervejariafluminense nas latas de suas cervejas Itaipava eCristal. Para conferir apelo de venda nos maisdiversos canais, a Petra ganhou uma tambémversão em lata de alumínio, fornecida pela La-tapack-Ball.

Ascensão das microsSinais de que a sofisticação é premissa na cria-ção das apresentações das cervejas especiaissão igualmente dados pelas microcervejarias. ABaden Baden, de Campos do Jordão (SP),anunciou em julho uma edição limitada deinverno da cerveja tipo double bock Celebra-tion, cuja garrafa é envolvida por uma emba-lagem secundária que faz as vezes de embrulhopara presente. O “estojo”, criado pela M De-sign (que, a propósito, também desenhou o ró-tulo da Celebration) e produzido pela Print-pack, possui uma alça para facilitar o transpor-te da cerveja.

Outro recente lançamento da Baden Badenfoi a cerveja tipo lager Golden. Seu sabor, levee adocicado, busca atrair o público feminino. Agarrafa de vidro da Golden é uma âmbar de600ml, da Saint-Gobain, com corpo mais ro-busto e pescoço menos esguio que os das tradi-cionais retornáveis de cerveja com igual volu-me. Ela também veste as outras cervejas doportfólio da microcervejaria: Pilsen Cristal,Stout Dark, Premium Bock e Red Ale. Os rótu-

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los auto-adesivos dessas garrafas sãoda Soft Color. Aliás, o uso de auto-adesivos nas garrafas de cerveja, emvez dos rótulos de papel do tipo

magazine, é um dos movimentospuxados pela ascensão das “mi-crocervejas”.

A Soft Color tem tambémcomo cliente a microcervejariacarioca Devassa, cujos carros-chefe são a Tropical Ale, a Tro-pical Lager e a Tropical Dark,cervejas que ganharam, res-pectivamente, as alcunhas de“Devassa ruiva”, “Devassaloira” e “Devassa negra”. Asgarrafas long neck da Owens-Illinois do Brasil, fechadascom tampa twist-off da Mece-sa, levam rótulos com “umquê de nostalgia tropical”, nas

palavras do sócio-diretor da cervejaria, Marce-lo do Rio. Concebidos pela McCann-Erickson,eles trazem impressas misturas de palmeirascom pin-ups (modelos que estampavam folhi-nhas e cartazes, em poses sensuais, nos anos50). Uma pin-up também é figura de destaqueno rótulo de uma cerveja de outra microempre-sa, a Schmittbier, de Porto Alegre. A La Brunet-te (“a morena”, numa tradução livre do fran-cês), cerveja escura do tipo irlandês stout, évendida numa garrafa de vidro de 300ml queigualmente apela a um estilo retrô. Ela é simi-lar à usada até os anos 90 pela centenária mar-

RETRÔS – As long necksda carioca Devassa e da

cerveja tipo stout LaBrunette, da Schmittbier,de Porto Alegre (abaixo,

à direita), exploram figuras de pin-ups emseus rótulos; apelo aos

“anos dourados”

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ca Caracu. Fornecida à Schmittbier pela Saint-Gobain, a garrafa leva rótulo auto-adesivo daGráfica Dolika, criado pela Design For Fun.

Jarra da alegriaVale também destacar, entre as iniciativas dasmicrocervejarias relacionadas às embalagensde seus produtos, uma da Sudbrack, de Blume-nau (SC), detentora da marca Eisenbahn. Parafacilitar o abastecimento dos bebedores locaiscom seu chope – ao que vale lembrar da famada cidade catarinense pelo seu Oktoberfest –, aempresa lhes disponibiliza suas Biersiphons,“garrafas retornáveis” de vidro de 2 litros im-portadas da alemã Wassmann. Elas funcionamcomo jarras: podem ser enchidas na cervejariaou nos pontos-de-dose, e apresentam uma alçapara apoio dos dedos. Para preservar o frescorda bebida, a Biersiphon possui uma tampa deporcelana com trava metálica, similar à cliplock. Para o varejo, a Sudbrack conta com cer-vejas dunkel, pale ale, weiss e uma pilsen pre-mium, todas em long necks. De acordo comJuliano Mendes, diretor de marketing da cerve-jaria, há planos para implementar, até o fim doano, uma linha de cervejas com garrafas envol-tas em papel de seda – “um costume de certasmarcas belgas” – e uma edição especial numagarrafa de 500ml similar às de champanhe,com rolha de cortiça e gabieta (a “gaiola” dearame que envolve o gargalo).

Há indícios de que essa febre de lançamen-tos de cervejas especiais, tanto pelas gigantescervejeiras como pelas microcervejarias, iráperdurar pelo menos num médio prazo. Sabe-se que duas grandes marcas de cerveja plane-jam lançar edições especiais para o próximoverão, ainda mantidas sob sigilo. Entre as me-nores, a Colorado, de Ribeirão Preto (SP), re-centemente adquiriu uma envasadora que lhepermitirá engarrafar suas cervejas de trigo,pale ale e pilsen a partir de janeiro de 2005. Jáa Cervejaria Universitária, de Campinas, tam-bém no interior paulista, iniciará o engarrafa-mento de suas cervejas Amber, Porter Especiale Pilsen até o final do ano. Na esteira desse au-mento no sortimento de tipos de cerveja produ-zidos por aqui, uma coisa é certa: frente à per-gunta sobre qual o tipo de cerveja que mais lheapraz, o brasileiro encontra cada vez mais al-ternativas para não ter que responder “o gela-do”, como teve de fazer por muito tempo.

Uma das últimas tacadas da micro-cervejaria Sudbrack, de Blumenau(SC), é uma cerveja orgânica. Deacordo com Juliano Mendes, diretorda empresa, a Eisenbahn Orgânica,loira do tipo pilsen, é totalmente pro-duzida com ingredientes naturais cul-tivados sem agrotóxicos. “A bebida écertificada pelo Instituto Biodinâmico(IBD), que fiscaliza e certifica produ-tos orgânicos no Brasilde acordo com normasinternacionais”, ele diz.O produto chega aomercado em long necksda Owens-Illinois doBrasil, fechadas porrolhas metálicas daMecesa, podendo sercompradas individual-mente ou em multi-packs de seis unida-des da Editora eGráfica Odorizzi. “De-veremos começar aexportar o produtoem até seis meses”,adianta Mendes.

A pilsen orgânica de Blumenau

ABMIC(16) 3941-6886www.abmic.hpg.ig.com.br

Design For Fun(51) 3333-6316www.designforfun.com.br

Dixie Toga(11) 6982-9200www.dixietoga.com.br

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Latapack-Ball(12) 3955-4025

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Mecesa(85) 281-5144www.mecesa.com.br

Owens-Illinois do Brasil(11) 6542-8000www.oidobrasil.com.br

Printpack(11) 4198-1211www.printpack.com.br

Saint-Gobain Embalagens(11) 3874-7626www.sgembalagens.com.br

Soft Color(11) 6726-3000www.softcolors.com.br

Tapon Corona(11) 3835-8662www.tapon-corona.com.br

Wassmann+49 (0) 231-43 63 63www.wassmann.com

REUTILIZÁVEISCatarinense Eisenbahn

importa asgarrafas alemãs

Biersiphon para facilitaro consumo de

suas cervejas nos pontos-de-dose

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mercado >>> cervejas

ado o fato de que as cervejas na-cionais classificadas como “semálcool” contêm até 0,5% de teoralcoólico em volume, conforme

permite a lei, a AmBev está colocando nomercado, sob a chancela da Brahma, a Liber,primeira cerveja totalmente sem álcool daAmérica Latina. Embora haja quem veja nes-sa iniciativa mais um lance da multinacionalhoje controlada pelos belgas, com o nome deInBev, para enfrentar o avanço das micro epequenas cervejarias, a Brahma tem para olançamento o objetivo declarado de desenvol-ver novas ocasiões de consumo, como os al-moços diários e encontros de negócios, se-gundo o diretor de marketing de cervejas daAmBev, Miguel Patrício.

Ele conta que, para desenvolver a Liber, aempresa investiu em processos e equipamen-tos específicos, além de três anos de pesquisa,para obter tecnologia capaz de garantir acompleta eliminação do álcool, “mas preser-vando o aroma e o sabor de cerveja”. A fabri-cação da bebida baseia-se na produção deuma típica cerveja pilsen, com uma diferença:depois de pronta, todo o álcool é retirado pormeio de equipamentos especiais, que formama planta de dealcoolização, importada da Ale-manha. “É exatamente neste processo queestá a diferença entre Liber e as cervejas ditassem álcool existentes no mercado, que man-têm teor alcoólico de até 0,5%, porque utili-zam o processo de fermentação interrompi-da”, explica Patrício.

Em garrafa e em lataAtualmente, o segmento de cervejas sem ál-cool, que representa 0,75% do mercado cerve-jeiro do país, se divide entre a Kronenbier, daprópria AmBev, e a Nova Schin Sem Álcool,da Schincariol. Essas marcas são comercializa-das majoritariamente nas região Sudeste e Sul,que consomem cerca de 88% da produção to-tal do país. A Liber será vendida inicialmentenas mesma áreas, em latas de alumínio de

Novidade sob o guarda-chuva Brahma visa a novas ocasiões de consumo

D

Uma loira álcool zero350ml e garrafas long neck de vidro, de 355ml.

O layout da embalagem, desenvolvidopela Narita Design, mantém as característicasda categoria, com logomarca e identidadevisual realçadas pelas cores azul e dourada.As latas são fornecidas pela Rexam, e as gar-rafas, pela Saint-Gobain e pela Owens-Illi-nois do Brasil, com tampas twist-off da Aro.Os rótulos, de papel metalizado, são impres-sos pela Dixie Toga.

Aro(11) 6412-7207www.aro.com.br

Dixie Toga(11) 6982-9497www.dixietoga.com.br

Narita Design(11) 3167-0911www.naritadesign.com.br

Owens-Illinois(11) 6542-8000www.oidobrasil.com.br

Rexam(11) 3371 6400www.rexamcan.com.br

Saint-Gobain(11) 3874-7910www.sgembalagens.com.br

LIBERADA – Sem álcool,Liber tem o objetivo dese difundir em almoçosdiários ou de negócios

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AÇÃO

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prêmio >>> abre

um jantar que reuniu importante parcela dacadeia brasileira de embalagens, ocorrido nodia 25 de agosto passado, no Espaço Único, emSão Paulo, a Abre – Associação Brasileira de

Embalagens anunciou os vencedores da edição 2004 doprêmio promovido anualmente pela entidade.

Com o objetivo declarado de incentivar o desenvolvi-mento e o aprimoramento da embalagem brasileira, o Prê-mio ABRE de Design & Embalagem 2004 teve recorde deinscrições – cerca de 400, vindas de todos os cantos dopaís. Dividido nos Módulos Design, Embalagem Desta-

Divulgados os vencedores do Prêmio Abre de Design & Embalagem 2004

que, Estudante e Embalagem do Futuro, o Prêmio laureou22 embalagens, dois projetos e uma empresa, que sãoapresentados a seguir. Todas as peças inscritas nas catego-rias dos módulos Design e Embalagem Destaque tambémconcorreram nas Categorias Especiais Voto Popular, Em-presa do Ano e Ecodesign.

As embalagens vencedoras serão expostas na PackExpo 2004, que acontece em novembro, na cidade ameri-cana de Chicago, e concorrerão ao Prêmio WorldStar, pro-movido pela Organização Mundial de Embalagem (WPO).

N

Noite de prêmios

Alimentos DocesPote Paulistano Sorvetes Nestlé

Vencedor: M Design Design: M Design

Convertedor:Metalgráfica Itaquá

Usuário: Nestlé

MÓDULO DESIGN

Alimentos SalgadosLinha de Pães Dr. OetkerVencedor: SegmentoDesign: SegmentoConvertedor: Brasilgráfica Usuário: Dr. Oetker

Bebida AlcoólicaGarrafa Bohemia WeissVencedor: Saint-Gobain Vidros Design: Saint-Gobain Vidros Convertedor: Saint-Gobain Vidros Usuário: AmBev

Bebidas Não-Alcoólicas Via Natural Vencedor: 100% Design Design: 100% Design Convertedores: Sig BeveragesBrasil e Embalagens FlexíveisDiadema Usuário: Trimax

Cosméticos, Cuidados Pessoais, Saúde e Farmacêutico Embalagem do Perfume do Brasilde Natura EkosVencedor: Natura CosméticosDesign: Natura CosméticosConvertedores: Pochet, CerâmicaTeixeira e Embalagens Greco Prete Usuário: Natura Cosméticos

Higiene e Limpeza

Lata Omo Cores

Vencedor: Metalgráfica

Itaquá

Design: Romero Brito

Convertedor: Metalgráfica

Itaquá

Usuário: Unilever

RedesignNestlé Iogurte para Beber MolicoVencedor: Sleever International Design: Future BrandConvertedor: Logoplaste do Brasil Usuário: Nestlé

Abre – Associação Brasileira de Embalagem • www.abre.org.br • (11) 3082-9722

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MÓDULOESTUDANTE

MÓDULOEMBALAGEM DO

FUTURO

Marcas PrópriasLinha de EmbalagensPão de AçúcarVencedor: Grupo Pãode AçúcarDesign: Esboço DesignUsuário: Grupo Pãode Açúcar

Família de ProdutosLinha de Iogurtes paraBeber NestléVencedor: SleeverInternational Design: Future BrandConvertedor: Logoplastedo Brasil Usuário: Nestlé

BricolagemEmbalagens para

Misturadores de Cozinha DecaVencedor: Deca

Design: DecaConvertedores: Gráfica

São Januário e Fenicce Embalagens

Usuário: Deca

MiscelâneaDa literatura ao prazer,

agora em cigarrilhas. Vencedor: Menendez

Amerino & Cia. Design: MultiParticipações

Convertedor: TaponCorona

Usuário: Menendez Amerino & Cia.

Embalagem Laminada deSachê para Condimentos Vencedores: StéfannieFerreira e Flávio Vasconcelos

InstantWater 2020Vencedor:FredericoHernandez

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EcodesignCopimaxVencedor: Müller Camacho Design: Müller Camacho Convertedores: PPPayne e Finepack Usuário: VCP

Voto PopularBombons Especiais

Dia das Mães Vencedor: Ibratec

Artes Gráficas Design: Nestlé

Convertedor: Ibratec Artes Gráficas

Usuário: Nestlé

MÓDULO EMBALAGEM DE DESTAQUEAlimentos Linha de Embalagenspara Frango AssadoVencedor: Grupo Pão de Açúcar Design: Esboço Design Convertedores: Reyco e Finepack Usuário: Grupo Pão de Açúcar

BebidasGarrafa Bohemia WeissVencedor: Saint-GobainVidros Design: Saint-Gobain Vidros Convertedor: Saint-GobainVidros Usuário: AmBev

Higiene e LimpezaDetergente em Pó em Lata de AçoVencedor: Grupo Pão de Açúcar Design: Packing Design Convertedores: Brasilata e CSN Usuário: Grupo Pão de Açúcar

Cosméticos, Cuidados Pessoais,Saúde e Farmacêutico

Intimus Days MicroVencedor: Kimberly-Clark

Design: Kimberly-Clark Convertedores: C&D, IndPack e

WJA do Brasil Usuário: Kimberly-Clark

MiscelâneaPro Plan Biscuits Vencedor: Ápice Artes Gráficas Design: Ápice Artes Gráficas Convertedor: Ápice Artes Gráficas Usuário: Nestlé

EmbalagemPromocional

Lata Expandida QueijitosVencedor: CBL

Design: Packing Design Convertedor: CBL

Usuário: CBL

Inovação TecnológicaLata ExpandidaGalão 3,6 litros

Vencedor: Aro S/A Design: M. Guarda

Convertedor: Aro S/A Usuário: Tintas Coral

Embalagem para ExportaçãoTampa Child Proof Vencedor: Védat Tampas Herméticas Design: Védat Tampas Herméticas Convertedor: Védat Tampas Herméticas Usuário: Kral Farmaceutica

Design IndustrialDetergente em Pó Extra Vencedor: Grupo Pãode AçúcarDesign: Packing DesignConvertedores: Brasilatae CSN Usuário: Grupo Pão de Açúcar

CATEGORIAS ESPECIAIS

Empresa do AnoGrupo Pão de Açúcar

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pesar de apresentar em muitos casos excelentequalidade, o design brasileiro – o de embalagensinclusive – perde às vezes ótimas oportunidadesde ganhar reconhecimento internacional, com as

vantagens comerciais que daí podem advir. Um exemploclaro desse fato é a rarefeita presença de concorrentes bra-sileiros na categoria Embalagem do projeto Design Excel-lence Brazil, uma realização da Câmara do Comércio e In-dústria Brasil-Alemanha de São Paulo em parceria com aAPEX-Brasil e o Ministério do Desenvolvimento, Indústriae Comércio Exterior.

O projeto foi lançado em 2003 para promover o reco-nhecimento internacional do design de produtos e serviçosdesenvolvidos no país, visando ao fortalecimento da ima-gem e da projeção dos produtos brasileiros para exportação.Através dele, os candidatos são homologados para concor-rer na Alemanha ao iF product design award, uma das pre-miações mundiais mais importantes da atividade, abrangen-do este ano cinco categorias, uma delas embalagem.

O apoio oferecido pelo Design Excellence Brazil, paraas empresas cadastradas e que tenham seus produtos sele-cionados por um Comitê Brasileiro, é financeiro (de acordocom o porte da empresa fabricante) e logístico, gerencian-do todas as etapas da premiação alemã e centralizando a co-municação entre o iF product design award 2005 e as em-presas brasileiras inscritas.

Para se ter idéia do não aproveitamento dessa oportuni-dade, basta lembrar que na fase de seleção, que se encerrou

prêmio >>> iF award

A

Chance perdidaem agosto último, apenas cin-co projetos de embalagens ha-viam sido inscritos, ao contrá-rio do que ocorre em outroscampos do design, como o deiluminação, jóias e utilidades domésticas, quetiveram expressivos números de candidatos.

Só para os melhoresO iF product design award, realizado em Hannover desde1954, é um tradicional e importantíssimo fórum internacio-nal de design, recebendo centenas de inscrições de todo omundo em suas cinco áreas, todas voltadas para produtosindustrializados. Só os melhores candidatos recebem o prê-mio, o certificado iF, e os melhores entre os melhores rece-bem, adicionalmente, os troféus iF Gold e iF Silver. Essaspeças, denominadas o Oscar do Design, foram especial-mente criadas pelo alemão Herbert Schultes, em 1996.

O iF é um prêmio que tem a característica única de es-tar sediado dentro do parque de Feiras de Hannover ondeacontece a Feira Industrial de Hannover, o maior eventomundial deste segmento.

Na última edição dessa premiação, o iF Award 2004, fo-ram premiados 25 produtos brasileiros, sendo que vinte de-les foram apoiados pelo Design Excellence Brazil. Dentreestes últimos, dois receberam o troféu iF Silver. Em emba-lagem, o ganhador foi o conjunto de frasco e estojo do Na-tura Ekos Perfume do Brasil Breu Branco, Cumaru. Além deficarem em exposição permanente em recinto específico doparque de Feiras de Hannover, os projetos selecionados pelo

iF product design award são apresentados em primoroso(e alentado) catálogo impresso. Os vencedores ga-

nham um exemplar. Os demais são vendidos.

Design Excellence Brazilwww.debrazil.com.br(11) 5187-5100

PRATA – Embalagem da Naturarecebeu o iF Silver e ficará emexposição permanente noParque de Feiras de Hannover

Poucas embalagens se inscreveram no importante iF Award

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fechamentos >>> vinhos

Tradição em xequeada vez mais global, com varieda-des de boa qualidade se multipli-cando muito além dos limites daárea do Mediterrâneo, o mercado

vinícola tem à disposição um número cres-cente de alternativas na área de sistemas defechamento. Feitas de diferentes materiais, asnovas tampas de vinhos são lançadas não ape-nas com a missão de substituir a prosaica ro-lha de cortiça, como também de aposentar otradicional saca-rolhas.

É o caso da Vino-Lok, tampa de vidro do-tada de vedante plástico e membrana decora-tiva de alumínio no topo, que foi desenvolvi-da pela subsidiária alemã da multinacionalamericana Alcoa. Especializada em fecha-mentos metálicos e plásticos, a empresa sur-preendeu parte do mercado de bebidas aoanunciar o desenvolvimento dessa novaalternativa às rolhas de cortiça, que dispensao uso de qualquer tipo de utensílio para suaabertura. Apresentada na edição de 2003 dafeira de vinhos ProWein, realizada em Düs-seldorf, a Vino-Lok já está sendo testada pordiferentes vinícolas no mercado europeu.

Embora a solução ainda não esteja dispo-nível no Brasil, Rodolfo Haenni, analista co-mercial da Alcoa, informa que isso poderáacontecer até o final do ano. Ele adianta queaté outubro próximo um representante da Al-coa alemã deverá apresentar todas as caracte-rísticas técnicas do produto. Haenni acres-centa que no Brasil a empresa está negocian-do o fornecimento de uma de suas tampas dealumínio – a Talog, que possui vedante plás-tico e é usada no mercado de águas mineraispremium – a um fabricante de frisantes.

Como as demais alternativas às rolhas decortiça, a Vino-Lok apresenta entre suas prin-cipais vantagens a garantia de ser feita dematerial inerte, não suscetível a contamina-ções. É um detalhe importante, a se conside-rar a estimativa de que cerca de 10 bilhões dedólares são perdidos anualmente pela conta-minação de vinhos com substâncias provin-das de rolhas de cortiça.

Tampas alternativas ameaçam reinado da rolha natural no mercado vinícola

Em contrapartida, por ser feita de vidro,essa nova tampa da Alcoa não apresenta, damesma maneira que a maioria dos fechamen-tos produzidos com materiais alternativos àcortiça, uma característica extremamente im-portante quando se pensa em marcas destina-das a paladares mais sofisticados: porosida-de. A vedação total impede a entrada de do-ses mínimas de oxigênio nas garrafas, difi-cultando o processo de envelhecimento de-fendido por consumidores e vinicultoresmais exigentes, e fortalecendo a teoria de queas rolhas naturais são “insubstituíveis”.

Tratamento antifúngico Isso não significa, entretanto, que a indústriavinícola mais ortodoxa será eternamenteameaçada por problemas relacionados asubstâncias que atacam a cortiça. Na verda-de, tradicionais fabricantes de rolhas naturais

C

AVALIAÇÃO – Feita pela unidade alemã da Alcoa, a tampa Vino-Lok está sendotestada por vinícolas européias, e poderá ser distribuída no Brasil ainda este ano

DIV

ULG

AÇÃO

IMPORTADA – Também da Alcoa, tampa Talog, feita dealumínio, poderá ser usada no mercado de frisantes

Alcoawww.alcoa.com.br0800 159888

Amorimwww.amorim.com+351 (22) 747-5434

Gardner Technologieswww.gardnertech.com+001 (707) 226-2400

Paspwww.pasp.com.br(11) 3743-5546

Sabatéwww.sabate.com

Supreme Corqwww.supremecorq.com+001 (253) 395-8712

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vêm investindo alto para aperfeiçoar tecnolo-gias de tratamento antifúngico, já obtendobons resultados no esforço destinado a debe-lar a chamada “síndrome da rolha podre”, oubouchonnée, em francês (ver pág. 48). Uma dessas empresas é a francesa Sabaté,que desenvolveu um processo de extração doTCA (sigla do composto que contamina acortiça) envolvendo técnicas à base de dióxi-do de carbono em estado supercrítico (deno-minação referente à passagem de uma subs-tância do estado líqüido para o gasoso). Bati-zado de Diamante, o projeto tem dado provasde sua eficiência em etapas piloto. Testes emlaboratório revelaram que amostras de rolhasde cortiça contaminadas artificialmente tive-ram de 94% a 100% dos compostos de TCAextraídos em segundos. Distribuídas noBrasil pela Pasp, empresa especializada narepresentação de fabricantes estrangeiros desistemas de fechamento para bebidas, as ro-lhas submetidas a esse tratamento foram pa-tenteadas pela Sabaté com a marca Altec.

Livre do bouchonée“O CO2 em estado supercrítico dissolve amaioria dos componentes orgânicos da corti-ça, inclusive os que causam o bouchonée”,explica Circe Pignatari, engenheira de ali-mentos da Pasp. Método semelhante tambémvem sendo desenvolvido pela portuguesaAmorim, outra grande fabricante global derolhas de cortiça, que fornece para marcascomo a francesa Don Pérignon, do grupo

LVMH, que controla quase 50% da produçãomundial de vinho champagne.

Enquanto as técnicas de descontaminaçãoda cortiça não se popularizam, as empresasque fornecem rolhas sintéticas para o merca-do vinícola valem-se do TCA para justificara segurança de seus produtos, numa estraté-gia que, somada à pronta disponibilidade eao custo competitivo, as tem ajudado a ga-nhar importantes fatias de mercado. Isso ficaclaro na trajetória da americana SupremeCorq, uma das maiores fabricantes de rolhassintéticas do mundo.

Também representada no Brasil pelaPasp, a empresa, fundada em 1992, produzanualmente mais de 100 milhões de rolhasfeitas em sua maioria de elastômero, políme-ro com propriedades físicas parecidas com asda borracha. Os produtos, vendidos em dife-rentes cores, são consumidos por cerca demil vinícolas em mais de trinta países.

“É claro que numa indústria tradiciona-lista como a de vinhos as mudanças levamtempo”, disse Robert L. Anderson, presiden-te da Supreme Corq, em recente entrevista àrevista americana Market Watch. “Mas aidéia de que as rolhas sintéticas eram umamoda passageira revelou-se falaciosa”, assi-nala, acrescentando que as tampas da empre-sa estão presentes em vinhos que custam “de5 a 100 dólares a garrafa”.

Indício de que esse tipo de tampa estariade fato presente em rótulos de diferentes fai-xas de preço vem do Chile, um dos paísessul-americanos mais reconhecidos pela exce-

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LIMPAS – Rolhas naturais são submetidas na França a tecnologia de extração do TCA

ELASTÔMEROS – Rolhassintéticas, da SupremeCorq: mais de 100 milhões de unidadesproduzidas por ano

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lência de sua indústria vinícola. Lá, mais de20% dos vinhos já são vendidos com rolhassintéticas. Tal aceitação pode ser explicadapelo fato de que, como em outros centrosconsumidores, também no mercado chilenoos maiores volumes não estão concentradosnas marcas altamente requintadas, mas na-quelas de giro veloz, consumidas rapidamen-te depois de engarrafadas. Nesses casos, atendência mundial parece apontar para o usode tampas que vedam completamente as gar-rafas, impedindo que vinhos mais simples,não obtidos de cepas e vindimas excepcio-nais, azedem no ponto-de-venda.

Aos consumidores ortodoxos, que torcemo nariz para as alternativas às rolhas naturais,resta o consolo de que os responsáveis peloschamados vinhos longevos, em cujas garra-fas líqüido e rolha ficam em contato pormuito tempo, continuam absolutamente re-fratários à idéia de abandonar a cortiça. Oproblema é que, ante o crescimento da de-manda e da exigência por qualidade, nofuturo as rolhas naturais poderão contribuir

DISPUTA – Rolhas plásticasganham mercado com problemasde contaminação da cortiça

mais do que já o fazem para encarecer o pre-ço dos vinhos de guarda – hoje, já há milhei-ros de rolhas naturais negociados a mais demil dólares. Portanto, a disputa entre a rolhafeita de casca de sobreiro e suas concorrentesnão se resume a argumentos que opõem tra-dição e inovação. O que parece contar são asfinalidades de cada tipo de produto.

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ossivelmente um dos mais clássicoscomplementos de embalagem deque se tem notícia, a rolha de corti-ça, que já era usada pelos antigos

gregos para tampar ânforas com azeite, vinho eágua, continua sendo vista por connaisseurs domundo vinícola como um acessório de vedaçãoinsubstituível.

Acredita-se que elas se tornaram o sistemade fechamento padrão dos vinhos a partir do sé-culo XVII, e até hoje não surgiu nada maisavançado nem mais eficaz para preservar a be-bida em garrafas. Mais do que a tradição, trêscaracterísticas ajudam a entender essa consagra-ção. Em poucas palavras, a rolha de cortiça, queé obtida a partir da casca grossa e mole do so-breiro, árvore natural da região mediterrânea,apresenta elasticidade, porosidade e aderência.

Graças a tais peculiaridades, as rolhas feitasde matéria-prima natural vedam perfeitamenteas garrafas de vinho, impedindo a entrada deoxigênio em excesso. Ao mesmo tempo permi-tem que o vinho “respire” enquanto repousa nasadegas. Nas safras destinadas a “alcançar a ple-nitude” após envelhecer nas próprias garrafaspor longos períodos, esse processo pode fazer

fechamentos >>> cortiça

Os riscos da rolha podreCortiça contaminada pode comprometer a produção da indústria vinícola

P

toda a diferença. É que somente com a rolha decortiça – a um só tempo pulmão e filtro dos vi-nhos de guarda – a bebida adquire corpo, buquêe sabor, além dos diferentes aromas e traços tãofestejados pelos enólogos. O problema é que aolongo dos anos a rolha de cortiça se tornou umacessório de embalagem caro.

Enquanto a demanda não pára de crescer,impulsionada pela ampliação do mercado mun-

INSUBSTITUÍVEIS –Produzidas com a cascado sobreiro, rolhasnaturais permitem queos vinhos respirem, e“alcancem a plenitude”

Outra tentativa de aposentar o saca-rolha

REFECHAR - A sobre-tampa metálica éusada para guardaro restante do vinho

ABERTURA -Rosqueável, o conjuntopode ser retirado “atépor uma criança”

SERVIR - Após odescarte da rolha, a cáp-sula metálica volta àsaída da garrafa

DESCARTE - Retirada dagarrafa, a rolha, que podeser sintética ou natural, éseparada do MetaCork

Numa curiosa tentativa deaposentar um dos mais tradi-cionais utensílios relacionadosao consumo de vinhos, osaca-rolha, a californianaGardner Technologies desen-volveu uma tampa que conju-

ga uma rolha – sintética ounatural – e uma cápsulametálica. Batizado de Meta-Cork, o sistema permite que arolha seja retirada da garrafaa partir do giro da cápsula.Segundo a empresa, a “revo-

lucionária vedação” pode seraberta até por uma criança.Caso o vinho não seja consu-mido totalmente, a tampa dacápsula, que pode ser plásticaou metálica, também servepara refechar a garrafa.

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Já chamado no meio vinícola de “síndromeda rolha podre”, o problema, que na França éconhecido por bouchonée (derivação da palavra

bouchon – rolha, em francês), não está restri-to a garrafas de alto giro e menor valor agre-gado. Na verdade o TCA costuma atacar os

rótulos mais valorizados, exatamente os po-tenciais usuários das rolhas de cortiça, aniqui-lando aromas que demoraram anos para adqui-rir os famosos traços “de carvalho”, “framboe-sas”, “violetas”...

Embora nos restaurantes o consumidortenha a garantia de poder trocar a garrafa infec-tada, os estragos que o TCA pode causar são po-tenciais e, algumas vezes, até irreparáveis. Res-tringindo-se a um exemplo, o vinicultor italianoElio Altare, um dos mais eminentes de seu país,afirma ter perdido metade de uma de suas safrasde 1997 em decorrência do bouchonée.

É na trilha desse risco, além da hipótese deque, com o aumento da demanda a cortiça so-freu queda de qualidade, que cada vez mais fa-bricantes de sistemas de fechamento lançamtampas alternativas no mercado de vinhos.

dial de vinhos, o cultivo de sobreiros, concentra-do basicamente em Portugal e na Espanha,mantém-se praticamente estável. Assim, cadavez mais produtores de vinhos buscam fecha-mento feitos de materiais alternativos à cortiça,como PVC, alumínio, aglomerados e rolhas sin-téticas produzidas com plásticos ou elastôme-ros (ver reportagem anterior).

Cheiro desagradávelSe não bastasse a barreira do preço, a rolha decortiça também vem perdendo participação nomercado vinícola em função de um problemaque começa a comprometer um de seus maisapreciados valores, a credibilidade. Ocorre quea casca do sobreiro se tornou pivô de uma dorde cabeça que já estaria comprometendo 8% daprodução mundial dos vinhos vedados com ro-lhas naturais. Trata-se de uma espécie de praga,conhecida pela sigla TCA (do composto triclo-roanisol), que pode se desenvolver na cortiça àvelocidade de microorganismos fúngicos, con-taminando o vinho com cheiros desagradáveis,que o tornam em muitos casos intragável.

INERTES – Cada vezmais parecidas comas naturais, rolhassintéticas não causambouchonée

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mercado >>> sistemas

s apreciadores reacionários po-dem torcer o nariz, mas o setor vi-ticultor dá crescentes sinais de es-tar receptivo a inovações em

embalagem para vinhos. Não bastassem oscrescentes desenvolvimentos de alternativassintéticas às rolhas de cortiça, mostrados naspáginas anteriores, o engarrafamento vemcedendo progressivo espaço ao encaixota-mento nas grandes vinícolas mundiais. Ex-plica-se. As embalagens bag-in-box (BIB),aquelas que conjugam bolsas plásticas a ar-mações de papelão ondulado, e as cartona-das assépticas, popularmente mais conheci-das como caixinhas longa vida, vêm aumen-tando sua participação no escoamento dassafras dos produtores de vinhos.

Para se ter idéia, um estudo da consultoriainternacional World Wine Report aponta queas embalagens bag-in-box já detêm 52% dasvendas de vinhos na Austrália, 33% nos paí-ses nórdicos e 10% na Inglaterra. De cadacinco taças de vinho servidas nos EstadosUnidos, uma provém de um BIB. Nesses mer-cados, o bag-in-box para vinho foi introduzi-do durante os anos 70. Todavia, como pormuito tempo eles ficaram restritos ao acondi-cionamento de vinhos de mesa em grandesvolumes, à maneira do que acontece com osgarrafões de vidro de 4,6 litros no Brasil, fi-caram estigmatizados como produto de com-bate, de apelo popularesco. A novidade dosúltimos meses tem sido uma febre de lança-mentos de vinhos em BIBs de menores volu-mes, notadamente os de 2 e 3 litros, com novoposicionamento: são vinhos de boa reputação,de safras datadas e reservas especiais.

O

Bag-in-box e caixinha longavida aumentam participaçãono mercado de vinhos comosoluções aos desafios de popularizar a bebida e deaumentar suas exportações

Por Guilherme Kamio

Caixas de novidades

Desse modo, os vinhos em caixa – ou embarril (cask wines), como os americanos pre-ferem chamá-los – vêm abrindo concorrên-cia direta com os tradicionais vendidos emgarrafas de vidro. Exemplos são as versõesrecém-lançadas em bag-in-box de 3 litros devinhos de boa reputação entre os connais-seurs, o californiano Black Box e os austra-lianos Banrock Station e Hardys Stamp. Ou-tro destaque é a Carmenet Winery Vintner’sCollection, da vinícola californiana Berin-ger, uma linha de vinhos varietais num bag-in-box de 3 litros inovador: pela primeiravez, seu formato não é o cubado, mas simum hexagonal. “A categoria de vinhos embarris de 3 litros está crescendo rapidamenteporque oferece qualidade, valor e conve-niência ao consumidor rotineiro de vinhos”,entende Conness Thompson, gerente sêniorda marca Carmenet. Só que, num outro viés,o bag-in-box também vem se configurandocomo meio de a indústria conquistar maiores

HEXAGONAIS – Lançada em julho, linha Carmenet, da vinícola californianaBeringer, ganhou embalagensbag-in-box sem tradicionalformato cubado

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vendas entre os consumidores eventuais –principalmente aqueles que repudiam vinhosde apelo popular, mas que também não sedispõem a pagar 10 dólares, ou 30 reais,numa garrafa só para consumir uma ou duastaças durante uma refeição. “Ocorre que ovinho em bag-in-box garante a integridadedos vinhos por até um mês após sua abertu-ra, contra os dois ou três dias das garrafas,que deixam a bebida oxidar rapidamente,tornando-se azeda e rançosa”, afirma LuizAlencar, gerente de vendas e marketing dasubsidiária brasileira da americana Scholle,grande fornecedora mundial de sistemasbag-in-box. A preservação é mérito do siste-ma de fechamento do bag-in-box, uma vál-vula plástica que impede o contato do con-teúdo, envasado a vácuo na bolsa plástica,com o ambiente – além de oferecer os bene-fícios de dispensar o saca-rolhas e evitarcontaminações do vinho por problemas queas rolhas de madeira eventualmente apresen-tam (veja as duas reportagens anteriores).

Não é substituição“O bag-in-box não pretende de forma algu-ma substituir o charme, o requinte e a sofis-ticação da garrafa de vidro”, atenta Alencar.Ninguém se iluda: é difícil imaginar um jan-tar romântico, à luz de velas, embalado porum bag-in-box. “A pretensão é difundi-lo

nas ocasiões em que a qualidade do vinho émais importante que uma embalagem pom-posa”, explica o executivo da Scholle. Nessesentido, vinícolas e fornecedores desse siste-ma não apenas vêm curiosamente estampan-do imagens de garrafas em suas caixas, mastambém encampando ações de marketing de-dicadas ao amolecimento da natural resistên-cia que os consumidores possam demonstrarem relação aos vinhos em barril (a propósi-to, um dos principais produtos desse movi-mento é um website, o boxwines.com). Portrás delas há um argumento principal: com obag-in-box se paga pela excelência do vinho,sem o ônus de nobres garrafas e seus perifé-ricos sofisticados, como rolhas, rótulos ecápsulas. Pelo que se vê no varejo, não setrata de retórica oca. As versões encaixota-das da Black Box, da Banrock Station e daHardys Stamp têm preços entre 16 e 25 dó-lares. Uma garrafa dessas mesmas marcas,com um quarto do volume das caixas, ouseja, 750ml, custa cerca de 10 dólares.

Ao garantir preços finais mais convidati-vos, o sistema bag-in-box vem caindo nasgraças das vinícolas como solução ao anseiode expandir sua massa de consumidores –balizada principalmente através da difusãoda visão de que o vinho é uma bebida para odia-a-dia, para não dizer um “alimento”,conceito insuflado pelos estudos científicosdivulgados poucos anos atrás dando conta deque a ingestão diária de uma taça é benéficaà saúde. Um dos reflexos claros desse dese-jo do setor viticultor é que alguns vinhos demesa e sangrias lançados recentemente têmembalagens com visual parecido com o dasencontradas no segmento de sucos prontos.

Exemplo, no mercado americano, é dadopela vinícola nova-iorquina Canandaiguacom sua Red Sangria, apadrinhada pela po-pular chancela Almaden. O design de seubag-in-box abusa do jogo de cores, num po-

CANGURUS – Bolsasseladas a vácuo carregam, no interior das caixas, finas reservas da australianaHardys Stamp

APOSTA – Black Box, uma das marcas por trás doenobrecimento do uso do bag-in-box para vinhos

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sicionamento moderno, jovial e “tropical”.Por meio de iniciativas desse gênero, aCanandaigua pretende crescer ainda mais napraça americana, onde já vende anualmentemais de 10 milhões de vinhos Almadén embag-in-box.

Sorriso das exportaçõesOutro forte desafio mercadológico vemigualmente fazendo as embalagens bag-in-box serem recebidas com tapete vermelhopelas vinícolas: o de aumentar as exporta-ções. Muitos dos principais países produto-res têm seus mercados domésticos satura-dos, e não encontram outra saída para o cres-cimento dos negócios senão aumentar a pre-sença em mercados externos. Desse modo,os produtores estão se fiando nos atrativosdo bag-in-box para os processos logísticos,como seu formato cubado e peso menor queo das garrafas. São os mesmos aspectos quetornam o bag-in-box uma embalagem idealpara o consumo ao ar livre, em piqueniques,no camping e nos passeios de barco, entreoutras situações.

Todos esses atributos estão sendo traba-lhados pelo braço local da Scholle, com fá-brica em Vinhedo (SP). Embora a produçãobrasileira de vinhos seja tímida em relaçãoàs dos países nos quais o bag-in-box vem se

fortalecendo, a companhia acredita haveroportunidades no mercado local. Tanto querealizou, em meados de junho, numa parce-ria com a Associação Brasileira de Enologia(ABE), uma palestra sobre bag-in-box paramais de cinqüenta enólogos do pólo vinícolade Bento Gonçalves (RS), o mais importan-te do país. A iniciativa deu resultado. Deacordo com Artur Gomes da Silva, da áreade desenvolvimento de negócios da Scholle,uma importante vinícola nacional já estáconduzindo testes com bag-in-box em umade suas linhas de vinhos.

Da mesma forma que para os provedoresde soluções em bag-in-box, os vinhos vêmsendo vistos como uma fonte de potencialcrescimento de negócios para os fornece-dores de embalagens assépticas cartonadas.Além do baixo custo e das vantagens logís-

Um dos principais questio-namentos dos apreciadoresde vinhos mais exigentesfrente ao crescimento dosrecipientes alternativos àgarrafa de vidro é: os vi-nhos tintos comercializadosnessas embalagens pos-suem as mesmas delicadasmisturas de sabor apuradascom o envelhecimento, ouseja, aquilo que no jargãodos enólogos é chamado debuquê, que as presentesnaqueles acondicionados emgarrafas de vidro? Segun-do um artigo publicado emagosto pela revista america-na Consumer Reports, não,mas de um modo bastante

discreto, praticamenteimpossível de ser detectadopela maioria dos consumi-dores. A publicação testounove vinhos de apelo pre-mium vendidos em bag-in-box, sendo dois australia-nos e sete californianos.Julgados por experts emtestes cegos, sem que elessoubessem se tratar de vi-nhos em caixa. Resultado:eles careceram da apuradamistura de sabores dos melhores vinhos mundiais.“Mas se saíram tão bemquanto muitos merlots echardonnays engarrafadosque já testamos”, ressalvaa reportagem.

O buquê é menos atraente?

JOVIAIS – Caixão e caixinha do AlmadenRed Sangria, daCanandaigua, têm designque abusa das cores:quase sucos prontos

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tilo de vida corrido da atualidade, “sendoideal para consumidores que querem ummodo simples e portátil de desfrutar do vi-nho”. O apelo de conveniência é completadopelo fato de a embalagem, de formato octo-gonal, dispor de um selo de fácil abertura(pull-tab).

A Canandaigua e a Tetra Pak iniciaramparceria para desenvolver a embalagem dasangria em 2001. Ela exigiu exaustivos tes-tes de shelf-life, provas de integridade daembalagem e degustações com consumi-dores. “Conduzimos, com a Tetra Pak, umapesquisa com consumidores que demonstrouum alto interesse nesse conceito de embala-gem”, afirma Diana Pawlik, gerente da mar-ca Almaden. “Tanto a visão do apelo geralcomo os resultados de intenção de comprapelo design da embalagem excederam nos-

sas expectativas iniciais.”Apesar de sua presença

mundial no campo dos vinhosainda ser menor que a do bag-in-box, a cartonada assépticajá foi adotada no Brasil poruma grande vinícola, a Aurora.Uma pequena parcela dos vi-nhos de mesa Sangue de Boi eFrei Damião são acondiciona-dos em caixinhas Tetra Brik de1 litro, da Tetra Pak, desde1988. “O vinho em garrafa

cumpre todo um ritual, enquanto o

ticas, mesmos atributos do bag-in-box, o ins-tituto internacional de pesquisas de mercadoEuromonitor aponta outro detalhe que vemfazendo as vinícolas olharem com atenção ascartonadas assépticas. “Alguns produtorestambém crêem em boas perspectivas decrescimento de cartonadas para vinhos pelaproteção contra falsificações que elas pro-porcionam”, sentencia um recente estudo.“Embora os vinhos em cartonadas tenhamevocado certa desconfiança dos consumi-dores, a persistência de vinícolas em promo-ver suas marcas em cartonadas deve ajudar aquebrar a resistência inicial”. Ao que tudoindica, é o que já vem acontecendo no mer-cado americano.

Para o consumo “on-the-go”Em março, a Three Thieves (“três ladrões”,traduzindo-se do inglês), chancela que uneuma tríade de vinícolas, lançou no mercadoamericano o Bandit, um vinho branco demesa feito de uvas italianas Pinot Grigio, emembalagens Tetra Brik de 1 litro, da TetraPak, com tampa plástica para maior conve-niência do consumidor.

De acordo com a Three Thieves, trata-sedo primeiro movimento de vulto envolvendovinho em embalagem da Tetra Pak nos Esta-dos Unidos. Um mês depois, em abril, a Ca-nandaigua, divisão da Constellation Wines,considerada a maior companhia vinícolamundial, lançou o já citado Almaden RedSangria também em embalagem Tetra Pris-ma de 500ml, para consumo individual. É oprimeiro vinho no mundo a ser acondiciona-do nessa embalagem. Diz a empresa que oproduto foi desenvolvido para atender ao es-

PULO-DO-GATO – ChilenaViña San Pedro aderiutanto ao bag-in-box(abaixo) quanto às caixinhas longa vida

ARMA – Bandit em cartonada asséptica, da Three Thieves, élançamento de vulto no mercado americano

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ABE(54) 452-6289www.enologia.org.br

Scholle(19) 3826-8800www.scholle.com.br

SIG Combibloc(11) 3168-4029www.sigcombibloc.biz

Tetra Pak(11) 5506-3200www.tetrapak.com.br

vinho em Tetra Pak traz a vantagem do pre-ço reduzido e mantém a qualidade do produ-to, pois não há exposição à luz”, diz AlemGuerra, diretor de marketing nacional da Au-rora. O Frei Damião é vendido no Sul e emalguma quantidade também no Sudeste. “Porsua vez, o Sangue de Boi em caixinha é umsucesso no Paraguai”, relata Guerra.

Do mesmo modo que a Aurora temencontrado espaço para as remessas paraoutros países sul-americanos, o inverso tam-bém acontece. Vinhos chilenos e argentinosenvasados em caixinha podem ser encontra-dos em supermercados brasileiros. É o casodo argentino Vino Toro, vendido ultima-mente nas lojas da bandeira Carrefour.

Vizinhos mais acostumadosAliás, nesses países “hermanos”, nos quais atradição de consumir vinho é culturalmentemais arraigada, as cartonadas assépticas en-contram mercados mais maduros e acolhe-dores. Exemplo: enquanto não possui ne-nhum cliente ativo entre as vinícolas nacio-nais, a SIG Combibloc, outra grande forne-cedora mundial de sistemas em cartonadasassépticas, coleciona cases de sucesso nospaíses vizinhos.

Poucos anos atrás, a chilena Viña San Pe-dro lançou sua marca de vinho de mesa GatoPremium em caixinha (essa marca, aliás,possui também uma versão em bag-in-box).Mais recentemente, no último verão, valen-do-se de um recurso que a SIG Combiblocdiz ser exclusivo de seus sistemas em carto-

nadas, a ligeira alteração de volume das cai-xinhas para ações promocionais sem neces-sidade de troca de máquina, a fabricante ar-gentina de vinhos Cartellone realizou nomercado platino uma ação na qual a embala-gem de 1 litro de seu vinho de mesa Zumu-va brindava o consumidor com 10% a maisde produto de graça – ou seja, possuía1 100ml da bebida. “Durante a ação, as ven-das da marca dobraram”, conta Luciana Gal-vão, da área de marketing do escritório bra-sileiro da SIG Combibloc. “O sucesso levoua empresa a agendar outras quatro promo-ções para este ano”, conta a executiva. Pelosresultados anteriores e pelo porto seguro queas caixinhas vêm encontrando no mundo, éde se crer que elas serão bem-sucedidas.

VAIVÉM – Vino Toro, daArgentina (acima), estásendo vendido no Brasil.Frei Damião e Sangue de Boi em caixinha, daAurora, são sucessos em outros países

FLEXIBILIDADE –Vinícola argentinaCartellone obteve caixinha com 10% a mais de vinho sem trocar linha

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Guinness, o famoso li-vro mundial dos recor-des, acaba de incorpo-rar mais um item em

seus anais: a maior garrafa de vinhojá produzida pelo homem. Apresen-tada no fim de julho nos EstadosUnidos, a peça possui 1,37 metrode altura, 1,38 metro de circunfe-rência e diâmetro de 43,6 centíme-tros. Vazia, pesa 68 quilos. Cheia,154 quilos. Enchida com 130 litrosde vinho tinto da vinícola califor-niana Beringer, a verdadeira escul-tura de vidro foi criada para cele-brar os 25 anos da cadeia america-na de restaurantes Morton’s.

Arquitetada pelo engenheiroamericano Charles Parriott, a garra-fa, capaz de servir nada menos que1 152 taças, começou a ser desenvolvida no fimdo ano passado. Após realizar esboços estrutu-rais, Parriott buscou vidrarias para ajudá-lo natarefa. No território americano, não encontrounenhuma. Pesquisando, soube de potenciaisparceiros na Inglaterra e na República Tcheca.

Com o apoio da Bohemia Machine, fabri-cante européia de máquinas para a indústria devidros, Parriott conseguiu que um molde preli-minar para a embalagem fosse confeccionadono município tcheco de Kryf. Uma primeira ten-tativa de soprar a peça foi feita na planta daWear Glass Works em Sunderland, na Inglater-ra. Houve, contudo, problemas com o molde.Resultado: a garrafa obtida apresentou proble-mas estruturais. Parriott transportou-a para aRepública Tcheca, estudou saídas para os pro-blemas técnicos e decidiu soprar novamente aembalagem em solo tcheco, na Kavalier GlassWorks, de Sazava. Um novo molde foi desenha-do e construído com madeira de faia européia.Em 14 de junho, quatro novas garrafas gigantes,no estilo Bordeaux, foram sopradas, num traba-lho manual com o vidro especial do tipo Simax.Bingo. Depois de retocadas, elas finalmente fo-ram despachadas de navio para a sede da Berin-ger, em Santa Helena, Califórnia.

Projeto interpaíses cria a maior garrafa de vidro para vinho do mundoNo dia 28 de julho, uma das gar-

rafas foi cheia pela vinícola, com 15garrafas de 9 litros do vinho PrivateReserve Napa Valley Cabernet Sau-vignon, safra 2001. Ao ver a garrafa,Fred Dame, presidente da Corte deMestres Sommeliers, apelidou-a de“Maximus” – seguindo a tradição dese batizar garrafas gigantes de vinhose champanhes com nomes de reis bí-blicos (há a garrafa Matusalém, a gar-rafa Baltazar, a garrafa Nabucodono-sor e outras). Para decorá-la, rótulosespeciais (cartazes, na verdade) fo-ram impressos em papel couché dealta gramatura. Para fechá-la, uma ro-lha gigante, com 13 centímetros dediâmetro, foi fabricada à mão pelaCork Supply com madeiras prove-nientes de Portugal.

A garrafa irá percorrer 27 restaurantes daMorton’s espalhados pelos Estados Unidos. Emnovembro, ela será leiloada na famosa casa deleilões Sotheby’s, em Nova Iorque. Ainda não sesabe o preço de partida do leilão. O dinheiro ar-recadado irá para a ONG de combate à fomeShare Our Strenght. “Além de apoiar uma gran-de causa, quem arrematá-la irá ganhar um arte-fato de 154 quilos de história do vinho”, afirmaTylor Field, diretor de operações de bebidas daMorton’s. “Com isso, será capaz de afagar umparceiro de negócios com um brinde de Natalsingular ou dar uma festa de degustação paraquase 1 200 de seus melhores amigos.”

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Gigante na adega

• Capacidade: 130 litros, ou 173 garrafas comuns, de 750ml, ou ainda 1 152 taças

• Altura: 1,37 metro• Circunferência: 1,38 metro• Diâmetro: 43,6 centímetros• Peso: 68 quilos vazia e 154 quilos cheia• Rolha: 13 centímetros de diâmetro e 7,5 centí-

metros de comprimento

Haja parreira

Kavalier Glass Workswww.kavalier.cz

Cork Supply USAwww.corksupplyusa.com

GOLIAS – A garrafaMaximus e as 15

garrafas de 9 litrosusadas para enchê-la

Bebendo uma taça por dia, como recomendam os médicos, a garrafa de vinho duraria 3 anos e 57 dias

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m homem caminha pelos corredo-res de um supermercado, apanhan-do produtos nas prateleiras e colo-cando-os dentro de seu sobretudo.

Tudo sob a vigilância de um segurança e deoutros clientes. Tudo registrado pelo circuitointerno da loja. Sem se abalar, o homem ca-minha para a saída. O segurança vai atrásdele. Assim que o rapaz deixa o supermerca-do, o segurança o interpela e diz: “Senhor, oseu recibo”, e lhe entrega o tíquete impressoque deixara para trás.

Esse é o teor do filme com que Jürgen Re-xer, gerente de vendas da Bielomatik, abriu suapalestra na apresentação da parceria da empre-

A realidade da RFID se aproxima a passos largos com a pressão do varejo

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sa alemã, líder mundial na fabricação de apli-cadores de RFID (do inglês identificação porrádio freqüência), ou smart labels, com a Gu-temberg, agora sua representante no Brasil.

As imagens, que induziam o espectador aacreditar que o personagem do filme estavafurtando produtos num supermercado – práti-ca tão comum no Primeiro Mundo quanto poraqui, e motivo de grandes perdas dos varejis-tas, das indústrias e dos consumidores hones-tos – revelavam, na verdade, a revolução queo RFID está causando no varejo. Quando cru-zou a saída do supermercado, o homem nãoapenas realizou o seu check out, mas tambémpagou a sua conta. Um pouco exagerado,principalmente no que tange à parte do paga-mento, o filme antecipa o futuro que Rexerenxerga para daqui a cinco ou sete anos.

ModularidadeApostando no potencial de crescimento dessemercado, a Bielomatik resolveu investir, em1999, no desenvolvimento de equipamentospara aplicação e gravação do transponder (aantena e o chip do smart label gravado sobum substrato, normalmente de PET) em rótu-los, etiquetas, embalagens flexíveis e semi-rí-gidas. Desde então, tornou-se a maior forne-cedora mundial desse tipo de equipamento,da série T-100, cujo aspecto mais notável é amodularidade, característica que permite cus-tomizações e expansões posteriores.

Nos números da Bielomatik, cerca de60% das máquinas desse tipo em todo omundo têm a sua marca. “Se falarmos em nú-mero de transponders aplicados, chegamos a85%, pois nossas máquinas são as mais rápi-das do mercado, já que podem funcionar bo-bina a bobina”, afirma Rexer.

Usando o exemplo de rótulos auto-adesi-vos como ilustração, o funcionamento das má-quinas – que não são colocadas em linha – se-gue, grosso modo, três passos. Primeiro faz-sea separação do liner e do frontal. Na seqüência,lamina-se o transponder (os chips são testadosum a um, antes de serem aplicados). Finalmen-

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O futuro cada vez mais perto

MODULAR – A série T-100é totalmente modular, epode ser customizada eampliada conforme anecessidade do cliente. Na foto da esquerda,equipamento com noveblocos. Abaixo, máquinacom dezoito

Gutenbergwww.gutenberg.com.br(11) 3225-4372

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te, une-se novamente o liner ao frontal. Se ne-cessário, a gravação das informações pode serfeita na própria máquina.

Crescimento esperadoTendo como força motriz a exigência que oWal-Mart está fazendo aos seus principaisfornecedores para que passem a adotar oRFID a partir de janeiro de 2005, inicialmen-te em seus paletes e embalagens de despacho,os smart labels, ou rótulos inteligentes, queeventualmente substituirão os hoje onipresen-tes códigos de barra, chegaram para ficar.

“Ainda há barreiras a serem superadas,como o elevado custo dos tags, mas o fato éque a força do varejo é muito grande, e oRFID inevitavelmente se tornará padrão”, dizRexer. “Num primeiro momento, a indústriaterá de absorver esse custo adicional, mas elatambém pode se beneficiar se usar as infor-mações da RFID em seu favor.”

Vale lembrar que um dos fatores quepodem contribuir para a queda nos preços dostags é o ganho de escala. Mas, para que seganhe escala, é necessário que o preço caia.Nesse dilema do tipo “o ovo ou a galinha”, ovarejo parece estar dando um empurrãozinho.

Para aqueles que ainda acham que o RFIDé uma realidade distante, não custa lembrarque, há alguns anos, o Wal-Mart “incentiva-va” seus fornecedores a adotar códigos debarra em suas embalagens. Hoje, seus princi-pais provedores estão enquadrados nessa nor-ma de fornecimento. No Brasil, sabe-se quehá redes que estudam exigir de seus suprido-res de mercadorias a adoção de etiquetas inte-ligentes. É sintomático também lembrar que,nos mais diversos eventos em que o tema éesse, é crescente a presença de representantesdas maiores bandeiras do varejo do país.

CAMADA – Otransponder élaminado entre oliner e o frontal

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Mais flexibilidade

à indústria usuária a compra de lotesde embalagens standard, sem deco-ração. A diversificação da linha seriafeita com o rótulo, reduzindo o custocom estoques de diferentes embala-gens e dando maior flexibilidade àprodução.Avery Dennison(19)3876-7600www.averydennison.com.br

Mais uma evidência de que o mer-cado de rótulos auto-adesivos estáaquecido, devendo continuar a cres-cer de forma significativa: o pesopesado Gafor Distribuidora, do gru-po Gafor, acaba de entrar na área,para comercializar e fornececer pro-dutos da italiana Arconvert, do Gru-po Fedrigoni, líder europeu em pro-dução de papéis especiais para ro-tulagem, segurança e moeda, comfaturamento anual de 500 milhõesde euros.A novidade foi marcada pela inaugu-ração, no final de agosto último, deuma grande unidade de distribuiçãoem São Paulo. Nela, segundo infor-ma Sílvio Fagundes, diretor da em-presa, foram investidos cerca de

Um peso pesado na área de auto-adesivos3 milhões de reais, destinados à ade-quação de armazéns e à compra deequipamentos. Os filmes e papéisserão cortados e acondicionados nasdimensões determinadas no ato dacompra, em sistema de pronta entre-ga, “para minimizar a necessidadede capital de giro dos clientes”.O fornecimento “on demand” repre-senta uma mudança significativa emrelação ao atendimento anterior, feitopela subsidiária que a Arconvertmantinha no país e cuja equipe devendas foi absorvida pela Gafor. Síl-vio Fagundes prevê que a nova ope-ração elevará o faturamento da distri-buidora dos atuais 25 milhões dereais para 40 milhões de reais em2005. A nova atividade se insere naestratégia de expansão e diversifica-ção de negócios do grupo Gafor, queatua nos segmenos de logística, ter-ceirização de frotas, empreendimen-tos imobiliários, agropecuária e distri-buição de insumos para a indústria.Gafor Distribuidora(11) 3904-9693www.gafor.com.br

O mercado de bisnagas plásticas,cujo potencial foi retratado porEMBALAGEMMARCA há mais de umano (edição 47, julho de 2003) é oprincipal foco da Avery Dennisonpara o seu laminado para auto-ade-sivos Fasson FlexFilm, agora dispo-nível no Brasil.Também conhecido como “squeeza-ble”, esse novo filme aposta no seunível de transparência e na resistên-cia à tração no sentido longitudinalpara ganhar espaço na decoraçãode bisnagas. Composto por uma pe-lícula de poliolefina transparente de50 micra com top coating e com oadesivo Fasson S0250, o FlexFilmadere em diferentes substratos,como PEAD, PEBD, PP, PVC e PET.A opção por auto-adesivo permitiria

Na profusão de eventos técnicosque toma crescentes parcelas detempo de empresários e funcioná-rios das empresas, a ABIEA – Asso-ciação Brasileira das Indústrias deEtiquetas Adesivas buscou um cami-nho diferente para estreitar o relacio-namento entre os elos da cadeiaprodutiva desse segmento: um en-contro bienal de fornecedores,prestadores de serviços e converte-dores, no qual o traço principal é aamenidade. Assim, de 19 a 21 deagosto último, a entidade promoveu,no Hotel Sofitel da Costa do Sauípe(BA), o 9º Encontro Nacional deConvertedores de Etiquetas Adesi-vas. Apesar do lazer que o local ofe-rece, a troca de informações carac-terizou o aspecto profissional doevento, do qual participaram mais de300 pessoas.Os trabalhos começaram com a pos-se da diretoria, que foi reeleita.Tam-bém houve palestras do jornalistaAlexandre Garcia, dos especialistasem recursos humanos e administra-ção Alfredo Rocha e Professor Gretz,e do presidente da Abigraf – Associa-ção Brasileira da Indústria Gráfica,Mário César de Camargo. Duranteos intervalos para café, podia-se visi-tar os stands dos patrocinadores eapoiadores, estabelecer contatos etrocar informações e cartões de visi-ta. Ao final do evento, o presidenteda ABIEA, Umberto Giannobile, pre-feriu não opinar sobre sua qualidadee seus resultados, deixando o julga-mento “a critério dos participantes”. O 9º Encontro de Convertedores teveo patrocínio das seguintes fornece-dores: ANI (Akzo Nobel Inks), AveryDennison, Braga Produtos Adesivos,Colacril, Etirama, Fasson JAC, Gu-tenberg, MLC Facas de Precisão,Otiam, Ripasa, Rotatek e RR Papéis.E o apoio de Arconvert/Gafor, Com-print, GGS, KM Papel, Praxair, Voto-rantim e Abflexo/FTA Brasil.

Um jeito ameno narelação de negócios

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uem investe continuamenteno fortalecimento de suasmarcas sabe os prejuízos que

a pirataria pode trazer. Produtos falsi-ficados hoje são oferecidos até por e-mail. E, pior para os donos das marcascopiadas, as contrafações nem sempresão grosseiras.

Nas artes gráficas, o avanço datecnologia digital, principalmente nagravação de matrizes, melhorou muitoa qualidade de impressão. Mas a mes-ma tecnologia que permite que seatinjam padrões de excelência impen-sáveis num passado recente também éacessível aos contraventores.

Pensando em oferecer a seusclientes proteção contra a pirataria, aGráfica RAMI, de Jundiaí (SP), espe-cializada na impressão de rótulos, dis-ponibilizou em seu parque uma tecno-

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logia de retículas de segurança quepossibilita ocultar logotipos, textos,microtextos, assinaturas e imagensnos rótulos. Trata-se de um softwareque esconde informações na impres-são, impedindo que essas sejam vistassem o uso de um filme de checagem.

Num mesmo produto pode-secombinar até cinco tipos de retículaestocástica e seis tipos de retícula con-vencional (esta pode ter diferentes li-neaturas dentro de uma mesma ima-gem e/ou produto).

O problema para os falsificadoresocorre quando se tenta copiar o origi-nal. Quando os fotolitos (ou as chapas,quando o processo é filmless) sãoqueimados, as mensagens escondidastornam-se visíveis, evidenciando asreproduções não autorizadas.

QProteção oculta

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RECURSOS COMBINADOS – Comampliação de 1600%, percebe-seo uso de retículas estocástica e convencional combinadas, e o microtexto de segurança, recursosque dificultam a falsificação

EVIDÊNCIAS – Com o auxílio deum filme de checagem é possívelver as imagens ocultas no rótulo,invisíveis a olho nu. O mesmoresultado acontece quando setenta reproduzir o original

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ambiente >>> reciclagem

uando se consolidou como uma das principaismatérias-primas na indústria de embalagem, oPET se tornou alvo da pecha de “inimigo ecoló-gico”. Adotada no Brasil pioneiramente pelo

mercado de refrigerantes, no qual hoje acondiciona mais de70% da produção nacional, a resina chegou a enfrentar pro-testos de ambientalistas, insuflados por imagens de rios po-luídos com superfícies tomadas por garrafas PET. Mas acadeia produtora desse tipo de embalagens vem aos poucosconseguindo apagar esse estigma.

Ao aumentar ano a ano seus índices de reciclagem, quealcançaram a marca de 40%, ou 120 000 toneladas, em 2003,os fabricantes de embalagens PET mostram que o materialnão está fadado a ser um vilão ambiental. O esforço para mu-dar esta imagem fica claro, entre outros exemplos, nas açõesde reciclagem empreendidas no Brasil pelo grupo italianoMossi & Ghisolfi (M&G), cuja operação local é focada nodesenvolvimento de resinas para os mercados têxtil e deembalagens PET.

Medidas simplesControlador da Rhodia-ster, o grupo M&G acaba de anunciarresultados recordes obtidos pela Recipet, sua instalação dereciclagem de embalagens situada em Indaiatuba (SP). Se-gundo comunicado, a capacidade de reaproveitamento daunidade foi ampliada em 40%, e apenas em junho último aRecipet reciclou 1 125 toneladas de PET, ou mais de 1 mi-lhão de embalagens por dia.

Numa prova de que o incremento dos índices de recicla-

Produtora de resinas PET bate recorde de reciclagem de embalagens

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Ponto a favor do reuso

gem desse tipo de plástico não exige grandes sacrifícios, aempresa diz que o ganho de performance da Recipet não foiobtido com “gastos em novos equipamentos”. Na verdade, aampliação é atribuída a medidas aparentemente simples,como maior manutenção dos equipamentos, gerenciamentomais eficaz da cadeia de suprimentos e, principalmente, me-lhor manuseio das embalagens usadas, conseqüência diretado treinamento de funcionários.

Com o aumento da capacidade da Recipet, o grupo M&Gespera ser responsável neste ano por cerca de 12% da recicla-gem nacional de PET, quatro pontos percentuais a mais doque a participação de 2003, quando a unidade de Indaiatubaalcançou a média de 770 toneladas recicladas por mês.

“É um resultado satisfatório, que demonstra nosso com-prometimento com a reciclagem, e comprova que a empresa

Apesar de a maior parte do lixo urbano ser com-posta por materiais orgânicos, a associação entreresíduos sólidos e embalagens é muito forte. Aimagem negativa que isso traz para a cadeia deembalagens afeta consumidores e legisladores, oque cria potenciais riscos para a indústria, dosfornecedores de matéria-prima aos end-users.É inegável que a cadeia de embalagem tem res-ponsabilidades a assumir. Recuperar e reciclar as

embalagens descartadas são atividades vitais paraque se melhore a qualidade de vida das pessoas. En-tretanto, essas tarefas esbarram, muitas vezes,numa questão simples: boa parte das embalagensproduzidas não traz a identificação do material pre-dominante. E, nesse ponto, com pouco esforço a in-dústria pode dar uma grande contribuição.Por isso, a Abre – Associação Brasileira de Embala-gem está lançando uma campanha para a correta

Alumínio Aço Vidro Reciclado PET PEAD PVC PEBDPapelreciclável

Abre lança campanha para divulgar símbolos de reciclagem

Mais de 1 milhão de embalagenssão recicladas por dia na Recipet

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Abipet(11) 3801-3497www.abipet.org.br

CEMPRE(11) 3078-1688www.cempre.org.br

Grupo Mossi & Ghisolfi(11) 5502-1509www.rhodia-ster.com.br

leva a sério o impacto ambiental da fabricação de embala-gens PET”, diz Guido Ghisolfi, presidente da M&G’sTechnology and Manufacturing, companhia do grupo.

Não obstante esse tipo de conquista, as embalagens fei-tas de PET reciclado praticamente não são usadas no Brasilpara acondicionar alimentos e bebidas, justamente os mer-cados que consomem os maiores volumes da resina. Os flo-cos reciclados são destinados basicamente à produção de fi-bras têxteis, cerdas de vassouras e trabalhos artesanais.

É por isso que, além de programas de coleta seletiva,parte dos fabricantes brasileiros de embalagens PET sus-tenta que um aumento mais expressivo nos índices de reci-clagem do setor demandaria a disseminação do chamadoprocesso “bottle-to-bottle”, que consiste no uso de garrafasusadas para a produção de novas garrafas de bebidas.

De acordo com a Abipet, associação que representa osfabricantes brasileiros de embalagens PET, isso não ocor-re no país por determinação da Anvisa (Agência Nacionalde Vigilância Sanitária) de que somente material virgempode entrar em contato direto com alimentos e bebidas.Uma das razões de tal restrição é o risco de contaminação,existente pelo fato de boa parte do material coletado terorigem em lixões.

Em outros países, contudo, há demonstrações da viabi-lidade do “bottle-to-bottle”. Segundo o Compromisso Em-presarial para Reciclagem (CEMPRE), as indústrias de be-bidas dos Estados Unidos e da França já usam garrafas PETrecicladas, desde que contenham o mínimo de 60% de ma-terial virgem. Isso é permitido porque os órgãos de contro-le sanitário desses países sabem que, após o consumo, asembalagens usadas vão diretamente para as usinas de reci-clagem, sem passar por aterros sanitários.

identificação das embalagens com os símbolosde reciclagem de cada material, incluindo o picto-grama da reciclagem, que indica ao consumidoro descarte seletivo. A entidade disponibiliza emseu site arquivos em CorelDraw, Illustrator eJPG com esses símbolos. O endereço éwww.abre.org.br/conheca_ma.htm.

PP PS Plásticos(outros)

Resíduo reciclável

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design >>> veterinários

or mais que o público veja por trásdas embalagens dos produtos umaempresa como “confiável e comsólida credibilidade”, ela pode não

obter o melhor rendimento dessa imagem sefor considerada também “relativamente fria edistante”. Pelo menos foi o que deduziu a Ba-yer, com base em recentes pesquisas quemostraram tais resultados em relação à suaLinha Pequenos Animais. Se isso é gravequando se trata de gente, pior ainda no casode bichos de estimação, considerados comomembros da família por seus donos, como in-dicou outra pesquisa, encomendada pela divi-são de produtos veterinários da empresa.

Ocorre que as mesmas pesquisas suge-riam que, no mundo de hoje, as pessoas cadavez mais procuram produtos e empresas queofereçam não só credibilidade e responsabili-dade, mas também afetividade e relaciona-mento. Ante tais constatações, a Bayer tratoude utilizar o mais poderoso instrumento decomunicação direta de que dispunha – ouseja, as embalagens dos produtos – para mos-trar sua face mais amigável e chegar maisperto do consumidor e do médico veterinário.

Assim os frascos, blisters e cartuchos daslinhas Vermicida, Parasiticida, Antipulgas,Dermatológica e Antibióticos, que permane-ciam inalterados desde o início dos anos1990, foram redesenhados pela Zgraph De-sign, com modificações sutis, a fim de que aidentidade dos produtos não fosse perdida.As ilustrações e fotos que vinham estampa-das nos rótulos de forma relativamente aca-nhada foram substituídas por fotos novas deanimais domésticos, e a tipologia ficou maismoderna.

Em algumas embalagens foi mantido oamarelo de fundo visto pelo consumidorcomo um fator de identificação. Como a cre-dibilidade da marca Bayer mostrou ser muito

Bayer muda embalagens para atrair mais os donos de animais de estimação

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Pensando nos“membros da família”

EQUITIES – Na reformulaçãodas embalagens da LinhaPequenos Animais, da Bayer,as mudanças introduzidasforam sutis, como pode servisto nas comparações dasversões antigas com as atuais

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AÇÃO

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forte perante o público pesquisado (consumi-dores, médicos veterinários e donos de petshops), o frontal das embalagens ganhou a as-sinatura “Se é Bayer, é bom”. Os mascotes,que passaram a fazer parte da embalagem,ilustram também a indicação do peso do ani-mal, já que as raças foram escolhidas para re-presentar os tamanhos existentes.

Os cartuchos e as cartelas foram impres-sos em Cartão Duplex Super 6 Hi-Bulky daSuzano, variando a gramatura de acordocom a utilização e o conteúdo, nas gráficasRosset e Ibratec. A embalagem aerossol, emlata de aço, para a linha parasiticida, foi fei-ta na Prada.

Os rótulos em flexografia de DrontalPuppy, Baytril Injetável e Bolfo Talco são daSangar, e os da linha dermatológica são im-portados. A empresa não revela quem são osfabricantes das outras embalagens.

A Turma da BayerParalelamente à modernização das embala-gens de sua Linha Pequenos Animais, a Bayer

Rosset(11) 5642-1944www.graficarosset.com.br

Ibratec(11) 4789-4200www.ibratecgrafica.com.br

Polaris(11) 4158-3037

Prada(11) 5682-1000www.prada.com.br

Sangar(11) 5588-1900www.sangar.com.br

criou uma campanha de relacionamento comconsumidores, lojistas e médicos veteriná-rios, cujo eixo é a “Turma da Bayer”, com-posta por cães reais, tratados e treinados. Atrupe começou a rodar o Brasil em uma vanestilizada, em agosto último, realizandoshows de demonstração de habilidades. Fo-ram criados também materiais complementa-res, como bonecos infláveis, barracas paraações de conscientização sobre problemas dezoonoses, estímulo da posse responsável ebenefícios de se ter um animal de estima-ção.O objetivo central é demonstrar que a Ba-yer tem “a solução certa, na dose certa”, paraas doenças e pragas que atormentam os ani-mais de estimação.

SLOGAN – No redesenho, as embalagens ganharam a mensagem “Se é Bayer, é bom”

DEPOISANTES

"ASSINE

Assinatura por 1 ano com 12 exemplares (grátis uma edição de Luxo ou um Almanaque especial)Forma de pagamento: Depósito em conta corrente Boleto bancárioValor: 1 x R$ 90,00 2 x R$ 47,50

Preencha os dados abaixo e envie a ficha por fax (11 5182-9463) e aguarde os dados bancários para depósito ou o boleto bancário.Se preferir, preencha o formulário em nosso site (www.embalagemmarca.com.br).

EMPRESA (RAZÃO SOCIAL):

NOME COMPLETO:

CPF OU CNPJ:

CARGO:

ENDEREÇO:

CIDADE: ESTADO: CEP:

TELEFONE: ( ) RAMAL: FAX: ( )

E-MAIL:

RAMO DE ATIVIDADE DA EMPRESA:

NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS:

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O Grupo Pão de Açúcar tem buscado a todo momento se diferenciar no mercado. Temos uma linhade trabalho que busca o padrão de excelência em tudo o que nos propomos a fazer, pois temoscomo missão exceder as expectativas dos nossos clientes. No caso de embalagens de Marcas Pró-prias nossa missão é encantar nossos clientes, fazer com se sintam valorizados. Através de nossasembalagens buscamos fidelizar os nossos consumidores. Ao agregarmos diferencial competitivoem todos os nossos projetos de Marcas Próprias frente à concorrência (produtos e embalagens),fortalecemos nossa imagem e incrementamos a lucratividade de cada uma de nossas bandeiras.

Sabemos onde queremos chegar, só estamos no começo da caminhada e há muito o que fazer. Pre-tendemos fazer das Marcas Próprias da CBD uma referencia mundial em qualidade e inovação, co-locando o Grupo Pão de Açúcar na vanguarda das melhores redes de varejo. Esse comprometi-mento e profissionalismo fez com que o Grupo Pão de Açúcar recebesse em 2004 o prêmio de "Em-presa do Ano - 2004" da ABRE - Associação Brasileira de Embalagem. Foi o reconhecimento à sig-nificativa contribuição que o Grupo Pão de Açúcar deu ao avanço do mercado de embalagens.

Em conseqüência do novo posicionamento adotado pelo grupo desde maio de 2001, visando epriorizando a qualidade e a inovação, o segmento de embalagens passou a ser um dos grandesfocos de investimento pela empresa. Hoje as nossas linhas das marcas Mr. Valley, Pão de Açúcar,Extra, Barateiro/Compre Bem, Sendas e Good Light somam aproximadamente 3.600 produtos dife-rentes já lançados em nossas lojas.

Acreditamos que inovação e diferenciação são as palavras que ditam as regras para aquelas em-presas que pretendem se destacar e crescer. Por isso acredito que a revista EmbalagemMarca,dada sua reconhecida seriedade no setor de embalagens, pode contribuir muito para o crescimen-to do negócio de Marcas Próprias no Brasil. Consideramos EmbalagemMarca um referencial parao conhecimento e o desenvolvimento de todo profissional de embalagens.

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inovação >>> chás

ara os consumidores ortodoxos,não há outra maneira de se prepararchá que não pela infusão de folhasem água fervente. Mas até mesmo

esses devem reconhecer que sem inovaçõescomo os sachês de papel-filtro, ou mesmo asversões prontas para beber, que inseriram a ca-tegoria na disputa com as indústrias de sucos erefrigerantes, talvez o chá não tivesse alcança-do o número de apreciadores de que frui hoje,além do status de uma das bebidas mais consu-midas mundialmente – há quem diga que atrásapenas da água.

Para desgosto dos mais tradicionalistas, ealegria daqueles que buscam acima de tudo pra-ticidade na hora de tomar chá, um passo alémna maneira de consumir a milenar bebida foidado recentemente pela empresa alimentícia Dr.Oetker, que lançou no Brasil o InstanTea. Comoo nome indica, trata-se de um chá instantâneo,cujo preparo se assemelha aodos refrescos em pó: basta adi-cionar uma mistura liofilizadana água e mexer.

Mas a maior novidade doproduto parece reservada asuas embalagens, que diferemtotalmente dos cartuchos carto-nados normalmente usados para acondicionaros usuais saquinhos de papel-filtro. O novo cháda Dr. Oetker é vendido em sachês individuaiscom forma de stick, por sua vez agrupados numestojo semi-rígido feito de PVC transparente.

VisibilidadePor contar com um suporte plástico na base, quemantém o produto em pé, aumentando a visibi-lidade nas gôndolas, a solução é definida como“uma embalagem tipo display”. Fornecidospela divisão de embalagens plásticas da Rigesa,os cartuchos são dotados de sistema de travasformado por abas, que permitem fechamentoapós cada ocasião de consumo.

Na parte gráfica, as possibilidades de im-pressão da superfície de PVC permitiram à

Dr. Oetker lança chá em pó e cria novo conceito de embalagem no segmento

agência de design Segmento, que desenvolveu olayout da marca, explorar o uso de cores vibran-tes e grafismos sofisticados. O sistema de im-pressão adotado nos cartuchos foi o off-set, com

acabamento de verniz UV.Além de qualidade visual, épossível dizer que o projetotransmite sintonia entre os gra-fismos do cartucho e as dife-rentes cores dos sticks (umapara cada um dos quatro sabo-res do InstanTea).

Já nas embalagens primárias, a preocupaçãomaior parece ter sido garantir barreira não só agases e umidade, mas também a luz, já que osestojos transparentes não provêem essa prote-ção. Assim, os sticks, fornecidos pela Empax,são feitos de filme laminado, composto por ca-madas de polietileno e PET, além de revesti-mento de alumínio.

Peculiaridades também não faltam na partenutritiva do novo chá. Segundo a fabricante,cada porção individual do InstanTea contémmenos de oito calorias. Ou seja, além de umaboa pedida para apreciadores sem tempo de pre-parar a bebida como preconizam os fleumáticosbritânicos, esse novo lançamento da Dr. Oetkerparece ter vindo a calhar para aqueles que que-rem se refrescar sem prejudicar a silhueta.

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Apelo instantâneo

Empax(11) 5693-5400www.empax.com.br

Rigesa(19) 3881-8873www.rigesa.com.br

Segmento(11) 3021-4566www.segcom.com.br

EMBALAGEM DISPLAY -Criados pela Rigesa, car-tuchos de PVC contamcom suporte na base(abaixo), e ficam em pénos pontos-de-venda

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A United Mills, fabricante das barrasde cereais com a marca Trio, estálançando novos produtos no seg-mento de alimentos funcionais. A em-presa acaba de colocar no varejouma linha de cereais matinais batiza-da com a mesma marca das barras,incluindo seis sabores – Trio FiberBran Ameixa, Trio Fiber Bran, TrioGranola, Trio Chocolate e Musli, Trio

Banana e Musli e Trio Frutas e Musli.Além dos novos cereais matinais, afabricante promoveu a total reformu-lação da marca, introduzindo no mer-cado novas embalagens, e ainda,novos sabores das barras de cereais. A mudança da marca Trio foi condu-zida pela a10 Design. As embala-gens de papel cartão são impressaspela Gráfica Gonçalves.

Trio vira cereal matinal

Já está no mercado mais um produtoda Diageo com a marca Smirnoff. Apóso lançamento no Canadá, nos EstadosUnidos e na Irlanda, a linha SmirnoffTwist chega ao Brasil. É uma vodca comleve sabor de fruta, para ser misturadacom refrigerantes, sucos e tônicas.A embalagem é inovadora: uma garra-fa de vidro torcida de 1 litro e rótuloscom cores vivas. O design vem ao en-contro da proposta da bebida: misturae movimento. Também foi aplicadoatrás da embalagem o desenho dasfrutas. As garrafas são da CIV – Com-panhia Industrial de Vidros, os rótulos,da Gráfica 43, e as tampas, da Guala.

Vodca em garrafa diferenciada

A Aymoré, fabricante de biscoitos,está colocando no mercado o MinutoAyrado Aymoré, biscoito salgado emembalagem de conveniência de 189g,com seis pacotinhos individuais. Asembalagens, do tipo flow pack, sãofornecidas pela Itap Bemis

Aymoré entra nomercado de conveniência

A Alcoa está apresentando uma novaaplicação para a tampa Sport Lok,que tem como principal mercado o deáguas minerais: garrafas para bebi-das alcoólicas, como cachaça. A tam-pa já é utilizada no Nordeste pelaYpioca Agroindustrial na cachaça Sa-pupara. Um dos principais atrativospara este segmento é a função dosa-dora da tampa. A garrafa de PET éfabricada pela própria Ypioca. Os ró-tulos são da Newgraf, de Fortaleza.

Sport Lok para cachaça

A Sucos Del Valle do Brasil estáentrando de cabeça no segmento desucos prontos de frutas adicionadosde soja, com a linha Mini Valle Soja.Ela estréia no mercado nos saborespêssego e maçã, e em caixinhascartonadas assépticas de 200ml daTetra Pak. O desenho das embala-gens é assinado pela agênciapaulistana Packing Design.

Del Valle agora é mini

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O café Giro mudou a embalagempara aumentar o impacto no ponto-de-venda e ser percebido como umproduto de melhor qualidade. Asimagens selecionadas procurammostrar o sabor do café e a quali-dade dos grãos. As embalagens impressas emrotogravura são de pet metalizadoproduzidas pela João F. Camargo,com layout da Packaging Design.

Café Giro em pet metalizado

A Batavo amplia sua linha deprodutos especiais com o lan-çamento do leite Sensy, quetem 90% menos lactose que oleite tradicional. A embalagemé produzida pela Tetra Pak,com impressão em photopro-cess. O layout é da KomatsuDesign.

Menos lactosena caixinha

Dando continuidade à estratégia delevar a arte e acessórios modernospara o consumidor, Omo Cores lançaa edição limitada de embalagens ilus-tradas por crianças e jovens carentesdo Projeto Aprendiz, uma ONG fun-dada há sete anos em São Paulo. A linha Omo Cores by Projeto Apren-diz está disponível nas versões 1 kg e500g, e é composta por três embala-

gens diferentes, sendo que cada umadelas retrata, no verso do cartucho,um tipo de arte utilizada por essascrianças e jovens: grafite, mosaico epintura em azulejo. As embalagenssão produzidas pela Dixie Toga empapel cartão duplex couchê, impres-sos na Toga.Parte das vendas do produto será re-vertida para o Projeto Aprendiz.

Omo ajuda Projeto Aprendiz

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76 >>>>>> EmbalagemMarca >>>>>> sseetteemmbbrroo 22000044

PP na área de copos...

A Braskem está desenvolvendo um po-

lipropileno para brigar com o poliesti-

reno como matéria-prima de copos

plásticos descartáveis. Esse mercado

consome anualmente cerca de 60 000

toneladas de resina.

...para brigar com PS

Para tanto, a Braskem está investindo

R$ 30 milhões em P&D e vai adquirir

28 máquinas produtoras de copos, as

quais pretende fornecer a transfor-

madores em regime de comodato, em

troca de exclusividade como provedo-

ra da resina por cinco anos.

Tilibra na agenda da Rigesa

Por meio de sua subsidiária brasileira,

a Rigesa Celulose, Papel e Embala-

gens, a americana MeadWestvaco Cor-

poration adquiriu o controle acionário

da Tilibra, tradicional marca de cader-

nos e agendas.

Maior desova

De acordo com a Associação Brasileira

da Indústria de Máquinas e Equipa-

mentos (Abimaq), o faturamento dos

fabricantes de máquinas para plásti-

cos subiu 55,5% no primeiro semes-

tre, passando de R$ 207 milhões para

R$ 322 milhões. O motivo é a recupe-

ração econômica.

Relacionamento novo

Lúcio D’Almeida, diretor de Customer

Management da Unilever Bestfoods

do Brasil, é o novo presidente da Asso-

ciação ECR Brasil pela indústria. Ele

substitui Orivaldo Onofre Galasso,

também da Unilever, que ocupava o

cargo desde 1997. Em dezembro, ha-

verá eleição para o cargo.

Focada na fabricação de itens meca-

trônicos para a automação do chão de

fábrica, como motores, servo-contro-

ladores e robôs, a subsidiária brasilei-

ra da japonesa Yaskawa está comple-

tando 30 anos no Brasil. Recentemen-

te, a empresa inaugurou um escritório

em Campinas (SP).

Portal dos pampas

A Rede Gaúcha de Design lançou seu

portal na internet (www.rgd.org.br).

Nele, é possível encontrar notícias,

agenda de eventos e informações so-

bre prestações de serviços, entre ou-

tros pontos.

Grande fabricante de embalagensplásticas sopradas – a maior daAmérica Latina, como ela própria res-salta –, a Sinimplast está completan-do vinte anos de atividades. Nascidada aquisição da divisão de embala-gens da indústria de produtos de lim-peza doméstica Orniex, em Diade-ma, na Grande São Paulo, a compa-nhia hoje ostenta cinco plantas in-dustriais, sendo três no Estado deSão Paulo (a de Diadema, uma emOsasco e outra em Vinhedo, que fun-ciona in-house na fábrica de produ-tos de higiene pessoal e de cosméti-cos da Unilever), uma no Rio de Ja-neiro e outra no Recife. Ao todo, essas unidades abrigam oitenta máquinas, empregam quase 1 000pessoas e produzem mais de 1 bi-lhão de frascos por ano. Em 2003, a empresa faturou 200 milhões dereais. Para este ano, prevê um faturamento 10% maior.Apta a produzir frascos de até 20 li-tros, a Sinimplast atende hoje osmais variados segmentos industriais.Entre os principais usuários de seus

recipientes estão nomes como Unile-ver, Avon, Johnson & Johnson, Col-gate-Palmolive, L’Oréal, ReckittBenckiser, Quaker, Natura, Total Quí-mica e DM Farmacêutica. Para aten-der à demanda dessas indústrias depeso, consome cerca de 28 000 to-neladas de resinas por ano, entre po-lietileno de alta densidade (PEAD),polietileno de baixa densidade(PEBD), polipropileno (PP), PVC,PET e PETG (PET aditivado com gli-col). A Sinimplast integra um grupoempresarial que fatura anualmente2,1 bilhões de reais e cujos negóciosse estendem aos ramos de transpor-tes, revenda de automóveis e desen-volvimento de soluções de e-busi-ness, através da empresa MasterBiz.Neste ano, a companhia pretendedesembolsar de 6 a 10 milhões dereais em mais uma renovação deseus parques industriais. Para 2005,o plano é de aposta em internaciona-lização, com a inauguração de unida-des na Argentina e no México.

(11) 4061-8300 www.sinimplast.com.br

Sopro de velas na Sinimplast

A multinacional belga UCB anun-

ciou ter assinado um acordo para a

venda de seus negócios em filmes

para embalagens, por um total de

320 milhões de euros. O comprador

é um consórcio liderado por Dennis

Matthewman, ex-executivo da área

química, e pela Candover Partners.

Especializada em soluções celulósi-

cas (celofanes) e em filmes de poli-

propileno bi-orientado (BOPP), a di-

visão Films da UCB emprega 1 600

pessoas, tem fábricas localizadas

no Reino Unido, nos Estados Uni-

dos, na Austrália e na Bélgica e es-

critórios de vendas em vários país-

es, inclusive no Brasil.www.ucb-group.com

UCB com intenção de sair dos filmes

Page 77: Revista EmbalagemMarca 061 - Setembro 2004

A KHS Brasil, subsidiária da multina-cional alemã fabricante de equipa-mentos para processos e embala-gem de bebidas e alimentos, anun-ciou recentemente Luiz FernandoGomes como seu novo diretor presi-dente. Ele substitui Clemens Roth.Gomes, 36, esteve por dez anos àfrente da KHS do México, na qualtambém chegou ao cargo de princi-

pal executivo. Segundo ele, seusprincipais objetivos serão promovermaior sinergia entre as subsidiáriasda KHS nas Américas e estreitar ain-da mais o relacionamento com osclientes locais – entre os quais Coca-Cola, AmBev, Schincariol, Kaiser, Lo-kal, Convenção, Hugo Cini, Fruki,Cervejarias Petrópolis, Conti e Malta.

(11) 6951-8343 • www.khs.com.br

Nova liderança na KHS

A Cyklop do Brasil acaba de rece-ber da Association of AmericanRailroads (AAR), dos Estados Uni-dos, aprovação e certificação paratrês tipos de fitas em poliéster utili-zadas no fechamento de embala-gens fabricadas em sua planta deDiadema (SP). Desse modo, expor-tadores brasileiros – principalmentedo segmento de madeira beneficia-da – não precisarão mais recorrer afitas importadas e certificadas paracumprir as exigências das autorida-des americanas. Por motivos de se-gurança, somente produtos arquea-dos com fitas plásticas devidamen-te testadas, aprovadas e certifica-

Fitas para arquear com sinal verdedas pela AAR têm permissão paraentrar no país. Na América Latina,as fitas de poliéster da Cyklop doBrasil são a únicas certificadas pelainstituição americana.(11) 4173-5020 • www.cyklop.com.br

A subsidiária brasileira da multina-

cional alemã Krones, uma das maio-

res provedoras de soluções em equi-

pamentos para linhas de embala-

gens, dará início às exportações de

transportadores, fabricados desde

2001 na planta da empresa em Dia-

dema (SP). O primeiro cliente a

receber os transportadores será uma

empresa da Argentina, que enco-

mendou quatro finais de linha. Com

projetos iguais aos produzidos na

Europa, incluindo o acionamento por

meio de conversores de freqüência,

os transportadores produzidos pela

Krones no Brasil trabalham com cai-

xas, paletes e frascos. Só no Brasil,

já foram fornecidas, desde 2001,

mais de 58 instalações com trans-

portadores produzidos localmente.

A Krones do Brasil também acaba

de vender uma linha de enchedoras

para a Cervejaria Petrópolis, a ser

instalada na planta de Boituva (SP)

da empresa. A linha completa para

62 000 garrafas/hora é, de acordo

com a Krones, uma das mais moder-

nas e avançadas presentes atual-

mente no mercado cervejeiro nacio-

nal. “A obtenção das máquinas faz

parte de nosso plano de expansão

para atender a demanda do merca-

do a médio e a longo prazo”, diz

Douglas Costa, coordenador de pro-

duto da cervejaria.

(11) 4075-9500 • www.krones.com.br

Krones intesifica exportações

Page 78: Revista EmbalagemMarca 061 - Setembro 2004

78 >>>>>> EmbalagemMarca >>>>>> sseetteemmbbrroo 22000044

Rilisa faz aliança no NordesteUnidade de negócios da Ripasa, a

Rilisa quer fortalecer sua atuação

no Nordeste do país, onde acaba

de inaugurar mais um centro de dis-

tribuição. Situada em Pernambuco,

a nova operação conta com unida-

des de apoio nos Estados da Bahia

e do Ceará, que segundo a empre-

sa têm os mesmos “padrão de

atendimento e recursos tecnológi-

cos do centro de distribuição de

São Paulo”. Além de novas instala-

ções, a Rilisa planeja acentuar sua

presença no mercado nordestino a

partir de alianças estratégicas,

como a feita com a DPM Distribui-

dora. Com a união, a distribuição

de papel, insumos gráficos, material

de escritório e suprimentos para im-

pressão e informática da Rilisa pas-

sa a contar com catorze pontos lo-

gísticos e mais de 500 profissionais

em todo o país, envolvidos na distri-

buição de aproximadamente 8 000

itens. “A região Nordeste, com todo

seu potencial de negócios e cresci-

mentos exige cada vez mais aten-

ção”, diz Dalila Vendrame, diretora

comercial da Rilisa.

www.rilisa.com.br � 0800 7014410

Estreitando os laços comerciaisUm grupo de catorze empresários

gráficos estrangeiros esteve no Brasil

no início de agosto para participar de

evento organizado pelo Graphia, con-

sórcio de exportação lançado pela

Abigraf-SP (Associação Brasileira da

Indústria Gráfica) há dois anos. De-

nominada Projeto Comprador, a ini-

ciativa foi feita em parceria com o

Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de

Apoio às Micro e Pequenas Empre-

sas), e visou “estreitar os laços com-

erciais já inicialmente estabelecidos

nas missões realizadas pelo Graphia

fora do país”. Os empresários estran-

geiros visitaram quarenta empresas

brasileiras integrantes do consórcio,

que representa quatro segmentos da

indústria gráfica nacional: embala-

gem, editorial, papelaria e promocio-

nal. A previsão é de que a visita gere

4 milhões de dólares em negócios.

www.abigraf.com.br(11) 5087-7777

Bingo corporativoVai até setembro a promoção

“Esse é tudo de bônus”, que

desde o final do ano passado

está distribuindo prêmios aos

clientes da KSR Distribuidora –

unidade de negócios da Voto-

rantim Celulose e Papel (VCP).

De acordo com a empresa, no

próximo dia 27 de setembro três

automóveis serão sorteados.

Para concorrer é necessário

preencher cupons que são distri-

buídos a cada 400 reais gastos

nas linhas de papéis ou produ-

tos gráficos da KSR. Compras

feitas com o cartão KSR Card

valem o dobro de cupons.

www.ksr.com.br0800 558544

A Agfa lançou em agosto último

a versão 2004 do Agfa Dots,

programa de relacionamento

da empresa que estará em vi-

gor até dezembro. Como já

aconteceu em anos anteriores,

os clientes interessados em

concorrer às premiações são

classificados em três grupos,

de acordo com suas compras

mensais. Quanto maiores os

gastos, mais pontos (dots) são

acumulados, para posterior tro-

ca por prêmios. Os participan-

tes podem receber desde fil-

mes fotográficos a impresso-

ras, walkie-talkies e uniformes

de futebol.

www.agfa.com.br(11) 5188-6444

Agfa Dots versão 2004 vaiaté dezembro

Arte urbana em nova linha de papéisO papel da Suzano produzido na

Unidade de Mucuri ganhou uma

nova identidade. As versões Offset

e Laser agora serão distribuídas

com a marca Paperfect, que segun-

do a empresa já está presente em

quarenta países. Para divulgar a

novidade, a Suzano produziu um

catálogo com pinturas urbanas cap-

tadas em muros e fachadas da ci-

dade de São Paulo. A linha Paper-

fect pode ser encontrada em gra-

maturas que variam de 56g/m2 a

104g/m2.

www.suzano.com.br0800 555100

Page 79: Revista EmbalagemMarca 061 - Setembro 2004

Couché próprio para impressoras laserA VSP lançou no Brasil mais uma

linha de papéis com revestimento es-

pecial, a Couché Nevada. Produzidos

com acabamento fosco ou brilhante,

no formato A-4, os produtos são indi-

cados para impressões a laser. Outro

detalhe peculiar da linha Nevada está

relacionado a suas embalagens carto-

nadas, que têm formato de pastas do-

tadas de alça. Os produtos são distri-

buídos em três gramaturas: 90g/ m2,

115g/ m2 e 170g/ m2.

VSP Papéis EspeciaisSão Paulo: (11) 3392-3390 Outros Estados 0800 550833

Reciclado colorido naturalmenteCada vez mais disseminados no va-

rejo em geral, produtos ambiental-

mente amigáveis também se consoli-

dam como um nicho atraente no

mercado gráfico em particular. Prova

disso é o lançamento da marca Na-

tural Plus, da ArjoWiggins. Composta

por papéis reciclados coloridos, a li-

nha é, segundo a empresa, “a pri-

meira do mundo produzida em esca-

la industrial com corantes 100% na-

turais”.

Disponíveis em quatro cores, os pro-

dutos Natural Plus utilizam corantes

base água obtidos a partir de plantas

cultivadas e de um inseto criado em

escala, a cochonilla. “A utilização de

corantes biodegradáveis reduz o im-

pacto ambiental e permite melhor

reaproveitamento da água resultante

do processo de fabricação do papel”,

diz a nota de divulgação do produto.

Ainda segundo a empresa, todo o re-

síduo produtivo pode ser utilizado

como adubo. A linha está sendo pro-

duzida no formato 66cm x 96cm, nas

seguintes gramaturas:

90g/m2,150g/m2 e

220g/m2.

Day Brasil amplia oferta de blanquetasOs esperados indícios de retomada

da economia brasileira começam a

refletir no mercado gráfico. Atuando no

segmento de blanquetas – estruturas

de borracha que envolvem o cilindro

de impressão off-set – com a marca

Printec, a Day Brasil anunciou a cons-

trução de uma nova fábrica desse

acessório em São Paulo. Segundo a

empresa, serão investidos 5 milhões

de dólares no projeto, que deverá

aumentar a atual capacidade produti-

va em 50%. Com isso, a empresa

quer alcançar a marca de 65 000 m2

de blanquetas produzidos por mês. “O

tempo de entrega dos produtos para

exportação deverá passar de três

meses para um mês”, comemora

Jonathan Graicar, gerente de negó-

cios Printec para a Ásia. Ainda de

acordo com o executivo, a Day Brasil

é a única produtora de blanquetas

para off-set do Hemisfério Sul.

www.daybrasil.com.br � (11) 3613-7744

www.arjo-wiggins.com.br0800 163631

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A Suzano distribuiu a seus clien-tes e acionistas o Relatório Anualde 2003, que contém as demons-trações financeiras e o balançosocial da companhia relativos aoexercício passado. Segundo o re-porte, o lucro líquido das empre-

Suzano divulga resultados de 2003 sas ligadas à Suzano foi de 586,5milhões de reais em 2003, propi-ciando uma distribuição de 127 mi-lhões de reais em dividendos e ju-ros sobre capital próprio. O relató-rio também destaca a moderniza-ção da Fábrica (B), localizada emSuzano (SP), e os estudos para aexpansão da fábrica de Mucuri(BA). Esta última medida visa, se-gundo Murilo Passos, diretor-supe-rintendente da empresa, à consoli-dação da Suzano no mercadomundial de celulose de eucalipto.“Para essa expansão serão dire-cionados 1,2 bilhão de dólares até2008”, adiantou o executivo.

www.suzano.com.br0800 555 100

Com foco no fornecimento de cilin-

dros anilox com gravação a laser, a

subsidiária brasileira da Praxair está

anunciando duas novidades. A pri-

meira é a construção de uma nova

fábrica no Brasil, que deverá ser ins-

talada na grande São Paulo para

priorizar o atendimento dos clientes

das regiões Sudeste e Centro-Oeste

do país. Já a unidade localizada em

Pinhais (PR) está começando a ope-

rar uma nova gravadora laser para

produção de cilindros anilox. “Esse

equipamento permite obter anilox

gravados com geometrias de células

altamente definidas e transferência

de tinta otimizada”, resume Paulo

Lima, gerente de vendas da Praxair.

Fornecido pela IPG Photonics, o pro-

duto conta com tecnologia Ytterbium

Fiber Laser, e opera muito próximo

do range spectral do infravermelho.

(11) 3825-5577www.praxair.com

Praxair anuncia construção de fábrica

Acontece entre os dias 18 e 21 deoutubro próximo, em São Paulo, o37º Congresso e Exposição Anualde Celulose e Papel. Organizadopela ABTCP – Associação BrasileiraTécnica de Celulose e Papel, oevento tem como mote o tema efi-ciência operacional. Nesse sentido,os mais de duzentos expositoresesperados, entre empresas e enti-dades de classe, deverão mostrarsoluções para equacionar controlesoperacionais e aumento de produti-vidade, além de inovações tecnoló-gicas para o alcance da excelênciana indústria de celulose e papel. Aexpectativa da ABTCP é reunir12000 visitantes durante os quatrodias de evento, que acontecerá noTransamerica Expo Center. Entreos expositores confirmados estãoempresas como Voith, Metso Paper,Jaakko Poyry, Dow Brasil, Degussa,Cargill, Basf e ABB.

www.abtcp.org.br (11) 3874-2733

ABTCP faz eventosobre excelênciaprodutiva

A Ripasa obteve uma nova certifi-cação relativa a manejo florestalsustentável. Dessa vez o aval foiconferido pelo FSC - Forest Ste-wardship Council, ou Conselho deManejo Florestal. Cerca de 77 000hectares das fazendas que com-põem os oito parques florestaispaulistas da Ripasa receberam oselo da entidade. As florestas fo-ram certificadas após comprova-ção de que são manejadas de “for-ma socialmente justa, economica-mente viável e ambientalmentecorreta”.

www.ripasa.com.br0800 11 32 57

FSC certificaRipasa

A Flint Ink anunciou o lançamento

da Arrowbond Ultra, sistema de

tinta para laminação, que, segun-

do a empresa, reduz custos para

uma ampla gama de aplicações

na área de embalagens. Para Mi-

chael Impastato, executivo da

Flint Ink nos Estados Unidos, a

Arrowbond Ultra representa a pró-

xima geração em tintas para lami-

nação. “Além de qualidade de im-

pressão, o sistema oferece baixa

retenção de solventes”, fala Im-

pastato.

www.flintink.comNo Brasil: (11) 4613-5287

Novas tintas para laminação

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Almanaque

82 >>>>>> EmbalagemMarca >>>>>> sseetteemmbbrroo 22000044

Nos anos 60, a Procter & Gam-

ble percebeu uma insatisfação

dos americanos com as batati-

nhas fritas. Eram muitas as críti-

cas de que elas vinham quebra-

diças e sem uniformidade nos

Ontem e hoje, uma marca antenada

Primeira tacada de mestreEm 1898, 114 panificadorasamericanas se uniram e forma-ram a National Biscuit Com-pany. Com fins de marcar a gê-nese da companhia, seus direto-res decidiram lançar um produ-to que fizesse barulho. Surgiu,então, a idéia do Uneeda Bis-cuit (corruptela do inglês “youneed a biscuit”, ou “você preci-sa de um biscoito”), um biscoitodo tipo água e sal que carrega-ria um diferencial mercadológi-co: chegaria aos consumidoresmais crocante e fresco que os daconcorrência. Para sustentá-lo,a companhia criou o “inner sealpackage”, ou “pacote com sela-gem interna”. Consistia numcartucho em que os biscoitos

saquinhos. Surgiu, então, a idéia

de se fabricar um snack de bata-

ta a partir de uma massa, com

fatias uniformes, que chegariam

intactas ao consumidor por meio

de uma embalagem rígida. As-

sim, a P&G introduziu no mer-

cado americano, em 1968, o

Pringles, já acondicionado no

tubo cartonado multifoliado que

se tornou um dos principais va-

lores dessa marca. Ultimamente,

essa indefectível embalagem –

fabricada nos Estados Unidos

pela Sonoco, com rótulo da

American Packaging Corpora-

tion – tem se notabilizado por

um inglório aspecto: hackers

descobriram que ela funciona

como antena para explorar fa-

lhas de proteção nas crescentes

redes corporativas sem fio.

No Brasil, especialmente no Sul,

“marca diabo” virou expressão

popular para coisa fadada ao fra-

casso, negócio natimorto. O res-

ponsável por isso é João Simões

Lopes Neto, um aristocrata gaú-

cho do século 19. Após estudar no

Rio, ele retornou a Pelotas, sua ci-

dade natal, cheio de idéias empre-

sariais. Na década de 1890, criou

uma vidraria com operários fran-

ceses e montou uma destilaria, da

qual diversos homens de posse

da região se tornaram acionistas.

A guerra civil no Rio Grande do

Sul, porém, gorou os empreendi-

mentos. Com heranças do avô e

do pai, o jovem construiu uma fá-

brica de cigarros, cujos produtos

receberam a marca Diabo. O im-

pacto do nome rendeu algum su-

cesso, mas pressões religiosas le-

varam a empresa à bancarrota.

Abriu, em seguida, uma moenda

de café, criou um elixir à base de

tabaco para combater sarna e car-

rapatos (o Tabacina, que ficou dez

anos no mercado) e fundou uma

mineradora. Todos os negócios

malograram. Sem dinheiro, Si-

mões Lopes Neto viveu como jor-

nalista e escritor até morrer, em

1916. Pelo menos na profissão foi

bem-sucedido: hoje, é reconheci-

do como o pai do regionalismo,

vertente literária nacional pré-mo-

dernista derivada do romantismo.

A triste origemda marca diabo

eram envoltos em camadas do-bradas de papéis parafinados ede papel cartão para atenuar ocontato com a umidade. Hoje,esse sistema protetor pode pare-cer rudimentar. No entanto, amaior vida de prateleira queproporcionou fez do Uneeda umestouro de vendas – o primeiroda empresa que hoje é conheci-da como Nabisco.

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