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www.embalagemmarca.com.br EDIÇÃO ESPECIAL CÓDIGOS DE BARRAS: Falta qualidade • ENTREVISTA: Classe C é uma mina de ouro

Revista EmbalagemMarca 112 - Dezembro 2008

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Edição de dezembro de 2008 da revista EmbalagemMarca.Visite o site oficial da revista http://www.embalagemmarca.com.br e o blog http://embalagemmarca.blogspot.com

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Page 1: Revista EmbalagemMarca 112 - Dezembro 2008

www.embalagemmarca.com.br

EDIÇÃO ESPECIAL

CÓDIGOS DE BARRAS: Falta qualidade • ENTREVISTA: Classe C é uma mina de ouro

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}}} A ESSÊNcIA DA EDIçÃO DO MÊS, NAS PALAVrAS DO EDITOreDItorIaL

Público-Alvo

EM BA LA GEM MAR CA é di ri gi da a pro fis sio nais que ocu pam car gos de di re ção, ge rên cia e su per-vi são em em pre sas integrantes da ca deia de em ba la gem. São profissionais envolvidos com

o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colocados principalmente nas indús-trias de bens de consumo, tais como alimentos,

bebidas, cosméticos e medicamentos.

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da

Bloco de Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 53

CEP 04718-040São Paulo, SP

Tel.: (11) 5181-6533Fax: (11) 5182-9463

www.embalagemmarca.com.br

Filiada ao

Filiada à

O con teú do edi to rial de EM BA LA GEM MAR CA é resguar da do por di rei tos au to rais. Não é

per miti da a re pro du ção de ma té rias edi to riais pu bli ca das nes ta re vis ta sem au to ri za ção da Blo co de Co mu ni ca ção Ltda. Opi niões

ex pres sas em ma té rias as si na das não re fle tem ne ces sa ria men te a opi nião da re vis ta.

Diretor de Redação: Wilson Palhares | [email protected]

Reportagem: [email protected]éa Espírito Santo | [email protected]

Flávio Palhares | [email protected] Kamio | [email protected]

Marcella Freitas | [email protected] de arte: [email protected]

Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | [email protected] de arte: José Hiroshi Taniguti | [email protected]

Administração: Eunice Fruet | [email protected]

Marcos Palhares | [email protected] Comercial: [email protected]

Juliana Lenz | [email protected] Trojan | [email protected]

Wagner Ferreira | [email protected]

Circulação e Assinaturas (Assinatura anual: R$ 99,00): Soraya Teixeira | [email protected]

Ciclo de Conhecimento: Ivan Darghan | [email protected]

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Experiência e causas externassta edição do serviço Tendên-cias e Perspectivas, que há dez anos EmbalagEmmar-ca oferece a seus leitores no mês de dezembro, foi a que

apresentou maior dificuldade de produção. Atribuímos essa dificuldade ao que na inti-midade chamamos de “causas externas”, já que ao longo do tempo a experiência da equipe para desenvolver tal trabalho apenas se acumulou. Desta vez o time contou com a vantagem de estar reforçado pela contrata-ção da jornalista Andréa Espírito Santo, que registra em seu currículo larga experiência de cobertura nas fundamentais áreas de equipamentos e de logística.

Mais que isso, a revista acrescentou no planejamento de Tendências e Perspectivas 2009 a presença de seus profissionais em grande número de eventos relacionados ao setor de embalagem, no Brasil e no exterior, sendo que a dois deles (Pack Expo, em Chicago, nos Estados Unidos; e Emballage, em Paris, na França) enviou em novembro último quatro pessoas.

Contribui fortemente para esse serviço, ainda, a constante troca de informações com empresários, profissionais e especia-listas atuantes na área. Além disso tudo, a redação tira proveito de informações que, acumuladas nos vinte anos em que a Blo-co de Comunicação atua no jornalismo de embalagem, constituem hoje sólido banco de dados especializado no assunto.

Apesar da solidez dessa base, não é

absolutamente seguro fazer previsões por-menorizadas sobre o andamento que pode-rão ter diferentes segmentos da economia envolvidos na produção e no uso de emba-lagens para produtos de consumo. É aí que entram as tais “causas externas”, expressão que pode ser lida como efeitos da crise financeira global. Um deles é a extrema cautela que as pessoas consultadas adotam quando convidadas a fazer previsões sobre o futuro próximo.

Mesmo assim o serviço Tendências e Perspectivas para 2009, coordenado por Guilherme Kamio, identifica alguns eixos de orientação que, sendo adotados – com a necessária cautela, sem cometer temeridades – pelas empresas em seu planejamento, sem dúvida contribuirão para que atravessem a crise que chegar e entrem mais fortes e maiores na etapa seguinte. Entre esses eixos, ou forças motrizes, situa-se a estratégia de investir no aperfeiçoamento da produção, em novos produtos e em sua qualidade.

É, em síntese, o que as fontes consul-tadas para a elaboração de Tendências e Perspectivas 2009 aconselham e que, de nossa parte, procuramos adotar. Nessa linha, projetamos para 2009 o lançamento de algu-mas novidades. Dentre elas estará o próprio serviço Tendências e Perspectivas, que terá como base principal, no dia 15 de setembro, um Seminário Estratégico com a mesma marca. Boas festas. Até janeiro de 2009.

Wilson Palhares

E

Há muita cautelanas previsões,

mas um dos eixosde orientação

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de crise, podeajudar empresas aatravessá-la e a

entrar mais fortesna etapa seguinte

absolutamente seguro fazer previsões por-menorizadas sobre o andamento que pode-rão ter diferentes segmentos da economia envolvidos na produção e no uso de emba-lagens para produtos de consumo. É aí que entram as tais “causas externas”, expressão que pode ser lida como efeitos da crise financeira global. Um deles é a extrema cautela que as pessoas consultadas adotam quando convidadas a fazer previsões sobre

Mesmo assim o serviço Tendências e Perspectivas para 2009, coordenado por Guilherme Kamio, identifica alguns eixos de orientação que, sendo adotados – com a necessária cautela, sem cometer temeridades – pelas empresas em seu planejamento, sem

Há muita cautela

Page 4: Revista EmbalagemMarca 112 - Dezembro 2008

4 EmbalagemMarca dezembro 2008

Codificaçãocomo resolver o problema dos códigos de barras queapresentam imperfeições (e que são nove entre dez)

8

Celulósicasganha força no brasil o uso de embalagens cartonadascom impressão feita na face interna

44

Cinco perguntassalomão Quadros, coordenador de análises econômicas da Fgv, calcula como a crise pode afetar o setor de embalagem

22

Pack Expocrise fi nanceira ofusca o tema da sustentabilidade e torna-se o principal assunto da feira americana de embalagem

24

Emballagena grande feira francesa de embalagem, a cautela adotada para investir reduz número de interessados em equipamentos

28

Os caminhos do setorseguindo transformações socioeconômicas e de consumo, três “macrodrivers” prometem guiar as embalagens em 2009

16

EntrevistaJoão carlos Lazzarini, da nielsen, afi rma que crise não afetará empresas sintonizadas com estratégias adequadas

36

Lynn Dornblaser48

diretora da Mintel international fala da oportunidade que a pequena quantidade de embala-gens para idosos representa

Químicos 54sistema alternativo à tripla recravação torna mais seguro omanuseio de latas de aço

Eventos 58uma seleção de eventos que podem trazernovidades emembalagens em 2009

Logística 56embalagem de papel reciclado substitui madeira no transportede vidros planos

ESPECIAL

sumÁriO }}} Nº 112 }}} DEZEMBRO 2008

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www.embalagemmarca.com.br

3EditorialA essência da edição do mês, nas palavras do editor

52Painel gráficoProdutos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens

60DisplayLançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens

66AlmanaqueFatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens

7Espaço abertoOpiniões, críticas e sugestões de nossos leitores

6Só na webO que a seção de notícias de www.embalagemmarca.com.br e a e-newsletter semanal levam aos internautas

42PanoramaMovimentação do mundo das embalagens e das marcas

Page 6: Revista EmbalagemMarca 112 - Dezembro 2008

6 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

só na web

Uma amostra do que a seção diária de notícias de www.embalagemmarca.com.br e a e-newsletter semanal da revista levam aos internautas

RECEBA A E-NEWSLETTER SEMANAL DE EMBALAGEMMARCAVisite www.embalagemmarca.com.br/newsletter

e cadastre seu e-mail. Nosso boletim eletrônico, gratuito, é publicado todas as quintas-feiras.

display

Pronto para beberA Nestlé coloca no mercado o Mucilon Pronto para Beber, estreando na categoria de bebidas lácteas infantis à base de cereais. A novidade está disponível em embalagens cartonadas da Tetra Pak de 235 mililitros.

Leia mais em www.embalagemmarca.com.br/mucilonparabeber

internacional

Arte na tequilaA Tequila 1800 lançou uma campanha juntando nove artistas plásticos, de estilos diferentes, para responder por meio da arte à pergunta: “o que você considera especial?”. O resultado foi a criação de nove garrafas colecionáveis, cada uma vendida a 35 dólares.

Leia mais em www.embalagemmarca.com.br/tequila1800

lançamento

Ouro Fino lança água Priscila Fantin

A Empresa de Águas Ouro Fino lançou a Ouro Fino by Priscila Fantin. O produto é envasado em garrafas de PET de 500 mililitros nas cores azul e rosa, recobertas com rótulos termoencolhíveis for-necidos pela Sleever International. O formato da embalagem, segun-do a Seragini, Farné e Guardado, responsável pelo projeto, é basea-da nas curvas da atriz.

Leia mais em

www.embalagemmarca.com.br/ourofinopriscilafantin

bebidas

Smirnoff Black: nova garrafa no BrasilA Diageo traz para o Brasil a nova garrafa da vodca Smirnoff Black. O novo logotipo é retratado por uma águia imperial dourada cober-ta pela marca. A garrafa traz a assinatura Small Batch, referência ao tradicional método de destila-ção artesanal em alambique de cobre. Outra novidade é a tampa de metal, semelhante à usada em perfumes de alta qualidade, e a indicação Black impressa abaixo do logo.

Leia mais em www.embalagemmarca.com.br/smirnoffblack

Page 7: Revista EmbalagemMarca 112 - Dezembro 2008

}}} OPINIõES, críTIcAS E SUGESTõES DE NOSSOS LEITOrESespaço aberto

Prêmio EmbalagemMarca 2008

Parabéns a toda a equipe pela primoro-sa edição da revista com a cobertura do Prêmio EmbalagEmmarca 2008, em outu-bro último. Ler a descrição dos 34 proje-tos bem-sucedidos e seus contemplados foi um grande prazer.

Carlos Caprara Publicitário

São Paulo, SP

Mesmo que tardiamente, não deixa-ria de comentar o Prêmio EmbalagEm-marca – grandEs casEs dE EmbalagEm e a edição da revista sobre o mesmo. EmbalagEmmarca prova mais uma vez que através de trabalho, transparência, honestidade e profissionalismo, qualquer evento tem o mesmo fim: SUCESSO! Isso prova que nossa empresa acertou no investimento ao patrocinar o Prêmio, pois agregar nossa marca ainda desconhecida

aqui no Brasil a uma marca como Emba-lagEmmarca nos traz a certeza de que começamos corretamente e que devemos continuar com essa parceria, que nos tra-rá resultados concretos.

Marco Antonio Dias de Oliveira Gerente comercial

P.E. Latina LabelersSão Paulo, SP

Seminário de sustentabilidade

A Mais Design gostaria de parabeni-zar toda equipe EmbalagEmmarca pelo evento realizado.

Cristiane e Renata Mais Design & Comunicação

São Paulo, SP

Quero parabenizá-los pela coordenação e pelo conteúdo do evento. As discussões foram muito boas, e vêm ao encontro do

que a Avery Dennison também está bus-cando: soluções para os clientes e menor risco ao meio ambiente.

Ursula Sakamoto Gerente de Desenvolvimento

de Novos NegóciosAvery Dennison - Materiais Brasil

CORREÇÕES• Na reportagem “Roda e avisa” (Embala-gEmmarca nº 110, outubro de 2008) Ricardo Schaer foi identificado como representante da Textual. Na verdade, Schaer é gerente de marketing da Rexam.

• O telefone da Gráfica Romiti é (11) 2065-1514. Na reportagem “Um plus em expo-sição” (EmbalagEmmarca nº 110, outubro de 2008) o número está incorreto.

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8 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

}}} cOdiFicaÇÃO

Identificação despedaçadaNove entre dez códigos de barras utilizados no Brasil apresentam imperfeições, encrencando a logística e as vendas de produtos. Como resolver o problema?

número é alarmante: cerca de 90% das indústrias nacionais utilizam códigos de barras fora dos padrões instituídos mundialmente, segundo estimativa da GS1 Brasil – Asso-

ciação Brasileira de Automação (antiga EAN Brasil). “E o mais curioso é que empresas que exportam produtos para Estados Unidos e Euro-pa, mercados mais rigorosos quanto à condição dos códigos, o fazem dentro das regras interna-cionais, inclusive nos solicitando verificações de amostras”, comenta Marcelo Sá, assessor de soluções de negócio da entidade de clas-se. Mesmo sem total qualidade, os códigos não inviabilizam identificações pelos leitores (escâ-neres). “O processo, entretanto, acaba por se tor-nar ineficiente”, lembra Sá.

Os códigos de barras são uma das principais

Por Andréa Espírito Santo

ferramentas utilizadas na automação dos proces-sos, sejam eles logísticos (recebimento, movi-mentação e expedição) ou de vendas (check-outs). Por meio da leitura óptica, as informações são capturadas de maneira rápida e precisa, evi-tando-se, assim, erros de digitação das identifi-cações manuais. Códigos de barras inadequados podem dificultar e até impedir a rastreabilidade de produtos, caixas ou paletes; comprometer o fluxo dos materiais em um centro de distribui-ção; exigir mais mão-de-obra e maior manuseio; e provocar perda de tempo na substituição de etiquetas e utilização de mais insumos – no caso, novas etiquetas codificadas. As conseqüências são aumentos de custos, perda de produtividade e redução da acuracidade do processo.

Para que se consiga a correta identificação e localização de qualquer produto em qualquer elo

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23 segundos

Se os códigos de barras não derem leitura na primeira

passagem pelo leitor, no ponto-de-venda, leva-se em média

dos itens comercializados não “dão leitura” na primeira tentativa, ou não “dão leitura”

de forma algumapara resolver o problema

Em determinados setores, cerca de

7%

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9EmbalagemMarcadezembro 2008www.embalagemmarca.com.br

da cadeia de suprimentos, é necessário que todos os parceiros comerciais tenham um padrão único de identificação e comunicação. A partir dessa premissa, outros pontos devem ser motivos de atenção.

Carlos Santana, gerente de desenvolvimen-to de novos negócios da Psion Teklogix, fabri-cante canadense de impressoras e coletores de dados que atua no Brasil, explica que é possível evitar problemas com os códigos de barras já no momento da impressão. “É preciso garantir qualidade determinando a velocidade correta de impressão dos códigos, observando o volume e o tipo de informação que se vai agregar a eles e o setup adequado das impressoras que gerarão os códigos”, destaca o executivo. “É normal encon-trarmos alguns códigos com um risco branco contínuo cortando suas barras, o que dificulta a leitura pelo scanner. Este é um exemplo típico de manutenção inadequada da impressora.”

A logística nos dias de hoje refere-se e é entendida como uma cadeia integrada, estando

diretamente relacionada ao moderno conceito do gerenciamento da cadeia de suprimentos (Supply Chain Management). E as empresas, ao inova-rem seus processos logísticos, buscam eliminar as infra-estruturas rígidas e dispendiosas que fazem com que a redução de custos e o cresci-mento se tornem desafios assustadores. Outro tema que ganha crescente importância é o da ras-treabilidade dos produtos e materiais.

Desenvolver mecanismos adequados que pos-sibilitem obtê-la assume uma relevância cada vez maior, considerando-se o mercado globalizado e a crescente tendência do consumidor a comprar produtos que tenham a confiabilidade assegura-da. É necessário, portanto, que se leve em con-sideração que diferentes clientes têm diferentes fluxos de produtos por meio de diversos canais ao longo da cadeia de suprimentos, os quais exi-gem respostas logísticas feitas sob medida para cada caso, buscando um ciclo de pedido de com-pra cada vez menor e mais eficiente.

É nesse momento que as empresas fornece-

Sá, assessor da GS1: padronização dos códigos é uma necessidade, para

gerar produtos mais confiáveis

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10 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

doras de embalagens podem agregar significa-tivo valor a seus produtos, proporcionando aos clientes ferramentas para a integração da cadeia de suprimentos.

“Os códigos são a ferramenta usada para gerenciar o fluxo dos produtos e materiais na cadeia de suprimentos, no ponto-de-venda e também na logística reversa (de devolução dos produtos). Uma das soluções para satisfazer os diferentes requisitos está em investir em um padrão único, global e multissetorial, e aplicá-lo com todos os parceiros comerciais para operacio-nalizar os processos ao menor custo possível”, avalia Sá.

Certificação dos códigos de barras O Sistema GS1 é usado por milhões de empre-sas no mundo todo, nas áreas de varejo, saúde, embalagem, transporte, alimentação e têxtil. Cerca de cinco bilhões de códigos de barras são lidos diariamente ao redor do mundo e, de acor-do com um estudo realizado pela GS1 Brasil, já existem no Brasil mais de dois milhões de produ-tos codificados com essa ferramenta.

Um fato preocupante apontado pelo estudo é que, se os códigos de barras não derem leitura na primeira passagem pelo leitor, especificamente no ponto-de-venda, o operador de caixa leva, em média, 23 segundos para resolver o problema.

Os resultados desse transtorno são aumento

das filas nos check-outs e piora no atendimento, gerando insatisfação dos clientes. Além disso, a necessidade de passar várias vezes o produto pelo leitor aumenta os riscos de um operador desenvolver LER (Lesão por Esforço Repetiti-vo). Em determinados setores, cerca de 7% dos itens comercializados não “dão leitura” na pri-meira tentativa, ou não “dão leitura” de forma alguma. Se este item tiver alto giro de vendas, isto pode significar um percentual representativo de atraso na operação de caixa.

A fim de corrigir possíveis defeitos ou erros na impressão dos códigos de barras, a GS1 pro-move desde o primeiro semestre de 2008 um pro-grama de certificação de códigos de barras, que visa verificar e atestar a qualidade dos códigos aplicados a itens comerciais e unidades logísti-cas, com base em requisitos de negócios e em procedimentos e especificações técnicas inter-nacionais.

“Além dos ganhos de produtividade, ou seja, maior velocidade no atendimento no ponto-de-venda e no fluxo de materiais nos centros de dis-tribuição, na separação de pedidos e nas etapas de transporte, as vantagens advindas da padro-nização dos códigos traduzem-se na confiabili-dade das informações dos produtos”, afirma Sá, complementando: “Isso significa que os sistemas de informações utilizados em armazéns, como o WMS (Warehouse Management System, sistema

UpC/ean ou

ean13, UpCa,

ean8 e UpCe:

É a família de

símbolos usada

na identificação

de bens de consumo nos pontos-de-venda

por serem apropriados para ambientes com

altos volumes de escaneamento. Os códigos

UPc/EAN têm tamanho fixo, e foram desen-

volvidos para atender às necessidades do

varejo em geral.

pDF417: conhecido como código de bar-

ras 2D (bidimensional), utiliza simbologia

não-linear de alta densidade, que lembra um

quebra-cabeças. Tem grande capacidade

de correção de erros, permitindo recuperar

100% dos dados em etiquetas danificadas.

O PDF417 é um arquivo de dados portátil

(PDF), e não um mero número de referência

– ele pode armazenar, por exemplo, fotos e

dados biométricos.

Os códigos 2D são

complementares

aos unidimensio-

nais/lineares.

Gs1 Databar: Trata-se de uma família

de símbolos que podem ser escaneados

no ponto-de-venda, são menores que os

códigos EAN/UPc e podem reunir informa-

ções adicionais, como números de série e

números de datas de

validade. Os símbolos

GS1 DataBar já estão

aprovados para uso

nas caixas de des-

pacho utilizadas pelo

setor farmacêutico.

Padrões de codificação variam de acordo com necessidades de diferentes indústrias. Veja as simbologias mais comuns e suas aplicações:

Os tipos mais comuns de códigos de barras

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11EmbalagemMarcadezembro 2008www.embalagemmarca.com.br

de gerenciamento do armazém, em tradução livre do inglês), e outros ao longo da cadeia de supri-mentos terão informações mais exatas, mantendo a acuracidade dos estoques, e eliminando pos-síveis contatos com fornecedores para refazer códigos com defeitos.”

O assessor explica que a certificação proposta pela entidade tem foco não apenas na qualidade de impressão dos códigos, mas também aspectos como a padronização da numeração, espaçamen-to entre barras ou as cores utilizadas.

Tecnologias auxiliaresO mercado já se deu conta dos problemas na impressão e leitura dos códigos de barras há alguns anos. Fabricantes de equipamentos para automação comercial e industrial desenvolveram em seus laboratórios leitores de dados e impres-soras de alta capacidade para reverter esse qua-dro. Escâneres mais modernos permitem a leitura de códigos com falhas e defeitos. Já as impresso-ras estão dotadas de tecnologia que detecta pro-

blemas no momento da impressão, paralisando e corrigindo o processo para que se obtenha máxi-ma qualidade dos códigos.

Andrea Bartholi, especialista de produtos da Videojet, fabricante de impressoras, consumíveis e acessórios, explica que a correta especificação da tecnologia de impressão (jato de tinta, laser

SmartDate5, da Markem-Imaje, mostra imagens padronizadas dos códigos a serem impressos

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12 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

ou termotransferência) e do consumível que per-mita o melhor contraste/aderência no substrato são fundamentais para a qualidade dos códigos de barras.

“A configuração e o ajuste das impressoras nas linhas de produção e a correta criação da mensagem contendo os códigos de barras dentro dos padrões da GS1 contribuirão para a redu-ção de falhas na leitura”, afirma. “O consumível que permita a melhor aderência no substrato, garantirá que os códigos não sejam apagados ou rasurados no momento de sua leitura.”

A Markem-Imaje, outra fabricante de impressoras, con-corda que as falhas devem ser eliminadas na concepção do projeto, levando-se em consi-deração o tripé impressoras-consumíveis-substrato, além de uma correta operação e boa manutenção dos equipamentos.

Um dos destaques do portfólio da empresa é a codificadora por transferência térmica SmartDa-te 5. Seu sistema iconográfico orienta o operador através do menu de configuração e procedimen-tos, ao mesmo tempo em que mostra claramente as imagens selecionadas, visando evitar erros e garantir a correta e eficiente execução dos códi-gos do início até o fim da operação.

O analista de suporte da fabricante americana de coletores de dados Intermec, Clauber Rocha, aponta que, mesmo com todos os cuidados na

geração das etiquetas de códigos de barras, se houver danos durante o ciclo de vida do produto, a tecnologia está avançada para permitir a leitura destes códigos defeituosos.

Um exemplo são os leitores de códigos de barras da tecnologia Linear Imaging desenvol-vidos pela empresa, que permitem a leitura de códigos de barras defeituosos, rasurados, danifi-cados e até em superfícies irregulares.

Essa tecnologia permite a decodificação rápida e precisa de códigos lineares (unidimen-sionais) e 2D (bidimensionais), para leituras de curta e média distâncias. “Este tipo de leitor tem um algoritmo capaz de reconstruir os códigos de bar-ras e decodificá-los”, comenta Rocha.

Santana, da Psion Teklo-gix – que em agosto lançou o coletor NEO com tecnologia que permite leitura de códi-

gos corrompidos –, acredita que a produtividade (entenda-se: velocidade de resposta ao cliente) e a visibilidade dos processos passaram a ser ele-mentos cruciais para as empresas que querem competir no mercado globalizado. “Visibilidade tem impacto direto nos custos, no faturamento e na qualidade de serviços”, afirma Santana. “Isto significa saber o que está sendo produzido ou movimentado, de que forma, quando, onde e por quem. Daí a importância de aliar tecnologia e padronização para manter a eficiência.”

GS1 Brasil(11) 3068-6229www.gs1brasil.org.br

Intermec(11) 3711-6770www.intermec.com.br

Markem-Imaje(11) 3305-9455www.markem-imaje.com

Psion Teklogix(11) 3521-7057www.psionteklogix.com

Videojet(11) 4689-8800www.videojet.com

Linear Imaging da Intermec permite a leitura de códigos de barras defeituosos, rasurados, danificados e até em superfícies irregulares

Coletor de dados NEO, da Psion Teklogix, possui tecnologia que permite leitura de códigos corrompidos

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LgA

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O

Saem os códigos numéricos,

entram os códigos bidimensio-

nais (2D) nas bases das emba-

lagens cartonadas assépticas

da Tetra Pak utilizadas no Brasil.

representados por um pequeno

quadrinho com uma série de pon-

tos (veja o quadro na pág. 45), os

códigos contêm informações sobre

data, fábrica, máquina e bobina

em que as embalagens foram

produzidas. “com essa tecnolo-

gia, conseguimos obter um rígido

controle de qualidade, evitando

qualquer possibilidade de fraude

ou falsificação”, diz a empresa, em

comunicado oficial. “É o primeiro

passo para o rastreamento total

das embalagens, da floresta até a

casa do consumidor.”

Base mais informativaTetra Pak adota códigos 2D em suas caixinhas longa vida

No destaque em azul, o novo código: chance de rastreabilidade

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14 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

}}} tendências & perspectivas 2009

Longe da catástrofeA crise deverá atingir o Brasil, mas com impacto suportável

eria estultice, claro, jul-gar que a situação não é séria e que não possa pio-rar – ou que, do tsunami financeiro, só uma marola

nos atingirá, como açodadamente trom-beteou nosso presidente, para desespero do estafe técnico do governo. O colapso é real. Até agora, porém, as projeções para o próximo ano passam longe da catástrofe.

A opinião mais forte entre os econo-mistas é a de que em 2009 o PIB brasi-leiro crescerá entre 3% e 4%, portanto sem grande ruptura com o perfil dos últi-mos exercícios. Já há quem preveja, com menos otimismo, um desenvolvimento residual, entre 0,5% e 1,5%, se um cená-rio muito ruim se consolidar. Dados os crescimentos tímidos dos últimos anos,

será um grande choque? Afora quem corre para remediar os

prejuízos da infeliz aposta em hedge cambial, as empresas entram em 2009 sem aparentar desespero. Se o arrefe-cimento da oferta de crédito afetará – como já afeta – o consumo de bens duráveis, os produtos de alto giro, aque-les que mais dependem da embalagem como ferramenta de venda, tendem a sentir menos o baque.

Embora tenha se banalizado, o pre-ceito chinês de que crises e oportunida-des são faces da mesma moeda é provi-dencial. Diversos estudos provam que as empresas que continuam a investir em marketing durante os períodos reces-sivos são as que mais lucram quando a economia recupera o vigor. Quem sim-plesmente anula os aportes em imagem

de marca, área em que a embalagem pode contribuir expressivamente, depois costuma se compungir.

O documento especial que ocupa as próximas páginas foi feito para quem encara os próximos meses com predis-posição construtiva. Nele constam uma reportagem sobre as macrotendências para o desenvolvimento de apresen-tações de produtos em 2009; análises de duas respeitáveis exibições inter-nacionais de embalagem, recentemente ocorridas e que apontaram caminhos para o setor (a americana Pack Expo International e a francesa Emballage); e duas entrevistas – uma com o econo-mista Salomão Quadros, da Fundação Getúlio Vargas, e outra com o diretor de atendimento ao varejo da Nielsen, João Carlos Lazzarini. Bom proveito.

S

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16 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

}}} tendências & perspectivas 2009

Equação de valor, diversificação e sustentabilidade: os drivers para 2009

iLustrAçãO: tOM b

ode parecer audácia fazer projeções relativas ao consumo em 2009 num momento em que tarimbados especialistas em indústria e comércio se esquivam de traçar certezas,

incertos de quais serão os impactos das recentes convulsões da economia mundial no Brasil. Mas, pelo menos para a cadeia de valor do packaging, dá para ser assertivo e afirmar que três grandes motores orientarão sua agenda no próximo ano: equação de valor (a popular relação custo/benefício), diversificação e sustentabilidade. Em muitos casos de modo explícito, em outros de modo sutil, às vezes individualmente, às vezes inter-relacionados, esses “macrodrivers” têm ditado significativas tendências em embalagem no mercado nacional.

P

Page 17: Revista EmbalagemMarca 112 - Dezembro 2008

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O fator equação de valor tem ganhado impor-tância em vista de uma expressiva transformação que se sedimentou no Brasil ao longo dos últimos quatro anos. Nesse período, a classe C, formada por famílias com renda mensal média de 1 100 reais, ganhou quase vinte milhões de novos inte-grantes – em grande parte pela melhora de vida nas classes D e E, mas também por perda de poder aquisitivo das classes A e B. Hoje, aponta a Niel-sen, a classe C é composta por mais de 80 milhões de pessoas e responde por 46% do consumo no país. Devido ao avanço dessa camada, muitas indústrias têm revisto seus modelos de negócios para desenvolver produtos com apelo de vanta-gem econômica. A expectativa de recessão tende a acentuar ainda mais esse movimento, que norteou lançamentos importantes em 2008.

A Unilever, por exemplo, promoveu com alar-de a estréia de uma nova versão do seu amaciante de roupas Comfort. Com fórmula concentrada, sem água, o produto garante mais rendimento. Também na seção de lavanderia, o mesmo apelo motivou outra grande multinacional, a Procter & Gamble, a apostar no lançamento da versão líqui-da do lava-roupas Ariel. Revisitados, com emba-lagens diferentes dos padrões de suas categorias, os produtos mostram como o holofote na classe C não significa necessariamente uma situação espinhosa para as marcas líderes – e sinalizam que pode ter ficado para trás a época da priori-zação dos produtos de combate para conquistar o povão.

Um artifício que pode ganhar popularidade é o uso de refis. Nesse campo, 2008 foi palco de um case inspirador, o do creme antiidade Chronos Flavonóides de Passiflora. Ocorre que sempre houve resistência da indústria de cosméticos para trabalhar o conceito de refilagem em produtos com perfil premium. A Natura decidiu remar contra a corrente, desenvolvendo um engenhoso sistema de reposição, feito pela base do pote do creme. “O produto tem feito sucesso, quebrando um tabu”, diz Luciana Villa Nova, gerente de embalagens da Natura.

Devido às crescentes buscas por apresentações econômicas de produtos, o cenário também deve continuar promissor para as embalagens plásticas flexíveis. O panorama recessivo pode estimular migrações de embalagens com preço relativo maior para bolsas e outros formatos de invólucros produzidos com filmes. Uma delas pode ocorrer no mercado de leite longa vida. Em março último, a Cooperativa Languiru lançou no Sul do país, com a marca Mimi, o primeiro leite UHT nacional envasado em bolsa plástica asséptica. Além da Intermarketing Brasil, que distribui no mercado nacional a tecnologia embarcada na embalagem da Languiru, outros fornecedores esfregam as mãos. A DuPont reforçou a divulgação de seus pouches assépticos, e a transformadora Itap Bemis anunciou, recentemente, possuir um filme dedica-do ao produto.

Tamanhos variadosA busca por economia também abre oportunida-des para embalagens com volumes maiores. As já citadas Unilever e P&G, por exemplo, reforçaram neste ano a distribuição de xampus em recipientes

Leite em embalagem flexível longa vida: crescem

os fornecedores

Multipacks econômicas: mais unidades resultam de

flexibilidade produtiva

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Comfort concentrado (abaixo à esq.) e Ariel

líquido: produtos revisitados em nome de mais rendimento

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com volumes mais generosos. Garrafas de PET de 3 litros de refrigerantes da Coca-Cola e da Pepsi também têm presença cada vez maior nos hipermercados.

Por sua vez, o mercado de cervejas utiliza cada vez mais embalagens secundárias para agrupa-mento (multipacks) fora dos tradicionais padrões de seis e doze unidades. Valendo-se da flexibili-dade de fins de linha com automação avançada (mesas acumuladoras robotizadas, por exemplo), empresas como AmBev, Femsa e Schincariol têm usado e abusado do agrupamento de variadas quantidades de latinhas de cerveja com filmes ter-moencolhíveis (shrinks), lançando mão de “paco-tes econômicos”.

Os “pacotões” não são os únicos reflexos de uma forte tendência de diversificação de apresen-tações que tem se acentuado no mercado de cer-vejas. As latas de 473 mililitros, por exemplo, têm ganhado destaque: sua produção quase dobrou em 2007 (fechando aquele ano com crescimento de 97%, para um saldo de 343 milhões de unida-des fabricadas), e continuou a crescer em 2008. Recentemente, a Femsa lançou versões de Sol, Kaiser e Bavária em latas de 500 mililitros. “O ‘latão’ é hoje a grande aposta do setor”, ressalta Renault Castro, diretor executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reci-clabilidade (Abralatas). As empresas do setor – Rexam, Latapack-Ball e Crown – estão inves-tindo em aumento de capacidade, para atender à demanda reprimida. Algumas das novas linhas de produção serão inauguradas em 2009.

A tendência também provocou efeitos nas vidrarias, com o lançamento, pela AmBev, das garrafas retornáveis de 1 litro – apelidadas de “litrões” – das cervejas Skol e Brahma. O padrão é bastante popular em países vizinhos como Argen-tina e Uruguai, e há a expectativa de saber qual será a resposta do consumidor a essa proposta.

Para Enio Rodrigues, superintendente do Sin-dicerv (Sindicato Nacional da Indústria da Cerve-ja), o aumento da procura por volumes maiores tende a crescer em 2009 por causa da lei seca, sancionada em 2008. “Ela influenciou hábitos de consumo de bebidas alcoólicas, diminuindo a venda em bares e aumentando vendas nos super-mercados em cerca de 20%, para consumo nas residências.”

A tiracolo do atendimento a outros canais, como o consumo em festas e casas noturnas, a via contrária também tem obtido êxito. O ano de 2008 consolidou o sucesso da Sol Shot, da Femsa, cerveja acondicionada em garrafa long neck de vidro de 250 mililitros. E, em mais uma prova da diversificação que se abate sobre o negócio de cervejas, semanas atrás a AmBev promoveu o lançamento de uma versão de Skol em lata sleek, com perfil mais delgado, com 269 mililitros de cerveja – alcunhada de “redondinha”. A lata, da Rexam, é dotada de um indicador de temperatura produzido com tinta termocromática, que muda de cor para avisar a temperatura do conteúdo.

Menos inteligência?Embalagens “inteligentes” como a lata da Skol com “termômetro”, cujas conveniências propor-cionadas ao consumidor têm preço, serão afetadas pela crise? É uma dúvida que fica no ar para o próximo exercício. No segmento de alimentos prontos e semiprontos, por exemplo, uma linha de pizzas para microondas, com aquecimento que ocorre graças a uma embalagem especial, foi lançada com frisson pela Sadia – uma das empresas que amargaram prejuízos com o crash financeiro. A Prada, importante fornecedora

Latões de meio litro e garrafa de vidro retornável “litrão”: novidades em embalagem no mercado de cervejas

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de embalagens metálicas, anunciou em 2008 ter competência para fornecer latas de aço “micro-ondáveis” para alimentos. O apelo desse tipo de tecnologia se manterá no cenário de recessão?

Outra indagação diz respeito a uma embala-gem concorrente das latas, a bolsa plástica do tipo retortable – passível de esterilização por autoclave e, portanto, ideal para alimentos sensíveis. Bafe-jada pelo real valorizado, a embalagem, confec-cionada com material importado, vinha galgando importantes espaços em seções como as de pet food e de atomatados – área em que conquistou, em 2008, a adesão de um importante produto, o molho pronto Pomarola, da Unilever. Com a depreciação do real, a oportunidade de desenvol-ver estruturas nacionais para essa embalagem fica ainda mais latente. Resta esperar para ver se algum fornecedor se habilita.

Resta também, para 2009, acompanhar quais serão os desdobramentos da liberação, feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) neste ano, do uso de PET reciclado para a produção de novas embalagens para ali-mentos e bebidas. O Brasil era um dos poucos países que restringiam esse processo. Até agora, no entanto, a autorização não teve grandes efeitos práticos. Meses atrás, a Coca-Cola anunciou que em 2009 começará a utilizar a chamada tecnologia bottle-to-bottle para o uso de PET reciclado pós-consumo em novas garrafas.

Mas não é só o emprego de PET reciclado que poderá causar movimentações em termos de embalagens mais sustentáveis em 2009. Fabrican-

tes nacionais de resinas orgânicas, alternativas aos plásticos, prometem fazer startups ou incrementar suas capacidades produtivas no próximo ano. Uma dessas empresas, a CB Pack, já foi homolo-gada pelo Wal-Mart neste ano, e já fornece para a rede varejista bandejas de bioplástico para o acondicionamento de hortifrutigranjeiros.

No setor de bebidas, em 2009 a sustentabili-dade continuará sendo um incentivo para pesqui-sas e desenvolvimentos de reduções de emprego de matéria-prima em garrafas de PET, campo bastante agitado neste ano.

Alívio de custos e de pressõesO aliviamento tem guiado, em especial, inovações em garrafas de PET para água mineral, produto na alça de mira dos ambientalistas. Garrafas ultra-leves causaram espanto no mercado em 2008. A Krones, por exemplo, anunciou recentemente o desenvolvimento de um recipiente de PET para 500 mililitros de água com peso de apenas 6,6 gramas. Os modelos convencionais desse gênero pesam entre 13 e 16 gramas. Outros nomes fortes em equipamentos, como Sidel, Husky e KHS, vêm também investindo pesado em redução de peso.

A tendência do aliviamento de garrafas vem também ganhando força devido à escalada das tampas com perfil mais baixo, que garantem “enxugamentos” dos gargalos das garrafas. Há uma transição em curso no mercado. Depois de difundirem-se em águas minerais nacionais, essas tampas prometem sacudir o mercado de refrige-rantes.

A Coca-Cola, por exemplo, pretendia estrear em outubro último garrafas com tampinhas meno-res, produzidas pela CSI. O projeto, postergado para o primeiro trimestre de 2009, abarcará ini-cialmente as garrafas de 600 mililitros. “A garrafa, que pesa 28 gramas, ficará 2 gramas mais leve. Economizaremos meio centavo por garrafa”, diz José Mauro de Moraes, diretor de meio ambiente Pizza “microondável” da Sadia: crise afetará investimentos

das indústrias em embalagens mais sofisticadas?

Tampas de perfil baixo da Bericap: economia de material agita o mercado de bebidas

Pouch retortable: o real desvalorizado afetará sua disseminação?

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da Coca-Cola. Além da CSI, Bericap e Álter estão empenhadas na difusão das tampas mais enxutas, e um nome internacional importante, a suíça Cor-vaglia, está de olho no Brasil.

Como ressalta João Carlos Lazzarini, da Niel-sen, na entrevista desta edição (página 36), a con-solidação de um cenário recessivo poderá benefi-ciar os produtos com marcas próprias do varejo, posicionados em faixas de preço menores que as das marcas da indústria. Isso sempre ocorreu em períodos de aperto do poder aquisitivo. Mas, em caso de recidiva, poderá causar reflexos nos mer-cados de itens de higiene pessoal e de cosméticos, nos quais os varejistas intensificaram lançamentos em 2008. O Pão de Açúcar investiu 1,5 milhão de reais no lançamento de sua linha Taeq Beleza, composta por nada menos que trinta itens entre xampus, sabonetes e cremes. O Carrefour, por sua vez, trouxe ao Brasil sua marca de cosméti-cos Les Cosmétiques. Já o Wal-Mart continuou a expandir sua linha de higiene pessoal Equate, de apelo popular.

Taeq Beleza: exemplo da escalada das marcas próprias no segmento de

cuidados pessoais

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para salomão Quadrosperguntas

ificilmente o próximo ano será bafejado pelos fatores que confluíram para os resultados positi-vos obtidos pela indústria em 2008. No entanto, a crise que se avizinha não deverá arruinar o consumo de bens não-duráveis – e de embala-

gens para tais produtos. A avaliação é de Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas da Fundação Getúlio Vargas, que há anos realiza um acompanhamento do desem-penho da indústria de embalagens para a Abre, entidade de classe do setor. Segundo Quadros, o brasileiro pode ter de “apertar o cinto” caso a crise financeira tenha desdobramentos mais sérios e afete os níveis de emprego. “Mas os bens de largo consumo têm demanda estável e sua aquisição não deve oscilar de forma representativa no próximo ano”, pondera o profissional na entrevista a seguir.

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Os últimos anos foram marcados pela ofer-ta abundante de crédito, que estimulou a população a adquirir bens duráveis como automóveis, eletroeletrônicos, computadores

e materiais de construção. na interpretação de muitos economistas, esse movimento acabou “roubando” recur-sos que poderiam ser destinados a bens não-duráveis e a serviços. O senhor acredita numa reversão desse quadro em 2009, devido aos efeitos da crise?Não acredito que uma crise possa ser fator de melhora de consumo de bens não-duráveis e, indiretamente, de embala-gens. Além disso, se a crise for mais intensa do que se ima-gina, com arrocho de crédito, vai haver desemprego e, com isso, pode haver redução do consumo de bens não-duráveis. Quando estamos em um ambiente macroeconômico positivo, registramos maior oferta de crédito e emprego, e há natural-mente uma diversificação do consumo. É preciso ressaltar que bens não-duráveis têm demanda mais estável e pequena flutuação, até como forma de proteger o setor. Mas as pes-

soas não comem mais ou compram mais produtos para cuidados com a casa porque deixaram

de usar determinada quantia na compra de um carro, por exemplo. O que pode ocorrer é o direcionamento desta verba para um bem durável mais barato e simples, ou a redistribuição de pequenas quantias para aquisição de bens não-duráveis, que são

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economista calcula como a crise poderá afetar a economia e o setor de embalagens em 2009

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23EmbalagemMarcadezembro 2008www.embalagemmarca.com.br

gêneros de primeira necessidade. O que pode acontecer den-tro deste segmento é a migração entre marcas em busca de menor valor, ou mesmo a compra de produtos das chamadas marcas próprias. As empresas terão de ser mais eficientes em sua produção e promover lançamentos de produtos mais acessíveis como estratégias para ajudar o setor de bens não-duráveis a atravessar este período de dificuldade de forma mais pró-ativa.

O senhor se arrisca a fazer alguma projeção sobre o comportamento dos preços das maté-rias-primas e dos combustíveis em 2009?É difícil fazer qualquer projeção para o próximo

ano, mas a meu ver há espaço para a queda de valor de maté-rias-primas, principalmente as agrícolas, e de alguns produtos industriais, se a situação econômica se deteriorar ainda mais. O problema é que ainda não se conseguiu mensurar a exten-são da crise financeira que afeta o mundo. Vários países estão investindo no aumento da produção a partir do cenário que vigorou até recentemente. Pode ser que os preços se esta-bilizem ou caiam – e isso eu digo por feeling. Os preços das commodities se elevaram entre 2007 e 2008, e, até que voltem a patamares mais alinhados com os registros históricos, pode levar mais um tempo. Já para os combustíveis, focando o petróleo, é difícil arriscar, porque o controle dos valores nego-ciados está sob jurisdição da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). É certo que não se pode cortar demais a produção com a finalidade de aumentar o valor do barril, pois em tempos de recessão há mais dificuldade de venda do produto. Não acredito numa recuperação de preços no nível pré-crise, que já registrava alguma especulação. No primeiro semestre, sobretudo no segundo trimestre deste ano, os preços subiram de forma expressiva.

O consumo interno, aquecido pelos progra-mas de distribuição de renda do governo, pode ajudar a proteger a indústria nacional em geral e o setor de embalagens dos efeitos

da crise mundial?Se os programas não sofrerem descontinuidade ou redução, acredito que em 2009 não haverá sofrimento do consumo. Mas o próximo ano será um ano de menor atividade econô-mica, em que o PIB deve sofrer redução – de 5% para talvez 2,5% ou 3%. Isso repercute na arrecadação do governo, que tem despesas e frentes para atender, como salários de servi-dores públicos, investimentos no PAc, no Bolsa Família, entre outros. Será que o governo vai conseguir atendê-los ou vai fazer algum ajuste por conta da inflação? Se esses programas passarem incólumes pela crise, será um apoio ao consumo.

Mas não impedirá reduções, se for o caso, porque os progra-mas de distribuição de renda só atendem a uma parcela da população, garantindo que as famílias mais pobres tenham acesso a produtos essenciais.

em agosto o senhor projetava que a indústria brasileira de embalagens fecharia 2008 com um crescimento de 2,5% – e comemorava o fato de que, apesar de pequena, a evolução

seria sustentada, isto é, daria prosseguimento ao saldo de 2007. O estouro da crise financeira já alterou aquela pre-visão? pelo acompanhamento feito pelo senhor, a crise já causa impactos no setor de embalagens?Mesmo com a crise financeira, não acredito que devo rever essa projeção de 2,5%, ainda que ela se consolide como ligeiramente menor ao final de 2008. Não há nenhum indica-dor que aponte que a produção de embalagens e de bens não-duráveis já esteja sendo afetada de forma expressiva. Os setores seguem seu curso e é prematuro falar algo relacionado a 2009, mas podemos dizer que dificilmente o resultado deste ano, quando tantos fatores colaboraram para o crescimento, se repita em 2009. A crise vai chegar com defasagem no setor de embalagens, pois vai afetar primeiro os que mais depen-dem de crédito, esbarrar na questão do emprego e em outros segmentos da indústria, e só então o setor de embalagem.

a desvalorização do real frente ao dólar pode compensar um eventual desaquecimento na demanda com importações de embalagens brasileiras? de forma análoga, isso pode res-

tringir a entrada de embalagens importadas, como vinha acontecendo com as flexíveis plásticas? Para o setor de embalagem, o interessante é que a crise seja mais branda e o que pode favorecê-lo é que, com a desvalo-rização cambial, e o encarecimento das importações, ocorre substituição de produtos importados por nacionais e os for-necedores internos podem aproveitar essa oportunidade para recuperar espaço de um produto antes importado. Sempre que há desvalorização do real, há favorecimento do comércio. Mas, mesmo quem ganhar não terá margem expressiva, pois estamos lidando com um cenário mundial de recessão. Isso pode restringir a entrada de embalagens importadas, sim, mas acho que estamos falando de uma assimetria. No exte-rior existe uma demanda em queda, o que ainda não ocorre no Brasil. Nosso mercado usuário de embalagens ainda está aquecido – não tanto quanto no meio do ano, mas ainda está razoavelmente aquecido. Por isso, e pela carência da popu-lação, o setor doméstico produtor de embalagem certamente deverá se beneficiar.

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}}} pack expO

Do verde ao vermelho

os últimos cinco ou seis anos, a busca de recursos menos onerosos ao ambiente sustentou-se como o tema cardeal das maiores exibições do setor de embalagem. O verde da

sustentabilidade, porém, começa a ser eclipsado pelo vermelho da recessão. Deflagrada pelo colap-so dos chamados subprimes, a crise financeira já provoca efeitos expressivos na atividade do packaging e em suas feiras de negócios – pelo menos no olho do furacão, os Estados Unidos, como ficou evidente na versão de 2008 da Pack Expo International.

Ocorrida entre 9 e 13 de novembro numa Chicago ainda ressacada pela consagração do local Barack Obama como presidente, a mostra caiu em relação à edição anterior, de 2006 – ainda que modestamente, segundo seu borderô. A visi-tação total, a presença de estrangeiros, o número de expositores e a área ocupada apresentaram retração (veja quadro). “Nas condições econô-micas atuais, uma leve queda seria inevitável”, consola-se Charles D. Yuska, presidente e CEO do Packaging Machinery Manufacturers Institute (PMMI), entidade que congrega os fabricantes norte-americanos de máquinas de embalagem e que organiza a Pack Expo.

Hora do olhar internoMas embora sirvam como endosso, os números não traduzem completamente o impacto do caos econômico no evento. Os corredores do McCor-mick Place, abrigo da Pack Expo, não estavam tomados pela efusividade das edições anteriores. Diante do cenário financeiro nebuloso, do desem-prego em alta e da perspectiva de que o consumo será encabrestado, as indústrias americanas usuá-rias de embalagens têm adotado cautela máxima. Como salientou um executivo de compras da Procter & Gamble numa das conferências reali-

NPor Guilherme Kamio, de Chicago

Crise ofusca a sustentabilidade e torna-se o principal assunto de feira americana de embalagem. Será um prenúncio do que irá ocorrer no Brasil?

Efeito da crise?Ainda que de leve, Pack Expo International encolheu em relação à edição anterior 2008 2006visitação 67 964 71 407

público internacional 5 645 6 057

expositores 2 281 2 302

Área ocupada 382 409 m² 402 000 m²

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Hall principal de entrada da feira: movimento e ânimo menores que os das últimas edições

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25EmbalagemMarcadezembro 2008www.embalagemmarca.com.br

zadas em paralelo ao show, “não é hora de rein-ventar a roda”. A propensão nos Estados Unidos, que pode valer como receita para o Brasil, é a de congelar projetos ambiciosos para concentrar-se em revisões, buscando ganhos internos e soluções criativas a partir de sistemas e processos de acon-dicionamento já empregados.

Isso não significa sustar investimentos. “Mesmo diante do cenário delicado, a aquisição de robôs e de outros artifícios de automação, por exemplo, pode ser extremamente oportuna e vantajosa”, declarou Jim Anderson, um dos conse-lheiros-chefes do PMMI. Num estudo distribuído na feira, o instituto lembra que, se ironicamente o alto custo de implantação freou a massificação dos robôs para operações de acondicionamento no passado, agora são as economias que eles proporcionam que os estão tornando mais e mais atraentes. Segundo esse mesmo estudo, 9,5% das linhas norte-americanas de embalagem emprega-vam robôs há cinco anos. Hoje, esse índice é de 17,4%. Em cinco anos, será de 41,7%.

Não à toa, soluções embarcadas com robótica ocuparam parte considerável da paisagem da Pack

Sustentabilidade: mais nos simpósiosConferências foram muito descritivas, mas pouco preditivasMesmo à sombra da recessão, a

sustentabilidade manteve-se como

assunto na ordem do dia na Pack Expo

International 2008, ocupando o posto

de grande mote das conferências

ministradas paralelamente à feira.

As quatro palestras principais sobre

embalagens “verdes” foram ministradas

por Amy Zettlemoyer-Lazar, diretora de

embalagem do Sam’s club e co-gerente

da rede de Valor de Sustentabilidade

do Wal-Mart; Betsy cohen, vice-

presidente de sustentabilidade

da Nestlé (que destacou em sua

apresentação a caixa dos bombons

brasileiros Garoto, confeccionada

com papel cartão de florestas bem-

manejadas); Trevor cusworth, diretor

da consultoria Deloitte; e Glenn Wright,

vice-presidente comercial da química

Dow. Os palestrantes discorreram

sobre suas experiências com

iniciativas sustentáveis, mas evitaram

comentar um ponto importante: a

crise influenciará seus investimentos

“verdes”? A conferir.

Palestras: foco em soluções ambientais

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26 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

De acordo com uma recente pesquisa do PMMI, muitas empresas cogitam até passos mais ousados, substituindo as tradicionalíssimas “cai-xas americanas” de papelão ondulado (RSCs, acrônimo para Regular Slotted Containers) por alternativas ainda mais econômicas, como ban-dejas de polpa moldada ou lâminas de papelão envolvidas com filme termoencolhível (no caso, indústrias de bebidas) e caixas menos robustas do tipo shelf-ready (com sistemas de abertura fácil e capazes de servirem como displays).

Planos desse tipo, entretanto, esbarram em situações complicadas. Exemplo: os clubes de compras e atacadistas, influentes nos Estados Unidos, têm exigido caixas com mais “stackabi-lity” – isto é, capacidade de empilhamento. “É

Fechadora de cartuchos da Bosch: menos risco de

paradas indesejáveis

Expo. Referências em robôs, como Fanuc, ABB, Motoman (Yaskawa), Schneider e Adept, destaca-ram tanto os modelos pesados, para paletização e fins de linha – arena que o Brasil começa a explo-rar –, quanto os leves, para acondicionamento primário.

Dada a caça de precisão aliada ao enxugamen-to de custos, elevar a produtividade com menos consumo energético e menos riscos de downtime (inatividade por gargalos ou por manutenção) também pautou o show. Entre diversas soluções com esse fim realçadas na Pack Expo, a Bosch Packaging mostrou, por exemplo, uma seladora de cartuchos de papel cartão dotada de um siste-ma que fecha a tampa superior e as abas dessas embalagens, após a colagem, numa só passagem e em sentido único. A maioria dos equipamentos do gênero realiza uma rotação dos cartuchos durante o processo, dando margem a erros.

Atenção ao despachoOutro campo que demanda crescente zelo dos fabricantes americanos de bens de consumo é o da embalagem secundária. Sucede que se acumulam os relatos de economias fantásticas alcançadas com o melhor aproveitamento cúbico (cubagem) das caixas de papelão ondulado e com redistri-buições dos agrupamentos das cargas (mérito, em muitos casos, de avançados softwares de paletiza-ção). São casos que, astutamente, têm sido propa-lados como conquistas em sustentabilidade.

Saldo bom, apesar da criseEmbalagens plásticas brasileiras geram negócios na Pack ExpoDando continuidade ao que vem

acontecendo em outras importantes

feiras internacionais de embalagem,

o Programa Export Plastic, uma

parceria entre o setor privado e o

governo brasileiro para fomentar

as exportações de plásticos

transformados, marcou presença

na Pack Expo International 2008.

O estande do Programa expôs

materiais e embalagens acabadas de

treze empresas (cartonale, Felinto,

Grupo Embrasa, Mega Embalagens,

Packduque, Plasc, Plastseven, Polo,

Union Pack, Unipac, Valfilm, Védat

e Zaraplast), que participaram de

rodadas de negócios. Todas contavam

com, no mínimo, seis reuniões pré-

agendadas por um agente americano

do Export Plastic. Saldo da iniciativa:

vendas na casa dos 270 mil dólares e

previsão de negócios da ordem de 16

milhões de dólares nos próximos doze

meses. “A feira teve um fluxo menor,

mas a qualidade dos contatos foi

muito boa”, resume Gilberto Agrello,

especialista em desenvolvimento de

mercado do Export Plastic.

ANTES

DEPOIS

Espaço do Export Plastic na Pack Expo: local de negócios

Cubagem de cargas: meio de

economizar e ser mais “verde”

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27EmbalagemMarcadezembro 2008www.embalagemmarca.com.br

um paradoxo à exigência por redução do uso de materiais”, alfineta o documento do PMMI.

A Pack Expo também serviu para comprovar outras questões importantes. Em virtude das pres-sões por enxugamento de custos, as indústrias americanas parecem ter engavetado os projetos de implantação da identificação por radiofreqüên-cia (RFID) – tecnologia que irrompeu alguns anos atrás envolta em ares messiânicos para o controle da produção e da distribuição. “Ninguém espera que o RFID substitua os códigos de barras convencionais num médio prazo”, confessou, no evento, o gerente de uma grande indústria alimen-tícia, que pediu para não ser identificado.

Quanto às apreensões para os próximos meses, a Pack Expo evidenciou três principais temores do empresariado americano: o gerenciamento dos investimentos financeiros e em ativos fren-te à turbulência econômica; o viés de alta das matérias-primas; e os preços galopantes dos com-bustíveis. Aliás, a necessidade de cortes no custo do transporte tem estimulado uma espécie de “globalização reversa”. “Certas tarefas de monta-gem relegadas ao longo dos últimos anos a países asiáticos e latino-americanos começam a retornar aos Estados Unidos”, nota Yuska, do PMMI. Pode ser uma saída para eles. Mas não para países como o Brasil, que não têm muito a reabsorver.

Robôs, de empresas como

Fanuc e Kuka, dominaram a paisagem da

feira. Automação pode gerar

eficiência e cortar custos

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28 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

}}} emballage

Acendeu o amareloCautela para investir em equipamentos contribui para reduzir apresença de visitantes a pavilhões dedicados a máquinas na feira

esgarçada presença de pessoas se credenciando no hall de entra-da ou circulando pelos corredores da feira Emballage, realizada na França entre 17 e 21 de novembro

último, mal lembrava a massa humana que a cada dois anos costumava lotar os seis pavi-lhões do Parc des Expositions, em Villepinte, nos arredores de Paris. “Não atingimos o núme-ro projetado antes da deflagração da crise, que previa público muito acima de 100 mil, mas nas atuais circunstâncias o total de visitantes pode ser considerado um bom resultado, comentou a diretora do evento, Juana Moreno. O balanço oficial da feira contabilizou 101 730 visitantes.

APor “atuais circunstâncias” a executiva não

se refere apenas à crise financeira que se irra-diou dos Estados Unidos para o resto do mundo. A seu ver, a tormenta influiu, sim, de modo com-plementar – embora com peso decisivo, é ver-dade – para estabilizar o número de visitantes, principalmente de europeus não franceses, que costumavam formar quase a metade do público. No compasso de espera em que as empresas se puseram em termos de investimentos, perdeu força uma das grandes atrações do Emballage, que seriam os três pavilhões dedicados a equi-pamentos. “Numa situação de retração, acende o sinal amarelo, e os empresários tendem a segurar investimentos mais pesados, como em

Menos que a crise, o que pode ter afetado a vinda de visitantes foi o excesso de feiras semelhantes

Por Wilson Palhares, de Paris

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30 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

máquinas”, considera Juana Moreno.De fato, é uma tendência – que, no enten-

dimento de EmbalagEmmarca, pode se cons-tituir em monumental equívoco estratégico. É verdade que investimentos em infra-estrutura muitas vezes dependem de obtenção de crédito, que também na Europa, segundo a diretora do Emballage, está escasso. Ademais, cautela em terremotos é recomendável. No entanto, segun-do ensina a prática, para contornar tempos bicu-dos a substituição de máquinas por outras mais eficazes pode ser a chave da competitividade em preços e produtividade. “Os investimen-tos nas grandes forças motrizes atuais, como os bioplásticos e a robotização, representam milhões, o que leva à perda de competitivida-de num primeiro momento”, pondera Juana Moreno. “Mas há sempre o momento seguinte, e quem chegar a ele mais forte e mais ágil segu-ramente ganhará mercado.”

São ponderações que provavelmente não estavam nos cálculos de quem deixou de ir ao

Emballage. Deve tê-los motivado, também, a cautela e o que se começa a chamar de “satura-ção feirística”. Ocorre que a crescente facilida-de de viagens e de comunicação tornou as feiras internacionais mais acessíveis – para visitantes e também para expositores. E a semelhança cada vez maior entre o que nelas é apresentado se agrava quando ocorrem próximas umas das outras no tempo.

Outras feirasNeste ano ocorreram nada menos que três feiras importantes, grandes arrebatadoras de público relacionado com a cadeia produtiva de emba-lagem no mundo inteiro: Drupa e Interpack, ambas em Dusseldorf, na Alemanha, e Pack Expo, em Chicago, EUA. Isso, na interpreta-ção dos organizadores do Emballage, deve ter contribuído também para que o desempenho do evento não chegasse aos esperados 20% a mais que em 2006, quando o número de visitantes ultrapassou a marca dos 100 mil.

A presença verde-amarelaBons resultados e a visão da embalagem brasileira no EmballageA visitação de brasileiros ao Emballage

2008 foi menor do que em edições

anteriores, “provavelmente devido à crise”,

segundo os organizadores do evento.

Nem por isso a presença verde-amarela

foi menos expressiva, já que o país esteve

representado em dois estandes que

reuniam diversas empresas: o da Export

Plastic e o da Graphia. Ambos montados

em parceria do setor privado com a Apex, a

agência federal de fomento às exportações,

representavam respectivamente o setor

plástico e indústrias gráficas especializadas

em embalagem.

Segundo Marco Wydra, gerente executivo

do Programa Export Plastic, a presença no

Emballage, pela terceira vez consecutiva,

“permite comemorar US$ 950 mil em ven-

das geradas”. Há previsão de que os 132

contatos realizados na feira resultarão em

negócios da ordem de US$ 4,5 milhões nos

próximos doze meses”.

Por sua vez, a Graphia, aliança de exporta-

ção organizada pela Abigraf – Associação

Brasileira da Indústria Gráfica, embora sem

informar números de negócios, colocou

sua presença na feira no lado positivo do

balanço. “Marcamos presença, chamamos

atenção e mostramos a qualidade altamente

competitiva do produto brasileiro”, conside-

rou Daniel Hsu, gerente de negócios inter-

nacionais da entidade.

Outro ponto em que o Brasil marcou pre-

sença foi no Pack.Vision, seminário inter-

nacional de tendências de embalagens rea-

lizado pelos organizadores do Emballage,

transcorrido em ambiente montado no

centro do pavilhão 6. Lá, fizeram palestras

a gerente de marketing da Kingraf, carmen

Markowicz, e Wilson Palhares, editor de

EmbalagEmmarca (fotos). carmen apresentou

o case ganhador do Prêmio EmbalagEmmarca

– grandEs casEs dE EmbalagEm em 2008.

A apresentação de Palhares foi sobre O

Mercado Brasileiro de Embalagem – Um

Panorama de Oportunidades.

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32 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

foi hegemônico no Espaço Luxo, com a mul-tiplicação de estandes com requintadíssimos frascos e garrafas destinados principalmente a bebidas e perfumes.

O conceito de inovação, que os organiza-dores do Emballage brandem como uma das principais marcas do salão, foi reforçado nesta edição. O Espaço Tendências, criado em 2006, foi ampliado para expor quarenta produtos considerados inovadores, escolhidos entre 200, por um júri internacional de jornalistas especia-lizados. Foi dividido em cinco categorias (Mais diferente, Mais prático, Mais eco-cidadão, Mais rentável e Mais seguro). Uma visão desse espa-ço poderá ser vista no site de EmbalagEmmarca e também no da própria feira (www.emballage.

com). Esse e outros temas e produtos que no entender da redação sejam de interes-se da cadeia produtiva de embalagem serão apresen-tados em futuras edições da revista.

Porém, outras atrações além de máquinas e seus complementos fizeram da mais recente edição do Emballage um evento bem sucedido, na visão dos organizadores. En effect, como eles dizem, o maior pavilhão dos quatro em que foi montada a feira, dedicado a embalagens, rotula-gem, matérias-primas e estandes internacionais, mostrava movimento muito mais intenso que o observado nos demais. Ali, viu-se uma demons-tração evidente de que alguns dos principais fatores de sucesso daquele salão, que são a diversificação, a inovação e a identificação de tendências, nada perderam ante os rumores de crise.

Vedetes da feiraAo contrário, esses três itens foram as vedetes da feira. O primeiro deles, a diversificação, podia ser observado – especialmente se o obser-vador fosse brasileiro e comparasse com aquilo de que dispõe por aqui –, na ampla variedade de alternativas de formatos, acabamentos e cores de embalagens e seus complementos. Nessa linha, dois exemplos de novos usos de materiais, por acaso tomando lugar do vidro: ampolas de PET e garrafas de vinho. O primei-ro, da Seriplast, usa como argumento básico a “eliminação do risco de quebra; o segundo, da PDG Plastiques, acena também com “a leveza e a praticidade da tampa de rosca”. Mas o vidro

cArLOs curAdO – bLOcO de cOMunicAçãO

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Entre as novidades e lançamentos, substituição de materiais, como nos casos de garrafas de vinho e de ampolas, feitas de PET para tomar lugar do vidro

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36 EmbalagemMarca dezembo 2008 www.embalagemmarca.com.br

ecididamente, o quadro de negócios no Brasil para o ano que se inicia não tem praticamente nada a ver com o que

se desenhava antes que o cataclismo americano fizesse o estrago que fez. A previsão sobre o cenário da economia brasileira para o ano que vem é de tempo ruim em praticamente todas as áreas, segundo pesquisa que o Banco Central faz semanalmente com analis-tas de mercado.Pelo levantamento feito no final de novembro, a economia do país deve crescer menos de 3% no próximo ano, enquanto a previsão para o avanço da

O fortalecimento é possívelPara especialista da

Nielsen, a crise não irá

atrapalhar as empresas

que se mantiverem

atentas a estratégias e

movimentos que têm

influenciado o mercado

de consumo brasileiro

nos últimos anos

D

ENTREVISTA }}} JOÃO carlOs laZZarini

produção industrial, de 5,76% este ano, deverá registrar 3,10% ao final dos próximos doze meses. Não é tão bom quanto o esperado até recentemente – mas é crescimento. Mesmo que o cenário fosse pior, as oportunidades de crescimento para as empresas estão pre-sentes. Na verdade, aquelas que adotam a estratégia de investir em marketing, no lançamento ou no reposicionamento de suas marcas costumam sair fortale-cidas dos períodos recessivos. É o que demonstra nesta entrevista João Carlos Lazzarini, diretor de Atendimento a Varejistas da Nielsen.

Que balanço o senhor faz do mercado

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brasileiro de consumo em 2008?O ano registrou a segunda menor taxa de desemprego em vinte anos e uma parcela significativa da classe C, aque-la oriunda das camadas mais baixas, passou a ter acesso a recursos como crédito consignado e cartões. Muito em função dessa parcela de consumidores, ocorreu uma onda positiva de consu-mo em 2008. O número de imóveis vendidos foi o maior dos últimos vinte anos. Houve um crescimento, sem pre-cedentes na última década, da venda de veículos. O mercado de bens duráveis cresceu em torno de 8% em faturamen-to. Nos lares, a presença de refrigerado-res cresceu 18%; a de fogões, 10%; a

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38 EmbalagemMarca dezembo 2008 www.embalagemmarca.com.br

de fornos de microondas, 20%; e a de compu-tadores, 13%. Por sua vez, os bens de consumo rápido experimentaram crescimento de 1,4% em faturamento, já descontada a inflação do período. Um crescimento expressivo ocorreu no setor de bebidas – alcoólicas e não-alcoólicas –, com elevação de consumo de 3,7% em volume e de 1,6% em faturamento. Já o setor de alimen-tos fecha o ano com quedas de 2,9% em fatu-ramento e de 1,2% em volume. Também houve retração no mercado de itens de higiene pessoal, de 2,5% em volume e de 2,4% em faturamento. Na contramão do bom momento, houve uma elevação da taxa básica de juros e o valor dos alimentos cresceu notadamente no período de abril a junho. O primeiro semestre de 2008 também registrou um aumento da inadimplência.

Que impactos o varejo sofreu em 2008?Os canais de distribuição intermediários, ou supermercados de bairro, com metra-gem entre 1 000 e 1 500 metros quadra-dos, aumentaram em 4,1% sua impor-tância nas vendas. Enquanto isso, os volumes de vendas do pequeno varejo, formado por lojas de 200 a 400 metros quadrados, caíram 1,1% em 2008. Os hipermercados também perderam 9,5% em importância de vendas.

As grandes indústrias e o varejo têm se esforçado para entender e conquistar a classe C, que vem crescendo significa-tivamente no Brasil nos últimos anos. Segundo um estudo da própria Nielsen, entre 2006 e 2007 essa camada social saltou de 37% para 44% da população. Essa preocupa-ção do mercado crescerá no próximo ano?Sim, pois há oportunidade para atuar. Para pro-dutos de consumo, a classe C é muito mais elás-tica que as classes A e B, pois o grau de penetra-ção de produtos como um todo, especialmente nas classes mais baixas, ainda é menor. Também é possível ampliar a entrada de outras categorias de produtos ainda não disponíveis para essa fatia, como os de maior valor agregado. Temos de olhar 2009 sob um prisma diferente do que

foi 2008, que foi muito bom, pois houve abun-dância de crédito para a classe C, crescimento de consumo e recomposição salarial importante por meio de postos de trabalho criados no perí-odo. O próximo ano não se configura da mesma forma. No Brasil, recomendo foco no ponto-de-venda, já que cerca de 80% das decisões de compra são tomadas ali. As empresas precisam entender os diferentes nichos e perfis dos vare-jistas, uma vez que existem diferentes grupos de consumidores, dependendo de seu estilo de vida. Em uma pesquisa, a Nielsen identificou seis tipos de consumidores.

Quais são?A título de comparação, cito o grupo dos Batalhadores, que compreende as classes C 1 e C 2, e o dos Conscientes, que com-preende apenas a classe C 1. Os Bata-lhadores focam produto e preço e fazem compras durante a semana, sozinhos. Os Conscientes focam preço e qualidade, e fazem mais compras de abastecimento, nos finais de semana e com a família. A indústria e o varejo devem acompanhar esses perfis para traçar suas estratégias para 2009 e entender as dinâmicas dos grupos de consumo. Um exemplo é focar promoções para a classe dos Batalhado-res. Já para o grupo dos consumidores Conscientes, os fabricantes devem traçar estratégias de marketing para gerar um aumento de tíquete médio. Aí, venda casada de produtos é um caminho.

Que categorias ou segmentos de bens de largo consumo podem explorar melhor a base da pirâmide social?Não arrisco falar de categorias e produtos, mas sim de estratégias. O setor de alimentos, que já apresenta queda, deve manter-se estável, mas setores que foquem e consigam trabalhar os fatores conveniência e praticidade a custos baixos vão ganhar terreno.

Aliás, o consumidor busca, cada vez mais, con-veniência nas embalagens. Por outro lado, em tempos de aperto, corre atrás do menor preço.

“As empresas

devem continuar

se concentrando

na classe C, que

impulsiona o

consumo para mais

ou para menos, e

se preocupar com

alternativas para um

consumo reduzido”

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40 EmbalagemMarca dezembo 2008 www.embalagemmarca.com.br

Qual dessas variáveis – conveniência ou preço – tende a ser mais valorizada pelo consumidor? Vai depender do tamanho do “aperto” que o consumo vai sofrer em 2009. Em épocas de retração, existe o fenômeno do downtrading, que são as migrações de marcas ou categorias de produto de maior valor para outras de menor. Podemos avaliar três movimentos: no primeiro, as pessoas passam a consumir menos; num segundo, observa-se o downtrading; num ter-ceiro movimento, mais radical, há um abandono do consumo de determinado produto. Aponto como ação para reverter o panorama o lança-mento de produtos em quantidades variadas, o que por conseqüência trará variação de preços. A marca própria, com chancela do primeiro preço, com formulação mais barata e que pode ser inserida no leque de produtos do fabricante que já mantém uma marca forte, é um recurso que pode voltar com força em época de recessão.

O senhor acredita que alguns produtos poderão se beneficiar do provável arre-fecimento das importações, como efeito da desvalorização da moeda? O agronegócio vai se beneficiar de forma geral, mas seria exercício de adivinhação traçar qualquer panorama para 2009. Por menos que cresçam, Índia e China, por exemplo, são dois grandes centros de consumo de alimentos. Citando os BRICs (acrônimo criado para designar os quatro principais países emergentes – Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil tem um mercado interno de consumo que não pode ser desprezado, e isso pode jogar a nosso favor no próximo ano.

As pequenas e médias empresas tendem a encontrar mais dificuldade de crédito no pano-rama recessivo. De que forma elas precisam trabalhar em 2009 para se manter competitivas frente às grandes corporações e sobreviver às oscilações do consumo?Elas podem direcionar ações no sentido de organizar melhor sua logística, rever processos em busca da eficiência, aproveitar o crédito

obtido para realizar melhorias que trarão bene-fícios de longo prazo para o desenvolvimento do negócio. Vale destacar que o crédito para essa parcela do empresariado ainda é baixo, não chega a 20%. Então, há espaço para que os bancos trabalhem melhor esse segmento, criando oportunidades para sua expansão e para a perpetuação de seus negócios.

Segundo estudos recentes, empresas que inves-tem em marketing e no lançamento ou no reposicionamento de produtos durante o perí-odo recessivo são as que mais se beneficiam quando ocorre a retomada do consumo. Essa

interpretação encontra sustentação em monitoramentos anteriores da Nielsen? Essa deve ser uma estratégia a ser ado-tada em 2009?A Nielsen realizou há dois anos estudo que comprova o sucesso dessa estraté-gia, pois é nela que as empresas se for-talecem, bem como às suas marcas, que são seu maior ativo. Quando falamos da personalidade da marca, ou de seu equi-ty, a medida da paixão que o consumidor tem por ela é importante: em períodos de recessão, as marcas se ressentem. Mas as marcas que trabalham fortemente os quatro “Ps” do marketing (preço, pro-duto, praça e promoção), preservando equities, são as que saem na frente nos momentos de retomada. Portanto, é pos-sível preservar um ritmo de investimento menor ou abrir flancos para marcas que estejam posicionadas em segundo plano

para um fortalecimento como um todo.

Pelos acompanhamentos de mercado da Nielsen, quais segmentos prometem ser os mais promissores para o ano que vem? Quais as oportunidades abertas às fabricantes de bens de largo consumo?Tudo está em suspenso, aguardando configura-ção internacional. O que posso dizer é que as oportunidades surgirão para empresas que foca-rem ações para atingir a classe C, com estraté-gias que ajudem a não interromper o processo de consumo dessa parcela da população.

“Em períodos de

recessão, as marcas

se ressentem.

Mas aquelas

que trabalham

o marketing,

preservando equities,

são as que saem na

frente no momento

da retomada”

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42 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

}}} MOVIMENTAçÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MArcASpanoraMa

PET

Loiras com mais charmeGarrafa luxuosa é uma das armas da Sidel para popularizar PET entre cervejas

cerveja em PET pode ser nobre. É o que quis provar a Sidel na Brau Beviale, mostra da indústria cervejeira ocorrida em novembro na Alemanha. Durante o evento a empresa distribuiu garrafas de PET âmbar com um design incomum, parecido ao de uma lâmpada. A base, parecida a um soquete, é na verdade uma sobretampa, que encobre a tampa de rosca da garrafa. “Quisemos explorar as oportunidades que o PET oferece, quebrando os códigos formais impostos especialmente pelo vidro para a emba-lagem de cerveja”, explica o designer francês Laurent Lepoitevin, responsável

pelo projeto. O PET acondiciona apenas 3% das cervejas produzidas mundial-mente, e a Sidel quer turbinar esse índice. A empresa lançou recentemente um sistema combi (linha compacta com estações de sopro, envasamento e fechamento) especial para cervejarias. Também vem divulgando um estudo de ciclo de vida, encomendado a uma con-sultoria independente, que define a gar-rafa de PET como a embalagem com alto apelo sustentável para cervejas, perdendo apenas para a lata de aço.

“Lâmpada” da Sidel para cervejas: parece vidro âmbar, mas na verdade é PET

ESLs utilizadas na Europa: possibilidade de apresentar diversas informações

O NÚMERO

dos consumidores afirmam que produtos com apelo ecológico influenciam suas decisões de compra,

segundo pesquisa do Instituto Quorum Brasil realizado na capital paulista. O levantamento revela que, apesar de 74% dos entrevistados considerarem-se preocupados com questões ambientais, 70% desistem de comprar produtos com certificação “verde” se seus preços forem maiores que os dos similares não-certificados.

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Á G U A E M C A I X I N H A ?Sim. O produto já existe na Europa. Agora, pode tam-

bém existir no Brasil. O governo brasileiro, através de portaria do Departamento Nacional de Produção Mineral, aboliu uma lei de 1945, que só permitia o

emprego de materiais translúcidos em embalagens de água mineral. Fornecedora das cartonadas adotadas

por águas européias, a Tetra Pak informa estar disposta a apoiar versões nacionais. Segundo a multinacional

sueca, a opacidade das caixinhas mantém a água mais fresca, por protegê-la dos efeitos da luz.

VAREJO

De olho nas telinhasCom a chegada de referência mundial, etiquetaseletrônicas de prateleira (ESLs) miram o varejo brasileiroJá utilizadas em supermerca-dos europeus e americanos, as etiquetas eletrônicas de prateleira (ESLs, ou Electronic Shelf Labels) chegam ao Brasil pelas mãos da Seal Sistemas. A empresa fechou um acordo de representação com a sueca Pricer, que afirma ser líder mundial em ESLs. “A Pricer atua em mais de trinta países e tem sistemas implantados em clientes como carrefour, casino, costco, castorama,

Sonae e Metro”, conta Wagner Bernardes, diretor de marketing e vendas da Seal. Formadas por pequenos pai-néis de cristal líquido, as eti-quetas são versáteis: além de preços, podem informar, por exemplo, dados sobre promo-ções e informações técnicas de produtos. A programação das ESLs é feita através de uma tecnologia sem fio, base-ada em raios infravermelhos de alta freqüência.

Page 43: Revista EmbalagemMarca 112 - Dezembro 2008

43EmbalagemMarcadezembro 2008www.embalagemmarca.com.br

Edição: GUilhErME KaMio ||| [email protected]

METÁLICAS

Clique premiadoAbralatas promove concurso de fotografia

Em meio às comemorações pelos seus cinco anos de atividade, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta reciclabilidade (Abralatas) começou a promover um concurso de fotografia. A iniciativa, aberta a fotógrafos amadores ou pro-fissionais, premiará trinta trabalhos

que retratem a latinha de alumínio para bebidas no dia-a-dia do brasilei-ro. O prêmio máximo é de 5 mil reais. Inscrições podem ser feitas até 20 de janeiro, por meio de um formulário hospedado no site da associação (www.abralatas.org.br). Não há taxa de inscrição.

RECICLAGEM

Vai bem. E pode melhorarRecuperação de plásticos cresce, mas há ociosidade no setor

A reciclagem de plásticos no Brasil deu um salto expressivo nos últimos anos. É o que mostra uma pesquisa recém-divulgada pela Plastivida – Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos, feita sob encomenda pela consultoria Maxiquim. Segundo a varredura, entre 2004 e 2007 essa ativida-de cresceu, em volume, a uma taxa média anual de 13,7%. No mesmo período, o fatura-mento do setor evoluiu a uma

taxa média anual de 12,1%. contudo, a indústria nacional da reciclagem de plásticos tem apenas 70,6% de sua capacida-de instalada ocupada. Segundo Francisco de Assis Esmeraldo, presidente da Plastivida, a ociosi-dade se deve à recuperação ine-ficiente dos descartes. “Somente 7% dos 5 564 municípios brasi-leiros contam com coleta seleti-va”, lamenta. Veja abaixo alguns dos números da pesquisa:

2003 2007Volume reciclado 702 997 toneladas 962 566 toneladas

Empresas recicladoras 492 780

Faturamento do setor R$ 1,2 bilhão R$ 1,8 bilhão

Empregos gerados 11 500 20 000

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A região Norte possui apenas

10empresas, que processam

o equivalente a

1%do total de plásticos reciclados no país

A região Sudeste concentra

464empresas,

responsáveis por

60%do total de plásticos reciclados no país

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44 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

}}} celulósicas

Cartuchos com mais conteúdoImpressão na face interna das embalagens cartonadas ganha força no Brasil

ma promissora sofisticação da deco-ração de embalagens cartonadas não fica visível nas prateleiras do vare-jo. Trata-se da impressão do interior dos cartuchos de papel cartão. O

recurso ainda é pouco utilizado no Brasil, mas começa a ganhar prestígio entre indústrias de cos-méticos e já motiva iniciativas em setores como os de alimentos e eletroeletrônicos e o farmacêutico. Uma grande vantagem do processo é a redução de custos, pela eliminação do uso de bulas ou de instruções de uso “soltas” na embalagem.

Veja-se o caso da L’Occitane. Seus dermo-cosméticos e protetores solares da Linha Brasil, a primeira desenvolvida fora de seu país de origem, a França, foram lançados meses atrás acondicio-nados em cartuchos com bulas impressas dire-tamente em suas superfícies internas – curio-samente produzidas com a face branqueada do cartão, geralmente utilizada no lado externo (a face parda foi propositalmente utilizada exter-namente para dar apelo de rusticidade aos pro-dutos). O acesso às informações é facilitado por um picote numa das laterais dos cartuchos, que permite “abrir” as embalagens. Essa engenhosida-de foi uma das razões de a linha ter faturado um

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dos troféus do Prêmio EmbalagEmmarca – gran-dEs casEs dE EmbalagEm 2008.

“O uso do verso dos cartuchos para impressão das informações dos produtos da Linha Brasil está relacionado ao compromisso de sustentabilidade da L’Occitane”, explica Silvia Gambin, diretora da empresa no Brasil. “Além da redução do uso de papel, com a eliminação das bulas, esse formato permitiu que as informações ficassem mais à mão dos nossos consumidores”. A executiva comenta que tal formato de impressão foi uma inovação da Linha Brasil, e que o modelo está em estudos para possivelmente ser adotado em outros produ-tos da grife.

Com impressão interna nos cartuchos, L’Occitane economiza com bulas e ganha apelo “verde”

O setor de tinturas para cabelos é um dos principais adeptos da

impressão em dupla face

Por Andréa Espírito Santo

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45EmbalagemMarcadezembro 2008www.embalagemmarca.com.br

Um setor especialmente simpático aos cartu-chos com impressão direta é o de tinturas para cabelo. “Arrisco-me a dizer que mais de 80% do setor de coloração para cabelos, tanto para uso doméstico quanto profissional, adotaram essa estratégia – não apenas pela praticidade na expo-sição das informações, mas também pela questão estética, importante nesse segmento”, diz Márcio Ferraz, diretor comercial da Coferly, fabricante das marcas de tinturas Santantonio, Soave Capelli e Tono Soave e grande fornecedora para marcas de terceiros. “Hoje, das cinqüenta marcas que envasamos, 47 já realizam a impressão no verso do cartucho”, aponta o executivo.

Com uma produção tão segmentada, a impres-são na face interna agiliza a produção ao eliminar a compra e o controle das bulas, além de seu manuseio e da sua inserção nos cartuchos.

Abriu, virou brinquedo Mas não é só na área de produtos de beleza que os cartuchos com impressão interna vêm sendo utilizados. Uma das maiores indústrias de ali-mentos do Brasil, a J.Macêdo, decidiu utilizar o artifício nos cartuchos dos produtos de sua marca Dona Benta, aproveitando um licenciamento dos personagens do Sítio do Picapau Amarelo. A gra-vação na superfície interna não traz receitas ou instruções de uso. Quando desmontadas, as caixas

das misturas para bolo, das gelatinas, da maria-mole e dos pudins da linha trazem jogos e passatempos, como desenhos dos persona-gens para colorir.

J. Macêdo: desenho para colorir dá apelo lúdico à caixa

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46 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

“Utilizando a parte interna do cartucho para imprimir o passatempo, é possível melhor apro-veitamento da área externa da embalagem para que a comunicação seja mais efetiva junto às consumidoras dedicadas à família”, explica Sil-via Lombardi, responsável pela área de pesquisa e desenvolvimento da J. Macêdo. Segundo ela, no futuro a empresa poderá estender a impressão interna de cartuchos a outras linhas de produtos.

Vanessa Gardano, gerente de desenvolvimen-to da Ibratec, gráfica responsável pelos cartuchos da J.Macêdo, revela que, em nome da agregação de valor, o diferencial da impressão interna tem sido cada vez mais procurado pelas empresas. Para atender à demanda, a fornecedora investiu numa impressora dotada de sistema de reversão, que permite impressão em frente e verso numa só entrada em máquina – tecnologia que “justifica” a impressão em dupla face.

“Ao possibilitar impressão dos dois lados de uma só vez, o equipamento com reversão eli-mina um tempo de acerto de máquina que pode levar horas em impressoras convencionais”, deta-lha Vinicius Neves, gerente comercial da Nova Página, gráfica detentora de seis impressoras do gênero para cartuchos (três da alemã Heidelberg e três da japonesa Komori). Ademais, impressões em frente e verso em máquinas simples requerem

tempo de descanso após a primeira impressão, de modo que o cartão absorva a tinta. Em certos casos, a espera até a segunda passagem pode ultra-passar seis horas, limitando a produtividade.

Impressoras com reversão embarcada, porém, custam caro – e, não só por isso, mas também pelo volume ainda inexpressivo de pedidos, é possível realizar a impressão em dupla face em máquinas convencionais de menor porte, conforme explica Vander Paschoal, responsável pela área de pré-impressão de outra importante fornecedora de cartuchos, a Gonçalves.

Gráficas que já investiram na tecnologia, porém, brandem um importante apelo: o preço. “Não repassamos custos aos clientes que optam pelo processo, mesmo sendo realizado num equi-pamento mais sofisticado”, diz André Victor, gerente de marketing da Congraf, que há dois anos adquiriu uma impressora com reversão – na

Em medicamentos, pouco efeitoLaboratórios têm dificuldade para adotar recurso em seus cartuchos

Grandes usuários de embalagens cartonadas,

os medicamentos poderiam ser um campo

prolífico para cartuchos com impressão

em dupla face. No entanto, além de a face

interna dos cartuchos geralmente não dis-

por de área suficiente para acomodar todas

as informações de uso dos produtos, por

determinação da Anvisa (Agência Nacional

de Vigilância Sanitária) o uso de bulas nas

embalagens de fármacos éticos, aqueles

vendidos sob prescrição, é compulsório.

O laboratório Nycomed, porém, nada contra

a corrente e utiliza alguns cartuchos com

impressão interna – mas somente para

comunicar instruções básicas de como

ministrar o produto ou advertências que, se

estivessem exclusivamente na bula, pode-

riam fugir aos olhos do consumidor. É o que

ocorre com o cartucho de sua vitamina para

bebês Ad-Til, impresso pela Gonçalves.

Já os medicamentos isentos de prescrição

(MIPs) têm permissão para dispensar a bula.

A maioria, porém, não o faz. “Ocorre que

temos de seguir uma série de regras para for-

matar os textos, tais como tamanho e tipo-

logia da fonte utilizada nas informações ao

consumidor, o que muitas vezes desestimula

a impressão interna dos cartuchos”, afirma

caio cortelazzo, gerente de novos negócios

da Nycomed. “Além disso, o fato de se ter

que desmontar a embalagem secundária

para a visualização das orientações impede

sua reutilização para o armazenamento do

remédio até o fim do uso.”

Supremo Duo Design: duas faces branqueadas valorizam a impressão em frente e verso

Ad-Til: alertas reforçados no

interior das abas

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47EmbalagemMarcadezembro 2008www.embalagemmarca.com.br

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Nova Página(11) 3531-7000www.novapagina.com.br

Suzano Papel e Celulose 0800 774 7440www.suzano.com.br

qual são processados os cartuchos da L’Occitane e os de tinturas para cabelo de marcas como Kane-chomn e Kert. “Acreditamos que a fidelização é nosso principal ganho, pois temos rápido tempo de resposta ao mercado, uma vez que o processo produtivo é mais ágil.”

Sofisticação requer atençãoMas nem tudo, claro, são flores. Embora veja a utilização de recursos gráficos no lado interno dos cartuchos como tendência, o diretor de negócios da gráfica Box Print, Marco Schmitt, alerta que na produção do cartucho podem ocorrer desvios que acarretam custos e perdas de materiais por retrabalho, tais como desprendimento de partí-culas que originam manchas e presença de riscos decorrentes da emenda da esteira do equipamento de confecção do cartão.

Outro aspecto importante é o papel cartão empregado. Schmitt lembra que, para a impressão em faces pardas, a alta porosidade pode incorrer em maior carga de tinta para impressão, por maior absorção dos componentes condutores da tinta. “Nesse caso, uma impressão de maior qualidade requer coating (revestimento) também na superfí-cie externa”, atenta Neves, da Nova Página.

Às empresas que quiserem impressões nas duas faces de seus cartuchos com altíssima quali-dade, uma solução pode ser o papel cartão triplex Supremo Duo Design, da Suzano Papel e Celulo-se. O material, com ambas as faces branqueadas, tem acabamento superficial que o torna mais liso, diminuindo sua porosidade e aumentando a qua-lidade da impressão. Lançado em 2000, o Duo Design é um suporte promissor para mais inova-ções em embalagens com cartões impressos em frente e verso. Resta esperar.

Natura: uma das fabricantes de cosméticos que usam o verso do cartucho para informar o consumidor

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om a idade, torna-se cada vez mais difícil executar uma série de tarefas do dia-a-dia. Um exemplo de atividade que pode tornar-se um fardo é a abertura

de muitas embalagens. Apesar de, no mundo, haver mais consumidores maduros (acima de cinqüenta anos) do que nunca, o número de produtos com embalagens atentas às necessi-dades específicas desse segmento de mercado ainda é muito pequeno.

Na verdade, a maioria dos produtos que vemos no mercado pode ser consumida por essas pessoas com força e habilidade menores do que as dos jovens, e mesmo assim não é desenhada para o público maduro. Ao contrá-rio, esses bens possuem eventualmente atribu-tos de fácil abertura e praticidade no consumo mais genéricos, voltados para o público em geral.

Em sua maioria, a ausência de ofertas volta-das aos consumidores mais velhos é compreen-sível. Cidadãos acima dos cinqüenta anos têm amplas diferenças entre si no que tange à saúde e à destreza. Ao criar apelos voltados para um grupo, pode-se facilmente ofender outro. Esse risco não existe apenas em itens específicos, razão que explica por que vemos produtos cla-ramente direcionados aos consumidores mais velhos entre aqueles formulados para pessoas com colesterol elevado e coisas do gênero.

Afora isso, os poucos produtos no merca-do com embalagem especialmente desenhada para consumidores maduros utilizam o que chamamos de “marketing discreto”. Ou seja, o produto não é anunciado abertamente para o público idoso.

Exemplo disso é o café Folgers, comer-cializado nos Estados Unidos pela Procter & Gamble. Atualmente, o café vem acondicio-

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ARTIGO }}} LYNN DORNBLASER

“O número de produtos com embalagens voltadas às pessoas com mais de cin-qüenta anos ainda é muito pequeno”

Onde estão os produtos para os consumidores maduros?

nado num pote plástico que dispensa o uso de abridor, como ocorria com a embalagem metá-lica utilizada anteriormente. A nova solução recorre a uma tampa plástica que é simples de abrir, com selo de vedação fácil de se remover. O pote possui alças integradas que melhoram a pega, ajudando no manuseio da embalagem (foto 1).

A mensagem para os consumidores mais velhos está no selo de vedação, onde está escri-to que a embalagem tem o aval da Fundação Americana de Artrite. No entanto, esse comu-nicado só se apresenta ao consumidor quando o produto é utilizado pela primeira vez, longe das gôndolas.

Às vezes, os benefícios dos ingredientes se alinham com características da embalagem.

O laboratório Wyeth Consumer Healthcare comercializa uma parte dos seus analgésicos em tabletes Advil num frasco exclusivo, e anuncia ter agregado uma “tampa de fácil

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50 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

abertura para quem tem artrite”. Uma vez que o Advil é anunciado como solução para as dores e os desconfortos da artrite, usar um fecha-mento apropriado para quem sofre desse mal é mais que apropriado.

A tampa não é do tipo child-proof, e por isso pode ser aberta com facilidade. O aces-sório é, também, maior do que o utilizado nas outras embalagens, e possui uma aba de fácil pegada. Observe, na imagem (foto 2), que essa aba traz uma fenda, cujo objetivo é facilitar a vida daqueles consumidores que ainda tiverem dificuldades para desrosquear a tampa, bastan-do a eles inserir um lápis ou outro objeto para fazer as vezes de alavanca.

Outro produto muito interessante do merca-do americano vem do Sam’s Club, o clube de compras da rede varejista Wal-Mart. O leite de marca própria da empresa, comercializado sob a chancela Member’s Mark, vem acondiciona-do em garrafas plásticas anunciadas pelo Wal-Mart como sendo práticas para verter o conte-údo, ergonômicas e simples de armazenar. A embalagem ocupa menos espaço nas gôndolas e possui uma alça mais larga e reta, que ajuda o consumidor a inclinar o galão para despejar o leite. Essa última característica torna a tarefa de servir o produto diretamente da embalagem muito simples mesmo para pessoas idosas, reduzindo o risco de respingos. Observe na foto que a tampa também é maior que o padrão habitual, ajudando mãos cansadas no processo de abertura (foto 3).

Esse galão de leite tem ainda uma característica muito útil no varejo. O formato da embalagem permite que as garrafas sejam facilmente encaixadas umas sobre as outras, auxiliando nos processos de envio e exposição nas lojas.

No Japão, registramos o lan-çamento de um produto que anun-cia incorporar os princípios do design universal. Esse conceito, apesar de ser apli-

Lynn Dornblaser é diretora da divisão CPG Trend Insight da consultoria Mintel International, com escritórios em Chicago e Londres. Com mais de vinte anos dedicados a análises de tendências glo-bais de consumo, ela pode ser contatada peloe-mail [email protected]

cado a itens desenhados para atender pessoas com deficiências, é mais amplo que isso. Em essência, o design universal tem a intenção de constituir uma solução ampla para todos os consumidores, e enfoca apa-rência e funcionalidade com o mesmo peso. Isso signifi-ca que o produto pode ser fácil de segurar ou fácil de manusear e utilizar, mas o visual e a imagem transmi-tida devem apelar para toda a gama de consumidores.

A Suntory lançou uma nova variedade de cerveja chamada de The Premium Malts. Essa cer-veja é vendida numa lata de 350 mililitros relativamente comum, dotada de um anel de abertura que utiliza os pre-ceitos do Design Universal. Há uma cavidade profunda exatamente onde o dedo se encaixa para puxar a aba, facilitando o processo de abertura (foto 4).

É provável que desenvolvimentos como os mostrados aqui tornem-se cada vez mais presentes nos novos designs e conceitos de embalagem, à medida que o número de consu-midores maduros aumente. Conseqüentemente, crescerá a demanda por itens que facilitem a abertura, o fechamento e o consumo dos produ-tos que esse grupo costuma comprar.

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Edição: Leandro HaberliEdição: Guilherme KamiopaIneL GrÁFICo }}} MErcADO DE cONVErSÃO E IMPrESSÃO DE rÓTULOS E EMBALAGENS

Transformação da Papirus Empresa muda logotipo e nomes de produtos

Panorama da indústria gráficaPesquisa da Abigraf vai traçar perfil do setor

A Abigraf Nacional e o Sebrae Nacional estão realizando pesquisa inédita sobre o setor gráfico. O objetivo é apresentar o atual estágio de desenvolvimento das quase 20 mil gráficas brasileiras – em sua maioria empresas familiares de pequeno porte. Juntas elas empregam 200 mil pessoas. “O trabalho irá permitir uma ação adequada para cada região do País na promoção da qualidade técnica e na definição de estraté-gias e políticas para o setor”, afirma Alfried Plöger, presidente da Abigraf Nacional.A pesquisa apontará, entre outros dados, o perfil de cada empresa, sua segmentação e a estrutura produtiva – unidades fabris, área, etapas de produção, processos, sof-twares, volume de produção, capacidade instalada, turnos, número de funcionários, certificação, máquinas e equipamentos etc. Segundo Plogër, o trabalho visa, também, identificar as empresas que estão operando informalmente.

A Papirus, fabricante de papel cartão, comunicou algumas mudanças no que se refere ao seu relacionamento com o mercado. As modificações fazem parte do processo de profissionalização da administração da empresa, e foram emba-sadas por três pesquisas (duas com o público externo – uma realizada em 2003 e a outra em 2008 – e uma com o público interno – conduzida neste ano). como mote, foi adotado o tema “transforma-ção”, que a empresa acredita representar sua identidade – seja por buscar inovar sempre, seja por trabalhar com papel reciclado. cláudio Salce, cEO da Papirus, falou sobre as mudanças de gestão pelas quais a empresa passou. Ele destacou os inves-timentos em equipamentos, a qualificação

Magistral adquire impressoras KomoriGráfica atua no mercado de embalagens

Há 27 anos no mercado de embala-gens, a Magistral Impressora decidiu investir em duas impressoras Komori – Lithrone LS 640+c e Lithrone LSX 729+c, com seis e sete cores mais verniz – que entrarão em operação

nos próximos meses. A gráfica atende, entre outros, os segmentos farmacêutico, de higiene e limpeza, cosmético, alimentício e automotivo. No Brasil, a Komori é representada pela Gutenberg.

Klabin completa 10 anos de selo verdeCertificação das florestas com o FSC é revalidada

A Klabin é a primeira empresa do setor de papel e celulose na América Latina a completar 10 anos com a cer-tificação do FSc (Forest Stewardship council), o selo verde mais reconhe-cido do mundo. A recertificação das florestas da Klabin no Paraná é válida pelos próximos cinco anos. Atualmente, o manejo florestal da Klabin garante a preservação de

cerca de 83 hectares de matas nati-vas para cada 100 hectares de flo-restas plantadas. No Paraná, a área florestal da empresa abriga cerca de 630 espécies animais, o que corresponde a 42% das espécies já identificadas no estado, incluindo 75 espécies consideradas ameaçadas de extinção pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná).

de pessoal e o know-how da empresa no trabalho com material reciclado. A busca pela qualificação e o reconhecimento dos produtos da Papirus através de certifica-ções também foi citada pelo executivo. A empresa teve seu selo Isega (instituto de análise de materiais para embalagem da Alemanha que credencia seus produtos como recomendados para uso em emba-lagem com contato direto com produtos farmacêuticos, alimentícios secos e gor-

durosos) renovado, e está prestes a con-quistar as certificações ISO 9001 e FSc. “Ao que tudo indica, seremos a primeira empresa de material reciclado do país a conquistar o FSc”, adiantou Salce. Os aspectos mais visíveis da nova fase da Papirus são a modificação de seu logo-tipo e a alteração dos nomes de toda a linha de produtos da empresa, que passa a ter a palavra “Vita” como elemento uni-ficador.

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Edição: flávio palharEs ||| [email protected]

Foram anunciados no dia 25 de novembro, em São Paulo, os vencedores do 18° Prêmio Brasileiro de Excelência Gráfica Fernando Pini. criado em 1991 pela Associação Brasileira

de Tecnologia Gráfica (ABTG) e pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), o Fernando Pini é o prêmio mais importante do setor gráfico na América Latina. confira abaixo os vencedores

do 18º Prêmio de Excelência Gráfica Fernando Pini nas áreas ligadas ao setor de embalagens. A lista completa pode ser conferida no site www.embalagemmarca.com.br/pini2008

Conhecidos os vencedores do Prêmio Fernando PiniConcurso organizado pela ABTG e pela Abigraf chega à sua 18ª edição

Embalagens semi-rígidas sem efeitos Empresa: rosset artes Gráficasproduto: Tam Cesta ares da ManhãCliente: Tam

Embalagem de micro-ondulados Empresa: pancrom produto: Embalagem sagatiba free shopCliente: sagatiba Brasil

Embalagens flexíveis impressas em flexografiaEmpresa: plasc produto: shrink aquarius freshCliente: plasc

Embalagens semi-rígidas com efeitos Empresa: Gegraf produto: pack Buchann´sCliente: Diageo

Embalagens sazonaisEmpresa: facform produto: Embalagem Kit Galo da MadrugadaCliente: Globo Nordeste

Embalagens flexíveis impressas em rotogravuraEmpresa: inapel Embalagens produto: sopão legumes com Músculo Cliente: Unilever

Embalagens semi-rígidas com efeitos especiais Empresa: pancrom produto: Embalagem lG ke990dCliente: lG Eletronics

Embalagens impressas em suportes metálicos Empresa: Cia. Metalúrgica pradaproduto: Nescau Nutri 400gCliente: Nestlé

sacolas Empresa: facformproduto: sacola Engenho de GastronomiaCliente: Engenho Comunicação & Marketing

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54 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

}}} químicOs

Dura na quedaCom sistema alternativo à tripla recravação, lata de aço torna-se mais segura

empre alvo de fiscalização, o setor de embala-gem e de transporte de produtos perigosos acaba de ganhar uma alternativa de embalagem de aço com tecnologia que dispensa a tripla recravação – método tradicional de fechamento de latas no

qual as bordas metálicas do corpo, da tampa e do fundo são recurvadas e compactadas juntas, formando a dobradura ou junção hermética entre corpo e tampa e corpo e fundo.

A embalagem, uma lata de 18 litros desenvolvida espe-cificamente para o setor de tintas à base de solventes, está em conformidade com as exigências da legislação em vigor no Brasil (Resolução 420 da ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres) e com os procedimentos recomenda-dos pela ONU (Organização das Nações Unidas).

O projeto foi conduzido pela Brasilata em parceria com a Universidade do Rio Grande do Sul, e resultou num sistema que alivia o esforço da área de recravação quando ocorre uma queda da lata cheia de produto. A queda livre é um dos mais rigorosos testes a que a embalagem é submetida para obter a homologação destinada ao transporte de produtos perigosos – os procedimentos estão descritos nos critérios da 11ª e da 12ª edições do Orange Book, guia publicado pela ONU.

Antonio Carlos Teixeira Álvares, CEO da Brasilata, explica que um software especial permitiu o desenvolvimento do perfil ideal do corpo da nova lata de 18 litros, construída com uma folha de aço de menor espessura – 0,30mm, con-tra 0,34mm da convencional com tripla recravação. A nova embalagem foi denominada 18 litros UN.

“A maior resistência ao choque foi conseguida com apli-cação de frisos no corpo da lata que funcionam como amor-tecedores de energia e permitem maior deformação do corpo da lata quando submetido ao impacto da queda”, esclarece Álvares. “Paradoxalmente, o não rompimento da embalagem após o impacto foi conseguido por meio da diminuição da resistência do corpo para proteger o seu ponto mais frágil.”

A solução clássica para o problema da resistência quando da queda é o aumento da espessura da folha de aço, combi-nado com um reforço no sistema que substitui a tradicional dupla pela tripla recravação. O “porém” ao processo é que a tripla recravação exige investimentos em novos equipamentos (recravadeiras) e implica consumo maior de matéria-prima e reformulação de processos produtivos, o que nem sempre é desejável. (AES)

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Brasilata(11) 3871-8500www.brasilata.com.br

Nova lata de aço tem frisos que trabalham como amortecedores durante a

queda (detalhe)

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56 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

}}} lOgística

Moldura corretaEmbalagem de papel reciclado substituimadeira no transporte de vidros planos

mplamente utilizada em estrados, caixas e outras embalagens de transporte, a madeira vem sendo progressivamente preterida por materiais alternativos. Isso acontece

basicamente por três razões. Madeira nem sempre garante a manutenção da integridade dos produtos durante os trajetos, pode ser um vetor de contami-nações e tem resistência mecânica comprometida quando em contato com a umidade. Uma das mais novas propostas de substituição da embalagem de madeira surge para atender ao setor de vidros planos. Trata-se da KraftCap, da Adezan, desen-volvida a partir de papel reciclado.

De acordo com o sócio-diretor da Adezan, César Zanchet, a novidade é uma opção ecologi-camente correta, por ser originada da reciclagem, e ao mesmo tempo é econômica. Zanchet garante que a KraftCap, composta por 80% de papel laminado e 20% de madeira, é em média 20% mais barata que as embalagens convencionais de madeira.

A KraftCap passou por vários ensaios realiza-dos no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para avaliar seu desempenho à resistência à tração (içamento), ao alagamento (umidade) e à exposi-ção à chuva, ao choque e ao arrasto. O coeficiente de resistência da embalagem é de 8 toneladas. Para as unidades destinadas à navegação em lon-gas distâncias, armazenadas por mais de 35 dias em contêineres marítimos, existe a possibilidade de um tratamento na camada externa com um pro-duto parafinado, que ajuda a expelir a umidade.

A experiência de quem já usaGrande fabricante do chamado vidro float (tam-bém conhecido no jargão das vidrarias como vidro plano do tipo cristal), a Cebrace já utiliza a KraftCap nas exportações de vidros planos para a indústria de construção civil.

A embalagem da Adezan solucionou uma

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busca de mais de dois anos, iniciada quando a vidraria solicitou a seus fornecedores o desenvol-vimento de embalagens com custo unitário mais em conta e baseadas em materiais alternativos, que proporcionassem baixo impacto ambiental e que garantissem proteção aos vidros nos dife-rentes modais de transporte. “Com a nova emba-lagem já obtivemos êxito em embarques feitos para diferentes regiões da América do Sul”, conta André Toledo, gerente de logística da Cebrace.

Toledo revela que a intenção da empresa é utilizar a KrafCap como embalagem dos vidros planos expedidos para todos os clientes interna-cionais, intenção ainda sem prazo para se concre-tizar. O profissional afirma que, no Brasil, mais especificamente no modal rodoviário, o ainda são necessários estudos de viabilidade de sistemas de travamento da carga dentro da carreta. “A tendên-cia é que a embalagem se torne padrão, pois, como ela é prática, todos se beneficiarão”, diz Toledo.

A barreira a ser transposta para popularizar a KraftCap, segundo Zanchet, é a disseminação no mercado nacional de embalagens de madeira pro-venientes da China, comercializadas a preços de rés-do-chão. “Apesar de serem baratas, elas têm qualidade questionável, pois são fabricadas com misturas de diversas madeiras”, alerta o dirigente da Adezan. (AES)

Adezan(11) 3782-4522www.adezan.com.br

Mais proteção: KraftCap suporta

até 8 toneladasde vidro plano

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}}} calendÁriO

Fontes de informaçãoEMBALAGEMMARCA selecionou alguns eventos que podem trazer novidades sobre o universo do packaging em 2009Ipack-Ima24 a 28 de março - Milão, Itáliawww.ipack-ima.com

Embala Minas14 a 16 de abril - Belo Horizonte, MGwww.greenfi eld-brm.com/embalaminas.html

Label Summit28 e 29 de abril - São Paulo, SPbrazil.labelsummit.com

Brasilplast4 a 8 de maio - São Paulo, SPwww.brasilplast.com.br

Hispack11 a 15 de maio - Barcelona, Espanhawww.hispack.com

China Print12 a 16 de maio - Pequim, Chinawww.chinaprint.cn

Envase Peru14 a 16 de maio - Lima, Peruwww.packaging.com.ar

Chinaplas18 a 21 de maio - Guangzhou, Chinawww.chinaplasonline.com

FCE Pharma/FCE Cosmetique26 a 28 de maio - São Paulo, SPwww.fcepharma.com.brwww.fcecosmetique.com.br

Seminário “Desmistifi cando a Inovação”3 de junho - São Paulo, SPwww.embalagemmarca.com.br/ciclo

Fispal16 a 19 de junho - São Paulo, SPwww.fi spal.com

National Plastics Exhibition22 a 26 de junho - Chicago, EUAwww.npe.org

Label Latinoamerica6 a 9 de julho - São Paulo, SPwww.labellatinoamerica.com.br

Embala Nordeste24 a 27 de agosto - Recife, PEwww.greenfi eld-brm.comembalanordeste.html

Feipack26 a 29 de agosto - Curitiba, PRwww.feipack.com.br

Envase22 a 25 de setembro - Buenos Aires, Argentinawww.packaging.com.ar

Labelexpo Europe23 a 26 de setembro - Bruxelas, Bélgicawww.labelexpo.com

Seminário “Tendências e Perspectivas 2009”15 de setembro - São Paulo, SPwww.embalagemmarca.com.br/ciclo

Pack Expo Las Vegas5 a 7 de outubro - Las Vegas, EUApelv2009.packexpo.com

Prêmio EmbalagemMarcaOutubro (data a defi nir) - São Paulo, SPwww.grandescases.com.br

Fispal Nordeste27 a 30 de outubro - Salvador, BAwww.fi spal.com

Simei24 a 28 de novembro - Milão, Itáliawww.simei.it

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60 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

}}} LANçAMENTOS E NOVIDADES – E SEUS SISTEMAS DE EMBALAGEMDIspLay

Natal da Bauducco tem edições limitadasTradicional fabricante de panetones aposta em latas de aço para produtos diferenciados

A Bauducco reformulou as embalagens de sua linha de panetones especiais, que tem edição limitada. São duas coleções em latas de aço: a carlo Bauducco, que faz uma homenagem à história do panetone e da própria Bauducco, com ilustrações de anti-gas peças publicitárias da empresa; e a Três reis Magos, com desenhos do artista Marcelo rosenbaum. As emba-lagens, produzidas pela Aro e pela Tapon corona, tiveram o layout criado pela Design Absoluto.

Aro (11) 2462-1700www.aro.com.br

Design Absoluto (11) 3071-0474www.designabsoluto.com.br

Tapon Corona (11) 3065-8662www.tapon-corona.com.br

Narita Design(11) 3167-0911www.naritadesign.com.br

Rexam(21) 2104-3300www.rexam.com

A Skol é a primeira cerveja brasileira a utilizar a nova lata sleek de alumínio, que passa a ser produzida pela rexam no Brasil. A embala-gem tem capacidade para 269 mililitros e, por

ser menor, gela mais rápido que a lata convencional de 350 mililitros. A tecnologia termosensível, que faz a seta mudar de cor – de transparente para azul – , avisa quando a bebida está na temperatura ideal para ser consumida. O design é da Narita. Batizada de Skol redondinha, a cerveja é vendida em packs com 15 latinhas.

Gela e avisaSkol estréia lata sleek termosensível

latinhas.

A linha capilar Payot Botânico ganha o reforço de mais dois produtos: xampu e condicionador camomila Girassol e Nutrimel, indicados para o tratamento dos cabelos claros. Os frascos transparentes de PVc são supridos pela BMP Plásticos e levam tampas de polipropileno (PP) da Seaquist closures. Os rótulos termoencolhí-

veis de PVc são impres-sos pela Gráfica 43. A criação das embala-

gens é da Payot.

Reforços para clarearPayot apresenta nova linha capilar

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BMP Plásticos (11) 4161-3941 www.bmpplasticos.com.br

Gráfica 43 (47) [email protected]

Seaquist Closures (11) 4141-4344www.seaquistclosures.com

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61EmbalagemMarcadezembro 2008www.embalagemmarca.com.br

Gráfica Reúna(54) 3441-9200

Móveis e Decorações Cemar(54) 3452-6678

Vetri Speciali+39 (0) 461-270111www.vetrispeciali.com

Zorzo Design(51) 3022-3200www.zorzoweb.com

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Edição: flávio palharEs ||| [email protected]

Grande, mas limitadaMillésime ganha garrafa de 6 litros

Chester, também no vinho Lançamento da Perdigão tem edição limitada

O espumante Brut Millésime, da Miolo Wine Group, ganha uma garrafa espe-cial de 6 litros, criada especialmente para o período de festas de final de ano. A embalagem, chamada de Matusalém, (ver EmbalagEmmarca 111, Almanaque) terá tiragem limi-tada. Serão apenas 500 garrafas numeradas, produzidas pela italiana Vetri Speciali, acondicio-nadas em uma caixa de madeira personalizada com o nome do cliente, fornecida pela Móveis e Decorações cemar. A garrafa é decorada com rótulos auto-adesivos da Gráfica reúna. O design é da Zorzo.

O tradicional chester, da Perdigão, ganha uma edição especial e limi-tada neste final de ano: chester ao Vinho. O produto é acondicio-nado em filmes de polietileno (PE) laminado impressos em flexografia pela Videplast. O design das emba-lagens é assinado pela Young & rubicam.

Videplast (49) 3566-9600www.videplast.com.br

Young & Rubican (11) 3026-4400yr.updateordie.com

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62 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

}}} LANçAMENTOS E NOVIDADES – E SEUS SISTEMAS DE EMBALAGEMDIspLay

A linha Bebê Vida, da Davene, teve as emba-lagens reformuladas. Os frascos produzidos pela Gensys em polietileno de alta densidade (PEAD) ganharam formato anatômico e contam com efeito soft touch. Os rótulos auto-ade-sivos de polipropileno biorientado (BOPP) são fornecidos pela Indexflex.

As tampas de polipropileno (PP) são da Mecaplastic. O layout das embalagens foi criado pela MN Design.

Gensys (11) 2199-1599 www.gensys.ind.br

Indexflex (11) 3618-7100 www.indexflex.com.br

Mecaplastic(11) 3835-4032 www.mecaplastic.com.br

MN Design (11) 2345-6644www.mndesign.com.br

Bebê Vida ganha novas embalagensDavene aposta no uso do soft touch

chegam às gôndolas os xampus e condicionado-res Neokids Spider-Man, lançamento da Mariah cosméticos dirigidos a crianças. Os frascos são de polietileno (PE), fechados por tampas de polipropileno (PP), ambos fornecidos pela Neumann Packing. Os rótulos termoencolhíveis são impressos pela Versacolor. O design das embalagens é da Desenho em Foco.

Tudo sobre as crianças Homem-aranha estampa linha da Mariah

Versacolor(11) 6168-7715www.versacolor.com.br

Desenho em Foco(11) 2406-3161www.desenhoemfoco.com.br

Neumann Packing(11) 3721-8673www.neumannpacking.com.br

A cerveja artesanal Baden Baden, da Schincariol, encontrada em garrafas de 600 mili-litros, ganha nova opção de volume. A bebida passa a ser acondicionada também em garrafas de 310 mililitros com o mesmo shape da embalagem de 600 mililitros. como tem o pescoço curto, a embalagem, produzi-da pela Owens-Illinois, foi apelidada de “short neck”. A garrafa é decorada com rótulos auto-adesivos da Inforpress, que também fornece os lacres adesivos que ficam sobre a tampa. O design é da Schincariol.

Cerveja “short neck”Baden Daden ganha versão menor

Inforpress (11) 4232-8599www.ifpress.com.br

Owens-Illinois(11) 2542-8084www.oidobrasil.com.br

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63EmbalagemMarcadezembro 2008www.embalagemmarca.com.br

Gráfica Allbox (62) [email protected]

Alcan (11) 4512-7000www.alcan.com

Gerresheimer (11) 4613-1010www.allplas.com.br

Kenpack (11) 4057-6015www.kenpack.com.br

Klöckner (11) [email protected]

Macro Etiquetas (62) [email protected]

O laboratório Neo Química relança o analgésico Doralgina com novas embalagens, desen-volvidas pela própria empresa. A variante líquida, de 15 mili-litros, chega em frascos de polietileno (PE) com tampas de polipropileno (PP) produzidos pela Gerresheimer. rótulos auto-adesivos de papel couché impressos pela Macro Etiquetas decoram as embala-gens. Os comprimi-dos estão disponí-veis em embalagens com quatro e vinte drágeas. Os blisters

de quatro comprimidos são con-feccionados em alumínio e PVc, fornecidos pela Alcan e pela Klöckner Pentaplast. A versão com 20 drágeas tem blisters de mesmo material supridos pela Kenpack e embalagens secun-dárias de papel cartão impres-sas pela Gráfica Allbox.

Depois da boa receptividade da variante limão do hidrotôni-co i9, a coca-cola disponibili-za o produto no sabor tangeri-na. A bebida é acondicionada em garrafas de PET produzidas pela Amcor. As tampas sport-lok de polipropileno (PP) são supridas pela cSI closures. Os rótulos termoencolhíveis são impressos pela Sleever International. O design das embalagens é da Dimaquina.

Doralgina é relançada de cara novaMedicamento tem variantes líquida e em drágeas

Tangerina na garrafaHidrotônico da Coca-Cola ganha novo sabor

Amcor(19) 3878-9000www.amcor.com

CSI Closures(11) 4195-3727 / 3741-3880www.csiclosures.com

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Sleever International2303-2337www.sleever.com

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64 EmbalagemMarca dezembro 2008 www.embalagemmarca.com.br

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abeaço 45 (11) 3842-9512 www.abeaco.org.bradegraf 63 (11) 2067-9999 www.adegraf.com.brantilhas 55 (11) 4152-1100 www.antilhas.com.bravery dennison 59 0800 701 7660 www.fasson.com.brbericap 29 (15) 3235-4500 www.bericap.combetim química 11 (31) 3358-8500 www.betimquimica.com.brbic label 7 0800 260 434 www.biclabel.com.brbp Filmes 27 (11) 3616-3402 www.bpfilmes.com.brbraskem 15 (11) 3576-9999 www.braskem.com.brciv 39 (81) 3272-4444 www.civ.com.brcomprint 49 (11) 3371-3371 www.comprint.com.brdupont 41 0800 171 715 www.dupont.com.brFrasquim 63 (11) 2412-8261 www.frasquim.com.brgironews 65 (11) 3675-1311 www.gironews.comgrand pack 61 (11) 4053-2143 www.grandpack.com.brgysscoding 25 (11) 5622-6794 www.gysscoding.com.brindemetal 31 (11) 4013-6644 www.indemetalgraficos.com.brindexflex 51 (11) 3618-7100 www.indexflex.com.brinnova 4ª capa (51) 3378-2300 www.innova.ind.britap bemis 37 (11) 5516-2045 www.dixietoga.com.brkromos 43 (19) 3879-9500 www.kromos.com.brlamipack 53 (49) 3563-0033 www.lamipack.com.brmarkem-imaje 33 (11) 3305-9455 www.markem-imaje.commetrolabel 21 (11) 3603-3888 www.metrolabel.com.brmintel 57 +1 (312) 450-6103 www.mintel.commoltec 61 (11) 5693-4600 www.moltec.com.brnilpeter 13 (11) 3729-9207 www.nilpeter.com.brnovelprint 61 (11) 3760-1500 www.noveltech.com.brnZ philpolymer 45 (11) 4716-3141 www.gruponz.com.brpantone 47 (11) 4072-4100 www.pantonegrafica.com.brprakolar 34 e 35 (11) 2291-6033 www.prakolar.com.brqualipack 9 (11) 2066-8500 www.qualipack.com.brrotatek 5 (11) 3215-9999 www.rotatek.com.brsig combibloc 3ª capa (11) 2107-6744 www.sig.biz/brasilsimbios-pack 63 (11) 5687-1781 www.simbios-pack.com.brtetra pak 19 (11) 5501-3205 www.tetrapak.com.brWheaton 2ª capa (11) 4355-1800 www.wheatonbrasil.com.br

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AlmanaqueAlmanaque

66 EmbalagemMarca dezembro 2008www.embalagemmarca.com.br/almanaque

Primeiro protetor diário de calcinha do mercado nacional, o Carefree comemora trinta anos em 2008. O produto foi aqui introduzido pela Johnson & Johnson – que, a propósito, pavimentou o desenvolvimento do mercado de proteção íntima feminina

no Brasil. Na década de 30, a multina-cional lançou o primeiro absorvente (o recém-aposentado Modess), e em 1974, o primeiro absorvente aderente, capaz de ser fixado às calcinhas (o Sempre Livre). Na foto ao lado, o produto em 1978.

Uma idéia “cabeça”

De papo de boteco a unanimidade Antes de 1960, havia dois tipos de garrafas de cerveja no Brasil: as ver-des e as de cor âmbar. Dizem os boê-mios daquela época que as de “casco escuro” eram melhores que as de “casco claro”. Se viesse uma cerveja

de “casco verde”, era rejeitada ime-diatamente pelos experts de plantão nos botecos. Isso porque, diz a lenda, as cervejas fornecidas em garrafas claras tinham qualidade inferior. Uma das primeiras marcas a usar apenas o

“casco escuro” foi a Faixa Azul, da Cia. Antarctica Paulista. Depois de o mercado acostumar-se com a referência de que a garrafa âmbar era sinal de boa cerve-ja, todos os demais fabricantes

passaram a envasar suas bebidas nessas emba-lagens. Tanto que nas propagandas da época, os cascos que apareciam eram sempre os escuros.

As pastilhas PEZ são um sucesso de vendas desde 1927, quando foram inventadas em Viena pelo confeiteiro austríaco Eduard Haas usando uma mistu-ra de açúcar e óleo de hortelã. O nome PEZ é derivado da palavra alemã PfeffErminZ, que significa menta (ou hortelã-pimenta). Inicialmente vendida como “confeito de luxo para pesso-as ricas”, logo se descobriu

que as crianças eram o público-alvo das balinhas. Inicialmente, elas eram vendidas a granel, até que em 1948 a

empresa criou o primeiro por-ta-balas higiênico. A grande idéia da empresa, entretanto,

foi criar os porta-balas colecio-náveis, com cabeças de persona-gens conhecidos, em 1955. Papai Noel e Mickey Mouse foram as primeiras cabeças usadas nos dis-pensers. Hoje, milhares de diferentes porta-balas são atrativos não somen-

te para as crianças, mas também para um número de colecionadores do mundo inteiro.

Cuidado há trinta anos

“Casco escuro”, presente nos anúncios, indicava que a cerveja era de qualidade

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