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Uma publicação direcionada, exclusivamente, para imobiliárias e síndicos de condomínios Ano VI – N° 31 – Março/Abril 2009 A REVISTA DO MERCADO IMOBILIÁRIO GAÚCHO Fechamento autorizado – pode ser aberto pela ECT O mundo também é dos condomínios Preservação dos recursos hídricos, tratamento de esgotos, coleta seletiva de lixo e fontes alternativas de energia fazem parte do dia-a-dia condominial

Revista Espaço Imóvel - Ano VI nº31 Março/Abril 2009

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MENSAGEMDOPRESIDENTEECONOMIAREGISTROSPESQUISADÚVIDASMANUTENÇÃOMEIOAMBIENTERECURSOSHÍDRICOSESGOTOSLIMPEZAURBANAFONTE ALTERNATIVA ESPAÇO SECOVIMED

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Uma publicação direcionada, exclusivamente, para imobiliárias e síndicos de condomínios

Ano VI – N° 31 – Março/Abril 2009

A REVISTA DO MERCADO IMOBILIÁRIO GAÚCHO

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O mundo tambémé dos condomíniosPreservação dos recursos hídricos,

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parte do dia-a-dia condominial

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Revista Espaço Imóvel:Tiragem: 27 mil exemplares – Uma publicação institucional,de periodicidade bimestral, do SECOVI/RS e da AGADEMI.Travessa Francisco de Leonardo Truda, 98 - 9º andarPorto Alegre/RS - Telefone: (51) 3221 3700 - Fax (51) 3221 3818

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não expressam, obrigatoriamente, posicionamento editorial daRevista Espaço Imóvel ou das diretorias do Secovi/RS e da Agademi

CONSELHO EDITORIALMoacyr Schukster, Simone Camargo, HelenaTerezinha do Amaral Gomes e Zélide Zuanazzi

PRODUÇÃO EDITORIALProva ComunicaçãoJornalista Responsável:Joni Ferreira Neto- RMTb 7.144

Atendimento:Maurília Souza de LemosTel/Fax (51) 2111 7892Arte Capa:Kauer Idéia e ImagemEditoração eletrônica: TemáticaCtP e Impressão:Gráfica Pallotti

E X

P E

D I

E N

T E

MENSAGEM DO PRESIDENTEO encanto das bombas de recalque

ECONOMIACondomínios direcionam esforços para combater a crise

REGISTROSSíndicos, empresários e funcionários de imobiliárias

participam de atividades de qualificação

PESQUISADespesas com pessoal, água e segurança são as mais

representativas nos condomínios

DÚVIDASEspaço Imóvel responde questionamentos sobre a área

condominial

MANUTENÇÃOCalçadas embelezam e valorizam condomínios

MEIO AMBIENTEO mundo também é dos condomínios

RECURSOS HÍDRICOSFormas de conservação de água em edifícios

ESGOTOSTratamentos em condomínios geram economia e

ajudam na preservação ambiental

LIMPEZA URBANAColeta Seletiva de Lixo amplia presença em todo o Estado

FONTE ALTERNATIVAUso de energia solar colabora com meio ambiente e

proporciona economia

ESPAÇO SECOVIMEDRestaurações de amálgama de prata ou resina

composta em dentes posteriores?

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N E S T A E D I Ç Ã O

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M E N S A G E M D O P R E S I D E N T E

DIRETORIA EXECUTIVA DO SECOVI/RS E DA AGADEMI

Presidente: Moacyr Schukster1º Vice-presidente: Gaspar FioriniVice-presidente de Condomínios:Simone CamargoVice-presidente de Comercialização:Gilberto CabedaVice-presidente Financeiro: Flávio Roberto StefaniVice-presidente de Locações: Gilberto KoenigVice-presidente de Relações do Trabalho:Jane Simões PiresVice-presidente: Adão Alves de OliveiraVice-presidente: Leandro Rossi de Moraes HilbkVice-presidente: Marcelo Luiz Mignone CallegaroVice-presidente: Véra Lucia Hahn

SUPLENTESAlexandre Gilberto Cohen; Ary Costa de Souza; Hugo DelCarrir Euzébio; João Comerlato Neto; Mara RosaneArnhold; Rafael Padoin Nenê; Sileini SulzbachMossmann; Valdir Patrício Fin; Viviane Tomazelli eWalter Antônio Scuccimarra Marichal

CONSELHO FISCAL EFETIVOSJosé Cezar Sperinde Filho; Júlio César Soaresda Silva e Natálio Wulff

SUPLENTESIvar Balconi; Luiz Gustavo Tarrago deOliveira e Plínio Anele

DELEGADOS REPRESENTANTESJUNTO À FEDERAÇÃO EFETIVOSMoacyr Schukster e Flávio José Gomes

SUPLENTESJane Simões Pires e Simone Camargo

CONSELHO ADMINISTRATIVO EFETIVOSAlexandre Altenhofen Pazzini; Cláudio Walter MattosFerreira da Silva; Ingo Luiz Voelcker;Paulo Fernando de Albuquerque Etzberger e VilsonPascoal Dalla Vecchia

SUPLENTESAttílio Stopassola; Ivan Bento Alves; Lucília Beck Ferlauto;Manoela de Oliveira Freire eRudimar José Joner

CONSELHO CONSULTIVO(Ex-Presidentes; Membros Natos)Alfredo E. Mello; Aroni Becker; Avelino MirandaViana; Ederon Amaro Soares da Silva; FernandoSarmento Leite Barcellos; Flavio José Gomes;

Gaspar Fiorini; Moacyr Schukster; Natan Sandler e SandraThereza Nunes

DELEGADOS E SUBDELEGADOSNO INTERIOR DO ESTADOBento Gonçalves: Ildoíno Pauletto; Cachoeira do Sul: ErliAntão do Canto Calvett; Canela: Attílio Stopassola;Canoas: Ricardo Brandalise; Carazinho: Cláudio PauloHoffmann; Caxias do Sul: João Jorge Zanol;Estrela: Sileini Sulzbach Mossmann; Erechim: ClementeAbélio Pierozan; Farroupilha: Milton Carlos de Souzae Adriel Somacal; Gramado: Viviane Tomazelli;Gravataí: Luciane Pessato; Guaíba: Vilmar Silveirada Silva; Ijuí: Cícero Tremea dos Santos;Lajeado: Marco Aurélio Rozas Munhoz; Montenegro: KarlHeinz Kindel; Novo Hamburgo: Véra Lucia Hahn eLeonardo La Bradbury; Osório: Márcio Antônio VieiraMadalena; Passo Fundo: Mara Rosane Arnhold;São Leopoldo: Leandro Rossi de Moraes Hilbk;Santa Cruz do Sul: Roque Dick;Santo Ângelo: Alexandre Altenhofen Pazzini;Tramandaí/Imbé: Marcelo Luiz Mignone Callegaro;Uruguaiana: Jônatas Brazeiro Fernades; Viamão: JoséJanes da Silva Nunes

SUPERINTENDENTEHelena Terezinha do Amaral Gomes

O encanto dasbombas de recalque

Moacyr Schukster Presidente do Secovi/RS e da Agademi

curioso como se costuma buscara percepção de vida nas coisas.Enxergar a atividade pulsante nos

inspira e nos anima. Especialmente na-quilo que nos interessa, tem para nós al-guma utilidade ou mesmo onde admi-ramos a beleza.

Quando se detém nos aglomeradoshumanos, onde a vibração é bem visível,a sensação é quase gráfica.

Clubes muito frequentados; cidadesmovimentadas; estações repletas exi-bem essa vitalidade. Um condomínio,por natureza, também terá essa característica, pois secompõe de atividade de pessoas com o dinamismo pró-prio dos nossos dias.

Se nos permitirmos dar asas à imaginação e procu-rar sinais marcantes num prédio de muitos andares, aca-baremos por encontrá-los em quantidade suficiente paramontarmos um retrato bem nítido. Por exemplo, os ele-vadores, os portões, as minuteiras e até o balançar dosarbustos nos jardins podem ser parte do quadro.

Mas, nada é tão expressivo em demonstrar vida quan-to a circulação da água por dentro de um edifício. A si-militude com o organismo humano parece óbvia. Sem

água não dá para viver. E no condomíniose torna tão importante quanto o sanguepara o ser humano. A rede hidráulica é ocul-ta, mas uma radiografia, se pudesse ser fei-ta, exibiria o quanto ela permeia o prédio.

Como qualquer zelador competentedirá, a falta do precioso líquido inviabilizauma convivência feliz. Os reservatórios chei-os correspondem à tranquilidade que to-dos querem.

É neste instante que a gente se lembrado coração que bate para que das tornei-ras jorrem: a bomba de recalque, máquina

que empurra a água do reservatório inferior ao superior,de onde se ramificam todos os encanamentos.

Prédios bem dotados possuem duas bombas de re-calque, cujo uso se faz alternadamente. Dessas bombasdepende muito o bem-estar dos moradores. Contudo,fazem barulho bem conhecido e, com o dos elevadores,forma um par que pode trazer irritação a quem tem deouvi-lo com frequência.

Sim. É um equipamento ruidoso. Mas, soa como mú-sica a quem se dá conta da sua importância. A água quesome leva junto o bom humor e a tolerância. Pensandomelhor, aquele barulhinho pode até ser encantador.

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E C O N O M I A

om muito empenho, controle, redução de des-pesas e planejamento, os representantes doscondomínios procuram manter estáveis os orça-

mentos previstos para este ano de 2009.A tarefa, que não tem sido fácil, vem exigindo a apli-

cação de estratégias diferenciadas, como a diminuiçãode gastos com melhorias e, em alguns casos, até mesmoredobrado esforço em renegociação de cotas em atrasocomo forma de evitar o aumento da inadimplência.

As iniciativas que vem sendo tomadas pelos síndicosreforçam a opinião do economista e assessor econômi-co da Fecomércio/RS, Eduardo Merlin, de que todos osbons gestores, sejam eles executivos de grandes conglo-merados econômicos, administradores de pequenas emédias empresas ou esclarecidos chefes de famílias, es-tão hoje bem mais capacitados em termos de reduçãode custos e planejamento de despesas.

Merlin acredita que a estabilidade da moeda faz todaa diferença para essa mudança de comportamento. “Vi-vemos, 15 anos depois do Plano Real, uma nova culturabaseada na inflação baixa e no poder de compra damoeda, na qual há conceitos bastante importantes quese sedimentaram em nossas rotinas. Ressalto a impor-tância de dois, que estão ligados diretamente à admi-nistração em todas as esferas: o planejamento e o con-trole de custos. Com moeda estável, é possível planejar– prever ações e orçá-las para atingir os objetivos dese-jados pelo conjunto dos interessados (sejam membrosde empresas, governos ou condomínios).”

“O aspecto mais relevante da administração do diaa dia - prossegue o economista - é tomar decisões deuso dos recursos financeiros limitados entre necessi-dades e interesses ilimitados. Por isso, a racionalizaçãodos custos ganha também importância. Se sobrar mais

recursos, mais necessidades poderão ser atendidas.Antes, sem a estabilidade econômica, administrar eraatender às necessidades básicas e urgentes, uma vezque o dinheiro em caixa perdia rapidamente seu poderde compra.”

O especialista argumenta, ainda, que a preparação dosgestores nesses 15 anos foi bastante natural, pois passoua ser uma demanda dos novos tempos essa capacidadede prever necessidades, ordenar sua importância, orçá-lae executá-la, sem desperdício de tempo ou dinheiro.“Aqueles que não se capacitaram estão correndo sério ris-co de ficarem para trás, pois hoje não basta saber fazeruma aplicação no “overnight” para ser administrador.”

Maior turbulência mundial das últimas décadas, fontede pânico sócio-econômico e origem das mais destaca-das - e negativas - manchetes desde o final do ano passa-do, a atual crise econômica, tida como a mais drástica des-de a depressão de 1929, tem várias explicações, mas nãose deve apenas a descontroles e falta de regulamentação.

C

Condomínios direcionamesforços para

combater a crise

Economista acredita quegestores aprenderam a reduzir

custos e planejar despesas

Marolinha ou Tsunami?

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E C O N O M I A

PlanejamentoManter o controle dos gastos com acompanhamen-

to constante da previsão anteriormente estipulada, foi amaneira encontrada pelo síndico do edifício Três Ami-gos, localizado em Tramandaí, Deoclides Magnus, para

Como os condomíniosestão enfrentando a crise

Segundo EduardoMerlin, o que faltou fo-ram o estabelecimen-to de regras relevantese a fiscalização mínimano sistema financeironorte-americano. “Nãoque não exista um re-gramento, mas sim, queo regramento existentedeixou de ser aplicadoe ninguém foi punidopor isso. Os bancos co-merciais devem obe-decer aos critérios dealavancagem financei-

ra, proteção de fundos e administração de riscos estabe-lecidos pelo Acordo da Basiléia, convenção aceita pelomundo. O problema surgiu, na verdade, com um dribleque o mercado deu na regulamentação: a criação dos ban-cos de investimentos. Esses não estariam sujeitos aos en-quadramentos da Basiléia e terminaram por criar recur-sos financeiros de forma desmedida – sem créditos con-fiáveis para garantia – e os repassaram aos bancos co-merciais, que também os utilizaram para lastrear novosempréstimos e criar, assim, mais dinheiro.”

O economista da Fecomércio-RS, explica que, por umlado, os bancos de investimento foram responsáveispela grande liquidez mundial que resultou em abun-dância de crédito - reduzindo os juros das operações eampliando os prazos de pagamentos. “Desta forma elesacabaram por gerar condições financeiras ímpares paraque o mundo tivesse um forte ciclo virtuoso de cresci-mento nos últimos cinco ou seis anos. Esse recurso fi-nanciou a grande expansão do mercado imobiliário nospaíses emergentes (dentre os quais o Brasil se desta-cou) e da indústria e comércio de bens de consumo

duráveis, especialmente automóveis, computadores eos eletrodomésticos.”

Por outro lado, afirma Eduardo Merlin, “a fragilidadedas garantias – as hipotecas norte-americanas dos cli-entes que não tinham capacidade de pagamento – mos-trou que não é possível crescer fugindo das regras, poisa base não é sólida para sustentar todas as operaçõesdo mundo produtivo alavancadas por estes recursos.Quando as garantias ruíram, ruiu todo o sistema. Ou seja,faltou fiscalização, e não regulamentação.”

Existe prazo para a crise terminar?Na opinião de Merlin, os efeitos da crise estão sendo

assimétricos demais para permitir uma avaliação de seutérmino de modo geral. “Em termos setoriais, a indústriade máquinas e de bens de consumo duráveis talvez játenha chegado ao “fundo do poço”, sendo possível ape-nas crescer. Mas isso deverá ocorrer em um ritmo maislento do que o observado antes de setembro de 2008. Osetor terciário (comércio de bens e serviços) deverá man-ter-se em desaceleração mais suave até o segundo se-mestre, dependendo a intensidade e a duração deste rit-mo mais lento, diretamente dos níveis de desempregoque resultarem da crise. O desemprego afeta, por umlado, a demanda presente, pois retira de forma direta domercado de consumo os indivíduos que perderam seusempregos. Por outro, impacta também a demanda futu-ra, pois gera incertezas até mesmo em quem ainda estátrabalhando. O que já foi vendido também poderá vir aser comprometido, uma vez que o risco de inadimplên-cia torna-se maior.”

“Porém, finaliza o economista, há uma certeza: crisesvão e vêm. Há grande capacidade de aprendermos comos erros que geraram a crise para não cometê-los denovo. A história nos diz que isso ocorre: saímos das cri-ses melhores do que entramos, pois aprendemos a con-trolar gastos, proteger nossos recursos e aplicá-los nasações que nos trarão maior retorno.”

Para o assessor de economia daFecomércio-RS, Eduardo Merlin, ascrises nos ensinam a controlargastos, proteger recursos e aplicá-los de forma mais produtiva

que a crise não atingisse, pelo menos até este momento,as contas do condomínio.

Apesar de reconhecer os efeitos desta grande turbu-lência econômica, com incalculáveis prejuízos financei-

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Deus, em Porto Alegre - exercida pela síndica, MaríliaCoelho Cruz, juntamente com um grupo de conselhei-ros - está fazendo.

Este controle de despesas, aliás, tem sido uma dascaracterísticas do Condomínio Régio, tanto é assim quefoi possível manter o mesmo valor da cota condominialao longo dos últimos três anos.

Segundo a síndica “a elasticidade do prazo onde asquotas se mantiveram inalteradas só foi possível graçasà participação de todos os condôminos e também, des-de o início da crise, ao reescalonamento das providên-cias de manutenção do prédio que passaram a ser feitasem intervalos um pouco maiores.”

InadimplênciaE como não poderia deixar de ser, em algumas situa-

ções, os reflexos da crise se fazem presentes de formamais direta. Isto acontece quando a incidência se dá atra-vés da dificuldade que os condôminos apresentam emmanter suas cotas em dia. Este é o caso do Condomínio

Guaratiba, no Jardim Leopoldina, emPorto Alegre, onde o síndico, José Reinaldo Adamczuk,afirma que a inadimplência, nos últimos meses, subiu decerca de 15% para mais de 30%. “O percentual começoua subir a partir de dezembro de 2008. Pessoas que sem-pre mantiveram a taxa de condomínio em dia começa-ram a atrasar e hoje a situação já é preocupante.”

Adamczuk tem se colocado a disposição dos condô-minos em dificuldades no sentido de renegociar as dívi-das e feito um trabalho de conscientização entre os mo-radores para que eles se mantenham em dia como formade garantir a estabilidade financeira do condomínio.

ros e uma avalanche de de-sempregos, Magnus, maisconhecido por ‘Quildo’, tam-bém lembra que em termosde controle de gastos a situa-ção era bem pior na épocaem que havia no País um to-tal descontrole monetáriocom altíssimos índices deinflação. Ou seja, conclui osíndico, “quando se tem a

possibilidade de planejar custos e despesas, as crisespodem ser enfrentadas com maior facilidade”.

ControleNa opinião da síndica do

Edifício Christina, bairro SãoGeraldo, em Porto Alegre,Olívia Nely Woitch, o impor-tante é que se enfrentem ascrises com trabalho e dedi-cação. Dentre algumas inici-ativas que podem colaborarpara o alcance destas metas,a síndica cita a busca da es-tabilidade nos gastos e acontenção de desperdícios. “Para isto, é fundamental quetenhamos a conscientização dos demais condôminossobre a importância da participação de todos, fato que,felizmente, tem acontecido em nosso condomínio”.

“Além disto, complementa a síndica, é preciso que asdecisões sejam tomadas de forma criteriosa, como foi ocaso em que, recentemente, com as devidas providên-cias conseguimos reduzir o valor da conta de água emcerca de R$ 200,00 por mês e, em tempos de crise, qual-quer economia sempre ajuda”

AtualizaçãoUma das primeiras de-

monstrações de que as con-sequências da crise podematingir até mesmo quemnada tem a ver com ela équando algumas despesasprecisam ser revistas. E é jus-tamente isto que a adminis-tração colegiada do Condo-mínio Régio, bairro Menino

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R E G I S T R O

PalestrasAo longo dos dois úl-

timos meses, março eabril, o Secovi/RS e aAgademi promoveramseis palestras. Três delas,direcionadas para síndi-cos e condôminos, trata-ram de temas como AMulher no Mundo deHoje, alusiva ao Dia Inter-nacional da Mulher, AIdentificação, Controle ePrevenção de Cupins e

Brocas e, por fim, o Condomínio Edilício, abordando, emespecial, normas internas, órgãos administrativos e rea-lização de assembléias.

As outras três palestras tiveram como um dos dife-renciais o fato de que, uma delas, que discorreu sobreAveriguação do Estado do Imóvel Locado, foi apresen-tada na cidade de Gramado.

Já em Porto Alegre, as palestras do bimestre foramcomplementadas com uma dupla apresentação. Devi-do à grande procura houve necessidade de que a expo-sição sobre o Aprimoramento com Base na Qualidadetivesse uma realização no mês de março e outra em abril.

Síndicos, empresários e funcionáriosde imobiliárias participam de

atividades de qualificaçãoCursos

A exemplo das palestras, também os cursos desen-volvidos em março e abril alcançaram seis apresentações.

Ministrados pela advogada Luciane Lopes Silveiraaconteceram os cursos sobre Locações Imobiliárias, Mó-dulos I e II, e Garantias Locatícias – Alternativas Dianteda Falta de Fiador.

À advogada Cristiane Vargas coube as explanaçõessobre Gestão Condominial, em seu Módulo I, e Assem-bléias Gerais que foi concluído com esclarecimentos so-bre Redação de Atas, prestados pela professora RosaneSeverino Campos. A mesma professora havia ministra-do, dias antes, o curso intitulado Acordo Ortográfico quecontou com boa afluência de participantes.

Reunião-almoço na Serra

E um dos destaques do bimestre foi a realização deReunião-Almoço Especial em Caxias do Sul, ocasião emque o presidente do Secovi/RS e da Agademi, MoacyrSchukster, fez uma análise sobre os reflexos da atual cri-se econômica, em especial nos segmentos que dizemrespeito ao mercado imobiliário.

O evento, promoção conjunta das entidades em par-ceria com a Delegacia da cidade, comandada por JoãoJorge Zanol, foi prestigiado pela presença de dezenasde empresários da Região Serrana.

Palestra em homenagem aoDia Internacional da Mulher foiproferida pela jornalista e atriz,Laura Medina

Empresários, executivos e funcionários de imobiliárias buscamesclarecimentos sobre uso de ferramentas que aperfeiçoam osatendimentos aos clientes

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Secovi/RS continua a fazer parte do TribunalAdministrativo de Recursos Tributários

A superintendente do Secovi/RSe da Agademi, Helena Terezinha doAmaral Gomes, representando oSindicato da Habitação, foi recon-duzida ao cargo de Conselheira Ti-tular do Tribunal Administrativo deRecursos Tributários (TART) do mu-nicípio de Porto Alegre.

A posse aconteceu no último dia19 de março, na sede da Prefeitura,ocasião em que também foi empos-sado, na condição de suplente, ovice-presidente de Locações dasentidades, Gilberto Koenig.

Os demais itens que complementam as despesas são:elevadores, gás/combustíveis, limpeza/higiene, luz/energia elétrica,seguros e taxa de administração.

Participação % em dezembro/08

33,13

12,44

9,85

9,58

8,89

6,19

80,08

19,92

100

RubricasPessoal

Água

Obras

Segurança

Diversos

Conservação

Sub Total

Demais Itens

Total

Instalado em 2006, o TART é o ór-gão com competência para decidir ad-ministrativamente, em segunda ins-tância, sobre as questões de naturezatributária envolvendo o município dePorto Alegre e seus contribuintes.

O Tribunal é integrado por 14 con-selheiros, sendo oito servidores mu-nicipais e seis representantes de en-tidades de destacada representativi-dade social.

Mensalmente, o Departamento de Economia e Esta-tística do Secovi/RS e da Agademi elabora uma pesqui-sa que trata das despesas dos Condomínios em PortoAlegre. O trabalho que demonstra os gastos mensais,agrupados em 12 rubricas, serve de referência aos síndi-cos e administradores no planejamento e aplicação dosrecursos com mais precisão, tendo em vista que, normal-mente, os itens apurados apontam índices proporcionaiscom variações muito pequenas.

Na pesquisa referente ao mês de fevereiro/09, perce-be-se que os seis itens mais expressivos, em termos dedespesas, são responsáveis por 80,08% dos gastos condo-miniais. São eles as despesas com pessoal, água, seguran-

Despesas com pessoal, água e segurançasão as mais representativas nos condomínios

ça, diversos, obras e conservação. Veja os percentuais dosseis itens de despesas mais expressivas, no quadro abaixo:

Fórum Estadual de Gestão promoveentrega de Troféu Excelência

O Secovi/RS foi um dos sindicatos a receber o Tro-féu Excelência do SEGS (Sistema de Excelência emGestão Sindical), em solenidade realizada no últimodia 26 de março. A entrega da premiação, destinada

aos 75 sindicatos que participaram de todas as eta-pas do processo em 2008, aconteceu por ocasião doencerramento do 18º Fórum Estadual de Gestão pro-movido pela Fecomércio-RS.

Gilberto Koenig é vice-presidente deLocações do Secovi/RS e da Agademi e jápresidiu a Agadie

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ESPAÇO IMÓVEL

Estou enfrentando dificuldades econômicas, poisestou em processo de separação. Estou pagando ocondomínio com muitas dificuldades. Atrasei doismeses e agora querem me cobrar juros desde o ini-cio. Está correto? E a correção monetária?

Em se tratando de quota de condomínio em atra-so, tanto a correção monetária, quanto os juros, de-vem incidir desde o vencimento de cada contribui-ção em atraso, este é o entendimento dos tribunais eda doutrina.

Portanto, os juros moratórios e a correção monetáriadevem ser calculados desde o vencimento respectivo.

Sou dono de várias unidades autônomas. O síndicome impediu de votar em Assembléia Geral Ordiná-ria porque me encontrava inadimplente em relaçãoa algumas unidades. Pode isto?

Dispõe o Código Civil que é direito do condôminovotar nas deliberações da assembléia e delas partici-par, estando quite (art. 1.335). Assim, o condômino po-derá votar apenas pelas unidades que se encontram emsituação regular, ou seja, adimplentes. Na condição deinadimplente, pelas demais unidades, é absolutamen-te legítima a conduta do síndico, em Assembléia Ge-ral Ordinária.

O síndico poderá vetar o direito de voto do condô-mino em relação às unidades em que estiver inadim-plente. Portanto, o condômino vota pelas unidades queestão em dia com as contribuições e não vota por aque-las que estiver inadimplente.

É correto o síndico receber pagamento para exercero cargo?

O cargo de síndico pode ser remunerado em dinhei-ro, por intermédio de desconto, ou isenção, de sua cotacondominial, devendo estar previsto na convenção, ou,se não houver tal menção, definida em assembleia.

O Condomínio cobrou judicialmente um condôminoinadimplente. O imóvel foi leiloado. Quem deve pa-gar o leiloeiro?

Conforme dispõe o Código de Processo Civil, cum-pre ao leiloeiro receber do arrematante a comissão es-tabelecida em lei ou arbitrada pelo juiz (art. 705, incisoIV). Portanto, quem paga a comissão do leiloeiro é o ar-rematante, aquele que adquire o bem em leilão deter-minado pelo juiz.

Respostas: Eliane Maria Virtuoso, advogada, integrante doDepartamento Jurídico Secovi/RS-Agademi

Temos um condômino no edifício que não reside noBrasil. Mora no apartamento um procurador que nãopaga condomínio. Posso entrar com uma ação de co-brança contra o procurador?

Conforme dispõe o Código Civil, é dever do condômi-no, entre outras coisas, “contribuir para as despesas do con-domínio, na proporção de suas frações ideais” (art. 1.336).

Esta obrigação é propter rem, ou seja, adere à coisa,de forma que a responsabilidade pelo seu pagamentoé, em princípio, do proprietário, ou seja, daquele em cujonome o imóvel estiver registrado.

Em condomínio edilício, portanto, o procurador doproprietário do imóvel, ainda que neste resida, não res-ponde pessoalmente pelo pagamento das taxas condo-miniais, sendo, pois, parte ilegítima para figurar no pólopassivo da ação de cobrança. No entanto, o procuradorpoderá receber citação se na procuração contiver pode-res especiais e expressos para tanto (art. 214 e 215 doCódigo de Processo Civil), pois a finalidade da citação édar conhecimento ao réu, que é o condômino, da açãocontra si ajuizada.

Posso convocar os condôminos para uma assembléiaatravés de e-mail?

Prevê o Código Civil que a assembleia não poderádeliberar se todos os condôminos não forem convo-cados para a reunião (art. 1.354). Assim, o dispositivocitado estabelece claramente que é condição inarre-dável para a instalação da assembleia condominial aconvocação de todos os condôminos do edifício. Casonão seja posta em prática esta condição legal, incor-re em nulidade a assembleia realizada, o que, emconsequência, torna sem efeito todas as matériasnela deliberadas.

Cabe ressaltar que não há, explicitamente, no orde-namento jurídico brasileiro a previsão do e-mail comomeio de prova. A fim de prevenir a anulação da assem-bleia, há que fazer prova sobre o efetivo cumprimentodo artigo 1.354 do CC., que trata da necessidade de pré-via convocação de todos os condôminos.

Portanto, por cautela, não recomendamos a convo-cação para assembleia através de e-mail, pois uma veznão comprovada a convocação de todos os condômi-nos, resta caracterizada sua nulidade.

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RESPONDE

Representantes de imobiliárias e síndicos de condomínios, em dia com a contribuição sindical, podem enviar seus questionamentos porcarta, fax ou e-mail. Confira detalhes no site: www.secovi-rs-agademi.com.br

No meu condomínio, o filho de um condômino utili-za a sua bateria, causando muito barulho e pertur-bando o sossego. Não temos convenção, o que sepode fazer neste caso?

Dispõe o Código Civil que não havendo disposiçãoexpressa na convenção, caberá à assembleia geral, por,no mínimo, dois terços dos condôminos restantes, deli-berar sobre a cobrança da multa ao condômino que: rea-lizar obras que comprometam a segurança da edifica-ção; alterar a forma e a cor da fachada, das partes e es-quadrias externas; alterar a destinação da unidade e autilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade esegurança dos possuidores, ou aos bons costumes (art.1.336, parágrafo segundo).

Portanto, na falta da convenção, o condômino pode-rá ser multado com a aprovação por assembleia da apli-cação da multa que poderá chegar até cinco vezes o va-lor de suas contribuições mensais.

Gostaria de saber o que deve ser feito se o síndico nãoconvocar todos os condôminos para uma assembleia?

Conforme o Código Civil, artigo 1.354, constitui aobrigatoriedade da convocação de todos os condômi-nos para assembleia, sob pena de nulidade do ato.

Assim, se algum condômino não foi convocadopara a assembleia, deverá comunicar por escrito aosíndico e ao conselho, informando da irregularidade,do que acarreta a nulidade das decisões, e requeren-do nova convocação.

Gostaria de contar com sua explicação sobre a ques-tão do voto secreto em assembleia. A convenção domeu condomínio não menciona a forma como deve-rá ser realizada a votação, sequer fala qualquer coi-sa a respeito. Para termos total transparência na elei-ção de síndico, gostaria de realizar uma votação aber-ta, com cada condômino declarando o seu voto.

Objetivamente falando, o Código Civil no artigo1.352 ensina que:

“art. 1.352. Salvo quando exigido quorum especial,as deliberações da assembleia serão tomadas, em pri-meira convocação, por maioria de votos dos condômi-nos presentes que representem pelo menos metadedas frações ideais.”

Respostas: Tiago Wodzik Strassburger, advogado, integrante doDepartamento Jurídico do Secovi/RS-Agademi

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“Parágrafo Único. Osvotos serão proporcio-nais às frações ideais nosolo e nas outras partescomuns pertencentes acada condômino, salvodisposição diversa daconvenção de constitui-ção do condomínio.”

O Código Civil não es-tabelece expressamentea forma da votação, seaberta ou fechada, apenas define que o voto, salvo dis-posição diversa da convenção, será proporcional as fra-ções ideais, ou seja, cada voto tem um valor. Neste con-texto, voto por fração ideal, não é possível de ser secretaa votação, pois a fração denuncia a unidade que votou.

No entanto, se o voto for por unidade, ou outra for-ma que não vincule valor ou identifique o voto, o qualdeverá constar expressamente na convenção, é possívelter-se votação secreta, pois não há como saber qual uni-dade votou.

Portanto, smj, prevalece a forma aberta de votação eo voto pela fração ideal; as outras formas, como porexemplo, secreta e voto por unidade, devem estar pre-vistas na convenção de condomínio.

Gostaria de saber se é possível alterar a forma de ra-teio das despesas do condomínio, e qual o quorumnecessário para tanto?

O atual Código Civil disciplina no artigo artigo 1.336,que é dever do condômino contribuir para as despesasdo condomínio na proporção das suas frações ideais,salvo estipulação diversa na convenção do condomínio.Dispõe ainda no artigo 1.351 que, depende da aprova-ção de 2/3 (dois terços) dos votos dos condôminos a al-teração da convenção.

Assim, se o condomínio possui convenção, esta de-verá ser obedecida quanto à forma de rateio da despe-sa, podendo sofrer alterações, desde que aprovadas pelovoto de 2/3 dos condôminos em assembleia.

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M A N U T E N Ç Ã O

ossivelmente em todas as cidades do País – e cer-tamente nas de médio e grande porte – a respon-sabilidade pela execução e manutenção do cal-

çamento público, em frente ao imóvel, é do proprietário.Alguns juristas até contestam o fato, alegando que,

além de ser um local de uso da comunidade, as calçadassão utilizadas de acordo com os interesses das prefeitu-ras, órgãos públicos ou de concessionários que cobrampelos serviços prestados ou fornecidos. Citam, comoexemplo, a decisão sobre plantio de árvores, fixação deequipamentos, canalizações de água e esgoto, fiação elé-trica, cabos elétricos, fibras óticas e outros. Fazem, tam-bém, comparativos com as vias públicas urbanas, exten-são do calçamento, destinadas ao tráfego de veículos, es-tas sim de responsabilidade dos executivos municipais.

Discussões à parte, o certo é que as legislações mu-nicipais estabelecem que cabe ao proprietário do imó-vel, ou a quem este repassar por força contratual, a pavi-mentação da calçada, por ocasião da construção do imó-vel, como condição para obtenção do habite-se.

Dizem, ainda, as legislações, que compete ao donodo imóvel a conservação do passeio público de acordocom as normas estabelecidas pela municipalidade. Via deregra estas normas especificam o tipo de material a serutilizado, metragens, permissão ou não para colocação deacessórios tais como lixeiras, floreiras, canteiros, etc.

Calçadas embelezame valorizam condomínios

Para a vice-presidentede Condomínios do Seco-vi/RS e da Agademi, o fatode que os proprietáriosdos imóveis sejam os res-ponsáveis pelas calçadasfronteiriças as suas edifica-ções “é bastante positiva,haja vista o estado em quese encontram os passeiospúblicos em frente a al-guns logradouros públicosem muitas cidades”.

Simone destaca que “uma calçada bem conservada, nãocolabora apenas para melhorar o visual de uma cidade e atrafegabilidade de seus habitantes, garante também a se-gurança de locomoção dos próprios moradores e o em-belezamento e a valorização patrimonial dos imóveis.”

Em Porto Alegre, no início de abril, a Secretaria Muni-cipal de Obras e Viação (Smov), desencadeou uma cam-panha para conscientizar a sociedade sobre a importân-cia de manter as calçadas conservadas. Além de reforçara fiscalização, a Smov está promovendo a distribuiçãode materiais informativos com o objetivo de esclarecercomerciantes e moradores sobre a necessidade de re-cuperação e conservação dos passeios. Segundo Maurí-

cio Dziedricki, titular da Secretaria, é preciso fazercom que as pessoas compreendam que a manu-tenção das calçadas é responsabilidade do proprie-tário ou do inquilino de um imóvel. “A prefeitura éresponsável pela fiscalização. É fundamental, po-rém, conscientizar o cidadão para que o poderpúblico e a sociedade possam atuar em parceriaem medidas que garantam a qualidade e a preser-vação do patrimônio da cidade”, avaliou.

Em outras cidades do Estado, é aconselhávelque os síndicos se informem sobre o que determi-na a legislação do município a respeito da pavi-mentação e conservação do passeio público, comoforma de garantir os interesses e a tranquilidadede todos os condôminos.

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Simone Camargo destaca aimportância da conservação dascalçadas para os condomínios

Proprietários são responsáveis pela manutenção docalçamento em frente aos imóveis

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O mundo tambémé dos condomínios

ampliação do número de condomínios configu-rou-se como uma das maiores conquistas no seg-mento da construção civil, nas últimas déca-

das, ao permitir melhor aproveitamento do solo, demo-cratizar a infra-estrutura existente em determinadas re-giões, reduzir custos e ampliar benefícios, com ênfase es-pecial para a segurança.

Ao mesmo tempo, a grande aceitação por este tipode construção, onde os moradores são co-proprietáriosde um todo maior, trouxe, também um novo jeito de vi-ver. As transformações tiveram início pela área compor-tamental. Depois se expandiram aos preceitos legislati-vos, às interações sociais, tributárias e securitárias, àsnecessidades em termos de representatividade e a as-pectos de manutenção preventiva e de restauração. Nosúltimos anos, incorporou-se a este universo condominial

uma nova preocupação que pode ser chamada de res-ponsabilidade ambiental. Por reunir um elevado núme-ro de pessoas com eclética gama de conhecimentos eexperiências, em espaços bem mais concentrados (quan-do comparados com o sistema de lotes e unidades indi-vidualizadas habitadas para uma só família) os condo-mínios podem funcionar como verdadeiras células depreservação ao meio ambiente, de respeito à natureza ede valorização, ainda maior, da qualidade de vida nestegrande condomínio chamado de Terra.

E é com a proposta de participar desta nova realida-de, hoje presente em um grande número de edificações,que a Revista Espaço Imóvel apresenta, nas páginas se-guintes desta edição, uma série de matérias sobre temasambientais que podem estar relacionados ao dia-a-diados condomínios.

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M E I O A M B I E N T E

Fotografia, tomada por ocasião daexpedição da Apollo 11, mostra a

parte iluminada da Terra subindo aolongo do horizonte lunar

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M E I O A M B I E N T E

riado pela Organização das Nações Unidas (ONU),o Dia Mundial da Água, 22 de março, é comemo-rado desde 1993. Uma data que tem recebido,

cada vez mais, o respeito e a adesão de países e entida-des na promoção de atividades que colaborem para adivulgação e prática de ações que visem à preservaçãodos recursos hídricos do Planeta.

Dia Mundialda água

E é também desde 1993, que o Secovi/RS e a Agademi,a cada mês de março, tem registrado, com destaque, apassagem da comemoração em suas publicações. Agora,em 2009, renovando esta maneira de proceder, o Sindica-to da Habitação e a Associação Gaúcha de Empresas doMercado Imobiliário, publicam um artigo especial sobreformas de evitar o desperdício deste líquido tão precioso.

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os dias de hoje, é cada vez maior a preocupaçãoda sociedade com os impactos ambientais. Jáexiste a consciência de que devemos usar de for-

ma racional os recursos naturais para garantir a sobrevi-vência futura da humanidade.

Essa postura está embutida dentro dos conceitos desustentabilidade, eco eficiência e, em se tratando de cons-trução civil, “prédios verdes”.

Dentro desse contexto, é natural que se assista a umaumento do interesse por parte dos condomínios deimplementar medidas que resultem na minimização de im-pactos e conservação de recursos. Esse movimento adqui-re força à medida que as pessoas percebem que estasmudanças também lhes trazem ganhos econômicos, emtermos de redução dos valores das contas de água e ener-gia elétrica. Também há pressões legais nesse sentido, comoa recente Lei 10.506, de 5 de agosto de 2008, que estabele-ce o Programa de Conservação, Uso Racional e Reaprovei-tamento das Águas no município de Porto Alegre (RS).

Este artigo aborda as diversas ações que podem sertomadas para promover a conservação da água nos con-domínios, em particular nos edifícios residenciais. Nesses,essa se dá essencialmente pela redução do consumo deágua potável.

A alternativa mais eficaz para a redução do consumode água em um edifício é muito provavelmente a medi-ção individualizada do consumo, tornada obrigatória paranovas edificações pela Lei 10.506/08. Usualmente, a con-ta de água do edifício é rateada entre os condôminos combase nas frações ideais do terreno correspondentes a cadaeconomia. Isto permite que alguns usuários, consciente-mente ou não, consumam muito mais água do que amédia sem se dar conta do fato, pois o valor desse exces-so é compartilhado pelos demais moradores. A instala-ção de hidrômetros para cada economia permite que aconta seja rateada em função do consumo real de cadamorador. Com isso, quem efetivamente consome mais

acaba sendo pressiona-do pelos próprios gastosa diminuir seu consumo.Hidrômetros individuaistambém podem ser ins-talados em alguns edifí-cios já existentes. Infeliz-mente, nem todas as construções dispõem de uma insta-lação hidráulica compatível com a medição individual.

A segunda estratégia para a redução do consumo é ocombate aos vazamentos. Aqueles vazamentos que afe-tam os condôminos são rapidamente localizados e corri-gidos. Entretanto, vazamentos nos reservatórios e emaparelhos sanitários que não prejudicam diretamente osusuários (válvulas ou caixas de descarga que permanen-temente vazam água para o interior da bacia sanitária, porexemplo) acabam passando despercebidos. Em particu-lar, vazamentos nos reservatórios inferiores, em que a águainfiltra para o subsolo, somente são localizados ao se fa-zer revisões específicas para tal.

Uma vez controlados os vazamentos se pode tentarreduzir ainda mais o consumo através do uso de equipa-mentos economizadores de água. O artigo 5º da Lei10.506/08 menciona, entre outros, as bacias sanitárias comvolume reduzido de descarga e as torneiras com arejado-res. Isso implica na troca dos aparelhos existentes, o querepresenta custo para os condôminos e depende de de-cisão individual, visto que não se pode obrigar ninguéma fazer tal investimento.

Uma quarta alternativa seria o aproveitamento daágua de chuva, tão em voga hoje em dia. A água da chuvapoderia ser usada para fins não potáveis, como a descar-ga de bacias sanitárias e a lavagem de pisos. Entretanto,há uma série de dificuldades para a instalação de um sis-tema como esse. Para que seja possível usar essa água nasbacias sanitárias seria preciso construir uma nova rede deágua fria e instalar outro reservatório superior. Para isso

Formas de conservaçãode água em edifícios

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Gabriel D’Arrigo de Brito Souto Engenheiro Civil, Biólogo, Doutor em EngenhariaHidráulica e Saneamento e colaborador do Instituto Sauver

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se deve verificar se a estrutura do edifício é capaz de re-sistir a essa carga adicional. Em caso positivo, é precisogarantir que a capacidade de armazenamento desse re-servatório seja suficiente para atender aos usos não potá-veis, o que também depende da área disponível para acoleta da chuva e da intensidade média desta no local.Talvez por isto mesmo a Lei 10.506/08 nem sequer men-cione o uso da água de chuva em bacias sanitárias, ape-nas sugira seu uso para irrigação e para lavagem de pisos,vidros, calçadas, roupas e veículos.

Por fim, o reuso de água propriamente dito, ou seja, oreaproveitamento do esgoto do prédio, depende da ins-talação de uma estação de tratamento de esgoto que sejacapaz de remover a quase totalidade dos contaminantes.Tais estações, além da construção cara, dependem de ope-ração contínua por pessoal minimamente especializadoe geram resíduos que necessitam ser adequadamentedispostos. Os custos envolvidos acabam por tornar tal al-ternativa inviável para condomínios residenciais usuais.

A Lei 10.506/08, porém, estabelece que as águas queforam utilizadas em tanques, pias, máquinas de lavar,bidês, chuveiros, banheiras e outros equipamentos se-jam reaproveitadas para abastecer as descargas de va-sos sanitários e mictórios. As limitações técnicas paratal reuso, porém, são tão severas que a própria lei de-termina que deva ser feita regulamentação posteriorpara definir como isto poderá ser executado.

Vê-se, assim, que a conservação de água nos con-domínios e a subseqüente redução do valor das con-

tas de água podem ser muito mais facilmente atingi-das com a medição individualizada, controle de vaza-mentos e substituição de equipamentos do que pelaadoção de sistemas de reuso, que resultariam muitomais caros para os moradores.

CuriosidadesHá 2.000 anos, a população mundial correspondia a 3% da

população atual, enquanto a disponibilidade de águapermanece a mesma;

A partir de 1950 o consumo de água, em todo omundo, triplicou;

O consumo médio de água, por habitante, foi ampliado emcerca de 50%;

Para cada 1.000 litros de água utilizada pelo homemresultam 10.000 litros de água poluída (ONU, 1993);

No Brasil, mais de 90% dos esgotos domésticos e cerca de70% dos efluentes industriais não tratados são lançados

nos corpos d’água;

O ser humano pode passar até 28 dias sem comer, masapenas três dias sem água

A situação da água no BrasilO Brasil detém 11,6% da água doce superficial do mundo;

Os 70 % da água disponível para uso estão localizados naRegião Amazônica;

Os 30% restantes distribuem-se desigualmente pelo País,para atender a 93% da população;

Você sabia que...Gotejando, uma torneira chega a um desperdício de 46

litros por dia. Isto é, 1.380 litros por mês. Ou seja, mais deum metro cúbico por mês?

Um filete de mais ou menos dois milímetros totaliza 4.140litros num mês?

E um filete de quatro milímetros, 13.260 litros pormês de desperdício?

Um buraco de dois milímetros no encanamento podecausar um desperdício de 3.200 litros por dia, isto é, mais

de três caixas d’água?

Fonte: www.uniagua.org.br

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m se tratando de questões de uso, aproveitamen-to e escoamento de água e demais líquidos, a gran-de maioria dos representantes de condomínios

preocupa-se, prioritariamente, com a limpeza das caixasd’água. Até porque, o procedimento é regulamentado,sujeita o condomínio a penalidades, e sua não observân-cia pode causar prejuízos à saúde dos moradores. Aliás,a propósito deste assunto, veja, em quadro separado,como deve ser feito o acompanhamento da limpeza dosreservatórios destinados a água potável.

Porém, os cuidados envolvendo a qualidade de abas-tecimento, forma de consumo e o tratamento de detri-tos e dejetos produzidos em espaços residenciais oucomerciais que concentram grande número de pessoasdevem ser cada vez maiores.

Segundo o consultor ambiental e médico veteriná-rio, Eduardo Diehl, além da questão da saúde, que temtido um eficaz acompanhamento por parte de síndicose órgãos fiscalizadores, existem vários aspectos a serem

considerados sobre o tema: “surgem, num primeiro mo-mento, as questões econômicas e práticas. Como se sabe,um dos problemas mais comuns em condomínios sãoos entupimentos e consequentes vazamentos comtransbordamentos que ocorrem nas tubulações do sis-tema de efluentes dos prédios. Quando isto acontece, oencontro de uma solução geralmente é bastante onero-sa, podendo ser, ainda, um tanto quanto trabalhosa. Hátambém o risco constante de infestações e proliferaçãode pragas como ratos, moscas e baratas nas caixas degorduras, fossas e ralos com presença de mau cheiro cau-sando desconforto a todos os moradores e, às vezes, atémesmo à vizinhança. Acumulam-se, a partir daí, os gas-tos excessivos com empresas desentupidoras e de de-sinsetização e incômodos na logística destas soluções.”

Mas, também preocupante, na opinião de Eduardo Diehl,são os prejuízos ambientais causados pelo descarte in naturade líquidos e resíduos com altas quantidades de gordura (óleode cozinha) e o uso excessivo de detergentes, desinfetantes,

Tratamentos de esgotos emcondomínios geram economia e

ajudam na preservação ambiental

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Limpeza de reservatórios de água e desobstrução de instalações hidráulicas garantem condições

de saúde, evitam proliferação de pragas e reduzem despesas. Medidas também contribuem para

diminuir a sobrecarga das Estações de Tratamento que são de competência dos municípios.

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cloro, soda cáustica e outros produtos químicos tóxicos ou semcaracterísticas de biodegradabilidade que vão para os ra-los das residências e das áreas comuns sobrecarregan-do o sistema público de tratamento ou, ainda, indo dire-tamente para o solo ou corpos d’água.

Para evitar, ou pelo menos diminuir, as despesas, osincômodos e ainda ficar com a consciência em paz emtermos de preservação do meio ambiente, os gestoresdevem prestar atenção em algumas medidas. Uma delasdiz respeito às vistorias periódicas para verificar a condi-ção das instalações e tubulações de abastecimento deágua e esgoto visando diagnosticar a situação, fazendo aprevenção. Caso existam colônias de insetos e outros ti-pos de pragas, deverá ser feito o controle destas com a eli-minação da causa do problema. Outra medida é a adesãoa campanhas de conscientização junto aos moradoresquanto ao descarte de óleo de cozinha para a reciclageme demais cuidados com o uso de produtos adequados nahigienização e limpeza de áreas privativas e de uso comum.

Eduardo Diehl aconselha, por exemplo, que medidaspreventivas como colocação de telas de ralo nas pias dacozinha e do tanque de lavar, inspeções periódicas nosralos e caixas de gordura da residência para simples veri-ficação das suas condições e eventual presença de obje-tos estranhos, como plásticos e panos, podem evitar mui-

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tas dores de cabeça. Também cita que o uso de água quen-te ou soda cáustica, por exemplo, podem causar outrosproblemas ou transferi-los de lugar.

Diehl lembra que uma solução existente no mercado,sendo uma grande inovação neste segmento, é o uso debiodegradadores de efluentes residenciais, comerciais,industriais ou urbanos, compostos de microorganismosnaturais produtores de enzimas capazes de digerir osmateriais orgânicos (gorduras, restos de alimentos e de-jetos) sem a necessidade de intervenções mecânicas nosistema e ainda com a vantagem de preservar e recupe-rar o meio ambiente. Observa, ainda, que são de fácil apli-cação e sua relação custo/benefício deve ser considera-da, visto que o uso regular destes produtos dispensa a uti-lização de muitos produtos químicos caros destinados àlimpeza como desinfetantes, desodorizantes e venenos,já que os problemas de contaminação dos ambientes,mau cheiro e infestação de insetos, ficam resolvidos.

No Brasil, um dos biodegradadores mais conhecidoleva o nome de Enzilimp, tendo sido um dos primeirosprodutos do gênero, em todo o país, a obter registro noMinistério da Saúde (ANVISA) e o primeiro a obter o re-gistro no IBAMA.

POR QUE O ÓLEO DE COZINHA NÃO DEVEser descartado na rede de esgoto?

Fonte: Prefeitura de Porto Alegre- site:www.portoalegre.rs.gov.br

Por ser menos denso que aágua, o óleo de cozinha forma umapelícula sobre a mesma, o que pro-voca a retenção de sólidos, entu-pimentos e problemas de drena-gem quando colocados nas redescoletoras de esgoto.

Nos arroios e rios, a película for-mada pelo óleo de cozinha dificul-ta a troca de gases entre a água ea atmosfera, causando a morte depeixes e outros seres que necessi-tam de oxigênio.

Em Porto Alegre, a prefeituradesenvolve um Projeto de Recicla-gem de Óleo de Fritura viabiliza-do através de um convênio com

empresas particulares que reco-lhem os óleos de cozinha entre-gues pela população e os encami-nham para reciclagem.

Pelo convênio, a comuni-dade pode entregar o óleode fritura usado acondicio-nado em garrafa plástica ourecipiente de vidro em pos-tos do DMLU existentes emtodas as regiões da cidade.

O material, depois de re-ciclado, pode ser utilizado naprodução de resina para tin-tas, sabão, detergente, glice-rina, ração para animais, bio-diesel e outros compostos.

Maiores informações poderãoser obtidas pelos telefones (51)3289-6987 e 3289-6904.

Os esgotos consomem oxigênio durante seuprocesso de decomposição, matando plantas,peixes e outros animais aquáticos

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Colaboração especial do Consultor Ambiental da MMBrasill Distribuidora eMédico Veterinário Eduardo Diehl –CRMV/Fone 051 – 9988-1783

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Empresa troca óleo de cozinhausado por material de limpeza

A iniciativa inédita de uma administradora no Vale dosSinos vem colaborando para a preservação do meio am-biente nas cidades de São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Es-teio e Novo Hamburgo e, ao mesmo tempo, reduzindo asdespesas dos condomínios que participam do projeto.

O empreendimento consiste num acerto, interme-diado e divulgado pela administradora, entre os con-domínios interessados e uma empresa da Região. Cabeà empresa o empréstimo de recipientes, com capacida-de para 20 litros, e a busca do material. Já o condomínio,

fica responsável pelo acondicionamento e a comunica-ção no momento em que o vasilhame esteja completo.Mais interessante, ainda, é o fato de que a empresa trocao produto recolhido por material de limpeza a ser utili-zado pelo condomínio.

Segundo a gerente de condomínios Luisa Helena deLeão Batista, “em apenas dois meses de vigência, o siste-ma já conta com adesão de mais de 25% dos condomí-nios administrados e os síndicos tem se mostrado bas-tante satisfeitos com os resultados obtidos.”

ACOMPANHE AS ETAPAS DElimpeza da caixa d’água

Fonte: Revista Espaço Imóvel – Edição 07

A limpeza periódica, preferencialmente hácada seis meses, da caixa d´àgua é imprescindívelpara evitar o surgimento de vários tipos de mo-léstias como, por exemplo, a hepatite e o tifo. Acontaminação da água pode ocorrer devido aoacúmulo de sujeira, infiltrações e acesso de inse-tos que facilitam a proliferação de bactérias trans-missoras de doenças.

O trabalho de limpeza e de higienização dosdepósitos de água dos prédios deve ser feito porempresas especializadas que possuam qualifica-ção suficiente para detectar os problemas e exe-

cutar trabalhos complementares como imper-meabilização e dedetização das tampas dos reser-vatórios. Ou seja, só a limpeza não é suficiente, oscuidados devem ser os maiores possíveis para ga-rantir os melhores níveis de potabilidade da água.

É claro que a impermeabilização, que evita vaza-mentos e até mesmo infiltrações, não se faz neces-sária em todas as limpezas. Mesmo assim, apesar dosprocedimentos de retirar a sujeira e desinfetar ascaixas serem bastante simples, o ideal é que eles se-jam executados por pessoal qualificado, cabendo aosíndico o acompanhamento das etapas.

Primeiro, o registro geral é fechado. Em seguida é feito o esvaziamento da água existente nos depósitos (para evitar que a sujeira

entre na tubulação deve-se deixar um pouco de água e fechar-se os expurgos das caixas).

Com a água que sobrou no reservatório, a limpeza é feita apenas com escova e vassoura de nylon. Nada de sabão, detergentes ou

outros produtos químicos. A retirada deste material é feita com baldes e panos limpos.

Abertos os expurgos e o registro geral, as paredes, já escovadas, devem ser enxaguadas com água corrente.

Com o reservatório novamente cheio devem ser adicionados 2 litros de água sanitária para cada 1000(mil) litros de água, sendo que

esta água não pode ser utilizada por duas horas. Passado esse tempo o registro deve ser fechado novamente e o reservatório

esvaziado outra vez. Desta forma os canos estarão sendo desinfetados.

O passo final é limpar as tampas dos reservatórios e recolocá-las no lugar. O registro é aberto e a água estará pronta para o consumo.

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Levantamento, realizado em 2006, pelo Cempre(Compromisso Empresarial pela Reciclagem), entidademantida por um grupo de empresas privadas de diver-

Coleta Seletiva de Lixo amplia presença em todo o Estado

ntrou em vigor, no último dia 02 de abril, o novosistema de coleta seletiva de lixo em Porto Alegreque passou a atingir todas as ruas e avenidas da

capital com recolhimento duas vezes por semana.Instituída em Porto Alegre no ano de 1990, a Coleta

Seletiva é hoje a principal fonte de renda de cerca de800 pessoas, organizadas através de associações, que tra-balham em 16 unidades de triagem.

Antes, o DMLU recolhia mais de 60 toneladas de lixoseco por dia, quantidade que deve chegar a 100 tonela-das por dia nos próximos meses.

Segundo o diretor-geral do DMLU, Mário Moncks,basicamente, a Coleta Seletiva tem dois eixos de impor-tância. “O eixo ambiental, na medida em que reaprovei-tando e reciclando maior quantidade de material, dimi-nui a quantidade de lixo a ser mandado para o aterrosanitário, diminuindo o impacto no meio ambiente; e oeixo social, na medida em que mais matéria-prima nos

galpões de triagem significa mais postos de trabalho(emprego) e mais renda para pessoas (e suas famílias)que vivem dessa atividade formalizada.” Além disso, afir-ma o diretor-geral, “não se pode esquecer que mais lixona coleta seletiva significa menos lixo na coleta domici-liar, menos lixo a ser transportado para a estação de trans-bordo da Lomba do Pinheiro, menos lixo a ser transpor-tado depois até Minas do Leão e menos lixo a ser entre-gue no aterro sanitário. Portanto, há uma economia fi-nanceira em cada segmento dessa cadeia que recebepagamento por tonelada.”

Já o diretor da DSR - Divisão de Projetos Sociais, Rea-proveitamento e Reciclagem (DSR), Jairo Armando dosSantos, lembra que o Departamento vem cadastrandocondomínios como forma de facilitar o recolhimento dolixo seco nestes locais. Síndicos interessados em conhe-cer as vantagens do cadastramento podem ligar para otelefone (51) 3289.6866.

Estado é destaque em nível nacionalsos setores, mostra que do total de cidades com pro-gramas de coleta seletiva estruturados, 85% estão nasregiões Sul e Sudeste.

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28 novos caminhões com GPS estão recolhendo o material reciclável em Porto Alegre

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O estudo mostrou, também, que, naquele ano, SãoPaulo era o Estado que possuía o maior número de cida-des com coleta seletiva de lixo, aparecendo o Rio Gran-de do Sul em segundo lugar.

Não se sabe se a posição gaúcha permanece a mes-ma, mas, tendo como base as consultas feitas a algumasdas prefeituras de importantes cidades do Rio Grandedo Sul, o trabalho de recolhimento de material reciclá-vel tem sido bastante intensificado.

A titulo de ilustração publicamos, a seguir, o que estásendo feito em alguns municípios em diferentes regi-ões do Estado.

Caxias do SulEm Caxias do Sul a coleta seletiva foi implantada em

1991 e, atualmente, a cidade detém um dos maiores ín-dices nacionais de material reciclável sobre o total co-letado, que chega a 15%. Diariamente são coletadas nacidade cerca de 60 toneladas de resíduo seletivo.

Na área central e bairros mais populosos, a coleta, feitade forma mecanizada, é realizada todos os dias. Existem,hoje, mil contêineres para resíduo seletivo espalhadospor 576 quadras, numa área onde vivem cerca de 140mil pessoas. Sete caminhões coletores realizam o traba-

lho, num sistema pioneiro no País. Nas demais regiões, acoleta é realizada entre uma e duas vezes por semana.

Todo o trabalho é executado pela Companhia deDesenvolvimento de Caxias do Sul (CODECA), empresade economia mista ligada à Prefeitura Municipal. Caxiasdo Sul é o único município de médio e grande porte doPaís no qual a cadeia produtiva do lixo está sob respon-sabilidade da Administração Pública.

ErechimNa cidade de Erechim, uma das mais importantes

da Região do Alto Uruguai, a destinação final de resí-

duos tem sido tratada como uma das prioridades des-de o início de 2008.

O município, com cerca 93 mil habitantes, localizadoa 360 km da Capital é dividido em “rotas” sendo que, naárea central, a coleta de resíduos orgânicos e seco é rea-lizada diariamente.

Nas demais rotas a coleta é realizada duas ou trêsvezes por semana, sempre em caminhões separados.

Após a coleta, os resíduos orgânicos são conduzidospara o aterro sanitário, onde, após nova separação sãolevados para as células, sendo que o resíduo seco é en-tregue diretamente nas associações de reciclagens.

A prefeitura disponibiliza em seu site,www.pmerechim.rs.gov.br, importantes orientações paraa população sobre formas de acondicionamento e reco-lhimento de lixo.

EstrelaDesde 2005 está implantada, na cidade de Estrela/

RS, a coleta seletiva em toda a área do município. Estrelapossui uma Usina de Tratamento de Lixo, aonde o mate-rial chega com a coleta, passa por duas esteiras e é tria-do por uma equipe de 20 funcionários. O material retira-do durante o processo de triagem é prensado e encami-nhado para reciclagem. Em seguida o material não reti-rado é submetido a um processo de peneiramento, ondeo material orgânico que passa pela peneira é encami-nhado para o processo de compostagem. O rejeito éacondicionado em um aterro controlado.

Chega à Usina de Tratamento de Lixo de Estrela emtorno de 18 toneladas de lixo a cada dia.

A implantação da Coleta Seletiva desencadeou umasérie de atividades de Educação Ambiental, desenvolvi-das pela Sala Verde do Município, e que visam à sensibili-zação da comunidade para adesão ao calendário de cole-ta, além da correta separação e destinação dos resíduos.

Em Erechim todas as edificações devem possuir lixeirasindividualizadas para armazenamento de lixo seco e orgânico

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M E I O A M B I E N T E

Reciclagem

Benefícios Econômicos

• A reciclagem de 1 kg de vidro quebrado (cacos)gera 1 kg de vidro novo, economizando 1,3 kg de matérias-primas (minérios);

• Para cada 10% de caco de vidro na mistura economiza-se4% da energia necessária para a fusão nos fornos industriaise a redução de 9,5% no consumo de água;

• A reciclagem de alumínio economiza 95% da energia queseria usada para produzir alumínio primário;

• Uma única latinha de alumínio reciclada economizaenergia suficiente para manter um aparelho de TV ligadodurante três horas.

Benefícios ambientais

• 50 quilos de papel reciclado evitam o corte de uma árvorede sete anos;

• 1 litro de óleo de cozinha reciclado evita a contaminaçãode 1 milhão de litros de água;

• Cada tonelada de papel reciclado pode substituir o plantiode até 350 metros quadrados de eucalipto;

• 1 tonelada de papel reciclado economiza 20 mil litros deágua e 1.200 litros de óleo combustível;

• A reciclagem de vidro aumenta a vida útil dos aterrossanitários e poupa a extração de minérios como areia,barrilha e calcário.

Materiais recicláveis

Papel - jornais, revistas, cadernos, listas telefônicas, papelão, embalagens de papel e tipo longa-vida;

Metal - latinhas de cerveja e de alumínio em geral, latas de conservas, panelas, talheres, cobre,zinco, bronze e ferro;

Plásticos - garrafas PET, sacolas plásticas, embalagens de produtos de higiene, de limpeza e de alimentos, isopor,brinquedos e utensílios de plásticos em geral;

Vidros - garrafas, vidros de conservas, vidros de produtos de higiene e limpeza.Fonte: DMLU – Pref. Porto Alegre

Passo FundoO site da Prefeitura divulga que a coleta seletiva é

realizada às segundas, quartas e sextas-feiras, mas segun-do a Delegada do Secovi/RS e da Agademi na cidade,Mara Rosane Arnhold, o recolhimento ocorre em perío-dos onde os funcionários dos condomínios não estãoem horário de trabalho.

Diante disto, a solução encontrada por um grandenúmero de condomínios foi fazer acordos com enti-dades assistenciais do município para que elas pro-movam as coletas, em dias e horários convenientes, eutilizem os recursos provenientes desta operação emsuas ações beneméritas. “Uma parceria que beneficia,ao mesmo tempo, ao meio ambiente e a coletividade”,afirma a delegada.

Estimando que o material reciclável corresponda a60% do lixo produzido em condomínios da cidade, MaraArnhold, cita o exemplo em que o acordo entre um con-domínio e uma entidade beneficente se transformou emeconomia: “os moradores de um prédio discutiam a am-pliação do local de depósito do lixo, uma vez que o exis-tente não dava conta da demanda. Foi quando algunssugeriram que o material reciclável poderia ser aprovei-tado. Fizeram então um acerto com determinada entida-

de a título de teste. O resultado foi fantástico, além de nãoprecisar realizar a obra de ampliação, o local já existentepara armazenagem de lixo passou a ter espaço de sobra”.

São LeopoldoA Coleta Seletiva Compartilhada é um programa so-

cioambiental da prefeitura de São Leopoldo, que visa àgeração de trabalho e renda e a redução dos impactosambientais, através da reciclagem de materiais. Este ser-viço é realizado pelos trabalhadores das cooperativas dereciclagem conveniadas com a administração municipal.

O processo de coleta é feito de maneira comparti-lhada pelos recicladores que realizam um trabalho deporta em porta, junto com a Secretaria Municipal de MeioAmbiente (Semmam), que através da empresa conces-sionária para a limpeza urbana, disponibiliza um caminhãocoletor. No dia de Coleta Seletiva, equipes de recicladoresfazem a coleta manual deixando um saco plástico de 100litros e recebendo outro contendo material separado nasemana anterior. Ao final de cada trecho, estes materiaissão depositados em um ponto de acumulação e, posteri-ormente, recolhidos por um caminhão coletor compac-tador que faz o transporte até às Unidades de Triagem,onde trabalha o pessoal das cooperativas.

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Uso de energia solar colaboracom o meio ambiente

e proporciona economiaom o acelerado desenvolvimento de novas tec-nologias, o aproveitamento da energia solar – lim-pa e renovável – tem se mostrado como uma das

mais viáveis e compensadoras alternativas para uso in-dividual com fins residências e de serviços e lazer, emespecial como fonte de calor.

Atualmente a forma mais eficaz de utilizar a energiasolar se dá através do uso de coletores solar, equipamen-tos que transformam a energia do sol em calor para serutilizado no aquecimento da água que abastece as uni-dades residenciais e comerciais. Desconsiderando-se apossibilidade da conversão da energia solar em energiaelétrica, técnica bem mais complexa e onerosa, em cen-tros urbanos o uso desta fonte de energia apenas para ofornecimento de água aquecida vem se tornado bastan-te comum tanto na construção de novas edificações quan-to através de adaptações em prédios já existentes.

Segundo o vice-presidente do Sindicato da Indús-tria da Construção Civil no Rio Grande do Sul - Sindus-con/RS, responsável pela Comissão do Meio Ambienteda Entidade, Engenheiro Paulo Garcia, esta alternativa,bem como o reuso da água entre outras novas tecno-logias, está na pauta para as novas construções. Porém

Construtores buscam aplicaçãode tecnologias que

favoreçam o meio ambiente

uma das principais dificuldades enfrentadas pelas cons-trutoras é o alto custo. “Mas no momento em que hou-ver escala, acreditamos que o valor de sua implemen-tação deva cair sensivelmente.”

Aliás, o tema construção sustentável tem sido alvo devárias iniciativas por parte do Sinduscon/RS que regu-larmente promove seminários e outros eventos de atuali-zação sobre o assunto. Paralelamente, a Entidade, emparceria com o CNTL/Senai, desenvolveu um projeto deÍndice de Sustentabilidade para a Indústria da Constru-ção Civil, com o objetivo de fomentar o interesse pelaconstrução mais adequada às questões ambientais e“este ano novos eventos tratarão deste tema de granderelevância”, diz Paulo Garcia.

Especialistas estimam que o chuveiro elétrico, opçãomais utilizada em construções com algumas décadas deexistência, representa cerca de a 35% do consumo comenergia elétrica em uma residência. Usando-se a energiasolar para aquecer a água do banho o percentual poderiaoscilar entre 10% e 14%, considerando-se a necessidadede fontes complementares.

Porém, em condomínios o fornecimento de energia épago individualmente por cada uma das unidades, comexceção daquela que venha a ser consumida nas áreas de

Cresce o uso de energia solarpara aquecimento de água

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M E I O A M B I E N T E

uso comum, tais como em garagens, corredores, salão defestas, bombas d’água e de piscinas, elevadores, etc. Logo,a instalação de um sistema que venha a reduzir os gastoscom banhos de chuveiro, em cada unidade, vai dependerdo consenso e do interesse de todos os proprietários emtermos de investimento e benefício.

Já para o caso das piscinas, a situação é diferente, bas-ta que a maioria dos condôminos queira aumentar o con-forto e o uso, acrescendo a possibilidade de aquecimentopara aquelas que ainda não possuem, ou opte pela redu-ção das despesas decorrentes da adoção da nova siste-mática. E este tem sido o caminho procurado por um nú-mero cada vez maior de condomínios, desde é claro, quea pretensão tenha sido aprovada em assembleia.

Cláudio Touguinha, diretor da Casa Conforto, represen-tante da Komeco Aquecimento Solar, afirma que, para con-domínios que já possuem piscinas aquecidas através deoutras fontes, a redução de custo através da utilização daenergia solar é bastante significativa de tal forma que ainstalação de todos os equipamentos necessários se paga,em média, num período de 36 meses. Neste prazo, quepoderia ser ainda menor, já está sendo considerado umpequeno resíduo de gastos com fontes enérgicas de apoio,elétrica ou química, como o gás, que irão garantir a otimi-zação do aquecimento mesmo em dias nublado ou perío-dos de muita chuva.

Touguinha, que além de especialista em implantaçãode sistemas de aquecimento através do uso da energia

solar é também bacharelando em Engenharia Mecânica,explica que o sistema é formado por coletores plásticos(que diminuem os riscos de acidentes e custos de instala-ção), controlador de temperatura, bomba de circulação deágua, e, fundamentalmente, capa térmica, para os horáriosem que não há uso da piscina. Para instalação dos coleto-res, é importante prever um espaço adequado (normal-mente no telhado), voltado para o Norte, onde haverámaior eficiência energética do Sistema.

Cláudio Touguinha explica que para dimensionar a áreade captação solar necessária, é preciso utilizar uma regraprática como raciocínio inicial. “Para cidades com caracte-rísticas climáticas como Porto Alegre, imaginemos que aárea da piscina será a mesma área de coletores, porém emum local apropriado. Para cada 10% de área de coletores,podemos contar com o acréscimo de 1ºC na temperaturada água da piscina. Por exemplo, se a temperatura da pis-cina no verão é de 25ºC (fria para banho), e instalamos 70%da área da piscina em coletores, a temperatura final che-gará em 32ºC. Outro fator fundamental é o dimensiona-mento da bomba de circulação de água que fica junto aosistema de filtragem da piscina. Esta bomba de circulaçãoé controlada por um termostato diferencial que faz seuacionamento somente quando a temperatura nos cole-tores é maior que a da piscina, desligando quando estadiferença de temperatura cai para um limite mínimo. Issotudo acontece até que a temperatura da piscina chegueao valor pré-estabelecido pelo usuário. Com esse contro-le, temos a certeza de que a bomba de circulação será aci-onada somente nos momentos em que tivermos apro-veitamento da energia solar, e considerando que a tem-peratura da piscina não esteja ideal para banho.”

“Existem locais, prossegue o especialista, em que o usoda piscina se dá somente em dias de sol e durante o verãoe meia estação. Nestes casos, não há necessidade de ins-talação de sistema de apoio para o aquecimento. Já emlocais onde o uso da piscina é mais intenso, devemos ana-lisar a melhor solução. O recomendável é escolher entreBomba de Calor e Aquecimento a Gás. No primeiro caso,temos a melhor relação entre custo e benefício, pois aBomba de Calor consumindo pouca energia elétrica, pro-duz calor suficiente para aquecer a piscina. Seu princípiode funcionamento é semelhante ao do Ar Condicionado,que aproveitando as características físicas do gás refrige-rante, realiza uma troca de calor muito mais eficiente quequalquer outro gerador de calor. Porém para que issoaconteça, é fundamental sua instalação em um local bemventilado, mas que capte a temperatura interna de algu-

Locais como garagens, salões de festas, vestiários e outrasedificações podem servir de base para colocação das placascoletoras de energia solar

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Conheça as característicasde alguns dos equipamentos

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ma edificação. Desta forma afirmo que sim, Bomba deCalor funciona no Rio Grande do Sul.”

Para os casos em que não é possível a instalação deBomba de Calor, Touguinha sugere o Aquecedor a Gás dealto rendimento. Segundo ele, se observadas as normasde segurança, basta dimensionar a potência necessária, eescolher aquecedores apropriados, pois neste tipo deaquecimento, há necessidade de um trocador de calor deboa vazão, e que resista à ação do Cloro.

Para os condomínios que ainda não possuem aqueci-mento, Daniel Ramos Gonçalves, representante técnico daAlo Solar Alpina, afirma que o investimento, além de valo-rizar o patrimônio de todos os proprietários, agrega umdiferencial de conforto muito grande ao condomínio queé a possibilidade de uso da piscina durante todo o perío-do de verão e meia estação. “No Rio Grande do Sul, mes-mo no verão, a água da piscina é muito fria, principalmen-te no período da manhã. Na prática, todo investimentode instalação de uma piscina, é desperdiçado, pois a maio-ria das pessoas não gosta de água fria na piscina. Aque-cendo esta água, além de atrair os usuários, tem-se umaprorrogação do uso, mesmo no outono e primavera. So-mente nos meses frios (2ª quinzena de maio à 1ª quinze-na de agosto), é que não podemos contar com o aqueci-mento solar para piscinas aqui no Estado, mesmo porque,a temperatura ambiente não é confortável.”

Para ter uma ideia de custo de implantação de um sis-tema de aquecimento para uma piscina através da utili-zação da energia do sol, Daniel Gonçalves estima que, emum prédio com boa localização e posição geográfica, semobstáculos que dificultem a incidência solar, e com espa-ço ideal para colocação dos coletores, para uma piscinade 80 mil litros, o valor pode oscilar por volta de R$18.000,00, dependendo também das condições de insta-lação entre os coletores e piscina.

Ele lembra, que para o uso da energia solar, cada situa-ção exige um estudo específico: tamanho da piscina, lo-calização do prédio, posição solar, área disponível para oscoletores, incidência de ventos, distância entre coletorese piscina, entre outros fatores, são fundamentais para de-cisão. Também é importante saber qual temperatura quese pretende atingir e em quais períodos do ano, pois paraaquecimento solar de piscina, os especialistas trabalhamcom diferença de temperatura. “Por exemplo: se o dimen-sionamento realizado prevê um acréscimo de 10ºC de

temperatura na água, devemos saber que no verão a tem-peratura inicial é maior, portanto a temperatura final tam-bém será maior que a do outono, por exemplo. O impor-tante é que trabalhemos com sensação térmica, que temrelação direta com a temperatura ambiente.”

Expandido o uso da energia solar para o aquecimentoda água utilizada nos chuveiros das unidades individuais,Daniel Ramos Gonçalves, diz que uma das dificuldadesapresentadas é a insuficiência de área para colocação doscoletores na cobertura dos prédios, no caso dos condo-mínios verticais. A dificuldade passa a ser menor nos con-domínios horizontais onde cada uma das unidades - àsvezes geminadas - possui espaços maiores e bons níveisde inclinação dos telhados. Contudo, em qualquer doscasos dependendo de análises mais elaboradas, é possí-vel que sejam encontradas soluções que se adaptem asnecessidades de cada tipo de edificação.”

Gonçalves alerta, por fim, que os síndicos devem ado-tar os seguintes critérios para a escolha de uma instala-dora de equipamento de aquecimento solar: “empresasque trabalhem com produtos certificados pelo INMETROe que possuam departamento técnico de apoio, com re-presentantes técnicos regionais. Também é importanteprocurar saber qual sua relação com o fabricante dos pro-dutos, e solicitar lista de clientes possuidores de seus pro-dutos e serviços.”

Estudo da posição solar da edificação é fundamental paraelaboração do projeto de implantação de um sistema deaquecimento solar

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Avalie benefícios e custos

Aquecimento para chuveiros, em edifícios, exigemaior disponibilidade de área para coletores

Reportagens: Joni Ferreira

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E S P A Ç O S E C O V I M E D

amálgama dental tem sido usado na Odontologia

como material restaurador por mais de 150 anos enotadamente, com o aperfeiçoamento deste ao

longo dos anos, faz com que o amálgama de prata conti-nue sendo o material mais utilizado e mais indicado para

restaurar os dentes posteriores em razão de suas excelen-tes qualidades. Porém, com a evolução da Odontologia Ade-siva, as resinas compostas tornaram-se uma excelente al-ternativa ao amálgama de prata por devolver aos molares

e pré-molares a função e especialmente a estética uma vezque, as resinas compostas são materiais constituídos basi-camente por uma matriz orgânica (polímeros) e partículasinorgânicas que são de cor clara, ao contrário do amálga-

ma que é uma liga metálica composta por limalha de pra-ta, estanho, cobre e zinco unidas ao mercúrio vivo e por-tanto, de coloração escura.

É importante ressaltar que os materiais restauradores uti-

lizados na Odontologia apresentam vantagens e desvanta-gens referentes às suas propriedades físicas e mecânicas, as-sim como as técnicas de manipulação e restauradora, que vãodeterminar a longevidade das restaurações. Nesse contexto,

é importante entender que não é somente o fator estéticoque irá definir na escolha do material pelo profissional, massim, a análise criteriosa das diversas propriedades dos mate-riais para cada caso clínico, senão vejamos: o amálgama deprata é um material que não apresenta adesão às paredes do

preparo cavitário, ele é retido na cavidade desde que estaapresente uma determinada profundidade. O preenchimen-to da cavidade se faz pela condensação do amálgama contraas paredes cavitárias até a sua total compactação.

O amálgama de prata é de fácil manipulação e a técni-ca restauradora é pouco sensível aos erros ou imperíciasdos profissionais. Por ser uma liga metálica, o amálgama éum bom condutor de estímulos térmicos e elétricos o que

torna necessário a presença de um material forrador emcavidades de média e grande profundidade. A resistênciaao desgaste apresenta taxas com menos de seis micrôme-tros ao ano e que confere a este material uma excelente

longevidade. A boa capacidade de polimento e o auto-se-lamento da interface dente/restauração pela deposição dosprodutos da corrosão do amálgama, são outros fatores po-sitivos deste material.

Restaurações de amálgama de prata ouresina composta em dentes posteriores?

Com o advento da técnica do condicionamento ácido doesmalte por Michael Buonocore em 1955 e o desenvolvimen-to da resina composta de Bowen (1962), é que os materiais

adesivos começam a desempenhar um papel significante naOdontologia. A grande vantagem dos materiais adesivoscomo, por exemplo, as resinas compostas é a preservação deestrutura dental sadia na confecção do preparo cavitário queconsiste basicamente na remoção de tecido cariado e regu-

larização das margens de esmalte. A adesão da resina com-posta aos tecidos dentais ocorre nas microporosidades doesmalte e dentina, provenientes do condicionamento ácidosendo, portanto, uma adesão micro mecânica. Outra caracte-

rística importante das resinas compostas é a estética, pois adiversidade de marcas e cores encontrada no comércio é bas-tante grande o que torna possível ao profissional poder exe-cutar com excelência, restaurações da mesma cor e brilho dos

dentes naturais. Da mesma forma que o amálgama de prata,as resinas compostas também apresentam boa resistênciaao desgaste, porém, a técnica restauradora é mais sensívelaos erros por parte do profissional exigindo deste, um relati-

vo conhecimento científico e habilidade manual. A utilizaçãoda resina em dentes posteriores requer um campo operató-rio completamente seco, sem contaminação de saliva ou san-gue que poderá prejudicar a adesão e comprometer o de-

sempenho clínico da restauração ao longo do tempo. Esseisolamento absoluto do campo operatório é obtido com di-que de borracha, grampos e arco facial. Na impossibilidadede se utilizar o isolamento absoluto, faz-se necessário por

parte do profissional reavaliar a decisão de se usar a resinacomposta ou outro material adesivo. Apesar do aperfeiçoa-mento constante por parte dos fabricantes e pesquisadores,as resinas compostas ainda apresentam algumas deficiências

tais como a contração de polimerização que pode ocasionaro surgimento de fendas na interface dente/restauração, o co-eficiente de expansão térmica linear diferente dos tecidosdentais e a dificuldade de se obter uma correta relação de

contato interproximal entre os dentes. Diante da análise dosfatos e de evidências científicas é que o profissional, quer sejaele especialista ou clínico geral, deve se orientar para poderestabelecer critérios na escolha de técnicas ou procedimen-

tos restauradores assim como os materiais a serem utilizadosem cada caso.

OLeonardo Maciel Campos Mestre e Doutor em Dentística Restauradora - Integrante do quadro clínico do Secovimed/RS

E-mail: [email protected]

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