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Revista Estados & Municipios

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Ediçao 221 - Janeiro 2012

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EditorialEditorial

A presidenta Dilma Rousseff inicia o segundo ano de governo com estilo próprio de trabalho. Para ela não existe crise. O governo vai continuar com o pé em baixo no acelerador do crescimento, de olho no controle da inflação. Passado um ano de gestão, a presidenta põe na gaveta o que foi feito no passado e cobra de sua equipe metas com prazos de cumprimento de cada programa.

A prioridade continua sendo a aplicação de recursos nos programas sociais, como as obras de infraestrutura previstas no Plano de Aceleração do Crescimento, o Minha Casa, Minha Vida e o Plano Brasil sem Miséria.

Para evitar os escândalos sobre desvios de verbas em contratos com empreiteiras e organizações não-governamentais, a presidenta quer mais transparência nos atos do governo. Para isso, até junho, estará em operação um sistema que permitirá o monitoramento, em tempo real, da execução dos programas.

Quanto às mudanças na equipe, a presidenta tem deixado claro que elas não acontecerão por pressão da imprensa e dos partidos políticos. Em determinadas pastas a opção será sempre pela alternativa técnica. Com esse modo de trabalhar, Dilma Rousseff tem conquistado os maiores índices de aprovação. A confiança é importante para realizar projetos econômicos e sociais. E para um bom governo nada melhor do que merecer a confiança do seu povo.

O Editor

Governo Técnico Editor GeralGuilherme Gomes - SJP-DF 1457

FinanceiroAntônio Carlos de Oliveira Gomes

JurídicoEdson Pereira Neves

Diretora ComercialCarla Alessandra dos Santos Ferreira

ColaboradoresGerson Gonçalves de Matos / Mauricio Cardoso

Rangel Cavalcante / Renato Riella / Tayana Duarte

DiagramaçãoAndré Augusto de Oliveira Dias

SecretáriaLeidimar Lima

Agências de NotíciasBrasil, Senado, Câmara, Petrobras

REPRESENTANTES COMERCIAIS

Região NorteMeio & Mídia Comunicação Ltda

e-mail: [email protected]@meioemidia.com / (11) 3964-0963

Rio de Janeiro - Cortez, Consultoria, Assessoria e Representaçõ[email protected]

Tel.: (21) 2487-4128 / 8197-6313 / 9478-9991

Bahia - ComtecnoJoão Carlos M. Passos

[email protected].: (71) 8124-8773 / 9329-0220

Minas Gerais - Rodrigo AmaralTel.: (31) 8841-1515

Nacional e InternacionalBento Neto Corrêa Lima / [email protected]

São Paulo - Eduardo [email protected]

Tel.: (16) 7814-8246 / ID 14*558654

Foto de capa José Cruz/ABr

Tiragem44 mil exemplares

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MultiEmpresarial - Sala 457 - CEP:70340-000 Brasília/DF - PABX: (61) 3034-8677

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[email protected]

As colunas e matérias assinadas não serão remuneradas

e o texto é de livre responsabilidade de seus autores

Expediente

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Brasília adota programa de resíduos sólidos ........................ 51

52 | ECONOMIARoyalties reforçam investimentos das prefeituras ............... 52Governo de Goiás fecha parceria com a CEF .................... 53Mobilização fortalece Zona Franca de Manaus .................. 54Rio Grande do Norte atrai novas empresas .................... 55O crescimento da producão industrial paranaense ............. 58Queda nos investimentos federais em 2011 .................... 59

62 | EXPORTAÇÃOMinas assina protocolo com investidores ...................... 62Industrialização já é uma realidade no Acre ....................... 63

64| SOCIALIncentivos para aprimorar o combate à pobreza .................. 64Bahia reforça o Bolsa Família ............................................. 65

66 | SEGURANÇA PÚBLICARepressão no desvio de verbas públicas ............................. 66

67 | EDUCAÇÃOTocantins avança na qualidade do ensino básico ................ 67

69 | HABITAÇÃOCasa nova para os desabrigados de Esmeraldas (MG) ........ 69

72 | EMPREENDEDORISMOO tempero que cativou os brasilienses ................................ 72

76 | TURISMOFernando de Noronha, um pedaço do paraíso ..................... 76

78 | CULTURAProgetto Amerigo Vespucci e o fórum 500 anni ................. 78

82 | ARTIGOA situação financeira dos municípios ................................. 82

Estados & Municípios - Janeiro 2012

06 CAPA COLUNISTASPresidenta Dilma Rousseff inicia segundo ano de seu governo otimista e determinada a ampliar os investimentos na área de infraestrutura e nos programas sociais, com o monitoramento, em tempo real, do que está sendo gasto. As primeiras modificações na sua equipe ocorreram em função das eleições municipais: Mercadante foi para a Educação, e Graças Foster assumirá o comando da Petrobras.

Edição 221 Janeiro de 2012

www.estadosemunicipios.com.br

10 | POLÍTICAAno Legislativo começa com mudanças ............................. 10Congresso precisa votar vetos .............................................. 11Câmara vai retomar a reforma política ................................ 12Prefeitos cassados pagarão por nova eleicão ........................ 13Senador Walter Pinheiro em defesa da Bahia ...................... 14

16 | TRANSPORTESLei da Mobilidade Urbana vigora em abril .......................... 16

19 | INFRAESTRUTURABurocracia emperra obras de saneamento básico ................ 19

21 | SAÚDELei define investimentos e controle dos gastos .................... 21

24 | GESTÃO PÚBLICAPirapora renasce no centenário ............................................ 24Prêmio para cinco municípios alagoanos ............................. 30

31 | TRABALHOCapacitação abre caminho para o emprego ......................... 31

32 | MUNICÍPIOSVila Velha se destaca na gestão educacional ....................... 32Brinquedos vão contar a história de Goiás .......................... 34Prefeitos cobram solução para o transporte escolar ............ 36São José dos Campos e os recursos do BID ........................ 37Manaus terá mais 30 “Casonas de Saúde”................... 38TCE do Amazonas de olho nas prefeituras ............................. 39

40 | NACIONALSão Luiz do Paraitinga (SP): uma cidade reconstruída ....... 40

46 | MEIO AMBIENTEO desafio de acabar com os lixões a céu aberto .................. 46O reflorestamento da Mata Atlântica ................................... 48Curitiba amplia sua cobertura vegetal ................................. 49SP dispensa licenciamento para pequenos produtores ......... 50

22 | DIRETO DE BRASÍLIA Renato Riella Mercadante pode dar certo

58 | MÍDIA Pedro Abelha Tendências para 2012

72 | CASOS & CAUSOS Rangel Cavalcante Afilhado

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6 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

Capa

Dinamizar os investimentos, de olho no controle da in-flação, e continuar aplicando

nos programas sociais, mas acompa-nhando de perto os gastos, aumentan-do a transparência e evitando fraudes. Este foi o recado dado pela presiden-te Dilma Rousseff aos ministros que compõem a sua equipe de governo, na primeira reunião ministerial do ano.

A previsão do governo é que em 2012 o Brasil cresça no mínimo 4%, caso haja uma piora do quadro econômico global, e no máximo 5%, considerando a melhoria da situação econômica dos

Dilma ordena agilidade na máquina pública

Estados Unidos e dos países da União Europeia. “O Brasil reúne condições para superar as dificuldades da econo-mia mundial e acelerar o crescimento em 2012 em relação a 2011. Nós alme-jamos alcançar 4,5% em 2012”, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Para impulsionar a economia, uma das prioridades é o aumento dos investimentos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), no Minha Casa Minha Vida e na Copa do Mundo. O ministro entende que o investimento é uma das variáveis-chave para que o Brasil mantenha crescimento equilibrado.

Todos os ministérios envolvidos nas obras do PAC e Minha Casa Mi-nha Vida terão reforço no Orçamen-to, como Transportes, Cidades e Inte-gração Regional. A Caixa Econômica Federal também terá mais recursos para o Minha Casa Minha Vida 2, ex-plicou o ministro.

Sem citar valores, Mantega afir-mou que o contingenciamento de gas-tos em 2012, a ser anunciado em mea-dos de fevereiro, será feito de modo a garantir o cumprimento da meta cheia do superávit (R$ 140 bilhões), com manutenção da política fiscal sólida. Para garantir a redução de gastos, os ministérios continuarão economizando gastos de custeio.

Para que o país mantenha o de-senvolvimento sustentável da econo-mia nos próximos anos, é necessário a manutenção de taxas de crescimen-to do PIB elevadas, distribuição de renda e redução das desigualdades sociais. “Constatamos que hoje a po-pulação brasileira dispõe de bens de consumo e serviços, acesso à alimen-tação, turismo e melhores condições de vida. Estamos diminuindo os seg-mentos com menor renda, com extin-

A presidenta explicou aos ministros que as medidas fazem parte do modelo de desenvolvimento iniciado em 2003, com a inclusão de milhões de brasileiros na classe média e o aumento da exigência por qualidade dos serviços públicos

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ção da classe E, e expandindo a classe média”, observou o ministro.

Segundo Mantega, o Brasil está reduzindo as desigualdades regionais e garantindo sua inserção no mercado in-ternacional, figurando entre as econo-mias mais dinâmicas do mundo. O go-verno, explicou, continuará adotando medidas para fortalecer o mercado in-terno, devido à boa demanda no varejo, mantendo a geração de empregos em patamares elevados. Além do mercado interno forte e sólido, o ministro citou a expansão do crédito - com redução do custo financeiro- e a confiança da popu-lação como condição fundamental para manutenção do crescimento.

“A confiança é importante para re-alizar projetos econômicos e sociais. E o Brasil é um dos países que mais goza da confiança da população. Ela está dis-posta a consumir e fazer girar a roda da economia”, concluiu o ministro.

Monitoramento on line

Na reunião, realizada no Palácio do Planalto, com 36 dos 38 ministros, a presidenta Dilma Rousseff anunciou a criação de um sistema de monitora-mento de todos os programas do Go-verno Federal. A determinação é que

todos os ministérios apresentem até junho um sistema que permita o acom-panhamento de suas ações. O monito-ramento será feito online e, preferen-cialmente, em tempo real.

A presidenta explicou aos mi-nistros que as medidas fazem parte do modelo de desenvolvimento iniciado em 2003, com a inclusão de milhões de brasileiros na classe média e o aumento da exigência por qualidade dos serviços públicos. “O monitoramento das ações do governo é parte de um projeto revo-lucionário, progressista e absolutamen-te indispensável para a verdadeira refor-ma do Estado, não através da demissão de servidores ou da perda de direitos

Durante a reunião, o ministro da Fazenda,

Guido Mantega, deixou claro que o investimento

é uma das variáveis chave para que o Brasil mantenha crescimento

equilibrado

previdenciários, mas através da gestão de um Estado mais profissional e me-ritocrático”, definiu a presidente Dilma.

“A ideia é que todos os gastos, todas as ações do governo possam ser vistas e monitoradas e, portanto, cobra-das na hora. Vamos imaginar que con-vênios com prefeituras, com Organiza-ções Não Governamentais, passam a ter informação de quando foi feito, o que está sendo feito e tenha cobrança direta em relação aos gastos públicos. Isso não é uma questão de reforma do Estado. É como fazer com que o Estado preste serviços melhores para a população”, explicou o porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann.

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8 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

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A tão aguardada reforma mi-nisterial do segundo ano de mandato da presidente Dilma

Rousseff vai se resumir a mudanças pontuais provocadas principalmente por conta das eleições municipais de 2012. Os ministros-candidatos deixa-rão seus cargos para disputar as prévias e se dedicar às campanhas eleitorais.

A reforma começou no Ministé-rio da Educação, com a saída de Fer-nando Haddad, que disputará a prefei-tura de São Paulo. Para seu lugar, Dilma Rousseff optou por uma solução ca-seira: saiu o petista Haddad e entrou o também petista e ex-ministro da Ciên-cia e Tecnologia Aloizio Mercadante, que cedeu seu lugar para Marco Anto-nio Raupp, ex-presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB).

A próxima mudança certa é a substituição de Iriny Lopes, secretá-ria de Política para as Mulheres, que disputará a prefeitura de Vitória (ES). Para o seu lugar, o nome mais cotado é o da secretária adjunta da pasta, Rosana Ramos, que integra a corrente petista Articulação de Esquerda, detentora da indicação da cadeira

O ministro da Integração, Fer-nando Bezerra, também deve deixar o governo por pretensões de dispu-tar a prefeitura do Recife pelo PSB. A presidente também pretende trocar o comando das Cidades, sem tirá-lo do PP, e devolver o Ministério do Traba-lho ao PDT. As lideranças partidárias dão como certa a saída do ministro das Cidades, Mário Negromonte, que além de ter tido a pasta citada com

suspeitas de corrupção, não conta com amplo apoio de seu partido, o PP, para continuar no cargo.

A dança das cadeiras será reto-mada no inicio de fevereiro, quando a presidente retornar de sua viagem ofi-cial ao Haiti. A configuração política da Esplanada dos Ministérios será mantida para não afetar o equilíbrio na aliança de sustentação ao governo. Na área eco-nômica, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, continua com a chave do co-fre; no Planejamento, Miriam Belchior continua com o prestigio em alta.

Sem mudanças nas principais pastas -como Fazenda, Planejamento e Justiça-, a reforma ministerial planejada pela presidente Dilma Rousseff será pequena e pouco impactante. Além disso, Dilma não vai alterar a cota dos partidos na Esplanada, frustrando os planos de PMDB e PT, que sonhavam em aumentar seu poder de fogo no go-verno, amealhando para sua seara os ministérios dos Transportes e das Cida-des, respectivamente.

Educação e Petrobras com novos titulares

Aloízio Mercadante quer crianças alfabetizadas na idade certa

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Dilma Rousseff também anun-ciou que não promoverá redução ou fusão de pastas. Com isso, está descar-tada a incorporação do ministério da Pesca pelo Ministério da Agricultu-ra, e o de Porto pelo Ministério dos Transportes. Outra mudança que es-barra em aspectos políticos é o “rebai-xamento” de três secretarias ligadas à Presidência, que hoje têm status de ministério: Direitos Humanos, Igual-dade Racial e Políticas para as Mulhe-res. A idéia, já descartada, era colocar as três sob o guarda-chuva da Casa Civil.

Tudo leva a crer que a verdadeira reforma ministerial aconteceu no ano passado, com a “faxina” que substituiu sete ministros: Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transpor-tes), Pedro Correia (Turismo), Wagner Rossi (Agricultura), Orlando Silva (Es-porte), Carlos Lupi (Trabalho) e Nel-son Jobim (Defesa).

Mais uma mulher no Poder

A diretora de Gás e Energia, Maria das Graças Foster, assumirá a presidência da Petrobras no lugar de José Sérgio Gabrielli. A troca será ofi-cializada na próxima reunião do Conse-lho de Administração da Estatal, marca-da para o início de fevereiro..

A mudança era um desejo antigo da presidenta Dilma Rousseff e vai au-mentar a influência do governo federal sobre a companhia. Foster será a pri-meira mulher a presidir a maior empre-sa da América Latina. Funcionária de carreira desde 1978, a executiva é ami-ga pessoal da presidente da República e tem um estilo de trabalho semelhante ao da chefe, calcado na gestão e cum-primento de metas.

Está diretamente ligada aos pla-nos do governo de acelerar os investi-mentos públicos em 2012. Afinal, os planos de investimentos da estatal para

quadriênio 2012-2015 contempla 668 projetos que totalizam US$ 224,7 bi-lhões (R$ 393,25 bilhões).

Maria Foster é uma técnica res-peitada que conquistou o apreço de Dilma Rousssef por sua atuação no Programa de Aceleração do Crescimen-to (PAC). Ela chegou a ser cotada para assumir a chefia da Casa Civil da Presi-dência da República.

Depois de quase sete anos no co-mando da Petrobras, Gabrielli terá que cumprir um período de quarentena an-tes de assumir qualquer outro cargo na administração pública ou na iniciativa privada. Após a quarentena, ele deverá assumir um cargo no governo do estado da Bahia, a convite do governador Ja-ques Wagner. Especula-se que Gabrielli será o candidato do PT ao governo baiano em 2014.

Pequena empresa

A perspectiva é que o país ganhe mais uma secretaria com status de mi-nistério, a de Micro e Pequenas Empre-sas. Está cotada para a pasta a empresá-ria Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza. Seria da cota pesso-al da presidente Dilma.

O projeto do governo já foi envia-do ao Congresso Nacional. A criação dessa pasta foi proposta pelo governo federal, por meio do Projeto de Lei 865/11, e já está aprovada pela Comis-são de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC) da Câ-mara dos Deputados.

De acordo com o projeto, a se-cretaria será vinculada à Presidência da República. Entre suas atribuições, estarão o assessoramento na formula-ção, coordenação e articulação de po-líticas e diretrizes para apoio à micro-empresa, empresa de pequeno porte, artesanato, cooperativismo e associa-tivismo urbanos, e de fortalecimento, expansão e formalização de micro e pequenas empresas.

As ações também envolvem pro-gramas de incentivo à promoção de Ar-ranjos Produtivos Locais (APL) que te-nham relação com as micro e pequenas empresas; de qualificação e extensão empresarial e de artesãos, e de promo-ção de desenvolvimento da competiti-vidade e inovação.

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10 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

A sessão legislativa que se inicia no próximo dia 2 deve ter dez mudanças na composição do

Senado em relação à abertura dos tra-balhos em fevereiro do ano passado. Entre os partidos, o PR foi o que mais cresceu, ganhando três senadores, en-quanto PMDB e PT perderam dois se-nadores cada.

Mesmo assim, o PMDB, com 18 senadores, e o PT, com 13, continuam tendo as maiores bancadas na Casa. Três partidos representados em feverei-ro passado - PMN, PPS e PSC - come-çam a nova sessão sem senadores. Já o PSD, criado oficialmente em setembro, mantém os dois senadores que aderi-ram à legenda na época.

Três mudanças ocorreram em decorrência da decisão do Supremo Tribunal Federal de que a Lei da Ficha Limpa não poderia ter sido aplicada às eleições de 2010. Com isso, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), João Capiberi-be (PSB-AP) e Jader Barbalho (PMDB-PA), considerados inicialmente inelegí-veis, tomaram posse, respectivamente, nas vagas de Wilson Santiago (PMDB-PB), Gilvam Borges (PMDB-AP) e Ma-rinor Brito (PSOL-PA).

Trocas em comandos de ministé-rios também tiveram impacto na com-posição do Senado. Enquanto Sérgio Souza (PMDB-PR) chegou em junho para substituir Gleisi Hoffmann (PT-PR), licenciada para assumir a chefia da Casa Civil, Alfredo Nascimento (PR-AM) retornou à Casa em julho, depois de deixar o Ministério dos Transportes, en-volvido em denúncias de irregularidades.

Licenciados

Já João Alberto Souza (PMDB-MA) pediu licença do cargo, em se-tembro, para se tornar secretário de Projetos Especiais do Governo do Ma-ranhão. Ele foi substituído por Clovis Fecury (DEM-MA).

Também Marisa Serrano (PSDB-MS) deixou o Senado para assumir ou-tro cargo. Em junho, ela renunciou ao mandato que iria até 2015 para se tor-nar conselheira do Tribunal de Contas do seu estado, sendo substituída por Antonio Russo (PR-MS).

Outros dois senadores estão afastados temporariamente do Sena-do devido a licenças médicas. Gari-baldi Alves (PMDB-RN) e Eduardo

Ano Legislativo começa com mudanças

Amorim (PSC-SE) saíram em dezem-bro e cederam suas vagas aos suplentes Ivonete Dantas (PMDB-RN) e Lauro Antônio (PR-SE).

A morte do ex-presidente da Re-pública Itamar Franco, em julho, tam-bém acabou mudando a distribuição de vagas entre os partidos. Itamar, que era o único senador do PPS, foi substituído pelo suplente Zezé Perrella, do PDT.

Além dessas modificações, houve duas outras, já previstas desde o início do governo Dilma Rousseff. Reeleitos em 2010 para o Senado, para mandatos até 2018, Edison Lobão (PMDB-MA) e Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) tomaram posse e imediatamente pedi-ram licença para retornar aos cargos de ministros de Minas e Energia e da Pre-vidência Social, respectivamente. Lo-bão Filho (PMDB-MA) e Paulo Davim (PV) assumiram suas vagas.

As saídas de senadores mexe-ram, ainda, na composição da Mesa do Senado. Waldemir Moka (PMDB-MS) substituiu Wilson Santiago como 1º vice-presidente e Casildo Maldaner (PMDB-SC) foi escolhido para a vaga de suplente de secretário que era de Gilvam Borges.

Cássio Cunha Lima, João Capiberibe e Jader Barbalho voltaram ao Senado por decisão do Supremo Tribunal Federal, após uma ampla discussão sobre a Lei da Ficha Limpa

Política

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 11

Um dos desafios do Congresso Nacional em 2012 será colo-car em votação 159 proposi-

ções que receberam veto total (44) ou parcial (115) do Poder Executivo. Nes-ta lista está o veto do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao artigo 64 (emenda Ibsen) da Lei nº12.351/10, que estabeleceu o marco regulatório do pré-sal. Em 2011, o presidente do Con-gresso, senador José Sarney (PMDB-AP), chegou a fixar duas datas para vota-ção desse veto - 5 e 26 de outubro -, mas a Câmara e o Senado não se reuniram para deliberar sobre a matéria.

A emenda Ibsen determinava a repartição dos royalties do petróleo e do gás natural entre todos os membros da Federação com base nos critérios dos Fundos de Participação dos Esta-dos (FPE) e dos Municípios (FPM). Ao mesmo tempo em que vetou essa emenda, o governo Lula enviou à Câ-mara projeto de lei (PLS 16/10) com conteúdo similar para mudar a forma de distribuição dos royalties dos campos de petróleo a serem licitados.

Outra alternativa ao veto à emenda Ibsen foi o projeto de lei (PLS 448/11) apresentado pelo senador Wellington Dias (PT-PI) - e relatado pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) - estipulan-do novas regras para divisão dos royal-ties entre estados e municípios. Após intensas negociações, essa proposta foi aprovada pelo Senado e seguiu para a Câmara, permanecendo o veto à emen-da Ibsen sem votação.

A postura adotada pelo Congres-so neste caso - e que poderia ser aplicada aos demais vetos acumulados desde 2000 - não seria uma demonstração de negli-gência ou omissão do Poder Legislativo. Quem faz essa ressalva é o diretor da Se-cretaria de Coordenação Legislativa do Congresso, Marcos Aurélio Pereira.

Congresso precisa votar vetosPrioridades

Sensível às demandas da socieda-de e do jogo político, o Congresso esta-beleceria prioridades em sua forma de atuação, que, segundo ponderou Mar-cos Aurélio Pereira, poderiam fugir a “soluções legislativas regimentais”. Essa lógica poderia explicar, por exemplo, a opção do Poder Legislativo por aprovar um projeto de lei específico sobre a par-tilha dos royalties em vez de discutir e votar o veto a uma emenda tratando do assunto.

Mas, do ponto de vista legal, o que acontece quando um veto não é analisado pelo Congresso? Se o proje-to for vetado totalmente, a eventual lei nem chega a entrar em vigor. Em caso de veto parcial, só deixam de valer os dispositivos rejeitados pelo presidente da República. Essa situação permanece enquanto o Congresso não se reunir para votar os vetos presidenciais, conforme explicou o diretor da Secretaria Legislati-va do Congresso.

“Quanto mais o tempo passa, mais difícil fica derrubar um veto. Ele fica taci-tamente mantido, tanto para efeitos polí-ticos quanto jurídicos”, admitiu Marcos Aurélio Pereira.

Se a derrubada tardia de um veto parcial pode representar uma ameaça à segurança jurídica, também seria com-plicado levantar apoio parlamentar a um projeto com veto total apresentado em legislaturas passadas. No ano passado, 37 novos vetos chegaram ao Congresso, mas nenhuma sessão foi realizada para colocá-los em votação.

Política

Estados & Municípios - Janeiro 2012 11

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12 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

Em 2011, a falta de consenso em torno do financiamento públi-co exclusivo de campanha e de

mudanças no sistema eleitoral impedi-ram a votação do relatório final da Co-missão Especial da Reforma Política. Agora, o relator e o presidente do cole-giado, deputados Henrique Fontana (PT-RS) e Almeida Lima (PPS-SE), esperam que o texto comece a ser vo-tado a partir de fevereiro. Mesmo após vários adiamentos, Almeida Lima afir-ma que não há pressa, já que as mudan-ças só valeriam nas eleições de 2014.

Instalada no início de março do ano passado, com uma pauta de dis-cussão que incluía 20 itens e dividindo o foco com uma comissão semelhante que funcionava no Senado (já encerra-da sem a aprovação de um relatório), a comissão da Câmara nunca trabalhou para dar resultado no curto prazo, con-forme gosta de repetir Almeida Lima.

“Desde que ficou definido que as mudanças não valeriam para as eleições

de 2012, perdeu-se o sentido de pressa. Optamos por fazer um trabalho mais amplo e profundo para vigorar a partir de 2014”, declarou o deputado de Sergipe.

Para tentar popularizar o tema e ouvir a sociedade, a comissão reali-zou conferências regionais em Goiâ-nia (GO), Porto Alegre (RS), Aracaju (SE), João Pessoa (PB), Florianópolis (SC), Belo Horizonte (MG), Curiti-ba (PR), Salvador (BA), Vitória (ES), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Campo Grande (MS).

“O relatório não deveria ter sido votado mesmo não, ele precisa ser mais discutido com os partidos, com a pró-pria sociedade, que apresenta alternati-vas”, reiterou Almeida Lima.

Divergência

O relator, no entanto, tem opinião diferente. “Lógico que a frustração de não votar o relatório sempre é grande, porque considero um prejuízo muito grande para o Brasil manter o siste-ma político atual”, declarou Fontana. “Tem um custo político e institucio-nal muito grande, no custo das cam-panhas e no tipo de governabilidade que se estabelece”, acrescentou.

Outro ponto controverso do relató-rio da Comissão Especial da Reforma Po-lítica é o financiamento público exclusivo de campanha, proposto por Henrique Fontana. As campanhas seriam pagas por meio de um fundo criado com esse fim específico, que receberia recursos do Or-çamento da União, de empresas públicas e privadas e de pessoas físicas.

“A principal resistência ao relatório vem dos setores que se beneficiam com o financiamento privado, tanto do que fi-nancia para obter privilégio nos negócios com o setor público, quanto daquele que tem uma vantagem competitiva para se eleger”, destaca o parlamentar.

Um levantamento da consultoria legislativa da Câmara, elaborado a pe-dido de Fontana, fortalece o argumento de que o poder econômico é determi-nante no resultado das eleições. O es-tudo demonstra que mais de 70% dos deputados eleitos em 2010 foram, tam-bém, os que tiveram os maiores gastos com as campanhas

Reforma política volta à pauta da CâmaraPolítica

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 13

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a Advocacia-Geral da União (AGU) querem cobrar

R$ 6 milhões de prefeitos cassados desde 2004. O valor corresponde ao que foi gas-to em mais de 170 eleições suplementares, realizadas excepcionalmente quando o prefeito eleito é cassado e a Justiça Eleito-ral determina uma nova eleição.

Pelo acordo firmado entre o TSE e a AGU, os prefeitos cassados que pro-vocaram uma nova eleição serão cobra-dos judicialmente para pagar do próprio bolso o custo que a União teve para re-alizar o novo pleito. A medida também valerá para as cassações que ocorrerem nos próximos cinco anos.

Segundo o presidente do TSE, mi-nistro Ricardo Lewandowski, as ações de ressarcimento têm caráter didático e pedagógico. “Esse acordo vai além do ressarcimento. É uma mensagem aos candidatos que não pretendem agir cor-retamente: tenham mais cuidado”.

Ele ressaltou, ainda, que esses processos vão colaborar para “a mora-lização dos costumes políticos”. O TSE

encaminhará à AGU todos os casos de cassações que causaram uma elei-ção suplementar e o órgão decidirá se cobrará a devolução dos gastos da União na Justiça Federal. “A penali-zação econômica é fundamental para aperfeiçoar a representatividade dos políticos”, enfatizou o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.

As eleições suplementares acon-tecem quando o político é cassado por crime eleitoral (compra de votos, abuso de poder político ou econômico e utili-zação indevida dos meios de comunica-ção, entre outros exemplos) e o titular e o vice perdem o cargo. De acordo com a Constituição, uma nova eleição é con-vocada nos dois primeiros anos após o pleito, mas os estados e municípios têm autonomia para definir regras locais.

Dinheiro público

A parceria facilitará a recuperação judicial de recursos gastos pelo erário. De acordo com levantamento feito pelo TSE, a União já gastou cerca de R$ 6 milhões com os pleitos suplementares desde 2004, sendo que quase metade deste valor foi gasto em 2010 e 2011.

Segundo o ministro Ricardo Lewandowski, os gastos decorrentes de eleições suplementares, para as quais candidatos cassados “deram causa”, são recursos públicos que devem ser recu-perados: “É um dinheiro público, é um

prejuízo, um dano que foi causado ao erário em função de um ilícito prati-cado e o nosso ordenamento jurídico autoriza, então, que esses danos se-jam regularmente ressarcidos”.

Lewandowski disse ainda que eleições suplementares importam

na mobilização da máquina eleitoral, mobilização

nos TREs, de ser-

vidores, juízes, mesários e, em alguns casos, a requisição de força federal aos municípios , o que causa sempre certo transtorno e gastos.

O presidente do TSE frisou que a parceria também servirá para que os partidos escolham melhor seus candi-datos. “Dessa forma nós estaremos con-tribuindo para a moralização dos costu-mes políticos”, disse o ministro.

Para Luís Inácio Adams essa é mais uma iniciativa para aperfeiçoar ainda mais um modelo que já funciona muito bem. “É uma forma de fazer avançar mais a nossa democracia e a legitimidade da nossa representação política que tem sido cada vez mais aperfeiçoada”.

A União também poderá solici-tar aos políticos o pagamento de danos morais pelo desgaste de obrigar a so-ciedade de determinado município a se mobilizar, se preparar para uma nova eleição e votar novamente, e pelos pre-juízos sofridos pelo Estado no que tan-ge ao tempo em que o município ficou sem representante.

Prefeitos cassados pagarão nova eleição Política

Estados & Municípios - Janeiro 2012 13

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14 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

Em visita ao município de Cama-çari, o senador Walter Pinheiro (PT-BA) garantiu que a cidade

vive grandes avanços, graças à consolida-ção do processo de gestão da cidade e à reestruturação física e social do municí-pio. “Esses dois eixos foram fundamen-tais para mudar a face de Camaçari”.

Pinheiro observou ainda que hoje as pessoas não precisam sair do município para estudar ou ter um bom serviço médico, por exemplo. Ele, in-clusive, esteve em Camaçari para reali-zar um exame médico de alta precisão, que poderia ter sido feito em hospitais renomados de São Paulo ou Brasília, mas preferiu “priorizar e prestigiar a própria terra, tanto pela qualidade da unidade escolhida, como pela compe-tência dos profissionais”, declarou.

Quanto à evolução que Camaçari tem apresentado, o senador observou que o município foi muito marcado pela ocupação industrial e a degra-dação dos serviços e, para ele a atual gestão municipal mostrou que é pos-sível continuar recebendo indústrias sem esquecer as pessoas. “E isso só é possível através de uma gestão séria e comprometida em promover a trans-formação”, completou.

Em defesa da BahiaPerspectivas

Quantos aos investimentos que o município tem atraído, o senador ob-servou que 2012 será bastante próspero para Camaçari, que tem a previsão de iniciar as obras da UFBA este ano; atrair duas novas empresas de energia eólica, transformando-se em uma base impor-tante de produção para aerogeradores; iniciar a implantação do Pólo Acrílico; retomar às obras do braço ferroviário e dar andamento as obras de saneamento.

Pinheiro falou ainda da constru-ção da maternidade de Camaçari, que está com recurso garantido, faltando o projeto executivo e a licitacão.

Seca na Bahia

O governo do Estado dimensiona o prejuízo aos municípios baianos atin-gidos pela estiagem para municiar os parlamentares na solicitação de ajuda do governo federal. Embora oficialmen-te 43 municípios estejam reconhecidos pela Defesa Civil em situação de emer-gência na Bahia, outros podem decretar a mesma urgência, devido à necessidade de apoio no abastecimento de água.

Para o senador Walter Pinheiro, além do pleito ao Ministério da Inte-

gração Nacional para liberação de R$ 35 milhões para amenizar os danos causados pela seca e investir em ações de prevenção, a Bahia solicitará agi-lidade na liberação dos recursos do programa Garantia-Safra, do Minis-tério do Desenvolvimento Agrário, para agricultores familiares, princi-palmente nos municípios que estão em re-análise referente à safra de ve-rão 2010-2011.

“De 117 municípios que aderiram ao programa para a safra de verão 2010-2011, 72 ainda aguardam uma re-avalia-ção; nesse caso, são 44 mil agricultores familiares que perderam suas lavouras. Aliado a isso, aguardamos a consoli-dação das informações do Estado para saber a situação atual do prejuízo no campo e fazer esse ajuste, solicitando os recursos necessários para salvaguardar os agricultores”, disse Pinheiro.

Segundo ele, a atualização dos dados, tanto dos municípios atingidos pela estiagem quanto dos agricultores prejudicados, está sendo coordenada cuidadosamente pela Casa Civil do go-verno da Bahia, com a colaboração de ou-tras secretarias estaduais e órgãos como a Coordenação de Defesa Civil do Estado da Bahia (Cordec) e a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA).

Política

CONHECENDO OS CAMINHOS, SEUS PLANOS

SAEM DO PAPEL.

GESTOR PÚBLICO:

A 2ª fase do Programa de Aceleração do Crescimento já está em andamento e

traz ainda mais desenvolvimento para o país. O seu município conta com você

para inscrever projetos – e você pode contar com o Governo Federal.

Prepare-se. O PAC 2 terá novos processos seletivos. Levante as demandas do

seu município e região.

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Page 15: Revista Estados & Municipios

CONHECENDO OS CAMINHOS, SEUS PLANOS

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Page 16: Revista Estados & Municipios

16 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

A (Lei 12.587/2012), que insti-tui a Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff e entrará em vigor em meados de abril. A política possui como objetivo a integração entre os diferentes modos de transporte e a melhoria da acessibilidade e mobilida-de das pessoas e cargas no território do município. A PNMU é orientada, entre outras diretrizes, pela prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados e dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado.

Conforme a Lei, os estados po-derão delegar aos municípios a orga-nização e a prestação dos serviços de transporte público coletivo intermuni-cipal de caráter urbano, desde que cons-tituído consórcio público ou convênio de cooperação para tal fim. A Política Nacional de Mobilidade Urbana atri-bui aos municípios: planejar, executar e avaliar a política de mobilidade urbana, bem como promover a regulamentação dos serviços de transporte urbano; pres-tar, direta, indiretamente ou por gestão as-sociada, os serviços de transporte público coletivo urbano, que têm caráter essen-cial; e  capacitar pessoas e desenvolver as instituições vinculadas à política de mobi-lidade urbana do município.

Ainda de acordo com a PNMU, os municípios com mais de 20 mil ha-bitantes e os demais obrigados a ter plano diretor deverão elaborar o Pla-no de Mobilidade Urbana, integrado e compatível com os respectivos planos diretores ou neles inserido. O Plano de Mobilidade Urbana deverá ser integra-do ao plano diretor municipal, existente ou em elaboração, no prazo máximo de três anos a partir da vigência desta Lei, que passará a valer a partir de abril de 2012 (100 dias após a sanção).

Lei da Mobilidade Urbana vigora em abril

O Plano de Mobilidade Urbana, que é o instrumento de efetivação da PNMU,  deverá contemplar: a acessi-bilidade para pessoas com deficiência e restrição de mobilidade,  as áreas de estacionamentos públicos e privados, gratuitos ou onerosos,  as áreas e horá-rios de acesso e circulação restrita ou controlada, entre outras exigências.

O Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001) estabelece que o pla-no diretor é obrigatório para cidades: com mais de vinte mil habitantes; integrantes de regiões metropolita-nas e aglomerações urbanas; onde o Poder Público municipal preten-da utilizar os instrumentos previs-

tos no parágrafo 4º do art. 182 da Constituição Federal; integrantes de áreas de especial interesse turísti-co; e inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambien-tal de âmbito regional ou nacional.

Diretrizes

A nova lei define as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urba-na para todos os entes da Federação e autoriza os estados, os municípios e a União a aplicar, dentre outras coisas, a incidência de tributos sobre modos e serviços de transporte urbano buscan-

Transportes

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 17

do desestimular seu uso. Este tributo seria destinado ao financiamento para subsídio do transporte público coletivo.

Segundo o texto, o objetivo é “contribuir para o acesso universal à ci-dade, o fomento e a concretização das condições que contribuam para a efeti-vação dos princípios, objetivos e dire-trizes da política de desenvolvimento urbano, por meio do planejamento e da gestão democrática do Sistema Nacio-nal de Mobilidade Urbana”.

A política de mobilidade também autoriza os governos locais a restringir e promover mecanismos de controle de acesso e circulação de veículos a determi-nados locais e em determinados horários, além de estipular padrões de emissão de poluentes para áreas, horários e dias nos espaços urbanos sob seu controle.

Também está previsto no texto que os governos possam dedicar “es-paço exclusivo nas vias públicas para os serviços de transporte público co-letivo e modos de transporte não mo-torizados” e ainda realizar “controle do uso e operação da infraestrutura viária

destinada à circulação e operação do transporte de carga, concedendo prio-ridades ou restrições”.

Quanto às tarifas do serviço de transporte coletivo, os municípios se-rão obrigados pela lei “a divulgar, de for-ma sistemática e periódica, os impactos dos benefícios tarifários concedidos no valor das tarifas dos serviços de trans-porte público coletivo”. Os usuários também terão de ser obrigatoriamente “informados nos pontos de embarque e desembarque de passageiros, de forma gratuita e acessível, sobre itinerários, horários, tarifas dos serviços e modos de interação com outros modais.

Caberá à União prestar “direta-mente ou por delegação ou gestão asso-ciada, os serviços de transporte público interestadual de caráter urbano”, po-dendo o governo federal realizar ações coordenadas com estados e municípios em áreas de aglomerações urbanas e regiões metropolitanas para promover melhorias no transporte público, inclu-sive nas cidades-gêmeas localizadas nas regiões de fronteira.

A Lei da Mobilidade Urbana é um importante instrumento para que prefeitos, vereadores, sociedade civil e o Ministério Público possam melhorar as condições de mobilidade urbana nas cidades

Transportes

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18 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

Situação atual é caótica

Uma auditoria feita pelo Tribu-nal de Contas da União (TCU) para avaliar a questão da mobilidade urbana no Brasil constatou um cenário caótico marcado por três problemas relaciona-dos às dificuldades de locomoção: con-gestionamentos crescentes nas grandes cidades brasileiras e cada vez mais co-muns nas menores; baixa adesão ao uso de transporte público coletivo e baixa qualidade das vias urbanas.

O trabalho apontou ainda que os congestionamentos acarretam em per-da de tempo, aumento de cerca de 20% da emissão de poluentes e drenagem cada vez maior de recursos para amplia-ção das vias existentes. Já a baixa ade-são ao transporte público é fruto do seu custo elevado e da má qualidade, decor-rente da falta de pontualidade, conforto e segurança. A baixa qualidade das vias urbanas dificulta o acesso ao transporte público coletivo, desestimula a locomo-ção a pé e restringe o uso de bicicleta.

O ministro Aroldo Cedraz, que incluiu o tema para análise no relató-rio sobre as contas do governo de 2010 das quais foi relator, indicou ainda que a primeira grande questão a ser enfren-tada diz respeito à redução do uso do automóvel, que ocupa 60% das vias pú-blicas e transporta apenas 20% dos pas-sageiros, enquanto o ônibus, que trans-porta 70% dos passageiros e ainda dispensa espaço para estacionamen-to, ocupa apenas 25%. Para isso, o ministro observou que é preciso apri-morar o transporte público coletivo, o que demanda a integração modal e intramodal fácil e de custo razoável, além de melhorar o planejamento do uso do solo, a fim de tornar atrativos os meios alternativos ao carro.

Acrescentou, também, que é ne-cessário, igualmente, conscientizar e responsabilizar a população para a

importância da redução do uso do automóvel, que é visto como símbo-lo de sucesso e prosperidade. Cedraz ressaltou, entretanto, que a baixa qua-lidade das vias urbanas abrange não só a estrutura destinada a veículos motorizados, mas também a veícu-los não motorizados e a pedestres, o que leva à necessidade de aumentar a acessibilidade de todos os tipos de vias públicas, inclusive para pessoas com limitações de movimentos.

Construção e adequada conser-vação de pistas de automóveis, ciclo-vias e calçadas, melhoria das condi-ções de operação das pistas, criação de faixas exclusivas para transporte público e aumento da segurança para deslocamentos a pé ou por bi-cicletas são apenas algumas das re-comendações do ministro para apri-morar a mobilidade urbana.

Peça interna

O ministro observou que, apesar de a legislação determinar que muni-cípios com mais de 500 mil habitantes devem elaborar um plano de transporte urbano integrado, denominado Plano

Diretor de Transporte e da Mobilida-de, muitos municípios não o prepa-ram. “Como não há obrigatoriedade de que seja aprovado por lei, o plano acaba por se tornar uma peça interna, meramente formal, sem estabilidade política e sem prioridades, objetivos e metas claras, o que dificulta a respon-sabilidade institucional dos agentes pú-blicos e restringe a participação popular no planejamento”, alertou.

O interesse do TCU pela questão da mobilidade urbana se direciona não só à relevância diante de even-tos como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, mas também ao aumento das dotações orçamentárias, que chegaram a R$ 11 bilhões em 2010.

Em função dos problemas detec-tados na auditoria, o TCU recomendou à Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana, do Ministério das Cidades, que defina um sistema para coletar e tratar informações que permita identificar problemas, neces-sidades e possíveis soluções referen-tes à mobilidade urbana em cidades de porte médio, capitais, aglomerados urbanos e regiões metropolitanas.

“O lamentável cenário da mobilidade urbana delineado ocorre, fundamentalmente, da precariedade do planejamento dos municípios e da deficiência da integração dos planos das cidades com mais de 100 mil habitantes com os de suas regiões de influência”

Aroldo CedrazMinistro do TCU

Transportes

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 19

A falta de regras e políticas claras e eficazes compromete os in-vestimentos em redes de água

e de esgoto no Brasil. A conclusão é de um estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Outro obstáculo apontado é a burocracia para captar recursos para investir no setor. O tempo médio para obtenção de emprés-timos com bancos públicos varia entre um ano e meio e dois anos. Para acele-rar o processo, os investidores preferem buscar recursos no mercado de capitais, com custos e prazos menos favoráveis.

“Apesar do recente aumento da disponibilidade de recursos, o acesso ao financiamento e às vias de captação constitui desafio relevante e é empeci-lho aos esforços de universalização dos serviços”, alertou o documento Sanea-mento: Desafios para Expansão dos In-vestimentos.

O presidente do Conselho Temá-rio de Infraestrutura da CNI, José de Freitas Mascarenhas apontou a falta de qualidade dos projetos apresenta-dos como o grande responsável pelo elevado tempo para obtenção de recur-sos. “Além disso, é preciso aumentar a eficiência dos projetos, pois muitas empresas estaduais de saneamento têm

prejuízo, o que afeta a capacidade de investimento”, afirmou Mascarenhas, que também preside a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB).

Segundo o estudo feito pela CNI, há no país grande espaço para a expan-são dos serviços e dos negócios na área de fornecimento de equipamentos. Isso porque, conforme os dados de 2009 do Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística (IBGE), apenas 52,5% dos domicílios são atendidos por rede de esgoto e 84,4% por rede de água.

Apesar dos avanços trazidos pela Lei de Diretrizes Nacionais para o Sa-neamento Básico, que há cinco anos está em vigor, o setor ainda enfrenta barreiras, como a falta de definição clara de quem é o responsável pela prestação dos serviços, se o Estado ou o município.

Isso, segundo a CNI, afeta a regu-lação de determinados contratos, por-que não permite saber quem é o poder concedente e quem é o responsável pelo estabelecimento das condições em que o serviço será prestado pelo concessioná-rio. “Há uma certa zona cinzenta nessas relações e é preciso que o STF defina os papéis. Essa indefinição interfere nos di-reitos posteriores e nas relações jurídi-cas”, assinalou Mascarenhas.

SANEAMENTO BÁSICOCNI aponta que burocracia emperra o setor

Infraestrutura

Page 20: Revista Estados & Municipios

20 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

Às vezes, navegar na internet pode ser confuso assim.

Para garantir que sites ofereçam conteúdo de forma clara e acessível a todos, existe o E-MAG: Modelo de Acessibilidade do Governo Federal, que reúne um conjunto de recomendações para construção de sites na administração pública ou empresarial.

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 21

Foram definidos os per-centuais mínimos de investimento na área

de saúde. Com a sanção da Lei Complementar nº 141, que regulamenta a Emenda Cons-titucional 29, a União irá apli-car o valor empenhado no ano anterior, mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB). Os estados e o Distrito Federal deverão investir 12% de sua re-ceita, enquanto os municípios devem investir 15%.

Além de estabelecer os gastos mínimos na saúde, a nova lei definiu que os recur-sos aplicados no setor sejam destinados às ações e serviços públicos de acesso universal, igualitário e gratuito. “A nova regra contribuirá para combater des-perdícios, melhorar controle dos gas-tos e aumentar fiscalização de recursos aplicados no setor”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha

Foram vetados, porém, 15 dispo-sitivos do texto aprovado em dezembro pelo Congresso Nacional. Os vetos evi-tam a necessidade de ajustes nos cál-culos caso haja revisão da variação do PIB de anos anteriores, para impedir instabilidade na gestão fiscal e orça-mentária, segundo justificativa da presidente Dilma Rousseff. Outros dispositivos barrados evitam brechas para o retorno da Contribuição So-cial à Saúde (CSS), imposto rejeitado durante a votação da regulamentação no Congresso, e a obtenção de crédito para alcançar o exigido por lei.

São considerados gastos em saú-de a compra e distribuição de medi-camentos, gestão do sistema público de saúde, desenvolvimento científico e tecnológico e controle de qualidade

Governo define investimentos na Saúde

promovido por instituições do Sistema Único de Saúde (SUS), entre outros. Gastos em ações de saneamento básico, compra de merenda escolar, ações de assistência social, pagamento de apo-sentadorias e pensões, por exemplo, não podem ser considerados investi-mentos em saúde.

Além de definir claramente o que são gastos específicos em saúde, a me-dida estabeleceu receitas permanentes e estáveis para gastos e investimentos no SUS e permitiu maior transparên-cia nos investimentos do poder público para ampliar ainda mais o controle so-bre os recursos da saúde nos estados, municípios e no Governo Federal. Isso irá contribuir com outras ações que o Ministério da Saúde tem feito de apri-moramento da gestão para ampliar e qualificar a assistência aos pacientes que utilizam o SUS.

A sanção da lei é mais um avan-ço para a gestão da rede de saúde, que, ao combater o desperdício, conseguiu

apresentar progressos que permitiram, por exemplo, tri-plicar a oferta gratuita de me-dicamentos para hipertensos e diabéticos pelo programa Saúde Não Tem Preço, e economizar, em 2011, mais de R$ 1,7 bilhão na aquisição de remédios e insumos.

Despesas

A definição do que é gasto em saúde favorecerá o acompanhamento da presta-ção de contas dos entes fede-rativos. Uma das ferramentas usadas pelo Governo Federal é a análise dos dados do Siste-ma de Informações sobre Or-çamentos Públicos em Saúde

(SIOPS). Este sistema coleta e sistematiza dados sobre receitas e des-pesas com ações e serviços públicos específicos de saúde. Com base no que é declarado por estados e municípios quanto aos gastos, o Departamento de Eco-nomia da Saúde, Investimento e Desenvol-vimento do Ministério analisa as contas dos gestores e valida relatórios de gestão.

A análise é feita com base em uma lista de ações, serviços e atividades con-sideradas da área da saúde. No caso do saneamento, por exemplo, os recursos poderão financiar ações de saneamento como a construção de poços artesianos e contratação de agentes indígenas de saneamento ambiental para áreas indí-genas. A regra vale também para ações para a melhoria da água para consumo humano em pequenas comunidades, in-cluindo em áreas remotas. Por outro lado, o recurso da saúde não poderá ser usado em ações de saneamento básico que de-vem ser financiadas com o recolhimento de taxas e tarifas públicas, como a cons-trução de redes de esgoto nas cidades.

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22 Estados & Municípios - Janeiro 2012

RENATO RIELLA [email protected]

Dilma tem plano real

O Plano Real da presidente Dilma Rousseff é a queda dos juros. Só ela ainda não percebeu isso. Ainda temos a maior taxa vigente no mundo, mas o que foi fei-to desde o ano passado é surpreendente.

Na década de 90, Fernando Hen-rique Cardoso teve grande visão de ma-rketing, pilotando a operação que deu um tiro na inflação. Desde o primeiro momento ele faturou isso junto à popu-lação, aparecendo como o pai do milagre. O Plano Real foi o grande instrumento eleitoral do PSDB.

Dilma não sabe usar politicamente a promessa que fez de reduzir a taxa de juros para um dígito. Se continuar assim, em 2014 os eleitores não darão o crédito devido à presidente.

A barbeiragem do milênio

O naufrágio do navio italiano Cos-ta Concordia no Mediterrâneo pode ser considerado a maior barbeiragem da hu-manidade. Nunca ninguém fez uma ma-nobra tão grande e tão desastrada.

No final, o desastre gerou imagens de grande impacto, quase tão impressio-

nantes quanto o choque de dois aviões contra o World Trade Center. Neste início de século temos visto as cenas mais incrí-veis da humanidade, transmitidas ao vivo para todo o mundo.

Mercadante pode dar certo

A escolha de Aloizio Mercadan-te para ministro da Educação nos traz a sensação de que a equipe da presiden-te Dilma Rousseff vai melhorar. Não se compreende porque o ministro Fernando Haddad, sem experiência pública nem re-nome, foi escolhido para cargo tão eleva-do pelo presidente Lula.

Mercadante já foi senador e vive ao lado do poder federal há mais de dez anos. O MEC exige um nome reconheci-do como o dele. Haddad não merecia res-peito e perdeu a batalha do Enem. Não dá para acreditar que possa vencer a eleição de prefeito em São Paulo (além do mais, não é um Tiririca...)

Copa sem marketing

Mais uma vez a Fifa visitou o Bra-sil e fez críticas à organização da Copa do Mundo de 2014. É incrível, mas esse

grande evento continua gerando notícias negativas.

O povo assiste a tudo isso e pensa que a Copa será um fracasso. Pode até ser que o evento dê certo, mas já é um fracas-so de marketing.

Milionários enrolões

O Brasil vai aprender a fazer triagem dos jogadores famosos que retornam ao futebol local depois de grande sucesso no exterior.

Ronaldinho Gaúcho e Adriano são os exemplos mais claros da distorção. Chegaram ganhando fortunas e deram respostas frágeis às torcidas. Será que vale a pena contratá-los?

Outros jogadores, menos estrela-dos, conseguem oferecer bons resulta-dos. Alguns deles voltam em idade ainda baixa, com pique e vontade de obter aqui o reconhecimento que nem sempre tive-ram na Europa ou mesmo na Ásia.

O Brasil está bem de finanças, mas precisa gastar com aqueles que querem trabalhar. Adriano, especialmente, é um péssimo exemplo para a juventude.

BBB made in inferninho

Pensando em Ronaldinho e Adriano, a gente lembra logo do BBB da Globo. É como se esses dois craques fossem eternos partici-pantes do reality show de baixíssimo nível.

Os jovens acabam influenciados por seres humanos desprovidos de valo-res, que vivem num mundo de futilidade e vício. É preciso discutir melhor isso. Ronaldinho, Adriano e os BBBs parece que foram criados em boates ou em infer-

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 23

COLUNISTA

ninhos. É o habitat desses tipos que têm espaço amplo diário na mídia.

PT e PMDB nas eleições

Como sairão PT e PMDB das elei-ções municipais? Essa é uma expectativa presente neste momento e não dá para se fazer previsão. A maioria folgada que o Governo Dilma tem no Congresso Nacional lhe dá a segurança de chegar no mês de outubro sem sobressaltos que possam abalar as urnas.

Por outro lado, o PMDB precisa demonstrar força na eleição de prefei-tos, vice-prefeitos e vereadores. Caso contrário, não será levado a sério pelos petistas nas discussões que levarão à formação da chapa de 2014. Está todo mundo de olho nesse desfecho.

Pré-sal e Copa do Mundo

A presidente Dilma Rousseff tem dois grandes riscos – entre outros, é claro. Um deles é a possibilidade de fracasso no Pré-Sal, projeto que fez o governo com-prometer dezenas de bilhões de dólares, na esperança de explorar petróleo a sete quilô-metros de profundidade. Ninguém conse-guiu trabalhar nesse nível de desafio, mas o governo petista acha que conseguirá.

O outro grande desafio do governo é a Copa do Mundo, com todas as variá-veis que cercam esse evento – inclusive a possibilidade da Seleção Brasileira ficar no meio do caminho. A presidente Dilma nem sempre dorme tranqüila.

Haitianos barrados

Governar, na maioria dos casos, representa a adoção de medidas antipá-ticas. Por exemplo: quem gosta de pagar impostos? Assim, o Governo Federal não pode negligenciar neste caso da migração de haitianos, que entram no Brasil pelo Acre, passando pelo Peru.

Nenhum país do mundo deixa suas fronteiras abertas para vizinhos em dificuldade. É claro que não se consegue evitar totalmente a entrada de estrangei-ros, mas o papel do Estado é dificultar esta “invasão”. Cabe aos haitianos lutar para melhorar seu país. Vir para o Brasil é uma atitude cômoda, que não podemos facilitar.

Torrando dólares

Uma característica da presidente Dilma Rousseff é a falta de um discurso carismático, que lidere a população. Em muitos episódios recentes, percebeu-se a mão-de-ferro da presidente, mas não se ouviu uma palavra convincente. Dilma pre-cisa abrir a consciência dos brasileiros diante da fuga de capital, com despesas superiores a US$ 21 bilhões no ano passado, em “pa-raísos” turísticos no exterior. O turismo interno precisa ser incentivado. Quem quiser gastar riqueza no exterior precisa saber que não está ajudando o Brasil a se afirmar na economia mundial. Vamos para o Nordeste, pessoal!

Acordar para o crack

Há uma incompetência coletiva, abrangendo todos os políticos e todos os partidos, na condução desse problema crescente chamado crack. Fica claro que esta é a pior droga e o viciado é pratica-mente um suicida, com elevado grau de sucesso nessa busca pelo fim da vida.

A legislação precisa ser endureci-da em relação ao crack e a postura go-

vernamental não pode ser passiva. O crack pode assumir dimensões monu-mentais nos próximos dez anos, se não for contido hoje.

Planos sem saúde

Médicos afirmam que recebem de R$ 30 a R$ 40 por consulta médica paga pelos planos de saúde. E os associados dessas companhias pagam mensalidades a cada momento maiores, inclusive ven-do-se a polêmica em relação aos maiores de 60 anos, que passam a ser cobrados com elevados aumentos.

Os hospitais particulares em Bra-sília vivem com longas filas. Quem tem plano de saúde perdeu regalias e, muitas vezes, é mais fácil encontrar atendimento na Emergência da rede pública. Tem mui-ta coisa errada e mal explicada nesse caso dos planos de saúde.

Mistérios do álcool

O Brasil importa álcool. E o mun-do quer comprar álcool brasileiro, mas nossa produção é insuficiente. Todos sabemos que, desde a década de 70, não dá para confiar nos usineiros, mas cabe ao governo adotar uma política eficien-te nessa área, com incentivos claros e cobrança de resultados.

Nos últimos anos, foi comum a ve-rificação de que abastecer o carro flex com gasolina é mais vantajoso do que o álcool. E o brasileiro não consegue entender por que razão isso ocorre.

Page 24: Revista Estados & Municipios

24 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

Segunda maior cidade do Norte de Minas Gerais, Pirapora chega aos 100 anos com a mesma bele-

za que a consagrou como a musa do Ve-lho Chico, apelido carinhoso dado ao Rio São Francisco, que corta e encanta a cidade com suas curvas e corredeiras. Como não poderia deixar de ser, a data histórica será comemorada em gran-de estilo, sob o comando do prefeito Warmillon Braga (DEM).“Estamos fechando a programação do centenário, mas certamente será uma data marcan-te e à altura do povo de Pirapora”, garan-te o prefeito. Cumprindo seu segundo mandato consecutivo, Warmillon Braga não esconde a satisfação de governar a

Pirapora renasce no centenáriocidade nesta data histórica e de presen-tear a população com uma moderna praça de eventos com capacidade para 70 mil pessoas. “ O Projeto orla será um marco do centenário”, garante.

Criado em 1º de junho de 1912, o ex-distrito de São Gonçalo de Pirapo-ra trocou de nome, cresceu e apareceu. Com pouco mais de 50 mil habitantes, o município tem uma economia sólida que o diferencia de outras cidades vizi-nhas, como pólo industrial, prestador de serviços e gerador de emprego e renda

Sua posição geográfica privilegia-da e as diversas vias de transportes para o escoamento da produção favoreceram o surgimento de várias empresas em seu

Para o prefeito de Pirapora, Warmillon Braga, o saldo de sua gestão é extremamente positivo. “Pirapora chega aos 100 anos com muito mais glórias e vitórias do que derrotas”.

Igreja Matriz de São Sebastião - Centro da cidade

Corredeiras e praias do Velho Chico

Gestão Pública

Page 25: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Janeiro 2012 25

Distrito Industrial, instalado numa área de 5.530.000 m2, abrigando indústrias produtoras de ferro silício, silício metá-lico e têxteis. É o segundo maior pólo industrial do norte do estado.

Nas atividades agrícolas, a cidade tem a fruticultura como seu principal destaque, produzindo em larga esca-la uva, mamão, manga, melão, pinha e goiaba, além do plantio, em pequena es-

cala, de milho, feijão, arroz, mandioca, tomate, alface e banana.

Demandas

O desenvolvimento da cidade também gerou novas demandas, que precisam ser supridas pela administra-ção municipal. “Sempre existirão de-mandas e carências, pois isso é um ciclo

que não acaba nunca. À medida que uma cidade vai crescendo, suas deman-das vão aumentando proporcionalmen-te e, por mais que você faça, elas sempre crescem na frente da capacidade que os poderes públicos dão conta de realizar”, ressalta o prefeito.

Mas, mesmo distante da perfei-ção, Warmillon Braga garante que sua administração mudou a cara da cidade: “Temos a convicção de que Pirapora hoje é uma cidade muito mais organi-zada, mais gostosa de viver e com uma ampla oferta de serviços públicos de qualidade, como saúde, educação, segu-rança e infraestrutura”.

Warmillon Braga se orgulha de fazer parte das lutas, derrotas e vitórias conquistadas pelo município nesses

Obra do Projeto Orla

Gestão Pública

Page 26: Revista Estados & Municipios

26 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

100 anos de história. “O saldo é extre-mamente positivo. Pirapora chega aos 100 anos com muito mais glórias e vitó-rias do que derrotas”.

Sem falsa modéstia, ele enfatiza que sua administração reverteu o qua-dro de ingovernabilidade que assom-brou o município por muitos anos: “Pirapora era uma cidade marginaliza-da, politicamente inviabilizada. Todos achavam que a cidade era ingovernável e caminhava para o fundo do poço”.

Para ele, o grande mérito de sua gestão de oito anos à frente do municí-

Mesmo com tanto avanços, Warmillon Braga admite uma pequena frustração de sua gestão: não ter conseguido reformar a Ponte Marechal Hermes, cartão-postal da cidade que liga Pirapora a Buritizeiro

Banho de rio

Corredeiras

Carrancas Centro de Convenções

Ponte Marechal Hermes

Encontro de motociclistas

Gestão Pública

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 27

pio foi mostrar que a cidade continua viável, confiável e atraente. “Mostramos que, com gestão, criatividade e determi-nação é possível virar o jogo e fazer as realizações que o povo precisa e que a cidade merece”.

Segundo o prefeito, com a utili-zação eficiente dessas ferramentas, a ci-dade se normalizou, cresceu e voltou a atrair investidores e empresas geradoras de emprego e renda. “Nos últimos oito anos tivemos empresas importantes que ampliaram suas atividades graças aos incentivos, à confiança e à credibili-dade do poder político da cidade”.

Ponte

As obras de revitalização da Pon-te Marechal Hermes, pactuadas em contrato firmado entre a prefeitura e a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) ain-da não sairam do papel, e a prefeitura não admite a utilização de recursos do município para investir num patrimô-nio que não lhe pertence. “É uma ponte centenária, sua obra é complexa e de-manda milhões de reais para consertar”, explica o prefeito.

Segundo Warmillon Braga, a pon-te pertence à Ferrovia, que é detentora

Com vocação turística, Pirapora procura resgatar sua memória por meio de festivais folclóricos, micaretas, torneios de pesca e tantas outras atividades que buscam o lazer e entretenimento na capital morena do São Francisco

do ramal ferroviário, e cabe a ela finan-ciar a reforma e recuperação definitiva da ponte. “A reforma da ponte é uma contrapartida da Ferrovia pactuada em contrato e que deve ser cumprida”.

Balneário

Rafting

Pescando à tarde

Forrozando com você

Grupo Zabelê

Festival de folclore

Festival de folclore

Melhores micaretas

Festival de pesca

Gestão Pública

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28 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

O velho vapor

Construído em 1913, nos Estados Unidos, o Benjamim Guimarães nave-gou pelo Rio Mississipi e, por algum tempo, em afluentes da Bacia Ama-zônica. Em 1925, foi comprado por uma companhia têxtil de Pirapora para transportar passageiros e cargas de Pira-pora à Bahia.

O barco é o único do gênero em atividade no mundo, movido a vapor de lenha, e foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural da cidade e do Bra-sil. Atualmente, Benjamim Guimarães pertence à Prefeitura de Pirapora e é administrado pela Empresa Municipal de Turismo (Emutur).

Com 44 metros de comprimento, oito de largura, oito de altura e três con-veses, o barco percorre 18 quilômetros

no São Francisco, aos domingos, das 10h às 13h. “O Benjamim Guimarães não é apenas um transporte. Represen-ta um fator cultural e emocional para Pirapora”, definiu o diretor-presidente da Emutur, Antônio de Souza Filho.

A bordo, os turistas têm música ao vivo ou mecânica, bar-lanchonete onde são vendidos salgados, tira-gostos, por-ções de feijão tropeiro, farofa de carne de sol, peixe frito e bebidas em geral.

Em 2010, de acordo com a Emu-tur, a embarcação transportou 5.991 passageiros. No ano passado, até no-vembro, foram 6.557, a maior parte

oriunda de várias partes do Brasil e tam-bém turistas do exterior

O secretário municipal de Cul-tura, Esporte e Lazer de Pirapora, An-selmo Luiz Rocha, disse que o maior patrimônio da cidade é o barco. “É o que mais faz a captação de turistas do mundo todo. A maior parte do turismo de lazer vem atraída pelo Benjamim”, comentou Rocha.

“Pirapora é uma cidade turística, que tem a origem e o desenvolvimento li-gados à história de navegação do Rio São Francisco”, salientou o secretário munici-pal de Turismo, Alberto Trincanato.

O barco é o único do gênero em atividade no mundo, movido a vapor de lenha

Gestão Pública

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30 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

O presidente do Instituto Cidadão, Pedro Oliveira, aproveitou a cerimônia de

entrega do prêmio José Aprígio Vi-lela de Gestão Pública Responsável e Empreendedora, realizada em Ma-ceió, para reforçar a importância do tripé gestão-competência-ética na administração pública: “É possível, sim, administrar a gestão pública com competência e ética”.

Cinco prefeitos foram premia-dos pela qualidade de suas gestões, após rigorosa avaliação realizada por um júri técnico: Chico Vigário (Atalaia), Luciano Barbosa (Arapi-raca); Palmery Neto (Cajueiro); Fer-nando Pessoa ( Junqueiro) e Melina Freitas (Piranhas).

Criado em 2006, o prêmio é um reconhecimento aos municípios que se destacam nas áreas de desenvolvimen-to social, geração de emprego e renda, participação comunitária, administra-ção moral e legal, saúde, educação e apoio ao micro e pequeno empresá-rio, administração empreendedora, gestão participativa, defesa e preser-vação do meio ambiente.

Para Pedro Oliveira, a premia-ção é uma forma de incentivo para que os gestores trabalhem dentro da legalidade. “Temos alcançado ple-no êxito e, coincidentemente, quan-do estamos entregando o prêmio pela terceira vez, se comemora o dia Mundial de Combate à Corrupção. É quando nós aproveitamos a ocasião para não só alertar os prefeitos, mas também incentivá-los”, enfatizou.

O principal pré-requisito para a escolha dos premiados é a serieda-de da gestão. O regulamento estabe-lece que “não poderá participar da seleção qualquer município cujo ad-ministrador esteja denunciado pelo Ministério Público por improbidade administrativa, indiciado por órgãos de segurança ou cujas contas tenham sido rejeitadas pelo Tribunal de Contas ou outro órgão de controle externo”.

Segundo o vice-presidente da Associação dos Municípios Alago-anos (AMA) e prefeito de Cajuei-ro, Palmery Neto (PTB), a entida-de valoriza e incentiva premiações desse nível, que reconhecem a ad-ministração pública de qualidade e transparente. Para ele, receber esse prêmio mostra que o município está trilhando o caminho certo.

Várias personalidades e institui-ções públicas e privadas foram agracia-das com a “Comenda do Mérito Dom Hélder Câmara”, outra honraria con-

Municípios alagoanos

ferida pelo Instituto Cidadão dentro de seus princípios de defesa da cidadania e apoio a atividades voltadas para o inte-resse público. A medalha Dom Helder Câmara foi entregue para o superinten-dente do Sebrae, Marcos Antônio; para o delegado José Denisson de Albuquerque Souto e o vice-governador José Thomas Nonô. O secretário Luis Otávio Gomes recebeu o título de cidadão benemérito.

Thomaz Nonô elogiou o traba-lho do Instituto Cidadão e ressaltou a importância da parceria do governo do estado com os municípios. “Nós temos procurado estreitar esse elo com todos os municípios, pois consideramos um relacionamento muito bom e positivo” concluiu.

Ao adotar o nome do empresá-rio José Aprígio Vilela como patrono, o Instituto Brasileiro de Municipalismo, Cidadania e Gestão – Instituto Cidadão – presta uma homenagem a um cidadão admirável, com inestimáveis serviços prestados ao Estado de Alagoas.

premiados O vice-governador de Alagoas, Thomaz Nonô,

recebe o prêmio ao lado de Pedro Oliveira, presidente

do Instituto Cidadão

Gestão Pública

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 31

Nos últimos sete anos, mais de 32 mil pessoas foram capacitadas em cur-sos de qualificação profissional e gera-ção de renda oferecidos pela prefeitura de Franca (SP) por meio do programa Caminho para o Emprego. Em 2011, cerca de 10 mil pessoas voltaram ou fo-ram inseridos no mercado de trabalho graças a essa capacitação.

Criado para formar, qualificar e capacitar profissionais em diversas áreas de atuação, o programa é fruto da parceria do Fundo Social de Solida-riedade, Ateliê da Família, Secretaria de Administração e Secretaria de Segurança e Cidadania. Todos os cursos são gratui-tos e destinados, principalmente, a traba-lhadores desempregados, donas de casa e jovens à procura do primeiro emprego.

O programa também acolhe mi-croempresários que procuram capaci-tação para atuar no mercado. O Cami-nho para o Emprego oferece mais de 80 cursos, entre eles empreendedorismo, matemática financeira, redação oficial e comercial, oratória, atendimento ao público, boas práticas na manipulação de alimentos, artesanato, culinária, di-versos segmentos da construção civil, para trabalhadores rurais, entre outros

O programa é aberto para qual-quer pessoa com idade mínima de 16 anos. Com aulas teóricas e práticas, os

Capacitação profissional participantes têm a oportunidade de vivenciar situações que acontecem no dia-a-dia de uma empresa, comércio e no serviço público. Segundo o secretário de Administração, Jerônimo Sérgio Pinto, o treinamento serve para que o trabalha-dor tenha condições de reconhecer suas habilidades e desenvolvê-las.

“Podem participar desemprega-dos, trabalhadores que procuram por qualificação, jovens em busca do pri-meiro emprego e qualquer outra pes-soa que tenha interesse”, explica Suzana Carvalho, coordenadora do programa. Os participantes recebem material di-dático e certificado de comprovação

Como o próprio nome já diz, Ca-minhando para o Emprego significa que os cursos são disponibilizados de acordo com as demandas do mercado de traba-lho, criando uma nova geração de traba-lhadores e renda para as famílias.

Trabalho

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32 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

O investimento na área da edu-cação do município de Vila Velha (ES) é um dos maiores

da Região Metropolitana da Grande Vitória. Com um incremento de R$ 37 milhões, Vila Velha foi o municí-pio que mais expandiu os gastos com a educação no estado, saltando de R$ 135 milhões, em 2009, para R$ 172 mi-lhões, em 2011.

Entre recursos próprios e repassa-dos pelos governos federal e estadual, foram investidos mais de R$ 300 mi-lhões na construção de novas unidades, na melhoria da estrutura física das es-colas já existentes e na valorização do magistério. A prefeitura de Vila Velha destinou 29,2% da receita municipal para pagamento de pessoal, construção de novas escolas e salas modulares, índice bem superior aos 25% exigido por lei.

Vila Velha é destaque

A segurança nas escolas também é prioridade dentro deste pacote de in-vestimentos. Todas as 91 unidades de ensino da rede municipal são monitora-das diariamente pelas equipes da Patru-lha Escolar e contam com vigilantes 24 horas. A valorização do magistério é ou-tro fator que recebeu atenção. Nos últi-mos dois anos, a prefeitura concedeu um reajuste total de aproximadamente 24% aos professores.

Segundo a secretária de Educa-ção, Wanessa Sechin, os avanços e as conquistas alcançadas só foram possí-veis graças ao empenho, compromisso, seriedade e responsabilidade da equipe de trabalho que operacionaliza as ações educativas no município. “Quero para-benizar a equipe que tem possibilitado concretizar ações importantes para o desenvolvimento deste trabalho, e por entender que nosso foco é sempre a aprendizagem do aluno”

Para o prefeito Neucimar Fraga (PR), os resultados positivos são frutos de um planejamento estratégico vol-tado para o fortalecimento do sistema educacional municipal, com investi-mentos na melhoria da infraestrutura física das escolas e na modernização do modelo de gestão. “A sintonia entre as

diversas áreas do setor e a conciliação de investimento financeiro com gestão moderna é fundamental para obtermos bons indicadores em nossa rede de en-sino”, destacou Neucimar.

Ampliação da rede

A prefeitura está concluindo a construção de seis novas unidades de ensino, orçadas em mais de R$ 23 mi-

na gestão educacional“A sintonia entre as diversas áreas do setor e a

conciliação de investimento financeiro com gestão moderna é fundamental para obtermos bons

indicadores em nossa rede de ensino”Neucimar Fraga

Municípios

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 33

lhões e que serão entregues no início deste ano letivo. São dois complexos educacionais em Ponta da Fruta e outro em João Goulart, uma Uni-dade Municipal de Ensino Funda-mental (UMEF) e uma Unidade de Ensino Infantil (UMEI) também nestes bairros, além de uma UMEI em Rio Marinho e uma UMEF na Barra do Jucu. Todas as unidades te-rão entre 12 e 15 salas de aula, uma sala multiuso, laboratório de Infor-mática, biblioteca, auditório, quadra poliesportiva e piscina.

A parceria com o Governo do Es-tado e com o Governo Federal possi-bilitará que mais oito UMEIs sejam construídas. “A administração visa a alavancar ainda mais os investimen-tos na Educação por meio do regime de colaboração entre os entes fede-rados”, destaca o secretário executivo da Secretaria Municipal de Educação, Adanildo Rocha.

Isso significa que até o final de 2012, a rede municipal de ensino con-tará com mais 12 escolas nos bairros do  Alecrim, Araçás, Vale Encantado,

Cobilândia, Divino Espírito Santo, Santa Paula, Barramares e Barramares I, Ulisses Guimarães, Ponta da Fruta, Jabaeté, Sol da Barra e São Torquato, bem como as quadras poliesportivas na UMEF Pedro Herkenhoff e outra na UMEF Irmã Feliciana.

A qualidade do trabalho desen-volvido em sua rede de ensino e a crescente aplicação de recursos na educação rendeu ao município o Prê-mio Gestor Nota Dez. Destaque em nível nacional, Vila Velha também foi agraciada pelo atendimento aos alu-nos especiais na rede.

Ferramentas diferenciadas

A administração municipal tem investido pesado em infraestrutura para os alunos especiais. O muni-cipio, que já conta com 11 Salas de Recursos Multifuncionais para Atendimento Educacional Especia-lizado (AEE), ganhará mais 20 salas no decorrer de 2012, benefician-do outras crianças matriculadas na rede de ensino. O espaço possibilita

que os alunos, no horário contrário ao de aula regular, utilizem ferramen-tas como estímulo ao desenvolvimen-to para diversas habilidades.

Segundo Wanessa Sechim, a atu-al gestão é completamente compro-metida com uma política educacional igualitária na rede.”Trabalhamos in-tensamente para oferecer a todos os alunos especiais ferramentas diferen-ciadas e que oportunizem um atendi-mento especializado”.

Assim, alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvi-mento e superdotados, por exemplo, freqüentam as salas de aula junto dos demais colegas da escola e, por meio de agendamento, são atendidos no horário contrário à aula regular por educadores especializados.

A iniciativa está inserida no Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais do Ministério da Educação e consti-tui uma medida estruturante para a consolidação de um sistema edu-cacional inclusivo, que possibilite garantir uma educação de qualidade.

Municípios

Estados & Municípios - Janeiro 2012 33

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34 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

Os portões do Parque Muti-rama, no Setor Central, vão levar os visitantes direto

para as páginas da história de Goiás. Inspirado no Beto Carrero World, em Santa Catarina, e no Hopi Hari, em São Paulo, o espaço de diversões está sendo transformado no terceiro parque temá-tico do Brasil. A inauguração está previs-ta para o primeiro semestre deste ano.

Para isso, 150 profissionais tra-balham diuturnamente na instalação de 29 brinquedos que, em comum, te-matizam acontecimentos relativos ao passado de Goiás. O antigo trenzinho, por exemplo, será transformado em uma estação ferroviária com o nome de Ferrovia Goiás. No trajeto, os visi-tantes encontrarão monumentos que remetem à história do estado, como as réplicas da Praça do Relógio, existentes em Goiandira; da estátua de Cora Co-ralina e do Chafariz da Boa Morte, de Goiás, além dos monumentos Dedica-do às Mães, de Anápolis; e Três Raças, de Goiânia. “Dois trens vão percorrer simultaneamente todo o parque e con-

tar a história do desenvolvimento eco-nômico e social de Goiás”, adianta o se-cretário municipal de Esporte e Lazer, Luiz Carlos Orro.

O brinquedo ainda contará a his-tória da chegada dos trilhos de ferro a Goiás e renderá homenagens às esta-ções de Catalão, Pires do Rio e Anápo-lis. O túnel terá decoração inspirada no período da exploração do ouro e das esmeraldas. A Ferrovia Goiás terá ainda outra função: a de facilitar a locomo-ção dentro do parque. Quatro estações construídas em pontos estratégicos da área do Mutirama permitirão o desem-barque dos passageiros. As estações vão desempenhar papel primordial na logís-tica do parque, já que, ao contrário do que ocorria antes, os brinquedos vão contemplar toda a área do Mutirama.

“Nós transformamos o trem, que era apenas um passeio, em um meio de locomoção dentro do parque. Antes existia apenas uma estação de trem e agora o parque terá quatro estações, ou seja, as pessoas vão poder desembarcar em vários pontos do parque e ter condi-

ções de ir por todas as áreas sem ter que percorrer o parque andando. O visitan-te pode embarcar em um determinado ponto do parque e chegar do outro lado sem ter que percorrer os 750 metros que o levariam de uma estação a outra”, explica o responsável pela decoração temática do Mutirama, Adilson Capel.

O autorama, outra atração tra-dicional do Mutirama, também foi reformulado. Além de carrinhos com acelerador e freio que vão proporcionar

Parque temático em Goiânia

Giselle Vanessa Carvalho e Mauro Júnio

Brinquedos vão contar a história de Goiás

Municípios

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 35

às crianças a sensação efetiva de dirigir um automóvel, o brinquedo vai aliar di-versão e educação ao remeter, por meio de esculturas, à obra Volta ao Mundo em Oitenta Dias, do literário francês Júlio Verne. “Até agora somente o Hopi Hari e o Beto Carrero World possuem equipamentos temáticos. Goiânia será o terceiro parque nesses moldes. Aqui, por exemplo, estamos construindo um palácio com volume de detalhes, acaba-mento e preocupação com o design que não é visto em outros parques do Brasil”, continua Adilson Capel.

Entre as novidades também estão a ampliação do Planetário, por meio de parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG); a instalação da estação ciências, a futura construção de um mu-seu de ciências, este último também em parceria com a UFG, e as obras do Cine 4D, com capacidade para 16 pessoas. Dos 29 brinquedos que farão parte do Mutirama, 24 são novos e cinco estão sendo restaurados. Do total de equipa-mentos, 26 já estão em Goiânia. A Xíca-ra Maluca já está no Brasil e deve chegar à capital. Os outros dois, o Carrossel e a Casa Maluca, já estão com fundação pronta. A equipe que trabalha no Mu-tirama aguarda apenas a chegada dos brinquedos para instalá-los e iniciar a fase de testes.

Segurança

O processo de instalação dos brinquedos, de acordo com Capel, se-gue os moldes americano e europeu. Além disso, obedece a regras impostas pela Norma 15.926, editada pela Asso-ciação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e pela Associação Brasilei-ra de Parques de Diversões do Brasil (Adibra). A normatização, que rege so-bre a segurança em parque de diversão, vigora desde 25 de março deste ano. “O parque Mutirama já será inaugurado com as novas regras de segurança,” diz Adilson. “Com relação aos brinquedos, a nossa preocupação primordial é a se-gurança do parque. Por isso, todos os equipamentos, sejam usados ou novos, obedecem a essas regras,” continua.

Uma equipe de 12 profissionais de outros estados brasileiros presta assessoria no processo de instalação dos brinquedos. Há ainda um grupo responsável pela formação de mão de obra local. O objetivo é capacitar os profissionais de Goiânia para atuar no serviço de manutenção dos brinque-dos. “A instalação desses equipamentos está bem adiantada. Vários brinquedos já estão instalados, outros estão em fase de teste e há os que estão sendo colo-cados. Com certeza nós temos hoje

Prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT) anuncia para este semestre a inauguração de um parque temático inspirado no Beto Carreiro World, que segundo ele levará os visitantes direto para as páginas da história de Goiás

dentro do Parque Mutirama a maior concentração de serviços de instalação industrial do Estado de Goiás. São equi-pamentos, estruturas de aço que estão sendo fabricados dentro do Mutirama. Tem também o túnel, que já está em fase de concretagem das cortinas das paredes laterais, mas toda a parte de fundações já está praticamente concluída”, conta Luiz Carlos Orro.

Investimento

As obras custarão cerca de R$ 85 milhões aos cofres da Prefeitura e do Ministério do Turismo. Do total, R$ 29,9 milhões são do Tesouro Municipal; os outros R$ 55,1 milhões resultam da parceria com o Governo Federal. A con-trapartida do investimento virá tanto em forma de melhoria na qualidade de vida da comunidade local quanto por meio do fomento ao turismo na Capital de Goiás.

“O parque vai ser uma opção de la-zer para os moradores da cidade e agora também para o turista. É importante para o desenvolvimento da cidade uma atração deste porte que, sem dúvida, será uma das maiores do país”, diz Adilson Capel. “Para a rede hoteleira, o Mutirama trará mais diá-rias de hotel, mais refeições para os restau-rantes, ou seja, um fluxo de turismo maior na cidade”, completa.

Municípios

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36 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

Municípios

Transporte escolar penaliza prefeituras

A dificuldade dos municípios em transportar os alunos da rede estadual de ensino está prestes

a ser solucionada. O governo gaúcho prometeu apresentar um pacote de re-cursos com o objetivo de amenizar o déficit das 50 prefeituras com situação mais crítica. A reivindicação foi apre-sentada pelo prefeito de São Borja e presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (FAMURS), Mariovane Weis (PDT).

Segundo o secretário do Gabinete de Prefeitos e Relações Federativas do Rio Grande do Sul, Afonso Motta, o es-tado buscará uma alternativa legal para resolver a questão. “Vamos examinar as possibilidades jurídicas de se realizar um tratamento diferenciado aos muni-cípios com mais dificuldade - afirmou.

Representante do governo, a assessora Jussara Dutra Vieira de-clarou que o Estado tem interesse de resolver este impasse com uma “so-lução duradoura”. A expectativa do presidente da Federação é  que todos os municípios tenham suas situações remanejadas até 2013.

Levantamento realizado pela FA-MURS em 372 municípios do estado mostrou que o déficit com o transporte escolar gira em torno de R$ 60 milhões. Segundo os dados, o custo total para transportar os alunos da rede públi-ca estadual é de aproximadamente R$ 140 milhões. Atualmente, o governo do estado, repassa para as prefeituras o equivalente a R$ 80 milhões, gerando um prejuízo de R$ 60 milhões para os cofres municipais.

De acordo com o presidente, as cidades com grande extensão territo-

rial são as mais prejudicados. “Os va-lores que o estado repassa aos municí-pios é muito aquém da necessidade e essa defasagem está cada vez maior – advertiu.

Ele ressalta que, na média, os mu-nicípios recebem apenas  um terço  do que é despendido pelas prefeituras com os alunos da rede estadual. Segundo Mariovane Weis, o prejuízo acumulado pelas prefeituras do Rio Grande do Sul com o transporte escolar indica que os municípios estão sendo desprestigiados pelo Governo do Estado.

Mariovane Weis espera que a si-tuação seja solucionada o mais breve possível, pois os prefeitos precisam destes

recursos para investir em saneamento, saúde, transporte e até mesmo para

custear a folha de servidores da rede escolar.

O Programa Estadu-al de Apoio ao Transporte Escolar (Paete) transfere recursos financeiros direta-mente aos municípios que

realizam o transporte escolar de alunos da educação básica da

rede pública estadual.Para fins de recebimento de

recursos financeiros são considera-dos os alunos da rede pública estadu-

al, residentes no meio rural, com dis-tância, mínima, de dois quilômetros entre sua residência e a escola pública mais próxima.

Mediante autorização do governo do Estado, os recursos são repassados

diretamente aos municípios pelo FNDE, dentro do Programa Nacional de Apoio ao Trans-porte do Escolar - PNATE, relativos aos alunos da rede es-tadual de ensino beneficiados com transporte escolar execu-tado pelos municípios.

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 37

A Prefeitura de São José dos Campos (SP), abriu uma con-ta especial em moeda estran-

geira na Caixa Econômica Federal para receber e movimentar os recursos do Banco Interamericano de Desenvol-vimento (BID) que serão aplicados em obras de infraestrutura, melhorias urbanas e ambientais, projetos viários voltados para a mobilidade urbana e para aumentar a eficiência da máquina administrativa municipal.

São José dos Campos é a primeira cidade do interior a receber recursos ex-ternos do BID. O banco vai financiar parte do Programa de Estruturação Urbana do Município com quase US$ 86 milhões, enquanto o governo municipal aportará US$ 92,4 milhões de contrapartida.

A primeira parte dos recursos, cerca de US$ 4,2 milhões, equivalen-te a 5% do total do empréstimo, será depositada nessa conta especial.  Ini-cialmente, os recursos serão utilizados para a elaboração de projetos executi-vos, construção de novos PEVs (pon-to de entrega voluntária de resíduos), implantação do plano diretor de infor-mática da prefeitura e aquisição das áreas dos novos parques ambientais Boa Vista (Altos de Santana) e Itapuã (Eugênio de Melo).

Assinado em agosto de 2011, o contrato com o BID vai contribuir para a estruturação e o ordenamento do mu-nicípio, por meio de um conjunto de projetos ambientais, de infraestrutura urbana, de gestão de transporte e de for-talecimento institucional. Os recursos se-rão liberados gradativamente, conforme o plano de desembolso e o andamento da execução dos projetos. Os valores do empréstimo já constam do orçamento municipal e foram alocados para diversas secretarias, como Transportes, Adminis-tração e Meio Ambiente.

Nos próximos cinco anos, São José dos Campos poderá usufruir des-ses recursos e terá 20 anos para pagar o empréstimo. O financiamento será canalizado para melhoria em questões consideradas cruciais para o desenvol-vimento social e transformação urba-na da cidade, comprometendo-se em cumprir com as metas de sustentabili-dade, que é exigência do BID.

Segundo o prefeito Eduardo Cury (PSDB), esse financiamento de longo prazo vai permitir que a cidade se prepare para os próximos 50 anos. Ele ressalta que seria impossível realizar ta-manho investimento com recursos pró-prios. “Nenhum orçamento municipal comporta investimentos deste porte, porque existe a necessidade diária de investir em saúde e em educação”

As melhorias em termos de mo-bilidade urbana vão aperfeiçoar o des-locamento de pessoas e mercadorias por meio da estruturação de alguns corredores e trechos do sistema viário,

aumentando a eficiência do transporte público e expandindo ciclovias, além de melhorar a segurança no trânsito. Na administração, o investimento principal é na atualização de sistemas e tecnolo-gias de informação e comunicação.

Eduardo Cury garantiu que todas as metas de sustentabilidade exigidas pelo BID serão cumpridas mediante rigorosa fiscalização e utilização dos recursos. “Es-ses recursos só podem ser aplicados em projetos que estejam plenamente de acor-do com a sustentabilidade desejada por todos. O que a cidade deseja é a mesma coisa que o BID deseja”.

O prefeito reiterou que a parceria com o BID comprova a credibilidade de São José dos Campos no cenário in-ternacional, uma vez que o banco é bas-tante rigoroso em seus investimentos. “Só o fato de termos conseguido esse financiamento já é um marco de credi-bilidade. É o reconhecimento de que a cidade trata suas cotas públicas com muita seriedade”.

Que venham os recursos do BIDMunicípios

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38 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

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A prefeitura de Manaus entregou mais três Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSFs), as

“casonas de saúde”, como são popular-mente conhecidas, beneficiando, desta vez, os moradores de comunidades das zonas Norte e Leste, duas das áreas mais populosas da cidade.

Com as três novas unidades, Ma-naus passa a contar com 25 UBSFs

“Casonas de Saúde” construídas no novo formato amplia-do, de 130 metros quadrados, substi-tuindo as antigas “casinhas de saúde”, de apenas 32 metros quadrados. Mais 27 “casonas de saúde” estão em fase de conclusão das obras.

A Prefeitura investiu aproximada-mente R$ 1,3 milhão na construção das três unidades, entre obras e equipamen-tos, de acordo com informações do se-cretário municipal de Saúde, Francisco Deodato. Conforme os padrões espe-cificados pelo Ministério da Saúde, as novas UBSFs atenderão, cada uma, um universo de 4 mil pessoas, moradoras de sua área de abrangência.

As novas UBSFs também são climatizadas, o que garante maior conforto aos pacientes. O secretário Francisco Deodato frisa que as equi-pes que atendem no modelo antigo são compostas por um médico, um enfermeiro e agentes comunitários de saúde (ACSs). Nas novas unidades, além destes profissionais, as equipes são reforçadas por cirurgiões-dentistas, técnicos de higiene dental, auxiliar de serviços gerais e auxiliar administrativo e agente de endemias.

Municípios

38 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 39

Cerca de 24 prefeituras e sete câmaras municipais poderão ser multadas pelo Tribunal de

Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM). A penalização é devido à falta de envio, via internet, de relatórios men-sais de prestação de contas à Corte no ano de 2011. De acordo com o órgão, estas prefeituras e câmaras não entrega-ram nenhum relatório.

Segundo dados do TCE, apenas três municípios estão com suas presta-ções de contas rigorosamente em dia: Manaquiri, Silves e Santa Izabel. Das casas legislativas, estão adimplentes Anamã, Apuí, Barcelos, Beruri, Ca-nutama, Guajará, Humaitá, Iranduba, Itamarati, Manacapuru, Maués, Novo Airão, Presidente Figueiredo, Rio Pre-to da Eva, Santa Izabel e Tabatinga. As demais câmaras e prefeituras que pres-taram contas de pelo menos um mês ou até setembro de 2011, por exemplo, também poderão ser multadas.

Segundo o presidente do TCE, conselheiro Érico Desterro, tanto o Executivo municipal quanto o Legislati-vo municipal são obrigados a informar à Corte a movimentação mensal, sob pena de serem multados pelos conselheiros responsáveis pelos municípios em ques-tão. Ele ressalta que quem prestou contas até setembro também está passível de pe-

Prefeituras na mira do TCE do Amazonas

nalidades. “Quem informou ao tribunal até setembro e deixou outubro de fora, ficou no meio do caminho e já é conside-rado inadimplente”, acrescentou.

Para Desterro, os municípios e prefeituras que não prestaram conta mensalmente terão dificuldade para fazer a prestação de contas anual, porque não se organizaram. “Muito provavelmente eles não conseguirão prestar contas até o dia 31 de março do próximo ano. Se não conseguiram mês a mês, não conseguirão fazer do ano todo. Vai sair tudo errado. Acumula tudo”, comentou.

As prefeituras que não prestaram contas em nenhum mês são: Anamã, Anori, Autazes, Barcelos, Benjamim Constant, Boa Vista do Ramos, Boca do Acre, Carauari, Codajás, Envira, Fonte Boa, Itapiranga, Japurá, Juruá, Jutaí, Lá-brea, Parintins, Pauiní, Rio Preto da Eva, São Paulo de Olivença, Tefé, Tonantins, Urucará e Urucurituba. Já as câmaras são: Autazes, Codajás, Fonte Boa, Jutaí, Mani-coré, Santo Antônio do Içá e Tapauá.

Ficha suja

Vinte dos 24 prefeitos que ignora-ram a obrigação de prestar contas dos gastos públicos em 2011 estão aptos a

disputar as Eleições 2012, mas o presi-dente do TCE promete agir com rigor contra os gestores inadimplentes. Além de multas, que podem chegar a R$ 9 mil por prefeito, Desterro afirmou que irá denunciá-los ao Ministério Público do Estado (MPE) por improbidade admi-nistrativa e crime de responsabilidade.

 “Isso é um ciclo vicioso que vem acontecendo há anos. É uma obrigação. Ninguém que ocupa um cargo público pode se recusar a prestar contas de como aplicou o dinheiro público. Eu mesmo vou levar a lista ao procurador-geral do Ministério Público do Estado. E será no dia seguinte à data limite para prestar as contas de 2011. Uma das consequências é a perda do cargo”, ameaçou o presidente do TCE-AM. Os presidentes de Câmara também serão multados e denunciados ao Ministério Público Estadual.

Todas as prefeituras e câmaras municipais são obrigadas a encaminhar ao TCE-AM balancetes mensais sobre como foi aplicado o dinheiro público. Secretarias municipais e estaduais tam-bém são. O prazo final para que a pres-tação de contas anual seja entregue ao TCE-AM é março do ano seguinte à execução do orçamento.

A irregularidade cometida pelos prefeitos inadimplentes impede qual-quer ação preventiva para evitar dano ao erário, além de adiar o julgamento das contas, o que favorece a impunidade e a participação dos prefeitos/candidatos nas urnas no ano que vem. Tudo sem que o eleitor tenha qualquer parâmetro para analisar quem gastou bem ou mal o dinheiro público.

Isso porque quando as contas são julgadas irregulares, os gestores são co-locados na lista de inelegíveis que, em toda eleição, é enviada pelos Tribunais de Contas do Estado e da União (TCU) para a Justiça Eleitoral.

Municípios

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Page 40: Revista Estados & Municipios

40 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

Dois anos após a tragédia que devastou boa parte de seu centro histórico, o município

de São Luiz do Paraitinga, no interior de São Paulo, já pode comemorar o re-sultado do trabalho de reconstrução da área atingida pela enchente provocada pela elevação das águas do Rio Paraitin-ga, que subiram mais de 12 metros. De acordo com a prefeita, Ana Lúcia Bilardi Sicherle (PSDB), 80% da área atingida pela inundação já está reconstruída.

A enchente de 2010 danificou mais de 300 construções da cidade e destruiu boa parte do casario histórico, a Igreja Matriz de São Luís de Tolosa, a Capela das Mercês e o prédio da bi-blioteca. A força das águas desalojou e desabrigou cerca de 9 mil dos 10.400 moradores da cidade.

Segundo a prefeita, depois de re-cuperar o centro histórico e monitorar todas as áreas de risco do município, o

grande desafio agora é fazer com que São Luiz cresça ordenadamente. “ O so-nho de todo luizense é que não entre mais água em nossa cidade”, ressalta a prefeita.

Segundo Ana Lucia Sicherle, o desafio agora é concluir as obras de con-tenção de cheias, um amplo projeto que envolve outras cidades da região e deman-dará um pouco mais de tempo. “É uma discussão maior, e é um grande desafio”.

De acordo com a diretora de Obras da prefeitura, Natalia Moradei, no momento estão sendo executadas as obras de reconstrução da Igreja Matriz (com previsão de término para 2013), da Biblioteca Municipal, e a restauração da sede da prefeitura, parcialmente des-truída. Do patrimônio histórico afetado pelas águas, já foram entregues a Capela de Nossa Senhora das Mercês, reinau-gurada em setembro em 2011, e alguns imóveis particulares.

“As pessoas mais idosas, que mo-ravam nas casas históricas, foram afasta-das de suas moradias, o que causou uma certa angústia, elas sofreram naquele momento. Agora, os que já estão tendo a recuperação do imóvel, com o restau-ro iniciado, estão muito felizes e estão participando desse processo”, declarou.

Irene Moura, de 76 anos de idade, que perdeu a casa e a loja de artesanato na enchente, disse que só nos últimos meses está conseguindo voltar à vida normal. “Quando acordamos estava caindo o grupo [escola], e a igreja. Tudo escuro, e tudo coberto de água. Perdi tudo”. Na noite de alagamento, Irene dor-mia na casa de um filho em área elevada da cidade. “Com muito custo voltamos para cá, arrumamos a casa. Mas agora tenho medo de trovão, tenho medo de acontecer de novo”, completou.

Localizada entre Taubaté e Uba-tuba, São Luiz do Paraitinga era a úni-ca cidade do estado com um conjunto

arquitetônico de construções do século 19 em bom estado de preservação. As edificações eram fundamentais para a economia da cidade, que girava em tor-no do turismo, e um raro registro histó-rico da primeira área de expansão da ca-feicultura brasileira no Vale do Paraíba.

Geralmente o período não é foco de políticas públicas de preservação de patrimônio, como ocorrem em cidades com construções do período colonial vinculadas à mineração mineira ou à economia açucareira nordestina.

Mobilização

Logo após a tragédia ocorrida nos primeiros dias de 2010, São Luiz do Pa-raitinga transformou-se em um grande canteiro de obras, com homens, mulhe-res e máquinas trabalhando por todos os lados. O estrago foi grande, mas a vontade de reconstruir a cidade foi ain-da maior. Pouco a pouco, as ruas foram desobstruídas, o comércio retomou o fôlego e abriu suas portas.

Tão logo as águas baixaram, o lixo se amontoou em vários pontos da cida-de, impedindo a circulação de pedes-tres e de veículos. A rapidez na desobs-trução das casas, dos estabelecimentos comerciais e das ruas foi determinante para que não viessem as doenças. O trabalho de limpeza e remoção dos en-tulhos começou com força total pelos funcionários do município, comunida-de e voluntários.

A cidade foi tomada por um mu-tirão de pás e caçambas. Prefeituras de municípios vizinhos, como Roseira, Tremembé e Caçapava, além de Tau-baté e São José dos Campos, cederam equipamentos, caminhões e trabalha-dores para atuarem no grande mutirão. O objetivo comum era ver a cidade livre da destruição deixada pela água.

A reconstrução de São Luiz do Paraitinga Nacional

Page 41: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Janeiro 2012 41

As construções históricas de São Luiz sofreram muito com a en-chente.Dos 426 imóveis tombados pelo Patrimônio Histórico, 18 foram arruinados e 65 sofreram algum tipo de avaria. São Luiz do Paraitinga é a cidade paulista com o maior núme-ro de imóveis tombados pelo patri-mônio histórico e ainda possui uma característica que os difere dos seus semelhantes em cidades também an-tigas como Paraty (RJ) e Tiradentes (MG): a maioria desses imóveis são residências, habitadas por famílias.

Especializacão

A reconstrução da cidade exigiu um trabalho minucioso. Antes de iniciar qualquer intervenção num imóvel tom-bado pelo patrimônio, uma equipe de ar-quitetos especializados precisa analisar a formatação dos projetos, avaliar cada caso e, se necessário, produzir o laudo técnico que acompanha o pedido de autorização para a obra de reconstrução. Esse laudo é

a garantia de que as obras seguirão os cri-térios necessários para a manutenção da arquitetura original da cidade. As técnicas construtivas podem até ser modernas, mas o conjunto arquitetônico deverá ser preservado, pois faz parte da identidade cultural da cidade.

O Iphan também participou ati-vamente da reconstrução dos imóveis históricos na cidade.Com a enchente, desabaram a Biblioteca Municipal e a Escola Municipal Prof. Waldemar Ro-drigues. Da biblioteca, localizada na Praça da Matriz, quase nada restou. As paredes cederam e todos os livros e mó-veis se perderam nas águas.

Capela de Nossa Senhora das Mercês, reinaugurada em setembro de 2011

Centro histórico de São Luiz do Paraitinga destruído pelas enchentes

NacionalPousada

RESTAURANTE E CACHAÇARIA

IR Edson Nobre

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42 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

Ana Hickmann

Marco Aurélio Mello

Sandy

João Goulão

Carol Trentini

Eike Batista

Micarla de Sousa

Apresentadora de TV

Modelo

“Bato forte demais para minha altura”

Cotidiano

Maurício Quintella

“Estou em uma fase que já consigo ter a maturidade de

saber dividir bem as minhas prioridades

profissionais e pessoais ”

Empresário dono de uma fortuna estimada em 30 bilhões de dólares, dizendo sem falsa modéstia que “enriquecer é glorioso”

“Odeio rapidinha! O próprio nome já diz tudo: é diminutivo. E não curto diminutivos”

“Com as empresas que já tenho, eu serei o homem mais rico do mundo em 2015 ou 2016”

Chefe das agências

portuguesa e europeia de combate às

drogas

Prefeita de Natal/RN, comentando o pedido de impeachment contra ela, bem como o movimento ForaMicarla

“Combatemos o vício, não o

viciado

“O fato de ser mulher e de um partido pequeno (PV) e não ser dos grupos políticos tradicionais parece ter dado o direito de me atacarem”

Ministro do Supremo Tribunal Federal estranhando a movimentacão suspeita de R$ 282 milhões por funcionários do TRT-RJ

“Para ter movimentado tudo isso, alguém ganhou na Mega-Sena. É preciso investigar”

Cantora e compositora. Com toda essa ternura jurando que agora é

lutadora de boxe

“Precisamos colocar sal nesta disputa à prefeitura de Maceió”

Deputado federal e presidente do PR alagoano

Page 43: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Janeiro 2012 43

Camila Macedo

Rejane Dias

Robert Downey JR.

Isabeli Fontana

Raul Cutait

Dilma Rousseff

Clint Eastwood

Cotidiano

Karina Bacchi

Presidenta da República, manifestando otimismo em relação à capacidade do Brasil de enfrentar a crise econômica internacional

“A tendência da economia brasileira é expansiva”

Modelo gaúcha, dispensada do

Fashion Rio por ter pernas

grossas “demais”

“Reclamaram do pernão”

Ator e diretor do cinema americano, que aos 81 anos de idade admite que não está preparado para a aposentadoria

“Tenho com o cinema a mesma relação que tenho com o golfe. Adoro jogar golfe, mas não quero ter a obrigação de praticá-lo todos os dias”

Deputada estadual pelo PT piauiense, cotada para candidata a prefeita de Teresina

“Agora inicia o processo eleitoral dentro do partido e, como defendemos a candidatura própria dentro do PT, começamos a dialogar com os pré-candidatos a vereadores”

Modelo, fazendo planos para o futuro

“Quero fazer outras coisas. Gostaria de ser artista plástica”

Médico cirurgião, deixando claro que a arte de ouvir os pacientes é essencial para aprimorar as habilidade médicas

“Respeitar a vontade do paciente é algo relativamente novo na história da medicina”

Ator americano e astro do filme Homem de Ferro, ex-dependente de drogas, garantindo que “estar saudável é infinitamente mais produtivo do que não estar

“Doenças, aflições e neuroses às vezes se interpõem entre a crença e a realidade”

Atriz e humorista, confessando que pensa em voltar à TV

“Gostaria de apresentar um programa, um quadro, fazer reportagem. Novela, por enquanto, não”

Page 44: Revista Estados & Municipios

O SUS está com você no combate à dengue.

Para saber mais ou fazer download do material para gestores,acesse www.combatadengue.com.br

Gestor municipal, é sempre hora de

mobilizar sua cidade.

Sua participação é muito importante no combate à dengue. Organize mutirões, promova a capacitação de agentes de vigilância, envolva líderes comunitários da sua cidade e exerça seu papel de liderança junto às organizações responsáveis pelos serviços de coleta e tratamento de lixo. Sua cidade conta com você.

JUNTOS SOMOS MAIS FORTESNESTA LUTA.

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Page 45: Revista Estados & Municipios

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Page 46: Revista Estados & Municipios

46 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

Acabar com os lixões é um desafio nacional

Meio Ambiente

46 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 47

Dificilmente o desafio de elimi-nar os lixões espalhados por todo o Brasil será cumprido

dentro do prazo determinado pela Po-lítica Nacional de Resíduos Sólidos. De acordo com a nova legislação, os prefei-tos têm até agosto de 2014 para acabar definitivamente com os depósitos de lixo a céu aberto em seus municípios. O que é uma missão quase impossível.

Segundo dados da Associação Bra-sileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), 61% dos municípios ainda depositam seus restos em local inadequado, uma montanha de 73,3 mil toneladas diárias ou 42% de todo o lixo produzido no país. O investimento necessário para reverter esse quadro e do-tar o país de aterros sanitários eficientes está estimado em R$ 52 bilhões.

Falta gestão

A Funasa isenta-se de respon-sabilidade no fracasso dos projetos e acusa os gestores municipais pelo abandono das obras. Para a Funda-ção, os problemas são causados pela falta de operacionalização por parte das prefeituras.: “É que, após o en-cerramento dos convênios, muitas não têm estrutura e capacidade téc-nica para geri-los. A avaliação dessas condições não é feita antes de firmar parcerias, pois, diz o órgão, são justa-mente os municípios mais carentes os que recorrem ao governo

“Existe eficácia, mas não eficiên-cia por fatos alheios à administração pública do convênio. Isto é bem dife-rente do que um conceito simplista de

para operação conjunta dos empreen-dimentos. O consenso é que continuar financiando aterros de pequeno porte significa continuar desperdiçando re-cursos federais.

Eixos

Após duas décadas de discussões, o Brasil finalmente implantou uma Polí-tica Nacional de Resíduos Sólidos para organizar a forma como o país trata o lixo, incentivando a reciclagem e a sus-tentabilidade. Segundo a socióloga Eli-sabetth Grinberg, coordenadora-execu-tiva do Instituto Pólis, um dos grandes méritos desta nova política é ter sido construída dentro de um processo par-ticipativo, recebendo sugestões de to-dos os setores envolvidos.

A Política

Até 2014 não devem mais existir lixões a céu aberto no Bra-sil. No lugar deles, devem ser cria-dos aterros controlados ou aterros sanitários. Os aterros têm preparo no solo para evitar a contaminação de lençol freático, captam o choru-me que resulta da degradação do lixo e contam com a queima do me-tano para gerar energia.

Só rejeitos poderão ser encami-nhados aos aterros sanitários. Os re-jeitos são aquela parte do lixo que não tem como ser reciclado. Apenas 10% dos resíduos sólidos são rejeitos. A maioria é orgânica, que em compos-tagens pode ser reaproveitada e trans-formada em adubo, e reciclável, que deve ser devidamente separada para a coleta seletiva.

Exige-se a elaboração de planos de resíduos sólidos nos municípios: os planos municipais serão elaborados para ajudar prefeitos e cidadãos a des-cartarem de forma correta o lixo.

Outro importante avanço da política é a chamada “logística reversa”. Na prática, a logística reversa diz que uma vez descartadas as embalagens são de responsabilidade dos fabricantes, que devem criar um sistema para reciclar o produto. Por exemplo, uma empresa de refrigerante terá que criar um sistema para recolher as garrafas e latas de alumínio e destiná-las para a reciclagem.

Uma montanha de dinheiro que nem sempre é bem aplicado. Audito-ria realizada pelo Tribunal de Contas da União constatou que grande parte dos re-cursos públicos aplicados em aterros sani-tários, que deveriam solucionar os proble-mas de armazenamento e tratamento do lixo, é desperdiçado pelos gestores.

Segundo o TCU, cerca de 65% dos projetos financiados pela Funda-ção Nacional de Saúde (Finasa) para solucionar o problema da destinação dos resíduos em pequenas cidades não geram resultados efetivos, fazendo com que os lixões continuem proliferando pelo Brasil afora. A auditoria constatou que de 231 convênios firmados com pequenos muni-cípios, em 152 deles os dejetos continua-ram tendo fins inadequados em lixões ou aterros fora dos padrões ambientais.

prejuízo”, reclama o órgão, acrescentan-do que o TCU deveria “avançar”, su-gerindo um possível instrumento legal para punir prefeituras que deixem ater-ros voltarem à condição de lixões.

Segundo especialistas do setor, os municípios não são capazes de elaborar projetos concretos para receber o di-nheiro. E quando conseguem, são inca-pazes de levá-los adiante. Resultado: as obras acabam sendo abandonadas por dificuldades técnicas ou financeiras, já que os custos de operação são elevados e falta monitoramento por equipe técnica.

Estudos do Ministério do Meio Ambiente mostram que quanto me-nor é a capacidade do aterro, maior é a dificuldade de sustentá-lo. Por isso, o governo tem priorizado a formação de consórcios de pequenos municípios

Meio Ambiente

Page 48: Revista Estados & Municipios

48 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

A natureza

Projeto prevê reflorestamento em três estados

O Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico e So-cial (BNDES) vai financiar o

reflorestamento de 785 hectares de Mata Atlântica, nos estados do Paraná, São Pau-lo e Bahia. O BNDES destinará R$ 11 mi-lhões aos três projetos, com recursos pro-venientes do Fundo Social da instituição.

Com essas novas ações, agora são onze projetos aprovados pela Iniciativa BNDES Mata Atlântica, que disponibi-liza suporte financeiro não reembolsá-vel para programas de reflorestamento desse bioma ameaçado, um dos mais ricos em biodiversidade no Brasil

Serão plantadas mais de 1 milhão de mudas nativas para a recuperação e

48 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

preservação permanente de matas ci-liares. Além de recuperar o bioma Mata Atlântica, alguns projetos representarão uma opção de renda para as populações locais, através do repovoamento com pal-meira juçara, cuja polpa é comercializada para uso em merendas escolares.

Iniciativa Verde

Orçado em R$ 7,8 milhões, o projeto prevê cinco diferentes frentes de atuação, todas voltadas à recupera-ção de matas ciliares: 150 hectares no corredor do Rio Piqueri, no trecho que atravessa cinco municípios do Paraná; 100 hectares na bacia hidrográfica do

rio Paraíba do Sul, ao pé da Serra da Mantiqueira (SP); 75 hectares nas mi-crobacias dos córregos Barreiro e Éden (SP); 50 hectares em propriedades rurais localizadas na Área de Proteção Ambiental São Francisco Xavier (SP); e 50 hectares em áreas de proteção perma-nente de córregos e nascentes às margens da Represa de Barra Bonita (SP). É esti-mado o uso de 700 mil mudas nativas.

Akarui

A operação, no valor de R$ 1,5 milhão, destina-se à Akarui – Asso-ciação para Cultura, Meio Ambiente e Cidadania, que realizará o refloresta-mento de 160 hectares em áreas de pre-servação permanente ciliares e na zona de amortecimento do Parque Estadual da Serra do Mar, nos municípios de São Luís de Piratininga e Natividade da Serra, no norte do Estado de São Paulo. 

Floresta Viva 

O BNDES destinará R$ 1,7 mi-lhão para a recuperação florestal em uma porção do Parque Estadual da Serra do Conduru, na Bahia, criado em 1997 como medida compensatória pela construção da rodovia BA-001. Tam-bém está prevista a inclusão da popula-ção local, pela geração de renda advinda da produção de mudas.

O parque abriga em sua área a segun-da maior biodiversidade do mundo, segun-do estudo realizado pelo Jardim Botânico de Nova Iorque, em parceria com o Her-bário da Comissão Executiva de Planeja-mento da Lavoura Cacaueira (CEPLAC).

agradece

Meio Ambiente

Page 49: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Janeiro 2012 49Estados & Municípios - Janeiro 2012 49

agradece

Meio Ambiente

Curitiba continua preservando suas áreas verdes. Para isso a cidade criou a quarta Reser-

va Particular de Patrimônio Natural Municipal (RPPNM), no Bacacheri. A nova reserva natural protege 5 mil metros quadrados de mata nativa. Com este espaço, a Prefeitura contabiliza mais de 26 mil metros quadrados de áreas pro-tegidas em reservas naturais particulares.

O mapa atualizado de maciços florestais de Curitiba, divulgado pela Secretaria Municipal do Meio Ambien-te, mostra que as áreas de cobertura vegetal da cidade saltaram nos últimos dez anos de 18% para 26%. A propor-ção por habitante, que era de 51,5 me-tros quadrados em 2000, subiu para 64,5 metros quadrados por pessoa.

No ano passado, a Prefeitura lan-çou o maior programa de drenagem da cidade, para combater as cheias e evitar alagamentos, com investimentos de

mais de R$ 22 milhões em obras e ações ambientais. O plano de prevenção a ala-gamentos vai atuar nas bacias dos rios Atuba, Belém, Passaúna, Barigui, Ribei-rão dos Padilhas e o rio Iguaçu, limpan-do 23 quilômetros de rios e executando mais de 20 obras de drenagem.

Para apurar com exatidão os ma-ciços florestais da cidade, a prefeitura utilizou tecnologia de ponta para ates-tar os índices de cobertura vegetal. As imagens do levantamento foram gera-das por satélite, com resolução espacial, e não mais por fotografias aéreas.

“Este resultado não apenas consoli-da uma política que privilegia áreas verdes, como mostra o aprimoramento dos instru-mentos de avaliação que foram utilizados na pesquisa”, afirma a secretária municipal do Meio Ambiente, Marilza Dias. 

A manutenção dos índices de Curi-tiba se explica por vários fatores. Basta ver o número de parques e bosques na

Cobertura verdecidade nos últimos anos. Em 1988 eram cinco parques e cinco bosques. Hoje são 21 parques, 15 bosques, 451 praças e 444 jardinetes, entre outras áreas.

contra alagamentos

Page 50: Revista Estados & Municipios

50 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, dispen-sou o licenciamento am-

biental para atividades agropecuárias de empreendimentos com pequeno potencial poluidor e degradador. A medida vai desburocratizar o processo e simplificar a regularização das ativi-dades do setor.

Os principais beneficiados com a medida serão os produtores rurais que se dedicam ao cultivo de espécies de interesse agrícolas temporárias, semi-perenes e perenes, apicultura em geral e ranicultura e criação de animais, ex-ceto as atividades de avicultura, suino-cultura e aquicultura.

Para conseguir a dispensa do licenciamento ambiental, os produ-tores devem apresentar a Declaração de Conformidade da Atividade Agro-pecuária, que não pode implicar em intervenção em áreas de preservação permanente ou supressão de vegetação nativa. A declaração deverá ser preen-chida pelo produtor e entregue à Secre-taria de Agricultura e Abastecimento.

Já os beneficiários de projetos de refor-ma agrária e remanescentes de comuni-dades quilombolas deverão entregar o documento à Secretaria da Justiça.

“A pessoa faz uma auto-declara-ção, encaminha o documento a uma Casa de Agricultura e já está liberado. Depois o governo, por meio da secre-taria do Meio Ambiente, fará o acom-panhamento e o controle da atividade”, explicou Alckmin.

A medida inclui as atividades de re-forma e limpeza de pastagens, quando a vegetação a ser removida seja constituída apenas por estágio pioneiro de regenera-ção, e ainda para projetos de irrigação.

Também ficam dispensadas de li-cença - mas não de obtenção de outorga ou cadastro para a utilização de recurso hídrico - atividades de implantação ou regularização de poços rasos ou pro-fundos e de estruturas para permitir a captação ou lançamento superficial em corpos d’água, bem como a regulariza-

Dispensa ambiental para os pequenosção de barragens e travessias destinadas a atividades agropecuárias.

Novos projetos agropecuários que contemplem áreas acima de mil hectares deverão ser licenciados pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), assim como as am-pliações de plantio ou atividades agro-pecuárias, quando a área de ampliação for superior a mil hectares.

Segundo o governador, as me-didas serão baseadas principalmente numa relação de confiança entre o go-verno e os produtores. “Noventa e nove vírgula cinco por cento dos nossos pro-dutores cumprem a lei. Essa história de não confiar é um equívoco. É óbvio que vamos fazer o acompanhamento. Mas enquanto não tinha licença, não se podia trabalhar. Agora, se libera, trabalha a terra e nós vamos fazer o acompanhamento”.

Alckmin ressaltou que a relação de confiança não é irrestrita. “Se tiver caso de auto-declaração errada, vamos punir.”

A ranicultura está entre as

atividades que serão beneficiadas com a dispensa de licença

ambiental para os produtores com

pequeno potencial poluidor

Meio Ambiente

Page 51: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Janeiro 2012 51

Meio Ambiente

GDF define medidas para resíduo sólido

Finalmente o Governo do Distri-to Federal formalizou as medi-das estruturantes definidas no

Programa Distrital de Resíduos Sólidos do DF, que tem como uma das ações emergenciais a desativação do lixão da Cidade Estrutural, até o final de 2012. 

Segundo o governador Agnelo Queiroz (PT), a intenção do Programa Distrital dos Resíduos Sólidos do DF é

ser um modelo para o País e América Latina, pois foi construído com a par-ticipação da sociedade civil organi-zada, ambientalista, técnicos e espe-cialistas da área, e representantes das cooperativas de catadores, adequan-do-se à realidade de Brasília.

Desde o ano passado, diversos ór-gãos do GDF têm trabalhado para defi-nir as diretrizes e políticas públicas para o tratamento adequado dos resíduos sólidos no DF. Foram estudadas novas tecnologias para o tratamento do lixo urbano de Brasília, maneiras de aumentar a vida útil dos aterros sanitários e estru-turação de ações para garantir a implan-tação do novo Aterro em Samambaia, a coleta seletiva e a reciclagem do lixo, com a participação das cooperativas dos catadores de material reciclável.

A busca por tecnologias mais efetivas e adequadas ao trata-

mento do lixo urbano é fun-damental para a redução do risco de contaminação do solo e aquíferos e emissão de gases do efeito estufa. Segundo os técnicos, o uso dessas tecnologias pode aumentar a oferta de energia elétrica por meio de fontes renová-veis, comprovadamen-te seguras, e também propicia a ampliação da reciclagem de ma-teriais e inclusão de catadores na cadeia produtiva.

O Programa

Considerado um marco para a po-

lítica ambiental do DF, o programa pretende cor-

rigir o projeto atual, que possui estrutu-ra deficitária e de alto custo se comparado a sua ineficiência. Atualmente, o DF tem o pior indicador do País em relação ao sis-tema de gestão final de resíduos sólidos.

O estudo que direcionou o pro-grama apontou que 96% do lixo do-miciliar e 100% do lixo da construção civil, produzidos no DF, não passam por nenhum processo de reciclagem, resultando em mais de 8.000 toneladas de lixo aterrados no lixão da Estrutural. Contudo, o potencial de reciclagem, com um sistema de gestão eficiente de resíduos, pode atingir o percentual de até 35% e o material excedente ainda pode ser aproveitado como adubo orgâ-nico ou fonte secundária para geração de energia (biomassa).

Para atingir esses patamares, a proposta prevê a criação de 107 pon-tos de entrega voluntária de entulho, os chamados ecopontos; doze galpões de triagem; aproximadamente sete áreas de transbordo, triagem e reciclagem; abertura de mais duas usinas de trata-mento e revitalização das existentes na L4 Sul e na Ceilândia, que poderão funcionar com capacidade acima da trabalhada.

Além disso, o projeto contempla a criação dos aterros da Samambaia e do Norte, com local ainda a ser definido, e o encerramento e remediação do aterro da Estrutural. No local do atual lixão, será construído o “Complexo Eco Em-presarial da Estrutural”, que vai abrigar indústrias com atividades ligadas a resí-duos, gerando renda e trabalho para as pessoas que já vivem do lixo.

A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (ADASA) terá papel fundamental para o sucesso do programa. Caberá à agên-cia regular os serviços relacionados à coleta, destinação e tratamento dos re-síduos sólidos do DF.

Page 52: Revista Estados & Municipios

52 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

O repasse dos royalties para alguns municípios localiza-dos nos estados produtores

de petróleo tem melhorado o caixa das prefeituras e impulsionado os investi-mentos, principalmente na área social, com a construção de casas populares, hospitais, escolas e em obras de sane-amento. Esta é a situação dos muni-cípios fluminenses de Macaé e Angra dos Reis, e de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, que fazem bom uso do dinheiro recebido.

Localizado na Bacia de Campos, responsável por mais de 80% da pro-dução de petróleo, Macaé foi o muni-cípio que mais se beneficiou em 2011, recebendo pouco mais de R$ 500 mi-lhões. Os royalties mais as participa-ções especiais representaram 38% do orçamento municipal. Já as prefeituras de Angra dos Reis e de São Sebastião receberam, respectivamente, R$ 100 milhões e R$ 60 milhões.

Royalties reforçam caixa das prefeituras Economia

Macaé é a primeira cidade do estado do Rio de Janeiro e a primeira do Norte fluminense em desenvolvimento. Por conta do crescimento da indústria do petróleo, o município hoje é bem diferente da vila de pescadores dos anos 70. De acordo com o IBGE, a população da cidade triplicou, chegando próximo dos 200 mil habitantes.

Para o prefeito de Macaé, River-ton Mussi, que também é presidente da Organização dos Municípios Produ-tores de Petróleo, o grande desafio que tem pela frente é saber como prover to-dos os serviços que demanda a cidade, em permanente expansão e aumento populacional, e, ao mesmo tempo, tor-ná-la acolhedora, voltada para as pesso-as e não apenas para a indústria.

“A Macaé de hoje é bem diferen-te da vila de pescadores dos anos 70. O crescimento da indústria do petróleo provocou o aumento populacional. Se-gundo o Censo de 2010, já são 206.748 habitantes”, explicou.

Impacto ambiental

Quanto ao impacto ambiental, os três municípios têm diferentes preocu-pações. O de Macaé é com a ocupação desordenada. “Por causa da indústria do petróleo, as empresas chegaram de

uma forma muito veloz na cidade e com isso vieram pessoas, famílias inteiras, e desde então a cidade não parou de cres-cer”, observou o prefeito.

A possibilidade de um derrama-mento de petróleo também assusta o secretário de Fazenda de Angra dos Reis, Jorge Irineu, já que o transporte do óleo é feito via marítima. “Em rela-ção à exploração de petróleo (pré-sal), que não está em operação, estuda-se a questão da prevenção e do impacto am-biental”, observou.

No caso de São Sebastião (SP), o acidente poderia ocorrer em função do terminal marítimo de embarque e de-sembarque de petróleo bruto. A cidade é responsável por 60% do recebimento do petróleo nacional. O secretário de Ambiente de Macaé, Maxwell Vaz, dis-se que um possível derramamento de óleo no oceano dificilmente atingiria o município em função das correntes ma-rítimas, que impedem que a poluição chegue às praias da cidade.

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 53

Economia

FOLHA DE PAGAMENTOCaixa conquista conta de Goiás

Os servidores do Governo de Goiás, tanto efetivos quanto comissionados, pensionis-

tas ou inativos, já podem concretizar o sonho da casa própria. Acordo de coo-peração com esse objetivo foi assinado entre a Caixa Econômica Federal e o governo do estado, para financiamento habitacional, com redução da taxa de juros e prazo diferencial.

A modalidade abrange imóveis novos e usados, e a construção de uni-dade habitacional isolada, com fonte de recursos da caderneta de poupan-ça. O prazo pode ser de até 30 anos, e financiamento de 90% do valor do imóvel. O acordo prevê também a pos-sibilidade de carência de até seis meses, e redução de juros de 10% para 8,4% ao ano.

“Nós estamos com desconto de 12% na prestação mensal, que ao final de um ano é um valor significativo”, in-formou a superintendente da Regional Sul da CEF, Marise Fernandes de Araú-jo. Para o servidor que ganha até R$ 4,9 mil permanecem as condições do pro-grama Minha Casa Minha Vida.

Folha de pagamento

Presente ao evento, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), des-tacou a importância social da Caixa Econômica Federal e o compromisso que a instituição financeira tem em atender bem a população, lembrando que, há um ano, começou a negociar a folha do estado com o banco. Ele dei-xou claro que a preocupação na época, além de ter a Caixa como parceira, era quitar a folha de dezembro, deixada pelo governo anterior.

“Eu já conhecia o trabalho da Cai-xa há alguns anos, mas a partir do nosso acerto, da venda da conta, pude perce-ber o grau de profissionalismo do seu quadro de pessoal”, disse ao se referir aos técnicos que trabalham no banco e atuaram no processo de transferência da folha. “Fechamos as contas do ano passado praticamente no azul, graças à Caixa Econômica Federal”, garantiu.

Com a venda da folha da pa-gamento dos servidores de Goiás a Caixa recebeu mais de 160 mil no-vos clientes. O vice-presidente de Atendimento, Distribuição e Negó-cios da Caixa, José Henrique Mar-

O vice-presidente de Atendimento, Distribuição e Negócios da Caixa, José Henrique Marques da Cruz, recebe do governador Marconi Perillo a Comenda da Ordem do Mérito Anhanguera,

no grau Grande Oficial

ques da Cruz, que foi agraciado com a comenda da Ordem do Mé-rito Anhanguera, no grau Grande Oficial, ressaltou que o convênio traz maior responsabilidade para a instituição bancária, que completou este mês 151 anos e 58 milhões de clientes em todo o país.

Hoje, a Caixa possui 2,6 mil fun-cionários em Goiás e 1.386 pontos de atendimento. Para melhor atender a Caixa está contratando de imediato 200 empregados e até o final do ano outros 300. Serão abertas mais 87 unidades no estado e uma agência lo-térica em cada município.

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54 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

Abrir cada vez mais a Superin-tendência da Zona Franca de Manaus ao diálogo com a so-

ciedade para que, juntos, possam con-solidar a dinamização e o fortalecimen-to do modelo Zona Franca de Manaus. Esta é a promessa do novo superinten-dente da Suframa, Thomaz Nogueira.

Ele também destacou a impor-tância de novos investimentos em in-fraestrutura como forma de ampliar a competitividade do Polo Industrial de Manaus e a necessidade de adequação da Zona Franca às vocações naturais da região, destacando o fortalecimento do Centro de Biotecnologia da Amazônia como diretriz crítica nesse processo.

Ao abordar a questão dos recursos da autarquia contingenciados pelo Go-verno Federal, o novo superintendente defendeu que a Suframa tenha condi-ções necessárias para aprimorar o seu papel de agência de desenvolvimento regional em sua área de atuação. “Acre, Amapá, Amazonas, Roraima e Rondô-nia têm direito a uma ação mais eficaz da Suframa”, observou.

Para o governador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), a garantia da com-petitividade e a abertura de novos seg-mentos de produção no Polo Industrial de Manaus (PIM) são os maiores desa-fios que Thomaz Nogueira terá à frente

do órgão. “Temos de estar preparados para manter a competitividade de Zona Franca, gerando mais oportunidades. Não tenho dúvidas de que, com enga-jamento e compromisso social, será possível. Tenho certeza que podemos conseguir vitórias a curto prazo”, afir-mou o governador durante a posse de Nogueira.

Omar Aziz lembrou que a evolu-ção no consumo no mercado nacional e nas exportações nos últimos anos im-pulsionou o crescimento econômico e o faturamento do Polo Industrial de Manaus, fortalecendo principalmente os setores de eletroeletrônicos e duas rodas. Ele destacou, porém, que, mes-mo em boa fase, a economia local re-gistrou perdas, com o esvaziamento de setores importantes em virtude de me-didas adotadas pelo Governo Federal ou resultado da “guerra fiscal” entre os estados, que diminuíram a competitivi-dade da produção do PIM.

“Os polos de eletroeletrônicos e duas rodas foram fortalecidos, mas fomos perdendo um setor impor-tante, que é o de informática. Vira e mexe somos surpreendidos com medidas que retiram nossa compe-titividade. O ano de 2012 será um ano difícil. Para manter o nível de emprego e ampliar o crescimento econômico, é necessário que toda essa equipe que vai compor a dire-ção da Suframa esteja imbuída do

Economia

Suframa busca mais competitividadeFo

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Omar Aziz espera maior rigor em relação à entrada de produtos

estrangeiros nos portos de Santa Catarina e Espírito Santo

mesmo propósito: exportar cada vez mais e dar competitividade”, disse.

Ele também defendeu a adoção de medidas pelo Governo Federal para fre-ar a entrada de produtos que reduzem a competitividade da indústria brasileira. Um exemplo são as sacarias indianas, fa-bricadas com subsídio do governo da Ín-dia e que entram com preço muito mais vantajoso no país do que o da produção nacional. “Nesse momento, a Índia sub-sidia a produção de sacarias e coloca no mercado a um preço que não temos com-petitividade. Mês passado, entrou 1 mi-lhão de sacarias. É preciso nivelar o preço para frear a entrada”, concluiu Omar Aziz.

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 55

O Vale do Apodi, no Rio Gran-de do Norte, vai receber uma indústria de extração

de mármore e granito. A empresa Li-mestone vai investir R$ 20 milhões na região, movimentando a economia e abrindo uma nova frente de desenvol-vimento da mineração no interior do estado. A previsão é de geração de 300 empregos diretos e até 1 mil indiretos.

“Estou muito feliz de começar 2012 do jeito que terminamos 2011: abrindo novos caminhos para o de-senvolvimento industrial e criando novas oportunidades, emprego e renda para a população”, comemo-rou a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), que também está confiante com o Distrito Industrial de Goianinha.

Três empresas – uma de alimen-tos congelados, outra de embalagens e outra de bebidas – já assinaram o pro-tocolo para se instalar no município potiguar. Juntas, elas vão investir cerca de R$ 70 milhões e criar cerca de 1.200 postos de trabalho, emprego de cartei-

Economia

ra assinada. “É o começo do desenvol-vimento industrial de uma região hoje muito voltada para a agricultura, mas que tem potencial para muito mais”, disse a governadora, lembrando que a área fica à margem da BR 101, perto da Paraíba e de Pernambuco, e tem acesso direto ao gasoduto da Petrobras.

Incentivos

A governadora também está satis-feita com a possibilidade de instalação de empresas em Mossoró. Em encontro com os empresários Paulo Roberto Bo-nifácio, diretor da empresa BCS Avia-tion - LLC, e José B. Negrão, da Conal Construtora Nacional de Aviões Ltda, foi discutida a implantação de uma uni-dade das empresas na cidade, especifi-camente para dar maior celeridade ao projeto de expansão e revitalização do Aeroporto Dix-Sept Rosado..

Participaram da reunião a prefeita de Mossoró, Fafá Rosado (DEM), o deputado estadual Leonardo Nogueira e os secretários

Rio Grande do Norte atrai empresas

de Estado Benito Gama (Desenvolvimento Econômico) e Kátia Pinto (Infraestrutura).

A governadora comentou que a sua participação no encontro foi para garantir aos empresários os incentivos necessários à instalação da empresa em Mossoró. “Quando uma empresa se instala em qualquer cidade, isso é sinal de mais emprego e renda. Esse é o caminho do desen-volvimento e de superarmos todas as desigualdades sociais, além de combater a fome e a miséria”, refor-çou a governadora.

O projeto passa pela construção de um hangar no Aeroporto Dix-Sept Rosado, bem como um espaço para a realização de consertos em aeronaves de pequeno e médio porte. Caso os en-tendimentos entre o governo do estado, Prefeitura de Mossoró e os empresários tenham continuidade, a parceria bene-ficiará o empresariado mossoroense e da região oeste, os quais trabalham com exportação e viagens de negócios e que possuem aeronaves.

A governadora Rosalba Ciarlini garantiu que o seu governo está sabendo tirar proveito da parceria com a

prefeita Fafá Rosado

Page 56: Revista Estados & Municipios

Saiba mais o que o GDF está fazendo para mudar nossas cidades: www.gdf.df.gov.br

O DF ESTÁ MUDANDO.PARA MELHOR.

Quando a saúde muda pra melhor, sua vida segue junto.

A primeira Clínica da Família do DF acaba de ser inaugurada em Samambaia, na quadra QN 523. As equipes da clínica fazem o controle e prevenção de doenças, atendendo inclusive nas casas das pessoas. As Clínicas da Família serão implantadas em todas as cidades e juntas vão ajudar a desafogar os prontos-socorros e hospitais do DF.

AGORA O DF GANHA A PRiMEiRA CLíNiCA DA FAMíLiA.

O Centro de Saúde nº 2, em Taguatinga Norte, e o nº 5, em Taguatinga Sul, estão com suas instalações renovadas e já voltaram a atender. Já no P-Sul, o Centro de Saúde nº 6 voltou a funcionar após reforma geral e agora conta com equipamentos novos. É mais atenção e comodidade para os moradores de Taguatinga e Ceilândia.

MAiS 3 CENTROS DE SAúDE TOTALMENTE REFORMADOS SãO ENTREGUES à POPULAçãO.

Para ser um voluntário, inscreva-se até 25 de janeiro. As inscrições são gratuitas. É só procurar as

Coordenações Regionais de Ensino de Ceilândia, Guará, Paranoá e Sobradinho, e também nas Administrações Regionais da

Cidade Estrutural e Itapoã.

PROGRAMA DF ALFAbETizADO vAi MUDAR A

REALiDADE DE MUiTA GENTE.

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Page 58: Revista Estados & Municipios

58 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

A produção industrial paranaen-se cresceu 5,4% em novembro, na comparação com o mês an-

terior. Foi o segundo melhor resultado na indústria brasileira e muito acima da média nacional de 0,3%. No acumulado do ano (janeiro-novembro), o cresci-mento foi 5,6%, o terceiro melhor resul-tado entre os 14 locais pesquisados.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na com-paração com novembro do ano anterior, o avanço da indústria do Paraná foi de 9,2% e, no acumulado dos 12 meses, o crescimento é de 5,1%. No levanta-mento do terceiro trimestre de 2011, a indústria paranaense exibiu a segunda melhor performance do país, com a ex-pansão de 9,5%, contra 9,7% de Goiás e zero do Brasil.

Os setores que mais impulsiona-ram a indústria do Paraná no ano pas-sado foram caminhões, cabos de fibra ótica, gasolina, diesel, metais e madeira. De acordo com o secretário da Indús-tria, Comércio e Assuntos do Merco-sul, Ricardo Barros, os novos dados do IBGE reforçam a evolução que o Paraná teve em diversos indicadores econômi-cos no ano passado.

Segundo o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e So-cial (Ipardes), o Produto Interno Bruto (PIB) estadual de 2011 deverá fechar com crescimento de 4,1%, superando a expansão estimada para a economia brasileira (3%). Até novembro, o Para-ná gerou 157.526 empregos com car-teira assinada, o melhor desempenho da região Sul, e ficou entre os quatro estados que mais geraram empregos de janeiro a novembro.

“O Paraná voltou a ser destino dos investidores brasileiros e estrangei-ros. Criamos, com o orientação do go-vernador Beto Richa, amplo programa para fomentar o desenvolvimento, gerar empregos e renda. Os resultados estão nos índices oficiais e na consolidação de novos parques industriais”, afirmou Barros, ao citar os investimentos das multinacionais Paccar, Renault, Sumi-tomo, Techint, Masisa e outras.

Atrair montadoras

Executivos representantes de em-presas fornecedoras de peças automoti-vas formalizaram uma carta de apoio ao Paraná, reforçando que o estado reúne

todas as condições para sediar grandes montadoras. Eles reuniram-se com o governador Beto Richa para dar início a uma força-tarefa formada por 20 em-presários que vão trabalhar para atrair empresas multinacionais.

Um dos investimentos que terá atenção prioritária do grupo é o da montadora alemã BMW, que planeja instalar uma fábrica no Brasil. O go-vernador Beto Richa destacou a im-portância do envolvimento das em-presas fornecedoras neste processo de captação de investimentos para o Paraná. “As empresas que já atendem a BMW na Europa, por exemplo, têm conhecimento de mercado e para nós o apoio de todas elas é funda-mental”, disse.

Richa disse que o Paraná se transformou em um importante pólo industrial automotivo, não só pela quantidade de indústrias e fornece-dores, como também pela qualidade da mão de obra, localização geográfi-ca estratégica e aspectos logísticos em constante aprimoramento. “Essas van-tagens certamente credenciam o Para-ná a receber uma montadora como a BMW”, afirmou.

Indústria do Paraná cresce 5,4% Economia

Para o governador Beto Richa (PSDB) o objetivo do governo é captar empreendimentos produtivos que promovam a geração de emprego e renda e a melhoria da qualidade de vida da população em todas as regiões paranaenses

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 59

Economia

Depois de baterem recorde em 2010, os investimentos federais fecharam 2011 com queda. Es-

ses gastos, que incluem as obras públicas e a compra de equipamentos pelo gover-no, atingiram R$ 44,418 bilhões em 2011, queda de 5,7% em relação aos R$ 47,106 bilhões investidos no ano anterior.

Os valores foram obtidos por meio da soma de dados divulgados pelo Tesou-ro Nacional referentes aos meses de janei-ro a novembro com os gastos de dezem-bro que constam no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi). O Tesouro só apresen-tará os números de dezembro no fim de janeiro, quando publicará o resultado do Governo Central – Tesouro, Previdência Social e Banco Central – de 2011.

A queda nos investimentos totais não se repetiu no principal programa de obras públicas do governo. As despesas do Programa de Aceleração do Cresci-mento (PAC) totalizaram R$ 26,046 bi-lhões em 2011, crescimento de 17,95% em relação aos R$ 22,082 bilhões gastos em 2010. Esse crescimento, no entanto, está inflado por causa do programa Mi-nha Casa, Minha Vida, cujas despesas são incluídas no PAC, mas não são classifica-das como investimento.

Investimentos federaisTesouro Nacional aponta queda

Trajetória de crescimento

Ao comentar o resultado do Go-verno Central de novembro, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse esperar que os investimentos re-tomem a trajetória de crescimento em 2012. Segundo ele, o início de algumas obras do PAC 2 vai ampliar os investi-mentos da União neste ano.

Em relação ao desempenho dos investimentos em 2011, o secretário de-clarou que a queda não foi preocupante porque a base de comparação foi forte. Em 2010, os investimentos federais dis-pararam e bateram recorde, com cresci-mento de 38% em relação a 2009.

Mais uma vez os investimentos foram sustentados com recursos de exercícios anteriores, chamados de restos a pagar. No ano passado, esse montante correspondeu a 55,8% dos investimentos, o que equivale a R$ 24,774 bilhões. No PAC, a fa-tia de recursos anteriores a 2011 foi ainda maior: 67,2% ou R$ 17,503 bi-lhões. A maior proporção, no entanto, foi observada no Minha Casa, Minha Vida, em que 95,1% das despesas exe-cutadas no ano passado se originaram de restos a pagar.

No ano passado, os gastos do Minha Casa, Minha Vida mais do que quadruplicaram, saltando de R$ 1,572 bilhão em 2010 para R$ 6,485 bilhões em 2011. Esse montante, no entanto, não é considerado investimento, porque não foi gasto diretamente com a cons-trução de moradias, mas com subsídios para os bancos oferecerem financiamen-tos habitacionais mais baratos.

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60 Estados & Municípios - Janeiro 2012

PEDRO ABELHA [email protected]

Mídia

maneira injusta, eles encontrarão oportunidades na diversidade eco-nômica - credenciados pela tecno-logia, que costuma ultrapassar as barreiras do tradicionalismo.

A quarta previsão fala da ideia de responsabilidade compartilha-da: algumas corporações, cientes de que precisam ter responsabi-lidade social, mudarão seus mo-

fará com que modelos antes vis-tos como alternativos passem a ser tomados como normais, como ser mãe solteira, por exemplo.

Nossos mundos individuais f icarão cada vez mais persona-lizados - o que estreita o tipo de conteúdo, experiências e pessoas a que somos expostos. Por isso, uma “grande ênfase será colocada em reintroduzir a aleatoriedade, a descoberta de inspiração, e dife-rentes pontos de vista em nossos mundos”.

Dentro do campo tecnoló-gico, a JW T diz que mais super-fícies planas estão se tornando telas, e mais telas estão ficando interativas. “Cada vez mais vamos tocá-las, gesticular com elas e fa-lar com elas” - e, claro, f icaremos acostumados com isso.

Esse crescimento criará opor-tunidades originais para informar, engajar e motivar consumidores. A tendência seguinte lembra que as percepções sobre envelheci-mento estão mudando e as pessoas passaram a ver mais positividade em ficar velhas.

Com mudanças culturais e demográficas, além de avanços medicinais, a definição de quando a velhice chega será alterada, as-sim como o significado do termo.

Por último, passaremos a dar mais atenção aos objetos físicos, ao tato, já que muitas coisas foram substituídas pelo mundo virtual. “Como resultado, veremos mais ‘ob-jetos motivacionais’”, diz a agência.

delos de negócios para integrar iniciativas sociais aos núcleos de estratégia.

O item seguinte também par-te do conceito de sustentabilidade ao colocar o mercado de alimentos como “a nova questão ambiental”. As pessoas passarão a se preocupar mais com os impactos ambientais causados pelos métodos de prepa-ro das comidas. Neste caso, as pe-quenas mudanças farão diferença.

Mais sobre comportamento: as mulheres não pensarão mais no casamento como etapa primordial a se passar durante a vida. Isso

Tendências para 2012

A JW T Intelligence, núcleo de pesquisa e inteligência da agên-cia, divulgou uma lista com as dez tendências para 2012. É a sétima vez que esse sumário é divulgado, com as ideias do que pode apare-cer no período que chega. As in-certezas econômicas, a ideia cada vez mais crescente de responsabi-lidade compartilhada e a abertura para novas tecnologias foram os tópicos que permearam o levanta-mento deste ano.

O primeiro tópico paira pelo aspecto econômico, ao dizer que cada vez mais marcas criarão al-ternativas para atingir consumi-dores “sensíveis ao custo”; isso se dará por meio de criações meno-res, despojadas ou com qualquer outro aspecto que tornem produ-tos e ser viços acessíveis.

Já o segundo trata do compor-tamento das pessoas, que, fartas de ouvirem o que fazer (ou não), passarão a se entregar mais aos “pecados” e a abandonar um pou-co paranoias como dietas, cigarro, bebidas etc. Mas essa tendência se explica no fato de que muitos já es-tão treinados em autocontrole, de tanto incentivo recebido.

Ainda no campo comporta-mental, mas já unido à economia, o item seguinte traz uma visão de que há um grupo de incontentes com o status de “Geração Perdi-da”. Ao invés de ficarem em casa reclamando por serem tratados de

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 61

Com a voz de famosos

Um filme publicitário com a “voz” de uma celebridade inter-nacional. O site Locutores ajuda gratuitamente as agências a encon-trarem os serviços dos brasileiros que traduzem e emprestam a fala para George Clooney, Brad Pitt, Jo-hnny Depp, Pica Pau (Marco Anto-nio Costa), Cate Blanchett (Marisa Leal), Melanie, Penélope Cruz, Jen-nifer Aniston (Mabel Cezar), entre outros. A dona de casa está ali, fa-zendo um serviço, sem olhar para a televisão e reconhece a voz.

São vozes mais caras. Mas dão esse tipo de virada de pescoço”, acredita Marcelo Gomes, idealiza-dor do projeto. “A gente facilita o trabalho das agências”. Além disso, Gomes conta que a ideia é dar mais espaço aos locutores de todos os ti-pos, principalmente os do interior.

O site hospeda o profissional da locução, que paga um valor de acordo com o plano desejado, e media o contato.

Por exemplo, o pacote básico sem destaque na página de capa cus-ta R$ 30,00 por trimestre, o semes-tral com destaque na capa chega a R$ 215,00 e o anual, R$ 390,00. Interes-sados em contratar o dublador não pagam nada para o locutores. Quem procura o serviço faz a negociação di-retamente com o contratado.

Propagandas ilegais

O Google foi acusado de pa-trocinar propagandas de produtos ilegais. Dentre os itens divulgados es-tão: ingressos falsos, remédios falsos, passaportes falsos e até drogas.

A denúncia foi feita pela BBC, que entrou em contato com o Goo-gle, que ao saber do caso tirou os

anúncios do ar. O sistema de anún-cios do Google é automatizado, o que explica a presença dos produtos ilegais “patrocinados” no topo da página de buscas. No entanto isso não deveria acontecer, pois o siste-ma possui um mecanismo que filtra as palavras-chaves contidas nas des-crições das propagandas.

O usuário tem a possibilida-de de denunciar links considera-dos suspeitos, e terá o seu pedido analisado por um funcionário da empresa. Só que esta medida pode levar dias, semanas ou até meses.

A pior parte disso tudo não é necessariamente o consumidor ser enganado, mas sim o Google lucrar com isso. E não é a primeira vez que isso acontece. A empre-sa já foi multada em US$ 500 mil por patrocinar anúncios de drogas proibidas nos EUA .

Sucesso absoluto

Em pesquisa realizada junto aos participantes, os números tra-duzem e valorizam a aposta do pre-sidente do 18º Festival, Roberto Callage, em relacionar diversas áre-as da comunicação, focadas numa mesma busca: Onde Está a Ideia.

Segundo o levantamento, feito pela Qualidata Assessoria Estraté-gica em forma de questionário web padronizado com auto-resposta, o Festival atendeu às expectativas do público em 90%, a maior média de

satisfação na história do evento, que aconteceu de 31 de agosto e 2 de se-tembro de 2011.

“Esse resultado é uma soma do trabalho de todos os presidentes até agora”, destaca Callage. Em todos os quesitos, o Festival alcançou ampla aceitação. Na avaliação final, 83% dos participantes recomendam o evento; no item Atendimento, 85% consideraram altamente satisfatória a agilidade nos serviços de creden-ciamento; cerca de 76% destacaram positivamente a escolha dos pales-trantes em relação à programação geral do evento e 80% consideraram de alta satisfação a experiência vi-venciada no Festival, na média Per-cepção e Ganho.

BBB totalmente vendido

O “Big Brother Brasil” che-gou à sua 12ª edição, marcando o décimo ano que permanece na tela da Globo.

Mesmo antes de estrear, o programa já foi garantia de lucro para a emissora líder de audiência, pois todas as cotas de patrocínio estão vendidas desde outubro do ano passado. Omo (da Unilever), Devassa (da Schincariol), Niely, Fiat e Guaraná Antartica (da Am-bev) são as marcas que aparecerão ao longo da atração.

Cada empresa pagou R$ 20,6 milhões (valor de tabela), com ga-rantia de visibilidade em um dos programas de maior sucesso da TV brasileira. Seguindo esses valores, o BBB 12 pode já ter faturado mais de R$ 100 milhões. O programa tem 12 participantes, sendo que dois tive-ram de ser incorporados às pressas após desistências. Eles ficarão con-finados por três meses, disputando o prêmio de R$ 1,5 milhão. .

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62 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

O Governo de Minas Gerais começou 2012 com boas perspectivas na atração de

investimentos. No início do mês, três novos protocolos de intenções foram assinados entre o Executivo mineiro, através do Instituto de Desenvolvimen-to Integrado de Minas Gerais (Indi) , órgão da Secretaria de Desenvolvimen-to Econômico, e as empresas Café Três Corações S/A, Centro Comercial de Produtos Chinobrasileiros Ltda. e Whi-te Film Indústria e Comércio, Importa-dora e Exportadora de Filmes Ltda. Os investimentos totalizam R$ 29,9 mi-lhões, com geração de 221 empregos diretos e outros 49 indiretos.

A Café Três Corações irá investir R$ 14,3 milhões na expansão de sua unidade industrial em Santa Luzia, re-gião central do estado, gerando 120 empregos diretos. O objetivo do inves-timento é produzir e comercializar café torrado, moído e solúvel, e café com lei-te. “Estamos há mais de 40 anos em Mi-nas e essa nova parceria com o Governo de Minas fortalece ainda mais a marca e a nossa presença no estado”, afirma o di-retor presidente da empresa, Pedro Lima.

Em 2011, a produção de café em Minas Gerais foi de 22, 2 milhões de sa-cas de 60 quilos, equivalente a 51% da safra nacional. As exportações de café do estado, no ano passado, somaram US$ 5,8 bilhões, um crescimento de 43,1% em relação a 2010. A 3corações é uma joint venture formada pelo gru-po israelense Strauss e pela São Miguel Holding (Família Lima).

A empresa é líder no Norte e Nordeste do país e em Belo Horizon-te, não somente com o café torrado e moído, mas também na venda de café com leite e café solúvel. A empresa é também líder nacional no segmento de cappuccino. Em Minas Gerais, a empresa possui quatro estabeleci-mentos: uma fábrica de café torrado e moído e cappuccino em Santa Lu-zia, armazéns de beneficiamento de grão cru, em Varginha e Manhuaçu, e um centro de distribuição, em Mon-tes Claros.

Sul de Minas

O segundo protocolo assinado foi com o Centro Comercial de Pro-

dutos Chinobrasileiros Ltda., que irá investir R$ 660 mil na implantação de uma unidade industrial em Parai-sópolis, Sul do estado. O novo em-preendimento da empresa, com con-clusão prevista para março de 2014, será destinado à fabricação de equi-pamentos para sinalização e alarme, e comercialização de produtos eletroe-letrônicos e irá gerar 71 empregos di-retos e outros 34 indiretos. Já a White Film Indústria e Comércio, Importa-dora e Exportadora de Filmes Ltda. irá investir R$ 15 milhões na cons-trução de uma fábrica em Santa Rita do Sapucaí, também no Sul de Minas. O empreendimento será destinado à produção de filmes de polietileno para fraldas descartáveis e embala-gens plásticas.

O projeto, que tem previsão de gerar 30 empregos diretos e 15 indire-tos, teve início em novembro de 2011 e tem término previsto para dezembro de 2013. “Hoje, operamos com capa-cidade de 100% e, com a conclusão des-sa fábrica, a nossa expectativa é crescer 300%”, observou o sócio-diretor, João Elias Simões.

Exportação

Minas atrai novos investidores

Para a secretária de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Dorothéa Werneck, “o investimento de uma empresa tradicional como o Café Três Corações reforça o objetivo para 2012, de atrair, cada vez mais investimentos que agreguem valor ao produto”

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 63

Exportação

A ousadia de um empreendedor mudou a vida de pelo menos 110 famílias acreanas de ma-

neira direta. São funcionários da em-presa Plasacre - Indústria de Comércio de Importação e Exportação de Plás-ticos. A iniciativa do empresário Éder Paulo dos Santos é bem vista pelo go-verno do estado, que busca estimular a abertura de mais empresas no Acre com a implementação da Zona de Processa-mento de Exportação (ZPE).

O empresário ousou não apenas na maneira sustentável de conquis-tar espaço no mercado, mas também ao acreditar no potencial econômico e industrial do Acre, quando decidiu instalar, no Distrito Industrial de Rio Branco, a empresa que transforma lixo poluente em oportunidade de empre-go, renda e lucros.

O governador Tião Viana se mos-trou impressionado com a indústria que, atualmente, transforma resíduos plásticos em produtos como telhas, ca-nos, mourões de cercas e até mesmo em madeira plástica. O governador garan-tiu que a empresa tem todo o apoio do estado para expandir a produção.

“O desafio do Acre é a industriali-zação e ela está acontecendo. O Éder é um exemplo disso. Só nesta unidade ele gera 70 empregos. A empresa está trans-formando o que era lixo e um proble-ma para as pessoas, em oportunidade

Industrialização transforma o Acrede emprego, renda e em produtos que servem para diversas utilidades. É um ambiente que contribui definitivamen-te com a vida, feito por um empresário que se dedica ao Acre, luta pelo estado e é uma referência no setor industrial”, avaliou Tião Viana.

Parcerias e incentivos

O governador propôs uma par-ceria com a empresa para que ela seja responsável pela construção de pontos de paradas de ônibus de material plásti-co, mais resistente que a madeira, para a zona rural de Rio Branco. A parceria será executada em conjunto com o Departa-mento de Estradas e Rodagens do Acre.

“Os novos projetos da Plasacre têm todo apoio do Governo do Acre. Com essas paradas de ônibus nós va-mos partir para o incentivo na área ru-ral, que é a competência do governo do estado. E estamos discutindo a possibi-lidade de produção de tampas de cai-xas d’água, mais resistentes e duráveis para a comunidade, que a gente possa comprar para valorizar essa iniciativa”, anunciou Viana.

A produção de tampas de caixas d’água pode ser viabilizada por meio da nova máquina que a empresa está trazendo para o estado e que produzirá com plástico reciclável caixa d’água de alta durabilidade e qualidade. Durante

visita que o governador Tião Viana fez à empresa ele lembrou que o material usado pela Plasacre tinha como destino outras regiões do país.

Hoje, após deixar a estação de tratamento de resíduos, os resíduos só-lidos seguem para a indústria, transfor-mando-se em produtos úteis e duráveis para a comunidade. “Esse produto ia para São Paulo, era reaproveitado, vol-tava para o Acre num preço alto. Hoje gera emprego direito e indireto aqui e gera qualidade de vida por meio dos produtos”, explicou o governador.

Coleta seletiva

O empresário Éder Paulo tem outro projeto ousado que inicia como piloto em dois bairros da capital. Trata-se da coleta seletiva comunitária. Uma ideia que surgiu após a empresa cons-tatar que, apesar da produção de lixo plástico na capital chegar a 400 tonela-das, apenas 40 toneladas estavam sen-do coletadas.

“Isso acontece pela falta da se-leção no lixo doméstico. As pessoas misturam produtos recicláveis com lixo orgânico. Quando a empresa de coleta de lixo despeja o lixo na Unida-de de Tratamento de Resíduos (Utre) é preciso selecioná-lo. A empresa tem 40 funcionários para fazer isso, mas ainda não é suficiente”, observou Éder Paulo.

O governador Tião Viana (PT) propôs uma parceria com a empresa de Éder Paulo dos Santos para que ela seja responsável pela construção de pontos de paradas de ônibus de material plástico, mais resistente que a madeira

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64 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

Social

O Distrito Federal, os estados e os municípios que aderiram ao Sistema Único de Assistên-

cia Social (Suas) receberão, este ano, um incentivo mensal para aprimorar a gestão da área. O Índice de Gestão Descentrali-zada (IGD) é que irá qualificar os equipa-mentos e os serviços da rede pública em todo o país. O Ministério do Desenvolvi-mento Social e Combate à Fome reser-vou R$ 170 milhões no orçamento deste ano para o pagamento do IGD-Suas.

Para ter direito a receber o incen-tivo, os municípios, os estados e o DF devem atingir um IGD mínimo de 0,2. A avaliação será feita uma vez por ano e definirá o valor das parcelas a receber. Os municípios que tiverem índice de 0,2 re-ceberão o valor mínimo do incentivo, de R$ 500 mensais. Para os estados, o piso é de R$ 10 mil. O valor máximo varia se-gundo o índice alcançado, o número de famílias no Cadastro Único, a área territo-rial e a complexidade da rede de assistên-cia social, entre outros fatores.

“O repasse será maior para mu-nicípios e estados que concentrarem mais famílias em situação de extrema pobreza, até porque eles precisarão de estímulo maior para reforçar as estraté-gias de busca ativa e alcançar as metas do Plano Brasil Sem Miséria”, explicou a diretora de Gestão Descentralizada do Suas, Simone Albuquerque.

No final do ano passado, estados e municípios, além do DF, que atingiram

índices suficientes para ter direito ao in-centivo já receberam o primeiro repasse do IGD-Suas. Retroativo a julho, o va-lor chegou a R$ 53 milhões, transferi-dos diretamente aos fundos estaduais e municipais de assistência social, em parcela única.

Aplicação dos recursos

Os recursos do IGD-Suas poderão ser usados na organização do sistema, na gestão integrada de serviços e benefícios socioassistenciais, na articulação com o Programa Bolsa Família e com o Plano Brasil Sem Miséria, em educação, apoio técnico e operacional e implantação da vigilância socioassistencial.

Para fortalecer os Conselhos de Assistência Social de estados, muni-cípios e Distrito Federal, pelo menos três por cento dos recursos transferidos

deverão ser gastos com atividades de apoio técnico e operacional aos cole-giados. Não será permitido usar os recursos para pagamento de pesso-al efetivo e gratificações de qualquer natureza a servidor público estadual, municipal ou do DF.

Caberá aos conselhos receber, analisar e manifestar-se sobre as pres-tações de contas da aplicação dos re-cursos recebidos a título de IGD-Suas enviadas pelos fundos de assistência social. Os repasses do IGD-Suas serão suspensos se comprovada manipulação indevida das informações que com-põem o cálculo do incentivo, a fim de alcançar os índices mínimos.

Além da suspensão do repasse e da regularização das informações, os gestores responsáveis por informações incorretas ficarão sujeitos à reparação do dano e, se for o caso, à instauração de tomada de contas especial, sem pre-juízo da adoção de outras medidas pre-vistas em lei.

As informações sobre a aplicação do IGD-Suas deverão integrar as pres-tações de contas anuais dos fundos de assistência social municipais e estadu-ais, em item específico destinado à ges-tão. Mesmo após a aprovação das con-tas pelo conselho de assistência social, as informações deverão ficar arquivadas por cinco anos, para consulta do Minis-tério do Desenvolvimento Social e dos órgãos de controle interno e externo.

para combateNovos recursos

à pobreza

Bahia reforça o Bolsa Família

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 65

Para se adequar ao novo proces-so de busca ativa de beneficiá-rios do programa Bolsa Família,

1,7 mil gestores dos 417 municípios baianos participaram de um encon-tro, em Salvador, com a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. Cerca de 2,4 milhões de baianos vivem em extrema miséria e representam mais de 17% da população brasileira nessa condição. O Governo Federal vai incluir este ano no programa mais 120 mil famílias da Bahia.

“Muita gente recebe o Bolsa Fa-mília e precisa de qualificação. Vamos localizá-las tendo acesso às informa-ções, melhorando as redes de saúde e educação, oferecendo cursos e assistência técnica. Juntos - Governo Federal, esta-dos e municípios - conseguiremos supe-rar a extrema pobreza no Brasil”, afirmou Tereza Campello. Para isso, ela avalia ser fundamental que as famílias que tenham renda mensal per capita de até R$ 140 in-gressem no Cadastro Único para Progra-mas Sociais (CadÚnico).

Ela apresentou aos gestores baia-nos o Plano Brasil Sem Miséria, expli-cando como a iniciativa e o Programa Bolsa Família se complementam. Se-gundo informou, parte da população

que recebe o benefício já tem acesso à inclusão produtiva, qualificações, se-mentes e assistência técnica.

Tereza Campello também disse que a Bahia é um dos estados estratégi-cos para o Bolsa Família. “Trabalhamos juntos para que a Bahia possa continuar sendo pioneira no conjunto de progra-mas para a superação da extrema pobre-za no Brasil”, observou.

Microeconomia

Também presente ao encontro, o governador Jaques Wagner afirmou que o Bolsa Família é um programa social e de microeconomia. “Na Bahia entraram, em 2011, R$ 2,2 bilhões somente pelo Bolsa Família. Somado ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), que são os benefícios por idade e dos deficientes, este total chega a R$ 4,2 bilhões por ano, quase 20% de todo o orça-mento do estado. É muito dinheiro e entra direto na economia, vai para a feira, o merca-do, roda o armazém local”, esclareceu.

Wagner concordou com a ministra Tereza Campello em que é necessário se levar oportunidade e in-clusão produtiva a quem recebe o Bolsa Família. “Temos que apostar na agroin-

dústria familiar, juntar as pessoas nas cooperativas. Em vez de vender man-dioca, vender farinha, vender a fécula de mandioca. É um sistema que resgata a cidadania do nosso povo e é por isso que o Brasil está vivendo este momento diferente”, informou.

A gestora do Bolsa Família em Rio de Contas, no interior do estado, Cátia Simone Bonfim, disse que o sis-tema de busca ativa está funcionando no município da Chapada Diamantina, que possui 13 mil habitantes, dos quais 1,9 mil recebem o benefício, reforçando a economia local em R$ 170 mil men-sais. “Antes do Plano Brasil Sem Misé-ria, a gente tinha muita dificuldade de inserir estas famílias”, afirmou.

Segundo o secretário de Com-bate à Pobreza, Carlos Brasileiro, mais de 1,7 milhão de famílias recebem o Bolsa Família na Bahia, o que represen-ta 6,5 milhões de pessoas beneficiadas. “Temos ainda pelo menos 500 mil fa-mílias para serem atendidas e este en-contro vai facilitar isso”, explicou.

Bahia reforça o Bolsa FamíliaSocial

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66 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

Tocantins mostra avanços na educação

A Polícia Federal terá um departamento especializado na investigação e repressão de desvio de verbas pú-blicas, tarefa que até então vinha sendo realizada

pela unidade de Policia Fazendária. A formação de equipes especializadas e o aprimoramento das técnicas de investi-gação vão intensificar o combate a este tipo de crime que corrói o dinheiro do contribuinte.

O Serviço de Repressão a Desvios de Recursos Pú-blicos (SRDP), sediado em Brasília, será subordinado à Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Orga-nizado e terá delegacias em 16 estados e no Distrito Federal. Até então, os policiais responsáveis pela área também tinham outras atribuições. Agora eles atuarão exclusivamente nestas operações. “Com a especializa-ção, teremos uma otimização de resultados e ganho de eficiência”, diz o delegado Oslain Santana, diretor de combate ao crime organizado.

Os agentes serão remanejados das superintendências onde já atuavam contra esse tipo de crime, mas não tinham essa atividade como função principal, e receberão quali-ficação específica para investigar esse tipo de corrupção.

A nova estrutura da Policia Federal também inclui a criação do Serviço de Repressão a Crimes Cibernéticos, subordinado à Coordenação de Polícia Fazendária. Esse tipo de investigação já vinha sendo feito por agentes espe-cializados da PF, mas o departamento que cuida do assun-to ainda não tinha sido formalizado.

As diversas operações realizadas pela Polícia Federal em 2011 apontam para um rombo de R$ 3,2 bilhões nos cofres

públicos. O valor é mais do que o dobro do apurado pela po-lícia em 2010 (R$ 1,5 bilhão) e 15 vezes o apontado em 2009 (R$ 219 milhões). O montante refere-se apenas aos valores comprovadamente desviados

Apenas nos dois últimos meses do ano passado, a Po-lícia Federal deflagrou três grandes operações para apurar denúncias de desvio de verbas públicas, corrupção, pecu-lato e lavagem de dinheiro: Casa 101, Feira Livre e Anjos do Asfalto. Todas as ações foram coordenadas pela PF em conjunto com a Controladoria Geral da União-CGU e a Receita Federal do Brasil-RFB.

Operações

Na operação Casa 101, as investigações embasadas em relatórios de auditoria da CGU apontaram inúmeras e recorrentes irregularidades nas obras e serviços públicos firmados entre o Departamento Nacional de Infraestrutu-ra de Transporte -DNIT e as construtoras vencedoras das licitações no âmbito do Recife e região metropolitana. O valor total dos contratos investigados é de mais de R$ 370 mi. Só em um dos contratos, o prejuízo real ao erário foi avaliado – a preços de 2005 – em R$ 67.106.618.

Na Operação Feira Livre, a investigação constatou ir-regularidades e desvio de recursos públicos repassados pela Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB e o Programa Compra Direta da Agricultura Familiar, com doação simultânea à Associação dos Produtores de Leite de Foz do Jordão/PR.

Segurança Pública

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Tocantins mostra avanços na educaçãoDanilo Melo garante que o estado do Tocantins vai investir em informação continuada para os professores, focada em desempenho, estimulando o interesse pelo aprendizado

Educação

Estados & Municípios - Janeiro 2012 67

O estado de Tocantins teve um avanço considerável na qualidade e aprendizado do

ensino básico, conforme os resulta-dos da segunda aplicação das provas do Sistema de Avaliação Monitora-mento e Valorização da Educação do estado, apresentados pelo secretário da Educação, Danilo Melo.

De acordo com os dados cole-tados a partir da avaliação diagnóstica de Língua Portuguesa e Matemática aplicada a alunos do 5° e 9° ano do En-sino Fundamental e da 3ª série do En-sino Médio, as médias saíram de 4,57 para 4,75 no 5° ano, de 3,66 para 4,60 no 9° ano e de 2,98 para 3,52 na 3ª série.

Para o secretário, apesar do cres-cimento parecer pouco, ao analisar os números, “os esforços e envolvimen-

to da comunidade, alunos e todos os profissionais da educação precisam ser grandes para atingir décimos de cresci-mento”, explicou.

Danilo Melo explicou que os resultados são satisfatórios principal-mente no avanço daquelas escolas que estavam num padrão de desempenho ruim, o que mostra o envolvimento de todos que juntos perseguiram este ob-jetivo. Para as próximas edições, o Sis-tema de Avaliação do Tocantins (Salto) abrangerá outras disciplinas científicas, jogos estudantis e festival de artes, o que, segundo o secretário, busca uma “formação integral do aluno, priori-zando a formação na língua materna (a portuguesa), mas é preciso que o aluno seja uma pessoa criativa, que requer um

estudante aberto a novas oportunida-des e tecnologias, enfim, a demandas do mundo contemporâneo”, afirmou.

Metas

Para os próximos anos, o secre-tário afirmou que tem como desafios chegar aos seguintes índices: 4,7 em 2012; 5,2 em 2013 e 5,5 em 2012. “Nosso objetivo é levar o Tocantins aos melhores índices do Brasil e a atin-gir a meta nacional do Ideb para 2022, que é média 6,0”, enfatizou.

Para chegar aos objetivos, se-gundo Danilo Melo, o governo vai in-vestir em formação continuada para os professores, focada em desempenho; fará novas premiações para estimular o interesse pelo aprendizado, elabo-rará material de suporte, como guias de ensino para professores e guia de aprendizado para alunos, além de de-senvolver parcerias visando a educa-ção profissional.

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Os desabrigados que tiveram suas casas danificadas pelo forte vendaval que atingiu

o município de Esmeraldas (MG) te-rão prioridade de atendimento pelo programa Minha Casa, Minha Vida. O convênio para a construção de 364 unidades habitacionais, no valor de R$ 19 milhões, foi assinado pelo prefeito Flávio Leroy (PPS), Caixa Econômica Federal e a empresa RDR Engenharia, responsável pela constru-ção das casas. Além desse público, serão contempladas famílias com renda até três salários mínimos.

O prefeito garantiu que os mo-radores do Morro, local tradicional da cidade e o ponto mais atingido pelo vendaval, serão contemplados pelo pro-grama, bem como as famílias que estão em área de risco. Flávio Leroy ressaltou as turbulências superadas pela atual gestão e que a resposta da prefeitura às famílias desabrigadas foi imediata. Isso marca um “novo estilo de governar a ci-dade, sem politicagem e com o propósito de melhorar a vida das pessoas”, destacou. 

Para o gerente local da CEF, Carlo Francis Rocha, a assinatura do contra-to vai amenizar a demanda de moradia em Esmeraldas, que é muito grande. O

representante da construtora, Osval-do Lara Filho, destacou que as obras de terraplanagem já foram iniciadas e que todas as unidades serão entregues no prazo máximo de 14 meses. “Espe-ramos que seja o primeiro de um novo projeto com mais novas unidades em Esmeraldas”, anunciou.

O Superintendente da Caixa Eco-nômica Federal, Rômulo Martins de Freitas, enfatizou a importância do pro-grama Minha Casa, Minha Vida para propiciar acesso à moradia para famílias carentes em todo o país.

 Os prejuízos causados pela forte chuva que cai desde dezembro passado em Esmeraldas, que desabrigou mora-dores e interditou pontes que dão aces-so às comunidades rurais, mobilizaram todas as secretarias municipais.

Após vistoriar e mapear as casas em situações de risco no Morro, a Se-cretaria Municipal de Obras, Trans-porte e Trânsito mapeou e vistoriou as casas em situações de risco, interditou

Casa nova para os desabrigadosdomicílios e derrubou casas que foram condenadas pela Defesa Civil.

Todas as pessoas atingidas foram cadastradas por assisten-tes sociais e receberam coberto-res, colchões e atendimento social.  Os moradores que perderam remé-dios por causa da chuva receberam novos medicamentos e atendimento médico. Flávio Leroy garantiu que, apesar da tragédia, 2012 será um ano de muitas realizações, graças ao au-mento da arrecadação registrada no município, oportunidade que terá para investir no social e na área urbana para o cumprimento de metas do governo. “Nossa caminhada tem um rumo e um norte”, ressaltou o prefeito.

Localizada na região metropolita-na de Belo Horizonte, a 62 quilômetros da capital, Esmeraldas tem uma popula-ção estimada de 60 mil habitantes. Sua economia está centrada na pecuária lei-teira e na produção de hortigranjeiros, sua principal atividade econômica.

Habitação

Estados & Municípios - Janeiro 2012 69

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70 Estados & Municípios - Janeiro 2012

O Porto

No final dos anos 60, Israel Pinheiro, governador de Minas, buscava apoio dos governadores nordestinos para incluir duas de-zenas de municípios mineiros na área de atuação da SUDENE, be-neficiada com os incentivos fiscais concedidos à região. Sua primeira visita foi a Pernambuco, estado sede daquela agencia de desen-volvimento. Recebido com pom-pa pelo governador Paulo Guerra, que sucedera a Miguel Arrais após o golpe de 64, mal desembarcou fui logo determinando ao seu aju-dante de ordens:

- Tome todas as providências para a minha visita ao porto. Não posso sair daqui sem vê-lo.

Um diligente auxiliar de Paulo Guerra ouviu a ordem e logo mos-trou eficiência:

- Deixe conosco, governador.providenciaremos a visita para ain-da hoje, à tarde.

Israel visitou a SUDENE, al-moçou no Palácio das Princesas e, ao cair da tarde foi avisado de que estava tudo preparado para sua vi-sita. E logo saía em disparada pe-las ruas estreitas do Recife, a bor-do de um Landau preto protegido por vários carros de segurança e batedores com sirenes ligadas. Em cinco minutos a comitiva se deteve e um solícito oficial abriu a porta do carro: Pronto, excelência. Che-gamos ao porto.

Um e meio?

O “senador” Vieira dá conta de um amigo político lá do inte-rior do Ceará que teve problemas quando comprou um computador e passou a ganhar intimidade com os meandros da informática. E dá conta do que ocorreu com um em-presário seu amigo que tinha uma “comissão” a pagar a um prefeito por conta de uma concorrência que ganhou, de maneira nada ortodoxa, para fornecer equipamentos à Pre-feitura. O burgomestre telefonou cobrando grana. O diálogo foi rápi-do e nada agradável:

- Meu caro, você prometeu mandar o dinheiro tão pronto rece-besse e até hoje não chegou nada. Estou sendo pressionando pelos companheiros aqui, que querem a parte deles.

O empresário cuidou de tran-qüilizar o Odorico Paraguassu nor-destino:

- Fique tranqüi lo, amigo. Agora mesmo estou transfer indo o total para a sua conta. Mandei um e-mai l para o banco nesse mi-nuto. . . .

RANGEL CAVALCANTE [email protected]

Casos & Causos

E só ouviu o homem esbrave-jar do outro lado da linha, antes de bater o telefone de forma grosseira:

- Olha, rapaz, você sempre foi correto nos nossos acordos. Não me venha agora com essa enrolada. Nós combinamos foi quatro mil e não vou aceitar apenas um e meio!

Só uma conversa pessoal deu fim ao mal-entendido e o prefeito foi iniciado no linguajar da computação.

Afilhado

Uma turma chefiada pelo em-presário Luiz Antonio Scarpin, lá de Ponta Grossa, no Paraná, organizou um jogo de pólo aquático na pisci-na dos Slaviero, a melhor da cidade. Como metas improvisadas, os atle-tas de fim-de-semana, entre os quais vários políticos, colocaram duas ca-deiras pesadas, O jogo ia na melhor fase quando um dos goleiros, o Mar-cos Slaviero, ao tentar uma defesa, bateu forte com a cabeça na cadeira e desmaiou. Levado ao hospital com um profundo corte na testa, teve o ferimento suturado pelo médio de plantão que, ao final indagou, para as devidas providências financeiras:

- O senhor é filiado ao INSS?E o paciente, ainda tonto:- Não. Não sou afilhado! Sou

filho do Rotildo Slaviero, aqui mes-mo de Ponta Grossa, que logo mais vai mandar pagar a conta.

É que antes vira chegar um pa-ciente que foi atendido com muita presteza depois de se dizer afilhado do ex-governador Ney Braga.

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 71

COLUNISTA

Surpreso, o governador minei-ro se viu diante de todos os inte-grantes da Administração do Porto do Recife, recebido por toda a di-retoria, que, sorridente lhe dava as boas-vindas, ao lado de um imenso navio cargueiro que descarregava cimento da Polônia. Havia até um coquetel, com salgadinhos e tudo.

E foi a vez do visitante esclare-cer as coisas:

- Meus amigos. Houve um tre-mendo engano. O porto que eu que-ro visitar é o meu velho amigo Costa Porto, superintendente dos Diários Associados, que foi meu colega na Constituinte de 1946 e a quem não vejo há vários anos.

À noite Israel jantava com o res-peitado jornalista José Costa Porto, que além de deputado passara tam-bém por vários importantes cargos públicos, como os de ministro da Agricultura, no governo Café Filho, e de presidente do Banco do Nordeste, relembrando os velhos e bons tempos.

Pesquisa

Nos Estados Unidos, a revista “Acontece” nos traz uma hipotética pesquisa que teria sido feita pela ONU entre os seus estados-mem-bros. Foi enviado uma carta a cada um dos governos pedindo que res-pondessem a apenas uma pergun-ta”: Por favor, diga honestamente qual a sua opinião sobre a escassez

de alimentos no resto do mundo”. Diz a revista que a pesquisa redun-dou num tremendo fracasso. E ex-plica o porquê:

Os países europeus não enten-deram o que era “escassez”;

Os africanos não sabiam o que era “alimento”;

Os cubanos estranharam e pe-diram maiores explicações sobre o que era “opinião”;

Os argentinos não sabiam o significado de “por favor”;

Os norte-americanos desco-nheciam o que era “resto do mundo”

No Brasil, o Congresso e o gover-no estão até agora debatendo sobre o que deve significar “honestamente”.

Onde arranjou?

Tão pronto assumiu o man-dato, o prefeito de uma peque-na cidade paulista comprou uma casa. Homem reconhecidamente pobre, ele pagou R$ 300 mil pelo imóvel , que era considerado um dos melhores e mais bem locali-zados do lugar, onde as habita-ções são muito baratas. Logo, em vár ios pontos da cidade os mu-ros amanheceram pichados com a pergunta:

“Prefeito, onde você arranjou R$ 300 mil?”

De pavio curto, segundo conta Cí-cero Mendes da Silva, o prefeito man-dou divulgar pela pequena emissora de rádio da cidade que oferecia um prêmio de R$ 10 mil a quem denunciasse o au-tor ou autores das pichações.

Foi só a conta. A cidade acor-dou já na manhã seguinte com os muros exibindo a nova mensagem dos pichadores. Dizia:

“Prefeito, onde você arranjou R$ 310 mil?”

Não perguntaram

Em seu “Caleidoscópio”, o minis-tro Flávio de Oliveira Castro, que por mais de trinta anos viveu as alegrias e as agruras da vida diplomática pelos cinco continentes, e que em sua longa carreira destacou-se não apenas pela competên-cia, mas também como ótimo contador de causos, nos traz uma sua experiência em Lisboa. Conta que estava num cine-ma da alameda Afonso Henriques, na capital lusitana, quando a projeção foi interrompida. Era o intervalo para que os freqüentadores esticassem as pernas, tomassem um refresco ou fumassem fora do salão de projeção.

Acesas as luzes, Flávio notou que, mesmo diante dos vários cartazes dan-do conta de que era proibido fumar, boa parte dos espectadores continua-va em seus lugares, fumando cigarros e charutos, brindando os demais com grandes baforadas. Fumante invetera-do, o nosso diplomata sacou a cigarreira e, antes de acender o cigarro, perguntou ao bombeiro voluntário – o lanterninha de lá - que cuidava da segurança e da vi-gilância do lugar, se era mesmo proibi-do fumar ali, como diziam os cartazes. Diante da resposta afirmativa, demons-trou surpresa:

- E como é que todo esse pessoal está fumando?

O guarda explicou:- É que esses que vossa excelência

está a ver não me perguntaram.

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72 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

Empreendedorismo

“O tempero que mãe faz para fi-lho”, assim foi definido o tempero que cativou os brasilienses. Entre outros pratos típicos da culinária nordestina, fazem parte do cardápio a feijoada, car-ne assada, pernil de panela e a famosa rabada. Tia Zélia chega a atender 200 clientes por dia. “Eu não tenho curso de cozinheira, mas não tenho medo de entrar em qualquer cozinha. Pode me colocar pra cozinhar para senador, mi-nistro, deputado ou presidente. Eu não tenho medo porque sei trabalhar.”

Políticos

Entre as personalidades que já freqüentaram o restaurante da Tia Zé-lia estão o ex-presidente Lula, o minis-tro da Educação, Aloizio Mercadante, o ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, senadores, deputados, governadores, prefeitos, vereadores, secretários municipais e empresários de todo o país. Até mesmo o cantor e pagodeiro Dudu Nobre já foi provar a feijoada da baiana.

Turismo

No mês de dezembro do ano pas-sado, Tia Zélia foi um dos destaques do evento FuTURo – Cuidando do Turis-mo do Brasil, realizado no Teatro Na-cional de Brasília. O encontro foi vol-tado para os servidores do Ministério do Turismo, onde foi apresentado o planeja-mento da pasta para os próximos anos.

Empreender para vencer

Exemplo de determinação e força de vontade, Tia Zélia esbanja simpatia e oferece diariamente seus serviços à po-pulação. Quem ainda não provou, não sabe o que está perdendo.

O tempero de alho e amor da Tia Zélia

Para ser empreendedor é preciso ter paixão no negócio. É baseada nesta teoria que Maria de Jesus Oliveira Costa, mais conhecida como Tia Zélia, conseguiu conquistar o sucesso no ramo de alimentação. “O

tempero do mundo é alho e amor, primeiramente o amor, e o amor está aqui nas minhas mãos”, acrescenta Tia Zélia.

Localizado na Vila Planalto –DF, o restaurante conta com uma equipe de 10 funcionários. Aos 58 anos, a baiana Tia Zélia já fez de tudo, foi engraxate, empregada doméstica, vendedora de cachaça e mel, mas foi como cozinhei-ra que se destacou e hoje é referência gastronômica em Brasília, tendo como clientela a nata da política brasileira. “Eu sei vender, sei conquistar, sei como fazer para receber, e sempre tive como qualidade não comprar nem vender fiado, em 25 anos de profissão”, confessa a cozinheira, hoje empresária.

Tayana Duarte

Em 2010, já faturamos 7 importantes prêmios: 6 medalhas no Colunistas, o que nos deixou entre as melhores agências do Norte-Nordeste, e um Bahia

Recall, a mais importante e concorrida premiação do mercado baiano. Conquistas que aumentam ainda mais o nosso prazer pelo trabalho e nos

estimulam a buscar resultados cada vez mais consistentes para os nossos clientes. Sempre com ideias diferenciadas, pra chegar cada vez mais longe.

Destaque no Bahia Recall e seis medalhas no Colunistas Norte/Nordeste 2010.

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Em 2010, já faturamos 7 importantes prêmios: 6 medalhas no Colunistas, o que nos deixou entre as melhores agências do Norte-Nordeste, e um Bahia

Recall, a mais importante e concorrida premiação do mercado baiano. Conquistas que aumentam ainda mais o nosso prazer pelo trabalho e nos

estimulam a buscar resultados cada vez mais consistentes para os nossos clientes. Sempre com ideias diferenciadas, pra chegar cada vez mais longe.

Destaque no Bahia Recall e seis medalhas no Colunistas Norte/Nordeste 2010.

anuncio_est_munic_21x28.pdf 1 17/11/10 11:49

Page 74: Revista Estados & Municipios

David J. Keaney, B.Comm., CA tem como

compromisso oferecer serviços de alto nível

nas áreas de negociação e consultoria

financeira para empresas; consultoria

operacional e estratégica; fusões e

aquisições, gerenciamento de riscos;

governança corporativa; cumprimento e

serviços de auditoria.

Sua experiência e carreira nos setores bancário,

financeiro e de seguros nos últimos 25 anos

proporcionam conhecimento profundo e possibilitam

soluções criativas e práticas em gerenciamento de

risco, monitoramento corporativo (corporate

compliance) e gerenciamento e preservação de

controles e recursos. Como o principal executivo

financiero (Chief Financial Officer – CFO) de um dos

maiores grupos de seguros bancários do Canadá, ele supervisionou todos os

aspectos de gerenciamento de riscos, governança corporativa, relatoria

financeira e requisitos regulatórios para o banco. Ele é um executivo sênior e um

lider estratégico e visionário; antecipando tendências futuras, influenciando

organizações em diferentes níveis e criando consenso ao redor de visões e

metas corporativas. Ele percebe os benefícios de criar urgência enquanto

constrói estratégias e planos de execução e melhoria de performance do

negócio. É essencial manter-se ciente e avaliar o impacto de tendências

emergentes no mercado para apoiar a visão, estratégias e sustentabilidade de

longo prazo de organizações. Ele cria comprometimento e entusiasmo com

relação a metas desejadas e proporciona um ambiente dinâmico.

DAVID J. KEANEY, B.COMM.. CA

CHARTERED ACCOUNTANT

[Date]

Focado no objetivo de fornecer as empresas consultoria financeira de alto nível no Brasil, reconhecida por excelência nos serviços prestados, sempre buscando melhores soluções para os seus clientes e parceiros

[email protected]

Brasilia DF, Brazil

(55) (61) 8419-4008

Page 75: Revista Estados & Municipios

DAVID J. KEANEY, B.COMM., CA., CHARTERED ACCOUNTANT

Estar disponível para consultorias, oferecendo recursos e expertise para empresas e outras organizações

Seja uma firma de consultioria,

uma empresa doméstica ou

multinacional, ter acesso a

gerenciamento de risco,

governança corporativa,

cumprimento e serviços de

consultoria estratégica é

essencial. Isso permite que

empresas respondam

rapidamente a novas

oportunidades de negócios.

É parte de uma gestão

inteligente desenvolver uma

estrutura de gerenciamento de

riscos para toda a empresa ou

simplesmente revisar e

melhorar o modelo existente.

Em períodos turbulentos

recentes, planos táticos

unidimensionais foram

necessários para dar conta de

prioridades imediatas, mas o

desafio real é construir um

panorama mais completo das

tendências que surgirão à

medida em que a poeira da

confusão atual baixe.

Nas circunstâncias atuais uma

estrutura mais robusta e melhor

organizada é necessária.

“É necessário criar

capacidades institucionais

para gerenciar e controlar

incertezas – é um tema

importante demais para deixá-

lo a cargo de uns poucos.”

Nós podemos guiá-lo através

da incerteza do desconhecido.

Nós podemos usar as

experiências de outras

organizações multinacionais

que lidaram com os mesmos

problemas – e encontraram as

melhores estruturas de risco e

cumprimento possíveis.

Serviços de Auditoria

Consultoria

Riscos & Cumprimento

da lei SOX 404 Permitindo que as empresas reajam as oportunidades dinâmicas e mutáveis

Clientes incluem associação de funcionários nas:

• U.S. Embassy, Brasilia • U.S. Consulate, Sao

Paulo

"... foi um grande benefício poder encontrar um auditor com experiência americano de norte de contabilidade e auditoria, que compreende

também o mercado brasileiro "

Adam Wallingford

Chairman of the Board of Directors ESSA

U.S. Embassy, Brasilia

Page 76: Revista Estados & Municipios

76 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

Localizado a 500 quilômetros de Recife, em pleno Oceano Atlântico, este arquipélago tem praias de tirar o fôlego. E para todos os gostos: mergulhar, surfar, observar a fauna marinha, capitaneada pelos golfinhos, ou somente para curtir a praia e o mar cristalino. Suas praias estão divididas entre as do mar de dentro e de fora.

O arquipélago é composto de 21 ilhas, espalhadas em uma área de 26 quilômetros quadrados de puro êxtase. São 17 quilô-metros quadrados, onde vive uma população de apenas 3.500 habitantes e o turismo é desenvolvido de forma sustentável. Entre suas muitas atrações estão os mirantes, rochedos, grutas, cachoeiras e recifes de corais.

Considerado Patrimônio Natural pela Unesco, 70% do arquipélago são do Parque Nacional Marinho, uma unidade de conservação com centro de pesquisa científica, e o restante é Área de Preservação Ambiental. Fernando de Noronha é um santuário que é exemplo de preservação e harmonia entre homem e natureza.

O patrimônio cultural que a população local representa está nas fortalezas, na culinária e nas festividades. Fernando de Noronha possui boa estrutura voltada para o turismo, com diversas opções de restaurantes, bares e pousadas.

Para chegar em Fernando de Noronha existem duas opções: de avião (são dois vôos diários do Recife e dois de Natal) e pelo mar (por meio de um cruzeiro a bordo de navios que visitam o arquipélago de outubro a fevereiro). O turista que programa visitar a ilha tem de pagar uma Taxa de Preservação Ambiental, que varia de R$ 43,20 (por um dia) a R$ 3.564,00 (por 30 dias), disponível na internet.

A temperatura média é de 28 graus na terra e 26 graus no mar, tendo apenas duas estações: uma seca (de setembro a março) e outra chuvosa (de abril a agosto), sendo que o período de chuva é caracterizado por chuvas esporádicas, intercaladas por sol intenso.

Fernando de Noronha, um pedaço do paraíso

Principais atraçõesVila dos Remédios Local onde encontra-se boa parte do sítio histórico de Fernando de Noronha. O palácio São Miguel, a igreja de Nossa Senhora dos Remédios e o Forte do mesmo nome, antigos casarios e presídios além do museu histórico são algumas das relíquias para visitação.

Turismo

76 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

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Estados & Municípios - Janeiro 2012 77

Morro Dois Irmãos Um dos cartões postais do arquipélago, o Morro Dois Ir-mãos está localizado em frente à Baía dos Porcos, conside-rada a segunda praia mais bonita do Brasil, só perde para sua vizinha Baía do Sancho.

Baía dos Porcos Entre as mais belas enseadas do Brasil, possui mar calmo, ideal para banhos. A Ilha Dois Irmãos, cartão postal da ilha, fica bem ao lado. Forma piscinas naturais nos recifes.

Baía dos Golfinhos Como o nome já diz, é um dos locais privilegiados para observar esta espécie de mamíferos. O show dos golfinhos deve ser visto do alto do mirante da baía, já que o acesso é proibido. Vale cada segundo.

Mergulho livre Realizar o mergulho de flutuação (snorkling), para observação da fauna marinha, com acompanhamento de guia. O local do mergulho será escolhido de acordo com as condições do mar e autorização do Ibama. Os locais mais comuns para estes mer-gulhos são: o naufrágio do Porto de Santo Antônio, o Morro de Fora na praia da Conceição ou a Baía do Sueste.

Turismo

Estados & Municípios - Janeiro 2012 77

Page 78: Revista Estados & Municipios

78 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

O Progetto tem por objetivo re-alizar um Fórum em Brasília - Capital do Brasil, país este

diretamente ligado a esta personalida-de, vulto da história da humanidade no período dos descobrimentos, e mapear o quantitativo de material iconográfico histórico existente nos países convida-dos - Itália, Portugal, Espanha, Cabo Verde e Serra Leoa, entre outros envol-vidos com as rotas expeditórias e vida e morte de Amerigo Vespucci, e assim identificar a origem procedente e au-tenticidade.

Segundo o coordenador do proje-to, Leonel Ribeiro, o foco principal é a constituição de uma história oficial que chega aos 500 anos de sua morte com diversas versões de sua vida real. E com o resultado do Fórum objetiva-se agre-gar valores à realização de um filme: “Novus Orbis ou Mundus Novus Ame-rigo Vespucci”, um longa metragem fic-ção, sobre a vida e morte de Vespucci, com parceria bilateral entre os países envolvidos e convidados, dinamizando a co-produção internacional.

Apresentado a Total Filmes para re-alização da produção, o argumento será o resultado desta pesquisa realizada pelo coordenador do projeto, explica Leonel Ribeiro. Do elenco participarão atores italianos, portugueses, espanhóis, fran-ceses e dos diversos países que fizeram parte de suas rotas expeditórias: Guia-na Francesa, Haiti, Golfo da Venezuela, Pária, Açores, Cabo Verde e Serra Leoa, como uma forma pontual de intercâmbio do turismo cultural, educacional e étnico entre o Brasil e demais países.

O Fórum

O Fórum Amerigo Vespucci 500 Anni será realizado em data a ser defi-nida junto ao Governo de Sevilha/Es-panha, e a estrutura e objetivos junto aos estados e cidades do Brasil e países envolvidos com suas rotas expeditórias. Entre 1501 e 1504, Amerigo Vespucci (9/3/1454 a 22/2/1512) esteve em significativas passagens no Brasil, no período dos descobrimentos, e segun-do alguns historiadores realizou diversas viagens. Como era de costume, foram sendo denominados os locais descober-tos com nomes de santos católicos, entre eles Cabo de São Roque,Cabo de São Tomé e Cabo de São Agostinho/RN; Bahia de Todos os Santos/BA; Rio de Ja-neiro, Angra dos Reis; Cabo Frio e Arraial do Cabo/RJ; São Sebastião,São Vicente e Cananéia/SP; Fernando de Noronha/PE e também o estado do Amazonas.

Progetto Amerigo Vespucci 500 AnniO Ministério das Comunicações e a ECT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos lançaram no dia 10 de maio de 2010, o selo carimbo e edital “Américo Vespúcio – Florença – Arraial do Cabo” Brasil-Itália, em emissão especial da série Relações Diplomáticas, nos 505 anos do descobrimento da cidade

O embaixador do Brasil na Espanha, Paulo Cesar de Oliveira Campos (e), recebe Leonel Ribeiro (d) em visita oficial a Madri

Cultura

Page 79: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Janeiro 2012 79

Caravela Federal

Leonel Ribeiro salienta que apresentou o projeto à Subsecretaria de Políticas e Promoções Culturais da Secretaria de Cultura do Distrito Federal. O Progetto/Fórum Amerigo Vespucci 500 Anni, compreendendo a importância no país deste resgate histórico do Brasil, realizará na Capi-tal Federal uma homenagem ao des-cobridor. Para isso, ele fez contatos visando uma parceria com o GDF na cooperação da realização e indicação das autoridades representantes que constituirão a comitiva oficial da via-gem a Sevilha, em 22 de fevereiro de 2012, denominada Caravela Federal.

Leonel espera que seja definida de forma conjunta a programação bi-lateral de eventos para participação de personalidades da cidade de Sevilha, que estarão na entrega da Medalha Amerigo Vespucci – Honra ao Mérito

ao prefeito Juan Ignacio Zoido Álvarez e ao presidente da Câmara Legislativa, além de autoridades e representan-tes do governo espanhol, presentes ao evento, na Espanha e posteriormente no Fórum em Brasília, juntamente com o Ministério das Relações Exteriores, Embaixada do Brasil em Madri, Senado e Câmara Federal, envolvidos com o Progetto, desde 2010.

Em viagem à Itália, Espanha e Portugal, Leonel Ribeiro, com apoio do Ministério da Cultura – Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural da Secretaria do Audiovisual, Ministério das Relações Exteriores e Embaixadas do Brasil, apresentou o selo e o edital que assina e solicitou cópias autenti-cadas das Instituições Internacionais de resguardo dos acervos - o registro de nascimento na Itália, e de sua morte na Espanha e das cartas de bordo das ca-ravelas em Portugal, para realizar uma exposição e o roteiro do filme.

www.rotasexpeditorias.com.br http://forumamerigovespucci500

annidf.blogspot.com

Cultura

Ilustrações da carta náutica e das viagens de Amerigo Vespucci

Page 80: Revista Estados & Municipios

80 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

Automóveis

Novo FusionO novo Sedã será oferecido em versões a gasolina, híbrido e plug-in. Ele é equipado com a nova linha de motores menores e mais potentes.

Segundo a montadora americana, o novo Fusion é o primeiro sedã a ter versões com motor a gasolina, híbrido (combinação de motor a combustão e elétrico) e plug-in (híbrido cuja bateria pode ser carregada na tomada). As duas primeiras já eram oferecidas.

A Ford revelou o Fusion 2013, totalmente renovado

Cadillac ATS 2013 foi reveladoApresentado em Detroit, o Cadillac ATS 2013 tem 4,64 metros de

comprimento, 1,80 de largura e 1,42 de altura

O Cadillac ATS 2013 chega no momento em que a GM deci-de bater de frente com as marcas de luxo alemãs e se aproveitar da fraqueza da Lexus, depois de um ano difícil. Controle de

cruzeiro adaptativo, alerta de colisão, oito airbags, controle de estabilidade dinâmica, entre outros, fazem parte do vasto pacote de equipamentos de segurança do Cadillac ATS 2013.

80 Janeiro 2012 - Estados & Municípios

Page 81: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Janeiro 2012 81

Dodge Dart

Tru 140S

No Salão de Detroit, depois de muitos teasers, é revelado o novo Dodge Dart, sedã médio que chega para disputar com o Corolla, Civic, Cruze e Elantra. Apesar de o Dart ser o nome de um antigo modelo da Dodge, ele na verdade é uma adap-tação da plataforma C-Evo, a mesma do Alfa Romeo Giulietta. Este é o primeiro carro da Chrysler que usa arquitetura da Fiat (dona da Chrysler e da Alfa Romeo).

A Chevrolet surpreendeu ao mostrar, na abertura do Salão de Detroit, este belo coupê conceito, chamado de Tru 140S. O carro foi desenhado es-pecialmente para o publico mais jovem. Feito para ser funcional e acessível, ele traz motor 1.4 turbo. O argumento usado pela Chevrolet é de que cerca de 80 milhões de pessoas que vivem na América, o equivalente a 40 % do publico consumidor americano, estão se aproximando dos 30 anos. Juntos eles têm um poder de compra superior a US$ 1 trilhão. Ou seja, o mercado de carros voltados para o público jovem promete ser promissor. É nesta fatia que a GM está de olho.

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Page 82: Revista Estados & Municipios

82 Estados & Municípios - Janeiro 2012

enquanto que na região Norte o déficit equivale a 1,48%. Na região Centro-Oeste verifica-se um equilíbrio nas con-tas, com um superávit de 0,28%.

Os resultados per capita dão uma melhor dimensão das diferenças exis-tentes entre as regiões.

O superávit orçamentário per capita do conjunto dos municípios da região Sul (R$ 76,62) é o mais elevado de todos. O superávit é registrado em 70,20% dos seus municípios. Em segui-da aparecem os municípios da região Sudeste (R$ 57,92), com um resultado mais de duas vezes superior ao do re-sultado médio do conjunto dos muni-cípios brasileiros, que é de R$ 26,45. O superávit é registrado em 59,89% dos seus municípios. A região Centro-Oes-te é a que apresenta o resultado mais

equilibrado entre receitas e des-pesas, com um superávit de R$ 4,67. O superávit é encontrado em 64,09% dos seus municípios.

O déficit orça-mentário per capita do conjunto dos municí-pios da região Nor-deste (R$ 28,83) é bem elevado. O

déficit é registrado em 60,29% dos mu-

nicípios da região. Para os municípios da região

Norte (R$ 18,76) o déficit é uma vez e meia menor que o

encontrado na região Nordeste, mas mesmo assim reflete as difi-

culdades que serão encontradas nos

A situação financeira dos municípios

A partir dos dados disponibiliza-dos pela Secretaria do Tesouro Nacio-nal para 2010, referentes a uma amos-tra de 5.212 municípios, verifica-se que as receitas orçamentárias do conjunto dos municípios somaram R$ 319,8 bilhões, enquanto que as despesas se si-tuaram em R$ 314,8 bilhões, produzin-do-se um superávit da ordem de R$ 5,0 bilhões, que corresponde a uma folga de 1,56% em relação às receitas.

Em nível regional os resultados são bem distintos. Enquanto os con-juntos dos municípios das regiões Sul e Sudeste apresentam elevados supe-rávits orçamentários, respectivamente 4,20% e 2,85% da receita, nas regiões Nordeste e Norte ocorre o oposto. O conjunto dos municípios da região Nordeste apresenta um déficit equi-valente a 2,29% da sua receita,

dois últimos anos de mandato dos atu-ais prefeitos. O déficit é registrado em 57,68% dos municípios da região.

Os grupos de municípios que apresentam os superávits per capita mais elevados são os de 500 mil a 1 milhão de habitantes da região Sul (R$ 144,14); aqueles com população entre 100 mil e 200 mil habitantes da região Sul (R$ 130,67); os dois municípios com mais de 5 milhões de habitantes da região Sudeste (R$ 124,50); e aqueles com po-pulação entre 1 milhão e 5 milhões de ha-bitantes na região Sul (R$ 120,95).

Os grupos de municípios que apresentam os déficits per-capita mais elevados são os de até 2 mil habitantes da região Norte (R$ 188,47); aqueles com população entre 200 mil e 500 mil habitantes da região Norte (R$ 65,52); os municípios com população entre 1 milhão e 5 milhões de habitantes da região Nordeste (R$ 60,18); e aqueles com população entre 500 mil e 1 mi-lhão de habitantes na região Centro-Oeste (R$ 56,00).

Dependendo do resultado obtido em 2011, uma significativa parcela dos 2.530 municípios que registrou déficit orçamentário em 2010 terá um ano de dificuldades financeiras em 2012, vez que os reajustamentos do salário-mí-nimo (14,13%) e do piso nacional dos professores (estimado em 22%) estão bem acima de qualquer previsão de au-mento de receita.

François E. J. dE BrEmaEkEr [email protected]

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Page 84: Revista Estados & Municipios

Nas compras do Governo Federal, é a

Natureza que agradece a preferência.

Responsabilidade ambiental, social e econômica caminham juntas. Por isso

as contratações públicas são feitas priorizando produtos e serviços em uma

lista com mais de 3.000 itens produzidos de maneira sustentável, com menor

impacto no meio ambiente. Leve esta iniciativa para o seu dia-a-dia: compre

com responsabilidade. É muito mais vantagem para você e para o país.

Consulte a lista completa emhttp://cpsustentaveis.planejamento.gov.br

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