84

Revista Estados & Municipios

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Ediçao 222 - fevereiro 2012

Citation preview

Page 1: Revista Estados & Municipios
Page 2: Revista Estados & Municipios

Um novo desafi o para gerar ainda mais

orgulho do Brasil.

Posicionada como referência na execução de obras de alta complexidade e de grande porte logístico, a Camargo Corrêa participa da construção da Refi naria Abreu e Lima, a mais moderna refi naria de petróleo do País. A implementação de rígidos padrões internacionais na obra, reconhecida com a quíntupla* certifi cação de qualidade, além da prioridade para a contratação de trabalhadores locais, em conjunto com o desenvolvimento de programas de responsabilidade social, já estão garantindo melhores condições de vida e cidadania para toda a região.

A Construtora Camargo Corrêa tem orgulho de participar, em parceria com a CNEC Worley Parsons Engenharia, desse novo desafi o liderado pela Petrobras para avançar ainda mais rumo ao desenvolvimento sustentável do Brasil.

* Certifi cações de qualidade e efi ciência concedidas pela Fundação Vanzolini em Meio Ambiente (NBR ISO 14001), Qualidade (NBR ISO 9001), Saúde e Segurança do Trabalho (OHSAS 18001), Responsabilidade Social (NBR 16001) e Qualidade nas Atividades da Indústria de Petróleo e Gás (ISO/TS 29001). camargocorrea.com.br

Filtro de areia – Unidade 27.007

AF_An Rev Estados e Municipios 42x28.indd 1 2/13/12 11:31 AM

Um novo desafi o para gerar ainda mais

orgulho do Brasil.

Posicionada como referência na execução de obras de alta complexidade e de grande porte logístico, a Camargo Corrêa participa da construção da Refi naria Abreu e Lima, a mais moderna refi naria de petróleo do País. A implementação de rígidos padrões internacionais na obra, reconhecida com a quíntupla* certifi cação de qualidade, além da prioridade para a contratação de trabalhadores locais, em conjunto com o desenvolvimento de programas de responsabilidade social, já estão garantindo melhores condições de vida e cidadania para toda a região.

A Construtora Camargo Corrêa tem orgulho de participar, em parceria com a CNEC Worley Parsons Engenharia, desse novo desafi o liderado pela Petrobras para avançar ainda mais rumo ao desenvolvimento sustentável do Brasil.

* Certifi cações de qualidade e efi ciência concedidas pela Fundação Vanzolini em Meio Ambiente (NBR ISO 14001), Qualidade (NBR ISO 9001), Saúde e Segurança do Trabalho (OHSAS 18001), Responsabilidade Social (NBR 16001) e Qualidade nas Atividades da Indústria de Petróleo e Gás (ISO/TS 29001). camargocorrea.com.br

Filtro de areia – Unidade 27.007

AF_An Rev Estados e Municipios 42x28.indd 1 2/13/12 11:31 AM

Page 3: Revista Estados & Municipios

Um novo desafi o para gerar ainda mais

orgulho do Brasil.

Posicionada como referência na execução de obras de alta complexidade e de grande porte logístico, a Camargo Corrêa participa da construção da Refi naria Abreu e Lima, a mais moderna refi naria de petróleo do País. A implementação de rígidos padrões internacionais na obra, reconhecida com a quíntupla* certifi cação de qualidade, além da prioridade para a contratação de trabalhadores locais, em conjunto com o desenvolvimento de programas de responsabilidade social, já estão garantindo melhores condições de vida e cidadania para toda a região.

A Construtora Camargo Corrêa tem orgulho de participar, em parceria com a CNEC Worley Parsons Engenharia, desse novo desafi o liderado pela Petrobras para avançar ainda mais rumo ao desenvolvimento sustentável do Brasil.

* Certifi cações de qualidade e efi ciência concedidas pela Fundação Vanzolini em Meio Ambiente (NBR ISO 14001), Qualidade (NBR ISO 9001), Saúde e Segurança do Trabalho (OHSAS 18001), Responsabilidade Social (NBR 16001) e Qualidade nas Atividades da Indústria de Petróleo e Gás (ISO/TS 29001). camargocorrea.com.br

Filtro de areia – Unidade 27.007

AF_An Rev Estados e Municipios 42x28.indd 1 2/13/12 11:31 AM

Page 4: Revista Estados & Municipios

EditorialEditorial

Maior banco público da América Latina, a Caixa Econômica Federal completou 150 anos de atividade batendo recordes. A instituição, que administra uma carteira de R$ 1 trilhão, sendo R$ 500 bilhões em ativos próprios, fechou 2011 com lucro líquido de R$ 5,2 bilhões, o maior de sua história. Sua carteira imobiliária cresceu mais de 40%, totalizando R$ 80 bilhões em créditos. Presente em todos os municípios brasileiros e com uma rede de 44,6 mil postos de atendimento, a CAIXA reduz cada vez mais as distâncias entre o banco e os gestores municipais e consolida sua posição de principal agente de políticas públicas do Governo Federal. “Somos parceiros dos governos estaduais e municipais desde os programas sociais até os investimentos em infraestrutura”,. Em entrevista exclusiva, o presidente da CAIXA, Jorge Hereda, faz um balanço de 2011 e fala sobre o futuro da instituição financeira, que aposta em um cenário econômico favorável para o Brasil, com atividade econômica em alta, emprego estável e taxas de juros em queda. Segundo Hereda, com esse ambiente propício para investimentos, a meta da CAIXA para 2012 é injetar pelo menos R$ 300 bilhões em crédito na economia brasileira para investimentos em saneamento, infraestrutura, moradia, capitalização de empresas e consumo das famílias.

O Editor

Superando MetasEditor Geral

Guilherme Gomes - SJP-DF 1457

FinanceiroAntônio Carlos de Oliveira Gomes

JurídicoEdson Pereira Neves

Diretora ComercialCarla Alessandra dos Santos Ferreira

ColaboradoresGerson Gonçalves de Matos / Mauricio Cardoso

Rangel Cavalcante / Renato Riella / Tayana Duarte

EstagiáriaPaloma Conde

DiagramaçãoAndré Augusto de Oliveira Dias

SecretáriaLeidimar Lima

Agências de NotíciasBrasil, Senado, Câmara, Petrobras

REPRESENTANTES COMERCIAIS

Região NorteMeio & Mídia Comunicação Ltda

e-mail: [email protected]@meioemidia.com / (11) 3964-0963

Rio de Janeiro - Cortez, Consultoria, Assessoria e Representaçõ[email protected]

Tel.: (21) 2487-4128 / 8197-6313 / 9478-9991

Bahia - ComtecnoJoão Carlos M. Passos

[email protected].: (71) 8124-8773 / 9329-0220

Minas Gerais - Rodrigo AmaralTel.: (31) 8841-1515

Nacional e InternacionalBento Neto Corrêa Lima / [email protected]

São Paulo - Eduardo [email protected]

Tel.: (16) 7814-8246 / ID 14*558654

Foto de capa Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Tiragem

44 mil exemplares

Endereço ComercialSRTVS - Q. 701 - Bl. O - Ed. Centro

MultiEmpresarial - Sala 457 - CEP:70340-000 Brasília/DF - PABX: (61) 3034-8677

[email protected]

[email protected]

As colunas e matérias assinadas não serão remuneradas

e o texto é de livre responsabilidade de seus autores

Expediente

Page 5: Revista Estados & Municipios

Pernambuco cresceu 8,4% em 2011 ..................................... 48Despesa com pessoal preocupa Sergipe ............................... 49Dívida do setor público em baixa ........................................ 50

51 | SEGURANÇADF usa câmeras para combater criminalidade ...................... 51

52 | AGRICULTURARecorde na produtividade agrícola ...................................... 52Rede Brasil Rural chega ao Nordeste .................................. 53

54 | NACIONALAgilidade na transposição do Velho Chico ......................... 54Mudanças na demarcação de terras indígenas ......................56Ministério das Cidades fiscalizará obras .............................. 57

60 | SAÚDETrânsito seguro é questão de saúde pública ........................ 60Número de transplantes supera expectativas ........................ 62

64 | JUDICIÁRIOJuizados especiais nas rodoviárias ...................................... 64

65 | PUBLIEDITORIALInovação e sustentabilidade na Refinaria Abreu e Lima .... 65

70 | MUNICIPALISMOO caminho da sustentabilidade ........................................... 70

72 | ESTADOSNovos recursos para infraestrutura ..................................... 72

73 | ENERGIARede inteligente da energia elétrica .................................... 73

74 | TRABALHOFalta engenheiro no mercado .............................................. 74Pagamento de dívidas trabalhistas com cartão .................... 75

82 | ARTIGOExcelência na gestão pública .............................................. 82

Estados & Municípios - Fevereiro 2012

06 CAPA COLUNISTASApós quase um ano à frente da CAIXA, seu presidente, Jorge Hereda, comemora o lucro líquido de R$ 5,2 bilhões, o maior resultado da história da instituição. Presente em todos os municípios brasileiros, o maior banco público da América Latina reduz as distâncias com os gestores e estreita o relacionamento com as prefeituras. Hoje, a CAIXA é o principal agente das políticas públicas do Governo Federal.

Edição 222 Fevereiro de 2012

www.estadosemunicipios.com.br

10 | POLÍTICAVotações polêmicas em ano eleitoral ................................... 10Agora é a vez do voto limpo ................................................. 13PT debate estratégia eleitoral ............................................... 14Mais segurança nas eleições ................................................. 15

18 | GESTÃOJundiaí pronta para a Consocial .......................................... 18Garantia para PPPs estaduais e municipais .......................... 19

20 | BRASÍLIA /DFO surgimento de uma nova Brasília ..................................... 20

25| MUNICÍPIOSPrefeitura de Wanderley quebra rotina ................................. 25Futuro promissor para Padre Bernardo ................................. 26Conceição da Feira aposta nas parcerias .............................. 27A nova realidade de Candiota .............................................. 28

30 | EDUCAÇÃOPernambucanos e americanos juntos pela educação ............ 30Pará restaura escolas históricas ............................................ 31Milhões de jovens fora da escola ......................................... 32Mossoró investe no Pró-Superior ......................................... 33O retorno do Educando com a Horta Escolar ....................... 34

36 | MEIO AMBIENTEIndústria mineral em alta ..................................................... 36Mais água potável no semiárido .......................................... 37Maranhão organiza resíduos sólidos .................................... 38Nível do mar está subindo no litoral paulista ........................ 39

40 | TURISMOJuazeiro, a terra do Padre Cícero ......................................... 40

44 | ECONOMIANovo comando na Petrobras ............................................... 44Estados devem R$ 350 bilhões ............................................. 45Porto Alegre equilibra investimentos ................................... 46Déficit histórico na balança comercial ................................. 47

22 | DIRETO DE BRASÍLIA Renato Riella Metrô sem vontade

58 | MÍDIA Pedro Abelha Smartphones populares

68 | CASOS & CAUSOS Rangel Cavalcante Aquecedor

Page 6: Revista Estados & Municipios

6 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Capa

Quebrando recordes na CAIXAO presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, tem muito o que comemorar. Seu primeiro ano no comando da instituição foi marcado por recordes. Mais de R$ 1 trilhão em ativos administrados, sendo R$ 500 bilhões em ativos próprios, e um lucro líquido de R$ 5,2 bilhões, o maior resultado na história da CAIXA.

Para ampliar a capacidade de atendimento aos municípios, a CAIXA inaugurou mais 14 unidades técnicas em todas as regiões do país para reduzir as distâncias entre o banco e as prefeituras. Essas unidades são responsáveis pelos repasses de recursos da União e pelo acompanhamento de obras de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Em entrevista exclusiva à Revista Estados & Municípios, Jorge Hereda fala sobre a participação da CAIXA nos programas sociais do governo, crédito imobiliário e o cenário da instituição para 2012. “Temos uma série de números para nos orgulhar. Mas o que mais orgulha a CAIXA é ser o maior banco público da América Latina”.

Page 7: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 7

Capa

Estados & Municípios - Qual é o ba-lanço que o senhor faz da CAIXA neste primeiro ano da sua administração? Jorge Hereda - Em 2011, a CAIXA al-cançou vários recordes. Hoje comemo-ramos mais de R$ 1 trilhão em ativos administrados, sendo R$ 500 bilhões em ativos próprios. Nossa carteira de crédito cresceu mais de 40% no ano de 2011 e atingimos mais de R$ 80 bilhões em contratação de crédito imobiliário.

A aplicação de recursos pela CAI-XA totalizou R$ 390 bilhões, sendo R$ 200 bilhões em empréstimos e finan-ciamentos, R$ 156 bilhões em transfe-rência de benefícios e R$ 34 bilhões em recursos de repasses e subsídios. Além disso, efetuamos o pagamento de 300 milhões de benefícios sociais no ano. Tudo isso realizado com sustentabilida-de econômico-financeira, gerando um lucro líquido de R$ 5,2 bilhões, o maior resultado da história da CAIXA.

Temos uma série de números para nos orgulhar, tudo fruto da nossa eficiência. Mas o que mais orgulha a CAIXA é ser o maior banco público da América Latina e, mais que isso, ser um grande parceiro do governo federal na promoção do desenvolvimento regio-nal, ao lados dos estados e municípios.

A CAIXA está presente em todos os municípios brasileiros? De que forma?

Nós estamos presentes em 100% dos municípios brasileiros. Para atender a correntistas, empresas e cidadãos, a CAIXA disponibiliza uma rede de 44,6

mil pontos de atendimento. São 7,8 mil unidades próprias, entre agências, pos-tos e salas de autoatendimento e 36,8 mil correspondentes, dos quais 11 mil são lotéricos. Os clientes também têm à disposição 15 mil pontos do Banco 24 Horas para realizar saques, consultar saldos e extratos.

Nosso banco é acessível em todos os lugares. Com tecnologia de comunica-ção via satélite, estamos atendendo clien-tes até por meio de uma agência-barco. Isso mesmo, a Agência Chico Mendes é a nossa agência-barco, que leva cidadania e serviços bancários às populações ribei-rinhas da região amazônica. Nosso banco também inovou com o atendimento mó-vel, realizado por unidades abrigadas em caminhões. Eles oferecem serviços ban-cários de uma agência normal e podem ser instaladas em regiões que sofreram cala-midades naturais. Além disso, podem atuar durante feiras, eventos, ações de relaciona-das ao Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) ou durante ações de paga-mento de benefícios do governo federal.

Com as unidades móveis em todo o Brasil e com a sua ampla rede de atendi-mento, o banco se consolida como o prin-cipal agente financeiro e de transferência e pagamento de benefícios às camadas me-nos favorecidas da sociedade brasileira.

O que a CAIXA tem feito para apoiar as prefeituras?

Nós já iniciamos a ampliação de sua capacidade de atendimento aos mu-nicípios, com o objetivo de acelerar os projetos com recursos federais. A CAIXA inaugurou mais 14 unidades técnicas em todas as regiões do país e, desta forma, está reduzindo as distâncias entre o banco e os gestores municipais e estreitando o relacionamento com as prefeituras.

A criação de mais gerências de desenvolvimento é uma iniciativa im-portante, porque essas unidades são responsáveis pelos repasses de recursos

da União aos municípios e pelo acom-panhamento de obras de infraestrutura, do Programa de Aceleração do Cresci-mento (PAC) e do PMCMV, entre ou-tros. Com a reestruturação, aumenta-mos o número de unidades espalhadas pelo Brasil. O banco conta com mais de 3.300 servidores dedicados ao assunto e outros 1.500 estão sendo contratados nas áreas técnicas.

Na região Nordeste, por exem-plo, o aumento da capacidade de aten-dimento é de 36%, com a inauguração de quatro unidades. A região Norte tem aumento de 28% (de sete para nove unidades). Já no Sudeste, temos 25 uni-dades (com quatro gerências a mais). No Sul, chegamos a 14 unidades e, no Centro-Oeste, ampliamos para seis.

Para se ter uma ideia do que repre-senta esta ampliação, um estudo nosso mostra que mais de 94 mil quilômetros serão reduzidos em deslocamentos com o aumento da quantidade de gerências, pro-piciando um serviço mais ágil e próximo.

A reestruturação da área de Desen-volvimento Urbano também vai resultar na permanência de um empregado da instituição dentro das principais prefeitu-ras do país. Estão sendo implantadas ex-tensões integradas de orientação e apoio técnico preliminar aos 283 municípios com mais de 100 mil habitantes.

Mas não é só isso. Inauguramos também, no final de 2011, a Ouvidoria CAIXA de Governo (0800 200 2222), canal por onde órgãos públicos fede-rais, estaduais e municipais têm infor-mações e esclarecimentos. Por meio da Ouvidoria, gestores e técnicos podem conhecer e tirar dúvidas sobre a atuação da CAIXA como executora de políticas públicas em âmbito nacional, regional e municipal, e registrar reclamações e de-núncias. O canal funciona ainda como fonte de informações estatísticas e atuali-zadas para a melhoria dos processos ope-racionais e de atendimento da instituição.

Page 8: Revista Estados & Municipios

8 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Capa

Qual o desempenho da CAIXA na condução dos programas sociais do governo (PMCMV e PAC)? Como os municípios podem participar destes programas?

Como principal agente de políticas públicas do governo federal, buscamos ampliar constantemente as relações com os governos estaduais e municipais. Em 2011, a CAIXA foi responsável pelo pa-gamento de 312,5 milhões de benefícios, totalizando R$ 156,2 bilhões. Na área da previdência social, seguro desemprego e pagamentos do PIS, a instituição realizou a distribuição de 157 milhões de benefí-cios ao trabalhador. Entre os programas de transferência de rendas destaca-se o Pro-grama Bolsa Família, beneficiando 13,3 mi-lhões de famílias no total de R$ 16,7 bilhões distribuídos. Além disso, mais de 2 milhões dos beneficiários do programa têm acesso a uma conta bancária.

É importante dizer que o governo da presidenta Dilma implementou mais dois tipos de benefícios: o primeiro voltado a gestantes e nutrizes e outro para as melhorias de vida das famílias que estão na linha de pobreza e extrema pobreza. Os benefícios devem atender, até 2014, cerca de 490 mil famílias com complementação de valores já recebi-dos do programa e estão em sinergia com os objetivos do Plano Brasil Sem Mi-séria. Foi criado também o Programa de Apoio à Conservação Ambiental – Bolsa Verde, sob gestão do Ministério do Meio Ambiente, que tem foco nas famílias em situação de extrema pobreza e que de-

senvolvam atividades de preservação de recursos naturais no meio rural.

Já pelo PAC, foram contratados em torno de R$ 59 bilhões, represen-tando um investimento de R$ 91 bi-lhões nas áreas de habitação, saneamento e infraestrutura. Esses valores têm signifi-cativa contribuição para as populações lo-calizadas nas regiões atendidas. Os inves-timentos também proporcionam geração de renda e emprego, potencializando o crescimento e desenvolvimento regional.

No PMCMV II, melhorias foram adotadas no atendimento aos governos municipais e estaduais. Já está disponí-vel o Termo de Adesão proposto pelo Ministério das Cidades, com as medi-das que os governos podem adotar para agilizar as operações e aportar contra-partidas, ampliando a oferta de uni-dades habitacionais à população. Esse termo poderá ser acessado nas agências da CAIXA ou no sítio do Ministério das Cidades. Nos programas relacionados ao PAC, as prefeituras e governos esta-duais também devem procurar as agên-cias da CAIXA de seu relacionamento e solicitar orientação sobre as formas mais adequadas de implementação de seus projetos.

Os gargalos do PMCMV já foram su-perados?

O PMCMV está muito bem. A CAIXA contratou mais de 450 mil unidades habitacionais em 2011. Isso significa quase 2 milhões de pessoas beneficiadas. O que aconteceu em 2011 foi um processo de atualização de parâ-metros. Com os aperfeiçoamentos e o lançamento da fase 2, a faixa do progra-ma destinada a famílias com renda de até R$ 1.600, que nós chamamos de faixa 1, começou a operar no segundo semestre. Mas as outras modalidades de financia-mento do PMCMV operaram o ano todo.

O programa está no ritmo acele-rado para atingir a meta de 2 milhões

de unidades contratadas até 2014, com prioridade para as famílias de baixa renda. Para esta faixa, a CAIXA está operando num ritmo de 35 mil contra-tações por mês. É muita coisa, pense que são 35 mil famílias ou cerca de 140 mil pessoas que iniciam a realização do sonho da casa própria, mensalmente. E estamos falando só da faixa 1. Para 2012, temos um orçamento de R$ 41,3 bilhões para o programa. Também em 2012, a CAIXA terá no crédito imobili-ário um crescimento em torno de 15% – ou mais. A CAIXA também tem uma capacidade operacional instalada, que estamos ampliando, contratando mais de 12.000 empregados. Além disso, não se pode esquecer que cumprimos a meta do PMCMV I, contratando 1 mi-lhão de unidades habitacionais.

Quais os benefícios para os estados e mu-nicípios que têm a CAIXA como parceira no pagamento de seus servidores?

A CAIXA tem uma tradição que nenhum outro banco tem no atendi-mento ao cidadão brasileiro. Somos o principal agente das políticas públicas do governo federal e o maior banco público da América Latina. Isso sig-nifica que somos parceiros dos gover-nos, desde os programas sociais até os investimentos em infraestrutura. Aten-der estados e municípios – e, claro, todo servidor público – está no nos-so DNA. Assim, o pacote de serviços que oferecemos tem um diferencial, pois já atendemos a todas as necessi-dades das pessoas. O atendimento da CAIXA vai das coisas simples, como a educação financeira, na orientação para poupança, até a realização de grandes sonhos, com financiamento para micro e pequenas empresas e construção da casa própria. É isso que sabemos fazer e fazemos bem feito.

Para os estados e municípios, o convênio com a CAIXA permite a rea-

Page 9: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 9

Capa

lização de movimentações financeiras, arrecadação de receitas, além do paga-mento de programas sociais do governo estadual. Também podemos ser parcei-ros em projetos de infraestrututura que são importantes para a população do estado ou município, como nas áreas de saneamento e habitação, e no repasse de recursos. Mas a parceria com a CAIXA beneficia diretamente os servidores ati-vos, inativos e pensionistas com a cesta de tarifas atrativas, taxas acessíveis, em-préstimos e financiamentos. O servidor pode ter acesso a financiamentos habita-cionais com taxas de juros diferenciadas, podendo ser financiados imóveis residen-ciais novos, usados, na planta e a constru-ção de unidade habitacional isolada.

Qual o perfil do poupador na CAIXA? O que o governo faz com os recursos da caderneta de poupança?

Poupança é a cara da CAIXA. O banco incentiva desde cedo o saudável hábito de poupar por meio de campa-nhas publicitárias, e já conta com mais de 1,5 milhões de poupadores com até 14 anos de idade. A maioria dos pou-padores é das classes C e D/E, parcela da população que tem sido responsável por grande parte da captação líquida, em função da recuperação da renda do brasileiro. O número de clientes da re-gião Norte do país cresceu 47% e da re-gião Nordeste 36% nos últimos 5 anos. Outro dado interessante é que 36,30% possuem conta há mais de 10 anos. A maior parte dos recursos captados com

caderneta de poupança é destinada ao financiamento de imóveis, possibilitan-do o acesso a moradia a milhões de fa-mílias brasileiras.

Para incentivar ainda mais a pou-pança, neste momento estamos com a promoção “Se essa casa fosse minha”. A promoção, que vai até abril, está sorte-ando casas entre os clientes que depo-sitarem R$ 200, mantidos aplicados na poupança pelo período de 30 dias. E temos uma história muito interessante dessa promoção. A segunda ganhadora, que foi do Espírito Santo e é cliente da CAIXA desde 2003, recebeu a notícia de que havia sido contemplada bem no dia de seu aniversário. Mas o que é mais tocante nesta história é que ela é depen-dente de um aluguel social da prefeitura de Vitória porque a casa em que vivia foi condenada pela Defesa Civil em função das fortes chuvas que a atingi-ram a cidade em 2011. São histórias de vida como essas que a CAIXA ajuda a contar. Por isso afirmamos que a vida pede mais que um banco.

A demanda em alta e a facilidade de crédito pode criar uma bolha imobili-ária no país?

O mercado do crédito imobiliário no Brasil é muito diferente do merca-do norte americano. Todos os bancos brasileiros são bastante cautelosos em se tratando de regras prudenciais e de conformidade e, portanto, ao invés de “subprime”, temos “superprime”. Quan-to ao volume, o mercado de crédito imobiliário brasileiro representa menos de 5% em relação ao PIB, muito inferior ao verificado nos EUA, onde essa rela-ção supera 60%.

Avaliamos que o mercado imobi-liário vai continuar crescendo no Bra-sil, já que a participação deste no PIB ainda é baixa em relação a outras eco-nomias do tamanho da brasileira. Em 2003, contratamos neste mercado R$

5 bilhões de crédito. Atualmente, esse é o montante que fazemos por mês. Su-peramos R$ 80 bilhões de crédito em 2011 e estamos prevendo um cresci-mento em torno de 15% para 2012.

A fartura de crédito aumentou o índice de inadimplência?

Na CAIXA, os indicadores de inadimplência têm se mantido abaixo dos registrados no mercado. Em 2011, não houve alteração significativa des-tas taxas. O nível de inadimplência do crédito comercial a pessoas jurídicas permaneceu estável, enquanto que o crédito a pessoas físicas apurou leve alta, em torno de 0,50 ponto percen-tual, registrando 4,9%, bem abaixo da taxa do mercado, de 7,3%. Desta forma, o crédito comercial total permaneceu com taxa de inadimplência praticamen-te estável no ano, o que também se ob-servou no segmento de crédito imobili-ário, uma vez que a taxa registrou 1,7% no ano passado contra 1,6% em 2010.

Já é possível traçar um cenário de oti-mismo para 2012?

Apesar das incertezas no ambien-te internacional, o cenário econômico no Brasil é muito favorável. A ativida-de econômica e a renda continuam em alta, com emprego estável e taxa de juros em queda, consolidando um ambiente propício aos investimentos. Temos o compromisso de apoiar esse desenvolvimento, reduzindo ainda mais as taxas de juros e injetando em torno de R$ 300 bilhões em crédito na economia brasileira neste ano. São re-cursos que vão para o saneamento e in-fraestrutura das cidades, investimentos das empresas e moradia e consumo das famílias. E esse é um compromisso da CAIXA, que completou 150 anos em 2011 e que quer continuar, em 2012, sendo a melhor parceira dos estados e municípios brasileiros.

Page 10: Revista Estados & Municipios

10 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Votações polêmicas em ano eleitoralPolítica

Em ano de eleições municipais, quando vários deputa-dos e senadores serão candidatos ou farão campanhas em suas regiões, o Congresso Nacional terá uma pauta

de discussão de projetos polêmicos em um curto período, já que a partir de julho tem início oficialmente o período eleitoral.

Entre os principais assuntos estão as votações do novo Código Florestal e da nova divisão dos royalties da explo-ração de petróleo, da Lei Geral da Copa, que irá definir, en-tre outras coisas, a venda de meia-entrada e a liberação de bebidas alcoólicas, sobre um novo rateio para o Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e do projeto que cria o Fundo de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp).

Aparentemente, as questões mais fáceis de serem vo-tadas são as referentes ao Código Florestal e a divisão dos royalties do petróleo, que foram aprovadas pela Câmara Fe-deral no ano passado, mas foram modificadas pelo Senado Federal. Por isso precisam voltar à apreciação dos deputados.

Mesmo com acordos para que as emendas dos senadores sejam analisadas, ainda há uma disputa entre ruralistas e am-bientalistas em relação ao Código Florestal, e os estados produ-tores de petróleo reclamam de perdas muito grandes em suas arrecadações caso a nova regra dos royalties não seja alterada. O código deve ir direto ao plenário, mas os royalties ainda vão pas-sar por uma comissão responsável por negociar uma solução.

Ambientalistas reclamam que há uma anistia implícita no texto, que perdoa desmatamentos em áreas importantes e abre a possibilidade de compensação com reservas florestais em outras áreas. Já os ruralistas alegam que cumprir todas as exigências propostas pela nova lei sairia muito caro para pequenos produtores.

Apesar de considerar a pauta muito difícil, o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), assegurou que os projetos só serão votados se houver um grande acordo. Otimista, o líder sustentou que o clima nas relações com a base é agora muito melhor que no final do ano passado. Tanto o projeto de novo Código Florestal quanto o da distribuição dos royalties do petróleo também constam da pauta prioritária da oposição, segundo atestou o líder da Minoria, deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP)

Foto

: Pau

la S

holl

Fabi

o R

odrig

ues

Pozz

ebom

/AB

r

Page 11: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 11

O deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), que defende os produ-tores, calcula que recompor os 65 mi-lhões de hectares considerados irregu-lares de acordo com a proposta seria inviável. Segundo ele, o custo por hec-tare da recomposição em seu estado é de R$ 5 mil. “É absolutamente inviável recuperar 65 milhões de hectares e ain-da assim continuarmos produzindo”, esclareceu o parlamentar catarinense.

Na avaliação do coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, de-putado Sarney Filho (PV-MA), as di-vergências na bancada ruralista tendem a impedir a votação dessa proposta. “É importante que, primeiro, a Câmara ava-lie como esse código chegou do Senado. Segundo, que as próprias forças do rura-lismo entrem em consenso. E, por parte dos ambientalistas, há uma vontade de que a gente possa votar com mais calma,” explicou o deputado do Partido Verde.

Mas o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), acre-dita que uma decisão pode sair logo em março. “Quando começamos a discutir o Código Florestal, por exemplo, tínha-mos 98% de dissenso, mas agora esta-mos muito perto de um texto com 98% de aprovação”, afirmou Maia.

Política

Divisão dos Royalties

Já quanto aos royalties, há um apelo dos estados produtores para que as regras atuais não sejam alteradas, ou que pelo menos as perdas de arrecada-ção sejam compensadas. Rio de Janeiro e Espírito Santo, principalmente, podem perder receitas, porque no modelo antigo recebiam a maior parte dos recursos. Os deputados desses estados argumentam que pelo menos o que existia até a aprovação da proposta deveria ficar como está.

Com o aumento da produção de petróleo a partir do pré-sal, outros estados querem repartir as receitas, e seus governadores consideram injusto que apenas poucos estados se benefi-ciem com recursos que são de todo o país. Pelo texto do Senado, a União terá sua fatia nos royalties reduzida de 30% para 20% já em 2012. E os estados pro-dutores, de 26,25% para 20%. Em con-trapartida, os estados e municípios não produtores saltam de 8,75% para 40%.

Visando acelerar a votação da maté-ria, um grupo de parlamentares está cole-tando assinaturas para pedir urgência na votação do projeto. A iniciativa visa invia-bilizar o trabalho da comissão especial na Câmara dos Deputados. Para o presidente da Frente Parlamentar pela Distribuição dos Royalties, deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), existe uma injustiça gritan-te contra a imensa maioria dos estados, que precisa ser corrigida imediatamente.

Novo FPE

O critério de divisão atual do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE), adotado em 1990, foi considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas tem a aplicação assegurada até 31 de dezembro de 2012. Em função da deci-são, o Congresso Nacional tem de aprovar a matéria antes de terminado o prazo. O Legislativo tem várias propostas sobre o assunto, que precisa ser disciplinado por meio de lei complementar.

Consultores da Câmara e do Senado que analisaram os projetos preveem um de-bate polêmico, a exemplo do que acontece também em temas como reforma tributária ou federalismo fiscal. Isso porque a mudan-ça nos critérios de divisão do FPE entre os estados e o DF tende a representar ganho para alguns e prejuízo para outros.

Em 2011, o FPE representou R$ 48,07 bilhões repassados pelo Tesouro Nacional aos estados e ao DF. Neste ano, a previsão é de R$ 55,03 bilhões — o equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto projetado no Orçamen-to de 2012. Os repasses do FPE não se submetem a vinculações e estão livres de contingenciamento. Só podem ser retidos temporariamente até a quitação de débitos com a União ou até o cum-primento do gasto mínimo em saúde.

Criado em 1965, o FPE foi inicial-mente dividido conforme critérios ge-

“É absolutamente inviável recuperar 65 milhões de hectares e ainda assim continuarmos produzindo”

Page 12: Revista Estados & Municipios

12 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

ográficos e econômicos. Após a Cons-tituição de 1988, foram estabelecidos percentuais para os repasses aos estados e ao DF, e determinado que, juntas, as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oes-te recebessem 85% do total.

Em fevereiro de 2010, o STF de-cidiu que o rateio - em vigor há mais de duas décadas - tornou-se inconstitucio-nal. Isso porque, segundo a Constitui-ção, o FPE deve “promover o equilíbrio socioeconômico” dos estados e do DF — o que não é possível com coeficien-tes de participação fixos, já que a revi-são dos percentuais, que deveria ter ocorrido em 1991, jamais foi feita.

Lei Geral da Copa

Divergências em torno da conces-são de meia-entrada para estudantes e idosos e da venda de bebidas alcoólicas nos estádios adiaram a votação da Lei Geral da Copa para este ano. Entre ou-tros assuntos, a lei também estabelece diretrizes para a venda de pacotes turís-ticos, para a comercialização de produ-tos da marca Fifa, assim como dos direi-tos de transmissão dos jogos.

O relator, deputado Vicente Can-dido (PT-SP), fez diversas mudanças

no projeto para tentar conciliar os inte-resses da Fifa e de setores da sociedade que criticam o excesso de poder que es-taria sendo conferido à federação.

Em relação à venda de bebidas alcoólicas nos estádios, por exemplo, o relator decidiu abrir uma exceção à Fifa, como prevê o projeto original, au-torizando a comercialização apenas du-rante a Copa do Mundo de 2014. Ques-tionado por outros parlamentares, no entanto, Candido recuou na decisão de propor a alteração do Estatuto do Tor-cedor para estender a concessão a todos os campeonatos disputados no país. Atualmente, o estatuto proíbe a venda de bebidas alcoólicas nos estádios.

Outra mudança feita pelo relator foi incluir o direito à meia-entrada para idosos em qualquer ingresso da Copa, como prevê o Estatuto do Idoso. A me-dida foi acordada com a Fifa, que terá o direto de determinar o preço dos ingres-sos, assim como critérios para cance-lamento, devolução e reembolso. Com isso, a reserva de 300 mil ingressos a R$ 50 será destinada apenas a estudantes, indígenas e beneficiários do Bolsa-Fa-mília, além de adeptos da Campanha Nacional do Desarmamento.

A União Nacional dos Estudan-tes (UNE) mantém a defesa da meia-entrada para estudantes nos jogos da Copa. Apesar de não ceder quanto aos preços de ingresso para estudantes, o relator incluiu a permissão de alteração do calendário letivo para que as aulas não coincidam com os jogos da Copa.

Fundo previdenciário

A votação do projeto que cria o Fundo de Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais (Fun-presp) é prioritário para o governo. De acordo com o líder Cândido Vaccare-zza, a aprovação do projeto vai permitir que o Brasil não viva daqui a 30 anos os problemas que a França enfrenta hoje. O substitutivo apresentado em dezem-bro no plenário pelo relator, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), cria três fun-dos de previdência complementar para os futuros servidores públicos federais – um para o Executivo, outro para o Legislativo e mais um para o Judiciário.

Pela proposta, os funcionários contratados após a entrada em fun-cionamento das novas instituições terão as aposentadorias equiparadas ao teto máximo do Regime Geral de Previdência: R$ 3.916,20. Enquan-to patrocinador do fundo, o governo deverá contribuir com 8,5% sobre a parcela da base de contribuição que exceder esse teto. A alíquota do servi-dor será decidida por ele mesmo.

Política

Os parlamentares vão votar o substitutivo

do deputado Ricardo Berzoini , que cria três fundos de previdência

complementar para os servidores

Page 13: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 13

Política

Os políticos que têm culpa no cartório, ou seja, que foram condenados pela Justiça por

qualquer crime não poderão participar das próximas eleições. Por maioria de votos, o Supremo Tribunal Federal julgou a constitucionalidade de um conjunto de ações sobre a Lei da Fi-cha Limpa. Dos onze ministros que compõem a alta Corte, apenas quatro votaram contra a lei, que surgiu de uma proposta de iniciativa popular que con-tou com 1,6 milhão de assinaturas.

O presidente do Supremo, Cezar Peluso, e os ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello e Dias Toffoli votaram contra, alegando que a lei fere o preceito constitucional da presunção de não culpabilidade. Para eles, a ine-legibilidade só poderia ser aplicada em casos de condenação definitiva (transi-tada em julgado).

A lei prevê que serão consi-derados inelegíveis os candidatos que forem condenados, em decisão transi-tada em julgado ou proferida por órgão

judicial colegiado, em razão da prática de crimes contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público; contra o patri-mônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência; e contra o meio ambiente e a saúde pública.

Serão declarados inelegíveis ainda os candidatos que tenham co-metido crimes eleitorais para os quais a lei comine pena privativa de liberda-de; de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercí-cio de função pública; de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hedion-dos; de redução à condição análoga à de escravo; contra a vida e a dignidade sexual; e praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando.

De acordo com Pedro Simon, a adoção do critério da Ficha Limpa nesse caso seria a melhor resposta a

ser dada por Dilma Rousseff à boata-ria que aponta a substituição de alguns membros da Comissão de Ética da Pre-sidência da República, após o colegiado ter recomendado investigação sobre o mi-nistro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, a respeito de denúncias de irregularidades.

O presidente da Ordem dos Ad-vogados do Brasil (OAB), Ophir Caval-cante, disse que a decisão do STF é um passo importante para a ética na políti-ca brasileira. “Não vamos acabar com todos os males da política brasileira, entretanto, a lei será um passo e aqueles car-reiristas que querem fazer de seus mandatos uma extensão de seus interesses privados, vão pensar duas vezes, pois a punição será muito grande”, disse Cavalcante.

Já o presidente da Frente Parla-mentar Mista de Combate à Corrup-ção, deputado Francisco Praciano (PT-AM), destacou o voto da ministra Rosa Weber, para quem “o cidadão que quer representar a população tem de ser dife-renciado e, portanto, a Justiça deve ser mais rígida com ele”. “A Lei da Ficha Lim-pa é um aprimoramento do Estado brasi-leiro. É um ‘não’ aos currículos e compor-tamentos inadequados à representação popular e, portanto, uma qualificação da democracia brasileira”, afirmou.

Bispos

Para o presidente da Confe-rência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damas-ceno, uma das entidades que promo-veu a proposta de iniciativa popular, a entrada em vigor da lei é um passo para a melhoria do sistema eleitoral, que não dispensa outros aprimoramentos. “É fundamental que nós tenhamos cada vez mais representantes idôneos, capa-zes, qualificados”, afirmou.

A vez do voto limpo nos municípios

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) espera que a presidenta Dilma Rousseff aproveite a decisão do Supremo Tribunal Federal para adotar o mesmo critério na escolha de autoridades para o Executivo.

Page 14: Revista Estados & Municipios

14 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Aproveitando as comemora-ções dos 32 anos de fundação do Partido dos Trabalhadores

(PT), prefeitos e deputados estaduais se reuniram em Brasília para debater as estratégias para as eleições munici-pais deste ano. O presidente do partido, deputado estadual (SP) Rui Falcão, conclamou os participantes a realizar a disputa eleitoral pautada em ideias e em propostas de governo.

“Todas essas ideias devem estar dentro do nosso projeto nacional, que tirou da miséria 40 milhões de pessoas e projetou o Brasil no cenário internacional, afirmou Rui Falcão. Ele também ressaltou que é preciso deixar bem claro quais são as diferenças entre as propostas petistas para o desenvolvimento do Brasil, em contras-te com o modelo liberal de governo.

“Ao iniciar a pré-campanha temos que deixar nítidas essas diferenças de projeto. Os que queriam o Brasil priva-do, subordinado aos interesses das gran-des corporações, ou o projeto que redi-miu parte da dívida social do país, que reduziu as desigualdades, e que criou possibilidade de ascensão social e abriu novas oportunidades de educação e de realização profissional,” explicou Falcão.

Ao final do encontro, os gestores divulgaram uma Carta onde manifes-tam a vontade política de continuar tra-balhando para melhorar as condições de vida do povo, aprofundar a democracia e reduzir a desigualdade social. “Firmes no propósito de dialogar com todos os segmentos sociais sobre programas e

propostas para as cidades, destacamos cinco diretrizes que nos identificam nacionalmente: desenvolvimento local sustentável; participação popular; po-líticas sociais e ampliação de direitos; gestão ética, democrática e eficiente e administração democrática do territó-rio”, informaram.

Eles também afirmaram que es-tão comprometidos com o projeto na-cional, que teve início no Governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que continua no atual, da presidente Dil-ma Rousseff, de tornar o Brasil um país socialmente mais justo e mais democráti-co. “Nossos programas de governo serão voltados para o desenvolvimento susten-tável. Sustentável nas dimensões ambien-tal, econômica, social, política e cultural”, observaram os prefeitos.

Para o sucesso nas eleições deste ano, os prefeitos entendem que além de reconquistar as cidades que perderam querem ampliar a presença nas Câma-ras Municipais.

Orçamento participativo

Ao longo de dois dias de discussões, chegou-se à conclusão de que as prefeitu-ras têm um ponto em comum, considera-do uma marca do modo petista de gover-nar: a participação popular nas decisões sobre como aplicar os recursos munici-pais. O orçamento participativo, muitas vezes abandonado nas gestões anteriores, é usado pelos petistas para reforçar o diá-logo com a comunidade.

“Não priorizamos os negócios e sim as necessidades da população”, defendeu o prefeito Oswaldo Dias, de Mauá (SP), que destacou ainda a mudança de tratamento na relação do Governo Federal com os prefeitos. Dias lembrou que quando foi prefeito nos anos 90, o acesso à Esplanada dos Mi-

nistérios era difícil e que esse cenário mudou bastante desde o governo Lula.

“Houve uma grande transforma-ção no Brasil com o presidente Lula e agora com a presidenta Dilma. Para a gente, é um marco histórico estar aqui. É claro que temos muito a avançar. Por exemplo, temos nossas queixas por cau-sa da burocracia nos ministérios, mas o avanço que houve é extraordinário. Temos muito a comemorar nesses 30 anos”, afirmou o prefeito Arlei Silva Bar-bosa, que está em seu segundo mandato em Nova Alvorada do Sul (MS), cidade de 20 mil habitantes cuja atividade prin-cipal é a indústria canavieira.

“A gente muda a vida nas cidades que governamos no mesmo rumo do desenvolvimento sustentável do Bra-sil, que tem crescido com distribuição de renda”, ressaltou o prefeito Eduardo Pereira, de Várzea Paulista (SP), que também está em seu segundo mandato à frente da cidade que tem mais de cem mil habitantes.

Um dos projetos que Pereira des-tacou como significativo em sua gestão é a urbanização, regularização e criação de serviços públicos na área de ocupa-ção chamada Vila Real, onde moram 14 mil pessoas. “É um dos projetos mais bonitos. Criamos condições melhores de habitação nesta região, que era aban-donada, com ruas sem asfalto e barracos sem nenhuma assistência”, concluiu.

PT discute as eleições Política Política

Page 15: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 15

Com o objetivo de garantir um sistema de votação verdadei-ramente democrático e se-

guro, a Justiça Eleitoral brasileira vem desenvolvendo ao longo dos anos vá-rias tecnologias. A última novidade é a urna eletrônica com leitor biométrico, que possibilita ao eleitor registrar seu voto após a identificação biométrica, isto é, depois do reconhecimento das impressões digitais do cidadão previa-mente cadastradas.

O Tribunal Superior Eleitoral espera atingir a meta de 10 milhões de eleitores aptos a serem identifi-cados pelas digitais já nas eleições municipais deste ano. A expectativa é que nas eleições gerais de 2018, to-dos os eleitores do país estejam iden-tificados biometricamente.

A nova tecnologia começou a ser utilizada nas eleições de 2008. No dia da votação, após a apresentação dos documentos, a identidade do eleitor

será confirmada por meio do reconhe-cimento biométrico de sua impressão digital. Se o mesário tiver dúvidas com relação ao eleitor, ou se a sua digital não for reconhecida, o funcionário da Justiça Eleitoral terá à sua disposição a folha de votação com as fotos de to-dos os eleitores daquela seção, a qual poderá recorrer para confirmação da identidade. O objetivo é excluir a pos-sibilidade de uma pessoa votar por outra, tornando inviável a fraude no procedimento de votação.

Diante da necessidade de inten-sificar o projeto, o Tribunal Superior Eleitoral adquiriu mais 2.550 kits bio-métricos, conjunto de equipamentos utilizados para coleta das impressões digitais e atualização dos dados ca-dastrais dos votantes junto à Justiça Eleitoral. Quem procurar o cartório eleitoral para tirar o título pela pri-meira vez já terá seus dados biométri-cos coletados.

Leitor biométricoevitará fraudes

Kit bio

O chamado kit bio é composto de: leitor óptico de impressões digitais; dispositivo de capturas de imagens di-gitais (foto); flash externo; maleta de transporte e cenário (miniestúdio foto-gráfico com assento). Com a aquisição de novos equipamentos, a Justiça Elei-toral contará com 4.925 kits ao todo.

Por meio do kit bio, a equipe trei-nada da Justiça Eleitoral realiza a coleta das impressões digitais, além de fazer a fotografia dos eleitores de maneira rápi-da e fácil, sem grandes dificuldades de manuseio. O scanner de altíssima reso-lução, por sua vez, permite uma leitura de qualidade das impressões digitais, e um programa de computador faz o con-trole de qualidade automaticamente.

Para atualizar seus dados cadas-trais, o eleitor tem de apresentar os se-guintes documentos: original e cópia de documento de identificação (cartei-ra de identidade, carteira de trabalho, carteiras profissionais, certidão de nas-cimento ou casamento); original e có-pia de comprovante de endereço (conta de água, luz, telefone etc), preferencial-mente em nome do eleitor; título elei-toral e CPF; comprovante de quitação com o serviço militar (para os eleitores do sexo masculino, que forem fazer o tí-tulo pela primeira vez).

A expectativa é que, nas eleições gerais de 2018, todos os eleitores do país estejam identificados biometricamente.

Política

Page 16: Revista Estados & Municipios

O SUS está com você no combate à dengue.

Para saber mais ou fazer download do material para gestores,acesse www.combatadengue.com.br

Gestor municipal, é sempre hora de

mobilizar sua cidade.

Sua participação é muito importante no combate à dengue. Organize mutirões, promova a capacitação de agentes de vigilância, envolva líderes comunitários da sua cidade e exerça seu papel de liderança junto às organizações responsáveis pelos serviços de coleta e tratamento de lixo. Sua cidade conta com você.

JUNTOS SOMOS MAIS FORTESNESTA LUTA.

Ad_dupla_gestor-42x28.indd 1 23/01/12 15:39

Page 17: Revista Estados & Municipios

O SUS está com você no combate à dengue.

Para saber mais ou fazer download do material para gestores,acesse www.combatadengue.com.br

Gestor municipal, é sempre hora de

mobilizar sua cidade.

Sua participação é muito importante no combate à dengue. Organize mutirões, promova a capacitação de agentes de vigilância, envolva líderes comunitários da sua cidade e exerça seu papel de liderança junto às organizações responsáveis pelos serviços de coleta e tratamento de lixo. Sua cidade conta com você.

JUNTOS SOMOS MAIS FORTESNESTA LUTA.

Ad_dupla_gestor-42x28.indd 1 23/01/12 15:39

Page 18: Revista Estados & Municipios

18 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

A cidade de Jundiaí está pronta para sediar sua primeira Con-ferencia sobre Transparência e

Controle Social (Consocial) que reunirá representantes do Poder Público e da so-ciedade civil organizada. Com o tema “A sociedade no acompanhamento e con-trole da gestão pública”, o encontro vai debater várias questões ligadas à trans-parência e estimular a participação da so-ciedade no acompanhamento e controle do uso dos recursos e da gestão pública.

As discussões e propostas serão focadas em quatro eixos temáticos: promoção da transparência pública e acesso à informação e dados públicos; mecanismos de controle social, engaja-

mento e participação da sociedade para o controle da gestão pública; atuação dos conselhos de políticas públicas como instâncias de controle; e diretrizes para a prevenção e combate à corrupção.

Segundo o secretário de Finanças e presidente da comissão organizadora da Consocial, José Antonio Parimoschi, o principal objetivo da Conferência é es-timular o fortalecimento da cidadania: “Ao final, teremos uma sociedade mais bem informada e participativa e uma po-pulação ainda mais consciente da impor-tância do exercício da cidadania”.

Localizado a 57 quilômetros da capital do Estado, Jundiaí é o 15º mu-nicípio mais populoso de São Paulo –

com 380 mil habitantes - e a 59ª maior cidade do Brasil, ultrapassando quatro capitais estaduais. Seu bilionário Pro-duto Interno Bruto (PIB) é superior ao de quatorze capitais do país..

A Consocial é fruto de uma soli-citação feita pela sociedade ao Execu-tivo e está sob a responsabilidade da Controladoria-Geral da União (CGU). O objetivo maior da conferência é estabe-lecer com governos, cidadãos, empresas e organizações da sociedade civil diretrizes para a construção de um Plano Nacional sobre Transparência e Controle Social.

Mobilização

Com mais de cinco anos de expe-riência no acompanhamento e fiscaliza-ção da gestão pública, o grupo do Voto Consciente também levará suas pro-postas e contribuições para incentivar a participação cidadã, entre elas a obri-gatoriedade da publicação, no portal da Câmara, das atas oficiais e votações no-minais dos vereadores. Ambas as infor-mações já são tabuladas semanalmente, mas os dados continuam disponíveis apenas em papel, dependendo de ofício e resposta do Legislativo.

I Consocial mobiliza sociedade de JundiaíGestão

Para José Antônio Parimoschi, presidente da Consocial, a idéia é formar uma sociedade participativa e que realmente exercite o exercício da cidadania

18 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Page 19: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 19

Já está tramitando na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 2892/11, de autoria do deputado

Arnaldo Jardim (PPS-SP), que esten-de às parcerias público-privadas (PPPs) estaduais e municipais as garantias hoje previstas em lei para as parcerias no âm-bito federal.

Atualmente, os empreendimentos realizados por meio de PPP são cober-tos pelo Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas (FGP), previsto na Lei 11.079/04. O fundo tem um limite global de R$ 6 bilhões e é formado por recursos da União e das empresas parti-cipantes de PPPs em nível federal.

Ao estender as garantias do FGP para as parcerias estaduais e municipais, o projeto também inclui entre os recur-sos do fundo os aportes de estados, municípios e empresas participantes de PPPs nessas esferas da administração.

Arnaldo Jardim explica que apre-sentou o projeto na condição de presi-

dente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura Nacional. Ele cita levantamento feito em outubro de 2011 pela empresa GO Associados, que apontou a existência, naquele mo-mento, de apenas uma PPP no âmbito federal, contra 17 estaduais e 30 mu-nicipais. Entre as PPPs estaduais estão obras de estádios para a Copa de 2014, por exemplo. Entre as municipais, há contratos nas áreas de limpeza urbana e educação, entre outros.

“Depreende-se que as PPPs estão realmente começando a deslanchar nos estados e municípios e não no governo fe-deral”, diz o deputado, acrescentando que uma das principais barreiras para acelerar esse processo é a falta de garantias para ambas as partes (empresas e governos).

Pagamentos

A proposta também permite que o Poder Público inicie os pagamentos

Projeto para PPPs estaduais e municipaisGestão

ao parceiro privado antes da conclusão do serviço. Atualmente, a lei das PPPs (11.079/04) exige que os pagamentos sejam feitos apenas depois da disponi-bilização do serviço.

“Pela proposta, o Poder Público pagaria a obra à medida que o crono-grama físico-financeiro fosse cumprido, hipótese em que o concessionário não te-ria que obter financiamento privado para viabilizar a obra”, explica o deputado.

O projeto também estende para as administrações federal, estaduais e municipais uma norma criada pelo governo de São Paulo, em agosto de 2011, por meio do Decreto 57.289. Esse decreto cria um instrumento chamado Manifestação de Interesse da Iniciativa Privada (MIP), pelo qual empresas podem, por iniciativa pró-pria, realizar estudos e análises preli-minares de projetos que considerem interessantes e apresentar propostas ao governo.

Pela proposta do deputado Arnaldo Jardim, a iniciativa privada fica livre para propor projetos que, na sua avaliação, serão de interesse da administração pública, ainda que não tenham sido incluídos previamente no planejamento estatal

Page 20: Revista Estados & Municipios

20 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Brasília/DF

Após um ano de grandes difi-culdades à frente do Governo do Distrito Federal, onde não

faltaram disposição e vontade de lu-tar para vencer os grandes desafios, o governador Agnelo Queiroz (PT) fe-chou seu primeiro ano de mandato re-novando o compromisso de continuar trabalhando para modernizar o Execu-tivo candango, profissionalizar seus re-cursos humanos, otimizar seus recursos patrimoniais e financeiros e devolver à comunidade os serviços que lhe propi-ciem maior qualidade de vida.

Agnelo lembrou que seu propó-sito foi de resgatar a Administração Pública, investindo na contratação de servidores, recuperação de hospitais e escolas, em obras de infraestrutura e de mobilidade urbana, entre outras ações. “Adotamos instrumentos de pla-nejamento estratégico e de participação da sociedade nas ações do governo e temos a transparência e o controle dos gastos públicos como aliados da ges-tão”, destacou o governador.

Agnelo Queiroz pontuou algu-mas das ações do governo que hão de impulsionar o mercado de trabalho no

Distrito Federal: a nova lei distrital das microempresas, a formulação de uma nova política de desenvolvimento eco-nômico, a instituição de programas de qualificação profissional e inserção no mercado de trabalho, como o Projovem Trabalhador, a escola virtual e ações voltadas para preparação de profissio-nais para o turismo, ciência e tecnologia e Copa do Mundo.

Saúde

Foram criados 11.730 novos car-gos de profissionais de saúde (aumento de 37% sobre o quantitativo anterior), para os quais já foram contratados 4.554 novos servidores só em 2011. Unidades de saúde foram construídas e reformadas, além da compra de equipa-mentos e aumento no número de leitos de UTI, com investimentos na ordem de R$ 113 milhões em 2011, o que su-pera em 40% o que se aplicou, em mé-dia, nos exercícios anteriores. A Saúde recebeu o montante de R$ 1,6 bilhão de recursos do Tesouro do Distrito Federal, o que representa um aumento de 34% em relação a tudo o que foi aplicado no ano

anterior, superando, significativamente, os mínimos constitucionais previstos para essa área.

Educação

Na gestão escolar, o GDF traba-lha para implementar um novo mo-delo, democrático, moderno e parti-cipativo, de forma a envolver todos os segmentos (professores, assistentes, estudantes, pais e comunidade), na busca da melhoria do ensino. Assim como na saúde, foi superado o percen-tual mínimo de recursos aplicáveis em manutenção de desenvolvimento de ensino, chegando a mais de 30% das receitas de impostos e transferências, quando a exigência constitucional é de 25%. Entre as metas educacionais para 2012, além daquelas de manter em funcionamento as unidades de ensino fundamental e médio, está a oferta de 15.500 vagas em programas de formação continuada, com ampliação do atendi-mento na modalidade à distância.

Segurança

Para resolver o problema da in-segurança, são necessárias medidas no sentido de tornar as polícias mais presentes nas ruas, com equipamen-tos adequados e em condições de dar tratamento satisfatório às situações concretas com que os cidadãos se de-param. O GDF investe nos órgãos de segurança, com a formação de novos policiais militares, aquisição de ae-ronaves e viaturas, ao mesmo tempo em que as corporações continuam a desenvolver projetos sociais, para me-lhorar e aprimorar o envolvimento co-munitário. O combate às drogas é ação permanente dos órgãos de segurança pública e de outras áreas do Governo,

O surgimento de um novo Distrito FederalAgnelo Queiroz explica que este é o primeiro ano com orçamento elaborado pela atual gestão, o que assegurou recursos para investimentos em áreas prioritárias

Page 21: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 21

Brasília/DF

que agem de forma integrada, reunindo ações de prevenção, assistência social, re-pressão e socialização dos atingidos pelo tráfico e consumo de drogas.

Transporte

Dar maior fluidez ao trânsito é uma necessidade, dado o imenso vo-lume de veículos novos que, mensal-mente, ingressam nas ruas e circulam pelas nossas rodovias, mas as obras de infraestrutura não são feitas de uma hora para outra. Demandam tempo para planejá-las e executá-las. É preciso encontrar outras opções. A solução não está nos investimentos voltados para o transporte individual. O novo caminho é a prioridade ao transporte público. E, nesse sentido, foi formulado o Plano Diretor de Transportes Urbanos, com o objetivo claro de criar as condições

para fazer a integração nos diversos mo-dais de transporte, incentivando o uso de coletivos e outras formas que apri-moram a operação do sistema e melhor utilizam a infraestrutura disponível.

Infraestrutura

Muito já foi feito no primeiro ano, mas ainda há muito que fazer, como concluir projetos de iluminação públi-ca, de ciclovias, da Torre de TV Digital, reformar o Planetário, reformar e cons-truir equipamentos comunitários de es-porte e lazer e pontos de encontros co-munitários, levar melhorias ao sistema viário, estacionamentos, calçadas e sa-neamento básico. Paralelamente, prepa-rar a capital da República para a Copa das Confederações e para a Copa do Mundo de Futebol. Brasília sediará sete jogos do maior evento esportivo mundial.

Recursos humanos

Em 2011, apesar das dificuldades econômicas e financeiras, foram honra-dos compromissos de recomposição sa-larial aprovados em 2009 e 2010, e ainda contratados mais de 6.500 servidores, e aprovados reajustes para algumas catego-rias, como a dos professores, assistentes em educação, cirurgião-dentista, enfer-meiros e pessoal das carreiras atividades de trânsito e policiamento e fiscalização de trânsito. Mas a valorização do servidor não se resume a manter a folha de paga-mento em dia e atender a reivindicações por reajustes salariais. Por isso, o GDF está empenhado em elaborar o regime jurídico dos servidores públicos distritais, um marco histórico na capital da República.

Situação orçamentária e fiscal

Para os próximos quatro anos, in-cluído este, o GDF estima que vai con-tar com cerca de R$ 113,5 bilhões, con-sideradas as receitas das diversas fontes, inclusive do Fundo Constitucional. O governo espera que a reestruturação da carreira tributária, o IPVA zero para veículos novos, o Proatacadista e a efi-ciência na fiscalização tributária tragam melhorias significativas nas finanças do DF. Na área fiscal, a Procuradoria-Geral do DF vem atuando de forma prag-mática para recuperação de recursos. Numa parceria realizada entre o GDF e o TJDFT, foi possível recuperar mais de R$ 23 milhões de créditos junto a con-tribuintes do IPTU e TLP.

Transparência e controle

O Distrito Federal também vive um novo momento no campo da trans-parência e controle. Sem promover perseguições políticas, o Governo não abriu mão de dar o devido andamento a todas as investigações iniciadas com as denúncias da Caixa de Pandora. As empresas que, comprovadamente, ha-viam lesado o patrimônio público, fo-ram declaradas inidôneas, impedidas de participar de novas licitações ou contratos, e todas as medidas jurídicas necessárias ao ressarcimento dos preju-ízos foram adotadas. Lançado no início do governo, o Plano de Transparência e Combate à Corrupção resultou na adoção de inúmeras medidas para levar informações à sociedade, possibilitar a sua participação efetiva nas questões de Governo e combater a corrupção.

A conclusão da Torre Digital é uma das prioridades de Agnelo

Page 22: Revista Estados & Municipios

22 Estados & Municípios - Fevereiro 2012

RENATO RIELLA [email protected]

Seleção descendo a ladeira

O Brasil tem 26 estados, mais o DF. O Uruguai é menor do que a grande maio-ria desses estados, mas mesmo assim está em quarto lugar no Ranking da Fifa, en-quanto o futebol brasileiro caiu para a séti-ma vaga. Nunca estivemos tão mal.

As principais colocações do fute-bol mundial são as seguintes: Espanha – 1.566 pontos; Alemanha – 1.369; Holanda – 1.359; Uruguai – 1.317; Inglaterra – 1.173; Portugal – 1.155; Brasil – 1.152; Itália – 1.115; Croácia – 1.101; Dinamarca – 1.090.

Pelo menos estamos melhor do que a Argentina, que ocupa a 11ª posição.

Faixa exclusiva

Começou uma discussão em Brasília sobre as faixas livres para ôni-bus que o Governo do DF implantou em duas pistas: na EPTG e no Núcleo Bandeirante. Pessoas que usam carro particular reclamam dos engarrafa-mentos. Em contraste, aqueles que usam ônibus estão entusiasmados. É a eterna luta de classes. Mas essa solução precisa ser estendida a outras vias, pois Brasília começa a ter problemas sérios de trânsito, com apenas 52 anos.

Lindembergue, réu?

Para o cidadão comum – inocente, puro, primário -, o julgamento de Lin-dembergue Alves representou um des-perdício, um abuso, um desgaste para o Estado, inclusive em termos financeiros.

O assassinato da menina Eloá foi transmitida ao vivo para todo o mundo - e todo mundo sabe que Lindember-gue é um monstro, autor de um crime premeditado, praticado contra uma ga-rota que fazia o dever de casa, em casa.

Para nós, seres comuns, sem cul-tura jurídica, Lindembergue nunca foi réu. Há muito tempo é culpado.

Globo enquadrou PM

Graças ao Jornal Nacional, os po-liciais militares em greve na Bahia e no Rio de Janeiro (e em outras cidades) tornaram-se vilões. Constrangidos e acuados pela opinião pública, botaram o rabo (e as armas) entre as pernas e voltaram a trabalhar.

A Globo, no auge da crise, apre-sentou depoimentos duríssimos de mi-nistros do Supremo Tribunal Federal ou da Justiça do Trabalho, mostrando que greve de servidor armado é ilegal e, antes de tudo, inconstitucional. Mais não se disse, nem se falou. E a greve acabou.

Limpando a política

O Supremo Tribunal Federal jul-gou, em termos definitivos, a aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições mu-nicipais. Com essa lei, uma multidão de candidatos a prefeito, vice-prefeito e ve-reador ficará de fora da eleição.

São dezenas de milhares de can-didatos ”ficha suja” que estarão fora de circulação, ajudando a purificar a polí-tica brasileira. Muitos deles poderiam ser eleitos hoje e, dentro de alguns anos chegar aos mais altos cargos da Repú-blica, atingindo até mesmo a Presidên-cia da República.

Cadê o barcelona?

O time do Barcelona está em cri-se. Dá para acreditar? Três meses depois de ganhar o campeonato mundial, no Japão, o time de Messi é superado pelo Real Madri no Campeonato Espanhol e vê-se pressionado pela torcida.

Os reinados hoje são curtos e va-cilantes, embora geniais, como é o caso do Barcelona, na sua arte inigualável de jogar futebol.

Pensando bem, isso até que é le-gal. Às vezes cansa saber que nunca ha-verá um Pelé nas futuras gerações.

Page 23: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 23

COLUNISTA

Metrô sem vontade

Não há uma política de valoriza-ção do Metrô no DF. No governo passa-do, de Rogério Rosso, falou-se na com-pra de trens, mas se estes carros vieram não houve a necessária comunicação à sociedade. Pelo menos seis grandes cida-des do DF têm dependência em relação ao Metrô: Ceilândia, Taguatinga, Samam-baia, Águas Claras, Guará e Brasília.

O governador Agnelo Queiroz, agora surpreendido com denúncia de sabotagem no sistema, precisa estabele-cer uma política clara de investimento no Metrô.

Vendendo matéria-prima

O superávit que o Brasil regis-tra, ano a ano, no comércio exterior, esconde uma realidade preocupante: as vendas de commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional) respondem por mais de 80% dos volumes embarcados pelo país, em tonelagem.

As exportações brasileiras passa-ram de 201 milhões de toneladas em 1995 para 544 milhões no ano passado. Desse total, 447 milhões de toneladas se referiram à exportação de produtos básicos, 45 milhões a produtos semi-manufaturados e 46 milhões a produtos manufaturados.

Aberração nas aposentadorias

A presidente Dilma tem razão em brigar para fazer mudanças pretendidas

na previdência social, um setor deficitá-rio e sem solução a curto prazo.

O governo pretende criar três fun-dos (um para o Executivo, um para o Legislativo e outro para o Judiciário) de previdência complementar, com parti-cipação do servidor e da União.

No entanto, as regras só valerão para os novos servidores que ingressa-rem no serviço público. Eles receberão o teto da Previdência Social (atualmen-te, R$ 3.689,66) ao se aposentarem, mais o benefício complementar se par-ticiparem dos fundos.

Pobreza em Portugal

Dados do Eurostat, o centro de estatísticas da União Europeia, indi-cam que um quarto da população por-tuguesa estava, em 2010, em risco de pobreza ou de exclusão social. Uma em cada quatro pessoas residentes em Portugal encontrava-se, em 2010, em risco de pobreza, em situação de priva-ção material grave ou prestes a viver em domicílios com intensidade de trabalho muito baixa.

De acordo com especialistas, a si-tuação deverá ter piorado em resultado do agravamento da crise econômica e financeira do país.

Aeroportos com donos

O governo conseguiu avançar na proposta de privatização dos terminais aéreos, vendendo os aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos (SP – Cam-pinas) e Brasília.

O aeroporto de Guarulhos foi ar-rematado pelo consórcio Invepar por R$ 16,213 bilhões, com ágio de 373,5% sobre o valor mínimo estabelecido.

Viracopos, em Campinas, ficou com o consórcio Aeroportos Brasil, que ofere-ceu R$ 3,821 bilhões, ágio de 159,75%.

Brasília ficou com o consórcio In-framérica Aeroportos, R$ 4,501 bilhões, ágio de 673,89%. Pode ser que agora, de-pois de privatizado o Aeroporto JK, no DF, termine a ridícula obra de banheiros que começou no início do ano passado.

CNJ é primeiro mundo

O placar foi apertado (6x5), mas o Supremo Tribunal Federal reconhe-ceu os poderes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para fiscalizar e refor-mar o sistema judiciário brasileiro.

O Brasil destaca-se entre as nações emergentes por ser um país com instituições fortes. Por aqui, graças à Constituição de 1988, te-mos Ministério Público, Polícia Federal, Banco Central, Ibama, Pro-cons e outros órgãos como exem-plos de organizações que levam o Brasil para o Primeiro Mundo. Para completar, está fortalecido o CNJ para controlar a Justiça.

Quem financia o futebol?

Não se sabe o que sustenta o fute-bol da Europa, um continente falido. Os salários absurdamente altos de jogado-res e técnicos não são explicáveis à luz do mercado e há boatos de que dinhei-ro sujo cerca essas negociações.

Chegamos ao futebol brasileiro. De repente, começamos a importar Adriano com salário base de R$ 400 mil; Felipão com R$ 700 mil; e Ney-mar, mantido por aqui com mais de R$ 1 milhão por mês.

De onde vem esse dinheiro?

Page 24: Revista Estados & Municipios
Page 25: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 25

Municípios

A prefeitura de Wanderley, pe-quena cidade localizada a 740 quilômetros de Salvador, que-

brou uma rotina verificada na maioria dos pequenos municípios do interior do país: ela deixou de ser o maior em-pregador do município, responsabili-dade que foi assumida pela agricultura familiar, com destaque para a cadeia produtiva do leite.

Detentora de um dos maiores re-banhos bovinos da Bahia, a cidade in-vestiu pesado na disseminação das ativi-dades ligadas à agropecuária, valorizou as pequenas propriedades e incorporou a agricultura familiar no processo de ge-ração de renda e emprego. Atualmente, a cidade produz cerca de 27 mil litros de leite por dia e exporta tecnologias al-ternativas de agricultura orgânica.

Responsável por essa mudança de paradigma, o prefeito Bionô Roque das Chagas (PT) ressalta que a receita é simples: transparência, modernização administrativa e rigor na aplicação dos recursos públicos. Segundo o prefeito, outro trunfo de sua administração foi o alinhamento do município com as políticas públicas do governo federal e estadual. “Temos uma cartilha única, que prega a socialização dos meios de produção, a questão social, o consumo consciente e a proteção ambiental”.

O tal “alinhamento das políticas públicas” está trazendo resultados tão surpreendentes que a malha viária do município já não suporta a demanda. “O município não estava preparado para tanto crescimento”, afirma o pre-feito, ressaltando que a prefeitura vem investindo pesado na modernização da infraestrutura viária municipal.

“Estamos fazendo isso com mui-to sacrifício, mas temos que fortalecer a coluna vertebral do município para garantir o escoamento da produção”.

Segundo Bionô Chagas, a moderniza-ção da malha viária será um importante legado que sua administração deixará para o município.

Legado

Segundo o prefeito, a cidade vive uma “efervescência” tão grande de construção e melhoria habitacional que não existe sequer uma rua que não te-nha uma obra. “O município virou um verdadeiro canteiro de obras, já está até faltando material de construção e mão de obra especializada”, enfatiza.

Na área social, o principal foco continua sendo a saúde preventiva, com ênfase na atenção básica, que am-pliou sua área de cobertura de 18% para quase 100% da população, e no abaste-cimento e fornecimento de água tratada com qualidade. “Em 2010 registramos apenas um único caso de mortalidade infantil. E isso, por si só, já é uma grande vitória”, comemora o prefeito.

Em outra frente de trabalho, a prefeitura investe no esgotamento sa-

nitário da cidade em lagoas de decanta-ção. O projeto, incluído no PAC II, tem parceria com a Funasa e estará concluí-do ainda este ano. “Estamos debatendo com a sociedade para que esse projeto seja gerado e amadurecido dentro da sociedade e não nos gabinetes de Bra-sília, onde as coisas nem sempre saem como a sociedade imagina”.

A gestão do lixo também é uma prioridade da atual administração mu-nicipal, com a construção de um aterro sanitário simplificado com coleta seleti-va e destinação para reciclagem. Segun-do o prefeito, o projeto técnico já foi aprovado e aguarda apenas a liberação de recursos. “O projeto do aterro prevê um horizonte de mais de 25 anos de vida útil”, explica Bionô Chagas.

Transparência, rigor na aplicação dos recursos públicos, modernização administrativa, infraestrutura viária, ci-dadania, saúde e educação de qualida-de. Reeleito ou não, Bionô Chagas tem a convicção de que sua administração deixará um grande legado para o muni-cípio de Wanderley..

Transparência no sertão baiano

“Estamos debatendo com a sociedade para que esse projeto seja gerado e amadurecido dentro da sociedade e não nos gabinetes de Brasília, onde as coisas nem sempre saem como a sociedade imagina”

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 25

Page 26: Revista Estados & Municipios

26 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Prefeito mais idoso do Brasil, com 83 anos, Wayne Farias (PSC) não pretende abandonar

a política tão cedo. Candidato declara-do à reeleição na prefeitura de Padre Bernardo (GO), ele garante que seu último ano de governo será exatamente igual aos outros.

Sem falsa modéstia, Wayne Farias afirma que seu plano de governo está sendo rigorosamente cumprido e, em alguns pontos, até mesmo superando as metas previstas inicialmente. “Acho que tem coisas que eu fiz mais do que prometi, principalmente na educação e na saúde”, avalia o prefeito, citando os investimentos de 30% da receita bruta do município em educação e de 25% em saúde, “muito acima dos percentu-ais definidos por lei”.

Indagado sobre possíveis derrotas sofridas em seu governo, Wayne Farias foi enfático: “Não tive nenhuma derro-ta, porque me programei para trabalhar rigorosamente de acordo com os recur-sos disponíveis”, afirmou, ressaltando que nem mesmo o fato de não ter con-seguido a liberação de sequer um centa-vo em emendas parlamentares pode ser considerado como derrota.

“Desde o início do mandato es-tou trabalhando apenas com recursos próprios. Portanto, o que vier é lucro”. A economia de Padre Bernardo é movi-mentada principalmente pela pecuária, que responde por mais de 30% da arre-cadação do município. Na agricultura, o forte é o cultivo de soja e milho.

E é justamente na cultura da soja que Wayne Farias vislumbra um futuro promissor para a cidade. “Além dos 40 mil hectares de soja plantados, estamos in-

Futuro promissor para Padre BernardoMunicípios

Em um município onde a economia é movimentada em grande parte pela pecuária, o prefeito Wayne Farias garante que não vai inventar a roda. “Farei o que venho fazendo desde o início do meu mandato: revitalizando a cidade, cuidando da educação, da saúde e da cidadania”.

centivando e apoiando o pequeno produ-tor para fortalecer a agricultura familiar”.

No quesito habitação, o prefeito destaca o convênio firmado recente-mente com a Caixa Econômica Federal no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida e que vai realizar o sonho da casa própria de milhares de trabalha-dores. O convênio prevê a construção de 1.400 casas no município

Wayne Farias continua apostan-do em futuras parcerias como forma de captar novos recursos para o desenvol-vimento do município. “Parceria bem feita, estudada e planejada é sempre bem-vinda”, ressaltou. E é com uma dessas parcerias que ele espera resolver, definitivamente, um dos principais pro-blemas da cidade: a destinação do lixo. “Estamos concluindo o projeto e espe-ramos contar com recursos do governo do estado e da União”.

26 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Page 27: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 27

Conceição da Feira aposta nas parcerias

Infraestrutura urbana. Esse é o gran-de legado que o prefeito Val de Maninho (PT) deixará para o mu-

nicípio de Conceição da Feira (BA). O trabalho árduo que sua equipe de gover-no vem executando nos últimos três anos está surtindo efeito e modificando o cenário de uma cidade que, até pouco tempo, não tinha acesso a convênios e linhas de crédito oficiais, em função da inadimplência crônica de suas contas públicas.

“Nossa maior vitória é ver o mu-nicípio crescer. É pavimentar ruas em conjuntos habitacionais historicamente abandonados pelo poder público. É dar abrigo decente para pessoas que moravam debaixo de lona”, ressalta o prefeito, que elegeu 2012 como o ano da infraestrutura.

O sonho da casa própria está vi-rando realidade em (nome da cidade). Nos próximos dois meses, o município entregará 148 novas unidades habita-cionais e outras 320 serão construídas no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida. Mais de 50 ruas serão pa-vimentadas no decorrer de 2012 com recursos de emendas parlamentares, sendo que 22 delas já foram licitadas.

“Tudo isso é fruto de um minucio-so planejamento de médio e longo pra-

zo focado nas questões estruturantes”, explica o prefeito, ressaltando que o ponto de partida foi tornar o município adimplente e apto para captar recursos. “Ao longo desses três anos de mandato, já conseguimos captar R$ 26 milhões em investimento federal e estadual, contra pouco mais de R$ 1 milhão obti-dos no período de 1998 a 2008”.

O primeiro ano de mandato foi dedicado praticamente à negociação e pagamento de dívidas deixadas pelas administrações anteriores. “Já desem-bolsamos mais de R$ 3,5 milhões para o pagamento de dívidas. Mas sem essa intervenção, nada do que estamos reali-zando seria possível”

A adimplência e a reaproximação com as demais esferas de governo abri-ram as portas do município para novas parcerias e convênios. Segundo Val de Maninho, é impossível que qualquer gestão que se diz moderna tenha êxito sem formalizar parcerias com os gover-nos federal e estadual, empresários e movimentos sociais e populares. “Par-ceria é a palavra-chave para uma boa gestão pública”, enfatiza.

E foi justamente para aperfeiçoar essas parcerias que o prefeito esteve em Brasília, cumprindo uma rigorosa agen-da de trabalho. Na pauta, audiências nos Ministérios da Educação, Saúde, Integração e reunião técnica no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Edu-cação (FNDE), para tratar de temas diversos como convênios para creches, drenagens e o fortalecimento da aten-ção básica à saúde.

Grande desafio

A lista de benefícios obtidos atra-vés destes convênios é extensa: obras de pavimentação, moradias, creche--escola, postos de saúde, ônibus, qua-

dras poliesportivas, retro-escavadeiras. No ano passado, o município saltou da 134ª para a 10ª colocação no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), um feito extraordinário para um município que até pouco tempo es-tava fadado ao ostracismo.

Meio Ambiente

A atual gestão também solucio-nou o problema do lixão, que ator-mentava o município e poluía seus mananciais, com a instalação de um aterro sanitário fiscalizado e rigorosa-mente de acordo com a legislação am-biental. Os serviços de coleta e a des-tinação do lixo foram terceirizados, inclusive com tratamento diferen-ciado para o lixo hospitalar. “Nossa despesa aumentou, mas os benefícios para a saúde pública certamente com-pensam o investimento”

Com eficiência, transparência, responsabilidade fiscal e modernização da gestão, o município também conse-guiu acabar com a tradicional “toma lá dá cá”, pratica que ainda impera em vá-rios municípios brasileiros de pequeno e médio porte.

Mesmo com tantas vitórias, Val de Maninho reconhece que o grande desa-fio de sua gestão ainda não foi concre-tizado: a construção do Centro indus-trial do Subaé (CIS), empreendimento que vai trazer empresas e estimular a geração de emprego e renda. ”Estamos trabalhando duro para viabilizar sua im-plantação ainda este ano”.

A meta é atrair empresas dos se-tores de calçados, móveis, materiais elétricos e avicultura, explorando a po-sição estratégica da cidade, localizada a 30 quilômetros de Feira de Santana e cortada por ferrovias e importantes ro-dovias federais e estaduais.

Municípios

Page 28: Revista Estados & Municipios

28 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

A gestão do prefeito Luiz Carlos Folador (PT-RS) está fazendo história em Candiota, muni-

cípio com pouco mais de 10 mil habi-tantes e localizado a 390 quilômetros de Porto Alegre. Com 84% de aprovação popular (ótima e boa), sua equipe de go-verno está implantando um novo concei-to de administração pública calcado na transparência, rigor nos gastos públicos e valorização da cidadania. “Todos os pro-

jetos e programas desenvolvidos no mu-nicípio são previamente debatidos com a comunidade”, enfatiza o prefeito.

Graças a essa verdadeira mobili-zação, o município alcançou a almejada estabilidade econômica, desafio que pa-recia quase impossível no início do seu governo. “Quando assumimos a atual gestão, a realidade da administração municipal era preocupante”, afirma o prefeito, ressaltando que as dívidas com

empresas, fornecedores, funcionalismo público, precatórios e restos a pagar to-talizavam quase R$ 19 milhões.

Atualmente essa realidade é dife-rente. O município negociou com os credores. Com isso, desembolsou R$ 6 milhões em pagamentos de dívidas, voltando a ter crédito na praça. “Hoje

A nova realidade de Candiota

Projeto UCA Candiota Pavimentação na zona urbana

Municípios

Page 29: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 29

temos créditos como, de fato, deve ter uma gestão pública. Antigamente, nin-guém queria vender para a Prefeitura por que não tinha crédito. Hoje isto mudou, todos querem vender, tudo está em dia”.

Com as contas regularizadas, o município finalmente conseguiu investir recursos próprios em ações estratégicas e obras de infraestrutura “Hoje o municí-pio tem um verdadeiro canteiro de obras em todas as localidades, seja no meio ur-bano ou rural”, comemora o prefeito.

Segundo Luiz Folador, todas as áreas estão recebendo investimentos, mas as obras de infraestrutura são o grande pilar para a transformação da cidade. “Quando iniciamos esta gestão detectamos que, para tornarmos Can-diota uma cidade com capacidade de autossuficiência, este ponto seria deter-minante. Por isso, traçamos um proje-to ousado de pavimentar todas as vias urbanas do município. Acreditamos que isto é importante, tanto para levar mais qualidade de vida para os nossos moradores, como para atrairmos novas empresas e investidores”.

A estratégia surtiu efeito. Várias empresas estão se instalando no Dis-trito Industrial. O município está in-vestindo na diversificação da produção agrícola e já definiu sua próxima meta: incentivar o turismo.

Trajetória de sucesso

O primeiro passo para essa trajetó-ria de crescimento foi reforçar os investi-mentos em saneamento de qualidade. Se-gundo o prefeito, o município detém um dos maiores índices de atendimento no Brasil, com cerca de 98% do saneamento básico com tratamento adequado, o que melhora consideravelmente a saúde pú-blica e a qualidade de vida da população.

Outro ponto fundamental foi a formalização de parcerias. “Acredita-mos que todo o gestor que se preze não pode ter a vaidade de querer buscar o progresso e o desenvolvimento de sua cidade sozinho”, analisa. Ele enfatiza que sua administração sempre esteve aberta às iniciativas de entidades so-ciais, sindicais, tradicionalistas, cultu-rais e de classe. “Vejo que, desse modo, traçamos metas realmente democráti-cas e direcionadas para melhorar a vida do nosso povo”, ressalta o prefeito.

Ele também destaca o apoio que vem recebendo do Governo Federal em todas as áreas da administração pública. “Certamente é uma parceria fundamen-tal para o nosso município”.

Conhecida como a capital nacio-nal do carvão, Candiota ainda amar-ga uma derrota que se arrasta desde o início do mandato. “Infelizmente ainda

não conseguimos convencer o governo federal a incluir o carvão mineral nos leilões de energia”, lamenta o prefeito, ressaltando que o carvão mineral está para a Metade Sul do RS como o Pré-Sal está para o Brasil.

Sempre otimista, Luiz Folador acredita que quebrar essa resistência é apenas uma questão de tempo. “Esta-mos otimistas que daqui a pouco con-seguiremos convencer os técnicos bra-sileiros da importância de incluir nos leilões de energia este mineral que é estratégico para a geração de empregos e renda na região Sul do país”.

O otimismo é perfeitamente justi-ficado pelas inúmeras vitórias conquis-tadas nesses três anos de mandato. “Ver todos os alunos da rede municipal de ensino com uniforme, tênis, transporte de qualidade e computador é uma sen-sação que não tem preço.”

Luiz Folador garante que seu pla-no de seu governo está sendo rigorosa-mente cumprido, mas reconhece que ainda há muito o que fazer. “Fizemos muito, mas ainda queremos mais. Nossa cidade tem um horizonte promissor se soubermos seguir o caminho. Estamos empenhados em não apenas deixarmos as sementes plantadas, mas colhermos os frutos do que já plantamos e concluir tudo aquilo que iniciamos”.

Pavimentação na zona urbana Investimento no setor rural Mina de carvão da Companhia Rio-Grandense de Mineração (CRM)

Municípios

Page 30: Revista Estados & Municipios

30 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Os governos de Pernambuco e dos Estados Unidos selaram ofi-cialmente a parceria que está

possibilitando aos alunos da rede esta-dual o aprendizado da língua inglesa. O documento foi assinado pelo governa-dor Eduardo Campos e pela subsecre-tária para Assuntos Políticos dos EUA, Wendy Sherman, e formaliza o apoio americano ao programa “Ganhe o Mun-do”, lançado em novembro de 2011.

Segundo Wendy Sherman, o acordo celebra uma longa história de troca de experiências entre os EUA e Brasil. A embaixadora elogiou a ini-ciativa pernambucana. “Parabeniza-mos o Governo de Pernambuco pela iniciativa pioneira de investir em trei-namento da língua inglesa para profes-sores e alunos”.

Profissionalização

A parceria abrange ainda ações destinadas à formação educacional, profissional e técnica de professores da rede estadual. “Temos a convicção

de que esse programa está ajudan-do a tornar a escola de nível médio atrativo. É um passo importante na construção de uma escola pública mais próxima do desejo de nossos alunos”, destacou o governador.

Três eixos

O Ganhe o Mundo engloba três eixos de atuação. O primeiro é a promo-ção de aulas de inglês e espanhol para 24 mil alunos em 273 escolas estaduais de 124 municípios pernambucanos. As primeiras turmas tiveram início no dia 21 de novembro. Em maio serão sele-cionados os 800 alunos do curso que mais se destacaram nas aulas.

Após a seleção, os estudantes vão passar por um período preparatório – que inclui acompanhamento psicoló-gico – até embarcarem para o exterior, em setembro. Além dos EUA, Canadá, Nova Zelândia e Inglaterra receberão os estudantes que optaram pelo in-glês. Espanha e países da América do Sul são destinos daqueles que esco-

Parceria entre Pernambuco e EUA

lheram o aprendizado em espanhol. Os contemplados terão passagens, se-guro saúde e estadia gratuitos. Além disso, receberão uma ajuda de custo de US$ 300 dólares por mês.

Capacitacão

Outra frente do programa é a ca-pacitação do professorado da rede es-tadual. Cinco especialistas na língua inglesa virão dos EUA para capaci-tar, ao longo do ano, 450 docentes. “Essa colaboração trará as mais avançadas e recentes ferramentas do ensino da língua inglesa para as salas de aula desse estado”, assegurou Wendy Sherman, que fez um sobre-vôo no Porto de Suape para conhecer o empreendimento.

O terceiro e último eixo do pro-grama vai beneficiar 50 alunos da Escola Estadual Santos Dumont, no Recife. Os estudantes receberão bolsas integrais de estudo por dois anos completos para o curso de inglês no centro binacional Associação Brasil-América.

Educação

Pernambuco vai injetar cerca de 400 mil dólares (cerca de

R$ 690 mil) na capacitação do professorado e nas despesas

indiretas relacionadas ao projeto. Como contrapartida, o governo

americano vai investir outros 150 mil dólares, que englobam

as despesas com um dos especialistas, os custos da viagem

e do material didático

Governador de Pernambuco, Eduardo Campos, assina convênio com a subsecretária para Assuntos Políticos dos EUA, Wendy Sherman

Page 31: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 31

A tradição e a beleza dos prédios históricos do Pará, onde hoje funcionam várias escolas da

Rede Estadual de Ensino, receberão um cuidado especial este ano. O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação (Seduc), vai investir pelo me-nos R$ 25 milhões na restauração de 15 dessas escolas paraenses. A primeira de-las será a Escola Estadual Barão do Rio Branco, no Centro de Belém, que em março completa 100 anos de fundação. Escolas do interior, em todas as regiões, também serão restauradas.

Os projetos de restauração estão sendo submetidos ao Instituto do Patri-mônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e devem ser licitados até o mês de março. Segundo o secretário adjunto de logística da Seduc, José Croelhas, as 15 escolas foram divididas em três grupos de prioridade. O primeiro, que abrange escolas em Igarapé-Açu, Santa Izabel, Alenquer, Santarém e a Barão do Rio Branco, na capital, terá um investi-mento de R$ 10,6 milhões e a obra será licitada até março.

“Fizemos um levantamento que identificou essas 15 escolas que fun-cionam em prédios históricos e que precisam de restauração para manter a infraestrutura adequada para os alunos, bem como manter a tradição e o patri-mônio que representam. Por isso, tam-bém dividimos esses prédios em três grupos de prioridades. O primeiro será licitado até março. A previsão é que as obras de restauração comecem este ano em todas essas escolas. Tudo depende da aprovação do Iphan para o início dos processo licitatório”, afirma Croelhas.

Os recursos que serão aplicados para a reforma das escolas são oriun-dos do Tesouro Estadual. José explica que no ano passado, o Governo apenas conseguiu fazer obras de pouco mais de

R$ 100 mil nas escolas, em função das limitações financeiras do estado, mas que neste ano já estão previstos recur-sos para outras reforma, em especial a das escolas que funcionam nos prédios históricos.

Durante as restaurações, o secre-tário reforça que os alunos serão aco-modados em outras escolas da rede, que fiquem próximas à unidade em re-forma, ou assistirão as aulas em prédios alugados para o período da obra.  “Essas reformas vão resgatar a história desses prédios e valorizar o nosso patrimônio e a nossa educação. Essa é uma resposta ao clamor dos alunos, e um reconheci-mento dessas importantes instituições do estado”.

Barão do Rio Branco

A centenária escola Barão do Rio Branco, no centro da capital, será o pri-meiro prédio a ser restaurado. O arqui-teto Edilson Santos, responsável pelo projeto de restauração, diz que a Barão nunca recebeu uma obra como a que está sendo planejada para os próximos meses. “O que houve antes foram ape-nas pequenas intervenções. E nos últi-mos dois anos nem isso ocorreu. Será preciso um trabalho bastante minucio-so para resgatar os detalhes e reparar to-dos os elementos deste prédio, que é do início do século XX”, explica Edilson.

De acordo com o arquiteto, além da restauração, a escola será adequa-da às necessidades atuais da educação. “Esse prédio já foi construído no início do século XX com a finalidade de abrigar uma escola, atendendo às necessidades da época. Hoje os alunos têm outras necessidades. Por isso va-mos precisar adaptar a es-cola para portadores de

deficiência física, preparar a instalação elétrica para o laboratório de informá-tica, verificar de que forma podemos climatizar as salas, a área do recreio, o conforto acústico, por causa do gran-de fluxo de veículos na rua. Enfim, o prédio será restaurado, mas adaptado a essas necessidades, sem perder as suas características, é claro”.

A diretora da escola, Ana Célia Ribeiro, conta que há dois anos preci-sou transferir dois alunos cadeirantes para outra escola, pois a Barão do Rio Branco não possui a estrutura neces-sária para atendê-los. “Isso foi há dois anos. Agora, com esta reforma, teremos a nossa escola centenária adaptada à nossa realidade educacional, podendo atender a todos os alunos”.

A escola Barão do Rio Branco atende atualmente mais de 600 alunos, que têm a partir de 9 anos. Eles estu-dam nas séries do Ensino Fundamental e Médio, nos três turnos, em turmas de jovens e adultos, inclusive. Em março, a escola comemora o seu centenário de fundação e ganha como presente a restauração, que deve ser iniciada ainda neste semestre.

Pará restaura escolas históricasEducação

Page 32: Revista Estados & Municipios

32 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Estudo feito pelo movimento To-dos pela Educação aponta que 3,8 milhões de crianças e jovens

entre 4 e 17 anos estavam fora da escola em 2010. Na década (2000-2010), en-tretanto, houve um aumento de 9,2% na taxa de acesso à escola, segundo o estu-do De Olho nas Metas 2011.

A região Norte registrou o maior aumento na frequência ao sistema de en-sino, com crescimento de 14,2%, o que possibilitou o atendimento de 87,8% das crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos. A região Sudeste teve o menor avanço na década, expansão de 8%. Ainda assim, é a parte do país com maior índice de jovens matriculados, 92,7%. No Brasil, a taxa de inclusão escolar chega a 91,5%.

Mesmo com o acréscimo nas taxas de frequência, o relatório apon-ta que o país não conseguiu superar a

3,8 milhões de jovens fora da escolaEducação

meta intermediária (de 93,4% de aces-so) estabelecida para o ano de 2010.

Com o maior número de jovens em idade escolar (17,3 milhões), a re-gião Sudeste registra o maior número de crianças e adolescentes fora da es-cola (1,27 milhão). Desses, 607,2 mil estão no estado de São Paulo, unidade da Federação com maior número de jo-vens sem estudar. Percentualmente, no entanto, apenas 7% dos paulistanos en-tre 4 e 17 anos não frequentam a escola.

Na região Norte, são 579,6 mil jo-vens que não estão estudando. O Acre é o estado com a pior taxa de inclusão, 85%, o que representa 35 mil crianças e adolescentes fora do sistema de ensino.

As taxas de acesso à pré-escola permanecem em patamares mui-to mais baixos que os estabelecidos pelas metas. Crianças de 4 e 5 anos

têm a menor taxa de atendimento (80,1%). Na região Norte, apenas 69% das crianças que deveriam estar na pré-escola estão estudando.

O ensino médio também apre-senta uma taxa de frequência menor do que a média. Na faixa de 15 a 17 anos, apenas 83,3% estão inseridos no siste-ma de ensino, o que representa 1,7 mi-lhão de jovens fora da escola. O menor percentual de acesso é registrado nova-mente no Norte (81,3%).

O estudo  De Olho nas Metas  é um relatório anual cujo intuito é acom-panhar indicadores educacionais ligados às cinco metas estabelecidas pelo Todos Pela Educação para serem cumpridas até 2022. A primeira meta é chegar ao índice de 98% ou mais das crianças e jovens de 4 a 17 anos matriculados e frequentando a escola no prazo de dez anos.

Na região Norte são 579,6 mil jovens que não estão estudando. O Acre é o estado com a pior taxa de inclusão, 85%, o que representa 35 mil crianças e adolescentes fora do sistema de ensino

Page 33: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 33

Educação

A Prefeitura de Mossoró autori-zou a concessão de quase 300 bolsas para o ensino superior

através do Programa de Incentivo a Edu-cação Universitária (Pró-Superior). Insti-tuído pela Lei No. 2.447/2008, o progra-ma municipal troca impostos por bolsas de estudos, com 50% de desconto para estudantes de baixa renda da cidade.

Os universitários podem escolher entre cursos de graduação e cursos de tec-nólogos, em três instituições privadas de Mossoró: Universidade Potiguar (UNP), Mater Christi e Faculdade de Enferma-gem Nova Esperança (FACENE).

As bolsas são disponibilizadas de acordo com o calendário de cada uni-versidade. Na UNP, serão oferecidas 287 vagas sem restrição de curso. O candidato poderá escolher o que de-sejar entre 16 opções. Na FACENE, o processo seletivo já foi realizado com concessão de duas bolsas.

Segundo o secretário municipal da Cidadania, Francisco Carlos Carvalho, o ensino superior não é responsabilida-de do governo municipal, mas, com o apoio da prefeitura, o município com-prou essa luta e fez o maior programa de formação que Mossoró já viu. “A Prefeitura investe mais de R$ 1 milhão por ano no Pró-Superior”, ressaltou o secretário.

Parte das vagas é destinada a servidores públicos municipais. que podem ingressar em cursos da edu-cação superior privada pagando metade da mensalidade, já que a Prefeitura com-pensa no recolhimento do Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISS).  

“A estratégia faz parte da polí-tica de valorização dos servidores e demonstra a preocupação da adminis-tração municipal em todos os níveis da educação. Estamos facilitando o acesso da população e dos servidores à edu-cação superior, o que será importante para a carreira profissional”, enfatiza o secretário.

Para participar da seleção, o can-didato deve morar em Mossoró, ter es-tudado em escolas públicas da cidade, possuir renda de até três salários míni-mos e não estar matriculado em outra ins-tituição de ensino superior. Para manter a bolsa, o universitário não pode ser repro-vado em mais de quatro disciplinas.

Desde que entrou em vigor em 2009, o Pró-Superior já formou mais de 60 profissionais para o mercado de trabalho e atualmente conta com cerca de 1.300 alunos distribuídos entre os cursos de: Administração, Arquitetura, Ciências Contábeis, Direito, Enferma-gem, Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Fisioterapia, Gestão Am-biental, Gestão de Recursos Humanos, Marketing, Nutrição, Petróleo e Gás, Processos Gerenciais, Segurança do Trabalho e Serviço Social

“O programa é um importante instrumento de inclusão social que rea-liza o sonho de muitas pessoas que não tem condições de ingressar em uma universidade. Tenho muito orgulho de ter participado da implantação do Pró-Superior que já está trazendo muitos benefícios para a nossa cidade”, con-cluiu Francisco Carlos Carvalho.

Bolsas para o Pró-Superior Pousada

RESTAURANTE E CACHAÇARIA

IR Edson Nobre

Page 34: Revista Estados & Municipios

O Fundo Nacional de Desen-volvimento da Educação (FNDE) está retomando o

Projeto Educando com a Horta Escolar, beneficiando alunos do Programa Na-cional de Alimentação Escolar (Pnae). Prefeitos e secretários de educação de todas as regiões brasileiras seleciona-ram cinco candidatos, por município, para participarem do curso de forma-ção de agentes multiplicadores.

O foco da nova fase do projeto será a gastronomia como instrumento de valorização dos ingredientes e recei-tas regionais, das técnicas culinárias de preparo de alimentos e da experiência de sabores e aromas das refeições pre-paradas para os alunos.

Os candidatos indicados pelos municípios já atuam nas áreas de nu-trição, alimentação escolar, pedagogia, agricultura e meio ambiente. Duzentos municípios serão selecionados para o curso de formação.

As aulas presenciais serão realiza-das em três encontros, que acontecerão entre março e novembro deste ano, em

O retorno da Horta EscolarEducação

nove pólos de formação situados nas cinco regiões do país.

Educacenso

Termina no dia 12 de março o prazo para o envio de informações so-bre o rendimento e o movimento esco-lar dos alunos em 2011. Os dados sobre aprovação ou reprovação, transferência ou abandono dos alunos durante o ano letivo devem ser cadastrados pelas es-colas no sistema Educacenso – no mó-dulo Situação do Aluno.

O sistema para lançamento de informações foi aberto no dia 1º de fevereiro e os dados finais serão divul-gados na segunda quinzena de abril, no site do Instituto Nacional de Es-tudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

As escolas devem cadastrar as informações, para não ficarem de fora das estatísticas oficiais, que servem de base para a consolidação de pro-gramas federais, como a distribuição de livros didáticos.

Page 35: Revista Estados & Municipios

O retorno da Horta Escolar

Page 36: Revista Estados & Municipios

36 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

A balança comercial da indústria mineral brasileira (mineração e transformação mineral) fechou

2011 com um saldo positivo de US$ 34 bilhões: as exportações somaram US$ 70 bilhões, valor 43% superior ao veri-ficado em 2010, contra US$ 36 bilhões em importações.

Segundo análise feita pela Secreta-ria de Geologia, Mineração e Transfor-mação Mineral do Ministério de Minas e Energia (SGM/MME), em 2011 a mineração contribuiu com 18% do total exportado pelo Brasil e a transformação mineral, com 9%. Ao todo, o país ven-deu US$ 256 bilhões ao exterior.

O aumento dessas receitas provém das vendas de minério de ferro (pelotas incluídas), participando com 93% das exportações da mineração. As vendas do produto cresceram 45% (em valor) com relação a 2010, registrando 331 mi-lhões de toneladas e US$ 42 bilhões de dólares. Estima-se que, em 2011, a pro-dução de minério de ferro tenha alcan-çado 400 milhões de toneladas.

As importações de bens minerais totalizaram US$ 11,2 bilhões. O aumen-to de 45% em relação ao ano anterior foi

devido, principalmente, ao crescimento das compras de carvão metalúrgico (de US$ 3,6 bilhões, em 2010, para US$ 5,2) e de potássio (de US$ 2,2 bilhões, em 2010, para US$ 3,5).

No ano passado, a arrecadação da CFEM - os royalties da mineração - al-cançou R$ 1,5 bilhão, aumento de 43% em relação ao ano anterior. Do total ar-recado, a maior parte foi com o minério de ferro, que teve sua participação na CFEM aumentada de 65%, em 2010, para 72%, em 2011.

Saldo positivo na indústria mineral

Fertilizante rochoso

O uso do pó de rocha como ferti-lizante está ganhando força na agricul-tura brasileira. Segundo o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Claudio Scliar, a rochagem é uma alternativa para o país reduzir cus-tos de produção da agricultura e rom-per com a atual dependência de insu-mos importados, sem comprometer a produtividade das lavouras.

De acordo com o secretário, além da ampla distribuição geográfica de mi-nerais e rochas, contendo cálcio, mag-nésio, fósforo, potássio e a redução da dependência externa de minérios para produção do fertilizante NPK, a rocha-gem pode trazer benefícios no aprovei-tamento de resíduos sólidos e rejeitos gerados em diversas minas e na recupe-ração de solos degradados.

Ele também destacou a grande diversidade geológica do país, com a pre-sença em todas as regiões de rochas que podem ser utilizadas como fonte de nu-trientes para a produção agrícola. A dis-seminação desta prática no país receberá todo o apoio do Congresso Nacional

Para Claudio Scliar, “ a rochagem é uma alternativa para o país reduzir custos de produção da agricultura”

Senador Rodrigo Rollemberg: “ Desenvolver a produção nacional de fertilizantes é

uma estratégia de proteção da economia brasileira”

O NPK pode ser encontrado granulado ou líquido. O granulado deve ser colocado sobre o solo, sem encostar na planta e feita uma rega em seguida. O líquido é dissolvido na água das regas

Meio Ambiente

Page 37: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 37

Meio Ambiente

Mais água potável no semiárido

Dezenas de famílias do assen-tamento Cachoeira Grande, em Aroeiras, na Paraíba, terão

acesso à água potável dessalinizada tan-to para o consumo quanto para a pro-dução de peixes com a implantação da Unidade Demonstrativa do Água Doce. O programa é coordenado pelo Minis-tério do Meio Ambiente, em parceria com diversas instituições, e conta com recursos do Banco Nacional de Desen-volvimento (BNDES).

A unidade de Cachoeira Grande é apenas a primeira de uma série O pro-grama investirá R$ 14,5 milhões para recuperação e/ou implantação de mais 93 sistemas de dessalinização no estado paraibano. “A iniciativa desencadeia a execução em escala do Água Doce na Paraíba, que já conta com seu plano local para o programa”, diz Renato Ferreira, co-ordenador do Água Doce no MMA. 

Os recursos são resultados de convênio firmado entre os ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvi-mento Social e  Agência Nacional de Água e faz parte do Programa Brasil Sem Miséria do Governo Federal. Até junho deste ano será implantada outra unidade demonstrativa na Paraíba no município de Sumé - Assentamento Tigre. 

No estado paraibano já foram re-cuperados 21 sistemas de dessaliniza-ção com recursos da Fundação Banco do Brasil, como, por exemplo, a unidade demonstrativa no município de Ampa-ro, na comunidade Fazenda Mata.

Até o momento, o Água Doce be-neficiou cerca de 100 mil pessoas em 152 localidades rurais do semiárido com a implantação de dessalinizado-res. A meta até 2014 é aplicar R$ 168 milhões na recuperação, implantação e gestão de 1,2 mil sistemas de dessalini-zação que vão beneficiar cerca de 500 mil pessoas.

O uso sustentável dos recursos hí-dricos promovido pelo Programa Água Doce contribui para o enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas. O Programa tem importante relação com a Política Nacional sobre Mudança do Clima por reduzir a vulnerabilidade do acesso à água no semiárido em conse-quência de estiagens mais severas.

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 37

Page 38: Revista Estados & Municipios

38 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

A Federação dos Municípios do Estado do Maranhão - FA-MEM - deu mais um passo

importante rumo ao tratamento ade-quado e organizado dos resíduos só-lidos do Estado. Reunidos no Palácio Henrique de La Roque, dezenas de prefeitos e técnicos municipais do Meio Ambiente formalizaram o Plano Municipal dos Resíduos Sólidos com a assinatura de um termo de adesão para o tratamento de forma consorciada dos lixões do Maranhão.

Após uma série de encontros, a FAMEM reuniu novamente os muni-cípios para apresentar os resultados dos questionários que foram respondidos pelos municípios e mapear o panorama atual de resíduos sólidos, além de ela-borar um cronograma físico e financei-ro para implantação dos Planos Munici-pais de Resíduos Sólidos.

Consórcio para tratar resíduos sólidosPara o prefeito de Itapecuru-Mi-

rim e presidente da FAMEM, Júnior Marreca (PR-MA), as iniciativas da Fe-deração em relação aos resíduos sólidos é motivada pela obrigatoriedade dos muni-cípios terem que elaborar os seus Planos Municipais de Resíduos Sólidos. “Tivemos a preocupação de realizar palestras com técnicos e consultores do assunto, além do Ministério Público, para que todo prefeito maranhense possa ficar o mais informado possível em relação ao manejo adequado dos resíduos sólidos”, realçou.

Segundo o promotor de justiça, Fernando Barreto, todo município é obrigado a ter um Plano de Resíduos Sólidos. Ele destacou que esta é uma tarefa difícil, muito mais complexa do que coletar o lixo e colocar em um aterro, mas que precisa de uma mudança de paradigmas por parte da administração municipal.

“97,4% dos municípios mara-nhenses não possuem aterro sanitário, o que torna o desafio ainda maior. O Plano Municipal precisa exis-tir para atender o artigo 9º da Lei 12.305/2010, de não gerar, reduzir, reutilizar, reciclar e tratar de forma cor-reta o destino final dos resíduos sólidos. Ao elaborar o plano, os prefeitos preci-sam ter essas metas como prioridade”, destacou o promotor.

Alternativas

Para o superintendente de pla-nejamento da Secretaria de Meio Am-biente de Minas Gerais, Ivan Leite, a estruturação dos consórcios é uma iniciativa viável e rentável para os mu-nicípios. “O consorciamento tem várias vantagens, pois os municípios ganham em escala no custeio da instalação e da manutenção dos empreendimentos, maior poder de barganha na busca de investimentos, potencial de desenvol-vimento técnico, além de licitar obras públicas de qualquer ente consorciado, autonomia para firmar convênios, con-tratos e acordos e maior possibilidade de receber auxílio”, ressaltou..

A proposta do Plano de Gerencia-mento Integrado dos Resíduos Sólidos (PGIRS) apresentado pela FAMEM consiste na instalação de centrais de compostagem anaeróbicas estrategica-mente localizadas, capazes de promover o tratamento adequado dos resíduos só-lidos urbanos gerados pelos municípios localizados em um raio de 50 km.

O programa prevê também a or-ganização de cooperativas de recicla-gem e capacitação de cooperados para a remoção da fração dos resíduos cujos resultados econômicos da reciclagem possam configurar importante fonte de renda e reinserção social.

Meio Ambiente

38 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Page 39: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 39

Com base nos registros feitos de 1944 a 2007 pela Companhia Docas do Estado de São Paulo,

em Santos, Paolo Alfredini, professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade de São Pau-lo (USP) constatou uma elevação do mar de 74 centímetros por século. Também foi analisada a documentação de outras instituições em Ubatuba, São Sebastião e Caraguatatuba .

Nas últimas décadas, no entanto, o avanço das águas marítimas foi mais rápido. “Nos últimos 20 anos, analisan-do esses dados, a gente nota que tem ha-vido uma aceleração. Isso aparentemente está ligado ao fato que as temperaturas têm aumentado mais nesse período”, res-saltou o professor. Com isso, a estimativa de Alfredini é que neste século o nível do mar suba cerca de 1 metro.

Tragédia urbana

Um aumento desse nível significa, segundo Alfredini, a perda de 100 me-tros de praia em áreas com declividades suaves. Essa aproximação das águas pode colocar em risco construções à beira-mar.

“A quebra da onda vai ficar muito mais próxima das avenidas, onde exis-tem ocupações urbanas. Vai começar a solapar e erodir muros”, disse. “Tubula-ções que passem perto da praia, como emissários de esgoto, interceptores de águas pluviais, podem vir a ser descal-çados e eventualmente até romper”, alerta o pesquisador.

Ressaca

Outro fator que ameaça as cons-truções costeiras, verificado no estudo, é o aumento da altura das ondas nas ressacas e tempestades marítimas, além do aumento da frequência desses fenô-menos. “Havendo um recrudescimento

Nível do mar sobe cada vez mais rápido

das ondas, isso também vai provocar mais erosões (nas praias)”, alertou o pesquisador.

Abastecimento

A elevação do nível do mar poderá ainda, segundo Alfredini, causar pro-blemas para o abastecimento de água em algumas cidades. Segundo ele, esse processo tende a causar um aumento no volume de água que se infiltra nos rios. “ Portanto, as tomadas de água para abaste-cimento público e industrial poderão co-meçar a receber água com maior teor de salinidade. E isso pode começar a compli-car ou inviabilizar o tratamento da água”.

Para amenizar esses problemas, o pesquisador aponta a necessidade de preparação das cidades afetadas, com a construção, por exemplo, de obras de defesa costeira. “Tem que ter nesses go-vernos municipais, principalmente, que estão em áreas de extremo risco, consci-ência de que isso é uma realidade”

O nível do mar no litoral norte de São Paulo está subindo cada vez mais rápido e ameaçando as cidades costeiras. A constatação, em tom de alerta, foi revelada por Paolo Alfredini, da USP

Meio Ambiente

Page 40: Revista Estados & Municipios

Estátua do Padre Cícero na colina do Horto, em Juazeiro do Norte

Com o fim das festas de fim de ano e do Carnaval, muitos brasileiros escolhem este perí-

odo do ano para fazer turismo religioso. E um dos destinos mais procurados é a centenária Juazeiro do Norte, no Ceará, conhecida como a terra do Padre Cíce-ro, que o nordestino chama carinhosa-mente de “meu Padim Padre Ciço”. É a segunda maior cidade do estado, só perdendo para a capital, Fortaleza, que fica a 600 quilômetros.

Plantada em pleno Cariri, o mu-nicípio atrai nesta época gente de todos os estados, em função de duas datas im-portantíssimas: o nascimento do Padre Cícero, no dia 24 de março, e os festejos da Semana Santa, que este ano serão realizados na primeira semana de abril.

Juazeiro vive à sombra das roma-rias e peregrinações. O romeiro é o via-jante que se dispõe a visitar os destinos sagrados com o compromisso de co-nhecer apenas a região. Já o peregrino é aquele que viaja para cumprir promes-

sas ou votos feitos a divindades. Neste caso, datas e prazos devem ser seguidos em função dos votos feitos.

Portanto, a cidade vive exclusi-vamente dos romeiros e peregrinos. Por ano, mais de 5 milhões de pessoas visitam Juazeiro do Norte, que dispõe de indústrias, prédios modernos, pro-gresso e até um estádio de futebol (o Romeirão), intrinsecamente ligados à figura do Padre Cícero.

Noventa por cento do dinheiro que circula na cidade com as peregri-nações ficam no comércio informal. E a produção artesanal é a mais procurada: santos de madeira e argila, amuletos, réplicas de partes do corpo usadas por pagadores de promessas, fitas, terços, entre outros. Mas há também opções de comércio formal, como o Centro de Apoio ao Romeiro.

Juazeiro, a terra do Padre Cícero

Turismo

40 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Page 41: Revista Estados & Municipios

Paradas obrigatórias

Os pontos de peregrinação reli-giosa em Juazeiro do Norte são paradas obrigatórias para a maioria dos romeiros e curiosos. O trajeto começa pelo túmu-lo de Padre Cícero na Capela do Socorro. Em seguida, as paradas são: a primeira igreja de Juazeiro do Norte, a Basílica de Nossa Senhora das Dores e o Memorial do Padre Cícero, que abriga uma exposi-ção com objetos usados por ele ao longo da vida. A casa do “Padim” também está aberta ao público para visitações.

No alto da Colina do Horto, está a estatua de 27 metros de altura de Padre Cícero. Nos pés do monumento, milhares de fiéis escrevem pedidos e agradecem as graças alcançadas, além de aproveitarem a vista proporcionada por uma das mais be-las paisagens do município. A estátua tem 41 anos de existência e foi reformada em comemoração ao Centenário de Emanci-pação de Juazeiro do Norte.

Da Colina do Horto a pere-grinação segue por uma trilha de três quilômetros. No fim da trilha, há um espaço de meditação para os romeiros, com capelas e paisagens preservadas. Meditação que continua no Santuário dos Franciscanos, onde uma gruta pro-porciona o famoso “Passeio das Almas”.

Terra de escravos A história da cidade de Juazei-

ro ajudou a fama de Padre Cícero. Até 1872, o local era destinado aos escra-vos e arruaceiros, mas no mês de abril do mesmo ano, Padre Cícero Romão Batista, o Padre Cícero, chegou ao lo-cal e fixou residência. Ele a partir de então mudou a história da região. Em pouco tempo conseguiu mudar os ru-mos do local e a cidade começou a ficar próspera: nada mais de bebedeira ou prostituição. Mas foi um acontecimen-to em 1889 que mudou de vez a rotina do local. Neste ano, ao dar a hóstia para Maria Magdalena do Espírito Santo, o Padre Cícero teve uma surpresa, pois a hóstia se transformou em sangue.

O mesmo fato acabou por se repetir mais vezes com outros mora-dores da região; as toalhas usadas para limpar a boca ficaram muito tempo ex-postas para a visitação. Apesar de tudo, a igreja católica nunca reconheceu o milagre de Padre Cícero e ele não foi beatificado. Depois desse milagre, a ci-dade passou a ser visitada por peregri-nos de todo o país, principalmente do Nordeste.

Turismo

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 41

Page 42: Revista Estados & Municipios

42 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Norman Lamont

Giovanna Antonelli

Aécio Neves

Marco Maia

Demóstenes Torres

Presidente da Câmara dos Deputados, sobre a privatização dos aeroportos

“O PT nunca foi contra isso. Uma coisa é privatização no setor de energia e de mineração. Outra é tratar de concessão em setores que não são tão importantes ”

Adriane Galisteu

Modelo, apresentadora e atriz, de volta aos palcos na peça A mulher do outro mundo, interpretando uma morta que volta ao mundo dos vivos para atormentar o marido

“Já falei para meu marido que, se eu morrer antes dele, nada de namorar ninguém pelo menos durante um ano. Senão, volto para azucrinar.”

Achim Steiner

Gaby Amarantos

Cotidiano

42 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

“Sou uma atriz completamente dona de casa”

Atriz global, revelando que em sua vida pessoal, vive longe do glamour da TV

Ex-ministro das Finanças do Reino Unido, defendendo a decisão do país de ficar fora da moeda única, abalada pela crise econômica que assola a Europa

“Teria sido estúpido aderir ao euro”

Senador pelo DEM de Goiás, criticando o PSD de Kassab, que saiu da oposição para se alinhar ao governo Dilma Rousseff

“Muitos dançam na boquinha da garrafa, mas só o DEM segura o tchan”

Diretor do programa de meio ambiente da ONU, definindo ações para estimular a “economia verde”

Cantora

“Seria ingênuo e até economicamente inviável pensar no futuro do desenvolvimento sustentável sem a participação dos americanos”

“Sou da periferia e me aceito do jeito que sou. Nós brasileiras somos gostosonas, sendo altas ou baixas, gordas ou magras”

“É o PT seguindo o ideário do PSDB, e isso é muito bom. Quem sabe não estejamos juntos lá na frente”

Senador do PSDB mineiro, comparando a concessão dos aeroportos à iniciativa privada com as privatizacões de FHC

Page 43: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 43

Narcisa Tamborimdeguy

Maria das Graças Foster

José Sérgio Gabrielli

Dilma Rousseff

Bill Gates

Achim Steiner Angelina Jolie

Atriz americana, garantindo que o filme que dirigiu “In The Land of Blood and Honey”, reacendeu seu amor pelo cinema

“Este filme me ensinou a amar o cinema novamente”

Cotidiano

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 43

Socialite carioca, contando porque decidiu participar do reality show “Mulheres Ricas”, da TV Bandeirantes

“Gastaria tudo o que tenho para salvar uma vida. Ou quem sabe por uma caveira de diamantes do Damian Hirst para colocar na porta”

Presidenta da República,na cerimônia de posse de Graça Foster na presidência da Petrobras

“Boa sorte, com muito trabalho, presidenta Maria das Graças Foster. E conte comigo. E agora é tudo contigo, Graciosa ”

Durante cerimônia de posse na presidência da Petrobras

“Eu sou a Graça, filha de Dona Terezinha, funcionária da Petrobras, engenheira, que reconhece seu crachá como seu documento de identidade ”

Despedindo-se da presidência da Petrobras, onde ficou por quase nove anos e anunciando que assumirá nova função no Governo do Estado da Bahia

“Saio com a sensação do dever cumprido. É hora de chegada na Bahia. Para a Bahia me vou ”

Fundador da Microsoft, em entrevista à revista ALFA

“A chave da questão é ter um mundo sem pobres. Eu não me importo se todos forem ricos.”

Page 44: Revista Estados & Municipios

44 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Estados devem R$ 350 bilhões

Com a observação de que o Bra-sil vive um momento histórico, quando a primeira presidenta

da República participa da posse da pri-meira mulher presidenta de uma grande empresa de petróleo no mundo, Dilma Rousseff esteve na festa em que Maria das Graças Foster assumiu a presidên-cia da Petrobras. Ela substitui Sérgio Ga-brielli, que vai tentar a carreira política na Bahia. Realizada na sede da empresa, no Rio de Janeiro, o evento contou com as presenças de oito ministros e oito gover-nadores, entre outras autoridades.

“Todos nós temos certeza de que a Petrobras é uma parte do esforço deste país, talvez uma das partes mais relevan-tes, de se constituir uma grande nação”, afirmou a presidenta, ao acrescentar a importância do pré-sal e anunciar que, até 2015, a Petrobras vai investir mais de US$ 220 bilhões na exploração e produção de óleo e gás, na petroquímica, no refino, no transporte e na comercialização.

Ela enfatizou que todos os investi-mentos serão orientados pelo compro-misso de fortalecer a cadeia produtiva no país e de estimular o desenvolvimen-to tecnológico do setor, e destacou que

o governo não abrirá mão da decisão de garantir percentuais de conteúdo local nas compras da empresa.

“A Petrobras é uma parceira do povo brasileiro e será uma parceira do povo brasileiro na exploração do pré-sal, reserva estratégica de energia e de riqueza, que tivemos a necessária ex-celência tecnológica para descobrir e temos competência para explorar. Só empresas assim têm poder efetivo e se-rão perenes no mercado mundial de pe-tróleo, tão assimétrico e tão agressivo,” observou Dilma Rousseff.

Gestão de continuidade

Maria das Graças Foster afirmou em seu discurso que sua gestão será de continuidade. Disse, ainda, que se pauta-rá pelo diálogo de prosperidade, sempre com foco na disciplina de capital, no cum-primento das metas e prazos, sem descui-do da segurança operacional e ambiental.

“Sinto orgulho de ser a primeira mulher no mundo a comandar uma em-presa de petróleo deste porte. É um gran-de desafio, uma grande responsabilidade, me sinto preparada. Minha gestão será de

continuidade. Sabemos para onde vamos, como vamos e quando vamos chegar,” observou Maria das Graças Foster.

Em conversa com os jornalistas, a nova presidente da Petrobras anunciou a intenção de fortalecer as relações com os parceiros da América Latina e da África, sem, contudo, descuidar das relações multissetoriais que a empresa tem com 27 países. Graça Foster prome-teu dar atenção ao conteúdo brasileiro nas contratações para toda a companhia e lembrou que a estatal tem investimen-tos no montante de US$ 224,7 bilhões e uma estimativa de produção de 6 mi-lhões de barris diários até 2020.

Ela anunciou os nomes dos fun-cionários de carreira da Petrobras José Formigli e José Alcides Santoro Mar-tins, para as diretorias de Exploração e Produção e Gás e Energia, vagas, res-pectivamente, com a aposentadoria de Guilherme Estrella e com a sua indica-ção para a presidência. Os demais dire-tores foram mantidos: Almir Barbassa, Diretoria Financeira; Renato Duque, Engenharia; Jorge Luiz Zelada, Área Internacional; e Paulo Roberto Costa, Abastecimento.

Petrobras: uma parceira do povoEconomia

Page 45: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 45

O que fazer e como viver com uma dívida que supera os R$ 350 bilhões? Esta foi a preo-

cupação dos representantes das Assem-bleias Legislativas de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, parlamentares de outros estados, secre-tários e representantes de instituições que estudam o problema, que se reu-niram em Belo Horizonte e discutiram sugestões para reduzir o endividamen-to de 23 estados. Alguns pontos de con-senso são o estabelecimento de um novo pacto federativo e a redução dos juros das dívidas dos estados com a União.

Segundo o presidente da Assem-bléia de Minas Gerais, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), 25 estados se en-contram diante de uma dívida impagá-vel, por isso a necessidade de se buscar uma solução coletiva para por fim à concentração de recursos nos cofres da União. “O país vive um novo contexto e que, ao ser contraída, em 1998, o indexa-dor monetário e os juros estipulados para correção da dívida refletiam condições de marcado que não condizem com a re-alidade atual, de estabilidade econômica”, explicou o parlamentar mineiro.

Dados dos representantes dos três maiores estados do país revelam que: São Paulo devia R$ 40 bilhões, pagou R$ 75 bilhões e ainda deve R$ 170 bi-lhões; Rio de Janeiro devia inicialmen-te R$ 18 bilhões e, mesmo tendo pago quatro vezes esse valor, o estado ainda deve R$ 56 bilhões; Minas Gerais ti-nha uma dívida de R$ 18,5 bilhões, em 1998, e chegou a R$ 58,5 bilhões, em dezembro de 2011, um aumento supe-rior a três vezes em aproximadamente 14 anos. “Estamos sendo asfixiados, a Fede-ração está acabando, estados e municípios têm cada vez menos poder”, protestou o presidente do legislativo paulista, deputa-do Barros Munhoz (PSDB).

Anistia total

O presidente da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estadu-ais (Unale), deputado José Luís Tchê (PDT-AC), defendeu que, ao invés de pagar juros à União, os estados possam reter os recursos para investir em saúde, educação, infraestrutura e outros seto-res prioritários. Já para os estados mais pobres, como o Acre, defendeu a anistia total. “Em 2006, Lula anistiou a Bolívia e o Gabão, entre outros países”, disse. “Por que estados pobres, como o Acre, que mantém 85% da floresta (amazôni-ca) em pé não podem ser anistiados?”, indagou Tchê.

Outras propostas sugeridas pelos parlamentares são: a substituição do IGP-DI pelo IPCA como índice de cor-reção da dívida, retroativamente à data de assinatura dos contratos; a redução do percentual máximo de comprome-timento da receita líquida dos estados; o ajuste da taxa de juros, para manter o equilíbrio econômico-financeiro do contrato à época da assinatura; e a cele-bração de compromisso de modo a que todo o eventual ganho possibilitado pela renegociação aos orçamentos es-taduais seja obrigatoriamente direcio-nado a investimentos em saúde pública, no enfrentamento da pobreza e na me-lhoria da infraestrutura.

A dívida dos estados com o Go-verno Federal foi renegociada com base na Lei 9.496, de 1997, como parte do programa de estabilização da econo-mia, o Plano Real. Na ocasião, foi acer-tado que a dívida seria corrigida pelo IGP-DI, somado a 9% de juros ao ano. O estado que liquidasse 10% da dívida teria a taxa de juros reduzida para 7,5% anuais e aquele que quitasse 20%, paga-ria 6%. Também foi acordado que os es-tados só poderiam comprometer entre

11,5% e 15% da receita líquida real com o pagamento da dívida.

Para os parlamentares, a situação do Brasil mudou muito nesses 14 anos. A inflação se estabilizou e a taxa de ju-ros Selic (que atualiza os contratos da União) foi reduzida de 28,8%, em 1998, para os atuais 10,5%, tornando o acordo anterior muito desfavorável. Além disso, a limitação de comprometimento da re-ceita impediu que muitos estados con-seguissem amortizar o saldo devedor e o volume da dívida foi crescendo verti-ginosamente ao longo dos anos.

Em carta divulgada ao final do en-contro, os parlamentares informaram que o crescimento descontrolado da dí-vida com a União reduziu o potencial de investimentos dos estados na implanta-ção de políticas públicas para atender às necessidades básicas dos cidadãos. “Renegociá-la (a dívida), para reduzir tais encargos, é, portanto, um passo inadiável”, concluíram.

Estados devem R$ 350 bilhõesEconomia

Page 46: Revista Estados & Municipios

46 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Manter o equilíbrio entre re-ceitas e despesas. Esta é a prioridade do prefeito de

Porto Alegre (RS), José Fortunati. No ano passado foram investidos R$ 333 milhões em melhorias na cidade, um crescimento real de 8,98% em relação a 2010 (R$ 305,6 milhões), e o maior aporte realizado nos últimos anos. Deste total, 47% ou R$ 158,3 milhões foram feitos por meio de recursos pró-prios. Em termos reais, as receitas so-maram R$ 4,13 bilhões, com evolução de 10,13% sobre 2010, e as despesas R$ 3,84 bilhões, representando 6,66% de aumento em relação ao anterior.

“A prefeitura tem conseguido balizar de forma adequada à receita e os investimentos de forma que estes sejam condizentes com as necessida-des da população”, explicou Fortunati, acrescentando que os investimentos

na cidade são discutidos nas reuniões do Orçamento Participativo. Lembrou ainda que, por conta do equilíbrio fiscal da prefeitura, foi possível a negociação que garantiu o metrô para Porto Alegre.

Em relação à expectativa de investimentos para 2012, estão pre-vistos recursos do orçamento total de R$ 4,69 bilhões, com projeção de investimentos de R$ 816 mi-lhões, incluindo recursos próprios e operações de crédito. “É um ano brilhante em termos de investimento. Dentre os principais estão o projeto Socioambiental e as obras da Copa de 2014”, destacou o secretário munici-pal da Fazenda, Roberto Bertoncini.

Outro ponto ressaltado pelo pre-feito foi que o município superou os percentuais exigidos pela Constituição Federal de aplicação de recursos próprios nas áreas da Saúde e Educação. Na Saú-de, foram aplicados R$ 466 milhões com recursos próprios, representando 21,1% dos impostos e transferências, quando a exigência constitucional é de 15%. Já na Educação, foram destinados R$ 586 milhões, representando 27%, diante dos 25% definidos pela Constituição.

Além dessas duas áreas, outras que receberam maior repasse de re-cursos foram Saneamento, R$ 207 mi-lhões; Habitação, R$ 29 milhões e Ur-banismo, R$ 19 milhões.

Tratamento de esgoto

As obras de ampliação da capa-cidade de tratamento de esgotos na capital gaúcha contribuíram para que os investimentos em recursos próprios evoluíssem em 4,17% no ano de 2011. O percentual em relação ao total das despesas evoluiu de 37,63% em 2010 para 41,80% em 2011. Estes investi-mentos se destinaram à ampliação e manutenção de redes e melhoria do tra-tamento de água (11%) e à ampliação e manutenção de redes e melhoria do tratamento de esgotos (89%).

Para este ano, o Departamento Mu-nicipal de Água e Esgotos (Dmae) prevê investir com recursos próprios e com finan-ciamentos oriundos da Caixa Econômica Fe-deral, via Programa de Aceleração do Cresci-mento (PAC), mais de R$ 148 milhões, sendo cerca de R$ 16,6 milhões em obras de água e mais de R$ 132 milhões em obras de esgoto.

As iniciativas do Dmae continua-rão focadas na ampliação do tratamen-to de esgotos na cidade. A expectativa é concluir os dois projetos em andamen-to (Projeto Integrado Socioambiental e Sistema de Esgotamento Sanitário Sarandi). Com isto, a população da ci-dade, que já conta com 100% de água tratada e 87,7% de coleta de esgoto, atingirá o índice de 80% na capacidade de tratar os esgotos.

Investimento com equilíbrio

Economia

Page 47: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 47

Economia

A balança comercial brasileira registrou déficit (importações maiores do que exportações)

de US$ 1,29 bilhão em janeiro deste ano. Segundo o Ministério do Desenvol-vimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) esse é o pior resultado registra-do para meses de janeiro desde 1973.

Este fraco desempenho da balan-ça comercial está relacionado com a desaceleração da economia mundial, o que resulta em procura menor por pro-dutos e gera aumento da competição pelos mercados que ainda registram crescimento (como o Brasil). As ex-portações para a União Europeia, por exemplo, recuaram 25%.

“A crise internacional explica os resultados do mês de janeiro. De fato, o cenário internacional faz com que nossas exportações sejam dificultadas, especialmente para a União Europeia. Isso é combinado com o aquecimento da economia brasileira, que segue im-portando. Se não fosse a queda de ven-das externas para a União Europeia, as exportações teriam crescido 9,8% em janeiro”, disse a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres.

Commodities

O déficit da balança em janei-ro também tem relação com a queda nos preços de algumas “commodities” (produtos básicos com cotação inter-nacional). Esse fenômeno aconteceu com minério de ferro e com o comple-xo soja. As exportações de minério de ferro, por exemplo, recuaram 31% em janeiro deste ano, contra igual mês do ano passado. O mesmo aconteceu com as exportações de milho (-7,6%), fare-lo de soja (-7%). Entretanto, houve um aumento das vendas de soja em grão (+311%).

Segundo números do Ministério do Desenvolvimento, as exportações somaram US$ 16,14 bilhões no mês passado, com média diária de US$ 733 milhões, e bateram recorde para meses de janeiro. Neste caso, o crescimento sobre janeiro de 2011 foi de 1,6%. Ao mesmo tempo, as importações totalizaram US$ 17,43 bilhões no último mês, com média de US$ 792 milhões por dia útil, também recorde para janeiro. As compras do ex-terior, porém, cresceram bem mais sobre janeiro do ano passado: 12,3%.

Perspectivas

Para 2012, ano que ainda será mar-cado pelos efeitos da crise finan-ceira internacional, com a previsão de crescimento do PIB em cerca de 3,3%, e pela concorrência acirrada pelos mercados que ainda registram crescimento econômico - como é o caso do Brasil -, os economistas dos bancos acreditam que o valor do su-perávit da balança comercial (expor-

Déficit histórico da balança comercial

tações menos importações) registrará queda, atingindo US$ 19,8 bilhões.

O Banco Central, porém, está um pouco mais otimista. A autoridade mo-netária projeta um superávit da balança comercial de US$ 23 bilhões para este ano, com as exportações em US$ 267 bilhões e as compras do exterior em US$ 244 bilhões. A Confederação Na-cional da Indústria (CNI), por sua vez, prevê um saldo comercial positivo de US$ 20,8 bilhões neste ano

Superávit

No ano passado, o superávit da balan-ça comercial brasileira somou US$ 29,79 bilhões. Com isso, o superávit da balança comercial registrou crescimento de 47,8% em relação ao ano de 2010, quando o sal-do positivo totalizou US$ 20,15 bilhões. Trata-se, também, do maior superávit da balança comercial desde 2007 (US$ 40,03 bilhões). Em 2008 e 2009, respec-tivamente, o saldo comercial somou US$ 24,95 bilhões e US$ 25,27 bilhões.

A secretária Tatiana Prazeres culpa a crise financeira pelo resultado negativo

Page 48: Revista Estados & Municipios

48 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

Anúncio Tábua de Carne 7,2x27,5cm.ai 1 175.00 lpi 15Anúncio Tábua de Carne 7,2x27,5cm.ai 1 175.00 lpi 75Anúncio Tábua de Carne 7,2x27,5cm.ai 1 175.00 lpi 0.Anúncio Tábua de Carne 7,2x27,5cm.ai 1 175.00 lpi 45Process CyanProcess MagentaProcess YellowProcess Black

Os desembolsos realizados pelo Ban co Nacional de De-senvolvimento Econômico e

Social (BNDES) confirmam o cresci-mento econômico vivido pelo Estado de Pernambuco. No ano passado, a eco-nomia pernambucana movimentou R$ 4,6 bilhões em  20.351 financiamentos. É um aumento de 8,4% em relação a 2010, ano em que o estado recebeu R$ 4,2 bilhões da instituição.

Segundo o chefe do Departa-mento Regional Nordeste do BNDES, Paulo Guimarães, o resultado é o me-lhor dos últimos dez anos, mas descon-sidera 2009, ano em que foram movi-mentados R$ 13 bilhões em créditos, devido à Refinaria Abreu e Lima, da Pe-trobras, em obras no Complexo de Su-ape. “Os números elevam Pernambuco a um novo patamar de financiamentos a longo prazo”, ressaltou.

O Nordeste foi a única região do País em que os desembolsos do BNDES cresceram. Enquanto em 2010 o banco liberou para a região R$ 17,2 bilhões em financiamentos, no ano passado, o volume de recursos liberados chegou a R$ 18,8 bilhões, um incremento de 9%.

As micro, pequenas e médias em-presas (MPMEs), segmento importan-

te para a geração de empregos, respon-deram por 94% desses financiamentos. Para Guimarães, o resultado é positivo, pois significa que elas estão aprovei-tando o aquecimento da economia do estado “Elas aproveitam a vinda das grandes empresas para oferecer seus serviços, e o aumento da renda estadual para conquistar cada vez mais sua fatia do mercado”, afirmou.

Destaques

O crescimento em Pernambu-co foi alavancado, sobretudo, pelo desempenho da indústria de trans-formação. Nesse setor, os destaques foram para o segmento químico, que recebeu R$ 1 bilhão (aumento de 11%), o têxtil, para o qual foram de-sembolsados R$ 672,8milhões (au-mento de 140%), o de bebidas, que teve acesso a R$ 237,2 milhões (au-mento de 173%) e o de mineral não me tálico, que responde por R$ 93,4 milhões (aumento de 202%).

Guimarães ressalta que os resulta-dos se devem ao surgimento de novos segmentos industriais, como o petro-químico, e ao estímulo às tecnologias sintéticas, no caso do polo têxtil. Já o setor de bebidas, segundo ele, registrou crescimento graças à diminuição do de-semprego e ao aumento da renda.

Também cresceu o número de fi-nanciamentos para o setor de comércio e serviços. Destacaram-se os segmentos de transporte terrestre, que teve acesso a R$ 796,5 milhões, impulsionado pela renovação da frota de caminhões, além da aquisição de novos veículos. Outro destaque vai para o da atividade imobi-liária, profissional e administrativa, pu-xada pelo investimento em centros co-merciais, e que responde por R$ 237,1 milhões do total de financiamentos

Pernambuco cresce 8,4%Economia

Page 49: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 49

Economia

O crescimento da despesa com pessoal acende a luz vermelha no estado de Sergipe. O gasto

com pessoal já chegou aos 47%, bem pró-ximo do limite da Lei de Responsabilida-de Fiscal. “O estado está em equilíbrio, as receitas foram maiores que as despesas em R$ 21 milhões, porém, a despesa de pessoal está subindo mais do que a receita corrente líquida”, informou o secretário da Fazenda, João Andrade, que busca alternativas para o retorno ao equilíbrio.

Quando o alerta é dado em rela-ção ao limite prudencial da Lei de Res-ponsabilidade Fiscal, o governador fica impedido de conceder aumentos, rea-justes ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual.

Outro indicador que preocupa o governo do estado é o de arrecadação que, em janeiro, quando da primeira parcela da liberação do Fundo de Parti-cipação dos Estados (FPE), foi inferior 17%, se comparado ao mesmo período do ano passado. “A arrecadação em ja-neiro da principal receita do estado, o FPE, teve um comportamento igual à de um ano atrás. O que significa, em termos reais, uma queda. Ela não con-seguiu repor a inflação do período. Isso é fruto de um desaquecimento da eco-nomia, que ocorre desde o semestre passado”, explicou o secretário.

A expectativa do executivo es-tadual é que haja uma recuperação ao longo dos próximos meses, já que a pro-jeção que o Governo Federal faz para o FPE é de um crescimento de 10% no ano. Muito diferente do crescimento de 2011, que foi de 23%. Para João Andra-de, isso significa que vai ser um ano de muito aperto, porque a principal receita do estado, o FPE, vai crescer menos da metade do que cresceu o ano passado.

Já a folha de pagamento do Execu-tivo atingiu, com os inativos, em 2011, R$ 3,3 bilhões. O que representou, sobre 2010, um crescimento de R$ 347 mi-lhões, 11,6%. Ou seja, o estado colocou na conta de seus servidores, não só pelo aumento linear, o crescimento vegetativo e o pagamento do piso dos professores, quase R$ 350 milhões a mais. Um cres-cimento expressivo em uma folha que já atinge o patamar de R$ 3,3 bilhões, supe-rior à metade da receita total.

“Temos preocupação com a des-pesa de pessoal, que vem crescendo em um ritmo maior que o da receita corrente líquida. Isso provocou, pela primeira vez em nosso governo, um de-senquadramento no limite prudencial. Ainda não é muito crítico, porque o crí-tico é desenquadrar no limite máximo. Mas superamos os 46,55%, atingindo a marca do 46,89%. Foi uma pequena va-riação decorrente da despesa de dezem-bro, que absorve o 13º salário, e já que não houve um crescimento da receita proporcional no final do ano passado”, observou Andrade.

Investimentos mantidos

Mesmo com os apertos econô-micos, Sergipe investiu, em 2011, R$ 130 milhões a mais do que o realizado em 2010 na Educação, atingindo o índice de 27,3%, su-perando o mínimo, que é 25%. Na Saúde, houve investimento de R$ 89 milhões a mais, equivalente a 12,6% do orçamento. No exercício de 2011, foram investidos ainda R$ 737 milhões na área de Segurança Pública, representando um cresci-mento de 11% em relação a 2010.

Outro fator relevante no fecha-mento dos resultados de 2011 foi o contingenciamento feito de R$ 700 milhões. “Isso se mostrou impor-tante porque houve uma queda na receita de R$ 585 milhões. Desse valor, a parte que mais afeta o esta-do é a diminuição na receita corren-te, R$ 175 milhões, que dá suporte nas despesas de pessoal e de custeio. Conseguimos chegar ao fim do ano apertado, mas com equilíbrio, gra-ças a esse contingenciamento”, co-mentou Andrade.

João Andrade disse ainda que os investimentos iniciados em obras importantes que estão em andamen-to estão garantidos. “Na medida em que o estado investe esses recursos na economia, ele mantém o nível de emprego, a renda continua crescendo, ajudando na melhoria da receita do estado, porque parte dela é fruto do ICMS, além disso, esforços arrecada-tórios, a exemplo do projeto ‘Nota Fis-cal da Gente,’ incentivam a melhora da arrecadação”, concluiu.

Gasto com pessoal preocupa Sergipe

“Temos preocupação com a despesa de pessoal, que vem crescendo em um ritmo maior que o da receita corrente líquida”

Page 50: Revista Estados & Municipios

50 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Economia

Dívida do setor público fecha em baixa

A dívida líquida do setor público brasileiro, que indica o nível de solvência (capacidade de pa-

gamento) de uma economia, terminou o ano passado em R$ 1,5 trilhão, ou 36,5% do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com a série histórica do Ban-co Central, iniciada em 2001, este não é o menor patamar já registrado, visto que, em setembro do ano passado, so-mou 36,3% do PIB.

Entretanto, trata-se da primeira vez, no fechamento de um ano, que a dívida líquida fica abaixo de 37% do PIB. “Terminamos 2011 com o patamar mais bai-xo para a dívida líqui-

da no fechamento de um ano”, afirmou Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central. Para o fechamento de 2012, a estimativa do BC é de nova queda na dívida líquida, para 35,7% do PIB

Já a dívida bruta do setor público (que exclui os ativos brasileiros, como, por exemplo, as reservas internacio-nais) somou 54,3% do PIB no fim do ano passado, contra 53,4% do PIB no fechamento de 2010, segundo números divulgados pela autoridade monetária.

Com isso, o Brasil se encontra em melhores condições do que a Zona do Euro, que passa por crise em suas con-tas públicas. Segundo números da Co-missão Europeia, a área do euro deve fechar 2011 com a relação da dívida pública total sobre o PIB de 88%, com um déficit nominal médio na região em cerca de 6% do PIB. O déficit nominal brasileiro (após o pagamento de juros da dívida pública) somou 2,6% em 2011 e deve recuar para 1,2% neste ano, segundo o Banco Central.

Fatores para a queda

Segundo o BC, o superávit pri-mário de R$ 128,7 bilhões registrado no ano passado foi um dos principais fatores a contribuir para a queda da dí-vida líquida do setor público em 2011. Somente este fator resultou no recuo da dívida em 3,1 pontos percentuais. O crescimento do PIB, por sua vez, contribuiu com 3,5 pontos para a que-da da dívida.

Além disso, o aumento do dólar médio de 12,6% em 2011, na com-paração com o ano anterior, também contribuiu para a redução da dívida, na proporção de 1,6 ponto percentu-al informou o BC. A explicação é que, atualmente, o Brasil possui mais ativos do que passivos em dólar. Deste modo, quando a cotação da moeda norte-americana sobe, a dívida líquida do setor público recua.

Essas reduções, entretanto, fo-ram compensadas, parcialmente, pelos juros nominais apropriados em todo ano passado, equivalentes a 5,7 pontos per-centuais em 2011 - ou R$ 236 bilhões.

50 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Page 51: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 51

Equipar a cidade contra a vio-lência é um fator fundamental para a segurança da população.

Para tanto, o governo do Distrito Fede-ral está implantando um moderno sis-tema de monitoramento com câmeras de segurança móveis e fixas instaladas em pontos estratégicos da cidade. É o chamado policiamento inteligente inte-grado que, além das câmeras próprias, prevê o recebimento de imagens regis-tradas por câmeras de vigilâncias de órgãos públicos, de aparelhos visuais instalados pelo governo federal, além de hotéis, shoppings e outros estabele-cimentos comercias.

Preocupado com a segurança pú-blica, o governador Agnelo Queiroz verificou pessoalmente o funciona-mento do sistema de vigilância e mo-nitoramento de Brasília, que funciona nas instalações da Central Integrada de Atendimento e Despacho (Ciade).

O sistema foi reforçado com a ins-talação de mais 37 câmeras que monito-ram a área central da cidade. As câmeras foram instaladas pela Secretaria de Se-gurança Pública em pontos como os setores hoteleiros Sul e Norte, setores de Diversões Sul e Norte e Eixo Monu-mental. O GDF investiu R$ 785 mil no sistema.

“A instalação faz parte do sistema de monitoramento inteligente do DF. Em função do seu alcance, as câmeras representam importante instrumento de combate à criminalidade, já que com elas será possível traçar políticas de pre-venção mais eficazes, além de facilitar a resolução de crimes”, explicou o gover-nador.

Segundo Agnelo Queiroz, o sis-tema de monitoramento começou pela área central por ser uma região de grande circulação bancária e onde se concentram as maiores incidências de

delitos. Ele também ressaltou que além de coibir a criminalidade, as imagens captadas vão ajudar na identificação e investigação de suspeitos: “Com as câ-meras, teremos condições de ver a pla-ca de determinado carro ou identificar uma pessoa em alguma atitude suspei-ta”, exemplificou.

Em tempo real

As 37 câmeras serão monitoradas por 135 funcionários da Ciade. Policiais civis e militares, bombeiros e servidores do Departamento de Trânsito do DF (Detran) estarão conectados 24 horas por dia, sete dias por semana, às ima-gens transmitidas pelas câmeras.

Para uma maior eficiência do ser-viço, foram instaladas câmeras móveis e fixas. As fixas vão captar imagens sem-

pre de um mesmo ângulo. Já as móveis vão permitir ajustar o ângulo de acordo com a necessidade de monitoramento. Todas contam com sistema infraverme-lho, que permite capturar imagens com boa visibilidade, mesmo em locais com iluminação deficiente ou na falta dela. As câmeras móveis permitem a amplia-ção da imagem em até 18 vezes.

Segundo o governador, cerca de 900 câmeras serão instaladas em todo o Distrito Federal até a Copa do Mundo de 2014. As próximas serão nas áreas centrais de Taguatinga e Ceilândia.

O processo de aquisição das câ-meras que vão monitorar as duas cida-des está em fase de licitação. A compra do material deve acontecer ainda no primeiro semestre. A previsão é de que o sistema esteja em funcionamento até o final deste ano.

“Até a Copa das Confederações, em 2013, quase a totalidade dessas câ-meras estará em funcionamento”, ga-rantiu o governador. “Deixaremos um legado importante para a população na área de segurança pública. O monitora-mento não contará somente com a par-ticipação das forças de segurança, mas também será feito de forma integrada com outros órgãos do governo respon-sáveis por áreas como saúde, energia, saneamento e transporte”, enfatizou o governador Agnelo Queiroz.

O trabalho articulado já é co-locado em prática. De acordo com o secretário de Segurança Pública, San-dro Avelar, a Companhia Energética de Brasília (CEB), em conjunto com setores da área de segurança, mapeou pontos críticos do DF onde há grande incidência de crimes para promover a melhoria da iluminação nesses locais. “São 240 áreas que serão priorizadas pelo governo no combate à criminali-dade”, afirmou o secretário.

Tecnologia a serviço da segurança públicaSegurança

Page 52: Revista Estados & Municipios

52 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Agricultura

O Brasil lidera a produtividade agrícola na América Latina e Caribe e apresenta índices de

crescimento acima da média mundial, segundo estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Eco-nômico (OCDE) de 2011. Os dados da OCDE mostram também que, junto com o Brasil, China, África do Sul e pa-íses do Leste Europeu são os que apre-sentam as maiores taxas de crescimento da produtividade.

O movimento é contrário ao veri-ficado no resto do mundo, especialmente entre os países desenvolvidos, que apre-sentam decréscimo nas taxas de produ-tividade. Enquanto países como França, Inglaterra e Estados Unidos crescem abaixo da média histórica de 1,48% ao ano, verifica-da no período que compreende os anos de 1961 e 2007, o Brasil pressiona o crescimen-to produtivo agrícola na América Latina. O crescimento anual da produtividade do Bra-sil é de 3,6 % ao ano, comparativamente aos 2,6% da América Latina, 0,86 % dos países desenvolvidos e 1,98% para o conjunto de países em desenvolvimento.

Pelo menos três fatores contri-buem para esses resultados, na avaliação do coordenador geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultu-ra, Pecuária e Abastecimento (Mapa),

José Garcia Gasques. O avanço na área da pesquisa, liderada pela Embrapa, é considerado preponderante no au-mento da produtividade da agricultura brasileira. Aliado a isso, o aumento das exportações também contribuiu, assim como a variação positiva dos preços in-ternos e ampliação do crédito rural.

Resultados ainda preliminares sobre as projeções mostram que, até 2022, a produção de grãos deverá au-mentar 22%. A soja é a cultura que vai puxar esse crescimento, com média de 2,3% ao ano, seguida do trigo (1,9%) e do milho (1,8%). O segmento de car-nes também terá desempenho positivo, com incremento na produção de 40% nos próximos 10 anos. A carne de fran-go deverá liderar o ranking, com esti-mativa de crescimento de 4,2% ao ano, seguida da carne bovina e suína, com 2% ao ano, cada segmento.

“Esses dados são importantes porque exigem um conjunto de ações e medidas que o governo deverá adotar para que as projeções se concretizem, especialmente no aprimoramento da política agrícola e no direcionamento dos instrumentos para a concessão de crédito”, salienta.

O técnico destaca também o fato de o crescimento da produtividade

agrícola ocorrer sem a ampliação, nas mesmas proporções, da área cultivada, reforçando a importância do incenti-vo à inovação e pesquisa que o Mapa vem dando à área. Um exemplo disso é o Plano de Emissão de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que incenti-va a produção de várias culturas numa mesma área. Hoje, o país detém 65,3 milhões de hectares de áreas plantadas, sendo 50 milhões em grãos e o restante em hortaliças.

Renegociação de crédito

O Conselho Monetário Nacio-nal (CMN) aprovou a renegociação de operações de crédito rural de custeio e a ampliação de prazos para quitação de parcelas de investimentos dos produto-res rurais atingidos pela estiagem nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Os produtores instalados nos mu-nicípios com decretação de situação de emergência ou calamidade pública, reconhecida pelo governo federal e cuja renda, preponderantemente, de milho, soja e feijão seria utilizada para pagar dívidas de crédito rural, terão postergado o prazo de pagamento para 31 de julho de 2012.

Produtividade agrícola é recorde

Até 2022, a produção de grãos deverá aumentar 22%. A soja é a cultura que vai puxar esse crescimento, com média de 2,3% ao ano, seguida do trigo (1,9%) e do milho (1,8%)

52 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Page 53: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 53

Os pequenos agricultores do Nordeste já podem contar com uma nova ferramenta para a

compra coletiva de insumos, máquinas e equipamentos: a Rede Brasil Rural Nor-deste. Criada pelo Ministério do Desen-volvimento Agrário (MDA) para auxiliar os agricultores familiares na compra de in-sumos e na venda de seus produtos, a Rede reduz o custo de produção e torna o produ-to final dos agricultores mais competitivo.

O site da Rede, que pode ser acessado pelo portal do MDA, exige o cadastramento de cooperativas de agri-cultores familiares. A partir do momen-to que fazem parte da Rede, eles po-dem comprar, juntos, insumos como sementes, máquinas e equipamentos. As compras coletivas ajudam a baratear o preço dos insumos, reduzindo o cus-to de produção e tornando o produto final dos agricultores mais competi-tivo. A rede poderá se acessada ainda por potenciais clientes, que contarão, assim, com um canal de compras mais eficiente para a aquisição de produtos da agricultura familiar.

Lançada em Salvador, a Rede Nordeste chega num momento bas-tante significativo, já que a Organiza-ção das Nações Unidas (ONU) decla-rou 2012 como o Ano Internacional das Cooperativas. De acordo com a ONU, o cooperativismo deve ajudar o mundo a erradicar a pobreza e ajudar na transição para uma produção de alimentos sustentável.

A escolha da Bahia para o lança-mento foi uma decisão estratégica: o estado tem o maior número de agri-cultores familiares do Brasil, com mais de 665 mil empreendimentos. O esta-do também é pioneiro na implantação de uma legislação especifica para o setor. Desde 2009, a Lei Estadual do Cooperativismo instituiu políticas de apoio e estímulo à produção familiar, com ênfase na assistência educativa e técnica às cooperativas, e incentivos fiscais e financeiros à produção. .

Compras coletivas

Para o coordenador geral da Rede Brasil Rural, Marco Antonio Viana Leite, a expectativa é de que pelo menos cem cooperativas baia-nas sejam cadastradas na Rede. “A Adesão da Bahia à RBR é funda-mental. Essa parceria com o MDA possibilita que as nossas políticas públicas cheguem com mais fa-cilidade aos agricultores”, afirma. As compras coletivas são feitas com cartões do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com limite de compra de R$ 1 milhão por cartão e opção de até cinco cartões por co-operativa. O financiamento poderá ser pago em até 48 parcelas, com ta-xas de juros pré-fixadas e mais bai-xas que as praticadas pelo mercado.

No caso especifico da Bahia, a coopera-ção entre o governo do estado e o MDA tem três objetivos principais. Trazer em-preendimentos da agricultura familiar para dentro da Rede é um deles, assim como ajudar na melhoria da gestão des-tes empreendimentos. O governo baiano vai investir na operacionalização do Pro-grama Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que prevê que as escolas públi-cas comprem dos agricultores familiares pelo menos 30% dos alimentos consumi-dos na merenda escolar.

A Rede também estimulará as parcerias com o setor privado, como as s associações de bares e restaurantes, do setor hoteleiro e cadeias locais de supermercados. “É muito importante que essas parceiras possam comprar produtos da agricultura familiar. É fan-tástico, pois estes são grandes clientes em potencial”, afirma César Oliveira, assessor especial do MDA na Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT).

Cooperativismo forte

O lançamento da RBR Nordeste acontece num momento de força para o cooperativismo. As cooperativas bra-sileiras exportaram um total de US$ 6.175 bilhões em 2011, um acréscimo de 39,8% em relação ao ano anterior.

Segundo o ministro Afonso Flo-rence, “o objetivo da Rede é reduzir o preço do produto para o consumidor final e aumentar a renda dos agricultores por meio de ganhos de eficiência em cada etapa da cadeia produtiva, preservando a identidade da agricultura familiar”.

Além da cooperação do BNDES como agente financiador, a Rede conta ainda com a parceria dos Correios, que é responsável por toda a logística de en-trega de produtos, tanto para os agricul-tores quanto para os clientes destes.

Governo lança Rede Brasil Rural NordesteAgricultura

Page 54: Revista Estados & Municipios

54 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Nacional

Para evitar novos atrasos, a presi-denta assegurou que as obras da transposição serão sistematica-

mente vistoriadas e acompanhadas de perto por seu governo. “Teremos uma supervisão praticamente mensal. Não queremos obras atrasadas, não quere-mos saber que não deu certo no fim do ano. Queremos saber antes, porque isso permitirá que a gente faça a nossa parte, resolva o que disser respeito ao gover-no. E permitirá também que a gente co-bre dos consórcios”.

“Agora, nós queremos resultado. Nós negociamos, nós resolvemos os problemas técnicos que haviam, e agora queremos resultado e isso será cobrado. Eu cobro do ministro, o ministro co-bra dos funcionários do Ministério da Integração, e nós todos vamos cobrar daqueles que estão executando as obras

em parceria conosco, que são as empre-sas privadas e o Exército”.

Segundo a presidenta, a obra é prioritária por levar água a municípios nordestinos que sofrem com a seca e pelo investimento público que o pro-jeto representa. “Para o Brasil, é impor-tante o investimento público, vamos tirá-lo do papel. Sabemos que, para o Brasil crescer, para melhorar as condi-ções de vida, tem certas obras que são estruturantes, são prioritárias”, avaliou.

Dilma Rousseff esteve no municí-pio de Floresta para vistoriar o lote 13 das obras de transposição do rio, que é parte do Eixo Leste do projeto, que vai do município pernambucano até Mon-teiro, na Paraíba. Esse canal tem 287 km e a obra, iniciada em agosto de 2007 e com prazo original de término para o fi-nal deste ano, está 71% concluída. Com

o atraso, a nova previsão é que só fique pronta em dezembo de 2014.

Já o Eixo Norte, também visitado por Dilma, percorrerá 426 km de Ca-brobó (PE) ao Ceará e está 46% con-cluído. A previsão de conclusão é para dezembro de 2015.

“Nós não atrasamos os paga-mentos, nós sempre pagamos em dia e escutamos os pleitos. E aqueles que nós consideramos tecnicamente justi-ficáveis o ministro aceitou. Ele fez um processo de renegociação que é pratica-mente uma reengenharia e, a partir de agora, nós queremos, nós vamos cobrar metas, resultados concretos.

Segundo o ministro da Integra-ção Nacional, Fernando Bezerra, o cronograma negociado com o Palácio do Planalto em agosto do ano passado poderá até ser antecipado. “A partir da

Governo vai cobrar atrasos na transposição

“ Velho Chico” Acabou a moleza. A presidenta

Dilma Rousseff garantiu que não vai tolerar novos atrasos

nas obras de transposição das águas do Rio São Francisco.

Segundo ela, todos os problemas técnicos já foram

solucionados pelo governo que, agora, cobrará resultados da

iniciativa privada

Page 55: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 55

Nacional

contratação dos saldos remanescentes que vamos licitar de fevereiro a junho, no valor de R$ 1,9 bi, veremos se é pos-sível antecipar alguns dos prazos que já foram acertados”.

Ele informou, ainda, que a partir de março, 13 dos 16 lotes da obra esta-rão com ordens de serviço emitidas e frentes de trabalho em ação. “Estamos remobilizando as obras. O momento mais crítico das negociações foi supera-do, e a presença da presidenta reafirma a prioridade do governo, a segurança de que os recursos estão reservados”, avaliou.

Tempo perdido

Dilma Rousseff reconhece que parte dos atrasos nas obras foi pro-vocada pelas revisões contratuais. “É óbvio que teve uma desmobilização em alguns momentos, porque era necessário recompor as resoluções contratuais. Isso foi acompanhado pela CGU, pelo TCU, o ministro colo-cou todo seu empenho e agora estamos dando a partida”, disse.

Para recuperar o tempo perdido, a presidente ressaltou que se reunirá com os empresários que estão tocando as obras para retomar o ritmo adequado do empreendimento: “Nós fizemos a nossa parte e os empresários vão fazer a deles’. Isso significa prazo, isso significa

ritmo adequado de obras”, completou.Em agosto de 2011, o Ministério

da Integração Nacional reestimou o custo da obra de R$ 5 bilhões para R$ 6,85 bilhões, devido a reajustes contra-tuais, à necessidade de aditivos, à ele-vação de preços para licitação de novos lotes e aos custos com compensações ambientais. Na ocasião, as obras esta-vam completamente paradas em cinco lotes e, em pelo menos outros três, se-guiam em ritmo lento.

O projeto foi dividido em 14 lotes e a maior parte ficou com os consórcios das construtoras. Os trechos que fica-ram sob a responsabilidade do Exército estão quase prontos. Neles, no ano pas-sado, o avanço foi três vezes maior que o das empreiteiras no Eixo Norte e cin-co vezes maior no Eixo Leste.

Em Cabrobó (PE), os soldados finalizam a barragem de Tucutu. Quan-do tudo estiver pronto, os militares vão terminar de retirar as plantas de uma área que tem o tamanho equivalente ao de 480 campos de futebol e será trans-formada em um imenso reservatório, com capacidade para acumular quinze bilhões de litros de água.

Dilma cumprimenta populares durante vistoria às obras de

concretagem do canal de aproximação

Page 56: Revista Estados & Municipios

56 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

O Ministério da Justiça deve enviar à Câmara, ainda nes-te semestre, uma proposta

sobre novas regras para a demarcação de terras indígenas e de quilombolas. Essa decisão, fruto de um acordo entre governo, deputados ambientalistas e ruralistas, deve evitar a votação de uma matéria polêmica, a Proposta de Emen-da à Constituição (PEC) 215/00, que prevê que o Congresso dê a palavra fi-nal sobre a demarcação dessas terras e de áreas de conservação ambiental.

A demarcação de terras indígenas e reservas ambientais no Brasil é con-testada por políticos ligados ao setor de produção agropecuária. Para eles, o processo não é transparente e não há direito de defesa dos produtores que estão no local e têm de ser removidos. Atualmente, esses procedimentos são executados pelo Poder Executivo, em decisões dos ministérios da Justiça e de Meio Ambiente.

Os ruralistas pressionaram para que o relatório sobre a PEC, elabo-

rado pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), fosse votado antes do fim do ano passado na Comissão de Cons-tituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Foi preciso um apelo do líder do gover-no, Cândido Vaccarezza (PT-SP), para que a votação fosse adiada.

Com isso, os deputados envolvi-dos com a questão puderam conversar com o ministro da Justiça, o ex-deputado José Eduardo Cardozo, que atuava na CCJ até ir para o ministério. Ele costurou um acordo para que as alterações da nor-ma atual melhorem o processo de demar-cação, evitando a votação da PEC.

Ambientalistas e defensores de ín-dios e quilombolas temem que no Con-gresso os processos se arrastem, porque há muitos instrumentos de protelação no Parlamento. O deputado Domingos Dutra (PT-MA), que defende o direito de comunidades remanescentes de qui-lombos, chegou a dizer que a intenção da PEC é impedir a criação de novas áreas.

O presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, deputado Moreira Mendes

(PSD-RO), que participou do acordo, nega que o objetivo seja esse. Ele defen-de a criação da comissão especial que discutiria a PEC, para chamar todos os in-teressados no debate, e não apenas as co-munidades indígenas e quilombolas. Para Mendes, devem ser incluídos na discus-são os municípios, estados e produtores rurais atingidos, além de representantes da Justiça, inclusive do Supremo Tribunal Federal (STF).

E no Senado ...

Várias propostas de emenda à Constituição (PEC) sobre este polêmi-co assunto estão tramitando no Senado e na Câmara dos Deputados. Uma de-las, de autoria do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e que está pronta para ser votada, dá ao Senado a compe-tência privativa para aprovar os proces-sos de demarcação de terras indígenas. Ela também determina que a demarca-ção dessas áreas ou de unidades de con-servação ambiental respeite o limite de 30% do território de cada estado.

Para Mozarildo Cavalcanti, é jus-to que os estados, por meio de seus senadores, opinem sobre esse tipo de demarcaçã: “Nós estamos em uma Federação. A demarcação significa confisco de terra dos estados, e quem representa os estados é o Senado. Ele já é consultado sobre assuntos muito me-nores, como indicações de autoridades e liberação de créditos”.

A proposta prevê que o Senado precisará referendar a demarcação feita pela União, mas a parte técnica conti-nuará sendo feita pelos órgãos técnicos do Executivo, como a Fundação Nacional do Índio (Funai). Apesar disso, o senador questiona a maneira como essas demarca-ções vêm sendo feitas e acha “suspeita” a forma como as áreas são delimitadas.

Demarcação de terras indígenas

O deputado Federal Moreira Mendes, do PSD de Rondônia, luta para que sejam incluídos na discussão os municípios, estados e produtores rurais atingidos pela demarcação

Nacional

Page 57: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 57

Nacional

O novo ministro das Cidades, deputado federal (PP-PB)Aguinaldo Ribeiro, pro-

meteu fiscalizar obras e tentar vencer a burocracia para evitar novos escân-dalos em sua pasta. “Vamos tratar pessoalmente dos entraves, sobre-tudo, as grandes questões tramitan-do no ministério, como as obras de mobilidade. Faremos um acompa-nhamento permanente dessas obras,” explicou o ex-líder do PP na Câma-ra, que assumiu o cargo no lugar de Mário Negromonte, afastado por de-núncias de irregularidades.

Na cerimônia de posse, a pre-sidenta Dilma Rousseff disse que o governo pretende aumentar o inves-timento público para garantir o cres-cimento sustentável da economia. Se-gundo a presidente, o Ministério das Cidades é estratégico para o governo, porque concentra políticas públicas decisivas para o papel do Estado como indutor do desenvolvimento

“A atuação do Ministério das Ci-dades será decisiva para o investimento público no sentido de garantir o cres-cimento sustentável para o nosso país e melhores condições de vida para sua

população. Essa é uma tarefa que es-tamos executando. Muda o comando, mas a tarefa persiste. É parte intrínseca do modelo de desenvolvimento que es-tamos consolidando no Brasil”, afirmou a presidenta.

Ela destacou o caráter federativo do Ministério das Cidades uma vez que a execução dos projetos nas áreas de habitação, saneamento e infraestrutura urbana depende das parcerias com esta-dos e municípios. “O Ministério das Ci-dades é um dos ministérios mais federa-tivos. A Federação se faz nesta pasta de forma presente, contínua, sistemática. Sem respeitar a Federação, não é possí-vel executar os programas no Ministério das Cidades. A atividade exige parceria e isso impõe ao seu titular capacidade de negociação, bom trânsito político e postura rigorosamente republicana,” concluiu Dilma Rousseff.

Copa do Mundo

Aguinaldo disse que vai priorizar as obras relacionadas à Copa do Mundo de 2014 para garantir que o calendário seja respeitado. “Iremos fiscalizar e veri-ficar em que estágio cada uma está pelo

país todo. Pois esse calendário é uma expectativa da presidenta e precisamos fazer o que ela espera e o que o Brasil precisa”, observou.

Aguinaldo Ribeiro voltou a negar que tenha destinado, por meio de três emendas, R$ 780 mil para Campina Grande, na Paraíba, para favorecer sua irmã Daniella Ribeiro (PP), deputada estadual e pré-candidata à prefeitura da cidade. “O prefeito de Campina Grande [Veneziano Vital do Rêgo, do PMDB] é meu adversário político, por isso são denúncias que não têm fundamento. Já está tudo vencido”, disse.

No primeiro discurso como mi-nistro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro assumiu o compromisso de destravar as engrenagens para garantir a execução dos projetos, de fiscalizar para garantir o cumprimento das metas, e ter como maior missão o foco na gestão.

“É possível gerenciar, pensar grande na hora de conceber e agir no detalhe na hora de executar. Isso, ao meu ver, é o que significa modernida-de na hora de fazer política. É romper o falso dilema entre política e gestão. A boa gestão na vida pública tem que ser política no seu sentido mais amplo.

Cidades, um ministério estratégico

Para Agnaldo Ribeiro, “a boa política nos dias de hoje tem que estar baseada na gestão, nos resultados concretos, na realização, no alcance de metas, na eficiência, na busca permanente por avanços.”

Page 58: Revista Estados & Municipios

58 Estados & Municípios - Fevereiro 2012

Internet 0800

Iniciativa do Ministério das Comunicações, com apoio da Anatel e do CGI, pretende testar a partir de março um sistema de “internet a cobrar”. Funciona nos moldes de um atendimento telefô-nico convencional, mas que dará ao usuário a possibilidade de aces-so online gratuito para alguns ser-viços.

O ministro Paulo Bernardo explica que as empresas poderão bancar a conexão à internet em casos que envolvam compras em seus sites ou ser viços de atendi-mento. “Não é uma substituição ao atendimento telefônico 0800, mas pode ser uma alternativa”, disse na Campus Party. A intenção é criar um domínio “0800.br” tendo em vista os usuários de celulares que não possuem planos de dados ou os têm em pacote limitado.

“Um banco que quiser es-timular seu ser viço de internet banking , por exemplo, poderá ar-car com a conexão de seu cliente. O mesmo vale para empresas que hoje gastam milhões de reais com ser viços de call center e atendi-mento. Isso pode ser feito virtual-mente, com a empresa bancando a conexão”, afirmou Bernardo.

A “internet a cobrar” será tes-tada nas imediações de Brasília na primeira quinzena de março. Cerca de 8 mil pessoas vão participar do projeto-teste que será bancado por uma empresa.

PEDRO ABELHA [email protected]

Mídia

Smartphones populares

Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, o diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da Esco-la de Direito da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro e do Cre-ative Commons Brasil, Ronaldo Le-mos, trata sobre a possível proibi-ção dos celulares populares no país.

Lemos ressalta que o gover-no quer tirar de circulação smar-tphones fabricados na China, cujo público-alvo são os consumidores de baixa renda. “Alguns custam me-nos de R$ 20 e aceitam chips de qua-tro operadoras diferentes”, diz. Esse é um dos pontos destacados desse tipo de aparelho, que permite ao seu dono usar serviços e promoções das maio-res telefônicas do país.

Segundo o colunista, há pelo menos 40 milhões de aparelhos populares no Brasil. “Se bem su-cedida, a ação pode entrar para a história como uma das grandes dis-criminações institucionais contra o ‘andar de baixo’ da sociedade bra-sileira”, ataca, antes de afirmar que, “para quem vive em uma favela, [es-ses smartphones] fazem a diferença entre estar conectado ou não.”

São várias as justificativas do Ministéro Público Federal para fa-zer com que os aparelhos deixem de funcionar com as redes brasilei-ras, e o órgão tem apoio das opera-doras. Eles possuem uma série de ser viços diferenciados, como sinal de TV e rádio, mas o principal é a possibilidade de se usar os qua-tro chips. “A ação também daria controle total às operadoras sobre suas redes. Seria como deixar o concessionário de uma estrada se-lecionar quais marcas de veículos podem trafegar por ela”, explica Lemos. “Os argumentos para o ba-nimento são os usuais: pirataria, falta de certificado da Anatel e ‘R$ 1 bilhão ao ano em perdas para a indústria nacional’.”

Para finalizar, ele critica o que chamou de “protecionismo torto” e diz que os smartphones chineses deveriam, na verdade, “ensejar um convite à competi-ção entre empresas: desenhar e fabricar celulares pensando nas necessidades tecnológicas da base da pirâmide, um mercado pouco explorado, onde no geral reside o futuro do consumo da tecnologia”.

Liberty web

A TIM anuncia oferta para pequenas e médias empresas (PMEs). Por R$ 89 mensais, o cliente pode equipar seus cola-boradores para otimizar o tempo e elevar a produtividade de seus recursos humanos. O valor con-

Page 59: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 59

templa R$ 29 da franquia mensal do plano Liberty Web Empresa Tablet, que permite navegação ilimitada na internet, e R$ 60 referentes às 24 parcelas do iPad 2 de 16GB.

Com esta iniciativa, a TIM pretende facilitar a entrada do ta-blet mais desejado do momento, também nas empresas. “Na compra de um iPad 2 16GB, oferecemos ao cliente um desconto de quase 40% na assinatura do plano de Internet móvel, feito sob medida para uso em tablets e sem cobrança de exce-dente.”, explica Arnaldo Basile, Ge-rente Sênior de Marketing Business.

“Esta oferta está alinhada com a nossa estratégia de levar inovação ao mercado corporativo. No momento, somos a operadora brasileira com o mais vasto por-tfólio de tablet e aparelhos da Ap-ple. Com a chegada do iPad 2, saí-mos na frente mais uma vez, como a primeira empresa de telefonia a oferecer o tablet da fabricante no Brasil para o segmento empresa-rial, considerado estratégico para TIM”, ressalta o executivo.

150 milhões de usuários

O LinkedIn, a maior rede professional da internet, anunciou a conquista de mais de 150 mi-lhões de usuários em todo mundo, sendo sete milhões só no Brasil. Após lançar escritório no país, há menos de três meses, a plataforma já consegue identificar o número

de usuários nas principais capitais brasileiras, com São Paulo na lide-rança desta lista, ao registrar 1,5 milhão de usuários.

Desde que chegou fisica-mente ao Brasil, em novembro de 2011, o LinkedIn cresceu em um milhão de novos profissionais, que utilizam-se da rede para trocar experiências, ter acesso a informa-ções e ideias para seus negócios. Além disso, a rede permite locali-zar profissionais e empresas com o perfil interessado e encontrar novas oportunidades de trabalho.

Confira a lista de usuários por capitais: São Paulo: mais de 1,5 milhão; Rio de Janeiro: mais de 492 mil ; Belo Horizonte: mais de 215 mil; Porto Alegre: mais de 170 mil; Curitiba: mais de 155 mil; Brasília: mais de 114 mil e Manaus: 35 mil.

Meramente ilustrativas

O deputado Francisco Araújo (PSD/RR) apresentou um proje-to de lei que tentará acabar com o recurso que permite exibição de imagens “meramente ilustrativas” nas propagandas.

O PL 3187/2012 dá provi-dências “para proibir a utilização de imagens meramente ilustrativas na oferta e apresentação de pro-dutos e ser viços, equiparando tal

prática à de divulgação de publici-dade enganosa”.

Para chegar a este ponto, o texto pede alterações nos artigos 30 e 36 da Lei nº 8.078, de 1990 - o Código de Defesa do Consumidor.

Valor da privacidade?

Quanto vale a sua privacida-de? Por mais que pareça difícil pre-cificar algo tão abstrato, o Google deu um jeito. Para a companhia, vale US$ 25 por ano. A gigante de buscas lançou um projeto em que pagará essa quantia aos internau-tas que aceitarem compartilhar com o Google todo o seu histórico de navegação. É o Screenwise, que ajudará o Google a melhorar a ex-periência dos usuários depois de aprender com eles como funciona o uso “comum” da web.

Para aderir à novidade, a pes-soa tem de ser maior de 13 anos e instalar uma extensão no navega-dor Chrome, que vai recolhendo as informações conforme o uso. Assim que aceitar a proposta, o internauta ganha US$ 5 em crédi-tos para serem usados na Amazon.com; depois, a cada três meses ga-nha mais US$ 5 por, no máximo, 12 meses.

O prazo pode ser estendido, mas, neste caso, haverá atualização de valores. “É o nosso jeito de di-zer ‘obrigado’”, explica o Google.

Page 60: Revista Estados & Municipios

60 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Trânsito seguro é questão de saúde pública

Os brasileiros estão morrendo mais em acidentes com transporte terrestre, principalmente quando o veículo é motocicleta. Em nove anos (de 2002 a 2010), a quantidade de mortes ocasionadas por acidentes com motos quase triplicou no país, saltando de 3.744 para 10.143 mortes

Saúde

Page 61: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 61

2009. Isso representou um investi-mento de R$ 190 milhões só em proce-dimentos específicos no Sistema Único de Saúde (SUS). No período, houve um aumento de 8% no número de óbitos.

Agravantes

Um dos fatores preponderantes é o aumento da frota de motocicletas, meio de transporte utilizado por 10,2 mil dos 41 mil brasileiros que perde-ram a vida no trânsito em 2010. “Espe-cialmente em cidades com menos de cem mil habitantes, tem aumentado o número de motociclistas, inclusive do sexo feminino, tornando as mulheres mais vulneráveis aos acidentes de trân-sito”, observa Alexandre Padilha.

Outro agravante é apontado pela pesquisa Vigitel (Vigilância de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) 2010. Os dados mostram que o percentual de homens que afirmaram ter dirigido após o con-sumo abusivo de álcool ainda é supe-rior ao das mulheres – 3% contra 0,2% -, porém o consumo abusivo de bebidas alcoólicas por mulheres vem apresen-tando tendência de crescimento.

“Embora o homem esteja mais vulnerável a este tipo de acidente, por-que costuma ser mais agressivo ao di-rigir, as mulheres também devem ficar atentas para não associar álcool e direção”, considera a coordenadora de vigilância e prevenção de violências e acidentes do Ministério da Saúde, Marta Silva.

Além da associação entre dire-ção e bebida alcoólica, a coordenadora lembra que o excesso de velocidade e direção imprudente também são fa-tores de risco. “Acidentes tornam-se ainda mais graves quando os motoci-clistas não utilizam equipamentos de proteção, como capacetes, casaco com proteção, calçados apropriados (botas, sapato fechado) e ainda desrespeitam a

sinalização e fazem ziguezague entre os carros”, adverte

“Eu, como ministro da Saúde, defendo medidas que apertem a fis-calização sobre a Lei Seca, a direção alcoolizada, a segurança no trânsito e o uso de capacete e colete refletor por motociclistas”, afirma Alexandre Padi-lha. Para ele, outros projetos também avançam nesse sentido, como a obriga-toriedade de apresentação de carteira de motorista para a compra de motos e a padronização nacional dos boletins de informação de acidentes de trânsito.

Campanhas

Os ministérios da Saúde e das Ci-dades são parceiros no Pacto Nacional pela Redução dos Acidentes no Trânsito – Pacto pela Vida. A meta é estabilizar e reduzir o número de mortes e lesões em acidentes de transporte terrestre nos pró-ximos dez anos, como adesão ao Plano da Década de Ações para a Segurança no Trânsito 2011-2020, recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), com a coordenação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Embora os homens sejam maio-ria nos acidentes fatais com motocicleta no Brasil (90%),

a quantidade de mulheres que perdem a vida nesse tipo de acidente vem au-mentando cada vez mais. O Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde revela que, de 1996 a 2010, a quantidade de vítimas fatais do sexo feminino em acidentes com motocicletas cresceu 16 vezes, en-quanto o número de homens que mor-reram nesses acidentes aumentou 13 vezes no mesmo período.

“Os números revelam que o país vive uma verdadeira epidemia de lesões e mortes no trânsito”, alerta o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele obser-va que a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o Brasil ocupa o quin-to lugar em ocorrências como essas. “Es-tamos atrás apenas da Índia, China, EUA e Rússia”, completa o ministro.

De acordo com o SIM, entre 2002 e 2010, o número total de mortes por acidentes com transporte terrestre cres-ceu 24%: passou de 32.753 para 40.610 mortes. Entre as regiões, o maior per-centual de aumento na quantidade de óbitos (entre 2002 e 2010) foi registra-do no Norte (53%), seguido do Nor-deste (48%), Centro-Oeste (22%), Sul (17%) e Sudeste (10%).

Segundo o ministro, o problema só não é ainda maior porque as ações de ampliação das unidades de urgên-cia e emergência, como as UPAs 24h (Unidades de Pronto Atendimento) e a expansão do Samu 192 (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), vêm aumentando a proporção de vidas salvas.“Há uma queda na proporção entre mortes em acidentes e internações. Nos últimos três anos, o índice cai de 0,38, passa por 029 e chega a 0,24.”, afirma.

Em 2010, foram contabilizadas 145 mil internações no SUS causadas por acidentes, 15% a mais do que em

Saúde

Page 62: Revista Estados & Municipios

62 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

O Brasil superou a marca de 23 mil transplantes em 2011, um novo recorde no setor. Em

uma década, o país mais que dobrou o número de cirurgias – o aumento foi de 124% em relação a 2001, quando foram realizados 10.428 procedimentos. O número de doações de órgãos também aumentou consideravelmente: foram registradas 2.207 doações no ano passa-do, um avanço de 16,4% em um ano – a maior variação em quatro anos.

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em 2011 o Brasil teve o maior aumento anual em nú-meros de transplantes da década, com 2.357 cirurgias a mais que em 2010. A média de acréscimo na década foi de 1.200 procedimentos por ano.

“Atingimos um patamar importante e hoje o Brasil é uma referência. O país possui o maior sistema público de trans-plantes do mundo. Hoje, 95% das cirur-gias são realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de forma totalmente gratui-ta à população”, destaca Padilha. 

O SUS oferece assistência integral ao paciente transplantado, incluindo exames periódicos e os medicamentos pós-transplante. “Queremos atingir, até 2015, a meta de 15 doadores por mi-lhão de população. Hoje, a marca é de 10 doadores”, complementa.

O Sistema Nacional de Trans-plantes, coordenado pelo Ministério da Saúde, conta com rede integrada em 25 estados e Distrito Federal, onde funcio-nam Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos. O investi-mento na manutenção e crescimento dessa rede em 2011 foi de R$ 1,3 bilhão – quatro vezes mais que o total de re-cursos alocados para o setor em 2003, quando foram destinados R$ 327,85 milhões.

“O aumento do número de trans-plantes e doações de órgãos é reflexo de estratégias de capacitação profissional que humaniza o atendimento. Esta ação também tem o propósito de expandir e melhorar a qualidade do atendimento”, salientou o ministro.

Doação de órgãos

Com atuação do Ministério da Saúde na melhoria da infraestrutura – especialmente a capacitação de equi-pes para o contato com as famílias dos possíveis doadores - e na sensibilização da população por meio de campanhas anuais de incentivo à doação de órgãos, os brasileiros têm demonstrado cada vez mais solidariedade. Em 2011, o país bateu recorde ao registrar 2.207 doado-res de órgão - 63% a mais que em 2008.

O atual índice nacional é de 11,4 doadores por milhão de população (PMP) – no ano passado, o índice ficava em 9,9. A meta de é chegar a 15 doadores por milhão de população em 2015.

Os órgãos que mais impulsiona-ram o desempenho dos transplantes no Brasil nos últimos dez anos foram fíga-do, pulmão e rim, com índices de cresci-mento de 176%, 96% e 84%, respectiva-mente. Coração e pâncreas registraram aumento de 11% e 38% na década.

O transplante do coração é um dos mais complexos e existe uma ver-dadeira corrida contra o tempo nesta cirurgia. O tempo de isquemia do ór-gão – período em que pode ficar fora do corpo humano – é de apenas quatro horas. No rim, por exemplo, este prazo é de 24 horas. Além disso, os avanços dos medicamentos para pessoas com proble-mas cardíacos reduziram a indicação do transplante, último recurso para a sobre-vivência e qualidade de vida do paciente.

No caso do transplante de pâncre-as, o procedimento é usado em um pú-blico específico, como casos de diabete crônica. Em alguns pacientes, a cirurgia é feita de forma conjunta com o rim. Os transplantes de tecidos e células (medu-la óssea e córnea) também registraram percentuais de crescimento muitos al-tos – cerca de 140%

Saúde

Número de transplantes é recorde

Os transplantes de coracão e de fígado são dos mais complexos e delicados

Page 63: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 63

Page 64: Revista Estados & Municipios

64 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

O Conselho Nacional de Justi-ça (CNJ) já está estudando a possível instalação de postos

dos juizados especiais federais em ro-doviárias dos principais centros urba-nos do País. A proposta busca facilitar o acesso à prestação jurisdicional, so-bretudo para os moradores de cidades onde não há órgãos da Justiça Federal.

Os juizados especiais federais são conhecidos por imprimir uma tramita-ção mais simples e rápida a processos relacionados, por exemplo, à concessão de aposentadorias, revisão de benefí-cios previdenciários e outras reclama-ções contra a União, autarquias federais ou empresas públicas, dentro do limite de até 60 salários mínimos. 

Segundo o juiz auxiliar da Cor-regedoria Nacional de Justiça do CNJ, Ricardo Chimenti, os postos avança-dos atenderiam apenas casos típicos da Justiça Federal, não arbitrando confli-tos entre empresas de ônibus, terminais rodoviários e passageiros, já que isso cabe à Justiça Estadual. Sua função seria a de amenizar os problemas causados pela menor capilaridade da Justiça Federal. 

“Dá para imaginar o transtorno de uma pessoa que tem de se deslocar de ônibus até uma capital como, por exemplo, São Paulo ou Rio de Janeiro, e, quando chega lá, ainda precisa apanhar

outro ônibus, muitas vezes sem sequer conhecer a cidade”, afirmou o magistrado.

Ele explicou que essa dificuldade obriga idosos que vivem em comarcas pequenas a recorrer à Justiça Estadu-al na tentativa de obter ou revisar os benefícios previdenciários. “A medi-da que estamos discutindo teria uma outra repercussão positiva: ela desa-fogaria a Justiça Estadual”, declarou.

Negociações

Ricardo Chimenti explicou que, além da conclusão de um estudo de viabilidade, a concretização da propos-ta dependerá de negociações com os administradores dos terminais rodovi-ários, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e os tribunais regionais federais (TRFs). 

Esses novos juizados seriam um acréscimo ao programa de inte-riorização da Justiça federal, que tem como base a Lei 12.011/2009, que autorizou a criação de 230 novas va-ras federais, das quais 46 foram ins-taladas em 2010 e outras tantas neste ano. Os  artigos  das  Leis  9099/95 e 10.259/01,  que  instituíram e regu-laram os  juizados  especiais,  contem-plam  um  elenco  de  práticas avançadas que possibilitam a prestação jurisdicio-

nal rápida e simples, muitas vezes sem exi-gir sequer a presença de advogado.

Os  processos  de  competên-cia  dos  Juizados  Especiais  Fede-rais  cíveis  são  aqueles  cujos valores em  discussão  não  ultrapassem o va-lor de 60   salários  mínimos    nas  cau-sas  em  que  a  União,entidade  autárqui-ca  ou  empresa  pública  federal  forem interessadas na  condição  de auto-ras, rés,assistentes ou oponentes.

Portanto,  especialmen-te,  desde  que  observado  o  limi-te  de 60  salários  mínimos  deve-rão ser processadas e julgadas pelos Juizados Especiais  as  ações  previ-denciárias,  como  as relativas a  pensões, auxílio-doença,  apo-sentadorias  de  trabalhadores  ur-banos  ou  rurais; as  ações  relativas a tributos, como anulatórias ou de repe-tição de indébito; as ações de indeniza-ção por danos materiais ou morais, como as relativas a acidentes envolvendo veícu-los  da  União, de  autarquia  ou  empre-sa  pública  federal; as  ações  relativas ao  ensino  superior,como  as  que  di-zem respeito a matrícula, reprovações e  transferências; as  ações  relativas ao Sistema  Financeiro  da  Habi-tação;    e as  ações  relativas a  condo-mínios  e  locação  de  imóveis  locados à União entre outras.

Juizados especiais nas rodoviáriasJudiciário

Page 65: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 65

Em ritmo acelerado

Publieditorial

Tudo na Refi naria Abreu e Lima é superlativo. Instala-da no Complexo Industrial e Portuário de Suape, no mu-nicípio de Ipojuca, distante 50 km do Recife, capital de Pernambuco, a obra, que será a unidade de refi no mais moderna da Petrobras, impressiona. Os números não deixam qualquer dúvi-da. A refi naria, quando con-cluída, vai processar 230 mil barris por dia de petróleo pesado, cerca de 11% da atual capacidade de refi no do País. Seu foco será a produção de diesel com 10 ppm (partes por milhão) de enxofre, atual padrão eu-ropeu. A produção desse diesel será de 160 mil barris por dia, cerca de 70% do vo-lume de petróleo que en-tra diariamente na refi naria.

Além do diesel, a unidade de refi no produzirá também nafta petroquímica, gás l iquefeito de petróleo (GLP), óleo combustível e coque.É com a missão de trans-formar essas projeções em realidade que a Constru-tora Camargo Corrêa — em parceria com a CNEC Worley Parsons Engenha ria S.A. — está comprometida. As empresas formam o Consórcio CNCC, respon-sável pela construção das Unidades de Coqueamento Retardado — UCR (U-21 e U-22), incluindo também as subestações, casas de controle e as seções de tratamento cáustico rege-nerativo (U-26 e U-27). “Um empreendimento desse porte requer soluções ino-

vadoras, foco na qualifi -cação profi ssional e uma atenção muito grande na questão da sustentabi-lidade”, observa Paulo Au-gusto Santos da Silva, dire-tor de operações de Óleo e Gás da Construtora Camar-go Corrêa.O consórcio formado pela Camargo Corrêa e CNEC Worley Parsons Engenharia S.A. já contratou até o mo-mento cerca de 3,3 mil tra-balhadores, o que tem sido indutor de grande desen-volvimento social e fator de geração de renda na região. Quando a obra atingir seu auge, o contingente de mão de obra deve chegar a 4,5 mil pessoas.Um número tão signifi cativo de trabalhadores requer atenção redobrada no

quesito qualifi cação profi s-sional. “Temos aqui dentro da obra uma das mais com-pletas escolas de soldas do País e já estamos montando uma outra, dedicada à parte de elétrica, que terá o mes-mo nível”, informa Alexan-dre Lee, gerente de adminis-tração contratual. Nesses treinamentos, o objetivo é que o profi ssional viven-cie situações o mais próxi-mas possível da realidade. Iniciativas desse tipo ajudam a entender como a Cons-trutora Camargo Corrêa atinge índices invejáveis de produtividade e segurança do trabalho, na sua atuação na Refi naria Abreu e Lima, como a marca de 7 milhões de homens/horas de traba-lho sem afastamento por acidente.

Inovação, excelência e sustentabilidade são marcas registradas da Camargo Corrêa na Refi naria Abreu e Lima

AF_AnRevPubli 21x28.indd 1 2/13/12 11:32 AM

Page 66: Revista Estados & Municipios

camargocorrea.com.br

Comunidade defi ne as ações prioritárias

Presença marcante em obras de alta complexidadeToda a preocupação e dedicação em torno da qual idade e formação profissional resultou na quíntupla cert i f icação obtida pelo consórcio, em agosto do ano pas-

sado. Foram conquistadas simultaneamente as cinco mais importantes certi-ficações que atestam a excelência da gestão em diferentes áreas: Meio Am-biente (NBR ISO 14001);

Q u a l i d a d e ( N B R I S O 9 0 0 1 ) ; S a ú d e e S e -guran ça do Traba lh o (OHSAS 18001); Respon-sabilidade Social (NBR 16001) e Qualidade nas At i v i d a d e s d a I n d ú s -

tria de Petróleo e Gás (ISO/TS 29001). Essas cer-tificações foram concedi-das pela Fundação Vanzo-lini, entidade privada que atua há 47 anos e é refe-rência no segmento.

O investimento social do Grupo Camargo Cor-rêa é coordenado pelo Instituto Camargo Cor-rêa (ICC). Ele está anco-rado em quatro progra-mas: Infância Ideal (cujo foco é o desenvolvimen-to integral da primeira infância), Escola Ideal (um programa direcio-nado para o fortaleci-mento da escola pública), Futuro Ideal (que tem o objetivo de estimular o empreendedorismo entre jovens de 16 a 29 anos) e o Ideal Voluntário (di-recionado para envolver os profi ssionais do grupo em ações de volunta-riado, e que atua de for-ma transversal em relação aos demais).Francine Vilela Mar-condes, da área de Responsabilidade Social do Consórcio CNCC na obra da Refi naria Abreu e Lima, explica que todas as ações são defi nidas pela própria comunidade. Na obra da refi naria, o trabalho de responsabi-lidade social está focado nos programas Infân-cia Ideal, Futuro Ideal e Ideal Voluntário.O Infância Ideal atua com três projetos em Ipo-juca: Minha Cidade Tem Creche, Casas de Brin-car e na articulação da Rede de Atendimento à Criança. Esse último numa parceria com a

Associação Brasileirade Magistrados e Promo-tores (ABMP).Já o programa Futuro Ideal está com três inicia-tivas, duas no município do Ipojuca, em parce-ria com o Sebrae, com o projeto Consórcio das Artes (com foco no arte-sanato) e No Passo Ideal (com foco na música e dança) e uma no Cabo de Santo Agostinho

(Tempo de Empreender), em parceria com o Instituto Ideia. Também no Cabo, a proposta é benefi ciar uma coo-perativa de jovens téc-nicos agrícolas (Coo-betec – Mata Sul) com a construção de uma uni-dade de benefi ciamento e comercialização da macaxeira. A meta é envolver diretamente 23 jovens

e que o projeto ganhe a autossufi ciência nos próximos anos.Também foi implanta-do o programa Grandes Obras pela Infância, em parceria com a Childhood Brasil. A iniciativa da Construto-ra Camargo Corrêa visa combater a exploração sexual de crianças e adolescentes no entorno de grandes obras.

Veja a quantidade de insumos utilizados pelo consórcio na Refi naria Abreu e Lima:

Fonte: Balanço Social CNCC 2010

Tubos: 4,5 mil toneladasConexões: 965 toneladasVálvulas: 679 toneladas

Concreto: 73 mil metros cúbicos

Aço (CA-50): 7,5 mil toneladas

Estruturas metálicas: 9,2 mil

toneladas

Estaqueamento: 37,4 km

Cabos: 24 kmEletrodutos: 8 kmFibra óptica: 9,4 km

Cabos Elétricos: 856 kmEletrodutos: 206 km

TUBULAÇÕES OBRAS CIVIS

TELECOMUNICAÇÕES

ELÉTRICA

CERTIFICAÇÃO

RESPONSABILIDADE SOCIAL

PERFIL

Com mais de 72 anos de história, a Camargo Corrêa é hoje uma organização focada na execução de obras de grande complexidade do ponto de vista de engenharia, construção e logística. No seu portfólio, estão os projetos de infraestrutura mais emblemáticos do Brasil, como as principais obras de energia (as Usinas Hidrelétricas de Itaipu, Tucuruí e Jirau), o transporte urbano de massa (o metrô SP), o Rodoanel de São Paulo, a Ponte Rio-Niterói e

a Ponte Rio Negro.No setor de óleo e gás, começou sua atuação, em 1994, com a construção do Gasbel (Gasoduto Rio de Janeiro–Minas Gerais). Desde então, a Camargo Corrêa tem participado de importantes projetos de implantação de dutos, como no Gasbol (Gasoduto Brasil -Bolívia), na expansão das malhas dos dutos Sudeste e Nordeste e no Gasoduto da Amazônia. Além disso, atua também em obras de geração de energia

térmica, como nas Usinas Termoelétricas de Cubatão e Piratininga, em plantas de tratamento de gás e unidades industriais e na construção da unidade de tratamento de gás de Caraguatatuba.A Camargo Corrêa está presente, ainda, nos mais relevantes investimentos na área de refino de petróleo que estão sendo realizados no Brasil, sendo responsável pela construção das unidades industriais para o benefi ciamento de coque nas Refi narias Getúlio

Vargas, no Paraná, e Abreu e Lima, em Pernambuco, além da ampliação e reforma das Unidades Revap, em São José dos Campos; e Replan, em Paulínia.Todo esse desempenho, diferenciado pela efi ciência e inovação de sua atuação operac iona l e busca pelas melhores práticas na prestação de serviços e na produção de bens, refl ete-se nas certifi cações e prêmios alcançados em reconhecimento aos seus serviços.

AF_AnRevPubli 42x28.indd 1 2/13/12 11:32 AM

Page 67: Revista Estados & Municipios

camargocorrea.com.br

Comunidade defi ne as ações prioritárias

Presença marcante em obras de alta complexidadeToda a preocupação e dedicação em torno da qual idade e formação profissional resultou na quíntupla cert i f icação obtida pelo consórcio, em agosto do ano pas-

sado. Foram conquistadas simultaneamente as cinco mais importantes certi-ficações que atestam a excelência da gestão em diferentes áreas: Meio Am-biente (NBR ISO 14001);

Q u a l i d a d e ( N B R I S O 9 0 0 1 ) ; S a ú d e e S e -guran ça do Traba lho (OHSAS 18001); Respon-sabilidade Social (NBR 16001) e Qualidade nas At i v i d a d e s d a I n d ú s -

tria de Petróleo e Gás (ISO/TS 29001). Essas cer-tificações foram concedi-das pela Fundação Vanzo-lini, entidade privada que atua há 47 anos e é refe-rência no segmento.

O investimento social do Grupo Camargo Cor-rêa é coordenado pelo Instituto Camargo Cor-rêa (ICC). Ele está anco-rado em quatro progra-mas: Infância Ideal (cujo foco é o desenvolvimen-to integral da primeira infância), Escola Ideal (um programa direcio-nado para o fortaleci-mento da escola pública), Futuro Ideal (que tem o objetivo de estimular o empreendedorismo entre jovens de 16 a 29 anos) e o Ideal Voluntário (di-recionado para envolver os profi ssionais do grupo em ações de volunta-riado, e que atua de for-ma transversal em relação aos demais).Francine Vilela Mar-condes, da área de Responsabilidade Social do Consórcio CNCC na obra da Refi naria Abreu e Lima, explica que todas as ações são defi nidas pela própria comunidade. Na obra da refi naria, o trabalho de responsabi-lidade social está focado nos programas Infân-cia Ideal, Futuro Ideal e Ideal Voluntário.O Infância Ideal atua com três projetos em Ipo-juca: Minha Cidade Tem Creche, Casas de Brin-car e na articulação da Rede de Atendimento à Criança. Esse último numa parceria com a

Associação Brasileirade Magistrados e Promo-tores (ABMP).Já o programa Futuro Ideal está com três inicia-tivas, duas no município do Ipojuca, em parce-ria com o Sebrae, com o projeto Consórcio das Artes (com foco no arte-sanato) e No Passo Ideal (com foco na música e dança) e uma no Cabo de Santo Agostinho

(Tempo de Empreender), em parceria com o Instituto Ideia. Também no Cabo, a proposta é benefi ciar uma coo-perativa de jovens téc-nicos agrícolas (Coo-betec – Mata Sul) com a construção de uma uni-dade de benefi ciamento e comercialização da macaxeira. A meta é envolver diretamente 23 jovens

e que o projeto ganhe a autossufi ciência nos próximos anos.Também foi implanta-do o programa Grandes Obras pela Infância, em parceria com a Childhood Brasil. A iniciativa da Construto-ra Camargo Corrêa visa combater a exploração sexual de crianças e adolescentes no entorno de grandes obras.

Veja a quantidade de insumos utilizados pelo consórcio na Refi naria Abreu e Lima:

Fonte: Balanço Social CNCC 2010

Tubos: 4,5 mil toneladasConexões: 965 toneladasVálvulas: 679 toneladas

Concreto: 73 mil metros cúbicos

Aço (CA-50): 7,5 mil toneladas

Estruturas metálicas: 9,2 mil

toneladas

Estaqueamento: 37,4 km

Cabos: 24 kmEletrodutos: 8 kmFibra óptica: 9,4 km

Cabos Elétricos: 856 kmEletrodutos: 206 km

TUBULAÇÕES OBRAS CIVIS

TELECOMUNICAÇÕES

ELÉTRICA

CERTIFICAÇÃO

RESPONSABILIDADE SOCIAL

PERFIL

Com mais de 72 anos de história, a Camargo Corrêa é hoje uma organização focada na execução de obras de grande complexidade do ponto de vista de engenharia, construção e logística. No seu portfólio, estão os projetos de infraestrutura mais emblemáticos do Brasil, como as principais obras de energia (as Usinas Hidrelétricas de Itaipu, Tucuruí e Jirau), o transporte urbano de massa (o metrô SP), o Rodoanel de São Paulo, a Ponte Rio-Niterói e

a Ponte Rio Negro.No setor de óleo e gás, começou sua atuação, em 1994, com a construção do Gasbel (Gasoduto Rio de Janeiro–Minas Gerais). Desde então, a Camargo Corrêa tem participado de importantes projetos de implantação de dutos, como no Gasbol (Gasoduto Brasil -Bolívia), na expansão das malhas dos dutos Sudeste e Nordeste e no Gasoduto da Amazônia. Além disso, atua também em obras de geração de energia

térmica, como nas Usinas Termoelétricas de Cubatão e Piratininga, em plantas de tratamento de gás e unidades industriais e na construção da unidade de tratamento de gás de Caraguatatuba.A Camargo Corrêa está presente, ainda, nos mais relevantes investimentos na área de refino de petróleo que estão sendo realizados no Brasil, sendo responsável pela construção das unidades industriais para o benefi ciamento de coque nas Refi narias Getúlio

Vargas, no Paraná, e Abreu e Lima, em Pernambuco, além da ampliação e reforma das Unidades Revap, em São José dos Campos; e Replan, em Paulínia.Todo esse desempenho, diferenciado pela efi ciência e inovação de sua atuação operac iona l e busca pelas melhores práticas na prestação de serviços e na produção de bens, refl ete-se nas certifi cações e prêmios alcançados em reconhecimento aos seus serviços.

AF_AnRevPubli 42x28.indd 1 2/13/12 11:32 AM

Page 68: Revista Estados & Municipios

68 Estados & Municípios - Fevereiro 2012

RANGEL CAVALCANTE [email protected]

Casos & Causos

A terceira surra

A assistente social chegou lá pras bandas do Recanto das Emas, cidade-satélite de Brasília, onde impera a pobreza resultante da criminosa ação dos governos que distribuíam terrenos de graça em troca de votos, provocando o inchaço da miséria na capital do pais. Sua missão: pregar as exce-lências da chamada lei Maria da Penha, aquela que simboliza o ati-vismo pelo fim da violência con-tra as mulheres. E dizia às dezenas de mulheres reunidas no que um dia ainda será uma a praça:

- Agora vocês têm uma lei para protegê-las contra a violência. Toda vez que forem agredidas, principalmente pelos maridos, devem dar queixa na Polícia e eles serão punidos.

E distribuía folhetos e um CD para as presentes, com tudo sobre a nova lei.

E foi quando uma das assis-tentes se manifestou:

- Olha, dona, essa Lei não pe-gou aqui no Recanto. Fez foi piorar.

A gente passou foi a apanhar mais.E diante do espanto da zelosa

visitante, justificou a afirmativa:- Antigamente a gente levava

uma surra do marido e no dia se-guinte estava tudo bem de novo. Depois inventaram esse negocio de dar par te na Polícia . Aí , de-pois de apanhar, a gente ia à de-legacia e apresentava a quei xa. O resultado era que quando che-gava em casa levava outra surra para ir ret irar a quei xa. Com essa Lei Maria da Penha a coisa pio-rou. A gente leva outra surra , a terceira , quando volta para casa e conta ao marido que não é mais permitido retirar a quei xa.

Acabou a reunião.

Aquecedor

Ney Braga, que foi governador, senador, ministro e um dos funda-dores do Partido Democrata Cris-tão (PDC), era uma figura de fala mansa, cordial, que raramente ele-vava a voz. Os próprios adversários reconheciam que era difícil fazê-lo perder as estribeiras. Durante uma das muitas campanhas que coman-

dou, estava, em 1962, empenhado na eleição do banqueiro Adolfo de Oliveira Franco para o Senado e percorria o interior paranaense à cata dos votos. Os amigos reclama-vam da falta de entusiasmo nos seus discursos, que não demonstravam empolgação na campanha. Até que um dia, durante um comício realiza-do num clube do interior, Ney fala-va baixo, pausadamente, quando da platéia veio um grito estridente:

- Mentiroso!Fez-se um si lêncio sepulcral .

Irr itado, o rosto vermelho, o go-vernador f icou uma fera. Deu um murro tão for te no próprio peito que quebrou os óculos que trazia no bolsinho do paletó. E fez um discurso v iolento, com ataques duros aos adversár ios e exalta-ção ao seu candidato. Ao f inal , foi carregado sob aplausos pela multidão. Em doravante, em to-dos os comícios sempre aparecia alguém para provocar o governa-dor, chamando-o de demagogo, mentiroso ou coisa que o valha. E o orador de novo perdia as es-tr ibeiras e fazia um discurso dos mais inf lamados. Só no f inal da campanha Ney Braga soube que os provocadores eram gente do seu próp r i o c o m i t ê , q u e o Jo s é B o r g e s C r u z , u m f i e l e s c u d e i -r o d o p a r t i d o, e s c a l a v a p a r a , e m c a d a c o m í c i o, “e s q u e n t a r ” o g o v e r n a d o r, q u e , a p e s ar das aparências, t inha um pav io cur-t íssimo, não levava desaforo para casa e dava o troco a cada provo-cação.

Page 69: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 69

COLUNISTA

Não perguntaram

Em seu “Caleidoscópio”, o mi-nistro Flávio de Oliveira Castro, que por mais de trinta anos viveu as ale-grias e as agruras da vida diplomática pelos cinco continentes, e que em sua longa carreira destacou-se não apenas pela competência, mas também como ótimo contador de causos, nos traz uma sua experiência em Lisboa. Con-ta que estava num cinema da alameda Afonso Henriques, na capital lusitana, quando a projeção foi interrompida. Era o intervalo para que os freqüen-tadores esticassem as pernas, tomas-sem um refresco ou fumassem fora do salão de projeção. Acesas as luzes, Flávio notou que, mesmo diante dos vários cartazes dando conta de que era proibido fumar, boa parte dos es-pectadores continuava em seus lugares, fumando cigarros e charutos, brindan-do os demais com grandes baforadas. Fumante inveterado, o nosso diplomata sacou a cigarreira e, antes de acender o cigarro, perguntou ao bombeiro volun-tário – o lanterninha de lá - que cuidava da segurança e da vigilância do lugar, se era mesmo proibido fumar ali, como diziam os cartazes. Diante da resposta afirmativa, demonstrou surpresa:

- E como é que todo esse pes-soal está fumando?

O guarda explicou:- É que esses que vossa excelên-

cia está a ver não me perguntaram.

Não prendem

Era a grande convenção nacio-nal do Partido dos Trabalhadores, que teve a presença marcante do presidente Lula. Tinha compa-nheiros de todos os recantos do país. A grande platéia aplaudia en-tusiasticamente os oradores que se sucediam na tribuna, na razão inversa do que compreendia da discurseira. A cada hora chegava mais cabeça coroada do petismo. A maioria exibindo um vistoso crachá que identificava os estado de origem, com destaque para a palavra DELEGADO. Pelos salões circulavam figurões históricos do petismo como José Dirceu, Genoí-no, Delúbio Soares e um magote de personagens envolvidas nos mais diversos processos e denúncias de corrupção registrados nos últimos tempos no país. Havia gente ligada a episódios nada edificantes, como os dos mensalistas, vampiros, san-guessugas, das ambulâncias, do dossiê, e tantos outros, todos des-filando com desenvoltura pelos salões e pelo plenário. Foi quando um desses companheiros bem mo-destos, vindo do interior do Nor-deste, tornou-se um dos poucos a criticar o festival.

- Nunca vi tanta gente incom-petente na minha vida!

E explicou:

- É que para onde a gente se vira vê um magote de delegados, a convenção está acabanado e não vi ninguém ser preso!

Uma certidão

O paraibano Aloísio Campos, economista e fazendeiro, foi depu-tado federal por vários mandatos e constituinte de 88. Sua longa carrei-ra política começou ao lado de José Américo, na fundação do Partido Pro-gressista, em 1934. O golpe militar de 64 o encontrou como Consultor Jurí-dico da Sudene, cargo do qual logo se afastou. Naquele tempo o dedurismo tomava conta do país e no Nordeste, especialmente, era exercido com todo o entusiasmo pelos bajuladores do novo regime. Uma das vitimas, Aloí-sio, denunciado como subversivo, foi “convidado” a depor num inquérito no 4º Exército, no Recife. Atendido por um coronel que, nada amistoso, foi direto ao assunto:

- Doutor Aloísio, aqui na sua ficha consta que o senhor é socialis-ta. O senhor confirma ou desmente?

Com uma expressão de alegria, o depoente derrubou a austeridade do militar, que não conteve o riso diante da resposta:

- Coronel, o senhor pode me dar uma certidão do que afirma. É que há 20 anos eu digo isso lá na Pa-raíba e ninguém acredita!

Page 70: Revista Estados & Municipios

70 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Debater o desenvolvimento sustentável dos municípios a partir da inclusão produtiva

urbana, de acordo com os parâmetros do Plano Brasil sem Miséria. Este é o objetivo do I Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável: pequenos negócios, qualidade ambien-tal urbana e erradicação da miséria, que será realizado em Brasília, de 27 a 29 de março, pela Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), com o apoio do Governo Federal e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A intenção é mostrar que o for-talecimento das micro e pequenas em-presas e a formalização por meio do Empreendedor Individual, com respei-to às vocações econômicas locais, são instrumentos estratégicos de desenvol-vimento e combate à pobreza.

Segundo o presidente da FNP, João Coser, as leis municipais devem ser adequadas para incentivar os pe-quenos negócios. “As micro e pequenas empresas são a grande alternativa para a erradicação da miséria, por meio da geração de emprego e oportunidades de desenvolvimento. Por isso precisam de tratamento diferenciado”, afirmou o prefeito de Vitória (ES).

Para o presidente do Sebrae, Luiz Barreto, o encontro é a oportunidade

para inserir o empreendedorismo nos debates das eleições municipais, refor-çar a importância dos pequenos negó-cios para o desenvolvimento local e in-centivar a prática das determinações da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa.

“Apoiar e incentivar os pequenos negócios é investir no desenvolvimento econômico e social. O Brasil vive mo-mento especial, com economia sólida, alto nível de emprego e favorecimento do empreendedorismo, a exemplo da atualização dos tetos de receita para en-trada no supersimples e do incentivo à formalização por meio do Empreendedor Individual, programa que se aproxima de 2 milhões de registros”, explicou Barreto.

Importância dos municípios

O presidente do Sebrae, no en-tanto, lembrou que é preciso avançar nas simplificações e adequações das regras para resolver problemas relativos ao licen-ciamento para o exercício da atividades. “A sobrevivência desses negócios depen-de muito dos municípios”, destacou.

“Os gestores municipais são de-cisivos para o desenvolvimento econô-mico e social das cidades brasileiras e o investimento em políticas de estímulo ao empreendedorismo é o melhor ca-minho para o crescimento sustentável

das cidades brasileiras. O Brasil tem hoje mais de 5,9 milhões de micro e pequenas empresas, que geram mais da metade dos empregos com carteira assinada e representam 40% da massa salarial privada do país”, observou o presidente do Sebrae.

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, presente ao lançamento do encontro, destacou a importância dos temas do encontro e disse que a presidente Dilma Rousseff orientou que haja “obsessão na oferta de oportunidades para que as pessoas possam viver com dignidade”.

A programação do encontro prevê a apresentação de experiências bem-su-cedidas de inclusão produtiva e de tec-nologias disponíveis para esse tipo de ação. Haverá quatro painéis debatendo temas como economia local e oportuni-dades para pequenos negócios, gestão pública aliada do empreendedorismo e qualidade ambiental urbana e desenvol-vimento sustentável.

O público do evento envolve di-rigentes municipais, pré-candidatos às eleições de 2012, entidades empresariais e municipalistas, especialistas, organiza-ções não governamentais, gestores de em-presas públicas e bancos de fomento.

“Esse é o primeiro grande encontro nacional de prefeitos sem caráter reivindi-catório. Tem como grande objetivo deba-ter uma nova agenda para os municípios, envolvendo questões fundamentais para o desenvolvimento”, afirmou o vice-presi-dente da FNP e prefeito de Aparecida de Goiânia (GO), Maguito Vilela.

Um dos coordenadores do even-to, Maguito informou que a proposta é possibilitar que as cidades avancem também nas ações desenvolvidas pelo Governo Federal, como as de incentivo à formalização, de acesso ao crédito e de erradicação da miséria.

Sustentabilidade é o melhor caminho Municipalismo

Rua do Porto, 100 - Boca da Barra - Cairu/BA - Fone/Fax 75 3653.6068 • 75 9981.1302 • 71 9956.4196

Em uma área de 5 mil metros quadrados, contando com 7

apartamentos e 2 chalés, na beira do rio e do mar, a Pousada

Marina de Boipeba oferece todo conforto que você merece, e

também passeios para praias, piscinas naturais, caminhadas

pela mata atlântica e ao redor da ilha. No verão, entre dezembro

e fevereiro, o Restaurante L’Ancora abre para o jantar, com

cardápio de massas e molhos preparados por Marina Fiacchi,

com os sabores do Norte da Itália, aprendidos com sua avó e

sua mãe, conhecidas em Bolonha pela excelência culinária.

Venha se encantar com a Pousada Marina de Boipeba.

Saiba mais no site www.pousadamarinadeboipeba.com.br

AN_ESTADOS_MUNICIPAIS_205X280.pdf 1 25/03/11 16:40

Page 71: Revista Estados & Municipios

Rua do Porto, 100 - Boca da Barra - Cairu/BA - Fone/Fax 75 3653.6068 • 75 9981.1302 • 71 9956.4196

Em uma área de 5 mil metros quadrados, contando com 7

apartamentos e 2 chalés, na beira do rio e do mar, a Pousada

Marina de Boipeba oferece todo conforto que você merece, e

também passeios para praias, piscinas naturais, caminhadas

pela mata atlântica e ao redor da ilha. No verão, entre dezembro

e fevereiro, o Restaurante L’Ancora abre para o jantar, com

cardápio de massas e molhos preparados por Marina Fiacchi,

com os sabores do Norte da Itália, aprendidos com sua avó e

sua mãe, conhecidas em Bolonha pela excelência culinária.

Venha se encantar com a Pousada Marina de Boipeba.

Saiba mais no site www.pousadamarinadeboipeba.com.br

AN_ESTADOS_MUNICIPAIS_205X280.pdf 1 25/03/11 16:40

Page 72: Revista Estados & Municipios

72 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Os estados de Goiás, Rio Grande do Norte e Santa Catarina foram autorizados

pelo Governo Federal a ampliar em R$ 2,3 bilhões seus investimentos em infraestrutura, saneamento e mobilidade urbana e rural, por meio da contratação de empréstimos. Desde o ano passado, já foram liberados praticamente R$ 40 bilhões para que os estados possam imple-mentar projetos de investimentos.

“É uma soma que nunca foi de-sembolsada num primeiro ano de um governo”, afirmou o ministro da Fazen-da, Guido Mantega, durante cerimô-nia realizada no Palácio do Planalto, com a presença da presidenta Dilma Rousseff e dos governadores dos es-tados beneficiados. Em seu discurso, a presidente Dilma Rousseff defendeu a expansão dos investimentos nos estados para, junto com os investimentos priva-dos, garantir o crescimento econômico.

“Não só é muito significativo que estados brasileiros possam investir em rodovias, em saneamento, em progra-mas sociais de erradicação da pobre-

za, que possam viabilizar projetos que são essenciais para o desenvolvimento dos estados, como também nós vamos buscar, de todas as formas, incentivar e assegurar condições melhores para o investimento privado. Essa combinação – investimento privado e investimento público – é virtuosa para um cresci-mento sustentável e acelerado”, afirmou a presidente.

Dos R$ 2,336 bilhões liberados, Goiás terá R$ 1,452 bilhão para ser uti-lizado na conservação da malha viária do estado. O Rio Grande do Norte terá aportes de R$ 643 milhões destinados a obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e programas de er-radicação da pobreza. Já Santa Catarina contará com R$ 241 milhões para ações do Plano de Preservação e Mitigação de Riscos de Desastres Naturais da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí.

De acordo com o ministro da Fazenda, num ano em que o governo vai privilegiar o investimento, a am-pliação do limite da dívida significa um maior espaço fiscal para que os es-tados também possam aumentar seus investimentos. “Há uma sinergia entre os investimentos dos estados com os anunciados pelo Governo Federal”, des-tacou Mantega.

Ajuste Fiscal

O Programa de Ajuste Fiscal, cria-do pelo Conselho Monetário Nacional em 1995, foi assinado por 25 estados. Amapá e Tocantins não aderiram. A cada ano, a equipe econômica do governo avalia as metas e compromissos apresen-tados pelos estados para um triênio. Anu-almente, também poderá ser realizada a atualização das metas fiscais dos estados.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou que a revisão dos li-

mites de endividamento só foi possível por causa do bom desempenho fiscal dos estados. Segundo ele, com a ampliação do crédito, os estados poderão contratar financiamentos para executar projetos de infraestrutura, o que ajudará o país a en-frentar a crise internacional. O Brasil, dis-se Mantega, é um dos poucos países que reúnem condições para acelerar o cresci-mento em 2012.

“Esses estados estão obtendo esse espaço fiscal, porque têm tido um bom desempenho fiscal, têm cumprido as premissas e as obrigações da Lei de Responsabilidade Fiscal, e significa que estão reduzindo a relação entre a dívida e a receita corrente líquida. Dessa ma-neira, estão se habilitando, pelo bom desempenho fiscal, para que possam ter esses créditos,” acrescentou o ministro.

O governador de Goiás, Marconi Perillo, destacou o tratamento republi-cano dispensado pelo Governo Fede-ral aos estados e lembrou que o estado conseguiu reverter o déficit de R$ 2,7 bilhões previsto para 2011, o que permi-tiu a ampliação do crédito fiscal. “Fizemos o nosso dever de casa, mas o tratamento republicano do governo federal significa o comprometimento com uma política de enfrentamento das desigualdades re-gionais”, disse Perillo.

O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, também desta-cou as parcerias cada vez mais frequen-tes com o Governo Federal, enquanto a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, explicou a adoção de medidas fiscais que permitissem a ex-pansão do investimento no estado. “Ago-ra, estamos consolidando a oportunidade de investir. Vamos avançar nos financia-mentos necessários para obras de univer-salização da água, de saneamento, recupe-ração e construção de estradas”, concluiu a governadora.

Mais recursos para infraestruturaEstados

Page 73: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 73

O compartilhamento da infra-estrutura poderá baratear a implantação do  smart grid,

que vai precisar de um sistema de comunicação entre os consumido-res e as distribuidoras de energia. Segundo Hübnar, a ideia é usar fibras ópticas ou faixas de frequência exis-tentes para essa transmissão de dados. “Se nós conseguirmos compartilhar, em locais onde já tenha algum tipo de comunicação, usar para implantar o sistema de comunicação do medidor, o custo cai muito”, disse.

Para o diretor da Aneel, na maio-ria dos países onde já existe uma rede de smart grid implantada há uma faixa de frequência específica para transmi-tir essas informações. A Aneel também planeja usar o sistema para transmissão de outros dados, como consumo de te-lefonia, gás e de água.

Uma grande reunião já está pre-vista para o início de março, com a par-ticipação de todos os ministérios envol-

vidos: Minas e Energia, Comunicações, Ciência, Tecnologia e Inovação; e Indústria e Comércio. No encontro, a Aneel vai apresentar um estudo de pesquisa e desenvolvimento sobre as formas de integração da rede e sistemas de comunicação que serão utilizados no smart grid.

Além de permitir que os usuários façam o controle do consumo direta-mente, o uso de redes inteligentes vai possibilitar a comunicação remota en-tre o consumidor e a distribuidora. Para viabilizar a implantação do smart grid, será preciso substituir todos os 63 mi-lhões de medidores de energia existen-tes no país.

O primeiro passo para a implanta-ção dessa tecnologia no consumo ener-gético precisa ser dado na sua casa. Isso mesmo, para que toda essa comunica-ção inteligente aconteça, seu medidor de energia analógico precisa ser substi-tuído por um modelo digital equipado com chips conectados à internet. 

A Aneel deve aprovar até abril as especificações mínimas dos medido-res que serão utilizados para o sistema. Projetos pilotos já estão sendo testados por algumas distribuidoras, mas não há prazo para que o sistema esteja em fun-cionamento em todo o país.

Inteligência

A lógica da Smart Grid está cen-trada na inteligência. Isso que dizer que as novas redes serão automatizadas com medidores de qualidade e de consumo de energia em tempo real. A inteligên-cia também será aplicada no combate à ineficiência energética, isto é, a perda de energia ao longo da transmissão.

Cerca de15% de toda energia pro-duzida no Brasil é dissipada no proces-so de distribuição. Além disso, o furto de energia (famoso “gato”) deve ser diminuído, com a maior precisão nas medições de consumo e identificação de falhas à distância.

Rede inteligente de energia elétrica

O ministro das Comunicações, Paulo

Bernardo e o diretor-geral da Aneel, Nelson Hübner,

estão articulando formas de compartilhar a infraestrutra

de telecomunicações para fortalecer o sistema

de redes inteligentes de energia elétrica (smart grid)

que será implementado futuramente no Brasil

Energia

Page 74: Revista Estados & Municipios

74 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Até o final de março, o Conselho Nacional de Desenvolvimen-to Científico e Tecnológico

(CNPq) deve divulgar edital para a oferta de 12 mil bolsas de iniciação científica do programa Pró-Engenha-ria, destinadas a estudantes de gradu-ação de engenharia, alunos do ensino médio (iniciação científica júnior) e a professores orientadores.

Conforme nota do CNPq, serão investidos R$ 24 milhões para a dupli-cação do número de bolsas hoje dispo-níveis (6 mil). A iniciativa conta com parceria da mineradora Vale e abrange todo o país, com ênfase nas instituições das regiões Norte e Nordeste.

A intenção do governo é aumen-tar o interesse dos estudantes do ensi-no médio pelas engenharias, diminuir a evasão do curso nas universidades e melhorar a formação de futuros profis-sionais na área. A falta de engenheiros é reconhecida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) como um gargalo para dar sustentabilidade ao provável crescimento econômico dos próximos anos. A meta é aumentar o número de formados em 60% até 2014.

Dado do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea)  indica déficit  de 20 mil en-genheiros por ano no país. De acordo, com o diretor de Engenharias, Ciên-cias Exatas, Humanas e Sociais do CNPq, Guilherme Sales Melo, faltam no mercado de trabalho especialmente engenheiros civis, de minas, de petróleo e gás, navais e de computação.

Gosto pela profissão

Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que apenas 35% dos engenheiros formados estão trabalhando na área. Na opinião do diretor, não é possível remanejar esses profissionais, “é mais fácil pegar novos engenheiros”. Por isso, o CNPq incluiu os alunos do ensino médio no programa. “É para que os estudantes trabalhem com professores universitá-rios, despertem interesse, brilhem os olhos e digam ‘é isso que eu quero’”, completa Melo.

A estratégia de estimular mais alunos do ensino médio, no entanto, tem pelo menos duas limitações: a

Tecnologia

Precisa-se de engenheiro

qualidade da educação e a evasão es-colar. Menos da metade dos jovens de 15 a 17 anos está no ensino médio, e um quarto apenas dos formados chega às universidades. No ensino superior, a evasão chega a 60% em alguns cur-sos. Segundo Guilherme Sales Melo, em parte, a desistência dos alunos na universidade tem a ver com as exigên-cias do curso, que requer dedicação exclusiva e tem alta carga de estudo em disciplinas como cálculo.

A percepção sobre a dificuldade de formar engenheiros é partilhada por outras empresas. O diretor do CNPq conta que na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), “há empresas que estão dando bolsas de estágio para os alunos continuarem fazendo o cur-so”. “Parece um contrassenso: o aluno quer fazer o estágio, só que o estágio é importante em um momento do curso e durante um tempo só. Tem que ter muito cuidado para o estagiário não vi-rar mão de obra barata da empresa. Na-quele tempo em que ele está estagiando, está deixando de estudar. Quanto mais estudar dedicadamente, mais longe vai chegar”, recomenda.

Trabalho

Page 75: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 75

O dinheiro de plástico, tão utili-zado no dia-a-dia do cidadão brasileiro, agora também vai

agilizar as decisões da Justiça trabalhis-ta. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autorizou o uso de cartões de crédito e débito para o pagamento de dívidas trabalhistas. O objetivo é tornar mais eficiente o processo de execução das decisões e acordos judiciais, com o rápido repasse dos recursos.

Atualmente, após acordo entre as partes ou decisão condenatória, o paga-mento da dívida é feito de forma “ma-nual”, através de depósitos bancários, o que torna lenta a transferência do dinhei-ro. De acordo com o CNJ, com o uso do cartão de débito, a liberação do recurso é imediata e, no caso do cartão de crédito, será em 30 dias. O arquivamento do pro-cesso será feito imediatamente após a im-pressão dos recibos de pagamento.

Segundo a corregedora-nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, qualquer cartão de crédito ou débito poderá ser utilizado, inclusive cartões corporativos. O dinheiro vai para uma conta judicial virtual do Banco do Bra-sil ou da Caixa Econômica Federal, conforme escolha do credor, que pode-rá retirar o dinheiro apresentando iden-tidade em uma agência bancária ou lo-térica. Ele não precisa ser correntista do banco onde o dinheiro será depositado.

Eliana Calmon destacou que, mesmo que parcelada a dívida, o credor

passará a receber o dinheiro do banco e caberá à instituição financeira cobrar o pagamento do devedor. “Agora o credor sabe que vai receber o dinheiro, porque ele vai receber do banco e o banco é que vai cobrar do devedor”, afirmou.

De acordo com a ministra, atual-mente a execução de uma decisão tra-balhista pode durar até dois anos, devi-do à burocracia e ao congestionamento dos processos.

Justiça aceitará cartões para pagamento de dívidas trabalhistas

Projeto Piloto

O projeto-piloto será implanta-do em uma das varas do trabalho de Belém (PA), para que o sistema seja testado e aprimorado durante seis meses. “Vamos implementar, no pra-zo máximo de seis meses, um proje-to-piloto para termos os resultados imediatos. O objetivo a médio prazo é distribuir o sistema para outras va-ras do trabalho da 8ª Região (Pará). Vamos começar a fazer na 8ª Região e estender para outras, na medida que o sistema for solicitado”, afirmou a cor-regedora-nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon.

Nas transações, os bancos deverão cobrar taxas proporcionais ao valor da dívida. Segundo a ministra, as instituições financeiras que cobrarem percentuais elevados para a utilização do cartão serão dispensadas. Ela defendeu a cobrança de taxa de 1% do valor da dívida.

Se a dívida for paga de forma par-celada e o devedor tiver dificuldades em quitá-la no cartão utilizado, ele poderá renegociar o valor ou utilizar outro cartão.

De acordo com Eliana Calmon, as corregedorias dos tribunais brasileiros precisam “se unir” para reduzir a “buro-cracia” e o “excesso de processos”. “Unin-do as corregedorias podemos ter taxa de congestionamento muito menor. As cor-regedorias hoje estão trabalhando como ilhas isoladas. Não podemos”, disse.

“Esse programa dará significativa modernidade à Justiça, dada a dificuldade na execução do julgado”

Trabalho

Page 76: Revista Estados & Municipios

76 Estados & Municípios - Fevereiro 2012

O ano de 2012 merece desta-que pela realização de mais uma eleição municipal. Con-

tudo, não apenas as urnas marcarão o pleito, algumas questões eleitorais cru-ciais (além das Ações Declaratórias de Constitucionalidade – ADCs n. 29 e 30 e da Ação Direta de Inconstitucio-nalidade – ADI n. 4578, que tratam da Lei Complementar – LC n. 135/2010, conhecida como Lei da Ficha) certa-mente estarão na pauta do Supremo Tribunal Federal – STF, com influência direta nas eleições municipais.

Nesse sentido, apresento um bre-ve e importante registro dos principais julgamentos eleitoral pendentes que se-rão objeto de julgamento no ano de 2012.

O julgamento do Recurso Extra-ordinário – RE 597362 foi interrompi-do pelo pedido de vista da Ministra, Cár-men Lúcia. O mencionado RE discute se a demora ou ausência de manifestação da Câmara Municipal determina ou não a aprovação tácita do parecer prévio de Tri-bunal de Contas estadual ou Tribunal de Contas municipal, onde houver, sobre as contas de um prefeito. Em 2010, quando do início do julgamento, o ministro apo-

sentado Eros Grau negou provimento ao RE, porém, o ministro Dias Toffoli apre-sentou seu voto-vista pelo provimento do RE, com o interessante argumento de que o parecer prévio passa a produzir efeitos “desde que editado e apenas deixará de prevalecer se, e quando, apreciado e rejei-tado por deliberação do Poder Legislativo municipal, com esteio na maioria qualifi-cada de dois terços de seus membros”.

De igual modo, a figura do “Pre-feito Itinerante” movimentará a pau-ta do Supremo. O Tribunal Superior Eleitoral, nas eleições municipais de 2008, a partir do julgamento do RES-PE nº 32.507, da relatoria do ministro Eros Grau, proveniente do Municí-pio de Porto de Pedras - AL, passou a entender que a Constituição Federal veda o exercício de terceiro mandato subsequente na chefia do Poder Exe-cutivo, mesmo que em município di-verso. Assim, após a reeleição, caberia apenas a candidatura a outro cargo que não o de prefeito.

No julgamento do tema, o STF deverá considerar que a situação polí-tica-social decorrente da atual jurispru-dência do TSE sobre o tema “Prefeito Itinerante” está estabilizada, as eleições suplementares e as posses já acontece-ram, assim como os prefeitos se encon-tram no pleno exercício do mandato, o que conferiu inequívoca estabilidade da Administração Municipal

Relacionado à questão da autono-mia municipal para definir a natureza das eleições suplementares (aplicação ou não do princípio da simetria). Des-de 1994, a partir da análise de Medida Cautelar na Ação Direta de Inconsti-tucionalidade n. 1057, o Supremo tem

reiteradamente entendido que o artigo 81, §1º, da Constituição Federal - CF (regramento da sucessão presidencial no caso de dupla vacância, Presidente e vice-Presidente da República, nos úl-timos dois anos de mandato, mediante eleição indireta, ou seja, pelo Congres-so Nacional, trinta dias depois de aber-ta a última vaga) não é uma norma de reprodução obrigatória pelos estados e municípios em suas respectivas Consti-tuições e Leis Orgânicas.

Entretanto, o STF compreendeu inconstitucional norma do Estado de Sergipe que determinou a sucessão de-finitiva pelo presidente da Assembleia Legislativa, na hipótese de dupla vacân-cia no último ano de mandato do gover-nador daquele Estado (ADI 2.709).

Se o Supremo já se manifestou pela necessidade de eleição na dupla vacância (direta ou indireta), cabe ain-da ao plenário enfrentar de forma defi-nitiva o tema do princípio da simetria ou pela autonomia. Apesar de antiga, a jurisprudência do STF instaurada pela medida cautelar na ADI n. 1057 ainda não possui pronunciamento na questão de fundo do mérito.

Na Ação Cautelar n. 2891, o mi-nistro Luiz Fux decidiu monocratica-mente pela manutenção do acórdão do Tribunal Superior Eleitoral – TSE, que afastou o prefeito de Pau D’arco do Piauí (PI), sob argumento que seria inelegível por ser “filho de criação” (adoção sócio-afetiva) do prefeito anterior, em atenção ao artigo 14, parágrafo 7º, da Constituição Federal. O ministro fundamenta a inter-pretação do dispositivo constitucional de modo “que, com substrato no princípio republicano, impede a formação de oli-

Pendências de julgamento no STF que influirão nas eleições municipais de 2012

Eleições

Page 77: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Fevereiro 2012 77

garquias políticas capazes de fragilizar o equilíbrio das eleições, diante do risco de manipulação da máquina pública em prol da perpetuação de um grupo delimitado no poder”.

Ainda no tocante à inelegibilida-de, o RE 602840 analisará a decisão do TSE que indeferiu o registro de candi-datura do prefeito de Londrina-PR, nas eleições de 2008, em virtude de irregu-laridades nas contas da gestão do can-didato na sua gestão em 1999 na prefei-tura daquele município. Porém, antes do pedido de registro da candidatura, o ple-nário do próprio Tribunal de Contas teria deferido liminar que suspendia os efeitos da decisão que rejeitara as contas.

Outro relevante debate está na Ação Direta de Inconstitucionalida-de (ADI 4583) proposta pelo PPS (Partido Popular Socialista) contra o dispositivo da Resolução 22.610/07, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que diz que a criação de nova legenda caracteriza justa causa para que um parlamentar se desfilie de seu parti-do de origem sem perder o mandato. O tema tem repercussão direta sobre o recém criado PSD (Partido Social Democrático), idealizado pelo atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kas-sab, que teve o registro partidário aprovado pelo TSE para disputar as eleições vindouras.

Por meio da Argüição de Des-cumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 155, ajuizada pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), a Corte Suprema deverá conceder a adequada interpretação ao art. 224 do Código Eleitoral (Lei 4.737/65), uma vez que o TSE entende que nas eleições para presidente, governadores e pre-feitos, se não houve em primeiro tur-no mais de metade de votos anulados, não é necessária a realização de nova eleição, sendo a hipótese da posse do segundo colocado. Na interpretação da

Corte eleitoral, a nulidade de votos no segundo turno não implica a realização de uma nova eleição.

Nesse ponto, o ministro relator Ricardo Lewandowski esclareceu que, “por decisão singular, de firme e re-mansosa jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral sobre o tema (…) parece-me incabível, o pedido específi-co formulado pelo PSDB de que seja con-ferido um caráter incidental a presente ADPF, com o fim de suspender os efeitos do acórdão emanado do TSE nos autos do RO 1.497/PB [que culminou com a cassação de Cássio Cunha Lima - PSDB, com a posse do segundo colocado no se-gundo turno, José Maranhão - PMDB]. (...) Não se pode, com efeito, ampliar o alcance da argüição de descumprimen-to de preceito fundamental, sob pena de transformá-la em verdadeiro sucedâneo ou substitutivo de recurso”.

Outro aspecto de extrema impor-tância reside no mérito das ADIs 4513 e 4542 e das ADPFs 223, 238 e 239, nas quais se questiona no STF a interpreta-ção da Justiça Eleitoral de que os votos dados aos candidatos que concorrem às eleições com registros de candidatura indeferidos, mas pendentes de recurso, não podem ser computados para o par-tido (artigo 16-A da lei 9.504/97).

Quanto ao destino dos votos recebidos por candidato que poste-riormente teve o registro indeferi-do, argumenta-se pela manutenção da vigência e da eficácia do parágra-fo 4º do artigo 175 do Código Elei-toral (Lei nº 4.737/1965), segundo o qual não serão nulos os votos de um candidato quando “a decisão de inelegibilidade ou de cancelamento de registro for proferida após a re-alização da eleição, caso em que os votos serão contados para o partido pelo qual tiver sido feito o seu regis-tro” (petição inicial na ADPF 223).

Já no RESPE Nº 245472, o TSE

trouxe outro ponto fundamental quan-do afastou a alegação de inelegibilidade de Harrison Benedito Ribeiro (PSDB), com a possibilidade de assumir a pre-feitura de Santo Antônio do Leverger – MT. Os ministros entenderam que o prefeito, que concorreu na eleição suple-mentar no município, não se tornou ine-legível por ter sido cunhado do prefeito cassado Faustino Dias Neto (DEM).

Na questão de fundo, o TSE en-tendeu que o candidato, ex-cunhado do prefeito cassado (vínculo de pa-rentesco se mantém até o final do mandato), estaria inelegível para o pleito subsequente àquele em que houve a separação judicial, a não ser que o prefeito tivesse se desincompa-tibilizado seis meses antes da eleição. Portanto, “houve a desincompatibili-zação do prefeito que já estava afasta-do do cargo em decorrência da cassa-ção há mais de seis meses da eleição suplementar de 2010”. O julgado foi objeto de recurso extraordinário ao STF e vale destacar que o RESPE Nº 245472 teve uma votação apertada (vencidos os ministros Arnaldo Ver-siani, Ricardo Lewandowski e Nancy Andrighi. Os ministros Marco Aurélio, Dias Toffoli e Gilson Dipp votaram com o relator ministro Marcelo Ribeiro).

Assim, cabe aos candidatos, par-tidos políticos, coligações, eleito-res e sociedade civil de forma geral acompanhar com atenção a pauta do Supremo, como forma de exercitar plenamente a democracia no pleito municipal que se aproxima.

Ezikelly Barros, advogada pós-graduanda em Direito Constitucional

Gabriela Rollemberg, advogada especialista em Direito Eleitoral.

Rodrigo Pedreira, advogado especialista em Direito Eleitoral.

Eleições

Page 78: Revista Estados & Municipios

David J. Keaney, B.Comm., CA tem como

compromisso oferecer serviços de alto nível

nas áreas de negociação e consultoria

financeira para empresas; consultoria

operacional e estratégica; fusões e

aquisições, gerenciamento de riscos;

governança corporativa; cumprimento e

serviços de auditoria.

Sua experiência e carreira nos setores bancário,

financeiro e de seguros nos últimos 25 anos

proporcionam conhecimento profundo e possibilitam

soluções criativas e práticas em gerenciamento de

risco, monitoramento corporativo (corporate

compliance) e gerenciamento e preservação de

controles e recursos. Como o principal executivo

financiero (Chief Financial Officer – CFO) de um dos

maiores grupos de seguros bancários do Canadá, ele supervisionou todos os

aspectos de gerenciamento de riscos, governança corporativa, relatoria

financeira e requisitos regulatórios para o banco. Ele é um executivo sênior e um

lider estratégico e visionário; antecipando tendências futuras, influenciando

organizações em diferentes níveis e criando consenso ao redor de visões e

metas corporativas. Ele percebe os benefícios de criar urgência enquanto

constrói estratégias e planos de execução e melhoria de performance do

negócio. É essencial manter-se ciente e avaliar o impacto de tendências

emergentes no mercado para apoiar a visão, estratégias e sustentabilidade de

longo prazo de organizações. Ele cria comprometimento e entusiasmo com

relação a metas desejadas e proporciona um ambiente dinâmico.

DAVID J. KEANEY, B.COMM.. CA

CHARTERED ACCOUNTANT

[Date]

Focado no objetivo de fornecer as empresas consultoria financeira de alto nível no Brasil, reconhecida por excelência nos serviços prestados, sempre buscando melhores soluções para os seus clientes e parceiros

[email protected]

Brasilia DF, Brazil

(55) (61) 8419-4008

Page 79: Revista Estados & Municipios
Page 80: Revista Estados & Municipios

80 Fevereiro 2012 - Estados & Municípios

Peugeot 308 chega ao Brasil

Volkswagen linha 2013

A Peugeot se deu conta que o mercado brasileiro está começan-do a ficar mais exigente e parece ter despertado. Após descobrir que para andar à frente da concorrência deverá manter seus produtos alinhados com

o mercado Europeu, a montado-ra já está mostrando serviço.

Com uma passagem de 7 anos, sem muito brilho,

no mercado nacional o 307 joga a toalha e dá a vez ao 308. Mais moderno, com design mais atual e com o em-prego de novas tecno-

logias, o hatch deverá ser a nova arma da Peu-

geot em uma renovação da linha.

A Volkswagen anun-ciou mudanças da famí-lia Gol para a linha 2013. Novos opcionais, cores e itens de série figuram entre as novidades. Além disso, a Volkswagen apro-veitou para apresentar sua versão especial para o Gol, chamada de 25 anos. Em alusão aos 25 anos con-secutivos na liderança do ranking dos mais vendidos (embora tenha sido supe-rado por diversos modelos em algumas ocasiões). As mudanças chegaram até mesmo à esquecida Parati.

Page 81: Revista Estados & Municipios

Nova Chevrolet S10

Brio - O popular da Honda

A Chevrolet S10 inaugurou o segmento de picapes médias no Brasil com seu lançamento em 1995. Mas sem uma reformulação completa desde então ela per-deu seu apelo, se tornando uma boa opção para quem considera o custo-benefício. Sua nova geração desembarca agora no Brasil, e a única herança da geração ante-rior é o motor 2.4 Flex, que está mais forte. Ela passa a ser a picape com maior capacidade de carga do segmento. Os preços ainda não foram divulgados.

Nessa faixa, a Honda brigará com modelos compactos “populares” nacionais, seg-mento encabeçado por Volkswagen Gol e Fiat Uno e que ainda conta com uma grande variedade de opções, como Ford Ka, Chevrolet Celta e Fiat Palio.

O Honda Brio é a aposta da empresa para conquistar consumidores com me-nor poder aquisitivo pelos próximos anos. O modelo também vai ser produzido em outros países, e no Brasil começa a ser feito no segundo semestre de 2012.

Locadora

Quer alugar umveículo em Natal?

Quer alugar umveículo em Natal?

Reservas:[email protected]

Tel.: (84) 3208.2438

R. Francisco Gurgel Nº 9148-APonta Negra - Natal/RN

QualidadeQualidade

PreçoPreço

SegurançaSegurança

www.lcelocadora.com.br

Locadora

Quer alugar umveículo em Natal?

Quer alugar umveículo em Natal?

Reservas:[email protected]

Tel.: (84) 3208.2438

R. Francisco Gurgel Nº 9148-APonta Negra - Natal/RN

Qualidade Qualidade

Preço Preço

Segurança Segurança

www.lcelocadora.com.br

Page 82: Revista Estados & Municipios

82 Estados & Municípios - Fevereiro 2012

Quer uma ótima notícia?Aqui você encontra várias.

Na revista Estados & Municípios sua empresa tem a oportunidade

de fazer bons negócios em todo o Brasil. Anuncie conosco.

Conheça nossos descontos especiais. Tel.: (61) 3034-8677

[email protected]

Wag

ner

Rib

eiro

Estamos vivendo um daqueles momentos especiais em que parece que tudo está conspirando para uma melhoria sistêmica da Gestão Pública no Brasil, e o melhor, não somente no nível federal, mas também nos muni-cípios, que possuem um canal direto com o cidadão e trabalham as suas de-mandas mais emergentes.

Já podemos observar que agora em 2012, teremos nas esferas federal, estadual e municipal, nos poderes Exe-cutivo, Legislativo e Judiciário, um ano com uma extensa agenda de ativida-des, que surgem a partir de novas leis, acordos internacionais, programas de governo, esforços e parcerias institu-cionais e o maior envolvimento da so-ciedade civil organizada.

Estas ações e atividades derivadas das mais diversas demandas e projetos são independentes, porém, quando analisamos seus objetivos fica clara a identificação de que, quando executa-das, trarão uma evolução considerável ao modelo de gestão pública atual e que atenderão diretamente à pressão popular por eficiência e transparência.

Uma clara demonstração neste sentido é observar a nova estrutura do Ministério do Planejamento, do gover-no federal, instalada a partir do último dia 23 de janeiro de 2012, onde destaco especialmente a inovação na instalação de um Escritório de Projetos Especiais de Modernização da Gestão, dentro da nova estrutura da SEGEP – Secretaria de Gestão Pública, que tem entre suas com-petências a coordenação do Programa GESPÚBLICA, instituído no decreto no. 5.378, de 23 de fevereiro de 2005, e que conta com núcleos estaduais, onde

ALEXANDRE GOUVEIA ARTIGOhttp://www.adgouveia.com.br

destaco o trabalho e a evolução do núcleo do estado de Santa Catarina.

As atividades geradas pelo MBC – Movimento Brasil Competitivo, com-petente OSCIP que há mais de 10 anos contribui com a melhora da competiti-vidade do país, através da capilaridade já alcançada e a permanente adesão de novos gestores do Executivo, estaduais e municipais, demonstram uma forte tendência da implantação da cultura da excelência na gestão pública. É o “novo” gestor público entendendo o seu real papel de desenvolver a melhoria da qualidade de vida do cidadão, através da eficiência.

Ações internacionais demons-tram que a demanda por transparência, eficiência e modernização na gestão pública é uma pauta mundial. Em se-tembro de 2011, oito países, entre eles o Brasil, assinam uma Parceria para Governo Aberto (OGP – Open Go-vernment Partnership). Neste acordo o Brasil se compromete a implantar uma série de iniciativas e ações de transpa-rência e de governo aberto, entre setem-bro de 2011 e setembro de 2012. Esta parceria internacional já atraiu, além dos oito países fundadores, mais qua-renta e quatro países que se encontram em processo de adesão.

Ainda nos exemplos internacio-nais, podemos citar a Argentina, que mantém um Banco de Projetos de Ino-vação para Gestão Pública e que agora , em fevereiro de 2012, instituiu um con-curso para fomentar o desenvolvimento de novos projetos. Esta ação resultou na apresentação de inúmeras idéias. Des-tas, foram selecionadas trinta e seis, divididos nas categorias: Projetos de

Excelência na gestão pública

Alexandre Gouveia é Cientista Político, Consultor e Palestrante. Diretor da AD GOUVEIA & ASSOCIADOS, consulto-ria em Gestão Pública, Empreendedoris-mo e Ensino EaD

Província, Experiências de Província, Projetos Municipais e Experiências Municipais.

Aspectos legais também estão sendo instalados na rotina da gestão pública, colaborando para a instala-ção de uma ordem voltada à eficiên-cia e controle. Prova disso é a Lei no. 12.527/2011 – Lei da Garantia do Acesso a Informações, que a partir de maio de 2012, obriga a União, estados, Distrito Federal e municípios, subordi-nando todos os órgãos públicos de to-dos os poderes, autarquias, fundações, empresas públicas, de economia mista e entidades privadas sem fins lucrati-vos que receberam recursos públicos, a disponibilizar o acesso a informações, assegurando este direito fundamental através de um atendimento diferencia-do, ágil e aberto a todos.

Certamente poderíamos citar ou-tras importantes iniciativas e importantes atores que aqui não foram citados e nem por isso são menos importantes, mas o grande objetivo é demonstrar e cultivar a boa prática e incentivar os ótimos pro-fissionais que temos na gestão pública brasileira e nunca deixar de demonstrar o otimismo que deve imperar perante os grandes desafios. Modernizar a Gestão Pública, melhorar a qualidade de vida das pessoas através da eficiência e demonstrar a competência, através da transparência absoluta é o perfil do novo Brasil, da nova gestão pública brasileira.

Page 83: Revista Estados & Municipios

Quer uma ótima notícia?Aqui você encontra várias.

Na revista Estados & Municípios sua empresa tem a oportunidade

de fazer bons negócios em todo o Brasil. Anuncie conosco.

Conheça nossos descontos especiais. Tel.: (61) 3034-8677

[email protected]

Wag

ner

Rib

eiro

Page 84: Revista Estados & Municipios

O DF ESTÁ MUDANDO.PARA MELHOR.

O GDF removeu 158 famílias que moravam na antiga invasão da Vila Rabelo, em Sobradinho II, e concedeu o uso de terrenos na Vila Buritis. Essas famílias trocaram a incerteza pela segurança, inclusive jurídica, para construir suas casas e viver com mais dignidade, saúde e conforto.

O GDF ASSENTA NA ViLA BURiTiS FAMíLiAS qUE ViViAM EM ÁREA DE RiScO.

O GDF põe em prática uma série de ações que beneficiam os pedestres que circulam pelos Eixões Norte e Sul. As passagens estão ganhando nova iluminação, maior policiamento e agora são lavadas regularmente. É mais conforto e segurança para os pedestres, que não precisam mais se arriscar atravessando entre os carros.

BOAS MUDANçAS TAMBéM NO DiA A DiA DE qUEM ATRAVESSA O EixãO.

Os estudantes da área rural que utilizam o passe livre estudantil poderão carregar o

cartão nos ônibus. A bilhetagem automática funciona assim: os ônibus com linhas

cadastradas possuem um equipamento que valida a passagem, libera a catraca e faz a carga instantaneamente. Ao todo, mais de

7.000 alunos, de mais de 160 escolas, serão beneficiados com a

bilhetagem automática na área rural do DF.

ALUNOS DA ÁREA RURAL REcEBEM BENEFíciOS DA

BiLHETAGEM AUTOMÁTicA.

Saiba mais o que o GDF está fazendo para mudar nossas cidades: www.gdf.df.gov.br

Moradias dignas para quem mais precisa. Também é assim que o DF muda para melhor.

An_05 PorUmNovoDF_210x280.indd 1 07.02.12 19:07:13