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Expressão Cultural Periférica Ano I n° 2 setembro/2014 10 anos do programa VAI Festival Esquema Nois e Underground 6ª edição Entrevista com o artísta plástico Everaldo Costa ECP, o coletivo da região do Grajaú

Revista Expressão Cultural Periférica 2ª edição

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Coletivo da região do Grajaú

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Page 1: Revista Expressão Cultural Periférica 2ª edição

Expressão Cultural Periférica

Ano

I n

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tem

bro/

2014

10 anos do programa VAI

Festival EsquemaNois e Underground6ª edição

Entrevista com o artísta plástico Everaldo Costa

ECP, o coletivo da região do Grajaú

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Expediente

Opinião do leitor

Coletivo Expressão Cultural Periférica

Gi Barauna, Danila Costa, Ricardo Negro e Valéria Ribeiro

Redação

Editora: Valéria Ribeiro – MTB 46.158

[email protected]

Reportagem

Gi Barauna, Hannah Costa, Larissa Araújo, Lhoys Lenny, Shirley Maia e Valéria Ribeiro

Colaboradores

Gelson Salvador, Gisele Ramos e Susy Neves

Capa

Tela de Will Mangraff

Contra capa

Obra de Everaldo Costa no lançamento da ECP. Foto: Coletivo ECP

Revisão

Michelle Marques e Valéria Ribeiro

Design e Diagramação

Well Aires

Para anúncios, patrocínios, colaboração, cartas e outros:

[email protected]

Facebook: www.facebook.com/ecp.ecp.73

(11) 5939-5917 / 96149-8003 (Valéria)

Extremo na sua cultura

A periferia é rica em cultura, conhecimento e vontade. Vontade de trazer, ser e aprender, e isso está presente em cada um de nós moradores do extremo sul, artistas, cada um com seu talento e todos com um talento só, abrindo portas para os menores, trazendo suas ideias, e humildemente contando suas histórias.

Apenas um envolvimento, o teatro, a poesia, os saraus, toda a alegria do artista por seu reconhecimento, por saber que acrescenta. É um mundo conhecido, mas agora presente em nossas mãos, trazendo informação, resposta do por que continuar aqui e honrar a oportunidade que um pobre negro também tem, porém não sabe.

A revista “Expressão Cultural Periférica” é isso, as ideias, o desenvolvimento, o sorriso da comunidade por mais uma oportunidade de crescer. A boa influência para os menores que não tem consciência da riqueza que os envolve. O renascer para o adulto que sente não ter oportunidade, e acha que tudo está acabado por ter 30 anos de idade. O orgulho do mais velho vendo que seu pequeno filho está andando, em ruma à evolução e ajudando seus irmãos.

Agora a informação está presente, as portas estão se abrindo cada vez mais, e que continue em crescimento, em rumo ao total envolvimento de todos que compartilham da nossa linda comunidade.

Larissa Costa

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A arte de compartilhar

Segunda edição da Revista Expressão Cultural Periférica, a responsabilidade cresce na medida em que a revista vai ficando conhecida. A primeira edição foi um sucesso, a galera gostou bastante. Várias pessoas comentaram, queriam a sua, mas infelizmente a tiragem foi baixa, e nem todos puderam ter o seu exemplar, mas essa situação

acabou gerando algo inusitado, o compartilhamento da revista. Várias pessoas acabaram repassando o seu exemplar para o outro, e arte é isso, é usufruir e compartilhar, não é algo individual. Compartilhar um livro, um filme, uma música, conversar sobre o que se viu, sobre as sensações, isso faz parte da arte, e meio que sem querer começou a fazer parte da revista também. Esse partilhar também acontece na cena cultural do Grajaú, compartilha-se o espaço, como a Cia Humbalada que faz parceria para realizar o Festival Esquema Noise Underground, que o 1º Andar Studio & Produções organiza. Na Virada Sustentável houve a troca e o compartilhamento entre vários coletivos em prol do meio ambiente e da arte. Nos saraus vemos coisas lindas acontecendo, pessoas que estão começando a caminhar recebendo o apoio de quem está na caminhada há tempos, compartilhando o saber. É ver uma menina cheia de sonhos, Elaine, que promoveu no último dia 13 a 5ª edição do Sarau do Aloha Açaí, correr a noite inteira, declamando poesia, servindo açaí, cantando ao lado de Mano Money’s e para fechar com chave de ouro, quando não achava que iria ter mais emoções, ver praticamente as duas da manhã uma senhora acompanhada de seu esposo chegar para prestigiar sua luta, para incentivar e dizer sem palavras, que Elaine estava no caminho certo, o caminho da arte. Gratidão Maria Vilani, Gratidão Elaine, duas gerações que deixam lição com suas atitudes. É isso! Mais uma edição na área!

Editorial

Índice

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A Revista Expressão Cul-tural Periférica teve sua primeira edição lança-da no Ateliê Daki, com

ótima receptividade do público, que elogiou muito, curtiu as ma-térias, as fotos e levou o seu exem-plar para casa. A revista vai ser publicada mensalmente, sempre abordando assuntos ligados a ati-vidades culturais, projetos sociais, esporte e lazer na região do extre-mo sul de São Paulo.

O Sarau do ECP não rolou esse mês, por conta da Virada Susten-tável, da qual o Ateliê fez parte com a exposição de obras dos artistas Casulo, Everaldo Costa, Harry Borges, Ricardo Negro e Will Mangraff.

Revista ECP é lançada no Ateliê DakiLançamento de Revista, Virada Sustentável, Exposição, Bate-papo e muita gente. No mês de agosto o Ateliê Daki ficou pequeno para comportar tantas atividades

Por Hannah Costa

O evento chamou a atenção de quem passava pelo Jd. Reimberg, pois além da movimentação, houve a exibição de clips mu-sicais e imagens da exposição e a instalação de uma obra de Everaldo Costa, do lado de fora do Ateliê. Everaldo possui um trabalho fortemente vinculado ao meio ambiente e a sustentabi-lidade. Suas peças têm elementos de materiais reutilizáveis e costu-mam interagir fortemente com a natureza. Possui diversos traba-lhos espalhados por parques da cidade, dentre eles o Ibirapuera.

Gilmar Ribeiro, mais conhecido como Casulo, é um artista pecu-liar, suas obras são feitas a partir de peças de carro, aliando seu

ofício, a mecânica de veículos, a arte. Reproduzem animais usando lanternas, molas dentre outros ma-teriais, mostrando uma criatividade incrível. Casulo e Everaldo partici-param do ECPConvida, bate-papo no qual puderam interagir com o público, contando um pouco sobre o processo criativo de cada um.

Harry Borges, Ricardo Negro e Will Mangraff, artistas do Ateliê Daki, apresentaram seus trabalhos que chamaram a atenção do pú-blico. Harry trouxe diversas peças trabalhadas, que interagem com vários ambientes e que possuem uma sensibilidade ímpar. Ricardo Negro expôs telas que mostram seu estudo com as “casinhas”, comuni-dades carentes que teve a oportuni-

dade de visitar pelo Brasil e que são retratadas em sua obra. Will Mangraff, o mais jovem dentre eles, mostra que seu trabalho vem crescendo vertiginosamente, telas com personagens que possuem uma realidade inquietante, que mexem com quem as observa. Nessa exposição expôs além de seus quadros, bolsas trabalhadas, que tiveram grande empatia com o público presente.

Cada vez mais os artistas e cole-tivos da região vêm conseguindo seu espaço e o reconhecimento junto ao público, que aprecia e interage com a arte produzida fora da mídia convencional.

(fotos: Coletivo ECP)

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Ateliê Daki: R. Rogério Fernandes, 20 Jd. Reimberg (Grajaú) Contatos:

A terapeuta e oraculista Fabiana Marta Correia com seu exemplar da Revista ECP

Gelson 96693-2494 Ricardo 99755-1757 Maycon 97239-3005

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uem é o Everaldo? Estou prestes a com-pletar 34 anos, mas meu processo de

amadurecimento e me tornar adulto tem sido difícil. Já me esforcei para largar a arte, quase fiz promessa para isso, pensando que assim eu me tornaria mais maduro e atingiria os padrões da sociedade da mesma maneira que meu pai aprendeu e achava ser certo. Não aconteceu assim.

Como você começou com a arte? conte um pouco sobre sua infância. Sou filho de pais baianos, minha família tinha uma criatividade que é nata da resiliência. Tem um pouco do nordestino, dessa coisa de não poder comprar en-tão ele mesmo faz. Meus irmãos eram criativos e quando quebra-va alguma coisa em casa, eles próprios consertavam, faziam adaptações e “gambiarras”. Meu irmão mais velho tinha habilida-de com desenhos técnicos e fazia carrinhos de madeira pra mim, mas eu enveredei mesmo foi para o lado das ilustrações con-tidas nos livros e comecei com o desenho do Pinóquio. Aquela imagem se transformou em mi-nha primeira influência para o entalhe, ela foi responsável pelo desejo de pegar a madeira, trans-formá-la e dar vida, o Pinóquio é exatamente isso.

O trabalho começou com madeira? Sim, de matéria prima ela foi a primeira, mas na verdade hou-ve uma mistura de ideias, pois ao mesmo tempo em que eu estava começando com a ma-deira, também passei a amar-rar alguns pedaços de plásticos nela criando um câmbio muito grande no que diz respeito às linguagens. Com o intuito de fazer algo diferente, procuro pesquisar tudo o que é possível realizar, algo que ainda não te-nha sido feito.

Por Valéria Ribeiro

Entrevista com Everaldo CostaArtista conhecido na região do Grajaú, zona sul de São Paulo, realiza intervenções urbanas utilizando como objeto do seu diálogo a escultura, suas obras tridimensionais não passam despercebidas pelas ruas do bairro. Em uma entrevista franca Everaldo fala de vida, arte e espiritualidade

Você sempre gostou de fazer tudo diferente? É, não sei se por uma vaidade ou por um desejo oculto que não sei explicar, mas eu sempre tive atração pelo que eu não conheço, esse sentimen-to me deu outras habilidades, não ter medo de descer a ladei-ra de bicicleta, não ter medo de escalar um lugar alto. Porque se eu morresse a qualquer momen-to iria encontrar coisas mais des-conhecidas ainda, curiosidade, isso vai além daqui. Sempre essa busca pelo que é raro.

Mas e se muitas pessoas fizessem escultura você mesmo assim faria? Não. Se todas as pessoas fizes-sem escultura eu não me interes-saria por essa arte. Agora, meu intuito é colocar a escultura em alta e fazer com que as crianças se apropriem disso e possam co-mentar no futuro sobre que o “Ever” fazia quando estava vivo.

De todas as linguagens que você utiliza, deixaria a escultura? Difí-cil essa pergunta, porque estou trabalhando com várias lingua-

gens, mas de todas as artes não deixaria o diálogo. Para mim, a escul-tura aparece como objeto de maior afeição, porém o que realmente desejo independente da linguagem é me comunicar cada vez melhor e com o maior número de pessoas possível. Esculpir é algo pelo qual sempre fui apaixonado, talvez por-que não encontre muitos que domi-nem esta arte e minhas referências só vieram posteriormente, pois durante a minha infância ouvi apenas falar vagamente de alguns nomes como: Michelangelo, Rodin e Picasso.

O artísta instalando uma de suas obras (pedra filosofal) no Ateliê Daki. (foto: Daki)

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Você sempre trabalhou com artes? Trabalhei com outras coisas, mas sempre com o foco na arte. Eu me considero um artista que manipula a matéria. Trabalho com a volumetria e a tridimen-sionalidade e com isso, consegui desenvolver a minha visão espa-cial, o que também pode se apli-car ao campo astral. A relação que eu tenho com o sonho hoje é uma relação que é tridimen-sional. Eu não enxergo as coisas como quando estou vendo um filme, eu enxergo as coisas como se eu estivesse dentro do filme.

Por que o fascínio em trabalhar com o tridimensional? Quando eu faço um desenho as pessoas gos-tam, quando faço uma escultura as pessoas se impressionam. Isso faz bem pra mim, me sinto especial.

Onde você já trabalhou? Trabalhei durante um grande pe-ríodo em uma oficina de funilaria, isso me rendia uma grana, mas também me dava técnica. Hoje posso pegar um carro abandona-do, recortar com uma tesoura de chapa e fazer um cavalo. A funi-laria me deu a forja, posso forjar uma escultura. A marcenaria me deu todos os processos de traba-lhar com madeira. Trabalhei em marcenaria, alvenaria, serralheria, funilaria, estucaria, que trabalha com gesso. Trabalhei em outras coisas, mas sempre com um olhar voltado para a arte. Tive toda essa vivência com as técnicas durante aquele período, sabendo que isso o professor da faculdade não iria me ensinar.

Você tem alguma religião ou professa alguma fé? Sim, mas mi-nha religião é basicamente cien-tífica, é empírica, não é acreditar porque tem de acreditar, eu acre-dito nisso, por causa disso, disso, disso. Como assim meu Pai nega a informação para mim? Ele quer que eu seja ignorante? Se Deus é meu Pai Ele tem de ser meu amigo, no mínimo. Não é uma religião baseada numa crença, não é uma fé cega, é uma fé com binóculo. Eu sou espiritualista.

Você é espiritualista desde quando? Eu pratico rituais indígenas, xa-mânicos. A minha busca não é pelo xamanismo em si, não es-tou procurando conhecer todas as plantas, eu utilizo os rituais como instrumento de equilíbrio quando me sinto fragmentado e

recorro a isso para limpar meu campo energético. O meu inte-resse na humanidade foi a partir disso, de conhecer essas diver-sas linguagens, tentar entender porque ela entrava em guerras, por exemplo. Procurando Deus eu achei o ser humano e quan-to mais eu compreender dessas questões, mais isso se manifesta-rá na minha arte.

Quando você teve a ideia de transformar a humanidade em seu objeto de estudo? Primeiro eu procurei conhecer Deus antes de ir buscar o homem, assim, partici-pei de várias religiões como o bu-dismo, o catolicismo, as evangéli-cas e religiões de origens africanas.

Para finalizarmos, o que é ser artista hoje no Grajaú? Há quinze anos era mais difícil, o artista era o que estava na tele-visão. Para a comunidade local não era possível o indivíduo ter um pai pobre e o filho querer ser um artista, muitas vezes ouvi a frase: “Toma vergonha na cara Everaldo!”, para eles a arte não era vista como ocupação, como emprego. Hoje em dia é diferen-te, existe mais incentivo, mais aceitação, subsídios e grupos organizados com referências de diversos projetos que já acontece-ram antes para que tenham uma base, hoje é mais fácil ser artista.

Obra feita pelo entrevistado. (foto: Divulgação em redes sociais)

Olha quem marcou presença no lançamento da revista ECP. (foto: ECP)

Foto do pessoal durante a entrevista. (foto: ECP)

Obras de Everaldo que foram expostas no Daki. (foto: ECP)

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Programa VAI completa 10 anos

O VAI é um progra-ma que seleciona e apoia financei-ramente projetos

culturais. Os grupos escolhem um proponente, pessoa física, e podem concorrer ao edital enviando seu projeto. Segundo Harika Maia, coordenadora do programa, “a política do VAI é: o dinheiro caí na conta corrente da pessoa física, então qualquer grupo pode se reunir, escolher o proponente e aquela pessoa é o responsável jurídico do projeto”.

Essa foi uma inovação nas polí-ticas públicas, e que possibilitou que muitos grupos pudessem participar. Aos poucos os cole-

tivos periféricos que tinham di-ficuldades financeiras para rea-lizar atividades se deram conta que poderiam fazer arte e obter recursos públicos para financiar suas ideias e concretizar seus pro-jetos. Hoje são centenas de cole-tivos que realizam eventos e dão visibilidade as ações culturais de inúmeros artistas. Saraus, gru-pos teatrais, produções de vídeo, grafitti, Hip-Hop, dentre outros, vivenciam e documentam a cena movimentada da cidade.

Um dos primeiros projetos a se-rem contemplados pelo VAI na região do Grajaú foi o Imargem, em 2008, desde então outros surgiram. Harika disse que foi

depois do Imargem e do projeto no Morro da Macumba que as ações no Grajaú ganharam visi-bilidade para o poder público. “Às vezes é preciso de alguns es-tímulos para o que acontece se torne visível pra gente também”, argumenta. Harika entrou no VAI em 2007, como estagiária, passou a supervisão técnica e saiu em 2012, foi quando fez o mestrado sobre grupos, movi-mentos e redes periféricas, vol-tou em 2014 assumindo a coor-denação. No período em que esteve fora do programa partici-pou de coletivos e vivenciou suas dificuldades, e observou como o VAI pode contribuir para que as ações aconteçam. “Eu vejo o

VAI como uma grande política pública de estimulação... Ele não faz surgir coisas, não cria nada, mas ele estimula”.

Wellington Neri, coordenador do Imargem, falou um pouco sobre a importância do VAI para a execução de projetos na periferia. “O VAI é o primeiro contato com o poder público valorizando seu trabalho, te reconhecendo como artista... iniciou muitos grupos em um universo mais profissional, ins-trumentalizou-os para que de alguma maneira pudessem con-tar nossa história” O Imargem é bastante conhecido na região, articula, por exemplo, o En-

Por Varléria Ribeiro

O programa para Valorização de Iniciativas Culturais (VAI), da Secretaria de Cultura de São Paulo, completa dez anos em 2014 e comemora aprovando 238 projetos e com a instituição do VAI 2.

Harika Maia, coordenadora do programa VAI. (fotos: Susy Neves)

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contro Niggaz, que teve sua 11ª edição em 2014, e é uma home-nagem ao artista Alexandre Luis da Hora Silva, percursor do graf-fiti no Grajaú, falecido em maio de 2003 aos 21 anos. Segundo Wellington, também conhecido como Tim, seu irmão Mauro Neri foi quem trouxe os editais ao conhecimento do grupo. Pri-meiramente o Imargem foi con-templado pelo Proac, edital do Governo do Estado, e em 2008 e 2010 pelo VAI.

O projeto VAI nasceu de uma discussão da comissão da ju-ventude, em 2003, quando os grupos de jovens na periferia promoviam ações culturais, mas não tinham o apoio do Estado, e com isso havia dificuldade em se estruturar. “Como você se estru-tura sem nenhum tipo de apoio e com atividade que não gera lucro?” se questiona Harika. “É muito difícil, ainda mais quando

Programa VAI Av. São João, 473 – 9º andar Galeria Olido (próx. à estação República do metrô) (11) 3397-0155 [email protected]

você é jovem, a família pede para você trabalhar, gerar renda pra trazer pra casa”, complementa. A partir desses debates o então vereador Nabil Bonduki fez o projeto de lei do VAI.

Em 2014 a novidade é o VAI 2, que vem para estruturar os grupos, solidificar uma ação que já está acontecendo. O co-letivo tem de ter no mínimo 2 anos de atividade para concor-rer ao VAI 2. Em uma pesquisa da publicação Via Vai: Percep-ções e Caminhos Percorridos, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, cons-tatou-se que 87% dos grupos continuam depois do VAI. Só que esses grupos se modificam muito internamente, e a pro-posta também muitas vezes se altera. “Isso pra gente é muito legal, a gente sempre trabalhou com a lógica de que não ne-cessariamente o grupo precisa

continuar por muitos anos, a gente trabalha com juventude, que uma ação é importante na-quele momento da vida. Depois a pessoa tem outras referências, outras prioridades, mas aquilo constitui uma cidadania e ai vem a dimensão da cultura en-quanto direito,” diz Harika.

O VAI 1 e o 2 tem objetivos di-ferentes: o VAI 1 assume uma política muito mais de estímu-lo a juventude, entre 18 e 29 anos, grupos que estão come-çando, e ficou mais criterioso nesse sentido. O VAI 2 é para dar continuidade aos coletivos, dar estrutura para consolidar um trabalho que já está acon-tecendo, para pessoas que não estejam na faixa etária entre 18 e 29 anos. Depois do VAI 2 o indicado são os editais do Fo-mento e do Proac. O edital do VAI abre geralmente no início de janeiro e fecha em fevereiro.

Neste ano grupos do VAI, de literatura e sarau, participa-ram da feira literária de Bue-nos Aires, na Argentina. A Secretaria da Cultura pagou hospedagem e passagem, e mais de vinte grupos, além de se apresentarem na feira pude-ram circular nas periferias de Buenos Aires e conhecer os movimentos artísticos de lá.

Harika defende a integração das políticas públicas com a socieda-de. “A gente não pode entender o Estado separado da sociedade. Ele pode estar, mas a gente não deve entender e não deve intensi-ficar essa distância. Quanto mais próximo a gente puder colocar es-sas dimensões da vida social, me-lhor. Não adianta eu estar aqui fa-zendo a lei do VAI, as prestações de contas se eu não tiver também colado com os movimentos e en-tendendo o que tá acontecendo, quais são as demandas”.

Projeto Docarte, patrocinado pelo programa VAI (foto: Eduardo Furlan)

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Aquele que disser que não tem nada pra fazer na periferia está comple-tamente mal informa-

do. Nos últimos anos a quantidade de eventos culturais que acontecem nas bordas da cidade aumentou con-sideravelmente. Os saraus, princi-palmente, se multiplicaram. Tem de todos os tipos e para todos os gostos. Na região da Capela do Socorro não é diferente. Em um mesmo fim de semana a reporta-gem foi conferir dois saraus, um no Socorro, o Sarau do Projeto Clamarte, e o outro se adentran-do rumo a represa Billings, no Parque Residencial Cocaia, o Sarau do Aloha Açaí. Ambos reú-

SARAUS AGITAM NOITES DA PERIFERIACada vez mais saraus fazem parte do cotidiano da metrópole paulistana

Por Gi Barauna

(Fotos Clamarte: Gi Barauna)

(Fotos Aloha Açaí: Gisele Ramos)

nem trabalho e arte, um acontece em uma mecânica, e outro acon-tece em um bar que vende açaí.

O Sarau do Projeto Clamarte é organizado por Gilmar Ribeiro, mais conhecido como Casulo, que é mecânico e artista plástico e utiliza sua oficina como uma galeria de arte improvisada, pois é repleta de obras, que constrói a partir de peças de carro. O espa-ço ainda abriga um pequeno bar e uma biblioteca, que fica a dis-posição para empréstimos. O sa-rau mistura música e declamação de poesias. Dentre as atrações

desse sarau estava a banda Em-blues Beer Band, de Embu das Artes, que toca um blues escra-chado, brincando com a plateia e criando novas versões para músi-cas já conhecidas do público.

O sarau do Aloha Açaí é organi-zado por Elaine Cristina, que de-cidiu fazer de seu comércio um dos points culturais do Grajaú. O local é decorado com telas de artistas da região que usam o es-paço para divulgar seu trabalho. Uma mesa cheia de livros para troca também compõem a deco-ração do espaço. O Aloha Açaí

Reggae Bar é bem aconchegan-te, com suas almofadas no chão que convidam o participante a sentar e apreciar as obras. Artis-tas e principalmente rappers da região vão chegando e soltando suas rimas. Na rua a movimenta-ção é grande e entre um ônibus e outro os versos são proferidos. Ao final do evento um show de Mano Money´s, com a partici-pação da própria Elaine, agita a galera. Quem também parti-cipou foi o rapper Tigone, que cantou com Money´s a música Amigos, da época do Arterima, antigo grupo de ambos.

Sarau do Projeto Clamarte

2ª sexta-feira do mês, às 20h na Rua Professor Otávio Guimarães, 393 – Socorro Fone 5686-9907

Sarau Aloha Açaí

1º sábado do mês, às 18h30 Rua Vereador José Gomes de Moraes Neto, 550 Pq. Residencial Cocaia Próx. ao ponto final do ônibus Pça da Sé Fone 96139-3278

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Por Valéria Ribeiro e Shirley Maia

6ª EDIÇÃO DO FESTIVAL ESQUEMA NOISE UNDERGROUND TRAZ MÚSICA E ATITUDE AO JD. PRIMAVERAOrganizado pelo 1º Andar Studio e Produções em parceria com a Cia Humbalada de teatro, o Festival se firma na cena cultural da região

O 6º Festival Esquema Noise Underground, que busca propor-cionar um espaço

para as bandas independentes tocarem, contou com as apresen-tações de Guerrilla, Xemalami e Futuro, além de trazer a banda anarcopunk Tuna, que exibiu o vídeo Tuna – Outra Face, e pro-moveu um debate sobre as formas independentes de produzir arte.

O tema do Festival foi: “Inde-pendente somos nós”, uma críti-ca no mês da independência na-cional. Segundo Lili Souza, uma das organizadoras do evento, a temática do “faça você mesmo” é uma filosofia de que não pre-cisamos depender de ninguém para começar a fazer nossas coi-sas, produzir revistas, cinema, fotografia, música ou literatura. Na próxima edição do Festival, que será em dezembro, haverá outro tema para debate.

Kléber Luís, também organiza-dor, disse que a ideia do Festival surgiu do contato com as ban-das, sobretudo das que fazem som autoral, que apresentavam uma demanda muito forte de espaço, principalmente na zona sul. “É difícil a cena das bandas independentes na zona sul,” acrescenta Lili. “Tem uma coisa agora no mercado underground que é quase business, tem mui-tos pequenos produtores que fazem um corre que é desleal, sobretudo com as bandas que estão começando” fala Kléber.

Os organizadores costumam convidar bandas autorais, que tenham som próprio, mas nem sempre é fácil, pois nem todo mundo que tem som autoral tem a ver com a filosofia do evento. Fazem parceria com a

Cia Humbalada de teatro, que cede o espaço para o Festival, que acontece de três em três meses.

A banda Xemalami, uma das participantes, está na cena mu-sical da região desde 2005. Dre-zz, um dos vocalistas da banda, acredita que “a articulação ain-da é precária (...) falta algo pra agrupar, são pequenos focos”. Isso acaba dificultando o tra-balho das bandas, a produção e a apresentação. “A escala que a gente atua ainda é pequena”, complementa. O artista tam-bém fala um pouco das referen-cias do Xemalami, que costuma misturar português e espanhol em suas letras. Drezz fez cur-so de espanhol e teve contato

com grupos de rap da América do Sul, sobretudo do Uruguai e Chille. Leu Pablo Neruda, escritor Chileno, o que fortale-ceu a integração com a cultura desses países. “Há a necessidade de integrar o Brasil, que é um país gigante que dá as costas para os outros países da América Latina”, finaliza Drezz.

Outra banda a se apresentar foi a Guerrilla, que está em fase de produção de seu EP, ainda sem nome definido. É formada por Leandro Mendes, vocal, Felipe Oliveira, guitarra, Iolanda Bla-nes, baixo e Paulo Alipio, bate-ria. Eles estão juntos há um ano e vem se apresentando constan-temente, tocaram recentemente

no CEU Vila Rubi. Segundo o vocal Leandro “as ideias das letras (do grupo) são muito poéticas”.

O Festival teve ainda a presença de Luiz Semblantes, declamando suas poesias para o público pre-sente. A localização do Espaço Humbalada, em frente a Estação Primavera – Interlagos da CPTM, permite que o público que espera o trem possa curtir um pouco do som que ecoa janela afora.

Espaço Cultural Humbalada: Av. Jequirituba, 83 Jd. Primavera Em frente a estação de trem Primavera-Interlagos.

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“A arte é liberdade”, assim define Dimas Samid, artista plástico de trabalhos intensos e autênticos, nascido e criado

na periferia da zona sul de São Paulo. Ele como muitos jovens que moram em bairros periféricos e enfrentam inúmeras dificuldades com a ausência de aparelhos e espaços de cultura, encontrou nas artes plásticas uma forma de se expressar, sobreviver e se descobrir.

Dimas é dos integrantes do grupo composto por sete artistas do extremo sul da capital que se juntaram para criar o Ateliê Daki, no Jardim Reimberg, região do Grajaú. O espaço reúne

A ARTE NAS PERIFERIASDimas Samid faz sua arte como maneira de expressar sentimentos e se manifestar

artistas plásticos das mais diversas linguagens, porém, todos têm em comum a arte do graffiti. Samid é o mais peculiar de todos, pois cria obras que muitas vezes geram estranheza, utilizando materiais inusitados como: parafusos, roscas, brinquedos, celulares antigos, latas de tinta e tudo o mais que fizer algum sentindo na imensidão artística, reaproveitando objetos que seriam descartados por outras pessoas. O artista costuma observar a ação do tempo nas peças jogadas ao relento, e desse estado nasce um sentimento, uma relação intensa e conflituosa que ele transforma em arte. “Todas as minhas obras são trabalhadas em cima de sentimentos, por isso, geralmente não gosto delas, são muito carregadas de emoção”, confessa Dimas.

Samid iniciou seu processo criativo quando passava por um momento difícil de sua vida e se encontrava internado em uma clínica de reabilitação. Foi justamente nesse período que teve seus primeiros contatos com a produção artística por intermédio de um senhor que era escultor e depois com um jovem que realizava pinturas em azulejos, ambos internos da clínica.

Suas obras geram uma reação imediata em quem às observa, mas ele não gosta de falar sobre elas, pois ao produzi-las está dialogando consigo mesmo, adentrando em problemas internos e buscando soluções. Obras como “Prisão de Problema” e “Cemitério”, causam impacto e às vezes as pessoas se identificam imensamente. Com o tempo encontrou artistas que lembravam seu trabalho, como o francês Marcel Duchamp, um dos pioneiros da arte conceitual e percursor da ideia de “ready made” como objeto de arte. Samid encontrou assim respaldado para seu estilo, que muitas vezes era criticado.

Aos 27 anos de idade, se vê como uma criança ao se voltar para dentro de si quando necessita resolver algum problema. Acredita na simplicidade, na brincadeira e na descontração quando busca entender seus conflitos internos e todas essas emoções o artista transfere para suas obras como uma forma de desabafo.

Para o futuro, Dimas Samid deseja realizar uma exposição composta apenas por seus trabalhos, ele quer passar por uma curadoria, receber críticas e aperfeiçoar seu estilo. “Até hoje só passei por coisas boas. A pessoa quando é muito elogiada se acomoda”, justifica. Samid é um exemplo concreto do potencial criativo oriundo das periferias que faz da arte sua porta voz.

Por Varléria Ribeiro

(fotos: Ricardo Negro)12

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Por Larissa Araújo

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A região do extremo sul de São Pau-lo é demasiadamente carente de diversos serviços públicos. Assim como a péssima segurança, esse

descaso abrange muitas outras áreas como saúde, educação e moradia. Com o intuito de acompanhar as famílias mais necessitadas, usuárias ou não dos benefícios de programas de transferência de renda, o SASF (Serviço de Assistência Social à Família) foi criado, e é uma maneira de assistência no âmbito da ga-rantia de direitos, porque a própria assistên-cia é um direito constitucional. Esse serviço funciona desde 2011, embora tenham exis-tido programas anteriores a ele. O SASF do Parque Residencial Cocaia, região do Grajaú, faz parte do Projeto Anchieta, Organização Não Governamental, como uma proposta que surgiu a partir dessa ONG.

Vinculado ao SUS (Serviço Único de Saú-de), o serviço possui métodos de trabalho baseados em visitas domiciliares, porque como diz Harry Borges, artista plástico que faz atendimento na unidade do Parque Re-sidencial Cocaia, “Foi um estudo que deu muito certo porque não tem uma forma me-lhor de você conhecer a situação das pessoas do que você indo, vendo e sentindo.” Essas

SASF TENTA GARANTIR DIREITOS ÀS FAMÍLIAS CARENTESServiço de Assistência Social à Família, SASF, busca por meio de visitas domiciliares conhecer as necessidades da população carente

visitas são feitas por orientadores socioedu-cativos que vão às casas das famílias, escu-tam, examinam a sua situação, e orientam--nas quanto à qual serviço devem procurar, de acordo com o problema de cada uma.

Embora seja um serviço aberto ao público, não é o SASF quem escolhe as famílias a serem vi-sitadas. Essa tarefa é dada ao CRAS (Centro de Referencia à Assistência Social), que, após as inscrições para a transferência de renda, faz todo um levantamento chamado estudo social, que determina as famílias que precisam de as-sistência, e por fim, encaminham ao SASF, se este for o caso. Mensalmente são atendidas em média mil famílias por unidade, fora as pessoas que procuram o serviço. Na região do Grajaú existem cinco SASFs, e um CRAS (no qual es-tão todas as demandas dos SASFs).

O projeto possui oficinas de atividades dife-renciadas, algumas delas incentivam a geração de renda. São oficinas de estética, atividades artísticas vinculadas à sustentabilidade, a ofici-na de linhas com tricô, barbante, entre outros, o articulando, onde ocorrem atividades de gra-ffiti, o Arraiá ligado à festa Junina, o Cine, que acontece nas ruas e a poesia representada no Sarau Convida, que é aberto à comunidade.

Reginaldo, jovem de 24 anos, que possui de-ficiência intelectual, participa das atividades do SASF e encontra um auxílio muito gran-de, como ele mesmo conta “Se acabar, eu vou fazer o que em casa? Alguma coisa eu te-nho que fazer da minha vida né?! Não pode roubar, tem que ficar em casa, ficar só no pé da minha mãe toda hora não vira também né?! [...] Pois é, porque se eu ficar sem isso aqui eu vou ficar mais triste ainda...”

SASF unididade Pq. Residencial Cocaia Rua Francisco Montesuma, 95 Pq. Residencial Cocaia

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O tema para a próxima edição é:Minha quebrada é assim:

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Estação Pôr do Sol. (Foto: Gisele Ramos)

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Outubro: dias 25 e 29Novembro: dias 25 e 29

Atividade Horário Local Educador

Valéria RibeiroComunicação e Jogos 12h30 às 14h CJ/CCA – Jd. Reimberg Arte/Graffiti 14h às 15h30 CJ/CCA – Jd. Reimberg Ricardo NegroArtesanato 15h30 às 17h CJ/CCA – Jd. Reimberg Gi BaraunaECP Comvida 18h às 19h45 Ateliê Daki – Jd. Reimberg Todos os educadoresSarau 20h às 22h Ateliê Daki – Jd. Reimberg Todos os educadores

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Artes Visuais

Intervenção. Livre. Grátis. Intervenções na Arquitetura. Artistas Contemporâneos de-senvolvem projetos concebidos especialmente para a arquitetura da unidade. As obras serão realizadas em diversas etapas, tornando públicos os seus processos de criação. Com Speto, Fábio Cristo, Flávia Mielnik e Laura Gorski, Mauro Neri e Fefe Talavera. Até 31/12. Sábados, a partir das 10h. Sesc Campo Limpo – Rua Nossa Senhora do Bom Conselho, 120. A 500m de distância da estação Campo Limpo do metrô Fone: (11)5510-2700

Agenda CulturalMeditação da Lua Cheia

A Lua tem um efeito muito específico nas marés e em toda a água do planeta, e o nosso corpo é 70% de água. Uma grande oportunidade de mergulhar no silêncio do seu Ser. A meditação da Lua Cheia de Outubro será na Terça-Feira, 07/10, às 20h. Haverá quatro meditações simultâneas em São Paulo: Zona Sul (Parque do Ibirapuera), Zona Oes-te (Praça Pôr do Sol), Zona Norte (Mirante de Santana).

Teatro Humbalada: À margem

A Cia de Teatro Humbalada apresenta: À Mar-gem. Um teatro realizado às margens da represa Billings com direito a um tour pelas ruas do bairro. De 26 de setembro à 26 de outubro. Sextas, sábados e domingos às 16h. Rua 9 de Setembro, 88 – Jd. Gaivotas – Zona Sul. Em caso de chuva não haverá espetáculo. Todos os sábados e domingos haverá um transporte que sairá do Espaço Humbalada às 14h30 gra-tuitamente. Endereço: Rua Jequirituba, 83 em frente a estação de trem Primavera - Interlagos Lotação Máxima 20 pessoas.

Roda de Samba

A comunidade Samba da Vela é uma roda de Samba que acontece toda segunda-feira, com início às 20h45, quando uma vela é acesa. “o show começa quando a vela é acesa, o show acaba quando a vela se apaga...” Contribuição voluntária de R$ 5,00 – Casa de Cultura Santo Amaro Praça Dr Francisco Ferreira Lopes, 434 – Santo Amaro.

Projeto Cavaquinho de Ouro & Suas Histórias na Zona Sul

Lançamento do CD Cavaquinho de Ouro Vol. II – Tributo a Ma-rio Alvares de Gustavo Cândido, cavaquinista de 5 cordas, inter-pretando a obra completa de Mário Álvares. Apresentações:

19 out – Projeto DZ9+UM=20 – 10h

Av. Teotônio Vilela, altura do nº 1991 – Cidade Dutra

06 de Novembro às 20h e 19 de Dezembro às 11h – Teatro CEU Vila Rubi

Rua Domingos Tarroso, 101 – Vila Rubi – Próx. ao extra(Cidade Dutra)

Literatura – Mala do Autor

Uma mala recheada com livros de obras de um autor escolhido para ativida-de. Até 31/10. Segunda a sexta, 7h às 18h. EMEF Padre Aldo da Tofori. Rua Miguel Fleta, 167 – Parque Dorotéia. E.E.Professor Clarice Seiko Ikeda Cha-gas. Av. Paulo Costa Ribeiro Bastos, s/nº Sítio das Palmeiras. E.E. Presidente João Goulart. Rua São José do Rio Preto, s/nº. Grajaú.

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