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REVISTA EXPRESSÃO NEWS - FEVEREIRO

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Revista de variedades, política e economia

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Expressão News - Fevereiro/2015 - 03

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Condenar os corruptos e preservar as empresas

Enquanto transcorrem as inves-tigações sobre o petrolão e se confi rmam as piores expec-tativas sobre a dimensão do esquema de roubalheira mon-tado na Petrobras sob inspi-ração lulopetista, crescem as preocupações com o futuro da estatal e principalmente

sem criar um regime de inimputabilida-de para acionistas e altos executivos. Ne-nhum assaltante dos cofres públicos pode escapar ileso. Quanto à Petrobras, ela di-minuirá de tamanho — seu valor de mer-cado já caiu a mais da metade —, mas seu maior acionista, o Tesouro, sempre poderá resgatá-la, mesmo a um elevado custo político para o governo Dilma e PT. Nos EUA, as empresas envolvidas em corrupção não quebram; porém, fragi-lizadas, terminam adquiridas por con-correntes. No Brasil, o fato de todas as grandes empreiteiras participarem do petrolão é mais um motivo para se abrir este mercado a competidores de fora. Mesmo ainda sem regulamentação, a Lei Anticorrupção pode ser aplicada, e dela constam multas a serem cobradas às pesso-as jurídicas, com valores entre 0,1% e 20% do faturamento. A penalização fi nanceira é outro instrumento usado na esfera adminis-trativa e na Justiça americana. A Petrobras, também processada nos EUA, certamente será multada, pois lesou investidores ao não zelar como deveria pelo patrimônio deles. No momento, empreiteiras adotam a tática de se apresentar como vítimas de achaques. A chance é pequena de con-vencer juízes e promotores. Talvez não tenham outra alternativa a não ser aceitar acordos de “leniência”, previstos na lei, a versão da delação premiada para pessoas jurídicas. Ajudam nas investigações e rece-bem penas mais leves ou menos pesadas.

Deve-se a aplicar a legislação com rigor, preocupando-se também com projetos-chave e empregos, mas sem queisso torne inimputáveis acionistas e executivos

das empreiteiras cúmplices do esquema. No pronunciamento de abertura da primei-ra reunião ministerial do seu segundo go-verno, no dia 27/1, a presidente Dilma de-fendeu a tese de que combater a corrupção não pode signifi car destruir as empresas. Por suposto. Trata-se de aplicar a devi-da legislação com o rigor que o escânda-lo exige, mas sem se esquecer da neces-sidade de se preservar empreendimentos estratégicos e o máximo de empregos. Uma interpretação literal da fala da presi-dente pode induzir o entendimento de que ela propõe a não aplicação da Lei Anticorrupção, por ela mesma sancionada entre fanfarras. Algo inconcebível, mesmo porque o Executivo não tem poderes de direcionar o Judiciário e o Ministério Público nas de-núncias e veredictos. Mas ele pode, na re-gulamentação dessa lei, ainda a ser apre-sentada, tentar abrir espaço para fórmulas jurídicas que punam a corrupção sem da-nos irreversíveis ao patrimônio técnico e à capacidade operacional das empresas. Algo precisa ser feito a fi m de preser-var empreendimentos e empregos, mas

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Alto Tietê tem déficit de mais de 9000 vagas em crechesEm comparação a 2014, défi cit aumentou 17%.Levantamento foi feito com dados divulgados pelas prefeituras.

região do Alto Tietê tem 9.065 alunos com média de idade de 0 a 3 anos a espera de vagas em creches municipais. O levan-tamento foi feito pelo com dados enviados

região: Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suza-no. O município de Biritiba Mirim foi a único que não respondeu os questio-namentos da reportagem. Em relação ao ano passado, houve um aumento de 17% no défi cit de vagas em creche Foi feito o mesmo levantamento

sobre vagas em creches na região no começo do ano passado. Na época, o Alto Tietê disponibilizava 7.448 vagas. Em janeiro de 2015, o número total saltou para 9.065. Ferraz de Vascon-celos, é a cidade que lidera o ranking. No ano passado, o défi cit era de 1.200. Este ano, a Prefeitura informou que a cidade possui uma fi la de 1.850 crianpelas Prefeituras de nove cidades da

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Reprodução/EN

ças a espera de vagas: um aumento de 54,17%. Além disso, entre fevereiro de 2014 e janeiro deste ano, quatro uni-dades foram construídas. Segundo a Prefeitura, ainda este ano três creches serão inauguradas. Há planos para se construir mais duas instituições: na Vila São Paulo e Parque São Francisco. Em nota, a Prefeitura se justifi cou di-zendo que "para acolher a demanda re-primida, seria necessário, dentro do en-tendimento técnico do Poder Executivo ferrazense, a abertura de sete a nove novas creches, com a média de 150 a 200 alunos por unidade atendidos". Suzano aparece em segundo lu-gar no ranking de défi cit em creches. Atualmente, a cidade possui 4000 cadeiras (a mesma quantidade de 2014) na rede pública e um défi cit de 2.827. Em relação ao ano passado, o

município registrou um aumento de 35,46%, já que em 2014 o município tinha 2087 alunos aguardando vaga. A cidade tem 32 unidades. Duas foram entregues em 2014, segundo a administração municipal: uma no Jardim Alterópolis e outra no Jardim Leblon. O município informou ainda que mais três creches serão cons-truídas nos seguintes bairros: Par-que Residencial Casa Branca, Jardim Quaresmeira e Miguel Badra Baixo. A Prefeitura justifi cou afi rmando que "o défi cit de Suzano não aumen-to". A administração ainda alegou que "houve um engano quanto aos dados passados, em 2014". Em nota, a Prefeitura informou que "o défi cit era de 2989 e em 2015 esse núme-ro chegou a 2.897. Ou seja, foi regis-trada redução de quase cem vagas". Mogi das Cruzes. O município tem 8.923 crianças matriculadas em cre-ches municipais e 2.305 aguardando vaga, segundo dados informados pela Prefeitura. No começo de 2014, eram 1,8 mil alunos aguardando encaixe: um aumento de 28,06%. Segundo dados da adminstração municipal, 14 unidades fi carão prontas ao lon-go de 2015. Deste total, cinco serão entregues no distrito de Jundiapeba. Duas, inclusive, já foram inauguradas. O restante das instituições que ainda serão erguidas em 2015 fi cam no Par-que Olímpico, Conjunto Santo Ânge-lo, Jardim Santos Dumont; Vila Nova Aparecida; Jardim Rodeio; Residen-cial Pedra Branca; Jardim Margarida; Vila Brasileira e Chácara Guanabara.

Filas em Poá. No começo do ano, centenas de pais fi zeram plantão e chegaram a enfrentar mais de 24 ho-ras de fi la em busca de vagas para os fi lhos nas creches. Eles disputavam as 500 vagas oferecidas pela Prefeitu-ra. Mesmo assim, a cidade registrou uma queda de 40,25% no défi cit de vagas, segundo o levantamento. No começo de 2013, eram 400 crianças aguardando uma cadeira. Em janeiro deste ano, o número caiu para 239. No entanto, a secretária de Educação de Poá, Sonia Regina Fernandes Afon-so, disse que imóveis estão sendo loca-dos em Poá com esta fi nalidade. "Estou alocando alguns imóveis, tenho quatro imóveis que já foram alugados. Eles devem entrar em funcionamento em março. Estamos adequando. E estamos continuando procurando imóveis ade-quados, para colocarmos mais alunos dentro das nossas creches", explica. Em Itaquaquecetuba, o défi cit de vagas em creche aumentou 10%. Se-gundo levantamento, no começo de 2014 a cidade tinha 1,5 mil crianças aguardando uma colocação no mu-nicípio. Em janeiro deste ano, o nú-mero saltou para 1.650. Atualmente, a cidade possui 3,2 mil alunos matri-culados. Segundo a Prefeitura, mais quatro unidades serão entregues em 2015, gerando cerca de 1.300 vagas. Além de Poá, Arujá também con-seguiu diminuir a fi la de espera para vagas em creche. Este ano, são 166 crianças a espera de uma cadeira. Em 2014, o município tinha um dé-fi cit de 370. A queda foi de 55,14%.

Défi cit no Alto Tietê cresceu na comparação entre 2014 e 2015

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Foto: Gil Borges

Abel Larini inaugura escola com investimento de 4 milhões

A secretária de Educação, Maria Goretti Aguiar Alencar e o Prefeito Abel Larini

CO secretário de Obras, Juvenal Penteado e o vereador Gilberto Daniel (Gil do Gás)

Gil Borges

om capacidade para atender 720 alunos da educação infantil e do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, a Escola Municipal Professor Eu-fl y Gomes foi entregue à comunidade do Centro

estamos em ritmo acelerado na cons-trução da creche do Limoeiro, outro equipamento importante para a Edu-cação da cidade”, afi rmou o secre-tário de Obras, Juvenal Penteado. A unidade possui 12 salas de aula, biblioteca, amplo espaço para recre-ação, sala de Atendimento Educacio-nal Especializado (AEE), refeitório, cozinha equipada, quadra poliespor-tiva (em acabamento), sala de infor-mática, rampa e elevador para aten-

der aos alunos com defi ciência. Tem também, espaços administra-tivos, sala de professores, estaciona-mento para funcionários e vestiários. No total, atende 24 turmas de estudan-tes nos períodos da manhã e da tarde. “Esta é a ideia da escola que quere-mos: bonita, bem equipada. Com a en-trega, a Eufl y passa a ser o modelo de espaço que queremos para organizar as outras unidades”, disse a secretária de Educação, Maria Goretti Aguiar Alencar.

Residencial no dia 05/02 pelo prefeito Abel Larini. O investimento da Prefeitu-ra na unidade foi de R$ 4,011 milhões. “Hoje, temos quase dez mil alunos nas nossas escolas. Essa unidade tem quase dois mil metros quadrados de constru-ção e foi uma luta nossa. Nunca na mi-nha vida estudei em uma escola dessas. Então vamos mantê-la, assim, linda; é uma responsabilidade de todos nós. A educação é tudo”, afi rmou o prefeito. Construída na Rua Mamede Bar-bosa, nº 133, em uma área de 4,2 mil metros quadrados, a escola fi ca em frente ao seu antigo prédio, onde funciona a Escola Técnica Estadual (ETEC) Professora Luzia Maria Ma-chado, inaugurada em maio de 2014. “Essa obra foi um desafi o porque ocorreram algumas intercorrências e, por isso, agradeço à paciência que os pais tiveram. Nós a concluímos e

Texto da Ass. Imprensa PM Arujá

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Aposentado conserta máquinas de escrever há quase 60 anos, em Itaquá

"Quando eu tinha 16 anos, tentei fa-zer um curso de datilografi a. Só que, em vez de escrever, eu desmontava as máquinas para arrumar uns pro-bleminhas que achava", conta. "En-tão me mandaram embora dali." Seu Joaquim deixou sua Portugal na-

Joaquim de Jesus Fernandes conserta máquinas de escrever desde 1956. Mesmo assim, confessa não saber usá-las muito bem.

Joaquim de Jesus Fernandes, 71, no quintal de sua casa, em Itaquequecetuba , que transformou em ofi cina; o português conserta maquinas de escrever desde 1956

tal em 1956. Chegou a São Paulo com 13 anos, completos na viagem de na-vio. Assim que fi ncou os pés por aqui, o gosto pela mecânica o levou a trabalhar na Underwood, representante da em-presa americana de máquinas de es-crever na rua Direita, na região central.

Lá, começou lavando os apare-lhos e logo aprendeu a consertá-los. Em bancos, foi técnico de antigas máquinas mecânicas (como as auten-ticadoras Burroughs) e, há cerca de 30 anos, fundou a ofi cina JJF Máqui-nas de Escrever, no número 122 da rua

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Arquivo/EN

Joaquim com uma máquina de escrever Olivetti Linea 98 na bancada do quintal de sua casa, que transformou em ofi cina

do Carmo, no centro. Ali chefi ava uma equipe de quase dez funcionários. "A gente consertava cerca de 20 máquinas Olivetti Linea por semana", relembra. Hoje, aos 71 anos e aposentado, tra-balha sozinho. Deixou a loja, fechada em 2012, e transferiu a ofi cina para o quintal de sua casa, em Itaquaque-cetuba, cidade da Grande SP que fi ca a 36 km da capital, onde mora com a mulher há mais de três décadas. Vai à casa dos clientes fazer o orça-mento e buscar os aparelhos. Cansou--se de andar de carro por São Paulo e prefere pegar o trem de "Itaquá", como carinhosamente chama seu domicílio, e levar as máquinas, cuidadosamente embrulhadas, em um carrinho de carga. Às vezes conta com a ajuda do vizinho – o "japonês"– para carregar as peças. Seu Joaquim faz todos os reparos sozinhos, fora a cromagem e a pintu-ra, trabalhos que terceiriza. As máqui-nas elétricas foram deixadas de lado: "Só mexo com as minhas velharias", afi rma. "Mesmo porque hoje isso dá mais dinheiro" –reparos simples cus-tam em torno de R$ 200. Já os mais trabalhosos podem chegar a R$ 3.000.

Dos cerca de 20 aparelhos que aguar-dam conserto em sua ofi cina, há desde modelos Olivetti Linea 98, fabricados nos anos 1970 pela marca italiana, até uma caixa registradora de ferro fundido do fi m do século 19, de botões tão va-riados como o de "venda fi ada". Quando abriu a caixa, ele descobriu 6.100 cru-zados e 200.415 cruzeiros em espécie. Em seu smartphone, seu Joaquim gosta de registrar o antes e o de-pois das restaurações, imagens que dividem espaço com as fotos de Otávio, seu netinho de oito meses. "Hoje ainda tem muita gente que procura [o reparo de máquinas de es-crever]: colecionadores, empresas ou quem tinha [os aparelhos] na famí-lia", relata. "Mas quase não tem mais gente fazendo o conserto. Os equi-pamentos vão continuar existindo, mas quem vai consertar é só curioso."

SERVIÇOJJF Máquinas de Escrever www.consertomaquinaescrever.com.br. Tel. (11) 3101-4421 e (11) 98063-1422 ou email [email protected]

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Diesel é problema para a saúde, diz Inglaterra

OMinistro do Meio Ambiente diz que combustível é um enorme problema para a saúde pública no país

incentivo do governo britânico aos veícu-los movidos a diesel foi visto como uma decisão errada pelo ministro do Meio Ambiente do país, Barry Gardiner. Se-gundo o político, a

dent", o ministro afi rmou que o impac-to do apoio do governo ao diesel tem sido um enorme problema para a saú-de pública do País. Enquanto veículos a diesel produzem menos CO2 que os motores a gasolina, eles emitem quatro vezes mais óxidos nitrosos e 22 vezes mais fuligens e partículas. Tais poluen-tes podem danifi car os pulmões e vasos sanguíneos e levar à doenças cardía-cas, derrames e diabetes. Cerca de dois meses atrás, o primeiro-ministro fran-cês Manuel Valls chamou o incentivo de carros a diesel no país de "um erro".

No Brasil. A Aliança Pró-Veículos Diesel, a Aprove, divulgou o resultado de um estudo promovido pelo Health Effects Institute, dos Estados Unidos, que con-cluiu que a exposição às emissões dos motores diesel veiculares mais moder-nos não apresentou evidências sobre o aumento no risco de câncer de pulmão ou outros efeitos adversos signifi cativos para a saúde. Segundo a pesquisa, as concentrações de partículas e poluen-tes atmosféricos tóxicos emitidos são cerca de 90% menores do que as emis-sões dos motores diesel mais antigos.

medida teve o efeito indesejado de "empurrar" os consumidores para a compra de veículos que podem ser abastecidos com o combustível. Em entrevista ao jornal "The Indepen-

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Todos querem barbaDe olho em moda hipster, consultórios oferecem transplantes de pelos para o rosto

O ator americano Jon Hamm, estrela de Mad Men, tambem aderiu a barba

enhuma tendência na moda masculina é tão marcante nesta déca-da quanto a barba — promovida pelos hips-ters, ela serve como sinônimo de virilidade e modernidade. Mas como fi car na moda

quando os fi os teimam em crescer? Para quem sentir essa necessidade, consul-tórios de cirurgia plástica investem em um fi lão recente: o transplante de barba. “A pessoa pode optar por tirar pelos

do pescoço e pôr no rosto. No caso de quem não tem barba alguma, tira-se geralmente do cabelo, mas pode ser do tórax, dos braços, até pelos pubianos”, explica o cirurgião paulista Mauro Spe-ranzini, que já fez o procedimento em homens cujas idades variam entre 18 a 40 anos. Entre os que chegam ao consul-tório, a vaidade é a grande motivação. “As pessoas se sentem menos más-culas por não ter barba. Tem o caso de rapazes que se sentem desvalori-zados, sem credibilidade no empre-go porque têm uma aparência mui-

to jovem sem a barba”, comenta. No caso do designer Maurício Me-deiros, de 54 anos, o grande incômo-do eram as falhas nos pelos do rosto. “Me incomodava, e por isso nun-ca conseguia usar barba. Apesar da surpresa e curiosidade das pessoas quando fi z, muitos colegas acharam que poderiam fazer também”, con-ta Maurício que, de primeira, não contou com a aprovação da mulher. “A reação dela foi a igual a dos homens quando as mulheres querem mudar al-guma coisa: dizem que é bobagem, mas

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Barba de Aécio Neves rouba a cena em evento

A primeira aparição de Aécio Neves em Brasília neste ano deu o que fa-lar, menos por sua intervenção no PSDB para que a bancada se unifi -que em torno de Júlio Delgado (PSB--MG), e mais pela mudança no visual.O senador surgiu no dia 30/1 com

uma barba bem aparada, mesclan-do proporções semelhantes de pe-los ainda castanhos com grisalhos. As reações ao novo visual foram diver-sas. Assim que chegou ao hotel Royal Tulip para o encontro com a bancada tucana, foi possível ouvir comentários tanto de aprovação, quanto de rejei-ção. O senador não escapou de comen-tar sobre a mudança, questionado por

jornalistas logo na entrada do evento. "O visual pode mudar, só não muda o discurso", pontuou o tucano. O tucano disse que a mudança não foi premeditada e que ainda não de-cidiu se irá manter a barba até o dia da posse no Legislativo (1/2). Aé-cio conta que ele mesmo cuida do visual em casa, usando uma gilete. A esposa, Letícia Weber, aprovou. "Sempre que viajo de férias dei-xo a barba crescer para descan-sar um pouco e dessa vez minha fi lha Gabriela sugeriu que eu deixas-se assim mesmo. Não imaginei que ia chamar tanto a atenção", disse.No evento, duas mulheres discu-tiam a barba de Aécio, mas não concordaram sobre o resultado.

Thiago La Côrte (foto ao lado e na capa) é modelo profi ssional, conquistou o título de Mister Amazonas 2015, foi coordenador do Miss Aruja 2013, 2014 e 2015 e, como se não bastasse, é estudante de jornalís-mo. Como modelo, estampou várias cam-panhas publicitárias e editoriais de moda, também participou de feiras e eventos im-portantes. Agora abriu sua própria produ-tora, a Unni Produtora, na Av. dos Expe-dicionários, 1.177, Arujá, tel: 4655-0855.

Modelo da capa

André Andrioly

Reprodução/EN

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Camarão ensopadinho com chuchuRendimento: 4 porçõesIngredientes1kg de camarões pequenos, descasca-dos e limpos3 colheres (sopa) de azeite de oliva2 dentes de alho bem picados1 cebola picada4 a 5 tomates maduros sem pele e sem semente picados3 chuchus descascados e cortados em cubosSuco de limão para temperar os cama-

rõesSalsinha picada para polvilharSal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto Preparo1. Misture um pouco de limão aos camarões, depois escorra-os.2. Em uma panela, refogue o alho e a cebola no azeite já aquecido, mexendo para não queimar.3. Incorpore os camarões à panela,

tempere com sal, pimenta e refogue--os ligeiramente, cuidando para não passarem do ponto. Retire-os e reserve-os.4. Na mesma panela, coloque os toma-tes, os chuchus e ajuste o sal. Cozinhe com um mínimo de água, até os chu-chus fi carem macios, sem perderem a textura.5. Apague o fogo, incorpore os cama-rões reservados, polvilhe a salsinha e sirva imediatamente

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Virado à paulistaRendimento: 6 porçõesVocê pode apostar que muitos pau-listanos de boa condição fi nanceira tenham almoçado virado à paulista – possivelmente acompanhado de arroz, ovo estrelado e linguiça frita ou biste-ca. É que o prato já era bem popular na cidade na época. É por isso que ele está na coluna de hoje.Esta é uma receita tradicional e bem antiga – existem duas versões para a origem do prato. A primeira diz que seria o farnel dos bandeirantes – que carregavam feijão e farinha e mistu-ravam os dois para comer. A outra, a junção natural de ingredientes comuns na época.

Ingredientes4 xícaras (chá) de feijão cozidoUm pouco do caldo do feijão60g de toucinho (hoje se usa bacon) cortado em cubinhos2 dentes de alho picados1 cebola picadaCebolinha verde picada a gostoFarinha de milho o quanto basteSal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto Preparo1. Esmague completamente metade do feijão (hoje se bate no liquidifi cador) com parte do caldo até fi car um purê grosso. Reserve.

2. Em uma panela de fundo grosso, frite o toucinho (hoje bacon) até dou-rar, depois junte o alho, a cebola e a cebolinha verde, mexendo sempre.3. Na mesma panela, coloque o feijão esmagado (ou batido) e a outra meta-de que sobrou. Tempere com pimenta, uma pitada de sal e refogue para o feijão absorver os temperos.4. Incorpore a farinha de milho aos poucos, mexendo sempre, em fogo baixo, até obter um composto úmido e levemente pastoso.5. Sirva bem quente, com os acompa-nhamentos, que podem incluir arroz, ovo, linguiça, bisteca, torresmo e couve refogada.

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Noruega vence a ‘Copa do Mundo’ da gastronomiaA equipe da Noruega venceu a com-petição Bocuse D'or de 2015, realizada nos dias 27 e 28 em Lyon, na França. O time foi comandado pelo chef Orjan Johannessen. O segundo lugar fi cou com os Estados Unidos –que tinha sido classifi cado em sétimo lugar na edição de 2013. A equi-pe foi comandada pelo chef Philip Tessier. O terceiro lugar fi cou com a equi-pe sueca, do chef Tommy Myllymaki.

De acordo com a premiação, o melhor cozinheiro foi o fi nlandês Antti Lukkari. O prêmio especial de peixes foi dado ao time japonês e o de carnes ao fi nlandês. Segundo o site "Fine Dining Lovers", o presidente honorário da competição, Grant Achatz, disse: "Tem sido uma expe-riência incrível em Lyon e eu provei muita comida, toda ela excelente. Eu diria que fi ca bem claro quando se está sentado aqui, vendo todas essas equipes se es-

forçando, quão duro é o trabalho feito."Chefs representaram times de 24 países de todo o mundo na competição bienal, criada em 1987 pelo chef francês Paul Bo-cuse. As equipes trabalham por dois anos aperfeiçoando pratos de peixe e carne para apresentar aos jurados da competição. O Brasil não participou des-ta edição da competição. A próxi-

ma edição acontecerá em Budapeste.

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Luminosidade aplicada

a contramão do dita-do de que em “casa de ferreiro, o espeto é de pau”, a arquite-ta Denise Barretto e o lighting designer Guinter Parschalk, casados há oito anos, se preocu-

Apartamento de arquiteta e de designer explora ao máximo os efeitos proporcionados pela iluminação

res, foi quase como se o Guinter fosse um cliente”, brinca a arquiteta. Com pe-ças trazidas das antigas casas de am-bos e mais os garimpos de viagens, a decoração seguiu uma linha neutra na cor dos móveis e das paredes, para que eles pudessem ousar mais nos obje-tos, acessórios e, claro, na iluminação. Além de lâmpadas LED, o projeto recebeu halógenas com interruptores equipados com dimmers, que per-mitem controlar a intensidade da luz emitida, dosando a energia enviada para a lâmpada. “Pode fi car mais es-curo ou mais claro. Às vezes, fi ca ce-nográfi co. Em outros momentos, mais discreto”, explica Parschalk. “A ilumina-ção agrega fl exibilidade aos espaços. Luz não faz nenhuma cirurgia plásti-ca, mas uma maquiagem boa ela faz.” Sala de estar. No living, lâmpa-das LED nas sancas e halógenas nas luminárias dão diferentes tempera-turas à iluminação. Para reunir a fa-

mília, o ideal é que o ambiente este-ja mais claro, com uso das LEDs. Nas recepções de amigos, as halógenas dão um tom mais baixo e intimista. Home offi ce. Para o escritório, é reco-mendada uma iluminação mais intensa e focada nos pontos de leitura, como os spots de LED acima da poltrona. Na pa-rede onde está encostado o sofá, aran-delas com lâmpadas também de LED trazem iluminação forte, porém difusa, para os momentos de relaxamento. Jantar. A sala de jantar deveria ser um ambiente versátil, para receber diferentes públicos. Lâmpadas LED instaladas na sanca deixam o espa-ço mais claro, próprio para recepções familiares. Para uma temperatura de luz mais alaranjada, ideal para en-contros mais intimistas, podem ser usados tanto os spots de LED no teto quanto a luminária acima da mesa. Corredor e hall. O corredor fun-ciona como uma pequena galeria de arte do casal. Assim, foram instala-dos spots de LED no teto, direciona-dos para destacar as obras. No hall, os spots de LED aparecem novamen-te. Instalados ao nível do chão, tra-zem uma luz mais difusa ao ambiente. Varanda gourmet. Na varanda, construída há um ano, muita luz na-tural. Com as lâmpadas, a ideia foi destacar apenas os ambientes mais funcionais. Acima da mesa, uma lu-minária com lâmpada incandescente dá um tom âmbar à iluminação. Na pia, foram instalados spots de LED.

param com cada detalhe da decora-ção do apartamento onde moram, no Itaim Bibi, em São Paulo. A compra do imóvel de 280 m² tem justifi cati-va. “A gente adora receber. E como temos uma família grande, tivemos que enfatizar o conforto”, diz Denise. Concluídas as negociações, era hora, então, de juntar os saberes e as espe-cialidades de cada um para fazer do imóvel um lar com personalidade. A de-coração foi orquestrada por Denise. Ao designer, coube se encarregar da ilumi-nação de todos os ambientes. “Como sou mais voltada para a área de interio-

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Café de supermercado pode ser bom

ão é porque existe a complexidade de aromas dos microlo-tes de grãos de ori-gem moídos na hora que se deva aban-donar totalmente o café torrado, moído

e vendido em supermercado. Há mui-ta coisa nas prateleiras: são cerca de 580 rótulos, segundo dados da As-

sociação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Algum há de ser bom. A procura dos consumidores por grãos melhores incentivou as grandes torrefa-doras a aprimorar a qualidade dos seus produtos e lançar linhas intermediárias entre o café rotineiro e o de baristas. A reportagem foi a campo para ava-liar rótulos das classifi cações superior e gourmet – categorias criadas pela Abic para classifi car os cafés de seus

associados – de grandes marcas das gôndolas. Reunimos 12 rótulos de su-permercado para serem preparados e bebidos por especialistas. Participaram da prova Flávia Pogliani, do The Lit-tle Coffee Shop, Paulo Filho, do King of the Fork, e o barista Tiago Nego. Tradicional ou gourmet? Café de supermercado está classifi cado pela Abic em três categorias: tradicional, superior e gourmet. No tradicional, evita-se (mas não se proíbe) o uso de grãos defeituosos – que pioram o gosto da bebida – e não há limitação para o uso de robusta, espécie que serve como base, mas, em geral, não tem expressão aromática relevante – só dá corpo e muitas vezes amargor. Para pertencer à categoria superior, o café deve ser composto predominan-temente de arábica, com no máximo 10% de grãos defeituosos, e se tiver robusta como base, que seja de melhor qualidade que o do tradicional. Por fi m, o gourmet tem obrigatoriamente 100% de arábica, sem frutos defeituosos. Entre as marcas associadas da Abic, há 296 rótulos na categoria tradicio-nal, 130 na superior e 151 gourmets. (E, para se diferenciar dos gourmets da Abic, baristas que vão à caça de grãos diretamente nas fazendas, cuidando da torra e da moagem, passaram a chamar seus produtos de “especiais”.) Forte e encorpado. As grandes torrefadoras investem para manter o padrão do café no gosto do brasileiro, “forte e encorpado”, segundo Gilberto Nogueira, responsável pela qualidade e desenvolvimento da Três Corações. Mas nosso café é assim por que a gente gosta ou a gente gosta assim por que é o que tem? “Eu diria que o brasileiro gosta de café forte, encorpa-do e amargo, com bastante robusta”, diz Ricardo Souza, da Master Blen-der, fabricante do Pilão, que em 2013 pôs no mercado o Pilão Aroma e o Aroma Nobre, de qualidade superior. “O café superior é um produto aces-sível, não tem a intenção de ser su

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pergourmet. A ideia é levar um sabor mais refi nado ao consumidor comum.” Do total de venda das grandes tor-refadoras, apenas 10% não são da categoria tradicional, que no bolso cus-ta em média 30% mais barato que o superior e menos da metade do gour-met. Ainda que o consumidor tenda a buscar novos sabores, o preço conti-nua a ser o fator mais impactante na compra, argumentam as empresas. João Michaliszyn, da Melitta, acre-dita no potencial pedagógico dos cafés superiores para superar as noções de fraco, forte e extraforte ao escolher o que levar para casa. Há sete anos, a empresa pôs no mercado a série Re-giões, com matéria-prima do sul de Minas, Cerrado e Mogiana. “Lembro de que em alguns casos era preci-so ter cuidado quando falávamos de acidez porque o consumidor poderia achar que aquilo é uma coisa ruim.” Não é. “É um trabalho de formiguinha levar esse conhecimento ao público.”Casual técnicoNo café de casa feito por barista, sai o instinto, entra a precisão. Água mi-neral e alcalina para não potencializar os azedos da bebida e sempre a 94°C, “para extrair o que precisa dos sólidos solúveis (que dão gosto e aroma), nem a mais, nem a menos”, explica Flávia Pogliani. Seguindo recomendações das embalagens, os provadores deixaram de lado as colheradas indicadas e defi -niram a quantidade em peso, 13g (uma colher cheia) de pó para 100 ml de água para uma bebida concentrada. Doze extrações depois, o veredito: o café de supermercado ainda pode melhorar.Café do centroÉ a marca com mais oferta de rótulos nos supermercados visitados. Na li-nha Especial de Origem, classifi cada como gourmet, tem grãos vindos das principais regiões cafeeiras do Brasil

(Bahia, Espírito Santo, Cerrado minei-ro, sul de Minas, Mogiana e Paraná). Aposta no terroir característico dos lugares, mas na xícara, o terroir mais notado, infelizmente, foi o das prate-leiras: cafés sem a potência aromá-tica característica de grãos frescos. No teste realizado às cegas, qua-se todas as vezes que os rótulos da marca foram provados, ouvia--se a mesma queixa: “Está cansado”. Mas, delineados os defeitos, va-mos às qualidades. Alguns rótulos fi zeram bonito. Surpreendeu com o aroma doce as amostras Cerra-do mineiro e Mogiana. O Paraná fez bem com o cheiro de amendoim. É o tipo de café para quem gosta de bebidas com menos corpo e de quem se interessa por garimpar aromas, bus-cando raras notas de frutas, especiarias, amêndoas e condimentos. É um salto livre para quem quer sair da potência do café trivial, mas curto para quem quer a complexidade dos especiais. Em geral, tinham gosto adstringente, corpo médio para baixo e pouca expressão.Paraná: é um café sisudo, pá, pum, sem muito a revelar. Tem aromas de castanha e palha e, se acompa-nhado de um doce, pode melhorar.Sul de Minas: é daquele jeito come quieto. Cheira doce, mas fala pouco à língua nesse quesito. Aci-dez média e fi nal azedo, com gos-to de remédio para dor de cabeça.Cerrado mineiro: o melhor dos seis. Para quem gosta de café cítri-co e com aromas de frutas. Mais fa-vorável às canecas que às xicrinhas, com um pedaço de bolo ou bolacha amanteigada devorada em sequência.Bahia: equilibrado em doçura e amargor, não é uma festa dos sen-tidos e intriga mais pelo parado-xo “muito corpo e fi nalização ins-tantânea” que pela complexidade.

Espírito Santo: o cheiro de ter-ra que sai das xícaras faz o bebedor ser transportado para as fazendas capixabas. Levemente ácido e mui-to adstringente, pede um bolinho de roça, sem recheio ou sabor além da combinação açúcar, farinha e ovos.Mogiana: para aprender sobre doçura natural dos grãos. Chei-ro de frutas amarelas e doçura áci-da que lembra melado. Com ele o gole começa bem, mas evolui mal.MelittaA base é de robusta vindo de várias re-giões produtoras. Das regiões estampa-das no rótulo vêm os grãos de arábica que mudam os sabores e aromas de cada rótulo (em proporção não revela-da pela empresa). Se você é um des-ses que gosta de passar por todas as etapas evolutivas do paladar até che-gar aos aromas e sabores complexos, estes cafés vêm a calhar. Podem não explodir de sabor, mas desempenham bem o papel a que se propõem: ser um café melhor que o do dia a dia, sem a pretensão – e preço – dos especiais.Sul de Minas: foi o melhor entre to-dos os provados. Aroma doce, com algo de noz-moscada e frutas. Aci-dez média e corpo ideal para quem gosta de beber café em quantidade.

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Para entrar na moda do café gela-do sem gastar muito com matéria--prima. Final agradável e instantâneo.Mogiana: doce e amendoado, é le-vemente ácido e desaparece tão rá-pido da boca que não deixa traumas nem ótimas lembranças. Amargor médio para não estranhar o salto do café tradicional para o superior.Cerrado: não se saiu muito bem na degustação. Aroma fraco e defeituoso.3 coraçõesA estrada que batiza o rótulo corta al-guns dos Estados produtores, porém os grãos usados vêm exclusivamente do sul de Minas, maior região produ-tora de cafés de qualidade do País. De lá, esperam-se frutos encorpados levemente cítricos, sabores ácidos e aromas frutados. No blend deste café da Três Corações os grãos são 100% arábica, mas ele é um café superior e não gourmet, porque sua matéria-pri-ma são justamente aqueles grãos que poderiam ser espetaculares e, por um acaso climático, negligência ou defi ci-ência produtiva, não se tornaram o que se esperava deles e tiveram pontuação menor na avaliação da Abic. Sua torra é média clara e por isso, deveria acen-tuar o que a região oferece de melhor, dando uma bebida aromática; mais ácida que amarga. Na xícara, não mos-trou quase nada do que poderia ser.Três Corações Estrada Real: sem muito cheiro, sem muito corpo e com muito amargor. É um café tradicional com defeitos diluídos e um superior com defeitos demais. Entre os provados, foi o que menos encantou. Tinha cheiro de palha, acidez e doçura inexpressivas. Faz a linha revolução sem mudanças.PilãoA marca se vende como o café forte do Brasil e faz jus ao que propõe. Seu café tradicional é forte e encorpado, faz o milagre da multiplicação dos cafezinhos e tem fãs entre os que gostam de be-bidas intensamente amargas. No seg-mento superior, mantém a coerência do café tradicional, com dois rótulos de mesma intenção, com intensidade e corpo da bebida mais contidos. Lança-do inicialmente em 1978, o Pilão Aroma sumiu das prateleiras e voltou à linha de produção em 2013, com a reedição do Aroma Original e o lançamento do Aroma Nobre. São cafés para pes-soas duronas – “forte e amargo como o pecado”, como Philip Marlowe gosta de pedir – e de intenções refi nadas.Aroma Original: era a torra mais

escura dos cafés. Talvez por isso, o cheiro de queimado e cinzas. Doçura baixa, corpo médio para baixo e fi na-lização persistente. Bom para quem gosta de café adoçado, mas com amargor persistente, que fi ca na boca depois de minutos do último gole.Aroma Nobre: é quase o repe-teco do Original, mas com me-nos potência no amargor e cor-po. Vai melhor sem açúcar, mas é bom ter um doce bem doce ao lado. O que faz de um café um bom café?Cafés de supermercado ainda po-dem melhorar. Passam longe da complexidade dos de barista – nor-malmente produzidos com frutos de qualidade excepcional e torrados em pequenas quantidades dias antes de serem consumidos –, mas estão bem melhores do que há alguns anos. Bons cafés devem ter doçura natural, aroma complexo e vivo, corpo, acidez (não o azedume que faz contrair as bochechas) e não devem ser amargos. As grandes empresas entregam um café como dizem que o brasilei-ro gosta. “Forte não signifi ca ruim. Tem um ponto de torra mais acentu-ado e um corpo mais intenso”, ex-plica Nathan Herszkowicz, da Abic. Para comprar melhores cafés, obser-ve na embalagem a data de validade: quanto mais próximo estiver do limite de consumo, mais riscos de levar um pó deteriorado pelo tempo – na prova com os cafés de supermercado, a sensação mais recorrente foi a de beber velharia. A indústria se defende. “É o hábito de quem prova. O gosto de velho é uma sensação do provador que não repre-senta a tecnologia da indústria, que em-

bala o pó normalmente a vácuo para re-tardar justamente o envelhecimento. A tendência desse provador acostumado a cafés especiais é minimizar as qualida-des (do industrial)”, argumenta a Abic. A cor do pó também é importante. Grãos de qualidade perdem caracte-rísticas quando supertorrados e os defeitos fi cam camufl ados pelo amar-gor. Prefi ra pós com coloração mais para o marrom do que para o preto. Quanto mais escuro for o pó, mais amarga e adstringente fi cará a bebida. A moagem também é importan-te. Pós com granulagem de talco de-vem ser evitados porque favorecem a extração de muitos dos sólidos so-lúveis responsáveis pelo amargor. O mais importante, contudo, ainda é a matéria-prima. Com grãos 100% arábica, a bebida tende a ter me-nos corpo e mais complexidade. Será mais doce e ácida, mas pode não ter aquele corpo denso. Depois de aberto, não tire o café da embalagem. Os in-vólucros são desenvolvidos para man-ter a qualidade do produto. Conser-ve o pó longe da luz e calor e tente usá-lo o mais rapidamente possível.O café ruim virou póA história de todo café bom ser expor-tado e fi carmos com o ruim “é uma pá-gina virada”, diz Nathan Herszkowicz, da Abic. Em 2014, o Brasil consumiu 20 milhões de sacas do grão. Dessas, 18 milhões serviram de matéria-prima para cafés tradicionais e superiores e 2 milhões para cafés gourmets. Da pro-dução, 60% ainda é exportada, mas, nos últimos anos, bons grãos também fi caram por aqui. “Existe uma busca por diferentes tipos de qualidade de café. É

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O melhor café de sua vida difi cilmente estará em uma gôndola das grandes redes de varejo, mas a bebida de combate, aquela coada com pressa e com notas de sonolência pela manhã, já é melhor do que era – embora possa ainda melhorar.

um mercado pequeno, mas promissor”, avalia João Michaliszyn, da Melitta. Maior produtor mundial de café de qua-lidade, é no Brasil que todas as grandes empresas do mercado mundial compram a maior parte da sua matéria-prima. A oferta das gôndolas melhorou não só em número de rótulos, mas na qualidade dos produtos. Ainda que pa-reça o lobo cuidando dos cordeiros, a indústria realiza testes regulares para a avaliação do que produz e, desde 2004, a Abic acompanha a qualidade das marcas disponíveis no Programa de Qualidade do Café, que além de estabelecer as categorias tradicional, superior e gourmet, monitora os pro-dutos dos afi liados com testes regula-res em laboratórios de prova. Se não atenderem aos critérios da Abic, os ca-fés não recebem o selo de qualidade. Plantio e colheita também melho-raram. Boas práticas deixaram de ser exclusividade de pequenos produtores forjados com instruções dos baristas. Em busca de preços mais altos e de negociações fora da bolsa de va-lores, produtores se esforçam para não estragar aquilo que o cafezal

levou meses para produzir. O refl e-xo disso está na infi nidade de con-cursos de qualidade Brasil afora. Os louros da melhora também são crédito dos consumidores. “Há um fato que vale destacar sobre a mudança do consumo dos brasileiros. Antes, as licitações para compra de cafés, prin-cipalmente as públicas, eram focadas somente no menor preço de um pro-duto criticável. Hoje, muitas deter-minam a nota mínima (do produto)”, diz Herszkowicz. A Cidade Adminis-trativa de Minas exige nota mínima de 7,3 da Abic para comprar o café para a sede do governo do Estado. Grãos especiais puxaram a qua-lidade dos produtos intermediários vendidos em supermercado. Ain-

da que sua próxima xícara não seja de um microlote torrado grão a grão por um barista, a xícara do dia a dia está mais diversa do que já foi.O bem coado1. Respeite a proporção de pó para o vo-lume de água indicado nas embalagens2. Evite a água direto da tor-neira. Se possível, use mine-ral, mas a fi ltrada vem a calhar3. Com o café no coador, dê ba-tidinhas no suporte para acomo-dar o pó de maneira mais uniforme4. Derrame só um pouquinho de água para molhar o pó até que algumas go-tas comecem a cair. Espere estancar5. Despeje o restante da água conti-nuamente em movimentos circula-res e espere a extração se completar

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