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EDIÇÃO ESPECIAL Revista de informação ANO X — Nº 81 OMNI EDITORA www.revistafale.com.br A M É R I C A A ECONOMIA NA LATINA CENÁRIOS 2011 9 7715199 530950 ISSN 1519-9533 OMNI EDITORA > R$ 12,00 0081

Revista Fale! 81

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Revista Mensal de Informação

Text of Revista Fale! 81

  • E D I O E S P E C I A LRevista de informaoANO X N 81OMNI EDITORAwww.revistafale.com.br

    AM RICAA

    ECONOMIA NA

    LATINA

    CENRIOS 2011

    97715199

    530950

    ISSN 1519-9533 OMNI EDITORA >

    R$ 12,00

    0081

  • OS 30 CEARENSES MAIS INFLUENTESP R M I O L U B B A D 2 0 1 1

    OS 30 CEARENSES MAIS INFLUENTESP R M I O L U B B A D 2 0 1 1

  • OS 30 CEARENSES MAIS INFLUENTESP R M I O L U B B A D 2 0 1 1

    1. ObjetivosPremiar anualmente 30 Cearenses utilizando o critrio de influncia. No famoso Dicionrio Aurlio o adjetivo influente definido como quem influi ou exerce influncia. Trata-se de um fato ou ao que afeta pessoas, coisas ou o curso de um evento, especialmente quando funciona sem qualquer esforo aparente direto. Influncia tambm se traduz no poder de influenciar ou afetar, sustentado no prestgio, riqueza, habilidade ou posio. Em qualquer situao, traduz reconheci mento e credibilidade.

    2. CategoriasSo cinco categorias: 1. Politicos 2. Empresrios&Empreendedores 3. Artistas&Intelectuais 4. Profissionais Liberais 5. Esportes.

    Voc pode indicar um nome pela internet. s entrar no site da revista Fale!.

    Para indicar um nome para a lista dos

    30 Cearenses Mais Influentes,

    entre no site www.revistafale.com.br

  • R E V I S T A D E I N F O R M A O

    EDITOR&PUBLISHER LUS-SRGIO SANTOS

    EDITOR SENIOR ISABELA MARTIN

    EDITOR ASSOCIADO Lus Carlos Martins DIRETOR DE ARTE Jon Romano REDAO Yohanna Pinheiro, Agncia Estado, Reuters COLABORADORES Fernando Maia, Juliana Alves Dias, Roberto Martins Rodrigues e Roberto

    Costa ARTE Jon Romano, LSS JR

    JURDICO Mauro Sales BRASLIA (61) 8188.8873SO PAULO (11) 6497.0424

    IMAGEM Agncia Brasil, AE, Reuters REDAO E PUBLICIDADE Omni Editora Associados Ltda. Rua Joaquim S, 746 n Fones: (85) 3247.6101 n CEP 60.130-050, Aldeota, Fortaleza, Cear n e-mail: [email protected]

    com.br n home-page: www.revistafale.com.br Fale! publicada pela Omni Editora Associados Ltda. Preo da assinatura anual no Brasil (12 edies): R$ 86,00 ou o preo com desconto anunciado em promoo.

    Exemplar em venda avulsa: R$ 9,00, exceto em promoo com preo menor. Nmeros anteriores podem ser solicitados pelo correio ou fax. Reprintes podem ser adquiridos pelo telefone (85) 3247.6101. Os artigos

    assinados no refletem necessariamente o pensamento da revista. Fale! no se responsabiliza pela devoluo de matrias editoriais no solicitadas. Sugestes e comentrios sobre o contedo editorial de

    Fale! podem ser feitos por fax, telefone ou e-mail. Cartas e mensagens devem trazer o nome e endereo do autor. Fale! marca registrada da Omni Editora Associados Ltda. Fale! marca registrada no Instituto

    Nacional de Propriedade Industrial. Copyright 2011 Omni Editora Associados Ltda. Todos os direitos reservados. IMPRESSO Celigrfica n Impresso no Brasil/Printed in Brazil. Fale! is published monthly

    by Omni Editora Associados Ltda. A yearly subscription abroad costs US$ 99,00. To subscribe call (55+85) 3247.6101 or by e-mail: [email protected]

    A Omni Editora no autoriza ningum a falar em seu nome para angariar convites, presentes, emprstimos, permutas, benefcios de qualquer ordem. Qualquer relao comercial s ter validade sob

    contrato formal com a Omni atravs de sua diretoria.

    TIRAGEM DESTA EDIO: 10.400 EXEMPLARES

    DIRETOR EDITOR LUS-SRGIO SANTOS

    ISSN 1519-9533

    4 | Fale! | FEVEREIRO DE 2011 www.revistafale.com.br

  • Essa a mais profunda transformao no cenrio da tecnologia de informao nos ltimos 10 anos.

    JEAN-PHILIPPE COURTOIS, presidente internacional da Microsoft, a maior empresa de software do mundo sobre a Computao em nuvem, a prtica de utilizar a internet para transferir o processamento e a armazenagem de informao dos computadores de mesa para centrais de dados remotas

    ArenaPolticaTalkingHeadsOnlinePeriscpio

    O CRESCIMENTO DA AMRICA LATINAA Amrica Latina crescer 4,7% em 2011 e encara riscos de superaquecimento, segundo o FMI. Um conjunto de novas projees que elevam quatro dcimos em 2011 e um dcimo em 2012 em comparao aos nmeros anunciados em janeiro, se devem maior confiana na solidez da recuperao global e na melhora das perspectivas dos preos das matrias-primas.

    S E E S

    20Geopoltica Em que medidas as consequncias da grave crise econmica internacional se refletem na diplomacia, ainda mais aps o vazamento de documentos dos EUA pelo site Wikileaks

    16IndstriaO Pas no est em processo de desindustrializao? Essa pergunta assusta o setor produtivo principalmente devido a valorizao do real frente ao dlar americano. Mas indicadores apontam para outro caminho, a despeito de uma infra-estrutura que opera no seu limite

    CAPA: JON ROMANO

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    12 Amrica Latina As economias latino-americanas e caribenhas, que crescero 4,7% em 2011 e 4,2% em 2012, devero gerenciar os fortes ventos originados pela alta dos preos das matrias-primas e pela entrada de capitais, alerta o Fundo Monetrio Internacional FMI

    MUNDO

    ||PausePOLTICA

    08 Talking Heads10 Online

    34 Cronologia

    FEVEREIRO DE 2011 | Fale! | 5www.revistafale.com.br

  • Navegue no site da revista Fale! e acesse reportagens, entrevistas, vdeos, blogs, edies anteriores e suas verses digitais. Todo o contedo livre e na ntegra

    Alm de se informar, que tal ouvir uma boa msica? A Fale! FM oferece msicas dos anos 1980 ao jazz, incluindo clssicos e novidades do cenrio musical. O internauta pode conferir a programao em www.revistafale.com.br/falefm

    EDIO ESPECIAL

    O Twitter invade FortalezaO Twitter, com suas mensagens de 140 caracteres,

    est revolucionando a Internet e se tornando uma das redes sociais mais influentes no Brasil. A

    revista Fale! foi ao Marina Park Hotel conferir a terceira edio do TweetFor, o maior evento de mdias sociais do

    Brasil. O encontro reuniu mais de 600 tuiteiros da cidade que, em meio a muita feijoada e shows musicais, festejaram

    e fortaleceram os laos virtuais criados no miniblog. A edio especial est disponvel no site www.revistafale.com.br

    FALE! FM

    O melhor dos anos 1980 e do jazz

    Est acontecendo no site da revista Fale! a votao para a edio de 2011 do prmio Os 30 Cearenses Mais Influentes Prmio Lubbad 2011. Sero premiados os 30 nomes que mais influenciaram, de forma direta ou indireta, a sociedade cearense. So cinco categorias de escolha: Polticos, Empresrios&Empreendedores, Artistas&Intelectuais, Profissionais Liberais e Esportes. A lista dos nomes ser escolhida atravs de indicao aberta que pode ser feita pelo endereo www.revistafale.com.br/30mais2011.html

    INFLUENTES

    Site recebe indicaes para a lista de 2011

    Evangelista Torquato um dos maiores especialistas brasileiros na tcnica da fertilizao in vitro e hoje comea a trabalhar com clulas-tronco como ferramenta para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Ele critica a ausncia de uma poltica pblica que d acesso popular a este incrvel avano da medicina

    ENTREVISTA

    Evangelista Torquato.A vida em suas mos

    OS 30 CEARENSES MAIS INFLUENTESP R M I O L U B B A D 2 0 1 1

    revistafale.com.br||P

    ause

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  • TalkingHeads

    PROTESTO NO EGITO

    Erhal! MILHARES DE EGPCIOS, de diferentes grupos tnicos e religiosos, reunidos na praa Tahrir, no centro do Cairo, para pedir a sada do presidente Hosni Mubarak, que controla o pas h 30 anos. Erhal! significa Saia!

    Digo com toda sinceridade que, apesar das atuais circunstncias, no tinha inteno de participar das prximas eleies.

    HOSNI MUBARAK, presidente do Egito, em discurso nao, aps oito dias de intensos protestos anti-governamentais

    Mubarak um homem sbio e uma importante referncia.

    SILVIO BERLUSCONI, primeiro-ministro italiano, sobre Mubarak. O ministro disse ainda que espera que o Egito possa ter uma transio para um sistema mais democrtico sem uma ruptura com o presidente Mubarak, que no Ocidente, principalmente nos EUA, considerado o mais sbio dos homens e uma importante referncia

    Em um primeiro momento, achei que seramos fuzilados porque nos colocaram de fente para um paredo, mas, graas a Deus, isso no aconteceu.

    CORBAN COSTA, reprter da Rdio Nacional, enviado ao Egito. O jornalista foi detido, vendado e teve passaporte e equipamento apreendidos pela polcia egpcia

    Nunca fui presidente do Senado seno por convocao. Nunca por vontade prpria.

    JOS SARNEY, presidente do Senado, dizendo que a deciso de tentar a reeleio no veio dele, mas do partido. Para ele, um sacrifcio que fez pelo PMDB.

    Ns, revolucionrios cubanos, cometemos erros

    e continuamos cometendo, mas jamais cometeremos o erro de ser traidores.FIDEL CASTRO, admitindo que a revoluo cubana cometeu erros, mas nunca traio

    Se voc ver nos jornais, a maioria dos buracos nas ruas da Cagece.

    LUIZIANNE LINS, prefeita de Fortaleza, iniciando a polmica sobre de quem a culpa pelos incontveis buracos nas ruas de Fortaleza

    ||Pau

    se

    8 | Fale! | FEVEREIRO DE 2011 www.revistafale.com.br

  • Se eu fosse annima, daria amassos no Central Park.NATALIE PORTMAN, atriz, em entrevista revista InStyle

    S E O

    Milhes esto em tumulto no Cairo. Diz-se que ouviram que a nova nova coleo de primavera j est disponvel.

    KENNETH COLE,estilista, pelo [email protected],em referncia ao protesto no Egito, o que provocou uma onda de indignao. Duas horas depois, o estilista apagou a mensagem e se desculpou

    Economia brasileira hoje: inflao em alta, dficit sideral do balano de pagamentos, n fiscal, carncias agudas de infraestrutura. Tudo isso foi produzido no governo Lula-Dilma e deixado para o governo Dilma. Ou no?

    JOS SERRA, ex-candidato presidncia, pelo endereo @joseserra_

    @joseserra_ deve ser por isso que a oposio ganhou a eleio.

    JOS EDUARDO DUTRA, presidente do PT, em resposta a Jos Serra, pelo endereo @zedutra13

    Vcs acreditam??? Que eu saio do Rio pra me roubarem AQUI?

    SAMARA FELIPPO, atriz, aps ser assaltada em Toronto, no Canad, pelo endereo @Samara_Felippo

    O cobertor curto. Vamos fazer a melhor escolha dentro dessa lgica. Se tiver que pegar um pouquinho o PAC, ser o mnimo possvel.

    MIRIAM BELCHIOR, ministra do Planejamento, afirmando que o contingenciamento previsto para o incio do governo Dilma pode atingir investimentos da segunda etapa do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC 2)

    No aceito qualquer tipo de compromisso (fora de Braslia) nas teras, quartas e quintas-feiras.

    CARLOS MANATO, deputado federal (PDT-ES) e nico parlamentar a ter comparecido a todas as sesses da Cmara de 2007 a 2010

    Discurso igual a vestido. No pode ser to curto que escandalize nem to longo que entristea.

    JOS ALENCAR, ex-vice-presidente da Repblica, ao receber a medalha 25 de Janeiro, no aniversrio de So Paulo

    Buscaremos com isso promover uma fiscalizao mais gil e integrada entre as mais distintas instncias de acompanhamento dessas aes, inclusive a prpria Assembleia.

    ROBERTO CLUDIO, eleito presidente da Assembleia Legislativa do Cear, durante seu pronunciamento, sobre o acompanhamento que a Assembleia far das aes para a Copa de 2014. Ele afirmou que, para isso, a Casa ir buscar um dilogo com a Cmara de Vereadores de Fortaleza, com o Governo do Estado e com a Prefeitura de Fortaleza

    para ontem que se deve fazer essa reforma. Ainda na quarta-feira a Assembleia Legislativa no

    sabia quais os deputados que estariam nessa primeira sesso ordinria. FERNANDO HUGO, deputado estadual (PSDB-CE), durante a primeira sesso ordinria da Assembleia do Cear, pedindo para a Casa debater a reforma poltica, eleitoral e partidria. O tucano apresentou requerimento pedindo a realizao do seminrio para discutir o assunto

    Foi um bom comeo de governo.

    DILMA ROUSSEFF, presidente da Repblica, sobre seu governo

    No h no mundo nada mais moderno que o sistema (eltrico) brasileiro.

    O nosso sistema funciona muito bem. Tem falhas. (...) Existem falhas em todos os

    sistemas do mundo. EDISON LOBO, ministro de Minas e Energia, sobre o apago que deixou o Nordeste

    s escuras no dia 3 de fevereiro

    ||Pause

    FEVEREIRO DE 2011 | Fale! | 9www.revistafale.com.br

  • Ipad com fita cassete q Um aplicativo que transforma o

    iPad em um aparelho de som dos anos 80 foi lanado em maro na App Store brasileira. Com uma interface retr, o Stereolizer permite ouvir mais de 10.000 rdios on-line e fazer gravaes e compilaes em fitas cassete virtuais.

    possvel gravar programas e msicas do rdio para ouvir depois, reproduzir e rebobinar as fitas, o que feito em em uma plataforma virtual. Os botes, com design antigo, so acionados ao tocar na tela, mas funcionam da mesma forma em que nos aparelhos de som antigos.

    O aplicativo tambm tem funo de karaok, mas funciona apenas no iPad 2, que possui microfone embutido. O

    aplicativo requer iOS na verso 3.2 ou mais recente.

    experincia retr se somam atividades contemporneas, como compartilhar estaes nas redes sociais como o Twitter e o Facebook.

    O programa custa US$ 1,99 (cerca de R$ 3,31) na App Store, loja virtual da Apple.

    Cloud computing. De Cloud no Rock in Rio Alexandre Marques diretor de inovao da empresa i9, que presta consultoria na rea de TI, e resolveu testar a to falada computao na nuvem. Hoje, boa parte das operaes e dos dados da companhia j migraram para o ambiente.

    um processo de conquista, conhecimento e informao que est atingindo cada vez mais as pequenas e mdias empresas, afirma Marques. Na transio da empresa foi usada a chamada a Cloud Compartilhada Hbrida, que gerou uma economia de cerca de 40% e, na prtica, permite que

    os servidores do escritrio do Alexandre se conectem ao data center da empresa prestadora de servios, como se fosse uma extenso. Assim, o executivo pde transferir uma parte dos servios para a nuvem, depois outra e ir avaliando se a nova estrutura est oferecendo boa performance.

    PlayBook, o tablet da Blackerry

    A Research in Motion (RIM), fabricante dos telemveis Blackberry, apresentou o Playbook, o tablet da marca, que pretende rivalizar com o iPad, da Apple. Mas o aparelho tem sofrido algumas crticas.

    Segundo a agncia Reuters, o tablet tem sofrido vrias crticas, sobretudo devido falta de compatibilidade entre o aparelho e o sistema de e-mail do Blackberry. O servio s est disponvel para usurios do smartphone Blackberry.

    Uma vantagem o tablet tem compatibilidade com Flash, algo que o iPad no suporta.

    O aparelho usar o sistema operacional BlackBerry Tablet OS e conta com recursos de segurana e suporte corporativos j comuns aos smartphones da RIM. O tablet mede 130 x 193 x 10 mm e ter tela de 7 polegadas, duas cmeras para gravao de vdeos em HD e realizao de videoconferncia, 1 GB de memria RAM, processador dual-core de 1GHz, conectividade Wi-Fi

    Perfil corporativo no Twitter

    De acordo com o site britnico Marketing News, o Twitter est desenvolvendo um novo tipo de perfil para contas corporativas. A informao foi divulgada por fontes annimas familiares ao assunto.

    Segundo as fontes, as pginas funcionariam de forma similar ao Facebook Pages, permitindo que as marcas utilizem seu prprio espao para disponibilizar contedo e para encorajar os usurios do microblog a segui-los,

    Atualmente, alm de contas corporativas gratuitas, a rede social oferece as Promoted Accounts, que permitem que as marcas comprem um espao em listas de usurios recomendados e patrocinem hashtags para que apaream em buscas relevantes.

    O Twitter ainda no se pronunciou sobre o assunto.

    O QUE NOVO

    Onlinee Bluetooth.

    No futuro, haver opes de 3G e 4G.

    O PlayBook tem trs modelos: com 16 GB de

    armazenamento a 499 dlares; 32GB a 599 dlares (cerca de R$ 995); e 64GB a 699 dlares (cerca de R$ 1160). A preocupao quanto possibilidade de a demanda acelerada por tablets e celulares inteligentes como o iPad e iPhone, da Apple, deixar a Microsoft na poeira exagerada, afirmou Jean-Philippe Courtois, presidente internacional da maior empresa de software do mundo. Aparelhos vm e vo, disse Courtois durante o Frum Econmico Mundial, em Davos. Ele assegura que a Microsoft est fazendo progressos no desenvolvimento de produtos para o mercado de tablets.

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    10 | Fale! | FEVEREIRO DE 2011 www.revistafale.com.br

  • Colorgraf Anuncio Revista 205x275mm.indd 1 12/17/2008 5:17:44 PM

    ||Pause

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  • 12 | Fale! | FEVEREIRO DE 2011 www.revistafale.com.br

    Cenrios

    AS ECONOMIAS LATINO-AMERICANAS E caribenhas, que crescero 4,7% em 2011 e 4,2% em 2012, devero geren-ciar os fortes ventos originados pela alta dos preos das matrias-primas e pela entrada de capitais, alertou nesta segunda-feira o Fundo Monetrio In-

    ternacional FMI.O FMI baseia estas novas previses, que elevam quatro dcimos

    em 2011 e um dcimo em 2012 em comparao aos nmeros anun-ciados em janeiro, pela maior confiana na solidez da recuperao global e na melhora das perspectivas dos preos das matrias-pri-mas.

    No entanto, em seu relatrio sobre Perspectivas Econmicas

    Amrica Latina. Crescimento de 4,7% em 2011 As economias latino-americanas e caribenhas, que crescero 4,7% em 2011 e 4,2% em 2012, devero gerenciar os fortes ventos originados pela alta dos preos das matrias-primas e pela entrada de capitais, alerta o Fundo Monetrio Internacional FMI

    Mundiais cita significativos ris-cos de superaquecimento na re-gio, especialmente na Amrica do Sul e Amrica Central, e prev uma inflao de 7,8% e de 5,5% em 2011, respectivamente.

    Venezuela, com uma alta de preos de 29,8%; Bolvia, com 10,4%; e Argentina, 10,2%, li-deram a lista ao registrar ndices de inflao de dois dgitos.

    Em relao inflao na Argentina, o FMI aponta que a previso de 10,2 % o nmero oficial divulgado por Buenos Ai-

  • FEVEREIRO DE 2011 | Fale! | 13www.revistafale.com.br

    HEMISFRIO OCIDENTALUnited States

    BrazilMxico

    CanadaArgentinaColombia

    VenezuelaPeruChile

    EquadorRep. Dominicana

    UruguaiASIA PACIFICO

    ChinaJapoIndia

    KoreaIndonesiaAustraliaTailandia

    PhilippinesSingapura

    EUROPAZona do Euro

    AlemanhaRussia

    Reino UnidoFrana

    ItliaEspanha

    TurquiaSuciaGrcia

    PortugalFRICA

    frica do SulORIENTE MDIO E ASIA CENTRAL

    Arabia sAUDITAKazakisto

    Fev. 2008 Jul 2008 Jan. 2009 Jul. 2009 Jan. 2010 Jul.2010 Jan.2011

    Acima do potencial e moderando Acima do potencial e crescenteAbaixo do potencial e crescente

    Abaixo do potencial e moderandoContratante a uma taxa moderadaContratante a uma taxa crescente

    ECONOMIA GLOBAL

    Tendncias de crescimentoProjees da Haver Analytics e estimativas do Fundo Monterrio Internacional

    res, mas que analistas privados consideram que a taxa real ser consideravelmente superior.

    O captulo dedicado zona, intitulado Amrica Latina enca-ra condies externas de alta, destaca a importncia sistmi-

    ca do Brasil para a regio, e assinala que muitos pases vi-zinhos esto se beneficiando de seu forte crescimento, que situa em 4,5% para 2011 e 4,1% em 2012.

    A dependncia do processo

    da economia chinesa tambm um fator destacado no compor-tamento da Amrica Latina e o Caribe.

    O FMI adverte o risco rela-cionado ao potencial desaque-cimento da economia asitica,

  • 14 | Fale! | FEVEREIRO DE 2011 www.revistafale.com.br

    que afetaria o preo das expor-taes latino-americanas e redu-ziria suas perspectivas de cresci-mento.

    Por sua parte, Mxico, a ou-tra grande economia da regio, continua estreitamente ligado aos Estados Unidos, e o FMI eleva suas ltimas projees de crescimento quatro dcimos, at 4,6% para 2011, devido me-lhora da situao americana.

    Mxico nesta ocasio no est enfrentando presses infla-cionrias, indica o Fundo que, no entanto, rebaixou seu cres-cimento previsto para 2012 em 0,8 pontos at 4%.

    Para os pases denominados Exportadores financeiramente integrados de matrias-primas (FICE), grupo no qual o FMI inclui o Brasil, Chile, Colmbia, Peru e Uruguai, existem sinais de potencial superaquecimento e os fluxos de capital j causa-ram tenses.

    Por isso, ressalta os riscos produzidos por um boom de demanda e crdito que possam desembocar em exploses fi-nais.

    O FMI recomenda aos Go-vernos da regio concentrar-se nas polticas fiscais, dada tendncia histrica a adotar po-

    lticas procclicas e, indica que deveriam permitir que as taxas de cmbio sigam atuando como amortecedores do choque de-vido s melhores perspectivas econmicas na Amrica Latina que nas economias avanadas.

    As polticas macroeconmi-cas precisam ser implementadas a mdio prazo para controlar potenciais excessos de aumen-to do crdito e sustentar os flu-xos de capital, acrescenta o FMI.

    Na Amrica Central a situa-o econmica tambm posi-tiva, especialmente no Panam, graas demanda externa e a

  • FEVEREIRO DE 2011 | Fale! | 15www.revistafale.com.br

    recuperao dos fluxos de re-messas de seus emigrantes, e aponta um crescimento para a regio de 4% para 2011 e de 4,3% para 2012.

    Para o Caribe, o FMI pre-v um crescimento de 4,2% em 2011 e de 4,5% em 2012, impulsionado, sobretudo pelo bom funcionamento da Rep-blica Dominicana e a reconstru-o do Haiti aps o terremoto de 2010.

    Mas adverte quanto ten-ses derivadas dos altos nveis de dvida pblica nas econo-mias caribenhas, por isso que suas perspectivas econmicas

    dependem em grande medida do exterior.

    Zona do Euro. O Fundo Monetrio Internacional tam-bm faz previses para Zona do Euro. Ali o crescimento ser de 1,6% em 2011 e 1,8% em 2012, um dcimo a mais comparado com a previso que o prprio organismo tinha anunciado em janeiro.

    O FMI assinala em seu re-latrio semestral Perspectivas Econmicas Mundiais que se trata de uma recuperao mo-desta e desigual, na qual a atividade econmica real cresce abaixo do potencial e o desem-prego ainda elevado.

    O estudo identifica diferenas substanciais entre as diferen-tes economias e menciona, nesse sentido, que o nvel de capacida-de ociosa superior nos pases da periferia da zona do euro em comparao com as das maio-res economias emergentes dessa mesma rea que j operam a ple-na capacidade ou acima dela.

    O organismo destaca que a crise de dvida que afetou pases perifricos como a Irlanda, Gr-cia e agora Portugal, foi limitada aos pases afetados e no conta-giou o resto da Europa.

    Mesmo assim, o relatrio in-siste nas divergentes perspecti-vas de crescimento nos pases da regio, que refletem, sobretudo, diferenas nos balanos do setor pblico e privado e as distintas polticas macroeconmicas em andamento.

    Na Alemanha, por exemplo, se prev que o crescimento se modere desde 3,5% de 2010 a 2,5% neste ano. Apesar da con-trao, o pas avanar acima das outras grandes economias da zona do euro como a Frana, que se espera um crescimento de 1,6%.

    A previso aponta que o cres-cimento ser muito inferior nos pases perifricos da zona do

    euro (Irlanda, Espanha, Portugal e Grcia), que sofrem uma forte e prolongada contrao de suas fi-nanas pblicas e privadas neces-sria para resolver seus proble-mas fiscais e de competitividade.

    Os pases perifricos sofrem tambm problemas estruturais mais graves no desemprego.

    O Fundo alerta que persistem os riscos na zona do euro e, a curto prazo, as tenses relacio-nadas com a dvida soberana e o setor bancrio nos pases mais vulnerveis da zona do euro co-locam uma ameaa significati-va estabilidade financeira e o crescimento, segundo o FMI.

    O Fundo destaca que a situa-o obedece contnua fraque-za entre as instituies finan-ceiras de muitas das economias avanadas da regio, assim como falta de transparncia sobre sua exposio.

    O organismo indica que a possibilidade dos preos das ma-trias-primas subirem acima das expectativas outro risco para o crescimento.

    O Fundo considera que o principal risco a mdio prazo o desequilbrio fiscal e de competi-tividade nos pases perifricos e a falta de uma ao decidida para abordar as debilidades nos seto-res bancrios de muitos pases da regio conduzam a um perodo prolongado de lento crescimento.

    O relatrio qualifica de cr-tica a necessidade de reduzir a incerteza sobre a qualidade dos ativos bancrios, aumentar o ca-pital das entidades viveis e iden-tificar e solucionar os problemas nos bancos.

    O FMI considera que pases como a Espanha fizeram mais avanos nessa frente que outros e adverte que sem as reformas ne-cessrias, os sistemas financeiros na Europa seguiro sendo vulne-rveis, o crdito poderia voltar a sofrer presses e a recuperao econmica ressentir-se. n

    Em alguns casos, talvez haja um retorno aos controles de capitais, mas estes no podem se transformar em um substituto das polticas macroeconmicas e preventivas.

    DOMINIQUE STRAUSS-KAHN, diretor-gerente do Fundo Monetrio Internacional

  • 16 | Fale! | FEVEREIRO DE 2011 www.revistafale.com.br

    Risco de uma indstria sem competitividadeO Pas no est em processo de desindustrializao? Essa pergunta tem assuatdo o setor produtivo principalmente devido a valorizao do real frente ao dlar americano. Mas indicadores apontam para outro caminho, a despeito da ameaa potencial de uma infra-estrutura que opera no seu limite ameaamndo, assim, qualquer potencial de crescimento Por Ricardo Leopoldo

    CIDADESUm soldado do partidoUm breve histrico das cris

    CIDADESUm soldado do partidoUm breve histrico das cris

    Cenrios

  • FEVEREIRO DE 2011 | Fale! | 17www.revistafale.com.br

    AS FREQUENTES QUEDAS DE ENERGIAS varreram quase todo o territrio bra-sileiro. Em mais da metade dos esta-dos foi registrado queda de energia. A Agncia Nacional de Energia Eltri-ca ANEEL teve que se explicar diversas vezes aos consumiO Brasil

    no est em processo de desindustrializao. Esta uma avaliao comum entre autoridades do governo, como o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, acadmicos, como os profes-sores Fernando Sarti, da Unicamp, e Antnio Correa de Lacerda, da PUC-SP, e analistas, entre eles o economista--chefe da MB Associados, Srgio Vale. A indstria criou, pelo menos, quatro milhes de empregos entre 2003 e 2010, comentou Sarti.

    que d uma dimenso de quanto as indstrias passaram a ser mais relevantes no desenvolvimento do nvel de atividade interno, ressaltou.

    Para o ministro do Desenvol-vimento, Indstria e Comrcio, Miguel Jorge, a Fiesp est erra-da ao dizer que h desindustria-lizao no Brasil. Um Pas que importa US$ 125 bilhes em m-quinas e equipamentos, em que o desemprego chega a 6,1% e a indstria produz a pleno vapor, com resultados trimestrais apon-tando que nunca tiveram tanta rentabilidade, falar em desin-dustrializao um paradoxo, afirmou.

    Mesmo com a entrada de mquinas no Pas em maior vo-lume, o setor que engloba fabri-cantes destes equipamentos um dos que est mais crescendo no Brasil, disse o professor Fer-nando Sarti Ele destacou que tal expanso das indstrias de m-quinas e equipamentos nacionais reflete que companhias de todos os setores, como os produtores de alimentos, roupas, eletrodo-

    msticos e carros, esto produ-zindo bem mais para atender o incremento do consumo da po-pulao nacional nos ltimos seis anos.

    Luciano Coutinho no acre-dita que as indstrias esto per-dendo participao relativa na formao do PIB. Contudo, ele aponta que os setores manufa-tureiros compem um complexo fabril grande, diversificada e que precisa ser fortalecido. Ns no podemos ter uma estrutura pro-dutiva s calcada nas commodi-ties, comentou. No podemos esquecer a indstria manufatu-reira e os servios sofisticados, afirmou.

    Importados. Mas o forte in-gresso de importados, que para essas autoridades e analistas ainda no trouxe a desindus-trializao para o Pas, no pode persistir no longo prazo. Se isso ocorrer, poder sim haver impac-tos sobre as fbricas nacionais e sobre os milhares de empregos. O mesmo argumento refora-do por entidades empresariais do setor, como Fiesp e CNI, que, ao contrrio das avaliaes feitas, enfatizam com vigor que a desin-dustrializao no Pas j avana rpido.

    Na avaliao dos especialis-tas, a indstria nacional enfren-ta um assdio preocupante de concorrentes internacionais por causa de dois fatores. Um deles o cmbio valorizado. De acor-do com a srie temporal do BC 11.753, a cotao efetiva do real ante o dlar em outubro de 2010 apresentava uma apreciao de 32,29% ante junho de 1994. O cmbio um problema muito srio que prejudica a capacidade de competio muito difcil das

    Com base em dados do IBGE dessazonalizados, Sarti apontou que a produo do setor ma-nufatureiro de transformao avanou 30,16% em termos re-ais entre janeiro e maro de 2003 e o terceiro trimestre deste ano. Estes dados indicam que no h um movimento clssico de desin-dustrializao, que se caracteriza pelo esvaziamento da atividade e gerao de postos de trabalho pelas empresas do setor, co-mentou.

    Sarti destacou que simplis-ta a avaliao segundo a qual o incremento dos importados no Brasil neste ano necessariamente significa uma onda de desindus-trializao no Pas, como afir-ma a Fiesp e a CNI. preciso avaliar que a partir de 2004, a economia nacional comea a crescer com o grande reforo do mercado domstico, que passou a elevar de forma expressiva a demanda agregada, comentou.

    Desde 2006, os investimen-tos em toda a economia cresce-ram em maior velocidade que o PIB por 19 trimestres seguidos, o

  • 18 | Fale! | FEVEREIRO DE 2011 www.revistafale.com.br

    empresas nacionais do setor com suas concorrentes internacio-nais, comentou Srgio Vale.

    Um outro elemento impor-tante a fraca recuperao da economia mundial, que leva mui-tos pases desenvolvidos a expor-tarem com avidez para manter os empregos de fbricas que no conseguem vender produtos nos

    seus mercados domsticos. De acordo com o IBGE, os impor-tados apresentaram uma alta de 7,4% no terceiro trimestre ante abril e junho deste ano, enquanto subiram 40,9% em relao aos mesmos trs meses de 2009. Tal velocidade foi bem superior re-gistrada pelas exportaes, pois de julho a setembro de 2010 su-

    biram 2,4% na margem e aumen-taram 11,3% em comparao ao mesmo perodo do ano passado.

    O professor Ricardo Carnei-ro salienta que embora boa par-te das mercadorias importadas seja de mquinas e equipamentos que ajudam a expandir a produ-o nacional, algumas indstrias esto perdendo a capacidade de

    Guido Mantega um soldado do PT. Se a presidente eleita Dilma Rousseff pedir para ele viabilizar um supervit primrio de mais de 3,1% do PIB em 2011, ele certamente vai cumprir essa misso. O comentrio do cientista poltico Carlos Melo, pro-fessor do Insper, sintetiza a avaliao dos especialis-tas ouvidos pela Agncia Estado sobre a mudana de discurso para um vis mais fiscalista que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, passou a adotar assim que foi convidado por Dilma para permanecer no comando dessa pasta.

    Segundo o diretor do Eurasia Group para a Am-rica Latina em Nova York, Christopher Garman, o mi-nistro da Fazenda prag-mtico e dever assumir, no novo governo, o papel de gestor austero das con-tas pblicas. Isso porque, continua Garman, esta a orientao da presiden-te eleita Dilma Rousseff: Mantega tem um perfil de executor de medidas, no

    um formulador.Na avaliao dos agen-

    tes econmicos, Mantega se tornou nos ltimos dois anos numa autoridade pblica menos preocupada com o equilbrio das contas federais e mais empenhada em levar o Pas a um cresci-mento muito forte, sobretu-do num ano eleitoral e sob o comando do popularssi-mo presidente Luiz Incio Lula da Silva. De acordo com o prprio ministro, o crescimento deve chegar perto de 8%, para fechar

    2010 com chave de ouro.Na entrevista coletiva

    realizada recentemente em Braslia, na qual foi feito um balano dos quatro anos do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC), Mantega disse que o governo vai dimi-nuir as despesas de custeio da mquina administrativa. Segundo ele, tal postura ser necessria para que o Banco Central possa reduzir os juros e ampliar os investimentos no Pas. O ministro ressaltou que a meta do supervit pri-mrio para 2011 de 3,1% do Produto interno bruto e ser cumprida risca.

    Para o economista Fe-lipe Salto, da Tendncias, o ministro Guido Mantega merece o benefcio da dvida quanto elevao do supervit primrio em 2011. preciso, contudo, que o governo apresente uma proposta formal sociedade sobre como vai conter os gastos, disse. De acordo com um diretor de um grande banco inter-nacional que atua em Nova York h sinais fortes de que o novo governo deve

    GUIDO MANTEGA

    Um soldado do partidoEle pragmtico e dever assumir, no novo governo, o papel de gestor austero das contas pblicas, segundo opinio do mercado

    Cenrios

  • FEVEREIRO DE 2011 | Fale! | 19www.revistafale.com.br

    anunciar no comeo de janeiro, logo aps a posse, um programa fiscal bem rgido com o objetivo de conquistar a confiana dos agentes econmicos em relao ao compromis-so de Dilma Rousseff de administrar bem o caixa federal at 2014.

    Para o economista da Tendncias, o supervit das receitas sobre as despesas deve avanar em 2011, mas no deve atingir o objetivo de 3,1% do produto interno bruto, pois deve chegar a 2,6% do PIB. Se a meta de 3,1% do PIB de supervit for atingida no ano que vem ser um bom sinal de que o governo estar engajado para melhorar a eficincia das contas pblicas, o que fundamental para permitir que o BC corte os juros no mdio prazo, disse. O man-dato de um ministro est atrelado a resultados, inclusi-ve na rea fiscal. Se Mantega no cumpri-los, sua perma-nncia no novo governo ser curta, avalia o professor Carlos Melo.

    Desconfiana. Apesar da mudana do discurso do ministro Mantega sinali-zar o compromisso com a austeridade fiscal, alguns analistas econmicos veem essa repaginao com certa

    desconfiana. O ex-ministro da Fazenda e scio da Ten-dncia Consultoria Integrada, Mailson da Nbrega, prefere dar um crdito de confiana Dilma e a Mantega no que-sito poltica fiscal: Prefiro dar a eles um crdito de con-fiana. Pelo menos o benef-cio da dvida. No entanto, avalia que as dvidas ainda so muitas porque conti-nua na Fazenda o ministro responsvel por uma grande deteriorao da poltica fis-cal nos ltimos oito anos.

    O que tem deixado os analistas um tanto cticos com a mudana de discurso de Mantega o fato de que o prprio ministro e a presi-dente eleita (que comandou a Casa Civil do governo Lula) - que agora fazem um dis-curso com vis austero - so os mesmos que afianaram a poltica expansionista do governo do presidente Lula.

    Na avaliao do professor da PUC-SP, Antnio Corra de Lacerda, do ponto de vis-ta poltico normal que um governo em final de manda-to no queira tomar medi-das impopulares e mais aceitvel que um governo em incio de mandato tome medidas amargas. Ento vejo este discurso como uma diretriz, certamente dada pela prpria Dilma, que no quer correr o risco, principal-

    mente na rea fiscal, o que implicaria em alguma forma de ajuste, diz.

    Alm disso, continua La-cerda, as decises na rea econmica tm de serem olhadas muito em funo do contexto. Lula, de acor-do com ele, teve como um dos seus principais desa-fios vencer a crise. Mas Dilma vive outro momento. Ns estamos vivendo uma guerra cambial, interna-cional, o Brasil ter um crescimento razovel neste ano, mas cujo desafio garantir uma sustentabi-lidade. Ento, ela precisa de mais realismo. Tem que pensar mais com a cabea de economista, com mais racionalidade, defende.

    O economista-chefe da Prosper Corretora, Edu-ardo Velho, acredita que pelo menos boa inteno a equipe econmica de Dilma tem. Me parece que esto debruados sobre as planilhas procurando uma forma de reduzir as despe-sas desde que foi formada a equipe de transio do governo Dilma, diz ele. A questo, de acordo com Mailson da Nbrega, sa-ber se o que a presidente eleita tem defendido vem mesmo do corao ou apenas a repetio do que escreveram para ela. n

    operar em razo da disputa cam-bial bastante desigual. Se o yuan apresenta perto de 30% de depre-ciao ante o dlar e o real est sobrevalorizado em quase 30% em relao moeda norte-ame-ricana, isso gera uma diferena de 60% a favor da mercadoria chinesa que ingressa no Brasil ou compete com o produto nacional

    no exterior, ressaltou o profes-sor Antnio Correa de Lacerda.

    Carneiro, Lacerda e outros economistas destacam que, no curto prazo, a soluo para este problema deve comear pela re-duo da fora do real ante o dlar. E tal mudana no cmbio, segundo eles, requer reduo gra-dual e continua dos juros reais,

    que esto hoje ao redor de 6%. A presidente eleita Dilma Rousseff (PT) quer reduzir tais taxas para 2% em 2014. De acordo com o novo governo, um ajuste fiscal pouco superior a 3% do PIB, a comear em 2011, necessrio para que nos prximos quatro anos tal reduo dos juros se tor-ne um fato. n

  • 20 | Fale! | FEVEREIRO DE 2011 www.revistafale.com.br

    Roberto Abdenur Eu acho que o diplomata, ao debruar-se sobre um tema muito atu-al e que vai ter im-plicaes no futuro, que voc tenta, di-gamos, prever tan-to quanto possvel, voc precisa olhar um pouco pra trs e contextualizar os acontecimentos. Ns estamos viven-do, neste momento em que falamos, os ltimos dias, os ltimos momentos da primeira dcada do novo sculo e do novo milnio.

    Eu realmente estou realmente curioso para saber o que vai acontecer nos prximos 90 anos.

    Eu queria lembrar o seguinte: esse sculo comeou com alguns aconte-cimentos de extra-ordinrio impacto, alguns terrivelmen-te visveis, como o 11 de setembro. Seguiu-se isto, trs meses depois, um acontecimento totalmente desper-cebido na opinio pblica, mas com imenso impacto na ordem internacio-nal: a entrada da

    China na Organi-zao Mundial do Comrcio, o que viabilizou o acesso garantido da China a mercados estran-geiros, um imenso fluxo de investi-mentos diretos pra China e a exploso do crescimento chi-ns, que hoje virou um ator central nas relaes internacio-nais. Os anos 1990 tinham sido j um perodo de grande avano para a glo-balizao, mas ns entramos, no sculo 21, com esses dois acontecimentos im-portantes. E depois

    tivemos aconteci-mentos lament-veis.

    Tocou-me ser embaixador do Brasil nos EUA na era Bush, ver a prevalncia do pensamento ne-oconservador agressivo, com a barbaridade da invaso ao Iraque. O governo Bush, de certo modo, plan-tou as sementes, que ns podemos, de maneira gros-seira e simplificada, dizer que geraram a decadncia relativa dos EUA hoje no plano da poltica

    CONJUNTURA INTERNACIONAL

    Uma geopoltica em movimentoEm dezembrode 1010 o peograma GloboNews Painel promoevu um debate com Roberto Abdenur Embaixador com passagem pela China, Alemanha e pelos EUA e tambm secretrio-geral do Itamaraty. membro do CBRI (Centro Brasileiro de Relaes Internacionais), com sede no Rio de Janeiro. Ricardo Sennes. Cientista poltico, coordenador do Gacint da USP (Grupo de Anlise e Conjuntura Internacional), alm de ser scio-diretor da Prospectiva Consultoria e Eduardo Giannetti. Economista e socilogo, professor do Insper de So Paulo. O objetivo central, com com mediaode William Waack, foi ver em que medidas as consequncias da grave crise econmica internacional se refletem na diplomacia, levando em considerao o desnudamento da diplomacia norte-americana atravs do vazamento de documentos pelo site Wikileaks.

    Cenrios

  • FEVEREIRO DE 2011 | Fale! | 21www.revistafale.com.br

    externa e no plano econmico.

    Ricardo Sennes Em 2011, ns vamos conti-nuar esse perodo de transio. Mais do que reposicio-namento clssico e consolidado, ns vamos continuar, em um bom pero-do, o deslocamento rpido da posio relativa dos pases, sem uma consolida-o muito eviden-te, ou seja, difcil imaginar que, a par-tir de 2010, tenha surgido um novo formato na poltica internacional.

    Voc tem um perodo da histria onde os movimen-tos se aceleram. Voc vem com ten-dncias lentas e, de repente, alguns me-canismos ou alguns eventos disparam isso. Ns estamos em um desses

    momentos onde a movimentao est muito rpida. Ns vemos surgir G20, que j existia, mas no tinha papel re-levante e, de repen-

    te, ganha um papel; ns vemos algumas questes na rea militar, que eram pouco relevantes e, de repente, voltam a ser fortes. Ento a projeo de 2011 ainda um ambiente com muito pouca definio. 2011 vai continuar sendo um perodo de muita movimentao, com pouca consoli-dao de posies para os prximos anos.

    Eduardo GiannettiExistem dois tipos de mo-vimentos: os mo-vimentos de longo prazo, lentos e muito profundos, e os movimentos de superfcie, aconte-cimentos que cha-mam muita ateno. Do ponto de vista da economia, aquela tese do decoupling, do descolamento, est cada vez mais sendo afirmada. Os pases desen-volvidos, ricos, vo continuar com uma economia desaque-cida, claudicante, e os pases emergen-tes, liderados pela China, pela ndia e, em menor medida, o Brasil tambm, vo continuar com uma taxa de crescimento bem superior.

    Os pases desen-volvidos vo viver, em 2011, uma situ-ao de sada dos

    fortes estmulos monetrios e fiscais que foram adotados para conter os efei-tos da crise financei-ra. O estmulo mo-netrio j deu o que tinha que dar. At do lado fiscal esto retirando agora na Europa muito agressivamente com o ajuste fiscal e tambm nos EUA, porque o Obama no tem mais flego para dar incentivo fiscal.

    A analogia que a gente pode usar, em relao aos pases desenvolvidos, mais ou menos, a de uma pessoa que estava comeando uma depresso, to-mou remdio anti-depressivos violen-tssimos e agora vai ter que sair, vai ter que fazer a reduo desse antidepressi-vo e ningum sabe muito bem como reage diante dessa nova realidade que vai se impor.

    Roberto AbdenurOs EUA se meteram em dois pantanais de poltica exterior e esto fra-cassando, sobretudo no Afeganisto e no Iraque. Eu diria que o terceiro pantanal eles terem se omiti-do, durante toda a era Bush em rela-o ao problema de Israel e da Palestina e o governo Oba-

    ma est fraquejando na tentativa de levar isso adiante.

    H situaes de mais curto prazo e eu acho que a mais dramtica a situao da crise econmica. At que ponto a reduo dos estmulos vai permi-tir, ou vai atrapalhar, a desejada recu-perao. Ns esta-mos em uma certa situao de risco, que a fragmen-tao da Europa e, eventualmente, uma perda do euro, uma perda de um aspec-to importante da integrao europia, que preocupante tambm.

    Eu estive ago-ra, depois de onze anos de ausncia, em duas viagens China, em uma delas para um seminrio poltico de certa importncia, e me impressionei muito com o vigor com que a China vem a. A sensao que pre-valece na academia chinesa de que os EUA esto hoje tentando conter a vigorosa entrada em cena da China no mundo, e essa interao China-EUA vai ser um elemento fundamental de defi-nio do futuro. No necessariamente em 2011, mas ao longo dos prximos anos.

    2011 ser um ano ainda extremamente complicado. Ainda

  • 22 | Fale! | FEVEREIRO DE 2011 www.revistafale.com.br

    h muita inseguran-a com a recupera-o da economia. Em relao aos problemas polticos, os EUA vo ter que encontrar uma sada honrosa do Afega-nisto sem, digamos, vencerem a para-da. Claramente, ns vemos agora, com mais nitidez, algo que j vinha come-ando de antes que o deslocamento no s do eixo din-mico da economia internacional para a sia, mas tambm o eixo das grandes confrontaes geo-polticas indo para a sia. Voc tem China versus EUA, que no uma con-frontao, mas uma defrontao, e voc tem outros proble-mas secundrios.

    Ricardo Sennas Essa dicotomia [o dina-mismo das econo-mias emergentes e a estagnao das grandes potncias], quando vai para o lado poltico, no se replica. Muitas vezes, ns temos a tendncia de meca-nicamente transpor esse dinamismo dos emergentes e o de-clnio das potncias desenvolvidas como se isso fosse refletir em um rearranjo poltico tambm polarizado, o que no vai acontecer. O

    interessante desse jogo vai ser como as cartas vo se emba-ralhar a partir dessa dicotomia. Esse pro-cesso, ento, no vai ser dicotmico, no vai ser mecnico. Vai ser um processo que vai bagunar as cartas e, de novo, Brasil, ndia e China vo ter que rede-senhar sua estrat-gia. E certamente a chamada aliana dos emergentes a menos provvel de ocorrer.

    Eduardo GiannettiA grande indagao hoje, tal-vez no para o pr-ximo ano, mas para a prxima dcada, se EUA e China faro um jogo coo-perativo ou um jogo de conflito. E o mais preocupante no cenrio do conflito a maneira com que a China, de forma agressiva, vem com-prando e dominan-do o fornecimento de matrias-primas, especialmente minerais, em escala planetria.

    Outro dia o Wall Street Journal publi-cou um mapa com bolas sinalizando todas as minas que a China j adquiriu no planeta: Oceania, sia, frica, Euro-pa, Amrica do Sul, Amrica Central e Amrica do Norte. um projeto em

    escala planetria de controle de forneci-mento de matrias--primas. E esse um enredo de conflito.

    A China hoje j emite mais CO2 equivalente do que os EUA, j a maior consumidora mun-dial energia prim-ria e, no entanto, o consumo per capita chins um quinto do americano. E a voracidade com que eles vo demandar energia e recursos naturais uma conta que no fecha. Eu no sei como isso vai se resolver, mas s olhar o mapa e as bolas sinalizando as compras que a Chi-na j fez no mundo d pra ficar muito preocupado.

    Roberto AbdenurBasica-mente a ascenso da China e eu testemunhei isso nos meus anos como embaixador l eu diria que positiva para o mundo, por-que mais diversifi-cao, mais disper-so do poder. Isso tudo eu ache que

    abre mais espaos para o Brasil. H uma nova confi-gurao, h uma reconfigurao da ordem internacional que nos abre bas-tante oportunida-des se ns souber-mos fazer o dever de casa interno, de resolver os nossos graves problemas e deficincias, e sou-bermos atuar com realismo no plano internacional.

    Em matria de recursos natu-rais, eu no vejo necessariamente a reproduo do conflito que houve na 2 Guerra, por exemplo, em que a Alemanha precisava do espao vital e o Japo no tinha petrleo. Hoje, voc resolve problemas de abastecimen-to competindo no mercado. Eu no creio necessaria-mente que isso seja a razo de uma confrontao estratgica. O pro-blema da defron-tao estratgica entre China e EUA est mais na ques-to da segurana,

    Cenrios

  • FEVEREIRO DE 2011 | Fale! | 23www.revistafale.com.br

    na questo China versus Taiwan, China versus Ja-po, China versus ndia. Os EUA, por exemplo, desde a 2 Guerra tem o domnio absoluto e inquestionado naval no Pacfico Ocidental. E isso agora comea a ser questionado pela China. Eu acho que prevalecer ao lon-go do tempo uma acomodao difcil, penosa, gradual, mas talvez relativa-mente segura.

    Ricardo SennasQuando essa disputa por recursos escassos, seja por mercados, seja por fontes energticas, se transforma de uma competio em um conflito? Alguns autores remetem ideia de que isso re-mete a um conflito quando esses dois plos que esto estruturando essa disputa, essa com-petio, comeam a estruturar arranjos dinmicos e dis-tintos, padres de comrcios distintos, padres de inves-timentos distintos, padres monetrios distintos. Quando essa competio se transforma em uma competio de sistema, e no ne-cessariamente em uma competio de

    pases, esse grupo de literatura indica que a a chance de desandar para um conflito militar muito maior, ou seja, talvez o elemento para seguir essa linha seja o seguinte: teria China o inte-resse de realmente montar um esquema econmico paralelo, como o que a Ale-manha montou no entreguerras.

    Eduardo GiannettiA estrat-gia chinesa clara-mente no de comprar no merca-do os recursos mi-nerais que eles vo precisar, de tomar posse comprando os ativos, as fontes de fornecimento. E isso cria uma re-serva para ele. Eles esto comprando as minas, eles esto adquirindo a pro-priedade de fontes para as prximas dcadas, de fontes que faro falta para o mundo tambm. Eles no esto indo comprar petrleo no mercado, eles esto comprando poos de petrleo, o fornecimento direto. Eles esto se tornando pro-prietrios de ativos naturais diretamen-te, no mundo. Eles esto garantindo fornecimento por dcadas. E esto vindo inclusive no

    Brasil comprar.

    Roberto AbdenurTornou-se pblico, no momen-to em que eu sa do Itamaraty, que uma das razes que levou minha sada foram declaraes que eu fiz alguns anos atrs indi-cando que a China comeava a surgir como um compe-tidor para o Brasil, no plano comercial. Isto porque na po-ca. Isto porque na poca se procurava dar a impresso de uma quase aliana entre Brasil e China, em que a China era quase que liderada pelo Brasil. E no, a China j uma grande potncia.

    Agora, uma re-flexo detida sobre isso, ao meu ver, mostra o seguinte: no h incompatibi-lidade entre com-petio de validade e parceria. Isso natural no exerccio das relaes inter-nacionais. O que importante que as duas partes possam bem administrar isso. Eu me orgulho de ter contribudo para o lanamento da parceria estra-tgica Brasil-China no final da minha gesto, em 1993. Depois, lancei uma outra com a Ale-manha, em 2002. Fui embaixador nos

    EUA e nunca pro-curei uma parceira estratgica. O que interessante o seguinte: isso triste de dizer, em 1989, a economia brasileira era maior do que a economia chinesa. Hoje, a China tem um pro-duto bruto de US$ 5 trilhes e 700 bilhes e o Brasil t com US$ 2 trilhes, o que no mal. Mas triste ver que nesses vinte anos a China cresceu mais de 10% e o Brasil a cerca de 2,5%, em mdia.

    Ento a rela-o estratgica que comeou com simetria tornou-se crescemente assi-mtrica. E o inte-ressante, na nossa relao com os EUA que, embora ela seja assimtri-ca em termos da proporo, a di-nmica da relao Brasil-EUA mudou completamente e passou a ser uma dinmica de duas mos. Ento a nossa relao hoje , de certo modo, mais equilibrada, ou menos dese-quilibrada com os EUA, e mais dese-quilibrada com a China, o que jogou sobre os nossos ombros a maior responsabilidade em bem definir os termos da interao com a China. n

  • 24 | Fale! | FEVEREIRO DE 2011 www.revistafale.com.br

    AMRICA LATINA E CARIBE

    Uma recuperao1 robustaO crescimento na Amrica Latina e no Caribe se recuperou de uma forte queda, levado por um consumo interno forte. Os nveis de produo aumentaram acentuadamente, especialmente no Brasil. A crescente recuperao tem como suporte as melhores condies financeiras. Os preos das aes reverteram as quedas e at excederam os nveis anteriores crise em algumas economias. Apesar da poltica monetria acomodativa, os bons fundamentos da economia esto ajudando a regio atrair fluxos de capital, levando valorizao da moeda, em alguns casos

    15

    10

    5

    0

    -5

    -10

    -15

    -202006 07 08 09

    Q4

    Crescimento real do produtoConsumo totalInvestimento brutoExportaes lquidas

    Amrica Latina: Contribuio para o crescimento2 (variao percentual trimestral anualizada)

    40

    20

    0

    -20

    -40

    -602007 08 09 Fev.

    10

    Produo Industrial (variao trimestral anual pela mdia mvel trimestral| %)

    Mundo

    Brasil

    Amrica Latina3

    150

    120

    90

    60

    302008 09 Abril

    10

    Preo das Aes (jan. 2008= 100)

    Peru

    BrasilChile

    Colombia Mxico

    BrasilMxicoOutros

    100

    80

    60

    40

    20

    02007 08 09:

    q4

    Obrigaes, Aes e Emprstimos4 (em bilhes de U.S. dlares)

    Cenrios

  • FEVEREIRO DE 2011 | Fale! | 25www.revistafale.com.br

    160

    140

    120

    100

    802008 09 Abril

    10

    Taxa de cmbio por dlar amerciano (Jan 2008 = 100)

    BrasilChile

    Mexico

    Peru

    Colmbia

    0

    -2

    -4

    -6

    -8Brasil Chl Col Mex Per

    Taxa5 de juros (mudana de setembro de 2008 para maro de 2010; percentual)

    2

    FONTE Bloomberg Financial Markets; Dealogic; Haver Analytics; IHS Global Insight; e IMF staff calculations.1 Amrica Latina inclui Argentina, Brasil, Chile, Colmbia, Equador, Mxico, Peru, Uruguai e Venezuela 2 Amrica Latina sem o Uruguai3 Amrica Latina sem o Equador e o Uruguai4 Emisso total5 BRA: Brasil; CHL: Chile; COL: Colmbia; MEX: Mxico; PER: Peru

    A CRISE PS EM EVIDNCIA A neces-sidade de se atribuir maior impor-tncia ao risco sistmico na anlise de polticas e de incorporar uma perspectiva de medidas macropru-denciais na formulao das polti-cas econmicas. Esta necessidade

    especialmente relevante nas condies de financiamen-to externo favorvel aos excessos financeiros e econ-micos ativos com bolhas nos preos, a exuberncia de crdito e a demanda emergente. Pases latino-ame-ricanos j tm utilizado as ferramentas da prudncia para propsitos de preveno de excessos. A despei-to da emergente conscincia de que h a necessidade de adotar uma abordagem de macroprudncias para a formulao de novas polticas, sua implementao ser um desafio.

    O atual ciclo econmico na Amrica Latina, Amrica do Sul em particular, pode constituir um desafio, dada a forte recupe-rao econmica que pode ser cada vez mais objeto de grandes fluxos de capital. Mais especificamente, os excessos podem surgir no s atravs do setor bancrio o ncleo do sistema financei-ro na regio mas tambm atravs de outros mercados em desen-volvimento (por exemplo, mercados de ttulos e derivativos) que po-dem no estar sob um controle completo. Portanto, ser importante incorporar anlise da medida do possvel risco sistmico na formu-lao de polticas para assegurar uma macroestabilidade financeira.

    As discusses internacionais ainda esto em evoluo sobre a concepo de um quadro de polticas macroprudenciais.

    Pases latino-americanos esto agora enfrentando pres-ses de fluxo de capital exter-no que podem conduzir a um excesso de crdito estimulan-do booms e bolhas de preos de ativos, ainda mais devido exuberncia do aumento da demanda interna. Tudo isso aumenta o risco sistmico.

    As economias emergentes podem ser particularmente propensas a booms de cr-dito e/ou bolhas nos preos dos ativos. Falta de flexibili-dade cambial e as restries de crdito podem fazer a procura interna particular-mente sensvel s condies financeiras externas. Polti-cas macroprudenciais, sobre-tudo quando as tradicionais polticas macroeconmicas falharem, podem adequar os excessos financeiros em seto-res especficos. n

  • 26 | Fale! | FEVEREIRO DE 2011 www.revistafale.com.br

    Mobilidade, um desafio para as grandes cidadesO boom da economia e a ascenso de grande parte da populao acelerou o inchao nas grandes cidades. 47% dos domiclios possuem automveis ou motocicletas. Em 2008 o nmero era de 45,2%, segundo estudo que prev elevao desse porcentual. Por Renan Carreira e Circe Bonatelli

    Cenrios

  • FEVEREIRO DE 2011 | Fale! | 27www.revistafale.com.br

    OS PROBLEMAS DE MOBILIDADE urba-na no Brasil se repetem h anos: ex-cesso de veculos nas ruas, transporte coletivo deficitrio e em alguns casos precrio, execuo lenta de obras de infraestrutura e falta de aes con-juntas entre municpios da mesma re-

    gio metropolitana. De uns tempos para c, no entanto, a situao est se agravando. Com o bom momento da economia brasileira e o estmulo da indstria automotiva, ficou mais fcil comprar um veculo. J chega a 47% o total de domiclios no Pas que possuem automveis ou motocicletas para atender o deslocamento dos seus mora-dores. Em 2008 o nmero era de 45,2%, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (Ipea), que prev elevao desse porcentual. Esse movimento vai na contramo do que defendem especialistas de trnsito. Se-gundo eles, se no houver investimentos volumosos no transporte coletivo, a mobilidade deve ficar cada vez mais comprometida e a cena urbana frequente ser a dos con-gestionamentos.

    habitante. Em 2010, essa satu-rao causou em mdia conges-tionamentos de 99,3 quilmetros nos horrios de pico. Os desafios da mobilidade nas grandes cida-des, no entanto, no so causados s pela multiplicao dos carros nas ruas. Em Salvador e no Rio de Janeiro, a configurao das vias espremida entre os morros e o mar, o que dificulta a fluidez do trnsito e impe solues de engenharia distintas.

    Lentido na execuo de obras de infraestrutura um

    outro entrave. So Paulo e Ci-dade do Mxico, por exemplo, comearam na mesma poca a construo do metr, no incio da dcada de 1970. Hoje, a capi-tal mexicana possui uma malha quatro vezes maior em extenso.

    Alm disso, h uma forte de-manda por transporte coletivo de qualidade, o que, na viso de es-pecialistas, significa atender itens como conforto, pontualidade, frequncia e cobertura do trajeto aliados a uma tarifa condizente. Sem essas condies, a popula-o prefere migrar para o trans-porte individual.

    A implantao do BRT o principal projeto de mobilidade urbana apresentado pelas cida-des-sede da Copa para aliviar os gargalos. A proposta consiste em um sistema de nibus que trafegam em corredores exclu-sivos e possuem embarque e de-sembarque gil, sem degraus (a plataforma fica no mesmo nvel do nibus), maior nmero de portas e cobrana da tarifa fora do veculo, antes do embarque. O modelo foi implantado com sucesso em Curitiba e exportado para Bogot, na Colmbia. De acordo com especialistas, como a demanda por transporte coletivo alta nas cidades, o BRT corre o risco de j nascer operando no limite. O ideal, nesses casos, seria a implantao do metr, mas que tem um custo final mais alto.

    CURITIBAEstmulo ao baixo uso de automveis

    Pioneira em projetos de transporte urbano, Curitiba luta para continuar como cidade de referncia nessa rea. Para isso, tenta fazer com que a populao diminua o uso do carro. O au-

    Ao mesmo tempo, as princi-pais capitais esto diante de uma oportunidade nica, ao ter pela frente dois grandes eventos que podem mudar esse cenrio. Com a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpada de 2016, o Pas deve receber bilhes em investimen-tos, dos quais uma boa fatia para a infraestrutura de transportes. Os principais projetos envolvem ampliao e construo de no-vas vias e principalmente a im-plantao do sistema Trnsito Rpido de nibus (BRT, na sigla em ingls), um estrutura que per-mite o deslocamento rpido dos passageiros por meio de estaes de transferncia e corredores ex-clusivos. Das 12 cidades-sede da Copa, nove tm projeto nesse sentido. As propostas, segundo fontes consultadas pela Agncia Estado, no vo resolver todos os problemas, mas podem diminuir de forma considervel os garga-los da mobilidade urbana.

    A cidade de So Paulo de longe o maior exemplo do exces-so de veculos nas ruas, com sua frota de 6,9 milhes ante uma populao de 11,2 milhes - uma mdia de um veculo a cada 1,6

    H uma excessiva motorizao individual. Voc exclui crianas e idosos e tem quase um carro para cada dois habitantes. O sistema de transporte pblico est sobrecarregado.

    FBIO DUARTE, professor PUC-Paran

  • 28 | Fale! | FEVEREIRO DE 2011 www.revistafale.com.br

    tomvel no sustentvel dentro de uma sociedade moderna, afirma Marcos Isfer, presiden-te da Urbanizao de Curitiba (Urbs), responsvel pelo plane-jamento de transporte e trnsito.

    Para se ter uma ideia, a ca-pital paranaense registrava em outubro de 2010, segundo o De-partamento de Trnsito do Para-n (Detran-PR), 1,1 milho de veculos, dos quais 845.774 au-tomveis e 109 mil motos, para uma populao de 1,7 milho de habitantes Censo 2010 do IBGE). H uma excessiva mo-torizao individual. Voc exclui crianas e idosos e tem quase um carro para cada dois habi-tantes. Alm disso, o sistema de transporte pblico est sobrecar-regado. Muita gente da regio metropolitana usa o transporte de Curitiba, diz Fbio Duarte, professor do programa de Gesto Urbana da PUC-PR.

    Para ele, uma das solues seria a criao de rgos gesto-res de escala metropolitana com poder de deciso, a fim de que Estado e municpios adotem me-didas conjuntas para melhorar o transporte pblico. Hoje tenta--se resolver no nvel municipal um problema que tem escala me-tropolitana.

    A Urbs planeja implantar at a Copa de 2014 o Sistema Inte-grado de Mobilidade SIM, um conjunto de obras, equipamentos e softwares para gerir o trnsito e o transporte coletivo de Curi-tiba. O SIM, por exemplo, ter o Controle de Trfego em rea (CTA). Sensores vo acionar o sinal verde quando o nibus esti-ver se aproximando do semforo. Isso prioriza o transporte pblico e diminui o tempo de viagem dos nibus, segundo a Urbs.

    Tambm haver o Circuito Fechado de Televiso (CFTV), com acompanhamento em tem-po real do trfego das principais vias. Assim, em painis lumino-sos, os motoristas vo receber as informaes de como se encontra o trnsito nas quadras seguintes.

    Novas tecnologias vo benefi-

    ciar os usurios de nibus - so 2,4 milhes transportados por dia til, em um sistema integrado com tarifa nica que atende 93% da demanda, segundo a Urbs. Est prevista uma operao para permitir que a pessoa saiba em quanto tempo o nibus vai chegar ao ponto e em que local o veculo se encontra. Existe tambm a expectativa de intro-duzir a bilhetagem eletrnica, para que o usurio recarregue o carto de transporte dentro do nibus. E sero instaladas cmeras nos veculos e em ter-minais para proporcionar mais segurana.

    A Urbs destaca que desde 2005 todas as obras de reforma ou implantao de equipamen-tos pblicos so feitas de acordo com as normas de acessibilida-de. No sistema de transporte, o ndice de acessibilidade passou de 42%, em 2004, para 86%, em 2010, e a meta chegar a 100% at 2012. O rgo tam-bm informou que Curitiba tem atualmente cem quilmetros de ciclovias e pretende investir em sua ampliao. Est em fase fi-nal de elaborao um plano di-retor ciclovirio.

    SO PAULOPopulao gigante, problemas enormes

    So Paulo tem problemas de mobilidade proporcionais ao porte de sua populao de 11,2 milhes de habitantes e, princi-palmente, da sua frota de vecu-los (6,9 milhes). A mdia de um veculo a cada 1,6 habitante, o que j denota uma alta pro-poro entre motores e pessoas. Os analistas de trnsito chamam esse fenmeno de individuali-zao dos transportes, cenrio caracterizado pelo excesso de

    veculos nas ruas e pelos conges-tionamentos frequentes. Tanto que, hoje, a velocidade mdia de deslocamento na maior cidade brasileira de 16 km/h, a mes-ma de uma carroa.

    A principal explicao para esse atraso est no desenvol-vimento vagaroso da rede de transportes coletivos - nibus, lotao, trem e metr. Na ca-pital paulista, a proporo da populao que usa esses meios para sair de casa de apenas 36%, a mesma de 20 anos atrs, de acordo com uma pesquisa da Companhia do Metropolitano de So Paulo (Metr), que le-vantou dados de 1987 e 2007. Em Barcelona, cidade conside-rada modelo nesse quesito, so cerca de 70%. Sofremos de uma histrica falta de investi-mentos nos modais coletivos. Hoje, pagamos o preo caro da iluso da sociedade do autom-vel, critica Maurcio Broinizi, coordenador da Rede Nossa So Paulo, instituio de defesa de direitos civis.

    Os problemas no resolvidos ao longo de dcadas desemboca-ram na adoo de medidas coer-citivas. Em 2010, a Prefeitura de So Paulo restringiu o trfego de caminhes entre as 5 e 21 horas nas marginais e nas principais vias da zona sul. Em 2009, as restries foram impostas cir-culao dos nibus fretados. Ao mesmo tempo, cresceu a quan-tidade de equipamentos para fiscalizao. Os 530 radares es-palhados pela cidade conseguem flagrar, alm das restries j citadas, o desrespeito ao rodzio municipal de veculos e a invaso de faixas exclusivas para nibus por automveis.

    De acordo com a prefeitura, essas iniciativas, associadas a um novo trecho do rodoanel e a novas estaes do metr, reduzi-ram a mdia de congestionamen-to nos horrios de pico em 2010 para 99,3 km. O nmero ficou abaixo dos 100 quilmetros pela primeira vez desde 2007.

    Apesar de melhorias para o

    Cenrios

  • FEVEREIRO DE 2011 | Fale! | 29www.revistafale.com.br

    trnsito no curto prazo, as medi-das restritivas so consideradas insuficientes por analistas. De acordo com Broinizi, necess-rio um conjunto de medidas de curto, mdio e longo prazo para mudar a situao. Sua proposta, junto com outras organizaes da sociedade civil, est em um documento chamado Plano de Mobilidade e Transporte Sustentvel, j aprovado pela Comisso de Finanas e Ora-mento da Cmara de Vereado-res paulistana. O plano de ao pede mais agilidade na constru-o do metr e de uma srie de corredores expressos de nibus (BRTs). Alm disso, tambm re-comenda a descentralizao dos servios pblicos e centros fun-cionais, com o objetivo de des-concentrar o trfego.

    RIO DE JANEIROGeografia e malha ferroviria favorveis

    A geografia do Rio de Janei-ro premia a cidade como uma das mais belas do mundo. No entanto, por estar entre o mar e montanhas, a capital fluminen-se oferece um desafio constante em relao mobilidade urba-na. Some-se a isso seguidos anos de ausncia de planejamento e de prioridade no sistema de transporte, principalmente o co-letivo. Um dos resultados desse descaso est em estudo divulga-do em dezembro pelo Instituto de Pesquisa Econmica Apli-cada (Ipea). Considerando as regies metropolitanas, o Rio de Janeiro possui o menor per-centual de trabalhadores que se deslocam diretamente para o trabalho com tempo inferior a 30 minutos: apenas 43,9%.

    O doutor em Engenharia de Transporte e professor de En-

    genharia Civil da Universidade Federal Fluminense (UFF), Wal-ber Paschoal, afirma que falta transporte pblico para atender a demanda. E o pouco que oferecido, de m qualidade. Segundo ele, um entrave na questo da mobilidade tambm passa pela ateno conver-gncia radial do Rio. A con-figurao da cidade a seguin-te: existe um centro comercial e a maioria das viagens con-verge para aquele ponto. Para esse tipo de situao, o ideal, mostram estudos, investir em transporte de massa para desa-fogar as vias, explica.

    O secretrio municipal de Transportes do Rio, Alexandre Sanso, diz que o percentual da populao que se utiliza de transporte pblico de 70% en-tre as viagens motorizadas, ante um ndice de 50% verificado em So Paulo. Nossa maior tare-fa para melhorar os ndices de mobilidade dar eficincia ao transporte coletivo, tanto em velocidade operacional quanto em adequao entre oferta e de-manda. Ele admite que h uma oferta de nibus excessiva nos bairros da zona sul e escassa em regies mais distantes, como a zona oeste. Nossa tarefa re-verter esse quadro.

    Paschoal concorda, mas mos-tra certa precauo com promes-sas: H anos preciso mudar esse quadro, e o poder pblico insiste em investir em novas vias,

    em aumentar a largura delas. Es-sas aes atendem pontualmen-te, mas a longo prazo voltam os congestionamentos.

    Como soluo para os prin-cipais gargalos de locomoo, Paschoal enumera um planeja-mento em trs pontos. Primeiro, de estratgia, o que significa fa-zer um diagnstico da qualidade com que os meios de transporte operam na capital fluminense. Depois, uma ao ttica. Com os dados estratgicos em mos, im-plantar simulaes para obser-var o impacto que intervenes propostas teriam no sistema de transporte. Por fim, um plane-jamento operacional. Acompa-nhar os efeitos resultantes das aes de estratgia e ttica.

    Sanso lembrou que a Pre-feitura do Rio promoveu em setembro de 2010 a primeira licitao do sistema de passa-geiros de nibus de sua histria. Em vez de 47 empresas, o sis-tema passou a ser operado por quatro consrcios. Para ele, o novo marco jurdico permitir a gesto integrada de uma rede de transporte hierarquizada e com integrao tarifria. O Bilhete nico, que garante a realizao de duas viagens (nibus mais nibus) ao custo de apenas uma tarifa (R$ 2,40) j est em vigor e vai mudar o padro das via-gens realizadas no municpio.

    Para os Jogos Olmpicos de 2016, Sanso afirma que o Rio contar com quatro corredores de Trnsito Rpido de nibus (BRT, na sigla em ingls), siste-ma que viabiliza o deslocamento rpido dos passageiros por meio de estaes de transferncia e corredores exclusivos. Sero eles: Transcarioca, TransOeste, TransOlmpica e Avenida Brasil.

    Para Paschoal, o governo pas-sar a dar mais ateno ao sistema de transporte com a Copa de 2014 e a Olimpada. Vai melhorar a mobilidade. Mas logo, logo esta-r tudo congestionado de novo, diz, tendo dcadas de ausncia de planejamento como respaldo para sua previso.

    A forte setorizao bairros distante uns dos outros , resultante do desenho de Braslia, contribui para dificultar a dinamizao do espao.

    VALRIO MEDEIROS, arquiteto e urbanista

  • 30 | Fale! | FEVEREIRO DE 2011 www.revistafale.com.br

    BRASLIAPlanejamento obstruia mobilidade urbana

    Cidade planejada, Braslia deveria ser hoje exemplo em mo-bilidade urbana. No . A capi-tal brasileira, com 2,5 milhes de habitantes, segundo o Censo 2010 do IBGE, enfrenta os mes-mos problemas que outras ca-pitais de mesmo porte. H um rpido adensamento da cidade e do entorno sem controle do uso e ocupao do solo, carncia de um sistema virio eficiente e fal-ta de polticas integradas entre os governos federal, distrital e mu-nicipal, afirma o secretrio dos Transportes, Paulo Barongeno.

    O arquiteto e urbanista Va-lrio Medeiros cita que a forte setorizao bairros distante uns dos outros , resultante do desenho de Braslia, contribui para dificultar a dinamizao do espao. Ele lembra que a cidade detm o ttulo de Patrimnio Cul-tural da Humanidade, distino que impede certas mudanas em sua arquitetura.

    Medeiros afirma que, alm de buscar a integrao entre meios de transporte e incentivar a po-pulao a diminuir o uso do au-tomvel, preciso trabalhar com uma gesto metropolitana. De acordo com ele, alm dos cerca de 30 municpios em torno do plano piloto - o projeto urba-nstico - h cidades at de Gois que sofrem influncia de Bra-slia. Existe a necessidade de uma postura metropolitana, que considere movimentos dirios entre todas as cidades. Os muni-cpios crescerem no um pro-blema. s necessrio que esse crescimento seja acompanhado por polticas pblicas.

    A Secretaria dos Transportes informa que est em execuo

    o Plano de Transporte Urbano (PTU), a fim de implantar uma nova concepo de operao do sistema de transporte pblico coletivo, fundamentada na ideia de integrao entre itinerrios nibus/nibus e nibus/metr. O rgo tambm aponta que trabalha com um projeto ciclo-virio para Braslia e destacou as obras no Lago Sul e no Lago Norte que preveem sinalizao e o compartilhamento harm-nico das vias entre bicicletas e veculos.

    Medeiros v com bons olhos os projetos de ciclovia, pois, segundo ele, Braslia j possui uma das maiores malhas de ci-clovia do pas. O terreno (da cidade) suave, sem grandes su-bidas e descidas. O urbanista s lamenta o preconceito que algumas pessoas tm em relao ao nibus e bicicleta, como se utiliz-los denotasse perda de status. preciso uma mudana de cultura.

    A obra de maior impacto em Braslia para a Copa do Mun-do de 2014 ser a implantao de um sistema de Veculo Leve sobre Trilhos (VLT), um trem urbano com menos capacida-de e velocidade que os trens do metr, porm menos poluidor e barulhento. A verba para a construo do VLT, que custar R$ 263 milhes e vai ligar o Ae-roporto Internacional Juscelino Kubitschek ao Terminal da Asa Sul, esto garantidas, segundo o governo.

    SALVADORTransportes coletivos ruins, carros demais

    Salvador perdeu o ttulo de capital brasileira para o Rio de Ja-neiro em 1763. Passados 247 anos, a capital baiana quer se reerguer e

    chegar longe, tornando-se Capi-tal do Mundo. Este o ttulo do projeto apresentado em 2010 pela Prefeitura de Salvador, que pre-tende investir em infraestrutura e mobilidade urbana com o objetivo de preparar a cidade para a Copa do Mundo de 2014. O desafio, po-rm, ser desafogar o trnsito e ga-rantir acesso ao transporte pblico a todos os cidados.

    Salvador tem os mesmos gar-galos das maiores cidades do pas, como excesso de carros, aglutinamento da regio metro-politana e escassez de transporte de massa. Alm disso, a topogra-fia da cidade acidentada, com praias e morros, cidade alta e ci-dade baixa, o que dificulta ainda mais o deslocamento. O trnsito em Salvador como um caminho de gua. Ele escoa das partes mais altas e estreitas para os vales, de maior fluidez. S que isso tem so-brecarregado as principais vias, que ficam nos vales, explica a pesquisadora Ilce Marlia de Frei-tas, do Departamento de Trans-portes da Universidade Federal da Bahia UFBA.

    Para evitar congestionamen-tos de veculos, necessrio au-mentar a eficincia do transporte coletivo de Salvador, que trans-porta apenas 1,7 passageiro por quilmetro, enquanto o ideal se-ria entre 2,5 e 5 passageiros por quilmetro, segundo Ilce. A ine-ficincia se deve a falhas na co-bertura do itinerrio dos nibus, baixa frequncia das viagens e ta-rifa considerada cara pela popula-o de baixa renda (R$ 2,30). Isso explica porque 25% a 30% da populao se deslocam a p todos os dias, um ndice alto. Andar a p ou de bicicleta bom, mas no serve para grandes distncias, diz Ilce.

    O pacote Salvador, Capital do Mundo rene mais de 20 projetos de mobilidade, entre eles a ampliao da Avenida Paralela, uma das principais vias da cida-de, e a construo de duas novas avenidas. O principal projeto a implantao do sistema de Trn-sito Rpido de nibus (BRT),

    Cenrios

  • FEVEREIRO DE 2011 | Fale! | 31www.revistafale.com.br

    inspirado no modelo de Bogot, na Colmbia. O BRT soteropo-litano prev 20 km de vias, tr-fego em corredores exclusivos e ligao com o aeroporto e com a zona metropolitana.

    Orado em R$ 570 milhes, ele faz parte da segunda etapa do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC) do governo federal e deve ficar pronto em 2013, segundo a prefeitura. O sistema foi escolhido porque trs vezes mais barato que o metr e aproveita condies de infraestrutura da cidade, afir-ma Renato Arajo, chefe da Superintendncia de Trnsito e Transportes de Salvador.

    Para a pesquisadora da UFBA, o sistema bem-vindo, mas no resolver sozinho o problema, pois Salvador demanda transporte de grande capacidade, como o metr. Nesse quesito, a evoluo lenta: aps oito anos de obras, a primeira etapa do metr (Lapa-Acesso Nor-te) ficar pronta em 2011.

    RECIFETransportes coletivos ruins, carros demais

    Pernambuco quer aproveitar a Copa de 2014 para dar nfa-se na qualidade do transporte pblico na regio metropolitana do Recife. Com isso, pretende incentivar a populao a usar nibus e metr e a diminuir o uso do automvel. A meta me-lhorar a mobilidade urbana. O secretrio das Cidades do Estado de Pernambuco, Dilson Peixoto, explica que o objetivo necess-rio porque as ruas do Recife j esto fartamente ocupadas, e a frota de veculos cresce mais de 7% ao ano. Para piorar, por ser antiga, a cidade possui ruas es-treitas e qualquer obra viria ra-zovel tem um custo muito alto

    de desapropriao.Peixoto, que acumula o cargo

    de presidente do Grande Con-srcio Recife, responsvel por gerenciar o transporte pblico da capital e regio metropolita-na, admite que hoje no h qua-lidade no nibus e no metr. O transporte pblico tem capilari-dade, mas no tem qualidade. preciso garantir eficincia, con-forto e pontualidade para incen-tivar as pessoas a us-lo, deixan-do o carro em casa.

    Para a Copa, uma das metas do governo construir o Termi-nal de Metr Cosme e Damio. Com 39,5 km de extenso e 28 estaes, a rede de metr do Re-cife atualmente composta pela linha Centro e pela linha Sul. O terminal ficar na linha Centro, entre as estaes Rodoviria e Camaragibe. A obra permitir que passageiros que cheguem rodoviria tenham acesso linha BRT Leste-Oeste, ainda em fase de projeto.

    A Leste-Oeste ter a im-plantao de Trnsito Rpido de nibus (BRT), sistema que viabiliza o deslocamento rpi-do dos passageiros por meio de estaes de transferncia e cor-redores exclusivos, e vai ligar a Avenida Caxang Cidade da Copa, onde sero realizados os jogos, em um trecho de trs qui-lmetros, em So Loureno da Mata. Nesta regio, o BRT far o atendimento tanto ao terminal

    integrado e estao do metr de Camaragibe quanto ao futuro terminal e estao de metr de So Loureno.

    Nos mesmos moldes ser o BRT Norte-Sul, que vai conectar Igarassu, o terminal Joana Be-zerra e o centro do Recife. Com 15 km de extenso, ter conexo com os projetos Corredor da Via Mangue e Corredor Caxang Leste-Oeste. Este abrigar faixa exclusiva de nibus, ligando a Avenida Conde da Boa Vista Caxang, com meta de beneficiar 900 mil pessoas e 27 mil vecu-los que circulam pela via. Aquele ser uma via expressa de 4,5 km com corredor exclusivo de trfe-go de veculos para a zona sul da cidade. O projeto tambm con-templa uma ciclovia.

    O consultor em transpor-te urbano Germano Travassos afirma que o Recife est cami-nhando para ter uma rede [de transporte] to densa quanto a de Curitiba. A capital do Para-n pioneira no pas em projetos nessa rea e vista como refern-cia. A regio metropolitana do Recife foi a que mais avanou [no pas] em termos de aes in-tegradas. O governo espera que essas obras deem qualidade ao transporte pblico e melhorem a mobilidade urbana. Travassos, no entanto, diz que pouco tem sido feito para dar conforto e se-gurana para quem usa ciclovias. No temos muito o que apre-sentar a no ser boas intenes no quesito bicicleta.

    BELO HORIZONTETransportes coletivos ruins, carros demais

    Belo Horizonte uma das ca-pitais onde o transporte pblico mais perdeu espao nesta dca-da. O nmero de carros, motos,

    Com esse crescimento da frota, no h investimento pblico em tneis e viadutos que suporte a demanda. O transporte coletivo ficou insustentvel.

    RAMON VICTOR CESAR, presidente da BHTrans, de Belo Horizonte

  • 32 | Fale! | FEVEREIRO DE 2011 www.revistafale.com.br

    nibus e caminhes nas ruas da capital mineira cresceu 84% em nove anos. O salto foi de 706 mil veculos em 2001 para 1,3 milho em 2010, de acordo com dados da Empresa de Transpor-tes e Trnsito de Belo Horizonte (BHTrans). Entre todas as cate-gorias, o maior crescimento foi visto na frota de transportes in-dividuais: motos (114%) e car-

    ros (38,8%). Os nibus apare-cem em terceiro lugar (24%).

    O fenmeno avaliado por analistas de trnsito como o re-sultado de polticas pblicas que privilegiaram, ao longo dos anos, o transporte individual em vez do coletivo. Aumentaram drastica-mente os congestionamentos nas ruas, o que configurou um aten-tado mobilidade urbana.

    Com esse crescimento da frota, no h investimento p-blico em tneis e viadutos que suporte a demanda, afirma Ramon Victor Cesar, presidente da BHTrans. Ele conta que, ao mesmo tempo em que a cidade viu expandir sua frota nas lti-mas duas dcadas, o transporte coletivo perdeu muita qualida-de, o que acelerou a migrao

    FORTALEZAUma crise de mobilidade urbana

    Fortaleza passa hoje por uma crise de mobilidade urbana. E, pior, sem uma luz no fim do tnel. A cidade, a quinta maior capital do pas, com uma populao de 2.447.409 habitantes, de acordo com o Censo 2010, possui uma frota de 615.527 veculos que, somente nos ltimos sete anos, cresceu 35%. No mesmo perodo, a oferta de transporte coletivo no cresceu sequer 10%, alm de ter sido comprometida por uma srie de greves e paralisaes em 2010. Mas, de olho na Copa do Mundo de 2014, o Governo Federal vem investindo em uma srie de obras que podem amenizar o problema do congestionamento na capital cearense.

    Entre as principais apostas do poder pblico est a implantao do Trnsito Rpido de nibus (BRT, na sigla em ingls), um tipo de transporte coletivo sobre pneus rpido, flexvel e de alto desempenho, que combina elementos fsicos e operacionais em um sistema integrado, com uma identidade nica e capacidade de transporte de passageiros similar de um sistema de veculo leve sobre trilhos (VLT). Em Fortaleza, os BRTs devero ser implantados em pontos estratgicos, visando ao transporte durante a Copa, como as avenidas Alberto Craveiro e Raul Barbosa, que realizaro a ligao viria do setor hoteleiro ao estdio Castelo; a Avenida Paulino Rocha, que ligar a principal via de acesso cidade a BR 116 ao Castelo; e a Avenida Ded Brasil, que ligar o terminal rodo-metrovirio da Parangada ao estdio. Tambm so obras do Governo Federal a construo do chamado Corredor Norte-Sul e a finalizao do metr de Fortaleza, que esto em andamento h 11 anos. n

    Cenrios

  • FEVEREIRO DE 2011 | Fale! | 33www.revistafale.com.br

    para o transporte individual. O transporte coletivo ficou insus-tentvel, diz.

    Para o presidente da BHTrans, a melhora na mobili-dade urbana depende do renas-cimento dos transportes pblicos na matriz de trfego. Hoje, na capital mineira, 55% dos deslo-camentos so feitos por trans-portes coletivos (nibus e trens). Nossa meta chegar a 70% at 2030, como na cidade de Barce-lona, afirma Cesar. No incio da dcada de 90, esse ndice j alcanou 65%, mas foi perdendo participao para os carros.

    A Copa do Mundo de 2014 pode acelerar o cumprimento da meta. Belo Horizonte foi a primeira cidade a fechar com o governo federal recursos do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC) destinados a melhorias da mobilidade urba-na. At 2014, sero investidos R$ 1,23 bilho nas obras que incluem o sistema de Trnsito Rpido de nibus (BRT) nas avenidas Presidente Antnio Carlos, Dom Pedro I, Dom Pe-dro II, entre outras, alm da am-pliao da Central de Controle de Trfego da BHTrans. Em ou-tra vertente, a cidade tambm aposta em um ambicioso proje-to de 345 quilmetros de ciclo-vias, o segundo maior do Brasil, atrs somente de Porto Alegre, com 495 km.

    Na opinio do professor Nilson Tadeu Nunes, chefe do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os BRTs principais projetos das cidades brasileiras para a Copa so muito teis. No d para per-mitir a concentrao em apenas um meio de transporte, diz. Por outro lado, correm o ris-co de iniciar o funcionamento j no limite da capacidade. Em algumas vias, segundo Nunes, a demanda j supera 40 mil pas-sageiros por trecho a cada hora. O ideal para este fluxo o trans-porte por trens urbanos, mas, por

    falta de recursos, eles no entra-ram no pacote de infraestrutura para a Copa.

    PORTO ALEGRETransportes coletivos ruins, carros demais

    Entrar em Porto Alegre pode ser uma tarefa difcil. Sair tam-bm. A dificuldade de acesso capital gacha se explica pelos gargalos virios logo no entorno da metrpole, de acordo com ava-liao do professor Luis Antonio Lindau, do Laboratrio de Trans-portes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS.

    Na zona norte, o problema est na saturao da rodovia BR 116, principal passagem para veculos de passeio e carga entre a capital gacha e a regio metropolitana. A rodovia federal recebe cerca de 120 mil veculos por dia, uma sa-turao que obriga os motoristas a reduzir a velocidade para 40 km/h em vrios trechos.

    Na sequncia da rodovia fica outro gargalo a ponte do Rio Guaiba que liga Porto Alegre ao sul do Estado. A ponte, de 1960, sofre constantes problemas tc-nicos para iar o trecho por onde passam navios. Tem vezes que ela sobe e no desce, parando o trn-sito, conta o professor. Segundo ele, a tecnologia de iamento est ultrapassada e no serve mais para o cenrio atual, em que o fluxo de veculos na regio consideravel-mente maior.

    Hoje, a soluo para os dois pontos de afogamento da mobili-dade urbana depende de grandes obras de infraestrutura. No eixo norte, o prolongamento da Ro-dovia do Parque, da BR 386 at a BR 290, deve ficar pronto em dois anos, e criar uma rota alternativa entre a regio do Vale dos Sinos e parte da zona metropolitana com

    destino capital. J a conexo com o sul do Estado depende de uma outra ponte, que no condi-cione o trfego a interrupes, se-gundo Lindau.

    Dentro de Porto Alegre, o ex-cesso de veculos (frota estimada de 542 mil) e motos (72 mil) o principal problema, associado a corredores de nibus lotados. A situao tende a se agravar com o crescimento anual da frota esti-mado em 5%, o equivalente a 30 mil carros e motos a mais por ano. A motorizao ser mais forte na periferia, onde os aumentos recen-tes da renda familiar tm possibi-litado populao a compra de veculos, afirma Lindau. O uso do carro no um mal em si. O problema est no uso em excesso e nos horrios de pico, ressalva.

    O nico jeito de escapar pa-ralisia est no investimento pesado em transportes coletivos e alter-nativas complementares. Nesse quesito, o cenrio otimista. A Prefeitura de Porto Alegre tem dois projetos ambiciosos. O pri-meiro deles o de Trnsito Rpi-do de nibus (BRT), um tipo de corredor expandido, com estaes fechadas, veculos maiores e faixas exclusivas para o trfego. At a Copa de 2014, esto previstas 11 estaes, em vias como as aveni-das Bento Gonalves, Assis Brasil e Protsio Alves. De acordo com a Empresa Pblica de Transpor-te e Circulao (EPTC) de Porto Alegre, o BRT associado a outras intervenes urbanas, como tneis e viadutos, vai desafogar o trnsito no centro da cidade.

    A prefeitura tambm aposta no maior projeto de ciclovias do Brasil. O Plano Diretor Ciclovi-rio, j sancionado, quer expandir a rede atual, de 7,9 km de ciclo-vias, para 495 km. Desse total, a prefeitura espera entregar 14 km nas Avenidas Ipiranga e Serrio em 2011. No pensamos a bi-cicleta apenas como lazer. Bus-caremos integrar as ciclovias ao transporte pblico, para que o cidado possa utilizar a bicicleta e nibus para deslocamentos, afirma fonte da EPTC. n

  • 34 | Fale! | FEVEREIRO DE 2011 www.revistafale.com.br

    CronologiaJaneiro5. A Justia francesa anulou a deciso da FIA que bania o italiano Flavio Briatore do automobilismo mundial. 8. Duas pessoas morrem em ataque terrorista ao nibus da seleo de Togo indo a Angola, onde disputaria a Copa Africana de Naes.* Sob a direo de Guy Ritchie, o lendrio detetive Sherlock Holmes chega aos cinemas interpretado por Robert Downey Jr. 11. Ambientada em So Paulo e protagoniza-da por Antonio Fagundes, estreia na Globo Tempos Modernos, novela de Bosco Brasil. * Uma chuva de granizo surpreende os moradores de Tau, distante 344 km de Fortaleza. De acordo com a Funceme, a chuva atinge 56 milmetros e dura apenas 40 minutos, tempo suficiente para provocar alagamentos e deixar apreensivos os moradores, que veem com admirao as pedras de gelo carem. O granizo destelha casas e derruba rvores, levando medo populao, que nunca tinha visto nada parecido, numa regio seca como a dos Inhamuns.

    12. Sem vaga na Frmula 1, o piloto

    brasileiro Nelsinho Piquet acerta ida para a Nascar. 16. O argentino Rubn Magnano contratado para ser o tcnico da seleo brasileira masculina de basquete.* O espanhol Carlos Sainz (carros) e o francs Cyril Despres (motos) vencem o Rally Dakar. 17. O iraquiano Ali Hassan al-Majid, primo do ex-ditador Saddam Hussein, conhecido como Ali Qumico, condenado morte. 18. Polcia turca deteve 20 pessoas na provncia de Adana sob suspeita de envolvimento com a rede terrorista Al-Qaeda. 19. Suspenso dois anos, flagrado em exames antidoping durante o Brasileiro, o atacante Jobson revela ser usurio de crack. 21. Os velejadores ingleses Iain Percy e Andrew Simpson so campees do Mundial da classe Star, no Rio. 25. Apesar da inex-pressividade no Ibope, a TV Gazeta completa 40 anos no dia do aniversrio de So Paulo.* O So Paulo ganha do Santos na final e con-quista o ttulo da Copa So Paulo de Futebol Jnior.27. Porfirio Lobo empossado como o novo presidente de Honduras, aps meses de tumulto poltico decorrente da deposio por um golpe militar.28. Morre, aos 91 anos, o escritor Jerome David

    J.D. Salinger, autor do clssico O Apanhador no Campo de Centeio.* O Santos acerta o retorno do atacante Robinho, emprestado pelo Manchester City por seis meses.29. A ginasta Daiane dos Santos suspensa por cinco meses aps ter sido flagrada no exame antidoping.* Estreia o filme Invictus, dirigido por Clint Eastwood, com Morgan Freeman interpretando o presidente Nelson Mandela.

    30. A norte-americana Serena Williams vence a belga Justine Henin na final e campe do Aberto da Austrlia.31. O Egito derrota Gana na final e ganha o terceiro ttulo seguido da Copa Africana de Naes, somando sete conquistas. * O suo Roger Federer vence o escocs Andy Murray na final e campeo do Aberto da Austrlia, conquistando seu 16 ttulo em torneios de Grand Slam.

    Fevereiro1. O Ibama libera a licena ambiental prvia para projeto da hidreltrica de Belo Monte, no Rio Xingu, Par. * Pesquisa CNT/Sensus

    mostra Jos Serra com 33,2% das intenes de voto, contra 27,8% de Dilma Rousseff, em cenrio com Ciro Gomes. 2. Famoso como o ET da dupla ET e Rodolfo, o humorista Cludio