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Medicamentos Fármacos ISSN 1807-1678 Revista Fármacos & Medicamentos 69 Análise dos Principais Elementos em Relação ao Descarte de Resíduos de Medicamentos Domiciliares + Especial CPhI Worldwide 2012 • Janeiro/Fevereiro/Março de 2013 Número 69 - Ano XIV - Janeiro/Fevereiro/Março de 2013 Especial Pavilhão Brasileiro - CPhI 2012 - Madri - Espanha CPhI Worldwide 2012: Pavilhão Brasileiro Congrega Empresas e Parceiros Globais do Setor Industrial Farmacêutico Estratégia Inteligência Corporativa: Melhorando a Vantagem Competitiva Legislação Análise dos Principais Elementos em Relação ao Descarte de Resíduos de Medicamentos Domiciliares Seção em Destaque

Revista Fármacos & Medicamentos (Edição 69)

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Análise dos Principais Elementos em Relação ao Descarte de Resíduos de Medicamentos Domiciliares.

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MedicamentosFármacos

ISSN 1807-1678

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Número 69 - Ano XIV - Janeiro/Fevereiro/Março de 2013

Especial Pavilhão Brasileiro -

CPhI 2012 - Madri - Espanha

CPhI Worldwide 2012: Pavilhão Brasileiro Congrega

Empresas e Parceiros Globais do Setor Industrial Farmacêutico

EstratégiaInteligência Corporativa: Melhorando a Vantagem Competitiva

LegislaçãoAnálise dos Principais Elementos em Relação ao Descarte de Resíduos de Medicamentos Domiciliares

Seção em Destaque

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E d i t o r i a l

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Otimização e Renovação: Palavras de Ordem para Continuar Conquistando Espaços

A sociedade atual possui recur-sos em qualidade e quantidade nunca antes vistas, com tecno-logias inovadoras e custos cada vez menores. Áreas como a saúde vivem um momento de

facilitação de acesso, seja por aumento da capaci-dade de consumo ou por políticas públicas.

Neste cenário as disparidades certamente existem, há polos de excelência versus áreas que ainda encontram-se isoladas das soluções contemporâneas, bem como enormes desper-dícios e resíduos de consumo motivados por diversos aspectos.

Nos últimos anos a conscientização de que é ne-cessário proteger o meio ambiente e os recursos aumentou exponencialmente e no que se refere a medicamentos, no geral, a população começa a ter conhecimento de que algo deve ser feito, pois a sobra de medicamentos no cotidiano é evidente, sejam eles inservíveis, vencidos ou deteriorados.

O processo de coleta, armazenagem, trans-porte e destinação adequada deve ser discutido, criado e implementado com rapidez, e alguns estudos estão em andamento no Brasil para que isso seja feito, analisando ações já em prática em outros países e nossas características locais.

Este é o tema do artigo de capa desta edição da revista Fármacos&Medicamentos, que apresenta uma análise global dos programas com este enfo-que e destaca pontos como a Lei nº 12.305/2010 - Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)

Boa Leitura!

Nilce BarbosaPresidente do Grupo Racine e Coordenadora Técnico-Editorial da revista Fármacos&Medicamentos

28, que indica como alternativa a redução da geração de resíduos.

Também neste número a revista traz um artigo sobre a Inteligência Corporativa (IC) e defende que perante a velocidade atual das transforma-ções dos ambientes de negócios os executivos não podem depender apenas do intuito ou da intuição para a tomada de decisões estratégicas, que podem levar um negócio ao insucesso ou gerar novas oportunidades.

No início desta edição trazemos ao leitor a cobertura completa sobre o Pavilhão Brasileiro na CPhI Worldwide 2012, que aconteceu em Madri, na Espanha, de 9 a 11 de outubro de 2012, repetindo o sucesso desta iniciativa que contou com a participação de 13 empresas e novamente foi uma realização da Associação Brasileira da Indústria Farmoquímica e de Insu-mos Farmacêuticos (ABIQUIFI) e possui apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exporta-ções e Investimentos (Apex-Brasil) como ação do Projeto Setorial Integrado (PSI), cujo enfoque é oferecer os alicerces financeiro e técnico para aumentar e fortalecer a internacionalização do setor farmoquímico e farmacêutico brasileiro.

Ao atrair os olhares do mundo para o Brasil reforça-se também nosso mercado interno, pois se compreende a necessidade de visar à quali-dade para conquistar novos mercados com lu-cratividade e alcance das expectativas de países exigentes, renovando, deste modo, o setor pro-dutivo farmoquímico e farmacêutico nacional.

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S u m á r i o

Nesta Edição

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Correspondências

Estratégia

Especial CPhI

66 Jornal

34 Legislação

Análise dos Principais Elementos em Relação ao Descarte de Resíduos de Medicamentos Domiciliares

Inteligência Corporativa: Melhorando a Vantagem Competitiva

Especial Pavilhão Brasileiro - CPhI Worldwide 2012 - Madri - Espanha

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Agradecemos as manifestações enviadas de: ▪ Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO), Teresópolis (RJ)

▪Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul (RS)

▪Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), Criciúma (SC)

▪Universidade Positivo, Curitiba (PR)

▪Universidade Vila Velha (UVV), Vila Velha (ES)

Ano XIVJaneiro/Fevereiro/Março de 2013

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C o r r e s p o n d ê n c i a s

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A revista Fármacos&Medicamentos (ISSN 1807-1678) é uma publicação trimestral da RCN Comercial e Editora Ltda., dirigida a empresas e profissionais das indústrias química, farmacêutica e farmoquímica.

PresidenteNilce Barbosa

Diretores ExecutivosArnivaldo DiasMarco QuintãoSérgio Slan

Coordenação Técnico-EditorialNilce Barbosa - CRF-SP 9.609

Editor e Jornalista ResponsávelAndré Policastro - MTb 42.774

Colaboraram nesta EdiçãoRodolfo Schleier, Izabella Caldeira Landim, Jair Calixto, Lauro D. Moretto e Maria Aparecida Lima Moreira

Projeto Gráfico e Editora de ArteCinthia Suenaga

CorrespondênciasRua Padre Chico, 93 CEP 05008-010 - São Paulo - SPTel/Fax: (11) 3670-3499 E-mail: [email protected]

Para AnunciarTel./Fax: (11) 3670-3499E-mail: [email protected]

Artigos e matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da RCN Comercial e Editora Ltda.

Crédito de foto: Arquivo Racine e divulgação.

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ACPhI Worldwide mais uma vez comprovou ser uma plataforma excepcional para o crescimento e a inovação na indústria farmacêutica, com mais de 30.000 participantes e 2.300 expositores presentes em Madri, na Espanha, entre 9 e 11 de outubro de 2012, que reuniram-se para estabelecer e res-tabelecer conexões e desenhar novos negócios.

Durante os três dias de evento o otimismo foi efetivado e marcado por acordos estabelecidos e anúncios de novidades como fusões e investimentos da ordem de milhões de reais em novas plantas industriais. Chamou a atenção, além da grande quantidade de participantes e expositores, também a diversidade crescente, com a representação re-corde de quase 140 países. Quinze destes países foram destacados no formato de Pavilhão Global, que contou com produtos e serviços de cada país correspondente. Tiveram Pavilhão novamente a Chi-na, a Índia, a Coréia, a Argentina, o Brasil, o Reino Unido, a França, a Irlanda, a Escócia, Portugal, a África do Norte, o Egito, o Marrocos e a América do Norte e pela primeira vez a Rússia e a Malásia.

O Pavilhão Brasileiro mais uma vez foi um dos grandes sucessos do evento e contou com a parti-cipação de 13 empresas, distribuídas em espaços padronizados, mas personalizados conforme a identidade de cada empresa. Uma realização da Associação Brasileira da Indústria Farmoquímica e de Insumos Farmacêuticos (ABIQUIFI), possui apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações

e Investimentos (Apex-Brasil) como ação do Projeto Setorial Integrado (PSI), cujo enfoque é oferecer os alicerces financeiro e técnico para aumentar e fortalecer a internacionalização do setor farmo-químico e farmacêutico brasileiro. Também conta com apoio institucional da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (ABIFINA), da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (ALANAC), da Associação da Indústria Farmacêutica de Pes-quisa (INTERFARMA), do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (SINDUSFARMA) e da Associação Brasileira de Medicamentos Genéricos (Pró-Genéricos).

Ao celebrar 17 anos de realização ininterrupta em 2012, o Pavilhão Brasileiro contou com ino-vações como um espaço dedicado a palestras e debates entre as entidades brasileiras de fomento e de governo e as empresas do Brasil, a abertura do jantar da delegação brasileira para convidados dos expositores, o agrupamento dos brasileiros em um mesmo hotel e seu deslocamento por meio de um ônibus exclusivo, além da recepção na Embaixada do Brasil na Espanha, uma conquista que possibilitou aos brasileiros se aclimatarem e obterem informações valiosas sobre o país sede do evento. Estes e outros detalhes você confere nas páginas a seguir, que trazem a cobertura especial da F&M sobre a presença do Brasil na CPhI Worldwide 2012.

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CPhI Worldwide 2012: Pavilhão Brasileiro Congrega Empresas e Parceiros Globais do Setor Industrial Farmacêutico

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A CPhI Worldwide 2012 foi complementada por eventos concomitantes: a mostra ICSE para contratos de serviços terceirizados, a P-MEC Europa para máquinas e equipamentos farmacêuticos e a InnoPack para soluções

inovadoras. A CPhI também possui versões regionais: Índia, Sudeste Asiático, Japão, China e América do Sul, além de Rússia, que passa a fazer parte desta relação a partir de 2013.

CPhI Worldwide 2012 em NúmerosConfira os dados que demonstram a grandeza da CPhI Worldwide 2012 e seus eventos paralelos:

• 69.129 m2 de área

• 17.342 visitantes

• 30.413 participantes

• 2.369 expositores

• 13.071 colaboradores ou representantes de expositores

• 3.175 empresas participantes

• 136 países e territórios de origem

• Continentes representados: África, América, Ásia,

Austrália, Europa e, pela primeira vez, Antártica

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Recepção à Delegação Brasileira na Embaixada do Brasil na Espanha

delegação brasileira que compareceu à CPhI Worldwide 2012, composta de empresários e colaboradores das em-presas expositoras no Pavilhão Brasileiro, da equipe da ABIQUIFI e das autoridades brasileiras representantes das instituições de governo, recebeu as boas-vindas à Espanha na Embaixada Brasileira em Madri, atendendo a convite do Embaixador Paulo Cesar de Oliveira Campos e com a presença de parte de sua equipe, além do vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Espanha, Cassio Romano.

Houve excelente interação com enfoque na Espanha e na Europa como foco de negócios com o Brasil, ampliando as relações internacionais, que se intensificaram a partir da década de 90 por meio de novos vínculos regionais (Comunidade Ibero-Americana, Mercosul-União Européia,

Parceria Estratégica Brasil-UE) e, sobretudo, econômicos - atualmente, em termos de estoque, a Espanha é o se-gundo maior investidor estrangeiro no Brasil e no mês de outubro de 2011 ocupou a 11ª posição entre os principais destinos de produtos brasileiros e a 16ª posição entre os principais fornecedores de importações brasileiras*.

Além do setor de turismo - a Espanha é o nono mer-cado emissor de turistas para o Brasil e o quinto maior entre os europeus -, há excelentes perspectivas de estreitamento de relações em áreas como comércio e investimentos, cooperação bilateral e trilateral, ciência e tecnologia, defesa, energia, educação, atuação em organismos multilaterais, entre outros.*Fonte: MDIC, Secex. Dados Preliminares

O edifício ocupado pela Embaixada do Brasil em Madri foi construído no ano de 1880 e adquirido pelo Brasil em 1944, com a maior parte do mobiliário e dos elementos decorativos que já estavam no prédio, e posteriormente foi adaptado para abrigar também a residência do embaixador, respeitando as características originais

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“A Embaixada sempre deve apoiar o esforço dos empresários brasileiros no exterior, seja pela exportação, seja pela tentativa de joint ventures, ou até pela compra de insumos no caso deste setor. É importante a embaixada estar presen-te, prestar apoio, ajudar as empresas a se situarem no ambiente da feira, em um espaço internacional de cooperação. Esta é a idéia básica e além disso há meios que conseguimos, com as limitações normais de governo, colocar à disposição da Associação e dos membros da delegação brasileira. A Espanha tem um número não pequeno de empresas de médio porte, um nível tecnológico bastante elevado, que poderia servir de apoio a empresas brasileiras na obtenção de tecnologia, com parcerias, até com abertura de alguns mercados, fazendo uma associação próxima entre tecnologia e mercado brasileiro e tecnologia brasileira e mercado europeu, esse é um caminho que nós deveríamos explorar nessa feira, porque é um caminho que tem muitas soluções para o Brasil e para as empresas espanholas que estão se situando também em um momento difícil.”Paulo Cesar de Oliveira Campos, Embaixador do Brasil na Espanha

“A ABIQUIFI estava em contato com nosso escritório há algum tempo, falando sobre a delegação brasileira, que haveria a parti-cipação brasileira na feira, e dada a impor-tância do evento e o tamanho da comitiva brasileira, do estande brasileiro aqui, as

empresas representadas e os órgãos governamentais, consideramos conveniente fazer uma recepção para trazer as pessoas para junto à embaixada, que é uma de nossas funções, o papel de meu escritório é auxiliar o exportador brasileiro, o investidor brasileiro no ex-terior no que for necessário, o participante, a empresa brasileira que participa de feiras aqui em Madri. Isso é uma forma de nos conhecerem mais proximamente antes de começar a feira e conhecer um pouco sobre o Brasil aqui, nossa embaixada, as pessoas que aqui atuam, o embaixador, o ministro conselheiro, este era o objetivo. É muito importante o Brasil participar de forma tão evidente e tão grande de um evento como este, representado em diversos os níveis, por meio de empresas brasileiras de medicamentos genéricos e de insumos e agências governamentais envolvidas, o que mostra não só a importância do setor no Brasil, o quão diverso e grande ele é, mas também a boa relação e essa interação muito positiva que há com o governo brasileiro, com as várias agências, com o Ministério de Relações Exteriores, com o BNDES, com a ANVISA, com a Apex-Brasil, com a FINEP, portanto é muito importante esse evento e esse momento.”Murilo Gabrielli, Conselheiro Comercial da Embaixada do Brasil na Espanha

“A Câmara de Comércio Brasil-Espanha foi fundada em 1924, ou seja, está pró-xima de completar 100 anos na Espanha, e nos últimos anos tem se incrementado muito o número de empresas espanholas que possuem interesse no Brasil. Houve a época da privatização, quando o banco Santander, a Telefonica e outras grandes

empresas entraram no Brasil, e a partir daí aconteceu um aumento significativo das relações econômicas entre o Brasil e a Espanha. Hoje o momento é muito bom para as empresas brasileiras que têm interesse em se internacionalizar, porque a crise européia, dos países do mediterrâneo, da Itália, da Espanha, de Portugal e de outros países europeus cria con-dições econômicas propícias para empresas de países como o Brasil, de acordo com a máxima que existe na área de investimentos, que se deve comprar barato e vender caro, e este é o momento barato da Europa. Assim como houve o momento barato para as empresas espanholas entrarem no Brasil, este é o momento de ocorrer a outra via. A participa-ção das empresas no evento aqui na Espanha é fundamental pela presença in loco, ainda mais em se tratando do setor industrial farmacêutico, uma indústria importante para o País, na qual o Brasil possui um know-how relevante, e com isso começa a haver intercâmbio e troca de conhecimentos. Tudo o que permita apresentar o que temos de bom para o exterior é importante, a função destas feiras é criar estas sinergias e possibilitar a criação de negócios futuros, pois não se faz negócios com quem não se conhece, primeiro é preciso se conhecer, isso é fundamental para que futuros negócios tenham sucesso.”Cassio Romano, Vice-Presidente da Câmara de Comércio

Brasil-Espanha

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“Nesta edição da CPhI Worldwide decidimos correr um risco muito grande ao implementar várias inovações ao mesmo tempo. Inauguramos a sala de palestras com 25 lugares, dentro do próprio Pavilhão Brasileiro, e não sabíamos o que iria acontecer, qual seria a freqüência e a aceitação em relação às palestras. Também fizemos um convite e com muita felicidade podemos afirmar que as autoridades brasileiras nos apoiaram muito e tivemos representantes da ANVISA, do BNDES, da ABDI e da FINEP, o que aumentou muito nosso compromisso com a qualificação de nossa atividade e por outro lado conferiu o grau de importância que as autoridades brasileiras têm com o processo de internacionalização e para as empresas que estão expondo aqui também é muito relevante saber que o seu governo considera importante o trabalho que estão realizando, que é um trabalho árduo, cansativo, difícil, um caminho longo para se impor como fabricante e exportador. Isso funcionou bem graças à boa vontade destes agentes de governo que vieram e atenderam a todos com muita educação e simpatia e fizeram as palestras nos temas que havíamos sugerido.

Foi uma grande satisfação verificar que estas duas inovações deram muito certo, tanto que iremos repeti-las

e achamos que este é um produto importante desta ação que realizamos na Europa. Com o sucesso do jantar do ano passado, também resolvemos que neste ano o jantar seria ampliado para que houvesse o concurso de outras pessoas que não estavam presentes no ano passado, ou seja, além dos expositores e da organização, abrimos inclusive para quem desejasse levar clientes e assim fazer uma ação mais aberta, tentando reunir o máximo de brasileiros que pudéssemos, e foi de um tremendo sucesso, pois conseguimos realizar um jantar de altíssimo nível, em um lugar belíssimo que é um restaurante no Estádio Santiago Bernabéu do Real Madri, a um custo muito razoável, em que todos se divertiram e foi uma noite muito agradável, o que também se transforma em uma tradição, pois já acontece há dois anos e não podemos mais abandonar e o jantar da missão brasileira se transformará em um evento dentro do evento.

Estamos colhendo os frutos do esforço de 17 anos de confiança das empresas, pois são idéias que beiram o imponderável e que acabaram dando certo, o que é uma satisfação. A equipe do Projeto Setorial Integrado (PSI) da ABIQUIFI em conjunto com a Apex-Brasil é excelente, a equipe de suporte, que veio a tempo, a idéia de alocar todos os participantes em um mesmo hotel, ter um serviço de transporte e deslocamento único funcionou muito bem, além da expectativa, conseguimos atender a todos e esperamos que este tipo de serviço, de comprometimento, seja ainda melhor no próximo ano.

Aproveito para dar uma boa notícia e informar que estamos ampliando o espaço do Pavilhão Brasileiro para 2013, porque teremos mais quatro empresas além daquelas que já temos, grandes empresas brasileiras que também participarão do evento em 2013, o que é mais um atestado de que estamos no caminho certo, para transformar este evento em um encontro das indústrias farmacêuticas e farmoquímicas brasileiras com seus parceiros internacionais. Em relação à sala de pales-tras, neste ano fizemos algo experimental e em 2013 pretendemos, se possível, que as empresas utilizem o auditório e ele seja ainda mais capacitado, talvez com mais lugares, pois realmente ficou lotado, com melhores condições de som e de tecnologia de apresentação, e entendo que as empresas estão em condições de tra-zer alguns de seus clientes e utilizarem esta área para a realização de apresentações para seus parceiros, o que pode ser mais uma ferramenta para as empresas utilizarem e otimizarem o investimento.

A feira CPhI Worldwide é uma missão muito agradável e tradicional e no PSI há outras ações muito importantes, como os Projetos Comprador e Vendedor e o Projeto Imagem, e dentro do Projeto Comprador estamos tra-balhando a missão empresarial no México no final de novembro de 2012, após uma prospecção que já reali-zamos com a equipe do PSI e agora faremos a missão

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“A CPhI Worldwide é uma excelente oportunidade para as empresas brasileiras dos setores farmoquímico e farmacêutico se atualizarem sobre o mercado e mos-trarem que são, cada vez mais, capazes de fornecer produtos com a qualidade e tecnologia demandadas por compradores do mundo todo. Com esta e outras ações do Projeto Setorial Integrado (PSI), desenvolvido em par-ceria com a ABIQUIFI, buscamos estimular as empresas participantes a procurarem elementos que incrementem sua competitividade no mercado internacional, como a inovação e a sustentabilidade.”Mauricio Borges, Presidente da Apex-Brasil

Apex-Brasil Apóia Internacionalização dos Negócios do Setor

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) atua para desenvolver a competitividade das empresas brasileiras, promovendo a internacionalização dos seus negócios e a atração de investimentos estrangeiros diretos.

Para isso, desenvolve, entre outras iniciativas, projetos setoriais em parceria com entidades que representam 80 segmentos da economia brasileira. Dentre eles, está o Projeto Setorial Integrado (PSI), cujo objetivo é a promoção dos negócios da indústria farmoquímica e farmacêutica brasileira no mercado internacional, realizado em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Farmoquímica e de Insumos Farmacêuticos (ABIQUIFI) e outras entidades do setor.

As ações de promoção comercial do projeto incluem missões prospectivas e comerciais, rodadas de negó-cios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, como a CPhI Worlwide, e visitas de compradores estrangeiros e de formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira.

tentando reunir ao menos dez empresas brasileiras e 20 empresas mexicanas para debaterem durante dois dias para licenciamentos, produção no Brasil e no México, enfim, para que se comece um trabalho propositivo e mais agressivo em relação a negócios, e em 2013 preten-demos ter mais duas missões comerciais, não sabemos ainda exatamente em quais países, que serão precedidas de prospecção e de Projetos Compradores, portanto são missões contínuas, uma vez que nosso objetivo engloba cerca de 150 países, ou seja, temos muito trabalho pela frente, muito o que fazer nos próximos anos, e para isso contamos com o apoio das empresas, com a mesma confiabilidade de que estamos fazendo um trabalho correto, seguro, econômico, muito bem focado, para aumentar a participação brasileira internacionalmente.

O PSI é aberto a qualquer empresa, não há necessidade

de se associar à ABIQUIFI, certamente teremos satisfação de receber aquelas que quiserem se associar, mas isso não é obrigatório para participar do PSI, nem mesmo se associar a qualquer entidade que nos apóia, qualquer empresa brasileira, independentemente da origem do capital, pode participar do PSI, basta preencher uma ficha, sem pagar nada, e terá a mesma atenção que seja associada ou não. Nosso objetivo é incorporar empresas sediadas no Brasil no esforço da internacionalização. A ficha está disponível na internet no site da ABIQUIFI (www.abiquifi.org.br) e em 2013 iremos inaugurar um site específico do PSI. Estamos realizando um branding das marcas, da simbologia, da missão do PSI, o que também será implantado, no primeiro trimestre de 2013.”José Correia da Silva, Presidente da Associação Brasileira da Indústria Farmoquímica e de Insumos Farmacêuticos (ABIQUIFI)

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Jantar de confraternização ampliou relacionamento e presença de expositores a convidados - local escolhido foi o restauramte Puerta 57 dentro do Estádio Santiago Bernabéu, do Real Madri

Autoridades representantes de instituições governamentais e de fomento atenderam ao convite da ABIQUIFI e realizaram palestras para lideranças e expositores do Pavilhão Brasileiro, gerando importantes discussões e perspectivas

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“É muito gratificante ver como o Pavilhão Brasileiro está nesta feira, que também cresceu muito, pois a his-tória deste Pavilhão nasceu na FINEP, com esta visão de inovação na questão de dar oportunidade às empresas para inovarem, e o negócio da FINEP é inovação por meio da internacionalização, palavra que hoje está na moda mas que naquela época era uma visão de futuro, um insight que a FINEP teve junto com a ABIQUIFI. No primeiro ano em que participamos, o que completará 18 anos no ano em 2013, viemos em seis empresas e a FINEP apostou na montagem do estande ainda isola-do, sem saber se valeria a pena, e eu vejo que a cada ano a CPhI Worldwide como um todo tem crescido, a importância que ela tem no mercado, não apenas pelo aspecto comercial, pois constatamos que as empresas procuram mostrar toda a cadeia do desenvolvimento e parcerias inclusive para terceirização até de P&D, serviços tecnológicos, possibilitando o mapeamento de tendências e tecnologias, isso trouxe um crescimento à feira e ao pavilhão pelo que fiquei extremamente surpresa, com a adesão, o entusiasmo e a realização das empresas. Verificamos que todas as empresas que vieram desde o começo, como a Cristália, a Nortec e a EMS, que vêm participando ao longo dos anos, cresce-ram e comentam que sua participação aqui foi muito importante para isso, o que demonstra a importância deste tipo de iniciativa. Percorri toda a feira e tive a impressão que o Pavilhão Brasileiro, dentre os pavilhões de países, foi o mais movimentado, não apenas em termos de brasileiros mas de pessoas de outros países. Por isso creio que acertamos em cheio. Hoje temos instrumentos inclusive para ajudar as empresas, porque a empresa que visa se internacionalizar necessita saber seu acesso ao mercado, questões regulatórias, como montar o primeiro lote piloto, como se chega lá, se é possível obter ajuda da FINEP. Oferecemos ajuda porque estes são os primeiros passos, é preciso comprar tecno-logia, se capacitar, levar uma tecnologia de fora que foi mapeada, informações obtidas nos estandes, porque o mundo está na CPhI Worldwide. Foi muito gratificante

ver a feira como ela está e ver a inserção do Brasil. A internacionalização é uma estratégia de crescimento que caminha ao lado da inovação, isso é comprovado por estudos que demonstraram que as empresas que se internacionalizam e que se internalizam pela inovação crescem mais, são mais produtivas, pagam melhores salários e têm melhor rentabilidade. Obviamente, quanto menor a empresa há mais dificuldade e acreditamos que este tipo de iniciativa é uma porta de entrada. A empresa consegue, com muito baixo custo, provar o gosto da internacionalização, de se aventurar para isso. Foi nisso que apostamos, porque caso a empresa não queira comprar um espaço, mesmo com subsídio da Apex-Brasil para reduzir esse custo, pode vir como visitante, com uma passagem de cerca de mil dólares e mais alguns recursos para hospedagem e outros gastos. Lembro-me da primeira vez que Kin Master participou, a Valentina Baigorria, diretora da empresa, me falou ‘Eliane, eu vim para vender mas meu produto está fora de qualificação, eu não posso vender. Eu aprendi vindo aqui’, e hoje a empresa não perde uma edição da feira. O incentivo é importante, pois com o apoio da APEX--Brasil e da FINEP podemos propiciar um espaço em comum que é diferenciado de um estande da empresa isoladamente, viabilizamos não só para baratear os cus-tos mas permitimos criar um ambiente que dá espaço para a empresa que está iniciando este processo de internacionalização entrar em uma competição de alto nível, ver as grandes empresas do lado das pequenas, achar que está fazendo o melhor produto do mercado, circular e ver que existem 40 concorrentes que não conhecia, porque às vezes nem busca de mercado pela internet se saber como fazer. Devemos divulgar o evento de modo que mesmo quem não venha como empresa expositora possa vir como visitante e compartilhar este espaço tão importante no domínio tecnológico e no domínio da inovação.”Eliane de Britto Bahruth, Assessora da Presidência da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

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“O BNDES vem trabalhando junto à cadeia farmacêu-tica desde 2003 e já são 8 anos de trabalho junto com o PROFARMA, que foi lançado em 2004 com o objetivo de desenvolvimento de toda a cadeia farmacêutica, es-pecialmente os elos de produção de medicamentos e de produção de farmoquímicos. Nesse tempo o BNDES tem participado do processo de modernização e expansão da capacidade industrial, tanto das plantas farmoquímicas existentes quanto das plantas farmacêuticas. Vem também induzindo e apoiando as atividades de inovação das empre-sas tanto farmacêuticas quanto farmoquímicas, bem como esse esforço recente de internacionalização de atividades. Minha participação na CPhI Worldwide 2012 é institucional, para marcar a presença deste ator importante da política industrial que é o BNDES, como apoio da instituição às atividades de internacionalização das empresas aqui repre-sentadas. Além da palestra que realizamos, participamos com algumas empresas de reuniões de prospecção de ne-gócios internacionais, mostrando a disposição do governo brasileiro de apoiar o desenvolvimento das indústrias tanto

farmoquímicas quanto farmacêuticas de capital nacional. Havia três anos que eu não vinha à CPhI Worldwide e fiquei bastante bem impressionado, em primeiro lugar com a quantidade de empresas representadas no Pavilhão Brasileiro e em segundo lugar com a movimentação em torno dos estandes destas empresas, sempre com reuniões, o que nos traz otimismo e a visão de que o Brasil já não é mais aquele País estranho, exótico, de praias bonitas e com alguns batalhadores interessados em fazer química de alta qualidade, mas sim um País com a pretensão de ter uma indústria de química fina com um papel relevante no cenário mundial. Creio que este movimento em torno de nossas empresas na CPhI Worldwide é uma maneira de espelhar isso e demonstra que o Brasil já é procurado por outros atores como um local para fazer negócios no setor farmacêutico e farmoquímico. Nossa esperança é que isso se intensifique ao longo dos anos.”Pedro Palmeira, Chefe do Departamento de Produtos Intermediários Químicos e Farmacêuticos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

Norberto Rech, Assessor Especial da Presidência e Gerente Geral de Medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), marcou presença na CPhI Worldwide 2012, inclusive como palestrante no auditório do Pavilhão Brasileiro

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“É muito rico ver a cadeia farmacêutica em um único evento, desde prestadores de serviços e pesquisa clínica e pré-clínica, fornecedores de insumos, tanto ativos quanto excipientes, as empresas produtoras de me-dicamentos, de equipamentos, então se pode ter uma idéia do todo, de quem se faz presente no mundo. Também é importante estar próximo às empresas, principalmente as empresas brasileiras. O Brasil está crescendo, está fazendo negócios, e várias empresas estão crescendo e se fortalecen-do com este projeto da Apex-Brasil e da ABIQUIFI. Este é um evento no qual os empresários, os CEOs das empresas estão presentes também, além dos executivos e representantes, o que comprova o peso deste evento. O setor entende a relevância do momento, desta pausa para fazer negócios, conhecer os concorrentes, os possíveis fornecedores, com o empenho de divulgar e participar de todo este processo. Foi uma experiência ímpar estar mais próxima das empresas e conhecer a cadeia. Em relação a novos produtos, novas tecnologias, não consegui captar o que é mais novo e isso reflete esta ‘crise’ existente na indústria farmacêutica que leva a mais investimentos por questões regulatórias, mas a produtividade tem caído, pois é cada vez mais difícil lançar novos produtos, os portfólios estão se esgotando e por outro lado vi que o drug delivery systems, que é bem interessante, está sendo trabalhado e discutido, novas embalagens com apelo mais ecologicamente aceitável é outro assunto que está se tratando, os biomedicamentos/biossimilares é outro assunto importante. São temas que tentaremos tratar no Brasil, mostrar para as empresas como o futuro, algo em precisamos pensar e investir, é preciso ter política que dê suporte ao desenvolvimento dessas tecnologias.”Cleila G. Pimenta Bosio, Especialista em Projetos de Fármacos e Medicamentos da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)

“Impressionou-me o tamanho do evento, a enormi-dade de produtores e distribuidores, enfim, o número de negócios que se faz aqui. Fico muito feliz de ver que nossas empresas têm aqui um papel muito importante. O Brasil hoje não é só importador, nós exportamos matéria-prima e conhecimento, nossas empresas estão muito bem destacadas aqui. As em-presas da Pró-Genéricos, inclusive as maiores do setor de genéricos, estão representadas aqui, têm estande próprio, fazem negócios, interagem. Isso é um reconhecimento da qualidade dos produtos que fabricamos e que efetivamente compõem o acesso à população brasileira. Foi muito importante estar

aqui para ver de perto este trabalho, que a ABIQUIFI e a APEX-Brasil estão realizando, como nossas empresas estão bem posicionadas. O volume de negócios que se faz aqui é bastante interessante, muito atrativo e agregador de compe-tências, que é o mais importante neste Brasil que estamos construindo agora. Pretendemos continuar participando, chancelando, pois entendemos a importância deste trabalho, e mais do que isso apoiar nossas empresas, estamos aqui para dar suporte às empresas e elas estão caminhando a passos largos, não precisam ser tuteladas, pois já estão muito com-petitivas, por isso precisamos apoiar, até para estimular que novas empresas participem deste projeto, porque é uma ação que garante ao Brasil a internalização de competência e a exportação de nossos produtos, pois temos competitividade em todos os níveis, nossa Agência reguladora é uma agência competente e reconhecida, portanto a chancela dos órgãos reguladores internacionais no Brasil se faz até por protocolos, sem a necessidade de se fazer in loco, porque o reconheci-mento do que é auditado e regulado no Brasil é de altíssima eficácia e segurança e nossos produtos têm um nível altíssimo. Fico muito feliz de estar aqui e ver como cidadã inclusive o quanto o Brasil é expressivo. Está muito longe o tempo em que éramos somente um País em crescimento, agora somos um País que cresceu, temos maturidade, ocupamos um lugar importante na economia mundial. A competência brasileira está se instalando e buscando adquirir mais competência e é para isso que nossas empresas estão aqui, para adquirir competitividade, os insumos corretos, alcançar os melhores patamares de qualidade.”Telma Salles, Presidente Executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró-Genéricos)

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“Para a Formil a feira foi muito boa, acho que foi a melhor edição da qual participamos ao longo destes 17 anos. Pudemos receber nossos clientes mais antigos, tanto os clientes brasileiros quanto os de outros países, e ganhamos alguns novos clientes. Começaremos um processo de validação e foi ex-celente pelo reconhecimento à qualidade de nossos produtos. Lançamos aqui um novo produto que ob-teve boa aceitação, portanto estamos muito felizes. A feira foi boa bem como o suporte da equipe da ABIQUIFI. O perfil do público neste ano foi melhor. Houve redução na agressividade dos fornecedores indianos e chineses e notamos que o mundo inteiro tem evoluído na área regulatória, as autoridades de cada país têm se esforçado, melhorando a aproxi-mação com os países mais críticos e severos nesta área, o que nos beneficiou.”José Correia da Silva, Presidente da Formil Química

“O balanço é positivo, foi muito interessante estarmos aqui. Não é o primeiro ano que participamos da CPhI Worldwide. Estar junto com a ABIQUIFI faz toda a dife-rença, pois garante um suporte. Um lugar onde todas as empresas brasileiras estão juntas possibilita que os outros países e empresas nos achem e também que possamos nos encontrar, conversar, tomar um café, o que é im-portante. O networking entre as empresas brasileiras e também com as empresas de outros países é excelente. Este papel de ABIQUIFI de centralizar o Pavilhão Brasileiro e aproximar as empresas é fundamental. A MSD vem à CPhI Worldwide com uma função um pouco diferente da tradicional, pois o intuito não é vender nada, não temos uma lista de produtos à venda, viemos realmente para conversar, para ter oportunidades de negócios, de parcerias com outras empresas, tantos nacionais quanto de outros países. Há muitas drogas à venda por aqui, que nos interessam. A MSD possui um pipeline muito grande e isso demanda um trabalho diário da equipe de desenvolvimento de negócios para complementar este pipeline. É obvio que todo mundo gostaria de ter todas as drogas que imagina ter mas ninguém tem, portanto o objetivo é esta complementação de pipeline, torna-lo cada vez mais robusto nas áreas em que atuamos, aliando a inovação com a necessidade de mercado.”Flávio Azank, Gerente de Assuntos Médicos da MSD

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Expositores

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“A CPhI Worldwide 2012 foi a consolidação do Pavi-lhão Brasileiro, com a realização das reuniões, trazendo as empresas e convidados a participar desse instante, estabelecendo contatos muito próximos com o órgão regulatório, com os órgãos de fomento e com outras empresas, portanto este foi um ato realmente inovador que a ABIQUIFI realizou com sucesso. O LAIF é extre-mamente agradecido pelo convite e pelas oportunidades dadas à PUC-RS e ao próprio laboratório, sempre via-bilizando e disponibilizando este estande, onde temos tido uma série de possibilidades de interações, tanto com empresas nacionais quanto estrangeiras. Desta vez a ABIQUIFI se superou e nós também. Pela primeira vez tivemos uma empresa estrangeira interessada em nossos serviços, além de outras empresas brasileiras para as quais não havíamos tido a oportunidade de explicar melhor nosso trabalho, que vieram ao nosso encontro e conversaram conosco algumas vezes, oferecendo as instalações para visita e nós também nos oferecemos para sermos auditados, visando demonstrar a seriedade de nosso trabalho e o propósito do projeto inicial, que é garantir a qualidade, a eficácia e a segurança dos produtos que fabricamos ou que importamos, que é o papel do LAIF. Quanto ao órgão regulatório, buscamos contribuir, uma vez que a ANVISA já nos sinalizou que seremos uma referência na constituição de uma rede de laboratórios que possa atender a demanda e viabilizar a expansão da exigência de controle a outras moléculas que ainda não são controladas justamente por falta de uma logística que atenda estas análises e que possa ga-rantir à ANVISA e ao usuários que estes produtos estarão nas condições que se pretende. Definitivamente nossas participação na CPhI Worldwide é uma necessidade. Minha primeira participação na CPhI Worldwide foi há três anos, em Paris, quando visitei e circulei entre as empresas, e já na segunda vez, quando tivemos estan-de no Pavilhão Brasileiro, houve uma valorização com a estruturação também de um plano de negócio, não apenas do entendimento filosófico do que queremos fazer em atendimento à sociedade, mas já houve um direcionamento ao retorno que precisamos, uma vez que somos uma instituição privada. Dentro do Brasil não se consegue contatar tantos dirigentes de empre-sas, que têm uma vida atribulada, é dificílimo agendar encontros com estas pessoas que têm poder decisório, além do que o custo se tornaria muito alto, pois mes-

mo assim seria necessário fazer uma viagem para cada reunião. Também existe a questão da motivação, pois aqui as pessoas estão mobilizadas para o processo de negociação. Esta terceira participação nos consolidou, inclusive pelo fato de já nos tornar conhecidos, desde o momento em que entramos nos avião e encontramos pessoas que já nos são familiares, e aqui temos várias ocasiões, em um jantar, por exemplo, para conviver e estabelecer uma negociação.”Prof. Dr. José Aparício Brittes Funck, Coordenador do Laboratório Analítico de Insumos Farmacêuticos (LAIF) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)

“A CPhI Worldwide foi bom movimentada, fizemos muitos contatos e novos negócios, visando o desenvolvimento de novos produtos, e ainda realizamos o follow up de contatos que já tínhamos estabelecido em anos anteriores. Fizemos várias reuniões e estamos certos de que os resultados serão extremamente positivos para nós em função deste evento. A estrutura do Pavilhão Brasileiro nos ajuda bastante, participamos desta realização desde o início e continuaremos participando, porque é uma iniciativa de sucesso para todas as empresas e para nós especialmente.”Ricardo Pacheco, Diretor do Cristália

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“A organização da ABIQUIFI é muito profissional e focada e expõe muito bem o nome do Brasil e do mercado farma-cêutico brasileiro, de uma forma muito integrada entre todos os participantes, trazendo uma boa reputação para o País e demonstrando o profissionalismo das empresas brasileiras. So-mos uma empresa multinacional, mas a maioria das empresas que está aqui é de origem brasileira, muitas não conhecidas fora do País, e por meio desta organização a ABIQUIFI tem deixado transparente para todo o mundo que o Brasil tem empresas e organizações farmacêuticas de excelente nível, o que é importante para atrair investimentos, para a exportação, para gerar crescimento para o Brasil e para nossa região. A ABIQUIFI está de parabéns pela iniciativa, pela organização e pelo trabalho que tem feito. Participei do evento pela primeira vez no ano passado e mesmo assim já percebi que é nítida a evolução em tudo o que cerca a organização da feira, em termos de ajuda e suporte operacional, com uma relação custo/benefício muito boa. Para a Boehringer Ingelheim do Brasil há dois grandes benefícios em participar da CPhI Worldwide no Pavilhão Brasileiro, primeiro por estar em um ambiente brasileiro, que obviamente atrai interessados de todo o mun-do por nossa região, e segundo pela otimização de recursos. Recebemos pessoas do mundo inteiro, interessados em nossos serviços e produtos, mesmo a empresa estando presente em outro local da feira com um estande internacional, uma vez que há muitos locais em que a empresa está presente, pratica-mente no mundo todo, e estar lá não é um diferencial para a Boehringer Ingelheim do Brasil, já estar no pavilhão Brasileiro é um diferencial. Por isso participamos nos últimos anos e este ano foi excelente, recebemos muitos contatos e empresas de diferentes continentes, gerando diversas oportunidades, por-tanto o resultado tem sido muito bom.”Caio Cortelazzi, Gerente de Negócios Industriais

da Boehringer Ingelheim do Brasil

“Na edição 2012 da CPhI Worldwide percebemos que nossa presença tem sido crescente e cada vez mais organizada, tanto no que diz respeito à CPhI Worldwide em si quanto em relação à ABIQUIFI e ao Pavilhão Brasileiro, que nos deu apoio geral em todos os dias de nossa presença e no dia-a-dia na feira. O objetivo maior para a Genix na feira foi atípica em relação aos outros anos, porque felizmente hoje a Genix participa com o objetivo principal de fortalecimento de marca, apoio aos distribuidores ao redor do mundo e principalmente também visando outros negócios. Diferentemente de quando iniciamos um trabalho de prospecção em 2006, hoje percebemos que o trabalho já está consolidado e em fase de manutenção. Nossa presença para 2013 já está confirmada, independente do que possa acontecer no mercado, pois já faz parte de nossa estratégia para 2013. A feira não gera negócios imediatos, é uma prospecção de novos contatos para serem levados e estudados no Brasil visando a realização em médio e longo prazo, pois um trabalho de exportação, na maioria dos casos, não ocorre em curto prazo, mas sempre colhemos os frutos de nossa presença aqui na CPhI Worldwide. Saliento que a cada ano a ABIQUIFI se aperfeiçoa mais, aprende mais, notamos o crescimento como suporte e isso nos dá segurança de que tudo correrá bem e ajudará a promover o nome da empresa fora do Brasil.”Roberson Petrungaro, Gerente da Genix

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“A União Química participa do Pavilhão Brasileiro há cinco anos e tenho estado presente desde o princípio. Nosso objetivo, além da divulgação da empresa, é o ponto de encontro anual de todo o setor industrial farmacêutico, tanto dos fornecedores quanto dos compradores. Quem pensa em exporta-ção deve estar aqui e para quem pensa em otimização de compra de matéria-prima e licenciamento de produto acabado este é o fórum. É assim que consideramos e nos mante-mos, por isso todo ano aguardamos pela CPhI Worldwide. O suporte da ABIQUIFI viabiliza e facilita nossa participação, pois não temos que nos preocupar com a maior parte dos pequenos problemas com os quais teríamos que estar envolvidos, na organização de uma ação deste tamanho. Trata-se de um ponto de encontro, pois estamos reunidos com as maiores empresas farmacêuticas nacionais, e a ABIQUIFI é o catalizador dessa reunião. O evento me pareceu mais reduzido, com menos participantes, mas, por outro lado, está muito mais objetivo, ou seja, há menos pessoas que não estão em busca de informações relevantes - fomos procurados por menos pessoas mas por visitantes com muito mais objetividade e foco em negócios. Estamos saindo da CPhI Worldwide 2012 extremamente satisfeitos com os resultados e talvez este tenha sido o melhor ano para nós. É praticamente certo que em 2013 participaremos novamente e a União Química manterá esta parceria por muitos anos.”Miguel Filho Giudicissi,

Diretor Médico da União Química

Lounge do Pavilhão Brasileiro foi novamente ponto de apoio e de encontro entre brasileiros e para recepção aos estrangeiros

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“Em termos de volume de pessoas a impressão que temos é que este ano foi a edição com menor quantidade, o que de certa forma foi bom, pois quem compareceu teve muita objetividade, sem perda de tempo, as visitas que recebemos foram extremamente focadas. Há medi-da que se passam os anos aprendemos cada vez mais como funciona o evento e constatamos que a efetividade é muito maior quando ocorre o agendamento prévio, tanto é que tivemos muito poucas possibilidades de in-serção de novas reuniões e encontros, pois os horários já estavam praticamente todos ocupados. Nestes três dias realizamos uma passada geral em todos os negócios que já estavam em andamento, aproveitando a presença das pessoas aqui, portanto o evento foi muito bom para nós e nos atende plenamente. Pela primeira vez a ABIQUIFI providenciou a reunião na Embaixada do Brasil, neste caso da Espanha, que é um aspecto formal mas impor-tante, pois sabemos que a função da Embaixada é atuar por quem necessita dela e é bom que as empresas do setor industrial farmacêutico brasileiro saibam onde fica

a Embaixada, com quem devem falar etc. A BIOLAB estará presente novamente em 2013, em Frankfurt, na Alemanha, pois a CPhI Worldwide é a feira que mais atende ao setor industrial farmacêutico e reúne os mais importantes fornecedores de itens como matéria-prima, serviços e equipamentos, que ocupou neste ano um novo espaço e gradualmente aumenta a participação na feira, que era pouco representativa há alguns anos. Verificamos a presença de outras empresas brasileiras no Pavilhão Brasileiro, algumas pela primeira vez, demonstrando que a informação da importância desta ação já chegou a outras empresas e algumas até de pequeno porte, o que é fruto do trabalho da ABIQUIFI. A nova forma de disponibilizar as palestras de representantes de órgãos governamentais e agências foi muito boa, pois é mais um contato que temos com estas pessoas e promove uma aproximação, quebrando tabus, por exemplo, que o BNDES é uma instituição intangível, o que deve ser continuado para as próximas edições.”Dante Alário Júnior, Presidente Técnico-Científico da BIOLAB

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“A Extrasul participa da CPhI Worldwide há pelos menos dez anos mas este ano é nosso primeiro no Pavilhão Brasileiro com a ABIQUIFI, que consolida o trabalho de posicionamento no mercado e foi uma ótima coincidência pois os resultados foram muito bons. Estar no Pavilhão Brasileiro definitivamente nos proporcionou outro tipo de exposição e dada a popularidade do Brasil no mercado internacional ultimamente estar aqui também ajuda a gerar novos contatos e negócios. Existe a movimentação de pessoas que naturalmente vêm ao Pavilhão Brasileiro e isso foi bastante positivo para nós. Lamentamos que feira tenha uma duração de apenas três dias, porque provavelmente teríamos mais três dias de reuniões a realizar e novos negócios a fechar. Como sempre há muitas oportunidades e aspectos a melhorar mas foi uma experiência muito boa, um trabalho muito bom realizado pela ABIQUIFI. O apoio da instituição é muito positivo e um facilitador enorme para a empresa, o que percebemos pois nos anos anteriores fazíamos todo o trabalho e o estande por conta própria, permitindo que nos concentremos muito mais nos negócios do que na preparação do estande, na criação de materiais etc. e nos ajuda a manter o foco no que realmente é importante. Também ressaltamos como aspecto positivo a sinergia e a comunicação com as outras empresas que participam do Pavilhão Brasileiro.”Fabian Magalhães, Vice-Presidente da Extrasul - Empresa do Grupo Adeste

“A Eurofarma esteve presente no Pavilhão Brasileiro da CPhI Worldwide 2012 com três principais áreas: Exportação, Gestão de Portfólio & Licenças e Suprimentos. O objetivo principal foi aproximar o contato com parceiros atuais e buscar novas alternativas de parceria, além de buscar de novas moléculas para agregar ao portifólio da Eurofarma, negociar e prospectar com fornecedores de matéria-prima, para assim ingressarmos em 2013 com excelentes perspectivas para a Eurofarma. Principalmente para minha área, estar presente na CPhI Worldwide resulta em abertura de novos mercados, receber clientes atuais e divulgar o portfólio de produtos da Eurofarma. Nossa meta é, no mínimo, concretizar seis novos contratos de fornecimento e iniciar exportação para pelo menos cinco novos países. Minha percepção foi que a feira trouxe um resultado excelente e produtivo, pois contabilizamos mais de 100 visitas diárias ao nosso estande no Pavilhão Brasileiro. O apoio da ABIQUIFI foi essencial, tanto na montagem do estande, na definição da localização do pavilhão e até no suporte técnico. A CPhI Worldwide 2012 foi um evento consistente e encerramos nossa participação nesta edição com a certeza de colher bons frutos que devem gerir um sólido retorno financeiro para a Eurofarma. Participo da CPhI Worldwide há seis anos e nunca tive dúvida que as edições seguintes sempre se superam e que a Eurofarma estará sempre presente. O Pavilhão Brasileiro está cada vez mais conhecido globalmente, mais sofisticado e moderno e como conseqüência as empresas globais estão conhecendo e depositando mais confiança no Brasil, por isso é imprescindível a participação da Eurofarma na CPhI Worldwide, que inclusive vive um momento de internacionalização já com cinco operações próprias na América Latina . É um evento no qual a empresa tem prazer em investir.”João Pedro R. Neves, Gerente de Exportação da Eurofarma

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“A Nortec é participante antiga e juntamente com o Pavi-lhão Brasileiro estamos prestes a completar 18 anos de CPhI Worldwide, o que acontecerá em 2013. É sempre vantajoso, sempre conseguimos progredir na apresentação da Nortec fora do Brasil e cada vez mais fixar a imagem da empresa no mercado internacional, encontrar os fornecedores e clientes de todos os lugares do mundo, como os sul-americanos e os asiáticos. Aos poucos a Nortec foi se convertendo de uma empresa que participava da CPhI Worldwide para procurar fornecedores de matérias-primas para uma empresa que combina os fornecedores com os consumidores de nossos produtos e há um certo tempo também começamos a de-senvolver alianças estratégicas com alguns dos participantes da feira, que começou a ter importância para nós como o lugar onde encontramos os parceiros de produção de ativos e de transferência de tecnologia. Elogiamos a evolução que o Pavilhão Brasileiro obteve desde o início, a ABIQUIFI ofe-rece cada vez mais serviços diferenciados às empresas, por exemplo, neste ano disponibilizou transporte de ida e volta entre o hotel e a feira, organizou um jantar brasileiro ainda maior, a estrutura está cada vez melhor, é ótimo perceber o crescimento, o amadurecimento e o desenvolvimento do projeto como um todo. Pretendemos participar novamente em 2013, com um time ainda maior do que tivemos em 2012.”Marcus Soalheiro Cruz, Diretor-Presidente da Nortec Química

Um dos mais importantes centros de evento da Europa, o Feria de Madri recebeu os milhares de participantes de várias partes do mundo com todo conforto e modernidade

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“A participação da Kin Master na CPhI Worldwide 2012 foi muito boa, o resultado é bastante positivo, como em todos os outros anos, mas este ano foi um pouco melhor, tivemos um número expressivo de visitantes, que mar-caram horário previamente ou que estavam passando pelo estande, e fizemos contatos mais promissores de que em outras edições da feira. O perfil do visitante é de pessoas que buscam produtos com qualidade e isso é uma tecla na qual batemos sempre, se a procura é por preço a Kin Master não é o local mais indicado, pois esta é nossa menor preocupação, mas se a procura for por qualidade devem falar conosco. Frisamos isso para alguns clientes e futuros clientes, pois o que importa para nós é a qualidade de nossos produtos e o respeito a nos-

so nome e quem conhece a Kin Master sabe que somos uma empresa respeitada no mundo todo, que fazemos questão de manter, sem falar em valores de produtos e sim em qualidade. Percebemos que há uma tendência em nível global das empresas se preocuparem muito mais com qualidade e a Kin Master continuará obtendo suces-so pois sabemos que neste item não tem a perder para qualquer outra empresa. Notamos nesta CPhI Worldwide que os visitantes de nosso estande buscam por qualidade e neste sentido o Pavilhão Brasileiro é o lugar certo, pois a preocupação das empresas do Brasil é disponibilizar ao mercado produtos com qualidade. A organização está muito boa e em 2013 estaremos novamente em Frankfurt.”André Bertolucci, Gerente Comercial da Kin Master

“A CPhI Worlwide é um evento importante para promo-ver a empresa no mercado internacional, manter contato com fornecedores e clientes atuais, além de prospectar novas oportunidades de negócio, tanto para o Brasil como em novos mercados. De modo geral, o evento deste ano foi realmente produtivo para a EMS, com a presença de participantes de alto nível. No Pavilhão Brasileiro estão as principais indústrias nacionais, o que facilita a nossa localização por empresas estrangeiras, além de proporcionar a oportunidade de estarmos em contato com novos clientes interessados em fechar ne-gócios no Brasil. A organização para eventos do porte da CPhI Worlwide é sempre um desafio para a empresa. O apoio logístico da ABIQUIFI é importante e facilita a participação da EMS no maior evento mundial do setor farmoquímico.”Vinzenz Plorer, Vice-Presidente da EMS

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“O comentário geral é que demos um salto em quantidade e qualidade no evento. A CPhI Worldwide 2012 foi uma surpresa agradável, com uma visitação impressionante ao Pavilhão Brasileiro. Um dos indícios foi o esgotamento do estoque do Índex ABIQUIFI 2012, cuja quantidade foi calculada para os três dias de evento, mas acabou no segundo dia. Também foi gratificante verificar a presença de representantes de instituições brasileiras de interesse do segmento como BNDES, ANVISA, FINEP e parceiros institucionais, atuando em palestras e durante o evento com um grau de enlace profissional que dificilmente se vê em situações do cotidiano no Brasil. Seguramente já somos referência no evento e de acordo com o departamento comercial da feira algumas empresas aguardam o posicionamento do Pavilhão Brasileiro para confirmar suas áreas, já que o fluxo de visitantes do pavilhão é conhecido e forte. Este trabalho permite ao expositor estar no lugar certo e na hora certa, com a imponência que nosso País merece. Oferecemos status, visibilidade, conforto, tradição, tranqüilidade, infra-estrutura, suporte, foco e tudo mais que permite ao expositor atingir o seu melhor desempenho durante o evento. O desenvolvimento dos trabalhos para a Alemanha, local confirmado para 2013, já estão em pleno andamento e como estamos sempre um passo à frente o evento de 2014 também já está em nossa pauta, cuja previsão é ser realizado em Paris, na França. Nosso trabalho é intenso e ininterrupto e durante o evento em Madri já promovemos a escolha do espaço e a assinatura de contrato para a próxima CPhI Worldwide. O evento de 2013 em Frankfurt, na Alemanha, está confirmado e estaremos no local mais privilegiado da CPhI Worldwide, reforçando a característica do Pavilhão Brasileiro.”Ruben Minardi, Arquiteto e Co-Organizador

do Pavilhão Brasileiro

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A Revista Fármacos&Medicamentos realizou a cobertura do evento a convite da ABIQUIFI

O Pavilhão Brasileiro na CPhI Worldwide 2013, que acontecerá entre 22 e 24 de outubro de 2013, em Frankfurt, na Alemanha, já está sendo planejado desde antes do final da CPhI Worlwide 2012 e contará com inovações importantes. Terá um auditório exclusivo para 40 lugares, com tratamento acústico para realização de palestras programadas, além de salas de reunião reservadas e área comum com estações de trabalho que permitirão reuniões informais, de forma a atender a grande demanda de público. Terá ainda a inovação de rede própria de WIFI, com acesso ilimitado aos expositores, visitantes e clientes do Pavilhão Brasileiro.

O espaço já definido possui 465,50m², distribuídos em quatro ilhas posicionadas no mais nobre ambiente da CPhI Worldwide na Alemanha, o hall 3.1 da Messe Frankfurt, o mais moderno centro de exposições da Europa, o que é uma grande conquista da ABIQUIFI pois é o hall onde somente as grandes corporações e atrações do evento estarão. Para obter mais informações e saber detalhes sobre as possibilidades de participação no Pavilhão Brasileiro na CPhI Worldwide 2013, visite o site da ABIQUIFI pelo endereço www.abiquifi.org.br ou contate a instituição pelo telefone (11) 3897-9779 ou pelo e-mail [email protected].

Pavilhão Brasileiro Confirmado na CPhI Worldwide 2013 em Frankfurt, Alemanha

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Análise dos Principais Elementos em Relação ao Descarte de Resíduos de Medicamentos DomiciliaresRodolfo Schleier, Izabella Caldeira Landim, Jair Calixto e Lauro D. Moretto

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I ntroduçãoO assunto descarte de resíduos

de medicamentos domiciliares vem ganhando elevada projeção em todo o mundo, desde que a sociedade passou a tomar consciência de que é necessário dar destinação adequada às sobras de medicamentos, sejam eles inservíveis, vencidos ou deteriorados.

O tema é importante e as pessoas, de um modo geral, sabem que algo deve ser feito. Neste contexto, é ne-cessário descrever as responsabilidades e o papel de cada pessoa - jurídica e física - no tocante ao processo de coleta, armazenagem, transporte e destinação adequada dos resíduos.

Mas apenas isto não é suficiente, pois um dos objetivos da Lei nº 12.305/2010 - Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) 28 é a “...não geração, redução...”. Melhor do que tratar e dispor os resíduos é não gerar ou reduzir sua geração e, para isso, existem diversos mecanismos a serem desenvolvidos pelos órgãos reguladores e pela sociedade, orien-tando e esclarecendo consumidores e profissionais.

Outro ponto importante a ser entendido pela sociedade é a es-pecificidade do medicamento, pois não sendo possível sua recuperação deve-se tomar precauções para que

“Melhor do que tratar e dispor os resíduos é não gerar ou reduzir sua geração e, para isso, existem diversos mecanismos a serem desenvolvidos pelos órgãos reguladores e pela sociedade, orientando e esclarecendo consumidores e profissionais.”

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não haja confusão em relação á pos-sibilidade de reciclagem e manuseio, por leigos das embalagens contendo produtos farmacêuticos.

Nos capítulos seguintes procuramos apresentar diversos elementos envol-vendo a destinação de resíduos de medicamentos domiciliares.

Experiências Internacionais Relativas ao Descarte de Resíduos de Medicamentos

Encontram-se disponíveis na litera-tura diversos relatos de experiências e ações relacionadas com a coleta e o tratamento de resíduos de medica-mentos domiciliares.

Verifica-se que não há uma uniformi-dade de modelos, mesmo por que há grande dificuldade de definir o grau de periculosidade dos resíduos de medi-camentos, de forma generalizada. Por este motivo determinados países não possuem um modelo, recomendando que consumidores depositem no lixo comum seus medicamentos inservíveis. Outros países preferiram desenvolver modelos com certa complexidade operacional e de elevado custo para a sociedade. Procuramos relacionar as experiências de alguns países, apon-tando suas principais características.

Estados UnidosO método inicialmente aconse-

lhado era a deposição direta no esgoto, de forma a evitar contatos acidentais com crianças ou animais domésticos. No entanto, em 2007, passou-se a indicar sua colocação no lixo comum, ou entregá-los na farmácia, a fim de evitar a entrada destes produtos nos esgotos ¹.

O US Fish and Wildlife Services, a American Pharmacists Association e a PhRMA (respectivamente: Agência Ambiental do Governo Norteamerica-no, Associação Americana de Farma-cêuticos e Associação de Pesquisa e Indústria Farmacêuticas da América) criaram, conjuntamente, o programa SMARxT DISPOSAL™ ², uma iniciativa público-privada que visa orientar sobre o descarte adequado das sobras e de medicamentos vencidos, assim como alertar sobre os impactos ambientais potenciais do descarte inadequado.

A orientação passada à população é colocar os medicamentos em um saco plástico (no caso de sólidos, acrescentar água para dissolvê-lo) e, posteriormente, colocar areia, borra de café ou qualquer outro material que torne o medicamento não atrativo, para evitar que este seja ingerido por crianças ou animais. Depois o saco deve ser fechado e colocado no lixo. Existe até um Dia Nacional de Coleta (National Prescription Drug Take-

-Back Day), com grande repercussão na mídia. Em sua quarta edição, em abril de 2012, foram recolhidas 276 toneladas de medicamentos vencidos ou não utilizados, por meio de 5.659 pontos de coleta disponíveis em todos os Estados e Territórios americanos. Ao longo das quatro edições do Na-tional Prescription Drug Take-Back Day foram retiradas de circulação 774 toneladas de medicamentos.

MéxicoA Comisión Federal para la Protección

contra Riesgos Sanitários (COFEPRIS)³, que pertence à Secretaria de Saúde do México, conduziu em 2007 dois programas piloto de recolhimento de medicamentos vencidos nas zonas urbanas de Cuernavaca e Santiago de Querétaro. O primeiro envolveu 11 centros de saúde, sete hospitais e clínicas públicas e 25 farmácias e o segundo envolveu 14 centros de saúde, cinco clínicas públicas e 24 farmácias da principal rede do País.

A divulgação contou com panfletos e cartazes, além de recados escolares (com confirmação de recebimento), de modo a atingir o maior número possível de pessoas da área de co-bertura do programa. Ao final da campanha de quatro semanas, os recipientes eram retirados por uma

“Determinados países não possuem um modelo, recomendando que consumidores depositem no lixo comum seus medicamentos inservíveis. Outros países preferiram desenvolver modelos com certa complexidade operacional e de elevado custo para a sociedade.“

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empresa autorizada e enviados para coprocessamento. O balanço final das duas campanhas mostrou que as metas foram superadas. Com isso, a experiência foi transformada em um Programa Nacional de Recolhi-mento de Medicamentos Vencidos (Programa Nacional para el Manejo Adecuado de Medicamentos Caducos - PRONAMEDCA), a ser gradativa-mente expandido a outros Estados mexicanos.

CanadáO Canadá ainda não apresenta

um programa nacional de descarte de medicamentos vencidos e não utilizados. Os programas regionais diferem entre si em aspectos como: financiamento, estrutura reguladora, administração, monitoração, práticas de recolhimento etc.

O primeiro programa foi o BC Medi-cations Return Program 4, estabelecido no final da década de 1990 na Colúmbia Britânica. Este programa é financiado pelos proprietários das marcas e pelas indústrias farmacêuticas, sem qualquer custo para o consumidor. Desde 1999 o programa é gerenciado pela Post Consumer Pharmaceutical Stewardship Association (PCPSA) - Associação Farmacêutica de Gerenciamento Pós-Consumo e vem aos poucos se expandindo para outras regiões do

País. O consumidor pode pesquisar os pontos de coleta mais próximos de sua residência via internet.

A Associação Farmacêutica da província de Alberta possui o Pharmaceutical Stewardship Program - Programa de Gerenciamento Farmacêutico -, que orienta a população sobre como de-volver medicamentos não-utilizados e vencidos à farmácia comunitária. Somente em 2011, o programa ENVIRx recolheu mais de 60 toneladas de resíduos de medicamentos, os quais foram encaminhados ao descarte de maneira ambientalmente correta. No ato de entrega do medicamento, o consumidor tem a oportunidade de conversar com o farmacêutico, expli-car o motivo da devolução e obter orientações sobre como otimizar o uso de medicamentos.

ColômbiaEste País instituiu em 2005 o De-

creto 4741/2005, que prevê a criação de Planos de Gestão de Devolução Pós-Consumo de Medicamentos 5. A Câmara da Indústria Farmacêutica da Associação Comercial e Industrial da Colômbia (ANDI) 6, que tem como afiliados os principais laboratórios de capital nacional e estrangeiro que atuam nesse País, mantém o Programa Ponto Azul de coleta de medicamentos vencidos. Por meio

dele, o consumidor pode localizar os pontos de coleta mais próximos.

Em janeiro de 2010, 106 fabricantes e importadores de medicamentos instalaram em quatro localidades de Bogotá 15 pontos de recolhimento de medicamentos vencidos e o programa tem se expandido.

Portugal Um estudo publicado em 2011

envolvendo 300 usuários perten-centes a três unidades de saúde da cidade de Coimbra revelou que a maioria das pessoas identifica o excesso de medicamento existente nas embalagens como justificativa para a geração de resíduos.

A coleta dos medicamentos vencidos é realizada, sobretudo, por meio da entrega na farmácia, seguida pelo lixo comum. O fator ambiental é o principal motivo para a entrega dos medicamentos na farmácia, porém o destino dos resíduos de medica-mentos após entrega na farmácia era desconhecido pela maioria dos pacientes inquiridos 7.

Em Portugal, a indústria farmacêu-tica associou-se aos distribuidores e farmácias criando a VALORMED 8 - sociedade responsável pela gestão dos resíduos de embalagens e medi-camentos fora de uso. A VALORMED reúne a experiência da indústria em

“Em Portugal, a indústria farmacêutica associou-se aos distribuidores e farmácias criando a VALORMED 8 - sociedade responsável pela gestão dos resíduos de embalagens e medicamentos fora de uso.”

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produção, embalagem e acondicio-namento de medicamentos à logís-tica operacional dos distribuidores e farmácias. Mais de 2.800 farmácias aderiram à sociedade como locais de recolhimento de medicamentos vencidos e de aconselhamento ao público, abrangendo todo o territó-rio de Portugal, Madeira e Açores. A VALORMED tem como sócios as principais associações representativas do setor de medicamentos: Associa-ção Nacional de Farmácias (ANF), Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA) e Associação de Grossistas de Produtos Químicos e Farmacêuticos (GROQUIFAR).

A VALORMED é licenciada pelos Ministérios do Ambiente e da Economia para a gestão do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens de Medicamentos (SIGREM).

Em 2007 o âmbito de atuação da VALORMED foi ampliado para resídu-

os de embalagens de medicamentos separados em farmácias hospitalares, resíduos de embalagens provenien-tes das devoluções das farmácias e distribuidores, bem como resíduos de embalagens de medicamentos e produtos de uso veterinário.

Em 2010 foram recolhidas 838 to-neladas de resíduos de embalagens e medicamentos fora de uso, repre-sentando um acréscimo de 17% em relação ao ano anterior.

Embora os medicamentos repre-sentem menos de 0,5% dos Resíduos Sólidos Urbanos, o projeto é justifi-cado em termos de saúde pública e ambiental. O material recolhido passa por triagem, sendo reencaminhado para reciclagem todo o material de embalagem suscetível deste tipo de tratamento ambiental.

Demais Países da União Europeia Segundo fontes citadas pelo mesmo

autor do estudo português menciona-do anteriormente, vinte e oito países europeus já têm um sistema de gestão de resíduos de medicamentos em funcionamento, dos quais onze têm por base a rede de farmácias. Oito desses sistemas abrangem apenas resíduos de origem doméstica, sete deles também incluem lares de idosos e quatro também incluem hospitais. Alguns desses programas europeus são financiados integralmente pelo Estado enquanto outros são suportados pela indústria ou farmácias 7.

Um relatório da Agência Europeia do Ambiente publicado em 2010 revelou que grande parte dos países europeus recolhe medicamentos não utilizados separadamente do lixo doméstico e que geralmente este recolhimento ocorre em farmácias 9.

No total, 28 Estados da União Eu-ropeia responderam ao questionário aplicado pela Agência Europeia do

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“Vinte e oito países europeus já têm um sistema de gestão de resíduos de medicamentos em funcionamento, dos quais onze têm por base a rede de farmácias. Oito desses sistemas abrangem apenas resíduos de origem doméstica, sete deles também incluem lares de idosos e quatro também incluem hospitais.”

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Ambiente. Devido à importância li-mitada de resíduos de medicamentos em hospitais e suas diferentes formas de disposição, este inquérito abrangeu apenas os resíduos de produtos farma-cêuticos em domicílio. As perguntas eram focadas nos seguintes tópicos:

▪ Como a informação é dada ao cidadão sobre a melhor forma de disposição de produtos far-macêuticos não utilizados;

▪ A classificação dos resíduos far-macêuticos como lixo doméstico ou resíduos especiais;

▪ Quem recolhe resíduos farmacêu-ticos (resíduos especiais);

▪ A obrigação legal de participar;

▪ Estimativa dos montantes anuais.

O questionário mostra como a política de resíduos de medicamentos varia de um país europeu para outro. Os canais de informação variam desde a informação oral direta ao paciente

por meio do médico ou farmacêutico, até informações completas por meio de sites e folhetos.

Todos os Estados classificam resídu-os de medicamentos como resíduos especiais, que podem ser devolvidos a uma farmácia ou a um ponto de coleta público. Não existe uma regra harmonizada sobre a participação das farmácias ser obrigatória ou voluntária. Na maioria dos Estados ela é volun-tária. A maioria dos Estados relatou uma quantidade estimada de resíduos recolhidos entre 10 e 100 toneladas/milhão de habitantes. Os países com maiores índices de recolhimento desse tipo de resíduo são: Suíça, Irlanda, Luxemburgo, Suécia e França.

O relatório também mostra uma parte importante dos medicamentos não utilizados - especificamente medicamentos líquidos, como gotas e xaropes - são descartados na pia ou vaso sanitário.

AustráliaO consumidor pode entregar o me-

dicamento não utilizado nas farmácias. O sistema de coleta é inteiramente subsidiado pelo Estado 7.

JapãoNo segundo país do mundo onde

mais se consomem medicamentos, em 2009, os consumidores eram orientados a colocar os resíduos no lixo comum, a fim de evitar a contaminação dos esgotos com esse tipo de resíduo e que o esgoto fosse uma opção de destino para este gênero de resíduos 7.

Razões pelas Quais os Medicamentos Não São Consumidos na Totalidade

A seguir é apresentada a ordem de importância de cada motivo, segundo alguns estudos feitos por meio de entrevistas com os consumidores que entregaram o medicamento vencido ou não-utilizado na farmácia.

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Suécia: 1. Prazo de validade expirado > 2. Falecimento do usuário (20% dos casos) > 3. Melhora clínica > 4. Mudança de medicamento devido a reação adversa ou ineficácia.

Estudo realizado em 2003 com 1.022 consumidores 29

Nova Zelândia: 1. Prazo de vali-dade expirado (26%) > 2. Mudança de medicamento (24%) > 3. Melhora clínica (15%).

Estudo realizado em 2007 com 653 consumidores 10

Espanha: 1. Prazo de validade expirado (28%) > 2. Melhora clínica (24,9%) > Falecimento do usuário (20,8%) > Mudança de medicamento (11,7%).

Estudo realizado em 2005 com 207 consumidores 11

O mesmo estudo espanhol revela ainda que, nos casos de mudança da medicamento, o responsável pela decisão foi: em 22,8% dos casos, o médico, em 14,9%, o próprio usuário, e em 0,7% dos casos, o farmacêutico. Outro dado importante foi que 53,5% dos medicamentos foram financiados parcialmente ou totalmente pelo sistema nacional de saúde espanhol, enquanto apenas 30,2% tiveram seu valor integral pago pelo próprio paciente 11.

Estudo realizado em Portugal envol-vendo 281 indivíduos entrevistados

na península de Setúbal mostra como os principais motivos para o descarte dos medicamentos: a expiração do prazo de validade (73%) e o excesso de prescrição (10%) 12.

O excesso de medicamentos vencidos pode ser explicado pelo excesso de prescrições, de modo que a quantidade de medicamentos adquiridos é maior do que a efetivamente utilizada 13.

Comportamento do Consumidor Relativo aos Resíduos de Medicamentos

Um estudo realizado nos EUA em 2006, por meio de questionários a 301 clientes de farmácias, mostrou que mais da metade (54,2%) guar-dava os resíduos de medicamentos em casa, por um prazo superior ao vencimento, e que cerca de 1/3 (37%) tinha a iniciativa de levar os resíduos até um estabelecimento de saúde ou farmácia. 35% das pessoas considerava aceitável descartar o resíduo no lixo ou na pia 14.

Estudo realizado em 2003 na In-glaterra, envolvendo 392 residências, mostrou que metade das pessoas (52,8%) utilizava o medicamento até o final, um terço (30,7%) guardava a medicamento até expirar o prazo de validade e 12,2 % descartava o medicamento imediatamente após

o término do tratamento prescrito. 62% dos entrevistados tinham por hábito descartar os resíduos no lixo comum, 21,8% entregavam em uma farmácia e 11,5% descartavam na pia ou vaso sanitário 15.

Proporções semelhantes foram en-contradas na Nova Zelândia. Estudo feito em 2008 com 452 consumidores mostra que 62% das pessoas guardavam os resíduos em casa, sendo a maior parte na cozinha (48%), seguida do banheiro (29%) e do quarto (13%). Metade (225) dos usuários guardava os medicamentos para uma eventual necessidade, enquanto 25% os guardava simplesmente por não saber o que fazer com eles. A maioria dos medicamentos sólidos (51%) era depositada no lixo comum, seguida da farmácia (24%) e do esgoto (19%). Já para os líquidos, a maioria tinha como destino o esgoto (55%), seguida do lixo comum (24%) e da farmácia (17%) 16.

Estudo realizado na Suécia, país com longa tradição na coleta de medica-mentos vencidos e não-utilizados, em 2007, por meio de entrevistas telefôni-cas, mostra que de 225 consumidores que tinham sobras de medicamento (dentro do prazo de validade), 55% as guardavam em casa, 43% as destinava à farmácia e apenas 3% as depositava

“Um estudo realizado nos EUA em 2006, por meio de questionários a 301 clientes de farmácias, mostrou que mais da metade (54,2%) guardava os resíduos de medicamentos em casa, por um prazo superior ao vencimento, e que cerca de 1/3 (37%) tinha a iniciativa de levar os resíduos até um estabelecimento de saúde ou farmácia.”

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no lixo comum. Após o término da validade, 55% dos usuários que man-tinham sobras em casa as destinavam à farmácia e 27% as descartavam no lixo comum. Considerando a soma dos medicamentos (antes e após a validade), 73% dos entrevistados destinavam à farmácia e 17,5% ao lixo comum. Quando questionadas sobre o motivo pelo qual destinavam os resíduos à farmácia, 50% das pes-soas deram como resposta “a proteção do meio ambiente” e 39% deram razões relacionadas à segurança dos moradores da casa. 42% dos entre-vistados demonstraram preocupação com o impacto destes produtos no meio ambiente, enquanto 10% não mostraram preocupação ambiental. Os valores são muito semelhantes àqueles encontrados em estudos anteriores (2001 e 2004) 17.

Estudo realizado em Portugal mostra que o destino mais comum para todas as apresentações farmacêuticas era a “entrega na farmácia”. Para comprimidos, por exemplo, este número chegava a 59%, seguido pela deposição no lixo comum (para 19,8% dos entrevistados). Quando perguntados sobre “qual era o melhor destino para este tipo de resíduo”, a maioria dos consumidores (89,6%) dava como resposta a farmácia, contra 4,3% que respondiam “o lixo”.

Os fatores apontados como respon-sáveis por esta divergência entre os valores teóricos e os reais foram falta de vontade (para 36% dos entrevistados), seguida da falta de informação (35%) e falta de conhecimento acerca dos riscos envolvidos (17%) 12.

Quanto às embalagens primárias vazias, a maioria dos entrevistados afirmou descartá-las no lixo comum, com exceção dos frascos de vidro, que na maioria dos casos eram descarta-dos no ponto de coleta de materiais recicláveis ou na farmácia. No que diz respeito às embalagens secundá-rias, quase a metade (48%) afirmou encaminha-las à reciclagem, enquanto a bula era mantida dentro da emba-lagem por 92,5% dos entrevistados. Apesar da grande porcentagem de pessoas que destinam corretamente os medicamentos e embalagens, a maioria (70%) afirma não saber qual é o destino dos mesmos 12.

Diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS)

O Guidelines for Safe Disposal of Unwanted Pharmaceutical In and After Emergencies publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) 18 é um conjunto de diretrizes e recomendações destinado a auto-ridades de países, com o objetivo

de implantação de uma política de gerenciamento e destinação final de medicamentos inutilizáveis em situa-ções de emergência, para evitar riscos ao meio ambiente e à saúde pública.

Os métodos de descarte abordados são: retorno à indústria, disposição em aterro (quando o resíduo for en-capsulado ou inativado), em aterro sanitário com proteção ao aquífero e em esgotos, incineração em con-têineres fechados, incineração em média temperatura e decomposição química. Entretanto, o guia é mais apropriado para grandes volumes e situações de emergência.

Orientações de DescarteSólidos, Semissólidos e Pós

Anti-infecciosos, fármacos contro-lados e antineoplásicos, sempre que possível, devem voltar para o fabricante ou serem destinados à incineração adequada. Quando não possível, é recomendado o encapsulamento ou inertização de modo a retardar a libe-ração para o ambiente. O descarte de medicamentos controlados requer a supervisão do farmacêutico, da polícia ou de um representante judicial, de acordo com os regulamentos locais.

Os resíduos dos demais produtos farmacêuticos sólidos e semissólidos geralmente representam não mais do

“Unwanted Pharmaceutical In and After Emergencies publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) 18 é um conjunto de diretrizes e recomendações destinado a autoridades de países.”

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que 1% do total de resíduos descarta-dos diariamente. Por isso podem ser dispostos em aterros, misturados a grandes volumes de resíduos sólidos urbanos, se não houver outro método adequado. O mesmo vale para produtos farmacêuticos facilmente biodegradá-veis, por exemplo, vitaminas.

Líquidos Produtos farmacêuticos com baixa

ou nenhuma toxicidade e/ou substân-cias facilmente biodegradáveis, tais como vitaminas, sais, aminoácidos, lipídios ou glicose, podem ser des-cartados no esgoto. O mesmo vale para pequenas quantidades de outros produtos farmacêuticos líquidos, exceto substâncias anti-infecciosas ou antineoplásicas, podem ser des-cartadas no esgoto. Onde não houver estação de tratamento de esgoto, é necessário diluir os medicamen-tos líquidos com grandes volumes de água e vertê-los em cursos de água de grandes dimensões. Não é aceitável descartar medicamentos líquidos, diluídos ou não, em cursos de água rasa ou parada. Resíduos de medicamentos líquidos podem ser eliminados utilizando o processo de encapsulação de cimento ou a incineração a altas temperaturas ou em fornos de cimento.

AmpolasAs ampolas devem ser esmagadas. O

vidro deve ser colocado em recipiente adequado e descartado em aterro e o conteúdo líquido descartado como citado anteriormente. As ampolas não devem ser queimadas ou incineradas devido à possibilidade de explosão e ao fato do vidro derretido gerar problemas ao forno ou incinerador. Ampolas de antineoplásicos ou agentes anti-infecciosos devem ser tratadas utilizando o encapsulamento ou a inertização. Líquidos voláteis em pequenas quantidades podem ser deixados para evaporar ao ar livre.

Nota Sobre Antineoplásicos e Antiinfecciosos

Tais fármacos têm a capacidade de matar ou impedir o crescimento de células vivas. Se descartados sem tratamento no ambiente, pode ter efeitos muito graves, como interferir nos processos reprodutivos em várias formas de vida. Sua disposição deve ser realizada com cuidado.

Antineoplásicos devem ser separados dos outros produtos farmacêuticos e mantidos separadamente em recipientes rígidos. Eles devem, idealmente, ser embalados com segurança e devolvidos ao fornecedor para eliminação. Caso essa opção não seja possível, deve ser

destruído em um incinerador de duas câmaras que opere a uma temperatura elevada de, pelo menos, 1200 °C na câmara secundária, e equipado com equipamentos de limpeza de gases. A câmara de combustão secundária é importante para assegurar a destruição de resíduos citotóxicos restantes da primeira combustão.

Resíduos de Antineoplásicos nunca devem ser descartados em aterros, nem mesmo depois do encapsulamento ou inertização. As equipes de trabalho de manipulação dessas drogas devem evitar caixas de esmagamento ou remoção do produto a partir dos seus pacotes. Eles só podem ser descarregados em um sistema de esgoto, após a decomposição química, e não devem ser descarregados sem tratamento em superfície de água ou cursos de água naturais.

DesinfetantesEm geral desinfetantes não têm uma

data de validade, portanto podem ser armazenados e utilizados gradualmente ao longo do tempo. Não há necessidade real para eliminá-los. Não devem ser descartados em grandes quantidades no esgoto, pois podem prejudicar o tratamento biológico do esgoto, as-sim como a vida aquática. Pequenas quantidades rigorosamente controladas de desinfetante diluído podem ser

“Antineoplásicos devem ser separados dos outros produtos farmacêuticos e mantidos separadamente em recipientes rígidos. Eles devem, idealmente, ser embalados com segurança e devolvidos ao fornecedor para eliminação.”

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descartadas no esgoto, sob supervisão de um farmacêutico. O máximo diário proposto é de 50 litros difundidos ao longo de todo dia de trabalho.

Latas de AerossolLatas de aerossol descartáveis e ina-

ladores não devem ser queimados ou incinerados devido à possibilidade de explosão e danos ao forno ou incinerador. Desde que não contenham substâncias tóxicas eles podem ser eliminados em um aterro sanitário, dispersos entre resíduos sólidos municipais.

Estudos Sobre Resíduos de Medicamentos no Meio Ambiente

Pequenas quantidades de medica-mentos podem passar por meio do corpo humano sem sua metabolização completa e assim chegarem aos rios por meio do sistema de tratamento de esgoto 19. Outra fonte de contaminação ambiental é o descarte de medicamentos não utilizados ou vencidos de maneira inadequada no lixo ou vaso sanitário. Diante disso, reconhece-se que os com-postos farmacêuticos podem alcançar o ambiente e podem ser consideradas como poluentes. As modernas tecnolo-gias analíticas permitem detectar baixas concentrações de resíduos químicos, incluindo pequenas quantidades de produtos farmacêuticos.

Foram identificados traços de dezenas de fármacos diferentes em diversos rios, na Alemanha, no Reino Unido e na Itália, em concentrações maiores que um micrograma por litro. Dentre

esses fármacos estão antilipidêmicos, analgésicos-antipiréticos, anti-inflama-tórios e anti-hipertensivos, tais como ofloxacino, furosemida, atenolol, hidroclorotiazida, carbamazepina, ibuprofeno, benzafibrato, eritromicina, lincomicina e claritromicina 20.

Entre as principais classes de fármacos, as mais impactantes são antibióticos (76,6%), hormônios (73,6%) e anti-depressivos (69,4%) - os respectivos valores correspondem aos percentuais de fármacos de cada classe com risco ambiental inerente 15.

Tais substâncias, quando presentes em concentrações significativas na água, possuem potenciais efeitos ad-versos para a saúde humana, animal e de organismos aquáticos. Merecem atenção especial os antibióticos, os

antineoplásicos e os hormônios, pelo seu potencial de afetar diretamente as funções vitais dos seres vivos. Essa contaminação resulta do descarte in-devido, da excreção de metabólitos, que não são eliminados no processo de tratamento de esgotos, e também do uso veterinário.

Como se vê, os riscos ambientais decorrentes de resíduos farmacêuticos não se limitam aos despejos industriais e laboratoriais, mas também aos fár-macos lançados ao meio ambiente por intermédio de seus usuários. Mesmo em pequenas concentrações, podem exercer impactos sobre o ecossistema, bem como o desenvolvimento de microrganismos resistentes 21.

Os principais sítios de ocorrência ambiental de fármacos podem ser

“Os principais sítios de ocorrência ambiental de fármacos podem ser divididos em cinco grupos principais: lençóis freáticos, rios, oceanos, sedimentos e solo 21.”

Tabela 1 - Eficiência de Remoção Afluente e Efluente de Fármacos em Estações de Tratamento de Esgoto (ETE)

Fármaco Remoção (%)

AAS 81

Diclofenaco < 23

Ibuprofeno > 90

Betabloqueadores < 10

Benzafibrato 27 - 50

Fenofibrato 6 - 45

Ácido clofíbrico 15 - 34

Carbamazepina 7 - 8

Diazepam 93

Fonte: Rodrigues, 2009 22

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divididos em cinco grupos principais: lençóis freáticos, rios, oceanos, se-dimentos e solo 21.

Pelos motivos anteriormente ci-tados, a União Europeia (UE) exige uma avaliação dos riscos ambientais potenciais para aprovação de novos produtos farmacêuticos de uso hu-mano - além da avaliação conven-cional quanto à eficácia e segurança. Contudo, até o momento, questões ambientais não têm sido motivo de impedimento à aprovação de novos medicamentos pelas autoridades regulatórias. Há um consenso que os benefícios terapêuticos de um novo fármaco são superiores aos seus riscos ambientais 7.

O conhecimento científico acerca dos efeitos potenciais em longo prazo de produtos farmacêuticos no ambiente é um vasto campo de investigação a ser desenvolvido.

Principais Regulamentos Brasileiros Sobre Resíduos de Medicamentos

O gerenciamento e a destinação final de resíduos domiciliares de medicamentos, no Brasil, ainda não possui legislação específica em vigor. O assunto é abordado pela RDC nº 306/2004 e pela Resolução CONAMA nº 358/2005, no entanto ambas estão direcionadas apenas para os resíduos de serviços de saúde e não engloba a população em geral.

Vários Estados e Municípios pos-

suem legislação própria específica sobre o gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde, estabelecendo normas para classificação, segregação, armazenamento, coleta, transporte e disposição final desses resíduos. Contudo, as legislações em vigor não são claras e muitas vezes são conflitantes, provocando dúvidas e impossibilitando a adoção de normas práticas e eficazes em todo o País.

a. Resolução CONAMA nº 264, de 26 de agosto de 1999 23

Licenciamento de fornos rotativos de produção de clínquer para atividades de coprocessamento de resíduos.

Revisão em AndamentoO Conselho Nacional de Meio Am-

biente (CONAMA) criou um Grupo de Trabalho, denominado GT Fontes Fixas CONAMA, para elaborar uma minuta de Resolução que fixe limites de emissão de poluentes atmosféri-cos por fontes industriais pontuais e seus critérios de medição. Já foram estabelecidos quatro subgrupos de trabalho e prazos para apresentação de estudos. O primeiro subgrupo, formado no Paraná, deverá desen-volver propostas de limites e critérios de emissão para caldeiras de óleo, geração de calor por meio do uso da madeira e seus derivados, papel e celulose e coprocessamento (revisão da Resolução CONAMA nº 264/99).

Vantagens do CoprocessamentoO coprocessamento oferece diversas

vantagens: ▪ A destruição no coprocessamento

é definitiva, não gerando passivos ambientais, ou seja, o resíduo da queima é incorporado ao clinquer para a produção de cimento, de forma ambientalmente correta e segura, de resíduos perigosos;

▪ Preservação de recursos energéticos não renováveis pela substituição do combustível convencional e pela incorporação na massa do produto, em substituição a parte de matérias-primas que compõem a fabricação do cimento, sem alteração de suas características e atendendo às normas interna-cionais de qualidade;

▪ Contribuição à saúde pública, por exemplo, no combate aos focos de dengue (com a destruição de pneus velhos);

▪ Eliminação definitiva, técnica e ambientalmente segura, de resíduos industriais e passivos ambientais;

▪ Preservação de jazidas;

▪ Redução da emissão de gases de efeito estufa;

▪ Não há geração de subprodu-tos, como cinzas, pois há total incorporação no processo de fabricação de cimento.

A Resolução CONAMA nº 264 se aplica ao licenciamento de fornos rotativos de produção de clinquer

“O conhecimento científico acerca dos efeitos potenciais em longo prazo de produtos farmacêuticos no ambiente é um vasto campo de investigação a ser desenvolvido.”

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para atividades de coprocessamento de resíduos, excetuando-se os resíduos domiciliares brutos, os resíduos de serviços de saúde, os radioativos, explosivos, organoclorados, agro-tóxicos e afins.

Coprocessamento em Fornos de Clinquer

Consiste no aproveitamento de resí-duos gerados (serragem de madeirei-ras, borras de óleos, borras de tinta, resíduos de processos metalúrgicos, solventes de indústrias químicas e petroquímicas, resíduos de indústria farmoquímica, entre outras), utilizando-os como combustíveis ou matéria-prima em fornos de produção de clinquer, proporcionando uma redução no consumo de combustíveis auxiliares (óleo combustível, carvão e coque) de acordo com a Legislação Ambiental aplicável CONAMA 264 e 316.

Resíduos passíveis de coproces-

samento: resíduos líquidos, sólidos e pastosos, como os originados das seguintes atividades industriais: pe-troquímica, química, montadoras, autopeças, eletroeletrônica, siderurgia, metalurgia, metal-mecânica, celulose e papel, entre outras.

Resíduos não passíveis de coprocessa-mento: resíduos organoclorados, orga-nofosforados, radioativos, hospitalares, domiciliares, pesticidas e explosivos. Para aplicação nos fornos de clinquer, os resíduos passam por um processo de mistura de diversos resíduos, de-nominado Blending, com o objetivo de atender os parâmetros de queima estabelecidos na legislação e obter maior poder calorífico e, consequentemente, maior eficácia de queima.

b. Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005 - DOU 04/05/2005 24

Dispõe sobre o tratamento e a dis-

posição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências.

Essa norma abrange os seguin-tes estabelecimentos relacionados especificamente a medicamentos: drogarias e farmácias, inclusive as de manipulação, estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde e, também, distribuidores de produtos farmacêuticos. Os medicamentos são classificados como resíduos do grupo B, que engloba substâncias químicas que podem apresentar risco à saú-de pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.

Não se aplica a fontes radioativas seladas, que devem seguir as deter-minações da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), e às indústrias de produtos para a saúde, que devem observar as condições específicas de seu licenciamento ambiental.

“Resíduos passíveis de coprocessamento: resíduos líquidos, sólidos e pastosos, como os originados das seguintes atividades industriais: petroquímica, química, montadoras, autopeças, eletroeletrônica, siderurgia, metalurgia, metal-mecânica, celulose e papel, entre outras.”

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c. Resolução RDC Nº 306, de 07 de dezembro de 2004 - DOU 10/12/2004 25

Esta norma sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde clas-sifica o descarte de medicamentos inservíveis no grupo B, considerados como Resíduos Químicos com o seguinte conceito conforme a RDC: “são os resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade”.

Referente a produtos farmacêuti-cos, cita os hormonais e produtos antimicrobianos, os citostáticos, os antineoplásicos, os imunossupresso-res, os digitálicos, os imunomodula-dores e os anti-retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores

de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos medicamentos controlados pela Portaria MS nº 344/98.

Alcança também os demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos.

Referente à disposição, diz que “os resíduos químicos que apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente, quando não forem submetidos a pro-cesso de reutilização, recuperação ou reciclagem, devem ser submetidos a tratamento ou disposição final espe-cíficos”, cujos fármacos são aqueles citados anteriormente.

Por outro lado, os resíduos quí-micos que não apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente podem ser submetidos a processo de reuti-lização, recuperação ou reciclagem.

Os resíduos no estado sólido, quan-do não submetidos à reutilização, recuperação ou reciclagem, devem ser encaminhados para sistemas de disposição final licenciados e os re-síduos no estado líquido podem ser lançados na rede coletora de esgoto ou em corpo receptor, desde que atendam respectivamente as diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambien-tais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes.

Os resíduos de produtos ou de insumos farmacêuticos que, em função de seu princípio ativo e forma farmacêutica, não oferecem risco à saúde e ao meio ambiente, conforme definido na norma em seu item 3.1, quando descartados por serviços assistenciais de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos, devem ser descartados conforme disposto anteriormente.

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d. Portaria CVS nº 21 de 10/09/2008 26

Esta Norma Técnica sobre Geren-ciamento de Resíduos Perigosos de Medicamentos em Serviços de Saúde cita diversos trabalhos científicos so-bre a presença de fármacos ou seus subprodutos no ambiente. Classifica os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), decorrentes da utilização de fármacos ou medicamentos, criando um subgrupo, chamado de Resíduos Perigosos de Medicamentos (RPM), como parte do grupo B - Resíduos Químicos de Serviços de Saúde, da RDC nº 306/2004.

RPM são RSS químicos que apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente, conforme item 11.2 da Resolução ANVISA RDC nº 306/2004, assim definidos com base no detalhamento dos resíduos especificados no item 11.11 da mesma resolução e caracte-rizados por conter os princípios ativos listados no anexo II desta norma.

Assim, os resíduos de produtos farmacêuticos, medicamentos e simi-lares que não atendam aos critérios descritos no anexo I - Critérios para Caracterização dos Medicamentos Cujos Resíduos São Perigosos e que não contenham os princípios ativos relacionados no anexo II - Princípios

Ativos que Conferem Periculosidade aos Resíduos não são considerados RPM.

Os critérios para caracterização dos RPM, conforme Anexo I, são:

▪ Carcinogenicidade;

▪ Teratogenicidade;

▪ Toxicidade reprodutiva;

▪ Genotoxicidade (mutagenicidade e clastogenicidade);

▪ Evidências de toxicidade grave a órgãos e sistemas em baixas doses;

▪ Disrupção endócrina.

Os fármacos listados no Anexo II são considerados perigosos (ver Portaria CVS nº 21 de 10/09/2008 para detalhes).

Os RPM podem, em decorrência de suas características de periculosi-dade, estar incluídos em mais de um grupo de RSS perigosos, observando a possibilidade de enquadramento simultâneo em um ou mais dos grupos de RSS perigosos: Biológicos (Grupo A), Radioativos (Grupo C) ou Perfurocortantes (Grupo E), assim como outras classificações de risco de RSS químicos (Grupo B) ou Resíduos Perigosos (NBR 10.004), motivada por critérios de classificação diferentes dos adotados nesta norma técnica para inclusão no subgrupo RPM.

e. ABNT NBR 10.004: 2004 - Classificação de resíduos sólidos 27

A Norma Brasileira ABNT NBR 10.004/2004 sobre resíduos sólidos define resíduo sólido como os resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem indus-trial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.

Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instala-ções de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis diante da melhor tecnologia disponível.

Classificação de resíduos sólidos conforme a ABNT NBR 10.004:

▪ Resíduos Classe I - Perigosos: Resíduos que em função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, podem apresentar risco à saúde pública. Exemplo: produtos com caracte-rística de inflamabilidade, corro-sividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade;

“A Norma Brasileira ABNT NBR 10.004/2004 sobre resíduos sólidos define resíduo sólido como os resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.”

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▪ Resíduos Classe II - Não-perigosos: Os códigos constam listados na própria norma;

▪ Resíduos Classe II A - Não-inertes: Normalmente apresentam proprie-dades como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água;

▪ Resíduos Classe II B - Inertes: resíduos que não tiverem nenhum de seus constituintes solubiliza-dos a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez e sabor, conforme listagem da norma - Padrões de ensaio de solubilização.

Análise dos Principais Pontos Relacionados à Coleta, Armazenagem e Disposição de Resíduos de Medicamentos Domiciliaresa. Principais Pontos a Serem Considerados

▪ Definição e estabelecimento de programa de gestão adequado, com estrutura e responsabilidades;

▪ Promoção de t reinamentos, conscientização e competência constantemente da população e de toda a cadeia envolvida;

▪ Definição de sistema de arma-

zenamento e transporte seguros de maneira a evitar poluição ambiental, bem como riscos à saúde pública;

▪ Definição da abrangência do programa;

▪ Definição do processo e do modelo de disposição ambientalmente adequada, conforme o caso.

b. Principais Pontos para o Gerenciamento dos Resíduos

▪ Segregação;

▪ Identificação de riscos;

▪ Manuseio: pelo risco sanitário, o manuseio com fins de separação é desaconselhável;

▪ Acondicionamento;

▪ Coleta interna;

▪ Armazenamento interno;

▪ Armazenamento externo: quando necessário, deve ser utilizado um local totalmente seguro e com esvaziamento frequente;

▪ Coleta externa de resíduos de me-dicamentos: em função das carac-terísticas peculiares e sabendo-se que a reciclagem e reutilização de medicamentos é proibida, torna-se imprescindível que a circulação dos resíduos seja realizada em

menor trajeto possível;

▪ Transporte: realizado com ampla segurança para evitar os desvios e o uso incorreto;

▪ Tratamento e disposição final (ver item d. Infraestrutura);

▪ Processamento de materiais reuti-lizáveis contaminados com RPM;

▪ Saúde do Trabalhador;

▪ Prevenção de acidentes envol-vendo RPM;

▪ Equipamentos de proteção individual;

▪ Registros e documentação.

c. Informações, Estudos e Dados a Serem Pesquisados e Identificados

Diversos dados ainda necessitam de identificação para compor o painel completo sobre os resíduos de medicamentos domiciliares e sua importância está ligada ao tipo ou modelo a ser implantado, seja ele mais ou menos complexo:

▪ Carência de estudos técnico-cientí-ficos relacionando a contaminação do meio ambiente aos descartes irregulares de medicamentos por parte da população. Há estudos que evidenciam contaminação ambiental com fármacos, sen-do a origem principal da baixa eficiência ou inexistência de

“Diversos dados ainda necessitam de identificação para compor o painel completo sobre os resíduos de medicamentos domiciliares e sua importância está ligada ao tipo ou modelo a ser implantado, seja ele mais ou menos complexo.”

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Estações de Tratamento de Efluen-tes Municipais, cujas excretas humanas carreiam grande parte dos componentes farmacêuticos aplicáveis no tratamento;

▪ Métodos de descarte de acordo com a característica do medicamento;

▪ Falta de dados globais sobre resíduos gerados pelo consumidor para esta-belecer os parâmetros necessários a uma adequada avaliação, bem como o volume descartado;

▪ Falta de estudos sobre a biodegra-dabilidade dos fármacos. Alguns produtos da metabolização de fármacos não são reconhecidos pelos organismos, como bacté-rias, e continuam presentes em pequenas quantidades na água, no solo e nos organismos vivos.

d. InfraestruturaA disposição final dos resíduos deve

atender a critérios técnicos de construção e operação, que exigem licenciamento ambiental de acordo com a Resolução CONAMA nº 237/97. Pela PNRS (Lei nº 12.305/2010), é necessário que os municípios possuam infraestrutura física e técnica para a disposição dos resíduos, sem a qual não é possível implantar qualquer modelo com estrutura ade-quada de apoio e de operação.

As formas de disposição final dos RSS atualmente utilizadas são: aterro sanitário, aterro de resíduos perigosos classe I (aterro industrial), coproces-samento e incineração. A seguir mais detalhes sobre cada uma delas.

Aterro SanitárioTécnica de disposição final de resíduos

sólidos urbanos no solo, por meio de confinamento em camadas cobertas com material inerte, segundo normas específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde e garantir segurança, minimizando os impactos ambientais.

NOTA: a Lei nº 12.305/2010 que institui a PNRS estabelece prazos e adequações quanto ao sistema de tratamento dos resíduos em Aterro Sanitário, sendo um ponto de atenção o fato de diversos Municípios brasileiros ainda necessitarem de um sistema am-bientalmente e sanitariamente seguro.

Aterro de Resíduos Perigosos Classe I

Técnica de disposição de resíduos químicos no solo, utilizando proce-dimentos específicos de engenharia para seu confinamento, sem causar danos ou riscos à saúde pública e diminuindo o impacto ambiental. Os Aterros Classe I são construídos utilizando-se normas específicas que asseguram a integridade do meio ambiente por meio de sistemas de proteção e monitoramento do solo.

Alguns resíduos, além de serem de-vidamente acondicionados em células especiais, passam por um processo de inertização ou solidificação em que ocorre o encapsulamento do resíduo na forma de um material sólido, res-tringindo a migração de seus conta-minantes por meio da diminuição da

área superficial exposta ao processo de lixiviação e solubilização, e/ou revestindo os resíduos com materiais de baixa permeabilidade. A solidifica-ção pode ser acompanhada por uma reação química entre o resíduo e o ligante (solidificante) ou por processos mecânicos (EPA, 2000).

CoprocessamentoÉ a destruição térmica de resíduos

em fornos de cimento. Seu diferencial em relação às demais técnicas de queima está no aproveitamento do resíduo como combustível alterna-tivo (por seu potencial energético), e como substituto de matéria-prima na indústria cimenteira, além disso não gera passivo ambiental, sendo o resíduo 100% reaproveitado. Para se obter uma alimentação uniforme e segura nos fornos de cimento, os resíduos necessitam ser blendados (misturados) para fins de obtenção de características físico-químicas compatíveis à necessidade do sistema.

IncineraçãoÉ o processo de destruição via

oxidação térmica realizada em altas temperaturas, utilizada amplamente para o tratamento de resíduos perigo-sos (por exemplo: produtos orgânicos persistentes, tóxicos e inflamáveis). Este processo gera escórias e cinzas, que precisam de posterior destinação final em Aterro Classe I, por serem considerados Resíduos Classe I con-

“A disposição final dos resíduos deve atender a critérios técnicos de construção e operação, que exigem licenciamento ambiental de acordo com a Resolução CONAMA nº 237/97.”

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L e g i s l a ç ã o

forme Resolução CONAMA nº 316 de 24/10/2002, que dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tra-tamento térmico de resíduos.

e. Responsabilidade pelo Descarte de Resíduos de Medicamentos

A Lei nº 12.305/2010 - PNRS - estabelece que os fabricantes, importadores, distribuidores, comer-ciantes, poder público e inclusive o consumidor têm responsabilidades específicas no descarte de resíduos. Por enquanto, os medicamentos não estão inseridos na lei.

O processo mais coerente para o descarte de resíduos de medicamen-tos é aquele que não potencializa os riscos existentes, não induz ao aparecimento de novos riscos e não eleva os custos para a sociedade.

A indústria farmacêutica é respon-sável por dar destino apropriado aos seus resíduos industriais, gerados em suas instalações industriais, de acordo com a legislação estadual vigente e com normas próprias. Tradicional-mente, ela já trata seus efluentes líquidos, oriundos de limpeza de equipamentos e áreas produtivas, em suas estações de tratamento de efluentes. Os resíduos sólidos gerados (sobras de processos, descartes de medicamentos analisados, perdas

de processo, reprovações, vencidos, matérias-primas vencidas) são arma-zenados e conduzidos basicamente para estas formas de destinação: aterro industrial classe I ou II A, coprocessamento e incineração, quando disponíveis. Portanto, estes processos são os mais indicados para estes descartes de resíduos de medicamentos domiciliares.

Os demais setores da área da saú-de, como as clinicas, os hospitais, os postos de saúde, as farmácias, as drogarias, os laboratórios clíni-cos e os distribuidores, seguem a regulamentação federal (RDC nº 306/2004) e estadual (Portaria CVS n° 21/2009), enviando os resíduos para tratamento e disposição final seguros e utilizando-se de um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde eficaz.

f. Risco Sanitário x AmbientalDependendo do fármaco, os resíduos

podem apresentar risco ambiental, que pode ser aumentado quando são acumulados em locais impróprios. Assim, é necessário avaliar a dis-posição final adequada para evitar possíveis contaminações.

Por outro lado, os resíduos de me-dicamentos, quando manuseados de forma incorreta, podem apresentar outros riscos, como o sanitário, neste

caso, potencialmente muito maior que o ambiental.

Assim, o mecanismo ideal para prevenir tais riscos seria transportar os resíduos de medicamentos domi-ciliares diretamente dos domicílios para a disposição final segura e adequada, como aterros sanitários licenciados ou incineração, sendo que as legislações vigentes já os contemplam, evitando o manuseio, a separação e o reprocessamento.

Destaque-se que os municípios devem ter condições de se adequar à PNRS.

Coleta Seletiva de Resíduos em GeralUm dos instrumentos previstos

na PNRS é a coleta seletiva, cuja implantação contribui para a mi-nimização de resíduos sólidos na natureza, tendo como princípio básico a reciclagem e reutilização de alguns materiais, por exemplo, vidros, plásticos, metais, papel etc.

Na hipótese de ocorrência de uma classificação dos resíduos de medicamentos com base na ABNT 10.004/2004 e a Portaria CVS nº 21, de 10 de setembro de 2008, poder-se-ia avaliar a possibilidade de instituir o sexto item na coleta seletiva doméstica, ou seja, “resíduos não perigosos de medicamentos”. A orientação para a população viria descrita na bula.

“O processo mais coerente para o descarte de resíduos de medicamentos é aquele que não potencializa os riscos existentes, não induz ao aparecimento de novos riscos e não eleva os custos para a sociedade.”

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h. Recuperação e ReprocessamentoA legislação brasileira proíbe a

recuperação e reciclagem de me-dicamentos, inclusive os vencidos. Por isso, o que se pode recuperar ou reprocessar são os componentes das embalagens, tais como cartuchos, bulas, rótulos, papéis e papelão. A recuperação ou reciclagem de emba-lagens depende, primeiramente, de viabilidade técnica e, posteriormente, de viabilidade econômica. Como existem poucos processos dispo-níveis para reciclar as embalagens contendo dois ou mais diferentes materiais, como blísteres (alumínio + PVC), recomenda-se uma análise técnica para verificar a viabilidade de reciclagem de determinadas embalagens.

Além disso, para medicamentos, deve-se avaliar também o risco sani-tário envolvido em operação manual, como o manuseio de embalagens contendo medicamentos.

i. Logística ReversaUma vez que os medicamentos

não podem ser recuperados ou reprocessados, o termo logística reversa não é adequado. Em vez disso, deve-se encaminhar os resíduos para disposição final, a fim de evitar os riscos sanitários decorrentes de seu manuseio.

Medidas de Não Geração e Redução de Resíduos a. Possíveis Causas ou Fontes de Geração de Resíduos

▪ Relacionadas à prescrição: mu-dança de tratamento ao paciente;

▪ Relacionadas à dispensação: em hospitais públicos em quantidade acima do necessário, cobrindo longos períodos de tratamento;

▪ Relacionadas ao paciente: abandono e/ou interrupção de tratamento, eventos adversos, falecimento e automedicamento;

▪ Relacionadas ao medicamento: desalinhamento entre a duração do tratamento e as apresentações.

b. Possíveis Estratégias e Ações que Podem Contribuir para Não Geração e Redução de Resíduos

▪ Adequação de regulamentos sanitários (registro, distribuição, dispensação etc.);

▪ Padronização da dispensação pelas farmácias;

▪ Avaliação da distribuição pelas unidades públicas de saúde;

▪ Quantidade dispensada deve ser adequada ao tratamento (caso agudo e uso contínuo), especialmente no caso de medicamentos que requerem retenção da receita;

▪ Adequação de apresentações re-gistradas (posologia x tratamento);

▪ Padronização e reavaliação das prescrições para os pacientes;

▪ Gestão de estoques nas farmá-cias, distribuidores, hospitais e serviços de saúde;

▪ Adequação de embalagens (tama-nho, volume, tipo de material de acondicionamento etc.), quando permitido pelo regulamento de rotulagem sanitária;

▪ Uso correto de medicamentos: os pacientes e consumidores podem colaborar para reduzir os resíduos de medicamentos, seguindo algumas recomendações:

▪ Seguimento completo da posologia recomendada pelo médico;

▪ Não interromper ou aban-donar o tratamento sem motivos reais;

▪ Não consumir medicamentos que não sejam aqueles in-dicados por um profissional da saúde;

▪ Relatar ao médico ou farma-cêutico os eventos adversos ocorridos.

c. Educação e Informação ▪ Campanhas educativas públicas

e privadas para esclarecimentos e orientação adequada sobre a aquisição, uso e descarte corretos de medicamentos pelos usuários;

“A recuperação ou reciclagem de embalagens depende, primeiramente, de viabilidade técnica e, posteriormente, de viabilidade econômica.”

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L e g i s l a ç ã o

▪ Disponibilização de informações pela indústria, via website, Serviços de Atendimento ao Cliente (SAC) e mídia;

▪ Orientação a dispensadores, prescritores e população em geral.

ConclusõesO descarte de resíduos de me-

dicamentos é um assunto bastante complexo, necessitando de profundas avaliações e estudos, a começar pelo fato de que não deveria haver sobras de medicamentos, diferen-temente do que ocorre com pilhas, baterias, lâmpadas, pneus, entre outros materiais, os quais, após seu uso, sempre permanecerão inteiros.

Revendo as informações obtidas dos países que aplicam algum tipo de modelo de coleta, nota-se que não há um processo comum a todos eles. Existem diversos modelos/procedimentos vigentes (inclusive dentro de um mesmo país) ou ain-da não há nenhum modelo sendo aplicado. Isto mostra a elevada dificuldade em se estabelecer um processo adequado, seguro, efi-ciente, barato e ambientalmente coerente com as normas.

Fica implícito que as dimensões territoriais dos países, a infraestru-tura disponível, o desenvolvimento social e a política de saúde têm influência direta no modelo a ser aplicado. Para acomodar estas variáveis, uma alternativa útil seria adotar os mecanismos de classifi-cação de fármacos perigosos e não perigosos, listados e previstos nas normas já analisadas anteriormente. Tal classificação limitaria o número de medicamentos e o volume total a ser controlado pelo sistema.

Cabe destacar também que programas educativos, em todos os segmentos e níveis, colaboram decisivamente para uma efetiva redução dos resíduos e sobras de medicamentos. Esta ação pode ser implantada a qualquer momento e os resultados não são imediatos, mas de longo alcance e perenes.

Rodolfo Schleier é farmacêutico-bioquímico graduado pela Universidade de São Paulo (USP) e especialista em fitoterapia pela Faculdade de Ciências de Saúde - Instituto Brasileiro de Estudos Homeopáticos (FACIS-IBEHE). Atuou de 2000 a 2005 em farmácias com manipulação e homeopatia na Grande São Paulo. Desde 2005 atua no Departamento Médico-Científico da Weleda do Brasil. Desde 2010 participa do Grupo de Trabalho de Meio Ambiente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (SINDUSFARMA).

Izabella Caldeira Landim é química industrial graduada pela Universidade Estadual de Goiás (UEG), especialista em tratamento de resíduos líquidos e sólidos pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e Auditora Líder em ISSO 14001:2004 certificada pela BRTÜV /Brasil e reconhecida pelo IRCA. Atua desde 2000 na área ambiental em indústria farmacêutica e desde 2012 par-ticipa do Grupo de Trabalho de Meio Ambiente do SINDUSFARMA.

Jair Calixto é graduado em farmácia e bioquímica pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF/USP), graduado em administ-ração industrial pela Fundação Vanzolini da Faculdade Politécnica da USP (Poli /USP), Master Business Administration (MBA) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atualmente é gerente de Boas Práticas e Auditorias Farmacêuticas no Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (SINDUSFARMA).

Lauro D. Moretto é graduado em graduado em farmácia e bioquímica, mestre em tecnologia químico-farmacêutica e doutor em ciência dos alimentos pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FSF/USP). Atualmente é professor colaborador de supervisão e garantia da qualidade da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP), vice-presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (SINDUSFARMA) e presidente da Academia Nacional de Farmácia.

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5 6 F á r m a c o s & M e d i c a m e n t o s 6 9 J a n e i r o / F e v e r e i r o / M a r ç o 2 0 1 3

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32. __________. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12235: Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.

33. BRASIL. COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Decreto n. 8468, de 08 de setembro de 1976. Aprova o Regulamento da Lei nº 997, de 31 de maio de 1976, que dispõe sobre a prevenção e o controle da poluição do meio ambiente. São Paulo: set, 1976.

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I ntroduçãoDe acordo com Alfredo Passos, um dos

principais estudiosos do tema inteligência corporativa no Brasil, “a velocidade do desenvolvimento tecnológico e o cres-cimento do comércio global significam que o ambiente de negócios atual está se transformando mais rapidamente do que nunca. Os executivos não podem mais depender do instinto ou da intuição quando tomam decisões estratégicas em seus negócios, pois a consequência de uma decisão pode ser a falência da empresa. Pesquisas mostram que a Inteligência Corporativa (IC) aumenta o ‘nível de conforto’ do planejamento estratégico da direção”.

A IC apresenta forte vínculo com as tecnologias da informação e da comunicação - TIC, que se integrou ao contexto de evolução da era industrial à era do conhecimento. É ferramenta importante na antecipação de dire-ções e tendências, redução de risco na tomada de decisões e na geração de novas oportunidades de negócios.

A IC pode ser entendida como um programa sistemático e ético para coletar, analisar, disseminar e utilizar informações estratégicas. Possibilita identificar capa-cidades, vulnerabilidades e intenções de competidores no mundo dos negócios.

“Os executivos não podem mais depender do instinto ou da intuição quando tomam decisões estratégicas em seus negócios, pois a consequência de uma decisão pode ser a falência da empresa. Pesquisas mostram que a Inteligência Corporativa (IC) aumenta o ‘nível de conforto’ do planejamento estratégico da direção”.

Maria Aparecida Lima Moreira

Inteligência Corporativa: Melhorando a Vantagem Competitiva

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A IC tem como característica a proatividade e a condução à melhor tomada de decisão, seja estratégica ou operacional, prevalecendo esta primeira. Permite identificar as forças que regem os negócios, reduzir o risco e conduzir o tomador de decisão a agir antecipadamente, bem como proteger o conhecimento gerado.

Os profissionais de IC atuam em programas para pequenas e grandes empresas, oferecendo aos tomadores de decisões alertas antecipadas de mudanças no ambiente competitivo.

IC é um processo contínuo, capaz de gerar um diferencial competitivo duradouro, essencial às empresas.

Uma das principais aplicações da IC é possibilitar que decisores, em empresas de todos os portes, tomem decisões importantes sobre todas as questões em áreas como marketing, pesquisa e desenvolvimento, táticas de investimento e até estratégias de longo prazo para os negócios.

Além disso, permite responder questões como: e se nosso concor-rente lançar um produto ou serviço antes de nós? E se comprarem nosso concorrente? E se perdermos par-ticipação de mercado? E se nosso

cliente lançar um agressivo programa de redução de custos?

Apesar da evolução de IC no Bra-sil nos últimos anos, ainda há uma defasagem quando nos comparamos a países como Estados Unidos e países da Comunidade Europeia. Além da dimensão geográfica, temos ainda dificuldades na obtenção de informações, enquanto as regiões mencionadas caminham para infor-mações cada vez mais específicas.

É importante também considerar que o nível de evolução varia em função do setor ou segmento de atuação.

Escopo de AtuaçãoPara se determinar a estrutura de

coleta de dados de uma empresa, é preciso primeiro definir o foco que a empresa quer dar à área de Inte-ligência e as necessidades ligadas a esta decisão.

O foco poderá variar de específico - com informações operacionais e de um segmento específico de negócio ou linha de produtos, por exemplo, a amplo - envolvendo as tendências de tecnologia, estratégia de competição e dinâmica da indústria.

O foco será definido em função das

“Para se determinar a estrutura de coleta de dados de uma empresa, é preciso primeiro definir o foco que a empresa quer dar à área de Inteligência e as necessidades ligadas a esta decisão.”

prioridades da empresa e sua própria estrutura interna. Uma empresa em um setor com dinâmica estrutural, regulatória e tecnológica estável, porém cuja concorrência se movimente inten-samente e lance novos produtos com frequência, precisa de uma estrutura de IC de nível tático. Já uma empresa cujos movimentos dos concorrentes, dinâmica de preços e lançamento de produtos tenham ciclo mais longo, mas dependam do quadro mundial de tecnologia, de consolidação de players e de mudança gradual de perfil, deve direcionar o investimento para uma unidade de IC com foco estratégico.

Em função desta faixa de atuação podemos falar em:

▪ Inteligência de competição: coleta de informações por meio de monitoramento pontual do competidor: ações, produtos, preços, planos;

▪ Inteligência de Mercado: suporte ao planejamento e às políticas de marketing com acompanhamento dos resultados da empresa e dos competidores;

▪ Inteligência Estratégica: concentra atividades no auxílio à tomada de decisões estratégicas, monitorando

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E s t r a t é g i a

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o mercado global, tendências, influências econômicas e regu-lação setorial.

Coleta, Análise e DisseminaçãoEmbora todas as etapas do processo

de IC tenham importância fundamental, a etapa de coleta é alvo de frequen-tes discussões, pois normalmente se associa a mesma a um alto custo e à dificuldade de obtenção.

O fato é que a informação é extre-mamente valiosa e o planejamento para obtê-la é fundamental, visando evitar que a verba disponível, inde-pendente do porte da empresa, não seja extrapolada.

A maioria dos autores, da mesma forma que para outros tipos de pes-quisa, classifica as fontes de infor-mação para a IC em fontes primárias e fontes secundárias.

São exemplos de fontes primárias: discursos de executivos de empresas concorrentes, informações de analis-tas de mercado, dados de pesquisa de mercado ad hoc, pontuais ou específicos, e informações coletadas pelo time interno.

As informações secundárias são as informações de domínio público, como matérias de jornais, artigos de revistas, livros, noticiários de rádio e informativos de associações comerciais. Estas informações estão disponíveis em locais como bibliotecas, associa-ções comerciais e principalmente na internet, que hoje é um dos principais repositórios de informações.

Essas fontes, tanto primárias, quanto secundárias, podem ser subclassificadas em fontes internas, quando encontradas dentro da organização, ou fontes exter-nas, quando encontradas no mercado.

A etapa de análise deve ser con-duzida por profissional experiente e que conheça o negócio envolvido na decisão. Este profissional deve ser capaz de julgar o valor da informação e o que ela pode agregar à decisão. É uma atividade menos crítica que a coleta, mas não menos importante. È ela que efetivamente gera os “produtos de inteligência” esperados.

Na etapa de disseminação, os pro-

dutos de inteligência são partilhados, sendo apresentados ao público-alvo. A efetividade desta etapa está na escolha da ferramenta de divulgação e na capacidade de responder ao resultado esperado.

Principais Passos para Implementa-ção de um Processo de Inteligência Competitiva

Algumas variações são encontradas nas etapas para implementação de IC, segundo diferentes autores. As etapas descritas a seguir são propostas pelo autor Jan P. Herring:

▪ Avaliação das necessidades: deve determinar que produtos a área de inteligência precisa gerar. Uma abordagem que se destaca, neste sentido, é o Key Intelligence Topics (KIT) - modelo de Herring -, pro-cesso para identificar e priorizar as necessidades dos usuários da inteligência. Ajuda a orientar o foco e o escopo da área;

▪ Planejamento: tem como objetivo definir o problema e o fluxo de trabalho. Visa reduzir custos e facilita a obtenção da informação. Prepara o caminho da coleta;

▪ Coleta de dados: aqui, o importante é definir os diferentes tipos de fontes, listar onde coletar dados para montar os “quebra-cabeças”. É interessante incentivar as equipes a colaborar;

▪ Análise: momento em que o analista transforma dados brutos coletados em material que contém informações relevantes e conclu-sões sobre o assunto pesquisado. É importante considerar que cada situação exige uma análise espe-cífica. O uso de metodologias de análise minimiza vieses, guia o trabalho de análise e auxilia análise de resultados. Entre as metodologias de análise mais uti-lizadas, podemos citar: perfis dos competidores, análise financeira, análise SWOT, desenvolvimento de cenários, análise de ganho-perda, jogos de guerra, análise conjunta e simulação-modelagem;

▪ Apresentação: na apresentação, o mais importante é estimular o inte-

resse do cliente. Com base no perfil do cliente, a apresentação deve ter atratividade, conteúdo inspirador e linguagem e formatos adequados. As ferramentas de comunicação mais comumente empregadas são relatórios escritos, relatórios eletrô-nicos, fóruns e reuniões, memo-randos, e-mails, intranet, Sistemas de Informações Gerenciais (SIG). É importante garantir a distribuição de informações de valor para o público-alvo, bem como medir a avaliar a eficiência da ferramenta empregada na divulgação.

Inteligência e Tecnologia da InformaçãoA Tecnologia da Informação (TI) tem

seu papel na implementação de um processo de IC, mas ela deve estar alinhada ao processo previamente desenhado pela organização.

A TI organiza os fluxos de informação e auxilia nos principais objetivos da inteligência. A TI auxilia na automação de tarefas repetidas.

Relacionando as etapas de imple-mentação, podemos dizer que na etapa de identificação de necessidades a TI auxilia na documentação do processo. Na etapa de coleta de dados, os sis-temas de dados internos se mostram como importante fonte de dados e os softwares de busca e análise de informações textuais também têm sua aplicação. Também na etapa de análise de dados é possível o uso de softwares que apoiem o trabalho de análise de tendências e outros parâmetros. Por fim, na etapa de disseminação, a TI é mais útil. Softwares utilizam redes para divulgar informações por meio de diferentes canais e formatos.

Entre as tecnologias mais empre-gadas, podemos citar as intranets e os portais corporativos. É sempre importante que a empresa analise o melhor custo-benefício.

Desafios e Fatores-Chave de Sucesso na Implementação

Pode-se dizer que o principal desafio enfrentado é cultural. Para alguns gestores, não estão claros os conceitos sobre IC. Há, em alguns casos, uma confusão entre estes

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Maria Aparecida Lima Moreira é Química graduada pelas Faculdades Oswaldo Cruz, especialista em administração industrial pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini - Universidade de São Paulo (USP). Aperfeiçoamento em Gestão da Inovação na Empresa e Administração de Marketing pela Faculdade Getúlio Vargas (FGV). Aperfeiçoamento para Gestores pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Possui mais de 22 anos de experiência em empresas nacionais de grande porte, dedicados à Pesquisa & Desenvolvimento e Mar-keting. Atualmente presta assessoria por meio da Racine Consultores. Membro da comissão técnica de Cosméticos do CRQ IV. Docente e Coordenadora de cursos do Instituto Racine.

1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANALIS-TAS DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA - ABRAIC. Sobre a ABRAIC. Disponível em: www.abraic.org.br. Acesso em: 01/06/2006

2. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANALIS-TAS DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA - ABRAIC. IC News, Ano I, nº 2, 2006

3. CASTILHO, J.B. Coleta de informações. Série Society of Competitive Intelligence Professionals - SCIP Brazil Chapter sobre Inteligência Competitiva. Fascículo 3. São Paulo: SCIP, 2005

4. GRISA, G. Desafios à atividade de inteligência nas empresas brasileiras. Série Society of Competitive Intelligence Professionals - SCIP Brazil Chapter sobre Inteligência Competitiva. Fascículo 2. São Paulo: SCIP, 2005

5. HERRING, J. Key intelligence topics: a process to identify and define intelligence needs. Competitive Intelligence Review, v.10, n.2, p.04-14, 1999.

6. PASSOS, A. Primeiros passos em inte-ligência competitiva. Série Society of

Referências Bibliográficas

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conceitos e o armazenamento de dados sem tratamento analítico ou até e mesmo com espionagem indus-trial. Outra barreira que se apresenta é a dificuldade em mensurar os resultados que o processo propor-ciona à organização, especialmente para aqueles empreendedores que buscam retorno imediato. É preciso entender que estamos frente a um ativo intangível.

Frente a estas considerações, pode-se destacar como fatores-chave de sucesso: ter um patrocinador na alta gerência, envolver desde o início do processo os tomadores de decisão, priorizar os tópicos mais importantes, tendo o cuidado de não tentar atender a todas as demandas, concentrar esforço em tomadores de decisão fundamentais e questões que façam a diferença, não se restringir a informações publicadas, clarificar o escopo da área antes de fazer inves-timentos em tecnologia e estabelecer padrões éticos e jurídicos.

Ética na InteligênciaO código de ética norteia o traba-

lho do profissional de inteligência, em especial, na etapa de coleta de dados. Neste momento, a linha entre inteligência e espionagem é tênue.

O termo contra inteligência des-creve as medidas adotadas por uma organização para proteger informa-ções buscadas por coletores hostis. Uma das mais eficientes medidas da contra-inteligência é definir como “segredos industriais” as informações relevantes para a companhia e con-trolar a sua disseminação.

Associações como a Associação Brasileira de Analistas de Inteligência Competitiva (ABRAIC) e Society of Competitive Intelligence Professionals (SCIP) estabelecem os princípios e valores que guiam e orientam a formação e atuação dos profissio-nais. O código de conduta atua em complemento ao código de ética e define obrigações e responsabilidades dos profissionais.

ConclusãoÉ cada vez mais importante a

capacidade das empresas gerarem conhecimento a partir de informações adequadas. A inteligência corporativa se mostra como uma ferramenta de construção deste conhecimento.

Para as grandes empresas, a informa-

ção e o conhecimento podem significar a geração de vantagem competitiva sustentável. No caso das micro e pe-quenas empresas, a posse de informa-ções relevantes pode significar, antes de maiores lucros, a sobrevivência das mesmas, em um ambiente competitivo, volátil e de mudanças rápidas.

Competitive Intelligence Professionals - SCIP Brazil Chapter sobre Inteligência Competitiva. Fascículo 1. São Paulo: SCIP, 2005

7. PASSOS, A. Inteligência Competitiva: como fazer IC acontecer em sua empresa. ed. LCTE. São Paulo, 2005

8. QUONIAM, L; QUEYRAS, J. Inteligência Competitiva. In: Inteligência, informação e conhecimento, Kira Tarapanoff (Org.), IBCT, Brasília: 2006

9. RODRIGUES, L; RISCAROLLI, V.; ALMEI-DA, M. Revista Inteligência Competitiva, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 63-85, 2011

10. VIDIGAL, F., NASSIF, M. Inteligência Competitiva: metodologias aplicadas em empresas brasileiras; Inteligência Competitiva: metodologías aplicadas en las empresas brasileñas. Informação & Informação, Local de publicação (editar no plugin de tradução o arqui-vo da citação ABNT), 17, set. 2012. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/8744>. Acesso em: 29 Out. 2012.

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Em solenidade que contou com a presença do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, um dos homenageados, 41 empre-endedores do setor farmacêutico e personalidades da área da saúde receberam o Colar Cândido Fontoura do Mérito Industrial Farmacêutico, no mês de abril, no Golden Hall do World Trade Center, em São Paulo, em noite que marcou o 80º aniver-sário do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (SINDUSFARMA) e comemorou o Dia da Indústria Farmacêutica Paulista, com cerca de 700 pessoas.

Além da homenagem especial ao governador, receberam a comenda na categoria Autoridades o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Dirceu Barba-

no, e o ex-ministro da Saúde, Luiz Carlos Borges da Silveira.

Na abertura do evento, o presidente do SINDUSFARMA, Cleiton de Castro Marques, disse que “o dinamismo, a ética e a liderança” dos homena-geados pelo Colar Cândido Fontoura são fonte de inspiração e exemplo e base da trajetória de sucesso da entidade ao longo de seus 80 anos de atuação. “Queremos continuar a construir uma entidade forte e participativa, contando agora com o apoio das novas gerações”.

O governador Geraldo Alckmin foi o primeiro a receber o Colar Cândido Fontoura das mãos do pre-sidente do SINDUSFARMA. “É uma grande honra, até como colega de profissão da área da saúde, receber este colar”, afirmou Alckmin.

Amaral Gurgel, que recebeu a

comenda na categoria Empresários/Dirigentes Executivos, discursou em nome dos homenageados.

No final da cerimônia, foi lan-çado o livro SINDUSFARMA 80 Anos - Guardião da História e do Desenvolvimento da Indústria Far-macêutica no Brasil, que documenta a trajetória da entidade e registra os principais fatos que marcaram a atuação do setor industrial farma-cêutico no país. Todos os presentes receberam um exemplar do pôster.

Prestigiaram o evento os deputa-dos federais Arnaldo Faria de Sá, Francisco Chagas, Newton Lima e Walter Ihoshi, além de outros par-lamentares, líderes empresariais e da área da saúde.

Os agraciados de 2013 com o Colar Cândido Fontoura do Mérito Industrial Farmacêutico são:

Personalidades da Saúde e da Indústria Farmacêutica Recebem o Colar Cândido Fontoura do SINDUSFARMA

Cleiton de Castro Marques, presidente do SINDUSFARMA, e Geraldo Alckmin, Governador do Estado de São Paulo

Empreendedores do setor farmacêutico e personalidades da área da saúde receberam o Colar Cândido Fontoura do Mérito Industrial Farmacêutico

ProfissionaisAlessio Antonio LandiAlexandre DeveleyAparecida WaitemanClarisse CavicchiaDario Pinto MirandaDélio Joaquim LacerdaHirossi SannomiyaHomero Mori MorassuttiIshii MassayukiJacob FrenkelJoão Pamphilo Di GiacomoJofre BusseLuiz Carlos TripodoRenate BlohmSigfrido BorensteinSilas Teles FilhoWillem Frederik Gerard Clermont RikeZenir Mancinelli Brunaldi

Empresários/ExecutivosAcácio Alves de Souza Lima FilhoArno Jorge ChammasCarlos Mário de MoraesCilênio Arantes AzevedoClaudio PuglieseEnjolras Lins PeixotoErnesto Joaquin FelicioFernando Antonio Corrêa da CostaJosé Fernandes ChammasJosé Maria Marcondes do Amaral GurgelMarcos Ribeiro SimonMauro Ribeiro SimonRenato Moreira de MoraesValdemar BoliniWalter Marambaia dos Santos

ParceirosAntonio BareaFrancisco Deusmar de QueirósJosé Lauro Afonso MegaleNelson Brasil de OliveiraOrpheu Barboza

AutoridadesDirceu BarbanoLuiz Carlos Borges da Silveira

Homenagem de HonraGeraldo Alckmin

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A programação de Cursos do Instituto Racine com início em 2013 foi apresentada ao mercado e abrange as diversas áreas em que a empresa atua, com grande gama de opções para as organizações e profissionais dos setores industriais

farmacêutico, químico, farmoquí-mico, cosmético, de produtos para saúde/correlatos e domissanitário.

Os cursos são realizados em di-versos locais no Brasil e também há vários Cursos na modalidade Educação à Distância (EAD), pela

qual o aluno assiste as aulas ao vivo ou gravadas quando preferir. As inscrições estão abertas e podem ser efetuadas antecipadamente com condições promocionais. Confira abaixo a programação dos Cursos, as modalidades e as datas de início.

Cursos de Pós-Graduação

Cursos Intensivos

Cursos de Educação Continuada

Para mais informações e inscrições acesse o site www.racine.com.br/ir ou ligue para (11) 3670-3499. Todos os Cursos do Instituto Racine podem ser aplicados em sua empresa na modalidade In Company.

Contate-nos e solicite um orçamento. E-mail: [email protected]

Instituto Racine Amplia Programação de Cursos para 2013

Assuntos Regulatórios e Registro de MedicamentosPresencial (SP) ou EAD07/Março - Turma 5 (Vagas Remanescentes)03/Agosto - Turma 6

Assuntos Regulatórios de Produtos e Empresas na Área CosméticaPresencial (SP)23/Março - Turma 3 (Vagas Remanescentes)14/Setembro - Turma 4

Logística FarmacêuticaPresencial (SP) ou EAD23/Março - Turma 5 (Vagas Remanescentes) 21/Setembro - Turma 6

Radiofármacos e Aplicações em Diagnóstico, Terapia e Pesquisa

Presencial (SP) ou Semipresencial06/Abril - Turma 1

Garantia e Controle da Qualidade Aplicado (Teórico e Prático)Presencial (SP)13/Abril - Turma 7

Gestão de Projetos e Inovação para a Indústria Farmacêutica e CosméticaPresencial (SP) ou EAD16/Abril - Turma 2

Formação de Gestores e Líderes para o Setor Logístico EspecializadoPresencial (SP) ou EAD27/Abril - Turma 1

Farmacovigilância Pré e Pós-Comercialização

Presencial (SP) ou EAD29/Abril - Turma 519/Outubro - Turma 6

Pesquisa ClínicaPresencial (SP) ou EAD04/Maio - Turma 2

Gestão de Riscos de ProcessoPresencial (SP)8/Junho - Turma 1

Assuntos Regulatórios e Registro de Medicamentos para Uso VeterinárioPresencial (SP) ou EAD29/Junho - Turma 1

Patentes de Fármacos e MedicamentosPresencial (SP)Junho - Turma 2

Auditoria da Qualidade na Indústria Farmacêutica Presencial (SP) ou EAD27/Julho - Turma 1

TecnovigilânciaPresencial (SP)14/Setembro - Turma 2

Validação na Indústria FarmacêuticaPresencial (SP)18/Setembro - Turma 2

Capacitação em Vendas Voltadas à Área TécnicaPresencial (SP) ou EAD28/Setembro - Turma 1

Gestão de Pessoas na Produção IndustrialPresencial (SP) ou EAD29/Outubro - Turma 1

Gestão e Tecnologia Industrial Farmacêutica - Engenharia FarmacêuticaPresencial (SP) ou Semipresencial22/Março - Turma 14 (Vagas Remanescentes)

Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Cosméticos -

Cosmetologia Avançada (Teórico e Prático)Presencial (SP) ou EAD23/Abril - Turma 8

Auditoria e Inspeção na Cadeia Industrial FarmacêuticaPresencial (SP) ou Semipresencial26/Abril - Turma 7

Logística de Produtos Sujeitos a Vigilância Sanitária - Medicamentos e Produtos para a SaúdePresencial (SP) ou Semipresencial21/Junho - Turma 1

Vigilância Sanitária de Medicamentos, Cosméticos e Saneantes

DomissanitáriosPresencial (SP)16/Agosto - Turma 2

Farmacologia e Toxicologia ClínicaPresencial (SP) ou Semipresencial13/Setembro - Turma 4

Investigação de Não Conformidade - Interpretação e Elaboração de Relatórios Presencial (SP) ou EAD13/Abril - Turma 1

Requisitos e Implementação de Sistemas e Gestão Ambiental (ISO 14001)

Presencial (SP) ou EAD13/Abril - Turma 1

Boas Práticas de Armazenamento e Distribuição de Medicamentos e de Produtos para Saúde/CorrelatosPresencial (SP)23/Abril - Turma 1

Elaboração e Interpretação de FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico) de Acordo com a Norma ABNT NBR 14725-4Presencial (SP)26/Abril - Turma 1

Qualificação de Fornecedores na Indústria

Farmacêutica e CosméticaPresencial (SP) ou EAD23/Setembro - Turma 2

Requisitos e Implementação de Sistemas e Gestão da Qualidade (Norma NBR, ISO 9001)Presencial (SP) ou EAD07/Dezembro - Turma 1

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