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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR A FAVOR DA EMPRESA PAULISTAS VENCEM ETAPA CAIOBÁ DO CIRCUITO SESC TRIATHLON CULINÁRIAS HOLANDESA E INDONÉSIA INSPIRAM SENAC

Revista Fecomércio PR - nº 81

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Revista Fecomércio PR - nº 81

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código de defesa do consumidor a favor da empresa

paulistas vencem etapa caiobá do circuito sesc triathlon

CULINÁRIAS HOLANDESA E INDONÉSIA INSPIRAM SENAC

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REVISTA DO SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PARANÁ www.fecomerciopr.com.brwww.sescpr.com.brwww.pr.senac.br

FECOMÉRCIO Rua Visconde do Rio Branco, 931, 6º andarCEP 80410-001 Curitiba Paraná41 3883-4500 | 41 3883-4530 [email protected]

Presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac ParanáDarci Piana

Diretor Regional do Sesc ParanáJosé Dimas Fonseca

Diretor Regional do Senac ParanáVitor Monastier

Editor e Jornalista Responsável João Alceu Julio RibeiroReg. 0293/DRT-PR

Reportagens João Alceu J. Ribeiro, Fernanda Ziegmann, Jorge Mariano,Karen Bortolini, Karla Santin e Silvia Bocchese de Lima

Fotos Ivo José de Lima

Revisão Fernanda Ziegmann, Jorge Mariano,Karen Bortolini, Karla Santin e Silvia Bocchese de Lima Arte e Diagramação Vera Andrion

Impressão – CTP Graciosa Gráfica – CuritibaTiragem 10 mil exemplares

Ano XI nº 81 MARÇo | ABRIL 2011

PAlAVRA DO PRESIDENTE

S I S T E M A F E C o M É R C I o S E S C S E n A C P R 3 www.fecomerciopr.com.br | www.sescpr.com.br | www.pr.senac.br

Darci PianaPresiDente Do sistema Fecomércio sesc senac Paraná

Mulheres, poder no consumo e na oferta

T

Elas foram ingressando aos poucos

no mercado de trabalho, mostran-do desde logo que não vinham para brincar. Em termos históricos, levaram

pouco tempo para chegar aos cargos de chefia. Não é demais lembrar que há poucas décadas elas ainda não eram consideradas opções nas buscas por executivos.

O maior exemplo de sua capaci-dade é o fato de terem virado empre-endedoras em diversos segmentos. Com sensibilidade e ousadia, aliadas à criatividade feminina, as mulheres já somam 40% das empresárias do co-mércio paranaense.

Os motivos desses expressivos nú-meros podem até ser a afinidade com o consumo ou a oferta do que elas mesmas realmente querem. Mas o fato é que a tendência caminha para fatias igualitárias de um mercado dividido com os homens. Passando de consumido-ras, ou grandes amantes das bolsas e sapatos, as mulheres não só pararam em frente às vitrines, mas passaram para o outro lado ao assumir seus ne-gócios. Donas de uma vantagem que os homens jamais terão: por razões óbvias, elas entendem a cabeça feminina.

Quando o inverno se aproxima, as botas e casacos são destaques. No fim do ano as temperaturas aumentam: é a vez dos vestidos e dos sapatos aber-tos. Sem falar nas promoções de troca

de estação, adoráveis vilãs em que a lei da oferta e procura fala mais alto.

Apesar de sua paixão pelas com-pras, as mulheres consomem muito além dos itens de vestuário e beleza, até porque elas formam a maioria tam-bém na hora da compra dos itens de necessidade básica para o dia a dia da família. Assim, a lista de necessidades funde o imprescindível com o deseja-do. Em ambos os casos, os carnês e cartões de crédito e débito precisam ser honrados como as contas de luz, água, telefone e habitação, entre tan-tas outras.

A dupla participação da mulher no comércio, tanto no empreendedorismo quanto no consumo, demonstra sua importância na sociedade moderna. Hoje, por exemplo, a Câmara da Mu-lher Gestora e Empreendedora de Ne-gócios já congrega 6.000 empresárias no Estado. Está mais do que compro-vado o acerto da nossa iniciativa em apoiar e contribuir para o desenvolvi-mento do comércio feminino.

Esta é a razão pela qual trazemos, nesta edição, não só matérias sobre assuntos pertinentes ao comerciário e comerciante, mas também com um enfoque voltado ao universo da mu-lher, seu perfil e seus anseios, para que possamos conhecer e compreender mais as mulheres, embora esta tarefa se mostre quase impossível. Vinícius de Moraes já dizia: “para compreender uma mulher é preciso amá-la, daí não é mais preciso compreendê-la”.

Boa leitura!

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03Mulheres, poder no consumo e na ofertaPalavra do presidente

05Inovação e CompetitividadeArtigo do presidente do CNC

06Sindetur-PR comemora 36 anos

08O Poder do Mercado FemininoPesquisa aponta o novo perfil das mulheres consumidoras da classe C e mostra oportunidades de negócios para o comércio

11Empresárias de DestaqueFecomércio homenageia mulheres empreendedoras do Estado do Paraná

18Páscoa com sabor de chocolate e lucros

19Preparação para o AdeusCurso para agente funerário do Senac Paraná forma primeira turma do País

20Código de Defesa do Consumidor a favor da empresa

23Sinônimo de competênciaEmpresas estão contratando cada vez mais pessoas com deficiência

26Para mudar de vidaSenac ajuda pessoas a mudarem de vida com seus cursos

28Teleconferência falou de desafios para a Copa de 2014Sindicatos recebem certificados do Segs 2010

29Fusão de SaboresSemana de Estudos e Pesquisas da Culinária Holandesa e Indonésia

32Transformação no Lar Dona Jacira de Campo Mourão

35Meio século de parceriaHá 50 anos Jorge Manne está à frente do Sindilojas

36Quebre o silêncio do seu rim – ele tem muito a falar!A doença renal chega de mansinho, mas, medidas simples são capa-zes de detectar o problema

39Paraná Competitivo atrai investimentos e desenvolve economia

42Riqueza e luxo sobre trilhosSerra Verde Express tem o único trem de luxo do Brasil

45Paraná destino das FederaçõesFederações do Comércio de diversos estados visitam a Fecomércio-PR

46Sesc Triathlon Caiobá

50Metrô CuritibanoCuritiba apresenta projeto do metrô

52Tutti buona gente! Momento da Itália no Brasil

54Parceria entre Sesc e Senac resulta em Bolsas Gratuitas de Inglês

56Escrita de LuxoCasa das Canetas comemora 62 anos

60S de solidariedade Sistema Fecomércio Sesc Senac ajudam vítimas das chuvas no litoral

62Para aquecer as vendasDicas para empresários de como modernizar ambientes, fazer uso de datas e estações para vender mais

REVISTA DO SISTEMA FECOMÉRCIO SESC SENAC PR ano XI nº 81 março | abril 2011

Errata

Na edição nº 80 da Revista Fecomércio PR, na matéria de título “Comércio no litoral atinge auge de movimento” publicamos que o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Maringá e Região é Said Khaled Omar. No entanto, Omar é o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Paranaguá.

índice

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S I S T E M A F E C o M É R C I o S E S C S E n A C P R 5 www.fecomerciopr.com.br | www.sescpr.com.br | www.pr.senac.br

Inovação e Competitividade Antonio Oliveira SantosPresidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

Cris

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Boc

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a O vocábulo inovação entrou na literatura econô-mica por volta da década de 1930, quando Joseph Schumpeter, um dos gran-des economistas do sécu-lo XX, fez referência, em seus estudos, à figura do “empreendedor dinâmico”. Essa figura corresponde ao empresário que, “amigo da inovação”, não hesita em incorrer nos riscos implíci-

tos na aceitação do novo. A inovação, como resultado da aplicação de princípios científicos a novos instrumentos e métodos nos processos de produção, gera para o seu de-tentor, durante certo tempo, o que se denomina “posição institucional de monopólio” e reflete maior lucratividade para a empresa.

Daí a necessidade imperativa de dar proteção às ino-vações, através das licenças e patentes, num sistema de registro reconhecido internacionalmente, que garante a exclusividade de uso até que, com a passagem do tempo, venham a ser do domínio público.

Sobre o tema das patentes, a Folha de São Paulo publi-cou, recentemente, interessante matéria de autoria de Ca-mila Fusco, na qual são feitas comparações entre o Brasil e outros países e recolhidos depoimentos e reflexões sobre o nosso relativo atraso no campo da propriedade intelectual.

Os dados da Organização Mundial da Propriedade Inte-lectual (OMPI), que concentra os pedidos de registro de pa-tentes provenientes de todas as partes do mundo, trazem à luz tal atraso. Tomando o ano 2000 como base, a taxa média de crescimento da economia nacional levou o País a representar 2,7% da economia mundial, no ano 2009. Nesse mesmo espaço de tempo, em termos de patentes, o Brasil teve somente 0,3% dos pedidos internacionais. Em contraste, Coréia do Sul e China chegaram a 2009 com 5,7% e 7,3%, respectivamente, de participação no total de patentes mundialmente válidas.

Há pelo menos três argumentos que explicariam porque

as inovações não impulsionam, como poderiam, nossa com-petitividade interna e externa: dois de natureza cultural e um, talvez o mais importante, de caráter institucional.

O primeiro argumento, apresentado pelo Professor Paulo Feldmann, da Universidade de São Paulo (USP), baseia-se em que, diferentemente dos países asiáticos objeto da compara-ção, o Brasil tem riqueza de recursos naturais em tal abundân-cia que inibiria a capacidade de inovar, como elemento neces-sário para assegurar a sobrevivência dos empreendimentos.

Um segundo argumento, também exposto pelo Profes-sor Feldmann, seria o caráter não finalista dos projetos de pesquisa levados a cabo no âmbito das Universidades, vol-tados para a carreira do magistério e não para o mercado. Isso significa que grande parte das inovações seria gerada pelos corpos técnicos das próprias empresas, limitando tal-vez a busca da inovação a avanços de natureza incremental.

Por último, o terceiro argumento tem a ver com a li-mitada capacidade de o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) analisar os pedidos de concessão de pa-tentes. Essa limitação parece ser de natureza geral, pois os escritórios de patente em todo o mundo não conseguem dar vazão à “demanda decorrente da quantidade e da com-plexidade dos pedidos”. Haveria, assim, uma situação para-doxal, criada pela própria velocidade com a qual avança o progresso tecnológico. Seja como for, no caso do INPI, o fato é que um pedido de concessão de patentes.- há mais de 150 mil pendentes – pode levar nove anos para ser exa-minado e deferido. Para reduzir esse tempo, estão em mar-cha a expansão do quadro de analistas, a informatização dos processos e a revisão de práticas internas. Ainda assim, o objetivo é o de reduzir o tempo de análise para quatro anos, ou seja, um prazo exagerado.

Num futuro mediato, mais do que a propensão a inovar, a recuperação e expansão da infra-estrutura econômica nacional é que aumentaria, de modo considerável, a nossa capacidade concorrencial, internamente, pela contenção de importações e, externamente, pela expansão das exportações.

Em matéria de inovação, tudo indica que a chave reside na criação de um elo firme entre a Universidade e o setor empresarial produtivo, que tem massa crítica para absorver esse conhecimento. T

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O presidente dO sistema FecOmérciO sesc senac, darci piana (À direita), inaugura a galeria de ex-presidentes dO sindetur cOm O presidente dO sindicatO, nelsOn pires de mOraes JuniOr

Com a intenção de resgatar a história do Sindicato das Em-presas de Turismo no Estado

do Paraná (Sindetur-PR), ao comemorar seus 36 anos neste mês de março, a entidade inaugurou uma galeria de ex-presidentes. “Eles conciliaram esse tra-balho com suas empresas, dividindo seu tempo com a entidade”, diz o presidente do Sindetur-PR, Nelson Pires de Moraes Junior. A galeria é composta por profis-sionais que representaram muito para o trade turístico do Paraná, referências neste mercado em termos de tecnologia e participação no início de muitas em-presas do segmento.

No dia 23 de março deste ano, data da inauguração da placa e co-memoração do aniversário, que acon-teceu na sede própria, a diretoria do Sindetur-PR prestou uma homenagem ao presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac, Darci Piana, entregando-lhe uma placa por sua importante e fundamental participação na história do sindicado.

Piana parabenizou Nelson Pires pela iniciativa, aniversário e pela tra-jetória positiva ao longo desses anos. “O crescimento do turismo no Estado deve-se muito aos esforços do Sinde-tur-PR”, ponderou.

Sindetur-PR comemora 36 anos Sindicato inaugura galeria de fotos de ex-presidentes

Karen Bortolini

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Nils

on S

anta

na

A históriaO Sindetur-PR foi fundado em 21 de

março de 1975. É uma entidade legal-mente reconhecida pelo Departamento Nacional do Trabalho, cadastrada no Sistema Confederativo da Representa-ção Sindical do Comércio (Sicomércio) e filiada à Fecomércio Paraná e à Fede-ração Nacional de Turismo (Fenactur).

Segundo o presidente do Sindetur-PR, o sindicato foi constituído para fins de estudo, coordenação, proteção e representação legal da categoria eco-nômica das empresas de turismo no Estado do Paraná, como agências de viagens e operadores turísticos.

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“O Sindetur contribui para o de-senvolvimento da cadeia turística nas cidades que representa, ao estimular o potencial mercadológico dessas re-giões. Possibilita que agências de via-gens obtenham produtos e serviços para oferecer aos seus clientes”, expli-ca o presidente da entidade. Ele lem-bra que as ações são focadas nas cida-des polos, como por exemplo: Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel. As de-mais cidades adjacentes se deslocam a estas bases, para participações em eventos, treinamentos e palestras. No entanto, atende a todo o Estado do Pa-raná, exceto Foz do Iguaçu, cidade em que cede a base para o Sindetur-Foz.

ServiçosEntre seus principais serviços, rea-

liza convenções coletivas de trabalho, inicia o processo de certificação do Sin-dicato Nacional das Empresas Aeroviá-rias (Snea) – que habilita as agências para a comercialização de passagens –, possibilita a seus associados a partici-pação em decisões de processos ju-diciais e liminares em favor do setor, conforme explica o diretor executivo do Sindetur, Ademir Barboza.

Realiza também convênios e parce-rias nas áreas do comércio, serviços e saúde para capacitar e qualificar pro-fissionais das empresas associadas, como a firmada com entidades de en-sino e com o Sistema Fecomércio Sesc Senac. “Oferecemos há alguns anos cursos gratuitos do Senac e outros com custos diferenciados voltados ao atendimento. Outra ação parceira mais recente é nossa participação na feira da Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav) deste ano. Esta-remos com um estande institucional conjunto neste ano para mostrarmos

nossos serviços”, conta Barboza. Além desses serviços, o Sindetur oferece linhas de crédito diferenciadas para agências associadas.

“As parcerias com o Sistema Fe-comércio Sesc Senac estendem-se à participação em demandas jurídicas, recuperando perdas ou buscando ade-quações legais, em ofícios ou abaixo assinados conjugados, para as esferas municipais, estadual e federal”, conti-nua Moraes Junior. Ele conta que fre-quentemente repassam agendas das atividades e projetos do Sesc e Senac aos seus representados para possibili-tar a participação.

“A chancela do Sistema Fecomércio Sesc Senac agrega importante valor em nossas ações, ampliando e propor-cionando desta forma, maiores possi-bilidades de realizarmos e prestarmos serviços”, afirma.

ProjetosEntre as principais conquistas do

Sindetur, o presidente destaca: “após um ano de nossa gestão, com a con-tribuição de nossos diretores, já pode-mos somar algumas conquistas, entre elas as participações em projetos e eventos dos ministérios do Turismo e do Trabalho, Confederação Nacional de Turismo (CNtur), Federação Nacio-nal do Turismo (Fenactur), Associação Comercial do Paraná (ACP), Fecomér-cio-PR, Comtur (Conselho Muncipal de Turismo), Abav, Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), entre outros”, finaliza. Mas apesar dos passos largos para o desenvolvimento do turismo, Moraes Junior almeja novas conquistas e a ampliação da participação do qua-dro associativo, aumentando o poder de representação.

“A chancela do Sistema Fecomércio Sesc Senac agrega importante valor

em nossas ações, ampliando e proporcionan-do desta forma, maiores possibilidades de realizar-

mos e prestarmos serviços”

preSidente do SindicAto dAS empreSAS de

turiSmo no eStAdo do pArAná

– nelSon pireS de morAeS Junior –

Ex-Presidentes homenageados

Sidney Catenaci

Samir Karam

Maria Helena Canet

Eraldo Palmerini

Paulo Cezar Pereira Gruber

Aroldo Eitel SchultzT

S I S T E M A F E C o M É R C I o S E S C S E n A C P R 7 www.fecomerciopr.com.br | www.sescpr.com.br | www.pr.senac.br

Arq

uivo

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Não são apenas salto alto, joias, maquiagem e salão de beleza os assuntos que

permeiam e tomam a atenção do imaginário feminino. Certamente, estes são acessórios - muito em-bora indispensáveis -, da mulher moderna, que hoje é profissional, mãe, esposa, aprendiz, mestra e, também, vaidosa e consumidora.

Por décadas a mulher carre-gou o estereótipo de consumista de banalidades, vislumbrada com uma tarjeta de cartão de crédito e as possibilidades e portas que ele poderia dar e abrir. Hoje, a mulher moderna é consciente do seu poder de compra. Tanto é verdade que recente pesqui-sa realizada pela Editora Abril, mostra

O Poder do Mercado Feminino As mulheres ascenderam no mercado de consumo e, com força total, na Classe Média Brasileira. Esse mercado feminino demonstra suas necessidades, preferências e oportunidades de investimentos e negócios

SILVIA BOCCHESE DE LIMA

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que 84% das entrevistadas pesquisam o preço dos produtos antes de efetivar uma compra e que este fator (o preço) é o mais importante critério para esco-lha de um produto.

A mesma pesquisa revela que a mu-lher concentra a maior parte dos seus esforços na família e quando o assunto é pagar a faculdade dos filhos no futuro, 89% delas dizem-se preocupadas e 88% buscam ter estabilidade financeira. Edu-cação também passou a ser um ponto importante para ela. Em 2001, 42% das entrevistadas tinham o Ensino Médio ou Superior. Sete anos depois, esse número passou para 50%.

Os produtos podem até ser caros, mas se vierem para facilitar a vida delas, 51% das entrevistadas não hesitam em comprá-los. As principais aspirações das mulheres para o próxi-mo ano estão relacionadas à comuni-cação, lazer e inclusão digital. Eletro-domésticos estão na lista de 83% das entrevistadas; máquina fotográfica digital, home theater e TV LCD são o sonho de 73% das mulheres; note-book, de 38%; plano de saúde, 15% e, seguros de automóvel e de vida, de 9% das consumidoras ouvidas. Mas, como nem sempre essas compras po-derão ser efetuadas à vista, 63% delas parcelariam em mais de sete vezes a compra da máquina de lavar roupas e 71% adquiririam uma geladeira no crediário.

Consciente e exigenteSensações e emoções experimen-

tadas no momento da compra também influenciam na decisão do consumidor e pela fidelização dele à determinada marca, produto ou serviço. “Criar essas experiências requer conhecer profun-damente o consumidor, pois o desafio

é, principalmente, surpreendê-lo quando estiver mais predispos-to à compra”, pontua Heloísa Omine, sócia-diretora da Sho-pfitting, empresa especializa-da em Store Design, Visual e Merchandising e Marke-ting Sensorial, palestrante trazida pelo Senac para a comemoração do Dia In-ternacional da Mulher. O evento reuniu 1.200 empre-sárias de vários pontos do Estado, integrantes de câma-ras da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios da Fede-ração do Comércio do Paraná, em março passado, em Curitiba.

Relações a longo prazo com o cliente são construídas com um aten-dimento personalizado e amigável. Tanto é verdade que 53% das entre-vistadas na pesquisa da Editora Abril, disponível no site da empresa na inter-net, dizem-se fiéis às marcas que gos-tam. E marca é elemento fundamental quando se trata, por exemplo, de per-fume, sapatos e roupas. (ver gráfico) São esses os itens que estão no topo da lista dos que elas mais compram por prazer: 84% roupas, 69% bolsas e sapatos e 67% perfumes. Como nem sempre beleza é sinônimo de bem-es-tar, no ato da compra 69% das consu-midoras priorizam roupas confortáveis e que atendam ao gosto pessoal.

A consciência das consumidoras também foi à mesa. A pesquisa reve-la que a alimentação não é mais vista como necessidade básica, mas que se trata de um meio de transformação de vida. As mulheres dão mais valor às in-formações nutricionais, validade do pro-duto e procedência, além da relação que a marca tem com a sustentabilidade.

63% perfume

54% sapato

47% roupaFonte: Editora Abril

Marca é fundamental, principalmente para os seguintes itens:

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“Criar essas experiências requer conhecer profunda-mente o consumidor, pois o desafio é prin-cipalmente surpreen-dê-lo quando estiver

mais predisposto à compra”

sóCia-diretora da shopfitting

– heloísa omine –

Objetos e móveis que vê como fundamentais para deixar a casa mais bonita

54% roupas de cama

53% sofá e poltrona

50% cortina

46% armáriosFonte: Editora Abril

Casa e ConfortoConforto é um dos itens recorren-

tes na pesquisa, seja na vestimenta, ou nos itens para casa. Esta é a opi-nião de 81% das entrevistadas, que investiriam dinheiro para ter uma casa ainda mais bonita e aconchegante. Para isso, 87% incrementariam a co-zinha, 64% gostariam de ter quartos e cômodos maiores, 28% teriam um jar-dim e 19% investiriam em mais pintura e acabamento.

Os cuidados com o lar não param por aí. Elas também acreditam que roupas de cama, sofá, cortinas e ar-mários são fundamentais para deixar a casa ainda mais bonita.

O comércio precisa se perguntar, constantemente, como o seu empre-endimento está inserido nesta nova realidade de consumo e de mudan-ças de desejos. “A inovação nos formatos varejistas, cada vez mais, demonstra entendimento dos hábi-tos e das mudanças da atualidade.

T

Nils

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anta

naSintonia com a contemporaneidade é a inspiração para negócios próprios”, avalia Beth Furtado, autora de "De-sejos Contemporâneos – Patchwork de tendências, ideias e negócios em tempos de paradoxos".

Os dados da pesquisa realizada pela Editora Abril podem servir como norte para colocar a mulher da Classe C no foco dos negócios.

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No ano que marcou o centenário do Dia Internacional da Mu-

lher, o Sistema Fecomércio Sesc Se-nac Paraná, através da Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios (CMEG), promoveu o quarto encontro estadual das câ-maras. O evento reuniu, em Curiti-ba, na segunda quinzena de março, 1.200 empresárias paranaenses e trouxe como tema “A evolução da mulher e suas conquistas”.

Êxitos esses que foram desta-cados pela diretora executiva da CMEG no Paraná, Elizabeth Lobo

Empresárias de DestaqueSistema Fecomércio Sesc Senac Paraná presta homenagem às mulheres empreendedoras que contribuem para o desenvolvimento do Estado

SILVIA BOCCHESE DE LIMAFotos: Nilson Santana e Shigueo Murakami

A diretorA executivA dA cMeG PArAná, elizAbeth lobo elPo, durAnte encontro coM eMPresáriAs

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Elpo. Ela lembrou o espaço que a mulher tem assumido na política. “Além de ver-mos a atuação da mulher nas diversas áreas, vemos com esperança e alegria ela galgando seu espaço na política bra-sileira. Conquistamos o maior dos car-gos, que está nas mãos da presidente Dilma Rousseff e no Paraná, temos a pri-meira senadora eleita no Estado, Gleisi Hoffmann”, pontua Elizabeth.

Embora haja muito a ser come-morado, a diretora executiva também acrescenta que problemas ainda pre-cisam ser enfrentados pelas mulheres, como salários e oportunidades iguais aos dos homens; apoio ao empreendi-mento; luta contra a violência domés-tica; direito à segurança pública, saúde e prevenção.

Para o presidente do Sistema Fe-comércio Sesc Senac, Darci Piana, as CMEGs têm feito um trabalho extraor-dinário em todo o Estado. “A Câmara está percorrendo municípios, conhe-

cendo pessoas, explanando suas ativi-dades e como ela pode contribuir para o engrandecimento pessoal e profissio-nal das empresárias e da comunidade em que atuam”, salienta Piana.

Na mesma oportunidade, vinte em-presárias ligadas às CMEGs do Paraná foram homenageadas com o troféu “Mulher Empreendedora”, uma obra do artista plástico Luiz Gagliastri. Tam-bém foram entregues três honrarias especiais, nas categorias Responsabi-lidade Social e destaques Cultural e na Educação, a Cleide Pennacchi, Chloris Casagrande Justen e Ângela Russi, respectivamente.

O evento ainda contou com a pa-lestra “A Conversão de Compra e o Marketing Sensorial”, proferida por He-loisa Omine, que destacou a necessi-dade de proporcionar experiências de consumo, com sensações memoráveis e únicas. Após o almoço, as empresá-rias acompanharam a apresentação

musical “Homenagens a Grandes Mu-lheres”, com Pocket Show.

HistóriaFoi em 8 de março de 1857, que

129 operárias de uma fábrica de teci-dos em Nova Iorque foram assassina-das quando protestavam e reivindica-vam a redução da jornada de trabalho de 12 para 10 horas. Esta foi a primeira greve americana conduzida exclusiva-mente por mulheres. Como represália os patrões e a polícia atearam fogo na fábrica e as trabalhadoras foram quei-madas vivas.

No mesmo ano, na Alemanha, nascia Clara Zetkin, uma militante so-cialista, que propôs, em 1910, na II Conferência Internacional das Mulhe-res Socialistas, que a data da greve das tecelãs se tornasse oficialmente Dia Internacional da Mulher. A data é comemorada anualmente, desde 8 de março de 1911.

Para o Presidente do sistema Fecomércio sesc senac Paraná, darci Piana, o estado tem sido exemPlo aos demais Pelo trabalho realizado Pelas cmeGs

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A diretorA dA CMeG de ApuCArAnA, ivete CArneiro Bertão, representAndo A presidente AídA sAntos Assunção, entre-GA A hoMenAGeM à eMpresáriA MArilene BroGGi Gil

A vice-presidente dA cMeG de Foz do iGuAçu, renAtA pAz, representAndo A presidente cAMilA dAMiM, entreGA A ho-MenAGeM A eMpresáriA AdeMilde dA rosA MorAles

A presidente dA CMeG de pontA GrossA, tAlitA GrAef, entre-GA A hoMenAGeM à eMpresáriA MAriA rAquel MorAis

A presidente dA CMeG de FrAnCisCo Beltrão, Aline CristinA KrupKosKi pAz, entreGA A hoMenAGeM à eMpresáriA VerA ritA FrAnCiosi sChMitz

A presidente dA CMeG de CAstro, VerA LuCiA MArCondes de oLiVeirA entreGA A hoMenAGeM à eMpresáriA rosi BernA-dett siLVeirA riBeiro

A presidente dA CMeG de Cornélio proCópio, luizA suGuiA-MA de oliveirA, entreGA A hoMenAGeM à eMpresáriA sAndrA reGinA Alino dA silvA

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Confira as imagens da cerimônia de entrega dos prêmios

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Hom

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presidente da CMeG de toledo, ane prisCila Brandalize Kreuz, entreGa o troféu à eMpresária Catia reGina BarBosa

A presidente dA CMeG de MAreChAl Cândido rondon, ritA rAMos sChAefer, entreGA A hoMenAGeM à eMpresáriA eloisA MAriA sChstein

A presidente em exercício dA cmeG de cAscAvel, inês BomBonAtto, entreGA A homenAGem à empresáriA ivone BruGin KucinsKi

A presidente dA CMeG de iVAipOrÃ, nAdir MACieL, entreGA A hOMenAGeM à eMpresáriA MAriA neUsA de AndrAde COLUssi

A presidente dA CMeG de MArinGá, rAquel de AlMeidA CostA, entreGA A hoMenAGeM à eMpresáriA olíviA shizukA Abe

A presidente em exercício dA cmeG de curitibA, Alice mAriA VArnicinski ZAndoná, representAndo A presi-dente ZildA AmAdo dA silVA, entreGA A homenAGem à empresáriA silViA GrAssi

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A presidente dA CMeG de UMUArAMA, JAne MárCiA Biten-CoUrt, entreGA A hoMenAGeM à eMpresáriA JosefA fernAn-des BrUno

A presidente dA CMeG de LondrinA, irACeLis GonçALves, entreGA A hoMenAGeM à eMpresáriA KArinA sittA

A presidente dA CMeG de JACArezinho, MArA silviA de Melo MorAes, entreGA A hoMenAGeM à eMpresáriA FAbíolA Fonse-CA do CArMo

A presidente dA CMeG de pArAnAGuá, MAriA de LAs MerCedes novoA LAMAs Gori, entreGA o troféu À eMpresáriA MAriA eLizete zAttAr

A empresáriA LiberinA Tombini, represenTAndo A presidenTe dA CmeG de mediAneirA, murieL JuLy áviLA dA siLvA, enTreGA o Troféu à homenAGeAdA roberTinA nAsCimenTo

A presidente dA CMeG de CAMpo Mourão, edilAne MAriA de CAstro, entreGA A hoMenAGeM à eMpresáriA leilA MAriA tonello dA luz

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A presidente dA CMeG de irAti, AMAndA dAs GrAçAs GoMes do VAlle GryCzynski, entreGA A hoMenAGeM À eMpresáriA loni GAidiCke kuhn

A presidente dA CMeG de prudentópolis, JAne CleusA GoMes dA silvA, entreGA A hoMenAGeM à eMpresáriA MAriA MArile-ne dACiuk kus

Relação das Mulheres Homenageadas:

Apucarana..........................MARilene BRoggi gil

Campo Mourão ..................leilA MARiA Tonello dA luz

Cascavel............................ivone BRugin KuCinsKi

Castro ..............................Rosi BeRnAdeTT silveiRA RiBeiRo

Cornélio Procópio ..............sAndRA ReginA Alino dA silvA

Curitiba ............................silviA gRAssi

Foz do iguaçu ..................AdeMilde dA RosA MoRAles

Francisco Beltrão .............veRA RiTA FRAnCiosi sCHMiTz

irati ................................loni gAidiCKe KuHn

ivaiporã .........................MARiA neusA de AndRAde Colussi

Jacarezinho ....................FABíolA FonseCA do CARMo

londrina ........................KARinA siTTA

Mal Cândido Rondon ......eloisA MARiA sCKsTein

Maringá ........................oliviA sHizuKA ABe

Medianeira ...................RoBeRTinA nAsCiMenTo

Paranaguá ...................MARiA elizeTe dA s. zATTAR

Ponta grossa ...............MARiA RAquel MoRAis

Prudentópolis ..............MARiA MARilene dACiuK Kus

Toledo ........................CATiA ReginA BARBosA

umuarama .................JoseFA FeRnAndes BRuno

Homenagens especiais:

Responsabilidade social ........Cleide PennACCHi

destaque Cultural .................CHloRis CAsAgRAnde JusTen

destaque na educação .........ÂngelA Russi

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O presidente dO sistema FecOmérciO sesc senac paraná, darci piana, en-trega O trOFéu de Destaque Cultural a chlOris casagrande Justen

Das mãos Do Diretor regional Do sesc Paraná, Dimas Fonseca, Ângela russi recebe a honraria De Destaque na eDucação

do Vice-presidente do sistema Fecomércio sesc senac paraná, ari Faria Bittencourt, cleide pennacchi receBe a honraria de destaque na área responsabilidade social

Homenagens Especiais

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Parreiras e gôndolas colo-ridas mudam o visual dos supermercados e pontos

de vendas em todo o Estado. São as guloseimas próprias da Páscoa: co-lombas pascais, bombons e ovos de chocolate, recheados de novidades. E novidade é o que não vai faltar, tanto é verdade que algumas indústrias do segmento chegaram a renovar 80% do portfolio dos produtos.

As inovações são nos formatos, tamanhos, surpresas e, inclusive, pre-ços. De acordo com a Associação Pa-ranaense de Supermercados (Apras), a Lacta, marca da Kraft Foods Brasil, apresenta uma linha pre-mium, com emba-lagens especiais e ovos com sabores e texturas diferen-ciadas. A Garoto, maior fábrica de chocolates da América Latina, além dos formatos e embalagens, traz op-ções para presentear

e a Nestlé, investiu em produtos para o público infantil e para consumidores com restrições de dietas alimentares.

Recente pesquisa da Nielsen des-taca que a Páscoa de 2010 apresen-tou crescimento na ordem de 6,5% nas vendas em relação a 2009. E os números previstos para 2011 são ain-da melhores. Os dados revelam que as vendas devem ser impulsionadas e podem crescer de 8% a 10% nos supermercados do Estado.

Na avaliação do presidente da Apras, Pedro Joanir Zonta, um

fator que influencia positivamente o crescimento nas vendas é o período em que acontece a comemoração da data. “No mês de abril, os consumi-dores já honraram com despesas de começo de ano como impostos e ma-terial escolar, por isso, com um pouco mais de dinheiro no bolso eles podem pensar em comprar ovos de Páscoa até para presentear”, acredita Zonta. Além dos chocolates, o bacalhau, pei-xes e azeite também devem compor a ceia pascoal.

Páscoa com sabor de chocolate e lucrosSILVIA BOCCHESE DE LIMA

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Preparação para o AdeusCurso para agente funerário do Senac Paraná forma primeira turmaKARLA SANTIN

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Os antigos egípcios levavam uma vida voltada para a morte. Nada era mais im-

portante para eles do que alcançar a exis-tência eterna e não mediam esforços para atingir esse objetivo. As monumentais pi-râmides, que serviam como tumbas dos faraós, levavam décadas para serem edifi-cadas, ao custo do suor de até 30 mil tra-balhadores. O fato é que morrer e morte adquirem formas e significados múltiplos em quase todas as culturas. A sociedade atual, no entanto, não prepara as pessoas para este evento natural e inevitável. “A morte é a única certeza da vida. De-vemos estar preparados porque não temos o domí-nio de quando e como isso vai acontecer. É preciso desmistificar esse assun-to”, assevera José Roberto Lucon, coproprietário da Funerária Stephan, a mais antiga do Paraná. Encarar a morte com natu-ralidade permite, por exemplo, transfor-má-la em negócio. Foi o que fizeram os bisavós da esposa de Lucon, que come-çaram com uma marcenaria nas imedia-ções do Largo da Ordem, em Curitiba. Vinda da Alemanha, a família Stephan recebia encomendas de urnas funerá-rias que eram feitas no tradicional estilo germânico. De esporádica, a procura por este artefato pelos imigrantes e descendentes alemães aumentou e de-cidiram criar a funerária, em 1848.

Como em qualquer empresa, a qualificação profissional no setor fune-rário é fundamental para o desempe-nho da atividade e obtenção de bons resultados. E mais, ao conhecimento técnico, é preciso acrescentar um ex-celente preparo pessoal por meio de abordagens, como ética, responsabi-lidade e relacionamento interpessoal.

Com aproximadamente 580 fune-rárias cadastradas no Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços Funerá-rios do Estado do Paraná (Sesfepar), o

presidente da en-tidade, Gelcio Mi-guel Schibelbein, afirma que as maiores deman-das de qualificação estão nas áreas de gestão e serviços gerais, realizados pelo agente fu-nerário. Este pro-fissional atua em

praticamente todos os procedimentos, do atendimento à do-cumentação. “A maioria das empresas são familiares, mas, tanto nas grandes como nas pequenas, faltam reciclagens periódicas, capacitações e novas tecno-logias”, afirma.

Para lidar ainda melhor com este momento de sensibilidade aguçada, sem perder o foco nos negócios, Lu-con matriculou-se na primeira capaci-tação para Agente Funerário do País, desenvolvida pelo Senac Paraná. De-pois de seis meses de aulas, a turma se formou em abril e o Centro de Edu-cação Profissional de Curitiba já está com outra programada. O aluno afirma que o curso contribuiu com sua empre-sa desde a aula inaugural, refletindo na qualidade dos serviços. “Os profissio-nais deste ramo nunca tiveram a opor-tunidade de realizar cursos específicos. Até então, a pessoa que ingressava na área aprendia com os mais antigos, as-similando conhecimento, mas também os vícios profissionais. E esse curso reu-niu os vários conhecimentos relativos à profissão”, avalia Lucon. Ele considera, ainda, que a formação do Senac vai expandir as possibilidades para aque-les que não trabalham com funerárias, mas têm afinidade e querem ingressar no ramo. “Como essa foi a primeira turma, ainda há muitos profissionais a serem preparados. Somente da Cen-tral de Luto, onde funciona a Funerária Stephan, 11 pessoas fizeram as aulas, e todas compartilham a opinião de que se preparar é preciso”, diz.

José RobeRto Lucon, copRopRietáRio da FuneRáRia stephan

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Código de Defesa do Consumidor a favor da empresaCuidados que as empresas precisam ter na hora de divulgar seus serviços ou produtos

KARLA SANTIN

O Código de Defesa do Consumidor (CDC) está em vigor há 20 anos e mesmo assim ainda não é bem compreendido por todos os agentes envolvidos:

fornecedores (empresas), consumidores e Poder Judiciário. Ci-tado principalmente depois que a relação de consumo foi efeti-vada e apresenta problemas, a chefe do Departamento Jurídico do Procon, Marta Pain, acredita que muitas ações que tramitam no órgão poderiam ter sido evitadas se a informação pré-venda estivesse em consonância com o código. “Os relatos de pu-blicidade enganosa ou abusiva não são a maior demanda no Procon. Mas as pessoas deveriam denunciar mais esses casos porque publicidade é informação, que está entre os direitos básicos do consumidor”, justifica a advogada.

O direito à informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem é garantido pelo artigo 6º, in-ciso II, do CDC. A busca de informações é a segunda fase do processo de decisão de compra, conforme descreve Philip Kotler, no livro Administração de Ma-rketing, a bíblia do marketing moderno.

Os investimentos em qualidade de produto, servi-ço e atendimento se tornam em vão quando a empresa desrespeita o consumidor antes mesmo de entrar na loja, atraindo-o com uma informação enganosa ou, pior, abusiva. O gerente do Departamento Jurídico e professor da disciplina de Direito do Consumidor do Grupo Educacional Uninter, Alex Sander Branchier, explica a diferença entre esses dois tipos de publicidade: a enganosa é aquela que, por omissão de dados relevantes, falsos ou incor-

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retos, pode induzir o consumidor a erro. Ela provoca uma distorção na capacida-de decisória do consumidor, que se esti-vesse melhor informado, não compraria o que foi anunciado. Já a publicidade abusiva é aquela capaz de levar o consu-midor a se comportar de forma prejudi-cial ou perigosa a sua saúde ou seguran-ça. “Em alguns casos o fornecedor não sabe que está cometendo o ilícito, mas a maioria sabe. Faz como atrativo para levar o incauto, o esperançoso, para dentro da loja e lá, diante de um contato direto, usa técnicas extremamente bem organizadas de convencimento e de ma-rketing para executar a venda”, explica Branchier.

Consumidor tem (quase) sempre razão

Caso o consumidor se sinta preju-dicado ou suspeite da comunicação, ele pode recorrer do ato infrativo. No Paraná, além do Procon, o Ministério Público Estadual mantém o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor. Ainda existe a possibilidade de o ci-dadão apelar para o Juizado Especial Cível, popularmente conhecido como “Tribunal de Pequenas Causas”, para questões inferiores a 40 salários mínimos.

Diante da reconhecida vulnerabi-lidade do consumidor, o CDC prevê a inversão do ônus da prova a seu fa-vor, buscando facilitar sua defesa nos processos. Dessa forma, é a empresa quem tem a função de provar que não cometeu o ilícito. Mas se não o fizer, nem por isso será automaticamente prejudicada. O que pode acontecer é que uma vez condenado, o fornece-dor terá que restituir o valor pago pelo cliente ou a cumprir com o que havia sido veiculado.

Três níveis de fornecedoresPara Marta Pain, do Procon, a pro-

teção fornecida pelo Código de Defesa do Consumidor reside na generalida-de, sem especificar os diferentes tipos de produtos, serviços, portes de em-presas ou modalidades de relações de consumo. “O código é bastante gené-rico e por isso mesmo protege o con-sumidor, por sua abrangência”, avalia. No entanto, o professor de direito Alex Sander Branchier defende a criação de três níveis de empresas, que seriam tratadas de maneira dife-renciada.

Na primeira categorização ficariam os fornecedores de massa, que aten-dem milhares pessoas por dia e usam o atendimento telefônico como contato com o cliente. Como exemplo citam-se as empresas de telefonia, consórcios, bancos, cartões de crédito e TVs por assinatura. No meio, estaria o fornece-dor que também trabalha com grande número de clientes (hipermercados, estabelecimentos de ensino, escolas, concessionárias de veículos), que já ofertam um tratamento individualiza-do e o cliente pode ir até uma loja física fazer a aquisição e também re-clamar. O outro bloco seria constituído pelas micro e pequenas empresas nas quais o relacionamento é sempre feito pessoalmente.

“É importante compreender que existem níveis diferentes de fornecedo-res. Nem o Código de Defesa do Con-sumidor, nem o Poder Judiciário fazem essa distinção, mas deveriam. Tratar todos de maneira igual, com base na mesma lei, gera uma distorção. Uma distorção não da lei, mas de sua apli-

cação”, pondera Branchier. Segundo ele, nessas duas décadas

de aplicação do

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professor de direito do consumidor, Alex sAnder BrAnchier

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CDC, os três blocos de fornecedores ti-veram evoluções isoladas. Os de mas-sa, apesar de terem melhorado bas-tante na forma de tratar o consumidor, ainda estão bem longe do que o códi-go propõe e só o respeitam mediante pressão. O maior progresso aconteceu no segundo bloco, pois quando o con-sumidor procura a loja com um produ-to que deu defeito, a possibilidade de encontrar uma solução pronta e rápi-da é muito maior do que nos outros modelos. E o grupo mais acanhando é o das micro e pequenas empresas de serviço e produtos em geral, onde há casos de total descompromisso com o código e outras que fazem o máximo para que o saia satisfeito.

Precauções na elaboração da publicidade

Para evitar situações desagradá-veis, a especialista do Procon sugere que o empresário deve buscar profis-sionais especializados para elaborar a publicidade. “E após escolher a melhor forma de divulgação seria interessante conversar com alguém da área jurídica para verificar se o que será anunciado não pode entrar em confronto com as disposições legais existentes”, indica Marta Pain.

Cercar-se de precauções nunca é demais. O diretor da Agência Lo-cus, Andre Dihl, complementa que as empresas devem acompanhar todo o processo de desenvolvimento dos ma-teriais criativos desenvolvidos pelas agências, para que possíveis erros nos materiais veiculados e divulgados se-jam evitados.

Neste contexto, ainda que o Có-digo de Defesa do Consumidor não protegesse os consumidores, seria vantajoso para as empresas estabe-

lecerem laços de parceria com seus clientes, incenti-vando sempre a relação de ganho mútuo. “A questão mais importante quando fa-lamos da relação entre em-presas e consumidores, é o feedback trazido por estes clientes. Estas informações, se utilizadas de forma cor-reta, podem trazer inúme-ras vantagens à empresa no momento do desenvolvi-mento de novos produtos, ou até mesmo na retirada de produtos que não aten-dam às necessidades dos consumidores”, avalia Dihl.

No atual mercado com-petitivo, se a empresa tiver que optar entre atrair no-vos clientes ou manter os compradores frequentes por meio de uma relação since-ra, o publicitário afirma que a alternativa mais apropria-da é manter quem está fi-delizado à marca. “Uma das mais fortes e mais eficientes formas de mídia que conhe-cemos é o Buzz, conhecido popularmente como boca a boca. Com ele conseguimos poten-cializar os resultados das campanhas, gerar novos consumidores e mantê-los fiéis. Em um mercado competitivo, como vivemos hoje, se uma empresa não tiver consumidores fiéis, as chan-ces de ela perder para a concorrência são muito maiores”, diz.

O Código de Defesa do Consumi-dor não precisa ser encarado como um vilão pelos empresários. Quando bem compreendido e respeitado pode evi-tar situações que geram desgaste com

o consumidor e que põem a perder qualquer verba voltada para a área de marketing.

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Conhecer a realidade de pessoas com deficiência é um caminho de transfor-

mação e libertação para as famílias e também para a sociedade. Cada vez mais a inclusão social se faz presente nos meios de vivência. Além disso,

grupos e associações são formados frequentemente para lutar pelos di-reitos dessas pessoas.

A inclusão começa na escola e se estende ao mercado de trabalho, onde empresas contratam pessoas com al-gum tipo de deficiência, seja ela físi-

ca, intelectual, visual ou auditiva. O trabalho contribui para a autoestima, criando confiança e proporcionando aprendizagem, crescimento, transfor-mação de conceitos e, principalmente, o convívio com pessoas que se dizem normais.

Sinônimo de competênciaLei nº 8.213/89 estipula que empresas precisam ter em seu quadro de funcionários de 2% a 5% de pessoas com alguma deficiência

FERNANDA ZIEGMANNFotos: Jorge Mariano

FrANCIElE, FOrMADA EM 2010, TrABAlhA OITO hOrAS DIárIAS NA MErENDA ESCOlAr

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Mas, para a pessoa com deficiência o processo de conquistar um empre-go não é mais fácil do que acontece com outras pessoas. Ele, além de tudo, precisa se mostrar capaz e, principal-mente, romper mitos, onde na maioria das vezes o empresário o vê como uma pessoa pouco produtiva e a família o trata como uma eterna criança.

A boa notícia é que o mercado de trabalho para pessoas com deficiência está aquecido. Uma pesquisa realizada pela Plura Consultoria e Inclusão So-cial, com 71 empresas de todo país, mostra que todas já tomaram alguma medida para incluir profissionais com deficiência em seu quadro de funcio-nários. Pouco mais que um terço delas (36,1%) apontaram entre as dificulda-

des para a contratação a baixa qualifi-cação e a falta de experiência dos can-didatos. Para contornar esse problema, 20% das empresas informaram ofere-cer cursos de capacitação.

A empresa Risa/Risotolândia é um dos exemplos. Através do programa Jovem Aprendiz do Senac Curitiba, mi-nistrado em Araucária – Região Metro-politana – vem há mais de um ano ca-pacitando profissionais com deficiência intelectual em Auxiliar de Cozinha. Já são quase 40 alunos formados e que hoje estão aptos a ingressar no merca-do de trabalho. Mais da metade garantiu uma vaga na própria empresa, seja na cozinha mexendo com os alimentos, ou fazendo a arrumação das bandejas e ta-lheres no refeitório.

Ao empresário não deve importar as deficiências que uma pessoa pos-sa ter, mas sim a capacidade que ela tem para trabalhar. “Temos que enca-rar a situação com igualdade. Na mi-nha empresa não admito preconceito, mesmo que o profissional seja menos ágil, temos que admitir essa lentidão como uma situação normal. Lógico que entre indiscipli-na e trabalhar mais vaga-rosamente há uma grande diferença”, ressalta o presi-dente da Risa/Risotolândia, Carlos Gusso.

A pesquisa ainda mos-tra que em relação aos be-nefícios da inclusão deste público, 50% das empresas julgam que o ambiente de trabalho teve mais humani-zação; 20% acham que a in-clusão mudou, para melhor, a percepção de gestores e equipes; 12% notaram me-lhora no clima organizacional

e 18% não perceberam mudanças.Do mesmo modo que pessoas sem

nenhuma deficiência conquistam sua independência através do trabalho, isso também acontece com as que a possuem. “Antes de começar a traba-lhar e a estudar nem, ônibus eu sabia pegar. Hoje já ando sozinha e não te-nho mais medo”, conta cheia de or-gulho a ex-aluna do Senac, Andressa Ângela Santa Clara.

Deficiência indica uma realidade que cerca a todos e é preciso saber que essas pessoas não escolheram ser assim e que ninguém está livre de se tornar semelhante ou ter próximo de si alguém com alguma necessidade es-pecial. O importante é saber que não existe diferença entre os seres huma-nos somente porque alguns possuem algum limite, seja motor, intelectual ou sensorial. Os profissionais com defici-ência são acima de tudo pessoas que estão aptas a aprender e a se desen-volver para competir no mercado e abraçar as oportunidades que apare-cem no meio do caminho.

lei nº 8.213/89Decreto nº 3.298/99

De 100 a 200 colaboradores – 2% do quadro de pessoas com deficiência

De 201 a 500 colaboradores – 3%

do quadro de pessoas com deficiência

De 501 a 1.000 colaboradores – 4%

do quadro de pessoas com deficiência

De 1.001 em diante – 5% do quadro de pessoas com deficiência

NElICE, FOrMADA NA PrIMEIrA TurMA DE APrENDIzES DO SENAC E DA rISOTOlâNDIA EM 2009, TrABAlhA NA CONFEITArIA DA EMPrESA

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A LeiA Lei nº 8.213/89 estabelece que

empresas privadas que possuam em seu quadro mais de 100 funcionários contra-tem pessoas com algum tipo de deficiên-cia, tendo que representar de 2% a 5% dos contratados.

A Lei não se aplica a cargos espe-cíficos. Pode acontecer de a empresa contratar todos os funcionários com deficiência para a mesma função. Des-ta forma, o empresário cumpriria a Lei reservando o percentual estabelecido, e ainda desempenharia o papel da in-clusão social.

rAFAEl, FOrMADO PElA TurMA DE 2009, TrABAlhA NA PANIFICAçãO DA EMPrESA

Humanizou o ambiente de trabalHo

Mudou, para Me-lhor, a per-cepção de gestores e equipe

Não per-ceberam mudaNças

Melhora no cliMa organiza-cional

Baixa qualificação/experiência dos candidatos

resistência de gestores

dificuldade em recrutar face às especificidades do processo seletivo

falta de engajamento da liderança

não encontraram dificuldades

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Benefícios da inclusão

Medidas para inclusão

Em relação à classificação das deficiências, o Decreto nº 3.298/99, art. 4º, “considera pes-soa com deficiência aquela que se enquadra em uma das categorias de deficiência física, auditiva, visu-al, mental ou múltipla, sendo esta a associação de uma ou mais de-ficiências”.

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Para mudar de vidaO Senac através de seus cursos ajuda pessoas a realizarem seus sonhos e a não desistirem de lutar

FERNANDA ZIEGMANN

Maria Aparecida Barbosa, moradora de Paiçandu, região Norte do Paraná,

passou de coletora de matérias reciclá-veis à cabeleireira. Helena Lopes, de Maringá, deixou o trabalho pesado em uma lavanderia para trabalhar como auxiliar de enfermagem concursada pela Prefeitura de Maringá.

O que essas pessoas têm em co-mum? As duas trocaram de profissão realizando um sonho e melhoraram de vida depois de fazer os cursos do Se-nac Paraná. Entidade que se faz pre-sente no dia a dia de milhares de pes-

soas, mas que faz a diferença e traz grandes mudanças para outras mil.

Depois de dois anos coletando material reciclável, Maria Aparecida conseguiu atingir seu objetivo de se tornar cabeleireira. “Este curso chegou a minha vida na hora certa. Estava muito triste porque o cavalo que eu usava para trabalhar na rua morreu. Sempre quis fazer o curso de cabelei-reiro, mas nunca tinha aqui em Paiçan-du, e quando tinha não sobrava vaga. Quando vi a oportunidade abracei com força. Eu gostava do que fazia, é pra-zeroso deixar a cidade limpa, mas mi-nha vida mudou muito depois que fiz o curso, me encontrei.”, comemora a cabeleireira.

Mas, os cinco meses do curso não foram fáceis, além de seu cavalo mor-rer e prejudicar sua renda, sua mãe adoeceu. Nessa época teve que se dividir entre escola, trabalho, casa e hospital. Agora, com um pouco mais de um mês de formada seu marido faleceu e as coisas complicaram ain-da mais. “Fiquei com muitas dívidas, não tinha plano para o funeral, agora estou trabalhando dobrado para po-der pagar tudo e abrir meu salão. Foi muita luta e não vou desistir agora”, desabafa.

No período da manhã, Maria abre sua casa para atender algumas clientes, colocando em prática o que aprendeu durante as aulas do Senac.

“Minhas clientes gostam, sempre elo-giam meu trabalho. É tão bom deixar as pessoas bonitas”, enfatiza. No perí-odo da tarde desempenha a função de zeladora em um salão de beleza, mas já tem um emprego garantido como cabeleireira assim que tiver mais expe-riência. “A dona do salão já avisou que assim que eu tiver mais prática ela me contrata. Enquanto isso vou treinando em casa”, conta Maria.

Como a vida não é uma novela cheia de momentos felizes, Helena Lo-pes também demorou um pouco até se encontrar. Foi em 2005, trabalhan-do em uma lavanderia, que começou a se interessar pela enfermagem e o que mais chamou sua atenção foi que o campo de trabalho era amplo. Quan-do começou a pesquisar sobre as es-colas da região encontrou o curso de Técnico em Enfermagem, no Senac Maringá.

O curso correspondeu todas as expectativas, mas, logo depois que se formou, em julho de 2006, não come-çou a trabalhar, pois teria de se mudar para outra cidade a fim de começar a exercer a nova profissão. Como tinha dois filhos, que ainda estavam no En-sino Médio, não pôde largar tudo. “Na época, me formei e não pude traba-lhar na área porque tinha dois filhos estudando e precisava formar eles, era minha missão. Como fiquei parada por algum tempo resolvi continuar estu-

MAriA APArECiDA DEixOU A ViDA DE COlETOrA DE rECICláVEIS PArA VIrAr CABElEIrEIrA

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dando e então comecei minha faculda-de de Enfermagem e o curso do Senac foi muito útil, pois, por causa da prática

que adquiri nos estágios consegui fa-zer a faculdade com maior seguran-ça”, comenta a enfermeira.

Em 2009 Helena passou em um concurso público da Prefeitura de Maringá para Auxiliar de Enferma-gem. Em agosto daquele mesmo ano assumiu sua função no posto de saú-de da cidade. “O curso do Senac me ajudou muito na hora de fazer a prova, fui relembrando tudo que aprendi na sala de aula, tanto a teoria quanto a prática. Hoje, estou rea-lizada pessoal e profissio-nalmente, sinto-me capaz de trabalhar e ajudar ao próximo. As profissões da área da saúde são muito inteligentes, é preciso muita responsabilidade e comprometimen-to para lidar com a vida”, afirma.

Helena conta: “ao passar no con-curso minha vida melhorou muito. Trabalho seis horas por dia e com isso minha qualidade de vida subiu. Tenho mais tempo pra mim e minha família. Sem contar na estabilidade profissional. É muito relaxante colo-car a cabeça no travesseiro e saber que possuo um trabalho sério”.

Hoje, ela trabalha na parte assis-tencial do posto de saúde, prestando atendimento e cuidados aos pacien-tes. “Sinto que estou sendo usada por quem criou a vida. É como se Deus estivesse me usando para fazer o bem”, finaliza.

Unidade Móvel SenacA Unidade móvel do Senac também

faz história na vida das pessoas. Pen-sando em aumentar os negócios Nilson

Rolim de Moura, de 66 anos, morador de São José dos Pinhais, Região Metro-politana de Curitiba, matriculou-se no curso de Pizzaiolo da Unidade Móvel, que estava no município.

Nilson tem um carrinho de doces e salgados em fren-te à Escola Antônio Franco, na Borda do Campo, há cinco anos. Quando ficou sabendo do curso ao ouvir um anúncio em um carro de som, logo foi até a unida-de, realizou a matrí-cula e está animado para colocar a mão na massa. “Não vejo a hora de começar a fazer o que aprendi

nas aulas, mas preciso comprar um car-rinho com forno que serve para assar a pizza. Já comprei um cilindro pra come-çar meu novo negócio”, explica.

O Senac está presente na vida do vendedor há mais de 40 anos, quando fez os cursos de panificação e confei-taria na escola, que auxiliam até hoje em sua renda. Levantando todos os dias às 5h30 da manhã, o vendedor arruma seu carinho e segue para a rua, retor-nando somente à tarde e mesmo assim o batalhador, morador de São José dos Pinhais, arruma tempo para se especia-lizar e ainda quer continuar estudando. “Tenho sede de conhecimento, mas in-felizmente falta tempo para aprender mais coisas. Sempre digo que a gente vive aprendendo e morre sem saber nada”, finaliza Nilson.O SENAC FAz PArTE DA VIDA DE NIlSON

rOlIM DE MOurA há MAIS DE 40 ANOS

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“Tenho sede de conhecimento,

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– nIlSon rolIm de moura –

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No dia 29 de março, di-retamente do

estúdio do Se-nac Nacional no Rio

de Janeiro, a teleconferência Copa 2014: Oportunidades e Desafios trou-xe informações sobre os projetos do Senac para a Copa do Mundo, assim como ações em parceria com outras entidades. Contou com a presença do ministro do Turismo, Pedro Novais; do presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação, Alexan-dre Sampaio, e do gerente de Projetos Estratégicos do Senac Nacional, Antô-

nio Henrique Borges de Paula.No Senac de Curitiba, cerca de 120

pessoas compareceram ao evento. Es-tiveram presentes, além do presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac, Darci Piana, o secretário de Estado de Turismo, Faisal Saleh; o secretário de Esporte, Lazer e Juventude de Curiti-ba, Marcelo Richa, entre outras auto-ridades. No Paraná todo, 422 pessoas assistiram à transmissão.

Segundo Saleh, é muito importan-te que os envolvidos com a Copa de 2014 tenham a capacitação necessária para atender às demandas do even-to. “Precisamos ter pessoal capacitado

para um acontecimento assim. Além da Copa do Mundo, essa formação vai ser para o resto da vida. É um inves-timento não somente para o evento, mas para a qualidade dos serviços que o Paraná oferece”, diz.

Piana não pensa diferente. O presi-dente, além de ressaltar a importância do Senac em contribuir com eventos de grande porte formando cidadãos para as necessidades do mercado, diz que o importante é capacitar cada vez mais pessoas. “Não importa quem é ou de onde veio. O importante é dar para as pessoas a capacitação necessária. For-mar cada vez mais cidadãos”, diz.

Presidentes e representantes de sindicatos do Paraná receberam, no dia 24 de março, os títulos do Siste-ma de Excelência em Gestão Sindical (Segs), durante a 122ª reunião da di-retoria da Fecomércio – PR, que tam-bém foi agraciada com o mesmo certi-ficado em reunião da diretoria da CNC, no Rio de Janeiro.

Dos 27 sindicatos que concluíram o ciclo 2010, 21 enviaram seus respectivos representantes para o evento. Estiveram presentes a presidente do Secovi-PR, Li-liana Ribas Tavarnaro; o presidente do Sinca-PR, Antônio Ermínio Pennacchi; o presidente do Sindetur-PR, Nelson Pires de Moraes Jr.; o presidente do Simaco-PR, Segismundo Mazurek; o presidente do Sindical-PR, Umberto Marineu Basso

Filho; o presidente do Sindi-cato do Comércio Varejista de Campo Mourão, Nelson José Bizoto; o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Cas-tro, José Marioli Simão; o presidente do Simatec Maringá, Valdeci Aparecido da Silva; o presidente do Sindiplan, Fran-ciso Macedo Machado; o presidente do Sinditiba, Zildo Costa; o presidente do Sindióptica-PR, José Alberto Pereira; o representante do Sindicomércio de Pato Branco, Ciro Conte Chioquetta; o presi-dente do Sindicado do Comércio Vare-jista de Ponta Grossa, Antenor Alberti Guimarães; o presidente do Sindifarma-PR, Edenir Zandoná Jr.; o presidente do Sincopeças-PR, Vanderlei Antônio No-gueira; o presidente do Sindicato dos

Representantes Comercias do Paraná, Paulo César Nauiack;

o presidente do Sincap, Antonio Carlos Parieti; o representante do Sindilojas de União da Vitória, Diógenes Spach; o presidente do Sinfarma Oeste, Nelcir Antonio Ferro; o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Marechal Cân-dido Rondon, Ademar Bayer e o presi-dente do Sincopeças Cascavel, Sandro Augusto Sabadin.

Para este ano, 41 sindicatos estão aptos a receber a certificação. O ciclo 2011 teve início no dia 4 de abril e vai até dezembro, quando os sindicatos serão avaliados para a conferência do título do programa.

Sindicatos recebem certificados do Segs 2010

Teleconferência falou de desafios para copa de 2014

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texto e fotos: jorge mariano

Fusão de sabores

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A cozinha é um lugar onde o inesperado acontece. Com-binações de ingredientes,

harmonizações de sabores e até aci-dentes culinários revelam universos de paladares que surpreendem os mais variados gostos. As possibilidades são tão grandes, que já não há mais li-mites para o mundo da gastronomia. Os clássicos já ganharam novas rou-pagens e ingredientes inusitados são utilizados com mais frequência. Já cantavam os Paralamas do Sucesso: “Häagen-dazs de mangaba, château canela preta, cachaça made in Carmo dando a volta no planeta”.

Porém, se engana quem pensa que essa mistura toda é invenção do século XXI. Holandeses e indonésios já têm uma tradição antiga quando o assun-to é combinar influências. Resultado da colonização das ilhas do sudeste asiático por desbravadores dos Países Baixos.

Em 1594, o explorador marítimo Cornelis de Hautman, desembarcou na Indonésia. O holandês ficou fascinado com a profusão de sabores daquela cultura e, depois de expulsar ingleses e portugueses que ocupavam a região, estabeleceu uma nova rota de especia-rias. A Indonésia passara, a partir daí, a ser uma colônia da Holanda, perma-necendo dessa maneira até meados da Segunda Guerra Mundial.

Mas, bem menos de quatro séculos precisaram passar para que as culiná-rias criassem laços. Em 1597, apenas três anos depois de chegar ao arqui-pélago, Hautman retornou à Holanda e apresentou ao seu país todos aque-les produtos. Desde então, as batatas, carnes, e laticínios – base da culiná-ria holandesa – ganharam toques de curry, pimentas, ervas e vários outros sabores exóticos.

Os holandeses se renderam aos novos paladares e o chef Jos Boom-gaardt segue com força essa tradi-ção. “Não tenha medo do novo. Cozinhe, experi-mente”, diz o ho-landês, convidado do Senac para partici-par da Semana de Estudos e Pesquisas da Culinária Holandesa e Indonésia.

Inovador, Boomgaardt tem sua formação com base na escola clássi-ca francesa, porém, resolveu ousar ao levar sua experiência para uma esta-dia de três anos no sudeste asiático. “Isso me inspirou a abrir os olhos para uma nova maneira de cozinhar”, conta. “Muitos cozinheiros são céticos, receo-sos ao mudar. Mas as pessoas são mais criativas do que pensam. Só é preciso alguém que mostre isso a elas.”

Estudos gastronômicosNa Semana de Estudos e Pesquisas

da Culinária Holandesa e Indonésia, não serão apenas os diferentes sabo-res que vão caminhar juntos. Como já é tradição do Senac, ensino e entrete-nimento estarão lado a lado durante os dias do evento. “É uma oportunidade que nossos alunos e instrutores têm de conhecer novas técnicas e culturas, e do público vir ao restaurante provar os pratos”, explica o supervisor do Restaurante-escola do Senac, Lúcio Chres-tenzen.

Todos os anos, o Senac promove gas-tronômicos eventos que têm, em suma, cinco objetivos: ca-pacitação de alunos e instrutores, valori-zação dos produtos regionais, incentivo à cadeia produtiva,

melhoria do serviço do restaurantes e educação do público externo. Ins-trutores e alunos da instituição, além dos visitantes, têm a chance de entrar em contato com profissionais da alta gastronomia, trocar experiências, co-nhecer novas culturas e comer pratos dignos de restaurantes estrelados.

Por esses motivos que houve a mu-dança no nome do evento, de Festival, para Semana de Estudos e Pesquisas. “Não é somente degustação. Agora, você vai investigar o porquê de um tempero, de um ingrediente. É uma imersão cultural”, explica Chrestenzen.

Nessa edição, Holanda e Indonésia são os países escolhidos. Apesar de se-rem completamente diferentes, suas culturas gastronômicas estão muito liga-das, devido à ocupação do país asiático pela "laranja mecânica" por quatro sé-culos. Muitas especiarias – sabores com-pletamente exó-ticos para os

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exploradores do século XVII – foram in-corporadas à culinária holandesa e, na Indonésia, o rijstaffel, um dos principais pratos do país é influência dos navegan-tes europeus.

Matando a fome

Para impressionar os paladares da Semana, o chef Boomgardt selecionou receitas que vão do tradicional ao so-fisticado nas duas culturas. Ele diz que a oportunidade de misturar elemen-tos pode criar sabores excepcionais. “Como pode dar errado misturar o melhor de culturas diferentes? Isso é a cozinha fusion.”

O cardápio holandês, que será ser-

vido à la carte, conta com oito opções que vão desde patês e mousses salgadas, até parfaits (uma espécie de sorvete artesanal) e bebidas à base de gemas. Já para o menu indoné-sio, a variedade é maior. Os 12 pratos que compõem as sugestões serão servi-dos em um buffet. Guisados, sopas, di-ferentes variedades de arroz e até uma salada de frutas picante, são algumas das sugestões do chef para o evento.

Quem quiser provar um pouco des-sas culturas antes de ir ao Restaurante-

escola do Senac, pode se arriscar nas panelas. A Revista Fecomério PR sele-cionou duas receitas que podem ser pre-paradas em casa.

Para experimen-tar todos os pratos

selecionados para a Semana, é só ir até o Restaurante-Escola Senac, na Rua André de Barros, 750, dos dias 29 de abril a 6 de maio. Informações sobre valores e horários de funcio-namento podem ser obtidas no site www.pr.senac.br, ou pelo telefone (41) 3219-4700.

Ingredientes para a almôndega:•8 fatias de pão de forma

sem casca•½ xícara de creme de leite•½ xícara de leite•600g de carne de porco

moída duas vezes•400g de carne de boi moída

duas vezes•2 dentes de alho bem

picados•2 ovos•50g de manteiga•50ml de óleo•1 xícara de caldo de carne

ou frango

•50g de mostarda•Sal, pimenta e noz moscada

a gosto

Modo de preparo:Misture o leite e o creme de leite, mergulhe os pães e adicione as carnes. Adicione o restante dos ingredientes, molde as almôndegas. Em um frigideira, misture o óleo, a manteiga e frite as almônde-gas dos dois lados. Adicione o caldo e deixe cozinhar bem. Depois de cozidas, retire as almôndegasefinalizeomolhocom a mostarda.

Ingredientes para o arroz:•1kg de arroz cozido•200g de cebolas bem

picadas•2 alhos-poró cortados finamente•4 sobrecoxas de frango sem

osso e sem pele cortadas em cubos•2 colheres de sambal oelek

(receita abaixo)•5 dentes de alho bem

picados•200g de camarões pequenos•3 colheres de chá de molho

de soja leve•2maçosdecebolinhafina-

mente picados•1 colher de chá de coentro

em pó•4 ovos•1 colher de chá de trassi

(pasta de camarão ou peixe)•1 colher de chá de cominho

em pó•5 colheres de óleo•Sal e pimenta a gosto

Ingredientes para o sambal oelek:•10 pimentas dedo-de-moça•2 colheres de chá de trassi•1 colher de chá de sal•suco de meio limão

Modo de preparo: Processe todos os ingredien-tes e guarde em um pote na geladeira. Pode ser utilizado por até três meses.

Modo de preparo do arroz:Misture as cebolas, o alho, o sambal oelek, sal, pimenta, alho-poró, trassi, cominho e coentro. Frite essa mistura. Adicione o frango e os cama-rões e frite por cinco minutos. Misture o arroz aos poucos. Adicione o molho de soja e os ovos. Finalize com a ceboli-nha, misture bem e sirva.

Realização:

Guisado de batatas e chicória com almôndega holandesa Arroz Frito

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O clima carinhoso, a ale-gria que reina na casa e o espírito de cooperação

dos integrantes da família emocionam todos que visitam o Lar Dona Jacira em Campo Mourão, que recentemente passou por uma verdadeira transfor-mação, proposta por alunos e instru-tores do Senac. O que começou como um despretensioso projeto de conclu-são do curso de Decorador de Interio-res Residenciais, tornou-se um projeto social que mobilizou empresários e toda comunidade.

A instrutora e arquiteta Sônia Ma-ria Pessa, que coordenou os trabalhos técnicos, junto à docente Cristina Tie-mi Morishita, relata que a proposta foi feita para que os alunos pudessem ter

experiências concretas e previa uma intervenção modesta, de forma a ade-quar os espaços internos às necessi-dades das crianças atendidas pela en-tidade. Mas, como em toda reforma, as condições reais do prédio deman-daram serviços adicionais. Para que a reforma se concretizasse, alunos, pro-fessores e a equipe técnica do Senac saíram em busca de parceiros para o custeio das despesas. “A comunidade, ao perceber a grandeza da proposta, aprovou integralmente. Entidades de classe, clubes de serviços, igrejas e sindicatos passaram a apoiar as ações. Realmente foi um grande envolvimen-to e a razão é o atendimento direto às crianças assistidas pelo Lar Dona Jacira”, avalia o diretor do Centro de

Educação Profissional (CEP) do Se-nac em Campo Mourão, José Mateus Bido. Foi o aval de toda a sociedade que viabilizou uma intervenção mais abrangente. Grande parte dos R$70 mil investidos na transformação do lo-cal foi arrecadada durante um jantar beneficente, no Recanto do Criador. Além dos convites, durante o evento, houve sorteio de prêmios, doados por empresas mourãoenses. E para com-pletar, foi criada até uma comissão es-pecial para receber as arrecadações, que não vieram apenas em dinheiro: o Lar Dona Jacira recebeu equipamen-tos e utensílios hospitalares, alimentos não perecíveis e material de consumo, como fraldas e roupa de cama.

O Sindicato Empresarial do Comér-

Transformação no Lar Dona Jacira de Campo MourãokarLa santinFotos: Jacqueline Teixeira Sonsin

Quarto das meninas Sala de eStar

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cio de Campo Mourão e Região, que sempre colaborou para a manutenção da entidade, envolveu-se ativamente nesse projeto. “Achamos importante o envolvimento da comunidade, dos alunos e instrutores do Senac. Como empresário, acredito que temos que cumprir nossa função social e apoiar essa iniciativa”, defende o presidente do sindicato, Nelson José Bizoto.

O projetoA reforma foi feita

em quase toda a resi-dência. Segundo a ar-quiteta Sônia Pessa, a edificação servia como escritório e por ser antiga, apresentava problemas típicos pelo passar do tempo. A cobertura recebeu te-lhas de fibro-cimento para sanar as infiltra-ções, e a instalação elétrica, onde o risco de incêndio era grande, foi substituída. A casa ganhou aquecedor solar para reduzir a conta de energia. Houve reforma do piso, pintura de paredes e portas, substi-tuição de janelas danificadas e novas luminárias.

A acessibilidade foi um dos pontos bastante enfatizados no projeto, que promoveu a ampliação das aberturas e do corredor, para dar passagem aos cadeirantes, e o nivelamento do piso, que tinha desníveis de até 12 centíme-tros. “Os banheiros comuns não esta-vam adaptados ao acesso de cadeiras de rodas e não tinham espaços pró-prios e adequados às necessidades dos

usuários”, descreve Sônia. Por isso foi construído um quar-to e um banheiro es-pecialmente para as crianças com defici-ência física. A am-pliação de 128 m² incluiu a criação de uma área de banho, uma merecida suíte para a Dona Jacira e a ampliação de ou-tros dois cômodos.

Durante a ela-boração do projeto arquitetônico e de decoração, os alunos conversaram com os jovens moradores para captar seus desejos e preferências. Essa con-versa marcou a participante do curso, Carla Fabiola Zagotto, que afirma ter relembrado sua infância, onde a ale-

gria parece vir dos pequenos detalhes. “Engraçado como todos pediram um espelho, algo tão banal, mas que em um lugar onde a coletividade é tão evi-dente, este objeto oferece a sensação de individualidade”, observa a aluna.

O desafio foi deixar a residência fun-cional e também mais alegre e acolhe-dora com a decoração, que no quarto dos meninos remete ao futebol e, para as meninas, tem a temática de flores.

Aprendizado socialA capacitação de Decorador de

Interiores Residenciais, que recen-temente foi reestruturada, mudando seu nome para Decoração de Espaços Residenciais, oferece noções sobre decoração de interiores. Apesar da carga horária de 171 horas, a instru-tora Sônia Pessa considera o conteúdo programático bem amplo. Para ela, é preciso muito empenho e dedicação para acompanhar o programa. “A obra permitiu que os alunos vissem a im-portância de estarem acompanhados por profissionais habilitados quando houver necessidade de substituições de paredes e construções e lhes deu condições de sentirem o resultado do que foi proposto”, avalia a instrutora. Os alunos também tiveram que co-

Sala de eStar Quarto dos meninos

“A reforma foi feita para que os alunos pudessem ter expe-riências concretas e

era para ser pequena, mas as condições reais do prédio de-mandaram serviços

adicionais”

ArquitetA e instrutorA do cur-so de decorAdor de interiores

residenciAis do senAc

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locar a mão na massa e executaram alguns serviços de pintura, disposição dos móveis e aplicação de papéis de parede. Outro trabalho, que exigiu boa dose de criatividade foi a busca de materiais alternativos, adequados à verba disponível.

Para a ex-aluna Claudia Galvão de Lima, a experiência foi muito gratifican-te e contribuiu para sua formação pro-fissional. “Aprimorei meus conhecimen-tos em decoração e ainda tivemos o privilégio de ver um projeto que, depois de realizado, ajudou alguém que real-mente merece: a Dona Jacira”, relata.

Aliar o conhecimento técnico à for-mação pessoal dos futuros profissio-nais é habitual no Senac, que integra ações de responsabilidade social em sua prática educativa. O diretor José Mateus Bido, acredita que a educação profissional deve estar em sintonia com a formação de um ser humano integral. “Falar de formação integral é pensar em uma pessoa que deve ser preparada para os desafios diários do setor produtivo, da sociedade organi-zada e que saiba realmente qual o seu papel na história e assuma a respon-sabilidade ambiental e social a partir da sua conduta produtiva. Com este

propósito é que os alunos são contex-tualizados e mobilizados para o apren-dizado e para a atitude profissional”, explica.

A grande família da Dona Jacira

O Lar Dona Jacira acolhe crianças em situação de risco social encami-nhadas pelo Conselho Tutelar de Cam-po Mourão. Em geral, elas apresentam problemas de saúde e algumas pos-suem deficiência física ou intelectual. De doação em doação, a entidade so-brevive desde a década de 70, quan-do a então costureira Jacira Bueno Machado, por volta de seus 35 anos de idade, adotou sua primeira filha. “Naquela época era fácil adotar uma criança e acabei assumindo a guarda de minha afilhada após o falecimento de sua mãe biológica”, conta Jacira.

Na sequência, ela fez o curso de Auxiliar em Enfermagem e começou a trabalhar nos hospitais Policlínica e Bom Jesus, de Campo Mourão. Foi aí que a família começou a aumentar, pois pas-sou a receber pedidos das mães para que ela cuidasse de seus filhos enquan-to estes se recuperavam de tratamentos médicos e cirurgias. Quando o Senac

trouxe a primeira turma de Enfer-magem para cidade, fez o curso novamente, agregando ainda mais conhecimento a sua experiência de mãe e enfermeira. Aliás, sua prática profissional inteira foi dedi-cada às crianças. Algumas ficavam de passagem, por uma semana, um ou dois meses para tomar medicação e assim que recebiam alta, partiam. “Eu cuido deles até melhorarem de seus problemas e tomarem um rumo na vida”, as-severa a grande matriarca, que já perdeu a conta de quantas crianças receberam sua atenção e

carinho. O número chega perto de mil pequenos hóspedes, oriundos de famí-lias carentes, boias-frias, sem-terra, que não tinham condições financeiras ou instrução para cuidar dos filhos com a saúde tão fragilizada. As visitas dos pais são liberadas, mas há casos em que elas ficavam mais espaçadas e, com tempo, o vínculo familiar se perdia. Mui-tos encontraram um novo lar, outros, não tiveram a mesma sorte. Comovida, Jacira adotou legalmente os que foram deixados para trás. Parte deles casou e um, com 17 anos, permanece sob sua proteção.

Atualmente, ela tem 13 “filhos”. O último chegou há cinco anos, com apenas dois meses de vida. A entida-de possui apenas uma funcionária e Jacira recebe ajuda de uma irmã e das crianças, que também colaboram nas pequenas tarefas, conforme o pos-sível. A falta de acessibilidade e ba-nheiros próprios para os cadeirantes eram as maiores dificuldades. Por isso a reforma facilitou a rotina da cuida-dora. “Às vezes me questiono como me virava daquele jeito. Essa melhoria era um sonho que eu tinha e que foi realizado”, finaliza.

Alunos, instrutores e equipe do senAc cAmpo mourão com A “donA JAcirA”

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Tropicália, Woodstock e Ca-zuza. Ditadura militar, a construção – e a queda – do

muro de Berlim, Diretas Já. O micro-ondas, o computador pessoal, o te-lefone celular. De Kubitschek a Dilma roussef. O homem na lua. Da televisão em preto e branco às filmagens em três dimensões. Isso tudo é apenas um pequeno exemplo do que o empresário Jorge Manne vivenciou em cinco déca-das de trabalho no Sindilojas.

Durante sua história na entidade, a trajetória de Manne é cheia de deta-lhes, muito trabalho e, sobretudo, ami-zades. É assim que ele fala de sua car-reira no sindicato. “Não dá para ficar tanto tempo em um lugar sem contar com o respeito e as amizades”, conta.

Carioca de coração paranaense, Manne passou de gato de ipanema para virar bicho do Paraná. Saiu de uma lapa para outra. Deixou o bairro boêmio da capital fluminense e veio morar na cida-de do interior da terra das araucárias.

O trabalho para a instituição come-çou em 1960, um ano antes de se for-mar advogado e economista. O convite partiu de leonardo Abagge, diretor ju-rídico do sindicato na época, para que Manne trabalhasse como advogado do Sindilojas. De lá em diante, nunca mais deixou o posto.

Mais do que um emprego, o tra-balho no sindicato foi um aprendiza-do. Manne faz questão de lembrar da importância que a oportunidade teve em sua carreira. “Aprendi demais aqui dentro. A experiência que ganhei aqui não tem preço”, conta.

Porém, suas atividades não se re-sumem à advocacia. Paralelamente ao trabalho com as leis, fundou uma empresa no ramo de supermercados com o irmão, João Manne – que fun-cionou por mais de 10 anos – e passou a administrar projetos de construção civil. isso fez com que, em 1979, o advogado, empresário e empreiteiro fosse solicitado pela diretoria – então presidida por Alceu Abagge, pai de seu primeiro chefe – para acompanhar a obra de mais de 7.000m² da sede do sindicato, na rua Pedro ivo, no Centro de Curitiba.

Na época, um dos membros da cúpula era o atual presidente do Sin-dilojas, Ari Faria Bittencourt, também vice-presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac. Ele não esconde a alegria e a amizade ao falar de Manne. Bitten-court chegou à entidade em 1972, 12 anos após o advogado. Desde lá, além da relação profissional, os dois man-têm uma amizade duradoura. Já são 39 anos.

“O Jorge é uma reunião de qualida-des. Além de ser um grande profissional, é um grande amigo de todos. Todo mun-do tem o mesmo tratamento com ele", conta Bittencourt. Prova disso, foram as homenagens que recebeu em dezembro do ano passado, quando completou suas bodas de ouro na instituição.

Em um jantar promovido pelo sindi-cato, Manne recebeu uma placa come-morativa e um presente dos diretores: uma viagem ao Oriente Médio, terra natal de seus ancestrais. “Era o mínimo que podíamos fazer”, diz Bittencourt. “Al-guém que trabalhou tanto como ele, me-rece uma homenagem dessas. É a prova da qualidade do trabalho e da amizade que ele tem com todos nós”, completa.

Manne é todo alegria e agradeci-mentos. O tempo inteiro fala da ami-zade com os membros do sindicato, de seu aprendizado por lá e agradece o reconhecimento pelo trabalho. “É muito bom quando vemos que traba-lhamos tanto tempo e fomos reconhe-cidos”, fala sorridente.

Agora, o advogado está planejando a viagem que ganhou de presente, mas, sem deixar o trabalho de lado. “Se eu fico mais 50 anos? Não sei. Mas todo o tempo que vier já está ótimo!”

Meio século de parceriaDepois de cinco décadas de serviços ao Sindilojas, o advogado Jorge Manne é exemplo de trabalho e amizade. Quando o papo é a aposentadoria, “em 50 anos penso que começamos bem”, diztexto e foto: Jorge Mariano

Jorge Manne: “não dá para ficar tanto teMpo eM uM lugar seM contar coM o respeito e as aMizades”

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Localizados nos dois lados da coluna vertebral e pro-tegidos pelas últimas cos-

telas, os rins, normalmente, não têm mais do que 12 cm. Juntos, pesam, em média, 300 gramas e diariamente filtram 180 litros de sangue. É destes órgãos a função de eliminar toxinas do sangue, como a ureia, a creatini-na e o ácido úrico, além de reter as substâncias importantes para o orga-nismo. Os rins também são respon-sáveis por produzir hormônios que participam na formação de glóbulos vermelhos; da vitamina D, que ajuda a absorver o cálcio e, da renina, que intervém na regulação da pressão arterial.

Mas, silenciosamente, o rim pode deixar de executar alguma dessas funções e isto é mais comum do que se pensa. Pesquisas realizadas nos países da América do Norte mostram que de 10% a 13% da população adulta de um país têm Doenças Re-nais Crônicas (DRC). Para o médico nefrologista e presidente da Pró-Re-nal Brasil, Miguel Carlos Riella, estes

percentuais podem refletir, também, a realidade brasileira, ou seja, em torno de 12 milhões de pessoas, no Brasil, sofrem de doenças renais crô-nicas. “A maioria das pessoas que tem doenças crônicas do rim não sabe e não percebe, uma vez que ela ocorre de forma lenta, gradual e sem sintomas. Quando eles aparecem, o paciente já perdeu de 75% a 80% da função renal”, destaca o médico.

Quanto mais cedo a insuficiência renal for descoberta e quanto an-tes este silêncio for quebrado, mais chance de sucesso terá o tratamen-to. Por isso a necessidade de realiza-ção anual de exames de urina e de creatinina – a avaliação mais precisa sobre o funcionamento dos rins. En-tre os principais sintomas associados às doenças renais estão o inchaço nos olhos, nos pés e nas pernas; pressão arterial elevada; rosto constantemente pálido; sonolên-cia e cansaço excessivos, dores ou desconforto ao urinar e presença de sangue ou espuma na urina.

As doenças renais também apre-

sentam grupos de riscos, que devem ter cuidados redobrados. Entre eles estão os diabéticos, hipertensos, obesos, idosos e aqueles com histó-rico familiar de doença renal ou car-diovascular. Mas, independente de fazer ou não parte de um dos grupos de risco, é fundamental que todos procurem ter uma alimentação sau-dável, com menos sal, gordura satu-rada e proteína e, rica em verduras, vegetais, frutas e peixes.

Quebre o silêncio do seu rim – ele tem muito a falar!Basta um exame de urina, medir a dosagem de creatinina no sangue e a pressão arterial. Medidas simples como essas são capazes de detectar se uma pessoa tem risco de ser portadora ou estar com uma moléstia que é silenciosa: a doença renal SILVIA BOCCHESE DE LIMAFotos: Jorge Mariano

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Rins e coraçãoEstudos mostram que a DRC

aumenta o risco de problemas cardíacos, como infarto, derrame e trombose cerebrais. “Além dos fatores clássicos de arteriosclero-se que são o colesterol alto, dia-betes, pressão alta e tabagismo, verificou-se que ter DRC também é um fator de risco para o cora-ção”, pontua Riella.

O médico lembra que há pou-co tempo havia o receio de que um paciente com doença crônica nos rins pudesse perder a função renal e acabasse em diálise ou necessitasse de um transplante do órgão. Hoje, Riella enfatiza que a maioria dos pacientes com DRC nem chega ao tratamento de diálise, morre de complicações cardiovasculares. Quando os rins deixam de remover produtos do sangue, há retenção de sal e com isso, o organismo passa a armaze-nar líquidos. Este acúmulo acaba por sobrecarregar o coração, au-mentando a pressão arterial e poden-do vir a se tornar um edema.

Descuidar da pressão arterial tam-bém pode ser nocivo aos rins e, ao lado do diabetes, corresponde por 60% das causas de insuficiência renal

crônica. Riella recomenda que ao ser diagnosticado com pres-

são alta, o paciente deve tomar alguns cuidados especiais, como perder peso, reduzir a ingestão de sal – de 5g a 6g diárias –, evitar o tabagismo, di-minuir ou até mesmo mo-

derar o consumo de bebi-das alcoólicas, dormir bem,

praticar exercícios físicos e evitar situações de estresse.

DiabetesO Ministério da

Saúde divulgou, no fim de 2009, que metade dos brasileiros está com sobrepeso e de acor-do com o presidente da Pró-Renal Brasil, há uma evidente relação entre ganho de peso e o apa-recimento do diabetes tipo II, quando não há produção sufi-ciente de insulina pelo organismo ou incapacidade de utilizá-la de forma adequada.

Riella também salienta que o dia-betes e a hipertensão arterial são as duas principais causas da in-suficiência renal crônica e que metade dos pacien-tes diabéticos tipo I pode desenvolver doença renal, enquanto apenas 10% entre os portadores da tipo II te-rão, eventualmente, alguma enfermidade progressiva nos rins, causando a sua insufici-ência permanente. “Os níveis elevados de glicose danificam as artérias de todo o organis-mo, causando problemas ce-rebrais, oculares, cardíacos, vasculares periféricos e re-nais. Pessoas com histórico de diabetes na família de-vem ter atenção redobrada para evitar complicações da doença”, alerta o médico.

“Os níveis elevados de glicose danificam as artérias

de todo o organismo, causando problemas cerebrais, oculares, cardíacos, vasculares

periféricos e renais” médicO nefrOlOgista

– miguel carlOs riella –

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Pró-Renal BrasilDe forma interdisciplinar, a

Pró-Renal Brasil desenvolve, em Curitiba, tratamentos inéditos, no cuidado aos pacientes com DRC. De acordo com a coordenadora Ge-ral da instituição, Anelise Marcolin, em um único local o paciente tem atendimento integrado: podologia, nutrição, odontologia, assistência social e psicológica.

Ali, o paciente recebe trata-mento especializado para o pé diabético. “Todo o diabético, em diálise ou não, pode vir a ter le-sões nos pés, com perda de sensi-

bilidade. Não se trata de uma ação estética, mas curativa”, salienta

Anelise. As podólogas são especia-listas em inspecionar e avaliar o pé e orientar o cuidador sobre os cuidados a serem tomados. “Este é um tratamen-to preventivo, pois evita a amputação do membro, trata a infecção e melhora a qualidade de vida do paciente. Este trabalho foi iniciado em Curitiba há oito anos”, enfatiza a coordenadora.

De forma gratuita, o paciente tam-bém recebe tratamento odontológico, com cuidados preventivos de limpeza e de redução de infecções. O paciente renal que está sendo preparado para o transplante não pode ter nenhum tipo de infecção. “A boca é um foco de in-fecção constante. Se não houver cui-dados bucais, ele pode vir a perder o transplante renal” pontua Anelise.

O Sesc Paraná é parceiro da Pró-Renal Brasil em eventos anuais para orientar a população sobre os cuida-dos com o rim. Ainda neste ano, as instituições farão quatro eventos para realização de exames e de orientação, nas cidades de Curitiba, Pato Branco e Londrina. No dia 18 de maio, a Boca Maldita, no Centro de Curitiba, recebe a próxima edição do evento.

TraTamenTo inTerdisciplinar é dispensado ao pacienTe, na pró-renal Brasil

Sintomas associados às doenças renais• Inchaço nos olhos, nos pés e/ou pernas• Pressão arterial elevada• Rosto constantemente pálido, sugestivo de anemia• Sonolência e cansaço excessivos• Dores ou desconforto ao urinar• Mudanças na coloração da urina, presença de sangue ou espuma• Dor na região dos rins, não diagnosticada como dor lombar• Alterações em relação à frequência do ato de urinar• Falta de apetite, náuseas e vômitos, cãibras, coceiras, tremores,

insônia, perda da memória e falta de concentração são alguns dos sintomas apresentados em estágios mais avançados da doença

Fonte: Pró-Renal Brasil

Cuidar bem dos rins é cuidar bem da saúde!• Tenha uma alimentação saudável, com pouco sal• Beba água de acordo com a sede, não há necessidade

de exagerar• Faça exercícios regularmente• Bebidas alcoólicas devem ser ingeridas com moderação• Não fume• Faça exames médicos pelo menos uma vez ao ano• Controle a pressão alta e o diabetes

Fonte: Pró-Renal Brasil

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“Economia forte, diversificada e com capilaridade. O comér-cio será beneficiado como um

todo”. Estas são as vantagens que o programa Paraná Competitivo trará ao Estado, conforme define o presidente do Conselho Regional dos Represen-tantes Comerciais do Paraná (Core-PR), Paulo César Nauiack, um dos en-volvidos no andamento do projeto.

O Paraná Competitivo foi lançado

pelo Governo do Estado no dia 24 de fevereiro deste ano, com a intenção de gerar novos empregos ao conce-der incentivos fiscais para ampliação ou implantação de novos empreen-dimentos no Paraná. “O aumento da receita, do lucro das empresas, uma melhora na qualificação profissional e consequente aumento de renda do tra-balhador permitem o desenvolvimento de um comércio forte e perene”, ex-

plica Nauiack. Ao todo, o programa se compromete em lançar quatro etapas: incentivo fiscal, qualificação e capaci-tação de mão de obra, infraestrutura e internacionalização.

Desenvolvimento do Estado

Para o secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ri-cardo Barros, ao atrair novas empre-sas ao Paraná, o PIB (Produto Interno

Paraná Competitivo atrai investimentos ao EstadoPrograma se compromete em desenvolver infraestrutura e economia do Estado, promover incentivos fiscais e garante elevar PIB

karEn BortolInI

Em rEunião no plEnário da FEcomércio-pr, para tratar dE assuntos sobrE o paraná compEtitivo, da EsquErda para a dirEita, o prEsidEntE do Escritório dE rEprEsEntação do ministério das rElaçõEs ExtEriorEs (ErEpar), sérgio Elias couri, o sEcrEtário da da indústria, comércio E assuntos do mErcosul, ricardo barros E o prEsidEntE do sistEma FEcomércio sEsc sEnac, darci piana

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Bruto) do Estado aumentará significativamente, pois este é um programa institucional de governo, sem fronteiras, podendo perdurar por toda esta gestão. “Estamos dando mais condições para que o empresário escolha investir no Estado. Isso atrai inclusive empreendedores de países do Mer-cosul”, pontua.

O secretário destaca novos empreendimentos decorrentes dos estímulos do programa. “A usina de biodiesel Potencial Petróleo na Lapa já está sendo construída, com ela, o PIB do município aumentará em 30% e, ainda, sem impacto am-biental. A Cooperativa dos Cafeicultores de Man-daguari (Cocari), além de outros que já estão em processo de instalação no Estado”.

Na opinião de Nauiack, o programa vai possi-bilitar identificar potenciais e criar um ambiente propício para o desenvolvimento de soluções inte-gradas, que permitam um crescimento homogê-neo das atividades econômicas. Também buscará formas de agregar valor ao elevado volume de commodities produzidas em nosso Estado. Par-te deste esforço será direcionado também às re-giões de mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

InfraestruturaSegundo Nauiack, no bojo do Paraná Compe-

titivo está também o funcionamento da Câmara de Infraestrutura, que deve debater e apresentar soluções para o apagão logístico que se configu-rava. “Uma avaliação correta que valide investi-mentos nos locais adequados, seguramente vai servir de atrativo para novas empresas. Regras claras, política tributária coerente e realinhamen-to são fortes atrativos para novas empresas”, pontua. O governador Beto Richa e sua equipe de governo mantêm portas abertas para o diálo-go construtivo com posições flexíveis quando isto atende ao interesse de toda a sociedade.

A Federação do Comércio do Paraná foi uma das convocadas pelo governador Beto Richa para participar das discussões sobre o projeto, que afetam diretamente nos resultados. “Neste pro-cesso não seremos coadjuvantes, participaremos

como protagonistas. Os empresários paranaenses esperam esta postura por parte de suas lideran-ças empresariais”, argumenta Nauiack, também vice-presidente da Fecomércio-PR.

Incentivo FiscalA etapa do incentivo fiscal é a primeira a ser

lançada no programa. Os empresários terão uma dilação do prazo para o pagamento de Imposto sobre Circulção de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) gerado. Antes o período era de quatro anos, mais quatro para pagamento, e ago-ra passou a variar entre dois a oito anos para ser recolhido. Conforme explica Barros, toda a empresa que gera ICMS será beneficiada, assim como os centros de distribuição e outras áreas do comércio. Os tributos sobre energia elétrica e gás natural também seguirão a mesma premis-sa. Contudo, as empresas terão de passar por alguns critérios pré-estabelecidos, como tipo do investimento, valor investido, impacto econômico, capacidade de geração de renda, emprego e im-postos, localização – se contribuirá também com municípios do interior – , impacto ambiental, ine-ditismo e inovação.

InternacionalizaçãoPara cuidar da promoção de negócios entre

municípios do interior do Estado com países do Mercosul, o Governo do Estado criou uma Agência de Internacionalização do Paraná. À entidade caberá o papel de ampliar a atuação paranaense no merca-do internacional, ao criar uma represen-tação dessas empresas, facilitando sua participação em eventos de negócios no interior. Serão recebidas, através dela, delegações estrangeiras, o que tam-bém agregará para o comércio exterior. “A proposta é facilitar a comercialização desses produtos. Queremos estabelecer uma sinergia entre compradores e ven-dedores”, conta Barros. A Câmara do Comércio Exterior da Fecomércio-PR, presidida por Rui Lemes, está envolvida neste

“Estamos dando mais condições para que

o empresário escolha investir no Estado. Isso atrai inclusive

empreendedores de países do Mercosul”

SEcrEtárIo DE EStADo DA InDúStrIA,

coMércIo E ASSuntoS Do MErcoSul

– rIcArDo BArroS –

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processo desde as primeiras reuniões para ela-boração das medidas do programa Paraná Com-petitivo. A entidade convocou a participação de consulados e câmaras de comércio exterior de diversos países.

“A criação da Agência de Internacionalização do Paraná e a abertura de um canal de diálogo permanente com entidades congêneres inter-nacionais já apresentam resultados. A interação com o trabalho que vem sendo realizado pela pró-pria Fecomércio-PR, junto às câmaras bilaterais, vai apresentar resultados duradouros. Abrimos o mercado para a importação de produtos dos mais diversos mercados e vamos buscar indicativos de potenciais demandantes para produtos de nossa fabricação”, finaliza Nauiack.

“Neste processo não seremos coadjuvan-tes, participaremos como protagonistas. Os empresários para-naenses esperam esta postura por parte de

suas lideranças empresariais”

PresideNte dO CONselhO regiONal dOs rePreseNtaNtes

COmerCiais dO ParaNá (COre-Pr)

– PaulO César NauiaCk –

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O gOvernadOr dO Paraná, BetO richa, e O secretáriO da indústria, cOmérciO e assuntOs dO mercOsul, ricardO BarrOs, assinam decretOs Para alterar a POlítica Fiscal dO estadO, durante lançamentO dO Paraná cOmPetitivO em lOndrina

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Entidades envolvidasAlém da Fecomércio e das secreta-

rias da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, da Fazenda, de Assuntos Estratégicos, Planejamento, Meio Am-biente, Trabalho e Emprego, Infraestru-tura e Logística, a Agência de Fomento, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Copel, Compagás, Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Lactec (Instituto de Tecno-logia para o Dessenvolvimento) e Ins-tituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

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FERNANDA ZIEGMANNFotos: Serra Verde Express e Fernada Ziegmann

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O romantismo, o luxo, o glamour, a riqueza e o refinamento da época de

ouro sobre trilhos estão de volta. Já é possível voltar no tempo e viver grandes momentos a bordo do Trem de Luxo da Great Brazil Express (GBE), projeto da Serra Verde Express. Ao colocar os pés dentro de uma das litorinas paranaenses é possível se sentir imediatamente em outra época, em que as viagens cheias de requinte eram quase que exclusivida-de dos grandes senhores.

O presidente da Serra Verde Ex-press, Adonai Aires de Arruda, o sueco Thomas Glenndahl e o belga Thierry Nicholas se associaram com a inten-ção de criar os mais luxuosos trens do mundo. No Paraná, investiram algo em torno de R$ 2 milhões em estruturação dos dois vagões que operam no inte-rior do Estado.

Em 2008, o Great Brazil Express colocou nos trilhos do Paraná o úni-co trem de luxo do País. Composto por dois carros, chamados de lito-rinas, ricamente decorados com te-mas da fauna e da flora brasileira, o ambiente remete aos áureos tempos da riqueza, refinamento e bom gosto da época, lá pela metade do século passado. Durante a viagem, os pas-sageiros desfrutam das mais belas paisagens entre o Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu. São seis dias dentro do trem, passando pelos espetáculos naturais do Paraná, com paradas em pousadas e hotéis preparados espe-cialmente para a chegada dos passa-geiros, que usufruem de almoços e danças típicas de cada região.

O Trem de Luxo teve relançamento em março de 2011 durante a ITB Ber-lin, (Feira Internacional de Turismo), a maior feira do mundo, realizada na

Alemanha. A Lufthansa City Center, uma gigante da aviação, querendo promover a América Latina, escolheu um atrativo de cada país para ser o produto Lufthansa do Latin Emotions. Foi aí que eles adotaram o Trem de Luxo do Paraná, como o brasileiro. “São 700 lojas Lufthansa que come-çam a vender e divulgar o trem de luxo no mundo todo, tendo assim um poder de distribuição mais amplo. E o nosso Estado é cada vez mais divulgado pelo mundo afora”, explica o diretor comer-cial da Serra Verde Express, Adonai Arruda Filho.

Em 2004, depois de pesquisar quais eram os destinos da Europa no Brasil, os sócios constataram que eram três: a Amazônia, o Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu. “O mais viável seria um trem que fosse da Cidade Maravilhosa à Terra das Cataratas. Mas, como exis-tem diversos trens de carga, diferentes bitolas, problemas de tráfego e a con-dição das vias não permite velocidade, esse passeio demoraria mais de um mês. Foi aí que vimos que seria mais viável ligar Curitiba a Cascavel com o trem, e os demais pontos por avião”, comenta Adonai Filho.

O mais gostoso é saber que o pas-seio não é exclusividade de quem tem o bolso forrado de dinheiro. A GBE dis-ponibiliza, pacotes de viagens para as mais variadas classes. E o que diferen-cia é que não é um turismo de massa, mas sim de qualidade. “Em função de ter um valor mais alto, a maior parte da procura é de fora do Brasil. Um dos problemas que ocorreu no País é que foi divulgado no lançamento apenas o valor total da viagem, indo do Rio de Janeiro até Foz do Iguaçu. Mas exis-tem programas mais curtos e em con-ta, como o passeio para Morretes que

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acontece todo fim de semana e custa R$300, com almoço. Há também, a Litorina Noturna, um passeio até Pi-raquara, incluindo um jantar e recep-ção com champagne na estação, com custo de R$160. Mesmo o trajeto do interior do Estado não precisa ser feito por completo. É possível embarcar nos pontos de parada”, afirma Adonai.

O diretor comercial da Serra Verde ressalta que além de mostrar os pon-tos turísticos do Paraná, a empresa se preocupa em desenvolver o comércio por onde passa. “Sempre procuramos movimentar a economia da região por onde o trem passa. Tanto é, que as principais refeições são feitas fora dos vagões. Porque senão, seria apenas um trem de passagem e não estaria somando nada às cidades”, almeja.

O Great Brazil Express está entre as três locomotivas de luxo do mundo. Os outras duas ficam na Índia, chama-da Maharajas Express e, na África do Sul, o Blue Train. Realize o sonho de voltar no tempo a bordo dessa obra de arte, conhecendo as belezas naturais do Estado do Paraná.

Roteiro no BrasilO passeio pelo Brasil inicia-se no

Rio de Janeiro, onde os turistas vão de avião até Curitiba. É a partir daí que começa o verdadeiro glamour da viagem. Os passageiros seguem até Morretes e Antonina, lá fazem um pas-seio de barco pela baía de Paranaguá e degustam o prato típico da região, o barreado.

No fim do dia, voltam a Curitiba pela Estrada da Graciosa e podem co-nhecer um pouco mais da Capital pa-ranaense. No segundo dia de viagem, seguem para Ponta Grossa, onde visi-tam o Parque Estadual de Vila Velha e depois vão para Castro, em que é

servido um almoço típico holandês na Castrolanda e admiram as belas dan-ças típicas.

No terceiro dia de viagem, seguem até Irati, observando as lindas paisa-gens do Paraná, atravessando enor-mes plantações, rios, cânions e serras. Seguindo por Guarapuava, Cascavel até chegar a Foz do Iguaçu, onde du-rante dois dias podem conhecer as Ca-taratas do Iguaçu e o que de mais belo a cidade pode oferecer.

No pacote está incluso hospeda-gem em hotéis de luxo, alimentação e bebidas a bordo, como whisky 12 anos, vinhos, cafés, além de um re-quintado lanche. Durante o trajeto um guia bilíngue ou trilíngue mostra os pontos turísticos. Alguns percursos são feitos por ônibus de luxo, pois exis-tem lugares onde não há trilhos para o trem passar.

Litorina CopaCabana: remete ao rio de Janeiro Com deCoração em preto e branCo e madeira nobre esCura

O bar das litOrinas é equipadO cOm freezer e fOrnOs Onde Os passageirOs pOdem desfrutar das mais variadas bebidas

Litorina Foz do iguaçu: o trem é decorado com eLementos da Fauna e FLora do Paraná e a madeira é mais cLara Para dar uma sensação de Leveza

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LitorinasO termo "litorina" é italiano, originado pelo fato de Benito Mussolini ter viajado até a cidade de Littoria sobre um desses veículos, daí o noem Litorina. As que operam no Paraná são americanas e vieram para o Brasil entre 1962 e 1964, sem data exata. Toda a estrutura interna começou a ser reformada em 2007. Anteriormente, cada litorina tinha uma capacidade de 56 poltronas e com a reforma foram reduzidas para 22 cada. “Cada uma possui bar, dois banheiros para poder acomodar todos os passagei-ros. As duas são revestidas com madei-ra nobre e também foi utilizado mármore italiano nos banheiros e no balcão do bar. Procuramos colocar o que existe de mais fino e requintado, o passageiro tem que se sentir mais do que bem”, destaca o encarregado operacional, Ticiano Rebordão Bruno Pinto.

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Paraná destino das FederaçõesO Estado do Paraná, seu comércio e ações sindicais,

bem como sua prática social e aprendizagem comercial, têm sido destaque para as demais regiões do Brasil. Foi isso que fez com que uma comitiva do Sistema Fecomércio Sesc Se-nac do Mato Grosso do Sul visitasse o Paraná para conhecer a história da capital paranaense e ideias que possam vir a ser aplicadas naquele Estado. “Assumi a presidência do Sistema, no Mato Grosso do Sul há pouco tempo e como presidente da instituição de um Estado pequeno, fiquei ma-ravilhado com a infraestrutura do Sistema Fecomércio no Paraná”, enfatiza o presidente Edison Ferreira de Araújo.

Para Araújo, o ápice da visita foi conhecer o Programa de Formação de Novos Gestores. “Com certeza, tentaremos implantar algo semelhante ao do Paraná. Vejo que esta é uma excelente oportunidade para todos”, salienta.

O presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná, Darci Piana, também recepcionou a comitiva de empresários que acompanharam o presidente do Sistema Fecomércio do Amazonas, José Roberto Tadros, ao Paraná. Aos empresá-rios amazonenses foram apresentadas as Câmaras Setoriais da Fecomércio e as assessorias prestadas aos empresários, como as das áreas econômica, jurídica, de planejamento, comunicação e de desenvolvimento empresarial. “O gran-de objetivo da nossa visita foi a troca de experiências e o conhecimento de outra realidade dentro de um mesmo sistema orgânico. Levo daqui uma imagem muito positiva. Estou gratificado e extremamente satisfeito com o método implantado neste Estado”, pontuou Tadros.

E para conhecer o trabalho desenvolvido pelo Sindica-to Patronal do Comércio Varejista de Pato Branco e Região (Sindicomércio), 20 empresários do Espírito Santo visitaram o Sudoeste paranaense, em Pato Branco. Acampanhados do presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac do Espírito Santo, José Lino Sepulcri, os capixabas tiveram a oportuni-dade de conhecer a estrutura física, os serviços disponibili-zados, além de ver de perto como funciona o sindicato e as unidades do Sesc e do Senac na cidade.

Para o presidente Piana, a vinda destas federações ao Paraná é orgulho e ao mesmo tempo responsabilidade redo-brada. “Estamos sendo modelo em muitas das nossas ações e isso é um desafio para que a melhoria de nosso trabalho seja constante”, conclui.

O diretOr regiOnal dO SeSc eSpíritO SantO, gutman uchOa de mendOnça; O preSidente dO SiStema FecOmérciO SeSc Senac eSpíritO SantO, JOSé linO Sepulcri; O preFeitO de patO BrancO, rOBertO Viganó; O preSidente dO SiStema FecOmérciO SeSc Senac paraná, darci piana; O preSidente dO SindicOmérciO, nilO gar-Bin; O Vice-preFeitO de patO BrancO, daniel cattani; O Vice-preSi-dente da FederaçãO dO cOmérciO dO paraná, ari Faria Bitten-cOurt e O Vice-preSidente dO SindicOmérciO, cirO chiOquetta

Da esquerDa para a Direita, o Diretor regional Do sesc aM, antônio carlos Mattos Vasconcelos; a Diretora regional Do senac aM, silVana carValho; a superintenDente Da FecoMércio aM, siMone guiMarães; o presiDente Do sisteMa FecoMércio aM, José roberto taDros; o presiDente Do sisteMa FecoMércio sesc senac pr, Darci piana; o Vice-presiDente Da FecoMércio pr, ari Faria bittencourt; o engenheiro ciVil Do sisteMa Feco-Mércio aM, roberto aguiar Dias; o Diretor regional Do sesc pr, DiMas Fonseca; o Diretor regional Do senac pr, Vitor Mo-nastier e o aDVogaDo Do sisteMa FecoMércio pr, carlos sotti

O superintendente interinO da FederaçãO dO COmérCiO dO matO GrOssO dO sul, reGinaldO lima; O COnsultOr sindiCal, FernandO CamilO; diretOra reGiOnal dO senaC ms, reGina FerrO; O presiden-te dO sistema FeCOmérCiO sesC senaC pr, darCi piana; O presiden-te dO sistema FeCOmérCiO sesC senaC dO ms, edisOn Ferreira de araújO; O diretOr reGiOnal dO sesC pr, dimas FOnseCa; a diretOra reGiOnal dO sesC ms, irene Buainain e O viCe-presidente da Fede-raçãO dO COmérCiO dO pr, ari Faria BittenCOurt

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Sesc Triathlon Caiobá Dobradinha paulista na etapa Caiobá do Circuito Sesc Triathlon

SIlVIA BOCChESE DE lIMAFotos: Ivo Lima, Mário Vieira e nilson Santana

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Reinaldo Colucci cumpriu a promessa que fez no ano passado, de que iria com-

petir no Sesc Triathlon, em 2011. Ele não apenas participou da prova como conquistou seu bicampeonato na eta-pa Caiobá do Circuito Sesc Triathlon, que aconteceu em fevereiro deste ano, no litoral paranaense. O atleta comple-tou os 1.500m de natação, 40km de ciclismo e 10km de corrida, da catego-ria elite, em 01h54min08s, seguido por Luiz Francisco de Paiva Ferreira, Mauro Cavanha Conceição, Guilherme Manoc-chio e Alexandre Gomes.

Já, na elite feminina, o primeiro lugar foi obtido pela paulista Vanessa Gianin-ni, que fez todo o percurso no tempo de 02h15min46s. Sandra Soldan e Vanessa Cabrini chegaram, respectivamente, em segundo e terceiro lugares, seguidas de

Tianny Viegas de Oliveira e Priscila da Silva Rocha.

O tempo obtido pelos atletas de eli-te neste ano ficou um pouco acima dos registrados em 2010: aproximadamente dois minutos a mais no masculino e cin-co no feminino. Na avaliação do diretor da Divisão de Esportes do Sesc Paraná, Marcus Vinícius Mello, o calor foi o res-ponsável pelo acréscimo nos tempos. “A prova foi um sucesso, os atletas con-seguiram superar-se, apesar das altas temperaturas terem feito com que eles aumentassem, um pouco, os tempos”, salienta.

Mas a prova também foi abrilhan-tada pelos 598 atletas amadores e de elite e 152 comerciários que competi-ram por qualidade de vida e bem-es-tar. Prova disso foi o atleta Adir Bus-chmann, de 79 anos, o mais idoso a

participar da prova e que mesmo ao fim do percurso demonstrou entusias-mo e disposição. “Concluí esta prova tranquilamente, e serviu como um trei-no para a próxima edição do Triathlon aqui em Caiobá, afinal, já são 20 anos participando desta prova, que tem uma organização impecável”, come-mora Buschmann.

Na categoria amadora, o destaque foi para Diogo Cesar Ferreira, que ob-teve o tempo de 01h01min43s e para a triatleta Yana Barcik Glaser, com o tempo de 01h14min05s. Já, na cate-goria geral comerciária, a atleta de Curitiba, Heloísa Regina Fermino foi a melhor colocada, com o tempo de 01h11min03s e no masculino, o gaú-cho de Novo Hamburgo, Matheus Ghi-ggi dos Santos, com 01h03min31s.

Para atuar durante a prova e pres-

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tar atendimento aos 750 atletas, 492 pessoas fizeram parte da equipe de trabalho, composta por diretores, ge-rentes, técnicos, estudantes, motoci-clistas, massagistas, árbitros, sono-rização, vigias, médico, enfermeiros, caiaqueiros, além de bombeiros, poli-ciais militares e rodoviários.

Para o diretor da Divisão de Esportes do Sesc Paraná, a realização da prova neste ano superou todas as expectati-vas da organização, desde o momento das inscrições, encerradas em tempo recorde, 89 minutos. “Com o trabalho dedicado das diferentes áreas de ação e dos colaboradores da instituição e do apoio da Polícia Militar, Corpo de Bom-beiros e Prefeitura de Matinhos, com seus efetivos, organização e planeja-mento, tivemos um belíssimo evento neste domingo”, ressaltou o diretor.

Na avaliação do prefeito de Mati-nhos, Eduardo Dalmora, a parceria da prefeitura com o Sistema Fecomércio Sesc Senac tem trazido para a cidade importantes investimentos e qualidade de vida para a população local e para o turista. "Matinhos sente-se honrada com os trabalhos que o Sistema têm realizado em nosso município, como por exemplo esta excelente prova, com uma organização impecável e

o Complexo de Turismo e Lazer que será inaugurado nos próximos meses”, pontua Dalmora.

Como novidade para 2012, o presi-dente do Sistema Fecomércio Sesc Se-nac Paraná, Darci Piana, anunciou que o evento terá duplicada sua capacidade e espera atingir, com isso, 1500 atletas inscritos na competição. A área técnica responsável pela organização do evento está estudando a viabilidade desta am-pliação, visando, sobretudo, a seguran-ça e a qualidade da prova. Além disso, Piana ressalta a preocupação do Siste-ma Fecomércio Sesc Senac na defesa do litoral do Estado, trazendo investi-mentos e auxiliando as áreas de serviço, comércio e turismo local.

O diretor regional do Sesc Paraná, Dimas Fonseca, lembra, também, que as atividades do Sistema Fecomércio Sesc Senac no litoral serão solidificadas com a inauguração do Centro de Turismo e Lazer Sesc Caiobá, em um prédio loca-lizado na área central da cidade, em um espaço de 15.000m2, 138 apartamentos, dois restaurantes, parque aquático, entre outros atrativos. “Nos próximos meses o novo complexo terá capacidade para hospedagem de aproximadamente 500 pessoas, solidificando a presença do Sis-tema aqui no litoral”, pontua Dimas.

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Categoria Elite Masculina1º lugar: reinaldo Colucci – 01h54min08s2º lugar: luiz Francisco de Paiva Ferreira – 01h56min22s3º lugar: Mauro Cavanha Conceição – 01h57min37s4º lugar: Guilherme Manocchio – 01h57min56s5º lugar: Alexander loiola Gomes – 02h00min19s

Categoria Elite Feminina1º lugar: Vanessa Gianinni – 02h15min46s2º lugar: Sandra Soldan – 02h18min53s3º lugar: Vanessa Cabrini – 02h20min39s4º lugar: Tuanny Viegas de Oliveira – 02h22min06s5º lugar: Priscila da Silva rocha – 02h23min20s

Categoria Amadora1º lugar masculino: Diogo Cesar Ferreira – 01h01min43s1º lugar feminino: Yana Barcik Glaser – 01h14min05s

Categoria Comerciária1º lugar masculino: Matheus G. dos Santos – 01h03min31s1º lugar feminino: heloísa regina Fermino – 01h11min03s

Próximas etapas do Circuito Nacional

22 de maio: Brasília – DF03 de junho: Belém – PA11 de setembro: Fortaleza – CE16 de outubro: Salvador – BA11 de dezembro: Tramandaí – RS

O secretáriO de estadO dO turismO, Faisal saleh; O presidente dO sistema FecOmérciO sesc senac paraná, darci piana; O preFeitO de matinhOs, edu-ardO dalmOra e O vice-presidente da FederaçãO dO cOmérciO dO paraná, ari Faria BittencOurt

Os vencedOres das categOrias elite Masculina e FeMinina, da etapa caiObá dO circuitO sesc triathlOn

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Do subsolo de Curitiba, na Praça Tiradentes, já res-surgiu a história da capital,

com um conjunto de calçadas e canale-tas de drenagem datados da segunda metade do século XIX, além do piso do antigo Mercado Municipal. Mas agora, o que se pretende com o subsolo curi-tibano é a solução para o transporte coletivo. Trata-se do projeto “Metrô Curitibano – Linha Azul – Santa Cân-dida/CIC Sul”, proposto pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC).

O projeto foi inscrito em abril deste ano, no Ministério das Cidades, para concorrer a recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) - Mobilidade Urbana. Curitiba enquadra-se no grupo “MOB 1”, formado por ca-pitais de regiões metropolitanas com

população superior a três milhões de habitantes e concorre com Rio de Ja-neiro, São Paulo, Belo Horizonte, Por-to Alegre, Brasília, Recife, Fortaleza e Salvador. O resultado da seleção dos projetos escolhidos será divulgado no dia 12 de junho.

De acordo com o presidente do IPPUC, Cléver Ubiratan Teixeira de Almeida, o projeto “Metrô Curitiba-no” está sendo discutido há mais de três anos junto ao Governo Federal. “Trata-se de um projeto estruturado, conforme prioridade definida para a aplicação dos recursos do PAC da Mobilidade e com requisitos consi-derados relevantes como demanda suficiente, aumento da capacidade de transporte, integração com ou-tros modais”, pontua o presidente do IPPUC.

Almeida explica que o projeto será dividido em duas etapas. A primeira terá a extensão de 14,2km entre a Estação CIC-Sul, localizada próxima à Ceasa e a Rua das Flores, no Centro da cidade. Ao todo, serão percorridas 13 estações. Esta etapa está orçada em R$2,25 bilhões e o início das obras depende da aprovação do projeto junto ao Governo Federal para a ob-tenção dos recursos. O custo total da Linha Azul, em todo o seu percurso é estimado em R$3,25 bilhões, extensão de 22,4km, 21 estações para veículos compostos por cinco carros, capacida-de para 1.450 passageiros e término das obras em 2016.

A Prefeitura de Curitiba busca, jun-to aos governos Federal e Estadual, a isenção dos impostos para as obras do metrô, podendo com isso, reduzir em

Metrô CuritibanoA capital paranaense apresenta o projeto Metrô Curitibano. Dividido em duas etapas, prevê recursos superiores a R$3,25 bilhões e término das obras em 2016

sILVIA BOCCHEsE DE LIMA

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mais de R$ 200 milhões os custos da construção.

Para Darci Piana, presidente do Sis-tema Fecomércio Sesc Senac Paraná e coordenador do Grupo dos Oito (G8 – entidades representativas que incluem Federação do Comércio do Paraná, As-sociação Comercial do Paraná, Federa-ção das Indústrias do Paraná, Federação da Agricultura do Paraná, Organização das Cooperativas do Paraná, Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtivida-de, Federação das Associações Comer-ciais, Indústrias e Agrícolas do Paraná e Sebrae) é essencial que as entidades unam-se para que este projeto seja aprovado e um dos escolhidos. “A Fe-deração do Comércio do Paraná e o G8 são favoráveis à implantação do metrô. Vamos trabalhar em conjunto com a prefeitura, a bancada federal e os sena-dores, fazendo com que seja possível a aprovação desse projeto e liberação de recursos, no sentido de trazer investi-mentos para o Paraná”, pontuou Piana.

De acordo com o prefeito de Curiti-ba, Luciano Ducci, a cidade tem expe-riência na administração do transporte público e acredita que o município sob seu comando é uma dos favoritos a ter o projeto do metrô aprovado em Brasília. T

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prefeito de Curitiba, LuCiano duCCi

presidente do sistema Feco-mércio sesc senac, darci piana

presidente do ippUC, Cléver Ubiratan teixeira de almeida

Mudanças UrbanasCom a implantação do metrô em

Curitiba, o IPPUC pretende mudar a paisagem da capital. Almeida revela que o instituto transformará as ca-naletas, hoje usadas exclusivamente para o tráfego dos ônibus biarticu-lados do sistema expresso, em um espaço de convivência. Elas serão denominadas ´Vias Urbanas´, com um extenso calçadão para pedestres, ciclovia, arborização e equipamentos de lazer. E o metrô funcionará sob as canaletas. “O conceito para implanta-ção do metrô em Curitiba é inovador, mantendo a prioridade ao transporte coletivo e privilegiando o pedestre e o ciclista”, salienta Almeida.

O presidente do IPPUC ressalta que um dos diferenciais do projeto apresentado por Curitiba é o fato dele surgir como um modal de um siste-ma integrado de transporte. “O metrô nasce como parte desta rede que hoje permite que enquanto estiver dentro do sistema, o cidadão use quantos ônibus precisar sem pagar nova tari-fa. Ele não surge separado, mas já em um sistema que tem ônibus alimenta-dores, eixos estruturais e linhas inter-ligadas”, enfatiza o presidente.

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Eles foram chegando, ainda em 1850, aos poucos pelo Sul do Brasil devido à facilidade do acesso a essa região. Os imigrantes, vindos em maioria de

navio das regiões italianas de Vêneto e Trento iniciaram vá-rios núcleos coloniais na década de 1870. No Paraná, ocu-param as cidades de Curitiba, Paranaguá, Morretes, Antoni-na, Serra do Mar e, no rio Grande do Sul, Garibaldi, Bento Gonçalves, Caxias do Sul e a Serra Gaúcha. Já em Santa Catarina, os colonos chegaram a Criciúma e Urussanga. O que antes representava um volume significativo de imigran-tes, hoje chega à marca dos 25 milhões de descendentes de italianos no Brasil.

As colônias agrícolas eram sua principal fonte de sobrevi-vência e renda. O cultivo da uva, uma das principais atividades para a produção de vinho, permanece nos dias de hoje, prin-cipalmente na região chamada Vale dos Vinhedos, que agru-pa municípios com o maior volume de vinícolas do Brasil. No entanto, o comércio entre Brasil e Itália tomou proporções em diversos outros segmentos, o que estreitou o relacionamento entre estes dois países, muito além dos costumes culturais.

Atualmente, o motivo dos italianos virem ao Brasil não é mais a fuga da pobreza ou da guerra em seu país, mas sim, possibilidades de negócios prósperos e duradouros.

Momento Itália/BrasilO dia 17 de março deste ano foi marcado pelos 150

anos da unidade da itália. Antes, o país era dividido em ducados e granducados, e, a partir desta data passou a ser república Italiana. Este é um dos motivos da celebração da itália no Brasil, que congregará uma programação especial cultural e gastronômica, a fim de resgatar os verdadeiros costumes italianos, suas crenças, valores, cardápio e arte, desde o início da imigração. Conforme consta no acordo formal entre os dois países firmado entre o ex-presidente luis Inácio lula da Silva e o primeiro ministro italiano Silvio

Tutti buona gente!Momento da itália no Brasil reaviva imigração e cultura com programação especial

KArEN BOrTOlINI

Berlusconi, o evento reforçará o relacionamento econômico comercial, tecnológico, científico, cultural e educativo entre as duas populações.

A abertura oficial do Momento Itália/Brasil acontecerá em outubro de 2011 e as atividades temáticas se estendem até o início de junho de 2012. “Em Curitiba, a iniciativa será orga-nizada pelo Sistema itália composto pelo Consulado italiano, associações italianas, institutos italianos de cultura, comitês formados por parlamentos italianos no exterior e pela Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria do Paraná”, conforme conta o presidente desta entidade, roberto Colliva, também membro integrante do Sistema itália. Um grupo de represen-tantes destas entidades será encarregado de organizar todos os eventos acerca da temática.

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“Promoveremos missões de empresários vindos da itá-lia, ou de brasileiros que queiram importar. Poderemos mos-trar e ver produtos ou serviços da indústria, design, moda, móveis ou do setor automotivo de ambos os países”, otimiza Colliva. A exemplo das ações futuras, a Federação do Co-mércio do Paraná realizou em anos anteriores rodadas de negócios com empresários de outros países, organizadas pelo diretor das Câmaras de Comércio Exterior, rui lemes.

Comércio Itália x BrasilApesar da forte crise que afetou a Europa nos últimos

dois anos, a economia italiana vem melhorando gradativa-mente. “Os investimentos italianos e europeus como um todo estão aumentando no exterior. O intercâmbio com o Brasil está se fortalecendo”, explica Colliva.

Há neste período uma retomada importante nas expor-tações brasileiras. As empresas nacionais estão importando muito maquinário, por exemplo, pois o País está mudando seu parque fabril. Outros produtos exportados do Brasil com frequência para a Itália são a soja, o café, a madeira, a car-ne bovina, celulose, ferro e couro bruto.

Os produtos mais importados da itália são os componen-tes de peças automotivas, derivados do petróleo, máquinas de equipamento industrial, medicamentos e artigos de luxo.

Outro fato que reafirma os bons negócios entre as duas nações é o volume de investimentos italianos no Brasil. “re-ferência mundial na indústria, a Itália tem 145 distritos de-dicados à produção fabril, todos querendo contatar o Brasil, seja para exportar ou transmitir know how”, conta o presi-dente da Câmara Ítalo-Brasileira. Ele continua ao explicar que é exatamente este o trabalho que entidades como as câmaras de comércio, através da Fecomércio: o de relacio-nar as demandas entre comprador, vendedor ou produtor.

Programação O Senac também estará envolvido na programação

gastronômica, pois realizará entre os dias 23 a 30 de julho uma semana de estudos e pesquisas da culiná-ria italiana. “Teremos palestras e pratos especiais para homenagear os imigrantes. O cardápio será elaborado com pratos feitos por imigrantes no Brasil”, adianta o supervisor do restaurante-escola do Senac Curitiba, lúcio Marcelo Chrestenzen.

Já o Sesc se encarrega da programação de Cultu-ra. Para iniciar o Momento Itália/Brasil realizou no pe-ríodo entre 4 de abril a 5 de maio, o Quiz Futurismo, no Paço da liberdade, com perguntas sobre as obras

do italiano Mino Delle Site. No Café do Paço, foram apresen-tadas obras de grandes compositores italianos, pelas mãos do pianista herculano Araújo, também em abril.

Fique atendo à programação completa do Sesc Paço da liberdade, pois muitos outros atrativos que resgatam a cul-tura italiana estão por vir!

Ópera CaféA ópera é um gênero musical que se originou na Itália,

no início do século XVII. Surgiu da necessidade de unir a arte de representar com a beleza da música. Durante sécu-los, a ópera contribuiu para o aprimoramento da voz huma-na em função de sua beleza.

local: Café do PaçoData: 22 de maioHorário: 15hGratuito

indicadores Itália/ BrasilExportações Brasileiras:

2010: uS$4.235 milhões – 2,10%

importações Brasileiras:

2010: uS$4.838 milhões – 2,66%

indicadores Itália/ ParanáExportações Paranaenses:

2010: US$265 milhões – 1,87%

importações Paranaenses:

2010: uS$325 milhões – 2,33%

investimentos italianos no Brasil2009: US$214,69 milhões – 0,7% do totalT

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Qualidade de ensino a custo zero. É exatamente esta realidade que o Sesc Paraná oferece a quem se en-quadre nos programas de gratuidade da instituição. Colégio Sesc São José, Escola Sesc de Ensino Médio e Bolsas Gratuitas de Inglês, três projetos inte-grantes do Programa de Comprometi-mento em Gratuidade, que garantem a jovens e adultos do Estado condi-ções de melhor aprendizagem. Para isso, é necessário passar por alguns critérios exigidos, a fim de garantir o

benefício à comunidade que não tem condições de pagar por aulas em en-

tidades particulares.Além de o método utilizado

não ficar atrás dos adotados pelas melhores instituições de ensino, ambos os projetos visam à inserção desses alunos ao mercado de tra-balho. O curso gratuito de

inglês, um dos benefícios mais recentes neste quesito,

ofertado pela entidade, tam-bém carrega esse enfoque. Com

a Copa do Mundo 2014 em Curiti-ba, não faltarão ofertas de traba-lho para quem domine o idioma, e, com certeza, um preparo desde agora poderá ajudar a garantir uma vaga neste período.

O jovem de 17 anos, Vinícius Nunes da Silva, iniciou em abril na turma do ano passado, e agora já está no segundo módulo. “Fiquei sabendo do curso no Sesc Paço da Liberdade. Um dia fui lá para visitar e peguei um folheto expli-cando o processo seletivo. Separei a documentação necessária e me inscrevi”, conta o rapaz que tem

muitos planos para o futuro. Ele está confiante de em breve ser bilíngue e conquistar um emprego melhor no mercado de trabalho. Atualmente, o rapaz trabalha em um salão de bele-za e foi aprovado no curso técnico em

Parceria entre Sesc e Senac resulta em Bolsas Gratuitas de InglêsBusca por um segundo idioma pode garantir melhores chances de uma vaga no mercado de trabalho para atender turistas na Copa do Mundo em 2014

KArEN BOrTOlINI

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Gestão da Informação na Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Se não me atualizar e estudar sei que fico para trás”, acredita.

O aluno pretende trabalhar em breve na área do Turismo e está otimista com as ofertas no período da Copa. Além desta vantagem, ele enumera outras ao dominar um segundo idioma. “Ao falar inglês, sinto que uma barreira cultural é quebrada. Sei que terei mais facilidade em me comunicar em outro país ou con-versar com estrangeiros aqui. Meu gran-de sonho é fazer um intercâmbio para praticar”, conta.

O processoO processo seletivo de Bolsas Gra-

tuitas de Inglês foi realizado em 21 unidades do Sesc Paraná. Ao todo foram abertas 38 turmas, além das

outras 10 que funcionam em parceria com a Secretaria de Educação de Foz do Iguaçu. Somente neste semestre foram matriculados aproximadamente 940 alunos, em turmas de faixas etá-rias de 11 a 14 anos e acima de 15 anos, que iniciaram em abril. “O cur-so, com carga horária semestral de 60 horas, é realizado em parceria com o Senac, que concede os instrutores e o método de ensino Oxford”, conta a co-ordenadora do programa de Bolsas de Inglês no Paraná, Talita Almeida.

Para participar é necessário que o candidato seja comerciário, dependen-te ou estudante da Educação Básica da rede pública de ensino, ter renda fami-liar bruta de até três salários mínimos e Cartão do Cliente Sesc. Este é o caso de Andréia da Silva, 29 anos, aluna do curso de Inglês, que também está no

segundo módulo. Ela conta sempre ter es-

tudado em escola pública e confessa achar altos os valores em entidades par-ticulares para suas atuais condições de renda. “Aqui tenho a mesma qualidade de um curso pago e com excelente material didáti-co. Além disso, sei da im-portância de um segundo idioma, pois já deixei de participar de processos se-letivos de trabalho, porque meu currículo não preen-chia esse requisito”, conta.

Programa de Bolsas Gratuitas

Desde o ano de 2009 o Sesc assumiu este desafio que reforça seu comprome-timento social. A entidade

aumentou os investimentos em ações gratuitas educativas. A medida atende a um Protocolo firmado entre Governo Federal e Confederação Nacional do Comércio (CNC), que repassa a esta finalidade uma porcentagem de sua receita líquida compulsória.

No entanto, não é somente em educação que o Sesc tem esse com-promisso com a comunidade, pois rea-liza atividades gratuitas frequentes em todas as suas áreas de abrangência, seja ela esporte, lazer, cultura ou mes-mo as ações diretas de ação social.

Unidades do Sesc contempladas

As aulas acontecem nas seguintes unidades do Sesc: Centro, Esquina, Portão, Colombo, Apucarana, Campo Mourão, Cascavel, Cornélio Procó-pio, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Jacarezinho, Lon-drina Centro, Maringá, Pa-ranaguá, Paranavaí, Pato Branco, Toledo, Umuara-ma e Palmas.

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Casa das Canetas completa 62 anos e mostra que a caneta ainda é o principal instrumento da escrita

KArlA SANTINFotos: Jorge Mariano

Escrita 56 S I S T E M A F E C o M É R C I o S E S C S E n A C P R m a r ç o | a b r i l 2 0 1 1

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Escrita

Uma folha em branco, sem conteúdo, não passa de um pedaço de papel. São

as palavras ali registradas que dão sentido e têm o poder de transformá-las em livros, documentos e registros que farão parte da história de uma pessoa ou de uma nação inteira. A ca-neta ainda é o principal instrumento da escrita, mesmo em uma época em que quase tudo é digitado.

Elegância, luxo, exclusividade e saudosismo são características que podem ser expressas com uma caneta, cuja comercialização compõe um sele-to mercado, composto, no Brasil, por menos de meia dúzia de empresas. A mais antiga delas é a Casa das Cane-tas, fundada em 1948, em Curitiba. Na verdade, a loja nem sempre teve esse nome, mas, por ser uma das poucas especializadas na venda e conserto de canetas, passou a ser assim denomi-nada por uso e costume dos clientes. A primeira sede, que trazia na fachada o letreiro “À Caneta Mundial” ficava na Rua XV de Novembro, nº 60. Em 1953, a loja mudou-se para um edifício pró-ximo, recém-construído, no número 130 da mesma rua, onde permanece até hoje.

Os negócios iam bem para os sócios Weschler e Hélio Vianna Genofre, tan-to que em 1969 precisaram contratar a contadora Maria Belniaki, que teve afinidade com o negócio e ao longo do tempo assumiu o cargo administrativo. Depois, ela participou da sociedade e finalmente, em 1984, assumiu a loja. A Ditadura Militar estava chegando ao fim, mas a importação continuava proibida por lei no Brasil. Esta foi uma

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de luxo

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das dificuldades enfrentadas imedia-tamente pela nova proprietária da Casa das Canetas. “Com a proibição de importações o mercado ficou res-trito, sem qualidade e sem opções. No entanto, para a oficina foi um bom momento, e a empresa já tinha um

olhar especial para o que chamamos atualmente de pós-venda e foco no consumidor”, afirma Maria, que re-solveu investir neste nicho. Para ar-rematar, não foi fácil acompanhar as mudanças bruscas da economia nos anos 80 e 90, que muitas vezes re-

fletiam no perfil de consumo. Porém, os desafios impulsionavam a empre-sária, que, em 1986, abriu uma filial na Galeria Suissa e outra, em 1996, no Shopping Crystal.

Segundo a diretora comercial Adriana Fagotte, a Casa das Canetas sempre foi especializada em artigos de escrever, tais como: canetas, lapisei-ras, cargas, tintas, acessórios, peças e consertos. Trabalha também com isqueiros e, durante a década de 70, operou com relógios. Nos anos 90, foi a vez das calculadoras e agendas eletrônicas. “Mas, a atividade principal tem sido, ao longo dos anos, a venda de artigos de escrever e seus acessó-rios. A oficina de canetas e relógios, fundada em 1948, uma das únicas do Brasil especializada em manutenção e restauração de canetas antigas e mo-dernas”, afirma.

É na oficina que o técnico em canetas, Gilson Rinaldi, de vez em quando se depara com preciosidades como a caneta que assinou a primei-ra Constituição brasileira de 1824 ou uma que pertenceu ao interventor pa-ranaense Manoel Ribas. Durante uma breve conversa Gilson mostra que conhece o mundo das canetas como ninguém. “No período vitoriano elas eram feitas de madrepérola, depois veio o ebonite, que é uma espécie de borracha endurecida e a celulóide. No entanto, as canetas atingiram seu auge em 1940, com uma Parker feita de baclite, que fornecia uma garantia vitalícia”, explica. Hoje estes instru-mentos são feitos dos mais variados materiais, desde plástico injetado, celulóide, resina vegetal e claro, para quem gosta de luxo e sofisticação, há canetas banhadas a ouro, prata e com diamantes incrustrados.

Loja inaugurada na década de 50 e que fica até hoje no nº 60 da rua quinze de novembro, em curitiba.

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Escrita para todosA Casa das Canetas trabalha com

quase todas as marcas do mercado, atendendo, assim, a todas as classes

sociais, pois vende desde a simples Bic, até séries especiais e limitadas para colecionadores. Recente-mente, no fim de 2010, a empresa abriu uma filial no Shopping Palladium e a gerente comercial está ad-mirada com aceitação dos consumidores da emer-gente classe C. “É um pú-blico novo, que não tinha o hábito de investir em uma caneta de qualidade e que está disposto a consumir. Como ainda é um produ-to desconhecido para eles, durante a venda, é preci-so explicar os detalhes do produto”, avalia Adriana.

Ela explica que os pi-cos nas vendas aconte-cem no Natal, quando o ticket médio vai de R$10 a R$50; as formaturas em fevereiro e no mês

de agosto, véspera do Dia dos Pais. Os homens ainda são a maioria entre os clientes, mas o público feminino na loja vem aumentando considera-

velmente. “A entrada da mulher em fatias do mercado de trabalho, antes exclusivas dos homens, tem feito com que as fábricas de canetas tenham uma preocupação maior com os pro-dutos femininos”, diz a gerente. As canetas, que antes vinham com esto-jos grandes e difíceis de abrir, torna-ram-se práticas e mais leves, poden-do, assim, participar do dia a dia da mulher moderna. “Como se fosse um batom, a caneta se transformou em um acessório que pode ser combina-do com a roupa. Enquanto o homem elege sua caneta, a mulher compra várias”, completa Adriana.

Referência no Brasil quando o assunto é caneta, seja esferográfi-ca, rollerball ou tinteiro, a Casa das Canetas provou que com uma boa ideia e muito trabalho é possível re-sistir ao tempo e às mudanças gera-das no mercado. Completou 62 anos de existência, exibindo pleno vigor, hoje com três lojas em Curitiba (Rua XV Novembro, Shopping Crystal e Palladium) e a mesma qualidade que lhe rendeu a fama. T

AdriAnA FAgotte, diretorA comerciAl dA cAsA dAs cAnetAs

Técnico em caneTas Gilson Rinaldi Caneta que pertenCeu ao interventor paranaense Manoel ribas

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Mais do que uma missão social, um ato de solida-riedade. Foi desta forma

que o Sistema Fecomércio Sesc Senac agiu frente à tragédia que desabrigou 2.487 moradores de Morretes, Parana-guá e Antonina, na região litorânea do Paraná. Um sorriso de gratidão foi o maior retorno que a entidade recebeu dos beneficiados, ao fazer as entregas de donativos mão a mão.

Segundo dados estaduais da De-fesa Civil, foram 211 residências destru-ídas, quase 15 mil pessoas desalojadas, 221 feridas e quatro óbitos. Com base na dimensão desse problema a entidade mobilizou esforços para atender essas pessoas. Partindo de uma solicitação do Departamento Nacional do Sesc, o Mesa

Brsil, programa de repasse de donativos, entrou em ação. Assim que os municípios de Antonina, Paranaguá e Morretes foram afetados, por diversas vezes o programa realizou donativos na região.

Um grande diferencial dessa en-trega, foi a forma de ser realizada. O diretor da Divisão de Assistência e Saúde do Sesc Paraná, Francisco Costa e Silva, conta que o material recebido pelos doadores nacionais do programa foi entregue de acordo com a necessidade de cada comunidade, sendo doados diretamente nos alo-jamentos em colégios e igrejas. “Os produtos foram entregues para quem precisava em mãos, o que garante o aproveitamento imediato dos recepto-res. Foram feitas visitas técnicas para

verificar o que falta e quanto falta em cada cidade. Os donativos continua-rão a ser entregues até o momento em que essas pessoas estiverem pre-cisando”, explica. O diretor agradece a todos os parceiros que contribuíram para esta ação social.

Os parceiros nacionais Kraft e Uni-lever doaram ao Programa respectiva-mente, nove toneladas de alimentos e 22 toneladas de alimentos e produtos de higiene e limpeza. Já o Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) destinou ao Mesa Brasil 608 coberto-res e 430 pares de tênis provenientes de apreensões da Receita Federal e a Transportadora Carraro cedeu espaço para armazenar parte dos donativos.

S de solidariedadeSistema Fecomércio Sesc Senac unido para ajudar vítimas das chuvas no litoral

texto e FotoS: Karen Bortolini

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As doaçõesA primeira cidade a ser ampara-

da foi Morretes, pois foi a mais atin-gida pelas enchentes e enxurradas, chegando a afetar a vida de cerca de 15 mil pessoas. Em Antonina fo-ram atendidos os bairros Laranjei-ras, Graciosa de Cima, Graciosa de Baixo e Portinho. “O que se pôde observar logo na chegada do muni-cípio é de que muitas casas foram soterradas. As ruas estão cheias de barro e marcas deixadas pelas en-xurradas”, conta a assistente social da coordenação do Mesa Brasil Pa-raná, Rosane Hanke, que participou ativamente de todas as entregas de doações.

Até o fim de março foram conta-bilizadas pouco mais de 21 toneladas de produtos doados pelo Mesa Brasil à região litorânea do Estado, entre eles alimentos, sucos, produtos de limpe-za, higiene pessoal, cobertores, tênis e até chocolates.

ÁguaO Sistema Fecomércio Sesc Senac

doou 15 mil litros de água, que foram levados ao Sesc Paranaguá para se-rem distribuídos entre os afetados pe-las chuvas. O montante chegou no dia 1º de abril em dois caminhões cedidos gratuitamente pela empresa Ouro Fino para realizar o transporte. A Associa-ção dos Servidores do Sesc, Senac e Federação do Comércio (Assesf) tam-bém organizou uma doação de água e recolheu 433,5 litros de água dos cola-boradores da entidade.

Receberam os donativos no litoral o assessor da presidência do Sistema Fe-comércio Sesc Senac para assuntos no litoral, Sérgio J. Tavares, o presidente do Sindicato dos Lojostas do Comércio e do Comérico Varejista de Gêneros Alimen-tícios de Paranaguá (Sindilojas de Para-naguá), Said Kaled Omar, a gerente exe-cutiva do Sesc Paranaguá, Vera Silveira, o secretário de Ação e Bem Estar de Pa-ranaguá, Joaquim Guilherme da Silva, o diretor do Senac Paranaguá, Aparecido de Lima, e a coordenadora do Provopar de Paranaguá, Luciane Nascimento.

A continuidadeUm dos locais de mais difícil acesso

foi o bairro Caixa D’água, atendido em 31 de abril. Conforme conta Rosane, por causa dos riscos de desabamento T

que a chuva pode causar, a Defesa Ci-vil optou por evacuar o local. Segundo técnicos, há uma extensa rachadura no morro próximo e o solo está extrema-mente frágil. Algumas famílias persis-tem em ficar no local, foram realocadas para a Escola Municipal João Paulino. No mesmo dia foram atendidos os bair-ros Vila Miséria, Graciosa, Portinho, com doações de cobertores e pares de tênis.

Os municípios de Guaratuba, Honó-rio Serpa, São José dos Pinhais (RMC), Mangueirinha e Rio Azul também fo-ram bastante afetados. Muitas pessoas tiveram autorização do Corpo de Bom-beiros e da Defesa Civil para voltar às residências que não correm mais risco de desabamento.

Até o início de abril (momento de fechamento desta edição) a Escola Pro-fessor João Paulino Vieira ainda abrigava moradores da região. As aulas já voltaram ao normal, exceto neste colégio. Algumas famílias estão instaladas no prédio da Cai-xa de Pecúlio Militar (Antiga Capemi), e a previsão é que permaneçam neste lo-cal por mais seis meses. Outro ponto de abrigo é a Usina da Copel.

O Governo Federal repassará ao Go-verno do Paraná uma verba para a cons-trução de 1.500 casas populares para habitação das famílias que não poderão retornar as suas residências.

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Para aquecer as vendas

Revista Fecomércio – Além da pre-ocupação com o produto oferecido, promoções e atendimento, o comer-ciante deve estar atendo ao visual de sua loja. Como cuidar das vitrines e ambiente interno?

Walderes – Uma das tendências que já se faz presente no varejo é o espaço da loja, oferecendo uma experiência de compra agradável, e, para isso, muitas técnicas e re-cursos estão sendo implementados no salão de vendas que promo-vem, por meio dos cinco sentidos, sensações agradáveis a nossa mente. Dessa forma, investir em forma, cor, luz, cheiro e som são alguns dos recursos utilizados para compor um ambiente agradável ao perfil do cliente. Além desses cui-dados, outra questão importante é o layout da loja. É preciso planejar a disposição de ilhas de exposição de produtos, o fluxo das pessoas. A comunicação de promoções e dos espaços da loja ajuda o cliente a encontrar o que procura e o que deseja consumir. Por fim, planejar as vitrines, ao longo do ano, en-fatizando principalmente as datas promocionais, permitirá criar am-bientes tematizados, tornando-os mais atrativos aos olhos do cliente.

RF – Como o empresário pode elabo-rar um calendário de ações promocio-nais na sua empresa?

W – Se o empresário quiser, todo dia poderia fazer promoção na loja, já que existem inúmeras da-tas comemorativas ao longo do ano, além das tradicionais do co-mércio, como a Páscoa, Dia das Mães, Natal, dentre outras. Uma ideia interessante é trabalhar com as datas que celebram os profis-sionais, como o Dia do Médico ou do Jornalista. Outra é celebrar as estações do ano ou aproveitar os temas que estão na mídia. Não se pode deixar ainda de citar o pró-prio mês de aniversário da loja. O que pode ser planejado com ante-cedência permite elaborar e provi-denciar os materiais e as temáticas adequadas, inclusive reduzindo significativamente os custos des-ses investimentos. Lembro que ação promocional não está vincu-lada diretamente a desconto e sim a enfatizar a venda de um produto para determinados clientes. As-sim, uma ação de promoção pode ter descontos, mas pode oferecer brindes, sorteios, ou até mesmo uma taça de champagne e uma fatia de bolo para celebrar com o cliente.

RF – Como o empresário pode tornar sua vitrine atrativa para o outono/in-verno?

W – Ao planejar as vitrines, o tema definido e a sua elaboração devem

atingir o público vasto com o qual ela se comunica. É nela que se dará a visibilidade ao produto que se quer promover, despertando o desejo do consumidor naquilo que se está mostrando. Seduzir o clien-te e estimulá-lo a entrar e comprar o produto são estímulos dados pela forma como a vitrine é mon-tada, considerando os aspectos de agradabilidade, esteticidade e bom gosto dos elementos que compo-rão com os produtos. Para elaborar a vitrine, deve-se considerar os produtos que serão expostos, os itens a serem destacados, as co-res, as embalagens, as medidas da vitrine, o local de montagem e a iluminação existente, tendo como pano de fundo o tema definido para a data. Planejar adequada-mente o espaço disponível para a composição dos elementos, evita-rá o superpreenchimento ou, ao contrário, o superesvaziamento da vitrine. Para cada tipo de público, deve haver um tipo de exposição adequada perfeitamente ao tipo de cenário montado e que tenha como objetivo principal “convocar” os órgãos de sentido para despertar a emoção necessária nesses consu-midores. Lembre-se que é de me-nos de dez segundos o tempo que o consumidor gasta para olhar uma vitrine. Logo, atrair a sua atenção é um grande desafio!

A gestora de Projetos Varejo do Sebrae/PR, Walderes de Lourdes Bello, dá dicas aos empresários de como modernizar ambientes, fazer uso de datas e estações para vender mais e atender melhor o cliente.

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