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ANO 02 Nº 4 – FEV/MAR 2010 PORTALFERA.COM.BR O DESAFIO DE ESTUDAR FORA O COMEÇO DA PREPARAÇÃO LONGE DE CASA VESTIBULAR APRENDER PODE SER DIVERTIDO PAINTBALL PREÇO PARA ESTUDANTE R$ 2,00

Revista Fera! 04

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Quarta edição da Revista Fera!

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O DESAFIO DE ESTUDAR FORA

O cOmEçO DA pREpARAçãO

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pAInTbAll

preço para estudante

R$ 2,00

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Primeiro, é com muito orgulho e satisfação que digo: a Revista Fera! não para de crescer. Agora, com a página na internet – o Portal Fera! –, o Twitter e o Orkut criados, especialmente, em prol de um maior contato entre nós e todos os interessados no nosso conteúdo, podemos estar mais próximos e saber a opinião do público sobre o que produzimos.

Numa era em que o computador já faz parte do cotidiano da maioria das pessoas, é preciso inovar. Queremos participar da vida dos jovens, aconselhando, passando informações importantes, educação e, é claro, diversão. Queremos, acima de tudo, ver você evoluindo junto conosco.

Nesta edição da revista, que, por sua vez, já está se tornando uma velha conhecida, vamos falar da expansão do mercado cinematográfico e da grande visibilidade que ele está tendo em Pernambuco. Também abordamos um tema delicado e preocupante para estudantes e até para aqueles já formados: o desafio de conseguir a primeira oportunidade de estágio ou emprego. Outro assunto presente na pauta trata sobre o grande número de alunos que opta por instituições de ensino superior que ficam fora das cidades onde moram. Quais motivos os levam a essa decisão? Ah, não nos esquecemos de mostrar jovens que estão conseguindo obter sucesso na profissão e nem de dar dicas de como começar a se preparar para o vestibular de forma correta.

Falando em vestibular, que confusão foi, e ainda está sendo o Enem. O que aconteceu? Foi falta de planejamento? Bom, a única certeza que temos é: os candidatos não mereciam ter passado por tudo isso. A credibilidade do Exame foi por água abaixo, e muitos até preferiram não comparecer aos locais de prova. Será que o Brasil tem, de fato, condições para realizar um processo único de avaliação?

Anulação de questão, gabarito errado divulgado e, para completar, a confirmação de entrada nas faculdades de todo o país foi dificultada, devido a falhas técnicas no Sistema de Seleção Unificada. É verdade, o problema foi logo resolvido, mas nada justifica.

Em 2009, algumas universidades abriram mão de utilizar o Enem e elaboraram os testes por conta própria. Ainda não está clara a forma de ingresso dos estudantes nas instituições de ensino superior em 2011, mas, dessa vez, esperamos menos tumulto e, principalmente, que os candidatos sejam respeitados e possam permanecer tranquilos antes, durante e depois do vestibular.

Boa leitura!

Mateus Lima.

revista fera!diretoria executiva – Ira Oliveira eSandra Paivaeditor de artes – Ira [email protected] comercial – Sandra [email protected]órter – Mateus [email protected]ção – Ira Oliveirarevisão de texto – Dolores Orangetratamento de Imagem – Jair TeixeiraClaudio Coutinhocolaboradores – Fotos: Fabíolia Melo. Textos: Alana Lima e Carlos Lins. Colunas: Dolores Orange, Luciano Gouveia e Silvana Marpoara.Artigos: Wilson Barreto e Janguiê Diniz.para anunciar – Rede3 Mídia81 3031.0968Sandra Paiva l 81 9291.4325e-mail: [email protected] – ExemplaresPublicada pela Rede3 Mídia - Rua Estevão Oliveira, 75 - Santo Amaro - Recife/PE - CEP 52050-160Os textos publicados na Revista Fera! não expressam necessariamente a nossa opinião.

O mercado do cinema está se expandindo em Pernambuco, e quem deseja entrar nesse mundo já pode ver as portas se abrindo

18 – AUDIOvISUAl

capa:design de Ira oliveira

índice

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O DESAFIO DE ESTUDAR FORA

O COMEÇO DA PREPARAÇÃO

LONGE DE CASA

VESTIBULAR

APRENDER PODE SER DIVERTIDO

PAINTBALL

PREÇO PARA ESTUDANTE

R$ 2,00

expediente

Mais de dois mil alunos são beneficiados com a construção de unidades educacionais no Estado

12 – EScOlAS DO gOvERnO

Através desse esporte que já virou mania, é possível tirar várias lições de como se comportar nos estudos, no trabalho e na vida

14 – pAInTbAll

Conheça as maiores dificuldades enfrentadas antes de conseguir ingressar na vida profissional e veja como superá-las

24 – pRImEIRO EmpREgO

Estudantes e professores da Faculdade Santa Catarina-FASC fazem uma visita ao Porto de Suape

27 – FASc vISITA SUApE

Foi dada a largada. É hora de pensar nas melhores formar de estudar

04 – pREpARAçãO

Para ingressar em uma boa universidade, vale até ficar distante da família

08 – jOvEnS ImIgRAnTES

Confira as dicas de livros e filmes29 – InDIcAçõES

Semana Santa é destaque33 – DIvERSãO

ARTIgOSpROcURA-SE Um ESpEcIAlISTA 26

RESpOnSAbIlIDADE SOcIAl DAS IES 28

cOlUnASmARkETIng 30SéTImA ARTE 31RODApé 34

editorial

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A busca pela fórmula

ideal de estudo

preocupa os candidatos

que querem dar os

primeiros passos

rumo à aprovação nas

principais instituições

de ensino superior

Mateus Lima

as aulas começaram e muitos estudantes já pensam nas provas do vestibular que vão acontecer no final de 2010. Se para alguns

ainda é cedo para se preocupar com isso, para ou-tros, o ano parece ser curto demais para revisar tantos assuntos.

Uma coisa é certa: esse é um período de insta-bilidade. É preciso lidar com a ansiedade, a pressão exercida por todos à sua volta e, principalmente, com as dúvidas em relação ao próprio potencial, que sempre insistem em aparecer. “Será que eu sou capaz?” ou “estou me esforçando o suficiente?” são indagações comuns entre os futuros candidatos às vagas nas principais instituições de ensino superior do Estado. Realmente, não é fácil.

Mas então, como não ficar tão nervoso e tentar manter hábitos saudáveis de aprendizado no decor-

vestibular

rer de 2010? A coordenadora do 3º ano do Colégio GGE, Beatriz Ferreira, afirma que cada aluno deve estabelecer uma rotina de acordo com o seu limite. Ela também ressalta a importância de se completar o ensino médio com qualidade: “Na verdade, quem deixa para aprender em cima da hora, acaba não se saindo tão bem. O vestibular precisa ser encarado

Um nOvO

cOmEçO

Bárbara Buril, primeira colocada no Vestibular 2010 da UFPE

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desde o 1º ano do ensino médio, para que o estu-dante tenha a chance de ir se familiarizando com a nova realidade”.

A coordenadora diz que é essencial traçar um objetivo, e lembra: “A dedicação é a base de um bom desempenho”. A psicóloga Manuella Carraz- zoni, do Serviço de Orientação Educacional e Psi-cológica (SOEP) do GGE, concorda com Beatriz e faz questão de alertar: “Cuidado com os exageros”. Afinal de contas, como perceber quando alguém se excede nos estudos? Segundo Manuella, mui-tos costumam trocar o dia pela noite, se afastar das pessoas e até se alimentar de maneira incorreta. Ela enfatiza: “Com certeza, isso acaba prejudicando o rendimento e causando mais angústia”.

Por isso, é fundamental proporcionar a si mes-mo alguns instantes de descanso. Se distrair, fugir do estresse e ir aos lugares em que se sente à vontade, de preferência acompanhado dos familiares ou dos amigos, são atividades imprescindíveis, em especial,

Taciane Borges é aluna do pré-vestibular do Colégio Motivo

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para aqueles que estão em fase de preparação para o vestibular. Irene Castro, 16, está no 3º ano do ensino médio no Colégio GGE e pretende passar em Medicina. Ela jura saber dividir o tempo entre os livros e a diversão. “Separo bem as coisas. Estou ciente de que tudo vai ser mais difícil e serei bas-tante aplicada, mas não quero abrir mão do meu lazer.”

Quando perguntada sobre o que, na opinião dela, poderia atrapalhar ou tirar a concentração du-rante a preparação, Irene confessa: “Se eu estivesse namorando, sairia um pouco do foco. Só vou pro-curar pensar nisso depois que tudo terminar. Caso contrário, acho que vou acabar me prejudicando, e não é isso o que eu quero”.

No caso de Taciane Borges, 17, não é diferen-te. A garota cursa o pré-vestibular do Colégio Moti-vo e tem o intuito de se graduar em Administração, em uma das instituições públicas de ensino superior de Pernambuco. Ela espera dar o seu máximo, sem deixar de reservar tempo para as coisas que gosta de fazer. “Desde já, sinto o peso da responsabilida-de. Necessito de momentos de tranquilidade, não

Manuella Carrazzoni (à esquerda) e Beatriz Ferreira, do GGE, ajudam os estudantes na preparação para o vestibular

Irene Castro,16, pretende cursar Medicina

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esquecendo, é claro, do compromisso que tenho pela frente, que é o vestibular”, conclui.

Já Bárbara Buril, 18, é a pessoa ideal para re-velar o que pode ajudar a obter um resultado po-sitivo. Após tirar 8,8 na nota definitiva e ser a pri-meira colocada no Vestibular 2010 da Universidade Federal de Pernambuco-UFPE, a ex-aluna da Escola do Recife se classificou para o curso de Jornalismo. Em seu dia a dia, ela evitava acumular o conteúdo das disciplinas, e conta: “Eu procurava me atualizar. Além disso, recomendo o cursinho de matérias iso-ladas, seja ele qual for, pois ajuda muito a organizar melhor o que vai ser estudado. É um ótimo com-plemento e só tem a acrescentar, fazendo com que não nos esqueçamos de nada do que foi dito pelos professores na escola ou revisado em casa”.

Bárbara dá o último aviso. “A participação dos pais é super importante. Os jovens necessitam de apoio e não devem enxergar a aprovação como obrigação. Se os integrantes da família esti-verem incentivando sem, ao mesmo tem-po, sufocar, é melhor. Em minha casa, por exemplo, eu sabia que todos pensavam que eu conseguiria, mas ninguém chegava ao ponto de me cobrar nada, me deixando mais calma e confiante. Eu sabia que ali eu não estava sozinha e a sensação era reconfortante.”

A forma de assimilação dos assuntos presentes nos livros, apostilas e cadernos depende apenas de você mesmo, do seu ritmo e do modo como suas tarefas e horários serão administrados. Porém, lembre-se: não há outro caminho, a não ser o dos estudos. Então, mãos à obra, e que venha o vestibular.

DIcAS pARA SE DAR bEm

Procure ter boas noites de sono, para não ficar sem energia durante o dia.

Antes de dormir, evite ingerir alimentos e substâncias estimulantes, como chocolate, pó de guaraná, cafeína e refrigerantes à base de cola.

Se alimente da maneira correta, pois a fome atrapalha na hora de se concentrar nos estudos.

Pratique esportes e se exercite. Isso faz com que você tenha mais disposição, além de ajudar a aliviar as tensões do dia a dia.

Reserve um dia da semana apenas para descansar e se divertir.

Quando for estudar fora da escola ou do cursinho de matérias isoladas, escolha lugares calmos, arejados e bem iluminados.

Tente estipular horários fixos para iniciar e finalizar os estudos.

Procure estar atento aos fatos mais importantes do ano, sempre

buscando se atualizar.

FONTES: www.universia.com.brwww.mundovestibular.com.br

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superação

Camila Saraiva veio de Timbaúba, fez o terceiro ano na capital e passou em primeiro lugar no Vestibular 2008 da UPE

FABí

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alana lima – especial para a revista fera!

o mercado de trabalho tem exigido, cada vez mais, profissionais capacitados e especializados. Pensando no sucesso profissional, diversos jo-

vens encaram o desafio de deixar seus lares em busca de melhor qualificação. Alunos saem do interior do Estado e vêm estudar no Recife. Uma decisão que carrega di-ficuldades: pouca experiência de vida e nada de renda própria. As formas de se manter na cidade são diversas, dependendo, principalmente, das condições financeiras de cada um. Podem trabalhar, receber ajuda dos pais ou bolsas de auxílio ao estudante; dividir apartamentos, mo-rar sozinhos, em repúblicas, em casas de estudantes ou na de parentes.

Camilla Saraiva, 19, atualmente cursando o terceiro período de Medicina na UFPE, mudou-se para o Recife em 2008. Apesar de ser recifense, cresceu em Timbaú-ba, na Zona da Mata de Pernambuco – onde concluiu o ensino médio -.Em 2007, quando fez o vestibular pela primeira vez, não foi aprovada e sentiu necessidade de vir para a capital: “Aqui a preparação é mais inten-sa, mais focada. Lá também há cursinho, mas era uma turma bem heterogênea, tinha gente de muitas áreas diferentes. Ajudou muito para construir, mas não foi o suficiente”. A solução encontrada pela família da jovem foi que ela ficasse hospedada na casa de parentes: “Meu pai tinha medo de me deixar morando sozinha ou com amigos. Ele achava que eu não iria me adaptar direito,

imaginava até que se eu adoecesse, não ia ter ninguém mais velho por perto, para me levar ao hospital ou coisas assim. E também tem a questão do apoio que a família me dava estando comigo”. No fim de 2008, Camilla foi aprovada em Medicina na UFPE e na UPE e, mais uma vez, a família teve que se adequar: “No final do ano teve a minha aprovação e, junto a ela, uma mudança radical: decidiram que meu irmão vinha estudar aqui também. Então minha mãe veio morar conosco e meu pai nos visita toda semana. Meu irmão ainda está no segundo ano, mas ele queria ter uma preparação melhor. Sempre foi muito bem no colégio e sabia que aqui iria ter um ter-reno fértil para poder cultivar o estudo. Meus pais deram total apoio, mas dá uma sensação de responsabilidade em pensar que eles estão mudando tanto por mim, por nós”.

Estudantes aprovados na Universidade Federal de Pernambuco que não moram na região metropolitana do Recife, não têm a sorte de ter familiares nas proximi-dades e que possuem vulnerabilidade sócioeconômica podem tentar uma vaga na Casa do Estudante Univer-sitário (CEU) da UFPE. Atualmente, são atendidos 192 homens – que moram dentro do campus da Universida-de - e 80 mulheres – que residem fora do campus, em um terreno atrás da reitoria. Segundo Cláudia S. de An-drade Lima, coordenadora de Departamento de Assun-tos Estudantis (DAE), o número de vagas para mulheres está sendo ampliado devido à demanda e será constru-ída uma casa mista. Existem regras para a permanência

A fim de conseguir

realizar o sonho de

se graduar em uma

universidade pública,

muitos jovens abrem mão

de continuar morando em

suas cidades e resolvem se

mudar para o Recife

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na CEU, e uma delas diz respeito ao desenvolvimento acadêmico, de acordo com a coordenadora do DAE: “As pessoas têm uma ideia, muitas vezes falsa, de que as notas dos alunos que vivem na Casa do Estudante são baixas, porque eles não têm condições de acompanhar o ritmo estabelecido. Mas muito pelo contrário! A média geral da casa feminina é acima de 9 e a da casa mascu-lina é em torno de 8.5, muito alta em relação à média geral da Universidade”. Além da moradia gratuita, todos os universitários que possuem na família renda per capita abaixo de 2 salários mínimos, sejam residentes da Casa do Estudante ou não, podem se inscrever para concor-rer a uma bolsa de manutenção acadêmica de cerca de R$ 300,00 mensais, que acompanha o aluno do começo ao final do curso. Em troca, é preciso desenvolver 12 horas semanais dentro da Universidade. Para Cláudia S. de Andrade Lima, o perfil dos moradores das Casas dos Estudantes é de pessoas comprometidas: “A maior parte das pessoas que vem pra cá tem um compromisso com eles mesmos, com as famílias. Existem problemas? Claro que sim. Tem alguém que não se dá bem? Como em todo lugar. Mas a maioria vem realmente para estudar, para ter a sua profissão, voltar para casa, contribuir”.

Solange Santos, 26, estudante do curso de Ciências Ambientais, é moradora da CEU desde agosto de 2009. Natural da cidade de Salgueiro, dividiu apartamento em Recife por seis anos. Os problemas de convivência surgi-ram e a única solução era a Casa do Estudante: se con-seguisse a vaga, continuava no Recife. Caso contrário,

teria que voltar para Salgueiro. Conseguiu. Solange está alojada em um quarto com mais quatro colegas e explica como funciona a casa: “Há a bolsa de quase R$ 300,00. Então a gente compra comida e cada uma se encarrega da sua refeição. Tem fogão, microondas, além de geladei-ra no quarto e na cozinha. Há salas de estudo individuais e em grupo, lavanderia, sala de tevê e de informática.Tem funcionário que faz a limpeza dos banheiros, da casa e dos corredores. No quarto, uma moradora faz a faxina a cada semana. Cada uma tem a chave do seu quarto e pode voltar a qualquer hora. Meninos só podem ficar

No começo, é muito difícil se acostumar a viver longe da família. Mas, geralmente, o sacrifício é compensado no final

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até as 23 h e o residente tem obrigação de passar em 50% das cadeiras que cursa em cada período”. Para a estudante, um ponto positivo é que todos têm direitos iguais. Mas ela faz um alerta: “Como em todo lugar, têm pessoas boas e ruins. A dica é não se estressar com qual-quer coisa, não ligar para tudo o que falam, focar nos estudos, ficar meio reservada e falar com todo mundo, mas sem grandes amizades”.

As dificuldades de se manter sozinho em uma ci-dade grande são diversas. O Governo tenta reverter a situação criando mais cursos no interior do Estado, mas a demanda para o Recife ainda é enorme. A qualificação se torna cada vez mais necessária no mercado profissional e, sem empenho, dedicação e força de vontade não se consegue nada. A recompensa vem. Mais cedo ou mais tarde, ela vem.

serviço DAE: Departamento de Assuntos Estudantis - Reitoria da UFPE. Av. Prof. Moraes Rego, 1235 - Cidade Universitária. Telefone: (81) 2126.7010 . www.ufpe.br/proacad CEU: Casa da Estudante Universitária -Atrás da Reitoria da UFPE. Rua Governador Lopo Garro, Engenho do Meio

A fila de estudantes do sexo feminino para a Casa está aumentando mais do que a de estudantes do sexo masculino.

Caso haja disponibilidade de vagas, o aluno de pós-graduação stricto sensu poderá participar do processo seletivo para moradia na Casa.

O processo seletivo inclui entrevistas, análise dos documentos, visitas domiciliares e trabalhos em grupo.

Existe uma diretoria na Casa formada por universitários e que é renovada anualmente.

A Casa funciona normalmente durante o ano todo, mesmo nas férias.

Outra opção de moradia são as chamadas Repúblicas Estudantis e a divisão de apartamento entre várias pessoas.

Nas proximidades das universidades, é comum haver várias Repúblicas, sedo algumas mistas e outras com moradores de apenas um sexo.

Para quem pretende dividir apartamento e não conhece ninguém, nos murais das universidades costuma haver anúncios de interessados ou de vagas em apartamentos já alugados. Mas antes de preparar a mudança, busque informações do seu futuro companheiro de lar.

FONTES: www.universia.com.brwww.mundovestibular.com.br

cURIOSIDADES

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Solange Santos é natural de Salgueiro e mora na CEU

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mAIS UmInvESTImEnTO

nA EDUcAçãO

obras

ana paula costa – assessoria de comunicação da secretaria de educação do Governo

“Ganhar essa escola foi como receber um copo de água no deserto.” A declaração é do jovem David dos Santos Júnior, 16 anos, estudante do

1º ano da Escola Técnica Aderico Alves de Vasconcelos, em Goiana. A implantação das sete unidades técnicas no Estado trouxe um novo rumo à vida, não só de David, mas a dos 2.240 mil alunos que iniciaram os estudos no mês de feverei-ro. O Governo do Estado entregou aos pernambucanos as novas escolas e com elas, a esperança de que esses jovens se qualifiquem para serem inseridos no mundo do trabalho.

As primeiras unidades entregues foram as Escolas Maria Eduarda Ramos de Barros, em Carpina, e Miguel Arraes de Alencar, em Timbaúba. A inauguração, ocorrida no mês de fevereiro, marcou o início do ano letivo das sete novas unida-des e contou com a presença do governador do Estado, Edu-ardo Campos, e do secretário de Educação, Danilo Cabral.

Em Carpina, a emoção tomou conta dos que presti-giaram o evento. É que o nome da unidade foi uma home-nagem a estudante de nove anos morta em 2008, vítima de uma bala perdida. Na ocasião, o chefe do executivo, Eduardo Campos, disse que a escola é um símbolo de esperança. “É uma homenagem a uma criança que na sua bela vida vai tra-zer alegria para a escola. Só o amor pode vencer a morte”, discursou.

Já no município de Timbaúba, na escola batizada de Miguel Arraes de Alencar, o governador e o secretário fo-ram recepcionados pela estudante Bruna Cabral, da Escola de Referência em Ensino Médio Professora Benedita de Mo-raes Guerra, localizada em Macaparana. Bruna saiu de seu município para conhecer a escola técnica e conversar com o governador. “Quero agradecer pelo apoio dado pelo senhor à Educação”, disse ela. “Se em outra época tivessem existido outros políticos com a determinação do governador Eduardo Campos, Pernambuco e o Brasil seriam bem melhores”, res-

saltou a aluna entusiasmada com a escola e com a presença do governador e equipe.

As sete escolas técnicas estaduais oferecem cursos pro-fissionalizantes em diversas áreas, respeitando a vocação de cada região. Além das unidades localizadas nas cidades de Carpina e Timbaúba, os municípios de Surubim, Goiana, Ser-tânia, Limoeiro e Jaboatão dos Guararapes também foram contemplados com a ação.

Cada escola iniciou o ano letivo oferecendo ensino téc-nico a 320 alunos, sendo 160 matriculados na modalidade de ensino médio integrado ao profissionalizante e a outra metade cursando o ensino técnico subsequente. Na primeira opção, o aluno estuda em horário integral e, em três anos, conclui o ensino médio e o técnico profissionalizante. Já a modalidade subsequente é direcionada para jovens e adultos que tenham concluído o ensino médio e desejam uma certi-ficação profissional. Nesse caso, o curso é oferecido no turno da noite e tem duração de um ano e meio. A escola Maria Eduarda Ramos de Barros, em Carpina, oferece cursos nas áreas de Comércio e Rede de Computadores. Já a unidade de Timbaúba é responsável pelas certificações nos segmentos de Informática (Eixo de Informação e Comunicação) e Admi-nistração (Eixo de Gestão de Negócios). As demais escolas vão formar os estudantes nas áreas de Rede de Computa-dores e Hospedagem (Goiana), Informática e Enfermagem (Limoeiro), Vestuário e Comércio (Surubim), Agropecuária e Informática (Sertânia) e Logística e Rede de Computadores (Jaboatão dos Guararapes).

De acordo com o secretário de Educação Danilo Ca-bral, só este ano estão sendo oferecidas 2.240 novas vagas. “Em 2007, quando assumimos a gestão, existiam apenas 1,7 mil vagas em seis unidades. Hoje são 13 escolas técnicas estaduais e 10 mil vagas para os pernambucanos”, disse o secretário, lembrando que essas novas unidades fazem parte de uma promessa do governador Eduardo Campos feita aos pernambucanos, ainda em período de campanha eleitoral. “Cumprimos mais esse compromisso com os pernambuca-

Os jovens só têm a ganhar

com a chegada de sete

novas escolas técnicas em

todo o Estado. O objetivo do

Governo é capacitar e fazer

com que o mercado de

trabalho tenha à disposição

mão de obra qualificada

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Alunos da escola técnica de Carpina

municípios escolas cursos oferecidos

Carpina Escola Técnica

MariaEduarda Ramos

de Barros

Comércio (do eixo de

Gestão de Negócios) e

Rede de Computadores

(do eixo de Informação e Comu-

nicação)

Timbaúba Escola Técnica

Miguel Arraes

de Alencar

Informática (do eixo de Informa-

ção e Comunicação) e Admin-

istração (do eixo de Gestão de

Negócios)

Goiana Escola Técnica

Aderico Alves

de Vasconcelos

Rede de Computadores (do eixo

de Informação e Comunicação) e

Hospedagem (do eixo de Hospi-

talidade e Lazer)

Limoeiro Escola Técnica

José Humberto

de Moura Cav-

alcanti

Informática (do eixo de Informa-

ção e Comunicação) e Enferma-

gem (do eixo de Ambiente Saúde

e Segurança)

Surubim Escola Técnica

Antônio Arruda

de Farias

Vestuário (do eixo de Produção

Industrial) e Comércio (do eixo

de Gestão de Negócios)

Sertânia Escola Técnica

Arlindo Ferreira

dos Santos

Agropecuária (do eixo de Recur-

sos Naturais) e Informática (do

eixo de Informação e Comuni-

cação)

Jaboatão dos Guara-rapes

Escola Técnica

Maximiniano Ac-

cioly Campos

Logística (do eixo de Gestão de

Negócios) e Rede de Computa-

dores (do eixo de Informação e

Comunicação)

AS EScOlAS TécnIcAS

nos e estamos levando para todas as regiões co-nhecimento e novas oportunidades”, concluiu.

INVESTIMENTOS - A Secretaria de Edu-

cação investiu R$ 29 milhões na implantação das escolas. A unidade de Jaboatão dos Guararapes foi reformada e as outras seis escolas começa-ram a ser construídas no ano passado, com in-vestimento médio de R$ 3.9 milhões por escola e de R$ 405 mil por quadra. As novas unidades técnicas obedecem a um padrão definido pela Secretaria, com 5.200 metros quadrados de área construída, com 12 salas, seis laboratórios (informática, línguas, química, física, biologia e matemática) e mais dois laboratórios especiais (definidos de acordo com a vocação produti-va da região), auditório, biblioteca, quadra po-liesportiva (com vestiário), refeitório, cantina e área de convivência.

Ao todo, a SE mantém 13 escolas téc-nicas estaduais. As seis que já funcionavam tiveram o ano letivo iniciado em 1º de mar-ço. São elas: ETEPAM e Soares Dutra, em Recife, Justulino Ferreira Gomes, em Bom Jardim, Agrícola Luiz Dias Lins, em Escada, Agrícola do Pajeú, em Serra Talhada e Agrí-cola de Palmares, no município de mesmo nome. Ainda este ano, outras cinco uni-dades técnicas serão implantadas em Per-nambuco pelo Governo Federal. Essas escolas já começaram a ser construídas nas cidades de Ouricuri, Salgueiro, Carua-ru, Garanhuns e Afogados da Ingazeira. F!

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nA OnDA DO

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O paintball é um esporte

que deixa qualquer um

com gostinho de quero

mais. Além disso, através

dessa modalidade,

aprendemos coisas

fundamentais para o

nosso cotidiano

Mateus Lima

coração acelerado, adrenalina à flor da pele e mui-ta concentração. Não, eu não estou me referindo a um dia de prova do vestibular. Na verdade, estou

falando de um esporte que, visivelmente, vem ganhando espaço: o paintball.

A prática surgiu nos anos 70, quando alguns fazendeiros australianos e americanos utilizavam pequenas bolas de tin-ta colorida para identificar os gados de diferentes rebanhos ou os animais que já estavam prontos para o abate. Nos anos 80, a modalidade começou a tomar os moldes que tem hoje. Na época, madeireiros americanos marcavam as árvores que seriam derrubadas com as mesmas bolinhas de tinta colorida usadas por fazendeiros na década anterior. Após o expediente, eles aproveitavam para elaborar jogos de estratégia e criavam armas pouco sofisticadas, que fica-ram conhecidas como marcadores. Só mais tarde, os milita-

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res resolveram introduzir a ideia aos seus treinamen-tos, transformando a brincadeira em coisa séria.

Hoje em dia, embora grande parte dos joga-dores esteja na América do Norte e na Europa, são muitos os brasileiros adeptos ao paintball, que já é, oficialmente, considerado um “X-Game”, ou seja, um esporte radical. A tendência é que o número de praticantes, que gira em torno de 15 milhões de pes-soas em todo o mundo, aumente ainda mais com o tempo, inclusive em Pernambuco.

Existem dois estilos considerados principais no paintball: a modalidade recreativa, com foco principal no entretenimento, e a de competição, levada mais a sério pelos seus participantes. Uma das várias ver-tentes conhecidas do jogo é a “Capture the Flag”, ou em português, “Captura da Bandeira”. Duas equipes devem ser formadas, cada uma tendo posse de sua bandeira. O time que conseguir retirar o objeto do território inimigo ou eliminar todos os integrantes do grupo adversário primeiro é considerado vencedor.

Porém, o modo mais difundido do esporte é, sem dúvida, o “Scenery Game”, que envolve dife-rentes cenários, sendo eles naturais ou artificiais. A intenção é simular uma situação real de combate, e tanto as missões, como as regras, são traçadas pelos próprios “combatentes”, tornando a diversão muito mais emocionante. No caso dos campos montados pelo homem, são aproveitados carcaças de carros, tonéis de metal, pneus empilhados, caixas de madei-

ra e outros itens que servem de abrigo na hora de se proteger dos tiros e de pensar na estratégia para despistar os oponentes.

Mesmo com a grande aceitação em relação à atividade, algumas pessoas ainda têm certos receios que dizem respeito à segurança nessa prática. Afinal de contas, há algum risco? Segundo Deivid Alexsan-der, instrutor chefe da empresa especializada em ações radicais, a 90 Graus Adventure, o perigo só ocorre quando não há o monitoramento de profis-sionais habilitados nos locais onde acontecem os jo-gos. Para ele, “é de extrema importância a presença de alguém mais experiente, guiando e coordenando os integrantes de cada grupo no decorrer das parti-das”.

Isso, sem contar com o fato de ser obrigatório o uso de equipamentos de segurança para proteger as partes vitais do corpo e evitar acidentes. Entre os acessórios tidos como essenciais durante as compe-tições estão a máscara, cobrindo o rosto e principal-mente os olhos, já que as bolinhas disparadas pelos

A tensão toma conta de todos que participam do paintball. A qualquer momento você pode ser pego de surpresa

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marcadores, em contato direto com o globo ocular, podem vir a causar lesões, o colete de proteção, abrangendo toda a extensão do tórax e as luvas, dan-do mais segurança na hora de manusear as pistolas.

Deivid também ressalta as vantagens que essa prática pode trazer aos jovens, em especial, aos que convivem com as árduas tarefas de trabalhar, estu-dar e atender as incontáveis exigências do mercado: “aprender a atuar em conjunto, aprimorar o senso de liderança, saber a hora de ser mais cauteloso, ela-borar táticas para alcançar objetivos maiores e, é cla-ro, manter um bom preparo físico, são características

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EqUIpAmEnTOS

Arma ou marcador: usa-se durante os jogos de pain-tball, para atirar nos integrantes do time adversário. Existem diferentes modelos, porém, todos funcio-nam através do sistema de ar comprimido.

Carregador: serve como porta-munição, sendo capaz de armazenar uma quantidade de até 200 bolas.

Bolas: ficam dentro dos carregadores e são dispa-radas pelos marcadores. Feitas de gelatina, contêm também tinta biodegradável não tóxica e lavável, pe-sando, cada uma, cerca de quatro gramas.

Acessórios de segurança:

Máscara.

Colete de proteção.

Luvas.

que podem ser desenvolvidas através do paintball”.A prova disso é que uma grande quantidade de

empresas vem procurando os serviços prestados por organizadores de eventos radicais, com o intuito de ajudar os seus funcionários a saírem um pouco do estresse do dia a dia e incentivando a descoberta de novos potenciais, vistos como fundamentais no pro-cesso de produção.

Para quem nunca teve a oportunidade de se sentir em um verdadeiro campo de guerra, aí vai a dica: experimente o paintball. Coloque para fora o seu lado guerreiro e dê a si mesmo a chance de re-velar habilidades escondidas dentro de você, que só necessitam de um empurrãozinho para serem des-cobertas. Foi o que eu fiz como integrante da equipe da Revista Fera!, a convite da Faculdade IBGM e sua turma de “guerrilheiros”. Com toda certeza, valeu a pena!

serviço90 Graus Adventure – Rua Firmino de Barros, 183 G, Cordeiro, Recife-PE. Contato: Fax - (81) 3227-3275 Celular – (81) 8623-5760 www.90graus.com – [email protected]: Deivid Alexsander.

O instrutor Deivid Alexsander, da 90 Graus Adventure

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DIcAS DE SEgURAnçA

Presuma sempre que os dispo-sitivos de segurança dos marca-dores não estão ativados. Assim você evita os disparos não inten-cionais.

Não aponte a arma para luga-res em que não pretende atirar, principalmente durante o perío-do que antecede o começo do jogo.

Presuma sempre que a arma está carregada e cheque se a munição foi colocada de forma correta.

Mantenha a arma descarregada antes de entrar no local em que

será realizada a competição.

NUNCA olhe dentro do cano do marcador, mesmo que este-ja com a máscara de proteção. Caso precise fazê-lo e o cano não possa ser removido, atire em uma área segura, até se cer-tificar de que não há mais gás no cilindro conectado à arma.

NUNCA retire a máscara duran-te a partida.

Informe o instrutor sobre qual-quer problema de saúde, alergia ou outros fatores que possam lhe comprometer durante o jogo.

2 - Percentuais de acidentes e lesões (por grupos de mil jogadores).

Futebol 10,5%

Basquete 8,6%

Vôlei 5,7%

Esqui 3,44%

Natação 1,3%

Golfe 1,13%

Tênis 1,09%

Boliche 0,5%

Paintball 0,31%

FONTES: www.paintball.com.brwww.mercenarios.com.br

Dicas de segurança para quem vai praticar o paintball pela primeira vez.

Uma equipe entra na mata e se posiciona para a emboscada. O outro grupo só parte para o confronto dez minutos depois

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“- O sistema é mau, mas minha turma é legal”.

alana lima – especial para a revista fera!

até pouco tempo, foi realmente assim. Sem a possi-bilidade de uma formação superior, as pessoas liga-das ao audiovisual em Pernambuco se formaram na

escola da vida, com muita vontade, prática e pouco pudor. Marcelo Pedroso foi um desses: “é uma formação mesmo empírica que está ligada tanto a um estudo teórico pesso-al, quanto ao desenvolvimento de uma prática assim: ‘ah, aprovei um projeto, vou fazer um filme’. Junta uma galera, vamos nessa, a gente aprende fazendo e vendo filme”. Hoje, como um dos quatro sócios da produtora de cinema e vídeo Símio, Marcelo conta que os primeiros passos para a dedi-cação profissional exclusiva ao audiovisual foram dados na universidade, mesmo tendo se formado em Jornalismo em 2003: “na época da faculdade, a gente já tinha começado a ter uma produtora que era formada por estudantes. No começo éramos nove ou dez pessoas de cursos variados: Jornalismo, Design, Artes Plásticas e Publicidade. Eu já tinha

lUZ,cÂmERA,

AçãO!O campo de audiovisual

deixou de ser apenas

uma modinha e vai

se transformando em

realidade. Vários jovens

estão se especializando na

área e talentos começam a

surgir em grande escala

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um interesse por cinema, mas não levava muito a sé-rio”. Trabalhou de três a quatro anos em jornal, até o momento em que teve que escolher entre o Jornalismo e o Cinema. Foi justo na época em que finalizava o seu primeiro longa-metragem e não é preciso dizer qual foi a escolha. O curso de Cinema não existia, mas a paixão não é uma qualidade exclusiva da formação acadêmica: “uma coisa que eu acho que foi muito importante para a gente foi o cineclube, que acabava preenchendo essa lacuna de não ter um curso de Cinema. Era um espaço semanal de reunião de pessoas para assistir filmes e de-batê-los. Isso sedimentou um entendimento, um olhar voltado para o cinema, porque a gente assistia aos filmes de forma crítica. A partir da reflexão, a gente buscava tex-tos que sugerissem novas leituras sobre os filmes, que situassem aquelas obras dentro de uma escola ou de um período histórico, instigando uma apreciação estética e política. Era uma sensação muito intuitiva, de correr atrás de textos com métodos pouco acadêmicos, porque você acaba encontrando alguns autores com os quais tem al-guma identificação, começa a ler e vai criando um conhe-cimento, um saber que não é sistematizado dentro de um programa pré-definido, mas que no fim das contas, não é menos valioso. É um olhar desenvolvido a partir de referências que você busca”.

Com Maurício Nunes, professor do curso de Cine-ma de Animação da Faculdade AESO, o início da história foi um pouco parecido. Veio de Maceió para o Recife a fim de estudar Publicidade, mas acabou se formando em Design e fazendo amigos: “em paralelo ao curso da universidade, tive contato com algumas pessoas que já desenhavam, então apareceram alguns trabalhos ligados à animação. Conheci um pessoal que trabalhou num longa-metragem da história da cidade de Igarassu e eles montaram a multimídia Quadro a Quadro. Eram cinco sócios e vários amigos em volta. Mais ou menos umas dez, doze pessoas, e eu era uma delas”.

Luiz Joaquim, professor de Cinema Brasileiro na pós-graduação da Universidade Católica de Pernambu-co, curador do cinema da Fundação Joaquim Nabuco e crítico de cinema do jornal Folha de Pernambuco, conta que os seus conhecimentos também foram adquiridos de maneira particular: “eu me joguei nessa história de estu-dar Jornalismo e virar um repórter de cultura, trabalhar e correr atrás de cinema. Na verdade, eu queria ser foto-jornalista. Na universidade, descobri que eu gostava tam-bém de escrever e que as pessoas gostavam do que eu escrevia sobre cinema. Uma coisa levou à outra. Sempre admirei o cinema e na adolescência eu lia muito. Quando comecei a trabalhar em jornal, ainda reforcei isso de me

Luiz Joaquim é professor de Cinema Brasileiro e curador da Fundaj

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AnImAçãO!

Em 2007, a animação pernambucana “Até o sol raiar” ganhou o prêmio do Animamundo, o maior festival de animação brasileiro e um dos mais conceituados do mundo.

A Disney possui uma Faculdade própria onde forma os seus animadores.

A animação, por ser uma mídia que se co-munica muito bem com as crianças, pode ser vista como uma importante ferramenta de mudança social, cultural e educacional.

A animação “UP – Altas aventuras” ganhou os prêmios de melhor trilha sonora, melhor longa de animação e foi indicado à catego-ria de melhor filme. A única animação que havia concorrido nessa cate-goria havia sido “A bela e a fera”. .

aprimorar, sempre lendo bastante. O exercício de atu-ar como jornalista cultural também foi me enriquecendo do ponto de vista de conhecer as pessoas que trabalham com cinema aqui no Recife. Me fez entender como se dá o processo todo”.

“- E hoje em dia, vamos fazer um filme?”

Os tempos aparentam ser outros. As especiali-zações surgiram em Pernambuco: Cinema Digital (Fa-culdade Mauricio de Nassau), Cinema de Animação (AESO), Cinema (UFPE) e pós-graduação em Estudos Cinematográficos (Unicap). Por que isso aconteceu? Qual a importância? Quais serão os reflexos?

Marcelo Pedroso acredita que o surgimento desses cursos tem uma ligação direta com o sucesso de gerações anteriores do cinema pernambucano, com cineastas como Marcelo Gomes, Lírio Fer-reira, Paulo Caldas, Cláudio Assis, entre muitos outros. “A minha geração menos, mas a geração de Gomes, que já começou, colocou as car-tas na mesa e disse a que vinha. Então, acabou criando essa demanda, esse interesse, e você começa a ver que é possível fazer cinema aqui. Antes não tinha aparato, não tinha um mercado, não tinha nada, e agora começa a ficar mais consolidado”.

Luiz Joaquim crê que “a exposição do cinema per-nambucano de 1994 a 2004, na mídia local e na mídia do sul, é bastante estimulante para o jovem que gosta de cinema e que está acompanhando o mercado. Pra mim, o fato de surgirem cursos de cinema é uma consequência direta do sucesso do setor em Pernambuco”.

Silvana Marpoara, professora do curso de Cinema Digital da Faculdade Mauricio de Nassau e ligada a diversos projetos audiovisu-ais, comenta o perfil dos novos profissionais: “o que se pode observar é que eles se apre-sentam mais jovens (por volta de 20 anos) e sem profundo conhecimento de todo o processo da cadeia produtiva do audiovisual - o que o difere do profissional mais antigo -. Essa nova geração, mesmo com todo acesso à tecnologia e informação, parece ter maior preocupação em produzir filmes com temática particular, sem buscar referências, resultando assim em

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um novo cinema, também sem grandes inovações. Se-gundo boa parte dos professores dos atuais cursos de cinema, é preciso estimular um aprofundamento des-se jovem com leituras e observação de filmes, afinal, quem faz cinema ‘precisa’ ver cinema e não só querer fazer. Por isso o papel dos cursos acadêmicos se faz tão importante, já que direciona o aluno a buscar novos conhecimentos”.

A crítica e a multiplicação das formas de produção são grandes ganhos do estudo sistemático, confirma Maurício Nunes: “eu também gosto muito de histó-ria e hoje, dando aulas, tenho uma grande oportu-nidade de estudar a história da animação, uma coisa que, quando você só trabalha, acaba não tendo crítica e nem, muito menos, conhecendo o que existiu antes. Agora posso estudar de verdade. Uma formação que seja autodidata é importante, lógico, mas ela perde pela pouca crítica que desenvolve. Ela só é prática, porque conhece pouco de história e pouco de teoria. Mas eu sei que ainda se precisa muito dessa consciência. Eu não digo nem enquanto classe, mas enquanto função mesmo: quais são as possibilidades de você trabalhar da melhor maneira possível? E eu acho que um curso superior vem pra isso, pra te dizer o que aconteceu, quais são os caminhos mais viáveis, como você pode errar menos e deixar a tua experiência um pouco mais direcionada, não tão perdida nem tão aleatória. Um curso superior é para criar essa crítica, então você não vem só pra fazer, você vai ter que saber o que você está fazendo e o porquê”.

Para Marcelo Pedroso, a teoria só tende a en-

grandecer a prática: “na sociedade da imagem absolu-tamente generalizada, você precisa ter um momento para parar e refletir sobre essa produção de imagens, para orientar o que você vai produzir. É muito impor-tante a aventura de realização a partir da sensibilidade, do que você acredita.Mas é fundamental que ela esteja amparada numa reflexão, num olhar atento sobre o que está sendo feito, porque senão você acaba bana-lizando um processo que já está sendo construído há muito tempo. O debate, o amadurecimento em torno do estado da imagem e das linguagens que se criam precisa estar embasado nas análises que acontecem na universidade, nos cineclubes ou em casa enquanto se assisti a um filme”.

Além da formação especializada, as novas tecno-logias só tendem a facilitar a realização e divulgação de trabalhos audiovisuais. A tendência e a expectativa é que surjam, cada vez mais, bons trabalhos. Marcelo Pedroso já consegue observar mudanças: “tenho esta-giários na Símio que estudam cinema. Fico observando o pessoal que está no primeiro período e já vê uma fil-mografia que eu só fui descobrir muito tempo depois. Eu acho incrível que eles já estejam debruçados sobre obras muito complexas, já estejam sob o acompanha-mento de pessoas que têm experiência e aprofunda-mento na área. Acho que isso vai reverberar muito no modo de se fazer cinema. Tem esse facilitador que é a formação sistematizada e tem outra coisa que eu acho incrível: a internet. Podemos conseguir filmes de Taiwan, da Nova Guiné e qualquer cinematografia. É um meio de consolidar o conhecimento, criar um

O professor de Cinema de Animação Maurício Nunes

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olhar crítico sobre cinema, ampliar o repertório e pos-sibilitar a abertura para novas linguagens”.

“- Sem essa de que: ‘Estou sozinho’”.

Paixões à parte, quem pretende se dedicar a uma atividade profissional pelo resto da vida se preocupa, em algum momento, se conseguirá gerar renda sufi-ciente para se manter. É aí que entra o temido merca-do. Como será que está o mercado em Pernambuco? Haverá espaço para esses novos profissionais?

Marcelo Pedroso afirma que há muito espaço em Pernambuco e aponta um indício: antes, a maioria dos cineastas se mudava para o Rio de Janeiro ou São Paulo para poderem desenvolver seus projetos. Hoje, muitas pessoas ligadas ao cinema continuam morando no Recife e conseguem ser bem-sucedidas. A Política Pública de Editais do Governo de Pernambuco des-tina 6 milhões de reais ao audiovisual e isso gera um mercado. “Se você injeta na economia 6 milhões por ano para desenvolvimento de filmes, há toda uma ca-

deia de profissionais que está inserida nesse contexto: o diretor, o produtor, o diretor de fotografia, os assis-tentes, o iluminador, o diretor de arte, os atores, o roteirista, preparação de elenco, enfim é uma gama enorme de profissionais que estão associados a cada uma dessas produções. O som, por exemplo. Poucos em PE trabalham com som. Você às vezes conta nos dedos . Há uma demanda muito grande por pessoas que trabalham com diversas vertentes do cinema. Na criação de cinema autoral, então, há esse aporte dos vários editais. Além disso, o fortalecimento da econo-mia do país reverbera em outras áreas. A Publicidade talvez não tenha crescido tanto, mas a demanda por vídeos institucionais e por coberturas de eventos é crescene. Para quem está se formando, existe uma sé-rie de possibilidades de entrar no mercado de trabalho de forma muito forte.”

Luiz Joaquim considera o mercado de cinema no Brasil muito sofrido, justamente por essa quase que total dependência dos recursos públicos: “o mercado brasileiro está muito dependente desse sistema. Eu acho que é frágil porque, por exemplo, alguém tem um projeto muito bom e não consegue aprovar em nenhum concurso Então essa produtora vai ficar com esse projeto até conseguir. A não ser que ela resolva fazer por conta própria e é bastante complicado”.

Para os que se interessam por animação, Maurício Nunes fala sobre uma boa opção: o porto digital. “Nós temos aqui uma coisa positiva, que é o porto digital. Grande parte dos animadores daqui está fazendo jo-guinhos para celular e internet. O porto já é um bom mercado para isso e ainda precisa de muita gente. Há os projetos culturais, financiados tanto pela Prefeitura e pelo Estado, quanto pelo Ministério da Cultura. A gente tem como uma realidade os três fatores: o porto digital, os projetos culturais e a publicidade”.

“- E ter beleza e fantasia.”

Então, fica a dica: existe mercado, espaço e neces-sidade de bons profissionais. Marcelo Pedroso definiu a formação de uma maneira bastante cinematográfica: tentacular. Ela acontece nas universidades, nos cineclu-bes, nas oficinas, no mercado e em casa. Luiz Joaquim diz que é preciso correr atrás, inovar e ser disciplinado,

A professora de Cinema Digital e produtora cultural Silvana Marpoara

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DIcAS DE cInEclUbES

Cineclube Califórnia -Local: Instituto CervantesA partir de abril, todas as terças.

Cineclube Revezes -Local: Universidade Católica de Pernambucohttp://www.cinerevezes.blogspot.com/

Cineclube Dissenso -Local: Fundação Joaquim NabucoTodos os sábados às 14hhttp://dissenso.wordpress.com/cineclube/

serviçoSímio: Rua Joseph Tourton, 268 – Tamarineira. Telefone: (81) 3267 3110. www.simiofilmes.com AESO – Barros Melo: Av. Transamazônica, 405, Jardim Brasil II, Olinda. Telefone: (81) 2128-9797. www.barrosmelo.edu.brUnicap: Rua do Príncipe, 526. Boa Vista. Telefone: (81) 2119-4000. http://www.unicap.br/ Faculdade Maurício de Nassau: Rua Guilherme Pinto, 114 - Graças | Rua Fernandes Vieira, 110 - Boa Vista. Telefone: (81) 3413-4611. http://www.mauriciodenassau.edu.br/ Fundação Joaquim Nabuco: Av. Dezessete de Agosto, 2187, Casa Forte | Rua Henrique Dias, 609, Derby. Telefone: (81) 3073-6720 http://www.fundaj.gov.br

As frases destacadas em vermelho foram retiradas da

música de Legião Urbana “Vamos fazer um filme”

porque, senão, você vai ter informações sobre tudo e, na realidade, não saber sobre nada com profundidade. Silvana Marpoara aconselha que é preciso entender o papel do profissional no con-texto social: “para ser médico, não basta apenas não ter medo de sangue; para ser engenheiro, não basta apenas saber fazer cálculos e, para ser um cineasta, não basta apenas gostar de assistir filmes”. Maurício Nunes considera como característica essencial do bom pro-fissional a inquietação visual. “Tem que olhar bem. Quando a gente gosta de olhar, a gente também gosta de poder reproduzir. Pode ser um desenho em código, em filmagem, em re-corte ou como você achar mais adequado.”

Conselhos mais clichês e verdadeiros não podem haver: saber o que quer, estudar, trabalhar e se empenhar para que as coisas deem certo. Uma boa história para contar todo mundo tem, mas é preciso saber colocá-la dentro da linguagem cinematográfica.

O jornalista e cineasta Marcelo Pedroso

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O InícIO DA

cARREIRA

pROFISSIOnAloportunidade

Carlos Lins – especial para a Revista Fera!

Ingressar no mercado de trabalho, seja através de um emprego ou de um estágio, é um marco na vida do estudante. Entretanto, o número de vagas oferecidas

a eles são reduzidas e isso levanta as primeiras dúvidas sobre a escolha profissional. “Eu tenho potencial para conseguir um emprego?”, “Vou produzir o suficiente pra ser bem sucedido?”, “Vou ganhar bem?”, “Minha área tem um bom mercado?”, “O que devo ter para me des-tacar e ser contratado?”.

Grande parte dos jovens entra na faculdade sem saber se realmente aquele é o seu lugar, e acabam de-sistindo do curso aos poucos, pois veem que aquela profissão não se adéqua às suas características. Alguns pais fazem imposições às escolhas dos filhos, alegando que a profissão escolhida não será boa o suficiente para

Nem sempre é fácil

conseguir uma vaga de

estágio ou até mesmo de

emprego no setor em que

se deseja atuar. Para isso, é

preciso estar sempre atento

e seguir os conselhos de

pessoas mais experientes

eles. Enfim, as incertezas sobre o caminho que será per-corrido aparecem, às vezes, de forma tão intensa que fazem com que um estudante abandone, até, um sonho de infância.

O tempo em que um curso superior era suficiente para fazer alguém engrenar no campo profissional ficou para trás. Hoje, é comum vermos pessoas com gradua-ções e pós-graduações concorrendo a vagas muito infe-riores aos seus graus de estudo.

A Analista de Seleção e Contratação do CIEE (Cen-tro de Integração Empresa Escola de Pernambuco), Fer-nanda Meirinhos, tem uma tese para essa concorrência: “Isso se deve a demanda de estudantes à procura por vagas de estágio, que é maior que as oportunidades ofertadas. Além disso, abrem-se cada vez mais novas instituições de ensino superior”.

O CIEE oferece vagas tanto para cursos superiores, quanto para cursos técnicos. Do total de vagas disponibi-lizadas, 80% são para estágios de nível superior e 20%, para nível técnico. As vagas do curso de Administração representam 36% das vagas de nível superior, seguido de Ciências Contábeis, 7%, e Pedagogia, 6%. As vagas do curso Técnico em Administração representam 71% das vagas de nível técnico, seguido de Edificações, 7%.

Muitos jovens afirmam que, na hora da entrevista para conseguir um estágio, ficam nervosos. Muitas ve-zes, este nervosismo é um fator crucial para fazê-los per-derem a vaga. “O candidato tem que controlar sua an-siedade, não deve ficar acuado durante a entrevista. Tem que entender que não está ali apenas para responder as perguntas, ele, na verdade, pode até se posicionar sobre determinado ponto de vista,” esclarece Meirinhos.

Os estudantes que estão certos sobre sua área de atuação (humanas, exatas, saúde), mas ainda estão indecisos quanto ao curso que escolherá, devem ob-

Fernanda Meirinhos, analista do CIEE

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servar as oportunidades que são dadas. Para Jéferson Andrade, 23, estudante do 5º período de Odontologia, a área escolhida por ele não oferece muita oportunida-de. “Na minha área, as vagas oferecidas para estagiar são escassas, já sabia disso, porém meu sonho de abrir um consultório odontológico ainda está vivo”, afirmou um empolgado Jéferson.

Uma boa forma de saber sobre o estágio em sua área é consultando os professores acadêmicos de seu curso. Para o Jornalista e Professor Washington Gurgel, o estágio é de suma importância ao estudante. “O estágio é uma extensão prática do que se aprende na faculdade e de fundamental importância para a formação profissional do estudante. Com o estágio, se enfrenta os obstáculos do dia a dia, conhecendo as ferramentas da profissão”, ressalta Gurgel.

Alguns universitários afirmam que não sabem o que fazer para conseguir a tão sonhada vaga. Gurgel afirma que, entre outras coisas, é necessário ter força de vonta-de. “Hoje, o estágio é tão disputado quanto um emprego e, por isso, é preciso que o candidato não desista na pri-meira dificuldade. Em tudo na vida há dificuldade e temos que superá-las. Preparar-se é algo também fundamental, já que o mercado está cada vez mais exigente. Além disso, o aluno deve buscar o que se chama Network, ou seja, uma rede de amigos que estejam no mercado e que possam ajudá-lo na missão de conseguir um estágio. É o famoso ‘Quem Indica’”, brinca o jornalista.

De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Trabalho em 2009, quase metade dos desemprega-dos no Brasil está na faixa etária entre 16 e 24 anos, ou seja, são jovens. Para a já formada em Nutrição, Pryscilla Azevedo, 22, esses dados causam certa preocupação. “O número de vagas na minha área não é grande e,

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Como se comportar nas entrevistas de emprego ou es-tágio:

Antes de ir à entrevista, procure conhecer a instituição que está disponibilizando a vaga. O empregador vai gos-tar de saber que você se interessou em pesquisar sobre a empresa na qual poderá trabalhar ou estagiar.

Não use roupas chamativas ou desconfortáveis. No caso das mulheres, a maquiagem deve ser leve e discreta, sem exageros. Não esqueça: a boa aparência também é uma arma a seu favor.

Falar e escrever de forma errada são pontos negativos no processo de seleção. Evite as gírias.

Tratar os selecionadores como amigos íntimos pode ser uma inadequação. A formalidade só pode ser deixada de lado quando os próprios entrevistadores consentirem. A boa educação é sempre bem-vinda.

A maioria dos empregadores sabe que, no candidato, estará presente algum grau de nervosismo, medo ou an-siedade. Mas é muito importante ter controle emocional e saber superar as dificuldades. Mostre que mesmo sob pressão pode manter a calma e vença a timidez.

Ouça com atenção as orientações e indagações do sele-cionador. Caso não compreenda o que está sendo fala-do, não há problema em pedir que ele repita. Mas não abuse.

Durante a entrevista, tente dar maior ênfase às habilidades que você já sabe que tem e as que acredita que poderá desenvolver com facilidade.

além do mais, geralmente se exige no mínimo seis me-ses de experiência.” Para ela, a conclusão do curso não é o suficiente para ter sucesso em sua profissão. “Esse foi o primeiro passo que eu dei, meu próximo objetivo é conseguir um emprego, passar em um concurso público na minha área, passar na prova de mestrado no fim do ano para, após concluí-lo, começar a dar aulas”, comple-menta Pryscilla.

A pouca idade deve ser vista, na verdade, como uma arma a favor, e não como um empecilho. O dinamismo, a disponibilidade e o anseio de aprender são características comuns nos profissionais que estão dando o pontapé ini-cial na carreira. Esses fatores são extremamente importan-tes no processo de crescimento de uma empresa, seja ela já renomada ou ainda pouco conhecida, por isso o profis-sional jovem é indispensável. Boa vontade nunca é demais, e isso os iniciantes têm de sobra.

Para Pryscilla Azevedo, apenas ter o diploma não basta

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Já se foi a época em que o simples trabalhar com afinco e honestidade era o suficiente para se ob-ter, depois de alguns anos, a independência finan-

ceira tão almejada por qualquer um. Muitas fortunas de hoje assim foram construídas. O Grupo João San-tos e tantos outros nasceram do trabalho de pessoas simples que amavam o que faziam.

Depois, veio a época em que a promoção so-cial dependia da graduação em um curso superior so-mada a muito trabalho (como não poderia deixar de ser). A própria continuidade ou manutenção das for-tunas muito dependeu disso. Temos, como exemplo, o Grupo Votorantim, cuja maior ascensão deveu-se ao estudioso e bem preparado, intelectualmente, An-tônio Ermírio de Moraes. Como também, a queda do império de F. Pessoa de Queiroz, que feneceu por falta de continuidade por pessoas preparadas.

Hoje, a formatura em um curso superior não é o bastante para se galgar uma posição de destaque na sociedade. É preciso saber decidir. As tomadas de de-cisões não dependem simplesmente das informações ortodoxas, aprendidas nos bancos escolares, em um dado curso superior, mas, sobretudo, repousam no vivenciar o diverso e as doutrinas dos saberes atuais.

As ciências sociais, as formaturas específicas e a consciência da prática sustentável são os fatores que vão nortear o desenvolvimento social nesta década e nas futuras. As novas profissões surgirão e o sujeito da epopeia do progresso terá que apresentar esse perfil múltiplo, que exige uma formação com a interdisci-plinaridade necessária para a absorção da evolução científica.

Aprender a debruçar-se no conhecimento e ex-trair dele todo o arsenal de informações que aponta para o que está por vir e antecipa o homem à comu-nhão dos acontecimentos que surgirão no futuro. O

pensar profundo sobre os comportamentos sociais da atualidade e a esquematização das possibilidades do surgimento do novo prestarão grande ajuda ao ser que deseja desenvolver uma atitude criadora.

A especialização convergente cedeu lugar ao ecletismo. A visão do mundo multifacetado exige um preparo diferente daquele que ainda insistem em en-sinar nas escolas de graduação. Não falamos aqui no caleidoscópio dos ensinamentos, que passa em nossa frente como uma revisão, proporcionado pelas “mo-dernas escolas” que visam diplomar a baixo custo. Falamos, sim, da diversidade da informação com suas doutrinas que permitem a consciência dos conceitos e que podem levar o aprendiz a várias saídas nas en-cruzilhadas científicas.

Vislumbrar o futuro e saber como o presente pode chegar lá é, hoje, o grande segredo do saber. O trem está passando, e quem for passageiro cuide em entrar logo para não ficar sem assento. As escolhas de hoje irão, com certeza, ajudá-lo ou persegui-lo por todo o futuro caminhar. Não adianta querer mudar as tendências do mercado, são elas que ditam o que fazer à própria sociedade, que, talvez, pouco entenda que ela mesma foi a causa do acontecer de hoje.

A sorte ou a estrela já não acontece com tanta facilidade. É melhor ter o pé no chão e seguir as or-dens do dia. É necessário buscar, no conhecimento diversificado, que inclui os saberes técnicos, sociais e ecológicos; o desenvolvimento intelectual necessário, nos dias de hoje, para alcançar a independência men-tal e financeira.

Só a visão do mundo pluralista, que hoje se im-põe, levará o homem a perseguir o aprender cons-ciente, sem os engodos que levaram muitos cidadãos a manter seus diplomas escondidos no baú das facili-dades que não garantiam a sustentabilidade.

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pROcURA-SE Um ESpEcIAlISTA

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Wilson José Macedo Barreto. engenheiro, professor de acústica arquitetônica da faculdade de ciências Humanas - esuda. blog: quimera-wilsonmar.blogspot.com

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AlUnOS DA FAScA FASC promoveu aos

seus universitários uma

ida ao Porto de Suape,

ainda no final de 2009.

Hoje, vários projetos sobre

o desenvolvimento do local

já estão sendo colocados em

prática na Faculdade

os Alunos dos Cursos de Administração, Ci-ências Contábeis e Pedagogia da FACULDA-DE SANTA CATARINA-FASC visitaram em

21/11/2009 o Complexo Industrial e Portuário de SU-APE, que fica localizado entre os municípios pernam-bucanos de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho. O complexo é o mais completo pólo para oportunidades de negócios do Brasil, tais como: Operações Portuá-rias, Estaleiro e Indústria Naval, Transporte e Logística, Indústria do Petróleo e Petroquímica, Alimentos – Tri-go, Milho, Soja e Açúcar, Têxtil e Embalagem, Minérios, Montadoras de Automóveis, Termelétricas e Siderúr-gicas e outras. SUAPE é considerado o melhor porto público do Brasil, os investimentos em infraestrutura de SUAPE ultrapassam a marca de R$1,2 bilhão. Os Alunos da FASC tiveram oportunidade de conhecer as áreas do complexo e algumas empresas já instaladas e em implantações, tais como: Moinho de Trigo da Bun-ge, Estaleiro Atlântico Sul, Refinaria Abreu e Lima, Pólos Petroquímicos e Têxteis, Resina Termoplástica PET e outras. Depois da visita ao Complexo, os alunos tive-ram uma palestra com o Dr. Inaldo Sampaio, diretor de Infraestrutura e Gestão Fundiária, no auditório do SESC no Cabo de Santo Agostinho como a presença dos alu-nos, professores das disciplinas de Empreendedorismo, Comércio Exterior, Administração da Produção e Servi-ços, Logística, Economia, Contábeis, Educação e outras

áreas do saber,coordenadores e supervisores dos cur-sos, além da presença do Diretor Geral da FASC Pro-fessor Alexandre Barros que vem estimulando diversas visitas técnicas nos pólos estruturadores do Estado de Pernambuco, visando a interação entre as turmas, além das discussões vivenciadas nas práticas acadêmicas e o intercâmbio com instituições públicas e privadas, ele-vando assim, grau de motivação do corpo discente com as perspectivas de empregabilidade e novos negócios, como também incentivar aos professores aprofundarem nas pesquisas científicas,projetos empresarias,ambientais e sociais junto com o alunado.

A visita contou com a presença dos professores Francisco Valério Alves Filho e Juvenal Valério Alves, superintendentes de SUAPE que nos acompanharam e intermediaram nesta visita. Na parte da tarde visita-mos e participamos de uma palestra campal proferida pelo Professor e Historiador Valter Portela no Engenho Massangana , que fica dentro da área do complexo de SUAPE em Ipojuca, onde viveu Joaquim Nabuco.

A partir do conhecimento e visita ao complexo, como porto internacional concentrador de cargas para toda a América Latina, e demais continentes, vários tra-balhos e projetos estão sendo desenvolvidos por estu-dantes e professores da FASC com o objetivo de parti-ciparem do crescimento e desenvolvimento da região, com propostas inovadoras e permanentes.

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Historicamente as instituições de ensino superior são espaços para discussões de modelos mais justos de sociedade. Atualmente, essas instituições estão cada

vez mais envolvidas na construção de novos paradigmas. Sua atuação e função social não ficam mais restritas à sala de aula. Estão ganhando as ruas em projetos e ações que transformam realidades e apontam novas opções de futuro, com o aval e a participação, muitas vezes voluntária, dos alunos. O conceito que está por trás dessa transformação é o de responsabilida-de social – as chamadas “ações conscientes”, que respeitam as necessidades do meio-ambiente e da comunidade. Ao tratar a questão da responsabilidade social das IES, muitas ve-zes os gestores universitários acabam confundindo-a com as atividades meramente de cunho comunitário, as chamadas ações comunitárias ou formas de intervenção social. Essas ações também constituem ações de responsabilidade social. Entretanto, a responsabilidade social das IES transcende as ações meramente intervencionistas na comunidade.

A missão primacial das IES consiste na transmissão de conhecimento para formar e capacitar os recursos humanos necessários para o desenvolvimento do país. Falar da res-ponsabilidade social das IES significa falar do compromisso permanente que elas têm de cumprir sua missão: garantir boa qualidade no ensino proposto para os cidadãos que con-tratam os serviços educacionais por elas oferecidos.

Com efeito, a principal forma de responsabilidade so-cial das IES constitui o oferecimento de educação de qua-lidade. As ações que intervêm na comunidade são formas secundárias de responsabilidade social das IES, e somente possuem sentido se direcionadas para atingir a missão prin-cipal: transmitir conhecimento de qualidade para formar e capacitar os recursos humanos, as cabeças pensantes, os humanos necessários para o desenvolvimento do país.

Além do ensino de qualidade, a responsabilidade so-

cial das IES “consiste na transparência e na ética nas suas relações, no respeito à diversidade, nas boas condições de trabalho, no respeito às normas democraticamente estabe-lecidas. A IES socialmente responsável é aquela que assu-me um novo papel social diante das crescentes demandas sociais, ouvindo todos aqueles que são responsáveis por sua existência, manutenção e continuidade: o estado cre-denciador e fiscalizador de suas ações, seus alunos, as famí-lias, seus docentes e funcionários e as comunidades direta ou indiretamente abrangidas pela sua práxis pedagógica e que, no seu projeto político pedagógico, adotem “estra-tégias pedagógicas que valorizem, durante a formação de seus alunos, atributos tais como autonomia, participação, solidariedade, empreendedorismo, responsabilidade com a vida comunitária, sensibilidade a demandas e necessidades de grupos específicos, capacidade de criação e adaptação a novas situações, desenvolvimento de habilidades de autoa-prendizagem, utilização ética de tecnologias e possibilidade de colaboração na melhoria da qualidade de vida global da comunidade, na busca da construção de uma sociedade sustentável, na qual a cidadania é um pressuposto básico”, (Melasso, 2005).

O tema responsabilidade social das IES é tão importante que já se transformou em política de Estado. Na Lei do Sis-tema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) - Lei 10.861/2004, a responsabilidade social atua como um dos princípios e, também, como uma das dimensões. Por fim, registre-se que “a grande responsabilidade social das IES, mais do que simplesmente formar profissionais para o mercado, realizar projetos de extensão ou gerar novos conhecimentos, está centrada em colaborar na formação de pessoas que te-nham consciência do seu papel no contexto social e utilizem o seu potencial criativo na transformação da realidade em que estão inseridos, na busca do bem comum”.

artigo

RESpOnSAbIlIDADE SOcIAl DAS InSTITUIçõES DE EnSInO SUpERIOR

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Janguiê Diniz – presidente do Grupo universitário maurício de nassau. [email protected]

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“CASA-GrAnDE & SEnzALA”, “SOBrADOS E MUCAMBOS” E “OrDEM E PrOGrESSO”

“Eu não poderia indicar apenas um livro, e sim uma trilogia do grande escritor Gilberto Freyre. A primeira obra, Casa-Grande & Senzala, retrata as origens da sociedade brasileira vista através do cotidiano de uma casa senhorial. A se-gunda, chamada Sobrados e Mucambos, fala da mudança ocorrida no Brasil, quando os escravos foram libertados, e, em contrapartida, não tinham meios para sobreviver. A terceira e última (Ordem e Progresso), discorre sobre a transição do regime monárquico para o republicano que aconteceu no país.”

Josué mussalém, consultor e economista

“E O VEntO LEVOU” (GOnE With thE WinD)

“Foi um dos primeiros filmes que assisti na minha vida. Apesar de já tê-lo visto várias vezes, sinto que a cada ano ele se torna mais real e fascinante. O clássico escrito por Margaret Mitchell é de 1939 e narra a história de Scarlett O’Hara, filha de um imigrante irlandês que se transformou em um rico fazendeiro no sul dos Estados Unidos durante a guerra civil americana. O final é inesperado e bastante emocionante. Não é à toa que esta é considerada uma das melhores produções de todos os tempos.”

J. michilles, graduado em História pela Universidade Católica de Pernambuco-Unicap e compositor

“A PAixãO SEGUnDO G.h.”

“Sem sombra de dúvidas, é um dos livros mais lidos de Clarice Lispector. No enredo, uma mulher identificada apenas pelas iniciais G.H. demiti sua empregada e tenta limpar o próprio quarto, relatando a perda da individualidade e o início de um complexo processo de reflexão após ter matado uma barata na porta de um guarda-roupa. Depois de ler a narrativa, fica fácil entender porque Clarice é tão impor-tante para a literatura brasileira e alvo de tantas pesquisas, dissertações e projetos de mestrado.”

carlos benevirdes, jornalista e professor da Universidade Católica de Pernambuco – Unicap

indicações

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luciano gouveiamarketing

DIFEREncIAIS pARA O mERcADO

Gerente comercial da faculdade IbGm - Instituto brasileiro de Gestão & marketing e-mail: [email protected]

A rapidez com que ocorrem as relações comerciais nos faz pensar em algumas situações estratégicas, a fim de se preparar e agir de maneira aperfeiçoada e dirigida no atendimento ao cliente

Como Identificar as várias oportunidades de encan-tar o consumidor moderno? Como podemos agir? Então. Ser um bom ator pode lhes trazer ótimos resultados em suas vendas.

Cada detalhe do negócio é uma parcela de colabo-ração e causa um efeito particular sobre o cliente, que se comporta favoravelmente ou não mediante os fatos. A meta é a satisfação, que “consiste na sensação de prazer ou desapontamento resultante da comparação do de-sempenho (ou resultado) percebido de um produto em relação às expectativas do comprador”. O marqueteiro Philip Kotler mostra bem isso. O consumidor é atraído pelo bom emprego de atuar com sinais e técnicas que o vendedor apresenta.

Ao tratar sobre o relacionamento humano, espe-cialmente o comercial, os profissionais deste setor devem lembrar que não se trata apenas de utilizar a técnica ade-quada de vendas (quando a possuem!). Ela ajuda, mas não é suficiente para tocar no íntimo do consumidor e influenciá-lo no ato da compra, quão menos fidelizá-lo. Por isso as empresas especializadas em transformar pro-fissionais diferenciados para o mercado vêm em busca de inovar cada vez mais, como é o curso de teatro, tv e artes cênicas.

Segundo especialistas, essa demanda aumenta dia a dia, o conhecimento mais aprofundado a respeito das pessoas, além de traquejo adquirido pela experiência em vivenciar nas platéias junto ao publico, essa tendência vem mostrar o método que utiliza o corpo e a voz para representar personagens, transmitindo ao público idéias, sentimentos e emoções.

O corpo fala, a plateia fala, nossos clientes também falam, eles tem a possibilidade de aumentar a desenvoltu-ra pessoal como em peças teatrais, filmes e telenovelas, assim como os demais atores profissionais, ele ainda pode fazer ótimos resultados em suas vendas. Este profissional também está apto a escrever e dirigir peças teatrais, bem como produzir e montar o próprio espetáculo.

Esses cursos na verdade é bem aceito como ferra-menta, dentro desta ótica a percepção atual passa a exigir

dos profissionais a apresentarem uma postura e que adotem estratégia de inovação constante no intuito de atuarem como se fossem verdadeiros atores, demons-trando e empolgando seus clientes.

Para os grandes gurus da administração, como exemplo Peter Drucker, Michael Porter, as empresas para sobreviver deverão lastrear suas atividades na infor-mação, tendo em vista profissionais diferenciados.

Cursos como estes (artes cênicas, teatro) entram como ferramentas atualíssimas para este milênio, passou dos trabalhadores manuais para os trabalhadores intelec-tuais e teatrais. O crescimento empresarial não está mais baseado nos músculos, mas sim na mente e desenvoltu-ras profissionais (mix pessoal). É dentro desta visão que a INTELIGÊNCIA COMPETITIVA passa a ser estratégica.

O CURSO – Esse é um curso com muitas aulas práticas. Já no primeiro período você tem de fazer uma apresentação pública. Também constam no currículo consciência corporal criação do personagem, expressão corporal, musical e vocal, improvisação e interpretação cênica para TV. A base teórica fica por conta das aulas da história do teatro brasileiro, contemporâneo e moder-no, além de teoria teatral. Como trabalho de conclusão de curso, o aluno participa da montagem de um espetá-culo, orientada por um professor. Usar técnicas e cursos jamais usados nos métodos tradicionais, traz vantagens significativas em resultados em todos os aspectos tanto para o lado profissionais quanto pessoal.

Por esta razão a Inteligência Competitiva não é uma função e sim um processo, visando fornecer aos gestores suporte na tomada de decisão e persuasão.

A inteligência competitiva constitui então uma co-leta ética e o uso da informação pública disponível sobre tendências, eventos e atores fora das fronteiras da em-presa. Estudos fazem considerar que os nossos clientes, fornecedores e outros parceiros possuem pretensões importantes que precisam ser consideradas, às vezes até mesmo no inconsciente. Por isso neste novo cenário, “quem vai ser o próximo a atuar” Ação! F!

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sétima arte

Aconteceu, na noite do último dia 7 março, a ce-rimônia do Oscar (a maior premiação da indústria cine-matográfica) que, além do glamour de astros e estrelas e todo o frenesi em torno dos possíveis vencedores, é o ápice de um dos mais rentáveis gêneros de negócios: o mercado de entretenimento. Acredita-se que os núme-ros chegam a mais de 30 bilhões de dólares por ano (só em bilheteria), e a geração de empregos em torno do cinema aponta que esse é um mercado em plena as-censão.

Nessa 82° edição, a disputa não era apenas em busca do melhor filme. Todo um questionamento entre filmes super produzidos (Avatar que custou 500 milhões de dólares) e produções bem mais modestas (Guerra ao Terror e seu orçamento de 11 milhões de dólares) re-flete um novo momento da indústria quanto aos rumos para o qual esse mercado está se direcionando. Mesmo diante das novas tecnologias e de todo o apelo comercial de Avatar, um filme como Guerra ao Terror, por ter sido considerado o melhor da temporada, deve representar a recuperação da valorização da estrutura clássica do ci-nema enquanto documento ou expressão da sociedade.

Para quem gosta ou trabalha com cinema, o Oscar é uma grande vitrine, pois, todo o direcionamento do mercado audiovisual acaba sofrendo influências diretas

desse prêmio. Afinal, atores, diretores, produtores, ro-teiristas... e todos os que integram essa enorme cadeia produtiva do cinema acabam sendo revelados ou valori-zados a partir de um evento como esse. Este ano, houve, inclusive, o reconhecimento, pela primeira vez, do tra-balho de uma mulher à frente de uma direção (Kathryn Bigelow, por Guerra ao Terror). E não se trata apenas de uma questão de gênero, e sim de talento, que certamen-te terá reflexo, daqui por diante, nos jovens estudantes de cinema, entre os quais as mulheres já representam mais de 60 % dos alunos.

Um dos discursos de agradecimento mais inte-ressantes, desta edição, foi do diretor musical do filme UP – Altas Aventuras (que também levou o prêmio de melhor animação), Michael Giancchino. Ele agra-deceu aos pais por não terem achado que ele era louco quando, ainda criança, disse que queria fazer cinema. E dedicou a estatueta aos meninos criativos do mundo que também querem fazer cinema. Com isso, é inevitável imaginar a quantidade de jovens que se sentiram confortados com essa declaração de um menino que deu certo em Hollywood. E talvez isso incentive o surgimento, a cada ano, de novos cursos e oficinas de cinema e o crescimento de um merca-do de trabalho promissor.

OScAR 2010 – UmA AnálISE DO mERcADO E DOS gRAnDES vEncEDORES DO cInEmA !

Silvana Marpoara -Jornalista, produtora cultural e profª. dos cursos de Cinema Digital e Jornalismo. Colunista de Cinema da Rádio CBN RECIFE (quintas, 15h30, 90.3) [email protected]

Guerra ao terror

Kthryn Bigelow

Avatar

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O cinema tem a capacidade de aliar diversas ativida-des como: jornalismo, publicidade, turismo, administra-ção e tantas outras áreas de atuação. E foi um jornalista o vencedor na categoria melhor roteiro (Mark Boal, por Guerra ao Terror) e uma escritora, até então desconhe-cida, que levou o Oscar de melhor roteiro adaptado, Geoffrey Fletcher (Preciosa). As estatuetas de melhor direção de arte, efeitos visuais e fotografia foram dadas ao grande favorito da noite, Avatar, que só ganhou três das nove indicações. Essas categorias são res-ponsáveis pelo recente interesse de novos profis-sionais do audiovisual, formando uma nova geração de artistas que se preocupam desde um detalhe do figurino e do cenário até a melhor imagem ou ângulo captados pelo filme.

Mas é nas categorias de atuação que, mais uma vez, o Oscar se consagra. Afinal, do que adianta um fil-me bem escrito, cuidadosamente produzido e corre-tamente dirigido se no quesito interpretação o trabalho não é igualmente valorizado? Através disso é possível analisar a importância interdisciplinar que o cine-ma exerce, pois, todo bom ator traz na sua for-mação as bases do teatro, da música e da dança. Em 2010 será impossível discordar dessa pre-missa que resultou nas premiações de Sandra Bullok (melhor atriz por Um Sonho Possível), Jeff Bridges (melhor ator por Coração Louco) e ainda Mo´nique (melhor atriz coadjuvante por Precio-sa) e Christoph Waltz (melhor ator coadjuvante por Bas-tardos Inglórios).

Das 24 principais categorias do Oscar, ainda pode-mos citar alguns vencedores: melhor filme estrangeiro

(O Segredo dos teus Olhos, excelente representante do atual cinema argentino); melhor documentário (The Cove, sobre a matança de golfinhos no Japão) e ainda melhor maquiagem (Star Trek) e melhor figurino (A Jo-vem rainha Vitória). O importante é saber que – enquan-

to indústria – o cinema vai muito bem. O mesmo podemos afirmar sobre a arte cinematográfica, que cada vez mais se expande aos filmes produzidos

fora do eixo americano, como, por exemplo, as recentes produções latinas, espanholas e até de países da Ásia e do leste europeu.

Quanto ao Brasil, infelizmente não temos conseguido emplacar uma produção nas recen-

tes edições do Oscar, o que certamente, só aju-daria a expor ainda mais o cinema feito por aqui. Pois, o cinema brasileiro é internacionalmente re-conhecido quando, além da excelente aceitação do público interno, participa de premiações em festivais e mostras. O atual cinema brasileiro nada mais é do

que a síntese do momento de produção audiovi-sual pelo qual estamos passando e que só tem a desenvolver e ganhar novos adeptos.

Por isso, há grande importância na for-mação dessa nova geração de profissionais

do cinema e da qualificação desses ope-rários da sétima arte. Afinal, mais do que

entretenimento, cinema é um grande negó-cio e é preciso estar preparado para fazer parte dele. Se Hollywood é a grande escola, vamos aprender com eles. E se a consagração é o Oscar, que estejamos preparados para concorrer e ganhar muitos deles... Bons filmes e até a próxima edição.

UP - Altas aventuras

Sandra Bulock

Jeff Bridges

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FONTE: www.fundarpe.pe.gov.br / www.fundaj.gov.pe / www.ucicinemas.com.br / www.nossadica.com / www.bacurau.com.br

CinEMA

Alice no país das Maravilhas – Estreia – 02 de abrilCom o orçamento estimado em US$ 250 milhões, chega aos cinemas a adaptação da obra clássica de Lewis Carroll, “Alice no país das maravilhas”. O filme conta as aventuras da jovem Alice, que cai em um mundo mágico cheio de per-sonagens estranhos e obscuros. Com projeção em 3D, a superprodução faz uma mistura de atores e animação. O elenco conta com a atriz australiana Mia Wasikowska, que vai estar no papel principal, Johnny Depp, interpretando o Cha-peleiro Maluco, Anne Hathaway como a boazinha Rainha Branca e Helena Bonham Carter, a malvada Rainha Verme-lha. Infantil / Livre / 108 min.

homem de Ferro 2 – Estreia – 30 de abrilRobert Downey Jr. interpreta mais uma vez Tony Stark, o Homem de Ferro. Agora acompanhado do herói vivido por Don Cheadle chamado Máquina de Combate, Stark enfren-tará os vilões Chicote Negro (Mickey Rourke) e a superes-piã soviética Viúva Negra, encenada por Scarlet Johansson. Baseado na história em quadrinhos criada por Stan Lee, o personagem principal já não tem a sua identidade mantida em sigilo, e por isso ainda vai precisar encarar, além de seus perigosos inimigos, problemas com o governo americano. Aventura / 12 anos / 126 min.

robin hood – Estreia – 14 de maioO lendário canastrão do folclore inglês vai ganhar mais uma personificação, dessa vez na pele do renomado ator Russel Crowe. A história contada por Ridley Scott mostrará a vida do habilidoso arqueiro, que tenta, ao mesmo tempo, con-quistar seu grande amor e combater a corrupção. Diante de uma Inglaterra vulnerável a ameaças externas e devastada após vários anos em guerra, Robin e seus amigos convocam uma gangue de aventureiros mercenários para se juntar a eles, a fim de proteger o país e vencer as injustiças praticadas pela nobreza da época. Ação / 12 anos / 148 min.

tEAtrO

5 Minutos Para Blackout Espetáculo de dança contemporânea que trata do ho-mem atual, sua velocidade, seu momento instantâneo. Emoções e desejos permeiam as coreografias divididas em quadrantes que descrevem a existência humana na trajetória da vida até a morte, na perspectiva de um dia (24 horas) e sua relação com o tempo/espaço. Nos dias 14 e 15, no Teatro Barreto Júnior, respectivamen-te às 19h30 e 20h a primeira sessão é voltada apenas para estudantes da rede pública municipal de ensino, através de uma parceria com o projeto Educação para o Teatro. A segunda é aberta para o público em geral. Ingressos a R$ 15 e R$ 7,50. Nos dias 28 e 29 de abril ocupa o palco do Teatro de Santa Isabel, sessões às 20h, e ingressos a R$ 15 e R$ 7,50. Realização: Acupe Grupo de Dança. Informações: [email protected]

ShOW

Semana Santa de Gravatá 2010Os baladeiros de carteirinha já podem confirmar presença na Semana Santa de Gravatá, que vai acon-tecer na Villa da Serra. A festa será realizada a partir das 16h nos dias 2 e 3 de abril, atraindo milhares de pessoas que desejam aproveitar o clima agradável e aconchegante da cidade, além de, é claro, curtir os seus shows preferidos. Artistas como Ivete Sangalo, Asa de Águia, Aviões do Forró e Zezé di Camargo e Luciano são apenas algumas das atrações que vão fazer a alegria dos expectadores. sexta-feira - 02/04: Ivete Sangalo, Exaltasamba, Garota Safada e Bichinha Arrumada. sábado - 03/04: Asa de Águia, Zezé di Camargo e Luciano, Aviões do Forró, Excesso de Bagagem e Amigos Sertanejos.

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doloRes oRangerodapé

revisora de textos da revista fera!e-mail: [email protected]

Acredite: o desenvolvimento das habilidades da escrita não exige um pedacinho do seu cérebro, apenas requer prática, leitura e alguns bons conhecimentos sobre como estruturar um texto

Queridos, vamos refletir um pouco sobre o ensino da nossa língua materna. Lá na escola, vocês passaram um pouco mais de uma década dentro da sala de aula de português (alguns leitores ainda estão dentro dela) diante do quadro cheio de frases soltas ou de fichas repletas de exercícios para identificar, por exemplo, se aquela palavrinha tal é adjunto adnominal ou complemento nominal. No meio do caminho, os professores eram gentis e cediam, então, algumas fór-mulas mágicas de como identificar cada “item” da ora-ção. Com esforço, dedicação e muita paciência, vocês ficaram experts em dissecar uma frase: o sujeito, a tran-sitividade do verbo e seus complementos, e todos os demais termos, que algumas gramáticas, injustamente, definem como parte acessória da língua.

Assim, depois de tantos anos nesse exercício de dissecação, os alunos mais pacientes viraram peritos na anatomia da língua portuguesa. Mas o corpo da língua é sempre analisado friamente, sem qualquer contato com a sua forma viva, em ação. Fica a pergunta: quan-to, na prática, esse conhecimento é importante? Pera aí, uma pergunta melhor: por que um aluno (perito) do último ano do colegial, por exemplo, ainda enfren-ta grandes dificuldades para escrever um texto formal? Na hora de organizar as ideias no papel, o aluno sente uma tremedeira nas pernas e o suor, logo, logo, come-ça a escorrer da testa – o conhecimento da anatomia da língua, infelizmente, parece não ajudar muito.

E, na prática, não ajuda mesmo. Grande parte das aulas de português se reduz à análise de fragmentos de texto, que mais parecem peças de um enorme que-bra-cabeça que nunca é, devidamente, montado. O aluno nada em meio às frases soltas (descontextuali-zadas) e às nomenclaturas da gramática, sem avistar a terra firme da escrita, ou seja, sem desenvolver a sua competência para a produção de textos. E assim o alu-no segue a vida escolar sem contato efetivo com textos inteiros (aqueles que são lidos – e estudados - do início

ao fim) – o que implica dois grandes problemas: a falta de incentivo à leitura e, como já foi dito, o subdesen-volvimento da competência textual e comunicativa.

Além da ausência de textos na aula de português, a prática da redação ocupa muito pouco espaço dentro do currículo de ensino de língua. O aluno, então, vê-se duplamente atado: pouco lê e pouco pratica a escrita dentro da escola. Eis as razões que podem explicar um pouco a dificuldade que muitas pessoas encaram na hora em que são “exigidas” a escrever. Esses alunos de hoje serão os adultos do futuro que, possivelmente, terão problemas com a construção de textos formais, já que a experiência escolar não os impele a um cami-nho diferente, no qual o contato com a escrita se dê de forma intensa, crítica e produtiva.

Se você se enquadra entre o grupo dos que pa-gam os pecados da escola que não prepara bem o aluno para o pleno desenvolvimento das habilidades da escrita, não se desespere – há sempre tempo para aprender. Na verdade, há sempre tempo para criar como hábito a leitura e a escrita. Vou jogar na mesa uma carta velha e bem conhecida de todos: a escrita é uma prática em completa associação com a leitura, uma não existe sem a outra – elas formam a única alma gêmea que acredito. Portanto, se você está interessa-do em ampliar sua competência para a elaboração de textos escritos, desconfie de alguns métodos (ou fór-mulas) redacionais que você adquiriu na escola e os reavalie.

Não sabe como analisar os seus próprios mé-todos? Então fique sempre atento a esta coluna e ao portal Fera!, porque eu me comprometo, ao longo do ano, a ajudá-los a amar com fervor a escrita, desde aquela introdução cabulosa até a etapa de revisão do próprio texto. Logo mais, vocês ultrapassarão o cargo de perito e, então, conhecerão uma língua muito mais viva e dinâmica do que aquela apresentada no frio e branco quadro da sala de aula. Até breve! F!

REFlExãO SObRE AS pOSSívEIS RAíZES DOS pROblEmAS cOm A EScRITA

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