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EXCLUSIVO: EM ENTREVISTA, FRANCISCO BALESTRIN DETALHA O NOVO PROGRAMA DA ANAHP INDÚSTRIA NACIONAL EXPÕE AS DIFICULDADES DE CRESCER E INOVAR EM UM SETOR CADA VEZ MAIS COMPETITIVO O PRESIDENTE DA FENASAÚDE E DA BRADESCO SAÚDE, MARCIO CORIOLANO (FOTO), ANALISA ALTERNATIVAS PARA ATENDER A DEMANDA DA SAÚDE SUPLEMENTAR FOTO: LUCIANA AREAS IT MÍDIA DEBATE CRESCIMENTO EM PAUTA

Revista FH - Ed. 208

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A REVISTA DE GESTÃO, SERVIÇOS E TECNOLOGIAS PARA O SETOR HOSPITALAR - Ano 20 • Edição • 208 • Fev de 2013

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EXCLUSIVO:EM ENTREVISTA, FRANCISCO BALESTRIN DETALHA ONOVO PROGRAMADA ANAHP

INDÚSTRIA NACIONAL EXPÕE AS

DIFICULDADES DE CRESCER E

INOVAR EM UM SETOR CADA

VEZ MAIS COMPETITIVO

O PRESIDENTE DA FENASAÚDE E DA BRADESCO SAÚDE, MARCIO CORIOLANO (FOTO), ANALISA ALTERNATIVAS PARA ATENDER A DEMANDA DA SAÚDE SUPLEMENTAR

FOTO: LUCIANA AREAS

IT MÍDIA DEBATE

CRESCIMENTOEM PAUTA

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fevereiro de 2013 • fH 208

editorial

CoNeXÃo SaÚde WeB

PoNto de ViSta FH pergunta: como se preparar para ganhar o selo de qualidade do programa Qualiss, da aNS?

eNtre eloSa parceria do Hospital Mãe de deus e a Prefeitura Municipal de Porto alegre

it MÍdia deBateNo descompasso da competição: a indústria nacional afirma não aproveitar todo o potencial de expansão devido aos entraves públicos

SaÚde BUSiNeSS SCHool a importância de uma análise de risco nas estratégias de crescimento das organizações

SaÚde CorPoratiVaalerta no ambiente de trabalho: doenças mentais preocupam as lideranças

oPeradoraVitallis foca na rede própria para financiar sua operação e alavancar recursos

HoSPitalSocor aposta no Business Process Management (BPM) como condutor de uma nova gestão

Na BaGaGeM em istambul, com Cícero Urban, do Hospital Nossa Senhora das Graças (Pr)

MediCiNa diaGNÓStiCaUddo se posiciona cada vez mais na área de medicina nuclear. empresa realiza em média 55 mil exames por ano

liVroS

MUNdo aForaMark Blatt, da intel, analisa a combinação da nuvem com o acesso em tempo real a sistemas integrados com dados de pacientes SHoWrooM

teCNoloGia Com muita consciência, o Hospital das Clínicas/FMUSP dá o primeiro passo rumo ao modelo cloud computing PaPo aBertorumo à saúde digital

PeNSadoreS Francisco Balestrin, presidente do conselho da anahp, relata a

desorganização e a imaturidade da gestão hospitalar

PerSoNalidadeSMarcio Coriolano, da

FenaSaúde, e sua visão sobre a preparação das

operadoras para um mercado mais acirrado

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Maria Carolina BuritiEditora da revista FH

IMPACTOINVISÍVEL

Você conhece alguém que sofre de depressão, estresse ou outra doença ligada à Saúde Mental? A reposta para pergunta acima será sim, na maior parte das vezes. Agora, quantos colegas de empresa você sabe que possui esses distúrbios? E indo mais longe, quantos você tem conhecimento de que o distúrbio está ligado ao ambiente de trabalho? Difíceis de diagnosticar, os problemas de saúde mental de ordem ocupacional causam grande impacto nas contas das empresas e do País. Segun-do dados do Ministério da Previdência, em 2011, os números de pessoas que receberam o auxílio doença ocupacional ul-trapassaram 12 mil. A conta é alta, e se pensarmos naqueles profissionais que ainda não foram afastados das empresas e, por isso, continuam trabalhando e utilizando o plano de saúde, o número de doentes será bem maior. E, para a empre-sa, essas pessoas que entram na condição de presenteísmo e absenteísmo geram um impacto também na produtividade.Nesta edição trazemos uma reportagem que aborda, justamen-te, essa situação e como as empresas podem atuar no combate aos problemas de saúde mental adquiridos ou não no ambiente de trabalho. As pessoas trabalham cada vez mais em busca de um alto desempenho e em condições que, muitas vezes, lhe custam à saúde. Tais condições podem contribuir para o desenvolvimento de um distúrbio ou transtorno mental, mas, logicamente, ele pode ter uma outra origem, o que também impactará as empresas e o sistema. Esse é um alerta para o qual as companhias de um modo geral devem estar atentas. E quando o negócio é saúde, as organizações que atuam neste

setor têm obrigação de proporcionar um ambiente saudável para os seus profissionais.Outro exemplo de como os problemas de Saúde Mental po-dem impactar o sistema e a sociedade como um todo está na seção “Entre Elos”. A reportagem mostra uma parceria entre o Sistema de Saúde Mãe de Deus e a prefeitura municipal de Porto Alegre para a gestão de um Centro de Atenção Psicosso-cial Álcool e Drogas (CAPS-AD). O custo anual da unidade se aproxima a R$ 1 milhão. O recurso empregado no tratamento dos dependentes químicos tem surtido resultados positivos, mas chamo atenção para o que é empregado em prol dos tra-tamentos ligados à Saúde Mental.Claro, que os investimentos tanto da parte do Sistema Único de Saúde e da Previdência como das empresas que arcam com esses recursos são legítimos, e isso é incontestável. Mas também é fato que muito disto poderia ser evitado. No caso das organizações, ações e programas de prevenção e um olhar mais atento do gestor podem, sim, fazer a diferença. Mas vale lembra que, tanto as ações dentro das empresas quanto fora delas fazem parte de um esforço coletivo, dos empresários, do Governo e todos da sociedade.Veja também, a entrevista com Francisco Balestrin, da Anahp, Marcio Coriolano opina sobre a saúde suplementar e a cober-tura do IT Mídia Debate sobre o Complexo Industrial da Saúde.

Boa leitura!

Foto: Bruno Cavini

EDITORIAL

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FH | CONEXÃO SAÚDE WEB

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Limitado

O Projeto de Lei 4542/12 proíbe estran-geiros (pessoas físicas ou jurídicas) de se-rem sócios majoritários em operadoras de planos de saúde nacionais. Segundo a proposta, a participação desses capitais nas empresas do setor deverá ser apro-vada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Fusões e Aquisições

A Axismed é adquirida pela Telefónica Digital, braço global de inovações digitais da operadora. O negócio permitirá ao Grupo Te-lefônica acelerar o desenvolvimento de uma proposta completa de serviços no mercado brasileiro de e-health. O atendimento aos pa-cientes passará a contar com uma plataforma multicanal para o contato com os usuários.

Fernando VC De Marco é o novo diretor geral do Hospital viValleO Hospital viValle anuncia Fernando VC De Marco, atual Diretor Médico da instituição, como novo diretor geral. O executivo é formado em medicina pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, e fez a residência médica na Universidade Federal de São Paulo.

Unimed Paulistanacorta CEO e reduz diretoriaA Unimed Paulistana demitiu o CEO Maurício Neves para dar início a um processo de reestruturação, em um ano marcado por dificuldades no relacio-namento com a agência reguladora e problemas financeiros. Por decisão da Diretoria Executiva e do Conselho de Ad-ministração, o cargo de CEO foi extinto.

VAIE

VEM

CURTAS

O Grupo Fleury e a Odontoprev informaram

que a operação de aquisição do Grupo Papaiz, anunciada em 28 de setembro de 2012, foi concluí-da. O negócio foi aprovado pelo

Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade),

sem restrições.

Você sabia? Toda vez que você ver estes íconespode acessar nosso portal e consultar fotos, vídeos e podcasts

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Edson Bueno compõe conselho do Bankof America Global Advisory CouncilO Bank of America anunciou a formação do Bank of America Global Advisory Council (Conselho Consultor Global), com a nomeação de 13 líderes de renome internacional nos setores acadêmico, de negócios e de política pública, entre eles Edson Godoy Bueno - presidente e CEO da Amil Participações S.A., e diretor do Conselho da UnitedHealth Group.

Diversidade Assistencial

A Beneficência Portuguesa de São Paulo estuda diversificar seu modelo assistencial e ge-rir as chamadas Organizações Sociais de Saúde (OSS). De acordo com Fábio Tadeo Teixeira, que desde novembro de 2012, assumiu interinamente a superintendência da instituição, com a saída de Luiz Koiti, o hospital tem todas as características para se tornar uma OSS.

Parceria

O Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos e o grupo Omint anunciam acordo para expandir o atendimento nos serviços médicos prestados no hospital. Com objetivo de melhor atender seus clientes, foi consolidada uma parceria que amplia-rá o atendimento para os usuários do Grupo Omint.

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Estudo da Roland Berger indica que a indús-tria farmacêutica está sofrendo um encolhi-mento considerável nas margens de lucro por conta do aumento de preço, da pressão de custos e, principalmente, das mudanças regulatórias e das patentes vencidas. De todos os participantes da pesquisa, 78% entendem que as empresas farmacêuticas devem ajustar seus modelos de negócios para atender às novas exigências do merca-do. Isso inclui o forte investimento nos mer-cados emergentes de alto crescimento, que devem compor cerca de 40% do mercado farmacêutico mundial até 2016.

NÚMEROS

O Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, anuncia a ampliação e modernização da área cirúrgica. O plano posto em prática recebeu investimentos de R$ 10 milhões e faz parte da estratégia de expansão da instituição que começou a ser implementada em 2011, com projeção de aplicação total de R$ 320 milhões

Salário reajustado em

O piso salarial dos médicos foi reajustado em 6,10%, passando para R$ 10.412 por 20 horas semanais de trabalho. A Federação Nacional dos Médicos (Fenam), entidade que faz o reajuste anualmente, disse que esse valor deve orientar as negociações coletivas dos sindicatos

A quarta edição do FOCO – Saúde Suplementar traz dados de setembro de 2012 e revela que a taxa de cobertura de planos privados de assistência médica no Brasil corresponde a 25,1%

Fonte: ANS

7%

população incorporada ao mercado de saúde

Em

10 anos

53,6%

43,5%42,8%

São Paulo

Belo Horizonte

Rio de Janeiro

Índice de cobertura assistencial:

Recuperação do PIBno 3º trimestre de 2012

0,6% 0,7%

Redução do índice de serviços laboratoriais e hospitalaresno 3º trimestre de 2012

2,04% 1,01%

25,1%planos privados

R$ 10 milhõesem ampliação e modernização

R$ 10,4 mil

Países emergentes devem compor

40% do mercado farmacêutico mundial

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MÉDICO HOSPITALISTAGuilherme Brauner BarcellosO Boeing 787 e a SaúdeEspecialista fala sobre os problemas do Boeing 787 Dreamliner e suas lições sobre a terceirização/fragmen-tação da produção e “relações muito amigáveis entre reguladores e regulados

SAÚDE CORPORATIVAAlberto OgataAs autogestões de saúde são alternativas viáveis no Brasil?Blogueiro fala do grande movimento de concentração no mercado da saúde no Brasil, com operadoras, hospitais, centros diagnósticos sendo controlados por grupos finan-ceiros importantes. Neste contexto, para ele é cada vez mais imperativo que as empresas passem a inserir a saúde como um elemento estratégico em suas organizações

POLÍTICAS DE VIGILÂNCIA SANITÁRIARoberto LatiniA Tragédia de Santa Maria / RS e os Marcos RegulatóriosAutor chama a atenção para o ocorrido em Santa Maria. Para ele, é a concretização do caos regulatório em que vive mergu-lhado o Brasil. “O Brasil tem uma tradição maldita de regula-mentar tudo, no nível máximo, e depois não controlar nada. E quando os acidentes acontecem, a culpa é sempre do outro”

LEAN NA SAÚDEFlávio BattagliaOportunidades para novos investimentosArtigo analisa a importância de antes de começar a bater estacas colocar as muitas cabeças para pensar, planejar com cuidado, considerando múltiplas alternativas e aprendendo a ouvir atentamente as diferentes perspectivas e pontos de vistas

BLOGS Leia e discuta com nossos colaboradores os assuntos mais quentes do mês:www.saudeweb.com.br/blogs

A FH TEM-SE MOSTRADO DE ENORME IMPORTÂNCIA PARA OS QUE SE PREOCUPAM COM A VANGUARDA NA GESTÃO DE EMPRESAS DO SEGMENTO, QUE É EXTREMAMENTE CARENTE DE PROFISSIONAIS E EXECUTIVOS EM TODOS OS NÍVEIS. MAIS AINDA, PROCURAMOS PESSOAS QUE PENSAM O SETOR, CONSEGUINDO TRAÇAR CENÁRIOS, FAZER PROPOSIÇÕES E DELINEAR POSSIBILIDADES. E A FH FAZ EXATAMENTE ISTO. CONSEGUINDO TRAÇAR UMA VISÃO ABRANGENTE, COLOCA-NOS EM CONTATO COM OS MAIS VARIADOS ÂNGULOS DA SAÚDE, PROVOCANDO A DIVAGAÇÃO DE NOSSO PENSAMENTO COM AMPLIDÃO, ALÉM DO NOSSO DIA A DIA, PROVOCANDO NOVAS IDEIAS CRIATIVAS AOS DE ESPÍRITO EMPREENDEDOR. CREIO QUE GANHO, JUNTO COM MINHA EMPRESA, QUANDO PASSEIO POR SUAS PÁGINAS

José Carlos Daher, presidente do Conselho de Administração do Hospital Daher

EU LEIO A FH

MULTIMÍDIA

COMPLEXOINDUSTRIAL DA SAÚDEVeja os melhores momen-tos do último IT Mídia Debate, que reuniu repre-sentantes da indústria e do governo

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ENTENDA OTOP HOSPITALAR 2013IT Mídia lança a 15ª edição do Top Hospita-lar, reconhecido como o principal prêmio para a comunidade de saúde do País. Fique por dentro e saiba como participar

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FH | pensadores

12 fevereiro 2013 revistafh.com.br

Thaia duó | [email protected]

abalando asestruturasAindA estudAnte de MedicinA, o presidente do conselho dA AnAhp, Francisco Balestrin, trocou A especiAlizAção clínicA pelA AdMinistrAção hospitAlAr pois, pArA ele, o grAnde probleMA dA sAúde brAsileirA estAvA nAs estruturAs. hoje, à frente do progrAMA de AfiliAdos dA AssociAção, cujo objetivo é elevAr A quAlidAde AssistenciAl, ele coMbAte, justAMente, estA questão: A desorgAnizAção e A iMAturidAde dA gestão hospitAlAr

um dos principais desafios das instituições hospitalares ao implantar um processo de acreditação é o custo que isto acarreta. talvez por isso apenas 200, dos 6,3 mil hospitais brasileiros, são acreditados. “As organizações nacionais e a gestão hospitalar ainda são

muito incipientes. As instituições são pouco organizadas, com um desperdício muito grande e, muitas vezes, sem foco na qualidade e na assistência” afirma o presidente do conselho da Associação nacional de hospitais privados (Anahp), francisco balestrin, que para reverter esse cenário trabalha em um novo programa de incentivo à conquista de um selo de qualidade.balestrin ataca justamente as estruturas, o que para ele é o grande problema da saúde brasileira. Ainda durante o curso de medicina, o executivo diagnosticou que as dificuldades de atendimento à saúde no país decorriam menos da atenção individual médico-paciente e eram mais estruturais. Assim, percorreu precocemente o caminho administrativo e hoje apresenta propostas para ocupar um espaço estratégico de apoio à sociedade no sentido de encontrar uma saúde melhor. bem receptivo, balestrin recebeu a revista fh na sede da Anahp, em são paulo. veja os princi-pais trechos da entrevista, a seguir.

Quem• Médico com residência em Administração em Saúde no Hos-pital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.• Especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP.• Especialista em Administração Hospitalar pelo PROAHSA, da Escola de Administração de Empresas da FGV.• Título de especialista em Administração em Saúde pela As-sociação Médica Brasileira – AMB e membro da Academia Brasilei-ra de Administração Hospitalar – ABAH.• Possui MBA em Gestão de Planos de Saúde o que faz • Presidente do Conselho Delibe-rativo da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP)• Presidente do Conselho Na-cional de Gestão em Saúde da Federação Brasileira de Adminis-tradores Hospitalares (FBAH)• Vice-presidente da Rede VITA de Hospitais (Curitiba-PR e Volta Redonda- RJ)

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Revista FH: A Anahp está com um novo programa de incentivo às acreditações dos hospitais. Conte um pouco sobre esta iniciativa. Francisco Balestrin: Há alguns anos temos dentro da Anahp um modelo de gestão que é baseado em Governança Corporativa. Como resultado disso, em 2012 fizemos um grande trabalho de planejamento e defini-mos um conjunto de 15 marcos estratégicos. Conectado a isso, pensamos a abertura de um novo programa, onde a Anahp passa a ter os hospitais membros associados e os hospitais afiliados.

FH: Qual a diferença entre eles?Balestrin: A diferença é que todos os hos-pitais precisam ter quatro características em comum para serem afiliados: serem privados com ou sem fins lucrativos; esta-rem inseridos no mercado da saúde suple-mentar brasileira; não ligados à operadora de saúde direta nem indiretamente; e, por fim, o mais importante e que mais elimina pretendentes, serem acreditados. Só que o número de instituições no Brasil com todas essas características é pequeno, por isso achamos que deveríamos incen-tivar as instituições a entrarem na Anahp para conseguirem essas qualidades. os hospitais afiliados agora terão de ter as três primeiras características citadas, mas não precisam ter acreditação. Na medida em que estiverem conosco serão incentivados a fazerem acreditação e a virarem nossos associados, tudo isso num prazo de quatro anos. Durante este período, eles poderão frequentar nossos seminários e grupos de trabalho, além de participar de todos os nossos projetos.

FH: Um dos principais desafios das ins-tituições hospitalares ao implantar um processo de acreditação é o custo que isto acarreta. Como a Anahp ajudará neste aspecto?Balestrin: os hospitais brasileiros e a ges-tão hospitalar ainda são muito incipientes. As instituições são pouco organizadas, com um desperdício muito grande e, mui-tas vezes, sem foco na qualidade e na as-sistência social. elas não têm claramente qual é a missão institucional dos hospitais

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brasileiros. Não estou fazendo crítica, mas sim um diagnóstico. Montamos hospitais públicos ou privados para atender um conjun-to de usuários ou muitas vezes para cumprir uma tradição circu-lar. No caso público para atender necessidades hospitalares, ou no caso de instituições filantrópicas de atender uma visão institucio-nal altruística. Assim, se acha que o altruísmo, que está na base de tudo, é o suficiente para se prover assistência de qualidade. o Bra-sil tem algo em torno de 6,3 mil hospitais e apenas cerca de 200 deles acreditados. Nos estados Unidos esse número é pratica-mente 100%. então, imagina, quando o hospital sai de uma fase não organizada e vai para uma acreditação ele traz para dentro dele três conteúdos. Um deles é a organização e, cá entre nós, existe muita “droga” no nosso País, como aqueles hospi-tais onde não há se quer um or-ganograma. As coisas funcionam como se fosse uma feira livre. São instituições que não seguem as mínimas regulamentações exis-tentes para estrutura hospitalar, para trabalho, não conhecem o formato que as instituições têm de ter. São entidades absolutamente

focadas mais na entropia, que é exatamente o caminho da desorganização. os outros conteúdos englobam a aber-tura de um departamento e o mínimo de visão estratégica, de visão institucional, além de passar a conhecer melhor os seus processos. elas passam a ter rotinas orga-nizacionais e protocolos. você sai de uma estrutura parecida com uma feira livre e vai para uma estrutura de hipermercado. esse percurso é interessante. você pega uma instituição incipiente e a transforma numa instituição competente. essa compe-tência lá no final tem que arredondar em três ações: na qualidade assistencial, na segurança do paciente e na sustentabili-dade, principalmente na sustentabilidade econômico-financeira. Se ela não conse-guir isso, nada vai acontecer.

FH: O que fazer para mudar este cenário?Balestrin: o Brasil deveria estar quebrando facas para que todas as instituições fossem acreditadas. Quem mais precisa de acredi-tação no País são aqueles que menos vejo trabalhando para isso, que são os hospitais públicos. Ninguém vê um incentivo do go-verno federal para melhorar a qualidade dos seus hospitais, ouve-se apenas falar em dinheiro. Mas recurso num ambiente desor-ganizado não adianta, absolutamente, nada. você pode até com mais recurso de um lado estar causando mal, se a instituição for nega-tiva do ponto de vista de qualidade você vai

causar mais dano às pessoas, porque foram aplicados recursos que não terão retorno. As-sim, a sustentabilidade do sistema público de saúde fica comprometida, por mais dinheiro que você aplique não terá resultado.

FH: Hoje o perfil do brasileiro mudou. Estamos diante de doentes crônicos e do aumento de expectativa de vida da popula-ção. A atenção hospitalar privada, cada vez mais, investe na alta especialização e em especialidades mais caras como oncologia, neurologia e etc. , mas dessa forma nem sempre consegue cuidar de forma integral da saúde do paciente. Há um contrassenso?Balestrin: esse cenário é esperado para países desenvolvidos ligados à organiza-ção para a Cooperação e Desenvolvimento económico(oCDe). Hoje como nós, de algu-ma forma, temos ilhas de desenvolvimento semelhante a países de primeiro mundo, também temos essas mesmas questões. Atualmente temos um conjunto de teses: de um lado as chamadas doenças crônicas e de outro ainda convivemos com as chamadas doenças agudas. Temos acompanhado um desenvolvimen-to do nosso País naquilo que chamamos de envelhecimento da população, isso faz com que nos dias atuais tenhamos um percentual alto de cidadãos acima de 60 anos. Hoje isso está em torno de 4%, mas daqui a 20 anos isso vai dobrar, lembrando que nossa população é de 200 milhões.

EntrE os paísEs da oCdE, o

quE mEnos invEstE Em saúdE

apliCa 76% dE dinhEiro

públiCo, 25% é vErba privada. no brasil 60% é privado E 40% é públiCo

Fotos: Ricardo Benichio

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É CoMo ColoCar UM narIZ de palHaÇo e saIr por aÍ, porQUe HoJe os HospITaIs brasIleIros,

por ConTa de UMa dIsTorÇÃo QUe VeM HÁ 30 anos, TÊM a MaIor parTe dos seUs FaTUraMenTos - oU dos seUs reCUrsos –

orIUnda da CoMerCIalIZaÇÃo de MaTerIaIs e MedICaMenTos, InClUIndo ÓrTeses e prÓTeses.

Uma parte dessa sobrevida tem a ver com assistência médica, ali-ás, as principais condicionantes da saúde de um cidadão são a ge-nética, as condições do meio am-biente onde vive e, generalizando, assistência médica hospitalar. o menos importante é a assistência, mas hoje ela é definitiva, porque à medida que tenho patologia e doenças e consigo ser restabele-cido eu vou vivendo mais, por ou-tro lado existe recurso financeiro para sustentar isso. Na medicina suplementar é o nosso dinheiro, o recurso das empresas que está sustentando isso. Na medicina pública quem tem de sustentar é o governo, mas lembre-se que o governo investe cada vez menos em saúde. entre os países da oCDe, o que me-nos investe em saúde aplica 76% de dinheiro público, 25% é verba privada. No Brasil 60% é privado e 40% é público. Tem cabimento num País de pobreza e diferença socioeconômico como o nosso, o governo aplicar menos dinheiro que o setor privado? Sendo que o privado coloca 60% para cuidar de uma população de 49 milhões de pessoas, enquanto o governo aplica 40% para cuidar de 150 mi-lhões de pessoas. É um escárnio. É

por isso que todos querem ter um plano de saúde. Acho que o aspecto das doenças crônicas precisa ser estudado, desenvolvido.

FH: Por um lado altos custos hospitalares, de-manda por leitos e novos usuários da Saúde Suplementar. Por outro, hospitais querendo ex-pandir, mas com poucas alternativas de buscar esses recursos devido à lei que proíbe os inves-timentos estrangeiros em hospitais. A mudança dessa lei transformaria este cenário? Qual é a sua visão sobre a lei que permite a atuação do capital estrangeiro?Balestrin: Cada vez mais precisamos de unidades de saúde para atender à população e, mais do que isso, de espaços com tecnologia de ponta, e no sécu-lo 21 não dá para disponibilizar apenas martelinho e estetoscópio. A instalação de um equipamento hospitalar, sua tecnologia e depois a operação são caras. Aliás, a saúde é cara porque além de ter a influência da inflação geral, de novas tecnologias e fármacos, somam à inflação geral do País, a cha-mada inflação de saúde. É verdade que existe uma vedação à constituição ao capital estrangeiro na assistência à saúde, mas em 1998 saiu a Lei 9.656, que admite o capital es-trangeiro no setor de planos de saúde. É verdade também que falta capital para aquilo que existe de sobra em outros setores, como o de informática, aviação, hoteleiro. esse é um componente, de fato falta capital estrangeiro, mas isso não é fundamen-tal, porque falta também capital nacional no setor. Se for pensar, o fundo de pensão de grandes estatais como a Petrobras, investe em shopping centers, em

parques temáticos, em prédios, mas não investem em saúde. em relação ao BNDeS, existem um mi-lhão de linhas para financiar a área de Citrosuco e não tem nada para saúde. o dinheiro brasileiro financia coqueteleira para hotel, mas não estetos-cópio para um hospital. Não é paradoxal?

FH: Então, qual é a fonte de recurso hoje ?Balestrin: A única fonte de recursos hoje é o em-préstimo. e ele, muitas vezes, não dá o mesmo retorno. Muitas instituições privadas estão em dificuldades financeiras, porque não tiveram es-tímulos nem recursos de grandes investidores, e muito menos recursos de bancos de fomento. É a história do cachorro correndo atrás do rabo. São entidades que têm problemas e dificuldades para pagar impostos, que ficam com a chamada ficha suja – pois não conseguem mais levantar recurso privado nem público, assim elas definham e aca-bam. o capital estrangeiro não resolverá esses problemas, pois eles querem empresas sadias e sem isso ele não virá. Mas acho que seria bom que o capital estrangeiro estivesse disponível para a saúde, assim como está para outros setores.

FH: Qual a sua opinião sobre o novo programa da ANS, que testará indicadores de qualidade dentro dos hospitais privados? Balestrin: esse programa, o Qualiss, tem dois ei-xos distintos: divulgação e indicadores. A partir do ano que vem, ou quando estiver estabelecido, o cidadão comum vai poder identificar os melhores hospitais. A ideia é apoderar o usuário para que

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FH | PENSADORES

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ele faça escolhas melhores para si mesmo. Com o Qualiss, ao lado do nome das instituições poderá ter até três ícones que serão dicas para as pessoas escolherem melhor – um será de acreditação; outros so-bre a participação da instituição no programa Notivisa, da Anvisa, que significa que os hospitais indicam para à agência quaisquer eventos adversos; por último um símbolo representando que a entidade tem nota acima de corte dada pela ANS. Não vai ser só o cidadão que vai perceber isso, mas a operadora de saúde também, pois o usuário passará a exigir o melhor para ele. Isso vai fazer com que as próprias operadoras exijam que os hospi-tais credenciados tenham uma qualidade melhor.

FH: Tem um lado negativo?Balestrin: São dois problemas. Um deles tem a ver com a validação das informações, porque elas são enviadas pelos hospitais, então para validar a instituição será preciso uma auditoria para não ter fraudes. Outro problema é que o Qualiss não é um selo de quali-dade, por isso não pode ser consi-derado como tal de forma alguma.

FH: Recentemente, a ANS divul-gou um acordo que possibilitará novos modelos de remuneração para a saúde suplementar. No modelo proposto, o peso admi-nistrativo é menor, já que os itens frequentes em uma internação passam a ser cobrados de for-ma agrupada. Em sua opinião, essa resolução colocará um fim ao Fee for Service? Os hospitais estão preparados para atender esse novo modelo? Balestrin: Existe uma tensão no ar sobre a capacidade que a socieda-de tem de financiar o sistema de

saúde brasileiro. No privado, a tensão se aflora no instante onde as operadoras passam a confrontar os seus custos com os hospitais e dizer: ‘nós não esta-mos conseguindo pagar o que vocês estão pedindo e, consequentemente, a gente não vai dar reajuste’. Ao mesmo tempo existe um saco de maldade já que as operadoras, às vezes, ao invés de discutirem isso frente a frente passam a produzir glosas, o atraso de pagamento e outras coisas. Do outro lado, os hospi-tais se sentem comprimidos e também criam seu saco de maldade em cima das operadoras, não tem nenhum bonzinho nessa história. Assim, os hospi-tais também produzem coisas que não deveriam, como o caso importante das órteses e próteses. É como colocar um nariz de palhaço e sair por aí, por-que hoje os hospitais brasileiros, por conta de uma distorção que vem há 30 anos, têm a maior parte dos seus faturamentos - ou dos seus recursos – oriunda da comercialização de materiais e medicamentos, incluindo órteses e próteses. Esse modelo é de con-flito, pois exige muita auditoria, muita discussão e, mais do que isso, não é um modelo que beneficia a meritocracia. Com o novo modelo, queremos caminhar para um sistema onde exista menos discussão e mais ações padronizadas, onde o mérito do atendimento e da atenção é levado em consideração, ou seja, se passa a medir junto os resultados econômicos- financeiros e os assistenciais.Com isso eu digo: o Fee for service não vai sumir. Na realidade vamos ter uma migração de uma gran-de parte daquilo que é Fee for Service, que é quase 100%, para um outro tipo de visão. Mesmo com Fee for Service se vai trabalhar com tabelas mais aprimoradas. Esperamos que esse modelo passe a ser minoria, apenas em casos onde não se tem previsibilidade, como um acidente. Mas para isso, as entidades precisam de sistemas de informatiza-

ção, saber como funciona seu hospital, dominar seu corpo clínico, ter gestão clínica. E, claro, os hospitais não têm condições hoje de fazer isso, infelizmente.

FH: Quando esse novo modelo deve começar a funcionar?Balestrin: Em 2014, vamos testar esse modelo num projeto piloto para ver se ele vai funcionar. Vamos fa-zer pareamentos entre hospitais ligados a prestadores de serviço de saúde e de outras operadoras. E vamos fazer o mesmo tipo de cobrança concomitantemente. Enquanto isso, esperamos que os hospitais brasilei-ros prossigam nesse processo de medir o que fazem, de estruturação. Porque, senão, daqui um ano eles terão dificuldades de estar inseridos nesse modelo de remuneração.

FH: O que fez com que você escolhesse trilhar o caminho da administração em saúde? Balestrin: Foi uma vocação de gestão. Durante meu curso de medicina aprendi e consegui diagnosticar que os grandes problemas do atendimento à saúde em nosso País decorriam menos da atenção indi-vidual médico-paciente e eram mais estruturais. Como eu tinha muitos colegas e percebi que todos iriam fazer uma especialidade médica, pensei: se eu for também um especialista, eu não atuarei onde acho que está o problema, que é a estrutura. Assim, precocemente, decidi por esse tipo de formação. Minha residência médica já foi na área de gestão e também fiz administração depois de formado. Acho que contribuo muito mais para a sociedade como um gestor do que se fosse um especialista cuidando de corpos. Eu cuido de estruturas, de políticas, de instituições para que elas possam refletir no aten-dimento individual das pessoas.

QUEM MAIS PRECISA DE ACREDITAÇÃO NO PAÍS SÃO AQUELES QUE MENOS VEJO TRABALHANDO

PARA ISSO, QUE SÃO OS HOSPITAIS PÚBLICOS. NINGUÉM VÊ UM INCENTIVO DO GOVERNO

FEDERAL FALANDO EM MELHORAR A QUALIDADE DOS SEUS HOSPITAIS

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E O SETOR EVOLUI.

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FH | personalidades

fevereiro 2013 revistafh.com.br

Acumular três presidências (FenaSaúde, Bradesco Saúde e Medservice), quatro cadeiras em Conselhos de Administração (Odontoprev, Europ Assistance, Grupo Fleury e Orizon), uma diretoria (IESS) e uma vice-presidência (CNseg) é como... participar, ao mesmo tempo, de todos os elos da “cadeia produtiva” da saúde suplementar. Na verdade, o conhecimento e contribuição em cada uma dessas empresas e instituições são complementares e se retroalimentam, criando uma vantagem comparativa como gestor de negócios da saúde privada.

Por um lado, um futuro de brasileiros idosos e, por isso, sem um plano de saúde custeado pelas empresas. Por outro, cada vez mais, as companhias de seguro e planos de saúde se dedicam ao nicho empresarial e deixam de lado os planos individuais. A alternativa para isso é... o plano de saúde com capitalização, permitindo a formação de uma pou-pança que garanta a possibilidade de compra de um plano na idade avançada. Os Estados Unidos (EUA) já criaram esse plano, chamado lá de HSA, “health savin-gs account”, conta de poupança de saúde. Aqui há um projeto, já aprovado pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e pela ANS, prevendo a criação desse sistema. Vamos torcer para que seja aprovado pelo Ministério da Fazenda neste ano. A aprovação é necessária porque é preciso incentivos fiscais. Quanto aos planos individuais, a solução é uma regulação da ANS menos restritiva, per-mitindo rea justes baseados na inflação médica.

A briga por custos entre empresas de plano e seguro saúde e prestadores de serviço acabará quando... o atual modelo de pagamento baseado na quantidade de procedi-mentos realizados e no financiamento dos hospitais pela margem de lucro sobre a venda de materiais médicos for substituído pelo pagamento por desempenho, por qualidade. Há iniciativas coordenadas pela ANS e algumas ações de poucas operadoras. Já é um avanço. O principal foco, hoje, é o que se chama de “trans-posição de margens”, vale dizer, a substituição do modelo de financiamento dos hospitais baseado no lucro sobre vendas de materiais pelo retorno à valoração de diárias e taxas de atendimento, o que também é um avanço, na medida em que, com a prática atual, o aumento de custos médicos segue a lógica de valoração de medicamentos e materiais, de periodicidade curta.

Para os hospitais suprirem a demanda de novas vidas na saúde suplementar é preciso... incentivos à instalação de novas unidades. Acho que o governo pode a judar, por meio de linhas de crédito com condições especiais. A liberação de terrenos pe-los poderes públicos estaduais e municipais também pode acelerar decisões de investimento na área. E por último, acho que deve ser destravada a limitação para a participação de capital estrangeiro em hospitais.

Por sua vez, as empresas de planos e seguros de saúde também precisam se preparar porque... a concorrência tende a ficar mais acirrada e as demandas sociais per-manecerão altas. Depois de padronizados os contratos de planos e seguros de saúde pela ANS, a concorrência vai se pautar pelos serviços prestados, pela credibilidade das operadoras e pela sua capacidade de atender às demandas legais do órgão, em especial as condições de atendimento de suas redes de prestadores de serviços médicos. Nesse contexto, o controle de custos médicos também será crucial para... a consolidação do mercado, seja pela via de programas de prevenção e promoção ou pela cons-

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para o presidente da Federação nacional

de saúde suplementar (Fenasaúde) e da Bradesco saúde, marcio serôa de

araújo coriolano, em 2013, a saúde

suplementar continuará

crescendo e, para aBsorver essa

demanda, ele acredita que o governo deve

incentivar a expansão nos hospitais e

as operadoras e seguradoras devem se preparar para um

mercadomais acirrado

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trução de novos modelos de remuneração de presta-dores, que estabilizem a es-piral inflacionária da saúde. A preparação para esse ce-nário de competição tam-bém vai exigir maior profis-sionalização dos gestores e introdução de governança corporativa ampla. No ano de 2013, a saúde suple-mentar vai... seguir o curso do crescimento, favorecida ainda pelas taxas baixas de desemprego, formalização do emprego, aumento de pequenas e médias empre-sas, pelo aumento da mas-sa salarial das classes C e D e pela descentralização do desenvolvimento eco-nômico que favoreceu as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

As tecnologias médicas são atualizadas o tempo inteiro, por isso equacionar a conta entre novos procedimentos e medicamentos e os custos da saúde suplementar é... funda-mental para a estabilização da inflação médica, que cresce mais aceleradamente do que a inflação geral de preços que serve de baliza-mento para o crescimento de salários e rendas em ge-ral. Do contrário, o sistema privado vai ser estrangulado.

Como bom carioca, quando estou em São Paulo... pro-curo restaurantes e li-vrarias mais informais. Mas, como trabalho mui-to quando estou em São Paulo, sobra pouco tempo para ser carioca.

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Uma viagemTorres del Payne, na Patagônia chilena

Um livroTodos dePhillip Roth

Um filmeDoutor Jivago, de David Lean

DICAS

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FH | PONTO DE VISTA

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Verena Souza | [email protected]

MENSURAR A QUALIDADE DOS ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE NÃO É UMA CULTURA BRASILEIRA, MAS A INICIATIVA DA AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (ANS) DE TESTAR 26 INDICADORES DE QUALIDADE EM HOSPITAIS PRIVADOS QUER MUDAR ESSE CENÁRIO. A REVISTA FH QUIS SABER DE QUATRO DAS 42 INSTITUIÇÕES VOLUNTÁRIAS COMO ELAS ESTÃO SE PREPARANDO PARA ATENDER OS REQUISITOS, E, ASSIM, GANHAR O SELO DE QUALIDADE DO ÓRGÃO REGULADOR.

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O HOSPITAL PASTEUR AO LONGO DOS ÚLTIMOS DOIS ANOS VEM INVESTINDO MUITO EM TREINAMENTO DE PESSOAL, REVISÃO DE PROCESSOS E ATÉ MESMO NA ADEQUAÇÃO DE SEU ESPAÇO FÍSICO. ESSAS AÇÕES FOCAM O APRIMORAMENTO DA QUALIDADE E DA SEGURANÇA ASSISTENCIAL E, CULMINARAM NA CONQUISTA DA CERTIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO (ONA). A INICIATIVA DA ANS VEM AO ENCONTRO DA NOSSA FILOSOFIA DE ATUAR COM INDICADORES ASSISTÊNCIAS E DE GESTÃO HOSPITALAR.

RICARDO PERIARD, DIRETOR GERAL DO HOSPITAL PASTEUR (RJ)

QUALIDADE

À PROVA

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TODAS AS NOSSAS ATIVIDADES SEMPRE FORAM PAUTADAS EM NOSSO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E EM NOSSA VISÃO DE FUTURO “SER O MELHOR HOSPITAL DE COMBATE AO CÂNCER DE MINAS GERAIS, SUSTENTÁVEL E RECONHECIDO PELA SUA QUALIDADE”. HOJE, O HOSPITAL TEM ACREDITAÇÃO PLENA PELA ONA E É RECONHECIDO PELO PRÊMIO REGIONAL E MINEIRO DE QUALIDADE. PORTANTO, ACREDITAMOS QUE ESTAMOS PREPARADOS PARA ATENDER AOS REQUISITOS DA ANS.

SÉRGIO DIAS HENRIQUES, DIRETOR ADMINISTRATIVO, HOSPITAL DO CÂNCER DE MURIAÉ (MG)

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PAUTADAS EM NOSSO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E

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NESTE PRIMEIRO MOMENTO AVALIAMOS O QUE JÁ TEMOS IMPLEMENTADO E NOS PREPARAMOS PARA CRIAR NOVOS PROTOCOLOS. DESDE A IMPLANTAÇÃO DA ACREDITAÇÃO, DO PONTO DE VISTA FINANCEIRO, NÃO HOUVE VALORIZAÇÃO POR PARTE DAS OPERADORAS. ACREDITAMOS QUE O QUALISS PODERÁ REVERTER ISTO. EM RELAÇÃO AO PACIENTE, O NOVO SELO PODERÁ AVALIAR OS MELHORES HOSPITAIS.

PEDRO RODRIGUES, DIRETOR EXECUTIVO DO HOSPITAL CARLOS CHAGAS, GUARULHOS (SP)

O COMPROMETIMENTO COM A QUALIDADE E A BUSCA PELA EXCELÊNCIA FAZ PARTE DO HISTÓRICO E ESTRATÉGIA DO HOSPITAL BRASÍLIA. ACREDITADO PELA ONA NÍVEL 3, JÁ REALIZAMOS O ACOMPANHAMENTO DOS INDICADORES DE QUALIDADE RELACIONADOS AO PROGRAMA COM CICLOS DE MELHORIA CONTÍNUA E RESULTADOS COMPARÁVEIS EM NÍVEL NACIONAL E INTERNACIONAL.

RENATO CURY - DIRETOR CLÍNICO DO HOSPITAL BRASÍLIA (DF)

JÁ TEMOS IMPLEMENTADO E NOS PREPARAMOS PARA

E A BUSCA PELA EXCELÊNCIA FAZ PARTE

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FH | ENTRE ELOS

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ALIANÇA

O Sistema de Saúde Mãe de Deus é composto pelo Hospital Mãe de Deus, localizado em Porto Alegre (RS), cujo

atendimento é privado e mais nove hos-pitais espalhados entre a grande Porto Alegre e o litoral norte gaúcho, onde o

atendimento é voltado ao Sistema Único de Saúde(SUS). Na capital, ainda há uma unidade básica de saúde e uma rede de Saúde Mental, composta por: três CAPS, unidade de internação exclusivamente

feminina, uma emergência e uma unida-de de Atenção Primária.

Os Centros de Atenção Psicossociais (CAPS) são serviços de saúde municipais abertos e comunitários

que oferecem atendimento diário. O organismo faz parte da política de saúde mental do Sistema Único

de Saúde e com a criação desses centros se possibilita a organização de uma rede substitutiva ao Hospital

Psiquiátrico no País. Os CAPS-AD são exclusivos para o tratamento de pessoas dependentes de Alcool e

Drogas. Esse é o caso do CAPS-AD 3 IAPI, localizado no bairro de mesmo nome e que está disponível para

uma população de 200 mil habitantes. O espaço pertence à prefeitura, mas a gestão é realizada pelo

Sistema de Saúde Mãe de Deus. Na foto. a coordena-dora do CAPS-AD 3 IAPI, Ilan Ramos.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre gerencia um sistema de saúde para uma

população em torno de 1, 4 milhão de pessoas (IBGE, 2010) que vivem

na capital. Ela também é referên-cia para 3 milhões de munícipes da região metropolitana, além de atender alta complexidade para

as demais cidades do Estado e da Região Sul do País. A maior parce-ria na área de Saúde Mental é com o Sistema de Saúde Mãe de Deus.

SISTEMA DE SAÚDE MÃE DE DEUS

CAPS – CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

SECRETARIA DESAÚDE DE PORTO ALEGRE

De um lado, a cidade de Porto Alegre enfrentava uma epidemia crescen-te de pessoas em situação de rua e

envolvidas com álcool e drogas, sobretudo, com o crack. Do outro, o Sistema de Saúde Mãe de Deus, cujo caráter filantrópico exige contrapartidas para a sociedade. Em tercei-ro plano, o Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPS-AD), unidade do

Sistema Único de Saúde (SUS). Os três juntos formaram uma aliança que ajuda diariamen-te no tratamento de dependentes químicos na capital gaúcha. O melhor exemplo da par-ceria é a unidade do IAPI, bairro da capital gaúcha e disponível para cerca de 200 mil habitantes. Desde 2009 em funcionamen-to, já são 1722 prontuários ativos. O centro é caracterizado como “portas- abertas”, o que

possibilita a entrada de qualquer pessoa que precise de ajuda. Fora isso, os cidadãos que necessitam de auxílio podem ser encami-nhados via assistência social, hospitais e etc. De cunho filantrópico, a parceria é desenha-da em um modelo 60% recursos privados e 40% de repasse via SUS. A iniciativa recebeu os prêmios Top Cidadania ABRH/RS 2011 e do Top de Marketing ADVB/RS 2011.

Maria Carolina Buriti | [email protected]

SOCIAL

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Sem a parceria de todos os elos não seria possível o projeto. É isso

o que diz a gestora de Responsabilidade Social do Sistema de Saúde Mãe de Deus,

Arlete Fante. Segundo ela, a viabilidade faz parte de uma rede muito maior do que abordada nesta

página, “são comunidades terapêuticas, o Programa Saúde da Família, Conselho Tutelar, Ministério Público,

o Samu, o controle social e como essa rede e esse serviço se organizam”, explica. Todos eles estão juntos para combater um

dos principais problemas dos dependentes químicos: o crack. Para ajudar a resolver a situação, a parceria entre prefeitura e a entidade foi

feita e hoje o CAPS-AD 3 IAPI é um dos centros cuja gestão é feita pelo Mãe De Deus. Para a realização deste empreendimento social foram investidos

R$ 496,8 mil, sendo R$ 384 mil advindos de transferências do Poder Pú-blico, e outros R$ 112,8 de contrapartidas do Sistema de Saúde Mãe de

Deus. Só em 2012, o custo anual do centro foi de R$ 929 mil, sendo que o repasse do poder público municipal foi de R$ 404 mil e do

Hospital Mãe de Deus R$ 525 mil. Valores de lado, o CAPS IAPI hoje funciona como uma espécie de “incubadora SUS”, um projeto que repercute na qualidade do serviço da Saúde Mental. São profissionais da saúde que fazem

uma espécie de estágio no local. “É um espaço de trabalho do CAPS, que absorve esse novo profissional por uma semana e com isso ele

ganha experiência para dar mais quali-dade ao serviço”, afirma.

O Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD IAPI)

começou a funcionar em 2009. Após uma portaria do Ministério da Saúde, o CAPS entrou

em operação 24 horas e com leitos de internação de até 15 dias e é assim que funciona o do bairro de IAPI,

que hoje possui 10 leitos. A unidade está disponível para uma população de 200 mil habitantes e tem 1722 prontuários

abertos. O CAPS é originalmente um serviço de “portas-abertas”, com acesso para qualquer pessoa que queira procurar atendimen-to, mas esse encaminhamento pode ser feito por meio de órgãos da

sociedade e pela rede de atenção do SUS. No CAPS IAPI são 27 profissio-nais trabalhando entre psicólogos, assistentes sociais, terapeuta ocupacio-

nal, psiquiatra, clínico geral, enfermeiro, técnico administrativo. São cerca de 90 pacientes por dia. “ Os pacientes tem cerca de sete recaídas em média”,

comenta a assistente social e coordenadora do CAPS, Ilan Ramos. “ Eles sentem vergonha e inseguros”, completa, dizendo que para ajudar

as pessoas na recuperação, o organismo entra em contato via visita e busca ativa por telefone. Para ajudar nesse processo, o

papel da família é fundamental. Por isso, o centro também desenvolveu uma série de atividades que engloba a família do acolhido e a comunidade do entorno. “ Há

muito preconceito e por isso fazemos atividades com a comunidade. O centro é aberto para in-

formações sobre drogas, e percebemos que a comunidade já nos enxerga com muito

respeito”, finaliza.

A Prefeitura de Porto Alegre e o Sistema de Saúde Mãe de Deus são

parceiros há 28 anos. A aliança com o CAPS IAPI se deu em um momento em que cidade

sofria com o aumento de casos de dependência química, principalmente, do crack. Outro fator desen-

cadeador foi a mudança de gestão municipal, de acordo com o subsecretário de Saúde de Porto Alegre, Marcelo

Bósio. “O sistema de atenção era muito fraco e havia duas emergências muito focadas em leitos de internação e desarticu-

lação na atenção. Começamos a organizar e construímos o plano para fortalecer a rede substitutiva à rede internação. Dentro dessa nova

articulação estava o projeto de rede em Saúde Mental e entre eles o CAPS 3- IAPI, em parceria com o Mãe de Deus. O prédio pertence a prefeitura, o Mãe de Deus faz a contração de pessoal, o desenvolvimento dos planos terapêuti-cos e toda a gestão da unidade. A prefeitura, por sua vez, fica com a parte de

regulação de política pública, o município ressarce os custos de operação do centro. A parceria está desenhada em um formato 60% (privado) e

40% (público), e um CAPS como o IAPI custa, em média, R$ 170 mil por mês. E é nesse momento que Bósio diz que a entidade é muito

mais que parceira. “A parceria é ainda maior porque hoje eles colocam um recurso, que o governo não está pagando. Se

eles não aplicassem esse recurso, não conseguiríamos.”, comenta. Para os próximos passos está a extensão da

parceria com a entidade. “Temos apostados muito nessa parceria, a instituição está nos apoiando

tecnicamente, o que nos dá a condição de ter um serviço altamente qualificado para

ampliação”, finaliza

PARA A REALIZAÇÃO DESTE EMPREENDIMENTO SOCIAL

FORAM INVESTIDOS R$ 496,8 MIL, SENDO R$ 384 MIL ADVINDOS DO PODER PÚBLICO.

O CAPS TAMBÉM DESENVOLVEU UMA SÉRIE DE ATIVIDADES QUE ENGLOBA A FAMÍLIA DO ACOLHIDO E A COMUNIDADE DO ENTORNO.

A ALIANÇA SE DEU EM UM MOMENTO EM QUE A CIDADE SOFRIA COM O AUMENTO DE CASOS DE DEPENDÊNCIA QUÍMICA,

PRINCIPALMENTE, DO CRACK.

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Paulo Antonino (Ministério da Saúde): É preciso articular o siste-ma de inovação para que se possa acompanhar a demanda com produtos mais efi-cientes e baratos

Djalma Rodrigues (Fanem): Em pregão eletrôni-co, o registro de preço faz com que a empresa se iluda com a demanda que depois não vem. Isso é muito grave

NO DESCOMPASSO DA COMPETIÇÃOThaia Duó | [email protected]

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NO MOMENTO DE CRESCIMENTO DOS ELOS DA CADEIA DE SAÚDE, A INDÚSTRIA NACIONAL AFIRMA NÃO CONSEGUIR APROVEITAR TODO O POTENCIAL DE EXPANSÃO DEVIDO AOS ENTRAVES COMO REGULAMENTAÇÃO, TRIBUTAÇÃO E FALTA DE INCENTIVO PÚBLICO. ENQUANTO ISSO, O GOVERNO DIZ TRATAR COM IMPORTÂNCIA A AÇÕES PARA ALAVANCAR A CURVA DE APRENDIZAGEM NACIONAL PARA QUE OS FABRICANTES POSSAM BUSCAR COMPETITIVIDADE

Carlos Nakamu-ra (Ortosíntese): Trabalhar com preço achatado por muitos anos só nos impediu que a empresa aplicasse recursos em inovação

Paulo Frac-caro (Abimo): Não existe a mínima chance de uma em-presa pequena ser inovadora, porque antes ela precisa sobreviver

NO DESCOMPASSO DA COMPETIÇÃO

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FH | IT MÍDIA DEBATE

FEVEREIRO 2013 REVISTAFH.COM.BR

MOMENTO É DE CRESCIMEN-TO E AS INSTITUIÇÕES DE

SAÚDE ANUNCIAM PLA-NOS DE INVESTIMENTO E EXPANSÃO. AS INDÚS-TRIAS MULTINACIONAIS

ABREM SUAS FÁBRICAS OU COMPRAM EMPRESAS NO

PAÍS, O QUE FACILITA A FABRI-CAÇÃO E A REGULAMENTAÇÃO

DOS PRODUTOS. A SITUAÇÃO SÓ NÃO É TÃO BOA ASSIM PARA AS FABRICAN-TES BRASILEIRAS PORQUE MUITAS VEZES, OS EQUIPAMENTOS IMPORTA-DOS SAEM MAIS BARATOS DO QUE OS NACIONAIS E TAL SITUAÇÃO COLOCA EM PERIGO A COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA BRASILEIRA.DENTRE OS PRINCIPAIS DESAFIOS APONTADOS PELA INDÚSTRIA NA-CIONAL ESTÃO A FALTA DE INCEN-TIVO DO GOVERNO PARA INOVAÇÃO DO SETOR, OS ALTOS TRIBUTOS E AS DESVANTAGENS EM COMPRAS PÚBLICAS, ONDE MUITAS VEZES O VALOR DO PRODUTO SE SOBRESSAI À QUALIDADE. DO OUTRO LADO, O GOVERNO APRESENTA ALGUMAS ALTERNATIVAS COMO A MARGEM DE PREFERÊNCIA, A POLÍTICA DO COMPLEXO INDUSTRIAL DA SAÚ-DE, MAS RECONHECE QUE AINDA HÁ MUITO A SE FAZER. A DISCUSSÃO SOBRE AS DIFICULDA-DES DA INDÚSTRIA MÉDICA BRASILEI-RA, OS ENTRAVES QUE AS EMPRESAS ENFRENTAM PARA INOVAR, A REGU-LAMENTAÇÃO NO SETOR E O DESEN-VOLVIMENTO DESSAS COMPANHIAS FORAM DISCUTIDOS NO ÚLTIMO IT MÍDIA DEBATES, QUE REUNIU REPRE-SENTANTES DAS EMPRESAS FANEM E ORTOSÍNTESE, DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE AR-TIGOS E EQUIPAMENTOS MÉDICOS, ODONTOLÓGICOS, HOSPITALARES E DE LABORATÓRIOS (ABIMO) E DO MINISTÉRIO DA SAÚDE. CONVIDADA A PARTICIPAR DO ENCONTRO E CO-MENTAR AS QUESTÕES SOB O PONTO DE VISTA REGULATÓRIO, A ANVISA NÃO COMPARECEU POR MOTIVOS DE AGENDA. VEJA OS PRINCIPAIS TRECHOS DO DEBATE, A SEGUIR.

A conexão ineficiente entre as necessidades do mercado e a inovação da indústria faz com que eles andem em total descompasso. A partir da década de 90 com a abertura do mercado às empresas estrangeiras, a indústria nacional ficou enfraque-cida e perdeu competitividade. Neste cenário, as companhias ainda não conseguiram se consolidar diante dos desafios apresentados no mercado. Esse cenário impacta diretamente à inovação, pois dian-te de uma situação de sobrevivência como inovar? Algumas empresas conseguem vencer esses de-safios e ir adiante, mas a maioria ainda está focada no pagamento das contas. O descompasso também se reflete na academia, pois o grande número de ideias inovadoras dentro de universidades se sobressai diante do incentivo e condições das empresas, que assumem a falta de gerenciamento capaz de trazer essas inovações para dentro da companhia – fato que as fariam dar importantes saltos.“Tem muita coisa arquivada nas gavetas desses centros de pesquisas que interessam à indústria. O que precisa acontecer no Brasil é aquilo que já se vê no exterior, onde cerca de 90% dos pesquisa-dores são subsidiados por empresas. Aqui ocorre justamente o contrário”, avalia o diretor executivo da Fanem, Djalma Luiz Rodrigues.Acompanhar a volatilidade do que acontece mun-do afora e das necessidades nacionais é um passo importante para inovar. Com essa visão, Rodrigues venceu um desafio e segue para o segundo ano da fábrica da empresa na Índia.

Há 51 anos no comando da Fanem, o executivo con-ta orgulhosamente ter dado passos importantes em trabalho conjunto com universidades como, por exemplo, a exploração de uma patente com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “Isso é demons-tração de que quando existe o objeto inovador e capacidade da indústria, o relacionamento é cer-teiro. Pena que isso não esta sendo aproveitado na plenitude”, lamenta.O fato é que cada vez mais a indústria recorre à inovação como alternativa na busca por respos-tas para suas demandas de negócio. Porém, não com a mesma sorte da empresa de Rodrigues, a maioria das corporações nacionais sofre com a morosidade da agência reguladora, com a libera-ção de patentes e com barreiras governamentais, como em compras públicas.“Não existe a mínima chance de uma empresa pe-quena ser inovadora, porque ela tem que vender, receber e pagar suas despesas para sobreviver. No cenário brasileiro se, por acaso, uma companhia na área médica tiver sorte de lançar um produto inovador, sua primeira dificuldade logo virá ao participar de uma concorrência no governo”, ale-ga o presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo), Paulo Henrique Fraccaro, referindo-se às grandes compras governamentais, onde o preço é mais valorizado do que qualidade. “E o preço nunca será inovador”, completa o executivo, que sentiu a enorme dificuldade de uma empresa ser inovadora

INOVAÇÃO

CASE

MOROSIDADE NA LIBERAÇÃO DE PATENTES

No Brasil, a Fanem esperou por mais de seis anos para receber a liberação de patente de um de seus produtos e, após conquista, obteve dez anos para explorá-la.

O mesmo produto fez com que a empresa fosse “bombardeada” por sete anos para receber a pa-tente nos Estados Unidos, porém, após ser reconhecida internacionalmente, o instituto americano assumiu a morosidade em liberar a patente e estendeu sua exploração por mais cinco anos. “Aqui no Brasil isso não acontece, só desincentiva a indústria nacional”, conta o diretor executivo da Fanem, Djalma Luiz Rodrigues.

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ao presidir por mais de 30 anos uma multinacional.Para Fraccaro, quando se fala em inovação a palavra da ordem é economia globalizada. “Não tem que inovar só no mercado nacional, porque a qualquer momento chega uma empresa de fora com um produto muito mais inovador. Mais do que isso, para ser inovador tem de ter o planejamento estratégico de sempre estar à frente, o que não é muito comum no Brasil”, considera. “Esse tema é de alta complexidade e dificuldade de implantar nas empresas que estão tentando sobreviver no cenário brasileiro”. Esta guerra da sobrevivência tem sido vivenciada pela Ortosíntese, empresa produtora de implantes ortopédicos, que há mais de 10 anos sofre com o congelamento da tabela de preços do Ministério da Saúde. Após tantas lutas, uma pequena majoração foi conquistada nessa lista onde estão baseados os preços da companhia. “Nós conseguimos sobre-viver investindo incessantemente em tecnologia de processos”, conta o diretor técnico da empresa, Carlos Nakamura. O pouco já conquistado é suficiente para animar a empresa, que aposta em uma melhora nos ganhos para que ela possa se capitalizar. “Vejo na compa-nhia e também dentro do segmento que representa-mos que trabalhar com preço achatado por muitos anos só nos impediu de trazer recursos para a em-presa para que possamos inovar. E sabemos que esse segmento é extremamente competitivo, onde todos os dias nascem produtos inovadores para

as diversas necessidades da sociedade”, analisa.Outro problema enfrentado pela indústria é o setor regulatório, que dificulta a inovação de produtos almejada pelas empresas que buscam alcançar novos mercados. A grande demanda represada pela Anvisa engessa a parte dos registros tão so-nhados. “Ao mesmo tempo em que preciso lançar novos produtos, eu não consigo. Estamos compe-tindo no mercado com mercadorias conhecidas há muito tempo, e se eu não tiver produtos novos fica complicado competir”, desabafa Nakamura. “Se eu mal consigo registrar produto aqui no Brasil, se quer vou conseguir competir lá fora”.O coordenador geral de equipamentos e materiais de uso em saúde do departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde (DECIIS/SCTIE), Paulo Henrique Dantas Antonino, afirma que o governo trata com importância ações para ala-vancar a curva de aprendizagem nacional, para que a indústria possa buscar competitividade no mercado. “Mas não é fácil. Como inserir a saúde nes-se contexto econômico e produtivo é um desafio da nossa secretaria”, pontua.Uma das forças tarefas citadas por Antonino para transferir a inovação em algo produtivo para a so-ciedade é o plano Brasil Maior, política industrial, tecnológica e de comércio exterior do governo Dilma Rousseff. Dentro deste plano está inserido o Complexo Industrial da Saúde e o executivo ga-rante que o grande mote é justamente como gerar conhecimento para as empresas.

“ Temos desenvolvido ações para criar musculatura para dar oportunidade à indústria nacional para que ela possa competir com empresas já consoli-dadas e com players internacionais”, afirma.Em relação às compras públicas, Antonino diz ser uma sistêmica. Ele explica que o comprador faz es-pecificações da mercadoria de forma que consiga atingir seu escopo inovador e, consequentemente, a indústria vai à luta pelo menor preço, desde que atenda a necessidade do procedimento médico. “Hoje o ministério faz compras centralizadas. Elas acontecem em municípios e Estados. É claro que o diálogo é importante para criar ações que criem critérios e qualifiquem fornecedores que podem vender para determinada unidade de saúde”, diz.De acordo com ele, é possível também ter me-canismos de inovação na gestão para reduzir problemas em compras públicas. “Estamos num esforço intenso para que o modelo de saúde não seja empurrado pela tecnologia, e sim, para buscar a inovação demandada pelo mercado”.O caminho para inovar, em sua opinião, é fazer justamente o contrário do que ele tem presencia-do: “Não tenho que primeiro estar com o bolso cheio e ser competitivo para depois inovar, tem que fazer o oposto. Se o que a indústria quer é gerar business, então é preciso aproximar retas que no passado eram paralelas e que hoje con-seguem ter uma convergência com produtos criados em centros universitários e por meio de conhecimento transferido”, sugere.

*Os dados são do artigo “Desenvolvimento, complexo industrial da saúde e política industrial”, de Carlos Augusto Gadelha, Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do MS

50,4% 45,4%farmacêuticas equipamentos

Introduziram alguma inovação de produto

ou processo entre 2001 e 2003

Inovações

0,53% 1,22%farmacêuticas equipamentos

Foram gastos com atividades internas

de pesquisa e desen-volvimento (P&D) , nas empresas que

introduziram alguma inovação no mercado

Gastos

Receberam algum apoio do Esta-do nos dois setores, sendo o risco

econômico de mercado (condições de mercado e riscos econômicos) o fator mais crítico que tem limitado

ou mesmo bloqueado as estratégias mais intensas de inovação

16%das inovadoras

Apenas

Incentivo

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FH | It MídIa debate

fevereiro 2013 revistafh.com.br

o desenvolvimento da indústria nacional de saúde diante das empresas multinacionais e a necessidade de atualização e modernização das instituições é uma questão abrangente. A área hospitalar, por exemplo, está em uma fase de expansão, porém a maioria é hos-pitais beneficentes e privados.Assim, surge a inclusão social e, junto com ela, a discór-dia. A Abimo tenta fortemente provar para o governo que essa inserção que tem acontecido nos últimos anos abrange apenas uma parte da economia, e não a área da saúde como um todo. “os hospitais públicos não estão sendo ainda prepara-dos para atender essa demanda da inclusão social. No entanto, a indústria brasileira é capaz de atender essa possível demanda dos hospitais. Aliás, as indústrias aqui instaladas podem atender quase 100% dessas necessidades, só que ainda não está sendo concreti-zado nenhum plano que possa fazer com que as em-presas consigam ter planejamento estratégico para esse atendimento”, analisa o presidente da associação, Paulo fraccaro. Para o executivo, falta também um investimento ma-ciço por parte do governo na rede pública para evitar caos de filas, macas nos corredores, entre outros. Com esse viés, a Abimo se prepara para levar ao governo um plano de como implementar um PAC para a saú-de. “existe abertura e caminho para isso. As indústrias estão preparadas, mas não sabem ainda quando isso poderá acontecer”, avalia.outro ponto de conflito é a isonomia tributária, onde os hospitais beneficentes são isentos de tributos, o que tende a fazer com que hospitais como Sírio-Libanês e Albert einstein na preparação para a expansão que já vem ocorrendo optem pelo produto importado, segundo fraccaro. “Afinal, essas instituições podem trazer um produto equivalente ao da fanem sem pagar nenhum tributo”. Por se falar na fanem, o seu diretor executivo, Djalma rodrigues, ao concordar com a posição da Abimo acres-centa que quando o assunto é a preparação da indústria para suprir o mercado, é preciso, primeiramente, dife-renciar a conta de custeio e de investimento já que, em sua visão, não tem indicador claro para as indústrias. Para rodrigues, o sistema de pregão é um exemplo que abre uma concorrência onde o nacional vai brigar com os internacionais. Para se destacar, as empresas optam por comprimir preço e, no final, vencem por uma ven-da repleta de prejuízo. “Quando a companhia recebe o pedido, vem um total de dez peças. isso dilapida o

capital das empresas e, como consequência, ela terá menos dinheiro para inovar, contratar, expandir. É um ciclo vicioso. o registro de preço faz com que a empresa se iluda com a demanda que depois não vem. isso é muito grave”. Para piorar, o diretor da fanem indica as dificuldades que serão enfrentadas na ponta para ter aprovação do recebimento, que atrasa o pagamento das indústrias nacionais. “As companhias seriam mais fortes se tivessem uma organização mais apropriada”, conclui.Mesmo com tantas dificuldades no cenário de atu-alização e modernização, uma empresa ou outra se destacou no mercado. esse é o caso da ortosíntese, que superou barreiras e passou de estrutura pequena a um parque industrial. o crescimento da companhia se deve ao investimento em tecnologia de processamento, embora Carlos Naka-mura, diretor técnico da empresa, assuma que há dis-tância entre a academia e as empresas. “Hoje a indústria carece de uma série de tecnologias e conhecimento, principalmente em tecnologia de processamento. vejo as universidades estudando projetos de produtos de 30 anos atrás, que talvez naquela época fizessem a diferença, mas hoje não”, relata.o representante do governo, Paulo Antonio, do DeCiiS/SCTie, rebate as críticas, ao afirmar que números com-provam que o setor teve um crescimento significativo ao longo dos anos. “fazemos um esforço coletivo, governo e indústria, para o setor crescer e ele vem crescendo. Por arranjos econômicos, às vezes em determinado ano se compra mais ou se compra menos. Mas a demanda continua, e temos que de forma coordenada articular esse sistema de inovação e produtivo para que possamos acompa-nhar essa necessidade com produtos mais eficientes e mais baratos, assim a indústria pode competir. Claro que umas vão crescer e outras desaparecer, isso é o mercado”, diz.Dentro do arranjo de pregão, Antonino se apega no fato do modelo existir há um bom tempo. “Acho mais fácil montar uma pirâmide no egito do que montar uma lici-tação pública”, desabafa. “Mas alguma coisa está fora da curva, o comprador não pode pedir apenas dez peças se antes havia pedido por 500”, frisa o executivo, com certo tom de estranheza. De acordo com ele, as solicitações de compras como estas serão pedidas para análise do governo. “o modelo de compra pública é um desastre, mas é um modelo vigente”, conclui.

Desenvolvimento

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29

SAÚDE

O MINISTÉRIO DA SAÚDE ASSUME

“A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) abre uma oportunidade de um buraco sem fundo. Tenho grande demanda, mas como faço para atender com um orça-mento finito de R$ 90 bilhões? Temos possibilidade no governo de parceria para o desenvolvimento pro-dutivo, incentivo para fortalecer os players públicos como regulamentadores de mercado e que a gente incorpore novas tecnologias que beneficie o SUS. Tem que trazer inovação, baratear o custo e melhorar a qualidade”, diz Paulo Henrique Antonino, coordenador geral de equipamentos e materiais de uso em saúde do departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde (DECIIS/SCTIE).

REGULAÇÃO

Os impostos tributados em produtos importados, principal-mente em casos de mercadorias que não são produzidas localmente nem mesmo possuem similares nacionais, são queixas constantes da indústria nacional, que enfrenta dia-riamente os impactos da regulamentação do setor quando o assunto é competitividade.Esse é exatamente o caso da Ortosíntese, empresa produtora de implantes ortopédicos, que sempre necessita importar componentes não fabricados no Brasil. “Acho justo que te-nha incidência de impostos tributados, desde que o produto seja fabricado nacionalmente. Mas muito me estranha ter de efetuar este tipo de pagamento por produtos não fabricados aqui como, por exemplo, insumos e matérias primas para implantes ortopédicos. Existem outros insumos que somos obrigados a trazer de fora, e que têm um custo caro. Como se não bastasse, quando chega à alfândega temos de pagar tributos”, conta Carlos Nakamura, diretor técnico da empresa.Para o executivo, essas são questões que deveriam ser revis-tas. “Para sermos competitivos não deveríamos ser taxados. Isso encarece muito a matéria prima que compramos”, diz Nakamura, presente na indústria há 23 anos.Com outra experiência, Djalma Rodrigues, da Fanem, inau-gurou uma filial na Índia em 2011 e desde então percebe que sob o aspecto de tributação não há o que comparar, já que as leis são diferentes. “Se for olhar por esse aspecto é por isso que a Índia está ‘nadando de braçadas’. Nossa legislação tributária é muito complexa. Sem falar que não dá pra conceber de que produto para a saúde tem que ser mais barato nos tributos, porque o maior comprador é o próprio governo, ou seja, ele vai comprar o próprio imposto que criou”. Mais do que apenas tributos, a indústria está preocupada com a certificação dos produtos brasileireiros, visando a exportação. Rodrigues elogia e reconhece que o sistema regulatório nacional é apreciado e serve de exemplo para outros países. “Entretanto, as nações maiores estão vendo que os emergentes estão crescendo, então a norma básica está sendo exigida em curto prazo nos outros países, e ain-da não temos capacitação para liberar em curto prazo os brasileiros”, considera.Em sua visão, o governo deveria apoiar os laboratórios uni-versitários para que o futuro da exportação brasileira não seja jogado de lado.Sem se alongar, Paulo Henrique Antonino garante: “O gover-no já vem investindo na criação de laboratórios com essa finalidade , entrando com fluxo de recurso com o Inmetro para atender essa demanda. Tenho carteira com aproxi-madamente 140 milhões de projetos, uma boa parte para adequar laboratórios. Quanto aos demais pontos, não posso responder pela Anvisa”, declara.

REFORMA

A REFORMA QUE NÃO VIRÁ

O presidente da Abimo, Paulo Fraccaro, se ilude com uma reforma que possa melhorar a condição da indústria nacional. Mas não dá para ficar sonhando. De acordo com ele, não existe uma reforma capaz de atender a todos e, consequentemente, ela nunca será implantada. “Isso porque sempre haverá descontentes”. Fraccaro vai além: “O governo tem feito projetos com interpretações errôneas, como a desoneração da folha de pagamento. Outra coisa foi a implantação da margem de preferência, que é claro que é para aquele produto que o governo quer, afinal só vale para as compras federais”.

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it mídia debate it mídia debate it mídia debate it mídia debate it mídia debate it mídia debate it mídia debate it mídia debate

Indústria Nacional :Indústria Nacional :Indústria Nacional :Indústria Nacional :Indústria Nacional :Indústria Nacional :Indústria Nacional :Complexo Industrial da SaúdeComplexo Industrial da SaúdeComplexo Industrial da SaúdeComplexo Industrial da SaúdeComplexo Industrial da SaúdeComplexo Industrial da SaúdeComplexo Industrial da SaúdeComplexo Industrial da SaúdeComplexo Industrial da SaúdeComplexo Industrial da Saúde

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C o n t e ú d o :

2 10 3

S a ú d e B u S i n e S S S c h o o lo s m e l h o r e s C o n C e i t o s e p r á t i C a s d e

g e s t ã o a p l i C a d o s À s a ú d e

a importância de uma análise de risCo nas eStratégiaS de creScimento das organizações

M DÓ U L 0O 2

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fh | saúde business school

32 FEVEREIRO 2013 revistafh.com.br

POR MAURÍCIO VALADARES

geStÃo de riScoS em aSSimetriaS eStratégicaS

“a concepÇÃo do controle do riSco conStitui uma daS ideiaS centraiS que diStinguem oS tempoS modernoS do paSSado maiS remoto”

O diagnóstico de Riscos em Assimetrias Estratégicas abordado nesta metodologia

advém de prováveis conflitos que possam surgir entre o esforço empresarial em

atender aos Valores de Clientes e um concomitante não atendimento aos Valores de

Sustentação de Negócios. Tais conflitos estão muitas vezes presentes na gestão de

negócios de algumas organizações.

Valores de Clientes, sabemos, são a base para se estruturar uma Proposta de Valor

que significa o conjunto de benefícios que a empresa entrega para o seu cliente e/

ou consumidor. Já o conceito de Valores de Sustentação de Negócios baseia-se no

conjunto dos ambientes particulares dos clientes, dos fornecedores e das cadeias

produtivas, todos somados ao próprio ambiente interno da organização.

Embora, em dado momento ou circunstâncias, a organização esteja obtendo bons

resultados decorrentes do cumprimento de sua Proposta de Valor, ela poderá estar

módulo 1 - Fabian salumA parceria para o crescimento sustentado e explicação sustentável

módulo 2 - mauricio ValadaresA importância de uma análise de risco nas estratégias de crescimento das organizações

módulo 3 - marcos CarvalhoA gestão estratégica apoiada emprocessos eficientes.

módulo 4 - Felix JrOpções estratégicas alicerçadas pelo enten-dimento de gestão de finanças e criação de valor para as organizações. módulo 5 - acrísio tavaresA governança em TI, seu diferencial e apoio para o crescimento. módulo 6 - paulo VillamarimIdentificar talentos e Lideranças é a estraté-gia para crescer.

módulo 7 - Vincent duboisA inteligência em força de vendas em mercados competitivos. módulo 8 - hugo tadeuA gestão de operações com foco na ino-vação de processos e serviços. módulo 9 - marcelo diasComo evitar erros em decisões que só um CEO pode tomar? módulo 10 – newton garzonA gestão por resultados o equilíbrio entre curto e longo prazos. módulo 11 - VérasLeitura de mercado e ações queevidenciem a proposta de valor das organizações. módulo 12 - pedro linsCompetitividade sustentável – o con-ceito Blue nas organizações.

o proJeto enVolVe oS SeguinteS temaS:

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Page 33: Revista FH - Ed. 208

33

exposta (ou vir a estar) a determinados riscos advindos,

por exemplo, de sua forte dependência de determinados

clientes ou fornecedores atuais, ou de algumas ameaças

detectáveis em uma ou mais das cadeias produtivas com

as quais opera. Eles podem afetar suas pretendidas ou

futuras intenções estratégicas de crescimento.

A esses riscos que acabamos de mencionar dá-se, na

metodologia, o nome de Riscos Inerentes aos Negócios.

Encontram-se presentes nas carteiras de clientes e de for-

necedores, nas cadeias produtivas com as quais se opera

e/ou dentro da própria organização.

O que pretendemos nesse diagnóstico é verificar se a

condução atual de seus negócios, em obediência às suas

estratégias, aponta ou não para uma conformidade entre

atender às suas respectivas Propostas de Valor e aos

referidos Valores de Sustentação. À ausência dessa con-

formidade dá-se o nome de Assimetria Estratégica. A

proposta desta metodologia é identificar o que aqui deno-

minamos RISCOS INERENTES AOS NEGÓCIOS de uma

ORGANIZAÇÃO.

1 . ValoreS de clienteS e o negÓcio da empreSaEm “Empresas Proativas: como antecipar mudanças no

mercado”, de autoria dos professores Eduardo Araújo e

Rogério Grava, busco um simples e bom conceito em que

“Proposta (ou Proposição) de Valor refere-se aos benefícios

inerentes à oferta posta no mercado”.

2. ValoreS de SuStentaÇÃo de negÓcioS e o negÓcio da empreSa A Figura abaixo ilustra um conjunto de quatro ambientes:

dos clientes, dos fornecedores, das cadeias produtivas e

aquele da própria organização. Todos possuem interfaces

com os demais. Toda empresa ou negócio convive nesse

contexto. Ao ambiente da empresa ou organização se

incluem, ou somam, as influências de outros stakehol-

ders: comunidade, sociedades pública e/ou privada mais

próximas a seus passos, políticas e interesses. É impor-

tante que as empresas tenham políticas de convivên-

cia com essas interfaces, objetivando obter BENEFÍCIOS

para seus NEGÓCIOS. Para identificá-los, faz-se necessário

compreender o que são VALORES DE SUSTENTAÇÃO DE

NEGÓCIO:. (FIGURA 1)

perfiS de empreSaS quanto aoS ValoreS

a empresa, estrategicamente, estuda como ocupar tais interFaCes para preservar suas vantagens competitivas, tornando seus negócios mais hígidos, saudáveis.

como?• Atribuindo valores, seus, a tais ambientes!

Figura 1

ambiente da organização (empresa) (*)

ambiente das Cadeias produtivas

ambiente dos Clientes

ambiente dos Fornecedores

(*) inclui as relações com os stakeholders (partes interessadas)

Estrutura da carteira de seus clientes;Estrutura da carteira de seus fornecedores;Estrutura das cadeias produtivas nas quais está inserida ou opera;Estrutura da própria organização.

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34 FEVEREIRO 2013 revistafh.com.br

2.1 assimetria estratégica Denominamos ASSIMETRIA ESTRATÉGICA o desencontro nos negócios quando eles

se desenrolam muito bem se observados sob o ângulo de sua Proposta de Valor ou dos

Valores de Clientes (ou valores do mercado-alvo), mas não tão bem com relação ao que

denominamos Valores de Sustentação de Negócios.

VALORES de CLIENTESPreço; atendimento personalizado; prazo de entrega; condições de pagamento; qua-

lidade de produto/serviço; assistência técnica garantida

VALORES de SUSTENTAÇÃO de NEGÓCIOSRentabilidade do patrimônio; lucratividade de clientes, adimplências; receita não

concentrada em poucos clientes; fornecedores estratégicos parceiros; competên-

cias em liderança e gestão; diversidade em cadeias produtivas

O Quadro mostra uma análise simples e objetiva quanto aos perfis de empresas que

estão mais ou menos aderentes à sua Proposta de Valor ao mesmo tempo em que

seus negócios estão mais ou menos conformes com os Valores de Sustentação. Dos

quatro quadrantes apresentados, somente no terceiro é que as empresas estariam

em uma situação de simetria estratégica. (QUADRO 1)

Va

lor

es

de

Cli

en

te

s

Valores de sustentação

ma

is a

de

nC

iam

en

os

ad

er

Ên

Cia

negÓCios menos ConFormes negÓCios mais ConFormes

• Crescimento com posicionamento claro de merca-dos e público-alvo

• Alta competitividade no mercado-alvo• Riscos muito possíveis, por exemplo, na carteira

de clientes quanto à lucratividade dos mesmos ou quanto à segurança futura de receitas

• Menor capacidade de análise e atenuação de riscos inerentes ao crescimento e outros presentes na interrelação dos quatro ambientes

• Crescimento quase somente sob fortes demandas• Baixa competitividade e não praticante dos melho-

res custos• Amplo desconhecimento e exposição a riscos

atuais e potenciais• Futuro estrategicamente comprometido• Sem indicadores estratégicos relevantes

• Desenvolvimento crescente favorável• Posição muito forte em mercados-alvo• Riscos melhor avaliados e com melhores chances de

mitigação (não implica em ausências de risCos)•Negócios e carteiras (clientes, fornecedores) mais saudá-

veis e com rentabilidade superior•Organização em melhores condições para crescimento

•Crescimento/desenvolvimento mais lento na prática alta-mente pragmática de segurança nos negócios

• Demora em decisões gerais de mercado e perda em com-petência competitiva (risco ao desenvolvimento)

•Processo decisório interno muito centralizado com riscos à competitividade e oportunidades futuras

•Posicionamento menos claro e menos arrojado no merca-do, com maiores riscos à volatilidade na base de clientes

[assimetria estratÉgiCa]

[Quadrante mais indeseJáVel]

[no rumo da simetria estratÉgiCa]

[assimetria estratÉgiCa]

Qu

adro

1

perfíS de empreSaS ViSÃo x ValoreS de clienteS e de SuStentaÇÃo de negÓcioS

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35

3. anÁliSe expandida do contexto de fonteS de riScoSQuatro forças exercem, durante todo o ciclo de

crescimento das organizações, pressões sobre as

mesmas, a saber:

Andamento Estratégico: pressão para que as

empresas exerçam vigilância e monitoramento

constantes através de suas contínuas análises

de ambientes.

Questões Futuras: pressão muito vinculada ao

próprio crescimento ou à nova plataforma de

crescimento, passando pelas questões de inova-

ções em produtos e processos.

Organização: resistência oriunda não só dos

valores, princípios ou crenças, mas também

das competências e da metodologias ora insta-

ladas no seio das organizações que necessitam

enfrentar os novos desafios de crescimento.

Tais riscos também são reconhecidos como

Inerentes ao Negócio.

Fontes de Assimetrias Estratégicas: pressões

advindas das carteiras de clientes, de fornecedo-

res, das cadeias produtivas (ou de suprimentos)

e da própria organização em sua nova estratégia

de crescimento.

Duas questões relevantes em relação às pres-

sões de riscos trazidas pelas FONTES DE

ASSIMETRIAS ESTRATÉGICAS surgem:

• Quais riscos serão decorrentes dessa assimetria

e quais seus impactos, incluindo os financeiros?

• Como construir ou apoiar uma plataforma de

crescimento?

Esta última questão nos obriga a construir, ao

término do diagnóstico, um conjunto de movi-

mentos estratégicos recomendado ao Projeto

Estratégico de Crescimento (PEC).

4. eStudo maiS detalhado doS ValoreS de SuStentaÇÃo de negÓcioS Carteira de Clientes (análise de cada cliente ou grupo de clientes)

Carteira de Fornecedores (análise de cada fornecedor ou grupo de fornecedores)

Cadeias Produtivas (análise de cada cadeia)

Organização (análise da própria empresa ou organização)

Cada VALOR tem o mesmo peso para o resultado final (a metodologia é de pon-

deração). As empresas têm liberdade quanto aos pesos dos VALORES. Entretanto,

o peso mínimo tanto para Clientes como para Organização é de 25% cada. Cada

VALOR, para sua melhor análise, é decomposto em conjunto de FATORES:

4.1 fatores do Valor - estrutura da carteira de clientes FATURAMENTO (25%)

LUCRATIVIDADE OU (%) DA MC (*) (20%)

FREQUÊNCIA DE COMPRAS (20%)

TEMPO DE RELACIONAMENTO (10%)

POTENCIAL DE COMPRAS FUTURAS (10%)

PONTUALIDADE (10%)

MIX DE COMPRAS (5%)

TOTAL: 100%

A lucratividade é a proporcionada pelo cliente e MC = Margem de Contribuição

OBS.: As empresas têm liberdade quanto aos pesos dos FATORES e podem

incluir/substituir alguns fatores acima. Os clientes a serem aqui analisados são,

preferencialmente, os clientes “A” da empresa.

4.2 fatores do Valor - estrutura da carteira de fornecedoresCONCENTRAÇÃO DE VOLUME DE AQUISIÇÕES (Em R$) (25%)

DESEMPENHO DO FORNECEDOR (20%)

PODER DE NEGOCIAÇÃO (15%)

GRAU DE PARCERIA/COOPERAÇÃO (20%)

EFEITO DE TROCA (20%)

TOTAL: 100%

OBS.: As empresas têm liberdade quanto aos pesos dos FATORES. Os fornecedo-

res a serem analisados são, preferencialmente, os mais estratégicos à empresa.

4.3 fatores do Valor - estrutura das cadeias produtivasCONCENTRAÇÃO DE CLIENTES (25%)

CONCENTRAÇÃO DE FORNECEDORES (25%)

VENDAS POR CADEIAS (R$) (25%)

VOLUME DAS AQUISIÇÕES (R$) (25%)

TOTAL: 100%

OBS.: As empresas têm liberdade quanto aos pesos dos FATORES.

4.4 fatores do Valor - organização PROPOSTA DE VALOR (25%)

LIDERANÇA E VISÃO ESTRATÉGICA (25%)

COMPETÊNCIAS EMPRESARIAIS (25%)

METODOLOGIAS DE GESTÃO (25%)

TOTAL: 100%OBS.: As empresas têm liberdade quanto aos pesos dos FATORES, mas PROPOSTA

DE VALOR e LIDERANÇA ESTRATÉGICA têm o mínimo de 25%.

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fh | saúde business school

36 FEVEREIRO 2013 revistafh.com.br

5. como oS ValoreS SÃo analiSadoS para identificaÇÃo doS riScoS inerenteS aoS negÓcioS

Cada VALOR, para sua análise, é decomposto em um

conjunto de FATORES próprios que também são pon-

derados percentualmente.

Cada FATOR é também decomposto em um conjun-

to de CRITÉRIOS próprios que, além de receberem

um peso percentual dentro do FATOR, são avaliados

numa graduação que varia de 1 a 5.

A metodologia permitirá que cada cliente, fornecedor,

cadeia produtiva e organização recebam, ao término

da análise, um grau final de avaliação entre 1 (um) e 5

(cinco), sendo que:

· se estiver entre 1 e 2, será classificado como DELTA

· se estiver entre 2 e 3, será classificado como GAMA

· se estiver entre 3 e 4, será classificado como BETA, e

· se estiver entre 4 e 5, será classificado como ALFA.

A classe ALFA é a que menos oferece riscos inerentes

ou seus riscos são baixos; as classes BETA e DELTA

são as que apresentam riscos médios, enquanto a

DELTA é normalmente portadora de riscos altos.

Ao término das análises, os Valores Clientes,

Fornecedores, Cadeias Produtivas e Organização

serão analisados quanto aos impactos que os Riscos

Inerentes carregam (e a serem identificados junto a

cada um deles) exercerão nos negócios. Por decor-

rência, cria-se um Plano de Respostas a Riscos que

há de ser incorporado ao Projeto Estratégico de

Crescimento (PEC) da organização.

6. concluindo a anÁliSe doS ValoreS de SuStentaÇÃoA metodologia recomenda que após as análises de

cada um dos quatro valores, seja tomado o percentual

da soma (ALFA + BETA) para cada um. É uma forma de

avaliar o quanto a empresa diagnosticada estará mais

isenta, ou não, de Riscos Inerentes nesses valores,

uma vez que as classificações (ALFA) e (BETA) são as

que estão mais afastadas de tais riscos.

Assim: (“ + “) médio = [(X%+Y%+Z%+ E%)]/4 =

Onde X% é o (ALFA + BETA) da carteira de clientes, Y%

é o da carteira de fornecedores, Z% das cadeias produ-

tivas e E% o da organização.

7. analiSando riScoS inerenteS Após identificar as classes ou categorias dos Valores de Sustentação

de Negócios, a metodologia nos remete para uma primeira identifi-

cação de RISCOS INERENTES. Os riscos são enquadrados a partir de:

• O Impacto estimado do risco para a organização; e

• Sua probabilidade de ocorrência (todo risco é um evento a ocorrer).

Os Impactos são avaliados entre os Graus 1 e 5. É importante obser-

var que tais impactos sejam associados às consequências finan-

ceiras por eles proporcionados e combinada com o horizonte de

tempo de sua duração dentro das sugestões do Quadro

QUANTO AOS IMPACTOS (negativos):

Grau 1. Muito Baixo: Impacto nas METAS FINANCEIRAS até 1%.

Grau 2. Baixo: Impacto nas METAS FINANCEIRAS entre 1 e 3%.

Grau 3. Médio: Impacto nas METAS FINANCEIRAS entre 3 e 5%.

Grau 4. Alto: Impacto nas METAS FINANCEIRAS entre 5 e 10%.

Grau 5. Muito Alto: Impacto nas METAS FINANCEIRAS acima de 10%.

As Probabilidades variam conforme abaixo e devem ser evitadas 0% e 100%.1. Certamente verdadeiro (95 – 100%)

2. Mais provável (sim) que não (75%)

3. Tão provável (sim) quanto não (50%)

4. Menos provável (sim) que não (25%)

5. Certamente falso (0 – 5%)

A combinação de Probabilidades e Impactos resulta na Matriz de

Riscos, indicando as zonas ou regiões de baixo, médio e alto riscos.

Essa matriz reflete o chamado Valor Esperado (VE), isto é, o produto

da Probabilidade pelo Impacto:

(VE) = (P) x (I)

7.1 concluindo SoBre riScoS inerenteS aoS ValoreS de SuStentaÇÃo de negÓcioSOs Riscos Inerentes para cada um dos Valores de Sustentação são

sempre analisados em função dos resultados ou das conclusões da

análise de cada valor.

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37

gerenciamento de riScoS empreSariaiS

Figura 6

análise Qualitativaações anti-riscos

(respostas) ou movi-mentos estratégicos

riscos priorizadosindicadores

econômicos e Financeiros

análise Qualitativamonitoramento

de riscos e das ações (respostas)

identificar os riscos plano de gerencia-mento de riscos

Para uma condução mais segura dentro da organização, no

que diz respeito a uma forte necessidade de gerir com compe-

tência os movimentos estratégicos associados a um Plano de

Respostas a Riscos, segue na Figura abaixo um diagrama expli-

cativo de um modelo de gestão de riscos. (Figura 6)

compatiBilidade entre ValoreS de clienteS e de SuStentaÇÃo de negÓcioS

propÓsitoestratÉgiCo

negócio e estratégia em-presariais na confluência dos

valores de clientes e de sustenta-ção: simetria estratégica

Figura 5

(Va

lor

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e Clie

ntes)

propo

sta

de V

alo

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linha aXial da Visão(marCos estratÉgiCos Futuros)

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o

8. finaliZandoO que se pretende com esta metodologia é apoiar e condu-

zir a empresa ou organização de forma que seus negócios e

estratégias estejam em confluência, ou em SIMETRIA, com

os Valores de Clientes e com os Valores de Sustentação de

Negócios, como ilustrado na Figura ao lado. (Figura 5)

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Saúde buSineSS SchoolSaúde Business School é uma iniciativa da IT Mídia.

Todos os direitos reservados.

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FH | saúde corporativa

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patricia santana | [email protected]

RESPONSÁVEL POR UM ÍNDICE CADA VEZ MAIOR DOS AFASTAMENTOS DOS COLABORADORES, AS DOENÇAS MENTAIS JÁ PREOCUPAM AS LIDERANÇAS

DAS ORGANIZAÇÕES. ENTIDADES DE SAÚDE, COMO O HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, COMEÇAM A DESENVOLVER PROGRAMAS PARA GERIR A

SAÚDE INTEGRAL DOS FUNCIONÁRIOS

aLerta NoAMBIENTE DE TRABALHO

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FH | saúde corporativa

fevereiro 2013 revistafh.com.br

ados da organização Mundial de Saúde de 2012 estimam que a depressão, por exem-

plo, afeta cerca de 350 milhões de pessoas e é

a segunda maior causa de perda de produtividade dentro das empresas. em primeiro lugar estão as doenças infecto-contagiosas. No Brasil, em 2011, segundo dados do instituto Nacional do Seguro Social – (iNSS), aproximadamente 10% dos afastamentos foram por patologias psiquiátricas, ficando atrás somente de traumatismos e acidentes (26%) e patologias ortopédicas (18%).o estudioso José Bleger, na obra “Psico-Higiene e Psicologia institu-cional”, já defendia que a ausência de doenças não é suficiente no ambiente corporativo. É preciso se pensar no desenvolvimento integral das pessoas e da comunidade. Sob a ótica da psicologia, esse pensamen-to tira o foco da doença e traz ênfase para a saúde mental, tendo como base as relações do cotidiano. Além disso, o escritor argumenta que a organização do trabalho não cria doenças mentais específicas. ela apenas favorece descompensações,

Veja como funciona o programa do Einstein  O módulo “Equilíbrio” é constituído por todas as ações que promo-vem o bem- estar e a melhoria da qualidade de vida do colaborador, por meio do programa Mais Vida Albert Einstein.

Já o chamado “Crise” aborda os colaboradores portadores de transtornos mentais com compro-metimento da atividade social e laborativa, queda importante do desempenho, alto absenteísmo e/ou benefício previdenciário por do-ença mental; 697 colaboradores já foram atendidos pelo programa.

Os módulos “Enfrentamento e Convivência” consistem na abor-dagem dos colaboradores e ges-tores de áreas com  importante risco psicossocial coletivo em de-corrência da característica social e cultural da região, do trabalho ou da atividade, do público alvo, trazendo impacto psicossocial no desempenho individual, coletivo e no clima organizacional.

Segundo Silva, a abordagem se dá por meio da aplicação de “screening coletivo”, uma espécie de avaliação coletiva de clima organizacional, relacionamento interpessoal e comportamento. Sintomas de estresse e agentes estressores de vida e do ambien-te de trabalho são observados. “Identificadas as condições adversas passíveis de enfrenta-mento e de mudança positiva, se estabelece planos de ação para abordagem dos estressores organizacionais;envolvendo tam-bém o treinamento do grupo para enfrentamento psicossocial des-tes agentes e através de grupos de manejo do estresse, com foco terapêutico e suporte psicológico coletivo, uma abordagem para os agentes estressores não modifi-cáveis (convivência)”, sinaliza.

que já foram formadas anteriormente na vida das pessoas. Sendo assim, o ambiente de trabalho e as próprias organizações são corresponsáveis não apenas pela promoção da qualidade de vida corporativa, mas pela manutenção de um ambiente de trabalho favorável e que efetivamente leva em consideração a saúde mental dos colaboradores, o que vai além dos cuidados com estresse, da obsessão pelo trabalho, entre outras doenças mentais que afligem a classe economicamente ativa.No Hospital israelita Albert einstein, em São Paulo, existe o programa “você em equilíbrio”, que busca identificar as fontes de estresse ocupacional na instituição, orientar e preparar os colaboradores a lidar de forma adequada com questões psicossociais relacionadas ou não com a sua atividade, que podem de alguma forma afetar o seu dia a dia. Além disso, o programa tem o objetivo de orientar e proporcionar oportunidades de manter a saúde mental em equilíbrio, mesmo vivendo em um ambiente conturbado. “o programa é desenvolvido por equipe multi e interdisciplinar com médico do trabalho, psiquiatra, psicólogo e enfermeiro, apoiados por estrutura de eAP (employee Assistance Program, em uma tradução livre Programa de Assistência ao empregado)”, explica o médico do Centro de Saúde ocu-pacional do Hospital israelita Albert einstein, Getúlio Albuquerque da Silva.Dividido em quatro módulos (equilíbrio, crise, enfrentamento e convi-vência), o programa já existe na instituição desde 2000. De acordo com o médico, há dois motivadores principais que levaram o hospital a tomar esta iniciativa. “Primeiramente pela linha de atenção e cuidado que o einstein mantem em relação aos seus colaboradores ao longo dos anos, em segundo lugar a nossa preocupação com os índices crescentes de absenteísmo e licenças de longo prazo (iNSS) em decorrência de doenças mentais”, pontua.Após implantação do programa, houve uma redução de 40% nos índices de absenteísmo e afastamentos em benefícios previdenciários por doença mental, além da redução do tempo de incapacidade.Para o médico, cuidar da saúde integral dos colaboradores do einstein é questão de sustentabilidade. “Como instituição prestadora de serviços de saúde, temos como maior recurso nossos colaboradores, que por meio

Diagnóstico

Estima-se que 1 em cada 5 tra-balhadores sofre de alguma con-dição mental, e essas condições são a principal causa de queda de produtividade e a segunda causa de absenteísmo nas empresas.Essas pessoas tendem a utilizar os serviços de saúde de forma frequente e pouco assertiva, “pe-regrinando” entre várias especia-lidades na busca de tratamento para sintomas físicos como dores de cabeça, dores musculares e insônia, muitas vezes decorren-tes de estresse mental.

Fonte: Hospitalar Santa Celina Foto

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ulga

ção

Hospital Israelita Albert Einstein: programa para funcionários busca identificar estresse ocupacional

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da sua ação direta promovem, re-cuperam e restabelecem a saúde e melhoram a qualidade de vida das pessoas. Temos como missão preservar e promover este indispen-sável recurso, pois no futuro, apesar dos avanços tecnológicos e cientí-ficos, vamos continuar a depender dele para mantermos a instituição servindo a comunidade”, conclui.

DE OLHO NO MERCADOo Grupo Hospitalar Santa Celina, de São Paulo, empresa de assistên-cia domiciliar, qualidade de vida e prevenção de doenças, possui uma frente chamada Semeando Saúde, da qual um dos programas é voltado para a Saúde Mental.Há 18 meses no mercado, o pro-grama identifica fatores de risco para desenvolvimento de patolo-gias associadas à saúde mental e outras doenças. “Com o aumento da competitividade, pressão e es-tresse no ambiente de trabalho e nos grandes centros, identifica-mos um aumento acentuado nes-se item, o que automaticamente nos fez pensar em como evitar o desencadeamento destas pato-logias”, justifica a Ceo do Grupo, Ana elisa Siqueira.De acordo com a execu-tiva, com a implantação do programa se cria dentro das empresas uma central de infor-mações sobre a saúde dos colaboradores, o que permite fazer uma gestão da saúde desta população, promo-vendo qualidade de vida e prevenindo de condições de saúde primárias e secundárias. “os principais resul-tados tangíveis são redução de absenteísmo, redução de turn over, aumento de produtividade, redução de custos com eventos de saúde e melhora no ambiente de trabalho”, pondera Ana elisa, que revelou que entre as deze-nas de empresas atendidas pelo

* 2006

* 20062007

20072008

20082009

20092010

20102011

2011

20112011

612 7.650 12.818 13.178 12.460 12.337

No ambiente de trabalho

Não vinculados ao ambiente de trabalho

TRANSTORNOS MENTAISE COMPORTAMENTAIS

JANEIRO

FEVEREIRO

MARÇO

ABRIL

MAIO

JUNHO

JULHO

AGOSTO

SETEMBRO

OUTUBRO

NOVEMBRO

DEZEMBRO

15.315

16.931

17.823

16.722

18.709

16.991

14.901

18.228

17.270

15.876

15.673

14.304

Concessão anual de auxílio doença adquirida no ambiente de trabalho. Fonte : Ministério da Previdência

* O salto no número de casos de 2006 para 2007 reflete a adoção de uma nova metodologia para identificação de casos

Acompanhamento mensal dos benefícios auxílio doença previdenciário, ao longo de 2011. Fonte : Ministério da Previdência

Grupo, cinco contam com o programa de saúde mental.o Semeando Saúde tem o objetivo de identificar pessoas que tenham sintomas ou patologia instalada, diagnosticada ou não, e agir encaminhando os casos para a assistência especializada. A equipe é formada por médicos, psicólogos e profis-sionais da área de saúde. “esclarecemos aos trabalhadores sobre sinais de alerta e, principalmente, quais as medidas a se-rem tomadas para melhorar a qualidade de vida e assim lidar melhor com as situ-ações desafiadoras do cotidiano”, conta o médico Marcelo Katayama, responsável pelo Semeando Saúde.A prática de atividade física é um dos itens mais incentivados pelo programa. Para Katayama, “praticar qualquer tipo de exercício é por si só um fator protetor para algumas doenças psiquiátricas. As iniciativas têm impacto positivo de for-ma direta ou indireta na saúde mental do colaborador”, avalia.outra empresa que também está atenta à área de saúde mental é a AxisMed, que atua na gestão preventiva em saúde. em seu pro-grama de doentes crônicos, a companhia desenvolve um projeto para o combate à depressão dentro das empresas. A iniciativa funciona desde abril de 2012 e até agora já tem 1600 colaboradores participantes.

A equipe é composta por con-sultores de saúde com formação multidisciplinar, que orientam os colaboradores quanto a ne-cessidade de uma avaliação de um médico especializado para realizar o diagnóstico e apoiam na adesão ao tratamento indica-do. os consultores também auxi-liam as pessoas a reconhecer os sinais e sintomas e a evolução da psicopatologia, a importância de um acompanhamento especiali-

zado regular, adesão ao tratamento medi-camentoso e suas complexidades (efeitos colaterais, etc) e a criarem estratégias de melhoria, o que envolve atividade física e ações para o bem-estar.em um estudo realizado com uma amos-tra desta população, a empresa identifi-cou que uma taxa de 45% aderiu aos trata-mentos que envolvem acompanhamento com psiquiatra.

APÓS IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DO HOSPITAL

ALBERT EINSTEIN HOUVE UMA

REDUÇÃO DE 40% NOS ÍNDICES DE ABSENTEÍSMO E AFASTAMENTOS EM BENEFÍCIOS

PREVIDENCIÁRIOS POR DOENÇA

MENTAL

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FH | operadora

fevereiro 2013 revistafh.com.br

Foto: Gerci Cardoso

A Vitallis, segundA mAior operAdorA de minAs gerAis, focA nA rede própriA pArA finAnciAr suA operAção e AlAvAncAr recursos

InvestImento vItalMaria Carolina Buriti | [email protected]

Rezende: Não estávamos conseguindo negociar uma boa tabela com hos-pitais, em Belo Horizonte temos um monopólio

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Foto: Gerci Cardoso

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investimento em rede própria. esse é o principal foco da vi-tallis, segunda maior operado-

ra de saúde de Minas Gerais em número de beneficiários, atrás apenas da Unimed BH. A aposta da instituição se deve as trans-formações guiadas por fernando rezende, sócio majoritário da ope-radora e que está no comando há quase dez anos. A operadora, que tem sua rede própria concentrada no estado mineiro, sobretudo na capital, com o hospital dia BH Mater, o Hospital do Barreiro com foco em alta complexidade, o Centro Clínico vila Nova e mais dois am-bulatórios fora de BH, promete dar um grande salto rumo à expansão com um hospital que está sendo construído na capital mineira.“estamos terminando um hospital geral em venda Nova (distrito de BH), com obstetrícia e maternida-de, 160 leitos, 30 leitos para CTi e centro de diagnóstico. A previsão de inauguração total é 2014, mas ele já funciona como pronto aten-dimento”, diz.Segundo rezende, o estopim para a expansão da rede própria foi a negociação com os hospitais da região. Como as operadoras con-centram grande parte dos usuá-rios da rede hospitalar fica difícil competir. “Não estávamos conse-guindo negociar uma boa tabela com hospitais, em Belo Horizonte temos um monopólio”, desabafa, contando que na época que ini-ciou a operação eram cerca de 70 mil vidas em BH e hoje esse número é de 50 mil. outro fator que fez o empresário optar pela expansão da rede pró-pria é a questão da manutenção de uma instituição de médio e pequeno porte. esse é um dra-ma já conhecido do gestor hos-pitalar, não se consegue preços bons porque não se tem escala e manter uma estrutura hospitalar custa caro. “o hospital com internação tem

de ter uma equipe médica de prontidão para dar suporte, além de equipes de sobreaviso e de ter de cumprir todas as exigências, apesar de ser de pequeno porte”, conta, completando que as compras também pesam: “alimentação para 30 leitos é um preço e para 50 é outro”. Para o executivo, ao transformar pequenos hospitais em ambulatórios com centros de diagnósticos, se desafoga a rede hospitalar e se atende uma população maior com menos complexidade. e é isso que ele tem feito desde que assumiu, quando a rede era composta basicamente por hospital dia. Depois veio a abertura do Hospital do Barreiro para dar mais qualidade de atendimento e, agora, vem a nova unidade.

BeNeficiáriosCom o novo empreendimento, a vitallis vai atender cerca de 50 mil beneficiários do plano de saúde, que hoje estão em Belo Horizonte, e também fechar contrato com os concorren-tes Unimed-BH e Amil e outros convênios da região para o hospital fazer parte da rede credenciada deles e assim ocupar toda a ca-pacidade da unidade. Apesar de baseada em Minas, os beneficiários vitallis estão por todo Brasil. Cerca de 30% das 208 mil vidas que compõem a carteira estão fora do estado mineiro. estes beneficiários são atendidos por uma rede credenciada. rezen-de dá alguns exemplos como o da vale do rio Doce, que fechou contrato com a operadora para os beneficiários que trabalham no Pará. o restante é dividido em 30% dos usuários em BH e 40% restantes em outras regiões de Minas Gerais. o crescimento da operadora é puxado pelos planos empresariais, sobretudo, de grandes e médias empresas. Quase a totalidade, 98,5% da carteira é de planos pessoa jurídica. “Te-mos muitos clientes da área da construção civil, as indústrias também estão fazendo expansão e estamos crescendo muito em Minas e no Pará, neste caso, com o contrato da vale”, afirma o executivo.Para 2013, o objetivo é alcançar 300 mil vidas e faturar r$ 200 milhões só com a operadora. o executivo disse que já está garantido cerca r$ 180 milhões. Também estão planejados reformular a política de pessoal, oferecer treinamento e adequar a área de tecnologia de informação. “o novo hospital também en-tra para suportar esse investimento e ajudar neste crescimento”, finaliza.

Fundação: 2000Rede própria: seis unidades Número de vidas (atual): 228 milNúmero de vidas (2013): 300 milFaturamento (2013): R$200 milhões

vitAllis

MeRcado MiNeiRo

Número de vidas:

Fonte: ANS

1 milhão

228 mil

150 mil

Vitallis

Unimed BH

fundação santa casa Misericórdia de Belo Horizonte

Fachada do novo hospital em Belo Horizonte ; unidade será total-mente inaugurada em 2014

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44 fevereiro 2013 revistafh.com.br

A gestão por processo ou o

Business Process Management

(BPM) é um pro-cesso de gestão que começa no

cliente e termina no cliente, ou seja,

no paciente

Um profissional troca a rotina de software, hardware e processos por um cotidiano de urgência e emer-gência, pronto-socorro, segurança do paciente e

todos os desafios de dirigir uma instituição hospitalar. A princípio, a situação pode parecer um pouco estranha, pois não é uma história que se ouve todos os dias no se-tor de Saúde. Mas o que isso traz de novo? No caso do hospital mineiro Socor, localizado em Belo Horizonte, a nova administração está transformando a gestão por meio de uma “revolução” nos processos. A mudança radical está sendo encabeçada pela admi-nistradora do hospital, Jacqueline Portella, que saiu da empresa de software ToTvS, onde trabalhou por quase cinco anos, para dirigir a instituição mineira, em maio de 2012. Mas nem só da Ti se faz o currículo de Jacqueline, sua formação original está justamente ligada à Saúde. enfermeira com a especialização em Gestão da Saúde, a executiva já passou pelos hospitais mineiros Nossa Se-nhora das Graças, onde ocupou o cargo de diretora geral por três anos, e felício roxo, onde ficou quase dez anos (veja mais no quadro ao lado). Mas por sua experiência em Ti, Saúde e Ti para Saúde, o Socor traz à liderança um perfil, no mínimo, peculiar. A contratação de Jacqueline surgiu como indicação da consultoria que atua junto ao hospital mineiro. “Há quatro anos nossa administração é profissio-nalizada e contratamos pessoas de mercado para gerir o hospital”, diz o presidente da instituição, Castinaldo Bastos, que também é um dos oito fun-dadores do hospital.

MudAnçA de Processos e o Processo dA MudAnçA Com o novo comando, foi a vez de a executiva colocar em prática toda sua experiência. isso ocorreu ao perceber que no hospital os processos estavam isolados e presos

aos departamentos. “Toda empresa tem processo e havia um isolamento deles no hospital, pois eram voltados para cada área”, explica Jacqueline. “A gestão por processo ou o Business Process Management (BPM) é um processo de gestão que começa no cliente e termina no cliente, ou seja, no paciente. Não há cliente interno, o médico passa a ser cliente da relação processual, sob o ponto de vista comercial, o nosso negócio é a assistência” completa. em cima do diagnóstico, o planejamento estratégico foi revisto e Jacqueline começou uma verdadeira transfor-mação dentro da entidade com o redesenho de fluxos focados no paciente. A implantação envolveu o Mapeamento e Melhoria de Processos (MMP) e a administradora adaptou a meto-dologia de BPM para a realidade de Saúde. o trabalho envolveu a capacitação de 49 colaboradores do hospital entre gerentes, coordenadores, supervisores e encarre-gados, o que inclui lideranças médicas, que fazem parte do quadro fixo da instituição. “o projeto é inovador e mexeu muito nas estruturas in-ternas. os médicos participaram e acompanhavam a reunião de corpo clínico com os participantes do proje-to. vamos chegar ao processo médico, na integralidade dentro da metodologia. Hoje, eles são comunicados e en-volvidos justamente pensando nisso” , diz a executiva, já adiantando os próximos passos. Quem treinou o pessoal e adequou a metodologia foi a própria executiva, que além da experiência e de ser uma estudiosa no assunto, se prepara para receber uma certificação como gestora de processos, pela Gauss Consulting. No entanto, como qualquer transformação em organizações, a mudança nem sempre é bem vista por todos. esta consultoria também foi a responsável por uma palestra para os colaboradores entenderem a nova cultura da entidade.

Em momEnto dE Expansão, o hospital soCoR aposta no BusinEss procEss managEmEnt (Bpm) como condutor dE uma nova gEstão

FH | hospital

de HábitoMudança

Maria Carolina Buriti | [email protected]

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Fotos: Gerci Cardoso

JaCqueline, aCondutoRa da tRansfoRmação

enfermeira e administra-dora hospitalar.

Professora da Pós Graduação em Gestão de saúde no Instituto de educação continuada – Iec / Puc MG, onde mi-nistra o curso de Gestão de serviços e Processos.

Professora na Pós Graduação da Faculdade são camilo, responsável pelas disciplinas de Au-ditoria em enfermagem e Gestão de serviços e Processos, Adminis-tração de Materiais e suprimentos e Gestão de Pessoas.

Foi gerente da ToTVs consulting – especialis-ta em processos.

ex- consultora daTotvs em projetosque envolviam aanálise de softwaresna área hospitalar.

Perfil

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FH | hospital

fevereiro 2013 revistafh.com.br

“Tivemos algumas demissões que já eram esperadas. Tivemos uma mudança de cul-tura e choque na gestão e isso foi aprovado pelo grupo. eles perceberam e viram que era esse o caminho”, lembra. Porém, ela ga-rante que uma das peças-chave da implan-tação foi o envolvimento e a participação dos colaboradores, que uma vez treinados, ajudavam a identificar problemas no fluxo. entre contratação da consultoria e a iden-tidade visual, o projeto custou r$ 30 mil, considerado um valor baixo pela executiva. Processos e pessoas envolvidos, era o mo-mento de adequar o novo modelo aos siste-mas de tecnologia existentes na instituição. o hospital enfrenta agora a troca de seu siste-ma de enterprise resource Planning (erP) para um software que já será integrado com o prontuário eletrônico. Jacqueline garante que a mudança não tem impacto no novo modelo de gestão. “Desenhamos os pro-cessos na ferramenta do Business Process Management Software (BPMS), que sustenta e cumpre a metodologia do BPM. então, o sistema vai aderir aos meus processos”.

AlIAdo Ao crescIMenToCom o início do projeto em maio e previs-to para implantação total em meados de 2013, apesar de Jacqueline deixar claro que “o BPM nunca termina”, o novo mode-lo já colhe alguns resultados que ajudarão o hospital em seu projeto de crescimento. Após o redesenho, os 789 procedimentos operacionais padrão viraram 206; dos mil indicadores sobraram 160 e a perspectiva é que eles diminuam ainda mais. em um setor como o da Saúde, onde o com-bate aos custos altos e a redução de gastos é sempre uma preocupação, o BPM se torna um aliado ao crescimento. A gestão por processos também trouxe agilidade no atendimento e em indicadores como:

segurança, disponibilidade de leitos, dis-ponibilidade do pronto- atendimento, clas-sificação de risco. Por sua vez, os impactos dessas mudanças são sentidos na redução de custos, oferta na assistência, obtenção de informações de forma mais rápida para auditoria de contas e, consequentemente, na redução de glosas. “Quando não se tem processos automa-tizados e definidos há discrepância no faturamento. o modelo do fee for service demanda uma estrutura e com um proces-so mais alinhado é mais fácil para o auditor”, explica a executiva. ela enfatiza que com a nova proposta de remuneração da Agên-cia Nacional de Saúde Suplementar (ANS), cujas ações e procedimentos frequentes em uma internação passam a ser cobrados de forma agrupada constando apenas como um único item na conta hospitalar, a revisão de processos facilitará a auditoria. “A ANS está propondo diminuir o custo da operação, reduzir o excesso de lançamento, muito mais aprimorado, mais enxuto. isso impede que haja problema lá na frente pelo modelo proposto”. inicialmente uma clínica de pronto- aten-dimento cardiológico e com um pequeno número de leitos, hoje o hospital atua em 39 especialidades. o crescimento veio com a pro-posta de tratar o cardiopata com qualidade no hospital, uma vez que o paciente também carece de outros especialistas. Assim vieram a nefrologia, cirurgia, pneumologia e, hoje, há até um pronto atendimento em ortopedia. Agora, no momento em que completa 45 anos de existência, o Hospital Socor se pre-para para crescer 30% no número de leitos e atender uma demanda advinda da entra-da de novas vidas na saúde suplementar. Tudo isso ocorrerá sustentado por novos processos, que foram desencadeados pelos próprios pacientes.

Foto: Gerci Cardoso

Bpm Em númeRos

R$30 mil investidos

no projeto até agora

procedimento operacionais

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Hospital privado

Faturamento anual (base 2012): R$ 52 milhões

Número de leitos - com UTI: 105

Previsão de número de leitos - com UTI - 2013: aumento de 30%

Número de cirurgias (mês): 480

Número de atendimentos – pronto atendimento: 6.500

Investimento em 2013: inicial de R$ 4 milhões

Acreditação: ONA nível 2

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FH | na bagagem

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Evento: New Trends in Breast Cancer

Data: 20 de janeiro de 2013

Local: Istambul (Turquia)

Cícero Urban é cirurgião oncológico e mas-tologista do Hospital Nossa Senhora das Graças (PR).

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O cirurgião oncológico e mastologista do Hospital Nossa Senhora das Graças (PR) Cícero Urban foi a Istambul (Turquia) para participar do New Trends in Breast Cancer. Veja o que ele fez por lá

vaLE a PENa...O que mais me impressionou foi a basílica de Santa Sofia e, como sou amante da gastrono-mia e chef eventual, o merca-do de especiarias. Claro que a Mesquita Azul com sua cúpula maravilhosamente decorada e o mercado geral também me-recem uma visita detalhada. Os tapetes são impressionan-tes, mas infelizmente aqueles feitos à mão, de seda e com nú-mero maior de fios e detalhes, têm custos muito elevados. Tive a oportunidade de co-nhecer um dos mais famosos produtores. Trouxe um tapete que está decorando a parede de um dos meus consultórios. Realmente impressionante!

oNDE ComER...Imbat Restaurant. A melhor comida turca em uma cidade

onde a gastronomia é muito rica. Além disso, o local tem uma vista magnífica, sobretudo, à noite. Fiquei surpreso

com os vinhos turcos, particularmente me impressionei com um Cabernet Franc local.

Mais informações:http://www.imbatrestaurant.com

o EvENto...Fomos palestrantes do Congresso Na-cional na Turquia de câncer de mama (New Trends in Breast Cancer). Fizemos uma conferência sobre oncoplástica e reconstrução de mama após o câncer de mama. Foi muito gratificante e per-cebermos que o Brasil está se tornando aos poucos uma liderança mundial em cirurgia oncoplástica e reconstrutiva da mama.

INtERCâmbIo...Percebemos que o tratamento do cân-cer de mama no Brasil vem crescendo muito com a especialidade da mastolo-gia e a interdisciplinaridade que temos dentro das unidades de Mama, como a do nosso hospital. Valorizamos muito hoje não apenas a cura, mas também a qualidade de vida. O que me impressio-nou é que existe grande interesse dos cirurgiões na Turquia em acompanhar o que vem sendo feito no Brasil.

a CIDaDE...Istambul é uma cidade que une característi-cas europeias e asiáticas, difícil de ser definida em poucas palavras. E em muitos aspectos históricos é proporcional ao que encontramos em cidades como Roma, Cairo e Atenas. Foi minha primeira vez. Tive a felicidade de ser ciceroneado pelo cirurgião e professor da Universidade de Istambul, Fatih Aydogan, que me convidou para o evento.

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Vai viajar e participar de algum evento na área da Saúde? Envie sua sugestão para [email protected]

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FH | medicina diagnóstica

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Patricia santana l [email protected]

Há quase 30 anos, dois médicos recém-formados e ávidos por desafio e desenvolvimento profissional encontraram na medicina nuclear uma forma de fugir da trivial rotina médica. Hoje, a empresa de diagnósticos médicos UDDO é responsável por realizar cerca de 55 mil exames por ano

A UDDo, empresa paulista de diagnósticos médicos de imagem, posiciona-se cada vez mais na área

de medicina nuclear. Para 2013, a instituição planeja trazer novos traçadores para PeT-CT, que permitirão ao laboratório a realização de inúmeros outros exames.A instituição, que possui uma unidade própria e outras duas instaladas no Hospital Samaritano e no instituto Brasileiro de Controle do Câncer (iBCC), ambos em São Paulo, tem maior demanda por exames de perfusão de miocárdio, que representa 65% do total realizado. “Temos 10% de PeT-CT, por conta da capacidade ins-talada destes equipamentos que são mais robustos e temos os outros exames”, conta Shlomo Lewin, um dos sócios fundadores da UDDo.De acordo com o executivo, a empresa pretende trabalhar com parceiros hospitalares, pois a infra-estrutura hospitalar garante mais tranquilidade e previsibilidade de demanda. Prova disso é que em 2013, a principal meta da instituição é consolidar a operação do iBCC, que contará com troca de equipa-mentos e exigirá investimentos em treinamento de equipe, principalmente. “eventualmente, podemos partir para parcerias com outros hospitais ainda em São Paulo. Hoje, a especialidade de medicina nuclear tem mais projeção do que no passado tanto na área médica quanto diagnóstica”, pontua.orientada pelas normas da Comissão Nacional de energia Nuclear, a UDDo não possui acreditação. “Mas

dentro dos hospitais em que atuamos seguimos os padrões de qualidade exigidos pelas acreditações destas institui-ções”, reforça Lewin.Com um crescimento mé-dio de 10% ao ano, a UDDo também atua com o serviço de Hand Held Gamma Pro-be, que disponibiliza aos centros cirúrgicos a sonda portátil (gamma probe) e uma equipe multidiscipli-nar, para localização de tu-mores e linfonodo sentinela durante a cirurgia. o serviço inclui desde o preparo de pa-cientes com administração de radiofármaco (substância radioativa que serve como contraste) até envio de equi-pe especializada da UDDo e do equipamento ao hospital para auxiliar o cirurgião. o serviço já atende mais de 1200 cirurgias por ano e cer-ca de 40 centros cirúrgicos da Grande São Paulo.

O incertOque deu certo

São 40 mil exameS de medicina nuclear (PeT Scan, cinTilografia, roll, enTre ouTroS) e 15 mil aTendimenToS em radiologia (mamografia, denSiTomeTria óSSea, ulTraSSonografia, enTre ouTroS).creSce em média de 10% ao ano, PoSSui 70 funcionárioS

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Lewin: com um crescimento médio de 10% ao ano, a UDDO também atua com o serviço de Hand Gamma Probe

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FH | medicina diagnóstica

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MEDICINA NUCLEARÉ A NOVA RADIOLOGIA?enquanto a radiologia engloba proce-dimentos de diagnósticos por imagem feitos a partir de raios-x, gerando ima-gens anatômicas, a medicina nuclear traz diagnósticos a partir da injeção de material radioativo, proporcionando um exame fisiológico e anatômico.De acordo com o sócio fundador da UDDo, um não é comparável com o ou-tro. “A radiologia começou com raios-x, depois veio a tomografia e a ressonância (feita com imãs). A medicina nuclear tem um outro conceito”, posiciona.o segmento engloba o diagnóstico e o tratamento. “No caso do câncer de tireoide, principalmente, a medicina nuclear é considerada um protocolo de tratamento, pois queima o resto das células”, exemplifica.

TECNOLOGIA TAMBÉM TRAZ EVIDÊNCIACada vez que há mais tecnologia incor-porada na saúde, existe uma grande discussão quanto a eficiência. retoma--se, portanto, a chamada medicina baseada em evidências, que garante que a prática clínica seja feita baseado cientificamente.Para Lewin, o médico precisa usar todo o elenco de informação acumulado na vida clínica para tomar uma decisão e os exames são facilitadores. “Quando me formei, casos de pacientes mais comple-xos só eram resolvidos e identificados depois de submetê-los a uma cirurgia. Com o avanço da medicina, o paciente passa por procedimentos menos inva-sivos antes de fazer um processo cirúr-gico, por exemplo”, recorda.Sendo assim, o principal dilema que existe em torno da medicina nuclear é o custeio. Por isso, o executivo conta que a UDDo possui um relacionamen-to transparente com as operadoras de saúde, envolvendo profissionais ad-ministrativos e médicos. “Anualmente a tabela é negociada. e sempre que há uma melhoria no custeio de um radiofár-maco, nós pleiteamos custos melhores. o PeT-CT era um tabu há pouco tempo, mas hoje está incluso no rol de procedi-mentos da ANS”, esclarece.

SeMPre QUe HÁ UMA MeLHoriA No CUSTeio De UM rADiofÁrMACo, NÓS PLeiTeAMoS CUSToS MeLHoreS. o PeT-CT erA UM TABU HÁ PoUCo TeMPo, MAS HoJe eSTÁ iNCLUSo No roL De ProCeDiMeNToS DA ANS

A UDDO foi fundada em 30 de setembro de 1988 pe-los médicos Marília Martins Silveira Marone e Shlomo Lewin. Egressos da Facul-dade da Santa Casa, ambos já atuavam com medicina nuclear. Os jovens profis-sionais queriam alavancar as especialidades médicas fazendo uso da tecnologia. “Naquela época escolher uma especialidade era limi-tante. Não tínhamos certeza do futuro, mas sabíamos que no presente não queríamos fazer apenas o trivial”, conta Lewin. Inicialmente, a UDDO foi criada para fazer exames de densitometria óssea, para diagnóstico de osteoporose. Atualmente, a instituição ampliou os serviços para ultrassonagrafia, mamo-grafia e PET-CT, atuando no diagnóstico e tratamento de câncer, por exemplo.

HISTÓRIA

Foto: Ricardo Benichio

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GOVERNANÇA CORPORATIVA NAS EMPRESAS FAMILIARES: SU-CESSÃO E PROFIS-SIONALIZAÇÃO

Com linguagem cla-ra, o livro descreve aos leitores como a governança corpora-tiva é essencial para reduzir riscos, gerar valor e como pode contribuir para per-petuar os negócios de natureza familiar. O livro apresenta também conceitos fundamentais da companhia, como o impacto desta cul-tura nos métodos de decisão da empresa, o planejamento e a condução do proces-so de sucessão.

Editora: CLA

Autor: Domingos Ricca e Sheila Madrid Saad

Número de páginas: 225

Preço: R$ 33

CLÍNICA PSIQUIÁ-TRICA – A VISÃO DO DEPARTAMENTO E DO INSTITUTO DE PSIQUIATRIA DO HCFMUSP

Em dois volumes, a obra, 1º lugar na categoria Ciências da Saúde do Prêmio Jabuti em 2012, apresenta mais de 50 anos de experiência clíni-ca do Departamento e do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP. Elaborado por renomados profissionais e professores da área, o livro aborda como a men-te e os fatores externos impactam na forma como sentimos, desejamos e naquilo que queremos; as principais síndromes e os respectivos tratamentos, entre outros.

Editora: Manole

Autor: Euripedes Constanti-no Miguel, Valentim Gentil, Wagner Farid Gattaz

Número de páginas: 2500 (dois volumes)

Preço: R$ 750 (dois volumes)

Analice Bonatto | [email protected]

A SAÚDE DA MULHER MELHOROU NOS ÚLTIMOS 20 ANOS, MAS AINDA É PRECISO AVANÇAR QUANDO A QUESTÃO É QUALIDADE. A AFIRMAÇÃO É DA PROFESSORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ ESCOLÁSTICA RAMALHO, UMA DAS AUTORAS DA OBRA “DESAFIOS NA SAÚDE DA MULHER E TEMAS EMERGENTES”. A PROFESSORA CONVERSOU COM A FH SOBRE OS PRINCIPAIS PONTOS DO LIVRO

BOALEITURA

Foto: Divulgação

Quais são as principais conquistas na área da saúde da mulher hoje? Escolástica Ramalho: Hoje a mulher é mais consciente de seus direitos e a área da saúde da mulher está recheada de conquistas nos campos socioeconômico e cultural. Mas apesar de o acesso ao serviço de saúde crescer, a qualidade ainda é um desafio. O livro traz questões relativas à saúde da mulher - historicamente fo-cada no seu papel reprodutivo -, como a assistência à gestação, ao parto e ao pós-parto. Com o Programa de As-sistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), de 1984, outros aspectos im-portantes, como o controle do câncer de mama, do câncer de colo de útero, de doenças sexualmente transmissí-veis e o planejamento familiar ganha-ram espaço. O livro também chama a atenção para outras questões atuais relacionadas às condições de vida e saúde das mulheres, como o aumento do estresse entre aquelas que acumu-lam jornada dupla e, às vezes, tripla, a gravidez tardia entre outros aspectos da modernidade.

Quais são os principais desafios na promoção da saúde da mulher? Escolástica: É preciso resolver a de-manda levada ao serviço de saúde, por-que hoje a mulher faz o exame de papa-nicolau, por exemplo, mas ainda morre de câncer do colo do útero. Afirmo que a atenção à saúde melhorou substancial-mente nos últimos 20 anos, o PAISM foi um grande “divisor de águas” na promo-ção da melhoria das condições de vida e saúde das pacientes, mas o avanço se deu mais na oferta de serviços, porque a qualidade é ainda um desafio. Aqui vale destacar a atenção básica à saúde, a que mais oferece acesso à população, mas também precisa ser aprimorada.

Alguns pontos abordados na obra trazem inovações nas práticas sociais e políticas. O que é possível aprender com eles?Escolástica: Em todas as ações vol-tadas à saúde da mulher (em atenção primária, secundária e terciária), os profissionais devem informar às pacientes seus direitos. Mobilizada em sua comunidade, essa mulher passa a ser protagonista e agente ativa no processo de transformação dos bens de saúde em prol da comunidade. Porque o grande apelo da atenção básica é a cidadania. A grande lição é apostar na educação em saúde refle-xiva e sem informações prontas. Não é possível trabalhar apenas a questão pontual trazida pela mulher, é preciso uma ação mais ampla de atenção à sua causa e prevenção. E é um engano o profissional pensar que a paciente em atenção secundária deixa de ser responsabilidade da básica, além de a paciente nunca perder esse vínculo, é a atenção primária que gera demanda.

Autor: Raimunda M. da Silva, Escolástica R. F. M. Ramalho, Ana Fátima C. Fernandes

Editora: Edições Universidade Federal do Ceará (UFC) Número de páginas: 330

Preço: R$ 30

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Verena Souza • [email protected]

DE MÉDICO DA FAMÍLIA A CONSULTAS ONLINE. MARK BLATT, DA INTEL, ANALISA COMO A COMBINAÇÃO DA NUVEM COM A MOBILIDADE E O ACESSO EM TEMPO REAL A SISTEMAS INTEGRADOS COM DADOS DO PACIENTE, HISTÓRICO DE EXAMES E TRATAMENTOS PODEM TRANSFORMAR A ROTINA DO MÉDICO E REDUZIR OS CUSTOS DO SISTEMA DE SAÚDE

NAS NUVENS

Quatro de julho, feriado nos estados Unidos e Mark Blatt, clínico geral, estava em plantão cobrindo a ausência

de 12 médicos, de uma clínica, em meados dos anos 90. Na-quele sábado de verão, Blatt – hoje diretor global de vendas da área médica da intel – atendeu cerca de 200 ligações em um intervalo de quatro ou cinco horas. “As minhas costas doem”. “Meu filho está resfriado e não para de chorar”. “eu estava cortando a grama do meu jar-dim e agora minhas pernas estão coçando muito”. oitenta por cento dos telefonemas durante a madrugada apresen-tavam reclamações desse tipo. encaminhar tais pacientes ao pronto-socorro em um dia de desfalque não era a deci-são mais adequada a ser tomada. “Comecei a fazer algumas questões-chave aos pacientes e percebi que com as perguntas certas, eu conseguia cuidar de 70% ou 80% das pessoas por telefone”, relembra o executivo que atualmente estuda como a Tecnologia da informação (Ti) pode viabilizar melhor as-sistência aos cidadãos e custo-benefício aos prestadores. em uma segunda-feira comum, ligações como essas seriam interceptadas pelas secretárias dos consultórios e se tor-nariam consultas. em geral, o paciente tiraria meio dia de folga no trabalho para ir ao médico, ser examinado e receber, basicamente, a mesma resposta que Blatt tanto deu naquele feriado de independência americana. “e foi quando eu comecei a me perguntar o que estava fazen-do no meu consultório. eu estava desperdiçando o tempo e o dinheiro das pessoas. o paciente tem de pagar U$ 100 por consulta, tirar licença no trabalho e ir até o consultório para ouvir o que poderia ouvir em 90 segundos por telefone de

onde quer que esteja”, afirma o diretor, evidenciando o quão burocrático e custoso ainda é a prática da medicina no mundo.

MOMENTO DECISIVO entretanto, passados duas décadas, a tecnologia se mostra apta para revolucionar o modelo assistencial vigente e a mo-bilidade é a grande propulsora dessa tendência. Países como China e inglaterra são exemplos de como as informações de saúde podem estar integradas e armazenadas na nuvem. Para Blatt, o Brasil está no momento de arquitetar a entrega de melhores serviços de saúde com a Ti. “Naquele plantão, imagine o que eu poderia ter feito se tivesse acesso ao histórico dos pacientes por meio de registros ele-trônicos na nuvem e ainda a possibilidade de realizar uma videoconferência”, relembra Blatt, que mudou radicalmente a maneira de pensar ao longo dos anos. A sua escolha pela profissão foi influenciada por um programa de televisão da década de 70, protagonizado pelo médico americano Marcus Welby, que cuidava dos avós, filhos e netos de uma mesma família. o método de Welby é claramente insustentável nos dias atuais e o executivo garante que estão disponíveis tecno-logias seguras para grandes transformações; resta, agora, vontade política e mentalidade aberta aos médicos e demais profissionais. “A ideia é que o histórico do paciente exista na nuvem e que o médico consiga acessá-lo via tablet ou outros dispositivos móveis”, explica. Sistemas de monitoramento e pacotes de imagens também na nuvem são outras tecnologias complementares à assistência re-

CaBEÇa

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Blatt, da Intel: mostra como a tecnologia móvel e integrada está revolucionando o modelo assistêncial vigente

a PromESSa da TECnoLoGIa

(nuVEm) É aTEndEr maIS dE 60% da dEmanda

dE forma ÁGIL E mEnoS CuSToSa,

o QuE dImInuI a nECESSIdadE

dE ConSTruIr CLÍnICaS E HoSPITaIS

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ChinaA China possuía 1,2 milhão de médicos tratando 800 milhões de pessoas e, para resolver essa disparidade, o governo chinês investiu, em 2008, na estruturação de uma rede, distribuiu computadores móveis a milhares de moradores de vilarejos e treinou seus médicos para atendê-los.

EUA

Havaí

Inglaterra

China

EUAAs empresas de seguro-saúde americanas estão mostrando interesse pelo uso da computação fora da estrutura hospitalar, porque o custo de entrega do serviço pode ser reduzido. Já existem empresas no País que, sustentadas por anúncios de propagan-da, oferecem gratuitamente o armazenamento de registros eletrônicos na nuvem.Outro modelo é a cobrança mensal, por médico, para utilizar os dados na nuvem. “Depende de como os médicos querem receber seus dados. Eles podem comprar um aplicativo, carregar no tablet e rodar em um servidor na nuvem. Eles também podem usar aplicativos baseados na web e pagar um preço diferente. Ou ainda comprar um software por US$ 10 mil e carregá-lo em dispositivos móveis”, explica.

InglaterraNa Inglaterra, os médicos são responsáveis pela compra de hardwares e softwares e, as-sim, disponibilizam os dados na rede nacional conhecida como Spine. Todos estão na mesma rede de e-mail, a maior do mundo, com cerca 1,7 milhão de membros, o que possibilita que um médico no extremo norte do país consiga marcar uma conversa com um especialista em Londres em tempo real.

HavaíCom respaldo legal, empresas de seguro saúde no Havaí ofe-recem consultas online de dez minutos para todos os cidadãos por US$ 25 ou US$ 35, caso seja necessário um especialista. “Eles também devolvem seu dinheiro se o médico não conse-guir resolver seu caso e você tenha que passar por consulta pessoalmente”, conta Blatt.

mota que, segundo Blatt, possibilitam a transição por dados e histórico do doente durante a con-sulta. “Posso ver imagens de exames completos e ir passando de uma coisa para outra. e, em vez de apenas falar com você, eu posso iniciar uma sessão Skype e ter todas essas janelas abertas ao mesmo tempo. Seria ótimo se fossem integrados,

se fossem só um sistema, mas podemos come-çar com sistemas separados”, relata o executivo, que enfatiza a importância da criptografia dos dados que estão na nuvem e da autenticação do usuário para manter a segurança. A promessa da tecnologia, de acordo com o diretor da intel, é atender mais de 60% da

demanda de forma ágil e menos custosa, o que diminui a necessidade de construir clínicas e hospitais; como o caso da Sué -cia, que teve quase a metade dos hospi-tais fechada nos últimos dez anos devido a implantação de um sistema de registros médicos na nuvem.

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DESTAQUESDO MÊS

SEGURANÇA E CONFORTOA Bomba de Infusão PK, doGrupo Equipamed, é uma bomba de seringa para anestesiologia com sistema alvo controlado. O equipamento tem o objetivo de proporcionar conforto a pacientes e profissionais que precisam receber e administrar medicamentos e nutrientes por via venosa, arte-rial ou esofágica. Sua tecnologia possibilita a infusão segura de diversos fármacos utilizados em anestesia e a redução dos seus efeitos colaterais. Além disso, é possível usar medicação patenteada, genérica ou similar e aceita várias marcas de seringa (de 5 a 50 ml) com detecção automática.www.equipamed.com.br

DISTÚRBIO RESPIRATÓRIOO BiPAP autoSV advanced, da Philips, é um aparelho de ventilação não invasiva indicado para o tratamento de pacientes com problemas de apneia complexa. Ele também possui conexão com um módulo de oxi-metria que mede saturação de oxigênio e frequência cardíaca. www.philips.com.br

PRODUTIVIDADECom produção nacional, o raio-x digitalMultix Select DR, da Siemens, é fácil de usar, está disponível para todas as apli-cações clínicas radiológicas e oferece alta produtividade. Seu uso é indicado para hospitais de qualquer porte e também para clínicas que pretendem entrar no universo digital. O novo equipamento permite aos médicos e/ou operadores obterem imagens com quali-dade e rapidez: em até nove segundos a imagem está dis-ponível na estação de trabalho.www.siemens.com.br

ESTIMULAÇÃO SENSORIALO Neurodyn Aussie Sport, da Ibramed, é um aparelho para aplicação de cor-rente elétrica via eletrodos em conta-to direto com o paciente. A novidade da Ibramed possui a corrente Aussie (Australiana), que é uma corrente de média frequência de 4.000Hz (4kHz) e que usa a modulação em Burst, o que permite uma estimulação senso-rial com desconforto mínimo. O equi-pamento é indicado para o controle da dor, fortalecimento e tonificação mus-cular, drenagem de edema, aumento de performance muscular, prevenção de lesões esportivas, preparo muscu-lar com aumento da circulação, ree-ducação motora e relaxamento de músculos espásticos (rígidos). www.ibramed.com.br

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Pés no chão ee-mails na nuvem

Thaia Duó | [email protected]*

Com muita ConsCiênCia, o HC/FMUSP dá o primeiro passo rumo ao modelo de Cloud Computing. após enviar todo o serviço de mensagens do hospital para a nuvem, a equipe de ti garante que nos próximos dois anos não haverá mais dados nos Computadores da instituição

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Por força do destino, o engenhei-ro elétrico Jacson Barros caiu de

paraquedas na área de Ti em saúde em 1990, após passar pelos setores de construção civil e metalúrgica. o que o fez ficar se resume em uma palavra: gratificante. ao longo desses mais de 20 anos no segmento, Barros assume gostar do que faz, principalmente por-que as ações tomadas por sua equipe beneficiam pessoas. entre tantos projetos elaborados por ele está o da adoção da computação em nuvem no hospital das clínicas da faculdade de medicina da uni-versidade de são Paulo (usP), onde é diretor coordenador de Ti. o plano posto em prática em meados de 2012 visa-a suprir a falta de uma ferramenta

capaz de acompanhar a evolução do serviço prestado ao público.

é o caso do sistema de e-mail do complexo hospitalar.

antes ele era considera-do limitado em recursos, com uma caixa de entra-

da mínima e atraso no re-cebimento de mensagens, sem

contar a falta de disponibilidade necessária para garantir a agilidade na comunicação entre os departamentos a partir dos núcleos administrativo, assistencial, ensino e pesquisas.ao assumir a diretoria de Ti da insti-tuição – há dois anos - o executivo se deparou com esse sistema de e-mail precário e alto índice de desconten-tamento pelos usuários. “embora houvesse um projeto interno para a implantação de um novo sistema de e-mail, questionei a equipe se este realmente era o nosso papel. Depois de uma avaliação sobre a nossa matu-ridade em relação à gestão deste tipo de serviço, resolvemos buscar uma solução na nuvem”, diz.ainda que a iniciativa tenha sido ca-pitaneada pela Ti, Barros explica que foi necessário apresentar ao órgão má-ximo do hc os benefícios e riscos de uma solução como esta, afinal, trata-va-se de uma quebra de paradigma na instituição. “não foi trivial convencer

*De acordo com o estudo da IT Mídia “ Antes da TI, a estratégia em Saúde”, que reflete a opinião de 203 gestores de Tecnologia da Informação de hospitais, centros de diagnóstico e operadoras de planos de saúde, entre junho e agosto de 2012.

** De acordo com o estudo da IT Mídia “Antes da TI, a estratégia”, consultou executivos de TI de vários setores de 619 empresas, que estão entre as mil maiores do Brasil, entre dezembro de 2011 e agosto de 2012

outras diretorias. no entanto, os argumentos técnicos que nos levaram à decisão foram muito bem esclarecidos”.nos últimos anos, o hc/fmusP investiu muito em sua infraestrutura física da rede computa-cional, além de ampliar a comunicação entre os diversos serviços de Ti. no entanto, segundo Barros, a informatização de sistemas e proces-sos pouco evoluiu. hoje o hospital ainda conta com uma série de sistemas funcionando em silos dificultando a interoperabilidade. Para reverter este cenário, o modelo cloud pa-rece ter sido certeiro, uma vez que a mudança para um sistema de e-mail a ser instalado lo-

calmente demandaria outros investimentos em infraestrutura de Ti, além de entregar um ambiente de administração in house desneces-sário. “isso poderia muito bem ficar por conta do fornecedor do ambiente em nuvem. além de não oferecer as funcionalidades para men-sageria e colaboração que se buscava”, diz.

Ferramenta novao engenheiro elétrico, e mestre em interopera-bilidade entre fonte de dados hospitalares pela universidade de são Paulo, bateu o martelo e convocou a Dedalus para implementar o Google apps em toda a instituição. alternativas foram

AnteS dA tI, A eStrAtégIA

28,8% 42,8%

dos gestores de tI em Saúde disseram que cloud computing tanto pública quanto privada é um alvode investimentoem 2012*

dos gestores de tI das maiores empresas brasileiras afirmam que cloud computing tanto pública quanto privada é um alvo de investimento em 2012**

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reCeIO eM terrAS AMerICAnASorganizações de saúde estão, aos poucos, optando pela nuvem para rodar aplicativos. Isto é especialmente verdade entre os pequenos prestadores de serviços, que não possuem equipes de tI ou os recursos necessários para implementar e suportar novos aplicativos locais, além de hardware, redes e outras infraestruturas necessárias de tI. todavia, enquanto alguns prestadores de serviços de saúde começam a adotar Software como Serviço (SaaS, da sigla em inglês) para os negócios – e para aplicativos relacionados à administração – eles ainda se recusam a mover softwares clínicos e dados de pacientes.É o caso de um grupo dos estados Unidos com diversas es-pecialidades médicas e 280 médicos atendendo milhões de pacientes, em 14 regiões do estado americano de Illinois. após registrar crescimento significativo no número de médicos por conta de fusões, o grupo começou a explorar serviços de apli-cativos de gestão do fornecedor de serviços baseados em nuvem para rodar e suportar os aplicativos de rH, folha de pagamento e financeiro.a clínica também usa o software baseado em nuvem, Follo-wmyHealth, como portal de paciente, que permite que eles acessem histórico médico, se comuniquem com médicos de forma segura e agendem consultas. Porém, por conta das gra-ves consequências em caso de fraudes, assume não estar preparada para mandar dados de pacientes para a nuvem.

avaliadas, mas as condições comerciais e a matu-ridade da ferramenta levaram Barros à decisão.com aproximadamente 8 mil usuários, a ferra-menta é considerada um sucesso tanto pelos recursos disponíveis da plataforma, como pe-los casos de sucessos em grande contingente de colaboradores. “além disso, a melhoria dos processos de colaboração passou a fazer parte do propósito de mudança”, conta Barros.com uma área de 352 mil metros quadrados e cerca de 2.200 leitos distribuídos entre seus sete institutos especializados, dois hospitais auxiliares e um hospital associado, o hc garante que a migração de documentos ou

outros dados para a nuvem está sendo feita aos poucos.segundo o executivo, os usuários já estão se acostumando a utilizar e confiar na nova plata-forma. “acredito que, no prazo de dois anos, não teremos mais dados no computador”, projeta. hoje, a instituição conta com uma complexa rede de máquinas, interligando aproximada-mente 4.500 equipamentos e dezenas de ser-vidores, através de conexões de fibra ótica de alta velocidade.

oS BeneFÍCIoS Da SoLUÇÃo CLoUDQuanto aos benefícios, não há comparação com

as barreiras enfrentadas, segundo Barros. “não tínhamos um sistema de e-mail confiável. não era possível manter um sLa aceitável. só para ter uma ideia passamos de um ambiente de 25 mb/usuário para 30Gb/usuário. ainda neste contexto, hoje nosso índice de reclamação com este serviço é zero”.Juntamente com a implantação do Google apps, o hc iniciou o projeto do single sign-on. o exe-cutivo confirma que hoje conta com uma rede complexa de sistemas, apoiado na identificação única do usuário. “além da satisfação do usu-ário, tecnicamente este foi uma dois maiores produtos desta implantação”, conclui.

Sem informar o valor investido na iniciativa de computa-ção em nuvem, o diretor coordenador de tI do HC/FmUSP, Jacson Barros, dá dicas para quem quer aderir à solução:

• Seja ousado;• Foque apenas em seu negócio;• Prepare sua equipe para monitorar e inovar.

3 dICAS dO HC PArA VOCÊ, HOSPItAL dAdOS de PACIenteS

nA nUVeM: A FALtA de PrePArO Como muitas outras instituições de saúde, a americana Clínica Springfield não está preparada para enviar os dados de seus 2 milhões de pacientes para a nuvem.

nos estados Unidos, organizações do se-tor temem enviar informações pessoais de saúde dos pacientes para a nuvem devido às exigências da Health Insurance Portability and accountability act (HI-Paa)-   lei americana que entre outras atribuições determina requisitos para garantir a privacidade do paciente. Pois, se as informações forem violadas, além de trair a confiança do paciente, podem sair extremamente caras para o prestador de serviços.

Um incidente com os históricos médicos de 2 milhões de pacientes na nuvem, causaria um ano de proteção de crédito, no valor de US$ 40 por cada um desses cidadãos, que podem ter tido a identidade violada. Sem falar em multas federais e outras penas e custos associados com a solução do problema. Com esses riscos em mente, as unidades preferem ser diligen-tes com SaaS antes de levar prontuário eletrônico do paciente ou outros sistemas clínicos para a nuvem.

DIFICULDADESDA MIGRAÇÃO

• COMUNICAR O USUÁRIO QUE NÃO ERA MAIS NECESSÁRIO “REALIZAR O BACKUP” - FATO CONSIDERADO CORRIQUEIRO COM A SOLUÇÃO ANTERIOR;

• OPERAR O NOVO AMBIENTE. NEM TODOS OS USUÁRIOS CONSEGUIRAM MUDAR O HÁBITO DE UTILIZAR O NAVEGADOR COMO APLICATIVO CLIENT DO E-MAIL.

*Com informações da InformationWek EUA

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KG3” a 5” capacidade até 100KgFUTURAFabricado em nylon poliamida 6.0, com fibra de vidro, possui força mecânica máxima. Além de sua superfície anti-corrosão, estes rodízios são resistentes a esterilização em altas temperaturas. Os garfos, rodas e calotas possuem a mesma cor, o que proporciona ao rodízio um design contemporâneo.

KG4” a 6” capacidade até 130KgEVOLUTIONFabricado em nylon poliamida 6.0, com fibra de vidro, apresenta força e capacidade de carga superior para uma movimentação contínua. Com design contemporâneo, proporcionam rodagem silenciosa e são recomendados para qualquer tipo de ambiente.

KG5” a 8” capacidade até 150KgEVIDENCEFabricado com estrutura interna em aço revestido por peças injetadas para diminuir a entrada de poeira e facilitar a limpeza. Ótima proteção ao piso com baixo ruído no deslocamento e excelente resistência a abrasão e impactos. Possui sistema de freio moderno de fácil acionamento com dois pedais.

KG4” capacidade até 80KgAGILEFabricado com nylon 6 injetado, disponível nas cores azul, cinza, gelo e verde. São ideais para equipamentos hospitalares onde são importantes o design, a segurança e a higiene, já que sua capa protege a entrada de poeira. Proporcionam rodagem macia e silenciosa, ótima proteção ao piso, excelente resistência química, ao desgaste e aos impactos, resultando em ótima relação custo benefício. Design, higiene e segurança em um só rodízio!

KG6” capacidade até 150KgNEW AVANTECHFabricado com estrutura interna em aço revestido por peças injetadas em material termoplástico, para diminuir a entrada de poeira e facilitar a limpeza sem tirar o rodízio de serviço. Possui um sistema de freio que ao ser acionado trava o freio de giro e da roda nos quatro rodízios ao mesmo tempo, além da trava direcional para manobras em locais de difícil acesso.

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STELA LACHTERMACHERDiretora Executiva [email protected]

GABY LOAYZAGerente deEstudos e Análises [email protected]

GABRIELA VICARIGerente de Marketing Comunicaçã[email protected]

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Stela LachtermacherDiretora Editorial IT Mídia

Foto: Magdalena Gutierrez

RUMO ÀSAÚDE DIGITAL

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou no início de fevereiro iniciativas importantes para o uso da tecnologia como ferramenta de acesso à informação. O novo portal da saúde permite que o cidadão verifi-que dados de seus atendimentos realizados na rede pública e que converse com seu médico. Para agilizar procedimentos, Padilha anteci-pou também a implantação da conexão banda larga em mais de 12 mil Unidades Básicas de Saúde no prazo de um ano. A iniciativa tem a parceria do Ministério das Comunicações e o projeto deverá ser ampliado futuramente para outros serviços da área. O ministro anunciou ainda o E-SUS Atenção Bá-sica, software desenvolvido em conjunto com a Universidade Federal de Santa Catarina que gerencia o funcionamento das unidades básicas. O programa, que será oferecido gratuitamente para todos os municípios, implanta o prontuário eletrônico com o histórico do paciente e pode ser usado, ainda, na gestão das unidades básicas. Os anúncios mostram a intenção do governo de investir na saúde digital.Já no Hospital das Clínicas da Faculdade de Me-dicina da Universidade de São Paulo, o maior complexo hospitalar da América Latina, a novi-

dade é a adoção de uma tecnologia hoje muito discutida nos mais variados setores da economia e que vem sendo reconhecida como um novo patamar da computação, que é cloud computing.E por que cloud está na ordem do dia do HC? Por-que assim como em outras empresas, o volume de informações armazenadas é tão grande - o chamado big data - que pede dispositivos cada vez mais potentes para seu armazenamento, num processo sem fim. Um outro fator é o cus-to, já que aplicações podem ser acessadas no conceito de Software as a Service (SaaS), o que evita investimentos em licenças. Atualmente, a nuvem é usada para o serviço de email, mas a instituição tem certeza que ela é parte do futuro e já tem elaborado planos para uma utilização bem mais ampla.Se os termos cloud computing e big data já fazem parte do universo de empresas dos mais varia-dos setores, que reconheceram sua importância e a diferença que podem fazer para os negócios, o que falar da cadeia de valor da saúde, onde a matéria prima com a qual se lida é nada mais nada menos do que informações sobre a vida do paciente. E a garantia de dados seguros e aces-sados de qualquer lugar podem ser definitivos na tomada de decisão.

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