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HMC revista TÉCNICA AUXILIA A CONTROLAR OS TREMORES DO PARKINSON Edição 5 – julho 2014 HIGIENIZAR AS MÃOS CORRETAMENTE SALVA VIDAS Uma alimentação saudável pode ser conquistada sem sacrifícios Você tem fome de quê?

Revista HMC - julho 2014

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Page 1: Revista HMC -  julho 2014

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TÉCNICA AUXILIA A CONTROLAR OS TREMORES DO PARKINSON

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HIGIENIZAR AS MÃOS CORRETAMENTE SALVA VIDAS

Uma alimentação saudável pode ser conquistada sem sacrifícios

Você temfome de quê?

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EXPEDIENTE

A REVISTA HMC é uma publicação do Hospital Marcelino Champagnat, produzida pela Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista. Tiragem: 10 mil exemplares

GRUPO MARISTA DIRETOR DA ÁREA DE SAÚDE Álvaro Luis Lopes Quintas

HOSPITAL MARCELINO CHAMPAGNAT

DIRETOR-GERAL Claudio Enrique Lubascher

CHEFE DO CORPO CLÍNICO Ademir Antonio Schuroff

GERENTE MÉDICA E RESPONSÁVEL TÉCNICA Ivana Roseira Gomes

GERENTE DE QUALIDADE Bianca Piasecki

GERENTE DE ENFERMAGEM Jhosy Gomes Lopes

GERENTE ADMINISTRATIVO Cris Adriano Carvalho

Av. Pres. Affonso Camargo, 1399, Cristo Rei, Curitiba – PR Telefone: (41) 3087-7600 Email: [email protected]

Site: www.hospitalmarcelino.com.br

DIRETORIA DE MARKETING E COMUNICAÇÃOStephan Younes

EDIÇÃO Eduardo Correa (MTB 6037)

PROJETO GRÁFICO Estúdio Sem Dublê

EDIÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃOO2 Design

ILUSTRAÇÃO DE CAPA Caco Neves

REVISÃO DE TEXTO Ana Izabel Armstrong

IMAGENS Shutterstock

COMENTÁRIOS, SUGESTÕES E CRÍTICAS

[email protected]

O objetivo da Revista HMC é manter você, leitor, bem informado sobre curiosidades, novidades e temas

relevantes relacionados à saúde e ao bem-estar. Mas, como além da mente o corpo também precisa estar

nutrido, esta edição traz um conteúdo focado na alimentação saudável.

Na matéria de capa, trazemos orientações de duas especialistas sobre a melhor forma de manter o corpo

sadio, fugindo das dietas malucas e evitando o temido efeito sanfona. Para mostrar que o equilíbrio na

alimentação é fundamental e possível, contamos exemplos de pessoas que melhoraram muito a qualidade

de vida ao abandonar determinados hábitos.

A cirurgia que pode diminuir os tremores causados pelo Parkinson é o assunto da seção Por Dentro da

Técnica. Quem acredita que é uma doença que atinge somente os mais velhos vai se surpreender com a

história de um homem que foi diagnosticado com o problema aos 34 anos de idade e passou alguns meses

na cama devido aos tremores. Agora ele leva uma vida normal após a intervenção cirúrgica.

Em Qualidade, o assunto é a higienização correta das mãos. Esse ato simples, que aparentemente nem

precisaria ser destacado, é essencial para a diminuição dos casos de infecção. É um hábito que precisa estar

presente na rotina das pessoas mesmo fora dos hospitais.

Na seção Perfil, conheça a história de um jovem empresário que apostou em um negócio sustentável em

Curitiba: a entrega de encomendas com a utilização de bicicletas. A proposta é contribuir com a diminuição

da emissão de gases poluentes na atmosfera.

Esperamos que você aproveite esta edição e contribua com a construção da revista, sugerindo assuntos que

podem ser abordados nas próximas edições. O email para

sugestões é [email protected].

Boa leitura!

Claudio Enrique LubascherDiretor-geral do Hospital Marcelino Champagnat

Corpo e mente bem alimentados

2 Revista HMC

EDITORIAL

Page 3: Revista HMC -  julho 2014

8Capa

4Você sabia?

6Em dia

20Perfil

18Qualidade

23Curtas

Alimentar-se bem, sem sacrifícios ou

exageros, é um dos segredos para uma vida mais saudável

15Por dentro da técnica

3Revista HMC

ÍNDICE

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VIDEOGAME DENTAL

Convencer os pequenos da importância de escovar os dentes para prevenir as temidas cáries e outros problemas bucais não é tarefa fácil. Alguns produtos

disponíveis até ajudam, como os cremes dentais coloridos aromatizados e as escovas com personagens de desenhos. Mas uma ideia inovadora e divertida

promete acabar com a relutância das crianças na hora da escovação. A Grush é uma escova eletrônica que transforma a higienização dos dentes em um jogo. O

aparelho conecta-se a um smartphone e inicia o game, cujo objetivo é destruir bi-chinhos que aparecem em várias regiões da boca. Sensores avançados acoplados

à escova identificam o movimento e registram o uso, gerando um relatório para pais e dentistas. A previsão é que a Grush chegue ao mercado em 2015.

RECARREGANDO...

Imagine se você pudesse "recarregar" seu cérebro quando mais velho, turbinar a capa-cidade de aprendizado, memória e funções neuronais em um período em que a tendên-cia é diminuí-las. Em busca dessa possibi-lidade, pesquisadores da Universidade de Stanford, nos EUA, realizaram uma pesquisa que apresentou resultados surpreendentes. Publicado na revista Nature Medicine, o estudo comprovou que componentes do sangue de camundongos jovens têm a capacidade de reduzir os efeitos do envelhecimento no cérebro de camundongos mais velhos. A hipótese é que existem proteínas presentes no sangue jovem que são responsáveis pelo "rejuvenescimento". Ainda não é possível saber se o mesmo efeito acontecerá com humanos, mas a esperança dos pesquisadores é que, caso tenha um efeito semelhante, essa possa ser uma nova estratégia contra doenças degenerativas, como o Alzheimer.

37 MILHÕES é o número de mortes no mundo que podem ser evitadas até 2025 caso a população se comprometa a reduzir os seis principais fatores de risco à saúde. A conclusão faz parte de um estudo feito no Imperial College de Londres, na Grã-Bretanha, e publicado na revista médica The Lancet. Tabagismo (-30%), pressão alta (-25%), consumo de álcool (-10%) e de sal (-30%) devem diminuir, além das taxas globais de obesidade e excesso de açúcar no sangue, que devem deixar de subir. Controlar esses fatores de risco significa evitar doenças cardiovasculares (infarto e derrame), doenças respiratórias crônicas, câncer e diabetes, impedindo milhões de mortes.

WHATSAPPINITE

Parece brincadeira, mas não é. Para aqueles que são viciados no aplicativo de troca de mensa-gens instantâneas WhatsApp, é preciso tomar cuidado com o tempo gasto com o celular. Uma nova doença surge para frear essa relação quase simbiótica entre mãos e aparelhos telefôni-cos: a WhatsAppinite. Semelhan-te a uma tendinite, é caracteriza-da por dores fortes nas mãos e polegares. O primeiro diagnós-tico da doença foi notícia na revista de Medicina The Lancet, o caso de uma mulher de 34 anos que teria passado cerca de seis horas trocando mensagens no WhatsApp para desejar boas--festas aos amigos. O tratamento inclui uso de anti-inflamatórios, e, principalmente, a abstinência total do celular.

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4 Revista HMC

VOCÊ SABIA?

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REMÉDIO INTELIGENTE

Para auxiliar quem tem difi-culdade de tomar remédios na hora certa e na quantida-de indicada, pesquisadores da Coreia do Sul desenvolve-ram um adesivo inteligente capaz de desenvolver a tarefa de um enfermeiro particu-lar. Sensores colocados no adesivo são capazes de obter informações sobre o paciente em tempo real e saber o momento e a dose correta a ser aplicada. Feito de nano- -materiais flexíveis, o adesivo tem o tamanho de duas polegadas. A previsão é que esteja disponível no mercado dentro de cinco anos. O projeto foi publicado na revista Nature Nanotechnology.

OMMMMM...

Que tal conseguir melhorar sua memória, atenção e concentração, além de reduzir a ansiedade, o estresse e até mesmo as dores físicas? Pois um movimento da ONG Mãos Sem Fronteiras intitulado "5 minu-tos, eu medito" promete todos esses benefícios por meio da meditação. E para começar, cinco minutos seriam suficientes. O que parecia coisa de monge budista agora tem reforço da tecnologia para se difundir. Com o intuito de auxiliar os iniciantes na prática da meditação, um aplicativo para smartphone está disponível na página da campanha. Que tal separar uns minutinhos para não pensar em nada? www.eumedito.org.

SEIS POR MEIA DÚZIA

Os cigarros eletrônicos, chamados e-cigarettes ou ape-nas e-cigs, não são muito comuns no Brasil porque

sua comercialização é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Mas não é difícil adquiri-los

pela internet. Criado para ser uma alternativa menos nociva à saúde, o e-cig foi cogitado como uma ferra-menta para auxiliar dependentes a deixarem o vício,

uma vez que é possível controlar os níveis de nicotina. O fumante poderia reduzir aos poucos a quantida-de até chegar a zero. Mas cientistas da Associação

Americana de Pesquisa para o Câncer comprovaram, por meio de um experimento, que ao expor células

brônquicas ao vapor do cigarro eletrônico, as células foram alteradas em um padrão similar ao daquelas

expostas ao cigarro comum.

TÉCNICO VIRTUAL

Você já pensou em ter um personal trainer portátil que possa orientar você sobre como praticar corre-

tamente atividades físicas como musculação, corrida, natação, golfe, entre outros esportes, e ainda fazer

uma completa coleta de dados durante o treinamen-to, como frequência cardíaca, número de passos e

calorias gastas? Essa é a proposta do Moov, um apa-relho compacto para fitness cujo grande diferencial

está na interação com o usuário. Durante uma corrida, por exemplo, o Moov é capaz de avaliar sua passada

e pedir, via comandos de voz, que você reduza a intensidade para uma melhor performance.

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Cuide da sua saúde sem constrangimentos

“A FALTA DE TRATAMENTO

ADEQUADO SÓ PIORA A EVOLUÇÃO

DA DOENÇA. MUITAS VEZES,

PODE SER TRATADA CLINICAMENTE, MAS

SE A AVALIAÇÃO MÉDICA FOR

POSTERGADA, PODE EVOLUIR PARA UM CASO CIRÚRGICO.”

PAULO GUSTAVO KOTZE, COLOPROCTOLOGISTA

EM DIA

uer saber um fato curioso? Um dos assuntos relacionados à saúde mais buscados no Google nos últimos anos são as hemorroidas. Em 2012, elas es-tiveram no topo da lista de pesquisas

nos Estados Unidos, de acordo com o Google Zeitgeist, uma ferramenta de medição de buscas anuais do site. A recorrência da pesquisa sobre o problema pode levar a duas conclusões. A pri-meira é que as hemorroidas são mais comuns do que imaginamos – ou seja, elas afetam muitas pessoas. A segunda é que os pacientes preferem encontrar tratamentos sozinhos a buscar ajuda médica. “A maioria dos pacientes não procura atendimento por vergonha ou preconceito com o problema. Vergonha geralmente manifestada pelas mulheres e preconceito, definitivamente, pelos homens”, atesta o coloproctologista Paulo Gustavo Kotze.

As hemorroidas são veias localizadas ao redor do reto e do ânus. Mas, popularmen-te, é assim que chamamos a doença hemor-roidária. Ela acontece quando essas veias incham ou dilatam-se por pressão interna, principalmente por causa do esforço cons-tante para evacuar. Em geral, essa situação tem duas causas principais: a obstipação, ou prisão de ventre, e fezes endurecidas. O problema também é comum na gravidez, em função da pressão que o feto faz sobre as veias abdominais, e também em obesos. Quem leva uma vida sedentária ou mantém uma dieta pobre em fibras e líquidos tam-bém pode desenvolver a doença. Isso por-que o sedentarismo e a pouca ingestão de fibras diminuem o funcionamento do intes-tino e aumentam as chances de obstipação ou do ressecamento das fezes.

por Fernando Oliveira

6 Revista HMC

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“A PREVENÇÃO DO CÂNCER COLORRETAL

DEVE SER LEVADA EM CONTA,

PRINCIPALMENTE, APÓS OS 50 ANOS

DE IDADE, OU ANTES, CASO HAJA CASOS

DA DOENÇA NA FAMÍLIA.”

ERON FÁBIO MIRANDA, COLOPROCTOLOGISTA

O sexo anal é outro fator que pode oca-sionar o problema. Os sintomas são inchaço perceptível na região anal, coceiras, sangra-mento e dor ao evacuar.

Está aí um assunto desconfortável, certo? É por isso que muita gente reluta em buscar tratamento adequado com um especialista. No entanto, esse atendimento é prioritário. Até porque as hemorroidas são apenas uma das formas, e a mais comum, de doenças ori-ficiais (ou anorretais), aquelas que se origi-nam na parte final do tubo digestivo, canal anal, reto e ânus: fístulas anais, fissura anal, dermatites na margem anal, doenças infla-matórias intestinais e verrugas ocasionadas pelo papilomavírus humano, o HPV. Como os sintomas se confundem, principalmente a dor e o sangramento, é sempre recomen-dado buscar o diagnóstico preciso com um especialista, pois esses problemas podem evidenciar outros mais graves. “Quando o paciente percebe os sintomas, o mais impor-tante é não haver atraso para procurar o mé-dico. Às vezes, ele imagina tratar-se de algo simples, mas, infelizmente, esses sintomas podem indicar algo mais sério, como câncer colorretal ou de ânus”, explica o também co-loproctologista Eron Fábio Miranda.

Uma boa notícia, nesses casos, é que a maior parte dessas doenças tem tratamento simples e sem grandes constrangimentos. Hemorroidas e fissuras anais (lesão ou la-ceração da mucosa do ânus), em geral, são tratadas clinicamente com pomadas e me-dicamentos de uso oral. As fístulas, que podem ter origem em uma fissura anal infectada e são caracterizadas por secreções de pus na abertura do ânus, exigem tratamento cirúr-gico. “O que precisa ficar claro é que nem toda do-ença anorretal necessita de tratamento cirúrgico. Muitas vezes, a melhora da qualidade de evacuação, pre-venindo o intestino preso com dieta e ingestão de líquidos, asso-ciada a uma higiene cuidadosa, pode trazer significativa melhora”, indica Kotze.

No entanto, é sempre importante que o diagnóstico e o tratamento para as doenças orificiais sejam indicados por um especia-lista, no caso, um proctologista. É comum muitos pacientes buscarem informações iso-ladamente ou com um médico generalista e iniciarem um tratamento para hemorroida e

só recorrerem ao especialista quando o caso persiste por muito tempo. “Uma doença ori-ficial pode mimetizar um tumor ou outras surpresas podem acontecer. A falta de tra-tamento adequado só piora a evolução da doença. Muitas vezes, pode ser tratada cli-nicamente, se a avaliação médica for pos-tergada, mas pode evoluir para um caso ci-rúrgico”, revela Kotze. “Em outros casos, os pacientes nos procuram já com um quadro evoluído de câncer de reto. Essa é a história mais comum que vemos no dia a dia”, con-ta. Segundo Miranda, mesmo nesses casos, o tratamento é possível. “Se identificados no início, o câncer colorretal e as doenças inflamatórias intestinais têm tratamentos menos complexos”, avisa.

DE OLHO NOS SINTOMASAs doenças orificiais podem ocorrer em

todas as faixas etárias, incluindo os bebês. Por isso, é bom ficar atento a alterações na região anal. Qualquer desconforto, coceira e, principalmente, sangramentos percebi-dos no vaso sanitário ou no papel higiêni-co são indicativos para buscar tratamento médico. “Mudanças no funcionamento do intestino também servem de alerta para do-enças colorretais”, salienta Miranda.

Adultos jovens são mais propensos a desenvolver tromboses hemorroidárias (quadro agudo em que há coagulação do sangue nas veias da região anal) e fissu-ras anais. A incidência do problema tam-

bém aumenta em pessoas de maior idade. “A prevenção do câncer

colorretal deve ser levada em conta, principalmente, após os 50 anos de idade, ou antes, caso haja casos da doença na família”, comenta Miranda.

Para Kotze, apesar do constrangimento e do des-

conforto que essas doenças possam trazer, o conselho é

sempre o mesmo. “Não há lu-gar para preconceito sobre raça,

sexualidade ou formas de exame nesses casos. Na presença de sintomas, incentivamos que o paciente procure um especialista para que possa ser correta-mente examinado, o diagnóstico preciso seja feito e o tratamento individualizado prescrito. A tranquilidade vem somente com um bom exame clínico e o melhor tratamento prescrito”.

Sociedade Brasileira de Coloproctologiawww.sbcp.org.br

para saber

Um dos assuntos rela-

cionados à saúde mais buscados no

Google nos últimos anos são as hemorroidas.

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fomede quê?

Você tem

Os alimentos podem ser os melhores aliados do homem para a manutenção de uma vida saudável e longeva ou se transformar nos piores inimigos. Heróis ou vilões, o controle sobre o papel que a comida vai desempenhar na vida das pessoas está nas mãos de cada um, ou melhor, na cabeça de cada um. Dados do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), levantamento anual feito pelo Ministério da Saúde, apontam que 50,8% da população brasileira está acima do peso, sendo que 17,5% tem obesidade. A pesquisa realizada entre julho de 2012 e fevereiro de 2013 comprova que os brasileiros não estão fazendo as melhores escolhas na hora das refeições.

por Karen Fukushima

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CAPA

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Com 29 anos, casada e mãe de duas filhas, a dona de casa e estudante Gislaine Mariel Dacal estava acomo-dada e conformada com os 102 kg que sustentava em seus 1,65 metros de altura. A rotina incluía longos períodos de sono e uma fome quase insaciável. “O

meu café da manhã tinha que ter dois pães caprichados, maio-nese dentro do pão, queijo, presunto, um milhozinho, e aquele copo básico de café com leite com duas colheres de açúcar”, con-ta. E assim prosseguia. “O almoço era arroz, feijão e um acompa-nhamento, como batata, bolinho, macarrão. Não tinha vegetais, nem verdura. Eu não gostava, não fazia na minha casa. Minhas filhas tam-bém não gostavam, meu marido não comia em casa, então era cômodo. No almoço, eu repetia aquelas pratadas. Tinha o café da tarde, o jantar e ainda um docinho à noite antes de dormir. Sem contar que eu tinha mania de levan-tar à noite, procurando algum doce para comer. Eu era muito viciada em doce, principalmente à noite”.

A descrição caótica que Gislaine fez do seu consumo alimentar é coisa do passa-do. Hoje, com 31 anos e 20 kg a menos, esse relato a faz torcer o nariz e dar muitas risadas. Para controlar o peso, primeiro foi preciso dominar os pensamentos. “Eu sentia muita fome, aquela que não saciava. Daí eu comia rápido e meu cérebro nem entendia que eu tinha comido aquela pratada de comida e eu tinha que fazer outra. Eu comia com os olhos. Olhava para o prato e já pensava que não ia me sustentar, que eu tinha que comer outro”, relembra.

Mas esse desespero por comida não é um exagero de Gislaine. A endocrinologis-ta Thaisa Jonasson explica que se deve muito a fatores hormonais, que manipulam os desejos e as vontades. “No cérebro, há o hipotálamo, que tem hormônios da fome e da saciedade. Dependendo da situação, um ou outro será ativado. E isso depende também do que eu estou comendo. Quanto mais gorduroso é o alimento, mais eu gero uma inflamação, mais eu desiquilibro esses hormônios hipotalâmicos e mais eu libero o hormônio da fome”. Isso explica porque quanto mais Gislaine comia, habitualmente alimentos pesados e gordurosos, mais tinha vontade de comer. Com o hipotálamo desregulado, o hormônio da fome era liberado em excesso. Interromper esse ciclo sozinho, sem auxílio de um especialista, pode ser mais difícil do que se imagina. E pior, pode levar a um caminho que se diz milagroso, mas que é extremamente prejudicial à saúde.

Chamado ghrelina, este

hormônio é produzi-do principalmente pelo estômago. Quando nos

alimentamos, a secreção da ghrelina diminui e a

sensação da fome passa.

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Page 10: Revista HMC -  julho 2014

Quer perder quanto?Quer perder 7 kg em uma semana? Ou 15

quilos em duas? Que tal 3 quilos em apenas 5 dias? As promessas são incontáveis, nume-rosas e estão por toda a parte nas capas de revistas. O milagre da perda de peso pode es-tar relacionado a chás, sucos, sopas e às mais variadas frutas e vegetais, como nas dietas da ameixa, do abacaxi, do limão, da couve, do pepino. Faça o teste! Digite em um site de busca: Dieta do (a) ... e escolha um vegetal ou fruta qualquer para preencher a lacuna. Não fique surpreso se encontrar várias páginas de links com toda a sorte de cardápios com o ingrediente escolhido. “Hoje, a gente faz Medicina baseada em evidências, mas evi-dências sérias. Se você abrir um site de pro-cura, vai encontrar resposta para tudo o que quer encontrar. Então tem trabalho mostran-do que o limão faz perder peso, outro que mostra que não”, alerta Thaisa, que é enfáti-ca sobre mudanças no perfil alimentar. “Não existe milagre!”.

Levantando a mesma bandeira, a nutrólo-ga Débora Oro Froehner reforça que não há milagres para emagrecer e denuncia que as dietas de revistas não funcionam. “Se fun-cionassem, os consultórios não estariam tão cheios. Acho um verdadeiro absurdo as die-tas que levam em conta apenas um alimen-to. Ninguém vive só com alface ou sopa, ou suco, ou sei lá o que mais. Também ninguém

pensa na qualidade do peso perdido. Imagine uma mulher de 1,70 m, 70 quilos, com per-centual de gordura de 16% (normal) e outra igual em altura e peso, mas com percentual de gordura de 35% (obesa). São totalmente diferentes. Da mesma forma, perder 10 quilos de gordura é totalmente diferente de perder 10 quilos de água e músculos. Essas dietas de revista, em geral, levam à perda de água e músculos, o que é terrível para o metabo-lismo, pois aumenta ainda mais o percentual de gordura corporal. E qual é o resultado? O efeito sanfona. Perder músculo não é fisioló-gico e o corpo vai querer de volta a massa ma-gra perdida. Então a pessoa volta a comer o que comia antes da dieta e ganha tudo nova-mente, de uma forma pior. Quando se ganha peso após uma dieta maluca, ganha-se mais gordura que músculo”.

Exemplo vivo de como essas dietas malu-cas são superficiais, Gislaine admite que se-guiu várias delas. “Já fiz dieta do limão, do abacaxi, da sopa. Em todas, eu perdia dois, três quilos. Na balança, funcionava, mas, em menos de uma semana, já recuperava tudo”.

Thaisa explica que a comida gordurosa e pesada gera uma espécie de vício. Ela ativa áreas cerebrais como dos dependentes de cigarro e álcool. Por isso, não é possível re-solver a questão da obesidade da noite para o dia. “Tem que ser devagar. Eu tenho que mostrar para o meu organismo que ele vai se sentir melhor com alimentos mais saudáveis.

“Eu comia com os olhos. Olhava para o prato e já pensava que não ia me sustentar, que eu tinha que comer outro” Gislaine Dacal, dona de casa e estudante

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CAPA

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Essas dietas milagrosas fazem um efeito sanfona, que é terrível para o organismo. Como o organismo foi feito para caçar, para comer, ele não quer grandes variações. Quanto você tem uma perda de peso muito rápi-da, mostra para o seu organismo que está doente, ou que ficou por muito tempo sem acesso à comida e perdeu o estoque de gordura que ele tinha. O que o organismo pensa? Que ele tem que dar um jeito de recuperar o estoque para não morrer, porque tem que ter força para caçar de novo. E aí ele consegue recuperar de novo o peso”. Para a endocrinologista, as revistas sensacionalistas deveriam ser proibidas ou, no mínimo, as agências reguladoras deveriam fiscalizar e regulamentar o conteúdo das publicações.

Do vinho para a água

Quem não conhece e ouve o empresário Sérgio Sampaio, de 52 anos, falando sobre os benefícios dos alimentos, de como devem ser as refei-ções, da função da água no organismo, do poder da uva, da amora e da castanha-do-pará, acredita que ele seja um médico ou nutricionista. Mas o discurso com propriedade é fruto de quem enfrentou, com muito custo, um processo de reeducação alimentar. Há três anos, quando foi diag-nosticado com pedra nos rins, teve que ingerir re-médios para dor que alteraram sua pressão arterial. Durante quase seis meses, a pressão oscilou muito. Ao consultar um médico e passar por uma bateria de exames, Sérgio descobriu que sua saúde não estava com os melhores indicadores. Além da pressão, o colesterol também estava desregulado. Foi quando seu médico orientou que prescreveria remédios para controlar os fatores de risco. Naque-le momento, o empresário questionou se precisava mesmo de tantos medicamentos ou se poderia fazer algo para alterar o quadro. Foi orientado que alimen-tação e atividade física poderiam, sim, resolver o proble-ma. A partir daquele dia, Sérgio Sampaio transformou-se no modelo que todo profissional da Saúde gostaria de atender.

“Quando se ganha peso após uma dieta maluca, ganha-se mais gordura que músculo.” Débora Froehner, nutróloga

PARA LEVAR NA BOLSA

Boas opções para ter sempre na bolsa, na mochila ou no armário do escri-tório são as frutas (banana, maçã, pera, laranja, poncã, mexerica, ameixa, uvas, pêssego, morangos, caqui), barras de frutas ou cereais, oleaginosas (castanha de caju, castanha-do-pará, nozes, amêndoas, macadâmia), frutas secas ou desidratadas (passas, ameixa, damasco, tâmara, figo, banana, maçã, abacaxi). Também são boas opções de lanche o iogurte natural desnatado e sanduíche com pão integral e queijo branco. Essas são alternativas saudá-veis para consumir diariamente entre as refeições e que ajudam a acelerar o metabolismo.

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Page 12: Revista HMC -  julho 2014

Disciplina, determi-nação e muita força de vontade transformaram o paciente sedentário de péssimos hábitos alimentares em um homem saudável, com disposição invejável e índices de atleta.

E mais, tornou-se um multiplicador da alimen-

tação saudável e da práti-ca de atividades físicas. Em

casa, esposa e filho já aderi-ram às mudanças, com resulta-

dos visíveis. “Estamos com acom-panhamento da nutróloga desde outubro

do ano passado. Nesse período, eu perdi 8 kg e minha disposição aumentou muito. Antes a gente andava no shopping, dava uma volta e já queria sentar”, conta Carla Sampaio, de 48 anos.

Para o filho do casal, André Sampaio, a mudança foi um pouco mais difícil.

Aos 23 anos, confessa que já teve uma alimentação baseada em lanches e piz- zas. “Eu sempre fui crítico para vegetais e comia só pizza e cachorro-quente”. O pai complementa "um cachorro-quente era pou-co. Ele comia dois, três. Pizza era uma intei-ra” (risos). Mas os dois anos que passou na faculdade de Nutrição começaram a mudar seus conceitos. Em seguida, foi em busca de seu sonho, a culinária, e formou-se chef. Du-rante o curso, que acumulava aulas de ma-nhã e à noite, André passou dos 90 kg (seu peso ideal) para os 117 kg. “Em um período, fazíamos, às vezes, sete preparações. Imagi-na! Mesmo experimentando um pouquinho de cada, no fim, dava uma refeição comple-ta. Depois, eu ainda almoçava e, na aula à noite, mais degustações” conta André. Nos últimos sete meses em que está recebendo orientações médicas, mesmo não seguindo à risca alguns tópicos por causa da carreira que escolheu, André já perdeu 14 kg. E, com o novo plano de exercícios, acredita que conseguirá perder ainda mais peso.

“Eu sempre fui crítico para vegetais e comia só pizza e cachorro-quente.” André Sampaio, chef de cozinha ©

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SUPERALIMENTOS

A nutróloga Débora Froehner explica que são considerados superalimentos todos aqueles que oferecem mais do que calorias. Dessa forma, frutas, hortaliças, leguminosas e sementes oleaginosas se enquadram nessa categoria. Mas alguns ganham mais fama e acabam tornando-se vedetes por possuírem maior quantidade de determinadas vitaminas, muita fibra e grande teor de antioxidan-tes. Nesse contexto, são considerados superalimentos:

GOJI BERRY – Originário da China, é a nova sensação do momento por ter muitas propriedades benéficas e poucas calorias. Rico em aminoácidos, vitaminas, minerais, ácidos graxos insaturados, antioxidantes e polissacarídeos, o goji berry se destaca pela alta concentração de vitamina C. O consumo aumenta o nível de energia, o desempenho atlético, a qualidade do sono, a facilidade de despertar e a capacidade de se concentrar em atividades. Além disso, pode ajudar na redução da fadiga e do estresse.

SOJA – Rico em proteína, esse grão auxilia na redução dos níveis do colesterol ruim, o LDL, e ajuda a elevar os níveis de HDL, o colesterol bom. O alimento também possui isoflavonas, substâncias que ajudam a atenuar os efeitos da menopausa e evitar a perda de massa óssea.

QUINOA – Importante fonte de proteína, o cereal afasta as doenças cardiovasculares; é rico em ferro e cálcio, importantes para driblar a anemia e os problemas ósseos, respectivamente; possui vitaminas C e E, poderosos antioxidantes e anti-inflamatórios; reforça a imunidade e ainda dá uma força na dieta, porque suas fibras ajudam na saciedade.

CHÁ VERDE – Contém grandes quantidades de antioxidantes, flavonoides, polifenóis, vitaminas e minerais. Estimula o gasto de energia pelo organismo; diminui as chances de formação de coágulos nas artérias e as mantêm mais flexíveis; impede a ação dos radicais livres, que causam o envelheci-mento precoce das células; contribui para a redução do colesterol ruim, chamado LDL; fortalece o sistema imunológico, e ainda tem propriedades anticancerígena e antidepressiva.

CHIA – Com alto teor de fibra, as sementes assumem um volume maior no estômago, propor-cionando saciedade por mais tempo, influenciando no emagrecimento. Também regula o fun-cionamento do intestino, diminui o colesterol ruim, fortalece os ossos, previne o aparecimento dos radicais livres, além de turbinar o corpo com ômega 3, a gordura que faz um bem enorme para o coração.

LINHAÇA – Fornece doses de ômegas, importante antioxidante, reabastece os óleos que compõem nossas membranas celulares e melhoram a função imunológica.

COCO – Derivados do coco, como a gordura, a farinha e o açúcar, são boas alternativas. Uma peque-na porção de óleo de coco por dia estimula a queima de gordura visceral. Já a farinha, além de ser rica em fibras, pode substituir o trigo para os que são intolerantes ao glúten. O açúcar de coco pro-mete ser o novo queridinho das dietas, pois adoça como o açúcar de mesa, porém é rico em fibras, vitaminas e minerais, tem processo de extração mais natural e é considerado sustentável.

“O segredo é não passar fome. Daí a pessoa diz: ‘mas eu não tenho fome!’.

Que ótimo! É exatamente neste horário que você tem que comer” Thaisa Jonasson, endocrinologista

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“Antes a gente andava no shopping, dava uma volta e já queria sentar.” Carla Sampaio, empresária

AFINAL, EXISTEM DIETAS CORINGA?

Para a endocrinologista Thaisa Jonasson, o termo "dieta" nem deveria mais existir. “Quando a gente fala em dieta, logo vem a ideia de que só pode comer alface e beber água. Não é esse o caminho. Temos que falar em reeducação alimentar”, explica a médica. Mas quando o assunto é alimentação, há uma infinidade de variáveis relacionadas à saúde de cada indivíduo que devem ser consideradas para elaborar o cardápio diário de forma muito pessoal. “Depende muito de cada situação. É muito pessoal. Por exemplo, se me perguntarem se pode comer fruta à vontade, eu digo que não. Pode no máximo três porções de frutas por dia. As frutas são essenciais, mas, quando a gente libera é muito perigoso, porque tem gente que vai comer exageradamente e ficar descompensado”.

No mesmo viés, a nutróloga Débora Oro Froehner explica que nada pode ser generalizado. “Atualmente, os alimentos so-frem muitas manipulações, como alterações genéticas, uso de agrotóxicos, enriquecimentos. Acredito que a alimentação deva ser balanceada e individualizada, pois a aceitação de alimentos tão inocentes como verduras pode ser perfeitamen-te natural para uns, mas para outros pode causar sintomas digestivos, por exemplo. Existem muitas alergias e intolerân-cias alimentares que devem ser analisadas individualmente. Também a tolerância de alimentos ricos em fibras depende muito da flora intestinal”.

Quer emagrecer? Coma!Quem nunca disse a frase: “Estou mor-

rendo de fome!”, que atire a primeira pedra. Ninguém, de fato, está morrendo por falta de comida. Mas o retorcer do estômago com seus roncos suplicantes, a salivação auto-mática só de pensar no bufê parecem jus-tificar o drama. E, por mais reconfortante e certo que possa parecer, encher o estôma-go de comida não é nada saudável para o organismo. “O segredo é não passar fome. Não dá para comer com fome. Tem que co-mer de quatro em quatro horas. Daí a pessoa diz: ‘Mas eu não tenho fome!’. Que ótimo! É exatamente nesse horário que você tem que comer”, ensina a endocrinologista.

Thaisa explica que, quando a pessoa está faminta, é o cérebro que a faz buscar comi-da, liberando os hormônios da fome e da sa-ciedade. E, nesse momento, o ser humano age por instinto. Então ele opta por comer o que é mais rentável em termos de reser-va, como carboidrato e gordura. É por essa razão que, quando se está com muita fome, ninguém pensa em comer uma salada de

alface e, sim, uma mas-sa, de preferência, o mais rápido possí-vel. “E para onde vai toda essa gordura? Para o armazenamento do corpo onde é mais fácil ti-rar, que é na cir-cunferência ab-dominal. Agora quando você come sem fome, você quer uma coisa mais leve. Essa é a ideia: co-mer pouco e várias vezes para manter o organismo sem-pre trabalhando acelerado e para que ele não libere os hormônios da fome em exces-so. E sempre com bom senso nas escolhas. Não adianta comer pouquinho e várias ve-zes se está comendo chocolate, bolacha re-cheada. Deve escolher alimentos saudáveis, frutas ou cereais”.

CAPA

14 Revista HMC

Page 15: Revista HMC -  julho 2014

POR DENTRO DA TÉCNICA

Cirurgia para diminuir os tremores do Parkinson

Em 2002, Paulo Blum identificou um tremor constante no dedo mí-nimo da mão esquerda e foi buscar ajuda médica. Naquela época, ele era capitão do Exército e servia em

Macapá, capital do estado de Amapá. O diag-nóstico foi Parkinson e o prognóstico dado pela equipe médica não era dos mais anima-dores. "Disseram-me que, em sete anos, eu estaria em uma cadeira de rodas, o que não foi uma notícia das mais felizes”, conta. Ele tinha 34 anos.

O Parkinson (ou Mal de Parkinson, ou Doença de Parkinson) é uma doença de-generativa que afeta o movimento, devido à diminuição ou à ausência de dopamina, neurotransmissor responsável pelo funcio-namento de diversas estruturas cerebrais.

E, entre elas, estão as relacionadas à motri-cidade. Em geral, essa doença surge em pa-cientes entre 50 e 70 anos de idade, com uma ligeira prevalência para o sexo masculino.

Paulo faz parte de uma mínima porcenta-gem de pessoas nas quais a doença se ma-nifesta antes dos 40 anos. Uma particulari-dade desses casos, assim como de quem a desenvolve em idade avançada, depois dos 70 anos, é a agressividade dos sintomas. No caso dele, não demoraram a se manifestar. Lentidão dos movimentos, rigidez muscu-lar, perda de olfato e da expressão facial, diminuição da voz e depressão, além do aumento dos tremores são características comuns de quem desenvolve o Parkinson. Com Paulo, não foi diferente. O ponto críti-co da evolução da doença se deu exatamen-

por Fernando Oliveira

15Revista HMC

Page 16: Revista HMC -  julho 2014

POR DENTRO DA TÉCNICA

“DISSERAM-ME QUE EM SETE ANOS EU

ESTARIA EM UMA CADEIRA

DE RODAS.”

PAULO BLUM

Parkinson Qualquer pessoa

pode desenvolvê-la, independentemente do

sexo ou faixa etária.

te sete anos depois do diagnóstico. Aos 41 anos, ele passou seis meses praticamente na cama, devido à intensidade dos tremores que, de tão agressivos, também atingiam o abdômen e o diafragma. “Sentia dificuldades para respirar e somente deitado, e de bruços, é que conseguia aliviar os tremores”, explica.

O que tirou Paulo da cama e tem reestabelecido mui-tos pacientes de Parkin-son atualmente é uma técnica cirúrgica, de-senvolvida a partir da década de 1990, que é capaz de melhorar os sintomas motores as-sociados à doença. Co-nhecida como Cirurgia de Estimulação Cerebral, o procedimento consiste na colocação de eletrodos em áreas específicas do cérebro, responsáveis pelo movimento. Essas áreas passam a ser controladas por estimulo elétrico por meio de um marca-passo. “A cirurgia não cura o Parkinson, mas é uma solução para os tremo-res quando eles já não são mais tratáveis por meio da medicação”, explica o neurocirur-gião Alexandre Novicki Francisco.

Sobre a cirurgiaO movimento do corpo humano depen-

de de várias estruturas cerebrais. A maioria delas depende da dopamina para funcionar corretamente. Mas, quando esse neurotrans-missor deixa de ser produzido pelo organis-mo, em uma área do cérebro chamada de substância negra, as estruturas responsáveis pela motricidade – o núcleo subtalâmico e o globo pálido – desenvolvem uma hipera-tividade que levam aos sintomas motores do Parkinson. Entre eles, estão a lentidão de movimentos e, claro, os tremores.

Como a hiperatividade dessas estruturas é resultado da falta de dopamina no cére-bro, o principal tratamento para a doença é a aplicação medicamentosa de um precur-sor desse neurotransmissor, o levodopa. Ele é capaz de gerar picos de dopamina, o que faz com que a excitação dessas áreas dimi-nua e o movimento se estabilize enquan-to durar o efeito do medicamento. Porém, depois de anos de tratamento, a levodopa pode apresentar efeitos colaterais, que vão

desde flutuação motora (ora ela tem efeito, ora não tem) até a perda efetiva de seu bene-fício para o controle dos sintomas motores ou a discinesia (movimentos involuntários e anormais do corpo).

Foi o que aconteceu com Paulo nos meses que antecederam a cirurgia, quando

precisou ficar na cama porque os tremores eram incontroláveis.

“A cirurgia é indicada nes-ses casos, quando a medi-cação já não melhora os tremores ou quando o paciente apresentam os efeitos colaterais da le-vodopa na fase interme-diária da doença”, reve-

la Novicki Francisco.A indicação da cirurgia

depende de uma avaliação médica rigorosa, inclusive

para precisar em quais áreas se-rão colocados os eletrodos. O proce-

dimento mais comum (cerca de 70% dos ca-sos) é realizado no núcleo subtalâmico. “De modo resumido, evitamos a cirurgia no sub-talâmico se o paciente já apresentar algum problema cognitivo, relacionado à memória, por exemplo. Nesses casos, a opção é colocar os eletrodos no globo pálido. Mas, indepen-dentemente da área escolhida, ambas tratam os sintomas motores do paciente, diminuin-do o tremor”, explica o neurocirurgião.

A cirurgia de estimulação cerebral faz com que as áreas hiperativas do cérebro di-minuam sua atividade de modo contínuo, diferente da medicação, que leva a picos de dopamina (ou seja, melhora quando admi-nistrada e piora quando o efeito diminui). “A cirurgia faz com que o efeito benéfico do medicamento fique contínuo, sem altos e baixos. Por causa disso, pode-se diminuir a dosagem do levodopa e os efeitos colaterais da medicação”, diz o médico.

No entanto, o especialista lembra que a cirurgia só resolve os problemas motores relacionados ao Parkinson. “É comum o pa-ciente vir com uma ideia falsa de que, com a cirurgia, ele ficará curado. Na verdade, alguns sintomas, como a fala baixa, a de-pressão ou a incontinência urinária vão per-sistir”, esclarece. Eventualmente, alguns pa-cientes também apresentam tremor residual depois da cirurgia.

Outra coisa importante, segundo Novicki, é que nenhum paciente responde da mesma

16 Revista HMC

Page 17: Revista HMC -  julho 2014

“A CIRURGIA NÃO CURA O PARKINSON, MAS É UMA SOLUÇÃO PARA OS TREMORES QUANDO ELES JÁ NÃO SÃO MAIS TRATÁVEIS POR MEIO DA MEDICAÇÃO.”

ALEXANDRE NOVICKI FRANCISCO, NEUROCIRURGIÃO

maneira ao procedimento. “Se dez pacien-tes fazem a cirurgia, teremos dez respostas diferentes. Isso porque o funcionamento do cérebro é diferente de um para o outro. Sem-pre vamos tentar o máximo possível de efei-to de melhora, mas isso depende de pessoa para pessoa. Há casos em que basta colocar o eletrodo para o tremor parar, sem que seja preciso ligar o marca-passo. Há outros em que, mesmo com a carga máxima de corrente elétrica, só se obtêm 70% de melhora. Isso não significa que as cirurgias não tenham sido perfeitas, mas, sim, que cada caso mos-tra uma resposta diferente”.

A vantagem da cirurgia é que ela é rever-sível, programável e sem dano para o pa-ciente. Depois dela, há quem possa reesta-belecer a sua vida. Foi o que aconteceu com Paulo. Ele ainda tem tremores. São poucos, residuais, mas nada que o incapacite como antes. “Depois de sete anos tremendo, foi emocionante ver os tremores diminuindo e ter controle das coisas novamente. Quando estamos em um turbilhão de afazeres, não percebemos o valor das coisas mais simples, como sair e caminhar ou tomar banho e se alimentar sozinho. Mas, quando algo acon-tece com você que lhe tira essas coisas, sen-timos a importância que elas têm. A cirur-gia me deu uma nova oportunidade e agora

vejo as coisas simples com muito mais satisfação”, completa.

ENTENDA O PARKINSONO Parkinson é uma doença sistêmica que ataca todo o

organismo. Qualquer pessoa pode desenvolvê-la,

independentemente do sexo ou faixa etária,

embora a grande maioria dos casos incida entre

50 e 70 anos. As razões para a origem da doença ainda são

desconhecidas. Fatores ambien-

tais, como exposi-ção continuada a

agrotóxicos, pesticidas e fertilizantes, bem

como microtraumas de repetição podem ser uma

das causas. Fatores genéticos também, mas

eles não são obrigatórios. Estatisticamente, pessoas

com Parkinson na família têm mais chances de ter a doença, mas é muito mais comum ter pacientes

sem qualquer histórico relativo a ela. O sintoma mais evidente são os tremores

involuntários, principalmente em repouso, mas ele não é o único.

Lentidão de movimento, pressão baixa, depressão, incontinência

urinária, perda olfativa e de expressão facial, e voz baixa

são os mais comuns.

17Revista HMC

Page 18: Revista HMC -  julho 2014

Um ato simples que evita infecções e salva vidas

O dia 5 de maio foi mar-cado pelo Dia Mundial de Higienização das Mãos, data estabeleci-da pela Organização

Mundial de Saúde (OMS). Em todo o mundo, foram promovi-das atividades para conscientizar os profissionais de saúde, os go-vernos e os administradores hos-pitalares sobre a importância da higienização das mãos. O hábito previne e reduz infecções, promo-vendo a segurança de pacientes, profissionais e demais usuários dos serviços de saúde, além de ser considerado o procedimento mais importante e barato para evitar a transmissão de infecções.

Nos hospitais de referência, a comunicação para reforçar a im-portância dessa prática é um pro-cedimento de rotina, mas mesmo assim a campanha é importante para lembrar também a quem não é profissional de saúde que esse ato simples é essencial para todos, mesmo em casa.

Dados levantados por uma em-presa fabricante de produtos de hi-giene e divulgados pelo Ministério da Saúde indicam que a simples lavagem correta das mãos ajuda o Brasil a economizar, anualmente, US$ 12 bilhões. Esse é o valor gas-to todo o ano no país com doenças causadas por vírus e bactérias. O cálculo mostra a importância de algo que pode até parecer banal.

A pesquisa sobre o “Custo das Doenças do Dia a Dia” revela que uma família brasileira gasta, em média, R$ 1.150,00 por ano no tra-tamento de doenças que são causa-das por vírus e bactérias.

Higienização das mãos

Pesquisa sobre o “Custo das Doenças do

Dia a Dia” revela que uma família brasileira gasta, em média, R$ 1.150,00 por ano no tratamento de doenças

que são causadas por vírus e bactérias.

por Eduardo Correa

18 Revista HMC

QUALIDADE

Page 19: Revista HMC -  julho 2014

Considerando a população do Brasil, esse valor é equivalente a US$ 12 bilhões por ano. O estudo aponta os prejuízos econômi-cos e sociais causados por enfermidades que poderiam ser evitadas com o simples hábito de lavar as mãos.

As doenças com maior frequência detecta-das na pesquisa são: respiratórias com 33,3%, diarreias com 11,8% e infecções de pele com 7,4%. Apesar da maior incidência de doenças respiratórias, o tipo de enfermidade que mais gera despesas para tratamento são as infecções de pele, com custo de R$ 116,32 por episódio. Já a gripe é a doença de maior incidência no Brasil, independente da época do ano.

Durante os dois meses de apuração, cons-tatou-se que 52,5% das famílias brasileiras

apresentaram pelo menos um surto de infec-ção. Porém, esse número sobe para 74,2% quando analisado entre crianças de cinco a quinze anos de idade.

No custo que as famílias têm com doenças do dia a dia, estão incluídos valores diretos, como hospital e medicamento, e indiretos, como dias de trabalho perdidos pelo paciente ou por seus acompanhantes.

No mês de outubro, mais precisamente no dia 15, acontecerá outra mobilização que se repete em vários países para destacar a rele-vância da lavagem das mãos. Segundo reco-mendações da OMS, o procedimento deve levar entre 40 e 60 segundos, incluindo a es-fregação com sabonete entre os dedos, a palma e as costas das mãos.

LAVAR AS MÃOS É CONSIDERADO O PROCEDIMENTO MAIS IMPORTANTE E BARATO PARA EVITAR A TRANSMISSÃO DE INFECÇÕES.

19Revista HMC

Page 20: Revista HMC -  julho 2014

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lio C

ovel

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Cristian Trentinpor Fernando Oliveira

Empreendedor sustentável

20 Revista HMC

Page 21: Revista HMC -  julho 2014

Cristian Trentin tinha 27 anos quando apostou em um negócio inovador: um serviço de entregas sustentável com bicicletas. Hoje, aos 30 anos, o empresário nascido em Cascavel e morando em Curitiba desde os 16 anos, colhe os frutos de um negócio que começou pequeno, em um estacionamento no bairro Água Verde, e ganhou grandes proporções, com cinco unidades no país. Seu nome aparece na lista dos 30 jovens empreendedores mais promissores do Brasil, segundo a revista Forbes de fevereiro deste ano. Bem-humorado, ele descreve um pouco do seu negócio.

> VOCÊ CRIOU A ECOBIKE EM 2011. DE ONDE SURGIU A IDEIA?

O que a Ecobike faz hoje não é algo novo. Começou em 1902, em cidades como Nova York, por exemplo, onde a bicicleta é o principal meio utilizado pelos servi-ços de entrega. No Brasil, é diferente. Por aqui, a moto se tornou o método mais uti-lizado. Mas mesmo empresas de motoboy do país já realizam entregas de bicicleta há pelo menos cinco anos. Os entregado-res de água usam a bicicleta há mais tem-po ainda. Ou seja, não inventamos nada novo. O que fizemos foi dar um novo sig-nificado às entregas com bike. Não somos uma empresa de entrega com bicicleta, mas uma empresa de entrega sustentável. Atualmente, quem nos contrata não bus-ca alguém para pegar algo no ponto A e levar até o ponto B apenas, mas busca as vantagens associadas ao serviço, que vão além da rapidez da praticidade: formas alternativas de mobilidade, sustentabili-dade, resolução de problemas e profissio-nais qualificados. É um serviço premium que nos permitiu ter bons clientes desde o começo e impulsionou o negócio por meio de franquias. Desde 2012, somos lí-deres no segmento em número de entre-gas sustentáveis. Só em Curitiba, já foram mais de 100 mil para centenas de clientes. Hoje, temos quatro franquias: São Paulo, Cascavel, Porto Alegre e Campinas.

> E QUAL FOI A INSPIRAÇÃO PARA DAR UM NOVO SIGNIFICADO ÀS ENTREGAS COM BICICLETA? VOCÊ ERA UM BIKER ANTES?

Não teve um momento de inspiração, mas muita pesquisa. Quem quer empreender e não sabe o que fazer, tem de ficar aberto às possibilidades. Foi o que aconteceu comi-go. Sempre busquei empreender. Sentia--me frustrado trabalhando para os outros. Quando eu cansei de ser desenvolvedor

de sistemas, fui atrás de oportunidades de negócios. Não foi porque eu era um biker. A bicicleta só entrou no meu dia a dia de-pois. Eu tinha carro, moto e era estranho falar para as pessoas sobre as vantagens da bike quando, na verdade, eu estava moto-rizado. Foi aí que decidi vender o carro, comprar uma bicicleta e usar formas al-ternativas de transporte. Como não consi-go usá-la todos os dias para vir trabalhar, para compensar, pelo menos uma vez por mês faço uma viagem de bike. Eu adoro isso e o mais legal é que as pessoas veem que é possível pedalar, mesmo que meu porte físico não se pareça nada com o de um atleta (risos). Além disso, pedalar me aproximou dos meus funcionários.

> FALANDO NELES, QUE PERFIL ELES TÊM? Eles são apaixonados por bike. Essa é a principal característica. E não poderia ser diferente. Por dia, um entregador nosso pedala entre 70 km e 100 km, faça calor ou frio, chuva ou sol. No ano passado, quando nevou, não tivemos nenhuma falta. Eles estavam todos lá. É uma paixão mesmo e não um trabalho, sabe? Hoje, são 18 entregadores em Curitiba, com idade média de 24 anos – mas já tivemos funcio-nários com mais de 40. Seis falam outro idioma, outros já moraram em países nos quais a cultura da bike é mais forte. Todas essas experiências, eles unem à Ecobike. Inclusive suas bicicletas. Como quem pedala tem uma bike com a qual melhor se adapta, eles vêm com as suas próprias para o trabalho. Ainda assim, não é qual-quer pessoa que pedala que trabalha na empresa. Quem pedala ocasionalmente e atletas não entram porque a rotina deles é outra. Mas uma coisa é fundamental: pes-soas educadas e gentis, mesmo que não pedalem muito, são bem-vindas. Como buscamos uma relação humanizada entre

PERFIL

21Revista HMC

Page 22: Revista HMC -  julho 2014

biker e cliente, é mais fácil treinar quem já tem essas características. Fora isso, o importante é ter postura profissional, seguir as regras de trân-sito e atender bem as pessoas. Essas são as exigências, além do uso de equipamentos de segurança, protetor solar e exames médicos periódicos. Um fato curioso é que, em três anos de operação, só tivemos dois aciden-tes registrados e nenhum deles gra-ve. Parte disso, acredito, deve-se ao cuidado com o trânsito e o respeito dos próprios motoristas, que iden-tificam o biker como alguém que está trabalhando.

> QUALIDADE DE VIDA E SUSTENTABILIDADE SÃO MARCAS DA ECOBIKE. VOCÊ ACREDITA QUE ESSES PRINCÍPIOS PODEM SER COPIA-DOS POR QUEM USA O SERVIÇO?

A sustentabilidade existe, embora pou-ca gente acredite nisso. A grande maio-ria dos nossos clientes é de grandes empresas nas quais práticas sustentá-

veis já são rotina. E, em geral, quem nos indica como prestadores de servi-ço são pessoas de dentro das empresas que acreditam no negócio. De 2011 até hoje, deixamos de lançar 11 toneladas de gás carbônico no meio ambiente com as entregas. Agora, estamos crian-do índices de medição de tudo que está relacionado ao serviço. Isso vai desde a medição e mapeamento do descarte de câmaras de ar e pneus das bicicle-tas até quais materiais são utilizados pelos nossos fornecedores e como eles descartam seus resíduos. Queremos que a cadeia produtiva também seja sustentável e entregar algo para a so-ciedade além do exemplo. No que diz respeito à qualidade de vida, isso já deu frutos. Já desenvolvemos um pro-jeto de consultoria para quem quer começar a ir ao trabalho de bike em um dos nossos clientes, traçando ro-tas e companhando-os no trajeto. Es-peramos poder contribuir mais dessa forma também.

PERFIL©

Div

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ção

Parte da equipe da Ecobike

22 Revista HMC

Page 23: Revista HMC -  julho 2014

CONGRESSO PARANAENSE DE CARDIOLOGIA

O HMC foi um dos patrocinadores do Congresso Paranaense de Cardiologia, que aconteceu nos dias 23 e 24 de maio em Curitiba. O evento contou com grandes nomes da especialidade, incluindo integrantes do corpo clínico do Hospital, que conduziram palestras e mediaram discussões importantes sobre temas da área. Participa-ram da programação os médicos Lídia Ana Zytynski Moura, André Bernardi, Luiz Cesar Guarita Souza, Francisco Maia da Silva, Dalton Bertolim Précoma, José Carlos Moura Jorge, José Rocha Faria Neto, Francisco Diniz Affonso da Costa, Paulo Roberto Slud Brofman e Gustavo Gavazzoni Blume.

REFERÊNCIA NA COPA

O HMC foi reconhecido como Hospital de Referência para a Copa do Mundo Fifa Brasil 2014 para atendimento hospitalar durante o período de jogos em Curitiba. Além disso, a equipe do HMC também esteve presente na Are-na da Baixada para receber representantes de operadoras de saúde que foram convidados para assistir aos quatro jogos do Mundial que aconteceram na cidade.

VISITA AO GOVERNADOR

O diretor-geral do Hospital Marcelino Champagnat, Claudio Luba-cher, esteve presente no Palácio Iguaçu em maio para participar da entrega de um exemplar da publicação Livro Branco: Brasil Saúde 2015 | A sustentabilidade do sistema de saúde brasileiro ao governa-dor Beto Richa. No evento, estavam presentes o médico Francisco Balestrin, presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, e representantes dos quatro hospitais paranaenses que integram a Anahp.

Médicos que mantêm consultórios no HMC foram recebidos pela direção do Hospital para um almo-ço descontraído. Essa foi a segunda edição da Happy Friday no ano, evento que faz parte do programa de relacionamento Partners.

A equipe de Governança Médica e a direção do HMC participaram de um jantar de integração. Durante o evento, foram apresentados os desafios até o fim do ano e os participantes puderam discutir as metas e as novas ideias.

CURTAS

DESCONTRAÇÃO NA HAPPY FRIDAY INTEGRAÇÃO E METAS

23Revista HMC

Page 24: Revista HMC -  julho 2014

NOSSO CUIDADO

E ATENÇÃO COM

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ATÉ PORQUE A GENTE SABE QUEOS IMPREVISTOSDELES NÃO TÊM

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isso, no HMC a atenção e o cuidado com nossos pacientes

também são prioridade. Toda equipe do hospital, além de

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No HMC, tudo foi pensado para atender às mais diferentes

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mil m2 que oferecem modernos equipamentos, garantindo a

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